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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
ARTETERAPIA NA TERCEIRA IDADE:
O QUE A ARTE PODE FAZER PELO IDOSO?
ÁUREA MARIA DOS SANTOS DURRA
ORIENTADORA: PROF ª. Ms. FABIANE DA SILVA MUNIZ
RIO DE JANEIRO - RJ SETEMBRO / 2004
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
Trabalho monográfico apresentado comorequisito parcial para obtenção do Grau deEspecialista em Arteterapia em Educação eSaúde.
RIO DE JANEIRO - RJ SETEMBRO / 2004
ARTETERAPIA NA TERCEIRA IDADE:
O QUE A ARTE PODE FAZER PELO IDOSO?
ÁUREA MARIA DOS SANTOS DURRA
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus em primeiro lugar, por permitir ir
em busca dos meus “sonhos”.
A minha mãe por ter me dado a vida e todas as
possibilidades.
Ao meu marido o meu grande amigo e colaborador,
que foi o meu maior incentivador.
Aos meus professores que me enriqueceram com
suas sabedorias, engrandecendo a minha pós-
graduação.
A supervisora da monografia por sua orientação.
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DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia ao meu marido e meusfilhos que sempre me incentivaram a ir em busca demeus sonhos. Ä Maria que convive conosco hä 21 anos. Aos idosos do grupo Arteterapia do Centro deSaúde Ernesto Zeferino Jünior.
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RESUMO
A Arteterapia é um processo, é de grande importância para terceira
idade, chegando até mesmo a ser fundamental.
É importante saber que para envelhecer satisfatoriamente é necessário
desenvolver a capacidade criativa, movimentar o corpo e estimular a mente.
O processo arteterapêutico tem muita importância na vida do idoso,
porque permite a proximidade com o universo interior e a relação com o mundo
ampliando a compreensão da consciência, o que nos permite maior flexibilidade
no olhar, criar e melhor direcionar atitudes e pensamentos. O idoso precisa
encontrar novas formas de “encantamento”.
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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 06
CAPÍTULO I
ARTETERAPIA: O QUE É MESMO ARTETERAPIA? 07
CAPÍTULO II
TERCEIRA IDADE 13
CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DA ARTETERAPIA NA VIDA DO IDOSO 18
CAPÍTULO IV
PESQUISA DE CAMPO 21
CONCLUSÃO 25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 27
ÍNDICE 28
ANEXOS 30
FOLHA DE AVALIAÇÃO 32
7
INTRODUÇÃO
A ampliação do tempo de vida das pessoas, exige de parte da
sociedade a adoção de mecanismos e sistemas que permitam a constante
preservação e aumento da qualidade de vida desta camada da população.
“Em 1950, o país tinha dois milhões de idosos, hoje já possui 16
milhões e a projeção é que tenha 32 milhões em 2020”. (Jornal O Globo,
11/01/04, pág 17). Face a isto foi criado o estatuto do idoso, que diz em seu artigo
3o:
“É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público, assegurar ao idoso com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e a convivência familiar e comunitária”.
Será que estamos preparados para cumprir com essas obrigações? O
que fazer para se obter uma longevidade promissora? Infelizmente, ao contrário
de outras cidades, o Rio de Janeiro não se preparou para garantir a qualidade de
vida para os idosos. Apontada por uma pesquisa americana publicada na revista
"American Scientist" como a capital mundial da solidariedade, a cidade do Rio de
Janeiro ainda não está preparada para respeitar seus idosos. Das cinco mil
denúncias encaminhadas à Delegacia Especial de Atendimento a Terceira Idade
em 2003, 60% eram de maus tratos, e justamente no Rio, a cidade mais idosa do
país com 12,83% de sua população acima de 60 anos. Em razão dessas
estatísticas que devemos redobrar nossas preocupações e procurar garantir uma
melhor qualidade de vida aos idosos.
8
CAPÍTULO I
ARTETERAPIA: O QUE É MESMO
ARTETERAPIA?
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Existem inúmeras possibilidades de conceituar Arteterapia. Uma delas é
considerá-la como processo terapêutico decorrente da utilização de modalidades
expressivas diversas, que servem à materialização de símbolos. Estas criações
simbólicas expressam e representam níveis profundos e inconscientes da psique,
configurando um documentário que permite o confronto, no nível da consciência
destas informações, propiciando insights e posterior transformação e expansão de
estrutura psíquica. Uma outra forma de dizer poderá ser, simplesmente, terapia
através da arte. Embora seja necessário localizar com muito cuidado de que é
mesmo que se fala quando se emprega a palavra arte, pois neste contexto arte
referencia - o processo expressivo - da forma mais ampla e abrangente que se
puder empregá-lo. Não haverá assim, a preocupação estética e com técnicas,
sendo privilegiada a possibilidade de expressão e comunicação, o resgate e
ampliação de possibilidades criativas.
O universo dominante em Arteterapia é o da sensorialidade e da
materialidade; texturas, cores, formas, volumes, linhas. Portanto integrar-se e
movimentar-se neste universo requer atenção e preparo.
A Arteterapia é uma aplicação terapêutica que possibilita o auto-
conhecimento, reformulações, fortalecimento e reconstrução interior. Ela pode ser
útil em todas as fases da vida, independente da faixa etária, auxiliando na
conscientização de nossas reais potencialidades, no equilíbrio emocional,
eliminando o "stress" e aumentando a auto-estima o que acaba resultando numa
relação melhor com o mundo externo.
Esther Dreifuss, psicóloga e artista que trabalha na universidade de
Zurich destaca a importância da arte no tratamento de adultos atingidos pelo câncer.
A importância da Arteterapia para esses pacientes está na possibilidade de
transformação do processo de luto e na estabilização do eu ameaçado através de
uma expressão criadora (1981). Para esses pacientes, a Arteterapia pode ser um
auxiliar importante e agradável para que eles se reaproximem de seu mundo
interno. Tomar posse do seu verdadeiro eu, encontrar meios de se reorganizar e
assim canalizar todas as suas energias na busca de uma melhor qualidade de vida.
10
1.1. DINÂMICA DE GRUPO: SURGIMENTO, DEFINIÇÃO E
OBJETIVOS.
A expressão Dinâmica de Grupo surgiu pela primeira vez num artigo
publicado por Kurt Lewin em 1944, onde tratava da relação entre teoria e prática
em Psicologia Social.
Na Dinâmica de Grupo o comportamento e as atitudes individuais serão
mudados num trabalho de grupo, isto porque, os participantes se sentirão
profundamente sensibilizados por aquilo que acontecerá por sentirem e por
observarem processos que eles aprenderão a conceituar (Livro SOS Dinâmica de
Grupo - autor Albigenor e Militão - Editora - Qualitymark).
1.1.1. Tipos de Dinâmicas e Suas Características
a) Dinâmica de Apresentação;
b) Dinâmica de Integração e Conhecimento;
c) Dinâmica de Sensibilização;
d) Dinâmica de Reflexão e de Aprofundamento;
e) Dinâmica de Aquecimento e Recreação;
f) Dinâmica de Aprendizagem;
g) Dinâmica de Desafios;
h) Dinâmica de Avaliação;
i) Estórias e Fábulas, e;
j) Dinâmica de Relaxamento
No nosso trabalho com o grupo de idosos, foi utilizadas dinâmicas mais
direcionadas a terceira idade, que apresentaram excelentes resultados, tais como:
X Linha da vida;
X Conquistando sonhos;
X A felicidade de ter amigos;
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X Construindo sentimentos;
X Máscaras;
X Sons e Cores;
X Segredos;
X Datas festivas;
X Lembranças da infância;
X Buscas e perdas;
X Avós dos tempos atuais;
X Contos de fadas.
1.2. LINGUAGEM DE MATERIAIS.
1.2.1. O Material Seco
Por material seco entendemos a utilização de toda modalidade de
lápis, os pastéis, as canetas hidrográficas, os gizes de cera etc...
Estes materiais constituem-se em elementos fáceis de ser manuseados
e controlados tanto por iniciantes no trabalho, quanto portadores de deficiências
para os quais a ação mecânica com elementos fluidos torná-se difícil.
1.2.2. As Tintas
Por ser material essencialmente fluído, ou liquefeito, proporciona um
excelente material para a manifestação das emoções. Contudo, por sua
característica primordial de ser um elemento líquido produz certa dificuldade para
ser controlado.
Aquarela - De todas as classes de tintas, a aquarela constitui-se num
material caro, de muito difícil manipulação, e impossível de serem consertados os
erros surgidos por seu uso.
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Por também apresentar a característica de ser transparente, como a
caneta hidrocor, ela não oferece poder de cobertura, mas fornece efeitos
fantástico de luz, sombra e, claro de transparência.
Tinta em Pó - É um material barato de custeio, encontrado também em
casas especializadas em pinturas de ambientes, (pó tipo xadrez), mas de difícil
manuseio.
Tinta para Pintura a Dedo – Por apresentar-se com uma textura grossa,
é um material de uma excelente performance tátil, pois possibilita o ajuste ou
coordenação motora necessária frente a dosagem a ser usada no trabalho, de
maneira que a quantidade de tinta saída do recipiente esteja de acordo com o
resultado pretendido.
1.2.3. Materiais Tridimensionais
Os materiais tridimensionais constituem-se de um poderoso recurso
para a manifestação de experiências interiores, principalmente os mais maleáveis.
Etmologicamente a ação de esculpir significa entalhar, cortar, gravar.
Fato que remete a discussão de ser um ato pelo qual são estampados, impressos
sentimentos fortes, como os de raiva por exemplo, que encontram um campo de
manifestação de sua energia, ou campo de tensão, quando estão associados ao
material a ser usado.
Plastilina e Massa de Modelar Industrializada - Fáceis de manuseio,
são baratas, não fazem sujeiras, porém não são práticas para trabalhos de
maiores proporções. Portanto seu campo de aproveitamento fica restrito a
pequenas execuções. Fato que restringe sua ação junto com adultos, por
considerar este material restrito ao uso infantil, provocando rejeição as propostas
de trabalho.
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Argila - Material mais próximo de um sentido visceral, devido seu
aspecto, traz em si uma modalidade de ênfase ao trabalho com as mãos como
propulsoras de imagens de experiências mais fortes, mais viscerais, que
usualmente encontram-se dificultadas na sua expressão, verbalização, devido à
interferência da consciência do ego.
As Sucatas - Por sucatas temos diversos materiais, tais como rolo de
papel higiénico, caixas de fósforos, pedrinhas, tecidos, pregos, fitas,
etc...,apresentados em diversidades de texturas e de meios para fixá-los, em
pequenos trabalhos ou em projetos de grandes dimensões como as atuais
instalações.
1.2.4. Colagem
Qual o papel da colagem na 3a idade? Apesar dos diversos materiais
utilizados na Arteterapia enfatizaremos a colagem, excelente no trabalho com
idosos.
O trabalho com colagem feito através da escolha de imagens
selecionadas em revistas, jornais ou em outros, acrescido da tarefa de ordenação
das mesmas, pode trazer para o ambiente arteterapeutico um bom clima
estabelecimento de vínculos mais firmes para com as futuras tarefas realizadas
com outros materiais.
Materiais utilizados na colagem: jornal, folhas de revistas, crepom.
Materiais diversos (plástico, embalagem de ovos, folhas de árvore, casca de ovo,
sementes diversas, fios, barbantes, tecidos, materiais flexíveis (rendas, sutaches,
penas e fitas).
Temos de nos preocupar em adequar as técnicas a terceira idade, pois
à de se respeitar os comprometimentos clínicos dessa faixa etária, deixando-os
bem a vontade no manuseio dos materiais, para que seja "algo agradável e
prazeiroso".
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CAPÍTULO II
TERCEIRA IDADE
15
2.1. ASPECTOS FÍSICOS
Problemas comuns na terceira idade, que são os desafios da geriatria.
Imobilidade: Incapacidade dos idosos de satisfazer seus desejos por
seus próprios meios de locomoção. Segundo o coordenador médico do Programa
devalorizacão do Envelhecer (Prove), da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), José Elias Soares Pinheiro, a imobilidade pode até mesmo mascarar o
resultado de estatísticas, já que impede a pessoa de frequentar unidades de
serviços médicos e outros locais considerados nos estudos.
Instabilidade Postura: A falta de eqüilíbrio leva freqüentemente a
quedas. Problema de labirintite, por exemplo.
Incontinência: Perda involuntária de urina e fezes que podem constituir-
se num problema social e ou higiénico. Acaba levando ao afastamento do
convívio social porque o idoso, envergonhado, opta pela reclusão ou é transferido
para uma instituição.
Insuficiência Cerebral: Grupo de doenças que comprometem as
funções do cérebro e causam perda de memória, irritabilidade e outros sintomas,
que devem ser investigados.
Iatrogenia: É fruto do desconhecimento das causas de várias
patologias comuns na terceira idade pela medicina.
Preparando a Casa para Receber o Idoso: A terapeuta ocupacional
Paula Travassos, coordenadora do Instituto de Gerontologia da Universidade
Candido Mendes, destacou que o modelo mais indicado de assistência ao idoso é
o atendimento domiciliar. Indo à residência pode-se ver a dinâmica familiar,
observar se a casa está adequadamente organizada para os cuidados com o
idoso, conhecer os problemas e as situações que se vai enfrentar no atendimento
16
a ele afirmou a terapeuta, acrescentando que uma simples visita ou um simples
olhar de alguém treinado pode ajudar muito o idoso.
2.2. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS
A integração do idoso em diversos programas sociais e culturais, tais
como: bailes, oficinas de teatro, de arte de um modo geral, muito contribui para
elevar a auto-estima.
Portanto, o velho que consegue restabelecer o reconhecimento de seu
valor corporal estará contribuindo também para o seu restabelecimento como ser
social, tendo o direito em continuar sua caminhada rumo a novos aprendizados.
Através da interação social realizada pelo indivíduo muitas
transformações ocorrem e o significado de cada ação efetivada possibilitará a
cada um construir novos laços de realização, novas formas de compartilhar o
aprendizado com outros indivíduos. (Livro-Envelhecer: histórias, encontros,
transformações - Monteiro, Pedro Paulo Editora - Autentica, 2003).
2.3. IDOSOS NA FAMÍLIA
A família brasileira está preparada para cuidar bem seus idosos?
Nos países desenvolvidos, há uma cultura de que quando o idoso passa a
ser dependente é levado para uma instituição, sem que isso seja um problema.
Mas nestes países há um controle rígido das instituições e recursos
humanos bem preparados o que garante que o idoso seja medianamente bem
assistido. No Brasil e em toda América Latina não há esta cultura, tanto por
preconceito como por falta de instituições com padrões mínimos de atendimento.
Então o idoso está prioritariamente dentro da família, que o trata bem até onde
17
pode suportar. O estatuto do idoso em vigor em nosso país desde janeiro de
2004, diz que é obrigação da família, da sociedade e do Poder Público assegurar
ao idoso o necessário para que tenha uma vida digna-inclusive convivência
familiar e prever punição para quem o desrespeitar. A família brasileira entende
até por amor e solidariedade que oidoso deve ficar em casa. Mas o que acontece
se o idoso for vítima de um acidente vascular, por exemplo, e ficar incapacitado e
precisar de reabilitação? Há centro no Brasil em que se possa deixar esta pessoa
durante o dia e pegá-la à noite? Não. Quem vai cuidar deles em casa é uma
pessoa capacitada? Não. Então depende de que família estamos falando.
(Suplemento especial do Jornal Extra- Macaé)
Enquanto não tivermos uma política que possa auxiliar as famílias,
devemos nos preocupar em manter os nossos idosos o mais bem assistidos
possível. Para isto é de fundamental importância, a preparação e adequação da
casa para receber o idoso com mais conforto e segurança, como por exemplo:
Instalar uma barra de apoio no box do banheiro para dar mais segurança na hora
do banho.
Outro aspecto importante é o carinho e atenção da família.
2.4. SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE
Consta-se que “o mundo está envelhecendo” e por tanto estudar
aspectos da sexualidade da mulher na terceira idade é relevante não apenas
devido ao aumento da expectativa de vida, mas também porque profissionais
dedicados a Gerontologia pouco tem trabalhado sobre este tema. Além disso, há
um mosaico de fatores envolvendo sexualidade neste período da vida, como
atitudes preconceituosas associadas ao desconhecimento, à desinformação e às
repressões sociais e familiares, que consideram o prazer e a necessidade sexual
como privativos do homem e da mulher jovens. (Werlang, 1989; Duarte, 1991)
18
2.4.1. A Mulher dos Dourados Anos 50
“Anos Dourados”. Essas mulheres nascidas antes da televisão, do
contraceptivo oral, tiveram seus papéis sociais bem delimitados.
Esta foi uma geração em que a maioria respeitava a autoridade dos
pais, e, assim, casou e constitui família. O sexo, como um dos grandes atrativos,
nao era aceitével para as “moças direitas” fora do casamento. (Sheehy, 1997)
Ao revelar o que pensam, sentem e fazem as mulheres em relação a
sua sexualidade, ficou evidente que ainda hoje, na terceira idade, há muitos
traços dos “Dourados Anos 50” nas atitudes dessas mulheres que lá tiveram sua
juventude. Acreditamos que somos construções sociais e que estas mulheres
vêm de um modelo rígido e repressor em relação à sexualidade feminina isso
provavelmente traduziu-se na forma como pensam, sentem e agem no que tange
à vivência de sua sexualidade. (Duarte, 1991)
19
CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DA ARTETERAPIA
NA VIDA DO IDOSO
20
A Arteterapia é considerada, desde os tempos mais remotos a mais
elevada forma de expressão humana e sempre revelou e expressou as emoções
e os sentimentos de seus criadores.
É a partir daí que podemos começar a compreender o importante papel
da Arteterapia para as pessoas idosas.
A Arteterapia é usada em geriatria ou gerontologia para estimular a
criatividade, permitindo a troca de relações e o restabelecimento da confiança. Ela
também pode ser útil em todas as fases da vida, independente da faixa etária,
auxiliando na conscientização de nossas reais possibilidades, no equilíbrio
emocional, eliminando o "stress" e aumentando a auto-estima, o que acaba
resultando numa relação melhor com o mundo externo.
O uso da Arteterapia como exercício da criatividade e do auto-
conhecimento pode não curar as doenças nem eliminar limitações inerentes à
idade avançada, mas pode auxiliar na amenizacão da dor, a encontrar uma
postura mais positiva diante da vida e despertar a vontade de buscar a própria
felicidade.
Sob esta perspectiva que a mobilização da própria criatividade das
pessoas idosas e o trabalho de expressão através da Arteterapia podem contribuir
para a melhoria da qualidade de vida. Entende-se como qualidade de vida o bem-
estar físico, mental e espiritual. O desenvolvimento da criatividade pode
proporcionar uma estratégia concreta para manter o cérebro apto a compreender
o processo do envelhecimento e a obter insights para melhorar a própria vida.
3.1. OBJETIVOS DO TRABALHO ARTETERAPÊUTICO
COM PESSOAS DA TERCEIRA IDADE.
• Propiciar bem estar;
• Recuperar auto-estima;
21
• Diminuir a insegurança e a apatia;
• Promover auto-confiança;
• Percepção do seu próprio potencial;
• Relaxar;
• Expressar sentimentos, conflitos e emoções; e
• Liberar seu potencial criativo.
22
�� CAPÍTULO IV
PESQUISA DE CAMPO
23
4.1. RELATÓRIO
Instituição: Centro de Saúde Zeferino Tibau Júnior.
Endereço: Avenida do Exército, nº 1 – São Cristovão
Público Alvo: Idosos
Início da Atividade: 05/07/2004
Horário: Segundas-feiras das 16:00 às 17:30 horas
O grupo é composto atualmente por 15 idosas na faixa etária de 68 a
88 anos, sendo todas cadastradas no Centro de Saúde Zeferino Tibau Júnior, que
e Municipal.
Algumas idosos vieram nos procurar espontaneamente e outras
encaminhadas pelo médico clínico da instituição.
Todas residem nas proximidades do Centro de Saúde, algumas moram
sozinhas e outras com os familiares.
No início o trabalho desenvolvido com o grupo, foi o de experimentação
de materiais diversos como:
• Massa de modelar;
• Tintas (guache, acrílica, etc.);
• Papéis (crepon, celofane, seda, lustroso, cartolina);
• Argila.
A aprimeira técnica utilizada foi a colagem, mas já fizemos atelieres
livres de desenho, modelagem, pintura e teatroterapia. Todos com excelente
receptividade.
No decorrer de nossos trabalhos a música sempre esteve presente,
músicas variadas, de acordo com a dinâmica. Há sempre o fechamento com uma
palavra ou mensagem para reflexão.
24
Podemos observar que a cada dia o grupo fica mais coeso, e isso fez
acreditar que nosso objetivo vem sendo atingido.
O trabalho com a terceira idade tem sido para nós, satisfatório e
enriquecedor.
Muitas delas nos dizem que aguardam ansiosamente o dia do nosso
encontro.
Acreditamos que estando ali reunidas, compartilhando suas
experiências, se sentem estimuladas, descobrindo aptidões, fazendo planos e
sonhando.
4.2. DEPOIMENTO DE PARTICIPANTES DO GRUPO
No final de cada encontro é dado um depoimento pelos membros do
grupo, desta forma podemos sentir que os nossos objetivos está sendo atingido.
Depoimentos:
• Aguardam ansiosamente o dia do encontro da Arteterapia;
• Se sentem mais “equilibrado” emocionalmente;
• Diminuiram a ansiedade e a depressão;
• Fizeram novos amigos no grupo;
• Acham que as profissionais da Arteterapia são atenciosas,
capazes e tudo fazem para que o grupo se desenvolva cada vez mais;
• Elevaram a auto-estima;
• Estão se sentindo mais confiantes;
• Se sentem mais entusiasmadas;
• Conseguem se “soltar” o que é difícil no ambiente familiar;
25
• A convivência com o grupo e com as arteterapeutas é
maravilhosa;
• Gostam das técnicas e dos materiais utilizados (obs. Apenas uma
pessoa diz não gostar do atelier de pintura).
4.3. OBSERVAÇÕES
Podemos observar a atenção e o respeito das idosas em ouvir “o
outro”, e a solidariedade demonstrada com o grupo.
O grupo está “mais solto”, mas confiante e muito motivado.
Consideramos o resultado das “vivências” excelente, devido a grande
criatividade demonstrada.
Sempre que uma idosa falta ao encontro, há geralmente a
preocupação de antecipadamente nos telefonar, para informar porque não
puderam ir. (obs. O que raramente acontece).
O grupo é alegre, participativo, e gosta de dançar. Até as mais tímidas
perdem a inibição. O entrosamento conosco e com ao restante do grupo é muito
bom.
26
CONCLUSÃO
Concluímos que a Arteterapia não só é importante para a 3ª idade
como também em qualquer idade.
A importância de vivenciar bem a terceira idade tem a ver com a
capacidade de adaptação às mudanças da vida. Flexibilidade e equilíbrio são
duas condições importantes para um envelhecimento sem traumas ou estresse. O
segredo do bem viver está no aprender a conviver com as próprias limitações,
entendendo, aceitando, visualizando novas alternativas, aproveitando todas as
capacidades. Sentir-se bem consigo mesmo, conhecer-se, ser dono de seus
desejos, construir relações positivas, são armas eficazes que propiciam bem-
estar.
Para envelhecer satisfatoriamente e necessário que haja equilíbrio
entre as limitações e as qualidades do indivíduo.
Como proposta de vida para maturidade, sugerimos o desenvolvimento
da criatividade, e o trabalho da expressão através da Arteterapia, obtendo-se
assim idéias próprias.
O processo arteterapêutico viabiliza o fazer criativo, o crescimento
interior e solidifica a relação do indivíduo consigo mesmo através da linguagem
artística e simbólica. Este processo acontece ao lidar com diferentes modalidades
expressivas, tais como desenho, colagem, modelagem, tecelagem, música,
dança, etc.
Despertando-se a criatividade, desperta-se o próprio brilho que é
usufruir de todas as oportunidades que a vida oferece ao seu favor, sentindo-se
feliz independentemente das circunstâncias externas. Viver criativamente é
perceber-se no comando da própria vida, permitindo que se tenha a oportunidade
de acionar o espírito criativo, expressar-se através da arte é o mesmo que
contribuir para melhoria do bem-estar físico mental e espiritual.
27
A proposta deve ser de introduzir a criatividade no seu dia-a-dia,
ampliar a visão de si próprio, melhorar seu desempenho através de várias
experiências culturais, relacionar-se com pessoas, praticar esporte lazer de um
modo geral.
28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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São Paulo: Ática: 1992.
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Qualidade de Vida na Terceira Idade. São Paulo: Papirus, 1993.
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Sexualidade na Terceira Idade). 2ª ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1991.
FARIA, C. Velhice é Preconceito. São Paulo: Bisordi, 1985.
FOLHA DE SÃO PAULO. Pirâmide Etária da População Brasileira. São Paulo,
1997.
HILLMAN, J. A Força do Caráter: E a Poética de uma Vida Longa. Rio de
Janeiro: Editora Objetiva, 2001.
Jornal O Globo, 11/01/2004, pág. 17
MILITÃO, Albigenor. SOS Dinâmica de Grupo. Editora Qualitymark.
MONTEIRO, Pedro Paulo. Envelhecer. Editora Autentica.
NASCIMENTO, J. Aprenda a Curtir os Anos Dourados. São Paulo: Vozes,
1998.
PHILIPPINI, Ângela. Terceira Idade. Caderno de Arteterapia. Vol. IV. Clínica
Pomar.
PHILIPPINI, Ângela. Terceira Idade. Vol. IV, 1ª ed. Clínica Pomar.
PRADO, D. 365 Creativacciones. Santiago de Compustela: Universidade de
Santiago de Compustela, 1997.
SUPLEMENTO ESPECIAL. 3ª Idade. Macaé: Jornal Extra de 30/06/2004.
URRUTIGARAY, Maria Cristina. Arteterapia: A Transformação Pessoal pelas
Imagens. Rio de Janeiro: WAK.
29
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
SUMÁRIO 06
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I
ARTETERAPIA: O QUE É MESMO ARTETERAPIA? 08
1.1. DINÂMICA DE GRUPO: SURGIMENTO, DEFINIÇÃO E OBJETIVOS 10
1.1.1. Tipos de Dinâmicas e suas Características 10
1.2. LINGUAGEM DE MATERIAIS 11
1.2.1. O Material Seco 11
1.2.2. As Tintas 11
1.2.3. Materiais Tridimensionais 12
1.2.4. Colagem 13
CAPÍTULO II
TERCEIRA IDADE 14
2.1. ASPECTOS FÍSICOS 15
2.2. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS 16
2.3. IDOSOS NA FAMÍLIA 16
2.4. SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE 17
2.4.1. A Mulher dos Dourados Anos 50 18
CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DA ARTETERAPIA NA VIDA DO IDOSO 19
3.1. OBJETIVOS DO TRABALHO ARTETERAPÊUTICO COM PESSOAS
DA TERCEIRA IDADE 20
CAPÍTULO IV
PESQUISA DE CAMPO 22
4.1. RELATÓRIO 23
4.2. DEPOIMENTO DE PARTICIPANTES DO GRUPO 24
30
4.3. OBSERVAÇÕES 25
CONCLUSÃO 26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 28
ÍNDICE 29
ANEXOS 31
FOLHA DE AVALIAÇÃO 33
31
ANEXOS
32
33
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas
Pós-Graduação “Lato Sensu”
Título da Monografia
ARTETERAPIA NA TERCEIRA IDADE: O QUE A
ARTE PODE FAZER PELO IDOSO?
Auto-Avaliação: Como você avaliaria sua monografia?
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Data da Entrega: ________________ Avaliado por: Ms. Fabiane Muniz da Silva Grau:__________
Rio de Janeiro, ____ de _____________ de ____
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Coordenação do Curso