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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS Áurea Maria Paes Gonçalves Frullani Orientador Prof. Francisco Carrera Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS

Áurea Maria Paes Gonçalves Frullani

Orientador

Prof. Francisco Carrera

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão Ambiental

Por: Áurea Maria Paes Gonçalves Frullani

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AGRADECIMENTOS

A Deus, todo poderoso, sem Ele nada

somos, em especial ao meu marido e a

minha mãe, ao meu orientador

Francisco Carrera.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao: Meu marido e

meus professores, pelo incentivo,

carinho, dedicação ao longo deste curso.

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RESUMO

Este trabalho busca contribuir para a compreensão do modo como se dá

a relação entre a Educação Ambiental Formal das escolas e a Educação

Ambiental Não Formal.

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METODOLOGIA

Como primeiro procedimento será feito uma pesquisa bibliográfica e

após a seleção dos materiais, será feito uma leitura e análise criteriosa sobre

as opiniões dos autores e informações encontradas sobre o tema Educação

Ambientais no Processo Ensino Aprendizagem nas Escolas. As fontes de

pesquisa serão primárias e secundárias, visto que serão utilizados livros,

revistas, monografias, artigos jornalísticos, tópicos de pesquisas feitas pelos

alunos e outros materiais científicos que possam contribuir.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A EDUCAÇÃO AMBIENTAL 09

CAPÍTULO II - A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A EDUCAÇÃO FORMAL 14

CAPÍTULO III – POLITICA NACIONAL DE EDUCAÇÂO AMBIENTAL E SUA

RELAÇÃO COM O ENSINO FORMAL 16

CONSIDERAÇÕES FINAIS 50

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52

ÍNDICE 59

FOLHA DE AVALIAÇÃO 63

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INTRODUÇÃO

A Educação Ambiental é um ramo da educação cujo objetivo é a

disseminação do conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar à sua

preservação e utilização sustentável dos seus recursos. É uma metodologia de

análise que surge a partir do crescente interesse do homem em assuntos

como o ambiente devido às grandes catástrofes naturais que tem assolado o

mundo nas últimas décadas.

No Brasil a Educação Ambiental assume uma perspectiva mais

abrangente, não restringindo seu olhar à proteção e uso sustentável de

recursos naturais, mas incorporando fortemente a proposta de construção de

sociedades sustentáveis, Mais do que um segmento da Educação, a Educação

em sua complexidade e completude.

A Educação Ambiental tornou-se Lei em 27 de Abril de 1999, A Lei nº

9.795, Lei da Educação Ambiental, em seu Art. 2º afirma “A educação

ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional,

devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e

modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal.

A Educação Ambiental tenta despertar em todos a consciência de que o

ser humano é parte do meio ambiente. Ela tenta superar a visão

antropocêntrica, que fez com que o homem se sentisse sempre o centro de

tudo esquecendo a importância da natureza, da qual é parte integrante.

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CAPÍTULO I

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

1.1 - A Educação Ambiental nas escolas

A escola é o espaço social e o local onde o aluno dará seqüência ao seu

processo de socialização, o que nela se faz se diz e se valoriza representa um

exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova. Comportamentos

ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da

vida escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis.

Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada

do mundo, no tempo e no espaço, a escola devera oferecer meios efetivos

para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e

sua conseqüência para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres

vivos e o ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva as suas

potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais

construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade socialmente

justa, em um ambiente saudável.

Considerando a Educação Ambiental um processo continuo e cíclico, o

método utilizado pelo programa de Educação Ambiental para desenvolver os

projetos e os cursos capacitação de professores conjuga os princípios gerais

básicos da Educação ambiental.

Educar para a construção de uma sociedade sustentável é o principio

que fundamenta o conceito de educação ambiental na atualidade.

Nesse sentido quando falamos em educação ambiental estamos

buscando promover a construção de novos padrões de comportamento e o

desenvolvimento de concepções e valores diferentes na relação dos homens

com o meio ambiente e dos homens entre si. É por isso que um dos principais

desafios atuais da educação ambiental é influenciar a atual concepção de

desenvolvimento adotada pela grande maioria das nações do planeta.

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A educação ambiental tenta despertar em todos a consciência de que o

ser humano é parte do meio ambiente. Ela tenta superar a visão

antropocêntrica, que fez com que o homem se sentisse sempre o centro de

tudo esquecendo a importância da natureza, da qual é parte integrante.

Atualmente, são comuns a contaminação dos cursos de água, a

poluição atmosférica, a devastação das florestas, a caça indiscriminada e a

redução ou mesmo destruição dos habitats faunísticos, além de muitas outras

formas de agressão ao meio ambiente.

Dentro deste contexto, é clara a necessidade de mudar o

comportamento do homem em relação à natureza, no sentido de promover sob

um modelo de desenvolvimento sustentável, a compatibilização de práticas

econômicas e conservacionistas, com reflexos positivos evidentes junto à

qualidade de vida de todos.

As questões ambientais começaram a se apresentar pelos idos dos

anos 1970,quando eclode no mundo um conjunto de manifestações, incluindo

a liberação feminina, a revolução estudantil de maio de 1968 na França e o

endurecimento das condições políticas na America Latina, com a instituição de

governos autoritários, em resposta às exigências de organização democrática

dos povos em busca de seus direitos à liberdade, ao trabalho, à educação, à

saúde, ao lazer e à definição participativa de seus destinos.

Nos anos 70 fortalecia-se o processo de implementação de modelos de

desenvolvimento fortemente neoliberais, regidos pela norma do maior lucro

possível no menor espaço de tempo. Com o pretexto da industrialização

acelerada, apropriava-se cada vez mais violentamente dos recursos naturais e

humanos.

No âmbito educativo, processavam-se criticas à educação tradicional e

às teorias tecnicistas que visavam à formação de indivíduos eficientes e

eficazes para o mundo do trabalho, surgindo movimentos de renovação em

educação.

Os antecedentes da crise ambiental da década de 1970 manifestaram-

se ainda nas décadas de 1950 e 1960, diante de episódios como a

contaminação do ar em Londres e Nova York, entre 1952 e 1960, os casos

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fatais de intoxicação com mercúrio em Minamata e Niigata, entre 1953 e 1965,

a diminuição da vida aquática em alguns dos grandes lagos norte americanos,

a morte de aves provocadas pelo efeito secundário imprevisto do DDT e outros

pesticidas e a contaminação do mar em grande escala, causada pelo naufrágio

do petróleo Torrei Canyon, em 1966.

Esses acontecimentos, entre outros, receberam ampla publicidade,

fazendo com que países desenvolvidos temessem que a contaminação já

estivesse pondo em perigo o futuro do homem.

Ainda não se falava de Educação Ambiental, mas os problemas

ambientais já demonstravam a irracionalidade do modelo de desenvolvimento

capitalista.

Ao mesmo tempo, na área do conhecimento cientifico, deram-se

algumas descobertas que ajudaram a perceber a emergente globalidade dos

problemas ambientais. A construção de uma ciência internacional também

começava a consolidar-se nas décadas de 1960 e 1970, sendo que grande

parte dos conhecimentos atuais dos sistemas ambientais do mundo foi gerada

nesse período.

Com a ampliação do movimento ambientalista, na segunda metade do

século XX, passaram a ser elaborados quase todos os aspectos do meio

natural associados ao interesse pela situação do ser humano, tanto no plano

da comunidade como no das necessidades individuais de vida e subsistência,

destacando-se a relação entre os ambientes artificiais e os naturais.

O movimento conservacionista anterior, de proteção à natureza,

interessava-se em proteger determinados recursos naturais contra a

exploração abusiva e destruidora, alegando razões gerais de prudência ética

ou estética. O novo movimento ambiental, sem descartar essas

movimentações, superou-as estendendo seu interesse a uma variedade maior

de fenômenos ambientais. Alegava que a violação dos princípios ecológicos

teria alcançado um ponto tal que, no melhor dos casos, ameaçava a qualidade

da vida e, no pior, colocava em jogo a possibilidade de sobrevivência, em

longo prazo, da própria humanidade.

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A fim de buscar respostas a muitas dessas questões, realiza-se, em

1972, a Conferencia de Estocolmo. Desde então, a Educação Ambiental passa

a ser considerada como campo da ação pedagógica, adquirindo relevância e

vigência internacionais.

No inicio da década de 1970, importantes organismos especializados

das Nações Unidas tinham iniciado programas sobre vários países

desenvolvidos tinham estabelecido instituições nacionais para manejar os

assuntos ambientais. O elemento ambiental integrou-se aos programas de

muitos organismos intergovernamentais e governamentais que se ocupavam

das estratégias de desenvolvimento.

No período de 1973, realizou-se um conjunto de experiências e praticas

de Educação Ambiental em muitos países que possibilitou avanços

importantes na sua conceituação, inspirada em uma ética centrada na

natureza, que pode ser identificada como a Vertente Ecológico

Preservacionista da Educação Ambiental.

Dois anos mais tarde celebrou-se em Tbilisi, URSS, a Conferencia

Intergovernamental sobre Educação Ambiental, que constitui até hoje, o ponto

culminante do Programa Internacional de Educação Ambiental. Nessa

conferencia foram definidos os objetivos e as estratégias pertinentes em nível

nacional e internacional. Postulou-se que a Educação Ambiental é um

elemento essencial para uma educação global orientada para a resolução dos

problemas por meio da participação ativa dos educando na educação formal e

não formal, em favor do bem estar da comunidade humana.

Acrescentou-se aos princípios básicos da Educação Ambiental nessa

conferencia a importância que é dada ás relações natureza sociedade, que,

posteriormente, na década de 1980, dará origem á vertente socioambiental da

Educação Ambiental.

A sensibilidade diante do meio ambiente aumentou entre as populações

mais ricas e com maior nível de educação, sendo estimulada por meio de livro,

filmes, jornais, revistas e meios de comunicação eletrônicos. As organizações

não-governamentais desempenham um importante papel no desenvolvimento

de uma melhor compreensão dos problemas ambientais.

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No Brasil, em 1973, cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente

(SEMA), no âmbito e preocupa-se em definir seu papel no contexto nacional.

A década de 1980 caracteriza-se por uma profunda crise econômica que

afeta o conjunto dos países do mundo, bem como por um agravamento dos

problemas ambientais. Concebe-se a realidade socioeconômica em termos

sistêmicos e estruturais, mostrando a entropia do processo econômico, com a

aplicação das leis da termodinâmica na economia.

Fundamenta-se, também, a perspectiva global dos anos 1980:

globalidade dos fenômenos ecológicos, as inter-relações entre economia,

ecologia e desenvolvimento, políticas ambientais e cooperação internacional. A

relação entre a economia e a ecologia leva à necessidade de adoção de um

novo sistema de contabilidade ambiental e novos indicadores de bem estar

social e econômico. Realiza-se a critica ao Produto Nacional Bruto (PNB),

postulando-se um novo indicador: o beneficio social liquido que inclui o bem

estar econômico, social, individual e global e a noção de qualidade de vida.

No Brasil, a Política Nacional do Meio Ambiente definida por meio da Lei

nº6.983/81, situa a Educação Ambiental como um dos princípios que garantem

a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propicia à vida,

visando assegurar no pais condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos

interesses da segurança nacional e á proteção da dignidade da vida humana.

Estabelece, ainda, que a Educação Ambiental deve ser oferecida em todos os

níveis de ensino e em programas específicos direcionados para a comunidade.

Visa, assim, á preparação de todo cidadão para uma participação na defesa do

meio ambiente.

No decreto nº 88.351/93, que regulamenta a Lei nº226/87, do

conselheiro Arnaldo Niskier, que determina a necessidade da inclusão da

Educação Ambiental nos currículos escolares de 1º e 2º graus. Esse parecer

recomenda a incorporação de temas ambientais da realidade local compatíveis

com o desenvolvimento social e cognitivo da clientela e a integração escola

comunidade como estratégia de aprendizagem

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Capítulo II 2.1 A educação ambiental e a educação formal Philipe Pomier Layrargues, na apresentação do livro Identidades da

Educação Ambiental Brasileira, do Ministério do Meio Ambiente, expressa que

a Educação Ambiental é um vocábulo composto por um substantivo e um

adjetivo, que envolvem, respectivamente, o campo da Educação e o campo

Ambiental. Enquanto o substantivo educação confere a essência do vocábulo

EA, definindo os próprios fazeres pedagógicos necessários a esta prática

educativa, o objetivo ambiental anuncia o contesto desta prática educativa, ou

seja, enquadramento motivador da ação educativa.

No ponto de vista do autor, o adjetivo ambiental designa uma classe de

característica que qualificam essa prática educativa, diante desta crise

ambiental que o mundo vivencia. Entre essas características, está o

reconhecimento de que a Educação tem sido sustentável, tal qual os demais

sistemas sociais, e que para permitir a transição societária rumo á

sustentabilidade, precisa ser reformulado. “Atualmente parece não ser mais

possível afirmar simplesmente que se faz Educação Ambiental. Dizer que se

trabalha com a EA, apesar do vocábulo conter em si os atributos mínimos

cujos sentidos diferentes da Educação( que não fazer é ambiental) são

indiscutivelmente conhecidos, parece não fazer mais plenamente sentido”.

O “velho argumento de que toda a educação é ambiental, assim, toda a

educação ambiental é simplesmente educação” , parece apenas jogar água

fria no que ao longo dos anos tem se tentado construir como uma

especificidade da prática educativa ambientalmente orientada para diluí-la no

marco geral da educação.

Dessa forma, posso afirmar que a importância da Educação Ambiental

se explicita formalmente na obrigatoriedade constitucional, em sua inclusão

nos Parâmetros Curriculares Nacionais e na publicação da Lei Federal que

define a Política Nacional de Educação Ambiental ( Lei 9795/1999),

instrumentos legais e documentos governamentais que asseguram á temática

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um caráter transversal, indispensável e indissociável da politica educacional

brasileira – “ mesmo que possamos considerar que a Educação Ambiental não

esteja consolidada nacionalmente enquanto política pública”.

(LOUREIRO,2005,p.1474).

A Política nacional de Educação Ambiental, aponta que apesar da Lei

9795/99 apresentar uma certa evolução em relação ao movimento ambiental,

até porque o que tinha sido feito anteriormente apresentou um certo discurso

de caráter antropocêntrico a olhos vistos, esta ainda continua a perpetuar

resquícios de opressão e dominação, pois seu discurso retrata definições

imprecisas.

A Educação Ambiental deve buscar valores que conduzam a uma

convivência harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o

planeta, auxiliando o aluno a analisar criticamente o principio antropocêntrico,

que tem levado á destruição inconseqüente dos recursos naturais e de várias

espécies. É preciso considerar que a natureza não é fonte inesgotável de

recursos, suas reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira racional,

evitando o desperdício e considerando a reciclagem como processo vital; as

demais espécies que existem no planeta merecem nosso respeito. Além disso,

a manutenção da biodiversidade é fundamental para a nossa sobrevivência; É

necessário planejar o uso e ocupação do solo nas áreas urbanas e rurais,

considerando que é necessário ter condições dignas de moradia, trabalho,

transporte e lazer, áreas destinadas á produção de alimentos e proteção dos

recursos naturais.

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Capítulo III

3.1 POLITICA NACIONAL DE EDUCAÇÂO AMBIENTAL E SUA

RELAÇÃO COM O ENSINO FORMAL

No primeiro artigo, da Lei 9795/99, a conservação do meio ambiente é

associada ao “bem de uso comum do povo”. A utilização dessa expressão

remete diretamente a uma concepção antropocêntrica, pois faz relação de

“uso” como bem jurídico de forma generalizada, não mencionando até que

ponto podemos “utilizar” o ambiente sem prejudicá-lo ou agredi-lo. Além disso,

não faz nenhuma referência ao tipo de impacto que uma grande empresa ou

um cidadão comum podem causar no ambiente, demonstrando uma certa

omissão em relação a responsabilidade que os grandes empresários possuem.

