UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA PRÓ-REITORIA DE … · programa de pÓs-graduaÇÃo stricto sensu...

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ADMINISTRAÇÃO WANESSA CARVALHO DA COSTA SOUZA PROCESSO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: EFEITOS SOBRE O CLIMA E GESTÃO ORGANIZACIONAL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR BELÉM 2014

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ADMINISTRAÇÃO

WANESSA CARVALHO DA COSTA SOUZA

PROCESSO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: EFEITOS SOBRE O CLIMA E

GESTÃO ORGANIZACIONAL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

BELÉM

2014

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ADMINISTRAÇÃO

WANESSA CARVALHO DA COSTA SOUZA

PROCESSO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: EFEITOS SOBRE O CLIMA E

GESTÃO ORGANIZACIONAL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Administração – PPAD, da

Universidade da Amazônia – UNAMA, como

requisito para a obtenção do título de mestre em

Administração, na linha de pesquisa de Gestão

Organizacional, sob a orientação do Prof. Dr.

Fernando Antônio Colares Palácios.

BELÉM

2014

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Sílvia Helena Vale de Lima –CRB-2/819

378.107

S729p Souza, Wanessa Carvalho da Costa.

Processo de avaliação institucional: efeitos sobre o clima e gestão organizacional em uma instituição de ensino superior. / Wanessa Carvalho da Costa Souza . – Belém, 2014.

122f.: 21 x 30 cm. Dissertação (Mestrado) -- Universidade da Amazônia,

Programa de Pós-Graduação em Mestrado em

Administração, 2014.

Orientador: Prof. Dr. Fernando Antonio Colares Palácios.

1.Ensino superior-avaliação. 2. Avaliação institucional 3.

Gestão organizacional. I. Palácios, Fernando Antonio Colares . II.

Título.

WANESSA CARVALHO DA COSTA SOUZA

PROCESSO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: EFEITOS SOBRE O CLIMA E

GESTÃO ORGANIZACIONAL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

Banca Examinadora

_________________________________________

Prof. Dr. Fernando Antônio Colares Palácios

Orientador

_________________________________________

Profa. Dra. Ana Maria de Albuquerque Vasconcellos

Examinadora Interna

_________________________________________

Prof. Dr. Emmanuel Ribeiro Cunha

Examinador Externo - UEPA

Apresentado em: 25 / 06 / 2014.

Conceito/Nota: 8,5

BELÉM

2014

A Deus, por me acompanhar em todos os

momentos da minha vida.

AGRADECIMENTOS

Dos momentos difíceis podem vir as maiores vitórias. Para vencer os desafios não há dúvidas

quanto à necessidade de se ter objetivo, determinação e foco.

À minha família, meu companheiro Cléo Afonso Aragão Jr. e minha filha Rebeca, suporte e

força, que serve de incentivo na busca por uma melhoria, pessoal e profissional, contínua.

Aos professores Dr. Emilio Arruda e Dr. Fernando Palácios pelo apoio e compreensão

fundamentais para chegar até a conclusão do mestrado. Obrigada por acreditarem em mim!

À Faculdade de Belém que serviu de fonte inspiradora para definição e desenvolvimento desta

pesquisa.

Ao meu amigo Bruno Cavalcante, parceiro do início ao fim nesta conquista que ainda

representará muito sucesso em nossas carreiras.

Às amigas Tatiana Paredes, Linalva Ferreira e Lielsa Fontenelle pela contribuição

significativa para a conclusão deste trabalho.

Aos participantes das entrevistas que se propuseram a colaborar e dispuseram de seu tempo

para contribuir com esse estudo.

A todos os professores doutores deste Mestrado, pelo conhecimento compartilhado.

E a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para o meu desenvolvimento

profissional e pessoal.

Muito obrigada a todos.

“Nosso mérito reside em trabalharmos não

apenas como somos, mas orientados por uma

determinação do melhor que podemos ser e

fazer”.

Heloísa Luck

8

RESUMO

O presente estudo analisa de que forma um processo avaliativo impactou no clima

organizacional na percepção dos funcionários envolvidos e quais as consequências para a

gestão de uma Instituição de Ensino Superior (IES) privada. Especificamente, busca

compreender os efeitos de um processo de avaliação externa de um curso de direito em uma

IES privada, localizada na Região Norte do Brasil. A concretização de um Sistema Nacional

de Avaliação da Educação Superior (SINAES) institucionalizou ações de caráter regulatório

do Ministério da Educação sobre as Instituições públicas e privadas. Nestas últimas, o

processo avaliativo muitas vezes é empreendido no sentido apenas de atender aos critérios

estabelecidos, sem gerar consequências mais duradouras para a instituição. A partir de estudos

gerais sobre o ensino superior no Brasil e sobre avaliação institucional, por um lado, e sobre

clima e gestão organizacional em IES, por outro, elaborou-se um constructo com categorias e

indicadores capazes de orientar a interpretação do pesquisador a partir dos dados coletados. A

metodologia foi orientada por uma abordagem qualitativa, sendo utilizada a análise

documental e entrevistas semi-estruturadas com gestores, professores e técnicos da

organização. A pesquisa empreendida constatou o caráter circular dos efeitos da avaliação, do

clima e da gestão, ou seja, tanto são causa como consequência de ações organizacionais. Ao

final deste estudo apresentam-se resultados significativos da avaliação externa sobre o clima

organizacional, mas com reflexos pouco expressivos para a gestão da IES.

Palavras-Chave: Avaliação Institucional. Clima Organizacional. Gestão organizacional.

Ensino Superior Privado.

9

ABSTRACT

This study examines how an evaluation process impacted on organizational climate

perception of the employees involved and the implications for the management of a private

Higher Education Institution (HEI). Specifically, it seeks to understand the effects of a

process of external evaluation of a law school in a private HEI, located in Northern Brazil.

The implementation of a National System of Higher Education Assessment (SINAES)

institutionalized actions of regulatory character of the Ministry of Education on public and

private institutions. In the latter, the evaluation process is often undertaken only in order to

meet the established criteria, without generating more lasting consequences for the institution.

From general studies on higher education in Brazil and on institutional assessment, on the one

hand, and on climate and organizational management in HEIs, on the other, we prepared a

construct with categories and indicators to guide the interpretation of the researcher from the

collected data. The methodology was guided by a qualitative approach to document analysis

and semi-structured interviews with managers, teachers and technicians of the organization

being used. The research undertaken noted the circular effects assessment, climate and

management basis, ie they are both cause and consequence of organizational actions. At the

end of this study we present significant results of external assessment of the organizational

climate, but with little significant to the management of IES reflexes.

Keywords: Institutional Assessment. Organizational climate. Organizational management.

Private Higher Education.

10

LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Dimensões do Instrumento de Avaliação de Curso de Graduação

Presencial e a Distância

23

Quadro 2 - Teorias Motivacionais 47

Quadro 3 - Pesquisas sobre Clima em Instituições de Ensino Dimensões do

Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação presencial e a distância.

50

Quadro 4 - Identificação dos Sujeitos da Pesquisa 57

Quadro 5 - Registro das entrevistas 58

Quadro 6 -

Quadro 7 -

Categorias, componentes, indicadores e resultados utilizados neste estudo

Estilos de Tomada de Decisão

59

68

11

LISTA DE SIGLAS

IES Instituição de Ensino Superior

MEC Ministério da Educação

SINAES Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

PARU Programa de Avaliação da Reforma Universitária

PAIUB Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras

CPA Comissão Própria de Avaliação

PDI Plano de Desenvolvimento Institucional

PPI Projeto Pedagógico Institucional

ABMES Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

SESU Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação

SETEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação

SINAPES Sistema Nacional de Avaliação e Progresso do Ensino Superior

ENADE Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes

SEED Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação

CNE Conselho Nacional de Educação

CONAES Comissão Nacional de Avaliação do Ensino Superior

NDE Núcleo Docente Estruturante

PPC Projeto Pedagógico de Curso

UNEB União Educacional de Brasília

FABEL Faculdade de Belém

12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14

1.1 SITUAÇÃO PROBLEMA ................................................................................................ 15

1.2 OBJETIVO ....................................................................................................................... 16

1.3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 16

2 REFERENCIAL TEÓRICO DO ESTUDO ..................................................................... 19

2.1 AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR ........................................................................19

2.2 GESTÃO DE INSTITUIÇŌES DE ENSINO (IES) PRIVADAS .................................... 26

2.3 CLIMA ORGANIZACIONAL ......................................................................................... 36

2.3.1 Definições de clima organizacional ............................................................................. 38

2.3.2 Clima organizacional e cultura ................................................................................... 41

2.4 ASPECTOS DO CLIMA ORGANIZACIONAL ............................................................. 44

2.4.1 Atitudes e o clima organizacional ............................................................................... 44

2.4.2 Satisfação e o clima organizacional ............................................................................. 45

2.4.3 Envolvimento das pessoas ............................................................................................ 45

2.4.4 Motivação e o clima organizacional ............................................................................ 47

2.5 CLIMA ORGANIZACIONAL EM INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS ....................... 48

3 METODOLOGIA ............................................................................................................... 55

3.1 ESCOLHA DA AMOSTRA E DOS SUJEITOS .............................................................. 56

3.2 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................. 58

3.3 CATEGORIAS DE ANÁLISE DO CLIMA ORGANIZACIONAL UTILIZADAS

NESTE ESTUDO .............................................................................................................. 58

3.3.1 Imagem institucional .................................................................................................... 60

3.3.2 Relacionamento interpessoal ....................................................................................... 61

3.3.3 Estilo de liderança ........................................................................................................ 63

3.3.4 Satisfação pessoal .......................................................................................................... 64

3.3.5 Comunicação organizacional ....................................................................................... 66

3.3.6 Processo decisório ......................................................................................................... 68

3.3.7 Gestão organizacional .................................................................................................. 70

4 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................... 72

4.1 INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR (IES) PESQUISADA .................................... 72

13

4.2 ANÁLISE DOCUMENTAL DE AVALIAÇÕES DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR (IES) .............................................................................................................. 74

4.2.1 Relatórios da Comissão Própria de Avaliação (CPA) .............................................. 75

4.2.2 Relatório de reconhecimento do curso de direito ...................................................... 77

4.3 ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS .............................................................. 79

4.3.1 Análise das percepções dos informantes-chave ......................................................... 79

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 109

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 112

APÊNDICE A – INSTRUMENTO PARA ENTREVISTA...................................................123

14

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o ensino superior no Brasil tem se caracterizado por uma expansão

crescente no número de instituições, cursos e alunos. A participação da iniciativa privada

nesse processo é significativa, constatando-se que aproximadamente 75% dos alunos estão

matriculados nesse tipo de organização, que em sua grande maioria é composta por pequenas

faculdades.

Essa realidade intensificou a estruturação de processos de credenciamento e

recredenciamento de instituições e de autorizações para o funcionamento de novos cursos por

parte do Ministério da Educação - MEC. Ao longo das duas últimas décadas implantaram-se

procedimentos de regulação com base na avaliação institucional, que configuraram na década

atual o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES.

Por meio desse sistema, o governo procura realizar o monitoramento e a manutenção

da qualidade dos serviços educacionais prestados pelas IES, valendo-se de avaliações externas

e internas desenvolvidas por meio de instrumentos padronizados, e utilizando-se também de

Exames nacionais de desempenho. O sistema defende que os resultados obtidos servem para

que a instituição promova estratégias e ações com base nos dados positivos e negativos

coletados durante esses processos.

Por esse viés, por terem se tornado componentes relevantes na rotina das IES, as

avaliações externas são responsáveis por mudanças nos hábitos institucionais, visto que as

organizações procuram de todas as formas atender aos critérios regulatórios. Ademais, esses

processos podem impactar no clima organizacional das instituições e, por consequência, na

própria gestão.

A preocupação com o ambiente interno nas IES vem despertando a atenção de

estudiosos que estão explorando a influência do comportamento humano para os resultados

institucionais. Diante disso, este estudo se propõe a analisar a prática das avaliações e suas

influências no clima e na gestão organizacional, sendo exequível por meio da rotina da

Faculdade de Belém – FABEL. Onde pode ser destacada a experiência da pesquisadora no

interior da IES, que tem formação em administração de empresas e experiência em funções

como Diretoria Acadêmica e Pesquisadora Institucional.

Esta pesquisa tem um perfil qualitativo e por meio de pesquisa bibliográfica e

documental busca explorar o ambiente avaliativo da educação superior e a importância do

clima institucional para a realidade vivenciada hoje no setor. Ressalta-se que para o

desenvolvimento desta pesquisa, considera-se importante a percepção dos funcionários da

15

faculdade estudada, sob o foco de uma visão interior dos processos de avaliação institucional

e sua repercussão para a comunidade acadêmica - discentes, docentes, técnico-administrativo

e sociedade civil.

1.1 SITUAÇÃO PROBLEMA

As Instituições de Educação Superior Privadas (IES) brasileiras estão imersas em um

ambiente altamente competitivo, no qual a busca por diferenciais tem sido essencial para a sua

sobrevivência. Diante da repercussão dos conceitos do MEC divulgados pela mídia, o fator

avaliação institucional pode ser considerado fundamental na percepção dos “consumidores”

sobre a qualidade de uma IES, e como um dos elementos influentes na escolha para cursá-la.

No Brasil, o Ministério da Educação - MEC, por meio do Instituto Nacional de

Pesquisas Educacionais INEP, coordena o Sistema Nacional de Avaliação da Educação

Superior – SINAES, que é responsável por avaliar o desempenho dos estudantes, dos cursos e

das instituições, por meio de instrumentos avaliativos baseados nas dimensões: didático-

pedagógica, corpo docente e infraestrutura. Uma das principais características desse sistema é

a padronização, o que significa que instituições públicas e privadas, universidades, centros

universitários e faculdades, de pequeno, médio e grande porte, todas são avaliadas da mesma

forma, segundo os mesmos critérios.

Isso desenvolveu na atmosfera do ensino superior brasileiro uma necessidade de

ajustes de todas as IES a esse padrão, criando no ambiente institucional forte isomorfismo.

Uma das consequências disso foi a exigência da profissionalização da gestão das IES privadas

e o surgimento de consultorias especializadas na adequação dessas instituições aos

instrumentos avaliativos. Esses dois processos, ocorrendo de fora para dentro, nem sempre

tem sido acompanhado internamente pelo desenvolvimento de recursos e estratégias

organizacionais adequados.

Um desses recursos é o clima organizacional, que envolve uma conjugação de

diferentes elementos em uma organização como: a cultura, os valores e as crenças coletivas; a

motivação, a percepção e o comprometimento das pessoas, mas, também, imagem, estratégia

e comunicação. Quando não alinhadas corretamente, estas características da IES podem

resultar em um clima de descontentamento representado de várias formas, como: elevado

16

turnover, desânimo dos funcionários e a ocorrência demasiada de conflitos interpessoais e

interdepartamentais (LUZ, 2003).

Estas são algumas circunstâncias que podem ser expostas no período das avaliações.

Por sua relevância, o antes e depois de cada visita das comissões de avaliação são marcados

por ações nem sempre articuladas, e um ambiente tenso que envolve gestores, docentes e

funcionários, submetidos às exigências dos mantenedores quanto ao resultado esperado. Esse

período de tensão provoca ou aflora sentimentos positivos e negativos quanto à postura

institucional e o trabalho em equipe, o que influencia sensivelmente o clima organizacional da

IES, podendo comprometer os resultados avaliativos e a própria gestão.

A partir de uma experiência vivida pela IES em questão, quando foi submetida ao

processo de reconhecimento do Curso de Direito, sendo este momento um processo marcante

para a comunidade acadêmica da IES, oportunizando mobilização institucional, mudanças

estruturais, de comportamento e de funções, que podem ser atribuídas à relevância do

momento, o qual representa o maior número de discentes e docentes no quadro geral da

instituição. E diante da concretude deste estudo, faz-se o seguinte questionamento: de que

forma um processo avaliativo institucional impactou no clima organizacional e quais as

consequências para a gestão da IES?

1.2 OBJETIVOS

O objetivo principal deste trabalho é compreender as influências de um processo de

valiação externa no clima organizacional e suas consequências para a gestão de uma IES. De

modo específico, identificar os fatores mais influentes do/no clima organizacional em um

processo de avaliação de IES privada e analisar quais aspectos da gestão são mais afetados

após um processo de avaliação.

1.3 JUSTIFICATIVA

O conhecimento das relações e percepções das pessoas na atmosfera institucional pode

ser utilizado pela gestão como estratégia para sua sobrevivência no mercado. Para Silva

(2003, p. 131), a avaliação do clima organizacional “é um importante instrumento de

17

levantamento de opiniões e percepções, do qual os dirigentes podem se valer para tentar

conhecer e entender melhor o comportamento dos funcionários dentro das organizações”.

Portanto, dentre os fatores relevantes deste trabalho, estão o conhecimento científico na busca

por compreender o clima e seu papel no âmbito das instituições de ensino superior privadas.

A importância desse estudo se dá pela necessidade das IES em mobilizar recursos

internos, como a administração do seu clima interno, para o atendimento das diretrizes

determinadas pelo Ministério da Educação e dos critérios avaliativos estabelecidos pelo

Instituto Nacional de Pesquisa Anísio Teixeira - INEP. A proposta é de conhecer as

consequências de um processo avaliativo para o clima organizacional de uma instituição e

para a gestão, partindo do pressuposto que as pessoas são responsáveis pela manipulação dos

meios para o alcance dos resultados, e seu comprometimento com o processo depende de uma

gama de fatores institucionais.

Ratifica-se neste cenário, que as instituições de ensino superior privadas no Brasil

estão inseridas em uma atmosfera extremamente competitiva, marcada por uma intensa

cobrança por qualidade. E para ofertar um direito previsto na Constituição Federal do Brasil a

IES precisa atender a inúmeros requisitos, perpassando por processos avaliativos responsáveis

por ponderar as condições em que está promovendo educação. Nesse contexto de avaliações

surgem os conceitos tão massificados e disseminados junto a sociedade como insumo de

estratégias de marketing.

Por conseguinte, as pontuações estabelecidas, ou os índices oriundos destes

julgamentos são trabalhados pelas IES, por meios midiáticos que refletem qualidade e com

isso podem influenciar diretamente na imagem institucional, bem como na sua permanência

no mercado em que está imersa. Diante dessa realidade vivenciada pela iniciativa privada no

âmbito da educação superior, faz-se relevante estudar os efeitos de uma avaliação externa

para subsidiar o planejamento organizacional, traçando ações e práticas adequadas à

conjuntura apresentada.

As experiências vividas pela pesquisadora no ambiente de uma faculdade com

peculiaridades bem distintas, de porte pequeno, localizada na região norte do país e mantida

pela iniciativa privada, estimulou o desenvolvimento de um estudo que fornecesse parâmetros

para que a IES em estudo se consolide no mercado e ofereça uma educação de acordo com as

normas do Ministério da Educação – MEC. Utilizando práticas administrativas eficazes e

eficientes que refletiriam no clima institucional e nos resultados.

18

Ao buscar subsídios para o estudo dos impactos ocasionados por uma avaliação, a

instituição poderá ter elementos para planejar ações melhor estruturadas, por meio do

conhecimento das variáveis mais influentes de/no seu clima organizacional. A relevância da

avaliação pode ser fator preponderante para uma coleta mais realista e veraz quanto aos

reflexos de um processo avaliativo, assim como, servir como fonte para as demais IES na

administração do seu ambiente interno como meio para o alcance das exigências

mercadológicas e regulatórias.

Por conseguinte, este estudo também abordará fundamentação teórica, onde se

discorre sobre Instituições de Ensino Superior - IES - no Brasil, no que tange a realidade do

crescimento de vagas, creditação de IES, regulação do governo sobre as IES privadas e

sistema de avaliação educacional.

Neste segundo capítulo, também será desenvolvida uma explanação acerca da

conceituação de clima organizacional, evidenciada por estudos realizados sobre esta variável,

assim como, sua relação com a cultura, aspectos do clima organizacional, influência no

âmbito das IES, sob o foco de estudos das dimensões, como, imagem institucional,

relacionamento interpessoal, processo decisório, entre outros.

No terceiro capítulo, explora-se de forma mais aprofundada, os aspectos

metodológicos que subsidiam a pesquisa no alcance do seu objetivo, e apresentar-se-á um

quadro analítico para subsidiar a apreciação dos dados coletados. No quarto e último capítulo,

realiza-se a análise dos dados coletados, a partir de um breve histórico da IES pesquisada, por

meio de diagnóstico dos documentos institucionais e das entrevistas, seguido das

considerações finais.

19

2 REFERENCIAL TEÓRICO DO ESTUDO

Neste capítulo se desenvolve a revisão da literatura utilizada para subsidiar este

estudo. Para uma melhor compreensão e orientação, este tópico se encontra estruturado da

seguinte forma: 1- como se configura a avaliação do ensino superior, seus procedimentos e

regulamentação; 2- Instituições de ensino superior no Brasil, com breve histórico de sua

evolução; 3- explanação sobre a forma como se apresenta à gestão de IES privadas; 4- clima

organizacional, e como se apresenta nas instituições educacionais.

2.1 AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

Ao longo das décadas de 80 e 90 do século passado já se iniciava o processo de

construção de um sistema de avaliação da educação superior brasileira, sendo possível

destacar duas propostas significativas: o “Programa de Avaliação da Reforma Universitária

(PARU)” (1983) e o “Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras

(PAIUB)” (1993) (BARREYRO; ROTHEN, 2008). Pode-se afirmar que tais iniciativas foram

determinantes para a construção de uma cultura de avaliação do ensino superior

fundamentada em uma articulação do acadêmico com o administrativo.

O PARU tinha como objetivo “conhecer as condições reais nas quais se realizavam as

atividades de produção e disseminação do conhecimento do sistema de educação superior”

(BARREYRO; ROTHEN, 2008, p. 133). E o documento que constituía o PAIUB atribuía três

objetivos à avaliação: “a) um processo contínuo de aperfeiçoamento do desempenho

acadêmico; b) uma ferramenta para o planejamento e gestão universitária; c) um processo

sistemático de prestação de contas à sociedade” (BRASIL, 1993).

A cultura de avaliação do ensino superior foi criando força e no período de 1995 a

2002, durante os dois mandatos do Presidente Fernando Henrique Cardoso, houve uma

reforma educacional que procurou criar uma nova realidade para a educação superior

brasileira, na qual procedimentos avaliativos tornaram-se centrais. Assim, em 1996 foi

implantado o “Provão”, mecanismo voltado para a avaliação do segmento discente, seguido

de outros meios avaliativos, como: Avaliação das Condições de Ensino – ACE e a Avaliação

para credenciamento das IES privadas, em busca de padronizar a oferta do ensino superior em

níveis de qualidade determinados (POLIDORE, 2006).

20

Neste mesmo período, entrava em vigor a Lei de Diretrizes e Bases da Educação -

LDB. No corpo da Lei foi estabelecido que a União “fica responsável por autorizar,

reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de

educação superior privada e os estabelecimentos do seu sistema de ensino” (BRASIL, 2011).

Dando continuidade à política de avaliação da educação, em 2003, no governo do

Presidente Luis Inácio Lula da Silva, a Medida Provisória nº 147 instituiu o Sistema Nacional

de Avaliação e Progresso do Ensino Superior - SINAPES. No ano seguinte, em 14 de abril de

2004, a Lei nº 10.861 criaria o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

(SINAES). Seus objetivos são:

1- identificar mérito e valor das instituições, áreas, cursos e programas, nas

dimensões de ensino, pesquisa, extensão, gestão e formação; 2- melhorar a

qualidade da educação superior, orientar a expansão da oferta; 3- promover a

responsabilidade social das IES, respeitando a identidade institucional e a

autonomia. Com o compromisso de assegurar o processo nacional de avaliação das

IES, dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes, nos

termos do art. 9°, VI, VIII e IX, da Lei nº 9.394/96-LDB (BRASIL, 2004)

Visando obter uma avaliação precisa das instituições, o SINAES faz uso de uma

diversidade de instrumentos que se complementam para obtenção de resultados reais que

sirvam de suporte para as políticas educacionais. Dentre os instrumentos utilizados há o de

autoavaliação institucional, coordenado por uma Comissão Própria de Avaliação - CPA,

constituído por representantes da comunidade acadêmica - discentes, docentes, técnico-

administrativos e comunidade externa. Este instrumento é responsável por subsidiar a gestão

organizacional e o MEC com dados obtidos em mensurações realizadas periodicamente na

IES, por meio de roteiro padrão, utilizado nacionalmente para orientar como e quais dados

devem ser coletados. Ao final é construído um relatório que será o primeiro instrumento a ser

incorporado à avaliação institucional.

Para a produção das informações coletadas por agentes internos da IES, há

necessidade de organização do processo em etapas. Inicialmente realiza-se a preparação, na

qual ocorre a constituição da Comissão Própria de Avaliação (CPA), o planejamento das

ações e a sensibilização da comunidade acadêmica. Na próxima fase realiza-se o

desenvolvimento das atividades programadas, e posteriormente, ocorre a consolidação das

informações, por meio de relatório final, divulgação e balanço crítico.

O processo de autoavaliação tem como principais objetivos:

21

Produzir conhecimentos, por em questão os sentidos do conjunto de atividades e

finalidades cumpridas pela instituição, identificar as causas dos seus problemas e

deficiências, aumentar a consciência pedagógica e capacidade profissional do corpo

docente e técnico-administrativo, fortalecer as relações de cooperação entre os

diversos atores institucionais, tornar mais efetiva a vinculação da instituição com a

comunidade, julgar acerca da relevância científica e social de suas atividades e

produtos, além de prestar contas à sociedade. (SINAES, 2004)

É possível relacionar estes objetivos com os efeitos da avaliação sobre o clima e a

gestão organizacional. Fazer uma autoavaliação é algo um tanto quanto complexo, podendo

causar desconforto tanto pela identificação de fragilidades, quanto pelo não atendimento das

mesmas, depois de divulgadas à comunidade acadêmica. Ao mesmo tempo, os resultados

avaliativos podem servir de agregador da identidade da IES junto ao seu público interno e

externo, assim como destacar deficiências que venham comprometer a imagem da instituição

à sociedade.

Outro instrumento é a avaliação externa, realizada por pessoas da comunidade externa,

profissionais de outros estabelecimentos públicos ou privados, com conhecimento

considerável sobre instituições universitárias, que se inscrevem junto ao INEP, são

selecionados e treinados para realizar uma avaliação veraz e ética, in loco, das IES. É quando

ocorre a “apreciação de especialistas externos à instituição, mediante análises documentais,

visitas in loco, interlocução com membros dos diferentes segmentos da IES e da comunidade

local ou regional” (SINAES, 2004).

O Decreto nº 6.425, de 4 de abril de 2008, deliberou sobre o CENSO da educação,

realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

(INEP), com periodicidade anual. Com perfil independente e com alto valor informativo para

todos os interessados, governo e sociedade em geral. Em espaço próprio, via sistema

eletrônico, é feita a alimentação de dados recolhidos sobre assuntos diversos como,

financeiro, biblioteca, equipe técnico-administrativo, corpo docente, cursos e alunos para fins

de composição de indicadores educacionais.

O quarto instrumento é o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – ENADE.

Ocorre todos os anos, obedecendo um calendário trienal para cada, de acordo com sua área de

conhecimento. É responsável por “aferir o desempenho dos estudantes em relação aos

conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de

graduação, e as habilidades e competências adquiridas em sua formação” (MEC, 2007, s/n.).

22

Por meio dos dados coletados nestes instrumentos, são estruturados os critérios a

serem avaliados e considerados quando da avaliação das instituições de ensino. Resultados

mais recentes demonstram que as instituições públicas se mantêm com bons desempenhos, e

as privadas precisam de um monitoramento mais eficaz por apresentar muitos casos com

rendimentos abaixo da média (CENSO, 2010). Dentre os principais pontos fracos detectados

estão à ausência de planos de carreira, baixa participação dos professores nos colegiados e

distorções no regime de trabalho docente. Àquelas que não alcançam média entre 3 e 5, em

uma escala de 1 a 5, são orientadas a entrar com processo para solicitação de visita in loco de

comissão do Instituto de Pesquisa Anísio Teixeira (INEP), para observar e diagnosticar sua

realidade, detectando os fatores que comprometem seus resultados.

Para a constituição de uma Instituição de Ensino Superior – IES, o procedimento

inicial é a entrada com processo de credenciamento institucional. Para tanto, é primordial o

atendimento das necessidades básicas de oferta dos serviços evidenciadas por meio de

documentos institucionais como o Projeto Pedagógico Institucional (PPI), o Plano de

Desenvolvimento Institucional (PDI) e seu Regimento, momento em que ocorre a primeira

avaliação. Ao longo de sua existência a IES passa por outros processos avaliativos de controle

e acompanhamento do compromisso assumido inicialmente nesses documentos, são as

avaliações para recredenciamento e renovação. Estes processos podem ser considerados os

mais importantes, pois abrangem toda a instituição, e são responsáveis pela sua permanência

no mercado.

No Brasil, alguns gestores de instituições privadas questionam a forma e os

instrumentos das avaliações, tecendo críticas em alguns pontos, como a não relevância de

especificidades regionais, a falta de compromisso dos estudantes com o resultado do ENADE,

e a utilização de instrumentos que balizam todas as IES (ARAGÃO, 2012, p.52).

Para avaliar os cursos de graduação presenciais e a distância o INEP/MEC dispõe de

instrumento para subsidiar os atos autorizativos, de renovação de cursos e recredenciamento

da IES, este se dividi em 3 dimensões: organização didático-pedagógica, corpo docente e

infraestrutura, apresentados de forma resumida a seguir:

23

Quadro 01: Dimensões do Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação presencial e a distância.

DIMENSÕES

Organização Didático-

Pedagógica

Corpo Docente Infraestrutura

É avaliada por meio da

análise dos indicadores:

contexto educacional,

políticas institucionais no

âmbito do curso, objetivo do

curso, perfil profissional do

egresso, estrutura curricular,

conteúdos curriculares,

metodologia, estágio

curricular supervisionado,

atividades complementares,

trabalho de conclusão de

curso, apoio ao discente,

ações decorrentes dos

processos de avaliação do

curso, tecnologias de

informação e comunicação

no processo ensino-

aprendizagem, material

didático institucional,

procedimentos de avaliação

dos processos de ensino

aprendizagem e número de

vagas.

Nesta dimensão são

considerados os indicadores:

atuação no Núcleo Docente

Estruturante – NDE, atuação

do coordenador, experiência

profissional, de magistério

superior e de gestão

acadêmico do (a)

coordenador (a), regime de

trabalho do (a) coordenador

(a) do curso, carga horária de

coordenação de curso,

titulação do corpo docente do

curso, regime de trabalho do

corpo docente do curso,

experiência profissional do

corpo docente, experiência de

magistério superior do corpo

docente, funcionamento do

colegiado de curso, produção

científica, cultural, artística

ou tecnológica.

Os indicadores analisados são

a existência e aspecto dos

gabinetes de trabalho para

professores de tempo integral,

espaço de trabalho para

coordenação do curso e

serviços acadêmicos, sala de

professores, salas de aula,

acesso dos alunos a

equipamentos de informática,

bibliografia básica,

bibliografia complementar, e

periódicos especializados.

Fonte: MEC (2012), adaptado pela autora.

Destacam também que por provocarem mudanças consideráveis nas rotinas

institucionais influenciando as pessoas e o clima organizacional, a postura reguladora e a

valoração das ponderações acabam por gerar mudanças conflituosas no interior das IES, que

na busca por adequar, adaptar e corresponder aos requisitos, acabam por promover uma

instabilidade no ambiente acadêmico e administrativo:

O temor de uma retaliação regulatória fez com que inúmeras instituições

transformassem aquilo que seria fértil momento de autoconhecimento num

procedimento superficial e burocrático – um procedimento que, muitas vezes, serviu

apenas para ocultar os verdadeiros pontos fracos da instituição (ABMES, 2012,

p.208).

A Lei do SINAES (10.861/2004) tem por finalidade a melhoria da qualidade da

educação superior por meio do respeito a diferenças e diversidade, da afirmação da autonomia

e da identidade institucional. Porém, ao analisar os instrumentos utilizados para avaliar as IES

24

privadas e públicas, se identifica uma generalidade que se confronta com a orientação da

norma. Que ao reger os procedimentos de controle da educação reza por uma postura de

respeito e reconhecimento das desigualdades e peculiaridades, o que na prática não há como

ser exercido, se os critérios instituídos forem executados na íntegra.

Inserida nessa discussão, a ABMES (2012), destaca a inexistência de dispositivo que

permita a diferenciação no processo de avaliação, sem respeitar a organização acadêmica da

instituição, pois os instrumentos de avaliação in loco não preveem tais peculiaridades. “Todos

são avaliados com a mesma régua, independente de sua missão e de seu papel no sistema

nacional de educação superior” (ABMES, 2012).

Segundo a Resolução nº 7 de 28 de novembro de 2008, em seu art. 1º,

Só serão credenciadas e recredenciadas pelo Ministério da Educação instituições de

educação superior cujas denominações adotadas expressem com legitimidade a

organização acadêmica, a missão e os objetivos da mantida, conforme estabelecidos

em seu Plano de Desenvolvimento Institucional, Projeto Pedagógico Institucional,

Estatuto e Regimento.

Toda IES é composta de cursos de graduação, e estes também passam por processos

que autorizam seu funcionamento e posteriormente reconhecem a sua permanência no

mercado. Para tanto, a instituição assume compromissos expostos em documentos

institucionais como o Projeto Pedagógico Institucional – PPI, documento de grande relevância

por assegurar o cumprimento de suas políticas e ações. Muito mais que um documento

técnico-burocrático “é um instrumento político, filosófico e teórico-metodológico que define

diretrizes para as práticas acadêmicas e administrativas das Instituições de Ensino Superior”

(OLIVEIRA, 2011, p. 2). Traça os passos a serem dados pela IES para o alcance de seus

objetivos e metas.

Para complementar o previsto no PPI, cada curso possui seu projeto próprio que

abrange todas as práticas definidas, obedecendo sempre ao determinado pelas diretrizes

nacionais. O objetivo do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) é orientar as ações dos

profissionais envolvidos com o curso para o atendimento ao que está pré-estabelecido no

Plano de Desenvolvimento Institucional, sustentado pela missão da instituição. Neste

documento é trabalhado o perfil institucional, com inserção regional, finalidades, diretrizes

pedagógicas, missão, e principalmente, o planejamento e gestão institucional. São

estabelecidos objetivos, metas, estrutura organizacional, gestão de pessoal, organização

25

didático-pedagógica, oferta de cursos, políticas e programas de pesquisa e extensão, além de

infraestrutura física e acadêmica e aspectos financeiros e orçamentários.

Os documentos mencionados acima servem de base nos processos avaliativos para

análise das circunstâncias em que está sendo praticado o exposto neles. Devem estar em

condições acessíveis à comunidade acadêmica no espaço da IES, e são disponibilizados no

sistema do Ministério da Educação. No momento das visitas in loco compõem todo o

arcabouço documental que deve estar exposto para análise dos profissionais designados.

Estes, de posse do instrumento em vigência, fazem um comparativo entre o praticado e o

exigido, para com isso ter uma ponderação final. Ressalta-se que o MEC e INEP estão

intensificando os critérios a serem avaliados referentes às visitas in loco, além da criação e

utilização de índices voltados a avaliar os cursos e instituições sem a necessidade de visitas.

Os índices mencionados acima são: o Conceito Preliminar de Curso (CPC), calculado

para cada curso, combinando diversas medidas que identifiquem seu desempenho, como:

informações de infraestrutura, e instalações físicas, recursos didático-pedagógicos e corpo

docente, e ENADE (Cálculo do Conceito Preliminar de Curso, INEP) e o Índice Geral de

Cursos (IGC), média ponderada dos conceitos dos cursos de graduação e pós-graduação da

IES. Mecanismo a ser utilizado como referencial orientador das comissões de avaliação

institucional. Os índices obedecem uma escala de 0 a 5, onde o resultado positivo fica entre 3

e 5, e coloca a instituição numa situação confortável até o próximo ciclo avaliativo.

Como se pode perceber, o MEC, com o objetivo de redução das visitas in loco, seja

pela justificativa dos custos gerados ou pelo volume e consequente inexistência de

profissionais capacitados para realização das mesmas, cria mecanismos que futuramente

substituirão o contato físico das avaliações por procedimentos realizados à distância por meio

de sistemas, formulários e cadastros.

Essas novas propostas avaliativas ainda são muito questionadas pelos estudiosos da

educação superior. Rodrigo Capelato (ABMES, 2012), diretor executivo do Sindicato das

Entidades Mantenedoras do Ensino Superior do Estado de São Paulo - SEMESP, aponta

distorções e equívocos dos indicadores que a seu olhar extrapolaram a finalidade inicial e se

transformaram em referência de qualidade para a sociedade, pois não há parâmetros claros

que definam se um curso é bom ou ruim. Em simulação realizada pela ABMES, como fonte

para tal questionamento, foi detectado que o mesmo percentual de doutores avaliados com

nota 4 em um curso pode ser conceito 2 em outro, localizado na mesma cidade (ABMES,

2012).

26

Podemos considerar que as IES se encontram numa transição de posturas, onde veem

os indicadores como uma ferramenta influente de marketing e ainda se orientam pelas ações

necessárias de preparação para visitas in loco. Como ao final de 2012 concluiu-se o primeiro

ciclo avaliativo dentro dessa nova orientação, ainda não há um real entendimento do papel dos

indicadores e quais as orientações a serem tomadas para o atendimento dessa proposta

avaliativa. Enquanto isso, as instituições privadas ainda vivenciam reflexos da possibilidade

de ocorrência de visitas in loco para manutenção e crescimento de suas vagas.

Por conseguinte, abordar-se-á aspectos diretamente relacionados ao clima e a gestão

organizacional.

2.2 GESTÃO DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADA

No cenário de uma retrospectiva histórica da educação superior no Brasil há que se

destacar a influência inicial da nobreza no período 1500 a 1800, onde a elite procurava as

instituições europeias em busca de formação profissional, sinalizando a importância do estudo

para o desenvolvimento dos quadros públicos. Com isso, as primeiras escolas de ensino

superior do Brasil somente foram fundadas em 1808, com a chegada da família real. Até a

proclamação da República, em 1889, o desenvolvimento da educação superior brasileira se

deu muito lentamente e nem mesmo “a independência política de 1822 causou efeitos

transformadores” (MARTINS, 2002, p.1).

Esse atraso na implantação do ensino superior pode ser constatado no fato de somente

em 1920 ter sido fundada a primeira universidade brasileira, a Universidade do Rio de

Janeiro, a qual seguia os moldes internacionais. O número reduzido de estabelecimentos de

ensino superior no Brasil no final do século XIX acarretou no surgimento da iniciativa

privada (MARTINS, 2002, p. 1). A partir deste início seguiu-se uma sequência de momentos

que marcaram a evolução do ensino superior no Brasil.

Dentre esses acontecimentos, podemos destacar a discussão acerca da função das

universidades, que além de questões políticas, passa a se destacar pelo seu papel junto à

sociedade. Esse debate contribuiu para uma reforma educacional realizada por Getúlio

Vargas, em 1931, marcada por algumas questões, dentro as quais é possível citar; a

regulamentação e funcionamento de universidades, assim como a cobrança de anuidade, já

que o ensino público não era gratuito (MARTINS, 2002, p. 2)..

27

Em 1968, estudantes brasileiros lutavam pela restauração da democracia e

pressionavam o governo militar por uma reestruturação e expansão do ensino superior. Neste

período se deu a reforma universitária de 1968 (MARTINS, 2009, p. 19), responsável por

consideráveis inovações no meio, fato que não ocorreu na década seguinte:

Após experimentar um forte impulso expansionista durante os anos 70, na década

seguinte passou por um período de franco arrefecimento, chegando quase a uma

situação de estagnação do número de matrículas na graduação (MARTINS, 2000, p.

41).

Na década de 90, embora os três primeiros anos tenham permanecido com índices de

matrícula em decréscimo, pode-se considerar que o período ficou marcado por dois aspectos:

o crescimento da população de estudantes no ensino superior, consequência do aumento de

vagas e no número de instituições; e a preocupação dos governos em estabelecer padrões de

qualidade em todo o território, resultando no início do desenvolvimento de um sistema de

avaliação nacional.

Diante dessa conjuntura, um comparativo de dados dos Censos de 1991 a 2007,

realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisa e Estatística Anísio Teixeira (INEP) destaca a

ocorrência de uma evolução do número de matrículas no primeiro semestre em todo o Brasil.

Constatava-se que em 1991 estavam matriculados 1.565.056 de alunos e em 2007, 4.880.381

matrículas. Esses dados demonstram a intensificação da acessibilidade do brasileiro ao ensino

superior, em parte pelo crescimento do setor privado, em razão de políticas públicas de

financiamento (FIES) e de isenção de impostos (PROUNI).

Segundo a Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), em

sua publicação anual “Números do Ensino Superior Privado no Brasil”, baseada nos dados do

INEP/MEC do ano base 2011, divulgou que o ensino superior continua em processo de

expansão com uma redução no crescimento do número de instituições, principalmente em

2007 e 2011, com a união de faculdades em centros universitários. Dentre as informações

estão o quantitativo de matrículas nas instituições privadas, em valor absoluto cresceu mais do

que nas IES públicas, embora a demanda das privadas ainda seja inferior à demanda das

instituições públicas. Segundo Gabriel Mário Rodrigues, presidente da ABMES, os dados

publicados servem para que seja reconhecido o importante papel desempenhado pelo ensino

superior privado na construção de recursos humanos para suprir as necessidades do Brasil.

28

Além do aspecto crescimento, a temática do estudo exige localizar na estrutura do

sistema educacional brasileiro as IES privadas. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação (LDB) (BRASIL, 2011), a educação nacional está subdividida em dois níveis: a

educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; e a

educação superior. É organizada nos sistemas de ensino da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios. O sistema federal de ensino abrange: as instituições de ensino

mantidas pela União; as instituições de educação superior, criadas e mantidas pela iniciativa

privada e; órgãos federais de educação.

Na contemporaneidade, outra temática em evidência no ensino superior brasileiro é o

questionamento sobre a sua qualidade. Como toda organização, o setor responsável por

oferecer serviços educacionais precisa olhar e concentrar esforços em fatores que contornam

os processos administrativos na busca de qualidade e do atendimento das condições previstas

para sustentabilidade da IES no mercado. O documento orientador das Comissões de

Avaliação in loco destaca que a avaliação desempenha um papel fundamental no sentido de

induzir ações para garantir, não somente a expansão, mas também a qualidade da educação

superior no País.

Alguns autores afirmam que o aumento no número de unidades e na acessibilidade ao

ensino superior por milhares de pessoas não tiveram o acompanhamento da qualidade na

mesma proporção (SOBRINHO, 2008). Diante desta nova conjuntura o governo se viu

obrigado a reestruturar os mecanismos de monitoramento da qualidade educacional. Para

tanto, estruturou o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), que faz

uso de instrumentos avaliativos constituídos por critérios definidos como essenciais para uma

IES atender ao padrão de qualidade exigido. Periodicamente, em ciclos de 3 anos, o MEC faz

um entrelaçamento de dados e disponibiliza uma ponderação dos atributos das instituições, de

acordo com a permanência, ou não, do respeito ao compromisso assumido. Ressalta-se que

essa questão será aprofundada na seção sobre a avaliação do ensino superior no Brasil.

A “Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: visão e ação”,

oriunda da Conferência Mundial sobre Educação Superior (UNESCO, 1998), define que a

qualidade no âmbito educacional passa por um entendimento de conceito multidimensional,

onde envolve todas as funções e atividades: ensino, programas acadêmicos, pesquisa, fomento

da ciência e ambiente acadêmico em geral. Na década de 90 o mundo já pensava nas

instituições de ensino como organizações que necessitam de uma proposta administrativa

inteligente, que vise políticas internas de atendimento à comunidade acadêmica, mecanismos

29

eficazes para a prática educacional e uma infraestrutura que dê suporte a formação de

profissionais qualificados, aptos a atender ao mercado de trabalho.

Dentre as políticas internas envolvidas nesse contexto, estão as de extensão, pesquisa,

recursos humanos e de atendimento ao corpo docente. Para dar suporte às demandas

pedagógicas, uma infraestrutura com recursos tecnológicos, laboratórios e bibliotecas bem

estruturadas. E para compor a instituição, um corpo técnico-administrativo e docentes

envolvidos em projetos, práticas e atividades de capacitação que promovam a qualificação dos

mesmos.

Para subsidiar a gestão das IES quanto aos meios para atingir a excelência, a

Declaração contém missões e funções da educação superior que servem de base para as

instituições nacionais e internacionais promoverem um avanço no ensino superior, dentre

estas (UNESCO, 1998, p. 2):

I – Missão de educar, formar e realizar pesquisas;

II - Função ética, autonomia, responsabilidade e função preventiva;

III - Igualdade de acesso;

IV - Fortalecimento da participação e promoção do acesso das mulheres;

V - Promoção do saber mediante a pesquisa na ciência, na arte e nas ciências

humanas e a divulgação de seus resultados;

VI - Orientação de longo prazo baseada na relevância da educação superior;

VII - Reforçar a cooperação com o mundo do trabalho, analisar e prevenir as

necessidades da sociedade;

VIII - Diversificação como forma de ampliar a igualdade de oportunidades;

XI - Aproximações educacionais inovadoras: pensamento crítico e criatividade;

X - Pessoal de educação superior e estudantes como agentes principais;

XI - Avaliação da qualidade;

XII – O potencial e o desafio de tecnologia;

XIII – Reforçar a gestão e o financiamento da educação superior;

XIV – O financiamento da educação superior como serviço público;

XV – Compartilhar conhecimentos teóricos e práticos entre países e continentes;

XVI - Da “perda de quadros” ao “ganho de talentos” científicos;

XVII - Parcerias e alianças.

O documento abrange todos os pontos que devem alicerçar a administração das IES. A

proposta da UNESCO e de outros pesquisadores (FERRER, 1999) reforça a tese de que

pensar em qualidade no ensino superior implica que os gestores possuam visão holística da

30

IES, na qual se integram processos de produção, difusão e transformação do conhecimento, a

formação cidadã e profissional de pessoas e proposição de alternativas à realidade social

envolvente.

A preocupação em ajustar e intensificar o controle das condições em que o ensino

superior está sendo praticado pode ser atribuída a uma tendência relacionada ao

distanciamento das IES do seu objetivo principal. Tal realidade se dá devido a uma das

consequências da globalização no setor educacional, “a transformação da educação em objeto

do interesse do grande capital, ocasionando uma crescente comercialização do setor”

(OLIVEIRA, 2009, p. 740). Uma maior viabilidade no que tange a oportunidades e

rendimento alto atraiu empresários que passaram a ver nesse mercado uma alternativa

lucrativa.

Oliveira (2009) comenta em seu artigo, “Transformação da educação em mercadoria

no Brasil”, a intensificação da liberdade de trânsito vivenciada pelo capital financeiro e o

distanciamento dos objetivos educacionais nesses novos empreendimentos:

Na medida em que as tentativas de limitar sua expansão, pela via da

regulação ou restrições legais, me parecem fadadas ao fracasso, ainda que

devam ser implementadas como forma de preservar condições mínimas de

funcionamento que não corrompam e desmoralizem completamente a

natureza da atividade educativa na sociedade [...]. (OLIVEIRA, 2009, p.

754).

Diante da proposta de melhoria na qualidade educacional as IES realmente

comprometidas com a educação estão em busca de alternativas que fortaleçam seus objetivos

de oferecer um ensino bem conceituado e exercer seu compromisso com eficiência junto à

sociedade, uma vez que a concorrência está fortemente presente e deve ser considerada não

como ameaça, mas sim, motivadora de mudanças internas que visem novas metas. Porém,

constata-se que há instituições que possuem visão limitada do processo, cumprindo apenas o

necessário para atender aos critérios avaliativos e manter um mínimo de qualidade.

Para Brito e Jiménez (2009), o objetivo principal de toda instituição deve ser a oferta

de produto ou serviço de qualidade. Para tanto, a gestão da IES tem um papel fundamental e

precisa trabalhar em prol de criar condições para o atendimento das exigências feitas pelo

cliente e pelos órgãos reguladores, assunto a ser abordado a seguir.

31

As instituições de ensino superior brasileiras estão dispostas em duas categorias

administrativas: a) públicas - assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e

administradas pelo Poder Público; e b) privadas - assim entendidas as mantidas e

administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. As IES privadas assumem a

responsabilidade, juntamente com o Estado, em oferecer educação de qualidade aos cidadãos

brasileiros.

A responsabilidade do ensino é permitida à categoria privada desde que obedecidas as

condições previstas no art. 209 da Constituição Federal, que afirma: “o ensino é livre à

iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: I – cumprimento das normas gerais da

educação nacional; II – autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público” (BRASIL,

1988). Para se atender a tais exigências as instituições são motivadas a assumir uma postura

coordenada por um modelo de gestão que absorva as demandas pedagógicas, estruturais,

administrativas e financeiras.

A busca pela qualidade está exigindo maior esforço da gestão das instituições, que

necessitam buscar novos instrumentos que auxiliem na busca pela qualidade, a qual é

possível, benéfica e necessária para as instituições de ensino (RIZZATTI, 2002). Nesse

contexto, as avaliações servem para subsidiar a administração em seu planejamento e

processo decisório, com a identificação de forças e fraquezas que possam orientar a gestão

organizacional. “Avaliação institucional é compreendida como um processo sistemático de

reflexão, acompanhamento e aperfeiçoamento das atividades acadêmicas administrativas da

universidade destinada a aprimorar o cumprimento de sua missão” (RIZZATTI, 2002, p. 125).

Nesse momento, a IES tem um feedback de suas práticas para o atendimento de suas

obrigações.

Para atender com excelência a seu propósito junto à sociedade a instituição deve

implantar uma gestão que considere os aspectos norteadores da educação e tenha flexibilidade

para se adequar às exigências, pois a forma como será administrada determinará seu

desempenho nos processos avaliativos e refletirá na imagem institucional, no

desenvolvimento das estratégias e no alcance de seus objetivos. Nesse contexto, podemos

destacar a posição das IES privadas que necessitam de orientação e coordenação para

obedecer a sua missão e compromisso com a educação.

Quando se aborda sobre a gestão da IES privada há necessidade de entender estas

instituições como organizações educacionais, mas também como empresas que precisam

sobreviver em um mercado competitivo. Nesse sentido, deve haver uma integração de

32

objetivos, no qual o atendimento a aspectos como organização didático-pedagógica, corpo

docente e infraestrutura esteja associado a um planejamento econômico que possibilite a

oferta de educação de qualidade com segurança e responsabilidade.

O aspecto organizacional e a gestão devem ser destacados. O trabalho em conjunto, a

sinergia de grupo, mais do que a soma de trabalhos individuais, representam o surgimento das

organizações, e com elas a necessidade de geri-las (LISBOA, 2004). A gestão aparece como

forma de administrar as ações e práticas organizacionais em prol de uma ordem necessária.

Cada organização utiliza o modelo que mais se aplica ao seu perfil e aos objetivos propostos.

No processo de gestão deve haver uma compreensão das funções de planejar,

organizar, dirigir, controlar e avaliar as atividades e os recursos de uma organização de forma

inteligente (SILVA; SANTOS, 2012). Segundo Tenório (2009, p. 17), “gerenciar é a ação de

estabelecer ou interpretar objetivos e de alocar recursos para atingir uma finalidade

previamente determinada”. A prática de gerir é subsidiada por um gama de ações que

viabilizam o funcionamento das organizações na busca de atender a seus propósitos. E para

tanto, é importante a escolha do modelo mais eficaz e eficiente.

Por outro lado, o ato de administrar está associado a uma estrutura institucional, que

por meio de regras, valores e normas define as exigências que devem ser alcançadas para

permanecer no campo. De acordo com o seu ramo de atuação a empresa é posicionada em um

grupo específico, e geralmente possui um órgão regulador e fiscalizador responsável por seu

monitoramento. Logo, ao falar de uma instituição de ensino superior a que ser lembrada a

existência do Ministério da Educação (MEC), órgão maior, responsável pelo monitoramento

da qualidade na educação brasileira.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) dispõe sobre a legislação a ser

obedecida pelas instituições de ensino, as quais possuem autonomia administrativa e utilizam

o modelo de gestão que mais se aplica a sua realidade. Algumas empregam uma

administração mais centralizada, outras praticam o tipo participativo. A definição depende

muito da origem da IES, se é oriunda de outra mais antiga e com uma estrutura consolidada,

ou nasceu de uma sociedade entre um grupo de empresários, ou ainda, é origem de um

empreendimento familiar. Independente do perfil da instituição é importante reconhecer que a

maneira como será gerida pode influenciar diretamente na qualidade do ensino e nos

resultados avaliativos.

Em seu modelo de gestão a IES deve prever atualmente, políticas de atendimento às

demandas oriundas dos mecanismos de avaliação do ensino superior. O Decreto nº 5773 de

33

2006 dispõe sobre as atuações da regulação, supervisão e avaliação de instituições de

educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de

ensino, prevendo que:

- regulação será realizada por meio de atos administrativos autorizativos do

funcionamento de IES e de cursos de graduação e sequenciais;

- supervisão será realizada a fim de zelar pela conformidade da oferta de educação

superior no sistema federal de ensino com a legislação aplicável;

- avaliação realizada pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior –

SINAES constituirá referencial básico para os processos de regulação e supervisão

da educação superior, a fim de promover a melhoria de sua qualidade (BRASIL,

2006).

Para o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação são responsáveis

órgãos executivos do MEC, como: Gabinete do Ministro, SESU, SETEC e SEED, além do

CNE, INEP e CONAES. As instituições de ensino superior são orientadas pela legislação

educacional brasileira, onde no art. 43 da LDB estão previstas a finalidade do ensino superior:

I - Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do

pensamento reflexivo;

II – formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção

em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade

brasileira, e colaborar na sua formação contínua;

III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao

desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e,

desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;

IV – promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que

constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de

publicações ou de outras formas de comunicação;

V – suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e

possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão

sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de

cada geração;

VI – estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, locais e regionais,

prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de

reciprocidade;

VII – promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão

das conquistas e benefícios da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica

geradas na instituição (BRASIL, 2011).

Todas as IES devem trabalhar com este intuito independente de sua espécie

(universidade, centro universitário, centro federal de educação tecnológica, faculdade

integrada, faculdade, instituto ou escola superior) e de sua origem privada ou pública. É certo

34

que para atender a essas determinações, as instituições privadas acabam por sofrer maiores

questionamentos da sociedade, que por pagar diretamente para obter os serviços se coloca

numa posição de cobrança. Logo, para administrar tal situação os gestores necessitam se

utilizar de políticas orçamentárias que preveem as demandas mais exigidas, sem fugir da sua

realidade financeira prevista nos instrumentos avaliativos.

A maneira como a gestão da IES será conduzida pode ser fator preponderante para o

atendimento das demandas legais. Percebe-se a existência de tipos específicos de modelos

organizacionais, nos quais são evidenciadas as formas de relacionamento entre gestores e as

pessoas e os processos de tomada de decisão.

Os modelos organizacionais do tipo burocrático-profissional, adhocracia, político,

colegial e de anarquia organizada, direcionam as lentes das análises para aspectos

internos à organização, com destaque para as configurações estruturais e para a

forma como acontecem os processos decisórios na universidade. (PALÁCIOS, 2011,

p. 10).

O gestor de uma instituição de ensino precisa aplicar um modelo administrativo bem

estruturado e sensível aos propósitos da educação. Por exemplo, quando o MEC orienta às

instituições implantarem colegiados de curso, comissão de avaliação com representantes da

comunidade acadêmica e núcleos docentes estruturantes é possível entender que defende uma

gestão participativa que proporcione uma visão democrática e integrada da organização.

Mas, essa orientação ainda é rara de se constatar na prática. “Nas universidades, têm-

se encontrado, com raras exceções, processos dominantes de hierarquização e de

burocratização” (WANDERLEY, 1999), o que pode prejudicar seu desenvolvimento, bem

como a saúde dos docentes (MARQUEZE; MORENO, 2009, p. 76). Muitas vezes, o excesso

de burocracia nas IES privadas é responsável por dificultar o andamento dos processos e

prejudicar a execução das ações necessárias para o atendimento das demandas. A

hierarquização exacerbada decorre em atraso e conflitos que prejudicam um posicionamento

rápido e eficaz muitas vezes exigido para uma resposta rápida. Num modelo administrativo

burocrático as pessoas ficam limitadas, presas a uma hierarquia de cargos e os indivíduos são

nivelados por suas competências, o que decorre num espírito de impessoalidade prejudicial às

organizações, que precisam de seus funcionários motivados e comprometidos.

As IES precisam entender o papel de cada componente de sua comunidade, e assim

lhe atribuir a participação devida e necessária para subsidiar os gestores na administração.

Para Colombo (2010), os profissionais das instituições de ensino são responsáveis não

35

somente por implantar os planos emanados pela alta administração, mas também por apontar

e ajudar a construir estratégias emergentes. Nas instituições públicas aspectos como

autonomia, democracia e participação são características culturais. No entanto, nas IES

privadas, essas características podem ocorrer parcialmente ou inexistir devido a seu perfil

administrativo, com uma estrutura hierárquica tendendo a centralização.

As propostas regulatórias defendem a participação efetiva de todos os componentes da

comunidade acadêmica, composta por docentes, discentes, corpo técnico-administrativo e

comunidade externa, por meio da existência de colegiados, conselhos, comissões e núcleos.

Os instrumentos que apresentam as regras a serem seguidas pelas IES determinam a

existência de representatividade dentro das instituições, as quais precisam, por exemplo,

disponibilizar certa autonomia aos seus docentes, seja por meio do Colegiado de Curso ou do

Núcleo Docente Estruturante (NDE), para que estes possam manter-se motivados e assim

contribuir para o planejamento organizacional.

Com esta orientação o MEC está fazendo referência à importância dos educadores ao

desenvolvimento efetivo do papel da instituição. “Para continuar no mercado as IES não

podem deixar de se preocupar com os docentes, atores importantes no processo de

manutenção de alunos” (SANTOS, 2011, p. 3). A existência de um corpo de profissionais

qualificados e competente é destacada pelo MEC como um dos itens a ser utilizado na

ponderação da efetividade dos serviços educacionais. Esta é somente uma das demandas a

serem trabalhadas no interior da instituição e que a gestão não pode desconsiderar.

Em razão das exigências regulamentares do MEC/INEP, as instituições de ensino

superior estão criando meios para trabalhar com eficiência as informações necessárias para

atender aos instrumentos e formulários no período pré-avaliativo e durante o processo, para

tanto algumas instituições estão investindo em práticas da gestão da informação. Essa seria

uma alternativa inteligente de antecipação, manuseio e utilização do conhecimento para a

eficácia da organização junto às exigências. Davenport e Prusak (1998, p. 173) definem a

gestão da informação como “um conjunto estruturado de atividades que incluem o modo

como as empresas obtêm, distribuem e usam a informação.”

E para que essa gestão atenda o objetivo proposto é necessário um sistema de

informação que segundo Laudon e Laudon (1999, p. 4) seja constituído por:

Um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar,

recuperar, processar, armazenar e distribuir informação com a finalidade de facilitar

36

o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em

empresas e outras organizações.

Recursos como estes são buscados pelas IES privadas para subsidiar sua gestão, e

driblar a concorrência na antecipação e atendimento das requisições. Além de poder atender

as exigências regulatórias com maior eficiência e eficácia.

Assim como conhecer os requisitos referentes aos modelos organizacionais, à gestão

de pessoas e à gestão eficiente das informações são essenciais para sua administração, as IES

precisam compreender os arranjos pedagógicos e administrativos que subsidiam a avaliação

do ensino superior brasileiro.

2.3 CLIMA ORGANIZACIONAL

A palavra clima originou-se do grego Klimae e significa tendência ou inclinação. Por

sua característica temporal, o clima organizacional deve ser gerenciado pela organização em

busca de aspectos positivos que beneficiem tanto os seus objetivos quanto de seus indivíduos.

Os estudos iniciais sobre clima organizacional surgiram nos Estados Unidos, no início

dos anos 60, com os trabalhos de Forehand e Gilmer sobre comportamento organizacional,

dentro de um grande movimento da administração chamado de comportamentalismo

(RIZZATTI, 2002). Este movimento, segundo o autor, buscou formas de combinar a

humanização do trabalho com as melhorias na produção, pesquisando, principalmente na

psicologia, as ferramentas necessárias para alcançar esse objetivo.

As organizações contemporâneas apresentam uma preocupação com a modernidade,

competitividade e produtividade, o que decorre em uma necessidade de conhecer fatores que

influenciam positivamente ou negativamente o desempenho humano (SILVA, 2003).

Administrar forças internas no ambiente organizacional seria uma alternativa inteligente para

corresponder às perspectivas do mercado. Desse contexto de fatores organizacionais, podem

fazer parte a estrutura, imagem institucional, postura dos gestores, comunicação interna,

motivação e satisfação, importantes influenciadores do clima organizacional. Que se

trabalhados com excelência, poderiam constituir uma proposta para posicionar a organização

de forma confortável frente às tendências e demandas imediatas.

Olhar as pessoas nas organizações como força imprescindível para o atendimento dos

critérios exigidos pode ser uma destas tendências atuais, pois é visível a importância do papel

37

dos indivíduos na busca de objetivos organizacionais. Prahalad e Hamel (1990) afirmam que

as competências essenciais não estão somente vinculadas à tecnologia e podem estar em

qualquer função administrativa, no entanto, para desenvolvê-las, a organização necessita de

um processo sistemático de aprendizagem e inovação organizacional. (FLEURY; FLEURY,

2003). Os indivíduos desenvolvem habilidades e conhecimentos que incentivados pela

organização irão somar aos recursos estruturais oferecidos.

“Competências essenciais organizacionais são aquelas que conferem vantagem

competitiva, geram valor distintivo percebido pelos clientes e são difíceis de serem imitadas

pela concorrência” (BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001, p. 10). São características específicas

da organização, que fazem a diferença no mercado em que está inserida. Por sua importância,

é válido incentivar o desenvolvimento destas competências para uma maior valorização e

aproveitamento dos potenciais em busca do atendimento de objetivos individuais e gerais.

Segundo Costa e Schetinger (2012, p. 23) “o gestor não deve limitar as pessoas a

cumprir ordens, mas sim, deve dar oportunidades de participação, incentivando ideias fazendo

com que se sintam parte da organização”. O reconhecimento da importância das pessoas

como recursos essenciais pode ser o ponto de partida para uma organização que vive o

presente pensando o futuro. As inovações tecnológicas ou qualquer outro recurso se tornam

ineficientes se não houver pessoas qualificadas para utilizá-las. Sbragia (1983) lembra que nas

instituições de Pesquisa e Desenvolvimento, destinadas à inovação científica e tecnológica, o

homem representa a própria tecnologia da organização, ou seja, a sua competência técnica

relaciona-se mais ao ser humano do que às máquinas e equipamentos (apud COSTA;

SCHETINGER, 2012).

Segundo Lacombre (2005, p. 236),

Um bom administrador prioriza a criação de um ambiente na organização tal que as

pessoas trabalhem de forma eficaz num esforço comum, desenvolvam suas

competências, realizem suas aspirações profissionais e atinjam reconhecimento

apropriado e recompensas.

Logo, o gestor precisa incentivar não somente o comprometimento das pessoas com os

propósitos institucionais, mas deve se comprometer também com o desenvolvimento

profissional de cada um. Políticas bem definidas de atendimento aos interesses individuais

podem contribuir muito para a existência de um clima organizacional favorável a efetividade

38

dos processos, dentre os quais podemos incluir as avaliações em instituições de ensino

superior.

Estudiosos estão intensificando as pesquisas acerca do papel do clima nas IES, vendo

nesta variável uma ferramenta potencial que deve ser evidenciada e avaliada. Tal importância

é defendida pela crença de que o clima pode causar impacto e ser impactado por situações

cotidianas ou momentâneas que devem ser previstas, conhecidas e monitoradas. Uma

organização inteligente não pode ser objeto de surpresa, quando o ideal é ser conhecedora do

mercado em que está inserida, buscando sempre uma posição à frente do que está sendo

defendido como prática para o momento.

2.3.1 Definições de clima organizacional

O clima organizacional possui uma variedade de definições que buscam um melhor

entendimento de seu significado e importância para as organizações.

O clima organizacional é um conceito importante para descrever as interpretações

dos indivíduos sobre as organizações em que trabalham. [...], consegue resumir

numerosos entendimentos num pequeno grupo de dimensões para caracterizar as

percepções das pessoas sobre os grupos e equipes em que trabalham, bem como para

descrever sistemas sociais, tais como famílias, clubes, instituições privadas e

públicas. (RIZZATTI, 2002, p. 27).

A variável clima refletiria a percepção dos participes à postura, processos e estratégias

institucionais. As percepções são subjetivas, individuais, mas quando se trata de grupo as

pessoas precisam ser estimuladas de forma linear. Trabalho árduo para as organizações, já que

o clima organizacional é reflexo da interpretação dos indivíduos quanto às políticas, estrutura

e gestão da organização, o que o torna complexo por envolver pessoas com características

diferentes em um só ambiente. Diante deste entendimento, a organização precisa criar

subsídios que promovam percepções positivas e que acarretem um clima favorável aos

objetivos organizacionais.

Diante do exposto, Kozlowski e Hults (1987, p. 541) entendem que “o clima é dado

por vários conjuntos de descrições feitas pelas pessoas e corresponde à interpretação que estas

fazem do âmbito da empresa, baseadas em suas percepções sobre esse contexto”. A

mensagem que a organização repassa aos seus funcionários por meio de suas ações, postura e

39

imagem podem ser condicionantes para impulsionar os esforços na obtenção dos resultados

esperados.

Por esse viés,

o clima organizacional depende das condições econômicas da empresa, do estilo de

liderança utilizada, das políticas e valores existentes, da estrutura organizacional, das

características das pessoas que participam da empresa, da natureza do negócio e do

estágio de vida da empresa. (FORTES, 2011, p. 5).

Um dos objetivos comuns a toda empresa é a conquista e manutenção da sua clientela.

Por meio do clima organizacional o público interno e externo pode criar uma identificação ou

rejeição com a organização.

O clima organizacional explicita a atmosfera íntima de uma instituição e abrange a

relação dos itens que influenciam o ambiente e afetam direta ou indiretamente o

comportamento das pessoas no trabalho (COSTA; SCHETINGER, 2012). O clima

organizacional pode ser refletido na postura das pessoas que fazem parte da organização, é

algo mutável, por depender da visão e percepção dos indivíduos quanto à organização

(COSTA; SCHETINGER, 2012).

Segundo Souza (1983) o estudo do clima está baseado nas percepções oriundas de

características objetivas do ambiente como estruturas e processos, que influenciam

diretamente o desempenho institucional e a satisfação no trabalho. Fatores como a postura dos

gestores, imagem institucional e qualidade na comunicação podem ser importantes para um

clima organizacional positivo. Independentemente do estilo de liderança adotado pela chefia,

o ato de chefiar produz um impacto no subordinado afetando seu comportamento e,

consequentemente, sua motivação para o trabalho. Diferentes estilos de liderança poderão

produzir diferentes e complexas reações, conduzindo a diferentes climas organizacionais

(AQUINO, 1996).

A participação dos gestores na satisfação de suas equipes é um dos aspectos de maior

peso para um clima favorável, “a postura pode ser o lema da alta gerência que tenta tornar

agradável trabalhar no local, transformando a atividade em desafiadora e estimulante, fazendo

com que você sinta que pode oferecer uma contribuição importante à organização” (KUNDA,

1992, p. 65). O gestor deve perceber, processar e responder ao ambiente instável e promover a

adaptação da organização pelo rearranjo de sua estrutura interna, para garantir-lhe a

40

sobrevivência ou eficácia. (BERTERO; KEINERT, 1994). Como mediador entre a

organização e seu pessoal, o gestor fica responsável pela manutenção da qualidade nesta

relação e incentivador das atitudes, reconhecendo a importância da satisfação.

Martinez e Paraguay (2003) em seu estudo sobre “Satisfação e saúde no trabalho –

aspectos conceituais e metodológicos” utilizam a categorização de Cavanagh (1992) que

dispõe sobre os determinantes da satisfação no trabalho em três grupos: diferenças de

personalidade, diferenças no trabalho e diferenças nos valores atribuídos no cumprimento das

tarefas. Na composição destas categorias estão características pessoais, reconhecimento,

promoção, supervisão e gerenciamento, qualidade de vida e comportamento.

Assim como a atitude dos “líderes” são preponderantes para as organizações, a

imagem institucional também pode agregar valor no mercado. “Criar e manter uma imagem

positiva são uma importante parte da missão estratégica de uma organização” (RIZZATTI,

2002).

O autor ainda defende que os gestores devem buscar um posicionamento para a IES e

seus serviços, por meio de práticas que visem à satisfação, e componham uma área destinada

à avaliação institucional. Visando seus públicos externo e interno a instituição precisa criar

mecanismos que possibilitem uma identificação e envolvimento dos mesmos.

E para tanto, uma comunicação de qualidade seria essencial, pois,

Comunicação é uma forma de inter-relacionamento dentro das organizações. Tanto a

forma com que são passados os valores e aspectos culturais, como também a forma

de comunicação no cotidiano, hierarquia e o acesso à troca de informações interna,

instituição-servidor (RIZZATTI, 2002, p. 246).

A intensidade e legitimidade das informações captadas pelos indivíduos podem ser

determinantes para o grau de envolvimento reconhecido das pessoas nos processos e para o

comprometimento necessário ao alcance dos objetivos almejados pela organização. A

qualidade da comunicação interna é um fator a ser considerado quando do estabelecimento de

costumes a serem mantidos em prol da coletividade.

Os estudos sobre o clima organizacional foram se ampliando conforme seu

reconhecimento como variável influente para os resultados organizacionais. Costa e

Schetinger (2012) dispõem que o clima se origina da significância dos efeitos de fatores

culturais, valores, políticas, tradições, estilos gerenciais, comportamentos, expressões dos

41

indivíduos envolvidos no processo. O clima organizacional reflete à postura dos profissionais

frente às intenções e valores transmitidos nas ações institucionais. A organização precisa

demonstrar claramente aos seus funcionários quais são seus princípios e determinar o papel e

o comportamento a ser adotado como padrão.

Um dos principais estudiosos sobre cultura organizacional, Edgar Schein (1982)

entende que:

o clima organizacional contribui para moldar o comportamento dos indivíduos,

através de procedimentos administrativos, participação nas decisões políticas e

administrativas, recompensa e incentivos, influenciando de modo significativo nos

fatores motivacionais dos servidores da organização” (apud RIZZATTI, 2002, p.

29).

Outros processos organizacionais relacionados com o clima são destacados por Isen e

Baron (1991) e Argyle e Martin (1991) que sustentam que melhorias nas condições físicas do

ambiente, remodelagem na cultura organizacional e intensificação das comunicações

ocasionam mudanças moderadas de afeto positivo ou de humor que podem melhorar na

percepção da tarefa e na tomada de decisões; na negociação cara a cara (CARNEVALE;

ISEN, 1986); na resolução de conflitos (BARON, 1993); na avaliação de desempenho

(BRIEF; MOTOWIDLO, 1986); no absenteísmo e na rotatividade da mão de obra (GEORGE,

1991). A integração com a cultura organizacional, por ser crucial no entendimento de diversos

aspectos do clima e será abordada de forma mais detalhada em seguida.

2.3.2 Clima organizacional e cultura

A relação entre clima e cultura nas organizações se manifesta por meio de valores,

costumes e crenças adotadas por indivíduos num mesmo ambiente (Neves, 2001) e o impacto

destes no ânimo das pessoas.

A cultura se manifesta através dos rituais de uma empresa, de seus códigos,

símbolos que caracterizam o seu dia-a-dia. Essa identidade vai impactando positiva

ou negativamente o estado de ânimo das pessoas que nela trabalham”. (LUZ, 2003,

p. 20).

42

Fleury (1993) dispõe que a cultura organizacional pode ser compreendida como um

conjunto de valores e crenças responsáveis pelo modelo de gestão implantado e

comportamento dos funcionários no interior da organização. Smith e Peterson (1994) definem

cultura como uma junção de aspectos como conhecimento e hábitos, adquiridos pelos

indivíduos enquanto membros da sociedade. Diante da variedade de definições atribuídas à

cultura organizacional, Neves (2001, p. 512) listou algumas ideias decorrentes das

conceituações atribuídas ao termo:

I – Uma estrutura de referência comum e partilhada por uma quantidade

significativa de pessoas;

II – Socialmente desenvolvida, aprendida e transmitida em termos comportamentais,

cognitivos e emocionais;

III – Composta de várias camadas, umas mais periféricas e visíveis e outras mais

profundas e invisíveis;

IV – Em que o núcleo base é constituído pelos pressupostos fundamentais a que

outros chamam também valores;

V – Que fornece à pessoas regras e normas orientadoras em termos de perceber,

pensar e sentir os problemas do funcionamento organizacional do ponto de vista da

integração interna e da adaptação externa;

VI – Que contribui para a definição da identidade organizacional;

VII – Com características simbólicas, reveladas pelo significado expresso nas suas

manifestações mais observáveis como arterfatos e padrões de comportamento

organizacional;

VIII – Alterável, embora não de um modo fácil;

IX – Produto da história da organização;

X – Avaliável por metodologias qualitativas e quantitativas;

XI – Com influência direta e indireta no desempenho organizacional;

XII – Uma estrutura composta por diversas camadas, cujo conteúdo varia em

extensão e acessibilidade.

Segundo uma definição consensual de autores como Trice e Beyer (1993), Schein

(1985) e James et al (1990), a cultura é definida como uma estrutura composta por diferentes

camadas de elementos (valores, normas, pressupostos fundamentais, padrões de

comportamento, artefatos, entre outros) unidos por um núcleo comum que é o significado.

Aspectos essenciais da cultura organizacional dão sentido às ações dos indivíduos.

A cultura de uma empresa acaba reforçando o comportamento de seus membros,

determinando o que deve ser seguido e repudiando o que deve ser evitado. Portanto,

além de um significado simbólico, de representações, ela também exerce um sentido

político e de controle (LUZ, 2003, p.14).

Autores concordam com a existência da relação entre cultura e clima organizacional, e

dentre estes há quem defenda que a cultura possui uma conceituação mais clara e consistente,

43

diferente do clima, cuja variabilidade torna complexa sua definição. Segundo a ideia

defendida acima, ressalta-se que a cultura pode ser a principal referência para a construção do

clima.

Os conceitos de clima e cultura parecem andar juntos, pois quando se fala de clima é

quase que obrigado falar de cultura. No entanto, são termos, onde a cultura é algo

mais estável na organização e o clima mais instável, porém a cultura exerce

influência sob o clima e vice versa (OLIVEIRA, 1995, p.31).

A cultura vai mais além do nível de atitudes e valores como o clima, alcança um nível

mais amplo de uma coletividade de indivíduos (MORAN; VOLKWEIN, 1992). A cultura

pode ser a base que vai fundamentar a ocorrência do clima organizacional, pois é a

responsável pelos alicerces que subsidiarão todo e qualquer processo, ao fornecer a estrutura

que dará corpo às ações, estratégias e planejamento. Luz (2003) destaca o clima como

fenômeno temporal na sua relação com a cultura, pois se apresenta como estado de ânimo dos

funcionários num dado momento, enquanto os costumes e valores fazem parte da rotina da

instituição.

Na relação entre clima e cultura, autores do campo educacional destacam a relação

com a identidade organizacional,

O clima e a cultura organizacional expressam a personalidade institucional e

determinam a real identidade do estabelecimento de ensino, aquilo que de fato

representa, uma vez que se constitui em elemento condutor de suas expressões, de

seus passos, de suas decisões, da maneira como enfrenta seus desafios, como

interpreta seus problemas e os encara, além de como promove seu currículo e torna

efetiva sua proposta político-pedagógica (LUCK, 2010, p.30).

Valores, crenças e missão institucionais identificam seus propósitos. E características

no comportamento dos funcionários da IES refletem muito da sua compreensão a respeito das

políticas instituídas e das práticas executadas. Diante desse entendimento, o clima

organizacional pode ser apreciado a partir de uma variável de aspectos que podem ser notados

no âmbito da instituição, como resposta a esses fatores culturais.

44

2.4 ASPECTOS DO CLIMA ORGANIZACIONAL

Para compreender melhor os efeitos do clima sobre as pessoas e, por consequência,

sobre as organizações, esta seção aborda aspectos como atitudes, satisfação, envolvimento,

ambiente emocional e motivação.

2.4.1 Atitudes e o clima organizacional

Um aspecto do clima organizacional são as atitudes das pessoas em relação ao

trabalho por elas desenvolvido. As atitudes são afirmações avaliadoras – favoráveis ou

desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Refletem como um indivíduo se

sente em relação a alguma coisa (LUCKESI; CRESPI; CAMARGO, 2010, p. 1).

De acordo com os autores é válido dizer que as atitudes numa organização externam as

percepções positivas e negativas das pessoas quanto ao ambiente de trabalho. Se o clima é de

cooperação, dedicação, interesse pelos projetos organizacionais, é sinal de que os funcionários

são estimulados positivamente para obtenção de atitudes desejadas, necessárias e

fundamentais.

Entre os anos 50 e 70, estudiosos se voltaram a explorar as atitudes no ambiente de

trabalho (FINEMAN, 2001), despertando para a importância do comportamento humano

como reflexo das políticas e ações organizacionais.

Partindo do princípio de que o desempenho organizacional depende da organização do

trabalho e identificação da pessoa com a atividade executada, a coordenação das tarefas deve

ter como fundamento a adequação de comportamentos dos funcionários a favor de

desenvolver atitudes positivas com relação às funções que executa e à instituição em que

trabalha (MORIN, 2001, p.9).

De acordo com Robbins (2005), as atitudes envolvem componentes cognitivos,

afetivos e comportamentais. Cognição é a aquisição de conhecimento por meio de percepção;

o afeto é o componente sentimental, emocional; e o comportamento é a maneira como uma

pessoa deseja portar-se frente a algo ou alguém. Segundo o autor, esta constituição da atitude

é que a faz complexa.

45

No período dos anos 50 a 70 do século passado, estudiosos já haviam concluído que

toda atitude possui um componente afetivo responsável pela motivação humana (FINEMAN,

2001, p.159), e dentre as atitudes no ambiente de trabalho, a satisfação ganhou considerável

destaque. Então as pesquisas foram se adequando e continuam a analisar os fatores que

influenciam o contentamento e os níveis de satisfação no trabalho. Logo, para que uma

instituição obtenha um ambiente favorável na busca de resultados é preciso monitorar as

atitudes e entender o significado das suas três manifestações fundamentais junto aos partícipes

do processo: a satisfação com o trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento

organizacional.

2.4.2 Satisfação e o clima organizacional

Geralmente satisfação no trabalho está relacionada à motivação, atitude ou estado

emocional positivo (MARTINEZ; PARAGUAY, 2003). Não há como falar em clima sem

relacionar com a satisfação, pois esta pode ser tanto sua causa como consequência.

Nesta perspectiva, Locke (1976, p. 1300) afirma que a satisfação no trabalho é um

“estado emocional positivo ou agradável que resulta da avaliação de alguém sobre seu

trabalho ou, sobre suas experiências no trabalho”. Estudos subsequentes tenderam a destacar a

satisfação em relação às condições de trabalho, como infraestrutura; recompensas;

relacionamento com colegas ou conteúdo do trabalho. (FINEMAN, 2001).

Pesquisas atuais examinam o modo pelos quais diferentes fatores do trabalho, como

metas; benefícios indiretos; desafios no trabalho influenciam a satisfação e podem relacionar-

se ao desempenho e o contentamento em outros aspectos da vida das pessoas (FINEMAN,

2001).

2.4.3 Envolvimento das pessoas

O envolvimento do indivíduo com o trabalho não é algo permanente (ROSENSTOCK,

2011), e para intensificar o comprometimento profissional é necessário conhecer o nível de

envolvimento com suas tarefas, se há identificação com as atividades realizadas e se há

disposição para buscar os objetivos organizacionais (SAMPAIO, 1999). Siqueira e Gomide

46

Júnior (2004) defendem que o envolvimento com o trabalho foi identificado como um dos

principais vínculos afetivos do indivíduo com suas atividades profissionais (apud,

ROSENSTOCK, 2011).

O envolvimento no trabalho tem como fundamento a maneira como a pessoa se

identifica com o trabalho, participa ativamente dele e considera seu desempenho como algo

valioso (ROSENSTOCK, 2011, p. 71). Em seu estudo para verificar o nível de envolvimento

com o trabalho dos profissionais de saúde das USF’s, Rosenstock (2011), identificou pouco

envolvimento dos profissionais consultados, e para tanto, utilizou os questionamentos a

seguir:

1 - Eu estou pessoalmente muito ligado ao meu trabalho;

2 - As horas que passo trabalhando são as melhores horas do meu dia;

3 - As maiores satisfações da minha vida vêm do meu trabalho;

4 - As coisas mais importantes que acontecem em minha vida envolvem meu

trabalho;

5 - Eu como, vivo e respiro meu trabalho.

O instrumento busca conhecer o papel do trabalho na vida dos indivíduos como um

dos critérios para se avaliar o grau de envolvimento nas atividades laborais. Rosenstock

(2011) defende que o conhecimento dos fatores e níveis de satisfação, assim como o

envolvimento e o comprometimento organizacional afetivo dos profissionais integrantes da

organização pode subsidiar os gestores na elaboração e adoção de medidas necessárias.

Em 1980, novas formas de participação davam maior ênfase no envolvimento dos

trabalhadores em círculos de qualidade, na formação de equipes de trabalho e nos benefícios

compartilhados como parte das reformas nos ambientes de trabalho (RODRIGUES E

SANTOS, 2001, p.239). Diante do exposto, se for considerado que profissionais envolvidos

são importantes para o alcance de objetivos e metas institucionais é válido relacionar a

importância do envolvimento para o atendimento dos critérios componentes dos instrumentos

avaliativos. E para que a instituição possa adquirir o envolvimento esperado de sua equipe

pode-se partir do pressuposto de que as pessoas devem ser sensibilizadas para a importância

do momento, e a elas devem ser apresentados os critérios a serem atendidos.

47

2.4.4 Motivação e o clima organizacional

Motivação tem sua origem associada à palavra latina motivus e significa o que

movimenta, faz andar (MAXIMIANO, 2006). O autor defende que o estudo da motivação é

um dos temas centrais do enfoque comportamental, pois é necessário compreender os

mecanismos que movimentam as pessoas, para os comportamentos de alto desempenho,

indiferença ou improdutividade. A motivação pode ser responsável por explicar ações e

comportamentos das pessoas no interior da organização.

Silva et al (2012) entendem motivação no ambiente organizacional como uma força

propulsora interna que leva os funcionários a executarem bem suas funções. Também

estabelecem uma relação entre motivação e as características pessoais de cada indivíduo,

considerando fatores valorizados por este. Para Tresca e Rose Jr. (2000), motivação é o

artifício que orienta as pessoas a uma ação ou inércia frente a momentos, é o que leva fazer

algo, se empenhar mais, ou se manter numa atividade por muito tempo.

Como fator influente para o desempenho das pessoas podemos ressaltar que a

motivação precisa ter uma atenção especial da instituição no que tange ao atendimento de

anseios e expectativas de sua equipe como um todo, ou seja, em uma IES, de sua comunidade

acadêmica. Ribeiro (2004) demonstra de forma sucinta as principais teorias motivacionais:

QUADRO 02 – Teorias Motivacionais

PRINCIPAIS TEORIAS MOTIVACIONAIS

Teorias Cognitivas Defendem a existência de um homem racional com valores que

orientam suas ações

Hedonismo e motivação Crê que as pessoas buscam o prazer e repelem o sofrimento

Behavioristas

Acreditam que as pessoas agem de acordo com acontecimentos

passados negativos ou positivos que influenciarão seus

comportamentos

Teorias do Instinto Defendem que motivos herdados determinam o comportamento

humano

Teoria do Impulso Sugere que a personalidade seja a responsável por determinar os

comportamentos

Teorias das Necessidades

de Maslow

Defendem que as necessidades essenciais aos seres humanos como

amor e segurança são responsáveis pela motivação

Teoria dos Fatores

Higiênicos e Motivacionais

de Herzberg

Dividi-se em duas vertentes, a da satisfação no trabalho por meio das

condições de trabalho, e a motivação no trabalho devido a fatores que

influenciam a produtividade

Fonte: Ribeiro (2004), adaptado pela autora.

48

Silva et al (2012), numa análise sobre as teorias motivacionais, defendem que um

indivíduo pode ter como determinantes de suas ações, motivos internos e externos. O que

atribui um aspecto mais complexo a motivação, pois quando se fala em razões internas refere-

se a valores específicos, individuais de cada pessoa. Para Almeida (2007), “o fenômeno

motivacional pode ser entendido, genericamente, como sendo uma fonte de energia intensa

que direciona ou canaliza o comportamento do indivíduo na busca de determinados objetivos”

(apud SILVA et al, 2012, p. 128). Estes objetivos podem incluir tanto os pessoais como os

organizacionais, se o ambiente de trabalho proporcionar fatores que promovam o

envolvimento das pessoas para o alcance de resultados para o todo.

Bergamini (2002) expõe que pesquisas científicas sobre o comportamento

motivacional defendem que as pessoas possuem objetivos diferentes, assim como uma

variedade de fontes de energia orientadoras de suas ações. A autora defende que:

o estudo da motivação humana consiste na pesquisa dos motivos pelos quais as

pessoas fazem o que fazem e se encaminham em direção a seus objetivos, objetivos

que são, em última análise, escolhas de ordem interior ou intrínsecas à personalidade

de cada um. (BERGAMINI, 2002, p. 63).

Segundo Fineman (2003, p. 169), “temos sentimentos sobre o que queremos e o que

desejamos é inspirado pelos sentimentos, e isto é intrínseco e não residual ao funcionamento

grupal, interpessoal e individuo”, sabendo-se que o indivíduo que se identifica com as

diretrizes da empresa possui mais chances de se manter motivado. Quando as pessoas perdem

a identidade com a organização em que trabalham há um declínio do compromisso

organizacional, comprometendo o respeito a políticas institucionais, a execução da missão e

busca pelo alcance de objetivos e metas. Ao considerar que ninguém se identifica com o

fracasso, podemos entender que maus resultados avaliativos podem gerar insatisfação,

desequilíbrio na imagem da IES e um desconforto no ambiente organizacional.

2.5 CLIMA ORGANIZACIONAL EM INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS

A partir do entendimento de que as instituições de ensino são organizações com

necessidades administrativas iguais as demais, estudiosos estão buscando entender os fatores

que influenciam diretamente seu ambiente interno. As IES precisam trabalhar de forma

inteligente os aspectos particulares que favorecem o desempenho das práticas pedagógicas.

49

Para gerir tantos talentos, principalmente dos docentes das Instituições de Ensino

Superior, suas motivações e satisfações, se faz necessário monitorar seus anseios e

comportamentos, pois são estes profissionais que interagem continuamente com os

discentes, estes, clientes das instituições. (SOUZA et al, 2011, p. 11).

Para Santos (2012), uma IES que deseje permanecer no mercado deve ver seus

docentes como elos de manutenção dos alunos, por isso, propôs a análise do clima

organizacional como indicador da percepção dos docentes quanto às políticas de gestão da

IES. Sua pesquisa detectou que docentes e colaboradores motivados buscam a eficiência, e

possibilitou à gestão da IES situada no Norte do Brasil um conhecimento real de seu clima

organizacional.

A forma como a instituição se apresenta para seus colaboradores, seja por meio de

suas políticas, estrutura, gestores ou missão pode representar a maneira como atenderá as

diretrizes impostas pelo Estado enquanto regulador da qualidade na educação.

Colombo (2010) destaca que faltam estratégias aos gestores, de forma que seja

assegurado um alinhamento entre as necessidades da organização e as dos profissionais.

Partindo do pressuposto que os colaboradores são peças fundamentais para execução de

práticas necessárias a execução dos critérios instituídos pelo MEC/INEP, é válido conhecer os

aspectos que determinam a qualidade do ambiente interno.

Enquanto organizações, as IES necessitam de monitoramento do seu clima

organizacional para manutenção da qualidade e desempenho. Por isso, estudiosos vêm

realizando pesquisas voltadas a analisar o clima nas instituições com o intuito de subsidiar os

processos internos. O Quadro 03, a seguir, apresenta uma visão de algumas das pesquisas

realizadas sobre clima organizacional em instituições de ensino superior, segundo Santos e

Vásques (2012, p. 15).

50

QUADRO 03: Pesquisas sobre Clima em Instituições de Ensino

AUTOR OBJETIVOS INSTRUMENTO

Rizzatti (2002)

Estabelecer e validar um

conjunto de componentes e

indicadores com a finalidade

de compor as categorias para

a análise do clima

organizacional em

universidades federais da

região do sul do Brasil

Instrumento composto por 12

categorias: imagem

institucional, política de

recursos humanos, sistema de

assistência e benefícios,

estrutura organizacional,

organização e condições de

trabalho, relacionamento

interpessoal, comportamento

das chefias, satisfação pessoal,

planejamento institucional,

processo decisório, autonomia

universitária, avaliação

institucional.

Silva (2003)

Identificar e apresentar um

conjunto de fatores para

orientar e subsidiar a

implantação da prática de

avaliação do clima

organizacional de uma

instituição de ensino superior

privada de Brasília, a UNEB.

Instrumento composto por 8

categorias: estilo de liderança,

relacionamento interpessoal,

comunicação organizacional,

desenvolvimento profissional,

recompensas, apoio logístico,

imagem da instituição e

processo decisório.

Chiang et al (2005)

Analisar as relações entre o

clima organizacional e a auto-

eficiência, em grupos de

trabalho formados por

professores e investigadores

de departamentos

universitários, e aportar novos

conhecimentos desta relação

em IES.

Instrumento formado por 7

escalas para medir o clima

organizacional, liberdade de

cátedra, interesse pela

aprendizagem do estudante,

interesse pelo estudo e

investigação, empowerment,

afiliação, consenso na missão,

pressão laboral, e uma escala

para medir a auto-eficácia.

Mejías et al (2006)

Desenvolver um instrumento

para medir o clima

organizacional em IES como

base para introduzir um

Modelo de Sistema de Gestão

da Qualidade nestas

instituições.

Instrumento denominado

CLIOUNing composto por 3

dimensões: gestão

institucional, desafios

individuais e interação.

Brito e Jiménez (2009)

Avaliar o clima

organizacional na Faculdade

de Engenharia da

Universidade de Carabobo e

identificar oportunidades de

melhora no desempenho

institucional.

Instrumento composto por 5

dimensões: desafios

individuais, gestão

institucional, interação,

rendimento institucional e

cooperação laboral.

Fonte: Santos e Vásquez (2012, p. 57).

51

Gerson Rizzatti (2002) realizou uma pesquisa que teve como objetivo estudar os

componentes e respectivos indicadores para compor categorias de análise do clima

organizacional em universidades federais. Para o autor, as universidades precisam repensar

fatores que se relacionam com a melhoria no ambiente de trabalho e a satisfação dos seus

múltiplos usuários em relação ao clima presente na instituição, principalmente nas funções

administrativas.

As estruturas organizacionais das universidades brasileiras são padronizadas

nacionalmente, segundo os preceitos da lei, sem considerar as necessidades de cada

instituição e as características que englobam as questões regionais, ocasionando, assim,

algumas distorções nos objetivos das universidades (RIZZATTI, 2002, p. 14). Dentre estes

objetivos podemos encontrar a busca pela qualidade, que se faz necessária pela importância

do serviço oferecido pelas IES.

Partindo desse pressuposto, Rizzatti levanta uma postura dos dirigentes preocupados

com o clima organizacional, considerando um conjunto de fatores, valores ou atitudes que

afetam o relacionamento das pessoas ou, ainda, um fenômeno resultante dos elementos da

cultura. Logo, para melhor compreensão do clima nas IES entende que se faz necessária a

utilização de instrumentos que subsidiem a análise do ambiente interno das IES. Para tanto, o

pesquisador trabalhou com as seguintes categorias: imagem institucional, políticas de recursos

humanos, sistema de assistência e benefícios, estrutura organizacional, organização e

condições de trabalho, relacionamento interpessoal, comportamento das chefias, satisfação

pessoal, planejamento institucional, processo decisório, autonomia universitária e avaliação

institucional, e seus respectivos indicadores.

Diante do estudo referente à avaliação institucional, ressalta-se a compreensão de

Rizzatti sobre esta categoria, conforme:

De um modo ou de outro, avaliar a instituição não significa necessariamente (e não

deveria ser) um meio fundamentado por informações para punição do objeto

avaliado, mas sim um processo que exige questionamento e reflexão sobre as ações,

para que, ao apoiar as decisões, possa levar a correções e direcionamentos buscando

o crescimento do indivíduo e dos processos da organização. Trata-se, em verdade,

de um julgamento de valor, o qual deverá anteceder a um ato de decisão

(RIZZATTI, 2002, p.102).

Ao final da pesquisa encontrou-se uma unanimidade quanto à importância da categoria

autonomia, em seguida planejamento, processo decisório, avaliação institucional e imagem

institucional, e as demais categorias foram consideradas de importância equivalente. Em sua

52

pesquisa, Rizzatti, constatou que as estratégias da instituição podem lhe conferir autonomia,

os funcionários que participam efetivamente do planejamento institucional tornam-se mais

comprometidos, e que um sistema de comunicação eficaz na publicação do papel de cada

indivíduo para a tomada de decisões pode ser um instrumento benéfico a se refletir no clima

organizacional.

O autor ainda obteve a seguinte análise em seu estudo, “na perspectiva dos

respondentes, a satisfação, ou não, em relação aos serviços e produtos oferecidos por uma

instituição é resultado de sua qualidade, isto é, do grau de aceitabilidade dos mesmos por

parte dos clientes” (RIZZATTI, 2002, p. 276). Evidenciou a necessidade de existência, nas

IES, de um sistema de controle de qualidade dos serviços que obtenha um instrumento de

avaliação institucional capaz de perceber a opinião dos usuários quanto a sua satisfação.

Silva (2003) empreendeu um estudo voltado a conhecer um conjunto de fatores

capazes de mensurar o clima organizacional de uma IES privada de Brasília, a UNEB – União

Educacional de Brasília, por meio de métodos utilizados em empresas como Banco do Brasil

e Eletronorte.

Para realizar a análise do clima na IES o autor utilizou os seguintes fatores: estilo de

liderança, relacionamento interpessoal, comunicação organizacional, desenvolvimento

profissional, recompensas, apoio logístico, imagem da instituição e processo decisório. Ao

final da pesquisa concluiu que dentre os fatores mencionados, a comunicação é um aspecto

estratégico para uma IES, o apoio logístico é, segundo a pesquisadora, um dos responsáveis

pelo desempenho profissional e resultados e a imagem institucional é o reflexo da percepção

das pessoas.

Chiang et al (2005) realizaram uma investigação com o objetivo de conhecer a relação

entre clima organizacional e autoeficácia, buscando novos conhecimentos sobre o ambiente

da educação superior. Na busca pelo alcance de metas as pessoas apresentam posturas

diferenciadas, de acordo com sua motivação, decorrente de percepções próprias que podem

gerar uma autoeficácia.

Chiang et al (2005) ainda dispõem que estudos empíricos tem demonstrado que as

pessoas confiantes em suas habilidades e competências possuem melhor desempenho na

execução de tarefas, contrariando as adversidades e superando as situações difíceis. Diante da

relação da autoeficácia no ambiente educacional, Bandura (1999) defende que a tarefa de criar

ambientes propícios à aprendizagem é em grande parte atribuída ao talento e autoeficácia dos

professores.

53

Esta pesquisa concluiu que a relação entre as variáveis de clima organizacional e

autoeficácia nas universidades públicas e privadas da Espanha e do Chile é positiva. Dentre as

informações levantadas ao final desta análise foi percebido o interesse dos docentes pela

aprendizagem do estudante e um consenso entre a amostra consultada quanto à identificação

com a missão institucional. Num comparativo entre as amostras chilenas e espanholas,

constatou-se uma maior pressão no ambiente de trabalho das universidades privadas, marcada

pelas cobranças de desempenho.

Mejías et al (2006) desenvolveram um instrumento denominado de CLIOUNing, com

o objetivo de medir o clima organizacional em instituições de ensino superior e prepará-las

para a posterior implantação de um Modelo de Sistema de Gestão da Qualidade. O modelo foi

aplicado e validado em instituições educativas e, segundo os autores, mostrou-se válido e

eficiente para a análise do clima universitário bem como em apoio à gestão da qualidade nas

instituições de ensino superior.

Brito e Jimenéz (2009) realizaram um estudo voltado para a evolução do clima

organizacional universitário utilizando o caso da Faculdade de Engenharia da Universidade de

Carabobo. O objetivo principal desta pesquisa foi mostrar a evolução do clima na Faculdade,

e com isso identificar oportunidades para melhoria do desempenho institucional.

Seguiram o pressuposto de que toda instituição busca oferecer produtos ou serviços de

qualidade, e para tanto necessita de um processo de gestão que atenda a orientações como a

norma ISO 9000 a qual defende a aplicação de um conjunto de “atividades coordenadas para

dirigir e controlar uma organização em busca da qualidade” (BRITO; JIMENÉZ, 2009, p. 73),

e a norma ISO 9001 que dispõe sobre a importância de se medir o clima organizacional

dispondo que a organização deve determinar e gerir o ambiente de trabalho necessário para

promover a conformidade dos requisitos de produto ou serviço prestado. Portanto, para a

realização desta pesquisa foram inseridas perguntas sobre liderança, qualidade e satisfação

com o intuito de validar os critérios da escala de medida apresentada.

O estudo de Brito e Jimenéz (2009) evidenciou deficiências na gestão institucional no

que se refere à cooperação das pessoas no trabalho. A maioria se identifica e se orgulha em

trabalhar na faculdade do seu desempenho na função que executam. Já no que se refere à

relação entre companheiros e líderes, foi evidenciada a ocorrência de desacordos, um

relacionamento tanto quanto fragilizado, ao qual a instituição se mantem indiferente.

A partir das pesquisas mencionadas acima sobre clima organizacional em IES foram

analisadas as categorias que melhor atenderiam ao objetivo do estudo corrente. A finalidade

54

nesta próxima fase é determinar os componentes e indicadores que subsidiaram a construção

dos instrumentos, a coleta e análise dos dados.

55

3 METODOLOGIA

Esta pesquisa nasce da necessidade de se elucidar um problema e pode se dar por duas

razões, sendo estas de natureza intelectual – que busca agregar novos conhecimentos – e

prática, que visa à efetivação de processos (GIL, 2006).

As pesquisas são compostas de várias etapas e componentes distintos, responsáveis

pela veracidade dos dados a serem obtidos, que segundo Ruiz (1991, p.138):

A rigor, reserva-se a palavra método para significar o traçado das etapas

fundamentais da pesquisa, enquanto a palavra técnica significa os diversos

procedimentos ou a utilização de diversos recursos peculiares a cada objeto de

pesquisa, dentro das diversas etapas do método, (...).

Este estudo, de natureza qualitativa aplicada e por meio de procedimentos de pesquisa

de campo e pesquisa bibliográfica, e do ponto de vista dos objetivos é uma pesquisa descritiva

e exploratória (ANDRADE, 2003). A escolha deste modelo foi orientada pela busca em

atender à problemática proposta, na qual são analisadas ações e interações a partir da

percepção de sujeitos envolvidos em uma prática, e interpretadas pelo pesquisador à luz de

referencial construído especificamente para a pesquisa.

Para Minayo et al (2002), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de

significados, motivos, aspirações, crenças, valores, atitudes, o que corresponde a um espaço

mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à

operacionalização de variáveis. Ao utilizar a abordagem qualitativa, o trabalho preocupar-se-á

com a análise e interpretação aprofundada dos aspectos, narrando o complexo comportamento

humano de forma detalhada (MARCONI; LAKATOS, 2006). Este estudo baseia-se em uma

análise de dados mediante a compreensão da pesquisadora sobre a realidade apresentada e

seus aspectos específicos.

A pesquisa exploratória considerada o primeiro passo do trabalho científico

(ANDRADE, 2003) pode servir de fonte de informações sobre determinado assunto e

preparatória para outro tipo de pesquisa. A pesquisa exploratória assume um planejamento

bastante flexível tendo em vista aproveitar todos os aspectos que norteiam o assunto estudado

(GIL, 2006).

56

Por outro lado, a pesquisa descritiva baseia-se na observação, registro e análise sem a

influência do pesquisador (ANDRADE, 2003). É a descrição das características de uma

população ou fenômeno, ou a relação entre variáveis (GIL, 2006).

Destaca-se que a opção pelo estudo de caso implica o levantamento aprofundado de

determinado grupo humano, limitado, restrito a um único caso (MARCONI; LAKATOS,

2006), que para Trivinos (1987), se trata de uma categoria de pesquisa cujo objetivo é uma

unidade que se analisa profundamente.

Para subsidiar teoricamente, apresenta-se uma revisão bibliográfica em livros e artigos

científicos relacionados com os temas; clima organizacional, instituições de ensino superior,

gestão estratégica e avaliação institucional.

Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com docentes, corpo técnico-

administrativo e membros da Comissão Própria de Avaliação - CPA, nas quais se buscou uma

diversidade de percepções que desvelasse as interpretações dos atores sobre o problema que a

pesquisa se propõe a esclarecer. Os sujeitos são agentes envolvidos diretamente nos processos

de avaliação externa e responsáveis por subsidiar as práticas necessárias para o atendimento

dos critérios previstos.

Em conjunto ou articulado com a realização das entrevistas, foram analisados

documentos para um maior e melhor entendimento das políticas da instituição quanto às

avaliações realizadas pelo MEC/INEP. Dentre os documentos analisados estão o Plano de

Desenvolvimento Institucional (PDI), relatórios de autoavaliação, relatório de

avaliação/reconhecimento de curso de graduação e Projeto Pedagógico Institucional - PPI.

3.1 ESCOLHA DA AMOSTRA E DOS SUJEITOS

A pesquisa foi realizada na Faculdade de Belém – FABEL, junto aos participantes do

processo de reconhecimento do curso de Bacharelado em Direito, ocorrido em 2010, sendo

seu corpo de colaboradores dividido entre técnicos-administrativos, docentes, coordenador de

curso e assessoria pedagógica. O quadro docente da instituição é constituído por professores

que exercem atividades de ensino, pesquisa e extensão e o técnico-administrativo corresponde

aos servidores não docentes, tendo como atividades os serviços administrativos e técnicos de

apoio necessários ao normal funcionamento da organização.

57

A escolha da Faculdade ocorreu em razão de ser uma instituição privada, com

características comuns a da maioria existente no País, além da pesquisadora ter exercido

função administrativa durante 8 anos e ter obtido a autorização dos mantenedores para a

realização da pesquisa.

A Faculdade de Belém possui 142 colaboradores, onde 70 fazem parte do corpo

técnico-administrativo e 72 compõem o corpo docente. Destes, a pesquisa utilizará uma

amostra correspondente a aproximadamente 10% deste universo, ou seja, 15 profissionais

intercalados entre as duas categorias independentemente de cargo, pois o intuito é perceber a

influência da avaliação no clima e na gestão organizacional e criar indicadores que o

subsidiem essa análise no âmbito da organização.

Para a escolha dos sujeitos foram definidas algumas condições: a) integrar o quadro

funcional da IES pesquisada b) ter participado do processo de reconhecimento do curso.

O Quadro 04 apresenta a identificação dos sujeitos da pesquisa a partir de sua

categoria funcional, formação e tempo de serviço na instituição:

QUADRO 04: Identificação dos sujeitos da pesquisa

CARGO FORMAÇÃO TEMPO NA IES(ANOS)

Docente Ensino Superior 8

Téc.-Adm. Ensino Superior 4

Téc.-Adm. Ensino Médio 6

Téc.-Adm. Ensino Superior 5

Téc.-Adm. Ensino Superior 6

Téc.-Adm. Ensino Superior 5

Docente Ensino Superior 8

Docente Ensino Superior 7

Docente Ensino Superior 5

Docente Ensino Superior 8

Téc.-Adm. Ensino Médio 4

Téc.-Adm. Ensino Fundamental 5

Téc.-Adm. Ensino Superior 4

Docente Ensino Superior 4

Docente Ensino Superior 5 Fonte: elaborado pela autora (2014).

58

3.2 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

A coleta de dados foi realizada utilizando a análise documental e entrevistas

semiestruturadas. As entrevistas foram realizadas em dias diferentes, no ambiente da própria

Faculdade, em local reservado, tendo duração média de 60 minutos, sendo detalhada no

Quadro 05.

QUADRO 05: Registro das entrevistas

FUNCIONÁRIOS LOCAL DATA GRAVADO/NÃO

GRAVADO TEMPO

F1 Faculdade 03/02/2014 GRAVADA 50’

F2 Faculdade 04/02/2014 GRAVADA 60’

F3 Faculdade 04/02/2014 NÃO GRAVADA 45’

F4 Faculdade 13/02/2014 GRAVADA 50’

F5 Faculdade 17/02/2014 NÃO GRAVADA 50’

F6 Faculdade 17/02/2014 NÃO GRAVADA 30’

F7 Faculdade 19/02/2014 NÃO GRAVADA 35’

F8 Faculdade 21/02/2014 GRAVADA 55’

F9 Faculdade 21/02/2014 GRAVADA 60’

F10 Faculdade 03/03/2014 GRAVADA 50’

F11 Faculdade 05/03/2014 NÃO GRAVADA 50’

F12 Faculdade 07/03/2014 NÃO GRAVADA 60’

F13 Faculdade 11/03/2014 NÃO GRAVADA 60’

F14 Faculdade 20/03/2014 GRAVADA 45’

F15 Faculdade 20/03/2014 NÃO GRAVADA 50’ Fonte: elaborado pela autora (2014).

A interpretação dos dados ocorreu por meio da técnica de análise de narrativa das

entrevistas, utilizando-se o quadro de dimensões elaborado pela autora para subsidiar a

elaboração das entrevistas e as interpretações da pesquisadora.

3.3 CATEGORIAS DE ANÁLISE DO CLIMA ORGANIZACIONAL UTILIZADAS

NESTE ESTUDO

Para orientação deste estudo serão empregadas categorias componentes dos

instrumentos oriundos das pesquisas realizadas por Rizzatti (2002), Silva (2003) e Brito e

Jiménez (2009). As categorias utilizadas são: imagem institucional, relacionamento

interpessoal, estilo de liderança, satisfação pessoal, processo decisório, comunicação

organizacional e gestão institucional. A partir das quais foram definidos componentes,

indicadores e resultados esperados, oriundos da análise teórica e da observação do caso em

estudo, sendo detalhados no Quadro 06, a seguir.

59

QUADRO 06: Categorias, componentes e indicadores utilizados neste estudo.

CATEGORIAS COMPONENTES INDICADORES RESULTADOS

Imagem

Institucional

- Estratégias da Instituição

- Avaliação institucional

- pratica ações

permanentes de

melhoria

- utiliza as avaliações

externas como

instrumento para uma

imagem positiva da IES

- As ações estratégicas

fazem parte de um

planejamento

elaborado a partir dos

resultados avaliativos.

- Os resultados das

avaliações influenciam

o grau de percepção

dos respondentes sobre

a qualidade da IES.

Relacionamento

Interpessoal

- Cooperação existente

- Integração

- há cooperação entre as

pessoas no sentido de

manutenção do clima de

aprendizado

- ocorre integração no

funcionamento das

estruturas

organizacionais como

colegiados e NDE’s

- O espírito de

cooperação permanece

após a avaliação

externa.

- São realizadas

mudanças positivas no

funcionamento das

estruturas

organizacionais.

Estilo de Liderança

-Comportamento das

chefias

- Atitudes

- estilos de liderança

democrático e

autocrático.

-a IES promove

estratégias concertadas

de atuação e estimula o

empenho individual e

coletivo na realização

dos projetos de trabalho.

- Os gestores passam a

praticar um estilo de

liderança mais

democrático.

- As atitudes dos

gestores são bem

compreendidas por

seus colaboradores

Satisfação Pessoal

- Satisfação no Trabalho

- Comprometimento

- a satisfação no trabalho

favorece o exercício das

potencialidades

- o grau de

comprometimento com a

IES está relacionado ao

seu clima interno ou

motivos pessoais

- Gestores apóiam o

desenvolvimento de

projetos por

professores e técnicos.

- A organização passa

a promover ações de

envolvimento dos

professores e técnicos

no seu Projeto

Institucional.

Processo Decisório

- Tomada de decisão

- Compartilhamento das

Decisões

- a tomada de decisão é

voltada a melhoria da

qualidade na IES

- as decisões tomadas

são socializadas com a

comunidade acadêmica

da IES

- A tomada de decisão

é percebida como

descentralizada e

critérios de qualidade

baseados na

participação da

comunidade são

respeitados.

- As decisões são

60

QUADRO 06: Categorias, componentes e indicadores utilizados neste estudo.

compartilhadas no

período das avaliações

Comunicação

Organizacional

- Fluxo das Informações

- Transparência

- Há promoção de canais

formais e informais de

comunicação.

- há transparência na

comunicação nos

processos avaliativos

- A comunicação no

pós-avaliação torna-se

mais aberta e

freqüente, utilizando-

se meios como jornais

e murais.

- CPA e ouvidoria

passam a ter papeis

fundamentais na

gestão da IES.

Gestão

Organizacional

- Controle da Qualidade

- Políticas Institucionais

- avaliação externa

promove melhoria na

qualidade dos serviços

- as políticas da

instituição incluem a

qualificação dos

funcionários

- as políticas da IES

passam a reforçar o

aprendizado e o clima de

melhoramento

- Monitoramento das

práticas acadêmicas

como exemplo,

compatibilização de

emendas e planos de

disciplina.

- A IES incentiva a

qualificação dos

funcionários.

- As políticas

institucionais voltadas

ao aprendizado estão

voltadas ao

atendimento dos

critérios avaliativos,

assim como a

qualidade do ensino. Fonte: Elaborado pela autora (2014).

3.3.1 Imagem institucional

Barich e Kotler (1991) defendem que a imagem é a soma das crenças, sensações e

impressões que uma pessoa ou grupo de pessoas tem de um objeto, de uma pessoa, de um

lugar, de uma marca, de uma organização, de um produto ou serviço. A construção de uma

imagem possui influentes internos e externos à instituição, pois esta pode contribuir por meio

de aspectos positivos como políticas institucionais, estrutura e valores que associados à

percepção dos indivíduos compõem a representação da organização.

A interpretação que as pessoas fazem de uma instituição vai além de suas

características palpáveis, atingi valores sentimentais, significativos. Gardner e Levy (1995)

ratificaram que o consumidor valoriza as características físicas, tangíveis dos produtos, assim

como os significados simbólicos atribuídos às marcas. Geralmente o simbolismo se dá pela

61

valoração e importância das propriedades que identificam a organização, o produto para seus

clientes potenciais, e a sociedade em geral, dependendo de seu objetivo de mercado.

Ainda neste contexto, Reis (1991) propõe que a imagem tem o poder de influenciar o

comportamento do indivíduo. Ou seja, um conceito para se estabelecer sofre influências

exteriores, e quando constituídos podem direcionar ou redimensionar posturas, atitudes e

desempenhos. Uma organização possui sua cultura particular, e em cima desta dita regras e

condutas que fortalecem sua marca e sua imagem institucional. Hedden (1992) ainda defende

que a imagem percebida é quem promove o comportamento humano, ao invés do

conhecimento e da informação. Diante do exposto, é válido dizer que para uma instituição

alcançar a imagem que almeja precisa fazer uso de estratégias. Com a consciência de que,

Estratégia é a personalidade da empresa. É com ela que os rumos serão definidos, a

missão confirmada e os esforços canalizados para um só propósito. A estratégia é a

forma de se atingir um alvo. É quando se reúne todos os recursos da empresa para

alcançar um objetivo comum. (BEZERRA, 2008, p. 8).

Ser uma organização estratégica é também conhecer os fatores que influenciam o

comportamento de seus funcionários. Até porque, para alcançar os resultados necessários e

esperados, a instituição precisa envolver os indivíduos que a compõem.

No setor de educação do ensino superior há uma rotina de avaliações que podem

influenciar na imagem institucional. Para Meyer (1993, p. 6) avaliação é “um instrumento de

gestão necessário para se mensurar os esforços da organização, sua qualidade, excelência,

utilidade e relevância”. Neste sentido, avaliação e estratégia - representada de forma concreta

nas IES pelo Plano de Desenvolvimento Institucional - devem estar articuladas. A avaliação

deve servir de insumo para ajustes no PDI e para a promoção permanente de melhorias.

Entende-se que a ponderação da qualidade ofertada pela IES, até pela tendência de

intensificação da publicação dos efeitos promovidos pelos serviços ofertados, provavelmente

influenciarão na imagem institucional.

3.3.2 Relacionamento interpessoal

Sabe-se que diante de uma realidade extremamente competitiva, as organizações

buscam nas pessoas seu diferencial para o alcance de vantagem no mercado. Nas IES privadas

62

é comum a tendência ao isolamento dos professores em razão da ausência de pesquisas e

outras atividades integradoras. Os líderes devem planejar ações internas no intuito de

promover a interação dos profissionais, estimulando-os rotineiramente a produzirem em

equipe, embora esse processo não seja simples.

Concomitante a esta reflexão, Moscovici (2002, p. 32) afirma que,

Pessoas convivem e trabalham com pessoas e portam-se como pessoas, isto é,

reagem às outras pessoas com as quais entram em contato: comunicam-se,

simpatizam e sentem atrações, antipatizam e sentem aversões, aproximam-se,

afastam-se, entram em conflito, competem, colaboram, desenvolvem afeto.

De acordo com o posicionamento de Moscovici (2002), as relações humanas no

interior das empresas são inevitáveis e podem variar conforme os perfis das pessoas

envolvidas. As relações interpessoais são determinantes e de considerável complexidade para

os gestores que precisam trabalhar as particularidades individuais e de grupos, fatores como

disputa pelo poder e conflitos gerados por diferenças entre os cursos, por exemplo, podem vir

a prejudicar o rendimento acadêmico.

Costa (2002, p. 21) destaca a importância das relações interpessoais para a

constituição do relacionamento organizacional:

É mister observar a operação real da organização, aqui incluídas as relações

interpessoais, que constituem a sua seiva vital. Os elementos formais (estrutura

administrativa) e informais (relacionamento humano que emerge das experiências do

dia a dia) se integram para produzir o padrão real de relacionamento humano na

organização como, o trabalho que é verdadeiramente executado e quais as regras

comportamentais implícitas que governam os contatos entre as pessoas. Esta é a

estrutura de contatos e comunicações humanas a partir da qual os problemas de

política de pessoal e de tomada de decisões podem ser compreendidos e tratados

pelos administradores.

O monitoramento das relações na instituição pode ser uma estratégia benéfica,

agregadora aos planos organizacionais. Nesse contexto, a cooperação é uma tendência que se

acentua, destacando a necessidade da criação de relacionamentos por meio de parcerias nas

quais as organizações compartilham conhecimentos que reduzem riscos e aumentam as

probabilidades de sucesso (SOBRAL, 2008, p.25). Para o autor, a complexidade das relações

internas caracterizada pela múltipla variedade de perfis e personalidades requer uma previsão

63

na estrutura administrativa que oriente e acompanhe os relacionamentos interpessoais

enquanto fator influente na organização.

A estruturação administrativa nada mais é do que a ordenação de papéis, relações e

procedimentos, e tem como objetivo tentar minimizar ou controlar as influências individuais e

consequências da divisão do trabalho. A separação de atribuições é fator essencial para as

organizações e responsável pela cooperação mútua dos membros organizacionais, para a

realização de objetivos gerais. Dentre as consequências da divisão do trabalho está a

integração, que se manifesta nos cargos, posições e funções e é marcada pelo agrupamento e

associação das tarefas e atividades.

Neste sentido, a partir do processo de avaliação é possível realizar ajustes estruturais

capazes de institucionalizar mudanças que propiciem maior contato entre professores, entre

professores e gestores e entre estes e os funcionários e alunos.

3.3.3 Estilo de liderança

Dentre um grupo de pessoas são destacados aqueles que têm o papel de comandar os

demais em prol de um fim, esse personagem é nomeado de líder. A liderança pode se

apresentar de várias formas, de acordo com o perfil da organização e de seu gestor, e é

utilizada para guiar os indivíduos, por meio de normas e valores específicos, ao alcance de

objetivos e metas comuns. Vergara (1999) ratifica que liderança está ligada a estímulos,

motivos que podem motivar as pessoas para a realização da missão, da visão e dos objetivos

empresariais.

Liderar é uma função bastante complexa se considerarmos que os liderados serão

pessoas com características próprias e diferentes umas das outras. Bergamini (1994) define

como objetivos centrais da liderança: motivar, inspirar, sensibilizar e comunicar (apud

LIMONGI-FRANÇA; ARELLANO, 2002). Para unificar os esforços o líder precisa buscar

artifícios que conduzam sua equipe a um discurso e postura padrão, atendendo aos preceitos

institucionais.

Como já dito anteriormente, a liderança possui vários estilos que segundo Smith

(1994) é a forma como o líder orienta seu comportamento. Pode se apresentar de forma

democrática ou autocrática. A primeira destaca-se por ser mais participativa e a segunda mais

coercitiva. Stoner (1995) discorre sobre a maneira como a liderança democrática se apresenta.

64

Nela as diretrizes são discutidas pelo grupo com assistência e acompanhamento do líder, o

qual procura posicionar-se como membro comum, porém com atribuições centradas na

orientação. O condutor deve ser objetivo em seus posicionamentos e primar pela liberdade

dos indivíduos na hora de se agruparem para execução das tarefas, incentivando o

relacionamento.

A liderança autocrática é definida por Drucker (1997) como o estilo de comando no

qual o líder determina as providências e os meios a serem utilizados para execução das

tarefas. O líder é dominador e subjetivo na hora de elogiar ou criticar, e não permiti a

participação de sua equipe na definição de diretrizes.

Palácios (2011) destaca o fato de pesquisadores educacionais como Csillag (1997)

salientarem a relevância da estratégia adotada pela liderança como fundamental para o bom

desempenho da escola. Um sistema de liderança está relacionado às ações que implicam o

envolvimento pessoal da alta direção, “promoção de desempenho elevado, manutenção do

clima da aprendizagem entre as pessoas, criação da estrutura organizacional e sistema

gerencial e revisão periódica dos resultados” (TAKAHASHI; MACHADO-DA-SILVA, 2002,

apud PALACIOS, 2011, p. 42).

Nas IES privadas, o contexto gerencial é caracterizado pela presença de mantenedores

(donos do negócio) e de gestores profissionais. A figura do chefe autocrático ainda é bastante

presente, interferindo continuamente nas decisões acadêmicas, apesar de esta ser uma

preocupação do sistema de avaliação brasileiro, quando, por exemplo, existe no instrumento

avaliativo um item sobre o funcionamento dos colegiados.

3.3.4 Satisfação pessoal

As influências que a satisfação pode causar no trabalhador pode ser a justificativa

principal para a necessidade de um aprofundamento de seus estudos. Fraser (1983) propõe

que satisfação é complexa e de difícil definição. Uma parcela desta dificuldade se dá por sua

subjetividade característica e variação de pessoa a pessoa de acordo com a situação, evento,

circunstâncias, e forças internas e externas ao ambiente de trabalho. O estado de satisfação é

muito particular ao empregado e depende de valores, expectativas e objetivos particulares.

Outras conceituações fazem referência à satisfação no trabalho como sinônimo de

motivação, atitude ou como estado emocional (MARINEZ; PARAGUAY, 2003). Políticas

65

bem definidas de atendimento aos anseios e necessidades do indivíduo podem contribuir para

sua motivação no ambiente organizacional, estimulando modos e ânimo na execução de suas

atribuições.

Apesar de o estudo ser centrado em uma organização privada, não é possível

desconsiderar a existência de uma cultura universitária na realidade do ensino superior

brasileiro. Esta acaba por afirmar a presença de algumas características do modelo de

burocracia profissional de Mintzberg (2006):

No modelo de burocracia profissional o principal mecanismo de coordenação é a

padronização de habilidades; a palavra-chave da organização é o núcleo operacional;

os principais parâmetros de design são o treinamento, especialização horizontal das

tarefas, descentralização vertical e horizontal; e os fatores situacionais

característicos são o ambiente complexo e estável e o sistema técnico não regulado e

sofisticado. Na burocracia profissional “tendo o controle sobre o seu próprio

trabalho o profissional age independentemente de seus colegas, mas diretamente

com os clientes que serve” (apud PALACIOS, 2011, p. 36).

Nesse sentido, deve-se considerar que a satisfação e comprometimento de professores

estejam relacionados com um ambiente na qual exista uma autonomia relativa, um controle

maior pelo professor de suas próprias atividades e apoio e confiança dos líderes em relação ao

desempenho de suas atividades.

De acordo com Siqueira e Padovam (2008), o bem-estar no ambiente de trabalho está

associado à satisfação no trabalho, envolvimento com as tarefas que realizam e

comprometimento afetivo com a organização (ROSENSTOCK, 2011). O contentamento das

pessoas em seu ambiente de trabalho é algo benéfico ao indivíduo e pode se tornar um

diferencial à organização.

O comprometimento organizacional, definido por Sobral (2008, p. 202) como a

“orientação do funcionário definida como lealdade, envolvimento e identificação com a

organização” deve ser alcançado no intuito de fortalecer a relação do indivíduo com o seu

local de trabalho. Em seu estudo Rizzatti (2002, p.286) obteve um consenso entre a maioria

dos entrevistados, de que o comprometimento organizacional inclui desenvolvimento,

inclusão e participação no projeto institucional. Tal informação pode ser utilizada pelas IES,

por meio do incremento de práticas institucionais que visem à busca pelo comprometimento.

Não resta dúvida, diante de tais definições, que estimular o empenho dos funcionários é algo

essencial para a qualidade do clima e alcance dos resultados.

66

3.3.5 Comunicação organizacional

Comunicação significa compartilhar elementos ou modos de vida e comportamento,

sob a existência de um conjunto de normas (PIGNATARI, 2003). As pessoas se expressam de

várias formas e sentem necessidade de transferir seus conhecimentos, pensamentos, e crenças

na intenção de dividir, persuadir ou transferir informações. Podemos admitir que a forma

como a comunicação se dá no interior das organizações depende de sua cultura, políticas e

gestão.

As relações se intensificaram com o passar do tempo e evidenciaram a necessidade de

se aprimorar os meios para troca de informações e a valorização do partilhar para a efetivação

dos processos.

Ao interagir com seus semelhantes utilizando um código comum, inteligível, o

homem faz mais do que informar e ser informado sobre as coisas do mundo: ele

agrega novas formas de organização do próprio pensamento, adquire novos

pensamentos e amplia a consciência de si próprio, de seu lugar no mundo e de sua

responsabilidade social (LIMONGI-FRANÇA; ARELLANO, 2002, p. 271).

A importância da comunicação já é tão evidente que o homem não cessa na sua busca

por meios que promovam esta ação. Normalmente o sucesso das relações é atribuído à

qualidade no diálogo, a discussão sadia dos assuntos que as norteiam, e troca de informações

necessárias para integrar melhor as partes. Para Rizzati (2002, p. 246):

Comunicação é uma forma de inter-relacionamento dentro das organizações. Tanto a

forma com que são passados os valores e aspectos culturais, como também a forma

de comunicação no cotidiano, à hierarquia e o acesso à troca de informações

internas, instituição-servidor.

Segundo Reicher e Fonseca (2012) a comunicação interna é o conjunto de meios que

possibilitam a troca de informações utilizadas pela organização para interagir com seus

públicos. Angeloni (2010, p. 80) defende que,

por meio da comunicação interna é possível motivar e comprometer as pessoas,

conhecer a sua opinião, sentimentos e aspirações, sendo, portanto, utilizadas para

estimular a participação ativa de todos os integrantes da organização nas ações

organizacionais, gerando um consistente fator de satisfação.

67

Em seu estudo acerca das influências do clima organizacional Torres e Oliveira (2007)

mencionam o modelo ASH de Quijano e Navarro (1999), que incluíram a comunicação

interna como um dos critérios a serem explorados no estudo de clima, e a colocaram na

posição de responsável por conceber a,

percepção do grau de abertura da comunicação e de liberdade para intercambiar

informações, tanto com os superiores como com os companheiros, e a possibilidade

de ouvir os trabalhadores quanto as suas ideias, sugestões, queixas, a fim de alcançar

maior flexibilidade e melhoria contínua (2007, p. 33).

Por meio de canais eficientes de comunicação, o fluxo das informações ocorre a favor

das práticas institucionais, além de transmitir uma confiança, que também pode estar

associada à transparência nos subsídios transmitidos. Kunch (2006, p. 129) destaca que “ser

transparente passou a ser um imperativo para as organizações contemporâneas”. Que por meio

da transparência promovem um sentimento de identidade e confiança no interior da

organização, decorrendo em diferencial frente ao mercado. A promoção do diálogo,

confiança, conhecimento e transparência são pré-requisitos para as organizações se tornarem

competitivas no contexto contemporâneo (OLIVEIRA, 2003).

Em sua pesquisa sobre o clima organizacional em universidades federais brasileiras

Rizzatti (2002) obteve relatos que evidenciaram a importância de existir um sistema de

comunicação eficiente, onde são repassadas as atribuições de cada um dentro da empresa

favorecendo a tomada de decisão, e servindo como mecanismo para refletir a percepção dos

funcionários em relação ao clima na instituição.

Uma rotina de diálogos no interior da instituição pode aproximar as pessoas na busca

pelos objetivos. Marchiori (2008) dispõe que a comunicação interna é fator preponderante

para a organização, instrumento de ligação entre as pessoas e grupos, a comunicação

administrativa, os fluxos de informação, sistemas formais e informais, canais de comunicação,

e a produção de diálogos importantes para a instituição. A conversação vivenciada na

organização precisa ser reconhecida como ferramenta promotora de qualidade, pois, inclusive,

faz parte dos instrumentos de avaliação do MEC para avaliar o desempenho do ensino

superior no Brasil.

68

A comunicação com a sociedade é a dimensão número 4 do Instrumento de Avaliação

do SINAES, responsável por ponderar a comunicação interna das IES por meio de seus canais

de convívio, sistemas de informação e ouvidoria. As instituições de ensino superior precisam

refletir sobre “política de comunicação efetivamente pensada, construída e planejada, que

contemple a participação dos principais interessados, ou seja, os próprios funcionários”

(SCROFERNEKER, 2007, p.82). Buscar o envolvimento do indivíduo por meio da

informação pode favorecer o atendimento das exigências e refletir positivamente no clima

institucional.

3.3.6 Processo decisório

Para os administradores, a tomada de decisão é um desafio contínuo (SOBRAL,

2008). Para o autor, a tomada de decisão é um processo de escolha entre alternativas, dividido

em seis etapas: “identificação da situação, diagnóstico, desenvolvimento de alternativas,

avaliação de alternativas, seleção e implementação e monitoração” (SOBRAL, 2008, p. 103).

De acordo com o perfil da dificuldade, os responsáveis pelas decisões, de posse de subsídios

suficientes, devem buscar a alternativa que melhor atenda a orientação institucional e

corresponda a expectativa gerada.

O processo de tomada de decisão dentro de uma organização pode assumir vários

estilos, do mais rigoroso e burocrático, ao mais aberto e participativo. Sobral (2008) menciona

em seu trabalho a divisão da tomada de decisão em quatro estilos, apresentados no Quadro 07:

QUADRO 07: Estilos de Tomada de Decisão

ESTILOS DE TOMADA DE DECISÃO

Diretivo Os gestores tomam as decisões voltadas às regras e

procedimentos da organização. Orientada para às tarefas em

prejuízo das pessoas.

Comportamental Os gestores adotam um modelo aberto e comunicativo, voltado

para o bem-estar das pessoas.

Analítico Os gestores são autocráticos e tomam decisões técnicas e

racionais.

Conceitual Os gestores são participativos e criativos, estimulam o

estreitamento nas relações. Fonte: Adaptado pela autora a partir de Sobral (2008).

69

As particularidades da organização influenciam diretamente na tomada de decisão por

meio de seus valores, estrutura, missão e políticas responsáveis por orientar os procedimentos,

as ações e as deliberações. Segundo Rizzatti (2002, p. 91) “o processo de tomada de decisões

em universidades obedece muito mais a parâmetros políticos do que àqueles denominados

burocráticos”. No modelo político as decisões são centralizadas nas mãos de uma minoria,

marcado por interesses individuais e de grupos, onde a participação se apresenta fluída e

temporária (RIZZATTI, 2002).

A tomada de decisão realizada por uma equipe possui peculiaridades que a distingue

daquelas decisões individuais (SOBRAL, 2008). Dentre as vantagens das decisões tomadas

em grupo, Sobral (2008, p.119) indica: “maior qualidade e precisão, maior partilha de

informação, maior diversidade, mais alternativas, pessoas mais motivadas, aumento da

aceitação da decisão, aumento da legitimidade da decisão”. A participação da equipe na

tomada de decisão pode ser benéfica se considerado o elevado conhecimento de detalhes dos

processos internos, algumas vezes despercebidos pela alta administração. Para Stoner (1995),

a participação consiste na criação de oportunidades, sob condições adequadas, para que as

pessoas influam nas decisões que as afetam.

Para Rizzatti,

a participação reduz a alienação e aumenta o moral, além de assegurar eficiência,

estimular a harmonia e enriquecer a personalidade. Seu uso eficaz é consequência de

um ponto de vista gerencial que inclui confiança nas potencialidades dos

subordinados. (2002, p. 241).

Segundo Maba e Marinho (2012, p. 468) o processo de tomada de decisão refere-se

em bases concretas, como:

a certeza na escolha de uma opção; a rapidez em se realizar essa escolha; a

proatividade decisória; o compartilhamento de informações em tempo real; a

iniciativa individual e, por decorrência, coletiva, dentre outros aspectos que

aparecem com vitais ao momento de decisão.

O autor ainda afirma que o processo decisório em IES não atende a um padrão e se

torna complexo pelas peculiaridades de cada instituição. Diante da presença de alguns

modelos teóricos de governança acadêmica, a opção a ser obedecida invariavelmente

influenciará a tomada de decisão (MABA; MARINHO, 2012). A própria legislação criada e

70

mantida pelo MEC defende a participação de grupos dentro das IES, como colegiados de

curso, conselhos, CPA e NDE, com participação efetiva nas decisões acadêmicas.

No resultado de sua pesquisa Maba e Marinho (2012) verificaram que no exemplo das

faculdades analisadas não há uma disseminação informativa, e que isso se torna prejudicial à

tomada de decisão na IES. O compartilhamento das decisões de forma a orientar e envolver as

pessoas nos assuntos e demandas da instituição pode ser um agregado para o atendimento de

expectativas institucionais. Logo, o processo decisório de uma IES precisaria ser construído e

ponderado a partir de seu mecanismo de tomada e compartilhamento de decisão.

3.3.7 Gestão organizacional

Toda organização possui uma finalidade, é composta por pessoas e tem uma estrutura

organizacional (SOBRAL, 2008, p. 5). E para que esses elementos trabalhem em conjunto, de

forma singular, é necessária à implantação de um modelo de gestão eficiente que busque a

qualidade tão exigida pelo mercado atual. As organizações, como todo agrupamento de

pessoas, necessita de uma orientação para seu funcionamento. Deve ser composta de regras,

normas e políticas que subsidiem os procedimentos, o comportamento das pessoas e as ações.

Para cada tipo de organização há um modelo de gestão que melhor atenda a suas

especificidades. A administração de IES, por exemplo, possui suas formas distintas de

gerenciamento (RIZZATTI, 2002). Segundo Heloísa Luck (2010, p. 26) para que a gestão

educacional alcance sua efetividade necessita que o gestor promova a interação de duas áreas:

- os fundamentos, as diretrizes, os princípios e os objetivos educacionais que fazem

parte das políticas educacionais de sistemas e instituições de ensino;

- o clima e a cultura organizacional, que expressam os valores, crenças,

pressupostos e outros fatores subliminares pelos quais são interpretadas as

circunstâncias do ambiente escolar e demandas sobre a escola.

Este alinhamento seria o elo ideal do que é proposto amplamente na ambiência

educacional, e o que é sentido e vivido como realidade no interior de cada instituição de

ensino. Uma defenderia a normatização e a outra a manutenção de peculiaridades,

características individuais e expressivas.

Rizzatti (2002, p. 125) dispõe que, “recentemente, a Administração Universitária, para

melhor desempenhar sua missão, incorporou três novos instrumentos de gestão em seu campo

71

de atuação: Qualidade Total, Avaliação Institucional e Planejamento Estratégico”. Onde “a

qualidade total, no contexto educacional, significa, antes de tudo, uma nova filosofia de

gestão voltada para a melhoria contínua da Educação” (RIZZATTI, 2002, p. 125).

De acordo com Tachizawa e Andrade (1999) as IES estão em processo de

transformação que associado a novidades na era do conhecimento pode ser motivador da

utilização de novas técnicas e modelos de gestão. A introdução de novas ideias na

administração das instituições de ensino superior evidencia a busca pela melhoria da

qualidade dos serviços prestados, um dos fatores mais negligenciados nas funções

administrativas.

As organizações contemporâneas sofrem influências imediatistas de um ambiente

externo dinâmico e voraz (SOBRAL, 2008). O autor defende ainda, que tais tendências se

acentuarão no futuro e influenciarão diretamente os métodos de gestão das organizações.

Um estudo realizado pelo Conselho Federal de Administração (CFA) entre os anos de

1995 e 1998 junto aos cursos superiores de administração acerca da mudança no modelo de

gestão das organizações do setor educacional chegou a várias conclusões, todas centradas no

fato das instituições de ensino estarem entrando numa nova fase evolutiva, induzidas pelo

ambiente em que estão inseridas (TACHIZAWA; ANDRADE, 1999).

Rizzatti (2002, p.125) dispõe que a gestão em instituições de ensino superior é

dividida em atividades meio (serviços administrativos) e atividades fim (práticas acadêmicas),

e para execução das quais há necessidade de profissionais com competências conceituais ou

administrativas, técnicas e humanas que devem caminhar juntas. Logo, as instituições de

ensino superior podem buscar a melhoria da qualidade dos serviços prestados, por meio de um

monitoramento das práticas acadêmicas, onde a existência de profissionais qualificados pode

ser uma das alternativas imprescindíveis.

O desenvolvimento de alternativas que primem pela qualidade é tão necessária quanto

à implantação de políticas institucionais que priorizem a qualificação dos profissionais. Esta

afirmativa se torna relevante se considerarmos a dimensão 2 do Instrumento de Avaliação de

Cursos de Graduação presencial e a distância, em seus indicadores 2.7 e 2.8 que evidenciam a

importância da titulação do corpo docente para a qualidade do ensino e resultado avaliativo

para a IES. Diante do exposto é válido destacar o controle da qualidade nos serviços e a

existência de políticas institucionais que visem a importância do capital humano.

72

4 ANÁLISE DOS DADOS

Nesta fase do estudo são demonstrados os dados coletados junto aos informantes-

chave com o intuito de identificar de que forma um processo de avaliação institucional

impacta no clima organizacional e quais as consequências para a gestão de uma IES.

Este capítulo está dividido da seguinte forma: 1 - breve histórico da IES pesquisada, 2

- Análise documental de avaliações da IES, 3 - Seleção dos sujeitos e amostra e 4 - Análise e

apresentação dos dados.

4.1 INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PESQUISADA

A IES iniciou seu funcionamento em 04 de abril de 2005, com a autorização dos

cursos de administração e turismo, e em seguida o curso de direito. A Faculdade de Belém -

FABEL, localizada na cidade de Belém, foi idealizada para ser uma instituição pluralista e

pluridisciplinar, buscadora da verdade, apartidária, independente, dialogal, de livre iniciativa e

vocacionalmente cristã, conforme descrição apresentada em seu Plano de Desenvolvimento

Institucional - PDI.

Atua no ensino de graduação com os cursos de bacharelado em direito, administração,

turismo e os tecnológicos de gestão em marketing, gestão pública e tecnologia da informação.

Também foca na pós-graduação em nível de especialização, aperfeiçoamento e atualização.

A FABEL, por intermédio de seus cursos e programas pretende conhecer mais

profundamente o homem da região e aquilo que sabe, de modo a codificar e consolidar esse

conhecimento, oferecendo-o, assim consolidado, à sociedade belenense e ao mundo

contemporâneo. Com isso, assume a tarefa de criar na sociedade regional e nacional a

consciência da necessidade do desenvolvimento solidário de Belém e da Amazônia. Se os

ventos da globalização sopram inexoravelmente, a FABEL tem de pugnar por uma

globalização solidária, de acordo com o compromisso assumido em seu PDI.

Os idealizadores e construtores da FABEL, educadores e empresários com profundas

raízes em Belém e na Amazônia, assumem o compromisso de realizarem todos os esforços

para a concretização do ideal exposto em seu Plano de Desenvolvimento Institucional, que

tem como missão promover “a educação superior aliada à prática esportiva, viabilizando o

saber, a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável”. Na consecução dessa finalidade,

73

o homem é, portanto, o foco maior de interesse, posto que da qualidade de sua vida que

depende o desenvolvimento da cidade que habita.

Como lema de um propósito e ao mesmo tempo um caracterizador central desta tarefa,

a educação e o desenvolvimento de Belém encerram a razão de ser da FABEL e materializa

os compromissos institucionais com a sociedade paraense. Educação implica em libertação e

esta se constitui na base para o desenvolvimento.

A organização assume o compromisso de ser centro de referência sobre a região,

oferecendo subsídios à alteração da estrutura produtiva com modernização da economia

regional, que visa o desenvolvimento econômico e social, tomando por princípio que o atual

modelo produtivo, historicamente extrativista, não resolveu e nem resolverá os problemas da

miséria das populações, das desigualdades de distribuição de renda e da migração regional.

A FABEL tem consciência de que um Plano de Desenvolvimento Institucional é “um

possível histórico, algo projetado para o futuro, uma exigência ético-política que se impõe

como devendo ser construída, um fazer-se no qual cada um de nós se torna intrinsecamente

ligado pelo desafio que representa” à construção universitária.

Em sua estrutura administrativa a FABEL é constituída de Direção Geral, Vice-

direção Geral, Diretoria Administrativa e Financeira, e Coordenação de Cursos. Sua estrutura

organizacional, em termos de sua concepção gerencial, em seus aspectos morfológicos e

fisiológicos de sua interação, de sua relação intrínseca com a missão institucional, é integrada

com simplificação dos processos administrativos, sem perda de controle gerencial, mais

próxima e mais disponível à sua clientela interna e externa.

É patente a necessidade de redução dos níveis hierárquicos e de tornar uma estrutura

organizacional simplificada e flexível, comprometida com as finalidades da faculdade.

Fundada em centros de saberes, a estrutura organizacional está comprometida com os

princípios norteadores da faculdade, expressos em seu Plano de Desenvolvimento

Institucional - PDI.

Dentre suas metas, a FABEL projetou a promoção do desenvolvimento científico e

tecnológico; a oferta à comunidade interna e externa de cursos e serviços de extensão voltados

para a realidade regional e capacitação de todos os seus professores em cursos e programas de

pós-graduação e, particularmente, na formação pedagógica.

Para o pleno cumprimento de suas metas, a IES assume as ações de aperfeiçoar sua

estrutura organizacional, tornando-a integrada, mais próxima e disponível à sua clientela

74

interna e externa; manter e ampliar a reinversão de seus recursos financeiros na promoção da

capacitação e da titulação de docentes, bem como de seus recursos humanos técnicos e de

apoio, no desenvolvimento de práticas investigativas e em programas de extensão, na

ampliação das disponibilidades bibliográficas e de tecnologia educacional.

E ainda, a organização busca articular os projetos pedagógicos de seus cursos à

consecução de sua missão e aos interesses da realidade regional, promovendo na prática das

atividades de ensino, a iniciação científica e a mais ampla prática profissional em articulação

com as instituições da comunidade, disponibilizando recursos da tecnologia educacional a

serviço da atividade meio e das atividades fim da faculdade.

Além de assegurar as condições de informação interna de suas atividades e de

comunicação com a sociedade, a mesma deseja aperfeiçoar o sistema de planejamento de suas

atividades, desenvolvendo esforços no sentido do acompanhamento e avaliação de cursos,

projetos e programas e desenvolver um referencial de dados que confira competência da

faculdade nos assuntos relacionados com a grande Belém, em particular.

A Faculdade de Belém, em seus oito anos de existência, mantem seus resultados

positivos centralizados em seu pessoal técnico-administrativo e seus docentes, em sua atuação

no ensino de graduação associado às práticas investigativas e à extensão, na busca incessante

por ensino de qualidade. Por meio de sua missão e de seus projetos, a instituição promove

uma integração e união dos colaboradores que se reproduz nas ações e processos internos,

dando significativo destaque ao clima organizacional, o qual será objeto deste estudo para

melhor compreensão e conhecimento dos indicadores responsáveis por suas características

positivas e negativas.

4.2 ANÁLISE DOCUMENTAL DE AVALIAÇÕES DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR - IES

Para subsidiar este estudo foi realizada consulta a documentos internos da IES que se

reportassem às avaliações. Para tanto foram selecionados 1 - os relatórios da Comissão

Própria de Avaliação (CPA) do período 2010/2013 e 2 - o relatório final do reconhecimento

do curso de Bacharelado em Direito, considerado pelos entrevistados o processo que mais

causou impacto na instituição.

75

4.2.1 Relatórios da Comissão Própria de Avaliação (CPA)

Dentre os instrumentos avaliativos propostos pelo Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Superior – SINAES - está a autoavaliação, a ser realizada por uma Comissão

Própria de Avaliação – CPA - a qual possui atribuição de subsidiar os gestores nas IES para o

atendimento das dimensões estabelecidas pelo sistema, e com isso primar pela qualidade dos

serviços ofertados. Conforme seu Regimento, a CPA foi instituída em 28 de abril de 2005

pela resolução nº 001/2005 de sua mantenedora UNEMPE, atendendo a denominação de

Comissão Permanente de Avaliação, por seus dirigentes entenderem que o termo se adequaria

melhor à prática de ações contínuas e constantes.

As ações da comissão são planejadas semestralmente em reuniões com seus membros,

os quais tem participação na próxima etapa de sensibilização, socializando à comunidade

acadêmica esclarecimentos sobre o papel da autoavaliação e a importância da participação de

todos. Posteriormente são realizadas ações em parceria para preenchimentos dos

questionários, os quais são revisados constantemente para garantir a qualidade das

informações coletadas. Anualmente são realizados feedbacks ao Ministério da Educação por

meio de relatórios anexados no sistema e-MEC responsável por gerenciar os processos da

instituição. Nestes documentos constam os pontos fortes e fracos evidenciados no ato da

avaliação em questionários respondidos pela comunidade acadêmica – discente, docente,

técnico-administrativo e sociedade civil – construídos com base nas 10 dimensões do

SINAES:

Dimensão 1: A missão e o Plano de Desenvolvimento Institucional;

Dimensão 2: A política para o ensino, a pesquisa, pós-graduação, a extensão, e as

respectivas normas de operacionalização;

Dimensão 3: A responsabilidade social da instituição;

Dimensão 4: Comunicação com a sociedade;

Dimensão 5: As políticas de pessoal, as carreiras do corpo docente e do corpo e do

corpo técnico administrativo;

Dimensão 6: A organização e a gestão da instituição;

Dimensão 7: Infraestrutura física;

Dimensão 8: Planejamento e avaliação;

76

Dimensão 9: Políticas de atendimento aos estudantes;

Dimensão 10: Sustentabilidade financeira.

As avaliações institucionais ocorrem em ciclos de 3 anos, logo, neste estudo foram

utilizados os relatórios da CPA de 2010, 2011 e 2012, selecionados por fazerem parte do ciclo

onde houve o processo de reconhecimento do curso de direito, destacado como o de maior

impacto à IES.

No documento referente ao período de 2010 foi identificado uma consolidação da

prática de autoavaliação na instituição, percebendo-se que as atividades avaliativas estavam

sendo incorporadas à gestão, quanto às ações oriundas deste processo foram associadas para

melhorias na qualidade dos serviços educacionais e de infraestrutura. Ao final as

considerações foram positivas e as fragilidades entendidas pela Comissão como mínimas

frente às conquistas alcançadas.

No relatório de 2011, além da intensificação de um maior envolvimento da

comunidade com avanços no debate sobre as necessidades e metas da IES, foi percebida a

continuidade em melhorias na qualidade dos serviços e infraestrutura. Mas o fator de destaque

no balanço deste período, segundo a CPA, foi o aprimoramento de práticas pedagógicas

alcançadas por meio de novas contratações e oportunidades dadas àqueles que já compunham

o quadro da instituição. A IES entende que se incentivar seus funcionários estará contribuindo

para seu desenvolvimento, por respeitar a importância de seu capital intelectual. Em sua

conclusão o relatório ressalta o compromisso com a qualidade do ensino superior e para a

execução de suas metas se orienta pelo “respeito e promoção dos predicados das relações

humanas que fazem o seu diferencial e identidade”.

Em 2012 não houve novidades, o período foi marcado por uma continuidade das

práticas já existentes e mudanças sem muito impacto ou significância. O que pode ser

constatado ao longo de seu relatório. Diante disso, pode-se perceber que foram realizadas

melhorias identificadas no relatório de 2010, as quais podem estar voltadas ao atendimento do

processo de reconhecimento de direito que ocorreu no mesmo ano. Em 2011 a IES preparava-

se para uma avaliação institucional, a qual não houve devido a um erro de sistema do MEC, o

que pode ser refletido no relatório de 2012, onde não houve mudanças relevantes.

Portanto, os relatórios destacados no estudo revelam uma postura condicionada pelos

processos de avaliação do MEC, onde se pode perceber que a IES adequa-se ao atendimento

77

das diretrizes orientadoras dos instrumentos avaliativos. Quando na verdade a cultura de

melhorias deveria ser uma rotina a ser retratada nos relatórios da CPA.

4.2.2 Relatório de reconhecimento do curso de Direito

O relatório deste processo foi selecionado após identificação pelos entrevistados,

como o mais influente para a instituição. Em todo final de avaliação institucional/curso é

produzido um relatório que traduz de forma objetiva a realidade encontrada pelos

profissionais responsáveis por avaliar a IES ou seu curso. O curso de graduação em direito da

Faculdade de Belém encontrava-se autorizado desde 2005, com 150 vagas, vespertinas e

noturnas. Neste momento era o de maior relevância para a instituição pela visibilidade

proporcionada e representatividade do corpo docente e discente.

Em seu relatório de avaliação para reconhecimento, os avaliadores transmitiram

informações como seu objetivo principal de ofertar sólida formação geral, humanística e

axiológica e elevado nível de preparo intelectual e consciência social, qualificado para o

exercício técnico e profissional do direito. Do mesmo modo, também incentiva a pesquisa e a

extensão, necessárias ao prolongamento da atividade de ensino, à produção e à divulgação do

conhecimento jurídico adequado às demandas da sociedade. Ressalta-se que esta pesquisa

identificou que a Comissão Permanente de Avaliação está instalada e consolidada e seus

resultados são apresentados à comunidade interna, todos os semestres.

Os objetivos do curso presentes em seu projeto pedagógico são coerentes com a

missão descrita no PDI da IES e estão plenamente implantados. A formação crítica e reflexiva

dos estudantes constitui uma proposta efetiva conforme se observou pelas ações

desenvolvidas nesse sentido. Segundo o relato dos avaliadores, em entrevista, acadêmicos do

curso demonstraram alto índice de satisfação com as condições de oferta, destacando-se o

fácil acesso aos funcionários da área administrativa, bem como aos docentes e dirigentes da

instituição. Os acadêmicos enfatizaram o extremo comprometimento dos docentes do curso,

seja em sala de aula ou fora dela.

Na síntese da ação preliminar à avaliação, parte componente do relatório de

reconhecimento do curso de direito da IES, é disposto que “a justificativa apresentada pela

FABEL é procedente, tendo como base os documentos apresentados, a saber: Plano de

Desenvolvimento Institucional, Projeto Pedagógico do Curso, documentos e relatórios da

Comissão Permanente de Avaliação, folders e atas que comprovam o envolvimento dos

professores do NDE para a construção permanente do curso. As entrevistas com o Diretor

78

Geral, Diretor Acadêmico e Coordenação do curso de Direito, Secretária Acadêmica,

Bibliotecária, Vice-direção Geral, do presidente da entidade mantenedora e ainda da

coordenadora do NPJ e de estágios, bem como da presidente da CPA e de acadêmicos dos

vários períodos, docentes e funcionários técnico-administrativos foram “igualmente

positivas”. Logo, foi constatado a plausibilidade entre a justificativa apresentada e as ações

propostas pelo curso.

O relatório de avaliação é subdividido em três dimensões que compõe o instrumento,

as quais são: organização didático-pedagógica, corpo docente e instalações físicas. Na

primeira dimensão foi constatado que os objetivos do curso estão implantados conforme o

ensino, a extensão, perfil do egresso e as DCN’s. Verificou-se execução de alguns projetos de

pesquisa para discentes que resultaram em trabalhos finais que se encontram em fase de

seleção para fins de divulgação à comunidade acadêmica. A produção científica do corpo

docente é razoável e decorre em grande parte dos projetos de pesquisa, iniciação científica, e

grupos de estudos fomentados pela IES.

A avaliação do processo de aprendizagem corresponde à concepção metodológica

adotada. Há serviço regular de atendimento psico-pedagógico ao discente por meio de um

Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP), dotado de boa estrutura, com profissionais – pedagoga e

psicóloga – à disposição da comunidade discente, oferecendo também este atendimento

também aos familiares dos acadêmicos.

A dimensão 2 dispõe que o corpo docente da IES é composto por 36 profissionais,

mantendo quatorze em tempo integral; quinze atuam em regime parcial; e sete trabalham

como horistas. Mais de 70% dos docentes demonstraram por seus currículos e pelas

entrevistas, experiência profissional na área jurídica e ainda no magistério superior.

Nas considerações da dimensão 3 é disposto que as instalações físicas atendem

perfeitamente para o pleno funcionamento do Curso de Direito. A Secretaria Acadêmica está

informatizada e há também espaços físicos específicos para funcionamento dos Núcleos de

Apoio à Comunidade Acadêmica.

Nas disposições legais confirma-se a existência do Núcleo Docente Estruturante e seu

funcionamento desde o início do ano de 2009. Os professores integrantes do NDE tem

titulação compatível com a função desempenhada e todos seus integrantes são docentes

vinculados à Instituição em tempo integral. Quanto à titulação, todos possuem pós-graduação

stricto sensu - mestrado.

E por fim, nas considerações finais da Comissão de Avaliadores, as dimensões são

pontuadas respectivamente com notas 4, 3 e 4, considerando ainda os dispostos na legislação

79

vigente, nas diretrizes da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior – CONAES

- e neste instrumento de avaliação, este curso de bacharelado em direito da Faculdade de

Belém apresenta um perfil bom de qualidade.

Percebe-se que os avaliadores desenvolveram todo o processo avaliativo e que por

meio do relatório final nota-se, bem objetivamente, de acordo com os requisitos estabelecidos

no instrumento de avaliação de curso. Estes documentos orientadores das avaliações estão se

tornando cada vez mais criteriosos e sucintos, de forma a responder aos questionamentos sem

muitos desdobramentos que venham questionar a influência dos profissionais responsáveis.

4.3 ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS

Nesta fase da pesquisa serão expostos os dados resultantes das entrevistas realizadas

junto aos informantes-chave, cuja interpretação buscará responder ao questionamento que

originou este estudo.

4.3.1 Análise das percepções dos informantes-chave

A seguir serão apresentados os relatos e análises das categorias, seus componentes e

respectivos indicadores constituídos em prol de melhor identificar a percepção dos

informantes-chave quanto aos reflexos das avaliações do MEC em IES.

A) Imagem institucional:

A categoria Imagem Institucional é uma das categorias identificadas pela pesquisadora

para estudar de que forma um processo avaliativo impacta no clima organizacional na

percepção dos funcionários envolvidos e quais as consequências para a gestão acadêmica e

organizacional da IES. A imagem de uma instituição é decorrente dos valores, práticas e

resultados que implicam em uma posição de mercado positiva ou negativa. No presente

estudo, analisa-se a partir dos componentes estratégias da instituição e avaliação institucional.

O estudo das estratégias institucionais será utilizado para análise da categoria imagem

institucional como aspecto que poderia influenciar na imagem da IES. Pois, entende-se que

80

para uma IES atingir seus resultados positivos necessita assumir uma postura estratégica em

suas práticas cotidianas, o que será ponderado neste estudo.

Em apreciação dos dados coletados, percebeu-se que a maioria dos respondentes

define as avaliações externas como positivas, entretanto, destacam a brevidade de ações

realizadas nestes momentos avaliativos.

Segundo podemos constatar nos relatos abaixo:

São positivas, busca-se melhorar em função do resultado, todavia não há

uma permanência F1

São favoráveis e deveriam ser permanentes, mesmo que sem a mesma

intensidade F6

Outro respondente, ao se posicionar acerca do questionamento de como veria as ações

voltadas aos processos avaliativos para a imagem institucional, e se há uma manutenção das

mesmas no pós-avaliação, coaduna da mesma opinião quanto à brevidade das ações:

Não possui reflexo positivo por não trabalhar com indicadores

corretamente. As ações são de melhoria esporádica F2

É uma busca para o alcance de um resultado positivo, no entanto é um fogo

que logo se apaga F7

As ações são positivas, e em alguns casos permanecem no pós-avaliação na

promoção de melhoras F15

As ações voltadas aos períodos avaliativos poderiam assumir uma postura estratégica,

partindo do pressuposto de que a estratégia pode refletir a postura e as intenções da IES no

mercado, e representar essencialmente os valores e políticas institucionais trabalhadas em prol

dos resultados esperados. Assim, alcançar a imagem ideal que retrate a sua realidade e seu

compromisso social, confirmando o posicionamento defendido por Bezerra (2008) de que a

estratégia é a identidade da IES, responsável pela busca e alcance de resultados.

O entendimento de que as ações realizadas pela IES são pontuais e momentâneas,

expõe a ausência de uma postura estratégica da IES que pode ter sua imagem abalada pela

81

perda de credibilidade junto a seu público interno. O posicionamento dos respondentes quanto

a não permanência das ações é ratificado a cada relato apresentado, como o seguinte:

As ações são tão breves que nem ficam conhecidas, por isso não chega a

influenciar diretamente. Não há uma permanência dessas ações. F3

Passam despercebidas pela maioria, e não tem permanência F8

Construtivas, são praticadas por meio da CPA (reforma dos WC). Muitas se

perdem com o tempo F12

Percebe-se durante a aplicação das entrevistas que àqueles respondentes com menor

nível de esclarecimento, uma minoria, apresentava um posicionamento diferenciado, como:

São positivas, e há uma permanência das ações F10

Nos relatórios apresentados à IES ao final de cada avaliação são descritos pontos

positivos e negativos percebidos no ato do processo de visitação. E ambos serão cobrados

posteriormente nas próximas visitas in loco, seja pela manutenção, quanto aos pontos fortes

ou pela superação das fragilidades apontadas. Logo, a não permanência de ações notadas pela

comunidade acadêmica no período avaliativo acarreta em um abalo a imagem da IES que não

estaria fazendo uso de estratégias corretas neste contexto.

Por fim, constatamos que as estratégias da instituição são fundamentais para

alimentação e manutenção de uma imagem positiva de mercado. E esta representação pode

iniciar internamente por meio de ações permanentes voltadas ao atendimento dos

instrumentos de avaliação externa e dos anseios e expectativas das partes que compõem sua

comunidade. No entanto, não foram percebidas ações de que a IES esteja fazendo uso correto

da positividade remetida às avaliações quando não promove ações que estejam associadas a

estes processos.

Diante da realidade atual de mercado no setor educacional, percebe-se que houve

influências das avaliações institucionais para a construção e manutenção da imagem da IES.

Nesta pesquisa, a avaliação institucional também será utilizada como componente da

categoria imagem institucional, no intuito de confirmar sua importância nesta conjuntura.

Segundo os relatos dos respondentes deste estudo sobre a influência das avaliações externas

82

para a imagem institucional notamos que, em sua maioria, atribuem os reflexos oriundos

destes períodos, ao resultado.

Como destacado no relato abaixo:

Influência positiva, fica claro os investimentos F2

Depende do resultado, quando não é o esperado externamente tem

influencia negativa, mas internamente há uma mobilização para melhora

dos futuros resultados. F4

Significativa, desde que sejam aprimoradas, e as avaliações na IES sejam

contínuas F6

Olhar diferenciado, nos faz vêr as fragilidades, o que vem influenciar na

imagem F14

A política de avaliação das instituições de ensino superior no Brasil vem se

aprimorando e criando novas ramificações nos meios para avaliar o desempenho das mesmas.

Como exemplo desses instrumentos de ajuizamento de valor à qualidade dos serviços,

podemos citar o ENADE, que realiza a ponderação do desempenho dos estudantes, e a OAB,

a qual é dada a competência para auxiliar na apuração das condições oferecidas pela IES.

Abaixo são apresentados relatos que fazem um comparativo da influência desses instrumentos

avaliativos com a da avaliação externa:

Positiva, de acordo com o resultado. Por exemplo, além da visita in loco,

avaliações como ENADE e exame da OAB influenciam diretamente na

imagem da IES. F3

Plena, a pontuação recebida é marcada como imagem para o mercado,

assim como resultados de ENADE e OAB. F8

A divulgação de resultados avaliativos nos meios de comunicação como estratégia de

marketing utilizada pelas IES tem aguçado o empenho das mesmas e suas equipes na busca

por resultados qualitativos e quantitativos que atendam as perspectivas do mercado e

agreguem valor positivo a sua imagem. Por isso, os gestores devem usufruir destes momentos

de avaliação para refletir sobre os pontos fortes e fracos, e assim buscar alternativas que

83

adequem a realidade da IES ao que é planejado para a mesma. O uso dos resultados

avaliativos como estratégia de marketing institucional foi mencionado por um entrevistado:

Extremamente importante, pois são responsáveis pelo marketing, pela

venda dos serviços. A meu ver cria-se uma dependência F7

Entretanto dentre os relatos podemos perceber o de uma docente que ministra aula em

outra IES. A mesma, expos sua preocupação quando diz:

[...] nem sempre a avaliação reflete a verdade, e pode agregar um valor

errôneo. Por ter vínculo em outra IES pude vivenciar as avaliações em

ambientes diferentes, e verifiquei algo muito chato, onde dentre as duas IES

a que teve uma nota maior não a merecia. Considero a avaliação, às vezes

injusta, o que se torna preocupante pela sua influência no mercado F10

Hoje, podemos dizer que se criou uma cultura, onde os resultados avaliativos

publicados pelo MEC são determinantes de qualidade, construtores ou mantenedores da

imagem institucional. Esta tendência preocupa os gestores das IES privadas que vivem a

mercê de imposições, algumas vezes discordantes da realidade vivida pelas mesmas. No

entanto, para sua sobrevivência necessitam atender a critérios contidos nos instrumentos

avaliativos muitas vezes maquiados, manipulados para o cômputo da valoração atribuída, pois

esta deve atender a obtenção de um resultado aceitável na avaliação. Esta postura errônea

pode ser a responsável por possíveis injustiças realizadas nas avaliações, onde àquele que se

apresenta verdadeiro pode ser prejudicado.

Durante as entrevistas podemos verificar as várias interpretações realizadas acerca do

tema avaliação institucional, como neste depoimento:

Influência no mercado, e dá maior visualização para a IES F1

Demonstra que a região pode oferecer ensino de qualidade, onde o

resultado é a união de toda a comunidade acadêmica. F9

84

Este posicionamento do respondente pode ratificar a definição da maioria dos

entrevistados quanto à influência positiva das avaliações e seu papel significativo para a IES

como um todo. Ao longo da análise dos dados foi notada a ocorrência de ações estratégicas

que não fazem parte de um planejamento elaborado a partir dos resultados avaliativos, e que

os efeitos das avaliações influenciam o grau de percepção dos respondentes sobre a qualidade

da IES. Logo, podemos defender que as avaliações externas são uma ferramenta

importantíssima para a imagem da IES, e isso é claramente percebido por seus colaboradores,

os quais puderam expor em suas colocações nesta pesquisa. Portanto, a instituição deve

trabalhar de forma efetiva, voltada ao atendimento dos instrumentos avaliativos,

reconhecendo a relevância da imagem transferida aos seus públicos, interno e externo.

B) Relacionamento interpessoal

O Relacionamento Interpessoal é uma das categorias selecionadas para responder a

indagação quanto às influências de uma avaliação para o clima organizacional de uma IES.

Nas organizações a relação entre as pessoas é um fator de grande influência para o

exercício de suas atividades. Por sua importância, faz-se necessário explorar o relacionamento

interpessoal, e neste estudo as variáveis analisadas foram à cooperação existente e a

integração, onde a primeira se dá por um espírito de equipe onde os indivíduos se ajudam na

realização das demandas, trocam conhecimentos e experiências, e o segundo componente

ocorre pela qualidade na comunicação e troca de informações.

A cooperação reside em se obter uma sinergia de esforços e objetivos entre os

indivíduos e a organização, segundo Drucker (1997). Diante de sua conceituação justificamos

a necessidade de sua apreciação neste estudo aonde os respondentes da pesquisa foram

indagados se após o processo avaliativo é percebida uma maior cooperação entre as pessoas

na IES.

Dentre os relatos:

O processo aproxima mais os setores, melhora a visão sistêmica do grupo,

da organização. F8

85

Em observações informais no período de aplicação das entrevistas a pesquisadora

verificou que os funcionários possuem um entendimento de que as avaliações promovem a

união dos setores, por meio da integração e maior fluxo de informações, o que se faz

importante para o andamento do processo. O trabalho em equipe tão defendido entre os

administradores pode ser um reflexo evidente da importância da cooperação e postura que

devem ser estimuladas na IES para sua manutenção. Outro respondente disse que:

Antes e durante é bem notado, mas no pós os comportamentos voltam a ser

individualizados por setor. No cotidiano os setores só cooperam entre si

pelas necessidades do dia-a-dia. F3

Os interesses precisam ser alinhados em prol de uma sinergia benéfica e necessária.

Considerando a tensão destacada por todos, informaram a ocorrência de acúmulo de tarefas

inacabadas devido a um acúmulo de funções, que decorre em um certo stress que fragiliza o

grupo. Compartilhando da mesma interpretação sobre a permanência do espírito de

cooperação, outro respondente relatou que:

Com certeza. Fica um espírito de solidariedade por um tempo, depois volta

a rotina individualista. F2

A ocorrência da cooperação depende muito dos relacionamentos internos, da forma

como a instituição administra as relações, tornando-se reflexo do clima organizacional. Em

outro comentário coletado, podemos perceber que a busca por um resultado positivo é

motivador da existência de cooperação e espírito de equipe:

Sim, há uma empolgação quando o resultado é positivo, todo mundo quer

ter seu nome associado ao sucesso. F9

O instrumento avaliativo que orienta as avaliações de curso destaca alguns pontos no

que tange ao relacionamento da IES com seu corpo docente. Dentre estes o regime de trabalho

pode ser destacado como fator influente para a cooperação desta parcela da comunidade

86

acadêmica. Dentre os regimes apresentados estão o integral, com carga horária de 40 h de

trabalho, o regime parcial, com 20 h, e ainda o regime horista, neste último, o docente só está

em sala de aula sem tempo disponível para maior envolvimento com outras ações

institucionais. Um docente entrevistado faz relação da falha na continuidade do sentimento de

cooperação, após as avaliações, com o regime de trabalho atribuído a alguns funcionários.

Ressalta que o pouco tempo na IES não seria necessário para uma inclusão maior.

[...] é momentâneo, não há uma continuidade do movimento de cooperação,

o que associo a influencia do regime de trabalho (horista). F7

No geral, a cooperação apresentada nos períodos de avaliação pode ser considerada

uma das características marcantes de todo o processo, conforme depoimentos abaixo:

Sim, as avaliações provocam um contato maior, há uma cooperação entre

as unidades da IES, o que normalmente não se apresenta. F5

Sem dúvida, o contato é inevitável e contínuo F12

A aproximação promovida no período é vista como favorável, todavia, é responsável

por conflitos mencionados durante os depoimentos. Os atritos são referentes ao acúmulo de

pendências a serem resolvidas a curto prazo, que acabam por causar um clima de pressão e

desconforto. Quando falava dos reflexos de uma avaliação externa para o clima, um

respondente mencionou a necessidade de mudanças de horário para suprir as demandas, e que

isso se daria por falta de planejamento. Todavia, no momento das avaliações, as pessoas

contribuem por ter a consciência da representação do processo para seu trabalho:

Sim, no reconhecimento de direito houve uma cooperação maior dos

docentes pela importância do processo. F6

No decorrer da análise do componente cooperação existente foi detectado que grande

maioria dos respondentes vê os momentos de avaliação como motivadores de um sentimento

de colaboração, embora alguns compartilhem da ideia de que é momentâneo. Conclui-se

87

assim que as opiniões ficam bem divididas quanto à permanência do cooperativismo entre as

pessoas no interior da faculdade.

A integração também foi apreciada como um dos componentes para análise da

categoria relacionamento interpessoal, na busca de se perceber, ao olhar dos entrevistados,

como as relações se apresentam nos períodos avaliativos na IES. Ao serem indagados se a

integração entre as pessoas nas avaliações pode contribuir para uma melhoria no ambiente e

nos serviços após esses processos, os respondentes são unânimes quanto a sua importância

para os resultados.

Os funcionários entrevistados colocaram, de forma pessoal, suas opiniões acerca da

repercussão da integração nos períodos de avaliação:

Sim. Deve contribuir como mecanismo para o envolvimento de todos. F2

Claro, vai permitir que as dificuldades sejam vistas, e as principais

demandas de cada setor F8

Corroborando do mesmo pensamento, outro respondente ratificou a opinião a respeito

dos efeitos positivos das avaliações externas na integração dos colaboradores da IES:

Sim, pelo conhecimento adquirido, estudos provocados. F6

Sim, porque se tem a oportunidade de se trabalhar em grupo com o suporte

de uma orientação externa. Surgem ideias novas, projetos novos F7

Sim, porque você acaba descobrindo o potencial do outro F12

Neste depoimento pudemos perceber a influência positiva da integração entre os

indivíduos. Todavia, quando o exploramos melhor notamos que a cooperação não ocorre com

a mesma eficácia, pois os serviços se apresentam sem melhorias.

Sim. A integração melhora o clima e a imagem das pessoas entre si, todavia

os serviços permanecem da mesma forma. F5

Pode pq com a união da comunidade o principal objetivo será a busca pela

excelência na prestação dos serviços F14

88

Segundo os funcionários entrevistados, a integração promovida nos períodos

avaliativos acarreta principalmente em união, e também, maior envolvimento da equipe e

qualidade no clima.

O relacionamento entre as pessoas no interior das organizações é inevitável e pode se

apresentar positivamente ou negativamente, dependendo de uma variedade de fatores externos

que podem influenciar diretamente. Para Moscovici (2002), as relações humanas no interior

das empresas devem ser monitorados para que fatores como poder e conflitos não venham a

comprometer os processos.

Segundo um respondente, as avaliações agregam valor positivo às relações

internamente:

Com certeza, no momento da avaliação são promovidas relações que

perduram pós-processo e trazem benefícios a instituição. F4

Neste contexto, Costa (2002) destaca a importância das relações interpessoais para a

constituição do relacionamento organizacional, o qual é marcado por elementos formais e

informais que acabam por retratar a realidade de integração no ambiente institucional,

propiciando ao administrador subsídios para gerenciar os problemas de política de pessoal e

tomada de decisão.

Foi identificado ao longo das indagações que as avaliações são responsáveis por um

sentimento de união em que a comunidade acadêmica da IES se une em prol de um resultado

satisfatório e importante para todos. Todavia, notou-se, também, que esta postura é

passageira, pois quando terminada a avaliação in loco volta a se destacar um comportamento

individualizado dos funcionários. A conservação de uma comunicação mais próxima entre as

pessoas nos períodos avaliativos é destacada por um entrevistado:

Se houvesse uma permanência da integração muitas situações seriam

evitadas. Só que é direcionada apenas para o período da avaliação. F3

Sim, censo de cooperação mútuo que se torna acirrado, todavia é

momentâneo. F10

89

Todos buscam o mesmo objetivo no momento das avaliações, alcançar o maior nível

de conhecimento possível para responder por sua função e pela IES quando questionados in

loco. Dentre os pontos positivos colocados, estão os estudos provocados, projetos e ideias

novas e discussão acerca da busca mútua por alternativas que propiciem a excelência nos

serviços. As relações provocadas com os processos acabam por fortalecer as atividades

praticadas na IES, pela competência dos envolvidos capazes de dirimir com excelência sobre

os temas em discussão. Um entrevistado destacou que nesses momentos são evidenciados

potenciais que normalmente passam despercebidos entre eles.

Na análise deste componente podemos concluir que a maioria dos entrevistados

congrega da mesma opinião quanto á importância das avaliações para uma motivação da

cooperação e integração entre as pessoas na IES. Foi percebido, com base nas informações

apresentadas, que o espírito de cooperação permanece após a avaliação externa, e que são

realizadas mudanças no funcionamento das estruturas organizacionais, como conselhos e

NDE. Todavia, os relatos também demonstram que não há uma continuação desta postura,

embora sejam notados os frutos gerados no curto período em que se apresentam.

C) Estilo de liderança

A categoria Estilo de Liderança foi escolhida com o intuito de subsidiar o

esclarecimento acerca da forma como uma avaliação do MEC influencia no clima

organizacional de uma IES, e seus impactos na gestão acadêmica e organizacional. Na busca

por alcançar o objetivo deste estudo os respondentes foram indagados se após a avaliação é

dado um feedback pelos gestores a docentes e funcionários, e qual a importância dessa prática

para o clima organizacional, como exemplo de comportamento das chefias.

Em sua maioria, os entrevistados concordam que é dado um fedback pelas chefias,

mas, segundo o relato abaixo, é feito muito superficialmente:

Em parte, não é dado na sua totalidade. Ajudaria muito nas mudanças de

postura no ambiente interno. F2

Os gestores só repassam a nota, sem uma ação de valorização pelo esforço

da comunidade. O feedback é muito importante como forma desse

reconhecimento esperado. F3

Muito superficialmente, deveria ser melhor trabalhado pela sua importância

para o clima organiz. F7

90

A importância do feedback se dá pelo retorno positivo dado ao indivíduo sobre seu

erros e acertos. Então os respondentes foram indagados sobre a importância dessa prática

como característica da postura dos chefes.

Verificou-se que os entrevistados indicaram duas interpretações para a realização do

feedback, o reconhecimento profissional, mais citado, e o conhecimento de pontos fortes e

fracos. É uma ferramenta reconhecida pelos respondentes desta pesquisa, e defendida como

um instrumento importante para a IES:

É realizado sim. Essa iniciativa é boa, pois há um retorno do trabalho, do

esforço e da cobrança. F5

Sim, necessária, crucial, a IES não deve só cobrar F6

Moscovici (2000) defende que a eficácia do feedback está de acordo com o momento e

a forma como é realizado, seja positivo ou negativo. Seguindo o mesmo pensamento do

discurso anterior, outro colaborador ratifica a importância desta prática:

É dado sim, somos informados dos resultados. Esse momento é importante

porque há um esclarecimento de todos acerca do processo, como no

reconhecimento de direito. F4

Sim, a importância será o conhecimento em relação aos pontos positivos e

negativos para que toda comunidade da IES possa sanar o ponto negativo

com o intuito de aprimorar e evoluir para ser melhor avaliada em outra

visita do MEC F9

A introdução do feedback como rotina na IES pode ser determinante de maior

motivação dos seus funcionários, conforme relatos. E assim agregar valor positivo ao

comportamento das chefias, as quais ficam encarregadas de manter um contato mais direto,

onde possam ser feitos maiores esclarecimentos acerca dos resultados. Rizzatti (2002) define

o comportamento das chefias como a forma que os ocupantes dos cargos de chefia

desempenham sua função e seu estilo de comando em relação aos seus subordinados.

Segundo um respondente:

91

Sim, é dado o feedback. Há muita transparência, é muito

positivo, retorno do trabalho desenvolvido. F8

A importância do feedback reconhecida pelos entrevistados segue o raciocínio de que

esta prática pode aproximar e fidelizar chefias e colaboradores, numa relação de líderes e

liderados para o conhecimento e exercício efetivo dos processos no interior da organização.

Para unificar os esforços o líder precisa buscar artifícios que conduzam sua equipe a um

discurso e postura padrão, atendendo aos preceitos institucionais.

Outro componente utilizado para a análise dos estilos de liderança são as atitudes, as

quais refletem o modelo de administração aplicado pelo gestor e a preocupação com sua

postura frente aos colaboradores. Neste contexto analisamos a compreensão dos funcionários

de uma IES quanto à atitude dos gestores nos processos avaliativos. A forma como o líder se

posiciona diante das demandas deve ser objetiva e clara, por ser crucial ao desempenho da

equipe.

Portanto, conforme relato de um entrevistado:

São bastante claras e direcionadas para obtenção eficaz dos resultados

específicos necessários. F2

São bem compreendidas F9

Como a avaliação é interesse de todos, pois dela depende o futuro da instituição é

necessário que o líder trabalhe muito bem a divulgação dos critérios a serem atendidos e das

ações que precisam ser realizadas. A atitude dos gestores para a mobilização dos esforços nos

momentos de avaliação do MEC é determinante para a postura das pessoas frente a essas

ocasiões.

Sim, já houve até preparação de material para que todos estudassem e

tivessem conhecimento.F1

Sim, as determinações são muito bem explícitas. O que o colaborador

entende é que precisa se esforçar pela necessidade de busca pelo resultado

esperado. F3

92

Sim, há cobranças consideradas positivas F10

A relação entre os gestores e suas equipes deve ser trabalhada não somente nos

momentos de avaliação, suas atitudes devem ser pautadas nas políticas institucionais que

precisam ser incentivadoras de criatividade, iniciativa, qualidade nas relações internas e

políticas que atendam os interesses dos colaboradores. Se já houver uma afinidade entre as

partes fica mais fácil sensibilizar os indivíduos a colaborar na busca pelo resultado necessário.

Sim, há uma aproximação maior nesse período. F6

Uma característica marcante das avaliações é o envolvimento dos gestores, os quais,

segundo percebido nas entrevistas, participam efetivamente de todas as ações, direta ou

indiretamente. Essa postura é vista como positiva pela equipe que se convence mais

rapidamente da importância do processo e necessidade da união de forças.

Há um pouco de confusão no entendimento F4

Ás vezes sim, em alguns casos os gestores repassam um stress que não é

bem compreendido. F5

A forma como as orientações e informações são repassadas expressará o estado em

que a IES se encontra frente ao desafio de atender as exigências preestabelecidas. Estudiosos

defendem que toda atitude possui um link afetivo responsável por motivar as ações

(FINEMAN, 2003).

Não, essa prática não é bem trabalhada, falta um maior conhecimento do

processo, maior reflexão e discussão. F7

Não, ao clima de tensão, umas pessoas mais exigidas, alguns não se sentem

parte F11

Não devido ao clima pesado, rígido, tempo limite, pressão F15

93

Concluindo a análise da categoria estilos de liderança, diante dos posicionamentos de

docentes e técnico-administrativos, constatou-se que as atitudes dos gestores são bem

compreendidas, e o feedback é uma prática reconhecida positivamente como atributo no

comportamento dos chefes na IES. Esta técnica é entendida pela maioria como demonstração

de reconhecimento profissional e deve ser melhorada e tornada permanente. Uma parcela dos

entrevistados destaca, porém, que as informações são repassadas muito superficialmente e

isso compromete invariavelmente a qualidade do feedback e a postura da chefia junto a seus

colaboradores.

D) Satisfação pessoal

Para uma análise de clima organizacional mais completa não poderia faltar a inclusão

da satisfação como um dos fatores participantes do cotidiano institucional. Esta categoria será

avaliada por meio dos componentes: satisfação no trabalho e comprometimento. A satisfação

pode ser descrita como um estado emocional promovido pelo atendimento de expectativas e

anseios pessoais e de grupo, e neste contexto o contentamento e empenho das pessoas são

considerados relevantes pela pesquisadora no que tange ao clima institucional nos períodos

avaliativos.

Com o intuito de ponderar a influência da satisfação, os entrevistados nesta pesquisa

foram questionados se o ambiente de trabalho e o clima da faculdade são estimulantes para o

comprometimento dos funcionários e desenvolvimento de suas potencialidades.

A percepção da maioria tende para uma interpretação positiva do que é sentido no

ambiente interno, obtendo olhares relevantes para subsidiar este estudo. Como podemos

verificar abaixo:

O ambiente de trabalho é favorável, porém o clima por ter uma amplitude

maior, nem sempre é positivo. Ás vezes os funcionários são cobrados por

demandas que não possuem autonomia (F3).

Em parte sim, não totalmente. A parte estrutural influencia no clima e

prejudica o rendimento (F5).

No setor em que trabalho sim, há respeito e colaboração, mas no todo da

IES as pessoas se posicionam de forma egoísta, com comentários e atitudes

maldosas (F4).

94

Os funcionários entendem que o ambiente favorece o rendimento e que a IES é um

lugar prazeroso para se trabalhar, embora haja algumas peculiaridades que levam a uma

fragilidade do clima. A instituição se utiliza de ferramentas para desenvolver essa satisfação

no ambiente de trabalho, com uma agenda de encontros semestrais. O último encontro,

destacado por um respondente, teve como tema a importância da qualidade no atendimento, e

pela considerável participação e envolvimento dos funcionários no evento, o mesmo foi

sugerido como exemplo de situações criadas pela IES para a motivação da equipe. O que pode

ser ratificado no posicionamento a seguir:

Sim, em todos os sentidos, ambiente espirituoso e de respeito (F1).

Sim, é bom. Me sinto bem. F7

Sim é muito tranquilo F10

Sim, o clima é responsável pelo envolvimento e comprometimento com a

IES F12

Os respondentes desta pesquisa ficaram bem à vontade para expor seus olhares e

posicionamentos, por meio de críticas ou sugestões. Como a seguinte colocação de um

entrevistado:

O clima pode ser melhor, por meio de políticas de reconhecimento dos

funcionários (F2).

O clima pode ser melhorado F11

Segundo Harris (1989, p. 13) a satisfação é “um sentimento experimentado pelo

trabalhador em resposta à situação total do trabalho”. Diante desta definição exposta pelo

autor, fica um alerta para os gestores sobre a necessidade de ter uma visão holística da

instituição que possibilite um conhecimento mais apurado de fatores influentes que precisam

ser monitorados. Uma questão muito discutida nas organizações acerca da satisfação dos

funcionários está em torno da oferta de benefícios, o que no caso da IES avaliada é verificado

nos relatórios da CPA de 2010 a 2012 a inexistência de incremento nos benefícios aos

95

colaboradores. Na observação da documentação da IES a pesquisadora pode observar que não

há uma política estruturada e implantada de benefícios para o funcionário.

Outro fator a ser colocado é o perfil da instituição, a qual se apresenta familiar,

embora esteja implantando uma proposta de profissionalização em seus procedimentos. Em

decorrência desta circunstância foi notada pela pesquisadora certa insatisfação quanto à forma

com que os assuntos são resolvidos em alguns casos, onde se percebe certo envolvimento

quando deveria existir uma imparcialidade. Essa postura causa um descontentamento que

acaba por interferir na satisfação no trabalho, como pode ser constatado no discurso dos

funcionários:

Sim, apesar de algumas vezes as questões tornarem-se pessoais pelo

próprio clima da IES (F6).

Não existe ainda muita subjetividade nas relações profissionais, onde

fatores pessoais acabam por prevalecer sobre os critérios técnicos e

profissionais (F8)

A satisfação depende de aspectos pessoais e profissionais, o que a torna mais

complexa e difícil de ser trabalhada no interior das organizações. Posicionamento defendido

por Fraser (1983) que destaca que o estado de satisfação é muito particular ao empregado e

depende de valores, expectativas e objetivos particulares. Diante desta conjuntura a instituição

deve ter sensibilidade e práticas que possam subsidiar a manutenção da satisfação no

ambiente de trabalho, e qualidade do clima organizacional.

Outra variável a ser explorada nesta categoria é o comprometimento dos funcionários,

partindo do pressuposto que “determinadas pessoas exercem suas atividades profissionais

única e exclusivamente por aspectos financeiros, mas, a grande maioria, não deixa de buscar a

satisfação no trabalho considerando outros aspectos que não sejam somente os pecuniários”

(RIZZATTI, 2002, p. 227). Em afinidade com o entendimento do autor, se tem uma visão de

que a instituição necessita trabalhar artifícios que venham aflorar o comprometimento entre a

equipe de funcionários com o propósito de tê-los como parceiros para o sucesso de suas ações

e processos.

Como as avaliações externas do Ministério da Educação são grandes incentivadoras de

mudanças nas IES, por seu caráter valorativo que exige adequações que serão pontuadas para

96

qualificar a instituição. Tais momentos sempre deixam marcas, sejam estas positivas ou

negativas. Para responder ao questionamento proposto, foi perguntado aos participantes desta

pesquisa, como avaliam seu grau de comprometimento na IES após um processo avaliativo, se

aumenta, diminui ou se faz indiferente. E posteriormente foram indagados se tal postura se dá

pela influência da avaliação no clima organizacional.

Houve uma unanimidade entre os respondentes, aonde todos tiveram um aumento em

seu comprometimento junto à instituição, e uma maioria associa a motivos pessoais. A seguir

serão expostas as colocações exteriorizadas durante as entrevistas:

O comprometimento aumentou em função do clima criado no período da

avaliação, porém não durou (F2).

Meu comprometimento aumentou, adquiri mais confiança e vi a IES mais

comprometida, decorrente da influência da avaliação (F8).

Essa intensificação no empenho da equipe pode ser atribuída às ações realizadas pela

IES para incorporação de todos no processo de avaliação. Devido à aproximação gerada

nestes momentos nota-se um clima de satisfação que deve ser trabalhado pela instituição, pois

sua manutenção favorece um ambiente favorável.

Meu comprometimento aumentou tanto pelas influencias da avaliação no

clima como por estímulos pessoais (F5).

Aumentou meu compromisso com a IES devido uma motivação pessoal,

individual F6

Com as avaliações acredito que sempre aumenta o comprometimento de

todos em razão da busca de melhores resultados. Ocorre pelo clima e por

motivos pessoais (F10).

O comprometimento se elevou pelo aumento do conhecimento pessoal F12

Ao mesmo tempo em que os respondentes se sentem mais comprometidos após a

avaliação externa, este estado de espírito se mantém por motivações pessoais. Os

funcionários buscam uma satisfação em si mesmo, pelo seu desempenho e aprendizado. O

envolvimento promovido nesses períodos aguça o sentimento de compromisso, mas apesar do

97

resultado trazer retorno positivo ou negativo a toda a IES, ainda se percebe muito

individualismo entre os indivíduos.

O comprometimento aumentou, por motivos pessoais e não pelos reflexos

do processo de avaliação (F1).

Aumentou devido à mudança de função nas vésperas do reconhecimento de

direito, e essa postura se dá por motivos pessoais (F3).

Meu comprometimento com a IES aumentou, principalmente pelo amor a

profissão e parcialmente pela avaliação (F9).

Outras conceituações fazem referência à satisfação no trabalho como sinônimo de

motivação, atitude ou como estado emocional (MARINEZ; PARAGUAY, 2003). Esta

definição reporta as características pessoais que promovem o comportamento de exultação no

ambiente laboral. Na conclusão da análise desta categoria se obteve o seguinte resultado,

segundo os entrevistados a satisfação no trabalho favorece parcialmente o desenvolvimento

das potencialidades, e o grau de comprometimento com a IES aumenta após as avaliações por

motivos pessoais. Ou seja, os subsídios motivadores são muito pontuais e o clima ainda se

apresenta muito competitivo precisando ser melhorado.

E) Processo decisório

A categoria processo decisório é composta pelos componentes de compartilhamento

das decisões e tomada de decisão, selecionados pela pesquisadora pelos possíveis reflexos que

podem causar no momento de ponderação ao qual a IES é submetida. Além de possuir

comprovada influência sobre o clima organizacional.

O processo de decisão nas IES torna-se complexo devido suas diversidades

características, que causam conflitos sentidos na tomada de decisão por ocasião do tipo de

organização e do estilo gerencial (RIZZATTI, 2002). O perfil adotado pela gestão refletirá

diretamente na tomada de decisão, no que é considerado importante para a condução dos

processos internos e nos critérios para escolha da possível melhor opção.

Para Rizzatti, “a participação reduz a alienação e aumenta o moral, além de assegurar

eficiência, estimular a harmonia e enriquecer a personalidade. Seu uso eficaz é consequência

de um ponto de vista gerencial que inclui confiança nas potencialidades dos subordinados”

98

(2002, p. 241). Pode ser um fator de valorização das habilidades e competências do

profissional, e reconhecimento pela dedicação e comprometimento com os objetivos e metas

institucionais.

Após análise dos dados coletados nas entrevistas, identifica-se que o modelo de

administração utilizado na instituição estudada é percebido como centralizado por todos os

funcionários consultados nesta pesquisa. Na prática, podemos concluir que não há o

atendimento de pontos como o indicador 2.1 do Instrumento de Avaliação de Cursos de

Graduação presencial e a distância, utilizado para mensurar a atuação do Núcleo Docente

Estruturante. E o item 2.9 que trata do regime de trabalho do corpo docente, aonde a

instituição cria um vínculo com o profissional com tempo disponível para o envolvimento

com as demandas institucionais, além da sala de aula.

Outro indicador a ser mencionado é o 2.14, que prevê o funcionamento do colegiado

de curso ou equivalente. Para tirar a nota máxima neste item, a instituição necessita estar com

o funcionamento do colegiado previsto/implantado, devidamente regulamentado,

institucionalizado, considerando em uma análise sistêmica e global, os seguintes aspectos:

representatividade dos segmentos, periodicidade das reuniões, registros e encaminhamento

das decisões (BRASIL, 2012, p.15). Como se pode notar a orientação do MEC tende para

uma gestão participativa, pelo menos no que tange a assuntos acadêmico-pedagógicos.

Neste contexto, foi avaliada a influência da postura da IES no processo decisório, no

que tange ao compartilhamento das decisões, que nos instrumentos avaliativos do MEC/INEP

está prevista a participação de docentes e comunidade acadêmica como um todo. A intenção é

identificar se, ao olhar dos colaboradores da IES, a gestão prevê ou possibilita a participação

das pessoas em assuntos de interesse comum. Para Stoner (1995), a participação consiste na

criação de oportunidades, sob condições adequadas, para que as pessoas influam nas decisões

que as afetam.

Em contraposição ao componente anterior, tomada de decisão, 80% dos participantes

da pesquisa concordam que há compartilhamento das decisões tomadas no período das

avaliações. O que podemos confirmar nos depoimentos abaixo:

Sim, as decisões são discutidas.F1

Sim, enquanto gestora de um setor, compartilho tudo que é feito, realizado.

O que poderia ocorrer na IES como um todo.F3

99

Sim, sabemos de tudo sempre. Entretanto, a decisão é do gestor, somente

agregamos. F10

Sim, inevitavelmente, pois todos são envolvidos. F11

Nota-se que a divisão das informações ocorre por meio de encontros pré-programados

para repassar somente o que necessita e cabe ao grupo que se faz presente.

Sim, por meio de reuniões. Só é repassado o que pode ser compartilhado.

F12

Em parte, só é compartilhado o que cabe a cada setor. F2

A característica de concentração das decisões é evidenciada, por alguns, até mesmo na

hora do seu compartilhamento. Onde se evidencia uma partilha policiada e direcionada de

acordo com as intenções da instituição.

Nem sempre as decisões são compartilhadas, geralmente são centralizadas

F6

Não, pela falta de reuniões, entrosamento devido ao regime de trabalho F7

Em se tratando de processo decisório, a IES estudada, no seu cotidiano possui um

perfil interpretado pelos seus funcionários como centralizado. Realidade que pode se compor

devido à ausência, na prática, de mecanismos necessários e previstos para a tomada de

decisão de instituições de ensino. Onde critérios de qualidade baseados na participação da

comunidade não são respeitados.

Todavia, nos períodos avaliativos nota-se uma mudança de postura na qual há um

compartilhamento das decisões, com o intuito, de envolver as pessoas no processo. Portanto,

podemos destacar que esta instituição se adapta às avaliações externas, com mudanças de

postura e comportamentos. Passando de uma imagem centralizadora para uma mais flexível,

acessível à comunidade acadêmica.

F) Comunicação organizacional

100

Esta categoria foi selecionada pela pesquisadora no intuito de avaliar seu papel nos

períodos de avaliação externa, a partir de seus componentes: fluxo das informações e

transparência. Segundo Rizzatti (2002, p. 246), “comunicação é uma forma de inter-

relacionamento dentro das organizações. Tanto a forma com que são passados os valores e

aspectos culturais, como também a forma de comunicação no cotidiano, a hierarquia e o

acesso a troca de informações internas, instituição-servidor.

A qualidade no fluxo das informações pode servir como indicador da comunicação

como variável influente do clima organizacional. A circulação das informações precisa ser

eficiente para subsidiar os processos, as posturas nos momentos que exigem maior

conhecimento e comprometimento. Assim, quando perguntados sobre a disposição da

comunicação no pós-avaliação os entrevistados ficam bem divididos, como podemos ver em

seguida, onde percebemos uma caracterização da mesma como, restrita ou temporal:

A comunicação passa a ser mais clara durante um período próximo,

principalmente quando o resultado é positivo. Mas não permanece (F2).

Dependendo do assunto, o fluxo de informações é frágil, a comunicação é

fechada e rara (F4).

A atribuição de um status momentâneo à apresentação da comunicação na IES não

pode ser vista positivamente, pois acaba por categorizar sua equipe, entre mais informados e

menos informados. Ações são realizadas nas vésperas das avaliações com o intuito de reverter

uma posição centralizadora das informações. Tal visão foi percebida em uma conversa que

antecedeu a entrevista, sendo exposta por um funcionário que a CPA realiza uma simulação

baseada no instrumento avaliativo do INEP, praticando uma autoavaliação capaz de projetar o

resultado da avaliação in loco. Assim, por meio desta atuação os envolvidos acabam por

adquirir certo conhecimento sobre o processo, objetivos e procedimentos a serem adotados

pela IES no momento. Todavia, parte dos respondentes desta pesquisa defende a não

permanência desta postura participativa posteriormente, como podemos ver nos relatos a

seguir:

O fluxo de informações é deficiente, a comunicação se apresenta contínua e

fechada. Podia ser melhor (F1).

101

A comunicação permanece distorcida e fechada após os processos de

avaliação, com um fluxo de informações comprometido(F3).

A comunicação é fechada e reflete falhas no fluxo das informações, onde

não se sabe detalhes de alguns pontos que precisavam ser divulgados com

maior eficiência (F7).

A comunicação é importante para que os indivíduos se sintam parte da instituição, pois

quando se sentem excluídos cria-se um clima desfavorável. O conhecimento promovido pelo

acesso às informações pode beneficiar o clima interno na IES e promover uma satisfação nos

seus funcionários ao se sentirem importantes e confiantes. O repasse de como funciona um

processo de avaliação institucional, quais os itens a serem cobrados pelos avaliadores, práticas

institucionais e qual o papel de cada um nesse contexto é uma estratégia de comunicação

importante a ser adotada pelas instituições. Nestes depoimentos evidencia-se que há certa

insatisfação de alguns funcionários quanto à intensidade do fluxo de informações ou

centralização de dados.

Nos processos avaliativos a IES necessita utilizar meios que envolvam as pessoas por

meio do conhecimento acerca dos elementos que envolvem uma avaliação externa. Em alguns

casos percebe-se um olhar positivo sobre o assunto explorado:

A comunicação se torna mais clara, as informações passam a ter um fluxo

maior (F6).

O fluxo de informações melhora, a comunicação se torna clara e contínua

(F8).

A comunicação é sempre clara e contínua, com um fluxo positivo das

informações (F10)

A comunicação é clara e aberta, porém o fluxo das informações se torna

prejudicado porque as pessoas não utilizam com frequência os canais de

comunicação interna F15

Comunicação significa compartilhar elementos ou modos de vida e comportamento,

sob a existência de um conjunto de normas (PIGNATARI, 2003). Como foi visto nos

depoimentos acima, alguns funcionários possuem uma visão otimista quanto à postura da

organização no aspecto comunicacional. Para que o diálogo alcance sua excelência na IES, há

necessidade de um incremento na circulação das informações, onde a busca por

102

conhecimentos seja compartilhada e estimulada no interior da instituição. E esta disponha, por

meio dos gestores, suas recomendações e anseios para o processo em andamento. E quem

sabe reverter um item que persiste em existir nos relatórios da CPA no quesito fragilidade,

onde é apontada uma falha quanto à divulgação dos documentos institucionais aos membros

da IES.

Não somente um fluxo eficiente das informações torna-se necessário, como também

uma transparência nos assuntos de interesse comum pode ser importante para o contexto. A

transmissão real das informações pode ser responsável por maior confiabilidade, bem como

contribuir para um clima favorável na IES. O que por sua relevância foi igualmente analisado

nesta pesquisa, onde os funcionários foram indagados quanto à necessidade de certa

transparência nos processos e demandas dos períodos avaliativos. Os relatos foram bem

variáveis quanto à claridade no trânsito das informações, entre a ocorrência ativa, parcial ou

até sua inexistência, como podemos constatar abaixo:

A transparência na comunicação é razoável, poderia ser melhor (F1).

Há uma transparência parcial na comunicação interna, depende muito do

assunto em questão (F4).

Ocorre transparência em parte porque há assuntos restritos ao corpo diretivo

(F6).

Uma postura mais aberta da gestão pode introduzir estrategicamente às pessoas nos

procedimentos e com isso envolvê-las de forma ordenada na obtenção dos resultados

esperados. Em sua pesquisa Rizzatti (2002) obteve relatos que evidenciaram a importância de

existir um sistema de comunicação eficiente onde são repassadas as atribuições de cada um

dentro da empresa, favorecendo a tomada de decisão e servindo como mecanismo para refletir

a percepção dos funcionários em relação ao clima na instituição. A equipe se sente envolvida

e motivada a colaborar, pois mesmo que a participação seja mínima fica um sentimento de

participação e respeito quanto ao seu papel na instituição.

Há transparência na comunicação, aumenta-se a circulação das

informações, os gestores são diretos (F7).

O problema não é transparência, sim falta de conhecimento, o corpo técnico

deve buscar as informações. A gestão passa os resultados sem problema

(F8).

103

O que se pode perceber diante das colocações expostas, é que as ações de facilitação e

desenvolvimento de conhecimentos se evidenciam de forma pontual, principalmente em

momentos críticos, como foi citado o exemplo do ENADE 2012, que teve a participação geral

de toda a equipe com incentivo direto da Direção Geral. Esta realidade foi construída a partir

de um entendimento e conscientização da importância do Exame para toda a comunidade e

para uma maior massificação do assunto foram promovidas palestras específicas e aulas

preparatórias aos discentes. Na busca por chegar ao objetivo desejado, que era uma nota de 3

a 5, a transparência nas informações foi adotada como artifício para sensibilizar a todos. E por

essas posturas assumidas, mesmo que temporalmente, dentre os funcionários entrevistados

houve àqueles que reconhecem essa transparência.

Sim, há transparência na comunicação, de alguma forma (F5).

Sim, a comunicação é totalmente transparente (F10).

A comunicação é um fator de suma importância em qualquer relação, e em uma

organização precisa ser trabalhada com profissionalismo e consciência do seu papel, pois se

não houver este entendimento pode ser prejudicial. Nesta pesquisa, tal característica foi

avaliada por se entender que possui influência direta no clima da IES, onde a qualidade no

fluxo de informações e a transparência são considerados fatores que representam a forma

como a comunicação é trabalhada. Estes componentes foram utilizados para a compreensão

da participação deste aspecto no clima em períodos avaliativos.

E por meio de uma observação da pesquisadora e construção de um entendimento a

partir de conversas informais que nortearam a entrevista podemos perceber que a IES está

trabalhando de alguma forma para melhorar neste quesito, por meio de uma intensificação ou

utilização de meios que estão viabilizando a comunicação interna, como ouvidoria, murais,

jornal e sistema de mensagens instantâneas pelo computador, como elementos de promoção

desta interação e compartilhamento de informações.

No período de avaliação do MEC, a instituição adquire transparência na sua

comunicação, onde subsídios necessários para o momento são repassados claramente aos

envolvidos. É importante que os indivíduos passem segurança e conhecimento sobre as

questões em pauta na ponderação da qualidade do ensino oferecido. Porém, passada a

104

avaliação, a comunicação continua a ser distorcida, fechada e rara, comprometendo o fluxo

das informações, considerado relevante para a abrangência de toda a comunidade.

G) Gestão institucional

Esta categoria foi selecionada pela importância do papel da gestão para toda

organização e para o seu clima interno. Composta de políticas institucionais e controle da

qualidade dos serviços, neste quesito, procura-se avaliar sua participação nas avaliações do

MEC/INEP enquanto influenciadora do clima organizacional da IES pesquisada.

A qualidade deve ser uma preocupação da gestão, este componente foi selecionado

com a intenção de avaliar de que forma a administração está sendo vista pelos entrevistados

no que tange a preocupação com resultados de avaliação in loco que exprimem qualidade, e

sua possível influência no clima da instituição. Quando indagados os funcionários concordam

que as avaliações externas promovem melhorias na qualidade dos serviços da IES.

Sim, são percebidas melhorias nos serviços. Posturas são alteradas, setores

remanejados no intuito de melhorar a estrutura (F1).

Promovem sim, pois aprimora o que não está de acordo, o que precisa

melhorar. A avaliação é sempre bem vinda (F2).

Sim, a IES aprimora normas exigidas pelo MEC voltadas ao ensino

pesquisa e extensão F9

Sim, há melhorias na qualidade dos serviços. Mudanças são realizadas,

adequações são feitas (F11).

O termo qualidade também pode fazer alusão à estrutura e essa pode ser física ou

organizacional, ambas de suma importância para a obtenção de resultados. Dentre as

dimensões do SINAES, a de número 7 (sete) faz referência à infraestrutura física, por ser

considerada fundamental para a qualidade nas IES, principalmente quando se referir ao

ensino, pesquisa, biblioteca, recursos de informação e comunicação. Em consonância com

essa definição, os funcionários relataram:

Sim, ocorrem melhorias estruturais e aquisições na biblioteca, o que é

muito positivo para a IES (F6).

105

Sim, a biblioteca melhorou, há um desenvolvimento de projetos, extensão,

capacitação dos docentes (F7).

Sim. Dentre as melhorias posso citar a de recursos tecnológicos, com a

instalação de data-show nas salas de aula (F12).

Essa percepção dos colaboradores pode representar um entendimento de que o papel

de uma gestão organizacional bem direcionada significa qualidade estrutural determinante

para a qualidade nos serviços educacionais. Para que uma IES alcance o nível esperado de

excelência há que se ter o esclarecimento acerca do papel da gestão na utilização dos meios e

das pessoas. E um dos comportamentos esperados por uma administração eficiente é a

disposição das fragilidades dispostas na avaliação como responsabilidade de todos,

evidenciadas na exposição argumentativa abaixo:

Sim. Mas pela falta de acesso as observações, ao relatório, comentários dos

avaliadores, as melhorias se dão no dia-a-dia pelos questionamentos da

comunidade (F3).

De certa forma sim, dependendo da avaliação, há melhorias na qualidade

dos serviços (F4).

Diante do exposto, há quem entenda que o resultado quando negativo promova mais

influência do que se fosse positivo. Quando a consequência da avaliação é negativa a IES

precisa reagir para reverter a situação, seja por meio de mudanças estruturais, posturas ou

novas ações. Um respondente ao se pronunciar fez referência ao resultado do ENADE 2012,

onde a instituição não teve um bom rendimento, no entanto, promoveu mudanças sentidas

diretamente, conforme relato:

Quando é negativa sim, promove uma aproximação dos gestores para

solucionar as fragilidades (F5).

Se a gestão é responsável por posicionar o comportamento das pessoas e os recursos

de forma eficiente (SOBRAL, 2008), o seu perfil e características podem ser atribuídos à

qualidade dos serviços educacionais. Uma instituição de estrutura frágil, onde não haja

planejamento, políticas e regras consolidadas precisa rever seu modelo de gestão, pois a

concorrência se expande de acordo com a dilatação do mercado, e consequentemente, a

apresentação de um perfil de clientes (interno e externo) mais exigentes. Diante deste

106

contexto, a administração deve se orientar por uma estrutura bem constituída que promova

ações voltadas ao alcance de objetivos e metas que sejam traduzidos em atributos positivos.

O papel da administração nas IES tornar-se mais evidente diante dos critérios que

compõem os instrumentos avaliativos do INEP, pois todos estão voltados a gestão acadêmica

ou organizacional. Se a qualidade é uma premissa fundamental para a educação, não apenas é

válido, como também necessário, o desenvolvimento de mecanismos que cumpram a função

de promover e garantir a qualidade nas instituições de ensino superior (SOBRINHO, 2008). E

para que tais meios sejam incorporados pelas IES o caminho mais apropriado é seu modelo

gerencial.

As políticas institucionais também foram analisadas neste estudo como componentes

essenciais para a composição da gestão organizacional. Uma instituição precisa ter políticas

bem definidas que atendam suas necessidades e respeitem as daqueles que a compõem. As

IES são constituídas em sua maioria por profissionais qualificados e esclarecidos, o que acaba

por exigir mais da categoria de organizações educacionais. Quando perguntados se há

incentivo da instituição para a qualificação dos funcionários, os mesmos ficaram bem

divididos em seus posicionamentos.

Foi percebido pela pesquisadora que houve certa dúvida de alguns em optar pelo sim

ou pelo não, por observarem que a instituição ainda não possui normas instituídas a respeito

do assunto, e quando a resposta era positiva ocorria a incerteza quanto ao motivo.

Sim, a instituição incentiva a qualificação. Pelos dois motivos, atendimento

aos critérios avaliativos e qualidade nos serviços, podendo melhorar por

meio de políticas bem elaboradas e estruturadas (F1).

Sim, há incentivo. Pelos dois motivos, importância da titulação e qualidade,

pois um está associado ao outro (F12).

Nos relatórios de autoavaliação da IES, nota-se, no período 2010 a 2012, a ausência de

um plano de formação do corpo técnico-administrativo e docente. Tal dado vem ratificar o

parecer fornecido pelos respondentes desta pesquisa e ressaltar um aspecto falho na gestão

institucional, já que se trata de uma organização cujos serviços recaem sobre conhecimento e

desenvolvimento do saber.

107

Não há uma política estruturada de incentivo ao técnico-administrativo. Há

necessidade de implantação de um plano de cargos e salários que oriente as

ações de incentivo (F2).

Não é notada a prática de incentivos, por não haver um programa que a

regulamente na IES (F6).

Em outros casos a visão dos funcionários é de que a prática de incentivo é precisa, e se

dá de acordo com a persistência e busca por um título pelo interessado:

Não há uma política implantada de qualificação para toda a comunidade, é

pontual. Quando ocorre é pela procura e insistência do funcionário (F3).

O incentivo ocorre pontualmente, pois a instituição entende que o

profissional deve fazer por ele mesmo para atender ao critério de titulação

exigido pelo MEC (F5).

Mesmo não contando com uma política efetiva voltada ao incentivo da qualificação

para seus membros, podemos ver como positivo que seus funcionários conseguem perceber

que nos casos em que ocorre estímulo por parte da IES, o mesmo se dá pela busca de melhoria

na qualidade dos serviços.

Sim, ocorrem incentivos para qualificação, na busca por melhorar a

qualidade dos serviços (F7).

Sim, para a melhoria da qualidade de ensino e serviços, o que irá refletir

nas avaliações (F10).

A análise desta categoria buscou entender a participação da qualidade nos serviços e

políticas institucionais na gestão organizacional para a obtenção de um clima interno

favorável. Ao verificar se as avaliações externas são motivadoras de melhorias na qualidade

educacional foi constatado por meio da percepção dos funcionários da IES estudada que há

avanços.

Quando indagados se a instituição incentiva à qualificação, os respondentes se

mantiveram divididos. Todavia, quase a maioria concordou com a inexistência de política

acerca do assunto. Conclui-se então, que as avaliações promovem melhorias na qualidade,

incentivam a qualificação dos funcionários, e que políticas institucionais voltadas ao

108

aprendizado estão voltadas ao atendimento dos critérios avaliativos, assim como a qualidade

do ensino. Portanto, as avaliações externas promovem certa influência sobre a gestão

organizacional, embora esta precise se organizar melhor para que possa evidenciar suas ações

positivas e assim contribuir para o clima organizacional.

109

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As avaliações institucionais ocorrem com o propósito de colaborar para a manutenção

da qualidade no ensino superior brasileiro, logo, a sua ocorrência possui grande relevância

para o cotidiano das instituições. Adequações e mudanças são realizadas para atender aos

requisitos estabelecidos pelo MEC e podem causar efeitos diretos no clima e gestão

institucional. Conhecer os reflexos desses processos pode servir de subsídio para que as IES

se avaliem, planejem e se organizem de forma estratégica e legal.

Diante de informações pertinentes acerca dos reflexos avaliativos para uma faculdade

com características específicas e determinantes, pode se ter uma visão diferenciada da

maneira como as avaliações institucionais estão sendo percebidas e quais os retornos obtidos a

partir das mesmas para as IES, como benefício para a qualidade de seus serviços. Já que no

contexto atual, pela dimensão alcançada pelos conceitos oriundos destas ponderações, as

instituições podem trabalhar de forma errônea suas práticas, somente para atingir resultados

positivos e não com o intuito de ofertar educação de qualidade com os recursos disponíveis.

A proposta deste estudo foi identificar de que forma as avaliações institucionais

influenciam no clima e na gestão organizacional de uma instituição de ensino superior. Para

tanto, foi realizada pesquisa de base teórica para melhor compreensão da realidade das IES,

sobretudo as privadas, no contexto das avaliações realizadas pelo MEC. Assim como, estudos

acerca do clima organizacional e a influência no interior das instituições de ensino.

Para uma identificação mais apurada, esta pesquisa utilizou o estudo de caso como

instrumento para sua indagação, onde foi selecionada uma IES da iniciativa privada, situada

na Região Norte do Brasil. E para complementar o arcabouço que subsidiaria este trabalho,

foram explorados documentos institucionais orientadores de seu funcionamento e voltados às

avaliações vividas pela instituição.

Para introduzir a aplicação de instrumento utilizado nas entrevistas desenvolvidas com

os informantes-chave, a pesquisadora optou por fazer indagações que servem como base para

melhor compreensão das categorias trabalhadas. Identificando por meio das entrevistas a

unanimidade em afirmar que a avaliação externa (visita in loco) influencia diretamente no

clima organizacional, e de forma positiva.

Dentre os processos vivenciados pelos participantes desta pesquisa, o mais importante

foi o de reconhecimento do curso de direito, por ser o curso com maior relevância para a IES.

110

Os entrevistados mencionaram como fator que mais influencia o clima no pós-avaliação, a

divulgação dos resultados, e o que mais motiva a participação no processo avaliativo é a

qualidade no ensino, assim como a permanência no trabalho.

Segundo percepção dos informantes-chave as avaliações influenciam na imagem da

IES por meio da qualidade repassada nos resultados, embora destaquem que não há

planejamento das ações praticadas no momento das avaliações. É percebida a permanência do

espírito de cooperação após o processo avaliativo e são identificadas mudanças integradoras

das estruturas organizacionais. Os gestores da IES promovem o feedback, e tal prática está

associada ao reconhecimento profissional. Os líderes são bem compreendidos em suas

atitudes de incorporação ao processo vivido pela instituição.

Nota-se também, que o ambiente de trabalho precisa ser melhorado, pois não está

favorecendo o exercício das potencialidades individuais. O que pode ser atrelado ao fato de

que o grau de comprometimento dos indivíduos se eleva no pós-avaliação por motivos

pessoais. Todos os funcionários consultados coadunam da visão de uma tomada de decisão

centralizada que nem sempre respeita aspectos em que a participação da comunidade é

entendida como fator de qualidade. Outro ponto relevante é a evidência que o

compartilhamento das decisões somente ocorre no período das avaliações.

Como já identificado na indagação pré-entrevista, as avaliações promovem melhorias

na qualidade dos serviços. Ainda conforme relatos coletados, nota-se que a IES não possui

uma política estruturada de incentivo à qualificação dos seus profissionais. E, quando esta

prática ocorre, se dá pelo atendimento dos critérios avaliativos, bem como pela qualidade do

ensino.

Portanto, para que as avaliações fluam melhor no ambiente da faculdade estudada,

algumas práticas devem ser consolidadas e mantidas, como uma maior participação docente

nas ações pedagógicas; maior organização estrutural, onde as funções estejam separadas e

definidas; organização permanente dos documentos internos, como atas de reunião; delegação

planejada de tarefas; maior acessibilidade dos funcionários com os gestores; participação e

envolvimento de toda a equipe.

Diante disso, nota-se a relevância desse estudo para identificar as potencialidades,

deficiências e fragilidades apresentadas pela IES em foco, referente ao clima e a gestão

organizacional, elementos indissociáveis para o desempenho no contexto educacional

111

brasileiro, por tratar de variáveis imprescindíveis ao comportamento que a organização deve

incorporar às pessoas no seu ambiente interno.

Por conseguinte, a partir da análise exposta, evidencia-se que o objetivo desta pesquisa

foi alcançado, por demonstrar que o clima organizacional sofre influências benéficas, devido

ao estado de cooperação e união criado no período das avaliações. Outro ponto relevante

refere-se à participação dos líderes na condução do processo, por propiciar uma aproximação

que favorece o envolvimento dos funcionários.

Por esse viés, nota-se que a IES realiza práticas voltadas à qualidade da educação sem

perder sua identidade e autonomia. Todavia, a relação se abala parcialmente diante da

ausência de manutenção das ações tomadas em prol dos resultados avaliativos, como, a

participação nos colegiados de curso, o envolvimento do Núcleo Docente Estruturante na

definição de estratégias pedagógicas, a institucionalização de reuniões estratégicas e a efetiva

participação da comunidade da instituição nos processos de tomada de decisão.

Espera-se que esta pesquisa tenha aportado novos procedimentos para estudos no

âmbito da avaliação e da gestão de IES, em especial, por meio da elaboração do instrumento

analítico de clima, com categorias e descritores adequados para Instituições de Ensino

Superior, identificando fatores mais influentes do/no clima organizacional em um processo de

avaliação de IES privada, analisando ao mesmo tempo aspectos da gestão mais afetados após

um processo de avaliação.

Diante desses subsídios, integram-se aos objetivos dessa pesquisa - de compreender as

influências de um processo de avaliação externa no clima organizacional, identificando

consequências, propondo adequações institucionais e contribuindo para a gestão de uma IES

privada - o desenvolvimento de uma maior integração entre as áreas científicas da educação e

da administração, sendo este um caminho promissor para investigações futuras.

112

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APÊNDICE A - Instrumento para Entrevistas

Duração da entrevista:

Tempo de trabalho na empresa:

Formação:

Na IES pesquisada faz parte:

( )corpo docente ( )técnico-administrativo ( )Gestão ( )CPA

Nesta entrevista, eu irei lhe pedir várias vezes que conte situações em que você teve certas

experiências no clima organizacional nos períodos de avaliação externa na IES (antes, durante e

depois).

1 – Em sua opinião, qual a influência das avaliações externas para a imagem institucional?

2 – Como você vê as ações voltadas aos processos avaliativos para a imagem institucional? Há uma

manutenção das mesmas no pós-avaliação?

3 – Após o processo avaliativo é percebido uma maior cooperação entre as pessoas na IES?

4 – A integração entre as pessoas nas avaliações pode contribuir para uma melhoria no ambiente e nos

serviços após esses processos? De que forma?

5 – Após a avaliação é dado um feedback pelos gestores à docentes e funcionários? Qual a importância

dessa prática para o clima organizacional?

6 – As atitudes dos gestores antes, durante e após os processos avaliativos são bem compreendidas

pelos colaboradores?

7 - O ambiente de trabalho e o clima da faculdade são atrativos para os funcionários desenvolverem

suas potencialidades?

8 – Você avalia que seu grau de comprometimento na IES aumentou, diminuiu ou ficou indiferente

após o processo? Você associa essa postura à influência da avaliação no clima organizacional ou a

motivos pessoais?

9 – As decisões tomadas no processo avaliativo se dão simplesmente pelo resultado (nota final) ou

pela busca de melhorias?

10 – As decisões tomadas nos períodos (antes, durante e depois) avaliativos são compartilhadas entre

gestores e suas equipes?

11 – Há transparência na comunicação interna da IES no que tange aos procedimentos que envolvem o

processo avaliativo?

12 – Após o processo avaliativo a comunicação torna-se distorcida, mais fechada e rara, ou a

comunicação passa a ser clara, aberta, contínua?

13 – As avaliações externas promovem melhoria na qualidade dos serviços prestados?

14 – A IES incentiva a qualificação de seus funcionários? Se a resposta for sim, essa política é

direcionada ao atendimento dos critérios avaliativos ou com o intuito de melhorar a qualidade do

ensino, e serviços em geral?