UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · que eu pudesse estudar e conquistar...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA SUPERVISÃO: TEORIA E PRÁTICA Por: SIMONE FERNANDES Orientador Prof. Vilson Sérgio Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

SUPERVISÃO: TEORIA E PRÁTICA

Por: SIMONE FERNANDES

Orientador

Prof. Vilson Sérgio

Rio de Janeiro

2012

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

SUPERVISÃO: TEORIA E PRÁTICA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Administração e Supervisão

Escolar Por: Simone Fernandes

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que me deu a oportunidade de

mais esta conquista! Agradeço também ao meu esposo, por sua dedicação,

compreensão e carinho durante todas as fases deste curso, a meus filhos, pois

são minha inspiração para continuar, a todos os meus familiares,

especialmente a minha sogra, Lídia Rui Dias, por cuidar dos meus filhos para

que eu pudesse estudar e conquistar mais este título! Agradeço a Ana Lima,

amiga muito querida! Agradeço também a todos os professores deste curso,

que com carinho e dedicação me transmitiram seus ensinamentos e

experiências contribuindo para que eu me torne uma boa profissional da

educação! Enfim a todos da AVM, que com carinho e atenção fazem com que

este local seja tão acolhedor!

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de pesquisa a meu marido, Irlando Fernandes,

amor que nunca me deixa esquecer a importância de acreditar em mim e

prosseguir. Dedico a meus filhos, Guilherme e Gabriela, que me fazem querer

avançar cada vez mais para que sintam, um dia, orgulho de mim. Agradeço a

minha mãe, Maria da Glória e a minha irmã, Jacqueline, por acreditar em mim

sempre! Dedico a minha querida amiga, Ana Lima, sem a qual eu não estaria

aqui, pois pelo seu amor e dedicação a educação tem sido uma motivação

sem fim na minha vida! E acima de tudo Dedico a cada profissional da

educação, almejando que sejam uma inspiração para seus alunos e um futuro

para a nação!

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RESUMO

O presente texto tem objetivo de esclarecer o educador, o supervisor e

toda equipe pedagógica de todo direito e deveres em relação ao seu papel no

ambiente escolar.

Estamos vivendo um momento a história da educação aonde o trabalho

d um supervisor precisa ser bem definido e bem desenvolvido para o bom

andamento no convívio professor, pais e alunos.

Dentro de um parâmetro geral, o supervisor deve assumir um papel de

auxiliador e facilitador do processo ensino aprendizagem, mas... nem sempre

acontece assim, pelo contrário ele se põe em uma posição de vilão, de além

pronto a delatar seus erros e falhas para o diretor. A função do supervisor é

importantíssima para o bom desenvolvimento do profissional da educação,

mas guando ele não consegue ser um auxiliador eficaz, o professor se sente

inseguro no processo de ensino e toda a escola perde com isso.

Para conseguirmos o modelo de educação que precisamos é necessário

que cada um assuma seu papel, ou seja, o professor ter apoio e domínio de

turma dentro da sala de aula. E por outro lado, o supervisor deve acompanhar

o desenvolvimento e apoiar o professor no processo.

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METODOLOGIA

Para realização deste trabalho, utilizarei a minha experiência na área da

educação, já que trabalho em uma escola que se utiliza dos dois extremos de

teoria e prática do supervisor. Utilizarei pesquisa em sites e em trabalhos

realizados por mim dentro do próprio curso. Será feito por mim uma entrevista

com um supervisor sobre seu dia-a-dia.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................... 08

CAPÍTULO I - Profissão Professor ............................................................ 11

CAPÍTULO II - Modelo de Educação no Brasil nos dias de hoje ................... 20

CAPÍTULO III – Supervisão no Ensino Fundamental ................................... 39

CONCLUSÃO............................................................................................ 47

BIBLIOGRAFIA CONSULTAD.................................................................... 52

ÍNDICE...................................................................................................... 59

FOLHA DE AVALIAÇÃO............................................................................. 63

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INTRODUÇÃO

Supervisor, uma palavra tão simples, mas que por muitas vezes é

motivo de horror no ambiente educacional (LIMA, 2001, P. 69). Acreditamos

que isso é fruto da distância entre a teoria e a pratica do exercício da profissão

do supervisor educacional.

Será que podemos afirmar que nas escolas brasileiras temos

profissionais preparados para colocar em prática as teorias levantadas por

Piaget quanto ao exercício da educação no ambiente educacional? Será que

disponibilizamos supervisores preparados para oferecer o devido suporte

teórico e prático para os profissionais responsáveis por promover o

conhecimento junto aos alunos?

Sabemos que na teoria uma das atribuições do supervisor escolar é

garantir os princípios de liberdade e solidariedade humana, assim como,

garantir a qualidade de ensino. Contudo, nem sempre é o que encontramos no

dia-a-dia desses profissionais. Como assegurar solidariedade em um ambiente

onde o supervisor se intitula um ditador, uma figura superior no ambiente

educacional; gerando assim, medo ao invés de respeito junto aos professores.

O supervisor não pode resumir-se apenas a um integrante do ambiente

escolar responsável por controlar a produtividade do trabalho docente. Mas

precisa entender e colocar em prática a teoria tão mencionada no seu curso de

formação. O supervisor não pode utilizar seu diploma como ponte para exercer

tal cargo distanciando a teoria da prática.

Precisamos trazer a realidade do ambiente escolar a relevância e a

importância das atribuições do supervisor para que o mesmo busque meios de

transformar essa teoria em uma pratica efetiva. Objetivando sempre o

desenvolvimento do aluno como cidadão completo e respeitando suas

individualidades, isso através, da efetiva atuação junto ao docente. Essa

atuação precisa ser arquitetada de forma que o docente se sinta valorizado e

estimulado a produzir novas formas de conhecimento.

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Antes de começarmos a falar efetivamente do que deveria ser a pratica

do supervisor escolar, precisamos esclarecer o sentido etimológico da palavra

supervisor; e a partir daí estabelecer de forma concreta o perfil supervisor em

nosso trabalho. Super – oriunda de sobre - e Visão – oriunda de ação de ver;

são esses os vocábulos que formam a palavra supervisão. De forma geral

podemos dizer que significa “olhar de cima”. Essa expressão é o que leva

muitos profissionais a acreditar que o supervisor é alguém superior. Contudo, a

interpretação correta seria que “olhar de cima” é ver de forma global, de forma

abrangente uma mesma situação. Sendo assim o supervisor seria aquele que

identifica problemas e juntamente com o docente promove soluções.

“(...) assegura a manutenção de estrutura ou

regime de atividades na realização de uma

programação/ projeto. É uma influencia

consciente sobre determinado contexto, com a

finalidade de ordenar, manter e desenvolver

uma programação planejada e projetada

coletivamente”. (FERREIRA, 1999)

Ferreira elucida com clareza que a atribuição do supervisor é ordenar,

metas, procedimentos; e não emitir ordens a seus professores. Quando o

supervisor ordena, no sentido mencionado por Ferreira, ele tornar-se pessoa

ativa no processo, em contrapartida quando ele ordena, no sentido de mandar

colocando acima dos outros profissionais, ele coloca-se alheio, distante a

prática do processo educativo no ambiente em questão.

No primeiro capítulo é apresentada uma pesquisa bibliográfica sobre a

ascensão e queda da profissão professor. São apresentados relatos históricos

sobre o processo politico e econômico que originou a desvalorização do

profissional docente nos dias de hoje.

No segundo capítulo é apresentado o modelo de educação brasileira

que estamos vivenciando nos dias de hoje, o perfil do professor

10

contemporâneo e do supervisor. Esse capítulo tem como foco a pratica da

supervisão no ensino fundamental.

O quarto capítulo apresenta um pouco da legislação de rege a teoria

da atuação do supervisor no ambiente escolar. Busca esclarecer de forma

sucinta quais as atribuições do supervisor junto ao professor. E ainda,

apresenta qual tem sido a prática desse supervisor no ambiente educacional,

destacando sua atuação na elaboração dos planos de curso, no papel de

quem apoia e direciona o docente no exercício do magistério.

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CAPÍTULO I

PROFISSÃO PROFESSOR

“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” Cora Coralina

A profissão docente nos dias de hoje não é para todos. A mesma

somente deveria ser exercida por apaixonados por educação. Tendo em conta

que ensinar é uma arte e tarefa difícil! É necessário envolvimento e dedicação.

Não é segredo que as condições de ensino hoje me dia está cada vez

mais difícil, podemos dizer que hoje a educação se tornou um paradigma. Os

inúmeros desafios pelos quais, nós professores temos passado, como, por

exemplo, a inclusão nas escolas ou o descaso por parte de alunos e pais.

“(...) é ocasionado pela falta de respeito do

aluno, com o professor, (...) Eu sinto, no físico

tenho problemas nas pernas, são varizes e,

então a dor, fico muito tempo em pé, dor nas

pernas, bastante. Mas o pior mal-estar é

aquele de estar incomodada, de que o trabalho

não está rendendo, de que não é isso...”

(trechos da entrevista de professores na

pesquisa/PDE)

Nesse trecho de uma entrevista dada a revista PDE fica explicito a

situação dos professores em exercício nos dias de hoje. Alguns passam por

problemas tão extremos que chegam a ficar doentes. Mas ainda assim muitos

são os professores que persistem e lutam por uma educação melhor.

Reconhecem que todas as crianças do nosso Brasil tem direito a educação e

nós, professores, os responsáveis por ela. E quando falamos de educação não

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falamos apenas de literacia1, mas de educação para a vida. Referimos-nos a

formação de homens e mulheres conscientes de seus direitos e deveres junto

à sociedade.

Mas existe a necessidade de conhecer melhor o revés dessa história,

entender melhor a profissão professor. Uma relação de amor, respeito e

companheirismo.

1.1 – Ascenção

Os primeiros educadores, após os jesuítas, os que vieram instalar a

história da educação no Brasil, foram os padres da Companhia de Jesus, que

fundaram a primeira escola em 1549. Eles trouxeram um ensino tradicional e

permaneceram assim por quase 383 anos. Falar das primeiras escolas do

Brasil... estritamente tradicional, como disse Serafim Leite: “é evocar a epopeia

dos jesuítas do séc. XVI” (1937, p. 38). E assim se abria uma escola onde quer

que se erguesse uma igreja.

O primeiro mestre de escola do Brasil foi o Ir. Vicente Rodrigues, na

Bahia e teve 50 anos de trabalho dedicado à educação e alfabetização nesta

escola.

As primeiras escolas tradicionais tinham como objetivo alfabetização e

evangelização, sendo repassados pelos educadores tanto a literatura, como a

religião e cultura de seus colonizadores.

Em 1959 se estabelece as primeiras classes experimentais, que tinha

como embasamento uma ruptura dos modelos monolíticos do ensino médio, e

seu embasamento metodológico no Modelo Sèvres (França) e também nas

propostas das escolas renovadas da pedagogia de John Dewer (filósofo norte-

americano, que defendia a liberdade de pensamento como instrumento para

maturação intelectual e emocional das crianças).

Em 1958, era lançado o segundo Manifesto dos Pioneiros da Educação.

1 Termo oriundo do português europeu, significa letramento. Ou seja, o resultado da ação de ensinar a ler e escrever.

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“As classes experimentais foram instaladas

paralelas às demais. Seguiam mais ou menos

o programa oficial, só que tentamos

desenvolver paralelamente o estudo do meio e

fazer uma integração das matérias, como eram

chamadas, e passamos a designar disciplinas”.

Olga Bechara

Neste período histórico da educação, o professor tinha grande valor, era

centralizador e respeitado por parte de alunos, pais, diretores e a sociedade

em si, enxergava neles a esperança de um futuro.

Desde o Governo Getúlio Vargas inaugurou-se a Escola Nova, onde o

professor não era apenas um transmissor de conteúdos, de conhecimento,

mas alguém que deve facilitar o processo de ensino aprendizagem.

Essa reestruturação da educação aconteceu em um período muito

complicado para a economia mundial. Os Estados Unidos da América

passavam por uma grande crise econômica conhecida como “Crise de 29”2. O

Brasil se viu obrigado a reestruturar sua economia. Agora uma economia que

outrora era agrário-capitalista passa a ser urbano-capitalista. Sem poder

exportar o café e importar bens prontos, o Brasil passa por uma grande

modernização.

Contudo, esse novo modelo de economia necessitava de profissionais

mais preparados, ou seja, uma mão de obra mais qualificada. O que deu início

as reformas de Francisco Campos.

Getúlio Vargas criou o ministério da Educação e Saúde e instituiu

Francisco Campos como responsável pelo mesmo. Apesar de ter ficado pouco

tempo no poder, ele fez inúmeras inovações que beneficiaram a educação até

os dias de hoje. Dentre elas a criação do ensino secundário3 e da primeira

2 Ocasionada pela quebra da bolsa. Os Estados Unidos da América passavam por uma grande crise financeira que afetou toda a economia mundial.

3 Equivalente ao 6º até o 9º ano do ensino fundamental dos dias de hoje. Antes da criação do ensino secundário as massas populares dificilmente conseguiam cursar além do ensino primário.

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Faculdade do Rio de Janeiro. Seu sucessor Capanema deu continuidade as

suas reformas4 e deixou um legado grandiosíssimo para a educação brasileira.

Cabe ressaltar que ao criar esses ministérios o presidente Getúlio

Vargas aumentou e muito sua popularidade junto às massas populares5,

contudo, causou grande descontentamento junto às elites6.

A Era Vargas foi um marco para a Educação Brasileira, apesar de não

ter agradado a todos e de ter sido um período com muitos conflitos

governamentais; foi também um período com muitas reformas a favor da

educação.

Esse novo modelo oriundo do governo Vargas, trouxe uma escola

democrática, fazendo com que os alunos aprendessem melhor e os

professores conseguissem ensinar melhor, ouvindo as necessidades do aluno.

1.2 – Queda

“(...) Valeu a pena? Tudo vale a pena se a

alma não é pequena. Quem quer passar além

do Bojador tem que passar além da dor. Deus

ao mar o perigo e o abismo deu, mas nele é

que espelhou o céu”. (Fernando Pessoa)

O período Pombalino foi um período onde os professores recebiam

salários altos, contudo, não eram profissionais muito preparados. Os

professores desse período em sua maioria eram indicados e efetivados como

4 As reformas de Francisco Campos e Capanema também deram origem ao ensino profissionalizante, responsável por oferecer a mão de obra qualificada que as industrias, responsáveis por reerguer a economia brasileira, precisavam.

5 Até os dias de hoje é comum ouvirmos pessoas dizerem que o presidente Getúlio Vargas foi um dos melhores presidentes que o Brasil viu; que o mesmo governava pelo povo e para o povo. Muitas dessas afirmações são em virtude da criação dos ministérios e regularização do trabalho da mulher e da criança.

6 As elites reivindicavam eleições diretas, os mesmos queriam uma votação com voto secreto e liberado as mulheres. As elites não estavam satisfeitas com as inovações do governo Vargas e isso foi motivo para grandes atos de protestos que se seguiram na história desse governo.

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educadores. Sabemos que nesse período a educação estava estagnada. A

expulsão dos Jesuítas, trousse um período de empobrecimento intelectual para

o Brasil.

Com o passar do tempo muita coisa mudou e o marco para a educação

foi a Era Vargas, período mencionado acima. Nesse período o professor era

muito valorizado, não era apenas um transmissor do conhecimento; mas um

mediador. Era o responsável por educar os homens que seriam os pensadores

da sociedade futura. Eram os responsáveis pelos grandes pensadores do

presente e futuro das elites brasileiras.

Com o período da Ditadura Militar esse quadro começa a mudar. O

governo começa a interferir na sala de aula e a restringir o que poderia ser

lecionado.

Após 1964 o Brasil passa por uma crise na educação, e para tentar

erradicar o analfabetismo no país, é desenvolvido o sistema de educação

chamado mobral7, e logo depois supletivo.

Evolução do Índice

de Analfabetismo no Brasil

(1940-1977)

Ano Índice

1940 56,1%

1950 50,5%

1960 39,6%

1970 33,6%

1980 25,5%

7 Movimento Brasileiro de Educação – Criado pela lei 5.379, de 15 de dezembro de 1967.

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1990 20,1%

2000 13,6%

Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetizacao

O projeto Mobral propunha a alfabetização de jovens e adultos, foi

criado e era mantido pelo Regime Militar. Durante anos o projeto que

objetivava o letramento de jovens e adultos acima da idade normal para a

escola convencional, alfabetizava aqueles que as dificuldades da vida não

permitiu estudar.

O Mobral tinha um alto custo para o governo e nos anos 80, passou a

ser inviável em virtude da recessão econômica.

O supletivo foi um modelo educacional que sucedeu o Mobral, também

objetivava suprir as deficiências educacionais de jovens e adultos que não

concluíram o ensino escolar na idade “adequada”. Essa modalidade de ensino

teve grande aceitação, junto aqueles que desistiram do ensino regular.

O Mobral e o supletivo foram dois sistemas com o objetivo de acelerar o

acesso a graus mais elevados. Porém havia uma carência de conteúdo

pedagógico, formando profissionais de baixa qualificação e lançando-os ao

mercado de trabalho, inclusive ao mercado da educação.

A situação ficou mais crítica durante a década de 80, quando as

universidades ofereciam curso de maior procura pelo mercado de trabalho,

aonde muitos que tiveram acesso a essa formação, eram impulsionados pelo

retorno financeiro e não pela sua real vocação. “Não podemos esquecer que

toda classe trabalhadora perde gradativamente seu poder aquisitivo, não só o

magistério que, sem dúvida, foi uma das categorias mais atingidas”

(MASTROROSA, 1999, P. 03)

Na década de 90 com a diminuição do planejamento político na área de

educação, começou uma grande degradação das escolas públicas. Seus

prédios estavam com instalações precárias e o grande aumento da população

sobrecarregou os professores que passaram a administrar turmas lotadas, e

17

em sua grande maioria indisciplinada. Tornando o professor desmotivado e

sem plano de carreira.

No século XXI, os educadores têm novos desafios, como no

início, temos que implantar uma cultura e que pela aceleração com que o

mundo se torna capitalista, as pessoas tem deixado de estudar para trabalhar,

ou os professores trabalham apenas por dinheiro, esquecendo o compromisso

com a transformação que podem causar em seus alunos, motivando-os de

várias maneiras, a ter uma educação continuada, e eles mesmos buscarem tal

educação.

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CAPÍTULO II

MODELO DE EDUCAÇÃO DO BRASIL NOS DIAS DE HOJE

“Ensino porque fui capaz de aprender, aprendi porque busquei. Educo, porque

me educo e continuo a cada dia sendo educado. Apender é investir de desejos

num objeto saber.” (Sigmund Freud)

A história da educação no Brasil, como já citado no capítulo anterior,

começou em 1549, com a chegada dos padres jesuítas e deixaram grandes e

profundas marcas em nossa cultura. A base da educação era a religião e fé de

nossos colonizadores. Por mais de dois séculos eles foram os únicos

educadores de nosso país. Fundaram inúmeras escolas que ensinavam a ler,

escrever, contar e seus colégios eram de uma qualidade de ensino que

algumas modalidades oferecidas por eles, equivaliam a nível superior, mesmo

sendo colégios secundários.

Após esse período chamado jesuítico, a educação entrou em outro

modelo, chamado de República Velha começou em 1889 e durou até 1929,

esta adotou o modelo político presidencialista. A educação nesse período teve

uma marca baseada na filosofia positivista, tendo a liberdade e laicidade do

ensino e gratuidade da escola primária. Com isso podemos observar uma

preocupação com a educação e formação de um cidadão descente baseado

na educação.

A educação dessa época seguiu a Constituição brasileira, um de seus

objetivos era formar o aluno para um curso superior e não apenas preparar.

Outra marca significativa deste modelo de educação foi a substituição da

predominância literária pela científica.

Depois de tantas tendências pedagógicas, cada uma se adaptando as

suas épocas, nós chegamos à educação nos dias de hoje, A Nova República,

tem participação marcante na escola contemporânea. Sua grande proposta foi

universalizar o ensino e erradicar o analfabetismo.

A partir destes princípios a educação teve fortes aliados como o Projeto

de Lei da Nova LDB e o CNE.

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A educação no Brasil hoje, apesar de contar com “alguns” investimentos

do governo, tem esbarrado com profissionais ruins, com alunos péssimos

oriundos de famílias desestruturadas. Isso tudo dificulta a formação de bons

profissionais, pois de tempos em tempos acham recursos para aprovação de

aluno que não tem condições de ser aprovado.

2.1 - Perfil do professor

O professor do século XXI tem um novo desafio: elaborar as aulas com

criatividade, conhecimento teórico e habilidade, devido a grande evasão que

tem acontecido nos ambientes escolares à cobrança sobre o professor tem

sido muito grande. Não podemos, na verdade, culpar os professores pela tal,

pois a falta de recursos, muitas vezes psicológicos e emocionais, não o

ampara para isso.

Estamos vivendo em uma era tecnológica que compete com o trabalho

de casa, com a atenção, com o estudar para a prova etc. O desafio do

profissional da área da educação torna-se muito maior. Para lidar com as

demandas do mundo contemporâneo é necessária ética e conhecimento

político.

Nesse momento da educação no Brasil, o equilíbrio por parte do

professor é um bom aliado para ele não cair nas armadilhas dos anúncios

publicitários, ou nas propagandas tendenciosas da mídia. O educador deve ter

a capacidade de decidir e formar cidadãos crítico, produzindo novos

conhecimentos para a teoria e prática de ensinar. Eles devem ser

considerados parceiros e autores na transformação da qualidade social da

escola, e porque não dizer da política de seu país, pois se formamos cidadãos

críticos, formamos um país melhor, com capacidade de pensar e interferir no

mundo com seus pensamentos. A grande máxima do educador é não acreditar

no irrecuperável, que todos podem ser educados e transformados pela

educação.

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CAPÍTULO III

SUPERVISÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL

A figura do Supervisor Educacional sempre esteve presente no

ambiente educacional. Desde os primórdios da educação sempre existiu a

necessidade de alguém para auxiliar pedagogicamente o diretor e o professor8.

Durante o período Jesuítico eram conhecidos como Prefeitos de

Estudos; no período Pombalino representado pelo Diretor de Estudos;

chegando ao período Imperial encontramos a nomenclatura de Inspetor Geral;

e assim se seguiu até que com a LDB de 71, em seu artigo 339 era legalizada

a profissão de Supervisor Educacional.

“a idéia de supervisão vai ganhando contornos

mais nítidos ao mesmo tempo em que as

condições objetivas começavam a abrir

perspectiva para se conferir a essa idéia o

estatuto de verdade prática. (SAVIANI, 2003)

A palavra SUPERVISOR tem o significado “olhar sobre”. O que confundi

muitas pessoas que acreditam que o mesmo seria alguém que apenas

analisaria as propostas, sem se envolver. Muitos classificam o Supervisor

Educacional apenas como um fiscalizador. Talvez por ainda estarem presos a

figura do Supervisor do período da Ditadura Militar10 ou por não entenderem a

real função do Supervisor Educacional.

Com o intuito de esclarecer esse paradigma trataremos nesse capítulo

quais são as reais funções dos supervisores.

8 Referenciando a imagem de mediador que o supervisor representa.

9 A LDB sofreu alterações desde 71 até os dias de hoje e o artigo que regulamenta a profissão do Supervisor Educacional passa a ser o art. 64.

10 Período de repressão; o governo utilizava a figura do Supervisor para analisar os planejamentos dos professores e restringir o que poderia ser lecionado ou não.

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3.1 Supervisor Educacional na teoria

Identificamos na LDB11 o respaldo para a função de supervisor

educacional no art. 64.

“A formação de profissionais de educação para

administração, planejamento, inspeção,

supervisão e orientação educacional para a

educação básica, será feita em cursos de

graduação em pedagogia ou em nível de pós-

graduação á critério da instituição de ensino,

garantida nesta formação, a base comum

nacional.”

A ação supervisora é influenciada durante todo o período histórico, já

através de aspectos políticos ou econômicos. Contudo, só é legitimada com a

LDB de 71.

Dentre as obrigações do Supervisor Educacional junto ao ensino

fundamental o objetivo central é o de promover possibilidades para o ensino

aprendizado. Contudo, esse processor é composto por etapas muito

importantes como: currículo, programas, escolha de livros didáticos,

planejamento de ensino, métodos de ensino, avaliação, recuperação, projeto

da escola, pesquisa; todos sob a supervisão do Supervisor Educacional.

Na resolução de nº 2/98 do Conselho Nacional de Educação – CNE,

encontramos os parâmetros legais e pedagógicos que formulam o currículo da

escola básica. O currículo deve abranger do ensino fundamental a vida cidadã;

deve apresentar paradigmas que visem estabelecer essa relação.

Já na supervisão dos programas, que é de responsabilidade dos

professores, o papel do supervisor é incentivar e promover encontros para que

esses programas sejam feitos de forma coletiva. Propiciar meios para que

11 Conjunto de leis que regulamentam a educação brasileira.

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esses programas sejam formulados de forma interdisciplinar e que neles hajam

temas relevantes ao desenvolvimento sociocognitivo.

No momento da escolha dos livros didáticos o papel do supervisor e

também o de promover situações em que os professores de cada disciplina

possam se reunir e avaliar cada livro apresentado. Oferecer opções para

analise dos professores, orientar quanto a uma visão de que o livro não deve

se ater apenas aos conhecimentos dos alunos e dos professores; mas oferecer

uma visão mais ampla de mundo. Ou seja, promover pontes para buscas fora

do contexto escolar. O supervisor precisa ter essa visão sobre o planejamento

e apresenta-la/promove-la junto aos professores.

O plano de ensino deve ser um encaminhamento de ações refletidas em

conjunto; e mais uma vez o supervisor entra em cena para promover isso junto

aos professores. O planejamento precisa prever ações didáticas; dentre elas o

conteúdo, o objetivo, a avaliação e a bibliografia. E o supervisor está sempre

na figura daquele que irá promover possibilidades para que os professores

alcancem o destinado a cada atividade.

A supervisão precisa estar atenta as técnicas e métodos aplicados pelos

professores em sala. Sempre que for observada uma técnica que está indo de

encontro com a necessidade da turma como, por exemplo, aulas monótonas,

disponibilizar meios de o professor observar isso e ainda meios de promover

reuniões de trocas interativas de experiências, reciclando assim as técnicas de

seus professores.

O supervisor deve estar atento à forma como as avaliações são

organizadas. Se as mesmas promovem meios de qualificar ao invés de

quantificar o conhecimento dos alunos.

Enfim, a função do supervisor é sempre de promover meios, de orientar.

Nunca de fiscalizar, reprimir.

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3.2 - Supervisor Educacional na prática

O que posso compreender entre teoria e prática é que existe uma

lacuna imensa entre elas. Os atributos que o supervisor deve exercer em seu

dia-a-dia não correspondem ao que muitas das vezes é exercido.

Para compreendermos melhor pesquisei uma entrevista feita com um

supervisor educacional, que de modo bastante esclarecedor nos passará um

pouco de sua rotina:

1- Nome do Supervisor Coordenador?

Simone Maria Ramos

2- Formação?

Graduação em Pedagogia e Pós graduação em Gestão Escolar

3- Há quanto tempo atua na função e há quantos anos neste local?

Dois anos na função e no local.

4- Quais as suas experiências profissionais?

Iniciei em 1978 como professora OFA. Ingressei como professora titular

de cargo em 1981. No ano de 2005 ingressei como diretora de escola por

concurso público. E, atualmente designada como Supervisora de Ensino.

5- Descreva as atividades e rotinas desse profissional?

A articulação das escolas e redes escolares, orientando-as para as

finalidades maiores da Educação, harmonizando políticas públicas de

concretização de todos os níveis de Educação e formação de seus

trabalhadores.

6- Quais são as áreas de atuação do Supervisor Escolar?

Pedagógico e Administrativo na Diretoria de Ensino, Recursos Humanos e

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acompanhamento do projeto pedagógico nas Unidades de Ensino.

7- Qual a importância do Supervisor Escolar na escola?

Atuar com os gestores nos aspectos pedagógicos e acompanhar a

organização administrativa das Unidades de Ensino.

8- Como ser um Supervisor Escolar nos dias de hoje?

Deve ser um profissional atualizado quanto à legislação vigente e na

formação pedagógica para ser um mediador no processo de ensino

aprendizagem.

9- Quais os problemas que afetam o processo de ensino-aprendizagem?

Falta de recursos humanos nas Unidades de ensino e formação de

professores.

10 - Na prática, como funciona a relação entre o Supervisor-escola-

comunidade?

Deve existir uma relação de parceria que venha acrescentar e colaborar

com o processo de ensino e aprendizagem dos educadores.

Percebemos que esta entrevista a supervisora Simone, absorveu bem

suas funções e atributos de seu ofício. Porém na maioria das escolas,

especialmente das redes particulares o supervisor inda mantém a prática ainda

algo distante da teoria.

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CONCLUSÃO

“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmos,

os homens educam entre si, mediados pelo mundo!” (Paulo Freire)

O objetivo este trabalho, foi pesquisar e aprender sobre cada tipo de

profissional, através da historia da educação em nosso país, descobrir como

chegamos a esse modelo de educação no Brasil, e embora para muitos a

educação brasileira seja um caso perdido, podemos e devemos acreditar que

cada um de nós, educadores, podemos fazer sim a diferença.

Alguns estão mudando de área, acreditando que a soluço do problema

é investir e melhores salários com menos desgaste. Certamente que a

profissão em nosso país não é valorizada, mas oxalá todos tivessem fé e

perseverança, pois se hoje mudamos o pensamentos de nossos alunos,

amanhã eles mudarão o pensamento da nação.

Grandes educadores, teóricos e filósofos, nacionais e internacionais,

deixaram grandes contribuições para nós continuarmos a fazer a diferença

través da educação.

Sabendo o que fomos, o que somos, poderemos avançar para o que

devemos ser, como professor nos apoiemos no sono, propósito e objetivo que

nos trouxe até aqui. Como supervisores, sustentemos esse sonho, mantendo o

nosso professor animado, motivado para que os alunos retenham deles o

melhor!

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

FERREIRA, N. S. C. (org.). Supervisão educacional. Para uma Escola de Qualidade: da Formação a Ação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1999. FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo real. São Paulo, SP: Editora: Cortez, 2003, 5ª ed. GADOTTI, Moacir. Educação e Poder: Introdução a pedagogia do conflito. São Paulo, SP: Editora: Cortez, 1989. GIANCATERINO, Roberto. Relevância e as atribuições do supervisor educacional de uma escola estadual do município de São Bernardo do Campo – SP. Disponivel em: <http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/ relevancia-as-atribuicoes-supervisor-educacional-uma-.htm>, acessado em 16 de março de 2012. HAMZE, Amélia Profª. UNIFEB/CETECeFISOBarretos - http://educador.brasil escola.com/trabalho-docente/professor.htm - Acessado 20/04/12012 LIMA, Elma C. de. Um olhar histórico sobre a supervisão. In: Rangel, M (Org.) Supervisão Pedagógica: Princípios e Práticas. Campinas, SP: Editora: Papirus, 2001, p. 69-80. MASTROSA, Luciana. Receita de professor: criatividade, persistência e

amor pela profissão. São Paulo, SP: Boletim do sindicato dos professores do

ABC, 1999.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - PROFISSÃO PROFESSOR ....................................................... 9

1.1 ASCENSÃO ...................................................................................... x

1.2 QUEDA ............................................................................................. x CAPÍTULO II - MODELO DE EDUCAÇÃO NO BRASIL NO BRASIL NOS DIAS DE HOJE ........................................................................................................... x

2.1 PERFIL DO PROFESSOR ............................................................... x IV - SUPERVISÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL 4.1 TEORIA (SEGUNDO A LEGISLAÇÃO) 4.1.1 OS PRINCIPAIS DESAFIOS 4.1.2 RELAÇÃO PROFESSOR X SUPERVISOR 4.2 PRÁTICA 4.2.1 OS PLANOS DE CURSO 4.2.2 O SUPERVISOR NO PAPEL DE QUEM DIRECIONA E APOIA, E NÃO DE QUEM DITA ORDENS 4.2.3 RELATO DO DIA-A-DIA DE UM SUPERVISOR (A).

CONCLUSÃO 48

ANEXOS 49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52

BIBLIOGRAFIA CITADA 54

ÍNDICE 55

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