Já o segundo artigo fala da articulação da educação ambiental em todos

os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-

formal. Nesse ponto, tenho observado algumas ações de alguns educadores,

em minha escola, por exemplo, aparentemente isolados dos aspectos sociais,

estando preocupados somente com aspectos de degradação da natureza.

Assim, na prática, são poucos eficazes no processo de transformação da

realidade mais imediata com a qual estão lidando e, reciprocamente, com uma

realidade maus ampla. Além disso, observo falta de articulação com a

educação formal e não-formal.

Outro ponto importante, que vale a pena ressaltar, é em relação aos

meios de comunicação de massa. No terceiro artigo, aparece os meios de

comunicação incumbido de colaborar de maneira ativa na disseminação de

informações e práticas educativas e incorporar a dimensão ambiental em sua

programação. Na prática, é possível verificar em alguns comerciais, por

exemplo, a educação ambiental voltada somente para os aspectos naturais,

desvinculando-a da sociedade como um todo. Assim, apesar da mídia,

políticas, instituições e sociedade em geral apresentar preocupação em torno

da emergência da educação ambiental, são raras as preocupações a respeito

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das bases conceituais e epistemológicas sobre as quais ela deveria se

desenvolver.

No quinto artigo, quando são colocados os objetivos fundamentais da

educação ambiental, o primeiro parágrafo menciona o seguinte: “o

desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas

múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, legais,

políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos”. A partir daí,

percebe-se uma omissão de um aspecto importantíssimo em Educação

Ambiental que merece ser mencionado: O aspecto HISTÓRICO. Como pensar

em uma Política Nacional de Educação sem levar em conta os aspectos

históricos? Concordando com Gadotti(2000), para entender o futuro é preciso

revisitar o passado.

Outro aspecto que merece ser mencionado é em relação a capacitação

dos recursos humanos, voltando-se para a incorporação da dimensão

ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino(artigo 8º.). na verdade,

o discurso é muito bem elaborado, mas peca na utilização do termo

“capacitação”, favorecendo uma visão “bancária” da Educação Ambiental, com

características antidialógicas que servem á opressão.

Gostaria de dizer que apesar da Política nacional de Educação Ambiental

apresentar um conteúdo bastante crítico e emancipatório, voltado para a

democracia e justiça plenas, as palavras comuns, frequentemente utilizadas

nos discursos de EA, começam a parecer falsas e vazias. Além disso, o

sentimento de angústia e frustração perpassam o cotidiano de muitos

educadores, pois estes sentem-se com sensação de não comprometimento

com a “causa”.

A Educação Ambiental está ligada a dois desafios vitais, o primeiro diz

respeito a questão da perturbação dos equilíbrios ecológicos, dos desgastes

da natureza e o segundo diz respeito á questão da educação. Contudo acho

que os desequilíbrios e a educação são heranças de um modelo de

desenvolvimento socioeconômico que se caracteriza pela redução da realidade

a seu nível material econômico, pela divisão do conhecimento em disciplinas

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que fragmentam a realidade, pela redução do ser humano a um racional e pela

divisão das culturas.

Dessa forma, o que tem ocorrido no ensino formal são atividades em

Educação Ambiental baseadas na concepção de ciência natural, ou seja, são

direcionadas na maior parte das vezes a atividades de reciclagem e

conservação de forma desarticulada do contexto social, cultural, político e

social. Como exemplo, posso mencionar a coleta seletiva de lixo realizada nas

escolas de forma descontextualizada das dimensões políticas, éticas e

culturais de uma realização.

Nesse contexto, percebe-se algumas dificuldades das escolas

incorporarem a dimensão ambiental no currículo de forma interdisciplinar como

aponta a Política Nacional de Educação Ambiental. Na verdade, a palavra

Interdisciplinar tem sido utilizada de forma corriqueira nos Projetos Políticos-

Pedagógicos. Até que ponto o seu uso não caiu no senso comum? Como se

sabe, o debate ambiental não foi internalizado plenamente, nem como

disciplina, nem como eixo articulador dos currículos de cursos de formação de

professores. Tampouco a EA tem conseguido estar presente nos espaços-

chave, da organização do trabalho educativo na escola como, por exemplo, na

definição dos projetos pedagógicos, dos planos de trabalho, do uso do tempo

em sala de aula, do planejamento, da distribuição das atividades e do tempo

remunerado dos professores.

Gadotti(2000) diz que qualquer que seja a perspectiva que a educação

contemporânea deva tomar, que seja uma educação voltada para a

contestação e superadora dos limites impostos pelo Estado e pelo mercado.

Além disso, o autor coloca que seja uma educação voltada muito mais para a

transformação social do que para transmissão cultural.

Portanto, não basta construir leis e teorias abstratas sob bases idealizadas,

que despejam uma enormidade de informações desconexas e

descontextualizadas e que não favorecem a intervenção qualificada de agentes

sociais. O próprio discurso e linguagem extremamente técnica não permite que

cidadãos comuns tomem conhecimento e entendam a mensagem que esses

documentos se propõe a passar. Além disso, é necessário que seja pensado,

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como urgente, a necessidade de políticas públicas voltadas á formação de

professores em relação á concepção criticas e emancipatória da Educação

Ambiental. Através de uma fundamentação teórica e prática baseadas no

diálogo, respeito a diversidade e ao saber popular, podemos construir uma

importante ação para uma escola não-tradicional, não antropocêntrica e,

principalmente, consciente de seu papel social e ambiental como conceitos

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que não basta construir leis e teorias abstratas sob bases

idealizadas, que despejam uma enormidade de informações desconexas e

descontextualizadas e que não favorecem a intervenção qualificada de agentes

sociais. O próprio discurso e linguagem extremamente técnica não permitem

que cidadãos comuns tomem conhecimentos e entendam a mensagem que

esses documentos se propõem a passar. Além disso, é necessária que seja

pensado, como urgente, a necessidade de políticas públicas voltadas á

formação de professores em relação á concepção crítica e emancipatória da

Educação Ambiental. Através de uma fundamentação teórica e prática

baseadas no diálogo, respeito a diversidade e ao saber popular, pode-se

construir uma importante ação para uma escola não tradicional, não

antropocêntrica e principalmente, consciente de seu papel social e ambiental

como conceitos que se interligam entre si.

A ação ambiental empreendida por educadores ambientais tem sido de

natureza instrumental e raramente reflexiva.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da Educação. Ed. Artes Médicas, 2000.

GUIMARÃES, Mauro. A Formação de Educadores Ambientais. Campinas: Papirus, 2004. LOUREIRO, C.F.B. Tragetória e Fundamentos da Educação. 2 ed. São Paulo, Cortez, 2005. MACHADO, Carly Barbosa Etal. Educação Ambiental Consciente 2ªed. Rio de Janeiro: Wak, 2008.

ZAKRZEVSKI, Sônia Balvedi. (org). Cenários da Trajetória da

Educação Ambiental. In : A Educação Ambiental na Escola:

Abordagens Conceituais, V.I, p.39-44, Erechim, 2003.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

(TÍTULO) 11

1.1 - A Busca do Saber 12

1.2 – O prazer de pesquisar 15

1.2.1 - Fator psicológico 15

1.2.2 - Estímulo e Resposta 17

CONCLUSÃO 48

ANEXOS 49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52

BIBLIOGRAFIA CITADA 54

ÍNDICE 55

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FOLHA DE AVALIAÇÃO NOME DA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES TITULO DA MONOGRAFIA: A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS

AUTOR: Áurea Maria Paes Gonçalves Frullani

DATA DA ENTREGA: AVALIADO POR: CONCEITO