UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ATUALIZA ASSOCIAÇÃO … · vence. De certa forma termino o trabalho...

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM EM UTI ELISABETE BRITO CURCINO REIS ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) SALVADOR 2011

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM EM UTI

ELISABETE BRITO CURCINO REIS

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES DE UMA

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI)

SALVADOR

2011

ELISABETE BRITO CURCINO REIS

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES DE UMA

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI)

SALVADOR

2011

Monografia apresentada à Universidade Castelo Branco e Atualiza associação cultural, como requisito parcial para obtenção do titulo de Especialista em Enfermeira de UTI, sob a orientação do Professor Fernando Reis do Espírito Santo.

ELISABETE BRITO CURCINO REIS

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES DE UMA

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI)

Monografia para obtenção do grau de Pós-Graduação em Enfermagem em UTI

Salvador, 2011

EXAMINADOR:

Nome: ________________________________________

Titulação: ________________________________________

PARECER FINAL:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Dedico este estudo ao meu esposo,

Alan, pelo apoio, paciência,

disponibilidade, companheirismo me

incentivando sempre a continuar e

dessa forma sendo uma peça

fundamental para concretização

deste trabalho.

AGRADECIMENTOS

A Deus, com o qual nada é impossível. E se não fosse da vontade dele nada seria

concluído ou até mesmo projetado.

Aos meus pais, pela força, respeito, confiança, amor, e por muitas vezes abdicarem

dos seus sonhos para que os meus se tornassem realidade.

Ao meu esposo, Alan, por simplesmente existir e fazer parte da minha vida.

A todos que de certa forma me incentivaram direta e indiretamente, o meu muito

obrigado.

“Eu sou parte de uma equipe. Então,

quando venço, não sou eu apenas quem

vence. De certa forma termino o trabalho de

um grupo enorme de pessoas”.

Ayrton Senna

RESUMO

Este estudo trata sobre vivências de pacientes em Unidade de Terapia Intensiva na visão dos enfermeiros. Tem como objetivo analisar, a partir da literatura, a importância da assistência de enfermagem para com estes dentro da UTI. O estudo realizado caracteriza-se como uma pesquisa do tipo qualitativa que são representadas por trabalhos que não necessitam de ferramentas estatísticas. A pesquisa qualitativa possui o poder de analisar os fenômenos com consideração de contexto, se baseando em objetivos classificatórios e utilizam de maneira mais adequada os valores culturais e a capacidade de reflexão do indivíduo. Os resultados deste estudo mostram que apesar da tecnologia e as medidas terapêuticas oferecidas na UTI serem indispensáveis para se obter o objetivo central que nada mais é do que fornecer uma qualidade melhor na assistência prestada ao paciente assistido é necessário também oferecer a estes uma assistência humanizada e para isso é fundamental que a equipe de saúde tenha um preparo específico para lidar com situações emocionalmente conflitantes, ou seja, os membros da equipe devem demonstrar não só o conhecimento técnico-científico, mas também habilidade e sensibilidade ao lidar situações de sobrecarga emocional. Evidenciam ainda que o tratamento humanizado da equipe de enfermagem para com os pacientes é de fundamental importância para promover e manter a qualidade de assistência visando suprir as necessidades biopsicosocioespirituais do paciente de maneira a respeitar e valorizar a sua individualidade. Palavras-chave: Paciente; UTI; Assistência de enfermagem.

ABSTRACT This study focuses on the experiences of patients in the intensive care unit in view of nurses. Aims to analyze, from the literature, the importance of nursing care to those in the ICU. The study is characterized as a qualitative study which are represented by works that do not require statistical tools. Qualitative research has the power to analyze the phenomena with consideration of context, relying on objective classification and use more adequately the cultural values and the individual's capacity for reflection. The results of this study show that despite the technology and therapeutic measures offered in the ICU are indispensable to achieve the central goal of which is nothing but to provide a better quality in care provided to patients seen, it is also necessary to offer such a humanized and it is vital that healthcare staff have a preparedness to deal with specific situations or emotionally conflicting team members must demonstrate not only technical and scientific knowledge but also skill and sensitivity in handling situations of emotional overload. Also show that treatment of humanized nursing staff to patients is of paramount importance to promote and maintain the quality of care in order to meet the needs of the patient biopsicosocioespirituals in ways that respect and value their individuality. Key-words: Patient, ICU, Nursing care.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO 1 – A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) 12

CAPÍTULO 2 – ENTENDENDO O CUIDADO INTENSIVO 16

2.1 Conceito 16

2.2 Organização da unidade 17

2.3 Aspectos psicológicos e psiquiátricos evidenciados na UTI 18

2.4 Percepção dos pacientes com relação à UTI 19

CAPÍTULO 3 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI 23

3.1 Aspectos psicossociais evidenciados na UTI 23

3.2 Papel do enfermeiro na UTI 26

3.3 O cuidado humanizado na UTI: interação entre enfermagem / paciente /

família 28

3.4 Orientações do enfermeiro dirigidas aos familiares dos pacientes em UTI

no momento da visita 32

3.5 Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em UTI como

qualidade da assistência 35

CONSIDERAÇÕES FINAIS 39

REFERÊNCIAS 41

9

INTRODUÇÃO

. Apresentação do objeto do estudo

O interesse por esta temática emergiu no decorrer do tempo durante a realização de

funções como enfermeira dentro de uma UTI. O fato de presenciar pacientes

internados no setor com características específicas trouxe-me inquietação acerca de

como é para o paciente permanecer internado neste ambiente.

A condição por ele estar internado, o afasta do convívio de familiares e amigos,

deixando-o no decorrer de sua doença dependente de outra pessoa. Sendo este

momento de sua vida “diferente”, torna sua adaptação a mudança cada vez mais

difícil e dolorosa, se sentindo confrontado com estrema limitação de território onde

seu espaço pessoal é bastante invadido pela equipe de enfermagem e também por

intromissões na forma de equipamentos impessoal mantido a beira do leito (por ex.

aparelhos de aspiração, monitores, equipamentos de oxigênio, etc.).

No decorrer das atividades realizadas dentro da UTI percebe-se um relacionamento

distante de alguns profissionais em relação ao paciente, de forma a direcionar o

tratamento intensivo para objetivos terapêuticos, muitas vezes, desumanizado.

Apesar dos esforços de humanização das unidades, o objetivo maior para

tratamento intensivo tornou-se através de sofisticados recursos de monitorização,

terapêutica qualificação, o tratamento, onde suas preocupações ficam voltadas a

estes fenômenos, esquecendo que sob curativos e bandagens, na outra

extremidade dos tubos, cabos e drenos, atrás de alarmes e restrição ao leito,

encontra-se um ser humano, com sua maior tolerância focada no indispensável

alivio de sua dor.

A entrada do paciente em UTI ameaça e altera por varias razões à estabilidade

familiar, diante da situação da perda da vida, a família exprime medo, ansiedade,

insegurança, e preocupação com o paciente, ocorrendo uma alteração em seus

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hábitos, como mudança de horários na hora da visita, gerando um grau de

desconforto, além de problemas financeiros ocasionando conflitos.

Diante de todo o exposto e sabendo da falta de humanização existente dentro da

UTI, dos profissionais para com os pacientes, esse estudo terá como objetivo

compreender o papel a assistência de enfermagem com os pacientes internados em

uma unidade de terapia intensiva.

. Justificativa

As UTI surgiram a partir da necessidade de aperfeiçoamento e concentração de

recursos materiais e humanos para o atendimento a pacientes graves, em estado

crítico, mas tidos ainda como recuperáveis e da necessidade de observação

constante, assistência médica e de enfermagem contínua, centralizando os

pacientes em um núcleo especializado.

O motivo de iniciar este estudo está diretamente relacionado à profissão do autor,

buscando o mesmo ter conhecimento em relação ao papel da assistência de

enfermagem para com os pacientes internados dentro de uma unidade de terapia

intensiva dando enfoque aos problemas prioritários mais freqüentes durante essa

experiência de vida, levando dessa forma a refletir sobre a necessidade da

capacitação técnica e sensibilidade dos profissionais que atuam em UTI.

. Problema

O que diz a literatura sobre a importância do papel da Assistência de Enfermagem

com pacientes internados dentro de uma UTI?

. Objetivo

Analisar, a partir da literatura, a importância da assistência da enfermagem com

pacientes internados em UTI.

11

. Metodologia

Trata-se de um estudo qualitativo que segundo, Araújo e Oliveira (1997),

caracteriza-se com um tipo de pesquisa que se desenvolve numa situação natural, é

rico em dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação

estudada, enfatiza mais o processo do que o produto, se preocupa em retratar a

perspectiva dos participantes, tem um plano aberto e flexível e focaliza a realidade e

forma complexa e contextualizada.

Quanto aos objetivos esta pesquisa é caracterizada como explicativa. Segundo Gil

(1991), este tipo de pesquisa expõe as relações de causa e efeito e tem como

preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a

ocorrência dos fenômenos.

Conceituamos esta pesquisa quanto aos procedimentos em bibliográfica que de

acordo com, Cervo e Bervian (1996), este tipo de estudo é meio de formação por

excelência. Como trabalho científico original, constitui a pesquisa propriamente dita

na área das ciências humanas.

. Estrutura do trabalho

Este estudo é constituído de três capítulos que estão assim distribuídos: No primeiro

capítulo será apresentado a UTI destacando a sua origem que partiu em especial da

necessidade em oferecer um ambiente que proporcionasse ao cliente melhores

condições de bem estar e segurança. No segundo observa-se o conceito do cuidado

intensivo e a organização da unidade, dando ênfase à estrutura dentro de uma

unidade de terapia intensiva; e no terceiro será destacado aspectos psicológicos e

psiquiátricos evidenciados na unidade em destaque e no quarto momento será

abordado a importância do cuidado humanizado durante a assistência de

enfermagem dando destaque ao processo enfermagem/paciente/família e o papel do

enfermeiro no estabelecimento de critérios e normas para a prestação adequada da

assistência a estes pacientes críticos.

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CAPÍTULO I

A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI)

Atualmente podemos destacar uma preocupação muito grande por parte dos

profissionais da saúde sobre a questão da humanização em Unidade de Terapia

Intensiva (UTI). Com o passar dos anos houve a necessidade de promover um

ambiente que proporcionasse ao paciente melhores condições de bem-estar,

respeitando a integridade física, mental e ainda favorecendo aos familiares a

proximidade com o paciente por intermédio de uma planta física adequada.

Para Castro (1990), as UTIs surgiram a partir da necessidade de aperfeiçoamento e

concentração de recursos materiais e humanos para o atendimento a pacientes

graves, em estado crítico, mas tidos ainda como recuperáveis, e da necessidade de

observação constante, assistência médica e de enfermagem contínua, centralizando

os pacientes em um núcleo especializado.

De acordo com Gomes (1998), os serviços de Terapia Intensiva são áreas

hospitalares destinadas a pacientes em estado crítico que necessitam de cuidados

altamente complexos e controles escritos.

A UTI tem como objetivo concentrar recursos para o atendimento ao paciente grave,

que exige assistência permanente, além da utilização de equipamentos

especializados, atendendo também a pacientes em estado crítico ou potencialmente

crítico, de ambos os sexos, de todas as idades, clínicos ou cirúrgicos e com

qualquer tipo de patologia, caracterizando assim uma UTI geral.

A equipe multiprofissional que atua nas UTIs é composta por: Médicos Intensivistas

responsáveis pela assistência médica durante a permanência do paciente na UTI;

Enfermeiras que são responsáveis pela avaliação e elaboração de um plano de

cuidados de enfermagem individualizado e sistematizado; Auxiliar de Enfermagem,

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Agente de Transporte, Auxiliar Administrativo, Auxiliar de Higiene Hospitalar,

Fisioterapeutas, Nutricionistas e Voluntárias (GOMES, 1998).

Nightingale apud Civeta et. al. (1992), descreveu o uso de área especiais separadas,

nos hospitais de comunidade, perto das salas de operações, para a recuperação dos

pacientes dos efeitos imediatos da cirurgia. A idéia de uma sala de recuperação foi

implementada muito mais tarde nos maiores hospitais de ensino, que tinha melhor

provisão de recursos humanos e continuaram, até 20 anos atrás, a depender das

enfermeiras particulares para supervisionar a recuperação dos pacientes nas

enfermarias.

O estímulo era o desejo de concentrar a perícia ou os recursos limitados dentro de

uma área, a fim de possibilitar assistência ótima ao máximo número de paciente com

necessidades particulares. O desenvolvimento subseqüente das UTIs não foi tanto

uma evolução como uma resposta direta às necessidades.

A monitoração de terapia intensiva que nós encaramos tanto como parte da UTI não

era tão simples de operar como agora, e então, grupos de enfermeiras começaram a

desenvolver experiências nas técnicas especiais envolvidas, e as unidades foram

atribuídas a estes membros da equipe dando início a enfermagem de terapia

intensiva (CIVETA et. al., 1992).

Durante os anos 60, muitos médicos interessados em Terapia Intensiva vieram da Europa para os Estados Unidos durante o Apogeu da “drenagem de cérebros” e ajudaram a estabelecer otratamento intensivo. Por essa razão as UTIs surgiram nos Estados Unidos a partir de uma multiplicidade de origens (CIVETA et. al., 1992, p. 1890).

Ainda de acordo com Civeta et. al. (1992), pelos anos 70 as UTIs tinham se tornado

bem estabelecida e eram consideradas uma parte necessária de toda comunidade e

eram também, infelizmente, depósitos nos quais pacientes com um prognóstico sem

esperanças eram colocados para uma “última chance”. Além disso, não existia

treinamento formal disponível em tratamento crítico e muitas vezes havia um

14

pequeno empreendimento de uma residência de anestesiologia e outros tipos de

estudos.

Nos grandes centros com UTIs, a responsabilidade de momento a momento por um

paciente criticamente enfermo muitas vezes estava nas mãos de um treinamento

júnior, enquanto que a pessoa disponível com experiência era um consultor, e o

médico ou cirurgião assistente do paciente não estavam imediatamente à mão.

Hoje, para o cuidado intensivo se faz necessário à enfermagem permanente com

treinamento específico completo e desenvolvendo um serviço contínuo, pronta

avaliação médica e complementação científica, padronização técnica de

investigação e tratamento, definição de área e facilidade e atitude novas para o

cuidado intensivo.

A criação das UTIs veio em busca de atendimentos, onde a vigilância é um aspecto

de prevenção de danos, recuperação do paciente e identificação precoce de

anormalidade. É uma área de apoio, para atendimento com características próprias,

compreende a organização, facilidades, serviços e pessoas.

O objetivo principal do cuidado progressivo do paciente é proporcionar um melhor

cuidado e tanto podendo ser descrito como “serviços de hospital, sob medida, para

atender as necessidades do paciente” ou “paciente certo, no leito certo, com o

serviço certo, na hora certa”.

O enfermeiro deve estar apoiado às necessidades físicas do paciente assim como

na assistência e do funcionamento dos equipamentos em geral. Os efeitos da

hospitalização, e com as doenças graves, os mecanismos de defesa, estão

alterados e diminuídos nos pacientes e nos que não respondem provavelmente

ausentes, são os pacientes que não respondem aos estímulos táteis e dolorosos

(GOMES, 1988).

Os ruídos normais em casa incluem vozes de pessoas queridas e amigos;

entretanto, os sons em unidades de cuidados intensivos incluem vozes estranhas,

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em grandes números, movimento das grades dos leitos, ruídos dos monitores

cardíacos, sistema de auto-falante chamando nomes estranhos, aspiração de

traqueostomias, telefones tocando o tempo todo, sussurros, risos e vozes

disfarçadas, estão acompanhados por iluminação contínua, imagens estranhas de

equipamentos, medo e dor.

O ambiente da UTI, não deixa de ser um ambiente isolado, sem a família e sem

contar com a total exposição de seu corpo, pois nesta unidade não requer o uso de

roupas da própria pessoa, isso já o torna mais sensível e vulnerável às emoções

obtidas nesse contexto (HUDAK; GALLO, 1997).

O sono é uma parte do ciclo de 24 horas dentro ao qual os organismos humanos

devem funcionar. Há uma periodicidade de 24 horas na qual o importante período de

sono típico repara uma vez ao dia. O objetivo do sono é evitar à exaustão fisiológica

e psicológica e/ou doença, a ausência de sono prolonga o tempo necessário para a

recuperação de uma doença. Quando o paciente se encontra fora de casa, não

reconhece o ambiente, se depara com uma equipe com grande dinamismo, se

surpreende com tal fato e a presença da família constante na unidade é fundamental

para o melhor desempenho dos resultados (HUDAK; GALLO, 1997).

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CAPÍTULO 2

ENTENDENDO O CUIDADO INTENSIVO

2.1 Conceito

O cuidado é uma peculiaridade do humano sendo condição primária para a sua

existência. Sendo assim, os valores humanos como a fé, esperança, sensibilidade,

ajuda e confiança são aspectos relevantes a serem estimulados e desenvolvidos

no processo de cuidar, e eles precisam estar presentes para que o cuidado possa

tornar-se holístico. O cuidado holístico deve ser preocupação da enfermagem,

atendendo às necessidades dos pacientes e da família (MARUITI; GALDEANO,

2007; SILVA et. al., 2008).

Segundo Gomes (1988), ainda não existe uma definição satisfatória de cuidado

intensivo, no entanto alguns conceitos podem ser utilizados na tentativa de

caracterizá-lo.

Jones (1967) apud Gomes (1998, p. 592) define cuidado intensivo como um

tratamento contínuo dado em uma unidade por um grupo permanente de

enfermeiros e médicos especificamente treinados.

De acordo com Gomes (1988), o cuidado intensivo pode ser dispensado a três tipos

de pacientes: aqueles que especificamente necessitam de cuidados de enfermagem

rigorosos, aqueles que requerem contínua e freqüente observação ou investigação e

aqueles que dependem de tratamentos complexos e de equipamentos de apoio

(respiradores, monitores, etc.).

Em alguns casos, o que é crítico para a enfermagem nem sempre é do ponto de

vista médico. Esta é uma afirmação ainda não muito aceita, mas que tende a definir

algumas condutas em relação à permanência ou ao de um paciente na unidade de

cuidado intensivo (GOMES, 1988).

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2.2 Organização da unidade

Todo método de trabalho na UTI é criado a partir de sua organização, visando ao

desenvolvimento das atividades que proporcionam a concretização de seus

objetivos. Entretanto, considerando-se os recursos econômicos do hospital é o tipo

de paciente a ser tratado na Unidade de Terapia Intensiva, nem sempre será

possível a elaboração de normas rígidas para seu planejamento. Contudo alguns

critérios básicos e relacionados deverão ser estabelecidos (GOMES, 1988):

- A filosofia de atendimento deve basear-se no contato constante e direto entre

pacientes e equipe de saúde;

- A área destinada à internação deve ser ampla;

- O equipamento especializado;

Segundo o autor, na fase de planejamento da unidade, o enfermeiro estabelece os

critérios e normas para o serviço de enfermagem, define a filosofia de trabalho do

mesmo, elabora manuais e cria os métodos padronizados e atendimento ao

paciente. O sucesso do tratamento na unidade está condicionado a um bom

atendimento e a consciência disso tem nos levado, muitas vezes, ao estresse

emocional. Um período de seis horas diárias, num total de até trinta e seis horas

diárias, é preconizado como ideal para as UTI.

Não há uma infra-estrutura para que estabeleçam, à noite, períodos de trabalho de

seis horas: o transporte é inadequado a partir das vinte e três horas; as instituições

não possuem recursos para abrigar o funcionário no resto do período, não há

segurança para a circulação do indivíduo na cidade nas horas noturnas avançadas.

A solução para o problema é permear o ciclo de atividades noturnas com folgas mais

freqüentes.

O conhecimento e a certeza de que deva existir um treinamento sistematizado,

visando a uma melhor prestação de serviço, não têm sido suficientes para se

18

estabelecerem meios que assegurem um bom cuidado de enfermagem aos

pacientes internados em UTI. A assistência ao enfermo é significativamente mais

completa quando aliada a fatores que evidenciam desenvolvimento do grupo de

trabalho: emprego efetivo do pessoal, adequada conservação e eficiência do

material, efetividade e objetividade dos procedimentos de enfermagem, educação

dos pacientes e de seus familiares, criação de novos métodos de tratamento e

cooperação mútua (GOMES, 1988).

2.3 Aspectos psicológicos e psiquiátricos evidenciados na UTI

Eisendrath (1994) considera que muitos pacientes, na tentativa de manejar o

estresse de sua estadia, com mecanismos primitivos de enfrentamento, favorecem a

regressão, manifesta como uma dependência extrema. Os pacientes se deparam

com estressores, como o medo real da morte, a força da dependência, as potenciais

e permanentes perdas de função.

A separação da família e a perda de autonomia, freqüentemente, encabeçam e

promovem regressão psicológica. Outros pacientes podem tentar enfrentar ou lidar

com os estressores por supressão de seus sentimentos. Outros podem desencadear

outras reações, mais insatisfatórias para a equipe como a agitação, desespero,

choro convulsivo, agressões à enfermagem, manobras, enfim, que atuam como

poderosos estressores também para o “staff”, visto que pacientes estarem

conscientes e emocionalmente frágeis.

Este autor considera que o medo é extremamente percebido quando o paciente é

admitido na UTI; o medo e a ansiedade podem produzir mudanças fisiológicas,

piorando o quadro do paciente.

Boucher e Clifton (1996) relata que em casos extremos, a dor, as dificuldades do

tratamento, as alterações de sono, mais o acúmulo dessas sensações

incontroláveis, podem evoluir para a Síndrome de UTI – alteração psiquiátrica que

pode levar à psicose.

19

Drubah e Peralta (1996), diz que os médicos na unidade saibam reconhecer as

complicações psiquiátricas de seus pacientes para providenciar benefícios para

estas condições. Referem que os sintomas psiquiátricos também podem estar

associados a complicações orgânicas (encefalopatias) decorrentes de disfunções

renais, hepáticas, metabólicas, cerebrais.

Alguns sintomas como ansiedade exacerbada, agitação psicomotora, ilusão,

alucinação, até a depressão acentuada são reações emocionais do paciente à

doença, e que dependem da severidade da patologia, do impacto também do

tratamento e da hospitalização e na qualidade do “Estar na UTI”, daí a importância

do caráter realmente humanizador da tarefa.

2.4 Percepção dos pacientes em relação à UTI

A técnica de adoecer ocorre na vida de uma pessoa de forma repentina trazendo

consigo inúmeros sentimentos e mudanças em seu dia-a-dia, que podem ser

vivenciadas e aceitas de uma forma diferente por cada pessoa.

Tal processo poderá provocar no individuo uma situação de crise, que se constitui

em um período relativamente curto de desequilíbrio psicológico quando a pessoa se

depara com uma circunstância perigosa, um problema importante em que não pode

escapar nem resolver com os recursos habituais para solução de problemas. A crise

normalmente vem acompanhada de sentimentos como ansiedade, raiva, medo e/ou

depressão.

Assim sendo, a hospitalização pode ser caracterizada como uma situação de crise,

onde o paciente apresenta um estado emocional especial caracterizado pela

insegurança, perda da independência, perda do poder de decisão, perda da

identidade, do reconhecimento social e da auto-estima, além sentir falta de

atividades, recreação e de relações sociais afetivas (SILVA; GRAZIANO, 1996).

20

Numa instituição hospitalar o paciente se depara com uma rotina muito diferente da

que está habituado tendo, na maioria das vezes, dificuldade para se adaptar ao local

e sua dinâmica de funcionamento.

Além disso, as crenças valores, costumes, comportamentos, enfim, a cultura em que

ela está inserida pode contribuir ou dificultar a adaptação/aceitação diante da

doença e da hospitalização (SMELTZER; BARE, 1999).

2.4.1 Medo de morrer

O medo é um sintoma bastante citado pelos pacientes de uma UTI, já que,

normalmente se encontram diante de uma situação nova e desconhecida, como a

doença e o tratamento, sem possuírem conhecimento necessário para esta

informação.

De acordo com a revista Isto É (1998), o impacto provocado pela ameaça à vida e

do enfrentamento da situação de internação na UTI mobiliza o medo fundamental de

todo ser humano: o medo da morte.

A UTI já causa uma determinada sobrecarga emocional, visto que, geralmente,

associa-se a ele uma piora das condições gerais do paciente, colocando-o em

proximidade com a morte (GOMES, 1998).

2.4.2 Ambiente Angustiante

A doença é um estado físico emocional que motiva angústia em todas as pessoas

envolvidas: pacientes, familiares, amigos e profissionais (MINAYO, 1993).

No momento em que esta precisa ser tratada em uma UTI, o equilíbrio emocional do

paciente e de seu núcleo familiar é muito mais visível (ANDRADE, 1998).

O paciente tende a se identificar com a imagem que está no seu campo visual, como um espelho. Passa sofrer não só pelo outro à sua frente, mas por si mesmo mediante sentimentos que lhe são provocados de maneira exacerbada pela identificação. Caso o

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paciente em questão não esteja em estado tão grave, a visão do sofrimento do outro propicia a formação de fantasias e desperta o medo de que tudo possa acontecer com ele (ISTO É, 1998, não paginado).

É evidente que o contato com o sofrimento dos outros pacientes, traz uma

determinada angústia em relação a sua doença. A angústia é uma reação habitual

entre os pacientes, já que sofrem por vivenciarem essa nova experiência quase

sempre de maneira solitária. Têm receio das perdas que podem ocorrer e do

desconhecido (GOMES, 1998).

Segundo Guirardello et. al. (1999), o estranho maquinário, as sucessivas privações,

interrupções de sono, super estimulação sensorial, sede, dores, abstinência de

alimentos comuns, alimentação endovenosa ou nasoenteral, respiração por

ventiladores, monitorização cardíaca e as suas sinalizações, os cateteres,

procedimentos invasivos, a imobilização do paciente e também a superlotação de

equipamentos no local, ocasionam situações que proporcionam mudanças

psicopatológicas para o paciente, sua família e para a equipe de saúde.

2.4.3 Falta de autonomia

A percepção de privação da autonomia, da liberdade, a escassez de domínio da

situação associada à debilidade física, e à dependência, causa um estado de

inatividade e surge para o paciente como parte integrante de uma realidade de difícil

aceitação, sobretudo, durante a fase aguda da doença (SILVA, 2000; GOMES,

1998).

Outra particularidade dessa unidade é a despersonalização do ser, pois o paciente

se encontra, fora do seu ambiente familiar, social e profissional para permanecer em

um ambiente desconhecido (GUIRARDELLO et. al., 1999).

Orlando (2003) destaca que os pacientes internados em uma UTI são, na maior

parte das vezes, dependentes e se sentem inúteis com a falta de autonomia e

controle de si mesmos, contribuindo, assim, para a ansiedade.

22

Considerando que o paciente é um todo, não podemos deixar de observá-lo como tal, pois seu estado emocional pode estar tão comprometido quanto seu físico, e a equipe de saúde deve estar preparada para uma assistência humanizada, estimulando o auto-cuidado, uma vez que o tipo de atendimento recebido dos profissionais de saúde também influencia os sentimentos das pessoas internadas (KOIZUMI et. al., 1979, p. 135-45).

Para o paciente, uma internação pode se tornar menos estressante dependendo da

atitude do mesmo em relação à vida, do local onde foi internado e da equipe que

cuidou desse paciente.

Ademais, a UTI clínica é considerada menos estressante para os pacientes do que a

equipe do hospital prevê. Esses, dentre outros fatores permitem que pacientes

passem a aceitar a internação, considerando-a como forma de restabelecimento da

saúde (ISTO É, 1998).

23

CAPÍTULO 3

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI

3.1 Aspectos psicossociais evidenciados na UTI

Para Boemer at. al. (1989), o aspecto humano do cuidado de enfermagem, com

certeza, é um dos mais difíceis de ser implementado. A rotina diária e complexa que

envolve o ambiente da UTI faz com que os membros da equipe de enfermagem, na

maioria das vezes, esquecem de tocar, conversar e ouvir o ser humano que está à

sua frente.

Apesar do grande esforço que os enfermeiros possam estar realizando no sentido

de humanizar o cuidado em UTI, esta é uma tarefa difícil, pois demanda atitudes às

vezes individuais contra todo um sistema tecnológico dominante. A própria dinâmica

de uma UTI não possibilita momentos de reflexão para que seu pessoal possa se

orientar melhor (BOEMER et. al., 1989).

Humanizar não é técnica ou artifício, é um processo vivencial que permeia toda atividade das pessoas que trabalham, procurando realizar e oferecer o tratamento que merecem enquanto pessoa humana, dentro das circunstâncias peculiares que se encontram em cada momento no hospital (QUERUBIN, 1980, não paginado).

A humanização em UTI tem sido um assunto bastante abordado nos últimos tempos,

pois existe uma grande preocupação por parte dos profissionais da saúde em

oferecer uma assistência com qualidade, apresentando desta forma como objetivo

central o atendimento das necessidades individuais dos pacientes e o contato mais

próximo com os familiares.

A assistência de enfermagem que é oferecida visa qualificar o indivíduo em sua

totalidade, buscando suprir as necessidades biopsicosocioespirituais do paciente

internado nesta unidade.

24

Segundo a teoria de Horta (1979), a enfermagem é uma ciência e arte de assistir o

ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo

independente desta assistência quando possível, pelo ensino do autocuidado, de

recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com os outros profissionais.

Partindo dessa teoria, pode-se perceber que o papel do enfermeiro está além do

cuidar de sinais e sintomas físicos apresentados pelo paciente, mas sim de

identificar os problemas e assistir o indivíduo em sua plenitude, visando suprir as

necessidades básicas do paciente, procurando avaliar a assistência prestada para

garantir a eficácia do trabalho.

Segundo Castro (1990), por força dos efeitos negativos do ambiente sobre o

paciente, a família e a equipe multiprofissional, uma série de estudos volta-se para a

necessidade de humanização dos serviços que utilizam alta tecnologia. O paciente

internado na UTI necessita de cuidados de excelência, dirigidos não apenas para os

problemas fisiopatológicos, mas também para as questões psicossociais, ambientais

e familiares que se tornam intimamente interligadas à doença física.

A essência da enfermagem em cuidados intensivos não está nos ambientes ou nos

equipamentos especiais, mas no processo de tomada de decisões baseado na

sólida compreensão das condições fisiológicas e psicológicas do paciente.

É importante abordar a necessidade de humanização do cuidado de enfermagem na UTI, com a finalidade de provocar uma reflexão da equipe e, em especial, dos enfermeiros. Neste estudo, entende-se que humanizar é uma medida que visa, sobretudo, tomar efetiva a assistência ao indivíduo criticamente doente, considerando-o como um ser biopsicossocioespiritual. Além de envolver o cuidado ao paciente, a humanização estende-se a todos aqueles que estão envolvidos no processo saúde-doença neste contexto, que são, além do paciente, a família, a equipe multiprofissional e o ambiente (CASTRO, 1990, não paginado).

De acordo com Castro (1990), a humanização deve fazer parte da filosofia de

enfermagem. O ambiente físico, os recursos materiais e tecnológicos são

importantes, porém não mais significativos do que a essência humana. Esta sim irá

conduzir o pensamento e as ações à equipe de enfermagem, principalmente do

25

enfermeiro, tornando-o capaz de criticar e construir uma realidade humana, menos

agressiva e hostil para as pessoas que diariamente vivenciam a UTI.

Esse tema desvela a realidade do processo de cuidar, em terapia intensiva, de uma

equipe de enfermagem que tem um conceito sobre humanizar sintetizado na

afirmativa: amar ao próximo como a si mesmo, mas, na prática, o cuidar não reflete

essa tão profunda expressão.

Para Castro (1990), ao refletir sobre cuidado humanizado, destaca duas

perspectivas: a realidade da prática na UTI: “o vivido”, e o ideal de humanizar: “o

falado”. Dessa forma, do ponto de vista do profissional de enfermagem, a realidade

na prática da UTI é interpretada considerando o conceito de “doença processo” que

se refere às anormalidades de estrutura ou funcionamento de órgãos ou sistemas.

Reflete o vivido nessa unidade.

Quando o profissional assume a posição do doente, o conceito de humanizar reflete

a percepção da “doença enfermidade” que constitui uma interpretação e um

julgamento das impressões sensíveis produzidas pelo corpo. Portanto, não é

meramente um estado de sofrimento, mas também uma realidade sociocultural.

Essa é, então, a perspectiva do ideal de humanizar. Colocando-se no lugar do outro,

o profissional passa a cuidar, considerando um significado de humanizar que

envolve respeito, dignidade, abrangendo a expressão amar ao próximo como a si

mesmo (SANTOS; TOLEDO, 1998).

A organização do trabalho baseada na execução da tarefa e o distanciamento entre

equipe, paciente e familiar, justificado como mecanismo de defesa, em função do

estresse pela sobrecarga de trabalho, são referidos como o real, o vivido na UTI. O

cuidar é tecnicista e mecânico, desprovido de sentimento.

Executar a técnica, limpar, manter a ordem a unidade são procedimentos que estão

fortemente enraizados nesse cenário cultural, esquecendo-se, muitas vezes, dos

26

sentimentos do paciente, família e até mesmo de seus próprios sentimentos,

enquanto profissionais que, diariamente, lidam com o estresse.

Castro (1990), ao refletir sobre o significado cultural de cuidado humanizado, tendo a

cultura como um sistema de significados pelo qual os indivíduos percebem e

compreendem o mundo que habitam, aprendendo a viver dentro dele, pode-se dizer

que a enfermagem tem a responsabilidade e o compromisso ético e profissional de

resgatar o sentido do seu agir, e isso só será possível a partir da conscientização de

que o ser humano é capaz de buscar a si mesmo, a sua essência e, por

conseqüência, buscar o outro.

De acordo com Souza et. al. (1985), se cada um de nós entendermos e aceitar

quem somos e o que estamos fazendo, seremos capazes de lutar e agir para que

essa mudança aconteça, nem que, para isso, sejam necessários décadas. O

significado de humanizar: amar ao próximo como a si mesmo, que nada mais é do

que uma força de dar sentido a nossa vida deixará de ser simplesmente um discurso

para ser verdadeiramente vivenciado.

3.2 Papel do enfermeiro na UTI

O papel do enfermeiro na UTI consiste em obter a história do paciente, fazer exame

físico, executar tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde e

orientando os enfermos para uma continuidade do tratamento e medidas, devendo

cuidar do indivíduo nas diferentes situações críticas dentro da UTI, de forma

integrada e contínua com os membros da equipe de saúde.

Para isso o enfermeiro de UTI precisa pensar criticamente analisando os problemas

e encontrando soluções para os mesmos, assegurando sempre sua prática dentro

dos princípios éticos e bioéticos da profissão. Compete ainda a este profissional

avaliar, sistematizar e decidir sobre o uso apropriado de recursos humanos, físicos,

materiais e de informação no cuidado ao paciente de terapia intensiva, visando o

trabalho em equipe, a eficácia e custo-efetividade (HUDAK, 1997).

27

No que se refere à educação o enfermeiro de Terapia intensiva, deve ter um

compromisso contínuo com seu próprio desenvolvimento profissional, sendo capaz

de atuar nos processos educativos dos profissionais da equipe de saúde, em

situações de trabalho, proporcionando condições para que haja benefício mútuo

entre os profissionais, responsabilizando-se ainda pelo processo de educação em

saúde dos indivíduos e familiares sob seu cuidado, reconhecendo o contexto de vida

e os hábitos socioeconômico e cultural destes, contribuindo com a qualificação da

prática profissional, construindo novos hábitos e desmistificando os conceitos

inadequados atribuídos a UTI.

De acordo com Souza (1985), o trabalho em UTI é complexo e intenso, devendo o

enfermeiro estar preparado para a qualquer momento, atender pacientes com

alterações hemodinâmicas importantes, as quais requerem conhecimento específico

e grande habilidade para tomar decisões e implementá-las em tempo hábil. Desta

forma,pode-se supor que o enfermeiro desempenha importante papel no âmbito da

Unidade de Terapia Intensiva.

O Cuidado Intensivo dispensado a pacientes críticos, torna-se mais eficaz quando

desenvolvido em unidades específicas, que propiciam recursos e facilidades para a

sua progressiva recuperação. Desta forma o enfermeiro de UTI precisa estar

capacitado a exercer atividades de maior complexidade, para as quais é necessária

a autoconfiança respaldada no conhecimento científico para que este possa

conduzir o atendimento do paciente com segurança.

Para tal, o treinamento deste profissional é imprescindível para o alcance do

resultado esperado. Desta forma o preparo adequado do profissional constitui um

importante instrumento para o sucesso e a qualidade do cuidado prestado na UTI

(GOMES, 1988).

O aspecto humano do cuidado de enfermagem, com certeza, é um dos mais difíceis

de ser implementados. A rotina diária e complexa que envolve o ambiente da UTI faz

com que os membros da equipe de enfermagem, na maioria das vezes, esqueçam

de tocar, conversar e ouvir o ser humano que esta a sua frente.

28

Apesar do grande esforço que os enfermeiros possam estar realizando no sentido

de humanizar o cuidado em UTI, esta é uma tarefa difícil, pois demanda atitudes às

vezes individuais contra todo um sistema tecnológico dominante. A própria dinâmica

de uma Unidade de Terapia Intensiva não possibilita momentos de reflexão para que

seu pessoal possa se orientar melhor, no entanto compete a este profissional lançar

mão de estratégias que viabilizem a humanização em detrimento a visão mecânica e

biologicista que impera nos centros de alta tecnologia como no caso das UTIs

(HUDAK, 1997).

Pode-se dizer que o conhecimento necessário para um enfermeiro de UTI vai desde

a administração e efeito das drogas até o funcionamento e adequação de aparelhos,

atividades estas que integram as atividades rotineiras de um enfermeiro desta

unidade e deve ser por ele dominado. O enfermeiro de UTI trabalha em um

ambiente onde as forças de vida e morte, humano e tecnológico encontram-se em

luta constante.

Apesar de existirem vários profissionais que atuam na UTI o enfermeiro é o

responsável pelo acompanhamento constante, conseqüentemente possui o

compromisso dentre outros de manter a homeostasia do paciente e o bom

funcionamento da unidade.

3.3 O cuidado humanizado na UTI: interação entre enfermagem/paciente/família

Para Silva et. al. (2008), a humanização neste ambiente deve existir como um

cuidado aliado à técnica e ao conforto, associado à valorização da subjetividade e

aos aspectos culturais de cada pessoa incluindo a relação de diálogo entre os

profissionais.

A iniciativa de humanizar ou resgatar a dignidade humana “perdida” emerge num

momento que pode parecer apenas um discurso equivocado no contexto atual. Mas

realmente ele é necessário a partir do momento que os serviços de saúde

apresentam situações críticas. Só assim, o discurso de que a tecnologia é o

verdadeiro fator desumanizante, irá desaparecer.

29

Estas situações remetem ao fato de que dentro das unidades o cliente torna-se

somente um paciente a mais, outra patologia, outro tratamento, outro prontuário.

Assim, o paciente fica sujeito a perda de sua identidade e privacidade (BARRA,

2005).

É necessário mais preparo dos profissionais voltadas não só para o aspecto teórico

e técnico, como também numa perspectiva mais humanitária. Cabe a eles, uma

atitude individual para resgatar essa humanização em relação a um sistema

tecnológico dominante (CAETANO, 2007).

Villa e Rossi (2002) afirmam que o ambiente da UTI por ser envolvido de estresse e

cansaço devido à sobrecarga de trabalho, trás também um sofrimento a equipe de

enfermagem, que além da assistência prestada ao paciente 24 horas, precisa lidar

com a família e com suas próprias necessidades ou conflitos que são manifestadas

através de fadiga física e emocional, tensão e ansiedade. O relacionamento frio,

muitas vezes assumido, justifica-se como um mecanismo de defesa.

Por isso, a proposta de humanização da assistência surge exatamente para

combater esta impessoalidade no atendimento ao cliente e para tornar a relação

enfermeiro/paciente uma relação de afeto e respeito mútuo sem abandonar a técnica

necessária. Além disso, contribui para diminuir os traumas dos pacientes e das

famílias e orienta os profissionais a agir de forma menos mecanizada, sabendo o

real valor que a tecnologia possui na realização dos cuidados (BARRA , 2005).

De acordo com Maruiti e Galdeano (2007), nesse sentido, a humanização do

cuidado de enfermagem vai além das permissões dadas às visitas, incluindo

também a detecção das necessidades dos familiares, após estabelecer uma relação

de confiança e de ajuda. Essa interação enfermeiro/familiares facilita esse processo

beneficiando também o paciente.

A enfermagem deve prestar o cuidado tanto para pacientes quanto a seus familiares,

ajudando-os a entender, aceitar e enfrentar a doença, seu tratamento e sua

30

repercussão na vida da família, sendo então capazes de oferecer suporte e bem

estar a eles (MARUITI; GALDEANO, 2007).

Portanto, familiares satisfeitos com os cuidados são menos estressados e estão em

uma situação melhor para ajudar na recuperação do paciente. A equipe não pode ter

um julgamento errado das necessidades das famílias, considerando que estas

sempre precisam de explicações, independente da duração da internação. Essas

informações devem ajudar os familiares a lidarem melhor com a internação,

aproveitando este momento para incluí-los nos cuidados (SÖDERBERG, 2007).

A humanização se faz necessária para um cuidado efetivo considerando as queixas

da família diante do período de hospitalização. A interação entre

enfermagem/paciente/família deve ser estabelecida através do diálogo e da busca

dos significados que as experiências de doença geram em cada pessoa. A

convivência da família próxima ao paciente é fundamental para a sua recuperação e

mais eficaz do que qualquer outra relação (SILVEIRA, 2005).

Segundo Caetano (2007), o objetivo final do trabalho da enfermagem é o cuidado e

esta deve ter consciência de que a máquina jamais substituirá a essência humana.

Quando o profissional se envolve apenas com a técnica, se perde em relação às

características humanas baseadas na afetividade, no conhecimento de valores,

habilidades e atitudes que potencializam a melhora do paciente contribuindo para

uma condição humana no processo de viver e morrer. O enfermeiro deve

reconhecer que sua presença para o paciente é tão importante quanto as técnicas

necessárias para sua recuperação.

3.3.1 O paciente em UTI e a família

Conforme relatos do MS (BRASIL, 2006), o enfermeiro deve aprofundar seus

conhecimentos específicos do cuidado ao paciente em estado crítico, internado em

UTI, baseados nos princípios teóricos, tecnológicos, humanísticos e bioéticos;

atualizar conhecimentos em relação às principais questões que norteiam a

31

assistência hemodinâmica, permitindo ao enfermeiro refletir sobre a sua prática no

atendimento a esses pacientes e sua família.

O paciente internado na UTI necessita de cuidados de excelência, dirigidos não apenas para os problemas fisiopatológicos, mas também para as questões psicossociais, ambientais e familiares que se tornam intimamente interligadas à doença física (VILLA; ROSSI, 2002, p. 137-44).

Estes mesmos autores salientam que o processo de interação efetiva entre

membros da equipe e familiares não é fácil, pois aspectos psicológicos negativos

estarão sempre envolvidos, em maior ou menor escala. A análise qualitativa do

efeito benéfico dessa interação é bastante estimulante e possibilita antever a sua

eficiência na assistência global ao paciente criticamente enfermo. Trata-se, portanto,

de um desafio, para a equipe que atua em UTI, promover interação efetiva com o

paciente e com a família.

A humanização do atendimento permite pensar nas práticas de cuidado que adotam

posturas empáticas intersubjetivas, compromisso interpessoal, com a participação

da família e da comunidade nas ações.

Estas atitudes podem permitir o reconhecimento do paciente como ser participante

do processo terapêutico, autônomo, livre, que tem necessidades específicas, além

de direitos e solicitações (PINHO, 2005).

Além do ambiente, a comunicação é outro meio empregado para abrandar as

angústias dos pacientes e de seus familiares, devendo esta ser utilizada de forma

objetiva, simples e no momento adequado (GONDIM et. al., 2009).

Diante do processo vivenciado pela experiência da internação numa UTI, tanto para pacientes como também para seus familiares, verificamos a importância do atendimento aos princípios da integralidade pelos profissionais e serviços de saúde como forma de amenizar o sofrimento causado às pessoas durante a permanência no hospital (OLIVEIRA; MARUYAMA, 2009, p. 375-82).

32

Há vários anos atrás, as visitas eram ainda mais limitadas. Certas UTIs não

permitiam sequer a entrada das pessoas no seu espaço. O contato dos familiares e

visitantes com as pessoas internadas se dava através de visores ou janelas que

impediam o contato físico.

Tal restrição distinguia mais ainda as pessoas que dispunham desses saberes,

caracterizando o espaço como um campo de saber e de domínio médico-

hegemônico. Todavia, mudanças vêm acontecendo no decorrer dos tempos, a fim

de desconstruir essa concepção de isolamento do paciente crítico (OLIVEIRA;

MARUYAMA, 2009).

Conseqüentemente, nesse momento, estabelece-se uma ligação entre a equipe

assistencial e o paciente e seus familiares, sobretudo por ser um espaço

caracterizado por dor e sofrimento.

3.4 Orientações do enfermeiro dirigidas aos familiares dos pacientes em UTI

no momento da visita

É possível observar que existe sempre a preocupação da maioria dos enfermeiros

em orientar o familiar durante a primeira visita. Assim como é registrado em outra

pesquisa que refere ser necessária maior atenção aos familiares que têm um de

seus componentes quando necessário, aos pacientes e familiares, por profissional

tecnicamente capacitado para auxiliá-los a enfrentar a situação de crise.

Todos os profissionais da equipe devem manter o tratamento focalizado no paciente

e não na doença. A família deve manter o vínculo de união com o paciente grave,

ajudando-o a se adaptar aos mecanismos de defesa diante dessas situações

(KNOBEL, 1998).

Comunicar-se com o paciente sedado torna-o mais calmo. Estabelecer essa comunicação é importante porque possibilita uma troca com o paciente. O enfermeiro passa a ter maior possibilidade de perceber o que ele está sentindo, permite a mensuração do grau de sedação, além de ser um passo anterior à invasão da privacidade desse indivíduo que está com sua capacidade de

33

expressão afetada e em quem o enfermeiro realiza, além do banho, muitos outros procedimentos que invadem sua individualidade (ZINN et. al., 2003, p. 326-32).

Na visão de Santos et. al. (1999), a enfermeira pode ensinar a família que a

comunicação com o paciente sedado acontece por intermédio da verbalização, do

toque, da atenção e das brincadeiras, e sob a perspectiva do paciente, por meio da

escrita (pacientes com sedação superficial) e de expressões faciais e corporais,

contudo, na maior parte das vezes não há manifestação por parte do paciente, a não

ser pelo silêncio verbal e corporal.

A comunicação eficaz com o paciente dentro da UTI é um dos desafios da equipe,

principalmente quando o paciente se encontra entubado.

O esforço e o bom senso são ainda as melhores ferramentas. Chamar o paciente

sempre pelo nome, com tom de voz calmo e volume normal, olhar para o seu rosto e

instituir contato polido e respeitoso, dirigir-lhe a palavra sempre que se aproximar do

leito para algum procedimento e examiná-lo de forma atenciosa, com toques

cuidadosos são algumas atitudes facilmente tomadas, que resgatam a dignidade do

indivíduo, geralmente abalada pela situação de internação (KNOBEL et. al., 1999).

Segundo Lemos e Rossi (2002), as enfermeiras entendem que as visitas são de

suma importância no restabelecimento do paciente, no entanto, devem ser

realizadas de forma a não comprometer o plano de tratamento e o cuidado para com

o paciente.

Os horários de visitas devem ser tornados flexíveis sempre que possível para os

pacientes que estejam com bom grau de consciência. As chefias das UTIs devem

permitir que os familiares entrem na unidade e que permaneçam junto ao paciente

fora dos horários estipulados.

Essa simples decisão pode reduzir as fantasias e ajudar a reequilibrar o sistema

familiar já tão fragilizado, além de ajudar nos estados de ansiedade do paciente

(BURREL; BURREL JÚNIOR, 1973).

34

Deve-se aperfeiçoar rotinas consistentes de cuidados dos profissionais de saúde, a

fim de permitir maiores horários para a visitação, objetivando sempre o benefício do

paciente (DOMINGUES et. al., 1999).

A UTI pode ser um ambiente saudável e restaurador. Deve-se preocupar em desenvolver o máximo em humanização por meio de métodos que alcancem o paciente e os familiares, os profissionais da saúde e o ambiente (MARK; HAGENMUELLER, 1994, p. 65-71).

Os cuidados humanizados praticados na UTI resgatam a dignidade do ser humano,

muitas vezes, abalada pela situação em que se encontram.

Logo, entende-se que ações simples como o toque, a conversa, a informação

técnica referente ao setor, a informação biológica referente ao paciente e a empatia

dos profissionais podem contribuir de maneira significativa para diminuir os efeitos

nocivos da internação em UTI, evidenciando, com isso, os aspectos positivos para

os pacientes e seus familiares, facilitando, assim, o processo de internação

(LEMOS; ROSSI, 2002).

Ações como chamar o paciente pelo nome, tom de voz calmo e em volume normal,

olhar para o paciente quando se dirige a ele, explicar-lhe um procedimento antes de

realizá-lo, utilizar o toque como tratamento terapêutico, fixar contato cortês e

respeitoso, examinar o paciente de maneira atenciosa, verificar se o paciente está

ansioso, por exemplo, com ameaças de desamparo, perda de controle, falta de auto-

estima, falta de mecanismos de defesa e sensação de isolamento, são gestos que

indicam que o processo de humanização está sendo realizado (SOUZA; GUANAES,

2003).

Deve-se seguir, sempre que possível, uma filosofia que valorize a participação do

paciente e do familiar no tratamento, permitindo que ele tenha uma atuação mais

ativa, reduzindo a sensação de impotência, normalmente presente neste momento

(LIMA, 1993).

35

3.5 Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em UTI como

qualidade da assistência

De acordo com o COFEN (2002), a sistematização de cuidado passou a ser

indispensável nas instituições de saúde em agosto de 2002, através da resolução

272/2002: Artigo 2° - “A implementação da Sistematização da Assistência de

Enfermagem – SAE deve ocorrer em toda a instituição de saúde, pública e privada”.

Esse instrumento provoca não somente uma melhoria na qualidade da assistência

prestada aos pacientes, mas também atribui ao profissional enfermeiro uma maior

autonomia em suas ações, um apoio legal através dos registros de enfermagem,

além de promover um maior vinculo entre o enfermeiro e seu paciente e no

desenvolvimento de uma enfermagem com característica cientifica.

Para execução da SAE, são adotadas as seguintes etapas: histórico de

enfermagem, exame físico, diagnóstico de enfermagem, prescrição da assistência

de enfermagem, evolução da assistência de enfermagem e relatório de enfermagem.

E compete ao enfermeiro, privativamente, a implantação, planejamento,

organização, execução e avaliação do processo de enfermagem (COFEN, 2002).

As UTIs surgiram a partir da necessidade de aperfeiçoamento e concentração de recursos materiais e humanos para o atendimento a pacientes graves, em estado crítico, mas tidos ainda como recuperáveis, e da necessidade de observação constante, centralizando os pacientes em um núcleo especializado (VILLA; ROSSI, 2002, não paginado).

Assim, a SAE intensifica a qualidade da assistência prestada, uma vez que é

adotado um padrão de assistência, cujo gerenciamento se torna mais fácil para o

enfermeiro.

Thomaz e Guidardello (2002) realizaram uma pesquisa com a finalidade de levantar

os principais dificultadores encontrados pelos enfermeiros na prática da SAE e

perceberam que há inexistência de homogeneidade no desenvolvimento do

processo, sendo que 48% dos participantes realizavam apenas o histórico, a

36

evolução e a prescrição, outros 28% somente a prescrição e a evolução. Em

contrapartida 15,5% realizavam todo o processo.

Ao realizar uma análise dos artigos científicos sobre o tema, Hermida (2004)

encontrou determinados problemas que interferem e favorecem tais dificuldades.

Com isso, foram encontrados dois grupos limitadores, um de ordem técnica

relacionado à formação profissional e outro referente à organização das instituições.

Num estudo realizado por Amante et. al. (2009), concluiu-se que no processo de

implantação da SAE, poucos funcionários da UTI em questão sabiam sobre a SAE,

e reconhecem ser necessário aprender mais, a fim de poder aplicá-la na prática.

3.5.1 Utilizações práticas da SAE pelos enfermeiros da UTI

Para Barros (1998), a literatura de enfermagem revela o esforço dos enfermeiros na

organização das ações de enfermagem e implantação da SAE, porém revela,

também, os conflitos e empecilhos surgidos, que vêm sendo poucas vezes vencidos.

Um destes empecilhos é a não aceitação por parte de alguns enfermeiros de que o

método científico pode ser utilizado por todos os profissionais. Atualmente, é

admissível saber que se pode empregá-lo sob diversas formas metodológicas e

embasamentos conceituais, objetivando a solução de problemas (BARROS, 1998).

Na prática, os enfermeiros não usam o processo de enfermagem explicitamente porque não tomam decisões com raciocínio clínico. Percebe-se a falta de reorganização para sugestões e análise dos dados diante de situações clínicas específicas. Os enfermeiros não estão se preocupando com a qualidade dos registros referente à precisão do planejamento do cuidado, apesar de serem líderes da equipe de enfermagem e responsáveis pela assistência ao paciente (NÓBREGA; GUTIERREZ, 2001, p. 399-408).

O processo de implantação da Sistematização de Enfermagem nas instituições de

saúde e respectivas clínicas e UTIs apresenta-se necessitado do acompanhamento

de uma equipe direcionada na SAE com o intuito de corrigir, orientar e supervisionar

a realização das suas fases, para desenvolver o raciocínio lógico, crítico e coerente.

37

Conforme um estudo qualitativo descritivo realizado por Silva e Moreira (2011), a

falta de conhecimento sobre a SAE e os processos que a envolvem foram

reconhecidos pelas enfermeiras, como uma das principais dificuldades para sua

implantação. Os depoimentos colhidos também evidenciaram certos indicativos do

despreparo das enfermeiras diante das demandas para adotar o pensamento crítico

na organização dos processos de cuidar.

O estudo acima mencionado coloca também que a metodologia que os enfermeiros

indicam para solucionar problemas relacionados com o processo de implantação da

SAE é a estratégia do aprendizado em equipe. O grupo reconhece a necessidade da

educação continuada e permanente, assim como da responsabilidade individual na

aquisição e aplicação do conhecimento para a operacionalização da SAE (SILVA;

MOREIRA, 2011).

Os cuidados de enfermagem são de suma importância para o restabelecimento do

paciente crítico, entretanto, a adoção de um senso analítico torna-se fundamental

como um caminho para que estes profissionais diferenciem o entendimento dos

aspectos que lhes são importantes na execução dos cuidados e melhorem o impacto

de suas ações sobre a clientela assistida.

3.5.2 Impacto na qualidade da assistência em UTI

Percebe-se que a SAE é um instrumento bastante eficaz na melhora da qualidade

da assistência ao paciente, independente do setor e ou da clínica que emprega essa

metodologia de trabalho.

Todavia, Haddad (2004) assegura que para avaliar a melhoria da qualidade da

assistência de enfermagem, mesmo em UTI, é necessário utilizar dados

provenientes de instrumentos aperfeiçoados que transmitam e avaliem dados

quantitativos e qualitativos.

Dentre esses: análise da estrutura dos serviços (área física, recursos humanos,

recursos materiais e financeiros, sistema de informação e instrumentos técnicos

38

administrativos), avaliação do processo de trabalho (antes, durantes e depois de

terminado), e o resultado final da assistência (por exemplo, a satisfação do cliente

interno e externo).

Alguns pesquisadores garantem que a SAE proporciona individualização e a

humanização do ato de cuidar. Tal afirmativa é incontestável entre os estudiosos do

assunto, já que, para a SAE ser efetiva, o enfermeiro tem que conhecer cada

paciente, construir um plano de cuidados contextualizado com os indivíduos e fixar

uma relação de troca e de confiança entre ambos (CARRARO; KLETEMBER, 2003;

FERNANDES et. al., 2000; FIALHO; PAGLIUCA, 2000; FRIEDRICH; SENA, 2002;

MONTEIRO et. al., 2002; VIEIRA et. al., 2004).

Uma pesquisa realizada por Mincoff et. al. (2005), em UTI sobre a SAE e sua

contribuição na qualidade da assistência com enfermeiros que trabalha nesta

unidade, mostrou que o cuidado ao paciente fica qualificado, humanizado,

especifico, possibilitando um planejamento mais elaborado, o que aperfeiçoa a

prescrição de enfermagem e a identificação dos problemas efetivos ou potenciais

que assim podem ser solucionados por ações de enfermagem.

Nesta mesma pesquisa, este autor expõe também que a SAE, de acordo com

resultados alcançados nesta pesquisa, é extremamente viável dentro das UTI, uma

vez que permite a organização de toda a assistência, além de ser em documento

legal.

Enquanto que a pesquisa realizada por Silva et. al. (2006) sobre a utilização do

processo de enfermagem nas instituições hospitalares do município de Cuiabá em

2006 publicou que a SAE, quando implantada em UTI, proporciona solução de

problemas, tomada de decisões, prevenção de doenças, e com isso, promove,

mantém e restaura a saúde, permitindo, assim, qualidade nos cuidados oferecidos,

assim como satisfação do paciente. Ademais, mantém toda e qualquer conduta de

enfermagem respaldada juridicamente.

39

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo conclui que a tecnologia e as medidas terapêuticas oferecidas nas UTIs

são indispensáveis para que se obtenha o objetivo central desta unidade, que nada

mais é do que propiciar uma melhor qualidade de vida ao paciente assistido.

Entretanto, algumas medidas são insuficientes para tornar realmente efetiva a

assistência ao indivíduo criticamente enfermo.

As percepções dos pacientes em relação a sua vivência quando internados em uma

UTI, abrangidas neste estudo indicam que esta unidade é considerada como um

ambiente desconhecido e pouco acolhedor, o que acaba provocando ansiedade e

insegurança, além de o associarem com morte e doença grave.

Tal percepção parece estar relacionada com o estereótipo que têm da unidade, o

desconhecimento da sua real função, bem como preconceitos que trazem consigo.

Contudo, após necessitarem de uma internação em UTI passam a perceber o local

como um ambiente para recuperar e reencontrar a vida.

É possível perceber na literatura aqui consultada, que autores como Rockenbach

(1985), refere-se ao profissional de enfermagem deveria ser incorporado em

vivências grupais. Não somente as escolas de formação de nível médio e superior

deveriam preocupar-se com estes aspectos, mas a própria instituição hospitalar

poderia respaldar estes profissionais a partir de programas de formação

permanente, estudos científicos e vivências terapêuticas de personalidade.

Esta pesquisa mostra que, se o paciente é um todo, ele não pode deixar de ser

observado como tal, pois seu estado emocional pode, na maioria das vezes, estar

tão comprometido quanto seu físico. Para que haja uma assistência humanizada é

fundamental que a equipe de saúde tenha um preparo específico para lidar com

situações emocionalmente conflitantes sendo necessário que os membros desta

demonstrem não só o conhecimento técnico-científico, mas também habilidade e

sensibilidade ao lidar com situações de sobrecarga emocional.

40

O aumento da qualidade do atendimento deve estender-se aos familiares do

paciente em UTI, pois, o estresse, o cansaço, o temor e a sensibilidade provocados

pela internação do indivíduo em uma UTI, leva em conjunto todos seus familiares à

unidade que o atende, e compete aos profissionais de saúde, sobretudo a

enfermeira, a sensibilidade de saber entender a angústia coletiva nesse momento,

utilizar de sua experiência para tranqüilizar e também prepará-los para o pior de

forma que não interfira no tratamento do paciente.

Logo, pode-se notar que o atendimento humanizado é a principal ferramenta para

atender o paciente em seus níveis: psicológico, físico e social, trazendo, com isso, a

tranqüilidade tão necessária à sua plena recuperação, e este atendimento deve ser

de responsabilidade de todos os profissionais participantes de seu tratamento.

Ainda pode-se relatar que o enfermeiro, por ser o líder de sua equipe, seja capaz de

proporcionar ao paciente um ambiente mais humanizado, no qual a harmonia e o

respeito pelo humano sejam o objetivo principal da assistência.

Considera-se imprescindível refletir sobre a assistência prestada ao paciente

internado em UTI, principalmente pelos profissionais de enfermagem, que

independente da localização geográfica, indica ter características similares entre si.

Entender como o paciente se percebe ao estar internado na UTI permite ao

profissional de enfermagem uma postura mais empática e contribui para que possa

se planejar e dispensar uma assistência mais individualizada e humanizada,

integrando aspectos técnicos aos interpessoais e concebendo neste último também

uma forma de cuidado, de recurso terapêutico.

Portanto, pretende-se que este estudo continue a despertar o interesse dos

profissionais de UTI para o assunto, uma vez que não finda aqui, pois cada pessoa

que necessite ser internada em uma UTI irá perceber este momento de forma

individual e particular e, por conseguinte, novas percepções poderão aparecer.

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REFERÊNCIAS

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