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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE USO DA GARRAFA PET EM UM MEIO AMBIENTE SAUDÁVEL Por: Renato Luiz Soares Saldanha Orientador Prof. Ms. Francisco José de Jesus Carrera Niterói 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

USO DA GARRAFA PET EM UM MEIO AMBIENTE SAUDÁVEL

Por: Renato Luiz Soares Saldanha

Orientador

Prof. Ms. Francisco José de Jesus Carrera

Niterói

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

USO DA GARRAFA PET EM UM MEIO AMBIENTE SAUDÁVEL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Ambiental.

Por: Renato Luiz Soares Saldanha

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar e aos meus pais

e amigos pelo incentivo e ajuda.

Aos professores que sempre nos incentivaram para

sermos pessoas diferenciadas onde quer que

estejamos.

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DEDICATÓRIA

Dedico essa especialização aos meus pais, amigos

e a minha esposa, sem ela eu não teria conseguido

chegar até aqui, obrigado...

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RESUMO

Desde que o conceito de reciclagem surgiu, décadas atrás, a

preservação do meio ambiente é seu principal norte. Entretanto, o progresso

das técnicas viabilizou muitas atividades industriais, tornando a reciclagem

também uma alternativa de investimento e geração de trabalho e renda.

Utilizadas principalmente por indústrias de refrigerantes e sucos, as

garrafas PETs movimentam hoje um mercado que produz cerca de 9 bilhões

de unidades anualmente só no Brasil, das quais 53% não são reaproveitadas.

Com isso, cerca de 4,7 bilhões de unidades por ano são descartadas na

natureza, contaminando rios, indo para lixões ou mesmo espalhadas por

terrenos vazios. Entre 1995 e 2005, a produção de PET, o plástico

politereftalato de etila, para a fabricação de garrafas subiu de 120 mil

toneladas para cerca de 374 mil toneladas, alavancada principalmente pela

indústria de refrigerante.

No presente trabalho iremos discutir melhor sobre as formas de

reaproveitamento e reciclagem. Com certeza podemos fazer toda a diferença

se prestarmos um pouco mais de atenção no nosso meio ambiente.

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METODOLOGIA

Iremos procurar neste trabalho, entender melhor os novos meios

sustentáveis da reciclagem de garrafas PET, que até então, não são muito

bem aproveitados pela maior parte da população.

Procuraremos mostrar o quanto o meio ambiente precisa de

programas que façam a diferença.

Pesquisamos em jornais, revistas, artigos e na Internet novos meios

para aproveitamento de materiais que até então são descartados no meio

ambiente causando tanta poluição, e que poderiam estar gerando lucros sem

serem abandonados causando grandes transtornos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – RECICLAGEM 09

CAPÍTULO II – A IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM DAS EMBALAGENS PET 18

CAPÍTULO III – O SURGIMENTO DE NOVAS FORMAS PARA A RECICLAGEM 25

CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35

ÍNDICE 37

FOLHA DE AVALIAÇÃO 38

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INTRODUÇÃO

A introdução da embalagem de PET (polietileno tereftalato) no

Brasil, em 1988, além de trazer as indiscutíveis vantagens ao consumidor,

trouxe também o desafio de sua reciclagem, que nos fez despertar para a

questão do tratamento das 200 mil toneladas de lixo descartadas diariamente

em todo Brasil.

O polímero de PET é um poliéster, um dos plásticos mais reciclados

em todo o mundo devido a sua extensa gama de aplicações: fibras têxteis,

tapetes, carpetes, não-tecidos, embalagens, filmes, fitas, cordas, compostos,

etc.

A embalagem de PET quando reciclada tem inúmeras vantagens

sobre outras embalagens do ponto vista da energia consumida, consumo de

água, impacto ambiental, benefícios sociais, entre outros.

A etapa de transformação utiliza o material revalorizado e o

transforma em outro produto vendável, o produto reciclado. A etapa de

revalorização realiza a descontaminação e adequação do material coletado e

selecionado para que possa ser utilizado como matéria prima na indústria de

transformação.

A etapa de Coleta/Seleção é que representa o grande desafio da

reciclagem do PET pós-consumo. Milhões de dólares são gastos em logística,

distribuição e marketing para que no final das contas, nós consumidores

compremos produtos embalados em PET e levemos até nossas casas.

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CAPÍTULO I

RECICLAGEM

Reciclar significa transformar objetos, materiais usados em novos

produtos para o consumo. Esta necessidade foi despertada pelos seres

humanos, a partir do momento em que se verificou os benefícios que este

procedimento trás para o planeta Terra.

Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de

volta ao ciclo produtivo o que jogamos fora.

Para compreendermos a reciclagem é importante "reciclarmos" o

conceito que temos de lixo, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e

inútil em sua totalidade.

Grande parte dos materiais que vão para o lixo podem (e deveriam)

ser reciclados. Tendo em vista o tempo de decomposição natural de alguns

materiais como o plástico (450 anos), o vidro (5.000 anos), a lata (100 anos), o

alumínio (de 200 a 500 anos), faz-se necessário o desenvolvimento de uma

consciência ambientalista para uma melhoria da qualidade de vida atual e para

que haja condições ambientais favoráveis à vida das futuras gerações.

A Reciclagem é uma alternativa para amenizar o problema, porém, é

necessário o engajamento da população para realizar esta ação. O primeiro

passo é perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser reciclado deve

ser separado. Ele pode ser separado de diversas maneiras e a mais simples é

separar o lixo orgânico do inorgânico (lixo molhado/ lixo seco). Esta é uma

ação simples e de grande valor. Os catadores de lixo, o meio ambiente e as

futuras gerações agradecem. A produção de lixo vem aumentando

assustadoramente em todo o planeta.

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O lixo é o maior causador da degradação do meio ambiente e

pesquisas indicam que cada ser humano produz, em média, pouco mais que 1

quilo de lixo por dia. Desta forma, será inevitável o desenvolvimento de uma

cultura de reciclagem, tendo em vista a escassez dos recursos naturais não

renováveis e a falta de espaço para acondicionar tanto lixo.

Se hoje não tivermos uma postura e uma consciência ambiental,

reparando os danos causados ao meio ambiente e evitando novos desastres

ecológicos, a continuidade e a qualidade de vida estará comprometida. Este

sim seria o maior erro que a humanidade poderia cometer contra ela própria.

Por isso, prefira sempre adquirir produtos em embalagens

recicláveis. Elas economizam energia elétrica, poluem menos e utilizam menos

recursos naturais não renováveis para a sua fabricação. Veja a seguir o tempo

que cada material leva para se decompor:

LIXO Tempo de Decomposição Cascas de frutas De 1 a 3 meses Papel De 3 a 6 meses Pano De 6 meses a 1 ano Chiclete 5 anos Filtro de cigarro De 5 a 10 anos Tampa de garrafa 15 anos Madeira pintada 15 anos Nylon Mais de 30 anos Sacos plásticos De 30 a 40 anos Lata de conserva 100 anos Latas de alumínio 200 anos Plástico 450 anos Fralda descartável 600 anos Garrafa de vidro Indeterminado Pneu Indeterminado Garrafa de plástico (PET) Tempo Indeterminado Borracha Tempo Indeterminado Vidro 1 milhão de anos

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1.1 – O LIXO E O MEIO AMBIENTE

O tratamento do lixo é de suma importância para manutenção da

integridade da biosfera, pois garante a qualidade de vida para todos os seus

habitantes, sejam eles racionais ou não.

A reciclagem é uma vertente do desenvolvimento sustentável, pois é

um processo industrial que converte o lixo (industrial e doméstico) em matéria-

prima. A reciclagem é um processo que já vem sendo realizada pela Natureza,

com perfeição, a mais 4,6 bilhões de anos, desde que a terra iniciou sua

metamorfose, ou seja, se transformou de subproduto dos gases que vagavam

pelo universo em um lindo planeta azul.

Mas, o homem recentemente, e já a beira do desastre, é que

despertou para a importância do fato de que seus dejetos, largados sobre a

biosfera, deveriam ser tratados com mais responsabilidade e passou a

entender que não poluir e reciclar são atitudes primordiais para a sobrevivência

da espécie.

E se a raça humana pretende continuar existindo, deve economizar

energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo tudo o

que é jogado fora. A palavra reciclagem foi introduzida ao vocabulário

internacional no final da década de 80, quando foi constatado que as fontes de

petróleo e outras matérias-primas não renováveis, desde o inicio da revolução

industrial, estão em acelerado processo de esgotamento por: transformação

em bens de consumo, dejetos industriais, gás carbônico, etc. provocando o

efeito estufa, entre outras agressões ao meio ambiente.

Porém, frente aos problemas que se agravam, passou a existir um

entendimento global de que o lixo produzido pelo progresso acelerado da

sociedade humana, principalmente após a 2° Guerra Mundial, está

transformando-se em uma ameaça a vida no planeta.

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É um paradoxo interessante, pois o bem proporcionado a

humanidade pelo progresso acabou trazendo o mau para o meio ambiente e

coloca em risco a própria vida humana.

O problema da destinação final do lixo é conseqüência de um estilo

de vida baseado na aparente necessidade desenfreada de consumo contínuo

de produtos. Isso é uma tendência mundial. Só nos últimos 30 anos, toda a

quantidade de dejetos se multiplicou por três, principalmente por causa dos

restos de embalagens. O aumento e a intensidade da Industrialização são os

dois fatores principais de origem e produção desses resíduos, resultantes da

atividade diária do ser humano. Portanto, ao mesmo tempo em que o lixo é

inesgotável, os problemas de poluição gerados por ele ao meio ambiente são

irreversíveis se nada for feito para contê-los.

Além do fato de se estar produzindo mais e mais detritos, sem que

eles tenham o devido tratamento, está se explorando indiscriminadamente os

recursos naturais não renováveis. O nome disso é desperdício.

Portanto, ninguém vai poder falar que "não sabia" quando não

houver mais como sustentar os seus hábitos de consumo. Para o ambientalista

Vilmar Berna:

"Existem serviços de limpeza da prefeitura, mas as

pessoas estão sempre arrumando desculpas para

não ajudar. Em uma das atividades de limpeza feita

por voluntários ambientais na Baía de Guanabara

encontra-se desde sofá, fogão até tampa de

refrigerantes. Mas para mim, o desrespeito é o

mesmo: tanto de quem joga uma tampinha quanto

quem joga um sofá".

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O tão discutido Desenvolvimento Sustentável se encaixa

exatamente nesse contraponto: as atividades humanas sobre os recursos

naturais precisam ser planejadas de modo que se possa usufruir delas sem

correr o risco de que se acabe o que, um dia, já foi abundante. Segundo Paul

Hawken, autor de Capitalismo Natural: Criando a Próxima Revolução Industria

obra elogiada por personalidades como Bill Clinton e Fritjof Capra:

“É preciso que seja redesenhado um novo modelo

industrial a partir da ótica do zero desperdício em prol

da produtividade responsável, que preze pela

preservação ambiental”.

A reciclagem é a forma mais racional de eliminação de resíduos,

pois o material que foi uma vez descartado, volta para o ciclo de produção, o

que soluciona a controvérsia da superlotação nos aterros sanitários (onde são

enterrados os detritos). Para quem quiser argumentos econômicos, saiba que

a reciclagem de uma única latinha de alumínio propicia economia de energia

suficiente para manter uma geladeira por quase dez horas. E cada quilo de

vidro reutilizado evita a extração de 6,6 quilos de areia, prática com alto

impacto ambiental.

O reaproveitamento de um plástico que seja, ajuda a poupar

petróleo. Usar o verso dos papéis já escritos significa menos árvores

derrubadas. Logo, mais do que uma filosofia de vida, a reutilização pode ser,

de fato, um bom negócio à medida em que poupa dinheiro.

E você, mesmo sem sair de casa, pode colaborar ativamente com

essa causa com atitudes simples, que fazem parte do cotidiano. Para isso,

basta incorporar três "R" para o controle do lixo: reduzir, reutilizar e reciclar.

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Reduzir implica em evitar o consumo de tudo aquilo que é supérfluo.

Isso significa rejeitar produtos com embalagens plásticas e de isopor,

preferindo as de papelão que são recicláveis. Reutilizando depósitos de

plástico e vidros para outros fins é outra forma de ajudar. E reciclar consiste

em fazer coisas novas a partir de coisas usadas, o que reduz drasticamente o

volume de lixo, preservando os recursos naturais, poupando energia e

melhorando a qualidade de vida das populações. É, basicamente, seguir à

máxima de que, na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.

"E isso sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem

pertence à terra.

Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família.

Há uma ligação em tudo. O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da

terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus

fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo". Essas sábias palavras do

Chefe Seatlle ficam como um ensinamento do povo indígena para os brancos,

para que façam, ao menos, o mínimo já que não atingiram o nível de interagir

respeitosamente com o patrimônio natural que o Criador nos legou.

1.2 – O LIXO E A CIDADÂNIA

Nos primórdios, segundo a história, os primeiros homens eram

nômades, logo, moravam em cavernas; sobreviviam da caça e da pesca;

vestiam-se de peles e, formavam clãs, ou seja, compunha-se de uma

população minoritária em relação à existente no mundo atual. Quando a

comida começava a escassear, o clã se mudava de região a região e seus

lixos, deixados pra trás a cargo do meio ambiente, sendo decompostos sob a

ação do tempo.

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À medida que o homem foi civilizando-se passou a produzir peças

para promover seu conforto: vasilhames de cerâmica, instrumentos para a

caça e para o plantio, roupas mais apropriadas. Desenvolveu outros hábitos,

como construção de moradias, criação de animais, cultivo de alimentos, além

de se fixar como ser social, agora, de forma permanente. Entretanto, a

produção de lixo se fazia presente, conseqüentemente, ia aumentando, mas

ainda não se constituía como um problema mundial, por ser decorrente de uma

população inexpressiva diante do universo.

Naturalmente, esse desenvolvimento foi se acentuando

paulatinamente. E a população humana através dos séculos aumentava

gradativamente e, com o advento da revolução industrial possibilitou um salto a

produção em série de bens e de consumo, gerando uma problemática de

geração e o descarte de lixo tomou um grande impulso, ocasionando o início

do desequilíbrio atmosférico.

No entanto, esse fato não causou tanta preocupação, pois o que

estava em alta era o desenvolvimento industrial, não suas conseqüências. E foi

a partir da segunda metade do século XX que se iniciou uma reviravolta, ou

seja, a gênese da globalização. E foi nesse momento, que a humanidade

passou a se preocupar mais com o planeta, tanto pela abertura da camada de

ozônio e o aquecimento global, da Terra, despertou maior atenção da

população mundial sobre os acontecimentos no meio ambiente.

No entanto, o lixo tido como um vilão da natureza pode tornar-se um

indicador curioso no desenvolvimento sustentável na economia de uma nação.

Ao passo em que a economia fica acelerada, mais sujeira será produzida, o

que indica o crescimento de um país, aonde o consumismo torna-se cada vez

maior. Daí, o problema ganha uma proporção cada vez mais perigosa, diante

do perfil apresentado no lixo e o descarte do material industrializado.

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Portanto, na metade do século, a composição do lixo era

predominantemente de matéria orgânica, ou seja, de restos de comida. Com o

avanço tecnológico, materiais como plásticos, isopores, pilhas, baterias de

celular e lâmpadas se faz mais presente na coleta de lixo. Como exemplo, há

cinqüenta anos atrás, as fraldas de tecidos eram muito utilizadas nos bebês, e

não eram descartadas com freqüência, as sopinhas eram feitas em casa e o

leite mantido em garrafas reutilizáveis.

Hoje, o cenário curioso é gerado no condicionamento da vida de um

bebê moderno a começar pelo uso das fraldas descartáveis, da sopa em

potes, além do leite embalado em tetrapak (embalagens acondicionadas por

papelão e revestidas de alumínio) nem sempre são reciclados, sem contar com

os produtos de higiene; ao final de uma semana de vida, o lixo produzido por

um bebê equivale a um volume quatro vezes maior que o seu tamanho natural.

Um dos maiores problemas do lixo é o que a grande parte das

pessoas pensa: basta jogar o lixo fora e o problema da sujeira está

solucionado, não sabem que a partir daí se inicia o problema em relação ao

comprometimento do ecossistema.

Lixo é o nome comum dado aos resíduos sólidos, Isto é, são restos

das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis,

indesejáveis ou descartáveis. Alguns se apresentam no estado sólido, semi-

sólido ou semilíquido, ambos, participantes de conteúdos insuficientes para

que o líquido possa fluir sem ser pressionado na natureza. No entanto, nestas

circunstâncias de controle, como pode o ser humano ser considerado cidadão?

De acordo com a Constituição Cidadã, de 1988, ser cidadão, em

sua essência, é se respeitar e participar das decisões propostas por uma

sociedade para melhorar sua qualidade de vida e das outras pessoas. É nunca

se esquecer das pessoas que mais necessitam. A cidadania deve ser

divulgada através de instituições de ensino e, dos meios de comunicação para

promoção do bem estar comum e do desenvolvimento de uma nação.

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Ser cidadão, enfim, é ter consciência que se possa contemplar

como tal, um dos pontos que o constitui é de ser sujeito dotado de direitos e

deveres: direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade de direitos,

enfim, aos direitos civis, políticos e sociais. Mas este é um dos lados da

moeda. Cidadania pressupõe também, deveres.

O cidadão para cumprir sua cidadania tem de ser cônscio com suas

obrigações e responsabilidades, enquanto parte integrante de um grande e

complexo organismo que é a comunidade seja nação ou estado, e para um

bom funcionamento se faz necessário sua parcela de contribuição. E o objetivo

final dessa cidadania interage e se integra com a justiça em seu sentido mais

amplo, ou seja, o bem comum. E é através dessa conduta que se leva a

cidadania ao desenvolvimento sustentável de um país, pois, a educação de um

povo gera progresso.

A educação ambiental é de grande importância em relação ao

desenvolvimento sustentável de uma comunidade, estado ou nação. Nesse

paradoxo, pode-se afirmar que o lixo é tido como um vilão do meio ambiente,

quando não tratado dentro dos princípios ditados pelos estudos científicos.

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CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM DAS EMBALAGENS PET

2.1 – COMO SURGIRAM AS EMBALAGENS PET

Os materiais plásticos surgiram como resultado das tentativas dos

investigadores no sentido de inventar materiais sintéticos capazes de imitar ou

substituir materiais naturais. Na segunda metade do século passado, o

desenvolvimento da química orgânica e as noções de estrutura molecular, não

só ampliaram os conhecimentos sobre polímeros naturais, um dos maiores

constituintes dos seres vegetais e animeis, como abriram o caminho a

descoberta dos primeiros polímeros sintéticos.

A primeira amostra desse material foi desenvolvida pelos ingleses

Whinfield e Dickson, em 1941. As pesquisas que levaram à produção em larga

escala do poliéster começaram somente após a Segunda Grande Guerra, nos

anos 50, em laboratórios dos EUA e Europa. Baseavam-se, quase totalmente,

nas aplicações têxteis. Em 1962, surgiu o primeiro poliéster pneumático. No

início dos anos 70, o PET começou a ser utilizado pela indústria de

embalagens.

O PET chegou ao Brasil em 1988 e seguiu uma trajetória

semelhante ao resto do mundo, sendo utilizado primeiramente na indústria

têxtil. Apenas a partir de 1993 passou a ter forte expressão no mercado de

embalagens, notadamente para os refrigerantes. Atualmente o PET está

presente nos mais diversos produtos.

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A introdução da embalagem de PET (polietileno tereftalato) no

Brasil, em 1988, além de trazer as indiscutíveis vantagens ao consumidor,

trouxe também o desafio de sua reciclagem, que nos fez despertar para a

questão do tratamento das 200 mil toneladas de lixo descartadas diariamente

em todo Brasil.

O polímero de PET é um poliéster, um dos plásticos mais reciclados

em todo o mundo devido a sua extensa gama de aplicações: fibras têxteis,

tapetes, carpetes, não-tecidos, embalagens, filmes, fitas, cordas, compostos,

etc.

A embalagem de PET quando reciclada tem inúmeras vantagens

sobre outras embalagens do ponto vista da energia consumida, consumo de

água, impacto ambiental, benefícios sociais, entre outros.

A reciclagem de qualquer material pode ser dividida em:

- Coleta

- Seleção

- Revalorização e

- Transformação

A etapa de transformação utiliza o material revalorizado e o

transforma em outro produto vendável, o produto reciclado. A etapa de

revalorização realiza a descontaminação e adequação do material coletado e

selecionado para que possa ser utilizado como matéria prima na indústria de

transformação.

A etapa de Coleta/Seleção é que representa o grande desafio da

reciclagem do PET pós-consumo. Milhões de dólares são gastos em logística,

distribuição e marketing para que no final das contas, nós consumidores

compremos produtos embalados em PET e levemos até nossas casas.

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Nós fazemos a última etapa da distribuição levando-os dos

supermercados e lojas até nossas casas. Somente nas regiões metropolitanas

do Brasil são 15 milhões de domicílios, 50 milhões de pessoas e 6 bilhões de

embalagens de PET todo ano.

O correto equacionamento da logística reversa das embalagens

pós-consumo é que vai viabilizar a reciclagem de diversos materiais inclusive o

PET.

A logística reversa é o processo pelo qual o material reciclável será

coletado, selecionado e entregue na indústria de revalorização. Isto gera um

grande empasse, de quem é que paga a conta da logística reversa, não é a

indústria de embalagens, nem a indústria dos produtos embalados e nem a

prefeitura. Somos nós, eu, você e toda a sociedade seja como contribuinte, ou

seja, como consumidor. Hoje pagamos uma conta maior por não termos uma

logística reversa adequada, como é provado nos países como EUA, Austrália,

Japão e toda Europa.

O Brasil deixa de economizar 6 Bilhões de dólares por ano por não

reciclar os materiais presentes nas 200 mil toneladas de lixo gerados todos os

dias.

Ainda não estão contabilizados os custos de danos ambientais e

sociais. Urgente é a elaboração de uma política nacional de resíduos sólidos,

as ações estaduais e municipais para viabilização da logística reversa e o

fortalecimento da indústria de reciclagem no Brasil.

As embalagens de garrafas plásticas para bebidas (PET) são ideais

para o acondicionamento de alimentos, devido às suas propriedades de

barreiras que impossibilitam a troca de gases e absorção de odores externos,

mantendo as características originais dos produtos envasados. Além disto, são

leves, versáteis e 100% recicláveis.

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2.2 – RESÍDUOS URBANOS: DE ESQUECIDOS A VILÕES DA SOCIEDADE

O Brasil produz diariamente cerca de 149 mil toneladas de resíduos

sólidos, mas apenas 13,4 mil, ou 9%, são recicladas, segundo o Informe

Analítico da Situação da Gestão Municipal de Resíduos Sólidos no Brasil, do

Ministério das Cidades. O restante, 135,6 mil toneladas, é destinado a aterros

sanitários (32%), aterros clandestinos (59%) ou lançado diretamente nas ruas

e terrenos baldios, causando problemas ao meio ambiente e gerando sérios

riscos à saúde pública.

As embalagens de alimentos representam cerca de dois terços do

volume total de resíduos sólidos produzidos pela uma população brasileira, o

que representa um desperdício anual de R$ 6,3 bilhões, ou seja, 31.640

toneladas de material reciclável (ou reaproveitável), que é descartado.

Aumentou também a produção per capta de lixo, que passou de 500 gramas

para 1,2 kg por pessoa todos os dias no Brasil.

O PET é um dos plásticos mais questionados pelos movimentos

ambientalistas, sendo considerado o grande “vilão” dos resíduos sólidos

porque obstrui galerias, rios e córregos, prejudicando o sistema de drenagem

das águas das chuvas e agravando as conseqüências de enchentes.

O CEMPRE (2005) contabilizou que somente as regiões

metropolitanas do Brasil com 15 milhões de domicílios e 50 milhões de

pessoas, consumiram em 2004, 6 bilhões de embalagens PET. Para esta

instituição, o correto equacionamento da logística reversa das embalagens é

que vai viabilizar a reciclagem de diversos materiais, inclusive o PET. Como se

sabe, a degradação do resíduo plástico abandonado é extremamente lenta,

podendo levar décadas ou mesmo séculos.

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Como parte dos resíduos plásticos é composto por pequenos itens

dispersos e por plásticos com muitos contaminantes, devido à mistura com

resíduos orgânicos, o custo ambiental e econômico da separação e limpeza

destes materiais para a reciclagem é alto.

Diferente de outros tipos de refugos, os resíduos plásticos possuem

certas peculiaridades principalmente quanto à densidade e composição, que

dificultam a organização de uma infra-estrutura de coleta. A baixa densidade

aparente dos artefatos plásticos em relação a outros refugos é revelada pelo

volume que ocupam em relação ao seu peso nos resíduos urbanos.

Soma-se a isto, a grande contaminação com impurezas diversas

como areia e restos de alimentos em decomposição. Para viabilizar o aumento

nas quantidades recicladas, os plásticos em geral devem ser pré-compactados

já no descarte.

Enquanto em alguns países da União Européia esse embate levou a

legislação e a própria iniciativa empresarial a assumir como responsabilidade

sobre todo o ciclo de vida daquilo que gera, em outros países, permanece um

vácuo. No caso brasileiro, a própria sociedade, através de iniciativas como as

das cooperativas assume o ônus e alguns bônus da reciclagem.

2.3 – ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DAS GARRAFAS PET

O PET possui algumas características, como:

- absoluta transparência

- grande resistência a impactos

- maior leveza em relação às embalagens tradicionais

- brilho intenso

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Não é PET todos os plásticos que tenham sido fabricados através

de outro processo que não o de sopro. Os mais comuns são: baldes, bacias,

copos, cabides, réguas, apontadores, pentes, mangueiras, sacos, sacolas,

potes de margarina, filmes de PVC, entre outros.

A embalagem PET é 100% reciclável. A embalagem entregue para a

reciclagem deverá estar amassada, torcida, sem o ar e sem resíduos em seu

interior. No caso de garrafas, colocar de volta a tampa de rosca bem vedada,

para impedir a entrada do ar. Se a tampa não for de rosca, basta torcer ou

amassar bem a embalagem. Este procedimento é necessário, pois ainda não

existe amassador desenvolvido para compactar embalagens PET.

O processo de reciclagem do PET no Brasil é o mecânico, é o mais

utilizado e o mais comum. O processo de reciclagem mecânica de embalagens

plásticas para bebidas (PET) requer, em média, apenas 30% da energia

necessária para a produção de matéria-prima.

2.4 – CURIOSIDADES SOBRE AS EMBALAGENS PET

- 68% de todo refrigerante produzido no país é embalado em

garrafas PET.

- 1 kg de garrafas PET equivale: 16 garrafas de 2.5 litros ou 20

garrafas de 2.0 litros ou 24 garrafas de 1.5 litros ou 26 garrafas de 1.0 litro ou

36 garrafas de 600 ml. (Fonte: TOMRA/LATASA - Reciclagem S.A.)

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- A embalagem monocamada de PET, já utilizada por países como

EUA e França, é aquela que permite que o PET reciclado entre em contato

direto com alimentos e bebidas. Essa tecnologia é conhecida pela sigla URRC

e é capaz de descontaminar PET pós-consumo, através de um sistema de

superlavagem que assegura ao reciclado o mesmo nível de limpeza da matéria

prima virgem. No Brasil, ainda não há previsão para a fabricação desse tipo de

embalagem multicamada de PET, ou seja, aquela que se assemelha a um

“sanduíche” composto de 3 camadas, sendo 2 de plástico reciclado, que nunca

entra em contato com o alimento ou outro produto que embala.

O gráfico, a seguir, mostra que o maior mercado para o floco de

PET reciclado é a produção de fibras para a indústria têxtil (Fonte ABEPET):

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CAPÍTULO III

O SURGIMENTO DE NOVAS FORMAS PARA A RECICLAGEM

3.1 – TECNOLOGIA SUBSTITUI COMPENSADOS PARA LAJES

O uso de formas plásticas com 50% de material reciclado (garrafas

PET) na estrutura de prédios é uma maneira eficiente de reduzir a quase zero

a quantidade de madeira empregada numa obra. É o que afirma o engenheiro

Luiz Edmundo Pereira, sócio-diretor da Premag/Impacto Rio, que adota a

técnica ecologicamente correta desde 2007.

Produzido pela empresa no Ceará – a partir de garrafas PET

recolhidas por cerca de mil catadores da região – o chamado “plasterit”

substitui os compensados de madeira tradicionalmente utilizados como suporte

para a confecção de laje plana “tipo cogumelo” (que é feita de concreto

protendido, não necessitando de vigas). O uso do plasterit na construção civil

evita o desmatamento e ainda a queima de madeira, já que os compensados

tradicionais têm pouca durabilidade e são, posteriormente, queimados. A

tecnologia também dá um destino útil às garrafas PET, tão nocivas à natureza.

Essa concepção estrutural, aliada ao uso das formas plásticas com

material reciclado e de peças metálicas, reduz o gasto de madeira a

praticamente zero, numa edificação – afirma Pereira, lembrando que a

tecnologia com material reciclado rendeu à Promag/Impacto Rio o prêmio Top

Imobiliário 2009 da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado

Imobiliário (Ademi – Niterói), na categoria sustentabilidade ambiental.

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Segundo o engenheiro, o emprego do plasterit na estrutura dos

prédios também é mais econômico, pois os compensados do material podem

ser reutilizados várias vezes (eles apenas dão suporte à laje, bem como as

estruturas metálicas, e todos são retirados após alguns dias). O resultado é

uma economia de 15% no valor da estrutura do prédio.

A Premag/Impacto Rio já ergueu seis edificações com essa

tecnologia no estado (todas em Niterói), e há mais cinco em construção: duas

em Niterói, duas em Rio das Ostras e uma em Macaé. Entre elas, a do

Hospital Icaraí, na Marquês do Paraná e o prédio residencial La Brisa, na Praia

de Piratininga.

Nesta obra, deixamos de utilizar de 60 a 70 metros cúbicos de

madeira, o que representaria o desmatamento de dezenas de árvores.

Optamos por fazer uma obra ecologicamente perfeita e correta – diz Ronaldo

Gabry, presidente da construtora Equipe Projetos Construções, responsável

pelo La Brisa.

3.2 – MOAGEM, LAVAGEM E DESCONTAMINAÇÃO DE PET

As linhas de moagem, lavagem e descontaminação de PET

começaram a ser comercializadas no Brasil em meados de 1995.

O grande "boom" deste mercado começou a ocorrer em meados de 1999,

época em que aumentou em muito o número de linhas de lavagem e

descontaminação de PET.

Assim como no caso dos outros plásticos o PET é coletado na sua

grande maioria junto a sucateiros, que normalmente por falta de uma política

adequada aos resíduos ainda os retiram de lixões.

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Como qualquer material, as condições de obtenção do material que

se pretende moer e lavar, influência muito na qualidade final do produto.

Existem também as chamadas "reverse vending machines", que são máquinas

onde pode-se depositar as garrafas PET vazias trocando-as por cupons que

dão direito a um determinado valor.

As RVM's são consideradas uma grande promessa no mercado de

coleta de materiais, pois podem ser colocadas em postos de gasolina,

supermercados, shoppings etc. O grande problema da reciclagem do PET

ainda reside na coleta incipiente do material.

Segundo a ABEPET - Associação Brasileira dos Fabricantes de

Embalagem de PET, que congrega também os recicladores, a reciclagem tem

alcançado índices muito satisfatórios dada às dificuldades apresentadas.

De acordo com informações divulgadas pela ABEPET o Brasil

reciclou em 1999 50 mil toneladas de PET, contra as 40 mil de 1998.

Porém ainda estamos longe de resolver o problema do descarte adequado

deste material.

A associação através de uma série de iniciativas busca

insistentemente equacionar este problema, ajudando a promover a coleta e

desenvolver projetos que beneficiem a reciclagem do PET.

Apresentamos a seguir uma linha básica de reciclagem de PET, bem como a

descrição do processo; e o esquema apresentado serve como modelo nas

principais recicladoras espalhadas pelo País. É certo que alguns fogem deste

Layout e acabaram adequando os seus processos em função da qualidade do

material recebido.

Ao material obtido após este processo damos o nome de "flake",

são pequenos flocos de PET que posteriormente serão reutilizados na cadeia

de transformação.

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Segundo dados da ABEPET, os produtos obtidos a partir do PET

em flakes e percentual de aplicação de materiais reciclados estão assim

divididos:

41% (fibra de Poliéster)

16% (não tecidos)

15% (cordas)

10% (resina insaturada)

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Esquema de funcionamento básico de uma unidade de moagem,

lavagem e descontaminação de PET:

1-O PET chega em fardos que são desfeitos e depositados na esteira de

entrada.

2-Passa por uma peneira rotativa, normalmente com utilização de água

(separa pedras e outras sujeiras menores).

3-Passa por uma esteira de separação, onde é feita uma inspeção visual.

4-Em seguida é feita a primeira moagem no material de onde é extraído, para

em seguida passar aos tanques.

5-Nos tanques separam-se os rótulos e tampas; e o material passa por uma

descontaminação.

6-É feita uma segunda moagem passando o material por um lavador e

secador, em seguida passando para o silo de onde é retirado em "big-bags",

estando pronto para ser granulado ou enviado para outras indústrias.

A maioria das linhas está projetada para capacidades entre 500 e

600 kg por hora, que definem uma produção média de aproximadamente 100

toneladas/mês de material.

O PET começa a demonstrar toda sua rentabilidade a partir de 100

toneladas/mês, e assim como o que acontece com linhas de revalorização de

outros tipos de plásticos, o ideal é pensar em um negócio que preveja a

granulação do material, que no caso do PET é mais cara ainda devido ao

processo de secagem do material.

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Veja abaixo algumas maneiras que podemos reutilizar as

garrafas PET.

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CONCLUSÃO

Além de desafios de natureza sócio-econômica, a reciclagem tem

também forte impacto nas estratégias gerenciais, exigindo novas configurações

das relações que se estabelecem na cadeia de produção, consumo e

reutilização de materiais, trazendo à tona uma necessidade de repensar a

atuação e o papel da empresa frente a este cenário.

A reciclagem mecânica, principal processo utilizado no Brasil na

cadeia reversa do PET, tem como principais vantagens: acessibilidade a

pequenas e médias empresas, dado ao fato de ser uma tecnologia de fácil

absorção, marcada pela baixa intensidade tecnológica; menor necessidade de

mão-de-obra qualificada; e pequeno aporte de investimento demandado.

Além disso, a reciclagem mecânica permite a reutilização do PET

para um número variado de produtos e voltado a um mercado consumidor de

amplo aspecto, indo de baldes, vassouras, até roupas, materiais construtivos,

que por sua vez apresentam um ciclo de vida mais longo do que as

embalagens.

No âmbito da indústria de transformação, uma das dificuldades é o

tabu quanto à utilização do material reciclado, dificultando a abertura de novas

oportunidades de compra entre empresas aplicadoras que utilizam o PET para

produtos de uso final, tais como tecidos. Além disso, a baixa confiabilidade da

origem do reciclado, a indiferença entre matéria-prima virgem e reciclada e a

pouca preocupação com o eco-design são obstáculos à expansão da cadeia.

A reciclagem no Brasil enfrenta muitos problemas e, por essa razão,

apesar do seu rápido crescimento na última década, precisa superar alguns

desafios de forma a se ampliar para níveis mais avançados em direção à

sustentabilidade. As principais dificuldades com a coleta de PET dizem

respeito à separação por coloração e tipo, face a seus múltiplos usos e

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aplicações, e à contaminação por outros materiais plásticos, além de cola e

sujeira.

Além disso, a presença de atravessadores, os chamados

“sucateiros”, dificultam o avanço da qualidade do processo produtivo, quer seja

na qualidade e confiabilidade de entrega da coleta, quer seja pela forma

precária da força de trabalho envolvida (os catadores), com nítidos obstáculos

à sua maior profissionalização. Soma-se a isso as poucas iniciativas de coleta

seletiva, em comparação com o universo urbano no país. Por fim, é urgente

uma revisão das políticas públicas tanto em termos tributários, quanto da

gestão dos resíduos urbanos.

Apesar destas dificuldades a reciclagem do PET tem fortes apelos

nas dimensões ecológica e econômica, além do seu papel social no Brasil. A

importância dos catadores como agentes da reversão das embalagens dos

produtos consumidos torna mais amplo o alcance e a viabilidade dos volumes

reciclados. Além disso, sua presença cotidiana nas metrópoles traz

importantes desdobramentos quanto à educação e à ampliação da consciência

ambiental.

Além disso, a discussão sobre a política de resíduos sólidos precisa

evoluir visando o incentivo econômico para a reciclagem. A indústria precisa

colaborar evitando a descontinuidade de compra, incentivando a capacitação

de catadores, reduzindo intermediários e aumentando o valor do produto. Do

outro lado o setor público pode atuar no sentido de implantar boas práticas

como a coleta seletiva, além dos incentivos à organização de cooperativas de

catadores.

Desta forma, é necessário maior investimento em informação e

tecnologia. Levar ao grande público o conhecimento sobre a reciclagem dos

materiais, informando sobre como proceder para o correto descarte das

embalagens. Desenvolver tecnologias que permitam materiais mais fáceis de

reciclar, inofensivos e inertes, para proteção do meio ambiente é outra

importante frente de ação.

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Mas parece evidente que o setor privado não consegue organizar-se

sozinho para esta atividade na escala desejável. O alcance de bons resultados

nesse setor, também, depende de se investir em etapas anteriores e

posteriores à reciclagem, ou seja, na coleta seletiva e no mercado para o

produto reciclado. A atuação conjunta do governo, universidades, organizações

não-governamentais e empresas pode criar um incentivo para o avanço da

reciclagem no país.

A reciclagem do PET tem muitos benefícios, como:

- redução do volume de lixo coletado, que é removido para aterros

sanitários, proporcionando melhorias sensíveis no processo de decomposição

da matéria orgânica (o plástico impermeabiliza as camadas em decomposição,

prejudicando a circulação de gases e líquidos);

- economia de energia elétrica e petróleo, pois a maioria dos

plásticos é derivada do petróleo, e um quilo de plástico equivale a um litro de

petróleo em energia;

- geração de empregos (catadores, sucateiros, operários, etc.)

- menor preço para o consumidor dos artefatos produzidos com

plástico reciclado aproximadamente 30% mais baratos do que os mesmos

produtos fabricados com matéria-prima virgem.

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Diversos produtos podem ser produzidos a partir da reciclagem do PET,

como:

- indústria automotiva e de transportes - tecidos internos

(estofamentos), carpetes, peças de barco;

- pisos - carpetes, capachos para áreas de serviços e banheiros;

- artigos para residências -enchimento para sofás e cadeiras,

travesseiros, cobertores, tapetes, cortinas, lonas para toldos e barracas;

- artigos industriais - rolos para pintura, cordas, filtros, ferramentas

de mão, mantas de impermeabilização;

- embalagens - garrafas, embalagens, bandejas, fitas;

- enfeites-têxteis, roupas esportivas, calçados, malas, mochilas,

vestuário em geral;

- uso químico - resinas alquídicas, adesivos.

Embora o lixo seja considerado uma grande ameaça à vida, verifica-

se que é possível minimizar seus impactos, ao se adotar medidas preventivas,

abandonando práticas de consumo exagerado ou então, conscientizando a

população, seja em relação ao destino ou às formas de reciclagem do lixo

gerado. Assim, é necessário que governo e sociedade assumam novas

atitudes, visando gerenciar de modo mais adequado a grande quantidade e

diversidade de resíduos que são produzidos diariamente. Estas práticas não só

reduzirão o volume de resíduos produzidos diariamente, mas também

permitirão o exercício de reuso, culminando num melhor gerenciamento dos

resíduos. São atitudes simples e viáveis que podem ser incorporadas cada vez

mais, a fim de proteger o ar, o solo e a água, trazendo como conseqüência

melhores condições de saúde humana, qualidade de vida e saúde ambiental.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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- DIAS, Marcos L; PACHECO, Elen B.A.; NASCIMENTO, Christiane R.; SILVA, Suédina R.; FERNANDES,Maria J. A. Uso de aditivos para melhoria das propriedades físicas de PET. Rio de Janeiro: Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.

- CEMPRE – Compromisso Empresarial para a Reciclagem. Reciclagem de PET no Brasil. Disponível em: www.ambientebrasil.com.br - acesso em 23/06/10.

- CARMO, Maria S. F., OLIVEIRA, José A. P., MIGUELES, Carmem P. A semântica do lixo, o estímulo à reciclagem e o trabalho dos catadores do Rio de janeiro: um estudo entre significado e açâo econômica. ENGEMA – Encontro Nacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente. In: Anais ... São Paulo, 2003.

- www.adamantina.sp.gov.br – acesso em 25/06/2010

- MANZINI, Ezio,VEZZOLI, Carlo. O desenvolvimento de produtos sustentáveis: os requisitos ambientais dos produtos industriais.São Paulo: Edusp, 2002.

- www.saberpensar.jimdo.com – acesso em 25/06/2010

- www.meumundosustentavel.com – acesso em 27/06/2010

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- www.abepet.com.br/noticia - acesso 28/06/2010

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- www.abipet.org.br - acesso em 28/06/2010

- www.reciclaveis.com.br/noticias - acesso em 28/06/2010

-www.comperjagenda21.com.br/noticias/reciclagem-de-garrafas-pet-aumenta-no-brasil – acesso em 29/06/2010

- www.sebrae-sc.com.br/novos_destaques/oportunidade - acesso em 29/06/2010

- www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano – acesso em 29/06/2010

- http://www.reciclaveis.com.br/noticias - acesso em 29/06/2010

- www.fatorambiental.com.br – acesso em 30/06/2010

- www.estadao.com.br – acesso em 30/06/2010

- www.blogbrasil.com.br – acesso em 02/07/2010

- www.suapesquisa.com/reciclagem - acesso 02/07/2010

- www.webartigos.com/articles/16750/1/A-Importancia-da-Reciclagem - acesso em 02/07/2010

- www.corpus.com.br/artigos/reciclagem_plastico.htm - acesso em 02/07/2010

- RODRIGUES, J.C. A Cultura do Lixo e suas Angústias. In: Falas em Torno do Lixo. Rio de Janeiro, Co-Edição Nova – ISER – Pólis. 1992.

- www.cenedcursos.com.br/lixo-consequencias-desafios-e-solucoes - acesso em 02/07/2010

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Reciclagem 09

1.1 – O lixo e o Meio Ambiente 11

1.2 – O lixo e a Cidadania 14

CAPÍTULO II

A importância da Reciclagem das Embalagens PET 18

2.1 Como Surgiram as Embalagens PET 18

2.2 Resíduos Urbanos: De esquecidos a Vilões da Sociedade 21

2.3 Algumas Características das Garrafas PET 22

2.4 Curiosidades Sobre as Embalagens PET 23

CAPÍTULO III

O Surgimento de Novas Formas para a Reciclagem 25

3.1 Tecnologia Substitui Compensados para lajes 25

3.2 Moagem, Lavagem e Descontaminação de PET 26

CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35

ÍNDICE 37

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes – Projeto A Vez do

Mestre

Título da Monografia: Uso da garrafa PET em um meio ambiente saudável Autor: Renato Luiz Soares Saldanha

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: