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Universidade de Brasília Faculdade de Ciência da Informação Curso de biblioteconomia THAYS BARBOSA DE FARIAS O USO DO FACEBOOK COMO FERRAMENTA DE MARKETING NA PROMOÇÃO DA BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO E BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO Brasília 2017

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  • Universidade de Brasília

    Faculdade de Ciência da Informação

    Curso de biblioteconomia

    THAYS BARBOSA DE FARIAS

    O USO DO FACEBOOK COMO FERRAMENTA DE MARKETING NA

    PROMOÇÃO DA BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO E

    BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO

    Brasília

    2017

  • Universidade de Brasília

    Faculdade de Ciência da Informação

    Curso de biblioteconomia

    THAYS BARBOSA DE FARIAS

    O USO DO FACEBOOK COMO FERRAMENTA DE MARKETING NA

    PROMOÇÃO DA BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO E

    BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO

    .

    Monografia apresentada à Faculdade de

    Ciência da Informação, da Universidade de

    Brasília, como requisito para obtenção do

    título de Bacharel em Biblioteconomia.

    Orientadora: Prof.a MSc Flávia Moreno Alves

    de Souza

    Brasília

    2017

  • FARIAS, Thays Barbosa de.

    US86 O uso do Facebook como ferramenta de marketing na promoção da Biblioteca

    Acadêmico Luiz Viana Filho e Biblioteca Pedro Aleixo / Thays Barbosa de Farias.

    Brasília: Universidade de Brasília. 2017.

    112 f.: il.

    Monografia (Curso de Graduação em Biblioteconomia) – Universidade de Brasília,

    Faculdade de Ciência da Informação, 2017.

    Orientação: Flávia Moreno Alves de Souza.

    1. Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho. 2. Biblioteca Pedro Aleixo. 3. Bibliotecas

    especializadas. 4. Redes sociais. 5. Facebook. 6. Marketing Digital. I. Souza, Flávia M.

    Alves, orient. II. Título.

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus, por me iluminar sempre e me guiar na busca cotidiana por sabedoria e

    conhecimento, por nunca me desamparar e colocar no meu caminho pessoas maravilhosas e

    meios para que eu possa ultrapassar os obstáculos que surgirem.

    Aos professores da FCI que contribuíram durante essa jornada e aos servidores

    Reginaldo e Raimundo por estarem dispostos a ajudar, cada um a sua maneira e possibilidade.

    À professora Flávia Moreno Alves, que se dispôs a ser minha orientadora, mesmo

    depois de muitos obstáculos enfrentados, estando sempre pronta para resolver qualquer

    dúvida que eu viesse a ter e me passar confiança.

    Obrigada aos integrantes da banca, por aceitarem o convite e pelas contribuições para

    o aprimoramento deste trabalho.

    À minha mãe Adai, que sempre me incentivou a estudar desde pequena e que continua

    me apoiando nas minhas decisões e nos meus momentos de indecisão e impaciência.

    À minha família, que sempre esteve ao meu lado, me incentivando e sendo

    compreensiva.

    Ao meu namorado e amigo Tiares, que em todos os momentos durante a produção

    deste TCC e de toda minha graduação, me incentivou a continuar e perseverar no meu sonho.

    Obrigada por me acalmar e me suportar nos momentos de impaciência.

    A um amigo em especial, Albercio, que também sempre me motivou a perseverar nos

    meus sonhos e ser o diferencial para a minha família e para as pessoas que me cercam.

    Aos amigos que fiz durante o curso e aos que participaram desta conquista: Carlos

    Eduardo, Carlos Henrique Juvêncio, Cristiane Mendes, Érika Tinoco, Gislene Lopes,

    Guilherme Dias e Joaquim Moraes.

  • “Sonhar grande e sonhar pequeno dá o mesmo trabalho”

    (Jorge Paulo Lemann)

  • RESUMO

    O uso das mídias sociais pelas instituições ajuda na difusão dos produtos e serviços, na

    divulgação institucional, assim como a ampliar a comunicação com os usuários. A pesquisa

    teve como objetivo principal analisar a utilização do Facebook como forma de promoção da

    Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho e Biblioteca Pedro Aleixo e de seus produtos e

    serviços. Foram também definidos os seguintes objetivos específicos: identificar os produtos e

    serviços disponibilizados pelas bibliotecas; averiguar se as bibliotecas possuem política

    direcionada para redes sociais e/ou plano de marketing; identificar o perfil dos seguidores das

    páginas; mapear as necessidades informacionais dos seguidores e mensurar o nível de

    satisfação dos usuários. A revisão de literatura abrangeu os conceitos de marketing, marketing

    digital, marketing em bibliotecas, informação, sistema de informação, Internet, Web 2.0 e

    redes sociais. Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa com caráter exploratório, aplicando-

    se o método de estudo de caso. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas não

    estruturadas, aplicação de questionário eletrônico e observação das páginas da Biblioteca

    Acadêmico Luiz Viana Filho e Biblioteca Pedro Aleixo no Facebook. A entrevista foi aplicada

    com os bibliotecários responsáveis pela manutenção e gerencia das páginas e a amostra

    selecionada para os questionários foi composta pelos seguidores de ambas as páginas. As

    respostas obtidas mostraram que a inserção das bibliotecas no Facebook ajudou a ampliar o

    alcance das informações disponibilizadas e atrair mais usuários. Foi identificado que os eixos

    temáticos das publicações condizem com as necessidades informacionais dos seguidores e que

    a maioria destes estão satisfeitos com os conteúdos disponibilizados.

    Palavras chave: Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho. Biblioteca Pedro Aleixo.

    Bibliotecas especializadas. Redes sociais. Facebook. Marketing Digital

  • ABSTRACT

    The use of social media by aid institutions in the diffusion of products and services, in

    the institutional dissemination, as well as to increase the communication with the users. The

    main objective of the research was to analyze the use of Facebook as a way of promoting the

    Luiz Viana Filho Academic Library and the Pedro Aleixo Library and its products and

    services. The following were also defined: specific to the products and services provided by

    the libraries; find out how libraries, political politics for social networks and / or marketing

    plan; identify the profile of page followers; map as informational needs of followers and

    measure the level of user satisfaction. A literature review covered concepts of marketing,

    digital marketing, library marketing, information, information system, Internet, Web 2.0 and

    social networks. It is a qualitative-quantitative research with an exploratory character,

    applying the case study method. Data collection was done through unstructured interviews,

    application of an electronic questionnaire and observation of the pages of the Luiz Viana

    Filho Academic Library and the Pedro Aleixo Library on Facebook. The interview was

    applied with the librarians responsible for the maintenance and management of the pages and

    a sample selected for the questionnaires composed by the followers of both pages. As answers

    obtained showed that the insertion of libraries on Facebook helped to expand the scope of the

    information available and attract more users. It has been identified how the thematic axes of

    the publications match the informational needs of followers and are currently available. They

    are satisfied with the content available.

    Keywords: Academic Library Luiz Viana Filho. Pedro Aleixo Library. Specialized Libraries.

    Social Media. Facebook. Digital Marketing

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura1 - Estatísticas trimestrais de uso das redes sociais 2017 42

    Figura 2 - Página inicial da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 66

    Figura 3 - Página inicial da Biblioteca Pedro Aleixo 66

    Figura 4 - Guia SOBRE da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 67

    Figura 5 - Guia FOTOS da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 68

    Figura 6 - Guia VÍDEOS da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 68

    Figura 7 - Guia AVALIAÇÕES da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 69

    Figura 8 - Guia EVENTOS da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 69

    Figura 9 - Guia PUBLICAÇÕES da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 70

    Figura 10 - Guia NOTAS da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 70

    Figura 11 - Guia COMUNIDADE da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 71

    Figura 12 - Post Dia do Bibliotecário – Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 72

    Figura 13 - Post - Infográfico: O que faz um Bibliotecário – Biblioteca Acadêmico Luiz

    Viana Filho

    72

    Figura 14 - Post – Mês do Bibliotecário – Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 73

    Figura 15 - Post –– Coleção de Obras Raras Biblioteca Digital - Biblioteca Acadêmico

    Luiz Viana Filho

    73

    Figura 16 - Post - Exposição às Fallas do Throno - Biblioteca Acadêmico Luiz Viana

    Filho

    74

    Figura 17 - Guia SOBRE da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 75

    Figura 18 - Guia AVALIAÇÕES da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 75

    Figura 19 - Guia FOTOS da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 76

    Figura 20 - Guia VIDEOS da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 76

    Figura 21 - Guia PROMOÇÕES da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 77

    Figura 22 - Guia PUBLICAÇÕES da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 77

    Figura 23 - Guia EVENTOS da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 78

    Figura 24 - Guia COMUNIDADE da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 78

    Figura 25 - Post – Coleção Leis do Império - Biblioteca Pedro Aleixo 79

    Figura 26 - Post – Edições Câmara: Iracema - Biblioteca Pedro Aleixo 80

    Figura 27 - Post – Datas comemorativas: Agatha Christie - Biblioteca Pedro Aleixo 80

    Figura 28 - Post - Biografias de escritoras negras - Biblioteca Pedro Aleixo 81

    Figura 29 - Post – Livro da semana - Biblioteca Pedro Aleixo 81

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 – Conceitos de Produto, Preço, Praça, Promoção 21

    Quadro 2 - Relação entre objetivos específicos e questões do pré-teste 50

    Quadro 3 - BLOCO A - Dados sociodemográficos 54

    Quadro 4 – BLOCO B - Dados referentes a acesso ao Facebook e página da

    biblioteca

    55

    Quadro 5 – BLOCO C – Necessidades informacionais 55

    Quadro 6 – BLOCO D – Satisfação dos usuários 55

    Quadro 7- Relação entre objetivos específicos e questões do questionário final 60

    Quadro 8 - Uso das guias disponibilizadas pelo Facebook pela Biblioteca Acadêmico

    Luiz Viana Filho e Biblioteca Pedro Aleixo

    66

    Quadro 9 – Resultados alcançados 83

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    AIM AOL Instant Messenger

    ALA American Library Association

    AMA American Market Association

    BDSF Biblioteca Digital do Senado Federal

    BRAPCI Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da

    Informação

    CEPAL Comissão Econômica para a América Latina e Caribe

    CGI Comitê Gestor da Internet

    MASB Marketing Accountability Standards Board

    OMC Organização Mundial do Comércio

    ONU Organização das Nações Unidas

    PRODASEN Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado Federal

    RVBI Rede Virtual de Bibliotecas

    SABI Rede de subsistemas de administração de bibliotecas

    SAD Sistema de Apoio à decisão

    SIE¹ Sistema de Informação Estratégico

    SIE² Sistema de Informação Executiva

    SIG Sistema de Informação Gerencial

    SIO Sistema de Informação Operacional

    TIC Tecnologias da Informação e Comunicação

    UNB Universidade de Brasília

    UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

    WWW World Wide Web

  • Sumário

    1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14

    1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................ 14

    1.2 JUSTIFICATIVA E DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA ....................... 16

    1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA ...................................................................................... 17

    1.3.1 OBJETIVO GERAL (OG)........................................................................................... 17

    1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS (OE) .............................................................................. 17

    2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 18

    2.1 MARKETING ............................................................................................................... 18

    2.1.1 MARKETING DIGITAL .............................................................................................. 25

    2.1.2 MARKETING EM BIBLIOTECAS ............................................................................. 27

    2.2 INFORMAÇÃO ........................................................................................................... 30

    2.2.1 SISTEMA DE INFORMAÇÃO................................................................................... 31

    2.3 INTERNET E WEB 2.0 ................................................................................................ 34

    2.3.1 REDES SOCIAIS........................................................................................................ 38

    2.3.1.1 FACEBOOK ............................................................................................................ ....40

    3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 43

    3.1 UNIVERSO DA PESQUISA ........................................................................................ 46

    3.1.1 BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO – BIBLIOTECA DO SENADO 46

    3.1.2 BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO – BIBLIOTECA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

    ............................................................................................................................................ 48

    4 PRÉ-TESTE .... ............................................................................................................... 49

    4.1 BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO – BIBLIOTECA DO SENADO ... 50

    4.2 BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO – BIBLIOTECA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS . 52

    5 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................. 55

    5.1 ENTREVISTA .............................................................................................................. 56

    5.1.1 BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO – BIBLIOTECA DO SENADO 56

    5.1.2 BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO – BIBLIOTECA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

    ............................................................................................................................................ 58

    5.2 QUESTIONÁRIO ........................................................................................................ 59

    5.2.1 BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO – BIBLIOTECA DO SENADO 60

    5.2.2 BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO – BIBLIOTECA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

    ............................................................................................................................................ 63

    5.3 ANÁLISE COMPARATIVA DAS PÁGINAS ............................................................. 65

    5.3.1 BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO – BIBLIOTECA DO SENADO 67

    5.3.2 BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO – BIBLIOTECA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

    ............................................................................................................................................ 74

    6 DISCUSSÃO ... ............................................................................................................... 82

  • 13

    7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 84

    REFERÊNCIAS . ............................................................................................................... 87

    APÊNDICE A – ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO PARA PRÉ-TESTE BIBLIOTECA

    ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO ............................................................................... 96

    APÊNDICE B - ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO PARA PRÉ-TESTE BIBLIOTECA

    PEDRO ALEIXO ............................................................................................................... 98

    APÊNDICE C - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PRÉ-TESTE ................ 100

    APÊNDICE D – ROTEIRO DE ENTREVISTA ............................................................ 103

    APÊNDICE E – ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO FINAL BIBLIOTECA

    ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO ............................................................................. 104

    APÊNDICE F – ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO FINAL BIBLIOTECA PEDRO

    ALEIXO ........................................................................................................................... 106

    APÊNDICE G - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS QUESTIONÁRIO FINAL

    .......................................................................................................................................... 108

    APÊNDICE H – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO .......................................................... 112

  • 14

    1 INTRODUÇÃO

    1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

    O acesso à informação é fundamental na vida do ser humano, a todo o momento a

    humanidade esta cercada de informações, mesmo sem esforço obtém-se informação por meio

    de relacionamentos ou pela mídia (TOMAÉL, 2005). A Internet possibilitou o avanço de

    sistemas na recuperação de informações, disseminação de informação e integração desses

    diferentes sistemas com repositórios digitais, catálogos online etc. A esse respeito, Teixeira e

    Schiel (1997) acrescentam que o surgimento da Internet, como fonte de informação,

    possibilitou o acesso a uma enorme quantidade de bases de dados, aos acervos das grandes

    bibliotecas de maneira rápida e eficiente. Este foi fator fundamental no processo de

    recuperação de informação.

    De acordo com Tarapanoff (2006) a produção do conhecimento nunca foi tão

    acentuada como nos dias atuais, como também em nenhuma outra época a sua aplicação

    assumiu papel tão importante.

    Esse crescimento exponencial de informação ocorreu devido à criação da Internet no

    fim do último século. As bibliotecas, como fontes de informação, tiveram que adaptar seus

    produtos e serviços a essa nova realidade, ganhando mais ênfase de atuação. Cunha e Eirão

    (2012, p. 61) afirmam que a Ciência da Informação centrada na melhora do fluxo da

    informação, “[...] vem contribuindo para que as organizações que lidam com recursos

    informacionais, especificamente bibliotecas, possam se adequar aos novos desafios que o

    mundo globalizado impõe”.

    A partir da Web 2.0 surge a interação entre usuários e instituições, o que proporcionou

    cooperação e compartilhamento entre os indivíduos. De acordo com Pontes e Santos (2011),

    as redes sociais na Internet são um meio de formar as relações sociais através de redes de

    comunicação, proporcionando o crescimento coletivo de comunicação e a troca de ideias. Nas

    bibliotecas as redes sociais contribuem na disseminação de recursos informacionais. A partir

    dessa concepção, percebe-se que, com a criação das redes sociais, foi possível agregar

    diversos pensamentos em uma mesma plataforma, possibilitando a troca de ideias e interesses

    comuns. Segundo Gabriel (2010), o público-alvo passou a ser também um gerador de mídia.

    No contexto atual, o usuário é ativo e dinâmico, sendo as mídias sociais uma das mais

    importantes estratégias de marketing.

    Giménez (2010) ressalta que as interações sociais, ocorridas com a incorporação da

    Web 2.0 geram modificações nas relações de trabalho, nos processos de trabalho e na

  • 15

    comunicação com amigos e instituições, tornando esta comunicação dada de forma horizontal

    alterando também a forma como as pessoas se relacionam com a informação.

    Vasconcelos (2010, p. 82) aponta que “[...] a Web 2.0 possibilita a todos, independente

    da idade, classe social ou nível intelectual, exercer um papel relevante nas mídias sociais”. O

    profissional da informação frente a esta perspectiva desempenha um papel social, o qual,

    segundo Freire (2001, p. 105) “Caberá aos trabalhadores da informação esse papel de

    facilitadores da comunicação, do conhecimento, aproximando produtores e usuários da

    informação, de modo que os recursos disponíveis sejam utilizados por todos que deles

    necessitem”.

    Silva e Rufino (2016) asseveram que ao ocorrer a mudança da Web 1.0 para a Web 2.0

    as bibliotecas puderam migrar do ambiente físico para o digital, utilizando recursos da Web

    2.0 para suas práticas organizacionais. Maness (2007) traz o conceito de biblioteca 2.0 como:

    [...] uma comunidade virtual centrada no usuário. Ela é socialmente rica, quase

    sempre um espaço eletrônico igualitário. Enquanto que o Bibliotecário 2.0 deveria

    atuar como um facilitador e prover suporte, ele ou ela não é necessariamente o

    primeiro responsável pela criação do conteúdo. Os usuários interagem e criam

    recursos (conteúdo) uns com os outros e com os bibliotecários (MANESS, 2007, p.

    45).

    De acordo com Amândio (2011), com o advento da Web os indivíduos passaram de

    meros consumidores da informação para produtores e editores de conteúdo, ajudando a com-

    plementar e acrescentar os conteúdos divulgados pelas instituições. Deste modo, é percebido

    que a comunidade passou a ter um papel de importância junto à instituição possibilitando o

    intercâmbio de informações de instituições para usuários, usuários para instituição e usuários

    para usuários.

    Neste sentido, esta pesquisa tem como objetivo central a análise da utilização do

    Facebook como forma de promoção da biblioteca, pela Biblioteca Acadêmico Luiz Viana

    Filho e Biblioteca Pedro Aleixo, assim como, os produtos e serviços por estas oferecidos. De

    acordo com Wilson (2000 apud CUNHA; EIRÃO, 2012, p. 62), os usuários de informação

    estão mais exigentes, devendo a biblioteca conhecer e tentar antecipar os desejos de seu

    usuário.

    Em um segundo momento, esta pesquisa visa a identificação dos produtos e serviços

    disponibilizados pelas bibliotecas; verificar se as bibliotecas possuem alguma política

    direcionada para redes sociais e/ou um plano de marketing; identificação do perfil dos

  • 16

    seguidores das páginas; mapear as necessidades informacionais dos seguidores e, por meio de

    questionário e análise de publicações, mensurar o nível de satisfação dos usuários.

    1.2 JUSTIFICATIVA E DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

    De acordo com Ferreira (1997), a tendência de comportamento dos usuários é buscar,

    cada vez mais, serviços interativos e personalizados, que visem promover e estimulá-los no

    que condiz a avaliação, utilização e participação nas informações a serem inseridas nos

    próprios serviços de informação que lhe estão sendo ofertados, personalizando-os em função

    de pessoas ou grupos, e ainda, tratando de contextualizar a informação visando à compreensão

    do usuário. Calil Junior e Almendra (2015, p. 13) destacam que “As mídias sociais podem

    intensificar o potencial do bibliotecário como mediador da informação, além de aumentar suas

    conexões com usuários, tanto reais como potenciais”.

    O uso das tecnologias de informação é vantajoso para as bibliotecas. Fundamentada na

    pesquisa realizada pelo Comitê gestor da Internet (CGI), que visava a análise sobre o uso das

    tecnologias de informação e comunicação (TIC) nas organizações sem fins lucrativos

    brasileiras, em 2014, percebe-se que o uso das TIC proporciona entre outras coisas: “Aumento

    da eficiência, da transparência e da visibilidade da organização; Contribuição para a criação

    de uma presença pública; Aumento da capacidade de comunicação; Melhora da qualidade dos

    serviços prestados; Atendimento de um maior número de pessoas, trazendo mais satisfação

    [...]” (CEGAL, 2015, p. 49).

    A razão, portanto, de se estudar a atuação das bibliotecas nas redes sociais surge da

    necessidade de mostrar que o profissional da informação pode estar inserido nas redes sociais

    e compartilhar informações relevantes com seus usuários mediante processo bidirecional – um

    para muitos, por meio de pesquisa de bibliotecas que atuam nesse ambiente comunicacional.

    Segundo Amaral (2011, p. 25), “[…] a adoção das técnicas de marketing em unidades de

    informação poderá contribuir como abordagem inovadora da gestão dessas organizações,

    valorizando-as e dando visibilidade aos seus profissionais”.

    Verificou-se, com base em pesquisas realizadas na concepção deste trabalho, que

    existem muitas publicações referentes ao uso de redes sociais para o auxílio na divulgação e

    promoção de instituições. O uso do Facebook é mais divulgado e usado no âmbito das

    bibliotecas públicas e universitárias, não sendo realizados muitos estudos no que se refere à

    atuação de bibliotecas especializadas em Direito. Face ao exposto, viu-se a necessidade de

    analisar a atuação no Facebook de duas grandes bibliotecas especializadas no ramo do Direito,

  • 17

    sendo estas: Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho (Biblioteca do Senado Federal) e

    Biblioteca Pedro Aleixo (Biblioteca da Câmara dos Deputados).

    De acordo com publicação elaborada pela Biblioteca Nacional, em 2010, “[...]

    penetração das TIC no cotidiano de milhões de brasileiros incita a reflexão sobre os seus usos,

    não apenas pelos seus usuários, como também por instituições” (BIBLIOTECA NACIONAL,

    2010 apud CALIL JUNIOR; ALMENDRA, 2015 p. 1). Em concordância, Amaral (1998)

    assevera a importância da atuação do bibliotecário no que concerne às mudanças tecnológicas,

    devendo este ser criativo e mostrar-se receptivo, estando atento para que possa adaptar-se às

    novas demandas informacionais.

    Face ao exposto, tem-se que a problemática desta pesquisa sintetiza - se na questão

    que se segue: Como o Facebook é utilizado pelas bibliotecas, Acadêmico Luiz Viana Filho e

    Biblioteca Pedro Aleixo, para promoção da instituição informacional e de seus produtos e

    serviços?

    1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

    1.3.1 OBJETIVO GERAL (OG)

    Analisar a utilização do Facebook como forma de promoção da Biblioteca Acadêmico

    Luiz Viana Filho e da Biblioteca Pedro Aleixo e de seus produtos e serviços.

    1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS (OE)

    (OE1) Identificar os produtos e serviços disponibilizados pela Biblioteca Acadêmico Luiz

    Viana Filho e pela Biblioteca Pedro Aleixo no Facebook;

    (OE2) Averiguar se as bibliotecas estudadas possuem políticas direcionadas para redes sociais

    e/ou plano de marketing.

    (OE3) Identificar o perfil dos seguidores das páginas da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana

    Filho e Biblioteca Pedro Aleixo no Facebook;

    (OE4) Mapear as necessidades informacionais dos seguidores da Biblioteca Acadêmico Luiz

    Viana Filho e Biblioteca Pedro Aleixo no Facebook;

    (OE5) Mensurar o nível de satisfação dos usuários face a Biblioteca Acadêmico Luiz Viana

    Filho e pela Biblioteca Pedro Aleixo no Facebook;

  • 18

    2 REVISÃO DE LITERATURA

    A revisão de literatura, de acordo com Creswell (2010), ajuda a determinar a

    relevância de estudar sobre determinado assunto, auxiliando o pesquisador a limitar sua área

    de investigação por meio de insights. Ajuda, também, no compartilhamento de resultados

    obtidos em outros estudos relacionados ao tema, proporcionando referência para estudos

    posteriores e auxilia no preenchimento de lacunas na área em estudo.

    Esse embasamento teórico é importante para a temática deste trabalho, o qual abordará

    os conceitos de marketing; marketing digital; marketing em bibliotecas; informação, sistema

    de informação; contexto histórico e conceitual de Internet e Web 2.0; contexto histórico e

    conceitual de redes sociais, Facebook, e histórico da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho e

    da Biblioteca Pedro Aleixo.

    Os principais termos de busca usados para concepção desta revisão consistiram, em:

    “bibliotecas”, “redes sociais”, biblioteca Facebook, biblioteca senado facebook, marketing em

    bibliotecas. Para a busca dos termos supracitados, foi utilizada a ferramenta de pesquisa

    Google Scholar, assim como, repositório digital da Universidade de Brasília (UnB), a Base de

    Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), entre

    outros. Sendo também utilizados livros da área de marketing, de Sistema de Informação e da

    área da Ciência da Informação.

    2.1 MARKETING

    A evolução do marketing constituiu-se de três períodos principais, sendo estes, de

    acordo com McCarthy (1976, p. 46) a era da produção, a era das vendas (ocorreu devido à

    Revolução Industrial) e a era do departamento de marketing. Corroborando com a premissa

    anterior, Manzo e Cunto (1982) salientam essa evolução, pois de acordo com os autores, a

    ciência do marketing nasceu nos Estados Unidos, tendo sua origem durante uma

    superprodução que ocorreu após a Primeira Guerra Mundial, na qual, com o imenso

    desenvolvimento industrial, viu-se a necessidade de buscar o consumidor e criar produtos de

    acordo com a demanda.

    Simões (1977, p. 11) trouxe o conceito de marketing definido pela American Market

    Association (AMA), por volta de 1948, no qual se entende Marketing como a “[...] execução

    das atividades de negócios que encaminham o fluxo de mercadorias e serviços, partindo do

    produtor até os consumidores finais”. Buscando atualizar esse conceito, foi realizada uma

    nova busca no site da AMA, no qual marketing é definido como a atividade, conjunto de

    instituições e processos para criação, comunicação, entrega e troca de ofertas que têm valor

  • 19

    para compradores, clientes, parceiros e sociedade em geral (AMERICAN MARKET

    ASSOCIATION, 2013, tradução nossa).

    Segundo Kotler (1996) marketing é trabalhar com mercados com a finalidade de

    realização de trocas visando à satisfação das necessidades e desejos humanos. Essa troca

    exige quatro condições, sendo estas, a existência de duas partes (produtor, cliente); cada parte

    ter algo que tem valor para outra; cada uma das partes ser capaz de comunicar e de fazer

    entrega e cada parte ser livre para aceitar ou rejeitar a oferta.

    Kotler e Armstrong (2007), definem marketing como o processo no qual as empresas

    criam e constroem valores e fortes relacionamentos com seus clientes visando valor de troca,

    buscando atrair novos clientes prometendo-lhes valor superior e mantendo e cultivando os

    clientes atuais lhes proporcionando satisfação. Cabe destacar que, o valor mencionado não diz

    respeito somente a valor financeiro e sim ao conjunto de benefícios e valores que a empresa

    busca proporcionar a seus clientes a fim de satisfazer suas necessidades. Matta (2007, p. 30)

    afirma que "[...] ainda que a organização não vise o lucro financeiro, ela existe para uma

    clientela que desfruta outras formas de lucro, como o lucro social”.

    Na perspectiva de Andrade et al. (2013) o marketing é analisado por um aspecto mais

    gerencial, definindo este como a gestão estratégica que mediante processos de análise,

    planejamento, implementação e controle de programas identifica as necessidades,

    expectativas e desejos dos usuários atuais e esperados, é gerado um interesse de ambas as

    partes, do consumidor e do fornecedor do produto.

    Melgarejo (2007, p. 2) define marketing como “[...] toda atividade dirigida para a

    satisfação das necessidades e desejos do consumidor, sendo que tais necessidades e desejos

    são satisfeitos mediante a utilização de bens e serviços”. Ao passo que Las Casas (1991)

    destaca que ao voltar à atividade mercadológica buscando a satisfação de seu público-alvo

    tem-se a chave para o sucesso.

    Cobra (2017, p. 5) conceitua marketing como “[...] um processo social e gerencial pelo

    qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação de oferta e

    troca de produtos de valor com outros”. Para Hughes (1978, p. 3 apud OLIVEIRA, 1985, p.

    138) “Marketing são aquelas atividades que relacionam com sucesso, uma organização com

    seu meio ambiente”. O marketing se preocupa, segundo Kotler (1978, p. 29), com “[...] o

    desenvolvimento, a manutenção e/ou a regulação das relações desejadas de troca que

    envolvam produtos, serviços, organizações, pessoas, lugares ou causas”.

    No que condiz ao marketing, de modo geral, pensa-se na divulgação e venda de um ou

    mais produtos. Inicialmente, a estratégia de marketing foi criada realmente para esse fim,

  • 20

    contudo como aponta Amaral (1998), o marketing é muito mais do que somente a venda,

    trata-se da demanda do usuário, suas expectativas e necessidades, buscando direcionar sua

    produção envolvendo a criação de planos e programas. A autora destaca, também, que o

    marketing pode ser associado à satisfação do usuário relacionada ao seu bem-estar social e

    não somente a comercialização, lucro, vendas entre outros.

    Andreasen (1987) aponta que marketing e venda, são produtores de estratégias para

    atrair mais clientes, contudo os termos possuem algumas diferenças. Kotler (1996, p. 30)

    afirma que “[...] o marketing assumiu, na mente de muitos, a imagem de salvador da sociedade e,

    na mente de outros, de corruptor da sociedade”. Enfatizando esta afirmação, Campomar e Ikeda

    (2006) levantaram alguns conceitos sobre marketing, que não correspondem à realidade,

    dentre estes: servir como propaganda para aumento de vendas, uso de atividades para

    divulgação de pessoas/organizações e criação de atividades visando gerar necessidades nos

    consumidores;

    Campomar e Ikeda (2006) abordam a questão de o marketing possuir uma função

    tridimensional, estando elencadas características: Funcionais - relacionadas à questão da troca;

    Gerenciais - relacionadas às atividades organizacionais; e Filosóficas - relações conceituais

    sobre marketing e suas atividades.

    Na década de 1960, Jerome McCarthy passou a chamar os elementos que compõem o

    marketing de 4P’s (Produto, Preço, Praça e Promoção), vindo mais tarde a serem

    complementados os 4C’s (Cliente, Custo, Conveniência, Comunicação) por outros autores

    (CANTANHEDE, 2015). Gabriel (2010) afirma que os 4Cs são um complemento aos 4Ps a

    fim de moldar essa metodologia com enfoque no cliente.

    Campomar e Ikeda (2006) defendem que os 4P’s são considerados os fatores

    controláveis pela organização, podendo ser adaptados e ajustados por decisões gerenciais,

    sendo também, considerados os instrumentos da política de marketing ou ferramentas de

    marketing. Os 4P’s segundo os autores supracitados são conhecidos também, como marketing

    mix ou composto de marketing. Cobra (2017) aponta que existem os 4As de Raimar Richers

    (1981), composto por análise de mercado, adaptação do produto, ativação de vendas e

    avaliação do desempenho de marketing.

    É de grande valia que sejam explanados os 4P’s de forma mais detalhada, a fim de

    proporcionar um melhor entendimento ao leitor e por serem estes os componentes de maior

    referência quando se trata de marketing. Neste prisma tem-se, a seguir, uma tabela com as

    definições de produto, preço, praça e promoção de acordo com Kotler (1978), Campomar e

    Ikeda (2006), Cobra (2017) e Marketing Accountability Standards Board – MASB (2017),

  • 21

    com definições estabelecidas em períodos distintos, mas que leva a perceber similaridade en-

    tre os conceitos.

    Quadro 1 – Conceitos de Produto, Preço, Praça, Promoção.

    PRODUTO

    KOTLER (1978)

    É o mais fundamental dos 4P’s, pois os outros são determinados pela existência

    dele.

    […] é utilizado no sentido amplo de quaisquer complexos de atributos tangíveis

    ou intangíveis que possam ser oferecidos a um mercado, a fim de satisfazer a uma necessidade ou vontade; poderá cobrir bens, serviços, organizações, pessoas,

    lugares e ideias (KOTLER, 1978, p. 184)

    CAMPOMAR E IKEDA

    (2006)

    “Algo que pode ser oferecido a um mercado para atenção, aquisição, uso ou

    consumo, e que pode satisfazer um desejo ou uma necessidade” (CAMPOMAR E

    IKEDA, 2006, p.20)

    Os produtos podem ser tangíveis, ex: um livro; ou intangíveis, ex: serviços de

    alerta.

    COBRA (2017)

    O produto está certo para o consumo quando atende as necessidades e desejos de

    seus consumidores-alvo. Abrange bem material (tangível) ou imaterial

    (intangível) oferecido a um mercado, visando a satisfação de um determinado tipo

    de consumo (COBRA, 2017, p. 7)

    COMMON LANGUAGE

    MARKETING DICTIONARY (2017)

    “O conjunto de atributos (recursos, funções, benefícios e usos) com fim de troca

    ou uso; geralmente uma mistura de formas tangíveis e intangíveis. Pode ser uma ideia, uma entidade física (um bem), ou um serviço, ou qualquer combinação dos

    três. Existe para fins de troca” (tradução nossa)

    PREÇO

    KOTLER (1978)

    O preço é a soma dos valores que os consumidores trocam por benefícios.

    “A determinação de preços será normalmente orientada para as considerações de

    custo, de demanda e de concorrência” (KOTLER, 1978, p. 199)

    CAMPOMAR E IKEDA

    (2006)

    Baseado em “influências que se originam não só das necessidades dos

    compradores e vendedores, mas das condições de mercado e do ambiente”

    (CAMPOMAR E IKEDA, 20016, p. 24)

    Valor estabelecido para determinado produto.

    COBRA (2017)

    “São os sacrifícios realizados pelo comprador e o consumidor em troca de

    benefícios de produto e/ou serviço” (COBRA, 2017, p.8)

    Usa de estratégias sendo considerado a chave para que ocorra as vendas.

    COMMON LANGUAGE

    MARKETING

    DICTIONARY (2017)

    “O preço é a razão formal que indica a quantidade de dinheiro, bens ou serviços

    necessários para adquirir determinada coisa; É o valor que um cliente deve pagar

    para adquirir um produto” (tradução nossa)

    PRAÇA

    KOTLER (1978) Como a organização visa tornar os produtos e serviços acessíveis para o cliente, também denominado de “ponte de distribuição ou canais de distribuição”

    (KOTLER, 1978, p. 200)

    CAMPOMAR E IKEDA

    (2006)

    Também denominado ponto de venda, esta pautado no processo de distribuição. É

    o canal utilizado para execução das estratégias de marketing. “Pode-se definir canais de distribuição como uma rede de organizações

    interdependentes envolvidas no processo de tornar um produto ou serviço

    disponível para uso ou consumo.” (CAMPOMAR E IKEDA, 2006, p. 25)

    COBRA (2017)

    É o canal entre produto e consumidor por meio de distribuição.

    “Trata-se de um conjunto de elementos que visa tornar o produto disponível para

    o consumidor onde e quando ele o desejar” (COBRA, 2017, p. 8)

    COMMON LANGUAGE

    MARKETING

    DICTIONARY (2017)

    “A distribuição refere-se ao ato de comercialização e transporte de produtos aos

    consumidores. Também é usado para descrever a extensão da cobertura do

    mercado para um determinado produto.” (tradução nossa)

    PROMOÇÃO

    KOTLER (1978) Dedicada à tarefa de comunicação, visando criar interesse ou desejo por

    determinado produto, é “uma forma especial de comunicação” (KOTLER, 1978,

    p. 210).

  • 22

    CAMPOMAR E IKEDA

    (2006)

    “[…] técnicas utilizadas para aumentar a consciência, reconhecimento,

    conhecimento e informações do consumidor a respeito do produto, marca ou da

    organização.” (CAMPOMAR E IKEDA , 2006, p. 28)

    Dentro da promoção tem-se: Propaganda; Publicidade; Venda pessoal e Promoção

    de vendas caracterizadas como técnicas de divulgação.

    COBRA (2017) “Compreende a propaganda, as relações-públicas, a promoção de vendas, a venda

    pessoal e o merchandising […] entendida como um conjunto de esforços para

    fazer com que o produto ou serviço seja percebido pelo cliente” (COBRA, 2017,

    p. 8)

    COMMON LANGUAGE

    MARKETING

    DICTIONARY (2017)

    “Também denominado comunicação de Marketing, são as mensagens

    promocionais coordenadas para se comunicar com um mercado.” (tradução nossa)

    Fonte: Elaborado pela autora.

    De acordo com Cobra (2017), o composto de marketing tem recebido alguns

    acréscimos tornando-se 7P’s, sendo incluídos: Pessoas, Evidências físicas (Physical

    Environment) e Processo. No que se refere a Pessoas, este consiste nos funcionários que têm

    relação direta com o cliente, com quem o cliente fala ao solicitar um produto e/ou serviço;

    Evidências Físicas relaciona-se aos elementos que componham o exterior do produto, não

    necessariamente algo tangível, mas como ele é visto pelo cliente, por exemplo; em relação ao

    Processo, o autor destaca como os meios que estimulam o cliente a adquirir o produto e/ ou

    serviço.

    Para este trabalho serão adotados os 4P’s já, mencionados anteriormente, pois são os

    elementos mais adotados pelas empresas e organizações quando se trata de planejamento

    básico de marketing.

    O composto de marketing deve ser utilizado pela instituição, de acordo com suas

    atividades desenvolvidas. Contudo, este por si só não é o bastante, devendo-se desenvolver

    estudo de usuários e práticas mercadológicas. De acordo com Amaral (1998), compreende-se

    por análise de mercado como sendo: a verificação dos diferentes interesses das necessidades

    de informação dos usuários, considerando dados demográficos; e segmentação de mercado

    como uma parte da análise de mercado que visa à identificação de partes, estas, separadas de

    acordo com as características semelhantes de cada grupo que a unidade de informação atende.

    Tem-se como exemplo o grupo usuário (mercado) e este é dividido em usuários reais e

    usuários potenciais (segmentos do mercado).

    Dias (2010, p. 18) descreve a segmentação de mercado como “[...] o processo de

    dividir mercados em grupos de consumidores potenciais com necessidades e/ou características

    semelhantes e que provavelmente terão comportamentos de compra semelhantes”. Ainda de

    acordo com o autor, a segmentação de mercado pode ser por diferenciação, na qual se trata os

    segmentos de forma distinta; não diferenciação, estuda todo o mercado por via de um único

  • 23

    plano de marketing, ignorando as diferenças entre os segmentos e concentração, todos os

    esforços são concentrados em um único segmento.

    Segundo Cantanhede (2015), para a realização e elaboração de uma estratégia de

    marketing, pode-se basear em cinco princípios, a saber: disponibilidade e acessibilidade de

    forma fácil aos produtos e serviços; Qualidade, desempenho e inovação nos produtos e

    serviços; Venda e promoção dos produtos; Identificação de desejos e necessidades, por meio

    do relacionamento com o cliente e; Atender o público-alvo não deixando de preservar e

    ampliar suas atuações futuras.

    Para uma efetiva estratégia de marketing, a organização deve ter um planejamento de

    marketing e um plano de marketing.

    Entende-se planejamento de marketing como sendo, de acordo com Campomar e

    Ikeda (2006), a antecipação de eventos e condições futuras buscando ações necessárias para

    alcançar o objetivo final relacionado às atividades do marketing. O planejamento prevê riscos

    e vantagens para a organização. Fundamentado neste prisma, o plano de marketing é

    entendido como um documento que contém objetivos para um determinado período, é mais

    mutável. Os autores supracitados entendem que o plano de marketing é um componente do

    planejamento de marketing e estabelecem o caminho a ser seguido para a criação de um plano

    de marketing, que deverá contemplar (i) Análise da situação: engloba análise interna e externa,

    analisa as situações favoráveis e desfavoráveis e os pontos fortes e fracos para implementação

    e busca analisar a condição atual e traçar um plano futuro; (ii) Objetivos: relaciona-se à

    criação de objetivos a serem atingidos, devendo estes ser compatíveis com os objetivos

    estratégicos da organização; (iii) Programa de ação: baseado nos 4P’s, devendo ser

    estabelecidos prazos, atribuição de tarefas entre outros e (iv) Controle: Comparação dos

    objetivos iniciais com os resultados alcançados.

    Detalhando mais esse processo de criação do plano de marketing, outros autores, como

    Ambrosio e Siqueira (2002), Westwood (2007) e Gomes (2005) defendem outras estruturas

    para o plano de marketing. A seguir, apresenta-se uma dessas estruturas, sendo esta proposta

    por Gomes (2005). O autor propõe que o plano de marketing deve contemplar: Sumário

    executivo, que é o resumo do que seu plano de marketing deve conter, como por exemplo,

    objetivos, metas etc; Análise do ambiente, que consiste na análise do ambiente externo e

    interno a qual é semelhante à análise da situação mencionada por Campomar e Ikeda (2006)

    anteriormente; Definição de público-alvo que trata da identificação de um segmento da

    população que a empresa deseja atingir; Definição de posicionamento de mercado: a imagem

    que a empresa deseja transmitir ao cliente. Análise da situação por intermédio de dados

  • 24

    probabilísticos; Definição da marca que abarca a representação da empresa, sua identidade. A

    forma como a empresa é conhecida por meio da imagem; Definição dos objetivos e metas que

    são os resultados que a empresa espera alcançar; Definição das estratégias de marketing que

    consiste nas decisões necessárias para determinar a maneira na qual o composto de marketing

    será combinado que permite definir como sua empresa atingirá seus objetivos e metas pré-

    estabelecidas.

    Segundo Limeira (2003), o plano de marketing é elaborado a fim de traçar estratégias

    para o desenvolvimento de determinados produtos e serviços da empresa, devendo conter:

    Análise, seleção e segmentação de mercado; Identificação de oportunidades e riscos;

    objetivos de marketing; diferencial do produto e/ou serviço; Estratégia de posicionamento;

    estratégia de preço, comunicação e distribuição; Plano tático operacional; Orçamento de

    marketing e avaliação e controle.

    Quando se trata da avaliação de oportunidades e riscos, é realizada a análise SWOT.

    Esta é utilizada na concepção de um plano estratégico, que trata sobre as forças e fraquezas,

    os pontos fortes e fracos de uma determinada organização. Daychoum (2008) descreve a

    análise SWOT como uma ferramenta da gestão e do planejamento estratégico que visa

    executar a análise de ambiente, fazendo um anagrama das forças e fraquezas, oportunidades e

    ameaças. Em suma, busca verificar a posição estratégica da empresa em relação ao ambiente

    em análise.

    A análise SWOT é uma das etapas da criação de estratégia de marketing. Para a

    concepção do marketing busca-se integrar a organização como um todo, não sendo realizado

    somente pela equipe responsável pelo plano de marketing, como enfatizado por Campomar e

    Ikeda (2006, p. 12) “[...] a entidade ofertante também deve preparar um plano de marketing, o

    qual tem de representar o planejamento operacional de marketing, como uma estratégia para

    os períodos futuros”, deve ter colaboração para que as ações tomadas alcancem o cliente de

    forma plena e satisfatória, pois mesmo que a organização possua um bom plano de marketing,

    se algum dos setores falharem no cumprimento adequado de suas funções o cliente se sentirá

    insatisfeito e suas expectativas em relação à instituição poderão ser frustradas, gerando um

    feedback negativo e a perda do cliente. De acordo com Cobra (2017), para haver estratégia de

    marketing deve-se analisar o consumidor e suas influências, somente com o entendimento do

    indivíduo as campanhas de marketing serão eficazes. Analisar como o individuo se comporta

    é essencial ao marketing.

    Complementando a afirmativa anterior, é importante frisar que principalmente em

    virtude do advento da Internet, com o passar do tempo, o campo de atuação do marketing foi

  • 25

    expandindo, levando os profissionais a ingressar cada vez mais nesse meio. Em conformidade

    a este pensamento, Cintra (2010, p. 8) aponta que “[...] profissionais de marketing estão

    ingressando cada vez mais nos serviços online com o objetivo de iniciar uma nova era no

    marketing de relacionamento, estabelecendo relações de um para um e de um para muitos”.

    Chleba (1999) destaca que a comunicação digital tornou-se uma poderosa ferramenta para

    disponibilização de conteúdo, uma vez que, a utilização dessa ferramenta influencia a

    instituição na promoção de produtos e serviços e na criação de novos serviços, sendo este

    online, para clientes atuais e potenciais e outros públicos que demonstrem interesse.

    2.1.1 MARKETING DIGITAL

    Kotler e Armstrong (2007) afirmam que a explosão tecnológica proporcionou novas

    formas de aprender sobre os clientes, possibilitando a criação de produtos e serviços

    personalizados e para as empresas ajudou na distribuição de seus produtos e na comunicação

    com os clientes, em grupos ou de um em um. Diante do exposto, pode-se concluir que a

    explosão tecnológica proporcionou novas vertentes de atuação do marketing, as empresas

    puderam expandir seu mercado e alcançar mais clientes.

    Segundo Gomes e Reis (2016), o Marketing Digital advém do Marketing tradicional,

    sendo este constituído por ações estratégicas, econômicas e sociais adaptadas ao meio

    eletrônico, com a finalidade de expor e divulgar trabalhos e produtos das empresas

    proporcionando assim que o usuário tenha liberdade para navegar de forma simples e rápida

    por meio de ferramentas digitais.

    De acordo com Kotler e Armstrong (2007), a Internet é um dos canais que

    proporcionou uma nova forma de criar valor e construir relacionamento com os clientes,

    mudando a concepção destes no que condiz a praticidade, preço, serviços, informações etc.

    Laudon e Laudon (2011, p. 25) apontam que o profissional de marketing que atua no

    meio digital deve desenvolver a “[...] capacidade de entender a Internet e os sistemas de

    banco de dados de marketing e como eles afetam as atividades de marketing tradicionais […]”

    assim como, deve-se compreender a forma de utilização de sistemas de informação.

    Cruz e Silva (2014) defendem que o marketing digital utiliza de recursos eletrônicos

    para expandir a relação entre clientes e organizações, a fim de divulgar as instituições

    utilizando estratégias como os 4P’s (produto, preço, praça e promoção), descritos

    anteriormente. Segundo Kendzerski (2009), o marketing digital é utilizado como ferramenta

    para ampliar os negócios mediante ações planejadas, devendo as empresas disponibilizar

  • 26

    conteúdos segmentados de forma a comunicar-se com este da melhor forma possível. Ainda

    de acordo com o autor, “[...] quanto mais você conhecer os interesses, hábitos de consumo e

    necessidades do consumidor, melhor serão os resultados das campanhas” (KENDZERSKI,

    2009, p. 125).

    Para que o marketing digital seja utilizado pelas instituições de maneira eficaz, Chleba

    (1999) apresenta as sete forças do marketing digital, devendo estas serem consideradas na

    elaboração de um planejamento de marketing estratégico para sucesso da organização. A

    seguir estão elencadas as sete forças do marketing digital: i. Interatividade, consiste na troca

    de dados e informações seletivas entre as empresas e seus clientes, devendo a organização

    conhecer seu público, através de estudos de usuários e usabilidade buscando suprir as

    necessidades informacionais e oferecer facilidades para seu público; ii. Personalização trata-se

    da individualização do atendimento online interligados aos bancos de dados das empresas, a

    fim de tornar o atendimento rápido e eficiente e a baixo custo; iii. Globalização, possibilita

    que qualquer pessoa tenha acesso a um mesmo veículo de comunicação em segundos e

    obtenha e troque informações; iv. Integração, proporciona as empresas estarem conectadas por

    meio de integração de seus sistemas informacionais; v. Aproximação, é a relação da empresa

    com o cliente sem precisar de intermediários e qualquer hora e em qualquer lugar, sem

    precisar muitas vezes que o cliente vá até a instituição; vi. Convergência, consiste na junção

    de várias fontes de comunicação e informação em um único ambiente, criando um novo meio

    de comunicação de formato bilateral e vii. Democratização da informação, é o acesso a

    grande quantidade de informação em um único ambiente e de forma rápida e em constante

    atualização.

    Vale ressaltar, de acordo com Gabriel (2010), que a escolha de ferramentas adequadas

    também fazem parte da estratégia de marketing, tendo-se como exemplo a escolha adequada

    das mídias. Kendzerski (2009, p. 126) destaca algumas características que uma ferramenta de

    comunicação deve possuir, sendo estas: “Simplicidade; possibilidade de alcançar nichos

    muito específicos de mercado; Construção de uma relação muito próxima com o cliente;

    mensuração em tempo real; Campanhas de baixo custo e alto impacto e construção e

    fidelização da marca”.

    Limeira (2003) afirma que o marketing eletrônico ou e-marketing surgiu com a

    evolução da tecnologia e meios de comunicação, principalmente com o advento da Internet,

    sendo considerado como o composto de ações de marketing por meio de canais de informação

    no qual o cliente controla o tipo e a quantidade de informação. Segundo os autores Laudon e

    Laudon, (2011), a Internet possibilita ações de marketing permitindo novos modelos de

  • 27

    negócios, novas formas de comunicação, identificação de clientes potenciais, oferece formas

    de coletar informações de clientes, ajuda a ajustar ofertas de produtos e serviços etc.

    De acordo com Janal (1996) o marketing online é entendido como sendo um meio de

    vender produtos e serviços, coerentes com o programa de marketing global da empresa,

    voltados para determinado público usuário da Internet e de sistemas de informação online.

    Chleba (1999) atesta que por meio de serviços online e serviços de informação as empresas

    podem realizar atendimento personalizado ensejando na prestação de serviços eficientes e

    baratos.

    Segundo Melgarejo (2007, p. 1), “[...] a utilização das tecnologias de comunicação e

    informação impõe novas estratégias, dentre elas o marketing digital para que a instituição

    biblioteca possa expandir seu campo de atuação.” De acordo com Gasque (2016), a

    Associação das Bibliotecas Americanas, American Library Association (ALA), identificou

    dezenove tendências para as bibliotecas do futuro, sendo que, dessas, oito possui algum

    vínculo com o uso da Internet e das mídias sociais.

    2.1.2 MARKETING EM BIBLIOTECAS

    No campo da biblioteconomia, Vieira e Cunha (2013, p. 8) apontam a definição de

    marketing para bibliotecas como “[...] uma ferramenta poderosa, que se bem usada, pode

    servir de ponto de partida para a avaliação, replanejamento e implementação de produtos e

    serviços informacionais”. Corroborando com esse pensamento, Baptista (2004, p. 50)

    evidencia que “O marketing pode servir como ferramenta para mudança de imagem ou para fazer

    uma avaliação, uma vez que é preciso ampliar a noção do papel de uma unidade da informação

    dentro da sociedade”.

    Cabe destacar que, na Ciência da Informação, um dos campos do marketing mais

    utilizados é o da promoção. Com base no exposto, Amaral (1999 apud BAPTISTA, 2004),

    define os objetivos do uso da promoção por unidades de informação, como sendo: tornar a

    unidade e seus produtos e serviços conhecidos pelos usuários; torná-los atraentes para os

    usuários; mostrar aos usuários como usar os produtos e serviços de informação; evidenciar os

    benefícios dos produtos e serviços oferecidos; e manter os usuários constantemente bem

    informados sobre a atuação da unidade de informação, seus produtos e serviços.

    Silveira (1987) trata o marketing para bibliotecas como uma forma de trabalho,

    executado pelas instituições informacionais, que corresponde às necessidades informacionais

    dos clientes, sendo voltado para o usuário real e potencial, mostrando que o consumidor vem

    em primeiro, segundo e terceiro lugar, ou seja, totalmente voltada ao usuário.

  • 28

    Baptista, Costa e Viana Neta (2009, p. 84) trazem algumas razões para a utilização de

    estratégias de marketing pelas bibliotecas, sendo estas: Auxílio na identificação das

    necessidades, desejos e preferências dos usuários; Grande proporção de mudanças em relação

    à busca de informação; Dinamismo em relação às trocas entre a biblioteca e seu público

    aumentando a procura por seus serviços; Promoção da comunicação ajudando a captar a

    atenção dos usuários em potencial e fidelizar seus usuários reais, por meio da divulgação de

    seus produtos e serviços que por vezes sejam desconhecidos. Estratégias de promoção

    possibilita maior uso dos serviços e produtos da biblioteca, assim como pode gerar mais

    investimentos para o aperfeiçoamento e oferta de novos serviços e produtos.

    Percebe-se que todas as razões elencadas anteriormente estão diretamente relacionadas

    com o composto de marketing, sendo este fundamental quando se trata desta temática. De

    acordo com Amaral (2011), o marketing no contexto da informação é entendido como um

    processo gerencial envolvendo planejamento, distribuição de ideias, promoção dos produtos e

    serviços etc., visando contribuir para o futuro da biblioteca e de outras unidades

    informacionais.

    Koontz e Gubbin (2013) defendem que o marketing é a forma de sucesso de qualquer

    instituição, sendo composto por quatro ferramentas principais: análise de marketing;

    segmentação de marketing; estratégia de marketing mix ou 4Ps e avaliação de marketing.

    Cabe ressaltar que estas ferramentas possibilitam compreender as necessidades dos usuários e

    planejar, de forma eficaz, de acordo com suas necessidades.

    Amaral (1998) destaca a importância do estudo de mercado em unidades de

    informação no que se refere às técnicas de marketing que deverão ser empregadas, as quais

    são baseadas nos usuários (individuais ou institucionais), pois o mercado é formado pelos

    usuários atuais ou potenciais, devendo a instituição saber seus interesses, necessidades

    informacionais, hábitos, entre outros, observando todas as mudanças que venham a ocorrer.

    Cobra (2017) apresenta alguns campos de aplicação do marketing, sendo que entre

    estes estão o marketing de serviços e marketing de instituições que não visam o lucro.

    Marketing de serviços para o autor refere-se a serviços em geral, já o marketing para

    organizações que não visam o lucro condiz à transferência de um produto ou serviço sem

    troca de dinheiro. Cabe ressaltar que os serviços para instituições que não visam o lucro, no

    contexto atual está mais voltado para pesquisas de aceitação, divulgação e publicidade de seus

    serviços.

    Entre os tipos de organizações as bibliotecas, museus, escolas, hospitais estão dentro

    do contexto de organizações de serviço, as quais têm como foco e principal beneficiário de

  • 29

    seus produtos e serviços, o público/cliente. Entende-se por público como sendo “[...] um

    grupo distinto de pessoas e/ou organizações que possuem um interesse real ou potencial e/ou

    um impacto sobre uma organização” (KOTLER, 1978, p. 33).

    A organização de serviços abarca algumas tarefas tais como: determinação de seu

    público-alvo, identificação das necessidades dos mesmos, desenvolvimento de serviços que

    visem atingir esse público, adequando-os às suas necessidades, e disponibilizar esses serviços

    à comunidade, comunicando-os a existência desses serviços e de outros que a instituição já

    dispõe. As tarefas citadas são alguns dos componentes do plano de marketing, como elencado

    anteriormente. Compete frisar que a existência de um plano permite que a biblioteca

    concretize suas ações de forma estruturada, devendo incluir, de acordo com Koontz e Gubbin

    (2013), considerações em relação a aspectos legais, responsabilidades, obstáculos e

    oportunidades, meios de comunicação, etc. De acordo com Andreasen (1987), o planejamento

    de marketing deve começar no entendimento das necessidades e desejos dos usuários, deve-se

    fazer uma análise da situação da instituição e traçar objetivos, pois, uma instituição é

    considerada como bem-sucedida quando o que é ofertado agrada aos consumidores em geral.

    Kotler (1978, p. 28) descreve que a pesquisa de marketing é feita visando o

    conhecimento das necessidades e atitudes das pessoas, a fim de proporcionar maior satisfação

    a seu público-alvo e divulgação dos produtos e serviços da instituição. Ainda segundo o autor,

    entende-se que um dos fatores para as organizações que não visam o lucro aderirem às

    estratégias de marketing está relacionado ao fato de que o uso de marketing possibilita a

    organização mais eficácia na obtenção de seus objetivos. Sendo assim, para as organizações

    que não visam o lucro, o uso de estratégias de marketing é relevante, pois, ajuda a

    organização a alcançar seus objetivos de forma mais eficaz, permitindo que esta aprimore a

    satisfação do cliente, retorne feedbacks positivos, atraia mais pessoas, possa mensurar as

    necessidades e desejos do usuário e eleve o interesse de usuários em potencial, assim como de

    doadores etc, para a instituição.

    Nesse contexto, Oliveira (1985) considera que ao utilizar o marketing, a biblioteca

    provoca trocas com a comunidade na qual suas necessidades são satisfeitas.

    Em relação à divulgação, Maciel e Mendonça (2006) apontam que se esta ferramenta

    for bem explorada a quantidade de usuários em potencial para a biblioteca pode aumentar,

    pois os serviços divulgados são exclusivamente para ajudar e sanar as necessidades

    informacionais do usuário, ajudando a atrair novos usuários. As autoras citadas destacam

    alguns desses serviços como sendo divulgação de dados gerais da biblioteca, endereço,

  • 30

    telefone etc. e anúncios em geral, do tipo, informações especializadas, podendo citar, como

    exemplo, os serviços de alerta.

    Para Costa (2013) as mídias sociais auxiliam na divulgação das bibliotecas, como

    também de seus produtos e serviços por meio da Web 2.0. Nesse mesmo cenário, Lang,

    Gouveia e Leta (2008) afirmam que a Internet ajuda no novo modelo comunicacional,

    contudo não basta que as instituições estejam na Internet, deve-se ater à maneira como elas

    querem ser percebidas e como estas instituições estão se relacionando com seu público-alvo.

    De acordo com Maness (2007, p. 48) “[...] redes sociais permitiriam que bibliotecários

    e usuários não somente interagissem, mas compartilhassem e transformassem recursos

    dinamicamente em um meio eletrônico”. Ainda segundo o autor, a biblioteca 2.0 deve ser

    centrada no usuário, inovadora, multimídia e socialmente rica.

    Carvalho (2007, tradução nossa) enfatiza que nas comunidades virtuais a informação é

    caracterizada por sua variedade de conteúdos, crescimento exponencial, construção

    cooperativa, entre outros, sendo uma fonte de informação de difícil acesso em outras

    plataformas. Dado o exposto, a seguir será abordado o conceito de informação.

    2.2 INFORMAÇÃO

    Para analisar o tipo de informação disponibilizada pelas bibliotecas no Facebook deve-

    se primeiro entender o conceito de informação. Miranda e Simeão (2002, p. 2) afirmam que a

    informação é a “[...] matéria prima de todas as áreas do conhecimento que a entendem

    conforme sua forma de apropriação, teorização, dependente do estágio de desenvolvimento de

    teorias e práticas metodológicas”. Sendo considerada de acordo com Boghi e Shitsuka (2002)

    como algo fundamental e essencial para as pessoas, devendo ser obtida com a melhor

    qualidade possível e de forma rápida.

    McGarry (1999) afirma que informação pode ser considerada como a liberdade de

    escolha na seleção de uma mensagem, algo que gera troca com outros, não sendo somente

    recebido passivamente ou a matéria prima na qual se pode extrair o conhecimento, entre

    outros. Na área da Ciência da Informação, é entendida como o termo empregado a um

    determinado assunto contido em um texto ou documento e cunhada de informação

    documentária.

    É oportuno mencionar que os conceitos de dado e conhecimento devem ser

    mencionados para um melhor entendimento do que seja informação.

    Rezende (2008) apresenta os conceitos de dado, informação e conhecimento, com

    enfoque em aspectos gerenciais, no qual se entende dado como sendo um elemento da

  • 31

    informação, mas que isoladamente não possui significado e não transmite conhecimento;

    Informação como o tratamento de dados, atribuindo-lhe valor e significado; Conhecimento

    como um propósito atingido por meio do tratamento da informação, devendo ser atribuído

    uma finalidade a esta informação.

    Reforçando os conceitos acima mencionados, Turban, Rainer e Potter (2007) fazem a

    distinção entre dado, informação e conhecimento, pois frequentemente esses termos são

    confundidos um com o outro, devendo-se distinguir que dado é algo por si só sem nenhum

    significado atribuído, informação é o significado e valor atribuído pelo receptor a esse dado e,

    conhecimento são as informações tratadas e organizadas para transmitir entendimento.

    Percebe-se que há uma coesão entre os autores citados e outros autores quanto a estas

    definições. Buscando amplia-las Mattos (2005, p. 2) faz um complemento ao conceito de

    conhecimento, o denominando como “[...] conjunto de informações interligadas e logicamente

    relacionadas”.

    Buckland (1991) traz o conceito de informação como coisa, a qual é entendida como o

    tipo de informação circunstancial, por vezes tem o sentido de algo informativo, por vezes é

    usado para denotar uma classe de objetos. O autor ressalta que ao tratar sobre sistemas de

    informação, estes se relacionam diretamente com a informação como coisa.

    Audy, Andrade e Cidral (2005, p. 93) afirmam que a informação é um “[...] conceito

    central na área de sistemas de informação. A informação é o recurso mais valioso e importante

    nas organizações na sociedade atual, também conhecida como sociedade da informação”. Os

    autores identificam que a informação é composta por determinadas características, com base

    nisso esta deve ser precisa, completa, econômica, flexível, confiável, relevante, clara, veloz,

    verificável, acessível e segura. É relevante mencionar que as necessidades de informação são

    mutáveis e com o passar do tempo os sistemas de informação devem se adaptar e os gestores

    buscarem novas soluções. A este processo os autores denominam ciclo de vida do sistema.

    Em concordância ao exposto, Laudon e Laudon (1999) expõem que informação é um

    elemento fundamental e intrínseco do sistema empresa, configurando-se como um de seus

    subsistemas, normalmente referenciado como sistema de informações, sendo que qualquer

    sistema que faz uso de dados e gera informação pode ser considerado de forma geral um

    sistema de informação.

    2.2.1 SISTEMA DE INFORMAÇÃO

    Rezende (2008) defende que um dos conceitos para sistema é que este pode ser

    entendido como um conjunto de partes que formam um todo e auxilia no desempenho de

  • 32

    diversas funções. Com as constantes mudanças na sociedade da informação vê-se necessária a

    construção de sistemas, sendo estes muito utilizados como recursos estratégicos nas

    organizações desempenhando função principal dentro destas. Atualmente, os sistemas de

    comunicação transmitem informações para qualquer lugar do mundo de forma instantânea

    (ROWLEY, 2002).

    O objetivo dos sistemas de informação, de modo geral, é a disponibilização de

    informação em determinado ambiente buscando esta servir de base e auxílio para a

    organização. Dentro desse objetivo está o suporte nos processos decisórios, sendo os sistemas

    de informação os disseminadores de informações que servirão como insumo à organização

    (AUDY; ANDRADE; CIDRAL, 2005).

    Os sistemas de informação podem ser manuais ou por computador. Esta pesquisa tem

    como base os conceitos de sistema de informação quando utilizados recursos da tecnologia de

    informação para a criação destes, também, denominados de sistema de informação

    computacional.

    Um sistema de informação é constituído por pessoas, objetos de comunicação,

    controle e processadores que interligados visam o processamento de dados e informações

    (MATTOS, 2005). Complementando a afirmação anterior, Audy, Andrade e Cidral (2005)

    apresentam cinco elementos que deverão compor um sistema de informação, salientando que

    por meio destes os sistemas de informação computacional ganham maior efetividade. Os

    componentes são: Hardware; Software; Dados; Procedimentos; Pessoas.

    Os sistemas de informação consistem na transformação de dados brutos em

    informação útil, que será transmitida a pessoas ou setores que farão uso dessa informação e

    que poderão gerar feedbacks para aprimoramento do sistema, um sistema de informação é

    parte integrante de uma organização. Essa informação é reforçada por Laudon e Laudon

    (1999) na qual os autores destacam que o sistema de informação é um conjunto de

    componentes que contém informações diversas ao redor e dentro de uma organização, visando

    transformar a informação para que esta seja útil para a empresa, na solução de problemas e

    processo decisório. Os sistemas de informação são compostos por três atividades básicas:

    entrada, processamento e saída de dados e composto por três componentes: tecnologia,

    organização e pessoas.

    Boghi e Shitsuka (2002) abordam, de forma geral, as três atividades citadas acima, no

    qual a entrada está relacionada à coleta de dados e armazenamento em banco de dados, o

    processamento está relacionado ao tratamento que será dado a estes dados por meio de

    programas e a saída condiz à informação obtida neste processo.

  • 33

    Stair e Reynolds (2011, p. 3) defendem que sistema de informação é entendido como

    “[...] um conjunto de componentes interrelacionados que coleta, manipula, armazena e

    dissemina dados e informações”, pensamento em conformidade com Turban, Rainer e Potter

    (2007) que agregam mais duas características a este conceito, sendo estas: processamento e

    análise da informação. Stair e Reynolds (2011) enfatizam que os sistemas de informação são

    uma das partes principais da organização podendo ser usado em todas as profissões, pois estes

    possuem alcance global.

    Conforme Rezende (2008), existem diversas classificações para os sistemas de

    informação. Contudo, fundamentado no critério de suporte e decisões estes podem ser

    classificados de modo geral em: Sistema de Informação Operacional (SIO), responsável pela

    parte organizacional da empresa, das transações e funções organizacionais; Sistema de

    Informação Gerencial (SIG), relacionados ao apoio gerencial da empresa na tomada de

    decisões; Sistema de Informação Estratégico (SIE) abrange os dois sistemas anteriores,

    transformando os dados adquiridos em informações estratégicas, influindo diretamente na

    tomada de decisões, tanto em âmbito interno como externo da organização. Audy, Andrade e

    Cidral (2005), apresentam uma denominação semelhante classificando os sistemas em:

    Sistema de Informação Gerencial (SIG), Sistema de Apoio à decisão (SAD) e Sistema de

    Informação Executiva (SIE), a priori as funções desempenhadas por estes são as mesmas

    citadas por Rezende (2008).

    Mattos (2005) destaca alguns pontos negativos dos sistemas de informação podendo-

    se citar: falhas técnicas e operacionais (em relação a software e hardware) tendo como

    exemplo: incêndios, curto circuito no computador central, reconfiguração automática do

    software etc; e as falhas humanas podendo exemplificar: introdução de dados errados,

    configuração errada do sistema, baixar programas sem confiabilidade. Outro ponto negativo

    que foi elencado é a falta de planejamento da tecnologia da informação. Diante desta

    conjuntura, Rezende (2008) aponta que antes de se adotar o uso da tecnologia da informação é

    de grande importância a elaboração de um planejamento, pois a falta de concepção deste eleva

    os riscos de gestão relacionados à tomada de decisões e ações realizadas neste ambiente.

    Dentro dos modelos de sistema de informação, surgem outros modelos que ajudam na

    potencialização do uso de dados, informação e conhecimento na organização, entre eles estão:

    “Sistema de Knowledge Management” ou Sistema de Gestão do Conhecimento, como

    também é denominado, o qual busca facilitar a troca de dados, informações e conhecimentos

    entre pessoas, por meio de ferramentas disponibilizadas na Internet, permitindo

    gerenciamento eletrônico de documentos etc; e os Sistemas de Comunicação que usam a

  • 34

    tecnologia da informação para cumprir diversas funções, por meio de métodos e técnicas para

    transmissão de informação (AUDY; ANDRADE; CIDRAL, 2005).

    Assim como os sistemas de informação são parte integrante da organização, o setor de

    marketing também o é. Em face do exposto, Silveira (1986, p. 51) indica oito pontos no que

    se refere à implantação do marketing em sistemas de informação, devendo-se considerar: As

    forças vigentes no mercado, determinando as situações favoráveis para a organização; Análise

    da organização quanto ao ambiente, estrutura, estratégias, missão, programas e características

    de produtos e serviços, delineando seus pontos fortes em relação ao mercado; Definição de

    objetivos mensuráveis e coerentes com as oportunidades de mercado; Meios para atingir os

    objetivos estabelecidos; Desenvolver programa ou estratégia de marketing que ajuste produtos

    e serviços às necessidades do mercado; Promover e divulgar produtos e serviços na

    quantidade, época e condições adequadas à demanda para que seja consumido com a

    frequência desejada; Controle sobre os objetivos definidos; Interpretar os resultados obtidos

    por meio do controle como base para análise de desempenho, correção de eventuais

    deficiências e retroalimentação para o programa de marketing.

    Os sistemas de informação por computador ganharam maior dimensão com o advento

    da Internet, pois, possibilitou às empresas estarem em contato com seus funcionários e seus

    clientes em qualquer lugar do mundo. Como citado por Boghi e Shitsuka (2002, p. 170) “[...]

    os sistemas de informação na Internet têm passado por uma expansão fantástica,

    acompanhando o crescimento da grande rede”.

    2.3 INTERNET E WEB 2.0

    A cada dia os sistemas de comunicação estão cada vez mais interativos,

    principalmente no que condiz a difusão da sociedade em rede e as novas tecnologias

    informacionais, a comunicação é, ao mesmo tempo, global e local. Para Castells (2005), a

    sociedade atual pode ser caracterizada devido à forma organizacional de rede, predominante

    em todos os campos da vida econômica e sociocultural.

    Segundo Tomaél (2005), compreende-se por rede de informação como sendo a reunião

    de pessoas e organizações para o intercâmbio de informações, para a organização de produtos

    e para a operacionalização de serviços salientando também o grande avanço das redes sociais

    que, apesar de serem estudadas desde a década de 1970, estão ganhando ênfase e são

    consideradas como recurso estratégico para as organizações, principalmente no que condiz a

    questão de divulgação institucional.

  • 35

    Chleba (1999) aborda a questão da sociedade da informação, na era da informação, ao

    discorrer sobre a importância da troca de informações relacionada à tecnologia digital,

    oferecendo assim, possibilidades de armazenamento e disseminação da informação de forma

    mais rápida. De acordo com Tomaél (2005) as tecnologias da informação aliadas à informação

    e ao conhecimento são o que concretizam a sociedade da informação, sendo que a todo o

    momento tem-se acesso à informação que chega por meio dos relacionamentos mantidos ou

    pelas mídias, influenciando nas atividades econômicas, sociais e culturais gerando

    desenvolvimento científico e tecnológico.

    Segundo Castells (2005), a tecnologia é formada pela sociedade e não vice-versa, ela

    não determina a sociedade, sendo feita e utilizada para sanar as necessidades, valores e

    interesses de quem a utiliza, estando esta sociedade em constante desenvolvimento

    informacional. Em contradição ao exposto Caribé (2011, p. 58) afirma que “A ciência e

    tecnologia vem influenciando diretamente a vida dos homens, a sociedade e o planeta, nesse

    contexto o homem se vê diante de contradições decorrentes do avanço da ciência e

    tecnologia”.

    No fim da última década ocorreu o surgimento da Internet (uma das principais formas

    de expressão e organização coletiva e uma das ferramentas de comunicação de maior

    importância atualmente). A Internet surgiu em 1969 originaria de um projeto criado pela

    Agência de Pesquisas Avançadas do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América

    para compartilhamento de recursos nas áreas internas daquele departamento, a ARPANET.

    Posteriormente, tornou-se um canal para a comunicação entre cientistas e professores

    universitários. Em complemento ao exposto anteriormente, Araújo, Oliveira e Rehder (2010)

    afirmam que a criação da Internet partiu da necessidade do Departamento de Defesa dos

    Estados Unidos da América de integrar as bases militares na Guerra Fria, de modo que fosse

    uma rede de comunicação segura em que as informações transmitidas por meio dessa não

    fossem destruídas por bombardeios e fosse inacessível aos inimigos. Corroborando com a

    afirmativa anterior, Stair e Reynolds (2011), apontam que com a divisão da ARPANET em

    MILNET, uma base voltada para todos os sites militares e em uma versão menor da

    ARPANET, versão pública, originou-se a Internet.

    A Internet destaca-se como principal canal de disseminação da informação da

    atualidade sendo utilizada de maneiras diversas, oferece inúmeros produtos e serviços

    alterando assim, relações interpessoais, de emprego e estruturas organizacionais. Reforçando

    a assertiva anterior Laudon e Laudon (2011) afirmam que a Internet é uma plataforma

    universal na qual une, por meio da conectividade, diferentes sistemas e redes auxiliando nas

  • 36

    estratégias de negócios como também, na criação de novos produtos e serviços. De acordo

    com os dados mensurados e tabelados no site Internet World Stats no final de junho deste ano

    (2017) cerca de 51% (3,835,498,274) da população mundial faz uso da Internet.

    Audy, Andrade e Cidral (2005) apontam as diversas tecnologias que foram e são

    necessárias para a existência da Internet, são estas: Tecnologia de Redes – interligação de

    várias redes; Tecnologia cliente/servidor – Determinados computadores fornecem e

    armazenam informações que podem ser acessados por outro ligado a Internet, este receptor

    seria o cliente; Padrões de telecomunicações – Transição da mensagem sem perda de dados

    por meio de protocolos padrão; Hipertexto e hipermídia – Acesso a um conjunto de

    informações por meio de um click em um texto, imagem etc.

    Conforme Kotler e Armstrong (2007) a Internet é um repositório de informações

    amplo que mudou as noções que os clientes têm de privacidade, praticidade, serviços e

    informações sobre produtos, possibilitando aos profissionais de marketing a construção de

    relacionamentos com os clientes.

    Em contrapartida ao exposto, Lancaster (2004, p. 343) vê o crescimento da Internet

    como um ponto negativo dado que os recursos de busca e organização dos dados são “[...]

    rudimentares comparados com o uso de uma base de dados cuidadosamente indexada”. O

    autor afirma que as bases de dados bibliográficos são neutras, pois, os resumos e termos

    utilizados representam de modo imparcial o conteúdo ali disposto, nos sites da Internet as

    informações são dispostas de acordo com a conveniência das empresas.

    Segundo Rowley (2002), com o advento da Internet estendido, a população em geral

    as bibliotecas e grandes centros de pesquisa tornaram-se mais acessíveis por meio de seus

    catálogos online, bases de dados arquivos e programas. Em relação às ferramentas de busca, o

    autor afirma que estas auxiliam o usuário para encontrar seu caminho na Internet, sendo que

    diante da variedade de serviços oferecidos é relevante a criação de interfaces que ajudem os

    mesmos a obter a informação que precisam ou outros produtos oferecidos pela biblioteca na

    rede.

    Antes da existência de uma interface dinâmica na qual o usuário é um agente

    participativo, sendo também produtor de informações a Web passou pela fase da Web 1.0 na

    qual o usuário era apenas consumidor das informações disponibilizadas, um espectador. Trein

    e Schlemmer (2008) afirmam que a Web 1.0, também conhecida como World Wide Web, ou

    somente como Web, é entendida como um sistema no qual são disponibilizadas páginas

    interligadas na Internet na qual sua principal característica é a disponibilização da informação

    em formato de texto possibilitando o acesso em segundos na qual os sujeitos são os

  • 37

    consumidores da informação. De acordo com Stair e Reynolds (2011, p. 256), entende-se por

    Web como sendo “[...] um sistema baseado em hiperlink que utiliza o modelo

    consumidor/servidor”. É formada por diversos arquivos interconectados, também denominado

    páginas.

    Posteriormente, surgiu a Web 2.0. De acordo com Alvim (2011), o termo Web 2.0 sur-

    giu por volta de 2004, idealizado por O ́Reilly e sua equipe, e foi crescendo e englobando os

    principais meios de comunicação. Araújo, Oliveira e Rehder (2010, p. 37) designam Web 2.0

    como a segunda geração da World Wide Web, tornando-se um ambiente dinâmico “[...] onde a

    troca de informações, a organização de conteúdo e a colaboração entre os usuários de sites,

    blogs e serviços virtuais tornam-se cada vez mais constantes”. De forma resumida, tem-se a

    Web 2.0 como uma plataforma de interação, na qual o usuário pode contribuir e criar sistemas

    e aplicativos de acordo com O’Reilly (2006).

    Com o advento da Web 2.0 as bibliotecas passaram a ter maior colaboração entre si,

    assim como dinamismo e interatividade nas funções desempenhadas pela instituição, a Web