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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
TREINAMENTO DE MANUTENÇÃO NA PMERJ – MUDANÇA
DE COMPORTAMENTO
Por: Paulo Roberto Fernandes
Orientador
Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves
Rio de Janeiro / RJ
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
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PROJETO A VEZ DO MESTRE
TREINAMENTO DE MANUTENÇÃO – MUDANÇA DE
COMPORTAMENTO
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” -
Gestão de recursos Humanos em
Docência do Ensino Superior.
Por: Paulo Roberto Fernandes
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AGRADECIMENTOS
Aos Oficiais e Praças da Polícia Militar do Estado do Rio
de Janeiro que, contribuíram para elaboração e direcionamento
deste trabalho, com grande brilhantismo e conhecimento técnico
profissional.
Ao estimado companheiro Humberto Mauro de Oliveira,
que com presteza e larga experiência profissional, muito colaborou
na condução dos trabalhos de forma decisiva para que seu
conteúdo apresentasse abordagens comprometidas com propósitos
dignos, honestos e comprometidas com o tema.
Aos colegas do curso pelo apoio, carinho, incentivo e
compreensão demonstrada durante a elaboração desta tarefa,
emprestando solidariedade, o que muito contribuiu para o êxito deste
trabalho.
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DEDICATÓRIA
Ao Corpo Docente do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” da Universidade Candido Mendes, Projeto Vez do Mestre, de Gestão de Recursos Humanos, representado pelo Professor Luiz Cláudio Lopes Alves, que com profissionalismo me transmitiu conhecimentos metodológicos imprescindíveis para a realização deste trabalho científico.
RESUMO
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O presente trabalho teve por objetivos, levantar as atuais condições do treinamento de manutenção ministrada aos policiais-miliatres, suas conseqüências na execução do policiamento ostensivo, além de evidenciar e diagnósticar as principais causas que levam a essas condições, a fim de melhorar a qualidade do treinamento na Corporação.
Para perfeito embasamento deste trabalho, foram realizadas entrevistas com o Diretor de Ensino e Instrução da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Comandantes de Organizações de Apoio de Ensino, Oficiais encarregados da instrução de manutenção de algumas Unidades Operacionais (UOp) da metrópole do Rio de Janeiro com a finalidade de aprofundar dados sobre a política e planejamento do treinamento de manutenção com uma visão sistêmica do processo; questionários com perguntas fechadas e abertas, aplicadas a oficiais e praças objetivando coletar opiniões sobre a execução do treinamento de manutenção de praças, entrevistas estruturadas e testes de conhecimento realizados com componentes de guarnições de patrulhamento motorizado com o propósito de checar conhecimentos sobre manejo e emprego tático do armamento utilizado nesse tipo de policiamento.
Da análise dos resultados inferiu-se que há dificuldades com a continuidade e a qualidade do treinamento de manutenção adotado por fatores ligados a lacunas existentes na doutrina do treinamento e recursos humanos, materiais e institucionais utilizados, além de fatores intervenientes como o grau de motivação do público alvo da instrução.
O resultado deste estudo conclui que o atual sistema de treinamento de manutenção dos policiais-militares não satisfaz as necessidades da Corporação.
Respeitando as vicissitudes, carências e atual política do emprego do efetivo, mas com a conscientização e compromisso no sentido de que a Instituição se apresente em melhores condições de realizar sua nobre missão e atingir o fim que se destina, sugerem-se alterações e atualizações na doutrina do treinamento de manutenção com instrumentos objetivos de diagnóstico da situação, programação, execução, atualização de técnicas e recursos, vídeo institucional, caderno de instrução, estudos de casos e seleção de conteúdos adequados à realidade.
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METODOLOGIA
Para se buscar o conhecimento científico do problema, vislumbra-se
pesquisar a legislação vigente que regulamenta a matéria (pesquisa
documental e bibliográfica), além da adoção da entrevista junto às
autoridades alocadas nas Organizações de Apoio de Ensino na PMERJ e
questionários com perguntas abertas e fechadas endereçadas aos Policiais
Militares, objetivando coletar opiniões sobre a execução deste mister em
estudo.
SUMÁRIO
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INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I 10 PROBLEMATIZAÇÃO 11 CAPÍTULO II 16 EM BUSCA DE UMA FUNDAMENTAÇÃO 17 CAPÍTULO III 33 METODOLOGIA 34 CAPÍTULO IV 35 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 36 CONCLUSÃO 44 SUGESTÕES 47 ANEXOS 52 BIBLIOGRAFIA 73 ÍNDICE 76
INTRODUÇÃO
A sociedade fluminense requer uma Polícia Militar moderna, aparelhada com tecnologia avançada, com policiais-militares bem treinados,
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aptos e disposta a cumprir o seu dever constitucional, buscando melhores índices de satisfação.
O presente trabalho tem por objetivos verificar as atuais condições do
treinamento de manutenção aplicada aos policiais-militares, sua conseqüências na execução da prestação do serviço, além de diagnosticar as principais causas que levam a essas condições, com o fito de melhorar a qualidade do treinamento.
A qualificação de policiais-militares assume papel de destaque à
medida que um conhecimento insuficiente ou desconhecimento da melhor forma de desempenhar sua missão pode ocasionar o desgaste de todo um planejamento, e, não raras vezes também, a própria responsabilidade penal concorrendo para o desgaste da Corporação.
De tal sorte, vislumbra-se desenvolver esse trabalho técnico cientifico para avaliar o nível de treinamento de manutenção aplicado aos policiais-militares, identificar as causas que dificultam a adoção do treinamento em padrões considerados ideais, assim como apresentar propostas com objetivo de propiciar a melhoria dos serviços prestados à sociedade.
Para sobrepujar o problema e encontrar a solução desejada (hipótese)
propõe-se: 1) Mudanças do processo atual de treinamento de manutenção; 2) Recompensa para os policiais-militares com aproveitamento de
excelência no treinamento anual de manutenção; e 3) Mudanças gerenciais no planejamento anual de treinamento de
manutenção da PMERJ.
Autores com Chiavenato, Bergamini e Albrecht destacam em suas obras sobre administração nas organizações a importância que devem dispensar às pessoas que compõem esse contingente humano, não deve ser tratado como mero recurso, como são administrados os demais recursos físicos, materiais e financeiros (essa é uma maneira antiga e/ou atrasada de administrar).
A qualificação de recursos humanos nas empresas só começou a ser
motivo de preocupação, ao ser constatado que, o homem, de forma cada vez mais eloqüente, apresentou-se como facilitador ou impeditivo da chegada aos objetivos organizacionais.
Entende-se que os objetivos humanos e organizacionais são visados
paralelamente e não antagônicos e, assim sendo, a tarefa seria facilitada e todos assumiriam com maior naturalidade a necessidade de modificar-se para que a organização se modifique como um todo, alcançando as transformações necessárias, não adotando atitude reativa, mas, sobretudo proativa em face das ameaças do ambiente, visando atingir a eficiência e/ou eficácia dos serviços prestados a sociedade em geral.
Visando buscar o conhecimento científico do problema, vislumbra-se
pesquisar a legislação vigente que regulamenta a matéria (pesquisa
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documental e bibliográfica), além da adoção da entrevista junto às autoridades alocadas na Organização de Apoio de Ensino da PMERJ e questionários com pergunta aberta e fechada endereçadas aos Policiais Militares, objetivando coletar opiniões sobre a execução deste mister (treinamento de manutenção).
Para alcançar os objetivos, o presente trabalho científico monográfico
seguirá o ordenamento detalhado através da: Introdução, Capítulo I - Problematização, Capítulo II – Em busca de uma Fundamentação, Capítulo III – Metodologia Cientifica, Capítulo IV – Apresentação dos Resultados e Conclusão, com apresentação da Bibliografia e Anexos.
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CAPÍTULO I
PROBLEMATIZAÇÃO
“Visão sem ação não passa de um sonho, ação sem visão é só passatempo,
visão com ação pode mudar o mundo”.
Joel Athur Barker
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Uma abordagem muito discutida e analisada é a que se detém no capital humano. Uma empresa poder ter um excelente desempenho econômico-financeiro, uma estrutura e cultura organizacional de ótimo nível, alçar uma estratégia de ação bem direcionada, ser bem estruturada materialmente e utilizar todos os recursos tecnológicos capazes de dar o suporte necessário as suas atividades, mas se não investir nos seus recursos humanos, ela se fragiliza, pois quem materializa e faz acontecer todos os objetivos de uma organização é o homem. A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro como todo órgão público passa por sérias limitações. Algumas afetando a instituição mais que outras, algumas fora do alcance da possibilidade de solução, a nível interno, e outras não. Muito se fala da estrutura organizacional que deveria ser mais leve, participativa e ágil; da análise das demandas sociais e da rapidez e flexibilidade de respondê-las com o fito de conseguir credibilidade e satisfação da sociedade; da cultura organizacional que deveria atender aos princípios de uma corporação moderna e ética, buscando e utilizando tecnologias capazes de melhorar o desempenho em prol da segurança da comunidade.
Nos anos de 1993 e 1994 sob a orientação da consultoria SLB Desenvolvimento Organizacional e Gerencial, a PMERJ promoveu estudo sob Qualidade Total, onde varias reuniões foram realizadas, formando um grupo de estudo de 458 Policiais Militares. Foi empregada uma metodologia aplicada para definir a situação desejada, diagnosticar a situação atual, definir fatores críticos de sucesso e princípios estratégicos para nortear as ações de modernização, sendo que, parte dos resultados alcançados merece destaque.
Com relação à visão do futuro, esse grupo de estudo concluiu que:
Queremos uma PM moderna, aparelhada com tecnologia avançadas, com policiais-militares bem treinados, [...] aptos e dispostos a cumprir o seu dever. Queremos buscar, a cada ano, melhores índices de satisfação da sociedade com nossos serviços. (grifo nosso).
Como princípios estratégicos a serem desenvolvidos foram
apontados:
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(a) capital humano com a alusão de que a melhoria dos recursos humanos da Corporação dependerá da justa remuneração e do contínuo aprimoramento dos processos de recrutamento, seleção, treinamento, reciclagem, avaliação e premiação, resultando na maior qualificação e valorização profissional; (b) qualidade e produtividade preconizando-se que é preciso assegurar o aumento da qualidade dos serviços prestados à população, acarretando maior produtividade através de melhores recursos, motivação e treinamento. (grifo nosso)
Como se pode observar e de acordo com a metodologia empregada
pela consultoria nos níveis do oficialato e de praças, num trabalho desenvolvido em dois anos, todos os aspectos abordados: visão do futuro e princípios estratégicos, o treinamento aparece.
A importância aumenta à medida que o objetivo do trabalho não estava voltado apenas para o desempenho do PM, mas sim para a Polícia Militar como um todo. Com relação à profissionalização, Miranda e outros (1995, p.1), asseguram que:
Há uma profissão que não admite o aprendiz ou semiprofissionais, esta é a profissão PM. O policial-militar é o individuo que representa o governo e detém parcela do poder estatal; conduz, no exercício de sua função, perigosos instrumentos de dissuasão, coerção como arma de fogo e outros apetrechos; lida no entre choque das relações sociais; atua nas ambiências de tensões, paixões, desequilíbrios e de constantes riscos.
É necessário que existam projetos específicos de treinamento e
desenvolvimento, nos moldes empresariais privados, voltadas para os recursos humanos, planejados, coordenados, executados, controlados e avaliados por órgão estruturado o mais próximo possível da gerência da Corporação, para o pleno exercício do PDCA.
Na ISHIBRÁS, por exemplo, existe um departamento que cuida exclusivamente do treinamento e desenvolvimento de recursos humanos. Uma comissão interdisciplinar, formada por chefes de departamentos de todas as áreas da empresa, realiza encontros quinzenais nos quais são discutidos necessidades e melhoria no trabalho.
Existe um ciclo constante composto de fases do planejamento, execução, controle e ação corretiva. A estratégia é verificar, em cada encontro, a necessidade ou não da ação corretiva que dará suporte a um novo ciclo através da fase do planejamento. A empresa também globaliza
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suas atividades de treinamento e desenvolvimento através da interação com órgãos externos, como por exemplo, o SENAI.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT, como a PMERJ é uma empresa prestadora de serviço à comunidade, sendo considerada uma das melhores do mundo no seu ramo, de acordo com depoimento do seu atual Diretor-Presidente. A EBCT também possui um órgão específico para treinamento e desenvolvimento de pessoal.
O BANERJ, após o programa de privatização, passou a desenvolver programas e projetos com vistas à formação de instrutores e monitores de treinamento e avaliadores de desempenho. Têm estruturado junto à gestão de pessoal um departamento de treinamento e desenvolvimento com funcionários especializados na área humana (psicólogos, sociólogos, assistentes sociais e outros). Possui diversos pólos de treinamento como estratégia de descentralizar sua execução, em função de seu corpo de funcionários estar pulverizados em todo Estado.
No período de uma década atrás, de acordo com registros existentes na 1ª Seção do Estado-Maior da PMERJ, 969 policiais-militares foram mortos e 6766 feridos em ato de serviço, totalizando 7735 policiais- militares. A título de comparação e guardando as devidas realidades, a Força Expedicionária Brasileira, durante sua campanha na Itália, na segunda guerra mundial, sofreu 3231 baixas, sendo 451 mortos, 2722 feridos e acidentados, 35 prisioneiros e 23 extraviados. Uma questão colocada é se a instrução específica de tiro policial, emprego tático do armamento, técnicas de abordagens, entre outras, tivessem sido ministradas adequadamente todos esses acidentes teriam ocorrido.
A PMERJ é uma empresa prestadora de serviço à população e um comportamento não profissional do policial-militar pode ser reflexo, muitas às vezes, de seu despreparo. A sua relação com o meio externo evolui sempre, é um processo dinâmico que não pode ter tendência a processos entrópicos, é necessário interagir com o meio e através de pessoas experientes diagnosticar as necessidades do treinamento, apontar o caminho e executar o que for planejado.
1.1 – Formulação da Situação Problema
Na Poliícia Militar do Estado do Rio de Janeiro - PMERJ, por tradição e também por força constitucional, até a Constituição Federal promulgada em 05 de outubro de 1988, legislar sobre a instrução na Polícia Militar era considerada competência privativa da União que exercia tal atividade através da Inspetoria Geral das Policiais Militares – IGPM, órgão da estrutura mais elevada do Exército Brasileiro. Assim todo política e planejamento da instrução era baseada em diretrizes, manuais e instruções
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provisórias do Exército Brasileiro, cujo objetivo na formação é bem diferente das milícias estaduais.
Nas Policias Militares brasileira chama-se ensino o que diz respeito aa formação, aperfeiçoamento, especialização e extensão, e instrução à manutenção e o adestramento da tropa.
Na PMERJ, de acordo com a Diretriz Geral de Instrução, editada em 1994, é atribuição da Diretoria de Ensino e Instrução o controle e fiscalização da instrução, dividindo essa tarefa com os órgãos de Direção Geral (plano estratégico), Comandos Intermediários (plano tático) e Organizações Policiais Militares (plano operacional). Fruto dessa responsabilidade passou a ser atribuição do Comandante, Chefe ou Diretor de OPM o planejamento, orientação, controle e fiscalização da instrução da tropa. Destaca-se que as OPM não são contempladas no organograma de um setor específico sobre treinamento de manutenção, sendo essa tarefa afeta a 3ª Seção do Estado Maior da OPM, que também cuida do planejamento e aplicação operacional em toda a sua circunscrição. Denoda que a Corporação requer mudanças estruturais visando acompanhar o processo evolutivo da administração contemporânea e/ou moderna, deixando de lado processos arcaicos e obsoletos na nobre missão de administrar homens.
A Corporação não possui mão de obra especializada em treinamento de manutenção para atende a demanda que requer a necessidade; poucas OPM possuem uma instalação adequada ao treinamento; os recursos materiais, visuais e audiovisuais são escassos e, quando existe, nem sempre funcionam. Inexistem pacotes prontos de treinamento diversos bem elaborados, atualizados e atraentes que possam instrumentalizar o aprendizado.
Em tal contexto, que causas levam o treinamento de manutenção da tropa a não alcançar o nível ideal que propicie ao PM o conhecimento necessário à bem cumprir sua missão de acordo com os anseios da população?
As teorias administrativas das organizações modernas, não permitem deixar de lado o foco do treinamento humano, uma vez que o leva a troca de experiências ao desenvolvimento de habilidades e atitudes, promovendo o seu crescimento total, expandindo suas potencialidades até onde seja capaz de alcançar, pelos motivos enumerados necessita de um diagnóstico preciso.
1.2 – Objetivos do Estudo
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O presente trabalho teve por objetivos, levantar as atuais condições do treinamento de manutenção ministrada à tropa, suas conseqüências na execução do policiamento ostensivo, além de evidenciar e diagnosticar as principais causas que levam a essas condições, a fim de melhorar a qualidade do treinamento da PMERJ. 1.3 – Justificativas
A qualificação do PM, que redunda de forma direta no seu desempenho técnico-profissional, assume papel de destaque à medida que um conhecimento insuficiente ou desconhecimento da melhor maneira de desempenhar sua missão pode ocasionar o prejuízo de todo um planejamento, e, não raras vezes também, a própria responsabilidade criminal, concorrendo ainda para o desgaste da imagem a Corporação.
1.4– Questões Investigadas
Procuraram-se respostas para as seguintes perguntas:
1. As técnicas utilizadas no treinamento de manutenção de praças atendem aos seus propósitos? 2. Em que medida a tropa apresenta-se motivada para receber o treinamento de manutenção? 3. Até que ponto a atual situação do treinamento de manutenção pode estar prejudicando a execução satisfatória do policiamento ostensivo? 4. A atual situação do treinamento de manutenção de praças oferece ao Policial Militar os conhecimentos necessários para o cumprimento de sua missão? 5. Qual o tipo de política de treinamento definida pela Corporação? 6. Qual é a qualidade do material didático empregado no treinamento de manutenção da tropa?
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CAPÍTULO II
FUNDAMENTAÇÃO
Os fracos nunca tentaram, os fracos ficaram no meio do caminho, só os fortes conseguiram. Eduardo Louis Franklin
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EM BUSCA DE UMA FUNDAMENTAÇÃO
Este capítulo apresenta a argumentação teórica utilizada neste trabalho e refere-se aos primórdios e evolução do treinamento nas Polícias Militares, treinamento, motivação e desenvolvimento, ao grid gerencial de Blake e Mouton e o treinamento de manutenção da PMERJ.
Autores como Chiavenato (1993, 1995), Albrecht (1992) e Bergamini (1979), destacam em suas obras sobre administração nas organizações a importância que devem dispensar às pessoas que a compõem. Esse contingente humano não deve ser tratado como mero recurso, como são administrados os demais recursos físicos, matérias e financeiros.
Não adentrando na discussão semântica dos termos Recursos
Humanos, Diretoria ou Departamento de Pessoal, deve haver o entendimento que a Corporação é constituída de pessoas.
Entende-se atualmente que os objetivos humanos e organizacionais
são paralelos e não antagônicos e, assim sendo, a tarefa torna-se facilitada e todos assumem com maior naturalidade a necessidade de modificar-se, para que a organização se modifique como um todo, tendo em vista alcançar as transformações necessárias, não adotando uma simples atitude reativa, mas, sobretudo proativa em face das ameaças do ambiente.
O presente estudo não se ateve à análise dos fundamentos da
aprendizagem no que diz respeito aos fatores hereditários e ambientais, considerando a delimitação temática e o assunto ser de discussão no campo da psicologia. Nesse ponto, a abordagem relativa às influências que fundamentalmente interferem no processo da aprendizagem é que ganha importância de registro.
2.1– Evolução do Treinamento nas Policiais Militares
Com o advento da Proclamação da República, inicia-se em São
Paulo, o processo de militarização das forças estaduais, resultante imediata do fornecimento do estadualismo decorrente da mudança do regime político. Em 1906, a Força Militar de Polícia do estado de São Paulo, precursora no treinamento de policiais-militares, recebe em seu estado uma missão militar francesas com o fito de submeter os seus integrantes a um processo de formação e preparação militar.
Em 1932, irrompeu no país a revolução constitucionalista, um ano
após é baixado, por ato do governo federal, o Aviso nº 102, de 17 de julho de 1933, assim transcrito:
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B - INSTRUÇÃO – A instrução militar das forças auxiliares conformar-se-á com os preceitos técnicos em vigor no Exército, quer se trate da aplicação dos regulamentos de combate, quer das normas instituídas para elaboração e execução dos programas de ensino.
Através desse documento, a União passou a legislar privativamente sobre as normas gerais de instrução para as Polícias Militares e, é dentro desse panorama político, determinado pelo momento histórico do Governo Provisório de Getulio Vargas, que a Constituição de 1934 em seu artigo 5º, atribuiria à União a competência privativa de legislar sobre instrução nas forças policiais dos Estados. Isto se prolongou até a edição da Constituição Federativa do Brasil de 1988, cujo texto transcreve-se:
Art 22 – Compete privativamente a União legislar sobre: [....] XXI – normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização da polícias militares e corpos de bombeiros militares;
Diante do exposto e analisando-se o inciso XXI, Artigo 22, da
Constituição Federal em vigor, consta-se ser competência plena dos
Estados, legislar sobre ensino e instrução nas Polícias Militares,
naturalmente, para atender assuas peculiaridades.
2.2–Treinamento e Motivação
O momento que parece atravessar a Polícia Militar é de estar
convivendo com uma estrutura organizacional e um modus operandi
ultrapassados que estão indo contra as características comportamentais
dos policiais militares como seres que querem natural e normalmente
trabalhar motivados e fazer do seu próprio labor uma fonte de satisfação,
não a circunstância frustradora. E esta, talvez, possa ser a maior fonte de
mal estar dentro da Corporação, bem como uma das maiores razões para se
usar como primeiro passo para desenvolvê-la numa proposta realística da
rotina de trabalho diferente daquela que se vive atualmente.
A descoberta dos fatores higiênicos por parte de Herzberg citado por
Bergamini (1978), traz um bom auxílio quando se trabalha com o assunto
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motivação. Segundo esse autor, esses fatores não conduzem à motivação;
fazem apenas com que a pessoa se mova e, se deixarem de existir, ela
voltará ao estado de apatia. Com isso, ele distingue o movimento da real
motivação. Isso se dá quando se oferece um prêmio pelo cumprimento de
uma missão: se o prêmio deixar de existir, a missão não será cumprida e ao
se pretender que ela volte novamente a ser cumprida, o prêmio precisa
novamente voltar a cenas. Na realidade, o prêmio faz só com que a pessoa
se mova, mas não se pode dizer com propriedade que ele motive a pessoa.
A propósito, Bergamini (1978, p.125), assim se posiciona:
Pode-se suspeitar de que, na realidade, ninguém motiva ninguém. Quando se procura dirigir pessoas realmente motivadas, o máximo que se pode fazer é detectar que objetivos estão em jogo, discriminar quais deles são mais importantes para o subordinado em questão, pois eles é que estarão disparando impulsos comportamentais mais fortes e, então, criar condições para que se realize o ato motivacional.
As pessoas, portanto, já estão de antemão motivadas; as
circunstâncias é que vão favorecer ou impedir a chegada aos objetivos
internamente almejados. Todas às vezes que se diz que se motivou alguém,
usa-se o termo, impropriamente, pois o que se fez foi colocar alguém em
movimento, por bem, pela recompensa, ou mal, pela ameaça de um possível
castigo.
A relação existente entre a aprendizagem e a recompensa indica a
tendência do indivíduo em responder mais rápido e melhor as recompensas
maiores, ou seja, de modo proporcional e na mesma intensidade.
Recompensa, nesse caso, poder ser interpretada de vários modos
dependendo da escala de valores individuais. Varia desde um elogio verbal
em grupo à recompensa financeira. Chiavenato (1995, p.436), indica que
uma recompensa imediata parece produzir aprendizagem mais rápida do
que uma recompensa retardada.
Do ponto de vista didático, esse autor, resumiu os seguintes princípios
a serem considerados em qualquer forma de aprendizagem:
(a) o indivíduo deve acompanhar os resultados do seu desempenho; (b) o indivíduo aprende melhor quando está motivado para aprender ; (c) a aprendizagem é profundamente influenciada pela recompensa e pela
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punição; (d) a distribuição dos períodos de aprendizagem deve considerar a fadiga, a monotonia e os períodos adequados para a assimilação do material aprendido; (e) o exercício e a prática são muitas vezes indispensáveis para a aprendizagem e retenção de habilidades; (f) a aprendizagem eficiente depende da utilização de técnicas instrucionais adequadas; e (g) a aprendizagem depende da aptidão e das capacidades individuais.
Os incentivos devem apontar para a direção certa. Albrecht (1992,
p.235), afirma que se você pedir A, e no entanto recompensar pessoas
por B, não se surpreenda se conseguir B, não importando o quanto diga
que deseja A. Esse autor ainda sugere procedimentos considerados
importantes no sentido de garantir os sinais de incentivo:
(a) elimine ou reestruture processos organizacionais de recompensas que trabalham contra a qualidade dos serviços; (b) crie um sistema formal de reconhecimento que dê realce às pessoas que façam algo especial, considere, para esse fim, Prêmios materiais ou recompensas valiosas; e (c) identifique as pessoas que sempre fazem um trabalho exemplar, seja externo ou interno. Recrute-as, reúna essas pessoas [....], os outros as admirarão e procurarão imitá-las se sentirem que elas desfrutam de um status especial como modelos de serviço.
Não há dúvida de que seja necessário refletir cada vez mais
aprofundadamente, sobre as implicações e condições que facilitam ou
dificultam a interação entre o policial-militar e a Polícia Militar. Trata-se de
um movimento que deve ser executado em duplo sentido, isto é, nem só a
Polícia Militar como empresa, deve estar preocupada em oferecer ao
policial-militar como pessoa, oportunidades nas quais possa sentir-se
satisfeitos em suas aspirações, mas na mesma forma, também, não deve
apenas o policial-militar a quem caiba buscar as expectativas
organizacionais em termos de atingimento dos objetivos propostos pela
Corporação. Ambos os elementos têm potenciais que devem ser ativados
par que as solicitações organizacionais e as aspirações individuais se
encontrem em determinado ponto.
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2.3–Treinamento e Desenvolvimento
A preocupação com as pessoas, a nível organizacional, envolve
vários processos como recrutamento, seleção e aplicação, porém, por força
do tema, o estudo se desenvolverá sobre o treinamento e desenvolvimento.
O termo instrução, como é empregado na Corporação, tem o mesmo
sentido que usualmente autores chamam de treinamento de manutenção
Segundo Chiavenato (1995, p.416) o treinamento:
Adapta o homem para um cargo ou função, dando-lhe os elementos essenciais para o exercício do presente cargo. Obedece a um programa preestabelecido e atende a uma ação sistemática visando à rápida adaptação do homem no trabalho.
Elenca ainda esse mesmo autor (1995, p.417) que no treinamento
podem ocorrer os seguintes tipos de mudanças de comportamento:
(a) transmissão de informações onde o elemento essencial é o conteúdo; (b) desenvolvimento de habilidades que redunda na destreza e conhecimentos diretamente relacionados com o desempenho da função; (c) desenvolvimento ou modificação de atitudes e hábitos; e (d) desenvolvimento de conceitos.
A política atual de instrução na PMERJ é voltada para a
descentralização, apesar da Diretoria de Ensino de Instrução enumerar no
Anexo A do Plano de Instrução (1993) os assuntos que poderão ser
ministrados na instrução de manutenção. Tal descentralização é
preconizada na letra “a” do nº 8 da Diretriz Geral de Instrução (1994)
quando determina que O Cmt/Ch/dir é responsável pela direção da instrução
da manutenção no âmbito de sua Organização Policial Militar, cabendo-lhe
assim planejar, orientar, controlar e fiscalizar todo o treinamento de
manutenção do seu efetivo Policial Militar, e no nº 5 do mesmo plano que
atribui às Organizações Policiais Militares os detalhes de planejamento,
controle, fiscalização e execução do treinamento de manutenção de sua
Unidade.
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Ao se administrar qualquer atividade há necessidade de se definir em
termos de planejamento e execução, a melhor política de desempenhar as
suas atividades, ou seja, que processos centralizar e quais descentralizar.
As duas modalidades oferecem vantagens e desvantagens. A melhor forma
é a que tira o maior proveito das vantagens oferecidas. Dentre as várias
configurações que uma organização pode assumir, desde a extrema
centralização à descentralização. Baseado no Quadro I a seguir
apresentado, Chiavenato (1995, p.420) concluiu que, obviamente, os dois
extremos não são satisfatórios. [....] a situação preferida seria o modelo
equilibrado.
Quadro 1
Abordagem Sobre Treinamento
Modelo Função de Staff Função de Linha
excessivamente levantamento nenhuma
centralizado programação responsabilidade
execução e avaliação
levantamento
centralizado programação execução
avaliação
equilibrado levantamento execução
programação avaliação
programação
descentralizado levantamento execução
avaliação
levantamento
excessivamente nenhuma função programação
descentralizado execução e avaliação
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Fonte: Chiavenato (1995)
Chiavenato (1995, p.418) assegura que: o treinamento é uma
responsabilidade de linha e função de staff. [...] constitui uma
responsabilidade administrativa.
Há muitos pontos de vista diferentes a respeito de treinamento e
desenvolvimento. Primeiramente, é necessário assumir um desses
conceitos e firmar uma linha demarcatória mais nítida entre esses dois
tipos de atividades para que se possa contar com pressupostos teóricos
mais firmes.
Segundo Chiavenato (1993, p.414):
Treinamento é o processo educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função dos objetivos definidos.
É um tipo de educação profissional mais específico – instrução – do
que a formação profissional ou aperfeiçoamento profissional – ensino
dentro da Polícia Militar.
O termo treinamento é empregado, na maioria das vezes, como
preparo específico para o bom desempenho das várias tarefas que
compõem os diferentes cargos. A realidade, nas Polícias Militares, o
ensino habilita e instrução (treinamento) profissionaliza o homem,
capacitando-o a desincumbir-se a contento as atribuições ou funções
compatíveis como grau hierárquico, vez que, o treinamento envolve: (a)
aquisição de conhecimento específicos relativos ao trabalho; (b) atitudes
frente a aspectos da organização, da missão e do ambiente; (c)
desenvolvimento de habilidades; e (d) desenvolvimento de conceitos.
De acordo com a Adjuntoria de Instrução da 1ª Seção
do Estado Maior Geral da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, no III
Encontro de Gerentes de Ensino e Instrução (1995), as principais causas
para os desfechos desfavoráveis durante o atendimento de ocorrências,
são as seguintes:
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(a) inobservância dos processos e princípios da
abordagem, e outras regras técnicas da atividade
policial-militar; (b) não utilização/utilização inadequada
de equipamento (bastão/cassetete) e/ou armamento
como fator de dissuasão psicológica; (c) carência de
efetivo (supremacia de forças); (d) falta de treinamento,
elo de ligação entre a teoria e a prática; (e) intrepidez e
impetuosidade, pela falta de treinamento; (f) falta de
planejamento mental para a abordagem; (g) excesso
de confiança decorrente da incredulidade em desfecho
desfavorável; (h) ignorância se textos legais,
despreparo físico e inabilidade para defender-se em
decorrência da falta ou insuficiência de uma instrução
finalística, objetiva e prática; (i) falta de informações
policiais sobre o posto de serviço e as ocorrências que
ali se verificam; e (j) descontrole emocional,
decorrentes de todos os aspectos acima.
As conseqüências advindas das ocorrências desfavoráveis no
desempenho da atividade operacional são desastrosas, perniciosas à
Corporação e aos seus próprios integrantes. De outro ângulo, afeta
também a própria comunidade local, que deixa de confiar na Polícia
Militar, que nestes casos, demonstra incompetência, fragilidade,
truculência, e, portanto, despreparada para exercer sua missão
constitucional.
Nos casos mais graves, devido ao grande sensacionalismo da
imprensa, a repercussão negativa na população é ampla, atingindo a
Corporação com um todo.
Devemos destacar que o treinamento é um investimento empresarial
destinado a capacitar uma equipe de trabalho a reduzir ou eliminar a
diferença entre o atual desempenho e os objetivos e realizações
propostas. Em outras palavras e em sentido mais amplo, o treinamento é
um esforço dirigido no sentido de equipe com a finalidade de fazer a
25
mesma atingir economicamente os objetivos empresariais e/ou
institucionais.
Indo ao encontro da solicitação daqueles que vivem uma vida intensa
de trabalho, desenvolver tem como principal objetivo promover, junto a
essas pessoas, recursos que lhes permitam ser mais aquilo para o que se
sentem potencialmente propensas, fazendo-as crescer, tornando-as
maiores e mais fortes na sua individualidade.
Os programas desenvolvidos de pessoal devem, portanto, permitir
uma atualização do potencial intrínseco a cada um dos seus participantes.
Em termos mais filosóficos, devem, eles, facultar que os potenciais de
ação se transformem em ações efetivas. Isso, sem dúvida, implica a
transformação de recursos humanos em comportamento objetivo,
conservando-se, incondicionalmente, todo o respeito para com as
características individuais e típicas da personalidade de cada um.
Em termos amplos, o treinamento envolve necessariamente um
processo composto de quatro etapas a saber: (a) diagnóstico da situação
– levantamento das necessidades de treinamento; (b) decisão quanto à
estratégia – programa do treinamento; c) implementação ou ação -
execução do treinamento; e (d) avaliação e controle – avaliação dos
resultados do treinamento.
O treinamento de manutenção como sistema, passa,
necessariamente, por uma seqüência programada de eventos ou fases
formando um ciclo permanente, conforme assegura Chiavenato (1995,
p.419), conforme representação apresentada através da Figura 1.
Figura 1
O Processo de Treinamento
Resultados
Implementação ou Ação execução
Decisão da Estratégia programação
Avaliação e Controle avaliação
Diagnóstico da Situação levantamento de necessidades
26
Satisfatórios
Resultados insatisfatórios
O levantamento de necessidades caracteriza-se pelo diagnóstico
apoiado em informações que devem ser buscados desde o nível mais alto
da organização à execução. Deve-se promover uma análise da
organização, verificando seus objetivos, recursos, ambiente social e
tecnológico, estabelecendo a filosofia de treinamento para toda a
empresa, determinando assim a política de treinamento.
Busca-se verificar se os recursos humanos são suficientes
quantitativa e qualitativamente, se possuem as habilidades,
conhecimentos e atitudes desejadas pela organização e ainda determinar
os tipos de habilidades, conhecimentos, atitudes, comportamentos e
características requeridas para o desempenho desejado como nos ensina
Chiavenato (1995, p.423):
O treinamento é, portanto, feito sob medida, de acordo
com as necessidades da organização à medida que ela
cresce, suas necessidades mudam e,
conseqüentemente, o treinamento deverá atender às
novas necessidades. Assim as necessidades de
treinamento precisam ser periodicamente levantadas,
determinadas, pesquisadas, para s partir delas,
estabelecer os processos adequados..
O levantamento das necessidades de treinamento deve basear-se na
diferença entre o perfil ou perfis levantados, considerados ideais, e as
habilidades atuais.
A ênfase atual dada a medidas de planejamento exige um exame
particular sobre o assunto. O escritor Ackoff em sua obra (1976, p.15) diz:
O planejamento baseia-se na crença de que o futuro
pode ser melhorado por uma intervenção ativa do
presente. Portanto, ele pressupõe alguma previsão do
27
que deverá acontecer, se não houver uma intervenção
planejada. Tal previsão pode ser chamada de projeção
de referência – ela tenta especificar qual o futuro da
organização para que se planeja, se nada de novo for
feito.
A fase da programação baseada no levantamento de necessidades
realizado, deve fornecer respostas às seguintes questões: (a) para que
treinar – objetivos ou resultados esperados; (b) como treinar – métodos
(módulos, pacotes ou ciclos); (c) o que treinar – assunto ou conteúdo; (d)
quem vai ser treinado – população alvo considerando quantidade,
disponibilidade de tempo, grau de conhecimento e comportamento; (e)
onde treinar – local físico (interno ou externo); (f) quando treinar – época
ou periodicidade e horário mais oportuno; (g) quanto treinar –
determinação de carga horária necessária; e (h) quem vai treinar –
instrutor, monitor ou equipe.
Na escolha técnica mais adequada deve-se ater à otimização do
treinamento, ou seja, maior volume de conhecimento e habilidades com
menor esforço e tempo. Chiavenato classifica as técnicas de treinamento
quanto ao uso em: (a) voltada para o conteúdo quando visa transmissão
de conhecimento ou informação; (b) voltada para o processo com vistas a
mudar atitudes, desenvolver a consciência e habilidades; e (c) mista
quando associa as duas.
Dentre as principais e mais usuais técnicas de treinamento e apoio
enumera-se: aulas expositivas, preleção, conferências, painéis, debates,
discussão em grupo, estudo de caso, dramatização, simulação, instrução
programada, demonstração, treinamento em serviço e à distância,
cadernos de instrução, quadro de giz, transparências, filmes, slides,
vídeos e softwares educacionais. No treinamento à distância pode-se
utilizar os recursos de cadernos de instrução, vídeo-instrução e software
educacional.
Figura 2
Relação entre a técnica de treinamento e população atingida
Grande Número
Painel/conferência
28
A Figura 2 evidencia que à medida que se opta pelas técnicas
relacionadas de baixo para cima, determina-se a possibilidade de
aumentar o número de pessoas a receber o treinamento.
Estruturando uma escala que varia de técnicas mais abstratas as
mais concretas, Dale e Parra citados por Chiavenato (1995, p. 434)
destacam essa gradação conforme se destaca na Figura 3 abaixo:
Figura 3
Escala de abstração em função da técnica utilizada
Abstratos Exposição verbal Quadro de giz Projeções sonoras (filmes) Projeções fixas (slide) Recursos visuais impressos Instrução programada Dramatização Demonstração Concretos
29
Percebe-se na figura acima a relação existente entre a técnica
escolhida e o nível de abstração, onde a posição vertical das técnica, na
coluna, estabelece a gradação desse nível.
A fase de execução pressupõe a existência de alguns fatores
imprescindíveis, tais como: (a) adequação do programa de treinamento
às necessidades da organização diagnosticadas; (b) qualidade do
material de treinamento e o seu planejamento com vistas a facilitar a
execução do treinamento aumentando o seu rendimento e relacionamento
a tarefa do instrutor; e (c) qualidade e preparo dos instrutores e monitores.
O terceiro fator é fundamental para o êxito da execução do
treinamento. O instrutor e monitor devem possuir determinadas
qualidades e preencher alguns requisitos.
Embora todas as fases sejam dependentes e tenham o mesmo grau
de importância, a fase de avaliação dos resultados tem um papel
relevante, haja vista, ser o elemento que alavanca a evolução do sistema,
retro-alimentando-o uma vez que deve determinar até que ponto se
produziu as modificações desejadas, demonstrar se os resultados da
instrução apresentam relação com a consecução das metas da
Corporação e indicar se as técnicas de instrução empregada são mais
efetivas que outras que poderiam ser utilizadas.
A esse respeito, Albrecht (1992, p.198) textua que uma das piores
maneiras de usar o treinamento como recurso organizacional é
simplesmente treinar pessoas sem qualquer acompanhamento
subseqüente [...] O treinamento por si só produz muito pouco. Esse autor
reforça ainda seu pensamento crendo que toda organização de prestação
de serviço deve ter um sistema de mensuração de qualidade de serviço
que diga aos executivos, gerentes e empregados como a equipe de
serviço está se desempenhando.
2.4 O Grid Gerencial de Blake e Mouton
É proposta de Blake e Mouton citado na obra de Chiavenato (1995)
que uma visão esquemática da relação da preocupação com pessoas
30
versus preocupação com o desempenho, existe em qualquer
organização.
O grid gerencial, como é demoninado seu sistema classificatório leva
em conta dois parâmetros importantes dentro da situação de trabalho. O
primeiro diz respeito à orientação pessoal para a produção, considerada
como aquelas atitudes assumidas pelas pessoas mediante um esforço
feito, tendo em vista resultados a serem alcançados, metas ou atividades
cumpridas. O segundo está ligado à orientação para as pessoas, que
consiste no compromisso assumido com os demais em termos de
relacionamento pessoal. É, em última análise, aquela ênfase que se dá ao
trato pessoal e ás transações afetivas entre as pessoas. Segundo seus
autores esses dois fatores estão em contínua interação e representam, na
prática, uma forma inovadora de classificar os estilos de comportamento
gerencial.
2.5 A Instrução de Manutenção na PMERJ
A instrução de manutenção na Polícia Militar do Estado do Rio de
Janeiro é disciplinada pela Diretriz de Instrução nº 001/96, da SSP,
através do Ato do Secretário de Estado de Segurança Pública e pelas
Normas para Planejamento e Conduta da Instrução, editada pelo
Comandante da PMERJ , em 16 de maio de 03.
A Diretriz de Instrução acima consignada, em vigor desde 07 Jan 97
foi elaborada pela SSP com o fito de orientar o planejamento, o controle,
a fiscalização e a execução da instrução no âmbito da Polícia Militar.
A PMERJ regulamentou essa Diretriz editando a Norma para
Planejamento e Conduta de Instrução, ressaltando que o planejamento
desenvolve-se de maneira descentralizada, cabendo a cada OPM a
responsabilidade de fazê-la cumprir. Apesar da descentralização, a
Norma elenca os assuntos que poderão ser ministrados na instrução de
manutenção. Portanto o Comandante, Chefe ou Diretor é o responsável
31
pela condução da instrução no âmbito de sua Organização Policial Militar
- OPM, cabendo-lhe planejar, orientar, controlar e fiscalizar toda a
instrução de manutenção de seus subordinados.
Observa-se que a instrução de manutenção na PMERJ, é a
atividade que, considerando o homem isolado, tem por objetivo a fixação
dos conhecimentos adquiridos na fase de ensino (formação), ampliando-
os e atualizando-os, em função de novos conceitos e experiências
obtidas, e a conservação do condicionamento físico indispensável. É
realizada com o emprego de todas as técnicas e meios disponíveis,
inclusive os serviços internos e de supervisão, com ênfase nas técnicas
de cadernos de instrução, estudo de casos, preleção e treinamento em
serviço.
A instrução de manutenção é complementada pelo treinamento
educativo, cuja atividade é destinada a reciclar o policial-militar e visa
eliminar os desajustes funcionais adquiridos através de práticas
operacionais erradas ou viciadas, ao longo do tempo. É desenvolvida sob
a coordenação do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças –
CFAP.
O controle e a fiscalização da instrução são realizados pelos Órgãos
de Direção Geral, Diretoria de Ensino e Instrução, Comandos
Intermediários e as próprias OPM. Os meios utilizados são a auto-
inspeção, verificação direta mediante a realização de visitas, inspeções e
supervisões programadas ou inopinadas; e pela análise e aplicação dos
documentos de instrução.
Os Órgãos de Direção setorial supervisionam o desenvolvimento da
instrução no âmbito de cada OPM subordinada, concorrentemente com a
Diretoria de Ensino e Instrução.
Na teoria, a execução se concretiza nas OPM e a avaliação da
instrução através dos cadernos de instrução é feita com base nas provas
preparadas pelo Órgão de Direção especifico, entretanto a pratica é por
demais contrastante, tendo em vista a demanda das atividades
operacionais que a Corporação vivência, para sobrepujar os crimes, a
violência, o tráfico de drogas, os vandalismos, os eventos de grande
32
concentração populacional, etc, em nosso Estado, prejudicando,
fundamentalmente a instrução de manutenção dos policiais-militares.
CAPÍTULO IIII
MEDOTOLOGIA
33
Este capítulo trata dos aspectos metodológicos utilizados neste
trabalho e refere-se sobre os participantes do estudo, a instrumentação e
a coleta e tratamento dos dados.
3.1 Participantes do Estudo
Os participantes deste estudo foram: o Diretor de Ensino e Instrução
da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro; o Comandante do Centro
de Qualificação Profissionais de Segurança Pública da Polícia Militar do
Estado do Rio de Janeiro; 10 (dez) Oficiais PM responsáveis pelo
treinamento de manutenção de suas respectivas Unidades Operacionais
envolvidas; 68 (sessenta e oito) Oficiais PM; e 130 (centro e trinta)
Praças ambos das diversas UOp da região metropolitana do estado e
também com tempo superior a cinco anos de serviços prestados à
Corporação.
3.2 Coleta e Tratamento dos Dados
34
Foram contactados, previamente, os oficiais dos órgãos objeto deste
trabalho, para informar sobre o objetivo do estudo e requiistar
informações relevantes e de interesse da matéria.
Entrevistas e testes de conhecimento foram realizados junto as
guarnições de serviço do patrulhamento motorizado das UOp envolvidas.
Os dados, que foram coletados sofreram tratamento estatístico
descritivo, com cálculo de frequência e percentual, e, as entrevistas foram
objeto de análise qualitativa.
CAPÍTULO IV
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
“Visão sem ação não passa de um sonho, ação sem visão é só passatempo,
visão com ação pode mudar o mundo”.
Joel Athur Barker
35
Objetivando tornar a apresentação estruturada, as respostas, às
entrevistas, aos testes de conhecimento e aos questionários, foram
grupados na sequência das questões investigadas.
Considerando a pesquisa realizada sobre a atual situação do
treinamento de manutençao na Corporação, o Diretor de Ensino e
Instrução o classifica de baixa qualidade ou precária, quando ele é posto
em pratica, uma vez que as Unidades Operacionais (UOp), de forma
geral, não dispõem de condições materiais e humanas necessárias para
bem apresentá-lo com eficiência e eficácia.
O Comandante do Centro de Qualificação Profissional de Segurança
Pública e os Oficiais responsáveis pela instrução das suas respecitivas
UOp também corroboram dessa opionião, quando dizem que os objetivos
propostos para o treinamento não são alcançados, os recursos humanos
e materiais são precários e insatisfatórios.
Com relação aos sessenta e oito oficiais questionados, 69% são de opinião
que o treinamento de manutenção não é executado, 21% indicaram que às vezes é
realizado e somente 10% apontaram que é realizado, como pode ser observado na
resentação do Gráfico 1, abaixo:
Gráfico nº 1
36
Realização do Treinamento de Manutenção na PMERJ em %
Oficiais
69
10
21
Não Realizado
Às Vezes Realizado
É Realizado
Questionados os Praças sobre a importância do treinamento de
manutenção, 94% consideraram-no importante e 92% acreditam que
recebendo instrução bem estruturada, com competência e com conteúdo,
seu desempenho na execução do serviço iria melhorar.
Visando ainda verificar, se os assuntos ministrados no treinamento de
manutenção, já serviram de alguma forma, para melhor cumprir sua
missão. Do resultado apurado 61% acharam que sim, 12% entenderam
que não e 27% consideraram em parte, conforme represente o Gráfico 2.
Os dados denotam que os conteúdos não estão satisfatório e
adequadamente elaborados e/ou relevantes, ou o policial-militar não
percebe a importância do conteúdo para sua prática funcional, ou ainda, o
instrutor/monitor não está conseguindo conscientizar o instruendo da
finalidade e importancia do conteúdo.
Gráfico 2
Finalidade dos Assuntos Ministrados no Treinamento de
Manutenção Para Melhor Cumprimenot da Missão em %
37
Praças
61
1227
0
20
40
60
80
Sim Não Em parte
Praças%
Buscando verificar a opinião se o elevado número de policiais-
militares mortos e feridos em ato de serviço poderia ser reduzido em
função do treinamento, observa-se a seguir o Gráfico 3, relativo aos
resultados apurados dos Oficiais e Praças, respectivamente.
As opiniões dos respondentes asseguram a possibilidade de que
ocorrem erros na falta de assimilação do treinamento, deficiência ou
inexistência do treinamento de manutenção nas UOp envolvidas.
Gráfico 3
Possibilidade doTreinamento Reduzir o Número de PM Mortos e
Feridos em Ato de Serviço em %
28
60
12 225
73
0
20
40
60
80
Sim Não Talvez
Praças
Oficiais
38
Com vistas a verificar se as UOp têm estrurura para aplicar a
instrução de treinamento de manutenção aos seus policiais-militares de
modo satisfatório, 51% dos Oficiais consideraram que não, enquanto 29%
responderam talvez e somente 20% opinaram que sim.
Os resultados estão claremente definidos quanto as dificuldades
encontradas nas UOp para a aplicação do treinamento. Robustece essa
assertiva os diversos motivos que impedem os Oficiais de ministrarem
instrução de treinamento, conforme aponta o Gráfico 4, em valores
percentuais.
Gráfico 4
Razões Impeditivas para o Oficial Ministrar Instrução em %
30
8
3
20
25
14
0
5
10
15
20
25
30
35
Oficiais
Enc.Inst.Apuratório
Atender a Jus tiça
Problemas Pessoais
Serv.Interno
Serv.Externo
Reuniões
Tais dados sustentam a posição de que por essa realidade de
inumeras atividades realizadas, os Oficiais não dispõem de tempo
satisfatório para se dedicarem adequadamente ao treinamento de
39
manuteção, apontando assim para a necessidade de uma equipe
exclusiva e competemnte para o exercício dessa missão.
Nessa linha de raciocínio, e de acordo com o que representa o
Gráfico 5, dentre os óbices apontados, quando a instrução foi realizada,
dos Oficiais entrevistas, 67% indicaram falta de tempo para preparar o
conteúdo da instrução; 50% registraram a desmotivação dos policiais-
militares instruendos e 46% são de opinião que não existem na UOp
recursos materiais necessários para o êxito da instrução.
Gráfico 5
Óbices Apresentados Quando da Realização da Instrução em %
30
8
3
20
25
0
5
10
15
20
25
30
O fic ia is
Falta C onhec im entoTécnico
D esm otivação
Falta de R ecursos
Falta de Tem po
Falta B ibliografia
40
Ainda com o com o escopo de analisar a estrutura da UOp, no que diz
respeito ao treinamento de manutenção, 88% dos Oficiais questionados,
consideraram inadequado o local destinado a instrução de sua
Organização Policial Militar, pois não foram construidos e/ou preparados
técnica e metodologicamente para o processo ensino versus
aprendizagem. Tamém não existem meios materiais de ponta para o
exercício audiovisual, aliado a isso, as técnicas que poderiam ser
empregadas na instrução tais como: estudo de caso, corpo de
instrutores, equipe móvel, etc não aparecem com destaque que possa ser
considerda digna de registro.
Essa situação ficou claramente evidenciada, quando os Oficiais e
Praças foram questinados sobre o período passado da última instrução
recebida, o resultado se apresenta no Gráfico 6, a saber:
Gráfico 6
Período de Tempo Passado do Último Treinamento de Manutenção
58
1510
25
30
35
40
1512
05
1015202530354045
Oficiais Praças
Esta Semana
AlgumasSemanas Atrás
Alguns MesesAtrás
Não se Recorda
Nunca recebeu
Constatou-se baixo percentual de Oficiais e Praças que receberam
treinamento de manutenção recentemente (esta semana e algumas
semanas atrás), contra elevado número daqueles que há algum tempo
não receberam.
A respeito da política de treinamento, métodos e técnicas instrucionais
utilizadas no treinamento de manutenção, o Diretor de Ensino e Instrução
41
e o Comandante do Centro de Qualificação de Profissionais de Segurança
Pública e os Oficiais responsáveis pela instrução de manuitenção das
UOp, observaram que:
• Formar instrutores e monitores para ministrar instrução não vem
dando o resultado esperado e que um grupo, preparado para esta
missão teria mais proveito;
• A equipe móvel de instrução seria uma forma dinâmica de instruir,
com melhor aplicação ao tipo de policiamento afastado da sede;
• A globalização do planejamento, preparaçao e execução de um
programa de instrução com envolvimento de Universidades e
outros órgãos de ensino públicos ou privados, através de
convênios e o envolvimento também das experiências de outras
PM có-irmãs são idéias bastentes favoráveis;
• A descentralização de todas as fases da instrução de manutenção
para a UOp não é uma política que vem funcionando
satisfatoriamente; e
• O número de policiais-militares mortos e feridos em ato de serviço
seria reduzido se as instruções específicas fossem executadas,
embora essas não sejam as causas isoladas.
No que concerne aos cadernos de instrução, implantados na
Corporação através da Instrução Provisória nº 21, com publicidade inserta
no Boletim da PMERJ nº 109, de 13/06/85, os Oficiais responsáveis pela
instrução de manutenção da UOp pesquisadas, consideraram uma boa
técnica, embora apresentem óbices no seu aspecto formal e estejam
desatualizadas. Reforça o Diretor de Ensino e Instrução, quando alerta que
o policial-militar pouco lê, portanto tem que haver estímulo.
Nos idos de 1986, de acordo com a conclusão da pesquisa de opinião
realizada pelo IBOPE, a pedido da PMERJ, onde foram entrevistas 970
policiais-militares de todos os graus hierárquicos, os resultados
contabilizaram 56,9% daqueles que não possui hábito ou interesse pela
leitura. Daí aponta a necessidade de se reavaliar o atual emprego dessa
técnica de instrução.
42
Quanto ao nível de motivação dos policiais militares para receber a
instrução e suas respectivas causas, a pesquisa registra baixo indice , tanto
de Oficias quanto de Praças, como é representada no Grafico 7. As causas
embora reais e justificadas não podem se apresentar como obstáculos para
a realização do treinamento de manutenção. Posto isso, deve-se buscar
alternativas viáveis para salvaguardar as condições, pelo menos, básicas de
profissionalismo.
Gráfico 7
Nível de Motivação dos Policiais-Miliatres para Receberem o
Treinamento de Manutenção em %
0
10
20
30
40
Alto Nornal Baixo Muitobaixo
Oficiais
Praças
É possível que a falta de tempo dos Oficiais/Instrutores para se
dedicarem ao treinamento de manutenção e o estado motivacional dos
policiais-militares, especialmente àqueles que atuam na área operacional
(atividade fim) estejam produzindo efeitos contrários aos almejados na
instrução, tendo em vista que na entrevista onde foram enfocados assuntos
de conhecimentos técnicos-profissionais, os resultados indicam que 78% de
suas respostas foram baseadas pela intuição e não pelo treinamento.
Destaca-se ainda o percentual de 83% daqueles que nunca treinaram tiro
de armamento pesado, 81% daqueles que não praticam atividade física
regular e 80% que não tem conhecimento das mudanças atuais do Código
43
Penal. A esse respeito o escritor Marcos Luiz Bretas, em matéria editada no
Jornal do Commércio, na página 17, do dia 14 de setembro de 2003, afirma
“que o Estado nunca se preocupou em orientar os policiais, através de um
treinamento rigoroso, para respeitarem as regras que deveriam ser
cumpridas. [...] nunca existiu uma formulação séria de como a polícia deve
agir, apenas uma formulação dos resultados que ela deve obter”.
CONCLUSÃO
44
Nesta fase do estudo, a partir da consolidação dos dados
apresentados e analisados consoante as questões investigadas, constatou-
se que os pontos conclusivos sobre a atual situação do treinamento de
manutenção dos policiais-militares da Polícia Militar do Estado do Rio de
Janeiro foram alcançados.
O entendimento do valor da instrução se materializa através da
Diretriz de Ação de cada Comandante Geral, em que sempre é apontada
dentre outros valores significativos, como a legalidade, adisciplina e a
hierarquia. Embora os mecanismos de controle pertinente à execução do
treinamento de manutenção aos policiais-militares espelham um processo
eficaz, a realidade nos mostra resultado númerico e percentualmente como
insatisfatório, uma vez que não é concebido. Não oferece os conhecimentos
necessários ao policial-militar para o conhecimento de sua missão em
padrões considerados satisfatórios.
O treinamento deve ser encarado como uma alternativa
fundamental. Não basta o convencimento ou conhecimento de seu valor e
da contribuição que pode dar ao desempemnho da Corporação, é
necessário romper os óbices apresentados e realizar um programa, de modo
que, com os recursos disponíveis e o envolvimento de outras entidades
permitam queos objetivos propostos sejam alcançados.
Valiosos projetos como cadernos de instrução e video-instrução são
iniciativas importantes para a evolução da instrução. Necessitam, entretanto,
ser incorporados em uma doutrina , um planejamento maior, para que sejam
instrumentos integrados ao sistema do treinamento de manutenção, de
45
modo que não dependam do esforço e visão de um grupo de pessoas maisn
dedicadas.
Verificou-se que a política de treinamento definida pela Corporação,
não vem encontrando um retorno considerado desejável, tendo em vista
inextir uma avaliação objetiva e realística que forneça subsídios para a
retroalimentação das fases do processo institucional, falta de investimento
no setor e desequilíbrio na definição de atribuições funcionais dentro do
sistema de qualificação dos recursos humanos.
A motivação dos policiais-militares para receber o treinamento de
manutenção é baixa, tanto para oficiais quanto para os Praças.
As técnicas preconizadas para a execução do treinamento não
atendem seus propósitos por falta de procedimentos administrativos que
viabilizem a sua execução.
Finalmente, conclui-se que o planejamento do treinamento de
manutenção dos policiais-militares nas diversas UOp é realizado, porém a
execução não corresponde ao planejado, e com isso prejudica sobremaneira
a execução satisfatória do policiamento que a sociedade fluminense tanto
almeja e quer.
46
SUGESTÕES
47
O estudo realizado aponta questões que precisam ser solucionadas,
entretanto, devem ser muito bem equacionadas para se obter realmente os
melhores resultados.
Destacamos que prover as dificuldades é antecipar-se a elas,
promovendo a tempo as mudanças necessárias, além de dar a Corporação
a possibilidade de gerenciar as mudanças, em lugar de, simplesmente,
serem gerenciadas por elas como vítimas passivas de desafios.
Assim sendo, sugere-se mudanças, a saber:
• Quanto ao aspecto gerencial e procedimentos no planejamento:
a) transferir as atribuições orgânicas e funcionais dos assuntos
inerentes ao treinamento de manutenção da Seção de Planejamento
Operacional (3ª seção) do Estado Maior Geral para a Seção de Pessoal (1ª
Seção) do Estado Maior Geral, visando compatibilizr a ára sistêmica de
recursos humanos da Corporação com a sua estrutura organizacional, como
já exercitam as grandes empresas contempladas em qualidade total. Desse
modo, a 1ª Seção caberia, também, como órgão macro de assessoria as
atribuições de estudar, planejar e propor medidas e ações no campo do
treinamento, representando de fato e de direito a base do sistema de
pessoal da PMERJ. Funcionando como órgão pensante do sistema,
propondo políticas e diretrizes de recursos humanos para Corporação.
b) elaborar o plano diretor da Corporação, com a inclusão da política
do treinamento de manutenção
c) considerar na elaboração da diretriz do treinamento de
manutenção o diagnóstico da situação, a programação, a execução e a
avaliação do treinamento, bem como o melhor equilíbrio ao definir as
atribuições dos órgãos responsáveis por essa fase.
d) atribuir a Diretoria de Ensino e Instrução, como órgão de Direção
Setorial, a responsabilidade de incrementar as políticas a nível estratégico,
estabelecendo procedimentos para o planejamento e execução do
treinamento.
48
e) atribuir aos Comandos Intermediários, a nível tático, a elaboração
do plano anual do treinamento, com detalhamento do conteúdo programático
das matérias.
f) atribuir às Unidades Operacionais a elaboração do programa do
treinamento de manutenção, em consonância com o plano anual do
treinamento, objetivando o detalhamento da sua execução, de forma que
cada policial-militar seja treinado uma vez por semana.
• Quanto ao processo de execução do treinamento
a) contratar policiais-militares inativos de larga experiência e de
notório saber, para ministrar o treinamento de manutenção nas Unidades
Operacionais (UOp), em especial àquelas que apresentem dificuldades na
sua execução. O Comando da Corporação disporia de tantos grupos
quantos fossem necessários para, também direcionar o treinamento para a
UOp com problema específico de atuação, além de equipes encarregadas
na instrução nos pólos de treinamento, para aglutinar policiais-militares de
diversas UOp, cujo treinamento ficaria a cargo de equipes treinandas
especificamente para tal fim, em tantos dias quanto fossem necessários.
b) celebrar convênio ou protocolo de cooperação técnica com
instituições, tais como: SESI, SENAI, Fundação Roberto Marinho,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade Federal
Fluminense, Fundação Escola do Serviço Público e outras universidades ou
fundações, face à participação de especialistas dessas organizações
(instituições) nas áreas de psicologia, pedagogia, sociologia, administração
de gestão de recursos humanos, criminologia, vitimologia e outras de
interesse e pertinência, com o fito de diagnosticar o verdadeiro perfil
profissiográfico do policial-militar e, efetivamente, qual a real necessidade de
treinamento dos mesmos, a metodologia recomendada de acordo com o ob
jetivo a ser alcançado, bem como a elaboração e/ou contribuição de projetos
específicos. Está é a parte do processo de mudança que serve para evitar
ação superficial e prematura. É um trabalho de análise que visa detectar os
sintomas encontrados e dar-lhes sentido, não apenas intra muros da
PMERJ, como também no seu ambiente, em quadro intelegível e coerente,
para servir de base a uma ação futura a ser planejada.
49
c) reavaliar a forma como tem sido confeccionado e utilizado os
cadernos de instruçãocomo material didático
d) estabelecer critérios de avaliação de desempenho do treinamento
de manutenção, bi-semestralmente, para servir de base conceitual do item
específico da ficha de promoção dos policiais-militares.
e) regular o treinamento de manutenção, como ato de serviço,
devendo fazer parte do regime de trabalho semanal do policial-militar.
• Quanto ao aspecto aproveitamento X recompensa
a) decorrente da etapa de avaliação do desempenho durante o
processo instrucional, a título de reconhecimento dos esforços
empreendidos, estabelecer as recompensas que se seguem;
- dispensa total do serviço por cinco dias para os cinco primeiros
policiais-militares classificados em ordem decrescente, de graus conceituais
obtidos na avaliação, por um período semestral;
- atribuição de pontos positivos ou negativos na ficha de promoção
dos policiais-militares, em conformidade com o conceito obtido no processo
de avaliação do desempenho do treinamento de manutenção. Aqueles que
incidirem na obtenção de grau baixo seriam submetidos a reciclagem pelo
polo de treinamento de sua região; e
- criação de distintivo de honra ao mérito para os três primeiros
policiais-militares de cada UOp, em cada período de treinamento, a serem
honrado em solenidade formal, com a participação de todo o efetivo
disponível da UOp, além da sociedade civil local e mais a mídia da
divulgação de tal feito.
• Quanto a alocação de recursos orçamentários
Para atende a demanda proposta, a Corporação viabilizara recursos
financeiros/orçamentários para atender aos seguintes programas de
trabalhos:
- pagamento de pessoal face a contração de corpo docente de
renomado saber na área de segurança pública, educação física, sociologia,
psicologia, administraçao de gestão de recursos humanos, vitimologia, e
outras de interesse e pertinência;
50
- aquisição de materiais didáticos e atuais de informática, elétrico,
eletrônico, de efeito audio-visual, auxiliar do proceso ensino/aprendizagem,
necessário a eficiencia e eficácia do treinamento;
- construção de área de treinamento rebuscado no teatro de
operações, para exercícios de técnicas de abordagens, progressão em
terreno de alto risco, tiro de combate, e outras de interesse policial militar.
51
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Roteiro de entrevista com o Diretor de Ensino e Instrução da PMERJ; Anexo 2 >> Roteiro de entrevista com o Comandante do Centro
de Qualificação Profissional de Segurança Pública – CQPS/
PMERJ;
Anexo 3 >> Roteiro de entrevista com Oficiais Responsáveis pela instrução de manutenção de Unidades Operacionais da PMERJ;
Anexo 4 >> Questionário aplicado aos Oficiais das diversas UOp
da Região Metropolitana do Rio de Janeiro;
Anexo 5 >> Questionário aplicado aos Praças das diversas UOp
da Região Metropolitana do Rio de Janeiro; e
Anexo 6 >> Roteiro de entrevistas realizadas com guarnições de
serviço Patrulhamento Motorizado.
.
52
ANEXO I
ENTREVISTA
“Roteiro de entrevista com o Diretor de Ensino e
Instrução da PMERJ”
53
ENTREVISTA
Roteiro de entrevista com o Diretor de Ensino e Instrução da PMERJ
1. A descentralização do planejamento, do controle, da fiscalização e
execução da instrução, em especial a instrução de manutenção,
preconizada na Diretriz de Instrução é uma política que vem
funcionando satisfatoriamente?
2. Como se apresenta a instrução de manutenção nas Unidades
Operacionais – UOp, e qual o seu nível de satisfação?
3. Na sua opinião, as UOp possuem condições ideais para bem ministrar a instrução de manutenção, tanto em recursos humanos e materiais?
4. Qual o seu pensamento a respeito da criação de grupos de apoio,
com a missão específica de planejar e executar o programa de instrução de manutenção, em todo a sua essência, utilizando-se de Oficiais e Praças inativos de notório saber e conceito, podendo valer-se, também de convênios com universidades públicas ou privadas?
5. Em sua opinião, no caso acima, os seus resultados seriam
satisfatórios? Em caso positivo, a quem esses grupos ficariam subordinados, para haja padronização e unidade de comportamento?
6. Dentro do rol de assuntos considerados importantes da instrução de
manutenção, qual a sua opinião, em utilizar o maior número possível de técnicas, como estudo de caso, tele-treinamento (fitas de vídeo), treinamento por correspondência, bem como estruturar equipes móveis de instrução?
7. Uma UOp tem condições desenvolver tudo isso de modo satisfatório,
com seus próprios recursos?
8. Qual a sua opinião sobre a técnica dos cadernos de instrução?
9. A Corporação contabiliza um número expressivo de baixas nos últimos anos, na sua opinião a instrução de manutenção, em especial o tiro policial, emprego tático do armamento, técnicas de abordagens, moral e ética, tivessem sido ministradas permanente e adequadamente, esse drástico quadro seria o mesmo?
10. Faça seus comentários conclusivos que julgar interessante par o
desenvolvimento e enriquecimento do presente estudo?
54
ANEXO II
ENTREVISTA
“Roteiro de entrevista com o Comandante do Centro
de Qualificação Profissional de Segurança Pública –
CQPS/ PMERJ”
55
ENTREVISTA
Roteiro de entrevista com o Comandante do Centro de Qualificação Profissional de Segurança Pública da PMERJ
1. A descentralização do planejamento, do controle, da fiscalização e
execução da instrução, em especial a instrução de manutenção,
preconizada na Diretriz de Instrução é uma política que vem
funcionando satisfatoriamente?
2. Como se apresenta a instrução de manutenção nas Unidades
Operacionais – UOp, e qual o seu nível de satisfação?
3. Na sua opinião, as UOp possuem condições ideais para bem ministrar a instrução de manutenção, tanto em recursos humanos e materiais?
4. Na sua opinião, existe na Corporação um número suficiente de instrutores/monitores formados nas matérias de tiro policial, técnicas de aborgadem e educação física?
5. Essas matérias podem ser consideradas como relevantes no condicionamento técnico-profissional dos policiais-militares? Como elas poderiam ser ministradas e quais seriam os principais óbices?
6. Insistir em formar instrutores e monitores para ministrar instrução à tropa, dentro da relação custo versus beneficio é a melhor política?
7. Qual o seu pensamento a respeito da criação de grupos de apoio, com a missão específica de planejar e executar o programa de instrução de manutenção, em todo a sua essência, utilizando-se de Oficiais e Praças inativos de notório saber e conceito, podendo valer-se, também de convênios com universidades públicas ou privadas?
8. Em sua opinião, no caso acima, os seus resultados seriam satisfatórios? Em caso positivo, a quem esses grupos ficariam subordinado, para haja padronização e unidade de comportamento?
9. Dentro do rol de assuntos considerados importantes da instrução de manutenção, qual a sua opinião, em utilizar o maior número possível
56
de técnicas, como estudo de caso, tele-treinamento (fitas de vídeo), treinamento por correspondência, bem como estruturar equipes móveis de instrução?
10. Uma UOp tem condições desenvolver tudo isso de modo satisfatório, com seus próprios recursos?
11. Qual a sua opinião sobre a técnica dos cadernos de instrução?
12. A Corporação contabiliza um número expressivo de baixas nos últimos anos, na sua opinião a instrução de manutenção, em especial o tiro policial, emprego tático do armamento, técnicas de abordagens, moral e ética, tivessem sido ministradas permanente e adequadamente, esse drástico quadro seria o mesmo?
13. Faça seus comentários conclusivos que julgar interessante par o desenvolvimento e enriquecimento do presente estudo?
57
ANEXO III
ENTREVISTA
“Roteiro de entrevista com Oficiais Responsáveis pela instrução de
manutenção de Unidades Operacionais da PMERJ”
ENTREVISTA
Roteiro de entrevista com os Oficiais Responsáveis pela instrução de manutenção de Unidades Operacionais da PMERJ
58
1. A descentralização do planejamento, do controle, da fiscalização e
execução da instrução, em especial a instrução de manutenção,
preconizada na Diretriz de Instrução é uma política que vem
funcionando satisfatoriamente?
2. Como se apresenta a instrução de manutenção nas Unidades
Operacionais – UOp, e qual o seu nível de satisfação?
3. Na sua opinião, as UOp possuem condições ideais para bem ministrar
a instrução de manutenção, tanto em recursos humanos e materiais?
4. Na sua opinião, existe na Corporação um número suficiente de instrutores/monitores formados nas matérias de tiro policial, técnicas de aborgadem e educação física?
5. Essas matérias podem ser consideradas como relevantes no condicionamento técnico-profissional dos policiais-militares? Como elas poderiam ser ministradas e quais seriam os principais óbices?
6. Insistir em formar instrutores e monitores para ministrar instrução à tropa, dentro da relação custo versus beneficio é a melhor política?
7. Qual o seu pensamento a respeito da criação de grupos de apoio, com a missão específica de planejar e executar o programa de instrução de manutenção, em todo a sua essência, utilizando-se de Oficiais e Praças inativos de notório saber e conceito, podendo valer-se, também de convênios com universidades públicas ou privadas?
8. Em sua opinião, no caso acima, os seus resultados seriam satisfatórios? Em caso positivo, a quem esses grupos ficariam subordinado, para haja padronização e unidade de comportamento?
9. Dentro do rol de assuntos considerados importantes da instrução de
manutenção, qual a sua opinião, em utilizar o maior número possível de técnicas, como estudo de caso, tele-treinamento (fitas de vídeo), treinamento por correspondência, bem como estruturar equipes móveis de instrução?
59
10. Uma UOp tem condições desenvolver tudo isso de modo satisfatório, com seus próprios recursos?
11. Qual a sua opinião sobre a técnica dos cadernos de instrução?
12. A Corporação contabiliza um número expressivo de baixas nos últimos anos, na sua opinião a instrução de manutenção, em especial o tiro policial, emprego tático do armamento, técnicas de abordagens, moral e ética, tivessem sido ministradas permanente e adequadamente, esse drástico quadro seria o mesmo?
13. Faça seus comentários conclusivos que julgar interessante par o desenvolvimento e enriquecimento do presente estudo?
60
ANEXO IV
QUESTIONÁRIO
“Aplicado aos Oficiais das diversas UOp da Região Metropolitana do Rio de Janeiro”
QUESTIONÁRIO
Aplicado aos Oficiais das diversas UOp da Região metropolitana do Rio de Janeiro INSTRUÇÕES:
• Seja o mais honesto e sincero possível com suas respostas; • Leia com atenção as perguntas. Sua resposta é muito importante; • Não assine e nem precisa se identificar; e • Algumas questões admite apenas uma única resposta, outras não.
Cada situação é esclarecida logo após a questão. Marque com “X” a
61
(s) alternativa (s) de sua resposta ou elabore-a de acordo com o formato de cada questão.
1. Informe seu tempo de serviço ativo prestado à Corporação. Resposta ____________________ 2. Na sua opinião a instrução de manutenção à tropa é ministrada
na Corporação?
( ) sim ( ) às vezes ( ) não ( ) não sabe 3. Você já foi escalado para ministrar instrução à tropa alguma
vez? ( ) sim ( ) não ( ) às vezes 4. Das vezes que foi escalado, quantas deixou de fazê-la?
( ) todas ( ) a maioria das vezes ( ) nenhuma ( ) poucas vezes 4. Que (ais) motivo (s) deixou de ministrar instrução? (se
necessário marque mais de uma alternativa)
( ) escalado de serviço interno ( ) escalado de serviço externo
( ) atender a chamada da justiça ( ) reunião ( ) problema de ordem particular ( ) no exercício da confecção de IPM, Sindicância, etc.. ( ) os casos (especifique ______________________________________ 6. A sua UOp possue local apropriado da ministrar instrução? ( ) sim ( ) não
62
7. Considerando a adequabilidade do local para instrução da
tropa, registre a referência de acordo com a legenda a saber:
A – Adequado P – Parcialmente adequado I – Inadequado N – Não possue ( ) iluminação ( ) conforto (mesa/cadeira) ( ) acústica ( ) temperatura ( ) dimensão ( ) ventilação ( ) stand de tiro ( ) pista de aplicação (ação e reação)
( ) quadra polivalente ( ) campo de futebol ( ) pontos de energia elétrica p/instalação de equipamentos audiovisuais 8. A instrução de manutenção é planejada na sua UOp? ( ) sim ( ) não ( ) de modo deficiente ( ) às vezes 9. Das vezes que ministrou instrução à tropa quais foram os
óbices? (se necessário marque de uma alternativa) ( ) falta de tempo para preparar a instrução ( ) não possui conhecimento técnico para instruir ( ) a UOP não possui recursos materiais necessários que auxilie a instrução ( ) falta bibliografia na UOp para pesquisa ( ) desmotivação da tropa ( ) não houve óbice ( ) outros óbices (especifique)_______________________________________
63
10. A instrução da tropa se valendo do caderno de instrução está funcionando satisfatoriamente?
( ) sim ( ) não ( ) em parte ( ) não sabe 11. Dê sua opinião sobre os cadernos de instrução? (se necessário
marque mais de uma alternativa) ( ) estão desatualizadas ( ) há descontinuidade ( ) é satisfatório mas precisa melhorar sua utilização ( ) bom porque não tira a folga do homem ( ) o PM não tem o hábito da leitura, portanto é uma técnica difícil aplicação ( ) estão incompletos ( ) o treinamento é adequado ao ritmo de cada um ( ) os assuntos são interessantes ( ) outra opinião ( especifique)_______________________________________ 12. Na sua opinião, o número de PM mortos e feridos em ato de
serviço poderia reduzir, considerando a regularidade e eficiência da instrução de manutenção?
( ) sim ( ) não ( ) talvez ( ) não sabe responder 13. A sua UOp tem estrutura para ministrar a instrução de
manutenção de modo satisfatório? ( ) sim ( ) não ( ) talvez ( ) não sabe 14. Que propostas seriam viáveis para melhorar a instrução de
manutenção dos policiais-militares de sua UOp? (se necessário marque de uma alternativa)
( ) permanente feedback
64
( ) estruturar na unidade uma seção voltada para esse mister ( ) melhorar as técnicas dos cadernos de instrução (mais atraentes e atuais) ( ) estruturar uma equipe móvel de instrução ( ) empregar a técnica de estudo de caso (hipotético e reais) ( ) convênios com órgãos externos (universidades, FESP, SENAI, etc) com vistas a elaborar um conjunto de programas, projetos e qualificação de instrutores/monitores ( ) treinar oficiais e praças de todos as unidades para o exercício da função de instrutor/monitor ( ) criar o corpo de instrutores na Corporação ( ) preparar melhor os oficiais e graduados das UOp para o treinamento em serviço ( ) otimizar a preleção antes do serviço ( ) criar grupos de apoio, constituído de oficiais e praças inativos de notório saber, para o excercício do treinamento de manutenção dos policiais-militares ( ) outra proposta (especifique) ______________________________________ 15. Qual o seu nível de motivação para receber a instrução de
manutenção?
( ) alto ( ) normal ( ) baixo ( ) muito baixo 16. Na sua opinião qual é a causa do baixo nível de motivação dos
policiais-militares para com a instrução de manutenção? (se necessário marque mais de uma alternativa)
( ) instrução ministrada no horário de folga do PM ( ) instrução ministrada no horário do serviço ( ) local desconfortável
65
( ) assunto desinteressante ( ) instrução não preparada adequadamente ( ) outras causas (especifique) __________________________________ 17. Você considera que a qualidade da instrução de manutenção
está diretamente relacionada ao nível de prestação de serviço do policial-militar à população?
( ) sim ( ) não ( ) em parte ( ) não sabe 18. Quando foi a última instrução que recebeu em sua UOp?
( ) esta semana ( ) algumas semanas atrás ( ) alguns meses atrás ( ) não se recordas ( ) nunca recebeu instrução na UOp
66
ANEXO V
QUESTIONÁRIO
“Aplicado aos Praças das diversas UOp da Região Metropolitana do
Rio de Janeiro”
QUESTIONÁRIO Aplicado aos Praças das diversas UOp da Região Metropolitana do Rio
de Janeiro IINSTRUÇÕES:
• Seja o mais honesto e sincero possível com suas respostas; • Leia com atenção as perguntas. Sua resposta é muito importante; • Não assine e nem precisa se identificar; e
67
• Algumas questões admite apenas uma única resposta, outras não. Cada situação é esclarecida logo após a questão. Marque com “X” a (s) alternativa (s) de sua resposta ou elabore-a de acordo com o formato de cada questão.
1. Informe seu tempo de serviço ativo prestado à Corporação. Resposta ____________________ 2. Na sua opinião a instrução de manutenção à tropa é importante
para o exercício técnico-profissional?
( ) sim ( ) talvez ( ) não ( ) não sabe 3. Qual é o seu nível de motivação para assistir Instrução em sua UOp? ( ) Alto ( ) Normal ( ) Baixo ( ) Muito baixo 4. Caso tenha respondido negativamente a pergunta acima, por que se sentiu desmotivado? (se necessário marque mais de uma alternativa)
( ) sala desconfortável ( ) assunto desinteressante ( ) no horário de folga ( ) o instrutor não planeja a instrução ( ) falta técnica no instrutor ( ) não utiliza de recursos audiovisuais ( ) o instrutor falta por demais ( ) atrapalha a segurança particular ( ) outra causa ( especifique) ________________________________________ 5. Quando foi a última instrução que recebeu em sua UOp?
( ) esta semana ( ) algumas semanas atrás ( ) alguns meses atrás ( ) não se recordas ( ) nunca recebeu instrução na UOp
68
6. Que assunto considera importante para sua instrução? (se necessário
marque mais de uma alternativa) ( ) tiro policial ( ) defesa pessoal ( ) noções de direito penal ( ) técnicas de abordagem e revista ( ) direitos humanos ( ) polícia comunitária ( ) legislação PM ( ) socorros de urgência ( ) policiamento de trânsito ( ) fundamentos de policiamento ostensivo ( ) outro (s) assunto (s) (especifique) _________________________________ 7. Caracterize a técnica de cadernos de instrução. (se necessário marque
mais de uma alternativa) ( ) é atraente ( ) aborda assuntos de interesse ( ) precisa ser atualizada ( ) é de fácil leitura ( ) pode ser usada na folga ( ) necessita de complementação ( ) outra (s) característica (s) (especifique) ______________________________ 8. Os assuntos ministrados na instrução de manutenção já lhe serviram, de alguma forma, para melhor cumprir a sua missão?
( ) sim ( ) não ( ) em parte ( ) não sabe 9.A sua UOp possui biblioteca ou similar? ( ) sim ( ) não 10. Você acredita que, recebendo uma instrução bem estruturada e com conteúdo, seu desempenho no serviço melhora? ( ) sim ( ) não
69
( ) talvez ( ) não sabe 11. Na sua opinião, o número de PM mortos e feridos em ato de serviço poderia reduzir, considerando a regularidade e eficiência da instrução de manutenção?
( ) sim ( ) não ( ) talvez ( ) não sabe responder 12. A instrução à tropa seria melhor sendo executada por um grupo
treinado e preparado só para esta missão?
( ) sim ( ) não ( ) talvez ( ) não sabe 13. A instrução da tropa se valendo do caderno de instrução está
funcionando satisfatoriamente? ( ) sim ( ) não ( ) em parte ( ) não sabe 14 Dê sua opinião sobre os cadernos de instrução? (se necessário marque
mais de uma alternativa) ( ) estão desatualizadas ( ) há descontinuidade ( ) é satisfatório mas precisa melhorar sua utilização ( ) bom porque não tira a folga do homem ( ) estão incompletos ( ) o PM não tem o hábito da leitura, portanto é uma técnica difícil aplicação
70
ANEXO VI
ENTREVISTA
“Roteiro de entrevistas realizadas com guarnições de serviço
Patrulhamento Motorizado”
ENTREVISTA
“Roteiro de entrevistas realizadas com guarnições de serviço Patrulhamento Motorizado”
1. Você pertence a uma guarnição de patrulhamento motorizado
que foi escalada em uma operação em área de risco. Na
71
oportunidade porta armamento pesado. Pergunta-se: esta
habilitado para manuseá-lo
( ) sim ( ) não
2. Quantos disparos você fez na instrução de tiro com armamento
pesado?
( ) um vez ( ) duas vezes ( ) três vezes ( ) quatro vezes ( ) cinco vezes ( ) mais de cinco vezes ( ) nunca fez
3. Você se sente seguro no manejo do armamento pesado
( ) sim ( ) não
4. Sendo você o Comandante de sua guarnição de serviço, em
dado momento depara-se com uma ocorrência que necessita
aplicar as técnica de abordagem em edificação para prender
homícida;neste caso você continua portanto o armamento
pesado?
( ) sim ( ) não
5. Você tem uma atividade física constante?
( ) sim ( ) não
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ACKOFF, R.L. Planejamento Empresarial. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e
Cientificos, 1976.
72
ALBRECHT,K. Revolução dos Serviços. São Paulo, 2ª Edição, Ed.Pioneira,
1992.
Abreu,J.J. e outros. Instrução de Manutenção para Policiais Militares na
Brigada Militar. Porto Alegre,Trabalho Técnico Profissional-Curso Superior
de Polícia Militar, 1993.
BASTOS, L.R. e outros. Manual para a elaboração de projetos e relatórios
de pesquisas, teses, dissertações e monografias. Rio de Janeiro, 4ª Edição,
Ed.Guanabara Koogan, 1995.
BRASIL, Assembléia Nacional Constituinte. Constituição da República
Federativa do Brasil. Brasilia, Diário Oficial da União, 1988.
BERGAMINI, C.W. Objetivos motivacionais e estilos de comportamento.
São Paulo, Revista deAdministração, USP, 1978.
BATELE, R.A. & Pudlowski. Um enfoque holístico para o treinamento. New
York, FBI, 1994.
CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. Edição Compacta, 2ª edição. São
Paulo, Editora Atlas, 1993
CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. Edição Compacta, 3ª edição. São
Paulo, Editora Atlas, 1995
FERREIRA, A.B.H. Novo dicionário da lingua portuguesa. 2ª ed., Rio de
Janeiro, Ed.Nova Fronteira, 1986.
MIRANDA, H.A. e outros. Treinamento /Desenvolvimento. Trabalho Técnico
Profissional – Curso Superior de Polícia Militar. ESPM/PMERJ, Niterói, 1995.
73
PEREIRA, L. S. R. e outros. O ensino como vetor de formação. Trabalho
Técnico Profissional – Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais.
ESPM/PMERJ, Niterói, 1994.
Policia Militar do Estado da Bahia. Manual de Instrução Interativa. Salvador,
1995
Policia Militar do Estado do Espirito Santo. Manual de Instrução Modular.
Vitória, 1994.
Policia Militar do Estado de Minas Gerais. Diretriz de Operações Policiais
Militares – DOPM Nº 12/94CG. Planejamento do emprego da PM. Belo
Horizonte, 1994.
Policia Militar do Estado de Minas Gerais. Relatório do III Encontro de
Gerentes de Ensino e Instrução, Divinópolis , 1995.
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Diretriz Geral de Ensino, Rio de
Janeiro, 1993.
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Diretriz Geral de Operações,
Rio de Janeiro, 1983.
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Plano de Instrução, Rio de
Janeiro, 1993.
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Diretriz Geral de Instrução, Rio
de Janeiro, 1994
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Relatório Sintético da Viagem de
Estudos nas PMMG e PMSP, Rio de Janeiro, 1996.
.
SEABRA, R.A.S. Criação de equipes móveis de instrução na PMERJ – Nova
didática de instrução de manutenção e reciclagem. Trabalho Técnico
74
Profissional do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais das ESPM/PMERJ.
Rio de Janeiro, 1992.
SENA, D.R.. As Polícias Militares e sua destinação legal. Revista Militar
Brasileira, vol 117, Centro de Documentação de Exército Brasileiro. Brasilia,
1980.
75
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
PROBLEMATIZAÇÃO 10
1.1 – Formulação da Situação Problema 13
1.2 – Objetivos do Estudo 15
1.3– Justificativas 15
1.4– Questões Investigadas 15
CAPITULO II
FUNDAMENTAÇÕES 16
Em Busca de uma Fundamentação 17
2.1 – Evolução do Treinamento em Policiais Militares 17
2.2 – Treinamento e Motivação 18
2.3 – Treinamento e Desenvolvimento 21
2.4 – O Grid Gerencial de Blake e Mouton 30
2.5 – A Instrução de Manutenção na PMERJ 31
CAPITULO III
METODOLOGIA 33
3.1 – Participantes do Estudo 34
3.2 – Coleta e Tratamento dos Dados 34
CAPITULO IV
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 35
CONCLUSÃO 44
SUGESTÕES 47
ANEXOS 52
BIBLIOGRAFIAS 73
76
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final: