UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO …ensino superior da matemática, onde os alunos...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A DISSOCIAÇÃO DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DO DISCENTE PARA O MERCADO DE TRABALHO Por: Adriana Soares da Silva Orientador Prof. Carlos Cereja Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A DISSOCIAÇÃO DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA NA

FORMAÇÃO DO DISCENTE PARA O MERCADO DE TRABALHO

Por: Adriana Soares da Silva

Orientador

Prof. Carlos Cereja

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A DISSOCIAÇÃO DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA NA

FORMAÇÃO DO DISCENTE PARA O MERCADO DE TRABALHO

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Cândido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Docência do Ensino Superior.

Por: Adriana Soares da Silva

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AGRADECIMENTOS

....aos familiares e amigos que por

muitas vezes abriram mão da minha

presença para que eu pudesse me

dedicar com afinco a esta

especialização.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta pesquisa ao meu noivo Felipe

que por ser um grande motivador,

incentivando-me cada vez mais em prol

do sucesso em minha profissão.

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RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo principal mostrar a importância da

matemática como agente de mudança para uma pessoa no mercado de

trabalho. Percorre-se os principais problemas encontrados na docência do

ensino superior da matemática, onde os alunos que não fazem parte da área

de exatas, demonstram o não entendimento e estranham o estudo desta

cadeira em currículo na Universidade. Ressalta-se que em qualquer atividade

de trabalho, a matemática estará presente, através do raciocínio lógico, da

matemática financeira, entre outras partes desta disciplina. Além disso, mostra-

se a importância também do professor como agente desta mudança. Percorre-

se a história da matemática, propondo-se a reflexão do entendimento da

matemática como diferencial para uma pessoa na atualidade.

Palavras-Chave: entendimento, matemática, professor.

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METODOLOGIA

O estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica e eletrônica,

onde foram consultados diversos materiais impressos e da Internet, procurando

explorar as obras existentes que pudessem dar um direcionamento e

fundamentar o desenvolvimento do trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................. 08

CAPÍTULO I

A Importância da Matemática......................................................................... 11

CAPÍTULO II

A Dificuldade de Ensino de Matemática....................................................... 18

CAPÍTULO III

A Matemática e o Mercado de Trabalho....................................................... 31

CONCLUSÃO................................................................................................... 35

REFERÊNCIAS................................................................................................ 38

ÍNDICE.............................................................................................................. 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO.................................................................................. 42

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INTRODUÇÃO

Nesta pesquisa aborda-se a importância da matemática no dia-a-dia das

pessoas, desde o seu nascimento até o seu próprio futuro. Comenta-se também a

importância do professor como agente educador na preparação dos mesmos para o

mercado de trabalho, pois muitos têm dificuldades, além de alguns casos não

gostarem desta disciplina que sem dúvida é peça chave em qualquer situação de

vida.

No primeiro capítulo, apresenta-se a importância e conceitos de

matemática, bem como histórico, origem, além do por que do estudo da matemática

ser tão importante no cotidiano das pessoas.

No segundo capítulo, será foca-se a dificuldade do ensino e aprendizado

desta ciência exata. Procura-se mostrar os “dois lados da moeda”, a visão do

professor diante do aluno e o oposto, a visão do aluno perante o professor,

buscando entender o porquê de o aluno desenvolver, em alguns casos, “medo”

desta área de estudo, enxergando a matemática como a disciplina mais temida do

cenário escolar.

Aponta-se também a figura do professor como motivador e agente da

mudança na vida de todos os estudantes.

No terceiro capítulo, apresenta-se a matemática perante o mercado de

trabalho, apontando-se as tendências dos profissionais que este mercado deseja,

bem como a matemática pode ser melhor aproveitada como fator crítico de sucesso

para uma pessoa e para a organização que esta possa ser colaboradora.

Neste mundo de alta velocidade, onde a informação chega do outro lado do

mundo em um “piscar de olhos”, a matemática está presente em todos os atos, para

cada lado que possa-se olhar. Na engenharia dos arranha-céus, nas medições de

exames, nas bolsas de valores, no mundo virtual, no entretenimento...

acompanhando a evolução do homem. Sempre a matemática esteve e estará

presente no cotidiano do mundo.

Tendo em vista o exposto acima, buscar-se-á neste estudo mostrar o

quanto a matemática deve ser melhor entendida pelas pessoas.

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Justificativa

Este tema foi proposto devido à dificuldade das pessoas em entender o

quanto esta disciplina foi e é importante no dia-a-dia. Busca-se também identificar

onde estão as dificuldades das pessoas no lidar com a matemática, seja bom

intolerância ou por patologias específicas.

Objetivos

Mostrar que a matemática é o ícone para o desenvolvimento humano, para

mudanças culturais e como o entendimento desta cadeira pode ser diferencial nesta

época de competições. Propõe-se também a importância do professor neste

processo.

Formulação do problema

Um grande problema que assola o mundo, principalmente as camadas mais

pobres da população mundial, é a falta de educação. Isto não acontece somente

com a matemática, porém, esta disciplina é fundamental para que um cidadão possa

sobreviver, seja pelo conhecimento das técnicas básicas de sobrevivência, onde o

mesmo terá que lidar com o plantio, o tempo de colheita, o quanto precisa investir do

seu tempo, para depois ter o seu sustento, exemplo de uma pessoa extremamente

simples, que não precisa ser um grande estudioso do assunto.

E de contrapartida tem-se aquela pessoa que disputa vagas no mercado de

trabalho, onde o conhecimento e a habilidade com os números tornam-se grande

diferencial, podendo levá-lo a galgar altos cargos dentro de empresas, gerando

riqueza para si e seus familiares.

A visão da matemática não pode ser restrita somente a sala de aula, as

fórmulas, aos ângulos, as figuras, esta precisa ser difundida como essencial para a

vida.

Ainda diante da informatização, as máquinas vêm tomando o espaço das

pessoas e a dinâmica do emprego e do lucro máximo, torna a vida das pessoas

mais difíceis.

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Portanto, como sobreviver sem o entendimento da matemática neste mundo

moderno, disputado e competitivo?

O grande desafio deste trabalho é mostrar a importância da matemática em

todos os tempos possíveis: passado, presente e futuro.

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CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA

1.1. Conceito de Matemática

A matemática sem dúvida é uma das áreas mais importantes para a

evolução da humanidade, portanto, entendê-la pode ser muito útil para uma pessoa

ou sociedade.

Segundo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, matemática é a “ciência

que investiga relações entre entidades definidas abstrata e logicamente. De modo

exato, metódico ou minucioso, com certeza ou comprovação, derivadas de

raciocínios e cálculos matemáticos“.

Diante disso a matemática é vista como uma ciência exata.

1.2 A história e desenvolvimento da matemática

Registros apontam a matemática como uma das mais antigas ciências.

Segundo o site Prof 2000, a presença da matemática é percebida em 2400 a.C. e

vem modificando-se de acordo com as necessidades da sociedade.

Imagine-se os homens das cavernas entre os primeiros habitantes com

intelecto do planeta. Estes precisaram aprender na prática, antecipando a teoria. Os

mesmos provavelmente tinham idéia da unidade, das poucas coisas, porém, as

contas, as medidas, os ângulos, entre diversas situações matemáticas, precisaram

acontecer diante da inovação e da necessidade.

A criação de ferramentas, as “formas” de seus inventos, a criação de suas

roupas, a idéia das horas, do dia, da noite, a quantidade de comida necessária para

suprir suas necessidades diárias, enfim, muitas situações que a geração atual não

precisou lidar. Estas coisas que julgam-se simples no presente, foram extremamente

complexas no passado.

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Com o passar dos tempos, estudiosos trouxeram suas idéias, criando-se

teorias como, por exemplo, a de que a Terra era redonda. A Bíblia, maior livro para

as religiões que crêem em Jesus Cristo, onde aponta-se o seguinte versículo em

700 a 680 a.C., período em que provavelmente foi escrito o livro do profeta Isaías,

“Ele é quem está assentado sobre o globo da Terra..." (Isaías 40. 22).

Neste, tem-se o fato de que Deus está assentando sobre o globo (Terra),

que em descrição por dicionários, uma das idéias para globo é de “corpo esférico,

redondo”, ou seja, há uma possível interpretação para uma questão matemática já

neste período.

Esta teoria foi apreciada por Nicolau Copérnico e confirmada por Galileu

Galilei. Portanto, injusto focar somente estes estudiosos e estas poucas teorias

como a história da matemática, pois o mundo da matemática é vasto e rico em

acontecimentos e importância.

Outro apontamento na bíblia, citado no site Prof 2000, por Georges Jean dá

a idéia da matemática no tempo:

“Crescei e multiplicai-vos” disse o Senhor. Projetado no universo do número, o homem, por força das circunstâncias, começou a enumerá-lo. Sua própria estrutura atesta que ele possui a ciência infusa: um umbigo, duas vezes dois membros (quatro membros), quatro vezes cinco dedos, nove orifícios, dos quais sete para receber vida e dois para eliminá-la. Só nessa enumeração está comprovado o poder da matemática.”

Conta-nos a história que Ivan IV, que tinha apelido de o “Terrível”, em

determinada ocasião propôs um problema a um geômetra de sua corte. De acordo

com Souza (2009, pg. 7) “tratava-se de determinar quantos tijolos seriam

necessários à construção de um edifício regular, cujas dimensões eram indicadas. A

resposta foi tão rápida e construção feita veio, mais tarde, demonstrar a exatidão

dos cálculos.” E perante a esse fato Ivan mandou queimar o matemático por achar

que se tratava de feitiçaria.

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Outro fato interessante foi a descoberta de código secreto feita por François

Viète, fundador da álgebra moderna, Souza (2009, pg. 7) aponta o que os

historiadores narraram deste episódio:

“Durante as guerras civis na França, os espanhóis serviam-se, para correspondência secreta, de um código em que figuravam cerca de 600 símbolos diferentes, periodicamente permutados segundo certa regra que só os súditos mais íntimos de Filipe II conheciam. Tendo sido, porém, interceptado um despacho secreto da Espanha, Henrique IV, rei da França, resolveu entregar a sua decifração ao gênio maravilhoso de Viète. E o geômetra não só decifrou o documento apreendido como descobriu a palavra escrita no código espanhol. E dessa descoberta os franceses se utilizaram, com incalculável vantagem, durante dois anos.” (Souza, 2009, pg. 7)

Houve problemas entre as duas nações por conta deste fato, mas como

afirma Souza (2009, pg. 8) “não deixa, porém de ser curioso o fato de ter sido Viète

– por causa de seu talento matemático – incluído entre os magos e feiticeiros de seu

tempo.”

Diante do foco deste trabalho, apresentou-se um pequeno relato da história

da matemática.

1.3 Para que estudar matemática?

A matemática é à base da construção do mundo. Números fazem parte da

história no passado e serão fundamentais no futuro.

O mundo foi criado a tantos bilhões de anos, os dinossauros viveram a

outros tantos anos e daqui a outros poucos anos a temperatura da Terra irá

aumentar cada vez mais devido a tudo o que o homem vem fazendo com a natureza

e seu uso desregrado.

Estes são pequenos fatos que mudam a sociedade com o passar do tempo.

Entender essa dinâmica ajuda ao homem a crescer, evoluir, melhorar tudo o que

acontece a sua volta, o tempo das coisas, da criação.

Pensando-se em estrutura física, as grandes construções do mundo

moderno precisam ser cercadas de cuidados. Portanto, as constantes tarefas dos

engenheiros de reduzir custos mantendo qualidade, fazem com que a matemática

seja primordial.

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Deve-se perceber que talvez todas as áreas ou quase todas possuem

traços e pensamentos matemáticos. Na área médica, na construção civil, na

engenharia de trânsito, na gestação, no orçamento doméstico, entre tantas outras,

tudo passa pelo crivo desta cadeira.

Percebe-se então que as pessoas precisam modificar a forma de como

encaram a matemática. Muitos têm medo de entrar nesse mundo e encontram

dificuldade em encontrar emprego, em solucionar seus problemas pessoais, entre

outros.

A matemática esteve e estará mudando o mundo sempre, portanto, o

ensinamento desta importância muda a visão de um aluno ou cidadão. Torna-se

preciso estimular a percepção da importância e não a obrigação de aprender.

1.4 Matemática no cotidiano

Falar do cotidiano pode envolver inúmeras áreas, mas destaca-se neste

tópico: o Governo.

A matemática é de fundamental importância para as decisões dos líderes do

país, estados e municípios. Contribui de forma eficaz para a tomada de decisões

nestas esferas de poder.

Para que estas tenham menos probabilidade de erros, é de hábito criar-se

orçamentos onde tenta-se prever futuras arrecadações, bem como os gastos dos

próximos meses ou anos, podendo assim equilibrar receitas e despesas.

Para que a estrutura cresça, o Governo precisa pensar macro, pois há áreas

imprescindíveis de investimentos para o crescimento e evolução de um país ou

cidade, como a educação, saúde, obras públicas, entre outras.

Nestes casos, as arrecadações são dimensionadas em estimativas como,

por exemplo: os impostos diversos, as multas, os juros de atrasos destes

pagamentos, entre outros. De posse desse estudo, a máquina pública funciona e

circula a economia.

Falando-se de matemática, não pode-se deixar de focar o planejamento. Na

verdade, o orçamento seria um planejamento antecipado das tomadas de decisões,

ou seja, as questões de qualquer área envolvem processos matemáticos.

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Ressalte-se os processos industriais que requerem cálculos exatos e a

importância que tem para a economia, pois gera-se emprego e traz crescimento

econômico.

Ressalte-se também a miscigenação, a diversidade de culturas e classes

sociais, o tamanho geográfico do país, o que dificulta uma melhor distribuição da

renda, das oportunidades e o papel do Governo é equilibrar essa defasagem de

oportunidades.

Programas do Governo são criados a fim de subsidiar esses problemas.

Além disso, há os fatores climáticos que podem trazer maiores dificuldades que são

as catástrofes, fazendo com que os números de desigualdade social cresçam.

Contudo, a matemática serve para evidenciar problemas e trazer as soluções ao

mesmo compasso.

Pode-se perceber que a matemática é fundamental no dia a dia e que sem

ela o planeta para. Desde o relógio, a natureza, o mundo empresarial, enfim, tudo

isso precisa ser bem trabalhado desde a escola, pois é a base de todo esse

processo que dura a vida inteira.

1.5 A cultura e a matemática

Segundo Souza (2009, pg. 43):

“A matemática não é exclusivamente o instrumento destinado à explicação dos fenômenos da natureza, isto é, das leis naturais. Não. Ela possui também um valor filosófico, de que aliás ninguém duvida; um valor artístico, ou melhor, estético, capaz de lhe conferir o direito de ser cultivada por si mesma, tais as numerosas satisfações e júbilos que essa ciência nos proporciona. Já os gregos possuíam, num grau elevado, o sentimento da harmonia dos números e da beleza das formas geométricas.” (SOUZA, 2009, pg. 43)

A proposta desse tópico é perceber a matemática em diferentes culturas,

épocas e continentes.

Segundo Ulisses Capozzoli (2010, pg. 3), editor da Scientific American, em

sua coluna de matemática expõe:

“O que o som de uma harpa na África Central, os desenhos de adivinhos na Ilha de Madagascar, a antiga arte orientar de dobrar papel, conhecida como origami, os chamados quadrados mágicos árabes e cordas com nós adotados pelos incas, na América do Sul, têm em comum? Em principio, aparentemente nada. Uma análise um pouco mais atenta, no entanto, pode revelar que essas práticas e elaborações estão permeadas por operações matemáticas.” (Capozzoli, 2010, pg. 3)

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Em relação à educação e as diversidades culturais, Ubiratan D’Ambrósio

(pg. 7) afirma “a educação é mais que uma transmissão de instrumentos utilitários

direcionados para o sucesso profissional. Ela deve valorizar a diversidade cultural e

desenvolver a criatividade.”

Dentre as muitas narrativas sobre matemática do passado, destaca-se duas

de forma bastante interessante, onde narra-se os Incas com seus quipos e os Índios

com suas técnicas para construção de seus adereços e construções.

Portanto, a matemática deve transpor as barreiras continentais e até de

áreas de estudo para que seja explorada por todos e seus benefícios atinjam o

maior número de pessoas. Souza (2009, pg. 120) afirma: “sem a matemática, não

poderia haver Astronomia; sem os recursos maravilhosos da Astronomia, seria

completamente impossível a navegação. E a navegação foi o fator máximo do

progresso da humanidade.”

Em seu artigo na revista Scientific American, Loic Mangin (2010, pg. 12),

aponta-se os quipos dos Incas como um marco matemático para trocas de

informações,

“O império inca não conhecia a escrita, e nesse Estado bem organizado, onde tudo era minuciosa e metodicamente registrado, os quipos eram o único meio de armazenar uma informação. Eles serviam para as estatísticas do Estado, como recenseamento, estocagem, mineração, composição da mão de obra entre outros, e cada quipo constituía um livro contábil. Além dos bens materiais e humanos, essas cordas com nós também continham datas importantes da história, da música, de leis e de tratados de paz.” (MANGIN, 2010, pg. 12)

Quanto aos índios, na Scientific American aponta-se a tribo dos “Utes” do

Norte dos Estados Unidos, onde um ancião da tribo chamado Fabian Jenks (pg. 42),

tece comentário sobre a visão dos índios quanto à matemática:

“A matemática também faz parte de nosso modo de vida, mas nós não a praticamos como o homem branco (...) com tábuas de multiplicação, adição ou subtração. Nós temos essas coisas em nossas técnicas tradicionais de bordados de miçangas, na criação dos nossos cavalos e rebanhos, na construção de barreiras, na nossa maneira de erguer as tendas.” (JENKS, 2010, p. 42)

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Em relação às construções e sobrevivência, os índios percebiam os fatores

climáticos, onde o frio influenciava nas decisões. Os mesmos planejaram suas casas

em forma de cones, como aponta Jim Barta e Tod Shockey (pg. 43):

“Os deslocamentos dos Utes através de seu território obedecia a ciclos sazonais, permitindo-lhes apanhar ou colher grãos, nozes, frutos, raízes e plantas medicinais. Os caçadores acrescentavam ao menu coelhos, aves, peixes ou grande peças de caças, como o bisão... as casas temporárias (wickiups) tinham o formato de um cone e eram feitas de matérias de fácil acesso, como ervas e galhos. Durante a estação de frio, quando os deslocamentos diminuíam e os locais de habitação tornavam-se mais permanentes, eles construíam cabanas cobertas de peles de animais e fabricavam cobertas quentes com pele de coelho” (BARTA & SHOCKEY, 2010, pg. 43)

Ou seja, os Utes calculavam suas necessidades de suprimentos para

períodos de inverno, observavam a construção no formato mais adequado para

abrigo do frio e caçavam o necessário para utilização em ambos as esferas:

alimentação e moradia. A visão matemática possibilitava a sobrevivência nesta

época.

Diante dos fatos, percebe-se que a matemática é das antigas ciências

praticadas no mundo e seu papel foi e sempre será fundamental para as

civilizações.

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CAPÍTULO II

A DIFICULDADE DE ENSINO DE MATEMÁTICA

2.1. A disciplina mais temida

Não é difícil perceber o contexto do que vem escrito a seguir: aproxima-se o

dia da prova, alterações físicas acontecendo, o sono já não é o mais mesmo, o

metabolismo desregula, a ansiedade aumenta, alguns recorrem a remédios, entre

outras coisas. Esses são os primeiros sinais de que a bendita prova de matemática

está chegando, cenário fantasioso de disciplina mais temida que toma conta do

imaginário e mente dos alunos.

Estudar e aprender matemática, sem dúvida, sempre foi e será um espanto

para a maioria dos alunos. Compreender este estado e reverter esta situação

torna-se o papel principal do professor de matemática.

De acordo com Moraes et al. (2008, pg. 8):

“Parece que o exagero em tornar a linguagem matemática ciência tão abstrata como a lógica, ciência da razão e não do fato, alvo certamente dos matemáticos de alta estirpe, tem influenciado a didática da matemática transformando-a num fazer intelectual árido somente passível de ser apropriado por “iluminados” (MORAES et al., 2008, pg. 8)”

Parece que existem três tipos de aluno: aqueles que amam a matemática e

têm facilidade com a disciplina, aqueles que gostam, mas encontram grandes

dificuldades de aprendizado e, por conseqüência, gerando reflexo mediano em seu

coeficiente de rendimento na disciplina e, por último, aqueles que não se dão a

oportunidade de gostar.

Os primeiros tendem a seguir carreiras voltadas aos números, encontram-se

nesta classe: os contadores, bancários, professores, administradores, físicos, entre

outros. Por conseguinte, os demais alunos encontram dificuldade em entrar nestas

áreas expostas acima, ou seja, como a matemática “não é o forte”, acabam optando

por profissões onde o lidar com números é utilizado, porém preferem o uso em

segundo plano, com um auxílio. Difícil encontrar profissão onde não utiliza-se a

matemática.

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Torna-se importante embutir na cultura do aluno que a matemática deve ser

encarada como um diferencial em sua vida. O professor precisa entender esta

dinâmica e gerar meios para que os alunos aceitem a matemática, lecionando esta

disciplina de forma “personalizada”, ou seja, criando situações onde os alunos

sintam-se motivados em aprender.

Confirmando esta importância, Moraes et al. (2008, pg. 9)

“Ora, a matemática, entre outras ciências, é, seguramente, um meio teórico-prático para desvendar os meandros da natureza física e social em múltiplas relações. Apropriar-se do conhecimento matemático é ter um instrumento de primeira linha para desvelar o mundo e compreendê-lo como síntese complexa de relações. Seria exagero acreditar que a matemática por si só poderia desvendar os mistérios do mundo e da vida, mas sem ela qualquer tentativa de compreensão racional do mundo seria incompleta.” (MORAES et al., 2008, pg. 9)

2.2 Deficiência x desinteresse

Segundo Moraes et al. (2008, pg. 8) “o ensino da matemática sempre foi um

desafio aos professores e uma dificuldade real para os estudantes”.

Como comentado acima, alguns alunos apresentam dificuldades na

aprendizagem por diversos problemas, inclusive de saúde, outros por desinteresse

quase que total.

Aponta ainda Moraes et al. (2008, pg. 11) como problemas comuns na

realidade escolar:

“Falta de motivação dos alunos para aprender, desinteresse da maioria pelos conteúdos ensinados e, consequentemente, pela matemática, ineficácia do método tradicional para a aquisição de conceitos e dificuldades em associar os conteúdos matemáticos aos estudos de outras disciplinas e às necessidades do cotidiano. (MORAES et al., 2008, pg. 11)”

Um professor de muita experiência, em sua primeira aula para uma turma

de suplência, deparou-se com uma situação que acontece em muitas escolas

Segundo Almeida e Mahoney (2007, pg. 43):

“Apresentado pelo auxiliar da direção aos alunos, em seguida comecei a conversar com eles sobre a matemática, seu uso e sua importância. Propus duas situações-problema para ser resolvidas, nas quais eu tinha como objetivo mostrar que nem sempre existe uma única maneira de se resolver um problema. Terminado o exercício e sua discussão, encerrei a aula. Quando me despedia dos alunos, já saindo de sala, fui abordado por uma senhora, aluna da turma, cabelos grisalhos e um jeito tímido de falar, que, segurando em meu braço, me perguntou: o senhor vai ter paciência comigo, não é? Porque eu sou burrinha, mas aprendo... olhei para aquela senhora e respondi afirmativamente, encorajando-a. Despedi-me novamente, mas não consegui me despedir daquela cena.” (ALMEIDA & MAHONEY, 2007, pg. 43)

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Neste caso, muitas pessoas tendem a criar uma imagem negativa de si

própria, ou seja, antes de tentar aprender ou dar-se a oportunidade, apresenta-se

com medo, com insegurança e todo professor deve agir como neste caso,

encorajando o aluno, seja em qual idade for.

Há ainda a influência de patologia na vida de um aluno. Nem sempre a o

acontece o desinteresse e nesta questão entra a dificuldade. Neste sentido,

aponta-se a dislexia, que é uma doença, que dificulta o aprendizado e se não tratada

pode ser uma grande vilã na vida de um aluno.

Segundo o site da Associação Brasileira de Dislexia, a dislexia pode ser

definida como um:

“Distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica. Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.”

Como citado, a dislexia pode advir de família, da parte genética, portanto, os

pais são fundamentais no quesito observação. Somente eles podem perceber uma

pré-disposição para a doença.

A ABD aponta ainda, em seu site;

“A dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada, mas se não houver passado pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma "criança de risco.”

Em relação às pessoas com dislexia, algumas características tornam-se

marcantes, a ABD cita:

- disgrafia (letra feia);

- discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de

símbolos e de decorar tabuada;

- Dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;

- Dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de

tarefas complexas;

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- dificuldades para compreender textos escritos;

- dificuldades em aprender uma segunda língua.

Neste sentido, a dislexia traz a dificuldade no aprendizado de todas as

disciplinas, porém, em matemática, a situação fica mais evidente.

O desinteresse pelos estudos pode vir diante de algumas realidades da

vida, como o trabalho o trabalho precoce das crianças/adolescentes e que nesse

caso, podem ser citados como dificuldades impostas pela vida.

Alguns alunos da rede municipal têm mais interesse e são incentivados

pelos mais a irem à escola devido a refeição fornecida na escola do que o fato de

estudar para um futuro melhor.

Além disso, há o apelo sexual do mundo, das festas que seguem durante as

madrugadas, os vícios em geral. Isso povoa a mente destes adolescentes e por

muitas vezes tomam a dianteira do pensamento, ou seja, preferem dar atenção a

estas coisas do que a escola.

Alguns cenários podem despontar durante a vida escolar de uma

criança/adolescente, onde criam-se também essa imagem negativa da matemática.

As punições aplicadas, a forma de entoar à voz, o perfil do professor, as

exigências da escola, bem como a grade curricular extensa, podem ser diferenciais

para o lado positivo ou negativo.

Geralmente o aluno tem uma pré-disposição no gostar ou não de uma

disciplina, mas associa o gostar também pelo comportamento do professor. Bons

professores, na visão do aluno, tendem a tornar a coisa mais fácil.

Provavelmente o leitor deste trabalho passou por alguma situação

semelhante. Existiu aquele professor que marcou, que leciona de forma diferente,

que encantava, que tornava a disciplina mais atrativa, porém, não são todos os

professores que têm o dom de encantar. Também existiu o “carrasco”, o

problemático, aquele que impôs castigos, que tirou a vontade de ir para a escola,

que lecionou de forma áspera e as vezes até desinteressada, mas independente da

forma como portam-se em sala de aula, o importante é que os alunos aprendam não

somente para serem aprovados nas provas, mas que tenham o conhecimento

verdadeiro para a vida.

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O professor precisa urgentemente mostrar ao aluno em primeiro lugar o

quanto faz-se importante a matemática para o seu convívio social, bem como

profissional, deve-se massificar na vida estudantil que a matemática é mais do que

uma ferramenta para as operações básicas, mas sim para um contexto infinitamente

maior.

Muitos são os fatores que causam o desinteresse, porém, fica apontado que

a dificuldade e o desinteresse, por vezes, caminham lado a lado e que um pode

gerar ou contribuir para o outro.

A dificuldade muitas vezes faz-se imposta pelos problemas da vida, pelas

patologias, por problemas familiares. Em relação ao desinteresse, muito se dá, pelo

exposto no primeiro tópico deste capítulo e nesse sentido, pode-se trabalhar de

forma mais intensa para fazer com esse cenário mude.

Na verdade, há diferença entre os dois, porém fica evidente que são

problema. Estes devem ser tratados pelos profissionais de educação com bastante

zelo, com amor, visando sempre o bem estar do aluno, do ser humano e da

sociedade como um todo, conforme compromisso assumido no dia de sua

formatura.

2.3 Currículos desinteressantes

Toda escola tem sua grade curricular, sua forma de trabalho, as

quantidades de provas, testes e trabalhos, mínimo para notas e aprovação, enfim,

tudo normal para uma instituição. Porém, as exigências, o rigor, mudam de um lugar

para outro e isso faz diferença entre escolas.

Percebe-se claramente esta questão entre as escolas públicas e as

particulares, ao ponto de ser claro o desequilíbrio. A pública tem menos qualidade

pois o grande número de pessoas envolvidas, questões geográficas, tornam difícil a

direção dessa estrutura.

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Por exemplo, no site da Secretaria Municipal de Educação do Rio de

Janeiro, apresenta-se a estrutura comandada por um órgão central com

departamentos como: Assessoria Técnica de Planejamento, Integração Educacional,

Recursos Humanos, Infra-estrutura, Informática, Administração, Comunicação

Social, entre outros... Ainda conta com dez Coordenadorias Regionais, onde cada

uma abrange um determinado número de bairros.

São 1063 escolas, 253 creches, 159 creches conveniadas, além de núcleos

de arte, clubes escolares, orquestra de vozes e pólos de educação pelo trabalho.

Toda esta estrutura conta com 36.523 professores e 13.317 funcionários de apoio. O

número de alunos chega a 705.659 no período de janeiro a março de 2009.

Fica entendido o porque da dificuldade de administrar toda esta máquina, ou

seja, a Prefeitura precisa estar em perfeita sintonia, com recursos que muitas vezes

são limitados para possibilitar o melhor quanto a educação destas crianças.

Esta máquina pública é considerada referência e a maior da América Latina,

porém isso não significa dizer que não tem problemas, que tem falhas e que está a

nível das escolas particulares. Neste mercado privado, percebe-se o investimento na

busca dos melhores profissionais, investindo nestes, no maior conforto dos

estudantes, toda a estrutura necessária para que a criança tenha o melhor

aproveitamento.

Estas afirmações podem ser percebidas nos índices de aprovações nos

vestibulares, onde destacam-se como maioria dos aprovados os estudantes da rede

particular de ensino.

Além disso, muitas escolas têm possibilitado o acompanhamento do aluno

por seus pais em tempo real. Escolas cercadas por câmeras, com diversas

atividades extracurriculares, enfim, o que há de melhor para o aluno.

Entretanto, apesar dessa distorção entre ambas, ainda encontram-se

problemas com o currículo escolar, com a grade oferecida aos alunos. Muitas estão

desatualizadas e outras não perceberam que a modernidade trás novas medidas a

serem adotadas. Isto independendo de ser particular ou pública.

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Torna-se preciso rever a maneira de como é lecionada a matemática. Na

verdade, cada turma tem um ritmo de aprendizado e o professor precisa perceber e

a escola adaptar-se, quase que de forma personalizada para atrair o aluno.

Além disso, há os casos dos alunos apontados acima, com dificuldades de

aprendizado, portanto, estes merecem ainda os cuidados especiais.

Na verdade a escola precisa estar preparada e antenada a tudo que

acontece na atualidade. As questões de ensino, as práticas mais utilizadas e o

acompanhamento de pesquisas e reportagens de profissionais sérios, que

acompanham o dia a dia da educação no país.

Neste sentido, volta-se a frisar o papel do professor que torna-se

fundamental no lecionar, no perceber o que os alunos precisam, identificando

carências, problemas e neste sentido, adaptar novas situações para o crescimento

do percentual de aproveitamento da turma.

Vários fatores contribuem para esse problema. Esta geração está

acostumada com computadores, percebe-se muitos telefones celulares nas mãos

dos alunos, jogos e acessórios eletrônicos em sala de aula. O que antes era artigo

de luxo, agora virou necessidade.

Estes alunos desejam aulas em multimídia, recebendo a matéria por email,

querem tudo facilitado e não mais como antes, onde o quadro negro era o principal

recurso para a sala de aula.

A aula precisa ser dinâmica, atrativa, ter uma melhor aparência para

preencher os requisitos de mundo moderno que os alunos enxergam.

Diante disso, o currículo e a grade escolar precisam estar perfeitamente em

condições de trabalhar estes quesitos, tornando o aluno interessado em aprender,

em ir para a escola com satisfação de que terá, além daquilo que precisa, aquilo que

gosta de ver e ouvir, de forma agradável e acertada.

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2.4 Professor, o agente motivador

Segundo Moraes et al. (2008, pg. 11) o professor deve “contribuir com o

propósito de vencer esses problemas e estimular a formação de indivíduos críticos e

responsavelmente comprometidos com a construção de uma sociedade justa.”

Alguns fatores externos à escola influenciam nas decisões quanto ao

interesse do aluno como já citado. Especificamente quanto à parte sexual que, cada

vez mais precoce, tira a atenção a fases importantes da vida estudantil.

O professor precisa cercar-se de cuidados para saber a dosagem ideal, o

discernimento de como agir para tornar-se agradável e chamar enfim a atenção

destes estudantes para este fato importante.

Na verdade, o professor não deve apresentar mais do que a disciplina, pois

neste momento, como agentes de educação e fundamentados por bons princípios,

devem tomar posse disso e orientá-los, até mesmo por sua experiência de vida,

expondo aos alunos o quanto faz-se importante curtir a vida, aproveitar estas

“noitadas” com responsabilidade pois fazem parte da vida de qualquer pessoa, mas

que também tenha a consciência de que para um futuro melhor, precisarão saber

dosar o quanto dedicar de tempo a cada coisa.

Diante do cenário exposto nos tópicos acima, o professor passou a ser a

linha de frente de combate, o personagem principal, agente da mudança para um

ensino melhor aproveitado, de qualidade.

Porém, diante dos baixos salários, da competitividade do mercado, escolas

atrasando pagamento e que por muitas vezes precisam ser questionados na justiça

do trabalho, além do próprio desinteresse do aluno, percebe-se muitos professores

desanimados com estas situações, ao ponto de repensarem seus propósitos e

metas.

Muitos professores vêm sentindo-se desonrados por tamanha falta de

incentivo e não somente na área de educação acontece este tipo de problema.

Porém, diante da competitividade, as empresas cada vez pagam menos e exigem

mais do professor.

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Neste tempo atual, onde o lucro está acima de tudo, o ofício virou-se artigo

descartável. Aquele não produz ou que não está satisfeito é descartado como uma

rapidez e facilidade imensa. O que antes pregava-se do funcionário durar anos em

uma mesma instituição, não existe mais. Deixou de ser produtivo, vira peça

questionável e não pensa-se o contrário, desemprego a vista.

Outro fato destacável que também acontece no presente é o professor que

destaca-se, ter de lecionar aulas em diversos colégios para compor uma renda

digna, percorrendo grandes distâncias entre os colégios diariamente.

Com o aumento da temperatura no mundo, os dias no Rio de Janeiro têm

sido cada vez mais quentes e não são todos os professores que possuem veículos

automotores, ou seja, o desgaste no transporte público como: lotação, baixa

velocidade, sensação térmica elevada, acarretam o desgaste físico que gera um

rendimento infinitamente menor do que o necessário.

As aulas tendem a ser menos proveitosas para os alunos e os professores

muitas vezes estão naquela sala por obrigação e não por satisfação, onde na

verdade, “seus corpos gostariam de estar em uma cama”, tamanho desgaste.

Portanto, a finalidade deste trabalho é mostrar a realidade ao leitor,

apontando-se que para ser professor, basta mais do que amor. É necessário passar

dos limites do aceitável, precisa motivação pessoal, gosto pelo que se faz e

principalmente entender que para um futuro melhor, seu papel é fundamental.

Hoje, muitas vidas perdem-se para os problemas narrados acima e o

professor precisa por os pés em sala de aula, ciente de que ele pode transformar um

mundo, mas que se não atingir a amplitude do mundo, que atinja ao maior número

de estudantes e/ou seres humanos possível.

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Segundo Macedo (1994, pg. 60):

“O professor deve ser um investigador. Investigador, porque comprometido com um conhecimento de técnicas pedagógicas, com um domínio de conteúdos escolares e com a experiência acumulada em seu trabalho docente. Além disso, porque deve considerar algo que não está nos livros, que ele não pode conhecer de antemão, uma vez que se trata do saber de seus alunos, das hipóteses, das relações que fazem, do sentido que o estudo e a escola têm para eles. O espírito transmissivo, igualmente, é seu compromisso com o passado no presente, com as coisas que não podem ser esquecidas. E isso o leva à necessidade contínua de um melhor conhecimento, ou a uma constante atualização com respeito aos conteúdos escolares, junto com uma correspondente consideração das características do desenvolvimento de aprendizagem: seus alunos. E, além disso tudo, pode-se acrescentar mais uma outra necessidade de coordenar todos esses pontos de vista com uma educação comprometida com a cidadania das crianças.” (MACEDO, 1994, pg. 60)

Este é o principal mérito do educador, preparar o aluno além da disciplina

técnica, mas incentivá-lo a práticas do bem, motivá-los a serem pessoas idôneas,

honestas, inteligentes, que vencem por seu esforço, por seu trabalho e não pelas

facilidades oferecidas na atualidade.

Precisam levar para sala de aula as estatísticas apontadas todos os dias

nos jornais, dos bandidos presos e mortos e o quanto de média de idade os mesmos

têm. Geralmente não passam dos vinte e cinco anos.

Esta realidade precisa ser levada para a sala de aula para que mesmo

cientes, seja massificada a idéia do bem, do correto e que portanto, seu papel de

professor está sendo bem feito.

Contudo, o ser humano é de livre arbítrio e pode escolher trilhar o caminho

mais complexo ou até mais fácil, mas que o leve a ruínas em muito pouco tempo.

O agente motivador nada mais é do que o professor que leciona com

inteligência e amor pois este profissional, se bem preparado, pode mudar o mundo.

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2.5 – Discauculia

Percebe-se entre as comunidades, indivíduos que trabalham muito bem

uma determinada área e para outras apresenta grande dificuldade.

No caso da matemática, por exemplo, uma pessoa pode entender muito

bem de álgebra e não ter o mesmo rendimento em geometria, assim como diversas

outras possibilidades.

De acordo com o National Joint Committee on Learning Disabilities –NJCLD,

“Dificuldades de aprendizagem" é ”um termo genérico que diz respeito a um grupo

heterogêneo de desordens manifestadas por problemas significativos na aquisição e

uso das capacidades de escuta, fala, leitura, escrita, raciocínio ou matemáticas.”

Segundo apontado no site Web Artigos,

“Na pessoa com dificuldade, o desempenho não é compatível com a capacidade cognitiva; a dificuldade ultrapassa a enfrentada por seus colegas de turma sendo, geralmente, resistente ao seu esforço pessoal e ao de seus professores em superá-la, gerando uma auto estima negativa podendo também surgir comportamento que causam problemas de aprendizagem, complicando as dificuldades na escola. Os problemas na aprendizagem de Matemática que são apontados em todos os níveis de ensino não são novos: De geração a geração a Matemática ocupa o posto de disciplina mais difícil e odiada, o que torna difícil sua assimilação pelos estudantes. Por isso, antes de falar em dificuldades de aprendizagem em Matemática é necessário verificar se o problema não está no currículo ou na metodologia utilizada.“

Ainda de acordo com o site, apresentam-se alguns aspectos que interferem

no aprendizado da criança:

- Ansiedade e medo de fracassar dos estudantes em conseqüência de atitudes

transmitidas por pais e professores e da metodologia e dos conteúdos muitas vezes

inadequados.

- A falta de motivação, que pode ter sua origem na relação da própria família com os

estudos (falta de importância dada pelos pais ao conhecimento em si; na ligação da

escola com castigos ou a algum tipo de pressão; questões emocionais - ansiedade e

agitação gerados por acontecimentos novos; ansiedade exagerada causada pelos

efeitos de medicamentos que interferem no ânimo ou causam problemas de

memória ou concentração; problemas de maturação do Sistema Nervoso Central;

Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade – TDAH.

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- Distúrbios de memória auditiva:

a. A criança não consegue ouvir os enunciados que lhes são passados oralmente,

sendo assim, não conseguem guardar os fatos, isto lhe incapacitaria para resolver

os problemas matemáticos.

b. Problemas de reorganização auditiva: a criança reconhece o numero quando

ouve, mas tem dificuldade de lembrar-se do número com rapidez.

- Distúrbios de percepção visual: A criança pode trocar 6 por 9, ou 3 por 8 ou 2 por 5

por exemplo. Por não conseguirem se lembrar da aparência elas têm dificuldade em

realizar cálculos.

- Distúrbios de escrita: Crianças com disgrafia têm dificuldade de escrever letras e

números.

- Distúrbios de leitura: Os disléxicos e outras crianças com distúrbios de leitura

apresentam dificuldade em ler o enunciado do problema, mas podem fazer cálculos

quando o problema é lido em voz alta. É bom lembrar que os disléxicos podem ser

excelentes matemáticos, tendo habilidade de visualização em três dimensões, que

as ajudam a assimilar conceitos, podendo resolver cálculos mentalmente mesmo

sem decompor o cálculo. Podem apresentar dificuldade na leitura do problema, mas

não na interpretação.

Tratando-se da discauculia, pode-se perceber através da confusão com

sinais, pelo fato de dificuldade com simples operações, entre outros.

Segundo o site Brasil Escola, discauculia é:

“Um distúrbio neurológico que afeta a habilidade com números. É um problema de aprendizado independente, mas pode estar também associado à dislexia. Tal distúrbio faz com que a pessoa se confunda em operações matemáticas, conceitos matemáticos, fórmulas, seqüência numéricas, ao realizar contagens, sinais numéricos e até na utilização da matemática no dia-a-dia.”

Além destas questões, o site Brasil Escola aponta que a discauculia

“Pode ocorrer como resultado de distúrbios na memória auditiva, quando a pessoa não consegue entender o que é falado e conseqüentemente não entende o que é proposto a ser feito, distúrbio de leitura quando o problema está ligado à dislexia e distúrbio de escrita quando a pessoa tem dificuldade em escrever o que é pedido (disgrafia).”

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Fatores importantes são narrados pelo site para o desenvolvimento do aluno

com discauculia, também expostos no site:

Também é de grande importância ressaltar que o distúrbio neurológico que provoca a discalculia não causa deficiências mentais como algumas pessoas questionam. O discalcúlico pode ser auxiliado no seu dia-a-dia por uma calculadora, uma tabuada, um caderno quadriculado, com questões diretas e se ainda tiver muita dificuldade, o professor ou colega de trabalho pode fazer seus questionamentos oralmente para que o problema seja resolvido. O discalcúlico necessita da compreensão de todas as pessoas que convivem próximas a ele, pois encontra grandes dificuldades nas coisas que parecem óbvias.

Concluindo-se estão questões o site Web Artigos traz pontos importantes

para a percepção desta patologia e como trabalhar para ajudar as crianças a

desenvolverem-se mediante estas dificuldades.

“É um grande desafio identificar, diagnosticar e fazer as intervenções necessárias para que a aprendizagem do aluno seja satisfatória, para sua vida acadêmica e para sua auto estima. É necessário atenção para não rotular, condenando um aluno para o resto de sua vida. As dificuldades de aprendizagem ainda são assunto pouco explorado nas escolas. O diagnóstico equivocado leva a encaminhamento para tratamentos desnecessários e à exclusão, tirando a oportunidade do aluno de superar suas dificuldades. É preciso levar o tema para dentro da escola - não como assunto pontual, mas numa discussão permanente -, contemplando as diversas dimensões da vida do aluno, como mais um instrumento para seu desenvolvimento integral, visto que as dificuldades de aprendizagem não têm como causa apenas um fator.”

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CAPÍTULO III

A MATEMÁTICA E O MERCADO DE TRABALHO

3.1 Raciocínio lógico: tendência do mercado?

Para quem acompanha revistas e noticiários de mercado e até alguns

programas de simulação da realidade empresarial nas redes de televisão,

percebe-se que os profissionais estão cada vez mais sendo exigidos.

Não somente em postura, educação, cordialidade, iniciativa, trabalho em

equipe, mas como principal fator, a questão do “ser bom naquilo que faz”.

Principalmente no meio administrativo, a matemática através do raciocínio

lógico, faz com que um profissional seja capaz de ser diferencial para uma empresa.

O profissional, que tem esse ponto a mais no agir, em suas decisões, em

seu comportamento na empresa, é visto como ouro, como riqueza e esta é a

tendência do mercado.

Este mesmo profissional tende a ser valorizado e disputado entre as

organizações pois trata-se de alguém fora do padrão, alguém em quem se espera

atitudes que possam aumentar os lucros, aquele que tem o poder de transformar

cenários, mudar culturas.

Ou seja, para este o benefício é gigantesco pois o fato de ser altamente

produtivo gera investimento em sua carreira através de cursos, especializações e

valorização financeira.

Neste sentido, a forma de pensar matematicamente, possibilita agir de

maneira estratégica, soluções para crises, antecipação de problemas, planejamento

adequado, enfim, uma série de coisas boas.

Como afirma o Portal do Raciocínio Lógico Professor Fenelon, “é

necessário, portanto, que comece por explorar as possibilidades, por experimentar

hipóteses, voltar atrás num caminho e tentar outro. É preciso buscar idéias que se

conformem à natureza do problema, rejeitar aqueles que não se ajustam a estrutura

total da questão e organizar-se.”

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Porém, apesar de todo este esforço em chegar às respostas destas

questões, o Portal ainda comenta:

“Mesmo assim, é impossível ter certeza de que escolheu o melhor caminho. O pensamento tende a ir e vir quando se trata de resolver problemas difíceis. Mas se depois de examinarmos os dados chegamos a uma conclusão que aceitamos como certa concluímos que estivemos raciocinando. Se a conclusão decorre dos dados, o raciocínio é dito lógico.”

Na verdade o raciocínio lógico deve estudar todas as possibilidades

existentes para um determinado fato. Nos casos de mercado, deve-se avaliar os

prós e os contras em todas as atitudes.

Nesse caso, a margem de erro tende a diminuir e a melhor opção irá

predominar. De posse de todas estas possibilidades, a tomada de decisão passa a

ser certeira.

Vive-se a era da globalização onde a competição tende a ser cada vez mais

acirrada, as fronteiras cada vez mais próximas. O que antes somente acontecia em

uma cidade ou até alguns estados próximos, agora a competição ultrapassou

fronteiras internacionais.

Portanto, sobreviver neste mercado competitivo torna-se uma tarefa árdua.

Precisa-se competir com menor preço e o máximo de qualidade, não podemos haver

falhas.

Os clientes estão cada vez mais exigentes das empresas e errar em

qualidade e principalmente em logística fazem da próxima venda uma incógnita.

Neste sentido, o profissional de raciocínio lógico tende a estudar as

situações a fim de melhorar a atuação da empresa, criando novas tendências,

estudando cada passo de forma lógica e estratégica.

3.2 A desinformação sobre os cursos oferecidos no mercado

Como citado no decorrer do trabalho, muitos estudantes têm dificuldades no

lidar com a matemática, ao ponto de carregarem este problema por toda a vida.

No mundo empresarial, várias atividades necessitam de áreas da

matemática bem específicas.

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É o caso do mundo bancário, econômico, onde a matemática financeira

predomina. A questão de percentual, juros simples, compostos, coisas até do

cotidiano de inúmeras pessoas, ainda são tratados de forma muito complexa.

Uma atividade normal, por exemplo, são os empréstimos e financiamentos

que fazem parte da vida de qualquer pessoa. Os que não possuem condição de

comprar um bem mais caro a vista, tendem ao parcelamento, ao financiamento e

neste raciocínio, muitos não conhecem as práticas, não procuram identificar como

se dão as taxas e sentem-se “enrolados” por agentes financeiros, tendo a visão de

que são “passados para trás”, pois sua dívida nunca diminui, pelo contrário: a

tendência é sempre o crescimento, virando uma “bola de neve” e estas são

exatamente as palavras utilizadas pelas pessoas.

Na verdade, toda pessoa deveria ler e entender a dinâmica do qual está se

envolvendo. No exemplo citado, a questão dos empréstimos e financiamentos que

fazem parte durante muitos anos da vida das pessoas e que por demandar muito

tempo limitam a vida financeira de famílias, devido as prestações que demoram para

terminar.

Estas poderiam ter mais facilidade de entender do assunto se no período

escolar tivessem dado mais ênfase e atenção a disciplina da matemática.

Porém, muitos ao ingressarem em suas faculdades e especializações, não

procuram saber o que vão encontrar durante o curso.

Outra questão é a publicidade dos cursos oferecidos no mercado, onde

prioriza-se questões de valores, de bolsas, procura-se sempre o encantamento das

pessoas e esquecem o primordial que é divulgar o conteúdo do curso.

Diversos alunos somente conhecem aquilo que vão estudar quando já estão

matriculados ou até mesmo quando estão em sala de aula.

Muito disso contribui para que estes saiam antes do término do curso e este

é um fator que altera completamente vários contextos. No caso, principalmente a

vida do estudante que por muitas vezes pode jogar seu capital fora. Escolhas mal

sucedidas podem na maioria das vezes trazer grande desperdício de tempo e

dinheiro.

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Além dessa questão particular do aluno, há o prejuízo para a instituição que

passará a deixar de contar com aquele valor que seria disposto pelo estudante até o

fim do curso.

Como percebido, deve-se expor de forma extremamente transparente para

o aluno, tudo aquilo que acontecerá antes do ingresso.

Palestras de apresentação de cursos seriam atividades muito bem

proveitosas para que a pessoa perceba se é aquilo que busca, se é o que vai gerar

satisfação, pois seu futuro está desenhado nestes anos vindouros.

Instituições fazem suas propagandas em diversos veículos e apontam

somente o nome de seus cursos como: Administração, Enfermagem, Odontologia,

entre outros. Frisam que o mercado de trabalho absorve seus alunos, que primam

por qualidade, enfim, criam a imagem positiva da instituição.

Esquecem de fazer o primordial exposto acima. A pior coisa a acontecer

sãos os profissionais mal informados e preparados. Cria dificuldades para o próprio

estudante, além da manchar a imagem da universidade.

Talvez esta questão de expor ao estudante antecipadamente tudo aquilo

que este pode encontrar, talvez possa gerar uma visão distorcida do que é o curso

ou que especificamente este possa não ter gostado.

Olhando pelo lado comercial, até pode afastar um ou mais alunos, porém,

ganha-se o dobro do investido para aqueles que poderiam ter ingressado e terem

saído durante o curso.

A divulgação “boca a boca” de que não era aquilo que esperava, que a

universidade é fraca, que não se sente a vontade nela, entre outras queixas, torna-

se o pior dos males para uma instituição.

Na verdade, o que necessita ser feito é o trabalho de aprimoramento

constante do curso, atualizações necessárias e exposição transparente ao aluno

daquilo que ele vai encontrar. Como exposto acima, o contato antecipado entre

universidade e aluno para esclarecimento de dúvidas diversas torna-se um bom

caminho para a diminuição das insatisfações diversas.

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CONCLUSÃO

Esta pesquisa mostrou a importância da matemática durante todas as

civilizações existentes no mundo.

Foi percebido através de alguns apontamentos históricos desta área de

estudo que a matemática foi fundamental para o crescimento intelectual de geração

em geração.

Os estudiosos foram desenvolvendo suas teorias e a evolução do homem

teve ao seu lado a matemática. Para qualquer lugar para onde os olhos apontem,

encontra-se a matemática e suas muitas áreas.

Hoje esta afirmação é muito clara para qualquer pessoa, antes não.

Portanto, a contribuição destes estudiosos foi de grande valia para o bem da

humanidade. Contar com estes conceitos facilita muito a vida atual.

Entretanto, a matemática é vista por muitos alunos em sua vida escolar com

bastante resistência e dificuldade. Alguns têm problemas de saúde que dificultam o

aprendizado, outros simplesmente a barreira psicológica, o não gostar.

Neste sentido, foi desenvolvido aspectos que ajudarão ao leitor, a enxergar

com “outros olhos” o trato desta dificuldade no lecionar e aprender da matemática.

Apontou-se também a questão do ensino público e particular, suas diferenças e

problemas em currículos.

E nesse passo, o professor tem papel fundamental para mudar este cenário.

O professor é o agente da mudança para que a matemática seja melhor aproveitada.

O professor é a partida para que um aluno seja melhor sucedido em matemática.

Portanto, ele precisa personalizar cada turma, cada aluno, observando

aquilo que precisam. Tem turmas onde a exigência pode ser maior e outras onde

precisa-se trabalhar aspectos de forma mais branda. O mesmo então precisa saber

mensurar o que cada uma precisa.

Os benefícios da matemática são grandiosos e todos aqueles que possuem

habilidades com a matemática, tendem a ter bons empregos em determinadas áreas

específicas e para outras uma ferramenta de auxílio em seu cotidiano empresarial.

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Foi observado também o quanto a matemática, através do raciocínio lógico,

faz diferença para um profissional. A tendência do mercado é buscar cada vez mais

estes profissionais e quem possuir esse perfil, será disputado pelas empresas,

possibilitando ter excelentes salários.

Aos professores, expor estes dados para seus alunos, frisando que sem

estes conceitos tudo fica mais difícil, torna-se fundamental para uma criança ser

bem sucedida em sua atividade profissional.

Percebe-se que muitos cursos universitários não expõem de forma

adequada a sua grade. E muitas pessoas matriculam-se nos cursos buscando “fugir”

desta área pelos problemas acima.

Entretanto, muitos cursos e atividades dependem da matemática. “Dizem

por aí que quem não gosta de estudar procura cursos como: educação física e

administração”.

Porém, muitos não sabem que é extremamente necessário a utilização da

matemática nestes dois campos de atuação. No caso da educação física, os tempos

de treino, aquilo que cada pessoa agüenta de peso numa academia, o proporcional

para o peso dela, enfim, situações onde a matemática deve ser utilizada.

No caso de administração, não existe este trabalho sem os números, todo

controle baseia-se em atividades matemáticas, seja por planejamento, estoque,

produção, mão-de-obra, enfim, tudo depende da matemática.

Ficou claro que a matemática é fundamental para qualquer pessoa,

portanto, utilizar suas ferramentas de forma ideal deve ser rotina de todas estas

pessoas, porém, com mais facilidade, praticidade e sem os receios que foram

apontados nesta pesquisa.

O professor precisa quebrar essa barreira, que muitas vezes, tende a ser

mito, psicológico ou até de dificuldade. Enxergando esta situação, desenvolver

técnicas para melhorar o aproveitamento individual de cada pessoa é o ideal para a

preparação do ser humano para esse tempo moderno.

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Portanto, a matemática na escola vem sendo desenvolvida para atender o

avanço intelectual, mas a cada dia passa a atender os aspectos culturais,

emocionais, sociais e morais do individuo, visando diminuir os desequilíbrios entre

as classes sociais.

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REFERÊNCIAS

ABRANTES, José. Fazer Monografia é Moleza. O Passo a Passo de um Trabalho

Científico. Rio de Janeiro, Editora Wak, 2008.

ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; MAHONEY, Abigail Alvarenga. Afetividade e

Aprendizagem. São Paulo, Editora Loyola, 2007.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. O Dicionário da Língua Portuguesa.

Revisado Conforme Acordo Ortográfico. Curitiba, Editora Positivo, 2008.

FIGUEIREDO, Antônio Macena de; SOUZA, Soraia Riva Goudinho de. Como

Elaborar Projetos, Monografias, Dissertações e Teses, da Redação Científica à

Apresentação do Texto Final. Rio de Janeiro, Editora Lumen Júris, 2005.

MACEDO, Lino de. Ensinos Construtivistas. São Paulo, Editora Casa do

Psicólogo, 1994.

MORAIS, Mara Sueli Simão Moraes; ALONSO-SAHAN, Élen Patrícia; MATTIAZZO-

CARDIA, Elizabeth; UENO, Renata. Educação Matemática e Temas Político-

sociais. São Paulo, Editora Autores Associados, 2008B.

SOUZA, Júlio César de Mello e. Matemática Divertida e Curiosa. Rio de Janeiro,

Editora Record, 2009.

REVISTA Scientific American (Portugal – Brasil). Etnomatemática. Edição no 35,

2a edição, 2010.

SITE ABD < http://www.dislexia.org.br/abd/dislexia.html> Acesso em: 09 de março

de 2010, às 16:33h.

SITE ABD < www.dislexia.org.br/abd.html > Acesso em: 11 de março de 2010, às

22:17h

SITE Portal Raciocínio Lógico Professor Fenelon

<http://www.professorfenelon.com/logico/default.asp?ACT=5&content=8&id=1&mnu=

1> Acesso em: 14 de março de 2010, às 15:40h

SITE Brasil Escola < http://www.brasilescola.com/doencas/discalculia.htm > Acesso

em: 01 de junho de 2010, às 14:35h

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SITE Web Artigos < http://www.webartigos.com/articles/16574/1/DIFICULDADES-

DE-APRENDIZAGEM-EM-MATEMATICA--/pagina1.html > Acesso em: 01 de junho

de 2010, às 14:25h

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO.................................................................................................... 2

AGRADECIMENTO.................................................................................................... 3

DEDICATÓRIA....................................................................................................................... 4

RESUMO.................................................................................................................... 5

METODOLOGIA......................................................................................................... 6

SUMÁRIO................................................................................................................... 7

INTRODUÇÃO............................................................................................................ 8

CAPÍTULO I A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA................................................... 11

1.1 – Conceito de matemática................................................................................... 11

1.2 – A história e desenvolvimento da matemática................................................... 11

1.3 – Para que estudar matemática?........................................................................ 13

1.4 – A matemática no cotidiano............................................................................... 14

1.5 – A cultura e a matemática.................................................................................. 15

CAPÍTULO II A DIFICULDADE DE ENSINO DA MATEMÁTICA.............................. 18

2.1 – A disciplina mais temida................................................................................... 18

2.2 – Deficiência x desinteresse................................................................................ 19

2.3 – Currículos desinteressantes............................................................................. 22

2.4 – Professor, o agente motivador......................................................................... 25

2.5 – Discauculia....................................................................................................... 28

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CAPÍTULO III A MATEMÁTICA E O MERCADO DE TRABALHO............................ 31

3.1 – Raciocínio lógico: tendência do mercado?....................................................... 31

3.2 – A desinformação sobre os cursos oferecidos no mercado............................... 32

CONCLUSÃO............................................................................................................ 35

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 38

ÍNDICE...................................................................................................................... 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO........................................................................................... 42

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: A Dissociação da Disciplina de Matemática na Formação do

Discente para o Mercado de Trabalho.

Autor: Adriana Soares da Silva

Data da entrega:

Avaliado por:_____________________________________ Conceito: ________

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