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Entre planíciese §earas

cotas situadas entre os 200 m,a ocidente, e os 400 m de al ri-tude, a oriente, junto à flron-teira com Espanha.

No Baixo Alentejo. essaaplanaçào é mais perfeita. de-senvolvendo-se pelos 200 m(ver mapa hipsométrico).

De ambas as áreas aplana-das emergem relevos, algunsdos quais com algum signiÍi-cado local, uns resultantes dediferentes graus de dureza dasrochas e, por conseguinte, daerosão diferencial, assumin-do-se como relevos residuais.

enquanto outros são, funda-mentalmente, formas de rele-vo derivadas, por movimenta-

ção tectónica, de delormaçõesda planície ou, ainda, resul-tantes da conjugaçào da dure-za das rochas com movimen-tação tectónica.

Como relevo residual des-taca-se no Alto Alentejo a ser-ra de S. Mamede, de resto, amais important e (1027 n).

As restantes - Osa (653 m),Monfurado (424 m ), Mendro(412 m) e Portel (424 m) re-sultam. essencialmente, da mo-vimentaçào tectónica, enquan-to a da Vigária (Caldeireiros,529 n), praticamente coin-cidente com o maciço calcáriode Estremoz, resultará dos doisfactores (M. Feio, 1949,1951,1983; M. Feio e G. Almeida,1980; M. Feio e M. Martins,1993).

De igual modo, o relevo doBaixo Àlentejo tanto apre-senta relevos residuais - comosão os casos das serras de Fi-calho (518 m) e de AlcariaRuiva {371 m)(Feio. l95ll -como relevos tectónicos. E oque se lerifica com as serrasde Barrancos e do Caldeirào,já referida a propósito doÀlgarve, à qual se ligam, anoroeste, as da Yigia (403 m)e das Relíquias (303 m) e, porúltimo, os relevos litoraisque constituem as serras deGrândola (326 m) e do Cercal(312n).

No entanto. as suas redu-zidas altitudes apenas permi-tem que. em regra. estes rele-YO§ Cotrslltuam pequenos em-polamentos da grande super-ficie aplanada que ressaltacomo a prir;ipal característi-

0 ALENTEJO, turisticamen-te identificado como região deplanícies, apresenta grandeuniformidade das lormas derelevo, quase exclusivamentemoldadas em rochas xistosas,embora, em função das respec-tivas altitudes, seja possívelsubdivid i-lo em A Ito Alenteioe Baixo Alentejo, separadospelo acidente tectónico assi-nalado pela escarpa da Vidi-guelra.

O Alto Alentejo constiruiuma extensa aplanação que se

desenvolve, normalmente, por

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RELEVOAdaptado da carta hipsométrica l:1000000 do «Atlas do Ambiente», mapa l. l5

(m)

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) À norte e a oriente da ser-ra de Grândola desenvolve-se a

bacia terciária do Sado, preen-chida por depósitos de fáciesmarinha e continental, prati-camente coincidente com a ba-cia hidrográÍica do rio Sado,o qual evolui num vale maislongo, com declives suaves.

Em termos administrati-vos, o Alto Alentejo inclui 20

municípios, agrupados emtermos de unidades de nívelII da NUTS (Nomenclatura deUnidades Territoriais) docontinente, no Alto Alentejoe noAlentejo Central.

O BaixoAlentejo engloba I 8municípios, cinco dos quaisconstituem oAlentejo Litoral e

os restantes o Baixo Âlentejopropriamente dito, quando

consideramos as unidades esta-tísticas de nivel III.

Do ponto de vista climático,observa-se, tamtÉm, uma gran-de uniformidade, embora ograu de secura aumente pro-gressivamente- à medida que se

avançâ para meste, em funçãoda temperarura do ar mais ele-vada e da humidade relativamais baira do que a noroeste.

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DrsTRrBUrçAO DAS CHUVASAdaptado de «Répartition et Rythme des Précipitations au Portugal>>

(mm)

'1400

1 200

1 000

900

800

700

600

500

400

300

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Do mesmo modo, a distri-buição da precipitação médiaanual também retrata aquelasituação. Com efeito, na ge-

neralidade do Àlentejo, o va-lor da precipitação médiaanual é inferior a 800 mm.decrescendo à medida que

avançamos para sueste, onde,em média, chovem menos de

500 mnr/ano (versegundo ma-

pa, representativo da preci-pitação média anual noAlen-tejo, segundo S. Daveau). Porisso, os sobreiros estão, pre-dominantemente, a oeste e as

azinheiras mais para este.

Por último, também em

termos de distribuição da po-pulação se obserYa uma gran-de homogeneidade, com a

maioria dos concelhos a regis-

tar uma densidade popula-cional inferior a 25 habitan-tes por quilómetro quadrado.Apenas três municípios - Por-talegre, Borba e Sines - apre-sentam densidades acima dos

50 habitantes por Km2 (comose pode veriÍicar no mapaÍepresentativo da distribui-ção por concelhos da densi-dade populacional - 199 1). >

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DENSIDADE DA POPULAçÃOElaborado a partir do Xlll Recenseamento Geral da população

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> Deste modo, de entre to-das as regiões consideradasneste Guia Expresso de Por-tugal o Alentejo é, de facto,aquela que apresenta umamaior uniformidade, tantode natureza fisica como doponto de vista humano.

LUCIANO LOURENÇODocente do Inst. de Estudos

Geográficos da Faculdadede Letras da Univ. Coimbra

Referênciasbibliográficas:«A Serra de Portel»», M. Feio,1949, Boletim da SociedadeGeológica de Portugal; «A Evo-lução do Relevo no Baixo Alen-tejo eÀlgarve», M. Feio, 1951,Comunic. dos Serviços Geoló-

gicos de Portugal, 32, Lisboa;«O Relevo da Serra de Ossa: umaInterpretação Tectónica», M.Feio, 1983, Finisterra, XVIII(29), Lisboa, p. 5-26; «A Serrade S. Mamede», M. Feio e G.Àlmeida, 1980, Finisterra XV(29), Lisboa, p. 30-52; «O Re-levo doÀltoAlentejo», M. Feioe À. Martins, 1993, FinisterraXXVIII (55-56), Lisboa, p.149- 198.10