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Universidade de Brasília
Faculdade de Ciência da Informação
Curso de biblioteconomia
THAYS BARBOSA DE FARIAS
O USO DO FACEBOOK COMO FERRAMENTA DE MARKETING NA
PROMOÇÃO DA BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO E
BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO
Brasília
2017
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Universidade de Brasília
Faculdade de Ciência da Informação
Curso de biblioteconomia
THAYS BARBOSA DE FARIAS
O USO DO FACEBOOK COMO FERRAMENTA DE MARKETING NA
PROMOÇÃO DA BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO E
BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO
.
Monografia apresentada à Faculdade de
Ciência da Informação, da Universidade de
Brasília, como requisito para obtenção do
título de Bacharel em Biblioteconomia.
Orientadora: Prof.a MSc Flávia Moreno Alves
de Souza
Brasília
2017
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FARIAS, Thays Barbosa de.
US86 O uso do Facebook como ferramenta de marketing na promoção da Biblioteca
Acadêmico Luiz Viana Filho e Biblioteca Pedro Aleixo / Thays Barbosa de Farias.
Brasília: Universidade de Brasília. 2017.
112 f.: il.
Monografia (Curso de Graduação em Biblioteconomia) – Universidade de Brasília,
Faculdade de Ciência da Informação, 2017.
Orientação: Flávia Moreno Alves de Souza.
1. Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho. 2. Biblioteca Pedro Aleixo. 3. Bibliotecas
especializadas. 4. Redes sociais. 5. Facebook. 6. Marketing Digital. I. Souza, Flávia M.
Alves, orient. II. Título.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, por me iluminar sempre e me guiar na busca cotidiana por sabedoria e
conhecimento, por nunca me desamparar e colocar no meu caminho pessoas maravilhosas e
meios para que eu possa ultrapassar os obstáculos que surgirem.
Aos professores da FCI que contribuíram durante essa jornada e aos servidores
Reginaldo e Raimundo por estarem dispostos a ajudar, cada um a sua maneira e possibilidade.
À professora Flávia Moreno Alves, que se dispôs a ser minha orientadora, mesmo
depois de muitos obstáculos enfrentados, estando sempre pronta para resolver qualquer
dúvida que eu viesse a ter e me passar confiança.
Obrigada aos integrantes da banca, por aceitarem o convite e pelas contribuições para
o aprimoramento deste trabalho.
À minha mãe Adai, que sempre me incentivou a estudar desde pequena e que continua
me apoiando nas minhas decisões e nos meus momentos de indecisão e impaciência.
À minha família, que sempre esteve ao meu lado, me incentivando e sendo
compreensiva.
Ao meu namorado e amigo Tiares, que em todos os momentos durante a produção
deste TCC e de toda minha graduação, me incentivou a continuar e perseverar no meu sonho.
Obrigada por me acalmar e me suportar nos momentos de impaciência.
A um amigo em especial, Albercio, que também sempre me motivou a perseverar nos
meus sonhos e ser o diferencial para a minha família e para as pessoas que me cercam.
Aos amigos que fiz durante o curso e aos que participaram desta conquista: Carlos
Eduardo, Carlos Henrique Juvêncio, Cristiane Mendes, Érika Tinoco, Gislene Lopes,
Guilherme Dias e Joaquim Moraes.
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“Sonhar grande e sonhar pequeno dá o mesmo trabalho”
(Jorge Paulo Lemann)
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RESUMO
O uso das mídias sociais pelas instituições ajuda na difusão dos produtos e serviços, na
divulgação institucional, assim como a ampliar a comunicação com os usuários. A pesquisa
teve como objetivo principal analisar a utilização do Facebook como forma de promoção da
Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho e Biblioteca Pedro Aleixo e de seus produtos e
serviços. Foram também definidos os seguintes objetivos específicos: identificar os produtos e
serviços disponibilizados pelas bibliotecas; averiguar se as bibliotecas possuem política
direcionada para redes sociais e/ou plano de marketing; identificar o perfil dos seguidores das
páginas; mapear as necessidades informacionais dos seguidores e mensurar o nível de
satisfação dos usuários. A revisão de literatura abrangeu os conceitos de marketing, marketing
digital, marketing em bibliotecas, informação, sistema de informação, Internet, Web 2.0 e
redes sociais. Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa com caráter exploratório, aplicando-
se o método de estudo de caso. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas não
estruturadas, aplicação de questionário eletrônico e observação das páginas da Biblioteca
Acadêmico Luiz Viana Filho e Biblioteca Pedro Aleixo no Facebook. A entrevista foi aplicada
com os bibliotecários responsáveis pela manutenção e gerencia das páginas e a amostra
selecionada para os questionários foi composta pelos seguidores de ambas as páginas. As
respostas obtidas mostraram que a inserção das bibliotecas no Facebook ajudou a ampliar o
alcance das informações disponibilizadas e atrair mais usuários. Foi identificado que os eixos
temáticos das publicações condizem com as necessidades informacionais dos seguidores e que
a maioria destes estão satisfeitos com os conteúdos disponibilizados.
Palavras chave: Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho. Biblioteca Pedro Aleixo.
Bibliotecas especializadas. Redes sociais. Facebook. Marketing Digital
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ABSTRACT
The use of social media by aid institutions in the diffusion of products and services, in
the institutional dissemination, as well as to increase the communication with the users. The
main objective of the research was to analyze the use of Facebook as a way of promoting the
Luiz Viana Filho Academic Library and the Pedro Aleixo Library and its products and
services. The following were also defined: specific to the products and services provided by
the libraries; find out how libraries, political politics for social networks and / or marketing
plan; identify the profile of page followers; map as informational needs of followers and
measure the level of user satisfaction. A literature review covered concepts of marketing,
digital marketing, library marketing, information, information system, Internet, Web 2.0 and
social networks. It is a qualitative-quantitative research with an exploratory character,
applying the case study method. Data collection was done through unstructured interviews,
application of an electronic questionnaire and observation of the pages of the Luiz Viana
Filho Academic Library and the Pedro Aleixo Library on Facebook. The interview was
applied with the librarians responsible for the maintenance and management of the pages and
a sample selected for the questionnaires composed by the followers of both pages. As answers
obtained showed that the insertion of libraries on Facebook helped to expand the scope of the
information available and attract more users. It has been identified how the thematic axes of
the publications match the informational needs of followers and are currently available. They
are satisfied with the content available.
Keywords: Academic Library Luiz Viana Filho. Pedro Aleixo Library. Specialized Libraries.
Social Media. Facebook. Digital Marketing
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LISTA DE FIGURAS
Figura1 - Estatísticas trimestrais de uso das redes sociais 2017 42
Figura 2 - Página inicial da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 66
Figura 3 - Página inicial da Biblioteca Pedro Aleixo 66
Figura 4 - Guia SOBRE da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 67
Figura 5 - Guia FOTOS da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 68
Figura 6 - Guia VÍDEOS da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 68
Figura 7 - Guia AVALIAÇÕES da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 69
Figura 8 - Guia EVENTOS da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 69
Figura 9 - Guia PUBLICAÇÕES da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 70
Figura 10 - Guia NOTAS da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 70
Figura 11 - Guia COMUNIDADE da Página da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 71
Figura 12 - Post Dia do Bibliotecário – Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 72
Figura 13 - Post - Infográfico: O que faz um Bibliotecário – Biblioteca Acadêmico Luiz
Viana Filho
72
Figura 14 - Post – Mês do Bibliotecário – Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho 73
Figura 15 - Post –– Coleção de Obras Raras Biblioteca Digital - Biblioteca Acadêmico
Luiz Viana Filho
73
Figura 16 - Post - Exposição às Fallas do Throno - Biblioteca Acadêmico Luiz Viana
Filho
74
Figura 17 - Guia SOBRE da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 75
Figura 18 - Guia AVALIAÇÕES da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 75
Figura 19 - Guia FOTOS da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 76
Figura 20 - Guia VIDEOS da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 76
Figura 21 - Guia PROMOÇÕES da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 77
Figura 22 - Guia PUBLICAÇÕES da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 77
Figura 23 - Guia EVENTOS da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 78
Figura 24 - Guia COMUNIDADE da Página da Biblioteca Pedro Aleixo 78
Figura 25 - Post – Coleção Leis do Império - Biblioteca Pedro Aleixo 79
Figura 26 - Post – Edições Câmara: Iracema - Biblioteca Pedro Aleixo 80
Figura 27 - Post – Datas comemorativas: Agatha Christie - Biblioteca Pedro Aleixo 80
Figura 28 - Post - Biografias de escritoras negras - Biblioteca Pedro Aleixo 81
Figura 29 - Post – Livro da semana - Biblioteca Pedro Aleixo 81
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Conceitos de Produto, Preço, Praça, Promoção 21
Quadro 2 - Relação entre objetivos específicos e questões do pré-teste 50
Quadro 3 - BLOCO A - Dados sociodemográficos 54
Quadro 4 – BLOCO B - Dados referentes a acesso ao Facebook e página da
biblioteca
55
Quadro 5 – BLOCO C – Necessidades informacionais 55
Quadro 6 – BLOCO D – Satisfação dos usuários 55
Quadro 7- Relação entre objetivos específicos e questões do questionário final 60
Quadro 8 - Uso das guias disponibilizadas pelo Facebook pela Biblioteca Acadêmico
Luiz Viana Filho e Biblioteca Pedro Aleixo
66
Quadro 9 – Resultados alcançados 83
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIM AOL Instant Messenger
ALA American Library Association
AMA American Market Association
BDSF Biblioteca Digital do Senado Federal
BRAPCI Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da
Informação
CEPAL Comissão Econômica para a América Latina e Caribe
CGI Comitê Gestor da Internet
MASB Marketing Accountability Standards Board
OMC Organização Mundial do Comércio
ONU Organização das Nações Unidas
PRODASEN Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado Federal
RVBI Rede Virtual de Bibliotecas
SABI Rede de subsistemas de administração de bibliotecas
SAD Sistema de Apoio à decisão
SIE¹ Sistema de Informação Estratégico
SIE² Sistema de Informação Executiva
SIG Sistema de Informação Gerencial
SIO Sistema de Informação Operacional
TIC Tecnologias da Informação e Comunicação
UNB Universidade de Brasília
