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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR DEPARTAMENTO DE MATEM ´ ATICA 1 Ciclo em Engenharia Electromecˆ anica 1 Ciclo em Engenharia Electrot´ ecnica e de Computadores Exame de C´ alculo I – 1 a Chamada Ano Lectivo 2011/2012 30 de Janeiro de 2012 Dura¸ ao: 2h 30min + 30min 1) Considere os seguintes subconjuntos de R: A = x R : x 2 + x 2 x 2 + x 6 0 4 2 x 1 e B =]−∞, 0[ ]1, 2[ ]2, 3] ∪{4} . a) Escreva o conjunto A como uma reuni˜ao de intervalos de n´ umeros reais. b) Determine o interior, o exterior, a fronteira, a aderˆ encia e o derivado de B. c) Diga, justificando, se o conjunto ]0, 1[ ]1, 2[ ´ e um conjunto aberto ou se ´ e um conjunto fechado. 2) Considere a fun¸ ao real de vari´ avel real definida por f (x)= x 3 x 2 1 . a) Calcule o dom´ ınio de f . b) A fun¸ ao f ´ e cont´ ınua? Justifique a resposta. c) Determine os zeros de f . d) Estude a paridade de f . e) Estude a monotonia e os extremos locais de f . f ) Calcule os pontos de inflex˜ ao e estude as concavidades de f . g) Determine as ass´ ımptotas de f . h) Esboce o gr´ afico de f . 3) Determine o polin´ omio de Mac-Laurin de grau 4 da fun¸ ao f dada por f (x) = 6 cos x e use-o para aproximar o valor de f em 0,1. 4) Calcule a) 1 1 x 2 arcsen x + x cos 2 x dx; b) e x +2 e 2x +e x dx; (sugest˜ ao : fa¸ca a substitui¸ ao e x = t); c) 1 0 x 3 +1 x 2 +1 dx. 5) Calcule a ´ area da regi˜ ao plana limitada pelas curvas de equa¸c˜ ao y = x 2 e y = x 2 2x + 4. 6) Calcule o comprimento da curva dada pelo gr´ afico da fun¸ ao f : [1, e] R definida por f (x)= x 2 4 ln x 2 . 7) Calcule +e 1 x (ln x) 2 dx.

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  • UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIORDEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

    1◦ Ciclo em Engenharia Electromecânica

    1◦ Ciclo em Engenharia Electrotécnica e de Computadores

    Exame de Cálculo I – 1a ChamadaAno Lectivo 2011/2012

    30 de Janeiro de 2012 Duração: 2h 30min + 30min

    1) Considere os seguintes subconjuntos de R:

    A =

    {

    x ∈ R : x2 + x− 2

    x2 + x− 6 6 0 ∧4

    2− x > 1}

    e B = ]−∞, 0[ ∪ ]1, 2[ ∪ ]2, 3] ∪ {4} .

    a) Escreva o conjunto A como uma reunião de intervalos de números reais.

    b) Determine o interior, o exterior, a fronteira, a aderência e o derivado de B.

    c) Diga, justificando, se o conjunto ]0, 1[∪ ]1, 2[ é um conjunto aberto ou se é um conjunto fechado.

    2) Considere a função real de variável real definida por f(x) =x3

    x2 − 1 .

    a) Calcule o domı́nio de f .

    b) A função f é cont́ınua? Justifique a resposta.

    c) Determine os zeros de f .

    d) Estude a paridade de f .

    e) Estude a monotonia e os extremos locais de f .

    f) Calcule os pontos de inflexão e estude as concavidades de f .

    g) Determine as asśımptotas de f .

    h) Esboce o gráfico de f .

    3) Determine o polinómio de Mac-Laurin de grau 4 da função f dada por

    f(x) = 6 cos x

    e use-o para aproximar o valor de f em 0,1.

    4) Calcule

    a)

    1√1− x2 arcsen x

    +x

    cos2 xdx;

    b)

    ex+2

    e2x+exdx; (sugestão: faça a substituição ex = t);

    c)

    1

    0

    x3 + 1

    x2 + 1dx.

    5) Calcule a área da região plana limitada pelas curvas de equação y = x2 e y = −x2 − 2x+ 4.

    6) Calcule o comprimento da curva dada pelo gráfico da função f : [1, e] → R definida por

    f(x) =x2

    4− lnx

    2.

    7) Calcule

    +∞

    e

    1

    x (lnx)2dx.

  • 1) Considere os seguintes subconjuntos de R:

    A =

    {

    x ∈ R : x2 + x− 2

    x2 + x− 6 6 0 ∧4

    2− x > 1}

    e B = ]−∞, 0[ ∪ ]1, 2[ ∪ ]2, 3] ∪ {4} .

    a) Escreva o conjunto A como uma reunião de intervalos de números reais.

    b) Determine o interior, o exterior, a fronteira, a aderência e o derivado de B.

    c) Diga, justificando, se o conjunto ]0, 1[∪ ]1, 2[ é um conjunto aberto ou se é um conjunto fechado.

    1a) Para resolvermos a primeira inequação temos de resolver as equações

    x2 + x− 2 = 0

    ex2 + x− 6 = 0.

    Assim,

    x2 + x− 2 = 0 ⇔ x = −1±√

    12 − 4 · 1 · (−2)2 · 1

    ⇔ x = −1±√1 + 8

    2

    ⇔ x = −1±√9

    2

    ⇔ x = −1± 32

    ⇔ x = −2 ∨ x = 1

    e

    x2 + x− 6 = 0 ⇔ x = −1±√

    12 − 4 · 1 · (−6)2 · 1

    ⇔ x = −1±√1 + 24

    2

    ⇔ x = −1±√25

    2

    ⇔ x = −1± 52

    ⇔ x = −3 ∨ x = 2.

    Fazendo um quadro de sinais temos

    x −3 −2 1 2

    x2 + x− 2 + + + 0 − 0 + + +

    x2 + x− 6 + 0 − − − − − 0 +

    x2 + x− 2x2 + x− 6 + N.D. − 0 + 0 − N.D. +

    e, portanto,x2 + x− 2x2 + x− 6 6 0 ⇔ x ∈ ]− 3,−2] ∪ [1, 2[.

  • Quanto à segunda inequação tem-se

    4

    2− x > 1 ⇔4

    2− x − 1 > 0

    ⇔ 4− 2 + x2− x > 0

    ⇔ 2 + x2− x > 0,

    pelo que é necessário fazer um quadro de sinal. Observando o quadro de sinal

    x −2 2

    2 + x − 0 + + +

    2− x + + + 0 −2 + x

    2− x − 0 + N.D. −

    conclúımos que4

    2− x > 1 ⇔ x ∈ [−2, 2[.

    Logo

    A = (]− 3,−2] ∪ [1, 2[) ∩ [−2, 2[= {−2} ∪ [1, 2[.

    1b) Temos

    intB = ]−∞, 0[ ∪ ]1, 2[ ∪ ]2, 3[;extB = ]0, 1[ ∪ ]3, 4[ ∪ ]4,+∞[;frB = {0, 1, 2, 3, 4};B = ]−∞, 0] ∪ [1, 3] ∪ {4};B′ = ]−∞, 0] ∪ [1, 3].

    1c) Designando por C = ]0, 1[ ∪ ]1, 2[ temos

    intC = ]0, 1[ ∪ ]1, 2[ ,

    o que mostra que C é um conjunto aberto pois intC = C. Por outro lado temos

    C = [0, 2] ,

    o que nos permite concluir que C não é fechado porque C 6= C.

  • 2) Considere a função real de variável real definida por f(x) =x3

    x2 − 1 .

    a) Calcule o domı́nio de f .

    b) A função f é cont́ınua? Justifique a resposta.

    c) Determine os zeros de f .

    d) Estude a paridade de f .

    e) Estude a monotonia e os extremos locais de f .

    f) Calcule os pontos de inflexão e estude as concavidades de f .

    g) Determine as asśımptotas de f .

    h) Esboce o gráfico de f .

    2a) O domı́nio de f é oDf =

    {

    x ∈ R : x2 − 1 6= 0}

    .

    Atendendo a que

    x2 − 1 = 0 ⇔ x2 = 1⇔ x = −1 ∨ x = 1,

    tem-seDf = R \ {−1, 1} .

    2b) A função f é cont́ınua porque é uma função racional.

    2c) Como

    f(x) = 0 ⇔ x3

    x2 − 1 = 0

    ⇔ x3 = 0 ∧ x2 − 1 6= 0⇔ x = 0 ∧ x 6= −1 ∧ x 6= 1⇔ x = 0,

    a função f tem apenas um zero no ponto x = 0.

    2d) Como para qualquer x ∈ Df se tem

    f(−x) = (−x)3

    (−x)2 − 1 =−x3x2 − 1 = −

    x3

    x2 − 1 = −f(x),

    a função f é uma função ı́mpar.

    2e) A primeira derivada de f é dada por

    f ′(x) =

    (

    x3

    x2 − 1

    )′

    =(x3)′(x2 − 1)− (x2 − 1)′x3

    (x2 − 1)2 =3x2(x2 − 1)− 2x · x3

    (x2 − 1)2

    =3x4 − 3x2 − 2x4

    (x2 − 1)2 =x4 − 3x2(x2 − 1)2 =

    x2(

    x2 − 3)

    (x2 − 1)2 ,

  • pelo que

    f ′(x) = 0 ⇔ x2(

    x2 − 3)

    (x2 − 1)2 = 0

    ⇔ x2(

    x2 − 3)

    = 0 ∧ (x2 − 1)2 6= 0⇔

    (

    x2 = 0 ∨ x2 − 3 = 0)

    ∧ x2 − 1 6= 0⇔

    (

    x = 0 ∨ x2 = 3)

    ∧ x 6= −1 ∧ x 6= 1

    ⇔(

    x = 0 ∨ x = −√3 ∨ x =

    √3)

    ∧ x 6= −1 ∧ x 6= 1

    ⇔ x = 0 ∨ x = −√3 ∨ x =

    √3

    e, portanto,

    x −√3 −1 0 1

    √3

    x2 + + + + + 0 + + + + +

    x2 − 3 + 0 − − − − − − − 0 +x2 − 1 + + + 0 − − − 0 + + +

    x2(

    x2 − 3)

    + 0 − − − 0 − − − 0 +(

    x2 − 1)2

    + + + 0 + + + 0 + + +

    f ′(x) + 0 − N.D. − 0 − N.D. − 0 +f(x) ր M ց N.D. ց ց N.D. ց m ր

    Assim, f é estritamente decrescente em ] −√3,−1[, em ] − 1, 1[ e em ]1,

    √3[, é estritamente

    crescente em ] − ∞,−√3[ e em ]

    √3,+∞[, tem um máximo local no ponto x = −

    √3 e tem um

    mı́nimo local em x =√3.

    2f) Calculemos a segunda derivada de f :

    f ′′(x) =

    [

    x4 − 3x2(x2 − 1)2

    ]′

    =

    (

    x4 − 3x2)′ (

    x2 − 1)2 −

    [

    (

    x2 − 1)2]′(

    x4 − 3x2)

    [(x2 − 1)2]2

    =

    (

    4x3 − 6x) (

    x2 − 1)2 − 2

    (

    x2 − 1)′(x2 − 1)

    (

    x4 − 3x2)

    (x2 − 1)4

    =

    (

    4x3 − 6x) (

    x2 − 1)2 − 2 · 2x(x2 − 1)

    (

    x4 − 3x2)

    (x2 − 1)4

    =2x

    (

    2x2 − 3) (

    x2 − 1)2 − 4x(x2 − 1)

    (

    x4 − 3x2)

    (x2 − 1)4

    =2x(x2 − 1)

    [(

    2x2 − 3) (

    x2 − 1)

    − 2(

    x4 − 3x2)]

    (x2 − 1)4

    =2x

    [

    2x4 − 2x2 − 3x2 + 3− 2x4 + 6x2]

    (x2 − 1)3

    =2x

    (

    x2 + 3)

    (x2 − 1)3

  • e, portanto, tendo em conta que x2 + 3 > 0 para qualquer x ∈ R, tem-se

    f ′′(x) = 0 ⇔ 2x(

    x2 + 3)

    (x2 − 1)3 = 0

    ⇔ 2x(

    x2 + 3)

    = 0 ∧ (x2 − 1)3 6= 0⇔

    (

    2x = 0 ∨ x2 + 3 = 0)

    ∧ x2 − 1 6= 0⇔ x = 0 ∧ x 6= −1 ∧ x 6= 1⇔ x = 0,

    o que nos permite construir o seguinte quadro:

    x −1 0 1

    2x − − − 0 + + +x2 + 3 + + + + + + +

    x2 − 1 + 0 − − − 0 +2x(x2 + 3) − − − 0 + + +(x2 − 1)3 + 0 − − − 0 +f ′′(x) − N.D. + 0 − N.D. +f(x) ∩ N.D. ∪ P.I. ∩ N.D. ∪

    Assim, f tem a concavidade voltada para baixo em ] − ∞,−1[ e em ]0, 1[, tem a concavidadevoltada para cima em ]− 1, 0[ e em ]1,+∞[ e no ponto x = 0 tem um ponto de inflexão.

    2g) Vejamos que f tem uma asśımptota não vertical à direita. De facto,

    limx→+∞

    f(x)

    x= lim

    x→+∞

    x3

    x2 − 1x

    = limx→+∞

    x3

    x3 − x = limx→+∞x3

    x3(1− 1/x2)

    = limx→+∞

    1

    1− 1/x2 =1

    1− 1/(+∞)2 =1

    1− 1/+∞ =1

    1− 0 = 1

    e

    limx→+∞

    [f(x)− 1 · x] = limx→+∞

    x3

    x2 − 1 − x = limx→+∞x3 − x3 + x

    x2 − 1 = limx→+∞x

    x2 − 1= lim

    x→+∞

    x

    x (x− 1/x) = limx→+∞1

    x− 1/x =1

    +∞− 1/+∞

    =1

    +∞− 0 =1

    +∞ = 0,

    pelo que a recta de equação y = x é uma asśımptota não vertical à direita do gráfico de f .

    Analogamente, temos

    limx→−∞

    f(x)

    x= lim

    x→−∞

    x3

    x2 − 1x

    = limx→−∞

    x3

    x3 − x = limx→−∞x3

    x3(1− 1/x2)

    = limx→−∞

    1

    1− 1/x2 =1

    1− 1/(−∞)2 =1

    1− 1/+∞ =1

    1− 0 = 1

    e

    limx→−∞

    [f(x)− 1 · x] = limx→−∞

    x3

    x2 − 1 − x = limx→−∞x3 − x3 + x

    x2 − 1 = limx→−∞x

    x2 − 1= lim

    x→−∞

    x

    x (x− 1/x) = limx→−∞1

    x− 1/x =1

    −∞− 1/−∞

    =1

    −∞− 0 =1

    −∞ = 0,

  • e, por conseguinte, a recta de equação y = x também é asśımptota não vertical à esquerda dográfico de f .

    Finalmente, tendo em conta que o domı́nio de f é R \ {−1, 1} e que f é cont́ınua em todo o seudomı́nio, conclui-se que as únicas possibilidades de asśımptotas verticais são as rectas de equaçãox = −1 e x = 1. Como

    limx→−1−

    f(x) = limx→−1−

    x3

    x2 − 1 =−10+

    = −∞

    e

    limx→−1+

    f(x) = limx→−1+

    x3

    x2 − 1 =−10−

    = +∞,

    a recta de equação x = −1 é uma asśımptota vertical ao gráfico de f . Analogamente, a recta deequação x = 1 também é uma asśımptota vertical ao gráfico de f pois

    limx→1−

    f(x) = limx→1−

    x3

    x2 − 1 =1

    0−= −∞

    e

    limx→1+

    f(x) = limx→1+

    x3

    x2 − 1 =1

    0+= +∞.

    2h) Usando toda a informação que obtivemos nas aĺıneas anteriores e calculando

    f(−√3) =

    (

    −√3)3

    (

    −√3)2 − 1

    =−3

    √3

    3− 1 = −3√3

    2e f(

    √3) =

    (√3)3

    (√3)2 − 1

    =3√3

    3− 1 =3√3

    2

    podemos fazer o seguinte esboço do gráfico de f :

    x

    y

    1−1√3

    3√3

    2

    −√3

    −3√3

    2

  • 3) Determine o polinómio de Mac-Laurin de grau 4 da função f dada por

    f(x) = 6 cos x

    e use-o para aproximar o valor de f em 0,1.

    3) O polinómio de Mac-Laurin de grau 4 de uma função f quatro vezes diferenciável é dado por

    f(x) ≈ f(0) + f ′(0)x+ f′′(0)

    2!x2 +

    f ′′′(0)

    3!x3 +

    f ′′′′(0)

    4!x4.

    Para f(x) = 6 cos x temos

    f ′(x) = −6 senx,

    f ′′(x) = −6 cos x,

    f ′′′(x) = 6 sen x,

    f ′′′′(x) = 6 cos x,

    e, atendendo a que

    f(0) = 6 cos 0 = 6 · 1 = 6,

    f ′(0) = −6 sen 0 = −6 · 0 = 0,

    f ′′(0) = −6 cos 0 = −6 · 1 = −6,

    f ′′′(0) = 6 sen 0 = 6 · 0 = 0,

    f ′′′′(0) = 6 cos 0 = 6 · 1 = 6,

    o polinómio de Mac-Laurin de grau 4 de f(x) = 6 cos x é dado por

    f(x) = 6 cos x

    ≈ f(0) + f ′(0)x+ f′′(0)

    2!x2 +

    f ′′′(0)

    3!x3 +

    f ′′′′(0)

    4!x4

    = 6− 6x2

    2!+

    6x4

    4!

    = 6− 3x2 + x4

    4.

    Assim,

    f(0, 1) = 6 cos(0, 1)

    ≈ 6− 3(0, 1)2 + 0, 14

    4

    = 6− 3 · 0, 01 + 0, 00014

    = 6− 0, 03 + 0, 000025

    = 5, 970025.

  • 4) Calcule

    a)

    1√1− x2 arcsenx

    +x

    cos2 xdx;

    b)

    ex+2

    e2x+exdx; (sugestão: faça a substituição ex = t);

    c)

    1

    0

    x3 + 1

    x2 + 1dx.

    4a) Como a primitiva de uma soma de funções é a soma das primitivas das funções, temos

    1√1− x2 arcsen x

    +x

    cos2 xdx =

    1√1− x2 arcsen x

    dx+

    x

    cos2 xdx.

    A primeira primitiva é imediata e

    1√1− x2 arcsenx

    dx =

    1√1− x2

    arcsenxdx = ln |arcsen x|+ c

    e a segunda primitiva pode ser calculada usando a fórmula de primitivação por partes

    f ′(x)g(x) dx = f(x)g(x)−∫

    f(x)g′(x) dx

    com f ′(x) =1

    cos2 xe g(x) = x, isto é,

    x

    cos2 xdx =

    1

    cos2 xx dx

    = (tg x) x−∫

    tg x (x)′ dx

    = x tg x−∫

    tg x dx

    = x tg x−∫

    senx

    cosxdx

    = x tg x+

    ∫ − senxcos x

    dx

    = x tg x+ ln |cos x|+ c.

    Logo∫

    1√1− x2 arcsenx

    +x

    cos2 xdx = ln |arcsen x|+ x tg x+ ln |cosx|+ c.

    4b) Para a substituiçãoex = t,

    temos x = ln t o que implica

    dx = (ln t)′ dt =1

    tdt.

    Assim,

    ex+2

    e2x+exdx =

    ex+2

    (ex)2 + exdx =

    t+ 2

    t2 + t

    1

    tdt =

    t+ 2

    t3 + t2dt =

    t+ 2

    t2 (t+ 1)dt,

  • pelo que temos de calcular a primitiva de uma função racional. Tendo em conta que o grau donumerador é menor do que o grau do denominador, não é posśıvel fazer a divisão. Além disso, odenominador também já está factorizado, pelo que temos de determinar A, B e C tais que

    t+ 2

    t2 (t+ 1)=

    A

    t2+

    B

    t+

    C

    t+ 1.

    Daqui resulta queA(t+ 1) +Bt(t+ 1) + Ct2 = t+ 2,

    pelo que fazendo t = 0 temos A = 2, fazendo t = −1 temos C = 1 e fazendo t = 1 temos

    2A+ 2B + C = 3 ⇔ 4 + 2B + 1 = 3 ⇔ 2B = −2 ⇔ B = −1.

    Assim,t+ 2

    t2 (t+ 1)=

    2

    t2− 1

    t+

    1

    t+ 1,

    pelo que∫

    t+ 2

    t2 (t+ 1)dt =

    2

    t2− 1

    t+

    1

    t+ 1dt

    = 2

    t−2 dt−∫

    1

    tdt+

    1

    t+ 1dt

    = 2t−1

    −1 − ln |t|+ ln |t+ 1|+ c

    = −2t− ln |t|+ ln |t+ 1|+ c

    e, consequentemente,∫

    ex+2

    e2x +exdx = − 2

    ex− ln |ex|+ ln |ex+1|+ c

    = − 2ex

    − ln (ex) + ln (ex+1) + c

    = − 2ex

    − x+ ln (ex+1) + c.

    4c) Para calcularmos este integral temos fazer a divisão entre x3 + 1 e x2 + 1. Assim,

    x3 + 0x2 + 0x+ 1 | x2 + 0x+ 1−x3 − 0x2 − x x

    − x + 1

    e, consequentemente,x3 + 1

    x2 + 1= x+

    −x+ 1x2 + 1

    .

    Logo∫

    1

    0

    x3 + 1

    x2 + 1dx =

    1

    0

    x+−x+ 1x2 + 1

    dx

    =

    1

    0

    x dx− 12

    1

    0

    2x

    x2 + 1dx+

    1

    0

    1

    x2 + 1dx

    =

    [

    x2

    2

    ]1

    0

    − 12

    [

    ln∣

    ∣x2 + 1∣

    ]1

    0+

    [

    arctg x]1

    0

    =1

    2− 0− 1

    2(ln 2− ln 1) + arctg 1− arctg 0

    =1

    2− ln 2

    2+

    π

    4.

  • 5) Calcule a área da região plana limitada pelas curvas de equação y = x2 e y = −x2 − 2x+ 4.

    5) Calculemos os pontos de intersecção das duas curvas:

    {

    y = x2

    y = −x2 − 2x+ 4⇔

    {

    ——

    x2 = −x2 − 2x+ 4⇔

    {

    ——

    2x2 + 2x− 4 = 0

    e, por conseguinte, temos de resolver a equação 2x2 + 2x− 4 = 0:

    2x2 + 2x− 4 = 0 ⇔ x2 + x− 2 = 0

    ⇔ x = −1±√

    12 − 4 · 1 · (−2)2 · 1

    ⇔ x = −1±√1 + 8

    2

    ⇔ x = −1±√9

    2

    ⇔ x = −1± 32

    ⇔ x = −2 ∨ x = 1.

    Assim, os pontos de intersecção das duas curvas são (−2, 4) e (1, 1). Representemos geometrica-mente a região plana de que queremos calcular a área e calculemos a sua área:

    x

    y

    1−2

    1

    4

    y = −x2 − 2x+ 4

    y = x2

    b

    b

    A =

    1

    −2−x2 − 2x+ 4− x2 dx

    =

    1

    −2−2x2 − 2x+ 4 dx

    =

    [

    −2x33

    − x2 + 4x]1

    −2

    =−2 · 13

    3− 12 + 4 · 1

    −(−2(−2)3

    3− (−2)2 + 4(−2)

    )

    = −23− 1 + 4−

    (

    16

    3− 4− 8

    )

    = −23+ 3− 16

    3+ 12

    = 15− 183

    = 15− 6= 9.

    Logo a área da região plana limitada pelas parábolas de equação

    y = x2 e y = −x2 − 2x+ 4

    é igual a 9.

  • 6) Calcule o comprimento da curva dada pelo gráfico da função f : [1, e] → R definida por

    f(x) =x2

    4− lnx

    2.

    6) O comprimento que queremos calcular é dado pela fórmula

    ℓ =

    ∫ b

    a

    1 + [f ′(x)]2 dx.

    Como

    f ′(x) =

    (

    x2

    4− lnx

    2

    )′

    =x

    2− 1

    2x

    temos

    ℓ =

    e

    1

    1 +

    (

    x

    2− 1

    2x

    )2

    dx =

    e

    1

    1 +x2

    4− 1

    2+

    1

    4x2dx

    =

    e

    1

    x2

    4+

    1

    2+

    1

    4x2dx =

    e

    1

    (

    x

    2+

    1

    2x

    )2

    dx

    =

    e

    1

    x

    2+

    1

    2xdx =

    [

    x2

    4+

    lnx

    2

    ]e

    1

    =e2

    4+

    ln e

    2−

    (

    12

    4+

    ln 1

    2

    )

    =e2

    4+

    1

    2− 1

    4=

    e2 +2− 14

    =e2 +1

    4.

    7) Calcule

    +∞

    e

    1

    x (lnx)2dx.

    7) Por definição temos

    +∞

    e

    1

    x (lnx)2dx = lim

    u→+∞

    ∫ u

    e

    1

    x (lnx)2dx = lim

    u→+∞

    ∫ u

    e

    1

    x(lnx)−2 dx

    = limu→+∞

    [

    (lnx)−1

    −1

    ]u

    e

    = limu→+∞

    [

    − 1lnx

    ]u

    e

    = limu→+∞

    − 1lnu

    −(

    − 1ln e

    )

    = limu→+∞

    − 1lnu

    + 1

    = − 1+∞ + 1 = 1.