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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Em sua conclusão o presente trabalho...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A PEDAGOGIA EMPRESARIAL E SUA CONTRIBUIÇÃO
PARA A GESTÃO DO CONHECIMENTO
Por: Marilucia Ribeiro Pinheiro
Orientador
Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves, D.Sc.
Rio de Janeiro
2008
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A PEDAGOGIA EMPRESARIAL E SUA CONTRIBUIÇÃO
PARA A GESTÃO DO CONHECIMENTO
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes
como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista
em Pedagogia Empresarial
Por: Marilucia Ribeiro Pinheiro
3
AGRADECIMENTOS
À Bahá’ú’lláh, por mais esta oportunidade
4
DEDICATÓRIA
Ao Jorge Ubirajara Pinheiro, meu marido, por me incentivar, a seu modo, a trilhar mais um caminho. E à Inaê Estrela Ribeiro Pinheiro, minha filha, por entender as minhas ausências.
5
RESUMO
Nos últimos trinta anos foi produzida mais informação do que nos cinco mil
anos anteriores. O aumento do volume de informação surgiu do impacto de um
novo ambiente na vida das pessoas e das empresas executivo do século XXI
encontra-se soterrado num mar de informação e a questão esta centrada em
como gerir esta informação e retirar dela o subsídio para tomada de decisão.
Sendo assim, desenvolver competências e habilidades na busca, tratamento e
armazenamento da informação transformam-se num diferencial competitivo dos
indivíduos nas empresas. A contribuição da Pedagogia Empresarial atuando no
desenvolvimento de competências, visando uma gestão do conhecimento
numa empresa, é o foco de nosso trabalho, cabendo à Gestão do
Conhecimento, incorporada às empresas como forma de organizar seu capital
intelectual, ou seja, o conhecimento de seus colaboradores, visando seus
objetivos organizacionais. Também é avaliado de que forma o
Desenvolvimento de Competências pode aprimorar o desempenho dos
empregados, visando à retenção de talentos destacando a contribuição da
Pedagogia Empresarial, para a aprendizagem (pessoal, individual e
organizacional) que faz a diferença no mundo atual. Constata-se, nesse sentido
que cultivar, desenvolver e promover a capacidade de aprender passa a ser
uma das atribuições do pedagogo empresarial, visando uma Gestão do
Conhecimento como recurso essencial para alavancar o sucesso do indivíduo e
da empresa onde atua.
6
METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado mediante pesquisas bibliográficas de textos,
livros, periódicos, endereços eletrônicos, notações de aulas, entre outros.
Devido ao fato dos temas dos capítulos serem relativamente recentes,
recorremos às experiências e inquietações registradas ao longo de mais de
trinta anos de atividades ligadas à Ciência da Informação, seja atuando ou
lecionando. Foram extraídas as idéias fundamentais de autores comprometidos
com o bom desempenho da Gestão do Conhecimento, Desenvolvimento de
Competências, o questionamento proposto no presente estudo e a Pedagogia
Empresarial, ponto de atenção e também carente de uma literatura mais
direcionada.
Desenvolvemos a conceituação dos termos mais debatidos para que
houvesse um alinhamento de idéias e de compreensão. Destacamos a
atuação de cada item, procedendo a interdependência entre os mesmos de
forma que houvesse um encadeamento de suas necessidades.
A partir das observações levantadas chegamos a conclusão da hipótese
inicial. Usamos o método analítico, uma vez que procuramos examinar
detidamente os componentes de um todo, visando conhecer os fenômenos e
fatos particulares que definiriam possíveis causas e a natureza do problema.
Os métodos que levam ao problema proposto, como leitura de livros,
jornais, revistas, questionários... E a resposta, após coleta de dados, pesquisa
bibliográfica, pesquisa de campo, observação do objeto de estudo, as
entrevistas, os questionários, etc. Contar passo a passo o processo de
produção da monografia. É importante incluir os créditos às instituições que
cederam o material ou que foram o objeto de observação e estudo.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
O PROBLEMA
11
CAPÍTULO II
GESTÃO DO CONHECIMENTO
16
CAPÍTULO III
DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS
22
CAPÍTULO IV
PEDAGOGIA EMPRESARIAL
26
CONCLUSÃO
32
BIBLIOGRAFIA
34
ANEXOS
36
ÍNDICE
44
8
INTRODUÇÃO
Um dos aspectos fundamentais para o desenvolvimento da sociedade
é a qualidade da informação que o indivíduo terá como acesso para decidir a
respeito de situações em seu dia-a-dia no trabalho.
O indivíduo e a sociedade como um todo carecem de informações, de
onde retirarão meios para garantir a sua subsistência e desenvolvimento de
suas atividades. Ninguém vive sem informação, que se faz presente a todo
instante de nossas vidas.
A informação deve ter o seu acesso facilitado e para isso é
fundamental que não somente o seu suporte seja adequadamente tratado e
preservado, assim como o conhecimento ampliado servindo de base para o
desenvolvimento de competências do indivíduo.
As organizações buscando o conhecimento como fonte de recurso
inesgotável, trazem à tona a necessidade de gerenciar informações e os
ambientes para criação e compartilhamento desse bem intangível, que é a
chave para a inovação e para a obtenção de um diferencial no mercado
competitivo.
A contribuição da Pedagogia Empresarial atuando no desenvolvimento
de competências, visando uma gestão do conhecimento numa empresa, será o
foco de nosso trabalho.
O problema em questão será abordado no primeiro capítulo, onde se
apontará a situação levantada através de leituras de artigos, textos e mesmo
de cases onde se observou a necessidade de um modo de se organizar o
conhecimento adquirido pelos técnicos de uma empresa ao longo de suas
existências.
9
A Gestão do Conhecimento aparece neste contexto, relatada no
segundo capítulo, incorporada às empresas como forma de organizar seu
capital intelectual, ou seja, o conhecimento de seus colaboradores, visando
seus objetivos organizacionais.
Aperfeiçoar e tratar esse conhecimento se constitui em ações
imprescindíveis ao desenvolvimento do capital intelectual de um indivíduo. Uma
vez detectada a necessidade desse desenvolvimento, como fazê-lo.
Avaliamos alguns autores dedicados ao tema e verificamos que as
opiniões apontam para uma solução única que talvez por ser recente alguns
ainda não chegaram a uma denominação comum.
SILVA (2004) afirma que “Assim como as organizações, quando
defrontam o ambiente global a que estão a ser submetidas, precisam encontrar
soluções viáveis e competitivas”. Tais soluções não aparecem
instantaneamente e para tal é necessário um conhecimento anterior, um saber
direcionado ao atendimento das expectativas das empresas.
“... esta nossa realidade exige um novo perfil profissional
representado por um conjunto de competências que as
pessoas adquirem através da educação, de programas de
formação e da própria experiência no desenvolvimento das
suas actividades organizacionais”. SILVA (2004).
O indivíduo conseguirá este “novo perfil profissional” desde que seja
detectada tal exigência e a empresa o encaminhar para o seu
desenvolvimento.
No terceiro capítulo será avaliado de que forma o desenvolvimento de
competências pode aprimorar o desempenho dos empregados, visando à
retenção de talentos e de que forma contribuirá para a gestão de seu
conhecimento.
Cabe reforçar a importância da identificação das necessidades de
treinamento de cada indivíduo, com base nas metas e expectativas de
10
desenvolvimento pessoais, considerando-se os hiatos de competência de cada
um. A etapa de negociação entre gerente e empregado é essencial,
independente da ferramenta de administração utilizada.
O Desenvolvimento de Competências é uma técnica moderna de
gestão dos processos de Recursos Humanos, alinhada aos processos de
negócio e à estratégia das organizações nas quais é adotada. Seus elementos
em parte são voltados para o negócio e em parte voltados para os
empregados. Há benefícios tanto para as Lideranças e Gerências como para a
Organização e dentre eles estão: maior produtividade, ambiente participativo e
motivado, comprometimento dos colaboradores, gerências e equipes
fortalecidas, foco em resultados, aumento de competitividade e diferencial de
mercado. As mudanças percebidas estão relacionadas no terceiro capítulo.
A Pedagogia Empresarial vem corroborar para que este indivíduo
desenvolva as suas competências, execute suas atividades com mais
propriedade e dessa forma possa contribuir para uma gestão do conhecimento
mais completa e consciente a partir de informações que modificarão o
conhecimento ou sua habilidade para o desenvolvimento adequado da função
exercida. Este assunto será abordado no quarto e último capítulo.
Em sua conclusão o presente trabalho fará uma análise de como pode
ser a contribuição da Pedagogia Empresarial para a Gestão do Conhecimento,
visando o Desenvolvimento de Competências exigido pelas empresas como
melhoria para que seus recursos humanos desempenhem de forma competitiva
as suas atividades requeridas.
11
CAPÍTULO I
O PROBLEMA
“Enquanto que encontramos dados em registros ou transações e informação em mensagens, obtemos o conhecimento de indivíduos ou grupos detentores de conhecimento, ou, por vezes, em rotinas das organizações”.
DAVENPORT
Vivemos na era da informação e do conhecimento, um novo mundo,
onde é atribuído à máquina o trabalho físico, sendo que ao homem cabe a
tarefa para a qual é insubstituível: ser criativo e ter idéias.
TOFFLER (1980) preconizava as ondas de mudança, já consolidadas, -
ondas agrícola, industrial e da informação -, porém outras ondas se somam
como as ondas do conhecimento, do espírito e da sabedoria. Conforme o
nosso objeto de estudo, ressaltamos as da informação e do conhecimento,
terceira e quarta ondas respectivamente.
A terceira onda, a da informação, estabelecida há algumas décadas
vem sendo superada pela onda do conhecimento. É importante destacar que
alguns autores consideram uma só onda, a da transformação. Nestas ondas,
quem detém o poder é quem tem a informação e o conhecimento.
“... O aumento na quantidade de informação disponível tem
ocorrido exponencialmente. A união da informática com as
telecomunicações e o surgimento da tele-informática ou
telemática, possibilitaram o rompimento dos espaços físicos
para a criação, a disseminação e a partilha da informação. O
homem pode comunicar com qualquer outro em qualquer parte
do planeta desde que disponha de um telefone, um computador
12
e um modem. Surge assim o denominado ambiente global da
sociedade do Conhecimento.” SILVA (2004)
O aumento do volume de informação surgiu do impacto deste novo
ambiente na vida das pessoas e das empresas. Nos últimos trinta anos foi
produzida mais informação do que nos cinco mil anos anteriores. O executivo
do século XXI encontra-se soterrado num mar de informação e a questão esta
centrada em como gerir esta informação e retirar dela o subsídio para tomada
de decisão. Sendo assim, desenvolver competências e habilidades na busca,
tratamento e armazenamento da informação transformam-se num diferencial
competitivo dos indivíduos nas empresas. A organização do conhecimento
adquirido pelos indivíduos de uma empresa ao longo de suas existências é o
que impulsiona o presente estudo.
Como desenvolver e organizar o conhecimento adequado numa
empresa não configura um problema específico e sim procura responder a uma
suposta constatação que num ambiente de trabalho a Gestão do
Conhecimento está intimamente ligada ao Desenvolvimento de Competências,
a partir do momento em que:
“... numa sociedade baseada no conhecimento, o futuro
pertencerá mais a quem usa a cabeça em lugar das mãos,
neste contexto, a habilidade de gerenciar o que se chama de
“intelecto baseado no conhecimento” está rapidamente se
tornando a exigência crítica para os executivos
contemporâneos”. (NANTES, 2008).
Seguindo esta linha de pensamento, novos conhecimentos são
adquiridos não apenas de modo convencional através de programas de
capacitação e reciclagem dos quadros organizacionais, mas também
acumulados de forma espontânea, a partir do compartilhamento das
experiências e habilidades individuais adquiridas ao longo do tempo.
Aos indivíduos cabe reavaliar continuamente as suas competências e
procurar que cada momento de aprendizagem contribua para o crescimento
13
questionador da sua postura. Concluir um curso universitário não significa
muito caso se faça acompanhar de estagnação. O aprender a aprender e a
aprendizagem contínua passam a ser uma necessidade.
A necessidade de uma formação contínua que além de proporcionar o
reforço dos conhecimentos de base e competências de caráter tecnológico e
social, deve ter como objetivos, entre outros, o desenvolvimento das
capacidades que permitam evoluir, agir e decodificar os diferentes tipos de
conhecimentos em manuais, procedimentos, normas e outros num ambiente
complexo, ou seja, o de aprender a aprender ao longo de toda a vida, de
reconstruir permanentemente conhecimentos e saberes para a melhoria da
produtividade e da competitividade.
“Torna-se, assim, decisivo que os trabalhadores sejam cada
vez mais flexíveis, capazes de resolver problemas, de decidir e
de agir, num ambiente complexo. Por outras palavras, deste
quadro de mudança emerge a necessidade da posse e
validação de uma competência, determinante em relação ao
êxito do processo: a capacidade de auto-aprendizagem. Por
maior ênfase que uma organização ponha na formação dum
trabalhador, esta só será eficaz, se ele estiver motivado e se
tiver capacidade para conduzir o próprio processo”. SILVA
(2004)
Assim acontecendo, o processo de formação visa, essencialmente,
estimular a capacidade de aprendizagem contínua, fomentando, guiando e
aconselhando a procura das boas práticas.
Será identificado o momento em que se deve lançar mão dos
procedimentos da Pedagogia Empresarial e aplicá-los numa organização com
o intuito de desenvolver as competências de sua força de trabalho de acordo
com a aplicação de sua Gestão do Conhecimento.
Os objetivos individuais e coletivos devem estar alinhados com os
objetivos da empresa, desde que este mesmo ambiente empresarial seja o
14
facilitador da aprendizagem e da mudança. Só nestas condições é que será
possível construir uma nova postura do trabalhado do conhecimento, perante o
trabalho e perante a formação. Segundo SILVA (2004), “... admite-se como
imprescindível que é ele que se torna capaz de identificar necessidades de
formação e de promover uma auto-avaliação”. Este ele é o indivíduo na
empresa. Acreditamos que esse indivíduo conhece as suas limitações e até
consegue buscar atualizações em seu conhecimento, porém pode tornar-se
muito desgastante e improdutivo ele ter que se ocupar desta tarefa. Aí entra a
figura do pedagogo empresarial que serve de mediador entre a formação e o
indivíduo.
Entramos numa era em que a necessidade e a demanda por uma
educação avançada e por oportunidades de estudo aumentam rapidamente.
Cada vez mais o nível de educação e as habilidades dos indivíduos são vistas
como um fator chave na determinação da sua qualidade de vida, mobilidade
social e na definição de seu espaço na sociedade.
“Segundo WARNER (2001), a gestão do conhecimento pode
ser definida como o meio pelo qual a organização obtém,
compartilha e ganha vantagens comerciais a partir de seu
capital intelectual. Por outro lado, capital intelectual é o valor do
conhecimento e experiências da força de trabalho e a memória
acumulada da organização”. FIALHO (2006).
O interessante é que enquanto o conhecimento não pode ser gerenciado
de maneira direta, porque é parte da pessoa, a gestão só pode se dar de
maneira indireta, através de mecanismos sociais, organizacionais e técnicos
que permitem o compartilhamento e a recriação dos conhecimentos.
Então, competência é o conhecimento posto em prática. As
competências podem ser definidas tanto em nível individual como coletivo.
Usamos indicadores qualitativos para avaliar competências e quantitativos para
avaliar produtividade. As competências contribuem para o desenvolvimento de
uma memória organizacional.
15
Dessa maneira destacaremos como será a contribuição da Pedagogia
Empresarial, que, atuando no Desenvolvimento de Competências, visará à
implementação da Gestão do Conhecimento, o que na maioria das vezes exige
uma interação intensiva e laboriosa entre os membros da organização.
16
CAPÍTULO II
GESTÃO DO CONHECIMENTO
“O conhecimento pode e deve ser avaliado pela decisão e ação a que conduz”
DAVENPORT
A Gestão do Conhecimento aparece neste contexto, incorporado às
empresas como forma de trabalhar seu capital intelectual, ou seja, o
conhecimento de seus colaboradores, visando seus objetivos organizacionais.
O conhecimento deriva da informação da mesma forma que a
informação deriva dos dados, para que a informação se transforme em
conhecimento é necessário trabalho humano. É necessário comparar a
informação de uma dada situação e casos semelhantes já vividos; analisar as
conseqüências, as implicações que estas informações trazem para as tomadas
de decisões; estabelecer conexões entre as possíveis ralações deste novo
conhecimento com o conhecimento já acumulado e uma vez concluída a
análise, conhecer o que as pessoas pensam desta informação.
Segundo SANTOS (2001):
“...entende-se por gestão do conhecimento o conjunto de
processos, práticas e procedimentos que visam identificar,
registrar e gerenciar o conhecimento da pessoas de forma a
garantir sua utilização, difusão e aplicação no âmbito
institucional. Assim, a gestão do conhecimento permite que a
organização saiba o que sabe e pode ser entendida como “o
processo sistemático de identificação [registro], criação,
renovação e aplicação dos conhecimentos que são
estratégicos na vida de uma organização”
17
Para entender de que forma se processa, é necessário conceituar
dados, informação e conhecimento para definirmos nosso campo de atuação.
2.1 Dado
Dado é uma seqüência de símbolos quantificados ou quantificáveis
podendo ser, um texto, fotos, figuras, sons gravados e animação.
Para uma organização, dado é o registro estruturado de transações.
Genericamente, pode ser definido como um conjunto de fatos distintos e
objetivos, relativos a eventos. É informação bruta, descrição exata de algo ou
de algum evento. Os dados em si não são dotados de relevância, propósito e
significado, mas são importantes porque constituem a matéria-prima essencial
para a criação da informação.
2.2 Informação
Informação é uma mensagem com dados que fazem diferença, podendo
ser audível ou visível, e onde existe um emitente e um receptor. É o insumo
mais importante da produção humana. São dados interpretados, dotados de
relevância e propósito. É um fluxo de mensagens, um produto capaz de gerar
conhecimento. É um meio ou material necessário para extrair e construir o
conhecimento. Afeta o conhecimento acrescentando-lhe algo ou
reestruturando-o.
2.3 Conhecimento
Combinação de dados e informação, aos quais são acrescentadas a
opinião, os valores, as crenças, a intuição, as habilidades, o know-how, a
experiência e o compromisso do indivíduo, resultando em um ativo valioso que
pode ser usado para ampliar a capacidade de ação efetiva e suportar a tomada
de decisão na empresa.
Segundo NONAKA (2000), existem quatro padrões de criação do
conhecimento que formam uma espiral do conhecimento contínua.
18
Conhecimento tácito
O conhecimento tácito é o conhecimento dos indivíduos, raramente
percebido por eles. Pessoal e difícil de formalizar é complexo e imprevisível, o
que dificulta a sua transmissão, registro e compartilhamento com outros.
Adquirido, sobretudo através da experiência, inclui elementos cognitivos (os
modelos mentais) e técnicos (incluem know-how concreto, técnicas e
habilidades), de natureza subjetiva e intuitiva. Tácito para Tácito é resultante
das observações e percepções dos indivíduos diante de seus valores, crenças
e contexto. Ocorre quando uma experiência profissional é passada por meio de
treinamentos ou instruções práticas; neste caso, há um compartilhamento de
experiências, é o que se chama “socialização” do conhecimento.
Conhecimento explícito
O conhecimento explícito é aquele passível de ser captado, codificado e
compartilhado e, por este motivo, é transmissível em linguagem formal e
sistemática e pode ser armazenado pelas organizações, explicitado, registrado
de forma inteligível para os demais e ocorre a “articulação” ou “externalização”
do conhecimento. É o tácito para o explícito.
Conhecimento estratégico
O conhecimento estratégico é aquele diretamente relacionado a
estratégia de uma organização ou unidade organizacional e que é fundamental
para a execução dos seus processos-chave. Explícito para explícito, é quando
por meio de coleta de informações, análise de dados, relatórios, estatísticas,
etc. um profissional produz um novo documento a partir da combinação de
todos os anteriores; este padrão de criação de conhecimento é denominado
“combinação”.
19
Conhecimento crítico
O conhecimento crítico é aquele que apresenta potencial de escassez
(prontidão X abrangência X urgência) em curto prazo no ambiente
organizacional, devendo ser desenvolvido e preservado, por ser importante,
mas não necessariamente estratégico, para a execução das atividades
organizacionais. É o explícito para o tácito é o conhecimento que é
compartilhado, as pessoas passam a usá-lo para estender, ampliar e
reformular seus próprios conhecimentos, ocorrendo a “internalização”.
Segundo SANTOS (2007):
”... padrões de geração de conhecimento devem ocorrer de
forma intencional, organizados e, na medida do possível,
administrados, quando no âmbito de uma instituição que
pretenda gerir adequadamente seus conhecimentos. É um
processo contínuo, o que indica que a cada vez um novo
conhecimento é gerado, explicitado e compartilhado, sua
internalização pelas pessoas da instituição produz um novo
conhecimento que, por sua vez, é inserido na mesma espiral.
O conhecimento deve ser visto como um ativo organizacional, que
facilita o processo de tomada de decisão, ao melhorar a sua qualidade e
reduzir os fatores de risco. É preciso que uma empresa saiba que
conhecimento ainda precisa adquirir ou se desenvolver internamente para
atender as estratégias e metas de negócio.
Tão importante como o conhecimento que se encontra documentado em
relatórios, padrões ou procedimentos é o conhecimento acumulado pelos
indivíduos em anos de experiência, dentro e fora da empresa. O conhecimento
acumulado é visto como um diferencial no momento da avaliação financeira
das organizações pelo mercado.
STEWART (1998) abordou a necessidade organizacional de conter e
reter o conhecimento – um capital intangível e o principal fator de produção na
20
Economia do Conhecimento. Stewart também concluiu que essa tarefa é da
alta liderança das organizações. Pela sua abordagem, pode-se dizer que a
principal missão da Gestão do Conhecimento é fazer com que o conhecimento
– ou capital intelectual - percorra o caminho da mente das pessoas - capital
humano - em direção aos ativos da empresa - capital estrutural.
A principal idéia por trás desse pensamento é que o conhecimento é
inerente ao ser humano e está contido por ele, isto é, vai para onde seu
possuidor for inclusive para casa ao final do expediente ou para o concorrente.
Os princípios de Gestão do Conhecimento devem ser disseminados em
todos os níveis dentro de uma empresa, sendo que as pessoas e as equipes
devem ser sensibilizadas para o fato de que seus conhecimentos agregam
valor aos resultados da empresa, para que estejam comprometidas com os
seus objetivos estratégicos. O corpo gerencial deve promover uma cultura de
desenvolvimento e retenção de competências, e uma forte motivação para
aprendizado e auto-desenvolvimento.
A criação, preservação e compartilhamento do conhecimento devem ser
valores reconhecidos numa empresa e o seu corpo gerencial incentivar uma
cultura de aprender com os acertos e os erros e uma preocupação permanente
com a disseminação e utilização das melhores práticas para melhor promover a
interação entre as equipes, incentivando a geração de novos conhecimentos.
Além da adoção de políticas, estratégias e cuidados para proteção do
conhecimento empresarial, um programa de retenção de talentos e a adoçai de
medidas preventivas contra espionagem são exemplos de iniciativas que se
podem tornar muito eficazes contra a fuga de conhecimento e informação
relevantes. Escolher criteriosamente os meios de segurança e de proteção do
conhecimento, de acordo com a intensidade competitiva e dos riscos
vinculados à fuga de informação é outra maneira muito interessante de abordar
a questão.
21
Entre outras medidas, a gestão do conhecimento deve também
conceber os métodos mais adequados para registrar, transferir e codificar
informação na empresa, definindo políticas de acesso à rede, documentos e
sistemas de informação, dentro e fora da empresa, resultando ma proteção
responsável da informação e diminuição da evasão de informações.
O conhecimento só se pode tornar ação se fluir através da organização,
se estiver disponível onde e quando for necessário, o que faz da gestão da sua
transferência uma das atividades principais da Gestão do Conhecimento.
“Vários autores apresentam as seguintes orientações como
fundamentais para um programa de gestão do conhecimento
tais como: comprometimento da alta administração, pois sem o
apoio formal e informal o programa não terá o sucesso;
apresentar um projeto piloto numa área com alto nível de
liderança, pois a idéia é fazer com que as pessoas se sintam
parte do processo; objetivos bem delimitados e divulgados;
equipe bem constituída e preparada e iniciar o projeto com uma
área de interesse e de grande importância na empresa.” SILVA
(2004)
O objetivo deste capítulo é para apenas situar o que seja Gestão do
Conhecimento, uma vez que seria muito extensa uma explanação a respeito,
porém para dar seqüência ao entendimento de seu papel num estudo tão
importante para uma empresa, há que se ressaltar o processo que
denominamos Desenvolvimento de Competências, pontuado a seguir.
22
CAPÍTULO III
DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS
“Quando monto um time, eu procuro primeiro pelas pessoas que amam vencer. Se eu não consigo achar, eu procuro por pessoas que odeiam perder”
H. Ross Perot
Avaliaremos de que forma o desenvolvimento de competências pode
aprimorar o desempenho dos empregados, visando à retenção de talentos e de
que forma contribuirá para a gestão de seu conhecimento.
Competência é a capacidade de mobilizar saberes e atitudes,
integrando-os e orquestrando-os, tendo em vista uma ação adaptada a uma
situação: RESULTADO.
“O que uma empresa precisa é mapear competências
"compatíveis" com seus objetivos e metas e buscar adequar o
ambiente (processual, tecnológico, material, comportamental,
etc.) de modo que seu potencial humano - ou capital intelectual
- possa agir de forma plena, gerando bons resultados, e um
ambiente de crescimento humano. (CASTELO BRANCO,
2008)”.
A competência das pessoas vem de seus conhecimentos, tendo a
contribuição, também, de experiências vividas e de sua personalidade.
Constantemente em evolução ora motivada pelo desejo de saber mais ora por
intermédio de esforços e estímulos institucionais a competência por vezes não
é atualizada, o que sobremaneira contribui para uma visão errada do
conhecimento adquirido pelos seus técnicos que a empresa dispõe.
23
A empresa precisa de boa gestão da informação, e nisso a tecnologia
pode ajudar muito. Precisa também de uma efetiva gestão do conhecimento.
Nessa etapa, a tecnologia pode ser igualmente parceira. Porém, outras
questões - humanas, comportamentais, culturais, etc. - precisarão ser tratadas
em conjunto para que se chegue a um bom estágio. Uma vez nesse patamar, é
preciso fazer com que esses conhecimentos sejam incorporados e utilizados -
e, se possível, disseminados - pelos profissionais envolvidos. Pode-se contar
com o apoio da tecnologia, mas é necessário também que se queira e se
acredite e sempre haja outros fatores não abrangidos pela tecnologia. Há ainda
uma questão séria nesse nosso cenário: a empresa deve ser capaz de reter
estes profissionais detentores de conhecimento obtido a partir das
competências bem desenvolvidas.
Competência é resultado da combinação de conhecimentos, habilidades
e atitudes. O desenvolvimento da competência advém da educação formal,
treinamento, experiência e auto-desenvolvimento.
Essa competência bem desenvolvida não acontece de uma hora para
outra, aleatoriamente. Aí entra a atuação do pedagogo empresarial.
A Gestão por Competências é uma técnica moderna de gestão dos
processos de Recursos Humanos, alinhada aos processos de negócio e à
estratégia das organizações nas quais é adotada. Seus elementos em parte
são voltados para o negócio e em parte voltados para os empregados. Há
benefícios tanto para as Lideranças e Gerências como para a Organização e
dentre eles estão: maior produtividade, ambiente participativo e motivado,
comprometimento dos colaboradores, gerências e equipes fortalecidas, foco
em resultados, aumento de competitividade e diferencial de mercado.
As competências dos empregados são definidas para viabilizar uma
visão completa das habilidades, disciplinas técnicas e competências individuais
que são necessárias para alcançar os objetivos da organização. A partir de
procedimentos de avaliação regular das competências dos empregados existe
24
uma garantia de que cada gerência esteja ciente de suas necessidades de
desenvolvimento e nível de proficiência esperado.
A análise anual das lacunas de competências garante que os
investimentos em treinamento e desenvolvimento sejam direcionados às
competências críticas para o posto de trabalho, quando existe um impacto na
otimização das atividades, resultados ou às necessidades do negócio. Isto
permite também criar um padrão de desempenho e medir melhorias ao longo
do tempo.
As necessidades de treinamento e desenvolvimento são identificadas
através de um processo objetivo, que identifica os níveis requeridos por posto
de trabalho. Podem ser consideradas diferentes alternativas de treinamento, de
acordo com a lacuna de competência existente. As medidas de treinamento e
desenvolvimento podem ser avaliadas de acordo com o aumento de
desempenho na avaliação do empregado.
O orçamento de treinamento e desenvolvimento será mais bem utilizado,
à medida que visará o aprimoramento de competências que visem alcançar os
objetivos da organização.
Todos os empregados farão uma contribuição positiva para o alcance
dos objetivos estratégicos da área e conseqüentemente da organização,
reduzindo a pressão dos executivos de tomar todas as decisões e isto também
melhora a moral do empregado. Estes executivos poderão constatar
rapidamente as áreas vulneráveis de competência, providenciando as soluções
necessárias no curto prazo, e de seu potencial no longo prazo.
“Durand ,acrescentando, ainda, que o desenvolvimento de
competências se dá por meio da aprendizagem individual e
coletiva onde se processe a assimilação de conhecimentos,
integração de habilidades e adoção de atitudes relevantes para
um contexto organizacional específico ou para obtenção de alto
desempenho no trabalho”. GUIMARÃES (2000)
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Um modelo de gestão de recursos humanos baseado nas competências
implica que a organização planeje, selecione, desenvolva e remunere recursos
humanos, tendo como foco as competências essenciais. Para tal é preciso
identificar as competências necessárias à concretização da visão de futuro da
organização, realizar um inventário das competências internas.
Essa visão orienta políticas e ações para minimizar a lacuna existente
entre as competências internas (atuais) e aquelas necessárias ao alcance dos
objetivos organizacionais.
“Brandão & Guimarães (1999) sugerem não ser possível tratar
gestão de competências sem considerar a gestão de
desempenho, já que a competência representa o próprio
desempenho real observável. Daí seria mais apropriado
considerar um processo de gestão de desempenho baseada
nas competências”. GUIMARÃES (2000)
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CAPÍTULO IV
PEDAGOGIA EMPRESARIAL
“Aquele que recebe de mim uma idéia tem aumentada a sua instrução sem que eu tenha diminuída a minha. Como aquele que acende sua vela na minha, recebe luz sem apagar a minha vela.”
Thomas Jefferson
A Pedagogia Empresarial vem corroborar para o desenvolvimento do
indivíduo e para que o mesmo desenvolva as suas competências, execute suas
atividades com mais propriedade e dessa forma possa contribuir para uma
gestão do conhecimento mais completa e consciente.
“As pessoas precisam expandir continuamente sua capacidade
de criar o futuro que desejam, onde se estimulam padrões de
pensamento novos e abrangentes (sistêmicos), onde a
aspiração coletiva ganha liberdade e onde as pessoas
aprendem continuamente a aprender juntas. Assim, aprender
não significa estritamente adquirir mais conhecimento, mas sim
expandir a capacidade de produzir os resultados desejados
para a vida”. SENGE (1995).
Algumas empresas utilizam como estratégia para a qualificação de
seus quadros profissionais o programa de multiplicadores de treinamento, o
qual requer do profissional maior responsabilidade e conhecimento, já que terá
de dominar além de seu trabalho específico todo o processo de produção.
Nesse momento da sociedade capitalista tudo indica que seja oportuno
para os setores produtivos estreitarem as relações existentes entre teoria e
prática, o que se transformaria em benefício da qualificação profissional,
mesmo que, o interesse das empresas capitalistas com a formação profissional
seja a acumulação de capital.
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Um outro aspecto do trabalho que o pedagogo pode vir realizar na
empresa se refere à elaboração de programas instrucionais ou diretrizes
didáticas. Nas empresas podemos constatar que todas elas fazem um
planejamento prévio das etapas de treinamento contendo conteúdos, objetivos,
técnicas, e avaliação, constituindo dessa maneira a metodologia, porém esse
planejamento é realizado sem suporte educacional, ainda que o objetivo seja a
qualificação dos trabalhadores, que por mais restrito que se entenda esse
conceito, em geral, refere-se à aquisição de conhecimentos do processo
produtivo e desenvolvimento de capacidades intelectuais e comportamentais
no sujeito que aprende determinado conteúdo.
A organização sistemática das atividades a serem aplicadas no
treinamento demanda um tipo de conhecimento específico da prática
educativa, como a elaboração e seleção de materiais didáticos,
instrumentalização didática dos profissionais e, ainda, a seleção de
metodologia apropriada para conduzir a execução do treinamento.
A prática educativa pressupõe a superação dos elementos formais
do programa de aprendizagem, não os excluindo, mas ultrapassando a simples
organização formal para uma organização educativa, na qual o objetivo, o
conteúdo, a metodologia e a avaliação são vistos interligados, sofrendo
modificação, seleção e adaptação de modo a interferir na organização
intelectual do sujeito.
O documento descreve as novas competências do educador e as
novas características das suas aulas, que devem priorizar a formação do aluno
cidadão, capaz de estabelecer relações com o mundo que o cerca, analisar,
pesquisar, estar atualizado e, sobretudo, aprender a aprender.
O ambiente organizacional contemporâneo requer o trabalhador
pensante, criativo, pró-ativo, analítico, com habilidade para resolução de
problemas e tomada de decisões, capacidade de trabalho em equipe e em total
contato com a rapidez de transformação e a flexibilização dos tempos atuais.
28
Mas como conseguir isso? Como conseguir desenvolver competências
nos alunos de nossas escolas atuais? Como contribuir para a construção de
colaboradores autônomos, e com espírito de aprendizes? Como manter as
organizações atualizadas no mundo que vive a transformação num ritmo
frenético? Como transformar o ambiente de trabalho em um ambiente de
aprendizagem permanente? Diante dessas indagações surge a figura do
Pedagogo Empresarial. Cada vez mais as empresas descobrem a importância
da educação no trabalho e desvendam a influência da ação educativa do
Pedagogo na empresa. O Pedagogo não é mais só o profissional que atua no
ambiente escolar.
Gerenciar processos de mudança exige novas posturas e novos
valores organizacionais, características fundamentais para empresas que
pretendem manterem-se ativas e competitivas no mercado. Dessa forma, o
profissional da educação atua na área de Recursos Humanos direcionando
seus conhecimentos para os colaboradores da empresa com o objetivo da
melhoria de resultados coletivos, desenvolve projetos educacionais, seleciona
e planeja cursos de aperfeiçoamento e capacitação, representa a empresa em
negociações, convenções, simpósio, realiza palestras, aporta novas
tecnologias, pesquisa a utilização e a implantação de novos processos, avalia
desempenho e desenvolve projetos para o treinamento dos funcionários.
Outra modalidade para a capacitação e treinamento dos recursos
humanos no mercado empresarial é a Universidade Corporativa. Essas
Universidades desenvolvem um sistema de aprendizado contínuo voltado para
as necessidades específicas das empresas e de seus colaboradores.
Contribuem para a aquisição dos conhecimentos dos novos processos de
produção e valores organizacionais consoantes com a missão da empresa.
Esse novo nicho educacional tem crescido e tende a intensificar-se nos
próximos anos gerando uma demanda social de Pedagogos Empresariais.
Segundo SENGE (1995), os gerentes devem estimular e conduzir a
mudança para criar organizações que aprendam. A aprendizagem e o
treinamento nas empresas são os diferenciais de competitividade, qualidade e
29
lucratividade. Por esse motivo o investimento no conhecimento contínuo e
coletivo do capital intelectual das empresas tende ao crescimento progressivo.
Esse conceito administrativo assemelha-se, integralmente, ao novo conceito
educacional de escola e da sua função social: formar cidadãos autônomos.
“Como não poderia deixar de ser, as funções desempenhadas
pelo pedagogo dentro de uma companhia estão em constante
movimento, já que são influenciadas por diversos fatores, como
o desenvolvimento tecnológico, a competitividade e as
exigências de mercado. "Hoje, as palavras-de-ordem dentro
das organizações são: mudança e gestão do conhecimento.
Nesse contexto, o papel do pedagogo é fundamental, pois todo
processo de mudança exige uma ação educacional e gerir o
conhecimento é uma tarefa, antes de tudo, de modificação de
valores organizacionais", explica Vera Martins, pedagoga
especialista em treinamento e desenvolvimento de pessoas em
empresas”. GRECO (2005)
Torna-se evidente que a palavra de ordem hoje é Gestão do
Conhecimento. Escolas e empresas que não repensarem seus modelos e
agarrarem-se aos velhos paradigmas do aprendizado e das relações humanas
estarão, certamente, fadadas ao fracasso ou ao desaparecimento.
”O pedagogo empresarial pode focar seus conhecimentos em
duas direções: no funcionário ou no produto da empresa. No
primeiro caso, trata-se da atuação no departamento de
Recursos Humanos (RH), realizando atividades relacionadas
ao treinamento e desenvolvimento do trabalhador. O pedagogo
é o responsável pela criação de projetos educacionais que
visam facilitar o aprendizado dos funcionários. Para tanto,
realiza pesquisas para verificar quais as necessidades de
aprimoramento de cada um e qual método pedagógico é mais
adequado. A partir daí, trabalha em conjunto com outros
profissionais de RH na aplicação e coordenação desses
projetos, explica a pedagoga Leslie dos Santos, consultora de
RH do Bank Boston.” GRECO (2005)
30
Já no segundo caso, o pedagogo irá atuar em empresas que trabalham
com educação, como editoras, sites e organizações não-governamentais
(ONGs). Uma das minhas funções dentro da editora é apresentar o produto ou
serviço da maneira mais atraente possível ao cliente, que em geral são
professores. Para isso, desenvolvo projetos pedagógicos e estratégias de
divulgação de livros, CDs, revistas, vídeos e DVDs.
No ambiente empresarial, o pedagogo pode focar seu trabalho em
duas direções: no funcionário ou no produto/serviço. Atuando com o
funcionário, o pedagogo deve iniciar suas atividade conjuntamente com o
departamento de RH, criando projetos educacionais que visem facilitar o
aprendizado por parte dos funcionários. No segundo caso, este profissional
atuará em empresas que vendem serviço/produtos educacionais como
editoras, sites, ONGs. Desta forma, o pedagogo irá adequar a linguagem
comercial ao tipo de produto oferecido, para expor de maneira satisfatória.
Nas grandes organizações, o pedagogo é o responsável pela
elaboração de projetos de implantação de universidades corporativas,
avaliando a viabilidade de cursos e programas educacionais; contatando
profissionais e confeccionado material didático. Além disso, os pedagogos são
os responsáveis por treinamentos de comportamento para as lideranças. Eles
são os mais indicados para transmitir aos líderes, a maneira correta de como
lidar com subordinados e como ensiná-los a realizar tarefas.
De acordo com as reflexões acima tudo indica que há nos setores
produtivos que implementam as novas formas de organização do trabalho, a
possibilidade de atuação do pedagogo. De certa forma a maior parte dos
dirigentes desconhecem o trabalho realizado pelo pedagogo numa empresa. A
maior parte dos diretores e dirigentes demonstra indicar o pedagogo como
docente, restringindo seu trabalho à sala de aula. Para que os programas de
qualificação profissional não contemplem a separação entre planejamento e
execução, como no modelo taylorista-fordista, o pedagogo deve oferecer
instrumentos que capacitem os demais agentes do processo produtivo a
discutir, questionar, pesquisar e propor objetivos a serem alcançados, bem
31
como auxiliar na escolha da metodologia mais apropriada e materiais a serem
utilizados.
Assim, podemos dizer que a especificidade do trabalho do pedagogo
pode contribuir significativamente com os processos produtivos e a tendência é
ampliar-se à medida que se desenvolvam as transformações produtivas em
curso e se passe a requerer maior potencial intelectual.
Criar um clima de aprendizagem que desperta nas pessoas a vontade
de adquirir novos conhecimentos, habilidades e atitudes e fornecer ao outro o
seu conhecimento tácito, ou seja, seus conhecimentos e experiências de vida.
“Pedagogo empresarial, hoje, um profissional transcendendo paradigmas e construindo uma nova visão, uma nova paisagem nas organizações.”
Lindomar da S. Adelino
32
CONCLUSÃO
A origem do Capital Intelectual está relacionada com o surgimento da
Sociedade do Conhecimento por conta das grandes transformações com as
quais a aprendizagem e o conhecimento passaram a ter papel fundamental.
Constatei que a necessidade e a demanda por uma educação avançada e por
oportunidades de estudo aumentam rapidamente e as habilidades e o nível de
educação de um indivíduo constituem fator-chave na determinação da
qualidade de vida e definição de seu espaço na sociedade. Percebi que a
segurança econômica e melhores posições sociais, para muitos, são resultados
da aquisição de um diploma de nível superior, porém estes profissionais logo
descobrirão que a sua empregabilidade dependerá da educação contínua.
O profissional que não se atualiza corre o risco do desemprego. Sem a
estabilidade o mercado absorve a mão-de-obra terceirizada, como verifiquei no
texto a seguir:
“Como conseqüência da terceirização, tornam-se necessários
procedimentos para reter na organização uma pessoa que nela
trabalha sem que seja seu funcionário. (...) As pessoas estão
em busca de crescimento profissional, de novas experiências e
novas oportunidades. (...) Elas preferem uma carreira
constituída por uma série de saltos e não de passos; exigem
lideranças e não chefias, querem apoio com aprendizado e
feedback compreensivo e proveitoso. Uma questão que daí
decorre diz respeito a que os processos de Recursos Humanos
precisam ser revistos e reestruturados”. RIBEIRO (2006)
Tal fato reforça a análise de como pode ser a contribuição da Pedagogia
Empresarial para a Gestão do Conhecimento, visando o Desenvolvimento de
Competências exigido pelas empresas como melhoria para que seus recursos
humanos desempenhem de forma competitiva as suas atividades requeridas,
uma vez que se detecta, geralmente, uma falha na Área de Recursos Humanos
neste sentido.
33
Como exercer o hábito desses profissionais ou mesmo da empresa
como um todo, de documentar e registrar conhecimento sobre um determinado
processo que só se tornará possível, à medida que estiver adequadamente
estruturado como percebi no texto a seguir:
“Argyris e Scgon (1978) argumentam que a aprendizagem só
acontece quando novos conhecimentos são traduzidos em
diferentes comportamentos que sejam replicáveis. Nesse
sentido, a criação, manutenção, exploração, disseminação e
compartilhamento do conhecimento organizacional devem ser
considerados os principais alvos dos atuais esforços de
aprendizagem organizacional”. FIALHO (2006)
As pessoas precisam ser preparadas para a gestão do conhecimento,
posto que só o conhecimento das pessoas pode garantir a competitividade e a
sobrevivência das empresas. Desse modo:
“... a gestão do conhecimento se estende à retenção dos
talentos, à gestão de competências, à gestão da cultura
organizacional, à gestão de idéias e inovação, à gestão da
transparência e da visibilidade externa do conhecimento, à
gestão de atração dos melhores talentos, a toda as funções
gerenciais essências de gestão do conhecimento e que, em
sua maioria, dispensam ou dependem pouco da tecnologia da
informação”. RIBEIRO (2006)
A aprendizagem (pessoal, individual e organizacional) faz a diferença no mundo atual.
Acredito que nesse sentido, cultivar, desenvolver e promover a capacidade de aprender
passa a ser uma das atribuições do pedagogo empresarial, visando uma Gestão do
Conhecimento como recurso essencial para alavancar o sucesso do indivíduo e da
empresa onde atua.
34
BIBLIOGRAFIA
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ambiente de aprendizagem nas organizações. 2.ed. rev e ampl. Rio de Janeiro:
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35
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empresas. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
TOFFLER, A. A terceira onda. São Paulo : Atlas, 1980.
36
ANEXOS
PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS CULTURAIS
37
38
39
40
41
42
43
44
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
O PROBLEMA
11
CAPÍTULO II
GESTÃO DO CONHECIMENTO
2.1 Dado
2.2 Informação
2.3 Conhecimento
16
17
17
17
CAPÍTULO III
DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS
22
CAPÍTULO IV
PEDAGOGIA EMPRESARIAL
26
CONCLUSÃO
32
BIBLIOGRAFIA
34
ANEXOS
36
ÍNDICE
44