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
WWW World Wide Web
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Sumário
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................ 14
1.2 JUSTIFICATIVA E DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA ....................... 16
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA ...................................................................................... 17
1.3.1 OBJETIVO GERAL (OG)........................................................................................... 17
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS (OE) .............................................................................. 17
2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 18
2.1 MARKETING ............................................................................................................... 18
2.1.1 MARKETING DIGITAL .............................................................................................. 25
2.1.2 MARKETING EM BIBLIOTECAS ............................................................................. 27
2.2 INFORMAÇÃO ........................................................................................................... 30
2.2.1 SISTEMA DE INFORMAÇÃO................................................................................... 31
2.3 INTERNET E WEB 2.0 ................................................................................................ 34
2.3.1 REDES SOCIAIS........................................................................................................ 38
2.3.1.1 FACEBOOK ............................................................................................................ ....40
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 43
3.1 UNIVERSO DA PESQUISA ........................................................................................ 46
3.1.1 BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO – BIBLIOTECA DO SENADO 46
3.1.2 BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO – BIBLIOTECA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
............................................................................................................................................ 48
4 PRÉ-TESTE .... ............................................................................................................... 49
4.1 BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO – BIBLIOTECA DO SENADO ... 50
4.2 BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO – BIBLIOTECA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS . 52
5 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................. 55
5.1 ENTREVISTA .............................................................................................................. 56
5.1.1 BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO – BIBLIOTECA DO SENADO 56
5.1.2 BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO – BIBLIOTECA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
............................................................................................................................................ 58
5.2 QUESTIONÁRIO ........................................................................................................ 59
5.2.1 BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO – BIBLIOTECA DO SENADO 60
5.2.2 BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO – BIBLIOTECA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
............................................................................................................................................ 63
5.3 ANÁLISE COMPARATIVA DAS PÁGINAS ............................................................. 65
5.3.1 BIBLIOTECA ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO – BIBLIOTECA DO SENADO 67
5.3.2 BIBLIOTECA PEDRO ALEIXO – BIBLIOTECA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
............................................................................................................................................ 74
6 DISCUSSÃO ... ............................................................................................................... 82
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13
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 84
REFERÊNCIAS . ............................................................................................................... 87
APÊNDICE A – ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO PARA PRÉ-TESTE BIBLIOTECA
ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO ............................................................................... 96
APÊNDICE B - ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO PARA PRÉ-TESTE BIBLIOTECA
PEDRO ALEIXO ............................................................................................................... 98
APÊNDICE C - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PRÉ-TESTE ................ 100
APÊNDICE D – ROTEIRO DE ENTREVISTA ............................................................ 103
APÊNDICE E – ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO FINAL BIBLIOTECA
ACADÊMICO LUIZ VIANA FILHO ............................................................................. 104
APÊNDICE F – ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO FINAL BIBLIOTECA PEDRO
ALEIXO ........................................................................................................................... 106
APÊNDICE G - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS QUESTIONÁRIO FINAL
.......................................................................................................................................... 108
APÊNDICE H – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO .......................................................... 112
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14
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O acesso à informação é fundamental na vida do ser humano, a todo o momento a
humanidade esta cercada de informações, mesmo sem esforço obtém-se informação por meio
de relacionamentos ou pela mídia (TOMAÉL, 2005). A Internet possibilitou o avanço de
sistemas na recuperação de informações, disseminação de informação e integração desses
diferentes sistemas com repositórios digitais, catálogos online etc. A esse respeito, Teixeira e
Schiel (1997) acrescentam que o surgimento da Internet, como fonte de informação,
possibilitou o acesso a uma enorme quantidade de bases de dados, aos acervos das grandes
bibliotecas de maneira rápida e eficiente. Este foi fator fundamental no processo de
recuperação de informação.
De acordo com Tarapanoff (2006) a produção do conhecimento nunca foi tão
acentuada como nos dias atuais, como também em nenhuma outra época a sua aplicação
assumiu papel tão importante.
Esse crescimento exponencial de informação ocorreu devido à criação da Internet no
fim do último século. As bibliotecas, como fontes de informação, tiveram que adaptar seus
produtos e serviços a essa nova realidade, ganhando mais ênfase de atuação. Cunha e Eirão
(2012, p. 61) afirmam que a Ciência da Informação centrada na melhora do fluxo da
informação, “[...] vem contribuindo para que as organizações que lidam com recursos
informacionais, especificamente bibliotecas, possam se adequar aos novos desafios que o
mundo globalizado impõe”.
A partir da Web 2.0 surge a interação entre usuários e instituições, o que proporcionou
cooperação e compartilhamento entre os indivíduos. De acordo com Pontes e Santos (2011),
as redes sociais na Internet são um meio de formar as relações sociais através de redes de
comunicação, proporcionando o crescimento coletivo de comunicação e a troca de ideias. Nas
bibliotecas as redes sociais contribuem na disseminação de recursos informacionais. A partir
dessa concepção, percebe-se que, com a criação das redes sociais, foi possível agregar
diversos pensamentos em uma mesma plataforma, possibilitando a troca de ideias e interesses
comuns. Segundo Gabriel (2010), o público-alvo passou a ser também um gerador de mídia.
No contexto atual, o usuário é ativo e dinâmico, sendo as mídias sociais uma das mais
importantes estratégias de marketing.
Giménez (2010) ressalta que as interações sociais, ocorridas com a incorporação da
Web 2.0 geram modificações nas relações de trabalho, nos processos de trabalho e na
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15
comunicação com amigos e instituições, tornando esta comunicação dada de forma horizontal
alterando também a forma como as pessoas se relacionam com a informação.
Vasconcelos (2010, p. 82) aponta que “[...] a Web 2.0 possibilita a todos, independente
da idade, classe social ou nível intelectual, exercer um papel relevante nas mídias sociais”. O
profissional da informação frente a esta perspectiva desempenha um papel social, o qual,
segundo Freire (2001, p. 105) “Caberá aos trabalhadores da informação esse papel de
facilitadores da comunicação, do conhecimento, aproximando produtores e usuários da
informação, de modo que os recursos disponíveis sejam utilizados por todos que deles
necessitem”.
Silva e Rufino (2016) asseveram que ao ocorrer a mudança da Web 1.0 para a Web 2.0
as bibliotecas puderam migrar do ambiente físico para o digital, utilizando recursos da Web
2.0 para suas práticas organizacionais. Maness (2007) traz o conceito de biblioteca 2.0 como:
[...] uma comunidade virtual centrada no usuário. Ela é socialmente rica, quase
sempre um espaço eletrônico igualitário. Enquanto que o Bibliotecário 2.0 deveria
atuar como um facilitador e prover suporte, ele ou ela não é necessariamente o
primeiro responsável pela criação do conteúdo. Os usuários interagem e criam
recursos (conteúdo) uns com os outros e com os bibliotecários (MANESS, 2007, p.
45).
De acordo com Amândio (2011), com o advento da Web os indivíduos passaram de
meros consumidores da informação para produtores e editores de conteúdo, ajudando a com-
plementar e acrescentar os conteúdos divulgados pelas instituições. Deste modo, é percebido
que a comunidade passou a ter um papel de importância junto à instituição possibilitando o
intercâmbio de informações de instituições para usuários, usuários para instituição e usuários
para usuários.
Neste sentido, esta pesquisa tem como objetivo central a análise da utilização do
Facebook como forma de promoção da biblioteca, pela Biblioteca Acadêmico Luiz Viana
Filho e Biblioteca Pedro Aleixo, assim como, os produtos e serviços por estas oferecidos. De
acordo com Wilson (2000 apud CUNHA; EIRÃO, 2012, p. 62), os usuários de informação
estão mais exigentes, devendo a biblioteca conhecer e tentar antecipar os desejos de seu
usuário.
Em um segundo momento, esta pesquisa visa a identificação dos produtos e serviços
disponibilizados pelas bibliotecas; verificar se as bibliotecas possuem alguma política
direcionada para redes sociais e/ou um plano de marketing; identificação do perfil dos
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16
seguidores das páginas; mapear as necessidades informacionais dos seguidores e, por meio de
questionário e análise de publicações, mensurar o nível de satisfação dos usuários.
1.2 JUSTIFICATIVA E DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
De acordo com Ferreira (1997), a tendência de comportamento dos usuários é buscar,
cada vez mais, serviços interativos e personalizados, que visem promover e estimulá-los no
que condiz a avaliação, utilização e participação nas informações a serem inseridas nos
próprios serviços de informação que lhe estão sendo ofertados, personalizando-os em função
de pessoas ou grupos, e ainda, tratando de contextualizar a informação visando à compreensão
do usuário. Calil Junior e Almendra (2015, p. 13) destacam que “As mídias sociais podem
intensificar o potencial do bibliotecário como mediador da informação, além de aumentar suas
conexões com usuários, tanto reais como potenciais”.
O uso das tecnologias de informação é vantajoso para as bibliotecas. Fundamentada na
pesquisa realizada pelo Comitê gestor da Internet (CGI), que visava a análise sobre o uso das
tecnologias de informação e comunicação (TIC) nas organizações sem fins lucrativos
brasileiras, em 2014, percebe-se que o uso das TIC proporciona entre outras coisas: “Aumento
da eficiência, da transparência e da visibilidade da organização; Contribuição para a criação
de uma presença pública; Aumento da capacidade de comunicação; Melhora da qualidade dos
serviços prestados; Atendimento de um maior número de pessoas, trazendo mais satisfação
[...]” (CEGAL, 2015, p. 49).
A razão, portanto, de se estudar a atuação das bibliotecas nas redes sociais surge da
necessidade de mostrar que o profissional da informação pode estar inserido nas redes sociais
e compartilhar informações relevantes com seus usuários mediante processo bidirecional – um
para muitos, por meio de pesquisa de bibliotecas que atuam nesse ambiente comunicacional.
Segundo Amaral (2011, p. 25), “[…] a adoção das técnicas de marketing em unidades de
informação poderá contribuir como abordagem inovadora da gestão dessas organizações,
valorizando-as e dando visibilidade aos seus profissionais”.
Verificou-se, com base em pesquisas realizadas na concepção deste trabalho, que
existem muitas publicações referentes ao uso de redes sociais para o auxílio na divulgação e
promoção de instituições. O uso do Facebook é mais divulgado e usado no âmbito das
bibliotecas públicas e universitárias, não sendo realizados muitos estudos no que se refere à
atuação de bibliotecas especializadas em Direito. Face ao exposto, viu-se a necessidade de
analisar a atuação no Facebook de duas grandes bibliotecas especializadas no ramo do Direito,
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17
sendo estas: Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho (Biblioteca do Senado Federal) e
Biblioteca Pedro Aleixo (Biblioteca da Câmara dos Deputados).
De acordo com publicação elaborada pela Biblioteca Nacional, em 2010, “[...]
penetração das TIC no cotidiano de milhões de brasileiros incita a reflexão sobre os seus usos,
não apenas pelos seus usuários, como também por instituições” (BIBLIOTECA NACIONAL,
2010 apud CALIL JUNIOR; ALMENDRA, 2015 p. 1). Em concordância, Amaral (1998)
assevera a importância da atuação do bibliotecário no que concerne às mudanças tecnológicas,
devendo este ser criativo e mostrar-se receptivo, estando atento para que possa adaptar-se às
novas demandas informacionais.
Face ao exposto, tem-se que a problemática desta pesquisa sintetiza - se na questão
que se segue: Como o Facebook é utilizado pelas bibliotecas, Acadêmico Luiz Viana Filho e
Biblioteca Pedro Aleixo, para promoção da instituição informacional e de seus produtos e
serviços?
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA
1.3.1 OBJETIVO GERAL (OG)
Analisar a utilização do Facebook como forma de promoção da Biblioteca Acadêmico
Luiz Viana Filho e da Biblioteca Pedro Aleixo e de seus produtos e serviços.
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS (OE)
(OE1) Identificar os produtos e serviços disponibilizados pela Biblioteca Acadêmico Luiz
Viana Filho e pela Biblioteca Pedro Aleixo no Facebook;
(OE2) Averiguar se as bibliotecas estudadas possuem políticas direcionadas para redes sociais
e/ou plano de marketing.
(OE3) Identificar o perfil dos seguidores das páginas da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana
Filho e Biblioteca Pedro Aleixo no Facebook;
(OE4) Mapear as necessidades informacionais dos seguidores da Biblioteca Acadêmico Luiz
Viana Filho e Biblioteca Pedro Aleixo no Facebook;
(OE5) Mensurar o nível de satisfação dos usuários face a Biblioteca Acadêmico Luiz Viana
Filho e pela Biblioteca Pedro Aleixo no Facebook;
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2 REVISÃO DE LITERATURA
A revisão de literatura, de acordo com Creswell (2010), ajuda a determinar a
relevância de estudar sobre determinado assunto, auxiliando o pesquisador a limitar sua área
de investigação por meio de insights. Ajuda, também, no compartilhamento de resultados
obtidos em outros estudos relacionados ao tema, proporcionando referência para estudos
posteriores e auxilia no preenchimento de lacunas na área em estudo.
Esse embasamento teórico é importante para a temática deste trabalho, o qual abordará
os conceitos de marketing; marketing digital; marketing em bibliotecas; informação, sistema
de informação; contexto histórico e conceitual de Internet e Web 2.0; contexto histórico e
conceitual de redes sociais, Facebook, e histórico da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho e
da Biblioteca Pedro Aleixo.
Os principais termos de busca usados para concepção desta revisão consistiram, em:
“bibliotecas”, “redes sociais”, biblioteca Facebook, biblioteca senado facebook, marketing em
bibliotecas. Para a busca dos termos supracitados, foi utilizada a ferramenta de pesquisa
Google Scholar, assim como, repositório digital da Universidade de Brasília (UnB), a Base de
Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), entre
outros. Sendo também utilizados livros da área de marketing, de Sistema de Informação e da
área da Ciência da Informação.
2.1 MARKETING
A evolução do marketing constituiu-se de três períodos principais, sendo estes, de
acordo com McCarthy (1976, p. 46) a era da produção, a era das vendas (ocorreu devido à
Revolução Industrial) e a era do departamento de marketing. Corroborando com a premissa
anterior, Manzo e Cunto (1982) salientam essa evolução, pois de acordo com os autores, a
ciência do marketing nasceu nos Estados Unidos, tendo sua origem durante uma
superprodução que ocorreu após a Primeira Guerra Mundial, na qual, com o imenso
desenvolvimento industrial, viu-se a necessidade de buscar o consumidor e criar produtos de
acordo com a demanda.
Simões (1977, p. 11) trouxe o conceito de marketing definido pela American Market
Association (AMA), por volta de 1948, no qual se entende Marketing como a “[...] execução
das atividades de negócios que encaminham o fluxo de mercadorias e serviços, partindo do
produtor até os consumidores finais”. Buscando atualizar esse conceito, foi realizada uma
nova busca no site da AMA, no qual marketing é definido como a atividade, conjunto de
instituições e processos para criação, comunicação, entrega e troca de ofertas que têm valor
-
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para compradores, clientes, parceiros e sociedade em geral (AMERICAN MARKET
ASSOCIATION, 2013, tradução nossa).
Segundo Kotler (1996) marketing é trabalhar com mercados com a finalidade de
realização de trocas visando à satisfação das necessidades e desejos humanos. Essa troca
exige quatro condições, sendo estas, a existência de duas partes (produtor, cliente); cada parte
ter algo que tem valor para outra; cada uma das partes ser capaz de comunicar e de fazer
entrega e cada parte ser livre para aceitar ou rejeitar a oferta.
Kotler e Armstrong (2007), definem marketing como o processo no qual as empresas
criam e constroem valores e fortes relacionamentos com seus clientes visando valor de troca,
buscando atrair novos clientes prometendo-lhes valor superior e mantendo e cultivando os
clientes atuais lhes proporcionando satisfação. Cabe destacar que, o valor mencionado não diz
respeito somente a valor financeiro e sim ao conjunto de benefícios e valores que a empresa
busca proporcionar a seus clientes a fim de satisfazer suas necessidades. Matta (2007, p. 30)
afirma que "[...] ainda que a organização não vise o lucro financeiro, ela existe para uma
clientela que desfruta outras formas de lucro, como o lucro social”.
Na perspectiva de Andrade et al. (2013) o marketing é analisado por um aspecto mais
gerencial, definindo este como a gestão estratégica que mediante processos de análise,
planejamento, implementação e controle de programas identifica as necessidades,
expectativas e desejos dos usuários atuais e esperados, é gerado um interesse de ambas as
partes, do consumidor e do fornecedor do produto.
Melgarejo (2007, p. 2) define marketing como “[...] toda atividade dirigida para a
satisfação das necessidades e desejos do consumidor, sendo que tais necessidades e desejos
são satisfeitos mediante a utilização de bens e serviços”. Ao passo que Las Casas (1991)
destaca que ao voltar à atividade mercadológica buscando a satisfação de seu público-alvo
tem-se a chave para o sucesso.
Cobra (2017, p. 5) conceitua marketing como “[...] um processo social e gerencial pelo
qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação de oferta e
troca de produtos de valor com outros”. Para Hughes (1978, p. 3 apud OLIVEIRA, 1985, p.
138) “Marketing são aquelas atividades que relacionam com sucesso, uma organização com
seu meio ambiente”. O marketing se preocupa, segundo Kotler (1978, p. 29), com “[...] o
desenvolvimento, a manutenção e/ou a regulação das relações desejadas de troca que
envolvam produtos, serviços, organizações, pessoas, lugares ou causas”.
No que condiz ao marketing, de modo geral, pensa-se na divulgação e venda de um ou
mais produtos. Inicialmente, a estratégia de marketing foi criada realmente para esse fim,
-
20
contudo como aponta Amaral (1998), o marketing é muito mais do que somente a venda,
trata-se da demanda do usuário, suas expectativas e necessidades, buscando direcionar sua
produção envolvendo a criação de planos e programas. A autora destaca, também, que o
marketing pode ser associado à satisfação do usuário relacionada ao seu bem-estar social e
não somente a comercialização, lucro, vendas entre outros.
Andreasen (1987) aponta que marketing e venda, são produtores de estratégias para
atrair mais clientes, contudo os termos possuem algumas diferenças. Kotler (1996, p. 30)
afirma que “[...] o marketing assumiu, na mente de muitos, a imagem de salvador da sociedade e,
na mente de outros, de corruptor da sociedade”. Enfatizando esta afirmação, Campomar e Ikeda
(2006) levantaram alguns conceitos sobre marketing, que não correspondem à realidade,
dentre estes: servir como propaganda para aumento de vendas, uso de atividades para
divulgação de pessoas/organizações e criação de atividades visando gerar necessidades nos
consumidores;
Campomar e Ikeda (2006) abordam a questão de o marketing possuir uma função
tridimensional, estando elencadas características: Funcionais - relacionadas à questão da troca;
Gerenciais - relacionadas às atividades organizacionais; e Filosóficas - relações conceituais
sobre marketing e suas atividades.
Na década de 1960, Jerome McCarthy passou a chamar os elementos que compõem o
marketing de 4P’s (Produto, Preço, Praça e Promoção), vindo mais tarde a serem
complementados os 4C’s (Cliente, Custo, Conveniência, Comunicação) por outros autores
(CANTANHEDE, 2015). Gabriel (2010) afirma que os 4Cs são um complemento aos 4Ps a
fim de moldar essa metodologia com enfoque no cliente.
Campomar e Ikeda (2006) defendem que os 4P’s são considerados os fatores
controláveis pela organização, podendo ser adaptados e ajustados por decisões gerenciais,
sendo também, considerados os instrumentos da política de marketing ou ferramentas de
marketing. Os 4P’s segundo os autores supracitados são conhecidos também, como marketing
mix ou composto de marketing. Cobra (2017) aponta que existem os 4As de Raimar Richers
(1981), composto por análise de mercado, adaptação do produto, ativação de vendas e
avaliação do desempenho de marketing.
É de grande valia que sejam explanados os 4P’s de forma mais detalhada, a fim de
proporcionar um melhor entendimento ao leitor e por serem estes os componentes de maior
referência quando se trata de marketing. Neste prisma tem-se, a seguir, uma tabela com as
definições de produto, preço, praça e promoção de acordo com Kotler (1978), Campomar e
Ikeda (2006), Cobra (2017) e Marketing Accountability Standards Board – MASB (2017),
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21
com definições estabelecidas em períodos distintos, mas que leva a perceber similaridade en-
tre os conceitos.
Quadro 1 – Conceitos de Produto, Preço, Praça, Promoção.
PRODUTO
KOTLER (1978)
É o mais fundamental dos 4P’s, pois os outros são determinados pela existência
dele.
[…] é utilizado no sentido amplo de quaisquer complexos de atributos tangíveis
ou intangíveis que possam ser oferecidos a um mercado, a fim de satisfazer a uma necessidade ou vontade; poderá cobrir bens, serviços, organizações, pessoas,
lugares e ideias (KOTLER, 1978, p. 184)
CAMPOMAR E IKEDA
(2006)
“Algo que pode ser oferecido a um mercado para atenção, aquisição, uso ou
consumo, e que pode satisfazer um desejo ou uma necessidade” (CAMPOMAR E
IKEDA, 2006, p.20)
Os produtos podem ser tangíveis, ex: um livro; ou intangíveis, ex: serviços de
alerta.
COBRA (2017)
O produto está certo para o consumo quando atende as necessidades e desejos de
seus consumidores-alvo. Abrange bem material (tangível) ou imaterial
(intangível) oferecido a um mercado, visando a satisfação de um determinado tipo
de consumo (COBRA, 2017, p. 7)
COMMON LANGUAGE
MARKETING DICTIONARY (2017)
“O conjunto de atributos (recursos, funções, benefícios e usos) com fim de troca
ou uso; geralmente uma mistura de formas tangíveis e intangíveis. Pode ser uma ideia, uma entidade física (um bem), ou um serviço, ou qualquer combinação dos
três. Existe para fins de troca” (tradução nossa)
PREÇO
KOTLER (1978)
O preço é a soma dos valores que os consumidores trocam por benefícios.
“A determinação de preços será normalmente orientada para as considerações de
custo, de demanda e de concorrência” (KOTLER, 1978, p. 199)
CAMPOMAR E IKEDA
(2006)
Baseado em “influências que se originam não só das necessidades dos
compradores e vendedores, mas das condições de mercado e do ambiente”
(CAMPOMAR E IKEDA, 20016, p. 24)
Valor estabelecido para determinado produto.
COBRA (2017)
“São os sacrifícios realizados pelo comprador e o consumidor em troca de
benefícios de produto e/ou serviço” (COBRA, 2017, p.8)
Usa de estratégias sendo considerado a chave para que ocorra as vendas.
COMMON LANGUAGE
MARKETING
DICTIONARY (2017)
“O preço é a razão formal que indica a quantidade de dinheiro, bens ou serviços
necessários para adquirir determinada coisa; É o valor que um cliente deve pagar
para adquirir um produto” (tradução nossa)
PRAÇA
KOTLER (1978) Como a organização visa tornar os produtos e serviços acessíveis para o cliente, também denominado de “ponte de distribuição ou canais de distribuição”
(KOTLER, 1978, p. 200)
CAMPOMAR E IKEDA
(2006)
Também denominado ponto de venda, esta pautado no processo de distribuição. É
o canal utilizado para execução das estratégias de marketing. “Pode-se definir canais de distribuição como uma rede de organizações
interdependentes envolvidas no processo de tornar um produto ou serviço
disponível para uso ou consumo.” (CAMPOMAR E IKEDA, 2006, p. 25)
COBRA (2017)
É o canal entre produto e consumidor por meio de distribuição.
“Trata-se de um conjunto de elementos que visa tornar o produto disponível para
o consumidor onde e quando ele o desejar” (COBRA, 2017, p. 8)
COMMON LANGUAGE
MARKETING
DICTIONARY (2017)
“A distribuição refere-se ao ato de comercialização e transporte de produtos aos
consumidores. Também é usado para descrever a extensão da cobertura do
mercado para um determinado produto.” (tradução nossa)
PROMOÇÃO
KOTLER (1978) Dedicada à tarefa de comunicação, visando criar interesse ou desejo por
determinado produto, é “uma forma especial de comunicação” (KOTLER, 1978,
p. 210).
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22
CAMPOMAR E IKEDA
(2006)
“[…] técnicas utilizadas para aumentar a consciência, reconhecimento,
conhecimento e informações do consumidor a respeito do produto, marca ou da
organização.” (CAMPOMAR E IKEDA , 2006, p. 28)
Dentro da promoção tem-se: Propaganda; Publicidade; Venda pessoal e Promoção
de vendas caracterizadas como técnicas de divulgação.
COBRA (2017) “Compreende a propaganda, as relações-públicas, a promoção de vendas, a venda
pessoal e o merchandising […] entendida como um conjunto de esforços para
fazer com que o produto ou serviço seja percebido pelo cliente” (COBRA, 2017,
p. 8)
COMMON LANGUAGE
MARKETING
DICTIONARY (2017)
“Também denominado comunicação de Marketing, são as mensagens
promocionais coordenadas para se comunicar com um mercado.” (tradução nossa)
Fonte: Elaborado pela autora.
De acordo com Cobra (2017), o composto de marketing tem recebido alguns
acréscimos tornando-se 7P’s, sendo incluídos: Pessoas, Evidências físicas (Physical
Environment) e Processo. No que se refere a Pessoas, este consiste nos funcionários que têm
relação direta com o cliente, com quem o cliente fala ao solicitar um produto e/ou serviço;
Evidências Físicas relaciona-se aos elementos que componham o exterior do produto, não
necessariamente algo tangível, mas como ele é visto pelo cliente, por exemplo; em relação ao
Processo, o autor destaca como os meios que estimulam o cliente a adquirir o produto e/ ou
serviço.
Para este trabalho serão adotados os 4P’s já, mencionados anteriormente, pois são os
elementos mais adotados pelas empresas e organizações quando se trata de planejamento
básico de marketing.
O composto de marketing deve ser utilizado pela instituição, de acordo com suas
atividades desenvolvidas. Contudo, este por si só não é o bastante, devendo-se desenvolver
estudo de usuários e práticas mercadológicas. De acordo com Amaral (1998), compreende-se
por análise de mercado como sendo: a verificação dos diferentes interesses das necessidades
de informação dos usuários, considerando dados demográficos; e segmentação de mercado
como uma parte da análise de mercado que visa à identificação de partes, estas, separadas de
acordo com as características semelhantes de cada grupo que a unidade de informação atende.
Tem-se como exemplo o grupo usuário (mercado) e este é dividido em usuários reais e
usuários potenciais (segmentos do mercado).
Dias (2010, p. 18) descreve a segmentação de mercado como “[...] o processo de
dividir mercados em grupos de consumidores potenciais com necessidades e/ou características
semelhantes e que provavelmente terão comportamentos de compra semelhantes”. Ainda de
acordo com o autor, a segmentação de mercado pode ser por diferenciação, na qual se trata os
segmentos de forma distinta; não diferenciação, estuda todo o mercado por via de um único
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plano de marketing, ignorando as diferenças entre os segmentos e concentração, todos os
esforços são concentrados em um único segmento.
Segundo Cantanhede (2015), para a realização e elaboração de uma estratégia de
marketing, pode-se basear em cinco princípios, a saber: disponibilidade e acessibilidade de
forma fácil aos produtos e serviços; Qualidade, desempenho e inovação nos produtos e
serviços; Venda e promoção dos produtos; Identificação de desejos e necessidades, por meio
do relacionamento com o cliente e; Atender o público-alvo não deixando de preservar e
ampliar suas atuações futuras.
Para uma efetiva estratégia de marketing, a organização deve ter um planejamento de
marketing e um plano de marketing.
Entende-se planejamento de marketing como sendo, de acordo com Campomar e
Ikeda (2006), a antecipação de eventos e condições futuras buscando ações necessárias para
alcançar o objetivo final relacionado às atividades do marketing. O planejamento prevê riscos
e vantagens para a organização. Fundamentado neste prisma, o plano de marketing é
entendido como um documento que contém objetivos para um determinado período, é mais
mutável. Os autores supracitados entendem que o plano de marketing é um componente do
planejamento de marketing e estabelecem o caminho a ser seguido para a criação de um plano
de marketing, que deverá contemplar (i) Análise da situação: engloba análise interna e externa,
analisa as situações favoráveis e desfavoráveis e os pontos fortes e fracos para implementação
e busca analisar a condição atual e traçar um plano futuro; (ii) Objetivos: relaciona-se à
criação de objetivos a serem atingidos, devendo estes ser compatíveis com os objetivos
estratégicos da organização; (iii) Programa de ação: baseado nos 4P’s, devendo ser
estabelecidos prazos, atribuição de tarefas entre outros e (iv) Controle: Comparação dos
objetivos iniciais com os resultados alcançados.
Detalhando mais esse processo de criação do plano de marketing, outros autores, como
Ambrosio e Siqueira (2002), Westwood (2007) e Gomes (2005) defendem outras estruturas
para o plano de marketing. A seguir, apresenta-se uma dessas estruturas, sendo esta proposta
por Gomes (2005). O autor propõe que o plano de marketing deve contemplar: Sumário
executivo, que é o resumo do que seu plano de marketing deve conter, como por exemplo,
objetivos, metas etc; Análise do ambiente, que consiste na análise do ambiente externo e
interno a qual é semelhante à análise da situação mencionada por Campomar e Ikeda (2006)
anteriormente; Definição de público-alvo que trata da identificação de um segmento da
população que a empresa deseja atingir; Definição de posicionamento de mercado: a imagem
que a empresa deseja transmitir ao cliente. Análise da situação por intermédio de dados
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probabilísticos; Definição da marca que abarca a representação da empresa, sua identidade. A
forma como a empresa é conhecida por meio da imagem; Definição dos objetivos e metas que
são os resultados que a empresa espera alcançar; Definição das estratégias de marketing que
consiste nas decisões necessárias para determinar a maneira na qual o composto de marketing
será combinado que permite definir como sua empresa atingirá seus objetivos e metas pré-
estabelecidas.
Segundo Limeira (2003), o plano de marketing é elaborado a fim de traçar estratégias
para o desenvolvimento de determinados produtos e serviços da empresa, devendo conter:
Análise, seleção e segmentação de mercado; Identificação de oportunidades e riscos;
objetivos de marketing; diferencial do produto e/ou serviço; Estratégia de posicionamento;
estratégia de preço, comunicação e distribuição; Plano tático operacional; Orçamento de
marketing e avaliação e controle.
Quando se trata da avaliação de oportunidades e riscos, é realizada a análise SWOT.
Esta é utilizada na concepção de um plano estratégico, que trata sobre as forças e fraquezas,
os pontos fortes e fracos de uma determinada organização. Daychoum (2008) descreve a
análise SWOT como uma ferramenta da gestão e do planejamento estratégico que visa
executar a análise de ambiente, fazendo um anagrama das forças e fraquezas, oportunidades e
ameaças. Em suma, busca verificar a posição estratégica da empresa em relação ao ambiente
em análise.
A análise SWOT é uma das etapas da criação de estratégia de marketing. Para a
concepção do marketing busca-se integrar a organização como um todo, não sendo realizado
somente pela equipe responsável pelo plano de marketing, como enfatizado por Campomar e
Ikeda (2006, p. 12) “[...] a entidade ofertante também deve preparar um plano de marketing, o
qual tem de representar o planejamento operacional de marketing, como uma estratégia para
os períodos futuros”, deve ter colaboração para que as ações tomadas alcancem o cliente de
forma plena e satisfatória, pois mesmo que a organização possua um bom plano de marketing,
se algum dos setores falharem no cumprimento adequado de suas funções o cliente se sentirá
insatisfeito e suas expectativas em relação à instituição poderão ser frustradas, gerando um
feedback negativo e a perda do cliente. De acordo com Cobra (2017), para haver estratégia de
marketing deve-se analisar o consumidor e suas influências, somente com o entendimento do
indivíduo as campanhas de marketing serão eficazes. Analisar como o individuo se comporta
é essencial ao marketing.
Complementando a afirmativa anterior, é importante frisar que principalmente em
virtude do advento da Internet, com o passar do tempo, o campo de atuação do marketing foi
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25
expandindo, levando os profissionais a ingressar cada vez mais nesse meio. Em conformidade
a este pensamento, Cintra (2010, p. 8) aponta que “[...] profissionais de marketing estão
ingressando cada vez mais nos serviços online com o objetivo de iniciar uma nova era no
marketing de relacionamento, estabelecendo relações de um para um e de um para muitos”.
Chleba (1999) destaca que a comunicação digital tornou-se uma poderosa ferramenta para
disponibilização de conteúdo, uma vez que, a utilização dessa ferramenta influencia a
instituição na promoção de produtos e serviços e na criação de novos serviços, sendo este
online, para clientes atuais e potenciais e outros públicos que demonstrem interesse.
2.1.1 MARKETING DIGITAL
Kotler e Armstrong (2007) afirmam que a explosão tecnológica proporcionou novas
formas de aprender sobre os clientes, possibilitando a criação de produtos e serviços
personalizados e para as empresas ajudou na distribuição de seus produtos e na comunicação
com os clientes, em grupos ou de um em um. Diante do exposto, pode-se concluir que a
explosão tecnológica proporcionou novas vertentes de atuação do marketing, as empresas
puderam expandir seu mercado e alcançar mais clientes.
Segundo Gomes e Reis (2016), o Marketing Digital advém do Marketing tradicional,
sendo este constituído por ações estratégicas, econômicas e sociais adaptadas ao meio
eletrônico, com a finalidade de expor e divulgar trabalhos e produtos das empresas
proporcionando assim que o usuário tenha liberdade para navegar de forma simples e rápida
por meio de ferramentas digitais.
De acordo com Kotler e Armstrong (2007), a Internet é um dos canais que
proporcionou uma nova forma de criar valor e construir relacionamento com os clientes,
mudando a concepção destes no que condiz a praticidade, preço, serviços, informações etc.
Laudon e Laudon (2011, p. 25) apontam que o profissional de marketing que atua no
meio digital deve desenvolver a “[...] capacidade de entender a Internet e os sistemas de
banco de dados de marketing e como eles afetam as atividades de marketing tradicionais […]”
assim como, deve-se compreender a forma de utilização de sistemas de informação.
Cruz e Silva (2014) defendem que o marketing digital utiliza de recursos eletrônicos
para expandir a relação entre clientes e organizações, a fim de divulgar as instituições
utilizando estratégias como os 4P’s (produto, preço, praça e promoção), descritos
anteriormente. Segundo Kendzerski (2009), o marketing digital é utilizado como ferramenta
para ampliar os negócios mediante ações planejadas, devendo as empresas disponibilizar
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conteúdos segmentados de forma a comunicar-se com este da melhor forma possível. Ainda
de acordo com o autor, “[...] quanto mais você conhecer os interesses, hábitos de consumo e
necessidades do consumidor, melhor serão os resultados das campanhas” (KENDZERSKI,
2009, p. 125).
Para que o marketing digital seja utilizado pelas instituições de maneira eficaz, Chleba
(1999) apresenta as sete forças do marketing digital, devendo estas serem consideradas na
elaboração de um planejamento de marketing estratégico para sucesso da organização. A
seguir estão elencadas as sete forças do marketing digital: i. Interatividade, consiste na troca
de dados e informações seletivas entre as empresas e seus clientes, devendo a organização
conhecer seu público, através de estudos de usuários e usabilidade buscando suprir as
necessidades informacionais e oferecer facilidades para seu público; ii. Personalização trata-se
da individualização do atendimento online interligados aos bancos de dados das empresas, a
fim de tornar o atendimento rápido e eficiente e a baixo custo; iii. Globalização, possibilita
que qualquer pessoa tenha acesso a um mesmo veículo de comunicação em segundos e
obtenha e troque informações; iv. Integração, proporciona as empresas estarem conectadas por
meio de integração de seus sistemas informacionais; v. Aproximação, é a relação da empresa
com o cliente sem precisar de intermediários e qualquer hora e em qualquer lugar, sem
precisar muitas vezes que o cliente vá até a instituição; vi. Convergência, consiste na junção
de várias fontes de comunicação e informação em um único ambiente, criando um novo meio
de comunicação de formato bilateral e vii. Democratização da informação, é o acesso a
grande quantidade de informação em um único ambiente e de forma rápida e em constante
atualização.
Vale ressaltar, de acordo com Gabriel (2010), que a escolha de ferramentas adequadas
também fazem parte da estratégia de marketing, tendo-se como exemplo a escolha adequada
das mídias. Kendzerski (2009, p. 126) destaca algumas características que uma ferramenta de
comunicação deve possuir, sendo estas: “Simplicidade; possibilidade de alcançar nichos
muito específicos de mercado; Construção de uma relação muito próxima com o cliente;
mensuração em tempo real; Campanhas de baixo custo e alto impacto e construção e
fidelização da marca”.
Limeira (2003) afirma que o marketing eletrônico ou e-marketing surgiu com a
evolução da tecnologia e meios de comunicação, principalmente com o advento da Internet,
sendo considerado como o composto de ações de marketing por meio de canais de informação
no qual o cliente controla o tipo e a quantidade de informação. Segundo os autores Laudon e
Laudon, (2011), a Internet possibilita ações de marketing permitindo novos modelos de
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negócios, novas formas de comunicação, identificação de clientes potenciais, oferece formas
de coletar informações de clientes, ajuda a ajustar ofertas de produtos e serviços etc.
De acordo com Janal (1996) o marketing online é entendido como sendo um meio de
vender produtos e serviços, coerentes com o programa de marketing global da empresa,
voltados para determinado público usuário da Internet e de sistemas de informação online.
Chleba (1999) atesta que por meio de serviços online e serviços de informação as empresas
podem realizar atendimento personalizado ensejando na prestação de serviços eficientes e
baratos.
Segundo Melgarejo (2007, p. 1), “[...] a utilização das tecnologias de comunicação e
informação impõe novas estratégias, dentre elas o marketing digital para que a instituição
biblioteca possa expandir seu campo de atuação.” De acordo com Gasque (2016), a
Associação das Bibliotecas Americanas, American Library Association (ALA), identificou
dezenove tendências para as bibliotecas do futuro, sendo que, dessas, oito possui algum
vínculo com o uso da Internet e das mídias sociais.
2.1.2 MARKETING EM BIBLIOTECAS
No campo da biblioteconomia, Vieira e Cunha (2013, p. 8) apontam a definição de
marketing para bibliotecas como “[...] uma ferramenta poderosa, que se bem usada, pode
servir de ponto de partida para a avaliação, replanejamento e implementação de produtos e
serviços informacionais”. Corroborando com esse pensamento, Baptista (2004, p. 50)
evidencia que “O marketing pode servir como ferramenta para mudança de imagem ou para fazer
uma avaliação, uma vez que é preciso ampliar a noção do papel de uma unidade da informação
dentro da sociedade”.
Cabe destacar que, na Ciência da Informação, um dos campos do marketing mais
utilizados é o da promoção. Com base no exposto, Amaral (1999 apud BAPTISTA, 2004),
define os objetivos do uso da promoção por unidades de informação, como sendo: tornar a
unidade e seus produtos e serviços conhecidos pelos usuários; torná-los atraentes para os
usuários; mostrar aos usuários como usar os produtos e serviços de informação; evidenciar os
benefícios dos produtos e serviços oferecidos; e manter os usuários constantemente bem
informados sobre a atuação da unidade de informação, seus produtos e serviços.
Silveira (1987) trata o marketing para bibliotecas como uma forma de trabalho,
executado pelas instituições informacionais, que corresponde às necessidades informacionais
dos clientes, sendo voltado para o usuário real e potencial, mostrando que o consumidor vem
em primeiro, segundo e terceiro lugar, ou seja, totalmente voltada ao usuário.
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28
Baptista, Costa e Viana Neta (2009, p. 84) trazem algumas razões para a utilização de
estratégias de marketing pelas bibliotecas, sendo estas: Auxílio na identificação das
necessidades, desejos e preferências dos usuários; Grande proporção de mudanças em relação
à busca de informação; Dinamismo em relação às trocas entre a biblioteca e seu público
aumentando a procura por seus serviços; Promoção da comunicação ajudando a captar a
atenção dos usuários em potencial e fidelizar seus usuários reais, por meio da divulgação de
seus produtos e serviços que por vezes sejam desconhecidos. Estratégias de promoção
possibilita maior uso dos serviços e produtos da biblioteca, assim como pode gerar mais
investimentos para o aperfeiçoamento e oferta de novos serviços e produtos.
Percebe-se que todas as razões elencadas anteriormente estão diretamente relacionadas
com o composto de marketing, sendo este fundamental quando se trata desta temática. De
acordo com Amaral (2011), o marketing no contexto da informação é entendido como um
processo gerencial envolvendo planejamento, distribuição de ideias, promoção dos produtos e
serviços etc., visando contribuir para o futuro da biblioteca e de outras unidades
informacionais.
Koontz e Gubbin (2013) defendem que o marketing é a forma de sucesso de qualquer
instituição, sendo composto por quatro ferramentas principais: análise de marketing;
segmentação de marketing; estratégia de marketing mix ou 4Ps e avaliação de marketing.
Cabe ressaltar que estas ferramentas possibilitam compreender as necessidades dos usuários e
planejar, de forma eficaz, de acordo com suas necessidades.
Amaral (1998) destaca a importância do estudo de mercado em unidades de
informação no que se refere às técnicas de marketing que deverão ser empregadas, as quais
são baseadas nos usuários (individuais ou institucionais), pois o mercado é formado pelos
usuários atuais ou potenciais, devendo a instituição saber seus interesses, necessidades
informacionais, hábitos, entre outros, observando todas as mudanças que venham a ocorrer.
Cobra (2017) apresenta alguns campos de aplicação do marketing, sendo que entre
estes estão o marketing de serviços e marketing de instituições que não visam o lucro.
Marketing de serviços para o autor refere-se a serviços em geral, já o marketing para
organizações que não visam o lucro condiz à transferência de um produto ou serviço sem
troca de dinheiro. Cabe ressaltar que os serviços para instituições que não visam o lucro, no
contexto atual está mais voltado para pesquisas de aceitação, divulgação e publicidade de seus
serviços.
Entre os tipos de organizações as bibliotecas, museus, escolas, hospitais estão dentro
do contexto de organizações de serviço, as quais têm como foco e principal beneficiário de
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seus produtos e serviços, o público/cliente. Entende-se por público como sendo “[...] um
grupo distinto de pessoas e/ou organizações que possuem um interesse real ou potencial e/ou
um impacto sobre uma organização” (KOTLER, 1978, p. 33).
A organização de serviços abarca algumas tarefas tais como: determinação de seu
público-alvo, identificação das necessidades dos mesmos, desenvolvimento de serviços que
visem atingir esse público, adequando-os às suas necessidades, e disponibilizar esses serviços
à comunidade, comunicando-os a existência desses serviços e de outros que a instituição já
dispõe. As tarefas citadas são alguns dos componentes do plano de marketing, como elencado
anteriormente. Compete frisar que a existência de um plano permite que a biblioteca
concretize suas ações de forma estruturada, devendo incluir, de acordo com Koontz e Gubbin
(2013), considerações em relação a aspectos legais, responsabilidades, obstáculos e
oportunidades, meios de comunicação, etc. De acordo com Andreasen (1987), o planejamento
de marketing deve começar no entendimento das necessidades e desejos dos usuários, deve-se
fazer uma análise da situação da instituição e traçar objetivos, pois, uma instituição é
considerada como bem-sucedida quando o que é ofertado agrada aos consumidores em geral.
Kotler (1978, p. 28) descreve que a pesquisa de marketing é feita visando o
conhecimento das necessidades e atitudes das pessoas, a fim de proporcionar maior satisfação
a seu público-alvo e divulgação dos produtos e serviços da instituição. Ainda segundo o autor,
entende-se que um dos fatores para as organizações que não visam o lucro aderirem às
estratégias de marketing está relacionado ao fato de que o uso de marketing possibilita a
organização mais eficácia na obtenção de seus objetivos. Sendo assim, para as organizações
que não visam o lucro, o uso de estratégias de marketing é relevante, pois, ajuda a
organização a alcançar seus objetivos de forma mais eficaz, permitindo que esta aprimore a
satisfação do cliente, retorne feedbacks positivos, atraia mais pessoas, possa mensurar as
necessidades e desejos do usuário e eleve o interesse de usuários em potencial, assim como de
doadores etc, para a instituição.
Nesse contexto, Oliveira (1985) considera que ao utilizar o marketing, a biblioteca
provoca trocas com a comunidade na qual suas necessidades são satisfeitas.
Em relação à divulgação, Maciel e Mendonça (2006) apontam que se esta ferramenta
for bem explorada a quantidade de usuários em potencial para a biblioteca pode aumentar,
pois os serviços divulgados são exclusivamente para ajudar e sanar as necessidades
informacionais do usuário, ajudando a atrair novos usuários. As autoras citadas destacam
alguns desses serviços como sendo divulgação de dados gerais da biblioteca, endereço,
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telefone etc. e anúncios em geral, do tipo, informações especializadas, podendo citar, como
exemplo, os serviços de alerta.
Para Costa (2013) as mídias sociais auxiliam na divulgação das bibliotecas, como
também de seus produtos e serviços por meio da Web 2.0. Nesse mesmo cenário, Lang,
Gouveia e Leta (2008) afirmam que a Internet ajuda no novo modelo comunicacional,
contudo não basta que as instituições estejam na Internet, deve-se ater à maneira como elas
querem ser percebidas e como estas instituições estão se relacionando com seu público-alvo.
De acordo com Maness (2007, p. 48) “[...] redes sociais permitiriam que bibliotecários
e usuários não somente interagissem, mas compartilhassem e transformassem recursos
dinamicamente em um meio eletrônico”. Ainda segundo o autor, a biblioteca 2.0 deve ser
centrada no usuário, inovadora, multimídia e socialmente rica.
Carvalho (2007, tradução nossa) enfatiza que nas comunidades virtuais a informação é
caracterizada por sua variedade de conteúdos, crescimento exponencial, construção
cooperativa, entre outros, sendo uma fonte de informação de difícil acesso em outras
plataformas. Dado o exposto, a seguir será abordado o conceito de informação.
2.2 INFORMAÇÃO
Para analisar o tipo de informação disponibilizada pelas bibliotecas no Facebook deve-
se primeiro entender o conceito de informação. Miranda e Simeão (2002, p. 2) afirmam que a
informação é a “[...] matéria prima de todas as áreas do conhecimento que a entendem
conforme sua forma de apropriação, teorização, dependente do estágio de desenvolvimento de
teorias e práticas metodológicas”. Sendo considerada de acordo com Boghi e Shitsuka (2002)
como algo fundamental e essencial para as pessoas, devendo ser obtida com a melhor
qualidade possível e de forma rápida.
McGarry (1999) afirma que informação pode ser considerada como a liberdade de
escolha na seleção de uma mensagem, algo que gera troca com outros, não sendo somente
recebido passivamente ou a matéria prima na qual se pode extrair o conhecimento, entre
outros. Na área da Ciência da Informação, é entendida como o termo empregado a um
determinado assunto contido em um texto ou documento e cunhada de informação
documentária.
É oportuno mencionar que os conceitos de dado e conhecimento devem ser
mencionados para um melhor entendimento do que seja informação.
Rezende (2008) apresenta os conceitos de dado, informação e conhecimento, com
enfoque em aspectos gerenciais, no qual se entende dado como sendo um elemento da
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31
informação, mas que isoladamente não possui significado e não transmite conhecimento;
Informação como o tratamento de dados, atribuindo-lhe valor e significado; Conhecimento
como um propósito atingido por meio do tratamento da informação, devendo ser atribuído
uma finalidade a esta informação.
Reforçando os conceitos acima mencionados, Turban, Rainer e Potter (2007) fazem a
distinção entre dado, informação e conhecimento, pois frequentemente esses termos são
confundidos um com o outro, devendo-se distinguir que dado é algo por si só sem nenhum
significado atribuído, informação é o significado e valor atribuído pelo receptor a esse dado e,
conhecimento são as informações tratadas e organizadas para transmitir entendimento.
Percebe-se que há uma coesão entre os autores citados e outros autores quanto a estas
definições. Buscando amplia-las Mattos (2005, p. 2) faz um complemento ao conceito de
conhecimento, o denominando como “[...] conjunto de informações interligadas e logicamente
relacionadas”.
Buckland (1991) traz o conceito de informação como coisa, a qual é entendida como o
tipo de informação circunstancial, por vezes tem o sentido de algo informativo, por vezes é
usado para denotar uma classe de objetos. O autor ressalta que ao tratar sobre sistemas de
informação, estes se relacionam diretamente com a informação como coisa.
Audy, Andrade e Cidral (2005, p. 93) afirmam que a informação é um “[...] conceito
central na área de sistemas de informação. A informação é o recurso mais valioso e importante
nas organizações na sociedade atual, também conhecida como sociedade da informação”. Os
autores identificam que a informação é composta por determinadas características, com base
nisso esta deve ser precisa, completa, econômica, flexível, confiável, relevante, clara, veloz,
verificável, acessível e segura. É relevante mencionar que as necessidades de informação são
mutáveis e com o passar do tempo os sistemas de informação devem se adaptar e os gestores
buscarem novas soluções. A este processo os autores denominam ciclo de vida do sistema.
Em concordância ao exposto, Laudon e Laudon (1999) expõem que informação é um
elemento fundamental e intrínseco do sistema empresa, configurando-se como um de seus
subsistemas, normalmente referenciado como sistema de informações, sendo que qualquer
sistema que faz uso de dados e gera informação pode ser considerado de forma geral um
sistema de informação.
2.2.1 SISTEMA DE INFORMAÇÃO
Rezende (2008) defende que um dos conceitos para sistema é que este pode ser
entendido como um conjunto de partes que formam um todo e auxilia no desempenho de
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32
diversas funções. Com as constantes mudanças na sociedade da informação vê-se necessária a
construção de sistemas, sendo estes muito utilizados como recursos estratégicos nas
organizações desempenhando função principal dentro destas. Atualmente, os sistemas de
comunicação transmitem informações para qualquer lugar do mundo de forma instantânea
(ROWLEY, 2002).
O objetivo dos sistemas de informação, de modo geral, é a disponibilização de
informação em determinado ambiente buscando esta servir de base e auxílio para a
organização. Dentro desse objetivo está o suporte nos processos decisórios, sendo os sistemas
de informação os disseminadores de informações que servirão como insumo à organização
(AUDY; ANDRADE; CIDRAL, 2005).
Os sistemas de informação podem ser manuais ou por computador. Esta pesquisa tem
como base os conceitos de sistema de informação quando utilizados recursos da tecnologia de
informação para a criação destes, também, denominados de sistema de informação
computacional.
Um sistema de informação é constituído por pessoas, objetos de comunicação,
controle e processadores que interligados visam o processamento de dados e informações
(MATTOS, 2005). Complementando a afirmação anterior, Audy, Andrade e Cidral (2005)
apresentam cinco elementos que deverão compor um sistema de informação, salientando que
por meio destes os sistemas de informação computacional ganham maior efetividade. Os
componentes são: Hardware; Software; Dados; Procedimentos; Pessoas.
Os sistemas de informação consistem na transformação de dados brutos em
informação útil, que será transmitida a pessoas ou setores que farão uso dessa informação e
que poderão gerar feedbacks para aprimoramento do sistema, um sistema de informação é
parte integrante de uma organização. Essa informação é reforçada por Laudon e Laudon
(1999) na qual os autores destacam que o sistema de informação é um conjunto de
componentes que contém informações diversas ao redor e dentro de uma organização, visando
transformar a informação para que esta seja útil para a empresa, na solução de problemas e
processo decisório. Os sistemas de informação são compostos por três atividades básicas:
entrada, processamento e saída de dados e composto por três componentes: tecnologia,
organização e pessoas.
Boghi e Shitsuka (2002) abordam, de forma geral, as três atividades citadas acima, no
qual a entrada está relacionada à coleta de dados e armazenamento em banco de dados, o
processamento está relacionado ao tratamento que será dado a estes dados por meio de
programas e a saída condiz à informação obtida neste processo.
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Stair e Reynolds (2011, p. 3) defendem que sistema de informação é entendido como
“[...] um conjunto de componentes interrelacionados que coleta, manipula, armazena e
dissemina dados e informações”, pensamento em conformidade com Turban, Rainer e Potter
(2007) que agregam mais duas características a este conceito, sendo estas: processamento e
análise da informação. Stair e Reynolds (2011) enfatizam que os sistemas de informação são
uma das partes principais da organização podendo ser usado em todas as profissões, pois estes
possuem alcance global.
Conforme Rezende (2008), existem diversas classificações para os sistemas de
informação. Contudo, fundamentado no critério de suporte e decisões estes podem ser
classificados de modo geral em: Sistema de Informação Operacional (SIO), responsável pela
parte organizacional da empresa, das transações e funções organizacionais; Sistema de
Informação Gerencial (SIG), relacionados ao apoio gerencial da empresa na tomada de
decisões; Sistema de Informação Estratégico (SIE) abrange os dois sistemas anteriores,
transformando os dados adquiridos em informações estratégicas, influindo diretamente na
tomada de decisões, tanto em âmbito interno como externo da organização. Audy, Andrade e
Cidral (2005), apresentam uma denominação semelhante classificando os sistemas em:
Sistema de Informação Gerencial (SIG), Sistema de Apoio à decisão (SAD) e Sistema de
Informação Executiva (SIE), a priori as funções desempenhadas por estes são as mesmas
citadas por Rezende (2008).
Mattos (2005) destaca alguns pontos negativos dos sistemas de informação podendo-
se citar: falhas técnicas e operacionais (em relação a software e hardware) tendo como
exemplo: incêndios, curto circuito no computador central, reconfiguração automática do
software etc; e as falhas humanas podendo exemplificar: introdução de dados errados,
configuração errada do sistema, baixar programas sem confiabilidade. Outro ponto negativo
que foi elencado é a falta de planejamento da tecnologia da informação. Diante desta
conjuntura, Rezende (2008) aponta que antes de se adotar o uso da tecnologia da informação é
de grande importância a elaboração de um planejamento, pois a falta de concepção deste eleva
os riscos de gestão relacionados à tomada de decisões e ações realizadas neste ambiente.
Dentro dos modelos de sistema de informação, surgem outros modelos que ajudam na
potencialização do uso de dados, informação e conhecimento na organização, entre eles estão:
“Sistema de Knowledge Management” ou Sistema de Gestão do Conhecimento, como
também é denominado, o qual busca facilitar a troca de dados, informações e conhecimentos
entre pessoas, por meio de ferramentas disponibilizadas na Internet, permitindo
gerenciamento eletrônico de documentos etc; e os Sistemas de Comunicação que usam a
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tecnologia da informação para cumprir diversas funções, por meio de métodos e técnicas para
transmissão de informação (AUDY; ANDRADE; CIDRAL, 2005).
Assim como os sistemas de informação são parte integrante da organização, o setor de
marketing também o é. Em face do exposto, Silveira (1986, p. 51) indica oito pontos no que
se refere à implantação do marketing em sistemas de informação, devendo-se considerar: As
forças vigentes no mercado, determinando as situações favoráveis para a organização; Análise
da organização quanto ao ambiente, estrutura, estratégias, missão, programas e características
de produtos e serviços, delineando seus pontos fortes em relação ao mercado; Definição de
objetivos mensuráveis e coerentes com as oportunidades de mercado; Meios para atingir os
objetivos estabelecidos; Desenvolver programa ou estratégia de marketing que ajuste produtos
e serviços às necessidades do mercado; Promover e divulgar produtos e serviços na
quantidade, época e condições adequadas à demanda para que seja consumido com a
frequência desejada; Controle sobre os objetivos definidos; Interpretar os resultados obtidos
por meio do controle como base para análise de desempenho, correção de eventuais
deficiências e retroalimentação para o programa de marketing.
Os sistemas de informação por computador ganharam maior dimensão com o advento
da Internet, pois, possibilitou às empresas estarem em contato com seus funcionários e seus
clientes em qualquer lugar do mundo. Como citado por Boghi e Shitsuka (2002, p. 170) “[...]
os sistemas de informação na Internet têm passado por uma expansão fantástica,
acompanhando o crescimento da grande rede”.
2.3 INTERNET E WEB 2.0
A cada dia os sistemas de comunicação estão cada vez mais interativos,
principalmente no que condiz a difusão da sociedade em rede e as novas tecnologias
informacionais, a comunicação é, ao mesmo tempo, global e local. Para Castells (2005), a
sociedade atual pode ser caracterizada devido à forma organizacional de rede, predominante
em todos os campos da vida econômica e sociocultural.
Segundo Tomaél (2005), compreende-se por rede de informação como sendo a reunião
de pessoas e organizações para o intercâmbio de informações, para a organização de produtos
e para a operacionalização de serviços salientando também o grande avanço das redes sociais
que, apesar de serem estudadas desde a década de 1970, estão ganhando ênfase e são
consideradas como recurso estratégico para as organizações, principalmente no que condiz a
questão de divulgação institucional.
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Chleba (1999) aborda a questão da sociedade da informação, na era da informação, ao
discorrer sobre a importância da troca de informações relacionada à tecnologia digital,
oferecendo assim, possibilidades de armazenamento e disseminação da informação de forma
mais rápida. De acordo com Tomaél (2005) as tecnologias da informação aliadas à informação
e ao conhecimento são o que concretizam a sociedade da informação, sendo que a todo o
momento tem-se acesso à informação que chega por meio dos relacionamentos mantidos ou
pelas mídias, influenciando nas atividades econômicas, sociais e culturais gerando
desenvolvimento científico e tecnológico.
Segundo Castells (2005), a tecnologia é formada pela sociedade e não vice-versa, ela
não determina a sociedade, sendo feita e utilizada para sanar as necessidades, valores e
interesses de quem a utiliza, estando esta sociedade em constante desenvolvimento
informacional. Em contradição ao exposto Caribé (2011, p. 58) afirma que “A ciência e
tecnologia vem influenciando diretamente a vida dos homens, a sociedade e o planeta, nesse
contexto o homem se vê diante de contradições decorrentes do avanço da ciência e
tecnologia”.
No fim da última década ocorreu o surgimento da Internet (uma das principais formas
de expressão e organização coletiva e uma das ferramentas de comunicação de maior
importância atualmente). A Internet surgiu em 1969 originaria de um projeto criado pela
Agência de Pesquisas Avançadas do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América
para compartilhamento de recursos nas áreas internas daquele departamento, a ARPANET.
Posteriormente, tornou-se um canal para a comunicação entre cientistas e professores
universitários. Em complemento ao exposto anteriormente, Araújo, Oliveira e Rehder (2010)
afirmam que a criação da Internet partiu da necessidade do Departamento de Defesa dos
Estados Unidos da América de integrar as bases militares na Guerra Fria, de modo que fosse
uma rede de comunicação segura em que as informações transmitidas por meio dessa não
fossem destruídas por bombardeios e fosse inacessível aos inimigos. Corroborando com a
afirmativa anterior, Stair e Reynolds (2011), apontam que com a divisão da ARPANET em
MILNET, uma base voltada para todos os sites militares e em uma versão menor da
ARPANET, versão pública, originou-se a Internet.
A Internet destaca-se como principal canal de disseminação da informação da
atualidade sendo utilizada de maneiras diversas, oferece inúmeros produtos e serviços
alterando assim, relações interpessoais, de emprego e estruturas organizacionais. Reforçando
a assertiva anterior Laudon e Laudon (2011) afirmam que a Internet é uma plataforma
universal na qual une, por meio da conectividade, diferentes sistemas e redes auxiliando nas
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estratégias de negócios como também, na criação de novos produtos e serviços. De acordo
com os dados mensurados e tabelados no site Internet World Stats no final de junho deste ano
(2017) cerca de 51% (3,835,498,274) da população mundial faz uso da Internet.
Audy, Andrade e Cidral (2005) apontam as diversas tecnologias que foram e são
necessárias para a existência da Internet, são estas: Tecnologia de Redes – interligação de
várias redes; Tecnologia cliente/servidor – Determinados computadores fornecem e
armazenam informações que podem ser acessados por outro ligado a Internet, este receptor
seria o cliente; Padrões de telecomunicações – Transição da mensagem sem perda de dados
por meio de protocolos padrão; Hipertexto e hipermídia – Acesso a um conjunto de
informações por meio de um click em um texto, imagem etc.
Conforme Kotler e Armstrong (2007) a Internet é um repositório de informações
amplo que mudou as noções que os clientes têm de privacidade, praticidade, serviços e
informações sobre produtos, possibilitando aos profissionais de marketing a construção de
relacionamentos com os clientes.
Em contrapartida ao exposto, Lancaster (2004, p. 343) vê o crescimento da Internet
como um ponto negativo dado que os recursos de busca e organização dos dados são “[...]
rudimentares comparados com o uso de uma base de dados cuidadosamente indexada”. O
autor afirma que as bases de dados bibliográficos são neutras, pois, os resumos e termos
utilizados representam de modo imparcial o conteúdo ali disposto, nos sites da Internet as
informações são dispostas de acordo com a conveniência das empresas.
Segundo Rowley (2002), com o advento da Internet estendido, a população em geral
as bibliotecas e grandes centros de pesquisa tornaram-se mais acessíveis por meio de seus
catálogos online, bases de dados arquivos e programas. Em relação às ferramentas de busca, o
autor afirma que estas auxiliam o usuário para encontrar seu caminho na Internet, sendo que
diante da variedade de serviços oferecidos é relevante a criação de interfaces que ajudem os
mesmos a obter a informação que precisam ou outros produtos oferecidos pela biblioteca na
rede.
Antes da existência de uma interface dinâmica na qual o usuário é um agente
participativo, sendo também produtor de informações a Web passou pela fase da Web 1.0 na
qual o usuário era apenas consumidor das informações disponibilizadas, um espectador. Trein
e Schlemmer (2008) afirmam que a Web 1.0, também conhecida como World Wide Web, ou
somente como Web, é entendida como um sistema no qual são disponibilizadas páginas
interligadas na Internet na qual sua principal característica é a disponibilização da informação
em formato de texto possibilitando o acesso em segundos na qual os sujeitos são os
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consumidores da informação. De acordo com Stair e Reynolds (2011, p. 256), entende-se por
Web como sendo “[...] um sistema baseado em hiperlink que utiliza o modelo
consumidor/servidor”. É formada por diversos arquivos interconectados, também denominado
páginas.
Posteriormente, surgiu a Web 2.0. De acordo com Alvim (2011), o termo Web 2.0 sur-
giu por volta de 2004, idealizado por O ́Reilly e sua equipe, e foi crescendo e englobando os
principais meios de comunicação. Araújo, Oliveira e Rehder (2010, p. 37) designam Web 2.0
como a segunda geração da World Wide Web, tornando-se um ambiente dinâmico “[...] onde a
troca de informações, a organização de conteúdo e a colaboração entre os usuários de sites,
blogs e serviços virtuais tornam-se cada vez mais constantes”. De forma resumida, tem-se a
Web 2.0 como uma plataforma de interação, na qual o usuário pode contribuir e criar sistemas
e aplicativos de acordo com O’Reilly (2006).
Com o advento da Web 2.0 as bibliotecas passaram a ter maior colaboração entre si,
assim como dinamismo e interatividade nas funções desempenhadas pela instituição, a Web