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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE OS DESAFIOS DO GESTOR ESCOLAR Por: SIDERLY ALMEIDA DA SILVA Orientadora Prof. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

OS DESAFIOS DO GESTOR ESCOLAR

Por: SIDERLY ALMEIDA DA SILVA

Orientadora

Prof. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

OS DESAFIOS DO GESTOR ESCOLAR

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes – Instituto A Vez do Mestre, como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Administração e Supervisão Escolar:

Por: Siderly Almeida da Silva

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter

me dado forças para chegar até aqui, a

minha querida irmã Sirleni por ter

ficado com o meu filho Matheus as

quartas-feiras para que eu pudesse

fazer essa Pós Graduação, meu

esposo Sérgio, pela força e ao meu

filho Matheus que muito me fortalece

com seu amor.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus pais,

pelos primeiros ensinamentos de minha

vida e principalmente a meu querido e

amado pai que me deixou no dia 29 de

janeiro pra viver junto de Deus.

Aos meus amigos de Curso Cirineu

Marcos e Maria Luiza pelo carinho e força

ao longo do curso.

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RESUMO

Este trabalho apresenta o histórico da figura do diretor escolar

desde o inicio da colonização do Brasil até os dias atuais. Apresenta também

os desafios que uma gestão escolar participativa precisa enfrentar para os

desafios atuais e as mudanças de paradigmas na educação.

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METODOLOGIA

Este trabalho é baseado em pesquisa bibliográfica. Através de

leituras de vários autores que retratam com muita perfeição o assunto

pesquisado e com base nas aulas ao longo do curso e convívio com gestores

escolares pude fazer este trabalho.

Este trabalho tem como objetivo discutir a atuação da gestão

escolar na busca pela mudança na organização da escola para que a mesma

proporcione um ensino de alto nível aos seus alunos e satisfação de seus pais

ou responsáveis.

Os autores pesquisados que mais influenciaram nesta pesquisa

foram: Heloísa Luck, José Carlos Libânio e Thomas Kuhn entre outros autores

que muito contribuíram e contribuem para melhoria da educação.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................08

CAPÍTULO I

HISTÓRICO DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR ...............10

CAPÍTULO II

OS DESAFIOS DO GESTOR DEMOCRÁTICO .............. 21

CAPÍTULO III

AS MUDANÇAS PARADIGMÁTICAS.............................. 35

CONCLUSÃO ...................................................................41

BIBLIOGRAFIA ................................................................ 42

ÍNDICE ............................................................................. 44

FOLHA DE AVALIAÇÃO .................................................. 45

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INTRODUÇÃO

Foram muitas as mudanças ocorridas nos últimos anos no âmbito

educacional, tais como, sociais, econômicas e políticas. Essas mudanças

requerem que a escola atenda às exigências impostas pelo novo modelo de

sociedade: uma Sociedade do Conhecimento. Portanto, na atualidade as

organizações escolares estão passando por vários desafios e mudanças, já

que a nova sociedade incita essas transformações, tornando relevantes

aspectos como inovação, competitividade e produtividade.

Assim sendo, este trabalho surgiu do interesse em refletir sobre os

desafios do gestor escolar, para gerar um processo de mudança nas

organizações escolares que buscam se adequar aos novos padrões da

sociedade atual, por meio da inovação e da prática de gestão participativa.

Neste contexto, é preciso investir na transformação da atitude dos

profissionais da escola, no sentido de orientar suas práticas pedagógicas e

administrativas para garantir uma educação formal contínua e de qualidade.

Segundo Penin & Vieira (2002, In: VIEIRA, 2002) a escola sofre

mudanças relacionando-se com os momentos históricos. “Sempre que a

sociedade defronta-se com mudanças significativas em suas bases sociais e

tecnológicas, novas atribuições são exigidas à escola”. (p. 13). Sendo assim, o

papel da escola deve está em comum acordo com os interesses da sociedade

atual, ou seja, a escola precisa assumir as características de uma instituição

que atenda às exigências geradas por esses fatores.

Para que o gestor escolar consiga enfrentar mudanças significativas

que elevem o padrão da escola, é preciso que ocorra uma mudança na atitude

das pessoas, com o objetivo de que as mesmas passem a encarar a inovação

como um desafio e sintam-se estimuladas pela motivação pessoal e, assim, se

tornem capazes de ir além dos seus próprios limites.

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9É um grande desafio para o gestor escolar atuar como líder e

desenvolver formas de organização inovadoras, empreendedoras e

participativas, mas isto é indispensável. Algumas das importantes e atuais

funções do gestor escolar são prever e se antecipar às mudanças, assim, o

gestor deve saber ir além e intuir as mudanças, aprender a pesquisar, avaliar e

enfrentar os novos desafios.

Para implantar as mudanças, o gestor deve ter a consciência da

existência de riscos para que assim possa evitar possíveis erros, por meio de

um planejamento bem elaborado e participativo de toda sua equipe

pedagógica. No entanto, os erros e acertos do passado podem ser

fundamentais para direcionar as decisões futuras.

Já na análise de Kisil (1998, p. 1) “um dos grandes marcos do mundo

contemporâneo é o fenômeno da mudança”. Sabendo disso, a escola e seus

profissionais devem cada vez mais investir em conhecimento e socializá-lo

para que a organização escolar aumente sua capacidade de criar e de inovar.

Podemos afirmar também que a participação do gestor é fundamental

em outras áreas da escola, tais como: administrativa, financeira e é claro que,

principalmente na pedagógica. O gestor é, sem dúvida, a "autoridade máxima

na escola e o responsável último por ela" (Paro 1995, p. 89).

Desse modo, este trabalho tem como objetivo discutir a atuação da

gestão escolar na busca pela mudança na organização da escola para que a

mesma proporcione um ensino de alto nível aos seus alunos e satisfação de

seus pais ou responsáveis.

Para a realização deste trabalho foi utilizada pesquisa exploratória,

através de levantamento bibliográfico sobre o tema Gestão Escolar em livros,

periódicos e sites da Internet.

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CAPÍTULO I

HISTÓRICO DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Buscaremos, neste capítulo, analisar o papel do diretor nas políticas

nacionais de educação, desde o período da colonização do Brasil até a

atualidade. Baseando-se nisso, procuraremos situar o papel do gestor escolar

em face das possibilidades de se realizar uma gestão democrática que articule

proposta e ação. O objetivo é contribuir para que ele assuma um papel efetivo

na elaboração, discussão, planejamento e encaminhamento de propostas no

âmbito educacional, de forma a priorizar uma formação que possibilite aos

sujeitos entenderem a realidade social, nela intervindo de modo mais

consciente.

1.1 - Conhecendo o Passado Para Entender o Presente

O primeiro destaque a ser feito a respeito do administrador de uma

escola é que ele tem uma importância fundamental em sua organização e seu

funcionamento, em todos os seus aspectos: físico, sócio-político, relacional,

material, financeiro e pedagógico.

Falar do papel do administrador nas políticas nacionais de educação

implica ter em conta que os sistemas de ensino não são meros refletores da

política educacional, mas constituem e são constituídos na relação entre o

contexto social e ação das pessoas que atuam nos ambientes escolares, quais

sejam: gestores, coordenadores, professores, auxiliares, pedagogos, pais,

alunos e comunidade em geral.

Assim sendo, atenção especial deve ser dada aos aspectos relevantes

que caracterizam o papel do administrador escolar. É necessário conhecer

historicamente a origem e o desenvolvimento dessa atividade e, atentos às

novas realidades socais, redimensionarmos sua função e, assim, contribuirmos

para a melhoria da qualidade do ensino nas escolas de nosso país.

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11A primeira organização de educação no Brasil, tanto para as questões

administrativas como para as questões pedagógicas, baseou-se no Ratio

Studiorum ou Plano de Estudos da Companhia de Jesus, documento publicado

oficialmente em 1599 (SECO et al, 2006). Foi esse documento que direcionou

as formas de organização e administração, currículos e métodos para os

estabelecimentos de ensino em que os jesuítas atuavam, inclusive no aqui em

nosso país.

No documento encontramos a figura do Reitor, autoridade mais alta do

Colégio, cuja atribuição se reduzia a observar o bom funcionamento do

estabelecimento, tendo em vista o fortalecimento da fé cristã. No entanto,

devido às dificuldades que a colonização do Brasil acarretava para os jesuítas,

esse Plano de Estudos sofreu alterações, embora não tenha se desviado dos

objetivos primordiais de converter os índios á religião católica.

No ano de 1759, a Companhia de Jesus foi expulsa de Portugal e de

suas Colônias, pelas ações desencadeadas por Sebastião José de Carvalho e

Melo, o Marquês de Pombal, nomeado primeiro ministro pelo então Rei de

Portugal, D. José I. O objetivo dessa ação era colocar Portugal em condições

de competir com as nações estrangeiras. Conforme CARVALHO, (s/d, p. 12),

As reformas pombalinas e a expulsão dos jesuítas tanto

do Reino como dos domínios portugueses decorrem,

sobretudo, da oposição entre a ordem feudal e a ordem

burguesa nos países da Europa. Neste contexto, a

emergência, na ordem mundial, das novas relações

sociais relacionadas ao comércio manufatureiro e sua

ausência em Portugal são a causa principal das

reformas, particularmente no campo da educação”.

Se, de um lado, as escolas da Companhia de Jesus tinham como

objetivo servir aos interesses da fé, o Marquês de Pombal, por outro, pensou e

organizou a escola para servir aos interesses do Estado. Dessa forma, houve

uma mudança radical nos propósitos para a educação, quando, em 1759,

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12instituiu-se o Alvará Régio, o documento que passou a organizar a educação,

criando, dentre outras medidas, o cargo de Diretor Geral de Estudos. Suas

atribuições eram amplas: iam desde a aplicação de licença para o magistério

público e privado até a designação de comissionários para o levantamento das

condições das escolas e professores, a fim de controlar e fiscalizar o ensino

ministrado.

Portanto, o caos instalado com a política de destruição da organização

escolar baseada no Ratio Studiorum, aliada à demora para implantar a

proposta do Alvará Régio, deixou a educação sistemática sem uma estrutura

organizacional por aproximadamente 30 anos.

Nesse período, após o fechamento dos colégios Jesuítas e a

apreensão de seus bens, foi desmontada toda a organização escolar

construída pelos padres. O sistema unificado baseado na seriação dos

estudos, foi substituído por um ensino disperso e fragmentado, calcado em

aulas isoladas, denominadas Aulas Régias, que eram ministradas por

professores leigos e despreparados para atuar com base na nova concepção

de ensino.

No que diz respeito ao aspecto administrativo, o ensino era fiscalizado

e controlado pelo Diretor Geral dos Estudos, cujos amplos poderes incluíam,

fiscalizar e, se fosse o caso, advertir e punir o professor, realizar exames para

todos os professores e autorizar o ensino público ou particular (ALMEIDA,

1989).

Em 1807, com a vinda da Família Real para o Brasil, várias instituições

foram fundadas. Dentre elas, a Imprensa Régia, a Biblioteca Nacional, o

Museu Nacional, as primeiras escolas de ensino superior, a Academia Real de

Marinha e a Academia Real Militar, os cursos superiores de cirurgia, anatomia

e medicina e os cursos para a formação de técnicos em áreas como economia,

desenho técnico, química, agricultura e indústria.

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13No mesmo período surgiu o que viria a ser a estrutura do ensino

imperial, composta dos três níveis: primário, secundário e superior. Quanto à

administração escolar, poucas mudanças ocorreram em relação ao período

anterior, uma vez que as aulas avulsas, nos níveis primário e secundário

continuavam sendo organizadas, fiscalizadas e controladas pelo poder central

representado pelo Diretor Geral dos Estudos. Já no nível superior, os diretores

eram os próprios professores que se submetiam diretamente às ordens do

governo daquela época, o Imperador.

Com a Proclamação da Independência em 1822 deu início a uma fase

importante para a compreensão das relações entre Estado e educação no

Brasil, já que as mudanças políticas que a caracterizaram interfeririam na

modificação da instrução pública, em especial a primária.

Quando o Brasil declarou sua independência política de Portugal,

trouxe à tona discussões sobre a educação. A necessidade era formar quadros

administrativos, constituir uma nova elite burocrática que substituísse a

administração lusitana, bem como constituir uma estrutura mínima que

garantisse instrução primária à população branca e livre.

Iniciou-se, assim, com a elaboração da primeira constituinte, o debate

sobre a construção de um sistema nacional de instrução pública que viesse ao

encontro das ideias da época, quando a instrução era vista como um meio de

trazer a modernidade à sociedade. Então, pode-se dizer que os resultados não

foram úteis, ou seja, a emancipação política não criou o sistema nacional de

educação e nem trouxe mudanças significativas nas concepções e práticas da

administração escolar.

Através da Lei nº 29 em 16 de março de 1847, criaram-se os

regulamentos dos Liceus em São Paulo. Segundo eles, o governo nomearia

um cidadão de inteligência e reconhecida probidade e patriotismo para

“directhor” do liceu.

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14A necessidade de indicação de um diretor para um estabelecimento de

ensino secundário correspondia à organização do currículo escolar, com oferta

de várias turmas, as quais chamavam de cadeiras, e várias disciplinas

diferentes, com a finalidade de ministrar a educação popular, fundamental e

profissionalizante. O ensino profissionalizante era chamado de “artes e ofícios”

e destinava-se a formar artesãos e trabalhadores para as oficinas, o comércio

e a lavoura.

Assim sendo, haveria a necessidade de um responsável por todas as

atividades realizadas nesse espaço, dentre elas: organização de horários;

controle da frequência de alunos; presidência das bancas de exames;

declaração de aprovação e reprovação de alunos; concessão de licença a

professores e funcionários, além da intermediação das correspondências entre

os professores e o presidente da província (SECO, 2006).

O debate sobre a educação foi retomado em 1889, com a

Proclamação da República no Brasil. Em decorrência do novo momento

político, um ano após a Proclamação da República, em 1890, foi decretada em

São Paulo a reforma da Escola Normal, cujo corolário foi à criação da Escola-

Modelo, escola de prática de ensino dos alunos normalistas, anexada à Escola

Normal.

Foi nesse momento que surgiu às primeiras indicações oficiais do

cargo de diretor de escola pública secundária. O responsável pela

administração da Escola-Modelo era denominado professor-diretor, cujas

atribuições abrangiam a realização de funções administrativas e pedagógicas

da escola, desde a fiscalização dos alunos e professores até o pagamento das

contas da escola, bem como a demissão e contratação de funcionários.

Com o Decreto Estadual nº 248, de 26 de setembro de 1894 (SÃO

PAULO – Estado, 2000), criou-se o Grupo Escolar como uma instituição que

condensava a modernidade pedagógica1. Nele se valorizava o Ensino Seriado,

1 “No final de século XIX, a educação brasileira passava a receber as influências tanto do pensamento francês, especialmente do positivismo conmteano, o qual considerava que a base da formação humana

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15com classes homogêneas e reunidas em um mesmo prédio, sob uma única

direção, bem como o uso de métodos pedagógicos modernos. Havia um

professor para cada classe e professores adjuntos e auxiliares, em

correspondência às novas condições urbanas de concentração da população.

Com o Grupo Escolar passou a existir uma organização, uma

graduação, uma ampliação da escolarização, uma padronização de métodos

de ensino, cuja administração e supervisão eram controladas pelo Estado. A

administração cabia a um diretor, que era escolhido pelo Presidente do Estado

entre os professores diplomados por Escola Normal, ou, na falta desses, por

complementaristas2.

Assim, a criação do Cargo de Diretor relacionava-se à necessidade de

existência, na escola, de alguém para organizar, coordenar e fiscalizar o

ensino, nos termos da reforma educacional realizada pelos republicanos. A

organização e a concepção pedagógica dessa proposta exigiam a instauração

de novos papéis dentro da escola, estabelecendo-se, assim, uma divisão do

trabalho em seu interior (SECO, 2006, p. 92). O diretor seria o responsável

pelo governo da escola e, ao mesmo tempo, o representante do poder do

Estado e do governo.

Ao longo dos anos, a organização escolar foi se modificando e a

função do diretor, que nas primeiras escolas instituídas incluía desde os

aspectos administrativos até os pedagógicos, também sofreu alteração. Dessa

forma, ao final da República Velha, o poder, antes atribuído ao Diretor do

Grupo Escolar, foi transmitido aos Delegados Regionais e aos Inspetores de

deveria ser científica (matemática, astronomia, física, química, biologia, sociologia e moral), e do pensamento norte americano, o qual oferecia uma nova inspiração didático-pedagógica de caráter prático, utilitário e científico, em oposição à educação clássica, enciclopédica, literária e erudita” (CARVALHO, s/d, p. 8). 2 A Lei nº 88, de 8 de setembro de 1892, dividiu o ensino público em primário, secundário e superior. Quanto ao primeiro, foi subdividido em preliminar e complementar. Os que concluíssem o complementar poderiam lecionar, mesmo sem ter feito o Curso Normal, para os alunos do curso preliminar, daí o surgimento do termo professores complementaristas.

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16Distritos, vistos como imprescindíveis para a eficácia da Reforma da Educação

proposta em 1920.

A crise de 1929 desencadeou a decadência do café e a Revolução de

30. Com Getúlio Vargas empossado, constituiu o Ministério da Educação e

Saúde Pública. Enfatizou-se a de formação do administrador escolar com

bases mais científicas, ao mesmo tempo em que o enfoque administrativo foi

mais valorizado do que o pedagógico.

A administração escolar, apoiada nos princípios da administração

empresarial, científica e burocrática de Taylor, Fayol e Weber, deu ênfase à

racionalização dos procedimentos organizacionais e administrativos escolares.

Ou seja, privilegiou-se a divisão do trabalho entre planejamento e execução,

planejamento e sistematização minuciosa das atividades, a fim de obter

economia de tempo, produtividade e eficiência na realização das tarefas

(AZEVEDO, 1958, p. 90).

Neste período, a luta dos educadores pela construção de um Plano

Nacional de Educação resultou na apresentação de um “Plano de

Reconstrução Educacional”, que ficou conhecido como Manifesto dos

Pioneiros da Educação3. O documento defendia os princípios de laicidade,

obrigatoriedade, gratuidade, universalização e nacionalização do ensino

fundamental4, além de conter reflexões relacionadas à Administração Escolar.

No que diz respeito à formação do diretor, propunha-se que fosse pautada no

conhecimento filosófico e científico. Já com relação à sua função, defendia-se

a necessidade de autonomia para romper com a centralização das decisões

educacionais.

3 Documento lançado, em 1932, no Rio de Janeiro e São Paulo, redigido por Fernando de Azevedo a pedido do grupo de renovadores da educação que, na IV Conferência Nacional da Educação, da Associação Brasileira de Educação (ABE), se contrapuseram ao grupo dos católicos liderados por Fernando de Magalhães. 4 O Plano nacional de Educação tornou-se obrigatório pela constituição Federal de 1934, artigos 150 a 153.

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17Entre o período de 1937 a 1945, denominado de Estado Novo, a

estrutura do sistema de ensino foi marcada pela tecnocracia5 e pela falta de

unidade nacional, ou seja, pela falta de uma política educacional mais

abrangente, unitária e democrática. As Leis Orgânicas do Ensino cumpriram,

de certa forma, com a função norteadora da educação e garantiram o controle

da administração das escolas com oferta da educação básica, formada pelos

cursos denominados, então, de primário, ginasial e secundário. As funções do

diretor pouco diferiam das que vigoravam no século anterior.

No ano de 1961, foi aprovada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, a LDB nº 4.024/61. Ela manteve a estrutura tradicional do

ensino, não fixando um currículo nacional, de forma que respeitava as

especificidades regionais e evidenciava seu caráter descentralizador. Quanto à

função do diretor de escola, em seu Artigo 42, consta que “o diretor de escola

deverá ser educador qualificado”, mas os termos dessa qualificação são

amplos, ficando por conta dos Estados uma regulamentação mais específica.

Para normatizar o que se deveria entender por educador qualificado, o

antigo Conselho Federal de Educação (CFE) definiu, no Parecer nº 93/62, que

educador qualificado seria aquele que reunisse qualidades pessoais e

profissionais que o tornassem capaz de infundir à escola a eficácia do

instrumento educativo por excelência e de transmitir aos professores, alunos e

à comunidade sentimentos, ideias e aspirações de vigoroso teor cristão, cívico,

democrático e cultural.

A partir de então, segundo SANTOS (2002, p.70), em atenção a essa

definição do Conselho Federal de Educação e ao espírito descentralizador da

LDB, os Estados passaram a criar regulamentos para o preenchimento do

cargo de Diretor de Escola. Com a reformulação da Lei 4024/61 pela Lei nº

5 Com o avanço do processo de industrialização, modelos tecnocráticos da administração empresarial passaram a ser implementados no âmbito da política e da economia, abrangendo o setor social, no qual se insere a educação. Segundo Bueno (1996, p.632) “tecnocracia é o sistema de organização política e social fundado no predomínio dos técnicos”.

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185.692/71, os cursos primário e ginasial passaram a constituir um só curso,

denominando-se ensino de primeiro grau, com duração de 8 anos e de caráter

obrigatório. Assim, extinguiu-se o cargo de Diretor de Grupo Escolar e criou-se

o cargo de Diretor de Escola.

Assim, o cargo de Diretor de Escola vai se firmando, com exigências

de qualificação cada vez mais específicas. A concepção de diretor, antes

relacionada àquele que tem uma experiência de muitos anos de docência, foi

substituída pela imagem do administrador de uma equipe escolar.

A concepção de Administração Escolar que predominou durante todo

este período apoiou-se no modelo clássico da Administração Empresarial. Ou

seja, a administração era concebida como um processo técnico,

cientificamente determinado e burocrático, cujo fim era obter unidade,

economia de tempo e de recursos e maior produtividade. Esse processo

envolvia normas rígidas, autoridade centralizada, hierarquia, planejamento,

organização detalhada e avaliação de resultados.

Em 1964, com a instalação da Ditadura Militar, a educação passa a

ser oferecida nos moldes da Pedagogia Tecnicista, houve um retrocesso na

educação. O autoritarismo e a repressão são os alicerces dessa pedagogia, o

trabalho é fragmentado e mecanicista, da mesma forma que uma fábrica,

busca-se a burocratização, a eficácia e resultados imediatos. O governo

aprovou as Reformas de 1º e 2º graus e Universitária, sendo que esta

reformulou o Curso de Pedagogia que ganhou novas habilitações:

administração, inspeção, supervisão e orientação.

No final da década de 1970 e início da década de 1980, as lutas pela

democratização da sociedade se fortaleceram, criando um contexto favorável à

ampliação e à reorganização dos movimentos sociais. Nos primeiros anos da

década de 1980, presenciou-se uma ampla mobilização da sociedade em favor

das eleições diretas para os cargos executivos, sobretudo para a presidência

da República, um aumento do controle público sobre o Estado, ressaltando-se

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19aqui a gestão democrática da educação, tanto na definição da política

educacional quanto na gestão das unidades de ensino nos diversos níveis.

Surgem, assim, as manifestações para eleições diretas dos dirigentes

de instituições de ensino, como também para a criação de colegiados

escolares, eleitos pela comunidade, com o intuito de democratizar a gestão na

escola. As propostas e bandeiras de luta dos movimentos em defesa da

educação foram contempladas na nova Constituição Federal, que foi

promulgada em 1988.

Foi a partir dos anos de 1990, que o termo Administração Escolar foi

substituído pelo termo Gestão Escolar. Essa substituição não significa uma

mera mudança terminológica, mas uma alteração conceitual ou mesmo

mudança de paradigma, que tem sido alvo de muitas controvérsias. Para

alguns, esse processo se relaciona com a transposição do conceito do campo

empresarial para o campo educacional, a fim de submeter à administração da

educação à lógica de mercado. Para outros, o novo conceito de gestão

ultrapassa o de administração, uma vez que envolve a participação da

comunidade nas decisões que são tomadas na escola (LUCK, 2000).

Outros, ainda, entendem que o conceito de administração é mais

amplo, já que é “utilizado num sentido genérico e global que abrange a política

educativa”, ao passo que o termo “gestão escolar” refere-se a uma “função

executiva destinada a pôr em prática as políticas previamente definidas”

(BARROSO, 2001, p. 10).

Importa, contudo, assinalar que, mais do que saber qual é a “melhor”

designação, o que está em causa é que essa alteração sinaliza para o

surgimento de uma concepção de gestão, na qual o papel do gestor é

redefinido. A gestão passa a ser sinônimo de ambiente autônomo e

participativo, o que implica trabalho coletivo e compartilhado por várias

pessoas para atingir objetivos comuns para melhor funcionamento da escola.

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20No que diz respeito ao papel do diretor, este deixa de ser alguém que

tem a função de fiscalizar e controlar, que centraliza em si as decisões, para

ser:

[...] um gestor da dinâmica social, um mobilizador, um

orquestrador de atores, um articulador da diversidade

para dar unidade e consistência, na construção do

ambiente educacional e promoção segura da formação

de seus alunos (LUCK, 2000, p. 16).

Ou ainda....

[...] o diretor coordena, mobiliza, motiva, lidera, delega

aos membros da equipe escolar, conforme suas

atribuições específicas, as responsabilidades

decorrentes das decisões, acompanha o

desenvolvimento das ações, presta contas e submete à

avaliação da equipe o desenvolvimento das decisões

tomadas coletivamente (LIBÂNIO, OLIVEIRA e TOSCHI,

2003, p. 335).

Com a nova concepção de gestão e do papel do diretor,

intensificaram-se, os debates sobre a necessidade da profissionalização das

pessoas envolvidas na administração escolar como condição para a melhoria

da qualidade da educação básica. A LDB 9394/96 pouco inovou em relação ao

cargo de diretor escolar e contemplou apenas a formação dos profissionais

com o curso de pedagogia e a forma de escolha dos dirigentes. Em seu Art.

67, determinou a exclusividade de ingresso no cargo por meio do concurso

público de provas e títulos (sem definir os seus critérios) e o pré-requisito da

experiência docente para o exercício do cargo.

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21

CAPÍTULO II

OS DESAFIOS DO GESTOR DEMOCRÁTICO

Falar no processo de uma Gestão Democrática escolar é falar em:

“Um processo de aprendizado e de luta política que não

se circunscreve aos limites da prática educativa, mas

vislumbra, nas especificidades dessa prática social e de

sua relativa autonomia, a possibilidade de criação de

canais de efetiva participação e de aprendizado do “jogo”

democrático e, consequentemente, do repensar das

estruturas de poder autoritário que permeiam as relações

sociais e, no seio dessas, as práticas educativas”.

(DOURADO apud FERREIRA, 2006, p. 79).

2.1 - Gestão Escolar Democrática

Ao longo do Curso de Administração Escolar, muito se falou nos

desafios que o Gestor Escolar precisa enfrentar para alcançar o sucesso frente

a uma escola. É com esse intuito, que está pesquisa monográfica tem a

intenção de trazer um pouco de conhecimento sobre esse tema tão discutido

na atualidade.

Esse trabalho possibilitou uma reflexão referente às relações de poder,

o papel do gestor na organização educacional e também a investigação sobre

como se efetiva - o processo democrático em um ambiente escolar. Fazendo

uma análise sobre a relação da escola com a comunidade e refletindo,

também, sobre as fragilidades existentes nas escolas, a sensação inicial foi da

necessidade de mudanças com relação aos procedimentos administrativos.

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22Questiona-se: de que forma nas escolas isso vem acontecendo? Qual é o

papel do gestor neste contexto?

Pensando assim, surge a necessidade que se transforma em desejo,

de buscar respostas, apontamentos com novas abordagens para os desafios

contemporâneos da gestão democrática. É preciso averiguar desde as práticas

de gestão escolar, as representações sobre a figura do mesmo, e os anseios

da comunidade escolar em participar e assumir responsabilidades frente à

escola. Consideramos que uma boa gestão se consolida pelo compromisso e

participação dos sujeitos sociais envolvidos no processo, ou seja, a gestão

democrática não deve ser algo que se alcance por decreto.

Portanto, a intenção é contribuir com algumas reflexões sobre os

limites e possibilidades da Gestão Democrática, questionando a cultura

organizacional escolar e o Papel do Gestor nesse contexto.

2. 2 - Mudanças de Atitude das Pessoas

Na análise de Kisil (1998, p. 1) “um dos grandes marcos do mundo

contemporâneo é o fenômeno da mudança”. Sabendo disso, a escola e seus

profissionais devem cada vez mais investir em conhecimento e socializá-lo

para que a organização escolar aumente sua capacidade de criar e de inovar,

já que “mudar é confrontar a organização pensamento sistêmico e desenvolver

o aprendizado colaborativo entre pessoas de capacidade equivalente”.

(SENGE, 1998 citado por MOTTA, 2001, p. 137).

Porém, qualquer mudança gera resistência. Assim, cabe ao gestor da

organização escolar fazer com que essa resistência seja vencida de maneira

construtiva, não impondo o novo modelo, mas gerando comprometimento para

que seja adotado e cultivado.

Para que o gestor escolar consiga enfrentar mudanças significativas

que elevem o padrão da escola, é preciso que ocorra uma mudança radical na

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23atitude das pessoas, com o objetivo de que as mesmas passem a encarar a

inovação como um desafio e sintam-se estimuladas pela motivação pessoal e,

assim, se tornem capazes de ir além dos seus próprios limites. “Atitude é uma

predisposição subliminar da pessoa, resultante de experiências anteriores, da

cognição e da afetividade, na determinação de sua reação comportamental em

relação a um produto, organização, pessoa, fato ou situação”. Conforme,

MATTAR (1999, p. 199).

Portanto, torna-se imprescindível que o gestor analise a atitude das

pessoas que trabalham na escola, em relação às práticas pedagógicas e

administrativas da organização educacional, a fim de diagnosticar o grau de

interesse profissional com a instituição a qual fazem parte.

O gestor escolar deve atuar como líder, ou seja, formar pessoas que o

acompanhem em suas tarefas e prepará-las para serem abertas às

transformações. Nesse sentido, necessita ter motivação, responsabilidade,

dinamismo, criatividade e capacidade de atender às necessidades mais

urgentes. Isso requer um constante aprendizado, para atualizar-se e conhecer

as mais recentes contribuições dos educadores sobre os processos de

capacitação de lideranças educacionais.

De acordo com SANTOS (2001, p. xvi) “os gestores devem

conscientizar-se de que seu papel na escola de hoje é muito mais de um líder

que de um burocrata. Espera-se dele que assuma a direção como um membro

ativo da comunidade escolar”.

Para LÜCK (et al., 2002, p. 34) é dessa forma que a escola deve ser

administrada, uma vez que a mesma tem que acompanhar a evolução da

sociedade global, pois “as escolas atuais necessitam de líderes capazes de

trabalhar e facilitar a resolução de problemas em grupo, capazes de trabalhar

junto com professores e colegas, ajudando-os a identificar suas necessidades

de capacitação e a adquirir as habilidades necessárias”.

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24É um grande desafio para o gestor escolar atuar como líder e

desenvolver formas de organização inovadoras, empreendedoras e

participativas, mas isto é indispensável. Algumas das importantes e atuais

funções do gestor escolar são prever e se antecipar às mudanças, assim, o

gestor deve saber ir além e intuir as mudanças, aprender a pesquisar, avaliar e

enfrentar os novos desafios.

Sendo assim, o gestor para liderar as mudanças e implantá-las deve

ter a consciência da existência de riscos para que assim possa evitar possíveis

erros, por meio de um planejamento bem elaborado e participativo. No entanto,

os erros e acertos do passado podem ser fundamentais para direcionar as

decisões futuras.

Em LÜCK (et al. 2002, p. 35) diz que liderança é “a dedicação, a visão,

os valores e a integridade que inspira os outros a trabalharem conjuntamente

para atingir metas coletivas”. De acordo com a autora “a liderança eficaz é

identificada como a capacidade de influenciar positivamente os grupos e de

inspirá-los a se unirem em ações comuns coordenadas”. Deste modo, é

importante que a liderança do gestor seja participativa, para que todos

compartilhem a gestão da escola.

2.3 - Implantando Mudança no Processo Escolar

Um modelo de gestão não pode ser analisado de forma estagnada,

desvinculado de seu contexto, pois perde o seu sentido se considerado fora da

realidade em que surgiu. De acordo com GLATTER (1992, p. 146) o processo

de mudança é dividido em três fases:

1) Iniciação: introduzir novas ideias e práticas e procurar o apoio

institucional.

2) Implementação: operacionalizar as ideias.

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253) Institucionalização (ou estabilização): constituí-las em normas e

rotinas, para que se tornem partes integrantes do cotidiano escolar.

Nesse sentido, segundo SANTOS (2002) para implantar um processo

de mudança na instituição o gestor precisa elaborar um planejamento para que

a escola consiga atender a aspectos como:

▪ Responder às transformações impostas pela sociedade; compreender

que a comunidade escolar é o foco dessas mudanças; motivar os profissionais

a encararem a mudança como um desafio pessoal. Desenvolver uma cultura

organizacional de desafio constante, para estar preparada para reagir

imediatamente às novas mudanças;

▪ Realizar reuniões com os seus participantes, visando detectar os fatos

que podem ser considerados geradores de mudanças estratégicas na

organização, e apresentar os benefícios que poderão tirar disso.

Esses aspectos são de extrema importância para o sucesso da

organização, uma vez que o grande diferencial competitivo das organizações

contemporâneas são seus recursos humanos.

Assim, uma maneira para se obter melhores resultados é gerar um

círculo de motivação a partir do estímulo da capacidade de criação e

superação, que permite ao indivíduo sentir-se mais gratificado, uma vez que o

investimento em recursos humanos, tecnologias, informações e na valorização

de uma cultura aberta às mudanças, torna a escola forte e dificilmente a leva a

dificuldades.

Para o sucesso da organização, considera-se relevante que a gestão

da escola busque a participação de todos e em diferentes cargos

(coordenadores, professores, técnico-administrativos, serviços gerais) para

uma melhor implantação dos objetivos almejados e um comprometimento

maior.

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26 Assim, é necessário que a organização escolar possua uma gestão

participativa, pois a principal alternativa para que a escola se transforme em

um ambiente de crescimento contínuo e integrado é a participação e o

comprometimento de toda equipe.

Para LÜCK (ET al. 2002, p. 15) “o conceito de gestão participativa

envolve, além dos professores e outros funcionários, os pais, os alunos e

qualquer representante da comunidade que esteja interessado na escola e na

melhoria do processo pedagógico”. Ou seja, trata-se do envolvimento de

pessoas interessadas nas questões da escola, no seu processo de tomada de

decisões.

Para LIBÂNEO (2001, p. 326) “não basta à tomada de decisões, mas é

preciso que elas sejam postas em prática para prover as melhores condições

de viabilização do processo de ensino/aprendizagem”.

As atividades escolares devem ser produtos da reflexão do coletivo da

escola, pois o planejamento dessas atividades é indispensável para que a

escola consiga desempenhar bem o seu papel. Pois, “isoladamente, ainda que

haja competência e comprometimento, os resultados do trabalho educacional

são quase sempre insignificantes”. Conforme BORGES (2004, In: ANDRADE,

2004, p. 42).

A partir dessa reflexão surgirão os caminhos a serem seguidos na

ação educacional, concretizados na forma de proposta pedagógica, planos de

curso e no plano de gestão escolar.

As diretrizes organizacionais como missão, visão e objetivos devem ser

definidos e elaborados pela equipe escolar, a partir da análise estratégica,

mostrando que o planejamento, se bem aplicado, pode tornar a gestão da

escola mais competitiva, atuando como um instrumento de comunicação, de

acompanhamento e principalmente de aperfeiçoamento do aprendizado na

organização.

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27Para Glatter (1992) a gestão de mudanças na escola é uma atividade

necessária e complexa que requer conhecimentos, habilidades e

competências, pois a gestão eficaz é uma característica das melhores escolas.

Nesse sentido, como as mudanças são constantes e aceleradas, o

gestor deve se preparar para possuir a capacidade técnica de planejar, com

uma visão clara, como diferenciar a sua instituição de seus concorrentes,

evitando ser facilmente suprimido por eles.

Santos (2002, p. 41) diz que os gestores escolares possuem várias e

importantes funções dentro da escola, atribuições estas que nem sempre são

realizadas com satisfação. No entanto, pode-se reverter este quadro com as

seguintes ações:

1. Efetivando a gestão participativa envolvendo todos os profissionais da

escola no planejamento das atividades nos aspectos administrativos,

pedagógicos, políticos e éticos;

2. Solucionando a insatisfação dos profissionais devido à sensação de

impotência e inutilidade diante do fracasso da escola em educar as novas

gerações;

3. Conscientizando todos de que somente a prática participativa e

democrática pode provocar mudanças significativas e benéficas para a escola.

São varias as responsabilidades do gestor escolar, pois ele é responde

pelas questões pedagógicas, financeiras e administrativas e precisa coordenar

e controlar todos os setores do ambiente escolar, compreendendo sua

atribuição como gestor, motivador e agente que transforma. Sendo assim, o

gestor, na sua figura de líder, deve despertar o potencial de cada componente

da instituição, transformando a escola num ambiente de trabalho contínuo,

onde todos cooperam, aprendem e ensinam o tempo todo.

Conforme Andrade (2004 p. 13) para organizar melhor o seu trabalho e

a escola o gestor e a sua equipe poderão começar classificando as questões

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28mais desafiadoras da eficácia do processo de mudança rumo ao crescimento

organizacional. É importante que os desafios classificados estejam definidos

“no projeto pedagógico, que é a chave da gestão escolar”.

É importante que esses desafios sejam periodicamente revistos,

avaliando-se em qual questão a atuação da gestão da escola tem sido mais ou

menos expressiva, fazendo uma autocorreção e buscando novas propostas,

junto à comunidade escolar, para rever as ações quando necessário.

É dever do gestor escolar, organizar reuniões com os demais

profissionais, para que todos possam sugerir novas ideias de como melhorar o

acesso, a socialização e a produção do conhecimento entre os profissionais e

os alunos da escola, colocando o conhecimento, como o centro da atividade

pedagógica.

Assim, pretende-se, desenvolver ao máximo o potencial dos

profissionais da escola e promover diálogos abertos com os interessados,

dando ciência de todas as propostas de ações, qualificando-os para a tomada

de decisões e para a geração de conhecimento mais elaborado.

2.4 - Inovando a Gestão Escolar

As mudanças necessárias, visando à eficácia da educação na

sociedade atual, implicam numa nova organização da escola, no que se refere

à melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem, das estruturas físicas e

dos equipamentos, uma vez que “as organizações são sempre focos de

mudanças pela utilização de tecnologia ou pelas transformações impostas pela

sociedade”. (SANTOS, 2002, p. 29).

Deste modo, a escola deve oferecer uma estrutura com espaços

diversificados para facilitar a aprendizagem, como bibliotecas com acervos

atualizados, laboratórios de informática com acesso à Internet, entre outros.

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29Porém, “as novas tecnologias colocam desafios organizacionais na escola [...]

Essas mudanças não são fáceis”. (DOWBOR, 2001, p. 53).

Entretanto, as escolas, mesmo as que tenham carência de recursos

financeiros, precisam inovar, utilizando as tecnologias possíveis. Segundo

MORAN (2003) as escolas para se tornarem inovadoras precisam incluir as

novas tecnologias e utilizá-las nas atividades pedagógicas e administrativas,

garantindo o acesso à informação a toda a comunidade escolar.

No entanto, o gestor após adquirir computadores, softwares e Internet

deve informatizar a instituição, integrando todas as informações da escola em

bancos de dados, possibilitando registrar e atualizar instantaneamente a sua

documentação para facilitar as tarefas administrativas da organização.

Para que isso aconteça, o gestor precisa investir em seu domínio

técnico e dos demais profissionais da escola, ou seja, capacitá-los para a

utilização consciente e de forma prática dos computadores conectados à

Internet e, ainda, incentivar os professores a adquirirem domínio pedagógico,

para articular as tecnologias com o processo de ensino aprendizagem.

A inserção das novas tecnologias na gestão escolar é fundamental,

uma vez que “hoje é necessário que cada escola mostre sua cara para a

sociedade, que diga o que está fazendo, os projetos que desenvolve a filosofia

pedagógica que segue as atribuições e responsabilidades de cada um dentro

da escola”. (MORAN, 2003, p. 3).

Assim, a participação dos pais e alunos é facilitada, bem como a troca

de informações e experiências com a comunidade e a discussão e tomada de

decisões compartilhadas.

Neste sentido, as escolas estão desenvolvendo homepages e

webmails para o acesso do público interno e externo às informações das

instituições por meio de ambientes virtuais. Deste modo, “devemos abrir a

escola para o mundo que a cerca”. (DOWBOR, 2001, p. 46).

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30Para Dowbor (2001 P. 50), abrir a escola para as novas tecnologias

não é apenas organizar “um laboratório de informática, com o dono da chave

do laboratório, horários estritos de uso, e uma “disciplina” de informática, como

se fosse uma área de estudo”.

O que se pretende é que alunos e professores se familiarizem e

aprendam a trabalhar com as novas tecnologias, através do acesso direto à

informação, extraindo delas informações pertinentes e transformando-as em

conhecimento. Assim sendo, as Tecnologias da Informação e Comunicação

(TIC) são ferramentas valiosas para a educação. A utilização desses recursos

constitui uma maneira de contrapor o insucesso escolar.

Com isso, o conhecimento em informática é uma das novas

competências que devem ser adquiridas e desenvolvidas na escola, já que os

instrumentos tecnológicos motivam o aprendizado e, além disso, avaliam o que

se aprende e ajudam a fazer novas descobertas.

2.5 - Um Novo Papel do Diretor na Gestão Democrática

Na gestão democrática, existem alguns mecanismos de participação

que são fundamentais para a sua efetivação. É fundamental que a escola

possa, pela sua função social, ser um espaço de sociabilidade e socialização

do conhecimento e também de inserção dos sujeitos nas relações sociais.

Necessário se faz que se tenha claro que o fato da Gestão

Democrática pressupor participação não significa que a mesma irá resolver os

problemas do Estabelecimento de Ensino. Neste sentido é colocado por

Gadotti (2004), que não podemos pensar que a gestão democrática resolverá

todos os problemas de Ensino ou da Educação:

Mas a sua implementação é, hoje, uma exigência da

própria sociedade que a enxerga como um dos possíveis

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31caminhos para a democratização do poder na escola e

na própria sociedade (GADOTTI, 2004, p. 92).

Ainda para este mesmo autor:

Outro aspecto que merece destaque neste trabalho é o

fato de que a atual prática gestionária as escolas acaba

exigindo dos diretores uma dedicação maior, e às vezes

plena, às questões administrativas, obrigando-os a tornar

secundário o aspecto mais importante de sua atuação,

ou seja, a sua responsabilidade em relação a questões

pedagógicas e propriamente educativas, que se reportam

à sociedade como um todo, e, especificamente à sua

comunidade escolar (Idem, p. 92).

Discutir sobre a democratização nos leva a uma reflexão sobre os

canais efetivos de participação nas relações de poder existentes no cotidiano

escolar.

Ao falarmos sobre relação de poder, temos que abordar a autoridade

no interior da escola, no sentido de que a mesma seja um mecanismo para

possibilitar o funcionamento e a autonomia da escola. Em relação a isso,

temos a seguinte abordagem de Paro:

Mas, se a transformação da autoridade no interior da

escola for entendida como uma quimera, se a

participação efetiva das camadas trabalhadoras nos

destinos da educação escolar for uma utopia no sentido

apenas de sonho irrealizável, e não no sentido que

falando de escola como algo que possa contribuir para a

transformação social e, definitivamente, devemos deixar

cair às máscaras e as ilusões com relação à escola que

aí está e partir para outras soluções, ou então cruzar os

braços e esperar passivamente que os grupos

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32dominantes, por meio de suas “reformas” e

"acomodações” de interesses, continuem nos fazendo

engolir as soluções paliativas dos que os mantêm

permanentemente no poder (PARO, 2005, p. 14).

É imprescindível abordarmos os espaços de ação colegiada no Projeto

Político Pedagógico (APMF, Conselho Escolar, Conselho de Classe e Grêmio

Estudantil), como um mecanismo que pode fazer a diferença. Assim, às tarefas

do dirigente escolar deve ser de implementação das propostas do Projeto

Político Pedagógico da qual ele e sua comunidade escolar também faz parte.

Nesta visão, para os que se propõem assumir a direção escolar,

devem desenvolver um conjunto de competências, tais como apoiar as equipes

de trabalhos, manter bom relacionamento com as pessoas envolvidas direta e

indiretamente no processo escolar, incentivar a formação continuada e

administrar os recursos físicos, materiais e patrimoniais.

Ou seja, o diretor deve dirigir, coordenar e assumir no grupo o

compromisso para que a escola funcione no trabalho conjunto, numa

construção coletiva. Portanto, é fundamental que se tenha clareza em relação

á participação:

[...] No âmbito da unidade escolar, esta constatação

aponta para a necessidade da comunidade participar

efetivamente da gestão da escola de modo a que esta

ganhe autonomia [...]. Não basta, entretanto, ter presente

a necessidade de participação da população na escola.

É preciso verificar em que condições essa participação

pode tornar-se realidade (PARO, 2005, p.40).

A gestão escolar não se reduz apenas à dimensão técnica, mas

também como ato político, pois implica em tomada de decisões dos envolvidos

(pais, alunos, professores, funcionários).

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33 A gestão democrática presume uma construção coletiva que

pressupõe discussão e participação nas tomadas de decisões, nas formas de

organização e gestão, mecanismos de distribuição de poder, etc.

Cabe ao gestor possibilitar abertura para participação assim como

cabe aos envolvidos uma participação mais efetiva. É preciso que na

organização do trabalho se busque pela autonomia, isto é, que a escola

construa o seu próprio Projeto Político Pedagógico que se tenha abertura, um

canal de participação, que exista a transparência administrativa, a

democratização das informações e que seja feita avaliação permanente do

desempenho escolar.

Necessário se faz novas formas de organização e efetivação das

ações. Que sejam cultivadas relações que valorizem normas de convivência,

que sejam respeitados limites individuais e coletivos que a escola seja uma

construção dinâmica pautada num trabalho coletivo primando pela função

social, tendo o diretor como articulador, mediador e facilitador neste processo,

pois, em relação ao sistema hierárquico e a relação de poder, conforme

colocado por Paro, é:

“O que nós temos hoje é um sistema hierárquico que

pretensamente coloca todo o poder nas mãos do diretor.

Não é possível falar das estratégias para se transformar

o sistema de autoridade no interior da escola, em direção

a uma efetiva participação de seus diversos setores, sem

levar em conta a dupla contradição que vive o diretor da

escola hoje.

Esse diretor, por um lado, é considerado a autoridade

máxima no interior da escola, e isso, pretensamente, lhe

daria um grande poder e autonomia; mas, por outro lado,

ele acaba se constituindo, de fato, em virtude de sua

condição de responsável último pelo cumprimento da Lei

e da Ordem na escola, em mero preposto do Estado.

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34Esta é a primeira contradição. A segunda advém do fato

de que, por um lado, ele deve deter uma competência

técnica e um conhecimento dos princípios e métodos

necessários a uma moderna e adequada administração

dos recursos da escola, mas, por outro lado, sua falta de

autonomia em relação aos escalões superiores e a

precariedade das condições concretas em que se

desenvolvem as atividades no interior da escola tornam

uma quimera a utilização dos belos métodos e técnicas

adquiridas [...]. (PARO, 2005. p.11).

Assim, o papel e a atuação do Gestor no contexto educacional é

contraditório e difícil. Além das determinações do Estado, que deve cumprir

como responsável pela instituição deve ter competência técnica, o que nem

sempre é garantido na sua formação.

Mas uma coisa é certa, o Gestor deve ser o mediador para que na

soma dos esforços, possa, com a comunidade, implantar e desenvolver

práticas e ações compartilhadas, que contribuam para as decisões coletivas

que fortaleçam a participação efetiva da comunidade. Somente assim,

poderemos efetivar a sonhada e utópica gestão escolar democrática.

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35

CAPÍTULO III

AS MUDANÇAS PARADIGMÁTICAS

Em KUHN (1978 p. 219) diz assim:

“Paradigma é aquilo que os membros de uma comunidade partilham e,

inversamente, uma comunidade científica consiste em homens que partilham

um paradigma”.

3. 1 - Conceito de Paradigma

Em grego paradigma, significa exemplo modelo ou padrão a ser

seguido. Na Filosofia platônica, era o mundo das ideias, protótipo do mundo

sensível em que vivemos.

Foi o físico americano Thomas Kuhn, que mais contribuiu com a

filosofia da ciência, propondo uma ideia que, ao invés de explicar, descreve a

evolução do desenvolvimento científico, para ele a ciência só se estrutura

quando se adota um paradigma, ou seja, quando se adota uma maneira de

resolver os problemas envolvidos na ciência em questão, ou em outros setores

como no comércio, na política ou na educação.

Quando falamos em paradigmas, estamos nos referindo a um modelo,

a um padrão, a uma descrição que nos oriente e nos faça compreender algum

fato explícito. O paradigma é um norteador de um caminho é um modelo ou

padrão aceito por determinada comunidade ou não.

Sendo assim, podemos conceituar paradigma como o sentido de

indicar uma série de valores, crenças, procedimentos e técnicas partilhadas

por uma comunidade específica e que num conceito mais abrangente pode

significar um tipo de elemento desse conjunto, isto é, as soluções efetivadas

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36para que determinadas situações possam substituir algumas regras como base

para a solução dos demais problemas da ciência normal.

3. 2 - A Força de um Paradigma

A força de um paradigma reside justamente neste consenso, na força

desta comunidade científica, em determinada época. Para a passagem de um

paradigma para outro, ocorre uma crise. Enquanto a “ciência normal” continua

em suas pesquisas dentro do antigo paradigma, certas anomalias podem ser

até ignoradas, pois, elas vão de encontro às regras anteriormente

estabelecidas. Assim a ciência “normal”, é ao mesmo tempo um obstáculo, e

uma garantia de precisão para um novo paradigma emergente. A crise é uma

pré-condição necessária para o aparecimento de novas teorias. A partir do

estabelecimento da crise há que se repensar sobre um novo paradigma que

reoriente o quadro apresentado.

Um paradigma apresenta-se como superado quando um outro

alternativo e mais satisfatório torna-se disponível, assimilando as lacunas e as

anomalias em fatos esperados. O que geralmente acontece é que os fatos

novos, a princípio, não são tão valorizados como os antigos; sua força está

justamente na operacionalização de seus objetivos. Em educação, é muito

comum aceitarmos determinadas mudanças no seu contexto pedagógico e no

seu currículo, sem refletirmos sobre as repercussões dessas mudanças face

aos paradigmas já existentes.

Na concepção de Kuhn, tanto nos períodos pré paradigmáticos como

durante as crises, os cientistas desenvolvem teorias especulativas e

desarticuladas que nos direcionam para novas descobertas. Kuhn acredita que

somente depois da articulação da experiência vivida com a teoria experimental

e com a ratificação do que foi experimentado como novo, é que teremos a

passagem para um novo paradigma. Para o autor, um acúmulo de anomalias e

conflitos entre fenômenos observados e a matriz inicial, pode provocar não

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37apenas um remanejamento de alguns pontos do paradigma, mas até mesmo a

substituição dessa matriz inicial. Esse processo, chamado por Kuhn de

“revolução científica” é caracterizado por uma consciência inicial de que

existem anomalias e, pela mudança consequente das categorias de linguagem

e das normas disciplinares, acompanhada pela modificação da estrutura da

percepção.

A noção de paradigma permite identificar como, junto ao

desenvolvimento científico “normal” de caráter acumulativo, ocorre outra

modalidade não acumulativa, que é aquela revolução científica já aludida. Esta

“ciência revolucionária” caracterizada pelo surgimento de um novo paradigma,

que tem origem nas descobertas que não podem mais acomodar-se nos

paradigmas já existentes, obriga a alterar o modo como se pensa e se

descreve uma série de fenômenos naturais.

Toda a mudança de paradigma é, no fundo, uma questão de valores,

que parte de determinados critérios externos à ciência normal. Kuhn (1978 p.

230) acredita que embora “os valores sejam amplamente compartilhados pelos

cientistas e este compromisso seja ao mesmo tempo profundo e constitutivo da

ciência, algumas vezes a aplicação dos valores é consideravelmente afetada

pelos traços da personalidade individual e pela biografia que diferencia os

membros do grupo”.

A proposta nesta reflexão é tentar pensar a questão dos paradigmas já

existentes na educação e tentar vislumbrar que novos paradigmas advirão

nesse cenário, uma vez que temos novos dados e novos conteúdos na

experiência de nossa realidade. De acordo com os postulados de Kuhn,

pretendemos analisar esta mudança quando novos valores ocorrem no

contexto de nossa sociedade.

Estamos vivendo a época da modernidade (ou da pós modernidade

para outros) e devemos refletir sobre os paradigmas construídos ao longo da

história da nossa cultura e da nossa civilização e verificar até que ponto eles

atendem, hoje, ao que se discute como um processo educacional. Com isto, ao

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38propor novos paradigmas, não estamos abandonando a história da educação,

seus fatos e suas tendências. Estamos querendo buscar, dialeticamente, a

compreensão desses fatos e tendências a partir dos novos modelos políticos,

sociais, econômicos e culturais que se impõem na nossa realidade.

3.3 - A Evolução da Gestão Educacional, a Partir de Mudanças

Paradigmáticas

De acordo com VALÉRIEN, “O diretor é cada vez mais obrigado a

levar em consideração a evolução da ideia de democracia, que conduz o

conjunto de professores, e mesmo os agentes locais, à maior participação, à

maior implicação nas tomadas de decisão”.

A dinâmica intensa da realidade e seus movimentos fazem com que

os fatos e fenômenos mudem de significado ao longo do tempo; as mudanças

de paradigmas que ocorrem na sociedade exigem uma mudança de paradigma

no âmbito educacional, surge então á mudança do paradigma de

ADMINISTRAÇÃO para GESTÃO, dentro dos sistemas de ensino. A gestão

não nega a administração, mas vai além dos seus antigos fundamentos para

orientar o trabalho do dirigente educacional com essa nova dimensão.

A Administração, tanto a organização, como as pessoas que nela

atuam, são consideradas como componentes de uma máquina manejada e

controlada de fora para dento; processo racional de organização, em que as

influências são estabelecidas de fora para dentro das unidades de ação, bem

como o emprego de pessoas e de recursos, de forma racional e mercantilista,

para que os objetivos organizacionais sejam realizados.

A Gestão é caracterizada pelo reconhecimento da importância da

participação consciente e esclarecida das pessoas nas decisões sobre a

orientação e planejamento do seu trabalho; está ligada ao fortalecimento da

democratização do processo pedagógico, à participação responsável e ao

compromisso coletivo; abrange a dinâmica do trabalho como prática social que

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39passa a ser o enfoque orientador da ação diretiva executada na organização

de ensino.

A gestão não é substantivo de administração, a gestão educacional

surge em substituição à administração educacional representando não apenas

novas ideias, mas um novo paradigma, que busca estabelecer uma orientação

transformadora, de forma dialética, no contexto interno e externo da instituição.

A gestão não se propõe a depreciar a administração, mas sim a superar as

suas limitações de enfoque dicotomizado. A gestão educacional está

associada à dimensão política e social da educação, à sua ação para

transformação, globalização, participação, praxis, cidadania etc.

3.4 - Paralelo entre o Antigo e o Novo Modelo Educacional

Administração Educacional Gestão Educacional

Autoritarismo Democracia

Quantidade Qualidade

Sistema Estático Sistema Dinâmico

Controle Responsabilidade

Fragmentação Globalização

Individualismo Coletividade

Protecionismo Estímulo

Centralização Autonomia

Técnica Habilidades

Epsódico Contínuo

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Fechamento Dialética

Dicotomia Interação

Podemos afirmar que o mais importante que mudar o termo é mudar a

concepção subjacente ao rótulo utilizado; é necessário que a nova forma de

representação denote originalidade e efetiva atuação, mas sem negar ou

menosprezar a anterior, pois uma nova ótica é sempre desenvolvida para

superar a anterior, mantendo por base os seus princípios, para determinar o

processo de evolução.

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CONCLUSÃO

Neste estudo foi possível compreender que a uma comunidade

escolar precisa se empenhar para elevar o nível intelectual da escola, por meio

da gestão participativa e pela inovação do ambiente escolar em todos os

aspectos. Para isso, o gestor que exerce importantes atribuições deve gerar

um clima de transformação de atitudes e estimular os integrantes da

organização escolar para o seguirem em direção a uma escola reflexiva.

Para tanto, investir em práticas de gestão participativa, em

técnicas motivacionais e reestruturação da instituição torna-se um caminho

eficaz para a concretização da educação na sociedade contemporânea.

Compreendeu-se, também, a importância da inserção das novas

tecnologias na gestão da escola para informatizar a instituição e divulgar a

escola para o mundo, através do ambiente virtual, tornando-a mais

competitiva. Dessa forma, se o computador não estiver disponível na escola, é

necessário o esforço conjunto da equipe escolar para consegui-lo, com o

objetivo de promover a inclusão digital.

Entretanto, inserir as tecnologias na escola não é suficiente para

que aconteçam transformações nas práticas pedagógicas. É necessário que a

escola ofereça aos seus professores, capacitações para a utilização

consciente dessa ferramenta hoje fundamental, visando facilitar o processo de

ensino e aprendizagem, para que os mesmos saibam trabalhar com as mesma

extraindo delas todas as informações possíveis.

No entanto, os professores também devem repensar a sua prática,

acrescentando em seu planejamento o uso das novas tecnologias, visando

desenvolver em seu alunado habilidades e competências, aprofundando a

visão que se tem sobre as tecnologias, sobre sua função no cotidiano e sobre

a importância do seu uso consciente, através do conhecimento.

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44 SECO, Ana Paula; ANANIAS, Mauricéia e FONSECA, Sonia Maria. Antecedentes da administração escolar até a república (1930), In: Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n. especial, p.54–101, ago. 2006 - ISSN: 1676-2584. Disponível em: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/rev22e.html. Acesso: 11 jan. 2011. VALÉRIEN, Jean. Gestão da Escola Fundamental: subsídios para análise e sugestões de aperfeiçoamento. 2 ed. São Paulo: Cortez; Brasília: Unesco – Mec, 1993.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO........................................................................................02

AGRADECIMENTO............................................................... .........................03

DEDICATÓRIA ..................................... ........................................................04

RESUMO .......................................................................................................05

METODOLOGIA ....................................................................................... ....06

SUMÁRIO ......................................................................................................07

INTRODUÇÃO .......................................................................................... ....08

CAPÍTULO I

HISTÓRICO DO ADMINISTRADOR ESCOLAR.............................................10

1.1 – Conhecendo o Passado Para Entender o Presente ...............10

CAPÍTULO II

OS DESAFIOS DO GESTOR DEMOCRÁTICO ..............................................21

2.1 – Gestão Escolar Democrática......................................................21

2.2 – Mudanças de Atitudes das Pessoas...........................................22

2.3 – Implantando Mudança no Processo Escolar ..............................24

2.4 – Inovando a Gestão Escolar ....................................................... 28

2.5 – Um Novo Papel do Diretor na Gestão Democrática .................. 30

CAPÍTULO III

AS MUDANÇAS PARADIGMÁTICAS ........................................................... 35

3.1 – Conceitos de Paradigma ........................................................... 35

3.2 – A Força de um Paradigma ........................................................ 36

3.3 – A Evolução de Gestão Educacional, a partir de Mudanças

Paradigmáticas ............................................................................................... 38

3.4 – Paralelo entre o Antigo e o Novo Modelo Educacional ............. 39

CONCLUSÃO ................................................................................................. 41

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 42

ÍNDICE .............................................................................................................45

FOLHA DE AVALIAÇÃO ................................................................................. 46

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Curso: ADMINISTRAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR

Nível: PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

Título da Monografia: OS DESAFIOS DO GESTOR ESCOLAR

Autor: SIDERLY ALMEIDA DA SILVA

Orientadora: MARY SUE PEREIRA

Data da entrega: 07/01/2011

Avaliado por: Conceito: