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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A MÚSICA NO PROCESSO EDUCACIONAL Por: Lilian Márcia Pereira da Silva Ramos Orientadora Prof.ª Flávia Cavalcanti Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A MÚSICA NO PROCESSO EDUCACIONAL

Por: Lilian Márcia Pereira da Silva Ramos

Orientadora

Prof.ª Flávia Cavalcanti

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A MÚSICA NO PROCESSO EDUCACIONAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Orientação Educacional e

Pedagógica.

Por: Lilian Márcia Pereira da Silva Ramos

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Ideário do Educador

1. Pensar no bem, falar no bem e exemplificar o bem.

2. Ser comedido nas palavras, correto na ação e ponderado nas

emoções.

3. Cultivar a alegria, evitar a leviandade e mostrar-se sempre sincero.

4. Amar sem apego, ser doce com seriedade e firme sem dureza de

coração.

5. Procurar a sabedoria com humildade, prezar a inteligência com

clareza e ensinar com simplicidade.

6. Fazer-se entendido por todos, amado pelos bons e respeitado pelos

rebeldes.

7. Servir à sociedade, transcender as convenções e buscar o Reino de

Deus.

8. Ser puro de coração, elevado no pensamento e nobre no proceder.

9. Servir aos homens como quem serve a Deus, amar todas as crianças

como suas e conviver amistosamente com a juventude.

10. Lutar pela Educação universal, empenhar-se pela Educação integral

e praticar a Educação pelo amor.

(Jan Amos Comenius)

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pela inspiração, ao meu esposo,

pelo apoio e compreensão na ausência, aos meus filhos

Alan e Daiana, as amigas Rita e Suely e as pessoas que

convivi nessa caminhada.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho as crianças que merecem educação

de qualidade, justa e sem preconceitos na nossa

sociedade.

RESUMO

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Este trabalho aborda a Educação Musical no processo educacional.

Trata-se de pesquisa do tipo bibliográfica que tem como objetivo examinar a

atual situação da música em espaços escolares e possíveis contribuições do

Orientador Educacional para esta temática. Concluiu-se que, apesar do

otimismo gerado pela obrigatoriedade do ensino de música, muito ainda

precisa ser realizada para que a música tenha papel relevante na educação

básica.

Palavras-Chave: Educação Musical. Políticas Públicas. Orientação

Educacional e Pedagógica.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesta pesquisa foi do tipo teórico, com apoio

de livros educacionais, revistas e meios eletrônicos, que serviram de respaldo

para fundamentar a importância da música e da Orientação Educacional no

âmbito escolar.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I - A Historicidade da Música 12

1.1 - Villa Lobos e o Projeto do Canto Orfeônico

14

1.2 - A Música no âmbito da educação artística (lei5692/71)

18

1.3 - Nova constituição, nova LDB (9394/96) e o ensino de arte

19

CAPÍTULO II - O Cenário atual - a Lei 11769/08 e a

obrigatoriedade do ensino da Música 22

CAPÍTULO III - A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E A MÚSICA EM

ESPAÇOS ESCOLARES 28

3.1 - Orientação Educacional em perspectiva histórica

28

3.2 - Música na Escola

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CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 45

FOLHA DE AVALIAÇÃO 49

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INTRODUÇÃO

Pensar e escrever sobre a música foi um grande desafio, pois aprecio

esta “arte” desde criança. Fui estimulada por meu pai que é músico a

conhecer, ouvir, sentir e apreciá-la em toda a sua totalidade.

A música é uma linguagem universal. Temos hoje a consciência dos

benefícios da música em nossa sociedade, para o desenvolvimento dos meios

mais espontâneos de expressão e sua condição de linguagem natural, viva de

pensamentos e emoções.

Como sabemos o Brasil é conhecido mundialmente por sua

musicalidade, compositores/músicos brasileiros são reconhecidos, a indústria

fonográfica movimenta milhões; no entanto, a educação musical nas escolas

ainda é incipiente. Prova disso, a necessidade da nova lei n 11.769 sancionada

em 2008 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Neste sentido, faz-se

necessário uma nova concepção, um novo olhar na educação musical. Cresce

a importância da musicalização em contextos escolares assim como pensá-la

numa dimensão social e cultural.

O trabalho monográfico tem por objetivo discutir a importância da

música no processo educacional demonstrando a relevância das ações do

Orientador Educacional na valorização da música no processo de

aprendizagem.

Cabe pontuar, que essa pesquisa se configura de natureza qualitativa,

reflexiva e encontra-se estruturada em 3 capítulos.

O primeiro capítulo apresenta a historicidade da música, uma breve

revisão da literatura e dos documentos federais tais como a Lei de Diretrizes e

Bases, Constituição de 1984 e o PCN, Aranha (2000) que teorizam este tema.

A seguir no segundo capítulo relata-se a situação atual na esfera

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musical com a lei11769/08 que institui a obrigatoriedade da música no currículo

nas escolas públicas. O quadro teórico que embasou as reflexões aqui

discutidas foram Jardim (2003) e ABEM (Associação Brasileira de Educação

Musical).

O terceiro capítulo descreve a historicidade e função do orientador

educacional e investiga contribuições desse profissional para a valorização da

Música no processo de aprendizagem. Para aprofundar a temática utilizou-se

Jardim (2009), Grispun (2011), Bréscia (2003), Gardner (1995) Giacaglia

(2010) e Penteado (2010).

Concluímos que a música quando bem trabalhada desenvolve a

criatividade, o raciocínio, atenção além de outras aptidões, que devem ser

aproveitadas em atividades educacionais e fora dela também. A música é tão

importante como real e concreta por ser um elemento que auxilia no bem estar

das pessoas e torna-se evidente a necessidade de incluir definitivamente a

música em espaços escolares.

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CAPÍTULO I

A Historicidade da Música

Partindo de análises dos registros históricos de várias culturas, pode-

se constatar que a presença da música é uma linguagem universal e marcante

na nossa civilização. Presume-se, então, que as primeiras músicas se

destinam à consagração de rituais altamente valorizados pela sociedade como

nascimento, casamento, morte, semeadura e colheita, chegada da primavera

etc.

Na Grécia Antiga, a música estaria presente em todas as

manifestações da coletividade, tanto nas festas religiosas como nas profanas.

Fazia parte do cotidiano da vida dos antigos gregos fazendo-se ouvir em

funerais, combates, jogos esportivos, teatro e banquetes. Há notícias da

existência de orquestras desde os tempos da Grécia Clássica, compostas de

harpas e flautas e com a participação de crianças e adultos que batiam

palmas, marcando o ritmo. Entre os gregos antigos, o ensino da música era

obrigatório, e, sem dúvida alguma, os gregos foram, entre os povos da

antiguidade, os mais adiantados em todas as artes, inclusive na música.

(Bréscia, p.31, 2003).

Segundo Bréscia (2003), Pitágoras de Scenus, filósofo grego da

Antiguidade, ensinava como determinados acordos musicais e certas melodias

criavam reações definidas no organismo humano. É assinalado que Salomão,

filho de David, compôs o Cântico dos Cânticos, para um grande conjunto de

harpas, trompas de prata e massa coral. Desse modo os gregos acreditavam

que a música e os instrumentos musicais eram presentes dos Deuses como

retribuição a estes, a música era usada para fazerem pedidos e pedir

esperança para o povo.

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No Brasil, as primeiras informações sobre a educação no musical vêm

do período da colonização européia, tendo como educadores os jesuítas, que

ensinavam a língua portuguesa e catequizavam os índios; assim como davam

aulas para os filhos dos europeus. A característica desta educação era elitista,

adestrava-se o índio para a cultura européia e fornecia-se o ensino necessário

para os filhos dos colonos, garantindo a dominação européia, (ARANHA,

2000). Desta forma, a educação era realizada pelos Colégios da Companhia

de Jesus que começavam a chegar ao Brasil, a partir de 1549.

Surgem as primeiras novas formas de música afro-brasileira,em 1650,

que mais tarde desenvolveria o afoxé, jongo, lundu, maracatu, maxixe, samba

e outros gêneros. A colonização portuguesa introduz largamente outros

instrumentos europeus sofisticados como a flauta, violão, cavaquinho,

clarinete, violino, violoncelo, harpa, acordeom, piano, bateria, triângulo e

pandeiro. A partir dos rituais religiosos das missões jesuítas nascem os

primeiros cultos folclóricos populares dos habitantes locais como o 'reisado' e o

'bumba-meu-boi'. A música sacra, as melancólicas baladas e as modas

portuguesas contribuem para a formação da música brasileira.

A partir do século XVIII, com o avanço do processo de urbanização,

intensifica-se a produção musical religiosa (lírica), na América Portuguesa. No

Brasil, este fenômeno também importante para o futuro próximo da música

popular. O ensino da música era ligado a pequenos grupos locais de

musicistas, com vistas a suprir uma demanda do Estado em relação às

carreiras liberais e militares no Brasil.

A colonização portuguesa no Brasil foi marcante, assim como a

contribuição de negros e índios, refletindo-se assim na música e no ensino

musical. Conhecer o passado para entender o presente é importante para

valorizarmos a dinâmica e a evolução histórica da cultura musical brasileira.

1.1 - Villa Lobos e o Projeto do Canto Orfeônico

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No século XX, encontramos a base positivista advinda da proclamação

da República, em que a educação era vista como de grande importância para

a solução de problemas nacionais. Ocorre, nesta época, um entusiasmo pela

instrução das classes menos favorecidas, pois seu despreparo constituía,

nessa concepção, um verdadeiro freio ao progresso nacional.

Constata-se em São Paulo uma intensa atividade musical pela criação

de vários institutos de ensino especializado, por profissionais envolvidos pela

variedade de publicações especializadas. Estas atividades provavelmente

seriam estimuladas pela difusão e expansão da cultura e dos conhecimentos

musicais proporcionadas pela abrangência da escola pública. No entanto, é o

Projeto do Canto Orfeônico de Villa Lobos a primeira política pública de

educação musical em âmbito nacional.

No panorama do ano de 1930 o Canto Orfeônico desponta enquanto

tentativa de Educação Musical para as massas. O canto orfeônico foi de

caráter obrigatório nas escolas do Rio de Janeiro, à época Distrito Federal,

estabelecido pelo decreto nº 19.941, de 30 de abril de 1931, durante o governo

de Getúlio Vargas. Constituiu-se como política de fortalecimento do poder e da

autoridade, organizando assim um projeto educacional centralizador que

visava superação dos conflitos e da individualidade, no sentido de unificação

nacional com o ideal do bem coletivo, do senso de responsabilidade e visando

à integração e unidade social.

É importante observar que o Canto Orfeônico tinha as seguintes

finalidades: (JARDIM, 2009).

- Estimular o hábito de perfeito convívio coletivo, aperfeiçoando o

senso de apuração do bom gosto.

- Desenvolver os fatores essenciais da sensibilidade musical,

baseados no ritmo, no som e na palavra.

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- Proporcionar a educação do caráter em relação à vida social por

intermédio da música viva.

- Incutir o sentimento cívico, de disciplina, o senso de solidariedade de

responsabilidade no ambiente escolar.

- Despertar o amor pela música e o interesse pelas realizações

artísticas.

- Promover a confraternização entre os escolares.

No ano de 1932 é lançado à nação brasileira o “Manifesto dos

Pioneiros da Escola Nova” e o compositor Heitor Villa-Lobos, com o auxílio do

educador Anísio Teixeira, é convidado para assumir o projeto da

Superintendência da Educação Musical (SEMA), para organizar o curso de

Pedagogia da Música e do Canto Orfeônico. Os futuros professores teriam a

missão de educar cívica e musicalmente as novas gerações do Brasil.

A união entre o Canto Orfeônico e o escolanovismo se dá desde sua

gênese, pois a Escola Nova, com seu otimismo pedagógico, cria condições

necessárias para o movimento de Educação Musical, através da crença na

formação de um novo indivíduo, adequado a um princípio de identidade,

crescimento e segurança nacional.

Segundo Besen (1991), Villa-Lobos é oficialmente convidado por

Anísio Teixeira, em 1932. Em apenas cinco meses realiza inúmeras ações:

apresentações públicas, criação de cursos de orientação e aperfeiçoamento do

Ensino de Música e Canto Orfeônico em quatro modalidades, a saber: 1)

Curso de declamação rítmica; 2) Curso de preparação ao ensino do Canto

Orfeônico; 3) Curso especializado de Música e Canto Orfeônico; 4) Curso de

Prática de Canto Orfeônico. Esses cursos eram destinados a públicos diversos:

os cursos 1e 2, para professor de escola primária; curso 3 para professor

especializado.O curso 4 tinha caráter eminentemente prático, abarcando

reuniões de estudos aos métodos de ensino, programas, análises.

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Esse projeto apresentava grande preocupação e cuidado com os

textos das canções. Além disso, era preciso fornecer subsídios para executar

os hinos oficiais objetivando a unificação nacional.

Outras iniciativas foram também contempladas no projeto tais como:

curso de Especialização de Música Instrumental para músicos de banda,

organização do cordão carnavalesco “Soldado do Cordão”, organização do

excelente material didático intitulado Guia Prático em 6 volumes, divulgação no

exterior do Canto Orfeônico. Durante esse tempo, Villa Lobos também se

empenha em fazer apelo aos interventores nos estados mostrando vantagens

do Canto Orfeônico e inova no âmbito da avaliação, adotando fichas

individuais nas quais havia espaço para a participação das famílias na

avaliação da influência do Canto Orfeônico nas atitudes dos alunos. Não se

descuidava também das atividades práticas como sabatinas musicais: audição,

participação de virtuoses. Importante iniciativa também foi a criação de um

centro de pesquisas musicais para reavivar e pesquisar obras.

É relevante destacar a preocupação de Villa-Lobos com os elementos

os quais deparamos ainda hoje em torno da gestão educacional como:

formação continuada de professores, orientação metodológica, organização

curricular, subsídio de material, diretrizes, preparação de material didático,

conexões e ações com finalidades musicais.

Em 1942, foi Criado o Conservatório Nacional de Canto que

estabelecia a obrigatoriedade do ensino de canto para todas as escolas

públicas do país, através de decreto. Essa situação de imposição gerou muitas

dificuldades, pois os professores não possuíam formação para fazer o que o

mestre Villa-Lobos queria: “que todos da escola cantassem”. Então, foram

promovidos cursos rápidos que formaram em nível superior os professores da

época, auxiliando-os na forma de uma “constante realimentação musical, que

lhes era proporcionada por intermédio do SEMA”. (FUCKS, 1991, p.123). A

autora afirma ainda que a metodologia adotada para o canto orfeônico,

preocupava-se mais com a quantidade, ocasionando, algumas vezes, uma

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queda de qualidade do ensino de música na escola pública. (FUCKS, 1991,

P.145)

Após a morte de Getúlio Vargas em 1954 e o posterior afastamento de

Villa Lobos, o projeto Canto Orfeônico foi perdendo força e iniciou-se uma

discussão sobre a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB

(4024/61). Esta legislação retirou do currículo o Canto Orfeônico e instituiu a

Educação Musical como disciplina optativa. Para Jardim (2009), a. resistência

dos professores à nova abordagem de ensino era vigorosa e manifestou-se

nos anos que se seguiram, com questionamentos e debates que denunciavam

a limitação imposta pela educação musical que, “mutilando o campo de ação

dessa matéria, desvirtua o escopo primordial de seu ensino” (Associação dos

Professores do Ensino Secundário e Normal Oficial do Estado de São Paulo,

1965, p. 35).

Dessa forma, a legislação de 1961 não chegou a produzir modificações

na estrutura vigente. Para Jardim (2009), a permanência das práticas

orfeônicas pode ser confirmada, tanto pelos quadros do magistério

especializado que não sofreram alterações imediatas, quanto pela legislação

do período, que dava garantias provisórias do exercício profissional até validar,

finalmente, o certificado de registro definitivo de professor de Educação

Musical para os professores diplomados em canto orfeônico, pela portaria nº.

288, de 26 de junho de 1969 (Brasil, 1969), expedido pelo Instituto Villa-Lobos,

nova designação do antigo Conservatório Nacional de Canto Orfeônico. Antes

mesmo que se desmontasse toda a estrutura institucional relacionada ao canto

orfeônico, cargos e carreira, material pedagógico e didático, a Educação

Musical foi extinta pela lei nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971 (Brasil, 1971),

tornando a música uma das linguagens constituintes da Educação Artística,

área que passa a figurar nos currículos de 1o e 2o graus.

1.2 - A Música no âmbito da educação artística

(lei5692/71)

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No início da década de 70, é promulgada a Lei 5692/71 pelo governo

militar, que institui várias modificações no sistema educacional brasileiro.

Centra o ensino da arte em técnicas e habilidades, com prejuízos à expressão

e sensibilidade. A fragmentação no ensino da arte se dá em virtude do caráter

tecnicista desta lei.

Os professores de Desenho, Música, Trabalhos Manuais, Canto Coral

e Artes Aplicadas, que vinham atuando segundo os conhecimentos específicos

de suas linguagens, viram esses saberes repentinamente transformados em

"meras atividades artísticas". Desde a sua implantação, observa-se que a

Educação Artística é tratada de modo indefinido, o que fica patente na redação

de um dos documentos explicativos da Lei, ou seja, o Parecer nº 540/77, do

MEC: "não é uma matéria, mas uma área bastante generosa e sem contornos

fixos, flutuando ao sabor das tendências e dos interesses" (FUSARI e

FERRAZ, 1992, p. 37-38).

A partir da Lei nº 5692/71, só as pessoas habilitadas pelos Cursos de

Licenciatura Curta (mais tarde Plena), poderiam ser contratadas ou prestar

concurso para assumir a área de Educação Artística. Tais cursos visavam à

polivalência em arte, pois os currículos previam conhecimentos das várias

linguagens artísticas, sem aprofundamento. Como boa parte dos professores

de desenho e trabalhos manuais formaram o público alvo das licenciaturas

curtas, o espaço para a música se tornou reduzido e a maioria absoluta de

professores de música optou por atuar em escolas especializadas e

conservatórios. Segundo Jardim (2009) essa lei, então, é responsabilizada por

desarticular todo o conhecimento musical no âmbito escolar.

É imperativo destacar que a Lei 5692/71 foi a precursora do ensino

gratuito por oito anos no Ensino Fundamental, fato marcante na história da

educação brasileira. É inegável que essa expansão resultou em maiores

oportunidades de acesso à escola, mas principalmente negou a permanência

com aprendizagem efetiva, mediante oferecimento de uma educação de

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qualidade, ao restringir o espaço curricular da Educação Musical.

1.3 - Nova constituição, nova LDB (9394/96) e o ensino

de arte:

A aprovação da emenda Constitucional 24, no ano de 1983, da autoria

de João Calmon, favoreceu um grande movimento no Brasil em prol da

descentralização do sistema educacional do país. Segundo Corbucci, Castro e

Barreto (2000), a Emenda “prescrevia a destinação de percentuais mínimos da

arrecadação fiscal no âmbito da União, dos estados e municípios e do Distrito

Federal para a manutenção e o desenvolvimento do ensino” (p.6).

Na visão dos autores, a nova Constituição também promoveu outras

modificações no sistema de ensino brasileiro, conferindo-lhe maior autonomia

e descentralização da gestão Nesse sentido, o artigo 206, item VI da

Constituição Federal, assegura que o ensino será ministrado tendo como base

entre outros princípios, a gestão democrática do ensino público, na forma da lei

(BRASIL, 1988).

Após a redemocratização do país e a entrada em vigor da Constituição

de 1988, fez-se necessária uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional. A nova LDB é aprovada e promulgada em dezembro de1996 e no

seu artigo 26, parágrafo 2, considera a arte como componente obrigatório do

currículo da educação básica.

Percebemos que o espaço da arte no texto da nova LDB, está

legalmente garantido, como estava assegurado na lei 5692/71, no entanto sem

definição para a área a ser trabalhada; ou seja, o texto é ambíguo e por ensino

de arte várias interpretações podem ser dadas, até mesmo limitando-se à

pintura e ao desenho, sendo necessário um melhor detalhamento da questão.

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Em 1997, o MEC convidou especialistas para a elaboração de uma

série de documentos, denominados de Parâmetros Curriculares Nacionais que

chegariam às escolas, contendo especificações a respeito dos conteúdos e

orientações pedagógicas. Dentre eles, destaco o volume 6, voltado para o

ensino da arte. O PCN/Arte é organizado em duas partes: na primeira, há a

apresentação dos fundamentos e concepções que deverão nortear ensino da

arte; a segunda parte, relativa aos conteúdos de ensino, é subdividida em

quatro documentos: Artes Visuais, Música, Teatro e Dança. Na visão de

Penna, (2001):

Apesar dessa possível progressão, o fato é que não é

garantida a continuidade necessária ao ensino de música, na

medida em que os PCN/Arte propõem quatro modalidades

artísticas, deixando a cargo das escolas a decisão de como

tratá-las (2001 b, p.117).

De acordo ainda no documento do MEC, Parâmetros Curriculares

Nacionais/Arte para o 3º e 4º ciclo encontramos a seguinte colocação:

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte têm como

objetivo levar às artes visuais, a dança, a música e o teatro

para serem aprendidos na escola. Por muito tempo, essas

práticas foram consideradas atividades importantes apenas

para recreação, equilíbrio psíquico, expressão criativa ou

simplesmente treino de habilidades motoras. Nos Parâmetros

Curriculares Nacionais, entretanto, Arte é apresentada como

área de conhecimento que requer espaço e constância, como

todas as áreas do currículo escolar. [...] É necessário que a

escola planeje para cada modalidade artística no mínimo duas

aulas semanais e que a área de Arte esteja presente em todos

os níveis de ensino. (BRASIL, 1998, p. 62)

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Para que a escola possa trabalhar efetivamente conteúdos amplos e

complexos como esses apresentados nos PCNS é preciso uma presença

constante do ensino de música na vida escolar do aluno. Isto pode ser previsto

pela progressão que se estabelece entre as propostas para a Música nos

documentos referenciais. E, na verdade, os conteúdos apresentados nas

séries iniciais como; criação, apreciação e contextualização sobre os diversos

sistemas musicais já seriam suficientes para sustentar um trabalho musical de

qualidade ao longo de toda a educação fundamental.

No entanto, para boa parte dos pesquisadores isso não garantiu a

presença de música na escola básica, uma vez que as escolas optaram

majoritariamente, pelo ensino de artes visuais.

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CAPÍTULO II

O Cenário atual - a Lei 11769/08 e a obrigatoriedade do

ensino da Música

A política educacional brasileira nas últimas décadas do século XX tem

menosprezado a música no contexto das nossas escolas, dentro e fora destas

(BRÉSCIA, 2003), resultando disso a exclusão dos currículos, programas

projetos e iniciativas maiores ligados à educação de nossas crianças e jovens

em geral. Entretanto, aos poucos, o cenário parecia mudar por meio de

algumas iniciativas que passaremos a relatar. Existem indícios alentadores que

se pretende retomar o ensino de música para todos no Brasil, particularmente

no contexto do ensino público. Desde 1996 especialistas no assunto foram

convidados pelo governo para apresentar propostas e redigir projetos sobre a

música não obtendo resultados. Segundo Bréscia (2003) em agosto de 1999,

na Convenção Internacional de Regentes e Coros, em Brasília, o assunto foi

amplamente discutido e foi adotada como base para essas discussões a nova

Lei de Diretrizes e Bases da Educação. À frente desse movimento estava o

maestro Junker, regente titular do Coro Sinfônico Comunitário da Universidade

de Brasília, à época com mestrado, doutorado e pós-doutorado em Canto

Coral nos Estados Unidos. A proposta do maestro contou com o apoio do

MEC, que veiculou o material publicitário com o slogan “Toda Criança

Cantando na Escola”. (MEC, 1999)

No ano de 2006, um grupo de músicos formou o Núcleo Independente

de Músicos, e entre eles estavam Ivan Lins, Francis Hime, Fernanda Abreu,

Cristina Saraiva, Dalmo Motta e Alexandre Negreiros e decidiram trabalhar

para buscar soluções para as questões da música do Brasil. Esse grupo

estabeleceu uma aliança com entidades como a Associação Brasileira de

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Educação Musical (ABEM), o Sindicato dos Músicos Profissionais do Rio de

Janeiro, o Fórum Permanente Paulista de Música, a Rede Social da Música, a

ABMI (Associação Brasileira da Música Independente), e formaram o Grupo de

Articulação Parlamentar Pró-Música. O Grupo promoveu um seminário na

Câmara dos Deputados onde iniciou uma parceria com a Comissão de

Educação, dando origem a várias audiências públicas para originar projetos de

lei com questões da música. Foram vários temas, mas um l deles, como

principal, o que teve mais desenvoltura durante esse processo foi o da volta da

educação escolas.

O grupo citado acima começou a trabalhar em um problema

específico, da LDB: a mesma estava redigida de uma forma ambígua, e o que

estava acontecendo era à interpretação da lei, como um reforço à polivalência,

sem espaço para a música, como já foi citado no capítulo anterior.

Perante essa ambigüidade, em 22 de novembro de 2006 foi proposto,

em uma audiência pública, um projeto de lei que pudesse resolver o problema.

O processo foi inscrito pelo número 343/2006. No entanto, quando esse projeto

de lei foi inscrito, descobriu-se que havia outro, o de número 330/2206, da

senadora Roseana Sarney, com exatamente a mesma intenção. Os processos

tramitaram durante todo o ano de 2007 e no momento da votação, o projeto de

lei da senadora Roseana Sarney, como apresentara uma data anterior, teve a

preferência de votação, sendo então aprovado por unanimidade pelos 22

senadores presentes na Comissão de Educação no dia 4 de dezembro de

2007. Essa foi a tramitação desse projeto de lei, originado no Senado, dentro

da Comissão de Educação.

Em 2008, um projeto de lei foi enviado para a Câmara dos Deputados,

Comissão de Constituição e Justiça e em seguida, a Comissão de Educação

da Câmara e finalmente em 18 de agosto do mesmo ano, o presidente Luiz

Inácio Lula da Silva sancionou a lei n 11.769 que altera a LDB (9394/96) e

dispõe sobre a obrigatoriedade da música na educação básica brasileira, a

partir de agosto de 2011.

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LEI Nº 11.769, DE 18 DE AGOSTO DE 2008.

Mensagem de veto

Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de

Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a

obrigatoriedade do ensino da música na educação

básica.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do

seguinte § 6o:

“Art. 26. ...............................................................................................................................

. § 6o A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular

de que trata o § 2o deste artigo.” (NR)

Art. 2o (VETADO)

Art. 3o Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências

estabelecidas nos

arts. 1o e 2o desta Lei.

Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 18 de agosto de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Fernando Haddad

Dessa maneira, a música retorna triunfantemente ao currículo escolar.

O objetivo da nova Lei não é de formarem profissionais ou especialistas em

música, a educação musical deve ser usada como poderosa linguagem,

auxiliando no desenvolvimento cultural, social, psicomotor afetivo etc.,

contribuindo para a sociabilidade e democracia ao acesso à Arte.

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É necessário, contudo levar em conta que o professor de música que

atua nas nossas escolas, muitas vezes não obteve formação rigorosa em

música. O primeiro passo para mudar essa situação é buscar pedagogos e

especialistas em música para que o ensino não seja superficial. É preciso que

o professor tenha contato com a arte musical ao longo da vida, para que tenha

sensibilidade e conhecimento mais profundo para ensinar as futuras gerações.

Na atualidade, as bases necessárias para a atuação docente em música?

Sobre isso, Fonterrada (1994) analisa:

“Quem deve dar aulas de música? O professor de classe? O

professor de Artes? O músico que é também professor de

Educação Musical"? Sem dúvida, há muitas atividades que o

professor não músico pode desenvolver com sua classe para

estimular o gosto pela música; sem dúvida, é possível cantar

ou tocar, mesmo que o professor não saiba ler música; sem

dúvida, ele poderá conduzir o interesse da classe na

apreciação do ambiente sonoro escolar ou das imediações.

Para isso, ele não necessita de formação específica, mas

apenas de musicalidade e interesse pela música e pelos sons.

Mas, mesmo para isso, é necessário que tenha uma sólida

orientação. (...) Outras questões, porém, são da alçada do

professor especialista e é ele quem deverá tomar as rédeas do

processo educativo (p. 22-23).

Segundo os PCNs (2007), além de formação inicial consistente, é

preciso considerar um investimento educativo contínuo e sistemático para que

o professor se desenvolva, como profissional de educação. O conteúdo e a

metodologia para essa formação precisam ser revistos para que haja

possibilidade de melhoria de ensino. A formação do professor não pode ser

tratada como acúmulo de cursos e técnicas, mas sim como um processo

reflexivo e crítico sobre a prática educativa. Investir no desenvolvimento de

suas condições de trabalho. Para Louro (2006),

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“O professor de música deve buscar uma boa formação

musical; que todos os professores de música,

independentemente se lecionarão teoria, instrumento ou

musicalização, tenham conhecimentos básicos sobre assuntos

que permeiam o fazer musical como um todo, sobre os

aspectos teóricos da música, sobre questões históricas,

estéticas, estilísticas e instrumentais; sobre vários métodos de

ensino de sua disciplina. A música não é um saber dissociado,

e completa: A educação musical, realizada por profissionais

informados e conscientes de seu papel, educa e reabilita a

todo o momento, uma vez que afeta o indivíduo em seus

aspectos principais: físico, mental, emocional e social.”(p.32)

Nota-se que é preciso, ainda, que a formação inicial esteja firmemente

conectada com a prática educacional concreta, discussões de propostas

pedagógicas coerentes com a área da educação musical. Para Penna (2004),

a conquista de espaços para a música na escola depende, em grande parte,

do modo como atuamos concretamente no cotidiano escolar e diante das

diversas instâncias educacionais. Temos de ocupar com práticas significativas

os espaços possíveis e progressivamente ampliá-los.

Estes questionamentos nos fazem refletir que a educação musical é

muito importante para desenvolver a expressão artística dos alunos Mas ainda

não está organizada de uma maneira integrada, está solitária e sofre com a

falta de estabilidade das políticas públicas vigentes.

Mediante o exposto, pretende-se que a educação formal da música se

encontre de acordo com as novas necessidades da sociedade atual. Deve-se

partir de uma perspectiva muito mais aberta, flexível e democrática, cujos

objetivos se encontre o de formar cidadãos competentes para apreciar,

compreender e avaliar criticamente os estilos musicais que formam parte dos

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distintos contextos nos quais se desenvolve (família, escola, sociedade,

cultura), para o qual será necessário integrar os estilos musicais presentes no

entorno musical informal com os que tradicionalmente se tem trabalhado desde

a educação formal (North & Hargreaves, 2007).

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CAPÍTULO III

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E A MÚSICA EM

ESPAÇOS ESCOLARES

3.1 - A Orientação Educacional em perspectiva histórica

No conceito etimológico de educação encontraremos nos vocábulos

latinos, educare, como educere, da origem histórica da própria Orientação, ou

seja, quando estamos identificando o conceito de educação, encontraremos,

os objetivos da Orientação. A palavra educare significa orientar, guiar, nortear

o indivíduo, e o sentido de educere é a busca das potencialidades, de fazê-las

vir de dentro para fora. Dessa forma, há uma relação estreita da Orientação

com a educação, fazendo com que suas finalidades sejam parecidas.

Segundo Penteado (1976), a “Orientação Educacional” é um processo,

sistemático, contínuo, complexo; uma assistência profissional realizada através

de métodos e técnicas pedagógicas e psicológicas, que levam o educando ao

conhecimento de suas características pessoais do ambiente sociocultural, afim

de que possa tomar decisões apropriadas às perspectivas maiores de seu

desenvolvimento pessoal e social.

Conforme Giacaglia (2010) a trajetória da Orientação Educacional teve

início pela área da Orientação Vocacional, sendo o seu objetivo totalmente

voltado para uma escolha de uma profissão. Ela surgiu em São Francisco em

Boston, nos Estados Unidos. Pode-se dizer que ela teve suas raízes históricas

com Frank Parsons, o precursor deste movimento que, no início da primeira

década do século XX, apresentou à teoria que caberia à Orientação vocacional

a tarefa de colocar “o homem certo” na função certa “Essa teoria não só

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tornou-se muito conhecida, como também iria influenciar por muito tempo, a

condução da Orientação Vocacional e, por conseguinte, a da Orientação

Educacional”. A concepção que a Orientação Educacional tinha configurava-se

no aconselhamento que marcou significativamente toda a sua trajetória. Dessa

forma, a orientação vocacional passou a ser uma das áreas de atuação do

Orientador Educacional, ou às vezes coexistindo com ela de forma paralela no

ambiente escolar. Assim ela surge no contexto mundial como fruto de

movimentos da época, que resultaram em tal prática. São movimentos em prol

da revolução industrial, da psicometria e das novas tendências pedagógicas

que a impulsionaram.

Seguindo a sua trajetória a Orientação Educacional no Brasil, teve

grande influência da Orientação americana, em especial o “aconselhamento”

(counseling) e da orientação educacional da França.

Para Giacaglia (2010), para entendermos a situação da Orientação

Educacional, tanto a passada quanto a presente, é importante destacar:

Que não obstante a necessidade criada pelas transformações

sociais, políticas, econômicas e sociais, econômicas e culturais

advindas da Revolução Industrial, pelas quais, ainda que mais

tardiamente, também passou o nosso país. A Orientação

Educacional surge, na escola brasileira não motivada por tais

transformações, mas por influência estrangeira, principalmente

dos EUA, e que a uma profusão de leis e a uma legislação de

certo modo avançada para a época, não corresponderia uma

realidade que tornasse viável a implementação do que

estatuíam as leis.

Pode-se inferir que a Orientação Educacional foi implantada no Brasil

de forma artificial, que acarretaria uma série de problemas, não só no

momento da implantação e também no desenvolvimento futuro, muitos dos

quais estão presentes até hoje. O surto de industrialização e a urbanização

que ocorriam em alguns estados brasileiros, foram necessária mão de obra

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especializada e consequentemente, à necessidade de um novo tipo de da

sociedade.

Em 1942, a Orientação aparece, pela primeira vez, mencionada na

legislação federal brasileira, nas chamadas Leis Orgânicas do Ensino, criada

para cada modalidade de ensino secundário existente na época como; o

ensino industrial, secundário comercial e o agrícola. Para tais leis, tornava-se

obrigatória a existência da Orientação Educacional nas escolas de ensino

secundário brasileiras, sendo o Brasil o primeiro país no mundo a conter, tal

obrigatoriedade. (Grispun, 2010). Entretanto, a ela não correspondeu a

implantação real da Orientação Educacional nas escolas brasileiras, pois não

havia profissionais aptos para ocuparem as vagas e para o atendimento da

legislação.

É importante destacar que as Leis Orgânicas do Ensino, vinculadas a

Orientação Educacional no Brasil já aparece separada da Orientação

Vocacional, por possuir atribuições que extrapolam aquelas restritas à

orientação Profissional ou Vocacional.

Em 1958, por meio da Portaria de no 105, do MEC, foi regulamentado

o exercício da função de Orientação Educacional no ensino secundário e

passou a ser exigido registro para o exercício da função9Penteado, 2010).Com

a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961, a Orientação

Educacional, volta a ter destaque legal na Educação Brasileira, ressaltando a

formação dos orientadores educacionais, para os cursos primário e

secundário.

No ano de 1968, (Grispun, 2010) a lei no. 5.564/68 regulamentou o

exercício da profissão de orientador e ampliou-se o destaque da Orientação,

uma vez que surgiu a profissionalização na área, caracterizada por uma linha

pedagógica e preventiva da mesma. Objetivando contribuir para o

“desenvolvimento integral da personalidade do aluno”, reforçando a questão da

ideologia das aptidões naturais.

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Com o decreto-lei no 72846/73, foram determinadas as atribuições da

Orientação Educacional, confirmando o caráter psicológico, comprometida com

os que necessitavam de uma “orientação” revestida de um aconselhamento

psicológico.

Em 5 de março de 1979 foi publicado no Diário Oficial da República

Federativa do Brasil, o Código de Ética dos Orientadores do Educacionais,

encontra-se estruturado da seguinte forma:

TÍTULO I

DAS RESPONSABILIDADES GERAIS

CAPÍTULO I

DEVERES FUNDAMENTAIS

Artigo 1o São deveres fundamentais do Orientador Educacional:

a. Exercer suas funções com elevado padrão de competência, senso de

responsabilidade, zelo, descrição e honestidade;

b. Atualizar constantemente seus conhecimentos;

c. Colocar-se a serviço do bem comum da sociedade, sem permitir que

prevaleça qualquer interesse particular ou de classe;

d. Ter uma filosofia de vida que permita, pelo amor à vontade e respeito a

Justiça, transmitir segurança e firmeza a todos aqueles com quem se

relaciona profissionalmente;

e. Respeitar os códigos sociais e expectativas morais da comunidade em

que trabalha;

f. Assumir somente a responsabilidade de tarefas para as quais esteja

capacitado, recorrendo a outros especialistas sempre que necessário;

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g. Lutar pela expansão da Orientação e defender a profissão;

h. Respeitar a dignidade e os direitos fundamentais da pessoa humana;

i. Prestar serviços profissionais desinteressadamente em campanhas

educativas e situações emergência, dentro de suas possibilidades.

CAPÍTULO II

IMPEDIMENTOS

Artigo 2o Ao Orientador Educacional é vedado:

a. Encaminhar o orientando a outros profissionais, visando a fins

lucrativos;

b. Aceitar remuneração incompatível com a dignidade da profissão;

c. Atender casos em que esteja emocionalmente envolvido, por certos

fatores pessoais ou relações íntimas;

d. Dar aconselhamento individual através da imprensa falada e/ou escrita;

e. Desviar, para atendimento particular próprio, os casos da instituição

onde trabalha;

f. Favorecer, de qualquer forma, pessoa que exerça ilegalmente, em

desacordo a este Código de Ética, profissão de Orientador Educacional.

CAPÍTULO III

DO SIGILO PROFISSIONAL

Artigo 3o Guardar sigilo de tudo que tem conhecimento, como decorrência de

sua atividade profissional, que possa prejudicar o orientando.

§ único – Será admissível a quebra do sigilo quando se tratar de caso que

constitua perigo iminente:

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a. Para o orientando;

b. Para terceiros.

c. Artigo 4o Assegurar que qualquer informação sobre o orientando só seja

comunicada a pessoas que a utilizam para fins profissionais, com a

autorização escrita por parte do mesmo, se maior, ou dos pais, se menor.

TÍTULO II

DAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS

CAPÍTULO I

COM O ORIENTANDO

Artigo 5o Esclarecer, ao orientando os objetivos da Orientação Educacional,

garantido-lhe o direito de aceitar ou não assistência profissional.

Artigo 8o Usar quando necessário e, com a devida cautela, instrumentos de

medida-testes de nível mental, de interesse, de aptidão e escalas de atitudes

como técnicas pertinentes ao trabalho do Orientador Educacional.

CAPÍTULO II

COM OS ORIENTADORES EDUCACIONAIS

Artigo 9o Abster-se de interferir junto ao orientando, cujo processo de

Orientação Educacional esteja a cargo de um colega, salvo quando solicitado.

Artigo 10o Dispensar a seus colegas apreço, consideração e solidariedade, que

reflitam a harmonia da classe.

§ único - O espírito de solidariedade não pode induzir o Orientador a ser

conivente com conduta profissional inadequada ao colega.

CAPÍTULO III

COM OUTROS PROFISSIONAIS

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Artigo 11o Desenvolver bom relacionamento com os componentes de outras

categorias profissionais.

Artigo 12o Reconhecer os casos pertinentes aos demais campos de

especialização, encaminhando-os aos profissionais competentes.

CAPÍTULO IV

COM A INSTITUIÇÃO EMPREGADORA

Artigo 13o Respeitar as posições filosóficas, políticas e religiosas da instituição

que trabalha, tendo em vista o princípio constitucional de autodeterminação.

Artigo 14o Realizar seu trabalho em conformidade com as normas propostas

pela instituição, conhecidas no ato de admissão, procurando o crescimento e a

integração de todos.

CAPÍTULO V

COM A ENTIDADE DE CLASSES

Artigo 18o Procurar filiar-se à entidade de classe.

Artigo 19o Colaborar com órgãos representativos de sua classe, zelando pelos

seus direitos e jamais se escusando de prestar-lhe colaboração, salvo por

causa.

Artigo 20o Comunicar à entidade de classe competente, os casos de exercício

ilegal da profissão ou de conduta profissional em desacordo com o código.

TÍTULO III

DO TRABALHO CIENTÍFICO

CAPÍTULO I

DA DIVULGAÇÃO

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Artigo 21o Divulgar resultados de investigação e experiências, quando isto

importar em benefício do desenvolvimento educacional.

Artigo 22o Observar, nas divulgações dos trabalhos científicos, as seguintes

normas.

a. Omitir a identificação do orientando;

b. . Seguir as normas estabelecidas pelas instituições que regulam as

publicações.

TÍTULO IV

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I

DA DIVULGAÇÃO E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA

Artigo 23o Divulgar este Código de Ética é obrigação das Entidades de

classe.

Artigo 24o Transmitir os preceitos deste Código de Ética aos estudantes de

Orientação Educacional é dever das instituições responsáveis pela sua

formação.

Artigo 25o Fazer cumprir, fiscalizar, prever e aplicar as penalidades aos

infratores deste Código de Ética é competência exclusiva dos Conselhos

Federais e Regionais de Orientação Educacional.

Artigo 26o Este Código de Ética entrará em vigor após a sua publicação.

A década de 1980, a Orientação Educacional ainda colhia frutos do

prestígio adquirido na década anterior. Segundo (Giacaglia, 2010), as

Faculdades de Educação, continuavam a formar e habilitar novos contingentes

de Orientadores Educacionais e ainda se recusavam reuniam em associações

e promoviam congressos. Assim a classe começava a buscar a identidade de

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orientador, como referência que atendesse as suas necessidades no contexto

democrático que a época apresentava. Esse novo perfil de profissional queria

trabalhar com o aluno como um sujeito crítico, histórico e social.

Na atual sociedade, a orientação caracteriza-se por ser mediadora e

muito mais abrangente em sua dimensão pedagógica. Reforça-se a construção

coletiva da escola e da sociedade como um todo, conhecer a realidade para

transformá-la, desenvolvendo um trabalho participativo, onde o currículo

precisa ser construído por todos na esfera educativa.

Grispun (2010) aponta que a concepção de Orientação Educacional

deve, hoje, estar comprometida com:

A construção do conhecimento através de uma visão da relação

sujeito-objeto, em que se afirma, ao mesmo tempo, a objetividade e a

subjetividade do mundo, está considerada como um momento individual de

internalização daquela;

- A realidade concreta da vida dos alunos, vendo-os como atores de sua

própria história;

- A responsabilidade do processo educacional na formação da cidadania,

valorizando as questões do saber pensar, saber criar, saber agir e saber falar

na prática pedagógica;

- A atividade realizada na prática social, levando-se em consideração que é

dessa prática que provém o conhecimento, e que a ele se dá como

empreendimento coletivo;

- A diversidade da educação, questionando valores pessoais e sociais,

submersos nos atos da escolha e da decisão do indivíduo;

- A construção da rede de subjetividade que é tecida em diferentes momentos

na escola e por ela;

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- O planejamento e a efetivação do projeto político-pedagógico da escola em

termos de sua finalidade, considerando os princípios que o sustentam,

portanto, a filosofia da educação, que o fundamenta, e as demais áreas que o

articulam.

Nesse sentido, cabe a Orientação Educacional auxiliar o aluno na

formação da cidadania e a escola na realização do seu projeto pedagógico.

Buscar fundamentação teórica para o entendimento da sociedade vigente,

como também da própria educação dessa sociedade.

Mediante o exposto, pretende-se com o auxílio da Orientação

Educacional introduzir a música em espaços escolares.

3.2 - Música na Escola

“Desvendar as tramas que envolvem a escola, nada mais é que a

busca por revelar as contradições da realidade em que vivemos para

entendê-la e impulsionar ações de transformação.” (Bertagna, 2003).

A escola é uma instituição cultural e social, que objetiva sensibilizar e

transformar todos os autores envolvidos no processo educacional. Deve ser

pensada como um espaço que prioriza a cultura, possibilitando a formação de

cidadãos plenos formas e sons. Enquanto espaço institucional de

conhecimentos socialmente construídos, pode-se ocupar em promover a

aproximação das crianças com a música.

Segundo Snyders (1992) “a função mais evidente da escola é preparar

os jovens, para o futuro, para a vida adulta e suas responsabilidades”. Mas ela

pode parecer aos alunos como um remédio amargo que eles precisam engolir

para assegurar, num futuro bastante indeterminado, uma felicidade bastante

incerta. A música pode contribuir para tornar esse ambiente mais alegre e

favorável à aprendizagem, afinal propiciar uma alegria que seja vivida no

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presente é a dimensão essencial da pedagogia, e é preciso que os esforços

dos alunos sejam estimulados, compensados e recompensados por uma

alegria que possa ser vivida no momento presente.

Faria (2001), define que a música é importante fator na aprendizagem,

pois a criança desde pequena já ouve música, a qual muitas vezes é cantada

pela mãe ao dormir, conhecida como cantiga de ninar. Na aprendizagem a

música é muito importante, pois aluno convive com ela desde muito pequeno.

As Orientações Curriculares da educação Infantil do Rio de Janeiro

(SME, 2010) referem-se a música como uma linguagem muito importante na

comunicação humana que integra aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e

cognitivos e promove a interação e a comunicação social. Desde o nascimento

as crianças estão inseridas num mundo de sons e música que favorecem a

conexão cultural dela neste ambiente conhecendo e se apropriando de

sonoridades características do lugar onde vive. Assim, bebês e crianças

maiores quando chegam às instituições de Educação Infantil, já possuem um

repertório musical do qual fazem parte sons familiares, músicas e canções

entoadas pelas pessoas que conhecem.

Dessa forma, a música possui um papel importante na educação das

crianças, pois contribui Neste para o desenvolvimento psicomotor, sócio

afetivo, cognitivo e lingüístico, além de ser facilitadora do processo de

aprendizagem. A musicalização é um processo de construção do

conhecimento, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, da

criatividade, do senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, da

memória, da concentração, da atenção, do respeito ao próximo, da

socialização e da afetividade, também contribuindo para uma efetiva

consciência corporal e de movimentação. A musicalização na educação infantil

está relacionada a uma motivação diferente do ensinar, em que é possível

favorecer a auto-estima, a socialização e o desenvolvimento do gosto e do

senso musical das crianças dessa fase. Cantando ou dançando, a música de

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boa qualidade proporciona diversos benefícios para as crianças e é uma

grande aliada no desenvolvimento saudável da criançada (BRÉSCIA, 2003).

A expressão musical não visa à formação de músicos e sim através da

vivência e compreensão da linguagem musical, propicia a abertura de canais

sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando cultura geral e

contribuindo para a formação integral do ser. A esse respeito Kattsh e Merle

Fishmam apud Bréscia (2003, p.60) afirmam que “a música pode melhorar o

desempenho e a concentração, além de ter um impacto positivo na

aprendizagem de matemática, leitura e outras habilidades lingüísticas nas

crianças”.

Gardner (1995) sugere a existência de habilidades chamadas de

inteligências e que cada pessoa as possui em grandes combinações

diferentes. Uma inteligência implica na capacidade de resolver problemas ou

elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou

comunidade cultural. E destaca a princípio sete inteligências: musical, corporal-

cinestésica, lógico-matemática, lingüística, espacial, interpessoal e

intrapessoal. A inteligência musical é caracterizada pela habilidade de

reconhecer sons e ritmos, gosto em cantar ou tocar um instrumento musical.

Para Gardner (1995) as inteligências são partes da herança genética

humana, todas se manifestam em algum grau em todas as crianças,

independente da educação ou apoio cultural. “Todo ser humano possui certas

capacidades essenciais em cada uma das inteligências, mas mesmo que um

indivíduo possua grande potencial biológico para determinada habilidade, ele

precisa de oportunidades para explorar e desenvolvê-la”. Em resumo “a cultura

circundante desempenha um papel predominante na determinação do grau em

que o potencial intelectual de um indivíduo é realizado”. (GARDNER, 1995,

p.47).

Para Vygotsky (1998), o aprendizado e o desenvolvimento caminham

juntos, quer dizer, tudo que a criança aprende com o adulto ou com outras

crianças vai incorporando e transformando seu modo de agir e pensar. . Assim,

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o autor formulou um conceito próprio de sua teoria, que é essencial para a

compreensão de suas idéias sobre a relação de desenvolvimento e

aprendizagem que é conceito de zona de desenvolvimento proximal. É na zona

de desenvolvimento proximal que a interferência de outros indivíduos é mais

transformadora. Nesse processo, é importante a ação dos colegas da turma e

dos professores. O objetivo dessa intervenção, de outros, é trabalhar com a

importância do meio cultural e das relações entre os indivíduos na definição de

um percurso de desenvolvimento da pessoa humana, não devendo ser

encarada como uma educação tradicional música e a criança.

Na visão de Campbell (2000, p.147) a inteligência musical deve ser

valorizada na escola e considera importante alguns motivos, a saber:

- A música melhora a aprendizagem de todas as disciplinas;

- A música exalta o espírito humano;

- A música oferece alunos rotas de sucesso que eles podem não

encontrar em parte alguma do currículo.

- A música ajuda os alunos a aprenderem que nem tudo na vida é

quantificável;

- A música é criativa e auto-expressiva, permitindo a expressão de

nossos pensamentos e sentimentos mais nobres;

- Conhecer música é importante.

- A música é uma aptidão inerente a todas as pessoas merece ser

desenvolvida;

- A música transmite nossa herança cultural. É tão importante conhecer

Bethoven e Luis Amstrong quanto conhecer Newton e Einstein.

Assim sendo, é importante a interação da Orientação Educacional,

junto com os professores no sentido de organizar, desenvolver projetos que

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possibilitem ir além dos conhecimentos programados na escola. Isto é, a

formação das crianças por meio de música, dança ginástica e etc. Através de

projetos curriculares é possível desenvolver e possibilitar aos educandos

diferentes modos de aprendizagem, conhecer diferentes estilos musicais,

assim como a inserção da cultura musical no universo escolar, para ampliar

experiências estéticas. Penna (1999), afirma que o fazer musical está ligado à

percepção de mundo, variando conforme o momento histórico e o espaço

social onde vivem as pessoas que estão envolvidas em processos do fazer

artístico seja ele composto por apreciadores, iniciantes, amadores ou

profissionais. As experiências estéticas e sensoriais, frutos da vivência

cotidiana de cada indivíduo, refletem as percepções auditivas, afetivas e

emocionais das diferentes leituras de mundo, que também são decorrentes

das diversidades de cada cultura.

Pode-se inferir que a educação musical é possível de ser trabalhada

nas escolas com êxito. Educar é um processo contínuo que envolve um

professor - provocador de aprendizagem e crianças que anseiam por

experiências a cada dia. Este processo acontece por meio do convívio e

orientação segura entre os agentes educacionais, de maneira a favorecer

transformação do meio em que vivem.

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CONCLUSÃO

No desenrolar deste trabalho, nos defrontamos com um manancial de

conhecimentos. Percebemos o quanto ainda ignoramos e precisamos aprender

para compreender a magnitude dos conceitos que surgiram.

Destacamos nesta pesquisa monográfica a trajetória da Educação

Musical em diversos períodos no Brasil, abordando dispositivos legais que

culminaram em diversas mudanças.

No passado, até por volta do século XX, deu-se muito mais atenção ao

ensino e à aprendizagem musical nas escolas, tendo singular importância

nesse contexto a prática do “Canto Orfeônico”. Isto, infelizmente não ocorreu

nos últimos anos.

Atualmente, a música tornou-se componente obrigatório das escolas. A

partir da leitura da legislação, compreende-se que a escola tem a possibilidade

de implementar o conteúdo musical levando para salas cantigas de roda ou

história da música, por exemplo; com uso de instrumentos percebemos a

ampliação do interesse acerca de estudos em educação musical que possam

subsidiar práticas educativas na educação básica. E repensar o currículo é

abrir espaços para vivências, experiências como a arte, a música e o

desenvolvimento de ações educativas que incorporem as tendências do

mundo contemporâneo.

É também necessário preparar o professor de música para o exercício

profissional nessa modalidade de ensino. Resgatar informações históricas de

experiências anteriores que obtiveram resultados positivos para que se

possamos compreender melhor os fatores implicados e ações no lócus dessa

profissão.

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Como professora e orientadora educacional, tenho consciência que é

muito importante à presença da música em nossas escolas. O acesso à arte

musical deve ser dirigido a todos. Nas palavras de Alves (2003 p. 72): “Aquele

que é um verdadeiro professor toma sério somente as coisas que estão

relacionadas com os seus estudantes - inclusive a si mesmo.” Segue

argumentando que é tarefa do professor fazer com que o aprendizado tenha

significado e que o aluno deseje apreender. Alerta para a cristalização do

saber: conhecer bem apenas o passado inviabiliza a construção do futuro

desconhecido e incerto; daí a importância do desafio e da curiosidade.

Educação e Música - duas palavras que ressoam harmoniosamente

juntas: “deixai que a música freqüente a alma desde cedo, tocando sutilmente

as fibras divinas do ser e a moralidade e o amor brotarão mais facilmente nas

nossas crianças”. (INCONTRI, pg.223)

Constatamos que a música é importante na vida dos seres humanos. A

música é concebida com um universo que congrega expressão de

sentimentos, idéias, valores culturais, a comunicação do indivíduo no meio em

que vive e consigo mesmo. Essa importância assume significação ainda maior,

quando coerentemente com o que se sabe sobre os efeitos positivos da

música nas pessoas, esta assume o caráter de instrumento a serviço de uma

educação musical com propósitos preventivos e de recuperação da saúde.

Concluímos que a música pode beneficiar a aprendizagem e a escola

precisa incluí-la definitivamente em seu currículo escolar, pois o ensino

sistemático da música é imprescindível para a formação do cidadão, para o

desenvolvimento de um povo, para a construção de uma Nação.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM FACULDADE INTEGRADA

Título: A Música no Processo Educacional

Autora: Lilian Márcia Pereira da Silva Ramos

Orientadora: Flávia Cavalcanti

Avaliado por: ___________________________________________________

Conceito: ______________________________________________________