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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA Técnicas de impressão- processo e histórico das artes gráficas: Serigrafia, xilogravura, gravura em metal e litografia. Por: Felipe Assuf Martins. Orientador Profa. Ms. Fátima Alves Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Técnicas de impressão- processo e histórico das artes

gráficas: Serigrafia, xilogravura, gravura em metal e litografia.

Por: Felipe Assuf Martins.

Orientador

Profa. Ms. Fátima Alves

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Técnicas de impressão- processo e histórico das artes

gráficas: Serigrafia, xilogravura, gravura em metal e litografia.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Arteterapia.

Por: Felipe Assuf Martins.

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AGRADECIMENTOS

... A minha família, a todos os

admiradores das artes que

atravessaram comigo esta jornada até

a realização deste trabalho e a todos

os formadores do curso aqui concluído.

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DEDICATÓRIA

Dedico especialmente ao meu pai, minha

mãe, meus irmãos e a minha avó;

também a todos os admiradores das

artes.

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METODOLOGIA

A metodologia que fundamenta esta monografia é o estudo e a pesquisa

unicamente bibliográfica a partir de publicações anteriores sobre o assunto em

documentos impressos como livros, artigos, teses e folders e uma única fonte

webiografica, postada na seção bibliografia.

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RESUMO

A importância de inserir as técnicas de impressão na arteterapia é

fundamental para o desenvolvimento da concentração, organização, disciplina

e coordenação motora fina. É fundamental superar perigos e obstáculos que as

artes gráficas apresentam durante o processo, como manusear uma prensa,

lidar com produtos químicos, realizar etapas específicas com sucesso,

necessitando de todos os materiais a disposição, que podem apresentar

perigos. Porém, em contrapartida, essas dificuldades desafiam para que se

passe por todo o processo, superando obstáculos, tornando o resultado final

mais gratificante, enriquecendo os conceitos da arteterapia. Portanto a

monografia apresentará histórias e o processo de cada técnica de gravura,

explicando o quanto é importante colocar esta técnica como recurso para a

arteterapia. Haverá citações de artistas relatando sobre o processo gráfico e

suas importâncias para o desenvolvimento dos indivíduos, e o que é preciso

para montar ateliês para cada tipo de técnica, a xilogravura, o metal, a litografia

e a serigrafia.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------- 8

CAPÍTULO I - A importância das artes gráficas na arteterapia.------------------- 10

CAPÍTULO II - O que é arte gráfica e sua história.----------------------------------- 14

CAPÍTULO III - Os processos das técnicas de impressão e montagem de

ateliês para cada tipo de técnica de impressão --------------------------------------- 19

CAPÍTULO IV - Renomados gravadores e artistas plásticos no mundo das artes

gráficas ------------------------------------------------------------------------------------------ 29

CONCLUSÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 39

BIBLIOGRAFIA -------------------------------------------------------------------------------- 40

ÍNDICE ------------------------------------------------------------------------------------------- 42

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INTRODUÇÃO

O fenômeno a ser estudado é inserir as técnicas de impressão, como

requisito da arteterapia, com o principal motivo de desenvolver a disciplina,

concentração, organização e a coordenação motora fina. Ensinando o uso

adequado e monitorando os materiais de consumo, que são ácidos, solventes,

tintas e os permanentes, como, goivas, que servem para xilogravura, ponta

seca para metal etc., aguça o senso de responsabilidade e atenção do

indivíduo.

Portanto, a monografia demonstrará o que são as artes gráficas,

buscando compreender suas principais características essenciais para o

desenvolvimento final da reprodução.

Haverá, uma breve Historia, das técnicas de impressão, descrevendo de

que maneira ela se tornou conhecida na sociedade e uma pequena explicação

do significado de cada tipo de técnica, com o objetivo de induzir o individuo a

se interessar pelo mundo da arte, principalmente o da gravura que demorou a

ser reconhecida, como uma visão artística, pois só servia para reproduzir

imagens. Portanto conhecer cada tipo de técnica e se interessar por qualquer

meio artístico é importantíssimo para superação de obstáculos, liberdade de

escolha, qualidade de vida, enfim, vencer todo tipo de preconceito e conquistar

um desempenho melhor na coordenação motora, paciência, concentração etc.

A gravura depende da técnica, mas o individuo pode buscar sua própria

linguagem, seu modo de lidar com o material e a liberdade de expressão. O

melhor exemplo disto é a xilogravura, primeira técnica que surgiu. Nela, antes

de tudo é preciso lixar a madeira e depois desenhar, utilizando qualquer

material, como lápis, pincel entintado etc. Feito isso, já pode começar a cavar

utilizando a ferramenta goiva, e após este procedimento pode entintar para

imprimir. Portanto para obter todo esse processo com sucesso é necessário

paciência e concentração, o que é fundamental para o êxito na arteterapia.

A outra técnica que podemos citar é a litografia, antes de imprimir

também deve passar por diversas etapas. Limpar a pedra, desenhar com

materiais gordurosos, acidular, fazer a viragem e só depois que vem a

impressão, por isso haverá um capitulo especial explicando passo a passo todo

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procedimento de cada tipo de técnica. Os matérias necessários devem ser

utilizados com segurança, evitando assim acidentes. O espaço tem que estar

organizado e conservado, facilitando as condições de trabalho e adquirir um

excelente resultado durante o procedimento.

Por fim a monografia apresentará o que é preciso para a montagem de ateliês

para cada tipo de artes gráficas. Concluindo com depoimentos de gravadores

citando sobre as artes gráficas.

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CAPÍTULO I

A importância das artes gráficas na arteterapia.

A arteterapia é a prática que utiliza como recurso, atividades

expressivas para auxiliar indivíduos em processos terapêuticos para melhorar a

qualidade de vida. Através da arteterapia, um tipo de abordagem processual e

dinâmica, estimula processos criativos, desenvolve potencial, provoca

inspiração, gerando transformações favoráveis à estrutura psíquica das

pessoas.

Bem estar é o fator ou fenômeno que deve ser desenvolvido através da

disciplina, concentração e organização.

A importância de inserir a técnica de impressão das artes gráficas na

arteterapia é seguir um caminho por etapas e praticar o recurso expressivo,

reorganizando as capacidades mentais através da metodologia proposta pela

arteterapia.

Através da arteterapia o indivíduo é conduzido pela via da disciplina, pois

somente através dela que se implanta o caráter do hábito e a prática torna-se

uma constante, estimulando assim o foco na concentração, fortalecendo

também esta capacidade mental. Conquistada a disciplina e restaurada a

capacidade de concentração o indivíduo retoma o senso de organização, de

sua própria forma de expressão e de existir.

Na prática propriamente dita o indivíduo necessitará exercitar a atenção

e a concentração ao manusear uma prensa ou manipular produtos químicos

como ácidos, tintas, vernizes e solventes em geral sem perder o foco e manter

organizado por etapas todos os processos operacionais até a realização final

de sua imagem impressa.

Devido a sua forte influência na transformação social, as artes gráficas

promoveram a invenção do papel que foi um fator decisivo para o seu maior

desenvolvimento, pois possibilitou a reprodução de imagens em grande escala,

ilustrando livros, tecidos e baralhos, facilitando o trabalho de arquivamento de

registros, informações e documentos. Com este desenvolvimento surgiu o

conseqüente crescimento nas artes gráficas entre os cidadãos de classes

sociais menos favorecidas, pois a xilogravura passou a ser também utilizada

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pela população mais pobre. Por causa do alto valor do metal, essa técnica que

possibilitava maior riqueza e detalhamento nas imagens, passou a ser uma

exclusividade da alta sociedade.

Desta força propulsora de desenvolvimento trazida pelas artes gráficas,

a arteterapia encontrou um berço propício ao seu enorme crescimento,

originando também a inovadora terapia com o uso dessa nova arte popular,

possibilitando uma reestruturação psíquica de indivíduos desestruturados numa

sociedade de massas.

O interesse pelo mundo da gravura o indivíduo passa a freqüentar

museus, centro culturais, curso de artes gráficas que é importante para o

desenvolvimento cultural e da disciplina. Sendo assim, conhecerá cada tipo de

técnica e a que mais se identificou, e com isso passará a ter uma vida mais

digna, respeitada, organizada e bem estruturada.

A escritora Claudia Colagrande em seu livro “Arteterapia na prática”, na

(pág. 22, 2010) relata que “o estudo da arteterapia é contínuo e abrangente,

pois são dois caminhos subjetivos que se confluem: A arte e a psicologia”.

O autoconhecimento é necessário assim como o conhecimento da arte e seus

recursos e o da psicologia.”

Identificar suas linguagens, criar um caminho e conhecer os limites de

cada percurso é fundamental para que se possam superar cada obstáculo com

dignidade, assim cada indivíduo tem a possibilidade de realizar seu trabalho

com segurança, portanto nenhum sujeito será melhor ou mais importante do

que o outro,pois serão sutilmente diferentes, devido a suas colocações,

intervenções e possibilidades.

A arte contribui e muito para a formação de uma vida melhor e maiores

possibilidades de superar as características negativas, como o estresse a

insatisfação, o mau humor, a infelicidade etc., porém isto não significa que

todos devem ser artistas, mas todos deveriam ter a oportunidade de

experimentar a arte gráfica como uma maneira de se expressar, obter o

autoconhecimento e a sensibilidade com o meio ambiente.

As técnicas de impressão viabilizam um caminho concreto para o

desenvolvimento da sensibilidade, da ética, da criatividade e da concentração.

Contribuindo para uma sociedade mais homogênea.

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A criatividade vem conquistando espaço ao longo dos anos em diversas

áreas nos meios corporativos e sociais. Desde a antiguidade a criatividade foi

tema de elucubrações filosóficas, em Aristóteles a criatividade vem do próprio

ser humano, já Platão via a criatividade como forma de loucura, pois em sua

época as pessoas muito criativas eram tratadas como anormais,como se

pudessem de alguma forma contaminar as outras pessoas, como se pudesse

fazer mal aos outros.Na verdade a sociedade não sabia lidar com as pessoas

muito criativas e diferentes. Sócrates via a criatividade como uma inspiração

divina. Contudo Platão e Sócrates comungavam da mesma opinião,

consideravam a criatividade um poder superior, força intuitiva, inspiração

transcendental capaz de provocar a perda de controle. Em Descartes definia

criatividade como forma de intuição vinda da alma. Em Kant a criatividade é um

processo natural e saudável que obedecia a leis imprevisíveis e intuitivas.

Darwin definia a criatividade como uma força inerente à própria vida, como uma

manifestação interior do indivíduo. Já na atualidade Nachmanovitch diz” O

processo criativo é um caminho espiritual.Essa aventura fala de nós, de nosso

ser mais profundo, do criador que existe em cada um de nós, da originalidade,

que não significa que todos nós sabemos, mas que é plena e originalmente

nós.”(1993.pag. 32)

Já os psicanalistas vêem o processo criativo como uma força emergente

do inconsciente para a consciência. Vêem a criatividade como um meio de

reduzir tensões e aliviar certos impulsos. Esta força inconsciente, não sendo

vivenciada de forma positiva, pode reverter em neuroses.

Para Freud (in Kneller, 1978),” o processo criativo se utilizaria e se

alimentaria de energia deslocada pela sublimação dos instintos sexuais

primitivos. A criatividade teria a sua fonte no inconsciente.”

Para Jung (in Woodman, 1981), o processo criativo s daria pela

ativação do inconsciente coletivo ou pessoal. Os processos criativos não

dependeriam somente do inconsciente, mas também da energia física que

possibilitava o resgate dos pensamentos inconscientes para a consciência.

A questão é como formar indivíduos mais criativos e realizados?

Segundo Leonardo da Vinci (1452-1519), artista renascentista, cujo sua obra

mais conhecida é a Mona Lisa, através dela o mundo da pintura teve uma

transformação devido ao uso da perspectiva, algo que não era utilizado

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anteriormente e esta sutil observação nota-se no plano de fundo da obra. Ele

relata que o individuo para se tornar criativo precisa desenvolver alguns

princípios:

A curiosidade em relação à vida, a busca do conhecimento, a demonstração, a

persistência e a disposição para aprender com os próprios erros. A sensação

dos sentidos, especialmente a visão com o propósito de tornar a experiência

mais vívida, o desenvolvimento do equilíbrio a imaginação e o cultivo do

conhecimento.

Orietta Del Sole (2010. Pag.35) define a criatividade da seguinte

maneira:

“O ato de criar, a aparente descoberta do criar de cada um é só o momento no

qual as coisas que dormiam em nosso íntimo vêm à tona, sobem a superfície, a

um nível racional.”

Segundo Adir Botelho (1999. Pág122):

“A gravura é basicamente criativa, tem suas normas, exige continuidade e

disciplina e apenas o oficio não basta para alguém ser um bom gravador. Deve

saber que os raros são os modismos na gravura e quando acontecem, poucas

vezes persistem por muito tempo a razão e a experiência do artista.”

A criatividade e o autoconhecimento é um estado de “estar desperto”, ou

seja, entrar num caminho de transformação. A procura de aprender ou fazer

uma maneira complexa em algo simples, portanto criar e viver essas

experiências é fundamental para esclarecer a importância da arte na

sociedade.

Assim como as aves não voam bem se possuírem uma asa mais

desenvolvida do que a outra a vida humana também não pode se realizar em

sua plenitude se um hemisfério cerebral estiver menos desenvolvido do que o

outro. A arteterapia favorece a reintegração dos dois hemisférios cerebrais

devido às técnicas artísticas, o contato direto com material e recursos que

possui, exigindo o exercício da concentração, memorização e da criatividade,

restabelecendo o equilíbrio psíquico com a leveza da arte.

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CAPÍTULO II

O que é arte gráfica e sua história.

O capítulo começa explicando o significado da palavra gravura.

2.1 - O que é a arte gráfica.

A arte gráfica ou gravura é uma técnica de reproduzir imagens

imprimindo-as a partir de uma matriz.

O processo de impressão tem três etapas.

Na primeira etapa faz-se a imagem sobre a superfície de uma madeira,

metal ou pedra calcaria com instrumentos específicos e técnicas particulares

que são indispensáveis para conseguir uma boa impressão.

Na segunda etapa é quando se aplica a tinta na matriz onde foi feita a

imagem.

Já na terceira etapa ocorre a impressão propriamente dita, que é

finalizada com o auxilio de uma prensa ou manualmente.

Para obter um bom resultado é necessário pesquisa, disciplina,

paciência, organização e concentração.

Todas as gravuras resultantes desse processo são originais, pois a

principal característica desta técnica e a reprodução.

O individuo faz uma tiragem quantificada no denominador da fração,

assim observamos que um sobre dez significa que foi a primeira prova de dez

que foram reproduzidas.

A seguir o capitulo citará, uma breve descrição da história das artes gráficas.

2.2 - A história.

A técnica mais antiga, porém a mais simples é a xilogravura. O termo

xilogravura vem do grego onde `Xylon`significa madeira e `graphei`, escrever.

Portanto xilogravura e a técnica de desenhar ou escrever sobre a madeira.

Conhecida pelos chineses desde o século II. A invenção do papel foi um

fator decisivo para o seu desenvolvimento, pois possibilitou a reprodução de

imagens em grande escala. Logo a humanidade passou a ilustrar livros, tecidos

e baralhos, principalmente com a chegada do papel no mundo ocidental.

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Surge também à tinta gráfica que é uma tinta de substância química com várias

formas, líquida, pastosa ou sólida, utilizada para escrever, imprimir e pintar,

que serve para qualquer técnica gráfica e sua base são de óleo de linhaça.

No início era utilizada para pintura encáustica que significa traduzindo do

Grego “gravado a fogo” e esta técnica se caracterizou pelo uso de cera

aglutinante dos pigmentos e pela mistura densa e cremosa. Usava-se pincel ou

espátula quente e era muito resistente ao tempo. Os Romanos e os Gregos a

utilizaram muito.

Nos séculos I e II no norte do Egito na região Fayum as pinturas feitas

em sarcófagos de madeira, pois eram bastante resistentes ao mar. Na idade

média era usada para elaborar imagens religiosas como a virgem entronizada

com o menino Jesus do mosteiro ortodoxo de Santa Catarina e do Monte Sinai,

Egito. O pintor Eugenio Delacroix foi um grande exemplo desta técnica

misturada com cera.

No século XV iniciou-se a produção de rótulos e anúncios impressos em

xilogravura. Anos depois a arte gráfica passou a ser feita em metal com a

chegada da prensa, que foi um fator fundamental para a realização da técnica.

No século seguinte a gravura em metal se consolidou como forma de

expressão em toda a Europa, permitindo edições maiores e uma qualidade

melhor no traço.

Em 1513 foi descoberta uma maneira de reproduzir imagens em metal

usando um verniz impermeabilizante, onde o desenho é reproduzido com uma

ponta seca retirando o verniz.A seguir, a matriz e mergulhada num acido para

gravação.Esta técnica passou a ser chamada de água forte.

A técnica de impressão foi muito importante para documentar o

descobrimento do novo mundo, possibilitando a reprodução de imagens como

animais, vegetais e paisagens do recém descoberto continente Americano.

No século XVII o metal chega ao auge da perfeição. A invenção do

verniz duro possibilitou o uso da água forte em maior quantidade, e no século

seguinte se desenvolveram outras maneiras de reproduzir a arte gráfica em

metal, como o verniz mole e água tinta.

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Ilustrações de livros, reprodução e divulgação de pinturas,

documentação de arquitetura, cartografias e retratos de paisagens, tudo isso

ocupava o universo da gravura no século XVIII.

A técnica de metal se desenvolveu na Inglaterra por causa da sua

liberdade de expressão. No final do século surgiram artistas mais talentosos

como Goya e Hogath.

A xilogravura, porém nesta época passou a ser utilizada pela população mais

pobre, pois o metal se valorizou devido à possibilidade de riqueza nas imagens.

Contudo a primeira gravura datada em chapa de cobre foi a “Flagelação

de Cristo” de autoria de um alemão anônimo. A litografia surgiu no final do

século XVIII utilizando uma pedra calcaria como matriz com a tentativa de obter

um resultado mais econômico.

Portanto o dramaturgo tcheco Alois Senefeder, por acaso, teve a idéia

de escrever em uma pedra partituras musicais, usando um verniz gorduroso

e adicionou ácido nas áreas descobertas, provocando um relevo que receberia

tinta e poderia ser dispensado, tornando uma gravação plana. Fabricou alguns

lápis gordurosos que facilitaram o desenhar das letras e repelia a água.

Prosseguiu com o seu invento até tornar-se popular.

Do século XIX para o XX a xilogravura japonesa teve uma influência

significativa para os artistas europeus, pois eram fascinados pelo exótico, pelo

desconhecido e por perfis dos povos que viviam do outro lado do mundo.

A gravura oriental sempre esteve presente desde o século XVII, mas

com o passar dos anos foi se desenvolvendo para estimular a cultura e a arte e

justamente nesta época, através da religião budista, que os orientais

esboçaram uma linguagem original e criativa, registrando o cotidiano,

expressões, sutileza e simplicidade.

O século XX é a época do expressionismo alemão, movimento artístico

e político que se desenvolveu no teatro, cinema e nas artes plásticas com a

intenção de expressar a realidade e o sentimento, sempre muito intensos e

diretos. O precursor mais importante foi Edvard Munch (1863-1944) e um dos

seus principais e dos mais conhecidos trabalho foi “O grito”, que representa *

“um urro de pavor vindo do fundo da alma proferido por uma figura encolhida

cujo rosto semelhante a uma caveira delineia-se contra um por sol vermelho,

cor de sangue e fogo. Está imagem icônica veio para resumir a angústia

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personificada no expressionismo no final no século XIX. No entanto seu

criador, uma alma gentil dada à introspecção e à auto-análise, viveu para

ver seu octogésimo aniversário e testemunhou a aceitação crítica mundial do

* (Livro, “1000 Obras primas da pintura. Pag. 393).

movimento expressionista, cujos primórdios contaram com sua influencia.” e

seu principal objetivo foi tornar uma sociedade mais justa e humana. A

Alemanha passava por uma revolução política e social.

Na modernidade desenvolveu-se uma técnica de impressão utilizando

linóleo, que foi adotada por Kandinsky, Matisse e Pablo Picasso, que são os

responsáveis por uma renovação nas artes plásticas, valorizando a gravura

como forma de expressão contemporânea. Kandinsky acreditava que cores

diferentes faziam as pessoas reagirem de determinada maneira. Ele pensava

que algo pintado em vermelho tinha o efeito de uma ordem. Originalmente ele

considerava que suas pinturas eram abstratas e as nomeou de música

colorida.

A serigrafia é uma técnica gráfica que existe há mais de três mil anos.

Destacou-se ao longo dos anos, porém foi nos Estados unidos que ela atingiu o

seu apogeu devido a sua potencialidade gráfica e industrial.

No Brasil a serigrafia surge durante a segunda guerra mundial, quando

os norte-americanos instalaram bases militares no nordeste, utilizaram esta

técnica para imprimir números nos uniformes e nos seus materiais, assim os

brasileiros passaram a ter o conhecimento da serigrafia.

No período colonial a imprensa era proibida pelos portugueses, portanto

a arte gráfica começa com a vinda da Família Real, criando bibliotecas,

estamparias de chitas (tecido popular), fabricação de cartas de jogo e arquivos

militares. Servia também para anúncios e ilustrações para jornais.

A fundação da casa da moeda contribuiu para a formação de

gravadores no Brasil.

O império português fundou a academia Nacional de Belas Artes,

trazendo mestres franceses para o desenvolvimento da nossa cultura.

Na década de vinte a gravura se torna importante, pois o

expressionismo estava se expandindo no país e seus pioneiros foram Laser

Segall e posteriormente Oswaldo Goeldi.

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A impressão teve uma importância imensa na década de cinqüenta por

causa do conflito do abstracionismo e realismo devido a um caráter político e

social. Durante este período o Rio de Janeiro se destacava na produção de

arte gráfica com a presença de artistas como Goldi, Iberê Camargo, Livio

Abramo e Fayga, que valorizavam a técnica de impressão brasileira. As

imagens impressas contribuíram para a criação de um conceito popular

gerando a Pop Arte, exemplo disto no Nordeste temos a Literatura de Cordel.

A valorização das ações artesanais fez com que a gravura se tornasse muito

importante para a multiplicação, espalhando-se assim por todo o país.

Atualmente podemos apreciar as técnicas de impressão em diversos museus,

e um deles é o Museu do Louvre (Paris), que consiste em mais de treze mil

peças em metal gravada no século XVI permanecendo até os dias atuais, e

cujas tiragens são comercializadas pela instituição “Reunion des Musées

Nationauxs.

Neste século se utilizava o termo calcografia, significando a arte de gravura

sobre cobre.

Em 1660, o rei criou um atelier dos gravadores ordinários pela

monarquia, cuja tarefa foi a reprodução e o conjunto de imagens, retratando as

riquezas reais, e a exaltação da glória do monarca.

Em 1672, a exploração comercial e as doações permitiram

complementar as coleções de compras e encomendas. Aproximadamente mais

de mil e trezentas matrizes foram gravadas para o gabinete do Rei e foram

reunidas em volume ou vendidas isoladamente.

A calcografia francesa foi fundada oficialmente sob a revolução de 1797,

com o objetivo de apoiar a técnica em metal como meio de exploração e

colecionar gravuras sob o antigo regime, das quais as mais importantes era o

gabinete das matrizes gravadas do Rei e da Academia Real de Pintura e

Escultura.

Nos séculos XIX e XX prolongaram a política e o enriquecimento do

comércio. Em 1990, pelas aquisições de matrizes antigas e modernas, os

artistas puderam se inspirar nas coleções, que foram complementadas pela

criação da calcografia ou da gravura em metal, portanto realizaram uma arte

mais contemporânea.

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CAPÍTULO III

O processo.

Antes de tudo é preciso preparar a madeira, lixando até ficar lisa. Feito isso, a

pessoa já pode desenhar na matriz e depois cavar, utilizando a ferramenta

goiva, obtendo assim os espaços em branco e o que ficar em alto relevo

receberá a tinta, portanto podemos chamar a técnica de xilogravura de gravura

em relevo. Após este procedimento já se pode imprimir no papel.

No momento da impressão coloca-se o papel sobre a madeira e então

se pressiona com uma colher de pau em movimentos constantes e regulares

por toda a área da superfície e depois retira o papel da madeira e a gravura

estará pronta. Este processo de impressão também pode ser feito utilizando

uma prensa.

A matriz atua como se fosse um carimbo, transferindo a imagem para o

papel, sendo assim a xilogravura se caracteriza como branco no preto, e

durante a execução o individuo sempre tem que lembrar que o que ele esta

cavando serão suas linhas brancas, exigindo assim sua maior concentração.

A seguir será explicado o processo da xilogravura com cor.

3.1 - Xilogravura com cor.

Para realizar uma gravura colorida é preciso utilizar mais de uma

madeira. O processo é trabalhoso, mas não é complexo. Assim que imprime a

imagem obtida, a gravura tem que ser transferida para o inverso da madeira,

repetindo os movimentos constantes e regulares, utilizando uma colher de pau,

criando assim uma nova matriz. A imagem que aparecer nesta matriz será a

tinta colorida que escolher, portanto repete o mesmo processo de cavar,

utilizando a ferramenta goiva, obtendo os espaços em branco. Lembrando que

a cor escolhida tem que ser mais clara do que a primeira e imprime

normalmente. Deixa de lado a imagem obtida e retira a tinta da matriz

utilizando solvente. Feito isso entinta com uma cor mais escura o outro lado da

madeira e depois pressiona com a imagem colorida e no final teremos uma

gravura com duas cores. Se quiser mais cores precisa de uma terceira matriz

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repetindo o mesmo processo. Uma pequena observação é que o desenho

aparecerá com a imagem invertida depois de impresso..

Há diversas maneiras de realizar xilogravura utilizando outros tipos de

superfície, como o linóleo e a gravura em madeira de topo.

O processo da gravura em linóleo é similar ao da madeira, a sutil

diferença que observamos é que ela é mais macia e facilita o trabalho, porém o

linóleo deixa um toque espesso, quase indolente. As linhas cortadas podem

apresentar a semelhança do corte feita em madeira, mas o linóleo apresenta

um pequeno problema, se as ferramentas não estiverem bem afiadas as

margens dos cortes podem esfarelar e produzir linhas quebradas,

possibilitando uma cegueira no instrumento.

A outra forma de realizar gravura é utilizando madeira de topo, que são

blocos de madeira de buxo.Este tipo de superfície é dura e densa e pode ser

cortada sem deixar rebarba. As ferramentas especiais para gravação em

madeira são batizadas de buriladores, que permitem ao indivíduo fazer as

escavações com mais precisão. Sendo assim, esta técnica se caracteriza pela

finura do desenho e pelo cuidado durante o processo. Pelo fato de a maioria

das linhas positivas e paralelas sobressaírem com mais firmeza, portanto os

blocos devem ser menores do que os utilizados na xilografia.

No momento de desenhar a imagem diretamente no bloco o melhor

material é um lápis fixador, pois evita que a imagem perca a nitidez. Ao cortá-lo

observe como ficará a imagem quando for impressa.

Pode ser aconselhável escurecer o bloco de madeira passando uma

tinta preta, assim pode desenhar utilizando um giz branco, facilitando na hora

de cavar. Feito isso espalhe a tinta em uma placa até ela formar uma camada

fina e uniforme. Então entintar o bloco com um rolo, e depois coloque uma

folha de papel sobre o bloco e comprima com a mão. Coloque por cima uma

folha de papel mais grosso e esfregue a superfície com um brunidor em

movimentos circulares. Finalmente retire a folha levantando um dos lados e sua

gravura estará pronta.

A seguir será explicado o processo da litografia.

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3.2 - Litografia.

O processo litográfico se inicia pela limpeza da pedra. Primeiro

arredonda-se as bordas da pedra com uma lima, em seguida, usa-se o pó de

esmeril grosso, de preferência o de número oitenta, para sumir com a imagem

anterior, pois a matriz da litografia não é eterna, portanto tem que apagar o

desenho que se apresentava na superfície da pedra,utilizando um borriquete

ou a própria pedra litográfica, fazendo movimentos na forma do símbolo do

infinito, o oito deitado.Então aplica-se o pó esmeril médio, o de número cento e

cinquenta e o ácido acético duas vezes em cada intervalo do pó cento e

cinquenta. Feito isso, finalizar com o pó fino de número duzentos e vinte.Um

detalhe importante é que a execução do pó esmeril, tanto o grosso quanto o

médio ou o fino é necessário repetir duas vezes.

Após este processo, já pode começar a desenhar na pedra, utilizando

materiais gordurosos, como lápis litográfico, dermatográfico ou um próprio para

litografia. Em seguida inicia-se o processo de acidulação ou gravação. Primeiro

pulveriza-se o breu sobre a imagem para fixar o desenho na pedra. Portanto,

bate-se com uma estopa na superfície da pedra e logo se coloca o talco para

secar a gordura do material. Espalha-se a goma arábica pura para proteger as

áreas brancas e logo depois se prepara a acidulação.

Nos locais brancos ou pretos basta somente a goma pura, já nas áreas

de tom claro usa-se uma gota de ácido nítrico para quinze mililitros de goma

arábica e nos locais médios duas gotas de ácido para quinze mililitros e assim

por diante e espere por trinta minutos.

Em seguida, para sabermos se acidulação foi bem feita é preciso fazer

a viragem, ou seja, temos que retirar a goma velha e esticar uma goma arábica

nova. Depois, passa-se solvente de preferência aguarrás, para retirar toda

imagem da matriz e depois com asfalto líquido e com a ajuda de uma esponja

comum úmida, espalha na pedra para remover a camada de gordura na

superfície. Feito isso, entinta-se a pedra sem deixá-la secar e a imagem

voltará. Se ela voltar como estava antes é sinal que o processo de gravação ou

acidulação foi bem sucedido. Depois da viragem faz-se todo o processo de

acidulação novamente, uma nova viragem e estará pronta para imprimir

utilizando uma prensa própria litográfica.

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Se quiser obter cor na litografia, após imprimir tem que fazer outro

processo que se chama inversão. Na inversão o primeiro passo é fazer uma

nova viragem na mesma pedra que utilizou, usando somente aguarrás. Deixa

secar a pedra e adicione só o talco e logo em seguida ressensibilizar com ácido

acético, repetindo três vezes o procedimento.

Deixa a pedra secar novamente e depois proteger as margens e as

áreas brancas do desenho com substancias gordurosas como a graxa, vaselina

sólida ou a própria tinta litográfica ou um lápis gorduroso. Em seguida adicione

goma laca diluída em álcool coada. Primeiro passa a goma no sentido

horizontal e depois no sentido vertical. Retira-se a imagem com solvente

aguarrás e logo em seguida, a partir de dezoito até vinte e seis gotas de ácido

nítrico, para trinta mililitros de goma arábica, passa-se cinco vezes na pedra

toda, e depois passa o rolo para a imagem voltar.

A pedra tem que secar, adicione breu, talco e goma arábica com uma

quantidade de trinta mililitros para mais ou menos doze gotas de acido nítrico e

deixar repousar por um tempo e logo em seguida repete-se uma nova viragem,

diluindo a imagem só com aguarrás e depois passar a tinta colorida e estará

pronta para imprimir.

Também é possível utilizar o processo litográfico sem a necessidade de

usar o suporte pedra, neste caso, usa-se como matriz o alumínio, de

preferência o de numero duzentos e cinquenta,cujo o processo e semelhante

ao da litografia,com pequenas diferenças. O nome ideal para esta técnica

chama-se

Aluminografia ou litografia em metal.

Neste processo começamos pela limpeza da do alumínio, utilizando

somente o pó esmeril de numero cento e cinquenta.Em seguida usa-se o

algodão úmido para retirar a película do alumínio e finalizando com acido

acético,repetindo três vezes.

O desenha-se no alumínio da mesma maneira que na pedra, utilizando

materiais gordurosos, tipo o lápis litográfico, dermatográfico etc. e depois passa

somente o talco para secar a gordura e em seguida a goma arábica pura.

A acidulação ou gravação e completamente diferente ao da pedra.

Primeiro de tudo é preciso preparar a base, para isso e necessário uma colher

rasa de acido tânico para trinta mililitros de goma arábica e dez gotas de acido

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fosfórico. No momento do preparo é preciso acrescentar algumas gotas de

água antes colocar a goma arábica.

A seguir prepara-se a tabelas de acidulação. Para as tonalidades mais

claras basta somente a goma pura com acido tânico e espalha-se por todo o

alumínio. Para a tonalidade menos fraca é preciso uma parte de base para

duas partes de goma arábica. Para uma tonalidade media coloca-se uma parte

de base e uma parte de goma e finalmente para tonalidades mais fortes ,utiliza-

se duas partes de base e uma parte de goma.Se quiser uma tonalidade mais

forte ainda necessita somente da base.Feito isto espere por trinta minutos.

Após este intervalo, passa-se o talco e a goma pura e repete a viragem,

seguindo o mesmo processo da litografia, e depois uma nova acidulação e

estará pronta para imprimir. Neste caso pode-se utilizar a mesma prensa de

gravura em metal.

A seguir será explicado o processo da serigrafia.

3.3 - Serigrafia.

Serigrafia significa escrita na seda ou tela de seda.

Antes de iniciar o processo e preciso produzir a matriz. O primeiro passo

e construir uma moldura de madeira bem firme do tamanho que desejar. Em

seguida esticar a seda ou o nylon, cobrindo toda moldura. As áreas abertas

pela seda são necessárias para a passagem de tinta para o desenho, quando

for imprimir.Necessitando assim de uma boa flexibilidade para evitar falhas

durante o procedimento.Feito o desenho utilizando nanquim, guache

etc.,colocar a imagem sobre uma outra superfície de papel,onde será a

impressa a imagem.O desenho tem que estar centralizado na matriz e então

faz-se a impressão derramado um pouco de tinta sobre a tela de nylon e

espalhando com um rodo.

A tinta passara somente através dos espaços abertos, fixando no

desenho e conseqüentemente penetrara no papel que será sua prova definida.

Finalmente retira-se a matriz e o desenho e espere secar a imagem impressa.

A seguir será explicado o processo da gravura em metal.

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3.4 - Gravura em metal.

A gravura em metal é muito rica em termos e produção, pois existem

diversas maneiras de realizá-la. As mais conhecidas são: Ponta seca, verniz

mole ou, brando, água forte e água tinta.

Iniciamos com a ponta seca que e o processo mais simples, devido a sua

execução direta. Portanto o primeiro passo e preparar a matriz usando a

ferramenta lima para arredondar os cantos da chapa metálica cuja função é

evitar danos no papel durante o processo de impressão. A seguir passe por

toda a superfície uma lixa bem fina, logo aplica-se o polimento,esfregando com

uma estopa em movimentos circulares por toda área do metal.Feito isso,já

pode iniciar o desenho,utilizando uma ponta de metal diretamente sobre a

superfície, criando um corte, que será recebida a tinta,criando assim uma

gravação. Este processo de impressão exige um pouco de tranqüilidade e

concentração devido ao seu procedimento delicado. O primeiro passo é esticar

a tinta na matriz e espalhar com um rolo de borracha ou com o uso de uma

rolha.Logo em seguida limpa-se o excesso de tinta com a ajuda de tarlatana ou

com um pano grosso, passando em movimentos circulares e delicadeza,

deixando apenas o que for necessário.

Finalmente, durante a impressão, coloca-se a folha úmida sobre o metal

e imprime. Logo se retira cuidadosamente o papel de cima da matriz e espere

secar.

O verniz mole ou brando não é complicado, mas exige cuidados,

paciência e disciplina. O primeiro passo é colocar o metal no fogão, em fogo

bem baixo e imediatamente o verniz e espalhá-lo com um rolo de borracha

deixando bem uniforme. Assim que a matriz esfriar pode por sobre a mesa e

estica a folha úmida sobre o metal e já pode começar a desenhar utilizando

lápis comum, crayon, etc. Ao remover o papel nota-se que o verniz aderiu às

linhas desenhadas. A seguir o metal é mergulhado no ácido nítrico ou per-

cloreto de ferro, obtendo na impressão texturas variadas. Logo se retira o

verniz com solvente e finaliza-se o processo de impressão. Aplica-se a tinta e

depois retirar usando tarlatana ou pano em movimentos circulares e estará

pronta para ser retirada da matriz.

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A técnica mais conhecida da gravura em metal é água forte. Nesta

técnica também começamos arredondando os cantos do metal utilizando uma

lima para que o papel não se rasgue durante a impressão, e então lixa-se bem

e depois aplica o polimento com estopa, em movimentos circulares. O segundo

passo consiste em colocar na placa de metal o verniz resistente ao ácido

nítrico. Os traços do desenho são marcados sobre a matriz com o uso de uma

ponta metálica, expondo assim o metal apenas onde a ponta penetra o verniz.

A seguir a matriz é mergulhada no ácido que corroem apenas as partes

expostas, ou seja, os traços do desenho, permitindo a formação de cortes na

superfície do metal. Para obter traços mais fortes a matriz e removida do banho

de ácido, uma nova camada de verniz aplicada nos traços que já apresentam

um estado de corrosão satisfatório e o conjunto deve ser imerso novamente.

Quando o resultado desejado e atingido o verniz e removido com

solventes, o metal deve ser limpo com álcool e então recoberto de tinta para o

processo de impressão. A tinta acumula-se nos cortes, o excesso e removido

da superfície e o papel úmido é estampado. Logo se retira a folha e a gravura

estará pronta.

Outra forma de realizar a gravura em metal é a água tinta, esta técnica

também exige um pouco de atenção. Primeiro prepara-se o breu sobre a matriz

e em seguida, queima o breu para fixá-lo no metal. Depois proteger a área que

não será gravada com verniz. Lava-se no ácido para uma gravação fraca. Para

uma gravação um pouco mais forte, proteja as áreas que já foram gravadas

com verniz. A seguir retirar tudo com solvente, aplicar o álcool retirando o breu

e entintar, assim retira a tinta e finalmente imprimir sobre o papel úmido.

Quando for montar um ateliê de gravura alguns fatores são

importantíssimos. Segurança, pois utilizará instrumentos que necessitam de

concentração, eficiência, oferecendo assim boas condições de trabalho e

organização. Durante o processo o arteterapeuta ajuda o individuo ao

manusear os produtos mais perigosos. A turma também contribuirá para que o

processo de impressão seja mais eficaz, portanto dividir a turma em duplas e

cada dupla realizando junta a mesma matriz estará desenvolvendo o

autoconhecimento, a concentração e a disciplina.

A semelhança que observamos no ateliê de gravura e no espaço de

arteterapia é que ambos buscam a mesma linguagem, o autoconhecimento

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pela arte, conhecer quem nós somos. Desenvolver nossa capacidade de criar,

superar dificuldades e reconhecer nosso valor, adquirindo a nossa própria

linguagem artística.

No momento de analisar a obra é que cada individuo toma consciência

do que buscou no seu inconsciente durante o processo gráfico e qual trabalho

mais gostou de produzir, qual teve mais dificuldade e em qual teve mais

facilidade durante o processo criativo e se o ato de desenhar direto na matriz

foi uma experiência satisfatória? Estes fatores são importantíssimos para o

desenvolvimento da coordenação motora fina, disciplina e criatividade,

facilitando assim o reconhecimento do autoconhecimento de cada individuo.

O ateliê de xilogravura pode ser montado em qualquer estabelecimento,

mas deverá ser dividido basicamente em partes diferentes, necessitando de

uma organização para adquirir a facilidade quando manusear as tintas gráficas,

lidar com solventes e dever ter um espaço para colocar as bancadas de

trabalho, armários, mapoteca com a função de manter os trabalhos materiais

bem organizados. Mesas de entintagens com uma superfície lisa para não

absorver as tintas, de preferência de vidro. Os principais materiais para um

ateliê de xilogravura são: Matrizes de madeira, lixas para correções e

acabamentos nas madeiras, tintas gráfica de preferência as cores primitivas

que são, azul, amarelo, vermelho, branco e preto. Espátulas para esticar as

tintas, solventes, lixa d água para afiar os instrumentos, colher de pau para a

impressão, talco para reparar o excesso de gordura da tinta, da matriz e da

própria pele.

Os vários equipamentos para o ateliê de litografia são os mesmos da

xilogravura, mas existem outros materias especiais que são próprios para o

processo litográfico. Preciso de mesas resistentes, para agüentar o peso das

pedras, tanques bem largos para facilitar durante a limpeza das matrizes,

geladeira para conservar a goma arábica e os ácidos e uma prensa própria

para litografia. Produtos de limpeza são fundamentais para todos os ateliês

gráficos, como sabão de coco, pasta cristal, escova, etc. Durante o processo

litográfico também é necessário todo o pó de esmeril, ou seja, de todos os

números, oitenta, cento e cinquenta e duzentos e vinte, ácido acético usado na

limpeza da pedra e sua função é retirar os resíduos de goma e de gordura da

pedra.

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Na hora de desenhar, todo o material tem que estar conservado, antes é

preciso esboçar na matriz e pode utilizar o lápis comum e depois acrescenta os

materiais gordurosos.

Precisa-se também de breu, talcos, goma, acido nítrico, aguarrás ou

thiner, esponja litográfica e comum para manter a pedra úmida, asfalto liquido

que serve para remover a gordura deixando uma superfície homogênea, para

receber uma camada de tinta. Por fim durante o processo de impressão é

necessário utilizar um rolo de couro para entintagem, e bacias para cada tipo

de esponja.

O ateliê de gravura em metal deve ser instalado em local bem arejado e

amplo, necessitando de um ambiente separado para o uso dos ácidos, que tem

cheiros fortes, no qual, se possível recomenda-se espalhar ventiladores por

todo o espaço.

Os equipamentos principais para a realização de gravura em metal são:

Bacias, onde serão mergulhados os papeis ou matrizes. Os papeis precisam

ser resistentes e absorver bastante água. Tarlatanas ou panos, na hora de

limpar o metal, álcool para retirar o breu, produtos de limpeza, como o polidor

de estopas e se desejar caixa de breu durante o processo de água forte

podendo executar o breu direto no metal, usando um cavador.

Os materiais permanentes que são fundamentais para o ateliê de

gravura em metal são o raspador, instrumentos de corte que servem para

aparar as barbas dos traços, muito utilizado na maneira negra, ponta seca, as

melhores são as que têm forma de um cone perfeito com vértice muito agudo e

com o metal bem resistente.

As principais matrizes para a gravura em metal são o cobre, que deve e

maleável, resistente a varias formas de corrosão e usados para gravações bem

definidas, o latão também muito utilizado, porem menos maleável, o zinco

usado em gravuras simples e exigem uma definição exata e ainda outros

metais.

O ateliê de serigrafia não exige um espaço especial, portanto pode ser

feito em qualquer área com poucas adaptações. O importante e ter um secador

e papel, uma grade de metal com prateleiras para acondicionar as folhas após

a impressão. Necessita-se de uma mesa de impressão onde será fixada a tela

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de serigrafia, que pode ser feita de vidro ou fórmica, facilitando a limpeza, cuja

tinta de impressão e sintética e precisa ser retirada com aguarrás.

Os materiais necessários são o nylon, chassis de pinho ou cedro,

grampeador de pressão, laca incolor, goma laca, álcool, solventes, tintas

opacas ou foscas a óleo ou sintéticas, pinceis chatos e finos de seda para

retoques, rodos ou puxadores de borracha, estopa de algodão branca, fita de

papel gomado ou crepe, par de esquadros de poliéster, régua, lápis grafite,

nanquim, papel de seda, papel manteiga fosco ou para impressão, cartão

duplex, folha de poliéster para o registro, um par de dobradiças e parafusos

para fixar a matriz na mesa de impressão, secadores de papel e uma imensa

quantidade de jornais velhos.

Portanto todos os ateliês precisam ter uma boa divisão, mantendo-os

organizados para a realização e a utilização de materiais sem perder o foco

durante o processo gráfico sem cometer nenhuma falha.

A maneira negra foi desenvolvida em 1642 por Ludwig Van Siegen, que

inventou um instrumento chamado berceaux.

A técnica não necessita de ácido, na matriz geralmente de cobre

trabalha-se com berceaux, que irá produzir um negro aveludado e denso e

posteriormente o metal será trabalhado com um brunidor que ira rebaixar com

maior ou menor intensidade a textura e assim permite obter os mais variados

tons de preto ou branco.

A gravura produzida tem áreas com delicadas nuances de iluminosidade,

contrastando com o negro profundo e aveludado do berceaux. Trabalha-se do

preto para o branco, originando o seu nome de maneira negra.

Existe outra forma de produzir esta técnica. Grava-se todo o metal

mergulhando a uma bacia de acido nítrico e deixa corroer bastante. Portanto

com o uso de um raspador ou brunidor, que ira repassar com uma intensidade

menor ou maior. A seguir entinta-se e imprima. Passando por toda etapa de

entintamento da gravura em metal.

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CAPÍTULO IV

Renomados gravadores e artistas plásticos no mundo das

artes gráficas.

Fayga Ostrower foi pintora, gravadora, desenhista e escritora, seu

primeiro livro ”Universo da Arte” uma das obras teórica mais vendida no Brasil.

Ela se dedicou a criação artística e a gravura, principalmente quando largou o

emprego de secretaria decidindo dedicar-se somente a arte.

As artes gráficas de Fayga são claras e ao mesmo tempo rígidas e

precisas, assim suas gravuras influenciaram bastante na busca de se tornar a

primeira artista abstrata brasileira e ao encorajamento de enfrentar

preconceitos e obstáculos. Portanto a arte foi uma descoberta em sua vida que

se transformou inteiramente.

Fayga sentia-se bem sempre que produzia artesgrafica, costumava dizer

que a gravura “é a musica de câmara das artes plásticas. (1999. pag.107)

Iniciou-se como artista figurativa, durante o curso de artesgraficas na

Fundação Getulio Vargas, não podendo realizar o curso de belas artes por

causa de problemas financeiros, decidiu-se então, se tornar uma artista

autodidata, se destacando em xilogravura e gravura em metal. Ela tentava

explicar a união da técnica com a estética, afirmava que “as duas são uma

coisa só. Fazem parte de algo mais amplo, que e a expressividade. (1999.

pag.110)

Sempre se interessou em se expressar, queria discutir o problema da

pobreza, da desigualdade social, tomando um caminho completamente

diferente da arte que se fazia na época. Seu depoimento em relação a esta

decisão foi o seguinte: Antes da experiência com abstração meu trabalho tinha

uma temática social. E quando me tornei abstrata os críticos me acusaram de

ter traído, por assim dizer, o ideal da humanidade. Eu sabia que não era nada

disso e fiquei muito magoada. Porque eles realmente me insultaram, disseram

que eu era traidora da causa humana. Alguns críticos e artistas romperam

relação comigo. (1999, Pag. 110).

Fayga acreditava-se, que era possível ensinar as técnicas gráficas, mas

não se podiam ensinar artes. Seu argumento em relação a esta oposição é que

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“na escola aprende-se gramática, mas não como fazer uma poesia”. (1999.

Pag.110) O objetivo das artes gráficas não é tronar-se nenhum gravador, e sim

adquirir um reconhecimento artístico, desenvolver a criatividade, a disciplina, a

coordenação motora fina e a concentração.

As maiorias das pessoas consideram os processos gráficos difíceis,

portanto segundo a declaração de Fayga “a gravura é claramente um

artesanato. De uma certa complexidade sim, porque não é só de material que

você precisa. Ela exige vários estágios que o artista precisa dominar. Fazer

uma matriz e depois inventar a imagem que é um problema muito serio do

ponto de vista formal. Depois tem de preparar o papel e fazer a impressão. São

vários estágios que não existem no desenho, nem na pintura, em que se faz a

imagem exatamente como ela vai sair. A gravura é um procedimento

indireto”.(pag. 111.1999)

Finalmente, em seu ultimo livro “A sensibilidade do intelecto” relacionou

a arte com a ciência e descreveu da seguinte maneira: “Meus livros, minhas

aulas, meus cursos giram em torno da criação artística, do fascínio que o

potencial de criar exerce sobre o ser humano. A criação é um conjunto do qual

fazem parte a sensibilidade e o intelecto. O puro intelecto não permite criação,

permitiria uma “inventabilidade”, mas invenção não é criação. Toda criação tem

um componente de invenção, mas o inverso não é verdadeiro: nem toda

invenção é criativa.

O criativo precisa da sensibilidade, e a sensibilidade precisa da

afetividade. Nosso ser afetivo se aproxima do intelecto e eles formam a

inteligência sensível. A inteligência que não é sensível só dá para estatísticas,

não dá para criação.

Essa questão aprece tanto na arte como na ciência, é quando se lêem

depoimentos de cientistas sobre seu processo de criação, você fica sem saber

se é um cientista ou um artista que esta falando. Porque ambos falam

exatamente nos mesmos termos.

Procuro mostrar então toda uma gama de processos criativos que

surgem tanto na arte como na ciência. Em determinas culturas surgem visões

de vida que tanto se manifestam na forma artística como na problemática

cientifica.

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Não estou pousando de cientista no meu livro, mas ele foi discutido com

vários cientistas e eles ficaram fascinados com o paralelismo que se pode

constatar em diversas épocas da historia humana. As épocas mais marcantes,

nas quais se muda a mentalidade diante do viver.” (Pag. 112.1999)

Rubem grilo começou a gravar em 1971, mas foi no ano seguinte que se

oficializou como gravador, pois foi a partir deste ano que passou a fazer

ilustrações para jornais e assim suas gravuras tiveram uma direção correta,

passou a produzir nos limites impostos que os temas eram concebidos e pela

população a que se dirigia.

O compromisso com a imprensa dura ate 1984, com o fim da ditadura

militar, e, portanto, Rubem Grilo, considerou que não havia mais razão para

trabalhar como ilustrador de temas jornalísticos.

Inicia-se uma nova fase seu trabalho divide ao contato com a técnica de

xilogravura, na busca de valorizar o seu conhecimento. Torna-se um dos

maiores gravadores brasileiros devido a sua capacidade de anular ordem e

desordem num determinado limite, algo bem marcante em suas gravuras.

Apesar deste momento marcante em sua carreira, seus trabalhos não foram

expostos, resultando assim numa mudança radical de realizar suas gravuras. O

primeiro ato foi reduzir os elementos, a tensão caótica, substituída por uma

valorização; do espaço gráfico e de cada elemento da composição. Valorizou

as áreas brancas, das linhas autônomas e das áreas negras.

Certamente, a mudança não significou que Rubem Grilo abandonou ou

esqueceu os recursos que costumava explorar em suas gravuras. Ao contrario,

foram exatamente suas experiências passadas, que fundamentou no

desenvolvimento constante, no progresso de suas obras.

A exploração dos elementos complexos e marcantes considerou as

gravuras de Rubem Grilo um método de trabalho altamente disciplinar, devido

às etapas de transformação ate chegar à reprodução, que é justamente a

gravura. A partir de então, que as artes gráficas passaram a ser um recurso

para o desenvolvimento do seu Interior, fator importantíssimo para o

autoconhecimento.

Costumava-se dizer que “o trabalho começa quando a gente encontra

uma razão para ele.” (pag.113.1999)

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Passou a fazer leituras constantes de suas experiências, cuja intenção

era recuperar vestígios que se perderam com o tempo, buscando recuperar o

próprio aspecto lúdico da criação. “A gravura através da matriz, permite uma

recuperação constante do que foi feito. O produto da gravação.”

(Pag.114.1999)

Portanto considerava-se que na escrita havia semelhança com a

gravura, declarando-se da seguinte maneira: “A questão é definir a

especificidade da linguagem, o que foi proposto na mostra A gravura de

linguagem, em que estive envolvido na realização. A gravura tem origem no

mundo gráfico. Ela é o primeiro piso no qual sugiram a imprensa, as

reproduções, etc. Essa convivência da imagem com o texto, esta presente de

forma quase harmoniosa é constante na gravura.Essa convivência com o

mundo gráfico deixa uma marca, deixa imagens que criam um pano de fundo

que permite trabalhar com questões que pertencem ao universo gráfico, do

qual a gravura é parte intrínseca.

Esses resíduos visuais, mesmo apagados de sua origem, ainda se

mantêm inconsciente ou indiretamente, enquanto linguagem plástica. Neste

caso esta escrita, ou mesmo a ocupação do espaço como uma forma de

estruturação, como os diagramas, ou mesmo uma tentativa de criação de um

alfabeto entre a figura e o signo, por exemplo. Coisas que caminham um pouco

em função da escrita. A proposta e ampliar o horizonte sem desfocar a

paisagem, mantendo a fidelidade como uma questão intrínseca da própria

gravura”.(pag.116.1999)

Adir Botelho foi discípulo de Oswaldo Goeldi e mestre na Escola de

Belas Artes do Rio de Janeiro.

A implantação dos cursos de gravura no museu de arte moderna e na

Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Escola Nacional de Belas Artes, foi

importante para o crescimento de gravadores no Brasil. O depoimento de Adir

Botelho confirma que a gravura brasileira tem uma importância enorme no

cenário internacional, devido aos mestres e aos seus discípulos que abriram

caminhos e confirmaram o aparecimento de gravadores. Ele usa as seguintes

palavras: “O reconhecimento internacional da gravura brasileira não deve ser

procurado na sua singularidade, mas no seu modo de ser universal”. (pag.119.

1999) Ele relata também que é “Fruto da tensão redutiva entre as culturas

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americanas, européias e africanas do Brasil do século xx. A gravura brasileira

surgiu atual e moderna, caracterizada, sobretudo por uma visão ampla do

mundo, das idéias, das técnicas, o que lhe assegurou, internacionalmente, um

lugar no universo das alternativas formais de arte.” (pag.121. 1999) Portanto a

gravura projetou-se no cenário internacional, devido a criação de um mundo

próprio, onde a expressão individual e modelo de comportamento estético.

Adir Botelho recomenda para alguém que pretende fazer gravura é

perguntar a si mesmo, o que é gravura? Qual seria sua função especifica?

Deve-se compreender que “a gravura é basicamente criativa”. (pag.

122.1999) A disciplina, os processos somente não bastam para desenvolver-

se, é preciso amar o que esta realizando, exigindo assim uma eterna

continuidade.

Como seria o mercado de trabalho para gravadores? Podem apenas

fazer gravuras e serem professores? Adir Botelho responde da seguinte

maneira: “A gravura tornou-se um meio criativo capaz de refletir-se sobre

outras modalidades de expressão. Os programas de ensino das técnicas de

gravura geralmente preservam os elementos estruturais e as qualidades

essenciais a sua natureza.

O curso de gravura da Escola de Belas Artes da Universidade Federal

do Rio de Janeiro, por exemplo, tem como função principal a formação de

profissionais da ampla área de artes visuais, que integrarão o mercado de

trabalho como artistas plásticos ou exercendo funções mais aplicadas,

relacionadas com a produção de imagens nos vários meios de comunicação.

A criatividade artística, alicerçada no trabalho profissional intensivo,

habilita o gravador a diversos seguimentos no mercado de trabalho: execução

de original xilográfico, calcograafico, litográfico, exposições em galerias de arte,

museu, espaços cultururais, consultoria artística, editoria de arte, ilustração,

casa da moeda, impressão de valores, conservação e suporte para gravura,

magistério, pesquisa, critica de arte, pericia técnica. O mercado tende a crescer

com o desenvolvimento industrial, comercial e as múltiplas aplicações da

imagem na vida cotidiana”.(pag. 120.1999)

Oswaldo Goeldi iniciou sua carreira de gravura em 1923, com a

necessidade de impor-se uma disciplina na idealização a qual o desenho o

levava. Precisava controlar essas imaginações, portanto acreditava que a

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gravura era uma tentativa de fugir dessas invenções, mas jamais abandonou

os desenhos, ao contrario, antes de executar a técnica gráfica passava dias só

desenhando e costumava dizer o seguinte. “Toda gravura minha é desenhada

muitas vezes, tomo apontamentos e só muito depois, as vezes anos, nasce a

gravura(pag.210.1957) .No Brasil foi professor de gravura na Escola de Belas

Artes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro no período de 1954 ate

1961.

Inicialmente Goeldi fazia aquarelas depois passar nas gravuras

coloridas. Em suas primeiras xilogravuras coloridas, suas experiências foram

diferentes, ou seja, usava policromia com sete, oito cores diferentes e assim o

resultado era meio simbólico, fantástico, como os trabalhos do guarda chuva,

do Siri vermelho entre outros.

Na Europa fez um pouco de litografia para a reprodução de alguns dos

seus desenhos, mas a técnica não lhe agradou, pois os desenhos não saíram

como gostaria e acabou desistindo. Experimentou também na mesma ocasião

gravura em metal, porem não se adaptou ao trabalho, voltando a produzir

somente xilogravura. Dizia ele: ” A madeira correspondia mais ao meu

temperamento.”(Pag.210.1957).

O artista espanhol Francisco de Goya (1746 – 1828) foi tão grande

gravador como pintor. Na pintura, sua arte evoluiu para um horror cinzento do

"Saturno", onde só o sangue se destaca da massa informe. As primeiras séries

de gravuras, os Caprichos, representam bem a dualidade do espírito de Goya.

Distinguem- se nos Caprichos, em que Goya empregou a técnica de gravura

em água- forte, dois conjuntos bem caracterizados: o primeiro é a sátira dos

fortes, dois conjuntos bem caracterizados: o primeiro é a sátira dos costumes e

vícios sociais; o segundo, sátira das superstições populares sobre as bruxarias.

Na segunda e mais célebre coleção de gravuras, Los Desastres de La

guerra, ao invés do pitoresco e do grotesco predominantes nos Caprichos, nos

Desastres há o predomínio do horror e da crueldade. As imagens de violência

da guerra napoleônica na Espanha são implacáveis. Também se nota a

mudança de técnica nessas gravuras: desaparece o traço esquemático

dos Caprichos, substituído pelo traço minucioso das figuras, sobre um fundo

negro e cinzento.

As gravuras que compõem Tauromaquia revelam outro Goya, o

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observador dos espetáculos, aficcionado que era das touradas. O touro e a

sua fúria aparecem como centro desse espetáculo. Nas gravuras de Goya os

espectadores são uma massa obscura ou são mesmo inexistentes. Mas, em

Bordéus, já utilizando a técnica da litografia, Goya compõe uma tauromaquia

diferente. Nela, a multidão é uma parte ativa. De qualquer modo, em Goya, o

touro é uma figura emblemática, simbolizando uma violência desenfreada que

perseguia o seu espírito como um pesadelo.

Os Disparates (ou Provérbios) são de 1819-1824, período final de Goya

na Espanha. São, portanto, da mesma época das pinturas negras da Quinta

del Sordo e anteriores às litografias de Bordéus. Mas são o cume do clima de

pesadelo de sua obra gravada. As imagens não são atrozes como as dos

Desastres.

Maurits Cornelis Escher nasceu em 1898 e faleceu em 1972.

No período de 1927 a 1937, realizou a maior parte dos temas de

gravuras, foram paisagens pequenas e cidades do sul da Itália. Além disso,

gostava de fazer retratos, plantas e animais.

O auge foi alcançado, pelos seus trabalhos litográficos, representando

cidades nos Abruzos. A nova corrente de pensamento anunciou em 1934,

quando passou a realizar na litografia, natureza morta com espelho, na qual foi

alcançada a penetração dos dois mundos por reflexão num espelho de

banheiro. Este tama foi considerado como uma continuação das gravuras de

paisagens, que foi a única obra que não representou algum período especifico

Em 1945, o tema que passou a desenvolver chama-se metamorfose,

que foi uma transformação de uma pequena cidade, passando pelos cubos

numa boneca chinesa. A característica principal dessa fase se encontra na

mudança e ao mesmo tempo num ciclo, assim pode observar as paisagens de

forma bidimensionais em tridimensionais. A gravura que representa claramente

a este ciclo de composições dedica-se ao tema metamorfose, cujo nome da

gravura é espelho mágico.

A partir de 1946, destacou os trabalhos subordinados a perspectiva.

Quando Escher passou a pesquisar as regras tradicionais da perspectiva.

Suas gravuras realizadas neste ano não foram bem sucedidas. No final deste

período, em 1955, suas perspectivas tradicionais tiveram um regresso, devido

ao seu interesse por sólidos geométricos simples, como os poliedros regulares,

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espirais no espaço, etc. Escher passou a admirar formas cristalográficas

naturais, que foi fundamental para o ponto de partida deste novo interesse.

Entre 1956 até 1970, foi a fase que se aproximou mais do infinito e com

isso foi o período mais bem sucedido do artista, e seu trabalho que mais

valorizou na época foi a galeria de arte, realizada em1956.

No mesmo período começou a trabalhar em madeira de topo,e

xilogravura a cores, (“Limite circular III”) que foi a melhor gravura da época,

mas o trabalho que mais se aproximou de infinito chama-se “Serpentes”

produzido em 1969. Portanto Escher foi um dos melhores gravadores que já

existiu da Historia da Gravura.

Rembrandt Hermanzoon Van Rijn nasceu em Leiden, na Holanda em

1606, dedicou-se a pintura e gravura. Seus primeiros trabalhos foram

conhecidos desde cedo e, portanto viveu sua carreira toda em Amsterdã, e foi

justamente nesta cidade que se desenvolveu como artista produzindo suas

obras, que mais tarde terminaram como as mais importantes de sua vida.

Faleceu em 1669 em Amsterdã.

O talento e o estilo de Rembrandt valorizaram bastante seus trabalhos

tornando-os muito peculiares, devido à luz e os ares e suas tonalidades. Além

disso, o caráter psicológico dos personagens, que fez dele um dos maiores

mestres da historia da arte.

Rembrandt foi muito famoso na Europa, por causa de suas pinturas e

principalmente das gravuras, pois eram disputadas por colecionadores

estrangeiros.

Havia um profundo conhecimento de outros gravadores, que então,

inovaram suas conquistas técnicas desde o processo de gravação à

impressão, assim buscava sempre novas experiências, e com isso se tornou o

primeiro artista a usar características pictóricas da técnica de água forte,

sobretudo o uso da ponta seca. Produziu mais de 290 gravuras, se tornando

um dos maiores gravadores de todos os tempos.

Rembrandt não considerava que a gravura era uma atividade

meramente suplementar a pintura, sempre levou a serio suas produções

gráficas e gravadores, que o auxiliaram para as realizações de suas pinturas e

gravuras.

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Rembrandt considerava os temas que costumava utilizar nas pinturas

adequados também para as gravuras. A maioria dos temas eram: Alegorias,

cuja as cenas alegóricas devem ser entendidas mais em seu sentido

metafórico, do que realista. Expressam conceitos abstratos ou acontecimentos

por meio das imagens especificas ou figuras com atributos específicos ou

simbólicos. Temas retirados do Antigo Testamento e do Novo Testamento

somam a maior parte dos seus trabalhos, gostava de estudar os nus femininos,

que freqüentemente eram representadas por suas modelos de modo

extremamente realista. Cenas de gênero, que foi usado no sentido mais amplo,

referindo-se a um numero de gravuras que englobou diversas variedades de

temas, como, as cenas que nos dão a nítida impressão que foram extraídas

das ruas. Paisagens, retratos e bustos também foram seus temas preferidos.

Tinha o habito de observar a própria imagem refletida no espelho,

experimentando sentimentos que transferia para seus trabalhos e seus

personagens, que fez dele o insuperável criador de auto-retratos como o “auto-

retrato, apoiado num muro de pedra”. Água forte e ponta seca em 1639.

Em Amsterdã encontra-se o museu Casa Rembrandt, que reúne todas

suas obras de gravuras e pinturas, portanto ir a este museu é fundamental para

o enriquecimento cultural, e também passar a conhecer um dos maiores

artistas de todos os tempos.

Vincent Van Goch foi pintor holandês pós impressionista. Nasceu em

1853 e faleceu em 1890. Vincent Van Gogh tornou-se pintor para resolver o

conflito interior que o dilacerava, a fim de desforrar-se no domínio da arte, dos

revezes que acabara de sofrer na vida. Era de família protestante e de

pastores.

Van Gogh chegou a Paris vindo da Holanda, sua terra natal, foi logo

influenciado pelos trabalhos dos impressionistas, que foi um acontecimento

marcado pela liberdade de expressão. Os artistas não precisavam mais captar

a realidade com tanta perfeição, pois um grupo de pintores franceses

costumava pintar ao ar livre, tentando observar o movimento que passa,

próximo ao realismo, no sentido de buscar o aspecto da luz e suas

interferências na natureza, a percepção da sombra e do passageiro.

Portanto, Van Gogh mudou sua maneira de pintar, de cenas escuras

para chias de vida. Começou a trabalhar com rapidez, carregando a tela com

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ares brilhantes em borrões, que quase fazem com que os contornos dos

objetos retratados pareçam mover-se.

No mundo da gravura não produziu nada, mas deixou uma brilhante

definição sobre a gravura, ao comparar o trabalho de um gravador anônimo ao

de um camponês usando as pouquíssimas palavras: “Planta-se um grão e

colhem-se várias espigas.” (pag. 10) O grão representa à matriz e as espigas

as tiragens.

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CONCLUSÃO

Ninguém precisa nascer com o dom de desenhar, gravar, pintar, em fim,

experimentar qualquer tipo de técnica para ter acesso à arte. Basta somente

amar o que esta fazendo, pois a arte é simplesmente a execução de uma idéia.

Então todos deveriam experimentar as técnicas de impressão para matar o

medo que impede a realização de um trabalho artístico.

A gravura fez parte da vida de muitos pintores talentosos, que utilizaram

desta técnica suas melhores maneiras de se expressarem, por isso que a

importância de inserir as técnicas gráficas na arteterapia é fundamental para o

desenvolvimento funcional da concentração, organização, coordenação motora

fina, paciência, adquirir a própria expressão através da gravura, e obedecer a

uma ordem disciplinar, para que a realização final do trabalho seja concluída

com bastante sucesso.

O objetivo de fazer as técnicas de impressão, não é se tornar um artista

ou gravador. A principal razão das pessoas procurarem as artes gráficas para

suas vidas é, passar a acreditar que não precisa nascer com o dom para

realizar qualquer tipo de técnica. Basta procurar este dom durante a vida e

chegará à conclusão que a gravura é uma excelente maneira de soltar o lado

artístico que todo mundo possui. O prazer que esta técnica oferece, pode

mudar a maneira de pensar, vencer cada obstáculo e preconceito.

Portanto conhecer a historia da gravura, cada processo gráfico, sua

principal característica, saber o que é preciso para montar cada tipo de ateliê

gráfico, ter acesso a diversos eventos culturais, adquirir a disciplina, ter

paciência a cada processo. Obedecer, se concentrar no que esta fazendo,

deixar tudo organizado, seguir o exemplo de cada depoimento dos gravadores

e artistas em relação às artes gráficas, buscar o conhecimento através da

literatura, e principalmente respeitar o próximo. Se cada individuo cumprir

essas recomendações, estará criando armas para matar este medo que o

impede de realizar um trabalho artístico, portanto façam artes e não tenham

medo de serem livres, criativos e felizes.

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BIBLIOGRAFIA:

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RAY SMITH: Manual prático do artista. Equipamentos, procedimentos e

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VALERIANO BOZAL: Summa Artis, a historia general del arte,el grabado em

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CLAUDIA COLAGRANDE: Arteterapia na prática. Diálogos com a Arte

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JULIET HESLEWOOD. História da pintura ocidental. Um guia para jovens.

Editora Salamandra.

DINA LÚCIA CHAVES ROCHA: Brincado com a criatividade. Contribuições

teóricas e prática na arteterapia e na educação.

Editora WAK. (1993. pag. 32)

BRUNO ERNEST: O Espelho Mágico de M.C.Escher.

Editora Tachen

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ABRIL COLEÇÕES: Grandes Mestres. Rembandt.

Editora Abril

Dicionário da pintura moderna, tradução de Jacy Monteiro.

Editora Edimax

Folder da exposição”Rembrendt e a Arte da Gravura”

Realização: Centro cultural Banco do Brasil

Período 18 de março a 4 de maio de 2003

Local: Rio de Janeiro.

Folder da exposição do xilógrafo Rubem Grilo

Realização: Caixa cultural galeria 3

Período 2 de março a 12 de abril de 2009

Local: Rio de Janeiro.

Folder da exposição Poética da Resistência. Aspectos da gravura brasileira.

Realização: Galeria de arte do Sesi

Período 8 de novembro de 1994 à 28 de maio de 1995.

Local: São Paulo

http://www.oarquivo.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=23

46:arteterapia&catid=88:colaboradores&Itemid=57

Sex, 17 de Setembro de 2010 14:01

Por Arthur Fernando Drischel

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------ 8

CAPÍTULO I - A importância das artes gráficas na arteterapia.------------------- 10

CAPÍTULO II - O que é arte gráfica e sua história.----------------------------------- 14

2.1 O que é arte gráfica. -------------------------------------------------------------------- 14

2.2 A história --------------------------------------------------------------------------------- 14

CAPÍTULO III - Os processos das técnicas de impressão e montagem de

ateliês para cada tipo de técnica de impressão --------------------------------------- 19

3.1 - Xilogravura com cor. ------------------------------------------------------------------- 19

3.2 - Litografia. --------------------------------------------------------------------------------- 21

3.3 – Serigrafia --------------------------------------------------------------------------------- 23

3.4 – Gravura em metal. --------------------------------------------------------------------- 24

CAPÍTULO IV - Renomados gravadores e artistas plásticos no mundo das artes

gráficas ------------------------------------------------------------------------------------------ 29

CONCLUSÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 39

BIBLIOGRAFIA -------------------------------------------------------------------------------- 40

ÍNDICE ------------------------------------------------------------------------------------------- 42