UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU …13 – precisa ser administrada para...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU-SESU” INSTITUTO A VEZ
DO MESTRE
AS PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS EMPRESARIAIS E O
CONTEXTO ESCOLAR: POSSÍVEIS RELAÇÕES.
Por: Luciana de Souza Santana Agapito
Orientadora
Maria Esther de Araújo Oliveira
Rio de janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” INSTITUTO A VEZ
DO MESTRE
AS PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS EMPRESARIAIS E O
CONTEXTO ESCOLAR: POSSÍVEIS RELAÇÕES.
Por: Luciana de Souza Santana Agapito
Apresentação de monografia ao conjunto
universitário Candido Mendes através do
Instituto A Vez do Mestre como condição
prévia para a conclusão do curso de
pós-graduação “Latu Senso” em
Administração e Supervisão Escolar.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida e pela possibilidade
de chegar aonde cheguei.
Aos meus pais, que por intermédio da graça divina me trouxeram à vida
e me educaram dentro de virtudes que transmitirei aos meus.
Ao meu amado esposo, que tanto incentiva a minha formação, pelos
momentos difíceis que passei e por estar sempre ao meu lado, muito obrigado.
Aos colegas, pelas experiências trocadas, e a professora de
Administração Ana Cristina Guimarães pela inspiração dada e o grande
carinho com a turma.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a duas pessoas muito especiais: minha mãe
Carmen e meu esposo Henrique Antônio. Por tudo o que fizeram, pelas longas
caminhadas em busca de material, pelas orações e por toda paciência que
tiveram nesse que foi um momento de mudanças profissionais e muito estudo.
5
RESUMO
Essa pesquisa visa demonstrar de que maneira a administração escolar
pode aproveitar os avanços conseguidos no ramo da administração de
empresas e de que forma tais princípios podem ser aplicados na gestão de
recursos e pessoas, pois as escolas, enquanto instituições, necessitam
também de parâmetros administrativos para que o seu sistema organizacional
funcione. Dentro do âmbito teórico, a relação entre estrutura organizacional
empresarial e escolar será demonstrada mediante a apresentação da opinião
por partes de diversos autores que foram tomados a fim de ilustrar essa
assimilação, que foi tomada pela Administração Escolar numa tentativa de
fundamentá-la com bases teóricas “científicas”. Tal disposição é entendida
como a relação existente entre administração e o capitalismo, como será
demonstrada no decorrer dos capítulos.
6
METODOLOGIA
O presente estudo foi elaborado tomando como base pesquisas
bibliográficas. Foram utilizados como fonte de pesquisa livros, trabalhos
monográficos e publicações eletrônicas a fim de esclarecer as questões
relevantes sobre o tema abordado. Dentre os principais autores citados neste
temos Idalberto Chiavenato, considerado um dos maiores escritores no que diz
respeito à administração geral; Vitor Henrique Paro, José do Prado Martins,
Maria de Fátima Costa Félix, entre outros que contribuíram com seus estudos
na abordagem administrativa voltada para prática escolar.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------- 8
CAPÍTULO I --------------------------------------------------------- 10
CONCEITO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO
CAPÍTULO II -------------------------------------------------------- 19
ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
CAPÍTULO III -------------------------------------------------------- 28
AS PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS EMPRESARIAIS E O
CONTEXTO ESCOLAR: POSSÍVEIS RELAÇÕES.
CONCLUSÃO ------------------------------------------------------- 36
BIBLIOGRAFIA ---------------------------------------------------- 38
ÍNDICE ---------------------------------------------------------------- 40
ANEXO ---------------------------------------------------------------- 41
8
INTRODUÇÃO
Quando se fala em administração não se deve levar em consideração
somente às ações de controlar, coordenar, gerenciar e planejar. É claro que
tudo isso também é administrar, mas não é só isso. Administrar parte,
principalmente, do princípio da organização.
O homem, por sua própria essência, possui a necessidade de se
organizar, o mundo exige isso. Desde que nascemos vivemos em organizações
que possuem finalidades distintas e a escola é uma delas. Ela, como qualquer
pessoa ou instituição, necessita de organização para que viva, funcione. E é
dessa organização que trataremos durante esse trabalho.
A presente pesquisa baseia-se no estudo que visa analisar a utilização
de práticas administrativas, cujo modelo é empresarial, na organização escolar
e entender como tais práticas auxiliam na estruturação administrativo-
pedagógica da instituição de ensino.
Dentro desse título, o estudo busca responder de que maneira as
escolas fazem a adaptação de mecanismos administrativos que são
geralmente aplicados às empresas – órgãos voltados quase sempre para
qualidade, produção e lucro visando o comércio – nas escolas, que são
instituições que se comprometem, além da organização financeira, com a
aprendizagem e a formação de cidadãos. E, a partir daí, entender de que forma
tais mecanismos empresariais ajudam na dinamização de processos
burocráticos e na estruturação organizacional das instituições de ensino, sejam
elas públicas ou privadas.
Traçou-se como objetivo dessa pesquisa a observação da estrutura
administrativa escolar enquanto modelo empresarial. Além disso, busca-se,
com ela, identificar de que forma os métodos administrativos estão presentes
no contexto escolar e entender de que maneira são executados, afim de
aprender como tais métodos da administração podem contribuir com a
estrutura e a organização pedagógica.
A pesquisa parte do pressuposto de que as escolas, enquanto
instituições, necessitam de parâmetros administrativos para que o sistema
9organizacional funcione. Com isso, observa-se a presença de estratégias cujos
princípios são empresariais, o que prova que apesar das escolas e empresas
possuírem finalidades distintas, ambas partem do mesmo princípio: a
administração de recursos e pessoas.
10
CAPÍTULO I
CONCEITO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO
Antes de iniciar o estudo sobre o conceito da administração, torna-se
pertinente citar a origem etnológica do termo. Administração vem do latim ad
(que significa direção, tendência para) e minister (que indica subordinação,
obediência).
A administração possui história recente, é produto do século XX. Com
pouco mais de cem anos tem em sua configuração a contribuição de
precursores, históricos, físicos, economistas, estadistas e empresários que
conforme o passar do tempo foram , cada qual em sua área, desenvolvendo e
publicando suas próprias teorias.
Apesar da administração ser uma ciência recente, há indícios de que no
período pré-histórico Egito, Mesopotâmia e Assíria apresentavam testemunhos
de dirigentes capazes de coordenar os esforços dos milhares de trabalhadores
envolvidos em obras que perduram até hoje, são exemplos de tais obras as
pirâmides.
O capítulo que segue visa apresentar, de forma bastante resumida,
porém de suma importância, os principais aspectos da administração e as
teorias que deram início ao seu estudo.
1.1 O papel da administração
A sociedade em que vivemos é composta por diversas atividades ligadas
a prática administrativa, sejam as vinculadas à prestação de serviço ou
produção de bens. Mas falar em administrar vai muito além da noção capitalista
que temos desse termo. A compreensão do conceito de administração que
temos hoje carrega consigo uma bagagem de longa evolução histórica que
envolve contradições sociais e interesses políticos.
11Ao falar de forma mais abrangente sobre o conceito da administração,
Vitor Henrique Paro, em seu livro Administração Escolar: Introdução Crítica,
afirma:
“(...) a administração é a utilização racional de recursos
para realização de fins determinados. Assim pensada, ela
se configura, inicialmente, como uma atividade
exclusivamente humana, já que somente o homem é
capaz de estabelecer livremente objetivos a serem
cumpridos. O animal também realiza atividade, mas sua
ação é qualitativamente diversa da ação humana, já que
ele não consegue transcender seu estado natura, agindo
apenas no âmbito da necessidade.” (PARO, 1945, p.18-
19)
Sendo assim, a administração pode não só ser considerada peculiar,
mas também imprescindível ao homem que busca objetivos, porém aos
demais animais trata-se apenas de uma necessidade para que eles se
mantenham.
Para que fique clara a noção do que seria a “utilização racional de
recursos”, indicada no comentário de Paro, é indispensável ter em mente ,
ainda segundo ele, duas dimensões: a da utilização do recurso de maneira
adequada à sua finalidade e o emprego do mesmo de forma econômica.
Por sua vez, tais recursos compreendem também elementos de ordens
distintas: material e conceptual, além disso não é possível deixar de citar a
contribuição dos esforços humanos que visam a realização de um objetivo
comum.
Pode-se atribuir o título de elemento material a tudo aquilo que o homem
utiliza para transformar diretamente seu objeto de trabalho (ferramenta,
instrumentos, máquinas), enquanto aos elementos conceptuais cabe a
definição de conhecimentos e técnicas adquiridas pelo homem ao longo da
história. Os elementos materiais e conceptuais, quando usados de maneira
12racional, se relacionam e auxiliam no alcance dos objetivos esperados dentro
de uma determinada situação.
Por conta das limitações próprias dos seres humanos (psicológicas,
físicas e psíquicas), as pessoas possuem a necessidade de se organizarem em
grupos para realizarem desígnios, que sozinhas, jamais conseguiriam. Essa
coordenação de ações se faz necessária a fim de que a administração ocorra.
Sendo assim, é correto afirmar que a administração é uma tarefa que tem
como base fazer as coisas por meio de pessoas e que busca obter os melhores
resultados possíveis .
Para que possa alcançar sucesso administrativo, é primordialmente
necessária a coordenação do esforço humano visando produzir as tarefas de
modo eficiente e eficaz. Tal ação deve ser organizada por meio de
planejamento, direção e controle de todos os esforços de forma a alcançar os
objetivos pretendidos de maneira adequada à situação em que se encontra. É
importante salientar que o administrador não é o executor, porém encontra-se
diretamente ligado aos que o subordinam, sendo o responsável pelo trabalho
dos mesmos, ele é aquele que deve estar atento ao cumprimento de tarefas
dentro dos objetivos propostos previamente no plano de ação da instituição.
O trabalho de um administrador, seja em qualquer função que ele ocupe,
é fundamentalmente o mesmo. Sendo assim, não importa em que nível
hierárquico ele se encontre, para que haja resultados é necessário que se
possua organização e cooperação efetiva das pessoas envolvidas em um dado
projeto. É necessário que o profissional desta área esteja atento aos eventos
cotidianos, principalmente às ações futuras já que ele é o responsável por dar
direcionamento às pessoas que estão sob suas ordens.
“A tarefa de administrar se aplica a qualquer tipo ou
tamanho de organização, seja ela uma grande indústria,
uma cadeia de supermercados, uma universidade, um
clube, um hospital, uma empresa de consultoria ou uma
organização não governamental (ONG). Toda
organização – seja ela industrial ou prestadora de serviço
13– precisa ser administrada para alcançar seus objetivos
com maior eficiência, economia de ação e recursos e ser
competitiva.” (Chiavenato, 2003, p. 10)
Chiavento diz ainda que “a tarefa administrativa nos próximos anos será
incerta e desafiadora” (p.15). Tal afirmação se deve ao fato de que a
administração que temos no modelo de hoje segue, por muitas vezes, moldes
burocráticos e que não atendem mais às necessidades do mundo moderno.
Como exemplos de problemas no atual padrão administrativo temos as
alterações repentinas no mundo dos negócios, o crescimento e expansão das
organizações - fato que acabou tornando-as complicadas e globalizadas – e a
necessidade de pessoas que possuam múltiplas competências em função das
rápidas mudanças ocorridas.
A administração nas organizações modernas tornou-se essencial e
imprescindível. Todavia em uma sociedade que cada vez é mais complexa,
mas que por outro lado exige uma maior organização, é necessário ter em
mente que na administração nada é absoluto ou categórico. Todas as
situações encontradas nesse ramo são condicionadas a situação, ao momento
e aos objetivos a serem alcançados.
Pode-se concluir, então, que a administração constitui uma importante
atividade no sentido da cooperação, sendo vital e indispensável para que o
homem viva em sociedade, atuando na melhoria da qualidade de vida e
resolução de problemas complexos que atingem a humanidade.
Agora, será dada continuação ao estudo através de um breve histórico a
respeito das teorias administrativas e suas influências no ramo empresarial.
1.2 As teorias administrativas – breve histórico
O início do século XX constituiu um tempo de inovações e dos primeiros
e principais estudos sobre a prática administrativa, sendo o período em que
dois engenheiros, Taylor e Fayol, embora não tendo se comunicado, deram
forma ao que hoje conhecemos como Abordagem Clássica da Administração.
14De maneira sucinta, serão resgatados, na pesquisa, alguns dos principais
estudiosos sobre a questão administrativa e suas contribuições nessa área de
estudo.
Segundo Chiavenato (2003, p. 49), as raízes da Abordagem Clássica da
Administração foram fundamentadas com base nas conseqüências geradas
pela Revolução Industrial, tais como o crescimento acelerado e desorganizado
das empresas e a necessidade de aumentar a eficiência e a competência das
organizações, já que o cenário industrial da época obtinha todas as
características e subsídios para inspirar a ciência da administração: grande
número de empresas, pequena rentabilidade de recursos, descontentamento
operário, lesões por decisões mal tomadas, maior concorrência entre as
indústrias, entre outros.
No que diz respeito ao estudo das praticas administrativas como uma
abordagem por um lado se apresenta a Escola da Administração Científica
desenvolvida por Frederick Wislow Taylor (1856-1915), nos Estados Unidos, e
por outro se encontra a corrente dos Anatomistas e Fisiologistas da
organização, chamada Teoria Clássica, desenvolvida por Henry Fayol (1841-
1925), na França.
No caso de Taylor os estudos sobre a administração eram voltados para
preocupação em aumentar a eficiência da empresa através da racionalização
do trabalho operário. Nesse sentido, prevalecia a observação dos movimentos
necessários ao cumprimento de uma tarefa e tempo padrão que tal movimento
levava para ser realizado (montion-time study). Era um trabalho analítico e
detalhista que permitia ao operário obter especialização a partir da observação
dos companheiros e assim ser agrupado conforme a realização de seus
movimentos, afazeres, responsabilidades, etc. Tais fatores constituiriam a
chamada Organização Racional do Trabalho (ORT) que “Foi, acima de tudo,
uma corrente de ideias desenvolvidas por engenheiros que procuravam
elaborar uma engenharia industrial dentro de uma concepção pragmática”
(Chiavenato, 2003, p.48).
A ORT, tem como alicerce os seguintes aspectos: estudo do cansaço
humano, desenho de cargos e tarefas, unificação dos métodos e de máquinas,
15observação do trabalho e do estudo de tempos e movimentos, partilha do
trabalho e especialização do operário, conforto no trabalho, incentivos salariais
e premiações baseadas na produção, supervisão funcional, e por fim conceito
conhecido como homo economicus, isto é, do homem econômico. Tal conceito
consiste em afirmar que toda pessoa trabalha em troca de recompensa salarial,
econômica e material. O homem é motivado a trabalhar pelo medo de passar
por necessidades, como a fome, e assim as recompensas a salariais e os
prêmios de produção passam a ser também um estímulo para que o operário
desenvolva o máximo de produção que fisicamente é capaz de produzir, pois
dessa forma sua recompensa será maior.
Para Taylor, planejar constitui o primeiro princípio da administração,
tendo em vista que é necessário a uma organização antecipar-se a tudo que
pode acontecer durante o desenvolvimento de uma determinada situação. O
princípio do planejamento consistia principalmente em:
“Substituir no trabalho o critério individual do operário, a
improvisação e a atuação empírico-prática, por métodos
baseados em procedimentos ciêntíficos. Substituir a
improvisação pela ciência através do planejamento do
método de trabalho.” (Chiavenato, 2003, p. 64)
A partir daí dá-se a divisão do trabalho e o nível cada vez maior de
especialização que o trabalhador deveria possuir.
Além de Fayol, a chamada Teoria Clássica, teve como expoentes:
James D. Mooney, Lyndall F. Urwick (1891-1979) Luther Gulick e outros. Nessa
corrente a preocupação primordial era aumentar a eficiência da instituição por
meio da formação dos departamentos componentes da organização e suas
interrelações quanto à estrutura. Daí o motivo de darem ênfase à anatomia -
que nesse caso corresponde à estrutura - e a fisiologia, que corresponde ao
funcionamento da empresa.
O fato da Teoria Clássica conceber a organização como se fosse uma
estrutura foi influenciado pelos conceitos antigos que tiveram suas origens, por
16exemplo, na organização militar e eclesiástica. Tal fato se dá por estas se
tratarem de estruturas rígidas, tradicionais e hierarquizadas e, nesse sentido, a
Teoria Clássica não se desprendeu do passado. Para Fayol, a organização
compreende a estruturação da forma, apresentando-se de maneira estática e
limitada. Mooney acrescenta que
“a organização é a forma de toda associação humana
para realização de um fim comum. A técnica de
organização pode ser descrita como a técnica de
correlacionar atividades específicas ou funções em um
todo coordenado.” (Mooney, 1947, p.47)
Fayol conceitua a ação de administrar como : prever, comandar,
coordenar e controlar, são tais atos que constituem os chamados elementos
administrativos utilizados durante o processo da organização. Esses elementos
são aplicados a qualquer nível ou área de trabalho dentro de uma empresa
sendo de cada um funcionário a responsabilidade de aplicar tais conceitos
dentro de sua respectiva função. Para ele, a função administrativa não deve
ficar concentrada no “topo” da empresa, mas sim ser distribuída conforme o
seu nível hierárquico. Sendo assim, quanto mais baixa for a escala hierárquica,
maior são as outras funções da empresa e quanto mais alta for a escala, maior
serão as funções administrativas.
Para Fayol tal função administrativa tem como fundamentação a
previsão. Ao tratar do princípio da divisão do trabalho, ele afirma que é
indispensável visualizar o futuro e traçar um plano de ação. Essa ação é tão
necessária quanto se especializar no cargo que se desempenha.
Quanto a divisão do trabalho, a Teoria Clássica afirmava a existência de
duas posições distintas: a vertical e a horizontal.
Na dimensão vertical tem-se a divisão de responsabilidades segundo os
níveis de autoridade e responsabilidade (semelhante a escala hierárquica de
Taylor), ou seja, a autoridade cresce conforme o nível que o indivíduo ocupa na
empresa crescer.
17Já na dimensão horizontal é estabelecida a divisão do trabalho segundo
os variados tipos de atividade, ou seja, dentro de um mesmo nível hierárquico
cada departamento é responsável por uma atividade peculiar. Nesse sentido, a
divisão do trabalho assegura unidade e é conhecida como
departamentalização.
Tendo em vista essas características centrais é possível estabelecer
uma adversidade entre a Teoria Clássica e a Administração Científica:
Diferentemente do conceito teórico que Fayol defendia , Frederick Taylor
visava uma abordagem exclusivamente “’de cima para baixo’ (da direção para
execução) e do todo (organização) para suas partes componentes
(departamentos)” (Wahrlich, 1971, p.7), enquanto para Fayol a atenção era
toda destinada estrutura organizacional juntamente com seus elementos e
princípios gerais da administração e da departamentização.
Apesar de Fayol reconhecer que administrar é semelhante a organizar,
ele estabeleceu distinção entre esses termos. “Para ele, Administração é um
todo do qual a organização faz parte (...) Já a organização abrange apenas a
definição da estrutura e da forma, sendo, portanto, estática e limitada.”
(Chiavenato, 2003, p. 82)
Em resumo: enquanto a Administração Científica de Taylor ocupava-se
com a ênfase nas tarefas sendo focada em métodos e técnicas de trabalho de
cada operário, a corrente da Teoria Clássica de Fayol trabalhava dando
destaque à estrutura e ao funcionamento da Administração através
basicamente da previsão, coordenação, controle e organização.
Existiam entre a Teoria Clássica e a que viria logo após, Teoria das
Relações Humanas, alguns autores – chamados por Chiavenato de
“transitivos” – que tentaram unir à administração alguns princípios filosóficos e
sociológicos. Entre eles temos alguns que fizeram importantes contribuições no
que diz respeito ao ato de planejar: Ordway Tead, Miss Follet e Chester
Barnard .
Segundo Tead, o planejamento consiste na definição de práticas
políticas e de procedimento no trabalho sendo a liderança um fator de
importante papel no sucesso obtido pela organização.
18Para Follet a aplicação da psicologia é fundamental para administração,
uma vez que o objetivo de toda instituição deveria ser “obter a integração das
pessoas e a coordenação de suas atividades” (Padilha, 2008, p.47)
Barnard desenvolveu sua teoria propondo o que chamava de “relações
sociais”. Essa se fundamentava na interação humana. Sobre a proposta de
Barnard, o autor Paulo Roberto Padilha afirma:
“(...) o grupo é mais do que a soma das interações entre
os indivíduos que o constituem. Assim, além da sua
tarefa tradicional de planejar, o executivo de uma
empresa deve organizar, motivar, controlar e,
principalmente desenvolver sua eficiência como
planejador social.(...)
Segundo Barnard, é justamente a falta de planejamento
social a responsável por grande parte na ineficiência das
organizações.” (Padilha, 2008, p.47)
Além dessas, e apesar de não aprofundada em sua caracterização,
faz-se interessante ainda citar algo a respeito da Teoria das Relações
Humanas, onde a Administração busca excelência nos resultados através de
condições que possibilitem a satisfação e a integração das pessoas.
Finalizando, é importante salientar que as teorias desenvolvidas nesse
capítulo estão dispostas de forma breve e resumida, tendo em vista que as
correntes apresentadas nesse estudo foram, por sua vez, desencadeando
diversas outras 1 . Contudo, essa breve análise se faz necessária para que
entendamos de que forma certas teorias influenciaram na organização de
distintas e diversas instituições qual é o caso da administração da educação
como veremos no capítulo a seguir. 1
1 Refere-se ao quadro “Cronologia da Abordagem Clássica” que está em anexo . Referência retirada da obra de Idalberto Chiavenato Introdução à Teoria Geral da Administração,Editora Elsevier, 2003, p.50.
19
CAPÍTULO II
ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
Assim como qualquer outra atividade realizada pelos seres humanos, a
educação requer esforços de grupos de pessoas para que possa alcançar êxito
na realização das tarefas e atingir os objetivos propostos pela instituição de
ensino. Dessa forma, pode-se inferir que somente através de uma boa
administração é possível obter sucesso e qualidade no processo educacional.
A administração escolar é norteada por princípios filosóficos
preestabelecidos pela instituição em que será aplicada. Ela consiste em
múltiplos processos que visam criar condições para que os diversos grupos
que a operam possam, de forma única, se organizar com economia de ações e
dispor-se ao progresso da instituição.
No que diz respeito à filosofia que dirige uma instituição de ensino, a
administração escolar parte do princípio de uma intensa, metódica e contextual
reflexão sobre os problemas educacionais da sociedade vigente. Tal processo
resulta na concepção que cada instituição tem a respeito da educação. Sendo
assim, se o processo educativo priorizar uma política educacional voltada para
o intelectualismo e que tenha no professor o centro de seu procedimento
educacional, pode-se concluir que ali há uma educação tradicionalista. Mas se
por acaso a filosofia escolhida for àquela que enxerga o aluno como centro do
processo educativo, a concepção utilizada seria a da chamada Escola Nova.
Com base nos dois exemplos utilizados é possível concluir que a
administração escolar vai variar suas ações conforme a concepção de
educação que a instituição em que está sendo aplicada possua e a partir de tal
concepção, todo sistema administrativo será regido, desde direção até a prática
com os alunos no dia-a-dia.
Além da consideração filosófica que rege a administração escolar, existe
ainda , conforme o conceito aprovado no 1º Simpósio da Administração
Escolar, ocorrido na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP em
fevereiro de 1961, algumas atividades específicas ao processo administrativo
das instituições de ensino – “planejamento, organização, assistência à
20execução (gerência), avaliação dos resultados (medidas), prestação de contas
(relatório), tais atividades se aplicam a todos os setores da empresa: pessoal,
material, serviços, financiamentos."
Segundo José Prado Martins, em seu livro Administração Escolar: uma
abordagem crítica do processo administrativo em educação (Atlas, 1991), “A
administração escolar é um conjunto complexo de atividades que criam
condições para integração e bom funcionamento de grupos que operam em
divisão de trabalho”. Assim sendo, a administração escolar pode ser entendida
como uma organização que tende a unidade absoluta das tarefas através de
divisões setoriais onde as responsabilidades são distribuídas a pessoas ou
equipes que possam, de forma autônoma, executá-las.
Dessa maneira, é também correto afirmar que a democracia no
ambiente administrativo escolar vai depender de uma maior dose
descentralização no poder que o indivíduo ou grupo tenha para realizar
determinadas tarefas, pois quanto menor for tal poder, mais autoritária será
administração escolar acarretando em uma possível desarmonia no que diz
respeito à unidade da equipe.
O foco de toda administração escolar deve ser o sucesso no processo
educacional, mas é importante salientar que a economia da ação e a unidade
no discurso são metas a serem cumpridas e tornam-se indispensáveis para
que haja progresso no empreendimento. Entretanto cabe lembrar que cuidar da
otimização de recursos não corresponde a economizar os mesmos. Na
verdade os recursos deverão ser utilizados na medida em que a qualidade do
ensino necessitar.
2.1 Breve histórico do Sistema Educacional Brasileiro
Dentro desse estudo cabe também uma breve análise no que diz
respeito ao Sistema Educacional Brasileiro, já que foi a partir de tal criação
que a administração escolar pode ser projetada.
Os primeiros indícios da criação do Sistema Educacional Brasileiro
ocorreram a partir do surgimento do Ministério da Educação e Saúde.
21Anteriormente a esse período surgiram às chamadas escolas confessionais -
estabelecimentos de ensino assim denominados porque atendem à orientação
confessional e ideologia específica - trazidas pelos jesuítas, espalhadas pelas
principais capitais brasileiras pela chamada Companhia de Jesus em 1549 e
que eram a única referência em educação até que Marquês de Pombal, em
1759, expulsou todos que compunham tais estabelecimentos de ensino.
Em 1834 o Ato Adicional conferiu às províncias a responsabilidade de
regulamentar e promover os níveis de educação, que eram chamados de
primário e médio, em sua própria competência enquanto ao poder central ficou
a incumbência do ensino superior. Com a Constituição da República de 1891,
foi estabelecida à União a responsabilidade dos ensinos superior e secundário,
e ao Estado a função oferecer o ensino primário.
A Constituição de 1934 trouxe como novidade o estabelecimento da
necessidade de elaboração de um Plano Nacional de Educação, afim de que
todos os níveis do ensino pudessem ser coordenados, supervisionados e ainda
para que o financiamento da rede de ensino fosse regulamentado em parcelas
fixas para União, Estados e Municípios.
Em 1946 a então nova Constituição já estabelecia uma reorganização da
legislação educacional e em 1948 surgia o projeto de lei para criação da LDB,
Lei de Diretrizes e Bases, que até hoje e após diversas reformulações
(atualmente Lei 9394/96), rege todos os níveis da educação.
Com o grande avanço da industrialização ocorrido a partir do final da
década de 50, a exigência por mão-de-obra qualificada aumentou. Para
resolver esse problema a Lei 5.692/71 acabou por propor a criação do
chamado 2º grau profissionalizante. Tal decisão faria crescer , e muito, a
capacitação para o mercado de trabalho, favorecendo às industrias que teriam
um profissional qualificado tendo um gasto com salário mais baixo.
Com o foco na profissionalização, os cursos de 2º grau acabaram por ter
queda no nível de ensino regular, com isso a aprovação nos vestibulares e o
ingresso nas universidades tornava-se cada vez mais difícil, o que não
acontecia com os estudantes de família mais ricas, pois tinham condições de
22juntamente com o 2º grau, estudarem em “cursinhos” e melhor se prepararem
para o acesso ao ensino superior.
Como resultado a lei 5.692/71 gerou o que se pode resumir como uma
confusão social, um paradoxo, pois enquanto os alunos de classe alta
iniciavam seus cursos nas universidades públicas, diurnas, de excelente
qualidade e gratuitas, os que eram de classe baixa acabavam por ter de cursar
o ensino superior em instituições particulares, por muitas vezes de qualidade
duvidosa e de horário noturno, já que o ensino que recebiam no 2º grau
profissionalizante não os preparava para ingressar nas instituições publicas.
Os problemas causados pela Lei 5.692/71 foram tão grandes que algum
tempo depois a Lei 7.044 veio oferecer mudanças e deixou como opção ao
aluno cursar o 2º grau acadêmico ou profissionalizante.
Observa-se com toda essa situação que por um longo período a
educação brasileira sofreu influência de fatores econômicos e que com a
criação da Lei 4.024/61 a legislação “se omite quanto às desigualdades sociais,
mostra-se superficial quanto a uma consciência dos problemas, bem quanto à
identificação na realidade de suas causas” (MARTINS, 1991, p. 43) o que
favorece aos mais privilegiados e dá ao sistema de ensino aspectos
meramente administrativos, não educacionais.
Faz-se interessante dentro deste contexto citar a consideração feira por
Dermeval Saviani (1978) a respeito da noção do sistema educacional:
“Ora, esclarecida a noção de sistema educacional,
demonstrou-se que a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional não preenche as condições e
características próprias da noção de sistema. Impõe-se,
pois, a conclusão: Não existe sistema educacional no
Brasil” (SAVIANI, 1978, p.101)
A conclusão apresentada por Saviani deve gerar nos educadores uma
preocupação quanto que postura adotar naquilo que for relativo aos problemas
23educacionais, pois só assim o sistema educacional brasileiro poderá ser
construído de maneira adequada.
Para que isso ocorra é necessária à contribuição de todos os envolvidos
no processo educacional: professores, administradores e sistemas
educacionais (municipais, estaduais e federais), cada qual dentro de sua
função.
2.2 Os elementos da administração escolar
Apesar de apresentarem semelhanças quanto a diversos aspectos,
administração escolar e empresarial precisam ser diferenciadas, pois cada uma
delas possui sua particularidade. Na administração de empresas os esforços
são voltados à produção e a venda enquanto a administração escolar tem por
objetivo o desenvolvimento de pessoas nos aspectos cognitivo e social.
Em geral os elementos que compõem a administração escolar são os
mesmos que foram estabelecidos por Fayol para a administração em seu
âmbito geral, a única alteração feita foi a substituição da previsão pelo
planejamento. É importante ressaltar que a diferenciação feita não se prende
somente a nomenclatura dada, mas também a sua prática.
O 1º Simpósio de Administração Escolar da FFCLUSP constituiu como
elementos da administração escolar: planejamento, organização, assistência à
execução, avaliação dos resultados e relatório. Nos próximos parágrafos tais
elementos serão descritos de maneira sucinta, mas detalhada.
No que diz respeito ao planejamento pode-se afirmar que tal elemento
toma como principio a ciência quanto a realidade em que o processo
educacional será aplicado. Para que o planejamento seja feito é necessário
que haja inicialmente uma coleta de dados onde sejam levantadas informações
sobre os aspectos mais significativos da realidade em que a unidade se
encontra e após esse primeiro momento tais dados serão interpretados dando
origem a um produto final da pesquisa que se tornará subsidio para criação do
mesmo.
24No planejamento se devem considerar os variados aspectos abrangidos
pela ação administrativa. A formação do planejamento dará origem a um outro
documento, denominado plano e são desses dois que a administração escolar
depende para que alcance sucesso em suas funções.
“Planejamento é um processo de busca entre meios e
fins, entre recursos e objetivos, na busca da melhoria do
funcionamento do sistema educacional. Como processo,
o planejamento não ocorre em um momento do ano ,mas
a cada dia. A realidade educacional é dinâmica. Os
problemas, as reivindicações não têm hora nem lugar
para se manifestarem. Assim, decide-se a cada dia, a
cada hora.” (SOBRINHO, 1994, p.03)
A organização de uma instituição de ensino pode ser definida como o
ato de dar a ela uma estruturação no que diz respeito aos diversos setores que
a compõe (unidades operacionais). Para que isso ocorra é necessária a
seleção de pessoas capacitadas para desempenhar as tarefas no qual foram
destinadas, a distribuição clara das funções e atribuições de cada um, além da
elaboração de um manual de organização onde haja de forma clara e precisa
todas as informações necessárias ao funcionamento adequado da instituição.
As providências que deverão ser tomadas quanto aos recursos físicos,
materiais e financeiros necessários ao funcionamento também são de suma
importância. No caso do funcionalismo público tais providências são quase
sempre muito prejudicadas pela burocracia. Depois de estabelecida a estrutura
do sistema educacional, qualquer alteração a ser feita deverá ser aprovada
anteriormente pelo Poder Legislativo.
No caso do sistema público, os funcionários são selecionados quase
sempre através de concurso, o que nessa situação apresenta lado positivo e
negativo. Como fator positivo temos a democratização das vagas, mas por
conta disso ocorre igualmente, que alguns dos funcionários contratados não
possuam capacidade para assumir o cargo no qual foram destinados, isso
25também influencia de forma direta na estrutura da administração escolar, pois
como já foi afirmado no início deste capítulo, é necessário que a equipe
administrativa tenha um único discurso e trabalhe junta em prol da promoção
do ensino no qual foi destinada.
Com as mudanças constantes dos dias de hoje, é necessário que a
pratica da administração busque uma postura democrática, para isso a
participação da família, alunos, professores e funcionários é indispensável
durante a discussão dos problemas que afligem as realidades escolares,
fazendo com que todos estejam interagidos na ação educativa.
Antes que sejam iniciadas as atividades educativas o administrador
escolar deve verificar os recursos que se encontram a sua disposição de forma
a não prejudicar o trabalho daqueles que o executarão. “Durante a execução o
administrador uma postura de acompanhamento, apoio e cobrança, bem como
de coordenação de esforços visando ao alcance do objetivo comum”
(MARTINS, 1991, p. 34) . Nessa etapa é imprescindível a utilização de
recursos interpessoais (empatia, bom senso e integração com o grupo) e
totalmente dispensável qualquer prática que se remeta ao autoritarismo e a
omissão.
Na educação, a avaliação dos resultados pode ser feita sob duas óticas:
a quantitativa e a qualitativa. Depois de traçados os objetivos e iniciadas as
ações é necessário verificar se tudo aquilo que foi planejado está sendo
cumprido. Para isso é feita uma avaliação onde serão observados, em âmbito
quantitativo o número total de matrículas, a frequência, rendimento e a evasão
escolar a, a repetência, os recursos financeiros aplicados, além do
cumprimento do cronograma. Quanto ao aspecto qualitativo a observância visa
a confiabilidade que a ação educativa alcançou em meio ao sistema social que
desenvolveu.
Com o decorrer de um ano, cabe a toda escola elaborar um documento
que contenha um completo balanço das atividades realizadas durante o
período em análise. Nesse relatório constam também as atividades que por
alguma eventualidade deixaram de ocorrer ou tiveram de ser modificadas. Tal
documento serve como referência a futuros projetos.
262.3 Âmbito de atuação e legislação da administração escolar
A administração do ensino possui atuação tanto em nível de sistema
escolar como em nível de unidade escolar .
De uma maneira geral, pode-se considerar sistema escolar o conjunto
de escolas que coordenadas entre si satisfaçam as necessidades de um país.
Dentro do sistema escolar o administrador tem como função a atuação direta
sobre os estabelecimentos que possuam o mesmo nível ou níveis diferentes de
ensino e que atendam a um número determinado de alunos de uma cidade ou
região. A atuação do administrador, nesse caso, irá ser pré-estabelecida no
regime que aquela região apresentar como resultante de uma ação político-
administrativa, que influenciada pelo sistema social modela uma forma
institucionalizada estável.
Conforme o local em que se abriga, a rede de escolas pode apresentar
denominações diferentes. São elas: sistema local, sistema regional e o sistema
nacional de educação. Já de acordo com o mantenedor teremos o sistema
particular e o sistema público de ensino.
Como unidade, a administração escolar tem sua atuação feita em cada
instituição, que precisa cumprir as diretrizes mais abrangentes apresentadas
pelo sistema de ensino e também o planejamento proposto pela mesma. Nesse
âmbito, é função do administrador escolar planejar suas atividades escolares
de comum acordo com as regras apresentadas pelo sistema de ensino
juntamente com as informações, que são produto final da análise feita sobre a
realidade em que a escola se encontra inserida.
A legislação é a base do poder público na criação de regulamentos a
serem desempenhados pelos mais distintos órgãos que formam a
administração pública.
Sendo o ensino um dos grandes órgãos do sistema público e privado de
nosso país, fica claro entender o motivo pelo qual a administração escolar
precisa ser regida pela legislação vigente.
Em termos educacionais a legislação se apresenta baseada na
Constituição Nacional e determina de que maneira os poderes públicos
27exercem sua participação e responsabilidade no procedimento educacional
bem como a ação propositada e sistemática demonstradas pelos sistemas
públicos implementados. Sobre a legislação que permeia a educação, José do
Prado Martins, 1991, faz a seguinte consideração:
“Apesar de a constituição estabelecer as grandes linhas da
educação , a regulamentação é feita mediante a discussão
e aprovação do Legislativo e promulgada pelo Executivo,
processo denominado de legislação ordinária.
Nos países federados, como o Brasil, a legislação federal
prepondera sobre a legislação estadual, esta sobre a
municipal. Em outras palavras, o Município e o Estado não
podem inserir suas leis dispositivos conflitantes com as leis
federais.” ( MARTINS, p. 36)
No que diz respeito à educação, a Lei de Diretrizes e Bases Nacional,
9.394/96, é responsável, a nível federal, por direcionar todos os Estado e
Municípios, sendo todas as legislações de cunho estadual suplementares a ela.
O responsável por conduzir o funcionamento dentro das unidades de
ensino é o documento conhecido como Regimento Escolar. Tal documento é
elaborado pela escola e conferido pelas autoridades da educação precisando
da aprovação das mesmas.
28
CAPÍTULO III
AS PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS EMPRESARIAIS E O
CONTEXTO ESCOLAR: POSSÍVEIS RELAÇÕES.
É, de fato, correto afirmar que a Administração de Empresas em
diversos pontos é distinta a Administração Escolar, porém é impossível não
perceber que a estrutura administrativa escolar apresenta traços visíveis da
influência sofrida quanto às praticas administrativas que tiveram sua origem no
campo empresarial.
Enquanto a Administração de Empresas foca sua teoria na organização
do trabalho e no exercício das atividades em empresas tipicamente capitalistas,
a Administração Escolar apresenta sua estrutura voltada também para a
organização do trabalho, mas um trabalho baseado na prática escolar, no
sistema escolar. Isso significa dizer que assim como a Administração de
Empresas está para o trabalho visando à qualidade, a produção e o lucro, a
Administração Escolar está para os esforços a cerca de um processo educativo
eficaz.
Dizer que a Administração Escolar possui traços da organização
empresarial não significa que ela não tenha sido constituída a partir de seu
próprio corpo teórico, mas sim que em sua estrutura, como já vimos, é
detectado facilmente traços da teoria administrativa voltada para empresas.
Sendo assim, percebemos que uma teoria criada visando outra finalidade, a
empresarial, pode, através de adaptações, ser aplicada a uma atividade
específica, que nesse caso é a educação.
Já que é possível a nós detectarmos práticas da Administração
Empresarial na Administração Escolar, é correto afirmar que ambas, de alguma
maneira se relacionam. E o motivo da aproximação desses dois tipos de
procedimentos administrativos é justamente o fato de poder observar na
Administração Escolar a utilização, tanto em sua teoria quanto na prática, de
questões relativas a estrutura e ao funcionamento das empresas.
29Essa relação é vista pelos teóricos da administração empresarial como
consequência dos estudos e das pesquisas por eles promovidas, cujos
resultados são vistos como eficientes e, por isso, aplicados na administração
das demais organizações.
“As instituições de serviço tornaram-se ‘conscientes da
administração’. Cada vez mais as instituições de serviço
se voltam para as empresas para aprenderem
administração. Desenvolvimento administrativo,
administração por objetivos e muitos outros conceitos e
instrumental da administração de empresas são agora
comuns em todas as instituições de serviço (...) ”
(DRUCKER, 1975, p. 146)
Para comprovar a real importância da Administração Escolar, os teóricos
nessa área buscam os estudos referentes à Administração de Empresa como
orientação capaz de confirmar o funcionamento satisfatório da organização
escolar e corresponder às expectativas da sociedade.
Temos assim, de um lado, os teóricos da administração empresarial na
busca por elaborar um modelo administrativo que se adeque às mais diferentes
organizações, apresentando , dessa forma, a administração como sendo uma
ciência de aplicação universal, generalizada. E por outro lado apresentam-se
os teóricos da Administração Escolar que buscam , a partir da administração de
empresas, tornar válida suas suposições teóricas fundamentadas nas “bases
científicas” visando o alcance da eficiência e a racionalização por parte das
práticas administrativas escolares.
A busca dos teóricos da Administração Empresarial na aplicação dos
conceitos de forma generalizada, ou seja, a implantação dos conceitos
administrativos como padrão a qualquer tipo de organização, foi adotada
também por alguns teóricos da Administração Escolar, como por exemplo José
Querino Ribeiro, que diz:
30“Estamos de acordo com Prihoda e Dottrens no que
concerne à conveniência do aproveitamento do taylor-
faylorismo para a formulação de problemas escolares;
com Sears, quanto à necessidade de se construir uma
teoria da Administração Escolar; com Moheman, quanto
à condição meramente instrumental da Administração
Escolar no sentido de que sua função principal é a de
ajustamento nas atividades de escolarização à filosofia e
à política de educação” (RIBEIRO, 1978, p.95)
Apesar de estudiosos assumirem posições com relação a base teórica,
existe por trás da Administração Escolar e da Administração Empresarial dois
pressupostos a respeito da discussão sobre a relação que as duas possuem.
Como primeiro deles é válido salientar o fato de que apesar de
possuírem finalidades diferentes, a estrutura utilizada na organização de
ambas é semelhante, fazendo com que possam até ser administradas sob o
mesmo princípio, mas com adaptações necessárias às metas de cada uma.
O segundo pressuposto é o de que a organização e o sistema escolar só
conseguem se manter a partir da assimilação e prática de métodos e técnicas
que atendam às condições e aos objetivos da sociedade em que está inserida,
pois somente dessa forma é possível garantir a eficiência do sistema e justificar
sua própria manutenção.
Sendo assim, é possível concluir que a Administração Escolar adota, de
fato, princípios administrativos empresariais, implantando no modelo de
eficiência assumido a aplicação dos critérios de funcionamento próprios a
necessidade cotidiana .
Baseando-se na Administração de Empresas como teoria generalizável
quanto à estrutura e aplicável a maioria das organizações, se diferenciando
apenas no que diz respeito aos objetivos propostos por cada uma delas, torna-
se agora necessária à análise das bases concretas dentro da relação existente
entre Administração Escolar e Administração Empresarial, pois a ação
administrativa não se dá somente em nível teórico, podendo ser percebida na
31prática escolar a partir do momento em que os modelos de estrutura e
funcionamento das empresas são aplicados em seu sistema.
Para que haja compreensão quanto à prática administrativa inicialmente
é necessário entender por que variadas organizações conseguem se adaptar a
um mesmo modelo de estrutura, conferindo, às teorias da Administração a
categoria de estrutura de ampla aplicação. No entanto, essa generalidade não
se deve somente a estudos teóricos, mas sim da reflexão da realidade
concreta.
A relação entre a administração e o Capitalismo dentro do contexto
social é evidente e sua sistematização resulta na prática da administração
empregada em empresas. Esta, como já foi dito em outro momento desse
estudo, tem como finalidade a qualidade, a produção e o lucro, o que revela
que as atividades promovidas pelo setor empresarial têm intenções totalmente
capitalistas. Daí a prova de que Administração de Empresas e Capitalismo
caminham lado a lado.
Dessa forma, é possível também constatar que a aplicabilidade da teoria
administrativa empresarial em diversas organizações se dá pelo fato de tais
organizações serem fundamentadas sob o modo de produção capitalista, ainda
que umas sejam ligadas a produção material e outras a produção não-material.
Em outras palavras, a semelhança das organizações é resultado “da relação
entre a estrutura econômica da sociedade capitalista e a sua superestrutura
jurídica, político-cultural.” (FÉLIX, 1986, p. 76)
Percebe-se, portanto, que a generalidade da teoria administrativa não é
somente fruto de seu desenvolvimento teórico a ponto de elaborar um estudo
que seja capaz de aplicar-se a qualquer tipo de organização, nem que a
Administração Escolar seja puramente a adoção de princípios de organização e
administração empresarial capitalista.
O fato da elaboração das teorias administrativas ter seu início em
ambiente totalmente capitalista, como foi visto no primeiro capítulo deste
estudo, acabou determinando a sua aplicação em grande parte das
organizações cujos padrões de eficiência, racionalização e produtividade são,
também, determinados pelo próprio sistema de produção capitalista. Dessa
32forma, o que se generaliza não é a administração simplesmente, mas o modo
de organização na sociedade capitalista que é confirmado através de suas
teorias que buscam confirmar “cientificamente” que é essa é a melhor maneira
de organizar e administrar.
Quando se percebe no conteúdo da estrutura administrativa escolar a
presença de modelos organizacionais de empresas capitalistas e a adoção de
critérios voltados para eficiência, racionalização e produtividade, torna-se
importante dar destaque à opinião defendida pelos próprios teóricos da
Administração Escolar sobre o assunto, além de buscar detectar a aplicação
de tais critérios na prática administrativa escolar, evidenciando a relação entre
Administração Empresarial e Administração Escolar como produto de uma
longa evolução histórica determinada pelo modo de produção capitalista. Fator
este que, por muitas vezes, é omitido pelos “especialistas em educação”.
Para o estudioso Querino Ribeiro, por exemplo, existem alguns
princípios que precisam, juntamente com as exigências da sociedade
capitalista, orientar a administração escolar: “Esses princípios que constituem,
a nosso ver, mais um dos fundamentos da Administração Escolar são: o da
liberdade, o da responsabilidade, o da unidade, o da economia e o da
flexibilidade.” (RIBEIRO, 1978, p. 49)
Dentro do contexto em análise pretende-se dar destaque ao fato de que
o pensamento de alguns teóricos da Administração Escolar brasileira, ao
assimilarem os aspectos da Administração Empresarial – aspecto este “cujo
aperfeiçoamento de métodos e técnicas resultam do imperativo
desenvolvimento do capitalismo” (FÉLIX, 1986, p.81) – acabam por ratificar e
legitimar relação entre tais, relação esta que não deve ser vista somente do
ponto de vista teórico, pois se trata de fruto de situações historicamente
determinadas, em que o modelo de produção capitalista rege as relações
sociais de produção, a coordenação das instituições jurídico-políticas e
culturais da sociedade.
Quando se reforça a idéia de que a teoria apresentada pela
Administração Escolar ratifica e legitima essa relação, observa-se aí sua
33função ideológica - que seria de ocultar os fundamentos concretos de sua
prática.
De fato, quando a prática administrativa é vista como genuinamente
técnica, são excluídas as suas relações com as estruturas econômicas,
políticas e sociais, o que faz com que não se leve em consideração os
condicionantes da educação. As normas técnico-administrativas que são
apresentadas como preceitos para o funcionamento do sistema escolar são os
resultados desses condicionantes. Entretanto, ao serem apresentadas elas se
revelam de forma autônoma, isentas das contribuições econômicas e sociais.
“O processo de ideologização da teoria administrativa está
em sua postura como ontologia, despida de historicidade.
Ela representa a tradução em linguagem administrativa da
práxis econômico-social historicamente definida. A mesma
divisão de trabalho que separa planejamento de execução,
trabalho manual de trabalho intelectual na empresa
capitalista, opera a divisão entre a Sociologia, Filosofia e a
Teoria da Administração, formando os experts em teoria
administrativa. A autonomização da teoria administrativa
em relação às determinações econômico-sociais se dá por
mediação das instituições – escolas, institutos de pesquisa,
centros de estudo – encarregadas pela divisão do trabalho
e reprodução de ideologias.(...) A autonomização da Teoria
Administrativa é ideológica, na medida em que ele é
desvinculada do processo onde as partes não se
reconhecem pertencer à totalidade.” (TRAGTENBERG,
1977, p.209)
A influência exercida pela teoria geral dos sistemas permitiu a
Administração de Empresas a composição da caracterização denominada
escola sistêmica, que apresenta estudos relacionados à otimização do
processo de tomada de decisões por meio da aplicação de sistemas
34matemáticos e estatísticos nas atividades de planejamento e execução. Nesse
sentido, temos como primeira questão os estudos psico-sociológicos sobre a
estrutura da empresa, que visa, através da identificação dos seus subistemas
sua integração interna e os mecanismos de interação externa. Nesse conjunto
de estudos é importante salientar os aspectos relativos à coordenação das
partes do sistema (empresa), da comunicação, da tomada de decisões, do
conjunto de papéis e do equilíbrio. Tais elementos, por sua vez, relacionados
ao planejamento, se voltam para organização do subsistema técnico-
econômico das empresariais, incluindo as características de análise sistêmica,
pesquisa operacional, tecnologia da informação e mecanismos de controle.
Na estrutura administrativa escolar a escola sistêmica serviu de
influência no trabalho de alguns teóricos dessa área de estudo. Tal presença
não se faz sentir apenas pelo reconhecimento da escola como um sistema
social, de forma a classificá-la como uma organização de manutenção e pela
modernização do vocabulário com a introdução de termos como entrada
(imput), saída (output), processo, produto, realimentação (feedback), mas
também pode ser identificada como suporte teórico de algumas análises.
Como exemplo de tal análise, Maria Fátima de Costa Félix apresenta em
seu livro Administração Escolar: um problema educativo ou empresarial,
Cortez, 1986 , um breve comentário a respeito da obra de Myrtes Alonso, O
papel do diretor na administração escolar.
O que se constata nessa análise é a assimilação de um
referencial teórico que apesar de estar atualizado em
termos das mais recentes contribuições da Sociologia,
Psicologia e da Administração de Empresas, não é
suficiente para que se proceda a uma análise concreta do
sistema escolar. (FÈLIX, 1986)
Se por um lado tais análises representam um grande avanço para os
que possuem a pretensão de confeccionar uma teoria da Administração
Escolar, por outro temos o reforço da função ideológica desempenhada pela
35mesma, sendo responsável por revestir a ação administrativa com eficiência
capaz de , a partir da conexão dos subsistemas do sistema escolar, realizar
por completo os objetivos educacionais através da adequação entre meios e
fins.
A realidade educacional brasileira é macacada por aspectos econômicos
e sociais baseados no capitalismo que cada vez mais cresce no país. Desta
forma, a administração escolar precisa ser entendida de forma a relacionar a
estrutura econômica e a superestrutura jurídico-política e cultural como
elementos responsáveis pela mediação entre as exigências do capital e a
educação nas diferentes classes sociais.
Com base nessa realidade é que se buscou demonstrar a relação
existente entre a Administração de Empresas e a Administração Escolar, de
forma a evidenciar a essência concreta que produz essa relação no nível dos
fundamentos teóricos da Administração Escolar.
36
CONCLUSÃO
A presente monografia partiu do pressuposto de que a Administração
Escolar possui seus fundamentos em um modelo de administração genérico,
abrangente. Modelo este que foi criado no período da Revolução Industrial e
tinha seu formato voltado para as empresas de grande escala produtiva que
cresciam intensamente neste período.
Enquanto modelo empresarial, observa-se na estrutura administrativa
traços do período capitalista em que ela foi transformada em teoria científica e
tais características deram também forma ao modelo administrativo escolar que
temos até o dia de hoje. Como principais referências a criação da teoria
administrativa temos as contribuições dadas pelo americano Frederick Winslow
Taylor e o europeu Henry Fayol.
José Prado Martins, como se encontra citado no segundo capítulo deste
estudo, afirmou que a Administração Escolar, enquanto legislação, acabou por
um longo período se omitindo quanto às desigualdades sociais e mostrou-se
pouco sólida quanto à consciência dos problemas e a identificação de suas
causas. Tal fato pode ser percebido quando observamos a administração
escolar de um ângulo sistemático, engessado e objetivo, onde não se levam
em consideração as situações adversas em que o sistema escolar pode se
encontrar.
No estudo apresentado no terceiro capítulo, a analogia feita entre
Administração de Empresas, de um modo geral, e a Administração Escolar,
num ponto de vista específico, revelam a dupla função administrativa nas
escolas: a técnica e a filosófica, ou seja, na operacionalização da função
administrativa os parâmetros da eficiência e da produtividade são utilizados de
forma a orientar o aperfeiçoamento da estrutura burocrática apresentada pelos
sistemas escolares, mas ao mesmo tempo, ainda que não seja de forma
explícita, são levadas em consideração as articulações políticas, econômicas e
sociais apresentadas pelo mesmo.
A pesquisa encerra suas conclusões afirmando que os modelos teóricos,
apresentados pelos estudiosos da Administração Escolar, precisam ser
37relacionados à prática e levar sempre em consideração os determinantes como
situação econômica, política e social que rege o grupo no qual se aplica. Dessa
forma será possível conciliar a estrutura administrativa empresarial – que se
baseia num modelo organizacional cujo objetivo está ligado à produtividade
visando o lucro - a realidade peculiar dos sistemas escolares espalhados pelos
mais diversos públicos e culturas através da utilização de um modelo
administrativo adequado.
38
BIBLIOGRAFIA
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monografia: Passo a passo...siga o mapa da mina. Rio de Janeiro: wak, 2008
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39
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www.avezdomestre.com.br, ícone monografia, Rio de janeiro – Universidade
Candido Mendes – 2004, acesso em 12/01/2010.
www.priberam.pt , dicionário virtual, acesso no período de janeiro e fevereiro de 2010.
40
ÍNDICE
AGRADECIMENTO ------------------------------------------------------------- 3
DEDICATÓRIA ------------------------------------------------------------------- 4
RESUMO -------------------------------------------------------------------------- 5
METODOLOGIA ----------------------------------------------------------------- 6
SUMÁRIO ------------------------------------------------------------------------- 7
INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------- 8
CAPÍTULO I
CONCEITO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO ----------------------------10 1.1 O papel da administração -------------------------------------------- 10 1.2 As teorias administrativas – breve histórico ------------------ 13
CAPÍTULO II
ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR --------------------------------------------- 19 2.1 Breve histórico do Sistema Educacional Brasileiro --------- 20 2.2 Os elementos da administração escolar ------------------------ 23 2.3 Âmbito de atuação e legislação da administração escolar-26
CAPÍTULO III
AS PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS EMPRESARIAIS E O
CONTEXTO ESCOLAR: POSSÍVEIS RELAÇÕES. ----------------- 28
CONCLUSÃO ------------------------------------------------------------------ 36
BIBLIOGRAFIA ---------------------------------------------------------------- 38
ÍNDICE ---------------------------------------------------------------------------- 40
ANEXO --------------------------------------------------------------------------- 41