UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · os ângulos possíveis para verificar...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
QUAIS AS METAS DE UM EDUCADOR?
Por: Denise Maria de Oliveira
Orientador
Prof. Ana Cristina Guimarães
Rio de Janeiro
2004
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
QUAIS AS METAS DE UM EDUCADOR?
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Administração Escolar.
Por: Denise Maria de Oliveira
AGRADECIMENTOS
... aos meus filhos Fernanda e Fábio pela
compreensão, companheirismo e amor ao
longo desses anos.
DEDICATÓRIA
... dedica-se a Leonor Martins, minha amiga e
colaboradora, pelo aperfeiçoamento desta
monografia e a Márcia Barra pelo incentivo
para realização dessa pós-graduação.
“ O professor medíocre diz; o bom professor explica; o professor superior demonstra; o
grande professor inspira”. William Ward
RESUMO
As mudanças que ocorrem no mundo e o acesso à informação podem
ser considerados como grandes elementos que geram profundas
transformações na sociedade, tornando necessária a adequação do sistema
educacional a essa nova realidade. Essas mudanças geram novos desafios
que estão centrados na relação professor-aluno.
Já que a função primordial da educação é tentar conscientizar o
indivíduo a respeito dos limites do seu espaço de atuação no grupo social, de
modo a torná-lo um ser dotado de sociabilidade e ética, é preciso construir uma
base sólida para garantir que o ato de ensinar e o processo de apreender
sejam inovados, criativos, dinâmicos e principalmente, eficazes. Para isso, o
educador deve ter um olhar direcionado para o futuro e dedicar-se sempre a
seu aperfeiçoamento; deve estar atento às constantes mudanças no mundo e
adequar-se a elas; é essencial ser criativo, arrojado, atuante e muito
disciplinado. Não é suficiente ter idéia e proposta, é necessário expandi-las e
realizá-las. O educador não tem uma atuação qualquer, ele realiza uma
atividade que dá sentido à existência humana, portanto ele deve dar ênfase ao
resultado que seus alunos apresentam e contribuir de maneira inteligente o
para que seus alunos posam desenvolver suas potencialidades.
Neste contexto, surgem questões racionalmente definidas que fazem
parte do universo do educador preocupado com a prática educacional voltada
para a transformação. Nesta reflexão, discutiu-se caminhos para o
desenvolvimento de um trabalho que leve o educando a observar, refletir,
perceber, descobrir, interagir e processar o conhecimento.
METODOLOGIA
A partir do texto “Qual a missão do professor?“ de Marcos Aurélio Ferreira
Vianna (anexo 1), surgiu a idéia para desenvolver esta monografia com o
intuito de buscar novos métodos de ensino e explorar da melhor forma possível
as novas abordagens educacionais.
Durante a preparação para redigir o trabalho, foi feito um levantamento
de dados sobre o tema relacionado ao universo da educação. Para a obtenção
desses dados, foi feito um questionamento a educadores, professores que
trabalham com uma “clientela” heterogênea e houve a oportunidade de trocar
experiências e ampliar as informações. Pesquisou-se em bibliotecas, livros,
revistas específicas e artigos sobre o assunto. Algumas vezes a internet foi
acessada (em fontes confiáveis) textos, comentários e reflexões pertinentes ao
tema.
Tendo em mãos essa informações, delimitou-se o tema. Assim através
dessa pesquisa cuidadosa e uma certa vivência em sala de aula, chegou-se
aos tópicos que foram organizados e estruturados. Concluído o processo de
planejamento, deu-se início à concepção e à execução dos capítulos que foram
várias vezes refeitos até surgiu desenvolver um texto com idéias objetivas e
com fundamento.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................... 9
CAPÍTULO I - Educador Reflexivo .................... 10 CAPÍTULO I - Tarefa Complexa........................... 11
CONCLUSÃO ..................................................... 32 ANEXOS.............................................................. 33 REFERÊNCIA ..................................................... 41 ÍNDICE................................................................ 43 FOLHA DE AVALIAÇÃO ................................... 44
INTRODUÇÃO
A influência das novas tecnologias no mercado de trabalho se faz sentir,
de forma marcante, no contexto educacional, alterando o modo de ensinar,
aprender e avaliar.
A proposta do capítulo I “Educador Reflexivo” é mostrar que o novo
educador deve estar consciente de uma série de mudanças, dentre elas as
conseqüências da globalização que modifica o cotidiano das pessoas. Assim,
será possível somar valores e experiências modernas, para enriquecer e
melhorar a qualidade das relações professor-aluno, sem a anulação do
processo educacional tradicional.
O capítulo II “Tarefa Complexa” aborda a mudança de conceitos em
relação ao processo ensino-aprendizagem, verificando-se que nos últimos
anos, deslocou-se o foco do “como se ensina” para a compreensão e a
descrição do “como aprender”. Nessa mudança de dinâmica, é preciso um
novo olhar para uma das questões mais cruciais em educação – a avaliação –
que não pode ser mais vista como algo que se realiza após a suposta
aprendizagem.
Para realizar de modo eficaz um abrangente processo de avaliação,
muitos cuidados são necessários. Em primeiro lugar, é preciso que o professor
saiba com clareza o que espera do aluno nos diferentes momentos da
aprendizagem e quais são os objetivos educacionais que almeja e a partir
destes últimos, nortear a avaliação a ser proposta.
O grande desafio para quem leciona é estar atento para os conteúdos a
serem avaliados e para os diferentes instrumentos e técnicas que podem
utilizar em sua avaliação.
CAPÍTULO I Educador Reflexivo
“Se continuarmos a fazer o que sempre fizemos, continuaremos a obter os resultados que
sempre obtivemos”.
Seldon Witaker
EDUCADOR REFLEXIVO
A educação consiste em conduzir a pessoa para seu pleno
desenvolvimento como ser, em preparar o indivíduo para a vida adulta, visando
a sua realização futura. Segundo Piaget, “o principal objetivo da educação e
criar homens capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que
outras gerações fizeram – homens criativos, inventivos e descobridores”.
( 1973, p.49 )
Para enfrentar o desafio dessa revolução educacional, é preciso que
haja uma transformação também no orientador desse processo – o educador.
Para aceitar esse desafio, segundo Manoel Severo de Freitas, doutor e
coordenador do curso de mestrado em Educação da Universidade do Acre, é
preciso que o educador tenha planos, propostas para interferir na realidade
educacional.
E qual deve ser o papel do educador nesse momento de mudança? Em
primeiro lugar, adquirir as competências fundamentais para desenvolver sua
capacidade profissional. É essencial também ter coragem, sensibilidade e
inteligência. Segundo Isabel Alarcão, doutora em Educação em seu artigo
intitulado “ Refletir na prática” – “ o questionamento deve ser a base do
trabalho de todos os professores.O professor reflexivo é aquele que pensa no
que faz, que é comprometido com a profissão e se sente autônomo, capaz de
tomar decisões e ter opiniões.” ( anexo 2 )
Portanto o educador comprometido com o ensino-aprendizado deve
envolver seus alunos, motivá-los, questioná-los, levá-los a reflexão para que
possam construir o conhecimento. Cabe também ao professor atento buscar
caminhos, estratégias para desenvolver as tarefas propostas num “tom” mais
agradável e assim facilitar o entendimento e alcançar o aprendizado. Além
disso, para despertar o potencial de cada educando, o professor deverá levar
em consideração os conhecimentos práticos e a vivência de seus alunos.
1.1 - O Novo Professor
Nesta perspectiva educacional, portanto, cabe ao professor através de
sua intervenção pedagógica propiciar situações significativas de aprendizagem,
em que o saber previamente construído pelo aluno na escola ou em seu
cotidiano familiar e social seja resgatado e reelaborado, contextualizando-se o
conhecimento formal.
1.2 – Educador & Família
Vive-se numa época de crises de valores. Neste mundo globalizado,
que tudo se transforma tão rapidamente, não se valoriza a transmissão da
educação moral e da disciplina para os jovens, assim, é comum ouvir que os
jovens estão à deriva.
Mas o enfretamento dessa crise só será possível, quando se der aos
jovens elementos que contribuam para a sua formação moral. Em primeiro
plano, a família é a base para a construção dessa identidade moral, ela deve
proporcionar um espaço para o diálogo, criando um elo com o jovem e fazendo
com que ele reflita e discuta sobre os valores e assim, capacitá-lo para agir de
forma independente. Segundo o artigo de Tânia Zagury (anexo 3) publicado no
jornal “O Dia“, ela afirma que a formação ética e moral da criança é
responsabilidade da família e da escola.
O educador de hoje, movido pelo compromisso pedagógico de
formação total do educando, conhece os problemas vividos pelos jovens em
relação à família e tem consciência de que esses jovens criados sem o apoio
moral e a atenção dos pais não aprendem e não introjetam valores, pois não
tiveram oportunidade para isso. Esse vazio de valores leva, muitas vezes, “ ao
isolamento”. Assim, o jovem se refugia em seu quarto, que é montado para
atender as suas “necessidades” materiais ( sem usar, praticamente, o resto da
casa). A atitude indiferente da família em relação à identidade moral do jovem,
leva ao distanciamento cada vez maior entre pais e filhos, além de não
fortalecer os laços de amor e o bom convívio social.
1.3 – Educador & Educando
Os educadores sempre levam em conta que educar não se resume a
dar conselhos, nem a mostrar o caminho para os educandos; educar é levar o
jovem a construir a consciência intelectual, isto é, levá-lo a interagir com o meio
cultural em que vive, intermediado pelos seus educadores, sejam eles pais ou
professores. Para isso é necessário o desenvolvimento de suas
potencialidades e de sua inteligência para torná-lo capaz de exercitar a reflexão
e prepará-lo para exercer seu papel na sociedade.
Segundo a educadora portuguesa Isabel Alarcão (anexo 2) cabe ao
professor favorecer a expressão do pensamento e do diálogo, levando o
educando a alargar as suas possibilidades e a construir sua autonomia no
pensar e no agir. Na relação professor-aluno, a função do educador é despertar
no educando a curiosidade, já que ela será a motivação para a busca da
construção do conhecimento. Além de descobrir o caminho para atingir o que
se pretende, o professor age como um orientador. Sempre buscando respostas
para seus questionamentos de acordo com os diferentes grupos de alunos
envolvidos no processo der aquisição do conhecimento.
“ Tempos de mudança, mas sempre lembrando que quando muda um paradigma tudo volta a zero. É preciso, como mestres, despertar o potencial humano dos alunos para o mundo real ...” ( VIANNA, 2004).
1.4 – Educador & Escola
Toda escola precisa definir seus objetivos e propósitos estabelecer
metas e direcionar as ações que pretende alcançar. Para isso, é preciso
conhecer a realidade tanto social como intelectual dos alunos, “ Inventariar os
valores que explicam e orientam a nossa vida, e a vida na sociedade e que
dimensionam as finalidades da prática humana”. ( LUCKESI , 1993, p.29 ).
Depois de definir a proposta educativa é necessário “ ... questioná-los por todos
os ângulos possíveis para verificar se são significativos e se, de fato, compõem
o sentido que queremos dar à existência” ( Id. p.29 )
É preciso redimensionar o papel da escola atualmente. Para servir a
uma sociedade que não prioriza a educação, a escola virou uma “empresa” que
presta serviço, recebe por isso e deve mostrar resultados convenientes, isto é,
aprovar seus “clientes” mesmo tendo consciência de que, muitas vezes, o
aluno não está apto a cursar a série seguinte. Essa exigência de aprovação do
aluno, que não atingiu satisfatoriamente as metas propostas, desqualifica o
processo ensino-aprendizagem. Nesse contexto, não pode ser imputada ao
professor a responsabilidade por todos os desvio da educação. Cabe a escola
não descuidar de sua tarefa educacional e social que visa a qualidade
satisfatória da instrução pois ela ( instituição ) que testemunha às pessoas o
desempenho e a capacidade intelectual dos educandos, através de certificados
e diplomas escolares. A sociedade procura saber como aquele profissional foi
formado.
Assim sendo, a escola deve repensar e corrigir os erros que vem
cometendo em relação a essa política conivente de não priorizar o seu papel
fundamental.
“Educar não significa estar na sala, de aula, cumprindo horário, tarefas ou memorizando conteúdos. É muito mais do que isso. É dar vida ativa ao processo que fará do educando um ser crítico, livre e com responsabilidade para assumir o próprio conceito de democracia”. ( Freinet, 2003, p. 14)
CAPÍTULO I I
Tarefa Complexa
“O objetivo maior de um professor e despertar em
seus alunos a curiosidade que os estimulem a
explorar e a fazer suas próprias descobertas”.
Manoel Paiva
TAREFA COMPLEXA
Nos tempos atuais, em que a informação circula quase que
simultaneamente ao desenrolar dos fatos, o conceito de aprendizagem já muito
se distancia da idéia de que aprender é receber e reter informações. Muito
mais do que isso, sabe-se que o fato de aprender pressupõe e desenvolve
habilidades de analisar, interpretar e relacionar informações recebidas, levando
o educando a opinar sobre fatos e idéias, e a assumir posições críticas. Nesta
perspectivas, a educação hoje, tem por objetivo central a formação do cidadão
consciente, agente e responsável. Portanto nada substitui as mediações do
professor na tarefa complexa de tornar o ensino-aprendizagem o resultado de
um processo inteligente de descobertas.
A efetiva aprendizagem é mais que a simples reprodução da realidade:
ela resulta da intensa atividade e apreensão e organização de aspectos dessa
realidade e de integração de novos conhecimentos aos já adquiridos. Essa
tarefa complexa propicia ao aluno a construção de seus conhecimentos e o
desenvolvimento de habilidades que o levam a ampliar sua capacidade de
aprendizagem e exercer a cidadania. Enfim, cabe ao professor proporcionar
aos alunos situações que favoreçam a aprendizagem a partir de
conhecimentos já adquiridos e em que a presença do outro os estimulem a
desenvolver idéias e opiniões pessoais. Segundo Piaget ” um dos objetivos da
educação é formar mentes que possam verificar e não aceitar tudo o que é
oferecido”.(1973,p.49)
O indivíduo tem que estar apto a resistir individualmente, a criticar, a
distinguir o que está provado do que não está.
Os muitos e embaraçosos questionamentos que se apresentam ao
professor na classe, podem ser ao primeiro exame, segundo MALBA TAHAN
(1965) desdobrados em perguntas fundamentais;
• A quem ensinar?
• O que ensinar?
• Como ensinar?
• Para que ensinar?
• Como avaliar?
• Por que avaliar?
O principal recurso dos professores deve ser a adoção de uma postura
reflexiva, valorizando suas próprias competências ao demonstrar sua
capacidade para observar, inovar e aprender com os outros, com os próprios
alunos e com a experiência.
2.1 - A quem ensinar?
O professor é o mediador da aprendizagem, capaz de possibilitar as
condições necessárias para que os alunos ampliem seus referencias de
mundo, comunicando-se, acessando informações, expressando idéias e
defendendo opiniões. Enfim, atuando como interprete e produtor eficaz das
diferentes idéias que circulam na sociedade.
É fundamental que o professor desenvolva as potencialidades dos
alunos, mas é preciso que eles estejam efetivamente interessados,
participando ativa e dinamicamente dentro do processo de aquisição do saber.
É necessário questionar: Estará a classe em condições normais de
aprendizagem? Tem base suficiente? Está convenientemente motivada? Tem
maturidade? Como orientar os alunos que revelam notória aversão pelo
estudo?
O que se pode concluir é que o ensino não deve depender unicamente
da matéria a ser ensinada, mas deve atender, antes de tudo, ao indivíduo a
quem se pretende ensinar. Para que o aluno se envolva na tarefa, é preciso
que as atividades tenham um nível de complexidade adequado, de acordo com
o nível em que se encontra a turma. Um mesmo assunto deve ser exposto a
uma criança de seis anos de modo diferente a uma de dez e, a esta, ainda de
maneira bem diversos daquela que adotaríamos para o caso de um
adolescente ou a uma classe de jovens e adultos. Estas reflexões alertam para
o fato de que os alunos só aproveitarão ao máximo o tempo destinado aos
estudos se estiverem motivados para aprender.
2.2 - O que ensinar?
Há uma pergunta que todo educador deve se fazer; “ O que eu quero
que o meu aluno domine?” Esse questionamento nasce de uma necessidade
de esclarecer alguns aspectos essenciais que ele deve levar em conta para
alcançar maior sucesso na aprendizagem de seus alunos.
A metodologia não deve ser rígida e os procedimentos podem ser
adaptados, enriquecidos e mesmo modificados de acordo com as
necessidades de cada professor em relação a seus alunos. É fundamental criar
oportunidades para os alunos desenvolverem várias habilidades, entre elas
analisar, comparar, refletir, compreender, relacionar.
O professor pode recorrer a algumas ferramentas para apoiá-lo no
processo educacional, mas só ele poderá diagnosticar as condições dos
educandos, e assim selecionar atividades possíveis e mais adequadas à
realidade de seus alunos.
Deverá o professor omitir certos pontos do programa? Será
interessante ensinar certas noções contidas explicitamente no programa? Pela
natureza da classe, deverá o professor dedicar-se ao desenvolvimento da parte
teórica?
O problema do conteúdo deverá figurar entre os problemas principais
para o professor. O grande mal do ensino é quando o aluno compreende a
explicação do professor, mas a parte assimilada só envolve noções inúteis para
o educando, noções que não vão despertar energias construtivas de interesse
e entusiasmo.
Os assuntos a serem abordados, sempre que possível, deverão criar
situações reais que valorizem o conhecimento próprio do aluno, estimulando-o
a agir reflexivamente e privilegiando a criatividade e a autonomia na busca de
soluções.
O que importa não é ensinar muito, mas ensinar bem, com orientação
adequada, evitando fatos e problemas puramente especulativos.
É importante salientar que o professor deve estimular o aluno a pensar,
a trabalhar, a processar as informações e, ao mesmo tempo, auxiliá-lo a avaliar
seus conhecimentos de acordo com as metas propostas.
Cumpre estimular a criança a interrogar o mundo e a elaborar
experiências para investigá-lo de maneira ordenada, atingindo deste modo
conhecimento mais coerente do mesmo.
2. 3 - Como ensinar?
Os processos de aquisição do conhecimento se dão através de uma
atividade mental construtiva, a partir das capacidades pessoais já construídas
em situações de interação física e social. “Assim, o conhecimento não é visto
como algo situado fora do indivíduo(...). É, antes de mais nada, uma
construção histórica e social, na qual interferem fatores de ordem cultural e
psicológica.” ( MC/SEF, 1997, V1, p. 45/50)
A importância do construtivismo está no fato de que a aquisição de
conhecimento não depende apenas daquilo que o professor transmite nem só
do que o aluno já sabe, mas se forma e transforma pela interação entre ambos
e da relação deles com o mundo. Portanto, o aluno não é passivo e o professor
não constitui o pólo dominante da educação. É por meio da atividade do aluno,
dos colegas com os quais interage e da mediação do professor que é possível
a construção do conhecimento.
Dessa maneira, as situações de aprendizagem atuam como estímulo e
desafios para o desenvolvimento das habilidades de pensamento, tais como:
atenção, memória, abstração, comparação, diferenciação e julgamento.
Entretanto, essas mesmas situações de aprendizagem só podem ser eficazes
se estiverem adequadas aos conteúdos e conceitos já incorporados e ao nível
alcançado de desenvolvimento da criança ou do jovem educando. Neste ponto,
as investigações de Vygotsky traduzem uma contribuição de fundamental
importância. Ele observa que, “com auxilio externo, todas as crianças podem
fazer mais do que o que conseguiriam por si sós – embora apenas dentro dos
limites supostos pelo seu grau de desenvolvimento.” (VYGOTSKY,1979,
p.137). E conclui que ”o único tipo correto de pedagogia é aquele que segue
em avanço relativamente ao desenvolvimento e o guia; deve ter por objetivo
não as funções maduras, mas as funções em vias de maturação.” ( Id.p.138)
Esse reconhecimento de que “instrução deve estar voltada para o futuro
e não para o passado” ( id. p 138), isto é, para as potencialidades que já se
manifestam no educando e que, embora não amadurecidas, respondem
positivamente em situações de interação social, resultam numa conclusão
muito importante para a pedagogia: a aprendizagem e o desenvolvimento do
pensamento se dão na interação social.
Na tentativa de modificar e dinamizar o processo ensino-aprendizagem,
sabendo que o professor é o facilitador dessa tarefa, compete-lhe identificar o
grau adequado de dificuldade a ser proposto nas intervenções pedagógicas,
considerando que o nível de desenvolvimento real do aluno corresponde ao
que ele já pode fazer sozinho e que o nível de desenvolvimento potencial é
determinado pelo que o educando pode aprender interagindo com outras
pessoas.
O professor deve se limitar à preleção visualizada? A classe teria
melhor aproveitamento com o método da redescoberta? Que técnica ou
procedimento didático deverá, afinal o professor adotar?
O professor deve estimular o aluno a pensar por si mesmo, a levantar e
testar suas próprias suposições e a discutir suas idéias. Assim, o aluno terá
oportunidade de reestruturação e ampliar a compreensão dos conceitos e
procedimentos envolvidos nas situações cotidianas.
O importante é levar a criança a enfrentar diretamente realidade e não
as noções já estabelecidas.
As propostas atuais de ensino-aprendizagem pressupõem alunos ativos
na construção do próprio conhecimento, capazes de interpretar, analisar,
discutir, criar e ampliar idéias. O professor deve, no processo de ensino-
aprendizagem, ser:
- consultor: aquele que fornece informações que não estão ao alcance
dos alunos, dá explicações e apresentar materiais diversos;
- mediador; aquele que desencadeia discussões sobre a resposta e
processos de resolução, orienta as reformulações e destaca as soluções
mais apropriadas;
- controlador: aquele que estabelece condições e prazos para a
realização das atividades;
- incentivador: aquele que acompanha passo a passo o processo de
aprendizagem, estimulando continuamente os alunos.
O professor deve estimular a aluno a pensar por si mesmo, a levantar e
testar suas próprias suposições e a discutir suas idéias. (CAVALCANTE,
SOSSO, VIEIRA, et al : 2001, p. 11)
É impossível querer formar uma pessoa racional, se lhe dizermos o que
deve pensar.
2.4 - Para que ensinar?
O ser humano é sempre impulsionado por seus desejos, assim ele
investirá “com garra” na construção de seu ideal para que obtenha o sucesso
tão almejado.
O trabalho (a atividade) que cada indivíduo realiza, será bem-sucedido
dependendo da energia, do cuidado, da dedicação que será dispensado ao
executá-lo. Dedicar-se ao desenvolvimento de um trabalho traz uma grande
satisfação pessoal, pois expressa, de certa maneira, as qualidades de nossa
personalidade.
A voz popular diz que “a vida exige uma entrega total”, e disso, todo
educador tem consciência, já que vivência, em sala de aula, essa afirmação. E
se pergunta: Para que ensinar? Quais os objetivos? Que benefício tirará para
os educandos? Devemos prepará-los unicamente, para as provas oficiais?
Para alguma finalidade imediata? Para a vida? Que tipo de aluno queremos
formar?
Alunos com conhecimentos verbais provavelmente não-utilizáveis na
vida real, ou alunos preparados para raciocinar em qualquer situação, com
espírito crítico e móvel, com objetividade e coerência de pensamento.
A educação consiste em conduzir pessoa para o seu pleno
desenvolvimento como ser, em preparar o indivíduo para a vida, visando a sua
realização futura. O mundo da educação deve ser o universo da emancipação
e da autonomia, em que os alunos passem a pensar e agir por si mesmo,
sendo sujeitos do seu conhecimento.
O objetivo essencial de todo e qualquer ensinamento são a conquista
de uma maior maturidade e uma auto-realização autêntica. Para se atingir essa
proposta, é preciso que o educador e o educando conheçam, valorizem e
utilizem suas potencialidades.
Em completo desacerto agiria o professor que tentasse atuar, diante da
classe, inteiramente alheio aos objetivos do ensino.
O nosso papel é realmente inspirar, iluminar, motivar e instigar.
“É preciso, como mestres, despertar o potencial humano dos alunos para o mundo real, diverso, transformado, mas com muita coisa voltando a zero, e assim pleno de oportunidades”. (Vianna , @aprender Virtual, 2004 )
2.5 - Como avaliar?
É importante ressaltar aqui que o processo avaliatório deve levar em
conta as características ímpares de cada educando, pois nem todos aprendem
ao mesmo tempo, nem todos externam da mesma forma aquilo que
aprenderam e nem todos assimilam o conteúdo mediante a mesma
metodologia de ensino.
Com base nisso, fica óbvio que a experiência do professor é única e
insubstituível.
O ato de avaliar, por sua constituição mesma, não se destina a um
julgamento ”definitivo” sobre alguma coisa, pessoa ou situação, pois que não é
um ato seletivo. A avaliação se destina ao diagnóstico. A avaliação não poderá
ser uma ação mecânica.
“Quando avaliamos as aprendizagens realizadas por nossos alunos, também estamos avaliando, queiramos ou não, o, ensino que ministramos. Em sentido estrito, a avaliação nunca é apenas do ensino ou da aprendizagem, mas também dos processos de ensino e aprendizagem” . (Zabala, 1994, p. 213 )
O professor deve deixar claro aos alunos os objetivos e critérios de
avaliação e correção, auxiliar os alunos a superar as dificuldades apresentadas
e reavaliar a sua prática em função dos resultados. Reintegrar o aluno no
processo de aprendizagem e não se limitar a recuperar apenas notas e
conceitos e sim, abrir espaço para o aluno repensar o conteúdo para descobrir
os próprios erros e reconstruir o conhecimento. Por isso, considero de
fundamental importância que os instrumentos de avaliação sejam não só as
provas, testes, exames orais, mas também as atividades dos alunos, como:
Ü Interesse e participação;
Ü Postura, respeito ao colega e ao professor;
Ü Registro de aula e organização do material;
Ü Realização das tarefas propostas;
Ü Assiduidade e pontualidade na entrega dos trabalhos.
Essas atitudes poderão ser verificadas por meio das observações do
professor e da auto-avaliação do aluno a partir de critérios sugeridos pelo
professor. A auto-avaliação é fundamental para a constituição da autonomia do
aluno, pois por meio dela o aluno amplia seu senso de crítica e autocrítica; e
esta lhe possibilita tomar consciência sobre o que saber, o que ainda precisa
aprender e o que precisa saber fazer melhor.
Um bom planejamento é o primeiro passo para atingir uma avaliação
dentro de parâmetros estabelecidos previamente. O que se pretende que um
aluno assimile, ou aprenda, ao final de um procedimento, depende, na maioria
das vezes, da forma como esse processo evoluiu, da sua coerência, da sua
pertinência, das metas propostas e da conquista paulatina de cada uma delas.
Outro ponto importante para o processo avaliatório: o respeito às
características ímpares de cada educando não pode, jamais, deixar de ser um
dos focos da atenção do professor. Nem todos aprendem ao mesmo tempo,
nem todos externam da mesma forma aquilo que aprenderam e nem todos
assimilam o conteúdo mediante a mesma metodologia de ensino. Em função
disso, a percepção e a intuição do professor são outros pontos indispensáveis
dentro desse processo.
“A avaliação é um componente do processo de ensino que visa, através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência deste com os objetivos propostos e, daí, orientar a tomada de decisões em relação às atividades didáticas seguintes”. ( LIBÂNEO, l994, p.196 )
Avaliar constantemente é uma maneira de estar sempre a par do
andamento da turma e do indivíduo sem deixar lacunas ou hiatos no processo
de aprendizagem.
É importante ressaltar que, a avaliação é um instrumento que tem por
objetivo aumentar as potencialidades do aluno, tornando-o mais crítico e
perceptivo na resolução de problemas, tanto daqueles em sala de aula como
dos enfrentados, diariamente, fora do âmbito escolar.
A avaliação traz benefícios ao processo educativo, pois assim ela
assume uma nova função: a de auxiliar e orientar os estudantes sobre o
desenvolvimento de suas capacidades e competências, bem como auxiliar e
orientar o professor a identificar se os objetivos a que se propôs foram
atingidos. A avaliação não pode ter apenas caráter de finalização de etapas.
A avaliação continua sendo o ponto frágil do trabalho docente.
2.6 - Por que Avaliar?
“ O sentido fundamental da ação avaliativa é o momento, a transformação. Os pesquisadores muitas vezes se satisfazem com a descoberta do mundo, mas a tarefa do avaliador é a de torná-lo melhor. O que implica num processo de interação educador e educando, num engajamento pessoal a que nenhum educador pode se furtar...”. ( HOFFMANN, 1994, p .110 )
A avaliação não é uma tarefa isolada, ela é parte do processo
educativo, no qual todos os integrantes - professores, alunos e outros
profissionais da escola - estão continuamente se modificando.
Hoje, entende-se avaliação como processo: ela ocorre a cada atividade
programada, a cada objetivo proposto. O educador não considera apenas os
resultados obtidos por seus alunos, mas também os passos dados para
alcançá-los; apóia-se nos acertos e principalmente, nos erros como pistas para
realizar correções de percurso.
A avaliação também fornece ao professor informações sobre com está
ocorrendo a aprendizagem de seus alunos quanto a conceitos adquiridos,
raciocínios desenvolvidos e domínios de certas regras, possibilitando uma
reflexão contínua sobre seu trabalho em sala de aula. Nesse sentido, ela é
diagnóstica, pois trabalha com os erros, busca suas causas a fim de corrigi-los.
O papel do professor torna-se mais abrangente: ele observa o percurso dos
alunos, registra suas dificuldades e seus sucessos, propõe novos caminhos
que levam ao aprendizado.
Alguns tópicos devem ser considerados quando se pensa em avaliação
do ponto de vista diagnóstico:
1. O aluno é o sujeito ativo no processo ensino-
aprendizagem, ele tem conhecimento prévios e, portanto,
cria e elabora a partir deles e ainda, tem em tempo muito
particular para aprender.
2. Desloca-se a ênfase do conceito-nota – para o ato de
aprender.
3. O professor destaca-se como o mediador no processo,
aquele que favorece a aprendizagem; lembrando que
agora seu grau de atuação é maior, pois “uma prática
avaliativa coerente com essa perspectiva exige do
professor o aprofundamento em teorias do conhecimento.
Exige uma visão, ao mesmo tempo, ampla e detalhada de
sua disciplina” .( HOFFMANN, l994, p.20 )
2.6.1 - O que priorizar na Avaliação?
Todo professor sabe, quando assume uma classe, que tem um
programa a cumprir, que tem responsabilidades em relação a seu aluno, e que
esse programa faz parte de um currículo. O currículo é o caminho que se
percorre na construção da aprendizagem, é o conjunto programado de
atividades que são organizadas para promover o conhecimento dos alunos. Um
bom planejamento é o primeiro passo para se atingir uma avaliação dentro de
parâmetros estabelecidos previamente. Portanto, conclui-se que boa parte do
sucesso escolar de um aluno se encontra vinculado ao planejamento e à
proposta do professor.
Já que avaliação é um recurso a serviço do desenvolvimento do aluno,
que o leva a assumir um compromisso com o conhecimento, com a
aprendizagem e não só com a obtenção de notas, conceitos e médias para
aprovação, é importante refletir a respeito da pergunta. “O que priorizar na
avaliação?” Alguns itens que são sugeridos a seguir, ajudaram a obter
resultados concretos.
1- A avaliação deve servir: Como diagnóstico do processo ensino-
aprendizagem, consistindo em ponto de orientação para a continuidade do
trabalho escolar e estímulo para aprimorar o conhecimento; como fonte de
informação que, referindo-se aos profissionais da escola e aos alunos, poderá
orientar uma posterior intervenção voltada para um replanejamento.
2- A avaliação é contra-indicada: Como o único instrumento para levar à
decisão quanto à aprovação ou reprovação do aluno; para provocar a exclusão
da escola, causando prejuízo ao seu auto-conceito e impedindo que tenha
acesso ao conhecimento sistematizado; quando utilizada para levantamento
de dados e informações apenas no final do bimestre, pois adia decisões que
deveriam ser tomadas a cada momento do processo.
3- A auto-avaliação: É fundamental que seja feita pelo professor e pelo
aluno; deve permitir ao professor verificar sua prática e adquirir informações
que, se necessário, o levem a alterar sua atuação; é importante para que o
aluno acompanhe sua própria aprendizagem e também para que ele perceba
possíveis alterações que o novo saber adquirido tenha produzido em sua vida.
“A auto-avaliação deve proporcionar uma reflexão mais profunda, um momento de parada e de encontro do aluno com o objeto do conhecimento, uma análise das alterações existentes entre ele, sujeito da aprendizagem, e o novo saber”. ( Kenski, 1991, p.140)
4- Os resultados da avaliação devem servir para: Levar a analise geral
do aluno, sempre no contexto do processo ensino-aprendizagem; orientar a
aprendizagem; verificar como o aluno está interagindo com o conhecimento;
tomar decisões para melhoria da qualidade do processo educativo
(replanejamento); tornar do conhecimento do aluno o que foi avaliado e o que
foi alcançado por ele.
5- A recuperação: Não deve servir principalmente para recuperar notas
e conceitos, mas para levar o aluno a aprender. Na recuperação a escola deve:
Garantir que a avaliação seja tratada como um processo de busca de
compreensão da realidade da escola, para intervenções necessárias; contribuir
para que a avaliação seja participativa, conscientizando todos os integrantes da
escola do papel de cada um no aprimoramento do processo educativo; garantir
que o conselho de classe não seja visto como um trabalho isolado para
aprovação, reprovação ou expulsar o aluno, mas assegurar que o seu
desempenho seja resultante de um trabalho conjunto de todos os profissionais
da escola. Já o professor deve: Diagnosticar as dificuldades e facilidades do
aluno, para que ele compreenda o seu processo de aprender; encaminhar a
observação do aluno para que ele reconheça o que não sabe e identifique os
meios que lhe possibilitem sanar suas dificuldades; redimensionar o conteúdo
da avaliação ( o que é significativo e o que o aluno aprendeu); intervir após
todo e qualquer momento da avaliação; criar momentos para que o aluno
supere, com a ajuda também dos colegas e da família, as dificuldades
apresentadas; identificar o que é preciso ser mudado para favorecer o
cumprimento dos objetivos previstos e assumidos pelo coletivo da escola;
registrar as suas observações nos trabalhos dos alunos, ajudando-os a
perceber por que não atingiram o nível máximo, ou se o atingiram, fazer um
comentário como estímulo.Enquanto que o aluno deve: Reconhecer suas
necessidades e ter consciência da importância de seu compromisso com o
objetivo em vista; contribuir para que a avaliação seja um instrumento de
medida de sua evolução no processo de aquisição de conhecimento; tornar-se
responsável e interessado pelo que ser deve aprender.
“ Um educador, que se preocupa com que a sua prática educacional esteja voltada para a transformação, não poderá agir inconscientemente e irrefletidamente. Cada passo de sua ação deverá estar marcado por uma decisão clara e explícita do que está fazendo e para onde possivelmente está encaminhando os resultados de sua ação.” ( LUCKESI, 2002, p.46 )
CONCLUSÃO A concepção deste trabalho parte do princípio de que o processo de
construção do conhecimento deve estar voltado para a formação de um
cidadão autônomo, capaz de interagir com a realidade do novo milênio. É
importante, portanto, aprender a aprender, a pensar e a valorizar seu próprio
conhecimento.
Estar conectado a um mundo onde as mudanças em geral, tanto na
tecnologia como nos valores humanos, ocorrem tão rapidamente, é uma tarefa
repleta de desafios que necessita de profissionais competentes, atuantes e
conscientes de sua importância na sociedade. É fundamental que eles estejam
abertos a nova proposta educacionais, e dispostos a enfrentar e derrubar
barreiras e velhas filosofias. Devem sempre avaliar suas atuações, inovar,
ousar, tomar decisões e colocar em prática seu conhecimento, pois o tesouro
do professor é o poder de reflexão – o questionamento – daí surgirá a
inspiração que o incentivará a desenvolver com inteligência uma tarefa tão
complexa. É essencial o trabalho do educador, para resgatar o papel da escola,
como elemento imprescindível nessa sociedade que valoriza o conhecimento e
onde a aprendizagem é crucial.
Para se promover o desenvolvimento do educando, é preciso identificar
as dificuldades vividas pelo professor e alunos no processo ensino-
aprendizagem. Nesse momento, a posição do educador é decisiva para
elaborar condições, em sala de aula, de preparar os alunos para enfrentar os
desafios e possibilitar a formação intergral do indivíduo.
Portanto, não é possível fazer Educação sozinho, o educador precisa
de condições que favoreçam o aprimoramento de sua tarefa, já que ele é o
responsável por esse compromisso de torná-la real.
ANEXOS
Índice dos anexos
Anexo 1 >> Artigo da revista @prender virtual – julho de 2004.
Anexo 2 >> Entrevista – Revista Nova Escola – agosto de 2002.
Anexo 3 >> Artigos – Jornal O DIA – março de 1999.
ANEXO 1
Sábado, 17 de julho de 2004
Marco Aurélio Vianna Presidente do Instituto MVC
Costacurta Estratégia e Humanismo Qual é nossa missão? Opinião Por : Marco Aurélio Ferreira Vianna William Ward, escritor inglês (1834 – 1867) já nos alertava há tanto tempo: “o professor medíocre diz; o bom professor explica; o professor superior demonstra; o grande professor inspira”. Em quase todas as minhas palestras, na mesma direção eu insisto: “o verdadeiro mestre não é o que ensina, mas o que inspira”. Esta é uma boa reflexão para o início de nossos trabalhos em parceria. Até que ponto estamos cumprindo nossa missão de “inspirador de gente?”. Sinceramente, eu estou extremamente preocupado com a absoluta rota de colisão entre o objetivo desejado e a práxis aplicada do ensino brasileiro, principalmente no nível universitário. Continuamos a preparar jovens e “não tão jovens” para um cenário, que literalmente, já baixou o pano. Até cursos superiores que tentam implantar um padrão de seriedade mais profundo erram nesse sentido e propagam que sua missão é “promover a excelência nos seus alunos para a busca no mercado de empregos”. Optam por uma via tecnocrática, burocrática, ultrapassada. De que adianta esta formação se sabemos que nem dez por cento dos formandos nas faculdades brasileiras terão emprego garantido na carreira tradicional para a qual estão se preparando? Nossa missão é mais nobre, e deve ser realinhada. Confúcio já nos ensinava que “o verdadeiro triunfador não é apenas persistente, é persistente na direção certa”. Por isto, os diretores e o corpo docente das Universidades tem que se imbuir de responsabilidade diante
de um novo papel. Antes de tudo é necessário ter (para depois repassar – sim porque no fundo, educadores são intermediários do conhecimento) consciência absoluta do momento, talvez uma Era, de ambigüidade, incerteza e caos que vivemos. Este patamar básico de volatilidade tem que servir como painel de orientação para aquilo que vamos ensinar. Nesta mudança acelerada, a massa de conhecimento e tecnologia dobra a cada ano. O que deve ser ensinado de concreto, com a busca de uma efetividade de aprendizado, se em quatro anos o mundo estará mais de 90% diferente? Ainda Confúcio nos lembra que “o sábio cuida principalmente da raiz”. Vem à tona, de forma séria, a pergunta: “que raiz temos que ensinar, ou seria inspirar, para seres humanos que vão viver (e portanto aplicar o que aprenderam) em um mundo tão diferente?. Nós não podemos em hipótese alguma perder a oportunidade histórica de transformar vidas comuns em vidas extraordinárias. Nosso papel é realmente inspirar, iluminar, motivar, instigar, cutucar, e, porque não, até incomodar. É preciso mostrar, também, no viés da emoção e do humano que é possível. É necessário divulgar que não vivemos em um tempo difícil, mas sim em um tempo diferente. Aliás, bem diferente. Tempos de mudança, mas sempre lembrando que quando muda um paradigma tudo volta a zero. É preciso, como mestres, despertar o potencial humano dos alunos para o mundo real, diverso, transformado, mas com muita coisa voltando a zero, e assim pleno de oportunidades. Se não há emprego tradicional, há ocupação heterodoxa. Se a grande cidade encolhe, o interior explode. Se não há carteira de trabalho, mais do que nunca precisamos de empreendedores. E mesmo se não há emprego, na média, faltam talentos. Com o perdão do popular, os talentos serão disputados a tapa pelas empresas. Para quem amar o que faz, também, não vai faltar oportunidade. Deveríamos, assim, como grito de alerta ter o pensamento de Dostoiewisk em um quadro pendurado na parede de nossa sala: “Para destruir, aniquilar definitivamente um homem, infligir-lhe as punições mais terríveis, basta apenas lhe atribuir um trabalho de caráter total e inteiramente inútil e irracional. Por isto, nossa missão é mais ampla do que preparar para o mercado de emprego. Aliás nossa causa mais nobre é desenvolver Seres Humanos integrais -em condição de buscar sua felicidade e realizar seus sonhos. Não mude, arrebente os paradigmas.
ANEXO 2
A educadora portuguesa diz que o questionamento deve ser a base do trabalho de todos os professores. Denise Pellegrini Fotos Heudes Régis
izer que o professor precisa refletir sobre seu trabalho não é mais novidade. É possível até afirmar que virou moda, como outras que volta e meia se espalham no meio educacional. Justamente por isso, um perigo,
na opinião da educadora portuguesa Isabel Alarcão. Muito comentada mas pouco compreendida, essa idéia pode, segundo ela, se transformar num discurso vazio. "Ser reflexivo é muito mais do que descrever o que foi feito em sala de aula", alerta. O tema chama a atenção de Isabel desde o início da década de 1990, quando conheceu os estudos do americano Donald Schön. Ele defende que os profissionais façam o questionamento sobre situações práticas como base de sua formação. "Só assim nos tornamos capazes de enfrentar situações novas e de tomar decisões apropriadas." Doutora em Educação pela Universidade de Liverpool, na Inglaterra, e vice-reitora da Universidade de Aveiro, em Portugal, ela se dedica à formação docente desde 1974. A seguir, os principais trechos da entrevista que concedeu a NOVA ESCOLA em São Paulo. NOVA ESCOLA> Quem é o professor reflexivo? Isabel Alarcão< É aquele que pensa no que faz, que é comprometido com a profissão e se sente autônomo, capaz de tomar decisões e ter opiniões. Ele é, sobretudo, uma pessoa que atende aos contextos em que trabalha, os interpreta e adapta a própria atuação a eles. Os contextos educacionais são extremamente complexos e não há um igual a outro. Eu posso ser obrigado a, numa mesma escola e até numa mesma turma, utilizar práticas diferentes de acordo com o grupo. Portanto, se eu não tiver capacidade de analisar, vou me tornar um tecnocrata. NE> O que conta mais no dia-a-dia: teoria ou prática? Isabel< Existe aí uma associação complexa entre ciência, técnica e arte. É aquilo que Donald Schön, um estudioso das questões profissionais, defendeu: quem age em situações instáveis e indeterminadas, como é o caso de quem leciona, tem de ter muita flexibilidade e um saber fazer inteligente, uma mistura disso tudo. A experiência conta muito, mas tem de ser amadurecida. NE> Como se caracteriza o trabalho desse tipo de educador? Isabel< Pelo questionamento. Ele deve ser capaz de levantar dúvidas sobre seu trabalho. Não apenas ensinar bem a fazer algumas contas de Matemática ou a ler um conto. É preciso ir mais fundo, saber o que acontece com o estudante que não aprende a lição. Por que ele não aprende? Por que está
com ar de sono? Quais são as questões sociais que o enredam? E mais: Os currículos estão bem feitos? Deveriam ser diferentes? A escola está funcionando bem? Há vários níveis de questões e tudo tem de partir de um espírito de interrogação. NE> Por que a senhora diz, no prefácio de um de seus livros, que essa idéia pode estar se transformando num slogan alienador? Isabel< Todos sabemos que questionar é extraordinariamente difícil. É preciso ter muita vontade de aprender a fazer. No entanto, rapidamente todos começaram a falar sobre isso, sem saber muito bem do que se tratava. Muitos acham que basta alguém descrever como tinha acontecido algo em sua aula para ser tratado como reflexivo — e esse processo é muito mais que descrever. NE> É possível perceber efeitos de uma prática questionadora nos estudantes? Isabel< Sim. Quando o professor faz isso corretamente, o aluno aprende a gerir seu estudo. Dificilmente ele será alguém que só decora, porque o mestre incute nele estratégias de interrogação e busca formá-lo como um indivíduo autônomo. NE> Como deve ser a avaliação? Isabel< Quem quer um aluno reflexivo tem de avaliar essa competência. Se a classe obteve maus resultados, cabe perguntar-se: Por quê? De quem é a culpa? Eu ensinei mal? As crianças têm problemas? Há inúmeras questões a se fazer. NE> Como se dá a relação entre esse profissional e o livro didático? Isabel< Ele deve ter uma base de trabalho, que pode muito bem ser o livro. E o aluno também precisa ter livros. Mas há muitas maneiras de usar esse material. Uma delas é seguir tudo o que está ali e não questionar. Quem age assim é tecnocrata. O oposto é aquele que, embora siga o livro, levanta questões com base no que está lá e não segue nada à risca. NE> O professor pode se tornar reflexivo sozinho? Isabel< Podemos distinguir vários momentos. Quem está em formação precisa de alguém que o ajude. Como? Levando-o a responder perguntas que, a princípio, ele não é capaz de se fazer. Ao aprofundar o nível das questões, ele aprofunda o próprio pensamento. Outra estratégia que utilizo é pedir que o colega vá registrando as coisas que aconteceram, o que sentiu, as dificuldades que tem. Num caderno, ele pode até pôr fotografias que tirou das situações de sala de aula. Quando esse material chega às minhas mãos, faço perguntas e ele tem de raciocinar para responder. NE> Mas nem sempre haverá alguém ao lado para ajudar...
Isabel< É evidente! Por isso, o objetivo é fazer com que todos sejamos capazes de fazer isso sozinhos. Um professor, individualmente, tem influência apenas sobre suas turmas. Mas quando pensamos no coletivo desses educadores, chegamos a uma metáfora, a da escola reflexiva. Quando falamos sobre a escola, pensamos num edifício, mas ela é um conjunto de pessoas. NE> Como é uma escola nesse modelo? Isabel< Ela pensa continuamente em si própria, na sua missão social e na sua organização. Está sempre em desenvolvimento. É aprendente e ensinante. NE> Qual a importância do projeto pedagógico para essa instituição? Isabel< O projeto é um instrumento de desenvolvimento que deve nascer do diálogo. Eu posso lhe dar como exemplo minha experiência na reitoria. Nós produzimos documentos estratégicos sobre o que queríamos que a universidade fosse e definimos a visão que temos dela. Para fazer aquilo que desejamos, precisamos de um projeto, discutido com as pessoas, que defina os objetivos da escola e as estratégias para atendê-los. NE> Para que o projeto tenha êxito, então, todos precisam participar? Isabel< Se ficarem uns poucos, não me preocupo. Mas se só dois, três ou quatro quiserem mudar, não terão sucesso. Esse é um grande problema: a dificuldade de pôr o corpo docente para pensar em conjunto. Tudo depende da grade horária. Nos intervalos, alguns se encontram por alguns minutos, mas não é suficiente. Acabou a aula, vão embora. No Brasil, há um agravante. Os salários baixos obrigam os docentes a ter mais de um emprego. Eles não chegam a conhecer profundamente os colegas e a criar uma identidade com a instituição em que lecionam. NE> Mas discutir o projeto não é tarefa só dos professores... Isabel< Sem dúvida. É também dos estudantes, da comunidade. E é preciso haver um líder. Não uma pessoa que faça tudo, mas alguém capaz de desafiar, sem ser autocrático. A princípio, é mais fácil que seja o diretor, desde que um grupo o apóie. São necessários outros líderes — como os coordenadores. A liderança tem vários níveis porque só assim é possível envolver a escola toda. NE> Em Portugal os docentes já estão sendo formados para ser reflexivos? Isabel< Não quero generalizar, mas em muitas universidades há essa preocupação. A idéia espalhou-se pelo país. E algumas instituições sabem melhor como fazer isso.
NE> Os cursos de formação de seu país estão em sintonia com o que acontece na escola? Isabel< Quando a formação começou a ser feita nas universidades, nos anos 1970, já tínhamos essa preocupação. Mas a escola muda tão rapidamente que corremos o risco de perder o pé. Eu estive um tempo afastada da escola e agora, quando voltei, já não a conhecia. Esse é um problema. NE> Que mudanças são essas? Isabel< Tudo está mudando, a sociedade, os alunos. O efeito das novas tecnologias de comunicação está sendo enorme nos estudantes. E os problemas de indisciplina também tornam os contextos de aprendizagem muito difíceis. NE> Esse contato entre a universidade e a escola é sistemático? Isabel< O que nos ajuda a manter um certo contato com a realidade da sala de aula é a supervisão, o acompanhamento dos formandos que fazemos para ajudá-los a se desenvolver. NE> Como funciona isso? Isabel< Durante o último ano na universidade, o futuro colega tem o estágio pedagógico, em que vai ficar à frente de uma turma, sob a responsabilidade de um supervisor, um docente universitário. O estagiário, além de dar aulas para sua classe, também leciona algumas vezes para a turma que o supervisor tem na mesma escola. O supervisor observa, critica e contribui para a classificação do aluno, com uma nota. O estágio é difícil, exigente. É aí que a gente dá um salto, se torna professor de verdade. ANEXO 3
Jornal “O Dia“ - Caderno de Educação – Rio, 23 de março de 1999. Os pais estão despreparados
REFERÊNCIAS
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Ambientes Inovadores .Brasília: MEC, 2000.
Tânia Zagury, no seu livro “ Encurtando aadolescência, orientação para pais eeducadores”, defende a idéia que os paisnão sabem lidar com o filho que, cada vezmais cedo, já reivindica maior liberdade,mas nem sempre aceita responsabilidades.A autora afirma que o mundo da informaçãofaz com que crianças atinjam mais rápido apuberdade. Afirma que a culpa disto não ésó da família, os meios de comunicaçãotransmitem diariamente valores, que emalguns casos, acabam agravando oproblema. A sociedade moderna éconsumista por conta das propagandasveiculadas nos meios de comunicação. Aformação ética e moral da criança deve serabordada na família e na escola. Discutirvalores da sociedade e criticar asinformações dadas é fundamental. A autoraacredita que o ato de assumirresponsabilidades é importante na formaçãodo jovem.
BASTOS FILHO, A. Simples como Freinet. Companhia Brasileira de Artes
Gráficas. 1996.
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Mais Matemática : Orientação ao Professor – Ed. Saraiva, 2002.
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LIBÂNEO, José Carlos. A avaliação escolar. São Paulo. Cortez, l994.
LUCKESI, Cipriano C. Filosofia da Educação. São Paulo, Cortez Editora, 1993
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ZABALLA,A. A prática educativa: como ensinar . Porto Alegre, Art Méd, l998.
Internet – www.novaescola.
www.@aprendervirtual
ÍNDICE FOLHA DE ROSTO ................................................................... 2
AGRADECIMENTO ................................................................... 3
DEDICATÓRIA........................................................................... 4
EPÍGRAFE ................................................................................ 5
RESUMO .................................................................................. 6
METODOLOGIA ....................................................................... 7
SUMÁRIO ................................................................................. 8
INTRODUÇÃO ......................................................................... 9
CAPÍTULO I
EDUCADOR REFLEXIVO...................................................... 10
1.1- O Novo Professor ................................................. 11
1.2.- Educador & Família ............................................. 11
1.3 - Educador & Educando ....................................... 12
1.4 - Educador & Escola ........................................... 13
CAPÍTULO II
TAREFA COMPLEXA ........................................................... 15
2.1 – A quem ensinar? ............................................ 16
2.2 – O que ensinar ? ............................................. 17
2.3 – Como ensinar ? ............................................. 19
2.4 – Para que ensinar ? ......................................... 22
2.5 – Como avaliar? ................................................ 23
2.6 – Por que avaliar? ............................................. 26
2.6.1- O que priorizar na avaliação ................ 28
CONCLUSÃO ....................................................................... 32
ANEXOS ............................................................................... 33
REFERÊNCIAS .................................................................... 41
ÍNDICE ................................................................................. 43
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes
Título da Monografia: Quais as metas de um educador?
Autor: Denise Maria de Oliveira
Data da Entrega: 24 de julho de 2004.
Avaliação por: Ana Cristina Guimarães Conceito :