UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf ·...

94
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO KAWAMOTO JÚNIOR AMBIENTE VIRTUAL PARA AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE EM EXECUTAR OS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA DO MERGULHO RECREATIVO Mogi das Cruzes, SP 2009

Transcript of UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf ·...

Page 1: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO KAWAMOTO JÚNIOR

AMBIENTE VIRTUAL PARA AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE EM EXECUTAR OS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA DO

MERGULHO RECREATIVO

Mogi das Cruzes, SP 2009

Page 2: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

Page 3: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

II

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO KAWAMOTO JÚNIOR

AMBIENTE VIRTUAL PARA AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE EM EXECUTAR OS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA DO

MERGULHO RECREATIVO

Tese apresentada ao curso de Doutorado em Engenharia Biomédica da Universidade de Mogi das Cruzes – UMC, como parte dos requisitos para conclusão do curso.

Professora Orientadora: Dra. Annie France Frère Slaets

Professora Co­orientadora: Dra. Silvia Cristina Martini Rodrigues

Mogi das Cruzes, SP 2009

Page 4: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.
Page 5: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.
Page 6: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

IV

DEDICATÓRIA

Dedico esta pesquisa a todos os pesquisadores que ajudaram a tornar o mergulho

um esporte mais seguro e acessível à maioria das pessoas.

Page 7: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

V

AGRADECIMENTOS

Agradeço especialmente à minha orientadora e à minha co­orientadora que não

mediram esforços para a conclusão dessa pesquisa.

Também agradecimentos aos professores e colegas da UMC, sempre dispostos a

ajudar.

Page 8: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

VI

“Inexiste no mundo coisa mais bem

distribuída que o bom senso, visto que cada

indivíduo acredita ser tão bem provido dele, que

mesmo os mais difíceis de satisfazer em qualquer

outro aspecto, não costumam desejar possuí­lo

mais do que já possuem.” (René Descartes, 1637,

em “Discurso do Método”)

Page 9: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

VII

RESUMO

Os cursos de mergulho recreativo proporcionam o treinamento dos procedimentos de segurança a serem seguidos em caso de emergências. Porém, a prática é realizada muitas vezes meses depois do treinamento. Como esses procedimentos são contra instintivos, quando ocorrem as emergências, os mergulhadores inativos, em pânico, não conseguem segui­los. Portanto foi desenvolvido e validado um ambiente virtual que apresenta várias situações de emergência possíveis de ocorrer durante um mergulho recreativo. Foram utilizados um computador PC Intel Duo Core 2, 1,66 GHz, 1 GBRAM, e os softwares Adobe Fireworks para os desenhos e Adobe Flash 8 para as animações e programação. Os procedimentos que devem ser seguidos, foram os padrões da Association of Dive Schools – ADS. O ambiente virtual foi testado com 40 mergulhadores sendo 10 instrutores de mergulho (grupo A) e 30 mergulhadores credenciados (grupo B). Outros 30 mergulhadores responderam o questionário sobre segurança do mergulho. Os resultados, analisados pelo software Bioestat 5.0, mostraram diferenças significativas entre os grupos B e C em alguns itens dos procedimentos de segurança. O ambiente virtual, pôde detectar quais procedimentos de segurança são mais freqüentemente esquecidos ou negligenciados pelos mergulhadores. Desta forma os instrutores e guias de mergulho podem enfatizar esses procedimentos nos cursos e nos briefings antes da prática.

Palavras­chave: ambiente virtual, simulação, segurança no mergulho, acidentes no mergulho.

Page 10: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

VIII

ABSTRACT

The recreational scuba diving courses have security procedures in their curriculum to be followed in case of emergencies. But the practice is often performed months after the training. Because these procedures are counter­instinctive when emergencies occur the divers in panic can’t follow them. Thus a virtual environment was developed and validated presenting several emergency situations that may occur during a recreational dive. It was used a PC Intel Core 2 Duo, 1.66 GHz, 1 GBRAM, and software for designs Adobe Fireworks and Adobe Flash 8 for animation and programming. The procedures to be followed were the standards of the Association of Dive Schools ­ ADS. The virtual environment was tested in 40 divers: 10 dive instructors (group A), and 30 certified divers (group C). Also 30 others divers answered the questionnaire on dive safety (group C). The results, analyzed by the Bio Estat 5.0 software, showed significant differences between groups B and C in some items of safety procedures. The virtual environment could detected that security procedures are most often forgotten or overlooked by divers. Thus instructors and diving guides can emphasize these procedures in courses and briefings before practice.

Keywords: virtual environment, simulation, safety in diving, accidents in diving.

Page 11: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

IX

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – FOTO DE TREINAMENTO ANUAL DE RESGATE PARA INSTRUTORES DE MERGULHO. ................................................................................. 16

FIGURA 2 – FOTO DE TREINAMENTO ANUAL DE RESGATE PARA INSTRUTORES DE MERGULHO. ................................................................................. 16

FIGURA 3 – TELA DO SISTEMA PARA ENSINO DO MERGULHO. FONTE: SDI (2006). ................................................................................................................................. 19

FIGURA 4 – FOTO DE NADADEIRAS. .......................................................................... 23

FIGURA 5 – FOTO DE MÁSCARA DE MERGULHO................................................... 23

FIGURA 6 – FOTO DE SNORKEL.................................................................................. 24

FIGURA 7 – FOTO DE CINTO DE LASTRO E BLOCOS DE CHUMBO. .................. 24

FIGURA 8 – FOTO DE COLETE EQUILIBRADOR. .................................................... 25

FIGURA 9 – FOTO EM DETALHE DATRAQUÉIA DO COLETE.............................. 25

FIGURA 10 – FOTO DE COLETE EQUILIBRADOR COM BOLSOS PARA LASTRO INTEGRADO..................................................................................................................... 26

FIGURA 11 – FOTO DE CILINDRO DE AR................................................................... 27

FIGURA 12 – FOTO DE EQUIPAMENTO MONTADO E SENDO USADO POR MERGULHADORA. ......................................................................................................... 27

FIGURA 13 – FOTO DE REGULADOR DE FLUXO DE AR. ....................................... 28

FIGURA 14 – FOTO DE ROUPA DE NEOPRENE......................................................... 29

FIGURA 15 – FOTO DE COMPUTADOR DE MERGULHO. ....................................... 29

FIGURA 16 – FOTO DE LANTERNA PRIMÁRIA. ....................................................... 30

FIGURA 17 – FOTO DE LANTERNA DE RESERVA. ................................................... 30

FIGURA 18 – FOTO DE CARTEIRA DE CREDENCIAMENTO, FRENTE E VERSO. ............................................................................................................................................ 31

Page 12: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

X

FIGURA 19 – QUADRO COM SINAIS LEVES E GRAVES DE DOENÇA DESCOMPRESSIVA......................................................................................................... 32

FIGURA 20 – FOTO DE MERGULHADORES EM DISTÂNCIAQUE IMPEDE A AJUDA MÚTUA. ............................................................................................................... 49

FIGURA 21 – FOTO DE MERGULHADORA E INSTRUMENTOS FORA DE SEU CAMPO DE VISÃO. ......................................................................................................... 52

FIGURA 22 – FOTO DE MERGULHADORA VERIFICANDO SEU MANÔMETRO.52

FIGURA 23 – FOTO DE MERGULHADORA EFETUANDO SUBIDA DE EMERGÊNCIA. ................................................................................................................ 53

FIGURA 24 – QUADRO COM PLANEJAMENTO DO AVM........................................ 60

FIGURA 25 – FLUXOGRAMA DO AVM ........................................................................ 62

FIGURA 26 – TELA INICIAL DO AVM. ......................................................................... 63

FIGURA 27 – TELA DO AVM COM INSTRUÇÕES DO JOGO. .................................. 64

FIGURA 28 – TELA MOSTRANDO PERSONAGEM SE AFASTANDO DE SUA DUPLA. .............................................................................................................................. 65

FIGURA 29 – TELA MOSTRANDO EFEITOS DA NARCOSE..................................... 66

FIGURA 30 – TELA MOSTRANDO TROCA DE CILINDRO NA SUPERFÍCIE. ....... 67

FIGURA 31 – TELA COM SIMULAÇÃO DE INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO DE AR................................................................................................................................. 68

FIGURA 32 – TELA MOSTRANDO SUBIDA RÁPIDA À SUPERFÍCIE. .................... 68

FIGURA 33 – TELA COM SIMULAÇÃO DE SINTOMAS DE DOENÇA DESCOMPRESSIVA. ........................................................................................................ 69

FIGURA 34 – TELA COM JUSTIFICATIVA PARA NÃO INICIAR OUTRO MERGULHO. .................................................................................................................... 70

FIGURA 35 – TELA COM RESULTADO DO JOGO. .................................................... 70

FIGURA 36 – GRÁFICO COM RESULTADO DO QUESTIONÁRIO DE APROVAÇÃO AVM. ......................................................................................................... 72

FIGURA 37 – GRÁFICO COM RESULTADOS DO JOGO. .......................................... 75

FIGURA 38 – QUADRO COM RESULTADO DO TESTE BINOMIAL DUAS PROPORÇÕES.................................................................................................................. 75

Page 13: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

XI

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – RESULTADO DO AVM ENTRE 10 INSTRUTORES DE MERGULHO. (E: ERRO; A: ACERTO)................................................................................................... 73

TABELA 2 – RESULTADO DO AVM ENTRE 30 MERGULHADORES VOLUNTÁRIOS. (E: ERRO; A: ACERTO). ................................................................... 73

TABELA 3 – RESULTADO DO QUESTIONÁRIO SOBRE SEGURANÇA ENTRE 30 MERGULHADORES VOLUNTÁRIOS. (E: ERRO; A: ACERTO). .............................. 74

TABELA 4 – RESULTADO COM OS ERROS EM PORCENTAGENS DOS INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MERGULHADORES NO QUESTIONÁRIO SOBRE SEGURANÇA....................................................................... 74

Page 14: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

XII

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADS Association of Diving Schools

AVM Ambiente Virtual para Conscientização de Mergulhadores sobre

Desconhecimento dos Procedimentos de Segurança do Mergulho

Recreativo

CMAS Confédération Mondiale des Activités Subaquatiques

DAN Dive Alert Network

NAUI National Associations of Underwater Instructors

PADI Professional Association of Dive Instructors

PDIC Professional Diving Instructors Corporation

Page 15: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

XIII

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................ 15 1.1 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA........................................................... 15

1.2 MOTIVAÇÃO ....................................................................................... 17

1.3 OBJETIVO ............................................................................................ 19

1.4APRESENTAÇÃO DATESE ............................................................... 20

2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................... 21 2.1 DEFINIÇÕES........................................................................................ 21

2.2 EQUIPAMENTOS DE MERGULHO .................................................. 22

2.3 CREDENCIADORAS........................................................................... 30

2.4 TERMINOLOGIASOBREACIDENTES DE MERGULHO............. 32

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................... 35 3.1AMBIENTESVIRTUAIS DE APRENDIZAGEM .............................. 35

3.2AMBIENTESVIRTUAIS PARATRATAMENTO DE FOBIAS ........ 38

3.3 ADOBE FLASH ..................................................................................... 43

3.4 DESIGN E ANIMAÇÃO ....................................................................... 45

3.5ACIDENTES DE MERGULHO ........................................................... 48

3.5.1 Separação de duplas .......................................................................................... 49

3.5.2 Narcose............................................................................................................... 50

3.5.3 Distração ............................................................................................................ 51

3.5.4 Subida de emergência ........................................................................................ 53

3.5.5 Negação de doença descompressiva .................................................................. 54

4 MATERIAIS E MÉTODOS........................................................ 56 4.1 ESCOLHADO PADRÃO DE PROCEDIMENTO DE SEGURANÇA

...................................................................................................................... 56

4.2 MATERIAIS E PROGRAMAS ............................................................ 56

Page 16: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

XIV

4.3AVALIAÇÃO DO AVM ......................................................................... 57

4.4 SUJEITOS DAPESQUISA................................................................... 58

4.6ANÁLISE ESTATÍSTICA..................................................................... 58

5 DESENVOLVIMENTO DO AVM .............................................. 60 5.1 PLANEJAMENTO DOAVM ............................................................... 60

5.2 FLUXOGRAMADO AVM ................................................................... 61

5.3 DESCRIÇÃO DOAVM......................................................................... 63

5.3.1 Separação de duplas .......................................................................................... 64

5.3.2 Narcose............................................................................................................... 65

5.3.3 Distração ............................................................................................................ 66

5.3.4 Subida rápida à super fície................................................................................. 67

5.3.5 Negação da doença descompressiva. ................................................................. 69

5.3.6 Resultado do jogo .............................................................................................. 70

6 RESULTADOS............................................................................. 72 6.1AVALIAÇÃO DO AVM ......................................................................... 72

6.2 VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS DOAVM ..................................... 73

7 DISCUSSÃO ................................................................................ 76

8 CONCLUSÕES............................................................................ 78

REFERÊNCIAS.............................................................................. 80

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO SOBRE O

AVM................................................................................................. 87

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO SOBRE SEGURANÇA NO

MERGULHO RECREATIVO....................................................... 89

.......................................................................................................... 90

Page 17: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

15

1 INTRODUÇÃO

1.1 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

Os cursos de mergulho recreativo têm em seu currículo teoria e simulação

prática de procedimentos de segurança para serem seguidos em caso de

emergências. Porém, depois do curso, não há mais a prática desses procedimentos,

pois os mergulhadores ficam muito tempo sem mergulhar por causa da sazonalidade

e principalmente pela falta de cobrança por parte das escolas, e quando ocorrem as

emergências, os mergulhadores em pânico não conseguem lembrar esses

procedimentos.

Segundo Logan (1997), para se realizar uma atividade de forma rápida e

eficiente, deve­se realizá­la de forma automática. Ou seja, para um bom

desempenho em situações de emergência, o mergulhador deve ter a solução sobre

o que fazer quase que instintivamente.

Segundo Vann et al. (2005), 45% dos mergulhadores não tinham realizado

nenhum mergulho nos últimos 12 meses antes do acidente, 28% tinha realizado até

20 mergulhos, 12% até 40 mergulhos, e 10% mais de 40 mergulhos. Ou seja, os

mergulhadores mais ativos, que teoricamente teriam maior probabilidade de ter mais

acidentes, foram os menos susceptíveis. Isso mostra que pode ter havido falta de

habilidade e/ou conhecimento para parte dos mergulhadores acidentados.

No Brasil, um mergulhador pode ficar muito tempo inativo (por causa da

sazonalidade), esquecendo os conceitos, e em caso de emergência, usa o instinto,

porém alguns procedimentos de segurança são contra instintivos. São eles:

* Ficar sempre com sua dupla de mergulho.

* Exalar todo o ar do pulmão em caso de pane no cilindro e/ou regulador.

* Desconectar o cinto de lastro em caso de pane no colete inflável.

* Subir devagar (<9m/min.) em caso de falta de ar por qualquer motivo em

qualquer profundidade, ou seja, a 20 metros, seriam cerca de 2 minutos sem ar. Association of Dive Schools – ADS (2008).

Page 18: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

16

Segundo Myers (2007), antes de ir para o mar os mergulhadores deveriam

participar de aulas chamadas de refresh, em piscina, para treinar os procedimentos de segurança, pois nem todos podem praticar o ano todo. Algumas escolas de

mergulho oferecem o refresh para mergulhadores inativos, mas são pouco freqüentados por seu alto custo, que é praticamente o mesmo de uma saída para

mergulho no mar, e muitos mergulhadores desconhecem sua própria ignorância

sobre o assunto.

Mesmo mergulhadores experientes têm grande dificuldade em relação aos

procedimentos de segurança, pois as emergências não são freqüentes, e quando

ocorrem se vêm surpreendidos. Por isso, os instrutores de mergulho das principais

credenciadoras têm que passar por treinamento obrigatório de procedimentos de

segurança e resgate (Figura 1 – colocação do acidentado em maca para transporte;

e Figura 2 – utilização de barreira para respiração “boca a boca”) todos os anos para

poderem continuar a ministrar os cursos.

Figura 1 – foto de treinamento anual de resgate para instrutores de mergulho.

Figura 2 – foto de treinamento anual de resgate para instrutores de mergulho.

Page 19: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

17

Segundo Rickard (1997), o tempo de resposta para um indivíduo realizar uma

tarefa é inversamente proporcional ao número de vezes que foi tentada a solução.

Como os acidentes não são freqüentes, o número de práticas, é pequeno.

Segundo Vann et al. (2005), cerca de um terço dos acidentes

descompressivos deixam seqüelas nos mergulhadores.

Pesquisa de Cercone (2008) informa que o adulto de hoje estudou de forma

dependente e passiva e que, portanto, precisa de direcionamento. Ele não busca

informação sobre seu desconhecimento, mas precisa que seja informado sobre isso.

Então se torna necessário conscientizar os mergulhadores sobre sua

ignorância, se houver, dos procedimentos de segurança.

1.2 MOTIVAÇÃO

Segundo Rodriguez e Ferrante (2000) não se deve desenvolver um sistema

se já existe outro pronto que possa atender às mesmas necessidades.

Comercialmente existem alguns programas de ensino do mergulho, mas eles se

limitam a textos, ilustrações e testes, não se tratam de jogos. O ambiente virtual para

a detecção de necessidades de treinamento dos procedimentos de segurança do

mergulho recreativo ­ AVM desenvolvido nessa pesquisa é destinado a quem já

passou pelo treinamento convencional, e está inativo há mais de um ano, portanto

será usado em uma fase posterior.

Os simuladores virtuais são utilizados atualmente em várias aplicações.

Segundo Cicarelli et al. (2005), existem exemplos bem sucedidos de simuladores,

como os usados em aviação e aplicações nucleares, onde é possível realizar

simulações sem conseqüências catastróficas, porém não existe nada similar para os

praticantes de mergulho recreativo.

Existem diversas pesquisas com realidade virtual baseadas em jogos

destinados a tratamentos de fobias diversas como medo de falar em público de

Pertaub et al. (2002) e de Anderson et al. (2005); tratamento de distúrbios pós­

traumático em soldados enviados ao Vietnã de Pair et al. (2006) e Rizzo et al.

Page 20: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

18

(2008); distúrbios pós­traumático em pessoas expostas ao atentado no Word Trade

Center de Difede e Hoffman (2002); distúrbios pós­traumático de Mrdeza e Pandzic

(2003); terapia para pessoas expostas a acidentes automobilísticos de Walshe et al.

(2005); tratamento de obesidade de Riva et al. (2000); agorafobia de Rayahu (2003);

de distúrbios motores de Rizzo e Wiederhold (2006); para tratamento de pânico de

altura de Hodges et al. (1995). Em todos os casos, as fobias ou traumas, foram

detectados clinicamente em procedimentos presenciais e convencionais para

posterior tratamento com ambiente virtual.

Nesses estudos, o personagem foi mostrado em primeira pessoa, ou seja, a

visão do jogador é a do personagem, pois o simulador se destina a que a pessoa

sinta os elementos que causam as fobias, sendo que o feedback não é tomar nenhuma atitude, mas sim sinais biológicos captados por diferentes formas, como

batimentos cardíacos ou condutividade elétrica da pele. O AVM não visa tratar nem

detectar fobias de água ou de mergulho.

Outro grupo de pesquisas se refere a treinamentos de procedimentos

complexos e com potencial de risco como treinamento de médicos, de Greene et al.

(2006), e enfermeiros de Cicarellli et al. (2005). O ambiente virtual proposto não será

para treinamento, mas sim para detecção de conhecimentos.

Também existem pesquisas de impacto do ambiente virtual no comportamento

dos praticantes de vídeo game violentos de Vail­Gandolfo (2005) e dos fumantes de

Wilhem et al. (2005).

Alguns possuem equipamentos de biofeedback para interação com o

ambiente virtual, como sensor de força de Karkoub et al. (2004), sensor de condução

elétrica da pele humana de Bordnick et al. (2005). Porém, no ambiente do

mergulho, não são conhecidas respostas biológicas para desconhecimento dos

procedimentos de segurança. Além disso, caso existissem alguns equipamentos de biofeedback, como por exemplo, regulador e cinto de lastro reais, o jogador poderia ficar em dúvida durante o jogo, de qual procedimento seria feito na tela e qual seria

feito em um equipamento real.

Essa pesquisa não se destina ao tratamento de fobias de águas ou de

mergulho, mas sim detectar conhecimentos de procedimentos de segurança no

mergulho recreativo, de forma que o mergulhador tenha que descobrir onde está o

perigo e como sair dele, sem dicas ou perguntas. É diferente perguntar “em caso de

Page 21: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

19

pane no cilindro, é necessário soltar o cinto de lastro?” do que vivenciar essa

situação e tomar a iniciativa de soltar o cinto de lastro.

A credenciadora Professional Diving Instructors Corporation ­ PDIC (2006), na tentativa de facilitar a memorização de alguns procedimentos, utiliza iniciais como

A.R.R.A.S.O. (Atitude, Respiração, Respirar, Aquacidade, Stress e Orientação).

Porém em uma emergência, é difícil ao mergulhador lembrar: “ARRASO: R. de

“respirar”, então devo subir respirando”.

Já a credenciadora Scuba Diving International ­ SDI (2006) tem em seu site um questionário, conforme mostrado na Figura 3, mas não se trata de uma

simulação, e sim questões em forma de teste.

Figura 3 – Tela do sistema para ensino do mergulho. Fonte: SDI (2006).

1.3 OBJETIVO

O objetivo desta pesquisa é desenvolver e validar uma ferramenta para

detectar, por meio da simulação computacional de situações de emergência

possíveis de ocorrer durante o mergulho se os mergulhadores sabem identificar

situações de emergência e agir corretamente. A pesquisa foi desenvolvida com um

ambiente virtual por ser um método mais próximo da realidade do que com

questionários.

Page 22: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

20

1.4 APRESENTAÇÃO DA TESE

Após essa Introdução, estão apresentados no Capítulo 2 os referenciais

teóricos com os termos utilizados no jargão do mergulho, os acidentes mais

freqüentes e os procedimentos de segurança, além da descrição dos equipamentos

utilizados, para facilitar o entendimento do assunto desta pesquisa.

No Capítulo 3 está a revisão bibliográfica. Primeiro sobre ambientes virtuais

de aprendizagem para tratamentos de fobias, para que se conheça trabalhos

semelhantes e seus pontos fortes e fracos. Em seguida, revisão sobre a linguagem

de programação Adobe Flash e design e animação, para se conhecer o que já foi

publicado sobre animações e desenvolvimento de jogos educativos. Por fim há uma

revisão sobre acidentes de mergulho, quais os mais comuns e as formas de evitá­

los.

No Capítulo 4 está a apresentação dos materiais e métodos utilizados nesta

pesquisa, que inclui a descrição do ambiente virtual e a forma com que será feita a

validação.

No Capítulo 5 estão os resultados da pesquisa, com os resultados dos

voluntários no ambiente virtual e no questionário sobre segurança, e a análise

estatística dos dados.

O Capítulo 6 mostra a discussão dos resultados e o 7 as conclusões.

Após o Capítulo 7 estão as referências bibliográficas utilizadas nessa

pesquisa.

No anexo estão os questionários utilizados nessa pesquisa.

No desenvolvimento dessa tese foram geradas as seguintes publicações:

Sistema de informação para redução de acidentes no mergulho recreativo. In:

IV CLAIB – Congreso Latinoamericano de Ingeniería Biomédica, 2007, Porlamar,

Venezuela.

Gestão do conhecimento e e­learning utilizados na redução de acidentes no

mergulho recreativo. In: CONTECSI – Congresso Internacional de Tecnologia e

Sistemas de Informação, 2007, São Paulo. Qualis Internacional B.

Page 23: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

21

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 DEFINIÇÕES

Algumas definições são necessárias para melhor entendimento esta

pesquisa, a saber:

Mergulho Livre é o quando o mergulhador realiza apnéia (sem respiração),

tendo como equipamentos a máscara, snorkel e nadadeiras, podendo usar roupa de neoprene e lastro (ASSOCIATION OF DIVE SCHOOLS – ADS, 2008).

Pesca Submarina é a modalidade onde se utiliza os procedimentos e

equipamentos do mergulho livre, acrescidos de arpão propulsionado por elásticos

para captura de peixes (CONFÉDÉRACION MONDIALE DES ACTIVITÉS

SUBAQUATIQUES – CMAS, 2004). Mergulho Autônomo é quando o mergulhador utiliza um cilindro de ar

comprimido a alta pressão, regulador de fluxo de ar com 1º e 2º estágios, colete

equilibrador, mais o equipamento de mergulho livre (ADS, 2008).

Mergulho Autônomo Guiado é o mergulho realizado em grupo com a

presença de um profissional com bons conhecimentos sobre mergulho e sobre a

região (AUGUSTOWISKY e FRANCINE, 2002).

Mergulho Dependente é o mergulho que utiliza fonte de ar na superfície,

muito utilizado em comunidades pobres para pesca da lagosta ou para extração de

pérolas e minérios (ADS, 2008). Não será objeto desta pesquisa, pois sua atividade

não segue nenhuma regra de segurança e simplesmente não deve ser praticada

pelos altíssimos riscos.

Mergulho Técnico Recreacional é o mergulho em lugares com teto, ou seja,

dentro de cavernas, dentro de naufrágios, abaixo de camada de gelo ou

descompressivo. Esse último é aquele onde se permanece longo período a grandes

profundidades, sendo necessária a parada descompressiva, ou seja, não é possível

subir à superfície em qualquer emergência sob risco de morte ou lesões

Page 24: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

22

irreversíveis. (INTERNATIONAL ASSOCIATION OF NITROX AND TECHNICAL

DIVERS, 2004). O conjunto englobado por Mergulho Livre, Mergulho Autônomo, Mergulho

Técnico Recreativo será referenciado como Mergulho.

O conceito de Mergulho Profissional é o da Divers University (2004), como

sendo o mergulho praticado com finalidade comercial, como por exemplo, resgate de

embarcações e reparos em plataformas de petróleo. Seus equipamentos e práticas

são totalmente diferentes do mergulho autônomo e não serão escopo desta

pesquisa. O Instrutor de mergulho autônomo recreativo não é um mergulhador

profissional.

2.2 EQUIPAMENTOS DE MERGULHO

Normalmente os mergulhadores iniciantes só possuem o equipamento

chamado básico que engloba: nadadeiras, máscara, snorkel (respirador de superfície) e cinto de lastro. O equipamento chamado de autônomo consiste de:

colete equilibrador, regulador de fluxo de ar, cilindro e roupa de neoprene. Esses

últimos são geralmente alugados, por serem caros e difíceis de transportar (ADS,

2008).

A nadadeira, segundo a ADS (2008) é o equipamento que encaixado aos pés

dos mergulhadores, facilita a impulsão (Figura 4).

Page 25: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

23

Figura 4 – foto de nadadeiras.

A máscara de mergulho, segundo a ADS (2008), é o equipamento que,

colocado sobre o rosto, permite a visão dentro da água, e o equilíbrio da pressão do

ouvido. Ele possui uma parte de vidro para a visibilidade e uma de borracha na parte

do nariz onde é possível apertá­lo para tapar e soprar ar pelo mesmo, para equalizar

a pressão no ouvido (Figura 5).

Figura 5 – foto de máscara de mergulho.

O snorkel, segundo a ADS (2008), (Figura 6), é um tubo de plástico que fica no lado esquerdo do rosto do mergulhador autônomo ou lado direito do mergulhador

livre, preso por uma presilha à tira que a prende à máscara.

Page 26: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

24

Figura 6 – foto de snorkel.

O cinto de lastro, segundo a ADS (2008), (Figura 7), consiste em um cinto de

nylon ou material similar com blocos de chumbo presos para fazer o mergulhador

afundar na água. Normalmente um mergulhador utiliza de 8 kg a 14 kg de chumbo

preso no cinto, dependendo de seu peso, altura e experiência. O fecho desse cinto é

feito de forma a se abrir ao mais leve toque para que em qualquer problema este se

solte e caia e o mergulhador vá para a superfície mais facilmente.

Figura 7 – foto de cinto de lastro e blocos de chumbo.

O colete equilibrador, segundo a ADS (2008), (Figura 8) é uma vestimenta

inflável que é responsável pela flutuabilidade. Este equipamento é ligado por um

tubo ao cilindro de ar, para poder ser inflado (e fazer o mergulhador subir) e tem uma

saída, chama de traquéia (Figura 9) para que o se possa esvaziar (e fazer o

mergulhador afundar).

Page 27: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

25

Figura 8 – foto de colete equilibrador.

Figura 9 – foto em detalhe da traquéia do colete.

Page 28: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

26

Um colete com lastro integrado é aquele colete onde os blocos de chumbo

do cinto de lastro ficam nos bolsos (Figura 10), portanto muito mais difíceis de serem

desprendidos em caso de necessidade (em situação de emergência quando o

cilindro ou colete equilibrador falham, o procedimento é se desprender do lastro para

poder subir à superfície), porém muito mais confortáveis, sendo os preferidos dos

mergulhadores experientes.

Figura 10 – foto de colete equilibrador com bolsos para lastro integrado.

O cilindro (Figura 11) é uma peça de alumínio ou aço pesando cerca de 18

Kg. É enchido com ar comum, ou enriquecido com percentual maior de oxigênio sob

pressão de 200 BAR. Este equipamento é firmemente preso ao colete em sua parte

traseira. O equipamento totalmente montado é mostrado na Figura 12.

Page 29: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

27

Figura 11 – foto de cilindro de ar.

Figura 12 – foto de equipamento montado e sendo usado por mergulhadora.

O regulador (Figura 13) é um equipamento que faz o transporte e regulação

do ar do cilindro para a boca do mergulhador. É feito de aço inox e membrana de

borracha. É formado por quatro componentes:

­ 1º estágio: é A parte que liga o conjunto ao cilindro, com a função de

diminuir a pressão do gás para o 2º estágio. Como atualmente são balanceados, isto

Page 30: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

28

é, fornecem a mesma pressão em qualquer profundidade, evitando que o

mergulhador tenha que fazer força com o pulmão em grandes profundidades, não é

possível perceber quando o ar está no fim;

­ 2º estágio: ligado ao 1º estágio, é a parte que fica na boca do mergulhador;

sua função é controlar a entrada e a saída de ar para permitir que o mergulhador

inspire ar do cilindro e o expire para a água;

­ mangueira: serve para ligar o 1º estágio ao colete equilibrador para que o

mergulhador possa, em caso de necessidade, inflar e permanecer com a cabeça

fora da água;

­ octopus: é um 2º estágio de reserva, ligado ao 1º estágio, utilizado em panes do 2º estágio, do próprio mergulhador ou do seu parceiro de mergulho; e

­ console: também fica ligado ao 1º estágio, é o conjunto composto de

profundímetro e manômetro de pressão do cilindro (para indicar quanto ar resta no

cilindro); alguns têm também termômetro e bússola.

Esse conjunto tem o aspecto de um “polvo”, ligado no centro pelo 1º estágio

com “braços” soltos (2º estágio, octopus, mangueira que liga ao colete equilibrador e console).

Figura 13 – foto de regulador de fluxo de ar.

Page 31: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

29

A roupa de neoprene (Figura 14) serve para isolar o corpo do frio da água. É

utilizada, pois segundo a ADS (2008), a água conduz 25 vezes mais calor que o ar,

portanto, temperaturas agradáveis fora da água como 22 ºC provocam hipotermia

(diminuição da temperatura corporal). O neoprene é uma borracha sintética com

bolhas de ar na sua composição, como uma espuma de borracha.

Figura 14 – foto de roupa de neoprene.

Um Computador de Mergulho (Figura 15) é utilizado para fazer cálculos

descompressivos, ou seja, calcula como deve ser o mergulho (tempo e

profundidade) para evitar a doença descompressiva.

Figura 15 – foto de computador de mergulho.

Em mergulhos noturnos, são utilizadas potentes lanternas como as das

Figuras 16 e 17.

Page 32: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

30

Figura 16 – foto de lanterna primária.

Figura 17 – foto de lanterna de reserva.

2.3 CREDENCIADORAS

Para se tornar um mergulhador, é necessário ser aprovado em um curso em

uma escola credenciada.

As credenciadoras são órgãos que organizam normas de instrução. As mais

conhecidas e aceitas são ADS (Association of Dive Schools), PADI (Professional Association of Dive Instructors), PDIC (Professional Dive Instructor Corporation), SSI (Scuba Schools International), CMAS (Confédération Mondiale des Activités Subaquatiques) e NAUI (National Associations of Underwater Instructors). Seus

procedimentos são muito similares, inclusive pode­se fazer um curso, por exemplo, o open water, por uma certificadora e o seguinte, advanced, por outra.

Pode haver alguma variação em função das certificadoras, mas os níveis de

cursos de mergulhos, segundo a ADS (2008) são:

1­ Discover Diver: muito comum em locais de grande afluxo de turistas

como Abrolhos (BA) e Fernando de Noronha (PE); consiste em rápidas

instruções dadas por um instrutor e depois um mergulho feito de mãos

Page 33: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

31

dadas com um dive master (guia de mergulho). Foi instituído como forma

de incentivar os turistas a se tornarem mergulhadores;

2­ Junior Diver ou Basic Diver (a nomenclatura varia dependendo da credenciadora): curso para maiores de 12 anos e menores de 15 anos. O

curso é idêntico ao Open Water Diver, porém o aluno fica obrigado a mergulhar sempre com um dive máster.

3­ Open Water Diver: é o curso básico, onde normalmente os

mergulhadores iniciam sua prática. Depois do curso, o mergulhador pode

mergulhar em águas com boa visibilidade, em profundidade de até 18

metros e em áreas abertas;

4­ Advanced Diver ou mergulhador avançado: curso de especialidades. O mergulhador atinge este nível após ser habilitado em pelo menos cinco

dentre essas especialidades: noturno, naufrágio, profundo, cavernas, água

doce, altitude, busca e recuperação de objetos, e orientação por bússola;

5­ Rescue and First Aid Diver: curso destinado a quem quer seguir carreira no mergulho. Como o nome diz, as matérias abrangem informações sobre

resgate de mergulhadores e primeiros socorros;

6­ Dive Master: curso destinado a quem quer seguir carreira no mergulho, e

o conteúdo inclui planejamento de mergulho, equipamentos e liderança;

7­ Instructor: curso que ensina o dive master a ensinar e habilitar novos mergulhadores.

8­ Instructor Trainer: nível mais alto de mergulhador. É o curso para instrutores que querem formar novos instrutores.

Após a conclusão do curso, o aluno recebe credencial referente ao nível alcançado,

conforme mostrado na Figura 18.

Figura 18 – foto de carteira de credenciamento, frente e verso.

Page 34: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

32

2.4 TERMINOLOGIA SOBRE ACIDENTES DE MERGULHO

Um dos problemas mais graves do mergulho é a popularmente chamada

doença descompressiva, porém é um termo errado, pois não é uma doença, é um

acidente descompressivo, que ocorre quando a pressão hidrostática do gás

dissolvido nos tecidos do mergulhador excede a pressão ambiental e ocorre a

formação de bolhas. A DAN (2006) utiliza o termo decompression sickness ­ DCS.

Como nos manuais das credenciadoras, o problema é referenciado como doença

descompressiva, essa será a forma utilizada nessa pesquisa. O ministério da saúde

também utiliza essa nomanclatura.

Segundo a ADS (2008), os sintomas de doença descompressiva estão

listados na Figura 19.

Sinais leves (tipo 1) Sinais graves (tipo 2)

­ mal estar intenso; ­ dor nas articulações; ­ dores de cabeça; ­ náuseas; ­ vertigens; ­ formigamento; ­ paralisia; ­ impossibilidade de urinar; ­ desmaios; ­ coceiras; ­ vermelhidão ou lividez; ­ aspecto malhado; e ­ áreas com edema ou enfisema subcutâneo preferencialmente no peito, dorso, parte superior do abdômen, ombros, antebraços e coxas.

­ dormências; ­ fraquezas; ­ paralisias; ­ paraplegia; ­ tetraplegia; ­ descontrole do reto e/ou da bexiga; ­ convulsões; ­ choque; ­ "queimação" junto ao esterno na inspiração profunda; ­ sensação de opressão torácica prejudicando depois toda a respiração; ­ tosse (geralmente agravada pelo fumo); ­ cianose; e ­ asfixia e perda de consciência.

Figura 19 – quadro com sinais leves e graves de doença descompressiva

Os sintomas costumam aparecer em um período de 1 a 24 horas após o

mergulho, podendo, contudo, aparecer até 36 horas depois, dependendo a

gravidade.

Outro termo que deve ser discutido é o mergulho descompressivo. Apesar

de muito utilizado no jargão popular, é inadequado, pois todo mergulho é

descompressivo, pois haverá a compressão com o aumento da profundidade e a

Page 35: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

33

descompressão no retorno à superfície. O correto, segundo a ADS (2008), é

mergulho com parada descompressiva.

A parada descompressiva, segundo a DAN (2006), é a parada feita durante

a subida à superfície segundo regras das tabelas de descompressão.

A parada de segurança, segundo a DAN (2006) e a ADS (2008), é a parada

feita durante a subida à superfície, mesmo quando as tabelas de descompressão

não obrigam. É feita por uma medida de segurança a mais ou para condicionamento

do mergulhador a fazer paradas.

A tabela de descompressão, segundo a DAN (2006) e a ADS (2008), é um

procedimento que, em virtude de fatores como tempo de mergulho, número de

mergulhos no mesmo dia e profundidade dos mesmos, calcula os tempos máximos

de permanência a uma determinada profundidade. É um cálculo demorado e que

pode ser feito por computadores de mergulho portáteis (Figura 15). Cabe destacar

que existem várias tabelas de descompressão, cada uma elaborada por uma

instituição.

Outro termo é o embolismo arterial gasoso que segundo a DAN (2006) é a

presença de gás na circulação arterial. É causada nos mergulhadores por

descompressão rápida.

Um barotrauma, segundo a ADS (2008), DAN (2006) e Vann et al. (2005) é

uma condição causada por uma mudança de pressão no ambiente em um espaço

ocupado por um gás. Quando esse gás é preso em um espaço fechado dentro do

corpo, será comprimido à medida que a profundidade do mergulho aumenta, e

expandido quando a profundidade decresce. Os ferimentos causados por

barotraumas incluem compressão da orelha, ruptura da membrana do tímpano,

compressão dos seios nasais ou da face, expansão pulmonar (que pode causar o

embolismo arterial gasoso) ou pneumotórax (presença de ar na pleura).

Popularmente e erroneamente chamada de nitrox, a mistura gasosa com

percentual de oxigênio maior que 21% é utilizada para permanências por mais

tempo submerso do que quando utilizado o ar atmosférico. Essa denominação, que

inclusive é utilizada para nomear um curso dessa especialidade, é errada porque

tanto o ar atmosférico quando o enriquecido com de oxigênio são nitrox (nitrogênio

mais oxigênio). A nomenclatura correta, segundo a DAN (2006) e ADS (2008) é EAN

(Enriched Air Nitrox). Porém o EAN, apesar de permitir maior tempo submerso, reduz a profundidade máxima do mergulho. Para ficar mais tempo submerso, e a

Page 36: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

34

profundidades maiores existe a mistura gasosa composta de oxigênio, nitrogênio e

hélio que a DAN (2006) denomina Heliox e a ADS (2008), Trimix. O percentual de

cada gás pode variar de acordo com as necessidades do mergulho.

É considerada subida de emergência à superfície aquela realizada quando

há interrupção no fornecimento de ar pelo regulador, e se a dupla estiver longe. É

um procedimento perigoso porque segundo a DAN (2006) e ADS (2008), pode

causar a embolia gasosa e/ou doença descompressiva.

Page 37: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

35

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

A aprendizagem é definida por Rosenberg (2001) como o processo em que as

pessoas adquirem novas habilidades ou conhecimento para melhorar seu

desempenho, enquanto que ambiente digital de aprendizagem é definido por

Almeida (2003) como sendo um sistema computacional disponível na internet,

destinado ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e

comunicação. Também existem diferenças entre os termos “educação à distância”,

“educação on­line”, e “e­learning”, a saber:

­ educação à distância é aquela que se utiliza de diferentes meios

(postal, eletrônica, rádio, televisão, etc.) para possibilitar a comunicação entre aluno

e instrutor apesar das distâncias;

­ educação on­line, é a modalidade de educação com uso de internet, de forma síncrona ou assíncrona; e

­ e­learning é a modalidade de educação à distância com suporte de internet, cujas práticas são centradas na seleção, organização e disponibilização de

recursos didáticos hipermediáticos.

Tomek e Giles (1999) citam que existem dois tipos de ambientes virtuais de

aprendizagem, um baseado em textos e outro baseado em simulações, sendo que o

primeiro tem as vantagens de ter cognição mais simples, permitir que o aluno foque

o conteúdo ao invés de manipulações de jogos, e ser mais fácil de criar, ampliar e

organizar; já o segundo tem a vantagem de se aproximar mais da realidade porém é

mais difícil de ser utilizado, quando por exemplo houver necessidade de manipular

personagens usando mouse ou teclas de funções. Entretanto, segundo Rodriguez e Ferrante (2000) a facilidade no uso dos computadores torna essas aplicações cada

vez mais amigáveis aos usuários, e o processo de ensino, cada vez mais sai das

salas de aula para chegar até onde os alunos estiverem.

Page 38: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

36

Segundo Gil (2006), jogos simulados são aqueles em que os participantes são

colocados frente a desafios que reproduzem a realidade, podendo ser utilizados

como recursos para facilitar a aprendizagem. O autor complementa citando que os

jogos contribuem para ativar conhecimentos anteriores, já que seu desenvolvimento

requer o conhecimento de fatos. Também Barker e Brooks (2005) mostram que há

uma redução considerável no tempo de aprendizado quando se utiliza tecnologia.

Segundo Tarouco et al. (2004), os jogos podem ser ferramentas instrucionais

eficientes, pois eles divertem, motivam, facilitam o aprendizado e aumentam a

capacidade de retenção do que foi ensinado. Além disso, os jogos de ação auxiliam

no processo de pensamento rápido frente a uma situação inesperada. Elias (2002)

também cita que os jogos mais utilizados servem para desenvolver rapidez de

raciocínio e reflexos, enquanto Carneiro (1990) mostra que o jogo é uma atividade

que desperta o interesse, leva à participação e propicia uma aprendizagem

significativa. Em outra pesquisa, Monteiro (2006) indica um aumento relevante de

conhecimento de agente de saúde da cidade de Passos­MG, depois de treinamento

através de jogo.

Dale (1946) elaborou o “cone da aprendizagem” em que as técnicas de

ensino foram classificadas de acordo com o grau de envolvimento dos estudantes.

Nele nota­se que um ambiente de simulação só perde em envolvimento para a

experiência direta. Entretanto, Cicarelli et al. (2005) informa em sua pesquisa sobre

simulador para prática de anestesia no Hospital das Clínicas da USP, que 59% dos

alunos consideraram que em algumas situações não é possível fazer a simulação, e

41% acharam falta de realismo no simulador, porém ressaltaram a vantagem de

experimentar situações perigosas e proibidas no cotidiano (TAROUCO et al., 2004).

Segundo Nascimento (2006), a atividade multimídia permite aos usuários

acompanhá­la em seu ritmo, acessar facilmente a informação e se engajar de forma

independente num aprendizado por descoberta. A autora complementa citando que a

atividade multimídia envolve o aluno em um nível que poucas publicações poderia

fazer. O e­learning facilita o aprendizado sem interromper o horário de trabalho e acaba com limitações de tempo e espaço. Também permite que cada pessoa

aprenda em sua velocidade e conveniência. Entretanto Rosenberg (2001) não

considera o e­learning como o fim das salas de aulas, mas um apoio às mesmas. Elias (2002) também cita que a educação à distância não deve ser vista como

substitutiva de educação tradicional, presencial, mas sim outra modalidade do

Page 39: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

37

mesmo processo. Além do mais, apesar de grandes vantagens dos recursos

tecnológicos em relação à atenção, retenção, compreensão e aplicação dos

conhecimentos pelos alunos, não se pode supervalorizar seu uso (GIL, 2006), mas

Rosenberg (2001) cita que o e­learning é poderoso se aliado com a gestão do conhecimento, e ainda mais poderoso se aliado à sala de aula.

Marshal e Nichols (2004) afirmam que é necessário pesquisar como os

usuários interagem com o ambiente virtual quando usam microcomputadores, para

poder proporcionar uma interação mais intuitiva e natural. De fato o uso de mouses ou joysticks apresenta um desafio para os ambientes virtuais em termos de usabilidade e efetividade, pois com essas interfaces é muito difícil haver uma

interação natural ou intuitiva. Porém as autoras também concordam que o uso de um

computador contribui para o baixo custo do ambiente virtual, proporcionando boa

interação sem a necessidade de um equipamento dedicado. Por outro lado, Wang e

Li (2004) afirmam que para uma boa interação é necessário interfaces como tela montada na cabeça do praticante, luvas com sensores e outros equipamentos.

Porém esses equipamentos são caros e limitam a popularização do software. Portanto, o uso de microcomputadores tem as vantagens de menor custo, maior

facilidade de montagem e portabilidade, mas com menor interatividade e realidade.

Segundo Sebok et al. (2004), para um ambiente virtual proporcionar uma

ferramenta útil a uma variedade de aplicações, deve ser fácil de utilizar, com

navegação intuitiva e controles explícitos. Em suas pesquisas, os autores concluíram

que o uso de mouse é mais intuitivo que funções no teclado. Marshal e Nichols

(2004) também concordam e citam que para uma boa navegação em um ambiente

virtual, o usuário não deve precisar ler instruções para entender como se manipula

um objeto.

De acordo com Green e Mcnesse (2007), os jogos educativos devem ser uma

competição com começo e fim, e proporcionar uma recompensa. O objetivo tem que

ser alcançado por habilidades e conhecimento em vez de sorte. As autoras também

citam que os jogos educativos têm desvantagens como ausência de pesquisa,

pensamento crítico e colaboração com colegas.

De acordo com Cereijo (2006) deve­se responder às seguintes perguntas ao

se desenvolver um sistema de educação à distância:

­ qual a conveniência, viabilidade e quão realmente adequado é a

educação à distância?;

Page 40: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

38

­ os cursos online estão atendendo os padrões acadêmicos da

instituição?; e

­ todos os estudantes estão igualmente capazes de completar e

aproveitar e ter sucesso com esse novo ambiente?

De acordo com Papastergiou (2007), para se avaliar um ambiente virtual de

aprendizagem é necessário fazer questionários de opinião de alunos e professores

em questões como percepção da efetividade, satisfação e facilidades do sistema.

Schroeder (2007) questionou em sua pesquisa um grande número de alunos

para conhecer a eficiência e a usabilidade do ambiente virtual desenvolvido.

Entretanto Mcfeeters et al. (2007) fizeram pesquisas de opiniões sobre seu sistema

de e­learning somente entre os professores para conhecer a aceitação do ambiente virtual em relação aos benefícios para alunos e professores.

Segundo Falowo (2007), deve­se pensar nas lacunas de conhecimento

tecnológico dos alunos antes de aplicar um e­learning, e também verificar se as instruções estão claras e compreensíveis.

3.2 AMBIENTES VIRTUAIS PARA TRATAMENTO DE FOBIAS

Recentemente a realidade virtual baseada em jogos foi utilizada para

tratamentos de fobias diversas. A pesquisa de Pertaub et al. (2002) baseia­se em um

ambiente virtual para detecção do medo de falar em público. Os 43 participantes do

teste tiveram que discursar para platéias virtuais que reagiram ao discurso com

postura positiva, negativa e neutra. O cenário, constituído de 8 personagens

masculinos, sentados em semicírculo em uma mesa era apresentado na tela de 21

polegadas de um computador, localizada em uma sala escura. Cada indivíduo

discursou pelo menos duas vezes em dias separados. Foram avaliados sintoma de

ansiedade como desconforto no estômago, perda de equilíbrio, palpitações no

coração, sentimento de pânico, aperto no tórax, e tensão. Foi aplicado um

questionário de satisfação dos participantes, e foi verificado que a postura negativa

da platéia virtual incomodou muito os participantes durante seu discurso, mostrando

Page 41: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

39

que o realismo do cenário virtual é eficiente e, portanto, válido no tratamento do

distúrbio por exposição.

Um estudo de Anderson et al. (2005) mostra outro ambiente virtual para

tratamento da ansiedade de falar em público. Foram selecionados dez indivíduos

diagnosticados clinicamente com a desordem, que foram submetidos a 8 sessões de

terapia no ambiente virtual. Durante o tratamento o terapeuta mudava as reações da

platéia virtual para interesse, aplauso e mostras de aborrecimento e o paciente

recebia via fone de ouvido instruções de como superar seus medos. Foram feitos

questionários sobre a ansiedade antes, logo depois do tratamento, e 3 meses depois

que mostraram uma significativa diminuição da ansiedade após o tratamento, bem

como a manutenção até três meses depois.

Segundo Rizzo et al. (2008) é possível tratar distúrbios pós­traumáticos de

soldados enviados ao Vietnã com a exposição aos cenários que mais temem, como

ataques de inimigos e seqüestros. O ambiente é controlado em um notebook pelo terapeuta enquanto outro equipamento controla tanto o display instalado na cabeça do paciente quanto os comandos do sistema. O ambiente, em três dimensões,

apresenta 6 cenários ambientados na guerra do Iraque que podem ser modificados

de acordo com as necessidades do paciente. Os cenários incluem patrulha isolada,

patrulha em grupo a distância de 5 metros, patrulha em grupo em formação cerrada,

visão de dentro de um veículo militar e visão de dentro de um helicóptero

sobrevoando os ambientes. Também existe a opção do personagem portar ou não

armas e atirar ou não. Desta forma o terapeuta tem uma vasta gama de

combinações para adaptar o ambiente à necessidade de cada paciente.

Pair et al. (2006) também desenvolveram um ambiente virtual com telas

montadas em capacetes para tratamento de distúrbios pós­traumático em soldados

enviados ao Iraque. Os autores citam que antes da simulação, esse tipo de

tratamento era feito em terapias baseadas na imaginação do paciente. Portanto a

comparação não é real versus virtual, mas sim, imaginação versus virtual. Para aumentar o grau de realismo, os autores utilizaram vibrações na cadeira e nos

comandos do jogo (por exemplo, se no cenário há uma explosão, o chão treme) e

jatos de ar com odores típicos do ambiente de combate do Iraque com fumaça,

borracha queimada, odores de corpos e até especiarias alimentares. Outro

diferencial é a possibilidade de configuração em relação às perspectivas e formas de

navegação preferidas pelo usuário. A primeira descoberta dos autores é que um

Page 42: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

40

sistema virtual diminui o receio de procurar ajuda, pois retira o estigma de uma

pessoa com problemas. Testes de validação estão sendo feitos.

Difede e Hoffman (2002) pesquisaram tratamento de distúrbios pós­traumático

em pessoas que estavam no World Trade Center na ocasião do ataque terrorista de 11/09/2001. Por meio de ambiente virtual os autores expuseram uma paciente aos

elementos virtuais do atentado como aviões voando perto das torres e pessoas

pulando de prédios desmoronando. Foi escolhida uma paciente que não tinha tido

resultados satisfatórios no tratamento tradicional, e que negava ter problemas por

causa desse trauma, mas alegava somente depressão. O resultado, altamente

positivo, foi avaliado por um terapeuta que desconhecia como tinha sido feito o

tratamento e também por questionário de auto­avaliação.

Mrdeza e Pandzic (2003) utilizaram, para tratamento de distúrbios pós­

traumático causados pela guerra interna da Croácia, um ambiente virtual

apresentado em tela montada num capacete para melhorar a imersão. Os elementos

mais agressivos da guerra foram introduzidos gradualmente. O ambiente foi

realizado com vários cenários e elementos que podem ser colocados ou retirados,

como tanques, tiros, explosões e homens gritando. O som foi um fator importante de

imersão. Segundo os autores, não é necessário um alto grau de realismo nas

imagens, pois só a exposição aos elementos da guerra já induz a traumática

experiência. Por fim, há recomendações que sejam monitorados sinais de medo

como batimentos cardíacos, pressão sanguínea e contração muscular a fim de

verificar o biofeedback dos pacientes.

Na terapia para pessoas expostas a acidentes automobilísticos Walshe et al.

(2005) pesquisaram o nível de realismo do ambiente virtual. Foram feitos testes com

11 pacientes com fobias de trânsito em um jogo que simulava situações perigosas e

seus batimentos cardíacos foram monitorados. O sistema era composto de uma tela

de grandes dimensões, comandos reais de carros como volantes, pedais e caixas de

som. Alguns pacientes fizeram papel de passageiros, de acordo com sua maior

fobia. Havia também equipamentos para simular vibrações dos carros. Os cenários

iam ficando mais complexos à medida que o jogo progredia de um carro andando

isolado na rua, até tráfego pesado. Depois do jogo, 91% dos pacientes

consideravam o ambiente realista no questionário de avaliação o que foi corroborado

com um aumento médio de 15 batimentos por minutos do coração. Somente um

paciente declarou que o ambiente era muito falso.

Page 43: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

41

No tratamento de obesidade, Riva et al. (2000) utilizaram três formas de

tratamento:

­ um comportamental­cognitivo;

­ um comportamental­cognitivo com auxílio de ambiente virtual para

simular aspectos negativos do paciente, como ausência de fé no tratamento; e

­ nutricional.

No método comportamental­cognitivo foram mostradas fotos atuais da

paciente e simulações em um ambiente virtual de como ela poderia ficar se mudasse

seus hábitos. Primeiro foram feitos testes em 36 mulheres obesas. Os resultados

foram que 77% dos participantes do ambiente virtual curaram a compulsão por

comida, enquanto somente 56% dos participantes do tratamento comportamental­

cognitivo e 22% do tratamento nutricional tiveram esse mesmo resultado.

Posteriormente foram feitos testes em 211 mulheres obesas. Os resultados foram

positivos tanto para as que se submeteram ao ambiente virtual, quanto às que se

submeteram ao tratamento comportamental­cognitivo, mas as primeiras reportaram

maior motivação e satisfação.

Para tratamento de pânico de altura, Hodges et al. (1995) utilizaram um

ambiente virtual para simular a visão de janelas de apartamentos por meio de tela

montada na cabeça do paciente, sendo que a cada momento, a visão sobe um

andar. O ambiente também apresenta elementos como elevadores e pontes. Os

autores avaliaram os efeitos do tratamento por meio de questionário aplicado onde

os 17participantes com acrofobia relatam os sintomas como dores abdominais,

medo, etc. mostrando que com o passar das seções, esses sintomas diminuíram.

Houve também um grupo controle em que os sintomas se mantiveram constantes.

Dos 17 pacientes testados, 10 se expuseram a ambientes reais com grande altura,

mesmo sem terem sido instruídos para isso, demonstrando confiança no tratamento.

Para tratamento de fobia de altura, Wilhem et al. (2005) relataram terem

usado um ambiente virtual com 86 participantes, que a cada 2 minutos de imersão

responderam a questionários sobre sua ansiedade, sendo que durante o tratamento

tiveram seus batimentos cardíacos, pressão e respiração monitorados. Desta forma

foi possível verificar alterações no sistema simpático dos voluntários imersos no

ambiente, demonstrando sua eficiência.

Outro grupo de pesquisas se refere a treinamentos de procedimentos

complexos e com potencial de risco, como treinamento de médicos e enfermeiros.

Page 44: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

42

Greene et al. (2006) enviaram perguntas a 500 estudantes e residentes de medicina,

sendo que dos 158 que responderam, a maioria opinou positivamente sobre

treinamentos em ambientes virtuais. Para treinar enfermeiros, Cicarellli et al. (2005)

montaram um simulador de procedimentos de anestesia. Para a validação foram

feitos questionários para os 17 alunos e 5 instrutores. 83% consideram o sistema útil

para ensino.

A pesquisa de Bordnick et al. (2005) foi conduzida em um ambiente virtual

que simula elementos que estimulam o fumo. Uma adolescente fumante de 17 anos

ao ser submetida ao ambiente virtual com elementos como, por exemplo, cigarros e

café, aumentou seu desejo de fumar; já ao ser exposta a um ambiente sem essas

sugestões, como por exemplo, comidas, não apresentou essa resposta.

As pesquisas desenvolvidas por Rizzo et al. (2008), Pair et al. (2006), e

Mrdeza e Pandzic (2003) sobre ambientes virtuais para tratamento de fobias não

apresentam validações, ou seja, não existem testes que demonstrem a eficiência do

sistema. Portanto não se pode concluir que eles trarão resultados satisfatórios se

aplicados em grande escala.

Outras pesquisas, como as de Anderson et al. (2005), Difede e Hoffman

(2002), Walshe et al. (2005), e Bordnich et al. (2005) apresentam validações com

amostras pequenas que também não possibilitam conclusões sobre a eficiência do

sistema.

Entretanto em pesquisas sobre ambientes virtuais de aprendizagem, como as

de Greene et al. (2006) e Cicarelli et al. (2005), existem validações com

questionários de opiniões para coletar informações sobre o ambiente virtual aplicado

aos alunos. Porém dessa forma, pode­se concluir apenas que o sistema tem

facilidade de uso, é motivador, mas não se sabe se cumpre o objetivo de

aprendizado.

Outras pesquisas como as de Pertaub et al. (2002), Riva et al. (2000), Hodges

et al. (1995), e Wilhem et al. (2005), apresentam validações com grande número de

testes com destaque para Riva et al. (2000) que fez testes com grupo de controle e

Wilhem et al. (2005) que utilizou sinais não controláveis pelos pacientes como

batimentos cardíacos.

Page 45: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

43

3.3 ADOBE FLASH

A interface gráfica é fundamental para aumentar o realismo e o nível de

engajamento do usuário ao seu ambiente, e o desempenho de interatividade da

interface é baseada na facilidade e no desempenho do software (ELIAS, 2002).

Existem diversas tecnologias que possibilitam o desenvolvimento de sistemas

de aprendizagem, dentre os quais: Java Applets, Adobe Flash e Javascript, e cada uma delas têm suas características próprias. O Adobe Flash tem algumas vantagens para o desenvolvimento de ambientes de aprendizagem: facilidade de utilização,

tamanho reduzido do arquivo final, velocidade na construção de aplicações

fortemente interativas, integração com a linguagem HTML e possibilidade do uso de frameworks e componentes (MONTEIRO et al., 2006).

Tarouco et al. (2004) citam que o Adobe Flash tem como vantagens, no

desenvolvimento de jogos educacionais: flexibilidade, baixo grau de complexidade,

criação de recursos gráficos como imagens, filmes animados vídeo e áudio, tamanho

reduzido do software final, e foi desenvolvido para utilização na Internet. O Flash tem se mostrado um dos softwares mais completos e simples de ser usado em materiais educacionais. (GUILHERMO et al.2005).

English (2006) resume que o Flash é a fusão de ferramentas de design e desenvolvimento utilizadas para produzir desde sites e módulos de treinamento em

computador, pois inclui ferramenta de desenho com vários recursos, e linguagem de script.

Loranger e Nielsen (2007) citam que no desenvolvimento de aplicações em Flash deve­se ter o cuidado de ter os comandos de interface em lugares fáceis de visualizar, sem escondê­los em formas artísticas muito rebuscadas e também evitar

o uso de barras de rolagem não padronizadas.

Segundo a Adobe (2005a) e English (2006), os aplicativos no Flash podem ser: animações, aplicativos de telefones celulares e sites completos, sendo que o

documento que é utilizado no desenvolvimento das animações têm extensão FLA, e

esses documentos geram arquivos com extensão SWF que serão executados pelo Flash Player no computador do usuário.

Page 46: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

44

Um software em Flash impede que sites de busca como o Google e o Yahoo

façam busca de palavras contidas nas páginas, dificultando sua posterior busca

pelos usuários. Por esse motivo é necessário adicionar metadados aos arquivos, isto

é, fazer uma detalhada descrição do software e colocar palavras­chave na opção “document properties” do arquivo FLA a fim de ser incluído em home­pages de

busca por palavras­chaves.

A interface Flash contém: ­ menu principal, que permite controlar a formatação dos arquivos e é similar à

maioria de outros aplicativos;

­ stage, utilizada para adicionar as propriedades visuais do documento, que podem ser: textos, imagens, vídeos e filmes; e

­ painel timeline, que representa as fases ou quadros das animações. Esse painel contém o painel layers para produzir as animações.

De acordo com Moraz e Ferrari (2005) o timeline se divide em camadas, cada qual com seu objeto de animação.

Para se criar um campo de texto no Flash, deve­se utilizar a ferramenta “text” no painel “tools”, sendo que esse campo pode ter largura fixa para colunas e

parágrafos ou variáveis para uma única linha de texto. Após a criação do campo,

pode­se modificar as propriedades por meio da ferramenta “selection”. Então é possível escolher as fontes, tamanho, cor e opções e eliminação de serrilhado,

porém para se alterar a largura e a altura do campo, é necessário utilizar a

ferramenta “property”.

Os campos de texto podem ser:

­ estático: exibe informações digitadas durante o desenvolvimento do

sistema. É utilizado para exibir informações que não serão alteradas regularmente.

Ao gerar um arquivo com extensão SWF, o Flash automaticamente incorpora as fontes necessárias, facilitando a leitura caso o computador do usuário não possua a

fonte escolhida, porém esse procedimento faz com que o arquivo fique com tamanho

maior;

­ dinâmico: campos programáveis que são atualizáveis em tempo de

execução; e

­ entrada de texto: servem para entrada de texto feita pelo usuário ou

também um texto prévio, é mais utilizado para coletar informações dos usuários.

Page 47: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

45

O ActionScript é uma linguagem de script fornecida com o Flash. Ele é utilizado para controlar o funcionamento do aplicativo Flash. Para acessá­lo é necessário usar a ferramenta “actions” ou a tecla ”F9”.

Funções são ferramentas de programação que servem para calcular valores

ou instruir a execução de uma ação específica, e podem ser:

­ globais: um conjunto de funções internas que podem ser solicitadas

em qualquer parte do código­fonte; e

­ definidas pelo usuário: funções desenvolvidas pelos usuários para

serem utilizadas várias vezes.

3.4 DESIGN E ANIMAÇÃO

Segundo Rosa (2006), o termo design refere­se à concepção de uma solução prévia para um problema, e é um esforço criativo através do qual se projetam todos

os tipos de coisas. Segundo Costa et al.. (2004), os elementos do design são: linha, direção, formato, tamanho, textura, valor, e cor, e ajudam a tornar o visual agradável

de ver.

Não basta somente elaborar uma animação em um jogo educativo para

despertar o interesse dos alunos, pois a parte gráfica também é importante no

incentivo à participação. Entretanto, segundo Overmars (2007), a maioria dos jogos

educativos tem design pobre, o que desestimula os alunos.

Mcfeeters et al. (2007) cita que o desenvolvedor precisa ter as repostas para

quatro perguntas básicas:

­ quem são os aprendizes?

­ o que se deseja que os aprendizes demonstrem?

­ como a habilidade ou conhecimento será ensinado? e

­ como será estabelecido o grau que o aprendizado alcançará?

Segundo Nascimento (2006), as primeiras impressões têm grande

importância na atitude de uma pessoa, e o design pode fazer com que aumente o interesse por um jogo. Para tanto devem ser seguidas as seguintes informações:

Page 48: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

46

­ Planejamento:

* deve ser agradável;

* não sobrecarregar o aluno com informações;

* a mesma informação, durante a atividade deve estar na mesma

posição da tela; e

* evitar o uso de janelas para não confundir o aluno.

­ Navegação

* indicar claramente a posição do aluno e as posições dos links;

* usar tamanho de palco de 700 pixels x 400 pixels para evitar

rolamento de tela; e

* os elementos multimídia devem estar adequados às

necessidades e às limitações dos alunos. Por exemplo, evitar

necessidades de plug­ins e softwares diversos.

­ Textos:

* evitar margem “justificada”, pois dificulta a leitura das linhas.

* escolher fontes que facilitam a leitura; e

* organizar o texto em blocos.

­ Imagens:

* em muitas situações desenhos são mais efetivos que fotos,

pois evitam excessos de detalhes, que podem atrapalhar a

visibilidade; e

* evitar o excesso de animações, que só devem ser utilizadas

em situações em que uma imagem estática não expressa bem o

conteúdo.

Segundo Elias (2002), a visão do jogador pode ser em primeira pessoa (a tela

é o que o usuário vê) ou terceira pessoa (o jogar se vê na tela), e que a visão em

terceira pessoa possibilita mais oportunidade de interação do personagem com o

mundo.

Segundo Rosa (2006), existem fontes com e sem serifas. As serifas são

adornos nas fontes. Essas fontes são melhores para serem utilizadas em textos

longos, por facilitar a leitura. As fontes sem serifas não possuem adorno, ou seja,

seu acabamento é reto e por isso sua leitura necessita de maior concentração, já

que alguns caracteres se confundem com outros. Segundo a autora, essas fontes

são utilizadas principalmente em textos técnicos ou títulos e chamadas. As fontes

Page 49: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

47

manuscritas são aquelas que se assemelham com a caligrafia e sua aplicação se dá

em peças que necessitem transmitir intimidade. As fontes têm “peso” que devem ser

utilizados para enfatizar o significado das palavras, por exemplo, se for um produto

dietético, a fonte tem que ser fina, e se a palavra tiver que enfatizar força, deve­se

usar variações em negrito. Porém, para a Internet, devem ser utilizadas fontes

padrão dos navegadores como Arial, Tahoma, Verdana ou Times New Roman, caso

contrário, os textos deverão ser convertidos em bitmap, que ocupa maior espaço em disco e em transmissão.

Segundo Nascimento (2006), o uso de letras maiúsculas e minúsculas torna a

leitura mais fácil. E segundo Mullet e Sano (1995), deve­se atentar para a clareza

evitando o uso de jargões técnicos e linguagem complexa demais para o nível dos

alunos. Nielsen e Tahir (2001) complementam citando que deve­se evitar o uso de

frases de efeito, cujo significado pode confundir as pessoas. Eles recomendam que

as informações estejam presentes de forma direta, sendo também importante evitar

um fundo de tela que dificulte a leitura e/ou a impressão das informações, e deve­se

atentar ao fato de que podem existir daltônicos utilizando o sistema, que podem ter

dificuldade de utilização do sistema com o esquema de cores.

Segundo Costa et al. (2004) e Mullet e Sano (1995), em relação a figuras

devem­se seguir as seguintes recomendações para um design agradável: ­ balanço: objetos devem ter o “mesmo peso”, ou seja, se há vários

pequenos objetos em um lado, deve haver um grande do outro;

­ harmonia: deve­se utilizar fontes, cores e objetos similares; e

­ simplicidade: deve­se usar somente a quantidade de texto e figuras

suficientes para a solução dos problemas.

Grandi e Menezes (2003) citam que animações são seqüências de imagens

individualmente concebidas, cujo objetivo é simular um evento real, e Castro et al.

(2002) complementam citando que o uso de animações proporciona o aprendizado

de um modo mais ativo.

Segundo Costa et al. (2004), textos e animações são armazenados em áreas

diferentes de nosso cérebro e, portanto, ambas as formas de apresentação devem

estar disponíveis aos alunos, para que sejam mais fáceis de lembrar, porém não se

deve apresentá­las ao mesmo tempo para não sobrecarregar o usuário com muitas

informações. Os autores recomendam que informações via texto e som, por

exemplo, não sejam apresentados simultaneamente.

Page 50: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

48

Segundo Kirschner e Gerjets (2006), as animações em duas dimensões são

melhor entendidas pelos usuários que as de três dimensões.

Segundo Elias (2002), uma interface de fácil compreensão torna o jogo prazeroso e ágil, e a inclusão de mídias como áudio e vídeo deixam o ambiente mais

atrativo e envolvente. Porém segundo Nascimento (2006), não se deve utilizar sons,

pois não se sabe em que ambiente o usuário está. Muitas vezes é ambiente de

trabalho ou em local com poluição sonora. Segundo Carvalho (2005), caso haja som,

é conveniente que o usuário tenha controle sobre ele, podendo desligá­lo. Ainda

segundo Carvalho (2005), deve haver um sistema de ajuda ao usuário, porém ele

não pode ser obrigatório, a fim poupar tempo de jogadores experientes com seu

acesso.

Green e Mcneese (2007) citam que algumas animações e sons podem distrair

os usuários dos objetivos.

3.5 ACIDENTES DE MERGULHO

Muitas mortes e acidentes com seqüelas graves são causados por

mergulhadores em pânico que não souberam seguir os procedimentos necessários

em situação de emergência. Vann et al. (2005) trazem informações sobre acidentes

de mergulho, publicados pela Divers Alert Network – DAN, que é uma das mais

importantes instituições de pesquisa sobre medicina do mergulho. Nos dados

fornecidos por voluntários constam: histórico médico do mergulhador, temperatura

da água, tempo, e profundidade do mergulho. De acordo com Vann et al. (2005) todo

ano aumenta o número de acidentes de mergulho. Em 2003, dos cerca de 80.000

mergulhos monitorados foram constatados 1.000 acidentes, sendo que 300

provocaram ferimentos e 150 resultaram em mortes.

Existem várias causas dos acidentes, algumas desconhecidas, pois os corpos

não foram achados ou não foi possível detectar o que aconteceu. As causas

conhecidas estão listadas a seguir.

Page 51: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

49

3.5.1 Separação de duplas

Layton (2007b) cita que mergulhar em dupla é um dos pilares dos

procedimentos de segurança, porém acidentes causados por separação de duplas

não são raros. Segundo o autor, nesta modalidade, um pode ajudar o outro inclusive

compartilhando equipamentos. Entretanto é comum ver nos mergulhos duplas que

ficam a uma distância que dificulta a ajuda em caso de problemas (Figura 20). O

correto é mergulhar a uma distância da sua dupla que permita sua visualização.

(ADS, 2008).

Figura 20 – foto de mergulhadores em distância que impede a ajuda mútua.

Layton (2007b) finaliza citando que a separação pode ocorrer pelos seguintes

motivos:

1­ Não foi combinado o que fazer em caso de separação.

2­ Pressupõe­se que o mergulho começa em algum ponto embaixo da água,

mas ele começa assim que se entra na água.

Page 52: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

50

3­ Ao mergulhar em grupo, pressupõe­se que todos estão olhando para

todos, mas é necessário que cada um tenha sua dupla. Um mergulho em

grupo aumenta a segurança, mas assim mesmo as duplas devem ser

designadas.

4­ Foram feitos planejamentos em que as duplas tenham funções distintas.

Como por exemplo, quando uma das duplas é fotógrafo ou cinegrafista,

sua atenção estará nos equipamentos e nos assuntos, não na sua dupla.

5­ Quando um mergulhador lidera e outro o segue, o que lidera assume que

o que o está seguindo está perto, e não mantém contato visual ou físico

constante.

6­ Assumir que o mergulho termina na primeira parada descompressiva,

sendo que termina quando sair da água.

3.5.2 Narcose

A narcose, segundo a ADS (2008), é a alta concentração de nitrogênio (N2)

no organismo humano. O nitrogênio entra na composição do ar respirado, mas é um

gás inerte que não participa de nenhuma função biológica. Durante o mergulho o ar

está sendo respirado à pressão ambiente controlado pelo regulador, e a

concentração de nitrogênio aumenta no sangue porque a pressão desse gás

aumenta nos pulmões pela lei de Henri: "A quantidade de um gás que se dissolve

em um líquido a determinada temperatura, é proporcional à pressão parcial deste

gás".

A partir de aproximadamente 30 m, a alta concentração do nitrogênio provoca

um fenômeno conhecido como narcose ou embriaguez das profundidades. O

excesso de nitrogênio começa a agir sobre o sistema nervoso central "atrapalhando"

o seu funcionamento. Ele se liga à bainha de mielina existente nas células nervosas

dificultando a transferência de cargas elétricas e o estímulo nervoso, o que causa

um efeito semelhante ao da embriaguez.

A suscetibilidade à narcose pode variar de indivíduo para indivíduo e até num

mesmo indivíduo, de dia para dia, dependendo do estado psicológico e físico. Por

Page 53: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

51

exemplo, o álcool, cansaço, stress e a desidratação são fatores de predisposição.

São sintomas da narcose:

­ alterações na audição;

­ redução de acuidade visual;

­ euforia;

­ alterações na destreza manual;

­ indiferença ao meio ambiente;

­ comprometimento do juízo e das funções;

­ ligeira paralisia da musculatura facial;

­ abalos musculares; e

­ perda de consciência.

Segundo a ADS (2008) a narcose impede o mergulhador de tomar decisões

corretas, então ao primeiro sinal, deve­se diminuir sua profundidade. A simples

diminuição da profundidade é suficiente para eliminar os sintomas, e não há

seqüelas.

3.5.3 Distração

Os níveis de pressão de ar no cilindro e profundidade do mergulho devem ser

verificados constantemente, de preferência a cada 3 minutos. Entretanto um

mergulhador pode ficar distraído por causa das atrações do fundo do mar e como os

instrumentos ficam em local fora de sua visão não há a lembrança da necessidade

da verificação. Na Figura 21 percebe­se que a atenção da mergulhadora está ao

lado de um naufrágio, e os instrumentos, estão fora do campo de visão.

Page 54: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

52

Figura 21 – foto de mergulhadora e instrumentos fora de seu campo de visão.

Portanto é necessário que os mergulhadores se lembrem a cada 3 minutos de

verificar quanto ar ainda tem em seu cilindro e em que profundidade estão (Figura

22).

Figura 22 – foto de mergulhadora verificando seu manômetro.

Page 55: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

53

3.5.4 Subida de emergência

Segundo Vann et al. (2005), dentre os acidentes causados por falha no

comportamento dos mergulhadores, a principal causa foi a subida rápida à superfície

feita de forma equivocada (70%). Quando necessária, a subida deve ser efetuada

soltando o cinto de lastro e liberando todo o ar dos pulmões o tempo todo, de

preferência gritando (Figura 23). Caso o mergulhador prenda a respiração, e suba

assim por mais de 50 cm, sofrerá de barotrauma do pulmão, ficando com seqüelas

ou até vindo a falecer (DAN, 2006).

Figura 23 – foto de mergulhadora efetuando subida de emergência.

Page 56: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

54

Layton (2007a) destaca um dos principais motivos de emergência: a falta de

suprimento de ar. O autor enumera os dez principais motivos de falta de ar:

1­ Distração. O mergulhador pode esquecer­se de verificar o quanto tem de

suprimento de ar nos cilindros.

2­ Falta de considerações ambientais como exceder profundidade máxima

planejada, encontro de correntes mais fortes que o esperado, frio, ficar

preso em cavernas estreitas e narcose.

3­ Mau funcionamento do regulador por falta de manutenção.

4­ Falhas no o­ring, mangueira ou diafragma (ou pistão) do regulador. 5­ Free­flow (o regulador solta ar sem parar) por entrada de areia ou

congelamento do regulador.

6­ Desprezar avisos sonoros de reserva de ar (em equipamentos que o

possuem).

7­ Montagem errada de equipamentos.

8­ Dano causado por impacto, abrasão ou objetos perfurantes.

9­ Falha no bocal ortodôntico, por quebras.

10­Ar inadequado, por deficiências no filtro do bocal de compressão, ou por

mistura de CO2 do motor do compressor de ar com o ar do cilindro.

Edmonds et al. (2001) analisaram 2.500 acidentes e descobriram que 90%

dos mergulhadores que morreram ainda estavam com seus cintos de lastro,

demonstrando erro grave de procedimento. Bastaria que soltassem esse cinto para

que subissem à superfície mais facilmente.

3.5.5 Negação de doença descompressiva

Segundo Vann et al. (2005) há uma demora, no início do tratamento da

doença descompressiva, em muitos casos entre 6 e 12 horas, e cerca de 15% dos

mergulhadores com sintomas de doença descompressiva continuam a mergulhar,

negando e agravando o quadro clínico.

Segundo a ADS (2008), são sintomas de doença descompressiva leve:

­ mal estar intenso;

­ dor nas articulações;

Page 57: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

55

­ dores de cabeça;

­ náuseas;

­ vertigens;

­ formigamento;

­ paralisia;

­ impossibilidade de urinar;

­ desmaios;

­ coceiras;

­ vermelhidão ou lividez;

­ aspecto malhado na pele; e

­ áreas com edema ou enfisema subcutâneo preferencialmente no peito, dorso, parte

superior do abdômen, ombros, antebraços e coxas.

Page 58: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

56

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 ESCOLHA DO PADRÃO DE PROCEDIMENTO DE SEGURANÇA

Neste trabalho foi escolhido o padrão de procedimentos de segurança da

ADS, que é uma organização fundada em abril de 1980 por instrutores voluntários

no Japão, com programas educacionais de mergulho recreativo. A ADS é membro da

comissão técnica da Confédération Mondiale des Activités Subaquatiques ­ CMAS.

4.2 MATERIAIS E PROGRAMAS

O equipamento utilizado para o desenvolvimento do ambiente virtual foi um

computador PC Intel Duo Core 2, 1,66 GHz, 1 GB RAM. Para a etapa de teste de validação será utilizado um notebook Intel Duo Core

2, 2.0 GHz, 3 GB RAM. Optou­se por um notebook por causa da facilidade de deslocamento com todos os requisitos necessários de software e plug­ins.

Os desenhos foram feitos no Adobe Fireworks, que é um programa complementar do Adobe Flash e proporciona fácil interação entre si, ou seja um desenho feito no Adobe Fireworks pode ser utilizado no Adobe Flash automaticamente, sem necessidade de tratamentos ou conversão (ENGLISH, 2006).

Foi utilizado o ActionScript 8 como linguagem de programação porque possibilita bom desempenho, interatividade, e facilidade de utilização. Outras

linguagens que teriam a vantagem de gerar um arquivo menor e necessitar

computadores menos poderosos, como o C++ e o Java, porém não teriam as

animações realistas do Adobe Flash, nem suas vantagens listadas por Tarouco et al. (2004) como flexibilidade e facilidade de utilização.

Page 59: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

57

Outros programas utilizados para o desenvolvimento do AVM foram o Microsoft Internet Explorer 8, e plug­in do Adobe Flash 8.

Marshal e Nichols (2004) citam que a interação com mouses, joysticks e teclados não proporcionam boa interação, sendo necessário usar equipamentos

reais para tal. Porém no mergulho não é possível simular sensações de tais

equipamentos pois o meio aquático é muito diferente e as situações apresentadas

como subida de emergência poderia ter parte da interação com equipamentos como

regulador e cinto de lastro, mas o comando para subir só é possível pela tela, e as

duas formas de ação confundiriam o jogador.

Sebok et al. (2004) preferem o uso de mouse a teclado, mas no AVM o

comando das direções do personagem só pode ser feita com a teclas de direção,

não com o mouse, que foi dedicado a apontar o cinto de lastro e o regulador na subida de emergência.

Entre usuários freqüentes de jogos de computador, alguns preferem o uso das

teclas A, S D W e Z para direcionar o personagem a fim de ter a mão direita livre,

outros preferem o uso das setas de direção, mesmo tendo que tirar a mão direita do

teclado para usar o mouse. No AVM foi utilizada a segunda opção, sendo que para

os que preferem as letras, o teclado foi deslocado para a esquerda a fim de utilizar

ambas as mãos.

O programa tem tamanho de 1,6 MB e exige memória RAM mínima de 1 G

para ser executado no tempo previsto pela programação sem atrasos.

4.3 AVALIAÇÃO DO AVM

Para avaliar se as respostas à situações de emergência estão corretos, o

AVM foi avaliado pelo presidente da ADS.

Para avaliar o AVM em relação à usabilidade, foi elaborado um questionário

com um item sobre realismo das cenas e outro sobre facilidade de entendimento das

interfaces.

Para avaliar os conhecimentos sobre segurança no mergulho, foi elaborado

outro questionário com 8 testes de múltipla escolha que apresenta as mesmas

Page 60: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

58

situações de perigo do AVM, sendo que as alternativas para as respostas também

são aquelas que podem ser executadas no AVM. Esse cuidado permite comparar os

dois testes.

4.4 SUJEITOS DA PESQUISA

Para os testes, foram escolhidos 70 voluntários (parecer favorável do Comitê

de Ética e Pesquisada Universidade de Mogi das Cruzes, com número de registro

0009.0.237.000­09 do Ministério da Saúde do Brasil), mergulhadores credenciados

de ambos os sexos, maiores de 18 anos, e com experiência em jogos de

computador, para evitar que pessoas não familiarizadas com os comandos errem por

desconhecimento das interfaces. Foram escolhidos mergulhadores que praticam

menos de 20 mergulhos por ano, pois segundo a DAN (2005), são os mais

suscetíveis a acidentes. Foram selecionados apenas mergulhadores que após

serem credenciados fizeram pelo menos dois mergulhos para evitar que a falta de

consolidação dos conhecimentos influenciasse no resultado da pesquisa.

Esses voluntários foram divididos nos grupos:

Grupo A: 10 instrutores de mergulho, grupo B: 30 mergulhadores que

participaram do AVM, e grupo C: 30 mergulhadores que responderam o questionário

sobre segurança do mergulho. Os 70 mergulhadores responderam o questionário

sobre usabilidade e realismo.

4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Como o teste de Shapiro­Wilk mostrou que os dados são não paramétricos,

foi utilizado o teste Binomial de duas proporções para analisar a significância dos

resultados. O teste destina­se a verificar a diferença entre duas proporções de

amostras independentes procurando determinar se a diferença (p1 – p2) é de tal

Page 61: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

59

grandeza que permita rejeitar a hipótese de nulidade. Paras esses cálculos foi

utilizado software de Ayres (2007).

Page 62: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

60

5 DESENVOLVIMENTO DO AVM

5.1 PLANEJAMENTO DO AVM

O AVM tem blocos de ambientes onde são simuladas situações que podem

provocar acidentes. Resumo do planejamento (Figua24): Problema Causa O que fazer Representação no jogo Validade da avaliação

Separação de duplas: não manter contato visual desde a entrada na água até a volta para o barco.

Distração com o fundo do mar e objetivos diferentes da dupla.

Aproximar­se de sua dupla e manter­se dentro do seu campo de visão.

O personagem da dupla vai se afastando até sair do campo visual da tela. O personagem deve ir atrás da sua dupla.

O personagem tem bandeiras em frente dele. Para ir atrás da dupla, deve ir a uma direção onde não tem bandeiras.

Narcose Profundidade acima da capacidade física do indivíduo.

Diminuição da profundidade

Simula a narcose: os comandos do jogo demoram a responder, a tela fica embaçada, e os instrumentos fornecem dados inconsistentes. O jogador deve fazer o personagem subir até os sintomas desaparecerem.

Não há motivos para subir nessa fase do jogo.

Ficar sem ar por não trocar o cilindro em tempo.

Distração com o fundo do mar.

Lembrar de consultar o manômetro freqüentemente.

A pressão de ar diminui no decorrer do jogo e para não ficar sem ar deve fazer o personagem trocar de cilindro.

A verificação do instrumento exige manobras específicas que não podem ser feitas involuntariamente.

Exceder 18 metros de profundidade por comandar descida do personagem sem verificar o profundímetro.

Distração com o fundo do mar.

Lembrar de consultar o profundímetro para não descer abaixo de 18m.

Uma bandeira foi colocada em profundidade maior que 18 m. Se o jogador não verificar seu prufundímetro, e quiser pegá­la, comete um erro.

A verificação do instrumento exige manobras específicas que não podem ser feitas involuntariamente.

Subida de emergência Falta de ar por esquecimento de verificação de manômetro ou falha no equipamento.

Subir para a superfície retirando o cinto de lastro, e exalando ar.

O jogo simulará a interrupção do fornecimento de ar, independentemente das ações do jogador. O jogador deve comandar três procedimentos: soltar o cinto de lastro, exalar o ar e subir.

Não são procedimentos normais do jogo. Os comandos para soltar o cinto, exalar ar e subir são diferentes dos movimentos normais.

Negação de doença descompressiva: apesar de apresentar alguns dos sintomas da doença descompressiva, volta a mergulhar.

Vontade de mergulhar.

Parar o mergulho imediatamente.

O jogo apresenta o personagem demonstrando alguns dos sintomas da doença descompressiva: dor nas juntas e na cabeça e corpo encurvado, então para não cometer um erro, o jogador deve desistir do jogo.

O botão de desistir não é sugestivo porque está em todas as telas. O jogador deve justificar porque desistiu num campo.

Figura 24 – quadro com planejamento do AVM.

Page 63: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

61

5.2 FLUXOGRAMA DO AVM

O fluxograma apresentado na Figura 25 mostra a seqüência do jogo. O

primeiro evento que ocorre é a separação de duplas, seguida da simulação dos

sintomas de narcose. A verificação da quantidade de ar no cilindro, cuja falta

ocasiona necessidade de subida de emergência e a verificação do profundímetro

sem a qual pode ocasionar descida além do limite de 18m podem acontecer a

qualquer momento. Caso o jogador nunca deixe faltar ar, trocando o cilindro sempre

que necessário, após os sintomas de narcose, o jogo força a falta de ar, simulando

falha do equipamento. Desta forma, é obrigatória a passagem pela fase da subida de

emergência. Por fim, o personagem sobe ao barco e sofre sintomas de doença

descompressiva. Reconhecendo ou não os sintomas, o jogo termina. Caso o

mergulhador erre algum procedimento de emergência, serão mostrados no fim do

jogo.

Page 64: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

62

INSTRUÇÕES INICIO CONTROLE DE AR

DUPLA

PROFUN­ DÍMETRO

ACERTO

ACERTO

ERRO

ERRO

NARCOSE ERRO

FEZ SUBIDA?

ERRO

ACERTO

D. D.

ACERTO

ERRO

MOSTRA RESULTADOS FIM

SUBIDA EMERG.

NÃO SIM

REGISTRO DO ERRO

ACERTO

REGISTRO DO ERRO

SUBIDA EMERG.

ERRO

REGISTRO DO ERRO

ACERTO

CONTROLE DE AR

PROFUN­ DÍMETRO

ACERTO

ACERTO

ERRO REGISTRO DO ERRO

ACERTO

REGISTRO DO ERRO

SUBIDA EMERG.

ERRO

CONTROLE DE AR

PROFUN­ DÍMETRO

ACERTO

ACERTO

ERRO REGISTRO DO ERRO

ACERTO

REGISTRO DO ERRO

SUBIDA EMERG.

ERRO

REGISTRO DO ERRO

REGISTRO DO ERRO

REGISTRO DO ERRO

ACERTO

Figura 25 – fluxograma do AVM

Page 65: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

63

5.3 DESCRIÇÃO DO AVM

O jogo é contínuo, sem aparência de “fases”. Foi escolhida a visão em

terceira pessoas, porque segundo Elias (2002), quando o jogador se vê na tela

existe maior oportunidade de interação do personagem com o mundo.

A primeira tela apresenta as regras do jogo, e seus comandos (Figura 26).

Segundo Marshal e Nichols (2004), o usuário não deve precisar ler as instruções

para entender os comandos, por isso, eles foram posicionados no início do jogo e

não durante.

Figura 26 – tela inicial do AVM.

A posição do personagem é controlada pelas setas do teclado; a consulta ao

manômetro e ao profundímetro pode ser feita pela tecla de espaço ou clicando no

ícone que mostra um manômetro; para soltar o cinto de lastro deve­se clicar no cinto

de lastro do personagem; e, para exalar ar, clicar no regulador do personagem.

Pesquisa de Elias (2002) sugere o uso de sons para maior interação, mas outras

evitam seu uso alegando que distraem o jogador e podem perturbar o ambiente

(Nascimento, 2006, Carvalho, 2005 e Green e Mcnesse, 2007), mas como o

ambiente do AVM se baseia no mar, não foi programado sons.

Page 66: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

64

O jogo inicia­se com o personagem tendo como objetivo passar pelo maior

número possível de bandeiras, distribuídas no mar (Figura 27). Foi previsto e

anunciado uma premiação para o jogador que conseguir pegar todas as bandeiras.

Desta maneira, evita­se que a sorte decida o resultado, quando ações aleatórias

acabem coincidindo com as regras de segurança, pois segundo Green e Mcnesse

(2007) e Sampieri et al. (2006) o objetivo não pode ser alcançado por sorte. Ao

procurar as bandeiras, o jogador se distrairá e terá um objetivo que irá contra os

procedimentos de segurança do mergulho, então se ele desistiu do seu objetivo de

passar pelas bandeiras, é porque sabe as regras de segurança.

Figura 27 – tela do AVM com instruções do jogo.

5.3.1 Separação de duplas

O primeiro aspecto sobre segurança a ser simulado é a separação da dupla.

Conforme visto nas pesquisas de Layton (2007B), muitos mergulhadores acabam se

separando de sua dupla, impedindo­o de receber ajuda em caso de emergências.

O personagem está indo em direção a uma bandeira, quando sua dupla vai

em sentido oposto até sair do campo de visão (Figura 28). O jogador deve fazer com

que seu personagem aproxime­se de sua dupla, mesmo indo em sentido oposto das

Page 67: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

65

bandeiras, senão comete um erro. A dupla volta a acompanhar o personagem que

pode então voltar A escolher seus caminhos na busca pelas bandeiras.

Figura 28 – tela mostrando personagem se afastando de sua dupla.

5.3.2 Narcose

Depois o personagem sofre sintomas de narcose, ou seja, o personagem se

movimentará mais lentamente, com os comandos demorando a responder, e com

imagens borradas (Figura 29), o manômetro e o profundímetro parecem fornecer

informações sem nexo. O jogador deverá comandar a subida até que os sintomas

desapareçam. Caso não suba em até 3 segundos contados desde o início dos

sintomas, o erro é registrado e o jogo prossegue.

Page 68: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

66

Figura 29 – tela mostrando efeitos da narcose.

5.3.3 Distração

A distração é provocada pelo deslumbramento com o meio marinho (Layton

2007A). Durante o jogo aparecem peixes, tartarugas e outros seres marinhos,

inclusive um tubarão. O tubarão é apenas uma distração ao aparecer, não deve ser

feito nada. Além desses fatores existe o objetivo do jogo de pegar as bandeiras,

algumas delas colocadas em local que para serem alcançadas o jogador tem que

infringir regras de segurança como profundidade máxima ou abandonar sua dupla.

O personagem do jogo tem um console pendurado que mostra a quantidade

de ar que ainda possui, e sua profundidade, mas o mostrador só é visível caso o

jogador aperte a barra de espaços ou clique no ícone do manômetro. Esse

equipamento é uma peça única.

A quantidade de ar começa em 220 BAR e vai até zero, sendo que a faixa

vermelha de reserva começa em 50 BAR. Caso a quantidade de ar fique com menos

de 50 BAR sem que o jogador clique no manômetro e troque de cilindro como na

Figura 30, o erro é registrado. Para evitar esse erro, o jogador deve olhar o

manômetro freqüentemente para saber a quantidade de ar que ainda tem no cilindro.

Trocando ou não o cilindro, o jogo continua.

Page 69: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

67

Figura 30 – tela mostrando troca de cilindro na superfície.

Caso o jogador desça a uma profundidade maior que 18 metros em qualquer

momento do jogo, comete um erro que será registrado. Para evitar infringir essa

regra, o jogador deve olhar o profundímetro a cada 3 segundos se estiver descendo.

Se descer abaixo de 18m é registrado o erro.

5.3.4 Subida rápida à superfície

Segundo Vann et al. (2005) esse procedimento feito de forma inadequada é

responsável por 70% dos acidentes causados por falha no comportamento dos

mergulhadores. Os mergulhadores, por instinto, prendem o ar causando barotrauma

de pulmão e, segundo Edmonds et al. (2001), não soltam o cinto de lastro que os

faria subir à superfície muito mais facilmente.

O jogo simula uma interrupção no fornecimento de ar (Figura 31). O

personagem não soltará mais bolhas de ar, o cilindro fica vermelho e ficará com

rosto de pânico. O jogador deverá soltar o cinto de lastro, clicando nele e exalar ar

em menos de 3 segundos, clicando no regulador, e comandar a subida pelas setas

do teclado (Figura 32). Caso faça esse procedimento em qualquer outro momento,

Page 70: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

68

também comete um erro. O jogo irá registrar em quanto tempo o jogador irá gastar

para soltar o cinto de lastro e exalar o ar antes de comandar a subida.

O registro dos erros é independente entre soltar o cinto de lastro e exalar o ar.

O jogador pode acertar um dos procedimentos e errar outro.

Figura 31 – tela com simulação de interrupção no fornecimento de ar.

Figura 32 – tela mostrando subida rápida à superfície.

Page 71: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

69

5.3.5 Negação da doença descompressiva.

Ao voltar ao barco, o mergulhador trocará o cilindro, recolocará o cinto de

lastro e começará o procedimento para um novo mergulho, porém no barco terá

sintomas de doença descompressiva leve, como mal estar e dor nas articulações.

Na animação serão mostrados círculos vermelhos piscando nas articulações e o

mergulhador inclinado para simular dor (Figura 33).

Figura 33 – tela com simulação de sintomas de doença descompressiva.

Há uma pergunta se o jogador deve continuar o jogo, caso reinicie o

mergulho, comete um erro. Para evitar que essa pergunta influencie o jogador, o

botão de desistir está em todas as telas, e caso seja clicado, aparecerá um campo

texto para justificativa (Figura 34). Esse procedimento foi adotado para detectar se o

jogador desistiu por perceber os sintomas da doença descompressiva ou por outro

motivo qualquer, eliminado assim, o fator sorte.

Page 72: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

70

Figura 34 – tela com justificativa para não iniciar outro mergulho.

5.3.6 Resultado do jogo

O jogo é encerrado e a pontuação é mostrada ao jogador com os erros

cometidos (Figura 35).

Figura 35 – tela com resultado do jogo.

Assim como citam Loranger e Nielsen (2007), os comandos de interfaces

foram colocadas sempre no mesmo local e foram seguidas as diretrizes de

Page 73: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

71

Nascimento (2006) como usar tamanho de palco de 700 x 400 pixels para evitar

rolamento de tela, evitar textos com margem justificada porque dificulta a leitura das

linhas, evitar o uso de janelas, e as mesmas informações estão sempre nos mesmos

locais nas telas como o manômetro, profundímetro, número de bandeiras e botão de

“desistir” do mergulho.

Porém a regra de Nascimento (2006), Costa et al. (2004) e Mullet e Sano

(1995) de evitar o excesso de animações foi propositalmente ignorado para fazer

com que o jogador simule a realidade onde as atrações distraem e fazem com que

se esqueçam os procedimentos de segurança como permanecer em dupla e

consultar o manômetro e profundímetro.

A fonte utilizada foi a Arial, pois conforme cita Rosa (2006), é uma das fontes

padrão dos navegadores e por estarem em frases curtas, não precisam de serifas.

Assim como sugere Nascimento (2006), foram utilizadas letras maiúsculas e

minúsculas para facilitar a leitura e evitadas frases de efeito que dificultam o

entendimento do conteúdo.

Foram também seguidas as pesquisas de Nielsen e Tahir (2001) evitando

fundo de tela que dificulta a leitura bem como contrastes pequenos que atrapalham

os daltônicos.

Page 74: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

72

6 RESULTADOS

6.1 AVALIAÇÃO DO AVM

O presidente da ADS, Roberto Shiguematsu, responsável pela definição e

divulgação dos padrões de procedimentos de segurança no mergulho considerou

corretos os conceitos de segurança do mergulho apresentados no AVM.

As respostas do questionário de usabilidade mostraram que 100% dos

instrutores e 90% dos mergulhadores comprovaram que as informações são

facilmente entendíveis, e 100% dos instrutores e 93,33% dos mergulhadores

consideraram que o jogo tem realismo suficiente (Figura 36).

QUESTIONÁRIO SOBRE USABILIDADE DO AVM

0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%

Instrutores Mergulhadores

ITEM

PERCENTU

AL

Interfaces facilmente entendíveis Realismo para envolver jogadores

Figura 36 – gráfico com resultado do questionário de aprovação AVM.

Os testes foram realizados nos meses de julho a setembro de 2009.

Page 75: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

73

6.2 VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS DO AVM

O AVM foi acessado pelos 10 instrutores do grupo A e 30 mergulhadores do

grupo B e foram registrados os erros e acertos. Os resultados dos 10 instrutores de

mergulho (grupo A) que praticaram o AVM estão na Tabela 1. Tabela 1 – resultado do AVM entre 10 instrutores de mergulho. (E: erro; A: acerto).

Voluntário Ficar com sua

dupla

Reconhecer sintomas da narcose

Verif icar manômetro

Verificar profundímetro

Soltar o cinto de lastro na subida de emergência

Exalar ar na subida de emergência

Ir à superf ície na subida de emergência

Reconhecer sintomas da

doença descompressiva

TOTAL DE ERROS

1 E A A A A A A A 1 2 E A E E A A A A 3 3 E A A A A A A A 1 4 E A A A A A A A 1 5 E A A A A A A A 1 6 E E E A A A A A 3 7 E A A A A A A A 1 8 E E E A A A A A 3 9 E A E E A A A A 3 10 E A A A A A A A 1

TOTAL 10 2 4 2 0 0 0 0 18

INSTRUTORES NO AVM

Os resultados de 30 mergulhadores que praticaram o AVM (grupo B) estão na tabela

2, e dos 30 que responderam o questionário sobre segurança (grupo C) estão na

Tabela 3. Tabela 2 – resultado do AVM entre 30 mergulhadores voluntários. (E: erro; A: acerto).

Voluntário Ficar com sua

dupla

Reconhecer sintomas da narcose

Verificar manômetro

Verificar profundímet ro

Soltar o cinto de las tro na subida de emergência

Exalar ar na subida de emergência

Ir à superfície na subida de emergência

Reconhecer s intomas da

doença descompressiva

TOTAL DE ERROS

1 E A E E A A A E 4 2 E A E E E E E A 6 3 E E E E E E E A 7 4 A E A A A A A A 1 5 E E A E A A A A 3 6 E A E E A A A E 4 7 E A E E E E E A 6 8 E E E E E E E A 7 9 A E A A A A A A 1 10 E E A E A A A A 3 11 E A E E E E E E 7 12 E E A E E E E E 7 13 E E E A E E E A 6 14 E A E E E E E E 7 15 E E A E E E E E 7 16 E E E A E E E A 6 17 E E A A E E E E 6 18 E E A A E E E E 6 19 E E E E E E E A 7 20 E A A A A A A E 2 21 E A A A A A A A 1 22 E E A A E E E E 6 23 E A A E E E E E 6 24 E E A A E E E E 6 25 E E E E E E E A 7 26 E A A A A A A E 2 27 E A A A A A A A 1 28 E A A E E E E E 6 29 E E E E A A A A 4 30 E E E E A A A A 4

TOTAL 28 18 14 18 18 18 18 14 82

MERGULHADORES NO AVM

Page 76: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

74

Tabela 3 – resultado do questionário sobre segurança entre 30 mergulhadores voluntários. (E: erro; A: acerto).

Voluntário Ficar com sua dupla

Reconhecer sintomas da narcose

Verificar manômetro

Verif icar profundímetro

Soltar o cinto de lastro na subida de emergência

Exalar ar na subida de emergência

Exalar ar na subida de emergência

Reconhecer sintomas da

doença descompressiva

TOTAL DE ERROS

1 A A A E A E A A 2 2 A E A A A A A A 1 3 A A A E A A A A 1 4 A A A A A E A A 1 5 A E A A A A A A 1 6 A E A A A A A A 1 7 A E A A A A A A 1 8 A A A E A A A A 1 9 A A A A A E A A 1 10 A E A A A A A A 1 11 A A A A E A A A 1 12 A E A E A E A A 3 13 A A A A E A A A 1 14 A E A E A E A A 3 15 A A A E A A A A 1 16 A A A E A A A A 1 17 A A A E A A A A 1 18 A A A A A A A A 0 19 A A A A A A A A 0 20 A A A E A A A A 1 21 A E A A A A A E 2 22 A A A E A A E A 2 23 A E A E A A A A 2 24 A A E E A A A A 2 25 A A A E A A E A 2 26 E E A E E A A A 4 27 A E A E A A A A 2 28 A E A A A A A A 1 29 A A E E A A A A 2 30 A E A E A A A A 2

TOTAL 1 13 2 17 3 5 2 1 21

MERGULHADORES NO QUESTIONÁRIO SOBRE SEGURANÇA DO MERGULHO

Os resultados consolidados são os mostrados na Tabela 4 e Figura 37. Tabela 4 – resultado com os erros em porcentagens dos instrutores e mergulhadores no

AVM e mergulhadores no questionário sobre segurança.

Grupo Ficar com sua dupla

Reconhecer sintomas da narcose

Verificar manômetro

Verificar profundímetro

Soltar o cinto de lastro na subida de emergência

Exalar ar na subida de emergência

Ir à superfície na subida de emergência

Reconhecer sintomas da

doença descompressiva

Instrutores no AVM 100,00% 20,00% 40,00% 20,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%

Mergulhadores no AVM 93,33% 60,00% 46,67% 60,00% 60,00% 60,00% 60,00% 46,67%

Mergulhadores no questionário sobre

segurança 3,33% 43,33% 6,67% 56,67% 10,00% 16,67% 6,67% 3,33%

RESULTADO CONSOLIDADO DE PERCENTUAL DE ERROS

Page 77: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

75

PERCENTUAL DE ERROS

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

120,00%

DUPLA

NARCOSE

MAN

ÔMETR

O

PROFU

NDÍMETR

O

SOLTAR

CINTO

EXA

LAR AR

IR À SUPER

FÍCIE

DOENÇA

DESCOMPR

ESSIVA

PROCEDIMENTOS

PERCENTUAL DE ERROS

Instrutores AVM Questionário sobre segurança

Figura 37 – gráfico com resultados do jogo.

A análise binomial duas proporções dos resultados dos mergulhadores (grupo

B) em comparação com os resultados das respostas do questionário sobre

segurança respondidos pelos mergulhadores do grupo C forneceu os resultados

apresentados na Tabela 7. Sendo p1­p2 maior que 0,01, mostrando que para os

itens “reconhecer sintomas da narcose” e “verificar profundímetro”, não há diferença

significativa entre os dois grupos. Nos demais 6 itens, p1­p2 menor que 0,01 mostra

que os dois grupos são significativamente diferentes nesses quesitos (Figura 38)

Amostras Item p1­p2 Ficar com sua dupla <0,0001 Reconhecer sintomas da narcose 0,1965 Verificar manômetro 0,0005 Verificar profundímetro 0,7934 Soltar o cinto de lastro na subida de emergência <0,0001 Exalar ar na subida de emergência 0,0006 Ir à superfície na subida de emergência <0,0001 Reconhecer sintomas da doença descompressiva 0,0001

Mergulhadores no AVM X

Mergulhadores no questionário sobre

segurança

TESTE BINOMIAL DUAS PROPORÇÕES

Figura 38 – quadro com resultado do teste binomial duas proporções.

Page 78: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

76

7 DISCUSSÃO

No grupo dos instrutores não foi feito nenhum erro na metade dos quesitos,

mas todos erraram no item permanecer com sua dupla. Eles justificaram alegando

que os instrutores têm autorização para mergulhar sem dupla. Entretanto quando

eles têm uma dupla como no caso do AVM, não deveriam abandoná­la.

Praticamente todos sabem que devem permanecer com sua dupla (apenas, 3,33%

de erro no questionário sobre segurança), mas a abandonaram devido à

empolgação com a atividade, como ocorre na vida real comprovando que o AVM

retratou bem o ambiente subaquático. A credenciadora SDI tem um curso chamado

de mergulho solo, em que são ensinadas técnicas mais avançadas de resolução de

problemas que autorizam o mergulhador a praticar a atividade individualmente,

tamanha é a dificuldade de se manter em dupla.

No questionário sobre segurança no mergulho dois itens se destacaram pelo

alto índice de erros: verificar profundímetro e reconhecer sintomas da narcose,

56,67% dos mergulhadores do grupo C não lembraram que deveriam ficar

monitorando esse instrumento, mas também 60% dos mergulhadores do grupo B e

40% dos instrutores do grupo A esqueceram dos limites de profundidade ao jogar o

AVM. Os instrutores têm limite variável de profundidade entre 41m e 70m

dependendo dos cursos realizados, por esse motivo, alguns não respeitaram o limite

de 18m. Os erros do grupo B podem ser devido ao esquecimento como no grupo C

ou à empolgação pelo jogo.

O quesito narcose é de pouca importância no sudeste do Brasil pois a maioria

dos pontos de mergulho recreativo são rasos e não causam narcose. Portanto todos

os instrutores com prática no exterior acertaram e apenas 2 que nunca mergulharam

fundo não reconheceram os sintomas. O alto índice de erros dos grupos B e C nesse

item mostra que estes sintomas são pouco conhecidos. Como os mergulhos no

Brasil são predominantemente rasos poucos já sentiram os sintomas da narcose.

Em relação ao manômetro, quase todos do grupo C lembraram que este deve

ser sempre consultado (93,33%), mas no AVM muitos se esqueceram de fazer essa

consulta (46,67%). No grupo A, o erro foi de 40% sendo que os instrutores

Page 79: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

77

justificaram que se acabar o ar, basta fazer a subida de emergência, procedimento

que eles praticam várias vezes por semana para ensinar novos mergulhadores.

Na subida de emergência, o maior problema detectado foi em relação a exalar

ar. Todos os do grupo A acertaram. No grupo C a maioria (83,33%) sabe o que deve

ser executado, mas no grupo B 60% dos mergulhadores erraram. Esse

procedimento de segurança, exalar todo o ar durante a subida e não retê­lo nos

pulmões é contra instintivo. Segundo Vann et al. (2005) ele é responsável por 70%

dos acidentes causados por falha no comportamento dos mergulhadores. Os

mergulhadores ao ficar sem fornecimento de ar, por instinto, prendem o ar enquanto

sobem causando barotrauma de pulmão.

Na subida de emergência, em relação à soltura do cinto de lastro, 100% dos

instrutores e 90% do grupo C acertaram, mas no AVM 60% do grupo B erraram.

Segundo Edmonds et al. (2001), os mergulhadores em pânico não soltam o cinto de

lastro que os faria subir à superfície muito mais facilmente. Segundo sua pesquisa,

80% dos mergulhadores mortos não soltaram o cinto de lastro.

Na subida de emergência, em relação a subir para superfície, novamente

100% dos instrutores acertaram o procedimento, no grupo C 93,33% acertaram, mas

no grupo B 60% erraram. No AVM muitos jogadores não reconheceram que seria o

momento de executar uma subida de emergência.

Para a doença descompressiva 100% dos instrutores e 96,77% dos

mergulhadores do grupo C reconheceram os sintomas, mas 46,67% dos

mergulhadores do grupo B negaram estes sintomas na ânsia de ganhar o jogo e o

brinde. Na vida real, o deslumbramento e a vontade de mergulhar fazem também

com que esses sintomas sejam desconsiderados.

Page 80: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

78

8 CONCLUSÕES

Vários fatores técnicos devem ser analisados para validar um ambiente virtual

de aprendizagem: usabilidade e realismo. O AVM desenvolvido nessa pesquisa foi

considerado pela maioria dos participantes com realismo suficiente para envolver e

motivar os jogadores. Essa opinião foi comprovada pelo desempenho dos instrutores

que acertaram os procedimentos, (exceto a manutenção do sistema de duplas e

verificação de manômetro por razões já explicadas), reconhecendo as situações de

emergência e executando os procedimentos corretos.

Para o ambiente virtual AVM desenvolvido nessa pesquisa foram utilizadas

três formas de validação, uma por um especialista em mergulho, outra com

questionário de opinião entre mergulhadores e instrutores, e a terceira por

quantificação de erros cometidos.

Houve grande preocupação nesta pesquisa para que a sorte não decida o

resultado evitando que ações aleatórias coincidam com decisões tomadas em

função da segurança, conforme estipulado por Green e Mcneese (2007). Para tanto,

foi anunciado aos voluntários que haveria um brinde para os que conseguissem

pegar todas as bandeiras do jogo. Para alcançar este resultado os mergulhadores

deveriam ignorar os procedimentos de segurança. Para acertar no AVM, os

mergulhadores tiveram que abrir mão da pontuação e, portanto, o fizeram

conscientemente.

Entre usuários de jogos de computador, existe a preferência do uso das teclas

A, S D W e Z para direcionar o personagem a fim de ter a mão direita livre para usar

o mouse. Já outros, preferem o uso das setas de direção, mesmo tendo que tirar a

mão direita do teclado para usar o mouse. No AVM foi utilizada a segunda opção,

sendo que para os que preferem as letras, o teclado foi deslocado para a esquerda a

fim de utilizar ambas as mãos.

Nos jogos educativos deve­se evitar o excesso de animações (Nascimento,

2006), (COSTA et al., 2004), (MULLET e SANO, 1995). Entretanto nessa pesquisa

essa regra foi propositalmente ignorada para simular a realidade onde as atrações

distraem e fazem com que os mergulhadores se esqueçam dos procedimentos de

segurança.

Page 81: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

79

O AVM foi avaliado positivamente pelo especialista em relação às situações

de emergência no mergulho. As interfaces foram consideradas facilmente

entendíveis e o realismo envolvente pela maioria dos os participantes, instrutores e

mergulhadores. Assim, pode­se considerar que o AVM tem qualidades técnicas e

usabilidade suficientes para simular o ambiente marinho e os perigos do mergulho.

Essa pesquisa mostrou que para uma melhor prevenção de acidentes, é

necessária uma simulação não bastando aulas teóricas ou leitura de textos.

O AVM detectou quais procedimentos de segurança são mais freqüentemente

esquecidos ou negligenciados pelos mergulhadores. Desta forma os instrutores e

guias de mergulho podem enfatizar esses procedimentos nos cursos e nos briefings antes da prática.

O software é inédito e como sugestão de pesquisa futura fica a inclusão no

AVM de outros conceitos sobre mergulho, como por exemplo, práticas

ambientalmente corretas, tabelas de descompressão e fisiologia do mergulho, para

utilizá­lo como forma de ensino ou refresh de mergulhadores.

Page 82: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

80

REFERÊNCIAS

ADOBE INC: 1997­2005. Adobe Flash 8: rich content creation – versão em português do Brasil. San Francisco: Adobe: 2005a.

ADOBE INC: 1997­2005. Adobe Flash 8: actions script. San Francisco: Adobe: 2005b.

AGUIAR, R. V. Desenvolvimento, implementação e avaliação de ambiente virtual de aprendizagem em um curso profissionalizante de enfermagem. Tese (doutorado em enfermagem). USP. Escola de Enfermagem, Ribeirão Preto, 2006.

ALMEIDA, M. E. B. Educação a distância na internet: abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 2, 2003.

ANDERSON, L.; ZIMAND, E.; HODGES, L. F.; ROTHBAUN, B. O. Cognitive behavioral therapy for public­speaking anxienty using virtual reality for exposure. Depression and Anxiety, v. 22, n. 3, p. 156­158, 2005.

ANDRADE, R. D. Desenvolvimento e utilização de jogo educativo sobre a prevenção de doenças respiratórias no seguimento de crianças menores de cinco anos para a capacitação de agentes comunitários de saúde. Dissertação (mestrado em enfermagem) apresentada à USP, Escola de Enfermagem, Ribeirão Preto: 2004.

ASSOCIATION OF DIVE SCHOOLS ­ ADS. Manual open water skin & scuba. Volume I. São Paulo: 2008. 1­CD­ROM.

AUGUSTOWISKY, M.; FRANCINE, R. O mergulho recreacional como ferramenta para o turismo sustentável em Unidades de Conservação Marinhas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, 3., 2002, Fortaleza. Anais…Fortaleza: Rede Nacional Pró­Unidades de Conservação/ Fundação o Boticário de Proteção à Natureza/ Associação Caatinga, 2002.

AYRES, M.; AYRES JR., M.; AYRES, D. L.; SANTOS, A. A. S. Bio estat: aplicações estatísticas nas áreas das ciências biomédicas. 5. ed. Belém, 2007. Software livre. Disponível em: <www.mamiraua.org.br>.

BARENREGT, W.; BEKKER, M. M.; SPEERSTRA, M. Empirical evaluation of usability and fun in computer games for children. In: Human­Computer Interaction – INTERACT 03, 3, 2003. Anais... Eindhoven, Holanda: Faculty of Industrial Design, 2003.

Page 83: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

81

BARKER, B.; BROOKS, D. an evaluation of short­term distributed online learning events. International journal of e­learning. Chesapeake, apr./june 2005.

BORDNICK, P.; TRAYLOR, A. C.; GRAAP, H. L. C.; BROOKS, J.; Virtual Reality Cue Reactivity Assessment: A Case Study in a Teen Smoker. Applied Psychophysiology and Biofeedback, v. 30, n. 3, Sep. 2005, p. 187­193.

CARNEIRO, M. A. B Jogando, descobrindo, aprendendo. Tese (doutorado em comunicação e Arte). USP. Faculdade de Comunicação e Arte, São Paulo, 1990.

CARVALHO, A. A. A. Como olhar criticamente o software educativo multimedia. In: Utilização e avaliação de software educativo. Lisboa. Ministério da Educação, 2005. p 69­82 (Cadernos SACAUSEF).

CASTRO, N. J. et al.. O Estudo a distância com apoio da internet. 2002. Disponível em: <www.abed.org.br>. Acesso em 01 de dezembro de 2006.

CERCONE, K. Characteristics of adult learners with implications for online learning design. International journal of e­learning. Chesapeake, v. 16, p. 137­159, 2008.

CEREIJO, M. V. P. Attitude as predictor of success in online training. International journal of e­learning. Chesapeake, oct./dec. 2006.

CICARELLI, Domingos Dias et al. . Importância do treinamento de residentes em eventos adversos durante anestesia: experiência com o uso do simulador computadorizado. Rev. Bras. Anestesiol., Campinas, v. 55, n. 2, 2005.

CONFÉDERACIÓN MONDIALE DES ACTIVITÉS SUBAQUATIQUES – CMAS. Homepage da instituição. Disponível em: <http://www.cmas.org> Acesso em: 06 ago. 2004.

COSTA, C. M. J.; COSTA, P.; APARÍCIO, M. Principles for Creating Web Sites: A Design Perspective. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON ENTERPRISE INFORMATION SYSTEM, 6., 2004, Porto. Anais… Porto: International Conference on Enterprise Information Systems, 2004.

CÔTÉ, S. Bouchard, S. Documenting the efficacy of virtual reality exposure with psychophysiological and information processing measures. Applied Psychophysiology and Biofeedback, v. 30, n. 3, p. 217­224, Sep. 2005.

DALE, E. Audio­visual methods in teaching. New York: Dryden Press, 1946.

DIFEDE, J.; HOFFMAN, H. G. Virtual reality exposure Therapy for World Trade Center post­traumatic stress disorder: a case report. Cyberpsychology & behavior. V. 5, n. 6, p. 529­535. New York, 2002.

Page 84: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

82

DIVERS ALERT NETWORK (DAN). Homepage da instituição. Disponível em: <http://www.diversalert.org> Acesso em: 01 mai. 2006.

DIVERS UNIVERSITY. Homepage da Instituição. Disponível em: <http://www.diversuniversity.com.br> Acesso em: 06 ago. 2004.

EDMONDS, C.; LOWRY, C.; PENNEFATHER, J.; WALKER, J. Diving and subaquatic medicine. Oxford: Oxford University Press, 2001. 4Ed.

ELIAS, N. C. Análise de técnicas de produção de jogos de computador para desenvolvimento de um software de ensino de conceitos de computação gráfica. Dissertação (mestrado em educação) apresentada à Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2002.

ENGLISH, J. Flash 8 guia autorizado Adobe. Rio de Janeiro: Campus, 2006.

FALOWO, R. O. Factors impeding implementation of web­based distance learning. International journal of e­learning. Chesapeake, v. 15, p. 315­338. 2007.

FARINA, M. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Edgard Blucher, 1997.

GIL, A. C., Didática do ensino superior. São Paulo: Atlas, 2006.

GRANDI, R. H.; MENEZES, P. F. B. Hiper­animações – teoria hipermídia aplicada em animações. In: ICECE – International Conference on Engineering and Computer Education. Anais... São Paulo, 2003.

GREEN, M.; MCNESSE, M. N. Usin edultainment software to enhance online learning. International journal of e­learning. Chesapeake, jan./mar. 2007.

GREENE, A.; ZURAKOWSKI, D.; PUDER, M.; THOMSON, K. Determining the Need for Simulated Training of Invasive Procedures. Advances in Health Sciences Education, v. 11, n. 1. Springer Netherlands: 2006.

GUILLERMO, O. E. P.; TAROUCO, L. M. R.; ENDRES, L. A. M. O poder das simulações no ensino de hidráulica. In: Novas Tecnologias na Educação. Porto Alegre, v. 3, n.1, maio 2005.

HODGES, L. F.; KOOPER, R.; MEYER, T. C.; ROTHBAUN, B. O.; OPDYKE, D.; GRAAF, J. J.; WILLIFORD, J. S.; NORTH, M. M. Virtual Environment for treating the fear of heights. IEEE Computer Society Press. Volume 28 , Issue 7, p. 27­34. Los Alamitos, CA, USA: 1995.

Page 85: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

83

INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA – INED. Apoio ao aluno à distância. Disponível em <www.abed.org.br/col/apoioaluno.pdf> . Acesso em 15 de junho de 2007.

INTERNATIONAL ASSOCIATION OF NITROX AND TECHINICAL DIVE – IANTD. Homepage da instituição. Disponível em: <http://www.inatd.com> Acesso em: 06 ago. 2004.

KARKOUB, M.; HER, M. G.; HSU, K. S.; CHEN, C. Y. Neural­net tuned PID control of a parallel type mechanism with force feedback for virtual reality applications. Robotica. volume 22, pp. 319–327. Cambridge University Press: 2004.

KIRSCHNER, P.; GERJETS, P. Instructional design for effective and enjoyable computer­supported learning. Amsterdam: Elsevier, 2006.

LAUDON, K. C. LAUDON, J.P. Management information systems. New Jersey: Prenhall, 2002. 7. edição.

LAYTON, R. Breathless on the bottom. Alert Diver, Durhan, mar./apr. 2007a.

LAYTON, R. When the buddy system fails. Alert Diver, Durhan, may/june 2007b.

LOGAN, G. D. Toward an instance theory of automatization. Psychological Review. Washington, DC, v. 95, n. 4, 1997. Disponível em: <http://www.apa.org>. Acesso em: 04 de abril de 2007.

LOPES, M. V.; ARAUJO, T. L. Avaliação de aluno e professores, acerca do software “sinais vitais”. Revista Escola de Enfermagem USP, 38 ed., 2004.

LORANGER, H. NIELSEN, J. Usability of Flash applications and tools: design guidelines for Flash­based functionality on the web. Nielsen Norman Group Report Disponível em: <www.nngroup.com>. Acesso: em 15 de abril de 2007.

LOWE, R. K. Animation and learning: value for money? In: ASCILITE CONFERENCE, 21.,2004, Perth. Anais… Perth: Ascilite Conference, 2004.

MARSHAL, E.; NICHOLS, S. Interation with a desktop virtual environment: a 2D view into a 3D world. Virtual Reality, Londres, v.8, p.17­25, june 2004.

MCFEETERS, F.; MOORE, A.; CHIEF, I. The development of a holistic online course development model. International journal of e­learning. Chesapeake, v. 16, p. 63­ 75, 2007.

MONTEIRO, B. S.; CRUZ, H. P.; ANDRADE, M.; GOUVEIA, T.; TAVARES, R.; ANJOS, L. F. C. Metodologia de desenvolvimento de objetos de aprendizagem com foco na aprendizagem significativa. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA

Page 86: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

84

NA EDUCAÇÃO. 17., 2006, Brasília. Anais... Brasília: Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, 2006.

MORAZ, E.; FERRARI, F. A. Treinamento prático em actionscript. São Paulo: Digerati, 2005.

MRDEZA, S., PANDZIC, I. S. Analysis of Virtual Reality Contribution to Treatment of Patients with Post­Traumatic Stress Disorder, International Conference Telecommunications, 7 th , 2003. Anais... Disponível em: http://www.tel.fer.hr/users/ ipandzic/frames/papers/contel03.pdf, 2003

MULLET, K.; SANO, D. Designing visual interfaces: Communication oriented techniques. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1995.

MYERS J. A fresh outlook, a new season of diving. Alert Diver, Durhan, may/june, 2007.

NASCIMENTO, A. C. A., Princípios de design na elaboração de material multimídia para a web. RIVED. Brasília. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 04 Dez 2006.

NIELSEN, J.; TAHIR, M. Homepage usability: 50 websites deconstructed. Indianápolis: New Riders Publishing, 2001.

NONAKA, I. TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa, como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

OVERMARS, M. Game Design in Education. Utrech: Universidade de Utrech. Disponível em: <www.cs.uu.research/techreps. Acesso: em 05 de junho de 2007.

PERTAUB, D. P.; SLATER, M.; BARKER, C. An Experiment on Fear of Public Speaking in Virtual Reality. Presence: Teleoperators and Virtual Environments, v. 11, n. 1, ISSN:1054­7460. Feb. 2002.

PAIR, J.; ALLEN, B.; DAUTRICOURT, M.; TRESKUNOV, A.; LIEWER, M.; GRAAP, G. R. RIZZO, A. A Virtual Reality Exposure Therapy Application for Iraq War Post Traumatic Stress Disorder. Proceedings of the IEEE VR2006 Conference. Alexandria Virginia, 2006.

PAPASTERGIOU, M. Course management systems as tools for the creation of online lerning environments: evaluation from a social constructivist perspective and implications for the deesign. International journal of e­learning. Chesapeake (EUA), v. 15, 2007.

POLLOCK, N. W. 2008 annual diving report. Durham, NC. Divers Alert Network: 2008.

Page 87: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

85

Professional Diving Instructors Corporation (PDIC). Homepage da instituição. Disponível em: <www.pdic.com.br>. Acesso: em 01 de dezembro de 2006.

RAHAYU, F. N. VIRTUAL REALITY FOR SOCIAL PHOBIA AND AGORAPHOBIA TREATMENT. Research Assignment Final Report, Delft University of Technology, Faculty of Information Technology and Systems: 2003

REZENDE, Yara. Informação para negócios: os novos agentes do conhecimento e a gestão do capital intelectual. Ci. Inf., Brasília, v. 31, n. 2, 2002.

RICKARD, T. C. Bending the power law: a CMPL theory os strategy shifts and the automatization os cognive skills. Psychological Review. Washington, DC, v. 126, n. 3, 1997.

RIVA, G.; BACCHETA, M.; RINALDI, S.; VINCELLI, F.; MOLINARI, R.; Virtual reality in the treatment of eating disorders and obesity. Clinical Psychology & Psychotherapy, v. 7, n. 3. 2000.

RIZZO, A.; GRAAP, K.; PERLMAN, K.; MCLAY, R. N.;ROTHBAUN, B. O.; REGER, G.; PARSONS,DIFEDE, J.; PAIR, P. Virtual Iraq: Initial Results from a VR Exposure Therapy Application for Combat­Related PTSD. IOS Press, 2008.

RIZZO, A.; WIEDERHOLD, B. K. Virtual Reality Technology for Psychological/ Neuropsychological/Motor Assessment and Rehabilitation: Applications and Issues. Proceedings of the IEEE conference on Virtual Reality. Washington, DC, USA: 2006.

RODRIGUEZ, A. R.; FERRANTE, A. J. Tecnologia de Informação e Gestão Empresarial. 2. edição. Rio de Janeiro: E­papers. 2000.

ROSA, M. Criação e design. São Paulo: Impacta, 2006.

ROSENBERG, M. J. E­learning: strategies for delivering knowledge in the digital age. New York: Mc Graw­Hill. 2001.scuba

SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, P. B. Metodologia da Pesquisa. 3a. Ed. São Paulo: McGraw­Hill, 2006.

SCHROEDER, B. A. Publicizing your program: website evaluation, design, ads marketing strategies. International journal of e­learning. Chesapeake (EUA), volume 15, p. 437­471. AACE: 2007.

SCUBA DIVE INTERNATIONAL ­ SDI. Homepage da instituição. Disponível em: <www.sdi­onlinetraining.com>. Acesso em: 30 de novembro de 2006.

Page 88: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

86

SEBOK, A.; NYSTAD, E.; HELGAR, S. Navigation in desktop virtual environments: an evaluation and recommendations for supporting usability. Springer­verlag, Londres, v.8, p.26­40, june 2004.

SEIXAS, C. A. MENDES, I. A. C. E­learning e educação à distância: guia prático para implantação e uso de sistemas abertos. São Paulo: Atlas, 2006.

TAROUCO, L. M. R.; ROLAND, L. C.; FABRE, M. C J. M.; KONRATH, M. L. P.; Jogos educacionais. Novas Tecnologias na Educação. Porto Alegre, v. 2, n.1, março 2004.

TERRA, J. C. C. Gestão do conhecimento e e­learning na prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

TOMEK, I.; GILES, R. Virtual Environments for work, study and leisure. Springer­ verlag, Londres, v.4, p.26­37, 1999.

VAIL­GANDOLFO, N. J. The comparison of violent video games to a virtual reality exposure therapy model. Graduate Student Journal of Psychology, v. 7, p. 23­28, 2005.

VANN, R. D. et al.. DAN´s Report on decompression illness, diving fatalities and project dive exploration. Durhan: DAN, 2005.

WALSHE, D.; LEWIS, E.; O’SULLIVAN, K.; KIM, S. I. Virtually driving: are the driving environments “real enough” for exposure therapy with accident victims? An explorative study. Cyberpsychology & behavior, v. 8, n. 6, p.532­537. Nova Iorque, 2005.

WANG, Q. H.; LI, J. R. A desktop VR prototype for industrial training aplications. Springer­verlag, Londres, v.7, p.187­197, may 2004.

WILHEM, F. K.; PFALTZ, M. C.; GROSS, J. J.; MAUSS, I. B.; KIM, S. I.; WIEDERHOLD, B. K. Mechanisms of virtual reality exposure therapy: the role of the behavioral activation and behavioral Inhibition Systems. Applied Psychophysiology and Biofeedback, v. 30, n. 3, p. 271­284, Sep. 2005.

Page 89: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

87

APÊNDICE A – questionário de avaliação sobre o AVM

Page 90: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

88

Questionário sobre AVM

Nome: Idade:

Nível de credenciamento: Data: Profissão:

Três últimos mergulhos:

Data: Local:

Data: Local:

Data: Local:

1­ Utiliza jogos de computador?

( ) Sim ( ) Não

2­ Caso sim, com que freqüência? R.: _________________

3­ O jogo possui interfaces entendíveis e intuitivas?

( ) Sim ( ) Não

4­ O jogo tem realismo suficiente para envolver o participante?

( ) Sim ( ) Não

5­ Sente­se preparado para agir em caso de emergências no mergulho?

( ) Sim ( ) Não

6­ Acha importante um treinamento prático antes de cada mergulho?

( ) Sim ( ) Não

Page 91: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

89

APÊNDICE B – questionário sobre segurança no mergulho

recreativo.

Page 92: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

90

Questionário sobre segurança do mergulho

Nome: Sexo: Idade: Profissão:

Nível de credenciamento: Data: Três últimos mergulhos:

Data: Local:

Data: Local:

Data: Local:

1­ Sente­se preparado para agir em caso de emergências? ( ) Sim ( ) Não

2­ O que deve ser feito caso sua dupla começar a se afastar? a. Ir atrás da dupla. b. Continuar seu mergulho normalmente. c. Subir à superfície.

3­ O que deve ser feito antes de ir a uma atração em um local mais fundo que você está?

a. Soltar o cinto de lastro. b. Verificar profundímetro para não exceder meu limite de profundidade. c. Ir até a atração. d. Usar o bom senso para avaliar a possibilidade de ir até a atração.

4­ Qual a freqüência com que o manômetro deve ser consultado? a. Apenas no início do mergulho, para se saber se o cilindro está cheio. b. A todo o momento. c. Quando eu achar que o ar está acabando. d. Apenas no fim do mergulho, para saber quanto ar sobrou.

5­ O que deve ser feito caso sinta, durante um mergulho visão embaçada, lentidão dos movimentos e leitura inconsistente dos instrumentos?

a. Aumentar a profundidade até os sintomas desaparecerem. b. Diminuir a profundidade até os sintomas desaparecerem. c. Nada, os sintomas desaparecem por si só. d. Exalar ar a todo o momento, soltar cinto de lastro e subir à superfície.

6­ O que deve ser feito em caso de interrupção no fornecimento de ar pelo regulador no fundo do mar?

a. Exalar ar a todo o momento, soltar cinto de lastro e subir à superfície. b. Prender o ar dos pulmões, soltar cinto de lastro e subir à superfície. c. Exalar ar a todo o momento, não soltar o cinto de lastro e subir à

superfície. d. Prender o ar dos pulmões, não soltar cinto de lastro e subir à

superfície. e. Exalar ar a todo momento, soltar cinto de lastro e ficar no fundo do mar.

7­ O que deve ser feito se após um mergulho sentir dor nas articulações ou mal estar ou observar manchas vermelhas na pele?

a. Continuar o mergulho. b. Parar de mergulhar.

Page 93: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Page 94: UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUIZ TERUO …livros01.livrosgratis.com.br/cp124461.pdf · INSTRUTORES E MERGULHADORES NO AVM E MER GULHADORES NO ... o que fazer quase que instintivamente.

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo