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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
AS POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES DIDÁTICO-
PEDAGÓGICAS DE SER ENFERMEIRO DOCENTE
Por: Ana Cristina de Lima Costa
Orientadora
Prof. Ms. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
AS POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES DIDÁTICO-
PEDAGÓGICAS DE SER ENFERMEIRO DOCENTE
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito para obtenção do
grau de especialista no curso de Pós- Graduação
Lato- Sensu em Docência do Ensino Superior
Por: Ana Cristina de Lima Costa
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AGRADECIMENTOS
À Deus – o único digno de toda honra, glória e louvor, que me
sustentou, dando sabedoria e condições para a conclusão desse sonhado
curso.
À minha querida família: mãe, conjugue filhas e irmãos. Muito obrigado
por entender os momentos de ausência, pelo incentivo constante e o orgulho
de me ver concluir mais esta etapa. Vocês são bênçãos na minha vida.
A minha amiga, Cristiane Rocha, enfermeira, mestre em saúde da
mulher, docente pela UNIRIO. Sua orientação e o empréstimo das bibliografias
a serem consultadas fizeram toda a diferença na elaboração dessa pesquisa.
À orientadora Profª Fabiane Muniz, pelo carinho e apoio.
A todos os professores que nos conduziram ao caminho do saber, vocês
foram muito importantes.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta pesquisa aos meus alunos do curso Técnico em
Enfermagem do Colégio Setembro, no município de Duque de Caxias; pois a
partir das inquietações promovidas por eles é que me despertou a necessidade
da busca do conhecimento didático-pedagógico para a aplicação no processo
de ensino- aprendizado da enfermagem.
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RESUMO
O interesse pelo assunto surgiu a partir de inquietações próprias,
quando da atuação como docente do ensino médio para o curso
profissionalizante de técnico em enfermagem. Durante as atividades, tanto em
sala de aula como em campo de estágio, surgiram muitas dúvidas a respeito
de como conduzir o processo de ensino e aprendizagem dos alunos de forma
plena e eficaz.
Esta pesquisa objetivou refletir sobre a formação pedagógica do
enfermeiro. Trata-se de um estudo bibliográfico com uso de questionários
como instrumento investigativo.
No estudo dos dados pesquisados verificamos que a formação do
enfermeiro não contempla de forma satisfatória as práticas docentes.
Entendemos a necessidade de renovação no projeto político pedagógico das
instituições de ensino em enfermagem, para que desta forma os enfermeiros,
futuros docentes tenham adequada formação didático pedagógica.
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METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa. O
estudo descritivo apresenta como finalidade a descrição exata de fatos e
fenômenos de determinada realidade, o que exige do pesquisador uma série
de informações sobre o que deseja pesquisar ( Figueredo, 2004).
Quanto à pesquisa qualitativa, esta surge diante da impossibilidade de
investigar e compreender por meio de dados estatísticos, alguns fenômenos
voltados para a percepção, à intuição e a subjetividade (op.cit).
Este trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica com utilização de
questionários. Os principais autores utilizados na realização deste trabalho
foram: Libâneo, Celso Antunes, Paulo Freire e Júnior
Antes de cada entrevista foi apresentado os objetivos da pesquisa e
entregue o termo de consentimento livre esclarecido.
No processo investigativo foram utilizados dois instrumentos, sendo um
de caracterização do sujeito e outro de coleta de dados com perguntas semi-
estruturadas. Os sujeitos da pesquisa foram 12 enfermeiros que atuaram e ou
atuam na docência, para curso técnico em enfermagem (nível médio) ou
graduação em enfermagem (nível superior).
Cabe ressaltar que esta pesquisa respeitou a Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde, que garante a integridade e a não exposição do
participante, assegurou-se sua privacidade quanto os dados confidenciais e
garantiu-se a liberdade de escolha de participação ou não.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - A formação do Enfermeiro no Brasil 10
1.1 A história do curso de enfermagem no Brasil 10
1.2 O perfil do formando egresso/ profissional 13
CAPÍTULO II - Áreas de atuação do Enfermeiro 16
2.1 O mercado de trabalho 16
2.2 A docência na enfermagem 18
2.3 O desafio de ser enfermeiro docente 21 CAPÍTULO III - O enfermeiro docente e seu processo de formação 23
3.1 Avaliação da grade curricular da graduação 23
3.2 A capacitação do docente como desafio profissional 26
CAPÍTULO IV – Apresentação e discussão dos dados 29
4.1 Caracterização dos sujeitos da pesquisa 29
4.2 Percepção dos docentes quanto à capacitação 30
pedagógica
4.3 Dificuldades didático pedagógica enfrentadas no 33
exercício da profissão
4.4 Contribuições positivas da graduação para a docência 36
CONCLUSÂO 38
ANEXOS 40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
BIBLIOGRAFA CITADA 44
ÍNDICE 46
8
FOLHA DE AVALIAÇÃO 48
INTRODUÇÃO
9
O tema deste estudo é as dificuldades e/ ou facilidades encontradas
pelo enfermeiro na docência. Tendo fundamental relevância, pois o enfermeiro
ao concluir sua graduação tem a docência como opção em seu amplo mercado
de trabalho, seja a partir do ensino médio, na formação de técnicos em
enfermagem ou se especializando para a docência universitária.
Porém esse profissional se depara com dificuldades, devido à escassez
ou até a inexistência de disciplinas de caráter didático-pedagógico durante sua
formação acadêmica. São portando objetivos desta pesquisa: conhecer as
dificuldades e/ou facilidades encontradas pelos enfermeiros docentes em sua
prática profissional, conhecer o que pensa os enfermeiros sobre a sua
formação didática- pedagógica e refletir sobre a formação didático-pedagógico
na graduação de enfermagem.
A contribuição desse estudo é colaborar com o enfermeiro docente,
através do conhecimento do perfil, da visão, das perspectivas futuras e das
facilidades e/ ou dificuldades encontradas por esses professores já inseridos
em sala de aula.
O enfermeiro está sempre se deparando com situações referentes ao
processo de ensino, nos mais variados momentos, seja assistindo pacientes,
exercendo atividades administrativas junto à equipe de enfermagem,
participando de programas de educação continuada e ainda, atuando
diretamente na formação de futuros profissionais de enfermagem, que é o
nosso objeto de estudo.
Questiono se o enfermeiro ao término da sua graduação estaria
capacitado para exercer a função de docente, uma vez que na graduação, a
ênfase é geralmente dada aos aspectos biológicos do processo saúde-
doença, na assistência e gerência do cuidado ao paciente-cliente, de acordo
com o modelo biomédico hegemônico.
10
CAPÍTULO I
A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO NO BRASIL
1.1 A HISTÓRIA DO CURSO DE ENFERMAGEM NO BRASIL
A História da Enfermagem entre os séculos XVI e XIX tem um perfil
voltado à servidão e visto como um trabalho doméstico e rudimentar. Na
Inglaterra o trabalho da Enfermagem é institucionalizado, denominando-se a
Enfermagem Moderna que teve como precursora a inglesa Florence
Nightingale. No Brasil, a Enfermagem começa a sua História no início do
século XX, com a chegada de enfermeiras americanas com o objetivo de
formar novas profissionais pela então Escola de Saúde Pública que passou a
ser posteriormente denominada, Escola de Enfermagem Ana Nery, marco para
a enfermagem no Brasil.
No Brasil, até o início do século XX, a Enfermagem brasileira
era praticada por religiosas, vindas geralmente da Europa
para se ocupar dos doentes e preparar pessoal para exercer
essa arte no país. O paradigma da Enfermagem cristã
enfatizava no desempenho profissional valores relacionados a
amor, abnegação e desprendimento, não valorizando a luta por
remuneração digna, condições ambientais de trabalho
adequadas e inserção na vida social e política. (LIMA, 1993)
A organização da Enfermagem na Sociedade Brasileira começa no
período colonial e vai até o final do século XIX. A profissão surge como uma
simples prestação de cuidados aos doentes, realizada por um grupo formado,
na sua maioria, por escravos, que nesta época trabalhavam nos domicílios.
Desde o princípio da colonização foi incluída a abertura das Casas de
Misericórdia, que tiveram origem em Portugal.
A primeira Casa de Misericórdia foi fundada na Vila de Santos, em
1543. A Cruz Vermelha Brasileira foi organizada e instalada no Brasil em fins
de 1908, tendo como primeiro presidente Oswaldo Cruz. Destacou-se por sua
11
atuação durante a I Guerra Mundial (1914-1918), fundando as filiais nos
Estados. Durante a epidemia de gripe espanhola (1918), colaborou na
organização de postos de socorro, hospitalizando doentes e enviando
socorristas a diversas instituições hospitalares e a domicílios.
No desenvolvimento das organizações sanitárias no Brasil, aparecem
dois grandes médicos: Oswaldo Cruz, responsável pela criação da Medicina
Preventiva entre nós, e Carlos Chagas, pela sua contribuição à Enfermagem
em Saúde Pública. Em dois de janeiro de 1920, pelo Decreto 3.987, foi criado
o Departamento Nacional de Saúde Pública. No setor de Profilaxia da
Tuberculose, iniciou-se o serviço de visitadores. No ano seguinte, pensou-se
em estender essa assistência ao setor de doenças venéreas e outras doenças
transmissíveis.
Por iniciativa de Carlos Chagas, então diretor do Departamento, e com a
cooperação da Fundação Rockfeller, chegou ao Rio, em 1921, um grupo de
enfermeiras visitadoras que iniciou um curso intensivo.
Fundada a Escola Ana Néri, as primeiras alunas foram logo contratadas
pelo Departamento Nacional de Saúde Pública. Teve início então um trabalho
de educação sanitária nos setores de profilaxia da tuberculose e higiene
infantil, estendendo-se depois, à higiene pré-natal e visitação aos portadores
de doenças transmissíveis.
A intenção inicial desse sanitarista, de formar profissionais enfermeiros
que assumissem o papel de educadores em saúde, não chegou a se
concretizar como uma prática sistemática por uma série de fatores, que
articulados, determinaram o desenvolvimento da enfermagem numa
perspectiva diferente daquela originalmente pensada.
O projeto da rede local permanente acabou não se consolidando
enquanto modelo de saúde pública brasileira. O projeto sanitarista que se
implantou, foi o vertical permanente especializado, que organizava os serviços
por problemas específicos. Tanto assim, que o único campo fora dos hospitais
que a enfermagem teve desenvolvimento, foi nos programas de combate à
tuberculose, onde a Fundação Rockfeller tinha particular interesse.
12
O sistema norte- americano implantado no Brasil, nos termos do modelo
Parsons apresentava como características: a subscrição ao paradigma
Nithingale de ensino e a prática de enfermagem, a preocupação com a
regulamentação da profissão, a importância da organização política e a
associação das classes, os princípios científicos da higiene e da saúde pública.
Além disso, Ethel Parson preocupou-se com o aperfeiçoamento da formação
profissional e, também, com a colocação do ensino de enfermagem no âmbito
de educação de nível universitário, o que só veio ocorrer mais tarde.
Nos anos 50, a participação do pessoal de enfermagem é majoritária
nas instituições hospitalares. Com isso, a liderança e a direção dos serviços de
enfermagem imprimem novas mudanças na formação profissional e no perfil
das enfermeiras. O que demanda que os currículos de enfermagem sejam
acrescidos de disciplinas das ciências sociais- sociologia, psicologia,
antropologia, pedagogia, didática, entre outras.
Nos anos 60, os avanços científicos e tecnológicos alteram a feição das
ações profissionais, principalmente nos hospitais. Datam dessa época, as lutas
em favor de melhoria na formação da enfermagem.
Wanda de Aguiar Horta se destaca como a primeira enfermeira
brasileira que ousou escrever as bases de uma teoria para a
profissão. Em 1962, o ensino de enfermagem integra o sistema
de ensino universitário; criam-se cursos de mestrado e
doutorado, que atualmente se encontram em expansão. (LIMA,
1993)
A partir de 1996 um novo desafio se apresenta para a enfermagem,
pois foi promulgada a nova Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional,
que propõe várias modificações nos diferentes níveis de ensino no país e que
por estar em processo de implantação vem demandando várias discussões.
13
1.2 PERFIL DO FORMANDO EGRESSO/PROFISSIONAL:
Conforme as diretrizes curriculares da graduação de enfermagem
no Brasil o enfermeiro generalista deverá possuir formação humanista, crítica e
reflexiva para o exercício da enfermagem, com base no rigor científico e
intelectual e pautado em princípios éticos. Capaz de conhecer e intervir sobre
os problemas/ situações de saúde-doença mais prevalentes no perfil
epidemiológico nacional, com ênfase na sua região de atuação, identificando
as dimensões bio-psico-sociais dos seus determinantes. Capacitado a atuar,
com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, como
promotor da saúde integral do ser humano. Capacitado para atuar na
educação básica e na educação profissional em enfermagem.
Libâneo (1994) ressalta “Que a formação profissional do professor é um
processo pedagógico, intencional e organizado, de preparação teórico-
científica para dirigir competentemente o processo de ensino”.
Diante dessa fala e ciente que o enfermeiro é um profissional
educador, entendemos a necessidade de reflexão sobre sua prática
educacional, capacitação, bem como sua própria competência legal.
A formação do professor abrange, pois duas dimensões: a
formação teórica- científica, incluindo a formação acadêmica
específica nas disciplinas em que o docente vai especializar-se
e a formação pedagógica, que envolve os conhecimentos da
Filosofia, Sociologia, História da Educação e da própria
Pedagogia que contribuem para o esclarecimento do fenômeno
educativo no contexto histórico-social; a formação técnico-
científica visando a preparação profissional específica para a
docência.(LIBÂNEO, 1994, p.27)
Ainda segundo as diretrizes, os conteúdos pertinentes a capacitação
pedagógica do enfermeiro, durante a graduação, independe de
complementação com licenciatura em enfermagem.
As Novas Diretrizes Curriculares, em seu Art. 5º - sobre os
conteúdos essenciais para o curso de Graduação em
14
Enfermagem – descreve no inciso III, alínea “d”, que tais
conteúdos devem contemplar: “Ensino de Enfermagem: os
conteúdos pertinentes a capacitação pedagógica do
enfermeiro, independente da Licenciatura em Enfermagem.
(BRASIL, 2001. P.37)
Podemos observar claramente que os currículos de Enfermagem ao
longo do tempo foram transformados e adaptados de acordo com a
problemática apresentada no contexto da saúde pública brasileira e diante das
perspectivas político-econômicas vigente.
Inicialmente os currículos possuíam uma estrutura voltada para o
modelo hospitalocêntrico, visto que o ambiente do cuidado era o hospital,
assunto esse já discutido nesta pesquisa. Porém com advento das mudanças
sanitárias, onde o Sistema Único de Saúde – SUS, foi organizado de forma
que suas diretrizes estão voltadas para a prevenção e promoção da saúde,
observamos o crescimento de habilidades profissionais direcionadas para a
saúde pública.
Mesmo tendo a visão clara dessas mudanças que são coerentes com
as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de graduação de
Enfermagem, onde dá ênfase a formação desse enfermeiro voltado para a
prevenção e promoção da saúde, muitas instituições tendo autonomia para
desenvolver seus projetos políticos pedagógicos, absorvem seus conteúdos no
tocante ao que o mercado de trabalho possa usufruir desses profissionais.
Nota-se com frequência, que grande parte dos enfermeiros,
principalmente docentes do nível médio, não possui licenciatura em
Enfermagem, e que as escolas onde atuam não lhes proporcionam a
capacitação pedagógica em serviço, deixando-os buscar o aperfeiçoamento
sozinho. Dessa forma, verifica-se a necessidade de conteúdos de capacitação
pedagógica para o enfermeiro na grade curricular do curso de graduação, bem
como os egressos deveriam procurá-la na forma de educação continuada.
Vendo por essa ótica, fica claro o esquecimento do compromisso na
formação pedagógica desse enfermeiro.
15
Penso que o compromisso assumido pelas instituições de formação,
pelos órgãos representativos e pelos profissionais da área dever ser o de
esclarecimento das consciências, da busca de um maior grau de autonomia
pedagógica.
CAPÍTULO II
16
ÁREAS DE ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO
2.1 MERCADO DE TRABALHO
Mesmo sabendo que estamos em uma época de constante transição
sócio-econômica, e que tem o poder de mover grandes massas a uma lógica
universal; o mercado de trabalho da enfermagem ainda é amplo e em
constante expansão.
Tanto o enfermeiro generalista como o especialista, está envolvido em
vários níveis do cuidado de saúde individual e coletivo.
Dentro da enfermagem, encontramos o auxiliar de enfermagem (nível
fundamental) e o técnico de enfermagem (nível médio), ambos confundidos
com o enfermeiro, entretanto com funções distintas, possuindo qualificações
específicas. Este profissional presta assistência ao paciente/cliente em toda
sua totalidade.
Entre as opções de atuação estão à docência, os hospitais,
ambulatórios, postos de saúde, programa de saúde da família, escolas,
empresas, transporte aéreos, navios, creches, consultórios próprios,
atendimento pré-hospitalar e atendimento domiciliar. Alguns fatores têm
contribuído para a manutenção das ofertas de trabalho, como o
envelhecimento da população brasileira, a crescente utilização do sistema
home care, a expansão do programa de saúde da família (PSF) a abertura de
faculdades com curso de enfermagem e o aumento na procura pelos cursos
técnicos de enfermagem (nível médio).
A enfermagem profissional brasileira, desde o seu nascedouro, esteve
calçada nos princípios do modelo hospitalôcentrico. Contudo, a ênfase que
ainda se dá ao aspecto curativo/hospitalar, na formação acadêmica está sendo
questionada a prática de enfermagem, particularmente a partir do processo
que vivenciamos da consolidação do Sistema Único de Saúde- SUS.
De uns tempos para cá, houve uma modificação da imagem do
profissional de Enfermagem e a profissão é, hoje, mais reconhecida no
mercado de trabalho. O enfermeiro era visto como um profissional que fazia
parte da equipe de um hospital apenas para cuidar do paciente, e é claro que
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essa é uma função básica do profissional. Com a abertura de outros campos
de trabalho, hoje, são mais de cinco mil equipes no Brasil e um dos integrantes
da equipe é o enfermeiro, de presença obrigatória. Isso criou um campo
bastante amplo e levou, também, a uma nova forma de entender o papel
desse profissional.
Este perfil confere ao enfermeiro postura profissional transformadora em
qualquer nível de desenvolvimento dos programas de saúde, atendendo os
princípios da universalidade, integralidade, equidade, solidariedade e
hierarquização que norteiam o sistema de saúde vigente no país.
Faz parte dos objetivos do curso de enfermagem formar profissional
crítico, competente e capaz de realizar uma transformação social.
18
2.2 A DOCÊNCIA NA ENFERMAGEM
São reflexões importantes a serem consideradas, enquanto docente
de enfermagem: O que é ensinar? O que é aprender? O que é conhecimento?
Uma informação pode ou não se apresentar como uma
instrução. Enquanto a informação é mais abrangente a
instrução visa propor procedimentos. A instrução, na maior
parte das vezes exclui a criatividade e as regras sugeridas
necessitam de um cumprimento restrito, linear e preciso.
(ANTUNES, 2008, p.29)
Ainda segundo Antunes (2008) “Ensinar quer dizer ajudar”.
Sendo o enfermeiro um profissional gerenciador do cuidado e
entendendo que ao cuidar estamos ajudando o outro de alguma forma,
percebemos a íntima relação do ser enfermeiro e ser professor.
A formação profissional para o magistério requer, assim, uma
sólida formação teórico- prática. Muitas pessoas acreditam que
o desempenho satisfatório do professor na sala de aula
depende de vocação natural ou somente da experiência
prática, descartando-se a teoria. É verdade que muitos
professores manifestam especial tendência e gosto pela
profissão, assim como se sabe que mais tempo de experiência
ajuda no desempenho profissional. Entretanto, o domínio das
bases teórico- científicas e técnicas, e sua articulação com as
exigências concretas do ensino, permitem maior segurança
profissional, de modo que o docente ganhe base para pensar
sua prática e aprimore sempre mais a qualidade do seu
trabalho. (LIBÂNEO, 1994, p.28)
É necessário que o docente de enfermagem se conscientize dos
determinantes sociais que interferem no ensino e, dentro dos limites
estabelecidos por essa compreensão, aceite o desafio de inovar sua atuação,
inovação esta que só é possível a partir do desenvolvimento de sua própria
19
competência, enquanto professor. Sendo mediador no processo de levar o
aluno a aprender, aprender a ser, aprender a fazer, aprender viver juntos e a
aprender a conhecer.
É indispensável que os docentes de enfermagem repensem a prática
educacional e reflitam sobre sua capacitação, bem como sobre sua própria
competência para tal, para que não se torne um mero reprodutor de tarefas e
conhecimentos.
Assumir a finalidade de formar para a integralidade do cuidado implica
revisitar o pensar e o fazer pedagógico, revelando as concepções de educação
que determinam a prática educativa na enfermagem.
Participar da formação de profissionais de enfermagem que se
envolvam com a realidade do mundo de trabalho e as reais necessidades de
saúde dos pacientes sobre seus cuidados e da sociedade, em sido alvo de
muitas discussões pertinentes, que deverão ser elementos a fim de provocar
mudanças no ensino.
Júnior corrobora essa discussão ao criticar a prática da docência em
enfermagem.
Não se nota uma preocupação em relação à atuação na área
da docência nos últimos anos, se ampliou como campo de
trabalho para o profissional egresso, o que evidenciado pelo
aumento do número de escolas de nível técnico no Brasil,
aumentando assim à necessidade da implantação da
licenciatura em enfermagem que é uma formação
complementar a graduação, tendo em vista o preparo para a
docência, a qual vem tomando espaço desde os anos 60.
(JÚNIOR, 2008, p.71)
Observamos na prática que muitos enfermeiros egressos têm a
oportunidade de iniciar na docência para o nível técnico, não possuindo
licenciatura, que hoje é opcional, se deparam com o desafio de ensinar sem o
devido conhecimento pedagógico.
Em sua trajetória profissional, “vira professor” ao identificar-se com uma
disciplina que gostou enquanto era graduando. Desse modo, acredita que
“passar a informação” corresponde ao exercício da docência.
20
Também observamos que a docência normalmente é complementar e
secundária à profissão de enfermeiro, não sendo sua principal atividade
profissional, visto que os rendimentos dos docentes dos cursos técnicos, são
pouco promissores quando comparados a outras atividades dentro da
profissão do enfermeiro.
2.3 O DESAFIO DE SER ENFERMEIRO DOCENTE
21
O percurso para a aquisição de uma competência, portanto
compreendido por ensaios e erros, momentos de hesitação, decisões
inconscientes, inferências e raciocínios explícitos. Torna-se difícil identificar,
entre as competências de um professor, aquelas que são separáveis de uma
pessoa, pois elas se limitam a aquilo que se adquire na formação profissional,
já que toda história social e psicológica do sujeito é formadora.
Nesse sentido, observa-se que somente uma reflexão continuada é
capaz de promover a discussão e como isso o caminho a fim de vencer novos
desafios.
Refletir a prática apresenta-se, então, com dois aspectos
complementares. Por um lado indica a necessidade de
interferência na prática, da sua modificação por um processo
próprio, intrínseco a pessoa. Por outro lado, refletir a prática é
praticar a reflexibilidade, ou seja, dinamizar a vivência através
de um processo criador, adotando como perspectiva a
possibilidade inerente de construção de um novo
saber.((VALENTE,2009, p.7 )
Essa prática docente reflexiva que a autora acima sinaliza exige que
o professor não se limite aos conteúdos e investigações produzidas na escola
ou até mesmo na universidade, devendo produzir um conhecimento prático,
que é validade pela própria prática de ser enfermeiro.
Penso que dentre os vários desafios do enfermeiro docente,
prevalece a contextualização entre a teoria e a prática Levando esse estudante
a sair da passividade, na abordagem reflexiva sobre a prática, a ênfase está na
formação de sujeitos aptos a refletirem sobre sua própria prática.
Corroborando com a discussão Freire reafirma esses conceitos.
Por isso é que, na formação permanente dos professores, o
momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a
prática(...). Quanto melhor faça esta operação tanto mais
inteligência ganha da prática em análise e maior a
22
comunicabilidade exerce em torno da superação da
ingenuidade pela rigorosidade.( FREIRE, 1996. p.18)
Esse desafio de garantir as condições que assegurem a definitiva
constituição de uma política pública de saúde, aliada a uma política pública de
educação, que sintetize noções de integralidade e equidade, tem que fazer
parte da prática diária do enfermeiro docente; buscando vencer desafios
presentes e que há de vir.
CAPÍTULO III
O ENFERMEIRO DOCENTE E SEU PROCESSO DE
FORMAÇÃO
23
3.1 AVALIAÇÃO DA GRADE CURRICULAR DA GRADUAÇÃO
Ao analisar a grade curricular do curso de bacharel em enfermagem
atual, observamos que na maioria das faculdades e universidades
pesquisadas, não faz parte da grade as disciplinas de didática ou pedagogia,
nem mesmo como disciplinas opcionais.
A Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN NACIONAL),
articulada com a comissão de especialistas em enfermagem da Secretaria de
Ensino Superior do Ministério da Educação e mais entidades da enfermagem,
organizaram seminários e comitês específicos sobre a formação do
enfermeiro. Todo esse esforço foi consagrado de forma legal através da
Portaria de 1994 que determina o mínimo de conteúdo e duração do curso de
graduação em enfermagem. A partir da data referida o currículo passou a ter
duração mínima de 3.500 horas, com um mínimo de 04(quatro) anos letivos;
no antigo modelo era estabelecido a duração mínima de 2.500 horas (03 anos)
para formação do enfermeiro generalista e, 3.000 horas (4 a 6 anos), incluindo
a habilitação opcional, que poderia ser a licenciatura, se o aluno assim desejar.
Hoje o curso de enfermagem possui uma durabilidade maior, porém
sem o compromisso de oferecer ao graduando capacitação pedagógica,
através da habilitação em licenciatura com ministração de disciplinas afins.
Segundo as diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em
enfermagem, faz parte do perfil profissional da categoria estar capacitado para
atuar na educação profissional em enfermagem.
Fazendo parte do conteúdo curricular do curso de enfermagem bases
biológicas e sociais, ciências humanas, comunicação e educação. No tópico
onde é descrito o ensino de enfermagem, incluem-se os conteúdos pertinentes
à capacitação pedagógica do enfermeiro.
O ensino, a pesquisa e a extensão são os três eixos que
fundamentam o ensino superior.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu art. 44,
dispõe que a educação superior se dará em cursos nas modalidades:
“seqüenciais por campo de saber”.
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Para imprimir as finalidades dessas modalidades de curso no âmbito
da educação superior, a LDB, no art. 43, assinala que:
“Art. 43. A educação superior tem por finalidade: I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular, os nacionais e regionais, prestar serviços especializadas à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição” (BRASIL, 1996).
Entendemos a importância da implantação da capacitação pedagógica do enfermeiro, durante a sua graduação, partindo da elaboração de objetivos, descritos a seguir:
- Capacitar o futuro enfermeiro a exercer funções educativas.
- Conscientizar o aluno de enfermagem da importância do seu papel como Educador.
- Possibilitar e fomentar no aluno a auto-análise do fazer pedagógico e suas
implicações.
- Propor novas experiências de aprendizagem.
- Ensinar o planejamento das ações didáticas.
- Apresentar os vários recursos disponíveis no ensino aprendizagem.
25
Faz-se necessário em novos tempos frente à crescente demanda do
mercado de trabalho, que esse enfermeiro egresso ao final da sua graduação
esteja capacitado teoricamente para atuar na docência, com segurança e
conhecimento das práticas pedagógicas e o processo de planejamento
educacional.
O processo de planejamento não pode ser encarado como
uma técnica desvinculada da competência e do compromisso
político do educador. O bom plano é aquele que conta com o
respaldo da competência do sujeito que o desenvolve. O bom
plano é aquele que se amolda dialeticamente ao real,
transformado-o. ( HAIDT,2003. P.109)
Para isso, é necessário que o enfermeiro docente esteja comprometido
com sua prática de ensino- aprendizado desde a sua graduação.
3.2 A CAPACITAÇÃO DO DOCENTE COMO DESAFIO
PROFISSIONAL
Ao refletir o exercício da docência no curso de enfermagem é
permitido questionar a metodologia utilizada no processo ensino-
aprendizagem, que vem sendo implementada nas faculdades e universidades.
26
A formação do enfermeiro na maior parte é realizada nos
moldes de bacharelado, como é oferecida, visando o preparo
do profissional para atuação nas áreas específicas de saúde.
Seja no nível hospitalar ou de saúde coletiva favorece a
educação permanente a qual visa à continuidade da educação
após a graduação, mas com fins de manter a atualização em
serviço, compreendendo a evolução científica e tecnológica
que se dá a passos gigantescos, não abrangendo a docência
ou quaisquer outros aspectos de ação pedagógica do
enfermeiro e sim, a técnica. (JÚNIOR, 2008, p.85)
Não pode ser esquecido ou negligenciado que o objeto de trabalho
do profissional de enfermagem é o “cuidado”, sendo necessário que o
enfermeiro docente esteja capacitado a fomentar seus alunos a esta verdade,
não dissociando a prática da teoria.
Ao assumir a perspectiva da integralidade do cuidado no
ensino de enfermagem,é preciso também, considerar e
construir alternativas que permitam o rompimento com a
valorização dos procedimentos e normatizações técnicas em
detrimento da valorização dos sujeitos e de seus saberes e
fazeres na construção da integridade do cuidado. (SILVA,
2006, p.91)
A reflexão acerca do processo de aprendizagem nas suas dimensões
seja social, histórica ou instrumental possibilita uma melhor compreensão da
educação do profissional enfermeiro que visa não somente atender as
necessidades e demandas do mercado de trabalho, mas também desenvolver
no individuo a capacidade de reflexão sobre suas ações, possibilitando
construir mudanças.
Libâneo (1994) Ressalta “que o trabalho docente constitui o exercício
profissional do professor e este é o seu primeiro compromisso com a
sociedade”.
27
Esse processo deve envolver docentes e discentes, revelando as
satisfações e insatisfações com a formação, o conhecimento dos conteúdos
pertinentes a sua formação,as avaliações das disciplinas e os princípios que
devem nortear os projetos políticos pedagógicos da área de saúde.
O docente tem como responsabilidade preparar os alunos para
se tornarem cidadãos ativos e participantes na família, no
trabalho, nas associações de classe, na vida cultural e política.
É uma atividade fundamentalmente social, porque contribui
para a formação cultural e científica do povo, tarefa
indispensável para outras conquistas democráticas. (LIBÂNEO,
1994, p.47)
Uma das competências específicas para a docência é o domínio na
área pedagógica; entendemos que para o enfermeiro assumir o papel de
professor ele precisa possuir conhecimento na área específica bem como do
processo educativo. A formação pedagógica é essencial no planejar, organizar
e implementar o processo ensino- aprendizagem.
Tradicionalmente, nas escolas de curso técnico e até em faculdades,
observa-se a questão dos professores bacharéis que, mesmo sem ter qualquer
formação pedagógica, exercem atividades próprias da docência. O critério de
seleção destes professores continua sendo a comprovação da competência
técnico-científica, em detrimento da comprovação formal da competência
didático-pedagógica.
Historicamente, tem sido atribuída a pós- graduação Lato-Sensu a
responsabilidade de formar este docente através de disciplinas como Prática
de ensino, Didática, Metodologia, Políticas Educacionais, Legislação
Educacional, entre outras. Estas disciplinas são para muitos, a única
oportunidade de uma reflexão sistemática sobre o exercício da docência; já
que a pós- graduação strictu sensu possui o seu foco no processo
investigatório da pesquisa.
Penso que o professor de enfermagem não pode ser apenas um bom
técnico, mas estar plenamente capacitado para o ensino, que é muito mais do
que apenas transmissão de conhecimentos.
28
Na verdade o docente de enfermagem precisa se instrumentalizar
teoricamente para realizar satisfatoriamente seu trabalho como docente,
criando sua própria prática de ensino em situações específicas, de acordo com
o contexto social em que atua tornado a aprendizagem teórica vinculada às
questões reais.
CAPÍTULO IV
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS
4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS DA PESQUISA
29
O quarto e último capítulo da nossa pesquisa têm como objetivo
apresentar e discutir os resultados dos questionários.
Conforme os critérios propostos para a seleção da amostra foram
entrevistados doze enfermeiros que atuam ou já atuaram como docentes de
enfermagem, na formação de técnicos em enfermagem ou na graduação.
Para que se tenha uma síntese dos sujeitos participantes deste
estudo, algumas características se fazem importantes ressaltar.
Optei ao longo da apresentação e discussão dos dados da pesquisa
transcrever algumas falas dos sujeitos entrevistados. Dentre os sujeitos da
pesquisa três são do sexo masculino, a idade varia de trinta e dois anos a
cinquenta e dois anos.
O tempo de formação dos professores é bastante variado (dois,
quatro, dez, quinze, dezenove e até vinte oito anos), entretanto não há uma
relação de proporção equivalente entre o tempo de formação e o tempo de
atuação como docente de enfermagem.
Ainda sobre sua formação sete cursaram enfermagem em
universidade pública e cinco em universidade privada. Sobre sua titulação três
possuem somente a graduação em enfermagem (bacharel), quatro possuem
especialização relacionada à docência, um mestrado e quatro são doutorados.
O fechamento da amostra da pesquisa se deu no momento em que
se percebeu uma saturação teórica emitida nas falas dos sujeitos, ou seja, no
momento em que os dados começaram a apresentar repetição.
4.2 PERCEPÇÃO DOS DOCENTES QUANTO À CAPACITAÇÃO
PEDAGÓGICA
A fala dos sujeitos da pesquisa revelada através do questionário demonstra que somente o curso de graduação não prepara o enfermeiro para
30
a docência, sendo necessária a licenciatura ou outra especialização voltada
para a prática pedagógica.
Neste sentido, destacamos as palavras de Menezes, quando fala
sobre competência pedagógica.
A competência pedagógica não pode ser compreendida
apenas como simples estratégia didática. O professor deve
estar preparado para compreender o seu papel e do seu aluno,
como agentes de transformação da sociedade. Para tanto deve
principalmente, compreender a situação global do aluno, para
que os objetivos educacionais sejam estabelecidos
adequadamente. Assim, o professor tem o desafio de superar
a sua participação passiva no processo de ensino, como mero
“repetidor” de aulas, refletindo, profundamente, sobre a
dimensão do “porquê de ensinar”, “o que ensinar” e “para
quem ensinar”. (MENEZES,1987.p.115).
Todos os pesquisados foram unânimes em citar a disciplina de
didática aplicada a enfermagem como grande facilitador no desempenho da
docência; porém também concordaram ao acharem insuficiente a abordagem
didático-pedagógica durante a graduação.
Cabe ressaltar que os sujeitos que possuem especialização na área
da docência não compartilharam das mesmas dificuldades didático-pedagógica
encontradas pelo grupo que não possuem especialização. Essa reflexão pode
ser visualizada nas seguintes falas:
E.1. “...ter feito a licenciatura abriu muito a minha cabeça em termos de
educação, e foi um curso que eu fiz nem pensando na graduação, foi
pensando no meu trabalho de educação continuada no hospital.”
E.2. “...Não tive dificuldade, uma vez que já possuía formação de professores
(ensino fundamental ), já conhecia o ambiente de sala de aula quando fui
convidada a lecionar no curso profissionalizante para técnico de enfermagem.
Tendo como facilitador o “olhar pedagógico” tão importante no processo da
aprendizagem.”
31
E.3. “...Tive muita dificuldade ao iniciar a docência para os técnicos de
enfermagem, pois a graduação é voltada para a prática hospitalar, não prepara
o enfermeiro para atuar como docente, foi preciso para mim ir em busca da
especialização em docência”.
Penso que a capacidade pedagógica do docente não se esgota na
aplicação aprimorada de técnicas ou métodos pré estabelecidos e ou
ensinados ao longo de sua formação acadêmica, e sim no aprofundamento da
consciência crítica de sua conduta e desempenho, em busca de uma efetiva e
dinâmica interação professor- aluno.
Segundo Villa (2001) “A capacitação pedagógica constitui uma das
possibilidades para pensar, refletir e reconstruir o processo de ensino
aprendizagem, tanto nos momentos vividos em sala de aula quanto nos
campos de prática assistencial”.
Durante a graduação o aluno é muito mais instigado a pensar nas
questões da doença e do adoecimento e quase nada na sua função como
educador de saúde.
Na maioria das vezes é percebido o estudante de enfermagem,
assumindo um papel passivo em seu processo ensino-aprendizagem,
habituado a receber tudo pronto, reconhecendo o professor como único
detentor do conhecimento. Como bem analisa FREIRE (1987) em sua obra.
Os oprimidos, contudo, acomodados e adaptados, “imersos”
na própria engrenagem da estrutura dominadora, temem a
liberdade, enquanto não se sentem capazes de correr risco de
assumi-la. E temem, também, na medida em que, lutar por ela,
significa uma ameaça, não só aos que a usam para oprimir,
como seus” proprietários” exclusivos, mas aos companheiros
oprimidos, que se assustam com maiores repressões.
(FREIRE. 1987, p.19)
Existe um pensamento contraditório que o enfermeiro é um professor
nato, não necessitando de uma formação especifica. Entretanto, ensinar não
significa prestar assistência de enfermagem.
32
Percebo em minha vivência docente a existência de alguns
professores que possuem dificuldade em aceitar as concepções pedagógicas
que estimule o desenvolvimento da consciência crítica dos alunos.
Ainda segundo FREIRE (1987) “Na visão bancária da educação, o
saber é uma doação dos que julgam sábios aos que julgam nada saber.”
Entendemos que o aluno de enfermagem precisa ser visto como
agente transformador da sua clientela e da sociedade em geral e não como um
mero depósito de conhecimentos técnicos.
Ressalta FREIRE (1979) “que o aluno precisa tornar-se sujeito de sua
própria educação”.
Penso que nos dias atuais esse papel não pode ser negligenciado pelos
educadores de enfermagem, sendo substituído pelo ensinar e aprender
técnico- científico.
4.3 DIFICULDADES DIDÁTICO PEDAGÓGICA ENFRENTADAS
NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO.
A maior dificuldade relatada pelos pesquisados foi no processo de
avaliação do aluno, independente do instrumento utilizado. Podendo ser
observado nas seguintes falas:
E.1. “...A maior dificuldade é a avaliação do ensino-aprendizagem, pois muitos
critérios são subjetivos, principalmente a avaliação do desempenho nas
atividades práticas”.
33
E.2. “...A insegurança de saber se o método aplicado era eficaz para o
aprendizado do aluno (...) penso que até hoje tenho esta insegurança. Gostaria
de sempre fazer aulas em que envolvessem os alunos, que fosse prazeroso
para eles aprender os conteúdos e para mim avaliá-los.”
E.3. “...Lidar com os conflitos em sala de aula é sempre muito difícil, o
relacionamento inter pessoal professor- aluno; aluno-aluno é complicado no dia
a dia.”
Levando em consideração que a avaliação é um processo contínuo,
integral, qualitativo, expressivo e criativo; respaldamos-nos na fala do autor:
A avaliação deve ser contínua, reveladora de toda trajetória do
estudante e não centrada apenas no produto... não bastam as
provas, é necessário buscar novos instrumentos, sempre
ligados aos objetivos definidos- trabalhos, entrevistas,
conversas, observações práticas, entre outros.( CALDEIRA,
1997,apud,VILLA, 2001.p.57).
Sobre a relação professor- aluno HAIDT ( 2003) Ressalta que “a
construção do conhecimento é um processo interpessoal. O ponto desse
processo interativo é a relação educando-educador. E esta relação não é
unilateral, pois não é só o aluno que constrói o conhecimento”.
Na mesma perspectiva FREIRE reafirma:
Desta maneira, o educador já não é o que educa, mas o que,
enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que,
ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam
sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os
“argumentos de autoridade”, já, não valem. Em que, para ser-
se funcionalmente, autoridade, se necessita de estar com as
liberdades e não contra elas”. ( FREIRE, 1987.p.39).
34
O relacionamento interpessoal é um assunto que faz parte das
dificuldades abordadas pelos docentes ao longo de suas práticas de ensino. O
apreender a vivenciar essas questões faz toda a diferença na docência. Intervir
nas realidades deverá ser tarefa também do docente em enfermagem.
Penso que nada é mais desesperador para um aluno do que um
professor que diz: ...É fácil, faça como eu! Creio que um professor não deve
esperar que os alunos percorram, em alguns dias ou meses, o caminho que
ele percorreu em muitos anos.
Neste sentido pensamos que para transpor as dificuldades
enfrentadas ao longo do exercício da profissão, o enfermeiro docente
necessita exercitar a humildade, a fé e o amor.
Ao fundar-se no amor, na humildade, na fé nos homens, o
diálogo se faz uma relação horizontal, em que a confiança de
um pólo no outro é consequência óbvia. Seria uma contradição
se, amoroso, humilde e cheio de fé, o diálogo não provocasse
este elimina de confiança entre seus sujeitos. Por isso inexiste
esta confiança na antidialogicidade da concepção “bancária” da
educação. (FREIRE, 1987; p.46)
Temos plena consciência das “n” dificuldades e obstáculos que fazem
parte da dinâmica do processo ensino- aprendizado, porém também
entendemos que a esperança deverá está imbuída nessa mesma prática.
Percebemos que a labuta diária muitas vezes “rouba” essa esperança,
trazendo a desesperança.
FREIRE (1996) ressalta “...que a desesperança não é a maneira de
estar sendo natural do ser humano, mas a distorção da esperança”. (...) “e que
ensinar exige convicção de que a mudança é possível.”
(...) mudar é difícil, mas é possível, que
vamos programar nossa ação político- pedagógica, não imporá
se o projeto com o qual nos comprometemos é de
alfabetização de adultos ou de crianças, se de ação sanitária,
se de evangelização, se de formação de mão- de - obra
técnica. (FREIRE, 1996. p.31)
35
Estendo o “leque” dessa fala para a docência na formação dos
profissionais de enfermagem.
4.4 CONTRIBUIÇÕES POSITIVAS DA GRADUAÇÃO PARA A
DOCÊNCIA
E.1. “...As atividades educativas nos diferentes cenários da prática
profissional, tanto com os clientes, como em sala de aula, nos seminários, na
monitoria “abriu os meus olhos” para a carreira docente.
E.2. “...Acredito que a orientação e o incentivo dos docentes, a fim de
promover discussões e reflexões acerca da docência como campo de trabalho
fez toda diferença para mim”.
E.3. “...Penso que o enfermeiro durante sua formação é preparado para ser
educador, entretanto, como acontece em qualquer processo de formação é
necessário que cada um seja agente de seu próprio conhecimento; a academia
oferece, troca com o educando, em função das necessidades evidenciadas e
do que determina o projeto pedagógico do curso”.
36
E.4 “Durante a graduação nunca pensei em dar aula, mas como sempre tive
facilidade em ensinar os colegas(...) iniciei a docência; e esses momentos
foram de grande ajuda.
O discurso da maioria dos professores revela a importância do foco
do enfermeiro como educador em vários contextos de sua prática de ensino
aprendizagem, iniciada e que deverá ser fomentada durante todo processo.
No início da minha prática como docente tive como facilitador a
experiência em apresentações de seminários e participação em congressos
com exposição de pesquisas cientificas, e como dificuldade o
desconhecimento das várias práticas pedagógicas utilizadas pelos professores
que já ministravam aula na minha primeira turma de enfermagem.
A introdução do iniciante de forma brusca no ambiente de
trabalho, delegando-lhe a responsabilidade pela direção de
uma turma, assumindo tarefas idênticas ao de um professor
mais experiente, faz parte da questão conhecida como “choque
com a realidade”. (CANDAU, 2000.p.113).
Ainda segundo CANDAU (2000) “Se o professor não contar com o apoio
da equipe escolar, o início de sua carreira profissional será muito árduo,
implicando em prejuízo para o processo de socialização profissional”.
Esta organização da ação pedagógica deve estar embasada, na
própria capacitação docente enquanto professor, que passa pela questão do
conhecimento, da especialidade, avançando na direção da
interdisciplinaridade, isto é, para além das especialidades no ensino da
enfermagem.
Corroborando com a discussão Freire afirma:
Há uma relação entre a alegria necessária à atividade
educativa e a esperança. A esperança de que o professor e
aluno juntos podemos aprender, ensinar, inquietar-nos,
produzir juntos igualmente resistir aos obstáculos a nossa
37
alegria. Na verdade, do ponto de vista da natureza humana, a
esperança não é algo que a ela se justaponha. A esperança
faz parte da natureza humana. (FREIRE, 1996. p.72)
Assim sendo, o processo de capacitação docente, deve favorecer a
construção de um pensar compartilhado sobre as próprias incertezas e
dificuldades do professor, este realizando diariamente uma auto-avaliação
extremamente benéfica. Com isso tornando os professores sujeitos de sua
própria história profissional, imbuídos de alegria e esperança, que deverá fazer
parte deste processo.
Como afirma FREIRE (1996) “Ensinar exige alegria e esperança”.
CONCLUSÃO
A reflexão sobre a formação do profissional enfermeiro que atua na área
de educação nos permite afirmar que a prática educacional exige uma
formação específica onde sejam considerados o processo de ensino-
aprendizagem e os elementos que nele são envolvidos: o professor, o aluno e
o objeto de estudo.
Acreditamos que as reflexões dos docentes, a respeito de sua formação
e das dificuldades encontradas no exercício da profissão, favorecem a tomada
de consciência e interferem, positivamente, na sua formação crítica.
Como vimos ao longo da pesquisa, o enfermeiro deverá exercer o papel
de educador, visando objetivos específicos que não podem estar
descontextualizados da realidade dos envolvidos. Essas ações educativas
exigem, portanto, a participação intencional do profissional, que deve ter
preparo suficiente para atuar como agente transformador.
Ser enfermeiro docente implica no desenvolvimento de competências
distintas daquelas esperadas para um enfermeiro assistencial.
38
Assim, a docência na enfermagem, seja ela exercida no âmbito dos
cursos de nível médio, seja no âmbito dos cursos de graduação e até pós
graduação, ainda carece um “olhar pedagógico”, mais aprofundado.
As práticas educativas exercidas na enfermagem demonstram que
grande parte dos enfermeiros, ao ingressarem na docência, principalmente no
nível médio, não possui licenciatura ou preparo pedagógico, desenvolvendo
suas atividades no ensino baseado em sua experiência clínica e
conhecimentos específicos. Dessa forma trabalham suas disciplinas por meio
da transmissão de conteúdos científicos, tomando por base o ensino que
tiveram nos moldes das antigas abordagens de seus professores.
Atualmente, a educação tem assumido um papel de destaque na
sociedade e novas leis para a formação de profissionais de enfermagem têm
sido criadas.
Espera-se, que com as discussões sobre o assunto exposto até então,
deixe indagações e oriente outros estudos. Assim, propõe-se a realização de
pesquisas no âmbito de ampliar conhecimentos sobre a influência do processo
de ensino e aprendizagem na prática do enfermeiro, identificando as possíveis
contribuições dos docentes na atuação do profissional. Além de propor
renovação no projeto pedagógico nas instituições, para que dessa forma
consiga alcançar a formação de um profissional enfermeiro com
conhecimentos didático-pedagógico, agente de mudança da realidade social.
Concordamos com a premissa de que não podemos formar profissionais
de enfermagem, críticos e reflexivos sem que os enfermeiros professores
tenham uma adequada formação e estejam refletindo sobre sua prática
cotidiana.
Finalizando, fazemos uso das palavras de DILLY &
JESUS(1995;p.178)”...precisamos ser estimulados para superar o sentimento
de descrença que impede o esforço para concretização de mudança. O
primeiro passo para caminhar em direção à mudança é acreditar que ela é
possível, é construída gradativamente e ainda reconhecê-la infinita.”
39
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Consentimento livre e esclarecido;
Anexo 2 >> Questionário.
40
ANEXO 1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS GRADUAÇÃO: DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
Consentimento Livre e Esclarecido. Resolução 196/96 do Conselho �acional de Saúde
Você foi selecionado(a) e está sendo convidado(a) para participar da pesquisa intitulada “As
possibilidades e limitações didático-pedagógicas de ser enfermeiro docente”, que tem como
objetivos: Conhecer as dificuldades e/ ou facilidades encontradas pelos enfermeiros docentes
na sua prática profissional; Conhecer o que pensa os enfermeiros docentes sobre sua formação
didático-pedagógica e Refletir sobre a formação didático-pedagógico na graduação de
enfermagem. Suas respostas serão tratadas de forma anônima e confidencial, isto é, em nenhum
momento será divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo. Os dados coletados serão
utilizados apenas nesta pesquisa e os resultados poderão ser divulgados e publicados em
eventos e/ou revistas científicas.A sua participação é voluntária, isto é, a qualquer momento
você pode recusar-se a responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu
consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador. ou
com a instituição.Sua participação nesta pesquisa consistirá em preencher um formulário de
perguntas.Você não terá nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras. É válido
ressaltar que esta pesquisa não oferece risco de qualquer natureza. Você receberá uma cópia
deste termo onde consta o telefone/email e o endereço do pesquisador principal, e o e-mail da
orientadora, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer
momento.
Ana Cristina de Lima Costa1
Fabiane Muniz2
Data, ______de _________________de_________
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de acordo
em participar do estudo proposto, sabendo que dele poderei desistir a qualquer momento, sem
sofrer qualquer tipo de punição ou constrangimento.
_________________________________________
1 [email protected]/ [email protected] (21) 26528007; (21) 88017953 ² Orientadora: E-mail: [email protected]
41
ANEXO 2
CARACTERIZAÇÃO DO SUJEITO
�ome (utilizar sigla)__________________________________________Idade:_______Sexo:______ Tipo de Universidade que graduou: Pública( ) Privada( ) Formação( marcar a maior titulação): Graduação( ) mestrado ( ) Doutorado ( ) Especialização( ) Especificar_________________________________________________________________________ Tempo de formada como enfermeiro (a):____________Tempo de atuação na docência:_________
QUESTIO�ÁRIO 1)Quais foram as disciplinas curriculares de graduação que te prepararam para a docência?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2)O que o currículo de graduação poderia contemplar em disciplinas e/ou conteúdos na formação do enfermeiro para a docência?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3)Quais foram as contribuições positivas de sua formação para o exercício da profissão de enfermeiro-docente?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4)Quais foram as dificuldades didático-pedagógicas enfrentadas no exercício da profissão de enfermeiro-docente pela carência de formação na graduação?
42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ABNT. Elaboração de trabalhos técnicos científicos. Rio de Janeiro. 2006.
BRASIL. Ministerio da Saúde. Perfil de ações do técnico de enfermagem no
Brasil. Brasilia. 2003.
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Brasileiro de Enfermagem. Florianópolis. 2000.
MORIN. Edgar. Os sete saberes necessários à educação do Futuro. São
Paulo. 2004.
LAROSA.M.A; AYRES.A.F. Como produzir uma monografia.Wak. Rio de
janeiro.2005.
RELVAS. Marta Pires. Neurociência e educação: potencialidades dos gêneros
humanos na sala de aula. Rio de Janeiro. Wak. 2009.
WWW.abenrio.com.br.- acesso em 17 de março de 2010.
WWW.vezdomestre.com.br. Ícone monografia.
WWW.portal.mec.gov.br/arquivo/pdf/ldb- acesso em 17 de março de 2010.
43
BIBLIOGRAFIA CITADA
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2. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior.
Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em
Enfermagem. Resolução CES n. 3, de 7 de novembro de 2001. Diário
Oficial da União, Brasília, seção 1, p. 37, 9 de novembro de 2001
3. BRASI. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº9.346/96,
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4. CALDEIRA, A.M..Avaliação e proceso de aprendizagem. Presença
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5. CANDAU. Vera Maria.Reinventar a escola. Rio de Janeiro:Vozes,2008.
6. DILLY.,C.M.L.; JESUS,M.C.P. Processo educativo em enfermagem: das
concepções pedagógicas à prática profissional. São Paulo, Robe. 1995.
7. FREIRE.Paulo.Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática
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8. ____________.Pedagogia do Oprimido: Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
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10. JUNIOR, M A F.Os reflexos da formação inicial da atuação dos
profissionais enfermeiros. Rev.Brasileira de Enfermagem.REBEn. Brasilia.
2008. Disponivel em HTTP<www.scielo.br> Acesso em 16 de março de
2010. 11. FIGUEREDO.N.M.A. Método e metodologia da pesquisa cientifica.São
Paulo. Difusão. 2004
44
12. HAIDT. Regina Celia Cazaux: curso de didática geral.São Paulo. Atica.
2003.
13. LIMA. Maria José. O que é Enfermagem. São Paulo. Brasiliense. 1993.
14. LIBÂNEO. José Carlos; Didática. São Paulo. Cortez. 1994.
15. MENEZES, L.C. de. Formar professores: tarefa da Universidade.
Universidade escola e formação de professores. São Paulo, Brasiliense.
1987.
16. SILVIA.K.L.Sena R.R. A formação do enfermeiro: Construindo a
integridade do cuidado. Rev. Bras. Enfermagem. 2006. Jul-ago: 59(4); 488-
91.
17. VILLA, E. A, Capacitação pedagógica: uma construção significativa para o
aluno de graduação. Ver. Latino americano de enfermagem. Ribeirão
Preto. Janeiro de 2001.
18. VALENTE,C.S.G. Ligia O.V. Da formação por competência à prática
docente reflexiva. Rev. Iberoamericana de Educaciõn. 2009.
ÍNDICE
45
FOLHA DE ROSTO
02
AGRADECIMENTO
03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - A formação do Enfermeiro no Brasil 10
1.1 A história do curso de enfermagem no Brasil 10
1.2 O perfil do formando egresso/ profissional 13
CAPÍTULO II - Áreas de atuação do Enfermeiro 16
2.1 O mercado de trabalho 16
2.2 A docência na enfermagem 18
2.3 O desafio de ser enfermeiro docente 21 CAPÍTULO III - O enfermeiro docente e seu processo de formação 23
3.1 Avaliação da grade curricular da graduação 23
3.2 A capacitação do docente como desafio profissional 26
CAPÍTULO IV – Apresentação e discussão dos dados 29
4.1 Caracterização dos sujeitos da pesquisa 29
4.2 Percepção dos docentes quanto à capacitação 30
pedagógica
4.3 Dificuldades didático pedagógica enfrentadas no 33
exercício da profissão
4.4 Contribuições positivas da graduação para a docência 36
CONCLUSÃO 38
ANEXOS 40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
BIBLIOGRAFIA CITADA 44
ÍNDICE 45
46
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: