UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · que eu pudesse estudar e conquistar...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
SUPERVISÃO: TEORIA E PRÁTICA
Por: SIMONE FERNANDES
Orientador
Prof. Vilson Sérgio
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
SUPERVISÃO: TEORIA E PRÁTICA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Administração e Supervisão
Escolar Por: Simone Fernandes
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que me deu a oportunidade de
mais esta conquista! Agradeço também ao meu esposo, por sua dedicação,
compreensão e carinho durante todas as fases deste curso, a meus filhos, pois
são minha inspiração para continuar, a todos os meus familiares,
especialmente a minha sogra, Lídia Rui Dias, por cuidar dos meus filhos para
que eu pudesse estudar e conquistar mais este título! Agradeço a Ana Lima,
amiga muito querida! Agradeço também a todos os professores deste curso,
que com carinho e dedicação me transmitiram seus ensinamentos e
experiências contribuindo para que eu me torne uma boa profissional da
educação! Enfim a todos da AVM, que com carinho e atenção fazem com que
este local seja tão acolhedor!
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho de pesquisa a meu marido, Irlando Fernandes,
amor que nunca me deixa esquecer a importância de acreditar em mim e
prosseguir. Dedico a meus filhos, Guilherme e Gabriela, que me fazem querer
avançar cada vez mais para que sintam, um dia, orgulho de mim. Agradeço a
minha mãe, Maria da Glória e a minha irmã, Jacqueline, por acreditar em mim
sempre! Dedico a minha querida amiga, Ana Lima, sem a qual eu não estaria
aqui, pois pelo seu amor e dedicação a educação tem sido uma motivação
sem fim na minha vida! E acima de tudo Dedico a cada profissional da
educação, almejando que sejam uma inspiração para seus alunos e um futuro
para a nação!
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RESUMO
O presente texto tem objetivo de esclarecer o educador, o supervisor e
toda equipe pedagógica de todo direito e deveres em relação ao seu papel no
ambiente escolar.
Estamos vivendo um momento a história da educação aonde o trabalho
d um supervisor precisa ser bem definido e bem desenvolvido para o bom
andamento no convívio professor, pais e alunos.
Dentro de um parâmetro geral, o supervisor deve assumir um papel de
auxiliador e facilitador do processo ensino aprendizagem, mas... nem sempre
acontece assim, pelo contrário ele se põe em uma posição de vilão, de além
pronto a delatar seus erros e falhas para o diretor. A função do supervisor é
importantíssima para o bom desenvolvimento do profissional da educação,
mas guando ele não consegue ser um auxiliador eficaz, o professor se sente
inseguro no processo de ensino e toda a escola perde com isso.
Para conseguirmos o modelo de educação que precisamos é necessário
que cada um assuma seu papel, ou seja, o professor ter apoio e domínio de
turma dentro da sala de aula. E por outro lado, o supervisor deve acompanhar
o desenvolvimento e apoiar o professor no processo.
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METODOLOGIA
Para realização deste trabalho, utilizarei a minha experiência na área da
educação, já que trabalho em uma escola que se utiliza dos dois extremos de
teoria e prática do supervisor. Utilizarei pesquisa em sites e em trabalhos
realizados por mim dentro do próprio curso. Será feito por mim uma entrevista
com um supervisor sobre seu dia-a-dia.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................... 08
CAPÍTULO I - Profissão Professor ............................................................ 11
CAPÍTULO II - Modelo de Educação no Brasil nos dias de hoje ................... 20
CAPÍTULO III – Supervisão no Ensino Fundamental ................................... 39
CONCLUSÃO............................................................................................ 47
BIBLIOGRAFIA CONSULTAD.................................................................... 52
ÍNDICE...................................................................................................... 59
FOLHA DE AVALIAÇÃO............................................................................. 63
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INTRODUÇÃO
Supervisor, uma palavra tão simples, mas que por muitas vezes é
motivo de horror no ambiente educacional (LIMA, 2001, P. 69). Acreditamos
que isso é fruto da distância entre a teoria e a pratica do exercício da profissão
do supervisor educacional.
Será que podemos afirmar que nas escolas brasileiras temos
profissionais preparados para colocar em prática as teorias levantadas por
Piaget quanto ao exercício da educação no ambiente educacional? Será que
disponibilizamos supervisores preparados para oferecer o devido suporte
teórico e prático para os profissionais responsáveis por promover o
conhecimento junto aos alunos?
Sabemos que na teoria uma das atribuições do supervisor escolar é
garantir os princípios de liberdade e solidariedade humana, assim como,
garantir a qualidade de ensino. Contudo, nem sempre é o que encontramos no
dia-a-dia desses profissionais. Como assegurar solidariedade em um ambiente
onde o supervisor se intitula um ditador, uma figura superior no ambiente
educacional; gerando assim, medo ao invés de respeito junto aos professores.
O supervisor não pode resumir-se apenas a um integrante do ambiente
escolar responsável por controlar a produtividade do trabalho docente. Mas
precisa entender e colocar em prática a teoria tão mencionada no seu curso de
formação. O supervisor não pode utilizar seu diploma como ponte para exercer
tal cargo distanciando a teoria da prática.
Precisamos trazer a realidade do ambiente escolar a relevância e a
importância das atribuições do supervisor para que o mesmo busque meios de
transformar essa teoria em uma pratica efetiva. Objetivando sempre o
desenvolvimento do aluno como cidadão completo e respeitando suas
individualidades, isso através, da efetiva atuação junto ao docente. Essa
atuação precisa ser arquitetada de forma que o docente se sinta valorizado e
estimulado a produzir novas formas de conhecimento.
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Antes de começarmos a falar efetivamente do que deveria ser a pratica
do supervisor escolar, precisamos esclarecer o sentido etimológico da palavra
supervisor; e a partir daí estabelecer de forma concreta o perfil supervisor em
nosso trabalho. Super – oriunda de sobre - e Visão – oriunda de ação de ver;
são esses os vocábulos que formam a palavra supervisão. De forma geral
podemos dizer que significa “olhar de cima”. Essa expressão é o que leva
muitos profissionais a acreditar que o supervisor é alguém superior. Contudo, a
interpretação correta seria que “olhar de cima” é ver de forma global, de forma
abrangente uma mesma situação. Sendo assim o supervisor seria aquele que
identifica problemas e juntamente com o docente promove soluções.
“(...) assegura a manutenção de estrutura ou
regime de atividades na realização de uma
programação/ projeto. É uma influencia
consciente sobre determinado contexto, com a
finalidade de ordenar, manter e desenvolver
uma programação planejada e projetada
coletivamente”. (FERREIRA, 1999)
Ferreira elucida com clareza que a atribuição do supervisor é ordenar,
metas, procedimentos; e não emitir ordens a seus professores. Quando o
supervisor ordena, no sentido mencionado por Ferreira, ele tornar-se pessoa
ativa no processo, em contrapartida quando ele ordena, no sentido de mandar
colocando acima dos outros profissionais, ele coloca-se alheio, distante a
prática do processo educativo no ambiente em questão.
No primeiro capítulo é apresentada uma pesquisa bibliográfica sobre a
ascensão e queda da profissão professor. São apresentados relatos históricos
sobre o processo politico e econômico que originou a desvalorização do
profissional docente nos dias de hoje.
No segundo capítulo é apresentado o modelo de educação brasileira
que estamos vivenciando nos dias de hoje, o perfil do professor
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contemporâneo e do supervisor. Esse capítulo tem como foco a pratica da
supervisão no ensino fundamental.
O quarto capítulo apresenta um pouco da legislação de rege a teoria
da atuação do supervisor no ambiente escolar. Busca esclarecer de forma
sucinta quais as atribuições do supervisor junto ao professor. E ainda,
apresenta qual tem sido a prática desse supervisor no ambiente educacional,
destacando sua atuação na elaboração dos planos de curso, no papel de
quem apoia e direciona o docente no exercício do magistério.
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CAPÍTULO I
PROFISSÃO PROFESSOR
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” Cora Coralina
A profissão docente nos dias de hoje não é para todos. A mesma
somente deveria ser exercida por apaixonados por educação. Tendo em conta
que ensinar é uma arte e tarefa difícil! É necessário envolvimento e dedicação.
Não é segredo que as condições de ensino hoje me dia está cada vez
mais difícil, podemos dizer que hoje a educação se tornou um paradigma. Os
inúmeros desafios pelos quais, nós professores temos passado, como, por
exemplo, a inclusão nas escolas ou o descaso por parte de alunos e pais.
“(...) é ocasionado pela falta de respeito do
aluno, com o professor, (...) Eu sinto, no físico
tenho problemas nas pernas, são varizes e,
então a dor, fico muito tempo em pé, dor nas
pernas, bastante. Mas o pior mal-estar é
aquele de estar incomodada, de que o trabalho
não está rendendo, de que não é isso...”
(trechos da entrevista de professores na
pesquisa/PDE)
Nesse trecho de uma entrevista dada a revista PDE fica explicito a
situação dos professores em exercício nos dias de hoje. Alguns passam por
problemas tão extremos que chegam a ficar doentes. Mas ainda assim muitos
são os professores que persistem e lutam por uma educação melhor.
Reconhecem que todas as crianças do nosso Brasil tem direito a educação e
nós, professores, os responsáveis por ela. E quando falamos de educação não
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falamos apenas de literacia1, mas de educação para a vida. Referimos-nos a
formação de homens e mulheres conscientes de seus direitos e deveres junto
à sociedade.
Mas existe a necessidade de conhecer melhor o revés dessa história,
entender melhor a profissão professor. Uma relação de amor, respeito e
companheirismo.
1.1 – Ascenção
Os primeiros educadores, após os jesuítas, os que vieram instalar a
história da educação no Brasil, foram os padres da Companhia de Jesus, que
fundaram a primeira escola em 1549. Eles trouxeram um ensino tradicional e
permaneceram assim por quase 383 anos. Falar das primeiras escolas do
Brasil... estritamente tradicional, como disse Serafim Leite: “é evocar a epopeia
dos jesuítas do séc. XVI” (1937, p. 38). E assim se abria uma escola onde quer
que se erguesse uma igreja.
O primeiro mestre de escola do Brasil foi o Ir. Vicente Rodrigues, na
Bahia e teve 50 anos de trabalho dedicado à educação e alfabetização nesta
escola.
As primeiras escolas tradicionais tinham como objetivo alfabetização e
evangelização, sendo repassados pelos educadores tanto a literatura, como a
religião e cultura de seus colonizadores.
Em 1959 se estabelece as primeiras classes experimentais, que tinha
como embasamento uma ruptura dos modelos monolíticos do ensino médio, e
seu embasamento metodológico no Modelo Sèvres (França) e também nas
propostas das escolas renovadas da pedagogia de John Dewer (filósofo norte-
americano, que defendia a liberdade de pensamento como instrumento para
maturação intelectual e emocional das crianças).
Em 1958, era lançado o segundo Manifesto dos Pioneiros da Educação.
1 Termo oriundo do português europeu, significa letramento. Ou seja, o resultado da ação de ensinar a ler e escrever.
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“As classes experimentais foram instaladas
paralelas às demais. Seguiam mais ou menos
o programa oficial, só que tentamos
desenvolver paralelamente o estudo do meio e
fazer uma integração das matérias, como eram
chamadas, e passamos a designar disciplinas”.
Olga Bechara
Neste período histórico da educação, o professor tinha grande valor, era
centralizador e respeitado por parte de alunos, pais, diretores e a sociedade
em si, enxergava neles a esperança de um futuro.
Desde o Governo Getúlio Vargas inaugurou-se a Escola Nova, onde o
professor não era apenas um transmissor de conteúdos, de conhecimento,
mas alguém que deve facilitar o processo de ensino aprendizagem.
Essa reestruturação da educação aconteceu em um período muito
complicado para a economia mundial. Os Estados Unidos da América
passavam por uma grande crise econômica conhecida como “Crise de 29”2. O
Brasil se viu obrigado a reestruturar sua economia. Agora uma economia que
outrora era agrário-capitalista passa a ser urbano-capitalista. Sem poder
exportar o café e importar bens prontos, o Brasil passa por uma grande
modernização.
Contudo, esse novo modelo de economia necessitava de profissionais
mais preparados, ou seja, uma mão de obra mais qualificada. O que deu início
as reformas de Francisco Campos.
Getúlio Vargas criou o ministério da Educação e Saúde e instituiu
Francisco Campos como responsável pelo mesmo. Apesar de ter ficado pouco
tempo no poder, ele fez inúmeras inovações que beneficiaram a educação até
os dias de hoje. Dentre elas a criação do ensino secundário3 e da primeira
2 Ocasionada pela quebra da bolsa. Os Estados Unidos da América passavam por uma grande crise financeira que afetou toda a economia mundial.
3 Equivalente ao 6º até o 9º ano do ensino fundamental dos dias de hoje. Antes da criação do ensino secundário as massas populares dificilmente conseguiam cursar além do ensino primário.
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Faculdade do Rio de Janeiro. Seu sucessor Capanema deu continuidade as
suas reformas4 e deixou um legado grandiosíssimo para a educação brasileira.
Cabe ressaltar que ao criar esses ministérios o presidente Getúlio
Vargas aumentou e muito sua popularidade junto às massas populares5,
contudo, causou grande descontentamento junto às elites6.
A Era Vargas foi um marco para a Educação Brasileira, apesar de não
ter agradado a todos e de ter sido um período com muitos conflitos
governamentais; foi também um período com muitas reformas a favor da
educação.
Esse novo modelo oriundo do governo Vargas, trouxe uma escola
democrática, fazendo com que os alunos aprendessem melhor e os
professores conseguissem ensinar melhor, ouvindo as necessidades do aluno.
1.2 – Queda
“(...) Valeu a pena? Tudo vale a pena se a
alma não é pequena. Quem quer passar além
do Bojador tem que passar além da dor. Deus
ao mar o perigo e o abismo deu, mas nele é
que espelhou o céu”. (Fernando Pessoa)
O período Pombalino foi um período onde os professores recebiam
salários altos, contudo, não eram profissionais muito preparados. Os
professores desse período em sua maioria eram indicados e efetivados como
4 As reformas de Francisco Campos e Capanema também deram origem ao ensino profissionalizante, responsável por oferecer a mão de obra qualificada que as industrias, responsáveis por reerguer a economia brasileira, precisavam.
5 Até os dias de hoje é comum ouvirmos pessoas dizerem que o presidente Getúlio Vargas foi um dos melhores presidentes que o Brasil viu; que o mesmo governava pelo povo e para o povo. Muitas dessas afirmações são em virtude da criação dos ministérios e regularização do trabalho da mulher e da criança.
6 As elites reivindicavam eleições diretas, os mesmos queriam uma votação com voto secreto e liberado as mulheres. As elites não estavam satisfeitas com as inovações do governo Vargas e isso foi motivo para grandes atos de protestos que se seguiram na história desse governo.
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educadores. Sabemos que nesse período a educação estava estagnada. A
expulsão dos Jesuítas, trousse um período de empobrecimento intelectual para
o Brasil.
Com o passar do tempo muita coisa mudou e o marco para a educação
foi a Era Vargas, período mencionado acima. Nesse período o professor era
muito valorizado, não era apenas um transmissor do conhecimento; mas um
mediador. Era o responsável por educar os homens que seriam os pensadores
da sociedade futura. Eram os responsáveis pelos grandes pensadores do
presente e futuro das elites brasileiras.
Com o período da Ditadura Militar esse quadro começa a mudar. O
governo começa a interferir na sala de aula e a restringir o que poderia ser
lecionado.
Após 1964 o Brasil passa por uma crise na educação, e para tentar
erradicar o analfabetismo no país, é desenvolvido o sistema de educação
chamado mobral7, e logo depois supletivo.
Evolução do Índice
de Analfabetismo no Brasil
(1940-1977)
Ano Índice
1940 56,1%
1950 50,5%
1960 39,6%
1970 33,6%
1980 25,5%
7 Movimento Brasileiro de Educação – Criado pela lei 5.379, de 15 de dezembro de 1967.
16
1990 20,1%
2000 13,6%
Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetizacao
O projeto Mobral propunha a alfabetização de jovens e adultos, foi
criado e era mantido pelo Regime Militar. Durante anos o projeto que
objetivava o letramento de jovens e adultos acima da idade normal para a
escola convencional, alfabetizava aqueles que as dificuldades da vida não
permitiu estudar.
O Mobral tinha um alto custo para o governo e nos anos 80, passou a
ser inviável em virtude da recessão econômica.
O supletivo foi um modelo educacional que sucedeu o Mobral, também
objetivava suprir as deficiências educacionais de jovens e adultos que não
concluíram o ensino escolar na idade “adequada”. Essa modalidade de ensino
teve grande aceitação, junto aqueles que desistiram do ensino regular.
O Mobral e o supletivo foram dois sistemas com o objetivo de acelerar o
acesso a graus mais elevados. Porém havia uma carência de conteúdo
pedagógico, formando profissionais de baixa qualificação e lançando-os ao
mercado de trabalho, inclusive ao mercado da educação.
A situação ficou mais crítica durante a década de 80, quando as
universidades ofereciam curso de maior procura pelo mercado de trabalho,
aonde muitos que tiveram acesso a essa formação, eram impulsionados pelo
retorno financeiro e não pela sua real vocação. “Não podemos esquecer que
toda classe trabalhadora perde gradativamente seu poder aquisitivo, não só o
magistério que, sem dúvida, foi uma das categorias mais atingidas”
(MASTROROSA, 1999, P. 03)
Na década de 90 com a diminuição do planejamento político na área de
educação, começou uma grande degradação das escolas públicas. Seus
prédios estavam com instalações precárias e o grande aumento da população
sobrecarregou os professores que passaram a administrar turmas lotadas, e
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em sua grande maioria indisciplinada. Tornando o professor desmotivado e
sem plano de carreira.
No século XXI, os educadores têm novos desafios, como no
início, temos que implantar uma cultura e que pela aceleração com que o
mundo se torna capitalista, as pessoas tem deixado de estudar para trabalhar,
ou os professores trabalham apenas por dinheiro, esquecendo o compromisso
com a transformação que podem causar em seus alunos, motivando-os de
várias maneiras, a ter uma educação continuada, e eles mesmos buscarem tal
educação.
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CAPÍTULO II
MODELO DE EDUCAÇÃO DO BRASIL NOS DIAS DE HOJE
“Ensino porque fui capaz de aprender, aprendi porque busquei. Educo, porque
me educo e continuo a cada dia sendo educado. Apender é investir de desejos
num objeto saber.” (Sigmund Freud)
A história da educação no Brasil, como já citado no capítulo anterior,
começou em 1549, com a chegada dos padres jesuítas e deixaram grandes e
profundas marcas em nossa cultura. A base da educação era a religião e fé de
nossos colonizadores. Por mais de dois séculos eles foram os únicos
educadores de nosso país. Fundaram inúmeras escolas que ensinavam a ler,
escrever, contar e seus colégios eram de uma qualidade de ensino que
algumas modalidades oferecidas por eles, equivaliam a nível superior, mesmo
sendo colégios secundários.
Após esse período chamado jesuítico, a educação entrou em outro
modelo, chamado de República Velha começou em 1889 e durou até 1929,
esta adotou o modelo político presidencialista. A educação nesse período teve
uma marca baseada na filosofia positivista, tendo a liberdade e laicidade do
ensino e gratuidade da escola primária. Com isso podemos observar uma
preocupação com a educação e formação de um cidadão descente baseado
na educação.
A educação dessa época seguiu a Constituição brasileira, um de seus
objetivos era formar o aluno para um curso superior e não apenas preparar.
Outra marca significativa deste modelo de educação foi a substituição da
predominância literária pela científica.
Depois de tantas tendências pedagógicas, cada uma se adaptando as
suas épocas, nós chegamos à educação nos dias de hoje, A Nova República,
tem participação marcante na escola contemporânea. Sua grande proposta foi
universalizar o ensino e erradicar o analfabetismo.
A partir destes princípios a educação teve fortes aliados como o Projeto
de Lei da Nova LDB e o CNE.
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A educação no Brasil hoje, apesar de contar com “alguns” investimentos
do governo, tem esbarrado com profissionais ruins, com alunos péssimos
oriundos de famílias desestruturadas. Isso tudo dificulta a formação de bons
profissionais, pois de tempos em tempos acham recursos para aprovação de
aluno que não tem condições de ser aprovado.
2.1 - Perfil do professor
O professor do século XXI tem um novo desafio: elaborar as aulas com
criatividade, conhecimento teórico e habilidade, devido a grande evasão que
tem acontecido nos ambientes escolares à cobrança sobre o professor tem
sido muito grande. Não podemos, na verdade, culpar os professores pela tal,
pois a falta de recursos, muitas vezes psicológicos e emocionais, não o
ampara para isso.
Estamos vivendo em uma era tecnológica que compete com o trabalho
de casa, com a atenção, com o estudar para a prova etc. O desafio do
profissional da área da educação torna-se muito maior. Para lidar com as
demandas do mundo contemporâneo é necessária ética e conhecimento
político.
Nesse momento da educação no Brasil, o equilíbrio por parte do
professor é um bom aliado para ele não cair nas armadilhas dos anúncios
publicitários, ou nas propagandas tendenciosas da mídia. O educador deve ter
a capacidade de decidir e formar cidadãos crítico, produzindo novos
conhecimentos para a teoria e prática de ensinar. Eles devem ser
considerados parceiros e autores na transformação da qualidade social da
escola, e porque não dizer da política de seu país, pois se formamos cidadãos
críticos, formamos um país melhor, com capacidade de pensar e interferir no
mundo com seus pensamentos. A grande máxima do educador é não acreditar
no irrecuperável, que todos podem ser educados e transformados pela
educação.
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CAPÍTULO III
SUPERVISÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL
A figura do Supervisor Educacional sempre esteve presente no
ambiente educacional. Desde os primórdios da educação sempre existiu a
necessidade de alguém para auxiliar pedagogicamente o diretor e o professor8.
Durante o período Jesuítico eram conhecidos como Prefeitos de
Estudos; no período Pombalino representado pelo Diretor de Estudos;
chegando ao período Imperial encontramos a nomenclatura de Inspetor Geral;
e assim se seguiu até que com a LDB de 71, em seu artigo 339 era legalizada
a profissão de Supervisor Educacional.
“a idéia de supervisão vai ganhando contornos
mais nítidos ao mesmo tempo em que as
condições objetivas começavam a abrir
perspectiva para se conferir a essa idéia o
estatuto de verdade prática. (SAVIANI, 2003)
A palavra SUPERVISOR tem o significado “olhar sobre”. O que confundi
muitas pessoas que acreditam que o mesmo seria alguém que apenas
analisaria as propostas, sem se envolver. Muitos classificam o Supervisor
Educacional apenas como um fiscalizador. Talvez por ainda estarem presos a
figura do Supervisor do período da Ditadura Militar10 ou por não entenderem a
real função do Supervisor Educacional.
Com o intuito de esclarecer esse paradigma trataremos nesse capítulo
quais são as reais funções dos supervisores.
8 Referenciando a imagem de mediador que o supervisor representa.
9 A LDB sofreu alterações desde 71 até os dias de hoje e o artigo que regulamenta a profissão do Supervisor Educacional passa a ser o art. 64.
10 Período de repressão; o governo utilizava a figura do Supervisor para analisar os planejamentos dos professores e restringir o que poderia ser lecionado ou não.
21
3.1 Supervisor Educacional na teoria
Identificamos na LDB11 o respaldo para a função de supervisor
educacional no art. 64.
“A formação de profissionais de educação para
administração, planejamento, inspeção,
supervisão e orientação educacional para a
educação básica, será feita em cursos de
graduação em pedagogia ou em nível de pós-
graduação á critério da instituição de ensino,
garantida nesta formação, a base comum
nacional.”
A ação supervisora é influenciada durante todo o período histórico, já
através de aspectos políticos ou econômicos. Contudo, só é legitimada com a
LDB de 71.
Dentre as obrigações do Supervisor Educacional junto ao ensino
fundamental o objetivo central é o de promover possibilidades para o ensino
aprendizado. Contudo, esse processor é composto por etapas muito
importantes como: currículo, programas, escolha de livros didáticos,
planejamento de ensino, métodos de ensino, avaliação, recuperação, projeto
da escola, pesquisa; todos sob a supervisão do Supervisor Educacional.
Na resolução de nº 2/98 do Conselho Nacional de Educação – CNE,
encontramos os parâmetros legais e pedagógicos que formulam o currículo da
escola básica. O currículo deve abranger do ensino fundamental a vida cidadã;
deve apresentar paradigmas que visem estabelecer essa relação.
Já na supervisão dos programas, que é de responsabilidade dos
professores, o papel do supervisor é incentivar e promover encontros para que
esses programas sejam feitos de forma coletiva. Propiciar meios para que
11 Conjunto de leis que regulamentam a educação brasileira.
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esses programas sejam formulados de forma interdisciplinar e que neles hajam
temas relevantes ao desenvolvimento sociocognitivo.
No momento da escolha dos livros didáticos o papel do supervisor e
também o de promover situações em que os professores de cada disciplina
possam se reunir e avaliar cada livro apresentado. Oferecer opções para
analise dos professores, orientar quanto a uma visão de que o livro não deve
se ater apenas aos conhecimentos dos alunos e dos professores; mas oferecer
uma visão mais ampla de mundo. Ou seja, promover pontes para buscas fora
do contexto escolar. O supervisor precisa ter essa visão sobre o planejamento
e apresenta-la/promove-la junto aos professores.
O plano de ensino deve ser um encaminhamento de ações refletidas em
conjunto; e mais uma vez o supervisor entra em cena para promover isso junto
aos professores. O planejamento precisa prever ações didáticas; dentre elas o
conteúdo, o objetivo, a avaliação e a bibliografia. E o supervisor está sempre
na figura daquele que irá promover possibilidades para que os professores
alcancem o destinado a cada atividade.
A supervisão precisa estar atenta as técnicas e métodos aplicados pelos
professores em sala. Sempre que for observada uma técnica que está indo de
encontro com a necessidade da turma como, por exemplo, aulas monótonas,
disponibilizar meios de o professor observar isso e ainda meios de promover
reuniões de trocas interativas de experiências, reciclando assim as técnicas de
seus professores.
O supervisor deve estar atento à forma como as avaliações são
organizadas. Se as mesmas promovem meios de qualificar ao invés de
quantificar o conhecimento dos alunos.
Enfim, a função do supervisor é sempre de promover meios, de orientar.
Nunca de fiscalizar, reprimir.
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3.2 - Supervisor Educacional na prática
O que posso compreender entre teoria e prática é que existe uma
lacuna imensa entre elas. Os atributos que o supervisor deve exercer em seu
dia-a-dia não correspondem ao que muitas das vezes é exercido.
Para compreendermos melhor pesquisei uma entrevista feita com um
supervisor educacional, que de modo bastante esclarecedor nos passará um
pouco de sua rotina:
1- Nome do Supervisor Coordenador?
Simone Maria Ramos
2- Formação?
Graduação em Pedagogia e Pós graduação em Gestão Escolar
3- Há quanto tempo atua na função e há quantos anos neste local?
Dois anos na função e no local.
4- Quais as suas experiências profissionais?
Iniciei em 1978 como professora OFA. Ingressei como professora titular
de cargo em 1981. No ano de 2005 ingressei como diretora de escola por
concurso público. E, atualmente designada como Supervisora de Ensino.
5- Descreva as atividades e rotinas desse profissional?
A articulação das escolas e redes escolares, orientando-as para as
finalidades maiores da Educação, harmonizando políticas públicas de
concretização de todos os níveis de Educação e formação de seus
trabalhadores.
6- Quais são as áreas de atuação do Supervisor Escolar?
Pedagógico e Administrativo na Diretoria de Ensino, Recursos Humanos e
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acompanhamento do projeto pedagógico nas Unidades de Ensino.
7- Qual a importância do Supervisor Escolar na escola?
Atuar com os gestores nos aspectos pedagógicos e acompanhar a
organização administrativa das Unidades de Ensino.
8- Como ser um Supervisor Escolar nos dias de hoje?
Deve ser um profissional atualizado quanto à legislação vigente e na
formação pedagógica para ser um mediador no processo de ensino
aprendizagem.
9- Quais os problemas que afetam o processo de ensino-aprendizagem?
Falta de recursos humanos nas Unidades de ensino e formação de
professores.
10 - Na prática, como funciona a relação entre o Supervisor-escola-
comunidade?
Deve existir uma relação de parceria que venha acrescentar e colaborar
com o processo de ensino e aprendizagem dos educadores.
Percebemos que esta entrevista a supervisora Simone, absorveu bem
suas funções e atributos de seu ofício. Porém na maioria das escolas,
especialmente das redes particulares o supervisor inda mantém a prática ainda
algo distante da teoria.
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CONCLUSÃO
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmos,
os homens educam entre si, mediados pelo mundo!” (Paulo Freire)
O objetivo este trabalho, foi pesquisar e aprender sobre cada tipo de
profissional, através da historia da educação em nosso país, descobrir como
chegamos a esse modelo de educação no Brasil, e embora para muitos a
educação brasileira seja um caso perdido, podemos e devemos acreditar que
cada um de nós, educadores, podemos fazer sim a diferença.
Alguns estão mudando de área, acreditando que a soluço do problema
é investir e melhores salários com menos desgaste. Certamente que a
profissão em nosso país não é valorizada, mas oxalá todos tivessem fé e
perseverança, pois se hoje mudamos o pensamentos de nossos alunos,
amanhã eles mudarão o pensamento da nação.
Grandes educadores, teóricos e filósofos, nacionais e internacionais,
deixaram grandes contribuições para nós continuarmos a fazer a diferença
través da educação.
Sabendo o que fomos, o que somos, poderemos avançar para o que
devemos ser, como professor nos apoiemos no sono, propósito e objetivo que
nos trouxe até aqui. Como supervisores, sustentemos esse sonho, mantendo o
nosso professor animado, motivado para que os alunos retenham deles o
melhor!
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
FERREIRA, N. S. C. (org.). Supervisão educacional. Para uma Escola de Qualidade: da Formação a Ação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1999. FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo real. São Paulo, SP: Editora: Cortez, 2003, 5ª ed. GADOTTI, Moacir. Educação e Poder: Introdução a pedagogia do conflito. São Paulo, SP: Editora: Cortez, 1989. GIANCATERINO, Roberto. Relevância e as atribuições do supervisor educacional de uma escola estadual do município de São Bernardo do Campo – SP. Disponivel em: <http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/ relevancia-as-atribuicoes-supervisor-educacional-uma-.htm>, acessado em 16 de março de 2012. HAMZE, Amélia Profª. UNIFEB/CETECeFISOBarretos - http://educador.brasil escola.com/trabalho-docente/professor.htm - Acessado 20/04/12012 LIMA, Elma C. de. Um olhar histórico sobre a supervisão. In: Rangel, M (Org.) Supervisão Pedagógica: Princípios e Práticas. Campinas, SP: Editora: Papirus, 2001, p. 69-80. MASTROSA, Luciana. Receita de professor: criatividade, persistência e
amor pela profissão. São Paulo, SP: Boletim do sindicato dos professores do
ABC, 1999.
27
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - PROFISSÃO PROFESSOR ....................................................... 9
1.1 ASCENSÃO ...................................................................................... x
1.2 QUEDA ............................................................................................. x CAPÍTULO II - MODELO DE EDUCAÇÃO NO BRASIL NO BRASIL NOS DIAS DE HOJE ........................................................................................................... x
2.1 PERFIL DO PROFESSOR ............................................................... x IV - SUPERVISÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL 4.1 TEORIA (SEGUNDO A LEGISLAÇÃO) 4.1.1 OS PRINCIPAIS DESAFIOS 4.1.2 RELAÇÃO PROFESSOR X SUPERVISOR 4.2 PRÁTICA 4.2.1 OS PLANOS DE CURSO 4.2.2 O SUPERVISOR NO PAPEL DE QUEM DIRECIONA E APOIA, E NÃO DE QUEM DITA ORDENS 4.2.3 RELATO DO DIA-A-DIA DE UM SUPERVISOR (A).
CONCLUSÃO 48
ANEXOS 49
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52
BIBLIOGRAFIA CITADA 54
ÍNDICE 55