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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A UTILIZAÇÃO DO PETRÓLEO E SUA SUSTENTABILIDADE NO BRASIL Por: Michelly Santana Queiroz Orientador Prof.ª Ana Paula Alves Ribeiro Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A UTILIZAÇÃO DO PETRÓLEO E SUA SUSTENTABILIDADE NO

BRASIL

Por: Michelly Santana Queiroz

Orientador

Prof.ª Ana Paula Alves Ribeiro

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A UTILIZAÇÃO DO PETRÓLEO E SUA SUSTENTABILIDADE NO

BRASIL

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Ambiental.

Por: Michelly Santana Queiroz

.

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AGRADECIMENTO

AGRADECIMEN TOS

Agradeço a minha família, meu namorado

Fábio Cristiano Lima, ao meu mestre da vida

Daisaku Ikeda e aos meus amigos.

.

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DEDICATÓRIA

Dedico a minha família, meu namorado Fábio Cristiano Lima, Daisaku Ikeda e aos

meus amigos.

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RESUMO

O presente trabalho visa abordar o tema petróleo, sua utilização, os danos causados

pelo mesmo à sociedade, assim como a utilização de novas alternativas para

substituir o petróleo, pois o mesmo é proveniente de energia não renovável. A

humanidade hoje está completamente dependente de petróleo muitos são os

produtos e derivados do mesmo. O Brasil é o 7º país do mundo em produção de

petróleo, recentemente descobriu-se no país o pré-sal, uma camada de petróleo a 7

mil metros de profundidade, porém desde o fim da década de 70 que se fala em pré-

sal. Neste trabalho também se discute o risco que as atividades ligadas ao petróleo

podem causar ao homem.

Palavras-chaves: Petróleo, pré-sal, energia e meio ambiente.

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METODOLOGIA

A execução deste trabalho se deu a partir de pesquisas e informações feitas

por meio de uma revisão bibliográfica tendo como fonte de consulta: livros didáticos,

publicações em artigos científicos, teses e dissertações acadêmicas, legislações,

revistas, jornais e bem como em sites específicos como o da Petrobras, ANEEL e

ANP.

O objetivo principal da pesquisa foi abordar o petróleo como tema principal,

sua origem, sua utilização e seus riscos para a humanidade, bem como a utilização

de novas tecnologias que estão em desenvolvimento.

Visando atender esse objetivo foi realizado um estudo descritivo-exploratório

através de pesquisas em livros, revistas, artigos e assuntos sobre o tema.

SUMÁRIO

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SUMÁRIO

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Utilização do petróleo no mercado brasileiro 11

CAPÍTULO II - Petróleo e sustentabilidade 20

CAPÍTULO III – Formas de atuação preventiva no mercado de petróleo 31

CONCLUSÃO 38 BIBLIOGRAFIA 40 ÍNDICE 42 FOLHA DE AVALIAÇÃO 44

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INTRODUÇÃO Estudos arqueológicos mostram que a utilização do petróleo iniciou-se 4000

anos antes de Cristo, sob diferentes denominações, tais como betume, asfalto,

alcatrão, lama, resina, azeite, nafta, óleo de São Quirino, nafta da Pérsia, entre

outras (SOUZA, 1997)

O petróleo é conhecido desde tempos remotos. A Bíblia já traz referências

sobre a existência de lagos de asfalto e diversas ocasiões em que foi utilizado como

impermeabilizante. O líquido foi utilizado por hebreus para acender fogueiras, nos

altares onde eram realizados sacrifícios, por Nabucodonosor, que pavimentava

estradas na Babilônia, pelos egípcios na construção de pirâmides e conservação de

múmias, além do uso como combustível para iluminação por vários povos. Os

gregos e romanos embebiam lanças incendiárias com betume, para atacar as

muralhas inimigas. Após o declínio do Império Romano, os árabes também

empregaram-no com a mesma finalidade. Há relatos de que, quando os espanhóis

chegaram na América, Pizarro deu conta da existência de uma destilaria que era

operada por incas. Supõe-se que o líquido citado seja o petróleo (CANUTO, 2008).

A palavra petróleo origina-se do latim, petra e oleum, que corresponde à

“pedra de óleo” (CANUTO, 2008).

O petróleo passou a ser explorado em meados do século XIX quando foi

encontrado petróleo na Pensilvânia a cerca de 20 metros de profundidade. Os

principais objetivos eram então a obtenção de querosene e lubrificantes. Nessa

época, a gasolina resultante da destilação era lançada aos rios (prática comum na

época) ou queimada, ou então misturada no querosene, por ser um explosivo

perigoso. Entretanto, a grande revolução do petróleo ocorreu com a invenção dos

motores de combustão interna e a produção de automóveis em grande escala, que

deram à gasolina (obtida a partir do refino do petróleo) uma utilidade mais nobre

(CANUTO, 2008)

O termo petróleo, a rigor, envolve todas as misturas naturais de compostos de

carbono e hidrogênio, os denominados hidrocarbonetos, incluindo o óleo e o gás

natural, embora seja também empregado para designar apenas os compostos

líquidos (CANUTO, 2008).

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O petróleo é formado em depressões da crosta terrestre após o acúmulo de

sedimentos trazidos pelos rios das partes mais elevadas, ao seu redor, em ambiente

aquoso (CANUTO, 2008).

Dentre diversas teorias existentes para explicar a origem do petróleo, a mais

aceita, atualmente, é a de sua origem orgânica, ou seja, tanto o petróleo como o gás

natural, são combustíveis fósseis, da mesma forma que o carvão. Sua origem se dá

a partir de matéria orgânica, animal e vegetal (principalmente algas), soterrada

pouco a pouco por sedimentos caídos no fundo de antigos mares ou lagos, em

condições de ausência de oxigênio, que, se ali existisse, poderia destruí-los por

oxidação. Graças à temperatura e à pressão causada pelo soterramento prolongado

a matéria orgânica desses tecidos passou por drásticas modificações, só restando

praticamente o carbono e o hidrogênio, que, sob condições adequadas,

combinaram-se para formar o petróleo ou gás (CANUTO, 2008).

Para que grandes quantidades de petróleo se formem, é necessária a

presença de três fatores: vida exuberante, contínua deposição de sedimentos,

principalmente argilas, concomitante com a queda de seres mortos ao fundo da

bacia e, finalmente, o rebaixamento progressivo desse fundo, para que possam ser

acumulados mais sedimentos e mais matéria orgânica sobre o material já

depositado (CANUTO, 2008).

As condições acima descritas têm que perdurar por milhões de anos, e a

própria transformação da matéria orgânica original em petróleo demanda outros

milhões de anos, para que a temperatura e a pressão atuantes na crosta, além do

tempo, para que possam interagir na formação do petróleo.

O petróleo e o gás, entretanto, não são encontrados nas rochas em que se

formou. Durante o longo processo de sua formação, ocorre sua expulsão da

chamada rocha geradora, formada por sedimentos finos que consistem de folhelhos,

argilitos, sal, etc, que é praticamente impermeável, para rochas porosas e

permeáveis adjacentes formadas normalmente por arenitos. Dessa maneira, o

petróleo permanece sob altíssima pressão nas rochas porosas, denominadas rochas

reservatório, até que seja eventualmente alcançado pela perfuração de um poço

(CANUTO, 2008).

A fase exploratória mais dispendiosa é a da perfuração de poços. A decisão

de perfurá-los é antecedida de extensa programação e elaboração de estudos, que

permitam um conhecimento tão detalhado quanto possível das condições geológicas

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presentes na região, tanto na superfície como em subsuperfície. As perfurações se

orientarão, assim, para as áreas que tenham, de fato, as maiores possibilidades de

conter acumulações de óleo ou gás.

Para localizar o petróleo ou gás numa bacia sedimentar, os especialistas

firmam-se em dois princípios fundamentais: o petróleo se aloja numa estrutura

localizada na parte mais alta de um compartimento de rocha porosa, isolada por

camadas impermeáveis. Essa estrutura é denominada armadilha ou trapa e essas

estruturas são resultantes de modificações sofridas pelas rochas ao longo do tempo

geológico, especialmente a sua deformação, através do desenvolvimento de dobras

e falhas na crosta terrestre (CANUTO, 2008).

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CAPITULO I

Utilização do petróleo no mercado brasileiro.

O petróleo vem sendo utilizado pelo homem desde os tempos antigos de

várias formas, já foi utilizado como calafetante, iluminante (tochas fumarentas) e até

como arma de fogo (fogo grego). Sua obtenção era feita através de exsudações, que

são locais onde o petróleo extravasa da superfície através de fissuras e fraturas nas

rochas. Os povos que utilizavam o petróleo eram os chineses, gregos, romanos,

povos do Oriente Médio no Egito dos Faraós, em várias civilizações antigas

(LUCCHESI, 1998).

Sua utilização pouco se modificou ao longo do tempo, nos Estados Unidos

inclusive, adquiriu qualidades medicinais duvidosas.

Um advogado, George Bissell, emigrando do Sul para o Norte dos Estados

Unidos, por problemas de saúde, tomou conhecimento do petróleo minerado nas

exsudações da Pensilvânia. Vislumbrando utilizações mais importantes que as

medicinais da época para aquele produto, conseguiram convencer um banqueiro de

Nova Jersey, que por sua vez encontrou investidores para o projeto. O próximo

passo foi contratar um cientista, no caso o professor de química da Universidade de

Yale, Benjamim Silliman, que comprovasse as qualidades idealizadas por Bissell

para o petróleo. O cientista conseguiu, destilando aquele produto malcheiroso,

comprovar a existência de vários subprodutos dentre os quais o querosene e a

graxa, que se formavam a diferentes temperaturas (MILANI et al. 2001).

A partir daí procurou se descobrir novos métodos de extração do petróleo, os

materiais utilizados para extração do petróleo eram os mesmos de uma primitiva

indústria de perfuração de poços artesianos para água e também para obtenção de

sal, tais materiais sofriam poucas alterações. Um importante perfurador conhecido

da época foi contratado para se encarregar do processo de perfuração na

Pensilvânia, onde foi encontrado a pouco mais de 20 metros de profundidade uma

rocha-reservatório, de onde fluiu petróleo de boa qualidade, parafínico, de fácil

destilação. Estava assim iniciada a Era do Petróleo (MILANI et al, 2001).

No Brasil a história do petróleo também se iniciou mais ou menos nessa

época. Os primeiros registros de que se tem notícia sobre a procura de petróleo no

Brasil relacionaram-se às concessões dadas pelo imperador em 1858, para a

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pesquisa e lavra de carvão e folhelhos betuminosos na região de Ilhéus, Bahia e, em

1864, para pesquisa e lavra de turfa e petróleo na mesma região. Assim, a

exploração de petróleo no Brasil evoluiu sustentada por crescimento do

conhecimento geológico, aumento expressivo da demanda por derivados do

petróleo, disponibilidade de recursos financeiros, choques dos preços internacionais

e marcos regulatórios implantados. (LUCCHESI, 1998).

A população do Brasil estimada em 190 milhões de pessoas constitui uma

das maiores economias do mundo, apresentando-se como um dos maiores

consumidores de recursos energéticos e em franca fase de crescimento. Cerca de

35% da energia primária consumida no país provêm do petróleo. Atualmente, mais

de um milhão de barris de óleo equivalente (óleo mais gás natural) são produzidos

em média diariamente, atendendo a cerca de 60% do consumo (LUCCHESI, 1998).

Já estão em implantação projetos que elevarão a produção em níveis

superiores a 1,5 milhões de barris por dia (SOUZA, 1997).

A promulgação da lei 9478/97 em 6 agosto de 1997 – a nova lei do petróleo

no Brasil – encontrou a atividade de exploração de petróleo em estágio crescente e

maduro do conhecimento geológico de grande parte das diversas e complexas

bacias sedimentares brasileiras (ANP, 1997).

Um evento muito importante para a economia brasileira foi a criação da

Petrobras. Ela foi criada, após longa campanha popular, para servir de base à

indústria do petróleo no Brasil e para exercer, em nome da União, o monopólio de

exploração, produção, refino, transporte e comercialização do petróleo e seus

derivados. Fazia parte de um ciclo histórico no qual se tentou montar as bases

industriais brasileiras por meio da criação de estatais nas áreas de siderurgia,

metalurgia e petróleo. A empresa tinha como missão suprir o mercado interno com

petróleo e seus derivados, fosse pela produção nacional, fosse pela importação.

Criada pela lei 2004 (3/10/1953) e instalada em 10/5/1954, o período em que a

Petrobras exerceu com exclusividade o monopólio do Petróleo em nome da União

pode ser dividido em várias fases distintas, descritas a seguir (LUCCHESI, 1998).

O porte do mercado consumidor brasileiro, em expansão, constitui também

grande atrativo a investimentos em exploração e produção no país.

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1.1 - Aspectos evolutivos

O petróleo é derivado de matéria orgânica de origem biológica. Os restos de

plantas e animais, depois de sedimentarem em lamas argilosas, são submetidos a

transformações aeróbias e anaeróbias por bactérias. O produto degradado, junto

com os restos de bactérias, é mais tarde transformado sob alta pressão e a

temperaturas que não excedem 150º C. As reações de transformação procedem em

sítios catalíticos presentes nas adjacências das superfícies das rochas em presença

de água, ácido sulfúrico, enxofre e outros compostos inorgânicos. Durante esses

processos o petróleo que está disperso, acumula-se por migração em reservatórios

e finalmente formam os poços de petróleo (SPEERS E WHITHEHEAD, 1969).

A história do petróleo no Brasil teve inicio no ano de 1858 quando o Marquês

de Olinda concedeu a José de Barros Pimentel o direito de extrair betume em

terrenos situados nas margens do Rio Marau, na Bahia (PETROBRAS, 2009).

Em 1930 o engenheiro agrônomo Manoel Inácio Bastos tomou conhecimento

que os moradores de Lobato na Bahia, usavam uma “lama preta”, oleosa, para

iluminar suas residências. Ele iniciou várias pesquisas e coletas de amostras,

contudo não obteve êxito, inclusive sendo chamado de maníaco por pessoas

influentes (PETROBRAS, 2009)

No ano de 1932, ele foi recebido pelo então presidente Getulio Vargas, no Rio

de Janeiro. Na ocasião o engenheiro agrônomo entregou um relatório sobre a

substância encontrada em Lobato. (PETROBRAS, 2009)

Em 1939 foi extraído petróleo em Lobato, realizado pelos pioneiros Oscar

Cordeiro e Manoel Inácio Bastos, sob jurisdição do recém-criado Conselho Nacional

do Petróleo. A perfuração do poço DNPM-163 foi iniciada em 29 de julho do ano

anterior. Somente no dia 21 de janeiro de 1939 o petróleo veio à tona (SHAH, 2007).

Em 1941, um dos poços perfurados deu origem ao campo de Candeias, o

primeiro a produzir petróleo no Brasil. Esses foram os primeiros passos do Petróleo

no Brasil (LUCCHESI, 1998).

Após encontrar petróleo em Lobato, outros 10 campos foram encontrados, e

as reservas nacionais alcançaram 298 milhões de barris para uma produção diária

de 2.720 barris. Em 1953, existiam cerca de 30 geólogos/geofísicos de petróleo no

Brasil. Neste período, prevaleceram as condições inóspitas e sem infra-estrutura do

interior brasileiro, valorizando ainda mais o trabalho e os resultados alcançados por

estes primeiros exploracionistas brasileiros.

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Em 1954 a Petrobras foi criada. A Petrobras foi criada pela lei 2004

(03/10/1953), após longa e inflamada campanha popular, e instalada em 10/05/1954,

para servir de base para a indústria do petróleo no Brasil e para exercer, em nome

da União, o monopólio da exploração, produção, refino e comercialização do

petróleo e seus derivados. A Petrobras inovou quando decidiu explorar petróleo no

mar (PETROBRAS, 2009).

Em 1968, a Petrobras iniciou as prospecções offshore. No ano seguinte, era

descoberto o campo de Guaricema, Ao final de 1968, as reservas eram de 1,247

bilhões de barris e a produção brasileira de petróleo alcançava 163.884 barris por

dia. A dependência externa continuava. Porém, com a descoberta de Guaricema na

plataforma continental de Sergipe-Alagoas, renovaram-se as perspectivas de auto-

suficiência, com o foco deslocado agora para o mar em Sergipe que se tornaria a

maior acumulação terrestre brasileira. A descoberta, em 1969, do Campo de São

Mateus revelou o potencial da província terrestre do Espírito Santo (MILANI et al.

2001).

Foi em Campos, no litoral fluminense, que a Petrobras encontrou a bacia que

se tornou a maior produtora de petróleo do país. O campo inicial foi o de Garoupa

em 1974, seguindo pelos campos gigantes de Marlim, Barracuda e Roncador. A

Petrobras desenvolveu tecnologia de exploração em águas profundas e

ultraprofundas.

A produção comercial de petróleo se iniciou em agosto de 1977, na Bacia de

Campos, no poço 3-EM-RJS, situado no Campo de Enchova, com vazão de 10 mil

barris/dia.

O Brasil está entre os poucos países que dominam todo o ciclo de perfuração

submarina em campos situados a mais de dois mil metros de profundidade.

Em 1980 foi criado o Proálcool, numa tentativa nacional de reduzir a

dependência externa de combustível, e o estabelecimento da meta do Governo

Federal para a produção de 500.000 barris por dia em 1985. Em 1984, foram

descobertos na Bacia de Campos o Campo de Marimbá e o gigante Albacora,

ambos já indicando o irreversível caminho das águas profundas. A meta dos

500.000 barris por dia foi atingida ao final do ano de 1984, com antecipação de

quase um ano.

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As atividades ligadas ao petróleo, gás natural e derivados à exceção da

distribuição atacadista e da revenda no varejo pelos postos de abastecimento foram

monopólio conduzido pela Petrobras de 1954 a 1997.

Em 1997, o Brasil passou a fazer parte de um grupo seleto de países que

produzem mais de um milhão de barris por dia, nesse mesmo ano, o então

presidente da República Fernando Henrique Cardoso sancionou ar Lei 9478 que

abriu as atividades da indústria petrolífera no Brasil à iniciativa privada.

Em 2003, ao comemorar 50 anos de sua fundação a Petrobras dobrou a

produção diária de óleo e gás natural ultrapassando a marca de dois milhões de

barris, no Brasil e no exterior.

No ano de 2007 a Petrobras foi considerada como a 7ª maior empresa de

petróleo no mundo, importante ressaltar que ela está presente em 27 países.

1.2 - Relevâncias para a economia.

O setor energético é extremamente importante para a economia de um país,

pois todo o funcionamento do país depende da disponibilidade de energia.

Qualquer mudança brusca no setor energético interfere na posição do país

dentro do comercio mundial, uma vez que na composição dos custos de produção, a

energia gasta é um fator que pode tornar a mercadoria mais ou menos competitiva

no cenário das trocas mundiais (FARIAS, 2008).

O Brasil assim como todas as nações do mundo almeja atingir a sonhada

auto-suficiência e baixar os custos da produção de energia, para que as atividades

econômicas não fiquem sujeitas às oscilações de preço do mercado internacional

nem dependam da boa vontade de terceiros para o fornecimento de energia.

O petróleo é a principal fonte de energia do planeta, sendo seguido pelo

carvão mineral e pelo gás natural. 90% da energia consumida no planeta provêm de

fontes não-renováveis, ou seja, um dia vão se esgotar. Importante ressaltar que o

consumo de energia acelera a cada dia, porém, isso não indica que faltará energia

no mundo, mas que haverá, necessariamente, um penoso e caro período de

transição para nos acostumarmos com a utilização de um novo tipo de energia. Tal

transição envolverá reformas e readaptações, principalmente no sistema de

transportes, na produção industrial e outro tipo de energia e na readequação das

usinas termelétricas a uma nova fonte de energia primária (FARIAS, 2008).

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A geração de energia elétrica a partir de derivados de petróleo ocorre por

meio da queima desses combustíveis em caldeiras, turbinas e motores de

combustão interna. A utilização de caldeiras e turbinas é similar aos demais

processos térmicos de geração e se aplica ao atendimento de cargas de ponta e/ou

aproveitamento de resíduos do refino de petróleo. Os grupos geradores a diesel são

mais adequados ao suprimento de comunidades e de sistemas isolados da rede

elétrica convencional. Com exceção de alguns poucos países da OCDE, o uso de

petróleo para geração de eletricidade tem sido decrescente desde os anos 1970. O

petróleo continua sendo muito importante na geração de energia elétrica nesses

países, principalmente no suprimento de cargas de pico e no atendimento a

sistemas isolados (ANEEL, 2009).

A grande dependência em relação ao petróleo causa uma inquietude mundial.

Sendo ele uma fonte não-renovável de energia ele deve se esgotar num prazo

máximo de dois séculos, quando deverá ser substituído por outra fonte de energia,

porém como fonte de matéria prima o petróleo é praticamente insubstituível. Com

isso será necessário aprofundar as pesquisas visando ao enfrentamento desse

problema.

Durante muitas décadas, o petróleo foi o grande propulsor da economia

internacional, chegando a representar, no início dos anos 70, quase 50% do

consumo mundial de energia primária. Embora declinante ao longo do tempo, sua

participação nesse consumo ainda representa cerca de 43%, segundo a Agência

Internacional de Energia (2003), e deverá manter-se expressiva por várias décadas.

Atualmente cerca de 38% da energia primária consumida no País é proveniente do

petróleo. Uma média diária de cerca de 1.500.000 barris de petróleo (óleo +

condensado + gás) são produzidos a partir das bacias sedimentares brasileiras,

correspondendo a cerca de 70% das necessidades nacionais (FERREIRA, 2005).

O porte do mercado consumidor brasileiro, em expansão, constitui-se também

em grande atrativo a investimentos em exploração e produção no país. As

perspectivas futuras sinalizam, sem dúvida, para um cenário exploratório onde as

parcerias e as futuras licitações deverão tornar o ambiente exploratório mais ágil e

competitivo, com trocas de experiência, conhecimento e tecnologia entre as

empresas participantes, processo este que, se adequadamente gerenciado, trará um

efetivo ganho para o País sob a perspectiva do fornecimento energético

(FERREIRA, 2005).

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Os dados, retirados do Balanço Energético Nacional 2002, estão mostrados

em forma bruta no gráfico Nº 1. A contabilidade usada no Balanço deduz da reserva

a produção no ano; para obter a reserva original, que pode ser projetada com o

método logístico, é necessário fazer a correção. Além disso, o critério de distinção

entre recursos e reservas foi mudado em 1990, o que exigiu outra correção, já

incorporada nos dados do gráfico (FERREIRA, 2005).

Gráfico 1- Dados de produção e Reserva (FERREIRA, 2005).

Os dados de reserva foram agrupados em centróides trienais e a taxa trienal

média de descoberta (variação da reserva) foi representada em função da

descoberta acumulada (FERREIRA, 2005).

Atualmente vem se falando muito no pré-sal, que é um gigantesco

reservatório de petróleo e gás natural localizado nas Bacias de Santos, Campos e

Espírito Santo (região litorânea entre os estados de Santa Catarina e o Espírito

Santo). Estas reservas estão localizadas abaixo da camada de sal (que podem ter

até 2 km de espessura). Portanto, se localizam de 5 a 7 mil metros abaixo do nível

do mar.

Estas reservas se formaram há, aproximadamente, 100 milhões de anos, a

partir da decomposição de materiais orgânicos.

Os técnicos da Petrobras ainda não conseguiram estimar a quantidade total

de petróleo e gás natural contidos na camada pré-sal. No Campo de Tupi, por

exemplo, a estimativa é de que as reservas são de 5 a 8 bilhões de barris de

petróleo.

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Em setembro de 2008, a Petrobras começou a explorar petróleo da camada

pré-sal em quantidade reduzida. Esta exploração inicial ocorre no Campo de Jubarte

(Bacia de Campos).

Se forem confirmadas as estimativas da quantidade de petróleo da camada

pré-sal brasileira, o Brasil poderá se transformar, futuramente, num dos maiores

produtores e exportadores de petróleo e derivados do mundo. Porém, os

investimentos deverão ser altíssimos, pois, em função da profundidade das

reservas, a tecnologia aplicada deverá ser de alto custo.

Acredita-se que, somente por volta de 2016, estas reservas estejam sendo

exploradas em larga escala. Enquanto isso, o governo brasileiro começa a discutir o

modelo de exploração que será aplicado.

1.3 - Pré-sal

A camada pré-sal é um gigantesco reservatório de petróleo e gás natural,

localizado nas Bacias de Santos, Campos e Espírito Santo (região litorânea entre os

estados de Santa Catarina e o Espírito Santo). Estas reservas estão localizadas

abaixo da camada de sal (que podem ter até 2 km de espessura). Portanto, se

localizam de 5 a 7 mil metros abaixo do nível do mar (PETROBRAS, 2009)

Estas reservas se formaram há, aproximadamente, 100 milhões de anos, a

partir da decomposição de materiais orgânicos.

Os técnicos da Petrobras ainda não conseguiram estimar a quantidade total

de petróleo e gás natural contidos na camada pré-sal. No Campo de Tupi, por

exemplo, a estimativa é de que as reservas são de 5 a 8 bilhões de barris de

petróleo (PETROBRAS, 2009).

Em setembro de 2008, a Petrobras começou a explorar petróleo da camada

pré-sal em quantidade reduzida.

Esta exploração inicial ocorre no Campo de Jubarte (Bacia de Campos),

através da plataforma P-34.

Se forem confirmadas as estimativas da quantidade de petróleo da camada

pré-sal brasileira, o Brasil poderá se transformar, futuramente, num dos maiores

produtores e exportadores de petróleo e derivados do mundo. Porém, os

investimentos deverão ser altíssimos, pois, em função da profundidade das

reservas, a tecnologia aplicada deverá ser de alto custo (PETROBRAS, 2009)

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Acredita-se que, somente por volta de 2016, estas reservas estejam sendo

exploradas em larga escala. Enquanto isso, o governo brasileiro começa a discutir o

modelo de exploração que será aplicado (PETROBRAS, 2009).

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CAPÍTULO II

Petróleo e sustentabilidade

2.1 – Utilização racional

Os registros históricos da utilização do petróleo remontam a 4000 a.C. devido

a exsudações e afloramentos freqüentes no Oriente Médio. Os povos da

Mesopotâmia, do Egito, da Pérsia e da Judéia já utilizavam o betume para

pavimentação de estradas, calafetação de grandes construções, aquecimento e

iluminação de casas, bem como lubrificantes e até laxativo. No início da era cristã,

os árabes davam ao petróleo fins bélicos e de iluminação (COM CIÊNCIA, 2009).

O petróleo é um recurso natural abundante, porém sua pesquisa envolve

elevados custos e complexidade de estudos. É também atualmente a principal fonte

de energia. Serve como base para fabricação dos mais variados produtos, dentre os

quais se destacam: benzinas, óleo diesel, gasolina, alcatrão, polímeros plásticos e

até mesmo medicamentos. Além de gerar a gasolina que serve de combustível para

grande parte dos automóveis que circulam no mundo, vários produtos são derivados

do petróleo como, por exemplo, a parafina, GLP, produtos asfálticos, nafta

petroquímica, querosene, solventes, óleos combustíveis, óleos lubrificantes, óleo

diesel e combustível de aviação (CANUTO, 2008).

Com ele as indústrias petroquímicas fabricam o plástico, a borracha sintética,

as tintas, os fertilizantes e os adubos utilizados na agricultura, até as empresas que

fabricam chiclete utilizam o petróleo como insumo (COM CIÊNCIA, 2009).

Nas refinarias, o petróleo é submetido a uma destilação fracionada, sendo o

resultado desse processo separado em grupos. Nesta destilação encontramos os

seguintes componentes:

De 20 a 60 °C -> éter de petróleo

De 60 a 90 °C -> benzina

De 90 a 120 °C -> nafta

De 40 a 200 °C -> gasolina

De 150 a 300 °C -> querosene

De 250 a 350 °C -> gasóleo (PT) ou óleo diesel (BR)

De 300 a 400 °C -> óleos lubrificantes

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Resíduos -> asfalto, piche e coque

Subprodutos -> parafina e vaselina

Abaixo alguns derivados do petróleo que utilizamos no nosso dia a dia e

muitas vezes nem sabemos que deriva do petróleo:

O gás liquefeito de petróleo (GLP) consiste de uma mistura composta por

butano e propano, sendo armazenado em botijões e utilizado como gás de cozinha.

A gasolina é um dos produtos de maior importância do petróleo, sendo um

líquido inflamável e volátil, consiste de uma mistura de hidrocarbonetos de c5 a c9. A

gasolina é obtida por destilação e outros processos na refinaria. Com o propósito de

baratear ou aumentar a octanagem da gasolina, são adicionados produtos não

devivados do petróleo como o metanol e o etanol. No Brasil, o teor de álcool na

gasolina é especificado pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) (MINADEO, 2002).

O querosene é uma fração intermediária entre a gasolina e o óleo diesel.

Esse derivado é obtido pela destilação fracionada do petróleo cru. O querosene é

largamente utilizado como combustível de turbinas de avião a jato, e é ainda usado

como solvente. Tem como característica a produção de queima isenta de odor e

fumaça (COM CIÊNCIA, 2009).

O óleo diesel é um combustível empregado em motores a diesel. Sua

característica primordial é a viscosidade, considerando que, através desta

propriedade é garantida a lubrificação.

A parafina é um produto comercial de aplicação ampla, é usado como

impermeabilizante de papel, explosivo, revestimento de pneus, e é misturado ao

chocolate com o objetivo de dar consistência ao mesmo.

O asfalto é obtido do resíduo das destilações do petróleo. Tem grande

utilidade na pavimentação de e sua forma oxidada é utilizada como revestimento

impermeabilizante (COM CIÊNCIA, 2009).

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Esquema básico dos processos industriais para obtenção dos

derivados do petróleo: dos derivados do petróleo:

Fonte: www.uenf.br/.../cct/qambiental/pe_derivados.gif

A nafta, produto incolor extraído do petróleo e matéria-prima básica para a

produção de plástico. A Nafta para ser transformada em plástico passa por um

processo de decomposição, nessa primeira etapa da decomposição, a nafta vai para

fornos de alta temperatura, onde é quebrada depois, os gases que saem dos fornos

são levados para uma área de compressão; por fim, é feita a separação dos

compostos em baixa temperatura, por colunas de destilação ou fracionamento. Um

dos produtos dessa fase do processo petroquímico, o eteno - nome comercial do

etileno (C2H4) - é matéria-prima para a produção de polímeros como o polietileno

tereftalado (PET) e o policloreto de vinila (PVC), que por sua vez são fornecidos

para as indústrias transformadoras de plástico, para as mais diversas aplicações.

Através de reatores de polimerização, as moléculas de eteno reagem, se juntam e

formam as cadeias de polímeros (COM CIÊNCIA, 2009).

Os polímeros produzidos pelas indústrias petroquímicas formam diferentes

tipos de resinas plásticas, cada qual voltada para uma finalidade específica.

As resinas produzidas são usadas pelas indústrias de brinquedos, adesivos,

caixas d'água, lonas, frascos de soro, tampas para alimentos, embalagens para

sorvetes, tampas para refrigerantes, frascos para água sanitária, alvejantes e

desinfetantes, filmes para fraldas descartáveis e coletores de lixo, entre outros.

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As principais matérias primas fornecidas pelas petroquímicas para as

indústrias transformadoras de plástico são o polipropileno (PP), o policloreto de vinila

(PVC), o polietileno de alta densidade (PEAD), o polietileno de baixa densidade

(PEBD) e o polietileno tereftalado (PET) (COM CIÊNCIA, 2009).

Dentro da indústria do plástico, um dos principais mercados é o de

embalagens de polietileno tereftalado (PET). No Brasil, esse segmento chega a

crescer cerca de 10% a cada ano, e produziu aproximadamente 360 mil toneladas

de embalagens em 2001. No ano passado, as indústrias de refrigerantes

representaram 80% do mercado de embalagens PET; as de água mineral, 10%; as

de óleo, 6%; e 4% tiveram outras aplicações. As empresas do setor buscam investir

em alta tecnologia para tentar incluir no segmento das embalagens PET as

cervejarias, que chegam a vender cerca de 8 bilhões de litros de bebida por ano.

Mas os cervejeiros avisam: só entrarão nesse mercado quando a embalagem PET

garantir a validade de até 180 dias da bebida em prateleira, a exemplo das

embalagens de vidro e de alumínio (COM CIÊNCIA, 2009).

2.2 – A ANP e sua função reguladora

A ANP é uma autarquia criada pela Lei nº 9.748, de 6 de agosto de 1997. A

função da ANP é regular, fiscalizar e promover a contratação no setor de petróleo,

gás natural e biocombustíveis no Brasil. Uma das principais diretrizes da ANP é a

criação de um ambiente competitivo para as atividades de petróleo, gás natural e

biocombustíveis no Brasil, levando a menores preços e melhores serviços para os

consumidores finais. As atividades de produção, importação, exportação,

armazenagem, distribuição e comercialização de biodiesel sujeitam-se à regulação e

autorização da ANP. (ANP, 2009)

A ANP tem como competência regular as atividades econômicas da indústria

do petróleo e do gás natural. Em sua estrutura organizacional, há uma procura de

eficiência administrativa através de decisões pautadas pela tecnicidade, sempre

atendendo ao interesse público, mas nunca esquecendo a realidade, com a

constante busca do equilíbrio entre os agentes do setor (ANP, 2009).

Dentro de sua política regulatória, a ANP incorpora as três funções estatais

tradicionais, quais sejam a normativa, a executiva e a judicante. Destaca-se, aqui, a

função regulatória executiva, que se desenvolve, basicamente, por meio de atos de

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consentimento de ingresso de agentes econômicos no mercado, mediante

autorizações, permissões e concessões (ANP, 2009).

A autorização é ato administrativo discricionário e precário pelo qual o Poder

Público torna possível ao pretendente a realização de certa atividade, de seu

interesse, que a lei condiciona à aquiescência prévia da Administração, sem a qual

seria legalmente proibida (ANP, 2009)..

Embora o pretendente satisfaça as exigências administrativas, o Poder

Público decide discricionariamente sobre a conveniência ou não do atendimento da

pretensão do interessado, ou da cessação da autorização (ANP, 2009)..

Não há qualquer direito subjetivo à obtenção ou à continuidade da

autorização, daí porque a Administração pode negá-la, como, também, pode fazê-la

cessar a qualquer momento, sem indenização alguma (ANP, 2009)..

É dentro deste contexto que se insere a adjudicação das atividades

econômicas integrantes da indústria do petróleo.

A respeito dessa espécie de autorização, vem se sustentando na doutrina

mais moderna que seu papel não se reduz ao simples controle negativo do exercício

de direitos, mas que se estende à própria regulação do mercado, com o explícito

propósito de orientar e conformar de modo positivo a atividade autorizada, no

sentido da realização de objetivos previamente definidos nas normas aplicáveis

(ANP, 2009)..

Assim, a ANP deve conceder autorizações funcionalizadas, operativas ou de

trato sucessivo, aos particulares interessados em exercer alguma atividade

econômica do setor petrolífero.

As autorizações concedidas pela ANP jamais se exaurem com a emissão do

ato, cabendo ao agente administrativo atentar sempre para a atuação concreta do

agente econômico autorizado, podendo, inclusive, revogar ou cassar a autorização

antes concedida, se exercida em desconformidade com o interesse público.

Entre outras atribuições a ANP: é responsável por promover estudos

geológicos e geofísicos para identificação de potencial petrolífero, regula a execução

desses trabalhos, organiza e mantém o acervo de informações e dados técnicos;

realiza licitações de áreas para exploração, desenvolvimento e produção de óleo e

gás, contrata os concessionários e fiscaliza o cumprimento dos contratos; calcular o

valor dos royalties e participações especiais (parcela da receita dos campos de

grande produção ou rentabilidade) a serem pagos a municípios, a estados e à

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União; acompanha a evolução dos preços dos combustíveis e comunica aos órgãos

de defesa da concorrência os indícios de infrações contra a ordem econômica;

No exercício de suas funções, a ANP atua como promotora do desenvolvimento dos

setores regulados. Colabora, assim, para a atração de investimentos,

aperfeiçoamento tecnológico e capacitação dos recursos humanos da indústria,

gerando crescimento econômico, empregos e renda (ANP, 2009)..

A ANP firmou-se também como um centro de referência em dados e

conhecimento sobre a indústria do petróleo e gás natural: mantém o Banco de

Dados de Exploração e Produção (BDEP), realiza pesquisas periódicas sobre

qualidade dos combustíveis e sobre preços na comercialização desses produtos, e

promove estudos sobre o desenvolvimento do setor (ANP, 2009)..

A ANP é conduzida por uma diretoria colegiada, composta por um diretor

geral e quatro diretores com mandato de quatro anos, não coincidentes. A diretoria

tem como função emitir portarias, instruções normativas e resoluções para as

indústrias reguladas e resolvem pendências entre agentes econômicos e entre

esses agentes e os consumidores (ANP, 2009)..

Além das verbas previstas no Orçamento da União, que dependem da

aprovação expressa do Congresso Nacional, a ANP tem como fontes de receita:

uma parcela dos bônus de assinatura (pagos pelas empresas que obtêm

concessões de áreas) e uma parcela das participações especiais, constantes no

orçamento aprovado; recursos provenientes de convênios, doações e legados;

valores de taxas e multas, além daqueles provenientes da venda de dados

geológicos e geofísicos pelo Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP);

o valor total do pagamento pela ocupação ou retenção de área, devido pelas

concessionárias de campos de óleo ou gás. A disponibilidade efetiva de recursos

está condicionada ao contingenciamento financeiro adotado pelo Governo Federal

(ANP, 2009).

A ANP administra e fornece dados técnicos sobre bacias sedimentares;

promove estudos para delimitar áreas para exploração, desenvolvimento e produção

de petróleo e gás natural; realiza as licitações para a concessão daquelas áreas; e

fiscaliza o cumprimento dos contratos de concessão, que estabelecem duas fases:

Exploração: em um período de dois a oito anos, as empresas vencedoras das

licitações adquirem estudos, buscam petróleo e gás e avaliam se suas eventuais

descobertas são comercialmente viáveis .

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Produção: se o concessionário considerar comercial uma descoberta,

submeterá à ANP um plano de desenvolvimento, com sua visão das potencialidades

do campo, sua proposta de trabalho e previsão de investimentos para, em seguida,

iniciar a produção propriamente dita (ANP, 2009)..

A ANP vem incentivando, desde 2005, o ingresso de pequenas e médias

empresas nas atividades do setor por meio da oferta de áreas inativas com

acumulações marginais de petróleo e gás. Essas áreas requerem pequeno

investimento e algumas contam com boa infra-estrutura. A iniciativa tem impacto

positivo sobre o desenvolvimento de regiões, ao reativar a indústria, gerar

empregos, renda e aumentar a arrecadação de impostos.

Com parte dos recursos originados nos royalties, a ANP estimula a

complementação de currículos de cursos universitários, de graduação e pós-

graduação, e de educação profissional de nível médio com disciplinas extras de

especialização no setor de petróleo e gás natural. Lançado em 1999, o Programa de

Recursos Humanos da ANP para o Setor do Petróleo e Gás (PRH/ANP-MCT) já

concedeu mais de 4.500 bolsas de estudos e mantém convênios com instituições de

ensino e pesquisa em 16 estados da Federação.

Para atuar nas questões ambientais relacionadas à indústria do petróleo e

gás natural, a ANP tem acordos de cooperação com o Ministério do Meio Ambiente,

com o Comando da Marinha e com representantes da indústria petrolífera,

universidades e órgãos ambientais. Para a seleção das áreas incluídas nas rodadas

de licitação são observadas as restrições ambientais, sustentadas em estudos

conjuntos da ANP com o Ibama e órgãos ambientais estaduais (ANP, 2009).

2.3 – Petrobras

Em 1954 a Petrobras foi criada pela lei 2004 (03/10/1953), após longa e

inflamada campanha popular, e instalada em 10/05/1954, para servir de base para a

indústria do petróleo no Brasil e para exercer, em nome da União, o monopólio da

exploração, produção, refino e comercialização do petróleo e seus derivados. A

Petrobras inovou quando decidiu explorar petróleo no mar (MILANI et al. 2001).

A Petrobras - Petróleo Brasileiro S/A é uma empresa estatal brasileira de

economia mista. Fundada em 3 de outubro de 1953 com sede no Rio de Janeiro,

opera hoje em 27 países, no segmento de energia, prioritariamente nas áreas de

exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e seus

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derivados no Brasil e no exterior. Seu lema atual é "Uma empresa integrada de

energia que atua com responsabilidade social e ambiental" (PETROBRAS, 2009)

Atualmente a empresa está em quarto lugar no ranking das maiores

petrolíferas de capital aberto do mundo, é a terceira maior empresa do continente

americano em valor de mercado e ocupa o sexto lugar entre as maiores empresas

do mundo em valor de mercado.

A Petróleo Brasileiro S/A - PETROBRAS iniciou suas atividades com o acervo

recebido do antigo Conselho Nacional do Petróleo (CNP), que manteve sua função

fiscalizadora sobre o setor.

As operações de exploração e produção de petróleo, bem como as demais

atividades ligadas ao setor de petróleo, gás natural e derivados, à exceção da

distribuição atacadista e da revenda no varejo pelos postos de abastecimento, foram

monopólio conduzido pela Petrobras de 1954 a 1997. Durante esse período a

Petrobras tornou-se líder em comercialização de derivados no País.

Em 1997, o Brasil, através da Petrobras, ingressou no seleto grupo de 16

países que produz mais de 1milhão de barris de óleo por dia. Nesse mesmo ano, em

6 de agosto de 1997, o então presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou a

Lei n º 9.478, que abriu as atividades da indústria petrolífera no Brasil à iniciativa

privada (PETROBRAS, 2009).

Em 2003, coincidindo com a comemoração dos seus 50 anos, a Petrobras

dobrou a sua produção diária de óleo e gás natural ultrapassando a marca de 2

milhões de barris, no Brasil e no exterior.

No dia 21 de abril de 2006, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início à

produção da plataforma P-50, no Campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos, o

que permitiu ao Brasil atingir autosuficiência em petróleo.

Em 2007, a Petrobras foi classificada como a 7ª maior empresa de petróleo

do mundo com ações negociadas em bolsas de valores, de acordo com a Petroleum

Intelligence Weekly (PIW), publicação que divulga anualmente o ranking das 50

maiores e mais importantes empresas de petróleo.

No início de 2008, a Petrobras foi reconhecida através de pesquisa da

Management & Excellence (M&E) a petroleira mais sustentável do mundo. Em

primeiro lugar no ranking, com a pontuação de 92,25%, a Companhia é considerada

referência mundial em ética e sustentabilidade, considerando 387 indicadores

internacionais, entre eles queda em emissão de poluentes e em vazamentos de

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óleo, menor consumo de energia e sistema transparente de atendimento a

fornecedores (PETROBRAS, 2009).

A Petrobras tem como missão: atuar de forma segura e rentável, com

responsabilidade social e ambiental, nos mercados nacional e internacional,

fornecendo produtos e serviços adequados às necessidades dos clientes e

contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos países onde atua. Tem como

valores, descritos no Plano Estratégico: Descritos no Plano Estratégico, os valores

são a forma como a Companhia pauta suas estratégias, ações e projetos. Eles

devem estar presentes na condução das atividades e refletir o jeito de ser da

Petrobras.

A Petrobras produz energia para o conforto do homem e usa toda a

tecnologia a seu alcance para transformar as diferentes fontes energéticas em

progresso e crescimento. Ao investir em energia eólica, solar, biodiesel, biogás,

entre outras, a Companhia ajuda a diversificar a matriz energética brasileira.

A Petrobras tem batido sucessivos recordes em suas refinarias,

desenvolvendo tecnologia própria e possibilitando que o petróleo nacional, de

característica mais pesada, possa render uma percentagem maior de produtos

nobres e aumentar a rentabilidade do negócio.

A atuação do downstream (abastecimento) é fundamental para consolidar os

objetivos estratégicos da Petrobras, como aumentar a capacidade de refino no

Brasil, processando o máximo de petróleo nacional produzido. Expandir a

capacidade de refino no País e no exterior, buscando o equilíbrio com o crescimento

da produção de óleo da Petrobras.

Prestar sempre os melhores serviços em mais de sete mil e duzentos postos

de serviços espalhados por diversas cidades e rodovias do País é o objetivo da

Petrobras Distribuidora (PETROBRAS, 2009).

A Petrobras está presente em diversos segmentos da indústria: automotivo,

marítimo, ferroviário e na aviação. Com isso, seus produtos estão voltados para

diferentes aplicações no mercado. Através de um rígido sistema de controle, a

empresa garante a alta qualidade que a colocou na liderança do mercado nacional.

A Petrobras está organizada em quatro Áreas de Negócio e pelas Áreas

Corporativa, Financeira e de Serviços. A Área Corporativa é ligada ao Presidente e

as demais aos respectivos diretores. Importante ressaltar que este modelo vem

sendo constantemente aprimorado (PETROBRAS, 2009).

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ORGANOGRAMA DA PETROBRAS

Figura retirada do site: www.petrobras.com.br

O Sistema Petrobras inclui subsidiárias - empresas independentes com

diretorias próprias, interligadas à Sede. São elas:

Petrobras Distribuidora S/A - BR, atua na distribuição de derivados de

petróleo;

Petrobras Química S/A - PETROQUISA, que atua na indústria petroquímica;

Petrobras Gás S/A - GASPETRO, subsidiária responsável pela

comercialização do gás natural nacional e importado;

Petrobras Transporte S/A (TRANSPETRO), sua finalidade é operar a rede de

transportes. Downstream Participações S.A, que facilita a permuta de ativos entre a

Petrobras e a Repsol YPF (PETROBRAS, 2009).

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CAPÍTULO III Formas de atuação preventiva no mercado de petróleo

3.1 – Atividades nocivas

As conseqüências ambientais são substanciais em todo o processo de

desenvolvimento do petróleo. Cada estágio do processo – exploração, perfuração

onshore (em terra) e offshore (em mar), refino, transporte por oleodutos ou outras

formas – apresentam sérios riscos para a ecologia e para a saúde pública. Cada

meio ambiental – ar, água, e terra – é afetado.

O grau de dano ambiental é determinado pela responsabilidade do operador,

pela fiscalização do governo, e pelas condições em ecossistemas específicos.

Mesmo em ambientes extremamente controlados, algum dano ocorre (WASCOW &

WELCH, 2005).

A extração de petróleo exige que se alcancem áreas profundas abaixo da superfície

terrestre, geralmente em locais remotos ou ambientalmente vulneráveis. O próprio

petróleo, e os materiais que emergem com ele do solo, são compostos de

substâncias químicas extremamente tóxicas. O processamento e a condução deste

líquido por grandes distâncias pode ser tecnicamente difícil e ambientalmente

perigoso. Vazamentos de petróleo ocorrem regularmente, prejudicando a vida de

plantas e animais, e acidentes perigosos podem acontecer em todas as fases do

desenvolvimento do petróleo (WASCOW & WELCH, 2005).

A extração do petróleo pode também gerar profundos impactos sociais. Os

locais de perfuração de petróleo são geralmente protegidos por uma grande e

minuciosa segurança.

Em alguns casos, as companhias petrolíferas fazem parcerias com as forças

armadas ou a polícia, resultando em terríveis afrontas aos direitos humanos.

Diversas ocorrências diretamente ligadas ao petróleo vêm causando inúmeras

tragédias ao meio ambiente, sendo mais marcantes aquelas ligadas a vazamentos

de óleo nos mares rios e baías de todo o mundo, como o recente e inaceitável

vazamento de óleo provocado pela Petrobrás, na Baía de Guanabara, no Rio de

Janeiro. (SILVA et al. 2008)

Em acontecimento recente, a Petrobrás juntamente com a Refinaria de Duque

de Caxias – REDUC protagonizaram um dos maiores acidentes ambientais ocorridos

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no Brasil, deixando vazar, por pura negligência, milhares de litros de óleo na Baía de

Guanabara, com conseqüências gravíssimas para centenas de pessoas, desde os

pequenos pescadores que viviam do peixe oriundo da Baía ao turismo em Paquetá,

que reduziu drasticamente devido À poluição causada, afetando diretamente ao

comércio local e a todos aqueles que viviam direta e indiretamente do turismo

(SILVA et al. 2008).

Apenas uma das multas atribuídas à Petrobrás girou em torno dos R$

50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais), fora as indenizações pagas aos

atingidos economicamente pelo acidente, como os citados pescadores. Certamente

que os gastos dirigidos à manutenção dos oleodutos que conduziam o óleo da

Petrobrás para a REDUC, custariam bem menos que todos os gastos decorrentes

deste acidente, porém também se trata de um novo fator de custos de produção.

A previsão de intensificação das atividades de exploração e transporte de

petróleo nos próximos anos leva a empresa estatal a estabelecer diagnósticos

socioambientais de modo a melhor planejar a gestão dos riscos inerentes às

atividades.

Apesar de o petróleo ser um recurso que pode trazer benefícios financeiros

para comunidades locais se administrados de forma transparente e justa, tais

benefícios podem e devem ser vistos no contexto das conseqüências sociais e

ambientais potenciais do petróleo para essas mesmas comunidades.

O petróleo cru e subprodutos da perfuração e da extração contêm

quantidades significativas de substâncias tóxicas e outros poluentes. Grandes

quantidades de fragmentos de rocha – denominados “lascas” – são trazidas à

superfície durante o processo de perfuração, gerando grandes volumes de resíduos

que deverão ser descartados.

As lascas também são problemáticas porque são cobertas pelos fluidos da

perfuração – denominados “lama de perfuração”– utilizados para lubrificar a broca e

estabilizar a pressão no interior do poço de petróleo. Uma vez utilizados no processo

de extração, esses fluidos de perfuração ficam contaminados com substâncias

perigosas, incluindo metais pesados outras substâncias químicas tóxicas. A

quantidade de lascas e lama produzida por um poço pode variar de 60.000 a

300.000 galões por dia (WASCOW & WELCH, 2005).

Os postos de distribuição de combustíveis também podem causar danos às

pessoas que trabalham nele ou próximas a eles e também ao meio ambiente.

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A contaminação se dá por hidrocarbonetos através do contato com o

combustível e pela aspiração de gases dos próprios combustíveis e os emitidos

pelos veículos automotivos, a contaminação dos solos pelos hidrocarbonetos

provocados na maioria das vezes por vazamentos e outro dano pode ser pela

ocorrência de incêndio, causam danos graves às pessoas e ao meio ambiente pois

jogam na atmosfera gases prejudiciais e tóxicos e também os impactos causados

pelos resíduos perigosos gerados pelos postos de serviços.

A contaminação humana se dá por via dermal, via respiratória e via oral. De

acordo com Gomes (1981) e Mello (1991) os funcionários de postos de serviços que

trabalham em contato com os combustíveis, formam um grupo de risco devido a

algumas características dos produtos, ou seja, estão suceptíveis a adiquirir doenças

na pele (dermatites) e conforme a natureza de alguns componentes serem

classificados como carcinogênicos podem causar modificações citogenéticas e levá-

los a câncer e leucemia.

Contaminação do solo e da águas subterrâneas: o impacto ambiental que as

atividades dos postos de serviços podem ocasionar é a contaminação do solo

através de derramamentos de combustíveis e mais grave quando ocorrem

vazamentos dos tanques de armazenamento de combustivel enterrados no solo, que

dependendo da gravidade e da característica do solo podem atingir os lençois

freáticos ocassionando a contaminação da vizinhaça através dos poços, que na

maioria das vezes são usados como fonte da abastecimento de água das pessoas.

3.2 – Formas de mitigação de impactos

Mitigação pode ser considerada uma combinação de iniciativas de adaptação

para abrandar os efeitos causados pelo petróleo e seus derivados.

Procurando mitigar os impactos que os resíduos causam ao meio ambiente, a

Petrobras vem trabalhando com o Sistema de Gestão Ambiental no qual se

identificação os Aspectos de Segurança, Meio Ambiente e Saúde e seus impactos

em sondas de perfuração terrestre.

Observou-se ainda que, na atividade de “arrumação e limpeza da sonda e

locação”, os aspectos que apresentam maior impacto são: óleo, cascalho e fluido de

perfuração no chão da locação e o tratamento de esgotos, cujos impactos acarretam

a poluição do solo e riscos à saúde e ao ambiente. Na tarefa de “controle no uso de

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recursos”, o consumo de água é o aspecto que apresenta o maior impacto, pois traz

a redução dos recursos hídricos.

Na atividade de “perfuração”, os vazamentos de óleo lubrificante representam

o maior impacto, causando a poluição do solo. No “recebimento, manuseio e

estocagem de combustíveis, lubrificantes e gases”, os aspectos que apresentam

vazamentos de diesel, gasolina e lubrificantes ocasionam poluição do solo como

impacto. Na “remoção de cascalho e de resíduos líquidos” os aspectos de

derramamento e vazamentos de cascalho nas caixas coletoras apresentam a

poluição do solo como maior impacto (SILVA & SANTOS, 2008).

São muitos os cuidados com o meio ambiente na operação com sondas de

perfuração terrestre; Programa Stop; Sais (Sistema de Acompanhamento de

Inspeções de Segurança); Siga (Sistema Integrado de Gestão de Anomalia); SGM

(Sistema de Gerenciamento da Manutenção); controle dos aspectos relacionados a

consumos energéticos pela Cice, através do Plano de Conservação de Energia;

estabelecimento de controle e de planos de racionalização através do Plano de

Gestão de Recursos Hídricos (SMS); estabelecimento de controles através do

Plano de Controle de Insumos (SMS); utilização de policaçamba ou

caçambão e carro sugador; sistema de calhas e caixas de coleta na locação; coleta

seletiva nas sondas de perfuração; reuniões sobre SMS (Segurança, Meio Ambiente

e Saúde); ações de conhecimento e conscientização.

As ações de mitigação dos impactos causados pelos postos de distribuição de

combustível são: comunicação ao órgão ambiental local para inspeção, contratação

de empresa especializada para a descontaminação das águas subterrâneas quando

as mesmas apresentam índices altos de contaminação por hidrocarbonetos e na

maioria das vezes pagamentos de multas devido ao impacto ambiental causado,

entre outras medidas (ROCHA et al., 2004).

De acordo com a NBR 10004/1987, os resíduos dos postos de serviços são

definido como classe I que são os resíduos perigosos e portanto necessitam de

cuidados especiais quanto ao seu armazenamento e destinação de forma a evitar

potenciais impactos ambientais. Para o armazenamento é recomendado o uso e

EPI´s (Equipamentos de proteção individual), tais como: luvas de PVC, para o

manuseio de resíduos e calçado com solado de borracha, sem a presença de

pregos ou partes metálicas e quanto aos recipientes para armazenamentos devem

ser tomados alguns cuidados como: os recipientes deverão ser metálicos e com

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tampas e permanecer sempre tampados, não poderão apresentar furos ou qualquer

possibilidades de vazamentos, resíduos diferentes não podem ser misturados e

entre outros. No posto deve haver uma área específica para armazenagem e com

algumas exigências: o piso deve ser cimentado, ao redor dos recipientes deve ter

uma mureta de forma a conter qualquer vazamento que possa ocorrer, instalações

elétricas específicas a prova de explosão, acesso exclusivos de pessoas

autorizadas, entre outros (ROCHA et al., 2004)..

Os postos de distribuição de combustíveis devem seguir as normas

ambientais federais e locais quanto a correta destinação dos seus resíduos

perigosos. Os principais tipos de resíduos perigosos gerados são: óleo usado, areia

contaminada com combustível, mantas e cordões absorventes, Filtros de óleo

lubrificantes, de combustíveis de veículos e de ar, Borra e combustível proveniente

da caixa separadora de água e óleo, vasilhame de óleo usado e estopas usadas.

Empresas cadastradas e licenciadas em órgãos ambientais devem enviar estes

resíduos para locais específicos de incineração de alguns resíduos e rerrefino dos

óleos combustíveis usados (ROCHA et al., 2004)..

3.3 – Novas tecnologias para substituir o petróleo como matéria prima

O impacto ambiental gerado durante a obtenção de energia vem sendo

discutido mundialmente, mediante a conscientização da gravidade da questão.

As reservas mundiais de petróleo irão acabar dentro dos próximos 100 anos.

Precisamos, portanto, procurar desde já substitutos para o petróleo como matéria-

prima para a indústria química (CAMPBELL, 1998).

Em princípio, os outros combustíveis fósseis, o gás natural e o carvão

mineral, têm reservas bastante maiores e poderiam substituir o petróleo

(CAMPBELL, 1998).

Porém, eles são de difícil transformação em matéria-prima para a indústria

química e não resolveriam outro grande problema relacionado com o petróleo: o

impacto ambiental devido à formação de CO2 e gases sulfurados na sua queima ou

transformação.

Para um país tropical como o Brasil, o substituto natural para o petróleo é a

biomassa. Além de ser renovável ela reduz a poluição, pois é formada a partir de

CO2 e H2O, aproveitando a energia solar (CORTEZ & LORA, 1997).

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Na Europa e América do Norte a preocupação com fontes alternativas de

insumos é muito grande. Como exemplo, a realização da conferência Biomass for

Energy and Industry, realizada a cada dois anos na Europa com abrangência

mundial, e cuja diretriz principal é a produção de biomassa para geração de

insumos. Isso envolve principalmente países onde a fotossíntese é desfavorecida

em função da localização geográfica (KYRITSIS & CARRASCO, 2000).

Os componentes da biomassa precisam ser separados antes da sua

transformação em produtos químicos. Primeiramente, devem ser separados os

frutos, as sementes, as folhagens e a casca, e depois extraídos os óleos essenciais,

vegetais e os carboidratos não-estruturais. Após esta separação temos o lenho

propriamente dito que contém 20 a 25% de hemiceluloses, 25 a 30% de lignina e 45

a 55% de celulose. A forma de separação mais utilizada industrialmente é a

polpação química, através da qual se obtém a celulose para obtenção de polpa para

papel e a lignina na forma solúvel, usada para gerar energia (FENGEL &

WEGENER, 1989).

Na separação é necessária uma etapa de pré-tratamento, que pode ser feita

através de processos químicos, físicos ou biológicos. Os mais adequados são uma

pré-hidrólise ou a explosão a vapor, com despolimerização e dissolução quase

completa das hemiceluloses (SILVA, 1995).

A celulose também pode ser utilizada como um dos componentes substitutos

do petróleo, ela vem sendo utilizada na produção de polpas celulósicas e na

obtenção de fibras naturais como o algodão, rayon e Tencel. Para transformar a

celulose em insumo químico é utilizada a glicose obtida pela sua hidrólise.

A pré-hidrólise em condições suaves hidrolisa as hemiceluloses em açúcares

(principalmente pentoses) que podem ser fermentados, obtendo-se etanol. Se as

hemiceluloses forem separadas por explosão a vapor (tratamento com vapor

superaquecido e despressurização rápida), obtém-se furfural como produto principal,

que forma resinas com fenol ou uréia, ou pode ser hidrolisado para ácido maleico e

também um grande número de produtos de utilização já garantida (SILVA, 1995).

As ligninas são mais hidrofóbicas e podem ser transformadas em óleos com

características semelhantes ao petróleo através da hidrogenólise (COSTA, 1989).

Ligninas também são adequadas para gaseificação com oxigênio (SANCHEZ,

LORA & GOMEZ, s.d.) fornecendo gás de síntese, que é essencial na produção de

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metanol, que pode ser utilizado como composto chave para a produção de uma

grande variedade de produtos químicos.

Sacarose e amido são carboidratos não-estruturais utilizados principalmente

na alimentação. Por outro lado, suas sobras podem ser uma importante fonte para a

obtenção de açúcares e polímeros biodegradáveis (ROWELL, SCHULTZ &

NARAGAN, 1992). O Proálcool está mostrando que o álcool obtido a partir da cana

de açúcar pode substituir uma relevante fração do petróleo utilizado no país. O

amido, obtido a partir de mandioca, batata, beterraba e outros, é também facilmente

transformado em etanol, que pode ser utilizado tanto na indústria química, quanto

como combustível.

As sementes são a principal fonte de óleos vegetais, que já têm uma ampla

aplicação industrial (HILL, RYBINSKI & STOLL, 1997). Eles podem ser

transformados em álcoois graxos, que são utilizados como surfactantes e

emulsificantes, ésteres graxos, que são utilizados como lubrificantes, estabilizantes,

na produção de PVC, bem como em aplicações semelhantes às dos álcoois graxos.

Os frutos e folhagens fornecem uma grande variedade de terpenos,

industrialmente utilizados como fragrâncias. Outras interessantes aplicações dos

terpenos são na produção de produtos farmacêuticos e resinas sintéticas

(EGGERSDORFER, 1995)

Podem ser ainda extraídos flavonóides, que são utilizados na indústria de

aromatizantes e conservantes, e carotenóides, que são utilizados como aditivos

alimentícios e antioxidantes (BAUER, GARBE & SURBURG, 1988).

A casca contém uma grande quantidade de carboidratos e ligninas, além de

ceras, terpenos, flavonóides, e polifenóis (FENGEL & WEGENER, 1989).

Os últimos podem ser extraídos e utilizados no mercado farmacêutico e de

polímeros, onde podem obter um alto valor comercial. Se a casca não for utilizada

para obtenção de compostos de alto valor agregado, ela pode ser gaseificada para a

obtenção de metanol, como descrito anteriormente.

O hidrogênio é um forte candidato para substituir o petróleo. Considerado o

melhor candidato para substituir os combustíveis fósseis em veículos automotores, o

hidrogênio é abundante no planeta e sua combustão só gera água pura. Pode ser

produzido a partir de diversas fontes: álcool, biogás, água, gás natural, biodiesel.

Ainda é um combustível mais caro do que o petróleo, mas está sendo considerada a

solução dos problemas ambientais associados aos combustíveis fósseis,

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principalmente quanto às emissões de dióxido de carbono, o CO2 (FENGEL &

WEGENER, 1989).

Importante frisar que a substituição do petróleo por biomassa ou qualquer

outro tipo de tecnologia não será feita do dia pra noite, serão precisos anos de

pesquisas e testes. O Brasil tem a grande chance de sair pioneiro nesta área e

produzir produtos petroquímicos a partir de biomassa enquanto os países

desenvolvidos ainda dependem do petróleo. Para isso o país precisaria investir

nestas idéias e iniciar já os estudos necessários. Porém isso não ocorre, pois as

empresas e laboratórios não querem investir em algo que não será um problema

efetivo agora, mas somente daqui a 10 ou 20 anos.

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CONCLUSÃO Verificou-se através desse trabalho que o petróleo vem sendo utilizado pela

humanidade desde o remoto passado, sendo inclusive citado na Bíblia. Sendo a

principal matéria-prima energética e industrial do planeta, uma riqueza distribuída de

forma desigual entre os países e um recurso não-renovável, o petróleo se tornou

provavelmente a mais importante substância negociada entre países e corporações,

e tem sido, a partir do século XX, um fator político importante e causador de crises

entre governos, levando explícita ou, na maior parte dos casos, implicitamente a

guerras, massacres e extermínios.

Hoje conforme o trabalho aborda o petróleo tem uma grande importância na

economia do país, o Brasil é hoje o 7º maior produtor de petróleo no mundo.

Recentemente foi descoberta uma camada de petróleo e gás em uma região

mais profunda, chamada de pré-sal, são chamadas assim por estarem abaixo da

camada de sal, cerca de 5 a 7 mil metros abaixo do nível do mar. O pré sal hoje vem

sendo amplamente discutido pelo governo. Com essa descoberta o Brasil pode dar

um salto no ranking dos países com as maiores reservas de óleo e gás no mundo,

caso se confirmem as estimativas preliminares sobre acumulações na camada de

pré-sal no litoral brasileiro. Essa descoberta pode significar um aumento de 50% nas

reservas de petróleo e gás do País, atualmente em 13 bilhões de barris. Esse

acontecimento irá elevar o crescimento do país 6% ao ano.

O petróleo vem causando muitos danos ao meio ambiente são vários os

relatos de acidentes causados pela extração do petróleo, causando prejuízos a

comunidades onde existem reservas de extração de petróleo, porém a extração do

mesmo não pode ser vista somente como um aspecto negativo, ela traz inúmeros

benefícios às comunidades onde há uma reserva de petróleo.

Por se tratar de um combustível fóssil a tendência é que as reservas de

petróleo venham a acabar, pois é uma fonte de energia não renovável. O seu alto

grau de uso contribui para essa afirmativa, pois muitos são os produtos oriundos do

petróleo.

Com isso novas tecnologias vêm sendo testadas para substituí-lo como

exemplo foi visto nesse trabalho que há pesquisas desenvolvidas com o hidrogênio,

cascas, frutos, folhagens e sementes e também a sacarose e a celulose estão sendo

utilizadas como fonte de matéria prima para substituir o petróleo futuramente.

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Porém como observado nesse trabalho não será um processo rápido essa

substituição demorará anos, para que o petróleo possa ser substituído, mas mesmo

assim ele não será substituído 100% devido ao seu grande poder de utilização.

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BIBLIOGRAFIA

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ROWELL, R.M; SCHULTZ, T.P.; NARAGAN, R., Emerging Technologies for Materials and Chemicals from Biomass, ACS Symp. Series 476, Washington 1992. SANCHEZ, C.G.; LORA, E.S.; Gómez, E.O., Gaseificação, In ref. 3, pp. 255-347. SHAH, Sonia. A História do Petróleo. L&PM Editores, Ano 2007, 1a Ed. SCHUCHARDT et al. Quim. Nova, Vol. 24, No. 2, 247-251, 2001. SILVA, JULIANA MARSICO CORREIA, BOZELLI, REINALDO LUIZ, SANTOS, LAÍSA FREIRE. Impactos Ambientais da Exploração e Produção de Petróleo na Bacia de Campos, RJ. IV Encontro Nacional da Anppas, 2008. SOUZA, R.G. de. Petróleo, histórias das descobertas e o potencial brasileiro. Niterói-RJ, Ed. Muiraquitã, 1997. 272 p. SILVA, F. T.; Tese de Doutorado – Instituto de Química - UNICAMP, Campinas, 1995. UENF: Disponivel em: www.uenf.br/.../cct/qambiental/pe_derivados.gif. Acesso 04 out. 2009.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Utilização do petróleo no mercado brasileiro 11

1.1 – Aspectos evolutivos 13

1.2 – Relevâncias para a economia 15

1.3 – Pré sal 18

CAPÍTULO II 20

Petróleo e sustentabilidade 20

2.1 – Utilização racional 20

2.2 - A ANP e sua função reguladora 23

2.3 – Petrobras 26

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CAPÍTULO III 30

Formas de atuação preventiva no mercado de petróleo 30

3.1 – Atividades nocivas 30

3.2 – Formas de mitigação de impactos 32

3.3 – Novas tecnologias para substituir o petróleo como matéria prima 34

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

ÍNDICE 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 44

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Título da Monografia:

A utilização do petróleo e sua sustentabilidade no Brasil

Autor: Michelly Santana Queiroz

Data da entrega:

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