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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A GESTÃO DE MARCA NAS REDES SOCIAIS NA INTERNET: O CONSUMIDOR COMO PARCEIRO Por: Nelly Cristina Carvajal Flórez Orientador Prof. Fernando Alves Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A GESTÃO DE MARCA NAS REDES SOCIAIS NA INTERNET:

O CONSUMIDOR COMO PARCEIRO

Por: Nelly Cristina Carvajal Flórez

Orientador

Prof. Fernando Alves

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A GESTÃO DE MARCA NAS REDES SOCIAIS NA INTERNET:

O CONSUMIDOR COMO PARCEIRO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Comunicação

Empresarial.

Por: Nelly Cristina Carvajal Flórez

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AGRADECIMENTOS

A construção deste trabalho foi possível

graças à ajuda de várias pessoas as quais agradeço

a continuação:

À Nicole e Vincent, pelo estímulo constante e

enorme paciência.

Ao meu orientador, Professor Fernando

Alves, pela inestimável ajuda e tempo dispensado.

À minha amiga Sonia, pois sem seu incentivo

constante ao estudo, este trabalho não teria sequer

iniciado.

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DEDICATÓRIA

Aos meus familiares e amigos

no Chile, sempre por perto graças aos

sites de redes sociais na Internet.

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RESUMO

As redes sociais na Internet, anteriormente consideradas como espaços

destinados apenas para o intercâmbio de informações entre as pessoas,

oferecem atualmente diversas possibilidades para a comunicação entre a

empresa e os consumidores proporcionando às corporações a oportunidade de

obter enormes benefícios tanto para a sua imagem e reputação como

econômicos.

Tendo por base este cenário, o presente estudo pretende possibilitar a

compreensão de como deve ser realizada a gestão de marca nas redes sociais

na Internet e a importância do relacionamento com o consumidor.

Abordam-se teorias e conceitos sobre a marca e sua gestão, Internet,

Web 2.0, redes sociais na Internet, sites de redes sociais na internet de maior

impacto no Brasil, relacionamento com o consumidor online e gestão de marca

nas redes sociais na Internet.

A gestão de marca nas redes sociais na Internet é exemplificada através

de um estudo de caso com a empresa Camiseteria. A análise permitiu concluir

que para efetuar um gerenciamento eficaz da marca nas redes sociais na

Internet as organizações devem planejar todas suas ações cuidadosamente,

valorizando em todo momento o relacionamento com o consumidor. O

Camiseteria ouve a opinião dos seus clientes e os integra em todos os

processos, através da interação e relacionamento constantes, obtendo como

resultado a proximidade dos seus clientes os quais se tornam consumidores

fiéis e efetivos parceiros da marca.

Palavras chave: Gestão de marca, redes sociais na Internet, relacionamento

com o consumidor, Internet, Web 2.0.

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METODOLOGIA

O desenvolvimento deste trabalho teve duas etapas distintas: pesquisa

bibliográfica e estudo de caso. A pesquisa bibliográfica consistiu na

identificação e localização de bibliografia pertinente sobre os assuntos a serem

abordados. Nesta primeira etapa foram analisados livros, relatórios de

instituições especializadas em pesquisa de mídia e mercado, revistas e sites

de Internet sobre os conceitos de marca, gestão de marca, Internet, Web 2.0,

redes sociais na Internet, sites de redes sociais na Internet de maior impacto

no Brasil, relacionamento com o consumidor online, ética no relacionamento, e

por último, gestão de marca nas redes sociais na Internet.

Na segunda etapa realizou-se o estudo de caso com a empresa

Camiseteria. A coleta de dados e informações foi realizada com base em

diversas fontes como o site da empresa, entrevistas online, material

bibliográfico encontrado em revistas, material da palestra “Usando o Facebook

para os negócios” que foi cedido por Fábio Seixas (sócio-fundador do

Camiseteria), assim como em dados proporcionados pela empresa através de

questionário respondido por um dos encarregados do setor de marketing da

corporação.

Simultaneamente, foi realizada a análise qualitativa e quantitativa das

comunicações registradas nos espaços corporativos mantidos pela empresa

nos sites de redes sociais na Internet Twitter e Facebook. A análise das

mensagens foi efetuada utilizando o método de observação do objeto de

estudo, sendo realizada durante o mês de novembro de 2010.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A MARCA E SUA GESTÃO 10 CAPÍTULO II

O AMBIENTE DA INTERNET 24 CAPÍTULO III A GESTAO DE MARCA NAS REDES SOCIAIS NA INTERNET E O ESTUDO DE CASO CAMISETERIA 42

CONCLUSÃO 65

BIBLIOGRAFIA 69

ANEXO 72

ÍNDICE 75

ÍNDICE DE FIGURAS 77

FOLHA DE AVALIAÇÃO 78

8

INTRODUÇÃO

A evolução e consolidação definitiva da Internet como meio de interação

e comunicação, a chegada da Web 2.0 e a interatividade gerada nas redes

sociais na Internet aproximaram as empresas de seus consumidores de forma

que é crescente a preocupação entre as organizações em conquistar e manter

seus clientes também no ambiente virtual.

A percepção inicial que as empresas tiveram foi que as redes sociais na

Internet poderiam atuar de forma positiva ou negativa sobre as marcas. O

passo seguinte foi ver nas redes sociais na Internet um espaço de divulgação e

venda para seus produtos e serviços, mas esta, embora seja uma excelente

iniciativa, é ainda um uso muito limitado em relação às possibilidades que as

redes sociais na Internet oferecem.

Atualmente as empresas vislumbraram que estes espaços virtuais, pelos

quais trafegam milhões de usuários diariamente, proporcionam um magnífico

canal que pode ser utilizado como interface para conversar, construir e

consolidar relacionamentos com seus clientes.

Com base neste cenário, este estudo pretende possibilitar a

compreensão de como deve ser realizada a gestão de marca nas redes sociais

na Internet e a importância do relacionamento entre a empresa e o

consumidor.

No primeiro capítulo explana-se sobre o conceito de marca, seu valor,

imagem, identidade, posicionamento e gestão, baseando-se nos trabalhos de

Aaker (1998), Aaker e Joachimsthaler (2007), Tavares (2008), Kapferer (1997),

Kotler (1996), Kotler e Keller (2006).

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O segundo capítulo trata inicialmente sobre os conceitos de Internet,

Web 2.0, redes sociais na Internet e sites de redes sociais na Internet de maior

impacto no Brasil, considerando os conceitos de Pisani e Piotet (2010), Bogo

(2010), Crucianelli (2010), Recuero (2009), Comm e Burge (2009), Telles

(2006), entre outros. Em seguida, neste capítulo explana-se sobre o

relacionamento entre a empresa e o consumidor online e os mecanismos

éticos que regulam este processo no mundo digital, amparado nos estudos de

Neves (2010), Martins (2006), Albuquerque (2010), Seixas (2010) e nos dados

publicados na pesquisa realizada pela consultora Delloite (maio de 2010).

Os dados e conceitos que conformam o estudo sobre a gestão de marca

nas redes sociais na Internet, abordados no terceiro capítulo são

fundamentados em trabalhos dos autores Li (2010), Neves (2010), Mooney e

Rollings (2008) e Albuquerque (2010).

Finalmente e para melhor exemplificar a pesquisa, realizou-se um

estudo de caso com a empresa Camiseteria onde inicialmente apresenta-se a

descrição detalhada da empresa desde o ponto de vista institucional para

posteriormente analisar as comunicações registradas nos sites de redes

sociais Twitter e Facebook, onde a empresa mantém espaços corporativos.

Esta análise tem por finalidade levar ao entendimento de como a empresa

virtual realiza o gerenciamento da sua marca nas redes sociais na Internet.

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CAPÍTULO I

A MARCA E SUA GESTÃO

1.1 – A marca: evolução histórica, definição e funções

As marcas têm acompanhado o desenvolvimento do consumo ao longo

do tempo, desde o simples processo de troca comercial até o grande consumo

organizado da sociedade atual. Os primeiros registros da existência da marca

datam desde a antiguidade, nos primeiros modelos de civilização, diversos

símbolos eram utilizados para identificar utensílios e sua procedência.

Segundo Kotler (1996), durante a Idade Média, artesões e tecelões, entre

outros produtores da época, iniciaram o processo de identificação e promoção

de suas mercadorias através de selos e símbolos utilizados para identificar a

origem do produto com o objetivo de atestar a procedência e proteger aos

consumidores e a si próprios contra produtos de qualidade inferior. O termo

anglo-saxônico Brand (marca) segundo Keller (1998), deriva da palavra nórdica

brandr, que significava “queimar”, marcar o gado. A marcação que se fazia em

animais não permitia que inferisse qualquer característica do bem, apenas

servia como indicação do proprietário.

Posteriormente, de acordo com Tavares (2008), os significados e

funções da marca mudaram com o passar do tempo. Inicialmente a marca

tinha a função de identificar a propriedade, logo as marcas eram indicadores

de identidade, a seguir, foram utilizadas para lembrança e exclusividade e

finalmente para aumentar o valor do bem por meio da reputação conferida aos

seus fabricantes. No entanto, já na nossa era, foi o consumo em massa que

impulsionou o desenvolvimento das marcas. Foi no início do séc. XIX que os

grandes fabricantes identificaram nas marcas um potencial para o crescimento

do negócio, impulsionados pela revolução tecnológica e por novos e melhores

meios de comunicação e distribuição.

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A definição atual do conceito de marca se faz bastante complexa

considerando a diversidade de perspectivas para sua abordagem, em relação

aos seus públicos relacionados.

A American Marketing Association (AMA) define o conceito de marca da

seguinte forma:

“Marca é um nome, termo, signo, símbolo ou design, distinto

ou combinado com a função de identificar bens ou serviços de

um fornecedor ou grupo de fornecedores para diferenciá-los da

concorrência.” (TAVARES, Mauro Calixta, 2008, p. 9).

Entende-se que a marca é essencialmente um conjunto de elementos

visuais que diferenciam um produto ou serviço de outros que possuem a

mesma função.

Definição similar é defendida por Aaker, como segue:

“Uma marca é um nome diferenciado e/ou símbolo (tal como um

logotipo, marca registrada, ou desenho de embalagem)

destinado a identificar os bens ou serviços de um vendedor ou

de um grupo de vendedores e a diferenciar esses bens e

serviços daqueles dos concorrentes. Assim, uma marca sinaliza

ao consumidor a origem do produto e protege tanto o

consumidor quanto o fabricante dos concorrentes que oferecem

produtos que pareçam idênticos.” (AAKER, David, 1998, p. 7).

Desta forma, a marca sinaliza ao consumidor a origem do produto e

protege tanto o consumidor quanto o fabricante dos concorrentes que

oferecem produtos que pareçam idênticos.

Segundo o mesmo autor, a marca é formada por três elementos

principais: nome, símbolo e slogan. O nome é o indicador essencial da marca,

a base tanto para os esforços de conhecimento, como de comunicação.

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“O nome pode realmente formar a essência do conceito da

marca”. [...] “O nome desempenha um papel chave na

associação com a classe de produto, de forma a propiciar que a

marca tenha uma alta identificação/recordação na classe de

produto.” (AAKER, David, 1998, p. 201).

O símbolo ou signo é importante e deve estar vinculado ao nome.

Segundo Tavares (2008), o uso do símbolo ou signo é uma maneira de tentar

reduzir a diferencia entre os significados. Ambos atendem a três funções

relacionadas à marca: distinguir, proteger e promover o produto.

De acordo com Aaker (2008), um slogan pode propiciar uma associação

adicional com a marca, pode remover ambiguidades do nome ou do símbolo,

tem a capacidade de gerar valor próprio, que pode ser explorado, e pode ser

utilizado para desenvolver programas promocionais de posicionamento.

Na visão de Kotler (1996), as marcas não são elementos de natureza

particular, mas acima de tudo as marcas são “a promessa do vendedor

entregar, consistentemente, um conjunto específico de características,

benefícios e serviços aos compradores” (p.387). Segundo o autor, a garantia

de qualidade vem junto com as melhores marcas, mas uma marca é um

símbolo mais complexo, podendo trazer até seis níveis de significados:

• Atributos: A marca tem o poder de trazer à mente do consumidor certos

atributos do produto.

• Benefícios: Os consumidores não compram atributos, e sim os

benefícios. Os atributos precisam ser transformados em benefícios

funcionais ou emocionais.

• Valores: A marca também transmite os valores do fabricante.

• Cultura: Adicionalmente, a marca tem o poder de representar certa

cultura.

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• Personalidade: A marca pode projetar certa personalidade.

• Usuário: A marca sugere o tipo de consumidor que compra o produto.

Assim, a marca não apenas cumpre com a função de diferenciar um

produto ou serviço, mas incorpora um conjunto de valores e atributos

intangíveis e relevantes para o consumidor que contribuem para diferenciar a

oferta e motivar a compra. Na opinião de Tavares (2008), o consumidor

raramente tem informações completas sobre as ofertas disponíveis. A marca

cumpre com a função de diminuir o risco no ato da compra, pois ela resume as

informações que ele precisa. Ao servir-se da marca, o consumidor elimina as

dúvidas e obtém a confiança que a marca representa.

As marcas representam um elemento incrivelmente valioso que, além de

identificar as empresas e diferenciar seus produtos ou serviços dos da

concorrência, podem influenciar o comportamento do consumidor. Desta

forma, as marcas acabam gerando valor tanto para as empresas quanto para

os consumidores.

1.2 – O valor da marca

A marca é o maior patrimônio de uma empresa, indica as qualidades do

produto ou dos serviços por esta oferecidos, bem como fortalece sua imagem

ante os consumidores. Seu valor é usado como estratégia para diferenciá-la do

concorrente, mantendo-se no mercado e conquistando novos clientes.

Ao analisar o conceito de valor da marca, percebe-se que é possível,

tanto realizar o enfoque desde uma perspectiva financeira quanto abordar o

conceito como um valor diferencial que a empresa oferece aos seus

consumidores através da marca.

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Desde uma perspectiva financeira: o Marketing Science Institute (2006),

define o valor da marca como segue:

“Em termos gerais, o valor da marca é definido como o efeito

das atividades mercadológicas atribuível unicamente a uma

marca. O valor de uma marca pode ser definido como o seu

valor de mercado após e sobre o montante de liquidação do

ativo líquido envolvido em produzi-la e vendê-la.” (FROMBRUN,

1996 adput, TAVARES, Mauro Calixta, 2008, p. 387-388).

Desta forma, o valor da marca, é compreendido como um dos

componentes dos ativos da empresa, verificável apenas quando da liquidação

desses ativos.

De acordo com Kotler e Keller (2006), para a Interbrand –conceituada

empresa de avaliação de marcas–, a avaliação do valor de marcas, baseia-se

numa estimativa de valor dos ganhos de hoje no fluxo de caixa que se espera

seja gerado pela marca no futuro. Para calcular o valor de uma marca, é

preciso identificar os ganhos reais que podem ser atribuídos estritamente à

marca e capitalizar os ganhos aplicando um múltiplo aos ganhos acumulados

em seu histórico como uma taxa de desconto ao fluxo de caixa do futuro.

Os ganhos da marca são calculados subtraindo-se das vendas alguns

itens como: custos das vendas, custos de marketing, despesas gerais variáveis

e fixas (incluindo depreciação e alocação central de despesas gerais),

remuneração de despesa de capital e impostos.

Na visão de Kapferer (1997), o valor da marca transcorre da sua

capacidade de se tornar algo com significado único junto dos consumidores.

Este valor pode estar baseado em atributos tangíveis ou intangíveis. Assim, se

entende que o valor da marca exige, antes de qualquer outra coisa de tempo.

É com o passar do tempo que os elementos que configuram a marca, vão

adquirindo significado na mente dos consumidores. Ao longo do tempo é que

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os elementos da marca vão passando a serem reconhecidos e a serem alvo de

associações, o que os diferencia da concorrência.

Neste processo a marca passa a ser retida na memória do consumidor

com todas as associações que este lhe atribui. Nesta fase a marca passa a ser

um ativo valioso para a empresa, na medida em que esta detém uma

porcentagem na mente dos consumidores.

Nesta mesma linha se raciocínio, e sob a perspectiva do consumidor,

Tavares sustenta que:

“O valor de uma marca decorre da sua capacidade de

proporcionar experiências para o consumidor, despertando sua

preferência e lealdade.” (TAVARES, Mauro Calixta, 2008, p. 10).

Para Aaker, o valor da marca não se opõe à visão acima caracterizada,

porém apresenta-se mais complexa. Segundo o autor, o brand equity são os

valores intrínsecos da marca, que são ativos geradores de percepção positiva

na mente dos consumidores, definindo este conceito como segue:

“O brand equity é um conjunto de ativos e passivos ligados a

uma marca, seu nome e seu símbolo, que se somam ou se

subtraem do valor proporcionado por um produto ou serviço para

uma empresa e/ou para os consumidores dela. Para que certos

ativos e passivos determinem o brand equity, eles devem estar

ligados ao nome ou símbolo da marca.” (AAKER, David, 1998, p.

16).

Estes ativos estão agrupados em cinco categorias: conhecimento da

marca, qualidade percebida, associações em acréscimo à qualidade

percebida, lealdade à marca, e outros ativos do proprietário da marca -

patentes, trademarks, relações com os canais de distribuição, etc.

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“O conhecimento da marca é a capacidade que um comprador

potencial tem de reconhecer ou se recordar de uma marca. Isto

pressupõe um elo entre a classe do produto e a marca.”

(AAKER, David, 1998, p. 64).

Uma marca reconhecida terá, portanto, mais oportunidades de ser

selecionada pelo cliente, diante de outra desconhecida. Ser uma marca

reconhecida é particularmente importante para que seja considerada como

uma alternativa de compra. Segundo o autor, o conhecimento da marca cria

valor de quatro diferentes maneiras: Âncora a que outras podem ser ligadas,

familiaridade – simpatia, sinal de substancia/comprometimento e marca a ser

considerada. (AAKER, David, 1998, p. 66).

Atingir o conhecimento de marca, tanto a identificação como a

lembrança, envolve duas tarefas: ganhar a identidade do nome da marca e

conectá-la à classe do produto.

“A qualidade percebida é a qualidade geral que está associada à

marca, não necessariamente baseada no conhecimento de

especificações. A qualidade percebida pode assumir diferentes

formas de acordo com o tipo de indústria a que está ligada.”

(AAKER, David, 1998, p. 20).

A qualidade percebida influencia diretamente as decisões de compra e a

lealdade à marca.

“A lealdade à marca é uma medida de ligação do consumidor

com a marca. Reflete a probabilidade de o consumidor migrar ou

não para outra marca concorrente, especialmente se esta fizer

algum tipo de mudança quer de preço ou de características do

produto.” (AAKER, David, 1998, p. 40).

Na medida em que a lealdade do consumidor aumenta, a

vulnerabilidade dos consumidores em relação à ação dos concorrentes

17

diminui. Como afirma Aaker (1998), a lealdade da marca é fundamental para o

lucro futuro da empresa uma vez que refletirá diretamente nas vendas futuras.

“O conjunto de associações são todas as percepções que uma

marca gera ao consumidor, e que podem influenciar na experiência

de compra e uso. É o valor subjacente do seu nome” [...] “Entre as

formas como as associações criam valores para a empresa e seus

consumidores estão: ajudar a processar/encontrar a informação,

diferenciar a marca, gerar uma reação para comprar, criar

atitudes/feelings positivos, e proporcionar uma base para

extensões.” (AAKER, David, 1998, p. 20, 116).

Os outros ativos referem-se a patentes, marcas registradas, canais de

relacionamento, que não desempenham um papel visivelmente diferenciador para

o consumidor, porém ajudam a proteger a marca de ações de concorrentes como

plágio, similaridade de logotipos, ou seja, protegem o brand equity da empresa.

Aaker (1998).

De acordo com Kotler e Keller:

“Brand equity é o valor agregado atribuído a produtos e serviços.

Esse valor pode se refletir no modo como os consumidores pensam,

sentem e agem em relação à marca, bem como nos preços, na

participação de mercado e na lucratividade que a marca proporciona

à empresa. O brand equity é um importante ativo intangível que

representa valor psicológico e financeiro para a empresa.”

(KOTLER, Phillip; KELLER Kevin Lane, 2006, p. 270).

Com base nos autores referenciados, percebe-se que o brand equity é

tudo o que lida com o valor da marca, indo além do patrimônio físico, sendo o

valor da imagem e da lealdade dos seus clientes.

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O brand equity, segundo Aaker (1998), gera valor tanto para os

consumidores como para as empresas. Para os consumidores, o valor da marca

está vinculado ao fato de permitir maior facilidade de interpretar e processar a

informação recebida sobre os diferentes produtos e marcas, facilitar o processo de

decisão de compra e proporcionar satisfação de uso. Para as empresas,

proporciona valor através do aumento da lucratividade (aumento que decorre da

lealdade dos consumidores), da eficiência e eficácia dos programas de marketing,

da possibilidade de praticar preços premium, do aumento da extensão da marca, da

facilidade de acesso aos canais de distribuição e, finalmente, por facilitar a criação

de vantagem competitiva o que converte à marca numa forte barreira à entrada de

concorrentes.

Desta forma, o real valor da marca, apesar de estar intimamente ligado às

atividades de marketing que a empresa adota, finalmente resultará do que reside na

mente dos consumidores. Serão os significados e as experiências vividas pelo

consumidor em relação ao uso ou consumo de determinada marca que

afetarão diretamente de maneira positiva ou negativa a credibilidade da

empresa, sendo de responsabilidade da mesma o cuidado em manter e

preservar a sua imagem corporativa.

1.3 – A imagem, identidade e posicionamento da marca

Para Tavares (2008), a imagem de marca pode ser vista como a

percepção das características típicas atribuídas à marca. É um conjunto de

associações e percepções da marca mantidas na memória do consumidor. A

imagem da marca resulta das atividades de marketing responsáveis pela

percepção que a marca forma e mantém na memória. Caso a marca apresente

dificuldades de estabelecer identidade e posicionamento, e de comunicá-los

adequadamente, podem ocorrer diferentes percepções da sua imagem por

seus consumidores.

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Tal como um indivíduo, uma marca tem uma identidade que ajuda a

posicioná-la e criar barreiras contra a concorrência.

De acordo com Aaker e Joachimsthaler:

“A identidade de marca é um conjunto de associações de marca

que o estrategista deseja criar ou manter. Essas associações

implicam uma promessa feita aos clientes pelos membros da

organização.” (AAKER, David; JOACHIMSTHALER, Erich, 2007,

p. 53).

Ainda, segundo os autores, quando efetuada, a identidade de marca

deve ajudar a estabelecer uma relação entre a marca e o cliente, através de

uma proposta de valor que envolva benefícios funcionais, emocionais ou auto-

expressivos, ou oferecendo credibilidade para as marcas estabelecidas.

O conceito de identidade inclui uma identidade essencial e uma

identidade estendida. A identidade essencial está formada pelos elementos

mais importantes da identidade da marca. Todas as dimensões da identidade

essencial devem refletir a estratégia e os valores da organização, e pelo

menos uma associação deve diferenciar a marca, fazer eco junto dos clientes

e impulsionar a proposta de valor. A identidade essencial permanece constante

à medida que a marca vai para novos mercados e novos produtos. A

identidade essencial cria foco tanto para os clientes quanto para a empresa.

A identidade estendida inclui todos os elementos de identidade de

marca que não sejam os da essência, organizados em agrupamentos

significativos.

Na visão de Kotler e Keller:

“A identidade de marca está intimamente ligada ao seu

posicionamento no mercado, isto é, ao modo como projeta o

20

produto e a empresa, a fim de que ocupem um lugar de

destaque na mente do consumidor, maximizem a vantagem

potencial da empresa e criem motivos convincentes para que o

consumidor adquira o produto.” (KOTLER, Philip; KELLER,

Kevin Lane, 2006, p. 305).

Desta maneira, a identidade serve para estabelecer o posicionamento

em face do consumidor.

Segundo Ries e Trout: “O posicionamento não é o que você faz com o

produto e sim o que você faz com a mente do consumidor potencial.” (RIES e

TROUT, 1996 adput, KOTLER, Phillip; KELLER, Kevin Lane, 2006, p. 305).

O posicionamento refere-se então ao elo mental que se pretende com o

consumidor, é a posição que se pretende ocupar na mente do consumidor. O

posicionamento funciona como mecanismo de defesa contra o grande volume

de informações recebidas atualmente pelos consumidores.

De acordo com Kotler (1996), assim como uma marca é posicionada no

mercado, a empresa pode ter que proceder ao seu reposicionamento. Isto

devido a mudanças na economia, novas tecnologias adotadas, a que um

concorrente pode lançar uma marca que diminua a participação de mercado,

ou então, os consumidores podem mudar de gostos e hábitos, deixando a

marca com menor demanda. Por este motivo as empresas devem avaliar

constantemente o posicionamento das suas marcas.

Dessa forma, percebe-se que o conceito de posicionamento é

fundamental para a gestão de marca, pois determina todas as diretrizes

básicas que a marca deverá seguir. Assim, o posicionamento acaba se

estendendo para todos os ativos da marca.

21

1.4 – A gestão de marca

A gestão de marca é entendida como o conjunto de práticas e técnicas

que têm por objetivo a construção e o fortalecimento de uma marca. Este

processo envolve o gerenciamento de todos os ativos da marca. Entendendo

como ativos, além da identidade e da propaganda, o público interno e externo

da empresa, o que inclui os colaboradores, intermediários, parceiros, força de

vendas e os consumidores.

Para Martins, branding ou gestão de marca é:

“O conjunto de ações ligadas à administração das marcas. São

ações que, tomadas com conhecimento e competência, levam

as marcas além da sua natureza econômica, passando a fazer

parte da cultura, e influenciar a vida das pessoas. Ações com a

capacidade de simplificar e enriquecer nossas vidas num mundo

cada vez mais confuso e complexo.” (MARTINS, José Roberto,

2006, p. 8).

Estas ações não são apenas as de marketing, realizadas com o objetivo

de posicionar a marca e divulgá-la no mercado, são também ações internas da

empresa, repassadas para todos os interessados, com o objetivo de transmitir

a imagem pretendida. É no interior das empresas onde o desempenho das

pessoas cria a posição de liderança em relação aos concorrentes. Todos os

colaboradores devem entender as metas da empresa, e se bem entendido, isto

será refletido externamente na gestão da sua marca.

Para Aaker e Joachimsthaler (2007), o advento recente da Web tem um

impacto importante junto ao consumidor na construção e gestão de marcas.

Um grande número de empresas fortes percebeu que, através da Internet, é

possível construir marcas utilizando estes novos canais de comunicação por

intermédio de conexões com seus clientes, baseados nas experiências. Dessa

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forma, entende-se que na era digital, as marcas de maior impacto serão as que

melhor utilizem a Web como ferramenta para sua construção.

Ainda, segundo os autores:

“A Web também está alcançando um alto crescimento no que

diz respeito à sua influência sobre os modelos comerciais e seu

impacto em comunicações de marca. Marcas fortes têm

mostrado que a Internet pode desafiar os modelos comerciais

dominantes de setores inteiros a criar marcas fortes ao fazer

isso.” (AAKER, David; JOACHIMSTHALER, Erich, 2007, p. 222).

Inicialmente as empresas entenderam a Web como um mais um espaço

para a divulgação das marcas da maneira tradicional unidirecional, mas em

contraste com este modelo, a Web diz respeito a experiências. Na Web o

público passa de uma posição passiva para a ativa. Se a construção das

marcas na Web se enquadra neste modelo as experiências geradas poderão

ser mais poderosas do que as veiculadas comumente por outras mídias.

Aaker e Joachimsthaler (2007), apresentam três motivos para a

permanência da marca na Web:

• A Web é interativa e envolvente;

• Oferece informações valiosas e atualizadas;

• Personaliza a experiência.

De acordo com os autores, “a interação com outras pessoas no contexto

de um site pode criar o potencial para conseguir experiências sociais

significativas envolvendo a marca” (p.224). O ambiente social da Web é

bastante propício para que uma marca possa tornar-se parte importante do

mundo de uma pessoa, mas por outro lado, com o maior envolvimento

interativo da Web, qualquer impacto positivo ou negativo provavelmente se

23

tornará mais intenso. A disseminação de informações detalhadas sobre uma

marca pode realçar a profundidade da relação entre a marca e o consumidor.

Para os autores, no ambiente da Web, a marca já não está mais

protegida atrás de cordões de isolamento, na verdade a marca caminha entre

as pessoas, numa situação que oferece riscos e oportunidades. Sendo assim,

entende-se que a gestão de marca na Web requer de novas perspectivas e

habilidades, além da vontade de compreender as propriedades singulares

deste canal.

A presença da marca na Web é hoje uma estratégia fundamental para

realizar uma boa gestão de marcas, pois este ambiente virtual, além de

aumentar a eficácia dos outros veículos utilizados, em muitos casos passa a

ser o elo principal que unirá todo o esforço de comunicação. A gestão da

marca na Web está relacionada também com a manutenção da confiança e a

criação de relacionamentos junto ao consumidor.

24

CAPÍTULO II

O AMBIENTE DA INTERNET

2.1 – A Internet e a Web 2.0

É inegável que cada vez mais a Internet faz parte do dia a dia das

pessoas. A facilidade do acesso à informação é a principal função que interliga

usuários de todo o mundo. A Internet é o maior mecanismo de disseminação

de informação e um meio para a interação e colaboração entre as pessoas,

independentemente da sua localização geográfica.

De acordo com Pisani e Piotet (2010), o número de usuários de Internet

cresce tão rápido que no início de 2009 correspondia a quase um quarto da

população mundial. Mas o que realmente mudou muito rápido foi o uso que as

pessoas deram para a Internet. Em meados de 1990 os usuários começaram

pelos correios eletrônicos a realizar encontros, formar grupos, comprar

produtos e assim as ferramentas foram tornando-se progressivamente

corriqueiras e mais fáceis de usar. Os atuais usuários já não são mais

navegadores passivos, que consomem sem reagir, a informação que lhes é

proposta. Os usuários atuais propõem serviços, trocam informações,

comentam, envolvem-se, participam e colaboram entre si.

Para compreender este comportamento, se faz necessário inicialmente

rever a diferencia entre a Internet e a Web.

Bogo (2000), define a Internet como segue:

“A Internet é um conjunto de redes de computadores

interligadas que tem em comum um conjunto de protocolos e

serviços, de uma forma que os usuários conectados possam

usufruir de serviços de informação e comunicação de alcance

mundial.” (BOGO, Kellen Cristina, 2000, online).

25

Entende-se então, que a Internet é um conglomerado de redes de

computadores interligados, que permite o acesso de maneira mundial a

informações e comunicações diversas.

Pisani e Piotet definem a Web como segue:

“A Web, ou World Wide Web, é uma das maiores aplicações

permitidas na Internet. E um sistema que possibilita consultar,

por meio de um navegador, páginas contidas em sites.” (PISANI,

Francis; PIOTET, Dominique, 2010, p. 16).

A Web não é estática, no primeiro nível de evolução, os websites

ofereciam “pacotes fechados” de informação. Com a evolução da Web,

passamos destes sites estáticos, sempre unidirecionais, onde o conteúdo

somente era modificado pela intervenção do seu administrador, para uma

segunda geração dinâmica, mais rápida e rica, onde o conteúdo muda também

de forma automática, interagindo com os usuários.

Ainda, segundo a visão de Pisani e Piotet:

“A Web pode ser abordada como uma plataforma dinâmica. Por

plataforma dinâmica entendemos que ela é tanto o lugar em que

vamos buscar um conteúdo como o local em que publicamos, e

que ela pode ser modificada a cada instante. [...] a Web

pertence àqueles que a utilizam... nos dois sentidos: para

receber e para criar, para acessar a informação e partilhá-la,

fazê-la circular. Ela é trabalhada pelos Web atores, que, por sua

vez, se servem dela para modificar o mundo.” (PISANI, Francis;

PIOTET, Dominique, 2010, p. 28 - 29).

Reduzida à expressão mais simples, a Web é uma plataforma para

estabelecer relações entre as pessoas, onde os participantes produzem,

divulgam, comentam e trocam informação. Ainda, para os referidos autores: “a

26

Web deu lugar a uma nova “dinâmica relacional” animada pela participação de

milhões de indivíduos e pequenos grupos constituídos informalmente” (p. 56).

Esta dinâmica relacional característica da Web de hoje, choca-se com a

mecânica Institucional de sempre num grande número de setores e de

aspectos da vida em sociedade.

De acordo com Pisani e Piotet (2010), a expressão Web 2.0 foi criada e

impulsionada em 2004 pela equipe de Tim O´Reilly para designar uma

segunda geração de comunidades e serviços que funcionam como uma

plataforma. A expressão é marcada pela conotação de que se trataria de uma

nova versão para a Web, porém a mesma está bastante enraizada na Web

anterior, apesar de ser diferente na sua utilização, amplitude, desenvolvimento

de algumas funcionalidades e pelos novos modelos de negócios que ela induz.

Crucianelli descreve a Web 2.0 como segue:

“Na Web 2.0 as pessoas fazem contatos entre si, originando a

Web social. Ela permite enviar e baixar arquivos por conta

própria. Há geração de conteúdos próprios, geralmente novos

e, portanto, diferentes do que já existe. Facilita a comunicação

entre as pessoas e promove a formação de grupos de

indivíduos com interesses comuns. Se a Web 2.0 fosse uma

biblioteca, qualquer pessoa poderia colocar um texto seu na

estante e escolher os textos alheios. Mas os autores também

podem comunicar entre si e discutir as suas obras.”

(CRUCIANELLI, Sandra, 2010, p. 12).

No ambiente de transformações onde a Web está inserida, surge ainda

uma terceira geração de ferramentas que não são somente destinos, mas sim,

plataformas, que propõem ao mesmo tempo os dados (vídeos, fotos, áudio,

textos, informações, etc). Estes novos sistemas promovem a formação de

comunidades, o intercambio social e a interatividade entre as pessoas criando

um universo que facilita a colaboração mútua.

27

2.2 – As redes sociais na Internet

De acordo com Recuero, uma rede social é definida como: “Um conjunto

de dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós da rede) e

suas conexões (interações ou laços sociais).” (RECUERO, Raquel, 2009, p.

24).

Para a autora, as pessoas são o primeiro elemento da rede social. As

pessoas atuam de forma a moldar as estruturas sociais, através da interação e

da construção de laços sociais. Quando se trabalha com uma rede social na

Internet a principal característica é a comunicação mediada por computador

(CMC). Assim, procede-se a trabalhar com representações, ou com

construções da identidade das pessoas no ciberespaço. Desta maneira, uma

pessoa pode ser representada por um weblog, fotolog, Twitter ou mesmo por

um perfil construído no Orkut ou Facebook.

Já as conexões de uma rede social podem ser percebidas de diversas

maneiras. Em termos gerais as conexões de uma rede social são constituídas

pelos laços sociais, que por sua vez, são formados através da interação social

entre as pessoas. As conexões são fundamentais, pois é sua variação a que

altera as estruturas destes grupos. Estas interações são percebidas graças à

possibilidade de manter os rastros sociais dos indivíduos, que permanecem ali.

Um comentário deixado num weblog por exemplo, poderá permanecer no

ciberespaço até que seja apagado ou até que o weblog saia do ar.

Outro elemento importante é compreender em que medida se

diferenciam os chamados sites de redes sociais. Segundo Recuero (2009),

“sites de redes sociais são espaços utilizados para a expressão das redes

sociais na Internet” (p.102), sendo definidos por Boyd e Ellison (2007), como

aqueles sistemas que permitem:

28

• A construção da identidade de uma pessoa através de um perfil

ou página pessoal;

• A interação através de comentários;

• A exposição pública da rede social de cada pessoa.

Na visão de Recuero:

“Os sites de redes sociais atuam como suporte para as

interações que constituirão as redes sociais, eles não são, por

si, redes sociais. Eles podem apresentá-las, auxiliar a percebê-

las, mas é importante salientar que se trata de sistemas. São os

atores sociais, que utilizam as redes, que constituem essas

redes.” (RECUERO, Raquel, 2009, p. 103).

Ainda, segundo a autora, os sites de redes sociais “são aqueles que

compreendem a categoria dos sistemas focados em expor e publicar as redes

sociais dos atores” (p. 104). É o caso dos sites Orkut, Facebook, LinkedIn e

vários outros. Já os sites de redes sociais apropriados são sistemas onde não

há espaços específicos nem para perfil e nem para a exibição das conexões. É

o caso de alguns fotologs, weblogs, microblogs, etc.

Recuero (2009), define alguns valores característicos dos sites de redes

sociais:

• Visibilidade social: Os sites de redes sociais permitem às

pessoas estar mais conectadas, aumentando assim o capital

social.

• Reputação: O conceito de reputação implica diretamente no fato

de que há informações sobre quem somos e o que pensamos

que auxiliam outros a construir, por sua vez, suas impressões

sobre nós.

• Popularidade: A popularidade é um valor relacionado ao número

de comentários e ao tamanho da audiência de um blog ou

29

fotoblog ou pelo número de visitas que um perfil recebe. A

popularidade tem um valor essencialmente quantitativo.

• Autoridade: É uma medida efetiva de influência de uma pessoa

em relação a sua rede, juntamente com a percepção das demais

pessoas da reputação dele. Autoridade compreende também a

reputação, mas não se resume a ela.

Ainda, segundo Recuero (2009), outro elemento característico dos sites

de redes sociais é permitir a difusão da informação através das conexões

existentes entre os usuários. Conforme Comm e Burge (2009), os usuários de

sites de redes sociais na Internet não apenas criam conteúdos e sim geram

conversações, e este diálogo por sua vez, cria comunidades onde a troca de

conteúdos flui de maneira informal. Ainda, conforme os autores, quando essas

conexões entre os participantes são formadas em torno de um produto ou

serviço o resultado pode ser o tipo de fidelidade e compromisso com a marca

que uma empresa sempre procurou alcançar junto ao consumidor.

2.3 – Sites de redes sociais na Internet de maior impacto no

Brasil

Segundo pesquisa realizada pelo Ibope (2010), os sites de redes sociais

na Internet de maior impacto entre os usuários brasileiros são Orkut, Facebook

e Twitter. Enormes comunidades virtuais destinadas à troca de informações

são organizadas através destas ferramentas.

“A pesquisa realizada pelo IBOPE Mídia com oito mil pessoas no

período compreendido entre 2 e 15 de setembro de 2010, nas

principais regiões metropolitanas do país, apontou que o Orkut

foi a porta de entrada para a internet no Brasil para (82%)

daqueles que acessam as redes e que (60%) dos entrevistados

usam redes sociais há mais de três anos, sendo que (7%) mais

30

de uma vez ao dia. O Orkut continua sendo a mais acessada,

com (91%) das respostas. Facebook e Twitter têm (14%) e

(13%), respectivamente.” (IBOPE Mídia, 15/10/2010, online).

Esses números tão expressivos demonstram que um verdadeiro exército de

consumidores está presente em ferramentas sociais como o Orkut, Twitter,

Facebook, etc.

• Orkut

Foi fundado em janeiro de 2004 por Orkut Büyükkökten. Orkut é um site

de redes sociais que alcançou enorme popularidade no Brasil, sendo

considerado, segundo pesquisa realizada pela Alexa (2010), como o site com

maior tempo de permanência na Internet no país, (25 minutos). O site funciona

basicamente através de perfis e comunidades.

Segundo Recuero:

“Os perfis são criados pelas pessoas ao se cadastrar, que

indicam também quem são seus amigos. As comunidades são

criadas pelos indivíduos e podem agregar grupos, funcionando

como fóruns, com tópicos (nova pasta de assunto) e mensagens

(que ficam dentro da pasta do assunto).” (RECUERO, Raquel,

2009, p. 167).

De acordo com Telles (2006), muitas empresas vislumbraram,

inicialmente, oportunidades de manter contato com seus clientes através do

Orkut, transformando-o inclusive num canal de marketing.

A característica mais importante do Orkut é a possibilidade de formação

das comunidades, onde membros se reúnem ao redor de um assunto em

comum e debatem sobre ele. Muitas vezes este assunto é uma empresa ou

marca. Segundo Telles (2006), a empresa que estiver atenta a estas

manifestações dos consumidores, estará um passo à frente em relação aos

31

competidores. Poderá desfrutar de grandes benefícios relacionados à imagem,

além da satisfação do consumidor, já que este perceberá que a empresa está

efetivamente preocupada com ele.

A empresa atenta ao Orkut recebe em troca opiniões, reclamações,

oportunidades de se retratar e melhorar para o cliente, além dos dados do

perfil do seu público consumidor o que permite uma excelente segmentação.

• Facebook

Criação de Mark Zuckerberg, Chris Hughes, Dustin Moskovitz e Eduardo

Saverin, em fevereiro de 2004. O Facebook funciona também através de perfis

e comunidades. Recuero (2009), diz que em cada perfil, é possível acrescentar

módulos de aplicativos. O sistema é percebido como mais privado que outros

sites de redes sociais, pois apenas os usuários que fazem parte da mesma

rede podem ver o perfil dos outros. Uma inovação significativa do Facebook foi

o fato de permitir que usuários pudessem criar aplicativos para o sistema. Na

opinião de Comm e Burge (2009), no momento em que o Facebook constatou

que os internautas gostavam da ideia de serem capazes de atualizar seus

contatos por meio de postagem em tempo real, integrou o aplicativo de

microblogging em sua rede. O Facebook tem também álbum de vídeos e fotos,

além de uma área dedicada aos negócios, na qual é possível fazer enquetes e

enviar mensagens.

• Twitter

Foi idealizado em julho de 2006, por Jack Dorsey, Evan Williams e Biz

Stone. Para Recuero (2009), o Twitter é um microblog por ter características

semelhantes às do Blog, porém, de forma bem mais simplificada, pela

quantidade de caracteres de cada postagem. O Twitter permite que sejam

escritos pequenos textos de até 140 caracteres a partir da pergunta “O que

você está fazendo”? Cada usuário tem suas mensagens publicadas (Tweets)

na própria página, na página dos seguidores que acompanham uma janela

própria e nos celulares cadastrados. O usuário segue e é seguido por outros.

32

Segundo a autora:

“O Twitter também pode ser percebido como um site de rede

social, definido como um espaço na Web que permite aos seus

usuários construir perfis públicos, articular suas redes de

contatos e tornar visíveis essas conexões.” (BOYD e ELLISON,

2007, ELLISON, SEINFELD e LAMPE, 2007 adput, RECUERO,

Raquel; ZAGO, Gabriela, 2009, p.82).

[...]

“O Twitter é estruturado com seguidores e pessoas a seguir,

onde cada usuário pode escolher a quem deseja seguir e ser

seguido por outros. Há também a possibilidade de enviar

mensagens em modo privado para outros usuários. A janela

contém assim todas as mensagens públicas emitidas por

aqueles indivíduos a quem ele segue.” (RECUERO, Raquel,

2009, p. 174).

De acordo com Comm e Burge (2009), o Twitter se apresenta como

uma ferramenta bastante eficaz para a empresa pela possibilidade que possui

de promover produtos, construir uma marca, despertar interesse por uma

marca, ampliar o seu alcance, atrair novos clientes, ampliar as vendas e tornar

o nome do negócio conhecido entre as pessoas.

Para os autores, o Twitter não deve ser entendido como uma área de

vendas, entretanto, se utilizado para criar vínculos de amizade, o usuário

(empresa) poderá descobrir que os amigos o percebem como primeira

referência de consulta para os produtos e serviços de que precisam. Para

Comm e Burge (2009), “Todos preferem fazer negócios com gente conhecida,

e esse conhecimento só pode ocorrer se houver conversa e troca de ideias.”

(p.XXVIII).

Desta forma, compreende-se que o surgimento da Internet possibilitou

que as pessoas possam difundir as informações de forma mais rápida, segura

33

e interativa. As conexões de um usuário a outro, integrados pelos mesmos

interesses, possibilitam a formação de comunidades, onde membros se

reúnem ao redor de um assunto em comum e debatem sobre ele, podendo ser

sobre uma marca ou produto, e a utilização de ferramentas de publicação

pessoal tais como blogs, microblogs, fotologs e sites de redes sociais

constituem novos canais para a troca de informações, abrindo a possibilidade

de estabelecer relacionamentos entre a empresa e o consumidor.

2.4 – O relacionamento entre a empresa e o consumidor online

Devido à disponibilidade e velocidade de acesso às informações

contidas na Web, o consumidor, agora online, tornou-se um indivíduo muito

mais exigente na hora da compra, uma vez que possui mecanismos eficientes

para a pesquisa de informações sobre as empresas e os produtos e serviços

que deseja adquirir.

A pesquisa realizada pela Deloitte (maio de 2010), mostra que este

“novo consumidor”, por sentir-se bastante familiarizado com o ambiente virtual,

deseja realizar a maior quantidade possível de atividades online, as quais vão

desde fazer novas amizades até efetuar compras, isto último devido a que na

rede, “a experiência de compra e consumo pode acontecer de forma

diferenciada e social” (p.6). No ambiente da Internet, os outros consumidores

podem expressar suas preferências e opiniões pessoais sobre as empresas e

produtos, o que pode influenciar o possível comprador na hora da escolha por

um produto ou serviço.

O relatório também aponta que “os consumidores chegam a confiar em

estranhos virtuais por sentir identificação com eles” (p.6), e é essa identidade

que definirá o sucesso das interações que as empresas poderão ter com seus

consumidores, se adotarem as ferramentas sociais como estratégia de

negócios.

34

Neves (2010), acredita que o desafio enfrentado pela empresa que

deseja participar das redes sociais na Internet tem implicações enormes, pois

esta deve considerar a complexidade deste novo consumidor inserido no

ambiente virtual.

A figura a seguir, ilustra o comportamento deste novo consumidor:

Figura 1: Comportamento do consumidor online.

Fonte: Deloitte, Relatório: Mídias Sociais nas empresas: o relacionamento online com o

mercado.

Segundo Neves (2010), para o consumidor online, “entrar numa página

ou “seguir” o perfil de uma marca equivale a uma espécie de visita íntima”

(p.55). O consumidor “entra” no estabelecimento, assiste a exibição de vídeos,

lê jornais, deseja conversar com a empresa, perguntar, exibir comparações,

35

exigir explicações. “É uma experiência total, que pode, inclusive, culminar em

algum tipo de aquisição” (p. 55).

Outro ponto importante, defendido pelo autor, é que nas redes sociais

na Internet, a reputação de uma empresa foge ao controle de sua liderança.

Por meio de fóruns de discussão, blogs, sites de redes sociais, microblogs, e

outros canais, a reputação passa a ser definida pelas ações das pessoas, dos

consumidores e de outros influenciadores online.

A figura a seguir, ilustra esta perda de controle das empresas sobre o

processo de geração e disseminação da informação:

Figura 2: Fluxo de informação nas ferramentas digitais.

Fonte: Deloitte, Relatório: Mídias Sociais nas empresas: o relacionamento online com o

mercado.

Conforme Palagi (2009), o consumidor é hoje um produtor de conteúdo

online que reage à maioria das ações das marcas, com ou sem consentimento

36

das empresas responsáveis, está muito bem informado e por sua vez

influencia por meio dos seus comentários outros consumidores, dissemina

informações espontaneamente de maneira positiva, os chamados “advogados

da marca”, ou então, se insatisfeito poderá usar as ferramentas online para

produzir boca-a-boca negativo, busca experiências de marca, interage, opina e

recomenda, deseja conhecer o que as empresas podem oferecer e é bastante

exigente.

Martins (2006), afirma que:

“Na Internet clientes e visitantes insatisfeitos são muito mais

eficientes e rápidos em propagarem e divulgarem os seus

defeitos, que promoverem as suas qualidades e virtudes.”

(MARTINS, José Roberto, 2006, p. 124).

Nesta linha de raciocínio, Oliete (2010), alerta sobre uma mudança no

processo de construção de marcas, diante do poder do consumidor online:

“Se anteriormente o processo de construção de marca era

fechado, as redes sociais na Internet o converteram num

processo totalmente aberto, que força às empresas à mudança”

[...] “As organizações devem considerar que um cliente, ainda

que tendo pouco valor real, pode ter alto valor de prescrição”.

“Se a experiência desse consumidor tem sido ruim e este utiliza

a Internet para dar voz as suas queixas, a empresa enfrenta

uma situação muito perigosa.” (OLIETE, Javier, 2010, online).

(tradução da autora).

Já na visão de Martins (2006), o uso das ferramentas online pelas

empresas é o caminho mais curto para evitar os problemas de comunicação

com o consumidor. É através dos sistemas online que os consumidores podem

falar diretamente com a empresa, fornecendo dados importantes sobre seus

serviços, novas necessidades, solicitar assistência técnica, etc.

37

Mooney e Rollins (2008), defendem que este novo modelo de

comunicação de “mão dupla” revela uma mudança essencial no

relacionamento com os clientes, onde o monólogo (da empresa) é substituído

pelo diálogo (entre a empresa e o consumidor) o que obriga às empresas a

repensar sua abordagem em face ao crescente poder dos consumidores como

indivíduos e comunidades.

O relacionamento entre a empresa e o consumidor, agora online, é da

maior importância. Os consumidores já não se conformam apenas em receber

informações vindas das empresas, eles buscam a cada dia uma maior

interação com a marca. Se anteriormente as empresas contavam apenas com

ferramentas unidirecionais de comunicação, o que temos hoje é um cenário de

interação e colaboração entre as partes, onde o monólogo da empresa é

substituído pelo diálogo entre a empresa e o consumidor.

2.5 – Abordando o consumidor: Ética no relacionamento online

As atividades realizadas ao utilizar os sites de redes sociais na Internet

não são novas, as mesmas fazem parte do ser humano que vive em

comunidade. A tecnologia digital faz com que os esforços de comunicação e

marketing ganhem poder exponencial como nunca antes, sendo necessário

manter uma postura ética também no mundo digital, através de princípios e

códigos de comportamento moralmente aceitáveis nos negócios. Se uma

empresa não tem o cuidado de tratar o consumidor como deveria, dissemina

informações falsas ou reprime o conteúdo gerado pelo cliente, esse tipo de

ação poderá causar sérios danos para a reputação da marca.

Segundo Luize, (2009):

“A presença das empresas nas redes sociais na Internet torna a

comunicação da empresa mais transparente” [...] “As

38

informações divulgadas nesses canais, têm de ser mais

detalhadas e as empresas precisam estar preparadas para

fornecê-las. Além disso, a corporação não pode ter uma conduta

diferente do discurso.” (LUIZE, Luis Antônio, Revista IEL

Interação, set./out./dez. 2009, ano 18, n. 207, p. 15).

Reforçando esta ideia, Adolpho (2010), defende que na era atual em

que vivemos, onde a transparência das organizações é fundamental, a ética

deve permanecer como um valor acima de todos os outros. Para o autor:

“Ser ético é mais do que dizer a verdade e ser transparente em

suas atitudes. Ser ético é revelar os segredos de sua instituição

para o consumidor como uma forma de pedir sua anuência. É

destinar a seu cliente tempo para explicar por que sua empresa

está fazendo isso ou aquilo. Ser ético é devolver à sociedade

aquilo que ela lhe deu em forma de lucros.” [...] “É preciso que

sua empresa inspire credibilidade e respeito junto ao

consumidor.” (ADOLPHO, Conrado, 2010, online).

Este pensamento evidencia a importância da existência de um

comportamento ético por parte da empresa, visando manter a credibilidade da

marca perante o consumidor. Nas redes sociais na Internet as ações de

marketing deverão ser sempre bem pensadas, pois um erro cometido, ainda

que mínimo, poderá tomar proporções enormes, chegando a causar sérios

danos à marca. Neste sentido, Albuquerque (2010), contribui indicando uma

série de condutas indispensáveis de serem consideradas pela empresa que

deseja inserir sua marca no mundo digital:

• Ser transparente: Falar sempre a verdade é essencial. Explicar o

ocorrido e buscar uma solução. Corrigir erros ajuda na construção da

reputação. Estamos na época da transparência na relação entre marca

39

e consumidor. Não é possível querer falar bem de um produto que não

é, porque na via de “mão dupla” a verdade vem sempre à tona;

• Ter ética: Não escrever mensagens que contenham teor de

discriminação para qualquer pessoa ou grupo com base na raça,

religião, nacionalidade, sexo, idade ou estado civil. Não utilizar palavras

e termos ofensivos ou que sejam inaceitáveis moralmente, perante a

sociedade. Às vezes uma piada pode ser encarada como ofensa por um

determinado grupo;

• Cuidar a linguagem utilizada: Ser ponderado e cuidadoso, adequar a

linguagem e discurso de acordo com cada canal e público que ali

interage (faixa etária, interesse, tribos...). Usar sempre um tom

amistoso, informal e próximo, mas sem falsa intimidade;

• Respeitar o consumidor: Demonstrar interesse e respeito pela opinião

do internauta, iniciando assim uma conversa saudável que pode gerar

uma repercussão positiva;

• Aceitar críticas construtivas: Concordando ou não, dar atenção a

casos negativos que possam ser resolvidos e tentar aprender com

eventuais erros;

• Responder sempre: Interagir com todos os usuários que seguem seu

canal e falam positivamente da sua marca;

• Personalizar e humanizar: Responder pela empresa, mas sempre

assinar a mensagem, transformando o contato numa relação pessoal;

• Pedir licença para responder: Às vezes o internauta não fez a

pergunta diretamente;

• Responder o que foi perguntado ou não responder: Considerar que

Algumas vezes o internauta está apenas desabafando ou

compartilhando uma experiência positiva ou negativa;

• Abrir outros canais de relacionamento: como e-mails, telefone ou

outra instância de atendimento que seja exclusiva para atendimento das

redes sociais. Redirecionar o consumidor para o mesmo canal onde ele

teve uma experiência negativa pode gerar ainda mais insatisfação;

40

• Ter atendimento satisfatório: Estruturar-se para atender toda a

demanda no prazo e horários de atendimento estabelecidos e

divulgados;

• Ter objetividade: responder somente a questões que sejam produtivas

para a solução de um problema. Evitar combater o desabafo;

• Utilizar o ponto de contato como canal de relacionamento contínuo:

A interação com os usuários dos sites de redes sociais deve ser

constante e não apenas na resolução dos casos. Tornar seus pontos de

contato um canal de troca de informações contínuo e de relacionamento

em longo prazo com seu público.

Seguindo esta linha de pensamento, Seixas (2010), complementa

expondo alguns conselhos básicos do que não fazer nas redes sociais na

Internet, sob pena de obter resultados extremamente negativos para a marca:

• Não moderar ou reprimir comentários negativos só para preservar a

marca. Agir adequadamente e publicamente sobre o assunto;

• Não enviar mensagens em excesso e evitar fazer SPAM;

• Não violar os termos de uso dos sites de redes sociais na Internet;

• Não ignorar grupos e páginas não oficiais;

• Não abandonar os fãs;

• Não dar respostas negativas ou ofensivas;

• Não ser lento para assumir um erro e concertá-lo;

• Não deixar de ser autentico e transparente. Nunca;

• Não automatizar a mensagem;

• Não disseminar informações falsas;

• Não divulgar informações pessoais;

• Não divulgar informações confidenciais da empresa;

• Não tentar controlar os fãs. Eles são incontroláveis.

O consumidor nas redes sociais na Internet é muito crítico com o

conteúdo que encontra. Criar perfis falsos para falar bem da marca, comprar

41

opiniões, banir conteúdo negativo gerado pelo cliente, tratar mal o consumidor

ou apresentar qualquer atitude negativa no mundo digital é arriscar-se a perder

a confiança do consumidor, e fazer isto, significa arriscar a credibilidade da

marca. Para iniciar e manter um relacionamento proveitoso com o consumidor

nas redes sociais na Internet, a empresa deverá, antes de tudo, agir com

autenticidade e manter uma conduta ética.

42

CAPÍTULO III

A GESTÃO DE MARCA NAS REDES SOCIAIS

NA INTERNET E O ESTUDO DE CASO CAMISETERIA

3.1 – A gestão de marca nas redes sociais na Internet

De acordo com Li (2009), nos últimos dois anos houve um forte

crescimento nas redes sociais na Internet, o que autora denomina como “a

cultura do compartilhamento”. Os usuários estão familiarizados com o

ambiente da Internet e desejam compartilhar informações e experiências com

seus conhecidos por acreditar que sejam do seu interesse. Paralelamente, as

empresas desejam que as pessoas comentem seus conteúdos e divulguem

informações sobre seus produtos e serviços.

Para Neves (2010), os números demonstram a velocidade de expansão

do fenômeno entre os usuários de Internet:

“No final do último trimestre de 2009, segundo o Ibope, 67,5

milhões de brasileiros acima de 16 anos foram considerados

“incluídos no mundo digital”. Este número se refere a pessoas

que tem acesso à Internet em pelo menos um lugar (casa,

trabalho, escola, ou outro ponto de conexão). [...] No item

comunidades da pesquisa (que inclui sites de redes sociais na

Internet, chats, wikis, RSS, blogs, fóruns, etc.) (83%) dos

internautas usam algum tipo de ferramenta social.” (NEVES,

Carlos, Revista Inteligência Corporativa, n. 164, 2010, p. 53 -

54).

Devido ao crescente uso destas ferramentas online entre os

consumidores, as empresas têm aderido paulatinamente ao seu uso. Na

43

pesquisa realizada pela Deloitte (maio de 2010), o estudo apontou que (70%)

das empresas brasileiras já utilizam ou monitoram o que acontece online.

Ainda, segundo o estudo, as ferramentas mais usadas entre as

empresas pesquisadas são os sites de redes sociais na Internet, com (81%) de

uso, seguidas pelo microblog Twitter com (79%). O blog corporativo também se

apresenta como uma ferramenta bastante popular sendo apontado por (70%)

das empresas que utilizam estas ferramentas. As wiki e as listas de favoritos

aparecem como os sistemas menos utilizados. As organizações também

revelaram que utilizam as distintas ferramentas sociais na Internet para realizar

ações de marketing e divulgação de produtos e serviços (83%) e

monitoramento da marca e do mercado (71%).

Dentre outras ações mencionadas pelo estudo, esta a divulgação de

notícias, o diálogo com os consumidores, a troca de experiências, as relações

com investidores e o relacionamento com clientes. Dunningham (2010),

acrescenta outras ações que são realizadas pelas empresas, como engajar e

fidelizar clientes, se antecipar às críticas em função do que escutam e integrar

as informaçoes obtidas nos diversos canais, o que vem ganhando força sob o

nome de “CRM Social”.

Mas, apesar de todas as iniciativas anteriormente descritas, são poucas

as empresas que logram usufruir todos os benefícios que estes sistemas têm a

oferecer, isto devido a que os sites de redes sociais na Internet são ainda

vistos pelas empresas mais como uma mídia voltada para divulgação de

produtos do que como plataforma de relacionamento com o consumidor. A

pesquisa da Deloitte (2010), indica também que as empresas dão pouca

importância à captura de oportunidades (46%), ao suporte aos clientes (43%) e

a inovação por meio da inteligência coletiva (17%).

Verifica-se segundo estes dados que as empresas precisam adaptar-se

a esta nova forma de comunicação com seus consumidores. Dessa forma

44

entende-se que a perda de controle nas informações e a possibilidade de

boca-a-boca negativo gerado pelos clientes aparentam ser uma grande

ameaça diretamente vinculada às redes sociais na Internet. Isto naturalmente

acaba afastando algumas empresas da participação online. Entretanto, embora

a imagem da empresa não possa ser mais controlada, a presença da empresa

nas redes sociais na Internet favorece a reputação da marca, por ser

considerada a vitrine de exposição perante o consumidor.

Mooney e Rollings (2008), enumeram cinco motivos pelos quais as

empresas, devem incluir as redes sociais na Internet na gestão de suas

marcas:

• A empresa terá acesso a audiências maiores e diversificadas, o

que vai impulsionar o crescimento;

• ROI (Retorno sobre o investimento). A verba de marketing e

publicidade será mais eficaz e os custos de mídia de massa

serão reduzidos;

• A empresa terá a possibilidade de coletar ideias inovadoras por

parte dos consumidores e reduzir o risco e os possíveis erros na

criação de novos produtos;

• Manter o ritmo na era digital, mostrando o alinhamento com as

crescentes expectativas dos consumidores, os quais são agora

muito mais participativos e exigentes;

• Transformar os consumidores nos melhores aliados da marca.

O maior problema detectado é o fato de que as empresas estão usando

as ferramentas online sem a adequada formatação estratégica e mais pelo

modismo causado pela repercussão dada pela imprensa sobre o tema. Em

relação a este ponto, Li (2009), esclarece que antes que uma empresa decida

investir em sites de redes sociais na Internet ela deve detectar como as

pessoas usam estas ferramentas online e onde os seus consumidores estão

(sites de redes sociais na Internet, microblogging, wikis, weblogs, etc). Em

segundo lugar, a empresa deve definir os seus objetivos e posteriormente

45

determinar uma estratégia de ação. Segundo a autora, a melhor maneira de

detectar como as pessoas usam as ferramentas online é perguntando

diretamente para elas, através de pesquisas que incluam questões sobre o uso

de sites de redes sociais na Internet.

Dentro dos objetivos propostos, saber escutar, monitorar continuamente

as conversas, prestar atenção a o que os consumidores dizem e querem, os

temas sobre os quais ele fala e comenta, é um excelente início para aumentar

o compromisso com a empresa. Para Li (2009), “Escutar ao consumidor

modifica a atividade da pesquisa de mercado” (p.84). O que antes eram

pesquisas muito lentas e bastante onerosas é substituído pelo retorno quase

imediato que é proporcionado pelo consumidor, o qual entende que sua

participação no processo acabará sendo benéfica para ele.

Como segundo objetivo Li (2009), indica falar, o que consiste em

disseminar mensagens e gerar conteúdo sobre a empresa nos pontos de

contato da marca, estabelecer o diálogo entre a empresa e o consumidor.

Enquanto o modelo tradicional de comunicação controla a mensagem emitida,

no novo modelo os responsáveis pela área de marketing não ditam o caminho

a seguir nem lideram o diálogo. Existe uma outra dinâmica produzida: “os

usuários aprendem entre si”. “Aumenta a influência das pessoas e dilui o valor

do marketing tradicional”. “Os usuários confiam na recomendação de amigos e

conhecidos e até mesmo na avaliação de produtos feita por desconhecidos”.

(p.86).

Outro ponto importante defendido pela autora é a importância dos

colaboradores internos da organização, os quais representam os melhores

embaixadores da empresa. O incentivo à publicação e produção de conteúdo

de interesse, assim como conversar com o consumidor é importante, pois

permite a este estabelecer um diálogo pessoal e transparente com a empresa.

46

Para Albuquerque (2010), a interação e relacionamento com os

consumidores, de maneira a responder as críticas, reclamações, dúvidas,

sugestões, elogios, resolver problemas, corrigir informação maliciosa, ou

produzir o engajamento do público junto à marca, é fundamental.

Segundo o autor, a geração do conteúdo e relacionamento gerará novo

retorno dos consumidores. Este retorno deve ser analisado para melhoria e

atualização constante do conteúdo. O conteúdo é pautado nas manifestações

diárias do público sobre os produtos, assuntos e temas relacionados aos

interesses da marca. A monitoração constante indicará os assuntos que a

marca deve abordar nas redes sociais na Internet.

Para o autor:

“Antes de qualquer interação nas redes sociais na Internet é

preciso compreender como a marca já é vista e como os

consumidores se engajam em torno da marca, seus produtos e

serviços. O erro mais freqüente é criar canais nas redes sociais

na Internet e começar a falar sem realizar um trabalho anterior

de monitoração.” (ALBUQUERQUE, Fábio, 2010).

Energizar, dar suporte e integrar os clientes aos processos da

organização completam os objetivos anteriormente expostos. Para Li (2009),

Energizar diz respeito a vender, incentivar aos clientes mais entusiasmados

para que falem com seus amigos, potencializar o boca-a-boca dos fãs da

empresa/marca. Segundo o estudo da Deloitte (maio de 2010), é importante

dar destaque ao fato de que as redes sociais na Internet proporcionam a

possibilidade de ganhos de eficiências em processos, levando em

consideração o baixo custo das recomendações boca-a-boca geradas pelos

clientes, além da ajuda oferecida de maneira espontânea ao fornecer suporte

ou tirar dúvidas de outros clientes online.

Finalmente, para Li (2009), outro objetivo fundamental é integrar as

pessoas com a empresa de modo que estas colaborem no desenvolvimento de

47

novos produtos, oferecendo retorno. O consumidor deseja ser ouvido,

participar, colaborar. Para lançar um novo produto ao mercado as empresas já

não precisam tentar adivinhar o que os clientes esperam, elas podem falar

diretamente com eles, pedir a opinião sobre o conceito e oferecer a

possibilidade de escolha dos modelos e tipos de produtos a serem

desenvolvidos e finalmente comercializados.

Ainda, continuando com a ideia de integração e colaboração no

desenvolvimento de produtos, Owyang (2009), propõe que futuramente os

consumidores socialmente conectados irão criar comunidades fortes e afastar

o poder dos sistemas de CRM de suas marcas. Eventualmente isso irá resultar

em comunidades poderosas que ajudarão a definir a próxima geração de

produtos. Finalmente, cada vez mais os produtos serão feitos pelos próprios

consumidores.

Devido ao crescimento exponencial das redes sociais na Internet as

empresas têm aderido paulatinamente ao uso das ferramentas sociais. A

primeira impressão que as organizações tiveram foi que as redes sociais na

Internet poderiam atuar de maneira positiva ou negativa sobre a reputação da

marca/empresa. Posteriormente vislumbraram estes sistemas como sendo

úteis para a divulgação de seus produtos e serviços. Atualmente as empresas

perceberam que o uso destas ferramentas também pode ajudar a construir e

consolidar relacionamentos com seus consumidores.

No mundo digital o retorno que o consumidor oferece é imediato e

espontâneo o que se apresenta como uma enorme oportunidade para as

organizações de transformar os consumidores e clientes em parceiros da

marca.

48

3.2 – Estudo de caso

A presente pesquisa corresponde a um estudo sobre a empresa virtual

Camiseteria1. A empresa é uma das organizações no Brasil que se caracteriza

por realizar a gestão da sua marca nas redes sociais na Internet, dando ênfase

à interação e ao relacionamento com o consumidor.

Neste estudo, inicialmente apresentamos a empresa Camiseteria desde o

ponto de vista institucional, com informações sobre seu histórico, estrutura

organizacional e funcionamento, entre outros. As informações e dados contidos

nesta descrição foram coletados desde o site da empresa, material bibliográfico,

entrevistas online e dados proporcionados pela empresa.

Posteriormente, foram analisadas as comunicações armazenadas nos

sites de redes sociais na Internet Twitter e Facebook, nos quais o Camiseteria

mantém espaços corporativos dedicados à interação e relacionamento com seus

clientes. Nestas ferramentas, realizou-se a análise das mensagens veiculadas

durante o mês de novembro de 2010. A análise destas informações teve o

propósito de identificar como a empresa Camiseteria desenvolve as ações de

gestão da marca nas redes sociais na Internet, motivo central deste estudo.

Simultaneamente, o estudo baseou-se nas informações2 proporcionadas

por Alexander Alves do departamento de marketing do Camiseteria e nos

resultados obtidos pela autora desta pesquisa.

1 www.camiseteria.com.br 2 Ver anexo.

49

3.2.1 – A empresa Camiseteria

O Camiseteria é uma empresa virtual de e-commerce3 que aproveita o

ambiente de interação gerado na Web 2.0. A empresa foi fundada em janeiro

de 2005 pelos sócios Fábio Seixas, Tiago Teixeira e Rodrigo David. A ideia do

Camiseteria surgiu quando o designer, David, venceu um concurso de

estampas no site Threadless nos Estados Unidos, promovido nos moldes de

como funciona hoje o Camiseteria. Animado com a ideia de montar um projeto

que valorizasse o design nacional, David enxergou a possibilidade de trazer o

modelo de negócio para o Brasil. A partir desta ideia Seixas e David criaram a

empresa e o site. O processo demorou oito meses e finalmente em agosto de

2005 o site entrou no ar.

Fábio Seixas, em entrevista concedida ao site Mundo do Marketing,

relata que no início do empreendimento não possuíam o investimento

suficiente para montar a empresa e produzir as camisetas. Para financiar os

primeiros passos do Camiseteria, criaram o que chamaram de financiamento

criativo:

“Criamos um clube VIP” [...] “Chamamos os nossos amigos,

mostramos o projeto e oferecemos os produtos antes de lançar

pela metade do preço. A pessoa comprava o vale compras de

um produto que ele não tinha visto, não sabia como seria, mas

tinha confiança no que estávamos fazendo. Com isso, vendemos

230 kits com seis peças que financiaram o negócio.” (SEIXAS,

Fábio, site Mundo do Marketing, 2008, online).

A empresa possui hoje uma estrutura organizacional pequena,

atualmente são somente dois sócios (Seixas e David) e uma equipe de quinze

colaboradores. A empresa possui um escritório físico “QG” localizado no bairro

de Botafogo na cidade do Rio de Janeiro – RJ, onde são centralizadas as

3 Comércio eletrônico.

50

atividades de administração, operação, logística, estoque dos produtos e

marketing. A empresa não conta com loja física de vendas e a produção das

camisetas e a distribuição são terceirizadas.

A empresa promove concursos de estampas, estimulando assim a

participação dos seus clientes. As estampas são enviadas pelos próprios

internautas e entram em votação pela comunidade existente no site. O próprio

autor da estampa pode divulgar o site entre seus amigos e solicitar votos,

aumentando assim as possibilidades de ganhar. Desta forma, o usuário

também passa a divulgar a marca entre seus conhecidos. As estampas mais

votadas pelos usuários, num período de dez dias, são produzidas e

comercializadas pelo site. Os criadores das estampas vencedoras recebem um

prêmio em dinheiro pela sua participação e créditos para realizar futuras

compras no Camiseteria.

“Praticamente não temos risco, uma vez que não produzimos

algo que o consumidor não queira”. “É uma subversão do

mercado de moda atual porque o consumidor cria e diz o que

quer.” (SEIXAS, Fábio, site Mundo do Marketing, 2008, online).

Enquanto outras empresas precisam investir em pesquisas e estudos

sobre as tendências de mercado, além da contratação de mão de obra

especializada, o Camiseteria coloca o próprio cliente para fazer o produto,

pergunta ao consumidor o que ele acha do modelo e só produz o que for

aprovado pela comunidade. Seixas, em entrevista para a revista Pequenas

Empresas Grandes Negócios, diz que o Camiseteria inclusive mudou a

etiqueta das camisetas a pedido dos clientes.

“Tínhamos uma etiqueta convencional, mas as pessoas queriam

saber mais sobre a ilustração e quem a fez. Então colocamos

esses dados na parte interna da peça.” (SEIXAS, Fábio, Revista

Pequenas Empresas Grandes Negócios, out 2008, p.73).

51

Outra particularidade da empresa é que os clientes são também

modelos das camisetas no catálogo virtual da loja. Eles enviam fotos vestindo

as camisetas adquiridas, e se a foto for aprovada, o cliente recebe créditos

para as próximas compras, além de ver sua imagem publicada no site. Seixas,

na mesma entrevista, diz que:

“Os clientes da empresa geralmente aficionados por camisetas e

por tecnologia, tem blogs pessoais, trocam mensagens entre si,

viram amigos, a relação deles com a empresa é tão forte que o

Camiseteria não precisa contratar modelos para mostrar fotos de

sua coleção: os próprios clientes se oferecem para fazer a

propaganda.” (SEIXAS, Fábio, 2008, Revista Pequenas

Empresas Grandes Negócios, p. 73).

A empresa recebe cerca de 18.000 acessos no site por dia e teve em

2010 um crescimento de mais de (50%). O Camiseteria lança por mês uma

média de 15 estampas novas, tendo aprovado em cinco anos mais de 400

estampas diferentes. O site possui atualmente mais de 200 mil usuários

cadastrados, reunindo principalmente público interessado em design, arte,

moda, música e cultura4.

Nas palavras de Seixas:

“A interação dos usuários contribui muito para o sucesso da

marca. Poder criar as nossas coleções, votar em uma estampa e

depois comprá-la, divulgar uma arte bacana para os amigos,

trocar ideias e informaçõesR tudo isso envolve as pessoas e faz

com que elas se sintam parte do Camiseteria.” (SEIXAS, Fábio,

set. 2010, blog Social Commerce, online).

Dessa forma, observa-se que para o Camiseteria a interação e

participação dos clientes tornam-se fundamentais para o sucesso da marca.

4 Dados proporcionados por Alexander Alves do departamento de marketing do Camiseteria. (ver anexo).

52

3.2.2 – A gestão da marca Camiseteria nas redes sociais na

Internet

Pode-se dizer que o Camiseteria é uma empresa que efetua um

gerenciamento eficaz da sua marca. Em todas suas ações a organização tem

um objetivo definido, permanecendo próxima do seu consumidor e integrando

toda a empresa para este fim. Desde a criação da marca, a utilização dos sites

de redes sociais na Internet como instrumento de divulgação tem sido

fundamental.

Em entrevista concedida ao blog Social Commerce Seixas, diz que:

“Nosso foco em divulgação e promoção são as redes sociais.

Estamos presentes em várias redes e usamos principalmente o

Twitter (mais de 52 mil seguidores) e o Facebook (mais de 34

mil fãs), tanto para a promoção dos produtos quanto para

relacionamento e atendimento aos clientes”.

[...]

“Esses canais ampliaram o nosso leque de pontos de contato

com a mesma natureza de interação: próxima, amigável e

informal.” (SEIXAS, Fábio, 2010, blog Social Commerce, online).

De acordo com Seixas (2010), o uso dos sites de redes sociais na

Internet representa vendas para o Camiseteria. O Twitter corresponde ao

(68%), Facebook, (23%), Orkut (6%) e Flirck (3%). “Usamos vários sites de

redes sociais não somente porque dão bom resultado, mas porque

simplesmente faz todo o sentido para nós”. Seixas (2010).

Baseado nestes princípios é que os sites de redes sociais Twitter e

Facebook adquiriram grande destaque, constituindo-se nas ferramentas

utilizadas com maior intensidade pela empresa na gestão da sua marca.

53

• O Camiseteria no Twitter

O perfil do Camiseteria no Twitter5, destacado na figura 3, possui no

momento desta pesquisa 59,180 seguidores, segue 64,215 perfis, e enviou

6,487 tweets. Na página da empresa observam-se elementos representativos

da marca como o seu logotipo, nome e slogan, além de uma composição de

fundo que identifica também a marca. Estes elementos, de acordo com Comm

e Burge (2009), são importantes para a construção da marca, pois resumem a

empresa e cumprem a função de fixar a marca na memória do visitante.

Figura 3: Perfil Twitter Camiseteria.

Fonte: http://twitter.com/camiseteria (acesso em: 24/11/2010).

5 Acesso em 24 de novembro de 2010.

54

Ao analisar as mensagens veiculadas pelo Camiseteria as quais são

identificadas pelo uso do seu logotipo, observa-se que a empresa envia alguns

tweets com informações institucionais, que segundo Comm e Burge (2009),

têm por finalidade a construção da marca. Estas mensagens abrangem a

divulgação de notícias da empresa e seus produtos (lançamentos, promoções,

sorteios, curiosidades), entre outras. Como ilustra a figura a seguir:

Figura 4: Tweets do Camiseteria.

Fonte: http://twitter.com/camiseteria (acesso em datas diversas).

Nos tweets do Camiseteria se observa a utilização de uma linguagem

jovem bastante próxima, amigável e informal o que para Albuquerque (2010),

significa a adequação da mensagem ao público que interage neste ambiente

quanto à faixa etária e interesses em comum.

55

Percebe-se que o Camiseteria realiza o atendimento aos clientes

procurando estabelecer o diálogo, como mostra a figura 5, e não apenas

transmitindo informações automatizadas.

Figura 5: Tweets de atendimento do Camiseteria.

Fonte: http://twitter.com/camiseteria (acesso em: 01/11/2010).

Constata-se também que o Camiseteria realiza pequenos sorteios que

recompensam os seguidores da marca, além de enviar tweets contendo temas

de interesse para o seu público como mostrado na figura 6. O conteúdo destas

mensagens é determinado pela empresa segundo o perfil dos consumidores.

Nas palavras de Alves (2010), “Pensamos sempre na comunidade. Ela que é o

Camiseteria na verdade”. Estas ações segundo Comm e Burge (2009), visam

à permanência e fidelização dos clientes.

Figura 6: Tweets com conteúdo de interesse para os seguidores e sorteio.

Fonte: http://twitter.com/camiseteria (acesso em: 26/11/2010).

56

Observa-se que o Camiseteria veicula campanhas de utilidade pública

no seu perfil, como a mensagem exposta na figura a seguir:

Figura 7: Tweet sobre a campanha social Teleton.

Fonte: http://twitter.com/camiseteria (acesso em: 28/11/2010).

Nas palavras de Alexander Alves (2010):

“Nós sempre procuramos trabalhar pensando em ações sociais

e campanhas de utilidade pública. Sempre que surge uma

oportunidade bacana de trabalhar dessa forma, nós topamos. O

propósito é ajudar a conscientizar nossos clientes sobre esses

assuntos.” (ALVES, Alexander, 2010).

Assim, observa-se como o Camiseteria integra nas suas ações de

marketing o conceito de interesse público. Este conceito, segundo Kotler

(2010), está previsto na definição de marketing criada em 2008 pela American

Marketing Association (AMA), onde se reconhece que o marketing tem

impactos que vão além do que acontece nas negociações privadas entre

indivíduos e empresas. Assim, o Camiseteria age reforçando a imagem da sua

marca perante os consumidores.

A empresa possui também um perfil diferenciado no Twitter

(@SACCamiseteria) destinado a dar suporte aos clientes. Os tweets de retorno

do Camiseteria, mostrados nas mensagens contidas na figura 8 têm por

finalidade dar atendimento aos consumidores quanto às dúvidas, reclamações,

troca de produtos, disponibilidade em estoque, prazos de entrega, entre outros.

57

Figura 8: Perfil Twitter @SACCamiseteria.

Fonte: http://twitter.com/saccamiseteria (acesso em: 26/11/2010).

Por meio destas mensagens os clientes conseguem a informação que

necessitam quase de forma imediata. Assim, constata-se que a atuação

constante e ágil da empresa neste ponto de contato busca reparar erros,

satisfazer as necessidades e interagir com os clientes em todo momento, o

que para Telles (2010), constitui a base do marketing de relacionamento nas

redes sociais na Internet. Além disso, por se tratarem de mensagens públicas,

o bom atendimento ao cliente transforma-se numa ótima promoção de marca,

Comm e Burge (2009).

58

Verifica-se também o envio de mensagens que promovem a integração

dos consumidores ao processo de criação de produtos, realizado através do

estimulo à participação do público em concursos de estampas, como mostrado

na figura a seguir:

Figura 9: Tweet sobre o concurso sustentabilidade.

Fonte: http://twitter.com/saccamiseteria (acesso em: 28/11/2010).

Considera-se importante mencionar que muitos comentários realizados

pelos clientes do Camiseteria, através do Twitter, referem-se a elogios feitos à

empresa, como ilustrado na figura 10, tanto pela qualidade dos seus produtos

e serviços como pelo atendimento e entrega satisfatória. Este fato pode

significar uma maior divulgação da marca e ilustra a geração do boca-a-boca

positivo sobre a marca, o que segundo Albuquerque (2010), confirma um

benefício alcançado pelo bom relacionamento com o consumidor.

Figura 10: Tweets dos clientes do Camiseteria.

Fonte: http://twitter.com/camiseteria (acesso em datas diversas).

59

Ainda, de acordo com Alves (2010), no Camiseteria existe a

preocupação com a adequação das mensagens segundo o tipo de veículo

utilizado (ver anexo). Esta adequação é evidente no Twitter, onde as

mensagens enviadas são reduzidas a 140 caracteres, além de considerar o

tempo menor de exposição da mensagem.

Ao analisar quantitativamente os tweets realizados pela empresa

Camiseteria, constatou-se que a média diária de mensagens veiculadas no

período da pesquisa foi de seis tweets, observando-se o aumento nas

atualizações durante a realização de promoções e concursos, como mostrado

no gráfico 1.

Gráfico 1: Tweets do Camiseteria realizados durante o mês de novembro de 2010.

Fonte: Produção da autora.

Este resultado evidencia um comportamento que vem ao encontro do

pensamento defendido por Seixas (2010), o qual expõe como sendo uma das

regras básicas para o sucesso da marca nas redes sociais na Internet, o fato

de não enviar mensagens em excesso ou ainda usar Spam, sob pena de obter

resultados negativos para a marca como deixar de ser seguido pelos clientes.

60

• O Camiseteria no Facebook

A página do Camiseteria no Facebook6, em destaque na figura 11,

possui no momento desta pesquisa 40,649 fãs. Nesta ferramenta observa-se a

publicação de informações básicas da empresa, elementos da identidade da

marca, estampas das camisetas a serem comercializadas, fotos, vídeos, e a

utilização do painel de discussões e eventos.

Figura 11: Página Facebook Camiseteria.

Fonte: http://www.facebook.com/camiseteria (acesso em: 24/11/2010).

Cada post realizado pelo Camiseteria é seguido pela ferramenta de

publicação de comentários. Na página se observam mensagens postadas

pelos clientes, como mostrado na figura 12. As características do conteúdo

destas mensagens definem a página do Camiseteria no Facebook como uma

6 Acesso em 24 de novembro de 2010.

61

comunidade virtual. Conceito que segundo Palagi (2009), refere-se a grupos

que estabelecem relações num espaço virtual, através de meios de

comunicação à distância.

Figura 12: Postagem de comentários dos clientes.

Fonte: http://www.facebook.com/camiseteria (acesso em: 26/11/2010).

Na comunidade virtual formada em torno do Camiseteria observa-se a

reunião de indivíduos com interesses comuns que trocam experiências e

informações no ambiente virtual. Constata-se que estes clientes, através de

suas intervenções, aumentam o número de consumidores potenciais e podem

influenciar tanto nas decisões de compra de outros consumidores quanto nas

decisões da empresa no que se refere aos produtos e serviços oferecidos.

62

Nas palavras de Alexander Alves:

“Os clientes têm a possibilidade de falar o que quiserem e como

somos uma empresa bastante integrada nas redes sociais, eles

se sentem confiantes de que todas essas ideias serão vistas e

avaliadas pelo Camiseteria. E de fato muitas são!.” (ALVES,

Alexander, 2010).

Ainda, segundo as informações proporcionadas por Alves, a empresa

monitora constantemente todos os ambientes,

“Usamos várias ferramentas que buscam conteúdo sobre o

Camiseteria, temos uma pequena equipe de olho o tempo todo.

Mais importante do que monitorar é se relacionar – é assim que

a gente trabalha.” (ALVES, Alexander, 2010).

Desta maneira, percebe-se que a preocupação da empresa não é

somente com o monitoramento da marca, ação efetuada para verificar as

opiniões que os consumidores emitem ao seu respeito, e sim com o

relacionamento com seu cliente como objetivo principal.

A empresa ouve o consumidor e interage respondendo ante qualquer

problema detectado, corrigindo os erros com agilidade e principalmente

falando a verdade, mostrando com isto uma conduta transparente no

relacionamento com o consumidor, visto que muitas questões da empresa são

tratadas abertamente, como ilustrado na figura 13. O que segundo

Albuquerque (2010), ajuda na construção da reputação da marca.

63

Figura 13: Diálogo entre o Camiseteria e consumidor.

Fonte: http://www.facebook.com/camiseteria (acesso em: 30/11/2010).

Considera-se importante registrar que na página do Camiseteria no

Facebook se observa a interação e o diálogo da marca com os consumidores

de forma constante, não sendo apenas na resolução dos problemas, o que

segundo Albuquerque (2010), demonstra a utilização do ponto de contato

como mais um canal de informações contínuo e de relacionamento de longo

prazo.

De acordo com Alves, toda a empresa participa do processo, fato que

demonstra a integração de toda a empresa para este fim.

”Temos uma equipe de três funcionários que atuam em

todas as redes sociais, mas todos da empresa têm

liberdade para participar. Não temos nenhuma

terceirização do processo.” (ALVES, Alexander, 2010).

Percebe-se que a página é constantemente atualizada com conteúdo

relevante para os clientes, promovendo debates sobre assuntos de interesse,

oferecendo “produtos digitais”, disponibilizando aplicativos úteis para os

clientes, incentivando os fãs a interagirem através de diálogo, realizando

promoções e concursos e interagindo constantemente com todos, ações que

64

para Albuquerque (2010), constituem boas práticas para o relacionamento e

que trazem como beneficio o aumento do boca-a-boca positivo sobre a marca,

a retenção e fidelização do consumidor potencial, o engajamento dos

consumidores e a geração de tráfego para o site oficial.

Na página da organização se observa também a aba “Convide amigos”,

aplicativo desenvolvido pela empresa com a finalidade de que seus clientes

possam promover a página entre seus amigos e conhecidos, integrando assim

os consumidores ao processo de divulgação da marca.

Outras ações importantes realizadas pela empresa nesta ferramenta

são a divulgação da lista dos eventos da organização, atividade que de acordo

de Seixas (2010), se apresenta como “uma oportunidade de mostrar a união da

comunidade” e a divulgação cross-network, realizada conjuntamente com

outros sites de redes sociais como o Twitter, Orkut, Flirck, etc.

Desta forma percebe-se que as diversas estratégias e ações

implantadas pela empresa nestas ferramentas evidenciam a valorização da

interação e o relacionamento com o consumidor.

65

CONCLUSÃO

As marcas, conforme foi verificado neste estudo, são um elemento

valioso que além de servir para identificar as empresas e diferenciar seus

produtos ou serviços dos da concorrência, podem influenciar o comportamento

do consumidor.

Contudo, o valor da marca, apesar de estar vinculado às atividades de

marketing e propaganda adotadas pela empresa, finalmente reside na mente dos

consumidores. Serão os significados e as experiências vividas por este, em

relação ao uso ou consumo de determinada marca, que afetarão de maneira

positiva ou negativa a confiança do consumidor e em virtude disto a

credibilidade da empresa. Neste sentido, percebe-se que o conceito de

posicionamento é fundamental na gestão da marca, pois este determina todas

as diretrizes básicas que a marca deverá seguir.

O surgimento e a posterior evolução da Internet possibilitaram que as

pessoas pudessem difundir as informações de forma mais rápida, segura e

interativa. Com a chegada da Web 2.0 a marca já não está protegida e isolada,

pelo contrário, a marca está entre as pessoas numa situação que oferece

riscos e oportunidades. Em virtude disto, a presença corporativa neste

ambiente se transformou numa estratégia fundamental para as empresas, pois

além de aumentar a eficácia dos outros veículos de comunicação, em muitos

casos o ambiente virtual transforma-se no elo principal que une toda a

estratégia de comunicação.

Contudo, no cenário virtual, os consumidores já não desejam receber

mensagens impostas vindas das empresas e agem buscando a interação com

a marca, modificando os sistemas de comunicação tradicionais. Desta forma, o

modelo de comunicação unidirecional (da empresa para o consumidor) é

substituído pelo diálogo entre as partes.

66

Neste ambiente de transformações, surgem ainda os sites de redes

sociais na Internet, ferramentas que além de atuar como plataformas para o

intercâmbio de informações, possibilitam que seus usuários não apenas criem

conteúdos e sim gerem conversações. Este diálogo acaba permitindo a

formação de comunidades, onde seus membros, reunidos ao redor de um

assunto em comum debatem sobre ele, podendo o assunto ser uma marca,

produto ou empresa, o que cria um universo onde as corporações podem obter

enormes benefícios tanto para a sua imagem e reputação como econômicos.

Esta constatação tem levado às empresas a aderir paulatinamente ao

uso destas ferramentas, em especial no Brasil, país que participa

significativamente destes sistemas. As redes sociais na Internet, percebidas

inicialmente pelas empresas como sistemas capazes de influenciar positiva ou

negativamente sobre as marcas foram prontamente transformadas em canais

de divulgação e venda de produtos e na atualidade passaram a ser entendidas

também como ferramentas de marketing de relacionamento, tendo como

características a agilidade, o diálogo entre a empresa e o consumidor, a

liberdade de expressão e a construção e consolidação de relacionamentos.

Entretanto, para iniciar e manter relacionamentos proveitosos com o

consumidor é necessário que a empresa mantenha uma postura ética também

no mundo digital, observando princípios e códigos de conduta moralmente

aceitáveis nos negócios, sob pena de obter sérios danos à imagem e

credibilidade da marca.

A gestão de marca é o conjunto de práticas e técnicas que têm por

objetivo a construção e o fortalecimento da marca junto ao consumidor. Na

gestão da marca nas redes sociais na Internet a empresa deve fazer mais que

apenas informar o consumidor, e sim, ouvir, falar, interagir, energizar e integrar

o consumidor aos processos de criação de novos produtos e serviços,

fortalecendo o relacionamento com a marca.

67

Com o intuito de exemplificar como deve ser realizada a gestão de

marca nas redes sociais na Internet realizou-se um estudo de caso com a

empresa virtual Camiseteria.

Com a análise do caso foi possível verificar que a empresa realiza um

gerenciamento eficaz da sua marca. A empresa demonstra ter entendido a

importância do relacionamento com os consumidores e executa as ações

integrando toda a empresa para este fim. A organização monitora

constantemente todos os ambientes buscando as opiniões que o consumidor

emite ao seu respeito, dissemina informações corporativas nos pontos de

contato da marca, fideliza os participantes da rede, estimula relacionamentos

de longo prazo com seus consumidores através da interação constante nestes

canais, oferece suporte aos clientes, organiza a comunidade em torno da

marca, potencializa o boca-a-boca positivo dos fãs e realiza ações estratégicas

como a integração do consumidor aos processos de criação de novos produtos

e divulgação da marca.

Ante estas constatações pode-se dizer que é possível realizar uma

gestão de marca eficaz desde que se trazem objetivos concretos e se tenha

um aproveitamento adequado do ambiente de interação proporcionado pelas

redes sociais na Internet. É fundamental que nestes ambientes as empresas

valorizem constantemente o relacionamento com o consumidor já que esta

prática, além de diferenciar as empresas dos seus concorrentes, lhes permite

obter a proximidade, confiança e fidelidade dos seus clientes, os que na

maioria das vezes, se transformam em parceiros da marca.

Quanto a sugestões de estudos futuros que possam envolver a marca e

o consumidor nas redes sociais na Internet, considera-se importante analisar o

comportamento de compra dos consumidores nestes ambientes, não somente

na pós-compra e na geração do boca-a-boca negativo ou positivo, como é

realizado atualmente, mas principalmente o monitoramento da intenção de

compra e a força exercida pelos influenciadores na decisão final de compra.

68

Entende-se que seja necessário realizar estas pesquisas para levar ao

melhor entendimento sobre o comportamento do chamado consumidor 2.0,

particularmente no que se refere às gerações futuras (geração Y) inseridas nas

redes sociais na Internet.

69

BIBLIOGRAFIA

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71

RECUERO, Raquel; ZAGO Gabriela. Em busca das “redes que importam”: redes sociais e capital social no Twitter. v. 12, n. 24 p. 81 - 94, São Paulo: Líbero, dez. 2009. SEIXAS, Fábio. Usando o Facebook para o seu negócio. In: Curso Redes Sociais para os negócios, Rio de Janeiro: Idigo, out. 2010. ____________. Camiseteria: entrevista [set. 2010] Blog Social Commerce. Entrevista concedida a Rafael Vieira. Disponível em: <http://www.socialcommerce.blog.br/casos-de-sucesso/entrevista-camiseteria/> Acesso em: 5/11/2010. ____________. O Internauta como aliado: entrevista. São Paulo: Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios. p. 72 - 73, out. 2008. ____________. Camiseteria subverte o mercado da moda e vende o que o consumidor quer: entrevista [mar. 2008] site mundo do marketing. Entrevista concedida a Bruno Mello. Disponível em: <http://www.mundodomarketing.com.br/1,3532,camiseteria-subverte-o mercado-da-moda-e-vende-o-que-consumidor-quer.htm> Acesso em: 8/11/2010. TAVARES, Mauro Calixta. Gestão de marcas: construindo marcas de valor. São Paulo: Harbra, 2008. TELLES, André. Orkut.com: Como você e sua empresa podem tirar proveito do maior site de relacionamento do Brasil. São Paulo: Landscape, 2006. TELLES, André. A revolução das Mídias Sociais. São Paulo: M. Books do Brasil, 2010.

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ANEXO

QUESTIONÁRIO EMPRESA

1– SOBRE A EMPRESA: • Qual a estrutura atual da empresa. Quantos Funcionários? Atualmente o Camiseteria conta com 15 felizes funcionários. • O Camiseteria possui loja física? Não, no momento nossa loja é exclusivamente online. • Quantas camisetas são produzidas por mês? Quantas comercializadas? Lançamos, por semana, uma média de 3 camisetas. Além disso, pelo menos 1 vez ao mês re-lançamos 3 camisetas já esgotadas e que foram sucesso de vendas. Assim, a média mensal é de 15 estampas por mês. • Quantos modelos de estampas já foram aprovados? Tem essa informação lá naquela apresentação da rede. Acho que são umas 400 e poucas estampas. • Quantos usuários há cadastrados no site atualmente? Possuímos mais de 200 mil usuários cadastrados. • Quantos acessam o site por dia? Recebemos mais de 18 mil acessos ao dia. • Qual a porcentagem de crescimento da empresa no último ano? A expectativa de crescimento para 2010 era de 50%, mas conseguimos ultrapassar essa marca e estamos muito felizes com isso. 2 – SOBRE A GESTÃO DE MARCA NOS SITES DE REDES SOCIAIS NA INTERNET: • Como vocês definem as estratégias de comunicação a serem implementadas nos sites de redes sociais na Internet?

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Nós buscamos conteúdos interessantes para nosso público, isso é o principal. A partir disso, criamos promoções e outras ações que nos aproximem dos clientes. O mais importante pra gente é o relacionamento com todos que se identificam com a marca, o resto é consequência. • Como é realizado o monitoramento da marca? Existe uma equipe especializada? Usamos várias ferramentas que buscam conteúdo sobre o Camiseteria, temos uma pequena equipe de olho o tempo todo. Mais importante do que monitorar, é se relacionar - é assim que a gente trabalha. • Quem responde as mensagens? Há participação dos funcionários ou proprietários da empresa? Há terceirização do processo? Temos uma equipe de 3 pessoas que atuam em todas as mídias sociais, mas todos da empresa tem liberdade para participar. Não temos nenhuma terceirização do processo. • Há preocupação com a adequação das mensagens segundo o tipo de veículo utilizado? Sim, cada veículo possui a sua maneira própria de interagir com o seu público, portanto, é necessário que cada meio seja pensado de maneira independente. • Existe algum tipo de moderação de comentários por parte do Camiseteria? Nosso site possui uma "área de lazer", chamada BlogBox. É um espaço onde os freqüentadores podem bater papo, conversar sobre assuntos atuais, arte, moda ou qualquer outra coisa. Neste espaço e dentro dos comentários das estampas em votação é possível denunciar comentários ofensivos, e nós analisamos se de fato é ofensivo ou não. Fora isso, o objetivo é deixar o espaço aberto e livre para os usuários se comunicarem e exporem suas ideias, desde que não firam o direito dos demais usuários. • Como é definido o conteúdo a ser veiculado nas redes sociais (links para páginas externas)? Segundo o perfil da empresa? ou da comunidade? Pensamos sempre na comunidade. Ela que é o Camiseteria na verdade. • O Camiseteria veicula ações sociais e campanhas de utilidade pública no Twitter. Qual o propósito? Nós sempre procuramos trabalhar pensando em ações sociais e campanhas de utilidade pública. Sempre que surge uma oportunidade bacana de trabalhar

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dessa forma, nós topamos. O propósito é ajudar a conscientizar nossos clientes sobre esses assuntos. • De que forma os usuários dos sites de redes sociais (Twitter, Facebook, Orkut, Flirck, etc) contribuem com a empresa? Há sugestões sobre novos produtos, processos? Ideias? Promoção e divulgação da marca? Sim, os clientes na Internet têm a possibilidade de falar o que quiserem e como somos uma empresa bastante integrada nas redes sociais, eles se sentem confiantes de que todas essas ideias serão vistas e avaliadas pelo Camiseteria. E de fato muitas são! • As redes sociais representam vendas para o Camiseteria. Como é calculada a porcentagem de vendas geradas através dos distintos sites de redes sociais?

Temos sistemas que mensuram o quanto cada veículo vende, o que nos ajuda

muito na análise das ações. São relatórios analíticos de performance.

Respondido por Alexander Alves

Setor de Marketing Camiseteria

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A MARCA E SUA GESTÃO 10 1.1 - A marca: evolução histórica, definição e funções 10 1.2 - O valor da marca 13 1.3 - A imagem, identidade e posicionamento da marca 18 1.4 - A gestão de marca 21 CAPÍTULO II

O AMBIENTE DA INTERNET 24 2.1 - A Internet e a web 2.0 24 2.2 - As redes sociais na Internet 27 2.3 - Sites de redes sociais na Internet de maior impacto no Brasil 29 2.4 - O relacionamento entre a empresa e o consumidor online 33 2.5 - Abordando o consumidor: Ética no relacionamento online 37 CAPÍTULO III A GESTÃO DE MARCA NAS REDES SOCIAIS NA INTERNET E O ESTUDO DE CASO CAMISETERIA 42 3.1 - A gestão de marca nas redes sociais na Internet 42 3.2 - Estudo de caso 48 3.2.1 - A empresa Camiseteria 49 3.2.2 - A gestão da marca Camiseteria nas redes sociais na Internet 52

CONCLUSÃO 65

BIBLIOGRAFIA 69

ANEXO 72

ÍNDICE 75

76

ÍNDICE DE FIGURAS 77

FOLHA DE AVALIAÇÃO 78

77

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 – COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ONLINE 34

FIGURA 2 – FLUXO DE INFORMAÇÃO NAS FERRAMENTAS

DIGITAIS 35

FIGURA 3 – PERFIL TWITTER CAMISETERIA 53

FIGURA 4 – TWEETS DO CAMISETERIA 54

FIGURA 5 – TWEETS DE ATENDIMENTO DO CAMISETERIA 55

FIGURA 6 – TWEETS COM CONTEÚDO DE INTERESSE

PARA OS SEGUIDORES E SORTEIO 55

FIGURA 7 – TWEET SOBRE A CAMPANHA SOCIAL TELETON 56

FIGURA 8 – PERFIL TWITTER @SACCAMISETERIA 57

FIGURA 9 – TWEET SOBRE O CONCURSO SUSTENTABILIDADE 58

FIGURA 10 – TWEETS DOS CLIENTES DO CAMISETERIA 58

FIGURA 11 – PÁGINA FACEBOOK CAMISETERIA 60

FIGURA 12 – POSTAGEM DE COMENTÁRIOS DOS CLIENTES 61

FIGURA 13 – DIÁLOGO ENTRE O CAMISETERIA E CONSUMIDOR 63

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES - INSTITUTO A

VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: A GESTÃO DE MARCA NAS REDES SOCIAIS NA

INTERNET: O CONSUMIDOR COMO PARCEIRO

Autor: NELLY CRISTINA CARVAJAL FLÓREZ

Data da entrega: 10/01/2010

Avaliado por: FERNANDO ALVES Conceito: