UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL CURSO DE DIREITO

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UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL CURSO DE DIREITO Claudia Denise Barboza de Lima A PROTEÇÃO À MULHER NO DIREITO DO TRABALHO E OS IMPACTOS DA REFORMA TRABALHISTA Santa Cruz do Sul 2019

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UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL

CURSO DE DIREITO

Claudia Denise Barboza de Lima

A PROTECcedilAtildeO Agrave MULHER NO DIREITO DO TRABALHO E OS IMPACTOS DA

REFORMA TRABALHISTA

Santa Cruz do Sul

2019

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Claudia Denise Barboza de Lima

A PROTECcedilAtildeO Agrave MULHER NO DIREITO DO TRABALHO E OS IMPACTOS DA

REFORMA TRABALHISTA

Trabalho de Conclusatildeo apresentado ao Curso de

Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Direito

Orientadora Profordf Ms Suzete da Silva Reis

Santa Cruz do Sul

2019

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RESUMO

A presente pesquisa tem como proposta analisar por meio da literatura disponiacutevel

as accedilotildees implementadas para a proteccedilatildeo da mulher no acircmbito do Direito do

Trabalho bem como os impactos causados pela reforma trabalhista A ideacuteia eacute trazer

agrave tona o debate em relaccedilatildeo a essas medidas protetivas e expor as regras que

versam sobre o trabalho feminino Para tanto primeiramente eacute feito um breve

histoacuterico sobre a presenccedila da mulher no mercado de trabalho a desigualdade de

gecircnero as accedilotildees discriminatoacuterias e as medidas protetivas femininas Num segundo

momento faz-se um relato sobre o surgimento do Direito do Trabalho no mundo

indo ateacute a evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil com a criaccedilatildeo de leis de

proteccedilatildeo agraves trabalhadoras para que tivessem uma vida digna Abordam-se ainda

assuntos associados agraves diferenccedilas entre as civilizaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave desigualdade

de gecircnero agrave discriminaccedilatildeo contra a mulher e ao surgimento das primeiras medidas

de proteccedilatildeo Aleacutem do mais enfatiza-se as peculiaridades que diferenciam o trabalho

da mulher como a proteccedilatildeo agrave maternidade (licenccedila-gestante e licenccedila-adotante) a

prorrogaccedilatildeo da licenccedila maternidade e a repercussatildeo da reforma trabalhista por

meio da Lei 134672017 Busca-se tambeacutem avaliar os meacutetodos locais e as regras

que modificaram o trabalho da mulher como por exemplo as atividades insalubres

para as gestantes e lactantes os periacuteodos de amamentaccedilatildeo e a possibilidade de

negociaccedilatildeo direta entre empregada e empregador Para se alcanccedilar os objetivos

propostos a metodologia empregada consiste em uma pesquisa bibliograacutefica por

meio do meacutetodo dedutivo quando foram realizadas leituras anaacutelises e

interpretaccedilotildees de artigos doutrinas jurisprudecircncias e leis publicadas em livros e na

internet que abordam esses temas como o instituto de tentar responder o seguinte

problema de pesquisa como ocorre a discriminaccedilatildeo contra as mulheres e a

desigualdade de gecircnero nas relaccedilotildees de trabalho e qual o caminho na busca por

melhorias

Palavras-chave Discriminaccedilatildeo Direito do Trabalho Gecircnero Mulher Reforma

trabalhista

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ABSTRACT

The present research has a proposal analyze by means of available literature the

actions implemented for the protection of women in the scope of Labor Law as well

as the impacts caused by labor reform The idea is to bring up the debate in relation

to these protective measures and expose the rules that versify about the female

work Therefore first it is made a brief history about the presence of women in the

labor market the inequality of genre the discriminatory actions and the female

protective measures In a second moment it is made an account about the

emergence of labor law in the world going until the evolution of labor rules in Brazil

with the creation of laws of protect to workers for that they had a dignified life

Approach still subjects associated to differences between the civilizations in relation

to inequality of genre to discrimination against the women and to emergence of first

protection measures Furthermore it is emphasized the peculiarities that differentiate

the work of women as protection to maternity (maternity-leave and license-adopter)

the extension of maternity leave and the repercussion of labor reform through Law

1346717 However also evaluate the methods places and the rules that changed

the work of woman as for example the unhealthy activities to the pregnant and

lactating the periods of breast-feeding and the possibility of direct negotiation

between employee and the employer To achieve the proposed objectives the

methodology employed consists in a bibliographical research by means of deductive

method when were readings performed analysis and interpretation of articles

doctrines jurisprudence and laws published in books and the internet that approach

these themes with the intention of trying to answer the following research problem

how does discrimination against women and of genre in the work relationships and

what the way in the search for improvements

Keywords Discrimination Labor Law Genre Woman Labor reform

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 05

2 A EVOLUCcedilAtildeO DO DIREITO DO TRABALHO 08

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil 15

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho 18

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho 21

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO Agrave MULHER NO DIREITO DO TRABALHO 27

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade 27

311 Estabilidade da gestante e da adotante 37

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade 39

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA 43

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher 47

42 Atividades insalubres 50

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino 53

5 CONCLUSAtildeO 63

REFEREcircNCIAS 67

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

O presente estudo tem como objetivo geral fazer uma anaacutelise atraveacutes da

literatura disponiacutevel das accedilotildees protetivas implementadas para beneficiar as

mulheres na esfera do Direito do Trabalho assim como os impactos que foram

provocados pela reforma trabalhista instituiacuteda por meio da Lei 134672017 Decorre

que a referida Lei trouxe mudanccedilas significativas na Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) passando a vigorar no paiacutes a partir de 11 de novembro do mesmo

ano Diante disso a ideacuteia eacute trazer agrave tona o debate acerca dessas medidas protetivas

e expor as regras que versam sobre o trabalho feminino uma vez que a reforma

trabalhista de 2017 apresentou significativas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao trabalho da

mulher

Nessa perspectiva essa pesquisa faz um breve relato histoacuterico sobre a

evoluccedilatildeo da inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho descrevendo como

surgiu o Direito do Trabalho e as razotildees pelas quais as legislaccedilotildees foram criadas Eacute

interessante frisar que o Direito do Trabalho se configurou em uma vitoacuteria da

humanidade ao longo da histoacuteria uma vez que instituiu direitos fundamentais para

melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores evitando que os abusos do capital

prejudicassem os membros da sociedade menos favorecidos Entretanto torna-se

necessaacuterio ao mesmo tempo tambeacutem pensar no crescimento da mateacuteria pois esse

ramo do Direito eacute bastante dinacircmico uma vez que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de

trabalho satildeo muito frequentes sendo indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria

para entender as questotildees da atualidade Em outras palavras significa dizer que o

Direito do Trabalho altera suas normas constantemente para conseguir se adequar agrave

modernidade e as constantes transformaccedilotildees mercadoloacutegicas

Assim sendo analisar a trajetoacuteria da mulher na busca dos seus direitos

representa debater as normas que regram o trabalho feminino que cada vez mais

integra a igualdade de gecircnero Trata-se portanto de um tema demais discutido na

sociedade que a cada dia tem um novo entendimento e uma nova regra que

possibilita que a mulher tenha o seu espaccedilo garantido Essas mudanccedilas vecircm

ocorrendo desde que o trabalho feminino se destacou no Brasil entre 1850 e 1950

Foi nesse periacuteodo chamado de industrial que as mulheres se integraram ao setor

fabril e a matildeo de obra feminina passou a ocupar espaccedilo Entretanto foi nessa eacutepoca

que surgiram tambeacutem os salaacuterios e os contratos de trabalho onde os empresaacuterios

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davam preferecircncia para as mulheres que aceitavam salaacuterios inferiores ao dos

homens poreacutem para exercer as mesmas funccedilotildees sujeitando-se a jornadas

exaustivas de 14 a 16 horas diaacuterias mas com baixos salaacuterios revelando uma

expliacutecita desigualdade de gecircnero no acircmbito do trabalho

Diante do exposto o presente trabalho tem como objetivos especiacuteficos buscar

obter o conhecimento acerca das regras trabalhistas de proteccedilatildeo agrave mulher tentar

apresentar o caminho percorrido pelas mulheres em busca de igualdade reconhecer

a importacircncia das proteccedilotildees agrave mulher no acircmbito trabalhista para que natildeo haja

discriminaccedilatildeo assim como propotildee fazer uma anaacutelise sobre as mudanccedilas nas leis

que constantemente satildeo alteradas para se adequar a atualidade e melhorar as

relaccedilotildees de trabalho

Do ponto de vista de organizaccedilatildeo o presente estudo foi dividido em trecircs

momentos Na primeira abordagem eacute realizada um levantamento sobre os paiacuteses

onde surgiram as primeiras regras trabalhistas e como que essas normas apontaram

aqui no Brasil passando tambeacutem por um olhar nas culturas e civilizaccedilotildees no sentido

de tentar demonstrar suas diferenccedilas em relaccedilatildeo agraves mulheres Avalia-se aqui as

relaccedilotildees de trabalho a discriminaccedilatildeo de gecircnero a submissatildeo das mulheres

desvalorizadas por suas famiacutelias e abusadas pelo empregador assim como o

surgimento das leis trabalhistas no mundo e no Brasil para entatildeo se chegar agrave

inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho e como as accedilotildees protetivas femininas

foram sendo aplicadas

Numa segunda etapa estatildeo apresentadas as peculiaridades que envolvem o

trabalho da mulher e que satildeo indispensaacuteveis para uma vida saudaacutevel Nesse

contexto entram a proteccedilatildeo agrave maternidade a licenccedila- gestante estendida agrave adotante

dentre outros entendimentos bem como os avanccedilos consideraacuteveis de proteccedilatildeo agrave

gestante e sua famiacutelia Sobre o salaacuterio-maternidade ressalta-se que se trata de um

benefiacutecio que eacute pago pela Previdecircncia Social justamente para evitar a discriminaccedilatildeo

no momento da contrataccedilatildeo da mulher algo que provavelmente aconteceria caso a

remuneraccedilatildeo deste periacuteodo ficasse por conta do empregador No entanto busca-se

entender como que mesmo com essa proteccedilatildeo agrave maternidade e essa constataccedilatildeo

as mulheres apoacutes o periacuteodo de estabilidade ainda continuam sendo demitidas ou

seja as medidas que eram para ser protetivas em alguns casos acabam por gerar

discriminaccedilatildeo

7

Jaacute o assunto da terceira abordagem retrata o trabalho da mulher e a reforma

trabalhista onde traz uma apresentaccedilatildeo da mais recente mudanccedila no Direito do

Trabalho Assim sendo eacute feito um breve comentaacuterio sobre a repercussatildeo dessa Lei

que em um ponto estabelece as negociaccedilotildees diretas entre empregador e

empregado Da mesma forma faz-se uma exposiccedilatildeo acerca dos meacutetodos locais de

trabalho da mulher obrigaccedilotildees das empresas para que as mulheres trabalhem em

lugares saudaacuteveis atividades insalubres e mudanccedilas que foram adotadas nas

regras do trabalho feminino

Por fim ressalta-se que em todos os capiacutetulos foram analisados doutrinas

jurisprudecircncias e dispositivos legais correspondentes agrave mateacuteria Tal mecanismo foi

empregado para se tentar buscar informaccedilotildees precisas e veriacutedicas no sentido de

procurar evidenciar os problemas atuais e de que forma o ordenamento juriacutedico atua

com todo o amparo legal

Para se alcanccedilar os objetivos propostos a metodologia empregada consiste

em uma pesquisa bibliograacutefica por meio do meacutetodo dedutivo quando foram

realizadas leituras anaacutelises e interpretaccedilotildees de artigos doutrinas jurisprudecircncias e

leis publicadas em livros e na internet que abordam esses temas como o instituto de

tentar responder o seguinte problema de pesquisa como ocorre a discriminaccedilatildeo

contra as mulheres e a desigualdade de gecircnero nas relaccedilotildees de trabalho e qual o

caminho na busca por melhorias

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2 A EVOLUCcedilAtildeO DO DIREITO DO TRABALHO

Analisando o Direito do Trabalho eacute preciso pensar no crescimento da mateacuteria

Nesse sentido Martins (2014 p 3) ressalta que esse ramo do Direito eacute muito

dinacircmico e que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de trabalho satildeo muito frequentes

sendo para tanto indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria para entender as

questotildees da atualidade No capiacutetulo a seguir seratildeo apresentados toacutepicos da histoacuteria

do Direito Trabalho a vida dos trabalhadores antes das regras trabalhistas as

condiccedilotildees de trabalho e como essas regras foram surgindo primeiramente na

Europa e mais tarde no Brasil Como o objeto de estudo do presente trabalho foi a

discriminaccedilatildeo das mulheres quanto agrave inserccedilatildeo delas no mercado de trabalho e suas

proteccedilotildees o auxiacutelio das doutrinas mencionadas foram de extrema importacircncia para

esta anaacutelise Assim sendo a partir desse momento inicia-se a apresentaccedilatildeo

Martins (2014 p 3-4) revela que na Biacuteblia o trabalho foi considerado puniccedilatildeo

pois Adatildeo em consequecircncia de comer o fruto proibido como castigo teve de

trabalhar Trabalho vem do latim tripalium em caraacuteter uma ferramenta de tortura

como uma canga para usar nos animais no trabalho da lavoura para colheitas

Platatildeo e Aristoacuteteles deduziram que a dignidade do homem era baseada em negoacutecios

na metroacutepole por meio da palavra Quem fazia o trabalho braccedilal eram os escravos

que desempenhavam as praacuteticas serviccedilais enquanto as atividades nobres ficavam

com outras pessoas (MARTINS 2014 p 4)

Em Roma o trabalho era visto como degradante uma vez que os escravos eacute

que faziam o trabalho bruto Dessa forma Martins (2014 p 4) relata que estes eram

considerados coisa na Lex Aquilia (284 a C) O referido autor disse ainda que a

escravidatildeo foi o primeiro sistema de trabalho e que o escravo era usado ateacute sua

morte ou na medida em que conseguisse sair dessa situaccedilatildeo Poreacutem sem direito

algum muito menos trabalhista

No mesmo entendimento Garcia (2018 p 1) conta que o trabalhador era visto

como coisa sem direitos Na antiguidade no pensamento claacutessico grego o trabalho

era visto como um castigo Platatildeo e Aristoacuteteles natildeo consideravam que o trabalho

daria dignidade ao homem

Os servos na eacutepoca do feudalismo entregavam parte da produccedilatildeo rural pelo

uso da terra e pela proteccedilatildeo recebida dos senhores feudais Nesse aspecto Garcia

(2018 p 1-2) revela que o senhor feudal dava proteccedilatildeo militar e poliacutetica aos servos

9

que natildeo possuiacuteam liberdade De acordo com Nascimento (2010 p 39) natildeo havia

nenhum direito ao trabalhador pois era o patratildeo quem designava as circunstacircncias

de trabalho dos empregados A relaccedilatildeo de trabalho era livre em concordacircncia das

partes mas o patratildeo era quem determinava as regras Como nunca houve contrato

redigido poderia acabar ou mudar a relaccedilatildeo de trabalho como quisesse

O direito do trabalho nasceu do resultado de um assunto social antecipado pela

Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII e da atitude humanista que dispocircs assegurar a

dignidade do homem Nascimento (2010 p 32) explica que houve uma

inevitabilidade de obter regras juriacutedicas para regulamentar as relaccedilotildees individuais e

coletivas de trabalho agrave medida que o mundo da induacutestria foi expandindo

rapidamente

As situaccedilotildees precaacuterias das condiccedilotildees de trabalho no decorrer da evoluccedilatildeo da

Revoluccedilatildeo Industrial apresentavam graves riscos para a sauacutede e para a integridade

fiacutesica do empregado As doenccedilas ocorriam em consequecircncia do peacutessimo ambiente

laboral sendo que os acidentes de trabalho atingiam principalmente os metaluacutergicos

e os mineiros Sem receber salaacuterio durante o periacuteodo em que estavam doentes

permaneciam inseguros em relaccedilatildeo ao seu sustento jaacute que natildeo existiam normas

para que fossem protegidos Ademais o patratildeo tambeacutem natildeo se empenhava para

que as regras existissem (NASCIMENTO 2010 p 44)

Nessa perspectiva Nascimento (2010 p 44) pontua que natildeo eacute com precisatildeo

que se afirma a situaccedilatildeo dos salaacuterios dos empregados logo apoacutes a Revoluccedilatildeo

Industrial Em razatildeo de provas e documentos insuficientes natildeo eacute com seguranccedila a

apresentaccedilatildeo de uma anaacutelise da necessidade de vida Contudo historiadores

afirmam de um modo geral que os salaacuterios eram baixos Os salaacuterios nas induacutestrias

eram mais altos que na agricultura sendo que mulheres e menores recebiam menos

que os homens

A normatizaccedilatildeo juriacutedica de trabalho pelo Estado eacute moldada por particularidades

agraves quais satildeo denominadas de legislaccedilatildeo industrial Nascimento (2010 p 55) diz que

primeiramente as regras direcionavam-se aos empregados das induacutestrias e com o

desenvolvimento destas foram se estendendo para outras funccedilotildees

Nascimento (2010 p 55) revela ainda que o propoacutesito de proteger o trabalho

das mulheres e dos menores e a limitaccedilatildeo da jornada de trabalho eacute predominante na

legislaccedilatildeo industrial A maioria das normas nesse periacuteodo era destinada para esses

10

fins sendo que mais adiante ocorreu a intervenccedilatildeo do Poder Puacuteblico em defesa dos

mais pobres

Ainda nesse contexto Nascimento (2010 p 55) revela que a primeira regra de

destaque notaacutevel que demonstra a atitude do Estado eacute da Inglaterra 1601 nomeada

como Lei de Amparo aos Pobres admitindo o direito de receber ajuda das

autoridades puacuteblicas

Segundo Nascimento (2010 p 56) da mesma forma outra regra juriacutedica surgiu

para amparar o trabalhador na Inglaterra em 1802 quando da implantaccedilatildeo da Lei de

Peel Seu objetivo era regrar o trabalho dos menores aprendizes paroquianos dos

quais os domiacutenios das paroacutequias queriam se livrar levando-os aos proprietaacuterios das

induacutestrias Havia pelas paroacutequias o traacutefico de menores onde eram efetuados

contratos de compra e venda para que as induacutestrias adquirissem esses menores em

lotes Robert Peel criou uma lei que protegia estas crianccedilas regrando deveres de

educaccedilatildeo reduzindo a etapa de trabalho para 12 horas Normas relacionadas agrave

higiene tambeacutem foram introduzidas Delgado (2014 p 95) faz referecircncia agrave essa lei

como o Peelrsquos Act (1802) versando sobre o trabalho dos menores Essa lei natildeo foi

aderida mas Robert Peel em 1819 criou uma segunda lei que foi aprovada no

mesmo entendimento (NASCIMENTO 2010 p 56)

Nascimento (2010 p 57) aponta outra lei a fim de proteger os menores na

Inglaterra a Lei de 1833 criada para estabelecer regras de trabalho nas induacutestrias

Assim menores foram proibidos de trabalhar antes dos 9 anos de idade o limite de

jornada de trabalho dos menores de 13 anos passou para 9 horas e dos

adolescentes menores de 18 anos para 12 horas Foi proibido tambeacutem o trabalho

noturno e para fiscalizar o cumprimento das regras foram nomeados inspetores de

induacutestria

Mais tarde outras medidas se destacaram como a Lei de 1844 criada para

regrar o trabalho das mulheres fixando a jornada de trabalho em 10 horas Tambeacutem

as Leis de 1850 e de 1853 foram criadas para regrar a jornada laboral dos homens e

a Lei de 1842 proibindo as mulheres e menores de trabalhar em subsolo

(NASCIMENTO 2010 p 57)

Segundo Martins (2014 p 7) na Franccedila em 1813 foi vedado o trabalho de

menores nas minas Em 1814 foi proibido o trabalho aos domingos e feriados Em

1839 foi vedado o trabalho de menores de 9 anos e a jornada laboral dos menores

de 16 anos foi estabelecida em 10 horas Tambeacutem na Franccedila as Leis de 19 de

11

marccedilo e 02 de novembro de 1874 regravam a proteccedilatildeo do trabalho das mulheres e

das crianccedilas

Conforme Nascimento (2010 p 41) os menores trabalhavam em peacutessimas

condiccedilotildees de higiene e as casas de aprendizagem eram raras onde meninos e

meninas dividiam o mesmo dormitoacuterio sendo que para as mulheres as condiccedilotildees

natildeo eram diferentes

Em alguns paiacuteses o Direito do Trabalho eacute infiltrado nas Constituiccedilotildees alguns

exemplos satildeo o Meacutexico (1917 e 1962) o Peru (1933) a Aacuteustria (1925) a Ruacutessia

(1918 a 1935) e o Brasil (1934 1937 1946 1967 1969 1988) Em outros paiacuteses as

leis trabalhistas satildeo apresentadas no Coacutedigo Civil como na Itaacutelia no Coacutedigo das

Obrigaccedilotildees como na Suiacuteccedila enquanto no Brasil elas aparecem nas consolidaccedilotildees e

em leis especiais Nos Estados Unidos as convenccedilotildees coletivas respondem pela

maioria das normas juriacutedicas mediante negociaccedilotildees coletivas entre os sindicatos

envolvidos (NASCIMENTO 2010 p 59)

O Direito do Trabalho se concretizou natildeo somente por meio de leis

constitucionais e ordinaacuterias mas tambeacutem atraveacutes das convenccedilotildees promulgadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que tem forccedila de lei federal em muitos

paiacuteses Os tratados internacionais bilaterais ou multilaterais eram mais comuns nos

paiacuteses europeus em especial normatizando a previdecircncia social (NASCIMENTO

2010 p 59-60)

A Revoluccedilatildeo Francesa de 1789 e sua Constituiccedilatildeo revelaram o primeiro dos

direitos sociais e econocircmicos o Direito do Trabalho O Estado impocircs a

obrigatoriedade de suprir o empregado a sua subsistecircncia (MARTINS 2014 p 6)

Garcia (2018 p 2) cita que na Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII em razatildeo

da descoberta da maacutequina a vapor as induacutestrias precisaram de operaacuterios com

trabalho assalariado para substituir os escravos sendo um dos motivos que

promoveu o Direito do Trabalho

O estado deixa seu estado de abstenccedilatildeo e passa a intervir nas relaccedilotildees de trabalho impondo limitaccedilotildees agrave liberdade das partes para a proteccedilatildeo do trabalhador por meio da legislaccedilatildeo proibitiva de abusos do empregador como forma de preservar a dignidade do homem no trabalho (GARCIA 2018 p 2-3)

Martins (2014 p 6) revela que na Revoluccedilatildeo Industrial surgiram os salaacuterios e

os contratos de trabalho Os empresaacuterios davam preferecircncia para as mulheres que

12

aceitavam salaacuterios inferiores ao dos homens exercendo as mesmas funccedilotildees

Sujeitavam-se a jornadas excessivas de 14 a 16 horas diaacuterias a baixos salaacuterios e

trabalhavam em situaccedilotildees inconstantes prejudiciais agrave sauacutede para manter seus

empregos No veratildeo o andamento do trabalho era longo chegando a 18 horas e

muitas vezes acabavam com o pocircr-do-sol Induacutestrias iniciaram as atividades em

periacuteodo noturno quando foi inventado o lampiatildeo a gaacutes em 1792 e as jornadas de

trabalho foram reduzidas para 12 a 14 horas por dia (MARTINS 2014 p 5)

Para Martins (2014 p 9) ldquoo direito do trabalho surge para limitar os abusos do

empregador em explorar o trabalho e para modificar as condiccedilotildees de trabalhordquo

Com a chegada da maacutequina a vapor e outras modernizaccedilotildees trabalhadores

foram substituiacutedos gerando desemprego Com novas possibilidades a agricultura

tambeacutem contratou menos trabalhadores e mais pessoas acabaram desempregadas

Foram instauradas induacutestrias de carvatildeo como na Inglaterra Nestas induacutestrias o

trabalhador era sujeito agraves obrigaccedilotildees insalubres incecircndios explosotildees e intoxicaccedilatildeo

por gases tendo salaacuterios baixos e inuacutemeras horas trabalhadas Tambeacutem corriam

riscos de doenccedilas infecciosas por conta de trabalhar em lugares molhados como

tuberculose pneumonia entre outras Eram feitos contratos verbais onde

praticamente toda famiacutelia trabalhava e muitos morriam sem nenhuma assistecircncia

(MARTINS 2014 p 6)

Nascimento (2010 p 43) salienta que os empregadores eacute quem determinavam

as jornadas de trabalho conforme a sua vantagem Aos empregados soacute restava

cumprir o estabelecido onde menores mulheres e homens exerciam as mesmas

funccedilotildees intensas ou natildeo Em razatildeo disso foram surgindo as legislaccedilotildees que

regraram as horas diaacuterias trabalhadas A eletricidade surgiu em 1880

consequentemente os meacutetodos de trabalho tiveram que se adequar (MARTINS

2014 p 8)

O Estado natildeo intercedia nas relaccedilotildees de trabalho pois o trabalho era tido como

mercadoria e possibilitava o abuso do empregador para com o empregado Como a

ofertas de trabalho eram poucas e a procura era intensa o empregado aceitava

baixos salaacuterios e jornadas excessivas sem direito ao descanso ou feacuterias (MARTINS

2014 p 8) De acordo com Nascimento (2010 p 54) a intervenccedilatildeo do Estado

ocorreu a partir de 1938 com o pensamento neoliberalista No entanto essa natildeo foi

a uacutenica forma pela qual o intervencionismo se idealizou tendo tambeacutem apontado de

um estilo mais eminente com sistemas poliacuteticos de ditadura tanto de ldquoesquerdardquo

13

como de ldquodireitardquo O socialismo eacute um comportamento intervencionista que se

destacou mais precisamente no Leste da Europa enquanto o corporativismo se

destacou na Itaacutelia e o nazismo de Hitler na Alemanha

Eacute saacutebia a intervenccedilatildeo do Estado para que o trabalhador tenha dignidade

atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de proteccedilatildeo acentuando regras que estabeleccedilam

condiccedilotildees de trabalho dignas e que sejam eminentes ao patratildeo considerando

melhor situaccedilatildeo de vida social (NASCIMENTO 2010 p 54) Conforme Martins

(2014 p 7) o Estado interviu nas relaccedilotildees de trabalho movido pelos abusos que

eram cometidos A desigualdade era niacutetida a maacutequina era de propriedade do patratildeo

e assim o trabalhador era submisso pois natildeo tinha nada A intervenccedilatildeo do Estado

teve como objetivo o bem-estar do trabalhador e melhorias nas circunstacircncias de

trabalho quando o empregado passou a ser favorecido pelas leis

Na Espanha foram estabelecidas regras que regulamentavam o trabalho dos

menores e das mulheres com leis em 1873 18781900 e 1912 Tambeacutem na Franccedila

em 1874 estabeleceram-se proteccedilotildees juriacutedicas para menores e mulheres Em 1893

uma lei regulou a seguranccedila e a higiene nas empresas (MARTINS 2014 p 7)

A Constituiccedilatildeo do Meacutexico em 1917 foi a primeira a tratar do assunto no art

123 estabelecendo vaacuterias regras de proteccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de trabalho de

menores de 12 anos jornada de oito horas descanso semanal proteccedilatildeo agrave

maternidade entre outros (MARTINS 2014 p 9)

Depois a Constituiccedilatildeo de Weimar em 1919 Martins (2014 p 9) menciona que

a mesma passou a regularizar a participaccedilatildeo dos empregados nas empresas tendo

representaccedilatildeo nas empresas estabelecendo um sistema de seguro social e fixando

salaacuterios e melhores condiccedilotildees de trabalho

No acircmbito internacional o Tratado de Versalles de 1919 prenunciou a

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que abrange os direitos trabalhistas

internacionalmente decretando convenccedilotildees (MARTINS 2014 p 9)

Garcia (2018 p 3) conta que na Itaacutelia a Carta del Lavoro em 1927

implementou um sistema corporativista que foi abrangido por outros sistemas

poliacuteticos como de Portugal da Espanha e do Brasil

A criaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas apoacutes a Segunda Guerra Mundial

(1939-1945) resultou na aprovaccedilatildeo da Carta das Naccedilotildees Unidas na Conferecircncia de

Satildeo Francisco (1945) Segundo Garcia (2018 p 4) a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia

14

aprovada pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em 1944 expandindo os

princiacutepios do Tratado de Versalles

Em 1946 houve a vinculaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho agrave

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas como entidade versada agrave regulamentaccedilatildeo

internacional do trabalho Garcia (2018 p 4) referencia o novo texto constitucional

da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho aprovado em Conferecircncia Internacional

do Trabalho em 1946 com a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia anexada E ainda no acircmbito

internacional trouxe diversos direitos trabalhistas em 1948 com a Declaraccedilatildeo

Universal dos Direitos Humanos

O Direito do Trabalho eacute uma vitoacuteria da humanidade ao longo da histoacuteria

criando direitos fundamentais para melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores

Assim evitou abusos e que o capital e a busca pelas vantagens prejudicassem os

membros da sociedade menos favorecidos assegurando dignidade de vida

(GARCIA 2018 p 4)

Da mesma maneira o Direito do Trabalho proporciona o desenvolvimento do

sistema econocircmico em meacutetodos aceitaacuteveis viabilizando assim o progresso das

instituiccedilotildees e o bem-estar coletivo Segundo Garcia (2018 p 4) o Direito do

Trabalho tem papel importante para garantir o miacutenimo de dignidade e justiccedila social

Conforme Garcia (2018 p 5) o Direito do Trabalho eacute um procedimento

necessaacuterio que embasa o proacuteprio sistema econocircmico-social Cabe ressaltar que o

Direito do Trabalho impossibilita ateacute mesmo um eventual colapso no sistema

podendo suceder de niacuteveis de miseacuteria e desigualdade afetando as condiccedilotildees de

consumo e conduzindo os proacuteprios possuidores a decadecircncia

Para Delgado (2012 p 83) o Direito do Trabalho natildeo surgiu apenas para

incendiar o sistema econocircmico Com a Revoluccedilatildeo Industrial na Inglaterra no

seacuteculo XVIII certamente buscou tambeacutem ponderar os abusos da utilizaccedilatildeo da forccedila

de trabalho propondo a civilidade para o trabalhador

Os direitos trabalhistas satildeo garantidos na composiccedilatildeo dos direitos

fundamentais em ligaccedilatildeo com as normas da dignidade da pessoa humana e da

justiccedila social Viu-se ao longo dessa redaccedilatildeo como eram as condiccedilotildees que

enfrentavam os trabalhadores para adquirir uma vida digna bem como a intervenccedilatildeo

do Estado para amenizar os abusos do empregador sendo possiacutevel entender um

pouco sobre o Direito em questatildeo Seguindo na apresentaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do Direito

15

do Trabalho na sequecircncia seraacute descrito como surgiram as primeiras regras no

Brasil

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil

Devido agrave criaccedilatildeo de regras trabalhistas na Europa e agraves instituiccedilotildees

internacionais que versavam sobre o Direito do Trabalho o Brasil teve influecircncia

para se adequar a essas regras Martins (2014 p 11) relata que as criaccedilotildees de

normas trabalhistas no Brasil foram estipuladas pelas mudanccedilas na Europa em

consequecircncia da Primeira Guerra Mundial e do surgimento da Organizaccedilatildeo

Internacional do Trabalho (OIT) em 1919 Imigrantes chegados ao Brasil deram

iniacutecio a movimentos e protestos pleiteando melhores circunstacircncias de trabalho

Destaca Nascimento (2010 p 88) que apoacutes a Aboliccedilatildeo da Escravatura e a

Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica surgiu o periacuteodo liberal do Direito do Trabalho embora

pequenos movimentos sem maior relevacircncia colaborassem para o progresso das

leis no paiacutes

Primeiramente as Constituiccedilotildees versavam apenas sobre o sistema de

governo Martins (2014 p 10) conta que mais tarde comeccedilaram a tratar de diversos

ramos do Direito em especial o Direito do Trabalho

A maior concentraccedilatildeo de pessoas se destacou nas grandes cidades como o

Rio de Janeiro em 1890 na eacutepoca capital federal e em Satildeo Paulo em 1900 No

entanto havia um grande nuacutemero de induacutestrias como oficinas de calccedilados

vestuaacuterio moacuteveis e tintas normalmente abertas em galpotildees ou no fundo de

armazeacutens sendo locais de difiacutecil acesso para a fiscalizaccedilatildeo A populaccedilatildeo foi

aumentando nesses estados e a maioria dos trabalhadores eram imigrantes

italianos portugueses espanhoacuteis que ocupavam cargos de operaacuterios nas induacutestrias

(NASCIMENTO 2010 p 88-89)

Nascimento (2010 p 89) cita que se formavam as circunstacircncias para que o

trabalho subordinado fosse regido por lei No entanto o Poder Puacuteblico que era

devoto ao princiacutepio liberalista e sua inspiraccedilatildeo permanecia isento a qualquer

contestaccedilatildeo No periacuteodo existiu um grande nuacutemero de greves e movimento poliacutetico

Conforme Nascimento (2010 p 96) as primeiras regras surgiram

respectivamente em 1903 pelo Decreto 979 de 06 de janeiro de 1903 (BRASIL

1903 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em 1937 pelo Decreto Legislativo 1637 que

16

versava sobre os sindicatos em 1891 pelo Decreto 1313 de 17 de janeiro de 1891

(BRASIL 1891 lthttpwww2camaralegbrgt) que dispunha sobre a proteccedilatildeo de

menores regrando a fiscalizaccedilatildeo nas faacutebricas onde havia um grande nuacutemero de

menores trabalhando e pelo Decreto 1150 de 1904 que regrava sobre os salaacuterios

estabelecendo a carteira agriacutecola (BRASIL 1904 lthttpwww2camaralegbrgt)

Em 1930 Getuacutelio Vargas entatildeo Presidente da Repuacuteblica idealizou uma

poliacutetica trabalhista Em razatildeo da expansatildeo da induacutestria Getuacutelio editou leis

trabalhistas com a intenccedilatildeo de moderar as manifestaccedilotildees No entanto jaacute existiam

leis ordinaacuterias regulando o trabalho de menores em 1891 em 1903 a organizaccedilatildeo

dos sindicatos rurais e em 1907 sindicatos urbanos (MARTINS 2014 p 11)

A Lei 30711916 (BRASIL 1916 lthttpwwwplanaltogovbrgt) aprovou o

Coacutedigo Civil e corrigido pela Lei 3725 de 15 de janeiro de 1919 (BRASIL 1919

lthttpwwwplanaltogovbrgt) surgiram regras sobre locaccedilatildeo de serviccedilos o que

antecede a histoacuteria do contrato de trabalho das leis posteriores e especiais Duas

regras consideraacuteveis surgem em 1923 a Lei 4682 (BRASIL 1923

lthttpwwwplanaltogovbrgt) intitulada de Lei Eloacutei Chaves criou a caixa de

aposentadoria e pensotildees para os ferroviaacuterios e a estabilidade para os mesmos ao

completarem 10 anos de emprego exceto se ocorresse falta grave O Decreto

16027 (BRASIL 1923 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 30 de abril estabeleceu o

Conselho Nacional do Trabalho ldquooacutergatildeo consultivo dos poderes puacuteblicos em

assuntos referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho e da previdecircncia socialrdquo

(NASCIMENTO 2010 p 97-98)

Versando sobre as feacuterias foi criada a Lei 4982 de 25 de dezembro de 1925

(BRASIL 1925 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Depois disso houve o Decreto

17934-A (BRASIL 1927 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 1927 e o Coacutedigo de

Menores estabelecendo proteccedilotildees ao trabalho dos menores (NASCIMENTO 2010

p 98)

Na deacutecada de 1930 vaacuterios Decretos do Poder executivo que versavam sobre

as relaccedilotildees de trabalho foram implantados Garcia (2018 p 5) evidencia o Decreto

211751932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que instituiu a Carteira

de Trabalho assim como a duraccedilatildeo da jornada de trabalho em diversos setores da

atividade econocircmica com o Decreto 211861932 (BRASIL 1932

lthttpwww2camaralegbrgt) e na induacutestria o Decreto 213641932 (BRASIL 1932

17

lthttpwww2camaralegbrgt) sobre a jornada de trabalho e o trabalho de menores

por meio do Decreto 220421932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Conforme Delgado (2014 p 107) a evoluccedilatildeo do Direito do Trabalho no Brasil

tem a fase mais significativa entre 1888 a 1930 Foi um periacuteodo em que a relaccedilatildeo de

emprego se mostrou expressiva principalmente no setor agriacutecola cafeeiro de Satildeo

Paulo na industrializaccedilatildeo profissional da capital paulista e do Distrito Federal

O Ministeacuterio do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio foi criado em 1930 quando

passou a expedir decretos sobre o trabalho das mulheres (214171932) (BRASIL

1932 lthttpwww2camaralegbrgt) salaacuterio miacutenimo (1936) e a Justiccedila do Trabalho

(1939) Conforme Martins (2014 p 11) a primeira Constituiccedilatildeo brasileira a tratar

especificamente do Direito do Trabalho eacute a de 1934 regulando diversas proteccedilotildees

trabalhistas Depois a Constituiccedilatildeo de 1937 regulou os sindicatos nas relaccedilotildees de

trabalho quando um imposto sindical foi estipulado Tambeacutem teve a competecircncia

dos tribunais de trabalho que tinha como propoacutesito intervir nas relaccedilotildees de trabalho

buscando o entendimento entre patratildeo e empregado

Garcia (2018 p 6) explica que a Constituiccedilatildeo Federal de 1937 (BRASIL 1937

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta a intervenccedilatildeo do Estado com

particularidades do meacutetodo corporativista Foi instaurado um sindicato exclusivo

ligado ao Estado a greve foi proibida pois era vista como artificio desagradaacutevel e

negativo agrave economia

Em razatildeo das normas existentes espalhadas entendeu-se a utilidade de um

sistema de regras Para isso foi lanccedilado o Decreto-Lei 5452 de 1ordm-5-1943

homologando a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho a CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e consolidando as leis jaacute existentes (MARTINS 2014

p 12)

Adiante as Constituiccedilotildees seguintes trouxeram mais benefiacutecios para o

trabalhador como repouso semanal remunerado participaccedilatildeo de lucros para os

empregados e direito de greve previstos na Constituiccedilatildeo de 1946 Martins (2014 p

12) conta que legislaccedilotildees ordinaacuterias avanccedilaram citando entre elas a Lei 585972

(BRASIL 1972 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre o trabalho domeacutestico

Garcia (2018 p 6) menciona a Lei 605 de 05 de janeiro de 1949 (BRASIL

1949 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o repouso semanal

remunerado e remuneraccedilatildeo de feriados e a Lei 2757 de 23 de abril de 1956

(BRASIL 1956 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre as regras de trabalho

18

dos porteiros zeladores faxineiros e serventes de preacutedios A Lei 3207 de 18 de

julho de 1957 (BRASIL 1957 lthttpwwwplanaltogovbrgt) regulava o trabalho dos

viajantes e a Lei 40901962 a gratificaccedilatildeo natalina (BRASIL 1962

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

sustentou os direitos trabalhistas das Constituiccedilotildees anteriores e estabeleceu o

Fundo de Garantia do Tempo de Serviccedilo na Lei 51071966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) dentre outras diversas leis sobre o emprego

domeacutestico em 1972 sobre o trabalho rural teve a Lei 58891973 (BRASIL 1973

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e o trabalho temporaacuterio foi regrado na Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 6)

Em 1988 foi aprovada a Constituiccedilatildeo atual versando sobre os direitos

trabalhistas estes incluiacutedos no Capitulo II ldquoDos Direitos Sociaisrdquo e do Titulo II ldquoDos

Direitos e Garantias Fundamentaisrdquo No entendimento de alguns doutrinadores o

art 7ordm da Constituiccedilatildeo Federal surge como a verdadeira Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho com diversos direitos trabalhistas abrigados (MARTINS 2014 p 12)

Delgado (2012 p 86) aponta que sem duacutevida o nuacutecleo principal do Direito do

Trabalho estaacute situado nas relaccedilotildees empregatiacutecias de trabalho surgindo diversos

institutos regras e princiacutepios que norteiam essa relaccedilatildeo juriacutedica

Acerca da polecircmica Reforma trabalhista aprovada mesmo em contradiccedilatildeo aos

direitos dos empregados na Constituiccedilatildeo Garcia (2018 p 7) revela que a Lei

134672017 modificou a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 e as

Leis 601974 80361990 e 821291 com a finalidade de adaptar a legislaccedilatildeo agraves

atuais relaccedilotildees trabalhistas

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho

Independentemente do significativo trabalho das mulheres nas atividades

domeacutesticas e em outras funccedilotildees na Idade Meacutedia foi na Revoluccedilatildeo Industrial o

momento histoacuterico da inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Na Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres foram introduzidas no mercado de trabalho com intensivas

jornadas laborais salaacuterios baixos e condiccedilotildees desumanas de trabalho (FONSECA

2015 p 91)

19

Antes disso apoacutes o periacuteodo preacute-histoacuterico a mulher passou a ser reconhecida

como Grande Deusa Desse ponto de vista Freitas (2015 p 11) revela que a

mulher era santificada e glorificada e em razatildeo disso obteve poderes Controlavam

dinheiro e propriedades e direitos especiais no casamento Assim os homens

cediam seus desejos Muitas eram vistas nos campos de batalha lutando como

homens O Egito antigo foi destaque na veneraccedilatildeo pelas mulheres

No periacuteodo da Idade Antiga nas civilizaccedilotildees gregas e romanas quando a

mulher deixava a casa da famiacutelia em razatildeo do casamento ou por outros motivos

deveria seguir as crenccedilas do marido e rezar pelo seu Deus Na eacutepoca cada famiacutelia

tinha um Deus diferente e a mulher aprenderia com seu marido a venerar aqueles

que protegiam a famiacutelia dele (FREITAS 2015 p 12)

Conforme Freitas (2015 p 12) se a mulher fosse esteacuteril o homem poderia

pedir o divoacutercio e se o homem fosse esteacuteril deveria ser substituiacutedo pelo irmatildeo ou

parente mais proacuteximo do marido A mulher era obrigada a entregar-se para este

homem sendo que isso acontecia nas mesmas civilizaccedilotildees mencionadas

anteriormente

A mesma mulher deveria se casar com o parente mais proacuteximo do marido

falecido caso ficasse viuacuteva sem filhos Freitas (2015 p 12) diz que a participaccedilatildeo

do homem era essencial principalmente no nascimento Isto eacute quando nascia filha

mulher natildeo satisfazia a importacircncia do seguimento dos deuses daquela famiacutelia

Conforme jaacute mencionado as mulheres seguiam o Deus do marido

A desigualdade natildeo parava por aiacute conforme Freitas (2015 p 12) no momento

da divisatildeo da heranccedila se jaacute fossem casadas as mulheres natildeo teriam direito a nada

Existia particularmente uma proibiccedilatildeo religiosa em relaccedilatildeo a isso As regras ateacute

mudavam de um lugar para outro mas frequentemente as filhas mulheres natildeo

herdavam nada ou quando herdavam era uma porcentagem menor que a dos filhos

homens

Afastando um pouco das relaccedilotildees de famiacutelia e religiotildees pode-se apontar que o

trabalho feminino conforme registros mais antigos de Roma as mulheres exerciam

diversas funccedilotildees como lavadeira bibliotecaacuteria meacutedica parteiras costureiras e

cabeleireiras (FREITAS 2015 p 13) A jornada de trabalho era excessiva devido a

maacute distribuiccedilatildeo das tarefas mas as mulheres natildeo se queixavam

20

Em algumas civilizaccedilotildees era atribuiacuteda agrave mulher a principal forccedila de trabalho

(FREITAS 2015 p 15) como a construccedilatildeo de represas no Havaiacute e na Austraacutelia a

pesca e a retirada de algas

No Brasil de acordo com Ribeiro e Jesus (2016 p 43) a partir dos anos 70 a

inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho obteve crescimento Um dos motivos

foi a busca de ajuda para o sustento da famiacutelia

Ademais a Segunda Guerra Mundial teve importante contribuiccedilatildeo para que a

mulher fosse buscar emprego Enquanto seus maridos lutavam nos campos de

batalha essas teriam que lutar pelo sustento familiar A ausecircncia masculina fez com

que o trabalho feminino suprisse essas vagas Devido ao processo de

industrializaccedilatildeo e do aumento de empresas em diversos ramos como petroliacuteferos

quiacutemicos sideruacutergicos e automobiliacutestico na deacutecada de 1940 a inserccedilatildeo das

mulheres no mercado de trabalho teve um aumento intenso (RIBEIRO JESUS

2016 p 44)

O entendimento de Freitas (2015 p 22) revela que o trabalho feminino se

destacou no Brasil no periacuteodo industrial entre 1850 e 1950 As mulheres se

integraram ao setor fabril e a matildeo de obra feminina ocupava 76 do trabalho em

1872 Mais tarde em 1950 esse nuacutemero diminuiu para 20 sendo o motivo

justificado devido ao grande nuacutemero de migraccedilotildees e o aumento da matildeo de obra

masculina

Com o decliacutenio do trabalho feminino matildees tinham a obrigaccedilatildeo de cuidar dos

filhos e preparaacute-los para o trabalho orientando para que se adaptassem com as

rotinas de trabalho e fossem disciplinados (FREITAS 2015 p 22)

Grandes discriminaccedilotildees sofridas pelo gecircnero feminino ocorreram em razatildeo da

ldquocultura do machismordquo destaque no Brasil ao contraacuterio dos paiacuteses europeus que

usaram a matildeo de obra feminina no tempo da 2ordm Guerra Mundial tornou a inclusatildeo

das mulheres no mercado de trabalho mais difiacutecil Conforme Freitas (2015 p 24) na

Europa perante a necessidade do sustento familiar e matildeo de obra o preconceito

perdeu forccedila e nos paiacuteses latino-americanos como no Brasil principalmente a

discriminaccedilatildeo manteve-se resistente em razatildeo de natildeo ter existido momentos de

crise

Mulheres como ex-escravas por exemplo de acordo com Freitas (2015 p 23)

eram vistas com mais frequecircncia em trabalhos domeacutesticos lavadeira passadeira e

21

cozinheira devido ao baixo niacutevel social Jaacute as mulheres jovens podiam ser vistas

como professoras enfermeiras entre outras

A mulher sempre desempenhou a funccedilatildeo de serva sendo diferenciada pelo

gecircnero foi vista como matildee esposa e era necessaacuterio pedir permissatildeo ao marido

para os atos da vida civil As mulheres natildeo tinham direito de escolha (FREITAS

2015 p 21) e os casamentos no periacuteodo colonial eram arranjados Mais tarde nos

anos de 1800 passaram a ter mais liberdade

Freitas (2015 p 22) diz que num primeiro momento a mulher tinha suas

principais obrigaccedilotildees como matildee dedicada preocupada com a educaccedilatildeo dos filhos e

em um segundo momento de respeitar o marido e ser submissa a ele

Eacute indispensaacutevel salientar que apesar de toda evoluccedilatildeo dos direitos trabalhistas

e da ocupaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho ainda haacute resistecircncia em relaccedilatildeo

ao trabalho feminino As discriminaccedilotildees satildeo culturais e histoacutericas e o preconceito

perdura na sociedade e enfrenta frequentes desafios (FONSECA 2015 p 93)

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho

Avaliando os acontecimentos eacute notoacuteria a necessidade da inserccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho e o seu reconhecimento assim como o crescimento

feminino e as reivindicaccedilotildees por seus direitos de igualdade Observando as

condiccedilotildees de trabalho em que as mulheres eram expostas foram surgindo medidas

de proteccedilatildeo

Todo mundo sabe que a mulher sempre foi discriminada nunca teve as mesmas oportunidades asseguradas aos homens Nossa cultura patriarcal gerou uma sociedade machista em que a mulher ocupava um papel subalterno Excluiacuteda ficava confinada ao reduto da casa tendo por uacutenica missatildeo a assistecircncia da famiacutelia a organizaccedilatildeo do lar o apoio ao marido e o cuidado dos filhos (FONSECA apud DIAS 2015 p 91)

Freitas (2015 p 11) conta que as mulheres de uma forma ou de outra sempre

estiveram inseridas no mercado de trabalho seja na caccedila na costura no cuidado de

crianccedilas na fabricaccedilatildeo de ferramentas na lida com ervas e com plantas medicinais

assim como na cozinha A caccedila era entre homens e mulheres que se ajudavam

No seacuteculo XIX Garcia (2018 p 1063) relata que durante a Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres recebiam salaacuterios inferiores aos dos homens e as condiccedilotildees

22

de trabalho eram horriacuteveis As mulheres eram expostas a trabalhos prejudiciais agrave

sauacutede pondo sua vida em risco

Essa situaccedilatildeo era de grande risco para as famiacutelias sendo que assim tiveram

iniacutecio as primeiras legislaccedilotildees protetivas para as mulheres Em virtude das medidas

protetivas as mulheres eram discriminadas com frequecircncia pois os empregadores

tinham receio em contratar a matildeo de obra feminina por ter regras protetivas e assim

contratavam homens (GARCIA 2018 p 1063)

Revela Garcia (2018 p 1065) que no Brasil as regras de proteccedilatildeo tambeacutem

geraram discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Em face disso foram

criadas normas proibitivas agrave discriminaccedilatildeo

A proteccedilatildeo especial apenas passa a se justificar nos aspectos realmente diferenciados e peculiares notadamente quando ao estado de gestante e maternidade que satildeo de responsabilidade da sociedade como um todo natildeo podendo servir de fatores de discriminaccedilatildeo contra a mulher (GARCIA 2018 p 1065)

As primeiras legislaccedilotildees surgiram na Inglaterra em 1842 proibindo a mulher

de trabalhar em lugares subteacuterreos Em 1844 a jornada de trabalho da mulher foi

limitada para 12 horas e tambeacutem assim como o periacuteodo noturno Em 1874 na

Franccedila entrou em vigor uma lei que proibia a mulher de trabalhar em minas e

pedreiras Em 1878 as mulheres foram proibidas de exercer funccedilotildees em lugares

insalubres (MARTINS 2014 p 661)

A Lei de 2111892 estabeleceu que a mulheres tivessem jornada de trabalho

de apenas de 11 horas A Lei de 28121909 concedeu agraves mulheres gestantes

descanso de oito semanas natildeo remunerado proibindo a carga de materiais

pesados (MARTINS 2014 p 661)

O Tratado de Versalles determinou o princiacutepio da igualdade salarial entre

homens e mulheres que foi acolhido em diversos paiacuteses inclusive o Brasil

(MARTINS 2014 p 661)

Compete somente a Uniatildeo legislar sobre mateacuteria trabalhista diz o art 22 I e

XVI da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) mas isso natildeo impede a

aplicaccedilatildeo das convenccedilotildees internacionais ratificadas pelo Brasil estas criadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) Esta eacute a corporaccedilatildeo responsaacutevel pelo

controle e lanccedilamento de normas referentes ao trabalho no plano internacional com

o objetivo de regimentar as relaccedilotildees de trabalho atraveacutes das convenccedilotildees

23

recomendaccedilotildees e resoluccedilotildees planejando proteger as relaccedilotildees entre empregados e

empregadores na esfera internacional Desde 1950 o Brasil tem representaccedilatildeo da

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em seu territoacuterio (FREITAS 2015 p 33)

Freitas (2015 p 33-34) destaca diversas convenccedilotildees direcionadas agrave proteccedilatildeo

feminina sendo uma delas a Convenccedilatildeo nordm 3 procedendo sobre o trabalho antes e

depois do parto Na sequecircncia houve a Convenccedilatildeo nordm 4 tratando do trabalho

noturno das mulheres em induacutestrias com exceccedilatildeo das oficinas da famiacutelia ambas

convocadas em 29 de outubro de 1919 A Convenccedilatildeo nordm 41 foi ratificada em relaccedilatildeo

agraves disposiccedilotildees sobre o trabalho noturno na sessatildeo da OIT realizada em Genebra e

encerrada em 23 de junho de 1934 A Convenccedilatildeo nordm 45 vedou o trabalho das

mulheres em minas de qualquer natureza e subterracircneos sendo aprovada um ano

apoacutes a Convenccedilatildeo nordm 41 passando a vigorar em 30 de maio de 1937

A Convenccedilatildeo nordm 100 tratava da desigualdade salarial entre homens e mulheres

exercendo a mesma funccedilatildeo tendo sido aprovada em 1951 em Genebra entrando

em vigor em 23 de maio de 1953 no acircmbito internacional Freitas (2015 p 34)

salienta que a Convenccedilatildeo nordm 103 se refere agrave proteccedilatildeo agrave maternidade e entrou em

vigor em 7 de junho de 1958 Tambeacutem em 1958 a Convenccedilatildeo nordm 111 abordou as

discriminaccedilotildees relacionadas a emprego e profissatildeo tendo entrado em vigor em 15

de junho de 1960

A Convenccedilatildeo nordm 127 de 1967 entrou em vigor em 10 de marccedilo de 1970

referente ao levantamento de pesos A convenccedilatildeo nordm 156 de 1981 discorre sobre a

igualdade de oportunidades para ambos os sexos tanto nas relaccedilotildees de trabalho

como na esfera familiar Jaacute a Convenccedilatildeo nordm 171 delimita as horas do trabalho

noturno

Em 1974 foi assinada a Convenccedilatildeo sobre a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo

contra a Mulher de todas as formas aprovada pela Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

(ONU) Freitas (2015 p 34) conta que a convenccedilatildeo trata dos direitos relacionados

ao emprego e agraves condiccedilotildees de igualdade entre os sexos que deveriam ser

observadas

O termo discriminaccedilatildeo compreende toda distinccedilatildeo exclusatildeo ou preferecircncia baseada em motivos de raccedila cor sexo religiatildeo opiniatildeo politica ascendecircncia nacional ou origem social que tenha como efeito anular a igualdade de oportunidades ou de tratamento em emprego ou profissatildeo (MARTINS 2014 p 544)

24

O Decreto 21417-A de 17 de maio de 1932 (BRASIL 1932 lthttp

www2camaralegbrgt) foi a primeira norma que surgiu sobre o trabalho feminino no

Brasil (GARCIA 2018 p 1066) proibindo a mulher de trabalhar agrave noite A

Constituiccedilatildeo de 1934 (BRASIL 1934 lthttpwwwplanaltogovbrgt) foi fundamental

quando considerou a proibiccedilatildeo da desigualdade de salaacuterios entre homens e

mulheres proibindo o trabalho da mulher em locais insalubres garantindo o repouso

antes e depois do parto sem prejudicar o salaacuterio com seguranccedila de previdecircncia em

benefiacutecio da maternidade e amparo agrave maternidade (GARCIA 2018 p 1066)

Na Constituiccedilatildeo de 1937 (BRASIL 1937 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

mulher gestante conquistou assistecircncia meacutedica e higiecircnica e consequentemente o

benefiacutecio de descanso antes e depois do parto sem perda de salaacuterio A

Constituiccedilatildeo de 1946 (BRASIL 1946 lthttpwwwplanaltogovbrgt) idem a

Constituiccedilatildeo de 1937 assegurava a assistecircncia sanitaacuteria hospitalar e meacutedica agrave

gestante Em 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Constituiccedilatildeo

seguiu os mesmos criteacuterios da CF37 (GARCIA 2018 p 1066)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) tambeacutem

deu agrave mulher o direito agrave aposentadoria com 30 anos de trabalho com salaacuterio

completo Os artigos 389 e 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT)

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) permitiam que as empregadas

guardassem seus filhos no periacuteodo em que estavam trabalhando na empresa

descansando quatro semanas antes e oito semanas depois do parto Em 1969 a

Emenda Constitucional nordm 1 seguiu paracircmetros da CF37 e CF46 (MARTINS 2014

p 664)

A Constituiccedilatildeo de 1988 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

oportunizava a licenccedila agrave gestante sem detrimento no emprego e salaacuterio e com

duraccedilatildeo de 120 dias Importante ressaltar que o homem em caso de falecimento da

genitora passa a ter o mesmo direito podendo usufruir da proteccedilatildeo para que repare

a condiccedilatildeo de seu filho nos primeiros meses de vida conforme disposto no artigo

392-B da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS 2008 p 576)

Por conseguinte em 01 de maio de 1943 foi editada a Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assentando o tema jaacute

existente A CLT sistematizou a legislaccedilatildeo diversa jaacute efetiva no periacuteodo em que foi

publicada Todavia criou novos regimentos sendo a primeira regra geral aplicaacutevel

para todos os empregados Atualmente as relaccedilotildees de trabalho satildeo regidas por

25

esta lei a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Tambeacutem abrange relaccedilotildees coletivas

como as entidades sindicais ou grupos de trabalhadores No Decreto-lei 6353 de

20-3-1944 (BRASIL 1944 lthttpwwwplanaltogovbrgt) houve a primeira alteraccedilatildeo

que admitia o trabalho agrave noite da mulher que tivesse 18 anos mas em poucas

funccedilotildees (MARTINS 2008 p 575)

Garcia (2018 p 1067) cita que o poder puacuteblico cria mecanismos para que a

mulher tenha seus direitos garantidos tambeacutem no ambiente familiar sem

discriminaccedilatildeo com respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar evitando a crueldade

e a opressatildeo Nesse sentido a Lei 113402006 (BRASIL 2006

lthttpwwwplanaltogovbrgt) previne a violecircncia domeacutestica protegendo a mulher do

asseacutedio familiar

As garantias da Constituiccedilatildeo Federal e da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

estabelecem que sejam inadmissiacuteveis as desigualdades entre homens e mulheres

no ambiente de trabalho A mulher era tratada como incapaz pelo Coacutedigo Civil de

1916 Essa situaccedilatildeo mudou com o Estatuto da Mulher Casada Lei 4121 de 27-08-

62 (BRASIL 1962 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (MARTINS 2008 p 577)

Garcia (2018 p 1069) afirma que as leis de proteccedilatildeo agrave mulher centralizaram

mais em motivos que chamam atenccedilatildeo como as mulheres gestantes e a

maternidade Esses dois aspectos natildeo devem servir de razatildeo para a discriminaccedilatildeo e

diferenciaccedilatildeo salarial nem para a contrataccedilatildeo do trabalho feminino

Relata Carrion (2014 p 330)

O direito da empregada gestante manter-se no emprego sem prejuiacutezo dos salaacuterios com consequente restriccedilatildeo ao direito de resiliccedilatildeo unilateral do contrato sem justa causa pelo empregador sob pena de sujeitar-se agraves reparaccedilotildees legais nasce com a concepccedilatildeo e projeta-se ateacute cinco meses apoacutes o parto

Existem prejulgamentos provenientes da sociedade Por isso existem as

medidas de proteccedilatildeo para atuarem onde ocorrem determinadas peculiaridades

Medidas foram criadas para que a discriminaccedilatildeo em razatildeo da desigualdade de

gecircnero seja banida nas empresas nos quesitos de admissatildeo e remuneraccedilatildeo no

mercado de trabalho Notadamente existem discriminaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave mulher

sendo um aspecto cultural em uma sociedade machista onde as mulheres sempre

ocuparam papeacuteis subalternos apenas cuidando da casa e dos filhos As proteccedilotildees

26

especiais agraves mulheres devido agraves suas peculiaridades natildeo devem servir de motivo

para a discriminaccedilatildeo poreacutem muitas vezes causam efeito contraacuterio

27

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO DA MULHER NO DIREITO DO TRABALHO

Diante das situaccedilotildees trazidas no capiacutetulo anterior onde foram expostos os

problemas enfrentados pelas mulheres como a exploraccedilatildeo a discriminaccedilatildeo e a

desigualdade de gecircnero as diferenccedilas eram claras Para tanto medidas de

proteccedilatildeo ao trabalho feminino foram criadas Nota-se as primeiras leis que versavam

sobre o trabalho da mulher como a proibiccedilatildeo de trabalhar em lugares subteacuterreos a

jornada de trabalho estabelecida em 12 horas o trabalho vedado em minas e

pedreiras assim como no periacuteodo noturno e nas funccedilotildees insalubres bem como em

relaccedilatildeo a um periacuteodo de descanso de 8 (oito) semanas para as gestantes natildeo

remunerado Essas regras tiveram constante evoluccedilatildeo

Nesse momento seraacute apresentado o progresso dessas regras e uma anaacutelise

das normas de proteccedilatildeo que a cada dia sofrem alteraccedilotildees sendo um assunto onde

sempre haacute novidades A abordagem a seguir mostra as peculiaridades do trabalho

da mulher em especial a proteccedilatildeo agrave maternidade a comeccedilar nessa oportunidade

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade

Estudando a caminhada da mulher no mercado de trabalho a forma como

eram tratadas abusadas sem direitos seguimos nesse capiacutetulo relatando as

peculiaridades que trazem proteccedilatildeo ao trabalho feminino Depois de constatar os

motivos pelo quais foram criadas regras de proteccedilatildeo apresentamos medidas

especiacuteficas para que a desigualdade de gecircnero seja banida do acircmbito trabalhista

Nesse contexto podemos destacar que a proteccedilatildeo agrave maternidade eacute o

benefiacutecio mais relevante da empregada ldquoOs preceitos que regulam o trabalho

masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a

proteccedilatildeo especial instituiacuteda neste Capiacutetulordquo redaccedilatildeo do art 372 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O

paraacutegrafo uacutenico foi revogado pela Lei 134672017 pois caracterizava discriminaccedilatildeo

sendo que este seraacute comentado no proacuteximo capiacutetulo O artigo institui o Capiacutetulo III

da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que foi reservado especialmente ao trabalho

da mulher poreacutem alguns artigos abrangem identicamente o trabalho masculino

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 251)

28

O art 5ordm I CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) traz a

igualdade entre homens e mulheres nas relaccedilotildees de trabalho em direitos e

obrigaccedilotildees Martins conforme Machado (2017 p 251) conta que ldquoas regras de

proteccedilatildeo ao trabalho da mulher justificam-se em face das peculiaridades que

norteiam o trabalho femininordquo

Regula o artigo 7ordm XIII da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

que ldquoa duraccedilatildeo de trabalho normal das mulheres natildeo superior a oito horas e

quarenta e quatro horas semanais facultada agrave compensaccedilatildeo de horaacuterios e reduccedilatildeo

de jornada mediante acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalhordquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 252)

Abordando o artigo 373 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que menciona a jornada de trabalho das mulheres ldquoa

duraccedilatildeo normal de trabalho das mulheres seraacute de 8 (oito) horas diaacuterias exceto nos

casos para os quais for fixada duraccedilatildeo inferiorrdquo (MARTINS apud MACHADO 2017

p 252)

Incluiacutedo pela Lei 979999 (BRASIL 1999 lthttpwwwplanaltogovbrgt) o

artigo 373-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho faz diversas observaccedilotildees ao

trabalho da mulher referentes agrave discriminaccedilatildeo nas relaccedilotildees de trabalho Observe a

regra

Art 373-A Ressalvadas as disposiccedilotildees legais destinadas a corrigir as distorccedilotildees que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas eacute vedado (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) I ndash publicar ou fazer publicar anuacutencio de emprego no qual haja a referecircncia ao sexo agrave idade agrave cor ou situaccedilatildeo familiar salvo quando a natureza da atividade a ser exercida puacuteblica e notoriamente assim o exigir (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) II ndash recusar emprego promoccedilatildeo ou motivar a dispensa do trabalho em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez salvo quando a natureza da atividade seja notoacuteria e publicamente incompatiacutevel (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) III ndash considerar o sexo a idade a cor ou situaccedilatildeo familiar como variaacutevel determinante para fins de remuneraccedilatildeo formaccedilatildeo profissional e oportunidades de ascensatildeo profissional (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) IV ndash exigir atestado ou exame de qualquer natureza para comprovaccedilatildeo de esterilidade ou gravidez na admissatildeo ou permanecircncia no emprego (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) V ndash impedir acesso ou adotar criteacuterios subjetivos para o deferimento de inscriccedilatildeo ou aprovaccedilatildeo em concursos em empresas privadas em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) VI ndash proceder o empregador ou preposto a revistas iacutentimas nas empregadas ou funcionaacuterias (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999)

29

Paragrafo uacutenico O disposto neste artigo natildeo obsta a adoccedilatildeo de medidas temporaacuterias que visem ao estabelecimento das poliacuteticas de igualdade entre homens e mulheres em particular as que se destinam a corrigir as distorccedilotildees que afetam a formaccedilatildeo profissional o acesso ao emprego e as condiccedilotildees gerais de trabalho da mulher (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 252) menciona que o referido artigo foi

adicionado em razatildeo de impedir as condutas discriminatoacuterias violando o princiacutepio da

igualdade consagrado no art 7ordm XXX da CF88 (BRASIL 1988

lthttpwwwplanaltogovbrgt) prevendo ldquoa proibiccedilatildeo de diferenccedila de salaacuterios de

exerciacutecio de funccedilotildees e de criteacuterio de admissatildeo por motivo de sexo idade cor ou

estado civilrdquo

A Constituiccedilatildeo de 1988 estabeleceu regras firmes contra a discriminaccedilatildeo agrave

mulher nas relaccedilotildees de emprego proibindo diferenccedilas no acircmbito laboral Tambeacutem

eliminou alguns artigos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que produziam efeito

contraacuterio em relaccedilatildeo ao trabalho feminino (DELGADO 2012 p 803)

Delgado (2012 p 804) indica que revogados pela Lei 78551989 (BRASIL

1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) reproduzida logo apoacutes a CF88 os artigos 374

375 378 379 380 e 387 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) que davam

entendimento discriminatoacuterio ao trabalho feminino Martins conforme Machado

(2017 p 256) aponta que o artigo 376 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho foi

revogado pela Lei 102442001 (BRASIL 2001 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Voltando as normas vigentes comentamos o artigo 377 da Consolidaccedilatildeo das

Leis do Trabalho Nesse contexto Martins conforme Machado (2017 p 256) traz

que somente atraveacutes de convenccedilatildeo coletiva ou de acordo coletivo no teor do art 7ordm

VI CF88 eacute possiacutevel reduzir o salaacuterio das mulheres e que as medidas protetivas

satildeo regras e por motivo algum eacute autorizada a reduccedilatildeo

Conforme o artigo 381 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o trabalho noturno frisando que ldquoo

trabalho noturno das mulheres teraacute salaacuterio superior ao diurnordquo No sect 1ordm a regra diz

que no trabalho noturno os salaacuterios teratildeo aumento de 20 e sect 2ordm que cada hora

trabalhada agrave noite seraacute de 52 minutos e 30 segundos Tem direito ao percentual

miacutenimo de 25 a empregada rural (art 7ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 58891973

(BRASIL 1973 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O art 382 regra o intervalo

intrajornada que destina uma pausa de 11 horas entre duas jornadas de trabalho

30

enquanto o art 66 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) tambeacutem apresenta

este preceito (MARTINS apud MACHADO 2017 p 257)

Um dos artigos que sugere a desigualdade de gecircnero eacute o art 383 da CLT

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que apresenta um intervalo entre 1 a

2 horas para a mulher trabalhadora possibilitando um periacuteodo bastante extenso

para o descanso Diferente do homem que mesmo em curtas jornadas abaixo de

seis horas tem apenas 15 minutos salvo a hipoacutetese conhecida no art 71 sect 3ordm bem

como o art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece o intervalo de 15 minutos para a

mulher caso haja hora extra (DELGADO 2012 p 804)

O art 384 eacute referente apenas ao trabalho feminino estabelecendo regra

caracterizada e protetiva apartado do homem o que natildeo eacute coerente na eacutepoca atual

e confrontando a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art 7ordm inciso

XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo do trabalho

O artigo 384 da CLT foi revogado pela Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) da Reforma trabalhista que seraacute apresentada no

proacuteximo capiacutetulo desse trabalho (GARCIA 2018 p 1076-1077 e 1079)

Seguindo Garcia (2018 p 1079) aponta o art 385 da CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) no seguinte contexto

Art 385 O descanso semanal seraacute de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidiraacute todo ou em parte com o domingo salvo motivo de conveniecircncia puacuteblica ou necessidade imperiosa de serviccedilo a juiacutezo da autoridade competente na forma das disposiccedilotildees gerais caso em que recairaacute outro diardquo (BRASIL 1943 httpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 260) descreve que o art 67 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho tambeacutem assegura o descanso e o art 7 inciso

XV da CF88 eacute extensivo aos trabalhadores de ambos os sexos

Referente tambeacutem ao periacuteodo de descanso da mulher o art 386 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz

que quando haacute trabalho aos domingos uma escala de revezamento seraacute organizada

para que possibilite o repouso dominical de 15 em 15 dias (MARTINS 2014 p 667)

Os meacutetodos e locais de trabalho da mulher que estatildeo previstos nos artigos 388

389 e 390 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 seratildeo apresentados no

proacuteximo capiacutetulo em conjunto com a exposiccedilatildeo da nova lei a Reforma trabalhista

31

Avanccedilando os demais artigos que se referem agrave mulher no Capiacutetulo III da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho 1943 apontamos o art 391 caput ldquoNatildeo

constitui justo motivo para a rescisatildeo do contrato de trabalho da mulher o fato de

haver contraiacutedo matrimocircnio ou de encontrar-se em estado de gravidezrdquo (BRASIL

1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 1082)

Garcia (2018 p 1082) menciona que em qualquer convenccedilatildeo coletiva acordo

coletivo ou acordos individuais de trabalho eacute proibido ldquorestriccedilotildees de direito da mulher

ao seu emprego por motivo de casamento ou gravidezrdquo (art 391 paraacutegrafo uacutenico

CLT) Diante desse procedimento Martins conforme Machado (2017 p 265) afirma

a autorizaccedilatildeo da reintegraccedilatildeo na funccedilatildeo (art 4ordm da Lei 902995) (BRASIL 1995

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ou seja a empregada natildeo poderaacute ser demitida em

face desses motivos O impedimento das praacuteticas discriminatoacuterias tem apoio

constitucional no art 7ordm XXX CF88

A redaccedilatildeo do art 391-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) incluiacuteda

pela Lei 128122013 (BRASIL 2013 lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta que a

gravidez confirmada no curso do contrato de trabalho garante agrave empregada gestante

estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea b do inciso II do art 10 do Ato de

Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias ainda que durante o prazo do aviso-preacutevio

trabalhado ou indenizado (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

Mesmo que no momento da demissatildeo a empregada gestante natildeo tenha

conhecimento do estado graviacutedico poderaacute usufruir o direito da garantia de emprego

sem prejuiacutezo de salaacuterio e da funccedilatildeo que exerce Assim o empregador natildeo seraacute

afastado das responsabilidades mesmo que natildeo tenha conhecimento da gravidez

da empregada Garcia (2018 p 1097) ressalta que eacute objetiva a responsabilidade do

empregador quanto ao estado de gravidez da empregada

Nestes termos atualmente desponta uma discussatildeo em relaccedilatildeo ao

desconhecimento do estado da gravidez pela proacutepria empregada Haacute entendimentos

de que natildeo eacute justo possibilitar o direito agrave garantia de emprego se nem mesmo a

empregada estava ciente do seu estado gestacional (GARCIA 2018 p 1097)

Garcia (2018 p 1098) indica que a garantia de emprego conforme redaccedilatildeo

atual da Suacutemula 244 inciso III do TST eacute estendida tambeacutem agraves gestantes

contratadas por prazo determinado O desconhecimento do estado graviacutedico pelo

empregador natildeo afasta o direito ao pagamento de indenizaccedilatildeo decorrente da

estabilidade A redaccedilatildeo dessa Suacutemula foi alterada e assim a estabilidade estendida

32

Antes disso Garcia apud Martins (2018 p 1098) menciona que era aplicada agrave

doutrina de Seacutergio Pinto Martins ldquoSe houver a cessaccedilatildeo do contrato de trabalho do

empregado estatuiacutedo por prazo determinado natildeo haveraacute direito agrave responsabilidade

porque aqui natildeo haacute despedida injusta mas teacutermino de pacto laboralrdquo Portanto isso

mudou com a referida Suacutemula Vejamos a decisatildeo do Tribunal Superior do Trabalho

6ordf Turma Relator Ministro Augusto Ceacutesar Leite de Carvalho que garante a

empregada gestante contratada por prazo determinado a estabilidade provisoacuteria

conforme previsatildeo na Suacutemula 244

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A EacuteGIDE DA LEI 130152004 ESTABILIDADE GESTANTE CONTRATO DE EXPERIEcircNCIA ESTABILIDADE PROVISOacuteRIA A empregada gestante tem direito agrave estabilidade provisoacuteria prevista no artigo 10 inciso II aliacutenea b do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias mesmo na hipoacutetese de admissatildeo mediante contrato por tempo determinado Ainda mais se tratando de contrato de experiecircncia que eacute em rigor um contrato por tempo indefinido com uma claacuteusula alusiva a periacuteodo de prova Inteligecircncia da Suacutemula 244 III do TST em sua nova redaccedilatildeo Recurso de revista conhecido e provido (BRASIL 2019 lthttpwwwtstjusbrgt)

A proteccedilatildeo se estende ao trabalho domeacutestico Garcia (2018 p 1087) destaca

que tem direito a estabilidade no aviso preacutevio indenizado ou trabalhado desde que

confirmada a gravidez neste periacuteodo Diz a Lei Complementar 1502015 (BRASIL

2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art 25 paraacutegrafo uacutenico

Art 25 A empregada domeacutestica gestante tem direito a licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio nos termos da Seccedilatildeo V do Capitulo III do Tiacutetulo III da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) aprovada pelo Decreto ndash Lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Paraacutegrafo uacutenico A confirmaccedilatildeo do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho ainda que durante o prazo do aviso preacutevio trabalhado ou indenizado garante agrave empregada gestante a estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea ldquobrdquo do inciso II do art 10 do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias (BRASIL 2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Adiante estaacute a vigente composiccedilatildeo do art 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) que foi determinada pela Lei 104212002 (BRASIL 2002

lthttpwwwplanaltogovbrgt) em razatildeo de adequar-se ao texto constitucional

(art7ordm XVIII) Veja a redaccedilatildeo

Art 392 A empregada gestante tem direito agrave licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002)

33

sect 1ordm A empregada deve mediante atestado meacutedico notificar o seu empregador da data do afastamento do emprego que poderaacute ocorrer entre o 28ordm (vigeacutesimo oitavo) dia antes do parto e ocorrecircncia deste (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 2ordm Os periacuteodos de repouso antes e depois do parto poderatildeo ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um mediante atestado meacutedico (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 3ordm Em caso de parto antecipado a mulher teraacute direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 4ordm Eacute garantido agrave empregada durante a gravidez sem prejuiacutezo do salaacuterio e demais direitos (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) I ndash transferecircncia de funccedilatildeo quando as condiccedilotildees de sauacutede o exigirem assegurada a retomada da funccedilatildeo anteriormente exercida logo apoacutes o retorno ao trabalho (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) II ndash dispensa do horaacuterio de trabalho pelo tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo de no miacutenimo seis consultas meacutedicas e demais exames complementares (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) sect 5ordm (VETADO) (Incluiacutedo pela Lei nordm 10421 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Nos incisos e paraacutegrafos desse artigo podem se destacar as vantagens da

empregada gestante que entram em harmonia com a redaccedilatildeo constitucional (art

7ordm XVIII CF88) O benefiacutecio do salaacuterio-maternidade eacute estendido a todas as

trabalhadoras (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

A licenccedila-maternidade natildeo teraacute prejuiacutezo da remuneraccedilatildeo integral observa o

art 393 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ligado ao art 7ordm XVIII da CF88 e

igualmente previsto no art 72 da Lei na Lei 82131991 (BRASIL 1991

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Natildeo haacute teto previdenciaacuterio para o benefiacutecio em

questatildeo completa Martins conforme Machado (2017 p 272) Veja o dispositivo

Art 393 Durante o periacuteodo a que se refere o art 392 a mulher teraacute direito ao salaacuterio integral e quando variaacutevel calculado de acordo com a meacutedia dos 6 (seis) uacuteltimos meses de trabalho bem como os direitos e vantagens adquiridos sendo ndash lhe ainda facultado reverter agrave funccedilatildeo que anteriormente ocupava (Redaccedilatildeo dada pelo Decreto-Lei 229 de 2821967) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em observaccedilatildeo na sequecircncia o art 394 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquomediante atestado meacutedico agrave mulher

graacutevida eacute facultado romper o compromisso resultante de qualquer contrato de

trabalho desde que este seja prejudicial agrave gestaccedilatildeordquo Essa regra assegura agrave

empregada gestante a viabilidade de romper o contrato de trabalho mediante

atestado meacutedico se ficar comprovado que seraacute prejudicial agrave gestaccedilatildeo ficando isenta

34

da obrigaccedilatildeo de indenizar quaisquer eventuais prejuiacutezos no contrato de trabalho

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 273)

Martins conforme Machado (2017 p 273) diz que se trata da transparente

assimilaccedilatildeo de que os trabalhos insalubres satildeo prejudiciais agrave sauacutede do empregado

manifesta a situaccedilatildeo da gravidez arriscando o desenvolvimento do feto Estendido

ao periacuteodo da lactaccedilatildeo pois o leite materno eacute o uacutenico alimento da crianccedila nos

primeiros meses de vida e precisa estar livre de qualquer ameaccedila de contaminaccedilatildeo

Eis o texto do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoA empregada gestante ou lactante seraacute afastada

enquanto durar a gestaccedilatildeo ou lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou

locais insalubres devendo exercer suas atividades em locais salubresrdquo Essa regra

foi alterada pela Lei 134672017 que seraacute comentada no proacuteximo capiacutetulo

O adicional de insalubridade da gestante ou lactante seraacute pago pela empresa

conforme o art 248 da CF88 em razatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias fazendo parte da remuneraccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

Seguindo o proacuteximo artigo relativo agrave proteccedilatildeo da mulher art 395 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoEm caso de aborto natildeo criminoso comprovado por

atestado meacutedico oficial a mulher teraacute um repouso remunerado de (2) duas

semanas com direito de retornar a funccedilatildeo que ocupava antes do afastamentordquo

Martins conforme Machado (2017 p 274) mostra que o atestado meacutedico oficial eacute

viabilizado pelo SUS ou pelo serviccedilo meacutedico da empresa A remuneraccedilatildeo seraacute paga

pela Previdecircncia Social conforme o salaacuterio-maternidade

Martins conforme Machado (2017 p 274-275) aponta no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho o direito agrave amamentaccedilatildeo dos filhos mesmo que

proveniente de adoccedilatildeo ateacute completar 6 (seis) meses de dois descansos especiais

de meia hora cada durante a jornada de trabalho O periacuteodo de 6 (seis) meses se a

sauacutede da crianccedila exigir poderaacute ser estendido Veja o artigo 396 do Decreto-Lei

545243

Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um Paraacutegrafo uacutenico Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

35

Antes o salaacuterio-maternidade era responsabilidade do empregador dessa

forma a Convenccedilatildeo 103 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) jaacute

mencionada anteriormente publicada pelo Decreto 588201966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinou que o INSS ficasse responsaacutevel pelas

parcelas devidas agrave gestante Isso para evitar a diferenciaccedilatildeo no momento da

contrataccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Foi uma maneira de estimular as

empresas a natildeo ter receio na admissatildeo de mulheres (MARTINS 2014 p 668)

Martins (2014 p 679) diz que a mesma Convenccedilatildeo 103 consagra os intervalos

destinados para amamentaccedilatildeo do filho consoante com a lei nacional Os intervalos

devem ser computados na jornada de trabalho

De acordo com Garcia (2018 p 1085) o salaacuterio-maternidade eacute devido agrave

mulher durante o tempo em que for mantida como segurada Acentua o art 97 do

Regulamento da Previdecircncia Social (RPS-Decreto 30481999) (BRASIL 1999

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que foi alterado pelo Decreto 61222007 (BRASIL

2007 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Independente das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias permaneceraacute filiada ao INSS e receberaacute salaacuterio O que antes no

entendimento da Previdecircncia ocorria somente se a mulher estivesse empregada

teria direito Repare o dispositivo

Art 97 O salaacuterio ndash maternidade da segurada empregada seraacute devido pela previdecircncia social enquanto existir relaccedilatildeo de emprego observadas as regras quanto ao pagamento desse benefiacutecio pela empresa Paragrafo uacutenico Durante o periacuteodo de graccedila a que se refere o art 13 a segurada desempregada faraacute jus ao recebimento do salaacuterio ndash maternidade nos casos de demissatildeo antes da gravidez ou durante a gestaccedilatildeo nas hipoacuteteses de dispensa por justa causa ou a pedido situaccedilotildees em que o benefiacutecio seraacute pago diretamente pela previdecircncia social (BRASIL 2007 httpwwwplanaltogovbrgt)

O artigo 397 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) prevecirc que as

entidades puacuteblicas destinadas agrave assistecircncia e agrave infacircncia tenham responsabilidade de

acordo com suas possibilidades financeiras de manter distribuiacutedos nas zonas de

mais densidade de trabalhadores locais destinados para atender os filhos de

mulheres empregadas Essa regra natildeo eacute obrigatoacuteria eacute facultativa pois depende de

recursos financeiros disponiacuteveis e conforme o art 7ordm XXV da CF88 eacute dever do

Estado disponibilizar esse benefiacutecio assim como o art 208 IV da mesma

Constituiccedilatildeo Revogado o art 398 pelo Decreto-Lei 229 de 28021967 (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 275)

36

Avanccedilando na apresentaccedilatildeo chegamos ao art 399 da Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (CLT) que confere em sua redaccedilatildeo que os empregadores que se

destacarem pela organizaccedilatildeo de creches e instituiccedilotildees de menores em idade preacute-

escolar seratildeo agraciados pelo Ministro do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio com um

diploma de benemerecircncia desde que tais serviccedilos se destaquem por sua

generosidade e pela competecircncia das respectivas instalaccedilotildees O art 7ordm XXV da

Constituiccedilatildeo garante assistecircncia gratuita aos filhos e dependentes desde o

nascimento ateacute 5 anos de idade em creches e preacute-escolas restando ao empregador

apenas o reconhecimento do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego que agracia por

meio de diploma de benemerecircncia as empresas que constituem este ambiente em

suas dependecircncias Mas natildeo eacute obrigaccedilatildeo e sim do Estado (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

Por fim o art 400 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Este completa

o art 389 sect1ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que seraacute exposto no proacuteximo capiacutetulo descrevendo

que ldquoOs locais destinados agrave guarda dos filhos das operaacuterias durante o periacuteodo da

amamentaccedilatildeo deveratildeo possuir no miacutenimo um berccedilaacuterio uma saleta para

amamentaccedilatildeo uma cozinha dieteacutetica e uma instalaccedilatildeo sanitaacuteriardquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

A Lei 133012016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art

18 sect 3ordm assegura licenccedila-maternidade de 180 dias agraves matildees de crianccedilas que tiveram

sequelas neuroloacutegicas transmitidas pelo Aedes aegypti e salaacuterio-maternidade

garantido no art 71 da Lei 82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Lei dos Benefiacutecios da Previdecircncia Social Esse entendimento se estende tambeacutem agraves

matildees adotantes quando estiverem presentes os requisitos Essa previsatildeo aplica-se

relativamente agrave segurada especial contribuinte individual facultativa e trabalhadora

avulsa (art 18 sect4ordm da Lei 133012016) e no (art 72 sect 3ordm da Lei 821391)

(GARCIA 2018 p 1086)

A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 a Constituiccedilatildeo Federal88 e

outras diversas leis envolvem uma seacuterie de questotildees que protegem o trabalho da

mulher contra os abusos do empregador que infelizmente eacute muito comum A

subordinaccedilatildeo juriacutedica que pondera faz com que as normas observem qualquer

nulidade em ato seu de renunciar aos direitos trabalhistas mesmo que seja qualquer

anuecircncia em uma alteraccedilatildeo contratual natildeo seraacute validada se houver prejuiacutezos para o

37

empregado Nesse aspecto destacamos no art 9ordm da CLT43 o seguinte dizer

ldquoSeratildeo nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar

impedir ou fraudar a aplicaccedilatildeo dos preceitos contidos na presente consolidaccedilatildeordquo

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

311 Estabilidade da gestante e da adotante

A licenccedila-maternidade eacute uma proteccedilatildeo ao trabalho da mulher Nestes termos a

empregada que adotar ou alcanccedilar a guarda judicial de crianccedila ou adolescente teraacute

esse direito Martins (2014 p 670) cita que eacute devido o salaacuterio-maternidade de 120

dias natildeo interessando a idade da crianccedila Primeiramente aplicavam-se os preceitos

de Seacutergio Pinto Martins no entendimento de que a matildee adotante natildeo teria direito agrave

garantia de emprego pois natildeo houve parto e a garantia de emprego eacute referida a

contar do parto natildeo existindo parto natildeo haacute garantia de emprego (GARCIA 2018 p

1098)

Dessa forma Garcia (2018 p 1087) cita que a Lei 104212002 (BRASIL

2002 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiu o artigo 392-A agrave CLT e o art 71-A agrave Lei

82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando a extensatildeo

agrave matildee adotiva os mesmos direitos que a gestante Veja a nova redaccedilatildeo

Art 392-A A empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoccedilatildeo de crianccedila e adolescente seraacute concedida licenccedila-maternidade nos termos do art 392 desta lei (redaccedilatildeo dada pela Lei 135092017) sect 1ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 2ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 3ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 4ordm A licenccedila - maternidade soacute seraacute concedida mediante apresentaccedilatildeo do termo de guarda agrave adotante ou guardiatilde (incluiacutedo pela Lei 104212002) sect 5ordm A adoccedilatildeo ou guarda judicial conjunta ensejaraacute a concessatildeo de licenccedila -maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiatildees empregado ou empregada (Incluiacutedo pela Lei 128732013) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1089) mostra que a Lei 12010 de 29 de julho de 2009

(BRASIL 2009 lthttpwwwplanaltogovbrgt) revogou os sectsect 1ordm a 3ordm do art 392-A da

CLT que versavam sobre a desigualdade do periacuteodo de licenccedila de acordo com a

idade da crianccedila

Em texto dado pela Lei 12873 de 22 de outubro de 2013 (BRASIL 2013

lthttpwwwplanaltogovbrgt) o art 71-A da Lei 821391 passou a regrar que o

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segurado e a segurada do INSS que adotar ou alcanccedilar guarda judicial para fins de

adoccedilatildeo teratildeo direito ao salaacuterio-maternidade no periacuteodo de 120 dias apontando que

ao segurado (homem) tambeacutem eacute estendido o direito em questatildeo (art 71 ndash B sect3ordm

821391) (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Da mesma forma o art 71-

B da Lei 821391 dilatado pela Lei 128132013 regula que em caso do

falecimento da segurada ou segurado que tem direito ao salaacuterio-maternidade o

provento deveraacute ser pago ao cocircnjuge sobrevivente O benefiacutecio natildeo seraacute pago em

caso de falecimento ou abandono do filho (GARCIA 2018 p 1089)

O salaacuterio-maternidade eacute um benefiacutecio pago pela Previdecircncia Social assim

evitando a discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo da mulher caso a

remuneraccedilatildeo fique a cargo do empregador (GARCIA 2018 p 1087-1088)

Conforme o artigo 391-A paraacutegrafo uacutenico da CLT adicionado pela Lei 13509

de 22 de novembro de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

estabilidade provisoacuteria prevista no art 10 inciso II aliacutenea b do ADCT eacute estendida

ao empregado adotante embora a guarda de adoccedilatildeo seja concedida durante o

periacuteodo de aviso preacutevio trabalhado ou indenizado A garantia de emprego tambeacutem

pode estar prevista em acordos coletivos de trabalho perante negociaccedilatildeo (art 7ordm

XXVI da CF88) ou mesmo que seja prevista em lei com justificativa no principio da

norma mais beneacutefica (GARCIA 2018 p 1099-1100 e 1101)

A empregada deveraacute apresentar termo de guarda da adotante para que o

empregador esteja ciente da adoccedilatildeo O documento seraacute apresentado com o

propoacutesito de deferir a licenccedila Martins (2014 p 670-671) acentua que a licenccedila-

maternidade seraacute concedida somente para um dos adotantes na adoccedilatildeo ou guarda

judicial conjunta A empregada adotante receberaacute salaacuterio-maternidade apenas com

crianccedilas adotadas ateacute oito anos de idade Natildeo haacute direito a salaacuterio-maternidade se a

crianccedila adotada tiver mais de 8 (oito) anos O salaacuterio-maternidade natildeo seraacute pago no

periacuteodo de estaacutegio de convivecircncia somente apoacutes a sentenccedila judicial devidamente

registrada no cartoacuterio civil comprovando o viacutenculo da adoccedilatildeo

A Lei Complementar 146 de 25 de julho de 2014 (BRASIL 2014

lthttpwwwplanaltogovbrgt) estabeleceu o direito previsto no art10 II aliacutenea b do

ADCT aos casos em que houver falecimento da genitora Sendo assim a

estabilidade eacute garantida a quem tiver a guarda do receacutem-nascido (GARCIA 2018 p

1101)

39

Dessa forma nada mais eacute acertado de que com o falecimento da genitora a

garantia de emprego seja estendida para quem obtiver a guarda da crianccedila tendo

em vista que eacute para o bem-estar do receacutem-nascido que precisa de cuidados

especiais A crianccedila eacute titular do benefiacutecio e a estabilidade pode ser concedida agrave

empregada adotante tambeacutem quando estiver no aviso preacutevio indenizado ou

trabalhado se a guarda provisoacuteria for concedida neste periacuteodo (GARCIA 2018 p

1099)

Conforme Garcia (2018 p 1101) o direito de garantia de emprego tambeacutem

pode ser de algum parente como a avoacute por exemplo caso ela tenha a guarda do

receacutem-nascido na ausecircncia dos pais

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

A prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade eacute um direito das empregadas que

trabalham nas empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadatilde previsto no art

1ordm da Lei 117702008 Assim sendo eacute destinado agrave Pessoa juriacutedica e empresa rural

ou urbana natildeo podendo o empregador ser pessoa fiacutesica Caso a empresa natildeo

aderir ao programa as empregadas natildeo teratildeo direito ao benefiacutecio (MARTINS 2014

p 672)

De acordo com a Lei 11770 de 09 de setembro de 2008 (BRASIL 2008

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a licenccedila-maternidade eacute prorrogaacutevel por 60 dias Essa

lei prevecirc apenas a extensatildeo da licenccedila e natildeo menciona o salaacuterio-maternidade que eacute

pago pelo INSS Nenhum preceito prevecirc que o acreacutescimo de 60 dias da licenccedila seraacute

pago pelo INSS A prorrogaccedilatildeo deve ser requerida pela empregada ateacute o final do

primeiro mecircs apoacutes o parto De outra forma natildeo faraacute jus agrave prorrogaccedilatildeo (MARTINS

2014 p 671-672)

Segundo o art 3ordm da Lei 117702008 ldquo[] a empregada teraacute direito a

remuneraccedilatildeo integral nos mesmos moldes devidos no periacuteodo de percepccedilatildeo do

salaacuterio-maternidade pago pelo regime geral da previdecircncia socialrdquo mas isso natildeo

acarreta o pagamento pelo INSS No decorrer da prorrogaccedilatildeo dos 60 dias a

empregada natildeo poderaacute ficar sem receber remuneraccedilatildeo que seraacute de

responsabilidade do empregador como acontece nos 120 dias de desligamento da

gestante (MARTINS 2014 p 672)

40

Martins (2014 p 672) alega que o referido artigo confere que a previdecircncia

social eacute quem paga o salaacuterio-maternidade mas natildeo a extensatildeo dos 60 dias O

pagamento pelo INSS viola o sect 5ordm do art 195 da CF88 pois natildeo haacute como custear

a prorrogaccedilatildeo do salaacuterio-maternidade

O art 6ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

alterava o art 28 sect 9ordm da Lei 821291 estabelecendo que as importacircncias

recebidas em 60 dias de prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade natildeo constituem o

salaacuterio de contribuiccedilatildeo Garcia (2018 p 1092) indica que esse artigo foi vetado com

o entendimento de que nas importacircncias recebidas nos 120 dias existe a aplicaccedilatildeo

de contribuiccedilotildees previdenciaacuterias todavia na prorrogaccedilatildeo segue o mesmo criteacuterio

Do mesmo modo a licenccedila-paternidade segue os requisitos da licenccedila-

maternidade podendo ter prorrogaccedilatildeo de 15 (quinze) dias mais 5 (cinco) dias que

estaacute previsto no art 10 sect1ordm do ADCT Essa regra foi incluiacuteda pela Lei 13257 de 08

de marccedilo de 2016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando que

o periacuteodo total eacute entatildeo de 20 dias (GARCIA 2018 p 1091)

Esse programa tambeacutem poderaacute ser adquirido pela Administraccedilatildeo Puacuteblica diz o

art 2ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assim

como as empresas puacuteblicas sociedades de economia mista que fazem parte da

Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta (MARTINS 2014 p 672)

O propoacutesito da prorrogaccedilatildeo das licenccedilas-maternidade e paternidade eacute que os

pais permaneccedilam em contato direto com os filhos mais tempo possibilitando

principalmente para a matildee a amamentaccedilatildeo Os pais natildeo poderatildeo exercer seja qual

for atividade remunerada e a crianccedila ficaraacute sob seus cuidados A desobediecircncia

dessa regra acarreta na perda do direito em questatildeo (GARCIA 2018 p 1092)

Vejamos o Recurso Ordinaacuterio julgado pela 4ordf Turma do Tribunal Regional do

Trabalho da 4ordm Regiatildeo tendo como Relator o Ministro George Achutti dando

provimento ao recurso da reclamada que nega a participaccedilatildeo no Programa Empresa

Cidadatilde Portanto o reclamante natildeo teraacute direito a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

paternidade de 05 para 20 dias Conforme relatado natildeo teratildeo direito as

prorrogaccedilotildees das licenccedilas empregados das empresas que natildeo aderem ao programa

previsto no art 1ordm da Lei 117702008

ECT PRORROGACcedilAtildeO DA LICENCcedilA-PATERNIDADE PROGRAMA EMPRESA CIDADAtilde Negada pela reacute a participaccedilatildeo no Programa Empresa Cidadatilde que autoriza a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-paternidade de 05 para 20 dias eacute ocircnus do reclamante provar a inscriccedilatildeo da empresa no referido

41

Programa porquanto se trata de fato constitutivo de seu direito Inteligecircncia dos artigos 818 da CLT e 373 inc I do NCPC (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Segundo Martins (2014 p 672-673) para obter essa prorrogaccedilatildeo a empregada

deveraacute fazer o requerimento ateacute o final do primeiro mecircs apoacutes o parto A empregada

natildeo teraacute direito senatildeo fizer dentro deste prazo Esse benefiacutecio tambeacutem pode ser

concedido agrave empregada adotante ou que obtenha guarda judicial A empregada teraacute

que receber salaacuterio integral que ficaraacute a cargo do empregador conforme prevecirc o art

3ordm da Lei 1177008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) A empresa que

aderir ao programa e permitir a prorrogaccedilatildeo poderaacute deduzir do imposto de renda

devido o montante da remuneraccedilatildeo dos 60 dias art 5ordm da Lei 1177008 sendo que

deduzir como despesa operacional eacute proibido Note a regra

Art 5ordm A pessoa juriacutedica tributada com base no lucro real poderaacute deduzir do imposto devido em cada periacuteodo de apuraccedilatildeo o total da remuneraccedilatildeo da empregada e do empregado pago nos dias de prorrogaccedilatildeo de sua licenccedila-maternidade e sua licenccedila-paternidade vedada a deduccedilatildeo como despesa operacional (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1093) expotildee que o propoacutesito do art 5ordm da Lei 1177008 eacute

barrar as diferenccedilas nas relaccedilotildees de trabalho impedida no art 7ordm inciso XXX da

CF88 que proiacutebe a diferenccedila de salaacuterios e os criteacuterios na hora da admissatildeo como

sexo cor idade e estado civil Com eixo no lucro real os salaacuterios devidos nas

prorrogaccedilotildees das licenccedilas-maternidade e paternidade seratildeo deduzidos do imposto

de renda correspondente pela pessoa juriacutedica Nesse sentido incentiva as empresas

a natildeo terem receio na contrataccedilatildeo de mulheres em razatildeo das proteccedilotildees

Conforme Garcia (2018 p 1093) entende-se que a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

maternidade eacute capaz de trazer efeitos negativos para a contrataccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho em razatildeo das substituiccedilotildees que seratildeo feitas no decorrer deste

periacuteodo de licenccedila Isto eacute no decorrer da licenccedila a empresa teraacute que contratar outro

empregado para suprir a ausecircncia da gestante ou adotante

A partir das informaccedilotildees trazidas nesse capiacutetulo sobre a proteccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho uma observaccedilatildeo que pontua eacute que essas medidas agraves vezes

podem prejudicar a inserccedilatildeo da mulher no acircmbito trabalhista principalmente em

relaccedilatildeo agrave proteccedilatildeo agrave maternidade embora existam vaacuterios entendimentos Portanto

algumas medidas que caracterizavam discriminaccedilatildeo foram revogadas Certamente

42

para a mulher que possui demasiadas tarefas como cuidar dos filhos e da casa e

busca seu espaccedilo como profissional o trabalho eacute uma forma de auxiliar nas

despesas domeacutesticas e as proteccedilotildees acabam sendo um amparo Ainda assim a

incerteza do empregador que jaacute acumula tantos impostos eacute relevante na hora da

contrataccedilatildeo

Apoacutes o estudo das medidas protetivas no trabalho feminino continuamos

falando do trabalho da mulher agora em relaccedilatildeo agraves modificaccedilotildees criadas pela

Reforma Trabalhista Lei 134672017

43

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA

Realiza-se nesse capiacutetulo a apresentaccedilatildeo da mais recente e significativa

modificaccedilatildeo nas regras trabalhistas a Reforma trabalhista A nova lei modificou

201 pontos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) O assunto principal

dessa abordagem eacute o trabalho da mulher e as mudanccedilas com a Reforma bem

como meacutetodos e locais de trabalho da mulher e as obrigaccedilotildees do empregador

Aleacutem disso tambeacutem a insalubridade que eacute o ponto mais questionado no trabalho

da mulher na nova lei e demais regras como amamentaccedilatildeo por exemplo regras

que poderatildeo ser negociadas diretamente com o empregador A Reforma tambeacutem

estabelece novas oportunidades de trabalho bem como o teletrabalho onde eacute

possiacutevel a mulher flexibilizar os horaacuterios em consonacircncia com os cuidados da casa

e dos filhos Poreacutem um breve comentaacuterio sobre a terceirizaccedilatildeo e o distanciamento

dos sindicatos nas homologaccedilotildees dos pedidos de demissatildeo e negociaccedilotildees

coletivas dispositivos que a Reforma introduziu e que satildeo relevantes

Segundo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 39-40) a Lei 13467 de 13

de julho de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Reforma

trabalhista aponta um regresso para o antigo papel do Direito na histoacuteria um

mecanismo de exclusatildeo afastamento da desigualdade entre as pessoas humanas

e grupos sociais Demasiadamente afastada da matriz constitucional a nova lei

instituiu meacutetodos gravemente contraacuterios e regressivos Note-se que o primeiro

capiacutetulo desse trabalho relata a histoacuteria do Direito do Trabalho

De acordo com Krein (2018 p 77) a nova lei foi interpretada como um golpe

do Governo Federal e Congresso contra os desfavorecidos ao aprovar dispositivos

que desmantelam os direitos conquistados nos uacuteltimos 100 anos pelo povo

brasileiro Eacute a elaboraccedilatildeo de regras que redefinem o papel do Estado e delineia um

novo rumo para o Paiacutes

De acordo com Krein (2018 p 78) a hipoacutetese eacute que a contrarreforma buscou

ao mesmo tempo

[] legalizar praacuteticas jaacute existentes no mercado de trabalho e possibilitar um novo ldquocardaacutepiordquo de opccedilotildees aos empregadores para manejar a forccedila de trabalho de acordo com suas necessidades Assim ela busca ajustar o padratildeo de regulaccedilatildeo do trabalho de acordo com as caracteriacutesticas do capitalismo contemporacircneo que fortalece a autorregulaccedilatildeo do mercado ao submeter o trabalhador a uma maior inseguranccedila e ao ampliar a liberdade

44

do empregador em determinar as condiccedilotildees de contrataccedilatildeo o uso da matildeo de obra e a remuneraccedilatildeo do trabalho

Baseado nas mudanccedilas e pelo impacto causado nas regras cogita-se a

possibilidade de um regulamento privado pois fragiliza os sindicatos e as

instituiccedilotildees puacuteblicas Significa um desmonte de direitos a negociaccedilatildeo diretamente

com o empregador assim como a flexibilidade das normas torna o empregado

vulneraacutevel muitas vezes aceitando propostas para natildeo perder o emprego Assim

sendo volta-se para um periacuteodo onde negociaccedilotildees eram feitas entre empregador e

empregado O empregador obtinha vantagem fazia como queria pois era o dono

da induacutestria e os empregados deveriam acatar natildeo tinham opccedilatildeo natildeo tinham

direito a nada (KREIN 2018 p 96)

O conteuacutedo da reforma leva o processo de definiccedilatildeo das regras para o interno

da empresa ateacute mesmo na individualizaccedilatildeo da negociaccedilatildeo para componentes com

melhor remuneraccedilatildeo Conforme Krein (2018 p 78) um afastamento dos sindicatos

onde predomina uma organizaccedilatildeo descentralizada e estruturada com interesses

das empresas Os princiacutepios constitucionais natildeo foram mudados o que gera

conflitos de interpretaccedilatildeo juriacutedica O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho acentua a

inconstitucionalidade de vaacuterias regras da reforma e que ela eacute incompatiacutevel com as

convenccedilotildees internacionais ratificadas no Brasil (KREIN 2018 p 80)

Assim sendo de acordo com Krein (2018 p 80) existiraacute conflitos juriacutedicos

sobre a aplicaccedilatildeo das normas modificadas uma vez que estas poderatildeo alterar o

conteuacutedo na composiccedilatildeo das jurisprudecircncias Desse modo como os juristas

poderatildeo decidir contra a Lei Maior obviamente que nenhuma regra pode contrariar

a Constituiccedilatildeo Federal A reforma trouxe mudanccedilas fundamentais poreacutem a

resistecircncia em torno da regulamentaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho continua e

somente pesquisas futuras indicaratildeo com presteza os impactos da reforma

Primeiramente comenta-se a terceirizaccedilatildeo que suporta o entendimento da

movimentaccedilatildeo de certas atividades executadas da empresa (contratante) para uma

empresa prestadora de serviccedilos (contratada) (GARCIA 2018 p 395)

O novo sistema legal adotado diz (art 4ordm - A da Lei 60191974 com redaccedilatildeo

dada pela Lei 134672017) a Reforma que a

[] terceirizaccedilatildeo eacute a transferecircncia feita pela contratante (tomadora) da execuccedilatildeo de quaisquer atividades inclusive sua atividade principal agrave pessoa juriacutedica de direito privado prestadora de serviccedilos que possua

45

capacidade econocircmica compatiacutevel com a sua execuccedilatildeo (BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O trabalhador eacute funcionaacuterio da empresa prestadora de serviccedilos mas trabalha

para a empresa tomadora O viacutenculo passa a ser triangular ou trilateral Sabe-se

que originalmente a relaccedilatildeo de emprego eacute bilateral ou seja empregado e

empregador que eacute o contratante do serviccedilo disponibilizado (GARCIA 2018 p

395)

Conforme Garcia (2018 p 400) eacute admitido no dispositivo expresso que os

empregados terceirizados possam exercer qualquer funccedilatildeo dentro da empresa

tomadora de serviccedilos inclusive a atividade principal Portanto a terceirizaccedilatildeo natildeo

pode ser equivocada com a intermediaccedilatildeo de matildeo de obra proibida no sistema

juriacutedico que pode derivar em fraude ao viacutenculo empregatiacutecio com o legiacutetimo

empregador (art 9ordm da CLT) e violar o valor social do trabalho (art 1ordm inciso IV da

CF88) A terceirizaccedilatildeo deve ser especiacutefica e tratar de determinados serviccedilos e natildeo

fornecer trabalhadores atraveacutes de empresa contratada Por isso em serviccedilos

terceirizados normalmente a empresa contratada tem sua especialidade

Isso eacute regulamentado no art 5ordm-B da Lei 60191974 dilatado pela Lei

134292017 Veja o dispositivo

Art 5ordm - B O contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos conteraacute (Incluiacutedo pela Lei 134292017) I ndash qualificaccedilatildeo das partes (Incluiacutedo pela Lei 134292017) II ndash especificaccedilatildeo do serviccedilo a ser prestado (Incluiacutedo pela Lei 134292017) III ndash prazo para a realizaccedilatildeo do serviccedilo quando for o caso (Incluiacutedo pela Lei 134292017) IV ndash valor (Incluiacutedo pela Lei 134292017) (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt)

Observa-se que as regras satildeo contraditoacuterias entre si Assim sendo a

terceirizaccedilatildeo natildeo pode prestar serviccedilos geneacutericos somente especiacuteficos Nos

serviccedilos prestados pelas empresas terceirizadas as atividades-meio satildeo um

suporte um acessoacuterio e a atividade-fim eacute o exerciacutecio principal da empresa

(GARCIA 2018 p 401)

Uma regra relevante na terceirizaccedilatildeo eacute o art 5ordm-D da Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiacutedo tambeacutem pela Lei

134672017 Garcia (2018 p 403) cita que consta em sua redaccedilatildeo que o

empregado que atuou na empresa contratante natildeo poderaacute no periacuteodo de 18

46

(dezoito) meses a partir de sua demissatildeo ser admitido pela empresa prestadora de

serviccedilos agrave empresa contratante

De acordo com Garcia (2018 p 396) a terceirizaccedilatildeo eacute muito utilizada nos

dias atuais em razatildeo da diminuiccedilatildeo de custos para as empresas tomadoras

Empresas prestadoras de serviccedilos satildeo mais eficientes tecircm maior produtividade e

competitividade que satildeo fundamentais em momentos de globalizaccedilatildeo

Outra modificaccedilatildeo da Reforma eacute relacionada agraves homologaccedilotildees sindicais nas

rescisotildees contratuais de trabalho onde as negociaccedilotildees poderatildeo ser entre

empregado e empregador sem a necessidade de mediaccedilatildeo ou arbitragem Silva

(2017) ressalta o art 507-B da Lei 134672017 que estabelece a alteraccedilatildeo na lei

trabalhista Veja o dispositivo

Art 507 ndash B Eacute facultado a empregados e empregadores na vigecircncia ou natildeo do contrato de emprego firmar o termo de quitaccedilatildeo anual de obrigaccedilotildees trabalhistas perante o sindicato dos empregados da categoria Paragrafo uacutenico O termo discriminaraacute as obrigaccedilotildees de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constaraacute a quitaccedilatildeo anual dada pelo empregado com eficaacutecia liberatoacuteria das parcelas nele especificadas (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A nova lei revogou o sectsect 1ordm 3ordm e 7ordm do art 477 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho 1943 que obrigava a homologaccedilatildeo sindical no pedido de demissatildeo ou

no recibo de quitaccedilatildeo das parcelas rescisoacuterias devidas (SILVA 2017)

Silva (2017) destaca tambeacutem a redaccedilatildeo do art 477-A que estabelece

ldquodispensas imotivadas individuais pluacuterimas ou coletivas equiparam-se para todos

os fins natildeo havendo autorizaccedilatildeo preacutevia sindical ou celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo ou

acordo coletivo de trabalho para sua efetivaccedilatildeordquo (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Discute-se a constitucionalidade deste dispositivo

pois existem restriccedilotildees agraves demissotildees em massa no art 7ordm I CF88 Assim

constata-se que os desligamentos em massa afetam os contratos de trabalho

individuais perante a sociedade fornecedores e clientes prestadores de serviccedilo

Da mesma forma como a arrecadaccedilatildeo de impostos locais e nacionais a renda e o

consumo dos trabalhadores demitidos

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho revelou uma extrema preocupaccedilatildeo com a

nova lei principalmente nos casos de acordo coletivo sobre o que prevecirc a

legislaccedilatildeo A reforma estabelece a prevalecircncia do negociado sobre o legislado ateacute

mesmo na negociaccedilatildeo dos direitos O empregador teraacute preponderacircncia sobre as

47

leis Algumas normas poderatildeo ser negociadas entre empregador e empregado

(MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO DO TRABALHO - MPT 2018 lthttpportalmptmpbrgt)

A Reforma gerou grandes discussotildees sendo extremamente preocupante para

os oacutergatildeos de proteccedilatildeo ao trabalhador essas novas regras Na flexibilizaccedilatildeo da

negociaccedilatildeo entre empregado e empregador o receio eacute que fuja do controle e o

trabalhador perca forccedila nos contratos de trabalho sem apoio da organizaccedilatildeo

sindical e demais instituiccedilotildees puacuteblicas nos acordos e negociaccedilotildees coletivas com

previsatildeo no art 8ordm VI da Constituiccedilatildeo Federal88 Apesar disso algumas regras

ficaram melhores com a livre negociaccedilatildeo em razatildeo da inviabilidade no cotidiano do

empregado Nas demissotildees em massa a liberaccedilatildeo do sindicato nas homologaccedilotildees

pode trazer prejuiacutezos ao trabalhador supondo que a empresa demita funcionaacuterios

diretos para contratar uma empresa terceirizada Muitas empresas fazem isso e a

intervenccedilatildeo do sindicato poderia necessariamente impedir esse procedimento

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher

Nesse momento apresentam-se os artigos 388 389 e 390 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho CLT (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) estes eacute

que regram os meacutetodos e locais de trabalho da mulher tendo as empresas a

obrigaccedilatildeo de proporcionar lugares para a mulher ter um ambiente de trabalho

saudaacutevel e seguro De iniacutecio mostra-se o artigo 388 modificado pela Lei 7855 de

24 de outubro de 1989 (BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe o

dispositivo

Art 388 - Em virtude de exame e parecer da autoridade competente o Ministro do Trabalho Induacutestria e Comercio poderaacute estabelecer derrogaccedilotildees totais ou parciais agraves proibiccedilotildees a que alude o artigo anterior quando tiver desaparecido nos serviccedilos considerados perigosos ou insalubres todo e qualquer caraacuteter perigoso ou prejudicial mediante a aplicaccedilatildeo de novos meacutetodos de trabalho ou pelo emprego de medidas de ordem preventiva (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 261) diz que a vigecircncia deste artigo

aponta erro do legislador pois se refere expressamente ao artigo anterior que

proibia o trabalho das mulheres em atividades perigosas e insalubres nos

subteacuterreos mineraccedilotildees e subsolo o art 387 que foi revogado pela Lei 78551989

(BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observa-se que o motivo pelo qual o

48

artigo existe sumiu surgindo uma possibilidade de lacuna na legislaccedilatildeo trabalhista a

regra natildeo estaacute vigente natildeo haacute casos em que possa incidir

De acordo com Martins (2014 p 667) natildeo eacute mais proibido o trabalho das

mulheres em lugares subteacuterreos pedreiras mineraccedilotildees e subsolo obras puacuteblicas ou

particulares Ateacute mesmo a Constituiccedilatildeo Federal88 natildeo proiacutebe as atividades

insalubres mulheres podem trabalhar em locais perigosos por exemplo em postos

de gasolina

Ratificada no Brasil a Convenccedilatildeo nordm 136 de 1971 estabelece proteccedilatildeo aos

riscos de intoxicaccedilatildeo por benzeno vedando agraves mulheres graacutevidas e lactantes de

trabalharem em locais onde existe exposiccedilatildeo de benzeno (MARTINS 2014 p 667)

Seguindo essa ordem de acordo com o art 389 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) eacute obrigaccedilatildeo de toda

empresa

Art 389 Toda empresa eacute obrigada I ndash a prover os estabelecimentos de medidas concernentes agrave higienizaccedilatildeo dos meacutetodos e locais de trabalho tais como ventilaccedilatildeo e iluminaccedilatildeo e outros que fizerem necessaacuterios agrave seguranccedila e ao conforto das mulheres a criteacuterio da autoridade competente II ndash a instalar bebedouros lavatoacuterios aparelhos sanitaacuterios dispor de cadeiras e bancos em nuacutemero suficiente que permitam aacutes mulheres trabalhar sem esgotamento fiacutesico III ndash a instalar vestiaacuterios com armaacuterios individuais privativos das mulheres exceto os estabelecimentos comerciais escritoacuterios bancos e atividades afins em que seja exigida a troca de roupa e outros a criteacuterio da autoridade competente em mateacuteria de seguranccedila e higiene do trabalho admitindo ndash se como suficientes as gavetas ou escaninhos onde possam as empregadas guardar seus pertences IV - a fornecer gratuitamente a juiacutezo da autoridade competente os recursos de proteccedilatildeo individual tais como oacuteculos maacutescaras luvas e roupas especiais para a defesa dos olhos do aparelho respiratoacuterio e da pele de acordo com a natureza do trabalho sect 1ordm Os estabelecimentos que trabalharem pelo menos 30 (trinta mulheres) com mais de 16 (dezesseis) anos de idade teratildeo local apropriado onde seja permitido agraves empregadas guardar sob vigilacircncia e assistecircncia os seus filhos no periacuteodo da amamentaccedilatildeo sect 2ordm a exigecircncia do sect1ordm poderaacute ser suprida por meio de creches distritais mantidas diretamente ou mediante convecircnios com outras entidades publicas ou privadas pelas proacuteprias empresas com regime comunitaacuterio ou a cargo do SESI do SESC da LBA ou de entidades sindicais (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Eacute obrigaccedilatildeo das empresas promoverem ambientes saudaacuteveis com iluminaccedilatildeo

e ventilaccedilatildeo adequada Martins conforme Machado (2017 p 261) dispotildee que essas

regras se apresentam detalhadas nos artigos 175 a 178 do Decreto-Lei 54521943

no Capiacutetulo V do Titulo II (Da Seguranccedila e Medicina do Trabalho)

49

Martins conforme Machado (2017 p 261) afirma que eacute obrigatoriedade de as

empresas fornecerem aacutegua potaacutevel sanitaacuterios e lavatoacuterios Essa norma tambeacutem eacute

estabelecida no art 200 VII da mesma Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

Vestiaacuterios com armaacuterios individuais reservados agraves mulheres eacute uma regra que

abrange empresas em que funcionaacuterias necessitem trocar de roupa como por

exemplo hospitais Nos demais estabelecimentos previstos basta que tenham uma

gaveta ou um escaninho para guardar seus objetos

O fornecimento de equipamentos de proteccedilatildeo individual toda empresa deve

dispor desse material com o objetivo de preservar o empregado em determinadas

funccedilotildees evitando os acidentes de trabalho A regra se aplica de um modo geral

como diz a redaccedilatildeo do art 166 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 262)

Empresas que trabalham com ao menos 30 mulheres devem ter locais

adequados para que as empregadas deixem seus filhos em periacuteodo de

amamentaccedilatildeo Garcia (2018 p 1080) diz que a regra pode ser flexiacutevel se as

empresas tiverem convecircnios com creches ou com outras entidades puacuteblicas ou

privadas O Ministeacuterio do Trabalho estabelece o auxiacutelio-creche na Portaria 3296 de

03 de setembro de 1986 (BRASIL 1986 lthttpswwwlegiswebcombrgt) O art 7ordm

inciso XXV da CF88 proporciona o direito aos filhos dependentes de ateacute 5 (cinco)

anos de assistecircncia gratuita nas preacute-escolas e creches

Martins conforme Machado (2017 p 262) apresenta a Portaria 3296 de 03 de

setembro de 1986 modificada pela Portaria do MPT 67097 (BRASIL 1997

lthttpwwwlegiswebcombrgt) Nesta apresenta-se o reembolso-creche desde que

assegurado em convenccedilotildees coletivas o benefiacutecio deve cobrir as despesas integrais

com creches ateacute os 6 meses de idade tempo em que o empregador estaria

responsaacutevel pelos periacuteodos de amamentaccedilatildeo com redaccedilatildeo no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Se o empregador natildeo tem condiccedilotildees de

assegurar um local adequado para a amamentaccedilatildeo poderaacute disponibilizar

possibilidades nas creches conveniadas mantidas por entidades citadas em lei

Segundo Garcia (2018 p 1081) o artigo 390 do Decreto-Lei 545243 destaca

o seguinte ldquoao empregador eacute vedado empregar a mulher em serviccedilo que demande o

emprego de forccedila muscular superior a 20 (vinte) quilos para trabalho continuo ou 25

(vinte e cinco) quilos para trabalho ocasionalrdquo (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

50

A regra eacute destinada em face de proteger a mulher de serviccedilos pesados

resguardando sua totalidade fiacutesica No entanto acentua-se a vigecircncia deste artigo

visto que haacute casos em que a mulher se apresenta superior a muitos homens tanto eacute

que exercem funccedilotildees reconhecidamente masculinas Martins conforme Machado

(2017 p 263) relata que deveria ser permitido agraves mulheres escolher suas

atividades conforme as condiccedilotildees de fazecirc-lo reservando-se a vedaccedilatildeo somente em

casos de empregada gestante com o propoacutesito de proteger a maternidade

42 Atividades insalubres

De acordo com Martins (2014 p 723) a insalubridade afeta diariamente a

sauacutede do trabalhador causando doenccedilas em trabalhadores expostos a riscos como

ruiacutedos vibraccedilotildees calor frio umidade radiaccedilotildees gases vapores entre outros No

Brasil existe um controle sobre a insalubridade com o pagamento de adicional pelas

condiccedilotildees de trabalho insalubres e perigosas previsto no art 7ordm inciso XXIII da

CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O art 189 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) explica que satildeo consideradas atividades insalubres

condiccedilotildees ou meacutetodos de trabalho que submetam os trabalhadores a agentes

nocivos agrave sauacutede aleacutem da permissatildeo fixada devido agrave natureza e agrave intensidade do

agente e o tempo de exibiccedilatildeo e seus efeitos Para que seja considerado insalubre eacute

necessaacuterio verificar se os agentes nocivos estatildeo acima do limite permitido O art

190 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz que o Ministeacuterio do Trabalho eacute quem determina o

quadro de atividades insalubres e aponta as normas sobre os paracircmetros de

caracterizaccedilatildeo da insalubridade limites de toleracircncia tempo de exposiccedilatildeo do

empregado e os meios de proteccedilatildeo (MARTINS 2014 p 723)

De acordo com Garcia (2018 p 1164) as atividades e operaccedilotildees insalubres

apresentam-se indicadas na NR 15 da Portaria do Ministeacuterio do Trabalho 32141978

(BRASIL 1978 lthttpswwwlegiswebcombrgt) A Norma Regulamentadora

descreve os fatores quiacutemicos fiacutesicos e bioloacutegicos que satildeo prejudiciais agrave sauacutede do

trabalhador assim como os limites de toleracircncia

Conforme Martins (2014 p 723) a insalubridade pode ser eliminada ou

neutralizada se a empresa aplicar medidas que mantenham os locais insalubres

51

dentro dos limites de toleracircncia e que o trabalhador utilize os equipamentos de

proteccedilatildeo individual (EPI) Natildeo haveraacute direito ao adicional de insalubridade quando

cessar o risco agrave sauacutede ou integridade fiacutesica ou se o empregado for afastado para

outro setor que natildeo seja insalubre

Garcia (2018 p 1165) aponta o art 191 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece como

a insalubridade pode ser neutralizada ou eliminada

Art 191 A eliminaccedilatildeo e neutralizaccedilatildeo da insalubridade correraacute (Redaccedilatildeo dada pela Lei 6514 de 22121977) I ndash com a adoccedilatildeo de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) II ndash com a utilizaccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual ao trabalhador que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) Paragrafo uacutenico Caberaacute as Delegacias Regionais do Trabalho comprovada a insalubridade notificar as empresas estipulando prazos para sua eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo na forma deste artigo (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

De acordo com Garcia (2018 p 1166) o adicional de insalubridade eacute devido a

razatildeo de 40 (grau maacuteximo) 20 (grau meacutedio) e 10 (grau miacutenimo) calculado

sobre o salaacuterio miacutenimo conforme descrito no art 192 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe a regra

Art 192 O exerciacutecio do trabalho em condiccedilotildees insalubres acima dos limites de toleracircncia estabelecidos pelo Ministeacuterio do Trabalho assegura a percepccedilatildeo de adicional respectivamente de 40 (quarenta por cento) 20 (vinte por cento) e 10 (dez por cento) do salario miacutenimo da regiatildeo segundo se classifiquem nos graus maacuteximo meacutedio e miacutenimo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Segundo Garcia (2018 p 1166) [] ldquono caso de incidecircncia de mais de um

fator de insalubridade seraacute considerado apenas o de grau mais elevado para efeito

de acreacutescimo salarial sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativardquo O Recurso Ordinaacuterio

julgado em 04 de setembro de 2018 pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf

Regiatildeo 6ordf Turma tendo como Relator o Desembargador Fernando Luiz de Moura

Cassal refere-se agrave insalubridade cumulativa que eacute proibida

EMENTA ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE EM GRAUS MEacuteDIO E MAacuteXIMO PERCEPCcedilAtildeO CUMULATIVA IMPOSSIBILIDADE Nos termos do item 153 da NR-15 da Portaria nordm 321478 constatada a incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas considerado o de grau mais

52

elevado sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativa (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Martins (2014 p 725) o certo seria que o trabalhador natildeo fosse

submetido agraves atividades insalubres que satildeo prejudiciais agrave sauacutede Portanto para a

empresa eacute mais vantajoso pagar o adicional de insalubridade do que suprimir o

agente nocivo O trabalhador submete-se a trabalhar em locais insalubres para

aumentar seu miacutesero salaacuterio O valor do adicional de insalubridade eacute muito baixo

por isso o empregador fica agrave vontade para exigir o trabalho em locais insalubres

Apoacutes um momentacircneo resumo sobre a insalubridade mostra-se como esta

interfere no trabalho da mulher gestante As mulheres eram expostas a ocupaccedilotildees

nocivas com exaustivas jornadas de trabalho e aceitavam a situaccedilatildeo para natildeo

perder o emprego Nas primeiras leis as mulheres eram proibidas de trabalhar em

lugares insalubres sendo que isso foi mudando Atualmente a Constituiccedilatildeo Federal

natildeo proiacutebe as mulheres de trabalharem em lugares insalubres mas para as

gestantes as regras satildeo diferentes

Conforme Garcia (2018 p 1082) anteriormente o artigo 394-A da Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) dizia que ldquoa gestante

seria afastada de qualquer ambiente insalubre na empresa durante a gestaccedilatildeo e a

lactaccedilatildeo realizando suas funccedilotildees em local salubrerdquo

Com a Lei 134672017 o art 394-A eacute alterado novamente A empregada

gestante deve ser afastada das atividades insalubres em grau maacuteximo Em

atividades com insalubridade de grau meacutedio e miacutenimo a gestante deve ser afastada

se apresentar atestado meacutedico constando que o local insalubre eacute prejudicial agrave

sauacutede Jaacute no inciso III do art 394-A da Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a empregada deve ser afastada mediante atestado

meacutedico de atividades insalubres de durante a lactaccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

De acordo com Garcia (2018 p 1083) sem restriccedilotildees de salaacuterio menciona o

art 394 ndash A sect 2ordm da Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

destacando que a empresa deve pagar o adicional de insalubridade mesmo que a

gestante trabalhe em local salubre por questotildees de folha de pagamento e

contribuiccedilotildees do INSS O artigo em questatildeo seraacute apresentado mais detalhadamente

no proacuteximo conteuacutedo desse capiacutetulo com a nova redaccedilatildeo e observaccedilotildees

53

A lei permite o trabalho da mulher gestantelactante em lugares insalubres

apresentando atestado meacutedico mas a decisatildeo de correr o risco eacute do empregador e

da empregada A empregada deve concordar em trabalhar em local insalubre por

livre vontade Contudo poderatildeo sofrer consequecircncias em relaccedilatildeo agrave sauacutede tanto da

matildee quanto do feto

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino

De acordo com Ahad (2017) a Reforma trabalhista trouxe consideraacuteveis

mudanccedilas para o trabalho da mulher Apesar disso o Brasil ateacute agora estaacute distante

de reduzir a desigualdade de gecircnero no mercado de trabalho

A nova lei modificou quatro dispositivos do Capitulo III do Tiacutetulo III da CLT que

envolve regras de proteccedilatildeo agrave mulher tais como a) a revogaccedilatildeo do paraacutegrafo uacutenico

do art 372 da CLT b) revogaccedilatildeo do art 384 da CLT c) nova redaccedilatildeo para o

composto do art 394-A da CLT e d) inserccedilatildeo de novo sect2ordm no art 396 da CLT

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 147)

O art 5ordm I ldquohrdquo da Lei 134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbr)

revogou o paraacutegrafo uacutenico do art 372 da CLT Veja o texto do art 372 e seu

paraacutegrafo uacutenico agora revogado

Art 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a proteccedilatildeo especial instituiacuteda por este Capiacutetulo Paraacutegrafo uacutenico - Natildeo eacute regido pelos dispositivos a que se refere este artigo o trabalho nas oficinas em que sirvam exclusivamente pessoas da famiacutelia da mulher e esteja esta sob a direccedilatildeo do esposo do pai da matildee do tutor ou do filho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em razatildeo de notaacuteveis princiacutepios constitucionais imperativos a norma revogada

jaacute natildeo vigorava O caput do art 5ordm da CF88 (BRASIL 1988

httpwwwplanaltogovbrgt) foi ajustado com o inciso I do mesmo art 5ordm sendo um

e outro evidenciando o princiacutepio da igualdade na ordem juriacutedica brasileira Ainda

assim o inciso I do art 5ordm separadamente acentua a evidente igualdade entre

homens e mulheres em direitos e obrigaccedilotildees (DELGADO MG DELGADO GN

2017 p 148)

54

A regra do paraacutegrafo uacutenico do art 372 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) demonstra incompatibilidade com duas normas

constitucionais apresentadas Por conseguinte desde cinco de outubro de 1988 a

referida regra natildeo mais persiste na ordem juriacutedica do Paiacutes (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 148) outra norma de

garantia agrave mulher e seu amparo no mercado e trabalho estaacute evidenciada no inciso

XX art 7ordm da Constituiccedilatildeo de 1988 sendo ele ldquoXX - proteccedilatildeo do mercado de

trabalho da mulher mediante incentivos especiacuteficos nos termos da leirdquo (BRASIL

1988 httpwwwplanaltogovbrgt)

O paraacutegrafo uacutenico do art 372 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho natildeo foi

admitido porque se encontrava em atitude antieacutetica ao domiacutenio procedente do art

7ordm XX da Constituiccedilatildeo Federal Ao inveacutes de firmar a proteccedilatildeo e incentivos

referentes ao mercado de trabalho da mulher confirmava manifestas de

desproteccedilatildeo e inclusive discriminaccedilatildeo (DELGADO MG DELGADO GN 2017

p 148)

Tambeacutem foi revogado o art 384 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que previa 15 minutos de descanso antes de iniciar o

periacuteodo de hora extra Esse dispositivo foi revogado pelo art 5ordm inciso I i da Lei

134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt) Veja o texto da norma

revogada ldquoArt 384 - Em caso de prorrogaccedilatildeo do horaacuterio normal seraacute obrigatoacuterio um

descanso de 15 (quinze) minutos no miacutenimo antes do iniacutecio do periacuteodo

extraordinaacuterio do trabalhordquo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Retirou da

mulher uma vantagem especiacutefica dada pela ordem juriacutedica o intervalo de 15

minutos antes de qualquer prorrogaccedilatildeo da jornada laboral (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

Ahad (2017) comenta que este regimento foi inserido na Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho de 1943 em razatildeo de que as mulheres na eacutepoca precisavam pedir

permissatildeo aos maridos para que permanecessem ateacute mais tarde no trabalho A

continuidade deste dispositivo na lei natildeo tinha mais significado algum visto que a

regra gerava dificuldade no momento da contrataccedilatildeo das mulheres e concluindo que

elas precisavam fazer hora extra para manter seus empregos

O art 384 confronta a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art

7ordm inciso XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo

55

estabelecendo regra protetiva ao trabalho feminino diferenciado do homem o que

natildeo confere na atualidade (GARCIA 2018 p 1076-1077)

As garantias juriacutedicas suplementares atribuiacutedas agrave mulher pelo Direito ademais

o Direito do Trabalho satildeo segundo foi visto amparadas pela Constituiccedilatildeo Federal

Ela se voltou como se sabe para a eliminaccedilatildeo da discriminaccedilatildeo milenar arquitetada contra as mulheres na sociedade histoacuterica natildeo soacute mediante a proibiccedilatildeo do tratamento diferenciado com relaccedilatildeo aos homens como tambeacutem pela agregaccedilatildeo de vantagens adicionais especiacuteficas fundadas em peculiaridades consideradas relevantes no que tange as razotildees bioloacutegicas e socioloacutegicas da mulher A retirada de direitos das mulheres eacute uma conduta legislativa contraacuteria ao espiacuterito constitucional de 1988 uma incompreensatildeo a respeito da sociedade livre justa e solidaacuteria que a Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica quer ver instaurada no paiacutes (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 148-149)

O argumento relativo pertencente agrave dificuldade praacutetica que pode envolver a

execuccedilatildeo do art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 foi

solucionado pelo proacuteprio Decreto-Lei 54521943 em seu art 71 sect4ordm que

estabelece o pagamento do referente intervalo natildeo observado no esboccedilo concreto

da relaccedilatildeo de emprego (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 149)

Repare o julgamento da Relatora Ministra Angela Rosi Almeida Chapper da 5ordf

Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf Regiatildeo onde eacute possiacutevel verificar a

negociaccedilatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo entre empregada e empregador

amparados pela legislaccedilatildeo Portanto se a empregada natildeo usufruir destes intervalos

estes deveratildeo ser pagos respectivamente como hora extraordinaacuteria conforme o art

71 sect4ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Os periacuteodos para a amamentaccedilatildeo

destinam-se ao bem-estar da crianccedila e natildeo da empregada Por essa razatildeo o

empregador tem o dever de cumprir a regra Observe a decisatildeo

EMENTA INTERVALO PARA AMAMENTACcedilAtildeO SUPRESSAtildeO PAGAMENTO COMO HORA EXTRA DANO MORAL A natildeo concessatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo previstos no art 396 da CLT ou sua acumulaccedilatildeo para concessatildeo de folgas futuras que natildeo asseguram a proteccedilatildeo do lactente ensejam o seu pagamento como hora extra na forma do art 71 sect4ordm da CLT com observacircncia do disposto no precedente nordm 52 deste Regional Natildeo eacute presumido o dano moral em razatildeo da natildeo fruiccedilatildeo dos intervalos Recurso da reclamada parcialmente provido no toacutepico e recurso da reclamante desprovido (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

A Reforma trabalhista conforme Delgado MG e Delgado GN (2017 p 149)

deu nova redaccedilatildeo ao art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho modificando

56

seu caput e acrescentando os incisos I II e III aleacutem dos sectsect 2ordm e 3ordm Relativamente

ao sect1ordm foi apenas contemplado do antigo paraacutegrafo uacutenico mas prossegue vetado

desde a sua origem (Lei 13287 de 11052016-paraacutegrafo uacutenico do art 394-A vetado

pela Presidecircncia da Repuacuteblica)

A propoacutesito essa condiccedilatildeo normativa (art 394-A) havia sido incluso agrave

Consolidaccedilatildeo apenas cerca de um ano antes em 11 de maio de 2016 pela Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpplanaltogovbrgt) com o seguinte entendimento

ldquoArt 394-A A empregada gestante ou lactante seraacute afastada enquanto durar a

gestaccedilatildeo e a lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou locais insalubres

devendo exercer suas atividades em local salubrerdquo (DELGADO MG DELGADO

GN 2017 p 149)

Anteriormente a redaccedilatildeo da Lei 132872016 era permitido o trabalho insalubre

das mulheres em praticamente todos os graus de insalubridade Agora o

distanciamento ocorre apenas em casos de insalubridade em grau maacuteximo A nova

lei liberou a gestante para trabalhar em locais insalubres Silva (2017) cita que satildeo

poucos casos onde o grau de insalubridade eacute maacuteximo mencionados na extensatildeo

dos 14 anexos da NR 15 A insalubridade de grau maacuteximo existe no contato com

agentes quiacutemicos e com agentes bioloacutegicos com risco aumentado como em centros

ciruacutergicos limpeza de bueiros e necroteacuterios

A maior parte dos anexos lida com o grau meacutedio de ruiacutedos excessivos ruiacutedos

de impacto exposiccedilatildeo ao calor e frio As gestantes em sua maioria encontram-se

trabalhando em locais de insalubridade de grau meacutedio Mas existe a inquietaccedilatildeo

pelo trabalho das gestantes em centros ciruacutergicos e salas de radiografia onde a matildeo

de obra feminina eacute facilmente aceitaacutevel (SILVA 2017)

Ainda de acordo com Silva (2017) a nova composiccedilatildeo do art 394-A da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 afasta imediatamente a gestante dos

locais insalubres em grau maacuteximo Aqui estaacute o novo texto

Art 394 ndash A Sem prejuiacutezo de sua remuneraccedilatildeo nesta incluiacutedo o valor do adicional de insalubridade a empregada deveraacute ser afastada de I ndash atividades consideradas insalubres em grau maacuteximo enquanto durar a gestaccedilatildeo II ndash atividades consideradas insalubres em grau meacutedio ou miacutenimo quando a mulher apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeo III ndash atividades consideradas insalubres em qualquer grau quando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeo

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sect 1ordm (VETADO) (Redaccedilatildeo dada pela Lei 13467 de 2017) sect 2ordm Cabe a empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a compensaccedilatildeo observado o disposto no art 248 da Constituiccedilatildeo Federal por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo a pessoa fiacutesica que lhe presta serviccedilo sect 3ordm Quando natildeo for possiacutevel que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerccedila suas atividades em local salubre na empresa a hipoacutetese seraacute considerada como gravidez de risco e ensejaraacute a percepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei nordm 8213 de 24 de julho de 1991 durante todo o periacuteodo de afastamento (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Por sinal haacute que se ressaltar a inexistecircncia no regulamento juriacutedico do sect 1ordm do

art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ao diverso pelo texto expedido

pela Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Sem duacutevida um

erro material (referecircncia a um meio legal que ao menos existe) resultado da

tramitaccedilatildeo precipitada que caracterizou a composiccedilatildeo e o movimento do atinente

projeto de lei da Reforma trabalhista nas duas Casas Congressuais (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 150)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150) a nova lei fez a

inclinaccedilatildeo pelo distanciamento automaacutetico da mulher do ambiente insalubre

enquanto durar a gestaccedilatildeo somente no caso de insalubridade em grau maacuteximo

(novo inciso I do art 394-A)

Observa-se a recente decisatildeo do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo

2ordf Turma tendo como Relator o Ministro Marcelo Jose Ferlin DAmbroso em razatildeo

do direito ao adicional de insalubridade em grau maacuteximo agrave empregada gestante que

realizava limpeza de sanitaacuterios em hospital sendo exposta a riscos de contaminaccedilatildeo

devido ao contato com agentes bioloacutegicos

EMENTA ADICIONAL DE INSALUBRIDADE GRAU MAacuteXIMO LIMPEZA DE LIXO DE BANHEIRO DE LEITOS DO HOSPITAL 1 As atividades de lavagem de sanitaacuterios de leitos de hospital expuseram a trabalhadora ao risco permanente de contato com agentes bioloacutegicos patogecircnicos caracterizando insalubridade em grau maacuteximo nos termos do Anexo 14 da NR-15 da Portaria MTE 321478 Nem mesmo a utilizaccedilatildeo de luvas eacute capaz de elidir a accedilatildeo nociva dos agentes bioloacutegicos pois a contaminaccedilatildeo ocorre natildeo apenas pela via cutacircnea mas tambeacutem pelas vias respiratoacuterias 2 A avaliaccedilatildeo da insalubridade em tais casos eacute qualitativa e natildeo quantitativa de modo que independentemente do tempo de exposiccedilatildeo da trabalhadora os elementos patogecircnicos por se disseminarem facilmente possibilitam a promoccedilatildeo de doenccedila em apenas um contato Devido o pagamento do adicional de insalubridade em grau maacuteximo GARANTIA PROVISOacuteRIA NO EMPREGO GESTANTE Para que a empregada gestante tenha direito agrave garantia provisoacuteria no emprego assegurada no art 10 II aliacutenea b do ADCT basta que esteja graacutevida ao tempo da rescisatildeo ainda que natildeo tenha

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ciecircncia de seu estado graviacutedico durante a vigecircncia do contrato de trabalho (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Pipek Dutra e Magano (2018 p 22-23) enquanto a lei antiga proibia

as gestantes e lactantes de trabalhar em locais insalubres No entanto a nova regra

permite que a empregada gestante realize atividades em locais insalubres de grau

meacutedio ou miacutenimo desde que ocorra por espontacircnea vontade mostrando atestado

meacutedico autorizando o trabalho A nova regra visa evitar a discriminaccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho devido agraves suas peculiaridades natildeo demonstrando o

desinteresse para com a sauacutede da matildee e do bebecirc mas oportunizando a mulher de

escolher pois impotildee a apresentaccedilatildeo de atestado meacutedico da trabalhadora e que a

decisatildeo seja da empregada

Nas situaccedilotildees de insalubridade em grau meacutedio e miacutenimo esse distanciamento

ocorreraacute quando a mulher apresentar atestado de sauacutede expedido por meacutedico de

sua confianccedila ldquo[] que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeordquo (inciso II do

art 394-A) (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

O inciso III do art 394-A acrescenta ainda que o afastamento possa ocorrer

no tempo do periacuteodo da amamentaccedilatildeo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150)

trazem que a norma estabelece esse afastamento de atividades insalubres em

qualquer grau quando a trabalhadora ldquoapresentar atestado de sauacutede emitido por

meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeordquo

Veja a decisatildeo do Relator Nelson Antocircnio Monteiro Pacheco da 3ordm Cacircmara

Ciacutevel do Tribunal de Justiccedila do Rio Grande do Sul que trata de Agravo de

Instrumento interposto pela Prefeitura Municipal de Novo XinguRS em face de

liminar em mandado de seguranccedila deferido para realocaccedilatildeo da empregada gestante

em local de trabalho livre de insalubridade com base no art 394-A da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho No entanto a agravada eacute servidora puacuteblica e natildeo regida pelo

Decreto-Lei 545243 mas sim por regime juriacutedico dos servidores municipais Assim

sendo a regra eacute inaplicaacutevel Decisatildeo unacircnime dando provimento ao agravo

AGRAVO DE INSTRUMENTO MANDADO SE SEGURANCcedilA SERVIDORA PUacuteBLICA GESTANTE MUNICIacutePIO DE NOVO XINGU LIMINAR DEFERIDA REALOCACcedilAtildeO PARA LOCAL LIVRE DE INSALUBRIDADE IMPOSSIBILIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL INAPLICABILIDADE DO ART 394-A da CLT 1 A parte agravada eacute servidora gestante do Municiacutepio de Novo Xingu cargo de Auxiliar Odontoacuteloga e eacute regida pelo Regime Juriacutedico dos Servidores Puacuteblicos Municipais Lei-NX nordm 11902 Entretanto inexiste na legislaccedilatildeo em comento previsatildeo de realocaccedilatildeo de servidor muito menos de aplicaccedilatildeo

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subsidiaacuteria da CLT nos casos omissos 2 Natildeo haacute como falar ilegalidade ou abuso de poder da administraccedilatildeo que tivesse violado direito liacutequido e certo da servidora a ensejar o deferimento da medida liminar como foi feita na origem sendo muito discutiacutevel a utilizaccedilatildeo do mandado de seguranccedila 3 Natildeo tendo se verificado em um primeiro momento ilegalidade no agir da administraccedilatildeo quando negou o pedido administrativo de realocaccedilatildeo da servidora gestante deve ser reformada a decisatildeo agravada sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da isonomia com outras servidoras em situaccedilotildees semelhantes 4 Decisatildeo liminar reformada AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO (BRASIL 2018 lthttpwwwtjrsjusbrgt)

Registra-se que a expressatildeo juriacutedica concernente a ldquoatestado de sauacutederdquo

ldquoemitido por meacutedico de confianccedila da mulherrdquo supera qualquer ordem de vantagem

entre meacutedicos serviccedilos meacutedicos e atestados meacutedicos tendo como exemplo a ordem

de preferecircncia anunciada na Suacutemula 282 do TST Refere-se meramente ao meacutedico

de confianccedila da mulher ou lactante Este eacute o entendimento do texto evidente da

nova regra legal (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Fica acentuado que em todas as trecircs situaccedilotildees de afastamento a insalubridade

maacutexima meacutedia ou miacutenima eacute caracterizada pelo caput do art 394-A cabendo agrave

empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a

compensaccedilatildeo ldquo[] por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a

folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo agrave

pessoa fiacutesica que lhe preste serviccedilosrdquo Em suma para a Lei o custo desse direito

trabalhista eacute sustentado pelo INSS o que eacute correto e seguro (Convenccedilatildeo nordm 103 art

4ordm inciso VIII da OIT) Natildeo obstante o empregador que fizer o pagamento premente

agrave empregada na folha mensal de pagamentos da empresa seraacute ressarcido logo em

seguida (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Conforme Silva (2017) o adicional de insalubridade eacute pago em folha para a

empregada e posteriormente ressarcido das contribuiccedilotildees sociais devidas ou seja a

Previdecircncia Social pagaraacute o adicional como o salaacuterio-maternidade Cabe agrave empresa

somente o adiantamento do valor em holerite Foi uma forma que a reforma

encontrou para natildeo sobrecarregar o empregador pois sendo assim o encargo fica

de responsabilidade dos cofres puacuteblicos Tambeacutem foi uma forma de evitar a

discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo do trabalho feminino

O sect 4ordm do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta duas hipoacuteteses A primeira eacute no fundamento

de que havendo a viabilidade do afastamento da trabalhadora do local insalubre ela

precisaraacute ser completamente distanciada mas para desenvolver ldquoatividades em

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locais salubres da empresardquo esta opccedilatildeo predomina conservando-se como visto

(caput do art 394 ndash A da CLT) de todo jeito o pagamento do adicional de

insalubridade (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150-151)

Contudo quando natildeo houver local salubre ou a proacutepria atividade da

empregada ser considerada insalubre ela deveraacute ser inteiramente afastada do

trabalho considerando-se a possibilidade de ldquogravidez de riscordquo com oportunidade

da ldquopercepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei 8213 de 24 de julho de

1991 durante todo periacuteodo de afastamentordquo (sect 4ordm art 394- A da CLT) (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 151)

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a nova redaccedilatildeo do

art 394-A II e III em razatildeo da seguinte expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de

sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo

Refere-se agrave Accedilatildeo Direta de Inconstitucionalidade 5938 com pedido de medida

cautelar ajuizada pela Confederaccedilatildeo Nacional dos Trabalhadores Metaluacutergicos A

parte autora alega que a regra em questatildeo vulneraria as normas constitucionais

sobre proteccedilatildeo agrave maternidade agrave gestante ao nascituro e ao receacutem-nascido (arts 6ordm

7ordm XXXIII 196 201 II 203 I todos da Constituiccedilatildeo Federal) Aleacutem do mais

desrespeitaria a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho (art

1ordm III e IV da CF) dentre outros direitos constitucionais (BRASIL 2019

lthttpwwwportalstfjusbrgt) Repare a decisatildeo

Decisatildeo O Tribunal por unanimidade conheceu da accedilatildeo direta de inconstitucionalidade Por maioria confirmou a medida cautelar e julgou procedente o pedido formulado na accedilatildeo direta para declarar a inconstitucionalidade da expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo contida nos incisos II e III do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) inseridos pelo art 1ordm da Lei 134672017 nos termos do voto do Relator vencido o Ministro Marco Aureacutelio Falaram pelo amicus curiae Confederaccedilatildeo Nacional de Sauacutede ndash CNS o Dr Marcos Vinicius Barros Ottoni e pelo amicus curiae Central Uacutenica dos Trabalhadores ndash CUT o Dr Ricardo Quintas Carneiro Presidecircncia do Ministro Dias Toffoli Plenaacuterio 29052019 (BRASIL 2019 lthttpwwwportalstfjusbrgt)

O principal objetivo da permissatildeo agraves gestantes e lactantes trabalharem em

locais insalubres eacute o aumento das oportunidades de trabalho para as mulheres As

empresas optam por natildeo contratarem mulheres devido ao risco de assumirem as

consequecircncias peculiares agrave estaccedilatildeo sendo que mesmo aquelas que natildeo querem ter

filhos acabam perdendo a oportunidade de emprego Dessa forma mesmo diante

61

dos argumentos mencionados a lei bate de frente com a proteccedilatildeo agrave sauacutede da

empregada e do nascituro pois a proteccedilatildeo ao trabalho natildeo pode ser mais relevante

que a proteccedilatildeo agrave vida (AHAD 2017)

Por fim a Lei 134672017 modificou o anterior paraacutegrafo uacutenico em sect 1ordm do art

396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e acrescentou o sect 2ordm observando que os periacuteodos de

descanso para amamentaccedilatildeo devem ser discutidos em acordo individual entre

empregada e empregador (GARCIA 2018 p 1084)

Veja a norma legal na iacutentegra com as alteraccedilotildees feitas pela nova lei

Art 396 Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 13467 de 2017) sect 1ordm Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (Remunerado pela Lei nordm 13467 de 1372017) sect 2ordm Os horaacuterios dos descansos previstos no caput deste artigo deveratildeo ser definidos em acordo individual entre mulher e o empregador (Incluiacutedo pela Lei 13467 de 1372017) (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

As pausas especiais previstas no art 396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) pertinentes aos periacuteodos de

amamentaccedilatildeo ao longo da jornada de trabalho da obreira satildeo remuneradas De

natureza fundamental respectivamente tecircm de ser cumpridos pelo empregador

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 151)

Poreacutem a alteraccedilatildeo possibilita a negociaccedilatildeo destes intervalos entre empregada

e empregador sem a intervenccedilatildeo do sindicato conforme a necessidade de ambos

podendo os (2) dois intervalos serem transformados em (1) um (PIPEK DUTRA

MAGANO 2017 p 23)

Para Delgado MG e Delgado GN (2017 p 151) a nova Lei 134672017

optou por explicitar o que jaacute tende a ser aplicado nas relaccedilotildees de trabalho ou seja a

determinaccedilatildeo consensual a respeito do melhor horaacuterio para que sejam cumpridos

esses dois intervalos especiais de meia hora cada um ao longo da jornada laboral

De acordo com Ahad (2017) a reforma trouxe novas possibilidades de trabalho

para a mulher observando a flexibilidade em horaacuterios como o teletrabalho o

trabalho intermitente e o trabalho autocircnomo que podem trazer benefiacutecios que

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possibilitam a mulher conciliar com a criaccedilatildeo dos filhos trabalhos domeacutesticos e

estudos aleacutem do tempo e economia no deslocamento de ida e volta do trabalho

Mesmo com as novidades trazidas Ahad (2017) aponta que a reforma natildeo

modificou pontos essenciais para reduzir a desigualdade de gecircnero mencionando a

licenccedila-maternidade que eacute um direito de suma importacircncia para a famiacutelia mas

continua sendo um obstaacuteculo para a contrataccedilatildeo da matildeo de obra feminina

Atraveacutes das informaccedilotildees sobre as mudanccedilas na Reforma observa-se a

preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos de fiscalizaccedilatildeo com a flexibilizaccedilatildeo das regras com a

negociaccedilatildeo direta entre empregador e empregado sendo que todavia muitas

vezes essa flexibilidade eacute mais aacutegil facilitando a vida do empregado O ponto

principal deste capiacutetulo eacute o trabalho da mulher e assim comentam-se os aspectos

direcionados para este na Reforma dentre eles a insalubridade o mais

preocupante no trabalho da gestantelactante entre outros A Lei 134672017 traz

facilidades para as negociaccedilotildees e menos burocracia Apesar disso cabe ressaltar

que haacute falhas na legislaccedilatildeo e nota-se como as leis satildeo contraditoacuterias entre si

podendo faltar proteccedilatildeo em alguns casos e em outros ter em demasia Portanto o

Judiciaacuterio poderaacute ter dificuldades nas decisotildees julgadas

63

5 CONCLUSAtildeO

A presente pesquisa teve como proposta fazer uma abordagem acerca da

discriminaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho bem como sobre a desigualdade

de gecircnero A metodologia utilizada consistiu em uma pesquisa bibliograacutefica

enriquecida de jurisprudecircncias leis artigos e demais informaccedilotildees obtidas atraveacutes da

leitura algo que se revelou em um aprendizado muacuteltiplo de questotildees vivenciadas

Como resultados averiguou-se diversas legislaccedilotildees que abrangem o tema dos

direitos da mulher e suas principais peculiaridades assim como as constantes

mudanccedilas nas regras trabalhistas e a verificaccedilatildeo das normas para adequar-se agrave

atualidade o que proporciona a mais recente e significativa alteraccedilatildeo na

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) a Reforma trabalhista A partir das

leituras de estudos jaacute desenvolvidos sobre essa temaacutetica foi possiacutevel esclarecer

alguns toacutepicos importantes permitindo um entendimento mais adequado sobre o

pensamento da sociedade e a luta para a extinccedilatildeo das diferenccedilas de gecircnero assim

como compreender a posiccedilatildeo do empregador e do empregado nas relaccedilotildees de

trabalho

Na primeira abordagem destaca-se o entendimento da histoacuteria do Direito do

Trabalho e o surgimento das leis de proteccedilatildeo Nesse contexto foi indispensaacutevel

evidenciar o caminho que foi percorrido para se chegar ao que eacute de direito devido agrave

vida desumana na eacutepoca da escravidatildeo instante em que natildeo havia quaisquer

garantias de sobrevivecircncia Para se chegar a esse entendimento foi necessaacuterio

estudar todo o processo de desenvolvimento da histoacuteria do trabalho como as leis

foram surgindo assim como os toacutepicos mais relevantes para que se alcanccedilasse o

objetivo final proposto no trabalho Todavia todo aprendizado adquirido durante

essa pesquisa sobre o tema nos leva a acreditar que ainda eacute preciso muito para

mudar o pensamento da sociedade ou seja o caminho ainda eacute longo para atingir o

ideal miacutenimo quando o assunto eacute desigualdade de gecircnero

No decorrer do estudo percebeu-se ainda nesse contexto que diversas

proibiccedilotildees foram despontando na Europa relacionadas aos aspectos de proporcionar

melhorias para o trabalho das mulheres Como exemplo verificou-se que as

mulheres foram sendo proibidas de trabalhar em locais uacutemidos e subteacuterreos que

trouxessem sequelas para sua sauacutede assim como foram impedidas de praticar

jornadas exaustivas de 12 horas e foram proibidas de trabalhar no periacuteodo da noite

64

Aleacutem do mais notou-se uma trajetoacuteria de busca constante pela igualdade de

gecircneros algo que se mostrou notoacuterio nas legislaccedilotildees Essa constataccedilatildeo se mostrou

significativa pois decorre que a discriminaccedilatildeo se apresenta como uma adversidade

que natildeo depende somente do desenvolvimento de uma naccedilatildeo sendo o avanccedilo das

leis essencial para que a mulher no mercado de trabalho possa assumir o seu

devido lugar

Quanto agrave revisitaccedilatildeo de leituras sobre as antigas civilizaccedilotildees observou-se

atentamente os relatos sobre a discriminaccedilatildeo contra a mulher como eram tratadas

abusadas e como disponibilizavam de rariacutessimos direitos Diante disso claramente

pode-se afirmar que as mulheres cumpriam um papel de submissatildeo uma vez que

eram criadas para cuidar da casa dos filhos e para obedecer aos maridos As

leituras realizadas demostraram que as filhas natildeo tinham direitos agrave heranccedila pois era

algo destinado somente para o filho homem Aleacutem disso os casamentos eram

arranjados sendo que a mulher natildeo tinha o poder de escolha do seu cocircnjuge sendo

os pais os responsaacuteveis por isso Como resultado nota-se que a desigualdade de

gecircnero eacute uma consequecircncia cultural e a discriminaccedilatildeo eacute histoacuterica jaacute que de acordo

com o que foi apresentado as mulheres sempre tiveram papeacuteis submissos na

sociedade

Como tentativa de amenizar a situaccedilatildeo a literatura mostra que os institutos

foram avanccedilando em busca de melhorias ou seja devido agraves peculiaridades das

mulheres houve a necessidade de estabelecer proteccedilotildees agraves mesmas Isso eacute

decorrente do fato de que a mulher se sujeitava a receber salaacuterios inferiores e a

cumprir jornadas excessivasexaustivas de trabalho para que conseguisse

permanecer no emprego

Em relaccedilatildeo ao processo de implantar normas protetivas quanto ao trabalho da

mulher o estudo mostrou que a proteccedilatildeo agrave maternidade aparece como a mais

relevante Nesse contexto verificou-se algumas normas que proporcionavam agrave

famiacutelia permanecer com a crianccedila sendo que inuacutemeras jurisprudecircncias autorizavam

os pais na ausecircncia das matildees a compartilharem do direito agrave licenccedila-maternidade

assim como foi estendido para as mulheres que davam agrave luz obtinham a guarda

judicial adotavam sofriam aborto espontacircneo eou tinham bebecircs natimortos

Portanto a licenccedila-maternidade que atualmente eacute de 120 dias configura-se

em um processo de extrema importacircncia para todo o nuacutecleo familiar uma vez que

proporciona bem-estar ao receacutem-nascido que muito necessita da figura maternal nos

65

primeiros meses de vida ou seja eacute um processo que representa qualidade de vida

principalmente durante a amamentaccedilatildeo do bebecirc Ainda nesse contexto na falta da

matildee ressalta-se que algumas dessas medidas tambeacutem se estendem aos homens

permitindo aos mesmos o direito de poder gozar das licenccedilas se estiverem com a

guarda dos filhos

Em razatildeo da legislaccedilatildeo expandida as leituras desenvolvidas para a realizaccedilatildeo

do presente trabalho permitiram detectar conquistas femininas nas relaccedilotildees de

trabalho e a preocupaccedilatildeo do poder legislativo para que haja igualdade entre os

gecircneros Tambeacutem foi reparado na doutrina e nas jurisprudecircncias vitoacuterias das

mulheres nas decisotildees judiciais quando o assunto estaacute relacionado agrave busca da

igualdade de direitos entre homens e mulheres

De outra parte a pesquisa buscou revelar o Direito na aacuterea trabalhista e fazer a

devida interpretaccedilatildeo Assim sendo o estudo possibilitou o entendimento acerca das

melhorias mais consistentes nas etapas do processo de valorizaccedilatildeo da mulher

demonstrando que haacute um elevado grau de conhecimento sobre a legislaccedilatildeo

trabalhista em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Entretanto dada agrave relevacircncia do

assunto entende-se como necessaacuterio desenvolver tambeacutem a

consciecircnciapensamento da sociedade como um todo sobre o tema pois assim a

mulher teraacute mais oportunidades aleacutem das jaacute concedidas por merecimento e total

capacidade Decorre que o objetivo das mulheres eacute a independecircncia jaacute que ainda eacute

muito evidente o conceito de que a mulher deve ser simplesmente a dona de casa

para cuidar do lar e dos filhos No entanto elas querem estudar ter conhecimento e

formaccedilatildeo pois satildeo capazes de assumir cargos competitivos

O uacuteltimo capiacutetulo tratou sobre a importante mudanccedila no Direito do Trabalho a

Reforma trabalhista quando a Lei 134672017 alterou 201 pontos da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho de 1943 Quanto a essas modificaccedilotildees notou-se que as

mesmas deram ecircnfase ao trabalho da mulher em uma niacutetida preocupaccedilatildeo com a

maternidade com as atividades insalubres e com alguns trabalhos onde a mulher

pudesse exercer suas funccedilotildees de acordo com o tempo que dispusesse e assim

conseguisse tambeacutem atender o trabalho domeacutestico

Diante do propoacutesito do presente de obter informaccedilotildees e analisar os direitos da

mulher trabalhadora nas relaccedilotildees de trabalho no cotidiano evidenciou-se que o

preconceito ainda existe e que descobrir novas possibilidades que protejam o

trabalho feminino eacute de suma importacircncia para incentivar a sociedade a adquirir

66

novos conceitos Foi possiacutevel tambeacutem identificar a preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos

competentes no que diz respeito agrave proteccedilatildeo feminina nas relaccedilotildees de trabalho

Portanto entende-se como de extrema relevacircncia trazer esse debate agrave tona

uma vez que o assunto foi definido como forma de se obter aprendizado e clareza

sobre as normas protetivas femininas e a abrangecircncia para que empregada e

empregador saibam seus direitos e deveres uma vez que haacute ciecircncia de que as

empresas ainda estatildeo despreparadas para seguir devidamente as regras de

proteccedilatildeo em sua totalidade Decorre que o Direito do Trabalho foi elaborado para

defender o trabalhador dos abusos do empregador sendo que a influecircncia do tema

abordado foi justamente para retratar a situaccedilatildeo em que eacute apresentado e entendido

o sistema juriacutedico

Evidencia-se que embora sejam aplicadas algumas medidas protetivas ainda

eacute grave a desigualdade de gecircnero Tambeacutem se observa que as regras flexiacuteveis

negociadas entre empregado e empregador agilizam os processos nas relaccedilotildees de

trabalho mas obviamente quando natildeo houver a possibilidade de flexibilizar uma

regra esta seraacute cumprida sem exceccedilatildeo Nesse sentido entende-se que embora

diversas leis estimulem a contrataccedilatildeo de matildeo de obra feminina o montante de

direitos trabalhistas pode atrapalhar as relaccedilotildees de emprego criando receio do

empregador nas contrataccedilotildees principalmente em relaccedilatildeo agraves mulheres No entanto

essas medidas satildeo indispensaacuteveis para o bem-estar do trabalhador pois a

necessidade de proteccedilatildeo eacute fundamental Afinal todos querem ter seu espaccedilo

profissional mas algumas delas natildeo condizem com a realidade do empregador e do

empregado

Por fim observa-se que muitas legislaccedilotildees vigentes versam sobre o mesmo

assunto e se contradizem Entretanto essa constataccedilatildeo deve atrapalhar o judiciaacuterio

na hora das decisotildees cabendo a ele o poder de designar um resultado justo ao que

estaacute sendo proposto Isso demonstra que a discriminaccedilatildeo contra a mulher no

mercado de trabalho acontece mesmo diante da legislaccedilatildeo vigente configurando-se

em uma desigualdade que ainda estaacute longe de terminar e que para isso precisa ser

constantemente debatida

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REFEREcircNCIAS

AHAD Claudia Abdul Reforma trabalhista e seus impactos no trabalho da mulher Migalhas [sl] dez 2017 Disponiacutevel em lthttps wwwmigalhascombrdePeso16MI27055371043-Reforma+Trabalhista+e+seus+impactos+no+trabalho+da+mulhergt Acesso em 28 mar 2018 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 5 out 1988 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03constituicaoConstituicaoCompiladohtmgt Acesso em 17 jun 2018 ______ Decreto 423 de 12 de novembro de 1935 Promulga quatro Projectos de Convenccedilatildeo approvados pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho da Liga das Naccedilotildees por occasiatildeo da Conferencia de Washington convocada pela Governo dos Estados Unidos da America a 29 de outubro de 1919 pelo Brasil adoptados a saber Convenccedilatildeo relativa ao emprego das mulheres antes e depois do parto Convenccedilatildeo relativa ao trabalho noctuno das mulheres Convenccedilatildeo que fixa a idade minima de admissatildeo das crianccedilas nos trabalhos industriaes Convenccedilatildeo relativa ao trabalho nocturno das crianccedilas na industria Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 12 nov 1935 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-423-12-novembro-1935-532092-publicacaooriginal-14076-pehtmlgt Acesso em 06 abr 2019

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______ Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo Recurso Ordinaacuterio n 0021146-8120165040008 Recorrente Daiana Leticia dos Santos Albino Recorrido Associaccedilatildeo Hospitalar Moinhos de Vento Relator Ministro Marcelo Jose Ferlin D Ambroso 2ordf Turma Porto Alegre 14 nov 2018 Disponiacutevel em lthttp wwwtrt4jusbrpesquisasrestdownloadacordaopjeU00n2Q992m1B1uu5OK34QQgt Acesso em 25 abr 2019 SILVA Homero Batista Mateus da Comentaacuterios agrave Reforma Trabalhista 1 ed Satildeo Paulo Revista dos Tribunais 2017 Disponiacutevel em lthttpsproviewthomsonreuterscomtitlehtmlredirect=trueamptitleKey=rt2Fmonografias2F1309061012Fv11amptitleStage=FamptitleAcct=i0adc419b0000016a9496830404b77143sl=eampeid=41317b987785e2d660532ad0e4f815fcampeat=5Bbid3D221225Damppg=amppsl=ampnvgS=falsegt Acesso em 05 maio 2019

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1

Claudia Denise Barboza de Lima

A PROTECcedilAtildeO Agrave MULHER NO DIREITO DO TRABALHO E OS IMPACTOS DA

REFORMA TRABALHISTA

Trabalho de Conclusatildeo apresentado ao Curso de

Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Direito

Orientadora Profordf Ms Suzete da Silva Reis

Santa Cruz do Sul

2019

2

RESUMO

A presente pesquisa tem como proposta analisar por meio da literatura disponiacutevel

as accedilotildees implementadas para a proteccedilatildeo da mulher no acircmbito do Direito do

Trabalho bem como os impactos causados pela reforma trabalhista A ideacuteia eacute trazer

agrave tona o debate em relaccedilatildeo a essas medidas protetivas e expor as regras que

versam sobre o trabalho feminino Para tanto primeiramente eacute feito um breve

histoacuterico sobre a presenccedila da mulher no mercado de trabalho a desigualdade de

gecircnero as accedilotildees discriminatoacuterias e as medidas protetivas femininas Num segundo

momento faz-se um relato sobre o surgimento do Direito do Trabalho no mundo

indo ateacute a evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil com a criaccedilatildeo de leis de

proteccedilatildeo agraves trabalhadoras para que tivessem uma vida digna Abordam-se ainda

assuntos associados agraves diferenccedilas entre as civilizaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave desigualdade

de gecircnero agrave discriminaccedilatildeo contra a mulher e ao surgimento das primeiras medidas

de proteccedilatildeo Aleacutem do mais enfatiza-se as peculiaridades que diferenciam o trabalho

da mulher como a proteccedilatildeo agrave maternidade (licenccedila-gestante e licenccedila-adotante) a

prorrogaccedilatildeo da licenccedila maternidade e a repercussatildeo da reforma trabalhista por

meio da Lei 134672017 Busca-se tambeacutem avaliar os meacutetodos locais e as regras

que modificaram o trabalho da mulher como por exemplo as atividades insalubres

para as gestantes e lactantes os periacuteodos de amamentaccedilatildeo e a possibilidade de

negociaccedilatildeo direta entre empregada e empregador Para se alcanccedilar os objetivos

propostos a metodologia empregada consiste em uma pesquisa bibliograacutefica por

meio do meacutetodo dedutivo quando foram realizadas leituras anaacutelises e

interpretaccedilotildees de artigos doutrinas jurisprudecircncias e leis publicadas em livros e na

internet que abordam esses temas como o instituto de tentar responder o seguinte

problema de pesquisa como ocorre a discriminaccedilatildeo contra as mulheres e a

desigualdade de gecircnero nas relaccedilotildees de trabalho e qual o caminho na busca por

melhorias

Palavras-chave Discriminaccedilatildeo Direito do Trabalho Gecircnero Mulher Reforma

trabalhista

3

ABSTRACT

The present research has a proposal analyze by means of available literature the

actions implemented for the protection of women in the scope of Labor Law as well

as the impacts caused by labor reform The idea is to bring up the debate in relation

to these protective measures and expose the rules that versify about the female

work Therefore first it is made a brief history about the presence of women in the

labor market the inequality of genre the discriminatory actions and the female

protective measures In a second moment it is made an account about the

emergence of labor law in the world going until the evolution of labor rules in Brazil

with the creation of laws of protect to workers for that they had a dignified life

Approach still subjects associated to differences between the civilizations in relation

to inequality of genre to discrimination against the women and to emergence of first

protection measures Furthermore it is emphasized the peculiarities that differentiate

the work of women as protection to maternity (maternity-leave and license-adopter)

the extension of maternity leave and the repercussion of labor reform through Law

1346717 However also evaluate the methods places and the rules that changed

the work of woman as for example the unhealthy activities to the pregnant and

lactating the periods of breast-feeding and the possibility of direct negotiation

between employee and the employer To achieve the proposed objectives the

methodology employed consists in a bibliographical research by means of deductive

method when were readings performed analysis and interpretation of articles

doctrines jurisprudence and laws published in books and the internet that approach

these themes with the intention of trying to answer the following research problem

how does discrimination against women and of genre in the work relationships and

what the way in the search for improvements

Keywords Discrimination Labor Law Genre Woman Labor reform

4

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 05

2 A EVOLUCcedilAtildeO DO DIREITO DO TRABALHO 08

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil 15

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho 18

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho 21

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO Agrave MULHER NO DIREITO DO TRABALHO 27

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade 27

311 Estabilidade da gestante e da adotante 37

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade 39

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA 43

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher 47

42 Atividades insalubres 50

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino 53

5 CONCLUSAtildeO 63

REFEREcircNCIAS 67

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

O presente estudo tem como objetivo geral fazer uma anaacutelise atraveacutes da

literatura disponiacutevel das accedilotildees protetivas implementadas para beneficiar as

mulheres na esfera do Direito do Trabalho assim como os impactos que foram

provocados pela reforma trabalhista instituiacuteda por meio da Lei 134672017 Decorre

que a referida Lei trouxe mudanccedilas significativas na Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) passando a vigorar no paiacutes a partir de 11 de novembro do mesmo

ano Diante disso a ideacuteia eacute trazer agrave tona o debate acerca dessas medidas protetivas

e expor as regras que versam sobre o trabalho feminino uma vez que a reforma

trabalhista de 2017 apresentou significativas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao trabalho da

mulher

Nessa perspectiva essa pesquisa faz um breve relato histoacuterico sobre a

evoluccedilatildeo da inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho descrevendo como

surgiu o Direito do Trabalho e as razotildees pelas quais as legislaccedilotildees foram criadas Eacute

interessante frisar que o Direito do Trabalho se configurou em uma vitoacuteria da

humanidade ao longo da histoacuteria uma vez que instituiu direitos fundamentais para

melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores evitando que os abusos do capital

prejudicassem os membros da sociedade menos favorecidos Entretanto torna-se

necessaacuterio ao mesmo tempo tambeacutem pensar no crescimento da mateacuteria pois esse

ramo do Direito eacute bastante dinacircmico uma vez que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de

trabalho satildeo muito frequentes sendo indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria

para entender as questotildees da atualidade Em outras palavras significa dizer que o

Direito do Trabalho altera suas normas constantemente para conseguir se adequar agrave

modernidade e as constantes transformaccedilotildees mercadoloacutegicas

Assim sendo analisar a trajetoacuteria da mulher na busca dos seus direitos

representa debater as normas que regram o trabalho feminino que cada vez mais

integra a igualdade de gecircnero Trata-se portanto de um tema demais discutido na

sociedade que a cada dia tem um novo entendimento e uma nova regra que

possibilita que a mulher tenha o seu espaccedilo garantido Essas mudanccedilas vecircm

ocorrendo desde que o trabalho feminino se destacou no Brasil entre 1850 e 1950

Foi nesse periacuteodo chamado de industrial que as mulheres se integraram ao setor

fabril e a matildeo de obra feminina passou a ocupar espaccedilo Entretanto foi nessa eacutepoca

que surgiram tambeacutem os salaacuterios e os contratos de trabalho onde os empresaacuterios

6

davam preferecircncia para as mulheres que aceitavam salaacuterios inferiores ao dos

homens poreacutem para exercer as mesmas funccedilotildees sujeitando-se a jornadas

exaustivas de 14 a 16 horas diaacuterias mas com baixos salaacuterios revelando uma

expliacutecita desigualdade de gecircnero no acircmbito do trabalho

Diante do exposto o presente trabalho tem como objetivos especiacuteficos buscar

obter o conhecimento acerca das regras trabalhistas de proteccedilatildeo agrave mulher tentar

apresentar o caminho percorrido pelas mulheres em busca de igualdade reconhecer

a importacircncia das proteccedilotildees agrave mulher no acircmbito trabalhista para que natildeo haja

discriminaccedilatildeo assim como propotildee fazer uma anaacutelise sobre as mudanccedilas nas leis

que constantemente satildeo alteradas para se adequar a atualidade e melhorar as

relaccedilotildees de trabalho

Do ponto de vista de organizaccedilatildeo o presente estudo foi dividido em trecircs

momentos Na primeira abordagem eacute realizada um levantamento sobre os paiacuteses

onde surgiram as primeiras regras trabalhistas e como que essas normas apontaram

aqui no Brasil passando tambeacutem por um olhar nas culturas e civilizaccedilotildees no sentido

de tentar demonstrar suas diferenccedilas em relaccedilatildeo agraves mulheres Avalia-se aqui as

relaccedilotildees de trabalho a discriminaccedilatildeo de gecircnero a submissatildeo das mulheres

desvalorizadas por suas famiacutelias e abusadas pelo empregador assim como o

surgimento das leis trabalhistas no mundo e no Brasil para entatildeo se chegar agrave

inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho e como as accedilotildees protetivas femininas

foram sendo aplicadas

Numa segunda etapa estatildeo apresentadas as peculiaridades que envolvem o

trabalho da mulher e que satildeo indispensaacuteveis para uma vida saudaacutevel Nesse

contexto entram a proteccedilatildeo agrave maternidade a licenccedila- gestante estendida agrave adotante

dentre outros entendimentos bem como os avanccedilos consideraacuteveis de proteccedilatildeo agrave

gestante e sua famiacutelia Sobre o salaacuterio-maternidade ressalta-se que se trata de um

benefiacutecio que eacute pago pela Previdecircncia Social justamente para evitar a discriminaccedilatildeo

no momento da contrataccedilatildeo da mulher algo que provavelmente aconteceria caso a

remuneraccedilatildeo deste periacuteodo ficasse por conta do empregador No entanto busca-se

entender como que mesmo com essa proteccedilatildeo agrave maternidade e essa constataccedilatildeo

as mulheres apoacutes o periacuteodo de estabilidade ainda continuam sendo demitidas ou

seja as medidas que eram para ser protetivas em alguns casos acabam por gerar

discriminaccedilatildeo

7

Jaacute o assunto da terceira abordagem retrata o trabalho da mulher e a reforma

trabalhista onde traz uma apresentaccedilatildeo da mais recente mudanccedila no Direito do

Trabalho Assim sendo eacute feito um breve comentaacuterio sobre a repercussatildeo dessa Lei

que em um ponto estabelece as negociaccedilotildees diretas entre empregador e

empregado Da mesma forma faz-se uma exposiccedilatildeo acerca dos meacutetodos locais de

trabalho da mulher obrigaccedilotildees das empresas para que as mulheres trabalhem em

lugares saudaacuteveis atividades insalubres e mudanccedilas que foram adotadas nas

regras do trabalho feminino

Por fim ressalta-se que em todos os capiacutetulos foram analisados doutrinas

jurisprudecircncias e dispositivos legais correspondentes agrave mateacuteria Tal mecanismo foi

empregado para se tentar buscar informaccedilotildees precisas e veriacutedicas no sentido de

procurar evidenciar os problemas atuais e de que forma o ordenamento juriacutedico atua

com todo o amparo legal

Para se alcanccedilar os objetivos propostos a metodologia empregada consiste

em uma pesquisa bibliograacutefica por meio do meacutetodo dedutivo quando foram

realizadas leituras anaacutelises e interpretaccedilotildees de artigos doutrinas jurisprudecircncias e

leis publicadas em livros e na internet que abordam esses temas como o instituto de

tentar responder o seguinte problema de pesquisa como ocorre a discriminaccedilatildeo

contra as mulheres e a desigualdade de gecircnero nas relaccedilotildees de trabalho e qual o

caminho na busca por melhorias

8

2 A EVOLUCcedilAtildeO DO DIREITO DO TRABALHO

Analisando o Direito do Trabalho eacute preciso pensar no crescimento da mateacuteria

Nesse sentido Martins (2014 p 3) ressalta que esse ramo do Direito eacute muito

dinacircmico e que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de trabalho satildeo muito frequentes

sendo para tanto indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria para entender as

questotildees da atualidade No capiacutetulo a seguir seratildeo apresentados toacutepicos da histoacuteria

do Direito Trabalho a vida dos trabalhadores antes das regras trabalhistas as

condiccedilotildees de trabalho e como essas regras foram surgindo primeiramente na

Europa e mais tarde no Brasil Como o objeto de estudo do presente trabalho foi a

discriminaccedilatildeo das mulheres quanto agrave inserccedilatildeo delas no mercado de trabalho e suas

proteccedilotildees o auxiacutelio das doutrinas mencionadas foram de extrema importacircncia para

esta anaacutelise Assim sendo a partir desse momento inicia-se a apresentaccedilatildeo

Martins (2014 p 3-4) revela que na Biacuteblia o trabalho foi considerado puniccedilatildeo

pois Adatildeo em consequecircncia de comer o fruto proibido como castigo teve de

trabalhar Trabalho vem do latim tripalium em caraacuteter uma ferramenta de tortura

como uma canga para usar nos animais no trabalho da lavoura para colheitas

Platatildeo e Aristoacuteteles deduziram que a dignidade do homem era baseada em negoacutecios

na metroacutepole por meio da palavra Quem fazia o trabalho braccedilal eram os escravos

que desempenhavam as praacuteticas serviccedilais enquanto as atividades nobres ficavam

com outras pessoas (MARTINS 2014 p 4)

Em Roma o trabalho era visto como degradante uma vez que os escravos eacute

que faziam o trabalho bruto Dessa forma Martins (2014 p 4) relata que estes eram

considerados coisa na Lex Aquilia (284 a C) O referido autor disse ainda que a

escravidatildeo foi o primeiro sistema de trabalho e que o escravo era usado ateacute sua

morte ou na medida em que conseguisse sair dessa situaccedilatildeo Poreacutem sem direito

algum muito menos trabalhista

No mesmo entendimento Garcia (2018 p 1) conta que o trabalhador era visto

como coisa sem direitos Na antiguidade no pensamento claacutessico grego o trabalho

era visto como um castigo Platatildeo e Aristoacuteteles natildeo consideravam que o trabalho

daria dignidade ao homem

Os servos na eacutepoca do feudalismo entregavam parte da produccedilatildeo rural pelo

uso da terra e pela proteccedilatildeo recebida dos senhores feudais Nesse aspecto Garcia

(2018 p 1-2) revela que o senhor feudal dava proteccedilatildeo militar e poliacutetica aos servos

9

que natildeo possuiacuteam liberdade De acordo com Nascimento (2010 p 39) natildeo havia

nenhum direito ao trabalhador pois era o patratildeo quem designava as circunstacircncias

de trabalho dos empregados A relaccedilatildeo de trabalho era livre em concordacircncia das

partes mas o patratildeo era quem determinava as regras Como nunca houve contrato

redigido poderia acabar ou mudar a relaccedilatildeo de trabalho como quisesse

O direito do trabalho nasceu do resultado de um assunto social antecipado pela

Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII e da atitude humanista que dispocircs assegurar a

dignidade do homem Nascimento (2010 p 32) explica que houve uma

inevitabilidade de obter regras juriacutedicas para regulamentar as relaccedilotildees individuais e

coletivas de trabalho agrave medida que o mundo da induacutestria foi expandindo

rapidamente

As situaccedilotildees precaacuterias das condiccedilotildees de trabalho no decorrer da evoluccedilatildeo da

Revoluccedilatildeo Industrial apresentavam graves riscos para a sauacutede e para a integridade

fiacutesica do empregado As doenccedilas ocorriam em consequecircncia do peacutessimo ambiente

laboral sendo que os acidentes de trabalho atingiam principalmente os metaluacutergicos

e os mineiros Sem receber salaacuterio durante o periacuteodo em que estavam doentes

permaneciam inseguros em relaccedilatildeo ao seu sustento jaacute que natildeo existiam normas

para que fossem protegidos Ademais o patratildeo tambeacutem natildeo se empenhava para

que as regras existissem (NASCIMENTO 2010 p 44)

Nessa perspectiva Nascimento (2010 p 44) pontua que natildeo eacute com precisatildeo

que se afirma a situaccedilatildeo dos salaacuterios dos empregados logo apoacutes a Revoluccedilatildeo

Industrial Em razatildeo de provas e documentos insuficientes natildeo eacute com seguranccedila a

apresentaccedilatildeo de uma anaacutelise da necessidade de vida Contudo historiadores

afirmam de um modo geral que os salaacuterios eram baixos Os salaacuterios nas induacutestrias

eram mais altos que na agricultura sendo que mulheres e menores recebiam menos

que os homens

A normatizaccedilatildeo juriacutedica de trabalho pelo Estado eacute moldada por particularidades

agraves quais satildeo denominadas de legislaccedilatildeo industrial Nascimento (2010 p 55) diz que

primeiramente as regras direcionavam-se aos empregados das induacutestrias e com o

desenvolvimento destas foram se estendendo para outras funccedilotildees

Nascimento (2010 p 55) revela ainda que o propoacutesito de proteger o trabalho

das mulheres e dos menores e a limitaccedilatildeo da jornada de trabalho eacute predominante na

legislaccedilatildeo industrial A maioria das normas nesse periacuteodo era destinada para esses

10

fins sendo que mais adiante ocorreu a intervenccedilatildeo do Poder Puacuteblico em defesa dos

mais pobres

Ainda nesse contexto Nascimento (2010 p 55) revela que a primeira regra de

destaque notaacutevel que demonstra a atitude do Estado eacute da Inglaterra 1601 nomeada

como Lei de Amparo aos Pobres admitindo o direito de receber ajuda das

autoridades puacuteblicas

Segundo Nascimento (2010 p 56) da mesma forma outra regra juriacutedica surgiu

para amparar o trabalhador na Inglaterra em 1802 quando da implantaccedilatildeo da Lei de

Peel Seu objetivo era regrar o trabalho dos menores aprendizes paroquianos dos

quais os domiacutenios das paroacutequias queriam se livrar levando-os aos proprietaacuterios das

induacutestrias Havia pelas paroacutequias o traacutefico de menores onde eram efetuados

contratos de compra e venda para que as induacutestrias adquirissem esses menores em

lotes Robert Peel criou uma lei que protegia estas crianccedilas regrando deveres de

educaccedilatildeo reduzindo a etapa de trabalho para 12 horas Normas relacionadas agrave

higiene tambeacutem foram introduzidas Delgado (2014 p 95) faz referecircncia agrave essa lei

como o Peelrsquos Act (1802) versando sobre o trabalho dos menores Essa lei natildeo foi

aderida mas Robert Peel em 1819 criou uma segunda lei que foi aprovada no

mesmo entendimento (NASCIMENTO 2010 p 56)

Nascimento (2010 p 57) aponta outra lei a fim de proteger os menores na

Inglaterra a Lei de 1833 criada para estabelecer regras de trabalho nas induacutestrias

Assim menores foram proibidos de trabalhar antes dos 9 anos de idade o limite de

jornada de trabalho dos menores de 13 anos passou para 9 horas e dos

adolescentes menores de 18 anos para 12 horas Foi proibido tambeacutem o trabalho

noturno e para fiscalizar o cumprimento das regras foram nomeados inspetores de

induacutestria

Mais tarde outras medidas se destacaram como a Lei de 1844 criada para

regrar o trabalho das mulheres fixando a jornada de trabalho em 10 horas Tambeacutem

as Leis de 1850 e de 1853 foram criadas para regrar a jornada laboral dos homens e

a Lei de 1842 proibindo as mulheres e menores de trabalhar em subsolo

(NASCIMENTO 2010 p 57)

Segundo Martins (2014 p 7) na Franccedila em 1813 foi vedado o trabalho de

menores nas minas Em 1814 foi proibido o trabalho aos domingos e feriados Em

1839 foi vedado o trabalho de menores de 9 anos e a jornada laboral dos menores

de 16 anos foi estabelecida em 10 horas Tambeacutem na Franccedila as Leis de 19 de

11

marccedilo e 02 de novembro de 1874 regravam a proteccedilatildeo do trabalho das mulheres e

das crianccedilas

Conforme Nascimento (2010 p 41) os menores trabalhavam em peacutessimas

condiccedilotildees de higiene e as casas de aprendizagem eram raras onde meninos e

meninas dividiam o mesmo dormitoacuterio sendo que para as mulheres as condiccedilotildees

natildeo eram diferentes

Em alguns paiacuteses o Direito do Trabalho eacute infiltrado nas Constituiccedilotildees alguns

exemplos satildeo o Meacutexico (1917 e 1962) o Peru (1933) a Aacuteustria (1925) a Ruacutessia

(1918 a 1935) e o Brasil (1934 1937 1946 1967 1969 1988) Em outros paiacuteses as

leis trabalhistas satildeo apresentadas no Coacutedigo Civil como na Itaacutelia no Coacutedigo das

Obrigaccedilotildees como na Suiacuteccedila enquanto no Brasil elas aparecem nas consolidaccedilotildees e

em leis especiais Nos Estados Unidos as convenccedilotildees coletivas respondem pela

maioria das normas juriacutedicas mediante negociaccedilotildees coletivas entre os sindicatos

envolvidos (NASCIMENTO 2010 p 59)

O Direito do Trabalho se concretizou natildeo somente por meio de leis

constitucionais e ordinaacuterias mas tambeacutem atraveacutes das convenccedilotildees promulgadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que tem forccedila de lei federal em muitos

paiacuteses Os tratados internacionais bilaterais ou multilaterais eram mais comuns nos

paiacuteses europeus em especial normatizando a previdecircncia social (NASCIMENTO

2010 p 59-60)

A Revoluccedilatildeo Francesa de 1789 e sua Constituiccedilatildeo revelaram o primeiro dos

direitos sociais e econocircmicos o Direito do Trabalho O Estado impocircs a

obrigatoriedade de suprir o empregado a sua subsistecircncia (MARTINS 2014 p 6)

Garcia (2018 p 2) cita que na Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII em razatildeo

da descoberta da maacutequina a vapor as induacutestrias precisaram de operaacuterios com

trabalho assalariado para substituir os escravos sendo um dos motivos que

promoveu o Direito do Trabalho

O estado deixa seu estado de abstenccedilatildeo e passa a intervir nas relaccedilotildees de trabalho impondo limitaccedilotildees agrave liberdade das partes para a proteccedilatildeo do trabalhador por meio da legislaccedilatildeo proibitiva de abusos do empregador como forma de preservar a dignidade do homem no trabalho (GARCIA 2018 p 2-3)

Martins (2014 p 6) revela que na Revoluccedilatildeo Industrial surgiram os salaacuterios e

os contratos de trabalho Os empresaacuterios davam preferecircncia para as mulheres que

12

aceitavam salaacuterios inferiores ao dos homens exercendo as mesmas funccedilotildees

Sujeitavam-se a jornadas excessivas de 14 a 16 horas diaacuterias a baixos salaacuterios e

trabalhavam em situaccedilotildees inconstantes prejudiciais agrave sauacutede para manter seus

empregos No veratildeo o andamento do trabalho era longo chegando a 18 horas e

muitas vezes acabavam com o pocircr-do-sol Induacutestrias iniciaram as atividades em

periacuteodo noturno quando foi inventado o lampiatildeo a gaacutes em 1792 e as jornadas de

trabalho foram reduzidas para 12 a 14 horas por dia (MARTINS 2014 p 5)

Para Martins (2014 p 9) ldquoo direito do trabalho surge para limitar os abusos do

empregador em explorar o trabalho e para modificar as condiccedilotildees de trabalhordquo

Com a chegada da maacutequina a vapor e outras modernizaccedilotildees trabalhadores

foram substituiacutedos gerando desemprego Com novas possibilidades a agricultura

tambeacutem contratou menos trabalhadores e mais pessoas acabaram desempregadas

Foram instauradas induacutestrias de carvatildeo como na Inglaterra Nestas induacutestrias o

trabalhador era sujeito agraves obrigaccedilotildees insalubres incecircndios explosotildees e intoxicaccedilatildeo

por gases tendo salaacuterios baixos e inuacutemeras horas trabalhadas Tambeacutem corriam

riscos de doenccedilas infecciosas por conta de trabalhar em lugares molhados como

tuberculose pneumonia entre outras Eram feitos contratos verbais onde

praticamente toda famiacutelia trabalhava e muitos morriam sem nenhuma assistecircncia

(MARTINS 2014 p 6)

Nascimento (2010 p 43) salienta que os empregadores eacute quem determinavam

as jornadas de trabalho conforme a sua vantagem Aos empregados soacute restava

cumprir o estabelecido onde menores mulheres e homens exerciam as mesmas

funccedilotildees intensas ou natildeo Em razatildeo disso foram surgindo as legislaccedilotildees que

regraram as horas diaacuterias trabalhadas A eletricidade surgiu em 1880

consequentemente os meacutetodos de trabalho tiveram que se adequar (MARTINS

2014 p 8)

O Estado natildeo intercedia nas relaccedilotildees de trabalho pois o trabalho era tido como

mercadoria e possibilitava o abuso do empregador para com o empregado Como a

ofertas de trabalho eram poucas e a procura era intensa o empregado aceitava

baixos salaacuterios e jornadas excessivas sem direito ao descanso ou feacuterias (MARTINS

2014 p 8) De acordo com Nascimento (2010 p 54) a intervenccedilatildeo do Estado

ocorreu a partir de 1938 com o pensamento neoliberalista No entanto essa natildeo foi

a uacutenica forma pela qual o intervencionismo se idealizou tendo tambeacutem apontado de

um estilo mais eminente com sistemas poliacuteticos de ditadura tanto de ldquoesquerdardquo

13

como de ldquodireitardquo O socialismo eacute um comportamento intervencionista que se

destacou mais precisamente no Leste da Europa enquanto o corporativismo se

destacou na Itaacutelia e o nazismo de Hitler na Alemanha

Eacute saacutebia a intervenccedilatildeo do Estado para que o trabalhador tenha dignidade

atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de proteccedilatildeo acentuando regras que estabeleccedilam

condiccedilotildees de trabalho dignas e que sejam eminentes ao patratildeo considerando

melhor situaccedilatildeo de vida social (NASCIMENTO 2010 p 54) Conforme Martins

(2014 p 7) o Estado interviu nas relaccedilotildees de trabalho movido pelos abusos que

eram cometidos A desigualdade era niacutetida a maacutequina era de propriedade do patratildeo

e assim o trabalhador era submisso pois natildeo tinha nada A intervenccedilatildeo do Estado

teve como objetivo o bem-estar do trabalhador e melhorias nas circunstacircncias de

trabalho quando o empregado passou a ser favorecido pelas leis

Na Espanha foram estabelecidas regras que regulamentavam o trabalho dos

menores e das mulheres com leis em 1873 18781900 e 1912 Tambeacutem na Franccedila

em 1874 estabeleceram-se proteccedilotildees juriacutedicas para menores e mulheres Em 1893

uma lei regulou a seguranccedila e a higiene nas empresas (MARTINS 2014 p 7)

A Constituiccedilatildeo do Meacutexico em 1917 foi a primeira a tratar do assunto no art

123 estabelecendo vaacuterias regras de proteccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de trabalho de

menores de 12 anos jornada de oito horas descanso semanal proteccedilatildeo agrave

maternidade entre outros (MARTINS 2014 p 9)

Depois a Constituiccedilatildeo de Weimar em 1919 Martins (2014 p 9) menciona que

a mesma passou a regularizar a participaccedilatildeo dos empregados nas empresas tendo

representaccedilatildeo nas empresas estabelecendo um sistema de seguro social e fixando

salaacuterios e melhores condiccedilotildees de trabalho

No acircmbito internacional o Tratado de Versalles de 1919 prenunciou a

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que abrange os direitos trabalhistas

internacionalmente decretando convenccedilotildees (MARTINS 2014 p 9)

Garcia (2018 p 3) conta que na Itaacutelia a Carta del Lavoro em 1927

implementou um sistema corporativista que foi abrangido por outros sistemas

poliacuteticos como de Portugal da Espanha e do Brasil

A criaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas apoacutes a Segunda Guerra Mundial

(1939-1945) resultou na aprovaccedilatildeo da Carta das Naccedilotildees Unidas na Conferecircncia de

Satildeo Francisco (1945) Segundo Garcia (2018 p 4) a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia

14

aprovada pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em 1944 expandindo os

princiacutepios do Tratado de Versalles

Em 1946 houve a vinculaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho agrave

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas como entidade versada agrave regulamentaccedilatildeo

internacional do trabalho Garcia (2018 p 4) referencia o novo texto constitucional

da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho aprovado em Conferecircncia Internacional

do Trabalho em 1946 com a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia anexada E ainda no acircmbito

internacional trouxe diversos direitos trabalhistas em 1948 com a Declaraccedilatildeo

Universal dos Direitos Humanos

O Direito do Trabalho eacute uma vitoacuteria da humanidade ao longo da histoacuteria

criando direitos fundamentais para melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores

Assim evitou abusos e que o capital e a busca pelas vantagens prejudicassem os

membros da sociedade menos favorecidos assegurando dignidade de vida

(GARCIA 2018 p 4)

Da mesma maneira o Direito do Trabalho proporciona o desenvolvimento do

sistema econocircmico em meacutetodos aceitaacuteveis viabilizando assim o progresso das

instituiccedilotildees e o bem-estar coletivo Segundo Garcia (2018 p 4) o Direito do

Trabalho tem papel importante para garantir o miacutenimo de dignidade e justiccedila social

Conforme Garcia (2018 p 5) o Direito do Trabalho eacute um procedimento

necessaacuterio que embasa o proacuteprio sistema econocircmico-social Cabe ressaltar que o

Direito do Trabalho impossibilita ateacute mesmo um eventual colapso no sistema

podendo suceder de niacuteveis de miseacuteria e desigualdade afetando as condiccedilotildees de

consumo e conduzindo os proacuteprios possuidores a decadecircncia

Para Delgado (2012 p 83) o Direito do Trabalho natildeo surgiu apenas para

incendiar o sistema econocircmico Com a Revoluccedilatildeo Industrial na Inglaterra no

seacuteculo XVIII certamente buscou tambeacutem ponderar os abusos da utilizaccedilatildeo da forccedila

de trabalho propondo a civilidade para o trabalhador

Os direitos trabalhistas satildeo garantidos na composiccedilatildeo dos direitos

fundamentais em ligaccedilatildeo com as normas da dignidade da pessoa humana e da

justiccedila social Viu-se ao longo dessa redaccedilatildeo como eram as condiccedilotildees que

enfrentavam os trabalhadores para adquirir uma vida digna bem como a intervenccedilatildeo

do Estado para amenizar os abusos do empregador sendo possiacutevel entender um

pouco sobre o Direito em questatildeo Seguindo na apresentaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do Direito

15

do Trabalho na sequecircncia seraacute descrito como surgiram as primeiras regras no

Brasil

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil

Devido agrave criaccedilatildeo de regras trabalhistas na Europa e agraves instituiccedilotildees

internacionais que versavam sobre o Direito do Trabalho o Brasil teve influecircncia

para se adequar a essas regras Martins (2014 p 11) relata que as criaccedilotildees de

normas trabalhistas no Brasil foram estipuladas pelas mudanccedilas na Europa em

consequecircncia da Primeira Guerra Mundial e do surgimento da Organizaccedilatildeo

Internacional do Trabalho (OIT) em 1919 Imigrantes chegados ao Brasil deram

iniacutecio a movimentos e protestos pleiteando melhores circunstacircncias de trabalho

Destaca Nascimento (2010 p 88) que apoacutes a Aboliccedilatildeo da Escravatura e a

Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica surgiu o periacuteodo liberal do Direito do Trabalho embora

pequenos movimentos sem maior relevacircncia colaborassem para o progresso das

leis no paiacutes

Primeiramente as Constituiccedilotildees versavam apenas sobre o sistema de

governo Martins (2014 p 10) conta que mais tarde comeccedilaram a tratar de diversos

ramos do Direito em especial o Direito do Trabalho

A maior concentraccedilatildeo de pessoas se destacou nas grandes cidades como o

Rio de Janeiro em 1890 na eacutepoca capital federal e em Satildeo Paulo em 1900 No

entanto havia um grande nuacutemero de induacutestrias como oficinas de calccedilados

vestuaacuterio moacuteveis e tintas normalmente abertas em galpotildees ou no fundo de

armazeacutens sendo locais de difiacutecil acesso para a fiscalizaccedilatildeo A populaccedilatildeo foi

aumentando nesses estados e a maioria dos trabalhadores eram imigrantes

italianos portugueses espanhoacuteis que ocupavam cargos de operaacuterios nas induacutestrias

(NASCIMENTO 2010 p 88-89)

Nascimento (2010 p 89) cita que se formavam as circunstacircncias para que o

trabalho subordinado fosse regido por lei No entanto o Poder Puacuteblico que era

devoto ao princiacutepio liberalista e sua inspiraccedilatildeo permanecia isento a qualquer

contestaccedilatildeo No periacuteodo existiu um grande nuacutemero de greves e movimento poliacutetico

Conforme Nascimento (2010 p 96) as primeiras regras surgiram

respectivamente em 1903 pelo Decreto 979 de 06 de janeiro de 1903 (BRASIL

1903 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em 1937 pelo Decreto Legislativo 1637 que

16

versava sobre os sindicatos em 1891 pelo Decreto 1313 de 17 de janeiro de 1891

(BRASIL 1891 lthttpwww2camaralegbrgt) que dispunha sobre a proteccedilatildeo de

menores regrando a fiscalizaccedilatildeo nas faacutebricas onde havia um grande nuacutemero de

menores trabalhando e pelo Decreto 1150 de 1904 que regrava sobre os salaacuterios

estabelecendo a carteira agriacutecola (BRASIL 1904 lthttpwww2camaralegbrgt)

Em 1930 Getuacutelio Vargas entatildeo Presidente da Repuacuteblica idealizou uma

poliacutetica trabalhista Em razatildeo da expansatildeo da induacutestria Getuacutelio editou leis

trabalhistas com a intenccedilatildeo de moderar as manifestaccedilotildees No entanto jaacute existiam

leis ordinaacuterias regulando o trabalho de menores em 1891 em 1903 a organizaccedilatildeo

dos sindicatos rurais e em 1907 sindicatos urbanos (MARTINS 2014 p 11)

A Lei 30711916 (BRASIL 1916 lthttpwwwplanaltogovbrgt) aprovou o

Coacutedigo Civil e corrigido pela Lei 3725 de 15 de janeiro de 1919 (BRASIL 1919

lthttpwwwplanaltogovbrgt) surgiram regras sobre locaccedilatildeo de serviccedilos o que

antecede a histoacuteria do contrato de trabalho das leis posteriores e especiais Duas

regras consideraacuteveis surgem em 1923 a Lei 4682 (BRASIL 1923

lthttpwwwplanaltogovbrgt) intitulada de Lei Eloacutei Chaves criou a caixa de

aposentadoria e pensotildees para os ferroviaacuterios e a estabilidade para os mesmos ao

completarem 10 anos de emprego exceto se ocorresse falta grave O Decreto

16027 (BRASIL 1923 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 30 de abril estabeleceu o

Conselho Nacional do Trabalho ldquooacutergatildeo consultivo dos poderes puacuteblicos em

assuntos referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho e da previdecircncia socialrdquo

(NASCIMENTO 2010 p 97-98)

Versando sobre as feacuterias foi criada a Lei 4982 de 25 de dezembro de 1925

(BRASIL 1925 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Depois disso houve o Decreto

17934-A (BRASIL 1927 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 1927 e o Coacutedigo de

Menores estabelecendo proteccedilotildees ao trabalho dos menores (NASCIMENTO 2010

p 98)

Na deacutecada de 1930 vaacuterios Decretos do Poder executivo que versavam sobre

as relaccedilotildees de trabalho foram implantados Garcia (2018 p 5) evidencia o Decreto

211751932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que instituiu a Carteira

de Trabalho assim como a duraccedilatildeo da jornada de trabalho em diversos setores da

atividade econocircmica com o Decreto 211861932 (BRASIL 1932

lthttpwww2camaralegbrgt) e na induacutestria o Decreto 213641932 (BRASIL 1932

17

lthttpwww2camaralegbrgt) sobre a jornada de trabalho e o trabalho de menores

por meio do Decreto 220421932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Conforme Delgado (2014 p 107) a evoluccedilatildeo do Direito do Trabalho no Brasil

tem a fase mais significativa entre 1888 a 1930 Foi um periacuteodo em que a relaccedilatildeo de

emprego se mostrou expressiva principalmente no setor agriacutecola cafeeiro de Satildeo

Paulo na industrializaccedilatildeo profissional da capital paulista e do Distrito Federal

O Ministeacuterio do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio foi criado em 1930 quando

passou a expedir decretos sobre o trabalho das mulheres (214171932) (BRASIL

1932 lthttpwww2camaralegbrgt) salaacuterio miacutenimo (1936) e a Justiccedila do Trabalho

(1939) Conforme Martins (2014 p 11) a primeira Constituiccedilatildeo brasileira a tratar

especificamente do Direito do Trabalho eacute a de 1934 regulando diversas proteccedilotildees

trabalhistas Depois a Constituiccedilatildeo de 1937 regulou os sindicatos nas relaccedilotildees de

trabalho quando um imposto sindical foi estipulado Tambeacutem teve a competecircncia

dos tribunais de trabalho que tinha como propoacutesito intervir nas relaccedilotildees de trabalho

buscando o entendimento entre patratildeo e empregado

Garcia (2018 p 6) explica que a Constituiccedilatildeo Federal de 1937 (BRASIL 1937

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta a intervenccedilatildeo do Estado com

particularidades do meacutetodo corporativista Foi instaurado um sindicato exclusivo

ligado ao Estado a greve foi proibida pois era vista como artificio desagradaacutevel e

negativo agrave economia

Em razatildeo das normas existentes espalhadas entendeu-se a utilidade de um

sistema de regras Para isso foi lanccedilado o Decreto-Lei 5452 de 1ordm-5-1943

homologando a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho a CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e consolidando as leis jaacute existentes (MARTINS 2014

p 12)

Adiante as Constituiccedilotildees seguintes trouxeram mais benefiacutecios para o

trabalhador como repouso semanal remunerado participaccedilatildeo de lucros para os

empregados e direito de greve previstos na Constituiccedilatildeo de 1946 Martins (2014 p

12) conta que legislaccedilotildees ordinaacuterias avanccedilaram citando entre elas a Lei 585972

(BRASIL 1972 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre o trabalho domeacutestico

Garcia (2018 p 6) menciona a Lei 605 de 05 de janeiro de 1949 (BRASIL

1949 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o repouso semanal

remunerado e remuneraccedilatildeo de feriados e a Lei 2757 de 23 de abril de 1956

(BRASIL 1956 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre as regras de trabalho

18

dos porteiros zeladores faxineiros e serventes de preacutedios A Lei 3207 de 18 de

julho de 1957 (BRASIL 1957 lthttpwwwplanaltogovbrgt) regulava o trabalho dos

viajantes e a Lei 40901962 a gratificaccedilatildeo natalina (BRASIL 1962

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

sustentou os direitos trabalhistas das Constituiccedilotildees anteriores e estabeleceu o

Fundo de Garantia do Tempo de Serviccedilo na Lei 51071966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) dentre outras diversas leis sobre o emprego

domeacutestico em 1972 sobre o trabalho rural teve a Lei 58891973 (BRASIL 1973

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e o trabalho temporaacuterio foi regrado na Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 6)

Em 1988 foi aprovada a Constituiccedilatildeo atual versando sobre os direitos

trabalhistas estes incluiacutedos no Capitulo II ldquoDos Direitos Sociaisrdquo e do Titulo II ldquoDos

Direitos e Garantias Fundamentaisrdquo No entendimento de alguns doutrinadores o

art 7ordm da Constituiccedilatildeo Federal surge como a verdadeira Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho com diversos direitos trabalhistas abrigados (MARTINS 2014 p 12)

Delgado (2012 p 86) aponta que sem duacutevida o nuacutecleo principal do Direito do

Trabalho estaacute situado nas relaccedilotildees empregatiacutecias de trabalho surgindo diversos

institutos regras e princiacutepios que norteiam essa relaccedilatildeo juriacutedica

Acerca da polecircmica Reforma trabalhista aprovada mesmo em contradiccedilatildeo aos

direitos dos empregados na Constituiccedilatildeo Garcia (2018 p 7) revela que a Lei

134672017 modificou a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 e as

Leis 601974 80361990 e 821291 com a finalidade de adaptar a legislaccedilatildeo agraves

atuais relaccedilotildees trabalhistas

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho

Independentemente do significativo trabalho das mulheres nas atividades

domeacutesticas e em outras funccedilotildees na Idade Meacutedia foi na Revoluccedilatildeo Industrial o

momento histoacuterico da inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Na Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres foram introduzidas no mercado de trabalho com intensivas

jornadas laborais salaacuterios baixos e condiccedilotildees desumanas de trabalho (FONSECA

2015 p 91)

19

Antes disso apoacutes o periacuteodo preacute-histoacuterico a mulher passou a ser reconhecida

como Grande Deusa Desse ponto de vista Freitas (2015 p 11) revela que a

mulher era santificada e glorificada e em razatildeo disso obteve poderes Controlavam

dinheiro e propriedades e direitos especiais no casamento Assim os homens

cediam seus desejos Muitas eram vistas nos campos de batalha lutando como

homens O Egito antigo foi destaque na veneraccedilatildeo pelas mulheres

No periacuteodo da Idade Antiga nas civilizaccedilotildees gregas e romanas quando a

mulher deixava a casa da famiacutelia em razatildeo do casamento ou por outros motivos

deveria seguir as crenccedilas do marido e rezar pelo seu Deus Na eacutepoca cada famiacutelia

tinha um Deus diferente e a mulher aprenderia com seu marido a venerar aqueles

que protegiam a famiacutelia dele (FREITAS 2015 p 12)

Conforme Freitas (2015 p 12) se a mulher fosse esteacuteril o homem poderia

pedir o divoacutercio e se o homem fosse esteacuteril deveria ser substituiacutedo pelo irmatildeo ou

parente mais proacuteximo do marido A mulher era obrigada a entregar-se para este

homem sendo que isso acontecia nas mesmas civilizaccedilotildees mencionadas

anteriormente

A mesma mulher deveria se casar com o parente mais proacuteximo do marido

falecido caso ficasse viuacuteva sem filhos Freitas (2015 p 12) diz que a participaccedilatildeo

do homem era essencial principalmente no nascimento Isto eacute quando nascia filha

mulher natildeo satisfazia a importacircncia do seguimento dos deuses daquela famiacutelia

Conforme jaacute mencionado as mulheres seguiam o Deus do marido

A desigualdade natildeo parava por aiacute conforme Freitas (2015 p 12) no momento

da divisatildeo da heranccedila se jaacute fossem casadas as mulheres natildeo teriam direito a nada

Existia particularmente uma proibiccedilatildeo religiosa em relaccedilatildeo a isso As regras ateacute

mudavam de um lugar para outro mas frequentemente as filhas mulheres natildeo

herdavam nada ou quando herdavam era uma porcentagem menor que a dos filhos

homens

Afastando um pouco das relaccedilotildees de famiacutelia e religiotildees pode-se apontar que o

trabalho feminino conforme registros mais antigos de Roma as mulheres exerciam

diversas funccedilotildees como lavadeira bibliotecaacuteria meacutedica parteiras costureiras e

cabeleireiras (FREITAS 2015 p 13) A jornada de trabalho era excessiva devido a

maacute distribuiccedilatildeo das tarefas mas as mulheres natildeo se queixavam

20

Em algumas civilizaccedilotildees era atribuiacuteda agrave mulher a principal forccedila de trabalho

(FREITAS 2015 p 15) como a construccedilatildeo de represas no Havaiacute e na Austraacutelia a

pesca e a retirada de algas

No Brasil de acordo com Ribeiro e Jesus (2016 p 43) a partir dos anos 70 a

inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho obteve crescimento Um dos motivos

foi a busca de ajuda para o sustento da famiacutelia

Ademais a Segunda Guerra Mundial teve importante contribuiccedilatildeo para que a

mulher fosse buscar emprego Enquanto seus maridos lutavam nos campos de

batalha essas teriam que lutar pelo sustento familiar A ausecircncia masculina fez com

que o trabalho feminino suprisse essas vagas Devido ao processo de

industrializaccedilatildeo e do aumento de empresas em diversos ramos como petroliacuteferos

quiacutemicos sideruacutergicos e automobiliacutestico na deacutecada de 1940 a inserccedilatildeo das

mulheres no mercado de trabalho teve um aumento intenso (RIBEIRO JESUS

2016 p 44)

O entendimento de Freitas (2015 p 22) revela que o trabalho feminino se

destacou no Brasil no periacuteodo industrial entre 1850 e 1950 As mulheres se

integraram ao setor fabril e a matildeo de obra feminina ocupava 76 do trabalho em

1872 Mais tarde em 1950 esse nuacutemero diminuiu para 20 sendo o motivo

justificado devido ao grande nuacutemero de migraccedilotildees e o aumento da matildeo de obra

masculina

Com o decliacutenio do trabalho feminino matildees tinham a obrigaccedilatildeo de cuidar dos

filhos e preparaacute-los para o trabalho orientando para que se adaptassem com as

rotinas de trabalho e fossem disciplinados (FREITAS 2015 p 22)

Grandes discriminaccedilotildees sofridas pelo gecircnero feminino ocorreram em razatildeo da

ldquocultura do machismordquo destaque no Brasil ao contraacuterio dos paiacuteses europeus que

usaram a matildeo de obra feminina no tempo da 2ordm Guerra Mundial tornou a inclusatildeo

das mulheres no mercado de trabalho mais difiacutecil Conforme Freitas (2015 p 24) na

Europa perante a necessidade do sustento familiar e matildeo de obra o preconceito

perdeu forccedila e nos paiacuteses latino-americanos como no Brasil principalmente a

discriminaccedilatildeo manteve-se resistente em razatildeo de natildeo ter existido momentos de

crise

Mulheres como ex-escravas por exemplo de acordo com Freitas (2015 p 23)

eram vistas com mais frequecircncia em trabalhos domeacutesticos lavadeira passadeira e

21

cozinheira devido ao baixo niacutevel social Jaacute as mulheres jovens podiam ser vistas

como professoras enfermeiras entre outras

A mulher sempre desempenhou a funccedilatildeo de serva sendo diferenciada pelo

gecircnero foi vista como matildee esposa e era necessaacuterio pedir permissatildeo ao marido

para os atos da vida civil As mulheres natildeo tinham direito de escolha (FREITAS

2015 p 21) e os casamentos no periacuteodo colonial eram arranjados Mais tarde nos

anos de 1800 passaram a ter mais liberdade

Freitas (2015 p 22) diz que num primeiro momento a mulher tinha suas

principais obrigaccedilotildees como matildee dedicada preocupada com a educaccedilatildeo dos filhos e

em um segundo momento de respeitar o marido e ser submissa a ele

Eacute indispensaacutevel salientar que apesar de toda evoluccedilatildeo dos direitos trabalhistas

e da ocupaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho ainda haacute resistecircncia em relaccedilatildeo

ao trabalho feminino As discriminaccedilotildees satildeo culturais e histoacutericas e o preconceito

perdura na sociedade e enfrenta frequentes desafios (FONSECA 2015 p 93)

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho

Avaliando os acontecimentos eacute notoacuteria a necessidade da inserccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho e o seu reconhecimento assim como o crescimento

feminino e as reivindicaccedilotildees por seus direitos de igualdade Observando as

condiccedilotildees de trabalho em que as mulheres eram expostas foram surgindo medidas

de proteccedilatildeo

Todo mundo sabe que a mulher sempre foi discriminada nunca teve as mesmas oportunidades asseguradas aos homens Nossa cultura patriarcal gerou uma sociedade machista em que a mulher ocupava um papel subalterno Excluiacuteda ficava confinada ao reduto da casa tendo por uacutenica missatildeo a assistecircncia da famiacutelia a organizaccedilatildeo do lar o apoio ao marido e o cuidado dos filhos (FONSECA apud DIAS 2015 p 91)

Freitas (2015 p 11) conta que as mulheres de uma forma ou de outra sempre

estiveram inseridas no mercado de trabalho seja na caccedila na costura no cuidado de

crianccedilas na fabricaccedilatildeo de ferramentas na lida com ervas e com plantas medicinais

assim como na cozinha A caccedila era entre homens e mulheres que se ajudavam

No seacuteculo XIX Garcia (2018 p 1063) relata que durante a Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres recebiam salaacuterios inferiores aos dos homens e as condiccedilotildees

22

de trabalho eram horriacuteveis As mulheres eram expostas a trabalhos prejudiciais agrave

sauacutede pondo sua vida em risco

Essa situaccedilatildeo era de grande risco para as famiacutelias sendo que assim tiveram

iniacutecio as primeiras legislaccedilotildees protetivas para as mulheres Em virtude das medidas

protetivas as mulheres eram discriminadas com frequecircncia pois os empregadores

tinham receio em contratar a matildeo de obra feminina por ter regras protetivas e assim

contratavam homens (GARCIA 2018 p 1063)

Revela Garcia (2018 p 1065) que no Brasil as regras de proteccedilatildeo tambeacutem

geraram discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Em face disso foram

criadas normas proibitivas agrave discriminaccedilatildeo

A proteccedilatildeo especial apenas passa a se justificar nos aspectos realmente diferenciados e peculiares notadamente quando ao estado de gestante e maternidade que satildeo de responsabilidade da sociedade como um todo natildeo podendo servir de fatores de discriminaccedilatildeo contra a mulher (GARCIA 2018 p 1065)

As primeiras legislaccedilotildees surgiram na Inglaterra em 1842 proibindo a mulher

de trabalhar em lugares subteacuterreos Em 1844 a jornada de trabalho da mulher foi

limitada para 12 horas e tambeacutem assim como o periacuteodo noturno Em 1874 na

Franccedila entrou em vigor uma lei que proibia a mulher de trabalhar em minas e

pedreiras Em 1878 as mulheres foram proibidas de exercer funccedilotildees em lugares

insalubres (MARTINS 2014 p 661)

A Lei de 2111892 estabeleceu que a mulheres tivessem jornada de trabalho

de apenas de 11 horas A Lei de 28121909 concedeu agraves mulheres gestantes

descanso de oito semanas natildeo remunerado proibindo a carga de materiais

pesados (MARTINS 2014 p 661)

O Tratado de Versalles determinou o princiacutepio da igualdade salarial entre

homens e mulheres que foi acolhido em diversos paiacuteses inclusive o Brasil

(MARTINS 2014 p 661)

Compete somente a Uniatildeo legislar sobre mateacuteria trabalhista diz o art 22 I e

XVI da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) mas isso natildeo impede a

aplicaccedilatildeo das convenccedilotildees internacionais ratificadas pelo Brasil estas criadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) Esta eacute a corporaccedilatildeo responsaacutevel pelo

controle e lanccedilamento de normas referentes ao trabalho no plano internacional com

o objetivo de regimentar as relaccedilotildees de trabalho atraveacutes das convenccedilotildees

23

recomendaccedilotildees e resoluccedilotildees planejando proteger as relaccedilotildees entre empregados e

empregadores na esfera internacional Desde 1950 o Brasil tem representaccedilatildeo da

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em seu territoacuterio (FREITAS 2015 p 33)

Freitas (2015 p 33-34) destaca diversas convenccedilotildees direcionadas agrave proteccedilatildeo

feminina sendo uma delas a Convenccedilatildeo nordm 3 procedendo sobre o trabalho antes e

depois do parto Na sequecircncia houve a Convenccedilatildeo nordm 4 tratando do trabalho

noturno das mulheres em induacutestrias com exceccedilatildeo das oficinas da famiacutelia ambas

convocadas em 29 de outubro de 1919 A Convenccedilatildeo nordm 41 foi ratificada em relaccedilatildeo

agraves disposiccedilotildees sobre o trabalho noturno na sessatildeo da OIT realizada em Genebra e

encerrada em 23 de junho de 1934 A Convenccedilatildeo nordm 45 vedou o trabalho das

mulheres em minas de qualquer natureza e subterracircneos sendo aprovada um ano

apoacutes a Convenccedilatildeo nordm 41 passando a vigorar em 30 de maio de 1937

A Convenccedilatildeo nordm 100 tratava da desigualdade salarial entre homens e mulheres

exercendo a mesma funccedilatildeo tendo sido aprovada em 1951 em Genebra entrando

em vigor em 23 de maio de 1953 no acircmbito internacional Freitas (2015 p 34)

salienta que a Convenccedilatildeo nordm 103 se refere agrave proteccedilatildeo agrave maternidade e entrou em

vigor em 7 de junho de 1958 Tambeacutem em 1958 a Convenccedilatildeo nordm 111 abordou as

discriminaccedilotildees relacionadas a emprego e profissatildeo tendo entrado em vigor em 15

de junho de 1960

A Convenccedilatildeo nordm 127 de 1967 entrou em vigor em 10 de marccedilo de 1970

referente ao levantamento de pesos A convenccedilatildeo nordm 156 de 1981 discorre sobre a

igualdade de oportunidades para ambos os sexos tanto nas relaccedilotildees de trabalho

como na esfera familiar Jaacute a Convenccedilatildeo nordm 171 delimita as horas do trabalho

noturno

Em 1974 foi assinada a Convenccedilatildeo sobre a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo

contra a Mulher de todas as formas aprovada pela Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

(ONU) Freitas (2015 p 34) conta que a convenccedilatildeo trata dos direitos relacionados

ao emprego e agraves condiccedilotildees de igualdade entre os sexos que deveriam ser

observadas

O termo discriminaccedilatildeo compreende toda distinccedilatildeo exclusatildeo ou preferecircncia baseada em motivos de raccedila cor sexo religiatildeo opiniatildeo politica ascendecircncia nacional ou origem social que tenha como efeito anular a igualdade de oportunidades ou de tratamento em emprego ou profissatildeo (MARTINS 2014 p 544)

24

O Decreto 21417-A de 17 de maio de 1932 (BRASIL 1932 lthttp

www2camaralegbrgt) foi a primeira norma que surgiu sobre o trabalho feminino no

Brasil (GARCIA 2018 p 1066) proibindo a mulher de trabalhar agrave noite A

Constituiccedilatildeo de 1934 (BRASIL 1934 lthttpwwwplanaltogovbrgt) foi fundamental

quando considerou a proibiccedilatildeo da desigualdade de salaacuterios entre homens e

mulheres proibindo o trabalho da mulher em locais insalubres garantindo o repouso

antes e depois do parto sem prejudicar o salaacuterio com seguranccedila de previdecircncia em

benefiacutecio da maternidade e amparo agrave maternidade (GARCIA 2018 p 1066)

Na Constituiccedilatildeo de 1937 (BRASIL 1937 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

mulher gestante conquistou assistecircncia meacutedica e higiecircnica e consequentemente o

benefiacutecio de descanso antes e depois do parto sem perda de salaacuterio A

Constituiccedilatildeo de 1946 (BRASIL 1946 lthttpwwwplanaltogovbrgt) idem a

Constituiccedilatildeo de 1937 assegurava a assistecircncia sanitaacuteria hospitalar e meacutedica agrave

gestante Em 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Constituiccedilatildeo

seguiu os mesmos criteacuterios da CF37 (GARCIA 2018 p 1066)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) tambeacutem

deu agrave mulher o direito agrave aposentadoria com 30 anos de trabalho com salaacuterio

completo Os artigos 389 e 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT)

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) permitiam que as empregadas

guardassem seus filhos no periacuteodo em que estavam trabalhando na empresa

descansando quatro semanas antes e oito semanas depois do parto Em 1969 a

Emenda Constitucional nordm 1 seguiu paracircmetros da CF37 e CF46 (MARTINS 2014

p 664)

A Constituiccedilatildeo de 1988 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

oportunizava a licenccedila agrave gestante sem detrimento no emprego e salaacuterio e com

duraccedilatildeo de 120 dias Importante ressaltar que o homem em caso de falecimento da

genitora passa a ter o mesmo direito podendo usufruir da proteccedilatildeo para que repare

a condiccedilatildeo de seu filho nos primeiros meses de vida conforme disposto no artigo

392-B da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS 2008 p 576)

Por conseguinte em 01 de maio de 1943 foi editada a Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assentando o tema jaacute

existente A CLT sistematizou a legislaccedilatildeo diversa jaacute efetiva no periacuteodo em que foi

publicada Todavia criou novos regimentos sendo a primeira regra geral aplicaacutevel

para todos os empregados Atualmente as relaccedilotildees de trabalho satildeo regidas por

25

esta lei a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Tambeacutem abrange relaccedilotildees coletivas

como as entidades sindicais ou grupos de trabalhadores No Decreto-lei 6353 de

20-3-1944 (BRASIL 1944 lthttpwwwplanaltogovbrgt) houve a primeira alteraccedilatildeo

que admitia o trabalho agrave noite da mulher que tivesse 18 anos mas em poucas

funccedilotildees (MARTINS 2008 p 575)

Garcia (2018 p 1067) cita que o poder puacuteblico cria mecanismos para que a

mulher tenha seus direitos garantidos tambeacutem no ambiente familiar sem

discriminaccedilatildeo com respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar evitando a crueldade

e a opressatildeo Nesse sentido a Lei 113402006 (BRASIL 2006

lthttpwwwplanaltogovbrgt) previne a violecircncia domeacutestica protegendo a mulher do

asseacutedio familiar

As garantias da Constituiccedilatildeo Federal e da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

estabelecem que sejam inadmissiacuteveis as desigualdades entre homens e mulheres

no ambiente de trabalho A mulher era tratada como incapaz pelo Coacutedigo Civil de

1916 Essa situaccedilatildeo mudou com o Estatuto da Mulher Casada Lei 4121 de 27-08-

62 (BRASIL 1962 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (MARTINS 2008 p 577)

Garcia (2018 p 1069) afirma que as leis de proteccedilatildeo agrave mulher centralizaram

mais em motivos que chamam atenccedilatildeo como as mulheres gestantes e a

maternidade Esses dois aspectos natildeo devem servir de razatildeo para a discriminaccedilatildeo e

diferenciaccedilatildeo salarial nem para a contrataccedilatildeo do trabalho feminino

Relata Carrion (2014 p 330)

O direito da empregada gestante manter-se no emprego sem prejuiacutezo dos salaacuterios com consequente restriccedilatildeo ao direito de resiliccedilatildeo unilateral do contrato sem justa causa pelo empregador sob pena de sujeitar-se agraves reparaccedilotildees legais nasce com a concepccedilatildeo e projeta-se ateacute cinco meses apoacutes o parto

Existem prejulgamentos provenientes da sociedade Por isso existem as

medidas de proteccedilatildeo para atuarem onde ocorrem determinadas peculiaridades

Medidas foram criadas para que a discriminaccedilatildeo em razatildeo da desigualdade de

gecircnero seja banida nas empresas nos quesitos de admissatildeo e remuneraccedilatildeo no

mercado de trabalho Notadamente existem discriminaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave mulher

sendo um aspecto cultural em uma sociedade machista onde as mulheres sempre

ocuparam papeacuteis subalternos apenas cuidando da casa e dos filhos As proteccedilotildees

26

especiais agraves mulheres devido agraves suas peculiaridades natildeo devem servir de motivo

para a discriminaccedilatildeo poreacutem muitas vezes causam efeito contraacuterio

27

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO DA MULHER NO DIREITO DO TRABALHO

Diante das situaccedilotildees trazidas no capiacutetulo anterior onde foram expostos os

problemas enfrentados pelas mulheres como a exploraccedilatildeo a discriminaccedilatildeo e a

desigualdade de gecircnero as diferenccedilas eram claras Para tanto medidas de

proteccedilatildeo ao trabalho feminino foram criadas Nota-se as primeiras leis que versavam

sobre o trabalho da mulher como a proibiccedilatildeo de trabalhar em lugares subteacuterreos a

jornada de trabalho estabelecida em 12 horas o trabalho vedado em minas e

pedreiras assim como no periacuteodo noturno e nas funccedilotildees insalubres bem como em

relaccedilatildeo a um periacuteodo de descanso de 8 (oito) semanas para as gestantes natildeo

remunerado Essas regras tiveram constante evoluccedilatildeo

Nesse momento seraacute apresentado o progresso dessas regras e uma anaacutelise

das normas de proteccedilatildeo que a cada dia sofrem alteraccedilotildees sendo um assunto onde

sempre haacute novidades A abordagem a seguir mostra as peculiaridades do trabalho

da mulher em especial a proteccedilatildeo agrave maternidade a comeccedilar nessa oportunidade

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade

Estudando a caminhada da mulher no mercado de trabalho a forma como

eram tratadas abusadas sem direitos seguimos nesse capiacutetulo relatando as

peculiaridades que trazem proteccedilatildeo ao trabalho feminino Depois de constatar os

motivos pelo quais foram criadas regras de proteccedilatildeo apresentamos medidas

especiacuteficas para que a desigualdade de gecircnero seja banida do acircmbito trabalhista

Nesse contexto podemos destacar que a proteccedilatildeo agrave maternidade eacute o

benefiacutecio mais relevante da empregada ldquoOs preceitos que regulam o trabalho

masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a

proteccedilatildeo especial instituiacuteda neste Capiacutetulordquo redaccedilatildeo do art 372 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O

paraacutegrafo uacutenico foi revogado pela Lei 134672017 pois caracterizava discriminaccedilatildeo

sendo que este seraacute comentado no proacuteximo capiacutetulo O artigo institui o Capiacutetulo III

da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que foi reservado especialmente ao trabalho

da mulher poreacutem alguns artigos abrangem identicamente o trabalho masculino

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 251)

28

O art 5ordm I CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) traz a

igualdade entre homens e mulheres nas relaccedilotildees de trabalho em direitos e

obrigaccedilotildees Martins conforme Machado (2017 p 251) conta que ldquoas regras de

proteccedilatildeo ao trabalho da mulher justificam-se em face das peculiaridades que

norteiam o trabalho femininordquo

Regula o artigo 7ordm XIII da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

que ldquoa duraccedilatildeo de trabalho normal das mulheres natildeo superior a oito horas e

quarenta e quatro horas semanais facultada agrave compensaccedilatildeo de horaacuterios e reduccedilatildeo

de jornada mediante acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalhordquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 252)

Abordando o artigo 373 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que menciona a jornada de trabalho das mulheres ldquoa

duraccedilatildeo normal de trabalho das mulheres seraacute de 8 (oito) horas diaacuterias exceto nos

casos para os quais for fixada duraccedilatildeo inferiorrdquo (MARTINS apud MACHADO 2017

p 252)

Incluiacutedo pela Lei 979999 (BRASIL 1999 lthttpwwwplanaltogovbrgt) o

artigo 373-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho faz diversas observaccedilotildees ao

trabalho da mulher referentes agrave discriminaccedilatildeo nas relaccedilotildees de trabalho Observe a

regra

Art 373-A Ressalvadas as disposiccedilotildees legais destinadas a corrigir as distorccedilotildees que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas eacute vedado (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) I ndash publicar ou fazer publicar anuacutencio de emprego no qual haja a referecircncia ao sexo agrave idade agrave cor ou situaccedilatildeo familiar salvo quando a natureza da atividade a ser exercida puacuteblica e notoriamente assim o exigir (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) II ndash recusar emprego promoccedilatildeo ou motivar a dispensa do trabalho em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez salvo quando a natureza da atividade seja notoacuteria e publicamente incompatiacutevel (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) III ndash considerar o sexo a idade a cor ou situaccedilatildeo familiar como variaacutevel determinante para fins de remuneraccedilatildeo formaccedilatildeo profissional e oportunidades de ascensatildeo profissional (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) IV ndash exigir atestado ou exame de qualquer natureza para comprovaccedilatildeo de esterilidade ou gravidez na admissatildeo ou permanecircncia no emprego (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) V ndash impedir acesso ou adotar criteacuterios subjetivos para o deferimento de inscriccedilatildeo ou aprovaccedilatildeo em concursos em empresas privadas em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) VI ndash proceder o empregador ou preposto a revistas iacutentimas nas empregadas ou funcionaacuterias (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999)

29

Paragrafo uacutenico O disposto neste artigo natildeo obsta a adoccedilatildeo de medidas temporaacuterias que visem ao estabelecimento das poliacuteticas de igualdade entre homens e mulheres em particular as que se destinam a corrigir as distorccedilotildees que afetam a formaccedilatildeo profissional o acesso ao emprego e as condiccedilotildees gerais de trabalho da mulher (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 252) menciona que o referido artigo foi

adicionado em razatildeo de impedir as condutas discriminatoacuterias violando o princiacutepio da

igualdade consagrado no art 7ordm XXX da CF88 (BRASIL 1988

lthttpwwwplanaltogovbrgt) prevendo ldquoa proibiccedilatildeo de diferenccedila de salaacuterios de

exerciacutecio de funccedilotildees e de criteacuterio de admissatildeo por motivo de sexo idade cor ou

estado civilrdquo

A Constituiccedilatildeo de 1988 estabeleceu regras firmes contra a discriminaccedilatildeo agrave

mulher nas relaccedilotildees de emprego proibindo diferenccedilas no acircmbito laboral Tambeacutem

eliminou alguns artigos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que produziam efeito

contraacuterio em relaccedilatildeo ao trabalho feminino (DELGADO 2012 p 803)

Delgado (2012 p 804) indica que revogados pela Lei 78551989 (BRASIL

1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) reproduzida logo apoacutes a CF88 os artigos 374

375 378 379 380 e 387 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) que davam

entendimento discriminatoacuterio ao trabalho feminino Martins conforme Machado

(2017 p 256) aponta que o artigo 376 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho foi

revogado pela Lei 102442001 (BRASIL 2001 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Voltando as normas vigentes comentamos o artigo 377 da Consolidaccedilatildeo das

Leis do Trabalho Nesse contexto Martins conforme Machado (2017 p 256) traz

que somente atraveacutes de convenccedilatildeo coletiva ou de acordo coletivo no teor do art 7ordm

VI CF88 eacute possiacutevel reduzir o salaacuterio das mulheres e que as medidas protetivas

satildeo regras e por motivo algum eacute autorizada a reduccedilatildeo

Conforme o artigo 381 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o trabalho noturno frisando que ldquoo

trabalho noturno das mulheres teraacute salaacuterio superior ao diurnordquo No sect 1ordm a regra diz

que no trabalho noturno os salaacuterios teratildeo aumento de 20 e sect 2ordm que cada hora

trabalhada agrave noite seraacute de 52 minutos e 30 segundos Tem direito ao percentual

miacutenimo de 25 a empregada rural (art 7ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 58891973

(BRASIL 1973 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O art 382 regra o intervalo

intrajornada que destina uma pausa de 11 horas entre duas jornadas de trabalho

30

enquanto o art 66 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) tambeacutem apresenta

este preceito (MARTINS apud MACHADO 2017 p 257)

Um dos artigos que sugere a desigualdade de gecircnero eacute o art 383 da CLT

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que apresenta um intervalo entre 1 a

2 horas para a mulher trabalhadora possibilitando um periacuteodo bastante extenso

para o descanso Diferente do homem que mesmo em curtas jornadas abaixo de

seis horas tem apenas 15 minutos salvo a hipoacutetese conhecida no art 71 sect 3ordm bem

como o art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece o intervalo de 15 minutos para a

mulher caso haja hora extra (DELGADO 2012 p 804)

O art 384 eacute referente apenas ao trabalho feminino estabelecendo regra

caracterizada e protetiva apartado do homem o que natildeo eacute coerente na eacutepoca atual

e confrontando a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art 7ordm inciso

XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo do trabalho

O artigo 384 da CLT foi revogado pela Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) da Reforma trabalhista que seraacute apresentada no

proacuteximo capiacutetulo desse trabalho (GARCIA 2018 p 1076-1077 e 1079)

Seguindo Garcia (2018 p 1079) aponta o art 385 da CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) no seguinte contexto

Art 385 O descanso semanal seraacute de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidiraacute todo ou em parte com o domingo salvo motivo de conveniecircncia puacuteblica ou necessidade imperiosa de serviccedilo a juiacutezo da autoridade competente na forma das disposiccedilotildees gerais caso em que recairaacute outro diardquo (BRASIL 1943 httpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 260) descreve que o art 67 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho tambeacutem assegura o descanso e o art 7 inciso

XV da CF88 eacute extensivo aos trabalhadores de ambos os sexos

Referente tambeacutem ao periacuteodo de descanso da mulher o art 386 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz

que quando haacute trabalho aos domingos uma escala de revezamento seraacute organizada

para que possibilite o repouso dominical de 15 em 15 dias (MARTINS 2014 p 667)

Os meacutetodos e locais de trabalho da mulher que estatildeo previstos nos artigos 388

389 e 390 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 seratildeo apresentados no

proacuteximo capiacutetulo em conjunto com a exposiccedilatildeo da nova lei a Reforma trabalhista

31

Avanccedilando os demais artigos que se referem agrave mulher no Capiacutetulo III da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho 1943 apontamos o art 391 caput ldquoNatildeo

constitui justo motivo para a rescisatildeo do contrato de trabalho da mulher o fato de

haver contraiacutedo matrimocircnio ou de encontrar-se em estado de gravidezrdquo (BRASIL

1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 1082)

Garcia (2018 p 1082) menciona que em qualquer convenccedilatildeo coletiva acordo

coletivo ou acordos individuais de trabalho eacute proibido ldquorestriccedilotildees de direito da mulher

ao seu emprego por motivo de casamento ou gravidezrdquo (art 391 paraacutegrafo uacutenico

CLT) Diante desse procedimento Martins conforme Machado (2017 p 265) afirma

a autorizaccedilatildeo da reintegraccedilatildeo na funccedilatildeo (art 4ordm da Lei 902995) (BRASIL 1995

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ou seja a empregada natildeo poderaacute ser demitida em

face desses motivos O impedimento das praacuteticas discriminatoacuterias tem apoio

constitucional no art 7ordm XXX CF88

A redaccedilatildeo do art 391-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) incluiacuteda

pela Lei 128122013 (BRASIL 2013 lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta que a

gravidez confirmada no curso do contrato de trabalho garante agrave empregada gestante

estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea b do inciso II do art 10 do Ato de

Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias ainda que durante o prazo do aviso-preacutevio

trabalhado ou indenizado (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

Mesmo que no momento da demissatildeo a empregada gestante natildeo tenha

conhecimento do estado graviacutedico poderaacute usufruir o direito da garantia de emprego

sem prejuiacutezo de salaacuterio e da funccedilatildeo que exerce Assim o empregador natildeo seraacute

afastado das responsabilidades mesmo que natildeo tenha conhecimento da gravidez

da empregada Garcia (2018 p 1097) ressalta que eacute objetiva a responsabilidade do

empregador quanto ao estado de gravidez da empregada

Nestes termos atualmente desponta uma discussatildeo em relaccedilatildeo ao

desconhecimento do estado da gravidez pela proacutepria empregada Haacute entendimentos

de que natildeo eacute justo possibilitar o direito agrave garantia de emprego se nem mesmo a

empregada estava ciente do seu estado gestacional (GARCIA 2018 p 1097)

Garcia (2018 p 1098) indica que a garantia de emprego conforme redaccedilatildeo

atual da Suacutemula 244 inciso III do TST eacute estendida tambeacutem agraves gestantes

contratadas por prazo determinado O desconhecimento do estado graviacutedico pelo

empregador natildeo afasta o direito ao pagamento de indenizaccedilatildeo decorrente da

estabilidade A redaccedilatildeo dessa Suacutemula foi alterada e assim a estabilidade estendida

32

Antes disso Garcia apud Martins (2018 p 1098) menciona que era aplicada agrave

doutrina de Seacutergio Pinto Martins ldquoSe houver a cessaccedilatildeo do contrato de trabalho do

empregado estatuiacutedo por prazo determinado natildeo haveraacute direito agrave responsabilidade

porque aqui natildeo haacute despedida injusta mas teacutermino de pacto laboralrdquo Portanto isso

mudou com a referida Suacutemula Vejamos a decisatildeo do Tribunal Superior do Trabalho

6ordf Turma Relator Ministro Augusto Ceacutesar Leite de Carvalho que garante a

empregada gestante contratada por prazo determinado a estabilidade provisoacuteria

conforme previsatildeo na Suacutemula 244

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A EacuteGIDE DA LEI 130152004 ESTABILIDADE GESTANTE CONTRATO DE EXPERIEcircNCIA ESTABILIDADE PROVISOacuteRIA A empregada gestante tem direito agrave estabilidade provisoacuteria prevista no artigo 10 inciso II aliacutenea b do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias mesmo na hipoacutetese de admissatildeo mediante contrato por tempo determinado Ainda mais se tratando de contrato de experiecircncia que eacute em rigor um contrato por tempo indefinido com uma claacuteusula alusiva a periacuteodo de prova Inteligecircncia da Suacutemula 244 III do TST em sua nova redaccedilatildeo Recurso de revista conhecido e provido (BRASIL 2019 lthttpwwwtstjusbrgt)

A proteccedilatildeo se estende ao trabalho domeacutestico Garcia (2018 p 1087) destaca

que tem direito a estabilidade no aviso preacutevio indenizado ou trabalhado desde que

confirmada a gravidez neste periacuteodo Diz a Lei Complementar 1502015 (BRASIL

2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art 25 paraacutegrafo uacutenico

Art 25 A empregada domeacutestica gestante tem direito a licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio nos termos da Seccedilatildeo V do Capitulo III do Tiacutetulo III da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) aprovada pelo Decreto ndash Lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Paraacutegrafo uacutenico A confirmaccedilatildeo do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho ainda que durante o prazo do aviso preacutevio trabalhado ou indenizado garante agrave empregada gestante a estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea ldquobrdquo do inciso II do art 10 do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias (BRASIL 2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Adiante estaacute a vigente composiccedilatildeo do art 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) que foi determinada pela Lei 104212002 (BRASIL 2002

lthttpwwwplanaltogovbrgt) em razatildeo de adequar-se ao texto constitucional

(art7ordm XVIII) Veja a redaccedilatildeo

Art 392 A empregada gestante tem direito agrave licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002)

33

sect 1ordm A empregada deve mediante atestado meacutedico notificar o seu empregador da data do afastamento do emprego que poderaacute ocorrer entre o 28ordm (vigeacutesimo oitavo) dia antes do parto e ocorrecircncia deste (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 2ordm Os periacuteodos de repouso antes e depois do parto poderatildeo ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um mediante atestado meacutedico (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 3ordm Em caso de parto antecipado a mulher teraacute direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 4ordm Eacute garantido agrave empregada durante a gravidez sem prejuiacutezo do salaacuterio e demais direitos (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) I ndash transferecircncia de funccedilatildeo quando as condiccedilotildees de sauacutede o exigirem assegurada a retomada da funccedilatildeo anteriormente exercida logo apoacutes o retorno ao trabalho (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) II ndash dispensa do horaacuterio de trabalho pelo tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo de no miacutenimo seis consultas meacutedicas e demais exames complementares (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) sect 5ordm (VETADO) (Incluiacutedo pela Lei nordm 10421 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Nos incisos e paraacutegrafos desse artigo podem se destacar as vantagens da

empregada gestante que entram em harmonia com a redaccedilatildeo constitucional (art

7ordm XVIII CF88) O benefiacutecio do salaacuterio-maternidade eacute estendido a todas as

trabalhadoras (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

A licenccedila-maternidade natildeo teraacute prejuiacutezo da remuneraccedilatildeo integral observa o

art 393 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ligado ao art 7ordm XVIII da CF88 e

igualmente previsto no art 72 da Lei na Lei 82131991 (BRASIL 1991

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Natildeo haacute teto previdenciaacuterio para o benefiacutecio em

questatildeo completa Martins conforme Machado (2017 p 272) Veja o dispositivo

Art 393 Durante o periacuteodo a que se refere o art 392 a mulher teraacute direito ao salaacuterio integral e quando variaacutevel calculado de acordo com a meacutedia dos 6 (seis) uacuteltimos meses de trabalho bem como os direitos e vantagens adquiridos sendo ndash lhe ainda facultado reverter agrave funccedilatildeo que anteriormente ocupava (Redaccedilatildeo dada pelo Decreto-Lei 229 de 2821967) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em observaccedilatildeo na sequecircncia o art 394 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquomediante atestado meacutedico agrave mulher

graacutevida eacute facultado romper o compromisso resultante de qualquer contrato de

trabalho desde que este seja prejudicial agrave gestaccedilatildeordquo Essa regra assegura agrave

empregada gestante a viabilidade de romper o contrato de trabalho mediante

atestado meacutedico se ficar comprovado que seraacute prejudicial agrave gestaccedilatildeo ficando isenta

34

da obrigaccedilatildeo de indenizar quaisquer eventuais prejuiacutezos no contrato de trabalho

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 273)

Martins conforme Machado (2017 p 273) diz que se trata da transparente

assimilaccedilatildeo de que os trabalhos insalubres satildeo prejudiciais agrave sauacutede do empregado

manifesta a situaccedilatildeo da gravidez arriscando o desenvolvimento do feto Estendido

ao periacuteodo da lactaccedilatildeo pois o leite materno eacute o uacutenico alimento da crianccedila nos

primeiros meses de vida e precisa estar livre de qualquer ameaccedila de contaminaccedilatildeo

Eis o texto do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoA empregada gestante ou lactante seraacute afastada

enquanto durar a gestaccedilatildeo ou lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou

locais insalubres devendo exercer suas atividades em locais salubresrdquo Essa regra

foi alterada pela Lei 134672017 que seraacute comentada no proacuteximo capiacutetulo

O adicional de insalubridade da gestante ou lactante seraacute pago pela empresa

conforme o art 248 da CF88 em razatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias fazendo parte da remuneraccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

Seguindo o proacuteximo artigo relativo agrave proteccedilatildeo da mulher art 395 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoEm caso de aborto natildeo criminoso comprovado por

atestado meacutedico oficial a mulher teraacute um repouso remunerado de (2) duas

semanas com direito de retornar a funccedilatildeo que ocupava antes do afastamentordquo

Martins conforme Machado (2017 p 274) mostra que o atestado meacutedico oficial eacute

viabilizado pelo SUS ou pelo serviccedilo meacutedico da empresa A remuneraccedilatildeo seraacute paga

pela Previdecircncia Social conforme o salaacuterio-maternidade

Martins conforme Machado (2017 p 274-275) aponta no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho o direito agrave amamentaccedilatildeo dos filhos mesmo que

proveniente de adoccedilatildeo ateacute completar 6 (seis) meses de dois descansos especiais

de meia hora cada durante a jornada de trabalho O periacuteodo de 6 (seis) meses se a

sauacutede da crianccedila exigir poderaacute ser estendido Veja o artigo 396 do Decreto-Lei

545243

Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um Paraacutegrafo uacutenico Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

35

Antes o salaacuterio-maternidade era responsabilidade do empregador dessa

forma a Convenccedilatildeo 103 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) jaacute

mencionada anteriormente publicada pelo Decreto 588201966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinou que o INSS ficasse responsaacutevel pelas

parcelas devidas agrave gestante Isso para evitar a diferenciaccedilatildeo no momento da

contrataccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Foi uma maneira de estimular as

empresas a natildeo ter receio na admissatildeo de mulheres (MARTINS 2014 p 668)

Martins (2014 p 679) diz que a mesma Convenccedilatildeo 103 consagra os intervalos

destinados para amamentaccedilatildeo do filho consoante com a lei nacional Os intervalos

devem ser computados na jornada de trabalho

De acordo com Garcia (2018 p 1085) o salaacuterio-maternidade eacute devido agrave

mulher durante o tempo em que for mantida como segurada Acentua o art 97 do

Regulamento da Previdecircncia Social (RPS-Decreto 30481999) (BRASIL 1999

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que foi alterado pelo Decreto 61222007 (BRASIL

2007 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Independente das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias permaneceraacute filiada ao INSS e receberaacute salaacuterio O que antes no

entendimento da Previdecircncia ocorria somente se a mulher estivesse empregada

teria direito Repare o dispositivo

Art 97 O salaacuterio ndash maternidade da segurada empregada seraacute devido pela previdecircncia social enquanto existir relaccedilatildeo de emprego observadas as regras quanto ao pagamento desse benefiacutecio pela empresa Paragrafo uacutenico Durante o periacuteodo de graccedila a que se refere o art 13 a segurada desempregada faraacute jus ao recebimento do salaacuterio ndash maternidade nos casos de demissatildeo antes da gravidez ou durante a gestaccedilatildeo nas hipoacuteteses de dispensa por justa causa ou a pedido situaccedilotildees em que o benefiacutecio seraacute pago diretamente pela previdecircncia social (BRASIL 2007 httpwwwplanaltogovbrgt)

O artigo 397 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) prevecirc que as

entidades puacuteblicas destinadas agrave assistecircncia e agrave infacircncia tenham responsabilidade de

acordo com suas possibilidades financeiras de manter distribuiacutedos nas zonas de

mais densidade de trabalhadores locais destinados para atender os filhos de

mulheres empregadas Essa regra natildeo eacute obrigatoacuteria eacute facultativa pois depende de

recursos financeiros disponiacuteveis e conforme o art 7ordm XXV da CF88 eacute dever do

Estado disponibilizar esse benefiacutecio assim como o art 208 IV da mesma

Constituiccedilatildeo Revogado o art 398 pelo Decreto-Lei 229 de 28021967 (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 275)

36

Avanccedilando na apresentaccedilatildeo chegamos ao art 399 da Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (CLT) que confere em sua redaccedilatildeo que os empregadores que se

destacarem pela organizaccedilatildeo de creches e instituiccedilotildees de menores em idade preacute-

escolar seratildeo agraciados pelo Ministro do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio com um

diploma de benemerecircncia desde que tais serviccedilos se destaquem por sua

generosidade e pela competecircncia das respectivas instalaccedilotildees O art 7ordm XXV da

Constituiccedilatildeo garante assistecircncia gratuita aos filhos e dependentes desde o

nascimento ateacute 5 anos de idade em creches e preacute-escolas restando ao empregador

apenas o reconhecimento do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego que agracia por

meio de diploma de benemerecircncia as empresas que constituem este ambiente em

suas dependecircncias Mas natildeo eacute obrigaccedilatildeo e sim do Estado (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

Por fim o art 400 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Este completa

o art 389 sect1ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que seraacute exposto no proacuteximo capiacutetulo descrevendo

que ldquoOs locais destinados agrave guarda dos filhos das operaacuterias durante o periacuteodo da

amamentaccedilatildeo deveratildeo possuir no miacutenimo um berccedilaacuterio uma saleta para

amamentaccedilatildeo uma cozinha dieteacutetica e uma instalaccedilatildeo sanitaacuteriardquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

A Lei 133012016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art

18 sect 3ordm assegura licenccedila-maternidade de 180 dias agraves matildees de crianccedilas que tiveram

sequelas neuroloacutegicas transmitidas pelo Aedes aegypti e salaacuterio-maternidade

garantido no art 71 da Lei 82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Lei dos Benefiacutecios da Previdecircncia Social Esse entendimento se estende tambeacutem agraves

matildees adotantes quando estiverem presentes os requisitos Essa previsatildeo aplica-se

relativamente agrave segurada especial contribuinte individual facultativa e trabalhadora

avulsa (art 18 sect4ordm da Lei 133012016) e no (art 72 sect 3ordm da Lei 821391)

(GARCIA 2018 p 1086)

A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 a Constituiccedilatildeo Federal88 e

outras diversas leis envolvem uma seacuterie de questotildees que protegem o trabalho da

mulher contra os abusos do empregador que infelizmente eacute muito comum A

subordinaccedilatildeo juriacutedica que pondera faz com que as normas observem qualquer

nulidade em ato seu de renunciar aos direitos trabalhistas mesmo que seja qualquer

anuecircncia em uma alteraccedilatildeo contratual natildeo seraacute validada se houver prejuiacutezos para o

37

empregado Nesse aspecto destacamos no art 9ordm da CLT43 o seguinte dizer

ldquoSeratildeo nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar

impedir ou fraudar a aplicaccedilatildeo dos preceitos contidos na presente consolidaccedilatildeordquo

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

311 Estabilidade da gestante e da adotante

A licenccedila-maternidade eacute uma proteccedilatildeo ao trabalho da mulher Nestes termos a

empregada que adotar ou alcanccedilar a guarda judicial de crianccedila ou adolescente teraacute

esse direito Martins (2014 p 670) cita que eacute devido o salaacuterio-maternidade de 120

dias natildeo interessando a idade da crianccedila Primeiramente aplicavam-se os preceitos

de Seacutergio Pinto Martins no entendimento de que a matildee adotante natildeo teria direito agrave

garantia de emprego pois natildeo houve parto e a garantia de emprego eacute referida a

contar do parto natildeo existindo parto natildeo haacute garantia de emprego (GARCIA 2018 p

1098)

Dessa forma Garcia (2018 p 1087) cita que a Lei 104212002 (BRASIL

2002 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiu o artigo 392-A agrave CLT e o art 71-A agrave Lei

82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando a extensatildeo

agrave matildee adotiva os mesmos direitos que a gestante Veja a nova redaccedilatildeo

Art 392-A A empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoccedilatildeo de crianccedila e adolescente seraacute concedida licenccedila-maternidade nos termos do art 392 desta lei (redaccedilatildeo dada pela Lei 135092017) sect 1ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 2ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 3ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 4ordm A licenccedila - maternidade soacute seraacute concedida mediante apresentaccedilatildeo do termo de guarda agrave adotante ou guardiatilde (incluiacutedo pela Lei 104212002) sect 5ordm A adoccedilatildeo ou guarda judicial conjunta ensejaraacute a concessatildeo de licenccedila -maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiatildees empregado ou empregada (Incluiacutedo pela Lei 128732013) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1089) mostra que a Lei 12010 de 29 de julho de 2009

(BRASIL 2009 lthttpwwwplanaltogovbrgt) revogou os sectsect 1ordm a 3ordm do art 392-A da

CLT que versavam sobre a desigualdade do periacuteodo de licenccedila de acordo com a

idade da crianccedila

Em texto dado pela Lei 12873 de 22 de outubro de 2013 (BRASIL 2013

lthttpwwwplanaltogovbrgt) o art 71-A da Lei 821391 passou a regrar que o

38

segurado e a segurada do INSS que adotar ou alcanccedilar guarda judicial para fins de

adoccedilatildeo teratildeo direito ao salaacuterio-maternidade no periacuteodo de 120 dias apontando que

ao segurado (homem) tambeacutem eacute estendido o direito em questatildeo (art 71 ndash B sect3ordm

821391) (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Da mesma forma o art 71-

B da Lei 821391 dilatado pela Lei 128132013 regula que em caso do

falecimento da segurada ou segurado que tem direito ao salaacuterio-maternidade o

provento deveraacute ser pago ao cocircnjuge sobrevivente O benefiacutecio natildeo seraacute pago em

caso de falecimento ou abandono do filho (GARCIA 2018 p 1089)

O salaacuterio-maternidade eacute um benefiacutecio pago pela Previdecircncia Social assim

evitando a discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo da mulher caso a

remuneraccedilatildeo fique a cargo do empregador (GARCIA 2018 p 1087-1088)

Conforme o artigo 391-A paraacutegrafo uacutenico da CLT adicionado pela Lei 13509

de 22 de novembro de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

estabilidade provisoacuteria prevista no art 10 inciso II aliacutenea b do ADCT eacute estendida

ao empregado adotante embora a guarda de adoccedilatildeo seja concedida durante o

periacuteodo de aviso preacutevio trabalhado ou indenizado A garantia de emprego tambeacutem

pode estar prevista em acordos coletivos de trabalho perante negociaccedilatildeo (art 7ordm

XXVI da CF88) ou mesmo que seja prevista em lei com justificativa no principio da

norma mais beneacutefica (GARCIA 2018 p 1099-1100 e 1101)

A empregada deveraacute apresentar termo de guarda da adotante para que o

empregador esteja ciente da adoccedilatildeo O documento seraacute apresentado com o

propoacutesito de deferir a licenccedila Martins (2014 p 670-671) acentua que a licenccedila-

maternidade seraacute concedida somente para um dos adotantes na adoccedilatildeo ou guarda

judicial conjunta A empregada adotante receberaacute salaacuterio-maternidade apenas com

crianccedilas adotadas ateacute oito anos de idade Natildeo haacute direito a salaacuterio-maternidade se a

crianccedila adotada tiver mais de 8 (oito) anos O salaacuterio-maternidade natildeo seraacute pago no

periacuteodo de estaacutegio de convivecircncia somente apoacutes a sentenccedila judicial devidamente

registrada no cartoacuterio civil comprovando o viacutenculo da adoccedilatildeo

A Lei Complementar 146 de 25 de julho de 2014 (BRASIL 2014

lthttpwwwplanaltogovbrgt) estabeleceu o direito previsto no art10 II aliacutenea b do

ADCT aos casos em que houver falecimento da genitora Sendo assim a

estabilidade eacute garantida a quem tiver a guarda do receacutem-nascido (GARCIA 2018 p

1101)

39

Dessa forma nada mais eacute acertado de que com o falecimento da genitora a

garantia de emprego seja estendida para quem obtiver a guarda da crianccedila tendo

em vista que eacute para o bem-estar do receacutem-nascido que precisa de cuidados

especiais A crianccedila eacute titular do benefiacutecio e a estabilidade pode ser concedida agrave

empregada adotante tambeacutem quando estiver no aviso preacutevio indenizado ou

trabalhado se a guarda provisoacuteria for concedida neste periacuteodo (GARCIA 2018 p

1099)

Conforme Garcia (2018 p 1101) o direito de garantia de emprego tambeacutem

pode ser de algum parente como a avoacute por exemplo caso ela tenha a guarda do

receacutem-nascido na ausecircncia dos pais

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

A prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade eacute um direito das empregadas que

trabalham nas empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadatilde previsto no art

1ordm da Lei 117702008 Assim sendo eacute destinado agrave Pessoa juriacutedica e empresa rural

ou urbana natildeo podendo o empregador ser pessoa fiacutesica Caso a empresa natildeo

aderir ao programa as empregadas natildeo teratildeo direito ao benefiacutecio (MARTINS 2014

p 672)

De acordo com a Lei 11770 de 09 de setembro de 2008 (BRASIL 2008

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a licenccedila-maternidade eacute prorrogaacutevel por 60 dias Essa

lei prevecirc apenas a extensatildeo da licenccedila e natildeo menciona o salaacuterio-maternidade que eacute

pago pelo INSS Nenhum preceito prevecirc que o acreacutescimo de 60 dias da licenccedila seraacute

pago pelo INSS A prorrogaccedilatildeo deve ser requerida pela empregada ateacute o final do

primeiro mecircs apoacutes o parto De outra forma natildeo faraacute jus agrave prorrogaccedilatildeo (MARTINS

2014 p 671-672)

Segundo o art 3ordm da Lei 117702008 ldquo[] a empregada teraacute direito a

remuneraccedilatildeo integral nos mesmos moldes devidos no periacuteodo de percepccedilatildeo do

salaacuterio-maternidade pago pelo regime geral da previdecircncia socialrdquo mas isso natildeo

acarreta o pagamento pelo INSS No decorrer da prorrogaccedilatildeo dos 60 dias a

empregada natildeo poderaacute ficar sem receber remuneraccedilatildeo que seraacute de

responsabilidade do empregador como acontece nos 120 dias de desligamento da

gestante (MARTINS 2014 p 672)

40

Martins (2014 p 672) alega que o referido artigo confere que a previdecircncia

social eacute quem paga o salaacuterio-maternidade mas natildeo a extensatildeo dos 60 dias O

pagamento pelo INSS viola o sect 5ordm do art 195 da CF88 pois natildeo haacute como custear

a prorrogaccedilatildeo do salaacuterio-maternidade

O art 6ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

alterava o art 28 sect 9ordm da Lei 821291 estabelecendo que as importacircncias

recebidas em 60 dias de prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade natildeo constituem o

salaacuterio de contribuiccedilatildeo Garcia (2018 p 1092) indica que esse artigo foi vetado com

o entendimento de que nas importacircncias recebidas nos 120 dias existe a aplicaccedilatildeo

de contribuiccedilotildees previdenciaacuterias todavia na prorrogaccedilatildeo segue o mesmo criteacuterio

Do mesmo modo a licenccedila-paternidade segue os requisitos da licenccedila-

maternidade podendo ter prorrogaccedilatildeo de 15 (quinze) dias mais 5 (cinco) dias que

estaacute previsto no art 10 sect1ordm do ADCT Essa regra foi incluiacuteda pela Lei 13257 de 08

de marccedilo de 2016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando que

o periacuteodo total eacute entatildeo de 20 dias (GARCIA 2018 p 1091)

Esse programa tambeacutem poderaacute ser adquirido pela Administraccedilatildeo Puacuteblica diz o

art 2ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assim

como as empresas puacuteblicas sociedades de economia mista que fazem parte da

Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta (MARTINS 2014 p 672)

O propoacutesito da prorrogaccedilatildeo das licenccedilas-maternidade e paternidade eacute que os

pais permaneccedilam em contato direto com os filhos mais tempo possibilitando

principalmente para a matildee a amamentaccedilatildeo Os pais natildeo poderatildeo exercer seja qual

for atividade remunerada e a crianccedila ficaraacute sob seus cuidados A desobediecircncia

dessa regra acarreta na perda do direito em questatildeo (GARCIA 2018 p 1092)

Vejamos o Recurso Ordinaacuterio julgado pela 4ordf Turma do Tribunal Regional do

Trabalho da 4ordm Regiatildeo tendo como Relator o Ministro George Achutti dando

provimento ao recurso da reclamada que nega a participaccedilatildeo no Programa Empresa

Cidadatilde Portanto o reclamante natildeo teraacute direito a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

paternidade de 05 para 20 dias Conforme relatado natildeo teratildeo direito as

prorrogaccedilotildees das licenccedilas empregados das empresas que natildeo aderem ao programa

previsto no art 1ordm da Lei 117702008

ECT PRORROGACcedilAtildeO DA LICENCcedilA-PATERNIDADE PROGRAMA EMPRESA CIDADAtilde Negada pela reacute a participaccedilatildeo no Programa Empresa Cidadatilde que autoriza a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-paternidade de 05 para 20 dias eacute ocircnus do reclamante provar a inscriccedilatildeo da empresa no referido

41

Programa porquanto se trata de fato constitutivo de seu direito Inteligecircncia dos artigos 818 da CLT e 373 inc I do NCPC (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Segundo Martins (2014 p 672-673) para obter essa prorrogaccedilatildeo a empregada

deveraacute fazer o requerimento ateacute o final do primeiro mecircs apoacutes o parto A empregada

natildeo teraacute direito senatildeo fizer dentro deste prazo Esse benefiacutecio tambeacutem pode ser

concedido agrave empregada adotante ou que obtenha guarda judicial A empregada teraacute

que receber salaacuterio integral que ficaraacute a cargo do empregador conforme prevecirc o art

3ordm da Lei 1177008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) A empresa que

aderir ao programa e permitir a prorrogaccedilatildeo poderaacute deduzir do imposto de renda

devido o montante da remuneraccedilatildeo dos 60 dias art 5ordm da Lei 1177008 sendo que

deduzir como despesa operacional eacute proibido Note a regra

Art 5ordm A pessoa juriacutedica tributada com base no lucro real poderaacute deduzir do imposto devido em cada periacuteodo de apuraccedilatildeo o total da remuneraccedilatildeo da empregada e do empregado pago nos dias de prorrogaccedilatildeo de sua licenccedila-maternidade e sua licenccedila-paternidade vedada a deduccedilatildeo como despesa operacional (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1093) expotildee que o propoacutesito do art 5ordm da Lei 1177008 eacute

barrar as diferenccedilas nas relaccedilotildees de trabalho impedida no art 7ordm inciso XXX da

CF88 que proiacutebe a diferenccedila de salaacuterios e os criteacuterios na hora da admissatildeo como

sexo cor idade e estado civil Com eixo no lucro real os salaacuterios devidos nas

prorrogaccedilotildees das licenccedilas-maternidade e paternidade seratildeo deduzidos do imposto

de renda correspondente pela pessoa juriacutedica Nesse sentido incentiva as empresas

a natildeo terem receio na contrataccedilatildeo de mulheres em razatildeo das proteccedilotildees

Conforme Garcia (2018 p 1093) entende-se que a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

maternidade eacute capaz de trazer efeitos negativos para a contrataccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho em razatildeo das substituiccedilotildees que seratildeo feitas no decorrer deste

periacuteodo de licenccedila Isto eacute no decorrer da licenccedila a empresa teraacute que contratar outro

empregado para suprir a ausecircncia da gestante ou adotante

A partir das informaccedilotildees trazidas nesse capiacutetulo sobre a proteccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho uma observaccedilatildeo que pontua eacute que essas medidas agraves vezes

podem prejudicar a inserccedilatildeo da mulher no acircmbito trabalhista principalmente em

relaccedilatildeo agrave proteccedilatildeo agrave maternidade embora existam vaacuterios entendimentos Portanto

algumas medidas que caracterizavam discriminaccedilatildeo foram revogadas Certamente

42

para a mulher que possui demasiadas tarefas como cuidar dos filhos e da casa e

busca seu espaccedilo como profissional o trabalho eacute uma forma de auxiliar nas

despesas domeacutesticas e as proteccedilotildees acabam sendo um amparo Ainda assim a

incerteza do empregador que jaacute acumula tantos impostos eacute relevante na hora da

contrataccedilatildeo

Apoacutes o estudo das medidas protetivas no trabalho feminino continuamos

falando do trabalho da mulher agora em relaccedilatildeo agraves modificaccedilotildees criadas pela

Reforma Trabalhista Lei 134672017

43

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA

Realiza-se nesse capiacutetulo a apresentaccedilatildeo da mais recente e significativa

modificaccedilatildeo nas regras trabalhistas a Reforma trabalhista A nova lei modificou

201 pontos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) O assunto principal

dessa abordagem eacute o trabalho da mulher e as mudanccedilas com a Reforma bem

como meacutetodos e locais de trabalho da mulher e as obrigaccedilotildees do empregador

Aleacutem disso tambeacutem a insalubridade que eacute o ponto mais questionado no trabalho

da mulher na nova lei e demais regras como amamentaccedilatildeo por exemplo regras

que poderatildeo ser negociadas diretamente com o empregador A Reforma tambeacutem

estabelece novas oportunidades de trabalho bem como o teletrabalho onde eacute

possiacutevel a mulher flexibilizar os horaacuterios em consonacircncia com os cuidados da casa

e dos filhos Poreacutem um breve comentaacuterio sobre a terceirizaccedilatildeo e o distanciamento

dos sindicatos nas homologaccedilotildees dos pedidos de demissatildeo e negociaccedilotildees

coletivas dispositivos que a Reforma introduziu e que satildeo relevantes

Segundo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 39-40) a Lei 13467 de 13

de julho de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Reforma

trabalhista aponta um regresso para o antigo papel do Direito na histoacuteria um

mecanismo de exclusatildeo afastamento da desigualdade entre as pessoas humanas

e grupos sociais Demasiadamente afastada da matriz constitucional a nova lei

instituiu meacutetodos gravemente contraacuterios e regressivos Note-se que o primeiro

capiacutetulo desse trabalho relata a histoacuteria do Direito do Trabalho

De acordo com Krein (2018 p 77) a nova lei foi interpretada como um golpe

do Governo Federal e Congresso contra os desfavorecidos ao aprovar dispositivos

que desmantelam os direitos conquistados nos uacuteltimos 100 anos pelo povo

brasileiro Eacute a elaboraccedilatildeo de regras que redefinem o papel do Estado e delineia um

novo rumo para o Paiacutes

De acordo com Krein (2018 p 78) a hipoacutetese eacute que a contrarreforma buscou

ao mesmo tempo

[] legalizar praacuteticas jaacute existentes no mercado de trabalho e possibilitar um novo ldquocardaacutepiordquo de opccedilotildees aos empregadores para manejar a forccedila de trabalho de acordo com suas necessidades Assim ela busca ajustar o padratildeo de regulaccedilatildeo do trabalho de acordo com as caracteriacutesticas do capitalismo contemporacircneo que fortalece a autorregulaccedilatildeo do mercado ao submeter o trabalhador a uma maior inseguranccedila e ao ampliar a liberdade

44

do empregador em determinar as condiccedilotildees de contrataccedilatildeo o uso da matildeo de obra e a remuneraccedilatildeo do trabalho

Baseado nas mudanccedilas e pelo impacto causado nas regras cogita-se a

possibilidade de um regulamento privado pois fragiliza os sindicatos e as

instituiccedilotildees puacuteblicas Significa um desmonte de direitos a negociaccedilatildeo diretamente

com o empregador assim como a flexibilidade das normas torna o empregado

vulneraacutevel muitas vezes aceitando propostas para natildeo perder o emprego Assim

sendo volta-se para um periacuteodo onde negociaccedilotildees eram feitas entre empregador e

empregado O empregador obtinha vantagem fazia como queria pois era o dono

da induacutestria e os empregados deveriam acatar natildeo tinham opccedilatildeo natildeo tinham

direito a nada (KREIN 2018 p 96)

O conteuacutedo da reforma leva o processo de definiccedilatildeo das regras para o interno

da empresa ateacute mesmo na individualizaccedilatildeo da negociaccedilatildeo para componentes com

melhor remuneraccedilatildeo Conforme Krein (2018 p 78) um afastamento dos sindicatos

onde predomina uma organizaccedilatildeo descentralizada e estruturada com interesses

das empresas Os princiacutepios constitucionais natildeo foram mudados o que gera

conflitos de interpretaccedilatildeo juriacutedica O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho acentua a

inconstitucionalidade de vaacuterias regras da reforma e que ela eacute incompatiacutevel com as

convenccedilotildees internacionais ratificadas no Brasil (KREIN 2018 p 80)

Assim sendo de acordo com Krein (2018 p 80) existiraacute conflitos juriacutedicos

sobre a aplicaccedilatildeo das normas modificadas uma vez que estas poderatildeo alterar o

conteuacutedo na composiccedilatildeo das jurisprudecircncias Desse modo como os juristas

poderatildeo decidir contra a Lei Maior obviamente que nenhuma regra pode contrariar

a Constituiccedilatildeo Federal A reforma trouxe mudanccedilas fundamentais poreacutem a

resistecircncia em torno da regulamentaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho continua e

somente pesquisas futuras indicaratildeo com presteza os impactos da reforma

Primeiramente comenta-se a terceirizaccedilatildeo que suporta o entendimento da

movimentaccedilatildeo de certas atividades executadas da empresa (contratante) para uma

empresa prestadora de serviccedilos (contratada) (GARCIA 2018 p 395)

O novo sistema legal adotado diz (art 4ordm - A da Lei 60191974 com redaccedilatildeo

dada pela Lei 134672017) a Reforma que a

[] terceirizaccedilatildeo eacute a transferecircncia feita pela contratante (tomadora) da execuccedilatildeo de quaisquer atividades inclusive sua atividade principal agrave pessoa juriacutedica de direito privado prestadora de serviccedilos que possua

45

capacidade econocircmica compatiacutevel com a sua execuccedilatildeo (BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O trabalhador eacute funcionaacuterio da empresa prestadora de serviccedilos mas trabalha

para a empresa tomadora O viacutenculo passa a ser triangular ou trilateral Sabe-se

que originalmente a relaccedilatildeo de emprego eacute bilateral ou seja empregado e

empregador que eacute o contratante do serviccedilo disponibilizado (GARCIA 2018 p

395)

Conforme Garcia (2018 p 400) eacute admitido no dispositivo expresso que os

empregados terceirizados possam exercer qualquer funccedilatildeo dentro da empresa

tomadora de serviccedilos inclusive a atividade principal Portanto a terceirizaccedilatildeo natildeo

pode ser equivocada com a intermediaccedilatildeo de matildeo de obra proibida no sistema

juriacutedico que pode derivar em fraude ao viacutenculo empregatiacutecio com o legiacutetimo

empregador (art 9ordm da CLT) e violar o valor social do trabalho (art 1ordm inciso IV da

CF88) A terceirizaccedilatildeo deve ser especiacutefica e tratar de determinados serviccedilos e natildeo

fornecer trabalhadores atraveacutes de empresa contratada Por isso em serviccedilos

terceirizados normalmente a empresa contratada tem sua especialidade

Isso eacute regulamentado no art 5ordm-B da Lei 60191974 dilatado pela Lei

134292017 Veja o dispositivo

Art 5ordm - B O contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos conteraacute (Incluiacutedo pela Lei 134292017) I ndash qualificaccedilatildeo das partes (Incluiacutedo pela Lei 134292017) II ndash especificaccedilatildeo do serviccedilo a ser prestado (Incluiacutedo pela Lei 134292017) III ndash prazo para a realizaccedilatildeo do serviccedilo quando for o caso (Incluiacutedo pela Lei 134292017) IV ndash valor (Incluiacutedo pela Lei 134292017) (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt)

Observa-se que as regras satildeo contraditoacuterias entre si Assim sendo a

terceirizaccedilatildeo natildeo pode prestar serviccedilos geneacutericos somente especiacuteficos Nos

serviccedilos prestados pelas empresas terceirizadas as atividades-meio satildeo um

suporte um acessoacuterio e a atividade-fim eacute o exerciacutecio principal da empresa

(GARCIA 2018 p 401)

Uma regra relevante na terceirizaccedilatildeo eacute o art 5ordm-D da Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiacutedo tambeacutem pela Lei

134672017 Garcia (2018 p 403) cita que consta em sua redaccedilatildeo que o

empregado que atuou na empresa contratante natildeo poderaacute no periacuteodo de 18

46

(dezoito) meses a partir de sua demissatildeo ser admitido pela empresa prestadora de

serviccedilos agrave empresa contratante

De acordo com Garcia (2018 p 396) a terceirizaccedilatildeo eacute muito utilizada nos

dias atuais em razatildeo da diminuiccedilatildeo de custos para as empresas tomadoras

Empresas prestadoras de serviccedilos satildeo mais eficientes tecircm maior produtividade e

competitividade que satildeo fundamentais em momentos de globalizaccedilatildeo

Outra modificaccedilatildeo da Reforma eacute relacionada agraves homologaccedilotildees sindicais nas

rescisotildees contratuais de trabalho onde as negociaccedilotildees poderatildeo ser entre

empregado e empregador sem a necessidade de mediaccedilatildeo ou arbitragem Silva

(2017) ressalta o art 507-B da Lei 134672017 que estabelece a alteraccedilatildeo na lei

trabalhista Veja o dispositivo

Art 507 ndash B Eacute facultado a empregados e empregadores na vigecircncia ou natildeo do contrato de emprego firmar o termo de quitaccedilatildeo anual de obrigaccedilotildees trabalhistas perante o sindicato dos empregados da categoria Paragrafo uacutenico O termo discriminaraacute as obrigaccedilotildees de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constaraacute a quitaccedilatildeo anual dada pelo empregado com eficaacutecia liberatoacuteria das parcelas nele especificadas (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A nova lei revogou o sectsect 1ordm 3ordm e 7ordm do art 477 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho 1943 que obrigava a homologaccedilatildeo sindical no pedido de demissatildeo ou

no recibo de quitaccedilatildeo das parcelas rescisoacuterias devidas (SILVA 2017)

Silva (2017) destaca tambeacutem a redaccedilatildeo do art 477-A que estabelece

ldquodispensas imotivadas individuais pluacuterimas ou coletivas equiparam-se para todos

os fins natildeo havendo autorizaccedilatildeo preacutevia sindical ou celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo ou

acordo coletivo de trabalho para sua efetivaccedilatildeordquo (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Discute-se a constitucionalidade deste dispositivo

pois existem restriccedilotildees agraves demissotildees em massa no art 7ordm I CF88 Assim

constata-se que os desligamentos em massa afetam os contratos de trabalho

individuais perante a sociedade fornecedores e clientes prestadores de serviccedilo

Da mesma forma como a arrecadaccedilatildeo de impostos locais e nacionais a renda e o

consumo dos trabalhadores demitidos

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho revelou uma extrema preocupaccedilatildeo com a

nova lei principalmente nos casos de acordo coletivo sobre o que prevecirc a

legislaccedilatildeo A reforma estabelece a prevalecircncia do negociado sobre o legislado ateacute

mesmo na negociaccedilatildeo dos direitos O empregador teraacute preponderacircncia sobre as

47

leis Algumas normas poderatildeo ser negociadas entre empregador e empregado

(MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO DO TRABALHO - MPT 2018 lthttpportalmptmpbrgt)

A Reforma gerou grandes discussotildees sendo extremamente preocupante para

os oacutergatildeos de proteccedilatildeo ao trabalhador essas novas regras Na flexibilizaccedilatildeo da

negociaccedilatildeo entre empregado e empregador o receio eacute que fuja do controle e o

trabalhador perca forccedila nos contratos de trabalho sem apoio da organizaccedilatildeo

sindical e demais instituiccedilotildees puacuteblicas nos acordos e negociaccedilotildees coletivas com

previsatildeo no art 8ordm VI da Constituiccedilatildeo Federal88 Apesar disso algumas regras

ficaram melhores com a livre negociaccedilatildeo em razatildeo da inviabilidade no cotidiano do

empregado Nas demissotildees em massa a liberaccedilatildeo do sindicato nas homologaccedilotildees

pode trazer prejuiacutezos ao trabalhador supondo que a empresa demita funcionaacuterios

diretos para contratar uma empresa terceirizada Muitas empresas fazem isso e a

intervenccedilatildeo do sindicato poderia necessariamente impedir esse procedimento

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher

Nesse momento apresentam-se os artigos 388 389 e 390 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho CLT (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) estes eacute

que regram os meacutetodos e locais de trabalho da mulher tendo as empresas a

obrigaccedilatildeo de proporcionar lugares para a mulher ter um ambiente de trabalho

saudaacutevel e seguro De iniacutecio mostra-se o artigo 388 modificado pela Lei 7855 de

24 de outubro de 1989 (BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe o

dispositivo

Art 388 - Em virtude de exame e parecer da autoridade competente o Ministro do Trabalho Induacutestria e Comercio poderaacute estabelecer derrogaccedilotildees totais ou parciais agraves proibiccedilotildees a que alude o artigo anterior quando tiver desaparecido nos serviccedilos considerados perigosos ou insalubres todo e qualquer caraacuteter perigoso ou prejudicial mediante a aplicaccedilatildeo de novos meacutetodos de trabalho ou pelo emprego de medidas de ordem preventiva (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 261) diz que a vigecircncia deste artigo

aponta erro do legislador pois se refere expressamente ao artigo anterior que

proibia o trabalho das mulheres em atividades perigosas e insalubres nos

subteacuterreos mineraccedilotildees e subsolo o art 387 que foi revogado pela Lei 78551989

(BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observa-se que o motivo pelo qual o

48

artigo existe sumiu surgindo uma possibilidade de lacuna na legislaccedilatildeo trabalhista a

regra natildeo estaacute vigente natildeo haacute casos em que possa incidir

De acordo com Martins (2014 p 667) natildeo eacute mais proibido o trabalho das

mulheres em lugares subteacuterreos pedreiras mineraccedilotildees e subsolo obras puacuteblicas ou

particulares Ateacute mesmo a Constituiccedilatildeo Federal88 natildeo proiacutebe as atividades

insalubres mulheres podem trabalhar em locais perigosos por exemplo em postos

de gasolina

Ratificada no Brasil a Convenccedilatildeo nordm 136 de 1971 estabelece proteccedilatildeo aos

riscos de intoxicaccedilatildeo por benzeno vedando agraves mulheres graacutevidas e lactantes de

trabalharem em locais onde existe exposiccedilatildeo de benzeno (MARTINS 2014 p 667)

Seguindo essa ordem de acordo com o art 389 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) eacute obrigaccedilatildeo de toda

empresa

Art 389 Toda empresa eacute obrigada I ndash a prover os estabelecimentos de medidas concernentes agrave higienizaccedilatildeo dos meacutetodos e locais de trabalho tais como ventilaccedilatildeo e iluminaccedilatildeo e outros que fizerem necessaacuterios agrave seguranccedila e ao conforto das mulheres a criteacuterio da autoridade competente II ndash a instalar bebedouros lavatoacuterios aparelhos sanitaacuterios dispor de cadeiras e bancos em nuacutemero suficiente que permitam aacutes mulheres trabalhar sem esgotamento fiacutesico III ndash a instalar vestiaacuterios com armaacuterios individuais privativos das mulheres exceto os estabelecimentos comerciais escritoacuterios bancos e atividades afins em que seja exigida a troca de roupa e outros a criteacuterio da autoridade competente em mateacuteria de seguranccedila e higiene do trabalho admitindo ndash se como suficientes as gavetas ou escaninhos onde possam as empregadas guardar seus pertences IV - a fornecer gratuitamente a juiacutezo da autoridade competente os recursos de proteccedilatildeo individual tais como oacuteculos maacutescaras luvas e roupas especiais para a defesa dos olhos do aparelho respiratoacuterio e da pele de acordo com a natureza do trabalho sect 1ordm Os estabelecimentos que trabalharem pelo menos 30 (trinta mulheres) com mais de 16 (dezesseis) anos de idade teratildeo local apropriado onde seja permitido agraves empregadas guardar sob vigilacircncia e assistecircncia os seus filhos no periacuteodo da amamentaccedilatildeo sect 2ordm a exigecircncia do sect1ordm poderaacute ser suprida por meio de creches distritais mantidas diretamente ou mediante convecircnios com outras entidades publicas ou privadas pelas proacuteprias empresas com regime comunitaacuterio ou a cargo do SESI do SESC da LBA ou de entidades sindicais (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Eacute obrigaccedilatildeo das empresas promoverem ambientes saudaacuteveis com iluminaccedilatildeo

e ventilaccedilatildeo adequada Martins conforme Machado (2017 p 261) dispotildee que essas

regras se apresentam detalhadas nos artigos 175 a 178 do Decreto-Lei 54521943

no Capiacutetulo V do Titulo II (Da Seguranccedila e Medicina do Trabalho)

49

Martins conforme Machado (2017 p 261) afirma que eacute obrigatoriedade de as

empresas fornecerem aacutegua potaacutevel sanitaacuterios e lavatoacuterios Essa norma tambeacutem eacute

estabelecida no art 200 VII da mesma Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

Vestiaacuterios com armaacuterios individuais reservados agraves mulheres eacute uma regra que

abrange empresas em que funcionaacuterias necessitem trocar de roupa como por

exemplo hospitais Nos demais estabelecimentos previstos basta que tenham uma

gaveta ou um escaninho para guardar seus objetos

O fornecimento de equipamentos de proteccedilatildeo individual toda empresa deve

dispor desse material com o objetivo de preservar o empregado em determinadas

funccedilotildees evitando os acidentes de trabalho A regra se aplica de um modo geral

como diz a redaccedilatildeo do art 166 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 262)

Empresas que trabalham com ao menos 30 mulheres devem ter locais

adequados para que as empregadas deixem seus filhos em periacuteodo de

amamentaccedilatildeo Garcia (2018 p 1080) diz que a regra pode ser flexiacutevel se as

empresas tiverem convecircnios com creches ou com outras entidades puacuteblicas ou

privadas O Ministeacuterio do Trabalho estabelece o auxiacutelio-creche na Portaria 3296 de

03 de setembro de 1986 (BRASIL 1986 lthttpswwwlegiswebcombrgt) O art 7ordm

inciso XXV da CF88 proporciona o direito aos filhos dependentes de ateacute 5 (cinco)

anos de assistecircncia gratuita nas preacute-escolas e creches

Martins conforme Machado (2017 p 262) apresenta a Portaria 3296 de 03 de

setembro de 1986 modificada pela Portaria do MPT 67097 (BRASIL 1997

lthttpwwwlegiswebcombrgt) Nesta apresenta-se o reembolso-creche desde que

assegurado em convenccedilotildees coletivas o benefiacutecio deve cobrir as despesas integrais

com creches ateacute os 6 meses de idade tempo em que o empregador estaria

responsaacutevel pelos periacuteodos de amamentaccedilatildeo com redaccedilatildeo no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Se o empregador natildeo tem condiccedilotildees de

assegurar um local adequado para a amamentaccedilatildeo poderaacute disponibilizar

possibilidades nas creches conveniadas mantidas por entidades citadas em lei

Segundo Garcia (2018 p 1081) o artigo 390 do Decreto-Lei 545243 destaca

o seguinte ldquoao empregador eacute vedado empregar a mulher em serviccedilo que demande o

emprego de forccedila muscular superior a 20 (vinte) quilos para trabalho continuo ou 25

(vinte e cinco) quilos para trabalho ocasionalrdquo (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

50

A regra eacute destinada em face de proteger a mulher de serviccedilos pesados

resguardando sua totalidade fiacutesica No entanto acentua-se a vigecircncia deste artigo

visto que haacute casos em que a mulher se apresenta superior a muitos homens tanto eacute

que exercem funccedilotildees reconhecidamente masculinas Martins conforme Machado

(2017 p 263) relata que deveria ser permitido agraves mulheres escolher suas

atividades conforme as condiccedilotildees de fazecirc-lo reservando-se a vedaccedilatildeo somente em

casos de empregada gestante com o propoacutesito de proteger a maternidade

42 Atividades insalubres

De acordo com Martins (2014 p 723) a insalubridade afeta diariamente a

sauacutede do trabalhador causando doenccedilas em trabalhadores expostos a riscos como

ruiacutedos vibraccedilotildees calor frio umidade radiaccedilotildees gases vapores entre outros No

Brasil existe um controle sobre a insalubridade com o pagamento de adicional pelas

condiccedilotildees de trabalho insalubres e perigosas previsto no art 7ordm inciso XXIII da

CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O art 189 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) explica que satildeo consideradas atividades insalubres

condiccedilotildees ou meacutetodos de trabalho que submetam os trabalhadores a agentes

nocivos agrave sauacutede aleacutem da permissatildeo fixada devido agrave natureza e agrave intensidade do

agente e o tempo de exibiccedilatildeo e seus efeitos Para que seja considerado insalubre eacute

necessaacuterio verificar se os agentes nocivos estatildeo acima do limite permitido O art

190 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz que o Ministeacuterio do Trabalho eacute quem determina o

quadro de atividades insalubres e aponta as normas sobre os paracircmetros de

caracterizaccedilatildeo da insalubridade limites de toleracircncia tempo de exposiccedilatildeo do

empregado e os meios de proteccedilatildeo (MARTINS 2014 p 723)

De acordo com Garcia (2018 p 1164) as atividades e operaccedilotildees insalubres

apresentam-se indicadas na NR 15 da Portaria do Ministeacuterio do Trabalho 32141978

(BRASIL 1978 lthttpswwwlegiswebcombrgt) A Norma Regulamentadora

descreve os fatores quiacutemicos fiacutesicos e bioloacutegicos que satildeo prejudiciais agrave sauacutede do

trabalhador assim como os limites de toleracircncia

Conforme Martins (2014 p 723) a insalubridade pode ser eliminada ou

neutralizada se a empresa aplicar medidas que mantenham os locais insalubres

51

dentro dos limites de toleracircncia e que o trabalhador utilize os equipamentos de

proteccedilatildeo individual (EPI) Natildeo haveraacute direito ao adicional de insalubridade quando

cessar o risco agrave sauacutede ou integridade fiacutesica ou se o empregado for afastado para

outro setor que natildeo seja insalubre

Garcia (2018 p 1165) aponta o art 191 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece como

a insalubridade pode ser neutralizada ou eliminada

Art 191 A eliminaccedilatildeo e neutralizaccedilatildeo da insalubridade correraacute (Redaccedilatildeo dada pela Lei 6514 de 22121977) I ndash com a adoccedilatildeo de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) II ndash com a utilizaccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual ao trabalhador que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) Paragrafo uacutenico Caberaacute as Delegacias Regionais do Trabalho comprovada a insalubridade notificar as empresas estipulando prazos para sua eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo na forma deste artigo (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

De acordo com Garcia (2018 p 1166) o adicional de insalubridade eacute devido a

razatildeo de 40 (grau maacuteximo) 20 (grau meacutedio) e 10 (grau miacutenimo) calculado

sobre o salaacuterio miacutenimo conforme descrito no art 192 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe a regra

Art 192 O exerciacutecio do trabalho em condiccedilotildees insalubres acima dos limites de toleracircncia estabelecidos pelo Ministeacuterio do Trabalho assegura a percepccedilatildeo de adicional respectivamente de 40 (quarenta por cento) 20 (vinte por cento) e 10 (dez por cento) do salario miacutenimo da regiatildeo segundo se classifiquem nos graus maacuteximo meacutedio e miacutenimo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Segundo Garcia (2018 p 1166) [] ldquono caso de incidecircncia de mais de um

fator de insalubridade seraacute considerado apenas o de grau mais elevado para efeito

de acreacutescimo salarial sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativardquo O Recurso Ordinaacuterio

julgado em 04 de setembro de 2018 pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf

Regiatildeo 6ordf Turma tendo como Relator o Desembargador Fernando Luiz de Moura

Cassal refere-se agrave insalubridade cumulativa que eacute proibida

EMENTA ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE EM GRAUS MEacuteDIO E MAacuteXIMO PERCEPCcedilAtildeO CUMULATIVA IMPOSSIBILIDADE Nos termos do item 153 da NR-15 da Portaria nordm 321478 constatada a incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas considerado o de grau mais

52

elevado sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativa (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Martins (2014 p 725) o certo seria que o trabalhador natildeo fosse

submetido agraves atividades insalubres que satildeo prejudiciais agrave sauacutede Portanto para a

empresa eacute mais vantajoso pagar o adicional de insalubridade do que suprimir o

agente nocivo O trabalhador submete-se a trabalhar em locais insalubres para

aumentar seu miacutesero salaacuterio O valor do adicional de insalubridade eacute muito baixo

por isso o empregador fica agrave vontade para exigir o trabalho em locais insalubres

Apoacutes um momentacircneo resumo sobre a insalubridade mostra-se como esta

interfere no trabalho da mulher gestante As mulheres eram expostas a ocupaccedilotildees

nocivas com exaustivas jornadas de trabalho e aceitavam a situaccedilatildeo para natildeo

perder o emprego Nas primeiras leis as mulheres eram proibidas de trabalhar em

lugares insalubres sendo que isso foi mudando Atualmente a Constituiccedilatildeo Federal

natildeo proiacutebe as mulheres de trabalharem em lugares insalubres mas para as

gestantes as regras satildeo diferentes

Conforme Garcia (2018 p 1082) anteriormente o artigo 394-A da Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) dizia que ldquoa gestante

seria afastada de qualquer ambiente insalubre na empresa durante a gestaccedilatildeo e a

lactaccedilatildeo realizando suas funccedilotildees em local salubrerdquo

Com a Lei 134672017 o art 394-A eacute alterado novamente A empregada

gestante deve ser afastada das atividades insalubres em grau maacuteximo Em

atividades com insalubridade de grau meacutedio e miacutenimo a gestante deve ser afastada

se apresentar atestado meacutedico constando que o local insalubre eacute prejudicial agrave

sauacutede Jaacute no inciso III do art 394-A da Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a empregada deve ser afastada mediante atestado

meacutedico de atividades insalubres de durante a lactaccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

De acordo com Garcia (2018 p 1083) sem restriccedilotildees de salaacuterio menciona o

art 394 ndash A sect 2ordm da Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

destacando que a empresa deve pagar o adicional de insalubridade mesmo que a

gestante trabalhe em local salubre por questotildees de folha de pagamento e

contribuiccedilotildees do INSS O artigo em questatildeo seraacute apresentado mais detalhadamente

no proacuteximo conteuacutedo desse capiacutetulo com a nova redaccedilatildeo e observaccedilotildees

53

A lei permite o trabalho da mulher gestantelactante em lugares insalubres

apresentando atestado meacutedico mas a decisatildeo de correr o risco eacute do empregador e

da empregada A empregada deve concordar em trabalhar em local insalubre por

livre vontade Contudo poderatildeo sofrer consequecircncias em relaccedilatildeo agrave sauacutede tanto da

matildee quanto do feto

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino

De acordo com Ahad (2017) a Reforma trabalhista trouxe consideraacuteveis

mudanccedilas para o trabalho da mulher Apesar disso o Brasil ateacute agora estaacute distante

de reduzir a desigualdade de gecircnero no mercado de trabalho

A nova lei modificou quatro dispositivos do Capitulo III do Tiacutetulo III da CLT que

envolve regras de proteccedilatildeo agrave mulher tais como a) a revogaccedilatildeo do paraacutegrafo uacutenico

do art 372 da CLT b) revogaccedilatildeo do art 384 da CLT c) nova redaccedilatildeo para o

composto do art 394-A da CLT e d) inserccedilatildeo de novo sect2ordm no art 396 da CLT

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 147)

O art 5ordm I ldquohrdquo da Lei 134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbr)

revogou o paraacutegrafo uacutenico do art 372 da CLT Veja o texto do art 372 e seu

paraacutegrafo uacutenico agora revogado

Art 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a proteccedilatildeo especial instituiacuteda por este Capiacutetulo Paraacutegrafo uacutenico - Natildeo eacute regido pelos dispositivos a que se refere este artigo o trabalho nas oficinas em que sirvam exclusivamente pessoas da famiacutelia da mulher e esteja esta sob a direccedilatildeo do esposo do pai da matildee do tutor ou do filho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em razatildeo de notaacuteveis princiacutepios constitucionais imperativos a norma revogada

jaacute natildeo vigorava O caput do art 5ordm da CF88 (BRASIL 1988

httpwwwplanaltogovbrgt) foi ajustado com o inciso I do mesmo art 5ordm sendo um

e outro evidenciando o princiacutepio da igualdade na ordem juriacutedica brasileira Ainda

assim o inciso I do art 5ordm separadamente acentua a evidente igualdade entre

homens e mulheres em direitos e obrigaccedilotildees (DELGADO MG DELGADO GN

2017 p 148)

54

A regra do paraacutegrafo uacutenico do art 372 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) demonstra incompatibilidade com duas normas

constitucionais apresentadas Por conseguinte desde cinco de outubro de 1988 a

referida regra natildeo mais persiste na ordem juriacutedica do Paiacutes (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 148) outra norma de

garantia agrave mulher e seu amparo no mercado e trabalho estaacute evidenciada no inciso

XX art 7ordm da Constituiccedilatildeo de 1988 sendo ele ldquoXX - proteccedilatildeo do mercado de

trabalho da mulher mediante incentivos especiacuteficos nos termos da leirdquo (BRASIL

1988 httpwwwplanaltogovbrgt)

O paraacutegrafo uacutenico do art 372 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho natildeo foi

admitido porque se encontrava em atitude antieacutetica ao domiacutenio procedente do art

7ordm XX da Constituiccedilatildeo Federal Ao inveacutes de firmar a proteccedilatildeo e incentivos

referentes ao mercado de trabalho da mulher confirmava manifestas de

desproteccedilatildeo e inclusive discriminaccedilatildeo (DELGADO MG DELGADO GN 2017

p 148)

Tambeacutem foi revogado o art 384 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que previa 15 minutos de descanso antes de iniciar o

periacuteodo de hora extra Esse dispositivo foi revogado pelo art 5ordm inciso I i da Lei

134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt) Veja o texto da norma

revogada ldquoArt 384 - Em caso de prorrogaccedilatildeo do horaacuterio normal seraacute obrigatoacuterio um

descanso de 15 (quinze) minutos no miacutenimo antes do iniacutecio do periacuteodo

extraordinaacuterio do trabalhordquo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Retirou da

mulher uma vantagem especiacutefica dada pela ordem juriacutedica o intervalo de 15

minutos antes de qualquer prorrogaccedilatildeo da jornada laboral (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

Ahad (2017) comenta que este regimento foi inserido na Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho de 1943 em razatildeo de que as mulheres na eacutepoca precisavam pedir

permissatildeo aos maridos para que permanecessem ateacute mais tarde no trabalho A

continuidade deste dispositivo na lei natildeo tinha mais significado algum visto que a

regra gerava dificuldade no momento da contrataccedilatildeo das mulheres e concluindo que

elas precisavam fazer hora extra para manter seus empregos

O art 384 confronta a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art

7ordm inciso XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo

55

estabelecendo regra protetiva ao trabalho feminino diferenciado do homem o que

natildeo confere na atualidade (GARCIA 2018 p 1076-1077)

As garantias juriacutedicas suplementares atribuiacutedas agrave mulher pelo Direito ademais

o Direito do Trabalho satildeo segundo foi visto amparadas pela Constituiccedilatildeo Federal

Ela se voltou como se sabe para a eliminaccedilatildeo da discriminaccedilatildeo milenar arquitetada contra as mulheres na sociedade histoacuterica natildeo soacute mediante a proibiccedilatildeo do tratamento diferenciado com relaccedilatildeo aos homens como tambeacutem pela agregaccedilatildeo de vantagens adicionais especiacuteficas fundadas em peculiaridades consideradas relevantes no que tange as razotildees bioloacutegicas e socioloacutegicas da mulher A retirada de direitos das mulheres eacute uma conduta legislativa contraacuteria ao espiacuterito constitucional de 1988 uma incompreensatildeo a respeito da sociedade livre justa e solidaacuteria que a Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica quer ver instaurada no paiacutes (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 148-149)

O argumento relativo pertencente agrave dificuldade praacutetica que pode envolver a

execuccedilatildeo do art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 foi

solucionado pelo proacuteprio Decreto-Lei 54521943 em seu art 71 sect4ordm que

estabelece o pagamento do referente intervalo natildeo observado no esboccedilo concreto

da relaccedilatildeo de emprego (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 149)

Repare o julgamento da Relatora Ministra Angela Rosi Almeida Chapper da 5ordf

Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf Regiatildeo onde eacute possiacutevel verificar a

negociaccedilatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo entre empregada e empregador

amparados pela legislaccedilatildeo Portanto se a empregada natildeo usufruir destes intervalos

estes deveratildeo ser pagos respectivamente como hora extraordinaacuteria conforme o art

71 sect4ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Os periacuteodos para a amamentaccedilatildeo

destinam-se ao bem-estar da crianccedila e natildeo da empregada Por essa razatildeo o

empregador tem o dever de cumprir a regra Observe a decisatildeo

EMENTA INTERVALO PARA AMAMENTACcedilAtildeO SUPRESSAtildeO PAGAMENTO COMO HORA EXTRA DANO MORAL A natildeo concessatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo previstos no art 396 da CLT ou sua acumulaccedilatildeo para concessatildeo de folgas futuras que natildeo asseguram a proteccedilatildeo do lactente ensejam o seu pagamento como hora extra na forma do art 71 sect4ordm da CLT com observacircncia do disposto no precedente nordm 52 deste Regional Natildeo eacute presumido o dano moral em razatildeo da natildeo fruiccedilatildeo dos intervalos Recurso da reclamada parcialmente provido no toacutepico e recurso da reclamante desprovido (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

A Reforma trabalhista conforme Delgado MG e Delgado GN (2017 p 149)

deu nova redaccedilatildeo ao art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho modificando

56

seu caput e acrescentando os incisos I II e III aleacutem dos sectsect 2ordm e 3ordm Relativamente

ao sect1ordm foi apenas contemplado do antigo paraacutegrafo uacutenico mas prossegue vetado

desde a sua origem (Lei 13287 de 11052016-paraacutegrafo uacutenico do art 394-A vetado

pela Presidecircncia da Repuacuteblica)

A propoacutesito essa condiccedilatildeo normativa (art 394-A) havia sido incluso agrave

Consolidaccedilatildeo apenas cerca de um ano antes em 11 de maio de 2016 pela Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpplanaltogovbrgt) com o seguinte entendimento

ldquoArt 394-A A empregada gestante ou lactante seraacute afastada enquanto durar a

gestaccedilatildeo e a lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou locais insalubres

devendo exercer suas atividades em local salubrerdquo (DELGADO MG DELGADO

GN 2017 p 149)

Anteriormente a redaccedilatildeo da Lei 132872016 era permitido o trabalho insalubre

das mulheres em praticamente todos os graus de insalubridade Agora o

distanciamento ocorre apenas em casos de insalubridade em grau maacuteximo A nova

lei liberou a gestante para trabalhar em locais insalubres Silva (2017) cita que satildeo

poucos casos onde o grau de insalubridade eacute maacuteximo mencionados na extensatildeo

dos 14 anexos da NR 15 A insalubridade de grau maacuteximo existe no contato com

agentes quiacutemicos e com agentes bioloacutegicos com risco aumentado como em centros

ciruacutergicos limpeza de bueiros e necroteacuterios

A maior parte dos anexos lida com o grau meacutedio de ruiacutedos excessivos ruiacutedos

de impacto exposiccedilatildeo ao calor e frio As gestantes em sua maioria encontram-se

trabalhando em locais de insalubridade de grau meacutedio Mas existe a inquietaccedilatildeo

pelo trabalho das gestantes em centros ciruacutergicos e salas de radiografia onde a matildeo

de obra feminina eacute facilmente aceitaacutevel (SILVA 2017)

Ainda de acordo com Silva (2017) a nova composiccedilatildeo do art 394-A da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 afasta imediatamente a gestante dos

locais insalubres em grau maacuteximo Aqui estaacute o novo texto

Art 394 ndash A Sem prejuiacutezo de sua remuneraccedilatildeo nesta incluiacutedo o valor do adicional de insalubridade a empregada deveraacute ser afastada de I ndash atividades consideradas insalubres em grau maacuteximo enquanto durar a gestaccedilatildeo II ndash atividades consideradas insalubres em grau meacutedio ou miacutenimo quando a mulher apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeo III ndash atividades consideradas insalubres em qualquer grau quando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeo

57

sect 1ordm (VETADO) (Redaccedilatildeo dada pela Lei 13467 de 2017) sect 2ordm Cabe a empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a compensaccedilatildeo observado o disposto no art 248 da Constituiccedilatildeo Federal por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo a pessoa fiacutesica que lhe presta serviccedilo sect 3ordm Quando natildeo for possiacutevel que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerccedila suas atividades em local salubre na empresa a hipoacutetese seraacute considerada como gravidez de risco e ensejaraacute a percepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei nordm 8213 de 24 de julho de 1991 durante todo o periacuteodo de afastamento (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Por sinal haacute que se ressaltar a inexistecircncia no regulamento juriacutedico do sect 1ordm do

art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ao diverso pelo texto expedido

pela Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Sem duacutevida um

erro material (referecircncia a um meio legal que ao menos existe) resultado da

tramitaccedilatildeo precipitada que caracterizou a composiccedilatildeo e o movimento do atinente

projeto de lei da Reforma trabalhista nas duas Casas Congressuais (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 150)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150) a nova lei fez a

inclinaccedilatildeo pelo distanciamento automaacutetico da mulher do ambiente insalubre

enquanto durar a gestaccedilatildeo somente no caso de insalubridade em grau maacuteximo

(novo inciso I do art 394-A)

Observa-se a recente decisatildeo do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo

2ordf Turma tendo como Relator o Ministro Marcelo Jose Ferlin DAmbroso em razatildeo

do direito ao adicional de insalubridade em grau maacuteximo agrave empregada gestante que

realizava limpeza de sanitaacuterios em hospital sendo exposta a riscos de contaminaccedilatildeo

devido ao contato com agentes bioloacutegicos

EMENTA ADICIONAL DE INSALUBRIDADE GRAU MAacuteXIMO LIMPEZA DE LIXO DE BANHEIRO DE LEITOS DO HOSPITAL 1 As atividades de lavagem de sanitaacuterios de leitos de hospital expuseram a trabalhadora ao risco permanente de contato com agentes bioloacutegicos patogecircnicos caracterizando insalubridade em grau maacuteximo nos termos do Anexo 14 da NR-15 da Portaria MTE 321478 Nem mesmo a utilizaccedilatildeo de luvas eacute capaz de elidir a accedilatildeo nociva dos agentes bioloacutegicos pois a contaminaccedilatildeo ocorre natildeo apenas pela via cutacircnea mas tambeacutem pelas vias respiratoacuterias 2 A avaliaccedilatildeo da insalubridade em tais casos eacute qualitativa e natildeo quantitativa de modo que independentemente do tempo de exposiccedilatildeo da trabalhadora os elementos patogecircnicos por se disseminarem facilmente possibilitam a promoccedilatildeo de doenccedila em apenas um contato Devido o pagamento do adicional de insalubridade em grau maacuteximo GARANTIA PROVISOacuteRIA NO EMPREGO GESTANTE Para que a empregada gestante tenha direito agrave garantia provisoacuteria no emprego assegurada no art 10 II aliacutenea b do ADCT basta que esteja graacutevida ao tempo da rescisatildeo ainda que natildeo tenha

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ciecircncia de seu estado graviacutedico durante a vigecircncia do contrato de trabalho (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Pipek Dutra e Magano (2018 p 22-23) enquanto a lei antiga proibia

as gestantes e lactantes de trabalhar em locais insalubres No entanto a nova regra

permite que a empregada gestante realize atividades em locais insalubres de grau

meacutedio ou miacutenimo desde que ocorra por espontacircnea vontade mostrando atestado

meacutedico autorizando o trabalho A nova regra visa evitar a discriminaccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho devido agraves suas peculiaridades natildeo demonstrando o

desinteresse para com a sauacutede da matildee e do bebecirc mas oportunizando a mulher de

escolher pois impotildee a apresentaccedilatildeo de atestado meacutedico da trabalhadora e que a

decisatildeo seja da empregada

Nas situaccedilotildees de insalubridade em grau meacutedio e miacutenimo esse distanciamento

ocorreraacute quando a mulher apresentar atestado de sauacutede expedido por meacutedico de

sua confianccedila ldquo[] que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeordquo (inciso II do

art 394-A) (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

O inciso III do art 394-A acrescenta ainda que o afastamento possa ocorrer

no tempo do periacuteodo da amamentaccedilatildeo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150)

trazem que a norma estabelece esse afastamento de atividades insalubres em

qualquer grau quando a trabalhadora ldquoapresentar atestado de sauacutede emitido por

meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeordquo

Veja a decisatildeo do Relator Nelson Antocircnio Monteiro Pacheco da 3ordm Cacircmara

Ciacutevel do Tribunal de Justiccedila do Rio Grande do Sul que trata de Agravo de

Instrumento interposto pela Prefeitura Municipal de Novo XinguRS em face de

liminar em mandado de seguranccedila deferido para realocaccedilatildeo da empregada gestante

em local de trabalho livre de insalubridade com base no art 394-A da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho No entanto a agravada eacute servidora puacuteblica e natildeo regida pelo

Decreto-Lei 545243 mas sim por regime juriacutedico dos servidores municipais Assim

sendo a regra eacute inaplicaacutevel Decisatildeo unacircnime dando provimento ao agravo

AGRAVO DE INSTRUMENTO MANDADO SE SEGURANCcedilA SERVIDORA PUacuteBLICA GESTANTE MUNICIacutePIO DE NOVO XINGU LIMINAR DEFERIDA REALOCACcedilAtildeO PARA LOCAL LIVRE DE INSALUBRIDADE IMPOSSIBILIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL INAPLICABILIDADE DO ART 394-A da CLT 1 A parte agravada eacute servidora gestante do Municiacutepio de Novo Xingu cargo de Auxiliar Odontoacuteloga e eacute regida pelo Regime Juriacutedico dos Servidores Puacuteblicos Municipais Lei-NX nordm 11902 Entretanto inexiste na legislaccedilatildeo em comento previsatildeo de realocaccedilatildeo de servidor muito menos de aplicaccedilatildeo

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subsidiaacuteria da CLT nos casos omissos 2 Natildeo haacute como falar ilegalidade ou abuso de poder da administraccedilatildeo que tivesse violado direito liacutequido e certo da servidora a ensejar o deferimento da medida liminar como foi feita na origem sendo muito discutiacutevel a utilizaccedilatildeo do mandado de seguranccedila 3 Natildeo tendo se verificado em um primeiro momento ilegalidade no agir da administraccedilatildeo quando negou o pedido administrativo de realocaccedilatildeo da servidora gestante deve ser reformada a decisatildeo agravada sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da isonomia com outras servidoras em situaccedilotildees semelhantes 4 Decisatildeo liminar reformada AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO (BRASIL 2018 lthttpwwwtjrsjusbrgt)

Registra-se que a expressatildeo juriacutedica concernente a ldquoatestado de sauacutederdquo

ldquoemitido por meacutedico de confianccedila da mulherrdquo supera qualquer ordem de vantagem

entre meacutedicos serviccedilos meacutedicos e atestados meacutedicos tendo como exemplo a ordem

de preferecircncia anunciada na Suacutemula 282 do TST Refere-se meramente ao meacutedico

de confianccedila da mulher ou lactante Este eacute o entendimento do texto evidente da

nova regra legal (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Fica acentuado que em todas as trecircs situaccedilotildees de afastamento a insalubridade

maacutexima meacutedia ou miacutenima eacute caracterizada pelo caput do art 394-A cabendo agrave

empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a

compensaccedilatildeo ldquo[] por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a

folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo agrave

pessoa fiacutesica que lhe preste serviccedilosrdquo Em suma para a Lei o custo desse direito

trabalhista eacute sustentado pelo INSS o que eacute correto e seguro (Convenccedilatildeo nordm 103 art

4ordm inciso VIII da OIT) Natildeo obstante o empregador que fizer o pagamento premente

agrave empregada na folha mensal de pagamentos da empresa seraacute ressarcido logo em

seguida (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Conforme Silva (2017) o adicional de insalubridade eacute pago em folha para a

empregada e posteriormente ressarcido das contribuiccedilotildees sociais devidas ou seja a

Previdecircncia Social pagaraacute o adicional como o salaacuterio-maternidade Cabe agrave empresa

somente o adiantamento do valor em holerite Foi uma forma que a reforma

encontrou para natildeo sobrecarregar o empregador pois sendo assim o encargo fica

de responsabilidade dos cofres puacuteblicos Tambeacutem foi uma forma de evitar a

discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo do trabalho feminino

O sect 4ordm do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta duas hipoacuteteses A primeira eacute no fundamento

de que havendo a viabilidade do afastamento da trabalhadora do local insalubre ela

precisaraacute ser completamente distanciada mas para desenvolver ldquoatividades em

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locais salubres da empresardquo esta opccedilatildeo predomina conservando-se como visto

(caput do art 394 ndash A da CLT) de todo jeito o pagamento do adicional de

insalubridade (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150-151)

Contudo quando natildeo houver local salubre ou a proacutepria atividade da

empregada ser considerada insalubre ela deveraacute ser inteiramente afastada do

trabalho considerando-se a possibilidade de ldquogravidez de riscordquo com oportunidade

da ldquopercepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei 8213 de 24 de julho de

1991 durante todo periacuteodo de afastamentordquo (sect 4ordm art 394- A da CLT) (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 151)

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a nova redaccedilatildeo do

art 394-A II e III em razatildeo da seguinte expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de

sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo

Refere-se agrave Accedilatildeo Direta de Inconstitucionalidade 5938 com pedido de medida

cautelar ajuizada pela Confederaccedilatildeo Nacional dos Trabalhadores Metaluacutergicos A

parte autora alega que a regra em questatildeo vulneraria as normas constitucionais

sobre proteccedilatildeo agrave maternidade agrave gestante ao nascituro e ao receacutem-nascido (arts 6ordm

7ordm XXXIII 196 201 II 203 I todos da Constituiccedilatildeo Federal) Aleacutem do mais

desrespeitaria a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho (art

1ordm III e IV da CF) dentre outros direitos constitucionais (BRASIL 2019

lthttpwwwportalstfjusbrgt) Repare a decisatildeo

Decisatildeo O Tribunal por unanimidade conheceu da accedilatildeo direta de inconstitucionalidade Por maioria confirmou a medida cautelar e julgou procedente o pedido formulado na accedilatildeo direta para declarar a inconstitucionalidade da expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo contida nos incisos II e III do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) inseridos pelo art 1ordm da Lei 134672017 nos termos do voto do Relator vencido o Ministro Marco Aureacutelio Falaram pelo amicus curiae Confederaccedilatildeo Nacional de Sauacutede ndash CNS o Dr Marcos Vinicius Barros Ottoni e pelo amicus curiae Central Uacutenica dos Trabalhadores ndash CUT o Dr Ricardo Quintas Carneiro Presidecircncia do Ministro Dias Toffoli Plenaacuterio 29052019 (BRASIL 2019 lthttpwwwportalstfjusbrgt)

O principal objetivo da permissatildeo agraves gestantes e lactantes trabalharem em

locais insalubres eacute o aumento das oportunidades de trabalho para as mulheres As

empresas optam por natildeo contratarem mulheres devido ao risco de assumirem as

consequecircncias peculiares agrave estaccedilatildeo sendo que mesmo aquelas que natildeo querem ter

filhos acabam perdendo a oportunidade de emprego Dessa forma mesmo diante

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dos argumentos mencionados a lei bate de frente com a proteccedilatildeo agrave sauacutede da

empregada e do nascituro pois a proteccedilatildeo ao trabalho natildeo pode ser mais relevante

que a proteccedilatildeo agrave vida (AHAD 2017)

Por fim a Lei 134672017 modificou o anterior paraacutegrafo uacutenico em sect 1ordm do art

396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e acrescentou o sect 2ordm observando que os periacuteodos de

descanso para amamentaccedilatildeo devem ser discutidos em acordo individual entre

empregada e empregador (GARCIA 2018 p 1084)

Veja a norma legal na iacutentegra com as alteraccedilotildees feitas pela nova lei

Art 396 Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 13467 de 2017) sect 1ordm Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (Remunerado pela Lei nordm 13467 de 1372017) sect 2ordm Os horaacuterios dos descansos previstos no caput deste artigo deveratildeo ser definidos em acordo individual entre mulher e o empregador (Incluiacutedo pela Lei 13467 de 1372017) (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

As pausas especiais previstas no art 396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) pertinentes aos periacuteodos de

amamentaccedilatildeo ao longo da jornada de trabalho da obreira satildeo remuneradas De

natureza fundamental respectivamente tecircm de ser cumpridos pelo empregador

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 151)

Poreacutem a alteraccedilatildeo possibilita a negociaccedilatildeo destes intervalos entre empregada

e empregador sem a intervenccedilatildeo do sindicato conforme a necessidade de ambos

podendo os (2) dois intervalos serem transformados em (1) um (PIPEK DUTRA

MAGANO 2017 p 23)

Para Delgado MG e Delgado GN (2017 p 151) a nova Lei 134672017

optou por explicitar o que jaacute tende a ser aplicado nas relaccedilotildees de trabalho ou seja a

determinaccedilatildeo consensual a respeito do melhor horaacuterio para que sejam cumpridos

esses dois intervalos especiais de meia hora cada um ao longo da jornada laboral

De acordo com Ahad (2017) a reforma trouxe novas possibilidades de trabalho

para a mulher observando a flexibilidade em horaacuterios como o teletrabalho o

trabalho intermitente e o trabalho autocircnomo que podem trazer benefiacutecios que

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possibilitam a mulher conciliar com a criaccedilatildeo dos filhos trabalhos domeacutesticos e

estudos aleacutem do tempo e economia no deslocamento de ida e volta do trabalho

Mesmo com as novidades trazidas Ahad (2017) aponta que a reforma natildeo

modificou pontos essenciais para reduzir a desigualdade de gecircnero mencionando a

licenccedila-maternidade que eacute um direito de suma importacircncia para a famiacutelia mas

continua sendo um obstaacuteculo para a contrataccedilatildeo da matildeo de obra feminina

Atraveacutes das informaccedilotildees sobre as mudanccedilas na Reforma observa-se a

preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos de fiscalizaccedilatildeo com a flexibilizaccedilatildeo das regras com a

negociaccedilatildeo direta entre empregador e empregado sendo que todavia muitas

vezes essa flexibilidade eacute mais aacutegil facilitando a vida do empregado O ponto

principal deste capiacutetulo eacute o trabalho da mulher e assim comentam-se os aspectos

direcionados para este na Reforma dentre eles a insalubridade o mais

preocupante no trabalho da gestantelactante entre outros A Lei 134672017 traz

facilidades para as negociaccedilotildees e menos burocracia Apesar disso cabe ressaltar

que haacute falhas na legislaccedilatildeo e nota-se como as leis satildeo contraditoacuterias entre si

podendo faltar proteccedilatildeo em alguns casos e em outros ter em demasia Portanto o

Judiciaacuterio poderaacute ter dificuldades nas decisotildees julgadas

63

5 CONCLUSAtildeO

A presente pesquisa teve como proposta fazer uma abordagem acerca da

discriminaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho bem como sobre a desigualdade

de gecircnero A metodologia utilizada consistiu em uma pesquisa bibliograacutefica

enriquecida de jurisprudecircncias leis artigos e demais informaccedilotildees obtidas atraveacutes da

leitura algo que se revelou em um aprendizado muacuteltiplo de questotildees vivenciadas

Como resultados averiguou-se diversas legislaccedilotildees que abrangem o tema dos

direitos da mulher e suas principais peculiaridades assim como as constantes

mudanccedilas nas regras trabalhistas e a verificaccedilatildeo das normas para adequar-se agrave

atualidade o que proporciona a mais recente e significativa alteraccedilatildeo na

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) a Reforma trabalhista A partir das

leituras de estudos jaacute desenvolvidos sobre essa temaacutetica foi possiacutevel esclarecer

alguns toacutepicos importantes permitindo um entendimento mais adequado sobre o

pensamento da sociedade e a luta para a extinccedilatildeo das diferenccedilas de gecircnero assim

como compreender a posiccedilatildeo do empregador e do empregado nas relaccedilotildees de

trabalho

Na primeira abordagem destaca-se o entendimento da histoacuteria do Direito do

Trabalho e o surgimento das leis de proteccedilatildeo Nesse contexto foi indispensaacutevel

evidenciar o caminho que foi percorrido para se chegar ao que eacute de direito devido agrave

vida desumana na eacutepoca da escravidatildeo instante em que natildeo havia quaisquer

garantias de sobrevivecircncia Para se chegar a esse entendimento foi necessaacuterio

estudar todo o processo de desenvolvimento da histoacuteria do trabalho como as leis

foram surgindo assim como os toacutepicos mais relevantes para que se alcanccedilasse o

objetivo final proposto no trabalho Todavia todo aprendizado adquirido durante

essa pesquisa sobre o tema nos leva a acreditar que ainda eacute preciso muito para

mudar o pensamento da sociedade ou seja o caminho ainda eacute longo para atingir o

ideal miacutenimo quando o assunto eacute desigualdade de gecircnero

No decorrer do estudo percebeu-se ainda nesse contexto que diversas

proibiccedilotildees foram despontando na Europa relacionadas aos aspectos de proporcionar

melhorias para o trabalho das mulheres Como exemplo verificou-se que as

mulheres foram sendo proibidas de trabalhar em locais uacutemidos e subteacuterreos que

trouxessem sequelas para sua sauacutede assim como foram impedidas de praticar

jornadas exaustivas de 12 horas e foram proibidas de trabalhar no periacuteodo da noite

64

Aleacutem do mais notou-se uma trajetoacuteria de busca constante pela igualdade de

gecircneros algo que se mostrou notoacuterio nas legislaccedilotildees Essa constataccedilatildeo se mostrou

significativa pois decorre que a discriminaccedilatildeo se apresenta como uma adversidade

que natildeo depende somente do desenvolvimento de uma naccedilatildeo sendo o avanccedilo das

leis essencial para que a mulher no mercado de trabalho possa assumir o seu

devido lugar

Quanto agrave revisitaccedilatildeo de leituras sobre as antigas civilizaccedilotildees observou-se

atentamente os relatos sobre a discriminaccedilatildeo contra a mulher como eram tratadas

abusadas e como disponibilizavam de rariacutessimos direitos Diante disso claramente

pode-se afirmar que as mulheres cumpriam um papel de submissatildeo uma vez que

eram criadas para cuidar da casa dos filhos e para obedecer aos maridos As

leituras realizadas demostraram que as filhas natildeo tinham direitos agrave heranccedila pois era

algo destinado somente para o filho homem Aleacutem disso os casamentos eram

arranjados sendo que a mulher natildeo tinha o poder de escolha do seu cocircnjuge sendo

os pais os responsaacuteveis por isso Como resultado nota-se que a desigualdade de

gecircnero eacute uma consequecircncia cultural e a discriminaccedilatildeo eacute histoacuterica jaacute que de acordo

com o que foi apresentado as mulheres sempre tiveram papeacuteis submissos na

sociedade

Como tentativa de amenizar a situaccedilatildeo a literatura mostra que os institutos

foram avanccedilando em busca de melhorias ou seja devido agraves peculiaridades das

mulheres houve a necessidade de estabelecer proteccedilotildees agraves mesmas Isso eacute

decorrente do fato de que a mulher se sujeitava a receber salaacuterios inferiores e a

cumprir jornadas excessivasexaustivas de trabalho para que conseguisse

permanecer no emprego

Em relaccedilatildeo ao processo de implantar normas protetivas quanto ao trabalho da

mulher o estudo mostrou que a proteccedilatildeo agrave maternidade aparece como a mais

relevante Nesse contexto verificou-se algumas normas que proporcionavam agrave

famiacutelia permanecer com a crianccedila sendo que inuacutemeras jurisprudecircncias autorizavam

os pais na ausecircncia das matildees a compartilharem do direito agrave licenccedila-maternidade

assim como foi estendido para as mulheres que davam agrave luz obtinham a guarda

judicial adotavam sofriam aborto espontacircneo eou tinham bebecircs natimortos

Portanto a licenccedila-maternidade que atualmente eacute de 120 dias configura-se

em um processo de extrema importacircncia para todo o nuacutecleo familiar uma vez que

proporciona bem-estar ao receacutem-nascido que muito necessita da figura maternal nos

65

primeiros meses de vida ou seja eacute um processo que representa qualidade de vida

principalmente durante a amamentaccedilatildeo do bebecirc Ainda nesse contexto na falta da

matildee ressalta-se que algumas dessas medidas tambeacutem se estendem aos homens

permitindo aos mesmos o direito de poder gozar das licenccedilas se estiverem com a

guarda dos filhos

Em razatildeo da legislaccedilatildeo expandida as leituras desenvolvidas para a realizaccedilatildeo

do presente trabalho permitiram detectar conquistas femininas nas relaccedilotildees de

trabalho e a preocupaccedilatildeo do poder legislativo para que haja igualdade entre os

gecircneros Tambeacutem foi reparado na doutrina e nas jurisprudecircncias vitoacuterias das

mulheres nas decisotildees judiciais quando o assunto estaacute relacionado agrave busca da

igualdade de direitos entre homens e mulheres

De outra parte a pesquisa buscou revelar o Direito na aacuterea trabalhista e fazer a

devida interpretaccedilatildeo Assim sendo o estudo possibilitou o entendimento acerca das

melhorias mais consistentes nas etapas do processo de valorizaccedilatildeo da mulher

demonstrando que haacute um elevado grau de conhecimento sobre a legislaccedilatildeo

trabalhista em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Entretanto dada agrave relevacircncia do

assunto entende-se como necessaacuterio desenvolver tambeacutem a

consciecircnciapensamento da sociedade como um todo sobre o tema pois assim a

mulher teraacute mais oportunidades aleacutem das jaacute concedidas por merecimento e total

capacidade Decorre que o objetivo das mulheres eacute a independecircncia jaacute que ainda eacute

muito evidente o conceito de que a mulher deve ser simplesmente a dona de casa

para cuidar do lar e dos filhos No entanto elas querem estudar ter conhecimento e

formaccedilatildeo pois satildeo capazes de assumir cargos competitivos

O uacuteltimo capiacutetulo tratou sobre a importante mudanccedila no Direito do Trabalho a

Reforma trabalhista quando a Lei 134672017 alterou 201 pontos da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho de 1943 Quanto a essas modificaccedilotildees notou-se que as

mesmas deram ecircnfase ao trabalho da mulher em uma niacutetida preocupaccedilatildeo com a

maternidade com as atividades insalubres e com alguns trabalhos onde a mulher

pudesse exercer suas funccedilotildees de acordo com o tempo que dispusesse e assim

conseguisse tambeacutem atender o trabalho domeacutestico

Diante do propoacutesito do presente de obter informaccedilotildees e analisar os direitos da

mulher trabalhadora nas relaccedilotildees de trabalho no cotidiano evidenciou-se que o

preconceito ainda existe e que descobrir novas possibilidades que protejam o

trabalho feminino eacute de suma importacircncia para incentivar a sociedade a adquirir

66

novos conceitos Foi possiacutevel tambeacutem identificar a preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos

competentes no que diz respeito agrave proteccedilatildeo feminina nas relaccedilotildees de trabalho

Portanto entende-se como de extrema relevacircncia trazer esse debate agrave tona

uma vez que o assunto foi definido como forma de se obter aprendizado e clareza

sobre as normas protetivas femininas e a abrangecircncia para que empregada e

empregador saibam seus direitos e deveres uma vez que haacute ciecircncia de que as

empresas ainda estatildeo despreparadas para seguir devidamente as regras de

proteccedilatildeo em sua totalidade Decorre que o Direito do Trabalho foi elaborado para

defender o trabalhador dos abusos do empregador sendo que a influecircncia do tema

abordado foi justamente para retratar a situaccedilatildeo em que eacute apresentado e entendido

o sistema juriacutedico

Evidencia-se que embora sejam aplicadas algumas medidas protetivas ainda

eacute grave a desigualdade de gecircnero Tambeacutem se observa que as regras flexiacuteveis

negociadas entre empregado e empregador agilizam os processos nas relaccedilotildees de

trabalho mas obviamente quando natildeo houver a possibilidade de flexibilizar uma

regra esta seraacute cumprida sem exceccedilatildeo Nesse sentido entende-se que embora

diversas leis estimulem a contrataccedilatildeo de matildeo de obra feminina o montante de

direitos trabalhistas pode atrapalhar as relaccedilotildees de emprego criando receio do

empregador nas contrataccedilotildees principalmente em relaccedilatildeo agraves mulheres No entanto

essas medidas satildeo indispensaacuteveis para o bem-estar do trabalhador pois a

necessidade de proteccedilatildeo eacute fundamental Afinal todos querem ter seu espaccedilo

profissional mas algumas delas natildeo condizem com a realidade do empregador e do

empregado

Por fim observa-se que muitas legislaccedilotildees vigentes versam sobre o mesmo

assunto e se contradizem Entretanto essa constataccedilatildeo deve atrapalhar o judiciaacuterio

na hora das decisotildees cabendo a ele o poder de designar um resultado justo ao que

estaacute sendo proposto Isso demonstra que a discriminaccedilatildeo contra a mulher no

mercado de trabalho acontece mesmo diante da legislaccedilatildeo vigente configurando-se

em uma desigualdade que ainda estaacute longe de terminar e que para isso precisa ser

constantemente debatida

67

REFEREcircNCIAS

AHAD Claudia Abdul Reforma trabalhista e seus impactos no trabalho da mulher Migalhas [sl] dez 2017 Disponiacutevel em lthttps wwwmigalhascombrdePeso16MI27055371043-Reforma+Trabalhista+e+seus+impactos+no+trabalho+da+mulhergt Acesso em 28 mar 2018 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 5 out 1988 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03constituicaoConstituicaoCompiladohtmgt Acesso em 17 jun 2018 ______ Decreto 423 de 12 de novembro de 1935 Promulga quatro Projectos de Convenccedilatildeo approvados pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho da Liga das Naccedilotildees por occasiatildeo da Conferencia de Washington convocada pela Governo dos Estados Unidos da America a 29 de outubro de 1919 pelo Brasil adoptados a saber Convenccedilatildeo relativa ao emprego das mulheres antes e depois do parto Convenccedilatildeo relativa ao trabalho noctuno das mulheres Convenccedilatildeo que fixa a idade minima de admissatildeo das crianccedilas nos trabalhos industriaes Convenccedilatildeo relativa ao trabalho nocturno das crianccedilas na industria Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 12 nov 1935 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-423-12-novembro-1935-532092-publicacaooriginal-14076-pehtmlgt Acesso em 06 abr 2019

______ Decreto 979 de 06 de janeiro de 1903 Faculta aos profissionais da agricultura e industrias rurais a organizaccedilatildeo de syndicatos para a defesa de seus interesses Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 06 jan 1903 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03decretoAntigosD0979htmgt Acesso em 06 abr 2019

______ Decreto 1253 de 27 de setembro de 1994 Promulga a Conversatildeo nordm 136 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho sobre a Proteccedilatildeo contra os Riscos de Intoxicaccedilatildeo Provocados pelo Benzeno assinada em Genebra em 30 de junho de 1971 Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 28 set 1994 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03decreto1990-1994D1253htmgt Acesso em 07 abr 2019

______ Decreto 1313 de 13 de janeiro de 1891 Estabelece providencias para regularisar o trabalho dos menores empregados nas fabricas da Capital Federal Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 17 nov 1891 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1824-1899decreto-1313-17-janeiro-1891-498588-publicacaooriginal-1-pehtmlgt Acesso em 07 abr 2019

______ Decreto 1637 de 12 de maio de 1937 Autoriza o cidadatildeo armecircnio Arsegravene Arsenien a comprar pedras preciosas Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 25 maio 1937 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-1637-12-maio-1937-464855-publicacaooriginal-74782-pehtmlgt Acesso em 07 abr 2019

68

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______ Decreto 3233 de 3 de novembro de 1938 Promulga a Convenccedilatildeo relativa ao emprego das mulheres nos trabalhos subterracircneos nas minas de qualquer categoria firmada em Genebra a 18 de julho de 1935 por ocasiatildeo da 19ordf sessatildeo da Conferecircncia Internacional do Trabalho que se reuniu na mesma cidade de 4 a 25 de junho de 1935 Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 03 nov 1938 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-3233-3-novembro-1938-348422-publicacaooriginal-1-pehtmlgt Acesso em 07 abr 2019

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79

2

RESUMO

A presente pesquisa tem como proposta analisar por meio da literatura disponiacutevel

as accedilotildees implementadas para a proteccedilatildeo da mulher no acircmbito do Direito do

Trabalho bem como os impactos causados pela reforma trabalhista A ideacuteia eacute trazer

agrave tona o debate em relaccedilatildeo a essas medidas protetivas e expor as regras que

versam sobre o trabalho feminino Para tanto primeiramente eacute feito um breve

histoacuterico sobre a presenccedila da mulher no mercado de trabalho a desigualdade de

gecircnero as accedilotildees discriminatoacuterias e as medidas protetivas femininas Num segundo

momento faz-se um relato sobre o surgimento do Direito do Trabalho no mundo

indo ateacute a evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil com a criaccedilatildeo de leis de

proteccedilatildeo agraves trabalhadoras para que tivessem uma vida digna Abordam-se ainda

assuntos associados agraves diferenccedilas entre as civilizaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave desigualdade

de gecircnero agrave discriminaccedilatildeo contra a mulher e ao surgimento das primeiras medidas

de proteccedilatildeo Aleacutem do mais enfatiza-se as peculiaridades que diferenciam o trabalho

da mulher como a proteccedilatildeo agrave maternidade (licenccedila-gestante e licenccedila-adotante) a

prorrogaccedilatildeo da licenccedila maternidade e a repercussatildeo da reforma trabalhista por

meio da Lei 134672017 Busca-se tambeacutem avaliar os meacutetodos locais e as regras

que modificaram o trabalho da mulher como por exemplo as atividades insalubres

para as gestantes e lactantes os periacuteodos de amamentaccedilatildeo e a possibilidade de

negociaccedilatildeo direta entre empregada e empregador Para se alcanccedilar os objetivos

propostos a metodologia empregada consiste em uma pesquisa bibliograacutefica por

meio do meacutetodo dedutivo quando foram realizadas leituras anaacutelises e

interpretaccedilotildees de artigos doutrinas jurisprudecircncias e leis publicadas em livros e na

internet que abordam esses temas como o instituto de tentar responder o seguinte

problema de pesquisa como ocorre a discriminaccedilatildeo contra as mulheres e a

desigualdade de gecircnero nas relaccedilotildees de trabalho e qual o caminho na busca por

melhorias

Palavras-chave Discriminaccedilatildeo Direito do Trabalho Gecircnero Mulher Reforma

trabalhista

3

ABSTRACT

The present research has a proposal analyze by means of available literature the

actions implemented for the protection of women in the scope of Labor Law as well

as the impacts caused by labor reform The idea is to bring up the debate in relation

to these protective measures and expose the rules that versify about the female

work Therefore first it is made a brief history about the presence of women in the

labor market the inequality of genre the discriminatory actions and the female

protective measures In a second moment it is made an account about the

emergence of labor law in the world going until the evolution of labor rules in Brazil

with the creation of laws of protect to workers for that they had a dignified life

Approach still subjects associated to differences between the civilizations in relation

to inequality of genre to discrimination against the women and to emergence of first

protection measures Furthermore it is emphasized the peculiarities that differentiate

the work of women as protection to maternity (maternity-leave and license-adopter)

the extension of maternity leave and the repercussion of labor reform through Law

1346717 However also evaluate the methods places and the rules that changed

the work of woman as for example the unhealthy activities to the pregnant and

lactating the periods of breast-feeding and the possibility of direct negotiation

between employee and the employer To achieve the proposed objectives the

methodology employed consists in a bibliographical research by means of deductive

method when were readings performed analysis and interpretation of articles

doctrines jurisprudence and laws published in books and the internet that approach

these themes with the intention of trying to answer the following research problem

how does discrimination against women and of genre in the work relationships and

what the way in the search for improvements

Keywords Discrimination Labor Law Genre Woman Labor reform

4

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 05

2 A EVOLUCcedilAtildeO DO DIREITO DO TRABALHO 08

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil 15

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho 18

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho 21

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO Agrave MULHER NO DIREITO DO TRABALHO 27

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade 27

311 Estabilidade da gestante e da adotante 37

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade 39

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA 43

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher 47

42 Atividades insalubres 50

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino 53

5 CONCLUSAtildeO 63

REFEREcircNCIAS 67

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

O presente estudo tem como objetivo geral fazer uma anaacutelise atraveacutes da

literatura disponiacutevel das accedilotildees protetivas implementadas para beneficiar as

mulheres na esfera do Direito do Trabalho assim como os impactos que foram

provocados pela reforma trabalhista instituiacuteda por meio da Lei 134672017 Decorre

que a referida Lei trouxe mudanccedilas significativas na Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) passando a vigorar no paiacutes a partir de 11 de novembro do mesmo

ano Diante disso a ideacuteia eacute trazer agrave tona o debate acerca dessas medidas protetivas

e expor as regras que versam sobre o trabalho feminino uma vez que a reforma

trabalhista de 2017 apresentou significativas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao trabalho da

mulher

Nessa perspectiva essa pesquisa faz um breve relato histoacuterico sobre a

evoluccedilatildeo da inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho descrevendo como

surgiu o Direito do Trabalho e as razotildees pelas quais as legislaccedilotildees foram criadas Eacute

interessante frisar que o Direito do Trabalho se configurou em uma vitoacuteria da

humanidade ao longo da histoacuteria uma vez que instituiu direitos fundamentais para

melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores evitando que os abusos do capital

prejudicassem os membros da sociedade menos favorecidos Entretanto torna-se

necessaacuterio ao mesmo tempo tambeacutem pensar no crescimento da mateacuteria pois esse

ramo do Direito eacute bastante dinacircmico uma vez que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de

trabalho satildeo muito frequentes sendo indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria

para entender as questotildees da atualidade Em outras palavras significa dizer que o

Direito do Trabalho altera suas normas constantemente para conseguir se adequar agrave

modernidade e as constantes transformaccedilotildees mercadoloacutegicas

Assim sendo analisar a trajetoacuteria da mulher na busca dos seus direitos

representa debater as normas que regram o trabalho feminino que cada vez mais

integra a igualdade de gecircnero Trata-se portanto de um tema demais discutido na

sociedade que a cada dia tem um novo entendimento e uma nova regra que

possibilita que a mulher tenha o seu espaccedilo garantido Essas mudanccedilas vecircm

ocorrendo desde que o trabalho feminino se destacou no Brasil entre 1850 e 1950

Foi nesse periacuteodo chamado de industrial que as mulheres se integraram ao setor

fabril e a matildeo de obra feminina passou a ocupar espaccedilo Entretanto foi nessa eacutepoca

que surgiram tambeacutem os salaacuterios e os contratos de trabalho onde os empresaacuterios

6

davam preferecircncia para as mulheres que aceitavam salaacuterios inferiores ao dos

homens poreacutem para exercer as mesmas funccedilotildees sujeitando-se a jornadas

exaustivas de 14 a 16 horas diaacuterias mas com baixos salaacuterios revelando uma

expliacutecita desigualdade de gecircnero no acircmbito do trabalho

Diante do exposto o presente trabalho tem como objetivos especiacuteficos buscar

obter o conhecimento acerca das regras trabalhistas de proteccedilatildeo agrave mulher tentar

apresentar o caminho percorrido pelas mulheres em busca de igualdade reconhecer

a importacircncia das proteccedilotildees agrave mulher no acircmbito trabalhista para que natildeo haja

discriminaccedilatildeo assim como propotildee fazer uma anaacutelise sobre as mudanccedilas nas leis

que constantemente satildeo alteradas para se adequar a atualidade e melhorar as

relaccedilotildees de trabalho

Do ponto de vista de organizaccedilatildeo o presente estudo foi dividido em trecircs

momentos Na primeira abordagem eacute realizada um levantamento sobre os paiacuteses

onde surgiram as primeiras regras trabalhistas e como que essas normas apontaram

aqui no Brasil passando tambeacutem por um olhar nas culturas e civilizaccedilotildees no sentido

de tentar demonstrar suas diferenccedilas em relaccedilatildeo agraves mulheres Avalia-se aqui as

relaccedilotildees de trabalho a discriminaccedilatildeo de gecircnero a submissatildeo das mulheres

desvalorizadas por suas famiacutelias e abusadas pelo empregador assim como o

surgimento das leis trabalhistas no mundo e no Brasil para entatildeo se chegar agrave

inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho e como as accedilotildees protetivas femininas

foram sendo aplicadas

Numa segunda etapa estatildeo apresentadas as peculiaridades que envolvem o

trabalho da mulher e que satildeo indispensaacuteveis para uma vida saudaacutevel Nesse

contexto entram a proteccedilatildeo agrave maternidade a licenccedila- gestante estendida agrave adotante

dentre outros entendimentos bem como os avanccedilos consideraacuteveis de proteccedilatildeo agrave

gestante e sua famiacutelia Sobre o salaacuterio-maternidade ressalta-se que se trata de um

benefiacutecio que eacute pago pela Previdecircncia Social justamente para evitar a discriminaccedilatildeo

no momento da contrataccedilatildeo da mulher algo que provavelmente aconteceria caso a

remuneraccedilatildeo deste periacuteodo ficasse por conta do empregador No entanto busca-se

entender como que mesmo com essa proteccedilatildeo agrave maternidade e essa constataccedilatildeo

as mulheres apoacutes o periacuteodo de estabilidade ainda continuam sendo demitidas ou

seja as medidas que eram para ser protetivas em alguns casos acabam por gerar

discriminaccedilatildeo

7

Jaacute o assunto da terceira abordagem retrata o trabalho da mulher e a reforma

trabalhista onde traz uma apresentaccedilatildeo da mais recente mudanccedila no Direito do

Trabalho Assim sendo eacute feito um breve comentaacuterio sobre a repercussatildeo dessa Lei

que em um ponto estabelece as negociaccedilotildees diretas entre empregador e

empregado Da mesma forma faz-se uma exposiccedilatildeo acerca dos meacutetodos locais de

trabalho da mulher obrigaccedilotildees das empresas para que as mulheres trabalhem em

lugares saudaacuteveis atividades insalubres e mudanccedilas que foram adotadas nas

regras do trabalho feminino

Por fim ressalta-se que em todos os capiacutetulos foram analisados doutrinas

jurisprudecircncias e dispositivos legais correspondentes agrave mateacuteria Tal mecanismo foi

empregado para se tentar buscar informaccedilotildees precisas e veriacutedicas no sentido de

procurar evidenciar os problemas atuais e de que forma o ordenamento juriacutedico atua

com todo o amparo legal

Para se alcanccedilar os objetivos propostos a metodologia empregada consiste

em uma pesquisa bibliograacutefica por meio do meacutetodo dedutivo quando foram

realizadas leituras anaacutelises e interpretaccedilotildees de artigos doutrinas jurisprudecircncias e

leis publicadas em livros e na internet que abordam esses temas como o instituto de

tentar responder o seguinte problema de pesquisa como ocorre a discriminaccedilatildeo

contra as mulheres e a desigualdade de gecircnero nas relaccedilotildees de trabalho e qual o

caminho na busca por melhorias

8

2 A EVOLUCcedilAtildeO DO DIREITO DO TRABALHO

Analisando o Direito do Trabalho eacute preciso pensar no crescimento da mateacuteria

Nesse sentido Martins (2014 p 3) ressalta que esse ramo do Direito eacute muito

dinacircmico e que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de trabalho satildeo muito frequentes

sendo para tanto indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria para entender as

questotildees da atualidade No capiacutetulo a seguir seratildeo apresentados toacutepicos da histoacuteria

do Direito Trabalho a vida dos trabalhadores antes das regras trabalhistas as

condiccedilotildees de trabalho e como essas regras foram surgindo primeiramente na

Europa e mais tarde no Brasil Como o objeto de estudo do presente trabalho foi a

discriminaccedilatildeo das mulheres quanto agrave inserccedilatildeo delas no mercado de trabalho e suas

proteccedilotildees o auxiacutelio das doutrinas mencionadas foram de extrema importacircncia para

esta anaacutelise Assim sendo a partir desse momento inicia-se a apresentaccedilatildeo

Martins (2014 p 3-4) revela que na Biacuteblia o trabalho foi considerado puniccedilatildeo

pois Adatildeo em consequecircncia de comer o fruto proibido como castigo teve de

trabalhar Trabalho vem do latim tripalium em caraacuteter uma ferramenta de tortura

como uma canga para usar nos animais no trabalho da lavoura para colheitas

Platatildeo e Aristoacuteteles deduziram que a dignidade do homem era baseada em negoacutecios

na metroacutepole por meio da palavra Quem fazia o trabalho braccedilal eram os escravos

que desempenhavam as praacuteticas serviccedilais enquanto as atividades nobres ficavam

com outras pessoas (MARTINS 2014 p 4)

Em Roma o trabalho era visto como degradante uma vez que os escravos eacute

que faziam o trabalho bruto Dessa forma Martins (2014 p 4) relata que estes eram

considerados coisa na Lex Aquilia (284 a C) O referido autor disse ainda que a

escravidatildeo foi o primeiro sistema de trabalho e que o escravo era usado ateacute sua

morte ou na medida em que conseguisse sair dessa situaccedilatildeo Poreacutem sem direito

algum muito menos trabalhista

No mesmo entendimento Garcia (2018 p 1) conta que o trabalhador era visto

como coisa sem direitos Na antiguidade no pensamento claacutessico grego o trabalho

era visto como um castigo Platatildeo e Aristoacuteteles natildeo consideravam que o trabalho

daria dignidade ao homem

Os servos na eacutepoca do feudalismo entregavam parte da produccedilatildeo rural pelo

uso da terra e pela proteccedilatildeo recebida dos senhores feudais Nesse aspecto Garcia

(2018 p 1-2) revela que o senhor feudal dava proteccedilatildeo militar e poliacutetica aos servos

9

que natildeo possuiacuteam liberdade De acordo com Nascimento (2010 p 39) natildeo havia

nenhum direito ao trabalhador pois era o patratildeo quem designava as circunstacircncias

de trabalho dos empregados A relaccedilatildeo de trabalho era livre em concordacircncia das

partes mas o patratildeo era quem determinava as regras Como nunca houve contrato

redigido poderia acabar ou mudar a relaccedilatildeo de trabalho como quisesse

O direito do trabalho nasceu do resultado de um assunto social antecipado pela

Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII e da atitude humanista que dispocircs assegurar a

dignidade do homem Nascimento (2010 p 32) explica que houve uma

inevitabilidade de obter regras juriacutedicas para regulamentar as relaccedilotildees individuais e

coletivas de trabalho agrave medida que o mundo da induacutestria foi expandindo

rapidamente

As situaccedilotildees precaacuterias das condiccedilotildees de trabalho no decorrer da evoluccedilatildeo da

Revoluccedilatildeo Industrial apresentavam graves riscos para a sauacutede e para a integridade

fiacutesica do empregado As doenccedilas ocorriam em consequecircncia do peacutessimo ambiente

laboral sendo que os acidentes de trabalho atingiam principalmente os metaluacutergicos

e os mineiros Sem receber salaacuterio durante o periacuteodo em que estavam doentes

permaneciam inseguros em relaccedilatildeo ao seu sustento jaacute que natildeo existiam normas

para que fossem protegidos Ademais o patratildeo tambeacutem natildeo se empenhava para

que as regras existissem (NASCIMENTO 2010 p 44)

Nessa perspectiva Nascimento (2010 p 44) pontua que natildeo eacute com precisatildeo

que se afirma a situaccedilatildeo dos salaacuterios dos empregados logo apoacutes a Revoluccedilatildeo

Industrial Em razatildeo de provas e documentos insuficientes natildeo eacute com seguranccedila a

apresentaccedilatildeo de uma anaacutelise da necessidade de vida Contudo historiadores

afirmam de um modo geral que os salaacuterios eram baixos Os salaacuterios nas induacutestrias

eram mais altos que na agricultura sendo que mulheres e menores recebiam menos

que os homens

A normatizaccedilatildeo juriacutedica de trabalho pelo Estado eacute moldada por particularidades

agraves quais satildeo denominadas de legislaccedilatildeo industrial Nascimento (2010 p 55) diz que

primeiramente as regras direcionavam-se aos empregados das induacutestrias e com o

desenvolvimento destas foram se estendendo para outras funccedilotildees

Nascimento (2010 p 55) revela ainda que o propoacutesito de proteger o trabalho

das mulheres e dos menores e a limitaccedilatildeo da jornada de trabalho eacute predominante na

legislaccedilatildeo industrial A maioria das normas nesse periacuteodo era destinada para esses

10

fins sendo que mais adiante ocorreu a intervenccedilatildeo do Poder Puacuteblico em defesa dos

mais pobres

Ainda nesse contexto Nascimento (2010 p 55) revela que a primeira regra de

destaque notaacutevel que demonstra a atitude do Estado eacute da Inglaterra 1601 nomeada

como Lei de Amparo aos Pobres admitindo o direito de receber ajuda das

autoridades puacuteblicas

Segundo Nascimento (2010 p 56) da mesma forma outra regra juriacutedica surgiu

para amparar o trabalhador na Inglaterra em 1802 quando da implantaccedilatildeo da Lei de

Peel Seu objetivo era regrar o trabalho dos menores aprendizes paroquianos dos

quais os domiacutenios das paroacutequias queriam se livrar levando-os aos proprietaacuterios das

induacutestrias Havia pelas paroacutequias o traacutefico de menores onde eram efetuados

contratos de compra e venda para que as induacutestrias adquirissem esses menores em

lotes Robert Peel criou uma lei que protegia estas crianccedilas regrando deveres de

educaccedilatildeo reduzindo a etapa de trabalho para 12 horas Normas relacionadas agrave

higiene tambeacutem foram introduzidas Delgado (2014 p 95) faz referecircncia agrave essa lei

como o Peelrsquos Act (1802) versando sobre o trabalho dos menores Essa lei natildeo foi

aderida mas Robert Peel em 1819 criou uma segunda lei que foi aprovada no

mesmo entendimento (NASCIMENTO 2010 p 56)

Nascimento (2010 p 57) aponta outra lei a fim de proteger os menores na

Inglaterra a Lei de 1833 criada para estabelecer regras de trabalho nas induacutestrias

Assim menores foram proibidos de trabalhar antes dos 9 anos de idade o limite de

jornada de trabalho dos menores de 13 anos passou para 9 horas e dos

adolescentes menores de 18 anos para 12 horas Foi proibido tambeacutem o trabalho

noturno e para fiscalizar o cumprimento das regras foram nomeados inspetores de

induacutestria

Mais tarde outras medidas se destacaram como a Lei de 1844 criada para

regrar o trabalho das mulheres fixando a jornada de trabalho em 10 horas Tambeacutem

as Leis de 1850 e de 1853 foram criadas para regrar a jornada laboral dos homens e

a Lei de 1842 proibindo as mulheres e menores de trabalhar em subsolo

(NASCIMENTO 2010 p 57)

Segundo Martins (2014 p 7) na Franccedila em 1813 foi vedado o trabalho de

menores nas minas Em 1814 foi proibido o trabalho aos domingos e feriados Em

1839 foi vedado o trabalho de menores de 9 anos e a jornada laboral dos menores

de 16 anos foi estabelecida em 10 horas Tambeacutem na Franccedila as Leis de 19 de

11

marccedilo e 02 de novembro de 1874 regravam a proteccedilatildeo do trabalho das mulheres e

das crianccedilas

Conforme Nascimento (2010 p 41) os menores trabalhavam em peacutessimas

condiccedilotildees de higiene e as casas de aprendizagem eram raras onde meninos e

meninas dividiam o mesmo dormitoacuterio sendo que para as mulheres as condiccedilotildees

natildeo eram diferentes

Em alguns paiacuteses o Direito do Trabalho eacute infiltrado nas Constituiccedilotildees alguns

exemplos satildeo o Meacutexico (1917 e 1962) o Peru (1933) a Aacuteustria (1925) a Ruacutessia

(1918 a 1935) e o Brasil (1934 1937 1946 1967 1969 1988) Em outros paiacuteses as

leis trabalhistas satildeo apresentadas no Coacutedigo Civil como na Itaacutelia no Coacutedigo das

Obrigaccedilotildees como na Suiacuteccedila enquanto no Brasil elas aparecem nas consolidaccedilotildees e

em leis especiais Nos Estados Unidos as convenccedilotildees coletivas respondem pela

maioria das normas juriacutedicas mediante negociaccedilotildees coletivas entre os sindicatos

envolvidos (NASCIMENTO 2010 p 59)

O Direito do Trabalho se concretizou natildeo somente por meio de leis

constitucionais e ordinaacuterias mas tambeacutem atraveacutes das convenccedilotildees promulgadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que tem forccedila de lei federal em muitos

paiacuteses Os tratados internacionais bilaterais ou multilaterais eram mais comuns nos

paiacuteses europeus em especial normatizando a previdecircncia social (NASCIMENTO

2010 p 59-60)

A Revoluccedilatildeo Francesa de 1789 e sua Constituiccedilatildeo revelaram o primeiro dos

direitos sociais e econocircmicos o Direito do Trabalho O Estado impocircs a

obrigatoriedade de suprir o empregado a sua subsistecircncia (MARTINS 2014 p 6)

Garcia (2018 p 2) cita que na Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII em razatildeo

da descoberta da maacutequina a vapor as induacutestrias precisaram de operaacuterios com

trabalho assalariado para substituir os escravos sendo um dos motivos que

promoveu o Direito do Trabalho

O estado deixa seu estado de abstenccedilatildeo e passa a intervir nas relaccedilotildees de trabalho impondo limitaccedilotildees agrave liberdade das partes para a proteccedilatildeo do trabalhador por meio da legislaccedilatildeo proibitiva de abusos do empregador como forma de preservar a dignidade do homem no trabalho (GARCIA 2018 p 2-3)

Martins (2014 p 6) revela que na Revoluccedilatildeo Industrial surgiram os salaacuterios e

os contratos de trabalho Os empresaacuterios davam preferecircncia para as mulheres que

12

aceitavam salaacuterios inferiores ao dos homens exercendo as mesmas funccedilotildees

Sujeitavam-se a jornadas excessivas de 14 a 16 horas diaacuterias a baixos salaacuterios e

trabalhavam em situaccedilotildees inconstantes prejudiciais agrave sauacutede para manter seus

empregos No veratildeo o andamento do trabalho era longo chegando a 18 horas e

muitas vezes acabavam com o pocircr-do-sol Induacutestrias iniciaram as atividades em

periacuteodo noturno quando foi inventado o lampiatildeo a gaacutes em 1792 e as jornadas de

trabalho foram reduzidas para 12 a 14 horas por dia (MARTINS 2014 p 5)

Para Martins (2014 p 9) ldquoo direito do trabalho surge para limitar os abusos do

empregador em explorar o trabalho e para modificar as condiccedilotildees de trabalhordquo

Com a chegada da maacutequina a vapor e outras modernizaccedilotildees trabalhadores

foram substituiacutedos gerando desemprego Com novas possibilidades a agricultura

tambeacutem contratou menos trabalhadores e mais pessoas acabaram desempregadas

Foram instauradas induacutestrias de carvatildeo como na Inglaterra Nestas induacutestrias o

trabalhador era sujeito agraves obrigaccedilotildees insalubres incecircndios explosotildees e intoxicaccedilatildeo

por gases tendo salaacuterios baixos e inuacutemeras horas trabalhadas Tambeacutem corriam

riscos de doenccedilas infecciosas por conta de trabalhar em lugares molhados como

tuberculose pneumonia entre outras Eram feitos contratos verbais onde

praticamente toda famiacutelia trabalhava e muitos morriam sem nenhuma assistecircncia

(MARTINS 2014 p 6)

Nascimento (2010 p 43) salienta que os empregadores eacute quem determinavam

as jornadas de trabalho conforme a sua vantagem Aos empregados soacute restava

cumprir o estabelecido onde menores mulheres e homens exerciam as mesmas

funccedilotildees intensas ou natildeo Em razatildeo disso foram surgindo as legislaccedilotildees que

regraram as horas diaacuterias trabalhadas A eletricidade surgiu em 1880

consequentemente os meacutetodos de trabalho tiveram que se adequar (MARTINS

2014 p 8)

O Estado natildeo intercedia nas relaccedilotildees de trabalho pois o trabalho era tido como

mercadoria e possibilitava o abuso do empregador para com o empregado Como a

ofertas de trabalho eram poucas e a procura era intensa o empregado aceitava

baixos salaacuterios e jornadas excessivas sem direito ao descanso ou feacuterias (MARTINS

2014 p 8) De acordo com Nascimento (2010 p 54) a intervenccedilatildeo do Estado

ocorreu a partir de 1938 com o pensamento neoliberalista No entanto essa natildeo foi

a uacutenica forma pela qual o intervencionismo se idealizou tendo tambeacutem apontado de

um estilo mais eminente com sistemas poliacuteticos de ditadura tanto de ldquoesquerdardquo

13

como de ldquodireitardquo O socialismo eacute um comportamento intervencionista que se

destacou mais precisamente no Leste da Europa enquanto o corporativismo se

destacou na Itaacutelia e o nazismo de Hitler na Alemanha

Eacute saacutebia a intervenccedilatildeo do Estado para que o trabalhador tenha dignidade

atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de proteccedilatildeo acentuando regras que estabeleccedilam

condiccedilotildees de trabalho dignas e que sejam eminentes ao patratildeo considerando

melhor situaccedilatildeo de vida social (NASCIMENTO 2010 p 54) Conforme Martins

(2014 p 7) o Estado interviu nas relaccedilotildees de trabalho movido pelos abusos que

eram cometidos A desigualdade era niacutetida a maacutequina era de propriedade do patratildeo

e assim o trabalhador era submisso pois natildeo tinha nada A intervenccedilatildeo do Estado

teve como objetivo o bem-estar do trabalhador e melhorias nas circunstacircncias de

trabalho quando o empregado passou a ser favorecido pelas leis

Na Espanha foram estabelecidas regras que regulamentavam o trabalho dos

menores e das mulheres com leis em 1873 18781900 e 1912 Tambeacutem na Franccedila

em 1874 estabeleceram-se proteccedilotildees juriacutedicas para menores e mulheres Em 1893

uma lei regulou a seguranccedila e a higiene nas empresas (MARTINS 2014 p 7)

A Constituiccedilatildeo do Meacutexico em 1917 foi a primeira a tratar do assunto no art

123 estabelecendo vaacuterias regras de proteccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de trabalho de

menores de 12 anos jornada de oito horas descanso semanal proteccedilatildeo agrave

maternidade entre outros (MARTINS 2014 p 9)

Depois a Constituiccedilatildeo de Weimar em 1919 Martins (2014 p 9) menciona que

a mesma passou a regularizar a participaccedilatildeo dos empregados nas empresas tendo

representaccedilatildeo nas empresas estabelecendo um sistema de seguro social e fixando

salaacuterios e melhores condiccedilotildees de trabalho

No acircmbito internacional o Tratado de Versalles de 1919 prenunciou a

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que abrange os direitos trabalhistas

internacionalmente decretando convenccedilotildees (MARTINS 2014 p 9)

Garcia (2018 p 3) conta que na Itaacutelia a Carta del Lavoro em 1927

implementou um sistema corporativista que foi abrangido por outros sistemas

poliacuteticos como de Portugal da Espanha e do Brasil

A criaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas apoacutes a Segunda Guerra Mundial

(1939-1945) resultou na aprovaccedilatildeo da Carta das Naccedilotildees Unidas na Conferecircncia de

Satildeo Francisco (1945) Segundo Garcia (2018 p 4) a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia

14

aprovada pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em 1944 expandindo os

princiacutepios do Tratado de Versalles

Em 1946 houve a vinculaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho agrave

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas como entidade versada agrave regulamentaccedilatildeo

internacional do trabalho Garcia (2018 p 4) referencia o novo texto constitucional

da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho aprovado em Conferecircncia Internacional

do Trabalho em 1946 com a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia anexada E ainda no acircmbito

internacional trouxe diversos direitos trabalhistas em 1948 com a Declaraccedilatildeo

Universal dos Direitos Humanos

O Direito do Trabalho eacute uma vitoacuteria da humanidade ao longo da histoacuteria

criando direitos fundamentais para melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores

Assim evitou abusos e que o capital e a busca pelas vantagens prejudicassem os

membros da sociedade menos favorecidos assegurando dignidade de vida

(GARCIA 2018 p 4)

Da mesma maneira o Direito do Trabalho proporciona o desenvolvimento do

sistema econocircmico em meacutetodos aceitaacuteveis viabilizando assim o progresso das

instituiccedilotildees e o bem-estar coletivo Segundo Garcia (2018 p 4) o Direito do

Trabalho tem papel importante para garantir o miacutenimo de dignidade e justiccedila social

Conforme Garcia (2018 p 5) o Direito do Trabalho eacute um procedimento

necessaacuterio que embasa o proacuteprio sistema econocircmico-social Cabe ressaltar que o

Direito do Trabalho impossibilita ateacute mesmo um eventual colapso no sistema

podendo suceder de niacuteveis de miseacuteria e desigualdade afetando as condiccedilotildees de

consumo e conduzindo os proacuteprios possuidores a decadecircncia

Para Delgado (2012 p 83) o Direito do Trabalho natildeo surgiu apenas para

incendiar o sistema econocircmico Com a Revoluccedilatildeo Industrial na Inglaterra no

seacuteculo XVIII certamente buscou tambeacutem ponderar os abusos da utilizaccedilatildeo da forccedila

de trabalho propondo a civilidade para o trabalhador

Os direitos trabalhistas satildeo garantidos na composiccedilatildeo dos direitos

fundamentais em ligaccedilatildeo com as normas da dignidade da pessoa humana e da

justiccedila social Viu-se ao longo dessa redaccedilatildeo como eram as condiccedilotildees que

enfrentavam os trabalhadores para adquirir uma vida digna bem como a intervenccedilatildeo

do Estado para amenizar os abusos do empregador sendo possiacutevel entender um

pouco sobre o Direito em questatildeo Seguindo na apresentaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do Direito

15

do Trabalho na sequecircncia seraacute descrito como surgiram as primeiras regras no

Brasil

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil

Devido agrave criaccedilatildeo de regras trabalhistas na Europa e agraves instituiccedilotildees

internacionais que versavam sobre o Direito do Trabalho o Brasil teve influecircncia

para se adequar a essas regras Martins (2014 p 11) relata que as criaccedilotildees de

normas trabalhistas no Brasil foram estipuladas pelas mudanccedilas na Europa em

consequecircncia da Primeira Guerra Mundial e do surgimento da Organizaccedilatildeo

Internacional do Trabalho (OIT) em 1919 Imigrantes chegados ao Brasil deram

iniacutecio a movimentos e protestos pleiteando melhores circunstacircncias de trabalho

Destaca Nascimento (2010 p 88) que apoacutes a Aboliccedilatildeo da Escravatura e a

Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica surgiu o periacuteodo liberal do Direito do Trabalho embora

pequenos movimentos sem maior relevacircncia colaborassem para o progresso das

leis no paiacutes

Primeiramente as Constituiccedilotildees versavam apenas sobre o sistema de

governo Martins (2014 p 10) conta que mais tarde comeccedilaram a tratar de diversos

ramos do Direito em especial o Direito do Trabalho

A maior concentraccedilatildeo de pessoas se destacou nas grandes cidades como o

Rio de Janeiro em 1890 na eacutepoca capital federal e em Satildeo Paulo em 1900 No

entanto havia um grande nuacutemero de induacutestrias como oficinas de calccedilados

vestuaacuterio moacuteveis e tintas normalmente abertas em galpotildees ou no fundo de

armazeacutens sendo locais de difiacutecil acesso para a fiscalizaccedilatildeo A populaccedilatildeo foi

aumentando nesses estados e a maioria dos trabalhadores eram imigrantes

italianos portugueses espanhoacuteis que ocupavam cargos de operaacuterios nas induacutestrias

(NASCIMENTO 2010 p 88-89)

Nascimento (2010 p 89) cita que se formavam as circunstacircncias para que o

trabalho subordinado fosse regido por lei No entanto o Poder Puacuteblico que era

devoto ao princiacutepio liberalista e sua inspiraccedilatildeo permanecia isento a qualquer

contestaccedilatildeo No periacuteodo existiu um grande nuacutemero de greves e movimento poliacutetico

Conforme Nascimento (2010 p 96) as primeiras regras surgiram

respectivamente em 1903 pelo Decreto 979 de 06 de janeiro de 1903 (BRASIL

1903 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em 1937 pelo Decreto Legislativo 1637 que

16

versava sobre os sindicatos em 1891 pelo Decreto 1313 de 17 de janeiro de 1891

(BRASIL 1891 lthttpwww2camaralegbrgt) que dispunha sobre a proteccedilatildeo de

menores regrando a fiscalizaccedilatildeo nas faacutebricas onde havia um grande nuacutemero de

menores trabalhando e pelo Decreto 1150 de 1904 que regrava sobre os salaacuterios

estabelecendo a carteira agriacutecola (BRASIL 1904 lthttpwww2camaralegbrgt)

Em 1930 Getuacutelio Vargas entatildeo Presidente da Repuacuteblica idealizou uma

poliacutetica trabalhista Em razatildeo da expansatildeo da induacutestria Getuacutelio editou leis

trabalhistas com a intenccedilatildeo de moderar as manifestaccedilotildees No entanto jaacute existiam

leis ordinaacuterias regulando o trabalho de menores em 1891 em 1903 a organizaccedilatildeo

dos sindicatos rurais e em 1907 sindicatos urbanos (MARTINS 2014 p 11)

A Lei 30711916 (BRASIL 1916 lthttpwwwplanaltogovbrgt) aprovou o

Coacutedigo Civil e corrigido pela Lei 3725 de 15 de janeiro de 1919 (BRASIL 1919

lthttpwwwplanaltogovbrgt) surgiram regras sobre locaccedilatildeo de serviccedilos o que

antecede a histoacuteria do contrato de trabalho das leis posteriores e especiais Duas

regras consideraacuteveis surgem em 1923 a Lei 4682 (BRASIL 1923

lthttpwwwplanaltogovbrgt) intitulada de Lei Eloacutei Chaves criou a caixa de

aposentadoria e pensotildees para os ferroviaacuterios e a estabilidade para os mesmos ao

completarem 10 anos de emprego exceto se ocorresse falta grave O Decreto

16027 (BRASIL 1923 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 30 de abril estabeleceu o

Conselho Nacional do Trabalho ldquooacutergatildeo consultivo dos poderes puacuteblicos em

assuntos referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho e da previdecircncia socialrdquo

(NASCIMENTO 2010 p 97-98)

Versando sobre as feacuterias foi criada a Lei 4982 de 25 de dezembro de 1925

(BRASIL 1925 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Depois disso houve o Decreto

17934-A (BRASIL 1927 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 1927 e o Coacutedigo de

Menores estabelecendo proteccedilotildees ao trabalho dos menores (NASCIMENTO 2010

p 98)

Na deacutecada de 1930 vaacuterios Decretos do Poder executivo que versavam sobre

as relaccedilotildees de trabalho foram implantados Garcia (2018 p 5) evidencia o Decreto

211751932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que instituiu a Carteira

de Trabalho assim como a duraccedilatildeo da jornada de trabalho em diversos setores da

atividade econocircmica com o Decreto 211861932 (BRASIL 1932

lthttpwww2camaralegbrgt) e na induacutestria o Decreto 213641932 (BRASIL 1932

17

lthttpwww2camaralegbrgt) sobre a jornada de trabalho e o trabalho de menores

por meio do Decreto 220421932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Conforme Delgado (2014 p 107) a evoluccedilatildeo do Direito do Trabalho no Brasil

tem a fase mais significativa entre 1888 a 1930 Foi um periacuteodo em que a relaccedilatildeo de

emprego se mostrou expressiva principalmente no setor agriacutecola cafeeiro de Satildeo

Paulo na industrializaccedilatildeo profissional da capital paulista e do Distrito Federal

O Ministeacuterio do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio foi criado em 1930 quando

passou a expedir decretos sobre o trabalho das mulheres (214171932) (BRASIL

1932 lthttpwww2camaralegbrgt) salaacuterio miacutenimo (1936) e a Justiccedila do Trabalho

(1939) Conforme Martins (2014 p 11) a primeira Constituiccedilatildeo brasileira a tratar

especificamente do Direito do Trabalho eacute a de 1934 regulando diversas proteccedilotildees

trabalhistas Depois a Constituiccedilatildeo de 1937 regulou os sindicatos nas relaccedilotildees de

trabalho quando um imposto sindical foi estipulado Tambeacutem teve a competecircncia

dos tribunais de trabalho que tinha como propoacutesito intervir nas relaccedilotildees de trabalho

buscando o entendimento entre patratildeo e empregado

Garcia (2018 p 6) explica que a Constituiccedilatildeo Federal de 1937 (BRASIL 1937

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta a intervenccedilatildeo do Estado com

particularidades do meacutetodo corporativista Foi instaurado um sindicato exclusivo

ligado ao Estado a greve foi proibida pois era vista como artificio desagradaacutevel e

negativo agrave economia

Em razatildeo das normas existentes espalhadas entendeu-se a utilidade de um

sistema de regras Para isso foi lanccedilado o Decreto-Lei 5452 de 1ordm-5-1943

homologando a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho a CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e consolidando as leis jaacute existentes (MARTINS 2014

p 12)

Adiante as Constituiccedilotildees seguintes trouxeram mais benefiacutecios para o

trabalhador como repouso semanal remunerado participaccedilatildeo de lucros para os

empregados e direito de greve previstos na Constituiccedilatildeo de 1946 Martins (2014 p

12) conta que legislaccedilotildees ordinaacuterias avanccedilaram citando entre elas a Lei 585972

(BRASIL 1972 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre o trabalho domeacutestico

Garcia (2018 p 6) menciona a Lei 605 de 05 de janeiro de 1949 (BRASIL

1949 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o repouso semanal

remunerado e remuneraccedilatildeo de feriados e a Lei 2757 de 23 de abril de 1956

(BRASIL 1956 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre as regras de trabalho

18

dos porteiros zeladores faxineiros e serventes de preacutedios A Lei 3207 de 18 de

julho de 1957 (BRASIL 1957 lthttpwwwplanaltogovbrgt) regulava o trabalho dos

viajantes e a Lei 40901962 a gratificaccedilatildeo natalina (BRASIL 1962

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

sustentou os direitos trabalhistas das Constituiccedilotildees anteriores e estabeleceu o

Fundo de Garantia do Tempo de Serviccedilo na Lei 51071966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) dentre outras diversas leis sobre o emprego

domeacutestico em 1972 sobre o trabalho rural teve a Lei 58891973 (BRASIL 1973

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e o trabalho temporaacuterio foi regrado na Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 6)

Em 1988 foi aprovada a Constituiccedilatildeo atual versando sobre os direitos

trabalhistas estes incluiacutedos no Capitulo II ldquoDos Direitos Sociaisrdquo e do Titulo II ldquoDos

Direitos e Garantias Fundamentaisrdquo No entendimento de alguns doutrinadores o

art 7ordm da Constituiccedilatildeo Federal surge como a verdadeira Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho com diversos direitos trabalhistas abrigados (MARTINS 2014 p 12)

Delgado (2012 p 86) aponta que sem duacutevida o nuacutecleo principal do Direito do

Trabalho estaacute situado nas relaccedilotildees empregatiacutecias de trabalho surgindo diversos

institutos regras e princiacutepios que norteiam essa relaccedilatildeo juriacutedica

Acerca da polecircmica Reforma trabalhista aprovada mesmo em contradiccedilatildeo aos

direitos dos empregados na Constituiccedilatildeo Garcia (2018 p 7) revela que a Lei

134672017 modificou a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 e as

Leis 601974 80361990 e 821291 com a finalidade de adaptar a legislaccedilatildeo agraves

atuais relaccedilotildees trabalhistas

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho

Independentemente do significativo trabalho das mulheres nas atividades

domeacutesticas e em outras funccedilotildees na Idade Meacutedia foi na Revoluccedilatildeo Industrial o

momento histoacuterico da inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Na Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres foram introduzidas no mercado de trabalho com intensivas

jornadas laborais salaacuterios baixos e condiccedilotildees desumanas de trabalho (FONSECA

2015 p 91)

19

Antes disso apoacutes o periacuteodo preacute-histoacuterico a mulher passou a ser reconhecida

como Grande Deusa Desse ponto de vista Freitas (2015 p 11) revela que a

mulher era santificada e glorificada e em razatildeo disso obteve poderes Controlavam

dinheiro e propriedades e direitos especiais no casamento Assim os homens

cediam seus desejos Muitas eram vistas nos campos de batalha lutando como

homens O Egito antigo foi destaque na veneraccedilatildeo pelas mulheres

No periacuteodo da Idade Antiga nas civilizaccedilotildees gregas e romanas quando a

mulher deixava a casa da famiacutelia em razatildeo do casamento ou por outros motivos

deveria seguir as crenccedilas do marido e rezar pelo seu Deus Na eacutepoca cada famiacutelia

tinha um Deus diferente e a mulher aprenderia com seu marido a venerar aqueles

que protegiam a famiacutelia dele (FREITAS 2015 p 12)

Conforme Freitas (2015 p 12) se a mulher fosse esteacuteril o homem poderia

pedir o divoacutercio e se o homem fosse esteacuteril deveria ser substituiacutedo pelo irmatildeo ou

parente mais proacuteximo do marido A mulher era obrigada a entregar-se para este

homem sendo que isso acontecia nas mesmas civilizaccedilotildees mencionadas

anteriormente

A mesma mulher deveria se casar com o parente mais proacuteximo do marido

falecido caso ficasse viuacuteva sem filhos Freitas (2015 p 12) diz que a participaccedilatildeo

do homem era essencial principalmente no nascimento Isto eacute quando nascia filha

mulher natildeo satisfazia a importacircncia do seguimento dos deuses daquela famiacutelia

Conforme jaacute mencionado as mulheres seguiam o Deus do marido

A desigualdade natildeo parava por aiacute conforme Freitas (2015 p 12) no momento

da divisatildeo da heranccedila se jaacute fossem casadas as mulheres natildeo teriam direito a nada

Existia particularmente uma proibiccedilatildeo religiosa em relaccedilatildeo a isso As regras ateacute

mudavam de um lugar para outro mas frequentemente as filhas mulheres natildeo

herdavam nada ou quando herdavam era uma porcentagem menor que a dos filhos

homens

Afastando um pouco das relaccedilotildees de famiacutelia e religiotildees pode-se apontar que o

trabalho feminino conforme registros mais antigos de Roma as mulheres exerciam

diversas funccedilotildees como lavadeira bibliotecaacuteria meacutedica parteiras costureiras e

cabeleireiras (FREITAS 2015 p 13) A jornada de trabalho era excessiva devido a

maacute distribuiccedilatildeo das tarefas mas as mulheres natildeo se queixavam

20

Em algumas civilizaccedilotildees era atribuiacuteda agrave mulher a principal forccedila de trabalho

(FREITAS 2015 p 15) como a construccedilatildeo de represas no Havaiacute e na Austraacutelia a

pesca e a retirada de algas

No Brasil de acordo com Ribeiro e Jesus (2016 p 43) a partir dos anos 70 a

inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho obteve crescimento Um dos motivos

foi a busca de ajuda para o sustento da famiacutelia

Ademais a Segunda Guerra Mundial teve importante contribuiccedilatildeo para que a

mulher fosse buscar emprego Enquanto seus maridos lutavam nos campos de

batalha essas teriam que lutar pelo sustento familiar A ausecircncia masculina fez com

que o trabalho feminino suprisse essas vagas Devido ao processo de

industrializaccedilatildeo e do aumento de empresas em diversos ramos como petroliacuteferos

quiacutemicos sideruacutergicos e automobiliacutestico na deacutecada de 1940 a inserccedilatildeo das

mulheres no mercado de trabalho teve um aumento intenso (RIBEIRO JESUS

2016 p 44)

O entendimento de Freitas (2015 p 22) revela que o trabalho feminino se

destacou no Brasil no periacuteodo industrial entre 1850 e 1950 As mulheres se

integraram ao setor fabril e a matildeo de obra feminina ocupava 76 do trabalho em

1872 Mais tarde em 1950 esse nuacutemero diminuiu para 20 sendo o motivo

justificado devido ao grande nuacutemero de migraccedilotildees e o aumento da matildeo de obra

masculina

Com o decliacutenio do trabalho feminino matildees tinham a obrigaccedilatildeo de cuidar dos

filhos e preparaacute-los para o trabalho orientando para que se adaptassem com as

rotinas de trabalho e fossem disciplinados (FREITAS 2015 p 22)

Grandes discriminaccedilotildees sofridas pelo gecircnero feminino ocorreram em razatildeo da

ldquocultura do machismordquo destaque no Brasil ao contraacuterio dos paiacuteses europeus que

usaram a matildeo de obra feminina no tempo da 2ordm Guerra Mundial tornou a inclusatildeo

das mulheres no mercado de trabalho mais difiacutecil Conforme Freitas (2015 p 24) na

Europa perante a necessidade do sustento familiar e matildeo de obra o preconceito

perdeu forccedila e nos paiacuteses latino-americanos como no Brasil principalmente a

discriminaccedilatildeo manteve-se resistente em razatildeo de natildeo ter existido momentos de

crise

Mulheres como ex-escravas por exemplo de acordo com Freitas (2015 p 23)

eram vistas com mais frequecircncia em trabalhos domeacutesticos lavadeira passadeira e

21

cozinheira devido ao baixo niacutevel social Jaacute as mulheres jovens podiam ser vistas

como professoras enfermeiras entre outras

A mulher sempre desempenhou a funccedilatildeo de serva sendo diferenciada pelo

gecircnero foi vista como matildee esposa e era necessaacuterio pedir permissatildeo ao marido

para os atos da vida civil As mulheres natildeo tinham direito de escolha (FREITAS

2015 p 21) e os casamentos no periacuteodo colonial eram arranjados Mais tarde nos

anos de 1800 passaram a ter mais liberdade

Freitas (2015 p 22) diz que num primeiro momento a mulher tinha suas

principais obrigaccedilotildees como matildee dedicada preocupada com a educaccedilatildeo dos filhos e

em um segundo momento de respeitar o marido e ser submissa a ele

Eacute indispensaacutevel salientar que apesar de toda evoluccedilatildeo dos direitos trabalhistas

e da ocupaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho ainda haacute resistecircncia em relaccedilatildeo

ao trabalho feminino As discriminaccedilotildees satildeo culturais e histoacutericas e o preconceito

perdura na sociedade e enfrenta frequentes desafios (FONSECA 2015 p 93)

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho

Avaliando os acontecimentos eacute notoacuteria a necessidade da inserccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho e o seu reconhecimento assim como o crescimento

feminino e as reivindicaccedilotildees por seus direitos de igualdade Observando as

condiccedilotildees de trabalho em que as mulheres eram expostas foram surgindo medidas

de proteccedilatildeo

Todo mundo sabe que a mulher sempre foi discriminada nunca teve as mesmas oportunidades asseguradas aos homens Nossa cultura patriarcal gerou uma sociedade machista em que a mulher ocupava um papel subalterno Excluiacuteda ficava confinada ao reduto da casa tendo por uacutenica missatildeo a assistecircncia da famiacutelia a organizaccedilatildeo do lar o apoio ao marido e o cuidado dos filhos (FONSECA apud DIAS 2015 p 91)

Freitas (2015 p 11) conta que as mulheres de uma forma ou de outra sempre

estiveram inseridas no mercado de trabalho seja na caccedila na costura no cuidado de

crianccedilas na fabricaccedilatildeo de ferramentas na lida com ervas e com plantas medicinais

assim como na cozinha A caccedila era entre homens e mulheres que se ajudavam

No seacuteculo XIX Garcia (2018 p 1063) relata que durante a Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres recebiam salaacuterios inferiores aos dos homens e as condiccedilotildees

22

de trabalho eram horriacuteveis As mulheres eram expostas a trabalhos prejudiciais agrave

sauacutede pondo sua vida em risco

Essa situaccedilatildeo era de grande risco para as famiacutelias sendo que assim tiveram

iniacutecio as primeiras legislaccedilotildees protetivas para as mulheres Em virtude das medidas

protetivas as mulheres eram discriminadas com frequecircncia pois os empregadores

tinham receio em contratar a matildeo de obra feminina por ter regras protetivas e assim

contratavam homens (GARCIA 2018 p 1063)

Revela Garcia (2018 p 1065) que no Brasil as regras de proteccedilatildeo tambeacutem

geraram discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Em face disso foram

criadas normas proibitivas agrave discriminaccedilatildeo

A proteccedilatildeo especial apenas passa a se justificar nos aspectos realmente diferenciados e peculiares notadamente quando ao estado de gestante e maternidade que satildeo de responsabilidade da sociedade como um todo natildeo podendo servir de fatores de discriminaccedilatildeo contra a mulher (GARCIA 2018 p 1065)

As primeiras legislaccedilotildees surgiram na Inglaterra em 1842 proibindo a mulher

de trabalhar em lugares subteacuterreos Em 1844 a jornada de trabalho da mulher foi

limitada para 12 horas e tambeacutem assim como o periacuteodo noturno Em 1874 na

Franccedila entrou em vigor uma lei que proibia a mulher de trabalhar em minas e

pedreiras Em 1878 as mulheres foram proibidas de exercer funccedilotildees em lugares

insalubres (MARTINS 2014 p 661)

A Lei de 2111892 estabeleceu que a mulheres tivessem jornada de trabalho

de apenas de 11 horas A Lei de 28121909 concedeu agraves mulheres gestantes

descanso de oito semanas natildeo remunerado proibindo a carga de materiais

pesados (MARTINS 2014 p 661)

O Tratado de Versalles determinou o princiacutepio da igualdade salarial entre

homens e mulheres que foi acolhido em diversos paiacuteses inclusive o Brasil

(MARTINS 2014 p 661)

Compete somente a Uniatildeo legislar sobre mateacuteria trabalhista diz o art 22 I e

XVI da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) mas isso natildeo impede a

aplicaccedilatildeo das convenccedilotildees internacionais ratificadas pelo Brasil estas criadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) Esta eacute a corporaccedilatildeo responsaacutevel pelo

controle e lanccedilamento de normas referentes ao trabalho no plano internacional com

o objetivo de regimentar as relaccedilotildees de trabalho atraveacutes das convenccedilotildees

23

recomendaccedilotildees e resoluccedilotildees planejando proteger as relaccedilotildees entre empregados e

empregadores na esfera internacional Desde 1950 o Brasil tem representaccedilatildeo da

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em seu territoacuterio (FREITAS 2015 p 33)

Freitas (2015 p 33-34) destaca diversas convenccedilotildees direcionadas agrave proteccedilatildeo

feminina sendo uma delas a Convenccedilatildeo nordm 3 procedendo sobre o trabalho antes e

depois do parto Na sequecircncia houve a Convenccedilatildeo nordm 4 tratando do trabalho

noturno das mulheres em induacutestrias com exceccedilatildeo das oficinas da famiacutelia ambas

convocadas em 29 de outubro de 1919 A Convenccedilatildeo nordm 41 foi ratificada em relaccedilatildeo

agraves disposiccedilotildees sobre o trabalho noturno na sessatildeo da OIT realizada em Genebra e

encerrada em 23 de junho de 1934 A Convenccedilatildeo nordm 45 vedou o trabalho das

mulheres em minas de qualquer natureza e subterracircneos sendo aprovada um ano

apoacutes a Convenccedilatildeo nordm 41 passando a vigorar em 30 de maio de 1937

A Convenccedilatildeo nordm 100 tratava da desigualdade salarial entre homens e mulheres

exercendo a mesma funccedilatildeo tendo sido aprovada em 1951 em Genebra entrando

em vigor em 23 de maio de 1953 no acircmbito internacional Freitas (2015 p 34)

salienta que a Convenccedilatildeo nordm 103 se refere agrave proteccedilatildeo agrave maternidade e entrou em

vigor em 7 de junho de 1958 Tambeacutem em 1958 a Convenccedilatildeo nordm 111 abordou as

discriminaccedilotildees relacionadas a emprego e profissatildeo tendo entrado em vigor em 15

de junho de 1960

A Convenccedilatildeo nordm 127 de 1967 entrou em vigor em 10 de marccedilo de 1970

referente ao levantamento de pesos A convenccedilatildeo nordm 156 de 1981 discorre sobre a

igualdade de oportunidades para ambos os sexos tanto nas relaccedilotildees de trabalho

como na esfera familiar Jaacute a Convenccedilatildeo nordm 171 delimita as horas do trabalho

noturno

Em 1974 foi assinada a Convenccedilatildeo sobre a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo

contra a Mulher de todas as formas aprovada pela Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

(ONU) Freitas (2015 p 34) conta que a convenccedilatildeo trata dos direitos relacionados

ao emprego e agraves condiccedilotildees de igualdade entre os sexos que deveriam ser

observadas

O termo discriminaccedilatildeo compreende toda distinccedilatildeo exclusatildeo ou preferecircncia baseada em motivos de raccedila cor sexo religiatildeo opiniatildeo politica ascendecircncia nacional ou origem social que tenha como efeito anular a igualdade de oportunidades ou de tratamento em emprego ou profissatildeo (MARTINS 2014 p 544)

24

O Decreto 21417-A de 17 de maio de 1932 (BRASIL 1932 lthttp

www2camaralegbrgt) foi a primeira norma que surgiu sobre o trabalho feminino no

Brasil (GARCIA 2018 p 1066) proibindo a mulher de trabalhar agrave noite A

Constituiccedilatildeo de 1934 (BRASIL 1934 lthttpwwwplanaltogovbrgt) foi fundamental

quando considerou a proibiccedilatildeo da desigualdade de salaacuterios entre homens e

mulheres proibindo o trabalho da mulher em locais insalubres garantindo o repouso

antes e depois do parto sem prejudicar o salaacuterio com seguranccedila de previdecircncia em

benefiacutecio da maternidade e amparo agrave maternidade (GARCIA 2018 p 1066)

Na Constituiccedilatildeo de 1937 (BRASIL 1937 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

mulher gestante conquistou assistecircncia meacutedica e higiecircnica e consequentemente o

benefiacutecio de descanso antes e depois do parto sem perda de salaacuterio A

Constituiccedilatildeo de 1946 (BRASIL 1946 lthttpwwwplanaltogovbrgt) idem a

Constituiccedilatildeo de 1937 assegurava a assistecircncia sanitaacuteria hospitalar e meacutedica agrave

gestante Em 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Constituiccedilatildeo

seguiu os mesmos criteacuterios da CF37 (GARCIA 2018 p 1066)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) tambeacutem

deu agrave mulher o direito agrave aposentadoria com 30 anos de trabalho com salaacuterio

completo Os artigos 389 e 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT)

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) permitiam que as empregadas

guardassem seus filhos no periacuteodo em que estavam trabalhando na empresa

descansando quatro semanas antes e oito semanas depois do parto Em 1969 a

Emenda Constitucional nordm 1 seguiu paracircmetros da CF37 e CF46 (MARTINS 2014

p 664)

A Constituiccedilatildeo de 1988 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

oportunizava a licenccedila agrave gestante sem detrimento no emprego e salaacuterio e com

duraccedilatildeo de 120 dias Importante ressaltar que o homem em caso de falecimento da

genitora passa a ter o mesmo direito podendo usufruir da proteccedilatildeo para que repare

a condiccedilatildeo de seu filho nos primeiros meses de vida conforme disposto no artigo

392-B da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS 2008 p 576)

Por conseguinte em 01 de maio de 1943 foi editada a Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assentando o tema jaacute

existente A CLT sistematizou a legislaccedilatildeo diversa jaacute efetiva no periacuteodo em que foi

publicada Todavia criou novos regimentos sendo a primeira regra geral aplicaacutevel

para todos os empregados Atualmente as relaccedilotildees de trabalho satildeo regidas por

25

esta lei a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Tambeacutem abrange relaccedilotildees coletivas

como as entidades sindicais ou grupos de trabalhadores No Decreto-lei 6353 de

20-3-1944 (BRASIL 1944 lthttpwwwplanaltogovbrgt) houve a primeira alteraccedilatildeo

que admitia o trabalho agrave noite da mulher que tivesse 18 anos mas em poucas

funccedilotildees (MARTINS 2008 p 575)

Garcia (2018 p 1067) cita que o poder puacuteblico cria mecanismos para que a

mulher tenha seus direitos garantidos tambeacutem no ambiente familiar sem

discriminaccedilatildeo com respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar evitando a crueldade

e a opressatildeo Nesse sentido a Lei 113402006 (BRASIL 2006

lthttpwwwplanaltogovbrgt) previne a violecircncia domeacutestica protegendo a mulher do

asseacutedio familiar

As garantias da Constituiccedilatildeo Federal e da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

estabelecem que sejam inadmissiacuteveis as desigualdades entre homens e mulheres

no ambiente de trabalho A mulher era tratada como incapaz pelo Coacutedigo Civil de

1916 Essa situaccedilatildeo mudou com o Estatuto da Mulher Casada Lei 4121 de 27-08-

62 (BRASIL 1962 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (MARTINS 2008 p 577)

Garcia (2018 p 1069) afirma que as leis de proteccedilatildeo agrave mulher centralizaram

mais em motivos que chamam atenccedilatildeo como as mulheres gestantes e a

maternidade Esses dois aspectos natildeo devem servir de razatildeo para a discriminaccedilatildeo e

diferenciaccedilatildeo salarial nem para a contrataccedilatildeo do trabalho feminino

Relata Carrion (2014 p 330)

O direito da empregada gestante manter-se no emprego sem prejuiacutezo dos salaacuterios com consequente restriccedilatildeo ao direito de resiliccedilatildeo unilateral do contrato sem justa causa pelo empregador sob pena de sujeitar-se agraves reparaccedilotildees legais nasce com a concepccedilatildeo e projeta-se ateacute cinco meses apoacutes o parto

Existem prejulgamentos provenientes da sociedade Por isso existem as

medidas de proteccedilatildeo para atuarem onde ocorrem determinadas peculiaridades

Medidas foram criadas para que a discriminaccedilatildeo em razatildeo da desigualdade de

gecircnero seja banida nas empresas nos quesitos de admissatildeo e remuneraccedilatildeo no

mercado de trabalho Notadamente existem discriminaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave mulher

sendo um aspecto cultural em uma sociedade machista onde as mulheres sempre

ocuparam papeacuteis subalternos apenas cuidando da casa e dos filhos As proteccedilotildees

26

especiais agraves mulheres devido agraves suas peculiaridades natildeo devem servir de motivo

para a discriminaccedilatildeo poreacutem muitas vezes causam efeito contraacuterio

27

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO DA MULHER NO DIREITO DO TRABALHO

Diante das situaccedilotildees trazidas no capiacutetulo anterior onde foram expostos os

problemas enfrentados pelas mulheres como a exploraccedilatildeo a discriminaccedilatildeo e a

desigualdade de gecircnero as diferenccedilas eram claras Para tanto medidas de

proteccedilatildeo ao trabalho feminino foram criadas Nota-se as primeiras leis que versavam

sobre o trabalho da mulher como a proibiccedilatildeo de trabalhar em lugares subteacuterreos a

jornada de trabalho estabelecida em 12 horas o trabalho vedado em minas e

pedreiras assim como no periacuteodo noturno e nas funccedilotildees insalubres bem como em

relaccedilatildeo a um periacuteodo de descanso de 8 (oito) semanas para as gestantes natildeo

remunerado Essas regras tiveram constante evoluccedilatildeo

Nesse momento seraacute apresentado o progresso dessas regras e uma anaacutelise

das normas de proteccedilatildeo que a cada dia sofrem alteraccedilotildees sendo um assunto onde

sempre haacute novidades A abordagem a seguir mostra as peculiaridades do trabalho

da mulher em especial a proteccedilatildeo agrave maternidade a comeccedilar nessa oportunidade

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade

Estudando a caminhada da mulher no mercado de trabalho a forma como

eram tratadas abusadas sem direitos seguimos nesse capiacutetulo relatando as

peculiaridades que trazem proteccedilatildeo ao trabalho feminino Depois de constatar os

motivos pelo quais foram criadas regras de proteccedilatildeo apresentamos medidas

especiacuteficas para que a desigualdade de gecircnero seja banida do acircmbito trabalhista

Nesse contexto podemos destacar que a proteccedilatildeo agrave maternidade eacute o

benefiacutecio mais relevante da empregada ldquoOs preceitos que regulam o trabalho

masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a

proteccedilatildeo especial instituiacuteda neste Capiacutetulordquo redaccedilatildeo do art 372 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O

paraacutegrafo uacutenico foi revogado pela Lei 134672017 pois caracterizava discriminaccedilatildeo

sendo que este seraacute comentado no proacuteximo capiacutetulo O artigo institui o Capiacutetulo III

da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que foi reservado especialmente ao trabalho

da mulher poreacutem alguns artigos abrangem identicamente o trabalho masculino

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 251)

28

O art 5ordm I CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) traz a

igualdade entre homens e mulheres nas relaccedilotildees de trabalho em direitos e

obrigaccedilotildees Martins conforme Machado (2017 p 251) conta que ldquoas regras de

proteccedilatildeo ao trabalho da mulher justificam-se em face das peculiaridades que

norteiam o trabalho femininordquo

Regula o artigo 7ordm XIII da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

que ldquoa duraccedilatildeo de trabalho normal das mulheres natildeo superior a oito horas e

quarenta e quatro horas semanais facultada agrave compensaccedilatildeo de horaacuterios e reduccedilatildeo

de jornada mediante acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalhordquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 252)

Abordando o artigo 373 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que menciona a jornada de trabalho das mulheres ldquoa

duraccedilatildeo normal de trabalho das mulheres seraacute de 8 (oito) horas diaacuterias exceto nos

casos para os quais for fixada duraccedilatildeo inferiorrdquo (MARTINS apud MACHADO 2017

p 252)

Incluiacutedo pela Lei 979999 (BRASIL 1999 lthttpwwwplanaltogovbrgt) o

artigo 373-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho faz diversas observaccedilotildees ao

trabalho da mulher referentes agrave discriminaccedilatildeo nas relaccedilotildees de trabalho Observe a

regra

Art 373-A Ressalvadas as disposiccedilotildees legais destinadas a corrigir as distorccedilotildees que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas eacute vedado (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) I ndash publicar ou fazer publicar anuacutencio de emprego no qual haja a referecircncia ao sexo agrave idade agrave cor ou situaccedilatildeo familiar salvo quando a natureza da atividade a ser exercida puacuteblica e notoriamente assim o exigir (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) II ndash recusar emprego promoccedilatildeo ou motivar a dispensa do trabalho em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez salvo quando a natureza da atividade seja notoacuteria e publicamente incompatiacutevel (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) III ndash considerar o sexo a idade a cor ou situaccedilatildeo familiar como variaacutevel determinante para fins de remuneraccedilatildeo formaccedilatildeo profissional e oportunidades de ascensatildeo profissional (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) IV ndash exigir atestado ou exame de qualquer natureza para comprovaccedilatildeo de esterilidade ou gravidez na admissatildeo ou permanecircncia no emprego (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) V ndash impedir acesso ou adotar criteacuterios subjetivos para o deferimento de inscriccedilatildeo ou aprovaccedilatildeo em concursos em empresas privadas em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) VI ndash proceder o empregador ou preposto a revistas iacutentimas nas empregadas ou funcionaacuterias (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999)

29

Paragrafo uacutenico O disposto neste artigo natildeo obsta a adoccedilatildeo de medidas temporaacuterias que visem ao estabelecimento das poliacuteticas de igualdade entre homens e mulheres em particular as que se destinam a corrigir as distorccedilotildees que afetam a formaccedilatildeo profissional o acesso ao emprego e as condiccedilotildees gerais de trabalho da mulher (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 252) menciona que o referido artigo foi

adicionado em razatildeo de impedir as condutas discriminatoacuterias violando o princiacutepio da

igualdade consagrado no art 7ordm XXX da CF88 (BRASIL 1988

lthttpwwwplanaltogovbrgt) prevendo ldquoa proibiccedilatildeo de diferenccedila de salaacuterios de

exerciacutecio de funccedilotildees e de criteacuterio de admissatildeo por motivo de sexo idade cor ou

estado civilrdquo

A Constituiccedilatildeo de 1988 estabeleceu regras firmes contra a discriminaccedilatildeo agrave

mulher nas relaccedilotildees de emprego proibindo diferenccedilas no acircmbito laboral Tambeacutem

eliminou alguns artigos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que produziam efeito

contraacuterio em relaccedilatildeo ao trabalho feminino (DELGADO 2012 p 803)

Delgado (2012 p 804) indica que revogados pela Lei 78551989 (BRASIL

1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) reproduzida logo apoacutes a CF88 os artigos 374

375 378 379 380 e 387 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) que davam

entendimento discriminatoacuterio ao trabalho feminino Martins conforme Machado

(2017 p 256) aponta que o artigo 376 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho foi

revogado pela Lei 102442001 (BRASIL 2001 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Voltando as normas vigentes comentamos o artigo 377 da Consolidaccedilatildeo das

Leis do Trabalho Nesse contexto Martins conforme Machado (2017 p 256) traz

que somente atraveacutes de convenccedilatildeo coletiva ou de acordo coletivo no teor do art 7ordm

VI CF88 eacute possiacutevel reduzir o salaacuterio das mulheres e que as medidas protetivas

satildeo regras e por motivo algum eacute autorizada a reduccedilatildeo

Conforme o artigo 381 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o trabalho noturno frisando que ldquoo

trabalho noturno das mulheres teraacute salaacuterio superior ao diurnordquo No sect 1ordm a regra diz

que no trabalho noturno os salaacuterios teratildeo aumento de 20 e sect 2ordm que cada hora

trabalhada agrave noite seraacute de 52 minutos e 30 segundos Tem direito ao percentual

miacutenimo de 25 a empregada rural (art 7ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 58891973

(BRASIL 1973 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O art 382 regra o intervalo

intrajornada que destina uma pausa de 11 horas entre duas jornadas de trabalho

30

enquanto o art 66 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) tambeacutem apresenta

este preceito (MARTINS apud MACHADO 2017 p 257)

Um dos artigos que sugere a desigualdade de gecircnero eacute o art 383 da CLT

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que apresenta um intervalo entre 1 a

2 horas para a mulher trabalhadora possibilitando um periacuteodo bastante extenso

para o descanso Diferente do homem que mesmo em curtas jornadas abaixo de

seis horas tem apenas 15 minutos salvo a hipoacutetese conhecida no art 71 sect 3ordm bem

como o art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece o intervalo de 15 minutos para a

mulher caso haja hora extra (DELGADO 2012 p 804)

O art 384 eacute referente apenas ao trabalho feminino estabelecendo regra

caracterizada e protetiva apartado do homem o que natildeo eacute coerente na eacutepoca atual

e confrontando a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art 7ordm inciso

XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo do trabalho

O artigo 384 da CLT foi revogado pela Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) da Reforma trabalhista que seraacute apresentada no

proacuteximo capiacutetulo desse trabalho (GARCIA 2018 p 1076-1077 e 1079)

Seguindo Garcia (2018 p 1079) aponta o art 385 da CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) no seguinte contexto

Art 385 O descanso semanal seraacute de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidiraacute todo ou em parte com o domingo salvo motivo de conveniecircncia puacuteblica ou necessidade imperiosa de serviccedilo a juiacutezo da autoridade competente na forma das disposiccedilotildees gerais caso em que recairaacute outro diardquo (BRASIL 1943 httpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 260) descreve que o art 67 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho tambeacutem assegura o descanso e o art 7 inciso

XV da CF88 eacute extensivo aos trabalhadores de ambos os sexos

Referente tambeacutem ao periacuteodo de descanso da mulher o art 386 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz

que quando haacute trabalho aos domingos uma escala de revezamento seraacute organizada

para que possibilite o repouso dominical de 15 em 15 dias (MARTINS 2014 p 667)

Os meacutetodos e locais de trabalho da mulher que estatildeo previstos nos artigos 388

389 e 390 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 seratildeo apresentados no

proacuteximo capiacutetulo em conjunto com a exposiccedilatildeo da nova lei a Reforma trabalhista

31

Avanccedilando os demais artigos que se referem agrave mulher no Capiacutetulo III da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho 1943 apontamos o art 391 caput ldquoNatildeo

constitui justo motivo para a rescisatildeo do contrato de trabalho da mulher o fato de

haver contraiacutedo matrimocircnio ou de encontrar-se em estado de gravidezrdquo (BRASIL

1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 1082)

Garcia (2018 p 1082) menciona que em qualquer convenccedilatildeo coletiva acordo

coletivo ou acordos individuais de trabalho eacute proibido ldquorestriccedilotildees de direito da mulher

ao seu emprego por motivo de casamento ou gravidezrdquo (art 391 paraacutegrafo uacutenico

CLT) Diante desse procedimento Martins conforme Machado (2017 p 265) afirma

a autorizaccedilatildeo da reintegraccedilatildeo na funccedilatildeo (art 4ordm da Lei 902995) (BRASIL 1995

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ou seja a empregada natildeo poderaacute ser demitida em

face desses motivos O impedimento das praacuteticas discriminatoacuterias tem apoio

constitucional no art 7ordm XXX CF88

A redaccedilatildeo do art 391-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) incluiacuteda

pela Lei 128122013 (BRASIL 2013 lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta que a

gravidez confirmada no curso do contrato de trabalho garante agrave empregada gestante

estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea b do inciso II do art 10 do Ato de

Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias ainda que durante o prazo do aviso-preacutevio

trabalhado ou indenizado (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

Mesmo que no momento da demissatildeo a empregada gestante natildeo tenha

conhecimento do estado graviacutedico poderaacute usufruir o direito da garantia de emprego

sem prejuiacutezo de salaacuterio e da funccedilatildeo que exerce Assim o empregador natildeo seraacute

afastado das responsabilidades mesmo que natildeo tenha conhecimento da gravidez

da empregada Garcia (2018 p 1097) ressalta que eacute objetiva a responsabilidade do

empregador quanto ao estado de gravidez da empregada

Nestes termos atualmente desponta uma discussatildeo em relaccedilatildeo ao

desconhecimento do estado da gravidez pela proacutepria empregada Haacute entendimentos

de que natildeo eacute justo possibilitar o direito agrave garantia de emprego se nem mesmo a

empregada estava ciente do seu estado gestacional (GARCIA 2018 p 1097)

Garcia (2018 p 1098) indica que a garantia de emprego conforme redaccedilatildeo

atual da Suacutemula 244 inciso III do TST eacute estendida tambeacutem agraves gestantes

contratadas por prazo determinado O desconhecimento do estado graviacutedico pelo

empregador natildeo afasta o direito ao pagamento de indenizaccedilatildeo decorrente da

estabilidade A redaccedilatildeo dessa Suacutemula foi alterada e assim a estabilidade estendida

32

Antes disso Garcia apud Martins (2018 p 1098) menciona que era aplicada agrave

doutrina de Seacutergio Pinto Martins ldquoSe houver a cessaccedilatildeo do contrato de trabalho do

empregado estatuiacutedo por prazo determinado natildeo haveraacute direito agrave responsabilidade

porque aqui natildeo haacute despedida injusta mas teacutermino de pacto laboralrdquo Portanto isso

mudou com a referida Suacutemula Vejamos a decisatildeo do Tribunal Superior do Trabalho

6ordf Turma Relator Ministro Augusto Ceacutesar Leite de Carvalho que garante a

empregada gestante contratada por prazo determinado a estabilidade provisoacuteria

conforme previsatildeo na Suacutemula 244

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A EacuteGIDE DA LEI 130152004 ESTABILIDADE GESTANTE CONTRATO DE EXPERIEcircNCIA ESTABILIDADE PROVISOacuteRIA A empregada gestante tem direito agrave estabilidade provisoacuteria prevista no artigo 10 inciso II aliacutenea b do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias mesmo na hipoacutetese de admissatildeo mediante contrato por tempo determinado Ainda mais se tratando de contrato de experiecircncia que eacute em rigor um contrato por tempo indefinido com uma claacuteusula alusiva a periacuteodo de prova Inteligecircncia da Suacutemula 244 III do TST em sua nova redaccedilatildeo Recurso de revista conhecido e provido (BRASIL 2019 lthttpwwwtstjusbrgt)

A proteccedilatildeo se estende ao trabalho domeacutestico Garcia (2018 p 1087) destaca

que tem direito a estabilidade no aviso preacutevio indenizado ou trabalhado desde que

confirmada a gravidez neste periacuteodo Diz a Lei Complementar 1502015 (BRASIL

2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art 25 paraacutegrafo uacutenico

Art 25 A empregada domeacutestica gestante tem direito a licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio nos termos da Seccedilatildeo V do Capitulo III do Tiacutetulo III da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) aprovada pelo Decreto ndash Lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Paraacutegrafo uacutenico A confirmaccedilatildeo do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho ainda que durante o prazo do aviso preacutevio trabalhado ou indenizado garante agrave empregada gestante a estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea ldquobrdquo do inciso II do art 10 do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias (BRASIL 2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Adiante estaacute a vigente composiccedilatildeo do art 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) que foi determinada pela Lei 104212002 (BRASIL 2002

lthttpwwwplanaltogovbrgt) em razatildeo de adequar-se ao texto constitucional

(art7ordm XVIII) Veja a redaccedilatildeo

Art 392 A empregada gestante tem direito agrave licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002)

33

sect 1ordm A empregada deve mediante atestado meacutedico notificar o seu empregador da data do afastamento do emprego que poderaacute ocorrer entre o 28ordm (vigeacutesimo oitavo) dia antes do parto e ocorrecircncia deste (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 2ordm Os periacuteodos de repouso antes e depois do parto poderatildeo ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um mediante atestado meacutedico (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 3ordm Em caso de parto antecipado a mulher teraacute direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 4ordm Eacute garantido agrave empregada durante a gravidez sem prejuiacutezo do salaacuterio e demais direitos (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) I ndash transferecircncia de funccedilatildeo quando as condiccedilotildees de sauacutede o exigirem assegurada a retomada da funccedilatildeo anteriormente exercida logo apoacutes o retorno ao trabalho (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) II ndash dispensa do horaacuterio de trabalho pelo tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo de no miacutenimo seis consultas meacutedicas e demais exames complementares (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) sect 5ordm (VETADO) (Incluiacutedo pela Lei nordm 10421 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Nos incisos e paraacutegrafos desse artigo podem se destacar as vantagens da

empregada gestante que entram em harmonia com a redaccedilatildeo constitucional (art

7ordm XVIII CF88) O benefiacutecio do salaacuterio-maternidade eacute estendido a todas as

trabalhadoras (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

A licenccedila-maternidade natildeo teraacute prejuiacutezo da remuneraccedilatildeo integral observa o

art 393 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ligado ao art 7ordm XVIII da CF88 e

igualmente previsto no art 72 da Lei na Lei 82131991 (BRASIL 1991

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Natildeo haacute teto previdenciaacuterio para o benefiacutecio em

questatildeo completa Martins conforme Machado (2017 p 272) Veja o dispositivo

Art 393 Durante o periacuteodo a que se refere o art 392 a mulher teraacute direito ao salaacuterio integral e quando variaacutevel calculado de acordo com a meacutedia dos 6 (seis) uacuteltimos meses de trabalho bem como os direitos e vantagens adquiridos sendo ndash lhe ainda facultado reverter agrave funccedilatildeo que anteriormente ocupava (Redaccedilatildeo dada pelo Decreto-Lei 229 de 2821967) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em observaccedilatildeo na sequecircncia o art 394 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquomediante atestado meacutedico agrave mulher

graacutevida eacute facultado romper o compromisso resultante de qualquer contrato de

trabalho desde que este seja prejudicial agrave gestaccedilatildeordquo Essa regra assegura agrave

empregada gestante a viabilidade de romper o contrato de trabalho mediante

atestado meacutedico se ficar comprovado que seraacute prejudicial agrave gestaccedilatildeo ficando isenta

34

da obrigaccedilatildeo de indenizar quaisquer eventuais prejuiacutezos no contrato de trabalho

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 273)

Martins conforme Machado (2017 p 273) diz que se trata da transparente

assimilaccedilatildeo de que os trabalhos insalubres satildeo prejudiciais agrave sauacutede do empregado

manifesta a situaccedilatildeo da gravidez arriscando o desenvolvimento do feto Estendido

ao periacuteodo da lactaccedilatildeo pois o leite materno eacute o uacutenico alimento da crianccedila nos

primeiros meses de vida e precisa estar livre de qualquer ameaccedila de contaminaccedilatildeo

Eis o texto do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoA empregada gestante ou lactante seraacute afastada

enquanto durar a gestaccedilatildeo ou lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou

locais insalubres devendo exercer suas atividades em locais salubresrdquo Essa regra

foi alterada pela Lei 134672017 que seraacute comentada no proacuteximo capiacutetulo

O adicional de insalubridade da gestante ou lactante seraacute pago pela empresa

conforme o art 248 da CF88 em razatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias fazendo parte da remuneraccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

Seguindo o proacuteximo artigo relativo agrave proteccedilatildeo da mulher art 395 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoEm caso de aborto natildeo criminoso comprovado por

atestado meacutedico oficial a mulher teraacute um repouso remunerado de (2) duas

semanas com direito de retornar a funccedilatildeo que ocupava antes do afastamentordquo

Martins conforme Machado (2017 p 274) mostra que o atestado meacutedico oficial eacute

viabilizado pelo SUS ou pelo serviccedilo meacutedico da empresa A remuneraccedilatildeo seraacute paga

pela Previdecircncia Social conforme o salaacuterio-maternidade

Martins conforme Machado (2017 p 274-275) aponta no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho o direito agrave amamentaccedilatildeo dos filhos mesmo que

proveniente de adoccedilatildeo ateacute completar 6 (seis) meses de dois descansos especiais

de meia hora cada durante a jornada de trabalho O periacuteodo de 6 (seis) meses se a

sauacutede da crianccedila exigir poderaacute ser estendido Veja o artigo 396 do Decreto-Lei

545243

Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um Paraacutegrafo uacutenico Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

35

Antes o salaacuterio-maternidade era responsabilidade do empregador dessa

forma a Convenccedilatildeo 103 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) jaacute

mencionada anteriormente publicada pelo Decreto 588201966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinou que o INSS ficasse responsaacutevel pelas

parcelas devidas agrave gestante Isso para evitar a diferenciaccedilatildeo no momento da

contrataccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Foi uma maneira de estimular as

empresas a natildeo ter receio na admissatildeo de mulheres (MARTINS 2014 p 668)

Martins (2014 p 679) diz que a mesma Convenccedilatildeo 103 consagra os intervalos

destinados para amamentaccedilatildeo do filho consoante com a lei nacional Os intervalos

devem ser computados na jornada de trabalho

De acordo com Garcia (2018 p 1085) o salaacuterio-maternidade eacute devido agrave

mulher durante o tempo em que for mantida como segurada Acentua o art 97 do

Regulamento da Previdecircncia Social (RPS-Decreto 30481999) (BRASIL 1999

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que foi alterado pelo Decreto 61222007 (BRASIL

2007 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Independente das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias permaneceraacute filiada ao INSS e receberaacute salaacuterio O que antes no

entendimento da Previdecircncia ocorria somente se a mulher estivesse empregada

teria direito Repare o dispositivo

Art 97 O salaacuterio ndash maternidade da segurada empregada seraacute devido pela previdecircncia social enquanto existir relaccedilatildeo de emprego observadas as regras quanto ao pagamento desse benefiacutecio pela empresa Paragrafo uacutenico Durante o periacuteodo de graccedila a que se refere o art 13 a segurada desempregada faraacute jus ao recebimento do salaacuterio ndash maternidade nos casos de demissatildeo antes da gravidez ou durante a gestaccedilatildeo nas hipoacuteteses de dispensa por justa causa ou a pedido situaccedilotildees em que o benefiacutecio seraacute pago diretamente pela previdecircncia social (BRASIL 2007 httpwwwplanaltogovbrgt)

O artigo 397 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) prevecirc que as

entidades puacuteblicas destinadas agrave assistecircncia e agrave infacircncia tenham responsabilidade de

acordo com suas possibilidades financeiras de manter distribuiacutedos nas zonas de

mais densidade de trabalhadores locais destinados para atender os filhos de

mulheres empregadas Essa regra natildeo eacute obrigatoacuteria eacute facultativa pois depende de

recursos financeiros disponiacuteveis e conforme o art 7ordm XXV da CF88 eacute dever do

Estado disponibilizar esse benefiacutecio assim como o art 208 IV da mesma

Constituiccedilatildeo Revogado o art 398 pelo Decreto-Lei 229 de 28021967 (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 275)

36

Avanccedilando na apresentaccedilatildeo chegamos ao art 399 da Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (CLT) que confere em sua redaccedilatildeo que os empregadores que se

destacarem pela organizaccedilatildeo de creches e instituiccedilotildees de menores em idade preacute-

escolar seratildeo agraciados pelo Ministro do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio com um

diploma de benemerecircncia desde que tais serviccedilos se destaquem por sua

generosidade e pela competecircncia das respectivas instalaccedilotildees O art 7ordm XXV da

Constituiccedilatildeo garante assistecircncia gratuita aos filhos e dependentes desde o

nascimento ateacute 5 anos de idade em creches e preacute-escolas restando ao empregador

apenas o reconhecimento do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego que agracia por

meio de diploma de benemerecircncia as empresas que constituem este ambiente em

suas dependecircncias Mas natildeo eacute obrigaccedilatildeo e sim do Estado (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

Por fim o art 400 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Este completa

o art 389 sect1ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que seraacute exposto no proacuteximo capiacutetulo descrevendo

que ldquoOs locais destinados agrave guarda dos filhos das operaacuterias durante o periacuteodo da

amamentaccedilatildeo deveratildeo possuir no miacutenimo um berccedilaacuterio uma saleta para

amamentaccedilatildeo uma cozinha dieteacutetica e uma instalaccedilatildeo sanitaacuteriardquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

A Lei 133012016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art

18 sect 3ordm assegura licenccedila-maternidade de 180 dias agraves matildees de crianccedilas que tiveram

sequelas neuroloacutegicas transmitidas pelo Aedes aegypti e salaacuterio-maternidade

garantido no art 71 da Lei 82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Lei dos Benefiacutecios da Previdecircncia Social Esse entendimento se estende tambeacutem agraves

matildees adotantes quando estiverem presentes os requisitos Essa previsatildeo aplica-se

relativamente agrave segurada especial contribuinte individual facultativa e trabalhadora

avulsa (art 18 sect4ordm da Lei 133012016) e no (art 72 sect 3ordm da Lei 821391)

(GARCIA 2018 p 1086)

A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 a Constituiccedilatildeo Federal88 e

outras diversas leis envolvem uma seacuterie de questotildees que protegem o trabalho da

mulher contra os abusos do empregador que infelizmente eacute muito comum A

subordinaccedilatildeo juriacutedica que pondera faz com que as normas observem qualquer

nulidade em ato seu de renunciar aos direitos trabalhistas mesmo que seja qualquer

anuecircncia em uma alteraccedilatildeo contratual natildeo seraacute validada se houver prejuiacutezos para o

37

empregado Nesse aspecto destacamos no art 9ordm da CLT43 o seguinte dizer

ldquoSeratildeo nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar

impedir ou fraudar a aplicaccedilatildeo dos preceitos contidos na presente consolidaccedilatildeordquo

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

311 Estabilidade da gestante e da adotante

A licenccedila-maternidade eacute uma proteccedilatildeo ao trabalho da mulher Nestes termos a

empregada que adotar ou alcanccedilar a guarda judicial de crianccedila ou adolescente teraacute

esse direito Martins (2014 p 670) cita que eacute devido o salaacuterio-maternidade de 120

dias natildeo interessando a idade da crianccedila Primeiramente aplicavam-se os preceitos

de Seacutergio Pinto Martins no entendimento de que a matildee adotante natildeo teria direito agrave

garantia de emprego pois natildeo houve parto e a garantia de emprego eacute referida a

contar do parto natildeo existindo parto natildeo haacute garantia de emprego (GARCIA 2018 p

1098)

Dessa forma Garcia (2018 p 1087) cita que a Lei 104212002 (BRASIL

2002 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiu o artigo 392-A agrave CLT e o art 71-A agrave Lei

82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando a extensatildeo

agrave matildee adotiva os mesmos direitos que a gestante Veja a nova redaccedilatildeo

Art 392-A A empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoccedilatildeo de crianccedila e adolescente seraacute concedida licenccedila-maternidade nos termos do art 392 desta lei (redaccedilatildeo dada pela Lei 135092017) sect 1ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 2ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 3ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 4ordm A licenccedila - maternidade soacute seraacute concedida mediante apresentaccedilatildeo do termo de guarda agrave adotante ou guardiatilde (incluiacutedo pela Lei 104212002) sect 5ordm A adoccedilatildeo ou guarda judicial conjunta ensejaraacute a concessatildeo de licenccedila -maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiatildees empregado ou empregada (Incluiacutedo pela Lei 128732013) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1089) mostra que a Lei 12010 de 29 de julho de 2009

(BRASIL 2009 lthttpwwwplanaltogovbrgt) revogou os sectsect 1ordm a 3ordm do art 392-A da

CLT que versavam sobre a desigualdade do periacuteodo de licenccedila de acordo com a

idade da crianccedila

Em texto dado pela Lei 12873 de 22 de outubro de 2013 (BRASIL 2013

lthttpwwwplanaltogovbrgt) o art 71-A da Lei 821391 passou a regrar que o

38

segurado e a segurada do INSS que adotar ou alcanccedilar guarda judicial para fins de

adoccedilatildeo teratildeo direito ao salaacuterio-maternidade no periacuteodo de 120 dias apontando que

ao segurado (homem) tambeacutem eacute estendido o direito em questatildeo (art 71 ndash B sect3ordm

821391) (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Da mesma forma o art 71-

B da Lei 821391 dilatado pela Lei 128132013 regula que em caso do

falecimento da segurada ou segurado que tem direito ao salaacuterio-maternidade o

provento deveraacute ser pago ao cocircnjuge sobrevivente O benefiacutecio natildeo seraacute pago em

caso de falecimento ou abandono do filho (GARCIA 2018 p 1089)

O salaacuterio-maternidade eacute um benefiacutecio pago pela Previdecircncia Social assim

evitando a discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo da mulher caso a

remuneraccedilatildeo fique a cargo do empregador (GARCIA 2018 p 1087-1088)

Conforme o artigo 391-A paraacutegrafo uacutenico da CLT adicionado pela Lei 13509

de 22 de novembro de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

estabilidade provisoacuteria prevista no art 10 inciso II aliacutenea b do ADCT eacute estendida

ao empregado adotante embora a guarda de adoccedilatildeo seja concedida durante o

periacuteodo de aviso preacutevio trabalhado ou indenizado A garantia de emprego tambeacutem

pode estar prevista em acordos coletivos de trabalho perante negociaccedilatildeo (art 7ordm

XXVI da CF88) ou mesmo que seja prevista em lei com justificativa no principio da

norma mais beneacutefica (GARCIA 2018 p 1099-1100 e 1101)

A empregada deveraacute apresentar termo de guarda da adotante para que o

empregador esteja ciente da adoccedilatildeo O documento seraacute apresentado com o

propoacutesito de deferir a licenccedila Martins (2014 p 670-671) acentua que a licenccedila-

maternidade seraacute concedida somente para um dos adotantes na adoccedilatildeo ou guarda

judicial conjunta A empregada adotante receberaacute salaacuterio-maternidade apenas com

crianccedilas adotadas ateacute oito anos de idade Natildeo haacute direito a salaacuterio-maternidade se a

crianccedila adotada tiver mais de 8 (oito) anos O salaacuterio-maternidade natildeo seraacute pago no

periacuteodo de estaacutegio de convivecircncia somente apoacutes a sentenccedila judicial devidamente

registrada no cartoacuterio civil comprovando o viacutenculo da adoccedilatildeo

A Lei Complementar 146 de 25 de julho de 2014 (BRASIL 2014

lthttpwwwplanaltogovbrgt) estabeleceu o direito previsto no art10 II aliacutenea b do

ADCT aos casos em que houver falecimento da genitora Sendo assim a

estabilidade eacute garantida a quem tiver a guarda do receacutem-nascido (GARCIA 2018 p

1101)

39

Dessa forma nada mais eacute acertado de que com o falecimento da genitora a

garantia de emprego seja estendida para quem obtiver a guarda da crianccedila tendo

em vista que eacute para o bem-estar do receacutem-nascido que precisa de cuidados

especiais A crianccedila eacute titular do benefiacutecio e a estabilidade pode ser concedida agrave

empregada adotante tambeacutem quando estiver no aviso preacutevio indenizado ou

trabalhado se a guarda provisoacuteria for concedida neste periacuteodo (GARCIA 2018 p

1099)

Conforme Garcia (2018 p 1101) o direito de garantia de emprego tambeacutem

pode ser de algum parente como a avoacute por exemplo caso ela tenha a guarda do

receacutem-nascido na ausecircncia dos pais

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

A prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade eacute um direito das empregadas que

trabalham nas empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadatilde previsto no art

1ordm da Lei 117702008 Assim sendo eacute destinado agrave Pessoa juriacutedica e empresa rural

ou urbana natildeo podendo o empregador ser pessoa fiacutesica Caso a empresa natildeo

aderir ao programa as empregadas natildeo teratildeo direito ao benefiacutecio (MARTINS 2014

p 672)

De acordo com a Lei 11770 de 09 de setembro de 2008 (BRASIL 2008

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a licenccedila-maternidade eacute prorrogaacutevel por 60 dias Essa

lei prevecirc apenas a extensatildeo da licenccedila e natildeo menciona o salaacuterio-maternidade que eacute

pago pelo INSS Nenhum preceito prevecirc que o acreacutescimo de 60 dias da licenccedila seraacute

pago pelo INSS A prorrogaccedilatildeo deve ser requerida pela empregada ateacute o final do

primeiro mecircs apoacutes o parto De outra forma natildeo faraacute jus agrave prorrogaccedilatildeo (MARTINS

2014 p 671-672)

Segundo o art 3ordm da Lei 117702008 ldquo[] a empregada teraacute direito a

remuneraccedilatildeo integral nos mesmos moldes devidos no periacuteodo de percepccedilatildeo do

salaacuterio-maternidade pago pelo regime geral da previdecircncia socialrdquo mas isso natildeo

acarreta o pagamento pelo INSS No decorrer da prorrogaccedilatildeo dos 60 dias a

empregada natildeo poderaacute ficar sem receber remuneraccedilatildeo que seraacute de

responsabilidade do empregador como acontece nos 120 dias de desligamento da

gestante (MARTINS 2014 p 672)

40

Martins (2014 p 672) alega que o referido artigo confere que a previdecircncia

social eacute quem paga o salaacuterio-maternidade mas natildeo a extensatildeo dos 60 dias O

pagamento pelo INSS viola o sect 5ordm do art 195 da CF88 pois natildeo haacute como custear

a prorrogaccedilatildeo do salaacuterio-maternidade

O art 6ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

alterava o art 28 sect 9ordm da Lei 821291 estabelecendo que as importacircncias

recebidas em 60 dias de prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade natildeo constituem o

salaacuterio de contribuiccedilatildeo Garcia (2018 p 1092) indica que esse artigo foi vetado com

o entendimento de que nas importacircncias recebidas nos 120 dias existe a aplicaccedilatildeo

de contribuiccedilotildees previdenciaacuterias todavia na prorrogaccedilatildeo segue o mesmo criteacuterio

Do mesmo modo a licenccedila-paternidade segue os requisitos da licenccedila-

maternidade podendo ter prorrogaccedilatildeo de 15 (quinze) dias mais 5 (cinco) dias que

estaacute previsto no art 10 sect1ordm do ADCT Essa regra foi incluiacuteda pela Lei 13257 de 08

de marccedilo de 2016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando que

o periacuteodo total eacute entatildeo de 20 dias (GARCIA 2018 p 1091)

Esse programa tambeacutem poderaacute ser adquirido pela Administraccedilatildeo Puacuteblica diz o

art 2ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assim

como as empresas puacuteblicas sociedades de economia mista que fazem parte da

Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta (MARTINS 2014 p 672)

O propoacutesito da prorrogaccedilatildeo das licenccedilas-maternidade e paternidade eacute que os

pais permaneccedilam em contato direto com os filhos mais tempo possibilitando

principalmente para a matildee a amamentaccedilatildeo Os pais natildeo poderatildeo exercer seja qual

for atividade remunerada e a crianccedila ficaraacute sob seus cuidados A desobediecircncia

dessa regra acarreta na perda do direito em questatildeo (GARCIA 2018 p 1092)

Vejamos o Recurso Ordinaacuterio julgado pela 4ordf Turma do Tribunal Regional do

Trabalho da 4ordm Regiatildeo tendo como Relator o Ministro George Achutti dando

provimento ao recurso da reclamada que nega a participaccedilatildeo no Programa Empresa

Cidadatilde Portanto o reclamante natildeo teraacute direito a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

paternidade de 05 para 20 dias Conforme relatado natildeo teratildeo direito as

prorrogaccedilotildees das licenccedilas empregados das empresas que natildeo aderem ao programa

previsto no art 1ordm da Lei 117702008

ECT PRORROGACcedilAtildeO DA LICENCcedilA-PATERNIDADE PROGRAMA EMPRESA CIDADAtilde Negada pela reacute a participaccedilatildeo no Programa Empresa Cidadatilde que autoriza a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-paternidade de 05 para 20 dias eacute ocircnus do reclamante provar a inscriccedilatildeo da empresa no referido

41

Programa porquanto se trata de fato constitutivo de seu direito Inteligecircncia dos artigos 818 da CLT e 373 inc I do NCPC (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Segundo Martins (2014 p 672-673) para obter essa prorrogaccedilatildeo a empregada

deveraacute fazer o requerimento ateacute o final do primeiro mecircs apoacutes o parto A empregada

natildeo teraacute direito senatildeo fizer dentro deste prazo Esse benefiacutecio tambeacutem pode ser

concedido agrave empregada adotante ou que obtenha guarda judicial A empregada teraacute

que receber salaacuterio integral que ficaraacute a cargo do empregador conforme prevecirc o art

3ordm da Lei 1177008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) A empresa que

aderir ao programa e permitir a prorrogaccedilatildeo poderaacute deduzir do imposto de renda

devido o montante da remuneraccedilatildeo dos 60 dias art 5ordm da Lei 1177008 sendo que

deduzir como despesa operacional eacute proibido Note a regra

Art 5ordm A pessoa juriacutedica tributada com base no lucro real poderaacute deduzir do imposto devido em cada periacuteodo de apuraccedilatildeo o total da remuneraccedilatildeo da empregada e do empregado pago nos dias de prorrogaccedilatildeo de sua licenccedila-maternidade e sua licenccedila-paternidade vedada a deduccedilatildeo como despesa operacional (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1093) expotildee que o propoacutesito do art 5ordm da Lei 1177008 eacute

barrar as diferenccedilas nas relaccedilotildees de trabalho impedida no art 7ordm inciso XXX da

CF88 que proiacutebe a diferenccedila de salaacuterios e os criteacuterios na hora da admissatildeo como

sexo cor idade e estado civil Com eixo no lucro real os salaacuterios devidos nas

prorrogaccedilotildees das licenccedilas-maternidade e paternidade seratildeo deduzidos do imposto

de renda correspondente pela pessoa juriacutedica Nesse sentido incentiva as empresas

a natildeo terem receio na contrataccedilatildeo de mulheres em razatildeo das proteccedilotildees

Conforme Garcia (2018 p 1093) entende-se que a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

maternidade eacute capaz de trazer efeitos negativos para a contrataccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho em razatildeo das substituiccedilotildees que seratildeo feitas no decorrer deste

periacuteodo de licenccedila Isto eacute no decorrer da licenccedila a empresa teraacute que contratar outro

empregado para suprir a ausecircncia da gestante ou adotante

A partir das informaccedilotildees trazidas nesse capiacutetulo sobre a proteccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho uma observaccedilatildeo que pontua eacute que essas medidas agraves vezes

podem prejudicar a inserccedilatildeo da mulher no acircmbito trabalhista principalmente em

relaccedilatildeo agrave proteccedilatildeo agrave maternidade embora existam vaacuterios entendimentos Portanto

algumas medidas que caracterizavam discriminaccedilatildeo foram revogadas Certamente

42

para a mulher que possui demasiadas tarefas como cuidar dos filhos e da casa e

busca seu espaccedilo como profissional o trabalho eacute uma forma de auxiliar nas

despesas domeacutesticas e as proteccedilotildees acabam sendo um amparo Ainda assim a

incerteza do empregador que jaacute acumula tantos impostos eacute relevante na hora da

contrataccedilatildeo

Apoacutes o estudo das medidas protetivas no trabalho feminino continuamos

falando do trabalho da mulher agora em relaccedilatildeo agraves modificaccedilotildees criadas pela

Reforma Trabalhista Lei 134672017

43

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA

Realiza-se nesse capiacutetulo a apresentaccedilatildeo da mais recente e significativa

modificaccedilatildeo nas regras trabalhistas a Reforma trabalhista A nova lei modificou

201 pontos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) O assunto principal

dessa abordagem eacute o trabalho da mulher e as mudanccedilas com a Reforma bem

como meacutetodos e locais de trabalho da mulher e as obrigaccedilotildees do empregador

Aleacutem disso tambeacutem a insalubridade que eacute o ponto mais questionado no trabalho

da mulher na nova lei e demais regras como amamentaccedilatildeo por exemplo regras

que poderatildeo ser negociadas diretamente com o empregador A Reforma tambeacutem

estabelece novas oportunidades de trabalho bem como o teletrabalho onde eacute

possiacutevel a mulher flexibilizar os horaacuterios em consonacircncia com os cuidados da casa

e dos filhos Poreacutem um breve comentaacuterio sobre a terceirizaccedilatildeo e o distanciamento

dos sindicatos nas homologaccedilotildees dos pedidos de demissatildeo e negociaccedilotildees

coletivas dispositivos que a Reforma introduziu e que satildeo relevantes

Segundo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 39-40) a Lei 13467 de 13

de julho de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Reforma

trabalhista aponta um regresso para o antigo papel do Direito na histoacuteria um

mecanismo de exclusatildeo afastamento da desigualdade entre as pessoas humanas

e grupos sociais Demasiadamente afastada da matriz constitucional a nova lei

instituiu meacutetodos gravemente contraacuterios e regressivos Note-se que o primeiro

capiacutetulo desse trabalho relata a histoacuteria do Direito do Trabalho

De acordo com Krein (2018 p 77) a nova lei foi interpretada como um golpe

do Governo Federal e Congresso contra os desfavorecidos ao aprovar dispositivos

que desmantelam os direitos conquistados nos uacuteltimos 100 anos pelo povo

brasileiro Eacute a elaboraccedilatildeo de regras que redefinem o papel do Estado e delineia um

novo rumo para o Paiacutes

De acordo com Krein (2018 p 78) a hipoacutetese eacute que a contrarreforma buscou

ao mesmo tempo

[] legalizar praacuteticas jaacute existentes no mercado de trabalho e possibilitar um novo ldquocardaacutepiordquo de opccedilotildees aos empregadores para manejar a forccedila de trabalho de acordo com suas necessidades Assim ela busca ajustar o padratildeo de regulaccedilatildeo do trabalho de acordo com as caracteriacutesticas do capitalismo contemporacircneo que fortalece a autorregulaccedilatildeo do mercado ao submeter o trabalhador a uma maior inseguranccedila e ao ampliar a liberdade

44

do empregador em determinar as condiccedilotildees de contrataccedilatildeo o uso da matildeo de obra e a remuneraccedilatildeo do trabalho

Baseado nas mudanccedilas e pelo impacto causado nas regras cogita-se a

possibilidade de um regulamento privado pois fragiliza os sindicatos e as

instituiccedilotildees puacuteblicas Significa um desmonte de direitos a negociaccedilatildeo diretamente

com o empregador assim como a flexibilidade das normas torna o empregado

vulneraacutevel muitas vezes aceitando propostas para natildeo perder o emprego Assim

sendo volta-se para um periacuteodo onde negociaccedilotildees eram feitas entre empregador e

empregado O empregador obtinha vantagem fazia como queria pois era o dono

da induacutestria e os empregados deveriam acatar natildeo tinham opccedilatildeo natildeo tinham

direito a nada (KREIN 2018 p 96)

O conteuacutedo da reforma leva o processo de definiccedilatildeo das regras para o interno

da empresa ateacute mesmo na individualizaccedilatildeo da negociaccedilatildeo para componentes com

melhor remuneraccedilatildeo Conforme Krein (2018 p 78) um afastamento dos sindicatos

onde predomina uma organizaccedilatildeo descentralizada e estruturada com interesses

das empresas Os princiacutepios constitucionais natildeo foram mudados o que gera

conflitos de interpretaccedilatildeo juriacutedica O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho acentua a

inconstitucionalidade de vaacuterias regras da reforma e que ela eacute incompatiacutevel com as

convenccedilotildees internacionais ratificadas no Brasil (KREIN 2018 p 80)

Assim sendo de acordo com Krein (2018 p 80) existiraacute conflitos juriacutedicos

sobre a aplicaccedilatildeo das normas modificadas uma vez que estas poderatildeo alterar o

conteuacutedo na composiccedilatildeo das jurisprudecircncias Desse modo como os juristas

poderatildeo decidir contra a Lei Maior obviamente que nenhuma regra pode contrariar

a Constituiccedilatildeo Federal A reforma trouxe mudanccedilas fundamentais poreacutem a

resistecircncia em torno da regulamentaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho continua e

somente pesquisas futuras indicaratildeo com presteza os impactos da reforma

Primeiramente comenta-se a terceirizaccedilatildeo que suporta o entendimento da

movimentaccedilatildeo de certas atividades executadas da empresa (contratante) para uma

empresa prestadora de serviccedilos (contratada) (GARCIA 2018 p 395)

O novo sistema legal adotado diz (art 4ordm - A da Lei 60191974 com redaccedilatildeo

dada pela Lei 134672017) a Reforma que a

[] terceirizaccedilatildeo eacute a transferecircncia feita pela contratante (tomadora) da execuccedilatildeo de quaisquer atividades inclusive sua atividade principal agrave pessoa juriacutedica de direito privado prestadora de serviccedilos que possua

45

capacidade econocircmica compatiacutevel com a sua execuccedilatildeo (BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O trabalhador eacute funcionaacuterio da empresa prestadora de serviccedilos mas trabalha

para a empresa tomadora O viacutenculo passa a ser triangular ou trilateral Sabe-se

que originalmente a relaccedilatildeo de emprego eacute bilateral ou seja empregado e

empregador que eacute o contratante do serviccedilo disponibilizado (GARCIA 2018 p

395)

Conforme Garcia (2018 p 400) eacute admitido no dispositivo expresso que os

empregados terceirizados possam exercer qualquer funccedilatildeo dentro da empresa

tomadora de serviccedilos inclusive a atividade principal Portanto a terceirizaccedilatildeo natildeo

pode ser equivocada com a intermediaccedilatildeo de matildeo de obra proibida no sistema

juriacutedico que pode derivar em fraude ao viacutenculo empregatiacutecio com o legiacutetimo

empregador (art 9ordm da CLT) e violar o valor social do trabalho (art 1ordm inciso IV da

CF88) A terceirizaccedilatildeo deve ser especiacutefica e tratar de determinados serviccedilos e natildeo

fornecer trabalhadores atraveacutes de empresa contratada Por isso em serviccedilos

terceirizados normalmente a empresa contratada tem sua especialidade

Isso eacute regulamentado no art 5ordm-B da Lei 60191974 dilatado pela Lei

134292017 Veja o dispositivo

Art 5ordm - B O contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos conteraacute (Incluiacutedo pela Lei 134292017) I ndash qualificaccedilatildeo das partes (Incluiacutedo pela Lei 134292017) II ndash especificaccedilatildeo do serviccedilo a ser prestado (Incluiacutedo pela Lei 134292017) III ndash prazo para a realizaccedilatildeo do serviccedilo quando for o caso (Incluiacutedo pela Lei 134292017) IV ndash valor (Incluiacutedo pela Lei 134292017) (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt)

Observa-se que as regras satildeo contraditoacuterias entre si Assim sendo a

terceirizaccedilatildeo natildeo pode prestar serviccedilos geneacutericos somente especiacuteficos Nos

serviccedilos prestados pelas empresas terceirizadas as atividades-meio satildeo um

suporte um acessoacuterio e a atividade-fim eacute o exerciacutecio principal da empresa

(GARCIA 2018 p 401)

Uma regra relevante na terceirizaccedilatildeo eacute o art 5ordm-D da Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiacutedo tambeacutem pela Lei

134672017 Garcia (2018 p 403) cita que consta em sua redaccedilatildeo que o

empregado que atuou na empresa contratante natildeo poderaacute no periacuteodo de 18

46

(dezoito) meses a partir de sua demissatildeo ser admitido pela empresa prestadora de

serviccedilos agrave empresa contratante

De acordo com Garcia (2018 p 396) a terceirizaccedilatildeo eacute muito utilizada nos

dias atuais em razatildeo da diminuiccedilatildeo de custos para as empresas tomadoras

Empresas prestadoras de serviccedilos satildeo mais eficientes tecircm maior produtividade e

competitividade que satildeo fundamentais em momentos de globalizaccedilatildeo

Outra modificaccedilatildeo da Reforma eacute relacionada agraves homologaccedilotildees sindicais nas

rescisotildees contratuais de trabalho onde as negociaccedilotildees poderatildeo ser entre

empregado e empregador sem a necessidade de mediaccedilatildeo ou arbitragem Silva

(2017) ressalta o art 507-B da Lei 134672017 que estabelece a alteraccedilatildeo na lei

trabalhista Veja o dispositivo

Art 507 ndash B Eacute facultado a empregados e empregadores na vigecircncia ou natildeo do contrato de emprego firmar o termo de quitaccedilatildeo anual de obrigaccedilotildees trabalhistas perante o sindicato dos empregados da categoria Paragrafo uacutenico O termo discriminaraacute as obrigaccedilotildees de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constaraacute a quitaccedilatildeo anual dada pelo empregado com eficaacutecia liberatoacuteria das parcelas nele especificadas (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A nova lei revogou o sectsect 1ordm 3ordm e 7ordm do art 477 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho 1943 que obrigava a homologaccedilatildeo sindical no pedido de demissatildeo ou

no recibo de quitaccedilatildeo das parcelas rescisoacuterias devidas (SILVA 2017)

Silva (2017) destaca tambeacutem a redaccedilatildeo do art 477-A que estabelece

ldquodispensas imotivadas individuais pluacuterimas ou coletivas equiparam-se para todos

os fins natildeo havendo autorizaccedilatildeo preacutevia sindical ou celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo ou

acordo coletivo de trabalho para sua efetivaccedilatildeordquo (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Discute-se a constitucionalidade deste dispositivo

pois existem restriccedilotildees agraves demissotildees em massa no art 7ordm I CF88 Assim

constata-se que os desligamentos em massa afetam os contratos de trabalho

individuais perante a sociedade fornecedores e clientes prestadores de serviccedilo

Da mesma forma como a arrecadaccedilatildeo de impostos locais e nacionais a renda e o

consumo dos trabalhadores demitidos

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho revelou uma extrema preocupaccedilatildeo com a

nova lei principalmente nos casos de acordo coletivo sobre o que prevecirc a

legislaccedilatildeo A reforma estabelece a prevalecircncia do negociado sobre o legislado ateacute

mesmo na negociaccedilatildeo dos direitos O empregador teraacute preponderacircncia sobre as

47

leis Algumas normas poderatildeo ser negociadas entre empregador e empregado

(MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO DO TRABALHO - MPT 2018 lthttpportalmptmpbrgt)

A Reforma gerou grandes discussotildees sendo extremamente preocupante para

os oacutergatildeos de proteccedilatildeo ao trabalhador essas novas regras Na flexibilizaccedilatildeo da

negociaccedilatildeo entre empregado e empregador o receio eacute que fuja do controle e o

trabalhador perca forccedila nos contratos de trabalho sem apoio da organizaccedilatildeo

sindical e demais instituiccedilotildees puacuteblicas nos acordos e negociaccedilotildees coletivas com

previsatildeo no art 8ordm VI da Constituiccedilatildeo Federal88 Apesar disso algumas regras

ficaram melhores com a livre negociaccedilatildeo em razatildeo da inviabilidade no cotidiano do

empregado Nas demissotildees em massa a liberaccedilatildeo do sindicato nas homologaccedilotildees

pode trazer prejuiacutezos ao trabalhador supondo que a empresa demita funcionaacuterios

diretos para contratar uma empresa terceirizada Muitas empresas fazem isso e a

intervenccedilatildeo do sindicato poderia necessariamente impedir esse procedimento

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher

Nesse momento apresentam-se os artigos 388 389 e 390 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho CLT (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) estes eacute

que regram os meacutetodos e locais de trabalho da mulher tendo as empresas a

obrigaccedilatildeo de proporcionar lugares para a mulher ter um ambiente de trabalho

saudaacutevel e seguro De iniacutecio mostra-se o artigo 388 modificado pela Lei 7855 de

24 de outubro de 1989 (BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe o

dispositivo

Art 388 - Em virtude de exame e parecer da autoridade competente o Ministro do Trabalho Induacutestria e Comercio poderaacute estabelecer derrogaccedilotildees totais ou parciais agraves proibiccedilotildees a que alude o artigo anterior quando tiver desaparecido nos serviccedilos considerados perigosos ou insalubres todo e qualquer caraacuteter perigoso ou prejudicial mediante a aplicaccedilatildeo de novos meacutetodos de trabalho ou pelo emprego de medidas de ordem preventiva (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 261) diz que a vigecircncia deste artigo

aponta erro do legislador pois se refere expressamente ao artigo anterior que

proibia o trabalho das mulheres em atividades perigosas e insalubres nos

subteacuterreos mineraccedilotildees e subsolo o art 387 que foi revogado pela Lei 78551989

(BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observa-se que o motivo pelo qual o

48

artigo existe sumiu surgindo uma possibilidade de lacuna na legislaccedilatildeo trabalhista a

regra natildeo estaacute vigente natildeo haacute casos em que possa incidir

De acordo com Martins (2014 p 667) natildeo eacute mais proibido o trabalho das

mulheres em lugares subteacuterreos pedreiras mineraccedilotildees e subsolo obras puacuteblicas ou

particulares Ateacute mesmo a Constituiccedilatildeo Federal88 natildeo proiacutebe as atividades

insalubres mulheres podem trabalhar em locais perigosos por exemplo em postos

de gasolina

Ratificada no Brasil a Convenccedilatildeo nordm 136 de 1971 estabelece proteccedilatildeo aos

riscos de intoxicaccedilatildeo por benzeno vedando agraves mulheres graacutevidas e lactantes de

trabalharem em locais onde existe exposiccedilatildeo de benzeno (MARTINS 2014 p 667)

Seguindo essa ordem de acordo com o art 389 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) eacute obrigaccedilatildeo de toda

empresa

Art 389 Toda empresa eacute obrigada I ndash a prover os estabelecimentos de medidas concernentes agrave higienizaccedilatildeo dos meacutetodos e locais de trabalho tais como ventilaccedilatildeo e iluminaccedilatildeo e outros que fizerem necessaacuterios agrave seguranccedila e ao conforto das mulheres a criteacuterio da autoridade competente II ndash a instalar bebedouros lavatoacuterios aparelhos sanitaacuterios dispor de cadeiras e bancos em nuacutemero suficiente que permitam aacutes mulheres trabalhar sem esgotamento fiacutesico III ndash a instalar vestiaacuterios com armaacuterios individuais privativos das mulheres exceto os estabelecimentos comerciais escritoacuterios bancos e atividades afins em que seja exigida a troca de roupa e outros a criteacuterio da autoridade competente em mateacuteria de seguranccedila e higiene do trabalho admitindo ndash se como suficientes as gavetas ou escaninhos onde possam as empregadas guardar seus pertences IV - a fornecer gratuitamente a juiacutezo da autoridade competente os recursos de proteccedilatildeo individual tais como oacuteculos maacutescaras luvas e roupas especiais para a defesa dos olhos do aparelho respiratoacuterio e da pele de acordo com a natureza do trabalho sect 1ordm Os estabelecimentos que trabalharem pelo menos 30 (trinta mulheres) com mais de 16 (dezesseis) anos de idade teratildeo local apropriado onde seja permitido agraves empregadas guardar sob vigilacircncia e assistecircncia os seus filhos no periacuteodo da amamentaccedilatildeo sect 2ordm a exigecircncia do sect1ordm poderaacute ser suprida por meio de creches distritais mantidas diretamente ou mediante convecircnios com outras entidades publicas ou privadas pelas proacuteprias empresas com regime comunitaacuterio ou a cargo do SESI do SESC da LBA ou de entidades sindicais (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Eacute obrigaccedilatildeo das empresas promoverem ambientes saudaacuteveis com iluminaccedilatildeo

e ventilaccedilatildeo adequada Martins conforme Machado (2017 p 261) dispotildee que essas

regras se apresentam detalhadas nos artigos 175 a 178 do Decreto-Lei 54521943

no Capiacutetulo V do Titulo II (Da Seguranccedila e Medicina do Trabalho)

49

Martins conforme Machado (2017 p 261) afirma que eacute obrigatoriedade de as

empresas fornecerem aacutegua potaacutevel sanitaacuterios e lavatoacuterios Essa norma tambeacutem eacute

estabelecida no art 200 VII da mesma Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

Vestiaacuterios com armaacuterios individuais reservados agraves mulheres eacute uma regra que

abrange empresas em que funcionaacuterias necessitem trocar de roupa como por

exemplo hospitais Nos demais estabelecimentos previstos basta que tenham uma

gaveta ou um escaninho para guardar seus objetos

O fornecimento de equipamentos de proteccedilatildeo individual toda empresa deve

dispor desse material com o objetivo de preservar o empregado em determinadas

funccedilotildees evitando os acidentes de trabalho A regra se aplica de um modo geral

como diz a redaccedilatildeo do art 166 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 262)

Empresas que trabalham com ao menos 30 mulheres devem ter locais

adequados para que as empregadas deixem seus filhos em periacuteodo de

amamentaccedilatildeo Garcia (2018 p 1080) diz que a regra pode ser flexiacutevel se as

empresas tiverem convecircnios com creches ou com outras entidades puacuteblicas ou

privadas O Ministeacuterio do Trabalho estabelece o auxiacutelio-creche na Portaria 3296 de

03 de setembro de 1986 (BRASIL 1986 lthttpswwwlegiswebcombrgt) O art 7ordm

inciso XXV da CF88 proporciona o direito aos filhos dependentes de ateacute 5 (cinco)

anos de assistecircncia gratuita nas preacute-escolas e creches

Martins conforme Machado (2017 p 262) apresenta a Portaria 3296 de 03 de

setembro de 1986 modificada pela Portaria do MPT 67097 (BRASIL 1997

lthttpwwwlegiswebcombrgt) Nesta apresenta-se o reembolso-creche desde que

assegurado em convenccedilotildees coletivas o benefiacutecio deve cobrir as despesas integrais

com creches ateacute os 6 meses de idade tempo em que o empregador estaria

responsaacutevel pelos periacuteodos de amamentaccedilatildeo com redaccedilatildeo no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Se o empregador natildeo tem condiccedilotildees de

assegurar um local adequado para a amamentaccedilatildeo poderaacute disponibilizar

possibilidades nas creches conveniadas mantidas por entidades citadas em lei

Segundo Garcia (2018 p 1081) o artigo 390 do Decreto-Lei 545243 destaca

o seguinte ldquoao empregador eacute vedado empregar a mulher em serviccedilo que demande o

emprego de forccedila muscular superior a 20 (vinte) quilos para trabalho continuo ou 25

(vinte e cinco) quilos para trabalho ocasionalrdquo (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

50

A regra eacute destinada em face de proteger a mulher de serviccedilos pesados

resguardando sua totalidade fiacutesica No entanto acentua-se a vigecircncia deste artigo

visto que haacute casos em que a mulher se apresenta superior a muitos homens tanto eacute

que exercem funccedilotildees reconhecidamente masculinas Martins conforme Machado

(2017 p 263) relata que deveria ser permitido agraves mulheres escolher suas

atividades conforme as condiccedilotildees de fazecirc-lo reservando-se a vedaccedilatildeo somente em

casos de empregada gestante com o propoacutesito de proteger a maternidade

42 Atividades insalubres

De acordo com Martins (2014 p 723) a insalubridade afeta diariamente a

sauacutede do trabalhador causando doenccedilas em trabalhadores expostos a riscos como

ruiacutedos vibraccedilotildees calor frio umidade radiaccedilotildees gases vapores entre outros No

Brasil existe um controle sobre a insalubridade com o pagamento de adicional pelas

condiccedilotildees de trabalho insalubres e perigosas previsto no art 7ordm inciso XXIII da

CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O art 189 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) explica que satildeo consideradas atividades insalubres

condiccedilotildees ou meacutetodos de trabalho que submetam os trabalhadores a agentes

nocivos agrave sauacutede aleacutem da permissatildeo fixada devido agrave natureza e agrave intensidade do

agente e o tempo de exibiccedilatildeo e seus efeitos Para que seja considerado insalubre eacute

necessaacuterio verificar se os agentes nocivos estatildeo acima do limite permitido O art

190 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz que o Ministeacuterio do Trabalho eacute quem determina o

quadro de atividades insalubres e aponta as normas sobre os paracircmetros de

caracterizaccedilatildeo da insalubridade limites de toleracircncia tempo de exposiccedilatildeo do

empregado e os meios de proteccedilatildeo (MARTINS 2014 p 723)

De acordo com Garcia (2018 p 1164) as atividades e operaccedilotildees insalubres

apresentam-se indicadas na NR 15 da Portaria do Ministeacuterio do Trabalho 32141978

(BRASIL 1978 lthttpswwwlegiswebcombrgt) A Norma Regulamentadora

descreve os fatores quiacutemicos fiacutesicos e bioloacutegicos que satildeo prejudiciais agrave sauacutede do

trabalhador assim como os limites de toleracircncia

Conforme Martins (2014 p 723) a insalubridade pode ser eliminada ou

neutralizada se a empresa aplicar medidas que mantenham os locais insalubres

51

dentro dos limites de toleracircncia e que o trabalhador utilize os equipamentos de

proteccedilatildeo individual (EPI) Natildeo haveraacute direito ao adicional de insalubridade quando

cessar o risco agrave sauacutede ou integridade fiacutesica ou se o empregado for afastado para

outro setor que natildeo seja insalubre

Garcia (2018 p 1165) aponta o art 191 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece como

a insalubridade pode ser neutralizada ou eliminada

Art 191 A eliminaccedilatildeo e neutralizaccedilatildeo da insalubridade correraacute (Redaccedilatildeo dada pela Lei 6514 de 22121977) I ndash com a adoccedilatildeo de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) II ndash com a utilizaccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual ao trabalhador que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) Paragrafo uacutenico Caberaacute as Delegacias Regionais do Trabalho comprovada a insalubridade notificar as empresas estipulando prazos para sua eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo na forma deste artigo (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

De acordo com Garcia (2018 p 1166) o adicional de insalubridade eacute devido a

razatildeo de 40 (grau maacuteximo) 20 (grau meacutedio) e 10 (grau miacutenimo) calculado

sobre o salaacuterio miacutenimo conforme descrito no art 192 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe a regra

Art 192 O exerciacutecio do trabalho em condiccedilotildees insalubres acima dos limites de toleracircncia estabelecidos pelo Ministeacuterio do Trabalho assegura a percepccedilatildeo de adicional respectivamente de 40 (quarenta por cento) 20 (vinte por cento) e 10 (dez por cento) do salario miacutenimo da regiatildeo segundo se classifiquem nos graus maacuteximo meacutedio e miacutenimo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Segundo Garcia (2018 p 1166) [] ldquono caso de incidecircncia de mais de um

fator de insalubridade seraacute considerado apenas o de grau mais elevado para efeito

de acreacutescimo salarial sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativardquo O Recurso Ordinaacuterio

julgado em 04 de setembro de 2018 pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf

Regiatildeo 6ordf Turma tendo como Relator o Desembargador Fernando Luiz de Moura

Cassal refere-se agrave insalubridade cumulativa que eacute proibida

EMENTA ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE EM GRAUS MEacuteDIO E MAacuteXIMO PERCEPCcedilAtildeO CUMULATIVA IMPOSSIBILIDADE Nos termos do item 153 da NR-15 da Portaria nordm 321478 constatada a incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas considerado o de grau mais

52

elevado sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativa (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Martins (2014 p 725) o certo seria que o trabalhador natildeo fosse

submetido agraves atividades insalubres que satildeo prejudiciais agrave sauacutede Portanto para a

empresa eacute mais vantajoso pagar o adicional de insalubridade do que suprimir o

agente nocivo O trabalhador submete-se a trabalhar em locais insalubres para

aumentar seu miacutesero salaacuterio O valor do adicional de insalubridade eacute muito baixo

por isso o empregador fica agrave vontade para exigir o trabalho em locais insalubres

Apoacutes um momentacircneo resumo sobre a insalubridade mostra-se como esta

interfere no trabalho da mulher gestante As mulheres eram expostas a ocupaccedilotildees

nocivas com exaustivas jornadas de trabalho e aceitavam a situaccedilatildeo para natildeo

perder o emprego Nas primeiras leis as mulheres eram proibidas de trabalhar em

lugares insalubres sendo que isso foi mudando Atualmente a Constituiccedilatildeo Federal

natildeo proiacutebe as mulheres de trabalharem em lugares insalubres mas para as

gestantes as regras satildeo diferentes

Conforme Garcia (2018 p 1082) anteriormente o artigo 394-A da Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) dizia que ldquoa gestante

seria afastada de qualquer ambiente insalubre na empresa durante a gestaccedilatildeo e a

lactaccedilatildeo realizando suas funccedilotildees em local salubrerdquo

Com a Lei 134672017 o art 394-A eacute alterado novamente A empregada

gestante deve ser afastada das atividades insalubres em grau maacuteximo Em

atividades com insalubridade de grau meacutedio e miacutenimo a gestante deve ser afastada

se apresentar atestado meacutedico constando que o local insalubre eacute prejudicial agrave

sauacutede Jaacute no inciso III do art 394-A da Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a empregada deve ser afastada mediante atestado

meacutedico de atividades insalubres de durante a lactaccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

De acordo com Garcia (2018 p 1083) sem restriccedilotildees de salaacuterio menciona o

art 394 ndash A sect 2ordm da Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

destacando que a empresa deve pagar o adicional de insalubridade mesmo que a

gestante trabalhe em local salubre por questotildees de folha de pagamento e

contribuiccedilotildees do INSS O artigo em questatildeo seraacute apresentado mais detalhadamente

no proacuteximo conteuacutedo desse capiacutetulo com a nova redaccedilatildeo e observaccedilotildees

53

A lei permite o trabalho da mulher gestantelactante em lugares insalubres

apresentando atestado meacutedico mas a decisatildeo de correr o risco eacute do empregador e

da empregada A empregada deve concordar em trabalhar em local insalubre por

livre vontade Contudo poderatildeo sofrer consequecircncias em relaccedilatildeo agrave sauacutede tanto da

matildee quanto do feto

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino

De acordo com Ahad (2017) a Reforma trabalhista trouxe consideraacuteveis

mudanccedilas para o trabalho da mulher Apesar disso o Brasil ateacute agora estaacute distante

de reduzir a desigualdade de gecircnero no mercado de trabalho

A nova lei modificou quatro dispositivos do Capitulo III do Tiacutetulo III da CLT que

envolve regras de proteccedilatildeo agrave mulher tais como a) a revogaccedilatildeo do paraacutegrafo uacutenico

do art 372 da CLT b) revogaccedilatildeo do art 384 da CLT c) nova redaccedilatildeo para o

composto do art 394-A da CLT e d) inserccedilatildeo de novo sect2ordm no art 396 da CLT

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 147)

O art 5ordm I ldquohrdquo da Lei 134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbr)

revogou o paraacutegrafo uacutenico do art 372 da CLT Veja o texto do art 372 e seu

paraacutegrafo uacutenico agora revogado

Art 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a proteccedilatildeo especial instituiacuteda por este Capiacutetulo Paraacutegrafo uacutenico - Natildeo eacute regido pelos dispositivos a que se refere este artigo o trabalho nas oficinas em que sirvam exclusivamente pessoas da famiacutelia da mulher e esteja esta sob a direccedilatildeo do esposo do pai da matildee do tutor ou do filho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em razatildeo de notaacuteveis princiacutepios constitucionais imperativos a norma revogada

jaacute natildeo vigorava O caput do art 5ordm da CF88 (BRASIL 1988

httpwwwplanaltogovbrgt) foi ajustado com o inciso I do mesmo art 5ordm sendo um

e outro evidenciando o princiacutepio da igualdade na ordem juriacutedica brasileira Ainda

assim o inciso I do art 5ordm separadamente acentua a evidente igualdade entre

homens e mulheres em direitos e obrigaccedilotildees (DELGADO MG DELGADO GN

2017 p 148)

54

A regra do paraacutegrafo uacutenico do art 372 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) demonstra incompatibilidade com duas normas

constitucionais apresentadas Por conseguinte desde cinco de outubro de 1988 a

referida regra natildeo mais persiste na ordem juriacutedica do Paiacutes (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 148) outra norma de

garantia agrave mulher e seu amparo no mercado e trabalho estaacute evidenciada no inciso

XX art 7ordm da Constituiccedilatildeo de 1988 sendo ele ldquoXX - proteccedilatildeo do mercado de

trabalho da mulher mediante incentivos especiacuteficos nos termos da leirdquo (BRASIL

1988 httpwwwplanaltogovbrgt)

O paraacutegrafo uacutenico do art 372 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho natildeo foi

admitido porque se encontrava em atitude antieacutetica ao domiacutenio procedente do art

7ordm XX da Constituiccedilatildeo Federal Ao inveacutes de firmar a proteccedilatildeo e incentivos

referentes ao mercado de trabalho da mulher confirmava manifestas de

desproteccedilatildeo e inclusive discriminaccedilatildeo (DELGADO MG DELGADO GN 2017

p 148)

Tambeacutem foi revogado o art 384 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que previa 15 minutos de descanso antes de iniciar o

periacuteodo de hora extra Esse dispositivo foi revogado pelo art 5ordm inciso I i da Lei

134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt) Veja o texto da norma

revogada ldquoArt 384 - Em caso de prorrogaccedilatildeo do horaacuterio normal seraacute obrigatoacuterio um

descanso de 15 (quinze) minutos no miacutenimo antes do iniacutecio do periacuteodo

extraordinaacuterio do trabalhordquo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Retirou da

mulher uma vantagem especiacutefica dada pela ordem juriacutedica o intervalo de 15

minutos antes de qualquer prorrogaccedilatildeo da jornada laboral (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

Ahad (2017) comenta que este regimento foi inserido na Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho de 1943 em razatildeo de que as mulheres na eacutepoca precisavam pedir

permissatildeo aos maridos para que permanecessem ateacute mais tarde no trabalho A

continuidade deste dispositivo na lei natildeo tinha mais significado algum visto que a

regra gerava dificuldade no momento da contrataccedilatildeo das mulheres e concluindo que

elas precisavam fazer hora extra para manter seus empregos

O art 384 confronta a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art

7ordm inciso XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo

55

estabelecendo regra protetiva ao trabalho feminino diferenciado do homem o que

natildeo confere na atualidade (GARCIA 2018 p 1076-1077)

As garantias juriacutedicas suplementares atribuiacutedas agrave mulher pelo Direito ademais

o Direito do Trabalho satildeo segundo foi visto amparadas pela Constituiccedilatildeo Federal

Ela se voltou como se sabe para a eliminaccedilatildeo da discriminaccedilatildeo milenar arquitetada contra as mulheres na sociedade histoacuterica natildeo soacute mediante a proibiccedilatildeo do tratamento diferenciado com relaccedilatildeo aos homens como tambeacutem pela agregaccedilatildeo de vantagens adicionais especiacuteficas fundadas em peculiaridades consideradas relevantes no que tange as razotildees bioloacutegicas e socioloacutegicas da mulher A retirada de direitos das mulheres eacute uma conduta legislativa contraacuteria ao espiacuterito constitucional de 1988 uma incompreensatildeo a respeito da sociedade livre justa e solidaacuteria que a Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica quer ver instaurada no paiacutes (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 148-149)

O argumento relativo pertencente agrave dificuldade praacutetica que pode envolver a

execuccedilatildeo do art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 foi

solucionado pelo proacuteprio Decreto-Lei 54521943 em seu art 71 sect4ordm que

estabelece o pagamento do referente intervalo natildeo observado no esboccedilo concreto

da relaccedilatildeo de emprego (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 149)

Repare o julgamento da Relatora Ministra Angela Rosi Almeida Chapper da 5ordf

Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf Regiatildeo onde eacute possiacutevel verificar a

negociaccedilatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo entre empregada e empregador

amparados pela legislaccedilatildeo Portanto se a empregada natildeo usufruir destes intervalos

estes deveratildeo ser pagos respectivamente como hora extraordinaacuteria conforme o art

71 sect4ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Os periacuteodos para a amamentaccedilatildeo

destinam-se ao bem-estar da crianccedila e natildeo da empregada Por essa razatildeo o

empregador tem o dever de cumprir a regra Observe a decisatildeo

EMENTA INTERVALO PARA AMAMENTACcedilAtildeO SUPRESSAtildeO PAGAMENTO COMO HORA EXTRA DANO MORAL A natildeo concessatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo previstos no art 396 da CLT ou sua acumulaccedilatildeo para concessatildeo de folgas futuras que natildeo asseguram a proteccedilatildeo do lactente ensejam o seu pagamento como hora extra na forma do art 71 sect4ordm da CLT com observacircncia do disposto no precedente nordm 52 deste Regional Natildeo eacute presumido o dano moral em razatildeo da natildeo fruiccedilatildeo dos intervalos Recurso da reclamada parcialmente provido no toacutepico e recurso da reclamante desprovido (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

A Reforma trabalhista conforme Delgado MG e Delgado GN (2017 p 149)

deu nova redaccedilatildeo ao art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho modificando

56

seu caput e acrescentando os incisos I II e III aleacutem dos sectsect 2ordm e 3ordm Relativamente

ao sect1ordm foi apenas contemplado do antigo paraacutegrafo uacutenico mas prossegue vetado

desde a sua origem (Lei 13287 de 11052016-paraacutegrafo uacutenico do art 394-A vetado

pela Presidecircncia da Repuacuteblica)

A propoacutesito essa condiccedilatildeo normativa (art 394-A) havia sido incluso agrave

Consolidaccedilatildeo apenas cerca de um ano antes em 11 de maio de 2016 pela Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpplanaltogovbrgt) com o seguinte entendimento

ldquoArt 394-A A empregada gestante ou lactante seraacute afastada enquanto durar a

gestaccedilatildeo e a lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou locais insalubres

devendo exercer suas atividades em local salubrerdquo (DELGADO MG DELGADO

GN 2017 p 149)

Anteriormente a redaccedilatildeo da Lei 132872016 era permitido o trabalho insalubre

das mulheres em praticamente todos os graus de insalubridade Agora o

distanciamento ocorre apenas em casos de insalubridade em grau maacuteximo A nova

lei liberou a gestante para trabalhar em locais insalubres Silva (2017) cita que satildeo

poucos casos onde o grau de insalubridade eacute maacuteximo mencionados na extensatildeo

dos 14 anexos da NR 15 A insalubridade de grau maacuteximo existe no contato com

agentes quiacutemicos e com agentes bioloacutegicos com risco aumentado como em centros

ciruacutergicos limpeza de bueiros e necroteacuterios

A maior parte dos anexos lida com o grau meacutedio de ruiacutedos excessivos ruiacutedos

de impacto exposiccedilatildeo ao calor e frio As gestantes em sua maioria encontram-se

trabalhando em locais de insalubridade de grau meacutedio Mas existe a inquietaccedilatildeo

pelo trabalho das gestantes em centros ciruacutergicos e salas de radiografia onde a matildeo

de obra feminina eacute facilmente aceitaacutevel (SILVA 2017)

Ainda de acordo com Silva (2017) a nova composiccedilatildeo do art 394-A da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 afasta imediatamente a gestante dos

locais insalubres em grau maacuteximo Aqui estaacute o novo texto

Art 394 ndash A Sem prejuiacutezo de sua remuneraccedilatildeo nesta incluiacutedo o valor do adicional de insalubridade a empregada deveraacute ser afastada de I ndash atividades consideradas insalubres em grau maacuteximo enquanto durar a gestaccedilatildeo II ndash atividades consideradas insalubres em grau meacutedio ou miacutenimo quando a mulher apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeo III ndash atividades consideradas insalubres em qualquer grau quando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeo

57

sect 1ordm (VETADO) (Redaccedilatildeo dada pela Lei 13467 de 2017) sect 2ordm Cabe a empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a compensaccedilatildeo observado o disposto no art 248 da Constituiccedilatildeo Federal por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo a pessoa fiacutesica que lhe presta serviccedilo sect 3ordm Quando natildeo for possiacutevel que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerccedila suas atividades em local salubre na empresa a hipoacutetese seraacute considerada como gravidez de risco e ensejaraacute a percepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei nordm 8213 de 24 de julho de 1991 durante todo o periacuteodo de afastamento (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Por sinal haacute que se ressaltar a inexistecircncia no regulamento juriacutedico do sect 1ordm do

art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ao diverso pelo texto expedido

pela Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Sem duacutevida um

erro material (referecircncia a um meio legal que ao menos existe) resultado da

tramitaccedilatildeo precipitada que caracterizou a composiccedilatildeo e o movimento do atinente

projeto de lei da Reforma trabalhista nas duas Casas Congressuais (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 150)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150) a nova lei fez a

inclinaccedilatildeo pelo distanciamento automaacutetico da mulher do ambiente insalubre

enquanto durar a gestaccedilatildeo somente no caso de insalubridade em grau maacuteximo

(novo inciso I do art 394-A)

Observa-se a recente decisatildeo do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo

2ordf Turma tendo como Relator o Ministro Marcelo Jose Ferlin DAmbroso em razatildeo

do direito ao adicional de insalubridade em grau maacuteximo agrave empregada gestante que

realizava limpeza de sanitaacuterios em hospital sendo exposta a riscos de contaminaccedilatildeo

devido ao contato com agentes bioloacutegicos

EMENTA ADICIONAL DE INSALUBRIDADE GRAU MAacuteXIMO LIMPEZA DE LIXO DE BANHEIRO DE LEITOS DO HOSPITAL 1 As atividades de lavagem de sanitaacuterios de leitos de hospital expuseram a trabalhadora ao risco permanente de contato com agentes bioloacutegicos patogecircnicos caracterizando insalubridade em grau maacuteximo nos termos do Anexo 14 da NR-15 da Portaria MTE 321478 Nem mesmo a utilizaccedilatildeo de luvas eacute capaz de elidir a accedilatildeo nociva dos agentes bioloacutegicos pois a contaminaccedilatildeo ocorre natildeo apenas pela via cutacircnea mas tambeacutem pelas vias respiratoacuterias 2 A avaliaccedilatildeo da insalubridade em tais casos eacute qualitativa e natildeo quantitativa de modo que independentemente do tempo de exposiccedilatildeo da trabalhadora os elementos patogecircnicos por se disseminarem facilmente possibilitam a promoccedilatildeo de doenccedila em apenas um contato Devido o pagamento do adicional de insalubridade em grau maacuteximo GARANTIA PROVISOacuteRIA NO EMPREGO GESTANTE Para que a empregada gestante tenha direito agrave garantia provisoacuteria no emprego assegurada no art 10 II aliacutenea b do ADCT basta que esteja graacutevida ao tempo da rescisatildeo ainda que natildeo tenha

58

ciecircncia de seu estado graviacutedico durante a vigecircncia do contrato de trabalho (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Pipek Dutra e Magano (2018 p 22-23) enquanto a lei antiga proibia

as gestantes e lactantes de trabalhar em locais insalubres No entanto a nova regra

permite que a empregada gestante realize atividades em locais insalubres de grau

meacutedio ou miacutenimo desde que ocorra por espontacircnea vontade mostrando atestado

meacutedico autorizando o trabalho A nova regra visa evitar a discriminaccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho devido agraves suas peculiaridades natildeo demonstrando o

desinteresse para com a sauacutede da matildee e do bebecirc mas oportunizando a mulher de

escolher pois impotildee a apresentaccedilatildeo de atestado meacutedico da trabalhadora e que a

decisatildeo seja da empregada

Nas situaccedilotildees de insalubridade em grau meacutedio e miacutenimo esse distanciamento

ocorreraacute quando a mulher apresentar atestado de sauacutede expedido por meacutedico de

sua confianccedila ldquo[] que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeordquo (inciso II do

art 394-A) (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

O inciso III do art 394-A acrescenta ainda que o afastamento possa ocorrer

no tempo do periacuteodo da amamentaccedilatildeo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150)

trazem que a norma estabelece esse afastamento de atividades insalubres em

qualquer grau quando a trabalhadora ldquoapresentar atestado de sauacutede emitido por

meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeordquo

Veja a decisatildeo do Relator Nelson Antocircnio Monteiro Pacheco da 3ordm Cacircmara

Ciacutevel do Tribunal de Justiccedila do Rio Grande do Sul que trata de Agravo de

Instrumento interposto pela Prefeitura Municipal de Novo XinguRS em face de

liminar em mandado de seguranccedila deferido para realocaccedilatildeo da empregada gestante

em local de trabalho livre de insalubridade com base no art 394-A da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho No entanto a agravada eacute servidora puacuteblica e natildeo regida pelo

Decreto-Lei 545243 mas sim por regime juriacutedico dos servidores municipais Assim

sendo a regra eacute inaplicaacutevel Decisatildeo unacircnime dando provimento ao agravo

AGRAVO DE INSTRUMENTO MANDADO SE SEGURANCcedilA SERVIDORA PUacuteBLICA GESTANTE MUNICIacutePIO DE NOVO XINGU LIMINAR DEFERIDA REALOCACcedilAtildeO PARA LOCAL LIVRE DE INSALUBRIDADE IMPOSSIBILIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL INAPLICABILIDADE DO ART 394-A da CLT 1 A parte agravada eacute servidora gestante do Municiacutepio de Novo Xingu cargo de Auxiliar Odontoacuteloga e eacute regida pelo Regime Juriacutedico dos Servidores Puacuteblicos Municipais Lei-NX nordm 11902 Entretanto inexiste na legislaccedilatildeo em comento previsatildeo de realocaccedilatildeo de servidor muito menos de aplicaccedilatildeo

59

subsidiaacuteria da CLT nos casos omissos 2 Natildeo haacute como falar ilegalidade ou abuso de poder da administraccedilatildeo que tivesse violado direito liacutequido e certo da servidora a ensejar o deferimento da medida liminar como foi feita na origem sendo muito discutiacutevel a utilizaccedilatildeo do mandado de seguranccedila 3 Natildeo tendo se verificado em um primeiro momento ilegalidade no agir da administraccedilatildeo quando negou o pedido administrativo de realocaccedilatildeo da servidora gestante deve ser reformada a decisatildeo agravada sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da isonomia com outras servidoras em situaccedilotildees semelhantes 4 Decisatildeo liminar reformada AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO (BRASIL 2018 lthttpwwwtjrsjusbrgt)

Registra-se que a expressatildeo juriacutedica concernente a ldquoatestado de sauacutederdquo

ldquoemitido por meacutedico de confianccedila da mulherrdquo supera qualquer ordem de vantagem

entre meacutedicos serviccedilos meacutedicos e atestados meacutedicos tendo como exemplo a ordem

de preferecircncia anunciada na Suacutemula 282 do TST Refere-se meramente ao meacutedico

de confianccedila da mulher ou lactante Este eacute o entendimento do texto evidente da

nova regra legal (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Fica acentuado que em todas as trecircs situaccedilotildees de afastamento a insalubridade

maacutexima meacutedia ou miacutenima eacute caracterizada pelo caput do art 394-A cabendo agrave

empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a

compensaccedilatildeo ldquo[] por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a

folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo agrave

pessoa fiacutesica que lhe preste serviccedilosrdquo Em suma para a Lei o custo desse direito

trabalhista eacute sustentado pelo INSS o que eacute correto e seguro (Convenccedilatildeo nordm 103 art

4ordm inciso VIII da OIT) Natildeo obstante o empregador que fizer o pagamento premente

agrave empregada na folha mensal de pagamentos da empresa seraacute ressarcido logo em

seguida (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Conforme Silva (2017) o adicional de insalubridade eacute pago em folha para a

empregada e posteriormente ressarcido das contribuiccedilotildees sociais devidas ou seja a

Previdecircncia Social pagaraacute o adicional como o salaacuterio-maternidade Cabe agrave empresa

somente o adiantamento do valor em holerite Foi uma forma que a reforma

encontrou para natildeo sobrecarregar o empregador pois sendo assim o encargo fica

de responsabilidade dos cofres puacuteblicos Tambeacutem foi uma forma de evitar a

discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo do trabalho feminino

O sect 4ordm do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta duas hipoacuteteses A primeira eacute no fundamento

de que havendo a viabilidade do afastamento da trabalhadora do local insalubre ela

precisaraacute ser completamente distanciada mas para desenvolver ldquoatividades em

60

locais salubres da empresardquo esta opccedilatildeo predomina conservando-se como visto

(caput do art 394 ndash A da CLT) de todo jeito o pagamento do adicional de

insalubridade (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150-151)

Contudo quando natildeo houver local salubre ou a proacutepria atividade da

empregada ser considerada insalubre ela deveraacute ser inteiramente afastada do

trabalho considerando-se a possibilidade de ldquogravidez de riscordquo com oportunidade

da ldquopercepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei 8213 de 24 de julho de

1991 durante todo periacuteodo de afastamentordquo (sect 4ordm art 394- A da CLT) (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 151)

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a nova redaccedilatildeo do

art 394-A II e III em razatildeo da seguinte expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de

sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo

Refere-se agrave Accedilatildeo Direta de Inconstitucionalidade 5938 com pedido de medida

cautelar ajuizada pela Confederaccedilatildeo Nacional dos Trabalhadores Metaluacutergicos A

parte autora alega que a regra em questatildeo vulneraria as normas constitucionais

sobre proteccedilatildeo agrave maternidade agrave gestante ao nascituro e ao receacutem-nascido (arts 6ordm

7ordm XXXIII 196 201 II 203 I todos da Constituiccedilatildeo Federal) Aleacutem do mais

desrespeitaria a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho (art

1ordm III e IV da CF) dentre outros direitos constitucionais (BRASIL 2019

lthttpwwwportalstfjusbrgt) Repare a decisatildeo

Decisatildeo O Tribunal por unanimidade conheceu da accedilatildeo direta de inconstitucionalidade Por maioria confirmou a medida cautelar e julgou procedente o pedido formulado na accedilatildeo direta para declarar a inconstitucionalidade da expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo contida nos incisos II e III do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) inseridos pelo art 1ordm da Lei 134672017 nos termos do voto do Relator vencido o Ministro Marco Aureacutelio Falaram pelo amicus curiae Confederaccedilatildeo Nacional de Sauacutede ndash CNS o Dr Marcos Vinicius Barros Ottoni e pelo amicus curiae Central Uacutenica dos Trabalhadores ndash CUT o Dr Ricardo Quintas Carneiro Presidecircncia do Ministro Dias Toffoli Plenaacuterio 29052019 (BRASIL 2019 lthttpwwwportalstfjusbrgt)

O principal objetivo da permissatildeo agraves gestantes e lactantes trabalharem em

locais insalubres eacute o aumento das oportunidades de trabalho para as mulheres As

empresas optam por natildeo contratarem mulheres devido ao risco de assumirem as

consequecircncias peculiares agrave estaccedilatildeo sendo que mesmo aquelas que natildeo querem ter

filhos acabam perdendo a oportunidade de emprego Dessa forma mesmo diante

61

dos argumentos mencionados a lei bate de frente com a proteccedilatildeo agrave sauacutede da

empregada e do nascituro pois a proteccedilatildeo ao trabalho natildeo pode ser mais relevante

que a proteccedilatildeo agrave vida (AHAD 2017)

Por fim a Lei 134672017 modificou o anterior paraacutegrafo uacutenico em sect 1ordm do art

396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e acrescentou o sect 2ordm observando que os periacuteodos de

descanso para amamentaccedilatildeo devem ser discutidos em acordo individual entre

empregada e empregador (GARCIA 2018 p 1084)

Veja a norma legal na iacutentegra com as alteraccedilotildees feitas pela nova lei

Art 396 Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 13467 de 2017) sect 1ordm Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (Remunerado pela Lei nordm 13467 de 1372017) sect 2ordm Os horaacuterios dos descansos previstos no caput deste artigo deveratildeo ser definidos em acordo individual entre mulher e o empregador (Incluiacutedo pela Lei 13467 de 1372017) (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

As pausas especiais previstas no art 396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) pertinentes aos periacuteodos de

amamentaccedilatildeo ao longo da jornada de trabalho da obreira satildeo remuneradas De

natureza fundamental respectivamente tecircm de ser cumpridos pelo empregador

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 151)

Poreacutem a alteraccedilatildeo possibilita a negociaccedilatildeo destes intervalos entre empregada

e empregador sem a intervenccedilatildeo do sindicato conforme a necessidade de ambos

podendo os (2) dois intervalos serem transformados em (1) um (PIPEK DUTRA

MAGANO 2017 p 23)

Para Delgado MG e Delgado GN (2017 p 151) a nova Lei 134672017

optou por explicitar o que jaacute tende a ser aplicado nas relaccedilotildees de trabalho ou seja a

determinaccedilatildeo consensual a respeito do melhor horaacuterio para que sejam cumpridos

esses dois intervalos especiais de meia hora cada um ao longo da jornada laboral

De acordo com Ahad (2017) a reforma trouxe novas possibilidades de trabalho

para a mulher observando a flexibilidade em horaacuterios como o teletrabalho o

trabalho intermitente e o trabalho autocircnomo que podem trazer benefiacutecios que

62

possibilitam a mulher conciliar com a criaccedilatildeo dos filhos trabalhos domeacutesticos e

estudos aleacutem do tempo e economia no deslocamento de ida e volta do trabalho

Mesmo com as novidades trazidas Ahad (2017) aponta que a reforma natildeo

modificou pontos essenciais para reduzir a desigualdade de gecircnero mencionando a

licenccedila-maternidade que eacute um direito de suma importacircncia para a famiacutelia mas

continua sendo um obstaacuteculo para a contrataccedilatildeo da matildeo de obra feminina

Atraveacutes das informaccedilotildees sobre as mudanccedilas na Reforma observa-se a

preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos de fiscalizaccedilatildeo com a flexibilizaccedilatildeo das regras com a

negociaccedilatildeo direta entre empregador e empregado sendo que todavia muitas

vezes essa flexibilidade eacute mais aacutegil facilitando a vida do empregado O ponto

principal deste capiacutetulo eacute o trabalho da mulher e assim comentam-se os aspectos

direcionados para este na Reforma dentre eles a insalubridade o mais

preocupante no trabalho da gestantelactante entre outros A Lei 134672017 traz

facilidades para as negociaccedilotildees e menos burocracia Apesar disso cabe ressaltar

que haacute falhas na legislaccedilatildeo e nota-se como as leis satildeo contraditoacuterias entre si

podendo faltar proteccedilatildeo em alguns casos e em outros ter em demasia Portanto o

Judiciaacuterio poderaacute ter dificuldades nas decisotildees julgadas

63

5 CONCLUSAtildeO

A presente pesquisa teve como proposta fazer uma abordagem acerca da

discriminaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho bem como sobre a desigualdade

de gecircnero A metodologia utilizada consistiu em uma pesquisa bibliograacutefica

enriquecida de jurisprudecircncias leis artigos e demais informaccedilotildees obtidas atraveacutes da

leitura algo que se revelou em um aprendizado muacuteltiplo de questotildees vivenciadas

Como resultados averiguou-se diversas legislaccedilotildees que abrangem o tema dos

direitos da mulher e suas principais peculiaridades assim como as constantes

mudanccedilas nas regras trabalhistas e a verificaccedilatildeo das normas para adequar-se agrave

atualidade o que proporciona a mais recente e significativa alteraccedilatildeo na

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) a Reforma trabalhista A partir das

leituras de estudos jaacute desenvolvidos sobre essa temaacutetica foi possiacutevel esclarecer

alguns toacutepicos importantes permitindo um entendimento mais adequado sobre o

pensamento da sociedade e a luta para a extinccedilatildeo das diferenccedilas de gecircnero assim

como compreender a posiccedilatildeo do empregador e do empregado nas relaccedilotildees de

trabalho

Na primeira abordagem destaca-se o entendimento da histoacuteria do Direito do

Trabalho e o surgimento das leis de proteccedilatildeo Nesse contexto foi indispensaacutevel

evidenciar o caminho que foi percorrido para se chegar ao que eacute de direito devido agrave

vida desumana na eacutepoca da escravidatildeo instante em que natildeo havia quaisquer

garantias de sobrevivecircncia Para se chegar a esse entendimento foi necessaacuterio

estudar todo o processo de desenvolvimento da histoacuteria do trabalho como as leis

foram surgindo assim como os toacutepicos mais relevantes para que se alcanccedilasse o

objetivo final proposto no trabalho Todavia todo aprendizado adquirido durante

essa pesquisa sobre o tema nos leva a acreditar que ainda eacute preciso muito para

mudar o pensamento da sociedade ou seja o caminho ainda eacute longo para atingir o

ideal miacutenimo quando o assunto eacute desigualdade de gecircnero

No decorrer do estudo percebeu-se ainda nesse contexto que diversas

proibiccedilotildees foram despontando na Europa relacionadas aos aspectos de proporcionar

melhorias para o trabalho das mulheres Como exemplo verificou-se que as

mulheres foram sendo proibidas de trabalhar em locais uacutemidos e subteacuterreos que

trouxessem sequelas para sua sauacutede assim como foram impedidas de praticar

jornadas exaustivas de 12 horas e foram proibidas de trabalhar no periacuteodo da noite

64

Aleacutem do mais notou-se uma trajetoacuteria de busca constante pela igualdade de

gecircneros algo que se mostrou notoacuterio nas legislaccedilotildees Essa constataccedilatildeo se mostrou

significativa pois decorre que a discriminaccedilatildeo se apresenta como uma adversidade

que natildeo depende somente do desenvolvimento de uma naccedilatildeo sendo o avanccedilo das

leis essencial para que a mulher no mercado de trabalho possa assumir o seu

devido lugar

Quanto agrave revisitaccedilatildeo de leituras sobre as antigas civilizaccedilotildees observou-se

atentamente os relatos sobre a discriminaccedilatildeo contra a mulher como eram tratadas

abusadas e como disponibilizavam de rariacutessimos direitos Diante disso claramente

pode-se afirmar que as mulheres cumpriam um papel de submissatildeo uma vez que

eram criadas para cuidar da casa dos filhos e para obedecer aos maridos As

leituras realizadas demostraram que as filhas natildeo tinham direitos agrave heranccedila pois era

algo destinado somente para o filho homem Aleacutem disso os casamentos eram

arranjados sendo que a mulher natildeo tinha o poder de escolha do seu cocircnjuge sendo

os pais os responsaacuteveis por isso Como resultado nota-se que a desigualdade de

gecircnero eacute uma consequecircncia cultural e a discriminaccedilatildeo eacute histoacuterica jaacute que de acordo

com o que foi apresentado as mulheres sempre tiveram papeacuteis submissos na

sociedade

Como tentativa de amenizar a situaccedilatildeo a literatura mostra que os institutos

foram avanccedilando em busca de melhorias ou seja devido agraves peculiaridades das

mulheres houve a necessidade de estabelecer proteccedilotildees agraves mesmas Isso eacute

decorrente do fato de que a mulher se sujeitava a receber salaacuterios inferiores e a

cumprir jornadas excessivasexaustivas de trabalho para que conseguisse

permanecer no emprego

Em relaccedilatildeo ao processo de implantar normas protetivas quanto ao trabalho da

mulher o estudo mostrou que a proteccedilatildeo agrave maternidade aparece como a mais

relevante Nesse contexto verificou-se algumas normas que proporcionavam agrave

famiacutelia permanecer com a crianccedila sendo que inuacutemeras jurisprudecircncias autorizavam

os pais na ausecircncia das matildees a compartilharem do direito agrave licenccedila-maternidade

assim como foi estendido para as mulheres que davam agrave luz obtinham a guarda

judicial adotavam sofriam aborto espontacircneo eou tinham bebecircs natimortos

Portanto a licenccedila-maternidade que atualmente eacute de 120 dias configura-se

em um processo de extrema importacircncia para todo o nuacutecleo familiar uma vez que

proporciona bem-estar ao receacutem-nascido que muito necessita da figura maternal nos

65

primeiros meses de vida ou seja eacute um processo que representa qualidade de vida

principalmente durante a amamentaccedilatildeo do bebecirc Ainda nesse contexto na falta da

matildee ressalta-se que algumas dessas medidas tambeacutem se estendem aos homens

permitindo aos mesmos o direito de poder gozar das licenccedilas se estiverem com a

guarda dos filhos

Em razatildeo da legislaccedilatildeo expandida as leituras desenvolvidas para a realizaccedilatildeo

do presente trabalho permitiram detectar conquistas femininas nas relaccedilotildees de

trabalho e a preocupaccedilatildeo do poder legislativo para que haja igualdade entre os

gecircneros Tambeacutem foi reparado na doutrina e nas jurisprudecircncias vitoacuterias das

mulheres nas decisotildees judiciais quando o assunto estaacute relacionado agrave busca da

igualdade de direitos entre homens e mulheres

De outra parte a pesquisa buscou revelar o Direito na aacuterea trabalhista e fazer a

devida interpretaccedilatildeo Assim sendo o estudo possibilitou o entendimento acerca das

melhorias mais consistentes nas etapas do processo de valorizaccedilatildeo da mulher

demonstrando que haacute um elevado grau de conhecimento sobre a legislaccedilatildeo

trabalhista em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Entretanto dada agrave relevacircncia do

assunto entende-se como necessaacuterio desenvolver tambeacutem a

consciecircnciapensamento da sociedade como um todo sobre o tema pois assim a

mulher teraacute mais oportunidades aleacutem das jaacute concedidas por merecimento e total

capacidade Decorre que o objetivo das mulheres eacute a independecircncia jaacute que ainda eacute

muito evidente o conceito de que a mulher deve ser simplesmente a dona de casa

para cuidar do lar e dos filhos No entanto elas querem estudar ter conhecimento e

formaccedilatildeo pois satildeo capazes de assumir cargos competitivos

O uacuteltimo capiacutetulo tratou sobre a importante mudanccedila no Direito do Trabalho a

Reforma trabalhista quando a Lei 134672017 alterou 201 pontos da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho de 1943 Quanto a essas modificaccedilotildees notou-se que as

mesmas deram ecircnfase ao trabalho da mulher em uma niacutetida preocupaccedilatildeo com a

maternidade com as atividades insalubres e com alguns trabalhos onde a mulher

pudesse exercer suas funccedilotildees de acordo com o tempo que dispusesse e assim

conseguisse tambeacutem atender o trabalho domeacutestico

Diante do propoacutesito do presente de obter informaccedilotildees e analisar os direitos da

mulher trabalhadora nas relaccedilotildees de trabalho no cotidiano evidenciou-se que o

preconceito ainda existe e que descobrir novas possibilidades que protejam o

trabalho feminino eacute de suma importacircncia para incentivar a sociedade a adquirir

66

novos conceitos Foi possiacutevel tambeacutem identificar a preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos

competentes no que diz respeito agrave proteccedilatildeo feminina nas relaccedilotildees de trabalho

Portanto entende-se como de extrema relevacircncia trazer esse debate agrave tona

uma vez que o assunto foi definido como forma de se obter aprendizado e clareza

sobre as normas protetivas femininas e a abrangecircncia para que empregada e

empregador saibam seus direitos e deveres uma vez que haacute ciecircncia de que as

empresas ainda estatildeo despreparadas para seguir devidamente as regras de

proteccedilatildeo em sua totalidade Decorre que o Direito do Trabalho foi elaborado para

defender o trabalhador dos abusos do empregador sendo que a influecircncia do tema

abordado foi justamente para retratar a situaccedilatildeo em que eacute apresentado e entendido

o sistema juriacutedico

Evidencia-se que embora sejam aplicadas algumas medidas protetivas ainda

eacute grave a desigualdade de gecircnero Tambeacutem se observa que as regras flexiacuteveis

negociadas entre empregado e empregador agilizam os processos nas relaccedilotildees de

trabalho mas obviamente quando natildeo houver a possibilidade de flexibilizar uma

regra esta seraacute cumprida sem exceccedilatildeo Nesse sentido entende-se que embora

diversas leis estimulem a contrataccedilatildeo de matildeo de obra feminina o montante de

direitos trabalhistas pode atrapalhar as relaccedilotildees de emprego criando receio do

empregador nas contrataccedilotildees principalmente em relaccedilatildeo agraves mulheres No entanto

essas medidas satildeo indispensaacuteveis para o bem-estar do trabalhador pois a

necessidade de proteccedilatildeo eacute fundamental Afinal todos querem ter seu espaccedilo

profissional mas algumas delas natildeo condizem com a realidade do empregador e do

empregado

Por fim observa-se que muitas legislaccedilotildees vigentes versam sobre o mesmo

assunto e se contradizem Entretanto essa constataccedilatildeo deve atrapalhar o judiciaacuterio

na hora das decisotildees cabendo a ele o poder de designar um resultado justo ao que

estaacute sendo proposto Isso demonstra que a discriminaccedilatildeo contra a mulher no

mercado de trabalho acontece mesmo diante da legislaccedilatildeo vigente configurando-se

em uma desigualdade que ainda estaacute longe de terminar e que para isso precisa ser

constantemente debatida

67

REFEREcircNCIAS

AHAD Claudia Abdul Reforma trabalhista e seus impactos no trabalho da mulher Migalhas [sl] dez 2017 Disponiacutevel em lthttps wwwmigalhascombrdePeso16MI27055371043-Reforma+Trabalhista+e+seus+impactos+no+trabalho+da+mulhergt Acesso em 28 mar 2018 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 5 out 1988 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03constituicaoConstituicaoCompiladohtmgt Acesso em 17 jun 2018 ______ Decreto 423 de 12 de novembro de 1935 Promulga quatro Projectos de Convenccedilatildeo approvados pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho da Liga das Naccedilotildees por occasiatildeo da Conferencia de Washington convocada pela Governo dos Estados Unidos da America a 29 de outubro de 1919 pelo Brasil adoptados a saber Convenccedilatildeo relativa ao emprego das mulheres antes e depois do parto Convenccedilatildeo relativa ao trabalho noctuno das mulheres Convenccedilatildeo que fixa a idade minima de admissatildeo das crianccedilas nos trabalhos industriaes Convenccedilatildeo relativa ao trabalho nocturno das crianccedilas na industria Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 12 nov 1935 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-423-12-novembro-1935-532092-publicacaooriginal-14076-pehtmlgt Acesso em 06 abr 2019

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______ Decreto 1253 de 27 de setembro de 1994 Promulga a Conversatildeo nordm 136 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho sobre a Proteccedilatildeo contra os Riscos de Intoxicaccedilatildeo Provocados pelo Benzeno assinada em Genebra em 30 de junho de 1971 Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 28 set 1994 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03decreto1990-1994D1253htmgt Acesso em 07 abr 2019

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______ Decreto 3725 de 04 de dezembro de 1919 Faz diversas correcccedilotildees no Coacutedigo Civil e manda fazer do Codigo corregido uma ediccedilatildeo de cinco mil exemplares Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 15 jan 1919 Disponiacutevel em lthttp wwwplanaltogovbrccivil_03decretohistoricosdplDPL3725-1919htmgt Acesso em 07 abr 2019

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______ Decreto 22042 de 3 de novembro de 1932 Regula as condiccedilotildees do trabalho das mulheres nos estabelecimentos industriais e comerciais Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 19 maio 1932 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-21417-17-maio-1932-559563-publicacaooriginal-81852-pehtmlgt Acesso em 07 abr 2019

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3

ABSTRACT

The present research has a proposal analyze by means of available literature the

actions implemented for the protection of women in the scope of Labor Law as well

as the impacts caused by labor reform The idea is to bring up the debate in relation

to these protective measures and expose the rules that versify about the female

work Therefore first it is made a brief history about the presence of women in the

labor market the inequality of genre the discriminatory actions and the female

protective measures In a second moment it is made an account about the

emergence of labor law in the world going until the evolution of labor rules in Brazil

with the creation of laws of protect to workers for that they had a dignified life

Approach still subjects associated to differences between the civilizations in relation

to inequality of genre to discrimination against the women and to emergence of first

protection measures Furthermore it is emphasized the peculiarities that differentiate

the work of women as protection to maternity (maternity-leave and license-adopter)

the extension of maternity leave and the repercussion of labor reform through Law

1346717 However also evaluate the methods places and the rules that changed

the work of woman as for example the unhealthy activities to the pregnant and

lactating the periods of breast-feeding and the possibility of direct negotiation

between employee and the employer To achieve the proposed objectives the

methodology employed consists in a bibliographical research by means of deductive

method when were readings performed analysis and interpretation of articles

doctrines jurisprudence and laws published in books and the internet that approach

these themes with the intention of trying to answer the following research problem

how does discrimination against women and of genre in the work relationships and

what the way in the search for improvements

Keywords Discrimination Labor Law Genre Woman Labor reform

4

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 05

2 A EVOLUCcedilAtildeO DO DIREITO DO TRABALHO 08

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil 15

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho 18

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho 21

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO Agrave MULHER NO DIREITO DO TRABALHO 27

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade 27

311 Estabilidade da gestante e da adotante 37

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade 39

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA 43

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher 47

42 Atividades insalubres 50

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino 53

5 CONCLUSAtildeO 63

REFEREcircNCIAS 67

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

O presente estudo tem como objetivo geral fazer uma anaacutelise atraveacutes da

literatura disponiacutevel das accedilotildees protetivas implementadas para beneficiar as

mulheres na esfera do Direito do Trabalho assim como os impactos que foram

provocados pela reforma trabalhista instituiacuteda por meio da Lei 134672017 Decorre

que a referida Lei trouxe mudanccedilas significativas na Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) passando a vigorar no paiacutes a partir de 11 de novembro do mesmo

ano Diante disso a ideacuteia eacute trazer agrave tona o debate acerca dessas medidas protetivas

e expor as regras que versam sobre o trabalho feminino uma vez que a reforma

trabalhista de 2017 apresentou significativas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao trabalho da

mulher

Nessa perspectiva essa pesquisa faz um breve relato histoacuterico sobre a

evoluccedilatildeo da inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho descrevendo como

surgiu o Direito do Trabalho e as razotildees pelas quais as legislaccedilotildees foram criadas Eacute

interessante frisar que o Direito do Trabalho se configurou em uma vitoacuteria da

humanidade ao longo da histoacuteria uma vez que instituiu direitos fundamentais para

melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores evitando que os abusos do capital

prejudicassem os membros da sociedade menos favorecidos Entretanto torna-se

necessaacuterio ao mesmo tempo tambeacutem pensar no crescimento da mateacuteria pois esse

ramo do Direito eacute bastante dinacircmico uma vez que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de

trabalho satildeo muito frequentes sendo indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria

para entender as questotildees da atualidade Em outras palavras significa dizer que o

Direito do Trabalho altera suas normas constantemente para conseguir se adequar agrave

modernidade e as constantes transformaccedilotildees mercadoloacutegicas

Assim sendo analisar a trajetoacuteria da mulher na busca dos seus direitos

representa debater as normas que regram o trabalho feminino que cada vez mais

integra a igualdade de gecircnero Trata-se portanto de um tema demais discutido na

sociedade que a cada dia tem um novo entendimento e uma nova regra que

possibilita que a mulher tenha o seu espaccedilo garantido Essas mudanccedilas vecircm

ocorrendo desde que o trabalho feminino se destacou no Brasil entre 1850 e 1950

Foi nesse periacuteodo chamado de industrial que as mulheres se integraram ao setor

fabril e a matildeo de obra feminina passou a ocupar espaccedilo Entretanto foi nessa eacutepoca

que surgiram tambeacutem os salaacuterios e os contratos de trabalho onde os empresaacuterios

6

davam preferecircncia para as mulheres que aceitavam salaacuterios inferiores ao dos

homens poreacutem para exercer as mesmas funccedilotildees sujeitando-se a jornadas

exaustivas de 14 a 16 horas diaacuterias mas com baixos salaacuterios revelando uma

expliacutecita desigualdade de gecircnero no acircmbito do trabalho

Diante do exposto o presente trabalho tem como objetivos especiacuteficos buscar

obter o conhecimento acerca das regras trabalhistas de proteccedilatildeo agrave mulher tentar

apresentar o caminho percorrido pelas mulheres em busca de igualdade reconhecer

a importacircncia das proteccedilotildees agrave mulher no acircmbito trabalhista para que natildeo haja

discriminaccedilatildeo assim como propotildee fazer uma anaacutelise sobre as mudanccedilas nas leis

que constantemente satildeo alteradas para se adequar a atualidade e melhorar as

relaccedilotildees de trabalho

Do ponto de vista de organizaccedilatildeo o presente estudo foi dividido em trecircs

momentos Na primeira abordagem eacute realizada um levantamento sobre os paiacuteses

onde surgiram as primeiras regras trabalhistas e como que essas normas apontaram

aqui no Brasil passando tambeacutem por um olhar nas culturas e civilizaccedilotildees no sentido

de tentar demonstrar suas diferenccedilas em relaccedilatildeo agraves mulheres Avalia-se aqui as

relaccedilotildees de trabalho a discriminaccedilatildeo de gecircnero a submissatildeo das mulheres

desvalorizadas por suas famiacutelias e abusadas pelo empregador assim como o

surgimento das leis trabalhistas no mundo e no Brasil para entatildeo se chegar agrave

inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho e como as accedilotildees protetivas femininas

foram sendo aplicadas

Numa segunda etapa estatildeo apresentadas as peculiaridades que envolvem o

trabalho da mulher e que satildeo indispensaacuteveis para uma vida saudaacutevel Nesse

contexto entram a proteccedilatildeo agrave maternidade a licenccedila- gestante estendida agrave adotante

dentre outros entendimentos bem como os avanccedilos consideraacuteveis de proteccedilatildeo agrave

gestante e sua famiacutelia Sobre o salaacuterio-maternidade ressalta-se que se trata de um

benefiacutecio que eacute pago pela Previdecircncia Social justamente para evitar a discriminaccedilatildeo

no momento da contrataccedilatildeo da mulher algo que provavelmente aconteceria caso a

remuneraccedilatildeo deste periacuteodo ficasse por conta do empregador No entanto busca-se

entender como que mesmo com essa proteccedilatildeo agrave maternidade e essa constataccedilatildeo

as mulheres apoacutes o periacuteodo de estabilidade ainda continuam sendo demitidas ou

seja as medidas que eram para ser protetivas em alguns casos acabam por gerar

discriminaccedilatildeo

7

Jaacute o assunto da terceira abordagem retrata o trabalho da mulher e a reforma

trabalhista onde traz uma apresentaccedilatildeo da mais recente mudanccedila no Direito do

Trabalho Assim sendo eacute feito um breve comentaacuterio sobre a repercussatildeo dessa Lei

que em um ponto estabelece as negociaccedilotildees diretas entre empregador e

empregado Da mesma forma faz-se uma exposiccedilatildeo acerca dos meacutetodos locais de

trabalho da mulher obrigaccedilotildees das empresas para que as mulheres trabalhem em

lugares saudaacuteveis atividades insalubres e mudanccedilas que foram adotadas nas

regras do trabalho feminino

Por fim ressalta-se que em todos os capiacutetulos foram analisados doutrinas

jurisprudecircncias e dispositivos legais correspondentes agrave mateacuteria Tal mecanismo foi

empregado para se tentar buscar informaccedilotildees precisas e veriacutedicas no sentido de

procurar evidenciar os problemas atuais e de que forma o ordenamento juriacutedico atua

com todo o amparo legal

Para se alcanccedilar os objetivos propostos a metodologia empregada consiste

em uma pesquisa bibliograacutefica por meio do meacutetodo dedutivo quando foram

realizadas leituras anaacutelises e interpretaccedilotildees de artigos doutrinas jurisprudecircncias e

leis publicadas em livros e na internet que abordam esses temas como o instituto de

tentar responder o seguinte problema de pesquisa como ocorre a discriminaccedilatildeo

contra as mulheres e a desigualdade de gecircnero nas relaccedilotildees de trabalho e qual o

caminho na busca por melhorias

8

2 A EVOLUCcedilAtildeO DO DIREITO DO TRABALHO

Analisando o Direito do Trabalho eacute preciso pensar no crescimento da mateacuteria

Nesse sentido Martins (2014 p 3) ressalta que esse ramo do Direito eacute muito

dinacircmico e que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de trabalho satildeo muito frequentes

sendo para tanto indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria para entender as

questotildees da atualidade No capiacutetulo a seguir seratildeo apresentados toacutepicos da histoacuteria

do Direito Trabalho a vida dos trabalhadores antes das regras trabalhistas as

condiccedilotildees de trabalho e como essas regras foram surgindo primeiramente na

Europa e mais tarde no Brasil Como o objeto de estudo do presente trabalho foi a

discriminaccedilatildeo das mulheres quanto agrave inserccedilatildeo delas no mercado de trabalho e suas

proteccedilotildees o auxiacutelio das doutrinas mencionadas foram de extrema importacircncia para

esta anaacutelise Assim sendo a partir desse momento inicia-se a apresentaccedilatildeo

Martins (2014 p 3-4) revela que na Biacuteblia o trabalho foi considerado puniccedilatildeo

pois Adatildeo em consequecircncia de comer o fruto proibido como castigo teve de

trabalhar Trabalho vem do latim tripalium em caraacuteter uma ferramenta de tortura

como uma canga para usar nos animais no trabalho da lavoura para colheitas

Platatildeo e Aristoacuteteles deduziram que a dignidade do homem era baseada em negoacutecios

na metroacutepole por meio da palavra Quem fazia o trabalho braccedilal eram os escravos

que desempenhavam as praacuteticas serviccedilais enquanto as atividades nobres ficavam

com outras pessoas (MARTINS 2014 p 4)

Em Roma o trabalho era visto como degradante uma vez que os escravos eacute

que faziam o trabalho bruto Dessa forma Martins (2014 p 4) relata que estes eram

considerados coisa na Lex Aquilia (284 a C) O referido autor disse ainda que a

escravidatildeo foi o primeiro sistema de trabalho e que o escravo era usado ateacute sua

morte ou na medida em que conseguisse sair dessa situaccedilatildeo Poreacutem sem direito

algum muito menos trabalhista

No mesmo entendimento Garcia (2018 p 1) conta que o trabalhador era visto

como coisa sem direitos Na antiguidade no pensamento claacutessico grego o trabalho

era visto como um castigo Platatildeo e Aristoacuteteles natildeo consideravam que o trabalho

daria dignidade ao homem

Os servos na eacutepoca do feudalismo entregavam parte da produccedilatildeo rural pelo

uso da terra e pela proteccedilatildeo recebida dos senhores feudais Nesse aspecto Garcia

(2018 p 1-2) revela que o senhor feudal dava proteccedilatildeo militar e poliacutetica aos servos

9

que natildeo possuiacuteam liberdade De acordo com Nascimento (2010 p 39) natildeo havia

nenhum direito ao trabalhador pois era o patratildeo quem designava as circunstacircncias

de trabalho dos empregados A relaccedilatildeo de trabalho era livre em concordacircncia das

partes mas o patratildeo era quem determinava as regras Como nunca houve contrato

redigido poderia acabar ou mudar a relaccedilatildeo de trabalho como quisesse

O direito do trabalho nasceu do resultado de um assunto social antecipado pela

Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII e da atitude humanista que dispocircs assegurar a

dignidade do homem Nascimento (2010 p 32) explica que houve uma

inevitabilidade de obter regras juriacutedicas para regulamentar as relaccedilotildees individuais e

coletivas de trabalho agrave medida que o mundo da induacutestria foi expandindo

rapidamente

As situaccedilotildees precaacuterias das condiccedilotildees de trabalho no decorrer da evoluccedilatildeo da

Revoluccedilatildeo Industrial apresentavam graves riscos para a sauacutede e para a integridade

fiacutesica do empregado As doenccedilas ocorriam em consequecircncia do peacutessimo ambiente

laboral sendo que os acidentes de trabalho atingiam principalmente os metaluacutergicos

e os mineiros Sem receber salaacuterio durante o periacuteodo em que estavam doentes

permaneciam inseguros em relaccedilatildeo ao seu sustento jaacute que natildeo existiam normas

para que fossem protegidos Ademais o patratildeo tambeacutem natildeo se empenhava para

que as regras existissem (NASCIMENTO 2010 p 44)

Nessa perspectiva Nascimento (2010 p 44) pontua que natildeo eacute com precisatildeo

que se afirma a situaccedilatildeo dos salaacuterios dos empregados logo apoacutes a Revoluccedilatildeo

Industrial Em razatildeo de provas e documentos insuficientes natildeo eacute com seguranccedila a

apresentaccedilatildeo de uma anaacutelise da necessidade de vida Contudo historiadores

afirmam de um modo geral que os salaacuterios eram baixos Os salaacuterios nas induacutestrias

eram mais altos que na agricultura sendo que mulheres e menores recebiam menos

que os homens

A normatizaccedilatildeo juriacutedica de trabalho pelo Estado eacute moldada por particularidades

agraves quais satildeo denominadas de legislaccedilatildeo industrial Nascimento (2010 p 55) diz que

primeiramente as regras direcionavam-se aos empregados das induacutestrias e com o

desenvolvimento destas foram se estendendo para outras funccedilotildees

Nascimento (2010 p 55) revela ainda que o propoacutesito de proteger o trabalho

das mulheres e dos menores e a limitaccedilatildeo da jornada de trabalho eacute predominante na

legislaccedilatildeo industrial A maioria das normas nesse periacuteodo era destinada para esses

10

fins sendo que mais adiante ocorreu a intervenccedilatildeo do Poder Puacuteblico em defesa dos

mais pobres

Ainda nesse contexto Nascimento (2010 p 55) revela que a primeira regra de

destaque notaacutevel que demonstra a atitude do Estado eacute da Inglaterra 1601 nomeada

como Lei de Amparo aos Pobres admitindo o direito de receber ajuda das

autoridades puacuteblicas

Segundo Nascimento (2010 p 56) da mesma forma outra regra juriacutedica surgiu

para amparar o trabalhador na Inglaterra em 1802 quando da implantaccedilatildeo da Lei de

Peel Seu objetivo era regrar o trabalho dos menores aprendizes paroquianos dos

quais os domiacutenios das paroacutequias queriam se livrar levando-os aos proprietaacuterios das

induacutestrias Havia pelas paroacutequias o traacutefico de menores onde eram efetuados

contratos de compra e venda para que as induacutestrias adquirissem esses menores em

lotes Robert Peel criou uma lei que protegia estas crianccedilas regrando deveres de

educaccedilatildeo reduzindo a etapa de trabalho para 12 horas Normas relacionadas agrave

higiene tambeacutem foram introduzidas Delgado (2014 p 95) faz referecircncia agrave essa lei

como o Peelrsquos Act (1802) versando sobre o trabalho dos menores Essa lei natildeo foi

aderida mas Robert Peel em 1819 criou uma segunda lei que foi aprovada no

mesmo entendimento (NASCIMENTO 2010 p 56)

Nascimento (2010 p 57) aponta outra lei a fim de proteger os menores na

Inglaterra a Lei de 1833 criada para estabelecer regras de trabalho nas induacutestrias

Assim menores foram proibidos de trabalhar antes dos 9 anos de idade o limite de

jornada de trabalho dos menores de 13 anos passou para 9 horas e dos

adolescentes menores de 18 anos para 12 horas Foi proibido tambeacutem o trabalho

noturno e para fiscalizar o cumprimento das regras foram nomeados inspetores de

induacutestria

Mais tarde outras medidas se destacaram como a Lei de 1844 criada para

regrar o trabalho das mulheres fixando a jornada de trabalho em 10 horas Tambeacutem

as Leis de 1850 e de 1853 foram criadas para regrar a jornada laboral dos homens e

a Lei de 1842 proibindo as mulheres e menores de trabalhar em subsolo

(NASCIMENTO 2010 p 57)

Segundo Martins (2014 p 7) na Franccedila em 1813 foi vedado o trabalho de

menores nas minas Em 1814 foi proibido o trabalho aos domingos e feriados Em

1839 foi vedado o trabalho de menores de 9 anos e a jornada laboral dos menores

de 16 anos foi estabelecida em 10 horas Tambeacutem na Franccedila as Leis de 19 de

11

marccedilo e 02 de novembro de 1874 regravam a proteccedilatildeo do trabalho das mulheres e

das crianccedilas

Conforme Nascimento (2010 p 41) os menores trabalhavam em peacutessimas

condiccedilotildees de higiene e as casas de aprendizagem eram raras onde meninos e

meninas dividiam o mesmo dormitoacuterio sendo que para as mulheres as condiccedilotildees

natildeo eram diferentes

Em alguns paiacuteses o Direito do Trabalho eacute infiltrado nas Constituiccedilotildees alguns

exemplos satildeo o Meacutexico (1917 e 1962) o Peru (1933) a Aacuteustria (1925) a Ruacutessia

(1918 a 1935) e o Brasil (1934 1937 1946 1967 1969 1988) Em outros paiacuteses as

leis trabalhistas satildeo apresentadas no Coacutedigo Civil como na Itaacutelia no Coacutedigo das

Obrigaccedilotildees como na Suiacuteccedila enquanto no Brasil elas aparecem nas consolidaccedilotildees e

em leis especiais Nos Estados Unidos as convenccedilotildees coletivas respondem pela

maioria das normas juriacutedicas mediante negociaccedilotildees coletivas entre os sindicatos

envolvidos (NASCIMENTO 2010 p 59)

O Direito do Trabalho se concretizou natildeo somente por meio de leis

constitucionais e ordinaacuterias mas tambeacutem atraveacutes das convenccedilotildees promulgadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que tem forccedila de lei federal em muitos

paiacuteses Os tratados internacionais bilaterais ou multilaterais eram mais comuns nos

paiacuteses europeus em especial normatizando a previdecircncia social (NASCIMENTO

2010 p 59-60)

A Revoluccedilatildeo Francesa de 1789 e sua Constituiccedilatildeo revelaram o primeiro dos

direitos sociais e econocircmicos o Direito do Trabalho O Estado impocircs a

obrigatoriedade de suprir o empregado a sua subsistecircncia (MARTINS 2014 p 6)

Garcia (2018 p 2) cita que na Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII em razatildeo

da descoberta da maacutequina a vapor as induacutestrias precisaram de operaacuterios com

trabalho assalariado para substituir os escravos sendo um dos motivos que

promoveu o Direito do Trabalho

O estado deixa seu estado de abstenccedilatildeo e passa a intervir nas relaccedilotildees de trabalho impondo limitaccedilotildees agrave liberdade das partes para a proteccedilatildeo do trabalhador por meio da legislaccedilatildeo proibitiva de abusos do empregador como forma de preservar a dignidade do homem no trabalho (GARCIA 2018 p 2-3)

Martins (2014 p 6) revela que na Revoluccedilatildeo Industrial surgiram os salaacuterios e

os contratos de trabalho Os empresaacuterios davam preferecircncia para as mulheres que

12

aceitavam salaacuterios inferiores ao dos homens exercendo as mesmas funccedilotildees

Sujeitavam-se a jornadas excessivas de 14 a 16 horas diaacuterias a baixos salaacuterios e

trabalhavam em situaccedilotildees inconstantes prejudiciais agrave sauacutede para manter seus

empregos No veratildeo o andamento do trabalho era longo chegando a 18 horas e

muitas vezes acabavam com o pocircr-do-sol Induacutestrias iniciaram as atividades em

periacuteodo noturno quando foi inventado o lampiatildeo a gaacutes em 1792 e as jornadas de

trabalho foram reduzidas para 12 a 14 horas por dia (MARTINS 2014 p 5)

Para Martins (2014 p 9) ldquoo direito do trabalho surge para limitar os abusos do

empregador em explorar o trabalho e para modificar as condiccedilotildees de trabalhordquo

Com a chegada da maacutequina a vapor e outras modernizaccedilotildees trabalhadores

foram substituiacutedos gerando desemprego Com novas possibilidades a agricultura

tambeacutem contratou menos trabalhadores e mais pessoas acabaram desempregadas

Foram instauradas induacutestrias de carvatildeo como na Inglaterra Nestas induacutestrias o

trabalhador era sujeito agraves obrigaccedilotildees insalubres incecircndios explosotildees e intoxicaccedilatildeo

por gases tendo salaacuterios baixos e inuacutemeras horas trabalhadas Tambeacutem corriam

riscos de doenccedilas infecciosas por conta de trabalhar em lugares molhados como

tuberculose pneumonia entre outras Eram feitos contratos verbais onde

praticamente toda famiacutelia trabalhava e muitos morriam sem nenhuma assistecircncia

(MARTINS 2014 p 6)

Nascimento (2010 p 43) salienta que os empregadores eacute quem determinavam

as jornadas de trabalho conforme a sua vantagem Aos empregados soacute restava

cumprir o estabelecido onde menores mulheres e homens exerciam as mesmas

funccedilotildees intensas ou natildeo Em razatildeo disso foram surgindo as legislaccedilotildees que

regraram as horas diaacuterias trabalhadas A eletricidade surgiu em 1880

consequentemente os meacutetodos de trabalho tiveram que se adequar (MARTINS

2014 p 8)

O Estado natildeo intercedia nas relaccedilotildees de trabalho pois o trabalho era tido como

mercadoria e possibilitava o abuso do empregador para com o empregado Como a

ofertas de trabalho eram poucas e a procura era intensa o empregado aceitava

baixos salaacuterios e jornadas excessivas sem direito ao descanso ou feacuterias (MARTINS

2014 p 8) De acordo com Nascimento (2010 p 54) a intervenccedilatildeo do Estado

ocorreu a partir de 1938 com o pensamento neoliberalista No entanto essa natildeo foi

a uacutenica forma pela qual o intervencionismo se idealizou tendo tambeacutem apontado de

um estilo mais eminente com sistemas poliacuteticos de ditadura tanto de ldquoesquerdardquo

13

como de ldquodireitardquo O socialismo eacute um comportamento intervencionista que se

destacou mais precisamente no Leste da Europa enquanto o corporativismo se

destacou na Itaacutelia e o nazismo de Hitler na Alemanha

Eacute saacutebia a intervenccedilatildeo do Estado para que o trabalhador tenha dignidade

atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de proteccedilatildeo acentuando regras que estabeleccedilam

condiccedilotildees de trabalho dignas e que sejam eminentes ao patratildeo considerando

melhor situaccedilatildeo de vida social (NASCIMENTO 2010 p 54) Conforme Martins

(2014 p 7) o Estado interviu nas relaccedilotildees de trabalho movido pelos abusos que

eram cometidos A desigualdade era niacutetida a maacutequina era de propriedade do patratildeo

e assim o trabalhador era submisso pois natildeo tinha nada A intervenccedilatildeo do Estado

teve como objetivo o bem-estar do trabalhador e melhorias nas circunstacircncias de

trabalho quando o empregado passou a ser favorecido pelas leis

Na Espanha foram estabelecidas regras que regulamentavam o trabalho dos

menores e das mulheres com leis em 1873 18781900 e 1912 Tambeacutem na Franccedila

em 1874 estabeleceram-se proteccedilotildees juriacutedicas para menores e mulheres Em 1893

uma lei regulou a seguranccedila e a higiene nas empresas (MARTINS 2014 p 7)

A Constituiccedilatildeo do Meacutexico em 1917 foi a primeira a tratar do assunto no art

123 estabelecendo vaacuterias regras de proteccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de trabalho de

menores de 12 anos jornada de oito horas descanso semanal proteccedilatildeo agrave

maternidade entre outros (MARTINS 2014 p 9)

Depois a Constituiccedilatildeo de Weimar em 1919 Martins (2014 p 9) menciona que

a mesma passou a regularizar a participaccedilatildeo dos empregados nas empresas tendo

representaccedilatildeo nas empresas estabelecendo um sistema de seguro social e fixando

salaacuterios e melhores condiccedilotildees de trabalho

No acircmbito internacional o Tratado de Versalles de 1919 prenunciou a

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que abrange os direitos trabalhistas

internacionalmente decretando convenccedilotildees (MARTINS 2014 p 9)

Garcia (2018 p 3) conta que na Itaacutelia a Carta del Lavoro em 1927

implementou um sistema corporativista que foi abrangido por outros sistemas

poliacuteticos como de Portugal da Espanha e do Brasil

A criaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas apoacutes a Segunda Guerra Mundial

(1939-1945) resultou na aprovaccedilatildeo da Carta das Naccedilotildees Unidas na Conferecircncia de

Satildeo Francisco (1945) Segundo Garcia (2018 p 4) a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia

14

aprovada pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em 1944 expandindo os

princiacutepios do Tratado de Versalles

Em 1946 houve a vinculaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho agrave

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas como entidade versada agrave regulamentaccedilatildeo

internacional do trabalho Garcia (2018 p 4) referencia o novo texto constitucional

da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho aprovado em Conferecircncia Internacional

do Trabalho em 1946 com a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia anexada E ainda no acircmbito

internacional trouxe diversos direitos trabalhistas em 1948 com a Declaraccedilatildeo

Universal dos Direitos Humanos

O Direito do Trabalho eacute uma vitoacuteria da humanidade ao longo da histoacuteria

criando direitos fundamentais para melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores

Assim evitou abusos e que o capital e a busca pelas vantagens prejudicassem os

membros da sociedade menos favorecidos assegurando dignidade de vida

(GARCIA 2018 p 4)

Da mesma maneira o Direito do Trabalho proporciona o desenvolvimento do

sistema econocircmico em meacutetodos aceitaacuteveis viabilizando assim o progresso das

instituiccedilotildees e o bem-estar coletivo Segundo Garcia (2018 p 4) o Direito do

Trabalho tem papel importante para garantir o miacutenimo de dignidade e justiccedila social

Conforme Garcia (2018 p 5) o Direito do Trabalho eacute um procedimento

necessaacuterio que embasa o proacuteprio sistema econocircmico-social Cabe ressaltar que o

Direito do Trabalho impossibilita ateacute mesmo um eventual colapso no sistema

podendo suceder de niacuteveis de miseacuteria e desigualdade afetando as condiccedilotildees de

consumo e conduzindo os proacuteprios possuidores a decadecircncia

Para Delgado (2012 p 83) o Direito do Trabalho natildeo surgiu apenas para

incendiar o sistema econocircmico Com a Revoluccedilatildeo Industrial na Inglaterra no

seacuteculo XVIII certamente buscou tambeacutem ponderar os abusos da utilizaccedilatildeo da forccedila

de trabalho propondo a civilidade para o trabalhador

Os direitos trabalhistas satildeo garantidos na composiccedilatildeo dos direitos

fundamentais em ligaccedilatildeo com as normas da dignidade da pessoa humana e da

justiccedila social Viu-se ao longo dessa redaccedilatildeo como eram as condiccedilotildees que

enfrentavam os trabalhadores para adquirir uma vida digna bem como a intervenccedilatildeo

do Estado para amenizar os abusos do empregador sendo possiacutevel entender um

pouco sobre o Direito em questatildeo Seguindo na apresentaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do Direito

15

do Trabalho na sequecircncia seraacute descrito como surgiram as primeiras regras no

Brasil

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil

Devido agrave criaccedilatildeo de regras trabalhistas na Europa e agraves instituiccedilotildees

internacionais que versavam sobre o Direito do Trabalho o Brasil teve influecircncia

para se adequar a essas regras Martins (2014 p 11) relata que as criaccedilotildees de

normas trabalhistas no Brasil foram estipuladas pelas mudanccedilas na Europa em

consequecircncia da Primeira Guerra Mundial e do surgimento da Organizaccedilatildeo

Internacional do Trabalho (OIT) em 1919 Imigrantes chegados ao Brasil deram

iniacutecio a movimentos e protestos pleiteando melhores circunstacircncias de trabalho

Destaca Nascimento (2010 p 88) que apoacutes a Aboliccedilatildeo da Escravatura e a

Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica surgiu o periacuteodo liberal do Direito do Trabalho embora

pequenos movimentos sem maior relevacircncia colaborassem para o progresso das

leis no paiacutes

Primeiramente as Constituiccedilotildees versavam apenas sobre o sistema de

governo Martins (2014 p 10) conta que mais tarde comeccedilaram a tratar de diversos

ramos do Direito em especial o Direito do Trabalho

A maior concentraccedilatildeo de pessoas se destacou nas grandes cidades como o

Rio de Janeiro em 1890 na eacutepoca capital federal e em Satildeo Paulo em 1900 No

entanto havia um grande nuacutemero de induacutestrias como oficinas de calccedilados

vestuaacuterio moacuteveis e tintas normalmente abertas em galpotildees ou no fundo de

armazeacutens sendo locais de difiacutecil acesso para a fiscalizaccedilatildeo A populaccedilatildeo foi

aumentando nesses estados e a maioria dos trabalhadores eram imigrantes

italianos portugueses espanhoacuteis que ocupavam cargos de operaacuterios nas induacutestrias

(NASCIMENTO 2010 p 88-89)

Nascimento (2010 p 89) cita que se formavam as circunstacircncias para que o

trabalho subordinado fosse regido por lei No entanto o Poder Puacuteblico que era

devoto ao princiacutepio liberalista e sua inspiraccedilatildeo permanecia isento a qualquer

contestaccedilatildeo No periacuteodo existiu um grande nuacutemero de greves e movimento poliacutetico

Conforme Nascimento (2010 p 96) as primeiras regras surgiram

respectivamente em 1903 pelo Decreto 979 de 06 de janeiro de 1903 (BRASIL

1903 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em 1937 pelo Decreto Legislativo 1637 que

16

versava sobre os sindicatos em 1891 pelo Decreto 1313 de 17 de janeiro de 1891

(BRASIL 1891 lthttpwww2camaralegbrgt) que dispunha sobre a proteccedilatildeo de

menores regrando a fiscalizaccedilatildeo nas faacutebricas onde havia um grande nuacutemero de

menores trabalhando e pelo Decreto 1150 de 1904 que regrava sobre os salaacuterios

estabelecendo a carteira agriacutecola (BRASIL 1904 lthttpwww2camaralegbrgt)

Em 1930 Getuacutelio Vargas entatildeo Presidente da Repuacuteblica idealizou uma

poliacutetica trabalhista Em razatildeo da expansatildeo da induacutestria Getuacutelio editou leis

trabalhistas com a intenccedilatildeo de moderar as manifestaccedilotildees No entanto jaacute existiam

leis ordinaacuterias regulando o trabalho de menores em 1891 em 1903 a organizaccedilatildeo

dos sindicatos rurais e em 1907 sindicatos urbanos (MARTINS 2014 p 11)

A Lei 30711916 (BRASIL 1916 lthttpwwwplanaltogovbrgt) aprovou o

Coacutedigo Civil e corrigido pela Lei 3725 de 15 de janeiro de 1919 (BRASIL 1919

lthttpwwwplanaltogovbrgt) surgiram regras sobre locaccedilatildeo de serviccedilos o que

antecede a histoacuteria do contrato de trabalho das leis posteriores e especiais Duas

regras consideraacuteveis surgem em 1923 a Lei 4682 (BRASIL 1923

lthttpwwwplanaltogovbrgt) intitulada de Lei Eloacutei Chaves criou a caixa de

aposentadoria e pensotildees para os ferroviaacuterios e a estabilidade para os mesmos ao

completarem 10 anos de emprego exceto se ocorresse falta grave O Decreto

16027 (BRASIL 1923 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 30 de abril estabeleceu o

Conselho Nacional do Trabalho ldquooacutergatildeo consultivo dos poderes puacuteblicos em

assuntos referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho e da previdecircncia socialrdquo

(NASCIMENTO 2010 p 97-98)

Versando sobre as feacuterias foi criada a Lei 4982 de 25 de dezembro de 1925

(BRASIL 1925 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Depois disso houve o Decreto

17934-A (BRASIL 1927 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 1927 e o Coacutedigo de

Menores estabelecendo proteccedilotildees ao trabalho dos menores (NASCIMENTO 2010

p 98)

Na deacutecada de 1930 vaacuterios Decretos do Poder executivo que versavam sobre

as relaccedilotildees de trabalho foram implantados Garcia (2018 p 5) evidencia o Decreto

211751932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que instituiu a Carteira

de Trabalho assim como a duraccedilatildeo da jornada de trabalho em diversos setores da

atividade econocircmica com o Decreto 211861932 (BRASIL 1932

lthttpwww2camaralegbrgt) e na induacutestria o Decreto 213641932 (BRASIL 1932

17

lthttpwww2camaralegbrgt) sobre a jornada de trabalho e o trabalho de menores

por meio do Decreto 220421932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Conforme Delgado (2014 p 107) a evoluccedilatildeo do Direito do Trabalho no Brasil

tem a fase mais significativa entre 1888 a 1930 Foi um periacuteodo em que a relaccedilatildeo de

emprego se mostrou expressiva principalmente no setor agriacutecola cafeeiro de Satildeo

Paulo na industrializaccedilatildeo profissional da capital paulista e do Distrito Federal

O Ministeacuterio do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio foi criado em 1930 quando

passou a expedir decretos sobre o trabalho das mulheres (214171932) (BRASIL

1932 lthttpwww2camaralegbrgt) salaacuterio miacutenimo (1936) e a Justiccedila do Trabalho

(1939) Conforme Martins (2014 p 11) a primeira Constituiccedilatildeo brasileira a tratar

especificamente do Direito do Trabalho eacute a de 1934 regulando diversas proteccedilotildees

trabalhistas Depois a Constituiccedilatildeo de 1937 regulou os sindicatos nas relaccedilotildees de

trabalho quando um imposto sindical foi estipulado Tambeacutem teve a competecircncia

dos tribunais de trabalho que tinha como propoacutesito intervir nas relaccedilotildees de trabalho

buscando o entendimento entre patratildeo e empregado

Garcia (2018 p 6) explica que a Constituiccedilatildeo Federal de 1937 (BRASIL 1937

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta a intervenccedilatildeo do Estado com

particularidades do meacutetodo corporativista Foi instaurado um sindicato exclusivo

ligado ao Estado a greve foi proibida pois era vista como artificio desagradaacutevel e

negativo agrave economia

Em razatildeo das normas existentes espalhadas entendeu-se a utilidade de um

sistema de regras Para isso foi lanccedilado o Decreto-Lei 5452 de 1ordm-5-1943

homologando a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho a CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e consolidando as leis jaacute existentes (MARTINS 2014

p 12)

Adiante as Constituiccedilotildees seguintes trouxeram mais benefiacutecios para o

trabalhador como repouso semanal remunerado participaccedilatildeo de lucros para os

empregados e direito de greve previstos na Constituiccedilatildeo de 1946 Martins (2014 p

12) conta que legislaccedilotildees ordinaacuterias avanccedilaram citando entre elas a Lei 585972

(BRASIL 1972 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre o trabalho domeacutestico

Garcia (2018 p 6) menciona a Lei 605 de 05 de janeiro de 1949 (BRASIL

1949 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o repouso semanal

remunerado e remuneraccedilatildeo de feriados e a Lei 2757 de 23 de abril de 1956

(BRASIL 1956 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre as regras de trabalho

18

dos porteiros zeladores faxineiros e serventes de preacutedios A Lei 3207 de 18 de

julho de 1957 (BRASIL 1957 lthttpwwwplanaltogovbrgt) regulava o trabalho dos

viajantes e a Lei 40901962 a gratificaccedilatildeo natalina (BRASIL 1962

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

sustentou os direitos trabalhistas das Constituiccedilotildees anteriores e estabeleceu o

Fundo de Garantia do Tempo de Serviccedilo na Lei 51071966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) dentre outras diversas leis sobre o emprego

domeacutestico em 1972 sobre o trabalho rural teve a Lei 58891973 (BRASIL 1973

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e o trabalho temporaacuterio foi regrado na Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 6)

Em 1988 foi aprovada a Constituiccedilatildeo atual versando sobre os direitos

trabalhistas estes incluiacutedos no Capitulo II ldquoDos Direitos Sociaisrdquo e do Titulo II ldquoDos

Direitos e Garantias Fundamentaisrdquo No entendimento de alguns doutrinadores o

art 7ordm da Constituiccedilatildeo Federal surge como a verdadeira Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho com diversos direitos trabalhistas abrigados (MARTINS 2014 p 12)

Delgado (2012 p 86) aponta que sem duacutevida o nuacutecleo principal do Direito do

Trabalho estaacute situado nas relaccedilotildees empregatiacutecias de trabalho surgindo diversos

institutos regras e princiacutepios que norteiam essa relaccedilatildeo juriacutedica

Acerca da polecircmica Reforma trabalhista aprovada mesmo em contradiccedilatildeo aos

direitos dos empregados na Constituiccedilatildeo Garcia (2018 p 7) revela que a Lei

134672017 modificou a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 e as

Leis 601974 80361990 e 821291 com a finalidade de adaptar a legislaccedilatildeo agraves

atuais relaccedilotildees trabalhistas

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho

Independentemente do significativo trabalho das mulheres nas atividades

domeacutesticas e em outras funccedilotildees na Idade Meacutedia foi na Revoluccedilatildeo Industrial o

momento histoacuterico da inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Na Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres foram introduzidas no mercado de trabalho com intensivas

jornadas laborais salaacuterios baixos e condiccedilotildees desumanas de trabalho (FONSECA

2015 p 91)

19

Antes disso apoacutes o periacuteodo preacute-histoacuterico a mulher passou a ser reconhecida

como Grande Deusa Desse ponto de vista Freitas (2015 p 11) revela que a

mulher era santificada e glorificada e em razatildeo disso obteve poderes Controlavam

dinheiro e propriedades e direitos especiais no casamento Assim os homens

cediam seus desejos Muitas eram vistas nos campos de batalha lutando como

homens O Egito antigo foi destaque na veneraccedilatildeo pelas mulheres

No periacuteodo da Idade Antiga nas civilizaccedilotildees gregas e romanas quando a

mulher deixava a casa da famiacutelia em razatildeo do casamento ou por outros motivos

deveria seguir as crenccedilas do marido e rezar pelo seu Deus Na eacutepoca cada famiacutelia

tinha um Deus diferente e a mulher aprenderia com seu marido a venerar aqueles

que protegiam a famiacutelia dele (FREITAS 2015 p 12)

Conforme Freitas (2015 p 12) se a mulher fosse esteacuteril o homem poderia

pedir o divoacutercio e se o homem fosse esteacuteril deveria ser substituiacutedo pelo irmatildeo ou

parente mais proacuteximo do marido A mulher era obrigada a entregar-se para este

homem sendo que isso acontecia nas mesmas civilizaccedilotildees mencionadas

anteriormente

A mesma mulher deveria se casar com o parente mais proacuteximo do marido

falecido caso ficasse viuacuteva sem filhos Freitas (2015 p 12) diz que a participaccedilatildeo

do homem era essencial principalmente no nascimento Isto eacute quando nascia filha

mulher natildeo satisfazia a importacircncia do seguimento dos deuses daquela famiacutelia

Conforme jaacute mencionado as mulheres seguiam o Deus do marido

A desigualdade natildeo parava por aiacute conforme Freitas (2015 p 12) no momento

da divisatildeo da heranccedila se jaacute fossem casadas as mulheres natildeo teriam direito a nada

Existia particularmente uma proibiccedilatildeo religiosa em relaccedilatildeo a isso As regras ateacute

mudavam de um lugar para outro mas frequentemente as filhas mulheres natildeo

herdavam nada ou quando herdavam era uma porcentagem menor que a dos filhos

homens

Afastando um pouco das relaccedilotildees de famiacutelia e religiotildees pode-se apontar que o

trabalho feminino conforme registros mais antigos de Roma as mulheres exerciam

diversas funccedilotildees como lavadeira bibliotecaacuteria meacutedica parteiras costureiras e

cabeleireiras (FREITAS 2015 p 13) A jornada de trabalho era excessiva devido a

maacute distribuiccedilatildeo das tarefas mas as mulheres natildeo se queixavam

20

Em algumas civilizaccedilotildees era atribuiacuteda agrave mulher a principal forccedila de trabalho

(FREITAS 2015 p 15) como a construccedilatildeo de represas no Havaiacute e na Austraacutelia a

pesca e a retirada de algas

No Brasil de acordo com Ribeiro e Jesus (2016 p 43) a partir dos anos 70 a

inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho obteve crescimento Um dos motivos

foi a busca de ajuda para o sustento da famiacutelia

Ademais a Segunda Guerra Mundial teve importante contribuiccedilatildeo para que a

mulher fosse buscar emprego Enquanto seus maridos lutavam nos campos de

batalha essas teriam que lutar pelo sustento familiar A ausecircncia masculina fez com

que o trabalho feminino suprisse essas vagas Devido ao processo de

industrializaccedilatildeo e do aumento de empresas em diversos ramos como petroliacuteferos

quiacutemicos sideruacutergicos e automobiliacutestico na deacutecada de 1940 a inserccedilatildeo das

mulheres no mercado de trabalho teve um aumento intenso (RIBEIRO JESUS

2016 p 44)

O entendimento de Freitas (2015 p 22) revela que o trabalho feminino se

destacou no Brasil no periacuteodo industrial entre 1850 e 1950 As mulheres se

integraram ao setor fabril e a matildeo de obra feminina ocupava 76 do trabalho em

1872 Mais tarde em 1950 esse nuacutemero diminuiu para 20 sendo o motivo

justificado devido ao grande nuacutemero de migraccedilotildees e o aumento da matildeo de obra

masculina

Com o decliacutenio do trabalho feminino matildees tinham a obrigaccedilatildeo de cuidar dos

filhos e preparaacute-los para o trabalho orientando para que se adaptassem com as

rotinas de trabalho e fossem disciplinados (FREITAS 2015 p 22)

Grandes discriminaccedilotildees sofridas pelo gecircnero feminino ocorreram em razatildeo da

ldquocultura do machismordquo destaque no Brasil ao contraacuterio dos paiacuteses europeus que

usaram a matildeo de obra feminina no tempo da 2ordm Guerra Mundial tornou a inclusatildeo

das mulheres no mercado de trabalho mais difiacutecil Conforme Freitas (2015 p 24) na

Europa perante a necessidade do sustento familiar e matildeo de obra o preconceito

perdeu forccedila e nos paiacuteses latino-americanos como no Brasil principalmente a

discriminaccedilatildeo manteve-se resistente em razatildeo de natildeo ter existido momentos de

crise

Mulheres como ex-escravas por exemplo de acordo com Freitas (2015 p 23)

eram vistas com mais frequecircncia em trabalhos domeacutesticos lavadeira passadeira e

21

cozinheira devido ao baixo niacutevel social Jaacute as mulheres jovens podiam ser vistas

como professoras enfermeiras entre outras

A mulher sempre desempenhou a funccedilatildeo de serva sendo diferenciada pelo

gecircnero foi vista como matildee esposa e era necessaacuterio pedir permissatildeo ao marido

para os atos da vida civil As mulheres natildeo tinham direito de escolha (FREITAS

2015 p 21) e os casamentos no periacuteodo colonial eram arranjados Mais tarde nos

anos de 1800 passaram a ter mais liberdade

Freitas (2015 p 22) diz que num primeiro momento a mulher tinha suas

principais obrigaccedilotildees como matildee dedicada preocupada com a educaccedilatildeo dos filhos e

em um segundo momento de respeitar o marido e ser submissa a ele

Eacute indispensaacutevel salientar que apesar de toda evoluccedilatildeo dos direitos trabalhistas

e da ocupaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho ainda haacute resistecircncia em relaccedilatildeo

ao trabalho feminino As discriminaccedilotildees satildeo culturais e histoacutericas e o preconceito

perdura na sociedade e enfrenta frequentes desafios (FONSECA 2015 p 93)

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho

Avaliando os acontecimentos eacute notoacuteria a necessidade da inserccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho e o seu reconhecimento assim como o crescimento

feminino e as reivindicaccedilotildees por seus direitos de igualdade Observando as

condiccedilotildees de trabalho em que as mulheres eram expostas foram surgindo medidas

de proteccedilatildeo

Todo mundo sabe que a mulher sempre foi discriminada nunca teve as mesmas oportunidades asseguradas aos homens Nossa cultura patriarcal gerou uma sociedade machista em que a mulher ocupava um papel subalterno Excluiacuteda ficava confinada ao reduto da casa tendo por uacutenica missatildeo a assistecircncia da famiacutelia a organizaccedilatildeo do lar o apoio ao marido e o cuidado dos filhos (FONSECA apud DIAS 2015 p 91)

Freitas (2015 p 11) conta que as mulheres de uma forma ou de outra sempre

estiveram inseridas no mercado de trabalho seja na caccedila na costura no cuidado de

crianccedilas na fabricaccedilatildeo de ferramentas na lida com ervas e com plantas medicinais

assim como na cozinha A caccedila era entre homens e mulheres que se ajudavam

No seacuteculo XIX Garcia (2018 p 1063) relata que durante a Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres recebiam salaacuterios inferiores aos dos homens e as condiccedilotildees

22

de trabalho eram horriacuteveis As mulheres eram expostas a trabalhos prejudiciais agrave

sauacutede pondo sua vida em risco

Essa situaccedilatildeo era de grande risco para as famiacutelias sendo que assim tiveram

iniacutecio as primeiras legislaccedilotildees protetivas para as mulheres Em virtude das medidas

protetivas as mulheres eram discriminadas com frequecircncia pois os empregadores

tinham receio em contratar a matildeo de obra feminina por ter regras protetivas e assim

contratavam homens (GARCIA 2018 p 1063)

Revela Garcia (2018 p 1065) que no Brasil as regras de proteccedilatildeo tambeacutem

geraram discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Em face disso foram

criadas normas proibitivas agrave discriminaccedilatildeo

A proteccedilatildeo especial apenas passa a se justificar nos aspectos realmente diferenciados e peculiares notadamente quando ao estado de gestante e maternidade que satildeo de responsabilidade da sociedade como um todo natildeo podendo servir de fatores de discriminaccedilatildeo contra a mulher (GARCIA 2018 p 1065)

As primeiras legislaccedilotildees surgiram na Inglaterra em 1842 proibindo a mulher

de trabalhar em lugares subteacuterreos Em 1844 a jornada de trabalho da mulher foi

limitada para 12 horas e tambeacutem assim como o periacuteodo noturno Em 1874 na

Franccedila entrou em vigor uma lei que proibia a mulher de trabalhar em minas e

pedreiras Em 1878 as mulheres foram proibidas de exercer funccedilotildees em lugares

insalubres (MARTINS 2014 p 661)

A Lei de 2111892 estabeleceu que a mulheres tivessem jornada de trabalho

de apenas de 11 horas A Lei de 28121909 concedeu agraves mulheres gestantes

descanso de oito semanas natildeo remunerado proibindo a carga de materiais

pesados (MARTINS 2014 p 661)

O Tratado de Versalles determinou o princiacutepio da igualdade salarial entre

homens e mulheres que foi acolhido em diversos paiacuteses inclusive o Brasil

(MARTINS 2014 p 661)

Compete somente a Uniatildeo legislar sobre mateacuteria trabalhista diz o art 22 I e

XVI da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) mas isso natildeo impede a

aplicaccedilatildeo das convenccedilotildees internacionais ratificadas pelo Brasil estas criadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) Esta eacute a corporaccedilatildeo responsaacutevel pelo

controle e lanccedilamento de normas referentes ao trabalho no plano internacional com

o objetivo de regimentar as relaccedilotildees de trabalho atraveacutes das convenccedilotildees

23

recomendaccedilotildees e resoluccedilotildees planejando proteger as relaccedilotildees entre empregados e

empregadores na esfera internacional Desde 1950 o Brasil tem representaccedilatildeo da

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em seu territoacuterio (FREITAS 2015 p 33)

Freitas (2015 p 33-34) destaca diversas convenccedilotildees direcionadas agrave proteccedilatildeo

feminina sendo uma delas a Convenccedilatildeo nordm 3 procedendo sobre o trabalho antes e

depois do parto Na sequecircncia houve a Convenccedilatildeo nordm 4 tratando do trabalho

noturno das mulheres em induacutestrias com exceccedilatildeo das oficinas da famiacutelia ambas

convocadas em 29 de outubro de 1919 A Convenccedilatildeo nordm 41 foi ratificada em relaccedilatildeo

agraves disposiccedilotildees sobre o trabalho noturno na sessatildeo da OIT realizada em Genebra e

encerrada em 23 de junho de 1934 A Convenccedilatildeo nordm 45 vedou o trabalho das

mulheres em minas de qualquer natureza e subterracircneos sendo aprovada um ano

apoacutes a Convenccedilatildeo nordm 41 passando a vigorar em 30 de maio de 1937

A Convenccedilatildeo nordm 100 tratava da desigualdade salarial entre homens e mulheres

exercendo a mesma funccedilatildeo tendo sido aprovada em 1951 em Genebra entrando

em vigor em 23 de maio de 1953 no acircmbito internacional Freitas (2015 p 34)

salienta que a Convenccedilatildeo nordm 103 se refere agrave proteccedilatildeo agrave maternidade e entrou em

vigor em 7 de junho de 1958 Tambeacutem em 1958 a Convenccedilatildeo nordm 111 abordou as

discriminaccedilotildees relacionadas a emprego e profissatildeo tendo entrado em vigor em 15

de junho de 1960

A Convenccedilatildeo nordm 127 de 1967 entrou em vigor em 10 de marccedilo de 1970

referente ao levantamento de pesos A convenccedilatildeo nordm 156 de 1981 discorre sobre a

igualdade de oportunidades para ambos os sexos tanto nas relaccedilotildees de trabalho

como na esfera familiar Jaacute a Convenccedilatildeo nordm 171 delimita as horas do trabalho

noturno

Em 1974 foi assinada a Convenccedilatildeo sobre a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo

contra a Mulher de todas as formas aprovada pela Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

(ONU) Freitas (2015 p 34) conta que a convenccedilatildeo trata dos direitos relacionados

ao emprego e agraves condiccedilotildees de igualdade entre os sexos que deveriam ser

observadas

O termo discriminaccedilatildeo compreende toda distinccedilatildeo exclusatildeo ou preferecircncia baseada em motivos de raccedila cor sexo religiatildeo opiniatildeo politica ascendecircncia nacional ou origem social que tenha como efeito anular a igualdade de oportunidades ou de tratamento em emprego ou profissatildeo (MARTINS 2014 p 544)

24

O Decreto 21417-A de 17 de maio de 1932 (BRASIL 1932 lthttp

www2camaralegbrgt) foi a primeira norma que surgiu sobre o trabalho feminino no

Brasil (GARCIA 2018 p 1066) proibindo a mulher de trabalhar agrave noite A

Constituiccedilatildeo de 1934 (BRASIL 1934 lthttpwwwplanaltogovbrgt) foi fundamental

quando considerou a proibiccedilatildeo da desigualdade de salaacuterios entre homens e

mulheres proibindo o trabalho da mulher em locais insalubres garantindo o repouso

antes e depois do parto sem prejudicar o salaacuterio com seguranccedila de previdecircncia em

benefiacutecio da maternidade e amparo agrave maternidade (GARCIA 2018 p 1066)

Na Constituiccedilatildeo de 1937 (BRASIL 1937 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

mulher gestante conquistou assistecircncia meacutedica e higiecircnica e consequentemente o

benefiacutecio de descanso antes e depois do parto sem perda de salaacuterio A

Constituiccedilatildeo de 1946 (BRASIL 1946 lthttpwwwplanaltogovbrgt) idem a

Constituiccedilatildeo de 1937 assegurava a assistecircncia sanitaacuteria hospitalar e meacutedica agrave

gestante Em 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Constituiccedilatildeo

seguiu os mesmos criteacuterios da CF37 (GARCIA 2018 p 1066)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) tambeacutem

deu agrave mulher o direito agrave aposentadoria com 30 anos de trabalho com salaacuterio

completo Os artigos 389 e 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT)

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) permitiam que as empregadas

guardassem seus filhos no periacuteodo em que estavam trabalhando na empresa

descansando quatro semanas antes e oito semanas depois do parto Em 1969 a

Emenda Constitucional nordm 1 seguiu paracircmetros da CF37 e CF46 (MARTINS 2014

p 664)

A Constituiccedilatildeo de 1988 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

oportunizava a licenccedila agrave gestante sem detrimento no emprego e salaacuterio e com

duraccedilatildeo de 120 dias Importante ressaltar que o homem em caso de falecimento da

genitora passa a ter o mesmo direito podendo usufruir da proteccedilatildeo para que repare

a condiccedilatildeo de seu filho nos primeiros meses de vida conforme disposto no artigo

392-B da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS 2008 p 576)

Por conseguinte em 01 de maio de 1943 foi editada a Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assentando o tema jaacute

existente A CLT sistematizou a legislaccedilatildeo diversa jaacute efetiva no periacuteodo em que foi

publicada Todavia criou novos regimentos sendo a primeira regra geral aplicaacutevel

para todos os empregados Atualmente as relaccedilotildees de trabalho satildeo regidas por

25

esta lei a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Tambeacutem abrange relaccedilotildees coletivas

como as entidades sindicais ou grupos de trabalhadores No Decreto-lei 6353 de

20-3-1944 (BRASIL 1944 lthttpwwwplanaltogovbrgt) houve a primeira alteraccedilatildeo

que admitia o trabalho agrave noite da mulher que tivesse 18 anos mas em poucas

funccedilotildees (MARTINS 2008 p 575)

Garcia (2018 p 1067) cita que o poder puacuteblico cria mecanismos para que a

mulher tenha seus direitos garantidos tambeacutem no ambiente familiar sem

discriminaccedilatildeo com respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar evitando a crueldade

e a opressatildeo Nesse sentido a Lei 113402006 (BRASIL 2006

lthttpwwwplanaltogovbrgt) previne a violecircncia domeacutestica protegendo a mulher do

asseacutedio familiar

As garantias da Constituiccedilatildeo Federal e da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

estabelecem que sejam inadmissiacuteveis as desigualdades entre homens e mulheres

no ambiente de trabalho A mulher era tratada como incapaz pelo Coacutedigo Civil de

1916 Essa situaccedilatildeo mudou com o Estatuto da Mulher Casada Lei 4121 de 27-08-

62 (BRASIL 1962 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (MARTINS 2008 p 577)

Garcia (2018 p 1069) afirma que as leis de proteccedilatildeo agrave mulher centralizaram

mais em motivos que chamam atenccedilatildeo como as mulheres gestantes e a

maternidade Esses dois aspectos natildeo devem servir de razatildeo para a discriminaccedilatildeo e

diferenciaccedilatildeo salarial nem para a contrataccedilatildeo do trabalho feminino

Relata Carrion (2014 p 330)

O direito da empregada gestante manter-se no emprego sem prejuiacutezo dos salaacuterios com consequente restriccedilatildeo ao direito de resiliccedilatildeo unilateral do contrato sem justa causa pelo empregador sob pena de sujeitar-se agraves reparaccedilotildees legais nasce com a concepccedilatildeo e projeta-se ateacute cinco meses apoacutes o parto

Existem prejulgamentos provenientes da sociedade Por isso existem as

medidas de proteccedilatildeo para atuarem onde ocorrem determinadas peculiaridades

Medidas foram criadas para que a discriminaccedilatildeo em razatildeo da desigualdade de

gecircnero seja banida nas empresas nos quesitos de admissatildeo e remuneraccedilatildeo no

mercado de trabalho Notadamente existem discriminaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave mulher

sendo um aspecto cultural em uma sociedade machista onde as mulheres sempre

ocuparam papeacuteis subalternos apenas cuidando da casa e dos filhos As proteccedilotildees

26

especiais agraves mulheres devido agraves suas peculiaridades natildeo devem servir de motivo

para a discriminaccedilatildeo poreacutem muitas vezes causam efeito contraacuterio

27

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO DA MULHER NO DIREITO DO TRABALHO

Diante das situaccedilotildees trazidas no capiacutetulo anterior onde foram expostos os

problemas enfrentados pelas mulheres como a exploraccedilatildeo a discriminaccedilatildeo e a

desigualdade de gecircnero as diferenccedilas eram claras Para tanto medidas de

proteccedilatildeo ao trabalho feminino foram criadas Nota-se as primeiras leis que versavam

sobre o trabalho da mulher como a proibiccedilatildeo de trabalhar em lugares subteacuterreos a

jornada de trabalho estabelecida em 12 horas o trabalho vedado em minas e

pedreiras assim como no periacuteodo noturno e nas funccedilotildees insalubres bem como em

relaccedilatildeo a um periacuteodo de descanso de 8 (oito) semanas para as gestantes natildeo

remunerado Essas regras tiveram constante evoluccedilatildeo

Nesse momento seraacute apresentado o progresso dessas regras e uma anaacutelise

das normas de proteccedilatildeo que a cada dia sofrem alteraccedilotildees sendo um assunto onde

sempre haacute novidades A abordagem a seguir mostra as peculiaridades do trabalho

da mulher em especial a proteccedilatildeo agrave maternidade a comeccedilar nessa oportunidade

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade

Estudando a caminhada da mulher no mercado de trabalho a forma como

eram tratadas abusadas sem direitos seguimos nesse capiacutetulo relatando as

peculiaridades que trazem proteccedilatildeo ao trabalho feminino Depois de constatar os

motivos pelo quais foram criadas regras de proteccedilatildeo apresentamos medidas

especiacuteficas para que a desigualdade de gecircnero seja banida do acircmbito trabalhista

Nesse contexto podemos destacar que a proteccedilatildeo agrave maternidade eacute o

benefiacutecio mais relevante da empregada ldquoOs preceitos que regulam o trabalho

masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a

proteccedilatildeo especial instituiacuteda neste Capiacutetulordquo redaccedilatildeo do art 372 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O

paraacutegrafo uacutenico foi revogado pela Lei 134672017 pois caracterizava discriminaccedilatildeo

sendo que este seraacute comentado no proacuteximo capiacutetulo O artigo institui o Capiacutetulo III

da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que foi reservado especialmente ao trabalho

da mulher poreacutem alguns artigos abrangem identicamente o trabalho masculino

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 251)

28

O art 5ordm I CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) traz a

igualdade entre homens e mulheres nas relaccedilotildees de trabalho em direitos e

obrigaccedilotildees Martins conforme Machado (2017 p 251) conta que ldquoas regras de

proteccedilatildeo ao trabalho da mulher justificam-se em face das peculiaridades que

norteiam o trabalho femininordquo

Regula o artigo 7ordm XIII da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

que ldquoa duraccedilatildeo de trabalho normal das mulheres natildeo superior a oito horas e

quarenta e quatro horas semanais facultada agrave compensaccedilatildeo de horaacuterios e reduccedilatildeo

de jornada mediante acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalhordquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 252)

Abordando o artigo 373 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que menciona a jornada de trabalho das mulheres ldquoa

duraccedilatildeo normal de trabalho das mulheres seraacute de 8 (oito) horas diaacuterias exceto nos

casos para os quais for fixada duraccedilatildeo inferiorrdquo (MARTINS apud MACHADO 2017

p 252)

Incluiacutedo pela Lei 979999 (BRASIL 1999 lthttpwwwplanaltogovbrgt) o

artigo 373-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho faz diversas observaccedilotildees ao

trabalho da mulher referentes agrave discriminaccedilatildeo nas relaccedilotildees de trabalho Observe a

regra

Art 373-A Ressalvadas as disposiccedilotildees legais destinadas a corrigir as distorccedilotildees que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas eacute vedado (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) I ndash publicar ou fazer publicar anuacutencio de emprego no qual haja a referecircncia ao sexo agrave idade agrave cor ou situaccedilatildeo familiar salvo quando a natureza da atividade a ser exercida puacuteblica e notoriamente assim o exigir (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) II ndash recusar emprego promoccedilatildeo ou motivar a dispensa do trabalho em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez salvo quando a natureza da atividade seja notoacuteria e publicamente incompatiacutevel (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) III ndash considerar o sexo a idade a cor ou situaccedilatildeo familiar como variaacutevel determinante para fins de remuneraccedilatildeo formaccedilatildeo profissional e oportunidades de ascensatildeo profissional (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) IV ndash exigir atestado ou exame de qualquer natureza para comprovaccedilatildeo de esterilidade ou gravidez na admissatildeo ou permanecircncia no emprego (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) V ndash impedir acesso ou adotar criteacuterios subjetivos para o deferimento de inscriccedilatildeo ou aprovaccedilatildeo em concursos em empresas privadas em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) VI ndash proceder o empregador ou preposto a revistas iacutentimas nas empregadas ou funcionaacuterias (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999)

29

Paragrafo uacutenico O disposto neste artigo natildeo obsta a adoccedilatildeo de medidas temporaacuterias que visem ao estabelecimento das poliacuteticas de igualdade entre homens e mulheres em particular as que se destinam a corrigir as distorccedilotildees que afetam a formaccedilatildeo profissional o acesso ao emprego e as condiccedilotildees gerais de trabalho da mulher (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 252) menciona que o referido artigo foi

adicionado em razatildeo de impedir as condutas discriminatoacuterias violando o princiacutepio da

igualdade consagrado no art 7ordm XXX da CF88 (BRASIL 1988

lthttpwwwplanaltogovbrgt) prevendo ldquoa proibiccedilatildeo de diferenccedila de salaacuterios de

exerciacutecio de funccedilotildees e de criteacuterio de admissatildeo por motivo de sexo idade cor ou

estado civilrdquo

A Constituiccedilatildeo de 1988 estabeleceu regras firmes contra a discriminaccedilatildeo agrave

mulher nas relaccedilotildees de emprego proibindo diferenccedilas no acircmbito laboral Tambeacutem

eliminou alguns artigos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que produziam efeito

contraacuterio em relaccedilatildeo ao trabalho feminino (DELGADO 2012 p 803)

Delgado (2012 p 804) indica que revogados pela Lei 78551989 (BRASIL

1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) reproduzida logo apoacutes a CF88 os artigos 374

375 378 379 380 e 387 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) que davam

entendimento discriminatoacuterio ao trabalho feminino Martins conforme Machado

(2017 p 256) aponta que o artigo 376 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho foi

revogado pela Lei 102442001 (BRASIL 2001 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Voltando as normas vigentes comentamos o artigo 377 da Consolidaccedilatildeo das

Leis do Trabalho Nesse contexto Martins conforme Machado (2017 p 256) traz

que somente atraveacutes de convenccedilatildeo coletiva ou de acordo coletivo no teor do art 7ordm

VI CF88 eacute possiacutevel reduzir o salaacuterio das mulheres e que as medidas protetivas

satildeo regras e por motivo algum eacute autorizada a reduccedilatildeo

Conforme o artigo 381 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o trabalho noturno frisando que ldquoo

trabalho noturno das mulheres teraacute salaacuterio superior ao diurnordquo No sect 1ordm a regra diz

que no trabalho noturno os salaacuterios teratildeo aumento de 20 e sect 2ordm que cada hora

trabalhada agrave noite seraacute de 52 minutos e 30 segundos Tem direito ao percentual

miacutenimo de 25 a empregada rural (art 7ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 58891973

(BRASIL 1973 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O art 382 regra o intervalo

intrajornada que destina uma pausa de 11 horas entre duas jornadas de trabalho

30

enquanto o art 66 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) tambeacutem apresenta

este preceito (MARTINS apud MACHADO 2017 p 257)

Um dos artigos que sugere a desigualdade de gecircnero eacute o art 383 da CLT

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que apresenta um intervalo entre 1 a

2 horas para a mulher trabalhadora possibilitando um periacuteodo bastante extenso

para o descanso Diferente do homem que mesmo em curtas jornadas abaixo de

seis horas tem apenas 15 minutos salvo a hipoacutetese conhecida no art 71 sect 3ordm bem

como o art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece o intervalo de 15 minutos para a

mulher caso haja hora extra (DELGADO 2012 p 804)

O art 384 eacute referente apenas ao trabalho feminino estabelecendo regra

caracterizada e protetiva apartado do homem o que natildeo eacute coerente na eacutepoca atual

e confrontando a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art 7ordm inciso

XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo do trabalho

O artigo 384 da CLT foi revogado pela Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) da Reforma trabalhista que seraacute apresentada no

proacuteximo capiacutetulo desse trabalho (GARCIA 2018 p 1076-1077 e 1079)

Seguindo Garcia (2018 p 1079) aponta o art 385 da CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) no seguinte contexto

Art 385 O descanso semanal seraacute de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidiraacute todo ou em parte com o domingo salvo motivo de conveniecircncia puacuteblica ou necessidade imperiosa de serviccedilo a juiacutezo da autoridade competente na forma das disposiccedilotildees gerais caso em que recairaacute outro diardquo (BRASIL 1943 httpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 260) descreve que o art 67 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho tambeacutem assegura o descanso e o art 7 inciso

XV da CF88 eacute extensivo aos trabalhadores de ambos os sexos

Referente tambeacutem ao periacuteodo de descanso da mulher o art 386 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz

que quando haacute trabalho aos domingos uma escala de revezamento seraacute organizada

para que possibilite o repouso dominical de 15 em 15 dias (MARTINS 2014 p 667)

Os meacutetodos e locais de trabalho da mulher que estatildeo previstos nos artigos 388

389 e 390 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 seratildeo apresentados no

proacuteximo capiacutetulo em conjunto com a exposiccedilatildeo da nova lei a Reforma trabalhista

31

Avanccedilando os demais artigos que se referem agrave mulher no Capiacutetulo III da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho 1943 apontamos o art 391 caput ldquoNatildeo

constitui justo motivo para a rescisatildeo do contrato de trabalho da mulher o fato de

haver contraiacutedo matrimocircnio ou de encontrar-se em estado de gravidezrdquo (BRASIL

1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 1082)

Garcia (2018 p 1082) menciona que em qualquer convenccedilatildeo coletiva acordo

coletivo ou acordos individuais de trabalho eacute proibido ldquorestriccedilotildees de direito da mulher

ao seu emprego por motivo de casamento ou gravidezrdquo (art 391 paraacutegrafo uacutenico

CLT) Diante desse procedimento Martins conforme Machado (2017 p 265) afirma

a autorizaccedilatildeo da reintegraccedilatildeo na funccedilatildeo (art 4ordm da Lei 902995) (BRASIL 1995

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ou seja a empregada natildeo poderaacute ser demitida em

face desses motivos O impedimento das praacuteticas discriminatoacuterias tem apoio

constitucional no art 7ordm XXX CF88

A redaccedilatildeo do art 391-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) incluiacuteda

pela Lei 128122013 (BRASIL 2013 lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta que a

gravidez confirmada no curso do contrato de trabalho garante agrave empregada gestante

estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea b do inciso II do art 10 do Ato de

Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias ainda que durante o prazo do aviso-preacutevio

trabalhado ou indenizado (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

Mesmo que no momento da demissatildeo a empregada gestante natildeo tenha

conhecimento do estado graviacutedico poderaacute usufruir o direito da garantia de emprego

sem prejuiacutezo de salaacuterio e da funccedilatildeo que exerce Assim o empregador natildeo seraacute

afastado das responsabilidades mesmo que natildeo tenha conhecimento da gravidez

da empregada Garcia (2018 p 1097) ressalta que eacute objetiva a responsabilidade do

empregador quanto ao estado de gravidez da empregada

Nestes termos atualmente desponta uma discussatildeo em relaccedilatildeo ao

desconhecimento do estado da gravidez pela proacutepria empregada Haacute entendimentos

de que natildeo eacute justo possibilitar o direito agrave garantia de emprego se nem mesmo a

empregada estava ciente do seu estado gestacional (GARCIA 2018 p 1097)

Garcia (2018 p 1098) indica que a garantia de emprego conforme redaccedilatildeo

atual da Suacutemula 244 inciso III do TST eacute estendida tambeacutem agraves gestantes

contratadas por prazo determinado O desconhecimento do estado graviacutedico pelo

empregador natildeo afasta o direito ao pagamento de indenizaccedilatildeo decorrente da

estabilidade A redaccedilatildeo dessa Suacutemula foi alterada e assim a estabilidade estendida

32

Antes disso Garcia apud Martins (2018 p 1098) menciona que era aplicada agrave

doutrina de Seacutergio Pinto Martins ldquoSe houver a cessaccedilatildeo do contrato de trabalho do

empregado estatuiacutedo por prazo determinado natildeo haveraacute direito agrave responsabilidade

porque aqui natildeo haacute despedida injusta mas teacutermino de pacto laboralrdquo Portanto isso

mudou com a referida Suacutemula Vejamos a decisatildeo do Tribunal Superior do Trabalho

6ordf Turma Relator Ministro Augusto Ceacutesar Leite de Carvalho que garante a

empregada gestante contratada por prazo determinado a estabilidade provisoacuteria

conforme previsatildeo na Suacutemula 244

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A EacuteGIDE DA LEI 130152004 ESTABILIDADE GESTANTE CONTRATO DE EXPERIEcircNCIA ESTABILIDADE PROVISOacuteRIA A empregada gestante tem direito agrave estabilidade provisoacuteria prevista no artigo 10 inciso II aliacutenea b do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias mesmo na hipoacutetese de admissatildeo mediante contrato por tempo determinado Ainda mais se tratando de contrato de experiecircncia que eacute em rigor um contrato por tempo indefinido com uma claacuteusula alusiva a periacuteodo de prova Inteligecircncia da Suacutemula 244 III do TST em sua nova redaccedilatildeo Recurso de revista conhecido e provido (BRASIL 2019 lthttpwwwtstjusbrgt)

A proteccedilatildeo se estende ao trabalho domeacutestico Garcia (2018 p 1087) destaca

que tem direito a estabilidade no aviso preacutevio indenizado ou trabalhado desde que

confirmada a gravidez neste periacuteodo Diz a Lei Complementar 1502015 (BRASIL

2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art 25 paraacutegrafo uacutenico

Art 25 A empregada domeacutestica gestante tem direito a licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio nos termos da Seccedilatildeo V do Capitulo III do Tiacutetulo III da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) aprovada pelo Decreto ndash Lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Paraacutegrafo uacutenico A confirmaccedilatildeo do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho ainda que durante o prazo do aviso preacutevio trabalhado ou indenizado garante agrave empregada gestante a estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea ldquobrdquo do inciso II do art 10 do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias (BRASIL 2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Adiante estaacute a vigente composiccedilatildeo do art 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) que foi determinada pela Lei 104212002 (BRASIL 2002

lthttpwwwplanaltogovbrgt) em razatildeo de adequar-se ao texto constitucional

(art7ordm XVIII) Veja a redaccedilatildeo

Art 392 A empregada gestante tem direito agrave licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002)

33

sect 1ordm A empregada deve mediante atestado meacutedico notificar o seu empregador da data do afastamento do emprego que poderaacute ocorrer entre o 28ordm (vigeacutesimo oitavo) dia antes do parto e ocorrecircncia deste (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 2ordm Os periacuteodos de repouso antes e depois do parto poderatildeo ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um mediante atestado meacutedico (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 3ordm Em caso de parto antecipado a mulher teraacute direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 4ordm Eacute garantido agrave empregada durante a gravidez sem prejuiacutezo do salaacuterio e demais direitos (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) I ndash transferecircncia de funccedilatildeo quando as condiccedilotildees de sauacutede o exigirem assegurada a retomada da funccedilatildeo anteriormente exercida logo apoacutes o retorno ao trabalho (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) II ndash dispensa do horaacuterio de trabalho pelo tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo de no miacutenimo seis consultas meacutedicas e demais exames complementares (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) sect 5ordm (VETADO) (Incluiacutedo pela Lei nordm 10421 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Nos incisos e paraacutegrafos desse artigo podem se destacar as vantagens da

empregada gestante que entram em harmonia com a redaccedilatildeo constitucional (art

7ordm XVIII CF88) O benefiacutecio do salaacuterio-maternidade eacute estendido a todas as

trabalhadoras (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

A licenccedila-maternidade natildeo teraacute prejuiacutezo da remuneraccedilatildeo integral observa o

art 393 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ligado ao art 7ordm XVIII da CF88 e

igualmente previsto no art 72 da Lei na Lei 82131991 (BRASIL 1991

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Natildeo haacute teto previdenciaacuterio para o benefiacutecio em

questatildeo completa Martins conforme Machado (2017 p 272) Veja o dispositivo

Art 393 Durante o periacuteodo a que se refere o art 392 a mulher teraacute direito ao salaacuterio integral e quando variaacutevel calculado de acordo com a meacutedia dos 6 (seis) uacuteltimos meses de trabalho bem como os direitos e vantagens adquiridos sendo ndash lhe ainda facultado reverter agrave funccedilatildeo que anteriormente ocupava (Redaccedilatildeo dada pelo Decreto-Lei 229 de 2821967) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em observaccedilatildeo na sequecircncia o art 394 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquomediante atestado meacutedico agrave mulher

graacutevida eacute facultado romper o compromisso resultante de qualquer contrato de

trabalho desde que este seja prejudicial agrave gestaccedilatildeordquo Essa regra assegura agrave

empregada gestante a viabilidade de romper o contrato de trabalho mediante

atestado meacutedico se ficar comprovado que seraacute prejudicial agrave gestaccedilatildeo ficando isenta

34

da obrigaccedilatildeo de indenizar quaisquer eventuais prejuiacutezos no contrato de trabalho

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 273)

Martins conforme Machado (2017 p 273) diz que se trata da transparente

assimilaccedilatildeo de que os trabalhos insalubres satildeo prejudiciais agrave sauacutede do empregado

manifesta a situaccedilatildeo da gravidez arriscando o desenvolvimento do feto Estendido

ao periacuteodo da lactaccedilatildeo pois o leite materno eacute o uacutenico alimento da crianccedila nos

primeiros meses de vida e precisa estar livre de qualquer ameaccedila de contaminaccedilatildeo

Eis o texto do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoA empregada gestante ou lactante seraacute afastada

enquanto durar a gestaccedilatildeo ou lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou

locais insalubres devendo exercer suas atividades em locais salubresrdquo Essa regra

foi alterada pela Lei 134672017 que seraacute comentada no proacuteximo capiacutetulo

O adicional de insalubridade da gestante ou lactante seraacute pago pela empresa

conforme o art 248 da CF88 em razatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias fazendo parte da remuneraccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

Seguindo o proacuteximo artigo relativo agrave proteccedilatildeo da mulher art 395 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoEm caso de aborto natildeo criminoso comprovado por

atestado meacutedico oficial a mulher teraacute um repouso remunerado de (2) duas

semanas com direito de retornar a funccedilatildeo que ocupava antes do afastamentordquo

Martins conforme Machado (2017 p 274) mostra que o atestado meacutedico oficial eacute

viabilizado pelo SUS ou pelo serviccedilo meacutedico da empresa A remuneraccedilatildeo seraacute paga

pela Previdecircncia Social conforme o salaacuterio-maternidade

Martins conforme Machado (2017 p 274-275) aponta no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho o direito agrave amamentaccedilatildeo dos filhos mesmo que

proveniente de adoccedilatildeo ateacute completar 6 (seis) meses de dois descansos especiais

de meia hora cada durante a jornada de trabalho O periacuteodo de 6 (seis) meses se a

sauacutede da crianccedila exigir poderaacute ser estendido Veja o artigo 396 do Decreto-Lei

545243

Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um Paraacutegrafo uacutenico Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

35

Antes o salaacuterio-maternidade era responsabilidade do empregador dessa

forma a Convenccedilatildeo 103 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) jaacute

mencionada anteriormente publicada pelo Decreto 588201966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinou que o INSS ficasse responsaacutevel pelas

parcelas devidas agrave gestante Isso para evitar a diferenciaccedilatildeo no momento da

contrataccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Foi uma maneira de estimular as

empresas a natildeo ter receio na admissatildeo de mulheres (MARTINS 2014 p 668)

Martins (2014 p 679) diz que a mesma Convenccedilatildeo 103 consagra os intervalos

destinados para amamentaccedilatildeo do filho consoante com a lei nacional Os intervalos

devem ser computados na jornada de trabalho

De acordo com Garcia (2018 p 1085) o salaacuterio-maternidade eacute devido agrave

mulher durante o tempo em que for mantida como segurada Acentua o art 97 do

Regulamento da Previdecircncia Social (RPS-Decreto 30481999) (BRASIL 1999

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que foi alterado pelo Decreto 61222007 (BRASIL

2007 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Independente das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias permaneceraacute filiada ao INSS e receberaacute salaacuterio O que antes no

entendimento da Previdecircncia ocorria somente se a mulher estivesse empregada

teria direito Repare o dispositivo

Art 97 O salaacuterio ndash maternidade da segurada empregada seraacute devido pela previdecircncia social enquanto existir relaccedilatildeo de emprego observadas as regras quanto ao pagamento desse benefiacutecio pela empresa Paragrafo uacutenico Durante o periacuteodo de graccedila a que se refere o art 13 a segurada desempregada faraacute jus ao recebimento do salaacuterio ndash maternidade nos casos de demissatildeo antes da gravidez ou durante a gestaccedilatildeo nas hipoacuteteses de dispensa por justa causa ou a pedido situaccedilotildees em que o benefiacutecio seraacute pago diretamente pela previdecircncia social (BRASIL 2007 httpwwwplanaltogovbrgt)

O artigo 397 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) prevecirc que as

entidades puacuteblicas destinadas agrave assistecircncia e agrave infacircncia tenham responsabilidade de

acordo com suas possibilidades financeiras de manter distribuiacutedos nas zonas de

mais densidade de trabalhadores locais destinados para atender os filhos de

mulheres empregadas Essa regra natildeo eacute obrigatoacuteria eacute facultativa pois depende de

recursos financeiros disponiacuteveis e conforme o art 7ordm XXV da CF88 eacute dever do

Estado disponibilizar esse benefiacutecio assim como o art 208 IV da mesma

Constituiccedilatildeo Revogado o art 398 pelo Decreto-Lei 229 de 28021967 (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 275)

36

Avanccedilando na apresentaccedilatildeo chegamos ao art 399 da Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (CLT) que confere em sua redaccedilatildeo que os empregadores que se

destacarem pela organizaccedilatildeo de creches e instituiccedilotildees de menores em idade preacute-

escolar seratildeo agraciados pelo Ministro do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio com um

diploma de benemerecircncia desde que tais serviccedilos se destaquem por sua

generosidade e pela competecircncia das respectivas instalaccedilotildees O art 7ordm XXV da

Constituiccedilatildeo garante assistecircncia gratuita aos filhos e dependentes desde o

nascimento ateacute 5 anos de idade em creches e preacute-escolas restando ao empregador

apenas o reconhecimento do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego que agracia por

meio de diploma de benemerecircncia as empresas que constituem este ambiente em

suas dependecircncias Mas natildeo eacute obrigaccedilatildeo e sim do Estado (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

Por fim o art 400 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Este completa

o art 389 sect1ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que seraacute exposto no proacuteximo capiacutetulo descrevendo

que ldquoOs locais destinados agrave guarda dos filhos das operaacuterias durante o periacuteodo da

amamentaccedilatildeo deveratildeo possuir no miacutenimo um berccedilaacuterio uma saleta para

amamentaccedilatildeo uma cozinha dieteacutetica e uma instalaccedilatildeo sanitaacuteriardquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

A Lei 133012016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art

18 sect 3ordm assegura licenccedila-maternidade de 180 dias agraves matildees de crianccedilas que tiveram

sequelas neuroloacutegicas transmitidas pelo Aedes aegypti e salaacuterio-maternidade

garantido no art 71 da Lei 82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Lei dos Benefiacutecios da Previdecircncia Social Esse entendimento se estende tambeacutem agraves

matildees adotantes quando estiverem presentes os requisitos Essa previsatildeo aplica-se

relativamente agrave segurada especial contribuinte individual facultativa e trabalhadora

avulsa (art 18 sect4ordm da Lei 133012016) e no (art 72 sect 3ordm da Lei 821391)

(GARCIA 2018 p 1086)

A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 a Constituiccedilatildeo Federal88 e

outras diversas leis envolvem uma seacuterie de questotildees que protegem o trabalho da

mulher contra os abusos do empregador que infelizmente eacute muito comum A

subordinaccedilatildeo juriacutedica que pondera faz com que as normas observem qualquer

nulidade em ato seu de renunciar aos direitos trabalhistas mesmo que seja qualquer

anuecircncia em uma alteraccedilatildeo contratual natildeo seraacute validada se houver prejuiacutezos para o

37

empregado Nesse aspecto destacamos no art 9ordm da CLT43 o seguinte dizer

ldquoSeratildeo nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar

impedir ou fraudar a aplicaccedilatildeo dos preceitos contidos na presente consolidaccedilatildeordquo

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

311 Estabilidade da gestante e da adotante

A licenccedila-maternidade eacute uma proteccedilatildeo ao trabalho da mulher Nestes termos a

empregada que adotar ou alcanccedilar a guarda judicial de crianccedila ou adolescente teraacute

esse direito Martins (2014 p 670) cita que eacute devido o salaacuterio-maternidade de 120

dias natildeo interessando a idade da crianccedila Primeiramente aplicavam-se os preceitos

de Seacutergio Pinto Martins no entendimento de que a matildee adotante natildeo teria direito agrave

garantia de emprego pois natildeo houve parto e a garantia de emprego eacute referida a

contar do parto natildeo existindo parto natildeo haacute garantia de emprego (GARCIA 2018 p

1098)

Dessa forma Garcia (2018 p 1087) cita que a Lei 104212002 (BRASIL

2002 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiu o artigo 392-A agrave CLT e o art 71-A agrave Lei

82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando a extensatildeo

agrave matildee adotiva os mesmos direitos que a gestante Veja a nova redaccedilatildeo

Art 392-A A empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoccedilatildeo de crianccedila e adolescente seraacute concedida licenccedila-maternidade nos termos do art 392 desta lei (redaccedilatildeo dada pela Lei 135092017) sect 1ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 2ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 3ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 4ordm A licenccedila - maternidade soacute seraacute concedida mediante apresentaccedilatildeo do termo de guarda agrave adotante ou guardiatilde (incluiacutedo pela Lei 104212002) sect 5ordm A adoccedilatildeo ou guarda judicial conjunta ensejaraacute a concessatildeo de licenccedila -maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiatildees empregado ou empregada (Incluiacutedo pela Lei 128732013) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1089) mostra que a Lei 12010 de 29 de julho de 2009

(BRASIL 2009 lthttpwwwplanaltogovbrgt) revogou os sectsect 1ordm a 3ordm do art 392-A da

CLT que versavam sobre a desigualdade do periacuteodo de licenccedila de acordo com a

idade da crianccedila

Em texto dado pela Lei 12873 de 22 de outubro de 2013 (BRASIL 2013

lthttpwwwplanaltogovbrgt) o art 71-A da Lei 821391 passou a regrar que o

38

segurado e a segurada do INSS que adotar ou alcanccedilar guarda judicial para fins de

adoccedilatildeo teratildeo direito ao salaacuterio-maternidade no periacuteodo de 120 dias apontando que

ao segurado (homem) tambeacutem eacute estendido o direito em questatildeo (art 71 ndash B sect3ordm

821391) (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Da mesma forma o art 71-

B da Lei 821391 dilatado pela Lei 128132013 regula que em caso do

falecimento da segurada ou segurado que tem direito ao salaacuterio-maternidade o

provento deveraacute ser pago ao cocircnjuge sobrevivente O benefiacutecio natildeo seraacute pago em

caso de falecimento ou abandono do filho (GARCIA 2018 p 1089)

O salaacuterio-maternidade eacute um benefiacutecio pago pela Previdecircncia Social assim

evitando a discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo da mulher caso a

remuneraccedilatildeo fique a cargo do empregador (GARCIA 2018 p 1087-1088)

Conforme o artigo 391-A paraacutegrafo uacutenico da CLT adicionado pela Lei 13509

de 22 de novembro de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

estabilidade provisoacuteria prevista no art 10 inciso II aliacutenea b do ADCT eacute estendida

ao empregado adotante embora a guarda de adoccedilatildeo seja concedida durante o

periacuteodo de aviso preacutevio trabalhado ou indenizado A garantia de emprego tambeacutem

pode estar prevista em acordos coletivos de trabalho perante negociaccedilatildeo (art 7ordm

XXVI da CF88) ou mesmo que seja prevista em lei com justificativa no principio da

norma mais beneacutefica (GARCIA 2018 p 1099-1100 e 1101)

A empregada deveraacute apresentar termo de guarda da adotante para que o

empregador esteja ciente da adoccedilatildeo O documento seraacute apresentado com o

propoacutesito de deferir a licenccedila Martins (2014 p 670-671) acentua que a licenccedila-

maternidade seraacute concedida somente para um dos adotantes na adoccedilatildeo ou guarda

judicial conjunta A empregada adotante receberaacute salaacuterio-maternidade apenas com

crianccedilas adotadas ateacute oito anos de idade Natildeo haacute direito a salaacuterio-maternidade se a

crianccedila adotada tiver mais de 8 (oito) anos O salaacuterio-maternidade natildeo seraacute pago no

periacuteodo de estaacutegio de convivecircncia somente apoacutes a sentenccedila judicial devidamente

registrada no cartoacuterio civil comprovando o viacutenculo da adoccedilatildeo

A Lei Complementar 146 de 25 de julho de 2014 (BRASIL 2014

lthttpwwwplanaltogovbrgt) estabeleceu o direito previsto no art10 II aliacutenea b do

ADCT aos casos em que houver falecimento da genitora Sendo assim a

estabilidade eacute garantida a quem tiver a guarda do receacutem-nascido (GARCIA 2018 p

1101)

39

Dessa forma nada mais eacute acertado de que com o falecimento da genitora a

garantia de emprego seja estendida para quem obtiver a guarda da crianccedila tendo

em vista que eacute para o bem-estar do receacutem-nascido que precisa de cuidados

especiais A crianccedila eacute titular do benefiacutecio e a estabilidade pode ser concedida agrave

empregada adotante tambeacutem quando estiver no aviso preacutevio indenizado ou

trabalhado se a guarda provisoacuteria for concedida neste periacuteodo (GARCIA 2018 p

1099)

Conforme Garcia (2018 p 1101) o direito de garantia de emprego tambeacutem

pode ser de algum parente como a avoacute por exemplo caso ela tenha a guarda do

receacutem-nascido na ausecircncia dos pais

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

A prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade eacute um direito das empregadas que

trabalham nas empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadatilde previsto no art

1ordm da Lei 117702008 Assim sendo eacute destinado agrave Pessoa juriacutedica e empresa rural

ou urbana natildeo podendo o empregador ser pessoa fiacutesica Caso a empresa natildeo

aderir ao programa as empregadas natildeo teratildeo direito ao benefiacutecio (MARTINS 2014

p 672)

De acordo com a Lei 11770 de 09 de setembro de 2008 (BRASIL 2008

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a licenccedila-maternidade eacute prorrogaacutevel por 60 dias Essa

lei prevecirc apenas a extensatildeo da licenccedila e natildeo menciona o salaacuterio-maternidade que eacute

pago pelo INSS Nenhum preceito prevecirc que o acreacutescimo de 60 dias da licenccedila seraacute

pago pelo INSS A prorrogaccedilatildeo deve ser requerida pela empregada ateacute o final do

primeiro mecircs apoacutes o parto De outra forma natildeo faraacute jus agrave prorrogaccedilatildeo (MARTINS

2014 p 671-672)

Segundo o art 3ordm da Lei 117702008 ldquo[] a empregada teraacute direito a

remuneraccedilatildeo integral nos mesmos moldes devidos no periacuteodo de percepccedilatildeo do

salaacuterio-maternidade pago pelo regime geral da previdecircncia socialrdquo mas isso natildeo

acarreta o pagamento pelo INSS No decorrer da prorrogaccedilatildeo dos 60 dias a

empregada natildeo poderaacute ficar sem receber remuneraccedilatildeo que seraacute de

responsabilidade do empregador como acontece nos 120 dias de desligamento da

gestante (MARTINS 2014 p 672)

40

Martins (2014 p 672) alega que o referido artigo confere que a previdecircncia

social eacute quem paga o salaacuterio-maternidade mas natildeo a extensatildeo dos 60 dias O

pagamento pelo INSS viola o sect 5ordm do art 195 da CF88 pois natildeo haacute como custear

a prorrogaccedilatildeo do salaacuterio-maternidade

O art 6ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

alterava o art 28 sect 9ordm da Lei 821291 estabelecendo que as importacircncias

recebidas em 60 dias de prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade natildeo constituem o

salaacuterio de contribuiccedilatildeo Garcia (2018 p 1092) indica que esse artigo foi vetado com

o entendimento de que nas importacircncias recebidas nos 120 dias existe a aplicaccedilatildeo

de contribuiccedilotildees previdenciaacuterias todavia na prorrogaccedilatildeo segue o mesmo criteacuterio

Do mesmo modo a licenccedila-paternidade segue os requisitos da licenccedila-

maternidade podendo ter prorrogaccedilatildeo de 15 (quinze) dias mais 5 (cinco) dias que

estaacute previsto no art 10 sect1ordm do ADCT Essa regra foi incluiacuteda pela Lei 13257 de 08

de marccedilo de 2016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando que

o periacuteodo total eacute entatildeo de 20 dias (GARCIA 2018 p 1091)

Esse programa tambeacutem poderaacute ser adquirido pela Administraccedilatildeo Puacuteblica diz o

art 2ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assim

como as empresas puacuteblicas sociedades de economia mista que fazem parte da

Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta (MARTINS 2014 p 672)

O propoacutesito da prorrogaccedilatildeo das licenccedilas-maternidade e paternidade eacute que os

pais permaneccedilam em contato direto com os filhos mais tempo possibilitando

principalmente para a matildee a amamentaccedilatildeo Os pais natildeo poderatildeo exercer seja qual

for atividade remunerada e a crianccedila ficaraacute sob seus cuidados A desobediecircncia

dessa regra acarreta na perda do direito em questatildeo (GARCIA 2018 p 1092)

Vejamos o Recurso Ordinaacuterio julgado pela 4ordf Turma do Tribunal Regional do

Trabalho da 4ordm Regiatildeo tendo como Relator o Ministro George Achutti dando

provimento ao recurso da reclamada que nega a participaccedilatildeo no Programa Empresa

Cidadatilde Portanto o reclamante natildeo teraacute direito a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

paternidade de 05 para 20 dias Conforme relatado natildeo teratildeo direito as

prorrogaccedilotildees das licenccedilas empregados das empresas que natildeo aderem ao programa

previsto no art 1ordm da Lei 117702008

ECT PRORROGACcedilAtildeO DA LICENCcedilA-PATERNIDADE PROGRAMA EMPRESA CIDADAtilde Negada pela reacute a participaccedilatildeo no Programa Empresa Cidadatilde que autoriza a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-paternidade de 05 para 20 dias eacute ocircnus do reclamante provar a inscriccedilatildeo da empresa no referido

41

Programa porquanto se trata de fato constitutivo de seu direito Inteligecircncia dos artigos 818 da CLT e 373 inc I do NCPC (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Segundo Martins (2014 p 672-673) para obter essa prorrogaccedilatildeo a empregada

deveraacute fazer o requerimento ateacute o final do primeiro mecircs apoacutes o parto A empregada

natildeo teraacute direito senatildeo fizer dentro deste prazo Esse benefiacutecio tambeacutem pode ser

concedido agrave empregada adotante ou que obtenha guarda judicial A empregada teraacute

que receber salaacuterio integral que ficaraacute a cargo do empregador conforme prevecirc o art

3ordm da Lei 1177008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) A empresa que

aderir ao programa e permitir a prorrogaccedilatildeo poderaacute deduzir do imposto de renda

devido o montante da remuneraccedilatildeo dos 60 dias art 5ordm da Lei 1177008 sendo que

deduzir como despesa operacional eacute proibido Note a regra

Art 5ordm A pessoa juriacutedica tributada com base no lucro real poderaacute deduzir do imposto devido em cada periacuteodo de apuraccedilatildeo o total da remuneraccedilatildeo da empregada e do empregado pago nos dias de prorrogaccedilatildeo de sua licenccedila-maternidade e sua licenccedila-paternidade vedada a deduccedilatildeo como despesa operacional (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1093) expotildee que o propoacutesito do art 5ordm da Lei 1177008 eacute

barrar as diferenccedilas nas relaccedilotildees de trabalho impedida no art 7ordm inciso XXX da

CF88 que proiacutebe a diferenccedila de salaacuterios e os criteacuterios na hora da admissatildeo como

sexo cor idade e estado civil Com eixo no lucro real os salaacuterios devidos nas

prorrogaccedilotildees das licenccedilas-maternidade e paternidade seratildeo deduzidos do imposto

de renda correspondente pela pessoa juriacutedica Nesse sentido incentiva as empresas

a natildeo terem receio na contrataccedilatildeo de mulheres em razatildeo das proteccedilotildees

Conforme Garcia (2018 p 1093) entende-se que a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

maternidade eacute capaz de trazer efeitos negativos para a contrataccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho em razatildeo das substituiccedilotildees que seratildeo feitas no decorrer deste

periacuteodo de licenccedila Isto eacute no decorrer da licenccedila a empresa teraacute que contratar outro

empregado para suprir a ausecircncia da gestante ou adotante

A partir das informaccedilotildees trazidas nesse capiacutetulo sobre a proteccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho uma observaccedilatildeo que pontua eacute que essas medidas agraves vezes

podem prejudicar a inserccedilatildeo da mulher no acircmbito trabalhista principalmente em

relaccedilatildeo agrave proteccedilatildeo agrave maternidade embora existam vaacuterios entendimentos Portanto

algumas medidas que caracterizavam discriminaccedilatildeo foram revogadas Certamente

42

para a mulher que possui demasiadas tarefas como cuidar dos filhos e da casa e

busca seu espaccedilo como profissional o trabalho eacute uma forma de auxiliar nas

despesas domeacutesticas e as proteccedilotildees acabam sendo um amparo Ainda assim a

incerteza do empregador que jaacute acumula tantos impostos eacute relevante na hora da

contrataccedilatildeo

Apoacutes o estudo das medidas protetivas no trabalho feminino continuamos

falando do trabalho da mulher agora em relaccedilatildeo agraves modificaccedilotildees criadas pela

Reforma Trabalhista Lei 134672017

43

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA

Realiza-se nesse capiacutetulo a apresentaccedilatildeo da mais recente e significativa

modificaccedilatildeo nas regras trabalhistas a Reforma trabalhista A nova lei modificou

201 pontos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) O assunto principal

dessa abordagem eacute o trabalho da mulher e as mudanccedilas com a Reforma bem

como meacutetodos e locais de trabalho da mulher e as obrigaccedilotildees do empregador

Aleacutem disso tambeacutem a insalubridade que eacute o ponto mais questionado no trabalho

da mulher na nova lei e demais regras como amamentaccedilatildeo por exemplo regras

que poderatildeo ser negociadas diretamente com o empregador A Reforma tambeacutem

estabelece novas oportunidades de trabalho bem como o teletrabalho onde eacute

possiacutevel a mulher flexibilizar os horaacuterios em consonacircncia com os cuidados da casa

e dos filhos Poreacutem um breve comentaacuterio sobre a terceirizaccedilatildeo e o distanciamento

dos sindicatos nas homologaccedilotildees dos pedidos de demissatildeo e negociaccedilotildees

coletivas dispositivos que a Reforma introduziu e que satildeo relevantes

Segundo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 39-40) a Lei 13467 de 13

de julho de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Reforma

trabalhista aponta um regresso para o antigo papel do Direito na histoacuteria um

mecanismo de exclusatildeo afastamento da desigualdade entre as pessoas humanas

e grupos sociais Demasiadamente afastada da matriz constitucional a nova lei

instituiu meacutetodos gravemente contraacuterios e regressivos Note-se que o primeiro

capiacutetulo desse trabalho relata a histoacuteria do Direito do Trabalho

De acordo com Krein (2018 p 77) a nova lei foi interpretada como um golpe

do Governo Federal e Congresso contra os desfavorecidos ao aprovar dispositivos

que desmantelam os direitos conquistados nos uacuteltimos 100 anos pelo povo

brasileiro Eacute a elaboraccedilatildeo de regras que redefinem o papel do Estado e delineia um

novo rumo para o Paiacutes

De acordo com Krein (2018 p 78) a hipoacutetese eacute que a contrarreforma buscou

ao mesmo tempo

[] legalizar praacuteticas jaacute existentes no mercado de trabalho e possibilitar um novo ldquocardaacutepiordquo de opccedilotildees aos empregadores para manejar a forccedila de trabalho de acordo com suas necessidades Assim ela busca ajustar o padratildeo de regulaccedilatildeo do trabalho de acordo com as caracteriacutesticas do capitalismo contemporacircneo que fortalece a autorregulaccedilatildeo do mercado ao submeter o trabalhador a uma maior inseguranccedila e ao ampliar a liberdade

44

do empregador em determinar as condiccedilotildees de contrataccedilatildeo o uso da matildeo de obra e a remuneraccedilatildeo do trabalho

Baseado nas mudanccedilas e pelo impacto causado nas regras cogita-se a

possibilidade de um regulamento privado pois fragiliza os sindicatos e as

instituiccedilotildees puacuteblicas Significa um desmonte de direitos a negociaccedilatildeo diretamente

com o empregador assim como a flexibilidade das normas torna o empregado

vulneraacutevel muitas vezes aceitando propostas para natildeo perder o emprego Assim

sendo volta-se para um periacuteodo onde negociaccedilotildees eram feitas entre empregador e

empregado O empregador obtinha vantagem fazia como queria pois era o dono

da induacutestria e os empregados deveriam acatar natildeo tinham opccedilatildeo natildeo tinham

direito a nada (KREIN 2018 p 96)

O conteuacutedo da reforma leva o processo de definiccedilatildeo das regras para o interno

da empresa ateacute mesmo na individualizaccedilatildeo da negociaccedilatildeo para componentes com

melhor remuneraccedilatildeo Conforme Krein (2018 p 78) um afastamento dos sindicatos

onde predomina uma organizaccedilatildeo descentralizada e estruturada com interesses

das empresas Os princiacutepios constitucionais natildeo foram mudados o que gera

conflitos de interpretaccedilatildeo juriacutedica O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho acentua a

inconstitucionalidade de vaacuterias regras da reforma e que ela eacute incompatiacutevel com as

convenccedilotildees internacionais ratificadas no Brasil (KREIN 2018 p 80)

Assim sendo de acordo com Krein (2018 p 80) existiraacute conflitos juriacutedicos

sobre a aplicaccedilatildeo das normas modificadas uma vez que estas poderatildeo alterar o

conteuacutedo na composiccedilatildeo das jurisprudecircncias Desse modo como os juristas

poderatildeo decidir contra a Lei Maior obviamente que nenhuma regra pode contrariar

a Constituiccedilatildeo Federal A reforma trouxe mudanccedilas fundamentais poreacutem a

resistecircncia em torno da regulamentaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho continua e

somente pesquisas futuras indicaratildeo com presteza os impactos da reforma

Primeiramente comenta-se a terceirizaccedilatildeo que suporta o entendimento da

movimentaccedilatildeo de certas atividades executadas da empresa (contratante) para uma

empresa prestadora de serviccedilos (contratada) (GARCIA 2018 p 395)

O novo sistema legal adotado diz (art 4ordm - A da Lei 60191974 com redaccedilatildeo

dada pela Lei 134672017) a Reforma que a

[] terceirizaccedilatildeo eacute a transferecircncia feita pela contratante (tomadora) da execuccedilatildeo de quaisquer atividades inclusive sua atividade principal agrave pessoa juriacutedica de direito privado prestadora de serviccedilos que possua

45

capacidade econocircmica compatiacutevel com a sua execuccedilatildeo (BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O trabalhador eacute funcionaacuterio da empresa prestadora de serviccedilos mas trabalha

para a empresa tomadora O viacutenculo passa a ser triangular ou trilateral Sabe-se

que originalmente a relaccedilatildeo de emprego eacute bilateral ou seja empregado e

empregador que eacute o contratante do serviccedilo disponibilizado (GARCIA 2018 p

395)

Conforme Garcia (2018 p 400) eacute admitido no dispositivo expresso que os

empregados terceirizados possam exercer qualquer funccedilatildeo dentro da empresa

tomadora de serviccedilos inclusive a atividade principal Portanto a terceirizaccedilatildeo natildeo

pode ser equivocada com a intermediaccedilatildeo de matildeo de obra proibida no sistema

juriacutedico que pode derivar em fraude ao viacutenculo empregatiacutecio com o legiacutetimo

empregador (art 9ordm da CLT) e violar o valor social do trabalho (art 1ordm inciso IV da

CF88) A terceirizaccedilatildeo deve ser especiacutefica e tratar de determinados serviccedilos e natildeo

fornecer trabalhadores atraveacutes de empresa contratada Por isso em serviccedilos

terceirizados normalmente a empresa contratada tem sua especialidade

Isso eacute regulamentado no art 5ordm-B da Lei 60191974 dilatado pela Lei

134292017 Veja o dispositivo

Art 5ordm - B O contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos conteraacute (Incluiacutedo pela Lei 134292017) I ndash qualificaccedilatildeo das partes (Incluiacutedo pela Lei 134292017) II ndash especificaccedilatildeo do serviccedilo a ser prestado (Incluiacutedo pela Lei 134292017) III ndash prazo para a realizaccedilatildeo do serviccedilo quando for o caso (Incluiacutedo pela Lei 134292017) IV ndash valor (Incluiacutedo pela Lei 134292017) (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt)

Observa-se que as regras satildeo contraditoacuterias entre si Assim sendo a

terceirizaccedilatildeo natildeo pode prestar serviccedilos geneacutericos somente especiacuteficos Nos

serviccedilos prestados pelas empresas terceirizadas as atividades-meio satildeo um

suporte um acessoacuterio e a atividade-fim eacute o exerciacutecio principal da empresa

(GARCIA 2018 p 401)

Uma regra relevante na terceirizaccedilatildeo eacute o art 5ordm-D da Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiacutedo tambeacutem pela Lei

134672017 Garcia (2018 p 403) cita que consta em sua redaccedilatildeo que o

empregado que atuou na empresa contratante natildeo poderaacute no periacuteodo de 18

46

(dezoito) meses a partir de sua demissatildeo ser admitido pela empresa prestadora de

serviccedilos agrave empresa contratante

De acordo com Garcia (2018 p 396) a terceirizaccedilatildeo eacute muito utilizada nos

dias atuais em razatildeo da diminuiccedilatildeo de custos para as empresas tomadoras

Empresas prestadoras de serviccedilos satildeo mais eficientes tecircm maior produtividade e

competitividade que satildeo fundamentais em momentos de globalizaccedilatildeo

Outra modificaccedilatildeo da Reforma eacute relacionada agraves homologaccedilotildees sindicais nas

rescisotildees contratuais de trabalho onde as negociaccedilotildees poderatildeo ser entre

empregado e empregador sem a necessidade de mediaccedilatildeo ou arbitragem Silva

(2017) ressalta o art 507-B da Lei 134672017 que estabelece a alteraccedilatildeo na lei

trabalhista Veja o dispositivo

Art 507 ndash B Eacute facultado a empregados e empregadores na vigecircncia ou natildeo do contrato de emprego firmar o termo de quitaccedilatildeo anual de obrigaccedilotildees trabalhistas perante o sindicato dos empregados da categoria Paragrafo uacutenico O termo discriminaraacute as obrigaccedilotildees de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constaraacute a quitaccedilatildeo anual dada pelo empregado com eficaacutecia liberatoacuteria das parcelas nele especificadas (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A nova lei revogou o sectsect 1ordm 3ordm e 7ordm do art 477 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho 1943 que obrigava a homologaccedilatildeo sindical no pedido de demissatildeo ou

no recibo de quitaccedilatildeo das parcelas rescisoacuterias devidas (SILVA 2017)

Silva (2017) destaca tambeacutem a redaccedilatildeo do art 477-A que estabelece

ldquodispensas imotivadas individuais pluacuterimas ou coletivas equiparam-se para todos

os fins natildeo havendo autorizaccedilatildeo preacutevia sindical ou celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo ou

acordo coletivo de trabalho para sua efetivaccedilatildeordquo (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Discute-se a constitucionalidade deste dispositivo

pois existem restriccedilotildees agraves demissotildees em massa no art 7ordm I CF88 Assim

constata-se que os desligamentos em massa afetam os contratos de trabalho

individuais perante a sociedade fornecedores e clientes prestadores de serviccedilo

Da mesma forma como a arrecadaccedilatildeo de impostos locais e nacionais a renda e o

consumo dos trabalhadores demitidos

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho revelou uma extrema preocupaccedilatildeo com a

nova lei principalmente nos casos de acordo coletivo sobre o que prevecirc a

legislaccedilatildeo A reforma estabelece a prevalecircncia do negociado sobre o legislado ateacute

mesmo na negociaccedilatildeo dos direitos O empregador teraacute preponderacircncia sobre as

47

leis Algumas normas poderatildeo ser negociadas entre empregador e empregado

(MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO DO TRABALHO - MPT 2018 lthttpportalmptmpbrgt)

A Reforma gerou grandes discussotildees sendo extremamente preocupante para

os oacutergatildeos de proteccedilatildeo ao trabalhador essas novas regras Na flexibilizaccedilatildeo da

negociaccedilatildeo entre empregado e empregador o receio eacute que fuja do controle e o

trabalhador perca forccedila nos contratos de trabalho sem apoio da organizaccedilatildeo

sindical e demais instituiccedilotildees puacuteblicas nos acordos e negociaccedilotildees coletivas com

previsatildeo no art 8ordm VI da Constituiccedilatildeo Federal88 Apesar disso algumas regras

ficaram melhores com a livre negociaccedilatildeo em razatildeo da inviabilidade no cotidiano do

empregado Nas demissotildees em massa a liberaccedilatildeo do sindicato nas homologaccedilotildees

pode trazer prejuiacutezos ao trabalhador supondo que a empresa demita funcionaacuterios

diretos para contratar uma empresa terceirizada Muitas empresas fazem isso e a

intervenccedilatildeo do sindicato poderia necessariamente impedir esse procedimento

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher

Nesse momento apresentam-se os artigos 388 389 e 390 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho CLT (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) estes eacute

que regram os meacutetodos e locais de trabalho da mulher tendo as empresas a

obrigaccedilatildeo de proporcionar lugares para a mulher ter um ambiente de trabalho

saudaacutevel e seguro De iniacutecio mostra-se o artigo 388 modificado pela Lei 7855 de

24 de outubro de 1989 (BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe o

dispositivo

Art 388 - Em virtude de exame e parecer da autoridade competente o Ministro do Trabalho Induacutestria e Comercio poderaacute estabelecer derrogaccedilotildees totais ou parciais agraves proibiccedilotildees a que alude o artigo anterior quando tiver desaparecido nos serviccedilos considerados perigosos ou insalubres todo e qualquer caraacuteter perigoso ou prejudicial mediante a aplicaccedilatildeo de novos meacutetodos de trabalho ou pelo emprego de medidas de ordem preventiva (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 261) diz que a vigecircncia deste artigo

aponta erro do legislador pois se refere expressamente ao artigo anterior que

proibia o trabalho das mulheres em atividades perigosas e insalubres nos

subteacuterreos mineraccedilotildees e subsolo o art 387 que foi revogado pela Lei 78551989

(BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observa-se que o motivo pelo qual o

48

artigo existe sumiu surgindo uma possibilidade de lacuna na legislaccedilatildeo trabalhista a

regra natildeo estaacute vigente natildeo haacute casos em que possa incidir

De acordo com Martins (2014 p 667) natildeo eacute mais proibido o trabalho das

mulheres em lugares subteacuterreos pedreiras mineraccedilotildees e subsolo obras puacuteblicas ou

particulares Ateacute mesmo a Constituiccedilatildeo Federal88 natildeo proiacutebe as atividades

insalubres mulheres podem trabalhar em locais perigosos por exemplo em postos

de gasolina

Ratificada no Brasil a Convenccedilatildeo nordm 136 de 1971 estabelece proteccedilatildeo aos

riscos de intoxicaccedilatildeo por benzeno vedando agraves mulheres graacutevidas e lactantes de

trabalharem em locais onde existe exposiccedilatildeo de benzeno (MARTINS 2014 p 667)

Seguindo essa ordem de acordo com o art 389 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) eacute obrigaccedilatildeo de toda

empresa

Art 389 Toda empresa eacute obrigada I ndash a prover os estabelecimentos de medidas concernentes agrave higienizaccedilatildeo dos meacutetodos e locais de trabalho tais como ventilaccedilatildeo e iluminaccedilatildeo e outros que fizerem necessaacuterios agrave seguranccedila e ao conforto das mulheres a criteacuterio da autoridade competente II ndash a instalar bebedouros lavatoacuterios aparelhos sanitaacuterios dispor de cadeiras e bancos em nuacutemero suficiente que permitam aacutes mulheres trabalhar sem esgotamento fiacutesico III ndash a instalar vestiaacuterios com armaacuterios individuais privativos das mulheres exceto os estabelecimentos comerciais escritoacuterios bancos e atividades afins em que seja exigida a troca de roupa e outros a criteacuterio da autoridade competente em mateacuteria de seguranccedila e higiene do trabalho admitindo ndash se como suficientes as gavetas ou escaninhos onde possam as empregadas guardar seus pertences IV - a fornecer gratuitamente a juiacutezo da autoridade competente os recursos de proteccedilatildeo individual tais como oacuteculos maacutescaras luvas e roupas especiais para a defesa dos olhos do aparelho respiratoacuterio e da pele de acordo com a natureza do trabalho sect 1ordm Os estabelecimentos que trabalharem pelo menos 30 (trinta mulheres) com mais de 16 (dezesseis) anos de idade teratildeo local apropriado onde seja permitido agraves empregadas guardar sob vigilacircncia e assistecircncia os seus filhos no periacuteodo da amamentaccedilatildeo sect 2ordm a exigecircncia do sect1ordm poderaacute ser suprida por meio de creches distritais mantidas diretamente ou mediante convecircnios com outras entidades publicas ou privadas pelas proacuteprias empresas com regime comunitaacuterio ou a cargo do SESI do SESC da LBA ou de entidades sindicais (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Eacute obrigaccedilatildeo das empresas promoverem ambientes saudaacuteveis com iluminaccedilatildeo

e ventilaccedilatildeo adequada Martins conforme Machado (2017 p 261) dispotildee que essas

regras se apresentam detalhadas nos artigos 175 a 178 do Decreto-Lei 54521943

no Capiacutetulo V do Titulo II (Da Seguranccedila e Medicina do Trabalho)

49

Martins conforme Machado (2017 p 261) afirma que eacute obrigatoriedade de as

empresas fornecerem aacutegua potaacutevel sanitaacuterios e lavatoacuterios Essa norma tambeacutem eacute

estabelecida no art 200 VII da mesma Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

Vestiaacuterios com armaacuterios individuais reservados agraves mulheres eacute uma regra que

abrange empresas em que funcionaacuterias necessitem trocar de roupa como por

exemplo hospitais Nos demais estabelecimentos previstos basta que tenham uma

gaveta ou um escaninho para guardar seus objetos

O fornecimento de equipamentos de proteccedilatildeo individual toda empresa deve

dispor desse material com o objetivo de preservar o empregado em determinadas

funccedilotildees evitando os acidentes de trabalho A regra se aplica de um modo geral

como diz a redaccedilatildeo do art 166 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 262)

Empresas que trabalham com ao menos 30 mulheres devem ter locais

adequados para que as empregadas deixem seus filhos em periacuteodo de

amamentaccedilatildeo Garcia (2018 p 1080) diz que a regra pode ser flexiacutevel se as

empresas tiverem convecircnios com creches ou com outras entidades puacuteblicas ou

privadas O Ministeacuterio do Trabalho estabelece o auxiacutelio-creche na Portaria 3296 de

03 de setembro de 1986 (BRASIL 1986 lthttpswwwlegiswebcombrgt) O art 7ordm

inciso XXV da CF88 proporciona o direito aos filhos dependentes de ateacute 5 (cinco)

anos de assistecircncia gratuita nas preacute-escolas e creches

Martins conforme Machado (2017 p 262) apresenta a Portaria 3296 de 03 de

setembro de 1986 modificada pela Portaria do MPT 67097 (BRASIL 1997

lthttpwwwlegiswebcombrgt) Nesta apresenta-se o reembolso-creche desde que

assegurado em convenccedilotildees coletivas o benefiacutecio deve cobrir as despesas integrais

com creches ateacute os 6 meses de idade tempo em que o empregador estaria

responsaacutevel pelos periacuteodos de amamentaccedilatildeo com redaccedilatildeo no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Se o empregador natildeo tem condiccedilotildees de

assegurar um local adequado para a amamentaccedilatildeo poderaacute disponibilizar

possibilidades nas creches conveniadas mantidas por entidades citadas em lei

Segundo Garcia (2018 p 1081) o artigo 390 do Decreto-Lei 545243 destaca

o seguinte ldquoao empregador eacute vedado empregar a mulher em serviccedilo que demande o

emprego de forccedila muscular superior a 20 (vinte) quilos para trabalho continuo ou 25

(vinte e cinco) quilos para trabalho ocasionalrdquo (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

50

A regra eacute destinada em face de proteger a mulher de serviccedilos pesados

resguardando sua totalidade fiacutesica No entanto acentua-se a vigecircncia deste artigo

visto que haacute casos em que a mulher se apresenta superior a muitos homens tanto eacute

que exercem funccedilotildees reconhecidamente masculinas Martins conforme Machado

(2017 p 263) relata que deveria ser permitido agraves mulheres escolher suas

atividades conforme as condiccedilotildees de fazecirc-lo reservando-se a vedaccedilatildeo somente em

casos de empregada gestante com o propoacutesito de proteger a maternidade

42 Atividades insalubres

De acordo com Martins (2014 p 723) a insalubridade afeta diariamente a

sauacutede do trabalhador causando doenccedilas em trabalhadores expostos a riscos como

ruiacutedos vibraccedilotildees calor frio umidade radiaccedilotildees gases vapores entre outros No

Brasil existe um controle sobre a insalubridade com o pagamento de adicional pelas

condiccedilotildees de trabalho insalubres e perigosas previsto no art 7ordm inciso XXIII da

CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O art 189 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) explica que satildeo consideradas atividades insalubres

condiccedilotildees ou meacutetodos de trabalho que submetam os trabalhadores a agentes

nocivos agrave sauacutede aleacutem da permissatildeo fixada devido agrave natureza e agrave intensidade do

agente e o tempo de exibiccedilatildeo e seus efeitos Para que seja considerado insalubre eacute

necessaacuterio verificar se os agentes nocivos estatildeo acima do limite permitido O art

190 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz que o Ministeacuterio do Trabalho eacute quem determina o

quadro de atividades insalubres e aponta as normas sobre os paracircmetros de

caracterizaccedilatildeo da insalubridade limites de toleracircncia tempo de exposiccedilatildeo do

empregado e os meios de proteccedilatildeo (MARTINS 2014 p 723)

De acordo com Garcia (2018 p 1164) as atividades e operaccedilotildees insalubres

apresentam-se indicadas na NR 15 da Portaria do Ministeacuterio do Trabalho 32141978

(BRASIL 1978 lthttpswwwlegiswebcombrgt) A Norma Regulamentadora

descreve os fatores quiacutemicos fiacutesicos e bioloacutegicos que satildeo prejudiciais agrave sauacutede do

trabalhador assim como os limites de toleracircncia

Conforme Martins (2014 p 723) a insalubridade pode ser eliminada ou

neutralizada se a empresa aplicar medidas que mantenham os locais insalubres

51

dentro dos limites de toleracircncia e que o trabalhador utilize os equipamentos de

proteccedilatildeo individual (EPI) Natildeo haveraacute direito ao adicional de insalubridade quando

cessar o risco agrave sauacutede ou integridade fiacutesica ou se o empregado for afastado para

outro setor que natildeo seja insalubre

Garcia (2018 p 1165) aponta o art 191 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece como

a insalubridade pode ser neutralizada ou eliminada

Art 191 A eliminaccedilatildeo e neutralizaccedilatildeo da insalubridade correraacute (Redaccedilatildeo dada pela Lei 6514 de 22121977) I ndash com a adoccedilatildeo de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) II ndash com a utilizaccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual ao trabalhador que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) Paragrafo uacutenico Caberaacute as Delegacias Regionais do Trabalho comprovada a insalubridade notificar as empresas estipulando prazos para sua eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo na forma deste artigo (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

De acordo com Garcia (2018 p 1166) o adicional de insalubridade eacute devido a

razatildeo de 40 (grau maacuteximo) 20 (grau meacutedio) e 10 (grau miacutenimo) calculado

sobre o salaacuterio miacutenimo conforme descrito no art 192 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe a regra

Art 192 O exerciacutecio do trabalho em condiccedilotildees insalubres acima dos limites de toleracircncia estabelecidos pelo Ministeacuterio do Trabalho assegura a percepccedilatildeo de adicional respectivamente de 40 (quarenta por cento) 20 (vinte por cento) e 10 (dez por cento) do salario miacutenimo da regiatildeo segundo se classifiquem nos graus maacuteximo meacutedio e miacutenimo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Segundo Garcia (2018 p 1166) [] ldquono caso de incidecircncia de mais de um

fator de insalubridade seraacute considerado apenas o de grau mais elevado para efeito

de acreacutescimo salarial sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativardquo O Recurso Ordinaacuterio

julgado em 04 de setembro de 2018 pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf

Regiatildeo 6ordf Turma tendo como Relator o Desembargador Fernando Luiz de Moura

Cassal refere-se agrave insalubridade cumulativa que eacute proibida

EMENTA ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE EM GRAUS MEacuteDIO E MAacuteXIMO PERCEPCcedilAtildeO CUMULATIVA IMPOSSIBILIDADE Nos termos do item 153 da NR-15 da Portaria nordm 321478 constatada a incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas considerado o de grau mais

52

elevado sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativa (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Martins (2014 p 725) o certo seria que o trabalhador natildeo fosse

submetido agraves atividades insalubres que satildeo prejudiciais agrave sauacutede Portanto para a

empresa eacute mais vantajoso pagar o adicional de insalubridade do que suprimir o

agente nocivo O trabalhador submete-se a trabalhar em locais insalubres para

aumentar seu miacutesero salaacuterio O valor do adicional de insalubridade eacute muito baixo

por isso o empregador fica agrave vontade para exigir o trabalho em locais insalubres

Apoacutes um momentacircneo resumo sobre a insalubridade mostra-se como esta

interfere no trabalho da mulher gestante As mulheres eram expostas a ocupaccedilotildees

nocivas com exaustivas jornadas de trabalho e aceitavam a situaccedilatildeo para natildeo

perder o emprego Nas primeiras leis as mulheres eram proibidas de trabalhar em

lugares insalubres sendo que isso foi mudando Atualmente a Constituiccedilatildeo Federal

natildeo proiacutebe as mulheres de trabalharem em lugares insalubres mas para as

gestantes as regras satildeo diferentes

Conforme Garcia (2018 p 1082) anteriormente o artigo 394-A da Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) dizia que ldquoa gestante

seria afastada de qualquer ambiente insalubre na empresa durante a gestaccedilatildeo e a

lactaccedilatildeo realizando suas funccedilotildees em local salubrerdquo

Com a Lei 134672017 o art 394-A eacute alterado novamente A empregada

gestante deve ser afastada das atividades insalubres em grau maacuteximo Em

atividades com insalubridade de grau meacutedio e miacutenimo a gestante deve ser afastada

se apresentar atestado meacutedico constando que o local insalubre eacute prejudicial agrave

sauacutede Jaacute no inciso III do art 394-A da Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a empregada deve ser afastada mediante atestado

meacutedico de atividades insalubres de durante a lactaccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

De acordo com Garcia (2018 p 1083) sem restriccedilotildees de salaacuterio menciona o

art 394 ndash A sect 2ordm da Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

destacando que a empresa deve pagar o adicional de insalubridade mesmo que a

gestante trabalhe em local salubre por questotildees de folha de pagamento e

contribuiccedilotildees do INSS O artigo em questatildeo seraacute apresentado mais detalhadamente

no proacuteximo conteuacutedo desse capiacutetulo com a nova redaccedilatildeo e observaccedilotildees

53

A lei permite o trabalho da mulher gestantelactante em lugares insalubres

apresentando atestado meacutedico mas a decisatildeo de correr o risco eacute do empregador e

da empregada A empregada deve concordar em trabalhar em local insalubre por

livre vontade Contudo poderatildeo sofrer consequecircncias em relaccedilatildeo agrave sauacutede tanto da

matildee quanto do feto

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino

De acordo com Ahad (2017) a Reforma trabalhista trouxe consideraacuteveis

mudanccedilas para o trabalho da mulher Apesar disso o Brasil ateacute agora estaacute distante

de reduzir a desigualdade de gecircnero no mercado de trabalho

A nova lei modificou quatro dispositivos do Capitulo III do Tiacutetulo III da CLT que

envolve regras de proteccedilatildeo agrave mulher tais como a) a revogaccedilatildeo do paraacutegrafo uacutenico

do art 372 da CLT b) revogaccedilatildeo do art 384 da CLT c) nova redaccedilatildeo para o

composto do art 394-A da CLT e d) inserccedilatildeo de novo sect2ordm no art 396 da CLT

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 147)

O art 5ordm I ldquohrdquo da Lei 134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbr)

revogou o paraacutegrafo uacutenico do art 372 da CLT Veja o texto do art 372 e seu

paraacutegrafo uacutenico agora revogado

Art 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a proteccedilatildeo especial instituiacuteda por este Capiacutetulo Paraacutegrafo uacutenico - Natildeo eacute regido pelos dispositivos a que se refere este artigo o trabalho nas oficinas em que sirvam exclusivamente pessoas da famiacutelia da mulher e esteja esta sob a direccedilatildeo do esposo do pai da matildee do tutor ou do filho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em razatildeo de notaacuteveis princiacutepios constitucionais imperativos a norma revogada

jaacute natildeo vigorava O caput do art 5ordm da CF88 (BRASIL 1988

httpwwwplanaltogovbrgt) foi ajustado com o inciso I do mesmo art 5ordm sendo um

e outro evidenciando o princiacutepio da igualdade na ordem juriacutedica brasileira Ainda

assim o inciso I do art 5ordm separadamente acentua a evidente igualdade entre

homens e mulheres em direitos e obrigaccedilotildees (DELGADO MG DELGADO GN

2017 p 148)

54

A regra do paraacutegrafo uacutenico do art 372 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) demonstra incompatibilidade com duas normas

constitucionais apresentadas Por conseguinte desde cinco de outubro de 1988 a

referida regra natildeo mais persiste na ordem juriacutedica do Paiacutes (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 148) outra norma de

garantia agrave mulher e seu amparo no mercado e trabalho estaacute evidenciada no inciso

XX art 7ordm da Constituiccedilatildeo de 1988 sendo ele ldquoXX - proteccedilatildeo do mercado de

trabalho da mulher mediante incentivos especiacuteficos nos termos da leirdquo (BRASIL

1988 httpwwwplanaltogovbrgt)

O paraacutegrafo uacutenico do art 372 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho natildeo foi

admitido porque se encontrava em atitude antieacutetica ao domiacutenio procedente do art

7ordm XX da Constituiccedilatildeo Federal Ao inveacutes de firmar a proteccedilatildeo e incentivos

referentes ao mercado de trabalho da mulher confirmava manifestas de

desproteccedilatildeo e inclusive discriminaccedilatildeo (DELGADO MG DELGADO GN 2017

p 148)

Tambeacutem foi revogado o art 384 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que previa 15 minutos de descanso antes de iniciar o

periacuteodo de hora extra Esse dispositivo foi revogado pelo art 5ordm inciso I i da Lei

134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt) Veja o texto da norma

revogada ldquoArt 384 - Em caso de prorrogaccedilatildeo do horaacuterio normal seraacute obrigatoacuterio um

descanso de 15 (quinze) minutos no miacutenimo antes do iniacutecio do periacuteodo

extraordinaacuterio do trabalhordquo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Retirou da

mulher uma vantagem especiacutefica dada pela ordem juriacutedica o intervalo de 15

minutos antes de qualquer prorrogaccedilatildeo da jornada laboral (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

Ahad (2017) comenta que este regimento foi inserido na Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho de 1943 em razatildeo de que as mulheres na eacutepoca precisavam pedir

permissatildeo aos maridos para que permanecessem ateacute mais tarde no trabalho A

continuidade deste dispositivo na lei natildeo tinha mais significado algum visto que a

regra gerava dificuldade no momento da contrataccedilatildeo das mulheres e concluindo que

elas precisavam fazer hora extra para manter seus empregos

O art 384 confronta a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art

7ordm inciso XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo

55

estabelecendo regra protetiva ao trabalho feminino diferenciado do homem o que

natildeo confere na atualidade (GARCIA 2018 p 1076-1077)

As garantias juriacutedicas suplementares atribuiacutedas agrave mulher pelo Direito ademais

o Direito do Trabalho satildeo segundo foi visto amparadas pela Constituiccedilatildeo Federal

Ela se voltou como se sabe para a eliminaccedilatildeo da discriminaccedilatildeo milenar arquitetada contra as mulheres na sociedade histoacuterica natildeo soacute mediante a proibiccedilatildeo do tratamento diferenciado com relaccedilatildeo aos homens como tambeacutem pela agregaccedilatildeo de vantagens adicionais especiacuteficas fundadas em peculiaridades consideradas relevantes no que tange as razotildees bioloacutegicas e socioloacutegicas da mulher A retirada de direitos das mulheres eacute uma conduta legislativa contraacuteria ao espiacuterito constitucional de 1988 uma incompreensatildeo a respeito da sociedade livre justa e solidaacuteria que a Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica quer ver instaurada no paiacutes (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 148-149)

O argumento relativo pertencente agrave dificuldade praacutetica que pode envolver a

execuccedilatildeo do art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 foi

solucionado pelo proacuteprio Decreto-Lei 54521943 em seu art 71 sect4ordm que

estabelece o pagamento do referente intervalo natildeo observado no esboccedilo concreto

da relaccedilatildeo de emprego (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 149)

Repare o julgamento da Relatora Ministra Angela Rosi Almeida Chapper da 5ordf

Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf Regiatildeo onde eacute possiacutevel verificar a

negociaccedilatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo entre empregada e empregador

amparados pela legislaccedilatildeo Portanto se a empregada natildeo usufruir destes intervalos

estes deveratildeo ser pagos respectivamente como hora extraordinaacuteria conforme o art

71 sect4ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Os periacuteodos para a amamentaccedilatildeo

destinam-se ao bem-estar da crianccedila e natildeo da empregada Por essa razatildeo o

empregador tem o dever de cumprir a regra Observe a decisatildeo

EMENTA INTERVALO PARA AMAMENTACcedilAtildeO SUPRESSAtildeO PAGAMENTO COMO HORA EXTRA DANO MORAL A natildeo concessatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo previstos no art 396 da CLT ou sua acumulaccedilatildeo para concessatildeo de folgas futuras que natildeo asseguram a proteccedilatildeo do lactente ensejam o seu pagamento como hora extra na forma do art 71 sect4ordm da CLT com observacircncia do disposto no precedente nordm 52 deste Regional Natildeo eacute presumido o dano moral em razatildeo da natildeo fruiccedilatildeo dos intervalos Recurso da reclamada parcialmente provido no toacutepico e recurso da reclamante desprovido (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

A Reforma trabalhista conforme Delgado MG e Delgado GN (2017 p 149)

deu nova redaccedilatildeo ao art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho modificando

56

seu caput e acrescentando os incisos I II e III aleacutem dos sectsect 2ordm e 3ordm Relativamente

ao sect1ordm foi apenas contemplado do antigo paraacutegrafo uacutenico mas prossegue vetado

desde a sua origem (Lei 13287 de 11052016-paraacutegrafo uacutenico do art 394-A vetado

pela Presidecircncia da Repuacuteblica)

A propoacutesito essa condiccedilatildeo normativa (art 394-A) havia sido incluso agrave

Consolidaccedilatildeo apenas cerca de um ano antes em 11 de maio de 2016 pela Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpplanaltogovbrgt) com o seguinte entendimento

ldquoArt 394-A A empregada gestante ou lactante seraacute afastada enquanto durar a

gestaccedilatildeo e a lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou locais insalubres

devendo exercer suas atividades em local salubrerdquo (DELGADO MG DELGADO

GN 2017 p 149)

Anteriormente a redaccedilatildeo da Lei 132872016 era permitido o trabalho insalubre

das mulheres em praticamente todos os graus de insalubridade Agora o

distanciamento ocorre apenas em casos de insalubridade em grau maacuteximo A nova

lei liberou a gestante para trabalhar em locais insalubres Silva (2017) cita que satildeo

poucos casos onde o grau de insalubridade eacute maacuteximo mencionados na extensatildeo

dos 14 anexos da NR 15 A insalubridade de grau maacuteximo existe no contato com

agentes quiacutemicos e com agentes bioloacutegicos com risco aumentado como em centros

ciruacutergicos limpeza de bueiros e necroteacuterios

A maior parte dos anexos lida com o grau meacutedio de ruiacutedos excessivos ruiacutedos

de impacto exposiccedilatildeo ao calor e frio As gestantes em sua maioria encontram-se

trabalhando em locais de insalubridade de grau meacutedio Mas existe a inquietaccedilatildeo

pelo trabalho das gestantes em centros ciruacutergicos e salas de radiografia onde a matildeo

de obra feminina eacute facilmente aceitaacutevel (SILVA 2017)

Ainda de acordo com Silva (2017) a nova composiccedilatildeo do art 394-A da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 afasta imediatamente a gestante dos

locais insalubres em grau maacuteximo Aqui estaacute o novo texto

Art 394 ndash A Sem prejuiacutezo de sua remuneraccedilatildeo nesta incluiacutedo o valor do adicional de insalubridade a empregada deveraacute ser afastada de I ndash atividades consideradas insalubres em grau maacuteximo enquanto durar a gestaccedilatildeo II ndash atividades consideradas insalubres em grau meacutedio ou miacutenimo quando a mulher apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeo III ndash atividades consideradas insalubres em qualquer grau quando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeo

57

sect 1ordm (VETADO) (Redaccedilatildeo dada pela Lei 13467 de 2017) sect 2ordm Cabe a empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a compensaccedilatildeo observado o disposto no art 248 da Constituiccedilatildeo Federal por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo a pessoa fiacutesica que lhe presta serviccedilo sect 3ordm Quando natildeo for possiacutevel que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerccedila suas atividades em local salubre na empresa a hipoacutetese seraacute considerada como gravidez de risco e ensejaraacute a percepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei nordm 8213 de 24 de julho de 1991 durante todo o periacuteodo de afastamento (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Por sinal haacute que se ressaltar a inexistecircncia no regulamento juriacutedico do sect 1ordm do

art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ao diverso pelo texto expedido

pela Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Sem duacutevida um

erro material (referecircncia a um meio legal que ao menos existe) resultado da

tramitaccedilatildeo precipitada que caracterizou a composiccedilatildeo e o movimento do atinente

projeto de lei da Reforma trabalhista nas duas Casas Congressuais (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 150)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150) a nova lei fez a

inclinaccedilatildeo pelo distanciamento automaacutetico da mulher do ambiente insalubre

enquanto durar a gestaccedilatildeo somente no caso de insalubridade em grau maacuteximo

(novo inciso I do art 394-A)

Observa-se a recente decisatildeo do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo

2ordf Turma tendo como Relator o Ministro Marcelo Jose Ferlin DAmbroso em razatildeo

do direito ao adicional de insalubridade em grau maacuteximo agrave empregada gestante que

realizava limpeza de sanitaacuterios em hospital sendo exposta a riscos de contaminaccedilatildeo

devido ao contato com agentes bioloacutegicos

EMENTA ADICIONAL DE INSALUBRIDADE GRAU MAacuteXIMO LIMPEZA DE LIXO DE BANHEIRO DE LEITOS DO HOSPITAL 1 As atividades de lavagem de sanitaacuterios de leitos de hospital expuseram a trabalhadora ao risco permanente de contato com agentes bioloacutegicos patogecircnicos caracterizando insalubridade em grau maacuteximo nos termos do Anexo 14 da NR-15 da Portaria MTE 321478 Nem mesmo a utilizaccedilatildeo de luvas eacute capaz de elidir a accedilatildeo nociva dos agentes bioloacutegicos pois a contaminaccedilatildeo ocorre natildeo apenas pela via cutacircnea mas tambeacutem pelas vias respiratoacuterias 2 A avaliaccedilatildeo da insalubridade em tais casos eacute qualitativa e natildeo quantitativa de modo que independentemente do tempo de exposiccedilatildeo da trabalhadora os elementos patogecircnicos por se disseminarem facilmente possibilitam a promoccedilatildeo de doenccedila em apenas um contato Devido o pagamento do adicional de insalubridade em grau maacuteximo GARANTIA PROVISOacuteRIA NO EMPREGO GESTANTE Para que a empregada gestante tenha direito agrave garantia provisoacuteria no emprego assegurada no art 10 II aliacutenea b do ADCT basta que esteja graacutevida ao tempo da rescisatildeo ainda que natildeo tenha

58

ciecircncia de seu estado graviacutedico durante a vigecircncia do contrato de trabalho (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Pipek Dutra e Magano (2018 p 22-23) enquanto a lei antiga proibia

as gestantes e lactantes de trabalhar em locais insalubres No entanto a nova regra

permite que a empregada gestante realize atividades em locais insalubres de grau

meacutedio ou miacutenimo desde que ocorra por espontacircnea vontade mostrando atestado

meacutedico autorizando o trabalho A nova regra visa evitar a discriminaccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho devido agraves suas peculiaridades natildeo demonstrando o

desinteresse para com a sauacutede da matildee e do bebecirc mas oportunizando a mulher de

escolher pois impotildee a apresentaccedilatildeo de atestado meacutedico da trabalhadora e que a

decisatildeo seja da empregada

Nas situaccedilotildees de insalubridade em grau meacutedio e miacutenimo esse distanciamento

ocorreraacute quando a mulher apresentar atestado de sauacutede expedido por meacutedico de

sua confianccedila ldquo[] que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeordquo (inciso II do

art 394-A) (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

O inciso III do art 394-A acrescenta ainda que o afastamento possa ocorrer

no tempo do periacuteodo da amamentaccedilatildeo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150)

trazem que a norma estabelece esse afastamento de atividades insalubres em

qualquer grau quando a trabalhadora ldquoapresentar atestado de sauacutede emitido por

meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeordquo

Veja a decisatildeo do Relator Nelson Antocircnio Monteiro Pacheco da 3ordm Cacircmara

Ciacutevel do Tribunal de Justiccedila do Rio Grande do Sul que trata de Agravo de

Instrumento interposto pela Prefeitura Municipal de Novo XinguRS em face de

liminar em mandado de seguranccedila deferido para realocaccedilatildeo da empregada gestante

em local de trabalho livre de insalubridade com base no art 394-A da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho No entanto a agravada eacute servidora puacuteblica e natildeo regida pelo

Decreto-Lei 545243 mas sim por regime juriacutedico dos servidores municipais Assim

sendo a regra eacute inaplicaacutevel Decisatildeo unacircnime dando provimento ao agravo

AGRAVO DE INSTRUMENTO MANDADO SE SEGURANCcedilA SERVIDORA PUacuteBLICA GESTANTE MUNICIacutePIO DE NOVO XINGU LIMINAR DEFERIDA REALOCACcedilAtildeO PARA LOCAL LIVRE DE INSALUBRIDADE IMPOSSIBILIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL INAPLICABILIDADE DO ART 394-A da CLT 1 A parte agravada eacute servidora gestante do Municiacutepio de Novo Xingu cargo de Auxiliar Odontoacuteloga e eacute regida pelo Regime Juriacutedico dos Servidores Puacuteblicos Municipais Lei-NX nordm 11902 Entretanto inexiste na legislaccedilatildeo em comento previsatildeo de realocaccedilatildeo de servidor muito menos de aplicaccedilatildeo

59

subsidiaacuteria da CLT nos casos omissos 2 Natildeo haacute como falar ilegalidade ou abuso de poder da administraccedilatildeo que tivesse violado direito liacutequido e certo da servidora a ensejar o deferimento da medida liminar como foi feita na origem sendo muito discutiacutevel a utilizaccedilatildeo do mandado de seguranccedila 3 Natildeo tendo se verificado em um primeiro momento ilegalidade no agir da administraccedilatildeo quando negou o pedido administrativo de realocaccedilatildeo da servidora gestante deve ser reformada a decisatildeo agravada sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da isonomia com outras servidoras em situaccedilotildees semelhantes 4 Decisatildeo liminar reformada AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO (BRASIL 2018 lthttpwwwtjrsjusbrgt)

Registra-se que a expressatildeo juriacutedica concernente a ldquoatestado de sauacutederdquo

ldquoemitido por meacutedico de confianccedila da mulherrdquo supera qualquer ordem de vantagem

entre meacutedicos serviccedilos meacutedicos e atestados meacutedicos tendo como exemplo a ordem

de preferecircncia anunciada na Suacutemula 282 do TST Refere-se meramente ao meacutedico

de confianccedila da mulher ou lactante Este eacute o entendimento do texto evidente da

nova regra legal (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Fica acentuado que em todas as trecircs situaccedilotildees de afastamento a insalubridade

maacutexima meacutedia ou miacutenima eacute caracterizada pelo caput do art 394-A cabendo agrave

empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a

compensaccedilatildeo ldquo[] por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a

folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo agrave

pessoa fiacutesica que lhe preste serviccedilosrdquo Em suma para a Lei o custo desse direito

trabalhista eacute sustentado pelo INSS o que eacute correto e seguro (Convenccedilatildeo nordm 103 art

4ordm inciso VIII da OIT) Natildeo obstante o empregador que fizer o pagamento premente

agrave empregada na folha mensal de pagamentos da empresa seraacute ressarcido logo em

seguida (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Conforme Silva (2017) o adicional de insalubridade eacute pago em folha para a

empregada e posteriormente ressarcido das contribuiccedilotildees sociais devidas ou seja a

Previdecircncia Social pagaraacute o adicional como o salaacuterio-maternidade Cabe agrave empresa

somente o adiantamento do valor em holerite Foi uma forma que a reforma

encontrou para natildeo sobrecarregar o empregador pois sendo assim o encargo fica

de responsabilidade dos cofres puacuteblicos Tambeacutem foi uma forma de evitar a

discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo do trabalho feminino

O sect 4ordm do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta duas hipoacuteteses A primeira eacute no fundamento

de que havendo a viabilidade do afastamento da trabalhadora do local insalubre ela

precisaraacute ser completamente distanciada mas para desenvolver ldquoatividades em

60

locais salubres da empresardquo esta opccedilatildeo predomina conservando-se como visto

(caput do art 394 ndash A da CLT) de todo jeito o pagamento do adicional de

insalubridade (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150-151)

Contudo quando natildeo houver local salubre ou a proacutepria atividade da

empregada ser considerada insalubre ela deveraacute ser inteiramente afastada do

trabalho considerando-se a possibilidade de ldquogravidez de riscordquo com oportunidade

da ldquopercepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei 8213 de 24 de julho de

1991 durante todo periacuteodo de afastamentordquo (sect 4ordm art 394- A da CLT) (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 151)

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a nova redaccedilatildeo do

art 394-A II e III em razatildeo da seguinte expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de

sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo

Refere-se agrave Accedilatildeo Direta de Inconstitucionalidade 5938 com pedido de medida

cautelar ajuizada pela Confederaccedilatildeo Nacional dos Trabalhadores Metaluacutergicos A

parte autora alega que a regra em questatildeo vulneraria as normas constitucionais

sobre proteccedilatildeo agrave maternidade agrave gestante ao nascituro e ao receacutem-nascido (arts 6ordm

7ordm XXXIII 196 201 II 203 I todos da Constituiccedilatildeo Federal) Aleacutem do mais

desrespeitaria a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho (art

1ordm III e IV da CF) dentre outros direitos constitucionais (BRASIL 2019

lthttpwwwportalstfjusbrgt) Repare a decisatildeo

Decisatildeo O Tribunal por unanimidade conheceu da accedilatildeo direta de inconstitucionalidade Por maioria confirmou a medida cautelar e julgou procedente o pedido formulado na accedilatildeo direta para declarar a inconstitucionalidade da expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo contida nos incisos II e III do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) inseridos pelo art 1ordm da Lei 134672017 nos termos do voto do Relator vencido o Ministro Marco Aureacutelio Falaram pelo amicus curiae Confederaccedilatildeo Nacional de Sauacutede ndash CNS o Dr Marcos Vinicius Barros Ottoni e pelo amicus curiae Central Uacutenica dos Trabalhadores ndash CUT o Dr Ricardo Quintas Carneiro Presidecircncia do Ministro Dias Toffoli Plenaacuterio 29052019 (BRASIL 2019 lthttpwwwportalstfjusbrgt)

O principal objetivo da permissatildeo agraves gestantes e lactantes trabalharem em

locais insalubres eacute o aumento das oportunidades de trabalho para as mulheres As

empresas optam por natildeo contratarem mulheres devido ao risco de assumirem as

consequecircncias peculiares agrave estaccedilatildeo sendo que mesmo aquelas que natildeo querem ter

filhos acabam perdendo a oportunidade de emprego Dessa forma mesmo diante

61

dos argumentos mencionados a lei bate de frente com a proteccedilatildeo agrave sauacutede da

empregada e do nascituro pois a proteccedilatildeo ao trabalho natildeo pode ser mais relevante

que a proteccedilatildeo agrave vida (AHAD 2017)

Por fim a Lei 134672017 modificou o anterior paraacutegrafo uacutenico em sect 1ordm do art

396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e acrescentou o sect 2ordm observando que os periacuteodos de

descanso para amamentaccedilatildeo devem ser discutidos em acordo individual entre

empregada e empregador (GARCIA 2018 p 1084)

Veja a norma legal na iacutentegra com as alteraccedilotildees feitas pela nova lei

Art 396 Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 13467 de 2017) sect 1ordm Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (Remunerado pela Lei nordm 13467 de 1372017) sect 2ordm Os horaacuterios dos descansos previstos no caput deste artigo deveratildeo ser definidos em acordo individual entre mulher e o empregador (Incluiacutedo pela Lei 13467 de 1372017) (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

As pausas especiais previstas no art 396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) pertinentes aos periacuteodos de

amamentaccedilatildeo ao longo da jornada de trabalho da obreira satildeo remuneradas De

natureza fundamental respectivamente tecircm de ser cumpridos pelo empregador

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 151)

Poreacutem a alteraccedilatildeo possibilita a negociaccedilatildeo destes intervalos entre empregada

e empregador sem a intervenccedilatildeo do sindicato conforme a necessidade de ambos

podendo os (2) dois intervalos serem transformados em (1) um (PIPEK DUTRA

MAGANO 2017 p 23)

Para Delgado MG e Delgado GN (2017 p 151) a nova Lei 134672017

optou por explicitar o que jaacute tende a ser aplicado nas relaccedilotildees de trabalho ou seja a

determinaccedilatildeo consensual a respeito do melhor horaacuterio para que sejam cumpridos

esses dois intervalos especiais de meia hora cada um ao longo da jornada laboral

De acordo com Ahad (2017) a reforma trouxe novas possibilidades de trabalho

para a mulher observando a flexibilidade em horaacuterios como o teletrabalho o

trabalho intermitente e o trabalho autocircnomo que podem trazer benefiacutecios que

62

possibilitam a mulher conciliar com a criaccedilatildeo dos filhos trabalhos domeacutesticos e

estudos aleacutem do tempo e economia no deslocamento de ida e volta do trabalho

Mesmo com as novidades trazidas Ahad (2017) aponta que a reforma natildeo

modificou pontos essenciais para reduzir a desigualdade de gecircnero mencionando a

licenccedila-maternidade que eacute um direito de suma importacircncia para a famiacutelia mas

continua sendo um obstaacuteculo para a contrataccedilatildeo da matildeo de obra feminina

Atraveacutes das informaccedilotildees sobre as mudanccedilas na Reforma observa-se a

preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos de fiscalizaccedilatildeo com a flexibilizaccedilatildeo das regras com a

negociaccedilatildeo direta entre empregador e empregado sendo que todavia muitas

vezes essa flexibilidade eacute mais aacutegil facilitando a vida do empregado O ponto

principal deste capiacutetulo eacute o trabalho da mulher e assim comentam-se os aspectos

direcionados para este na Reforma dentre eles a insalubridade o mais

preocupante no trabalho da gestantelactante entre outros A Lei 134672017 traz

facilidades para as negociaccedilotildees e menos burocracia Apesar disso cabe ressaltar

que haacute falhas na legislaccedilatildeo e nota-se como as leis satildeo contraditoacuterias entre si

podendo faltar proteccedilatildeo em alguns casos e em outros ter em demasia Portanto o

Judiciaacuterio poderaacute ter dificuldades nas decisotildees julgadas

63

5 CONCLUSAtildeO

A presente pesquisa teve como proposta fazer uma abordagem acerca da

discriminaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho bem como sobre a desigualdade

de gecircnero A metodologia utilizada consistiu em uma pesquisa bibliograacutefica

enriquecida de jurisprudecircncias leis artigos e demais informaccedilotildees obtidas atraveacutes da

leitura algo que se revelou em um aprendizado muacuteltiplo de questotildees vivenciadas

Como resultados averiguou-se diversas legislaccedilotildees que abrangem o tema dos

direitos da mulher e suas principais peculiaridades assim como as constantes

mudanccedilas nas regras trabalhistas e a verificaccedilatildeo das normas para adequar-se agrave

atualidade o que proporciona a mais recente e significativa alteraccedilatildeo na

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) a Reforma trabalhista A partir das

leituras de estudos jaacute desenvolvidos sobre essa temaacutetica foi possiacutevel esclarecer

alguns toacutepicos importantes permitindo um entendimento mais adequado sobre o

pensamento da sociedade e a luta para a extinccedilatildeo das diferenccedilas de gecircnero assim

como compreender a posiccedilatildeo do empregador e do empregado nas relaccedilotildees de

trabalho

Na primeira abordagem destaca-se o entendimento da histoacuteria do Direito do

Trabalho e o surgimento das leis de proteccedilatildeo Nesse contexto foi indispensaacutevel

evidenciar o caminho que foi percorrido para se chegar ao que eacute de direito devido agrave

vida desumana na eacutepoca da escravidatildeo instante em que natildeo havia quaisquer

garantias de sobrevivecircncia Para se chegar a esse entendimento foi necessaacuterio

estudar todo o processo de desenvolvimento da histoacuteria do trabalho como as leis

foram surgindo assim como os toacutepicos mais relevantes para que se alcanccedilasse o

objetivo final proposto no trabalho Todavia todo aprendizado adquirido durante

essa pesquisa sobre o tema nos leva a acreditar que ainda eacute preciso muito para

mudar o pensamento da sociedade ou seja o caminho ainda eacute longo para atingir o

ideal miacutenimo quando o assunto eacute desigualdade de gecircnero

No decorrer do estudo percebeu-se ainda nesse contexto que diversas

proibiccedilotildees foram despontando na Europa relacionadas aos aspectos de proporcionar

melhorias para o trabalho das mulheres Como exemplo verificou-se que as

mulheres foram sendo proibidas de trabalhar em locais uacutemidos e subteacuterreos que

trouxessem sequelas para sua sauacutede assim como foram impedidas de praticar

jornadas exaustivas de 12 horas e foram proibidas de trabalhar no periacuteodo da noite

64

Aleacutem do mais notou-se uma trajetoacuteria de busca constante pela igualdade de

gecircneros algo que se mostrou notoacuterio nas legislaccedilotildees Essa constataccedilatildeo se mostrou

significativa pois decorre que a discriminaccedilatildeo se apresenta como uma adversidade

que natildeo depende somente do desenvolvimento de uma naccedilatildeo sendo o avanccedilo das

leis essencial para que a mulher no mercado de trabalho possa assumir o seu

devido lugar

Quanto agrave revisitaccedilatildeo de leituras sobre as antigas civilizaccedilotildees observou-se

atentamente os relatos sobre a discriminaccedilatildeo contra a mulher como eram tratadas

abusadas e como disponibilizavam de rariacutessimos direitos Diante disso claramente

pode-se afirmar que as mulheres cumpriam um papel de submissatildeo uma vez que

eram criadas para cuidar da casa dos filhos e para obedecer aos maridos As

leituras realizadas demostraram que as filhas natildeo tinham direitos agrave heranccedila pois era

algo destinado somente para o filho homem Aleacutem disso os casamentos eram

arranjados sendo que a mulher natildeo tinha o poder de escolha do seu cocircnjuge sendo

os pais os responsaacuteveis por isso Como resultado nota-se que a desigualdade de

gecircnero eacute uma consequecircncia cultural e a discriminaccedilatildeo eacute histoacuterica jaacute que de acordo

com o que foi apresentado as mulheres sempre tiveram papeacuteis submissos na

sociedade

Como tentativa de amenizar a situaccedilatildeo a literatura mostra que os institutos

foram avanccedilando em busca de melhorias ou seja devido agraves peculiaridades das

mulheres houve a necessidade de estabelecer proteccedilotildees agraves mesmas Isso eacute

decorrente do fato de que a mulher se sujeitava a receber salaacuterios inferiores e a

cumprir jornadas excessivasexaustivas de trabalho para que conseguisse

permanecer no emprego

Em relaccedilatildeo ao processo de implantar normas protetivas quanto ao trabalho da

mulher o estudo mostrou que a proteccedilatildeo agrave maternidade aparece como a mais

relevante Nesse contexto verificou-se algumas normas que proporcionavam agrave

famiacutelia permanecer com a crianccedila sendo que inuacutemeras jurisprudecircncias autorizavam

os pais na ausecircncia das matildees a compartilharem do direito agrave licenccedila-maternidade

assim como foi estendido para as mulheres que davam agrave luz obtinham a guarda

judicial adotavam sofriam aborto espontacircneo eou tinham bebecircs natimortos

Portanto a licenccedila-maternidade que atualmente eacute de 120 dias configura-se

em um processo de extrema importacircncia para todo o nuacutecleo familiar uma vez que

proporciona bem-estar ao receacutem-nascido que muito necessita da figura maternal nos

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primeiros meses de vida ou seja eacute um processo que representa qualidade de vida

principalmente durante a amamentaccedilatildeo do bebecirc Ainda nesse contexto na falta da

matildee ressalta-se que algumas dessas medidas tambeacutem se estendem aos homens

permitindo aos mesmos o direito de poder gozar das licenccedilas se estiverem com a

guarda dos filhos

Em razatildeo da legislaccedilatildeo expandida as leituras desenvolvidas para a realizaccedilatildeo

do presente trabalho permitiram detectar conquistas femininas nas relaccedilotildees de

trabalho e a preocupaccedilatildeo do poder legislativo para que haja igualdade entre os

gecircneros Tambeacutem foi reparado na doutrina e nas jurisprudecircncias vitoacuterias das

mulheres nas decisotildees judiciais quando o assunto estaacute relacionado agrave busca da

igualdade de direitos entre homens e mulheres

De outra parte a pesquisa buscou revelar o Direito na aacuterea trabalhista e fazer a

devida interpretaccedilatildeo Assim sendo o estudo possibilitou o entendimento acerca das

melhorias mais consistentes nas etapas do processo de valorizaccedilatildeo da mulher

demonstrando que haacute um elevado grau de conhecimento sobre a legislaccedilatildeo

trabalhista em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Entretanto dada agrave relevacircncia do

assunto entende-se como necessaacuterio desenvolver tambeacutem a

consciecircnciapensamento da sociedade como um todo sobre o tema pois assim a

mulher teraacute mais oportunidades aleacutem das jaacute concedidas por merecimento e total

capacidade Decorre que o objetivo das mulheres eacute a independecircncia jaacute que ainda eacute

muito evidente o conceito de que a mulher deve ser simplesmente a dona de casa

para cuidar do lar e dos filhos No entanto elas querem estudar ter conhecimento e

formaccedilatildeo pois satildeo capazes de assumir cargos competitivos

O uacuteltimo capiacutetulo tratou sobre a importante mudanccedila no Direito do Trabalho a

Reforma trabalhista quando a Lei 134672017 alterou 201 pontos da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho de 1943 Quanto a essas modificaccedilotildees notou-se que as

mesmas deram ecircnfase ao trabalho da mulher em uma niacutetida preocupaccedilatildeo com a

maternidade com as atividades insalubres e com alguns trabalhos onde a mulher

pudesse exercer suas funccedilotildees de acordo com o tempo que dispusesse e assim

conseguisse tambeacutem atender o trabalho domeacutestico

Diante do propoacutesito do presente de obter informaccedilotildees e analisar os direitos da

mulher trabalhadora nas relaccedilotildees de trabalho no cotidiano evidenciou-se que o

preconceito ainda existe e que descobrir novas possibilidades que protejam o

trabalho feminino eacute de suma importacircncia para incentivar a sociedade a adquirir

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novos conceitos Foi possiacutevel tambeacutem identificar a preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos

competentes no que diz respeito agrave proteccedilatildeo feminina nas relaccedilotildees de trabalho

Portanto entende-se como de extrema relevacircncia trazer esse debate agrave tona

uma vez que o assunto foi definido como forma de se obter aprendizado e clareza

sobre as normas protetivas femininas e a abrangecircncia para que empregada e

empregador saibam seus direitos e deveres uma vez que haacute ciecircncia de que as

empresas ainda estatildeo despreparadas para seguir devidamente as regras de

proteccedilatildeo em sua totalidade Decorre que o Direito do Trabalho foi elaborado para

defender o trabalhador dos abusos do empregador sendo que a influecircncia do tema

abordado foi justamente para retratar a situaccedilatildeo em que eacute apresentado e entendido

o sistema juriacutedico

Evidencia-se que embora sejam aplicadas algumas medidas protetivas ainda

eacute grave a desigualdade de gecircnero Tambeacutem se observa que as regras flexiacuteveis

negociadas entre empregado e empregador agilizam os processos nas relaccedilotildees de

trabalho mas obviamente quando natildeo houver a possibilidade de flexibilizar uma

regra esta seraacute cumprida sem exceccedilatildeo Nesse sentido entende-se que embora

diversas leis estimulem a contrataccedilatildeo de matildeo de obra feminina o montante de

direitos trabalhistas pode atrapalhar as relaccedilotildees de emprego criando receio do

empregador nas contrataccedilotildees principalmente em relaccedilatildeo agraves mulheres No entanto

essas medidas satildeo indispensaacuteveis para o bem-estar do trabalhador pois a

necessidade de proteccedilatildeo eacute fundamental Afinal todos querem ter seu espaccedilo

profissional mas algumas delas natildeo condizem com a realidade do empregador e do

empregado

Por fim observa-se que muitas legislaccedilotildees vigentes versam sobre o mesmo

assunto e se contradizem Entretanto essa constataccedilatildeo deve atrapalhar o judiciaacuterio

na hora das decisotildees cabendo a ele o poder de designar um resultado justo ao que

estaacute sendo proposto Isso demonstra que a discriminaccedilatildeo contra a mulher no

mercado de trabalho acontece mesmo diante da legislaccedilatildeo vigente configurando-se

em uma desigualdade que ainda estaacute longe de terminar e que para isso precisa ser

constantemente debatida

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REFEREcircNCIAS

AHAD Claudia Abdul Reforma trabalhista e seus impactos no trabalho da mulher Migalhas [sl] dez 2017 Disponiacutevel em lthttps wwwmigalhascombrdePeso16MI27055371043-Reforma+Trabalhista+e+seus+impactos+no+trabalho+da+mulhergt Acesso em 28 mar 2018 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 5 out 1988 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03constituicaoConstituicaoCompiladohtmgt Acesso em 17 jun 2018 ______ Decreto 423 de 12 de novembro de 1935 Promulga quatro Projectos de Convenccedilatildeo approvados pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho da Liga das Naccedilotildees por occasiatildeo da Conferencia de Washington convocada pela Governo dos Estados Unidos da America a 29 de outubro de 1919 pelo Brasil adoptados a saber Convenccedilatildeo relativa ao emprego das mulheres antes e depois do parto Convenccedilatildeo relativa ao trabalho noctuno das mulheres Convenccedilatildeo que fixa a idade minima de admissatildeo das crianccedilas nos trabalhos industriaes Convenccedilatildeo relativa ao trabalho nocturno das crianccedilas na industria Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 12 nov 1935 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-423-12-novembro-1935-532092-publicacaooriginal-14076-pehtmlgt Acesso em 06 abr 2019

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______ Decreto 1637 de 12 de maio de 1937 Autoriza o cidadatildeo armecircnio Arsegravene Arsenien a comprar pedras preciosas Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 25 maio 1937 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-1637-12-maio-1937-464855-publicacaooriginal-74782-pehtmlgt Acesso em 07 abr 2019

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4

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 05

2 A EVOLUCcedilAtildeO DO DIREITO DO TRABALHO 08

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil 15

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho 18

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho 21

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO Agrave MULHER NO DIREITO DO TRABALHO 27

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade 27

311 Estabilidade da gestante e da adotante 37

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade 39

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA 43

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher 47

42 Atividades insalubres 50

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino 53

5 CONCLUSAtildeO 63

REFEREcircNCIAS 67

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

O presente estudo tem como objetivo geral fazer uma anaacutelise atraveacutes da

literatura disponiacutevel das accedilotildees protetivas implementadas para beneficiar as

mulheres na esfera do Direito do Trabalho assim como os impactos que foram

provocados pela reforma trabalhista instituiacuteda por meio da Lei 134672017 Decorre

que a referida Lei trouxe mudanccedilas significativas na Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) passando a vigorar no paiacutes a partir de 11 de novembro do mesmo

ano Diante disso a ideacuteia eacute trazer agrave tona o debate acerca dessas medidas protetivas

e expor as regras que versam sobre o trabalho feminino uma vez que a reforma

trabalhista de 2017 apresentou significativas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao trabalho da

mulher

Nessa perspectiva essa pesquisa faz um breve relato histoacuterico sobre a

evoluccedilatildeo da inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho descrevendo como

surgiu o Direito do Trabalho e as razotildees pelas quais as legislaccedilotildees foram criadas Eacute

interessante frisar que o Direito do Trabalho se configurou em uma vitoacuteria da

humanidade ao longo da histoacuteria uma vez que instituiu direitos fundamentais para

melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores evitando que os abusos do capital

prejudicassem os membros da sociedade menos favorecidos Entretanto torna-se

necessaacuterio ao mesmo tempo tambeacutem pensar no crescimento da mateacuteria pois esse

ramo do Direito eacute bastante dinacircmico uma vez que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de

trabalho satildeo muito frequentes sendo indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria

para entender as questotildees da atualidade Em outras palavras significa dizer que o

Direito do Trabalho altera suas normas constantemente para conseguir se adequar agrave

modernidade e as constantes transformaccedilotildees mercadoloacutegicas

Assim sendo analisar a trajetoacuteria da mulher na busca dos seus direitos

representa debater as normas que regram o trabalho feminino que cada vez mais

integra a igualdade de gecircnero Trata-se portanto de um tema demais discutido na

sociedade que a cada dia tem um novo entendimento e uma nova regra que

possibilita que a mulher tenha o seu espaccedilo garantido Essas mudanccedilas vecircm

ocorrendo desde que o trabalho feminino se destacou no Brasil entre 1850 e 1950

Foi nesse periacuteodo chamado de industrial que as mulheres se integraram ao setor

fabril e a matildeo de obra feminina passou a ocupar espaccedilo Entretanto foi nessa eacutepoca

que surgiram tambeacutem os salaacuterios e os contratos de trabalho onde os empresaacuterios

6

davam preferecircncia para as mulheres que aceitavam salaacuterios inferiores ao dos

homens poreacutem para exercer as mesmas funccedilotildees sujeitando-se a jornadas

exaustivas de 14 a 16 horas diaacuterias mas com baixos salaacuterios revelando uma

expliacutecita desigualdade de gecircnero no acircmbito do trabalho

Diante do exposto o presente trabalho tem como objetivos especiacuteficos buscar

obter o conhecimento acerca das regras trabalhistas de proteccedilatildeo agrave mulher tentar

apresentar o caminho percorrido pelas mulheres em busca de igualdade reconhecer

a importacircncia das proteccedilotildees agrave mulher no acircmbito trabalhista para que natildeo haja

discriminaccedilatildeo assim como propotildee fazer uma anaacutelise sobre as mudanccedilas nas leis

que constantemente satildeo alteradas para se adequar a atualidade e melhorar as

relaccedilotildees de trabalho

Do ponto de vista de organizaccedilatildeo o presente estudo foi dividido em trecircs

momentos Na primeira abordagem eacute realizada um levantamento sobre os paiacuteses

onde surgiram as primeiras regras trabalhistas e como que essas normas apontaram

aqui no Brasil passando tambeacutem por um olhar nas culturas e civilizaccedilotildees no sentido

de tentar demonstrar suas diferenccedilas em relaccedilatildeo agraves mulheres Avalia-se aqui as

relaccedilotildees de trabalho a discriminaccedilatildeo de gecircnero a submissatildeo das mulheres

desvalorizadas por suas famiacutelias e abusadas pelo empregador assim como o

surgimento das leis trabalhistas no mundo e no Brasil para entatildeo se chegar agrave

inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho e como as accedilotildees protetivas femininas

foram sendo aplicadas

Numa segunda etapa estatildeo apresentadas as peculiaridades que envolvem o

trabalho da mulher e que satildeo indispensaacuteveis para uma vida saudaacutevel Nesse

contexto entram a proteccedilatildeo agrave maternidade a licenccedila- gestante estendida agrave adotante

dentre outros entendimentos bem como os avanccedilos consideraacuteveis de proteccedilatildeo agrave

gestante e sua famiacutelia Sobre o salaacuterio-maternidade ressalta-se que se trata de um

benefiacutecio que eacute pago pela Previdecircncia Social justamente para evitar a discriminaccedilatildeo

no momento da contrataccedilatildeo da mulher algo que provavelmente aconteceria caso a

remuneraccedilatildeo deste periacuteodo ficasse por conta do empregador No entanto busca-se

entender como que mesmo com essa proteccedilatildeo agrave maternidade e essa constataccedilatildeo

as mulheres apoacutes o periacuteodo de estabilidade ainda continuam sendo demitidas ou

seja as medidas que eram para ser protetivas em alguns casos acabam por gerar

discriminaccedilatildeo

7

Jaacute o assunto da terceira abordagem retrata o trabalho da mulher e a reforma

trabalhista onde traz uma apresentaccedilatildeo da mais recente mudanccedila no Direito do

Trabalho Assim sendo eacute feito um breve comentaacuterio sobre a repercussatildeo dessa Lei

que em um ponto estabelece as negociaccedilotildees diretas entre empregador e

empregado Da mesma forma faz-se uma exposiccedilatildeo acerca dos meacutetodos locais de

trabalho da mulher obrigaccedilotildees das empresas para que as mulheres trabalhem em

lugares saudaacuteveis atividades insalubres e mudanccedilas que foram adotadas nas

regras do trabalho feminino

Por fim ressalta-se que em todos os capiacutetulos foram analisados doutrinas

jurisprudecircncias e dispositivos legais correspondentes agrave mateacuteria Tal mecanismo foi

empregado para se tentar buscar informaccedilotildees precisas e veriacutedicas no sentido de

procurar evidenciar os problemas atuais e de que forma o ordenamento juriacutedico atua

com todo o amparo legal

Para se alcanccedilar os objetivos propostos a metodologia empregada consiste

em uma pesquisa bibliograacutefica por meio do meacutetodo dedutivo quando foram

realizadas leituras anaacutelises e interpretaccedilotildees de artigos doutrinas jurisprudecircncias e

leis publicadas em livros e na internet que abordam esses temas como o instituto de

tentar responder o seguinte problema de pesquisa como ocorre a discriminaccedilatildeo

contra as mulheres e a desigualdade de gecircnero nas relaccedilotildees de trabalho e qual o

caminho na busca por melhorias

8

2 A EVOLUCcedilAtildeO DO DIREITO DO TRABALHO

Analisando o Direito do Trabalho eacute preciso pensar no crescimento da mateacuteria

Nesse sentido Martins (2014 p 3) ressalta que esse ramo do Direito eacute muito

dinacircmico e que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de trabalho satildeo muito frequentes

sendo para tanto indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria para entender as

questotildees da atualidade No capiacutetulo a seguir seratildeo apresentados toacutepicos da histoacuteria

do Direito Trabalho a vida dos trabalhadores antes das regras trabalhistas as

condiccedilotildees de trabalho e como essas regras foram surgindo primeiramente na

Europa e mais tarde no Brasil Como o objeto de estudo do presente trabalho foi a

discriminaccedilatildeo das mulheres quanto agrave inserccedilatildeo delas no mercado de trabalho e suas

proteccedilotildees o auxiacutelio das doutrinas mencionadas foram de extrema importacircncia para

esta anaacutelise Assim sendo a partir desse momento inicia-se a apresentaccedilatildeo

Martins (2014 p 3-4) revela que na Biacuteblia o trabalho foi considerado puniccedilatildeo

pois Adatildeo em consequecircncia de comer o fruto proibido como castigo teve de

trabalhar Trabalho vem do latim tripalium em caraacuteter uma ferramenta de tortura

como uma canga para usar nos animais no trabalho da lavoura para colheitas

Platatildeo e Aristoacuteteles deduziram que a dignidade do homem era baseada em negoacutecios

na metroacutepole por meio da palavra Quem fazia o trabalho braccedilal eram os escravos

que desempenhavam as praacuteticas serviccedilais enquanto as atividades nobres ficavam

com outras pessoas (MARTINS 2014 p 4)

Em Roma o trabalho era visto como degradante uma vez que os escravos eacute

que faziam o trabalho bruto Dessa forma Martins (2014 p 4) relata que estes eram

considerados coisa na Lex Aquilia (284 a C) O referido autor disse ainda que a

escravidatildeo foi o primeiro sistema de trabalho e que o escravo era usado ateacute sua

morte ou na medida em que conseguisse sair dessa situaccedilatildeo Poreacutem sem direito

algum muito menos trabalhista

No mesmo entendimento Garcia (2018 p 1) conta que o trabalhador era visto

como coisa sem direitos Na antiguidade no pensamento claacutessico grego o trabalho

era visto como um castigo Platatildeo e Aristoacuteteles natildeo consideravam que o trabalho

daria dignidade ao homem

Os servos na eacutepoca do feudalismo entregavam parte da produccedilatildeo rural pelo

uso da terra e pela proteccedilatildeo recebida dos senhores feudais Nesse aspecto Garcia

(2018 p 1-2) revela que o senhor feudal dava proteccedilatildeo militar e poliacutetica aos servos

9

que natildeo possuiacuteam liberdade De acordo com Nascimento (2010 p 39) natildeo havia

nenhum direito ao trabalhador pois era o patratildeo quem designava as circunstacircncias

de trabalho dos empregados A relaccedilatildeo de trabalho era livre em concordacircncia das

partes mas o patratildeo era quem determinava as regras Como nunca houve contrato

redigido poderia acabar ou mudar a relaccedilatildeo de trabalho como quisesse

O direito do trabalho nasceu do resultado de um assunto social antecipado pela

Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII e da atitude humanista que dispocircs assegurar a

dignidade do homem Nascimento (2010 p 32) explica que houve uma

inevitabilidade de obter regras juriacutedicas para regulamentar as relaccedilotildees individuais e

coletivas de trabalho agrave medida que o mundo da induacutestria foi expandindo

rapidamente

As situaccedilotildees precaacuterias das condiccedilotildees de trabalho no decorrer da evoluccedilatildeo da

Revoluccedilatildeo Industrial apresentavam graves riscos para a sauacutede e para a integridade

fiacutesica do empregado As doenccedilas ocorriam em consequecircncia do peacutessimo ambiente

laboral sendo que os acidentes de trabalho atingiam principalmente os metaluacutergicos

e os mineiros Sem receber salaacuterio durante o periacuteodo em que estavam doentes

permaneciam inseguros em relaccedilatildeo ao seu sustento jaacute que natildeo existiam normas

para que fossem protegidos Ademais o patratildeo tambeacutem natildeo se empenhava para

que as regras existissem (NASCIMENTO 2010 p 44)

Nessa perspectiva Nascimento (2010 p 44) pontua que natildeo eacute com precisatildeo

que se afirma a situaccedilatildeo dos salaacuterios dos empregados logo apoacutes a Revoluccedilatildeo

Industrial Em razatildeo de provas e documentos insuficientes natildeo eacute com seguranccedila a

apresentaccedilatildeo de uma anaacutelise da necessidade de vida Contudo historiadores

afirmam de um modo geral que os salaacuterios eram baixos Os salaacuterios nas induacutestrias

eram mais altos que na agricultura sendo que mulheres e menores recebiam menos

que os homens

A normatizaccedilatildeo juriacutedica de trabalho pelo Estado eacute moldada por particularidades

agraves quais satildeo denominadas de legislaccedilatildeo industrial Nascimento (2010 p 55) diz que

primeiramente as regras direcionavam-se aos empregados das induacutestrias e com o

desenvolvimento destas foram se estendendo para outras funccedilotildees

Nascimento (2010 p 55) revela ainda que o propoacutesito de proteger o trabalho

das mulheres e dos menores e a limitaccedilatildeo da jornada de trabalho eacute predominante na

legislaccedilatildeo industrial A maioria das normas nesse periacuteodo era destinada para esses

10

fins sendo que mais adiante ocorreu a intervenccedilatildeo do Poder Puacuteblico em defesa dos

mais pobres

Ainda nesse contexto Nascimento (2010 p 55) revela que a primeira regra de

destaque notaacutevel que demonstra a atitude do Estado eacute da Inglaterra 1601 nomeada

como Lei de Amparo aos Pobres admitindo o direito de receber ajuda das

autoridades puacuteblicas

Segundo Nascimento (2010 p 56) da mesma forma outra regra juriacutedica surgiu

para amparar o trabalhador na Inglaterra em 1802 quando da implantaccedilatildeo da Lei de

Peel Seu objetivo era regrar o trabalho dos menores aprendizes paroquianos dos

quais os domiacutenios das paroacutequias queriam se livrar levando-os aos proprietaacuterios das

induacutestrias Havia pelas paroacutequias o traacutefico de menores onde eram efetuados

contratos de compra e venda para que as induacutestrias adquirissem esses menores em

lotes Robert Peel criou uma lei que protegia estas crianccedilas regrando deveres de

educaccedilatildeo reduzindo a etapa de trabalho para 12 horas Normas relacionadas agrave

higiene tambeacutem foram introduzidas Delgado (2014 p 95) faz referecircncia agrave essa lei

como o Peelrsquos Act (1802) versando sobre o trabalho dos menores Essa lei natildeo foi

aderida mas Robert Peel em 1819 criou uma segunda lei que foi aprovada no

mesmo entendimento (NASCIMENTO 2010 p 56)

Nascimento (2010 p 57) aponta outra lei a fim de proteger os menores na

Inglaterra a Lei de 1833 criada para estabelecer regras de trabalho nas induacutestrias

Assim menores foram proibidos de trabalhar antes dos 9 anos de idade o limite de

jornada de trabalho dos menores de 13 anos passou para 9 horas e dos

adolescentes menores de 18 anos para 12 horas Foi proibido tambeacutem o trabalho

noturno e para fiscalizar o cumprimento das regras foram nomeados inspetores de

induacutestria

Mais tarde outras medidas se destacaram como a Lei de 1844 criada para

regrar o trabalho das mulheres fixando a jornada de trabalho em 10 horas Tambeacutem

as Leis de 1850 e de 1853 foram criadas para regrar a jornada laboral dos homens e

a Lei de 1842 proibindo as mulheres e menores de trabalhar em subsolo

(NASCIMENTO 2010 p 57)

Segundo Martins (2014 p 7) na Franccedila em 1813 foi vedado o trabalho de

menores nas minas Em 1814 foi proibido o trabalho aos domingos e feriados Em

1839 foi vedado o trabalho de menores de 9 anos e a jornada laboral dos menores

de 16 anos foi estabelecida em 10 horas Tambeacutem na Franccedila as Leis de 19 de

11

marccedilo e 02 de novembro de 1874 regravam a proteccedilatildeo do trabalho das mulheres e

das crianccedilas

Conforme Nascimento (2010 p 41) os menores trabalhavam em peacutessimas

condiccedilotildees de higiene e as casas de aprendizagem eram raras onde meninos e

meninas dividiam o mesmo dormitoacuterio sendo que para as mulheres as condiccedilotildees

natildeo eram diferentes

Em alguns paiacuteses o Direito do Trabalho eacute infiltrado nas Constituiccedilotildees alguns

exemplos satildeo o Meacutexico (1917 e 1962) o Peru (1933) a Aacuteustria (1925) a Ruacutessia

(1918 a 1935) e o Brasil (1934 1937 1946 1967 1969 1988) Em outros paiacuteses as

leis trabalhistas satildeo apresentadas no Coacutedigo Civil como na Itaacutelia no Coacutedigo das

Obrigaccedilotildees como na Suiacuteccedila enquanto no Brasil elas aparecem nas consolidaccedilotildees e

em leis especiais Nos Estados Unidos as convenccedilotildees coletivas respondem pela

maioria das normas juriacutedicas mediante negociaccedilotildees coletivas entre os sindicatos

envolvidos (NASCIMENTO 2010 p 59)

O Direito do Trabalho se concretizou natildeo somente por meio de leis

constitucionais e ordinaacuterias mas tambeacutem atraveacutes das convenccedilotildees promulgadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que tem forccedila de lei federal em muitos

paiacuteses Os tratados internacionais bilaterais ou multilaterais eram mais comuns nos

paiacuteses europeus em especial normatizando a previdecircncia social (NASCIMENTO

2010 p 59-60)

A Revoluccedilatildeo Francesa de 1789 e sua Constituiccedilatildeo revelaram o primeiro dos

direitos sociais e econocircmicos o Direito do Trabalho O Estado impocircs a

obrigatoriedade de suprir o empregado a sua subsistecircncia (MARTINS 2014 p 6)

Garcia (2018 p 2) cita que na Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII em razatildeo

da descoberta da maacutequina a vapor as induacutestrias precisaram de operaacuterios com

trabalho assalariado para substituir os escravos sendo um dos motivos que

promoveu o Direito do Trabalho

O estado deixa seu estado de abstenccedilatildeo e passa a intervir nas relaccedilotildees de trabalho impondo limitaccedilotildees agrave liberdade das partes para a proteccedilatildeo do trabalhador por meio da legislaccedilatildeo proibitiva de abusos do empregador como forma de preservar a dignidade do homem no trabalho (GARCIA 2018 p 2-3)

Martins (2014 p 6) revela que na Revoluccedilatildeo Industrial surgiram os salaacuterios e

os contratos de trabalho Os empresaacuterios davam preferecircncia para as mulheres que

12

aceitavam salaacuterios inferiores ao dos homens exercendo as mesmas funccedilotildees

Sujeitavam-se a jornadas excessivas de 14 a 16 horas diaacuterias a baixos salaacuterios e

trabalhavam em situaccedilotildees inconstantes prejudiciais agrave sauacutede para manter seus

empregos No veratildeo o andamento do trabalho era longo chegando a 18 horas e

muitas vezes acabavam com o pocircr-do-sol Induacutestrias iniciaram as atividades em

periacuteodo noturno quando foi inventado o lampiatildeo a gaacutes em 1792 e as jornadas de

trabalho foram reduzidas para 12 a 14 horas por dia (MARTINS 2014 p 5)

Para Martins (2014 p 9) ldquoo direito do trabalho surge para limitar os abusos do

empregador em explorar o trabalho e para modificar as condiccedilotildees de trabalhordquo

Com a chegada da maacutequina a vapor e outras modernizaccedilotildees trabalhadores

foram substituiacutedos gerando desemprego Com novas possibilidades a agricultura

tambeacutem contratou menos trabalhadores e mais pessoas acabaram desempregadas

Foram instauradas induacutestrias de carvatildeo como na Inglaterra Nestas induacutestrias o

trabalhador era sujeito agraves obrigaccedilotildees insalubres incecircndios explosotildees e intoxicaccedilatildeo

por gases tendo salaacuterios baixos e inuacutemeras horas trabalhadas Tambeacutem corriam

riscos de doenccedilas infecciosas por conta de trabalhar em lugares molhados como

tuberculose pneumonia entre outras Eram feitos contratos verbais onde

praticamente toda famiacutelia trabalhava e muitos morriam sem nenhuma assistecircncia

(MARTINS 2014 p 6)

Nascimento (2010 p 43) salienta que os empregadores eacute quem determinavam

as jornadas de trabalho conforme a sua vantagem Aos empregados soacute restava

cumprir o estabelecido onde menores mulheres e homens exerciam as mesmas

funccedilotildees intensas ou natildeo Em razatildeo disso foram surgindo as legislaccedilotildees que

regraram as horas diaacuterias trabalhadas A eletricidade surgiu em 1880

consequentemente os meacutetodos de trabalho tiveram que se adequar (MARTINS

2014 p 8)

O Estado natildeo intercedia nas relaccedilotildees de trabalho pois o trabalho era tido como

mercadoria e possibilitava o abuso do empregador para com o empregado Como a

ofertas de trabalho eram poucas e a procura era intensa o empregado aceitava

baixos salaacuterios e jornadas excessivas sem direito ao descanso ou feacuterias (MARTINS

2014 p 8) De acordo com Nascimento (2010 p 54) a intervenccedilatildeo do Estado

ocorreu a partir de 1938 com o pensamento neoliberalista No entanto essa natildeo foi

a uacutenica forma pela qual o intervencionismo se idealizou tendo tambeacutem apontado de

um estilo mais eminente com sistemas poliacuteticos de ditadura tanto de ldquoesquerdardquo

13

como de ldquodireitardquo O socialismo eacute um comportamento intervencionista que se

destacou mais precisamente no Leste da Europa enquanto o corporativismo se

destacou na Itaacutelia e o nazismo de Hitler na Alemanha

Eacute saacutebia a intervenccedilatildeo do Estado para que o trabalhador tenha dignidade

atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de proteccedilatildeo acentuando regras que estabeleccedilam

condiccedilotildees de trabalho dignas e que sejam eminentes ao patratildeo considerando

melhor situaccedilatildeo de vida social (NASCIMENTO 2010 p 54) Conforme Martins

(2014 p 7) o Estado interviu nas relaccedilotildees de trabalho movido pelos abusos que

eram cometidos A desigualdade era niacutetida a maacutequina era de propriedade do patratildeo

e assim o trabalhador era submisso pois natildeo tinha nada A intervenccedilatildeo do Estado

teve como objetivo o bem-estar do trabalhador e melhorias nas circunstacircncias de

trabalho quando o empregado passou a ser favorecido pelas leis

Na Espanha foram estabelecidas regras que regulamentavam o trabalho dos

menores e das mulheres com leis em 1873 18781900 e 1912 Tambeacutem na Franccedila

em 1874 estabeleceram-se proteccedilotildees juriacutedicas para menores e mulheres Em 1893

uma lei regulou a seguranccedila e a higiene nas empresas (MARTINS 2014 p 7)

A Constituiccedilatildeo do Meacutexico em 1917 foi a primeira a tratar do assunto no art

123 estabelecendo vaacuterias regras de proteccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de trabalho de

menores de 12 anos jornada de oito horas descanso semanal proteccedilatildeo agrave

maternidade entre outros (MARTINS 2014 p 9)

Depois a Constituiccedilatildeo de Weimar em 1919 Martins (2014 p 9) menciona que

a mesma passou a regularizar a participaccedilatildeo dos empregados nas empresas tendo

representaccedilatildeo nas empresas estabelecendo um sistema de seguro social e fixando

salaacuterios e melhores condiccedilotildees de trabalho

No acircmbito internacional o Tratado de Versalles de 1919 prenunciou a

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que abrange os direitos trabalhistas

internacionalmente decretando convenccedilotildees (MARTINS 2014 p 9)

Garcia (2018 p 3) conta que na Itaacutelia a Carta del Lavoro em 1927

implementou um sistema corporativista que foi abrangido por outros sistemas

poliacuteticos como de Portugal da Espanha e do Brasil

A criaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas apoacutes a Segunda Guerra Mundial

(1939-1945) resultou na aprovaccedilatildeo da Carta das Naccedilotildees Unidas na Conferecircncia de

Satildeo Francisco (1945) Segundo Garcia (2018 p 4) a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia

14

aprovada pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em 1944 expandindo os

princiacutepios do Tratado de Versalles

Em 1946 houve a vinculaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho agrave

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas como entidade versada agrave regulamentaccedilatildeo

internacional do trabalho Garcia (2018 p 4) referencia o novo texto constitucional

da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho aprovado em Conferecircncia Internacional

do Trabalho em 1946 com a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia anexada E ainda no acircmbito

internacional trouxe diversos direitos trabalhistas em 1948 com a Declaraccedilatildeo

Universal dos Direitos Humanos

O Direito do Trabalho eacute uma vitoacuteria da humanidade ao longo da histoacuteria

criando direitos fundamentais para melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores

Assim evitou abusos e que o capital e a busca pelas vantagens prejudicassem os

membros da sociedade menos favorecidos assegurando dignidade de vida

(GARCIA 2018 p 4)

Da mesma maneira o Direito do Trabalho proporciona o desenvolvimento do

sistema econocircmico em meacutetodos aceitaacuteveis viabilizando assim o progresso das

instituiccedilotildees e o bem-estar coletivo Segundo Garcia (2018 p 4) o Direito do

Trabalho tem papel importante para garantir o miacutenimo de dignidade e justiccedila social

Conforme Garcia (2018 p 5) o Direito do Trabalho eacute um procedimento

necessaacuterio que embasa o proacuteprio sistema econocircmico-social Cabe ressaltar que o

Direito do Trabalho impossibilita ateacute mesmo um eventual colapso no sistema

podendo suceder de niacuteveis de miseacuteria e desigualdade afetando as condiccedilotildees de

consumo e conduzindo os proacuteprios possuidores a decadecircncia

Para Delgado (2012 p 83) o Direito do Trabalho natildeo surgiu apenas para

incendiar o sistema econocircmico Com a Revoluccedilatildeo Industrial na Inglaterra no

seacuteculo XVIII certamente buscou tambeacutem ponderar os abusos da utilizaccedilatildeo da forccedila

de trabalho propondo a civilidade para o trabalhador

Os direitos trabalhistas satildeo garantidos na composiccedilatildeo dos direitos

fundamentais em ligaccedilatildeo com as normas da dignidade da pessoa humana e da

justiccedila social Viu-se ao longo dessa redaccedilatildeo como eram as condiccedilotildees que

enfrentavam os trabalhadores para adquirir uma vida digna bem como a intervenccedilatildeo

do Estado para amenizar os abusos do empregador sendo possiacutevel entender um

pouco sobre o Direito em questatildeo Seguindo na apresentaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do Direito

15

do Trabalho na sequecircncia seraacute descrito como surgiram as primeiras regras no

Brasil

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil

Devido agrave criaccedilatildeo de regras trabalhistas na Europa e agraves instituiccedilotildees

internacionais que versavam sobre o Direito do Trabalho o Brasil teve influecircncia

para se adequar a essas regras Martins (2014 p 11) relata que as criaccedilotildees de

normas trabalhistas no Brasil foram estipuladas pelas mudanccedilas na Europa em

consequecircncia da Primeira Guerra Mundial e do surgimento da Organizaccedilatildeo

Internacional do Trabalho (OIT) em 1919 Imigrantes chegados ao Brasil deram

iniacutecio a movimentos e protestos pleiteando melhores circunstacircncias de trabalho

Destaca Nascimento (2010 p 88) que apoacutes a Aboliccedilatildeo da Escravatura e a

Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica surgiu o periacuteodo liberal do Direito do Trabalho embora

pequenos movimentos sem maior relevacircncia colaborassem para o progresso das

leis no paiacutes

Primeiramente as Constituiccedilotildees versavam apenas sobre o sistema de

governo Martins (2014 p 10) conta que mais tarde comeccedilaram a tratar de diversos

ramos do Direito em especial o Direito do Trabalho

A maior concentraccedilatildeo de pessoas se destacou nas grandes cidades como o

Rio de Janeiro em 1890 na eacutepoca capital federal e em Satildeo Paulo em 1900 No

entanto havia um grande nuacutemero de induacutestrias como oficinas de calccedilados

vestuaacuterio moacuteveis e tintas normalmente abertas em galpotildees ou no fundo de

armazeacutens sendo locais de difiacutecil acesso para a fiscalizaccedilatildeo A populaccedilatildeo foi

aumentando nesses estados e a maioria dos trabalhadores eram imigrantes

italianos portugueses espanhoacuteis que ocupavam cargos de operaacuterios nas induacutestrias

(NASCIMENTO 2010 p 88-89)

Nascimento (2010 p 89) cita que se formavam as circunstacircncias para que o

trabalho subordinado fosse regido por lei No entanto o Poder Puacuteblico que era

devoto ao princiacutepio liberalista e sua inspiraccedilatildeo permanecia isento a qualquer

contestaccedilatildeo No periacuteodo existiu um grande nuacutemero de greves e movimento poliacutetico

Conforme Nascimento (2010 p 96) as primeiras regras surgiram

respectivamente em 1903 pelo Decreto 979 de 06 de janeiro de 1903 (BRASIL

1903 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em 1937 pelo Decreto Legislativo 1637 que

16

versava sobre os sindicatos em 1891 pelo Decreto 1313 de 17 de janeiro de 1891

(BRASIL 1891 lthttpwww2camaralegbrgt) que dispunha sobre a proteccedilatildeo de

menores regrando a fiscalizaccedilatildeo nas faacutebricas onde havia um grande nuacutemero de

menores trabalhando e pelo Decreto 1150 de 1904 que regrava sobre os salaacuterios

estabelecendo a carteira agriacutecola (BRASIL 1904 lthttpwww2camaralegbrgt)

Em 1930 Getuacutelio Vargas entatildeo Presidente da Repuacuteblica idealizou uma

poliacutetica trabalhista Em razatildeo da expansatildeo da induacutestria Getuacutelio editou leis

trabalhistas com a intenccedilatildeo de moderar as manifestaccedilotildees No entanto jaacute existiam

leis ordinaacuterias regulando o trabalho de menores em 1891 em 1903 a organizaccedilatildeo

dos sindicatos rurais e em 1907 sindicatos urbanos (MARTINS 2014 p 11)

A Lei 30711916 (BRASIL 1916 lthttpwwwplanaltogovbrgt) aprovou o

Coacutedigo Civil e corrigido pela Lei 3725 de 15 de janeiro de 1919 (BRASIL 1919

lthttpwwwplanaltogovbrgt) surgiram regras sobre locaccedilatildeo de serviccedilos o que

antecede a histoacuteria do contrato de trabalho das leis posteriores e especiais Duas

regras consideraacuteveis surgem em 1923 a Lei 4682 (BRASIL 1923

lthttpwwwplanaltogovbrgt) intitulada de Lei Eloacutei Chaves criou a caixa de

aposentadoria e pensotildees para os ferroviaacuterios e a estabilidade para os mesmos ao

completarem 10 anos de emprego exceto se ocorresse falta grave O Decreto

16027 (BRASIL 1923 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 30 de abril estabeleceu o

Conselho Nacional do Trabalho ldquooacutergatildeo consultivo dos poderes puacuteblicos em

assuntos referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho e da previdecircncia socialrdquo

(NASCIMENTO 2010 p 97-98)

Versando sobre as feacuterias foi criada a Lei 4982 de 25 de dezembro de 1925

(BRASIL 1925 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Depois disso houve o Decreto

17934-A (BRASIL 1927 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 1927 e o Coacutedigo de

Menores estabelecendo proteccedilotildees ao trabalho dos menores (NASCIMENTO 2010

p 98)

Na deacutecada de 1930 vaacuterios Decretos do Poder executivo que versavam sobre

as relaccedilotildees de trabalho foram implantados Garcia (2018 p 5) evidencia o Decreto

211751932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que instituiu a Carteira

de Trabalho assim como a duraccedilatildeo da jornada de trabalho em diversos setores da

atividade econocircmica com o Decreto 211861932 (BRASIL 1932

lthttpwww2camaralegbrgt) e na induacutestria o Decreto 213641932 (BRASIL 1932

17

lthttpwww2camaralegbrgt) sobre a jornada de trabalho e o trabalho de menores

por meio do Decreto 220421932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Conforme Delgado (2014 p 107) a evoluccedilatildeo do Direito do Trabalho no Brasil

tem a fase mais significativa entre 1888 a 1930 Foi um periacuteodo em que a relaccedilatildeo de

emprego se mostrou expressiva principalmente no setor agriacutecola cafeeiro de Satildeo

Paulo na industrializaccedilatildeo profissional da capital paulista e do Distrito Federal

O Ministeacuterio do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio foi criado em 1930 quando

passou a expedir decretos sobre o trabalho das mulheres (214171932) (BRASIL

1932 lthttpwww2camaralegbrgt) salaacuterio miacutenimo (1936) e a Justiccedila do Trabalho

(1939) Conforme Martins (2014 p 11) a primeira Constituiccedilatildeo brasileira a tratar

especificamente do Direito do Trabalho eacute a de 1934 regulando diversas proteccedilotildees

trabalhistas Depois a Constituiccedilatildeo de 1937 regulou os sindicatos nas relaccedilotildees de

trabalho quando um imposto sindical foi estipulado Tambeacutem teve a competecircncia

dos tribunais de trabalho que tinha como propoacutesito intervir nas relaccedilotildees de trabalho

buscando o entendimento entre patratildeo e empregado

Garcia (2018 p 6) explica que a Constituiccedilatildeo Federal de 1937 (BRASIL 1937

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta a intervenccedilatildeo do Estado com

particularidades do meacutetodo corporativista Foi instaurado um sindicato exclusivo

ligado ao Estado a greve foi proibida pois era vista como artificio desagradaacutevel e

negativo agrave economia

Em razatildeo das normas existentes espalhadas entendeu-se a utilidade de um

sistema de regras Para isso foi lanccedilado o Decreto-Lei 5452 de 1ordm-5-1943

homologando a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho a CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e consolidando as leis jaacute existentes (MARTINS 2014

p 12)

Adiante as Constituiccedilotildees seguintes trouxeram mais benefiacutecios para o

trabalhador como repouso semanal remunerado participaccedilatildeo de lucros para os

empregados e direito de greve previstos na Constituiccedilatildeo de 1946 Martins (2014 p

12) conta que legislaccedilotildees ordinaacuterias avanccedilaram citando entre elas a Lei 585972

(BRASIL 1972 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre o trabalho domeacutestico

Garcia (2018 p 6) menciona a Lei 605 de 05 de janeiro de 1949 (BRASIL

1949 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o repouso semanal

remunerado e remuneraccedilatildeo de feriados e a Lei 2757 de 23 de abril de 1956

(BRASIL 1956 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre as regras de trabalho

18

dos porteiros zeladores faxineiros e serventes de preacutedios A Lei 3207 de 18 de

julho de 1957 (BRASIL 1957 lthttpwwwplanaltogovbrgt) regulava o trabalho dos

viajantes e a Lei 40901962 a gratificaccedilatildeo natalina (BRASIL 1962

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

sustentou os direitos trabalhistas das Constituiccedilotildees anteriores e estabeleceu o

Fundo de Garantia do Tempo de Serviccedilo na Lei 51071966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) dentre outras diversas leis sobre o emprego

domeacutestico em 1972 sobre o trabalho rural teve a Lei 58891973 (BRASIL 1973

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e o trabalho temporaacuterio foi regrado na Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 6)

Em 1988 foi aprovada a Constituiccedilatildeo atual versando sobre os direitos

trabalhistas estes incluiacutedos no Capitulo II ldquoDos Direitos Sociaisrdquo e do Titulo II ldquoDos

Direitos e Garantias Fundamentaisrdquo No entendimento de alguns doutrinadores o

art 7ordm da Constituiccedilatildeo Federal surge como a verdadeira Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho com diversos direitos trabalhistas abrigados (MARTINS 2014 p 12)

Delgado (2012 p 86) aponta que sem duacutevida o nuacutecleo principal do Direito do

Trabalho estaacute situado nas relaccedilotildees empregatiacutecias de trabalho surgindo diversos

institutos regras e princiacutepios que norteiam essa relaccedilatildeo juriacutedica

Acerca da polecircmica Reforma trabalhista aprovada mesmo em contradiccedilatildeo aos

direitos dos empregados na Constituiccedilatildeo Garcia (2018 p 7) revela que a Lei

134672017 modificou a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 e as

Leis 601974 80361990 e 821291 com a finalidade de adaptar a legislaccedilatildeo agraves

atuais relaccedilotildees trabalhistas

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho

Independentemente do significativo trabalho das mulheres nas atividades

domeacutesticas e em outras funccedilotildees na Idade Meacutedia foi na Revoluccedilatildeo Industrial o

momento histoacuterico da inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Na Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres foram introduzidas no mercado de trabalho com intensivas

jornadas laborais salaacuterios baixos e condiccedilotildees desumanas de trabalho (FONSECA

2015 p 91)

19

Antes disso apoacutes o periacuteodo preacute-histoacuterico a mulher passou a ser reconhecida

como Grande Deusa Desse ponto de vista Freitas (2015 p 11) revela que a

mulher era santificada e glorificada e em razatildeo disso obteve poderes Controlavam

dinheiro e propriedades e direitos especiais no casamento Assim os homens

cediam seus desejos Muitas eram vistas nos campos de batalha lutando como

homens O Egito antigo foi destaque na veneraccedilatildeo pelas mulheres

No periacuteodo da Idade Antiga nas civilizaccedilotildees gregas e romanas quando a

mulher deixava a casa da famiacutelia em razatildeo do casamento ou por outros motivos

deveria seguir as crenccedilas do marido e rezar pelo seu Deus Na eacutepoca cada famiacutelia

tinha um Deus diferente e a mulher aprenderia com seu marido a venerar aqueles

que protegiam a famiacutelia dele (FREITAS 2015 p 12)

Conforme Freitas (2015 p 12) se a mulher fosse esteacuteril o homem poderia

pedir o divoacutercio e se o homem fosse esteacuteril deveria ser substituiacutedo pelo irmatildeo ou

parente mais proacuteximo do marido A mulher era obrigada a entregar-se para este

homem sendo que isso acontecia nas mesmas civilizaccedilotildees mencionadas

anteriormente

A mesma mulher deveria se casar com o parente mais proacuteximo do marido

falecido caso ficasse viuacuteva sem filhos Freitas (2015 p 12) diz que a participaccedilatildeo

do homem era essencial principalmente no nascimento Isto eacute quando nascia filha

mulher natildeo satisfazia a importacircncia do seguimento dos deuses daquela famiacutelia

Conforme jaacute mencionado as mulheres seguiam o Deus do marido

A desigualdade natildeo parava por aiacute conforme Freitas (2015 p 12) no momento

da divisatildeo da heranccedila se jaacute fossem casadas as mulheres natildeo teriam direito a nada

Existia particularmente uma proibiccedilatildeo religiosa em relaccedilatildeo a isso As regras ateacute

mudavam de um lugar para outro mas frequentemente as filhas mulheres natildeo

herdavam nada ou quando herdavam era uma porcentagem menor que a dos filhos

homens

Afastando um pouco das relaccedilotildees de famiacutelia e religiotildees pode-se apontar que o

trabalho feminino conforme registros mais antigos de Roma as mulheres exerciam

diversas funccedilotildees como lavadeira bibliotecaacuteria meacutedica parteiras costureiras e

cabeleireiras (FREITAS 2015 p 13) A jornada de trabalho era excessiva devido a

maacute distribuiccedilatildeo das tarefas mas as mulheres natildeo se queixavam

20

Em algumas civilizaccedilotildees era atribuiacuteda agrave mulher a principal forccedila de trabalho

(FREITAS 2015 p 15) como a construccedilatildeo de represas no Havaiacute e na Austraacutelia a

pesca e a retirada de algas

No Brasil de acordo com Ribeiro e Jesus (2016 p 43) a partir dos anos 70 a

inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho obteve crescimento Um dos motivos

foi a busca de ajuda para o sustento da famiacutelia

Ademais a Segunda Guerra Mundial teve importante contribuiccedilatildeo para que a

mulher fosse buscar emprego Enquanto seus maridos lutavam nos campos de

batalha essas teriam que lutar pelo sustento familiar A ausecircncia masculina fez com

que o trabalho feminino suprisse essas vagas Devido ao processo de

industrializaccedilatildeo e do aumento de empresas em diversos ramos como petroliacuteferos

quiacutemicos sideruacutergicos e automobiliacutestico na deacutecada de 1940 a inserccedilatildeo das

mulheres no mercado de trabalho teve um aumento intenso (RIBEIRO JESUS

2016 p 44)

O entendimento de Freitas (2015 p 22) revela que o trabalho feminino se

destacou no Brasil no periacuteodo industrial entre 1850 e 1950 As mulheres se

integraram ao setor fabril e a matildeo de obra feminina ocupava 76 do trabalho em

1872 Mais tarde em 1950 esse nuacutemero diminuiu para 20 sendo o motivo

justificado devido ao grande nuacutemero de migraccedilotildees e o aumento da matildeo de obra

masculina

Com o decliacutenio do trabalho feminino matildees tinham a obrigaccedilatildeo de cuidar dos

filhos e preparaacute-los para o trabalho orientando para que se adaptassem com as

rotinas de trabalho e fossem disciplinados (FREITAS 2015 p 22)

Grandes discriminaccedilotildees sofridas pelo gecircnero feminino ocorreram em razatildeo da

ldquocultura do machismordquo destaque no Brasil ao contraacuterio dos paiacuteses europeus que

usaram a matildeo de obra feminina no tempo da 2ordm Guerra Mundial tornou a inclusatildeo

das mulheres no mercado de trabalho mais difiacutecil Conforme Freitas (2015 p 24) na

Europa perante a necessidade do sustento familiar e matildeo de obra o preconceito

perdeu forccedila e nos paiacuteses latino-americanos como no Brasil principalmente a

discriminaccedilatildeo manteve-se resistente em razatildeo de natildeo ter existido momentos de

crise

Mulheres como ex-escravas por exemplo de acordo com Freitas (2015 p 23)

eram vistas com mais frequecircncia em trabalhos domeacutesticos lavadeira passadeira e

21

cozinheira devido ao baixo niacutevel social Jaacute as mulheres jovens podiam ser vistas

como professoras enfermeiras entre outras

A mulher sempre desempenhou a funccedilatildeo de serva sendo diferenciada pelo

gecircnero foi vista como matildee esposa e era necessaacuterio pedir permissatildeo ao marido

para os atos da vida civil As mulheres natildeo tinham direito de escolha (FREITAS

2015 p 21) e os casamentos no periacuteodo colonial eram arranjados Mais tarde nos

anos de 1800 passaram a ter mais liberdade

Freitas (2015 p 22) diz que num primeiro momento a mulher tinha suas

principais obrigaccedilotildees como matildee dedicada preocupada com a educaccedilatildeo dos filhos e

em um segundo momento de respeitar o marido e ser submissa a ele

Eacute indispensaacutevel salientar que apesar de toda evoluccedilatildeo dos direitos trabalhistas

e da ocupaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho ainda haacute resistecircncia em relaccedilatildeo

ao trabalho feminino As discriminaccedilotildees satildeo culturais e histoacutericas e o preconceito

perdura na sociedade e enfrenta frequentes desafios (FONSECA 2015 p 93)

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho

Avaliando os acontecimentos eacute notoacuteria a necessidade da inserccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho e o seu reconhecimento assim como o crescimento

feminino e as reivindicaccedilotildees por seus direitos de igualdade Observando as

condiccedilotildees de trabalho em que as mulheres eram expostas foram surgindo medidas

de proteccedilatildeo

Todo mundo sabe que a mulher sempre foi discriminada nunca teve as mesmas oportunidades asseguradas aos homens Nossa cultura patriarcal gerou uma sociedade machista em que a mulher ocupava um papel subalterno Excluiacuteda ficava confinada ao reduto da casa tendo por uacutenica missatildeo a assistecircncia da famiacutelia a organizaccedilatildeo do lar o apoio ao marido e o cuidado dos filhos (FONSECA apud DIAS 2015 p 91)

Freitas (2015 p 11) conta que as mulheres de uma forma ou de outra sempre

estiveram inseridas no mercado de trabalho seja na caccedila na costura no cuidado de

crianccedilas na fabricaccedilatildeo de ferramentas na lida com ervas e com plantas medicinais

assim como na cozinha A caccedila era entre homens e mulheres que se ajudavam

No seacuteculo XIX Garcia (2018 p 1063) relata que durante a Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres recebiam salaacuterios inferiores aos dos homens e as condiccedilotildees

22

de trabalho eram horriacuteveis As mulheres eram expostas a trabalhos prejudiciais agrave

sauacutede pondo sua vida em risco

Essa situaccedilatildeo era de grande risco para as famiacutelias sendo que assim tiveram

iniacutecio as primeiras legislaccedilotildees protetivas para as mulheres Em virtude das medidas

protetivas as mulheres eram discriminadas com frequecircncia pois os empregadores

tinham receio em contratar a matildeo de obra feminina por ter regras protetivas e assim

contratavam homens (GARCIA 2018 p 1063)

Revela Garcia (2018 p 1065) que no Brasil as regras de proteccedilatildeo tambeacutem

geraram discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Em face disso foram

criadas normas proibitivas agrave discriminaccedilatildeo

A proteccedilatildeo especial apenas passa a se justificar nos aspectos realmente diferenciados e peculiares notadamente quando ao estado de gestante e maternidade que satildeo de responsabilidade da sociedade como um todo natildeo podendo servir de fatores de discriminaccedilatildeo contra a mulher (GARCIA 2018 p 1065)

As primeiras legislaccedilotildees surgiram na Inglaterra em 1842 proibindo a mulher

de trabalhar em lugares subteacuterreos Em 1844 a jornada de trabalho da mulher foi

limitada para 12 horas e tambeacutem assim como o periacuteodo noturno Em 1874 na

Franccedila entrou em vigor uma lei que proibia a mulher de trabalhar em minas e

pedreiras Em 1878 as mulheres foram proibidas de exercer funccedilotildees em lugares

insalubres (MARTINS 2014 p 661)

A Lei de 2111892 estabeleceu que a mulheres tivessem jornada de trabalho

de apenas de 11 horas A Lei de 28121909 concedeu agraves mulheres gestantes

descanso de oito semanas natildeo remunerado proibindo a carga de materiais

pesados (MARTINS 2014 p 661)

O Tratado de Versalles determinou o princiacutepio da igualdade salarial entre

homens e mulheres que foi acolhido em diversos paiacuteses inclusive o Brasil

(MARTINS 2014 p 661)

Compete somente a Uniatildeo legislar sobre mateacuteria trabalhista diz o art 22 I e

XVI da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) mas isso natildeo impede a

aplicaccedilatildeo das convenccedilotildees internacionais ratificadas pelo Brasil estas criadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) Esta eacute a corporaccedilatildeo responsaacutevel pelo

controle e lanccedilamento de normas referentes ao trabalho no plano internacional com

o objetivo de regimentar as relaccedilotildees de trabalho atraveacutes das convenccedilotildees

23

recomendaccedilotildees e resoluccedilotildees planejando proteger as relaccedilotildees entre empregados e

empregadores na esfera internacional Desde 1950 o Brasil tem representaccedilatildeo da

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em seu territoacuterio (FREITAS 2015 p 33)

Freitas (2015 p 33-34) destaca diversas convenccedilotildees direcionadas agrave proteccedilatildeo

feminina sendo uma delas a Convenccedilatildeo nordm 3 procedendo sobre o trabalho antes e

depois do parto Na sequecircncia houve a Convenccedilatildeo nordm 4 tratando do trabalho

noturno das mulheres em induacutestrias com exceccedilatildeo das oficinas da famiacutelia ambas

convocadas em 29 de outubro de 1919 A Convenccedilatildeo nordm 41 foi ratificada em relaccedilatildeo

agraves disposiccedilotildees sobre o trabalho noturno na sessatildeo da OIT realizada em Genebra e

encerrada em 23 de junho de 1934 A Convenccedilatildeo nordm 45 vedou o trabalho das

mulheres em minas de qualquer natureza e subterracircneos sendo aprovada um ano

apoacutes a Convenccedilatildeo nordm 41 passando a vigorar em 30 de maio de 1937

A Convenccedilatildeo nordm 100 tratava da desigualdade salarial entre homens e mulheres

exercendo a mesma funccedilatildeo tendo sido aprovada em 1951 em Genebra entrando

em vigor em 23 de maio de 1953 no acircmbito internacional Freitas (2015 p 34)

salienta que a Convenccedilatildeo nordm 103 se refere agrave proteccedilatildeo agrave maternidade e entrou em

vigor em 7 de junho de 1958 Tambeacutem em 1958 a Convenccedilatildeo nordm 111 abordou as

discriminaccedilotildees relacionadas a emprego e profissatildeo tendo entrado em vigor em 15

de junho de 1960

A Convenccedilatildeo nordm 127 de 1967 entrou em vigor em 10 de marccedilo de 1970

referente ao levantamento de pesos A convenccedilatildeo nordm 156 de 1981 discorre sobre a

igualdade de oportunidades para ambos os sexos tanto nas relaccedilotildees de trabalho

como na esfera familiar Jaacute a Convenccedilatildeo nordm 171 delimita as horas do trabalho

noturno

Em 1974 foi assinada a Convenccedilatildeo sobre a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo

contra a Mulher de todas as formas aprovada pela Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

(ONU) Freitas (2015 p 34) conta que a convenccedilatildeo trata dos direitos relacionados

ao emprego e agraves condiccedilotildees de igualdade entre os sexos que deveriam ser

observadas

O termo discriminaccedilatildeo compreende toda distinccedilatildeo exclusatildeo ou preferecircncia baseada em motivos de raccedila cor sexo religiatildeo opiniatildeo politica ascendecircncia nacional ou origem social que tenha como efeito anular a igualdade de oportunidades ou de tratamento em emprego ou profissatildeo (MARTINS 2014 p 544)

24

O Decreto 21417-A de 17 de maio de 1932 (BRASIL 1932 lthttp

www2camaralegbrgt) foi a primeira norma que surgiu sobre o trabalho feminino no

Brasil (GARCIA 2018 p 1066) proibindo a mulher de trabalhar agrave noite A

Constituiccedilatildeo de 1934 (BRASIL 1934 lthttpwwwplanaltogovbrgt) foi fundamental

quando considerou a proibiccedilatildeo da desigualdade de salaacuterios entre homens e

mulheres proibindo o trabalho da mulher em locais insalubres garantindo o repouso

antes e depois do parto sem prejudicar o salaacuterio com seguranccedila de previdecircncia em

benefiacutecio da maternidade e amparo agrave maternidade (GARCIA 2018 p 1066)

Na Constituiccedilatildeo de 1937 (BRASIL 1937 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

mulher gestante conquistou assistecircncia meacutedica e higiecircnica e consequentemente o

benefiacutecio de descanso antes e depois do parto sem perda de salaacuterio A

Constituiccedilatildeo de 1946 (BRASIL 1946 lthttpwwwplanaltogovbrgt) idem a

Constituiccedilatildeo de 1937 assegurava a assistecircncia sanitaacuteria hospitalar e meacutedica agrave

gestante Em 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Constituiccedilatildeo

seguiu os mesmos criteacuterios da CF37 (GARCIA 2018 p 1066)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) tambeacutem

deu agrave mulher o direito agrave aposentadoria com 30 anos de trabalho com salaacuterio

completo Os artigos 389 e 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT)

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) permitiam que as empregadas

guardassem seus filhos no periacuteodo em que estavam trabalhando na empresa

descansando quatro semanas antes e oito semanas depois do parto Em 1969 a

Emenda Constitucional nordm 1 seguiu paracircmetros da CF37 e CF46 (MARTINS 2014

p 664)

A Constituiccedilatildeo de 1988 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

oportunizava a licenccedila agrave gestante sem detrimento no emprego e salaacuterio e com

duraccedilatildeo de 120 dias Importante ressaltar que o homem em caso de falecimento da

genitora passa a ter o mesmo direito podendo usufruir da proteccedilatildeo para que repare

a condiccedilatildeo de seu filho nos primeiros meses de vida conforme disposto no artigo

392-B da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS 2008 p 576)

Por conseguinte em 01 de maio de 1943 foi editada a Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assentando o tema jaacute

existente A CLT sistematizou a legislaccedilatildeo diversa jaacute efetiva no periacuteodo em que foi

publicada Todavia criou novos regimentos sendo a primeira regra geral aplicaacutevel

para todos os empregados Atualmente as relaccedilotildees de trabalho satildeo regidas por

25

esta lei a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Tambeacutem abrange relaccedilotildees coletivas

como as entidades sindicais ou grupos de trabalhadores No Decreto-lei 6353 de

20-3-1944 (BRASIL 1944 lthttpwwwplanaltogovbrgt) houve a primeira alteraccedilatildeo

que admitia o trabalho agrave noite da mulher que tivesse 18 anos mas em poucas

funccedilotildees (MARTINS 2008 p 575)

Garcia (2018 p 1067) cita que o poder puacuteblico cria mecanismos para que a

mulher tenha seus direitos garantidos tambeacutem no ambiente familiar sem

discriminaccedilatildeo com respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar evitando a crueldade

e a opressatildeo Nesse sentido a Lei 113402006 (BRASIL 2006

lthttpwwwplanaltogovbrgt) previne a violecircncia domeacutestica protegendo a mulher do

asseacutedio familiar

As garantias da Constituiccedilatildeo Federal e da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

estabelecem que sejam inadmissiacuteveis as desigualdades entre homens e mulheres

no ambiente de trabalho A mulher era tratada como incapaz pelo Coacutedigo Civil de

1916 Essa situaccedilatildeo mudou com o Estatuto da Mulher Casada Lei 4121 de 27-08-

62 (BRASIL 1962 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (MARTINS 2008 p 577)

Garcia (2018 p 1069) afirma que as leis de proteccedilatildeo agrave mulher centralizaram

mais em motivos que chamam atenccedilatildeo como as mulheres gestantes e a

maternidade Esses dois aspectos natildeo devem servir de razatildeo para a discriminaccedilatildeo e

diferenciaccedilatildeo salarial nem para a contrataccedilatildeo do trabalho feminino

Relata Carrion (2014 p 330)

O direito da empregada gestante manter-se no emprego sem prejuiacutezo dos salaacuterios com consequente restriccedilatildeo ao direito de resiliccedilatildeo unilateral do contrato sem justa causa pelo empregador sob pena de sujeitar-se agraves reparaccedilotildees legais nasce com a concepccedilatildeo e projeta-se ateacute cinco meses apoacutes o parto

Existem prejulgamentos provenientes da sociedade Por isso existem as

medidas de proteccedilatildeo para atuarem onde ocorrem determinadas peculiaridades

Medidas foram criadas para que a discriminaccedilatildeo em razatildeo da desigualdade de

gecircnero seja banida nas empresas nos quesitos de admissatildeo e remuneraccedilatildeo no

mercado de trabalho Notadamente existem discriminaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave mulher

sendo um aspecto cultural em uma sociedade machista onde as mulheres sempre

ocuparam papeacuteis subalternos apenas cuidando da casa e dos filhos As proteccedilotildees

26

especiais agraves mulheres devido agraves suas peculiaridades natildeo devem servir de motivo

para a discriminaccedilatildeo poreacutem muitas vezes causam efeito contraacuterio

27

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO DA MULHER NO DIREITO DO TRABALHO

Diante das situaccedilotildees trazidas no capiacutetulo anterior onde foram expostos os

problemas enfrentados pelas mulheres como a exploraccedilatildeo a discriminaccedilatildeo e a

desigualdade de gecircnero as diferenccedilas eram claras Para tanto medidas de

proteccedilatildeo ao trabalho feminino foram criadas Nota-se as primeiras leis que versavam

sobre o trabalho da mulher como a proibiccedilatildeo de trabalhar em lugares subteacuterreos a

jornada de trabalho estabelecida em 12 horas o trabalho vedado em minas e

pedreiras assim como no periacuteodo noturno e nas funccedilotildees insalubres bem como em

relaccedilatildeo a um periacuteodo de descanso de 8 (oito) semanas para as gestantes natildeo

remunerado Essas regras tiveram constante evoluccedilatildeo

Nesse momento seraacute apresentado o progresso dessas regras e uma anaacutelise

das normas de proteccedilatildeo que a cada dia sofrem alteraccedilotildees sendo um assunto onde

sempre haacute novidades A abordagem a seguir mostra as peculiaridades do trabalho

da mulher em especial a proteccedilatildeo agrave maternidade a comeccedilar nessa oportunidade

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade

Estudando a caminhada da mulher no mercado de trabalho a forma como

eram tratadas abusadas sem direitos seguimos nesse capiacutetulo relatando as

peculiaridades que trazem proteccedilatildeo ao trabalho feminino Depois de constatar os

motivos pelo quais foram criadas regras de proteccedilatildeo apresentamos medidas

especiacuteficas para que a desigualdade de gecircnero seja banida do acircmbito trabalhista

Nesse contexto podemos destacar que a proteccedilatildeo agrave maternidade eacute o

benefiacutecio mais relevante da empregada ldquoOs preceitos que regulam o trabalho

masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a

proteccedilatildeo especial instituiacuteda neste Capiacutetulordquo redaccedilatildeo do art 372 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O

paraacutegrafo uacutenico foi revogado pela Lei 134672017 pois caracterizava discriminaccedilatildeo

sendo que este seraacute comentado no proacuteximo capiacutetulo O artigo institui o Capiacutetulo III

da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que foi reservado especialmente ao trabalho

da mulher poreacutem alguns artigos abrangem identicamente o trabalho masculino

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 251)

28

O art 5ordm I CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) traz a

igualdade entre homens e mulheres nas relaccedilotildees de trabalho em direitos e

obrigaccedilotildees Martins conforme Machado (2017 p 251) conta que ldquoas regras de

proteccedilatildeo ao trabalho da mulher justificam-se em face das peculiaridades que

norteiam o trabalho femininordquo

Regula o artigo 7ordm XIII da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

que ldquoa duraccedilatildeo de trabalho normal das mulheres natildeo superior a oito horas e

quarenta e quatro horas semanais facultada agrave compensaccedilatildeo de horaacuterios e reduccedilatildeo

de jornada mediante acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalhordquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 252)

Abordando o artigo 373 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que menciona a jornada de trabalho das mulheres ldquoa

duraccedilatildeo normal de trabalho das mulheres seraacute de 8 (oito) horas diaacuterias exceto nos

casos para os quais for fixada duraccedilatildeo inferiorrdquo (MARTINS apud MACHADO 2017

p 252)

Incluiacutedo pela Lei 979999 (BRASIL 1999 lthttpwwwplanaltogovbrgt) o

artigo 373-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho faz diversas observaccedilotildees ao

trabalho da mulher referentes agrave discriminaccedilatildeo nas relaccedilotildees de trabalho Observe a

regra

Art 373-A Ressalvadas as disposiccedilotildees legais destinadas a corrigir as distorccedilotildees que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas eacute vedado (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) I ndash publicar ou fazer publicar anuacutencio de emprego no qual haja a referecircncia ao sexo agrave idade agrave cor ou situaccedilatildeo familiar salvo quando a natureza da atividade a ser exercida puacuteblica e notoriamente assim o exigir (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) II ndash recusar emprego promoccedilatildeo ou motivar a dispensa do trabalho em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez salvo quando a natureza da atividade seja notoacuteria e publicamente incompatiacutevel (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) III ndash considerar o sexo a idade a cor ou situaccedilatildeo familiar como variaacutevel determinante para fins de remuneraccedilatildeo formaccedilatildeo profissional e oportunidades de ascensatildeo profissional (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) IV ndash exigir atestado ou exame de qualquer natureza para comprovaccedilatildeo de esterilidade ou gravidez na admissatildeo ou permanecircncia no emprego (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) V ndash impedir acesso ou adotar criteacuterios subjetivos para o deferimento de inscriccedilatildeo ou aprovaccedilatildeo em concursos em empresas privadas em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) VI ndash proceder o empregador ou preposto a revistas iacutentimas nas empregadas ou funcionaacuterias (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999)

29

Paragrafo uacutenico O disposto neste artigo natildeo obsta a adoccedilatildeo de medidas temporaacuterias que visem ao estabelecimento das poliacuteticas de igualdade entre homens e mulheres em particular as que se destinam a corrigir as distorccedilotildees que afetam a formaccedilatildeo profissional o acesso ao emprego e as condiccedilotildees gerais de trabalho da mulher (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 252) menciona que o referido artigo foi

adicionado em razatildeo de impedir as condutas discriminatoacuterias violando o princiacutepio da

igualdade consagrado no art 7ordm XXX da CF88 (BRASIL 1988

lthttpwwwplanaltogovbrgt) prevendo ldquoa proibiccedilatildeo de diferenccedila de salaacuterios de

exerciacutecio de funccedilotildees e de criteacuterio de admissatildeo por motivo de sexo idade cor ou

estado civilrdquo

A Constituiccedilatildeo de 1988 estabeleceu regras firmes contra a discriminaccedilatildeo agrave

mulher nas relaccedilotildees de emprego proibindo diferenccedilas no acircmbito laboral Tambeacutem

eliminou alguns artigos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que produziam efeito

contraacuterio em relaccedilatildeo ao trabalho feminino (DELGADO 2012 p 803)

Delgado (2012 p 804) indica que revogados pela Lei 78551989 (BRASIL

1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) reproduzida logo apoacutes a CF88 os artigos 374

375 378 379 380 e 387 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) que davam

entendimento discriminatoacuterio ao trabalho feminino Martins conforme Machado

(2017 p 256) aponta que o artigo 376 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho foi

revogado pela Lei 102442001 (BRASIL 2001 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Voltando as normas vigentes comentamos o artigo 377 da Consolidaccedilatildeo das

Leis do Trabalho Nesse contexto Martins conforme Machado (2017 p 256) traz

que somente atraveacutes de convenccedilatildeo coletiva ou de acordo coletivo no teor do art 7ordm

VI CF88 eacute possiacutevel reduzir o salaacuterio das mulheres e que as medidas protetivas

satildeo regras e por motivo algum eacute autorizada a reduccedilatildeo

Conforme o artigo 381 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o trabalho noturno frisando que ldquoo

trabalho noturno das mulheres teraacute salaacuterio superior ao diurnordquo No sect 1ordm a regra diz

que no trabalho noturno os salaacuterios teratildeo aumento de 20 e sect 2ordm que cada hora

trabalhada agrave noite seraacute de 52 minutos e 30 segundos Tem direito ao percentual

miacutenimo de 25 a empregada rural (art 7ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 58891973

(BRASIL 1973 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O art 382 regra o intervalo

intrajornada que destina uma pausa de 11 horas entre duas jornadas de trabalho

30

enquanto o art 66 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) tambeacutem apresenta

este preceito (MARTINS apud MACHADO 2017 p 257)

Um dos artigos que sugere a desigualdade de gecircnero eacute o art 383 da CLT

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que apresenta um intervalo entre 1 a

2 horas para a mulher trabalhadora possibilitando um periacuteodo bastante extenso

para o descanso Diferente do homem que mesmo em curtas jornadas abaixo de

seis horas tem apenas 15 minutos salvo a hipoacutetese conhecida no art 71 sect 3ordm bem

como o art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece o intervalo de 15 minutos para a

mulher caso haja hora extra (DELGADO 2012 p 804)

O art 384 eacute referente apenas ao trabalho feminino estabelecendo regra

caracterizada e protetiva apartado do homem o que natildeo eacute coerente na eacutepoca atual

e confrontando a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art 7ordm inciso

XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo do trabalho

O artigo 384 da CLT foi revogado pela Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) da Reforma trabalhista que seraacute apresentada no

proacuteximo capiacutetulo desse trabalho (GARCIA 2018 p 1076-1077 e 1079)

Seguindo Garcia (2018 p 1079) aponta o art 385 da CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) no seguinte contexto

Art 385 O descanso semanal seraacute de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidiraacute todo ou em parte com o domingo salvo motivo de conveniecircncia puacuteblica ou necessidade imperiosa de serviccedilo a juiacutezo da autoridade competente na forma das disposiccedilotildees gerais caso em que recairaacute outro diardquo (BRASIL 1943 httpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 260) descreve que o art 67 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho tambeacutem assegura o descanso e o art 7 inciso

XV da CF88 eacute extensivo aos trabalhadores de ambos os sexos

Referente tambeacutem ao periacuteodo de descanso da mulher o art 386 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz

que quando haacute trabalho aos domingos uma escala de revezamento seraacute organizada

para que possibilite o repouso dominical de 15 em 15 dias (MARTINS 2014 p 667)

Os meacutetodos e locais de trabalho da mulher que estatildeo previstos nos artigos 388

389 e 390 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 seratildeo apresentados no

proacuteximo capiacutetulo em conjunto com a exposiccedilatildeo da nova lei a Reforma trabalhista

31

Avanccedilando os demais artigos que se referem agrave mulher no Capiacutetulo III da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho 1943 apontamos o art 391 caput ldquoNatildeo

constitui justo motivo para a rescisatildeo do contrato de trabalho da mulher o fato de

haver contraiacutedo matrimocircnio ou de encontrar-se em estado de gravidezrdquo (BRASIL

1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 1082)

Garcia (2018 p 1082) menciona que em qualquer convenccedilatildeo coletiva acordo

coletivo ou acordos individuais de trabalho eacute proibido ldquorestriccedilotildees de direito da mulher

ao seu emprego por motivo de casamento ou gravidezrdquo (art 391 paraacutegrafo uacutenico

CLT) Diante desse procedimento Martins conforme Machado (2017 p 265) afirma

a autorizaccedilatildeo da reintegraccedilatildeo na funccedilatildeo (art 4ordm da Lei 902995) (BRASIL 1995

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ou seja a empregada natildeo poderaacute ser demitida em

face desses motivos O impedimento das praacuteticas discriminatoacuterias tem apoio

constitucional no art 7ordm XXX CF88

A redaccedilatildeo do art 391-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) incluiacuteda

pela Lei 128122013 (BRASIL 2013 lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta que a

gravidez confirmada no curso do contrato de trabalho garante agrave empregada gestante

estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea b do inciso II do art 10 do Ato de

Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias ainda que durante o prazo do aviso-preacutevio

trabalhado ou indenizado (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

Mesmo que no momento da demissatildeo a empregada gestante natildeo tenha

conhecimento do estado graviacutedico poderaacute usufruir o direito da garantia de emprego

sem prejuiacutezo de salaacuterio e da funccedilatildeo que exerce Assim o empregador natildeo seraacute

afastado das responsabilidades mesmo que natildeo tenha conhecimento da gravidez

da empregada Garcia (2018 p 1097) ressalta que eacute objetiva a responsabilidade do

empregador quanto ao estado de gravidez da empregada

Nestes termos atualmente desponta uma discussatildeo em relaccedilatildeo ao

desconhecimento do estado da gravidez pela proacutepria empregada Haacute entendimentos

de que natildeo eacute justo possibilitar o direito agrave garantia de emprego se nem mesmo a

empregada estava ciente do seu estado gestacional (GARCIA 2018 p 1097)

Garcia (2018 p 1098) indica que a garantia de emprego conforme redaccedilatildeo

atual da Suacutemula 244 inciso III do TST eacute estendida tambeacutem agraves gestantes

contratadas por prazo determinado O desconhecimento do estado graviacutedico pelo

empregador natildeo afasta o direito ao pagamento de indenizaccedilatildeo decorrente da

estabilidade A redaccedilatildeo dessa Suacutemula foi alterada e assim a estabilidade estendida

32

Antes disso Garcia apud Martins (2018 p 1098) menciona que era aplicada agrave

doutrina de Seacutergio Pinto Martins ldquoSe houver a cessaccedilatildeo do contrato de trabalho do

empregado estatuiacutedo por prazo determinado natildeo haveraacute direito agrave responsabilidade

porque aqui natildeo haacute despedida injusta mas teacutermino de pacto laboralrdquo Portanto isso

mudou com a referida Suacutemula Vejamos a decisatildeo do Tribunal Superior do Trabalho

6ordf Turma Relator Ministro Augusto Ceacutesar Leite de Carvalho que garante a

empregada gestante contratada por prazo determinado a estabilidade provisoacuteria

conforme previsatildeo na Suacutemula 244

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A EacuteGIDE DA LEI 130152004 ESTABILIDADE GESTANTE CONTRATO DE EXPERIEcircNCIA ESTABILIDADE PROVISOacuteRIA A empregada gestante tem direito agrave estabilidade provisoacuteria prevista no artigo 10 inciso II aliacutenea b do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias mesmo na hipoacutetese de admissatildeo mediante contrato por tempo determinado Ainda mais se tratando de contrato de experiecircncia que eacute em rigor um contrato por tempo indefinido com uma claacuteusula alusiva a periacuteodo de prova Inteligecircncia da Suacutemula 244 III do TST em sua nova redaccedilatildeo Recurso de revista conhecido e provido (BRASIL 2019 lthttpwwwtstjusbrgt)

A proteccedilatildeo se estende ao trabalho domeacutestico Garcia (2018 p 1087) destaca

que tem direito a estabilidade no aviso preacutevio indenizado ou trabalhado desde que

confirmada a gravidez neste periacuteodo Diz a Lei Complementar 1502015 (BRASIL

2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art 25 paraacutegrafo uacutenico

Art 25 A empregada domeacutestica gestante tem direito a licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio nos termos da Seccedilatildeo V do Capitulo III do Tiacutetulo III da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) aprovada pelo Decreto ndash Lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Paraacutegrafo uacutenico A confirmaccedilatildeo do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho ainda que durante o prazo do aviso preacutevio trabalhado ou indenizado garante agrave empregada gestante a estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea ldquobrdquo do inciso II do art 10 do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias (BRASIL 2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Adiante estaacute a vigente composiccedilatildeo do art 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) que foi determinada pela Lei 104212002 (BRASIL 2002

lthttpwwwplanaltogovbrgt) em razatildeo de adequar-se ao texto constitucional

(art7ordm XVIII) Veja a redaccedilatildeo

Art 392 A empregada gestante tem direito agrave licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002)

33

sect 1ordm A empregada deve mediante atestado meacutedico notificar o seu empregador da data do afastamento do emprego que poderaacute ocorrer entre o 28ordm (vigeacutesimo oitavo) dia antes do parto e ocorrecircncia deste (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 2ordm Os periacuteodos de repouso antes e depois do parto poderatildeo ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um mediante atestado meacutedico (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 3ordm Em caso de parto antecipado a mulher teraacute direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 4ordm Eacute garantido agrave empregada durante a gravidez sem prejuiacutezo do salaacuterio e demais direitos (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) I ndash transferecircncia de funccedilatildeo quando as condiccedilotildees de sauacutede o exigirem assegurada a retomada da funccedilatildeo anteriormente exercida logo apoacutes o retorno ao trabalho (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) II ndash dispensa do horaacuterio de trabalho pelo tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo de no miacutenimo seis consultas meacutedicas e demais exames complementares (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) sect 5ordm (VETADO) (Incluiacutedo pela Lei nordm 10421 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Nos incisos e paraacutegrafos desse artigo podem se destacar as vantagens da

empregada gestante que entram em harmonia com a redaccedilatildeo constitucional (art

7ordm XVIII CF88) O benefiacutecio do salaacuterio-maternidade eacute estendido a todas as

trabalhadoras (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

A licenccedila-maternidade natildeo teraacute prejuiacutezo da remuneraccedilatildeo integral observa o

art 393 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ligado ao art 7ordm XVIII da CF88 e

igualmente previsto no art 72 da Lei na Lei 82131991 (BRASIL 1991

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Natildeo haacute teto previdenciaacuterio para o benefiacutecio em

questatildeo completa Martins conforme Machado (2017 p 272) Veja o dispositivo

Art 393 Durante o periacuteodo a que se refere o art 392 a mulher teraacute direito ao salaacuterio integral e quando variaacutevel calculado de acordo com a meacutedia dos 6 (seis) uacuteltimos meses de trabalho bem como os direitos e vantagens adquiridos sendo ndash lhe ainda facultado reverter agrave funccedilatildeo que anteriormente ocupava (Redaccedilatildeo dada pelo Decreto-Lei 229 de 2821967) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em observaccedilatildeo na sequecircncia o art 394 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquomediante atestado meacutedico agrave mulher

graacutevida eacute facultado romper o compromisso resultante de qualquer contrato de

trabalho desde que este seja prejudicial agrave gestaccedilatildeordquo Essa regra assegura agrave

empregada gestante a viabilidade de romper o contrato de trabalho mediante

atestado meacutedico se ficar comprovado que seraacute prejudicial agrave gestaccedilatildeo ficando isenta

34

da obrigaccedilatildeo de indenizar quaisquer eventuais prejuiacutezos no contrato de trabalho

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 273)

Martins conforme Machado (2017 p 273) diz que se trata da transparente

assimilaccedilatildeo de que os trabalhos insalubres satildeo prejudiciais agrave sauacutede do empregado

manifesta a situaccedilatildeo da gravidez arriscando o desenvolvimento do feto Estendido

ao periacuteodo da lactaccedilatildeo pois o leite materno eacute o uacutenico alimento da crianccedila nos

primeiros meses de vida e precisa estar livre de qualquer ameaccedila de contaminaccedilatildeo

Eis o texto do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoA empregada gestante ou lactante seraacute afastada

enquanto durar a gestaccedilatildeo ou lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou

locais insalubres devendo exercer suas atividades em locais salubresrdquo Essa regra

foi alterada pela Lei 134672017 que seraacute comentada no proacuteximo capiacutetulo

O adicional de insalubridade da gestante ou lactante seraacute pago pela empresa

conforme o art 248 da CF88 em razatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias fazendo parte da remuneraccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

Seguindo o proacuteximo artigo relativo agrave proteccedilatildeo da mulher art 395 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoEm caso de aborto natildeo criminoso comprovado por

atestado meacutedico oficial a mulher teraacute um repouso remunerado de (2) duas

semanas com direito de retornar a funccedilatildeo que ocupava antes do afastamentordquo

Martins conforme Machado (2017 p 274) mostra que o atestado meacutedico oficial eacute

viabilizado pelo SUS ou pelo serviccedilo meacutedico da empresa A remuneraccedilatildeo seraacute paga

pela Previdecircncia Social conforme o salaacuterio-maternidade

Martins conforme Machado (2017 p 274-275) aponta no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho o direito agrave amamentaccedilatildeo dos filhos mesmo que

proveniente de adoccedilatildeo ateacute completar 6 (seis) meses de dois descansos especiais

de meia hora cada durante a jornada de trabalho O periacuteodo de 6 (seis) meses se a

sauacutede da crianccedila exigir poderaacute ser estendido Veja o artigo 396 do Decreto-Lei

545243

Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um Paraacutegrafo uacutenico Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

35

Antes o salaacuterio-maternidade era responsabilidade do empregador dessa

forma a Convenccedilatildeo 103 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) jaacute

mencionada anteriormente publicada pelo Decreto 588201966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinou que o INSS ficasse responsaacutevel pelas

parcelas devidas agrave gestante Isso para evitar a diferenciaccedilatildeo no momento da

contrataccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Foi uma maneira de estimular as

empresas a natildeo ter receio na admissatildeo de mulheres (MARTINS 2014 p 668)

Martins (2014 p 679) diz que a mesma Convenccedilatildeo 103 consagra os intervalos

destinados para amamentaccedilatildeo do filho consoante com a lei nacional Os intervalos

devem ser computados na jornada de trabalho

De acordo com Garcia (2018 p 1085) o salaacuterio-maternidade eacute devido agrave

mulher durante o tempo em que for mantida como segurada Acentua o art 97 do

Regulamento da Previdecircncia Social (RPS-Decreto 30481999) (BRASIL 1999

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que foi alterado pelo Decreto 61222007 (BRASIL

2007 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Independente das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias permaneceraacute filiada ao INSS e receberaacute salaacuterio O que antes no

entendimento da Previdecircncia ocorria somente se a mulher estivesse empregada

teria direito Repare o dispositivo

Art 97 O salaacuterio ndash maternidade da segurada empregada seraacute devido pela previdecircncia social enquanto existir relaccedilatildeo de emprego observadas as regras quanto ao pagamento desse benefiacutecio pela empresa Paragrafo uacutenico Durante o periacuteodo de graccedila a que se refere o art 13 a segurada desempregada faraacute jus ao recebimento do salaacuterio ndash maternidade nos casos de demissatildeo antes da gravidez ou durante a gestaccedilatildeo nas hipoacuteteses de dispensa por justa causa ou a pedido situaccedilotildees em que o benefiacutecio seraacute pago diretamente pela previdecircncia social (BRASIL 2007 httpwwwplanaltogovbrgt)

O artigo 397 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) prevecirc que as

entidades puacuteblicas destinadas agrave assistecircncia e agrave infacircncia tenham responsabilidade de

acordo com suas possibilidades financeiras de manter distribuiacutedos nas zonas de

mais densidade de trabalhadores locais destinados para atender os filhos de

mulheres empregadas Essa regra natildeo eacute obrigatoacuteria eacute facultativa pois depende de

recursos financeiros disponiacuteveis e conforme o art 7ordm XXV da CF88 eacute dever do

Estado disponibilizar esse benefiacutecio assim como o art 208 IV da mesma

Constituiccedilatildeo Revogado o art 398 pelo Decreto-Lei 229 de 28021967 (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 275)

36

Avanccedilando na apresentaccedilatildeo chegamos ao art 399 da Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (CLT) que confere em sua redaccedilatildeo que os empregadores que se

destacarem pela organizaccedilatildeo de creches e instituiccedilotildees de menores em idade preacute-

escolar seratildeo agraciados pelo Ministro do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio com um

diploma de benemerecircncia desde que tais serviccedilos se destaquem por sua

generosidade e pela competecircncia das respectivas instalaccedilotildees O art 7ordm XXV da

Constituiccedilatildeo garante assistecircncia gratuita aos filhos e dependentes desde o

nascimento ateacute 5 anos de idade em creches e preacute-escolas restando ao empregador

apenas o reconhecimento do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego que agracia por

meio de diploma de benemerecircncia as empresas que constituem este ambiente em

suas dependecircncias Mas natildeo eacute obrigaccedilatildeo e sim do Estado (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

Por fim o art 400 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Este completa

o art 389 sect1ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que seraacute exposto no proacuteximo capiacutetulo descrevendo

que ldquoOs locais destinados agrave guarda dos filhos das operaacuterias durante o periacuteodo da

amamentaccedilatildeo deveratildeo possuir no miacutenimo um berccedilaacuterio uma saleta para

amamentaccedilatildeo uma cozinha dieteacutetica e uma instalaccedilatildeo sanitaacuteriardquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

A Lei 133012016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art

18 sect 3ordm assegura licenccedila-maternidade de 180 dias agraves matildees de crianccedilas que tiveram

sequelas neuroloacutegicas transmitidas pelo Aedes aegypti e salaacuterio-maternidade

garantido no art 71 da Lei 82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Lei dos Benefiacutecios da Previdecircncia Social Esse entendimento se estende tambeacutem agraves

matildees adotantes quando estiverem presentes os requisitos Essa previsatildeo aplica-se

relativamente agrave segurada especial contribuinte individual facultativa e trabalhadora

avulsa (art 18 sect4ordm da Lei 133012016) e no (art 72 sect 3ordm da Lei 821391)

(GARCIA 2018 p 1086)

A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 a Constituiccedilatildeo Federal88 e

outras diversas leis envolvem uma seacuterie de questotildees que protegem o trabalho da

mulher contra os abusos do empregador que infelizmente eacute muito comum A

subordinaccedilatildeo juriacutedica que pondera faz com que as normas observem qualquer

nulidade em ato seu de renunciar aos direitos trabalhistas mesmo que seja qualquer

anuecircncia em uma alteraccedilatildeo contratual natildeo seraacute validada se houver prejuiacutezos para o

37

empregado Nesse aspecto destacamos no art 9ordm da CLT43 o seguinte dizer

ldquoSeratildeo nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar

impedir ou fraudar a aplicaccedilatildeo dos preceitos contidos na presente consolidaccedilatildeordquo

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

311 Estabilidade da gestante e da adotante

A licenccedila-maternidade eacute uma proteccedilatildeo ao trabalho da mulher Nestes termos a

empregada que adotar ou alcanccedilar a guarda judicial de crianccedila ou adolescente teraacute

esse direito Martins (2014 p 670) cita que eacute devido o salaacuterio-maternidade de 120

dias natildeo interessando a idade da crianccedila Primeiramente aplicavam-se os preceitos

de Seacutergio Pinto Martins no entendimento de que a matildee adotante natildeo teria direito agrave

garantia de emprego pois natildeo houve parto e a garantia de emprego eacute referida a

contar do parto natildeo existindo parto natildeo haacute garantia de emprego (GARCIA 2018 p

1098)

Dessa forma Garcia (2018 p 1087) cita que a Lei 104212002 (BRASIL

2002 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiu o artigo 392-A agrave CLT e o art 71-A agrave Lei

82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando a extensatildeo

agrave matildee adotiva os mesmos direitos que a gestante Veja a nova redaccedilatildeo

Art 392-A A empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoccedilatildeo de crianccedila e adolescente seraacute concedida licenccedila-maternidade nos termos do art 392 desta lei (redaccedilatildeo dada pela Lei 135092017) sect 1ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 2ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 3ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 4ordm A licenccedila - maternidade soacute seraacute concedida mediante apresentaccedilatildeo do termo de guarda agrave adotante ou guardiatilde (incluiacutedo pela Lei 104212002) sect 5ordm A adoccedilatildeo ou guarda judicial conjunta ensejaraacute a concessatildeo de licenccedila -maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiatildees empregado ou empregada (Incluiacutedo pela Lei 128732013) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1089) mostra que a Lei 12010 de 29 de julho de 2009

(BRASIL 2009 lthttpwwwplanaltogovbrgt) revogou os sectsect 1ordm a 3ordm do art 392-A da

CLT que versavam sobre a desigualdade do periacuteodo de licenccedila de acordo com a

idade da crianccedila

Em texto dado pela Lei 12873 de 22 de outubro de 2013 (BRASIL 2013

lthttpwwwplanaltogovbrgt) o art 71-A da Lei 821391 passou a regrar que o

38

segurado e a segurada do INSS que adotar ou alcanccedilar guarda judicial para fins de

adoccedilatildeo teratildeo direito ao salaacuterio-maternidade no periacuteodo de 120 dias apontando que

ao segurado (homem) tambeacutem eacute estendido o direito em questatildeo (art 71 ndash B sect3ordm

821391) (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Da mesma forma o art 71-

B da Lei 821391 dilatado pela Lei 128132013 regula que em caso do

falecimento da segurada ou segurado que tem direito ao salaacuterio-maternidade o

provento deveraacute ser pago ao cocircnjuge sobrevivente O benefiacutecio natildeo seraacute pago em

caso de falecimento ou abandono do filho (GARCIA 2018 p 1089)

O salaacuterio-maternidade eacute um benefiacutecio pago pela Previdecircncia Social assim

evitando a discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo da mulher caso a

remuneraccedilatildeo fique a cargo do empregador (GARCIA 2018 p 1087-1088)

Conforme o artigo 391-A paraacutegrafo uacutenico da CLT adicionado pela Lei 13509

de 22 de novembro de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

estabilidade provisoacuteria prevista no art 10 inciso II aliacutenea b do ADCT eacute estendida

ao empregado adotante embora a guarda de adoccedilatildeo seja concedida durante o

periacuteodo de aviso preacutevio trabalhado ou indenizado A garantia de emprego tambeacutem

pode estar prevista em acordos coletivos de trabalho perante negociaccedilatildeo (art 7ordm

XXVI da CF88) ou mesmo que seja prevista em lei com justificativa no principio da

norma mais beneacutefica (GARCIA 2018 p 1099-1100 e 1101)

A empregada deveraacute apresentar termo de guarda da adotante para que o

empregador esteja ciente da adoccedilatildeo O documento seraacute apresentado com o

propoacutesito de deferir a licenccedila Martins (2014 p 670-671) acentua que a licenccedila-

maternidade seraacute concedida somente para um dos adotantes na adoccedilatildeo ou guarda

judicial conjunta A empregada adotante receberaacute salaacuterio-maternidade apenas com

crianccedilas adotadas ateacute oito anos de idade Natildeo haacute direito a salaacuterio-maternidade se a

crianccedila adotada tiver mais de 8 (oito) anos O salaacuterio-maternidade natildeo seraacute pago no

periacuteodo de estaacutegio de convivecircncia somente apoacutes a sentenccedila judicial devidamente

registrada no cartoacuterio civil comprovando o viacutenculo da adoccedilatildeo

A Lei Complementar 146 de 25 de julho de 2014 (BRASIL 2014

lthttpwwwplanaltogovbrgt) estabeleceu o direito previsto no art10 II aliacutenea b do

ADCT aos casos em que houver falecimento da genitora Sendo assim a

estabilidade eacute garantida a quem tiver a guarda do receacutem-nascido (GARCIA 2018 p

1101)

39

Dessa forma nada mais eacute acertado de que com o falecimento da genitora a

garantia de emprego seja estendida para quem obtiver a guarda da crianccedila tendo

em vista que eacute para o bem-estar do receacutem-nascido que precisa de cuidados

especiais A crianccedila eacute titular do benefiacutecio e a estabilidade pode ser concedida agrave

empregada adotante tambeacutem quando estiver no aviso preacutevio indenizado ou

trabalhado se a guarda provisoacuteria for concedida neste periacuteodo (GARCIA 2018 p

1099)

Conforme Garcia (2018 p 1101) o direito de garantia de emprego tambeacutem

pode ser de algum parente como a avoacute por exemplo caso ela tenha a guarda do

receacutem-nascido na ausecircncia dos pais

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

A prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade eacute um direito das empregadas que

trabalham nas empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadatilde previsto no art

1ordm da Lei 117702008 Assim sendo eacute destinado agrave Pessoa juriacutedica e empresa rural

ou urbana natildeo podendo o empregador ser pessoa fiacutesica Caso a empresa natildeo

aderir ao programa as empregadas natildeo teratildeo direito ao benefiacutecio (MARTINS 2014

p 672)

De acordo com a Lei 11770 de 09 de setembro de 2008 (BRASIL 2008

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a licenccedila-maternidade eacute prorrogaacutevel por 60 dias Essa

lei prevecirc apenas a extensatildeo da licenccedila e natildeo menciona o salaacuterio-maternidade que eacute

pago pelo INSS Nenhum preceito prevecirc que o acreacutescimo de 60 dias da licenccedila seraacute

pago pelo INSS A prorrogaccedilatildeo deve ser requerida pela empregada ateacute o final do

primeiro mecircs apoacutes o parto De outra forma natildeo faraacute jus agrave prorrogaccedilatildeo (MARTINS

2014 p 671-672)

Segundo o art 3ordm da Lei 117702008 ldquo[] a empregada teraacute direito a

remuneraccedilatildeo integral nos mesmos moldes devidos no periacuteodo de percepccedilatildeo do

salaacuterio-maternidade pago pelo regime geral da previdecircncia socialrdquo mas isso natildeo

acarreta o pagamento pelo INSS No decorrer da prorrogaccedilatildeo dos 60 dias a

empregada natildeo poderaacute ficar sem receber remuneraccedilatildeo que seraacute de

responsabilidade do empregador como acontece nos 120 dias de desligamento da

gestante (MARTINS 2014 p 672)

40

Martins (2014 p 672) alega que o referido artigo confere que a previdecircncia

social eacute quem paga o salaacuterio-maternidade mas natildeo a extensatildeo dos 60 dias O

pagamento pelo INSS viola o sect 5ordm do art 195 da CF88 pois natildeo haacute como custear

a prorrogaccedilatildeo do salaacuterio-maternidade

O art 6ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

alterava o art 28 sect 9ordm da Lei 821291 estabelecendo que as importacircncias

recebidas em 60 dias de prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade natildeo constituem o

salaacuterio de contribuiccedilatildeo Garcia (2018 p 1092) indica que esse artigo foi vetado com

o entendimento de que nas importacircncias recebidas nos 120 dias existe a aplicaccedilatildeo

de contribuiccedilotildees previdenciaacuterias todavia na prorrogaccedilatildeo segue o mesmo criteacuterio

Do mesmo modo a licenccedila-paternidade segue os requisitos da licenccedila-

maternidade podendo ter prorrogaccedilatildeo de 15 (quinze) dias mais 5 (cinco) dias que

estaacute previsto no art 10 sect1ordm do ADCT Essa regra foi incluiacuteda pela Lei 13257 de 08

de marccedilo de 2016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando que

o periacuteodo total eacute entatildeo de 20 dias (GARCIA 2018 p 1091)

Esse programa tambeacutem poderaacute ser adquirido pela Administraccedilatildeo Puacuteblica diz o

art 2ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assim

como as empresas puacuteblicas sociedades de economia mista que fazem parte da

Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta (MARTINS 2014 p 672)

O propoacutesito da prorrogaccedilatildeo das licenccedilas-maternidade e paternidade eacute que os

pais permaneccedilam em contato direto com os filhos mais tempo possibilitando

principalmente para a matildee a amamentaccedilatildeo Os pais natildeo poderatildeo exercer seja qual

for atividade remunerada e a crianccedila ficaraacute sob seus cuidados A desobediecircncia

dessa regra acarreta na perda do direito em questatildeo (GARCIA 2018 p 1092)

Vejamos o Recurso Ordinaacuterio julgado pela 4ordf Turma do Tribunal Regional do

Trabalho da 4ordm Regiatildeo tendo como Relator o Ministro George Achutti dando

provimento ao recurso da reclamada que nega a participaccedilatildeo no Programa Empresa

Cidadatilde Portanto o reclamante natildeo teraacute direito a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

paternidade de 05 para 20 dias Conforme relatado natildeo teratildeo direito as

prorrogaccedilotildees das licenccedilas empregados das empresas que natildeo aderem ao programa

previsto no art 1ordm da Lei 117702008

ECT PRORROGACcedilAtildeO DA LICENCcedilA-PATERNIDADE PROGRAMA EMPRESA CIDADAtilde Negada pela reacute a participaccedilatildeo no Programa Empresa Cidadatilde que autoriza a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-paternidade de 05 para 20 dias eacute ocircnus do reclamante provar a inscriccedilatildeo da empresa no referido

41

Programa porquanto se trata de fato constitutivo de seu direito Inteligecircncia dos artigos 818 da CLT e 373 inc I do NCPC (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Segundo Martins (2014 p 672-673) para obter essa prorrogaccedilatildeo a empregada

deveraacute fazer o requerimento ateacute o final do primeiro mecircs apoacutes o parto A empregada

natildeo teraacute direito senatildeo fizer dentro deste prazo Esse benefiacutecio tambeacutem pode ser

concedido agrave empregada adotante ou que obtenha guarda judicial A empregada teraacute

que receber salaacuterio integral que ficaraacute a cargo do empregador conforme prevecirc o art

3ordm da Lei 1177008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) A empresa que

aderir ao programa e permitir a prorrogaccedilatildeo poderaacute deduzir do imposto de renda

devido o montante da remuneraccedilatildeo dos 60 dias art 5ordm da Lei 1177008 sendo que

deduzir como despesa operacional eacute proibido Note a regra

Art 5ordm A pessoa juriacutedica tributada com base no lucro real poderaacute deduzir do imposto devido em cada periacuteodo de apuraccedilatildeo o total da remuneraccedilatildeo da empregada e do empregado pago nos dias de prorrogaccedilatildeo de sua licenccedila-maternidade e sua licenccedila-paternidade vedada a deduccedilatildeo como despesa operacional (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1093) expotildee que o propoacutesito do art 5ordm da Lei 1177008 eacute

barrar as diferenccedilas nas relaccedilotildees de trabalho impedida no art 7ordm inciso XXX da

CF88 que proiacutebe a diferenccedila de salaacuterios e os criteacuterios na hora da admissatildeo como

sexo cor idade e estado civil Com eixo no lucro real os salaacuterios devidos nas

prorrogaccedilotildees das licenccedilas-maternidade e paternidade seratildeo deduzidos do imposto

de renda correspondente pela pessoa juriacutedica Nesse sentido incentiva as empresas

a natildeo terem receio na contrataccedilatildeo de mulheres em razatildeo das proteccedilotildees

Conforme Garcia (2018 p 1093) entende-se que a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

maternidade eacute capaz de trazer efeitos negativos para a contrataccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho em razatildeo das substituiccedilotildees que seratildeo feitas no decorrer deste

periacuteodo de licenccedila Isto eacute no decorrer da licenccedila a empresa teraacute que contratar outro

empregado para suprir a ausecircncia da gestante ou adotante

A partir das informaccedilotildees trazidas nesse capiacutetulo sobre a proteccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho uma observaccedilatildeo que pontua eacute que essas medidas agraves vezes

podem prejudicar a inserccedilatildeo da mulher no acircmbito trabalhista principalmente em

relaccedilatildeo agrave proteccedilatildeo agrave maternidade embora existam vaacuterios entendimentos Portanto

algumas medidas que caracterizavam discriminaccedilatildeo foram revogadas Certamente

42

para a mulher que possui demasiadas tarefas como cuidar dos filhos e da casa e

busca seu espaccedilo como profissional o trabalho eacute uma forma de auxiliar nas

despesas domeacutesticas e as proteccedilotildees acabam sendo um amparo Ainda assim a

incerteza do empregador que jaacute acumula tantos impostos eacute relevante na hora da

contrataccedilatildeo

Apoacutes o estudo das medidas protetivas no trabalho feminino continuamos

falando do trabalho da mulher agora em relaccedilatildeo agraves modificaccedilotildees criadas pela

Reforma Trabalhista Lei 134672017

43

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA

Realiza-se nesse capiacutetulo a apresentaccedilatildeo da mais recente e significativa

modificaccedilatildeo nas regras trabalhistas a Reforma trabalhista A nova lei modificou

201 pontos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) O assunto principal

dessa abordagem eacute o trabalho da mulher e as mudanccedilas com a Reforma bem

como meacutetodos e locais de trabalho da mulher e as obrigaccedilotildees do empregador

Aleacutem disso tambeacutem a insalubridade que eacute o ponto mais questionado no trabalho

da mulher na nova lei e demais regras como amamentaccedilatildeo por exemplo regras

que poderatildeo ser negociadas diretamente com o empregador A Reforma tambeacutem

estabelece novas oportunidades de trabalho bem como o teletrabalho onde eacute

possiacutevel a mulher flexibilizar os horaacuterios em consonacircncia com os cuidados da casa

e dos filhos Poreacutem um breve comentaacuterio sobre a terceirizaccedilatildeo e o distanciamento

dos sindicatos nas homologaccedilotildees dos pedidos de demissatildeo e negociaccedilotildees

coletivas dispositivos que a Reforma introduziu e que satildeo relevantes

Segundo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 39-40) a Lei 13467 de 13

de julho de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Reforma

trabalhista aponta um regresso para o antigo papel do Direito na histoacuteria um

mecanismo de exclusatildeo afastamento da desigualdade entre as pessoas humanas

e grupos sociais Demasiadamente afastada da matriz constitucional a nova lei

instituiu meacutetodos gravemente contraacuterios e regressivos Note-se que o primeiro

capiacutetulo desse trabalho relata a histoacuteria do Direito do Trabalho

De acordo com Krein (2018 p 77) a nova lei foi interpretada como um golpe

do Governo Federal e Congresso contra os desfavorecidos ao aprovar dispositivos

que desmantelam os direitos conquistados nos uacuteltimos 100 anos pelo povo

brasileiro Eacute a elaboraccedilatildeo de regras que redefinem o papel do Estado e delineia um

novo rumo para o Paiacutes

De acordo com Krein (2018 p 78) a hipoacutetese eacute que a contrarreforma buscou

ao mesmo tempo

[] legalizar praacuteticas jaacute existentes no mercado de trabalho e possibilitar um novo ldquocardaacutepiordquo de opccedilotildees aos empregadores para manejar a forccedila de trabalho de acordo com suas necessidades Assim ela busca ajustar o padratildeo de regulaccedilatildeo do trabalho de acordo com as caracteriacutesticas do capitalismo contemporacircneo que fortalece a autorregulaccedilatildeo do mercado ao submeter o trabalhador a uma maior inseguranccedila e ao ampliar a liberdade

44

do empregador em determinar as condiccedilotildees de contrataccedilatildeo o uso da matildeo de obra e a remuneraccedilatildeo do trabalho

Baseado nas mudanccedilas e pelo impacto causado nas regras cogita-se a

possibilidade de um regulamento privado pois fragiliza os sindicatos e as

instituiccedilotildees puacuteblicas Significa um desmonte de direitos a negociaccedilatildeo diretamente

com o empregador assim como a flexibilidade das normas torna o empregado

vulneraacutevel muitas vezes aceitando propostas para natildeo perder o emprego Assim

sendo volta-se para um periacuteodo onde negociaccedilotildees eram feitas entre empregador e

empregado O empregador obtinha vantagem fazia como queria pois era o dono

da induacutestria e os empregados deveriam acatar natildeo tinham opccedilatildeo natildeo tinham

direito a nada (KREIN 2018 p 96)

O conteuacutedo da reforma leva o processo de definiccedilatildeo das regras para o interno

da empresa ateacute mesmo na individualizaccedilatildeo da negociaccedilatildeo para componentes com

melhor remuneraccedilatildeo Conforme Krein (2018 p 78) um afastamento dos sindicatos

onde predomina uma organizaccedilatildeo descentralizada e estruturada com interesses

das empresas Os princiacutepios constitucionais natildeo foram mudados o que gera

conflitos de interpretaccedilatildeo juriacutedica O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho acentua a

inconstitucionalidade de vaacuterias regras da reforma e que ela eacute incompatiacutevel com as

convenccedilotildees internacionais ratificadas no Brasil (KREIN 2018 p 80)

Assim sendo de acordo com Krein (2018 p 80) existiraacute conflitos juriacutedicos

sobre a aplicaccedilatildeo das normas modificadas uma vez que estas poderatildeo alterar o

conteuacutedo na composiccedilatildeo das jurisprudecircncias Desse modo como os juristas

poderatildeo decidir contra a Lei Maior obviamente que nenhuma regra pode contrariar

a Constituiccedilatildeo Federal A reforma trouxe mudanccedilas fundamentais poreacutem a

resistecircncia em torno da regulamentaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho continua e

somente pesquisas futuras indicaratildeo com presteza os impactos da reforma

Primeiramente comenta-se a terceirizaccedilatildeo que suporta o entendimento da

movimentaccedilatildeo de certas atividades executadas da empresa (contratante) para uma

empresa prestadora de serviccedilos (contratada) (GARCIA 2018 p 395)

O novo sistema legal adotado diz (art 4ordm - A da Lei 60191974 com redaccedilatildeo

dada pela Lei 134672017) a Reforma que a

[] terceirizaccedilatildeo eacute a transferecircncia feita pela contratante (tomadora) da execuccedilatildeo de quaisquer atividades inclusive sua atividade principal agrave pessoa juriacutedica de direito privado prestadora de serviccedilos que possua

45

capacidade econocircmica compatiacutevel com a sua execuccedilatildeo (BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O trabalhador eacute funcionaacuterio da empresa prestadora de serviccedilos mas trabalha

para a empresa tomadora O viacutenculo passa a ser triangular ou trilateral Sabe-se

que originalmente a relaccedilatildeo de emprego eacute bilateral ou seja empregado e

empregador que eacute o contratante do serviccedilo disponibilizado (GARCIA 2018 p

395)

Conforme Garcia (2018 p 400) eacute admitido no dispositivo expresso que os

empregados terceirizados possam exercer qualquer funccedilatildeo dentro da empresa

tomadora de serviccedilos inclusive a atividade principal Portanto a terceirizaccedilatildeo natildeo

pode ser equivocada com a intermediaccedilatildeo de matildeo de obra proibida no sistema

juriacutedico que pode derivar em fraude ao viacutenculo empregatiacutecio com o legiacutetimo

empregador (art 9ordm da CLT) e violar o valor social do trabalho (art 1ordm inciso IV da

CF88) A terceirizaccedilatildeo deve ser especiacutefica e tratar de determinados serviccedilos e natildeo

fornecer trabalhadores atraveacutes de empresa contratada Por isso em serviccedilos

terceirizados normalmente a empresa contratada tem sua especialidade

Isso eacute regulamentado no art 5ordm-B da Lei 60191974 dilatado pela Lei

134292017 Veja o dispositivo

Art 5ordm - B O contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos conteraacute (Incluiacutedo pela Lei 134292017) I ndash qualificaccedilatildeo das partes (Incluiacutedo pela Lei 134292017) II ndash especificaccedilatildeo do serviccedilo a ser prestado (Incluiacutedo pela Lei 134292017) III ndash prazo para a realizaccedilatildeo do serviccedilo quando for o caso (Incluiacutedo pela Lei 134292017) IV ndash valor (Incluiacutedo pela Lei 134292017) (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt)

Observa-se que as regras satildeo contraditoacuterias entre si Assim sendo a

terceirizaccedilatildeo natildeo pode prestar serviccedilos geneacutericos somente especiacuteficos Nos

serviccedilos prestados pelas empresas terceirizadas as atividades-meio satildeo um

suporte um acessoacuterio e a atividade-fim eacute o exerciacutecio principal da empresa

(GARCIA 2018 p 401)

Uma regra relevante na terceirizaccedilatildeo eacute o art 5ordm-D da Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiacutedo tambeacutem pela Lei

134672017 Garcia (2018 p 403) cita que consta em sua redaccedilatildeo que o

empregado que atuou na empresa contratante natildeo poderaacute no periacuteodo de 18

46

(dezoito) meses a partir de sua demissatildeo ser admitido pela empresa prestadora de

serviccedilos agrave empresa contratante

De acordo com Garcia (2018 p 396) a terceirizaccedilatildeo eacute muito utilizada nos

dias atuais em razatildeo da diminuiccedilatildeo de custos para as empresas tomadoras

Empresas prestadoras de serviccedilos satildeo mais eficientes tecircm maior produtividade e

competitividade que satildeo fundamentais em momentos de globalizaccedilatildeo

Outra modificaccedilatildeo da Reforma eacute relacionada agraves homologaccedilotildees sindicais nas

rescisotildees contratuais de trabalho onde as negociaccedilotildees poderatildeo ser entre

empregado e empregador sem a necessidade de mediaccedilatildeo ou arbitragem Silva

(2017) ressalta o art 507-B da Lei 134672017 que estabelece a alteraccedilatildeo na lei

trabalhista Veja o dispositivo

Art 507 ndash B Eacute facultado a empregados e empregadores na vigecircncia ou natildeo do contrato de emprego firmar o termo de quitaccedilatildeo anual de obrigaccedilotildees trabalhistas perante o sindicato dos empregados da categoria Paragrafo uacutenico O termo discriminaraacute as obrigaccedilotildees de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constaraacute a quitaccedilatildeo anual dada pelo empregado com eficaacutecia liberatoacuteria das parcelas nele especificadas (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A nova lei revogou o sectsect 1ordm 3ordm e 7ordm do art 477 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho 1943 que obrigava a homologaccedilatildeo sindical no pedido de demissatildeo ou

no recibo de quitaccedilatildeo das parcelas rescisoacuterias devidas (SILVA 2017)

Silva (2017) destaca tambeacutem a redaccedilatildeo do art 477-A que estabelece

ldquodispensas imotivadas individuais pluacuterimas ou coletivas equiparam-se para todos

os fins natildeo havendo autorizaccedilatildeo preacutevia sindical ou celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo ou

acordo coletivo de trabalho para sua efetivaccedilatildeordquo (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Discute-se a constitucionalidade deste dispositivo

pois existem restriccedilotildees agraves demissotildees em massa no art 7ordm I CF88 Assim

constata-se que os desligamentos em massa afetam os contratos de trabalho

individuais perante a sociedade fornecedores e clientes prestadores de serviccedilo

Da mesma forma como a arrecadaccedilatildeo de impostos locais e nacionais a renda e o

consumo dos trabalhadores demitidos

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho revelou uma extrema preocupaccedilatildeo com a

nova lei principalmente nos casos de acordo coletivo sobre o que prevecirc a

legislaccedilatildeo A reforma estabelece a prevalecircncia do negociado sobre o legislado ateacute

mesmo na negociaccedilatildeo dos direitos O empregador teraacute preponderacircncia sobre as

47

leis Algumas normas poderatildeo ser negociadas entre empregador e empregado

(MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO DO TRABALHO - MPT 2018 lthttpportalmptmpbrgt)

A Reforma gerou grandes discussotildees sendo extremamente preocupante para

os oacutergatildeos de proteccedilatildeo ao trabalhador essas novas regras Na flexibilizaccedilatildeo da

negociaccedilatildeo entre empregado e empregador o receio eacute que fuja do controle e o

trabalhador perca forccedila nos contratos de trabalho sem apoio da organizaccedilatildeo

sindical e demais instituiccedilotildees puacuteblicas nos acordos e negociaccedilotildees coletivas com

previsatildeo no art 8ordm VI da Constituiccedilatildeo Federal88 Apesar disso algumas regras

ficaram melhores com a livre negociaccedilatildeo em razatildeo da inviabilidade no cotidiano do

empregado Nas demissotildees em massa a liberaccedilatildeo do sindicato nas homologaccedilotildees

pode trazer prejuiacutezos ao trabalhador supondo que a empresa demita funcionaacuterios

diretos para contratar uma empresa terceirizada Muitas empresas fazem isso e a

intervenccedilatildeo do sindicato poderia necessariamente impedir esse procedimento

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher

Nesse momento apresentam-se os artigos 388 389 e 390 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho CLT (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) estes eacute

que regram os meacutetodos e locais de trabalho da mulher tendo as empresas a

obrigaccedilatildeo de proporcionar lugares para a mulher ter um ambiente de trabalho

saudaacutevel e seguro De iniacutecio mostra-se o artigo 388 modificado pela Lei 7855 de

24 de outubro de 1989 (BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe o

dispositivo

Art 388 - Em virtude de exame e parecer da autoridade competente o Ministro do Trabalho Induacutestria e Comercio poderaacute estabelecer derrogaccedilotildees totais ou parciais agraves proibiccedilotildees a que alude o artigo anterior quando tiver desaparecido nos serviccedilos considerados perigosos ou insalubres todo e qualquer caraacuteter perigoso ou prejudicial mediante a aplicaccedilatildeo de novos meacutetodos de trabalho ou pelo emprego de medidas de ordem preventiva (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 261) diz que a vigecircncia deste artigo

aponta erro do legislador pois se refere expressamente ao artigo anterior que

proibia o trabalho das mulheres em atividades perigosas e insalubres nos

subteacuterreos mineraccedilotildees e subsolo o art 387 que foi revogado pela Lei 78551989

(BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observa-se que o motivo pelo qual o

48

artigo existe sumiu surgindo uma possibilidade de lacuna na legislaccedilatildeo trabalhista a

regra natildeo estaacute vigente natildeo haacute casos em que possa incidir

De acordo com Martins (2014 p 667) natildeo eacute mais proibido o trabalho das

mulheres em lugares subteacuterreos pedreiras mineraccedilotildees e subsolo obras puacuteblicas ou

particulares Ateacute mesmo a Constituiccedilatildeo Federal88 natildeo proiacutebe as atividades

insalubres mulheres podem trabalhar em locais perigosos por exemplo em postos

de gasolina

Ratificada no Brasil a Convenccedilatildeo nordm 136 de 1971 estabelece proteccedilatildeo aos

riscos de intoxicaccedilatildeo por benzeno vedando agraves mulheres graacutevidas e lactantes de

trabalharem em locais onde existe exposiccedilatildeo de benzeno (MARTINS 2014 p 667)

Seguindo essa ordem de acordo com o art 389 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) eacute obrigaccedilatildeo de toda

empresa

Art 389 Toda empresa eacute obrigada I ndash a prover os estabelecimentos de medidas concernentes agrave higienizaccedilatildeo dos meacutetodos e locais de trabalho tais como ventilaccedilatildeo e iluminaccedilatildeo e outros que fizerem necessaacuterios agrave seguranccedila e ao conforto das mulheres a criteacuterio da autoridade competente II ndash a instalar bebedouros lavatoacuterios aparelhos sanitaacuterios dispor de cadeiras e bancos em nuacutemero suficiente que permitam aacutes mulheres trabalhar sem esgotamento fiacutesico III ndash a instalar vestiaacuterios com armaacuterios individuais privativos das mulheres exceto os estabelecimentos comerciais escritoacuterios bancos e atividades afins em que seja exigida a troca de roupa e outros a criteacuterio da autoridade competente em mateacuteria de seguranccedila e higiene do trabalho admitindo ndash se como suficientes as gavetas ou escaninhos onde possam as empregadas guardar seus pertences IV - a fornecer gratuitamente a juiacutezo da autoridade competente os recursos de proteccedilatildeo individual tais como oacuteculos maacutescaras luvas e roupas especiais para a defesa dos olhos do aparelho respiratoacuterio e da pele de acordo com a natureza do trabalho sect 1ordm Os estabelecimentos que trabalharem pelo menos 30 (trinta mulheres) com mais de 16 (dezesseis) anos de idade teratildeo local apropriado onde seja permitido agraves empregadas guardar sob vigilacircncia e assistecircncia os seus filhos no periacuteodo da amamentaccedilatildeo sect 2ordm a exigecircncia do sect1ordm poderaacute ser suprida por meio de creches distritais mantidas diretamente ou mediante convecircnios com outras entidades publicas ou privadas pelas proacuteprias empresas com regime comunitaacuterio ou a cargo do SESI do SESC da LBA ou de entidades sindicais (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Eacute obrigaccedilatildeo das empresas promoverem ambientes saudaacuteveis com iluminaccedilatildeo

e ventilaccedilatildeo adequada Martins conforme Machado (2017 p 261) dispotildee que essas

regras se apresentam detalhadas nos artigos 175 a 178 do Decreto-Lei 54521943

no Capiacutetulo V do Titulo II (Da Seguranccedila e Medicina do Trabalho)

49

Martins conforme Machado (2017 p 261) afirma que eacute obrigatoriedade de as

empresas fornecerem aacutegua potaacutevel sanitaacuterios e lavatoacuterios Essa norma tambeacutem eacute

estabelecida no art 200 VII da mesma Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

Vestiaacuterios com armaacuterios individuais reservados agraves mulheres eacute uma regra que

abrange empresas em que funcionaacuterias necessitem trocar de roupa como por

exemplo hospitais Nos demais estabelecimentos previstos basta que tenham uma

gaveta ou um escaninho para guardar seus objetos

O fornecimento de equipamentos de proteccedilatildeo individual toda empresa deve

dispor desse material com o objetivo de preservar o empregado em determinadas

funccedilotildees evitando os acidentes de trabalho A regra se aplica de um modo geral

como diz a redaccedilatildeo do art 166 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 262)

Empresas que trabalham com ao menos 30 mulheres devem ter locais

adequados para que as empregadas deixem seus filhos em periacuteodo de

amamentaccedilatildeo Garcia (2018 p 1080) diz que a regra pode ser flexiacutevel se as

empresas tiverem convecircnios com creches ou com outras entidades puacuteblicas ou

privadas O Ministeacuterio do Trabalho estabelece o auxiacutelio-creche na Portaria 3296 de

03 de setembro de 1986 (BRASIL 1986 lthttpswwwlegiswebcombrgt) O art 7ordm

inciso XXV da CF88 proporciona o direito aos filhos dependentes de ateacute 5 (cinco)

anos de assistecircncia gratuita nas preacute-escolas e creches

Martins conforme Machado (2017 p 262) apresenta a Portaria 3296 de 03 de

setembro de 1986 modificada pela Portaria do MPT 67097 (BRASIL 1997

lthttpwwwlegiswebcombrgt) Nesta apresenta-se o reembolso-creche desde que

assegurado em convenccedilotildees coletivas o benefiacutecio deve cobrir as despesas integrais

com creches ateacute os 6 meses de idade tempo em que o empregador estaria

responsaacutevel pelos periacuteodos de amamentaccedilatildeo com redaccedilatildeo no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Se o empregador natildeo tem condiccedilotildees de

assegurar um local adequado para a amamentaccedilatildeo poderaacute disponibilizar

possibilidades nas creches conveniadas mantidas por entidades citadas em lei

Segundo Garcia (2018 p 1081) o artigo 390 do Decreto-Lei 545243 destaca

o seguinte ldquoao empregador eacute vedado empregar a mulher em serviccedilo que demande o

emprego de forccedila muscular superior a 20 (vinte) quilos para trabalho continuo ou 25

(vinte e cinco) quilos para trabalho ocasionalrdquo (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

50

A regra eacute destinada em face de proteger a mulher de serviccedilos pesados

resguardando sua totalidade fiacutesica No entanto acentua-se a vigecircncia deste artigo

visto que haacute casos em que a mulher se apresenta superior a muitos homens tanto eacute

que exercem funccedilotildees reconhecidamente masculinas Martins conforme Machado

(2017 p 263) relata que deveria ser permitido agraves mulheres escolher suas

atividades conforme as condiccedilotildees de fazecirc-lo reservando-se a vedaccedilatildeo somente em

casos de empregada gestante com o propoacutesito de proteger a maternidade

42 Atividades insalubres

De acordo com Martins (2014 p 723) a insalubridade afeta diariamente a

sauacutede do trabalhador causando doenccedilas em trabalhadores expostos a riscos como

ruiacutedos vibraccedilotildees calor frio umidade radiaccedilotildees gases vapores entre outros No

Brasil existe um controle sobre a insalubridade com o pagamento de adicional pelas

condiccedilotildees de trabalho insalubres e perigosas previsto no art 7ordm inciso XXIII da

CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O art 189 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) explica que satildeo consideradas atividades insalubres

condiccedilotildees ou meacutetodos de trabalho que submetam os trabalhadores a agentes

nocivos agrave sauacutede aleacutem da permissatildeo fixada devido agrave natureza e agrave intensidade do

agente e o tempo de exibiccedilatildeo e seus efeitos Para que seja considerado insalubre eacute

necessaacuterio verificar se os agentes nocivos estatildeo acima do limite permitido O art

190 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz que o Ministeacuterio do Trabalho eacute quem determina o

quadro de atividades insalubres e aponta as normas sobre os paracircmetros de

caracterizaccedilatildeo da insalubridade limites de toleracircncia tempo de exposiccedilatildeo do

empregado e os meios de proteccedilatildeo (MARTINS 2014 p 723)

De acordo com Garcia (2018 p 1164) as atividades e operaccedilotildees insalubres

apresentam-se indicadas na NR 15 da Portaria do Ministeacuterio do Trabalho 32141978

(BRASIL 1978 lthttpswwwlegiswebcombrgt) A Norma Regulamentadora

descreve os fatores quiacutemicos fiacutesicos e bioloacutegicos que satildeo prejudiciais agrave sauacutede do

trabalhador assim como os limites de toleracircncia

Conforme Martins (2014 p 723) a insalubridade pode ser eliminada ou

neutralizada se a empresa aplicar medidas que mantenham os locais insalubres

51

dentro dos limites de toleracircncia e que o trabalhador utilize os equipamentos de

proteccedilatildeo individual (EPI) Natildeo haveraacute direito ao adicional de insalubridade quando

cessar o risco agrave sauacutede ou integridade fiacutesica ou se o empregado for afastado para

outro setor que natildeo seja insalubre

Garcia (2018 p 1165) aponta o art 191 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece como

a insalubridade pode ser neutralizada ou eliminada

Art 191 A eliminaccedilatildeo e neutralizaccedilatildeo da insalubridade correraacute (Redaccedilatildeo dada pela Lei 6514 de 22121977) I ndash com a adoccedilatildeo de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) II ndash com a utilizaccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual ao trabalhador que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) Paragrafo uacutenico Caberaacute as Delegacias Regionais do Trabalho comprovada a insalubridade notificar as empresas estipulando prazos para sua eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo na forma deste artigo (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

De acordo com Garcia (2018 p 1166) o adicional de insalubridade eacute devido a

razatildeo de 40 (grau maacuteximo) 20 (grau meacutedio) e 10 (grau miacutenimo) calculado

sobre o salaacuterio miacutenimo conforme descrito no art 192 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe a regra

Art 192 O exerciacutecio do trabalho em condiccedilotildees insalubres acima dos limites de toleracircncia estabelecidos pelo Ministeacuterio do Trabalho assegura a percepccedilatildeo de adicional respectivamente de 40 (quarenta por cento) 20 (vinte por cento) e 10 (dez por cento) do salario miacutenimo da regiatildeo segundo se classifiquem nos graus maacuteximo meacutedio e miacutenimo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Segundo Garcia (2018 p 1166) [] ldquono caso de incidecircncia de mais de um

fator de insalubridade seraacute considerado apenas o de grau mais elevado para efeito

de acreacutescimo salarial sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativardquo O Recurso Ordinaacuterio

julgado em 04 de setembro de 2018 pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf

Regiatildeo 6ordf Turma tendo como Relator o Desembargador Fernando Luiz de Moura

Cassal refere-se agrave insalubridade cumulativa que eacute proibida

EMENTA ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE EM GRAUS MEacuteDIO E MAacuteXIMO PERCEPCcedilAtildeO CUMULATIVA IMPOSSIBILIDADE Nos termos do item 153 da NR-15 da Portaria nordm 321478 constatada a incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas considerado o de grau mais

52

elevado sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativa (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Martins (2014 p 725) o certo seria que o trabalhador natildeo fosse

submetido agraves atividades insalubres que satildeo prejudiciais agrave sauacutede Portanto para a

empresa eacute mais vantajoso pagar o adicional de insalubridade do que suprimir o

agente nocivo O trabalhador submete-se a trabalhar em locais insalubres para

aumentar seu miacutesero salaacuterio O valor do adicional de insalubridade eacute muito baixo

por isso o empregador fica agrave vontade para exigir o trabalho em locais insalubres

Apoacutes um momentacircneo resumo sobre a insalubridade mostra-se como esta

interfere no trabalho da mulher gestante As mulheres eram expostas a ocupaccedilotildees

nocivas com exaustivas jornadas de trabalho e aceitavam a situaccedilatildeo para natildeo

perder o emprego Nas primeiras leis as mulheres eram proibidas de trabalhar em

lugares insalubres sendo que isso foi mudando Atualmente a Constituiccedilatildeo Federal

natildeo proiacutebe as mulheres de trabalharem em lugares insalubres mas para as

gestantes as regras satildeo diferentes

Conforme Garcia (2018 p 1082) anteriormente o artigo 394-A da Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) dizia que ldquoa gestante

seria afastada de qualquer ambiente insalubre na empresa durante a gestaccedilatildeo e a

lactaccedilatildeo realizando suas funccedilotildees em local salubrerdquo

Com a Lei 134672017 o art 394-A eacute alterado novamente A empregada

gestante deve ser afastada das atividades insalubres em grau maacuteximo Em

atividades com insalubridade de grau meacutedio e miacutenimo a gestante deve ser afastada

se apresentar atestado meacutedico constando que o local insalubre eacute prejudicial agrave

sauacutede Jaacute no inciso III do art 394-A da Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a empregada deve ser afastada mediante atestado

meacutedico de atividades insalubres de durante a lactaccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

De acordo com Garcia (2018 p 1083) sem restriccedilotildees de salaacuterio menciona o

art 394 ndash A sect 2ordm da Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

destacando que a empresa deve pagar o adicional de insalubridade mesmo que a

gestante trabalhe em local salubre por questotildees de folha de pagamento e

contribuiccedilotildees do INSS O artigo em questatildeo seraacute apresentado mais detalhadamente

no proacuteximo conteuacutedo desse capiacutetulo com a nova redaccedilatildeo e observaccedilotildees

53

A lei permite o trabalho da mulher gestantelactante em lugares insalubres

apresentando atestado meacutedico mas a decisatildeo de correr o risco eacute do empregador e

da empregada A empregada deve concordar em trabalhar em local insalubre por

livre vontade Contudo poderatildeo sofrer consequecircncias em relaccedilatildeo agrave sauacutede tanto da

matildee quanto do feto

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino

De acordo com Ahad (2017) a Reforma trabalhista trouxe consideraacuteveis

mudanccedilas para o trabalho da mulher Apesar disso o Brasil ateacute agora estaacute distante

de reduzir a desigualdade de gecircnero no mercado de trabalho

A nova lei modificou quatro dispositivos do Capitulo III do Tiacutetulo III da CLT que

envolve regras de proteccedilatildeo agrave mulher tais como a) a revogaccedilatildeo do paraacutegrafo uacutenico

do art 372 da CLT b) revogaccedilatildeo do art 384 da CLT c) nova redaccedilatildeo para o

composto do art 394-A da CLT e d) inserccedilatildeo de novo sect2ordm no art 396 da CLT

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 147)

O art 5ordm I ldquohrdquo da Lei 134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbr)

revogou o paraacutegrafo uacutenico do art 372 da CLT Veja o texto do art 372 e seu

paraacutegrafo uacutenico agora revogado

Art 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a proteccedilatildeo especial instituiacuteda por este Capiacutetulo Paraacutegrafo uacutenico - Natildeo eacute regido pelos dispositivos a que se refere este artigo o trabalho nas oficinas em que sirvam exclusivamente pessoas da famiacutelia da mulher e esteja esta sob a direccedilatildeo do esposo do pai da matildee do tutor ou do filho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em razatildeo de notaacuteveis princiacutepios constitucionais imperativos a norma revogada

jaacute natildeo vigorava O caput do art 5ordm da CF88 (BRASIL 1988

httpwwwplanaltogovbrgt) foi ajustado com o inciso I do mesmo art 5ordm sendo um

e outro evidenciando o princiacutepio da igualdade na ordem juriacutedica brasileira Ainda

assim o inciso I do art 5ordm separadamente acentua a evidente igualdade entre

homens e mulheres em direitos e obrigaccedilotildees (DELGADO MG DELGADO GN

2017 p 148)

54

A regra do paraacutegrafo uacutenico do art 372 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) demonstra incompatibilidade com duas normas

constitucionais apresentadas Por conseguinte desde cinco de outubro de 1988 a

referida regra natildeo mais persiste na ordem juriacutedica do Paiacutes (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 148) outra norma de

garantia agrave mulher e seu amparo no mercado e trabalho estaacute evidenciada no inciso

XX art 7ordm da Constituiccedilatildeo de 1988 sendo ele ldquoXX - proteccedilatildeo do mercado de

trabalho da mulher mediante incentivos especiacuteficos nos termos da leirdquo (BRASIL

1988 httpwwwplanaltogovbrgt)

O paraacutegrafo uacutenico do art 372 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho natildeo foi

admitido porque se encontrava em atitude antieacutetica ao domiacutenio procedente do art

7ordm XX da Constituiccedilatildeo Federal Ao inveacutes de firmar a proteccedilatildeo e incentivos

referentes ao mercado de trabalho da mulher confirmava manifestas de

desproteccedilatildeo e inclusive discriminaccedilatildeo (DELGADO MG DELGADO GN 2017

p 148)

Tambeacutem foi revogado o art 384 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que previa 15 minutos de descanso antes de iniciar o

periacuteodo de hora extra Esse dispositivo foi revogado pelo art 5ordm inciso I i da Lei

134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt) Veja o texto da norma

revogada ldquoArt 384 - Em caso de prorrogaccedilatildeo do horaacuterio normal seraacute obrigatoacuterio um

descanso de 15 (quinze) minutos no miacutenimo antes do iniacutecio do periacuteodo

extraordinaacuterio do trabalhordquo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Retirou da

mulher uma vantagem especiacutefica dada pela ordem juriacutedica o intervalo de 15

minutos antes de qualquer prorrogaccedilatildeo da jornada laboral (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

Ahad (2017) comenta que este regimento foi inserido na Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho de 1943 em razatildeo de que as mulheres na eacutepoca precisavam pedir

permissatildeo aos maridos para que permanecessem ateacute mais tarde no trabalho A

continuidade deste dispositivo na lei natildeo tinha mais significado algum visto que a

regra gerava dificuldade no momento da contrataccedilatildeo das mulheres e concluindo que

elas precisavam fazer hora extra para manter seus empregos

O art 384 confronta a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art

7ordm inciso XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo

55

estabelecendo regra protetiva ao trabalho feminino diferenciado do homem o que

natildeo confere na atualidade (GARCIA 2018 p 1076-1077)

As garantias juriacutedicas suplementares atribuiacutedas agrave mulher pelo Direito ademais

o Direito do Trabalho satildeo segundo foi visto amparadas pela Constituiccedilatildeo Federal

Ela se voltou como se sabe para a eliminaccedilatildeo da discriminaccedilatildeo milenar arquitetada contra as mulheres na sociedade histoacuterica natildeo soacute mediante a proibiccedilatildeo do tratamento diferenciado com relaccedilatildeo aos homens como tambeacutem pela agregaccedilatildeo de vantagens adicionais especiacuteficas fundadas em peculiaridades consideradas relevantes no que tange as razotildees bioloacutegicas e socioloacutegicas da mulher A retirada de direitos das mulheres eacute uma conduta legislativa contraacuteria ao espiacuterito constitucional de 1988 uma incompreensatildeo a respeito da sociedade livre justa e solidaacuteria que a Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica quer ver instaurada no paiacutes (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 148-149)

O argumento relativo pertencente agrave dificuldade praacutetica que pode envolver a

execuccedilatildeo do art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 foi

solucionado pelo proacuteprio Decreto-Lei 54521943 em seu art 71 sect4ordm que

estabelece o pagamento do referente intervalo natildeo observado no esboccedilo concreto

da relaccedilatildeo de emprego (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 149)

Repare o julgamento da Relatora Ministra Angela Rosi Almeida Chapper da 5ordf

Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf Regiatildeo onde eacute possiacutevel verificar a

negociaccedilatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo entre empregada e empregador

amparados pela legislaccedilatildeo Portanto se a empregada natildeo usufruir destes intervalos

estes deveratildeo ser pagos respectivamente como hora extraordinaacuteria conforme o art

71 sect4ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Os periacuteodos para a amamentaccedilatildeo

destinam-se ao bem-estar da crianccedila e natildeo da empregada Por essa razatildeo o

empregador tem o dever de cumprir a regra Observe a decisatildeo

EMENTA INTERVALO PARA AMAMENTACcedilAtildeO SUPRESSAtildeO PAGAMENTO COMO HORA EXTRA DANO MORAL A natildeo concessatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo previstos no art 396 da CLT ou sua acumulaccedilatildeo para concessatildeo de folgas futuras que natildeo asseguram a proteccedilatildeo do lactente ensejam o seu pagamento como hora extra na forma do art 71 sect4ordm da CLT com observacircncia do disposto no precedente nordm 52 deste Regional Natildeo eacute presumido o dano moral em razatildeo da natildeo fruiccedilatildeo dos intervalos Recurso da reclamada parcialmente provido no toacutepico e recurso da reclamante desprovido (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

A Reforma trabalhista conforme Delgado MG e Delgado GN (2017 p 149)

deu nova redaccedilatildeo ao art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho modificando

56

seu caput e acrescentando os incisos I II e III aleacutem dos sectsect 2ordm e 3ordm Relativamente

ao sect1ordm foi apenas contemplado do antigo paraacutegrafo uacutenico mas prossegue vetado

desde a sua origem (Lei 13287 de 11052016-paraacutegrafo uacutenico do art 394-A vetado

pela Presidecircncia da Repuacuteblica)

A propoacutesito essa condiccedilatildeo normativa (art 394-A) havia sido incluso agrave

Consolidaccedilatildeo apenas cerca de um ano antes em 11 de maio de 2016 pela Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpplanaltogovbrgt) com o seguinte entendimento

ldquoArt 394-A A empregada gestante ou lactante seraacute afastada enquanto durar a

gestaccedilatildeo e a lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou locais insalubres

devendo exercer suas atividades em local salubrerdquo (DELGADO MG DELGADO

GN 2017 p 149)

Anteriormente a redaccedilatildeo da Lei 132872016 era permitido o trabalho insalubre

das mulheres em praticamente todos os graus de insalubridade Agora o

distanciamento ocorre apenas em casos de insalubridade em grau maacuteximo A nova

lei liberou a gestante para trabalhar em locais insalubres Silva (2017) cita que satildeo

poucos casos onde o grau de insalubridade eacute maacuteximo mencionados na extensatildeo

dos 14 anexos da NR 15 A insalubridade de grau maacuteximo existe no contato com

agentes quiacutemicos e com agentes bioloacutegicos com risco aumentado como em centros

ciruacutergicos limpeza de bueiros e necroteacuterios

A maior parte dos anexos lida com o grau meacutedio de ruiacutedos excessivos ruiacutedos

de impacto exposiccedilatildeo ao calor e frio As gestantes em sua maioria encontram-se

trabalhando em locais de insalubridade de grau meacutedio Mas existe a inquietaccedilatildeo

pelo trabalho das gestantes em centros ciruacutergicos e salas de radiografia onde a matildeo

de obra feminina eacute facilmente aceitaacutevel (SILVA 2017)

Ainda de acordo com Silva (2017) a nova composiccedilatildeo do art 394-A da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 afasta imediatamente a gestante dos

locais insalubres em grau maacuteximo Aqui estaacute o novo texto

Art 394 ndash A Sem prejuiacutezo de sua remuneraccedilatildeo nesta incluiacutedo o valor do adicional de insalubridade a empregada deveraacute ser afastada de I ndash atividades consideradas insalubres em grau maacuteximo enquanto durar a gestaccedilatildeo II ndash atividades consideradas insalubres em grau meacutedio ou miacutenimo quando a mulher apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeo III ndash atividades consideradas insalubres em qualquer grau quando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeo

57

sect 1ordm (VETADO) (Redaccedilatildeo dada pela Lei 13467 de 2017) sect 2ordm Cabe a empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a compensaccedilatildeo observado o disposto no art 248 da Constituiccedilatildeo Federal por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo a pessoa fiacutesica que lhe presta serviccedilo sect 3ordm Quando natildeo for possiacutevel que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerccedila suas atividades em local salubre na empresa a hipoacutetese seraacute considerada como gravidez de risco e ensejaraacute a percepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei nordm 8213 de 24 de julho de 1991 durante todo o periacuteodo de afastamento (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Por sinal haacute que se ressaltar a inexistecircncia no regulamento juriacutedico do sect 1ordm do

art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ao diverso pelo texto expedido

pela Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Sem duacutevida um

erro material (referecircncia a um meio legal que ao menos existe) resultado da

tramitaccedilatildeo precipitada que caracterizou a composiccedilatildeo e o movimento do atinente

projeto de lei da Reforma trabalhista nas duas Casas Congressuais (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 150)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150) a nova lei fez a

inclinaccedilatildeo pelo distanciamento automaacutetico da mulher do ambiente insalubre

enquanto durar a gestaccedilatildeo somente no caso de insalubridade em grau maacuteximo

(novo inciso I do art 394-A)

Observa-se a recente decisatildeo do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo

2ordf Turma tendo como Relator o Ministro Marcelo Jose Ferlin DAmbroso em razatildeo

do direito ao adicional de insalubridade em grau maacuteximo agrave empregada gestante que

realizava limpeza de sanitaacuterios em hospital sendo exposta a riscos de contaminaccedilatildeo

devido ao contato com agentes bioloacutegicos

EMENTA ADICIONAL DE INSALUBRIDADE GRAU MAacuteXIMO LIMPEZA DE LIXO DE BANHEIRO DE LEITOS DO HOSPITAL 1 As atividades de lavagem de sanitaacuterios de leitos de hospital expuseram a trabalhadora ao risco permanente de contato com agentes bioloacutegicos patogecircnicos caracterizando insalubridade em grau maacuteximo nos termos do Anexo 14 da NR-15 da Portaria MTE 321478 Nem mesmo a utilizaccedilatildeo de luvas eacute capaz de elidir a accedilatildeo nociva dos agentes bioloacutegicos pois a contaminaccedilatildeo ocorre natildeo apenas pela via cutacircnea mas tambeacutem pelas vias respiratoacuterias 2 A avaliaccedilatildeo da insalubridade em tais casos eacute qualitativa e natildeo quantitativa de modo que independentemente do tempo de exposiccedilatildeo da trabalhadora os elementos patogecircnicos por se disseminarem facilmente possibilitam a promoccedilatildeo de doenccedila em apenas um contato Devido o pagamento do adicional de insalubridade em grau maacuteximo GARANTIA PROVISOacuteRIA NO EMPREGO GESTANTE Para que a empregada gestante tenha direito agrave garantia provisoacuteria no emprego assegurada no art 10 II aliacutenea b do ADCT basta que esteja graacutevida ao tempo da rescisatildeo ainda que natildeo tenha

58

ciecircncia de seu estado graviacutedico durante a vigecircncia do contrato de trabalho (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Pipek Dutra e Magano (2018 p 22-23) enquanto a lei antiga proibia

as gestantes e lactantes de trabalhar em locais insalubres No entanto a nova regra

permite que a empregada gestante realize atividades em locais insalubres de grau

meacutedio ou miacutenimo desde que ocorra por espontacircnea vontade mostrando atestado

meacutedico autorizando o trabalho A nova regra visa evitar a discriminaccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho devido agraves suas peculiaridades natildeo demonstrando o

desinteresse para com a sauacutede da matildee e do bebecirc mas oportunizando a mulher de

escolher pois impotildee a apresentaccedilatildeo de atestado meacutedico da trabalhadora e que a

decisatildeo seja da empregada

Nas situaccedilotildees de insalubridade em grau meacutedio e miacutenimo esse distanciamento

ocorreraacute quando a mulher apresentar atestado de sauacutede expedido por meacutedico de

sua confianccedila ldquo[] que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeordquo (inciso II do

art 394-A) (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

O inciso III do art 394-A acrescenta ainda que o afastamento possa ocorrer

no tempo do periacuteodo da amamentaccedilatildeo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150)

trazem que a norma estabelece esse afastamento de atividades insalubres em

qualquer grau quando a trabalhadora ldquoapresentar atestado de sauacutede emitido por

meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeordquo

Veja a decisatildeo do Relator Nelson Antocircnio Monteiro Pacheco da 3ordm Cacircmara

Ciacutevel do Tribunal de Justiccedila do Rio Grande do Sul que trata de Agravo de

Instrumento interposto pela Prefeitura Municipal de Novo XinguRS em face de

liminar em mandado de seguranccedila deferido para realocaccedilatildeo da empregada gestante

em local de trabalho livre de insalubridade com base no art 394-A da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho No entanto a agravada eacute servidora puacuteblica e natildeo regida pelo

Decreto-Lei 545243 mas sim por regime juriacutedico dos servidores municipais Assim

sendo a regra eacute inaplicaacutevel Decisatildeo unacircnime dando provimento ao agravo

AGRAVO DE INSTRUMENTO MANDADO SE SEGURANCcedilA SERVIDORA PUacuteBLICA GESTANTE MUNICIacutePIO DE NOVO XINGU LIMINAR DEFERIDA REALOCACcedilAtildeO PARA LOCAL LIVRE DE INSALUBRIDADE IMPOSSIBILIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL INAPLICABILIDADE DO ART 394-A da CLT 1 A parte agravada eacute servidora gestante do Municiacutepio de Novo Xingu cargo de Auxiliar Odontoacuteloga e eacute regida pelo Regime Juriacutedico dos Servidores Puacuteblicos Municipais Lei-NX nordm 11902 Entretanto inexiste na legislaccedilatildeo em comento previsatildeo de realocaccedilatildeo de servidor muito menos de aplicaccedilatildeo

59

subsidiaacuteria da CLT nos casos omissos 2 Natildeo haacute como falar ilegalidade ou abuso de poder da administraccedilatildeo que tivesse violado direito liacutequido e certo da servidora a ensejar o deferimento da medida liminar como foi feita na origem sendo muito discutiacutevel a utilizaccedilatildeo do mandado de seguranccedila 3 Natildeo tendo se verificado em um primeiro momento ilegalidade no agir da administraccedilatildeo quando negou o pedido administrativo de realocaccedilatildeo da servidora gestante deve ser reformada a decisatildeo agravada sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da isonomia com outras servidoras em situaccedilotildees semelhantes 4 Decisatildeo liminar reformada AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO (BRASIL 2018 lthttpwwwtjrsjusbrgt)

Registra-se que a expressatildeo juriacutedica concernente a ldquoatestado de sauacutederdquo

ldquoemitido por meacutedico de confianccedila da mulherrdquo supera qualquer ordem de vantagem

entre meacutedicos serviccedilos meacutedicos e atestados meacutedicos tendo como exemplo a ordem

de preferecircncia anunciada na Suacutemula 282 do TST Refere-se meramente ao meacutedico

de confianccedila da mulher ou lactante Este eacute o entendimento do texto evidente da

nova regra legal (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Fica acentuado que em todas as trecircs situaccedilotildees de afastamento a insalubridade

maacutexima meacutedia ou miacutenima eacute caracterizada pelo caput do art 394-A cabendo agrave

empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a

compensaccedilatildeo ldquo[] por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a

folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo agrave

pessoa fiacutesica que lhe preste serviccedilosrdquo Em suma para a Lei o custo desse direito

trabalhista eacute sustentado pelo INSS o que eacute correto e seguro (Convenccedilatildeo nordm 103 art

4ordm inciso VIII da OIT) Natildeo obstante o empregador que fizer o pagamento premente

agrave empregada na folha mensal de pagamentos da empresa seraacute ressarcido logo em

seguida (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Conforme Silva (2017) o adicional de insalubridade eacute pago em folha para a

empregada e posteriormente ressarcido das contribuiccedilotildees sociais devidas ou seja a

Previdecircncia Social pagaraacute o adicional como o salaacuterio-maternidade Cabe agrave empresa

somente o adiantamento do valor em holerite Foi uma forma que a reforma

encontrou para natildeo sobrecarregar o empregador pois sendo assim o encargo fica

de responsabilidade dos cofres puacuteblicos Tambeacutem foi uma forma de evitar a

discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo do trabalho feminino

O sect 4ordm do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta duas hipoacuteteses A primeira eacute no fundamento

de que havendo a viabilidade do afastamento da trabalhadora do local insalubre ela

precisaraacute ser completamente distanciada mas para desenvolver ldquoatividades em

60

locais salubres da empresardquo esta opccedilatildeo predomina conservando-se como visto

(caput do art 394 ndash A da CLT) de todo jeito o pagamento do adicional de

insalubridade (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150-151)

Contudo quando natildeo houver local salubre ou a proacutepria atividade da

empregada ser considerada insalubre ela deveraacute ser inteiramente afastada do

trabalho considerando-se a possibilidade de ldquogravidez de riscordquo com oportunidade

da ldquopercepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei 8213 de 24 de julho de

1991 durante todo periacuteodo de afastamentordquo (sect 4ordm art 394- A da CLT) (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 151)

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a nova redaccedilatildeo do

art 394-A II e III em razatildeo da seguinte expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de

sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo

Refere-se agrave Accedilatildeo Direta de Inconstitucionalidade 5938 com pedido de medida

cautelar ajuizada pela Confederaccedilatildeo Nacional dos Trabalhadores Metaluacutergicos A

parte autora alega que a regra em questatildeo vulneraria as normas constitucionais

sobre proteccedilatildeo agrave maternidade agrave gestante ao nascituro e ao receacutem-nascido (arts 6ordm

7ordm XXXIII 196 201 II 203 I todos da Constituiccedilatildeo Federal) Aleacutem do mais

desrespeitaria a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho (art

1ordm III e IV da CF) dentre outros direitos constitucionais (BRASIL 2019

lthttpwwwportalstfjusbrgt) Repare a decisatildeo

Decisatildeo O Tribunal por unanimidade conheceu da accedilatildeo direta de inconstitucionalidade Por maioria confirmou a medida cautelar e julgou procedente o pedido formulado na accedilatildeo direta para declarar a inconstitucionalidade da expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo contida nos incisos II e III do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) inseridos pelo art 1ordm da Lei 134672017 nos termos do voto do Relator vencido o Ministro Marco Aureacutelio Falaram pelo amicus curiae Confederaccedilatildeo Nacional de Sauacutede ndash CNS o Dr Marcos Vinicius Barros Ottoni e pelo amicus curiae Central Uacutenica dos Trabalhadores ndash CUT o Dr Ricardo Quintas Carneiro Presidecircncia do Ministro Dias Toffoli Plenaacuterio 29052019 (BRASIL 2019 lthttpwwwportalstfjusbrgt)

O principal objetivo da permissatildeo agraves gestantes e lactantes trabalharem em

locais insalubres eacute o aumento das oportunidades de trabalho para as mulheres As

empresas optam por natildeo contratarem mulheres devido ao risco de assumirem as

consequecircncias peculiares agrave estaccedilatildeo sendo que mesmo aquelas que natildeo querem ter

filhos acabam perdendo a oportunidade de emprego Dessa forma mesmo diante

61

dos argumentos mencionados a lei bate de frente com a proteccedilatildeo agrave sauacutede da

empregada e do nascituro pois a proteccedilatildeo ao trabalho natildeo pode ser mais relevante

que a proteccedilatildeo agrave vida (AHAD 2017)

Por fim a Lei 134672017 modificou o anterior paraacutegrafo uacutenico em sect 1ordm do art

396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e acrescentou o sect 2ordm observando que os periacuteodos de

descanso para amamentaccedilatildeo devem ser discutidos em acordo individual entre

empregada e empregador (GARCIA 2018 p 1084)

Veja a norma legal na iacutentegra com as alteraccedilotildees feitas pela nova lei

Art 396 Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 13467 de 2017) sect 1ordm Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (Remunerado pela Lei nordm 13467 de 1372017) sect 2ordm Os horaacuterios dos descansos previstos no caput deste artigo deveratildeo ser definidos em acordo individual entre mulher e o empregador (Incluiacutedo pela Lei 13467 de 1372017) (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

As pausas especiais previstas no art 396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) pertinentes aos periacuteodos de

amamentaccedilatildeo ao longo da jornada de trabalho da obreira satildeo remuneradas De

natureza fundamental respectivamente tecircm de ser cumpridos pelo empregador

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 151)

Poreacutem a alteraccedilatildeo possibilita a negociaccedilatildeo destes intervalos entre empregada

e empregador sem a intervenccedilatildeo do sindicato conforme a necessidade de ambos

podendo os (2) dois intervalos serem transformados em (1) um (PIPEK DUTRA

MAGANO 2017 p 23)

Para Delgado MG e Delgado GN (2017 p 151) a nova Lei 134672017

optou por explicitar o que jaacute tende a ser aplicado nas relaccedilotildees de trabalho ou seja a

determinaccedilatildeo consensual a respeito do melhor horaacuterio para que sejam cumpridos

esses dois intervalos especiais de meia hora cada um ao longo da jornada laboral

De acordo com Ahad (2017) a reforma trouxe novas possibilidades de trabalho

para a mulher observando a flexibilidade em horaacuterios como o teletrabalho o

trabalho intermitente e o trabalho autocircnomo que podem trazer benefiacutecios que

62

possibilitam a mulher conciliar com a criaccedilatildeo dos filhos trabalhos domeacutesticos e

estudos aleacutem do tempo e economia no deslocamento de ida e volta do trabalho

Mesmo com as novidades trazidas Ahad (2017) aponta que a reforma natildeo

modificou pontos essenciais para reduzir a desigualdade de gecircnero mencionando a

licenccedila-maternidade que eacute um direito de suma importacircncia para a famiacutelia mas

continua sendo um obstaacuteculo para a contrataccedilatildeo da matildeo de obra feminina

Atraveacutes das informaccedilotildees sobre as mudanccedilas na Reforma observa-se a

preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos de fiscalizaccedilatildeo com a flexibilizaccedilatildeo das regras com a

negociaccedilatildeo direta entre empregador e empregado sendo que todavia muitas

vezes essa flexibilidade eacute mais aacutegil facilitando a vida do empregado O ponto

principal deste capiacutetulo eacute o trabalho da mulher e assim comentam-se os aspectos

direcionados para este na Reforma dentre eles a insalubridade o mais

preocupante no trabalho da gestantelactante entre outros A Lei 134672017 traz

facilidades para as negociaccedilotildees e menos burocracia Apesar disso cabe ressaltar

que haacute falhas na legislaccedilatildeo e nota-se como as leis satildeo contraditoacuterias entre si

podendo faltar proteccedilatildeo em alguns casos e em outros ter em demasia Portanto o

Judiciaacuterio poderaacute ter dificuldades nas decisotildees julgadas

63

5 CONCLUSAtildeO

A presente pesquisa teve como proposta fazer uma abordagem acerca da

discriminaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho bem como sobre a desigualdade

de gecircnero A metodologia utilizada consistiu em uma pesquisa bibliograacutefica

enriquecida de jurisprudecircncias leis artigos e demais informaccedilotildees obtidas atraveacutes da

leitura algo que se revelou em um aprendizado muacuteltiplo de questotildees vivenciadas

Como resultados averiguou-se diversas legislaccedilotildees que abrangem o tema dos

direitos da mulher e suas principais peculiaridades assim como as constantes

mudanccedilas nas regras trabalhistas e a verificaccedilatildeo das normas para adequar-se agrave

atualidade o que proporciona a mais recente e significativa alteraccedilatildeo na

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) a Reforma trabalhista A partir das

leituras de estudos jaacute desenvolvidos sobre essa temaacutetica foi possiacutevel esclarecer

alguns toacutepicos importantes permitindo um entendimento mais adequado sobre o

pensamento da sociedade e a luta para a extinccedilatildeo das diferenccedilas de gecircnero assim

como compreender a posiccedilatildeo do empregador e do empregado nas relaccedilotildees de

trabalho

Na primeira abordagem destaca-se o entendimento da histoacuteria do Direito do

Trabalho e o surgimento das leis de proteccedilatildeo Nesse contexto foi indispensaacutevel

evidenciar o caminho que foi percorrido para se chegar ao que eacute de direito devido agrave

vida desumana na eacutepoca da escravidatildeo instante em que natildeo havia quaisquer

garantias de sobrevivecircncia Para se chegar a esse entendimento foi necessaacuterio

estudar todo o processo de desenvolvimento da histoacuteria do trabalho como as leis

foram surgindo assim como os toacutepicos mais relevantes para que se alcanccedilasse o

objetivo final proposto no trabalho Todavia todo aprendizado adquirido durante

essa pesquisa sobre o tema nos leva a acreditar que ainda eacute preciso muito para

mudar o pensamento da sociedade ou seja o caminho ainda eacute longo para atingir o

ideal miacutenimo quando o assunto eacute desigualdade de gecircnero

No decorrer do estudo percebeu-se ainda nesse contexto que diversas

proibiccedilotildees foram despontando na Europa relacionadas aos aspectos de proporcionar

melhorias para o trabalho das mulheres Como exemplo verificou-se que as

mulheres foram sendo proibidas de trabalhar em locais uacutemidos e subteacuterreos que

trouxessem sequelas para sua sauacutede assim como foram impedidas de praticar

jornadas exaustivas de 12 horas e foram proibidas de trabalhar no periacuteodo da noite

64

Aleacutem do mais notou-se uma trajetoacuteria de busca constante pela igualdade de

gecircneros algo que se mostrou notoacuterio nas legislaccedilotildees Essa constataccedilatildeo se mostrou

significativa pois decorre que a discriminaccedilatildeo se apresenta como uma adversidade

que natildeo depende somente do desenvolvimento de uma naccedilatildeo sendo o avanccedilo das

leis essencial para que a mulher no mercado de trabalho possa assumir o seu

devido lugar

Quanto agrave revisitaccedilatildeo de leituras sobre as antigas civilizaccedilotildees observou-se

atentamente os relatos sobre a discriminaccedilatildeo contra a mulher como eram tratadas

abusadas e como disponibilizavam de rariacutessimos direitos Diante disso claramente

pode-se afirmar que as mulheres cumpriam um papel de submissatildeo uma vez que

eram criadas para cuidar da casa dos filhos e para obedecer aos maridos As

leituras realizadas demostraram que as filhas natildeo tinham direitos agrave heranccedila pois era

algo destinado somente para o filho homem Aleacutem disso os casamentos eram

arranjados sendo que a mulher natildeo tinha o poder de escolha do seu cocircnjuge sendo

os pais os responsaacuteveis por isso Como resultado nota-se que a desigualdade de

gecircnero eacute uma consequecircncia cultural e a discriminaccedilatildeo eacute histoacuterica jaacute que de acordo

com o que foi apresentado as mulheres sempre tiveram papeacuteis submissos na

sociedade

Como tentativa de amenizar a situaccedilatildeo a literatura mostra que os institutos

foram avanccedilando em busca de melhorias ou seja devido agraves peculiaridades das

mulheres houve a necessidade de estabelecer proteccedilotildees agraves mesmas Isso eacute

decorrente do fato de que a mulher se sujeitava a receber salaacuterios inferiores e a

cumprir jornadas excessivasexaustivas de trabalho para que conseguisse

permanecer no emprego

Em relaccedilatildeo ao processo de implantar normas protetivas quanto ao trabalho da

mulher o estudo mostrou que a proteccedilatildeo agrave maternidade aparece como a mais

relevante Nesse contexto verificou-se algumas normas que proporcionavam agrave

famiacutelia permanecer com a crianccedila sendo que inuacutemeras jurisprudecircncias autorizavam

os pais na ausecircncia das matildees a compartilharem do direito agrave licenccedila-maternidade

assim como foi estendido para as mulheres que davam agrave luz obtinham a guarda

judicial adotavam sofriam aborto espontacircneo eou tinham bebecircs natimortos

Portanto a licenccedila-maternidade que atualmente eacute de 120 dias configura-se

em um processo de extrema importacircncia para todo o nuacutecleo familiar uma vez que

proporciona bem-estar ao receacutem-nascido que muito necessita da figura maternal nos

65

primeiros meses de vida ou seja eacute um processo que representa qualidade de vida

principalmente durante a amamentaccedilatildeo do bebecirc Ainda nesse contexto na falta da

matildee ressalta-se que algumas dessas medidas tambeacutem se estendem aos homens

permitindo aos mesmos o direito de poder gozar das licenccedilas se estiverem com a

guarda dos filhos

Em razatildeo da legislaccedilatildeo expandida as leituras desenvolvidas para a realizaccedilatildeo

do presente trabalho permitiram detectar conquistas femininas nas relaccedilotildees de

trabalho e a preocupaccedilatildeo do poder legislativo para que haja igualdade entre os

gecircneros Tambeacutem foi reparado na doutrina e nas jurisprudecircncias vitoacuterias das

mulheres nas decisotildees judiciais quando o assunto estaacute relacionado agrave busca da

igualdade de direitos entre homens e mulheres

De outra parte a pesquisa buscou revelar o Direito na aacuterea trabalhista e fazer a

devida interpretaccedilatildeo Assim sendo o estudo possibilitou o entendimento acerca das

melhorias mais consistentes nas etapas do processo de valorizaccedilatildeo da mulher

demonstrando que haacute um elevado grau de conhecimento sobre a legislaccedilatildeo

trabalhista em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Entretanto dada agrave relevacircncia do

assunto entende-se como necessaacuterio desenvolver tambeacutem a

consciecircnciapensamento da sociedade como um todo sobre o tema pois assim a

mulher teraacute mais oportunidades aleacutem das jaacute concedidas por merecimento e total

capacidade Decorre que o objetivo das mulheres eacute a independecircncia jaacute que ainda eacute

muito evidente o conceito de que a mulher deve ser simplesmente a dona de casa

para cuidar do lar e dos filhos No entanto elas querem estudar ter conhecimento e

formaccedilatildeo pois satildeo capazes de assumir cargos competitivos

O uacuteltimo capiacutetulo tratou sobre a importante mudanccedila no Direito do Trabalho a

Reforma trabalhista quando a Lei 134672017 alterou 201 pontos da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho de 1943 Quanto a essas modificaccedilotildees notou-se que as

mesmas deram ecircnfase ao trabalho da mulher em uma niacutetida preocupaccedilatildeo com a

maternidade com as atividades insalubres e com alguns trabalhos onde a mulher

pudesse exercer suas funccedilotildees de acordo com o tempo que dispusesse e assim

conseguisse tambeacutem atender o trabalho domeacutestico

Diante do propoacutesito do presente de obter informaccedilotildees e analisar os direitos da

mulher trabalhadora nas relaccedilotildees de trabalho no cotidiano evidenciou-se que o

preconceito ainda existe e que descobrir novas possibilidades que protejam o

trabalho feminino eacute de suma importacircncia para incentivar a sociedade a adquirir

66

novos conceitos Foi possiacutevel tambeacutem identificar a preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos

competentes no que diz respeito agrave proteccedilatildeo feminina nas relaccedilotildees de trabalho

Portanto entende-se como de extrema relevacircncia trazer esse debate agrave tona

uma vez que o assunto foi definido como forma de se obter aprendizado e clareza

sobre as normas protetivas femininas e a abrangecircncia para que empregada e

empregador saibam seus direitos e deveres uma vez que haacute ciecircncia de que as

empresas ainda estatildeo despreparadas para seguir devidamente as regras de

proteccedilatildeo em sua totalidade Decorre que o Direito do Trabalho foi elaborado para

defender o trabalhador dos abusos do empregador sendo que a influecircncia do tema

abordado foi justamente para retratar a situaccedilatildeo em que eacute apresentado e entendido

o sistema juriacutedico

Evidencia-se que embora sejam aplicadas algumas medidas protetivas ainda

eacute grave a desigualdade de gecircnero Tambeacutem se observa que as regras flexiacuteveis

negociadas entre empregado e empregador agilizam os processos nas relaccedilotildees de

trabalho mas obviamente quando natildeo houver a possibilidade de flexibilizar uma

regra esta seraacute cumprida sem exceccedilatildeo Nesse sentido entende-se que embora

diversas leis estimulem a contrataccedilatildeo de matildeo de obra feminina o montante de

direitos trabalhistas pode atrapalhar as relaccedilotildees de emprego criando receio do

empregador nas contrataccedilotildees principalmente em relaccedilatildeo agraves mulheres No entanto

essas medidas satildeo indispensaacuteveis para o bem-estar do trabalhador pois a

necessidade de proteccedilatildeo eacute fundamental Afinal todos querem ter seu espaccedilo

profissional mas algumas delas natildeo condizem com a realidade do empregador e do

empregado

Por fim observa-se que muitas legislaccedilotildees vigentes versam sobre o mesmo

assunto e se contradizem Entretanto essa constataccedilatildeo deve atrapalhar o judiciaacuterio

na hora das decisotildees cabendo a ele o poder de designar um resultado justo ao que

estaacute sendo proposto Isso demonstra que a discriminaccedilatildeo contra a mulher no

mercado de trabalho acontece mesmo diante da legislaccedilatildeo vigente configurando-se

em uma desigualdade que ainda estaacute longe de terminar e que para isso precisa ser

constantemente debatida

67

REFEREcircNCIAS

AHAD Claudia Abdul Reforma trabalhista e seus impactos no trabalho da mulher Migalhas [sl] dez 2017 Disponiacutevel em lthttps wwwmigalhascombrdePeso16MI27055371043-Reforma+Trabalhista+e+seus+impactos+no+trabalho+da+mulhergt Acesso em 28 mar 2018 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 5 out 1988 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03constituicaoConstituicaoCompiladohtmgt Acesso em 17 jun 2018 ______ Decreto 423 de 12 de novembro de 1935 Promulga quatro Projectos de Convenccedilatildeo approvados pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho da Liga das Naccedilotildees por occasiatildeo da Conferencia de Washington convocada pela Governo dos Estados Unidos da America a 29 de outubro de 1919 pelo Brasil adoptados a saber Convenccedilatildeo relativa ao emprego das mulheres antes e depois do parto Convenccedilatildeo relativa ao trabalho noctuno das mulheres Convenccedilatildeo que fixa a idade minima de admissatildeo das crianccedilas nos trabalhos industriaes Convenccedilatildeo relativa ao trabalho nocturno das crianccedilas na industria Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 12 nov 1935 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-423-12-novembro-1935-532092-publicacaooriginal-14076-pehtmlgt Acesso em 06 abr 2019

______ Decreto 979 de 06 de janeiro de 1903 Faculta aos profissionais da agricultura e industrias rurais a organizaccedilatildeo de syndicatos para a defesa de seus interesses Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 06 jan 1903 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03decretoAntigosD0979htmgt Acesso em 06 abr 2019

______ Decreto 1253 de 27 de setembro de 1994 Promulga a Conversatildeo nordm 136 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho sobre a Proteccedilatildeo contra os Riscos de Intoxicaccedilatildeo Provocados pelo Benzeno assinada em Genebra em 30 de junho de 1971 Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 28 set 1994 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03decreto1990-1994D1253htmgt Acesso em 07 abr 2019

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68

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______ Decreto 3725 de 04 de dezembro de 1919 Faz diversas correcccedilotildees no Coacutedigo Civil e manda fazer do Codigo corregido uma ediccedilatildeo de cinco mil exemplares Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 15 jan 1919 Disponiacutevel em lthttp wwwplanaltogovbrccivil_03decretohistoricosdplDPL3725-1919htmgt Acesso em 07 abr 2019

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______ Decreto 17934-A de 12 de outubro de 1927 Consolida as leis de assitencia e protecccedilatildeo aos menores Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 12 out 1927 Disponiacutevel em lthttp httpwwwplanaltogovbrccivil_03decreto1910-1929D17943Ahtmgt Acesso em 07 abr 2019

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______ Decreto 22042 de 3 de novembro de 1932 Regula as condiccedilotildees do trabalho das mulheres nos estabelecimentos industriais e comerciais Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 19 maio 1932 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-21417-17-maio-1932-559563-publicacaooriginal-81852-pehtmlgt Acesso em 07 abr 2019

______ Decreto 41721 de 25 de junho de 1957 Promulga as Convenccedilotildees Internacionais do Trabalho de nordm 111213141926298188899599100 e 101 firmadas pelo Brasil e outros paiacuteses em sessotildees da Conferecircncia Geral da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 25 jun 1957 Disponiacutevel em lthttp wwwplanaltogovbrccivil_03decretoAntigosD41721htmgt Acesso em 07 abr 2019 ______ Decreto 58820 de 14 de julho de 1966 Promulga a Convenccedilatildeo 103 sobre proteccedilatildeo agrave maternidade Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 19 jul 1966 Disponiacutevel em lthttp wwwplanaltogovbrccivil_03decreto1950-1969D58820htmgt Acesso em 16 jun 2018

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______ Lei 2040 de 28 de setembro de 1871 Declara de condiccedilatildeo livre os filhos de mulher escrava que nascerem desde a data desta lei libertos os escravos da Naccedilatildeo e outros e providecircncia sobre a criaccedilatildeo e tratamento daqueles filhos menores e sobre a libertaccedilatildeo annaul de escravos Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 28 set 1871 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03leislimLIM2040htmgt Acesso em 27 maio 2018

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______ Lei 7855 de 24 de outubro de 1989 Altera a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho atualiza os valores das multas trabalhistas amplia sua aplicaccedilatildeo institui o Programa de Desenvolvimento do Sistema Federal de Inspeccedilatildeo do Trabalho e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 25 out 1989 Disponiacutevel em lthttp wwwplanaltogovbrccivil_03LEISL7855htmgt Acesso em 21 abr 2018 ______ Lei 8213 de 24 de julho de 1991 Dispotildee sobre os Planos de Benefiacutecios da Previdecircncia Social e daacute outras providecircncias Republicada em 11-4-1996 e 14-8-1998 Regulamentada pelo Decreto n 3048 de 6-5-1999 Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 25 jul 1991 Disponiacutevel em lthttp wwwplanaltogovbrccivil_03leisL8213conshtmgt Acesso em 19 abr 2018 ______ Lei 9029 de 13 de abril de 1995 Proiacutebe a exigecircncia de atestados de gravidez e esterilizaccedilatildeo e outras praacuteticas discriminatoacuterias para efeitos admissionais ou de permanecircncia da relaccedilatildeo juriacutedica de trabalho e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 17 abr 1995 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9029htmgt Acesso em 28 abr 2019 ______ Lei 9601 de 21 de janeiro de 1998 Dispotildee sobre o contrato de trabalho por prazo determinado e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 22 jan 1998 Disponiacutevel em lthttp wwwplanaltogovbrccivil_03LeisL9601htmgt Acesso em 18 jun 2018 ______ Lei 9799 de 26 de maio de 1999 Insere na Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho regras sobre o acesso da mulher ao mercado de trabalho e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 26 maio 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03LEISL9799htmgt Acesso em 22 mar 2019

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______ Lei 10421 de 15 de abril de 2002 Estende agrave matildee adotiva o direito agrave licenccedila-maternidade e ao salaacuterio-maternidade alterando a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho aprovada pelo Decreto-Lei no 5452 de 1o de maio de 1943 e a Lei no 8213 de 24 de julho de 1991 Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 16 abr 2002 Disponiacutevel em lthttp wwwplanaltogovbrccivil_03LEIS2002L10421htmgt Acesso em 16 abr 2018

______ Lei 11340 de 07 de agosto de 2006 Cria mecanismos para coibir a violecircncia domeacutestica e familiar contra a mulher nos termos do sect 8o do art 226 da Constituiccedilatildeo Federal da Convenccedilatildeo sobre a Eliminaccedilatildeo de Todas as Formas de Discriminaccedilatildeo contra as Mulheres e da Convenccedilatildeo Interamericana para Prevenir Punir e Erradicar a Violecircncia contra a Mulher dispotildee sobre a criaccedilatildeo dos Juizados de Violecircncia Domeacutestica e Familiar contra a Mulher altera o Coacutedigo de Processo Penal o Coacutedigo Penal e a Lei de Execuccedilatildeo Penal e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 07 ago 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2004-20062006LeiL11340htmgt Acesso em 24 fev 2019 ______ Lei 11770 de 09 de setembro de 2008 Cria o Programa Empresa Cidadatilde destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade mediante concessatildeo de incentivo fiscal e altera a Lei no 8212 de 24 de julho de 1991 Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 09 set 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102008LeiL11770htmgt Acesso em 05 abr 2019 ______ Lei 12010 de 03 de agosto de 2009 Dispotildee sobre adoccedilatildeo altera as Leis nos 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente 8560 de 29 de dezembro de 1992 revoga dispositivos da Lei no 10406 de 10 de janeiro de 2002 - Coacutedigo Civil e da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho - CLT aprovada pelo Decreto-Lei no 5452 de 1o de maio de 1943 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 04 ago 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102009LeiL12010htmgt Acesso em 07 abr 2019 ______ Lei 12812 de 16 de maio de 2013 Acrescenta o art 391-A a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho - CLT aprovada pelo Decreto-Lei no 5452 de 1o de maio de 1943 para dispor sobre a estabilidade provisoacuteria da gestante prevista na aliacutenea b do inciso II do art 10 do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 17 maio 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2011-20142013LeiL12812htmgt Acesso em 21 abr 2018 ______ Lei 13257 de 08 de marccedilo de 2016 Dispotildee sobre as poliacuteticas puacuteblicas para a primeira infacircncia e altera a Lei no 8069 de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) o Decreto-Lei no 3689 de 3 de outubro de 1941 (Coacutedigo de Processo Penal) a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) aprovada pelo Decreto-Lei no 5452 de 1o de maio de 1943 a Lei no11770 de 9 de setembro de 2008 e a Lei no 12662 de 5 de junho de 2012 Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 09 mar 2016 Disponiacutevel em lthttp

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______ Lei Complementar 150 de 01 de junho de 2015 Dispotildee sobre o contrato de trabalho domeacutestico altera as Leis no 8212 de 24 de julho de 1991 no 8213 de 24 de julho de 1991 e no 11196 de 21 de novembro de 2005 revoga o inciso I do art 3o da Lei no 8009 de 29 de marccedilo de 1990 o art 36 da Lei no 8213 de 24 de julho de 1991 a Lei no 5859 de 11 de dezembro de 1972 e o inciso VII do art 12 da Lei no 9250 de 26 de dezembro 1995 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 02 jun 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03leislcplcp150htmgt Acesso em 10 mar 2019

______ Portaria 670 de 20 de agosto de 1997 Altera a redaccedilatildeo do inciso I do artigo 1ordm da Portaria MTb nordm 3296 de 03091986 que dispotildee sobre o Reembolso-Creche Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 21 ago 1997 Disponiacutevel em lthttpwwwlegiswebcombrlegislacaoid=181542gt Acesso em 19 abr 2019

______ Portaria 3214 de 08 de junho de 1978 Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capitulo V Titulo II da Consolidaccedilatildeo das Leis do trabalho relativas a Seguranccedila e Medicina do Trabalho Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 08 jun 1978 Disponiacutevel em lthttp wwwcamaralegbrsilegintegras309173pdfgt Acesso em 19 abr 2019

______ Portaria 3296 de 03 de setembro de 1986 Autoriza as empresas e empregadores a adotar o sistema de Reembolso-Creche em substituiccedilatildeo agrave exigecircncia contida no sect 1ordm do artigo 389 da CLT Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 05 set 1986 Disponiacutevel em lthttp wwwlegiswebcombrlegislacaoid=181137gt Acesso em 19 abr 2019

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5

1 INTRODUCcedilAtildeO

O presente estudo tem como objetivo geral fazer uma anaacutelise atraveacutes da

literatura disponiacutevel das accedilotildees protetivas implementadas para beneficiar as

mulheres na esfera do Direito do Trabalho assim como os impactos que foram

provocados pela reforma trabalhista instituiacuteda por meio da Lei 134672017 Decorre

que a referida Lei trouxe mudanccedilas significativas na Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) passando a vigorar no paiacutes a partir de 11 de novembro do mesmo

ano Diante disso a ideacuteia eacute trazer agrave tona o debate acerca dessas medidas protetivas

e expor as regras que versam sobre o trabalho feminino uma vez que a reforma

trabalhista de 2017 apresentou significativas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao trabalho da

mulher

Nessa perspectiva essa pesquisa faz um breve relato histoacuterico sobre a

evoluccedilatildeo da inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho descrevendo como

surgiu o Direito do Trabalho e as razotildees pelas quais as legislaccedilotildees foram criadas Eacute

interessante frisar que o Direito do Trabalho se configurou em uma vitoacuteria da

humanidade ao longo da histoacuteria uma vez que instituiu direitos fundamentais para

melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores evitando que os abusos do capital

prejudicassem os membros da sociedade menos favorecidos Entretanto torna-se

necessaacuterio ao mesmo tempo tambeacutem pensar no crescimento da mateacuteria pois esse

ramo do Direito eacute bastante dinacircmico uma vez que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de

trabalho satildeo muito frequentes sendo indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria

para entender as questotildees da atualidade Em outras palavras significa dizer que o

Direito do Trabalho altera suas normas constantemente para conseguir se adequar agrave

modernidade e as constantes transformaccedilotildees mercadoloacutegicas

Assim sendo analisar a trajetoacuteria da mulher na busca dos seus direitos

representa debater as normas que regram o trabalho feminino que cada vez mais

integra a igualdade de gecircnero Trata-se portanto de um tema demais discutido na

sociedade que a cada dia tem um novo entendimento e uma nova regra que

possibilita que a mulher tenha o seu espaccedilo garantido Essas mudanccedilas vecircm

ocorrendo desde que o trabalho feminino se destacou no Brasil entre 1850 e 1950

Foi nesse periacuteodo chamado de industrial que as mulheres se integraram ao setor

fabril e a matildeo de obra feminina passou a ocupar espaccedilo Entretanto foi nessa eacutepoca

que surgiram tambeacutem os salaacuterios e os contratos de trabalho onde os empresaacuterios

6

davam preferecircncia para as mulheres que aceitavam salaacuterios inferiores ao dos

homens poreacutem para exercer as mesmas funccedilotildees sujeitando-se a jornadas

exaustivas de 14 a 16 horas diaacuterias mas com baixos salaacuterios revelando uma

expliacutecita desigualdade de gecircnero no acircmbito do trabalho

Diante do exposto o presente trabalho tem como objetivos especiacuteficos buscar

obter o conhecimento acerca das regras trabalhistas de proteccedilatildeo agrave mulher tentar

apresentar o caminho percorrido pelas mulheres em busca de igualdade reconhecer

a importacircncia das proteccedilotildees agrave mulher no acircmbito trabalhista para que natildeo haja

discriminaccedilatildeo assim como propotildee fazer uma anaacutelise sobre as mudanccedilas nas leis

que constantemente satildeo alteradas para se adequar a atualidade e melhorar as

relaccedilotildees de trabalho

Do ponto de vista de organizaccedilatildeo o presente estudo foi dividido em trecircs

momentos Na primeira abordagem eacute realizada um levantamento sobre os paiacuteses

onde surgiram as primeiras regras trabalhistas e como que essas normas apontaram

aqui no Brasil passando tambeacutem por um olhar nas culturas e civilizaccedilotildees no sentido

de tentar demonstrar suas diferenccedilas em relaccedilatildeo agraves mulheres Avalia-se aqui as

relaccedilotildees de trabalho a discriminaccedilatildeo de gecircnero a submissatildeo das mulheres

desvalorizadas por suas famiacutelias e abusadas pelo empregador assim como o

surgimento das leis trabalhistas no mundo e no Brasil para entatildeo se chegar agrave

inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho e como as accedilotildees protetivas femininas

foram sendo aplicadas

Numa segunda etapa estatildeo apresentadas as peculiaridades que envolvem o

trabalho da mulher e que satildeo indispensaacuteveis para uma vida saudaacutevel Nesse

contexto entram a proteccedilatildeo agrave maternidade a licenccedila- gestante estendida agrave adotante

dentre outros entendimentos bem como os avanccedilos consideraacuteveis de proteccedilatildeo agrave

gestante e sua famiacutelia Sobre o salaacuterio-maternidade ressalta-se que se trata de um

benefiacutecio que eacute pago pela Previdecircncia Social justamente para evitar a discriminaccedilatildeo

no momento da contrataccedilatildeo da mulher algo que provavelmente aconteceria caso a

remuneraccedilatildeo deste periacuteodo ficasse por conta do empregador No entanto busca-se

entender como que mesmo com essa proteccedilatildeo agrave maternidade e essa constataccedilatildeo

as mulheres apoacutes o periacuteodo de estabilidade ainda continuam sendo demitidas ou

seja as medidas que eram para ser protetivas em alguns casos acabam por gerar

discriminaccedilatildeo

7

Jaacute o assunto da terceira abordagem retrata o trabalho da mulher e a reforma

trabalhista onde traz uma apresentaccedilatildeo da mais recente mudanccedila no Direito do

Trabalho Assim sendo eacute feito um breve comentaacuterio sobre a repercussatildeo dessa Lei

que em um ponto estabelece as negociaccedilotildees diretas entre empregador e

empregado Da mesma forma faz-se uma exposiccedilatildeo acerca dos meacutetodos locais de

trabalho da mulher obrigaccedilotildees das empresas para que as mulheres trabalhem em

lugares saudaacuteveis atividades insalubres e mudanccedilas que foram adotadas nas

regras do trabalho feminino

Por fim ressalta-se que em todos os capiacutetulos foram analisados doutrinas

jurisprudecircncias e dispositivos legais correspondentes agrave mateacuteria Tal mecanismo foi

empregado para se tentar buscar informaccedilotildees precisas e veriacutedicas no sentido de

procurar evidenciar os problemas atuais e de que forma o ordenamento juriacutedico atua

com todo o amparo legal

Para se alcanccedilar os objetivos propostos a metodologia empregada consiste

em uma pesquisa bibliograacutefica por meio do meacutetodo dedutivo quando foram

realizadas leituras anaacutelises e interpretaccedilotildees de artigos doutrinas jurisprudecircncias e

leis publicadas em livros e na internet que abordam esses temas como o instituto de

tentar responder o seguinte problema de pesquisa como ocorre a discriminaccedilatildeo

contra as mulheres e a desigualdade de gecircnero nas relaccedilotildees de trabalho e qual o

caminho na busca por melhorias

8

2 A EVOLUCcedilAtildeO DO DIREITO DO TRABALHO

Analisando o Direito do Trabalho eacute preciso pensar no crescimento da mateacuteria

Nesse sentido Martins (2014 p 3) ressalta que esse ramo do Direito eacute muito

dinacircmico e que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de trabalho satildeo muito frequentes

sendo para tanto indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria para entender as

questotildees da atualidade No capiacutetulo a seguir seratildeo apresentados toacutepicos da histoacuteria

do Direito Trabalho a vida dos trabalhadores antes das regras trabalhistas as

condiccedilotildees de trabalho e como essas regras foram surgindo primeiramente na

Europa e mais tarde no Brasil Como o objeto de estudo do presente trabalho foi a

discriminaccedilatildeo das mulheres quanto agrave inserccedilatildeo delas no mercado de trabalho e suas

proteccedilotildees o auxiacutelio das doutrinas mencionadas foram de extrema importacircncia para

esta anaacutelise Assim sendo a partir desse momento inicia-se a apresentaccedilatildeo

Martins (2014 p 3-4) revela que na Biacuteblia o trabalho foi considerado puniccedilatildeo

pois Adatildeo em consequecircncia de comer o fruto proibido como castigo teve de

trabalhar Trabalho vem do latim tripalium em caraacuteter uma ferramenta de tortura

como uma canga para usar nos animais no trabalho da lavoura para colheitas

Platatildeo e Aristoacuteteles deduziram que a dignidade do homem era baseada em negoacutecios

na metroacutepole por meio da palavra Quem fazia o trabalho braccedilal eram os escravos

que desempenhavam as praacuteticas serviccedilais enquanto as atividades nobres ficavam

com outras pessoas (MARTINS 2014 p 4)

Em Roma o trabalho era visto como degradante uma vez que os escravos eacute

que faziam o trabalho bruto Dessa forma Martins (2014 p 4) relata que estes eram

considerados coisa na Lex Aquilia (284 a C) O referido autor disse ainda que a

escravidatildeo foi o primeiro sistema de trabalho e que o escravo era usado ateacute sua

morte ou na medida em que conseguisse sair dessa situaccedilatildeo Poreacutem sem direito

algum muito menos trabalhista

No mesmo entendimento Garcia (2018 p 1) conta que o trabalhador era visto

como coisa sem direitos Na antiguidade no pensamento claacutessico grego o trabalho

era visto como um castigo Platatildeo e Aristoacuteteles natildeo consideravam que o trabalho

daria dignidade ao homem

Os servos na eacutepoca do feudalismo entregavam parte da produccedilatildeo rural pelo

uso da terra e pela proteccedilatildeo recebida dos senhores feudais Nesse aspecto Garcia

(2018 p 1-2) revela que o senhor feudal dava proteccedilatildeo militar e poliacutetica aos servos

9

que natildeo possuiacuteam liberdade De acordo com Nascimento (2010 p 39) natildeo havia

nenhum direito ao trabalhador pois era o patratildeo quem designava as circunstacircncias

de trabalho dos empregados A relaccedilatildeo de trabalho era livre em concordacircncia das

partes mas o patratildeo era quem determinava as regras Como nunca houve contrato

redigido poderia acabar ou mudar a relaccedilatildeo de trabalho como quisesse

O direito do trabalho nasceu do resultado de um assunto social antecipado pela

Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII e da atitude humanista que dispocircs assegurar a

dignidade do homem Nascimento (2010 p 32) explica que houve uma

inevitabilidade de obter regras juriacutedicas para regulamentar as relaccedilotildees individuais e

coletivas de trabalho agrave medida que o mundo da induacutestria foi expandindo

rapidamente

As situaccedilotildees precaacuterias das condiccedilotildees de trabalho no decorrer da evoluccedilatildeo da

Revoluccedilatildeo Industrial apresentavam graves riscos para a sauacutede e para a integridade

fiacutesica do empregado As doenccedilas ocorriam em consequecircncia do peacutessimo ambiente

laboral sendo que os acidentes de trabalho atingiam principalmente os metaluacutergicos

e os mineiros Sem receber salaacuterio durante o periacuteodo em que estavam doentes

permaneciam inseguros em relaccedilatildeo ao seu sustento jaacute que natildeo existiam normas

para que fossem protegidos Ademais o patratildeo tambeacutem natildeo se empenhava para

que as regras existissem (NASCIMENTO 2010 p 44)

Nessa perspectiva Nascimento (2010 p 44) pontua que natildeo eacute com precisatildeo

que se afirma a situaccedilatildeo dos salaacuterios dos empregados logo apoacutes a Revoluccedilatildeo

Industrial Em razatildeo de provas e documentos insuficientes natildeo eacute com seguranccedila a

apresentaccedilatildeo de uma anaacutelise da necessidade de vida Contudo historiadores

afirmam de um modo geral que os salaacuterios eram baixos Os salaacuterios nas induacutestrias

eram mais altos que na agricultura sendo que mulheres e menores recebiam menos

que os homens

A normatizaccedilatildeo juriacutedica de trabalho pelo Estado eacute moldada por particularidades

agraves quais satildeo denominadas de legislaccedilatildeo industrial Nascimento (2010 p 55) diz que

primeiramente as regras direcionavam-se aos empregados das induacutestrias e com o

desenvolvimento destas foram se estendendo para outras funccedilotildees

Nascimento (2010 p 55) revela ainda que o propoacutesito de proteger o trabalho

das mulheres e dos menores e a limitaccedilatildeo da jornada de trabalho eacute predominante na

legislaccedilatildeo industrial A maioria das normas nesse periacuteodo era destinada para esses

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fins sendo que mais adiante ocorreu a intervenccedilatildeo do Poder Puacuteblico em defesa dos

mais pobres

Ainda nesse contexto Nascimento (2010 p 55) revela que a primeira regra de

destaque notaacutevel que demonstra a atitude do Estado eacute da Inglaterra 1601 nomeada

como Lei de Amparo aos Pobres admitindo o direito de receber ajuda das

autoridades puacuteblicas

Segundo Nascimento (2010 p 56) da mesma forma outra regra juriacutedica surgiu

para amparar o trabalhador na Inglaterra em 1802 quando da implantaccedilatildeo da Lei de

Peel Seu objetivo era regrar o trabalho dos menores aprendizes paroquianos dos

quais os domiacutenios das paroacutequias queriam se livrar levando-os aos proprietaacuterios das

induacutestrias Havia pelas paroacutequias o traacutefico de menores onde eram efetuados

contratos de compra e venda para que as induacutestrias adquirissem esses menores em

lotes Robert Peel criou uma lei que protegia estas crianccedilas regrando deveres de

educaccedilatildeo reduzindo a etapa de trabalho para 12 horas Normas relacionadas agrave

higiene tambeacutem foram introduzidas Delgado (2014 p 95) faz referecircncia agrave essa lei

como o Peelrsquos Act (1802) versando sobre o trabalho dos menores Essa lei natildeo foi

aderida mas Robert Peel em 1819 criou uma segunda lei que foi aprovada no

mesmo entendimento (NASCIMENTO 2010 p 56)

Nascimento (2010 p 57) aponta outra lei a fim de proteger os menores na

Inglaterra a Lei de 1833 criada para estabelecer regras de trabalho nas induacutestrias

Assim menores foram proibidos de trabalhar antes dos 9 anos de idade o limite de

jornada de trabalho dos menores de 13 anos passou para 9 horas e dos

adolescentes menores de 18 anos para 12 horas Foi proibido tambeacutem o trabalho

noturno e para fiscalizar o cumprimento das regras foram nomeados inspetores de

induacutestria

Mais tarde outras medidas se destacaram como a Lei de 1844 criada para

regrar o trabalho das mulheres fixando a jornada de trabalho em 10 horas Tambeacutem

as Leis de 1850 e de 1853 foram criadas para regrar a jornada laboral dos homens e

a Lei de 1842 proibindo as mulheres e menores de trabalhar em subsolo

(NASCIMENTO 2010 p 57)

Segundo Martins (2014 p 7) na Franccedila em 1813 foi vedado o trabalho de

menores nas minas Em 1814 foi proibido o trabalho aos domingos e feriados Em

1839 foi vedado o trabalho de menores de 9 anos e a jornada laboral dos menores

de 16 anos foi estabelecida em 10 horas Tambeacutem na Franccedila as Leis de 19 de

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marccedilo e 02 de novembro de 1874 regravam a proteccedilatildeo do trabalho das mulheres e

das crianccedilas

Conforme Nascimento (2010 p 41) os menores trabalhavam em peacutessimas

condiccedilotildees de higiene e as casas de aprendizagem eram raras onde meninos e

meninas dividiam o mesmo dormitoacuterio sendo que para as mulheres as condiccedilotildees

natildeo eram diferentes

Em alguns paiacuteses o Direito do Trabalho eacute infiltrado nas Constituiccedilotildees alguns

exemplos satildeo o Meacutexico (1917 e 1962) o Peru (1933) a Aacuteustria (1925) a Ruacutessia

(1918 a 1935) e o Brasil (1934 1937 1946 1967 1969 1988) Em outros paiacuteses as

leis trabalhistas satildeo apresentadas no Coacutedigo Civil como na Itaacutelia no Coacutedigo das

Obrigaccedilotildees como na Suiacuteccedila enquanto no Brasil elas aparecem nas consolidaccedilotildees e

em leis especiais Nos Estados Unidos as convenccedilotildees coletivas respondem pela

maioria das normas juriacutedicas mediante negociaccedilotildees coletivas entre os sindicatos

envolvidos (NASCIMENTO 2010 p 59)

O Direito do Trabalho se concretizou natildeo somente por meio de leis

constitucionais e ordinaacuterias mas tambeacutem atraveacutes das convenccedilotildees promulgadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que tem forccedila de lei federal em muitos

paiacuteses Os tratados internacionais bilaterais ou multilaterais eram mais comuns nos

paiacuteses europeus em especial normatizando a previdecircncia social (NASCIMENTO

2010 p 59-60)

A Revoluccedilatildeo Francesa de 1789 e sua Constituiccedilatildeo revelaram o primeiro dos

direitos sociais e econocircmicos o Direito do Trabalho O Estado impocircs a

obrigatoriedade de suprir o empregado a sua subsistecircncia (MARTINS 2014 p 6)

Garcia (2018 p 2) cita que na Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII em razatildeo

da descoberta da maacutequina a vapor as induacutestrias precisaram de operaacuterios com

trabalho assalariado para substituir os escravos sendo um dos motivos que

promoveu o Direito do Trabalho

O estado deixa seu estado de abstenccedilatildeo e passa a intervir nas relaccedilotildees de trabalho impondo limitaccedilotildees agrave liberdade das partes para a proteccedilatildeo do trabalhador por meio da legislaccedilatildeo proibitiva de abusos do empregador como forma de preservar a dignidade do homem no trabalho (GARCIA 2018 p 2-3)

Martins (2014 p 6) revela que na Revoluccedilatildeo Industrial surgiram os salaacuterios e

os contratos de trabalho Os empresaacuterios davam preferecircncia para as mulheres que

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aceitavam salaacuterios inferiores ao dos homens exercendo as mesmas funccedilotildees

Sujeitavam-se a jornadas excessivas de 14 a 16 horas diaacuterias a baixos salaacuterios e

trabalhavam em situaccedilotildees inconstantes prejudiciais agrave sauacutede para manter seus

empregos No veratildeo o andamento do trabalho era longo chegando a 18 horas e

muitas vezes acabavam com o pocircr-do-sol Induacutestrias iniciaram as atividades em

periacuteodo noturno quando foi inventado o lampiatildeo a gaacutes em 1792 e as jornadas de

trabalho foram reduzidas para 12 a 14 horas por dia (MARTINS 2014 p 5)

Para Martins (2014 p 9) ldquoo direito do trabalho surge para limitar os abusos do

empregador em explorar o trabalho e para modificar as condiccedilotildees de trabalhordquo

Com a chegada da maacutequina a vapor e outras modernizaccedilotildees trabalhadores

foram substituiacutedos gerando desemprego Com novas possibilidades a agricultura

tambeacutem contratou menos trabalhadores e mais pessoas acabaram desempregadas

Foram instauradas induacutestrias de carvatildeo como na Inglaterra Nestas induacutestrias o

trabalhador era sujeito agraves obrigaccedilotildees insalubres incecircndios explosotildees e intoxicaccedilatildeo

por gases tendo salaacuterios baixos e inuacutemeras horas trabalhadas Tambeacutem corriam

riscos de doenccedilas infecciosas por conta de trabalhar em lugares molhados como

tuberculose pneumonia entre outras Eram feitos contratos verbais onde

praticamente toda famiacutelia trabalhava e muitos morriam sem nenhuma assistecircncia

(MARTINS 2014 p 6)

Nascimento (2010 p 43) salienta que os empregadores eacute quem determinavam

as jornadas de trabalho conforme a sua vantagem Aos empregados soacute restava

cumprir o estabelecido onde menores mulheres e homens exerciam as mesmas

funccedilotildees intensas ou natildeo Em razatildeo disso foram surgindo as legislaccedilotildees que

regraram as horas diaacuterias trabalhadas A eletricidade surgiu em 1880

consequentemente os meacutetodos de trabalho tiveram que se adequar (MARTINS

2014 p 8)

O Estado natildeo intercedia nas relaccedilotildees de trabalho pois o trabalho era tido como

mercadoria e possibilitava o abuso do empregador para com o empregado Como a

ofertas de trabalho eram poucas e a procura era intensa o empregado aceitava

baixos salaacuterios e jornadas excessivas sem direito ao descanso ou feacuterias (MARTINS

2014 p 8) De acordo com Nascimento (2010 p 54) a intervenccedilatildeo do Estado

ocorreu a partir de 1938 com o pensamento neoliberalista No entanto essa natildeo foi

a uacutenica forma pela qual o intervencionismo se idealizou tendo tambeacutem apontado de

um estilo mais eminente com sistemas poliacuteticos de ditadura tanto de ldquoesquerdardquo

13

como de ldquodireitardquo O socialismo eacute um comportamento intervencionista que se

destacou mais precisamente no Leste da Europa enquanto o corporativismo se

destacou na Itaacutelia e o nazismo de Hitler na Alemanha

Eacute saacutebia a intervenccedilatildeo do Estado para que o trabalhador tenha dignidade

atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de proteccedilatildeo acentuando regras que estabeleccedilam

condiccedilotildees de trabalho dignas e que sejam eminentes ao patratildeo considerando

melhor situaccedilatildeo de vida social (NASCIMENTO 2010 p 54) Conforme Martins

(2014 p 7) o Estado interviu nas relaccedilotildees de trabalho movido pelos abusos que

eram cometidos A desigualdade era niacutetida a maacutequina era de propriedade do patratildeo

e assim o trabalhador era submisso pois natildeo tinha nada A intervenccedilatildeo do Estado

teve como objetivo o bem-estar do trabalhador e melhorias nas circunstacircncias de

trabalho quando o empregado passou a ser favorecido pelas leis

Na Espanha foram estabelecidas regras que regulamentavam o trabalho dos

menores e das mulheres com leis em 1873 18781900 e 1912 Tambeacutem na Franccedila

em 1874 estabeleceram-se proteccedilotildees juriacutedicas para menores e mulheres Em 1893

uma lei regulou a seguranccedila e a higiene nas empresas (MARTINS 2014 p 7)

A Constituiccedilatildeo do Meacutexico em 1917 foi a primeira a tratar do assunto no art

123 estabelecendo vaacuterias regras de proteccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de trabalho de

menores de 12 anos jornada de oito horas descanso semanal proteccedilatildeo agrave

maternidade entre outros (MARTINS 2014 p 9)

Depois a Constituiccedilatildeo de Weimar em 1919 Martins (2014 p 9) menciona que

a mesma passou a regularizar a participaccedilatildeo dos empregados nas empresas tendo

representaccedilatildeo nas empresas estabelecendo um sistema de seguro social e fixando

salaacuterios e melhores condiccedilotildees de trabalho

No acircmbito internacional o Tratado de Versalles de 1919 prenunciou a

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que abrange os direitos trabalhistas

internacionalmente decretando convenccedilotildees (MARTINS 2014 p 9)

Garcia (2018 p 3) conta que na Itaacutelia a Carta del Lavoro em 1927

implementou um sistema corporativista que foi abrangido por outros sistemas

poliacuteticos como de Portugal da Espanha e do Brasil

A criaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas apoacutes a Segunda Guerra Mundial

(1939-1945) resultou na aprovaccedilatildeo da Carta das Naccedilotildees Unidas na Conferecircncia de

Satildeo Francisco (1945) Segundo Garcia (2018 p 4) a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia

14

aprovada pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em 1944 expandindo os

princiacutepios do Tratado de Versalles

Em 1946 houve a vinculaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho agrave

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas como entidade versada agrave regulamentaccedilatildeo

internacional do trabalho Garcia (2018 p 4) referencia o novo texto constitucional

da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho aprovado em Conferecircncia Internacional

do Trabalho em 1946 com a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia anexada E ainda no acircmbito

internacional trouxe diversos direitos trabalhistas em 1948 com a Declaraccedilatildeo

Universal dos Direitos Humanos

O Direito do Trabalho eacute uma vitoacuteria da humanidade ao longo da histoacuteria

criando direitos fundamentais para melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores

Assim evitou abusos e que o capital e a busca pelas vantagens prejudicassem os

membros da sociedade menos favorecidos assegurando dignidade de vida

(GARCIA 2018 p 4)

Da mesma maneira o Direito do Trabalho proporciona o desenvolvimento do

sistema econocircmico em meacutetodos aceitaacuteveis viabilizando assim o progresso das

instituiccedilotildees e o bem-estar coletivo Segundo Garcia (2018 p 4) o Direito do

Trabalho tem papel importante para garantir o miacutenimo de dignidade e justiccedila social

Conforme Garcia (2018 p 5) o Direito do Trabalho eacute um procedimento

necessaacuterio que embasa o proacuteprio sistema econocircmico-social Cabe ressaltar que o

Direito do Trabalho impossibilita ateacute mesmo um eventual colapso no sistema

podendo suceder de niacuteveis de miseacuteria e desigualdade afetando as condiccedilotildees de

consumo e conduzindo os proacuteprios possuidores a decadecircncia

Para Delgado (2012 p 83) o Direito do Trabalho natildeo surgiu apenas para

incendiar o sistema econocircmico Com a Revoluccedilatildeo Industrial na Inglaterra no

seacuteculo XVIII certamente buscou tambeacutem ponderar os abusos da utilizaccedilatildeo da forccedila

de trabalho propondo a civilidade para o trabalhador

Os direitos trabalhistas satildeo garantidos na composiccedilatildeo dos direitos

fundamentais em ligaccedilatildeo com as normas da dignidade da pessoa humana e da

justiccedila social Viu-se ao longo dessa redaccedilatildeo como eram as condiccedilotildees que

enfrentavam os trabalhadores para adquirir uma vida digna bem como a intervenccedilatildeo

do Estado para amenizar os abusos do empregador sendo possiacutevel entender um

pouco sobre o Direito em questatildeo Seguindo na apresentaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do Direito

15

do Trabalho na sequecircncia seraacute descrito como surgiram as primeiras regras no

Brasil

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil

Devido agrave criaccedilatildeo de regras trabalhistas na Europa e agraves instituiccedilotildees

internacionais que versavam sobre o Direito do Trabalho o Brasil teve influecircncia

para se adequar a essas regras Martins (2014 p 11) relata que as criaccedilotildees de

normas trabalhistas no Brasil foram estipuladas pelas mudanccedilas na Europa em

consequecircncia da Primeira Guerra Mundial e do surgimento da Organizaccedilatildeo

Internacional do Trabalho (OIT) em 1919 Imigrantes chegados ao Brasil deram

iniacutecio a movimentos e protestos pleiteando melhores circunstacircncias de trabalho

Destaca Nascimento (2010 p 88) que apoacutes a Aboliccedilatildeo da Escravatura e a

Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica surgiu o periacuteodo liberal do Direito do Trabalho embora

pequenos movimentos sem maior relevacircncia colaborassem para o progresso das

leis no paiacutes

Primeiramente as Constituiccedilotildees versavam apenas sobre o sistema de

governo Martins (2014 p 10) conta que mais tarde comeccedilaram a tratar de diversos

ramos do Direito em especial o Direito do Trabalho

A maior concentraccedilatildeo de pessoas se destacou nas grandes cidades como o

Rio de Janeiro em 1890 na eacutepoca capital federal e em Satildeo Paulo em 1900 No

entanto havia um grande nuacutemero de induacutestrias como oficinas de calccedilados

vestuaacuterio moacuteveis e tintas normalmente abertas em galpotildees ou no fundo de

armazeacutens sendo locais de difiacutecil acesso para a fiscalizaccedilatildeo A populaccedilatildeo foi

aumentando nesses estados e a maioria dos trabalhadores eram imigrantes

italianos portugueses espanhoacuteis que ocupavam cargos de operaacuterios nas induacutestrias

(NASCIMENTO 2010 p 88-89)

Nascimento (2010 p 89) cita que se formavam as circunstacircncias para que o

trabalho subordinado fosse regido por lei No entanto o Poder Puacuteblico que era

devoto ao princiacutepio liberalista e sua inspiraccedilatildeo permanecia isento a qualquer

contestaccedilatildeo No periacuteodo existiu um grande nuacutemero de greves e movimento poliacutetico

Conforme Nascimento (2010 p 96) as primeiras regras surgiram

respectivamente em 1903 pelo Decreto 979 de 06 de janeiro de 1903 (BRASIL

1903 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em 1937 pelo Decreto Legislativo 1637 que

16

versava sobre os sindicatos em 1891 pelo Decreto 1313 de 17 de janeiro de 1891

(BRASIL 1891 lthttpwww2camaralegbrgt) que dispunha sobre a proteccedilatildeo de

menores regrando a fiscalizaccedilatildeo nas faacutebricas onde havia um grande nuacutemero de

menores trabalhando e pelo Decreto 1150 de 1904 que regrava sobre os salaacuterios

estabelecendo a carteira agriacutecola (BRASIL 1904 lthttpwww2camaralegbrgt)

Em 1930 Getuacutelio Vargas entatildeo Presidente da Repuacuteblica idealizou uma

poliacutetica trabalhista Em razatildeo da expansatildeo da induacutestria Getuacutelio editou leis

trabalhistas com a intenccedilatildeo de moderar as manifestaccedilotildees No entanto jaacute existiam

leis ordinaacuterias regulando o trabalho de menores em 1891 em 1903 a organizaccedilatildeo

dos sindicatos rurais e em 1907 sindicatos urbanos (MARTINS 2014 p 11)

A Lei 30711916 (BRASIL 1916 lthttpwwwplanaltogovbrgt) aprovou o

Coacutedigo Civil e corrigido pela Lei 3725 de 15 de janeiro de 1919 (BRASIL 1919

lthttpwwwplanaltogovbrgt) surgiram regras sobre locaccedilatildeo de serviccedilos o que

antecede a histoacuteria do contrato de trabalho das leis posteriores e especiais Duas

regras consideraacuteveis surgem em 1923 a Lei 4682 (BRASIL 1923

lthttpwwwplanaltogovbrgt) intitulada de Lei Eloacutei Chaves criou a caixa de

aposentadoria e pensotildees para os ferroviaacuterios e a estabilidade para os mesmos ao

completarem 10 anos de emprego exceto se ocorresse falta grave O Decreto

16027 (BRASIL 1923 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 30 de abril estabeleceu o

Conselho Nacional do Trabalho ldquooacutergatildeo consultivo dos poderes puacuteblicos em

assuntos referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho e da previdecircncia socialrdquo

(NASCIMENTO 2010 p 97-98)

Versando sobre as feacuterias foi criada a Lei 4982 de 25 de dezembro de 1925

(BRASIL 1925 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Depois disso houve o Decreto

17934-A (BRASIL 1927 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 1927 e o Coacutedigo de

Menores estabelecendo proteccedilotildees ao trabalho dos menores (NASCIMENTO 2010

p 98)

Na deacutecada de 1930 vaacuterios Decretos do Poder executivo que versavam sobre

as relaccedilotildees de trabalho foram implantados Garcia (2018 p 5) evidencia o Decreto

211751932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que instituiu a Carteira

de Trabalho assim como a duraccedilatildeo da jornada de trabalho em diversos setores da

atividade econocircmica com o Decreto 211861932 (BRASIL 1932

lthttpwww2camaralegbrgt) e na induacutestria o Decreto 213641932 (BRASIL 1932

17

lthttpwww2camaralegbrgt) sobre a jornada de trabalho e o trabalho de menores

por meio do Decreto 220421932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Conforme Delgado (2014 p 107) a evoluccedilatildeo do Direito do Trabalho no Brasil

tem a fase mais significativa entre 1888 a 1930 Foi um periacuteodo em que a relaccedilatildeo de

emprego se mostrou expressiva principalmente no setor agriacutecola cafeeiro de Satildeo

Paulo na industrializaccedilatildeo profissional da capital paulista e do Distrito Federal

O Ministeacuterio do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio foi criado em 1930 quando

passou a expedir decretos sobre o trabalho das mulheres (214171932) (BRASIL

1932 lthttpwww2camaralegbrgt) salaacuterio miacutenimo (1936) e a Justiccedila do Trabalho

(1939) Conforme Martins (2014 p 11) a primeira Constituiccedilatildeo brasileira a tratar

especificamente do Direito do Trabalho eacute a de 1934 regulando diversas proteccedilotildees

trabalhistas Depois a Constituiccedilatildeo de 1937 regulou os sindicatos nas relaccedilotildees de

trabalho quando um imposto sindical foi estipulado Tambeacutem teve a competecircncia

dos tribunais de trabalho que tinha como propoacutesito intervir nas relaccedilotildees de trabalho

buscando o entendimento entre patratildeo e empregado

Garcia (2018 p 6) explica que a Constituiccedilatildeo Federal de 1937 (BRASIL 1937

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta a intervenccedilatildeo do Estado com

particularidades do meacutetodo corporativista Foi instaurado um sindicato exclusivo

ligado ao Estado a greve foi proibida pois era vista como artificio desagradaacutevel e

negativo agrave economia

Em razatildeo das normas existentes espalhadas entendeu-se a utilidade de um

sistema de regras Para isso foi lanccedilado o Decreto-Lei 5452 de 1ordm-5-1943

homologando a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho a CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e consolidando as leis jaacute existentes (MARTINS 2014

p 12)

Adiante as Constituiccedilotildees seguintes trouxeram mais benefiacutecios para o

trabalhador como repouso semanal remunerado participaccedilatildeo de lucros para os

empregados e direito de greve previstos na Constituiccedilatildeo de 1946 Martins (2014 p

12) conta que legislaccedilotildees ordinaacuterias avanccedilaram citando entre elas a Lei 585972

(BRASIL 1972 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre o trabalho domeacutestico

Garcia (2018 p 6) menciona a Lei 605 de 05 de janeiro de 1949 (BRASIL

1949 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o repouso semanal

remunerado e remuneraccedilatildeo de feriados e a Lei 2757 de 23 de abril de 1956

(BRASIL 1956 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre as regras de trabalho

18

dos porteiros zeladores faxineiros e serventes de preacutedios A Lei 3207 de 18 de

julho de 1957 (BRASIL 1957 lthttpwwwplanaltogovbrgt) regulava o trabalho dos

viajantes e a Lei 40901962 a gratificaccedilatildeo natalina (BRASIL 1962

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

sustentou os direitos trabalhistas das Constituiccedilotildees anteriores e estabeleceu o

Fundo de Garantia do Tempo de Serviccedilo na Lei 51071966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) dentre outras diversas leis sobre o emprego

domeacutestico em 1972 sobre o trabalho rural teve a Lei 58891973 (BRASIL 1973

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e o trabalho temporaacuterio foi regrado na Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 6)

Em 1988 foi aprovada a Constituiccedilatildeo atual versando sobre os direitos

trabalhistas estes incluiacutedos no Capitulo II ldquoDos Direitos Sociaisrdquo e do Titulo II ldquoDos

Direitos e Garantias Fundamentaisrdquo No entendimento de alguns doutrinadores o

art 7ordm da Constituiccedilatildeo Federal surge como a verdadeira Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho com diversos direitos trabalhistas abrigados (MARTINS 2014 p 12)

Delgado (2012 p 86) aponta que sem duacutevida o nuacutecleo principal do Direito do

Trabalho estaacute situado nas relaccedilotildees empregatiacutecias de trabalho surgindo diversos

institutos regras e princiacutepios que norteiam essa relaccedilatildeo juriacutedica

Acerca da polecircmica Reforma trabalhista aprovada mesmo em contradiccedilatildeo aos

direitos dos empregados na Constituiccedilatildeo Garcia (2018 p 7) revela que a Lei

134672017 modificou a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 e as

Leis 601974 80361990 e 821291 com a finalidade de adaptar a legislaccedilatildeo agraves

atuais relaccedilotildees trabalhistas

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho

Independentemente do significativo trabalho das mulheres nas atividades

domeacutesticas e em outras funccedilotildees na Idade Meacutedia foi na Revoluccedilatildeo Industrial o

momento histoacuterico da inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Na Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres foram introduzidas no mercado de trabalho com intensivas

jornadas laborais salaacuterios baixos e condiccedilotildees desumanas de trabalho (FONSECA

2015 p 91)

19

Antes disso apoacutes o periacuteodo preacute-histoacuterico a mulher passou a ser reconhecida

como Grande Deusa Desse ponto de vista Freitas (2015 p 11) revela que a

mulher era santificada e glorificada e em razatildeo disso obteve poderes Controlavam

dinheiro e propriedades e direitos especiais no casamento Assim os homens

cediam seus desejos Muitas eram vistas nos campos de batalha lutando como

homens O Egito antigo foi destaque na veneraccedilatildeo pelas mulheres

No periacuteodo da Idade Antiga nas civilizaccedilotildees gregas e romanas quando a

mulher deixava a casa da famiacutelia em razatildeo do casamento ou por outros motivos

deveria seguir as crenccedilas do marido e rezar pelo seu Deus Na eacutepoca cada famiacutelia

tinha um Deus diferente e a mulher aprenderia com seu marido a venerar aqueles

que protegiam a famiacutelia dele (FREITAS 2015 p 12)

Conforme Freitas (2015 p 12) se a mulher fosse esteacuteril o homem poderia

pedir o divoacutercio e se o homem fosse esteacuteril deveria ser substituiacutedo pelo irmatildeo ou

parente mais proacuteximo do marido A mulher era obrigada a entregar-se para este

homem sendo que isso acontecia nas mesmas civilizaccedilotildees mencionadas

anteriormente

A mesma mulher deveria se casar com o parente mais proacuteximo do marido

falecido caso ficasse viuacuteva sem filhos Freitas (2015 p 12) diz que a participaccedilatildeo

do homem era essencial principalmente no nascimento Isto eacute quando nascia filha

mulher natildeo satisfazia a importacircncia do seguimento dos deuses daquela famiacutelia

Conforme jaacute mencionado as mulheres seguiam o Deus do marido

A desigualdade natildeo parava por aiacute conforme Freitas (2015 p 12) no momento

da divisatildeo da heranccedila se jaacute fossem casadas as mulheres natildeo teriam direito a nada

Existia particularmente uma proibiccedilatildeo religiosa em relaccedilatildeo a isso As regras ateacute

mudavam de um lugar para outro mas frequentemente as filhas mulheres natildeo

herdavam nada ou quando herdavam era uma porcentagem menor que a dos filhos

homens

Afastando um pouco das relaccedilotildees de famiacutelia e religiotildees pode-se apontar que o

trabalho feminino conforme registros mais antigos de Roma as mulheres exerciam

diversas funccedilotildees como lavadeira bibliotecaacuteria meacutedica parteiras costureiras e

cabeleireiras (FREITAS 2015 p 13) A jornada de trabalho era excessiva devido a

maacute distribuiccedilatildeo das tarefas mas as mulheres natildeo se queixavam

20

Em algumas civilizaccedilotildees era atribuiacuteda agrave mulher a principal forccedila de trabalho

(FREITAS 2015 p 15) como a construccedilatildeo de represas no Havaiacute e na Austraacutelia a

pesca e a retirada de algas

No Brasil de acordo com Ribeiro e Jesus (2016 p 43) a partir dos anos 70 a

inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho obteve crescimento Um dos motivos

foi a busca de ajuda para o sustento da famiacutelia

Ademais a Segunda Guerra Mundial teve importante contribuiccedilatildeo para que a

mulher fosse buscar emprego Enquanto seus maridos lutavam nos campos de

batalha essas teriam que lutar pelo sustento familiar A ausecircncia masculina fez com

que o trabalho feminino suprisse essas vagas Devido ao processo de

industrializaccedilatildeo e do aumento de empresas em diversos ramos como petroliacuteferos

quiacutemicos sideruacutergicos e automobiliacutestico na deacutecada de 1940 a inserccedilatildeo das

mulheres no mercado de trabalho teve um aumento intenso (RIBEIRO JESUS

2016 p 44)

O entendimento de Freitas (2015 p 22) revela que o trabalho feminino se

destacou no Brasil no periacuteodo industrial entre 1850 e 1950 As mulheres se

integraram ao setor fabril e a matildeo de obra feminina ocupava 76 do trabalho em

1872 Mais tarde em 1950 esse nuacutemero diminuiu para 20 sendo o motivo

justificado devido ao grande nuacutemero de migraccedilotildees e o aumento da matildeo de obra

masculina

Com o decliacutenio do trabalho feminino matildees tinham a obrigaccedilatildeo de cuidar dos

filhos e preparaacute-los para o trabalho orientando para que se adaptassem com as

rotinas de trabalho e fossem disciplinados (FREITAS 2015 p 22)

Grandes discriminaccedilotildees sofridas pelo gecircnero feminino ocorreram em razatildeo da

ldquocultura do machismordquo destaque no Brasil ao contraacuterio dos paiacuteses europeus que

usaram a matildeo de obra feminina no tempo da 2ordm Guerra Mundial tornou a inclusatildeo

das mulheres no mercado de trabalho mais difiacutecil Conforme Freitas (2015 p 24) na

Europa perante a necessidade do sustento familiar e matildeo de obra o preconceito

perdeu forccedila e nos paiacuteses latino-americanos como no Brasil principalmente a

discriminaccedilatildeo manteve-se resistente em razatildeo de natildeo ter existido momentos de

crise

Mulheres como ex-escravas por exemplo de acordo com Freitas (2015 p 23)

eram vistas com mais frequecircncia em trabalhos domeacutesticos lavadeira passadeira e

21

cozinheira devido ao baixo niacutevel social Jaacute as mulheres jovens podiam ser vistas

como professoras enfermeiras entre outras

A mulher sempre desempenhou a funccedilatildeo de serva sendo diferenciada pelo

gecircnero foi vista como matildee esposa e era necessaacuterio pedir permissatildeo ao marido

para os atos da vida civil As mulheres natildeo tinham direito de escolha (FREITAS

2015 p 21) e os casamentos no periacuteodo colonial eram arranjados Mais tarde nos

anos de 1800 passaram a ter mais liberdade

Freitas (2015 p 22) diz que num primeiro momento a mulher tinha suas

principais obrigaccedilotildees como matildee dedicada preocupada com a educaccedilatildeo dos filhos e

em um segundo momento de respeitar o marido e ser submissa a ele

Eacute indispensaacutevel salientar que apesar de toda evoluccedilatildeo dos direitos trabalhistas

e da ocupaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho ainda haacute resistecircncia em relaccedilatildeo

ao trabalho feminino As discriminaccedilotildees satildeo culturais e histoacutericas e o preconceito

perdura na sociedade e enfrenta frequentes desafios (FONSECA 2015 p 93)

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho

Avaliando os acontecimentos eacute notoacuteria a necessidade da inserccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho e o seu reconhecimento assim como o crescimento

feminino e as reivindicaccedilotildees por seus direitos de igualdade Observando as

condiccedilotildees de trabalho em que as mulheres eram expostas foram surgindo medidas

de proteccedilatildeo

Todo mundo sabe que a mulher sempre foi discriminada nunca teve as mesmas oportunidades asseguradas aos homens Nossa cultura patriarcal gerou uma sociedade machista em que a mulher ocupava um papel subalterno Excluiacuteda ficava confinada ao reduto da casa tendo por uacutenica missatildeo a assistecircncia da famiacutelia a organizaccedilatildeo do lar o apoio ao marido e o cuidado dos filhos (FONSECA apud DIAS 2015 p 91)

Freitas (2015 p 11) conta que as mulheres de uma forma ou de outra sempre

estiveram inseridas no mercado de trabalho seja na caccedila na costura no cuidado de

crianccedilas na fabricaccedilatildeo de ferramentas na lida com ervas e com plantas medicinais

assim como na cozinha A caccedila era entre homens e mulheres que se ajudavam

No seacuteculo XIX Garcia (2018 p 1063) relata que durante a Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres recebiam salaacuterios inferiores aos dos homens e as condiccedilotildees

22

de trabalho eram horriacuteveis As mulheres eram expostas a trabalhos prejudiciais agrave

sauacutede pondo sua vida em risco

Essa situaccedilatildeo era de grande risco para as famiacutelias sendo que assim tiveram

iniacutecio as primeiras legislaccedilotildees protetivas para as mulheres Em virtude das medidas

protetivas as mulheres eram discriminadas com frequecircncia pois os empregadores

tinham receio em contratar a matildeo de obra feminina por ter regras protetivas e assim

contratavam homens (GARCIA 2018 p 1063)

Revela Garcia (2018 p 1065) que no Brasil as regras de proteccedilatildeo tambeacutem

geraram discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Em face disso foram

criadas normas proibitivas agrave discriminaccedilatildeo

A proteccedilatildeo especial apenas passa a se justificar nos aspectos realmente diferenciados e peculiares notadamente quando ao estado de gestante e maternidade que satildeo de responsabilidade da sociedade como um todo natildeo podendo servir de fatores de discriminaccedilatildeo contra a mulher (GARCIA 2018 p 1065)

As primeiras legislaccedilotildees surgiram na Inglaterra em 1842 proibindo a mulher

de trabalhar em lugares subteacuterreos Em 1844 a jornada de trabalho da mulher foi

limitada para 12 horas e tambeacutem assim como o periacuteodo noturno Em 1874 na

Franccedila entrou em vigor uma lei que proibia a mulher de trabalhar em minas e

pedreiras Em 1878 as mulheres foram proibidas de exercer funccedilotildees em lugares

insalubres (MARTINS 2014 p 661)

A Lei de 2111892 estabeleceu que a mulheres tivessem jornada de trabalho

de apenas de 11 horas A Lei de 28121909 concedeu agraves mulheres gestantes

descanso de oito semanas natildeo remunerado proibindo a carga de materiais

pesados (MARTINS 2014 p 661)

O Tratado de Versalles determinou o princiacutepio da igualdade salarial entre

homens e mulheres que foi acolhido em diversos paiacuteses inclusive o Brasil

(MARTINS 2014 p 661)

Compete somente a Uniatildeo legislar sobre mateacuteria trabalhista diz o art 22 I e

XVI da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) mas isso natildeo impede a

aplicaccedilatildeo das convenccedilotildees internacionais ratificadas pelo Brasil estas criadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) Esta eacute a corporaccedilatildeo responsaacutevel pelo

controle e lanccedilamento de normas referentes ao trabalho no plano internacional com

o objetivo de regimentar as relaccedilotildees de trabalho atraveacutes das convenccedilotildees

23

recomendaccedilotildees e resoluccedilotildees planejando proteger as relaccedilotildees entre empregados e

empregadores na esfera internacional Desde 1950 o Brasil tem representaccedilatildeo da

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em seu territoacuterio (FREITAS 2015 p 33)

Freitas (2015 p 33-34) destaca diversas convenccedilotildees direcionadas agrave proteccedilatildeo

feminina sendo uma delas a Convenccedilatildeo nordm 3 procedendo sobre o trabalho antes e

depois do parto Na sequecircncia houve a Convenccedilatildeo nordm 4 tratando do trabalho

noturno das mulheres em induacutestrias com exceccedilatildeo das oficinas da famiacutelia ambas

convocadas em 29 de outubro de 1919 A Convenccedilatildeo nordm 41 foi ratificada em relaccedilatildeo

agraves disposiccedilotildees sobre o trabalho noturno na sessatildeo da OIT realizada em Genebra e

encerrada em 23 de junho de 1934 A Convenccedilatildeo nordm 45 vedou o trabalho das

mulheres em minas de qualquer natureza e subterracircneos sendo aprovada um ano

apoacutes a Convenccedilatildeo nordm 41 passando a vigorar em 30 de maio de 1937

A Convenccedilatildeo nordm 100 tratava da desigualdade salarial entre homens e mulheres

exercendo a mesma funccedilatildeo tendo sido aprovada em 1951 em Genebra entrando

em vigor em 23 de maio de 1953 no acircmbito internacional Freitas (2015 p 34)

salienta que a Convenccedilatildeo nordm 103 se refere agrave proteccedilatildeo agrave maternidade e entrou em

vigor em 7 de junho de 1958 Tambeacutem em 1958 a Convenccedilatildeo nordm 111 abordou as

discriminaccedilotildees relacionadas a emprego e profissatildeo tendo entrado em vigor em 15

de junho de 1960

A Convenccedilatildeo nordm 127 de 1967 entrou em vigor em 10 de marccedilo de 1970

referente ao levantamento de pesos A convenccedilatildeo nordm 156 de 1981 discorre sobre a

igualdade de oportunidades para ambos os sexos tanto nas relaccedilotildees de trabalho

como na esfera familiar Jaacute a Convenccedilatildeo nordm 171 delimita as horas do trabalho

noturno

Em 1974 foi assinada a Convenccedilatildeo sobre a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo

contra a Mulher de todas as formas aprovada pela Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

(ONU) Freitas (2015 p 34) conta que a convenccedilatildeo trata dos direitos relacionados

ao emprego e agraves condiccedilotildees de igualdade entre os sexos que deveriam ser

observadas

O termo discriminaccedilatildeo compreende toda distinccedilatildeo exclusatildeo ou preferecircncia baseada em motivos de raccedila cor sexo religiatildeo opiniatildeo politica ascendecircncia nacional ou origem social que tenha como efeito anular a igualdade de oportunidades ou de tratamento em emprego ou profissatildeo (MARTINS 2014 p 544)

24

O Decreto 21417-A de 17 de maio de 1932 (BRASIL 1932 lthttp

www2camaralegbrgt) foi a primeira norma que surgiu sobre o trabalho feminino no

Brasil (GARCIA 2018 p 1066) proibindo a mulher de trabalhar agrave noite A

Constituiccedilatildeo de 1934 (BRASIL 1934 lthttpwwwplanaltogovbrgt) foi fundamental

quando considerou a proibiccedilatildeo da desigualdade de salaacuterios entre homens e

mulheres proibindo o trabalho da mulher em locais insalubres garantindo o repouso

antes e depois do parto sem prejudicar o salaacuterio com seguranccedila de previdecircncia em

benefiacutecio da maternidade e amparo agrave maternidade (GARCIA 2018 p 1066)

Na Constituiccedilatildeo de 1937 (BRASIL 1937 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

mulher gestante conquistou assistecircncia meacutedica e higiecircnica e consequentemente o

benefiacutecio de descanso antes e depois do parto sem perda de salaacuterio A

Constituiccedilatildeo de 1946 (BRASIL 1946 lthttpwwwplanaltogovbrgt) idem a

Constituiccedilatildeo de 1937 assegurava a assistecircncia sanitaacuteria hospitalar e meacutedica agrave

gestante Em 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Constituiccedilatildeo

seguiu os mesmos criteacuterios da CF37 (GARCIA 2018 p 1066)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) tambeacutem

deu agrave mulher o direito agrave aposentadoria com 30 anos de trabalho com salaacuterio

completo Os artigos 389 e 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT)

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) permitiam que as empregadas

guardassem seus filhos no periacuteodo em que estavam trabalhando na empresa

descansando quatro semanas antes e oito semanas depois do parto Em 1969 a

Emenda Constitucional nordm 1 seguiu paracircmetros da CF37 e CF46 (MARTINS 2014

p 664)

A Constituiccedilatildeo de 1988 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

oportunizava a licenccedila agrave gestante sem detrimento no emprego e salaacuterio e com

duraccedilatildeo de 120 dias Importante ressaltar que o homem em caso de falecimento da

genitora passa a ter o mesmo direito podendo usufruir da proteccedilatildeo para que repare

a condiccedilatildeo de seu filho nos primeiros meses de vida conforme disposto no artigo

392-B da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS 2008 p 576)

Por conseguinte em 01 de maio de 1943 foi editada a Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assentando o tema jaacute

existente A CLT sistematizou a legislaccedilatildeo diversa jaacute efetiva no periacuteodo em que foi

publicada Todavia criou novos regimentos sendo a primeira regra geral aplicaacutevel

para todos os empregados Atualmente as relaccedilotildees de trabalho satildeo regidas por

25

esta lei a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Tambeacutem abrange relaccedilotildees coletivas

como as entidades sindicais ou grupos de trabalhadores No Decreto-lei 6353 de

20-3-1944 (BRASIL 1944 lthttpwwwplanaltogovbrgt) houve a primeira alteraccedilatildeo

que admitia o trabalho agrave noite da mulher que tivesse 18 anos mas em poucas

funccedilotildees (MARTINS 2008 p 575)

Garcia (2018 p 1067) cita que o poder puacuteblico cria mecanismos para que a

mulher tenha seus direitos garantidos tambeacutem no ambiente familiar sem

discriminaccedilatildeo com respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar evitando a crueldade

e a opressatildeo Nesse sentido a Lei 113402006 (BRASIL 2006

lthttpwwwplanaltogovbrgt) previne a violecircncia domeacutestica protegendo a mulher do

asseacutedio familiar

As garantias da Constituiccedilatildeo Federal e da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

estabelecem que sejam inadmissiacuteveis as desigualdades entre homens e mulheres

no ambiente de trabalho A mulher era tratada como incapaz pelo Coacutedigo Civil de

1916 Essa situaccedilatildeo mudou com o Estatuto da Mulher Casada Lei 4121 de 27-08-

62 (BRASIL 1962 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (MARTINS 2008 p 577)

Garcia (2018 p 1069) afirma que as leis de proteccedilatildeo agrave mulher centralizaram

mais em motivos que chamam atenccedilatildeo como as mulheres gestantes e a

maternidade Esses dois aspectos natildeo devem servir de razatildeo para a discriminaccedilatildeo e

diferenciaccedilatildeo salarial nem para a contrataccedilatildeo do trabalho feminino

Relata Carrion (2014 p 330)

O direito da empregada gestante manter-se no emprego sem prejuiacutezo dos salaacuterios com consequente restriccedilatildeo ao direito de resiliccedilatildeo unilateral do contrato sem justa causa pelo empregador sob pena de sujeitar-se agraves reparaccedilotildees legais nasce com a concepccedilatildeo e projeta-se ateacute cinco meses apoacutes o parto

Existem prejulgamentos provenientes da sociedade Por isso existem as

medidas de proteccedilatildeo para atuarem onde ocorrem determinadas peculiaridades

Medidas foram criadas para que a discriminaccedilatildeo em razatildeo da desigualdade de

gecircnero seja banida nas empresas nos quesitos de admissatildeo e remuneraccedilatildeo no

mercado de trabalho Notadamente existem discriminaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave mulher

sendo um aspecto cultural em uma sociedade machista onde as mulheres sempre

ocuparam papeacuteis subalternos apenas cuidando da casa e dos filhos As proteccedilotildees

26

especiais agraves mulheres devido agraves suas peculiaridades natildeo devem servir de motivo

para a discriminaccedilatildeo poreacutem muitas vezes causam efeito contraacuterio

27

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO DA MULHER NO DIREITO DO TRABALHO

Diante das situaccedilotildees trazidas no capiacutetulo anterior onde foram expostos os

problemas enfrentados pelas mulheres como a exploraccedilatildeo a discriminaccedilatildeo e a

desigualdade de gecircnero as diferenccedilas eram claras Para tanto medidas de

proteccedilatildeo ao trabalho feminino foram criadas Nota-se as primeiras leis que versavam

sobre o trabalho da mulher como a proibiccedilatildeo de trabalhar em lugares subteacuterreos a

jornada de trabalho estabelecida em 12 horas o trabalho vedado em minas e

pedreiras assim como no periacuteodo noturno e nas funccedilotildees insalubres bem como em

relaccedilatildeo a um periacuteodo de descanso de 8 (oito) semanas para as gestantes natildeo

remunerado Essas regras tiveram constante evoluccedilatildeo

Nesse momento seraacute apresentado o progresso dessas regras e uma anaacutelise

das normas de proteccedilatildeo que a cada dia sofrem alteraccedilotildees sendo um assunto onde

sempre haacute novidades A abordagem a seguir mostra as peculiaridades do trabalho

da mulher em especial a proteccedilatildeo agrave maternidade a comeccedilar nessa oportunidade

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade

Estudando a caminhada da mulher no mercado de trabalho a forma como

eram tratadas abusadas sem direitos seguimos nesse capiacutetulo relatando as

peculiaridades que trazem proteccedilatildeo ao trabalho feminino Depois de constatar os

motivos pelo quais foram criadas regras de proteccedilatildeo apresentamos medidas

especiacuteficas para que a desigualdade de gecircnero seja banida do acircmbito trabalhista

Nesse contexto podemos destacar que a proteccedilatildeo agrave maternidade eacute o

benefiacutecio mais relevante da empregada ldquoOs preceitos que regulam o trabalho

masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a

proteccedilatildeo especial instituiacuteda neste Capiacutetulordquo redaccedilatildeo do art 372 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O

paraacutegrafo uacutenico foi revogado pela Lei 134672017 pois caracterizava discriminaccedilatildeo

sendo que este seraacute comentado no proacuteximo capiacutetulo O artigo institui o Capiacutetulo III

da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que foi reservado especialmente ao trabalho

da mulher poreacutem alguns artigos abrangem identicamente o trabalho masculino

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 251)

28

O art 5ordm I CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) traz a

igualdade entre homens e mulheres nas relaccedilotildees de trabalho em direitos e

obrigaccedilotildees Martins conforme Machado (2017 p 251) conta que ldquoas regras de

proteccedilatildeo ao trabalho da mulher justificam-se em face das peculiaridades que

norteiam o trabalho femininordquo

Regula o artigo 7ordm XIII da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

que ldquoa duraccedilatildeo de trabalho normal das mulheres natildeo superior a oito horas e

quarenta e quatro horas semanais facultada agrave compensaccedilatildeo de horaacuterios e reduccedilatildeo

de jornada mediante acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalhordquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 252)

Abordando o artigo 373 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que menciona a jornada de trabalho das mulheres ldquoa

duraccedilatildeo normal de trabalho das mulheres seraacute de 8 (oito) horas diaacuterias exceto nos

casos para os quais for fixada duraccedilatildeo inferiorrdquo (MARTINS apud MACHADO 2017

p 252)

Incluiacutedo pela Lei 979999 (BRASIL 1999 lthttpwwwplanaltogovbrgt) o

artigo 373-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho faz diversas observaccedilotildees ao

trabalho da mulher referentes agrave discriminaccedilatildeo nas relaccedilotildees de trabalho Observe a

regra

Art 373-A Ressalvadas as disposiccedilotildees legais destinadas a corrigir as distorccedilotildees que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas eacute vedado (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) I ndash publicar ou fazer publicar anuacutencio de emprego no qual haja a referecircncia ao sexo agrave idade agrave cor ou situaccedilatildeo familiar salvo quando a natureza da atividade a ser exercida puacuteblica e notoriamente assim o exigir (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) II ndash recusar emprego promoccedilatildeo ou motivar a dispensa do trabalho em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez salvo quando a natureza da atividade seja notoacuteria e publicamente incompatiacutevel (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) III ndash considerar o sexo a idade a cor ou situaccedilatildeo familiar como variaacutevel determinante para fins de remuneraccedilatildeo formaccedilatildeo profissional e oportunidades de ascensatildeo profissional (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) IV ndash exigir atestado ou exame de qualquer natureza para comprovaccedilatildeo de esterilidade ou gravidez na admissatildeo ou permanecircncia no emprego (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) V ndash impedir acesso ou adotar criteacuterios subjetivos para o deferimento de inscriccedilatildeo ou aprovaccedilatildeo em concursos em empresas privadas em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) VI ndash proceder o empregador ou preposto a revistas iacutentimas nas empregadas ou funcionaacuterias (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999)

29

Paragrafo uacutenico O disposto neste artigo natildeo obsta a adoccedilatildeo de medidas temporaacuterias que visem ao estabelecimento das poliacuteticas de igualdade entre homens e mulheres em particular as que se destinam a corrigir as distorccedilotildees que afetam a formaccedilatildeo profissional o acesso ao emprego e as condiccedilotildees gerais de trabalho da mulher (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 252) menciona que o referido artigo foi

adicionado em razatildeo de impedir as condutas discriminatoacuterias violando o princiacutepio da

igualdade consagrado no art 7ordm XXX da CF88 (BRASIL 1988

lthttpwwwplanaltogovbrgt) prevendo ldquoa proibiccedilatildeo de diferenccedila de salaacuterios de

exerciacutecio de funccedilotildees e de criteacuterio de admissatildeo por motivo de sexo idade cor ou

estado civilrdquo

A Constituiccedilatildeo de 1988 estabeleceu regras firmes contra a discriminaccedilatildeo agrave

mulher nas relaccedilotildees de emprego proibindo diferenccedilas no acircmbito laboral Tambeacutem

eliminou alguns artigos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que produziam efeito

contraacuterio em relaccedilatildeo ao trabalho feminino (DELGADO 2012 p 803)

Delgado (2012 p 804) indica que revogados pela Lei 78551989 (BRASIL

1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) reproduzida logo apoacutes a CF88 os artigos 374

375 378 379 380 e 387 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) que davam

entendimento discriminatoacuterio ao trabalho feminino Martins conforme Machado

(2017 p 256) aponta que o artigo 376 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho foi

revogado pela Lei 102442001 (BRASIL 2001 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Voltando as normas vigentes comentamos o artigo 377 da Consolidaccedilatildeo das

Leis do Trabalho Nesse contexto Martins conforme Machado (2017 p 256) traz

que somente atraveacutes de convenccedilatildeo coletiva ou de acordo coletivo no teor do art 7ordm

VI CF88 eacute possiacutevel reduzir o salaacuterio das mulheres e que as medidas protetivas

satildeo regras e por motivo algum eacute autorizada a reduccedilatildeo

Conforme o artigo 381 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o trabalho noturno frisando que ldquoo

trabalho noturno das mulheres teraacute salaacuterio superior ao diurnordquo No sect 1ordm a regra diz

que no trabalho noturno os salaacuterios teratildeo aumento de 20 e sect 2ordm que cada hora

trabalhada agrave noite seraacute de 52 minutos e 30 segundos Tem direito ao percentual

miacutenimo de 25 a empregada rural (art 7ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 58891973

(BRASIL 1973 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O art 382 regra o intervalo

intrajornada que destina uma pausa de 11 horas entre duas jornadas de trabalho

30

enquanto o art 66 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) tambeacutem apresenta

este preceito (MARTINS apud MACHADO 2017 p 257)

Um dos artigos que sugere a desigualdade de gecircnero eacute o art 383 da CLT

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que apresenta um intervalo entre 1 a

2 horas para a mulher trabalhadora possibilitando um periacuteodo bastante extenso

para o descanso Diferente do homem que mesmo em curtas jornadas abaixo de

seis horas tem apenas 15 minutos salvo a hipoacutetese conhecida no art 71 sect 3ordm bem

como o art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece o intervalo de 15 minutos para a

mulher caso haja hora extra (DELGADO 2012 p 804)

O art 384 eacute referente apenas ao trabalho feminino estabelecendo regra

caracterizada e protetiva apartado do homem o que natildeo eacute coerente na eacutepoca atual

e confrontando a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art 7ordm inciso

XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo do trabalho

O artigo 384 da CLT foi revogado pela Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) da Reforma trabalhista que seraacute apresentada no

proacuteximo capiacutetulo desse trabalho (GARCIA 2018 p 1076-1077 e 1079)

Seguindo Garcia (2018 p 1079) aponta o art 385 da CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) no seguinte contexto

Art 385 O descanso semanal seraacute de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidiraacute todo ou em parte com o domingo salvo motivo de conveniecircncia puacuteblica ou necessidade imperiosa de serviccedilo a juiacutezo da autoridade competente na forma das disposiccedilotildees gerais caso em que recairaacute outro diardquo (BRASIL 1943 httpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 260) descreve que o art 67 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho tambeacutem assegura o descanso e o art 7 inciso

XV da CF88 eacute extensivo aos trabalhadores de ambos os sexos

Referente tambeacutem ao periacuteodo de descanso da mulher o art 386 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz

que quando haacute trabalho aos domingos uma escala de revezamento seraacute organizada

para que possibilite o repouso dominical de 15 em 15 dias (MARTINS 2014 p 667)

Os meacutetodos e locais de trabalho da mulher que estatildeo previstos nos artigos 388

389 e 390 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 seratildeo apresentados no

proacuteximo capiacutetulo em conjunto com a exposiccedilatildeo da nova lei a Reforma trabalhista

31

Avanccedilando os demais artigos que se referem agrave mulher no Capiacutetulo III da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho 1943 apontamos o art 391 caput ldquoNatildeo

constitui justo motivo para a rescisatildeo do contrato de trabalho da mulher o fato de

haver contraiacutedo matrimocircnio ou de encontrar-se em estado de gravidezrdquo (BRASIL

1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 1082)

Garcia (2018 p 1082) menciona que em qualquer convenccedilatildeo coletiva acordo

coletivo ou acordos individuais de trabalho eacute proibido ldquorestriccedilotildees de direito da mulher

ao seu emprego por motivo de casamento ou gravidezrdquo (art 391 paraacutegrafo uacutenico

CLT) Diante desse procedimento Martins conforme Machado (2017 p 265) afirma

a autorizaccedilatildeo da reintegraccedilatildeo na funccedilatildeo (art 4ordm da Lei 902995) (BRASIL 1995

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ou seja a empregada natildeo poderaacute ser demitida em

face desses motivos O impedimento das praacuteticas discriminatoacuterias tem apoio

constitucional no art 7ordm XXX CF88

A redaccedilatildeo do art 391-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) incluiacuteda

pela Lei 128122013 (BRASIL 2013 lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta que a

gravidez confirmada no curso do contrato de trabalho garante agrave empregada gestante

estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea b do inciso II do art 10 do Ato de

Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias ainda que durante o prazo do aviso-preacutevio

trabalhado ou indenizado (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

Mesmo que no momento da demissatildeo a empregada gestante natildeo tenha

conhecimento do estado graviacutedico poderaacute usufruir o direito da garantia de emprego

sem prejuiacutezo de salaacuterio e da funccedilatildeo que exerce Assim o empregador natildeo seraacute

afastado das responsabilidades mesmo que natildeo tenha conhecimento da gravidez

da empregada Garcia (2018 p 1097) ressalta que eacute objetiva a responsabilidade do

empregador quanto ao estado de gravidez da empregada

Nestes termos atualmente desponta uma discussatildeo em relaccedilatildeo ao

desconhecimento do estado da gravidez pela proacutepria empregada Haacute entendimentos

de que natildeo eacute justo possibilitar o direito agrave garantia de emprego se nem mesmo a

empregada estava ciente do seu estado gestacional (GARCIA 2018 p 1097)

Garcia (2018 p 1098) indica que a garantia de emprego conforme redaccedilatildeo

atual da Suacutemula 244 inciso III do TST eacute estendida tambeacutem agraves gestantes

contratadas por prazo determinado O desconhecimento do estado graviacutedico pelo

empregador natildeo afasta o direito ao pagamento de indenizaccedilatildeo decorrente da

estabilidade A redaccedilatildeo dessa Suacutemula foi alterada e assim a estabilidade estendida

32

Antes disso Garcia apud Martins (2018 p 1098) menciona que era aplicada agrave

doutrina de Seacutergio Pinto Martins ldquoSe houver a cessaccedilatildeo do contrato de trabalho do

empregado estatuiacutedo por prazo determinado natildeo haveraacute direito agrave responsabilidade

porque aqui natildeo haacute despedida injusta mas teacutermino de pacto laboralrdquo Portanto isso

mudou com a referida Suacutemula Vejamos a decisatildeo do Tribunal Superior do Trabalho

6ordf Turma Relator Ministro Augusto Ceacutesar Leite de Carvalho que garante a

empregada gestante contratada por prazo determinado a estabilidade provisoacuteria

conforme previsatildeo na Suacutemula 244

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A EacuteGIDE DA LEI 130152004 ESTABILIDADE GESTANTE CONTRATO DE EXPERIEcircNCIA ESTABILIDADE PROVISOacuteRIA A empregada gestante tem direito agrave estabilidade provisoacuteria prevista no artigo 10 inciso II aliacutenea b do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias mesmo na hipoacutetese de admissatildeo mediante contrato por tempo determinado Ainda mais se tratando de contrato de experiecircncia que eacute em rigor um contrato por tempo indefinido com uma claacuteusula alusiva a periacuteodo de prova Inteligecircncia da Suacutemula 244 III do TST em sua nova redaccedilatildeo Recurso de revista conhecido e provido (BRASIL 2019 lthttpwwwtstjusbrgt)

A proteccedilatildeo se estende ao trabalho domeacutestico Garcia (2018 p 1087) destaca

que tem direito a estabilidade no aviso preacutevio indenizado ou trabalhado desde que

confirmada a gravidez neste periacuteodo Diz a Lei Complementar 1502015 (BRASIL

2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art 25 paraacutegrafo uacutenico

Art 25 A empregada domeacutestica gestante tem direito a licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio nos termos da Seccedilatildeo V do Capitulo III do Tiacutetulo III da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) aprovada pelo Decreto ndash Lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Paraacutegrafo uacutenico A confirmaccedilatildeo do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho ainda que durante o prazo do aviso preacutevio trabalhado ou indenizado garante agrave empregada gestante a estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea ldquobrdquo do inciso II do art 10 do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias (BRASIL 2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Adiante estaacute a vigente composiccedilatildeo do art 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) que foi determinada pela Lei 104212002 (BRASIL 2002

lthttpwwwplanaltogovbrgt) em razatildeo de adequar-se ao texto constitucional

(art7ordm XVIII) Veja a redaccedilatildeo

Art 392 A empregada gestante tem direito agrave licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002)

33

sect 1ordm A empregada deve mediante atestado meacutedico notificar o seu empregador da data do afastamento do emprego que poderaacute ocorrer entre o 28ordm (vigeacutesimo oitavo) dia antes do parto e ocorrecircncia deste (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 2ordm Os periacuteodos de repouso antes e depois do parto poderatildeo ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um mediante atestado meacutedico (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 3ordm Em caso de parto antecipado a mulher teraacute direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 4ordm Eacute garantido agrave empregada durante a gravidez sem prejuiacutezo do salaacuterio e demais direitos (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) I ndash transferecircncia de funccedilatildeo quando as condiccedilotildees de sauacutede o exigirem assegurada a retomada da funccedilatildeo anteriormente exercida logo apoacutes o retorno ao trabalho (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) II ndash dispensa do horaacuterio de trabalho pelo tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo de no miacutenimo seis consultas meacutedicas e demais exames complementares (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) sect 5ordm (VETADO) (Incluiacutedo pela Lei nordm 10421 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Nos incisos e paraacutegrafos desse artigo podem se destacar as vantagens da

empregada gestante que entram em harmonia com a redaccedilatildeo constitucional (art

7ordm XVIII CF88) O benefiacutecio do salaacuterio-maternidade eacute estendido a todas as

trabalhadoras (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

A licenccedila-maternidade natildeo teraacute prejuiacutezo da remuneraccedilatildeo integral observa o

art 393 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ligado ao art 7ordm XVIII da CF88 e

igualmente previsto no art 72 da Lei na Lei 82131991 (BRASIL 1991

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Natildeo haacute teto previdenciaacuterio para o benefiacutecio em

questatildeo completa Martins conforme Machado (2017 p 272) Veja o dispositivo

Art 393 Durante o periacuteodo a que se refere o art 392 a mulher teraacute direito ao salaacuterio integral e quando variaacutevel calculado de acordo com a meacutedia dos 6 (seis) uacuteltimos meses de trabalho bem como os direitos e vantagens adquiridos sendo ndash lhe ainda facultado reverter agrave funccedilatildeo que anteriormente ocupava (Redaccedilatildeo dada pelo Decreto-Lei 229 de 2821967) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em observaccedilatildeo na sequecircncia o art 394 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquomediante atestado meacutedico agrave mulher

graacutevida eacute facultado romper o compromisso resultante de qualquer contrato de

trabalho desde que este seja prejudicial agrave gestaccedilatildeordquo Essa regra assegura agrave

empregada gestante a viabilidade de romper o contrato de trabalho mediante

atestado meacutedico se ficar comprovado que seraacute prejudicial agrave gestaccedilatildeo ficando isenta

34

da obrigaccedilatildeo de indenizar quaisquer eventuais prejuiacutezos no contrato de trabalho

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 273)

Martins conforme Machado (2017 p 273) diz que se trata da transparente

assimilaccedilatildeo de que os trabalhos insalubres satildeo prejudiciais agrave sauacutede do empregado

manifesta a situaccedilatildeo da gravidez arriscando o desenvolvimento do feto Estendido

ao periacuteodo da lactaccedilatildeo pois o leite materno eacute o uacutenico alimento da crianccedila nos

primeiros meses de vida e precisa estar livre de qualquer ameaccedila de contaminaccedilatildeo

Eis o texto do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoA empregada gestante ou lactante seraacute afastada

enquanto durar a gestaccedilatildeo ou lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou

locais insalubres devendo exercer suas atividades em locais salubresrdquo Essa regra

foi alterada pela Lei 134672017 que seraacute comentada no proacuteximo capiacutetulo

O adicional de insalubridade da gestante ou lactante seraacute pago pela empresa

conforme o art 248 da CF88 em razatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias fazendo parte da remuneraccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

Seguindo o proacuteximo artigo relativo agrave proteccedilatildeo da mulher art 395 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoEm caso de aborto natildeo criminoso comprovado por

atestado meacutedico oficial a mulher teraacute um repouso remunerado de (2) duas

semanas com direito de retornar a funccedilatildeo que ocupava antes do afastamentordquo

Martins conforme Machado (2017 p 274) mostra que o atestado meacutedico oficial eacute

viabilizado pelo SUS ou pelo serviccedilo meacutedico da empresa A remuneraccedilatildeo seraacute paga

pela Previdecircncia Social conforme o salaacuterio-maternidade

Martins conforme Machado (2017 p 274-275) aponta no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho o direito agrave amamentaccedilatildeo dos filhos mesmo que

proveniente de adoccedilatildeo ateacute completar 6 (seis) meses de dois descansos especiais

de meia hora cada durante a jornada de trabalho O periacuteodo de 6 (seis) meses se a

sauacutede da crianccedila exigir poderaacute ser estendido Veja o artigo 396 do Decreto-Lei

545243

Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um Paraacutegrafo uacutenico Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

35

Antes o salaacuterio-maternidade era responsabilidade do empregador dessa

forma a Convenccedilatildeo 103 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) jaacute

mencionada anteriormente publicada pelo Decreto 588201966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinou que o INSS ficasse responsaacutevel pelas

parcelas devidas agrave gestante Isso para evitar a diferenciaccedilatildeo no momento da

contrataccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Foi uma maneira de estimular as

empresas a natildeo ter receio na admissatildeo de mulheres (MARTINS 2014 p 668)

Martins (2014 p 679) diz que a mesma Convenccedilatildeo 103 consagra os intervalos

destinados para amamentaccedilatildeo do filho consoante com a lei nacional Os intervalos

devem ser computados na jornada de trabalho

De acordo com Garcia (2018 p 1085) o salaacuterio-maternidade eacute devido agrave

mulher durante o tempo em que for mantida como segurada Acentua o art 97 do

Regulamento da Previdecircncia Social (RPS-Decreto 30481999) (BRASIL 1999

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que foi alterado pelo Decreto 61222007 (BRASIL

2007 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Independente das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias permaneceraacute filiada ao INSS e receberaacute salaacuterio O que antes no

entendimento da Previdecircncia ocorria somente se a mulher estivesse empregada

teria direito Repare o dispositivo

Art 97 O salaacuterio ndash maternidade da segurada empregada seraacute devido pela previdecircncia social enquanto existir relaccedilatildeo de emprego observadas as regras quanto ao pagamento desse benefiacutecio pela empresa Paragrafo uacutenico Durante o periacuteodo de graccedila a que se refere o art 13 a segurada desempregada faraacute jus ao recebimento do salaacuterio ndash maternidade nos casos de demissatildeo antes da gravidez ou durante a gestaccedilatildeo nas hipoacuteteses de dispensa por justa causa ou a pedido situaccedilotildees em que o benefiacutecio seraacute pago diretamente pela previdecircncia social (BRASIL 2007 httpwwwplanaltogovbrgt)

O artigo 397 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) prevecirc que as

entidades puacuteblicas destinadas agrave assistecircncia e agrave infacircncia tenham responsabilidade de

acordo com suas possibilidades financeiras de manter distribuiacutedos nas zonas de

mais densidade de trabalhadores locais destinados para atender os filhos de

mulheres empregadas Essa regra natildeo eacute obrigatoacuteria eacute facultativa pois depende de

recursos financeiros disponiacuteveis e conforme o art 7ordm XXV da CF88 eacute dever do

Estado disponibilizar esse benefiacutecio assim como o art 208 IV da mesma

Constituiccedilatildeo Revogado o art 398 pelo Decreto-Lei 229 de 28021967 (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 275)

36

Avanccedilando na apresentaccedilatildeo chegamos ao art 399 da Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (CLT) que confere em sua redaccedilatildeo que os empregadores que se

destacarem pela organizaccedilatildeo de creches e instituiccedilotildees de menores em idade preacute-

escolar seratildeo agraciados pelo Ministro do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio com um

diploma de benemerecircncia desde que tais serviccedilos se destaquem por sua

generosidade e pela competecircncia das respectivas instalaccedilotildees O art 7ordm XXV da

Constituiccedilatildeo garante assistecircncia gratuita aos filhos e dependentes desde o

nascimento ateacute 5 anos de idade em creches e preacute-escolas restando ao empregador

apenas o reconhecimento do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego que agracia por

meio de diploma de benemerecircncia as empresas que constituem este ambiente em

suas dependecircncias Mas natildeo eacute obrigaccedilatildeo e sim do Estado (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

Por fim o art 400 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Este completa

o art 389 sect1ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que seraacute exposto no proacuteximo capiacutetulo descrevendo

que ldquoOs locais destinados agrave guarda dos filhos das operaacuterias durante o periacuteodo da

amamentaccedilatildeo deveratildeo possuir no miacutenimo um berccedilaacuterio uma saleta para

amamentaccedilatildeo uma cozinha dieteacutetica e uma instalaccedilatildeo sanitaacuteriardquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

A Lei 133012016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art

18 sect 3ordm assegura licenccedila-maternidade de 180 dias agraves matildees de crianccedilas que tiveram

sequelas neuroloacutegicas transmitidas pelo Aedes aegypti e salaacuterio-maternidade

garantido no art 71 da Lei 82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Lei dos Benefiacutecios da Previdecircncia Social Esse entendimento se estende tambeacutem agraves

matildees adotantes quando estiverem presentes os requisitos Essa previsatildeo aplica-se

relativamente agrave segurada especial contribuinte individual facultativa e trabalhadora

avulsa (art 18 sect4ordm da Lei 133012016) e no (art 72 sect 3ordm da Lei 821391)

(GARCIA 2018 p 1086)

A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 a Constituiccedilatildeo Federal88 e

outras diversas leis envolvem uma seacuterie de questotildees que protegem o trabalho da

mulher contra os abusos do empregador que infelizmente eacute muito comum A

subordinaccedilatildeo juriacutedica que pondera faz com que as normas observem qualquer

nulidade em ato seu de renunciar aos direitos trabalhistas mesmo que seja qualquer

anuecircncia em uma alteraccedilatildeo contratual natildeo seraacute validada se houver prejuiacutezos para o

37

empregado Nesse aspecto destacamos no art 9ordm da CLT43 o seguinte dizer

ldquoSeratildeo nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar

impedir ou fraudar a aplicaccedilatildeo dos preceitos contidos na presente consolidaccedilatildeordquo

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

311 Estabilidade da gestante e da adotante

A licenccedila-maternidade eacute uma proteccedilatildeo ao trabalho da mulher Nestes termos a

empregada que adotar ou alcanccedilar a guarda judicial de crianccedila ou adolescente teraacute

esse direito Martins (2014 p 670) cita que eacute devido o salaacuterio-maternidade de 120

dias natildeo interessando a idade da crianccedila Primeiramente aplicavam-se os preceitos

de Seacutergio Pinto Martins no entendimento de que a matildee adotante natildeo teria direito agrave

garantia de emprego pois natildeo houve parto e a garantia de emprego eacute referida a

contar do parto natildeo existindo parto natildeo haacute garantia de emprego (GARCIA 2018 p

1098)

Dessa forma Garcia (2018 p 1087) cita que a Lei 104212002 (BRASIL

2002 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiu o artigo 392-A agrave CLT e o art 71-A agrave Lei

82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando a extensatildeo

agrave matildee adotiva os mesmos direitos que a gestante Veja a nova redaccedilatildeo

Art 392-A A empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoccedilatildeo de crianccedila e adolescente seraacute concedida licenccedila-maternidade nos termos do art 392 desta lei (redaccedilatildeo dada pela Lei 135092017) sect 1ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 2ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 3ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 4ordm A licenccedila - maternidade soacute seraacute concedida mediante apresentaccedilatildeo do termo de guarda agrave adotante ou guardiatilde (incluiacutedo pela Lei 104212002) sect 5ordm A adoccedilatildeo ou guarda judicial conjunta ensejaraacute a concessatildeo de licenccedila -maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiatildees empregado ou empregada (Incluiacutedo pela Lei 128732013) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1089) mostra que a Lei 12010 de 29 de julho de 2009

(BRASIL 2009 lthttpwwwplanaltogovbrgt) revogou os sectsect 1ordm a 3ordm do art 392-A da

CLT que versavam sobre a desigualdade do periacuteodo de licenccedila de acordo com a

idade da crianccedila

Em texto dado pela Lei 12873 de 22 de outubro de 2013 (BRASIL 2013

lthttpwwwplanaltogovbrgt) o art 71-A da Lei 821391 passou a regrar que o

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segurado e a segurada do INSS que adotar ou alcanccedilar guarda judicial para fins de

adoccedilatildeo teratildeo direito ao salaacuterio-maternidade no periacuteodo de 120 dias apontando que

ao segurado (homem) tambeacutem eacute estendido o direito em questatildeo (art 71 ndash B sect3ordm

821391) (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Da mesma forma o art 71-

B da Lei 821391 dilatado pela Lei 128132013 regula que em caso do

falecimento da segurada ou segurado que tem direito ao salaacuterio-maternidade o

provento deveraacute ser pago ao cocircnjuge sobrevivente O benefiacutecio natildeo seraacute pago em

caso de falecimento ou abandono do filho (GARCIA 2018 p 1089)

O salaacuterio-maternidade eacute um benefiacutecio pago pela Previdecircncia Social assim

evitando a discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo da mulher caso a

remuneraccedilatildeo fique a cargo do empregador (GARCIA 2018 p 1087-1088)

Conforme o artigo 391-A paraacutegrafo uacutenico da CLT adicionado pela Lei 13509

de 22 de novembro de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

estabilidade provisoacuteria prevista no art 10 inciso II aliacutenea b do ADCT eacute estendida

ao empregado adotante embora a guarda de adoccedilatildeo seja concedida durante o

periacuteodo de aviso preacutevio trabalhado ou indenizado A garantia de emprego tambeacutem

pode estar prevista em acordos coletivos de trabalho perante negociaccedilatildeo (art 7ordm

XXVI da CF88) ou mesmo que seja prevista em lei com justificativa no principio da

norma mais beneacutefica (GARCIA 2018 p 1099-1100 e 1101)

A empregada deveraacute apresentar termo de guarda da adotante para que o

empregador esteja ciente da adoccedilatildeo O documento seraacute apresentado com o

propoacutesito de deferir a licenccedila Martins (2014 p 670-671) acentua que a licenccedila-

maternidade seraacute concedida somente para um dos adotantes na adoccedilatildeo ou guarda

judicial conjunta A empregada adotante receberaacute salaacuterio-maternidade apenas com

crianccedilas adotadas ateacute oito anos de idade Natildeo haacute direito a salaacuterio-maternidade se a

crianccedila adotada tiver mais de 8 (oito) anos O salaacuterio-maternidade natildeo seraacute pago no

periacuteodo de estaacutegio de convivecircncia somente apoacutes a sentenccedila judicial devidamente

registrada no cartoacuterio civil comprovando o viacutenculo da adoccedilatildeo

A Lei Complementar 146 de 25 de julho de 2014 (BRASIL 2014

lthttpwwwplanaltogovbrgt) estabeleceu o direito previsto no art10 II aliacutenea b do

ADCT aos casos em que houver falecimento da genitora Sendo assim a

estabilidade eacute garantida a quem tiver a guarda do receacutem-nascido (GARCIA 2018 p

1101)

39

Dessa forma nada mais eacute acertado de que com o falecimento da genitora a

garantia de emprego seja estendida para quem obtiver a guarda da crianccedila tendo

em vista que eacute para o bem-estar do receacutem-nascido que precisa de cuidados

especiais A crianccedila eacute titular do benefiacutecio e a estabilidade pode ser concedida agrave

empregada adotante tambeacutem quando estiver no aviso preacutevio indenizado ou

trabalhado se a guarda provisoacuteria for concedida neste periacuteodo (GARCIA 2018 p

1099)

Conforme Garcia (2018 p 1101) o direito de garantia de emprego tambeacutem

pode ser de algum parente como a avoacute por exemplo caso ela tenha a guarda do

receacutem-nascido na ausecircncia dos pais

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

A prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade eacute um direito das empregadas que

trabalham nas empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadatilde previsto no art

1ordm da Lei 117702008 Assim sendo eacute destinado agrave Pessoa juriacutedica e empresa rural

ou urbana natildeo podendo o empregador ser pessoa fiacutesica Caso a empresa natildeo

aderir ao programa as empregadas natildeo teratildeo direito ao benefiacutecio (MARTINS 2014

p 672)

De acordo com a Lei 11770 de 09 de setembro de 2008 (BRASIL 2008

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a licenccedila-maternidade eacute prorrogaacutevel por 60 dias Essa

lei prevecirc apenas a extensatildeo da licenccedila e natildeo menciona o salaacuterio-maternidade que eacute

pago pelo INSS Nenhum preceito prevecirc que o acreacutescimo de 60 dias da licenccedila seraacute

pago pelo INSS A prorrogaccedilatildeo deve ser requerida pela empregada ateacute o final do

primeiro mecircs apoacutes o parto De outra forma natildeo faraacute jus agrave prorrogaccedilatildeo (MARTINS

2014 p 671-672)

Segundo o art 3ordm da Lei 117702008 ldquo[] a empregada teraacute direito a

remuneraccedilatildeo integral nos mesmos moldes devidos no periacuteodo de percepccedilatildeo do

salaacuterio-maternidade pago pelo regime geral da previdecircncia socialrdquo mas isso natildeo

acarreta o pagamento pelo INSS No decorrer da prorrogaccedilatildeo dos 60 dias a

empregada natildeo poderaacute ficar sem receber remuneraccedilatildeo que seraacute de

responsabilidade do empregador como acontece nos 120 dias de desligamento da

gestante (MARTINS 2014 p 672)

40

Martins (2014 p 672) alega que o referido artigo confere que a previdecircncia

social eacute quem paga o salaacuterio-maternidade mas natildeo a extensatildeo dos 60 dias O

pagamento pelo INSS viola o sect 5ordm do art 195 da CF88 pois natildeo haacute como custear

a prorrogaccedilatildeo do salaacuterio-maternidade

O art 6ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

alterava o art 28 sect 9ordm da Lei 821291 estabelecendo que as importacircncias

recebidas em 60 dias de prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade natildeo constituem o

salaacuterio de contribuiccedilatildeo Garcia (2018 p 1092) indica que esse artigo foi vetado com

o entendimento de que nas importacircncias recebidas nos 120 dias existe a aplicaccedilatildeo

de contribuiccedilotildees previdenciaacuterias todavia na prorrogaccedilatildeo segue o mesmo criteacuterio

Do mesmo modo a licenccedila-paternidade segue os requisitos da licenccedila-

maternidade podendo ter prorrogaccedilatildeo de 15 (quinze) dias mais 5 (cinco) dias que

estaacute previsto no art 10 sect1ordm do ADCT Essa regra foi incluiacuteda pela Lei 13257 de 08

de marccedilo de 2016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando que

o periacuteodo total eacute entatildeo de 20 dias (GARCIA 2018 p 1091)

Esse programa tambeacutem poderaacute ser adquirido pela Administraccedilatildeo Puacuteblica diz o

art 2ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assim

como as empresas puacuteblicas sociedades de economia mista que fazem parte da

Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta (MARTINS 2014 p 672)

O propoacutesito da prorrogaccedilatildeo das licenccedilas-maternidade e paternidade eacute que os

pais permaneccedilam em contato direto com os filhos mais tempo possibilitando

principalmente para a matildee a amamentaccedilatildeo Os pais natildeo poderatildeo exercer seja qual

for atividade remunerada e a crianccedila ficaraacute sob seus cuidados A desobediecircncia

dessa regra acarreta na perda do direito em questatildeo (GARCIA 2018 p 1092)

Vejamos o Recurso Ordinaacuterio julgado pela 4ordf Turma do Tribunal Regional do

Trabalho da 4ordm Regiatildeo tendo como Relator o Ministro George Achutti dando

provimento ao recurso da reclamada que nega a participaccedilatildeo no Programa Empresa

Cidadatilde Portanto o reclamante natildeo teraacute direito a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

paternidade de 05 para 20 dias Conforme relatado natildeo teratildeo direito as

prorrogaccedilotildees das licenccedilas empregados das empresas que natildeo aderem ao programa

previsto no art 1ordm da Lei 117702008

ECT PRORROGACcedilAtildeO DA LICENCcedilA-PATERNIDADE PROGRAMA EMPRESA CIDADAtilde Negada pela reacute a participaccedilatildeo no Programa Empresa Cidadatilde que autoriza a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-paternidade de 05 para 20 dias eacute ocircnus do reclamante provar a inscriccedilatildeo da empresa no referido

41

Programa porquanto se trata de fato constitutivo de seu direito Inteligecircncia dos artigos 818 da CLT e 373 inc I do NCPC (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Segundo Martins (2014 p 672-673) para obter essa prorrogaccedilatildeo a empregada

deveraacute fazer o requerimento ateacute o final do primeiro mecircs apoacutes o parto A empregada

natildeo teraacute direito senatildeo fizer dentro deste prazo Esse benefiacutecio tambeacutem pode ser

concedido agrave empregada adotante ou que obtenha guarda judicial A empregada teraacute

que receber salaacuterio integral que ficaraacute a cargo do empregador conforme prevecirc o art

3ordm da Lei 1177008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) A empresa que

aderir ao programa e permitir a prorrogaccedilatildeo poderaacute deduzir do imposto de renda

devido o montante da remuneraccedilatildeo dos 60 dias art 5ordm da Lei 1177008 sendo que

deduzir como despesa operacional eacute proibido Note a regra

Art 5ordm A pessoa juriacutedica tributada com base no lucro real poderaacute deduzir do imposto devido em cada periacuteodo de apuraccedilatildeo o total da remuneraccedilatildeo da empregada e do empregado pago nos dias de prorrogaccedilatildeo de sua licenccedila-maternidade e sua licenccedila-paternidade vedada a deduccedilatildeo como despesa operacional (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1093) expotildee que o propoacutesito do art 5ordm da Lei 1177008 eacute

barrar as diferenccedilas nas relaccedilotildees de trabalho impedida no art 7ordm inciso XXX da

CF88 que proiacutebe a diferenccedila de salaacuterios e os criteacuterios na hora da admissatildeo como

sexo cor idade e estado civil Com eixo no lucro real os salaacuterios devidos nas

prorrogaccedilotildees das licenccedilas-maternidade e paternidade seratildeo deduzidos do imposto

de renda correspondente pela pessoa juriacutedica Nesse sentido incentiva as empresas

a natildeo terem receio na contrataccedilatildeo de mulheres em razatildeo das proteccedilotildees

Conforme Garcia (2018 p 1093) entende-se que a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

maternidade eacute capaz de trazer efeitos negativos para a contrataccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho em razatildeo das substituiccedilotildees que seratildeo feitas no decorrer deste

periacuteodo de licenccedila Isto eacute no decorrer da licenccedila a empresa teraacute que contratar outro

empregado para suprir a ausecircncia da gestante ou adotante

A partir das informaccedilotildees trazidas nesse capiacutetulo sobre a proteccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho uma observaccedilatildeo que pontua eacute que essas medidas agraves vezes

podem prejudicar a inserccedilatildeo da mulher no acircmbito trabalhista principalmente em

relaccedilatildeo agrave proteccedilatildeo agrave maternidade embora existam vaacuterios entendimentos Portanto

algumas medidas que caracterizavam discriminaccedilatildeo foram revogadas Certamente

42

para a mulher que possui demasiadas tarefas como cuidar dos filhos e da casa e

busca seu espaccedilo como profissional o trabalho eacute uma forma de auxiliar nas

despesas domeacutesticas e as proteccedilotildees acabam sendo um amparo Ainda assim a

incerteza do empregador que jaacute acumula tantos impostos eacute relevante na hora da

contrataccedilatildeo

Apoacutes o estudo das medidas protetivas no trabalho feminino continuamos

falando do trabalho da mulher agora em relaccedilatildeo agraves modificaccedilotildees criadas pela

Reforma Trabalhista Lei 134672017

43

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA

Realiza-se nesse capiacutetulo a apresentaccedilatildeo da mais recente e significativa

modificaccedilatildeo nas regras trabalhistas a Reforma trabalhista A nova lei modificou

201 pontos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) O assunto principal

dessa abordagem eacute o trabalho da mulher e as mudanccedilas com a Reforma bem

como meacutetodos e locais de trabalho da mulher e as obrigaccedilotildees do empregador

Aleacutem disso tambeacutem a insalubridade que eacute o ponto mais questionado no trabalho

da mulher na nova lei e demais regras como amamentaccedilatildeo por exemplo regras

que poderatildeo ser negociadas diretamente com o empregador A Reforma tambeacutem

estabelece novas oportunidades de trabalho bem como o teletrabalho onde eacute

possiacutevel a mulher flexibilizar os horaacuterios em consonacircncia com os cuidados da casa

e dos filhos Poreacutem um breve comentaacuterio sobre a terceirizaccedilatildeo e o distanciamento

dos sindicatos nas homologaccedilotildees dos pedidos de demissatildeo e negociaccedilotildees

coletivas dispositivos que a Reforma introduziu e que satildeo relevantes

Segundo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 39-40) a Lei 13467 de 13

de julho de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Reforma

trabalhista aponta um regresso para o antigo papel do Direito na histoacuteria um

mecanismo de exclusatildeo afastamento da desigualdade entre as pessoas humanas

e grupos sociais Demasiadamente afastada da matriz constitucional a nova lei

instituiu meacutetodos gravemente contraacuterios e regressivos Note-se que o primeiro

capiacutetulo desse trabalho relata a histoacuteria do Direito do Trabalho

De acordo com Krein (2018 p 77) a nova lei foi interpretada como um golpe

do Governo Federal e Congresso contra os desfavorecidos ao aprovar dispositivos

que desmantelam os direitos conquistados nos uacuteltimos 100 anos pelo povo

brasileiro Eacute a elaboraccedilatildeo de regras que redefinem o papel do Estado e delineia um

novo rumo para o Paiacutes

De acordo com Krein (2018 p 78) a hipoacutetese eacute que a contrarreforma buscou

ao mesmo tempo

[] legalizar praacuteticas jaacute existentes no mercado de trabalho e possibilitar um novo ldquocardaacutepiordquo de opccedilotildees aos empregadores para manejar a forccedila de trabalho de acordo com suas necessidades Assim ela busca ajustar o padratildeo de regulaccedilatildeo do trabalho de acordo com as caracteriacutesticas do capitalismo contemporacircneo que fortalece a autorregulaccedilatildeo do mercado ao submeter o trabalhador a uma maior inseguranccedila e ao ampliar a liberdade

44

do empregador em determinar as condiccedilotildees de contrataccedilatildeo o uso da matildeo de obra e a remuneraccedilatildeo do trabalho

Baseado nas mudanccedilas e pelo impacto causado nas regras cogita-se a

possibilidade de um regulamento privado pois fragiliza os sindicatos e as

instituiccedilotildees puacuteblicas Significa um desmonte de direitos a negociaccedilatildeo diretamente

com o empregador assim como a flexibilidade das normas torna o empregado

vulneraacutevel muitas vezes aceitando propostas para natildeo perder o emprego Assim

sendo volta-se para um periacuteodo onde negociaccedilotildees eram feitas entre empregador e

empregado O empregador obtinha vantagem fazia como queria pois era o dono

da induacutestria e os empregados deveriam acatar natildeo tinham opccedilatildeo natildeo tinham

direito a nada (KREIN 2018 p 96)

O conteuacutedo da reforma leva o processo de definiccedilatildeo das regras para o interno

da empresa ateacute mesmo na individualizaccedilatildeo da negociaccedilatildeo para componentes com

melhor remuneraccedilatildeo Conforme Krein (2018 p 78) um afastamento dos sindicatos

onde predomina uma organizaccedilatildeo descentralizada e estruturada com interesses

das empresas Os princiacutepios constitucionais natildeo foram mudados o que gera

conflitos de interpretaccedilatildeo juriacutedica O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho acentua a

inconstitucionalidade de vaacuterias regras da reforma e que ela eacute incompatiacutevel com as

convenccedilotildees internacionais ratificadas no Brasil (KREIN 2018 p 80)

Assim sendo de acordo com Krein (2018 p 80) existiraacute conflitos juriacutedicos

sobre a aplicaccedilatildeo das normas modificadas uma vez que estas poderatildeo alterar o

conteuacutedo na composiccedilatildeo das jurisprudecircncias Desse modo como os juristas

poderatildeo decidir contra a Lei Maior obviamente que nenhuma regra pode contrariar

a Constituiccedilatildeo Federal A reforma trouxe mudanccedilas fundamentais poreacutem a

resistecircncia em torno da regulamentaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho continua e

somente pesquisas futuras indicaratildeo com presteza os impactos da reforma

Primeiramente comenta-se a terceirizaccedilatildeo que suporta o entendimento da

movimentaccedilatildeo de certas atividades executadas da empresa (contratante) para uma

empresa prestadora de serviccedilos (contratada) (GARCIA 2018 p 395)

O novo sistema legal adotado diz (art 4ordm - A da Lei 60191974 com redaccedilatildeo

dada pela Lei 134672017) a Reforma que a

[] terceirizaccedilatildeo eacute a transferecircncia feita pela contratante (tomadora) da execuccedilatildeo de quaisquer atividades inclusive sua atividade principal agrave pessoa juriacutedica de direito privado prestadora de serviccedilos que possua

45

capacidade econocircmica compatiacutevel com a sua execuccedilatildeo (BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O trabalhador eacute funcionaacuterio da empresa prestadora de serviccedilos mas trabalha

para a empresa tomadora O viacutenculo passa a ser triangular ou trilateral Sabe-se

que originalmente a relaccedilatildeo de emprego eacute bilateral ou seja empregado e

empregador que eacute o contratante do serviccedilo disponibilizado (GARCIA 2018 p

395)

Conforme Garcia (2018 p 400) eacute admitido no dispositivo expresso que os

empregados terceirizados possam exercer qualquer funccedilatildeo dentro da empresa

tomadora de serviccedilos inclusive a atividade principal Portanto a terceirizaccedilatildeo natildeo

pode ser equivocada com a intermediaccedilatildeo de matildeo de obra proibida no sistema

juriacutedico que pode derivar em fraude ao viacutenculo empregatiacutecio com o legiacutetimo

empregador (art 9ordm da CLT) e violar o valor social do trabalho (art 1ordm inciso IV da

CF88) A terceirizaccedilatildeo deve ser especiacutefica e tratar de determinados serviccedilos e natildeo

fornecer trabalhadores atraveacutes de empresa contratada Por isso em serviccedilos

terceirizados normalmente a empresa contratada tem sua especialidade

Isso eacute regulamentado no art 5ordm-B da Lei 60191974 dilatado pela Lei

134292017 Veja o dispositivo

Art 5ordm - B O contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos conteraacute (Incluiacutedo pela Lei 134292017) I ndash qualificaccedilatildeo das partes (Incluiacutedo pela Lei 134292017) II ndash especificaccedilatildeo do serviccedilo a ser prestado (Incluiacutedo pela Lei 134292017) III ndash prazo para a realizaccedilatildeo do serviccedilo quando for o caso (Incluiacutedo pela Lei 134292017) IV ndash valor (Incluiacutedo pela Lei 134292017) (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt)

Observa-se que as regras satildeo contraditoacuterias entre si Assim sendo a

terceirizaccedilatildeo natildeo pode prestar serviccedilos geneacutericos somente especiacuteficos Nos

serviccedilos prestados pelas empresas terceirizadas as atividades-meio satildeo um

suporte um acessoacuterio e a atividade-fim eacute o exerciacutecio principal da empresa

(GARCIA 2018 p 401)

Uma regra relevante na terceirizaccedilatildeo eacute o art 5ordm-D da Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiacutedo tambeacutem pela Lei

134672017 Garcia (2018 p 403) cita que consta em sua redaccedilatildeo que o

empregado que atuou na empresa contratante natildeo poderaacute no periacuteodo de 18

46

(dezoito) meses a partir de sua demissatildeo ser admitido pela empresa prestadora de

serviccedilos agrave empresa contratante

De acordo com Garcia (2018 p 396) a terceirizaccedilatildeo eacute muito utilizada nos

dias atuais em razatildeo da diminuiccedilatildeo de custos para as empresas tomadoras

Empresas prestadoras de serviccedilos satildeo mais eficientes tecircm maior produtividade e

competitividade que satildeo fundamentais em momentos de globalizaccedilatildeo

Outra modificaccedilatildeo da Reforma eacute relacionada agraves homologaccedilotildees sindicais nas

rescisotildees contratuais de trabalho onde as negociaccedilotildees poderatildeo ser entre

empregado e empregador sem a necessidade de mediaccedilatildeo ou arbitragem Silva

(2017) ressalta o art 507-B da Lei 134672017 que estabelece a alteraccedilatildeo na lei

trabalhista Veja o dispositivo

Art 507 ndash B Eacute facultado a empregados e empregadores na vigecircncia ou natildeo do contrato de emprego firmar o termo de quitaccedilatildeo anual de obrigaccedilotildees trabalhistas perante o sindicato dos empregados da categoria Paragrafo uacutenico O termo discriminaraacute as obrigaccedilotildees de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constaraacute a quitaccedilatildeo anual dada pelo empregado com eficaacutecia liberatoacuteria das parcelas nele especificadas (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A nova lei revogou o sectsect 1ordm 3ordm e 7ordm do art 477 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho 1943 que obrigava a homologaccedilatildeo sindical no pedido de demissatildeo ou

no recibo de quitaccedilatildeo das parcelas rescisoacuterias devidas (SILVA 2017)

Silva (2017) destaca tambeacutem a redaccedilatildeo do art 477-A que estabelece

ldquodispensas imotivadas individuais pluacuterimas ou coletivas equiparam-se para todos

os fins natildeo havendo autorizaccedilatildeo preacutevia sindical ou celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo ou

acordo coletivo de trabalho para sua efetivaccedilatildeordquo (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Discute-se a constitucionalidade deste dispositivo

pois existem restriccedilotildees agraves demissotildees em massa no art 7ordm I CF88 Assim

constata-se que os desligamentos em massa afetam os contratos de trabalho

individuais perante a sociedade fornecedores e clientes prestadores de serviccedilo

Da mesma forma como a arrecadaccedilatildeo de impostos locais e nacionais a renda e o

consumo dos trabalhadores demitidos

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho revelou uma extrema preocupaccedilatildeo com a

nova lei principalmente nos casos de acordo coletivo sobre o que prevecirc a

legislaccedilatildeo A reforma estabelece a prevalecircncia do negociado sobre o legislado ateacute

mesmo na negociaccedilatildeo dos direitos O empregador teraacute preponderacircncia sobre as

47

leis Algumas normas poderatildeo ser negociadas entre empregador e empregado

(MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO DO TRABALHO - MPT 2018 lthttpportalmptmpbrgt)

A Reforma gerou grandes discussotildees sendo extremamente preocupante para

os oacutergatildeos de proteccedilatildeo ao trabalhador essas novas regras Na flexibilizaccedilatildeo da

negociaccedilatildeo entre empregado e empregador o receio eacute que fuja do controle e o

trabalhador perca forccedila nos contratos de trabalho sem apoio da organizaccedilatildeo

sindical e demais instituiccedilotildees puacuteblicas nos acordos e negociaccedilotildees coletivas com

previsatildeo no art 8ordm VI da Constituiccedilatildeo Federal88 Apesar disso algumas regras

ficaram melhores com a livre negociaccedilatildeo em razatildeo da inviabilidade no cotidiano do

empregado Nas demissotildees em massa a liberaccedilatildeo do sindicato nas homologaccedilotildees

pode trazer prejuiacutezos ao trabalhador supondo que a empresa demita funcionaacuterios

diretos para contratar uma empresa terceirizada Muitas empresas fazem isso e a

intervenccedilatildeo do sindicato poderia necessariamente impedir esse procedimento

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher

Nesse momento apresentam-se os artigos 388 389 e 390 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho CLT (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) estes eacute

que regram os meacutetodos e locais de trabalho da mulher tendo as empresas a

obrigaccedilatildeo de proporcionar lugares para a mulher ter um ambiente de trabalho

saudaacutevel e seguro De iniacutecio mostra-se o artigo 388 modificado pela Lei 7855 de

24 de outubro de 1989 (BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe o

dispositivo

Art 388 - Em virtude de exame e parecer da autoridade competente o Ministro do Trabalho Induacutestria e Comercio poderaacute estabelecer derrogaccedilotildees totais ou parciais agraves proibiccedilotildees a que alude o artigo anterior quando tiver desaparecido nos serviccedilos considerados perigosos ou insalubres todo e qualquer caraacuteter perigoso ou prejudicial mediante a aplicaccedilatildeo de novos meacutetodos de trabalho ou pelo emprego de medidas de ordem preventiva (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 261) diz que a vigecircncia deste artigo

aponta erro do legislador pois se refere expressamente ao artigo anterior que

proibia o trabalho das mulheres em atividades perigosas e insalubres nos

subteacuterreos mineraccedilotildees e subsolo o art 387 que foi revogado pela Lei 78551989

(BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observa-se que o motivo pelo qual o

48

artigo existe sumiu surgindo uma possibilidade de lacuna na legislaccedilatildeo trabalhista a

regra natildeo estaacute vigente natildeo haacute casos em que possa incidir

De acordo com Martins (2014 p 667) natildeo eacute mais proibido o trabalho das

mulheres em lugares subteacuterreos pedreiras mineraccedilotildees e subsolo obras puacuteblicas ou

particulares Ateacute mesmo a Constituiccedilatildeo Federal88 natildeo proiacutebe as atividades

insalubres mulheres podem trabalhar em locais perigosos por exemplo em postos

de gasolina

Ratificada no Brasil a Convenccedilatildeo nordm 136 de 1971 estabelece proteccedilatildeo aos

riscos de intoxicaccedilatildeo por benzeno vedando agraves mulheres graacutevidas e lactantes de

trabalharem em locais onde existe exposiccedilatildeo de benzeno (MARTINS 2014 p 667)

Seguindo essa ordem de acordo com o art 389 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) eacute obrigaccedilatildeo de toda

empresa

Art 389 Toda empresa eacute obrigada I ndash a prover os estabelecimentos de medidas concernentes agrave higienizaccedilatildeo dos meacutetodos e locais de trabalho tais como ventilaccedilatildeo e iluminaccedilatildeo e outros que fizerem necessaacuterios agrave seguranccedila e ao conforto das mulheres a criteacuterio da autoridade competente II ndash a instalar bebedouros lavatoacuterios aparelhos sanitaacuterios dispor de cadeiras e bancos em nuacutemero suficiente que permitam aacutes mulheres trabalhar sem esgotamento fiacutesico III ndash a instalar vestiaacuterios com armaacuterios individuais privativos das mulheres exceto os estabelecimentos comerciais escritoacuterios bancos e atividades afins em que seja exigida a troca de roupa e outros a criteacuterio da autoridade competente em mateacuteria de seguranccedila e higiene do trabalho admitindo ndash se como suficientes as gavetas ou escaninhos onde possam as empregadas guardar seus pertences IV - a fornecer gratuitamente a juiacutezo da autoridade competente os recursos de proteccedilatildeo individual tais como oacuteculos maacutescaras luvas e roupas especiais para a defesa dos olhos do aparelho respiratoacuterio e da pele de acordo com a natureza do trabalho sect 1ordm Os estabelecimentos que trabalharem pelo menos 30 (trinta mulheres) com mais de 16 (dezesseis) anos de idade teratildeo local apropriado onde seja permitido agraves empregadas guardar sob vigilacircncia e assistecircncia os seus filhos no periacuteodo da amamentaccedilatildeo sect 2ordm a exigecircncia do sect1ordm poderaacute ser suprida por meio de creches distritais mantidas diretamente ou mediante convecircnios com outras entidades publicas ou privadas pelas proacuteprias empresas com regime comunitaacuterio ou a cargo do SESI do SESC da LBA ou de entidades sindicais (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Eacute obrigaccedilatildeo das empresas promoverem ambientes saudaacuteveis com iluminaccedilatildeo

e ventilaccedilatildeo adequada Martins conforme Machado (2017 p 261) dispotildee que essas

regras se apresentam detalhadas nos artigos 175 a 178 do Decreto-Lei 54521943

no Capiacutetulo V do Titulo II (Da Seguranccedila e Medicina do Trabalho)

49

Martins conforme Machado (2017 p 261) afirma que eacute obrigatoriedade de as

empresas fornecerem aacutegua potaacutevel sanitaacuterios e lavatoacuterios Essa norma tambeacutem eacute

estabelecida no art 200 VII da mesma Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

Vestiaacuterios com armaacuterios individuais reservados agraves mulheres eacute uma regra que

abrange empresas em que funcionaacuterias necessitem trocar de roupa como por

exemplo hospitais Nos demais estabelecimentos previstos basta que tenham uma

gaveta ou um escaninho para guardar seus objetos

O fornecimento de equipamentos de proteccedilatildeo individual toda empresa deve

dispor desse material com o objetivo de preservar o empregado em determinadas

funccedilotildees evitando os acidentes de trabalho A regra se aplica de um modo geral

como diz a redaccedilatildeo do art 166 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 262)

Empresas que trabalham com ao menos 30 mulheres devem ter locais

adequados para que as empregadas deixem seus filhos em periacuteodo de

amamentaccedilatildeo Garcia (2018 p 1080) diz que a regra pode ser flexiacutevel se as

empresas tiverem convecircnios com creches ou com outras entidades puacuteblicas ou

privadas O Ministeacuterio do Trabalho estabelece o auxiacutelio-creche na Portaria 3296 de

03 de setembro de 1986 (BRASIL 1986 lthttpswwwlegiswebcombrgt) O art 7ordm

inciso XXV da CF88 proporciona o direito aos filhos dependentes de ateacute 5 (cinco)

anos de assistecircncia gratuita nas preacute-escolas e creches

Martins conforme Machado (2017 p 262) apresenta a Portaria 3296 de 03 de

setembro de 1986 modificada pela Portaria do MPT 67097 (BRASIL 1997

lthttpwwwlegiswebcombrgt) Nesta apresenta-se o reembolso-creche desde que

assegurado em convenccedilotildees coletivas o benefiacutecio deve cobrir as despesas integrais

com creches ateacute os 6 meses de idade tempo em que o empregador estaria

responsaacutevel pelos periacuteodos de amamentaccedilatildeo com redaccedilatildeo no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Se o empregador natildeo tem condiccedilotildees de

assegurar um local adequado para a amamentaccedilatildeo poderaacute disponibilizar

possibilidades nas creches conveniadas mantidas por entidades citadas em lei

Segundo Garcia (2018 p 1081) o artigo 390 do Decreto-Lei 545243 destaca

o seguinte ldquoao empregador eacute vedado empregar a mulher em serviccedilo que demande o

emprego de forccedila muscular superior a 20 (vinte) quilos para trabalho continuo ou 25

(vinte e cinco) quilos para trabalho ocasionalrdquo (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

50

A regra eacute destinada em face de proteger a mulher de serviccedilos pesados

resguardando sua totalidade fiacutesica No entanto acentua-se a vigecircncia deste artigo

visto que haacute casos em que a mulher se apresenta superior a muitos homens tanto eacute

que exercem funccedilotildees reconhecidamente masculinas Martins conforme Machado

(2017 p 263) relata que deveria ser permitido agraves mulheres escolher suas

atividades conforme as condiccedilotildees de fazecirc-lo reservando-se a vedaccedilatildeo somente em

casos de empregada gestante com o propoacutesito de proteger a maternidade

42 Atividades insalubres

De acordo com Martins (2014 p 723) a insalubridade afeta diariamente a

sauacutede do trabalhador causando doenccedilas em trabalhadores expostos a riscos como

ruiacutedos vibraccedilotildees calor frio umidade radiaccedilotildees gases vapores entre outros No

Brasil existe um controle sobre a insalubridade com o pagamento de adicional pelas

condiccedilotildees de trabalho insalubres e perigosas previsto no art 7ordm inciso XXIII da

CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O art 189 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) explica que satildeo consideradas atividades insalubres

condiccedilotildees ou meacutetodos de trabalho que submetam os trabalhadores a agentes

nocivos agrave sauacutede aleacutem da permissatildeo fixada devido agrave natureza e agrave intensidade do

agente e o tempo de exibiccedilatildeo e seus efeitos Para que seja considerado insalubre eacute

necessaacuterio verificar se os agentes nocivos estatildeo acima do limite permitido O art

190 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz que o Ministeacuterio do Trabalho eacute quem determina o

quadro de atividades insalubres e aponta as normas sobre os paracircmetros de

caracterizaccedilatildeo da insalubridade limites de toleracircncia tempo de exposiccedilatildeo do

empregado e os meios de proteccedilatildeo (MARTINS 2014 p 723)

De acordo com Garcia (2018 p 1164) as atividades e operaccedilotildees insalubres

apresentam-se indicadas na NR 15 da Portaria do Ministeacuterio do Trabalho 32141978

(BRASIL 1978 lthttpswwwlegiswebcombrgt) A Norma Regulamentadora

descreve os fatores quiacutemicos fiacutesicos e bioloacutegicos que satildeo prejudiciais agrave sauacutede do

trabalhador assim como os limites de toleracircncia

Conforme Martins (2014 p 723) a insalubridade pode ser eliminada ou

neutralizada se a empresa aplicar medidas que mantenham os locais insalubres

51

dentro dos limites de toleracircncia e que o trabalhador utilize os equipamentos de

proteccedilatildeo individual (EPI) Natildeo haveraacute direito ao adicional de insalubridade quando

cessar o risco agrave sauacutede ou integridade fiacutesica ou se o empregado for afastado para

outro setor que natildeo seja insalubre

Garcia (2018 p 1165) aponta o art 191 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece como

a insalubridade pode ser neutralizada ou eliminada

Art 191 A eliminaccedilatildeo e neutralizaccedilatildeo da insalubridade correraacute (Redaccedilatildeo dada pela Lei 6514 de 22121977) I ndash com a adoccedilatildeo de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) II ndash com a utilizaccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual ao trabalhador que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) Paragrafo uacutenico Caberaacute as Delegacias Regionais do Trabalho comprovada a insalubridade notificar as empresas estipulando prazos para sua eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo na forma deste artigo (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

De acordo com Garcia (2018 p 1166) o adicional de insalubridade eacute devido a

razatildeo de 40 (grau maacuteximo) 20 (grau meacutedio) e 10 (grau miacutenimo) calculado

sobre o salaacuterio miacutenimo conforme descrito no art 192 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe a regra

Art 192 O exerciacutecio do trabalho em condiccedilotildees insalubres acima dos limites de toleracircncia estabelecidos pelo Ministeacuterio do Trabalho assegura a percepccedilatildeo de adicional respectivamente de 40 (quarenta por cento) 20 (vinte por cento) e 10 (dez por cento) do salario miacutenimo da regiatildeo segundo se classifiquem nos graus maacuteximo meacutedio e miacutenimo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Segundo Garcia (2018 p 1166) [] ldquono caso de incidecircncia de mais de um

fator de insalubridade seraacute considerado apenas o de grau mais elevado para efeito

de acreacutescimo salarial sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativardquo O Recurso Ordinaacuterio

julgado em 04 de setembro de 2018 pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf

Regiatildeo 6ordf Turma tendo como Relator o Desembargador Fernando Luiz de Moura

Cassal refere-se agrave insalubridade cumulativa que eacute proibida

EMENTA ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE EM GRAUS MEacuteDIO E MAacuteXIMO PERCEPCcedilAtildeO CUMULATIVA IMPOSSIBILIDADE Nos termos do item 153 da NR-15 da Portaria nordm 321478 constatada a incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas considerado o de grau mais

52

elevado sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativa (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Martins (2014 p 725) o certo seria que o trabalhador natildeo fosse

submetido agraves atividades insalubres que satildeo prejudiciais agrave sauacutede Portanto para a

empresa eacute mais vantajoso pagar o adicional de insalubridade do que suprimir o

agente nocivo O trabalhador submete-se a trabalhar em locais insalubres para

aumentar seu miacutesero salaacuterio O valor do adicional de insalubridade eacute muito baixo

por isso o empregador fica agrave vontade para exigir o trabalho em locais insalubres

Apoacutes um momentacircneo resumo sobre a insalubridade mostra-se como esta

interfere no trabalho da mulher gestante As mulheres eram expostas a ocupaccedilotildees

nocivas com exaustivas jornadas de trabalho e aceitavam a situaccedilatildeo para natildeo

perder o emprego Nas primeiras leis as mulheres eram proibidas de trabalhar em

lugares insalubres sendo que isso foi mudando Atualmente a Constituiccedilatildeo Federal

natildeo proiacutebe as mulheres de trabalharem em lugares insalubres mas para as

gestantes as regras satildeo diferentes

Conforme Garcia (2018 p 1082) anteriormente o artigo 394-A da Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) dizia que ldquoa gestante

seria afastada de qualquer ambiente insalubre na empresa durante a gestaccedilatildeo e a

lactaccedilatildeo realizando suas funccedilotildees em local salubrerdquo

Com a Lei 134672017 o art 394-A eacute alterado novamente A empregada

gestante deve ser afastada das atividades insalubres em grau maacuteximo Em

atividades com insalubridade de grau meacutedio e miacutenimo a gestante deve ser afastada

se apresentar atestado meacutedico constando que o local insalubre eacute prejudicial agrave

sauacutede Jaacute no inciso III do art 394-A da Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a empregada deve ser afastada mediante atestado

meacutedico de atividades insalubres de durante a lactaccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

De acordo com Garcia (2018 p 1083) sem restriccedilotildees de salaacuterio menciona o

art 394 ndash A sect 2ordm da Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

destacando que a empresa deve pagar o adicional de insalubridade mesmo que a

gestante trabalhe em local salubre por questotildees de folha de pagamento e

contribuiccedilotildees do INSS O artigo em questatildeo seraacute apresentado mais detalhadamente

no proacuteximo conteuacutedo desse capiacutetulo com a nova redaccedilatildeo e observaccedilotildees

53

A lei permite o trabalho da mulher gestantelactante em lugares insalubres

apresentando atestado meacutedico mas a decisatildeo de correr o risco eacute do empregador e

da empregada A empregada deve concordar em trabalhar em local insalubre por

livre vontade Contudo poderatildeo sofrer consequecircncias em relaccedilatildeo agrave sauacutede tanto da

matildee quanto do feto

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino

De acordo com Ahad (2017) a Reforma trabalhista trouxe consideraacuteveis

mudanccedilas para o trabalho da mulher Apesar disso o Brasil ateacute agora estaacute distante

de reduzir a desigualdade de gecircnero no mercado de trabalho

A nova lei modificou quatro dispositivos do Capitulo III do Tiacutetulo III da CLT que

envolve regras de proteccedilatildeo agrave mulher tais como a) a revogaccedilatildeo do paraacutegrafo uacutenico

do art 372 da CLT b) revogaccedilatildeo do art 384 da CLT c) nova redaccedilatildeo para o

composto do art 394-A da CLT e d) inserccedilatildeo de novo sect2ordm no art 396 da CLT

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 147)

O art 5ordm I ldquohrdquo da Lei 134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbr)

revogou o paraacutegrafo uacutenico do art 372 da CLT Veja o texto do art 372 e seu

paraacutegrafo uacutenico agora revogado

Art 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a proteccedilatildeo especial instituiacuteda por este Capiacutetulo Paraacutegrafo uacutenico - Natildeo eacute regido pelos dispositivos a que se refere este artigo o trabalho nas oficinas em que sirvam exclusivamente pessoas da famiacutelia da mulher e esteja esta sob a direccedilatildeo do esposo do pai da matildee do tutor ou do filho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em razatildeo de notaacuteveis princiacutepios constitucionais imperativos a norma revogada

jaacute natildeo vigorava O caput do art 5ordm da CF88 (BRASIL 1988

httpwwwplanaltogovbrgt) foi ajustado com o inciso I do mesmo art 5ordm sendo um

e outro evidenciando o princiacutepio da igualdade na ordem juriacutedica brasileira Ainda

assim o inciso I do art 5ordm separadamente acentua a evidente igualdade entre

homens e mulheres em direitos e obrigaccedilotildees (DELGADO MG DELGADO GN

2017 p 148)

54

A regra do paraacutegrafo uacutenico do art 372 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) demonstra incompatibilidade com duas normas

constitucionais apresentadas Por conseguinte desde cinco de outubro de 1988 a

referida regra natildeo mais persiste na ordem juriacutedica do Paiacutes (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 148) outra norma de

garantia agrave mulher e seu amparo no mercado e trabalho estaacute evidenciada no inciso

XX art 7ordm da Constituiccedilatildeo de 1988 sendo ele ldquoXX - proteccedilatildeo do mercado de

trabalho da mulher mediante incentivos especiacuteficos nos termos da leirdquo (BRASIL

1988 httpwwwplanaltogovbrgt)

O paraacutegrafo uacutenico do art 372 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho natildeo foi

admitido porque se encontrava em atitude antieacutetica ao domiacutenio procedente do art

7ordm XX da Constituiccedilatildeo Federal Ao inveacutes de firmar a proteccedilatildeo e incentivos

referentes ao mercado de trabalho da mulher confirmava manifestas de

desproteccedilatildeo e inclusive discriminaccedilatildeo (DELGADO MG DELGADO GN 2017

p 148)

Tambeacutem foi revogado o art 384 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que previa 15 minutos de descanso antes de iniciar o

periacuteodo de hora extra Esse dispositivo foi revogado pelo art 5ordm inciso I i da Lei

134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt) Veja o texto da norma

revogada ldquoArt 384 - Em caso de prorrogaccedilatildeo do horaacuterio normal seraacute obrigatoacuterio um

descanso de 15 (quinze) minutos no miacutenimo antes do iniacutecio do periacuteodo

extraordinaacuterio do trabalhordquo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Retirou da

mulher uma vantagem especiacutefica dada pela ordem juriacutedica o intervalo de 15

minutos antes de qualquer prorrogaccedilatildeo da jornada laboral (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

Ahad (2017) comenta que este regimento foi inserido na Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho de 1943 em razatildeo de que as mulheres na eacutepoca precisavam pedir

permissatildeo aos maridos para que permanecessem ateacute mais tarde no trabalho A

continuidade deste dispositivo na lei natildeo tinha mais significado algum visto que a

regra gerava dificuldade no momento da contrataccedilatildeo das mulheres e concluindo que

elas precisavam fazer hora extra para manter seus empregos

O art 384 confronta a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art

7ordm inciso XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo

55

estabelecendo regra protetiva ao trabalho feminino diferenciado do homem o que

natildeo confere na atualidade (GARCIA 2018 p 1076-1077)

As garantias juriacutedicas suplementares atribuiacutedas agrave mulher pelo Direito ademais

o Direito do Trabalho satildeo segundo foi visto amparadas pela Constituiccedilatildeo Federal

Ela se voltou como se sabe para a eliminaccedilatildeo da discriminaccedilatildeo milenar arquitetada contra as mulheres na sociedade histoacuterica natildeo soacute mediante a proibiccedilatildeo do tratamento diferenciado com relaccedilatildeo aos homens como tambeacutem pela agregaccedilatildeo de vantagens adicionais especiacuteficas fundadas em peculiaridades consideradas relevantes no que tange as razotildees bioloacutegicas e socioloacutegicas da mulher A retirada de direitos das mulheres eacute uma conduta legislativa contraacuteria ao espiacuterito constitucional de 1988 uma incompreensatildeo a respeito da sociedade livre justa e solidaacuteria que a Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica quer ver instaurada no paiacutes (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 148-149)

O argumento relativo pertencente agrave dificuldade praacutetica que pode envolver a

execuccedilatildeo do art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 foi

solucionado pelo proacuteprio Decreto-Lei 54521943 em seu art 71 sect4ordm que

estabelece o pagamento do referente intervalo natildeo observado no esboccedilo concreto

da relaccedilatildeo de emprego (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 149)

Repare o julgamento da Relatora Ministra Angela Rosi Almeida Chapper da 5ordf

Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf Regiatildeo onde eacute possiacutevel verificar a

negociaccedilatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo entre empregada e empregador

amparados pela legislaccedilatildeo Portanto se a empregada natildeo usufruir destes intervalos

estes deveratildeo ser pagos respectivamente como hora extraordinaacuteria conforme o art

71 sect4ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Os periacuteodos para a amamentaccedilatildeo

destinam-se ao bem-estar da crianccedila e natildeo da empregada Por essa razatildeo o

empregador tem o dever de cumprir a regra Observe a decisatildeo

EMENTA INTERVALO PARA AMAMENTACcedilAtildeO SUPRESSAtildeO PAGAMENTO COMO HORA EXTRA DANO MORAL A natildeo concessatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo previstos no art 396 da CLT ou sua acumulaccedilatildeo para concessatildeo de folgas futuras que natildeo asseguram a proteccedilatildeo do lactente ensejam o seu pagamento como hora extra na forma do art 71 sect4ordm da CLT com observacircncia do disposto no precedente nordm 52 deste Regional Natildeo eacute presumido o dano moral em razatildeo da natildeo fruiccedilatildeo dos intervalos Recurso da reclamada parcialmente provido no toacutepico e recurso da reclamante desprovido (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

A Reforma trabalhista conforme Delgado MG e Delgado GN (2017 p 149)

deu nova redaccedilatildeo ao art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho modificando

56

seu caput e acrescentando os incisos I II e III aleacutem dos sectsect 2ordm e 3ordm Relativamente

ao sect1ordm foi apenas contemplado do antigo paraacutegrafo uacutenico mas prossegue vetado

desde a sua origem (Lei 13287 de 11052016-paraacutegrafo uacutenico do art 394-A vetado

pela Presidecircncia da Repuacuteblica)

A propoacutesito essa condiccedilatildeo normativa (art 394-A) havia sido incluso agrave

Consolidaccedilatildeo apenas cerca de um ano antes em 11 de maio de 2016 pela Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpplanaltogovbrgt) com o seguinte entendimento

ldquoArt 394-A A empregada gestante ou lactante seraacute afastada enquanto durar a

gestaccedilatildeo e a lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou locais insalubres

devendo exercer suas atividades em local salubrerdquo (DELGADO MG DELGADO

GN 2017 p 149)

Anteriormente a redaccedilatildeo da Lei 132872016 era permitido o trabalho insalubre

das mulheres em praticamente todos os graus de insalubridade Agora o

distanciamento ocorre apenas em casos de insalubridade em grau maacuteximo A nova

lei liberou a gestante para trabalhar em locais insalubres Silva (2017) cita que satildeo

poucos casos onde o grau de insalubridade eacute maacuteximo mencionados na extensatildeo

dos 14 anexos da NR 15 A insalubridade de grau maacuteximo existe no contato com

agentes quiacutemicos e com agentes bioloacutegicos com risco aumentado como em centros

ciruacutergicos limpeza de bueiros e necroteacuterios

A maior parte dos anexos lida com o grau meacutedio de ruiacutedos excessivos ruiacutedos

de impacto exposiccedilatildeo ao calor e frio As gestantes em sua maioria encontram-se

trabalhando em locais de insalubridade de grau meacutedio Mas existe a inquietaccedilatildeo

pelo trabalho das gestantes em centros ciruacutergicos e salas de radiografia onde a matildeo

de obra feminina eacute facilmente aceitaacutevel (SILVA 2017)

Ainda de acordo com Silva (2017) a nova composiccedilatildeo do art 394-A da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 afasta imediatamente a gestante dos

locais insalubres em grau maacuteximo Aqui estaacute o novo texto

Art 394 ndash A Sem prejuiacutezo de sua remuneraccedilatildeo nesta incluiacutedo o valor do adicional de insalubridade a empregada deveraacute ser afastada de I ndash atividades consideradas insalubres em grau maacuteximo enquanto durar a gestaccedilatildeo II ndash atividades consideradas insalubres em grau meacutedio ou miacutenimo quando a mulher apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeo III ndash atividades consideradas insalubres em qualquer grau quando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeo

57

sect 1ordm (VETADO) (Redaccedilatildeo dada pela Lei 13467 de 2017) sect 2ordm Cabe a empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a compensaccedilatildeo observado o disposto no art 248 da Constituiccedilatildeo Federal por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo a pessoa fiacutesica que lhe presta serviccedilo sect 3ordm Quando natildeo for possiacutevel que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerccedila suas atividades em local salubre na empresa a hipoacutetese seraacute considerada como gravidez de risco e ensejaraacute a percepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei nordm 8213 de 24 de julho de 1991 durante todo o periacuteodo de afastamento (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Por sinal haacute que se ressaltar a inexistecircncia no regulamento juriacutedico do sect 1ordm do

art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ao diverso pelo texto expedido

pela Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Sem duacutevida um

erro material (referecircncia a um meio legal que ao menos existe) resultado da

tramitaccedilatildeo precipitada que caracterizou a composiccedilatildeo e o movimento do atinente

projeto de lei da Reforma trabalhista nas duas Casas Congressuais (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 150)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150) a nova lei fez a

inclinaccedilatildeo pelo distanciamento automaacutetico da mulher do ambiente insalubre

enquanto durar a gestaccedilatildeo somente no caso de insalubridade em grau maacuteximo

(novo inciso I do art 394-A)

Observa-se a recente decisatildeo do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo

2ordf Turma tendo como Relator o Ministro Marcelo Jose Ferlin DAmbroso em razatildeo

do direito ao adicional de insalubridade em grau maacuteximo agrave empregada gestante que

realizava limpeza de sanitaacuterios em hospital sendo exposta a riscos de contaminaccedilatildeo

devido ao contato com agentes bioloacutegicos

EMENTA ADICIONAL DE INSALUBRIDADE GRAU MAacuteXIMO LIMPEZA DE LIXO DE BANHEIRO DE LEITOS DO HOSPITAL 1 As atividades de lavagem de sanitaacuterios de leitos de hospital expuseram a trabalhadora ao risco permanente de contato com agentes bioloacutegicos patogecircnicos caracterizando insalubridade em grau maacuteximo nos termos do Anexo 14 da NR-15 da Portaria MTE 321478 Nem mesmo a utilizaccedilatildeo de luvas eacute capaz de elidir a accedilatildeo nociva dos agentes bioloacutegicos pois a contaminaccedilatildeo ocorre natildeo apenas pela via cutacircnea mas tambeacutem pelas vias respiratoacuterias 2 A avaliaccedilatildeo da insalubridade em tais casos eacute qualitativa e natildeo quantitativa de modo que independentemente do tempo de exposiccedilatildeo da trabalhadora os elementos patogecircnicos por se disseminarem facilmente possibilitam a promoccedilatildeo de doenccedila em apenas um contato Devido o pagamento do adicional de insalubridade em grau maacuteximo GARANTIA PROVISOacuteRIA NO EMPREGO GESTANTE Para que a empregada gestante tenha direito agrave garantia provisoacuteria no emprego assegurada no art 10 II aliacutenea b do ADCT basta que esteja graacutevida ao tempo da rescisatildeo ainda que natildeo tenha

58

ciecircncia de seu estado graviacutedico durante a vigecircncia do contrato de trabalho (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Pipek Dutra e Magano (2018 p 22-23) enquanto a lei antiga proibia

as gestantes e lactantes de trabalhar em locais insalubres No entanto a nova regra

permite que a empregada gestante realize atividades em locais insalubres de grau

meacutedio ou miacutenimo desde que ocorra por espontacircnea vontade mostrando atestado

meacutedico autorizando o trabalho A nova regra visa evitar a discriminaccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho devido agraves suas peculiaridades natildeo demonstrando o

desinteresse para com a sauacutede da matildee e do bebecirc mas oportunizando a mulher de

escolher pois impotildee a apresentaccedilatildeo de atestado meacutedico da trabalhadora e que a

decisatildeo seja da empregada

Nas situaccedilotildees de insalubridade em grau meacutedio e miacutenimo esse distanciamento

ocorreraacute quando a mulher apresentar atestado de sauacutede expedido por meacutedico de

sua confianccedila ldquo[] que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeordquo (inciso II do

art 394-A) (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

O inciso III do art 394-A acrescenta ainda que o afastamento possa ocorrer

no tempo do periacuteodo da amamentaccedilatildeo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150)

trazem que a norma estabelece esse afastamento de atividades insalubres em

qualquer grau quando a trabalhadora ldquoapresentar atestado de sauacutede emitido por

meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeordquo

Veja a decisatildeo do Relator Nelson Antocircnio Monteiro Pacheco da 3ordm Cacircmara

Ciacutevel do Tribunal de Justiccedila do Rio Grande do Sul que trata de Agravo de

Instrumento interposto pela Prefeitura Municipal de Novo XinguRS em face de

liminar em mandado de seguranccedila deferido para realocaccedilatildeo da empregada gestante

em local de trabalho livre de insalubridade com base no art 394-A da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho No entanto a agravada eacute servidora puacuteblica e natildeo regida pelo

Decreto-Lei 545243 mas sim por regime juriacutedico dos servidores municipais Assim

sendo a regra eacute inaplicaacutevel Decisatildeo unacircnime dando provimento ao agravo

AGRAVO DE INSTRUMENTO MANDADO SE SEGURANCcedilA SERVIDORA PUacuteBLICA GESTANTE MUNICIacutePIO DE NOVO XINGU LIMINAR DEFERIDA REALOCACcedilAtildeO PARA LOCAL LIVRE DE INSALUBRIDADE IMPOSSIBILIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL INAPLICABILIDADE DO ART 394-A da CLT 1 A parte agravada eacute servidora gestante do Municiacutepio de Novo Xingu cargo de Auxiliar Odontoacuteloga e eacute regida pelo Regime Juriacutedico dos Servidores Puacuteblicos Municipais Lei-NX nordm 11902 Entretanto inexiste na legislaccedilatildeo em comento previsatildeo de realocaccedilatildeo de servidor muito menos de aplicaccedilatildeo

59

subsidiaacuteria da CLT nos casos omissos 2 Natildeo haacute como falar ilegalidade ou abuso de poder da administraccedilatildeo que tivesse violado direito liacutequido e certo da servidora a ensejar o deferimento da medida liminar como foi feita na origem sendo muito discutiacutevel a utilizaccedilatildeo do mandado de seguranccedila 3 Natildeo tendo se verificado em um primeiro momento ilegalidade no agir da administraccedilatildeo quando negou o pedido administrativo de realocaccedilatildeo da servidora gestante deve ser reformada a decisatildeo agravada sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da isonomia com outras servidoras em situaccedilotildees semelhantes 4 Decisatildeo liminar reformada AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO (BRASIL 2018 lthttpwwwtjrsjusbrgt)

Registra-se que a expressatildeo juriacutedica concernente a ldquoatestado de sauacutederdquo

ldquoemitido por meacutedico de confianccedila da mulherrdquo supera qualquer ordem de vantagem

entre meacutedicos serviccedilos meacutedicos e atestados meacutedicos tendo como exemplo a ordem

de preferecircncia anunciada na Suacutemula 282 do TST Refere-se meramente ao meacutedico

de confianccedila da mulher ou lactante Este eacute o entendimento do texto evidente da

nova regra legal (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Fica acentuado que em todas as trecircs situaccedilotildees de afastamento a insalubridade

maacutexima meacutedia ou miacutenima eacute caracterizada pelo caput do art 394-A cabendo agrave

empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a

compensaccedilatildeo ldquo[] por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a

folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo agrave

pessoa fiacutesica que lhe preste serviccedilosrdquo Em suma para a Lei o custo desse direito

trabalhista eacute sustentado pelo INSS o que eacute correto e seguro (Convenccedilatildeo nordm 103 art

4ordm inciso VIII da OIT) Natildeo obstante o empregador que fizer o pagamento premente

agrave empregada na folha mensal de pagamentos da empresa seraacute ressarcido logo em

seguida (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Conforme Silva (2017) o adicional de insalubridade eacute pago em folha para a

empregada e posteriormente ressarcido das contribuiccedilotildees sociais devidas ou seja a

Previdecircncia Social pagaraacute o adicional como o salaacuterio-maternidade Cabe agrave empresa

somente o adiantamento do valor em holerite Foi uma forma que a reforma

encontrou para natildeo sobrecarregar o empregador pois sendo assim o encargo fica

de responsabilidade dos cofres puacuteblicos Tambeacutem foi uma forma de evitar a

discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo do trabalho feminino

O sect 4ordm do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta duas hipoacuteteses A primeira eacute no fundamento

de que havendo a viabilidade do afastamento da trabalhadora do local insalubre ela

precisaraacute ser completamente distanciada mas para desenvolver ldquoatividades em

60

locais salubres da empresardquo esta opccedilatildeo predomina conservando-se como visto

(caput do art 394 ndash A da CLT) de todo jeito o pagamento do adicional de

insalubridade (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150-151)

Contudo quando natildeo houver local salubre ou a proacutepria atividade da

empregada ser considerada insalubre ela deveraacute ser inteiramente afastada do

trabalho considerando-se a possibilidade de ldquogravidez de riscordquo com oportunidade

da ldquopercepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei 8213 de 24 de julho de

1991 durante todo periacuteodo de afastamentordquo (sect 4ordm art 394- A da CLT) (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 151)

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a nova redaccedilatildeo do

art 394-A II e III em razatildeo da seguinte expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de

sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo

Refere-se agrave Accedilatildeo Direta de Inconstitucionalidade 5938 com pedido de medida

cautelar ajuizada pela Confederaccedilatildeo Nacional dos Trabalhadores Metaluacutergicos A

parte autora alega que a regra em questatildeo vulneraria as normas constitucionais

sobre proteccedilatildeo agrave maternidade agrave gestante ao nascituro e ao receacutem-nascido (arts 6ordm

7ordm XXXIII 196 201 II 203 I todos da Constituiccedilatildeo Federal) Aleacutem do mais

desrespeitaria a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho (art

1ordm III e IV da CF) dentre outros direitos constitucionais (BRASIL 2019

lthttpwwwportalstfjusbrgt) Repare a decisatildeo

Decisatildeo O Tribunal por unanimidade conheceu da accedilatildeo direta de inconstitucionalidade Por maioria confirmou a medida cautelar e julgou procedente o pedido formulado na accedilatildeo direta para declarar a inconstitucionalidade da expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo contida nos incisos II e III do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) inseridos pelo art 1ordm da Lei 134672017 nos termos do voto do Relator vencido o Ministro Marco Aureacutelio Falaram pelo amicus curiae Confederaccedilatildeo Nacional de Sauacutede ndash CNS o Dr Marcos Vinicius Barros Ottoni e pelo amicus curiae Central Uacutenica dos Trabalhadores ndash CUT o Dr Ricardo Quintas Carneiro Presidecircncia do Ministro Dias Toffoli Plenaacuterio 29052019 (BRASIL 2019 lthttpwwwportalstfjusbrgt)

O principal objetivo da permissatildeo agraves gestantes e lactantes trabalharem em

locais insalubres eacute o aumento das oportunidades de trabalho para as mulheres As

empresas optam por natildeo contratarem mulheres devido ao risco de assumirem as

consequecircncias peculiares agrave estaccedilatildeo sendo que mesmo aquelas que natildeo querem ter

filhos acabam perdendo a oportunidade de emprego Dessa forma mesmo diante

61

dos argumentos mencionados a lei bate de frente com a proteccedilatildeo agrave sauacutede da

empregada e do nascituro pois a proteccedilatildeo ao trabalho natildeo pode ser mais relevante

que a proteccedilatildeo agrave vida (AHAD 2017)

Por fim a Lei 134672017 modificou o anterior paraacutegrafo uacutenico em sect 1ordm do art

396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e acrescentou o sect 2ordm observando que os periacuteodos de

descanso para amamentaccedilatildeo devem ser discutidos em acordo individual entre

empregada e empregador (GARCIA 2018 p 1084)

Veja a norma legal na iacutentegra com as alteraccedilotildees feitas pela nova lei

Art 396 Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 13467 de 2017) sect 1ordm Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (Remunerado pela Lei nordm 13467 de 1372017) sect 2ordm Os horaacuterios dos descansos previstos no caput deste artigo deveratildeo ser definidos em acordo individual entre mulher e o empregador (Incluiacutedo pela Lei 13467 de 1372017) (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

As pausas especiais previstas no art 396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) pertinentes aos periacuteodos de

amamentaccedilatildeo ao longo da jornada de trabalho da obreira satildeo remuneradas De

natureza fundamental respectivamente tecircm de ser cumpridos pelo empregador

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 151)

Poreacutem a alteraccedilatildeo possibilita a negociaccedilatildeo destes intervalos entre empregada

e empregador sem a intervenccedilatildeo do sindicato conforme a necessidade de ambos

podendo os (2) dois intervalos serem transformados em (1) um (PIPEK DUTRA

MAGANO 2017 p 23)

Para Delgado MG e Delgado GN (2017 p 151) a nova Lei 134672017

optou por explicitar o que jaacute tende a ser aplicado nas relaccedilotildees de trabalho ou seja a

determinaccedilatildeo consensual a respeito do melhor horaacuterio para que sejam cumpridos

esses dois intervalos especiais de meia hora cada um ao longo da jornada laboral

De acordo com Ahad (2017) a reforma trouxe novas possibilidades de trabalho

para a mulher observando a flexibilidade em horaacuterios como o teletrabalho o

trabalho intermitente e o trabalho autocircnomo que podem trazer benefiacutecios que

62

possibilitam a mulher conciliar com a criaccedilatildeo dos filhos trabalhos domeacutesticos e

estudos aleacutem do tempo e economia no deslocamento de ida e volta do trabalho

Mesmo com as novidades trazidas Ahad (2017) aponta que a reforma natildeo

modificou pontos essenciais para reduzir a desigualdade de gecircnero mencionando a

licenccedila-maternidade que eacute um direito de suma importacircncia para a famiacutelia mas

continua sendo um obstaacuteculo para a contrataccedilatildeo da matildeo de obra feminina

Atraveacutes das informaccedilotildees sobre as mudanccedilas na Reforma observa-se a

preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos de fiscalizaccedilatildeo com a flexibilizaccedilatildeo das regras com a

negociaccedilatildeo direta entre empregador e empregado sendo que todavia muitas

vezes essa flexibilidade eacute mais aacutegil facilitando a vida do empregado O ponto

principal deste capiacutetulo eacute o trabalho da mulher e assim comentam-se os aspectos

direcionados para este na Reforma dentre eles a insalubridade o mais

preocupante no trabalho da gestantelactante entre outros A Lei 134672017 traz

facilidades para as negociaccedilotildees e menos burocracia Apesar disso cabe ressaltar

que haacute falhas na legislaccedilatildeo e nota-se como as leis satildeo contraditoacuterias entre si

podendo faltar proteccedilatildeo em alguns casos e em outros ter em demasia Portanto o

Judiciaacuterio poderaacute ter dificuldades nas decisotildees julgadas

63

5 CONCLUSAtildeO

A presente pesquisa teve como proposta fazer uma abordagem acerca da

discriminaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho bem como sobre a desigualdade

de gecircnero A metodologia utilizada consistiu em uma pesquisa bibliograacutefica

enriquecida de jurisprudecircncias leis artigos e demais informaccedilotildees obtidas atraveacutes da

leitura algo que se revelou em um aprendizado muacuteltiplo de questotildees vivenciadas

Como resultados averiguou-se diversas legislaccedilotildees que abrangem o tema dos

direitos da mulher e suas principais peculiaridades assim como as constantes

mudanccedilas nas regras trabalhistas e a verificaccedilatildeo das normas para adequar-se agrave

atualidade o que proporciona a mais recente e significativa alteraccedilatildeo na

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) a Reforma trabalhista A partir das

leituras de estudos jaacute desenvolvidos sobre essa temaacutetica foi possiacutevel esclarecer

alguns toacutepicos importantes permitindo um entendimento mais adequado sobre o

pensamento da sociedade e a luta para a extinccedilatildeo das diferenccedilas de gecircnero assim

como compreender a posiccedilatildeo do empregador e do empregado nas relaccedilotildees de

trabalho

Na primeira abordagem destaca-se o entendimento da histoacuteria do Direito do

Trabalho e o surgimento das leis de proteccedilatildeo Nesse contexto foi indispensaacutevel

evidenciar o caminho que foi percorrido para se chegar ao que eacute de direito devido agrave

vida desumana na eacutepoca da escravidatildeo instante em que natildeo havia quaisquer

garantias de sobrevivecircncia Para se chegar a esse entendimento foi necessaacuterio

estudar todo o processo de desenvolvimento da histoacuteria do trabalho como as leis

foram surgindo assim como os toacutepicos mais relevantes para que se alcanccedilasse o

objetivo final proposto no trabalho Todavia todo aprendizado adquirido durante

essa pesquisa sobre o tema nos leva a acreditar que ainda eacute preciso muito para

mudar o pensamento da sociedade ou seja o caminho ainda eacute longo para atingir o

ideal miacutenimo quando o assunto eacute desigualdade de gecircnero

No decorrer do estudo percebeu-se ainda nesse contexto que diversas

proibiccedilotildees foram despontando na Europa relacionadas aos aspectos de proporcionar

melhorias para o trabalho das mulheres Como exemplo verificou-se que as

mulheres foram sendo proibidas de trabalhar em locais uacutemidos e subteacuterreos que

trouxessem sequelas para sua sauacutede assim como foram impedidas de praticar

jornadas exaustivas de 12 horas e foram proibidas de trabalhar no periacuteodo da noite

64

Aleacutem do mais notou-se uma trajetoacuteria de busca constante pela igualdade de

gecircneros algo que se mostrou notoacuterio nas legislaccedilotildees Essa constataccedilatildeo se mostrou

significativa pois decorre que a discriminaccedilatildeo se apresenta como uma adversidade

que natildeo depende somente do desenvolvimento de uma naccedilatildeo sendo o avanccedilo das

leis essencial para que a mulher no mercado de trabalho possa assumir o seu

devido lugar

Quanto agrave revisitaccedilatildeo de leituras sobre as antigas civilizaccedilotildees observou-se

atentamente os relatos sobre a discriminaccedilatildeo contra a mulher como eram tratadas

abusadas e como disponibilizavam de rariacutessimos direitos Diante disso claramente

pode-se afirmar que as mulheres cumpriam um papel de submissatildeo uma vez que

eram criadas para cuidar da casa dos filhos e para obedecer aos maridos As

leituras realizadas demostraram que as filhas natildeo tinham direitos agrave heranccedila pois era

algo destinado somente para o filho homem Aleacutem disso os casamentos eram

arranjados sendo que a mulher natildeo tinha o poder de escolha do seu cocircnjuge sendo

os pais os responsaacuteveis por isso Como resultado nota-se que a desigualdade de

gecircnero eacute uma consequecircncia cultural e a discriminaccedilatildeo eacute histoacuterica jaacute que de acordo

com o que foi apresentado as mulheres sempre tiveram papeacuteis submissos na

sociedade

Como tentativa de amenizar a situaccedilatildeo a literatura mostra que os institutos

foram avanccedilando em busca de melhorias ou seja devido agraves peculiaridades das

mulheres houve a necessidade de estabelecer proteccedilotildees agraves mesmas Isso eacute

decorrente do fato de que a mulher se sujeitava a receber salaacuterios inferiores e a

cumprir jornadas excessivasexaustivas de trabalho para que conseguisse

permanecer no emprego

Em relaccedilatildeo ao processo de implantar normas protetivas quanto ao trabalho da

mulher o estudo mostrou que a proteccedilatildeo agrave maternidade aparece como a mais

relevante Nesse contexto verificou-se algumas normas que proporcionavam agrave

famiacutelia permanecer com a crianccedila sendo que inuacutemeras jurisprudecircncias autorizavam

os pais na ausecircncia das matildees a compartilharem do direito agrave licenccedila-maternidade

assim como foi estendido para as mulheres que davam agrave luz obtinham a guarda

judicial adotavam sofriam aborto espontacircneo eou tinham bebecircs natimortos

Portanto a licenccedila-maternidade que atualmente eacute de 120 dias configura-se

em um processo de extrema importacircncia para todo o nuacutecleo familiar uma vez que

proporciona bem-estar ao receacutem-nascido que muito necessita da figura maternal nos

65

primeiros meses de vida ou seja eacute um processo que representa qualidade de vida

principalmente durante a amamentaccedilatildeo do bebecirc Ainda nesse contexto na falta da

matildee ressalta-se que algumas dessas medidas tambeacutem se estendem aos homens

permitindo aos mesmos o direito de poder gozar das licenccedilas se estiverem com a

guarda dos filhos

Em razatildeo da legislaccedilatildeo expandida as leituras desenvolvidas para a realizaccedilatildeo

do presente trabalho permitiram detectar conquistas femininas nas relaccedilotildees de

trabalho e a preocupaccedilatildeo do poder legislativo para que haja igualdade entre os

gecircneros Tambeacutem foi reparado na doutrina e nas jurisprudecircncias vitoacuterias das

mulheres nas decisotildees judiciais quando o assunto estaacute relacionado agrave busca da

igualdade de direitos entre homens e mulheres

De outra parte a pesquisa buscou revelar o Direito na aacuterea trabalhista e fazer a

devida interpretaccedilatildeo Assim sendo o estudo possibilitou o entendimento acerca das

melhorias mais consistentes nas etapas do processo de valorizaccedilatildeo da mulher

demonstrando que haacute um elevado grau de conhecimento sobre a legislaccedilatildeo

trabalhista em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Entretanto dada agrave relevacircncia do

assunto entende-se como necessaacuterio desenvolver tambeacutem a

consciecircnciapensamento da sociedade como um todo sobre o tema pois assim a

mulher teraacute mais oportunidades aleacutem das jaacute concedidas por merecimento e total

capacidade Decorre que o objetivo das mulheres eacute a independecircncia jaacute que ainda eacute

muito evidente o conceito de que a mulher deve ser simplesmente a dona de casa

para cuidar do lar e dos filhos No entanto elas querem estudar ter conhecimento e

formaccedilatildeo pois satildeo capazes de assumir cargos competitivos

O uacuteltimo capiacutetulo tratou sobre a importante mudanccedila no Direito do Trabalho a

Reforma trabalhista quando a Lei 134672017 alterou 201 pontos da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho de 1943 Quanto a essas modificaccedilotildees notou-se que as

mesmas deram ecircnfase ao trabalho da mulher em uma niacutetida preocupaccedilatildeo com a

maternidade com as atividades insalubres e com alguns trabalhos onde a mulher

pudesse exercer suas funccedilotildees de acordo com o tempo que dispusesse e assim

conseguisse tambeacutem atender o trabalho domeacutestico

Diante do propoacutesito do presente de obter informaccedilotildees e analisar os direitos da

mulher trabalhadora nas relaccedilotildees de trabalho no cotidiano evidenciou-se que o

preconceito ainda existe e que descobrir novas possibilidades que protejam o

trabalho feminino eacute de suma importacircncia para incentivar a sociedade a adquirir

66

novos conceitos Foi possiacutevel tambeacutem identificar a preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos

competentes no que diz respeito agrave proteccedilatildeo feminina nas relaccedilotildees de trabalho

Portanto entende-se como de extrema relevacircncia trazer esse debate agrave tona

uma vez que o assunto foi definido como forma de se obter aprendizado e clareza

sobre as normas protetivas femininas e a abrangecircncia para que empregada e

empregador saibam seus direitos e deveres uma vez que haacute ciecircncia de que as

empresas ainda estatildeo despreparadas para seguir devidamente as regras de

proteccedilatildeo em sua totalidade Decorre que o Direito do Trabalho foi elaborado para

defender o trabalhador dos abusos do empregador sendo que a influecircncia do tema

abordado foi justamente para retratar a situaccedilatildeo em que eacute apresentado e entendido

o sistema juriacutedico

Evidencia-se que embora sejam aplicadas algumas medidas protetivas ainda

eacute grave a desigualdade de gecircnero Tambeacutem se observa que as regras flexiacuteveis

negociadas entre empregado e empregador agilizam os processos nas relaccedilotildees de

trabalho mas obviamente quando natildeo houver a possibilidade de flexibilizar uma

regra esta seraacute cumprida sem exceccedilatildeo Nesse sentido entende-se que embora

diversas leis estimulem a contrataccedilatildeo de matildeo de obra feminina o montante de

direitos trabalhistas pode atrapalhar as relaccedilotildees de emprego criando receio do

empregador nas contrataccedilotildees principalmente em relaccedilatildeo agraves mulheres No entanto

essas medidas satildeo indispensaacuteveis para o bem-estar do trabalhador pois a

necessidade de proteccedilatildeo eacute fundamental Afinal todos querem ter seu espaccedilo

profissional mas algumas delas natildeo condizem com a realidade do empregador e do

empregado

Por fim observa-se que muitas legislaccedilotildees vigentes versam sobre o mesmo

assunto e se contradizem Entretanto essa constataccedilatildeo deve atrapalhar o judiciaacuterio

na hora das decisotildees cabendo a ele o poder de designar um resultado justo ao que

estaacute sendo proposto Isso demonstra que a discriminaccedilatildeo contra a mulher no

mercado de trabalho acontece mesmo diante da legislaccedilatildeo vigente configurando-se

em uma desigualdade que ainda estaacute longe de terminar e que para isso precisa ser

constantemente debatida

67

REFEREcircNCIAS

AHAD Claudia Abdul Reforma trabalhista e seus impactos no trabalho da mulher Migalhas [sl] dez 2017 Disponiacutevel em lthttps wwwmigalhascombrdePeso16MI27055371043-Reforma+Trabalhista+e+seus+impactos+no+trabalho+da+mulhergt Acesso em 28 mar 2018 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 5 out 1988 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03constituicaoConstituicaoCompiladohtmgt Acesso em 17 jun 2018 ______ Decreto 423 de 12 de novembro de 1935 Promulga quatro Projectos de Convenccedilatildeo approvados pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho da Liga das Naccedilotildees por occasiatildeo da Conferencia de Washington convocada pela Governo dos Estados Unidos da America a 29 de outubro de 1919 pelo Brasil adoptados a saber Convenccedilatildeo relativa ao emprego das mulheres antes e depois do parto Convenccedilatildeo relativa ao trabalho noctuno das mulheres Convenccedilatildeo que fixa a idade minima de admissatildeo das crianccedilas nos trabalhos industriaes Convenccedilatildeo relativa ao trabalho nocturno das crianccedilas na industria Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 12 nov 1935 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-423-12-novembro-1935-532092-publicacaooriginal-14076-pehtmlgt Acesso em 06 abr 2019

______ Decreto 979 de 06 de janeiro de 1903 Faculta aos profissionais da agricultura e industrias rurais a organizaccedilatildeo de syndicatos para a defesa de seus interesses Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 06 jan 1903 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03decretoAntigosD0979htmgt Acesso em 06 abr 2019

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______ Decreto 1637 de 12 de maio de 1937 Autoriza o cidadatildeo armecircnio Arsegravene Arsenien a comprar pedras preciosas Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 25 maio 1937 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-1637-12-maio-1937-464855-publicacaooriginal-74782-pehtmlgt Acesso em 07 abr 2019

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______ Decreto 3071 de 01 de janeiro de 1916 Coacutedigo Civil dos Estados Unidos do Brasil Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 05 jan 1916 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03LEISL3071htmgt Acesso em 07 abr 2019

______ Decreto 3233 de 3 de novembro de 1938 Promulga a Convenccedilatildeo relativa ao emprego das mulheres nos trabalhos subterracircneos nas minas de qualquer categoria firmada em Genebra a 18 de julho de 1935 por ocasiatildeo da 19ordf sessatildeo da Conferecircncia Internacional do Trabalho que se reuniu na mesma cidade de 4 a 25 de junho de 1935 Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 03 nov 1938 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-3233-3-novembro-1938-348422-publicacaooriginal-1-pehtmlgt Acesso em 07 abr 2019

______ Decreto 3725 de 04 de dezembro de 1919 Faz diversas correcccedilotildees no Coacutedigo Civil e manda fazer do Codigo corregido uma ediccedilatildeo de cinco mil exemplares Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 15 jan 1919 Disponiacutevel em lthttp wwwplanaltogovbrccivil_03decretohistoricosdplDPL3725-1919htmgt Acesso em 07 abr 2019

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______ Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo Recurso Ordinaacuterio n 0021146-8120165040008 Recorrente Daiana Leticia dos Santos Albino Recorrido Associaccedilatildeo Hospitalar Moinhos de Vento Relator Ministro Marcelo Jose Ferlin D Ambroso 2ordf Turma Porto Alegre 14 nov 2018 Disponiacutevel em lthttp wwwtrt4jusbrpesquisasrestdownloadacordaopjeU00n2Q992m1B1uu5OK34QQgt Acesso em 25 abr 2019 SILVA Homero Batista Mateus da Comentaacuterios agrave Reforma Trabalhista 1 ed Satildeo Paulo Revista dos Tribunais 2017 Disponiacutevel em lthttpsproviewthomsonreuterscomtitlehtmlredirect=trueamptitleKey=rt2Fmonografias2F1309061012Fv11amptitleStage=FamptitleAcct=i0adc419b0000016a9496830404b77143sl=eampeid=41317b987785e2d660532ad0e4f815fcampeat=5Bbid3D221225Damppg=amppsl=ampnvgS=falsegt Acesso em 05 maio 2019

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davam preferecircncia para as mulheres que aceitavam salaacuterios inferiores ao dos

homens poreacutem para exercer as mesmas funccedilotildees sujeitando-se a jornadas

exaustivas de 14 a 16 horas diaacuterias mas com baixos salaacuterios revelando uma

expliacutecita desigualdade de gecircnero no acircmbito do trabalho

Diante do exposto o presente trabalho tem como objetivos especiacuteficos buscar

obter o conhecimento acerca das regras trabalhistas de proteccedilatildeo agrave mulher tentar

apresentar o caminho percorrido pelas mulheres em busca de igualdade reconhecer

a importacircncia das proteccedilotildees agrave mulher no acircmbito trabalhista para que natildeo haja

discriminaccedilatildeo assim como propotildee fazer uma anaacutelise sobre as mudanccedilas nas leis

que constantemente satildeo alteradas para se adequar a atualidade e melhorar as

relaccedilotildees de trabalho

Do ponto de vista de organizaccedilatildeo o presente estudo foi dividido em trecircs

momentos Na primeira abordagem eacute realizada um levantamento sobre os paiacuteses

onde surgiram as primeiras regras trabalhistas e como que essas normas apontaram

aqui no Brasil passando tambeacutem por um olhar nas culturas e civilizaccedilotildees no sentido

de tentar demonstrar suas diferenccedilas em relaccedilatildeo agraves mulheres Avalia-se aqui as

relaccedilotildees de trabalho a discriminaccedilatildeo de gecircnero a submissatildeo das mulheres

desvalorizadas por suas famiacutelias e abusadas pelo empregador assim como o

surgimento das leis trabalhistas no mundo e no Brasil para entatildeo se chegar agrave

inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho e como as accedilotildees protetivas femininas

foram sendo aplicadas

Numa segunda etapa estatildeo apresentadas as peculiaridades que envolvem o

trabalho da mulher e que satildeo indispensaacuteveis para uma vida saudaacutevel Nesse

contexto entram a proteccedilatildeo agrave maternidade a licenccedila- gestante estendida agrave adotante

dentre outros entendimentos bem como os avanccedilos consideraacuteveis de proteccedilatildeo agrave

gestante e sua famiacutelia Sobre o salaacuterio-maternidade ressalta-se que se trata de um

benefiacutecio que eacute pago pela Previdecircncia Social justamente para evitar a discriminaccedilatildeo

no momento da contrataccedilatildeo da mulher algo que provavelmente aconteceria caso a

remuneraccedilatildeo deste periacuteodo ficasse por conta do empregador No entanto busca-se

entender como que mesmo com essa proteccedilatildeo agrave maternidade e essa constataccedilatildeo

as mulheres apoacutes o periacuteodo de estabilidade ainda continuam sendo demitidas ou

seja as medidas que eram para ser protetivas em alguns casos acabam por gerar

discriminaccedilatildeo

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Jaacute o assunto da terceira abordagem retrata o trabalho da mulher e a reforma

trabalhista onde traz uma apresentaccedilatildeo da mais recente mudanccedila no Direito do

Trabalho Assim sendo eacute feito um breve comentaacuterio sobre a repercussatildeo dessa Lei

que em um ponto estabelece as negociaccedilotildees diretas entre empregador e

empregado Da mesma forma faz-se uma exposiccedilatildeo acerca dos meacutetodos locais de

trabalho da mulher obrigaccedilotildees das empresas para que as mulheres trabalhem em

lugares saudaacuteveis atividades insalubres e mudanccedilas que foram adotadas nas

regras do trabalho feminino

Por fim ressalta-se que em todos os capiacutetulos foram analisados doutrinas

jurisprudecircncias e dispositivos legais correspondentes agrave mateacuteria Tal mecanismo foi

empregado para se tentar buscar informaccedilotildees precisas e veriacutedicas no sentido de

procurar evidenciar os problemas atuais e de que forma o ordenamento juriacutedico atua

com todo o amparo legal

Para se alcanccedilar os objetivos propostos a metodologia empregada consiste

em uma pesquisa bibliograacutefica por meio do meacutetodo dedutivo quando foram

realizadas leituras anaacutelises e interpretaccedilotildees de artigos doutrinas jurisprudecircncias e

leis publicadas em livros e na internet que abordam esses temas como o instituto de

tentar responder o seguinte problema de pesquisa como ocorre a discriminaccedilatildeo

contra as mulheres e a desigualdade de gecircnero nas relaccedilotildees de trabalho e qual o

caminho na busca por melhorias

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2 A EVOLUCcedilAtildeO DO DIREITO DO TRABALHO

Analisando o Direito do Trabalho eacute preciso pensar no crescimento da mateacuteria

Nesse sentido Martins (2014 p 3) ressalta que esse ramo do Direito eacute muito

dinacircmico e que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de trabalho satildeo muito frequentes

sendo para tanto indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria para entender as

questotildees da atualidade No capiacutetulo a seguir seratildeo apresentados toacutepicos da histoacuteria

do Direito Trabalho a vida dos trabalhadores antes das regras trabalhistas as

condiccedilotildees de trabalho e como essas regras foram surgindo primeiramente na

Europa e mais tarde no Brasil Como o objeto de estudo do presente trabalho foi a

discriminaccedilatildeo das mulheres quanto agrave inserccedilatildeo delas no mercado de trabalho e suas

proteccedilotildees o auxiacutelio das doutrinas mencionadas foram de extrema importacircncia para

esta anaacutelise Assim sendo a partir desse momento inicia-se a apresentaccedilatildeo

Martins (2014 p 3-4) revela que na Biacuteblia o trabalho foi considerado puniccedilatildeo

pois Adatildeo em consequecircncia de comer o fruto proibido como castigo teve de

trabalhar Trabalho vem do latim tripalium em caraacuteter uma ferramenta de tortura

como uma canga para usar nos animais no trabalho da lavoura para colheitas

Platatildeo e Aristoacuteteles deduziram que a dignidade do homem era baseada em negoacutecios

na metroacutepole por meio da palavra Quem fazia o trabalho braccedilal eram os escravos

que desempenhavam as praacuteticas serviccedilais enquanto as atividades nobres ficavam

com outras pessoas (MARTINS 2014 p 4)

Em Roma o trabalho era visto como degradante uma vez que os escravos eacute

que faziam o trabalho bruto Dessa forma Martins (2014 p 4) relata que estes eram

considerados coisa na Lex Aquilia (284 a C) O referido autor disse ainda que a

escravidatildeo foi o primeiro sistema de trabalho e que o escravo era usado ateacute sua

morte ou na medida em que conseguisse sair dessa situaccedilatildeo Poreacutem sem direito

algum muito menos trabalhista

No mesmo entendimento Garcia (2018 p 1) conta que o trabalhador era visto

como coisa sem direitos Na antiguidade no pensamento claacutessico grego o trabalho

era visto como um castigo Platatildeo e Aristoacuteteles natildeo consideravam que o trabalho

daria dignidade ao homem

Os servos na eacutepoca do feudalismo entregavam parte da produccedilatildeo rural pelo

uso da terra e pela proteccedilatildeo recebida dos senhores feudais Nesse aspecto Garcia

(2018 p 1-2) revela que o senhor feudal dava proteccedilatildeo militar e poliacutetica aos servos

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que natildeo possuiacuteam liberdade De acordo com Nascimento (2010 p 39) natildeo havia

nenhum direito ao trabalhador pois era o patratildeo quem designava as circunstacircncias

de trabalho dos empregados A relaccedilatildeo de trabalho era livre em concordacircncia das

partes mas o patratildeo era quem determinava as regras Como nunca houve contrato

redigido poderia acabar ou mudar a relaccedilatildeo de trabalho como quisesse

O direito do trabalho nasceu do resultado de um assunto social antecipado pela

Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII e da atitude humanista que dispocircs assegurar a

dignidade do homem Nascimento (2010 p 32) explica que houve uma

inevitabilidade de obter regras juriacutedicas para regulamentar as relaccedilotildees individuais e

coletivas de trabalho agrave medida que o mundo da induacutestria foi expandindo

rapidamente

As situaccedilotildees precaacuterias das condiccedilotildees de trabalho no decorrer da evoluccedilatildeo da

Revoluccedilatildeo Industrial apresentavam graves riscos para a sauacutede e para a integridade

fiacutesica do empregado As doenccedilas ocorriam em consequecircncia do peacutessimo ambiente

laboral sendo que os acidentes de trabalho atingiam principalmente os metaluacutergicos

e os mineiros Sem receber salaacuterio durante o periacuteodo em que estavam doentes

permaneciam inseguros em relaccedilatildeo ao seu sustento jaacute que natildeo existiam normas

para que fossem protegidos Ademais o patratildeo tambeacutem natildeo se empenhava para

que as regras existissem (NASCIMENTO 2010 p 44)

Nessa perspectiva Nascimento (2010 p 44) pontua que natildeo eacute com precisatildeo

que se afirma a situaccedilatildeo dos salaacuterios dos empregados logo apoacutes a Revoluccedilatildeo

Industrial Em razatildeo de provas e documentos insuficientes natildeo eacute com seguranccedila a

apresentaccedilatildeo de uma anaacutelise da necessidade de vida Contudo historiadores

afirmam de um modo geral que os salaacuterios eram baixos Os salaacuterios nas induacutestrias

eram mais altos que na agricultura sendo que mulheres e menores recebiam menos

que os homens

A normatizaccedilatildeo juriacutedica de trabalho pelo Estado eacute moldada por particularidades

agraves quais satildeo denominadas de legislaccedilatildeo industrial Nascimento (2010 p 55) diz que

primeiramente as regras direcionavam-se aos empregados das induacutestrias e com o

desenvolvimento destas foram se estendendo para outras funccedilotildees

Nascimento (2010 p 55) revela ainda que o propoacutesito de proteger o trabalho

das mulheres e dos menores e a limitaccedilatildeo da jornada de trabalho eacute predominante na

legislaccedilatildeo industrial A maioria das normas nesse periacuteodo era destinada para esses

10

fins sendo que mais adiante ocorreu a intervenccedilatildeo do Poder Puacuteblico em defesa dos

mais pobres

Ainda nesse contexto Nascimento (2010 p 55) revela que a primeira regra de

destaque notaacutevel que demonstra a atitude do Estado eacute da Inglaterra 1601 nomeada

como Lei de Amparo aos Pobres admitindo o direito de receber ajuda das

autoridades puacuteblicas

Segundo Nascimento (2010 p 56) da mesma forma outra regra juriacutedica surgiu

para amparar o trabalhador na Inglaterra em 1802 quando da implantaccedilatildeo da Lei de

Peel Seu objetivo era regrar o trabalho dos menores aprendizes paroquianos dos

quais os domiacutenios das paroacutequias queriam se livrar levando-os aos proprietaacuterios das

induacutestrias Havia pelas paroacutequias o traacutefico de menores onde eram efetuados

contratos de compra e venda para que as induacutestrias adquirissem esses menores em

lotes Robert Peel criou uma lei que protegia estas crianccedilas regrando deveres de

educaccedilatildeo reduzindo a etapa de trabalho para 12 horas Normas relacionadas agrave

higiene tambeacutem foram introduzidas Delgado (2014 p 95) faz referecircncia agrave essa lei

como o Peelrsquos Act (1802) versando sobre o trabalho dos menores Essa lei natildeo foi

aderida mas Robert Peel em 1819 criou uma segunda lei que foi aprovada no

mesmo entendimento (NASCIMENTO 2010 p 56)

Nascimento (2010 p 57) aponta outra lei a fim de proteger os menores na

Inglaterra a Lei de 1833 criada para estabelecer regras de trabalho nas induacutestrias

Assim menores foram proibidos de trabalhar antes dos 9 anos de idade o limite de

jornada de trabalho dos menores de 13 anos passou para 9 horas e dos

adolescentes menores de 18 anos para 12 horas Foi proibido tambeacutem o trabalho

noturno e para fiscalizar o cumprimento das regras foram nomeados inspetores de

induacutestria

Mais tarde outras medidas se destacaram como a Lei de 1844 criada para

regrar o trabalho das mulheres fixando a jornada de trabalho em 10 horas Tambeacutem

as Leis de 1850 e de 1853 foram criadas para regrar a jornada laboral dos homens e

a Lei de 1842 proibindo as mulheres e menores de trabalhar em subsolo

(NASCIMENTO 2010 p 57)

Segundo Martins (2014 p 7) na Franccedila em 1813 foi vedado o trabalho de

menores nas minas Em 1814 foi proibido o trabalho aos domingos e feriados Em

1839 foi vedado o trabalho de menores de 9 anos e a jornada laboral dos menores

de 16 anos foi estabelecida em 10 horas Tambeacutem na Franccedila as Leis de 19 de

11

marccedilo e 02 de novembro de 1874 regravam a proteccedilatildeo do trabalho das mulheres e

das crianccedilas

Conforme Nascimento (2010 p 41) os menores trabalhavam em peacutessimas

condiccedilotildees de higiene e as casas de aprendizagem eram raras onde meninos e

meninas dividiam o mesmo dormitoacuterio sendo que para as mulheres as condiccedilotildees

natildeo eram diferentes

Em alguns paiacuteses o Direito do Trabalho eacute infiltrado nas Constituiccedilotildees alguns

exemplos satildeo o Meacutexico (1917 e 1962) o Peru (1933) a Aacuteustria (1925) a Ruacutessia

(1918 a 1935) e o Brasil (1934 1937 1946 1967 1969 1988) Em outros paiacuteses as

leis trabalhistas satildeo apresentadas no Coacutedigo Civil como na Itaacutelia no Coacutedigo das

Obrigaccedilotildees como na Suiacuteccedila enquanto no Brasil elas aparecem nas consolidaccedilotildees e

em leis especiais Nos Estados Unidos as convenccedilotildees coletivas respondem pela

maioria das normas juriacutedicas mediante negociaccedilotildees coletivas entre os sindicatos

envolvidos (NASCIMENTO 2010 p 59)

O Direito do Trabalho se concretizou natildeo somente por meio de leis

constitucionais e ordinaacuterias mas tambeacutem atraveacutes das convenccedilotildees promulgadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que tem forccedila de lei federal em muitos

paiacuteses Os tratados internacionais bilaterais ou multilaterais eram mais comuns nos

paiacuteses europeus em especial normatizando a previdecircncia social (NASCIMENTO

2010 p 59-60)

A Revoluccedilatildeo Francesa de 1789 e sua Constituiccedilatildeo revelaram o primeiro dos

direitos sociais e econocircmicos o Direito do Trabalho O Estado impocircs a

obrigatoriedade de suprir o empregado a sua subsistecircncia (MARTINS 2014 p 6)

Garcia (2018 p 2) cita que na Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII em razatildeo

da descoberta da maacutequina a vapor as induacutestrias precisaram de operaacuterios com

trabalho assalariado para substituir os escravos sendo um dos motivos que

promoveu o Direito do Trabalho

O estado deixa seu estado de abstenccedilatildeo e passa a intervir nas relaccedilotildees de trabalho impondo limitaccedilotildees agrave liberdade das partes para a proteccedilatildeo do trabalhador por meio da legislaccedilatildeo proibitiva de abusos do empregador como forma de preservar a dignidade do homem no trabalho (GARCIA 2018 p 2-3)

Martins (2014 p 6) revela que na Revoluccedilatildeo Industrial surgiram os salaacuterios e

os contratos de trabalho Os empresaacuterios davam preferecircncia para as mulheres que

12

aceitavam salaacuterios inferiores ao dos homens exercendo as mesmas funccedilotildees

Sujeitavam-se a jornadas excessivas de 14 a 16 horas diaacuterias a baixos salaacuterios e

trabalhavam em situaccedilotildees inconstantes prejudiciais agrave sauacutede para manter seus

empregos No veratildeo o andamento do trabalho era longo chegando a 18 horas e

muitas vezes acabavam com o pocircr-do-sol Induacutestrias iniciaram as atividades em

periacuteodo noturno quando foi inventado o lampiatildeo a gaacutes em 1792 e as jornadas de

trabalho foram reduzidas para 12 a 14 horas por dia (MARTINS 2014 p 5)

Para Martins (2014 p 9) ldquoo direito do trabalho surge para limitar os abusos do

empregador em explorar o trabalho e para modificar as condiccedilotildees de trabalhordquo

Com a chegada da maacutequina a vapor e outras modernizaccedilotildees trabalhadores

foram substituiacutedos gerando desemprego Com novas possibilidades a agricultura

tambeacutem contratou menos trabalhadores e mais pessoas acabaram desempregadas

Foram instauradas induacutestrias de carvatildeo como na Inglaterra Nestas induacutestrias o

trabalhador era sujeito agraves obrigaccedilotildees insalubres incecircndios explosotildees e intoxicaccedilatildeo

por gases tendo salaacuterios baixos e inuacutemeras horas trabalhadas Tambeacutem corriam

riscos de doenccedilas infecciosas por conta de trabalhar em lugares molhados como

tuberculose pneumonia entre outras Eram feitos contratos verbais onde

praticamente toda famiacutelia trabalhava e muitos morriam sem nenhuma assistecircncia

(MARTINS 2014 p 6)

Nascimento (2010 p 43) salienta que os empregadores eacute quem determinavam

as jornadas de trabalho conforme a sua vantagem Aos empregados soacute restava

cumprir o estabelecido onde menores mulheres e homens exerciam as mesmas

funccedilotildees intensas ou natildeo Em razatildeo disso foram surgindo as legislaccedilotildees que

regraram as horas diaacuterias trabalhadas A eletricidade surgiu em 1880

consequentemente os meacutetodos de trabalho tiveram que se adequar (MARTINS

2014 p 8)

O Estado natildeo intercedia nas relaccedilotildees de trabalho pois o trabalho era tido como

mercadoria e possibilitava o abuso do empregador para com o empregado Como a

ofertas de trabalho eram poucas e a procura era intensa o empregado aceitava

baixos salaacuterios e jornadas excessivas sem direito ao descanso ou feacuterias (MARTINS

2014 p 8) De acordo com Nascimento (2010 p 54) a intervenccedilatildeo do Estado

ocorreu a partir de 1938 com o pensamento neoliberalista No entanto essa natildeo foi

a uacutenica forma pela qual o intervencionismo se idealizou tendo tambeacutem apontado de

um estilo mais eminente com sistemas poliacuteticos de ditadura tanto de ldquoesquerdardquo

13

como de ldquodireitardquo O socialismo eacute um comportamento intervencionista que se

destacou mais precisamente no Leste da Europa enquanto o corporativismo se

destacou na Itaacutelia e o nazismo de Hitler na Alemanha

Eacute saacutebia a intervenccedilatildeo do Estado para que o trabalhador tenha dignidade

atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de proteccedilatildeo acentuando regras que estabeleccedilam

condiccedilotildees de trabalho dignas e que sejam eminentes ao patratildeo considerando

melhor situaccedilatildeo de vida social (NASCIMENTO 2010 p 54) Conforme Martins

(2014 p 7) o Estado interviu nas relaccedilotildees de trabalho movido pelos abusos que

eram cometidos A desigualdade era niacutetida a maacutequina era de propriedade do patratildeo

e assim o trabalhador era submisso pois natildeo tinha nada A intervenccedilatildeo do Estado

teve como objetivo o bem-estar do trabalhador e melhorias nas circunstacircncias de

trabalho quando o empregado passou a ser favorecido pelas leis

Na Espanha foram estabelecidas regras que regulamentavam o trabalho dos

menores e das mulheres com leis em 1873 18781900 e 1912 Tambeacutem na Franccedila

em 1874 estabeleceram-se proteccedilotildees juriacutedicas para menores e mulheres Em 1893

uma lei regulou a seguranccedila e a higiene nas empresas (MARTINS 2014 p 7)

A Constituiccedilatildeo do Meacutexico em 1917 foi a primeira a tratar do assunto no art

123 estabelecendo vaacuterias regras de proteccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de trabalho de

menores de 12 anos jornada de oito horas descanso semanal proteccedilatildeo agrave

maternidade entre outros (MARTINS 2014 p 9)

Depois a Constituiccedilatildeo de Weimar em 1919 Martins (2014 p 9) menciona que

a mesma passou a regularizar a participaccedilatildeo dos empregados nas empresas tendo

representaccedilatildeo nas empresas estabelecendo um sistema de seguro social e fixando

salaacuterios e melhores condiccedilotildees de trabalho

No acircmbito internacional o Tratado de Versalles de 1919 prenunciou a

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que abrange os direitos trabalhistas

internacionalmente decretando convenccedilotildees (MARTINS 2014 p 9)

Garcia (2018 p 3) conta que na Itaacutelia a Carta del Lavoro em 1927

implementou um sistema corporativista que foi abrangido por outros sistemas

poliacuteticos como de Portugal da Espanha e do Brasil

A criaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas apoacutes a Segunda Guerra Mundial

(1939-1945) resultou na aprovaccedilatildeo da Carta das Naccedilotildees Unidas na Conferecircncia de

Satildeo Francisco (1945) Segundo Garcia (2018 p 4) a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia

14

aprovada pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em 1944 expandindo os

princiacutepios do Tratado de Versalles

Em 1946 houve a vinculaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho agrave

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas como entidade versada agrave regulamentaccedilatildeo

internacional do trabalho Garcia (2018 p 4) referencia o novo texto constitucional

da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho aprovado em Conferecircncia Internacional

do Trabalho em 1946 com a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia anexada E ainda no acircmbito

internacional trouxe diversos direitos trabalhistas em 1948 com a Declaraccedilatildeo

Universal dos Direitos Humanos

O Direito do Trabalho eacute uma vitoacuteria da humanidade ao longo da histoacuteria

criando direitos fundamentais para melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores

Assim evitou abusos e que o capital e a busca pelas vantagens prejudicassem os

membros da sociedade menos favorecidos assegurando dignidade de vida

(GARCIA 2018 p 4)

Da mesma maneira o Direito do Trabalho proporciona o desenvolvimento do

sistema econocircmico em meacutetodos aceitaacuteveis viabilizando assim o progresso das

instituiccedilotildees e o bem-estar coletivo Segundo Garcia (2018 p 4) o Direito do

Trabalho tem papel importante para garantir o miacutenimo de dignidade e justiccedila social

Conforme Garcia (2018 p 5) o Direito do Trabalho eacute um procedimento

necessaacuterio que embasa o proacuteprio sistema econocircmico-social Cabe ressaltar que o

Direito do Trabalho impossibilita ateacute mesmo um eventual colapso no sistema

podendo suceder de niacuteveis de miseacuteria e desigualdade afetando as condiccedilotildees de

consumo e conduzindo os proacuteprios possuidores a decadecircncia

Para Delgado (2012 p 83) o Direito do Trabalho natildeo surgiu apenas para

incendiar o sistema econocircmico Com a Revoluccedilatildeo Industrial na Inglaterra no

seacuteculo XVIII certamente buscou tambeacutem ponderar os abusos da utilizaccedilatildeo da forccedila

de trabalho propondo a civilidade para o trabalhador

Os direitos trabalhistas satildeo garantidos na composiccedilatildeo dos direitos

fundamentais em ligaccedilatildeo com as normas da dignidade da pessoa humana e da

justiccedila social Viu-se ao longo dessa redaccedilatildeo como eram as condiccedilotildees que

enfrentavam os trabalhadores para adquirir uma vida digna bem como a intervenccedilatildeo

do Estado para amenizar os abusos do empregador sendo possiacutevel entender um

pouco sobre o Direito em questatildeo Seguindo na apresentaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do Direito

15

do Trabalho na sequecircncia seraacute descrito como surgiram as primeiras regras no

Brasil

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil

Devido agrave criaccedilatildeo de regras trabalhistas na Europa e agraves instituiccedilotildees

internacionais que versavam sobre o Direito do Trabalho o Brasil teve influecircncia

para se adequar a essas regras Martins (2014 p 11) relata que as criaccedilotildees de

normas trabalhistas no Brasil foram estipuladas pelas mudanccedilas na Europa em

consequecircncia da Primeira Guerra Mundial e do surgimento da Organizaccedilatildeo

Internacional do Trabalho (OIT) em 1919 Imigrantes chegados ao Brasil deram

iniacutecio a movimentos e protestos pleiteando melhores circunstacircncias de trabalho

Destaca Nascimento (2010 p 88) que apoacutes a Aboliccedilatildeo da Escravatura e a

Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica surgiu o periacuteodo liberal do Direito do Trabalho embora

pequenos movimentos sem maior relevacircncia colaborassem para o progresso das

leis no paiacutes

Primeiramente as Constituiccedilotildees versavam apenas sobre o sistema de

governo Martins (2014 p 10) conta que mais tarde comeccedilaram a tratar de diversos

ramos do Direito em especial o Direito do Trabalho

A maior concentraccedilatildeo de pessoas se destacou nas grandes cidades como o

Rio de Janeiro em 1890 na eacutepoca capital federal e em Satildeo Paulo em 1900 No

entanto havia um grande nuacutemero de induacutestrias como oficinas de calccedilados

vestuaacuterio moacuteveis e tintas normalmente abertas em galpotildees ou no fundo de

armazeacutens sendo locais de difiacutecil acesso para a fiscalizaccedilatildeo A populaccedilatildeo foi

aumentando nesses estados e a maioria dos trabalhadores eram imigrantes

italianos portugueses espanhoacuteis que ocupavam cargos de operaacuterios nas induacutestrias

(NASCIMENTO 2010 p 88-89)

Nascimento (2010 p 89) cita que se formavam as circunstacircncias para que o

trabalho subordinado fosse regido por lei No entanto o Poder Puacuteblico que era

devoto ao princiacutepio liberalista e sua inspiraccedilatildeo permanecia isento a qualquer

contestaccedilatildeo No periacuteodo existiu um grande nuacutemero de greves e movimento poliacutetico

Conforme Nascimento (2010 p 96) as primeiras regras surgiram

respectivamente em 1903 pelo Decreto 979 de 06 de janeiro de 1903 (BRASIL

1903 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em 1937 pelo Decreto Legislativo 1637 que

16

versava sobre os sindicatos em 1891 pelo Decreto 1313 de 17 de janeiro de 1891

(BRASIL 1891 lthttpwww2camaralegbrgt) que dispunha sobre a proteccedilatildeo de

menores regrando a fiscalizaccedilatildeo nas faacutebricas onde havia um grande nuacutemero de

menores trabalhando e pelo Decreto 1150 de 1904 que regrava sobre os salaacuterios

estabelecendo a carteira agriacutecola (BRASIL 1904 lthttpwww2camaralegbrgt)

Em 1930 Getuacutelio Vargas entatildeo Presidente da Repuacuteblica idealizou uma

poliacutetica trabalhista Em razatildeo da expansatildeo da induacutestria Getuacutelio editou leis

trabalhistas com a intenccedilatildeo de moderar as manifestaccedilotildees No entanto jaacute existiam

leis ordinaacuterias regulando o trabalho de menores em 1891 em 1903 a organizaccedilatildeo

dos sindicatos rurais e em 1907 sindicatos urbanos (MARTINS 2014 p 11)

A Lei 30711916 (BRASIL 1916 lthttpwwwplanaltogovbrgt) aprovou o

Coacutedigo Civil e corrigido pela Lei 3725 de 15 de janeiro de 1919 (BRASIL 1919

lthttpwwwplanaltogovbrgt) surgiram regras sobre locaccedilatildeo de serviccedilos o que

antecede a histoacuteria do contrato de trabalho das leis posteriores e especiais Duas

regras consideraacuteveis surgem em 1923 a Lei 4682 (BRASIL 1923

lthttpwwwplanaltogovbrgt) intitulada de Lei Eloacutei Chaves criou a caixa de

aposentadoria e pensotildees para os ferroviaacuterios e a estabilidade para os mesmos ao

completarem 10 anos de emprego exceto se ocorresse falta grave O Decreto

16027 (BRASIL 1923 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 30 de abril estabeleceu o

Conselho Nacional do Trabalho ldquooacutergatildeo consultivo dos poderes puacuteblicos em

assuntos referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho e da previdecircncia socialrdquo

(NASCIMENTO 2010 p 97-98)

Versando sobre as feacuterias foi criada a Lei 4982 de 25 de dezembro de 1925

(BRASIL 1925 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Depois disso houve o Decreto

17934-A (BRASIL 1927 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 1927 e o Coacutedigo de

Menores estabelecendo proteccedilotildees ao trabalho dos menores (NASCIMENTO 2010

p 98)

Na deacutecada de 1930 vaacuterios Decretos do Poder executivo que versavam sobre

as relaccedilotildees de trabalho foram implantados Garcia (2018 p 5) evidencia o Decreto

211751932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que instituiu a Carteira

de Trabalho assim como a duraccedilatildeo da jornada de trabalho em diversos setores da

atividade econocircmica com o Decreto 211861932 (BRASIL 1932

lthttpwww2camaralegbrgt) e na induacutestria o Decreto 213641932 (BRASIL 1932

17

lthttpwww2camaralegbrgt) sobre a jornada de trabalho e o trabalho de menores

por meio do Decreto 220421932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Conforme Delgado (2014 p 107) a evoluccedilatildeo do Direito do Trabalho no Brasil

tem a fase mais significativa entre 1888 a 1930 Foi um periacuteodo em que a relaccedilatildeo de

emprego se mostrou expressiva principalmente no setor agriacutecola cafeeiro de Satildeo

Paulo na industrializaccedilatildeo profissional da capital paulista e do Distrito Federal

O Ministeacuterio do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio foi criado em 1930 quando

passou a expedir decretos sobre o trabalho das mulheres (214171932) (BRASIL

1932 lthttpwww2camaralegbrgt) salaacuterio miacutenimo (1936) e a Justiccedila do Trabalho

(1939) Conforme Martins (2014 p 11) a primeira Constituiccedilatildeo brasileira a tratar

especificamente do Direito do Trabalho eacute a de 1934 regulando diversas proteccedilotildees

trabalhistas Depois a Constituiccedilatildeo de 1937 regulou os sindicatos nas relaccedilotildees de

trabalho quando um imposto sindical foi estipulado Tambeacutem teve a competecircncia

dos tribunais de trabalho que tinha como propoacutesito intervir nas relaccedilotildees de trabalho

buscando o entendimento entre patratildeo e empregado

Garcia (2018 p 6) explica que a Constituiccedilatildeo Federal de 1937 (BRASIL 1937

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta a intervenccedilatildeo do Estado com

particularidades do meacutetodo corporativista Foi instaurado um sindicato exclusivo

ligado ao Estado a greve foi proibida pois era vista como artificio desagradaacutevel e

negativo agrave economia

Em razatildeo das normas existentes espalhadas entendeu-se a utilidade de um

sistema de regras Para isso foi lanccedilado o Decreto-Lei 5452 de 1ordm-5-1943

homologando a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho a CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e consolidando as leis jaacute existentes (MARTINS 2014

p 12)

Adiante as Constituiccedilotildees seguintes trouxeram mais benefiacutecios para o

trabalhador como repouso semanal remunerado participaccedilatildeo de lucros para os

empregados e direito de greve previstos na Constituiccedilatildeo de 1946 Martins (2014 p

12) conta que legislaccedilotildees ordinaacuterias avanccedilaram citando entre elas a Lei 585972

(BRASIL 1972 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre o trabalho domeacutestico

Garcia (2018 p 6) menciona a Lei 605 de 05 de janeiro de 1949 (BRASIL

1949 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o repouso semanal

remunerado e remuneraccedilatildeo de feriados e a Lei 2757 de 23 de abril de 1956

(BRASIL 1956 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre as regras de trabalho

18

dos porteiros zeladores faxineiros e serventes de preacutedios A Lei 3207 de 18 de

julho de 1957 (BRASIL 1957 lthttpwwwplanaltogovbrgt) regulava o trabalho dos

viajantes e a Lei 40901962 a gratificaccedilatildeo natalina (BRASIL 1962

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

sustentou os direitos trabalhistas das Constituiccedilotildees anteriores e estabeleceu o

Fundo de Garantia do Tempo de Serviccedilo na Lei 51071966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) dentre outras diversas leis sobre o emprego

domeacutestico em 1972 sobre o trabalho rural teve a Lei 58891973 (BRASIL 1973

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e o trabalho temporaacuterio foi regrado na Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 6)

Em 1988 foi aprovada a Constituiccedilatildeo atual versando sobre os direitos

trabalhistas estes incluiacutedos no Capitulo II ldquoDos Direitos Sociaisrdquo e do Titulo II ldquoDos

Direitos e Garantias Fundamentaisrdquo No entendimento de alguns doutrinadores o

art 7ordm da Constituiccedilatildeo Federal surge como a verdadeira Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho com diversos direitos trabalhistas abrigados (MARTINS 2014 p 12)

Delgado (2012 p 86) aponta que sem duacutevida o nuacutecleo principal do Direito do

Trabalho estaacute situado nas relaccedilotildees empregatiacutecias de trabalho surgindo diversos

institutos regras e princiacutepios que norteiam essa relaccedilatildeo juriacutedica

Acerca da polecircmica Reforma trabalhista aprovada mesmo em contradiccedilatildeo aos

direitos dos empregados na Constituiccedilatildeo Garcia (2018 p 7) revela que a Lei

134672017 modificou a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 e as

Leis 601974 80361990 e 821291 com a finalidade de adaptar a legislaccedilatildeo agraves

atuais relaccedilotildees trabalhistas

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho

Independentemente do significativo trabalho das mulheres nas atividades

domeacutesticas e em outras funccedilotildees na Idade Meacutedia foi na Revoluccedilatildeo Industrial o

momento histoacuterico da inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Na Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres foram introduzidas no mercado de trabalho com intensivas

jornadas laborais salaacuterios baixos e condiccedilotildees desumanas de trabalho (FONSECA

2015 p 91)

19

Antes disso apoacutes o periacuteodo preacute-histoacuterico a mulher passou a ser reconhecida

como Grande Deusa Desse ponto de vista Freitas (2015 p 11) revela que a

mulher era santificada e glorificada e em razatildeo disso obteve poderes Controlavam

dinheiro e propriedades e direitos especiais no casamento Assim os homens

cediam seus desejos Muitas eram vistas nos campos de batalha lutando como

homens O Egito antigo foi destaque na veneraccedilatildeo pelas mulheres

No periacuteodo da Idade Antiga nas civilizaccedilotildees gregas e romanas quando a

mulher deixava a casa da famiacutelia em razatildeo do casamento ou por outros motivos

deveria seguir as crenccedilas do marido e rezar pelo seu Deus Na eacutepoca cada famiacutelia

tinha um Deus diferente e a mulher aprenderia com seu marido a venerar aqueles

que protegiam a famiacutelia dele (FREITAS 2015 p 12)

Conforme Freitas (2015 p 12) se a mulher fosse esteacuteril o homem poderia

pedir o divoacutercio e se o homem fosse esteacuteril deveria ser substituiacutedo pelo irmatildeo ou

parente mais proacuteximo do marido A mulher era obrigada a entregar-se para este

homem sendo que isso acontecia nas mesmas civilizaccedilotildees mencionadas

anteriormente

A mesma mulher deveria se casar com o parente mais proacuteximo do marido

falecido caso ficasse viuacuteva sem filhos Freitas (2015 p 12) diz que a participaccedilatildeo

do homem era essencial principalmente no nascimento Isto eacute quando nascia filha

mulher natildeo satisfazia a importacircncia do seguimento dos deuses daquela famiacutelia

Conforme jaacute mencionado as mulheres seguiam o Deus do marido

A desigualdade natildeo parava por aiacute conforme Freitas (2015 p 12) no momento

da divisatildeo da heranccedila se jaacute fossem casadas as mulheres natildeo teriam direito a nada

Existia particularmente uma proibiccedilatildeo religiosa em relaccedilatildeo a isso As regras ateacute

mudavam de um lugar para outro mas frequentemente as filhas mulheres natildeo

herdavam nada ou quando herdavam era uma porcentagem menor que a dos filhos

homens

Afastando um pouco das relaccedilotildees de famiacutelia e religiotildees pode-se apontar que o

trabalho feminino conforme registros mais antigos de Roma as mulheres exerciam

diversas funccedilotildees como lavadeira bibliotecaacuteria meacutedica parteiras costureiras e

cabeleireiras (FREITAS 2015 p 13) A jornada de trabalho era excessiva devido a

maacute distribuiccedilatildeo das tarefas mas as mulheres natildeo se queixavam

20

Em algumas civilizaccedilotildees era atribuiacuteda agrave mulher a principal forccedila de trabalho

(FREITAS 2015 p 15) como a construccedilatildeo de represas no Havaiacute e na Austraacutelia a

pesca e a retirada de algas

No Brasil de acordo com Ribeiro e Jesus (2016 p 43) a partir dos anos 70 a

inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho obteve crescimento Um dos motivos

foi a busca de ajuda para o sustento da famiacutelia

Ademais a Segunda Guerra Mundial teve importante contribuiccedilatildeo para que a

mulher fosse buscar emprego Enquanto seus maridos lutavam nos campos de

batalha essas teriam que lutar pelo sustento familiar A ausecircncia masculina fez com

que o trabalho feminino suprisse essas vagas Devido ao processo de

industrializaccedilatildeo e do aumento de empresas em diversos ramos como petroliacuteferos

quiacutemicos sideruacutergicos e automobiliacutestico na deacutecada de 1940 a inserccedilatildeo das

mulheres no mercado de trabalho teve um aumento intenso (RIBEIRO JESUS

2016 p 44)

O entendimento de Freitas (2015 p 22) revela que o trabalho feminino se

destacou no Brasil no periacuteodo industrial entre 1850 e 1950 As mulheres se

integraram ao setor fabril e a matildeo de obra feminina ocupava 76 do trabalho em

1872 Mais tarde em 1950 esse nuacutemero diminuiu para 20 sendo o motivo

justificado devido ao grande nuacutemero de migraccedilotildees e o aumento da matildeo de obra

masculina

Com o decliacutenio do trabalho feminino matildees tinham a obrigaccedilatildeo de cuidar dos

filhos e preparaacute-los para o trabalho orientando para que se adaptassem com as

rotinas de trabalho e fossem disciplinados (FREITAS 2015 p 22)

Grandes discriminaccedilotildees sofridas pelo gecircnero feminino ocorreram em razatildeo da

ldquocultura do machismordquo destaque no Brasil ao contraacuterio dos paiacuteses europeus que

usaram a matildeo de obra feminina no tempo da 2ordm Guerra Mundial tornou a inclusatildeo

das mulheres no mercado de trabalho mais difiacutecil Conforme Freitas (2015 p 24) na

Europa perante a necessidade do sustento familiar e matildeo de obra o preconceito

perdeu forccedila e nos paiacuteses latino-americanos como no Brasil principalmente a

discriminaccedilatildeo manteve-se resistente em razatildeo de natildeo ter existido momentos de

crise

Mulheres como ex-escravas por exemplo de acordo com Freitas (2015 p 23)

eram vistas com mais frequecircncia em trabalhos domeacutesticos lavadeira passadeira e

21

cozinheira devido ao baixo niacutevel social Jaacute as mulheres jovens podiam ser vistas

como professoras enfermeiras entre outras

A mulher sempre desempenhou a funccedilatildeo de serva sendo diferenciada pelo

gecircnero foi vista como matildee esposa e era necessaacuterio pedir permissatildeo ao marido

para os atos da vida civil As mulheres natildeo tinham direito de escolha (FREITAS

2015 p 21) e os casamentos no periacuteodo colonial eram arranjados Mais tarde nos

anos de 1800 passaram a ter mais liberdade

Freitas (2015 p 22) diz que num primeiro momento a mulher tinha suas

principais obrigaccedilotildees como matildee dedicada preocupada com a educaccedilatildeo dos filhos e

em um segundo momento de respeitar o marido e ser submissa a ele

Eacute indispensaacutevel salientar que apesar de toda evoluccedilatildeo dos direitos trabalhistas

e da ocupaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho ainda haacute resistecircncia em relaccedilatildeo

ao trabalho feminino As discriminaccedilotildees satildeo culturais e histoacutericas e o preconceito

perdura na sociedade e enfrenta frequentes desafios (FONSECA 2015 p 93)

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho

Avaliando os acontecimentos eacute notoacuteria a necessidade da inserccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho e o seu reconhecimento assim como o crescimento

feminino e as reivindicaccedilotildees por seus direitos de igualdade Observando as

condiccedilotildees de trabalho em que as mulheres eram expostas foram surgindo medidas

de proteccedilatildeo

Todo mundo sabe que a mulher sempre foi discriminada nunca teve as mesmas oportunidades asseguradas aos homens Nossa cultura patriarcal gerou uma sociedade machista em que a mulher ocupava um papel subalterno Excluiacuteda ficava confinada ao reduto da casa tendo por uacutenica missatildeo a assistecircncia da famiacutelia a organizaccedilatildeo do lar o apoio ao marido e o cuidado dos filhos (FONSECA apud DIAS 2015 p 91)

Freitas (2015 p 11) conta que as mulheres de uma forma ou de outra sempre

estiveram inseridas no mercado de trabalho seja na caccedila na costura no cuidado de

crianccedilas na fabricaccedilatildeo de ferramentas na lida com ervas e com plantas medicinais

assim como na cozinha A caccedila era entre homens e mulheres que se ajudavam

No seacuteculo XIX Garcia (2018 p 1063) relata que durante a Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres recebiam salaacuterios inferiores aos dos homens e as condiccedilotildees

22

de trabalho eram horriacuteveis As mulheres eram expostas a trabalhos prejudiciais agrave

sauacutede pondo sua vida em risco

Essa situaccedilatildeo era de grande risco para as famiacutelias sendo que assim tiveram

iniacutecio as primeiras legislaccedilotildees protetivas para as mulheres Em virtude das medidas

protetivas as mulheres eram discriminadas com frequecircncia pois os empregadores

tinham receio em contratar a matildeo de obra feminina por ter regras protetivas e assim

contratavam homens (GARCIA 2018 p 1063)

Revela Garcia (2018 p 1065) que no Brasil as regras de proteccedilatildeo tambeacutem

geraram discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Em face disso foram

criadas normas proibitivas agrave discriminaccedilatildeo

A proteccedilatildeo especial apenas passa a se justificar nos aspectos realmente diferenciados e peculiares notadamente quando ao estado de gestante e maternidade que satildeo de responsabilidade da sociedade como um todo natildeo podendo servir de fatores de discriminaccedilatildeo contra a mulher (GARCIA 2018 p 1065)

As primeiras legislaccedilotildees surgiram na Inglaterra em 1842 proibindo a mulher

de trabalhar em lugares subteacuterreos Em 1844 a jornada de trabalho da mulher foi

limitada para 12 horas e tambeacutem assim como o periacuteodo noturno Em 1874 na

Franccedila entrou em vigor uma lei que proibia a mulher de trabalhar em minas e

pedreiras Em 1878 as mulheres foram proibidas de exercer funccedilotildees em lugares

insalubres (MARTINS 2014 p 661)

A Lei de 2111892 estabeleceu que a mulheres tivessem jornada de trabalho

de apenas de 11 horas A Lei de 28121909 concedeu agraves mulheres gestantes

descanso de oito semanas natildeo remunerado proibindo a carga de materiais

pesados (MARTINS 2014 p 661)

O Tratado de Versalles determinou o princiacutepio da igualdade salarial entre

homens e mulheres que foi acolhido em diversos paiacuteses inclusive o Brasil

(MARTINS 2014 p 661)

Compete somente a Uniatildeo legislar sobre mateacuteria trabalhista diz o art 22 I e

XVI da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) mas isso natildeo impede a

aplicaccedilatildeo das convenccedilotildees internacionais ratificadas pelo Brasil estas criadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) Esta eacute a corporaccedilatildeo responsaacutevel pelo

controle e lanccedilamento de normas referentes ao trabalho no plano internacional com

o objetivo de regimentar as relaccedilotildees de trabalho atraveacutes das convenccedilotildees

23

recomendaccedilotildees e resoluccedilotildees planejando proteger as relaccedilotildees entre empregados e

empregadores na esfera internacional Desde 1950 o Brasil tem representaccedilatildeo da

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em seu territoacuterio (FREITAS 2015 p 33)

Freitas (2015 p 33-34) destaca diversas convenccedilotildees direcionadas agrave proteccedilatildeo

feminina sendo uma delas a Convenccedilatildeo nordm 3 procedendo sobre o trabalho antes e

depois do parto Na sequecircncia houve a Convenccedilatildeo nordm 4 tratando do trabalho

noturno das mulheres em induacutestrias com exceccedilatildeo das oficinas da famiacutelia ambas

convocadas em 29 de outubro de 1919 A Convenccedilatildeo nordm 41 foi ratificada em relaccedilatildeo

agraves disposiccedilotildees sobre o trabalho noturno na sessatildeo da OIT realizada em Genebra e

encerrada em 23 de junho de 1934 A Convenccedilatildeo nordm 45 vedou o trabalho das

mulheres em minas de qualquer natureza e subterracircneos sendo aprovada um ano

apoacutes a Convenccedilatildeo nordm 41 passando a vigorar em 30 de maio de 1937

A Convenccedilatildeo nordm 100 tratava da desigualdade salarial entre homens e mulheres

exercendo a mesma funccedilatildeo tendo sido aprovada em 1951 em Genebra entrando

em vigor em 23 de maio de 1953 no acircmbito internacional Freitas (2015 p 34)

salienta que a Convenccedilatildeo nordm 103 se refere agrave proteccedilatildeo agrave maternidade e entrou em

vigor em 7 de junho de 1958 Tambeacutem em 1958 a Convenccedilatildeo nordm 111 abordou as

discriminaccedilotildees relacionadas a emprego e profissatildeo tendo entrado em vigor em 15

de junho de 1960

A Convenccedilatildeo nordm 127 de 1967 entrou em vigor em 10 de marccedilo de 1970

referente ao levantamento de pesos A convenccedilatildeo nordm 156 de 1981 discorre sobre a

igualdade de oportunidades para ambos os sexos tanto nas relaccedilotildees de trabalho

como na esfera familiar Jaacute a Convenccedilatildeo nordm 171 delimita as horas do trabalho

noturno

Em 1974 foi assinada a Convenccedilatildeo sobre a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo

contra a Mulher de todas as formas aprovada pela Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

(ONU) Freitas (2015 p 34) conta que a convenccedilatildeo trata dos direitos relacionados

ao emprego e agraves condiccedilotildees de igualdade entre os sexos que deveriam ser

observadas

O termo discriminaccedilatildeo compreende toda distinccedilatildeo exclusatildeo ou preferecircncia baseada em motivos de raccedila cor sexo religiatildeo opiniatildeo politica ascendecircncia nacional ou origem social que tenha como efeito anular a igualdade de oportunidades ou de tratamento em emprego ou profissatildeo (MARTINS 2014 p 544)

24

O Decreto 21417-A de 17 de maio de 1932 (BRASIL 1932 lthttp

www2camaralegbrgt) foi a primeira norma que surgiu sobre o trabalho feminino no

Brasil (GARCIA 2018 p 1066) proibindo a mulher de trabalhar agrave noite A

Constituiccedilatildeo de 1934 (BRASIL 1934 lthttpwwwplanaltogovbrgt) foi fundamental

quando considerou a proibiccedilatildeo da desigualdade de salaacuterios entre homens e

mulheres proibindo o trabalho da mulher em locais insalubres garantindo o repouso

antes e depois do parto sem prejudicar o salaacuterio com seguranccedila de previdecircncia em

benefiacutecio da maternidade e amparo agrave maternidade (GARCIA 2018 p 1066)

Na Constituiccedilatildeo de 1937 (BRASIL 1937 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

mulher gestante conquistou assistecircncia meacutedica e higiecircnica e consequentemente o

benefiacutecio de descanso antes e depois do parto sem perda de salaacuterio A

Constituiccedilatildeo de 1946 (BRASIL 1946 lthttpwwwplanaltogovbrgt) idem a

Constituiccedilatildeo de 1937 assegurava a assistecircncia sanitaacuteria hospitalar e meacutedica agrave

gestante Em 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Constituiccedilatildeo

seguiu os mesmos criteacuterios da CF37 (GARCIA 2018 p 1066)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) tambeacutem

deu agrave mulher o direito agrave aposentadoria com 30 anos de trabalho com salaacuterio

completo Os artigos 389 e 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT)

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) permitiam que as empregadas

guardassem seus filhos no periacuteodo em que estavam trabalhando na empresa

descansando quatro semanas antes e oito semanas depois do parto Em 1969 a

Emenda Constitucional nordm 1 seguiu paracircmetros da CF37 e CF46 (MARTINS 2014

p 664)

A Constituiccedilatildeo de 1988 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

oportunizava a licenccedila agrave gestante sem detrimento no emprego e salaacuterio e com

duraccedilatildeo de 120 dias Importante ressaltar que o homem em caso de falecimento da

genitora passa a ter o mesmo direito podendo usufruir da proteccedilatildeo para que repare

a condiccedilatildeo de seu filho nos primeiros meses de vida conforme disposto no artigo

392-B da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS 2008 p 576)

Por conseguinte em 01 de maio de 1943 foi editada a Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assentando o tema jaacute

existente A CLT sistematizou a legislaccedilatildeo diversa jaacute efetiva no periacuteodo em que foi

publicada Todavia criou novos regimentos sendo a primeira regra geral aplicaacutevel

para todos os empregados Atualmente as relaccedilotildees de trabalho satildeo regidas por

25

esta lei a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Tambeacutem abrange relaccedilotildees coletivas

como as entidades sindicais ou grupos de trabalhadores No Decreto-lei 6353 de

20-3-1944 (BRASIL 1944 lthttpwwwplanaltogovbrgt) houve a primeira alteraccedilatildeo

que admitia o trabalho agrave noite da mulher que tivesse 18 anos mas em poucas

funccedilotildees (MARTINS 2008 p 575)

Garcia (2018 p 1067) cita que o poder puacuteblico cria mecanismos para que a

mulher tenha seus direitos garantidos tambeacutem no ambiente familiar sem

discriminaccedilatildeo com respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar evitando a crueldade

e a opressatildeo Nesse sentido a Lei 113402006 (BRASIL 2006

lthttpwwwplanaltogovbrgt) previne a violecircncia domeacutestica protegendo a mulher do

asseacutedio familiar

As garantias da Constituiccedilatildeo Federal e da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

estabelecem que sejam inadmissiacuteveis as desigualdades entre homens e mulheres

no ambiente de trabalho A mulher era tratada como incapaz pelo Coacutedigo Civil de

1916 Essa situaccedilatildeo mudou com o Estatuto da Mulher Casada Lei 4121 de 27-08-

62 (BRASIL 1962 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (MARTINS 2008 p 577)

Garcia (2018 p 1069) afirma que as leis de proteccedilatildeo agrave mulher centralizaram

mais em motivos que chamam atenccedilatildeo como as mulheres gestantes e a

maternidade Esses dois aspectos natildeo devem servir de razatildeo para a discriminaccedilatildeo e

diferenciaccedilatildeo salarial nem para a contrataccedilatildeo do trabalho feminino

Relata Carrion (2014 p 330)

O direito da empregada gestante manter-se no emprego sem prejuiacutezo dos salaacuterios com consequente restriccedilatildeo ao direito de resiliccedilatildeo unilateral do contrato sem justa causa pelo empregador sob pena de sujeitar-se agraves reparaccedilotildees legais nasce com a concepccedilatildeo e projeta-se ateacute cinco meses apoacutes o parto

Existem prejulgamentos provenientes da sociedade Por isso existem as

medidas de proteccedilatildeo para atuarem onde ocorrem determinadas peculiaridades

Medidas foram criadas para que a discriminaccedilatildeo em razatildeo da desigualdade de

gecircnero seja banida nas empresas nos quesitos de admissatildeo e remuneraccedilatildeo no

mercado de trabalho Notadamente existem discriminaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave mulher

sendo um aspecto cultural em uma sociedade machista onde as mulheres sempre

ocuparam papeacuteis subalternos apenas cuidando da casa e dos filhos As proteccedilotildees

26

especiais agraves mulheres devido agraves suas peculiaridades natildeo devem servir de motivo

para a discriminaccedilatildeo poreacutem muitas vezes causam efeito contraacuterio

27

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO DA MULHER NO DIREITO DO TRABALHO

Diante das situaccedilotildees trazidas no capiacutetulo anterior onde foram expostos os

problemas enfrentados pelas mulheres como a exploraccedilatildeo a discriminaccedilatildeo e a

desigualdade de gecircnero as diferenccedilas eram claras Para tanto medidas de

proteccedilatildeo ao trabalho feminino foram criadas Nota-se as primeiras leis que versavam

sobre o trabalho da mulher como a proibiccedilatildeo de trabalhar em lugares subteacuterreos a

jornada de trabalho estabelecida em 12 horas o trabalho vedado em minas e

pedreiras assim como no periacuteodo noturno e nas funccedilotildees insalubres bem como em

relaccedilatildeo a um periacuteodo de descanso de 8 (oito) semanas para as gestantes natildeo

remunerado Essas regras tiveram constante evoluccedilatildeo

Nesse momento seraacute apresentado o progresso dessas regras e uma anaacutelise

das normas de proteccedilatildeo que a cada dia sofrem alteraccedilotildees sendo um assunto onde

sempre haacute novidades A abordagem a seguir mostra as peculiaridades do trabalho

da mulher em especial a proteccedilatildeo agrave maternidade a comeccedilar nessa oportunidade

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade

Estudando a caminhada da mulher no mercado de trabalho a forma como

eram tratadas abusadas sem direitos seguimos nesse capiacutetulo relatando as

peculiaridades que trazem proteccedilatildeo ao trabalho feminino Depois de constatar os

motivos pelo quais foram criadas regras de proteccedilatildeo apresentamos medidas

especiacuteficas para que a desigualdade de gecircnero seja banida do acircmbito trabalhista

Nesse contexto podemos destacar que a proteccedilatildeo agrave maternidade eacute o

benefiacutecio mais relevante da empregada ldquoOs preceitos que regulam o trabalho

masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a

proteccedilatildeo especial instituiacuteda neste Capiacutetulordquo redaccedilatildeo do art 372 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O

paraacutegrafo uacutenico foi revogado pela Lei 134672017 pois caracterizava discriminaccedilatildeo

sendo que este seraacute comentado no proacuteximo capiacutetulo O artigo institui o Capiacutetulo III

da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que foi reservado especialmente ao trabalho

da mulher poreacutem alguns artigos abrangem identicamente o trabalho masculino

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 251)

28

O art 5ordm I CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) traz a

igualdade entre homens e mulheres nas relaccedilotildees de trabalho em direitos e

obrigaccedilotildees Martins conforme Machado (2017 p 251) conta que ldquoas regras de

proteccedilatildeo ao trabalho da mulher justificam-se em face das peculiaridades que

norteiam o trabalho femininordquo

Regula o artigo 7ordm XIII da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

que ldquoa duraccedilatildeo de trabalho normal das mulheres natildeo superior a oito horas e

quarenta e quatro horas semanais facultada agrave compensaccedilatildeo de horaacuterios e reduccedilatildeo

de jornada mediante acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalhordquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 252)

Abordando o artigo 373 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que menciona a jornada de trabalho das mulheres ldquoa

duraccedilatildeo normal de trabalho das mulheres seraacute de 8 (oito) horas diaacuterias exceto nos

casos para os quais for fixada duraccedilatildeo inferiorrdquo (MARTINS apud MACHADO 2017

p 252)

Incluiacutedo pela Lei 979999 (BRASIL 1999 lthttpwwwplanaltogovbrgt) o

artigo 373-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho faz diversas observaccedilotildees ao

trabalho da mulher referentes agrave discriminaccedilatildeo nas relaccedilotildees de trabalho Observe a

regra

Art 373-A Ressalvadas as disposiccedilotildees legais destinadas a corrigir as distorccedilotildees que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas eacute vedado (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) I ndash publicar ou fazer publicar anuacutencio de emprego no qual haja a referecircncia ao sexo agrave idade agrave cor ou situaccedilatildeo familiar salvo quando a natureza da atividade a ser exercida puacuteblica e notoriamente assim o exigir (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) II ndash recusar emprego promoccedilatildeo ou motivar a dispensa do trabalho em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez salvo quando a natureza da atividade seja notoacuteria e publicamente incompatiacutevel (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) III ndash considerar o sexo a idade a cor ou situaccedilatildeo familiar como variaacutevel determinante para fins de remuneraccedilatildeo formaccedilatildeo profissional e oportunidades de ascensatildeo profissional (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) IV ndash exigir atestado ou exame de qualquer natureza para comprovaccedilatildeo de esterilidade ou gravidez na admissatildeo ou permanecircncia no emprego (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) V ndash impedir acesso ou adotar criteacuterios subjetivos para o deferimento de inscriccedilatildeo ou aprovaccedilatildeo em concursos em empresas privadas em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) VI ndash proceder o empregador ou preposto a revistas iacutentimas nas empregadas ou funcionaacuterias (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999)

29

Paragrafo uacutenico O disposto neste artigo natildeo obsta a adoccedilatildeo de medidas temporaacuterias que visem ao estabelecimento das poliacuteticas de igualdade entre homens e mulheres em particular as que se destinam a corrigir as distorccedilotildees que afetam a formaccedilatildeo profissional o acesso ao emprego e as condiccedilotildees gerais de trabalho da mulher (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 252) menciona que o referido artigo foi

adicionado em razatildeo de impedir as condutas discriminatoacuterias violando o princiacutepio da

igualdade consagrado no art 7ordm XXX da CF88 (BRASIL 1988

lthttpwwwplanaltogovbrgt) prevendo ldquoa proibiccedilatildeo de diferenccedila de salaacuterios de

exerciacutecio de funccedilotildees e de criteacuterio de admissatildeo por motivo de sexo idade cor ou

estado civilrdquo

A Constituiccedilatildeo de 1988 estabeleceu regras firmes contra a discriminaccedilatildeo agrave

mulher nas relaccedilotildees de emprego proibindo diferenccedilas no acircmbito laboral Tambeacutem

eliminou alguns artigos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que produziam efeito

contraacuterio em relaccedilatildeo ao trabalho feminino (DELGADO 2012 p 803)

Delgado (2012 p 804) indica que revogados pela Lei 78551989 (BRASIL

1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) reproduzida logo apoacutes a CF88 os artigos 374

375 378 379 380 e 387 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) que davam

entendimento discriminatoacuterio ao trabalho feminino Martins conforme Machado

(2017 p 256) aponta que o artigo 376 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho foi

revogado pela Lei 102442001 (BRASIL 2001 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Voltando as normas vigentes comentamos o artigo 377 da Consolidaccedilatildeo das

Leis do Trabalho Nesse contexto Martins conforme Machado (2017 p 256) traz

que somente atraveacutes de convenccedilatildeo coletiva ou de acordo coletivo no teor do art 7ordm

VI CF88 eacute possiacutevel reduzir o salaacuterio das mulheres e que as medidas protetivas

satildeo regras e por motivo algum eacute autorizada a reduccedilatildeo

Conforme o artigo 381 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o trabalho noturno frisando que ldquoo

trabalho noturno das mulheres teraacute salaacuterio superior ao diurnordquo No sect 1ordm a regra diz

que no trabalho noturno os salaacuterios teratildeo aumento de 20 e sect 2ordm que cada hora

trabalhada agrave noite seraacute de 52 minutos e 30 segundos Tem direito ao percentual

miacutenimo de 25 a empregada rural (art 7ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 58891973

(BRASIL 1973 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O art 382 regra o intervalo

intrajornada que destina uma pausa de 11 horas entre duas jornadas de trabalho

30

enquanto o art 66 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) tambeacutem apresenta

este preceito (MARTINS apud MACHADO 2017 p 257)

Um dos artigos que sugere a desigualdade de gecircnero eacute o art 383 da CLT

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que apresenta um intervalo entre 1 a

2 horas para a mulher trabalhadora possibilitando um periacuteodo bastante extenso

para o descanso Diferente do homem que mesmo em curtas jornadas abaixo de

seis horas tem apenas 15 minutos salvo a hipoacutetese conhecida no art 71 sect 3ordm bem

como o art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece o intervalo de 15 minutos para a

mulher caso haja hora extra (DELGADO 2012 p 804)

O art 384 eacute referente apenas ao trabalho feminino estabelecendo regra

caracterizada e protetiva apartado do homem o que natildeo eacute coerente na eacutepoca atual

e confrontando a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art 7ordm inciso

XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo do trabalho

O artigo 384 da CLT foi revogado pela Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) da Reforma trabalhista que seraacute apresentada no

proacuteximo capiacutetulo desse trabalho (GARCIA 2018 p 1076-1077 e 1079)

Seguindo Garcia (2018 p 1079) aponta o art 385 da CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) no seguinte contexto

Art 385 O descanso semanal seraacute de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidiraacute todo ou em parte com o domingo salvo motivo de conveniecircncia puacuteblica ou necessidade imperiosa de serviccedilo a juiacutezo da autoridade competente na forma das disposiccedilotildees gerais caso em que recairaacute outro diardquo (BRASIL 1943 httpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 260) descreve que o art 67 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho tambeacutem assegura o descanso e o art 7 inciso

XV da CF88 eacute extensivo aos trabalhadores de ambos os sexos

Referente tambeacutem ao periacuteodo de descanso da mulher o art 386 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz

que quando haacute trabalho aos domingos uma escala de revezamento seraacute organizada

para que possibilite o repouso dominical de 15 em 15 dias (MARTINS 2014 p 667)

Os meacutetodos e locais de trabalho da mulher que estatildeo previstos nos artigos 388

389 e 390 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 seratildeo apresentados no

proacuteximo capiacutetulo em conjunto com a exposiccedilatildeo da nova lei a Reforma trabalhista

31

Avanccedilando os demais artigos que se referem agrave mulher no Capiacutetulo III da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho 1943 apontamos o art 391 caput ldquoNatildeo

constitui justo motivo para a rescisatildeo do contrato de trabalho da mulher o fato de

haver contraiacutedo matrimocircnio ou de encontrar-se em estado de gravidezrdquo (BRASIL

1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 1082)

Garcia (2018 p 1082) menciona que em qualquer convenccedilatildeo coletiva acordo

coletivo ou acordos individuais de trabalho eacute proibido ldquorestriccedilotildees de direito da mulher

ao seu emprego por motivo de casamento ou gravidezrdquo (art 391 paraacutegrafo uacutenico

CLT) Diante desse procedimento Martins conforme Machado (2017 p 265) afirma

a autorizaccedilatildeo da reintegraccedilatildeo na funccedilatildeo (art 4ordm da Lei 902995) (BRASIL 1995

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ou seja a empregada natildeo poderaacute ser demitida em

face desses motivos O impedimento das praacuteticas discriminatoacuterias tem apoio

constitucional no art 7ordm XXX CF88

A redaccedilatildeo do art 391-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) incluiacuteda

pela Lei 128122013 (BRASIL 2013 lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta que a

gravidez confirmada no curso do contrato de trabalho garante agrave empregada gestante

estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea b do inciso II do art 10 do Ato de

Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias ainda que durante o prazo do aviso-preacutevio

trabalhado ou indenizado (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

Mesmo que no momento da demissatildeo a empregada gestante natildeo tenha

conhecimento do estado graviacutedico poderaacute usufruir o direito da garantia de emprego

sem prejuiacutezo de salaacuterio e da funccedilatildeo que exerce Assim o empregador natildeo seraacute

afastado das responsabilidades mesmo que natildeo tenha conhecimento da gravidez

da empregada Garcia (2018 p 1097) ressalta que eacute objetiva a responsabilidade do

empregador quanto ao estado de gravidez da empregada

Nestes termos atualmente desponta uma discussatildeo em relaccedilatildeo ao

desconhecimento do estado da gravidez pela proacutepria empregada Haacute entendimentos

de que natildeo eacute justo possibilitar o direito agrave garantia de emprego se nem mesmo a

empregada estava ciente do seu estado gestacional (GARCIA 2018 p 1097)

Garcia (2018 p 1098) indica que a garantia de emprego conforme redaccedilatildeo

atual da Suacutemula 244 inciso III do TST eacute estendida tambeacutem agraves gestantes

contratadas por prazo determinado O desconhecimento do estado graviacutedico pelo

empregador natildeo afasta o direito ao pagamento de indenizaccedilatildeo decorrente da

estabilidade A redaccedilatildeo dessa Suacutemula foi alterada e assim a estabilidade estendida

32

Antes disso Garcia apud Martins (2018 p 1098) menciona que era aplicada agrave

doutrina de Seacutergio Pinto Martins ldquoSe houver a cessaccedilatildeo do contrato de trabalho do

empregado estatuiacutedo por prazo determinado natildeo haveraacute direito agrave responsabilidade

porque aqui natildeo haacute despedida injusta mas teacutermino de pacto laboralrdquo Portanto isso

mudou com a referida Suacutemula Vejamos a decisatildeo do Tribunal Superior do Trabalho

6ordf Turma Relator Ministro Augusto Ceacutesar Leite de Carvalho que garante a

empregada gestante contratada por prazo determinado a estabilidade provisoacuteria

conforme previsatildeo na Suacutemula 244

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A EacuteGIDE DA LEI 130152004 ESTABILIDADE GESTANTE CONTRATO DE EXPERIEcircNCIA ESTABILIDADE PROVISOacuteRIA A empregada gestante tem direito agrave estabilidade provisoacuteria prevista no artigo 10 inciso II aliacutenea b do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias mesmo na hipoacutetese de admissatildeo mediante contrato por tempo determinado Ainda mais se tratando de contrato de experiecircncia que eacute em rigor um contrato por tempo indefinido com uma claacuteusula alusiva a periacuteodo de prova Inteligecircncia da Suacutemula 244 III do TST em sua nova redaccedilatildeo Recurso de revista conhecido e provido (BRASIL 2019 lthttpwwwtstjusbrgt)

A proteccedilatildeo se estende ao trabalho domeacutestico Garcia (2018 p 1087) destaca

que tem direito a estabilidade no aviso preacutevio indenizado ou trabalhado desde que

confirmada a gravidez neste periacuteodo Diz a Lei Complementar 1502015 (BRASIL

2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art 25 paraacutegrafo uacutenico

Art 25 A empregada domeacutestica gestante tem direito a licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio nos termos da Seccedilatildeo V do Capitulo III do Tiacutetulo III da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) aprovada pelo Decreto ndash Lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Paraacutegrafo uacutenico A confirmaccedilatildeo do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho ainda que durante o prazo do aviso preacutevio trabalhado ou indenizado garante agrave empregada gestante a estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea ldquobrdquo do inciso II do art 10 do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias (BRASIL 2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Adiante estaacute a vigente composiccedilatildeo do art 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) que foi determinada pela Lei 104212002 (BRASIL 2002

lthttpwwwplanaltogovbrgt) em razatildeo de adequar-se ao texto constitucional

(art7ordm XVIII) Veja a redaccedilatildeo

Art 392 A empregada gestante tem direito agrave licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002)

33

sect 1ordm A empregada deve mediante atestado meacutedico notificar o seu empregador da data do afastamento do emprego que poderaacute ocorrer entre o 28ordm (vigeacutesimo oitavo) dia antes do parto e ocorrecircncia deste (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 2ordm Os periacuteodos de repouso antes e depois do parto poderatildeo ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um mediante atestado meacutedico (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 3ordm Em caso de parto antecipado a mulher teraacute direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 4ordm Eacute garantido agrave empregada durante a gravidez sem prejuiacutezo do salaacuterio e demais direitos (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) I ndash transferecircncia de funccedilatildeo quando as condiccedilotildees de sauacutede o exigirem assegurada a retomada da funccedilatildeo anteriormente exercida logo apoacutes o retorno ao trabalho (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) II ndash dispensa do horaacuterio de trabalho pelo tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo de no miacutenimo seis consultas meacutedicas e demais exames complementares (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) sect 5ordm (VETADO) (Incluiacutedo pela Lei nordm 10421 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Nos incisos e paraacutegrafos desse artigo podem se destacar as vantagens da

empregada gestante que entram em harmonia com a redaccedilatildeo constitucional (art

7ordm XVIII CF88) O benefiacutecio do salaacuterio-maternidade eacute estendido a todas as

trabalhadoras (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

A licenccedila-maternidade natildeo teraacute prejuiacutezo da remuneraccedilatildeo integral observa o

art 393 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ligado ao art 7ordm XVIII da CF88 e

igualmente previsto no art 72 da Lei na Lei 82131991 (BRASIL 1991

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Natildeo haacute teto previdenciaacuterio para o benefiacutecio em

questatildeo completa Martins conforme Machado (2017 p 272) Veja o dispositivo

Art 393 Durante o periacuteodo a que se refere o art 392 a mulher teraacute direito ao salaacuterio integral e quando variaacutevel calculado de acordo com a meacutedia dos 6 (seis) uacuteltimos meses de trabalho bem como os direitos e vantagens adquiridos sendo ndash lhe ainda facultado reverter agrave funccedilatildeo que anteriormente ocupava (Redaccedilatildeo dada pelo Decreto-Lei 229 de 2821967) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em observaccedilatildeo na sequecircncia o art 394 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquomediante atestado meacutedico agrave mulher

graacutevida eacute facultado romper o compromisso resultante de qualquer contrato de

trabalho desde que este seja prejudicial agrave gestaccedilatildeordquo Essa regra assegura agrave

empregada gestante a viabilidade de romper o contrato de trabalho mediante

atestado meacutedico se ficar comprovado que seraacute prejudicial agrave gestaccedilatildeo ficando isenta

34

da obrigaccedilatildeo de indenizar quaisquer eventuais prejuiacutezos no contrato de trabalho

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 273)

Martins conforme Machado (2017 p 273) diz que se trata da transparente

assimilaccedilatildeo de que os trabalhos insalubres satildeo prejudiciais agrave sauacutede do empregado

manifesta a situaccedilatildeo da gravidez arriscando o desenvolvimento do feto Estendido

ao periacuteodo da lactaccedilatildeo pois o leite materno eacute o uacutenico alimento da crianccedila nos

primeiros meses de vida e precisa estar livre de qualquer ameaccedila de contaminaccedilatildeo

Eis o texto do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoA empregada gestante ou lactante seraacute afastada

enquanto durar a gestaccedilatildeo ou lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou

locais insalubres devendo exercer suas atividades em locais salubresrdquo Essa regra

foi alterada pela Lei 134672017 que seraacute comentada no proacuteximo capiacutetulo

O adicional de insalubridade da gestante ou lactante seraacute pago pela empresa

conforme o art 248 da CF88 em razatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias fazendo parte da remuneraccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

Seguindo o proacuteximo artigo relativo agrave proteccedilatildeo da mulher art 395 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoEm caso de aborto natildeo criminoso comprovado por

atestado meacutedico oficial a mulher teraacute um repouso remunerado de (2) duas

semanas com direito de retornar a funccedilatildeo que ocupava antes do afastamentordquo

Martins conforme Machado (2017 p 274) mostra que o atestado meacutedico oficial eacute

viabilizado pelo SUS ou pelo serviccedilo meacutedico da empresa A remuneraccedilatildeo seraacute paga

pela Previdecircncia Social conforme o salaacuterio-maternidade

Martins conforme Machado (2017 p 274-275) aponta no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho o direito agrave amamentaccedilatildeo dos filhos mesmo que

proveniente de adoccedilatildeo ateacute completar 6 (seis) meses de dois descansos especiais

de meia hora cada durante a jornada de trabalho O periacuteodo de 6 (seis) meses se a

sauacutede da crianccedila exigir poderaacute ser estendido Veja o artigo 396 do Decreto-Lei

545243

Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um Paraacutegrafo uacutenico Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

35

Antes o salaacuterio-maternidade era responsabilidade do empregador dessa

forma a Convenccedilatildeo 103 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) jaacute

mencionada anteriormente publicada pelo Decreto 588201966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinou que o INSS ficasse responsaacutevel pelas

parcelas devidas agrave gestante Isso para evitar a diferenciaccedilatildeo no momento da

contrataccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Foi uma maneira de estimular as

empresas a natildeo ter receio na admissatildeo de mulheres (MARTINS 2014 p 668)

Martins (2014 p 679) diz que a mesma Convenccedilatildeo 103 consagra os intervalos

destinados para amamentaccedilatildeo do filho consoante com a lei nacional Os intervalos

devem ser computados na jornada de trabalho

De acordo com Garcia (2018 p 1085) o salaacuterio-maternidade eacute devido agrave

mulher durante o tempo em que for mantida como segurada Acentua o art 97 do

Regulamento da Previdecircncia Social (RPS-Decreto 30481999) (BRASIL 1999

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que foi alterado pelo Decreto 61222007 (BRASIL

2007 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Independente das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias permaneceraacute filiada ao INSS e receberaacute salaacuterio O que antes no

entendimento da Previdecircncia ocorria somente se a mulher estivesse empregada

teria direito Repare o dispositivo

Art 97 O salaacuterio ndash maternidade da segurada empregada seraacute devido pela previdecircncia social enquanto existir relaccedilatildeo de emprego observadas as regras quanto ao pagamento desse benefiacutecio pela empresa Paragrafo uacutenico Durante o periacuteodo de graccedila a que se refere o art 13 a segurada desempregada faraacute jus ao recebimento do salaacuterio ndash maternidade nos casos de demissatildeo antes da gravidez ou durante a gestaccedilatildeo nas hipoacuteteses de dispensa por justa causa ou a pedido situaccedilotildees em que o benefiacutecio seraacute pago diretamente pela previdecircncia social (BRASIL 2007 httpwwwplanaltogovbrgt)

O artigo 397 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) prevecirc que as

entidades puacuteblicas destinadas agrave assistecircncia e agrave infacircncia tenham responsabilidade de

acordo com suas possibilidades financeiras de manter distribuiacutedos nas zonas de

mais densidade de trabalhadores locais destinados para atender os filhos de

mulheres empregadas Essa regra natildeo eacute obrigatoacuteria eacute facultativa pois depende de

recursos financeiros disponiacuteveis e conforme o art 7ordm XXV da CF88 eacute dever do

Estado disponibilizar esse benefiacutecio assim como o art 208 IV da mesma

Constituiccedilatildeo Revogado o art 398 pelo Decreto-Lei 229 de 28021967 (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 275)

36

Avanccedilando na apresentaccedilatildeo chegamos ao art 399 da Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (CLT) que confere em sua redaccedilatildeo que os empregadores que se

destacarem pela organizaccedilatildeo de creches e instituiccedilotildees de menores em idade preacute-

escolar seratildeo agraciados pelo Ministro do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio com um

diploma de benemerecircncia desde que tais serviccedilos se destaquem por sua

generosidade e pela competecircncia das respectivas instalaccedilotildees O art 7ordm XXV da

Constituiccedilatildeo garante assistecircncia gratuita aos filhos e dependentes desde o

nascimento ateacute 5 anos de idade em creches e preacute-escolas restando ao empregador

apenas o reconhecimento do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego que agracia por

meio de diploma de benemerecircncia as empresas que constituem este ambiente em

suas dependecircncias Mas natildeo eacute obrigaccedilatildeo e sim do Estado (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

Por fim o art 400 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Este completa

o art 389 sect1ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que seraacute exposto no proacuteximo capiacutetulo descrevendo

que ldquoOs locais destinados agrave guarda dos filhos das operaacuterias durante o periacuteodo da

amamentaccedilatildeo deveratildeo possuir no miacutenimo um berccedilaacuterio uma saleta para

amamentaccedilatildeo uma cozinha dieteacutetica e uma instalaccedilatildeo sanitaacuteriardquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

A Lei 133012016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art

18 sect 3ordm assegura licenccedila-maternidade de 180 dias agraves matildees de crianccedilas que tiveram

sequelas neuroloacutegicas transmitidas pelo Aedes aegypti e salaacuterio-maternidade

garantido no art 71 da Lei 82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Lei dos Benefiacutecios da Previdecircncia Social Esse entendimento se estende tambeacutem agraves

matildees adotantes quando estiverem presentes os requisitos Essa previsatildeo aplica-se

relativamente agrave segurada especial contribuinte individual facultativa e trabalhadora

avulsa (art 18 sect4ordm da Lei 133012016) e no (art 72 sect 3ordm da Lei 821391)

(GARCIA 2018 p 1086)

A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 a Constituiccedilatildeo Federal88 e

outras diversas leis envolvem uma seacuterie de questotildees que protegem o trabalho da

mulher contra os abusos do empregador que infelizmente eacute muito comum A

subordinaccedilatildeo juriacutedica que pondera faz com que as normas observem qualquer

nulidade em ato seu de renunciar aos direitos trabalhistas mesmo que seja qualquer

anuecircncia em uma alteraccedilatildeo contratual natildeo seraacute validada se houver prejuiacutezos para o

37

empregado Nesse aspecto destacamos no art 9ordm da CLT43 o seguinte dizer

ldquoSeratildeo nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar

impedir ou fraudar a aplicaccedilatildeo dos preceitos contidos na presente consolidaccedilatildeordquo

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

311 Estabilidade da gestante e da adotante

A licenccedila-maternidade eacute uma proteccedilatildeo ao trabalho da mulher Nestes termos a

empregada que adotar ou alcanccedilar a guarda judicial de crianccedila ou adolescente teraacute

esse direito Martins (2014 p 670) cita que eacute devido o salaacuterio-maternidade de 120

dias natildeo interessando a idade da crianccedila Primeiramente aplicavam-se os preceitos

de Seacutergio Pinto Martins no entendimento de que a matildee adotante natildeo teria direito agrave

garantia de emprego pois natildeo houve parto e a garantia de emprego eacute referida a

contar do parto natildeo existindo parto natildeo haacute garantia de emprego (GARCIA 2018 p

1098)

Dessa forma Garcia (2018 p 1087) cita que a Lei 104212002 (BRASIL

2002 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiu o artigo 392-A agrave CLT e o art 71-A agrave Lei

82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando a extensatildeo

agrave matildee adotiva os mesmos direitos que a gestante Veja a nova redaccedilatildeo

Art 392-A A empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoccedilatildeo de crianccedila e adolescente seraacute concedida licenccedila-maternidade nos termos do art 392 desta lei (redaccedilatildeo dada pela Lei 135092017) sect 1ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 2ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 3ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 4ordm A licenccedila - maternidade soacute seraacute concedida mediante apresentaccedilatildeo do termo de guarda agrave adotante ou guardiatilde (incluiacutedo pela Lei 104212002) sect 5ordm A adoccedilatildeo ou guarda judicial conjunta ensejaraacute a concessatildeo de licenccedila -maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiatildees empregado ou empregada (Incluiacutedo pela Lei 128732013) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1089) mostra que a Lei 12010 de 29 de julho de 2009

(BRASIL 2009 lthttpwwwplanaltogovbrgt) revogou os sectsect 1ordm a 3ordm do art 392-A da

CLT que versavam sobre a desigualdade do periacuteodo de licenccedila de acordo com a

idade da crianccedila

Em texto dado pela Lei 12873 de 22 de outubro de 2013 (BRASIL 2013

lthttpwwwplanaltogovbrgt) o art 71-A da Lei 821391 passou a regrar que o

38

segurado e a segurada do INSS que adotar ou alcanccedilar guarda judicial para fins de

adoccedilatildeo teratildeo direito ao salaacuterio-maternidade no periacuteodo de 120 dias apontando que

ao segurado (homem) tambeacutem eacute estendido o direito em questatildeo (art 71 ndash B sect3ordm

821391) (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Da mesma forma o art 71-

B da Lei 821391 dilatado pela Lei 128132013 regula que em caso do

falecimento da segurada ou segurado que tem direito ao salaacuterio-maternidade o

provento deveraacute ser pago ao cocircnjuge sobrevivente O benefiacutecio natildeo seraacute pago em

caso de falecimento ou abandono do filho (GARCIA 2018 p 1089)

O salaacuterio-maternidade eacute um benefiacutecio pago pela Previdecircncia Social assim

evitando a discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo da mulher caso a

remuneraccedilatildeo fique a cargo do empregador (GARCIA 2018 p 1087-1088)

Conforme o artigo 391-A paraacutegrafo uacutenico da CLT adicionado pela Lei 13509

de 22 de novembro de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

estabilidade provisoacuteria prevista no art 10 inciso II aliacutenea b do ADCT eacute estendida

ao empregado adotante embora a guarda de adoccedilatildeo seja concedida durante o

periacuteodo de aviso preacutevio trabalhado ou indenizado A garantia de emprego tambeacutem

pode estar prevista em acordos coletivos de trabalho perante negociaccedilatildeo (art 7ordm

XXVI da CF88) ou mesmo que seja prevista em lei com justificativa no principio da

norma mais beneacutefica (GARCIA 2018 p 1099-1100 e 1101)

A empregada deveraacute apresentar termo de guarda da adotante para que o

empregador esteja ciente da adoccedilatildeo O documento seraacute apresentado com o

propoacutesito de deferir a licenccedila Martins (2014 p 670-671) acentua que a licenccedila-

maternidade seraacute concedida somente para um dos adotantes na adoccedilatildeo ou guarda

judicial conjunta A empregada adotante receberaacute salaacuterio-maternidade apenas com

crianccedilas adotadas ateacute oito anos de idade Natildeo haacute direito a salaacuterio-maternidade se a

crianccedila adotada tiver mais de 8 (oito) anos O salaacuterio-maternidade natildeo seraacute pago no

periacuteodo de estaacutegio de convivecircncia somente apoacutes a sentenccedila judicial devidamente

registrada no cartoacuterio civil comprovando o viacutenculo da adoccedilatildeo

A Lei Complementar 146 de 25 de julho de 2014 (BRASIL 2014

lthttpwwwplanaltogovbrgt) estabeleceu o direito previsto no art10 II aliacutenea b do

ADCT aos casos em que houver falecimento da genitora Sendo assim a

estabilidade eacute garantida a quem tiver a guarda do receacutem-nascido (GARCIA 2018 p

1101)

39

Dessa forma nada mais eacute acertado de que com o falecimento da genitora a

garantia de emprego seja estendida para quem obtiver a guarda da crianccedila tendo

em vista que eacute para o bem-estar do receacutem-nascido que precisa de cuidados

especiais A crianccedila eacute titular do benefiacutecio e a estabilidade pode ser concedida agrave

empregada adotante tambeacutem quando estiver no aviso preacutevio indenizado ou

trabalhado se a guarda provisoacuteria for concedida neste periacuteodo (GARCIA 2018 p

1099)

Conforme Garcia (2018 p 1101) o direito de garantia de emprego tambeacutem

pode ser de algum parente como a avoacute por exemplo caso ela tenha a guarda do

receacutem-nascido na ausecircncia dos pais

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

A prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade eacute um direito das empregadas que

trabalham nas empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadatilde previsto no art

1ordm da Lei 117702008 Assim sendo eacute destinado agrave Pessoa juriacutedica e empresa rural

ou urbana natildeo podendo o empregador ser pessoa fiacutesica Caso a empresa natildeo

aderir ao programa as empregadas natildeo teratildeo direito ao benefiacutecio (MARTINS 2014

p 672)

De acordo com a Lei 11770 de 09 de setembro de 2008 (BRASIL 2008

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a licenccedila-maternidade eacute prorrogaacutevel por 60 dias Essa

lei prevecirc apenas a extensatildeo da licenccedila e natildeo menciona o salaacuterio-maternidade que eacute

pago pelo INSS Nenhum preceito prevecirc que o acreacutescimo de 60 dias da licenccedila seraacute

pago pelo INSS A prorrogaccedilatildeo deve ser requerida pela empregada ateacute o final do

primeiro mecircs apoacutes o parto De outra forma natildeo faraacute jus agrave prorrogaccedilatildeo (MARTINS

2014 p 671-672)

Segundo o art 3ordm da Lei 117702008 ldquo[] a empregada teraacute direito a

remuneraccedilatildeo integral nos mesmos moldes devidos no periacuteodo de percepccedilatildeo do

salaacuterio-maternidade pago pelo regime geral da previdecircncia socialrdquo mas isso natildeo

acarreta o pagamento pelo INSS No decorrer da prorrogaccedilatildeo dos 60 dias a

empregada natildeo poderaacute ficar sem receber remuneraccedilatildeo que seraacute de

responsabilidade do empregador como acontece nos 120 dias de desligamento da

gestante (MARTINS 2014 p 672)

40

Martins (2014 p 672) alega que o referido artigo confere que a previdecircncia

social eacute quem paga o salaacuterio-maternidade mas natildeo a extensatildeo dos 60 dias O

pagamento pelo INSS viola o sect 5ordm do art 195 da CF88 pois natildeo haacute como custear

a prorrogaccedilatildeo do salaacuterio-maternidade

O art 6ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

alterava o art 28 sect 9ordm da Lei 821291 estabelecendo que as importacircncias

recebidas em 60 dias de prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade natildeo constituem o

salaacuterio de contribuiccedilatildeo Garcia (2018 p 1092) indica que esse artigo foi vetado com

o entendimento de que nas importacircncias recebidas nos 120 dias existe a aplicaccedilatildeo

de contribuiccedilotildees previdenciaacuterias todavia na prorrogaccedilatildeo segue o mesmo criteacuterio

Do mesmo modo a licenccedila-paternidade segue os requisitos da licenccedila-

maternidade podendo ter prorrogaccedilatildeo de 15 (quinze) dias mais 5 (cinco) dias que

estaacute previsto no art 10 sect1ordm do ADCT Essa regra foi incluiacuteda pela Lei 13257 de 08

de marccedilo de 2016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando que

o periacuteodo total eacute entatildeo de 20 dias (GARCIA 2018 p 1091)

Esse programa tambeacutem poderaacute ser adquirido pela Administraccedilatildeo Puacuteblica diz o

art 2ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assim

como as empresas puacuteblicas sociedades de economia mista que fazem parte da

Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta (MARTINS 2014 p 672)

O propoacutesito da prorrogaccedilatildeo das licenccedilas-maternidade e paternidade eacute que os

pais permaneccedilam em contato direto com os filhos mais tempo possibilitando

principalmente para a matildee a amamentaccedilatildeo Os pais natildeo poderatildeo exercer seja qual

for atividade remunerada e a crianccedila ficaraacute sob seus cuidados A desobediecircncia

dessa regra acarreta na perda do direito em questatildeo (GARCIA 2018 p 1092)

Vejamos o Recurso Ordinaacuterio julgado pela 4ordf Turma do Tribunal Regional do

Trabalho da 4ordm Regiatildeo tendo como Relator o Ministro George Achutti dando

provimento ao recurso da reclamada que nega a participaccedilatildeo no Programa Empresa

Cidadatilde Portanto o reclamante natildeo teraacute direito a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

paternidade de 05 para 20 dias Conforme relatado natildeo teratildeo direito as

prorrogaccedilotildees das licenccedilas empregados das empresas que natildeo aderem ao programa

previsto no art 1ordm da Lei 117702008

ECT PRORROGACcedilAtildeO DA LICENCcedilA-PATERNIDADE PROGRAMA EMPRESA CIDADAtilde Negada pela reacute a participaccedilatildeo no Programa Empresa Cidadatilde que autoriza a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-paternidade de 05 para 20 dias eacute ocircnus do reclamante provar a inscriccedilatildeo da empresa no referido

41

Programa porquanto se trata de fato constitutivo de seu direito Inteligecircncia dos artigos 818 da CLT e 373 inc I do NCPC (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Segundo Martins (2014 p 672-673) para obter essa prorrogaccedilatildeo a empregada

deveraacute fazer o requerimento ateacute o final do primeiro mecircs apoacutes o parto A empregada

natildeo teraacute direito senatildeo fizer dentro deste prazo Esse benefiacutecio tambeacutem pode ser

concedido agrave empregada adotante ou que obtenha guarda judicial A empregada teraacute

que receber salaacuterio integral que ficaraacute a cargo do empregador conforme prevecirc o art

3ordm da Lei 1177008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) A empresa que

aderir ao programa e permitir a prorrogaccedilatildeo poderaacute deduzir do imposto de renda

devido o montante da remuneraccedilatildeo dos 60 dias art 5ordm da Lei 1177008 sendo que

deduzir como despesa operacional eacute proibido Note a regra

Art 5ordm A pessoa juriacutedica tributada com base no lucro real poderaacute deduzir do imposto devido em cada periacuteodo de apuraccedilatildeo o total da remuneraccedilatildeo da empregada e do empregado pago nos dias de prorrogaccedilatildeo de sua licenccedila-maternidade e sua licenccedila-paternidade vedada a deduccedilatildeo como despesa operacional (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1093) expotildee que o propoacutesito do art 5ordm da Lei 1177008 eacute

barrar as diferenccedilas nas relaccedilotildees de trabalho impedida no art 7ordm inciso XXX da

CF88 que proiacutebe a diferenccedila de salaacuterios e os criteacuterios na hora da admissatildeo como

sexo cor idade e estado civil Com eixo no lucro real os salaacuterios devidos nas

prorrogaccedilotildees das licenccedilas-maternidade e paternidade seratildeo deduzidos do imposto

de renda correspondente pela pessoa juriacutedica Nesse sentido incentiva as empresas

a natildeo terem receio na contrataccedilatildeo de mulheres em razatildeo das proteccedilotildees

Conforme Garcia (2018 p 1093) entende-se que a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

maternidade eacute capaz de trazer efeitos negativos para a contrataccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho em razatildeo das substituiccedilotildees que seratildeo feitas no decorrer deste

periacuteodo de licenccedila Isto eacute no decorrer da licenccedila a empresa teraacute que contratar outro

empregado para suprir a ausecircncia da gestante ou adotante

A partir das informaccedilotildees trazidas nesse capiacutetulo sobre a proteccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho uma observaccedilatildeo que pontua eacute que essas medidas agraves vezes

podem prejudicar a inserccedilatildeo da mulher no acircmbito trabalhista principalmente em

relaccedilatildeo agrave proteccedilatildeo agrave maternidade embora existam vaacuterios entendimentos Portanto

algumas medidas que caracterizavam discriminaccedilatildeo foram revogadas Certamente

42

para a mulher que possui demasiadas tarefas como cuidar dos filhos e da casa e

busca seu espaccedilo como profissional o trabalho eacute uma forma de auxiliar nas

despesas domeacutesticas e as proteccedilotildees acabam sendo um amparo Ainda assim a

incerteza do empregador que jaacute acumula tantos impostos eacute relevante na hora da

contrataccedilatildeo

Apoacutes o estudo das medidas protetivas no trabalho feminino continuamos

falando do trabalho da mulher agora em relaccedilatildeo agraves modificaccedilotildees criadas pela

Reforma Trabalhista Lei 134672017

43

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA

Realiza-se nesse capiacutetulo a apresentaccedilatildeo da mais recente e significativa

modificaccedilatildeo nas regras trabalhistas a Reforma trabalhista A nova lei modificou

201 pontos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) O assunto principal

dessa abordagem eacute o trabalho da mulher e as mudanccedilas com a Reforma bem

como meacutetodos e locais de trabalho da mulher e as obrigaccedilotildees do empregador

Aleacutem disso tambeacutem a insalubridade que eacute o ponto mais questionado no trabalho

da mulher na nova lei e demais regras como amamentaccedilatildeo por exemplo regras

que poderatildeo ser negociadas diretamente com o empregador A Reforma tambeacutem

estabelece novas oportunidades de trabalho bem como o teletrabalho onde eacute

possiacutevel a mulher flexibilizar os horaacuterios em consonacircncia com os cuidados da casa

e dos filhos Poreacutem um breve comentaacuterio sobre a terceirizaccedilatildeo e o distanciamento

dos sindicatos nas homologaccedilotildees dos pedidos de demissatildeo e negociaccedilotildees

coletivas dispositivos que a Reforma introduziu e que satildeo relevantes

Segundo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 39-40) a Lei 13467 de 13

de julho de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Reforma

trabalhista aponta um regresso para o antigo papel do Direito na histoacuteria um

mecanismo de exclusatildeo afastamento da desigualdade entre as pessoas humanas

e grupos sociais Demasiadamente afastada da matriz constitucional a nova lei

instituiu meacutetodos gravemente contraacuterios e regressivos Note-se que o primeiro

capiacutetulo desse trabalho relata a histoacuteria do Direito do Trabalho

De acordo com Krein (2018 p 77) a nova lei foi interpretada como um golpe

do Governo Federal e Congresso contra os desfavorecidos ao aprovar dispositivos

que desmantelam os direitos conquistados nos uacuteltimos 100 anos pelo povo

brasileiro Eacute a elaboraccedilatildeo de regras que redefinem o papel do Estado e delineia um

novo rumo para o Paiacutes

De acordo com Krein (2018 p 78) a hipoacutetese eacute que a contrarreforma buscou

ao mesmo tempo

[] legalizar praacuteticas jaacute existentes no mercado de trabalho e possibilitar um novo ldquocardaacutepiordquo de opccedilotildees aos empregadores para manejar a forccedila de trabalho de acordo com suas necessidades Assim ela busca ajustar o padratildeo de regulaccedilatildeo do trabalho de acordo com as caracteriacutesticas do capitalismo contemporacircneo que fortalece a autorregulaccedilatildeo do mercado ao submeter o trabalhador a uma maior inseguranccedila e ao ampliar a liberdade

44

do empregador em determinar as condiccedilotildees de contrataccedilatildeo o uso da matildeo de obra e a remuneraccedilatildeo do trabalho

Baseado nas mudanccedilas e pelo impacto causado nas regras cogita-se a

possibilidade de um regulamento privado pois fragiliza os sindicatos e as

instituiccedilotildees puacuteblicas Significa um desmonte de direitos a negociaccedilatildeo diretamente

com o empregador assim como a flexibilidade das normas torna o empregado

vulneraacutevel muitas vezes aceitando propostas para natildeo perder o emprego Assim

sendo volta-se para um periacuteodo onde negociaccedilotildees eram feitas entre empregador e

empregado O empregador obtinha vantagem fazia como queria pois era o dono

da induacutestria e os empregados deveriam acatar natildeo tinham opccedilatildeo natildeo tinham

direito a nada (KREIN 2018 p 96)

O conteuacutedo da reforma leva o processo de definiccedilatildeo das regras para o interno

da empresa ateacute mesmo na individualizaccedilatildeo da negociaccedilatildeo para componentes com

melhor remuneraccedilatildeo Conforme Krein (2018 p 78) um afastamento dos sindicatos

onde predomina uma organizaccedilatildeo descentralizada e estruturada com interesses

das empresas Os princiacutepios constitucionais natildeo foram mudados o que gera

conflitos de interpretaccedilatildeo juriacutedica O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho acentua a

inconstitucionalidade de vaacuterias regras da reforma e que ela eacute incompatiacutevel com as

convenccedilotildees internacionais ratificadas no Brasil (KREIN 2018 p 80)

Assim sendo de acordo com Krein (2018 p 80) existiraacute conflitos juriacutedicos

sobre a aplicaccedilatildeo das normas modificadas uma vez que estas poderatildeo alterar o

conteuacutedo na composiccedilatildeo das jurisprudecircncias Desse modo como os juristas

poderatildeo decidir contra a Lei Maior obviamente que nenhuma regra pode contrariar

a Constituiccedilatildeo Federal A reforma trouxe mudanccedilas fundamentais poreacutem a

resistecircncia em torno da regulamentaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho continua e

somente pesquisas futuras indicaratildeo com presteza os impactos da reforma

Primeiramente comenta-se a terceirizaccedilatildeo que suporta o entendimento da

movimentaccedilatildeo de certas atividades executadas da empresa (contratante) para uma

empresa prestadora de serviccedilos (contratada) (GARCIA 2018 p 395)

O novo sistema legal adotado diz (art 4ordm - A da Lei 60191974 com redaccedilatildeo

dada pela Lei 134672017) a Reforma que a

[] terceirizaccedilatildeo eacute a transferecircncia feita pela contratante (tomadora) da execuccedilatildeo de quaisquer atividades inclusive sua atividade principal agrave pessoa juriacutedica de direito privado prestadora de serviccedilos que possua

45

capacidade econocircmica compatiacutevel com a sua execuccedilatildeo (BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O trabalhador eacute funcionaacuterio da empresa prestadora de serviccedilos mas trabalha

para a empresa tomadora O viacutenculo passa a ser triangular ou trilateral Sabe-se

que originalmente a relaccedilatildeo de emprego eacute bilateral ou seja empregado e

empregador que eacute o contratante do serviccedilo disponibilizado (GARCIA 2018 p

395)

Conforme Garcia (2018 p 400) eacute admitido no dispositivo expresso que os

empregados terceirizados possam exercer qualquer funccedilatildeo dentro da empresa

tomadora de serviccedilos inclusive a atividade principal Portanto a terceirizaccedilatildeo natildeo

pode ser equivocada com a intermediaccedilatildeo de matildeo de obra proibida no sistema

juriacutedico que pode derivar em fraude ao viacutenculo empregatiacutecio com o legiacutetimo

empregador (art 9ordm da CLT) e violar o valor social do trabalho (art 1ordm inciso IV da

CF88) A terceirizaccedilatildeo deve ser especiacutefica e tratar de determinados serviccedilos e natildeo

fornecer trabalhadores atraveacutes de empresa contratada Por isso em serviccedilos

terceirizados normalmente a empresa contratada tem sua especialidade

Isso eacute regulamentado no art 5ordm-B da Lei 60191974 dilatado pela Lei

134292017 Veja o dispositivo

Art 5ordm - B O contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos conteraacute (Incluiacutedo pela Lei 134292017) I ndash qualificaccedilatildeo das partes (Incluiacutedo pela Lei 134292017) II ndash especificaccedilatildeo do serviccedilo a ser prestado (Incluiacutedo pela Lei 134292017) III ndash prazo para a realizaccedilatildeo do serviccedilo quando for o caso (Incluiacutedo pela Lei 134292017) IV ndash valor (Incluiacutedo pela Lei 134292017) (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt)

Observa-se que as regras satildeo contraditoacuterias entre si Assim sendo a

terceirizaccedilatildeo natildeo pode prestar serviccedilos geneacutericos somente especiacuteficos Nos

serviccedilos prestados pelas empresas terceirizadas as atividades-meio satildeo um

suporte um acessoacuterio e a atividade-fim eacute o exerciacutecio principal da empresa

(GARCIA 2018 p 401)

Uma regra relevante na terceirizaccedilatildeo eacute o art 5ordm-D da Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiacutedo tambeacutem pela Lei

134672017 Garcia (2018 p 403) cita que consta em sua redaccedilatildeo que o

empregado que atuou na empresa contratante natildeo poderaacute no periacuteodo de 18

46

(dezoito) meses a partir de sua demissatildeo ser admitido pela empresa prestadora de

serviccedilos agrave empresa contratante

De acordo com Garcia (2018 p 396) a terceirizaccedilatildeo eacute muito utilizada nos

dias atuais em razatildeo da diminuiccedilatildeo de custos para as empresas tomadoras

Empresas prestadoras de serviccedilos satildeo mais eficientes tecircm maior produtividade e

competitividade que satildeo fundamentais em momentos de globalizaccedilatildeo

Outra modificaccedilatildeo da Reforma eacute relacionada agraves homologaccedilotildees sindicais nas

rescisotildees contratuais de trabalho onde as negociaccedilotildees poderatildeo ser entre

empregado e empregador sem a necessidade de mediaccedilatildeo ou arbitragem Silva

(2017) ressalta o art 507-B da Lei 134672017 que estabelece a alteraccedilatildeo na lei

trabalhista Veja o dispositivo

Art 507 ndash B Eacute facultado a empregados e empregadores na vigecircncia ou natildeo do contrato de emprego firmar o termo de quitaccedilatildeo anual de obrigaccedilotildees trabalhistas perante o sindicato dos empregados da categoria Paragrafo uacutenico O termo discriminaraacute as obrigaccedilotildees de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constaraacute a quitaccedilatildeo anual dada pelo empregado com eficaacutecia liberatoacuteria das parcelas nele especificadas (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A nova lei revogou o sectsect 1ordm 3ordm e 7ordm do art 477 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho 1943 que obrigava a homologaccedilatildeo sindical no pedido de demissatildeo ou

no recibo de quitaccedilatildeo das parcelas rescisoacuterias devidas (SILVA 2017)

Silva (2017) destaca tambeacutem a redaccedilatildeo do art 477-A que estabelece

ldquodispensas imotivadas individuais pluacuterimas ou coletivas equiparam-se para todos

os fins natildeo havendo autorizaccedilatildeo preacutevia sindical ou celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo ou

acordo coletivo de trabalho para sua efetivaccedilatildeordquo (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Discute-se a constitucionalidade deste dispositivo

pois existem restriccedilotildees agraves demissotildees em massa no art 7ordm I CF88 Assim

constata-se que os desligamentos em massa afetam os contratos de trabalho

individuais perante a sociedade fornecedores e clientes prestadores de serviccedilo

Da mesma forma como a arrecadaccedilatildeo de impostos locais e nacionais a renda e o

consumo dos trabalhadores demitidos

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho revelou uma extrema preocupaccedilatildeo com a

nova lei principalmente nos casos de acordo coletivo sobre o que prevecirc a

legislaccedilatildeo A reforma estabelece a prevalecircncia do negociado sobre o legislado ateacute

mesmo na negociaccedilatildeo dos direitos O empregador teraacute preponderacircncia sobre as

47

leis Algumas normas poderatildeo ser negociadas entre empregador e empregado

(MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO DO TRABALHO - MPT 2018 lthttpportalmptmpbrgt)

A Reforma gerou grandes discussotildees sendo extremamente preocupante para

os oacutergatildeos de proteccedilatildeo ao trabalhador essas novas regras Na flexibilizaccedilatildeo da

negociaccedilatildeo entre empregado e empregador o receio eacute que fuja do controle e o

trabalhador perca forccedila nos contratos de trabalho sem apoio da organizaccedilatildeo

sindical e demais instituiccedilotildees puacuteblicas nos acordos e negociaccedilotildees coletivas com

previsatildeo no art 8ordm VI da Constituiccedilatildeo Federal88 Apesar disso algumas regras

ficaram melhores com a livre negociaccedilatildeo em razatildeo da inviabilidade no cotidiano do

empregado Nas demissotildees em massa a liberaccedilatildeo do sindicato nas homologaccedilotildees

pode trazer prejuiacutezos ao trabalhador supondo que a empresa demita funcionaacuterios

diretos para contratar uma empresa terceirizada Muitas empresas fazem isso e a

intervenccedilatildeo do sindicato poderia necessariamente impedir esse procedimento

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher

Nesse momento apresentam-se os artigos 388 389 e 390 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho CLT (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) estes eacute

que regram os meacutetodos e locais de trabalho da mulher tendo as empresas a

obrigaccedilatildeo de proporcionar lugares para a mulher ter um ambiente de trabalho

saudaacutevel e seguro De iniacutecio mostra-se o artigo 388 modificado pela Lei 7855 de

24 de outubro de 1989 (BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe o

dispositivo

Art 388 - Em virtude de exame e parecer da autoridade competente o Ministro do Trabalho Induacutestria e Comercio poderaacute estabelecer derrogaccedilotildees totais ou parciais agraves proibiccedilotildees a que alude o artigo anterior quando tiver desaparecido nos serviccedilos considerados perigosos ou insalubres todo e qualquer caraacuteter perigoso ou prejudicial mediante a aplicaccedilatildeo de novos meacutetodos de trabalho ou pelo emprego de medidas de ordem preventiva (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 261) diz que a vigecircncia deste artigo

aponta erro do legislador pois se refere expressamente ao artigo anterior que

proibia o trabalho das mulheres em atividades perigosas e insalubres nos

subteacuterreos mineraccedilotildees e subsolo o art 387 que foi revogado pela Lei 78551989

(BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observa-se que o motivo pelo qual o

48

artigo existe sumiu surgindo uma possibilidade de lacuna na legislaccedilatildeo trabalhista a

regra natildeo estaacute vigente natildeo haacute casos em que possa incidir

De acordo com Martins (2014 p 667) natildeo eacute mais proibido o trabalho das

mulheres em lugares subteacuterreos pedreiras mineraccedilotildees e subsolo obras puacuteblicas ou

particulares Ateacute mesmo a Constituiccedilatildeo Federal88 natildeo proiacutebe as atividades

insalubres mulheres podem trabalhar em locais perigosos por exemplo em postos

de gasolina

Ratificada no Brasil a Convenccedilatildeo nordm 136 de 1971 estabelece proteccedilatildeo aos

riscos de intoxicaccedilatildeo por benzeno vedando agraves mulheres graacutevidas e lactantes de

trabalharem em locais onde existe exposiccedilatildeo de benzeno (MARTINS 2014 p 667)

Seguindo essa ordem de acordo com o art 389 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) eacute obrigaccedilatildeo de toda

empresa

Art 389 Toda empresa eacute obrigada I ndash a prover os estabelecimentos de medidas concernentes agrave higienizaccedilatildeo dos meacutetodos e locais de trabalho tais como ventilaccedilatildeo e iluminaccedilatildeo e outros que fizerem necessaacuterios agrave seguranccedila e ao conforto das mulheres a criteacuterio da autoridade competente II ndash a instalar bebedouros lavatoacuterios aparelhos sanitaacuterios dispor de cadeiras e bancos em nuacutemero suficiente que permitam aacutes mulheres trabalhar sem esgotamento fiacutesico III ndash a instalar vestiaacuterios com armaacuterios individuais privativos das mulheres exceto os estabelecimentos comerciais escritoacuterios bancos e atividades afins em que seja exigida a troca de roupa e outros a criteacuterio da autoridade competente em mateacuteria de seguranccedila e higiene do trabalho admitindo ndash se como suficientes as gavetas ou escaninhos onde possam as empregadas guardar seus pertences IV - a fornecer gratuitamente a juiacutezo da autoridade competente os recursos de proteccedilatildeo individual tais como oacuteculos maacutescaras luvas e roupas especiais para a defesa dos olhos do aparelho respiratoacuterio e da pele de acordo com a natureza do trabalho sect 1ordm Os estabelecimentos que trabalharem pelo menos 30 (trinta mulheres) com mais de 16 (dezesseis) anos de idade teratildeo local apropriado onde seja permitido agraves empregadas guardar sob vigilacircncia e assistecircncia os seus filhos no periacuteodo da amamentaccedilatildeo sect 2ordm a exigecircncia do sect1ordm poderaacute ser suprida por meio de creches distritais mantidas diretamente ou mediante convecircnios com outras entidades publicas ou privadas pelas proacuteprias empresas com regime comunitaacuterio ou a cargo do SESI do SESC da LBA ou de entidades sindicais (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Eacute obrigaccedilatildeo das empresas promoverem ambientes saudaacuteveis com iluminaccedilatildeo

e ventilaccedilatildeo adequada Martins conforme Machado (2017 p 261) dispotildee que essas

regras se apresentam detalhadas nos artigos 175 a 178 do Decreto-Lei 54521943

no Capiacutetulo V do Titulo II (Da Seguranccedila e Medicina do Trabalho)

49

Martins conforme Machado (2017 p 261) afirma que eacute obrigatoriedade de as

empresas fornecerem aacutegua potaacutevel sanitaacuterios e lavatoacuterios Essa norma tambeacutem eacute

estabelecida no art 200 VII da mesma Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

Vestiaacuterios com armaacuterios individuais reservados agraves mulheres eacute uma regra que

abrange empresas em que funcionaacuterias necessitem trocar de roupa como por

exemplo hospitais Nos demais estabelecimentos previstos basta que tenham uma

gaveta ou um escaninho para guardar seus objetos

O fornecimento de equipamentos de proteccedilatildeo individual toda empresa deve

dispor desse material com o objetivo de preservar o empregado em determinadas

funccedilotildees evitando os acidentes de trabalho A regra se aplica de um modo geral

como diz a redaccedilatildeo do art 166 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 262)

Empresas que trabalham com ao menos 30 mulheres devem ter locais

adequados para que as empregadas deixem seus filhos em periacuteodo de

amamentaccedilatildeo Garcia (2018 p 1080) diz que a regra pode ser flexiacutevel se as

empresas tiverem convecircnios com creches ou com outras entidades puacuteblicas ou

privadas O Ministeacuterio do Trabalho estabelece o auxiacutelio-creche na Portaria 3296 de

03 de setembro de 1986 (BRASIL 1986 lthttpswwwlegiswebcombrgt) O art 7ordm

inciso XXV da CF88 proporciona o direito aos filhos dependentes de ateacute 5 (cinco)

anos de assistecircncia gratuita nas preacute-escolas e creches

Martins conforme Machado (2017 p 262) apresenta a Portaria 3296 de 03 de

setembro de 1986 modificada pela Portaria do MPT 67097 (BRASIL 1997

lthttpwwwlegiswebcombrgt) Nesta apresenta-se o reembolso-creche desde que

assegurado em convenccedilotildees coletivas o benefiacutecio deve cobrir as despesas integrais

com creches ateacute os 6 meses de idade tempo em que o empregador estaria

responsaacutevel pelos periacuteodos de amamentaccedilatildeo com redaccedilatildeo no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Se o empregador natildeo tem condiccedilotildees de

assegurar um local adequado para a amamentaccedilatildeo poderaacute disponibilizar

possibilidades nas creches conveniadas mantidas por entidades citadas em lei

Segundo Garcia (2018 p 1081) o artigo 390 do Decreto-Lei 545243 destaca

o seguinte ldquoao empregador eacute vedado empregar a mulher em serviccedilo que demande o

emprego de forccedila muscular superior a 20 (vinte) quilos para trabalho continuo ou 25

(vinte e cinco) quilos para trabalho ocasionalrdquo (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

50

A regra eacute destinada em face de proteger a mulher de serviccedilos pesados

resguardando sua totalidade fiacutesica No entanto acentua-se a vigecircncia deste artigo

visto que haacute casos em que a mulher se apresenta superior a muitos homens tanto eacute

que exercem funccedilotildees reconhecidamente masculinas Martins conforme Machado

(2017 p 263) relata que deveria ser permitido agraves mulheres escolher suas

atividades conforme as condiccedilotildees de fazecirc-lo reservando-se a vedaccedilatildeo somente em

casos de empregada gestante com o propoacutesito de proteger a maternidade

42 Atividades insalubres

De acordo com Martins (2014 p 723) a insalubridade afeta diariamente a

sauacutede do trabalhador causando doenccedilas em trabalhadores expostos a riscos como

ruiacutedos vibraccedilotildees calor frio umidade radiaccedilotildees gases vapores entre outros No

Brasil existe um controle sobre a insalubridade com o pagamento de adicional pelas

condiccedilotildees de trabalho insalubres e perigosas previsto no art 7ordm inciso XXIII da

CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O art 189 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) explica que satildeo consideradas atividades insalubres

condiccedilotildees ou meacutetodos de trabalho que submetam os trabalhadores a agentes

nocivos agrave sauacutede aleacutem da permissatildeo fixada devido agrave natureza e agrave intensidade do

agente e o tempo de exibiccedilatildeo e seus efeitos Para que seja considerado insalubre eacute

necessaacuterio verificar se os agentes nocivos estatildeo acima do limite permitido O art

190 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz que o Ministeacuterio do Trabalho eacute quem determina o

quadro de atividades insalubres e aponta as normas sobre os paracircmetros de

caracterizaccedilatildeo da insalubridade limites de toleracircncia tempo de exposiccedilatildeo do

empregado e os meios de proteccedilatildeo (MARTINS 2014 p 723)

De acordo com Garcia (2018 p 1164) as atividades e operaccedilotildees insalubres

apresentam-se indicadas na NR 15 da Portaria do Ministeacuterio do Trabalho 32141978

(BRASIL 1978 lthttpswwwlegiswebcombrgt) A Norma Regulamentadora

descreve os fatores quiacutemicos fiacutesicos e bioloacutegicos que satildeo prejudiciais agrave sauacutede do

trabalhador assim como os limites de toleracircncia

Conforme Martins (2014 p 723) a insalubridade pode ser eliminada ou

neutralizada se a empresa aplicar medidas que mantenham os locais insalubres

51

dentro dos limites de toleracircncia e que o trabalhador utilize os equipamentos de

proteccedilatildeo individual (EPI) Natildeo haveraacute direito ao adicional de insalubridade quando

cessar o risco agrave sauacutede ou integridade fiacutesica ou se o empregado for afastado para

outro setor que natildeo seja insalubre

Garcia (2018 p 1165) aponta o art 191 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece como

a insalubridade pode ser neutralizada ou eliminada

Art 191 A eliminaccedilatildeo e neutralizaccedilatildeo da insalubridade correraacute (Redaccedilatildeo dada pela Lei 6514 de 22121977) I ndash com a adoccedilatildeo de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) II ndash com a utilizaccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual ao trabalhador que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) Paragrafo uacutenico Caberaacute as Delegacias Regionais do Trabalho comprovada a insalubridade notificar as empresas estipulando prazos para sua eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo na forma deste artigo (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

De acordo com Garcia (2018 p 1166) o adicional de insalubridade eacute devido a

razatildeo de 40 (grau maacuteximo) 20 (grau meacutedio) e 10 (grau miacutenimo) calculado

sobre o salaacuterio miacutenimo conforme descrito no art 192 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe a regra

Art 192 O exerciacutecio do trabalho em condiccedilotildees insalubres acima dos limites de toleracircncia estabelecidos pelo Ministeacuterio do Trabalho assegura a percepccedilatildeo de adicional respectivamente de 40 (quarenta por cento) 20 (vinte por cento) e 10 (dez por cento) do salario miacutenimo da regiatildeo segundo se classifiquem nos graus maacuteximo meacutedio e miacutenimo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Segundo Garcia (2018 p 1166) [] ldquono caso de incidecircncia de mais de um

fator de insalubridade seraacute considerado apenas o de grau mais elevado para efeito

de acreacutescimo salarial sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativardquo O Recurso Ordinaacuterio

julgado em 04 de setembro de 2018 pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf

Regiatildeo 6ordf Turma tendo como Relator o Desembargador Fernando Luiz de Moura

Cassal refere-se agrave insalubridade cumulativa que eacute proibida

EMENTA ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE EM GRAUS MEacuteDIO E MAacuteXIMO PERCEPCcedilAtildeO CUMULATIVA IMPOSSIBILIDADE Nos termos do item 153 da NR-15 da Portaria nordm 321478 constatada a incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas considerado o de grau mais

52

elevado sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativa (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Martins (2014 p 725) o certo seria que o trabalhador natildeo fosse

submetido agraves atividades insalubres que satildeo prejudiciais agrave sauacutede Portanto para a

empresa eacute mais vantajoso pagar o adicional de insalubridade do que suprimir o

agente nocivo O trabalhador submete-se a trabalhar em locais insalubres para

aumentar seu miacutesero salaacuterio O valor do adicional de insalubridade eacute muito baixo

por isso o empregador fica agrave vontade para exigir o trabalho em locais insalubres

Apoacutes um momentacircneo resumo sobre a insalubridade mostra-se como esta

interfere no trabalho da mulher gestante As mulheres eram expostas a ocupaccedilotildees

nocivas com exaustivas jornadas de trabalho e aceitavam a situaccedilatildeo para natildeo

perder o emprego Nas primeiras leis as mulheres eram proibidas de trabalhar em

lugares insalubres sendo que isso foi mudando Atualmente a Constituiccedilatildeo Federal

natildeo proiacutebe as mulheres de trabalharem em lugares insalubres mas para as

gestantes as regras satildeo diferentes

Conforme Garcia (2018 p 1082) anteriormente o artigo 394-A da Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) dizia que ldquoa gestante

seria afastada de qualquer ambiente insalubre na empresa durante a gestaccedilatildeo e a

lactaccedilatildeo realizando suas funccedilotildees em local salubrerdquo

Com a Lei 134672017 o art 394-A eacute alterado novamente A empregada

gestante deve ser afastada das atividades insalubres em grau maacuteximo Em

atividades com insalubridade de grau meacutedio e miacutenimo a gestante deve ser afastada

se apresentar atestado meacutedico constando que o local insalubre eacute prejudicial agrave

sauacutede Jaacute no inciso III do art 394-A da Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a empregada deve ser afastada mediante atestado

meacutedico de atividades insalubres de durante a lactaccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

De acordo com Garcia (2018 p 1083) sem restriccedilotildees de salaacuterio menciona o

art 394 ndash A sect 2ordm da Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

destacando que a empresa deve pagar o adicional de insalubridade mesmo que a

gestante trabalhe em local salubre por questotildees de folha de pagamento e

contribuiccedilotildees do INSS O artigo em questatildeo seraacute apresentado mais detalhadamente

no proacuteximo conteuacutedo desse capiacutetulo com a nova redaccedilatildeo e observaccedilotildees

53

A lei permite o trabalho da mulher gestantelactante em lugares insalubres

apresentando atestado meacutedico mas a decisatildeo de correr o risco eacute do empregador e

da empregada A empregada deve concordar em trabalhar em local insalubre por

livre vontade Contudo poderatildeo sofrer consequecircncias em relaccedilatildeo agrave sauacutede tanto da

matildee quanto do feto

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino

De acordo com Ahad (2017) a Reforma trabalhista trouxe consideraacuteveis

mudanccedilas para o trabalho da mulher Apesar disso o Brasil ateacute agora estaacute distante

de reduzir a desigualdade de gecircnero no mercado de trabalho

A nova lei modificou quatro dispositivos do Capitulo III do Tiacutetulo III da CLT que

envolve regras de proteccedilatildeo agrave mulher tais como a) a revogaccedilatildeo do paraacutegrafo uacutenico

do art 372 da CLT b) revogaccedilatildeo do art 384 da CLT c) nova redaccedilatildeo para o

composto do art 394-A da CLT e d) inserccedilatildeo de novo sect2ordm no art 396 da CLT

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 147)

O art 5ordm I ldquohrdquo da Lei 134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbr)

revogou o paraacutegrafo uacutenico do art 372 da CLT Veja o texto do art 372 e seu

paraacutegrafo uacutenico agora revogado

Art 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a proteccedilatildeo especial instituiacuteda por este Capiacutetulo Paraacutegrafo uacutenico - Natildeo eacute regido pelos dispositivos a que se refere este artigo o trabalho nas oficinas em que sirvam exclusivamente pessoas da famiacutelia da mulher e esteja esta sob a direccedilatildeo do esposo do pai da matildee do tutor ou do filho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em razatildeo de notaacuteveis princiacutepios constitucionais imperativos a norma revogada

jaacute natildeo vigorava O caput do art 5ordm da CF88 (BRASIL 1988

httpwwwplanaltogovbrgt) foi ajustado com o inciso I do mesmo art 5ordm sendo um

e outro evidenciando o princiacutepio da igualdade na ordem juriacutedica brasileira Ainda

assim o inciso I do art 5ordm separadamente acentua a evidente igualdade entre

homens e mulheres em direitos e obrigaccedilotildees (DELGADO MG DELGADO GN

2017 p 148)

54

A regra do paraacutegrafo uacutenico do art 372 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) demonstra incompatibilidade com duas normas

constitucionais apresentadas Por conseguinte desde cinco de outubro de 1988 a

referida regra natildeo mais persiste na ordem juriacutedica do Paiacutes (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 148) outra norma de

garantia agrave mulher e seu amparo no mercado e trabalho estaacute evidenciada no inciso

XX art 7ordm da Constituiccedilatildeo de 1988 sendo ele ldquoXX - proteccedilatildeo do mercado de

trabalho da mulher mediante incentivos especiacuteficos nos termos da leirdquo (BRASIL

1988 httpwwwplanaltogovbrgt)

O paraacutegrafo uacutenico do art 372 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho natildeo foi

admitido porque se encontrava em atitude antieacutetica ao domiacutenio procedente do art

7ordm XX da Constituiccedilatildeo Federal Ao inveacutes de firmar a proteccedilatildeo e incentivos

referentes ao mercado de trabalho da mulher confirmava manifestas de

desproteccedilatildeo e inclusive discriminaccedilatildeo (DELGADO MG DELGADO GN 2017

p 148)

Tambeacutem foi revogado o art 384 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que previa 15 minutos de descanso antes de iniciar o

periacuteodo de hora extra Esse dispositivo foi revogado pelo art 5ordm inciso I i da Lei

134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt) Veja o texto da norma

revogada ldquoArt 384 - Em caso de prorrogaccedilatildeo do horaacuterio normal seraacute obrigatoacuterio um

descanso de 15 (quinze) minutos no miacutenimo antes do iniacutecio do periacuteodo

extraordinaacuterio do trabalhordquo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Retirou da

mulher uma vantagem especiacutefica dada pela ordem juriacutedica o intervalo de 15

minutos antes de qualquer prorrogaccedilatildeo da jornada laboral (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

Ahad (2017) comenta que este regimento foi inserido na Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho de 1943 em razatildeo de que as mulheres na eacutepoca precisavam pedir

permissatildeo aos maridos para que permanecessem ateacute mais tarde no trabalho A

continuidade deste dispositivo na lei natildeo tinha mais significado algum visto que a

regra gerava dificuldade no momento da contrataccedilatildeo das mulheres e concluindo que

elas precisavam fazer hora extra para manter seus empregos

O art 384 confronta a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art

7ordm inciso XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo

55

estabelecendo regra protetiva ao trabalho feminino diferenciado do homem o que

natildeo confere na atualidade (GARCIA 2018 p 1076-1077)

As garantias juriacutedicas suplementares atribuiacutedas agrave mulher pelo Direito ademais

o Direito do Trabalho satildeo segundo foi visto amparadas pela Constituiccedilatildeo Federal

Ela se voltou como se sabe para a eliminaccedilatildeo da discriminaccedilatildeo milenar arquitetada contra as mulheres na sociedade histoacuterica natildeo soacute mediante a proibiccedilatildeo do tratamento diferenciado com relaccedilatildeo aos homens como tambeacutem pela agregaccedilatildeo de vantagens adicionais especiacuteficas fundadas em peculiaridades consideradas relevantes no que tange as razotildees bioloacutegicas e socioloacutegicas da mulher A retirada de direitos das mulheres eacute uma conduta legislativa contraacuteria ao espiacuterito constitucional de 1988 uma incompreensatildeo a respeito da sociedade livre justa e solidaacuteria que a Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica quer ver instaurada no paiacutes (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 148-149)

O argumento relativo pertencente agrave dificuldade praacutetica que pode envolver a

execuccedilatildeo do art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 foi

solucionado pelo proacuteprio Decreto-Lei 54521943 em seu art 71 sect4ordm que

estabelece o pagamento do referente intervalo natildeo observado no esboccedilo concreto

da relaccedilatildeo de emprego (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 149)

Repare o julgamento da Relatora Ministra Angela Rosi Almeida Chapper da 5ordf

Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf Regiatildeo onde eacute possiacutevel verificar a

negociaccedilatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo entre empregada e empregador

amparados pela legislaccedilatildeo Portanto se a empregada natildeo usufruir destes intervalos

estes deveratildeo ser pagos respectivamente como hora extraordinaacuteria conforme o art

71 sect4ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Os periacuteodos para a amamentaccedilatildeo

destinam-se ao bem-estar da crianccedila e natildeo da empregada Por essa razatildeo o

empregador tem o dever de cumprir a regra Observe a decisatildeo

EMENTA INTERVALO PARA AMAMENTACcedilAtildeO SUPRESSAtildeO PAGAMENTO COMO HORA EXTRA DANO MORAL A natildeo concessatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo previstos no art 396 da CLT ou sua acumulaccedilatildeo para concessatildeo de folgas futuras que natildeo asseguram a proteccedilatildeo do lactente ensejam o seu pagamento como hora extra na forma do art 71 sect4ordm da CLT com observacircncia do disposto no precedente nordm 52 deste Regional Natildeo eacute presumido o dano moral em razatildeo da natildeo fruiccedilatildeo dos intervalos Recurso da reclamada parcialmente provido no toacutepico e recurso da reclamante desprovido (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

A Reforma trabalhista conforme Delgado MG e Delgado GN (2017 p 149)

deu nova redaccedilatildeo ao art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho modificando

56

seu caput e acrescentando os incisos I II e III aleacutem dos sectsect 2ordm e 3ordm Relativamente

ao sect1ordm foi apenas contemplado do antigo paraacutegrafo uacutenico mas prossegue vetado

desde a sua origem (Lei 13287 de 11052016-paraacutegrafo uacutenico do art 394-A vetado

pela Presidecircncia da Repuacuteblica)

A propoacutesito essa condiccedilatildeo normativa (art 394-A) havia sido incluso agrave

Consolidaccedilatildeo apenas cerca de um ano antes em 11 de maio de 2016 pela Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpplanaltogovbrgt) com o seguinte entendimento

ldquoArt 394-A A empregada gestante ou lactante seraacute afastada enquanto durar a

gestaccedilatildeo e a lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou locais insalubres

devendo exercer suas atividades em local salubrerdquo (DELGADO MG DELGADO

GN 2017 p 149)

Anteriormente a redaccedilatildeo da Lei 132872016 era permitido o trabalho insalubre

das mulheres em praticamente todos os graus de insalubridade Agora o

distanciamento ocorre apenas em casos de insalubridade em grau maacuteximo A nova

lei liberou a gestante para trabalhar em locais insalubres Silva (2017) cita que satildeo

poucos casos onde o grau de insalubridade eacute maacuteximo mencionados na extensatildeo

dos 14 anexos da NR 15 A insalubridade de grau maacuteximo existe no contato com

agentes quiacutemicos e com agentes bioloacutegicos com risco aumentado como em centros

ciruacutergicos limpeza de bueiros e necroteacuterios

A maior parte dos anexos lida com o grau meacutedio de ruiacutedos excessivos ruiacutedos

de impacto exposiccedilatildeo ao calor e frio As gestantes em sua maioria encontram-se

trabalhando em locais de insalubridade de grau meacutedio Mas existe a inquietaccedilatildeo

pelo trabalho das gestantes em centros ciruacutergicos e salas de radiografia onde a matildeo

de obra feminina eacute facilmente aceitaacutevel (SILVA 2017)

Ainda de acordo com Silva (2017) a nova composiccedilatildeo do art 394-A da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 afasta imediatamente a gestante dos

locais insalubres em grau maacuteximo Aqui estaacute o novo texto

Art 394 ndash A Sem prejuiacutezo de sua remuneraccedilatildeo nesta incluiacutedo o valor do adicional de insalubridade a empregada deveraacute ser afastada de I ndash atividades consideradas insalubres em grau maacuteximo enquanto durar a gestaccedilatildeo II ndash atividades consideradas insalubres em grau meacutedio ou miacutenimo quando a mulher apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeo III ndash atividades consideradas insalubres em qualquer grau quando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeo

57

sect 1ordm (VETADO) (Redaccedilatildeo dada pela Lei 13467 de 2017) sect 2ordm Cabe a empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a compensaccedilatildeo observado o disposto no art 248 da Constituiccedilatildeo Federal por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo a pessoa fiacutesica que lhe presta serviccedilo sect 3ordm Quando natildeo for possiacutevel que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerccedila suas atividades em local salubre na empresa a hipoacutetese seraacute considerada como gravidez de risco e ensejaraacute a percepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei nordm 8213 de 24 de julho de 1991 durante todo o periacuteodo de afastamento (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Por sinal haacute que se ressaltar a inexistecircncia no regulamento juriacutedico do sect 1ordm do

art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ao diverso pelo texto expedido

pela Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Sem duacutevida um

erro material (referecircncia a um meio legal que ao menos existe) resultado da

tramitaccedilatildeo precipitada que caracterizou a composiccedilatildeo e o movimento do atinente

projeto de lei da Reforma trabalhista nas duas Casas Congressuais (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 150)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150) a nova lei fez a

inclinaccedilatildeo pelo distanciamento automaacutetico da mulher do ambiente insalubre

enquanto durar a gestaccedilatildeo somente no caso de insalubridade em grau maacuteximo

(novo inciso I do art 394-A)

Observa-se a recente decisatildeo do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo

2ordf Turma tendo como Relator o Ministro Marcelo Jose Ferlin DAmbroso em razatildeo

do direito ao adicional de insalubridade em grau maacuteximo agrave empregada gestante que

realizava limpeza de sanitaacuterios em hospital sendo exposta a riscos de contaminaccedilatildeo

devido ao contato com agentes bioloacutegicos

EMENTA ADICIONAL DE INSALUBRIDADE GRAU MAacuteXIMO LIMPEZA DE LIXO DE BANHEIRO DE LEITOS DO HOSPITAL 1 As atividades de lavagem de sanitaacuterios de leitos de hospital expuseram a trabalhadora ao risco permanente de contato com agentes bioloacutegicos patogecircnicos caracterizando insalubridade em grau maacuteximo nos termos do Anexo 14 da NR-15 da Portaria MTE 321478 Nem mesmo a utilizaccedilatildeo de luvas eacute capaz de elidir a accedilatildeo nociva dos agentes bioloacutegicos pois a contaminaccedilatildeo ocorre natildeo apenas pela via cutacircnea mas tambeacutem pelas vias respiratoacuterias 2 A avaliaccedilatildeo da insalubridade em tais casos eacute qualitativa e natildeo quantitativa de modo que independentemente do tempo de exposiccedilatildeo da trabalhadora os elementos patogecircnicos por se disseminarem facilmente possibilitam a promoccedilatildeo de doenccedila em apenas um contato Devido o pagamento do adicional de insalubridade em grau maacuteximo GARANTIA PROVISOacuteRIA NO EMPREGO GESTANTE Para que a empregada gestante tenha direito agrave garantia provisoacuteria no emprego assegurada no art 10 II aliacutenea b do ADCT basta que esteja graacutevida ao tempo da rescisatildeo ainda que natildeo tenha

58

ciecircncia de seu estado graviacutedico durante a vigecircncia do contrato de trabalho (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Pipek Dutra e Magano (2018 p 22-23) enquanto a lei antiga proibia

as gestantes e lactantes de trabalhar em locais insalubres No entanto a nova regra

permite que a empregada gestante realize atividades em locais insalubres de grau

meacutedio ou miacutenimo desde que ocorra por espontacircnea vontade mostrando atestado

meacutedico autorizando o trabalho A nova regra visa evitar a discriminaccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho devido agraves suas peculiaridades natildeo demonstrando o

desinteresse para com a sauacutede da matildee e do bebecirc mas oportunizando a mulher de

escolher pois impotildee a apresentaccedilatildeo de atestado meacutedico da trabalhadora e que a

decisatildeo seja da empregada

Nas situaccedilotildees de insalubridade em grau meacutedio e miacutenimo esse distanciamento

ocorreraacute quando a mulher apresentar atestado de sauacutede expedido por meacutedico de

sua confianccedila ldquo[] que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeordquo (inciso II do

art 394-A) (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

O inciso III do art 394-A acrescenta ainda que o afastamento possa ocorrer

no tempo do periacuteodo da amamentaccedilatildeo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150)

trazem que a norma estabelece esse afastamento de atividades insalubres em

qualquer grau quando a trabalhadora ldquoapresentar atestado de sauacutede emitido por

meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeordquo

Veja a decisatildeo do Relator Nelson Antocircnio Monteiro Pacheco da 3ordm Cacircmara

Ciacutevel do Tribunal de Justiccedila do Rio Grande do Sul que trata de Agravo de

Instrumento interposto pela Prefeitura Municipal de Novo XinguRS em face de

liminar em mandado de seguranccedila deferido para realocaccedilatildeo da empregada gestante

em local de trabalho livre de insalubridade com base no art 394-A da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho No entanto a agravada eacute servidora puacuteblica e natildeo regida pelo

Decreto-Lei 545243 mas sim por regime juriacutedico dos servidores municipais Assim

sendo a regra eacute inaplicaacutevel Decisatildeo unacircnime dando provimento ao agravo

AGRAVO DE INSTRUMENTO MANDADO SE SEGURANCcedilA SERVIDORA PUacuteBLICA GESTANTE MUNICIacutePIO DE NOVO XINGU LIMINAR DEFERIDA REALOCACcedilAtildeO PARA LOCAL LIVRE DE INSALUBRIDADE IMPOSSIBILIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL INAPLICABILIDADE DO ART 394-A da CLT 1 A parte agravada eacute servidora gestante do Municiacutepio de Novo Xingu cargo de Auxiliar Odontoacuteloga e eacute regida pelo Regime Juriacutedico dos Servidores Puacuteblicos Municipais Lei-NX nordm 11902 Entretanto inexiste na legislaccedilatildeo em comento previsatildeo de realocaccedilatildeo de servidor muito menos de aplicaccedilatildeo

59

subsidiaacuteria da CLT nos casos omissos 2 Natildeo haacute como falar ilegalidade ou abuso de poder da administraccedilatildeo que tivesse violado direito liacutequido e certo da servidora a ensejar o deferimento da medida liminar como foi feita na origem sendo muito discutiacutevel a utilizaccedilatildeo do mandado de seguranccedila 3 Natildeo tendo se verificado em um primeiro momento ilegalidade no agir da administraccedilatildeo quando negou o pedido administrativo de realocaccedilatildeo da servidora gestante deve ser reformada a decisatildeo agravada sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da isonomia com outras servidoras em situaccedilotildees semelhantes 4 Decisatildeo liminar reformada AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO (BRASIL 2018 lthttpwwwtjrsjusbrgt)

Registra-se que a expressatildeo juriacutedica concernente a ldquoatestado de sauacutederdquo

ldquoemitido por meacutedico de confianccedila da mulherrdquo supera qualquer ordem de vantagem

entre meacutedicos serviccedilos meacutedicos e atestados meacutedicos tendo como exemplo a ordem

de preferecircncia anunciada na Suacutemula 282 do TST Refere-se meramente ao meacutedico

de confianccedila da mulher ou lactante Este eacute o entendimento do texto evidente da

nova regra legal (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Fica acentuado que em todas as trecircs situaccedilotildees de afastamento a insalubridade

maacutexima meacutedia ou miacutenima eacute caracterizada pelo caput do art 394-A cabendo agrave

empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a

compensaccedilatildeo ldquo[] por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a

folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo agrave

pessoa fiacutesica que lhe preste serviccedilosrdquo Em suma para a Lei o custo desse direito

trabalhista eacute sustentado pelo INSS o que eacute correto e seguro (Convenccedilatildeo nordm 103 art

4ordm inciso VIII da OIT) Natildeo obstante o empregador que fizer o pagamento premente

agrave empregada na folha mensal de pagamentos da empresa seraacute ressarcido logo em

seguida (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Conforme Silva (2017) o adicional de insalubridade eacute pago em folha para a

empregada e posteriormente ressarcido das contribuiccedilotildees sociais devidas ou seja a

Previdecircncia Social pagaraacute o adicional como o salaacuterio-maternidade Cabe agrave empresa

somente o adiantamento do valor em holerite Foi uma forma que a reforma

encontrou para natildeo sobrecarregar o empregador pois sendo assim o encargo fica

de responsabilidade dos cofres puacuteblicos Tambeacutem foi uma forma de evitar a

discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo do trabalho feminino

O sect 4ordm do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta duas hipoacuteteses A primeira eacute no fundamento

de que havendo a viabilidade do afastamento da trabalhadora do local insalubre ela

precisaraacute ser completamente distanciada mas para desenvolver ldquoatividades em

60

locais salubres da empresardquo esta opccedilatildeo predomina conservando-se como visto

(caput do art 394 ndash A da CLT) de todo jeito o pagamento do adicional de

insalubridade (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150-151)

Contudo quando natildeo houver local salubre ou a proacutepria atividade da

empregada ser considerada insalubre ela deveraacute ser inteiramente afastada do

trabalho considerando-se a possibilidade de ldquogravidez de riscordquo com oportunidade

da ldquopercepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei 8213 de 24 de julho de

1991 durante todo periacuteodo de afastamentordquo (sect 4ordm art 394- A da CLT) (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 151)

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a nova redaccedilatildeo do

art 394-A II e III em razatildeo da seguinte expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de

sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo

Refere-se agrave Accedilatildeo Direta de Inconstitucionalidade 5938 com pedido de medida

cautelar ajuizada pela Confederaccedilatildeo Nacional dos Trabalhadores Metaluacutergicos A

parte autora alega que a regra em questatildeo vulneraria as normas constitucionais

sobre proteccedilatildeo agrave maternidade agrave gestante ao nascituro e ao receacutem-nascido (arts 6ordm

7ordm XXXIII 196 201 II 203 I todos da Constituiccedilatildeo Federal) Aleacutem do mais

desrespeitaria a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho (art

1ordm III e IV da CF) dentre outros direitos constitucionais (BRASIL 2019

lthttpwwwportalstfjusbrgt) Repare a decisatildeo

Decisatildeo O Tribunal por unanimidade conheceu da accedilatildeo direta de inconstitucionalidade Por maioria confirmou a medida cautelar e julgou procedente o pedido formulado na accedilatildeo direta para declarar a inconstitucionalidade da expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo contida nos incisos II e III do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) inseridos pelo art 1ordm da Lei 134672017 nos termos do voto do Relator vencido o Ministro Marco Aureacutelio Falaram pelo amicus curiae Confederaccedilatildeo Nacional de Sauacutede ndash CNS o Dr Marcos Vinicius Barros Ottoni e pelo amicus curiae Central Uacutenica dos Trabalhadores ndash CUT o Dr Ricardo Quintas Carneiro Presidecircncia do Ministro Dias Toffoli Plenaacuterio 29052019 (BRASIL 2019 lthttpwwwportalstfjusbrgt)

O principal objetivo da permissatildeo agraves gestantes e lactantes trabalharem em

locais insalubres eacute o aumento das oportunidades de trabalho para as mulheres As

empresas optam por natildeo contratarem mulheres devido ao risco de assumirem as

consequecircncias peculiares agrave estaccedilatildeo sendo que mesmo aquelas que natildeo querem ter

filhos acabam perdendo a oportunidade de emprego Dessa forma mesmo diante

61

dos argumentos mencionados a lei bate de frente com a proteccedilatildeo agrave sauacutede da

empregada e do nascituro pois a proteccedilatildeo ao trabalho natildeo pode ser mais relevante

que a proteccedilatildeo agrave vida (AHAD 2017)

Por fim a Lei 134672017 modificou o anterior paraacutegrafo uacutenico em sect 1ordm do art

396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e acrescentou o sect 2ordm observando que os periacuteodos de

descanso para amamentaccedilatildeo devem ser discutidos em acordo individual entre

empregada e empregador (GARCIA 2018 p 1084)

Veja a norma legal na iacutentegra com as alteraccedilotildees feitas pela nova lei

Art 396 Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 13467 de 2017) sect 1ordm Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (Remunerado pela Lei nordm 13467 de 1372017) sect 2ordm Os horaacuterios dos descansos previstos no caput deste artigo deveratildeo ser definidos em acordo individual entre mulher e o empregador (Incluiacutedo pela Lei 13467 de 1372017) (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

As pausas especiais previstas no art 396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) pertinentes aos periacuteodos de

amamentaccedilatildeo ao longo da jornada de trabalho da obreira satildeo remuneradas De

natureza fundamental respectivamente tecircm de ser cumpridos pelo empregador

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 151)

Poreacutem a alteraccedilatildeo possibilita a negociaccedilatildeo destes intervalos entre empregada

e empregador sem a intervenccedilatildeo do sindicato conforme a necessidade de ambos

podendo os (2) dois intervalos serem transformados em (1) um (PIPEK DUTRA

MAGANO 2017 p 23)

Para Delgado MG e Delgado GN (2017 p 151) a nova Lei 134672017

optou por explicitar o que jaacute tende a ser aplicado nas relaccedilotildees de trabalho ou seja a

determinaccedilatildeo consensual a respeito do melhor horaacuterio para que sejam cumpridos

esses dois intervalos especiais de meia hora cada um ao longo da jornada laboral

De acordo com Ahad (2017) a reforma trouxe novas possibilidades de trabalho

para a mulher observando a flexibilidade em horaacuterios como o teletrabalho o

trabalho intermitente e o trabalho autocircnomo que podem trazer benefiacutecios que

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possibilitam a mulher conciliar com a criaccedilatildeo dos filhos trabalhos domeacutesticos e

estudos aleacutem do tempo e economia no deslocamento de ida e volta do trabalho

Mesmo com as novidades trazidas Ahad (2017) aponta que a reforma natildeo

modificou pontos essenciais para reduzir a desigualdade de gecircnero mencionando a

licenccedila-maternidade que eacute um direito de suma importacircncia para a famiacutelia mas

continua sendo um obstaacuteculo para a contrataccedilatildeo da matildeo de obra feminina

Atraveacutes das informaccedilotildees sobre as mudanccedilas na Reforma observa-se a

preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos de fiscalizaccedilatildeo com a flexibilizaccedilatildeo das regras com a

negociaccedilatildeo direta entre empregador e empregado sendo que todavia muitas

vezes essa flexibilidade eacute mais aacutegil facilitando a vida do empregado O ponto

principal deste capiacutetulo eacute o trabalho da mulher e assim comentam-se os aspectos

direcionados para este na Reforma dentre eles a insalubridade o mais

preocupante no trabalho da gestantelactante entre outros A Lei 134672017 traz

facilidades para as negociaccedilotildees e menos burocracia Apesar disso cabe ressaltar

que haacute falhas na legislaccedilatildeo e nota-se como as leis satildeo contraditoacuterias entre si

podendo faltar proteccedilatildeo em alguns casos e em outros ter em demasia Portanto o

Judiciaacuterio poderaacute ter dificuldades nas decisotildees julgadas

63

5 CONCLUSAtildeO

A presente pesquisa teve como proposta fazer uma abordagem acerca da

discriminaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho bem como sobre a desigualdade

de gecircnero A metodologia utilizada consistiu em uma pesquisa bibliograacutefica

enriquecida de jurisprudecircncias leis artigos e demais informaccedilotildees obtidas atraveacutes da

leitura algo que se revelou em um aprendizado muacuteltiplo de questotildees vivenciadas

Como resultados averiguou-se diversas legislaccedilotildees que abrangem o tema dos

direitos da mulher e suas principais peculiaridades assim como as constantes

mudanccedilas nas regras trabalhistas e a verificaccedilatildeo das normas para adequar-se agrave

atualidade o que proporciona a mais recente e significativa alteraccedilatildeo na

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) a Reforma trabalhista A partir das

leituras de estudos jaacute desenvolvidos sobre essa temaacutetica foi possiacutevel esclarecer

alguns toacutepicos importantes permitindo um entendimento mais adequado sobre o

pensamento da sociedade e a luta para a extinccedilatildeo das diferenccedilas de gecircnero assim

como compreender a posiccedilatildeo do empregador e do empregado nas relaccedilotildees de

trabalho

Na primeira abordagem destaca-se o entendimento da histoacuteria do Direito do

Trabalho e o surgimento das leis de proteccedilatildeo Nesse contexto foi indispensaacutevel

evidenciar o caminho que foi percorrido para se chegar ao que eacute de direito devido agrave

vida desumana na eacutepoca da escravidatildeo instante em que natildeo havia quaisquer

garantias de sobrevivecircncia Para se chegar a esse entendimento foi necessaacuterio

estudar todo o processo de desenvolvimento da histoacuteria do trabalho como as leis

foram surgindo assim como os toacutepicos mais relevantes para que se alcanccedilasse o

objetivo final proposto no trabalho Todavia todo aprendizado adquirido durante

essa pesquisa sobre o tema nos leva a acreditar que ainda eacute preciso muito para

mudar o pensamento da sociedade ou seja o caminho ainda eacute longo para atingir o

ideal miacutenimo quando o assunto eacute desigualdade de gecircnero

No decorrer do estudo percebeu-se ainda nesse contexto que diversas

proibiccedilotildees foram despontando na Europa relacionadas aos aspectos de proporcionar

melhorias para o trabalho das mulheres Como exemplo verificou-se que as

mulheres foram sendo proibidas de trabalhar em locais uacutemidos e subteacuterreos que

trouxessem sequelas para sua sauacutede assim como foram impedidas de praticar

jornadas exaustivas de 12 horas e foram proibidas de trabalhar no periacuteodo da noite

64

Aleacutem do mais notou-se uma trajetoacuteria de busca constante pela igualdade de

gecircneros algo que se mostrou notoacuterio nas legislaccedilotildees Essa constataccedilatildeo se mostrou

significativa pois decorre que a discriminaccedilatildeo se apresenta como uma adversidade

que natildeo depende somente do desenvolvimento de uma naccedilatildeo sendo o avanccedilo das

leis essencial para que a mulher no mercado de trabalho possa assumir o seu

devido lugar

Quanto agrave revisitaccedilatildeo de leituras sobre as antigas civilizaccedilotildees observou-se

atentamente os relatos sobre a discriminaccedilatildeo contra a mulher como eram tratadas

abusadas e como disponibilizavam de rariacutessimos direitos Diante disso claramente

pode-se afirmar que as mulheres cumpriam um papel de submissatildeo uma vez que

eram criadas para cuidar da casa dos filhos e para obedecer aos maridos As

leituras realizadas demostraram que as filhas natildeo tinham direitos agrave heranccedila pois era

algo destinado somente para o filho homem Aleacutem disso os casamentos eram

arranjados sendo que a mulher natildeo tinha o poder de escolha do seu cocircnjuge sendo

os pais os responsaacuteveis por isso Como resultado nota-se que a desigualdade de

gecircnero eacute uma consequecircncia cultural e a discriminaccedilatildeo eacute histoacuterica jaacute que de acordo

com o que foi apresentado as mulheres sempre tiveram papeacuteis submissos na

sociedade

Como tentativa de amenizar a situaccedilatildeo a literatura mostra que os institutos

foram avanccedilando em busca de melhorias ou seja devido agraves peculiaridades das

mulheres houve a necessidade de estabelecer proteccedilotildees agraves mesmas Isso eacute

decorrente do fato de que a mulher se sujeitava a receber salaacuterios inferiores e a

cumprir jornadas excessivasexaustivas de trabalho para que conseguisse

permanecer no emprego

Em relaccedilatildeo ao processo de implantar normas protetivas quanto ao trabalho da

mulher o estudo mostrou que a proteccedilatildeo agrave maternidade aparece como a mais

relevante Nesse contexto verificou-se algumas normas que proporcionavam agrave

famiacutelia permanecer com a crianccedila sendo que inuacutemeras jurisprudecircncias autorizavam

os pais na ausecircncia das matildees a compartilharem do direito agrave licenccedila-maternidade

assim como foi estendido para as mulheres que davam agrave luz obtinham a guarda

judicial adotavam sofriam aborto espontacircneo eou tinham bebecircs natimortos

Portanto a licenccedila-maternidade que atualmente eacute de 120 dias configura-se

em um processo de extrema importacircncia para todo o nuacutecleo familiar uma vez que

proporciona bem-estar ao receacutem-nascido que muito necessita da figura maternal nos

65

primeiros meses de vida ou seja eacute um processo que representa qualidade de vida

principalmente durante a amamentaccedilatildeo do bebecirc Ainda nesse contexto na falta da

matildee ressalta-se que algumas dessas medidas tambeacutem se estendem aos homens

permitindo aos mesmos o direito de poder gozar das licenccedilas se estiverem com a

guarda dos filhos

Em razatildeo da legislaccedilatildeo expandida as leituras desenvolvidas para a realizaccedilatildeo

do presente trabalho permitiram detectar conquistas femininas nas relaccedilotildees de

trabalho e a preocupaccedilatildeo do poder legislativo para que haja igualdade entre os

gecircneros Tambeacutem foi reparado na doutrina e nas jurisprudecircncias vitoacuterias das

mulheres nas decisotildees judiciais quando o assunto estaacute relacionado agrave busca da

igualdade de direitos entre homens e mulheres

De outra parte a pesquisa buscou revelar o Direito na aacuterea trabalhista e fazer a

devida interpretaccedilatildeo Assim sendo o estudo possibilitou o entendimento acerca das

melhorias mais consistentes nas etapas do processo de valorizaccedilatildeo da mulher

demonstrando que haacute um elevado grau de conhecimento sobre a legislaccedilatildeo

trabalhista em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Entretanto dada agrave relevacircncia do

assunto entende-se como necessaacuterio desenvolver tambeacutem a

consciecircnciapensamento da sociedade como um todo sobre o tema pois assim a

mulher teraacute mais oportunidades aleacutem das jaacute concedidas por merecimento e total

capacidade Decorre que o objetivo das mulheres eacute a independecircncia jaacute que ainda eacute

muito evidente o conceito de que a mulher deve ser simplesmente a dona de casa

para cuidar do lar e dos filhos No entanto elas querem estudar ter conhecimento e

formaccedilatildeo pois satildeo capazes de assumir cargos competitivos

O uacuteltimo capiacutetulo tratou sobre a importante mudanccedila no Direito do Trabalho a

Reforma trabalhista quando a Lei 134672017 alterou 201 pontos da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho de 1943 Quanto a essas modificaccedilotildees notou-se que as

mesmas deram ecircnfase ao trabalho da mulher em uma niacutetida preocupaccedilatildeo com a

maternidade com as atividades insalubres e com alguns trabalhos onde a mulher

pudesse exercer suas funccedilotildees de acordo com o tempo que dispusesse e assim

conseguisse tambeacutem atender o trabalho domeacutestico

Diante do propoacutesito do presente de obter informaccedilotildees e analisar os direitos da

mulher trabalhadora nas relaccedilotildees de trabalho no cotidiano evidenciou-se que o

preconceito ainda existe e que descobrir novas possibilidades que protejam o

trabalho feminino eacute de suma importacircncia para incentivar a sociedade a adquirir

66

novos conceitos Foi possiacutevel tambeacutem identificar a preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos

competentes no que diz respeito agrave proteccedilatildeo feminina nas relaccedilotildees de trabalho

Portanto entende-se como de extrema relevacircncia trazer esse debate agrave tona

uma vez que o assunto foi definido como forma de se obter aprendizado e clareza

sobre as normas protetivas femininas e a abrangecircncia para que empregada e

empregador saibam seus direitos e deveres uma vez que haacute ciecircncia de que as

empresas ainda estatildeo despreparadas para seguir devidamente as regras de

proteccedilatildeo em sua totalidade Decorre que o Direito do Trabalho foi elaborado para

defender o trabalhador dos abusos do empregador sendo que a influecircncia do tema

abordado foi justamente para retratar a situaccedilatildeo em que eacute apresentado e entendido

o sistema juriacutedico

Evidencia-se que embora sejam aplicadas algumas medidas protetivas ainda

eacute grave a desigualdade de gecircnero Tambeacutem se observa que as regras flexiacuteveis

negociadas entre empregado e empregador agilizam os processos nas relaccedilotildees de

trabalho mas obviamente quando natildeo houver a possibilidade de flexibilizar uma

regra esta seraacute cumprida sem exceccedilatildeo Nesse sentido entende-se que embora

diversas leis estimulem a contrataccedilatildeo de matildeo de obra feminina o montante de

direitos trabalhistas pode atrapalhar as relaccedilotildees de emprego criando receio do

empregador nas contrataccedilotildees principalmente em relaccedilatildeo agraves mulheres No entanto

essas medidas satildeo indispensaacuteveis para o bem-estar do trabalhador pois a

necessidade de proteccedilatildeo eacute fundamental Afinal todos querem ter seu espaccedilo

profissional mas algumas delas natildeo condizem com a realidade do empregador e do

empregado

Por fim observa-se que muitas legislaccedilotildees vigentes versam sobre o mesmo

assunto e se contradizem Entretanto essa constataccedilatildeo deve atrapalhar o judiciaacuterio

na hora das decisotildees cabendo a ele o poder de designar um resultado justo ao que

estaacute sendo proposto Isso demonstra que a discriminaccedilatildeo contra a mulher no

mercado de trabalho acontece mesmo diante da legislaccedilatildeo vigente configurando-se

em uma desigualdade que ainda estaacute longe de terminar e que para isso precisa ser

constantemente debatida

67

REFEREcircNCIAS

AHAD Claudia Abdul Reforma trabalhista e seus impactos no trabalho da mulher Migalhas [sl] dez 2017 Disponiacutevel em lthttps wwwmigalhascombrdePeso16MI27055371043-Reforma+Trabalhista+e+seus+impactos+no+trabalho+da+mulhergt Acesso em 28 mar 2018 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 5 out 1988 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03constituicaoConstituicaoCompiladohtmgt Acesso em 17 jun 2018 ______ Decreto 423 de 12 de novembro de 1935 Promulga quatro Projectos de Convenccedilatildeo approvados pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho da Liga das Naccedilotildees por occasiatildeo da Conferencia de Washington convocada pela Governo dos Estados Unidos da America a 29 de outubro de 1919 pelo Brasil adoptados a saber Convenccedilatildeo relativa ao emprego das mulheres antes e depois do parto Convenccedilatildeo relativa ao trabalho noctuno das mulheres Convenccedilatildeo que fixa a idade minima de admissatildeo das crianccedilas nos trabalhos industriaes Convenccedilatildeo relativa ao trabalho nocturno das crianccedilas na industria Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 12 nov 1935 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-423-12-novembro-1935-532092-publicacaooriginal-14076-pehtmlgt Acesso em 06 abr 2019

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______ Decreto 1253 de 27 de setembro de 1994 Promulga a Conversatildeo nordm 136 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho sobre a Proteccedilatildeo contra os Riscos de Intoxicaccedilatildeo Provocados pelo Benzeno assinada em Genebra em 30 de junho de 1971 Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 28 set 1994 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03decreto1990-1994D1253htmgt Acesso em 07 abr 2019

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______ Decreto 3725 de 04 de dezembro de 1919 Faz diversas correcccedilotildees no Coacutedigo Civil e manda fazer do Codigo corregido uma ediccedilatildeo de cinco mil exemplares Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 15 jan 1919 Disponiacutevel em lthttp wwwplanaltogovbrccivil_03decretohistoricosdplDPL3725-1919htmgt Acesso em 07 abr 2019

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______ Decreto 4982 de 24 de dezembro de 1925 Manda conceder annualmente 15 dias de feacuterias aos empregados e operarios de estabelecimentos commerciaes industriaes e bancarios sem prejuizo de ordenado vencimentos ou diarias e daacute outras providencias Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 03 nov 1938 Disponiacutevel em lthttp www2camaralegbrleginfeddecret1920-1929decreto-4982-24-dezembro-1925-776548-publicacaooriginal-140498-plhtmlgt Acesso em 07 abr 2019

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______ Decreto 21417 de 17 de maio de 1932 Estabelece as condiccedilotildees do trabalho dos menores na induacutestria Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 05 nov 1932 Disponiacutevel em lthttp www2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-22042-3-novembro-1932-499365-publicacaooriginal-1-pehtmlgt Acesso em 07 abr 2019

______ Decreto 22042 de 3 de novembro de 1932 Regula as condiccedilotildees do trabalho das mulheres nos estabelecimentos industriais e comerciais Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 19 maio 1932 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-21417-17-maio-1932-559563-publicacaooriginal-81852-pehtmlgt Acesso em 07 abr 2019

______ Decreto 41721 de 25 de junho de 1957 Promulga as Convenccedilotildees Internacionais do Trabalho de nordm 111213141926298188899599100 e 101 firmadas pelo Brasil e outros paiacuteses em sessotildees da Conferecircncia Geral da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 25 jun 1957 Disponiacutevel em lthttp wwwplanaltogovbrccivil_03decretoAntigosD41721htmgt Acesso em 07 abr 2019 ______ Decreto 58820 de 14 de julho de 1966 Promulga a Convenccedilatildeo 103 sobre proteccedilatildeo agrave maternidade Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 19 jul 1966 Disponiacutevel em lthttp wwwplanaltogovbrccivil_03decreto1950-1969D58820htmgt Acesso em 16 jun 2018

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Jaacute o assunto da terceira abordagem retrata o trabalho da mulher e a reforma

trabalhista onde traz uma apresentaccedilatildeo da mais recente mudanccedila no Direito do

Trabalho Assim sendo eacute feito um breve comentaacuterio sobre a repercussatildeo dessa Lei

que em um ponto estabelece as negociaccedilotildees diretas entre empregador e

empregado Da mesma forma faz-se uma exposiccedilatildeo acerca dos meacutetodos locais de

trabalho da mulher obrigaccedilotildees das empresas para que as mulheres trabalhem em

lugares saudaacuteveis atividades insalubres e mudanccedilas que foram adotadas nas

regras do trabalho feminino

Por fim ressalta-se que em todos os capiacutetulos foram analisados doutrinas

jurisprudecircncias e dispositivos legais correspondentes agrave mateacuteria Tal mecanismo foi

empregado para se tentar buscar informaccedilotildees precisas e veriacutedicas no sentido de

procurar evidenciar os problemas atuais e de que forma o ordenamento juriacutedico atua

com todo o amparo legal

Para se alcanccedilar os objetivos propostos a metodologia empregada consiste

em uma pesquisa bibliograacutefica por meio do meacutetodo dedutivo quando foram

realizadas leituras anaacutelises e interpretaccedilotildees de artigos doutrinas jurisprudecircncias e

leis publicadas em livros e na internet que abordam esses temas como o instituto de

tentar responder o seguinte problema de pesquisa como ocorre a discriminaccedilatildeo

contra as mulheres e a desigualdade de gecircnero nas relaccedilotildees de trabalho e qual o

caminho na busca por melhorias

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2 A EVOLUCcedilAtildeO DO DIREITO DO TRABALHO

Analisando o Direito do Trabalho eacute preciso pensar no crescimento da mateacuteria

Nesse sentido Martins (2014 p 3) ressalta que esse ramo do Direito eacute muito

dinacircmico e que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de trabalho satildeo muito frequentes

sendo para tanto indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria para entender as

questotildees da atualidade No capiacutetulo a seguir seratildeo apresentados toacutepicos da histoacuteria

do Direito Trabalho a vida dos trabalhadores antes das regras trabalhistas as

condiccedilotildees de trabalho e como essas regras foram surgindo primeiramente na

Europa e mais tarde no Brasil Como o objeto de estudo do presente trabalho foi a

discriminaccedilatildeo das mulheres quanto agrave inserccedilatildeo delas no mercado de trabalho e suas

proteccedilotildees o auxiacutelio das doutrinas mencionadas foram de extrema importacircncia para

esta anaacutelise Assim sendo a partir desse momento inicia-se a apresentaccedilatildeo

Martins (2014 p 3-4) revela que na Biacuteblia o trabalho foi considerado puniccedilatildeo

pois Adatildeo em consequecircncia de comer o fruto proibido como castigo teve de

trabalhar Trabalho vem do latim tripalium em caraacuteter uma ferramenta de tortura

como uma canga para usar nos animais no trabalho da lavoura para colheitas

Platatildeo e Aristoacuteteles deduziram que a dignidade do homem era baseada em negoacutecios

na metroacutepole por meio da palavra Quem fazia o trabalho braccedilal eram os escravos

que desempenhavam as praacuteticas serviccedilais enquanto as atividades nobres ficavam

com outras pessoas (MARTINS 2014 p 4)

Em Roma o trabalho era visto como degradante uma vez que os escravos eacute

que faziam o trabalho bruto Dessa forma Martins (2014 p 4) relata que estes eram

considerados coisa na Lex Aquilia (284 a C) O referido autor disse ainda que a

escravidatildeo foi o primeiro sistema de trabalho e que o escravo era usado ateacute sua

morte ou na medida em que conseguisse sair dessa situaccedilatildeo Poreacutem sem direito

algum muito menos trabalhista

No mesmo entendimento Garcia (2018 p 1) conta que o trabalhador era visto

como coisa sem direitos Na antiguidade no pensamento claacutessico grego o trabalho

era visto como um castigo Platatildeo e Aristoacuteteles natildeo consideravam que o trabalho

daria dignidade ao homem

Os servos na eacutepoca do feudalismo entregavam parte da produccedilatildeo rural pelo

uso da terra e pela proteccedilatildeo recebida dos senhores feudais Nesse aspecto Garcia

(2018 p 1-2) revela que o senhor feudal dava proteccedilatildeo militar e poliacutetica aos servos

9

que natildeo possuiacuteam liberdade De acordo com Nascimento (2010 p 39) natildeo havia

nenhum direito ao trabalhador pois era o patratildeo quem designava as circunstacircncias

de trabalho dos empregados A relaccedilatildeo de trabalho era livre em concordacircncia das

partes mas o patratildeo era quem determinava as regras Como nunca houve contrato

redigido poderia acabar ou mudar a relaccedilatildeo de trabalho como quisesse

O direito do trabalho nasceu do resultado de um assunto social antecipado pela

Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII e da atitude humanista que dispocircs assegurar a

dignidade do homem Nascimento (2010 p 32) explica que houve uma

inevitabilidade de obter regras juriacutedicas para regulamentar as relaccedilotildees individuais e

coletivas de trabalho agrave medida que o mundo da induacutestria foi expandindo

rapidamente

As situaccedilotildees precaacuterias das condiccedilotildees de trabalho no decorrer da evoluccedilatildeo da

Revoluccedilatildeo Industrial apresentavam graves riscos para a sauacutede e para a integridade

fiacutesica do empregado As doenccedilas ocorriam em consequecircncia do peacutessimo ambiente

laboral sendo que os acidentes de trabalho atingiam principalmente os metaluacutergicos

e os mineiros Sem receber salaacuterio durante o periacuteodo em que estavam doentes

permaneciam inseguros em relaccedilatildeo ao seu sustento jaacute que natildeo existiam normas

para que fossem protegidos Ademais o patratildeo tambeacutem natildeo se empenhava para

que as regras existissem (NASCIMENTO 2010 p 44)

Nessa perspectiva Nascimento (2010 p 44) pontua que natildeo eacute com precisatildeo

que se afirma a situaccedilatildeo dos salaacuterios dos empregados logo apoacutes a Revoluccedilatildeo

Industrial Em razatildeo de provas e documentos insuficientes natildeo eacute com seguranccedila a

apresentaccedilatildeo de uma anaacutelise da necessidade de vida Contudo historiadores

afirmam de um modo geral que os salaacuterios eram baixos Os salaacuterios nas induacutestrias

eram mais altos que na agricultura sendo que mulheres e menores recebiam menos

que os homens

A normatizaccedilatildeo juriacutedica de trabalho pelo Estado eacute moldada por particularidades

agraves quais satildeo denominadas de legislaccedilatildeo industrial Nascimento (2010 p 55) diz que

primeiramente as regras direcionavam-se aos empregados das induacutestrias e com o

desenvolvimento destas foram se estendendo para outras funccedilotildees

Nascimento (2010 p 55) revela ainda que o propoacutesito de proteger o trabalho

das mulheres e dos menores e a limitaccedilatildeo da jornada de trabalho eacute predominante na

legislaccedilatildeo industrial A maioria das normas nesse periacuteodo era destinada para esses

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fins sendo que mais adiante ocorreu a intervenccedilatildeo do Poder Puacuteblico em defesa dos

mais pobres

Ainda nesse contexto Nascimento (2010 p 55) revela que a primeira regra de

destaque notaacutevel que demonstra a atitude do Estado eacute da Inglaterra 1601 nomeada

como Lei de Amparo aos Pobres admitindo o direito de receber ajuda das

autoridades puacuteblicas

Segundo Nascimento (2010 p 56) da mesma forma outra regra juriacutedica surgiu

para amparar o trabalhador na Inglaterra em 1802 quando da implantaccedilatildeo da Lei de

Peel Seu objetivo era regrar o trabalho dos menores aprendizes paroquianos dos

quais os domiacutenios das paroacutequias queriam se livrar levando-os aos proprietaacuterios das

induacutestrias Havia pelas paroacutequias o traacutefico de menores onde eram efetuados

contratos de compra e venda para que as induacutestrias adquirissem esses menores em

lotes Robert Peel criou uma lei que protegia estas crianccedilas regrando deveres de

educaccedilatildeo reduzindo a etapa de trabalho para 12 horas Normas relacionadas agrave

higiene tambeacutem foram introduzidas Delgado (2014 p 95) faz referecircncia agrave essa lei

como o Peelrsquos Act (1802) versando sobre o trabalho dos menores Essa lei natildeo foi

aderida mas Robert Peel em 1819 criou uma segunda lei que foi aprovada no

mesmo entendimento (NASCIMENTO 2010 p 56)

Nascimento (2010 p 57) aponta outra lei a fim de proteger os menores na

Inglaterra a Lei de 1833 criada para estabelecer regras de trabalho nas induacutestrias

Assim menores foram proibidos de trabalhar antes dos 9 anos de idade o limite de

jornada de trabalho dos menores de 13 anos passou para 9 horas e dos

adolescentes menores de 18 anos para 12 horas Foi proibido tambeacutem o trabalho

noturno e para fiscalizar o cumprimento das regras foram nomeados inspetores de

induacutestria

Mais tarde outras medidas se destacaram como a Lei de 1844 criada para

regrar o trabalho das mulheres fixando a jornada de trabalho em 10 horas Tambeacutem

as Leis de 1850 e de 1853 foram criadas para regrar a jornada laboral dos homens e

a Lei de 1842 proibindo as mulheres e menores de trabalhar em subsolo

(NASCIMENTO 2010 p 57)

Segundo Martins (2014 p 7) na Franccedila em 1813 foi vedado o trabalho de

menores nas minas Em 1814 foi proibido o trabalho aos domingos e feriados Em

1839 foi vedado o trabalho de menores de 9 anos e a jornada laboral dos menores

de 16 anos foi estabelecida em 10 horas Tambeacutem na Franccedila as Leis de 19 de

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marccedilo e 02 de novembro de 1874 regravam a proteccedilatildeo do trabalho das mulheres e

das crianccedilas

Conforme Nascimento (2010 p 41) os menores trabalhavam em peacutessimas

condiccedilotildees de higiene e as casas de aprendizagem eram raras onde meninos e

meninas dividiam o mesmo dormitoacuterio sendo que para as mulheres as condiccedilotildees

natildeo eram diferentes

Em alguns paiacuteses o Direito do Trabalho eacute infiltrado nas Constituiccedilotildees alguns

exemplos satildeo o Meacutexico (1917 e 1962) o Peru (1933) a Aacuteustria (1925) a Ruacutessia

(1918 a 1935) e o Brasil (1934 1937 1946 1967 1969 1988) Em outros paiacuteses as

leis trabalhistas satildeo apresentadas no Coacutedigo Civil como na Itaacutelia no Coacutedigo das

Obrigaccedilotildees como na Suiacuteccedila enquanto no Brasil elas aparecem nas consolidaccedilotildees e

em leis especiais Nos Estados Unidos as convenccedilotildees coletivas respondem pela

maioria das normas juriacutedicas mediante negociaccedilotildees coletivas entre os sindicatos

envolvidos (NASCIMENTO 2010 p 59)

O Direito do Trabalho se concretizou natildeo somente por meio de leis

constitucionais e ordinaacuterias mas tambeacutem atraveacutes das convenccedilotildees promulgadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que tem forccedila de lei federal em muitos

paiacuteses Os tratados internacionais bilaterais ou multilaterais eram mais comuns nos

paiacuteses europeus em especial normatizando a previdecircncia social (NASCIMENTO

2010 p 59-60)

A Revoluccedilatildeo Francesa de 1789 e sua Constituiccedilatildeo revelaram o primeiro dos

direitos sociais e econocircmicos o Direito do Trabalho O Estado impocircs a

obrigatoriedade de suprir o empregado a sua subsistecircncia (MARTINS 2014 p 6)

Garcia (2018 p 2) cita que na Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII em razatildeo

da descoberta da maacutequina a vapor as induacutestrias precisaram de operaacuterios com

trabalho assalariado para substituir os escravos sendo um dos motivos que

promoveu o Direito do Trabalho

O estado deixa seu estado de abstenccedilatildeo e passa a intervir nas relaccedilotildees de trabalho impondo limitaccedilotildees agrave liberdade das partes para a proteccedilatildeo do trabalhador por meio da legislaccedilatildeo proibitiva de abusos do empregador como forma de preservar a dignidade do homem no trabalho (GARCIA 2018 p 2-3)

Martins (2014 p 6) revela que na Revoluccedilatildeo Industrial surgiram os salaacuterios e

os contratos de trabalho Os empresaacuterios davam preferecircncia para as mulheres que

12

aceitavam salaacuterios inferiores ao dos homens exercendo as mesmas funccedilotildees

Sujeitavam-se a jornadas excessivas de 14 a 16 horas diaacuterias a baixos salaacuterios e

trabalhavam em situaccedilotildees inconstantes prejudiciais agrave sauacutede para manter seus

empregos No veratildeo o andamento do trabalho era longo chegando a 18 horas e

muitas vezes acabavam com o pocircr-do-sol Induacutestrias iniciaram as atividades em

periacuteodo noturno quando foi inventado o lampiatildeo a gaacutes em 1792 e as jornadas de

trabalho foram reduzidas para 12 a 14 horas por dia (MARTINS 2014 p 5)

Para Martins (2014 p 9) ldquoo direito do trabalho surge para limitar os abusos do

empregador em explorar o trabalho e para modificar as condiccedilotildees de trabalhordquo

Com a chegada da maacutequina a vapor e outras modernizaccedilotildees trabalhadores

foram substituiacutedos gerando desemprego Com novas possibilidades a agricultura

tambeacutem contratou menos trabalhadores e mais pessoas acabaram desempregadas

Foram instauradas induacutestrias de carvatildeo como na Inglaterra Nestas induacutestrias o

trabalhador era sujeito agraves obrigaccedilotildees insalubres incecircndios explosotildees e intoxicaccedilatildeo

por gases tendo salaacuterios baixos e inuacutemeras horas trabalhadas Tambeacutem corriam

riscos de doenccedilas infecciosas por conta de trabalhar em lugares molhados como

tuberculose pneumonia entre outras Eram feitos contratos verbais onde

praticamente toda famiacutelia trabalhava e muitos morriam sem nenhuma assistecircncia

(MARTINS 2014 p 6)

Nascimento (2010 p 43) salienta que os empregadores eacute quem determinavam

as jornadas de trabalho conforme a sua vantagem Aos empregados soacute restava

cumprir o estabelecido onde menores mulheres e homens exerciam as mesmas

funccedilotildees intensas ou natildeo Em razatildeo disso foram surgindo as legislaccedilotildees que

regraram as horas diaacuterias trabalhadas A eletricidade surgiu em 1880

consequentemente os meacutetodos de trabalho tiveram que se adequar (MARTINS

2014 p 8)

O Estado natildeo intercedia nas relaccedilotildees de trabalho pois o trabalho era tido como

mercadoria e possibilitava o abuso do empregador para com o empregado Como a

ofertas de trabalho eram poucas e a procura era intensa o empregado aceitava

baixos salaacuterios e jornadas excessivas sem direito ao descanso ou feacuterias (MARTINS

2014 p 8) De acordo com Nascimento (2010 p 54) a intervenccedilatildeo do Estado

ocorreu a partir de 1938 com o pensamento neoliberalista No entanto essa natildeo foi

a uacutenica forma pela qual o intervencionismo se idealizou tendo tambeacutem apontado de

um estilo mais eminente com sistemas poliacuteticos de ditadura tanto de ldquoesquerdardquo

13

como de ldquodireitardquo O socialismo eacute um comportamento intervencionista que se

destacou mais precisamente no Leste da Europa enquanto o corporativismo se

destacou na Itaacutelia e o nazismo de Hitler na Alemanha

Eacute saacutebia a intervenccedilatildeo do Estado para que o trabalhador tenha dignidade

atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de proteccedilatildeo acentuando regras que estabeleccedilam

condiccedilotildees de trabalho dignas e que sejam eminentes ao patratildeo considerando

melhor situaccedilatildeo de vida social (NASCIMENTO 2010 p 54) Conforme Martins

(2014 p 7) o Estado interviu nas relaccedilotildees de trabalho movido pelos abusos que

eram cometidos A desigualdade era niacutetida a maacutequina era de propriedade do patratildeo

e assim o trabalhador era submisso pois natildeo tinha nada A intervenccedilatildeo do Estado

teve como objetivo o bem-estar do trabalhador e melhorias nas circunstacircncias de

trabalho quando o empregado passou a ser favorecido pelas leis

Na Espanha foram estabelecidas regras que regulamentavam o trabalho dos

menores e das mulheres com leis em 1873 18781900 e 1912 Tambeacutem na Franccedila

em 1874 estabeleceram-se proteccedilotildees juriacutedicas para menores e mulheres Em 1893

uma lei regulou a seguranccedila e a higiene nas empresas (MARTINS 2014 p 7)

A Constituiccedilatildeo do Meacutexico em 1917 foi a primeira a tratar do assunto no art

123 estabelecendo vaacuterias regras de proteccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de trabalho de

menores de 12 anos jornada de oito horas descanso semanal proteccedilatildeo agrave

maternidade entre outros (MARTINS 2014 p 9)

Depois a Constituiccedilatildeo de Weimar em 1919 Martins (2014 p 9) menciona que

a mesma passou a regularizar a participaccedilatildeo dos empregados nas empresas tendo

representaccedilatildeo nas empresas estabelecendo um sistema de seguro social e fixando

salaacuterios e melhores condiccedilotildees de trabalho

No acircmbito internacional o Tratado de Versalles de 1919 prenunciou a

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que abrange os direitos trabalhistas

internacionalmente decretando convenccedilotildees (MARTINS 2014 p 9)

Garcia (2018 p 3) conta que na Itaacutelia a Carta del Lavoro em 1927

implementou um sistema corporativista que foi abrangido por outros sistemas

poliacuteticos como de Portugal da Espanha e do Brasil

A criaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas apoacutes a Segunda Guerra Mundial

(1939-1945) resultou na aprovaccedilatildeo da Carta das Naccedilotildees Unidas na Conferecircncia de

Satildeo Francisco (1945) Segundo Garcia (2018 p 4) a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia

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aprovada pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em 1944 expandindo os

princiacutepios do Tratado de Versalles

Em 1946 houve a vinculaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho agrave

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas como entidade versada agrave regulamentaccedilatildeo

internacional do trabalho Garcia (2018 p 4) referencia o novo texto constitucional

da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho aprovado em Conferecircncia Internacional

do Trabalho em 1946 com a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia anexada E ainda no acircmbito

internacional trouxe diversos direitos trabalhistas em 1948 com a Declaraccedilatildeo

Universal dos Direitos Humanos

O Direito do Trabalho eacute uma vitoacuteria da humanidade ao longo da histoacuteria

criando direitos fundamentais para melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores

Assim evitou abusos e que o capital e a busca pelas vantagens prejudicassem os

membros da sociedade menos favorecidos assegurando dignidade de vida

(GARCIA 2018 p 4)

Da mesma maneira o Direito do Trabalho proporciona o desenvolvimento do

sistema econocircmico em meacutetodos aceitaacuteveis viabilizando assim o progresso das

instituiccedilotildees e o bem-estar coletivo Segundo Garcia (2018 p 4) o Direito do

Trabalho tem papel importante para garantir o miacutenimo de dignidade e justiccedila social

Conforme Garcia (2018 p 5) o Direito do Trabalho eacute um procedimento

necessaacuterio que embasa o proacuteprio sistema econocircmico-social Cabe ressaltar que o

Direito do Trabalho impossibilita ateacute mesmo um eventual colapso no sistema

podendo suceder de niacuteveis de miseacuteria e desigualdade afetando as condiccedilotildees de

consumo e conduzindo os proacuteprios possuidores a decadecircncia

Para Delgado (2012 p 83) o Direito do Trabalho natildeo surgiu apenas para

incendiar o sistema econocircmico Com a Revoluccedilatildeo Industrial na Inglaterra no

seacuteculo XVIII certamente buscou tambeacutem ponderar os abusos da utilizaccedilatildeo da forccedila

de trabalho propondo a civilidade para o trabalhador

Os direitos trabalhistas satildeo garantidos na composiccedilatildeo dos direitos

fundamentais em ligaccedilatildeo com as normas da dignidade da pessoa humana e da

justiccedila social Viu-se ao longo dessa redaccedilatildeo como eram as condiccedilotildees que

enfrentavam os trabalhadores para adquirir uma vida digna bem como a intervenccedilatildeo

do Estado para amenizar os abusos do empregador sendo possiacutevel entender um

pouco sobre o Direito em questatildeo Seguindo na apresentaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do Direito

15

do Trabalho na sequecircncia seraacute descrito como surgiram as primeiras regras no

Brasil

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil

Devido agrave criaccedilatildeo de regras trabalhistas na Europa e agraves instituiccedilotildees

internacionais que versavam sobre o Direito do Trabalho o Brasil teve influecircncia

para se adequar a essas regras Martins (2014 p 11) relata que as criaccedilotildees de

normas trabalhistas no Brasil foram estipuladas pelas mudanccedilas na Europa em

consequecircncia da Primeira Guerra Mundial e do surgimento da Organizaccedilatildeo

Internacional do Trabalho (OIT) em 1919 Imigrantes chegados ao Brasil deram

iniacutecio a movimentos e protestos pleiteando melhores circunstacircncias de trabalho

Destaca Nascimento (2010 p 88) que apoacutes a Aboliccedilatildeo da Escravatura e a

Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica surgiu o periacuteodo liberal do Direito do Trabalho embora

pequenos movimentos sem maior relevacircncia colaborassem para o progresso das

leis no paiacutes

Primeiramente as Constituiccedilotildees versavam apenas sobre o sistema de

governo Martins (2014 p 10) conta que mais tarde comeccedilaram a tratar de diversos

ramos do Direito em especial o Direito do Trabalho

A maior concentraccedilatildeo de pessoas se destacou nas grandes cidades como o

Rio de Janeiro em 1890 na eacutepoca capital federal e em Satildeo Paulo em 1900 No

entanto havia um grande nuacutemero de induacutestrias como oficinas de calccedilados

vestuaacuterio moacuteveis e tintas normalmente abertas em galpotildees ou no fundo de

armazeacutens sendo locais de difiacutecil acesso para a fiscalizaccedilatildeo A populaccedilatildeo foi

aumentando nesses estados e a maioria dos trabalhadores eram imigrantes

italianos portugueses espanhoacuteis que ocupavam cargos de operaacuterios nas induacutestrias

(NASCIMENTO 2010 p 88-89)

Nascimento (2010 p 89) cita que se formavam as circunstacircncias para que o

trabalho subordinado fosse regido por lei No entanto o Poder Puacuteblico que era

devoto ao princiacutepio liberalista e sua inspiraccedilatildeo permanecia isento a qualquer

contestaccedilatildeo No periacuteodo existiu um grande nuacutemero de greves e movimento poliacutetico

Conforme Nascimento (2010 p 96) as primeiras regras surgiram

respectivamente em 1903 pelo Decreto 979 de 06 de janeiro de 1903 (BRASIL

1903 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em 1937 pelo Decreto Legislativo 1637 que

16

versava sobre os sindicatos em 1891 pelo Decreto 1313 de 17 de janeiro de 1891

(BRASIL 1891 lthttpwww2camaralegbrgt) que dispunha sobre a proteccedilatildeo de

menores regrando a fiscalizaccedilatildeo nas faacutebricas onde havia um grande nuacutemero de

menores trabalhando e pelo Decreto 1150 de 1904 que regrava sobre os salaacuterios

estabelecendo a carteira agriacutecola (BRASIL 1904 lthttpwww2camaralegbrgt)

Em 1930 Getuacutelio Vargas entatildeo Presidente da Repuacuteblica idealizou uma

poliacutetica trabalhista Em razatildeo da expansatildeo da induacutestria Getuacutelio editou leis

trabalhistas com a intenccedilatildeo de moderar as manifestaccedilotildees No entanto jaacute existiam

leis ordinaacuterias regulando o trabalho de menores em 1891 em 1903 a organizaccedilatildeo

dos sindicatos rurais e em 1907 sindicatos urbanos (MARTINS 2014 p 11)

A Lei 30711916 (BRASIL 1916 lthttpwwwplanaltogovbrgt) aprovou o

Coacutedigo Civil e corrigido pela Lei 3725 de 15 de janeiro de 1919 (BRASIL 1919

lthttpwwwplanaltogovbrgt) surgiram regras sobre locaccedilatildeo de serviccedilos o que

antecede a histoacuteria do contrato de trabalho das leis posteriores e especiais Duas

regras consideraacuteveis surgem em 1923 a Lei 4682 (BRASIL 1923

lthttpwwwplanaltogovbrgt) intitulada de Lei Eloacutei Chaves criou a caixa de

aposentadoria e pensotildees para os ferroviaacuterios e a estabilidade para os mesmos ao

completarem 10 anos de emprego exceto se ocorresse falta grave O Decreto

16027 (BRASIL 1923 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 30 de abril estabeleceu o

Conselho Nacional do Trabalho ldquooacutergatildeo consultivo dos poderes puacuteblicos em

assuntos referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho e da previdecircncia socialrdquo

(NASCIMENTO 2010 p 97-98)

Versando sobre as feacuterias foi criada a Lei 4982 de 25 de dezembro de 1925

(BRASIL 1925 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Depois disso houve o Decreto

17934-A (BRASIL 1927 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 1927 e o Coacutedigo de

Menores estabelecendo proteccedilotildees ao trabalho dos menores (NASCIMENTO 2010

p 98)

Na deacutecada de 1930 vaacuterios Decretos do Poder executivo que versavam sobre

as relaccedilotildees de trabalho foram implantados Garcia (2018 p 5) evidencia o Decreto

211751932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que instituiu a Carteira

de Trabalho assim como a duraccedilatildeo da jornada de trabalho em diversos setores da

atividade econocircmica com o Decreto 211861932 (BRASIL 1932

lthttpwww2camaralegbrgt) e na induacutestria o Decreto 213641932 (BRASIL 1932

17

lthttpwww2camaralegbrgt) sobre a jornada de trabalho e o trabalho de menores

por meio do Decreto 220421932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Conforme Delgado (2014 p 107) a evoluccedilatildeo do Direito do Trabalho no Brasil

tem a fase mais significativa entre 1888 a 1930 Foi um periacuteodo em que a relaccedilatildeo de

emprego se mostrou expressiva principalmente no setor agriacutecola cafeeiro de Satildeo

Paulo na industrializaccedilatildeo profissional da capital paulista e do Distrito Federal

O Ministeacuterio do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio foi criado em 1930 quando

passou a expedir decretos sobre o trabalho das mulheres (214171932) (BRASIL

1932 lthttpwww2camaralegbrgt) salaacuterio miacutenimo (1936) e a Justiccedila do Trabalho

(1939) Conforme Martins (2014 p 11) a primeira Constituiccedilatildeo brasileira a tratar

especificamente do Direito do Trabalho eacute a de 1934 regulando diversas proteccedilotildees

trabalhistas Depois a Constituiccedilatildeo de 1937 regulou os sindicatos nas relaccedilotildees de

trabalho quando um imposto sindical foi estipulado Tambeacutem teve a competecircncia

dos tribunais de trabalho que tinha como propoacutesito intervir nas relaccedilotildees de trabalho

buscando o entendimento entre patratildeo e empregado

Garcia (2018 p 6) explica que a Constituiccedilatildeo Federal de 1937 (BRASIL 1937

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta a intervenccedilatildeo do Estado com

particularidades do meacutetodo corporativista Foi instaurado um sindicato exclusivo

ligado ao Estado a greve foi proibida pois era vista como artificio desagradaacutevel e

negativo agrave economia

Em razatildeo das normas existentes espalhadas entendeu-se a utilidade de um

sistema de regras Para isso foi lanccedilado o Decreto-Lei 5452 de 1ordm-5-1943

homologando a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho a CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e consolidando as leis jaacute existentes (MARTINS 2014

p 12)

Adiante as Constituiccedilotildees seguintes trouxeram mais benefiacutecios para o

trabalhador como repouso semanal remunerado participaccedilatildeo de lucros para os

empregados e direito de greve previstos na Constituiccedilatildeo de 1946 Martins (2014 p

12) conta que legislaccedilotildees ordinaacuterias avanccedilaram citando entre elas a Lei 585972

(BRASIL 1972 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre o trabalho domeacutestico

Garcia (2018 p 6) menciona a Lei 605 de 05 de janeiro de 1949 (BRASIL

1949 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o repouso semanal

remunerado e remuneraccedilatildeo de feriados e a Lei 2757 de 23 de abril de 1956

(BRASIL 1956 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre as regras de trabalho

18

dos porteiros zeladores faxineiros e serventes de preacutedios A Lei 3207 de 18 de

julho de 1957 (BRASIL 1957 lthttpwwwplanaltogovbrgt) regulava o trabalho dos

viajantes e a Lei 40901962 a gratificaccedilatildeo natalina (BRASIL 1962

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

sustentou os direitos trabalhistas das Constituiccedilotildees anteriores e estabeleceu o

Fundo de Garantia do Tempo de Serviccedilo na Lei 51071966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) dentre outras diversas leis sobre o emprego

domeacutestico em 1972 sobre o trabalho rural teve a Lei 58891973 (BRASIL 1973

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e o trabalho temporaacuterio foi regrado na Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 6)

Em 1988 foi aprovada a Constituiccedilatildeo atual versando sobre os direitos

trabalhistas estes incluiacutedos no Capitulo II ldquoDos Direitos Sociaisrdquo e do Titulo II ldquoDos

Direitos e Garantias Fundamentaisrdquo No entendimento de alguns doutrinadores o

art 7ordm da Constituiccedilatildeo Federal surge como a verdadeira Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho com diversos direitos trabalhistas abrigados (MARTINS 2014 p 12)

Delgado (2012 p 86) aponta que sem duacutevida o nuacutecleo principal do Direito do

Trabalho estaacute situado nas relaccedilotildees empregatiacutecias de trabalho surgindo diversos

institutos regras e princiacutepios que norteiam essa relaccedilatildeo juriacutedica

Acerca da polecircmica Reforma trabalhista aprovada mesmo em contradiccedilatildeo aos

direitos dos empregados na Constituiccedilatildeo Garcia (2018 p 7) revela que a Lei

134672017 modificou a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 e as

Leis 601974 80361990 e 821291 com a finalidade de adaptar a legislaccedilatildeo agraves

atuais relaccedilotildees trabalhistas

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho

Independentemente do significativo trabalho das mulheres nas atividades

domeacutesticas e em outras funccedilotildees na Idade Meacutedia foi na Revoluccedilatildeo Industrial o

momento histoacuterico da inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Na Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres foram introduzidas no mercado de trabalho com intensivas

jornadas laborais salaacuterios baixos e condiccedilotildees desumanas de trabalho (FONSECA

2015 p 91)

19

Antes disso apoacutes o periacuteodo preacute-histoacuterico a mulher passou a ser reconhecida

como Grande Deusa Desse ponto de vista Freitas (2015 p 11) revela que a

mulher era santificada e glorificada e em razatildeo disso obteve poderes Controlavam

dinheiro e propriedades e direitos especiais no casamento Assim os homens

cediam seus desejos Muitas eram vistas nos campos de batalha lutando como

homens O Egito antigo foi destaque na veneraccedilatildeo pelas mulheres

No periacuteodo da Idade Antiga nas civilizaccedilotildees gregas e romanas quando a

mulher deixava a casa da famiacutelia em razatildeo do casamento ou por outros motivos

deveria seguir as crenccedilas do marido e rezar pelo seu Deus Na eacutepoca cada famiacutelia

tinha um Deus diferente e a mulher aprenderia com seu marido a venerar aqueles

que protegiam a famiacutelia dele (FREITAS 2015 p 12)

Conforme Freitas (2015 p 12) se a mulher fosse esteacuteril o homem poderia

pedir o divoacutercio e se o homem fosse esteacuteril deveria ser substituiacutedo pelo irmatildeo ou

parente mais proacuteximo do marido A mulher era obrigada a entregar-se para este

homem sendo que isso acontecia nas mesmas civilizaccedilotildees mencionadas

anteriormente

A mesma mulher deveria se casar com o parente mais proacuteximo do marido

falecido caso ficasse viuacuteva sem filhos Freitas (2015 p 12) diz que a participaccedilatildeo

do homem era essencial principalmente no nascimento Isto eacute quando nascia filha

mulher natildeo satisfazia a importacircncia do seguimento dos deuses daquela famiacutelia

Conforme jaacute mencionado as mulheres seguiam o Deus do marido

A desigualdade natildeo parava por aiacute conforme Freitas (2015 p 12) no momento

da divisatildeo da heranccedila se jaacute fossem casadas as mulheres natildeo teriam direito a nada

Existia particularmente uma proibiccedilatildeo religiosa em relaccedilatildeo a isso As regras ateacute

mudavam de um lugar para outro mas frequentemente as filhas mulheres natildeo

herdavam nada ou quando herdavam era uma porcentagem menor que a dos filhos

homens

Afastando um pouco das relaccedilotildees de famiacutelia e religiotildees pode-se apontar que o

trabalho feminino conforme registros mais antigos de Roma as mulheres exerciam

diversas funccedilotildees como lavadeira bibliotecaacuteria meacutedica parteiras costureiras e

cabeleireiras (FREITAS 2015 p 13) A jornada de trabalho era excessiva devido a

maacute distribuiccedilatildeo das tarefas mas as mulheres natildeo se queixavam

20

Em algumas civilizaccedilotildees era atribuiacuteda agrave mulher a principal forccedila de trabalho

(FREITAS 2015 p 15) como a construccedilatildeo de represas no Havaiacute e na Austraacutelia a

pesca e a retirada de algas

No Brasil de acordo com Ribeiro e Jesus (2016 p 43) a partir dos anos 70 a

inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho obteve crescimento Um dos motivos

foi a busca de ajuda para o sustento da famiacutelia

Ademais a Segunda Guerra Mundial teve importante contribuiccedilatildeo para que a

mulher fosse buscar emprego Enquanto seus maridos lutavam nos campos de

batalha essas teriam que lutar pelo sustento familiar A ausecircncia masculina fez com

que o trabalho feminino suprisse essas vagas Devido ao processo de

industrializaccedilatildeo e do aumento de empresas em diversos ramos como petroliacuteferos

quiacutemicos sideruacutergicos e automobiliacutestico na deacutecada de 1940 a inserccedilatildeo das

mulheres no mercado de trabalho teve um aumento intenso (RIBEIRO JESUS

2016 p 44)

O entendimento de Freitas (2015 p 22) revela que o trabalho feminino se

destacou no Brasil no periacuteodo industrial entre 1850 e 1950 As mulheres se

integraram ao setor fabril e a matildeo de obra feminina ocupava 76 do trabalho em

1872 Mais tarde em 1950 esse nuacutemero diminuiu para 20 sendo o motivo

justificado devido ao grande nuacutemero de migraccedilotildees e o aumento da matildeo de obra

masculina

Com o decliacutenio do trabalho feminino matildees tinham a obrigaccedilatildeo de cuidar dos

filhos e preparaacute-los para o trabalho orientando para que se adaptassem com as

rotinas de trabalho e fossem disciplinados (FREITAS 2015 p 22)

Grandes discriminaccedilotildees sofridas pelo gecircnero feminino ocorreram em razatildeo da

ldquocultura do machismordquo destaque no Brasil ao contraacuterio dos paiacuteses europeus que

usaram a matildeo de obra feminina no tempo da 2ordm Guerra Mundial tornou a inclusatildeo

das mulheres no mercado de trabalho mais difiacutecil Conforme Freitas (2015 p 24) na

Europa perante a necessidade do sustento familiar e matildeo de obra o preconceito

perdeu forccedila e nos paiacuteses latino-americanos como no Brasil principalmente a

discriminaccedilatildeo manteve-se resistente em razatildeo de natildeo ter existido momentos de

crise

Mulheres como ex-escravas por exemplo de acordo com Freitas (2015 p 23)

eram vistas com mais frequecircncia em trabalhos domeacutesticos lavadeira passadeira e

21

cozinheira devido ao baixo niacutevel social Jaacute as mulheres jovens podiam ser vistas

como professoras enfermeiras entre outras

A mulher sempre desempenhou a funccedilatildeo de serva sendo diferenciada pelo

gecircnero foi vista como matildee esposa e era necessaacuterio pedir permissatildeo ao marido

para os atos da vida civil As mulheres natildeo tinham direito de escolha (FREITAS

2015 p 21) e os casamentos no periacuteodo colonial eram arranjados Mais tarde nos

anos de 1800 passaram a ter mais liberdade

Freitas (2015 p 22) diz que num primeiro momento a mulher tinha suas

principais obrigaccedilotildees como matildee dedicada preocupada com a educaccedilatildeo dos filhos e

em um segundo momento de respeitar o marido e ser submissa a ele

Eacute indispensaacutevel salientar que apesar de toda evoluccedilatildeo dos direitos trabalhistas

e da ocupaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho ainda haacute resistecircncia em relaccedilatildeo

ao trabalho feminino As discriminaccedilotildees satildeo culturais e histoacutericas e o preconceito

perdura na sociedade e enfrenta frequentes desafios (FONSECA 2015 p 93)

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho

Avaliando os acontecimentos eacute notoacuteria a necessidade da inserccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho e o seu reconhecimento assim como o crescimento

feminino e as reivindicaccedilotildees por seus direitos de igualdade Observando as

condiccedilotildees de trabalho em que as mulheres eram expostas foram surgindo medidas

de proteccedilatildeo

Todo mundo sabe que a mulher sempre foi discriminada nunca teve as mesmas oportunidades asseguradas aos homens Nossa cultura patriarcal gerou uma sociedade machista em que a mulher ocupava um papel subalterno Excluiacuteda ficava confinada ao reduto da casa tendo por uacutenica missatildeo a assistecircncia da famiacutelia a organizaccedilatildeo do lar o apoio ao marido e o cuidado dos filhos (FONSECA apud DIAS 2015 p 91)

Freitas (2015 p 11) conta que as mulheres de uma forma ou de outra sempre

estiveram inseridas no mercado de trabalho seja na caccedila na costura no cuidado de

crianccedilas na fabricaccedilatildeo de ferramentas na lida com ervas e com plantas medicinais

assim como na cozinha A caccedila era entre homens e mulheres que se ajudavam

No seacuteculo XIX Garcia (2018 p 1063) relata que durante a Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres recebiam salaacuterios inferiores aos dos homens e as condiccedilotildees

22

de trabalho eram horriacuteveis As mulheres eram expostas a trabalhos prejudiciais agrave

sauacutede pondo sua vida em risco

Essa situaccedilatildeo era de grande risco para as famiacutelias sendo que assim tiveram

iniacutecio as primeiras legislaccedilotildees protetivas para as mulheres Em virtude das medidas

protetivas as mulheres eram discriminadas com frequecircncia pois os empregadores

tinham receio em contratar a matildeo de obra feminina por ter regras protetivas e assim

contratavam homens (GARCIA 2018 p 1063)

Revela Garcia (2018 p 1065) que no Brasil as regras de proteccedilatildeo tambeacutem

geraram discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Em face disso foram

criadas normas proibitivas agrave discriminaccedilatildeo

A proteccedilatildeo especial apenas passa a se justificar nos aspectos realmente diferenciados e peculiares notadamente quando ao estado de gestante e maternidade que satildeo de responsabilidade da sociedade como um todo natildeo podendo servir de fatores de discriminaccedilatildeo contra a mulher (GARCIA 2018 p 1065)

As primeiras legislaccedilotildees surgiram na Inglaterra em 1842 proibindo a mulher

de trabalhar em lugares subteacuterreos Em 1844 a jornada de trabalho da mulher foi

limitada para 12 horas e tambeacutem assim como o periacuteodo noturno Em 1874 na

Franccedila entrou em vigor uma lei que proibia a mulher de trabalhar em minas e

pedreiras Em 1878 as mulheres foram proibidas de exercer funccedilotildees em lugares

insalubres (MARTINS 2014 p 661)

A Lei de 2111892 estabeleceu que a mulheres tivessem jornada de trabalho

de apenas de 11 horas A Lei de 28121909 concedeu agraves mulheres gestantes

descanso de oito semanas natildeo remunerado proibindo a carga de materiais

pesados (MARTINS 2014 p 661)

O Tratado de Versalles determinou o princiacutepio da igualdade salarial entre

homens e mulheres que foi acolhido em diversos paiacuteses inclusive o Brasil

(MARTINS 2014 p 661)

Compete somente a Uniatildeo legislar sobre mateacuteria trabalhista diz o art 22 I e

XVI da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) mas isso natildeo impede a

aplicaccedilatildeo das convenccedilotildees internacionais ratificadas pelo Brasil estas criadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) Esta eacute a corporaccedilatildeo responsaacutevel pelo

controle e lanccedilamento de normas referentes ao trabalho no plano internacional com

o objetivo de regimentar as relaccedilotildees de trabalho atraveacutes das convenccedilotildees

23

recomendaccedilotildees e resoluccedilotildees planejando proteger as relaccedilotildees entre empregados e

empregadores na esfera internacional Desde 1950 o Brasil tem representaccedilatildeo da

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em seu territoacuterio (FREITAS 2015 p 33)

Freitas (2015 p 33-34) destaca diversas convenccedilotildees direcionadas agrave proteccedilatildeo

feminina sendo uma delas a Convenccedilatildeo nordm 3 procedendo sobre o trabalho antes e

depois do parto Na sequecircncia houve a Convenccedilatildeo nordm 4 tratando do trabalho

noturno das mulheres em induacutestrias com exceccedilatildeo das oficinas da famiacutelia ambas

convocadas em 29 de outubro de 1919 A Convenccedilatildeo nordm 41 foi ratificada em relaccedilatildeo

agraves disposiccedilotildees sobre o trabalho noturno na sessatildeo da OIT realizada em Genebra e

encerrada em 23 de junho de 1934 A Convenccedilatildeo nordm 45 vedou o trabalho das

mulheres em minas de qualquer natureza e subterracircneos sendo aprovada um ano

apoacutes a Convenccedilatildeo nordm 41 passando a vigorar em 30 de maio de 1937

A Convenccedilatildeo nordm 100 tratava da desigualdade salarial entre homens e mulheres

exercendo a mesma funccedilatildeo tendo sido aprovada em 1951 em Genebra entrando

em vigor em 23 de maio de 1953 no acircmbito internacional Freitas (2015 p 34)

salienta que a Convenccedilatildeo nordm 103 se refere agrave proteccedilatildeo agrave maternidade e entrou em

vigor em 7 de junho de 1958 Tambeacutem em 1958 a Convenccedilatildeo nordm 111 abordou as

discriminaccedilotildees relacionadas a emprego e profissatildeo tendo entrado em vigor em 15

de junho de 1960

A Convenccedilatildeo nordm 127 de 1967 entrou em vigor em 10 de marccedilo de 1970

referente ao levantamento de pesos A convenccedilatildeo nordm 156 de 1981 discorre sobre a

igualdade de oportunidades para ambos os sexos tanto nas relaccedilotildees de trabalho

como na esfera familiar Jaacute a Convenccedilatildeo nordm 171 delimita as horas do trabalho

noturno

Em 1974 foi assinada a Convenccedilatildeo sobre a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo

contra a Mulher de todas as formas aprovada pela Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

(ONU) Freitas (2015 p 34) conta que a convenccedilatildeo trata dos direitos relacionados

ao emprego e agraves condiccedilotildees de igualdade entre os sexos que deveriam ser

observadas

O termo discriminaccedilatildeo compreende toda distinccedilatildeo exclusatildeo ou preferecircncia baseada em motivos de raccedila cor sexo religiatildeo opiniatildeo politica ascendecircncia nacional ou origem social que tenha como efeito anular a igualdade de oportunidades ou de tratamento em emprego ou profissatildeo (MARTINS 2014 p 544)

24

O Decreto 21417-A de 17 de maio de 1932 (BRASIL 1932 lthttp

www2camaralegbrgt) foi a primeira norma que surgiu sobre o trabalho feminino no

Brasil (GARCIA 2018 p 1066) proibindo a mulher de trabalhar agrave noite A

Constituiccedilatildeo de 1934 (BRASIL 1934 lthttpwwwplanaltogovbrgt) foi fundamental

quando considerou a proibiccedilatildeo da desigualdade de salaacuterios entre homens e

mulheres proibindo o trabalho da mulher em locais insalubres garantindo o repouso

antes e depois do parto sem prejudicar o salaacuterio com seguranccedila de previdecircncia em

benefiacutecio da maternidade e amparo agrave maternidade (GARCIA 2018 p 1066)

Na Constituiccedilatildeo de 1937 (BRASIL 1937 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

mulher gestante conquistou assistecircncia meacutedica e higiecircnica e consequentemente o

benefiacutecio de descanso antes e depois do parto sem perda de salaacuterio A

Constituiccedilatildeo de 1946 (BRASIL 1946 lthttpwwwplanaltogovbrgt) idem a

Constituiccedilatildeo de 1937 assegurava a assistecircncia sanitaacuteria hospitalar e meacutedica agrave

gestante Em 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Constituiccedilatildeo

seguiu os mesmos criteacuterios da CF37 (GARCIA 2018 p 1066)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) tambeacutem

deu agrave mulher o direito agrave aposentadoria com 30 anos de trabalho com salaacuterio

completo Os artigos 389 e 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT)

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) permitiam que as empregadas

guardassem seus filhos no periacuteodo em que estavam trabalhando na empresa

descansando quatro semanas antes e oito semanas depois do parto Em 1969 a

Emenda Constitucional nordm 1 seguiu paracircmetros da CF37 e CF46 (MARTINS 2014

p 664)

A Constituiccedilatildeo de 1988 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

oportunizava a licenccedila agrave gestante sem detrimento no emprego e salaacuterio e com

duraccedilatildeo de 120 dias Importante ressaltar que o homem em caso de falecimento da

genitora passa a ter o mesmo direito podendo usufruir da proteccedilatildeo para que repare

a condiccedilatildeo de seu filho nos primeiros meses de vida conforme disposto no artigo

392-B da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS 2008 p 576)

Por conseguinte em 01 de maio de 1943 foi editada a Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assentando o tema jaacute

existente A CLT sistematizou a legislaccedilatildeo diversa jaacute efetiva no periacuteodo em que foi

publicada Todavia criou novos regimentos sendo a primeira regra geral aplicaacutevel

para todos os empregados Atualmente as relaccedilotildees de trabalho satildeo regidas por

25

esta lei a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Tambeacutem abrange relaccedilotildees coletivas

como as entidades sindicais ou grupos de trabalhadores No Decreto-lei 6353 de

20-3-1944 (BRASIL 1944 lthttpwwwplanaltogovbrgt) houve a primeira alteraccedilatildeo

que admitia o trabalho agrave noite da mulher que tivesse 18 anos mas em poucas

funccedilotildees (MARTINS 2008 p 575)

Garcia (2018 p 1067) cita que o poder puacuteblico cria mecanismos para que a

mulher tenha seus direitos garantidos tambeacutem no ambiente familiar sem

discriminaccedilatildeo com respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar evitando a crueldade

e a opressatildeo Nesse sentido a Lei 113402006 (BRASIL 2006

lthttpwwwplanaltogovbrgt) previne a violecircncia domeacutestica protegendo a mulher do

asseacutedio familiar

As garantias da Constituiccedilatildeo Federal e da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

estabelecem que sejam inadmissiacuteveis as desigualdades entre homens e mulheres

no ambiente de trabalho A mulher era tratada como incapaz pelo Coacutedigo Civil de

1916 Essa situaccedilatildeo mudou com o Estatuto da Mulher Casada Lei 4121 de 27-08-

62 (BRASIL 1962 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (MARTINS 2008 p 577)

Garcia (2018 p 1069) afirma que as leis de proteccedilatildeo agrave mulher centralizaram

mais em motivos que chamam atenccedilatildeo como as mulheres gestantes e a

maternidade Esses dois aspectos natildeo devem servir de razatildeo para a discriminaccedilatildeo e

diferenciaccedilatildeo salarial nem para a contrataccedilatildeo do trabalho feminino

Relata Carrion (2014 p 330)

O direito da empregada gestante manter-se no emprego sem prejuiacutezo dos salaacuterios com consequente restriccedilatildeo ao direito de resiliccedilatildeo unilateral do contrato sem justa causa pelo empregador sob pena de sujeitar-se agraves reparaccedilotildees legais nasce com a concepccedilatildeo e projeta-se ateacute cinco meses apoacutes o parto

Existem prejulgamentos provenientes da sociedade Por isso existem as

medidas de proteccedilatildeo para atuarem onde ocorrem determinadas peculiaridades

Medidas foram criadas para que a discriminaccedilatildeo em razatildeo da desigualdade de

gecircnero seja banida nas empresas nos quesitos de admissatildeo e remuneraccedilatildeo no

mercado de trabalho Notadamente existem discriminaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave mulher

sendo um aspecto cultural em uma sociedade machista onde as mulheres sempre

ocuparam papeacuteis subalternos apenas cuidando da casa e dos filhos As proteccedilotildees

26

especiais agraves mulheres devido agraves suas peculiaridades natildeo devem servir de motivo

para a discriminaccedilatildeo poreacutem muitas vezes causam efeito contraacuterio

27

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO DA MULHER NO DIREITO DO TRABALHO

Diante das situaccedilotildees trazidas no capiacutetulo anterior onde foram expostos os

problemas enfrentados pelas mulheres como a exploraccedilatildeo a discriminaccedilatildeo e a

desigualdade de gecircnero as diferenccedilas eram claras Para tanto medidas de

proteccedilatildeo ao trabalho feminino foram criadas Nota-se as primeiras leis que versavam

sobre o trabalho da mulher como a proibiccedilatildeo de trabalhar em lugares subteacuterreos a

jornada de trabalho estabelecida em 12 horas o trabalho vedado em minas e

pedreiras assim como no periacuteodo noturno e nas funccedilotildees insalubres bem como em

relaccedilatildeo a um periacuteodo de descanso de 8 (oito) semanas para as gestantes natildeo

remunerado Essas regras tiveram constante evoluccedilatildeo

Nesse momento seraacute apresentado o progresso dessas regras e uma anaacutelise

das normas de proteccedilatildeo que a cada dia sofrem alteraccedilotildees sendo um assunto onde

sempre haacute novidades A abordagem a seguir mostra as peculiaridades do trabalho

da mulher em especial a proteccedilatildeo agrave maternidade a comeccedilar nessa oportunidade

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade

Estudando a caminhada da mulher no mercado de trabalho a forma como

eram tratadas abusadas sem direitos seguimos nesse capiacutetulo relatando as

peculiaridades que trazem proteccedilatildeo ao trabalho feminino Depois de constatar os

motivos pelo quais foram criadas regras de proteccedilatildeo apresentamos medidas

especiacuteficas para que a desigualdade de gecircnero seja banida do acircmbito trabalhista

Nesse contexto podemos destacar que a proteccedilatildeo agrave maternidade eacute o

benefiacutecio mais relevante da empregada ldquoOs preceitos que regulam o trabalho

masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a

proteccedilatildeo especial instituiacuteda neste Capiacutetulordquo redaccedilatildeo do art 372 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O

paraacutegrafo uacutenico foi revogado pela Lei 134672017 pois caracterizava discriminaccedilatildeo

sendo que este seraacute comentado no proacuteximo capiacutetulo O artigo institui o Capiacutetulo III

da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que foi reservado especialmente ao trabalho

da mulher poreacutem alguns artigos abrangem identicamente o trabalho masculino

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 251)

28

O art 5ordm I CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) traz a

igualdade entre homens e mulheres nas relaccedilotildees de trabalho em direitos e

obrigaccedilotildees Martins conforme Machado (2017 p 251) conta que ldquoas regras de

proteccedilatildeo ao trabalho da mulher justificam-se em face das peculiaridades que

norteiam o trabalho femininordquo

Regula o artigo 7ordm XIII da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

que ldquoa duraccedilatildeo de trabalho normal das mulheres natildeo superior a oito horas e

quarenta e quatro horas semanais facultada agrave compensaccedilatildeo de horaacuterios e reduccedilatildeo

de jornada mediante acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalhordquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 252)

Abordando o artigo 373 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que menciona a jornada de trabalho das mulheres ldquoa

duraccedilatildeo normal de trabalho das mulheres seraacute de 8 (oito) horas diaacuterias exceto nos

casos para os quais for fixada duraccedilatildeo inferiorrdquo (MARTINS apud MACHADO 2017

p 252)

Incluiacutedo pela Lei 979999 (BRASIL 1999 lthttpwwwplanaltogovbrgt) o

artigo 373-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho faz diversas observaccedilotildees ao

trabalho da mulher referentes agrave discriminaccedilatildeo nas relaccedilotildees de trabalho Observe a

regra

Art 373-A Ressalvadas as disposiccedilotildees legais destinadas a corrigir as distorccedilotildees que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas eacute vedado (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) I ndash publicar ou fazer publicar anuacutencio de emprego no qual haja a referecircncia ao sexo agrave idade agrave cor ou situaccedilatildeo familiar salvo quando a natureza da atividade a ser exercida puacuteblica e notoriamente assim o exigir (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) II ndash recusar emprego promoccedilatildeo ou motivar a dispensa do trabalho em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez salvo quando a natureza da atividade seja notoacuteria e publicamente incompatiacutevel (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) III ndash considerar o sexo a idade a cor ou situaccedilatildeo familiar como variaacutevel determinante para fins de remuneraccedilatildeo formaccedilatildeo profissional e oportunidades de ascensatildeo profissional (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) IV ndash exigir atestado ou exame de qualquer natureza para comprovaccedilatildeo de esterilidade ou gravidez na admissatildeo ou permanecircncia no emprego (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) V ndash impedir acesso ou adotar criteacuterios subjetivos para o deferimento de inscriccedilatildeo ou aprovaccedilatildeo em concursos em empresas privadas em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) VI ndash proceder o empregador ou preposto a revistas iacutentimas nas empregadas ou funcionaacuterias (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999)

29

Paragrafo uacutenico O disposto neste artigo natildeo obsta a adoccedilatildeo de medidas temporaacuterias que visem ao estabelecimento das poliacuteticas de igualdade entre homens e mulheres em particular as que se destinam a corrigir as distorccedilotildees que afetam a formaccedilatildeo profissional o acesso ao emprego e as condiccedilotildees gerais de trabalho da mulher (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 252) menciona que o referido artigo foi

adicionado em razatildeo de impedir as condutas discriminatoacuterias violando o princiacutepio da

igualdade consagrado no art 7ordm XXX da CF88 (BRASIL 1988

lthttpwwwplanaltogovbrgt) prevendo ldquoa proibiccedilatildeo de diferenccedila de salaacuterios de

exerciacutecio de funccedilotildees e de criteacuterio de admissatildeo por motivo de sexo idade cor ou

estado civilrdquo

A Constituiccedilatildeo de 1988 estabeleceu regras firmes contra a discriminaccedilatildeo agrave

mulher nas relaccedilotildees de emprego proibindo diferenccedilas no acircmbito laboral Tambeacutem

eliminou alguns artigos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que produziam efeito

contraacuterio em relaccedilatildeo ao trabalho feminino (DELGADO 2012 p 803)

Delgado (2012 p 804) indica que revogados pela Lei 78551989 (BRASIL

1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) reproduzida logo apoacutes a CF88 os artigos 374

375 378 379 380 e 387 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) que davam

entendimento discriminatoacuterio ao trabalho feminino Martins conforme Machado

(2017 p 256) aponta que o artigo 376 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho foi

revogado pela Lei 102442001 (BRASIL 2001 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Voltando as normas vigentes comentamos o artigo 377 da Consolidaccedilatildeo das

Leis do Trabalho Nesse contexto Martins conforme Machado (2017 p 256) traz

que somente atraveacutes de convenccedilatildeo coletiva ou de acordo coletivo no teor do art 7ordm

VI CF88 eacute possiacutevel reduzir o salaacuterio das mulheres e que as medidas protetivas

satildeo regras e por motivo algum eacute autorizada a reduccedilatildeo

Conforme o artigo 381 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o trabalho noturno frisando que ldquoo

trabalho noturno das mulheres teraacute salaacuterio superior ao diurnordquo No sect 1ordm a regra diz

que no trabalho noturno os salaacuterios teratildeo aumento de 20 e sect 2ordm que cada hora

trabalhada agrave noite seraacute de 52 minutos e 30 segundos Tem direito ao percentual

miacutenimo de 25 a empregada rural (art 7ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 58891973

(BRASIL 1973 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O art 382 regra o intervalo

intrajornada que destina uma pausa de 11 horas entre duas jornadas de trabalho

30

enquanto o art 66 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) tambeacutem apresenta

este preceito (MARTINS apud MACHADO 2017 p 257)

Um dos artigos que sugere a desigualdade de gecircnero eacute o art 383 da CLT

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que apresenta um intervalo entre 1 a

2 horas para a mulher trabalhadora possibilitando um periacuteodo bastante extenso

para o descanso Diferente do homem que mesmo em curtas jornadas abaixo de

seis horas tem apenas 15 minutos salvo a hipoacutetese conhecida no art 71 sect 3ordm bem

como o art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece o intervalo de 15 minutos para a

mulher caso haja hora extra (DELGADO 2012 p 804)

O art 384 eacute referente apenas ao trabalho feminino estabelecendo regra

caracterizada e protetiva apartado do homem o que natildeo eacute coerente na eacutepoca atual

e confrontando a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art 7ordm inciso

XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo do trabalho

O artigo 384 da CLT foi revogado pela Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) da Reforma trabalhista que seraacute apresentada no

proacuteximo capiacutetulo desse trabalho (GARCIA 2018 p 1076-1077 e 1079)

Seguindo Garcia (2018 p 1079) aponta o art 385 da CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) no seguinte contexto

Art 385 O descanso semanal seraacute de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidiraacute todo ou em parte com o domingo salvo motivo de conveniecircncia puacuteblica ou necessidade imperiosa de serviccedilo a juiacutezo da autoridade competente na forma das disposiccedilotildees gerais caso em que recairaacute outro diardquo (BRASIL 1943 httpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 260) descreve que o art 67 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho tambeacutem assegura o descanso e o art 7 inciso

XV da CF88 eacute extensivo aos trabalhadores de ambos os sexos

Referente tambeacutem ao periacuteodo de descanso da mulher o art 386 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz

que quando haacute trabalho aos domingos uma escala de revezamento seraacute organizada

para que possibilite o repouso dominical de 15 em 15 dias (MARTINS 2014 p 667)

Os meacutetodos e locais de trabalho da mulher que estatildeo previstos nos artigos 388

389 e 390 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 seratildeo apresentados no

proacuteximo capiacutetulo em conjunto com a exposiccedilatildeo da nova lei a Reforma trabalhista

31

Avanccedilando os demais artigos que se referem agrave mulher no Capiacutetulo III da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho 1943 apontamos o art 391 caput ldquoNatildeo

constitui justo motivo para a rescisatildeo do contrato de trabalho da mulher o fato de

haver contraiacutedo matrimocircnio ou de encontrar-se em estado de gravidezrdquo (BRASIL

1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 1082)

Garcia (2018 p 1082) menciona que em qualquer convenccedilatildeo coletiva acordo

coletivo ou acordos individuais de trabalho eacute proibido ldquorestriccedilotildees de direito da mulher

ao seu emprego por motivo de casamento ou gravidezrdquo (art 391 paraacutegrafo uacutenico

CLT) Diante desse procedimento Martins conforme Machado (2017 p 265) afirma

a autorizaccedilatildeo da reintegraccedilatildeo na funccedilatildeo (art 4ordm da Lei 902995) (BRASIL 1995

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ou seja a empregada natildeo poderaacute ser demitida em

face desses motivos O impedimento das praacuteticas discriminatoacuterias tem apoio

constitucional no art 7ordm XXX CF88

A redaccedilatildeo do art 391-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) incluiacuteda

pela Lei 128122013 (BRASIL 2013 lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta que a

gravidez confirmada no curso do contrato de trabalho garante agrave empregada gestante

estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea b do inciso II do art 10 do Ato de

Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias ainda que durante o prazo do aviso-preacutevio

trabalhado ou indenizado (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

Mesmo que no momento da demissatildeo a empregada gestante natildeo tenha

conhecimento do estado graviacutedico poderaacute usufruir o direito da garantia de emprego

sem prejuiacutezo de salaacuterio e da funccedilatildeo que exerce Assim o empregador natildeo seraacute

afastado das responsabilidades mesmo que natildeo tenha conhecimento da gravidez

da empregada Garcia (2018 p 1097) ressalta que eacute objetiva a responsabilidade do

empregador quanto ao estado de gravidez da empregada

Nestes termos atualmente desponta uma discussatildeo em relaccedilatildeo ao

desconhecimento do estado da gravidez pela proacutepria empregada Haacute entendimentos

de que natildeo eacute justo possibilitar o direito agrave garantia de emprego se nem mesmo a

empregada estava ciente do seu estado gestacional (GARCIA 2018 p 1097)

Garcia (2018 p 1098) indica que a garantia de emprego conforme redaccedilatildeo

atual da Suacutemula 244 inciso III do TST eacute estendida tambeacutem agraves gestantes

contratadas por prazo determinado O desconhecimento do estado graviacutedico pelo

empregador natildeo afasta o direito ao pagamento de indenizaccedilatildeo decorrente da

estabilidade A redaccedilatildeo dessa Suacutemula foi alterada e assim a estabilidade estendida

32

Antes disso Garcia apud Martins (2018 p 1098) menciona que era aplicada agrave

doutrina de Seacutergio Pinto Martins ldquoSe houver a cessaccedilatildeo do contrato de trabalho do

empregado estatuiacutedo por prazo determinado natildeo haveraacute direito agrave responsabilidade

porque aqui natildeo haacute despedida injusta mas teacutermino de pacto laboralrdquo Portanto isso

mudou com a referida Suacutemula Vejamos a decisatildeo do Tribunal Superior do Trabalho

6ordf Turma Relator Ministro Augusto Ceacutesar Leite de Carvalho que garante a

empregada gestante contratada por prazo determinado a estabilidade provisoacuteria

conforme previsatildeo na Suacutemula 244

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A EacuteGIDE DA LEI 130152004 ESTABILIDADE GESTANTE CONTRATO DE EXPERIEcircNCIA ESTABILIDADE PROVISOacuteRIA A empregada gestante tem direito agrave estabilidade provisoacuteria prevista no artigo 10 inciso II aliacutenea b do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias mesmo na hipoacutetese de admissatildeo mediante contrato por tempo determinado Ainda mais se tratando de contrato de experiecircncia que eacute em rigor um contrato por tempo indefinido com uma claacuteusula alusiva a periacuteodo de prova Inteligecircncia da Suacutemula 244 III do TST em sua nova redaccedilatildeo Recurso de revista conhecido e provido (BRASIL 2019 lthttpwwwtstjusbrgt)

A proteccedilatildeo se estende ao trabalho domeacutestico Garcia (2018 p 1087) destaca

que tem direito a estabilidade no aviso preacutevio indenizado ou trabalhado desde que

confirmada a gravidez neste periacuteodo Diz a Lei Complementar 1502015 (BRASIL

2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art 25 paraacutegrafo uacutenico

Art 25 A empregada domeacutestica gestante tem direito a licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio nos termos da Seccedilatildeo V do Capitulo III do Tiacutetulo III da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) aprovada pelo Decreto ndash Lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Paraacutegrafo uacutenico A confirmaccedilatildeo do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho ainda que durante o prazo do aviso preacutevio trabalhado ou indenizado garante agrave empregada gestante a estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea ldquobrdquo do inciso II do art 10 do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias (BRASIL 2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Adiante estaacute a vigente composiccedilatildeo do art 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) que foi determinada pela Lei 104212002 (BRASIL 2002

lthttpwwwplanaltogovbrgt) em razatildeo de adequar-se ao texto constitucional

(art7ordm XVIII) Veja a redaccedilatildeo

Art 392 A empregada gestante tem direito agrave licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002)

33

sect 1ordm A empregada deve mediante atestado meacutedico notificar o seu empregador da data do afastamento do emprego que poderaacute ocorrer entre o 28ordm (vigeacutesimo oitavo) dia antes do parto e ocorrecircncia deste (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 2ordm Os periacuteodos de repouso antes e depois do parto poderatildeo ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um mediante atestado meacutedico (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 3ordm Em caso de parto antecipado a mulher teraacute direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 4ordm Eacute garantido agrave empregada durante a gravidez sem prejuiacutezo do salaacuterio e demais direitos (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) I ndash transferecircncia de funccedilatildeo quando as condiccedilotildees de sauacutede o exigirem assegurada a retomada da funccedilatildeo anteriormente exercida logo apoacutes o retorno ao trabalho (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) II ndash dispensa do horaacuterio de trabalho pelo tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo de no miacutenimo seis consultas meacutedicas e demais exames complementares (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) sect 5ordm (VETADO) (Incluiacutedo pela Lei nordm 10421 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Nos incisos e paraacutegrafos desse artigo podem se destacar as vantagens da

empregada gestante que entram em harmonia com a redaccedilatildeo constitucional (art

7ordm XVIII CF88) O benefiacutecio do salaacuterio-maternidade eacute estendido a todas as

trabalhadoras (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

A licenccedila-maternidade natildeo teraacute prejuiacutezo da remuneraccedilatildeo integral observa o

art 393 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ligado ao art 7ordm XVIII da CF88 e

igualmente previsto no art 72 da Lei na Lei 82131991 (BRASIL 1991

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Natildeo haacute teto previdenciaacuterio para o benefiacutecio em

questatildeo completa Martins conforme Machado (2017 p 272) Veja o dispositivo

Art 393 Durante o periacuteodo a que se refere o art 392 a mulher teraacute direito ao salaacuterio integral e quando variaacutevel calculado de acordo com a meacutedia dos 6 (seis) uacuteltimos meses de trabalho bem como os direitos e vantagens adquiridos sendo ndash lhe ainda facultado reverter agrave funccedilatildeo que anteriormente ocupava (Redaccedilatildeo dada pelo Decreto-Lei 229 de 2821967) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em observaccedilatildeo na sequecircncia o art 394 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquomediante atestado meacutedico agrave mulher

graacutevida eacute facultado romper o compromisso resultante de qualquer contrato de

trabalho desde que este seja prejudicial agrave gestaccedilatildeordquo Essa regra assegura agrave

empregada gestante a viabilidade de romper o contrato de trabalho mediante

atestado meacutedico se ficar comprovado que seraacute prejudicial agrave gestaccedilatildeo ficando isenta

34

da obrigaccedilatildeo de indenizar quaisquer eventuais prejuiacutezos no contrato de trabalho

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 273)

Martins conforme Machado (2017 p 273) diz que se trata da transparente

assimilaccedilatildeo de que os trabalhos insalubres satildeo prejudiciais agrave sauacutede do empregado

manifesta a situaccedilatildeo da gravidez arriscando o desenvolvimento do feto Estendido

ao periacuteodo da lactaccedilatildeo pois o leite materno eacute o uacutenico alimento da crianccedila nos

primeiros meses de vida e precisa estar livre de qualquer ameaccedila de contaminaccedilatildeo

Eis o texto do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoA empregada gestante ou lactante seraacute afastada

enquanto durar a gestaccedilatildeo ou lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou

locais insalubres devendo exercer suas atividades em locais salubresrdquo Essa regra

foi alterada pela Lei 134672017 que seraacute comentada no proacuteximo capiacutetulo

O adicional de insalubridade da gestante ou lactante seraacute pago pela empresa

conforme o art 248 da CF88 em razatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias fazendo parte da remuneraccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

Seguindo o proacuteximo artigo relativo agrave proteccedilatildeo da mulher art 395 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoEm caso de aborto natildeo criminoso comprovado por

atestado meacutedico oficial a mulher teraacute um repouso remunerado de (2) duas

semanas com direito de retornar a funccedilatildeo que ocupava antes do afastamentordquo

Martins conforme Machado (2017 p 274) mostra que o atestado meacutedico oficial eacute

viabilizado pelo SUS ou pelo serviccedilo meacutedico da empresa A remuneraccedilatildeo seraacute paga

pela Previdecircncia Social conforme o salaacuterio-maternidade

Martins conforme Machado (2017 p 274-275) aponta no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho o direito agrave amamentaccedilatildeo dos filhos mesmo que

proveniente de adoccedilatildeo ateacute completar 6 (seis) meses de dois descansos especiais

de meia hora cada durante a jornada de trabalho O periacuteodo de 6 (seis) meses se a

sauacutede da crianccedila exigir poderaacute ser estendido Veja o artigo 396 do Decreto-Lei

545243

Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um Paraacutegrafo uacutenico Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

35

Antes o salaacuterio-maternidade era responsabilidade do empregador dessa

forma a Convenccedilatildeo 103 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) jaacute

mencionada anteriormente publicada pelo Decreto 588201966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinou que o INSS ficasse responsaacutevel pelas

parcelas devidas agrave gestante Isso para evitar a diferenciaccedilatildeo no momento da

contrataccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Foi uma maneira de estimular as

empresas a natildeo ter receio na admissatildeo de mulheres (MARTINS 2014 p 668)

Martins (2014 p 679) diz que a mesma Convenccedilatildeo 103 consagra os intervalos

destinados para amamentaccedilatildeo do filho consoante com a lei nacional Os intervalos

devem ser computados na jornada de trabalho

De acordo com Garcia (2018 p 1085) o salaacuterio-maternidade eacute devido agrave

mulher durante o tempo em que for mantida como segurada Acentua o art 97 do

Regulamento da Previdecircncia Social (RPS-Decreto 30481999) (BRASIL 1999

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que foi alterado pelo Decreto 61222007 (BRASIL

2007 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Independente das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias permaneceraacute filiada ao INSS e receberaacute salaacuterio O que antes no

entendimento da Previdecircncia ocorria somente se a mulher estivesse empregada

teria direito Repare o dispositivo

Art 97 O salaacuterio ndash maternidade da segurada empregada seraacute devido pela previdecircncia social enquanto existir relaccedilatildeo de emprego observadas as regras quanto ao pagamento desse benefiacutecio pela empresa Paragrafo uacutenico Durante o periacuteodo de graccedila a que se refere o art 13 a segurada desempregada faraacute jus ao recebimento do salaacuterio ndash maternidade nos casos de demissatildeo antes da gravidez ou durante a gestaccedilatildeo nas hipoacuteteses de dispensa por justa causa ou a pedido situaccedilotildees em que o benefiacutecio seraacute pago diretamente pela previdecircncia social (BRASIL 2007 httpwwwplanaltogovbrgt)

O artigo 397 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) prevecirc que as

entidades puacuteblicas destinadas agrave assistecircncia e agrave infacircncia tenham responsabilidade de

acordo com suas possibilidades financeiras de manter distribuiacutedos nas zonas de

mais densidade de trabalhadores locais destinados para atender os filhos de

mulheres empregadas Essa regra natildeo eacute obrigatoacuteria eacute facultativa pois depende de

recursos financeiros disponiacuteveis e conforme o art 7ordm XXV da CF88 eacute dever do

Estado disponibilizar esse benefiacutecio assim como o art 208 IV da mesma

Constituiccedilatildeo Revogado o art 398 pelo Decreto-Lei 229 de 28021967 (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 275)

36

Avanccedilando na apresentaccedilatildeo chegamos ao art 399 da Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (CLT) que confere em sua redaccedilatildeo que os empregadores que se

destacarem pela organizaccedilatildeo de creches e instituiccedilotildees de menores em idade preacute-

escolar seratildeo agraciados pelo Ministro do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio com um

diploma de benemerecircncia desde que tais serviccedilos se destaquem por sua

generosidade e pela competecircncia das respectivas instalaccedilotildees O art 7ordm XXV da

Constituiccedilatildeo garante assistecircncia gratuita aos filhos e dependentes desde o

nascimento ateacute 5 anos de idade em creches e preacute-escolas restando ao empregador

apenas o reconhecimento do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego que agracia por

meio de diploma de benemerecircncia as empresas que constituem este ambiente em

suas dependecircncias Mas natildeo eacute obrigaccedilatildeo e sim do Estado (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

Por fim o art 400 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Este completa

o art 389 sect1ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que seraacute exposto no proacuteximo capiacutetulo descrevendo

que ldquoOs locais destinados agrave guarda dos filhos das operaacuterias durante o periacuteodo da

amamentaccedilatildeo deveratildeo possuir no miacutenimo um berccedilaacuterio uma saleta para

amamentaccedilatildeo uma cozinha dieteacutetica e uma instalaccedilatildeo sanitaacuteriardquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

A Lei 133012016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art

18 sect 3ordm assegura licenccedila-maternidade de 180 dias agraves matildees de crianccedilas que tiveram

sequelas neuroloacutegicas transmitidas pelo Aedes aegypti e salaacuterio-maternidade

garantido no art 71 da Lei 82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Lei dos Benefiacutecios da Previdecircncia Social Esse entendimento se estende tambeacutem agraves

matildees adotantes quando estiverem presentes os requisitos Essa previsatildeo aplica-se

relativamente agrave segurada especial contribuinte individual facultativa e trabalhadora

avulsa (art 18 sect4ordm da Lei 133012016) e no (art 72 sect 3ordm da Lei 821391)

(GARCIA 2018 p 1086)

A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 a Constituiccedilatildeo Federal88 e

outras diversas leis envolvem uma seacuterie de questotildees que protegem o trabalho da

mulher contra os abusos do empregador que infelizmente eacute muito comum A

subordinaccedilatildeo juriacutedica que pondera faz com que as normas observem qualquer

nulidade em ato seu de renunciar aos direitos trabalhistas mesmo que seja qualquer

anuecircncia em uma alteraccedilatildeo contratual natildeo seraacute validada se houver prejuiacutezos para o

37

empregado Nesse aspecto destacamos no art 9ordm da CLT43 o seguinte dizer

ldquoSeratildeo nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar

impedir ou fraudar a aplicaccedilatildeo dos preceitos contidos na presente consolidaccedilatildeordquo

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

311 Estabilidade da gestante e da adotante

A licenccedila-maternidade eacute uma proteccedilatildeo ao trabalho da mulher Nestes termos a

empregada que adotar ou alcanccedilar a guarda judicial de crianccedila ou adolescente teraacute

esse direito Martins (2014 p 670) cita que eacute devido o salaacuterio-maternidade de 120

dias natildeo interessando a idade da crianccedila Primeiramente aplicavam-se os preceitos

de Seacutergio Pinto Martins no entendimento de que a matildee adotante natildeo teria direito agrave

garantia de emprego pois natildeo houve parto e a garantia de emprego eacute referida a

contar do parto natildeo existindo parto natildeo haacute garantia de emprego (GARCIA 2018 p

1098)

Dessa forma Garcia (2018 p 1087) cita que a Lei 104212002 (BRASIL

2002 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiu o artigo 392-A agrave CLT e o art 71-A agrave Lei

82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando a extensatildeo

agrave matildee adotiva os mesmos direitos que a gestante Veja a nova redaccedilatildeo

Art 392-A A empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoccedilatildeo de crianccedila e adolescente seraacute concedida licenccedila-maternidade nos termos do art 392 desta lei (redaccedilatildeo dada pela Lei 135092017) sect 1ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 2ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 3ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 4ordm A licenccedila - maternidade soacute seraacute concedida mediante apresentaccedilatildeo do termo de guarda agrave adotante ou guardiatilde (incluiacutedo pela Lei 104212002) sect 5ordm A adoccedilatildeo ou guarda judicial conjunta ensejaraacute a concessatildeo de licenccedila -maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiatildees empregado ou empregada (Incluiacutedo pela Lei 128732013) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1089) mostra que a Lei 12010 de 29 de julho de 2009

(BRASIL 2009 lthttpwwwplanaltogovbrgt) revogou os sectsect 1ordm a 3ordm do art 392-A da

CLT que versavam sobre a desigualdade do periacuteodo de licenccedila de acordo com a

idade da crianccedila

Em texto dado pela Lei 12873 de 22 de outubro de 2013 (BRASIL 2013

lthttpwwwplanaltogovbrgt) o art 71-A da Lei 821391 passou a regrar que o

38

segurado e a segurada do INSS que adotar ou alcanccedilar guarda judicial para fins de

adoccedilatildeo teratildeo direito ao salaacuterio-maternidade no periacuteodo de 120 dias apontando que

ao segurado (homem) tambeacutem eacute estendido o direito em questatildeo (art 71 ndash B sect3ordm

821391) (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Da mesma forma o art 71-

B da Lei 821391 dilatado pela Lei 128132013 regula que em caso do

falecimento da segurada ou segurado que tem direito ao salaacuterio-maternidade o

provento deveraacute ser pago ao cocircnjuge sobrevivente O benefiacutecio natildeo seraacute pago em

caso de falecimento ou abandono do filho (GARCIA 2018 p 1089)

O salaacuterio-maternidade eacute um benefiacutecio pago pela Previdecircncia Social assim

evitando a discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo da mulher caso a

remuneraccedilatildeo fique a cargo do empregador (GARCIA 2018 p 1087-1088)

Conforme o artigo 391-A paraacutegrafo uacutenico da CLT adicionado pela Lei 13509

de 22 de novembro de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

estabilidade provisoacuteria prevista no art 10 inciso II aliacutenea b do ADCT eacute estendida

ao empregado adotante embora a guarda de adoccedilatildeo seja concedida durante o

periacuteodo de aviso preacutevio trabalhado ou indenizado A garantia de emprego tambeacutem

pode estar prevista em acordos coletivos de trabalho perante negociaccedilatildeo (art 7ordm

XXVI da CF88) ou mesmo que seja prevista em lei com justificativa no principio da

norma mais beneacutefica (GARCIA 2018 p 1099-1100 e 1101)

A empregada deveraacute apresentar termo de guarda da adotante para que o

empregador esteja ciente da adoccedilatildeo O documento seraacute apresentado com o

propoacutesito de deferir a licenccedila Martins (2014 p 670-671) acentua que a licenccedila-

maternidade seraacute concedida somente para um dos adotantes na adoccedilatildeo ou guarda

judicial conjunta A empregada adotante receberaacute salaacuterio-maternidade apenas com

crianccedilas adotadas ateacute oito anos de idade Natildeo haacute direito a salaacuterio-maternidade se a

crianccedila adotada tiver mais de 8 (oito) anos O salaacuterio-maternidade natildeo seraacute pago no

periacuteodo de estaacutegio de convivecircncia somente apoacutes a sentenccedila judicial devidamente

registrada no cartoacuterio civil comprovando o viacutenculo da adoccedilatildeo

A Lei Complementar 146 de 25 de julho de 2014 (BRASIL 2014

lthttpwwwplanaltogovbrgt) estabeleceu o direito previsto no art10 II aliacutenea b do

ADCT aos casos em que houver falecimento da genitora Sendo assim a

estabilidade eacute garantida a quem tiver a guarda do receacutem-nascido (GARCIA 2018 p

1101)

39

Dessa forma nada mais eacute acertado de que com o falecimento da genitora a

garantia de emprego seja estendida para quem obtiver a guarda da crianccedila tendo

em vista que eacute para o bem-estar do receacutem-nascido que precisa de cuidados

especiais A crianccedila eacute titular do benefiacutecio e a estabilidade pode ser concedida agrave

empregada adotante tambeacutem quando estiver no aviso preacutevio indenizado ou

trabalhado se a guarda provisoacuteria for concedida neste periacuteodo (GARCIA 2018 p

1099)

Conforme Garcia (2018 p 1101) o direito de garantia de emprego tambeacutem

pode ser de algum parente como a avoacute por exemplo caso ela tenha a guarda do

receacutem-nascido na ausecircncia dos pais

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

A prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade eacute um direito das empregadas que

trabalham nas empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadatilde previsto no art

1ordm da Lei 117702008 Assim sendo eacute destinado agrave Pessoa juriacutedica e empresa rural

ou urbana natildeo podendo o empregador ser pessoa fiacutesica Caso a empresa natildeo

aderir ao programa as empregadas natildeo teratildeo direito ao benefiacutecio (MARTINS 2014

p 672)

De acordo com a Lei 11770 de 09 de setembro de 2008 (BRASIL 2008

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a licenccedila-maternidade eacute prorrogaacutevel por 60 dias Essa

lei prevecirc apenas a extensatildeo da licenccedila e natildeo menciona o salaacuterio-maternidade que eacute

pago pelo INSS Nenhum preceito prevecirc que o acreacutescimo de 60 dias da licenccedila seraacute

pago pelo INSS A prorrogaccedilatildeo deve ser requerida pela empregada ateacute o final do

primeiro mecircs apoacutes o parto De outra forma natildeo faraacute jus agrave prorrogaccedilatildeo (MARTINS

2014 p 671-672)

Segundo o art 3ordm da Lei 117702008 ldquo[] a empregada teraacute direito a

remuneraccedilatildeo integral nos mesmos moldes devidos no periacuteodo de percepccedilatildeo do

salaacuterio-maternidade pago pelo regime geral da previdecircncia socialrdquo mas isso natildeo

acarreta o pagamento pelo INSS No decorrer da prorrogaccedilatildeo dos 60 dias a

empregada natildeo poderaacute ficar sem receber remuneraccedilatildeo que seraacute de

responsabilidade do empregador como acontece nos 120 dias de desligamento da

gestante (MARTINS 2014 p 672)

40

Martins (2014 p 672) alega que o referido artigo confere que a previdecircncia

social eacute quem paga o salaacuterio-maternidade mas natildeo a extensatildeo dos 60 dias O

pagamento pelo INSS viola o sect 5ordm do art 195 da CF88 pois natildeo haacute como custear

a prorrogaccedilatildeo do salaacuterio-maternidade

O art 6ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

alterava o art 28 sect 9ordm da Lei 821291 estabelecendo que as importacircncias

recebidas em 60 dias de prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade natildeo constituem o

salaacuterio de contribuiccedilatildeo Garcia (2018 p 1092) indica que esse artigo foi vetado com

o entendimento de que nas importacircncias recebidas nos 120 dias existe a aplicaccedilatildeo

de contribuiccedilotildees previdenciaacuterias todavia na prorrogaccedilatildeo segue o mesmo criteacuterio

Do mesmo modo a licenccedila-paternidade segue os requisitos da licenccedila-

maternidade podendo ter prorrogaccedilatildeo de 15 (quinze) dias mais 5 (cinco) dias que

estaacute previsto no art 10 sect1ordm do ADCT Essa regra foi incluiacuteda pela Lei 13257 de 08

de marccedilo de 2016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando que

o periacuteodo total eacute entatildeo de 20 dias (GARCIA 2018 p 1091)

Esse programa tambeacutem poderaacute ser adquirido pela Administraccedilatildeo Puacuteblica diz o

art 2ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assim

como as empresas puacuteblicas sociedades de economia mista que fazem parte da

Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta (MARTINS 2014 p 672)

O propoacutesito da prorrogaccedilatildeo das licenccedilas-maternidade e paternidade eacute que os

pais permaneccedilam em contato direto com os filhos mais tempo possibilitando

principalmente para a matildee a amamentaccedilatildeo Os pais natildeo poderatildeo exercer seja qual

for atividade remunerada e a crianccedila ficaraacute sob seus cuidados A desobediecircncia

dessa regra acarreta na perda do direito em questatildeo (GARCIA 2018 p 1092)

Vejamos o Recurso Ordinaacuterio julgado pela 4ordf Turma do Tribunal Regional do

Trabalho da 4ordm Regiatildeo tendo como Relator o Ministro George Achutti dando

provimento ao recurso da reclamada que nega a participaccedilatildeo no Programa Empresa

Cidadatilde Portanto o reclamante natildeo teraacute direito a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

paternidade de 05 para 20 dias Conforme relatado natildeo teratildeo direito as

prorrogaccedilotildees das licenccedilas empregados das empresas que natildeo aderem ao programa

previsto no art 1ordm da Lei 117702008

ECT PRORROGACcedilAtildeO DA LICENCcedilA-PATERNIDADE PROGRAMA EMPRESA CIDADAtilde Negada pela reacute a participaccedilatildeo no Programa Empresa Cidadatilde que autoriza a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-paternidade de 05 para 20 dias eacute ocircnus do reclamante provar a inscriccedilatildeo da empresa no referido

41

Programa porquanto se trata de fato constitutivo de seu direito Inteligecircncia dos artigos 818 da CLT e 373 inc I do NCPC (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Segundo Martins (2014 p 672-673) para obter essa prorrogaccedilatildeo a empregada

deveraacute fazer o requerimento ateacute o final do primeiro mecircs apoacutes o parto A empregada

natildeo teraacute direito senatildeo fizer dentro deste prazo Esse benefiacutecio tambeacutem pode ser

concedido agrave empregada adotante ou que obtenha guarda judicial A empregada teraacute

que receber salaacuterio integral que ficaraacute a cargo do empregador conforme prevecirc o art

3ordm da Lei 1177008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) A empresa que

aderir ao programa e permitir a prorrogaccedilatildeo poderaacute deduzir do imposto de renda

devido o montante da remuneraccedilatildeo dos 60 dias art 5ordm da Lei 1177008 sendo que

deduzir como despesa operacional eacute proibido Note a regra

Art 5ordm A pessoa juriacutedica tributada com base no lucro real poderaacute deduzir do imposto devido em cada periacuteodo de apuraccedilatildeo o total da remuneraccedilatildeo da empregada e do empregado pago nos dias de prorrogaccedilatildeo de sua licenccedila-maternidade e sua licenccedila-paternidade vedada a deduccedilatildeo como despesa operacional (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1093) expotildee que o propoacutesito do art 5ordm da Lei 1177008 eacute

barrar as diferenccedilas nas relaccedilotildees de trabalho impedida no art 7ordm inciso XXX da

CF88 que proiacutebe a diferenccedila de salaacuterios e os criteacuterios na hora da admissatildeo como

sexo cor idade e estado civil Com eixo no lucro real os salaacuterios devidos nas

prorrogaccedilotildees das licenccedilas-maternidade e paternidade seratildeo deduzidos do imposto

de renda correspondente pela pessoa juriacutedica Nesse sentido incentiva as empresas

a natildeo terem receio na contrataccedilatildeo de mulheres em razatildeo das proteccedilotildees

Conforme Garcia (2018 p 1093) entende-se que a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

maternidade eacute capaz de trazer efeitos negativos para a contrataccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho em razatildeo das substituiccedilotildees que seratildeo feitas no decorrer deste

periacuteodo de licenccedila Isto eacute no decorrer da licenccedila a empresa teraacute que contratar outro

empregado para suprir a ausecircncia da gestante ou adotante

A partir das informaccedilotildees trazidas nesse capiacutetulo sobre a proteccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho uma observaccedilatildeo que pontua eacute que essas medidas agraves vezes

podem prejudicar a inserccedilatildeo da mulher no acircmbito trabalhista principalmente em

relaccedilatildeo agrave proteccedilatildeo agrave maternidade embora existam vaacuterios entendimentos Portanto

algumas medidas que caracterizavam discriminaccedilatildeo foram revogadas Certamente

42

para a mulher que possui demasiadas tarefas como cuidar dos filhos e da casa e

busca seu espaccedilo como profissional o trabalho eacute uma forma de auxiliar nas

despesas domeacutesticas e as proteccedilotildees acabam sendo um amparo Ainda assim a

incerteza do empregador que jaacute acumula tantos impostos eacute relevante na hora da

contrataccedilatildeo

Apoacutes o estudo das medidas protetivas no trabalho feminino continuamos

falando do trabalho da mulher agora em relaccedilatildeo agraves modificaccedilotildees criadas pela

Reforma Trabalhista Lei 134672017

43

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA

Realiza-se nesse capiacutetulo a apresentaccedilatildeo da mais recente e significativa

modificaccedilatildeo nas regras trabalhistas a Reforma trabalhista A nova lei modificou

201 pontos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) O assunto principal

dessa abordagem eacute o trabalho da mulher e as mudanccedilas com a Reforma bem

como meacutetodos e locais de trabalho da mulher e as obrigaccedilotildees do empregador

Aleacutem disso tambeacutem a insalubridade que eacute o ponto mais questionado no trabalho

da mulher na nova lei e demais regras como amamentaccedilatildeo por exemplo regras

que poderatildeo ser negociadas diretamente com o empregador A Reforma tambeacutem

estabelece novas oportunidades de trabalho bem como o teletrabalho onde eacute

possiacutevel a mulher flexibilizar os horaacuterios em consonacircncia com os cuidados da casa

e dos filhos Poreacutem um breve comentaacuterio sobre a terceirizaccedilatildeo e o distanciamento

dos sindicatos nas homologaccedilotildees dos pedidos de demissatildeo e negociaccedilotildees

coletivas dispositivos que a Reforma introduziu e que satildeo relevantes

Segundo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 39-40) a Lei 13467 de 13

de julho de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Reforma

trabalhista aponta um regresso para o antigo papel do Direito na histoacuteria um

mecanismo de exclusatildeo afastamento da desigualdade entre as pessoas humanas

e grupos sociais Demasiadamente afastada da matriz constitucional a nova lei

instituiu meacutetodos gravemente contraacuterios e regressivos Note-se que o primeiro

capiacutetulo desse trabalho relata a histoacuteria do Direito do Trabalho

De acordo com Krein (2018 p 77) a nova lei foi interpretada como um golpe

do Governo Federal e Congresso contra os desfavorecidos ao aprovar dispositivos

que desmantelam os direitos conquistados nos uacuteltimos 100 anos pelo povo

brasileiro Eacute a elaboraccedilatildeo de regras que redefinem o papel do Estado e delineia um

novo rumo para o Paiacutes

De acordo com Krein (2018 p 78) a hipoacutetese eacute que a contrarreforma buscou

ao mesmo tempo

[] legalizar praacuteticas jaacute existentes no mercado de trabalho e possibilitar um novo ldquocardaacutepiordquo de opccedilotildees aos empregadores para manejar a forccedila de trabalho de acordo com suas necessidades Assim ela busca ajustar o padratildeo de regulaccedilatildeo do trabalho de acordo com as caracteriacutesticas do capitalismo contemporacircneo que fortalece a autorregulaccedilatildeo do mercado ao submeter o trabalhador a uma maior inseguranccedila e ao ampliar a liberdade

44

do empregador em determinar as condiccedilotildees de contrataccedilatildeo o uso da matildeo de obra e a remuneraccedilatildeo do trabalho

Baseado nas mudanccedilas e pelo impacto causado nas regras cogita-se a

possibilidade de um regulamento privado pois fragiliza os sindicatos e as

instituiccedilotildees puacuteblicas Significa um desmonte de direitos a negociaccedilatildeo diretamente

com o empregador assim como a flexibilidade das normas torna o empregado

vulneraacutevel muitas vezes aceitando propostas para natildeo perder o emprego Assim

sendo volta-se para um periacuteodo onde negociaccedilotildees eram feitas entre empregador e

empregado O empregador obtinha vantagem fazia como queria pois era o dono

da induacutestria e os empregados deveriam acatar natildeo tinham opccedilatildeo natildeo tinham

direito a nada (KREIN 2018 p 96)

O conteuacutedo da reforma leva o processo de definiccedilatildeo das regras para o interno

da empresa ateacute mesmo na individualizaccedilatildeo da negociaccedilatildeo para componentes com

melhor remuneraccedilatildeo Conforme Krein (2018 p 78) um afastamento dos sindicatos

onde predomina uma organizaccedilatildeo descentralizada e estruturada com interesses

das empresas Os princiacutepios constitucionais natildeo foram mudados o que gera

conflitos de interpretaccedilatildeo juriacutedica O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho acentua a

inconstitucionalidade de vaacuterias regras da reforma e que ela eacute incompatiacutevel com as

convenccedilotildees internacionais ratificadas no Brasil (KREIN 2018 p 80)

Assim sendo de acordo com Krein (2018 p 80) existiraacute conflitos juriacutedicos

sobre a aplicaccedilatildeo das normas modificadas uma vez que estas poderatildeo alterar o

conteuacutedo na composiccedilatildeo das jurisprudecircncias Desse modo como os juristas

poderatildeo decidir contra a Lei Maior obviamente que nenhuma regra pode contrariar

a Constituiccedilatildeo Federal A reforma trouxe mudanccedilas fundamentais poreacutem a

resistecircncia em torno da regulamentaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho continua e

somente pesquisas futuras indicaratildeo com presteza os impactos da reforma

Primeiramente comenta-se a terceirizaccedilatildeo que suporta o entendimento da

movimentaccedilatildeo de certas atividades executadas da empresa (contratante) para uma

empresa prestadora de serviccedilos (contratada) (GARCIA 2018 p 395)

O novo sistema legal adotado diz (art 4ordm - A da Lei 60191974 com redaccedilatildeo

dada pela Lei 134672017) a Reforma que a

[] terceirizaccedilatildeo eacute a transferecircncia feita pela contratante (tomadora) da execuccedilatildeo de quaisquer atividades inclusive sua atividade principal agrave pessoa juriacutedica de direito privado prestadora de serviccedilos que possua

45

capacidade econocircmica compatiacutevel com a sua execuccedilatildeo (BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O trabalhador eacute funcionaacuterio da empresa prestadora de serviccedilos mas trabalha

para a empresa tomadora O viacutenculo passa a ser triangular ou trilateral Sabe-se

que originalmente a relaccedilatildeo de emprego eacute bilateral ou seja empregado e

empregador que eacute o contratante do serviccedilo disponibilizado (GARCIA 2018 p

395)

Conforme Garcia (2018 p 400) eacute admitido no dispositivo expresso que os

empregados terceirizados possam exercer qualquer funccedilatildeo dentro da empresa

tomadora de serviccedilos inclusive a atividade principal Portanto a terceirizaccedilatildeo natildeo

pode ser equivocada com a intermediaccedilatildeo de matildeo de obra proibida no sistema

juriacutedico que pode derivar em fraude ao viacutenculo empregatiacutecio com o legiacutetimo

empregador (art 9ordm da CLT) e violar o valor social do trabalho (art 1ordm inciso IV da

CF88) A terceirizaccedilatildeo deve ser especiacutefica e tratar de determinados serviccedilos e natildeo

fornecer trabalhadores atraveacutes de empresa contratada Por isso em serviccedilos

terceirizados normalmente a empresa contratada tem sua especialidade

Isso eacute regulamentado no art 5ordm-B da Lei 60191974 dilatado pela Lei

134292017 Veja o dispositivo

Art 5ordm - B O contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos conteraacute (Incluiacutedo pela Lei 134292017) I ndash qualificaccedilatildeo das partes (Incluiacutedo pela Lei 134292017) II ndash especificaccedilatildeo do serviccedilo a ser prestado (Incluiacutedo pela Lei 134292017) III ndash prazo para a realizaccedilatildeo do serviccedilo quando for o caso (Incluiacutedo pela Lei 134292017) IV ndash valor (Incluiacutedo pela Lei 134292017) (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt)

Observa-se que as regras satildeo contraditoacuterias entre si Assim sendo a

terceirizaccedilatildeo natildeo pode prestar serviccedilos geneacutericos somente especiacuteficos Nos

serviccedilos prestados pelas empresas terceirizadas as atividades-meio satildeo um

suporte um acessoacuterio e a atividade-fim eacute o exerciacutecio principal da empresa

(GARCIA 2018 p 401)

Uma regra relevante na terceirizaccedilatildeo eacute o art 5ordm-D da Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiacutedo tambeacutem pela Lei

134672017 Garcia (2018 p 403) cita que consta em sua redaccedilatildeo que o

empregado que atuou na empresa contratante natildeo poderaacute no periacuteodo de 18

46

(dezoito) meses a partir de sua demissatildeo ser admitido pela empresa prestadora de

serviccedilos agrave empresa contratante

De acordo com Garcia (2018 p 396) a terceirizaccedilatildeo eacute muito utilizada nos

dias atuais em razatildeo da diminuiccedilatildeo de custos para as empresas tomadoras

Empresas prestadoras de serviccedilos satildeo mais eficientes tecircm maior produtividade e

competitividade que satildeo fundamentais em momentos de globalizaccedilatildeo

Outra modificaccedilatildeo da Reforma eacute relacionada agraves homologaccedilotildees sindicais nas

rescisotildees contratuais de trabalho onde as negociaccedilotildees poderatildeo ser entre

empregado e empregador sem a necessidade de mediaccedilatildeo ou arbitragem Silva

(2017) ressalta o art 507-B da Lei 134672017 que estabelece a alteraccedilatildeo na lei

trabalhista Veja o dispositivo

Art 507 ndash B Eacute facultado a empregados e empregadores na vigecircncia ou natildeo do contrato de emprego firmar o termo de quitaccedilatildeo anual de obrigaccedilotildees trabalhistas perante o sindicato dos empregados da categoria Paragrafo uacutenico O termo discriminaraacute as obrigaccedilotildees de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constaraacute a quitaccedilatildeo anual dada pelo empregado com eficaacutecia liberatoacuteria das parcelas nele especificadas (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A nova lei revogou o sectsect 1ordm 3ordm e 7ordm do art 477 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho 1943 que obrigava a homologaccedilatildeo sindical no pedido de demissatildeo ou

no recibo de quitaccedilatildeo das parcelas rescisoacuterias devidas (SILVA 2017)

Silva (2017) destaca tambeacutem a redaccedilatildeo do art 477-A que estabelece

ldquodispensas imotivadas individuais pluacuterimas ou coletivas equiparam-se para todos

os fins natildeo havendo autorizaccedilatildeo preacutevia sindical ou celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo ou

acordo coletivo de trabalho para sua efetivaccedilatildeordquo (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Discute-se a constitucionalidade deste dispositivo

pois existem restriccedilotildees agraves demissotildees em massa no art 7ordm I CF88 Assim

constata-se que os desligamentos em massa afetam os contratos de trabalho

individuais perante a sociedade fornecedores e clientes prestadores de serviccedilo

Da mesma forma como a arrecadaccedilatildeo de impostos locais e nacionais a renda e o

consumo dos trabalhadores demitidos

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho revelou uma extrema preocupaccedilatildeo com a

nova lei principalmente nos casos de acordo coletivo sobre o que prevecirc a

legislaccedilatildeo A reforma estabelece a prevalecircncia do negociado sobre o legislado ateacute

mesmo na negociaccedilatildeo dos direitos O empregador teraacute preponderacircncia sobre as

47

leis Algumas normas poderatildeo ser negociadas entre empregador e empregado

(MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO DO TRABALHO - MPT 2018 lthttpportalmptmpbrgt)

A Reforma gerou grandes discussotildees sendo extremamente preocupante para

os oacutergatildeos de proteccedilatildeo ao trabalhador essas novas regras Na flexibilizaccedilatildeo da

negociaccedilatildeo entre empregado e empregador o receio eacute que fuja do controle e o

trabalhador perca forccedila nos contratos de trabalho sem apoio da organizaccedilatildeo

sindical e demais instituiccedilotildees puacuteblicas nos acordos e negociaccedilotildees coletivas com

previsatildeo no art 8ordm VI da Constituiccedilatildeo Federal88 Apesar disso algumas regras

ficaram melhores com a livre negociaccedilatildeo em razatildeo da inviabilidade no cotidiano do

empregado Nas demissotildees em massa a liberaccedilatildeo do sindicato nas homologaccedilotildees

pode trazer prejuiacutezos ao trabalhador supondo que a empresa demita funcionaacuterios

diretos para contratar uma empresa terceirizada Muitas empresas fazem isso e a

intervenccedilatildeo do sindicato poderia necessariamente impedir esse procedimento

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher

Nesse momento apresentam-se os artigos 388 389 e 390 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho CLT (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) estes eacute

que regram os meacutetodos e locais de trabalho da mulher tendo as empresas a

obrigaccedilatildeo de proporcionar lugares para a mulher ter um ambiente de trabalho

saudaacutevel e seguro De iniacutecio mostra-se o artigo 388 modificado pela Lei 7855 de

24 de outubro de 1989 (BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe o

dispositivo

Art 388 - Em virtude de exame e parecer da autoridade competente o Ministro do Trabalho Induacutestria e Comercio poderaacute estabelecer derrogaccedilotildees totais ou parciais agraves proibiccedilotildees a que alude o artigo anterior quando tiver desaparecido nos serviccedilos considerados perigosos ou insalubres todo e qualquer caraacuteter perigoso ou prejudicial mediante a aplicaccedilatildeo de novos meacutetodos de trabalho ou pelo emprego de medidas de ordem preventiva (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 261) diz que a vigecircncia deste artigo

aponta erro do legislador pois se refere expressamente ao artigo anterior que

proibia o trabalho das mulheres em atividades perigosas e insalubres nos

subteacuterreos mineraccedilotildees e subsolo o art 387 que foi revogado pela Lei 78551989

(BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observa-se que o motivo pelo qual o

48

artigo existe sumiu surgindo uma possibilidade de lacuna na legislaccedilatildeo trabalhista a

regra natildeo estaacute vigente natildeo haacute casos em que possa incidir

De acordo com Martins (2014 p 667) natildeo eacute mais proibido o trabalho das

mulheres em lugares subteacuterreos pedreiras mineraccedilotildees e subsolo obras puacuteblicas ou

particulares Ateacute mesmo a Constituiccedilatildeo Federal88 natildeo proiacutebe as atividades

insalubres mulheres podem trabalhar em locais perigosos por exemplo em postos

de gasolina

Ratificada no Brasil a Convenccedilatildeo nordm 136 de 1971 estabelece proteccedilatildeo aos

riscos de intoxicaccedilatildeo por benzeno vedando agraves mulheres graacutevidas e lactantes de

trabalharem em locais onde existe exposiccedilatildeo de benzeno (MARTINS 2014 p 667)

Seguindo essa ordem de acordo com o art 389 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) eacute obrigaccedilatildeo de toda

empresa

Art 389 Toda empresa eacute obrigada I ndash a prover os estabelecimentos de medidas concernentes agrave higienizaccedilatildeo dos meacutetodos e locais de trabalho tais como ventilaccedilatildeo e iluminaccedilatildeo e outros que fizerem necessaacuterios agrave seguranccedila e ao conforto das mulheres a criteacuterio da autoridade competente II ndash a instalar bebedouros lavatoacuterios aparelhos sanitaacuterios dispor de cadeiras e bancos em nuacutemero suficiente que permitam aacutes mulheres trabalhar sem esgotamento fiacutesico III ndash a instalar vestiaacuterios com armaacuterios individuais privativos das mulheres exceto os estabelecimentos comerciais escritoacuterios bancos e atividades afins em que seja exigida a troca de roupa e outros a criteacuterio da autoridade competente em mateacuteria de seguranccedila e higiene do trabalho admitindo ndash se como suficientes as gavetas ou escaninhos onde possam as empregadas guardar seus pertences IV - a fornecer gratuitamente a juiacutezo da autoridade competente os recursos de proteccedilatildeo individual tais como oacuteculos maacutescaras luvas e roupas especiais para a defesa dos olhos do aparelho respiratoacuterio e da pele de acordo com a natureza do trabalho sect 1ordm Os estabelecimentos que trabalharem pelo menos 30 (trinta mulheres) com mais de 16 (dezesseis) anos de idade teratildeo local apropriado onde seja permitido agraves empregadas guardar sob vigilacircncia e assistecircncia os seus filhos no periacuteodo da amamentaccedilatildeo sect 2ordm a exigecircncia do sect1ordm poderaacute ser suprida por meio de creches distritais mantidas diretamente ou mediante convecircnios com outras entidades publicas ou privadas pelas proacuteprias empresas com regime comunitaacuterio ou a cargo do SESI do SESC da LBA ou de entidades sindicais (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Eacute obrigaccedilatildeo das empresas promoverem ambientes saudaacuteveis com iluminaccedilatildeo

e ventilaccedilatildeo adequada Martins conforme Machado (2017 p 261) dispotildee que essas

regras se apresentam detalhadas nos artigos 175 a 178 do Decreto-Lei 54521943

no Capiacutetulo V do Titulo II (Da Seguranccedila e Medicina do Trabalho)

49

Martins conforme Machado (2017 p 261) afirma que eacute obrigatoriedade de as

empresas fornecerem aacutegua potaacutevel sanitaacuterios e lavatoacuterios Essa norma tambeacutem eacute

estabelecida no art 200 VII da mesma Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

Vestiaacuterios com armaacuterios individuais reservados agraves mulheres eacute uma regra que

abrange empresas em que funcionaacuterias necessitem trocar de roupa como por

exemplo hospitais Nos demais estabelecimentos previstos basta que tenham uma

gaveta ou um escaninho para guardar seus objetos

O fornecimento de equipamentos de proteccedilatildeo individual toda empresa deve

dispor desse material com o objetivo de preservar o empregado em determinadas

funccedilotildees evitando os acidentes de trabalho A regra se aplica de um modo geral

como diz a redaccedilatildeo do art 166 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 262)

Empresas que trabalham com ao menos 30 mulheres devem ter locais

adequados para que as empregadas deixem seus filhos em periacuteodo de

amamentaccedilatildeo Garcia (2018 p 1080) diz que a regra pode ser flexiacutevel se as

empresas tiverem convecircnios com creches ou com outras entidades puacuteblicas ou

privadas O Ministeacuterio do Trabalho estabelece o auxiacutelio-creche na Portaria 3296 de

03 de setembro de 1986 (BRASIL 1986 lthttpswwwlegiswebcombrgt) O art 7ordm

inciso XXV da CF88 proporciona o direito aos filhos dependentes de ateacute 5 (cinco)

anos de assistecircncia gratuita nas preacute-escolas e creches

Martins conforme Machado (2017 p 262) apresenta a Portaria 3296 de 03 de

setembro de 1986 modificada pela Portaria do MPT 67097 (BRASIL 1997

lthttpwwwlegiswebcombrgt) Nesta apresenta-se o reembolso-creche desde que

assegurado em convenccedilotildees coletivas o benefiacutecio deve cobrir as despesas integrais

com creches ateacute os 6 meses de idade tempo em que o empregador estaria

responsaacutevel pelos periacuteodos de amamentaccedilatildeo com redaccedilatildeo no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Se o empregador natildeo tem condiccedilotildees de

assegurar um local adequado para a amamentaccedilatildeo poderaacute disponibilizar

possibilidades nas creches conveniadas mantidas por entidades citadas em lei

Segundo Garcia (2018 p 1081) o artigo 390 do Decreto-Lei 545243 destaca

o seguinte ldquoao empregador eacute vedado empregar a mulher em serviccedilo que demande o

emprego de forccedila muscular superior a 20 (vinte) quilos para trabalho continuo ou 25

(vinte e cinco) quilos para trabalho ocasionalrdquo (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

50

A regra eacute destinada em face de proteger a mulher de serviccedilos pesados

resguardando sua totalidade fiacutesica No entanto acentua-se a vigecircncia deste artigo

visto que haacute casos em que a mulher se apresenta superior a muitos homens tanto eacute

que exercem funccedilotildees reconhecidamente masculinas Martins conforme Machado

(2017 p 263) relata que deveria ser permitido agraves mulheres escolher suas

atividades conforme as condiccedilotildees de fazecirc-lo reservando-se a vedaccedilatildeo somente em

casos de empregada gestante com o propoacutesito de proteger a maternidade

42 Atividades insalubres

De acordo com Martins (2014 p 723) a insalubridade afeta diariamente a

sauacutede do trabalhador causando doenccedilas em trabalhadores expostos a riscos como

ruiacutedos vibraccedilotildees calor frio umidade radiaccedilotildees gases vapores entre outros No

Brasil existe um controle sobre a insalubridade com o pagamento de adicional pelas

condiccedilotildees de trabalho insalubres e perigosas previsto no art 7ordm inciso XXIII da

CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O art 189 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) explica que satildeo consideradas atividades insalubres

condiccedilotildees ou meacutetodos de trabalho que submetam os trabalhadores a agentes

nocivos agrave sauacutede aleacutem da permissatildeo fixada devido agrave natureza e agrave intensidade do

agente e o tempo de exibiccedilatildeo e seus efeitos Para que seja considerado insalubre eacute

necessaacuterio verificar se os agentes nocivos estatildeo acima do limite permitido O art

190 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz que o Ministeacuterio do Trabalho eacute quem determina o

quadro de atividades insalubres e aponta as normas sobre os paracircmetros de

caracterizaccedilatildeo da insalubridade limites de toleracircncia tempo de exposiccedilatildeo do

empregado e os meios de proteccedilatildeo (MARTINS 2014 p 723)

De acordo com Garcia (2018 p 1164) as atividades e operaccedilotildees insalubres

apresentam-se indicadas na NR 15 da Portaria do Ministeacuterio do Trabalho 32141978

(BRASIL 1978 lthttpswwwlegiswebcombrgt) A Norma Regulamentadora

descreve os fatores quiacutemicos fiacutesicos e bioloacutegicos que satildeo prejudiciais agrave sauacutede do

trabalhador assim como os limites de toleracircncia

Conforme Martins (2014 p 723) a insalubridade pode ser eliminada ou

neutralizada se a empresa aplicar medidas que mantenham os locais insalubres

51

dentro dos limites de toleracircncia e que o trabalhador utilize os equipamentos de

proteccedilatildeo individual (EPI) Natildeo haveraacute direito ao adicional de insalubridade quando

cessar o risco agrave sauacutede ou integridade fiacutesica ou se o empregado for afastado para

outro setor que natildeo seja insalubre

Garcia (2018 p 1165) aponta o art 191 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece como

a insalubridade pode ser neutralizada ou eliminada

Art 191 A eliminaccedilatildeo e neutralizaccedilatildeo da insalubridade correraacute (Redaccedilatildeo dada pela Lei 6514 de 22121977) I ndash com a adoccedilatildeo de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) II ndash com a utilizaccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual ao trabalhador que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) Paragrafo uacutenico Caberaacute as Delegacias Regionais do Trabalho comprovada a insalubridade notificar as empresas estipulando prazos para sua eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo na forma deste artigo (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

De acordo com Garcia (2018 p 1166) o adicional de insalubridade eacute devido a

razatildeo de 40 (grau maacuteximo) 20 (grau meacutedio) e 10 (grau miacutenimo) calculado

sobre o salaacuterio miacutenimo conforme descrito no art 192 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe a regra

Art 192 O exerciacutecio do trabalho em condiccedilotildees insalubres acima dos limites de toleracircncia estabelecidos pelo Ministeacuterio do Trabalho assegura a percepccedilatildeo de adicional respectivamente de 40 (quarenta por cento) 20 (vinte por cento) e 10 (dez por cento) do salario miacutenimo da regiatildeo segundo se classifiquem nos graus maacuteximo meacutedio e miacutenimo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Segundo Garcia (2018 p 1166) [] ldquono caso de incidecircncia de mais de um

fator de insalubridade seraacute considerado apenas o de grau mais elevado para efeito

de acreacutescimo salarial sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativardquo O Recurso Ordinaacuterio

julgado em 04 de setembro de 2018 pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf

Regiatildeo 6ordf Turma tendo como Relator o Desembargador Fernando Luiz de Moura

Cassal refere-se agrave insalubridade cumulativa que eacute proibida

EMENTA ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE EM GRAUS MEacuteDIO E MAacuteXIMO PERCEPCcedilAtildeO CUMULATIVA IMPOSSIBILIDADE Nos termos do item 153 da NR-15 da Portaria nordm 321478 constatada a incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas considerado o de grau mais

52

elevado sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativa (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Martins (2014 p 725) o certo seria que o trabalhador natildeo fosse

submetido agraves atividades insalubres que satildeo prejudiciais agrave sauacutede Portanto para a

empresa eacute mais vantajoso pagar o adicional de insalubridade do que suprimir o

agente nocivo O trabalhador submete-se a trabalhar em locais insalubres para

aumentar seu miacutesero salaacuterio O valor do adicional de insalubridade eacute muito baixo

por isso o empregador fica agrave vontade para exigir o trabalho em locais insalubres

Apoacutes um momentacircneo resumo sobre a insalubridade mostra-se como esta

interfere no trabalho da mulher gestante As mulheres eram expostas a ocupaccedilotildees

nocivas com exaustivas jornadas de trabalho e aceitavam a situaccedilatildeo para natildeo

perder o emprego Nas primeiras leis as mulheres eram proibidas de trabalhar em

lugares insalubres sendo que isso foi mudando Atualmente a Constituiccedilatildeo Federal

natildeo proiacutebe as mulheres de trabalharem em lugares insalubres mas para as

gestantes as regras satildeo diferentes

Conforme Garcia (2018 p 1082) anteriormente o artigo 394-A da Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) dizia que ldquoa gestante

seria afastada de qualquer ambiente insalubre na empresa durante a gestaccedilatildeo e a

lactaccedilatildeo realizando suas funccedilotildees em local salubrerdquo

Com a Lei 134672017 o art 394-A eacute alterado novamente A empregada

gestante deve ser afastada das atividades insalubres em grau maacuteximo Em

atividades com insalubridade de grau meacutedio e miacutenimo a gestante deve ser afastada

se apresentar atestado meacutedico constando que o local insalubre eacute prejudicial agrave

sauacutede Jaacute no inciso III do art 394-A da Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a empregada deve ser afastada mediante atestado

meacutedico de atividades insalubres de durante a lactaccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

De acordo com Garcia (2018 p 1083) sem restriccedilotildees de salaacuterio menciona o

art 394 ndash A sect 2ordm da Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

destacando que a empresa deve pagar o adicional de insalubridade mesmo que a

gestante trabalhe em local salubre por questotildees de folha de pagamento e

contribuiccedilotildees do INSS O artigo em questatildeo seraacute apresentado mais detalhadamente

no proacuteximo conteuacutedo desse capiacutetulo com a nova redaccedilatildeo e observaccedilotildees

53

A lei permite o trabalho da mulher gestantelactante em lugares insalubres

apresentando atestado meacutedico mas a decisatildeo de correr o risco eacute do empregador e

da empregada A empregada deve concordar em trabalhar em local insalubre por

livre vontade Contudo poderatildeo sofrer consequecircncias em relaccedilatildeo agrave sauacutede tanto da

matildee quanto do feto

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino

De acordo com Ahad (2017) a Reforma trabalhista trouxe consideraacuteveis

mudanccedilas para o trabalho da mulher Apesar disso o Brasil ateacute agora estaacute distante

de reduzir a desigualdade de gecircnero no mercado de trabalho

A nova lei modificou quatro dispositivos do Capitulo III do Tiacutetulo III da CLT que

envolve regras de proteccedilatildeo agrave mulher tais como a) a revogaccedilatildeo do paraacutegrafo uacutenico

do art 372 da CLT b) revogaccedilatildeo do art 384 da CLT c) nova redaccedilatildeo para o

composto do art 394-A da CLT e d) inserccedilatildeo de novo sect2ordm no art 396 da CLT

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 147)

O art 5ordm I ldquohrdquo da Lei 134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbr)

revogou o paraacutegrafo uacutenico do art 372 da CLT Veja o texto do art 372 e seu

paraacutegrafo uacutenico agora revogado

Art 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a proteccedilatildeo especial instituiacuteda por este Capiacutetulo Paraacutegrafo uacutenico - Natildeo eacute regido pelos dispositivos a que se refere este artigo o trabalho nas oficinas em que sirvam exclusivamente pessoas da famiacutelia da mulher e esteja esta sob a direccedilatildeo do esposo do pai da matildee do tutor ou do filho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em razatildeo de notaacuteveis princiacutepios constitucionais imperativos a norma revogada

jaacute natildeo vigorava O caput do art 5ordm da CF88 (BRASIL 1988

httpwwwplanaltogovbrgt) foi ajustado com o inciso I do mesmo art 5ordm sendo um

e outro evidenciando o princiacutepio da igualdade na ordem juriacutedica brasileira Ainda

assim o inciso I do art 5ordm separadamente acentua a evidente igualdade entre

homens e mulheres em direitos e obrigaccedilotildees (DELGADO MG DELGADO GN

2017 p 148)

54

A regra do paraacutegrafo uacutenico do art 372 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) demonstra incompatibilidade com duas normas

constitucionais apresentadas Por conseguinte desde cinco de outubro de 1988 a

referida regra natildeo mais persiste na ordem juriacutedica do Paiacutes (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 148) outra norma de

garantia agrave mulher e seu amparo no mercado e trabalho estaacute evidenciada no inciso

XX art 7ordm da Constituiccedilatildeo de 1988 sendo ele ldquoXX - proteccedilatildeo do mercado de

trabalho da mulher mediante incentivos especiacuteficos nos termos da leirdquo (BRASIL

1988 httpwwwplanaltogovbrgt)

O paraacutegrafo uacutenico do art 372 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho natildeo foi

admitido porque se encontrava em atitude antieacutetica ao domiacutenio procedente do art

7ordm XX da Constituiccedilatildeo Federal Ao inveacutes de firmar a proteccedilatildeo e incentivos

referentes ao mercado de trabalho da mulher confirmava manifestas de

desproteccedilatildeo e inclusive discriminaccedilatildeo (DELGADO MG DELGADO GN 2017

p 148)

Tambeacutem foi revogado o art 384 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que previa 15 minutos de descanso antes de iniciar o

periacuteodo de hora extra Esse dispositivo foi revogado pelo art 5ordm inciso I i da Lei

134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt) Veja o texto da norma

revogada ldquoArt 384 - Em caso de prorrogaccedilatildeo do horaacuterio normal seraacute obrigatoacuterio um

descanso de 15 (quinze) minutos no miacutenimo antes do iniacutecio do periacuteodo

extraordinaacuterio do trabalhordquo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Retirou da

mulher uma vantagem especiacutefica dada pela ordem juriacutedica o intervalo de 15

minutos antes de qualquer prorrogaccedilatildeo da jornada laboral (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

Ahad (2017) comenta que este regimento foi inserido na Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho de 1943 em razatildeo de que as mulheres na eacutepoca precisavam pedir

permissatildeo aos maridos para que permanecessem ateacute mais tarde no trabalho A

continuidade deste dispositivo na lei natildeo tinha mais significado algum visto que a

regra gerava dificuldade no momento da contrataccedilatildeo das mulheres e concluindo que

elas precisavam fazer hora extra para manter seus empregos

O art 384 confronta a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art

7ordm inciso XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo

55

estabelecendo regra protetiva ao trabalho feminino diferenciado do homem o que

natildeo confere na atualidade (GARCIA 2018 p 1076-1077)

As garantias juriacutedicas suplementares atribuiacutedas agrave mulher pelo Direito ademais

o Direito do Trabalho satildeo segundo foi visto amparadas pela Constituiccedilatildeo Federal

Ela se voltou como se sabe para a eliminaccedilatildeo da discriminaccedilatildeo milenar arquitetada contra as mulheres na sociedade histoacuterica natildeo soacute mediante a proibiccedilatildeo do tratamento diferenciado com relaccedilatildeo aos homens como tambeacutem pela agregaccedilatildeo de vantagens adicionais especiacuteficas fundadas em peculiaridades consideradas relevantes no que tange as razotildees bioloacutegicas e socioloacutegicas da mulher A retirada de direitos das mulheres eacute uma conduta legislativa contraacuteria ao espiacuterito constitucional de 1988 uma incompreensatildeo a respeito da sociedade livre justa e solidaacuteria que a Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica quer ver instaurada no paiacutes (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 148-149)

O argumento relativo pertencente agrave dificuldade praacutetica que pode envolver a

execuccedilatildeo do art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 foi

solucionado pelo proacuteprio Decreto-Lei 54521943 em seu art 71 sect4ordm que

estabelece o pagamento do referente intervalo natildeo observado no esboccedilo concreto

da relaccedilatildeo de emprego (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 149)

Repare o julgamento da Relatora Ministra Angela Rosi Almeida Chapper da 5ordf

Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf Regiatildeo onde eacute possiacutevel verificar a

negociaccedilatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo entre empregada e empregador

amparados pela legislaccedilatildeo Portanto se a empregada natildeo usufruir destes intervalos

estes deveratildeo ser pagos respectivamente como hora extraordinaacuteria conforme o art

71 sect4ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Os periacuteodos para a amamentaccedilatildeo

destinam-se ao bem-estar da crianccedila e natildeo da empregada Por essa razatildeo o

empregador tem o dever de cumprir a regra Observe a decisatildeo

EMENTA INTERVALO PARA AMAMENTACcedilAtildeO SUPRESSAtildeO PAGAMENTO COMO HORA EXTRA DANO MORAL A natildeo concessatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo previstos no art 396 da CLT ou sua acumulaccedilatildeo para concessatildeo de folgas futuras que natildeo asseguram a proteccedilatildeo do lactente ensejam o seu pagamento como hora extra na forma do art 71 sect4ordm da CLT com observacircncia do disposto no precedente nordm 52 deste Regional Natildeo eacute presumido o dano moral em razatildeo da natildeo fruiccedilatildeo dos intervalos Recurso da reclamada parcialmente provido no toacutepico e recurso da reclamante desprovido (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

A Reforma trabalhista conforme Delgado MG e Delgado GN (2017 p 149)

deu nova redaccedilatildeo ao art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho modificando

56

seu caput e acrescentando os incisos I II e III aleacutem dos sectsect 2ordm e 3ordm Relativamente

ao sect1ordm foi apenas contemplado do antigo paraacutegrafo uacutenico mas prossegue vetado

desde a sua origem (Lei 13287 de 11052016-paraacutegrafo uacutenico do art 394-A vetado

pela Presidecircncia da Repuacuteblica)

A propoacutesito essa condiccedilatildeo normativa (art 394-A) havia sido incluso agrave

Consolidaccedilatildeo apenas cerca de um ano antes em 11 de maio de 2016 pela Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpplanaltogovbrgt) com o seguinte entendimento

ldquoArt 394-A A empregada gestante ou lactante seraacute afastada enquanto durar a

gestaccedilatildeo e a lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou locais insalubres

devendo exercer suas atividades em local salubrerdquo (DELGADO MG DELGADO

GN 2017 p 149)

Anteriormente a redaccedilatildeo da Lei 132872016 era permitido o trabalho insalubre

das mulheres em praticamente todos os graus de insalubridade Agora o

distanciamento ocorre apenas em casos de insalubridade em grau maacuteximo A nova

lei liberou a gestante para trabalhar em locais insalubres Silva (2017) cita que satildeo

poucos casos onde o grau de insalubridade eacute maacuteximo mencionados na extensatildeo

dos 14 anexos da NR 15 A insalubridade de grau maacuteximo existe no contato com

agentes quiacutemicos e com agentes bioloacutegicos com risco aumentado como em centros

ciruacutergicos limpeza de bueiros e necroteacuterios

A maior parte dos anexos lida com o grau meacutedio de ruiacutedos excessivos ruiacutedos

de impacto exposiccedilatildeo ao calor e frio As gestantes em sua maioria encontram-se

trabalhando em locais de insalubridade de grau meacutedio Mas existe a inquietaccedilatildeo

pelo trabalho das gestantes em centros ciruacutergicos e salas de radiografia onde a matildeo

de obra feminina eacute facilmente aceitaacutevel (SILVA 2017)

Ainda de acordo com Silva (2017) a nova composiccedilatildeo do art 394-A da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 afasta imediatamente a gestante dos

locais insalubres em grau maacuteximo Aqui estaacute o novo texto

Art 394 ndash A Sem prejuiacutezo de sua remuneraccedilatildeo nesta incluiacutedo o valor do adicional de insalubridade a empregada deveraacute ser afastada de I ndash atividades consideradas insalubres em grau maacuteximo enquanto durar a gestaccedilatildeo II ndash atividades consideradas insalubres em grau meacutedio ou miacutenimo quando a mulher apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeo III ndash atividades consideradas insalubres em qualquer grau quando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeo

57

sect 1ordm (VETADO) (Redaccedilatildeo dada pela Lei 13467 de 2017) sect 2ordm Cabe a empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a compensaccedilatildeo observado o disposto no art 248 da Constituiccedilatildeo Federal por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo a pessoa fiacutesica que lhe presta serviccedilo sect 3ordm Quando natildeo for possiacutevel que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerccedila suas atividades em local salubre na empresa a hipoacutetese seraacute considerada como gravidez de risco e ensejaraacute a percepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei nordm 8213 de 24 de julho de 1991 durante todo o periacuteodo de afastamento (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Por sinal haacute que se ressaltar a inexistecircncia no regulamento juriacutedico do sect 1ordm do

art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ao diverso pelo texto expedido

pela Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Sem duacutevida um

erro material (referecircncia a um meio legal que ao menos existe) resultado da

tramitaccedilatildeo precipitada que caracterizou a composiccedilatildeo e o movimento do atinente

projeto de lei da Reforma trabalhista nas duas Casas Congressuais (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 150)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150) a nova lei fez a

inclinaccedilatildeo pelo distanciamento automaacutetico da mulher do ambiente insalubre

enquanto durar a gestaccedilatildeo somente no caso de insalubridade em grau maacuteximo

(novo inciso I do art 394-A)

Observa-se a recente decisatildeo do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo

2ordf Turma tendo como Relator o Ministro Marcelo Jose Ferlin DAmbroso em razatildeo

do direito ao adicional de insalubridade em grau maacuteximo agrave empregada gestante que

realizava limpeza de sanitaacuterios em hospital sendo exposta a riscos de contaminaccedilatildeo

devido ao contato com agentes bioloacutegicos

EMENTA ADICIONAL DE INSALUBRIDADE GRAU MAacuteXIMO LIMPEZA DE LIXO DE BANHEIRO DE LEITOS DO HOSPITAL 1 As atividades de lavagem de sanitaacuterios de leitos de hospital expuseram a trabalhadora ao risco permanente de contato com agentes bioloacutegicos patogecircnicos caracterizando insalubridade em grau maacuteximo nos termos do Anexo 14 da NR-15 da Portaria MTE 321478 Nem mesmo a utilizaccedilatildeo de luvas eacute capaz de elidir a accedilatildeo nociva dos agentes bioloacutegicos pois a contaminaccedilatildeo ocorre natildeo apenas pela via cutacircnea mas tambeacutem pelas vias respiratoacuterias 2 A avaliaccedilatildeo da insalubridade em tais casos eacute qualitativa e natildeo quantitativa de modo que independentemente do tempo de exposiccedilatildeo da trabalhadora os elementos patogecircnicos por se disseminarem facilmente possibilitam a promoccedilatildeo de doenccedila em apenas um contato Devido o pagamento do adicional de insalubridade em grau maacuteximo GARANTIA PROVISOacuteRIA NO EMPREGO GESTANTE Para que a empregada gestante tenha direito agrave garantia provisoacuteria no emprego assegurada no art 10 II aliacutenea b do ADCT basta que esteja graacutevida ao tempo da rescisatildeo ainda que natildeo tenha

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ciecircncia de seu estado graviacutedico durante a vigecircncia do contrato de trabalho (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Pipek Dutra e Magano (2018 p 22-23) enquanto a lei antiga proibia

as gestantes e lactantes de trabalhar em locais insalubres No entanto a nova regra

permite que a empregada gestante realize atividades em locais insalubres de grau

meacutedio ou miacutenimo desde que ocorra por espontacircnea vontade mostrando atestado

meacutedico autorizando o trabalho A nova regra visa evitar a discriminaccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho devido agraves suas peculiaridades natildeo demonstrando o

desinteresse para com a sauacutede da matildee e do bebecirc mas oportunizando a mulher de

escolher pois impotildee a apresentaccedilatildeo de atestado meacutedico da trabalhadora e que a

decisatildeo seja da empregada

Nas situaccedilotildees de insalubridade em grau meacutedio e miacutenimo esse distanciamento

ocorreraacute quando a mulher apresentar atestado de sauacutede expedido por meacutedico de

sua confianccedila ldquo[] que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeordquo (inciso II do

art 394-A) (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

O inciso III do art 394-A acrescenta ainda que o afastamento possa ocorrer

no tempo do periacuteodo da amamentaccedilatildeo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150)

trazem que a norma estabelece esse afastamento de atividades insalubres em

qualquer grau quando a trabalhadora ldquoapresentar atestado de sauacutede emitido por

meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeordquo

Veja a decisatildeo do Relator Nelson Antocircnio Monteiro Pacheco da 3ordm Cacircmara

Ciacutevel do Tribunal de Justiccedila do Rio Grande do Sul que trata de Agravo de

Instrumento interposto pela Prefeitura Municipal de Novo XinguRS em face de

liminar em mandado de seguranccedila deferido para realocaccedilatildeo da empregada gestante

em local de trabalho livre de insalubridade com base no art 394-A da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho No entanto a agravada eacute servidora puacuteblica e natildeo regida pelo

Decreto-Lei 545243 mas sim por regime juriacutedico dos servidores municipais Assim

sendo a regra eacute inaplicaacutevel Decisatildeo unacircnime dando provimento ao agravo

AGRAVO DE INSTRUMENTO MANDADO SE SEGURANCcedilA SERVIDORA PUacuteBLICA GESTANTE MUNICIacutePIO DE NOVO XINGU LIMINAR DEFERIDA REALOCACcedilAtildeO PARA LOCAL LIVRE DE INSALUBRIDADE IMPOSSIBILIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL INAPLICABILIDADE DO ART 394-A da CLT 1 A parte agravada eacute servidora gestante do Municiacutepio de Novo Xingu cargo de Auxiliar Odontoacuteloga e eacute regida pelo Regime Juriacutedico dos Servidores Puacuteblicos Municipais Lei-NX nordm 11902 Entretanto inexiste na legislaccedilatildeo em comento previsatildeo de realocaccedilatildeo de servidor muito menos de aplicaccedilatildeo

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subsidiaacuteria da CLT nos casos omissos 2 Natildeo haacute como falar ilegalidade ou abuso de poder da administraccedilatildeo que tivesse violado direito liacutequido e certo da servidora a ensejar o deferimento da medida liminar como foi feita na origem sendo muito discutiacutevel a utilizaccedilatildeo do mandado de seguranccedila 3 Natildeo tendo se verificado em um primeiro momento ilegalidade no agir da administraccedilatildeo quando negou o pedido administrativo de realocaccedilatildeo da servidora gestante deve ser reformada a decisatildeo agravada sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da isonomia com outras servidoras em situaccedilotildees semelhantes 4 Decisatildeo liminar reformada AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO (BRASIL 2018 lthttpwwwtjrsjusbrgt)

Registra-se que a expressatildeo juriacutedica concernente a ldquoatestado de sauacutederdquo

ldquoemitido por meacutedico de confianccedila da mulherrdquo supera qualquer ordem de vantagem

entre meacutedicos serviccedilos meacutedicos e atestados meacutedicos tendo como exemplo a ordem

de preferecircncia anunciada na Suacutemula 282 do TST Refere-se meramente ao meacutedico

de confianccedila da mulher ou lactante Este eacute o entendimento do texto evidente da

nova regra legal (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Fica acentuado que em todas as trecircs situaccedilotildees de afastamento a insalubridade

maacutexima meacutedia ou miacutenima eacute caracterizada pelo caput do art 394-A cabendo agrave

empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a

compensaccedilatildeo ldquo[] por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a

folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo agrave

pessoa fiacutesica que lhe preste serviccedilosrdquo Em suma para a Lei o custo desse direito

trabalhista eacute sustentado pelo INSS o que eacute correto e seguro (Convenccedilatildeo nordm 103 art

4ordm inciso VIII da OIT) Natildeo obstante o empregador que fizer o pagamento premente

agrave empregada na folha mensal de pagamentos da empresa seraacute ressarcido logo em

seguida (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Conforme Silva (2017) o adicional de insalubridade eacute pago em folha para a

empregada e posteriormente ressarcido das contribuiccedilotildees sociais devidas ou seja a

Previdecircncia Social pagaraacute o adicional como o salaacuterio-maternidade Cabe agrave empresa

somente o adiantamento do valor em holerite Foi uma forma que a reforma

encontrou para natildeo sobrecarregar o empregador pois sendo assim o encargo fica

de responsabilidade dos cofres puacuteblicos Tambeacutem foi uma forma de evitar a

discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo do trabalho feminino

O sect 4ordm do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta duas hipoacuteteses A primeira eacute no fundamento

de que havendo a viabilidade do afastamento da trabalhadora do local insalubre ela

precisaraacute ser completamente distanciada mas para desenvolver ldquoatividades em

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locais salubres da empresardquo esta opccedilatildeo predomina conservando-se como visto

(caput do art 394 ndash A da CLT) de todo jeito o pagamento do adicional de

insalubridade (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150-151)

Contudo quando natildeo houver local salubre ou a proacutepria atividade da

empregada ser considerada insalubre ela deveraacute ser inteiramente afastada do

trabalho considerando-se a possibilidade de ldquogravidez de riscordquo com oportunidade

da ldquopercepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei 8213 de 24 de julho de

1991 durante todo periacuteodo de afastamentordquo (sect 4ordm art 394- A da CLT) (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 151)

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a nova redaccedilatildeo do

art 394-A II e III em razatildeo da seguinte expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de

sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo

Refere-se agrave Accedilatildeo Direta de Inconstitucionalidade 5938 com pedido de medida

cautelar ajuizada pela Confederaccedilatildeo Nacional dos Trabalhadores Metaluacutergicos A

parte autora alega que a regra em questatildeo vulneraria as normas constitucionais

sobre proteccedilatildeo agrave maternidade agrave gestante ao nascituro e ao receacutem-nascido (arts 6ordm

7ordm XXXIII 196 201 II 203 I todos da Constituiccedilatildeo Federal) Aleacutem do mais

desrespeitaria a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho (art

1ordm III e IV da CF) dentre outros direitos constitucionais (BRASIL 2019

lthttpwwwportalstfjusbrgt) Repare a decisatildeo

Decisatildeo O Tribunal por unanimidade conheceu da accedilatildeo direta de inconstitucionalidade Por maioria confirmou a medida cautelar e julgou procedente o pedido formulado na accedilatildeo direta para declarar a inconstitucionalidade da expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo contida nos incisos II e III do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) inseridos pelo art 1ordm da Lei 134672017 nos termos do voto do Relator vencido o Ministro Marco Aureacutelio Falaram pelo amicus curiae Confederaccedilatildeo Nacional de Sauacutede ndash CNS o Dr Marcos Vinicius Barros Ottoni e pelo amicus curiae Central Uacutenica dos Trabalhadores ndash CUT o Dr Ricardo Quintas Carneiro Presidecircncia do Ministro Dias Toffoli Plenaacuterio 29052019 (BRASIL 2019 lthttpwwwportalstfjusbrgt)

O principal objetivo da permissatildeo agraves gestantes e lactantes trabalharem em

locais insalubres eacute o aumento das oportunidades de trabalho para as mulheres As

empresas optam por natildeo contratarem mulheres devido ao risco de assumirem as

consequecircncias peculiares agrave estaccedilatildeo sendo que mesmo aquelas que natildeo querem ter

filhos acabam perdendo a oportunidade de emprego Dessa forma mesmo diante

61

dos argumentos mencionados a lei bate de frente com a proteccedilatildeo agrave sauacutede da

empregada e do nascituro pois a proteccedilatildeo ao trabalho natildeo pode ser mais relevante

que a proteccedilatildeo agrave vida (AHAD 2017)

Por fim a Lei 134672017 modificou o anterior paraacutegrafo uacutenico em sect 1ordm do art

396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e acrescentou o sect 2ordm observando que os periacuteodos de

descanso para amamentaccedilatildeo devem ser discutidos em acordo individual entre

empregada e empregador (GARCIA 2018 p 1084)

Veja a norma legal na iacutentegra com as alteraccedilotildees feitas pela nova lei

Art 396 Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 13467 de 2017) sect 1ordm Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (Remunerado pela Lei nordm 13467 de 1372017) sect 2ordm Os horaacuterios dos descansos previstos no caput deste artigo deveratildeo ser definidos em acordo individual entre mulher e o empregador (Incluiacutedo pela Lei 13467 de 1372017) (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

As pausas especiais previstas no art 396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) pertinentes aos periacuteodos de

amamentaccedilatildeo ao longo da jornada de trabalho da obreira satildeo remuneradas De

natureza fundamental respectivamente tecircm de ser cumpridos pelo empregador

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 151)

Poreacutem a alteraccedilatildeo possibilita a negociaccedilatildeo destes intervalos entre empregada

e empregador sem a intervenccedilatildeo do sindicato conforme a necessidade de ambos

podendo os (2) dois intervalos serem transformados em (1) um (PIPEK DUTRA

MAGANO 2017 p 23)

Para Delgado MG e Delgado GN (2017 p 151) a nova Lei 134672017

optou por explicitar o que jaacute tende a ser aplicado nas relaccedilotildees de trabalho ou seja a

determinaccedilatildeo consensual a respeito do melhor horaacuterio para que sejam cumpridos

esses dois intervalos especiais de meia hora cada um ao longo da jornada laboral

De acordo com Ahad (2017) a reforma trouxe novas possibilidades de trabalho

para a mulher observando a flexibilidade em horaacuterios como o teletrabalho o

trabalho intermitente e o trabalho autocircnomo que podem trazer benefiacutecios que

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possibilitam a mulher conciliar com a criaccedilatildeo dos filhos trabalhos domeacutesticos e

estudos aleacutem do tempo e economia no deslocamento de ida e volta do trabalho

Mesmo com as novidades trazidas Ahad (2017) aponta que a reforma natildeo

modificou pontos essenciais para reduzir a desigualdade de gecircnero mencionando a

licenccedila-maternidade que eacute um direito de suma importacircncia para a famiacutelia mas

continua sendo um obstaacuteculo para a contrataccedilatildeo da matildeo de obra feminina

Atraveacutes das informaccedilotildees sobre as mudanccedilas na Reforma observa-se a

preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos de fiscalizaccedilatildeo com a flexibilizaccedilatildeo das regras com a

negociaccedilatildeo direta entre empregador e empregado sendo que todavia muitas

vezes essa flexibilidade eacute mais aacutegil facilitando a vida do empregado O ponto

principal deste capiacutetulo eacute o trabalho da mulher e assim comentam-se os aspectos

direcionados para este na Reforma dentre eles a insalubridade o mais

preocupante no trabalho da gestantelactante entre outros A Lei 134672017 traz

facilidades para as negociaccedilotildees e menos burocracia Apesar disso cabe ressaltar

que haacute falhas na legislaccedilatildeo e nota-se como as leis satildeo contraditoacuterias entre si

podendo faltar proteccedilatildeo em alguns casos e em outros ter em demasia Portanto o

Judiciaacuterio poderaacute ter dificuldades nas decisotildees julgadas

63

5 CONCLUSAtildeO

A presente pesquisa teve como proposta fazer uma abordagem acerca da

discriminaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho bem como sobre a desigualdade

de gecircnero A metodologia utilizada consistiu em uma pesquisa bibliograacutefica

enriquecida de jurisprudecircncias leis artigos e demais informaccedilotildees obtidas atraveacutes da

leitura algo que se revelou em um aprendizado muacuteltiplo de questotildees vivenciadas

Como resultados averiguou-se diversas legislaccedilotildees que abrangem o tema dos

direitos da mulher e suas principais peculiaridades assim como as constantes

mudanccedilas nas regras trabalhistas e a verificaccedilatildeo das normas para adequar-se agrave

atualidade o que proporciona a mais recente e significativa alteraccedilatildeo na

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) a Reforma trabalhista A partir das

leituras de estudos jaacute desenvolvidos sobre essa temaacutetica foi possiacutevel esclarecer

alguns toacutepicos importantes permitindo um entendimento mais adequado sobre o

pensamento da sociedade e a luta para a extinccedilatildeo das diferenccedilas de gecircnero assim

como compreender a posiccedilatildeo do empregador e do empregado nas relaccedilotildees de

trabalho

Na primeira abordagem destaca-se o entendimento da histoacuteria do Direito do

Trabalho e o surgimento das leis de proteccedilatildeo Nesse contexto foi indispensaacutevel

evidenciar o caminho que foi percorrido para se chegar ao que eacute de direito devido agrave

vida desumana na eacutepoca da escravidatildeo instante em que natildeo havia quaisquer

garantias de sobrevivecircncia Para se chegar a esse entendimento foi necessaacuterio

estudar todo o processo de desenvolvimento da histoacuteria do trabalho como as leis

foram surgindo assim como os toacutepicos mais relevantes para que se alcanccedilasse o

objetivo final proposto no trabalho Todavia todo aprendizado adquirido durante

essa pesquisa sobre o tema nos leva a acreditar que ainda eacute preciso muito para

mudar o pensamento da sociedade ou seja o caminho ainda eacute longo para atingir o

ideal miacutenimo quando o assunto eacute desigualdade de gecircnero

No decorrer do estudo percebeu-se ainda nesse contexto que diversas

proibiccedilotildees foram despontando na Europa relacionadas aos aspectos de proporcionar

melhorias para o trabalho das mulheres Como exemplo verificou-se que as

mulheres foram sendo proibidas de trabalhar em locais uacutemidos e subteacuterreos que

trouxessem sequelas para sua sauacutede assim como foram impedidas de praticar

jornadas exaustivas de 12 horas e foram proibidas de trabalhar no periacuteodo da noite

64

Aleacutem do mais notou-se uma trajetoacuteria de busca constante pela igualdade de

gecircneros algo que se mostrou notoacuterio nas legislaccedilotildees Essa constataccedilatildeo se mostrou

significativa pois decorre que a discriminaccedilatildeo se apresenta como uma adversidade

que natildeo depende somente do desenvolvimento de uma naccedilatildeo sendo o avanccedilo das

leis essencial para que a mulher no mercado de trabalho possa assumir o seu

devido lugar

Quanto agrave revisitaccedilatildeo de leituras sobre as antigas civilizaccedilotildees observou-se

atentamente os relatos sobre a discriminaccedilatildeo contra a mulher como eram tratadas

abusadas e como disponibilizavam de rariacutessimos direitos Diante disso claramente

pode-se afirmar que as mulheres cumpriam um papel de submissatildeo uma vez que

eram criadas para cuidar da casa dos filhos e para obedecer aos maridos As

leituras realizadas demostraram que as filhas natildeo tinham direitos agrave heranccedila pois era

algo destinado somente para o filho homem Aleacutem disso os casamentos eram

arranjados sendo que a mulher natildeo tinha o poder de escolha do seu cocircnjuge sendo

os pais os responsaacuteveis por isso Como resultado nota-se que a desigualdade de

gecircnero eacute uma consequecircncia cultural e a discriminaccedilatildeo eacute histoacuterica jaacute que de acordo

com o que foi apresentado as mulheres sempre tiveram papeacuteis submissos na

sociedade

Como tentativa de amenizar a situaccedilatildeo a literatura mostra que os institutos

foram avanccedilando em busca de melhorias ou seja devido agraves peculiaridades das

mulheres houve a necessidade de estabelecer proteccedilotildees agraves mesmas Isso eacute

decorrente do fato de que a mulher se sujeitava a receber salaacuterios inferiores e a

cumprir jornadas excessivasexaustivas de trabalho para que conseguisse

permanecer no emprego

Em relaccedilatildeo ao processo de implantar normas protetivas quanto ao trabalho da

mulher o estudo mostrou que a proteccedilatildeo agrave maternidade aparece como a mais

relevante Nesse contexto verificou-se algumas normas que proporcionavam agrave

famiacutelia permanecer com a crianccedila sendo que inuacutemeras jurisprudecircncias autorizavam

os pais na ausecircncia das matildees a compartilharem do direito agrave licenccedila-maternidade

assim como foi estendido para as mulheres que davam agrave luz obtinham a guarda

judicial adotavam sofriam aborto espontacircneo eou tinham bebecircs natimortos

Portanto a licenccedila-maternidade que atualmente eacute de 120 dias configura-se

em um processo de extrema importacircncia para todo o nuacutecleo familiar uma vez que

proporciona bem-estar ao receacutem-nascido que muito necessita da figura maternal nos

65

primeiros meses de vida ou seja eacute um processo que representa qualidade de vida

principalmente durante a amamentaccedilatildeo do bebecirc Ainda nesse contexto na falta da

matildee ressalta-se que algumas dessas medidas tambeacutem se estendem aos homens

permitindo aos mesmos o direito de poder gozar das licenccedilas se estiverem com a

guarda dos filhos

Em razatildeo da legislaccedilatildeo expandida as leituras desenvolvidas para a realizaccedilatildeo

do presente trabalho permitiram detectar conquistas femininas nas relaccedilotildees de

trabalho e a preocupaccedilatildeo do poder legislativo para que haja igualdade entre os

gecircneros Tambeacutem foi reparado na doutrina e nas jurisprudecircncias vitoacuterias das

mulheres nas decisotildees judiciais quando o assunto estaacute relacionado agrave busca da

igualdade de direitos entre homens e mulheres

De outra parte a pesquisa buscou revelar o Direito na aacuterea trabalhista e fazer a

devida interpretaccedilatildeo Assim sendo o estudo possibilitou o entendimento acerca das

melhorias mais consistentes nas etapas do processo de valorizaccedilatildeo da mulher

demonstrando que haacute um elevado grau de conhecimento sobre a legislaccedilatildeo

trabalhista em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Entretanto dada agrave relevacircncia do

assunto entende-se como necessaacuterio desenvolver tambeacutem a

consciecircnciapensamento da sociedade como um todo sobre o tema pois assim a

mulher teraacute mais oportunidades aleacutem das jaacute concedidas por merecimento e total

capacidade Decorre que o objetivo das mulheres eacute a independecircncia jaacute que ainda eacute

muito evidente o conceito de que a mulher deve ser simplesmente a dona de casa

para cuidar do lar e dos filhos No entanto elas querem estudar ter conhecimento e

formaccedilatildeo pois satildeo capazes de assumir cargos competitivos

O uacuteltimo capiacutetulo tratou sobre a importante mudanccedila no Direito do Trabalho a

Reforma trabalhista quando a Lei 134672017 alterou 201 pontos da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho de 1943 Quanto a essas modificaccedilotildees notou-se que as

mesmas deram ecircnfase ao trabalho da mulher em uma niacutetida preocupaccedilatildeo com a

maternidade com as atividades insalubres e com alguns trabalhos onde a mulher

pudesse exercer suas funccedilotildees de acordo com o tempo que dispusesse e assim

conseguisse tambeacutem atender o trabalho domeacutestico

Diante do propoacutesito do presente de obter informaccedilotildees e analisar os direitos da

mulher trabalhadora nas relaccedilotildees de trabalho no cotidiano evidenciou-se que o

preconceito ainda existe e que descobrir novas possibilidades que protejam o

trabalho feminino eacute de suma importacircncia para incentivar a sociedade a adquirir

66

novos conceitos Foi possiacutevel tambeacutem identificar a preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos

competentes no que diz respeito agrave proteccedilatildeo feminina nas relaccedilotildees de trabalho

Portanto entende-se como de extrema relevacircncia trazer esse debate agrave tona

uma vez que o assunto foi definido como forma de se obter aprendizado e clareza

sobre as normas protetivas femininas e a abrangecircncia para que empregada e

empregador saibam seus direitos e deveres uma vez que haacute ciecircncia de que as

empresas ainda estatildeo despreparadas para seguir devidamente as regras de

proteccedilatildeo em sua totalidade Decorre que o Direito do Trabalho foi elaborado para

defender o trabalhador dos abusos do empregador sendo que a influecircncia do tema

abordado foi justamente para retratar a situaccedilatildeo em que eacute apresentado e entendido

o sistema juriacutedico

Evidencia-se que embora sejam aplicadas algumas medidas protetivas ainda

eacute grave a desigualdade de gecircnero Tambeacutem se observa que as regras flexiacuteveis

negociadas entre empregado e empregador agilizam os processos nas relaccedilotildees de

trabalho mas obviamente quando natildeo houver a possibilidade de flexibilizar uma

regra esta seraacute cumprida sem exceccedilatildeo Nesse sentido entende-se que embora

diversas leis estimulem a contrataccedilatildeo de matildeo de obra feminina o montante de

direitos trabalhistas pode atrapalhar as relaccedilotildees de emprego criando receio do

empregador nas contrataccedilotildees principalmente em relaccedilatildeo agraves mulheres No entanto

essas medidas satildeo indispensaacuteveis para o bem-estar do trabalhador pois a

necessidade de proteccedilatildeo eacute fundamental Afinal todos querem ter seu espaccedilo

profissional mas algumas delas natildeo condizem com a realidade do empregador e do

empregado

Por fim observa-se que muitas legislaccedilotildees vigentes versam sobre o mesmo

assunto e se contradizem Entretanto essa constataccedilatildeo deve atrapalhar o judiciaacuterio

na hora das decisotildees cabendo a ele o poder de designar um resultado justo ao que

estaacute sendo proposto Isso demonstra que a discriminaccedilatildeo contra a mulher no

mercado de trabalho acontece mesmo diante da legislaccedilatildeo vigente configurando-se

em uma desigualdade que ainda estaacute longe de terminar e que para isso precisa ser

constantemente debatida

67

REFEREcircNCIAS

AHAD Claudia Abdul Reforma trabalhista e seus impactos no trabalho da mulher Migalhas [sl] dez 2017 Disponiacutevel em lthttps wwwmigalhascombrdePeso16MI27055371043-Reforma+Trabalhista+e+seus+impactos+no+trabalho+da+mulhergt Acesso em 28 mar 2018 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 5 out 1988 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03constituicaoConstituicaoCompiladohtmgt Acesso em 17 jun 2018 ______ Decreto 423 de 12 de novembro de 1935 Promulga quatro Projectos de Convenccedilatildeo approvados pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho da Liga das Naccedilotildees por occasiatildeo da Conferencia de Washington convocada pela Governo dos Estados Unidos da America a 29 de outubro de 1919 pelo Brasil adoptados a saber Convenccedilatildeo relativa ao emprego das mulheres antes e depois do parto Convenccedilatildeo relativa ao trabalho noctuno das mulheres Convenccedilatildeo que fixa a idade minima de admissatildeo das crianccedilas nos trabalhos industriaes Convenccedilatildeo relativa ao trabalho nocturno das crianccedilas na industria Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 12 nov 1935 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-423-12-novembro-1935-532092-publicacaooriginal-14076-pehtmlgt Acesso em 06 abr 2019

______ Decreto 979 de 06 de janeiro de 1903 Faculta aos profissionais da agricultura e industrias rurais a organizaccedilatildeo de syndicatos para a defesa de seus interesses Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 06 jan 1903 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03decretoAntigosD0979htmgt Acesso em 06 abr 2019

______ Decreto 1253 de 27 de setembro de 1994 Promulga a Conversatildeo nordm 136 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho sobre a Proteccedilatildeo contra os Riscos de Intoxicaccedilatildeo Provocados pelo Benzeno assinada em Genebra em 30 de junho de 1971 Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 28 set 1994 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03decreto1990-1994D1253htmgt Acesso em 07 abr 2019

______ Decreto 1313 de 13 de janeiro de 1891 Estabelece providencias para regularisar o trabalho dos menores empregados nas fabricas da Capital Federal Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 17 nov 1891 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1824-1899decreto-1313-17-janeiro-1891-498588-publicacaooriginal-1-pehtmlgt Acesso em 07 abr 2019

______ Decreto 1637 de 12 de maio de 1937 Autoriza o cidadatildeo armecircnio Arsegravene Arsenien a comprar pedras preciosas Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 25 maio 1937 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-1637-12-maio-1937-464855-publicacaooriginal-74782-pehtmlgt Acesso em 07 abr 2019

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______ Decreto 3725 de 04 de dezembro de 1919 Faz diversas correcccedilotildees no Coacutedigo Civil e manda fazer do Codigo corregido uma ediccedilatildeo de cinco mil exemplares Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 15 jan 1919 Disponiacutevel em lthttp wwwplanaltogovbrccivil_03decretohistoricosdplDPL3725-1919htmgt Acesso em 07 abr 2019

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______ Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo Recurso Ordinaacuterio n 0021146-8120165040008 Recorrente Daiana Leticia dos Santos Albino Recorrido Associaccedilatildeo Hospitalar Moinhos de Vento Relator Ministro Marcelo Jose Ferlin D Ambroso 2ordf Turma Porto Alegre 14 nov 2018 Disponiacutevel em lthttp wwwtrt4jusbrpesquisasrestdownloadacordaopjeU00n2Q992m1B1uu5OK34QQgt Acesso em 25 abr 2019 SILVA Homero Batista Mateus da Comentaacuterios agrave Reforma Trabalhista 1 ed Satildeo Paulo Revista dos Tribunais 2017 Disponiacutevel em lthttpsproviewthomsonreuterscomtitlehtmlredirect=trueamptitleKey=rt2Fmonografias2F1309061012Fv11amptitleStage=FamptitleAcct=i0adc419b0000016a9496830404b77143sl=eampeid=41317b987785e2d660532ad0e4f815fcampeat=5Bbid3D221225Damppg=amppsl=ampnvgS=falsegt Acesso em 05 maio 2019

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2 A EVOLUCcedilAtildeO DO DIREITO DO TRABALHO

Analisando o Direito do Trabalho eacute preciso pensar no crescimento da mateacuteria

Nesse sentido Martins (2014 p 3) ressalta que esse ramo do Direito eacute muito

dinacircmico e que as mudanccedilas nas condiccedilotildees de trabalho satildeo muito frequentes

sendo para tanto indispensaacutevel conhecer a evoluccedilatildeo da histoacuteria para entender as

questotildees da atualidade No capiacutetulo a seguir seratildeo apresentados toacutepicos da histoacuteria

do Direito Trabalho a vida dos trabalhadores antes das regras trabalhistas as

condiccedilotildees de trabalho e como essas regras foram surgindo primeiramente na

Europa e mais tarde no Brasil Como o objeto de estudo do presente trabalho foi a

discriminaccedilatildeo das mulheres quanto agrave inserccedilatildeo delas no mercado de trabalho e suas

proteccedilotildees o auxiacutelio das doutrinas mencionadas foram de extrema importacircncia para

esta anaacutelise Assim sendo a partir desse momento inicia-se a apresentaccedilatildeo

Martins (2014 p 3-4) revela que na Biacuteblia o trabalho foi considerado puniccedilatildeo

pois Adatildeo em consequecircncia de comer o fruto proibido como castigo teve de

trabalhar Trabalho vem do latim tripalium em caraacuteter uma ferramenta de tortura

como uma canga para usar nos animais no trabalho da lavoura para colheitas

Platatildeo e Aristoacuteteles deduziram que a dignidade do homem era baseada em negoacutecios

na metroacutepole por meio da palavra Quem fazia o trabalho braccedilal eram os escravos

que desempenhavam as praacuteticas serviccedilais enquanto as atividades nobres ficavam

com outras pessoas (MARTINS 2014 p 4)

Em Roma o trabalho era visto como degradante uma vez que os escravos eacute

que faziam o trabalho bruto Dessa forma Martins (2014 p 4) relata que estes eram

considerados coisa na Lex Aquilia (284 a C) O referido autor disse ainda que a

escravidatildeo foi o primeiro sistema de trabalho e que o escravo era usado ateacute sua

morte ou na medida em que conseguisse sair dessa situaccedilatildeo Poreacutem sem direito

algum muito menos trabalhista

No mesmo entendimento Garcia (2018 p 1) conta que o trabalhador era visto

como coisa sem direitos Na antiguidade no pensamento claacutessico grego o trabalho

era visto como um castigo Platatildeo e Aristoacuteteles natildeo consideravam que o trabalho

daria dignidade ao homem

Os servos na eacutepoca do feudalismo entregavam parte da produccedilatildeo rural pelo

uso da terra e pela proteccedilatildeo recebida dos senhores feudais Nesse aspecto Garcia

(2018 p 1-2) revela que o senhor feudal dava proteccedilatildeo militar e poliacutetica aos servos

9

que natildeo possuiacuteam liberdade De acordo com Nascimento (2010 p 39) natildeo havia

nenhum direito ao trabalhador pois era o patratildeo quem designava as circunstacircncias

de trabalho dos empregados A relaccedilatildeo de trabalho era livre em concordacircncia das

partes mas o patratildeo era quem determinava as regras Como nunca houve contrato

redigido poderia acabar ou mudar a relaccedilatildeo de trabalho como quisesse

O direito do trabalho nasceu do resultado de um assunto social antecipado pela

Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII e da atitude humanista que dispocircs assegurar a

dignidade do homem Nascimento (2010 p 32) explica que houve uma

inevitabilidade de obter regras juriacutedicas para regulamentar as relaccedilotildees individuais e

coletivas de trabalho agrave medida que o mundo da induacutestria foi expandindo

rapidamente

As situaccedilotildees precaacuterias das condiccedilotildees de trabalho no decorrer da evoluccedilatildeo da

Revoluccedilatildeo Industrial apresentavam graves riscos para a sauacutede e para a integridade

fiacutesica do empregado As doenccedilas ocorriam em consequecircncia do peacutessimo ambiente

laboral sendo que os acidentes de trabalho atingiam principalmente os metaluacutergicos

e os mineiros Sem receber salaacuterio durante o periacuteodo em que estavam doentes

permaneciam inseguros em relaccedilatildeo ao seu sustento jaacute que natildeo existiam normas

para que fossem protegidos Ademais o patratildeo tambeacutem natildeo se empenhava para

que as regras existissem (NASCIMENTO 2010 p 44)

Nessa perspectiva Nascimento (2010 p 44) pontua que natildeo eacute com precisatildeo

que se afirma a situaccedilatildeo dos salaacuterios dos empregados logo apoacutes a Revoluccedilatildeo

Industrial Em razatildeo de provas e documentos insuficientes natildeo eacute com seguranccedila a

apresentaccedilatildeo de uma anaacutelise da necessidade de vida Contudo historiadores

afirmam de um modo geral que os salaacuterios eram baixos Os salaacuterios nas induacutestrias

eram mais altos que na agricultura sendo que mulheres e menores recebiam menos

que os homens

A normatizaccedilatildeo juriacutedica de trabalho pelo Estado eacute moldada por particularidades

agraves quais satildeo denominadas de legislaccedilatildeo industrial Nascimento (2010 p 55) diz que

primeiramente as regras direcionavam-se aos empregados das induacutestrias e com o

desenvolvimento destas foram se estendendo para outras funccedilotildees

Nascimento (2010 p 55) revela ainda que o propoacutesito de proteger o trabalho

das mulheres e dos menores e a limitaccedilatildeo da jornada de trabalho eacute predominante na

legislaccedilatildeo industrial A maioria das normas nesse periacuteodo era destinada para esses

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fins sendo que mais adiante ocorreu a intervenccedilatildeo do Poder Puacuteblico em defesa dos

mais pobres

Ainda nesse contexto Nascimento (2010 p 55) revela que a primeira regra de

destaque notaacutevel que demonstra a atitude do Estado eacute da Inglaterra 1601 nomeada

como Lei de Amparo aos Pobres admitindo o direito de receber ajuda das

autoridades puacuteblicas

Segundo Nascimento (2010 p 56) da mesma forma outra regra juriacutedica surgiu

para amparar o trabalhador na Inglaterra em 1802 quando da implantaccedilatildeo da Lei de

Peel Seu objetivo era regrar o trabalho dos menores aprendizes paroquianos dos

quais os domiacutenios das paroacutequias queriam se livrar levando-os aos proprietaacuterios das

induacutestrias Havia pelas paroacutequias o traacutefico de menores onde eram efetuados

contratos de compra e venda para que as induacutestrias adquirissem esses menores em

lotes Robert Peel criou uma lei que protegia estas crianccedilas regrando deveres de

educaccedilatildeo reduzindo a etapa de trabalho para 12 horas Normas relacionadas agrave

higiene tambeacutem foram introduzidas Delgado (2014 p 95) faz referecircncia agrave essa lei

como o Peelrsquos Act (1802) versando sobre o trabalho dos menores Essa lei natildeo foi

aderida mas Robert Peel em 1819 criou uma segunda lei que foi aprovada no

mesmo entendimento (NASCIMENTO 2010 p 56)

Nascimento (2010 p 57) aponta outra lei a fim de proteger os menores na

Inglaterra a Lei de 1833 criada para estabelecer regras de trabalho nas induacutestrias

Assim menores foram proibidos de trabalhar antes dos 9 anos de idade o limite de

jornada de trabalho dos menores de 13 anos passou para 9 horas e dos

adolescentes menores de 18 anos para 12 horas Foi proibido tambeacutem o trabalho

noturno e para fiscalizar o cumprimento das regras foram nomeados inspetores de

induacutestria

Mais tarde outras medidas se destacaram como a Lei de 1844 criada para

regrar o trabalho das mulheres fixando a jornada de trabalho em 10 horas Tambeacutem

as Leis de 1850 e de 1853 foram criadas para regrar a jornada laboral dos homens e

a Lei de 1842 proibindo as mulheres e menores de trabalhar em subsolo

(NASCIMENTO 2010 p 57)

Segundo Martins (2014 p 7) na Franccedila em 1813 foi vedado o trabalho de

menores nas minas Em 1814 foi proibido o trabalho aos domingos e feriados Em

1839 foi vedado o trabalho de menores de 9 anos e a jornada laboral dos menores

de 16 anos foi estabelecida em 10 horas Tambeacutem na Franccedila as Leis de 19 de

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marccedilo e 02 de novembro de 1874 regravam a proteccedilatildeo do trabalho das mulheres e

das crianccedilas

Conforme Nascimento (2010 p 41) os menores trabalhavam em peacutessimas

condiccedilotildees de higiene e as casas de aprendizagem eram raras onde meninos e

meninas dividiam o mesmo dormitoacuterio sendo que para as mulheres as condiccedilotildees

natildeo eram diferentes

Em alguns paiacuteses o Direito do Trabalho eacute infiltrado nas Constituiccedilotildees alguns

exemplos satildeo o Meacutexico (1917 e 1962) o Peru (1933) a Aacuteustria (1925) a Ruacutessia

(1918 a 1935) e o Brasil (1934 1937 1946 1967 1969 1988) Em outros paiacuteses as

leis trabalhistas satildeo apresentadas no Coacutedigo Civil como na Itaacutelia no Coacutedigo das

Obrigaccedilotildees como na Suiacuteccedila enquanto no Brasil elas aparecem nas consolidaccedilotildees e

em leis especiais Nos Estados Unidos as convenccedilotildees coletivas respondem pela

maioria das normas juriacutedicas mediante negociaccedilotildees coletivas entre os sindicatos

envolvidos (NASCIMENTO 2010 p 59)

O Direito do Trabalho se concretizou natildeo somente por meio de leis

constitucionais e ordinaacuterias mas tambeacutem atraveacutes das convenccedilotildees promulgadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que tem forccedila de lei federal em muitos

paiacuteses Os tratados internacionais bilaterais ou multilaterais eram mais comuns nos

paiacuteses europeus em especial normatizando a previdecircncia social (NASCIMENTO

2010 p 59-60)

A Revoluccedilatildeo Francesa de 1789 e sua Constituiccedilatildeo revelaram o primeiro dos

direitos sociais e econocircmicos o Direito do Trabalho O Estado impocircs a

obrigatoriedade de suprir o empregado a sua subsistecircncia (MARTINS 2014 p 6)

Garcia (2018 p 2) cita que na Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII em razatildeo

da descoberta da maacutequina a vapor as induacutestrias precisaram de operaacuterios com

trabalho assalariado para substituir os escravos sendo um dos motivos que

promoveu o Direito do Trabalho

O estado deixa seu estado de abstenccedilatildeo e passa a intervir nas relaccedilotildees de trabalho impondo limitaccedilotildees agrave liberdade das partes para a proteccedilatildeo do trabalhador por meio da legislaccedilatildeo proibitiva de abusos do empregador como forma de preservar a dignidade do homem no trabalho (GARCIA 2018 p 2-3)

Martins (2014 p 6) revela que na Revoluccedilatildeo Industrial surgiram os salaacuterios e

os contratos de trabalho Os empresaacuterios davam preferecircncia para as mulheres que

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aceitavam salaacuterios inferiores ao dos homens exercendo as mesmas funccedilotildees

Sujeitavam-se a jornadas excessivas de 14 a 16 horas diaacuterias a baixos salaacuterios e

trabalhavam em situaccedilotildees inconstantes prejudiciais agrave sauacutede para manter seus

empregos No veratildeo o andamento do trabalho era longo chegando a 18 horas e

muitas vezes acabavam com o pocircr-do-sol Induacutestrias iniciaram as atividades em

periacuteodo noturno quando foi inventado o lampiatildeo a gaacutes em 1792 e as jornadas de

trabalho foram reduzidas para 12 a 14 horas por dia (MARTINS 2014 p 5)

Para Martins (2014 p 9) ldquoo direito do trabalho surge para limitar os abusos do

empregador em explorar o trabalho e para modificar as condiccedilotildees de trabalhordquo

Com a chegada da maacutequina a vapor e outras modernizaccedilotildees trabalhadores

foram substituiacutedos gerando desemprego Com novas possibilidades a agricultura

tambeacutem contratou menos trabalhadores e mais pessoas acabaram desempregadas

Foram instauradas induacutestrias de carvatildeo como na Inglaterra Nestas induacutestrias o

trabalhador era sujeito agraves obrigaccedilotildees insalubres incecircndios explosotildees e intoxicaccedilatildeo

por gases tendo salaacuterios baixos e inuacutemeras horas trabalhadas Tambeacutem corriam

riscos de doenccedilas infecciosas por conta de trabalhar em lugares molhados como

tuberculose pneumonia entre outras Eram feitos contratos verbais onde

praticamente toda famiacutelia trabalhava e muitos morriam sem nenhuma assistecircncia

(MARTINS 2014 p 6)

Nascimento (2010 p 43) salienta que os empregadores eacute quem determinavam

as jornadas de trabalho conforme a sua vantagem Aos empregados soacute restava

cumprir o estabelecido onde menores mulheres e homens exerciam as mesmas

funccedilotildees intensas ou natildeo Em razatildeo disso foram surgindo as legislaccedilotildees que

regraram as horas diaacuterias trabalhadas A eletricidade surgiu em 1880

consequentemente os meacutetodos de trabalho tiveram que se adequar (MARTINS

2014 p 8)

O Estado natildeo intercedia nas relaccedilotildees de trabalho pois o trabalho era tido como

mercadoria e possibilitava o abuso do empregador para com o empregado Como a

ofertas de trabalho eram poucas e a procura era intensa o empregado aceitava

baixos salaacuterios e jornadas excessivas sem direito ao descanso ou feacuterias (MARTINS

2014 p 8) De acordo com Nascimento (2010 p 54) a intervenccedilatildeo do Estado

ocorreu a partir de 1938 com o pensamento neoliberalista No entanto essa natildeo foi

a uacutenica forma pela qual o intervencionismo se idealizou tendo tambeacutem apontado de

um estilo mais eminente com sistemas poliacuteticos de ditadura tanto de ldquoesquerdardquo

13

como de ldquodireitardquo O socialismo eacute um comportamento intervencionista que se

destacou mais precisamente no Leste da Europa enquanto o corporativismo se

destacou na Itaacutelia e o nazismo de Hitler na Alemanha

Eacute saacutebia a intervenccedilatildeo do Estado para que o trabalhador tenha dignidade

atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de proteccedilatildeo acentuando regras que estabeleccedilam

condiccedilotildees de trabalho dignas e que sejam eminentes ao patratildeo considerando

melhor situaccedilatildeo de vida social (NASCIMENTO 2010 p 54) Conforme Martins

(2014 p 7) o Estado interviu nas relaccedilotildees de trabalho movido pelos abusos que

eram cometidos A desigualdade era niacutetida a maacutequina era de propriedade do patratildeo

e assim o trabalhador era submisso pois natildeo tinha nada A intervenccedilatildeo do Estado

teve como objetivo o bem-estar do trabalhador e melhorias nas circunstacircncias de

trabalho quando o empregado passou a ser favorecido pelas leis

Na Espanha foram estabelecidas regras que regulamentavam o trabalho dos

menores e das mulheres com leis em 1873 18781900 e 1912 Tambeacutem na Franccedila

em 1874 estabeleceram-se proteccedilotildees juriacutedicas para menores e mulheres Em 1893

uma lei regulou a seguranccedila e a higiene nas empresas (MARTINS 2014 p 7)

A Constituiccedilatildeo do Meacutexico em 1917 foi a primeira a tratar do assunto no art

123 estabelecendo vaacuterias regras de proteccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de trabalho de

menores de 12 anos jornada de oito horas descanso semanal proteccedilatildeo agrave

maternidade entre outros (MARTINS 2014 p 9)

Depois a Constituiccedilatildeo de Weimar em 1919 Martins (2014 p 9) menciona que

a mesma passou a regularizar a participaccedilatildeo dos empregados nas empresas tendo

representaccedilatildeo nas empresas estabelecendo um sistema de seguro social e fixando

salaacuterios e melhores condiccedilotildees de trabalho

No acircmbito internacional o Tratado de Versalles de 1919 prenunciou a

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que abrange os direitos trabalhistas

internacionalmente decretando convenccedilotildees (MARTINS 2014 p 9)

Garcia (2018 p 3) conta que na Itaacutelia a Carta del Lavoro em 1927

implementou um sistema corporativista que foi abrangido por outros sistemas

poliacuteticos como de Portugal da Espanha e do Brasil

A criaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas apoacutes a Segunda Guerra Mundial

(1939-1945) resultou na aprovaccedilatildeo da Carta das Naccedilotildees Unidas na Conferecircncia de

Satildeo Francisco (1945) Segundo Garcia (2018 p 4) a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia

14

aprovada pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em 1944 expandindo os

princiacutepios do Tratado de Versalles

Em 1946 houve a vinculaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho agrave

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas como entidade versada agrave regulamentaccedilatildeo

internacional do trabalho Garcia (2018 p 4) referencia o novo texto constitucional

da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho aprovado em Conferecircncia Internacional

do Trabalho em 1946 com a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia anexada E ainda no acircmbito

internacional trouxe diversos direitos trabalhistas em 1948 com a Declaraccedilatildeo

Universal dos Direitos Humanos

O Direito do Trabalho eacute uma vitoacuteria da humanidade ao longo da histoacuteria

criando direitos fundamentais para melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores

Assim evitou abusos e que o capital e a busca pelas vantagens prejudicassem os

membros da sociedade menos favorecidos assegurando dignidade de vida

(GARCIA 2018 p 4)

Da mesma maneira o Direito do Trabalho proporciona o desenvolvimento do

sistema econocircmico em meacutetodos aceitaacuteveis viabilizando assim o progresso das

instituiccedilotildees e o bem-estar coletivo Segundo Garcia (2018 p 4) o Direito do

Trabalho tem papel importante para garantir o miacutenimo de dignidade e justiccedila social

Conforme Garcia (2018 p 5) o Direito do Trabalho eacute um procedimento

necessaacuterio que embasa o proacuteprio sistema econocircmico-social Cabe ressaltar que o

Direito do Trabalho impossibilita ateacute mesmo um eventual colapso no sistema

podendo suceder de niacuteveis de miseacuteria e desigualdade afetando as condiccedilotildees de

consumo e conduzindo os proacuteprios possuidores a decadecircncia

Para Delgado (2012 p 83) o Direito do Trabalho natildeo surgiu apenas para

incendiar o sistema econocircmico Com a Revoluccedilatildeo Industrial na Inglaterra no

seacuteculo XVIII certamente buscou tambeacutem ponderar os abusos da utilizaccedilatildeo da forccedila

de trabalho propondo a civilidade para o trabalhador

Os direitos trabalhistas satildeo garantidos na composiccedilatildeo dos direitos

fundamentais em ligaccedilatildeo com as normas da dignidade da pessoa humana e da

justiccedila social Viu-se ao longo dessa redaccedilatildeo como eram as condiccedilotildees que

enfrentavam os trabalhadores para adquirir uma vida digna bem como a intervenccedilatildeo

do Estado para amenizar os abusos do empregador sendo possiacutevel entender um

pouco sobre o Direito em questatildeo Seguindo na apresentaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do Direito

15

do Trabalho na sequecircncia seraacute descrito como surgiram as primeiras regras no

Brasil

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil

Devido agrave criaccedilatildeo de regras trabalhistas na Europa e agraves instituiccedilotildees

internacionais que versavam sobre o Direito do Trabalho o Brasil teve influecircncia

para se adequar a essas regras Martins (2014 p 11) relata que as criaccedilotildees de

normas trabalhistas no Brasil foram estipuladas pelas mudanccedilas na Europa em

consequecircncia da Primeira Guerra Mundial e do surgimento da Organizaccedilatildeo

Internacional do Trabalho (OIT) em 1919 Imigrantes chegados ao Brasil deram

iniacutecio a movimentos e protestos pleiteando melhores circunstacircncias de trabalho

Destaca Nascimento (2010 p 88) que apoacutes a Aboliccedilatildeo da Escravatura e a

Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica surgiu o periacuteodo liberal do Direito do Trabalho embora

pequenos movimentos sem maior relevacircncia colaborassem para o progresso das

leis no paiacutes

Primeiramente as Constituiccedilotildees versavam apenas sobre o sistema de

governo Martins (2014 p 10) conta que mais tarde comeccedilaram a tratar de diversos

ramos do Direito em especial o Direito do Trabalho

A maior concentraccedilatildeo de pessoas se destacou nas grandes cidades como o

Rio de Janeiro em 1890 na eacutepoca capital federal e em Satildeo Paulo em 1900 No

entanto havia um grande nuacutemero de induacutestrias como oficinas de calccedilados

vestuaacuterio moacuteveis e tintas normalmente abertas em galpotildees ou no fundo de

armazeacutens sendo locais de difiacutecil acesso para a fiscalizaccedilatildeo A populaccedilatildeo foi

aumentando nesses estados e a maioria dos trabalhadores eram imigrantes

italianos portugueses espanhoacuteis que ocupavam cargos de operaacuterios nas induacutestrias

(NASCIMENTO 2010 p 88-89)

Nascimento (2010 p 89) cita que se formavam as circunstacircncias para que o

trabalho subordinado fosse regido por lei No entanto o Poder Puacuteblico que era

devoto ao princiacutepio liberalista e sua inspiraccedilatildeo permanecia isento a qualquer

contestaccedilatildeo No periacuteodo existiu um grande nuacutemero de greves e movimento poliacutetico

Conforme Nascimento (2010 p 96) as primeiras regras surgiram

respectivamente em 1903 pelo Decreto 979 de 06 de janeiro de 1903 (BRASIL

1903 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em 1937 pelo Decreto Legislativo 1637 que

16

versava sobre os sindicatos em 1891 pelo Decreto 1313 de 17 de janeiro de 1891

(BRASIL 1891 lthttpwww2camaralegbrgt) que dispunha sobre a proteccedilatildeo de

menores regrando a fiscalizaccedilatildeo nas faacutebricas onde havia um grande nuacutemero de

menores trabalhando e pelo Decreto 1150 de 1904 que regrava sobre os salaacuterios

estabelecendo a carteira agriacutecola (BRASIL 1904 lthttpwww2camaralegbrgt)

Em 1930 Getuacutelio Vargas entatildeo Presidente da Repuacuteblica idealizou uma

poliacutetica trabalhista Em razatildeo da expansatildeo da induacutestria Getuacutelio editou leis

trabalhistas com a intenccedilatildeo de moderar as manifestaccedilotildees No entanto jaacute existiam

leis ordinaacuterias regulando o trabalho de menores em 1891 em 1903 a organizaccedilatildeo

dos sindicatos rurais e em 1907 sindicatos urbanos (MARTINS 2014 p 11)

A Lei 30711916 (BRASIL 1916 lthttpwwwplanaltogovbrgt) aprovou o

Coacutedigo Civil e corrigido pela Lei 3725 de 15 de janeiro de 1919 (BRASIL 1919

lthttpwwwplanaltogovbrgt) surgiram regras sobre locaccedilatildeo de serviccedilos o que

antecede a histoacuteria do contrato de trabalho das leis posteriores e especiais Duas

regras consideraacuteveis surgem em 1923 a Lei 4682 (BRASIL 1923

lthttpwwwplanaltogovbrgt) intitulada de Lei Eloacutei Chaves criou a caixa de

aposentadoria e pensotildees para os ferroviaacuterios e a estabilidade para os mesmos ao

completarem 10 anos de emprego exceto se ocorresse falta grave O Decreto

16027 (BRASIL 1923 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 30 de abril estabeleceu o

Conselho Nacional do Trabalho ldquooacutergatildeo consultivo dos poderes puacuteblicos em

assuntos referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho e da previdecircncia socialrdquo

(NASCIMENTO 2010 p 97-98)

Versando sobre as feacuterias foi criada a Lei 4982 de 25 de dezembro de 1925

(BRASIL 1925 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Depois disso houve o Decreto

17934-A (BRASIL 1927 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 1927 e o Coacutedigo de

Menores estabelecendo proteccedilotildees ao trabalho dos menores (NASCIMENTO 2010

p 98)

Na deacutecada de 1930 vaacuterios Decretos do Poder executivo que versavam sobre

as relaccedilotildees de trabalho foram implantados Garcia (2018 p 5) evidencia o Decreto

211751932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que instituiu a Carteira

de Trabalho assim como a duraccedilatildeo da jornada de trabalho em diversos setores da

atividade econocircmica com o Decreto 211861932 (BRASIL 1932

lthttpwww2camaralegbrgt) e na induacutestria o Decreto 213641932 (BRASIL 1932

17

lthttpwww2camaralegbrgt) sobre a jornada de trabalho e o trabalho de menores

por meio do Decreto 220421932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Conforme Delgado (2014 p 107) a evoluccedilatildeo do Direito do Trabalho no Brasil

tem a fase mais significativa entre 1888 a 1930 Foi um periacuteodo em que a relaccedilatildeo de

emprego se mostrou expressiva principalmente no setor agriacutecola cafeeiro de Satildeo

Paulo na industrializaccedilatildeo profissional da capital paulista e do Distrito Federal

O Ministeacuterio do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio foi criado em 1930 quando

passou a expedir decretos sobre o trabalho das mulheres (214171932) (BRASIL

1932 lthttpwww2camaralegbrgt) salaacuterio miacutenimo (1936) e a Justiccedila do Trabalho

(1939) Conforme Martins (2014 p 11) a primeira Constituiccedilatildeo brasileira a tratar

especificamente do Direito do Trabalho eacute a de 1934 regulando diversas proteccedilotildees

trabalhistas Depois a Constituiccedilatildeo de 1937 regulou os sindicatos nas relaccedilotildees de

trabalho quando um imposto sindical foi estipulado Tambeacutem teve a competecircncia

dos tribunais de trabalho que tinha como propoacutesito intervir nas relaccedilotildees de trabalho

buscando o entendimento entre patratildeo e empregado

Garcia (2018 p 6) explica que a Constituiccedilatildeo Federal de 1937 (BRASIL 1937

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta a intervenccedilatildeo do Estado com

particularidades do meacutetodo corporativista Foi instaurado um sindicato exclusivo

ligado ao Estado a greve foi proibida pois era vista como artificio desagradaacutevel e

negativo agrave economia

Em razatildeo das normas existentes espalhadas entendeu-se a utilidade de um

sistema de regras Para isso foi lanccedilado o Decreto-Lei 5452 de 1ordm-5-1943

homologando a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho a CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e consolidando as leis jaacute existentes (MARTINS 2014

p 12)

Adiante as Constituiccedilotildees seguintes trouxeram mais benefiacutecios para o

trabalhador como repouso semanal remunerado participaccedilatildeo de lucros para os

empregados e direito de greve previstos na Constituiccedilatildeo de 1946 Martins (2014 p

12) conta que legislaccedilotildees ordinaacuterias avanccedilaram citando entre elas a Lei 585972

(BRASIL 1972 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre o trabalho domeacutestico

Garcia (2018 p 6) menciona a Lei 605 de 05 de janeiro de 1949 (BRASIL

1949 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o repouso semanal

remunerado e remuneraccedilatildeo de feriados e a Lei 2757 de 23 de abril de 1956

(BRASIL 1956 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre as regras de trabalho

18

dos porteiros zeladores faxineiros e serventes de preacutedios A Lei 3207 de 18 de

julho de 1957 (BRASIL 1957 lthttpwwwplanaltogovbrgt) regulava o trabalho dos

viajantes e a Lei 40901962 a gratificaccedilatildeo natalina (BRASIL 1962

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

sustentou os direitos trabalhistas das Constituiccedilotildees anteriores e estabeleceu o

Fundo de Garantia do Tempo de Serviccedilo na Lei 51071966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) dentre outras diversas leis sobre o emprego

domeacutestico em 1972 sobre o trabalho rural teve a Lei 58891973 (BRASIL 1973

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e o trabalho temporaacuterio foi regrado na Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 6)

Em 1988 foi aprovada a Constituiccedilatildeo atual versando sobre os direitos

trabalhistas estes incluiacutedos no Capitulo II ldquoDos Direitos Sociaisrdquo e do Titulo II ldquoDos

Direitos e Garantias Fundamentaisrdquo No entendimento de alguns doutrinadores o

art 7ordm da Constituiccedilatildeo Federal surge como a verdadeira Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho com diversos direitos trabalhistas abrigados (MARTINS 2014 p 12)

Delgado (2012 p 86) aponta que sem duacutevida o nuacutecleo principal do Direito do

Trabalho estaacute situado nas relaccedilotildees empregatiacutecias de trabalho surgindo diversos

institutos regras e princiacutepios que norteiam essa relaccedilatildeo juriacutedica

Acerca da polecircmica Reforma trabalhista aprovada mesmo em contradiccedilatildeo aos

direitos dos empregados na Constituiccedilatildeo Garcia (2018 p 7) revela que a Lei

134672017 modificou a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 e as

Leis 601974 80361990 e 821291 com a finalidade de adaptar a legislaccedilatildeo agraves

atuais relaccedilotildees trabalhistas

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho

Independentemente do significativo trabalho das mulheres nas atividades

domeacutesticas e em outras funccedilotildees na Idade Meacutedia foi na Revoluccedilatildeo Industrial o

momento histoacuterico da inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Na Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres foram introduzidas no mercado de trabalho com intensivas

jornadas laborais salaacuterios baixos e condiccedilotildees desumanas de trabalho (FONSECA

2015 p 91)

19

Antes disso apoacutes o periacuteodo preacute-histoacuterico a mulher passou a ser reconhecida

como Grande Deusa Desse ponto de vista Freitas (2015 p 11) revela que a

mulher era santificada e glorificada e em razatildeo disso obteve poderes Controlavam

dinheiro e propriedades e direitos especiais no casamento Assim os homens

cediam seus desejos Muitas eram vistas nos campos de batalha lutando como

homens O Egito antigo foi destaque na veneraccedilatildeo pelas mulheres

No periacuteodo da Idade Antiga nas civilizaccedilotildees gregas e romanas quando a

mulher deixava a casa da famiacutelia em razatildeo do casamento ou por outros motivos

deveria seguir as crenccedilas do marido e rezar pelo seu Deus Na eacutepoca cada famiacutelia

tinha um Deus diferente e a mulher aprenderia com seu marido a venerar aqueles

que protegiam a famiacutelia dele (FREITAS 2015 p 12)

Conforme Freitas (2015 p 12) se a mulher fosse esteacuteril o homem poderia

pedir o divoacutercio e se o homem fosse esteacuteril deveria ser substituiacutedo pelo irmatildeo ou

parente mais proacuteximo do marido A mulher era obrigada a entregar-se para este

homem sendo que isso acontecia nas mesmas civilizaccedilotildees mencionadas

anteriormente

A mesma mulher deveria se casar com o parente mais proacuteximo do marido

falecido caso ficasse viuacuteva sem filhos Freitas (2015 p 12) diz que a participaccedilatildeo

do homem era essencial principalmente no nascimento Isto eacute quando nascia filha

mulher natildeo satisfazia a importacircncia do seguimento dos deuses daquela famiacutelia

Conforme jaacute mencionado as mulheres seguiam o Deus do marido

A desigualdade natildeo parava por aiacute conforme Freitas (2015 p 12) no momento

da divisatildeo da heranccedila se jaacute fossem casadas as mulheres natildeo teriam direito a nada

Existia particularmente uma proibiccedilatildeo religiosa em relaccedilatildeo a isso As regras ateacute

mudavam de um lugar para outro mas frequentemente as filhas mulheres natildeo

herdavam nada ou quando herdavam era uma porcentagem menor que a dos filhos

homens

Afastando um pouco das relaccedilotildees de famiacutelia e religiotildees pode-se apontar que o

trabalho feminino conforme registros mais antigos de Roma as mulheres exerciam

diversas funccedilotildees como lavadeira bibliotecaacuteria meacutedica parteiras costureiras e

cabeleireiras (FREITAS 2015 p 13) A jornada de trabalho era excessiva devido a

maacute distribuiccedilatildeo das tarefas mas as mulheres natildeo se queixavam

20

Em algumas civilizaccedilotildees era atribuiacuteda agrave mulher a principal forccedila de trabalho

(FREITAS 2015 p 15) como a construccedilatildeo de represas no Havaiacute e na Austraacutelia a

pesca e a retirada de algas

No Brasil de acordo com Ribeiro e Jesus (2016 p 43) a partir dos anos 70 a

inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho obteve crescimento Um dos motivos

foi a busca de ajuda para o sustento da famiacutelia

Ademais a Segunda Guerra Mundial teve importante contribuiccedilatildeo para que a

mulher fosse buscar emprego Enquanto seus maridos lutavam nos campos de

batalha essas teriam que lutar pelo sustento familiar A ausecircncia masculina fez com

que o trabalho feminino suprisse essas vagas Devido ao processo de

industrializaccedilatildeo e do aumento de empresas em diversos ramos como petroliacuteferos

quiacutemicos sideruacutergicos e automobiliacutestico na deacutecada de 1940 a inserccedilatildeo das

mulheres no mercado de trabalho teve um aumento intenso (RIBEIRO JESUS

2016 p 44)

O entendimento de Freitas (2015 p 22) revela que o trabalho feminino se

destacou no Brasil no periacuteodo industrial entre 1850 e 1950 As mulheres se

integraram ao setor fabril e a matildeo de obra feminina ocupava 76 do trabalho em

1872 Mais tarde em 1950 esse nuacutemero diminuiu para 20 sendo o motivo

justificado devido ao grande nuacutemero de migraccedilotildees e o aumento da matildeo de obra

masculina

Com o decliacutenio do trabalho feminino matildees tinham a obrigaccedilatildeo de cuidar dos

filhos e preparaacute-los para o trabalho orientando para que se adaptassem com as

rotinas de trabalho e fossem disciplinados (FREITAS 2015 p 22)

Grandes discriminaccedilotildees sofridas pelo gecircnero feminino ocorreram em razatildeo da

ldquocultura do machismordquo destaque no Brasil ao contraacuterio dos paiacuteses europeus que

usaram a matildeo de obra feminina no tempo da 2ordm Guerra Mundial tornou a inclusatildeo

das mulheres no mercado de trabalho mais difiacutecil Conforme Freitas (2015 p 24) na

Europa perante a necessidade do sustento familiar e matildeo de obra o preconceito

perdeu forccedila e nos paiacuteses latino-americanos como no Brasil principalmente a

discriminaccedilatildeo manteve-se resistente em razatildeo de natildeo ter existido momentos de

crise

Mulheres como ex-escravas por exemplo de acordo com Freitas (2015 p 23)

eram vistas com mais frequecircncia em trabalhos domeacutesticos lavadeira passadeira e

21

cozinheira devido ao baixo niacutevel social Jaacute as mulheres jovens podiam ser vistas

como professoras enfermeiras entre outras

A mulher sempre desempenhou a funccedilatildeo de serva sendo diferenciada pelo

gecircnero foi vista como matildee esposa e era necessaacuterio pedir permissatildeo ao marido

para os atos da vida civil As mulheres natildeo tinham direito de escolha (FREITAS

2015 p 21) e os casamentos no periacuteodo colonial eram arranjados Mais tarde nos

anos de 1800 passaram a ter mais liberdade

Freitas (2015 p 22) diz que num primeiro momento a mulher tinha suas

principais obrigaccedilotildees como matildee dedicada preocupada com a educaccedilatildeo dos filhos e

em um segundo momento de respeitar o marido e ser submissa a ele

Eacute indispensaacutevel salientar que apesar de toda evoluccedilatildeo dos direitos trabalhistas

e da ocupaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho ainda haacute resistecircncia em relaccedilatildeo

ao trabalho feminino As discriminaccedilotildees satildeo culturais e histoacutericas e o preconceito

perdura na sociedade e enfrenta frequentes desafios (FONSECA 2015 p 93)

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho

Avaliando os acontecimentos eacute notoacuteria a necessidade da inserccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho e o seu reconhecimento assim como o crescimento

feminino e as reivindicaccedilotildees por seus direitos de igualdade Observando as

condiccedilotildees de trabalho em que as mulheres eram expostas foram surgindo medidas

de proteccedilatildeo

Todo mundo sabe que a mulher sempre foi discriminada nunca teve as mesmas oportunidades asseguradas aos homens Nossa cultura patriarcal gerou uma sociedade machista em que a mulher ocupava um papel subalterno Excluiacuteda ficava confinada ao reduto da casa tendo por uacutenica missatildeo a assistecircncia da famiacutelia a organizaccedilatildeo do lar o apoio ao marido e o cuidado dos filhos (FONSECA apud DIAS 2015 p 91)

Freitas (2015 p 11) conta que as mulheres de uma forma ou de outra sempre

estiveram inseridas no mercado de trabalho seja na caccedila na costura no cuidado de

crianccedilas na fabricaccedilatildeo de ferramentas na lida com ervas e com plantas medicinais

assim como na cozinha A caccedila era entre homens e mulheres que se ajudavam

No seacuteculo XIX Garcia (2018 p 1063) relata que durante a Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres recebiam salaacuterios inferiores aos dos homens e as condiccedilotildees

22

de trabalho eram horriacuteveis As mulheres eram expostas a trabalhos prejudiciais agrave

sauacutede pondo sua vida em risco

Essa situaccedilatildeo era de grande risco para as famiacutelias sendo que assim tiveram

iniacutecio as primeiras legislaccedilotildees protetivas para as mulheres Em virtude das medidas

protetivas as mulheres eram discriminadas com frequecircncia pois os empregadores

tinham receio em contratar a matildeo de obra feminina por ter regras protetivas e assim

contratavam homens (GARCIA 2018 p 1063)

Revela Garcia (2018 p 1065) que no Brasil as regras de proteccedilatildeo tambeacutem

geraram discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Em face disso foram

criadas normas proibitivas agrave discriminaccedilatildeo

A proteccedilatildeo especial apenas passa a se justificar nos aspectos realmente diferenciados e peculiares notadamente quando ao estado de gestante e maternidade que satildeo de responsabilidade da sociedade como um todo natildeo podendo servir de fatores de discriminaccedilatildeo contra a mulher (GARCIA 2018 p 1065)

As primeiras legislaccedilotildees surgiram na Inglaterra em 1842 proibindo a mulher

de trabalhar em lugares subteacuterreos Em 1844 a jornada de trabalho da mulher foi

limitada para 12 horas e tambeacutem assim como o periacuteodo noturno Em 1874 na

Franccedila entrou em vigor uma lei que proibia a mulher de trabalhar em minas e

pedreiras Em 1878 as mulheres foram proibidas de exercer funccedilotildees em lugares

insalubres (MARTINS 2014 p 661)

A Lei de 2111892 estabeleceu que a mulheres tivessem jornada de trabalho

de apenas de 11 horas A Lei de 28121909 concedeu agraves mulheres gestantes

descanso de oito semanas natildeo remunerado proibindo a carga de materiais

pesados (MARTINS 2014 p 661)

O Tratado de Versalles determinou o princiacutepio da igualdade salarial entre

homens e mulheres que foi acolhido em diversos paiacuteses inclusive o Brasil

(MARTINS 2014 p 661)

Compete somente a Uniatildeo legislar sobre mateacuteria trabalhista diz o art 22 I e

XVI da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) mas isso natildeo impede a

aplicaccedilatildeo das convenccedilotildees internacionais ratificadas pelo Brasil estas criadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) Esta eacute a corporaccedilatildeo responsaacutevel pelo

controle e lanccedilamento de normas referentes ao trabalho no plano internacional com

o objetivo de regimentar as relaccedilotildees de trabalho atraveacutes das convenccedilotildees

23

recomendaccedilotildees e resoluccedilotildees planejando proteger as relaccedilotildees entre empregados e

empregadores na esfera internacional Desde 1950 o Brasil tem representaccedilatildeo da

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em seu territoacuterio (FREITAS 2015 p 33)

Freitas (2015 p 33-34) destaca diversas convenccedilotildees direcionadas agrave proteccedilatildeo

feminina sendo uma delas a Convenccedilatildeo nordm 3 procedendo sobre o trabalho antes e

depois do parto Na sequecircncia houve a Convenccedilatildeo nordm 4 tratando do trabalho

noturno das mulheres em induacutestrias com exceccedilatildeo das oficinas da famiacutelia ambas

convocadas em 29 de outubro de 1919 A Convenccedilatildeo nordm 41 foi ratificada em relaccedilatildeo

agraves disposiccedilotildees sobre o trabalho noturno na sessatildeo da OIT realizada em Genebra e

encerrada em 23 de junho de 1934 A Convenccedilatildeo nordm 45 vedou o trabalho das

mulheres em minas de qualquer natureza e subterracircneos sendo aprovada um ano

apoacutes a Convenccedilatildeo nordm 41 passando a vigorar em 30 de maio de 1937

A Convenccedilatildeo nordm 100 tratava da desigualdade salarial entre homens e mulheres

exercendo a mesma funccedilatildeo tendo sido aprovada em 1951 em Genebra entrando

em vigor em 23 de maio de 1953 no acircmbito internacional Freitas (2015 p 34)

salienta que a Convenccedilatildeo nordm 103 se refere agrave proteccedilatildeo agrave maternidade e entrou em

vigor em 7 de junho de 1958 Tambeacutem em 1958 a Convenccedilatildeo nordm 111 abordou as

discriminaccedilotildees relacionadas a emprego e profissatildeo tendo entrado em vigor em 15

de junho de 1960

A Convenccedilatildeo nordm 127 de 1967 entrou em vigor em 10 de marccedilo de 1970

referente ao levantamento de pesos A convenccedilatildeo nordm 156 de 1981 discorre sobre a

igualdade de oportunidades para ambos os sexos tanto nas relaccedilotildees de trabalho

como na esfera familiar Jaacute a Convenccedilatildeo nordm 171 delimita as horas do trabalho

noturno

Em 1974 foi assinada a Convenccedilatildeo sobre a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo

contra a Mulher de todas as formas aprovada pela Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

(ONU) Freitas (2015 p 34) conta que a convenccedilatildeo trata dos direitos relacionados

ao emprego e agraves condiccedilotildees de igualdade entre os sexos que deveriam ser

observadas

O termo discriminaccedilatildeo compreende toda distinccedilatildeo exclusatildeo ou preferecircncia baseada em motivos de raccedila cor sexo religiatildeo opiniatildeo politica ascendecircncia nacional ou origem social que tenha como efeito anular a igualdade de oportunidades ou de tratamento em emprego ou profissatildeo (MARTINS 2014 p 544)

24

O Decreto 21417-A de 17 de maio de 1932 (BRASIL 1932 lthttp

www2camaralegbrgt) foi a primeira norma que surgiu sobre o trabalho feminino no

Brasil (GARCIA 2018 p 1066) proibindo a mulher de trabalhar agrave noite A

Constituiccedilatildeo de 1934 (BRASIL 1934 lthttpwwwplanaltogovbrgt) foi fundamental

quando considerou a proibiccedilatildeo da desigualdade de salaacuterios entre homens e

mulheres proibindo o trabalho da mulher em locais insalubres garantindo o repouso

antes e depois do parto sem prejudicar o salaacuterio com seguranccedila de previdecircncia em

benefiacutecio da maternidade e amparo agrave maternidade (GARCIA 2018 p 1066)

Na Constituiccedilatildeo de 1937 (BRASIL 1937 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

mulher gestante conquistou assistecircncia meacutedica e higiecircnica e consequentemente o

benefiacutecio de descanso antes e depois do parto sem perda de salaacuterio A

Constituiccedilatildeo de 1946 (BRASIL 1946 lthttpwwwplanaltogovbrgt) idem a

Constituiccedilatildeo de 1937 assegurava a assistecircncia sanitaacuteria hospitalar e meacutedica agrave

gestante Em 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Constituiccedilatildeo

seguiu os mesmos criteacuterios da CF37 (GARCIA 2018 p 1066)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) tambeacutem

deu agrave mulher o direito agrave aposentadoria com 30 anos de trabalho com salaacuterio

completo Os artigos 389 e 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT)

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) permitiam que as empregadas

guardassem seus filhos no periacuteodo em que estavam trabalhando na empresa

descansando quatro semanas antes e oito semanas depois do parto Em 1969 a

Emenda Constitucional nordm 1 seguiu paracircmetros da CF37 e CF46 (MARTINS 2014

p 664)

A Constituiccedilatildeo de 1988 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

oportunizava a licenccedila agrave gestante sem detrimento no emprego e salaacuterio e com

duraccedilatildeo de 120 dias Importante ressaltar que o homem em caso de falecimento da

genitora passa a ter o mesmo direito podendo usufruir da proteccedilatildeo para que repare

a condiccedilatildeo de seu filho nos primeiros meses de vida conforme disposto no artigo

392-B da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS 2008 p 576)

Por conseguinte em 01 de maio de 1943 foi editada a Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assentando o tema jaacute

existente A CLT sistematizou a legislaccedilatildeo diversa jaacute efetiva no periacuteodo em que foi

publicada Todavia criou novos regimentos sendo a primeira regra geral aplicaacutevel

para todos os empregados Atualmente as relaccedilotildees de trabalho satildeo regidas por

25

esta lei a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Tambeacutem abrange relaccedilotildees coletivas

como as entidades sindicais ou grupos de trabalhadores No Decreto-lei 6353 de

20-3-1944 (BRASIL 1944 lthttpwwwplanaltogovbrgt) houve a primeira alteraccedilatildeo

que admitia o trabalho agrave noite da mulher que tivesse 18 anos mas em poucas

funccedilotildees (MARTINS 2008 p 575)

Garcia (2018 p 1067) cita que o poder puacuteblico cria mecanismos para que a

mulher tenha seus direitos garantidos tambeacutem no ambiente familiar sem

discriminaccedilatildeo com respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar evitando a crueldade

e a opressatildeo Nesse sentido a Lei 113402006 (BRASIL 2006

lthttpwwwplanaltogovbrgt) previne a violecircncia domeacutestica protegendo a mulher do

asseacutedio familiar

As garantias da Constituiccedilatildeo Federal e da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

estabelecem que sejam inadmissiacuteveis as desigualdades entre homens e mulheres

no ambiente de trabalho A mulher era tratada como incapaz pelo Coacutedigo Civil de

1916 Essa situaccedilatildeo mudou com o Estatuto da Mulher Casada Lei 4121 de 27-08-

62 (BRASIL 1962 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (MARTINS 2008 p 577)

Garcia (2018 p 1069) afirma que as leis de proteccedilatildeo agrave mulher centralizaram

mais em motivos que chamam atenccedilatildeo como as mulheres gestantes e a

maternidade Esses dois aspectos natildeo devem servir de razatildeo para a discriminaccedilatildeo e

diferenciaccedilatildeo salarial nem para a contrataccedilatildeo do trabalho feminino

Relata Carrion (2014 p 330)

O direito da empregada gestante manter-se no emprego sem prejuiacutezo dos salaacuterios com consequente restriccedilatildeo ao direito de resiliccedilatildeo unilateral do contrato sem justa causa pelo empregador sob pena de sujeitar-se agraves reparaccedilotildees legais nasce com a concepccedilatildeo e projeta-se ateacute cinco meses apoacutes o parto

Existem prejulgamentos provenientes da sociedade Por isso existem as

medidas de proteccedilatildeo para atuarem onde ocorrem determinadas peculiaridades

Medidas foram criadas para que a discriminaccedilatildeo em razatildeo da desigualdade de

gecircnero seja banida nas empresas nos quesitos de admissatildeo e remuneraccedilatildeo no

mercado de trabalho Notadamente existem discriminaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave mulher

sendo um aspecto cultural em uma sociedade machista onde as mulheres sempre

ocuparam papeacuteis subalternos apenas cuidando da casa e dos filhos As proteccedilotildees

26

especiais agraves mulheres devido agraves suas peculiaridades natildeo devem servir de motivo

para a discriminaccedilatildeo poreacutem muitas vezes causam efeito contraacuterio

27

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO DA MULHER NO DIREITO DO TRABALHO

Diante das situaccedilotildees trazidas no capiacutetulo anterior onde foram expostos os

problemas enfrentados pelas mulheres como a exploraccedilatildeo a discriminaccedilatildeo e a

desigualdade de gecircnero as diferenccedilas eram claras Para tanto medidas de

proteccedilatildeo ao trabalho feminino foram criadas Nota-se as primeiras leis que versavam

sobre o trabalho da mulher como a proibiccedilatildeo de trabalhar em lugares subteacuterreos a

jornada de trabalho estabelecida em 12 horas o trabalho vedado em minas e

pedreiras assim como no periacuteodo noturno e nas funccedilotildees insalubres bem como em

relaccedilatildeo a um periacuteodo de descanso de 8 (oito) semanas para as gestantes natildeo

remunerado Essas regras tiveram constante evoluccedilatildeo

Nesse momento seraacute apresentado o progresso dessas regras e uma anaacutelise

das normas de proteccedilatildeo que a cada dia sofrem alteraccedilotildees sendo um assunto onde

sempre haacute novidades A abordagem a seguir mostra as peculiaridades do trabalho

da mulher em especial a proteccedilatildeo agrave maternidade a comeccedilar nessa oportunidade

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade

Estudando a caminhada da mulher no mercado de trabalho a forma como

eram tratadas abusadas sem direitos seguimos nesse capiacutetulo relatando as

peculiaridades que trazem proteccedilatildeo ao trabalho feminino Depois de constatar os

motivos pelo quais foram criadas regras de proteccedilatildeo apresentamos medidas

especiacuteficas para que a desigualdade de gecircnero seja banida do acircmbito trabalhista

Nesse contexto podemos destacar que a proteccedilatildeo agrave maternidade eacute o

benefiacutecio mais relevante da empregada ldquoOs preceitos que regulam o trabalho

masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a

proteccedilatildeo especial instituiacuteda neste Capiacutetulordquo redaccedilatildeo do art 372 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O

paraacutegrafo uacutenico foi revogado pela Lei 134672017 pois caracterizava discriminaccedilatildeo

sendo que este seraacute comentado no proacuteximo capiacutetulo O artigo institui o Capiacutetulo III

da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que foi reservado especialmente ao trabalho

da mulher poreacutem alguns artigos abrangem identicamente o trabalho masculino

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 251)

28

O art 5ordm I CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) traz a

igualdade entre homens e mulheres nas relaccedilotildees de trabalho em direitos e

obrigaccedilotildees Martins conforme Machado (2017 p 251) conta que ldquoas regras de

proteccedilatildeo ao trabalho da mulher justificam-se em face das peculiaridades que

norteiam o trabalho femininordquo

Regula o artigo 7ordm XIII da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

que ldquoa duraccedilatildeo de trabalho normal das mulheres natildeo superior a oito horas e

quarenta e quatro horas semanais facultada agrave compensaccedilatildeo de horaacuterios e reduccedilatildeo

de jornada mediante acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalhordquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 252)

Abordando o artigo 373 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que menciona a jornada de trabalho das mulheres ldquoa

duraccedilatildeo normal de trabalho das mulheres seraacute de 8 (oito) horas diaacuterias exceto nos

casos para os quais for fixada duraccedilatildeo inferiorrdquo (MARTINS apud MACHADO 2017

p 252)

Incluiacutedo pela Lei 979999 (BRASIL 1999 lthttpwwwplanaltogovbrgt) o

artigo 373-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho faz diversas observaccedilotildees ao

trabalho da mulher referentes agrave discriminaccedilatildeo nas relaccedilotildees de trabalho Observe a

regra

Art 373-A Ressalvadas as disposiccedilotildees legais destinadas a corrigir as distorccedilotildees que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas eacute vedado (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) I ndash publicar ou fazer publicar anuacutencio de emprego no qual haja a referecircncia ao sexo agrave idade agrave cor ou situaccedilatildeo familiar salvo quando a natureza da atividade a ser exercida puacuteblica e notoriamente assim o exigir (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) II ndash recusar emprego promoccedilatildeo ou motivar a dispensa do trabalho em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez salvo quando a natureza da atividade seja notoacuteria e publicamente incompatiacutevel (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) III ndash considerar o sexo a idade a cor ou situaccedilatildeo familiar como variaacutevel determinante para fins de remuneraccedilatildeo formaccedilatildeo profissional e oportunidades de ascensatildeo profissional (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) IV ndash exigir atestado ou exame de qualquer natureza para comprovaccedilatildeo de esterilidade ou gravidez na admissatildeo ou permanecircncia no emprego (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) V ndash impedir acesso ou adotar criteacuterios subjetivos para o deferimento de inscriccedilatildeo ou aprovaccedilatildeo em concursos em empresas privadas em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) VI ndash proceder o empregador ou preposto a revistas iacutentimas nas empregadas ou funcionaacuterias (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999)

29

Paragrafo uacutenico O disposto neste artigo natildeo obsta a adoccedilatildeo de medidas temporaacuterias que visem ao estabelecimento das poliacuteticas de igualdade entre homens e mulheres em particular as que se destinam a corrigir as distorccedilotildees que afetam a formaccedilatildeo profissional o acesso ao emprego e as condiccedilotildees gerais de trabalho da mulher (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 252) menciona que o referido artigo foi

adicionado em razatildeo de impedir as condutas discriminatoacuterias violando o princiacutepio da

igualdade consagrado no art 7ordm XXX da CF88 (BRASIL 1988

lthttpwwwplanaltogovbrgt) prevendo ldquoa proibiccedilatildeo de diferenccedila de salaacuterios de

exerciacutecio de funccedilotildees e de criteacuterio de admissatildeo por motivo de sexo idade cor ou

estado civilrdquo

A Constituiccedilatildeo de 1988 estabeleceu regras firmes contra a discriminaccedilatildeo agrave

mulher nas relaccedilotildees de emprego proibindo diferenccedilas no acircmbito laboral Tambeacutem

eliminou alguns artigos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que produziam efeito

contraacuterio em relaccedilatildeo ao trabalho feminino (DELGADO 2012 p 803)

Delgado (2012 p 804) indica que revogados pela Lei 78551989 (BRASIL

1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) reproduzida logo apoacutes a CF88 os artigos 374

375 378 379 380 e 387 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) que davam

entendimento discriminatoacuterio ao trabalho feminino Martins conforme Machado

(2017 p 256) aponta que o artigo 376 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho foi

revogado pela Lei 102442001 (BRASIL 2001 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Voltando as normas vigentes comentamos o artigo 377 da Consolidaccedilatildeo das

Leis do Trabalho Nesse contexto Martins conforme Machado (2017 p 256) traz

que somente atraveacutes de convenccedilatildeo coletiva ou de acordo coletivo no teor do art 7ordm

VI CF88 eacute possiacutevel reduzir o salaacuterio das mulheres e que as medidas protetivas

satildeo regras e por motivo algum eacute autorizada a reduccedilatildeo

Conforme o artigo 381 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o trabalho noturno frisando que ldquoo

trabalho noturno das mulheres teraacute salaacuterio superior ao diurnordquo No sect 1ordm a regra diz

que no trabalho noturno os salaacuterios teratildeo aumento de 20 e sect 2ordm que cada hora

trabalhada agrave noite seraacute de 52 minutos e 30 segundos Tem direito ao percentual

miacutenimo de 25 a empregada rural (art 7ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 58891973

(BRASIL 1973 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O art 382 regra o intervalo

intrajornada que destina uma pausa de 11 horas entre duas jornadas de trabalho

30

enquanto o art 66 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) tambeacutem apresenta

este preceito (MARTINS apud MACHADO 2017 p 257)

Um dos artigos que sugere a desigualdade de gecircnero eacute o art 383 da CLT

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que apresenta um intervalo entre 1 a

2 horas para a mulher trabalhadora possibilitando um periacuteodo bastante extenso

para o descanso Diferente do homem que mesmo em curtas jornadas abaixo de

seis horas tem apenas 15 minutos salvo a hipoacutetese conhecida no art 71 sect 3ordm bem

como o art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece o intervalo de 15 minutos para a

mulher caso haja hora extra (DELGADO 2012 p 804)

O art 384 eacute referente apenas ao trabalho feminino estabelecendo regra

caracterizada e protetiva apartado do homem o que natildeo eacute coerente na eacutepoca atual

e confrontando a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art 7ordm inciso

XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo do trabalho

O artigo 384 da CLT foi revogado pela Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) da Reforma trabalhista que seraacute apresentada no

proacuteximo capiacutetulo desse trabalho (GARCIA 2018 p 1076-1077 e 1079)

Seguindo Garcia (2018 p 1079) aponta o art 385 da CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) no seguinte contexto

Art 385 O descanso semanal seraacute de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidiraacute todo ou em parte com o domingo salvo motivo de conveniecircncia puacuteblica ou necessidade imperiosa de serviccedilo a juiacutezo da autoridade competente na forma das disposiccedilotildees gerais caso em que recairaacute outro diardquo (BRASIL 1943 httpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 260) descreve que o art 67 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho tambeacutem assegura o descanso e o art 7 inciso

XV da CF88 eacute extensivo aos trabalhadores de ambos os sexos

Referente tambeacutem ao periacuteodo de descanso da mulher o art 386 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz

que quando haacute trabalho aos domingos uma escala de revezamento seraacute organizada

para que possibilite o repouso dominical de 15 em 15 dias (MARTINS 2014 p 667)

Os meacutetodos e locais de trabalho da mulher que estatildeo previstos nos artigos 388

389 e 390 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 seratildeo apresentados no

proacuteximo capiacutetulo em conjunto com a exposiccedilatildeo da nova lei a Reforma trabalhista

31

Avanccedilando os demais artigos que se referem agrave mulher no Capiacutetulo III da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho 1943 apontamos o art 391 caput ldquoNatildeo

constitui justo motivo para a rescisatildeo do contrato de trabalho da mulher o fato de

haver contraiacutedo matrimocircnio ou de encontrar-se em estado de gravidezrdquo (BRASIL

1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 1082)

Garcia (2018 p 1082) menciona que em qualquer convenccedilatildeo coletiva acordo

coletivo ou acordos individuais de trabalho eacute proibido ldquorestriccedilotildees de direito da mulher

ao seu emprego por motivo de casamento ou gravidezrdquo (art 391 paraacutegrafo uacutenico

CLT) Diante desse procedimento Martins conforme Machado (2017 p 265) afirma

a autorizaccedilatildeo da reintegraccedilatildeo na funccedilatildeo (art 4ordm da Lei 902995) (BRASIL 1995

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ou seja a empregada natildeo poderaacute ser demitida em

face desses motivos O impedimento das praacuteticas discriminatoacuterias tem apoio

constitucional no art 7ordm XXX CF88

A redaccedilatildeo do art 391-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) incluiacuteda

pela Lei 128122013 (BRASIL 2013 lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta que a

gravidez confirmada no curso do contrato de trabalho garante agrave empregada gestante

estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea b do inciso II do art 10 do Ato de

Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias ainda que durante o prazo do aviso-preacutevio

trabalhado ou indenizado (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

Mesmo que no momento da demissatildeo a empregada gestante natildeo tenha

conhecimento do estado graviacutedico poderaacute usufruir o direito da garantia de emprego

sem prejuiacutezo de salaacuterio e da funccedilatildeo que exerce Assim o empregador natildeo seraacute

afastado das responsabilidades mesmo que natildeo tenha conhecimento da gravidez

da empregada Garcia (2018 p 1097) ressalta que eacute objetiva a responsabilidade do

empregador quanto ao estado de gravidez da empregada

Nestes termos atualmente desponta uma discussatildeo em relaccedilatildeo ao

desconhecimento do estado da gravidez pela proacutepria empregada Haacute entendimentos

de que natildeo eacute justo possibilitar o direito agrave garantia de emprego se nem mesmo a

empregada estava ciente do seu estado gestacional (GARCIA 2018 p 1097)

Garcia (2018 p 1098) indica que a garantia de emprego conforme redaccedilatildeo

atual da Suacutemula 244 inciso III do TST eacute estendida tambeacutem agraves gestantes

contratadas por prazo determinado O desconhecimento do estado graviacutedico pelo

empregador natildeo afasta o direito ao pagamento de indenizaccedilatildeo decorrente da

estabilidade A redaccedilatildeo dessa Suacutemula foi alterada e assim a estabilidade estendida

32

Antes disso Garcia apud Martins (2018 p 1098) menciona que era aplicada agrave

doutrina de Seacutergio Pinto Martins ldquoSe houver a cessaccedilatildeo do contrato de trabalho do

empregado estatuiacutedo por prazo determinado natildeo haveraacute direito agrave responsabilidade

porque aqui natildeo haacute despedida injusta mas teacutermino de pacto laboralrdquo Portanto isso

mudou com a referida Suacutemula Vejamos a decisatildeo do Tribunal Superior do Trabalho

6ordf Turma Relator Ministro Augusto Ceacutesar Leite de Carvalho que garante a

empregada gestante contratada por prazo determinado a estabilidade provisoacuteria

conforme previsatildeo na Suacutemula 244

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A EacuteGIDE DA LEI 130152004 ESTABILIDADE GESTANTE CONTRATO DE EXPERIEcircNCIA ESTABILIDADE PROVISOacuteRIA A empregada gestante tem direito agrave estabilidade provisoacuteria prevista no artigo 10 inciso II aliacutenea b do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias mesmo na hipoacutetese de admissatildeo mediante contrato por tempo determinado Ainda mais se tratando de contrato de experiecircncia que eacute em rigor um contrato por tempo indefinido com uma claacuteusula alusiva a periacuteodo de prova Inteligecircncia da Suacutemula 244 III do TST em sua nova redaccedilatildeo Recurso de revista conhecido e provido (BRASIL 2019 lthttpwwwtstjusbrgt)

A proteccedilatildeo se estende ao trabalho domeacutestico Garcia (2018 p 1087) destaca

que tem direito a estabilidade no aviso preacutevio indenizado ou trabalhado desde que

confirmada a gravidez neste periacuteodo Diz a Lei Complementar 1502015 (BRASIL

2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art 25 paraacutegrafo uacutenico

Art 25 A empregada domeacutestica gestante tem direito a licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio nos termos da Seccedilatildeo V do Capitulo III do Tiacutetulo III da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) aprovada pelo Decreto ndash Lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Paraacutegrafo uacutenico A confirmaccedilatildeo do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho ainda que durante o prazo do aviso preacutevio trabalhado ou indenizado garante agrave empregada gestante a estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea ldquobrdquo do inciso II do art 10 do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias (BRASIL 2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Adiante estaacute a vigente composiccedilatildeo do art 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) que foi determinada pela Lei 104212002 (BRASIL 2002

lthttpwwwplanaltogovbrgt) em razatildeo de adequar-se ao texto constitucional

(art7ordm XVIII) Veja a redaccedilatildeo

Art 392 A empregada gestante tem direito agrave licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002)

33

sect 1ordm A empregada deve mediante atestado meacutedico notificar o seu empregador da data do afastamento do emprego que poderaacute ocorrer entre o 28ordm (vigeacutesimo oitavo) dia antes do parto e ocorrecircncia deste (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 2ordm Os periacuteodos de repouso antes e depois do parto poderatildeo ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um mediante atestado meacutedico (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 3ordm Em caso de parto antecipado a mulher teraacute direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 4ordm Eacute garantido agrave empregada durante a gravidez sem prejuiacutezo do salaacuterio e demais direitos (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) I ndash transferecircncia de funccedilatildeo quando as condiccedilotildees de sauacutede o exigirem assegurada a retomada da funccedilatildeo anteriormente exercida logo apoacutes o retorno ao trabalho (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) II ndash dispensa do horaacuterio de trabalho pelo tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo de no miacutenimo seis consultas meacutedicas e demais exames complementares (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) sect 5ordm (VETADO) (Incluiacutedo pela Lei nordm 10421 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Nos incisos e paraacutegrafos desse artigo podem se destacar as vantagens da

empregada gestante que entram em harmonia com a redaccedilatildeo constitucional (art

7ordm XVIII CF88) O benefiacutecio do salaacuterio-maternidade eacute estendido a todas as

trabalhadoras (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

A licenccedila-maternidade natildeo teraacute prejuiacutezo da remuneraccedilatildeo integral observa o

art 393 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ligado ao art 7ordm XVIII da CF88 e

igualmente previsto no art 72 da Lei na Lei 82131991 (BRASIL 1991

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Natildeo haacute teto previdenciaacuterio para o benefiacutecio em

questatildeo completa Martins conforme Machado (2017 p 272) Veja o dispositivo

Art 393 Durante o periacuteodo a que se refere o art 392 a mulher teraacute direito ao salaacuterio integral e quando variaacutevel calculado de acordo com a meacutedia dos 6 (seis) uacuteltimos meses de trabalho bem como os direitos e vantagens adquiridos sendo ndash lhe ainda facultado reverter agrave funccedilatildeo que anteriormente ocupava (Redaccedilatildeo dada pelo Decreto-Lei 229 de 2821967) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em observaccedilatildeo na sequecircncia o art 394 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquomediante atestado meacutedico agrave mulher

graacutevida eacute facultado romper o compromisso resultante de qualquer contrato de

trabalho desde que este seja prejudicial agrave gestaccedilatildeordquo Essa regra assegura agrave

empregada gestante a viabilidade de romper o contrato de trabalho mediante

atestado meacutedico se ficar comprovado que seraacute prejudicial agrave gestaccedilatildeo ficando isenta

34

da obrigaccedilatildeo de indenizar quaisquer eventuais prejuiacutezos no contrato de trabalho

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 273)

Martins conforme Machado (2017 p 273) diz que se trata da transparente

assimilaccedilatildeo de que os trabalhos insalubres satildeo prejudiciais agrave sauacutede do empregado

manifesta a situaccedilatildeo da gravidez arriscando o desenvolvimento do feto Estendido

ao periacuteodo da lactaccedilatildeo pois o leite materno eacute o uacutenico alimento da crianccedila nos

primeiros meses de vida e precisa estar livre de qualquer ameaccedila de contaminaccedilatildeo

Eis o texto do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoA empregada gestante ou lactante seraacute afastada

enquanto durar a gestaccedilatildeo ou lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou

locais insalubres devendo exercer suas atividades em locais salubresrdquo Essa regra

foi alterada pela Lei 134672017 que seraacute comentada no proacuteximo capiacutetulo

O adicional de insalubridade da gestante ou lactante seraacute pago pela empresa

conforme o art 248 da CF88 em razatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias fazendo parte da remuneraccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

Seguindo o proacuteximo artigo relativo agrave proteccedilatildeo da mulher art 395 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoEm caso de aborto natildeo criminoso comprovado por

atestado meacutedico oficial a mulher teraacute um repouso remunerado de (2) duas

semanas com direito de retornar a funccedilatildeo que ocupava antes do afastamentordquo

Martins conforme Machado (2017 p 274) mostra que o atestado meacutedico oficial eacute

viabilizado pelo SUS ou pelo serviccedilo meacutedico da empresa A remuneraccedilatildeo seraacute paga

pela Previdecircncia Social conforme o salaacuterio-maternidade

Martins conforme Machado (2017 p 274-275) aponta no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho o direito agrave amamentaccedilatildeo dos filhos mesmo que

proveniente de adoccedilatildeo ateacute completar 6 (seis) meses de dois descansos especiais

de meia hora cada durante a jornada de trabalho O periacuteodo de 6 (seis) meses se a

sauacutede da crianccedila exigir poderaacute ser estendido Veja o artigo 396 do Decreto-Lei

545243

Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um Paraacutegrafo uacutenico Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

35

Antes o salaacuterio-maternidade era responsabilidade do empregador dessa

forma a Convenccedilatildeo 103 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) jaacute

mencionada anteriormente publicada pelo Decreto 588201966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinou que o INSS ficasse responsaacutevel pelas

parcelas devidas agrave gestante Isso para evitar a diferenciaccedilatildeo no momento da

contrataccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Foi uma maneira de estimular as

empresas a natildeo ter receio na admissatildeo de mulheres (MARTINS 2014 p 668)

Martins (2014 p 679) diz que a mesma Convenccedilatildeo 103 consagra os intervalos

destinados para amamentaccedilatildeo do filho consoante com a lei nacional Os intervalos

devem ser computados na jornada de trabalho

De acordo com Garcia (2018 p 1085) o salaacuterio-maternidade eacute devido agrave

mulher durante o tempo em que for mantida como segurada Acentua o art 97 do

Regulamento da Previdecircncia Social (RPS-Decreto 30481999) (BRASIL 1999

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que foi alterado pelo Decreto 61222007 (BRASIL

2007 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Independente das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias permaneceraacute filiada ao INSS e receberaacute salaacuterio O que antes no

entendimento da Previdecircncia ocorria somente se a mulher estivesse empregada

teria direito Repare o dispositivo

Art 97 O salaacuterio ndash maternidade da segurada empregada seraacute devido pela previdecircncia social enquanto existir relaccedilatildeo de emprego observadas as regras quanto ao pagamento desse benefiacutecio pela empresa Paragrafo uacutenico Durante o periacuteodo de graccedila a que se refere o art 13 a segurada desempregada faraacute jus ao recebimento do salaacuterio ndash maternidade nos casos de demissatildeo antes da gravidez ou durante a gestaccedilatildeo nas hipoacuteteses de dispensa por justa causa ou a pedido situaccedilotildees em que o benefiacutecio seraacute pago diretamente pela previdecircncia social (BRASIL 2007 httpwwwplanaltogovbrgt)

O artigo 397 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) prevecirc que as

entidades puacuteblicas destinadas agrave assistecircncia e agrave infacircncia tenham responsabilidade de

acordo com suas possibilidades financeiras de manter distribuiacutedos nas zonas de

mais densidade de trabalhadores locais destinados para atender os filhos de

mulheres empregadas Essa regra natildeo eacute obrigatoacuteria eacute facultativa pois depende de

recursos financeiros disponiacuteveis e conforme o art 7ordm XXV da CF88 eacute dever do

Estado disponibilizar esse benefiacutecio assim como o art 208 IV da mesma

Constituiccedilatildeo Revogado o art 398 pelo Decreto-Lei 229 de 28021967 (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 275)

36

Avanccedilando na apresentaccedilatildeo chegamos ao art 399 da Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (CLT) que confere em sua redaccedilatildeo que os empregadores que se

destacarem pela organizaccedilatildeo de creches e instituiccedilotildees de menores em idade preacute-

escolar seratildeo agraciados pelo Ministro do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio com um

diploma de benemerecircncia desde que tais serviccedilos se destaquem por sua

generosidade e pela competecircncia das respectivas instalaccedilotildees O art 7ordm XXV da

Constituiccedilatildeo garante assistecircncia gratuita aos filhos e dependentes desde o

nascimento ateacute 5 anos de idade em creches e preacute-escolas restando ao empregador

apenas o reconhecimento do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego que agracia por

meio de diploma de benemerecircncia as empresas que constituem este ambiente em

suas dependecircncias Mas natildeo eacute obrigaccedilatildeo e sim do Estado (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

Por fim o art 400 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Este completa

o art 389 sect1ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que seraacute exposto no proacuteximo capiacutetulo descrevendo

que ldquoOs locais destinados agrave guarda dos filhos das operaacuterias durante o periacuteodo da

amamentaccedilatildeo deveratildeo possuir no miacutenimo um berccedilaacuterio uma saleta para

amamentaccedilatildeo uma cozinha dieteacutetica e uma instalaccedilatildeo sanitaacuteriardquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

A Lei 133012016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art

18 sect 3ordm assegura licenccedila-maternidade de 180 dias agraves matildees de crianccedilas que tiveram

sequelas neuroloacutegicas transmitidas pelo Aedes aegypti e salaacuterio-maternidade

garantido no art 71 da Lei 82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Lei dos Benefiacutecios da Previdecircncia Social Esse entendimento se estende tambeacutem agraves

matildees adotantes quando estiverem presentes os requisitos Essa previsatildeo aplica-se

relativamente agrave segurada especial contribuinte individual facultativa e trabalhadora

avulsa (art 18 sect4ordm da Lei 133012016) e no (art 72 sect 3ordm da Lei 821391)

(GARCIA 2018 p 1086)

A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 a Constituiccedilatildeo Federal88 e

outras diversas leis envolvem uma seacuterie de questotildees que protegem o trabalho da

mulher contra os abusos do empregador que infelizmente eacute muito comum A

subordinaccedilatildeo juriacutedica que pondera faz com que as normas observem qualquer

nulidade em ato seu de renunciar aos direitos trabalhistas mesmo que seja qualquer

anuecircncia em uma alteraccedilatildeo contratual natildeo seraacute validada se houver prejuiacutezos para o

37

empregado Nesse aspecto destacamos no art 9ordm da CLT43 o seguinte dizer

ldquoSeratildeo nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar

impedir ou fraudar a aplicaccedilatildeo dos preceitos contidos na presente consolidaccedilatildeordquo

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

311 Estabilidade da gestante e da adotante

A licenccedila-maternidade eacute uma proteccedilatildeo ao trabalho da mulher Nestes termos a

empregada que adotar ou alcanccedilar a guarda judicial de crianccedila ou adolescente teraacute

esse direito Martins (2014 p 670) cita que eacute devido o salaacuterio-maternidade de 120

dias natildeo interessando a idade da crianccedila Primeiramente aplicavam-se os preceitos

de Seacutergio Pinto Martins no entendimento de que a matildee adotante natildeo teria direito agrave

garantia de emprego pois natildeo houve parto e a garantia de emprego eacute referida a

contar do parto natildeo existindo parto natildeo haacute garantia de emprego (GARCIA 2018 p

1098)

Dessa forma Garcia (2018 p 1087) cita que a Lei 104212002 (BRASIL

2002 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiu o artigo 392-A agrave CLT e o art 71-A agrave Lei

82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando a extensatildeo

agrave matildee adotiva os mesmos direitos que a gestante Veja a nova redaccedilatildeo

Art 392-A A empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoccedilatildeo de crianccedila e adolescente seraacute concedida licenccedila-maternidade nos termos do art 392 desta lei (redaccedilatildeo dada pela Lei 135092017) sect 1ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 2ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 3ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 4ordm A licenccedila - maternidade soacute seraacute concedida mediante apresentaccedilatildeo do termo de guarda agrave adotante ou guardiatilde (incluiacutedo pela Lei 104212002) sect 5ordm A adoccedilatildeo ou guarda judicial conjunta ensejaraacute a concessatildeo de licenccedila -maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiatildees empregado ou empregada (Incluiacutedo pela Lei 128732013) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1089) mostra que a Lei 12010 de 29 de julho de 2009

(BRASIL 2009 lthttpwwwplanaltogovbrgt) revogou os sectsect 1ordm a 3ordm do art 392-A da

CLT que versavam sobre a desigualdade do periacuteodo de licenccedila de acordo com a

idade da crianccedila

Em texto dado pela Lei 12873 de 22 de outubro de 2013 (BRASIL 2013

lthttpwwwplanaltogovbrgt) o art 71-A da Lei 821391 passou a regrar que o

38

segurado e a segurada do INSS que adotar ou alcanccedilar guarda judicial para fins de

adoccedilatildeo teratildeo direito ao salaacuterio-maternidade no periacuteodo de 120 dias apontando que

ao segurado (homem) tambeacutem eacute estendido o direito em questatildeo (art 71 ndash B sect3ordm

821391) (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Da mesma forma o art 71-

B da Lei 821391 dilatado pela Lei 128132013 regula que em caso do

falecimento da segurada ou segurado que tem direito ao salaacuterio-maternidade o

provento deveraacute ser pago ao cocircnjuge sobrevivente O benefiacutecio natildeo seraacute pago em

caso de falecimento ou abandono do filho (GARCIA 2018 p 1089)

O salaacuterio-maternidade eacute um benefiacutecio pago pela Previdecircncia Social assim

evitando a discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo da mulher caso a

remuneraccedilatildeo fique a cargo do empregador (GARCIA 2018 p 1087-1088)

Conforme o artigo 391-A paraacutegrafo uacutenico da CLT adicionado pela Lei 13509

de 22 de novembro de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

estabilidade provisoacuteria prevista no art 10 inciso II aliacutenea b do ADCT eacute estendida

ao empregado adotante embora a guarda de adoccedilatildeo seja concedida durante o

periacuteodo de aviso preacutevio trabalhado ou indenizado A garantia de emprego tambeacutem

pode estar prevista em acordos coletivos de trabalho perante negociaccedilatildeo (art 7ordm

XXVI da CF88) ou mesmo que seja prevista em lei com justificativa no principio da

norma mais beneacutefica (GARCIA 2018 p 1099-1100 e 1101)

A empregada deveraacute apresentar termo de guarda da adotante para que o

empregador esteja ciente da adoccedilatildeo O documento seraacute apresentado com o

propoacutesito de deferir a licenccedila Martins (2014 p 670-671) acentua que a licenccedila-

maternidade seraacute concedida somente para um dos adotantes na adoccedilatildeo ou guarda

judicial conjunta A empregada adotante receberaacute salaacuterio-maternidade apenas com

crianccedilas adotadas ateacute oito anos de idade Natildeo haacute direito a salaacuterio-maternidade se a

crianccedila adotada tiver mais de 8 (oito) anos O salaacuterio-maternidade natildeo seraacute pago no

periacuteodo de estaacutegio de convivecircncia somente apoacutes a sentenccedila judicial devidamente

registrada no cartoacuterio civil comprovando o viacutenculo da adoccedilatildeo

A Lei Complementar 146 de 25 de julho de 2014 (BRASIL 2014

lthttpwwwplanaltogovbrgt) estabeleceu o direito previsto no art10 II aliacutenea b do

ADCT aos casos em que houver falecimento da genitora Sendo assim a

estabilidade eacute garantida a quem tiver a guarda do receacutem-nascido (GARCIA 2018 p

1101)

39

Dessa forma nada mais eacute acertado de que com o falecimento da genitora a

garantia de emprego seja estendida para quem obtiver a guarda da crianccedila tendo

em vista que eacute para o bem-estar do receacutem-nascido que precisa de cuidados

especiais A crianccedila eacute titular do benefiacutecio e a estabilidade pode ser concedida agrave

empregada adotante tambeacutem quando estiver no aviso preacutevio indenizado ou

trabalhado se a guarda provisoacuteria for concedida neste periacuteodo (GARCIA 2018 p

1099)

Conforme Garcia (2018 p 1101) o direito de garantia de emprego tambeacutem

pode ser de algum parente como a avoacute por exemplo caso ela tenha a guarda do

receacutem-nascido na ausecircncia dos pais

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

A prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade eacute um direito das empregadas que

trabalham nas empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadatilde previsto no art

1ordm da Lei 117702008 Assim sendo eacute destinado agrave Pessoa juriacutedica e empresa rural

ou urbana natildeo podendo o empregador ser pessoa fiacutesica Caso a empresa natildeo

aderir ao programa as empregadas natildeo teratildeo direito ao benefiacutecio (MARTINS 2014

p 672)

De acordo com a Lei 11770 de 09 de setembro de 2008 (BRASIL 2008

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a licenccedila-maternidade eacute prorrogaacutevel por 60 dias Essa

lei prevecirc apenas a extensatildeo da licenccedila e natildeo menciona o salaacuterio-maternidade que eacute

pago pelo INSS Nenhum preceito prevecirc que o acreacutescimo de 60 dias da licenccedila seraacute

pago pelo INSS A prorrogaccedilatildeo deve ser requerida pela empregada ateacute o final do

primeiro mecircs apoacutes o parto De outra forma natildeo faraacute jus agrave prorrogaccedilatildeo (MARTINS

2014 p 671-672)

Segundo o art 3ordm da Lei 117702008 ldquo[] a empregada teraacute direito a

remuneraccedilatildeo integral nos mesmos moldes devidos no periacuteodo de percepccedilatildeo do

salaacuterio-maternidade pago pelo regime geral da previdecircncia socialrdquo mas isso natildeo

acarreta o pagamento pelo INSS No decorrer da prorrogaccedilatildeo dos 60 dias a

empregada natildeo poderaacute ficar sem receber remuneraccedilatildeo que seraacute de

responsabilidade do empregador como acontece nos 120 dias de desligamento da

gestante (MARTINS 2014 p 672)

40

Martins (2014 p 672) alega que o referido artigo confere que a previdecircncia

social eacute quem paga o salaacuterio-maternidade mas natildeo a extensatildeo dos 60 dias O

pagamento pelo INSS viola o sect 5ordm do art 195 da CF88 pois natildeo haacute como custear

a prorrogaccedilatildeo do salaacuterio-maternidade

O art 6ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

alterava o art 28 sect 9ordm da Lei 821291 estabelecendo que as importacircncias

recebidas em 60 dias de prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade natildeo constituem o

salaacuterio de contribuiccedilatildeo Garcia (2018 p 1092) indica que esse artigo foi vetado com

o entendimento de que nas importacircncias recebidas nos 120 dias existe a aplicaccedilatildeo

de contribuiccedilotildees previdenciaacuterias todavia na prorrogaccedilatildeo segue o mesmo criteacuterio

Do mesmo modo a licenccedila-paternidade segue os requisitos da licenccedila-

maternidade podendo ter prorrogaccedilatildeo de 15 (quinze) dias mais 5 (cinco) dias que

estaacute previsto no art 10 sect1ordm do ADCT Essa regra foi incluiacuteda pela Lei 13257 de 08

de marccedilo de 2016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando que

o periacuteodo total eacute entatildeo de 20 dias (GARCIA 2018 p 1091)

Esse programa tambeacutem poderaacute ser adquirido pela Administraccedilatildeo Puacuteblica diz o

art 2ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assim

como as empresas puacuteblicas sociedades de economia mista que fazem parte da

Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta (MARTINS 2014 p 672)

O propoacutesito da prorrogaccedilatildeo das licenccedilas-maternidade e paternidade eacute que os

pais permaneccedilam em contato direto com os filhos mais tempo possibilitando

principalmente para a matildee a amamentaccedilatildeo Os pais natildeo poderatildeo exercer seja qual

for atividade remunerada e a crianccedila ficaraacute sob seus cuidados A desobediecircncia

dessa regra acarreta na perda do direito em questatildeo (GARCIA 2018 p 1092)

Vejamos o Recurso Ordinaacuterio julgado pela 4ordf Turma do Tribunal Regional do

Trabalho da 4ordm Regiatildeo tendo como Relator o Ministro George Achutti dando

provimento ao recurso da reclamada que nega a participaccedilatildeo no Programa Empresa

Cidadatilde Portanto o reclamante natildeo teraacute direito a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

paternidade de 05 para 20 dias Conforme relatado natildeo teratildeo direito as

prorrogaccedilotildees das licenccedilas empregados das empresas que natildeo aderem ao programa

previsto no art 1ordm da Lei 117702008

ECT PRORROGACcedilAtildeO DA LICENCcedilA-PATERNIDADE PROGRAMA EMPRESA CIDADAtilde Negada pela reacute a participaccedilatildeo no Programa Empresa Cidadatilde que autoriza a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-paternidade de 05 para 20 dias eacute ocircnus do reclamante provar a inscriccedilatildeo da empresa no referido

41

Programa porquanto se trata de fato constitutivo de seu direito Inteligecircncia dos artigos 818 da CLT e 373 inc I do NCPC (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Segundo Martins (2014 p 672-673) para obter essa prorrogaccedilatildeo a empregada

deveraacute fazer o requerimento ateacute o final do primeiro mecircs apoacutes o parto A empregada

natildeo teraacute direito senatildeo fizer dentro deste prazo Esse benefiacutecio tambeacutem pode ser

concedido agrave empregada adotante ou que obtenha guarda judicial A empregada teraacute

que receber salaacuterio integral que ficaraacute a cargo do empregador conforme prevecirc o art

3ordm da Lei 1177008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) A empresa que

aderir ao programa e permitir a prorrogaccedilatildeo poderaacute deduzir do imposto de renda

devido o montante da remuneraccedilatildeo dos 60 dias art 5ordm da Lei 1177008 sendo que

deduzir como despesa operacional eacute proibido Note a regra

Art 5ordm A pessoa juriacutedica tributada com base no lucro real poderaacute deduzir do imposto devido em cada periacuteodo de apuraccedilatildeo o total da remuneraccedilatildeo da empregada e do empregado pago nos dias de prorrogaccedilatildeo de sua licenccedila-maternidade e sua licenccedila-paternidade vedada a deduccedilatildeo como despesa operacional (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1093) expotildee que o propoacutesito do art 5ordm da Lei 1177008 eacute

barrar as diferenccedilas nas relaccedilotildees de trabalho impedida no art 7ordm inciso XXX da

CF88 que proiacutebe a diferenccedila de salaacuterios e os criteacuterios na hora da admissatildeo como

sexo cor idade e estado civil Com eixo no lucro real os salaacuterios devidos nas

prorrogaccedilotildees das licenccedilas-maternidade e paternidade seratildeo deduzidos do imposto

de renda correspondente pela pessoa juriacutedica Nesse sentido incentiva as empresas

a natildeo terem receio na contrataccedilatildeo de mulheres em razatildeo das proteccedilotildees

Conforme Garcia (2018 p 1093) entende-se que a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

maternidade eacute capaz de trazer efeitos negativos para a contrataccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho em razatildeo das substituiccedilotildees que seratildeo feitas no decorrer deste

periacuteodo de licenccedila Isto eacute no decorrer da licenccedila a empresa teraacute que contratar outro

empregado para suprir a ausecircncia da gestante ou adotante

A partir das informaccedilotildees trazidas nesse capiacutetulo sobre a proteccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho uma observaccedilatildeo que pontua eacute que essas medidas agraves vezes

podem prejudicar a inserccedilatildeo da mulher no acircmbito trabalhista principalmente em

relaccedilatildeo agrave proteccedilatildeo agrave maternidade embora existam vaacuterios entendimentos Portanto

algumas medidas que caracterizavam discriminaccedilatildeo foram revogadas Certamente

42

para a mulher que possui demasiadas tarefas como cuidar dos filhos e da casa e

busca seu espaccedilo como profissional o trabalho eacute uma forma de auxiliar nas

despesas domeacutesticas e as proteccedilotildees acabam sendo um amparo Ainda assim a

incerteza do empregador que jaacute acumula tantos impostos eacute relevante na hora da

contrataccedilatildeo

Apoacutes o estudo das medidas protetivas no trabalho feminino continuamos

falando do trabalho da mulher agora em relaccedilatildeo agraves modificaccedilotildees criadas pela

Reforma Trabalhista Lei 134672017

43

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA

Realiza-se nesse capiacutetulo a apresentaccedilatildeo da mais recente e significativa

modificaccedilatildeo nas regras trabalhistas a Reforma trabalhista A nova lei modificou

201 pontos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) O assunto principal

dessa abordagem eacute o trabalho da mulher e as mudanccedilas com a Reforma bem

como meacutetodos e locais de trabalho da mulher e as obrigaccedilotildees do empregador

Aleacutem disso tambeacutem a insalubridade que eacute o ponto mais questionado no trabalho

da mulher na nova lei e demais regras como amamentaccedilatildeo por exemplo regras

que poderatildeo ser negociadas diretamente com o empregador A Reforma tambeacutem

estabelece novas oportunidades de trabalho bem como o teletrabalho onde eacute

possiacutevel a mulher flexibilizar os horaacuterios em consonacircncia com os cuidados da casa

e dos filhos Poreacutem um breve comentaacuterio sobre a terceirizaccedilatildeo e o distanciamento

dos sindicatos nas homologaccedilotildees dos pedidos de demissatildeo e negociaccedilotildees

coletivas dispositivos que a Reforma introduziu e que satildeo relevantes

Segundo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 39-40) a Lei 13467 de 13

de julho de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Reforma

trabalhista aponta um regresso para o antigo papel do Direito na histoacuteria um

mecanismo de exclusatildeo afastamento da desigualdade entre as pessoas humanas

e grupos sociais Demasiadamente afastada da matriz constitucional a nova lei

instituiu meacutetodos gravemente contraacuterios e regressivos Note-se que o primeiro

capiacutetulo desse trabalho relata a histoacuteria do Direito do Trabalho

De acordo com Krein (2018 p 77) a nova lei foi interpretada como um golpe

do Governo Federal e Congresso contra os desfavorecidos ao aprovar dispositivos

que desmantelam os direitos conquistados nos uacuteltimos 100 anos pelo povo

brasileiro Eacute a elaboraccedilatildeo de regras que redefinem o papel do Estado e delineia um

novo rumo para o Paiacutes

De acordo com Krein (2018 p 78) a hipoacutetese eacute que a contrarreforma buscou

ao mesmo tempo

[] legalizar praacuteticas jaacute existentes no mercado de trabalho e possibilitar um novo ldquocardaacutepiordquo de opccedilotildees aos empregadores para manejar a forccedila de trabalho de acordo com suas necessidades Assim ela busca ajustar o padratildeo de regulaccedilatildeo do trabalho de acordo com as caracteriacutesticas do capitalismo contemporacircneo que fortalece a autorregulaccedilatildeo do mercado ao submeter o trabalhador a uma maior inseguranccedila e ao ampliar a liberdade

44

do empregador em determinar as condiccedilotildees de contrataccedilatildeo o uso da matildeo de obra e a remuneraccedilatildeo do trabalho

Baseado nas mudanccedilas e pelo impacto causado nas regras cogita-se a

possibilidade de um regulamento privado pois fragiliza os sindicatos e as

instituiccedilotildees puacuteblicas Significa um desmonte de direitos a negociaccedilatildeo diretamente

com o empregador assim como a flexibilidade das normas torna o empregado

vulneraacutevel muitas vezes aceitando propostas para natildeo perder o emprego Assim

sendo volta-se para um periacuteodo onde negociaccedilotildees eram feitas entre empregador e

empregado O empregador obtinha vantagem fazia como queria pois era o dono

da induacutestria e os empregados deveriam acatar natildeo tinham opccedilatildeo natildeo tinham

direito a nada (KREIN 2018 p 96)

O conteuacutedo da reforma leva o processo de definiccedilatildeo das regras para o interno

da empresa ateacute mesmo na individualizaccedilatildeo da negociaccedilatildeo para componentes com

melhor remuneraccedilatildeo Conforme Krein (2018 p 78) um afastamento dos sindicatos

onde predomina uma organizaccedilatildeo descentralizada e estruturada com interesses

das empresas Os princiacutepios constitucionais natildeo foram mudados o que gera

conflitos de interpretaccedilatildeo juriacutedica O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho acentua a

inconstitucionalidade de vaacuterias regras da reforma e que ela eacute incompatiacutevel com as

convenccedilotildees internacionais ratificadas no Brasil (KREIN 2018 p 80)

Assim sendo de acordo com Krein (2018 p 80) existiraacute conflitos juriacutedicos

sobre a aplicaccedilatildeo das normas modificadas uma vez que estas poderatildeo alterar o

conteuacutedo na composiccedilatildeo das jurisprudecircncias Desse modo como os juristas

poderatildeo decidir contra a Lei Maior obviamente que nenhuma regra pode contrariar

a Constituiccedilatildeo Federal A reforma trouxe mudanccedilas fundamentais poreacutem a

resistecircncia em torno da regulamentaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho continua e

somente pesquisas futuras indicaratildeo com presteza os impactos da reforma

Primeiramente comenta-se a terceirizaccedilatildeo que suporta o entendimento da

movimentaccedilatildeo de certas atividades executadas da empresa (contratante) para uma

empresa prestadora de serviccedilos (contratada) (GARCIA 2018 p 395)

O novo sistema legal adotado diz (art 4ordm - A da Lei 60191974 com redaccedilatildeo

dada pela Lei 134672017) a Reforma que a

[] terceirizaccedilatildeo eacute a transferecircncia feita pela contratante (tomadora) da execuccedilatildeo de quaisquer atividades inclusive sua atividade principal agrave pessoa juriacutedica de direito privado prestadora de serviccedilos que possua

45

capacidade econocircmica compatiacutevel com a sua execuccedilatildeo (BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O trabalhador eacute funcionaacuterio da empresa prestadora de serviccedilos mas trabalha

para a empresa tomadora O viacutenculo passa a ser triangular ou trilateral Sabe-se

que originalmente a relaccedilatildeo de emprego eacute bilateral ou seja empregado e

empregador que eacute o contratante do serviccedilo disponibilizado (GARCIA 2018 p

395)

Conforme Garcia (2018 p 400) eacute admitido no dispositivo expresso que os

empregados terceirizados possam exercer qualquer funccedilatildeo dentro da empresa

tomadora de serviccedilos inclusive a atividade principal Portanto a terceirizaccedilatildeo natildeo

pode ser equivocada com a intermediaccedilatildeo de matildeo de obra proibida no sistema

juriacutedico que pode derivar em fraude ao viacutenculo empregatiacutecio com o legiacutetimo

empregador (art 9ordm da CLT) e violar o valor social do trabalho (art 1ordm inciso IV da

CF88) A terceirizaccedilatildeo deve ser especiacutefica e tratar de determinados serviccedilos e natildeo

fornecer trabalhadores atraveacutes de empresa contratada Por isso em serviccedilos

terceirizados normalmente a empresa contratada tem sua especialidade

Isso eacute regulamentado no art 5ordm-B da Lei 60191974 dilatado pela Lei

134292017 Veja o dispositivo

Art 5ordm - B O contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos conteraacute (Incluiacutedo pela Lei 134292017) I ndash qualificaccedilatildeo das partes (Incluiacutedo pela Lei 134292017) II ndash especificaccedilatildeo do serviccedilo a ser prestado (Incluiacutedo pela Lei 134292017) III ndash prazo para a realizaccedilatildeo do serviccedilo quando for o caso (Incluiacutedo pela Lei 134292017) IV ndash valor (Incluiacutedo pela Lei 134292017) (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt)

Observa-se que as regras satildeo contraditoacuterias entre si Assim sendo a

terceirizaccedilatildeo natildeo pode prestar serviccedilos geneacutericos somente especiacuteficos Nos

serviccedilos prestados pelas empresas terceirizadas as atividades-meio satildeo um

suporte um acessoacuterio e a atividade-fim eacute o exerciacutecio principal da empresa

(GARCIA 2018 p 401)

Uma regra relevante na terceirizaccedilatildeo eacute o art 5ordm-D da Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiacutedo tambeacutem pela Lei

134672017 Garcia (2018 p 403) cita que consta em sua redaccedilatildeo que o

empregado que atuou na empresa contratante natildeo poderaacute no periacuteodo de 18

46

(dezoito) meses a partir de sua demissatildeo ser admitido pela empresa prestadora de

serviccedilos agrave empresa contratante

De acordo com Garcia (2018 p 396) a terceirizaccedilatildeo eacute muito utilizada nos

dias atuais em razatildeo da diminuiccedilatildeo de custos para as empresas tomadoras

Empresas prestadoras de serviccedilos satildeo mais eficientes tecircm maior produtividade e

competitividade que satildeo fundamentais em momentos de globalizaccedilatildeo

Outra modificaccedilatildeo da Reforma eacute relacionada agraves homologaccedilotildees sindicais nas

rescisotildees contratuais de trabalho onde as negociaccedilotildees poderatildeo ser entre

empregado e empregador sem a necessidade de mediaccedilatildeo ou arbitragem Silva

(2017) ressalta o art 507-B da Lei 134672017 que estabelece a alteraccedilatildeo na lei

trabalhista Veja o dispositivo

Art 507 ndash B Eacute facultado a empregados e empregadores na vigecircncia ou natildeo do contrato de emprego firmar o termo de quitaccedilatildeo anual de obrigaccedilotildees trabalhistas perante o sindicato dos empregados da categoria Paragrafo uacutenico O termo discriminaraacute as obrigaccedilotildees de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constaraacute a quitaccedilatildeo anual dada pelo empregado com eficaacutecia liberatoacuteria das parcelas nele especificadas (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A nova lei revogou o sectsect 1ordm 3ordm e 7ordm do art 477 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho 1943 que obrigava a homologaccedilatildeo sindical no pedido de demissatildeo ou

no recibo de quitaccedilatildeo das parcelas rescisoacuterias devidas (SILVA 2017)

Silva (2017) destaca tambeacutem a redaccedilatildeo do art 477-A que estabelece

ldquodispensas imotivadas individuais pluacuterimas ou coletivas equiparam-se para todos

os fins natildeo havendo autorizaccedilatildeo preacutevia sindical ou celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo ou

acordo coletivo de trabalho para sua efetivaccedilatildeordquo (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Discute-se a constitucionalidade deste dispositivo

pois existem restriccedilotildees agraves demissotildees em massa no art 7ordm I CF88 Assim

constata-se que os desligamentos em massa afetam os contratos de trabalho

individuais perante a sociedade fornecedores e clientes prestadores de serviccedilo

Da mesma forma como a arrecadaccedilatildeo de impostos locais e nacionais a renda e o

consumo dos trabalhadores demitidos

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho revelou uma extrema preocupaccedilatildeo com a

nova lei principalmente nos casos de acordo coletivo sobre o que prevecirc a

legislaccedilatildeo A reforma estabelece a prevalecircncia do negociado sobre o legislado ateacute

mesmo na negociaccedilatildeo dos direitos O empregador teraacute preponderacircncia sobre as

47

leis Algumas normas poderatildeo ser negociadas entre empregador e empregado

(MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO DO TRABALHO - MPT 2018 lthttpportalmptmpbrgt)

A Reforma gerou grandes discussotildees sendo extremamente preocupante para

os oacutergatildeos de proteccedilatildeo ao trabalhador essas novas regras Na flexibilizaccedilatildeo da

negociaccedilatildeo entre empregado e empregador o receio eacute que fuja do controle e o

trabalhador perca forccedila nos contratos de trabalho sem apoio da organizaccedilatildeo

sindical e demais instituiccedilotildees puacuteblicas nos acordos e negociaccedilotildees coletivas com

previsatildeo no art 8ordm VI da Constituiccedilatildeo Federal88 Apesar disso algumas regras

ficaram melhores com a livre negociaccedilatildeo em razatildeo da inviabilidade no cotidiano do

empregado Nas demissotildees em massa a liberaccedilatildeo do sindicato nas homologaccedilotildees

pode trazer prejuiacutezos ao trabalhador supondo que a empresa demita funcionaacuterios

diretos para contratar uma empresa terceirizada Muitas empresas fazem isso e a

intervenccedilatildeo do sindicato poderia necessariamente impedir esse procedimento

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher

Nesse momento apresentam-se os artigos 388 389 e 390 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho CLT (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) estes eacute

que regram os meacutetodos e locais de trabalho da mulher tendo as empresas a

obrigaccedilatildeo de proporcionar lugares para a mulher ter um ambiente de trabalho

saudaacutevel e seguro De iniacutecio mostra-se o artigo 388 modificado pela Lei 7855 de

24 de outubro de 1989 (BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe o

dispositivo

Art 388 - Em virtude de exame e parecer da autoridade competente o Ministro do Trabalho Induacutestria e Comercio poderaacute estabelecer derrogaccedilotildees totais ou parciais agraves proibiccedilotildees a que alude o artigo anterior quando tiver desaparecido nos serviccedilos considerados perigosos ou insalubres todo e qualquer caraacuteter perigoso ou prejudicial mediante a aplicaccedilatildeo de novos meacutetodos de trabalho ou pelo emprego de medidas de ordem preventiva (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 261) diz que a vigecircncia deste artigo

aponta erro do legislador pois se refere expressamente ao artigo anterior que

proibia o trabalho das mulheres em atividades perigosas e insalubres nos

subteacuterreos mineraccedilotildees e subsolo o art 387 que foi revogado pela Lei 78551989

(BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observa-se que o motivo pelo qual o

48

artigo existe sumiu surgindo uma possibilidade de lacuna na legislaccedilatildeo trabalhista a

regra natildeo estaacute vigente natildeo haacute casos em que possa incidir

De acordo com Martins (2014 p 667) natildeo eacute mais proibido o trabalho das

mulheres em lugares subteacuterreos pedreiras mineraccedilotildees e subsolo obras puacuteblicas ou

particulares Ateacute mesmo a Constituiccedilatildeo Federal88 natildeo proiacutebe as atividades

insalubres mulheres podem trabalhar em locais perigosos por exemplo em postos

de gasolina

Ratificada no Brasil a Convenccedilatildeo nordm 136 de 1971 estabelece proteccedilatildeo aos

riscos de intoxicaccedilatildeo por benzeno vedando agraves mulheres graacutevidas e lactantes de

trabalharem em locais onde existe exposiccedilatildeo de benzeno (MARTINS 2014 p 667)

Seguindo essa ordem de acordo com o art 389 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) eacute obrigaccedilatildeo de toda

empresa

Art 389 Toda empresa eacute obrigada I ndash a prover os estabelecimentos de medidas concernentes agrave higienizaccedilatildeo dos meacutetodos e locais de trabalho tais como ventilaccedilatildeo e iluminaccedilatildeo e outros que fizerem necessaacuterios agrave seguranccedila e ao conforto das mulheres a criteacuterio da autoridade competente II ndash a instalar bebedouros lavatoacuterios aparelhos sanitaacuterios dispor de cadeiras e bancos em nuacutemero suficiente que permitam aacutes mulheres trabalhar sem esgotamento fiacutesico III ndash a instalar vestiaacuterios com armaacuterios individuais privativos das mulheres exceto os estabelecimentos comerciais escritoacuterios bancos e atividades afins em que seja exigida a troca de roupa e outros a criteacuterio da autoridade competente em mateacuteria de seguranccedila e higiene do trabalho admitindo ndash se como suficientes as gavetas ou escaninhos onde possam as empregadas guardar seus pertences IV - a fornecer gratuitamente a juiacutezo da autoridade competente os recursos de proteccedilatildeo individual tais como oacuteculos maacutescaras luvas e roupas especiais para a defesa dos olhos do aparelho respiratoacuterio e da pele de acordo com a natureza do trabalho sect 1ordm Os estabelecimentos que trabalharem pelo menos 30 (trinta mulheres) com mais de 16 (dezesseis) anos de idade teratildeo local apropriado onde seja permitido agraves empregadas guardar sob vigilacircncia e assistecircncia os seus filhos no periacuteodo da amamentaccedilatildeo sect 2ordm a exigecircncia do sect1ordm poderaacute ser suprida por meio de creches distritais mantidas diretamente ou mediante convecircnios com outras entidades publicas ou privadas pelas proacuteprias empresas com regime comunitaacuterio ou a cargo do SESI do SESC da LBA ou de entidades sindicais (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Eacute obrigaccedilatildeo das empresas promoverem ambientes saudaacuteveis com iluminaccedilatildeo

e ventilaccedilatildeo adequada Martins conforme Machado (2017 p 261) dispotildee que essas

regras se apresentam detalhadas nos artigos 175 a 178 do Decreto-Lei 54521943

no Capiacutetulo V do Titulo II (Da Seguranccedila e Medicina do Trabalho)

49

Martins conforme Machado (2017 p 261) afirma que eacute obrigatoriedade de as

empresas fornecerem aacutegua potaacutevel sanitaacuterios e lavatoacuterios Essa norma tambeacutem eacute

estabelecida no art 200 VII da mesma Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

Vestiaacuterios com armaacuterios individuais reservados agraves mulheres eacute uma regra que

abrange empresas em que funcionaacuterias necessitem trocar de roupa como por

exemplo hospitais Nos demais estabelecimentos previstos basta que tenham uma

gaveta ou um escaninho para guardar seus objetos

O fornecimento de equipamentos de proteccedilatildeo individual toda empresa deve

dispor desse material com o objetivo de preservar o empregado em determinadas

funccedilotildees evitando os acidentes de trabalho A regra se aplica de um modo geral

como diz a redaccedilatildeo do art 166 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 262)

Empresas que trabalham com ao menos 30 mulheres devem ter locais

adequados para que as empregadas deixem seus filhos em periacuteodo de

amamentaccedilatildeo Garcia (2018 p 1080) diz que a regra pode ser flexiacutevel se as

empresas tiverem convecircnios com creches ou com outras entidades puacuteblicas ou

privadas O Ministeacuterio do Trabalho estabelece o auxiacutelio-creche na Portaria 3296 de

03 de setembro de 1986 (BRASIL 1986 lthttpswwwlegiswebcombrgt) O art 7ordm

inciso XXV da CF88 proporciona o direito aos filhos dependentes de ateacute 5 (cinco)

anos de assistecircncia gratuita nas preacute-escolas e creches

Martins conforme Machado (2017 p 262) apresenta a Portaria 3296 de 03 de

setembro de 1986 modificada pela Portaria do MPT 67097 (BRASIL 1997

lthttpwwwlegiswebcombrgt) Nesta apresenta-se o reembolso-creche desde que

assegurado em convenccedilotildees coletivas o benefiacutecio deve cobrir as despesas integrais

com creches ateacute os 6 meses de idade tempo em que o empregador estaria

responsaacutevel pelos periacuteodos de amamentaccedilatildeo com redaccedilatildeo no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Se o empregador natildeo tem condiccedilotildees de

assegurar um local adequado para a amamentaccedilatildeo poderaacute disponibilizar

possibilidades nas creches conveniadas mantidas por entidades citadas em lei

Segundo Garcia (2018 p 1081) o artigo 390 do Decreto-Lei 545243 destaca

o seguinte ldquoao empregador eacute vedado empregar a mulher em serviccedilo que demande o

emprego de forccedila muscular superior a 20 (vinte) quilos para trabalho continuo ou 25

(vinte e cinco) quilos para trabalho ocasionalrdquo (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

50

A regra eacute destinada em face de proteger a mulher de serviccedilos pesados

resguardando sua totalidade fiacutesica No entanto acentua-se a vigecircncia deste artigo

visto que haacute casos em que a mulher se apresenta superior a muitos homens tanto eacute

que exercem funccedilotildees reconhecidamente masculinas Martins conforme Machado

(2017 p 263) relata que deveria ser permitido agraves mulheres escolher suas

atividades conforme as condiccedilotildees de fazecirc-lo reservando-se a vedaccedilatildeo somente em

casos de empregada gestante com o propoacutesito de proteger a maternidade

42 Atividades insalubres

De acordo com Martins (2014 p 723) a insalubridade afeta diariamente a

sauacutede do trabalhador causando doenccedilas em trabalhadores expostos a riscos como

ruiacutedos vibraccedilotildees calor frio umidade radiaccedilotildees gases vapores entre outros No

Brasil existe um controle sobre a insalubridade com o pagamento de adicional pelas

condiccedilotildees de trabalho insalubres e perigosas previsto no art 7ordm inciso XXIII da

CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O art 189 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) explica que satildeo consideradas atividades insalubres

condiccedilotildees ou meacutetodos de trabalho que submetam os trabalhadores a agentes

nocivos agrave sauacutede aleacutem da permissatildeo fixada devido agrave natureza e agrave intensidade do

agente e o tempo de exibiccedilatildeo e seus efeitos Para que seja considerado insalubre eacute

necessaacuterio verificar se os agentes nocivos estatildeo acima do limite permitido O art

190 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz que o Ministeacuterio do Trabalho eacute quem determina o

quadro de atividades insalubres e aponta as normas sobre os paracircmetros de

caracterizaccedilatildeo da insalubridade limites de toleracircncia tempo de exposiccedilatildeo do

empregado e os meios de proteccedilatildeo (MARTINS 2014 p 723)

De acordo com Garcia (2018 p 1164) as atividades e operaccedilotildees insalubres

apresentam-se indicadas na NR 15 da Portaria do Ministeacuterio do Trabalho 32141978

(BRASIL 1978 lthttpswwwlegiswebcombrgt) A Norma Regulamentadora

descreve os fatores quiacutemicos fiacutesicos e bioloacutegicos que satildeo prejudiciais agrave sauacutede do

trabalhador assim como os limites de toleracircncia

Conforme Martins (2014 p 723) a insalubridade pode ser eliminada ou

neutralizada se a empresa aplicar medidas que mantenham os locais insalubres

51

dentro dos limites de toleracircncia e que o trabalhador utilize os equipamentos de

proteccedilatildeo individual (EPI) Natildeo haveraacute direito ao adicional de insalubridade quando

cessar o risco agrave sauacutede ou integridade fiacutesica ou se o empregado for afastado para

outro setor que natildeo seja insalubre

Garcia (2018 p 1165) aponta o art 191 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece como

a insalubridade pode ser neutralizada ou eliminada

Art 191 A eliminaccedilatildeo e neutralizaccedilatildeo da insalubridade correraacute (Redaccedilatildeo dada pela Lei 6514 de 22121977) I ndash com a adoccedilatildeo de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) II ndash com a utilizaccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual ao trabalhador que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) Paragrafo uacutenico Caberaacute as Delegacias Regionais do Trabalho comprovada a insalubridade notificar as empresas estipulando prazos para sua eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo na forma deste artigo (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

De acordo com Garcia (2018 p 1166) o adicional de insalubridade eacute devido a

razatildeo de 40 (grau maacuteximo) 20 (grau meacutedio) e 10 (grau miacutenimo) calculado

sobre o salaacuterio miacutenimo conforme descrito no art 192 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe a regra

Art 192 O exerciacutecio do trabalho em condiccedilotildees insalubres acima dos limites de toleracircncia estabelecidos pelo Ministeacuterio do Trabalho assegura a percepccedilatildeo de adicional respectivamente de 40 (quarenta por cento) 20 (vinte por cento) e 10 (dez por cento) do salario miacutenimo da regiatildeo segundo se classifiquem nos graus maacuteximo meacutedio e miacutenimo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Segundo Garcia (2018 p 1166) [] ldquono caso de incidecircncia de mais de um

fator de insalubridade seraacute considerado apenas o de grau mais elevado para efeito

de acreacutescimo salarial sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativardquo O Recurso Ordinaacuterio

julgado em 04 de setembro de 2018 pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf

Regiatildeo 6ordf Turma tendo como Relator o Desembargador Fernando Luiz de Moura

Cassal refere-se agrave insalubridade cumulativa que eacute proibida

EMENTA ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE EM GRAUS MEacuteDIO E MAacuteXIMO PERCEPCcedilAtildeO CUMULATIVA IMPOSSIBILIDADE Nos termos do item 153 da NR-15 da Portaria nordm 321478 constatada a incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas considerado o de grau mais

52

elevado sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativa (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Martins (2014 p 725) o certo seria que o trabalhador natildeo fosse

submetido agraves atividades insalubres que satildeo prejudiciais agrave sauacutede Portanto para a

empresa eacute mais vantajoso pagar o adicional de insalubridade do que suprimir o

agente nocivo O trabalhador submete-se a trabalhar em locais insalubres para

aumentar seu miacutesero salaacuterio O valor do adicional de insalubridade eacute muito baixo

por isso o empregador fica agrave vontade para exigir o trabalho em locais insalubres

Apoacutes um momentacircneo resumo sobre a insalubridade mostra-se como esta

interfere no trabalho da mulher gestante As mulheres eram expostas a ocupaccedilotildees

nocivas com exaustivas jornadas de trabalho e aceitavam a situaccedilatildeo para natildeo

perder o emprego Nas primeiras leis as mulheres eram proibidas de trabalhar em

lugares insalubres sendo que isso foi mudando Atualmente a Constituiccedilatildeo Federal

natildeo proiacutebe as mulheres de trabalharem em lugares insalubres mas para as

gestantes as regras satildeo diferentes

Conforme Garcia (2018 p 1082) anteriormente o artigo 394-A da Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) dizia que ldquoa gestante

seria afastada de qualquer ambiente insalubre na empresa durante a gestaccedilatildeo e a

lactaccedilatildeo realizando suas funccedilotildees em local salubrerdquo

Com a Lei 134672017 o art 394-A eacute alterado novamente A empregada

gestante deve ser afastada das atividades insalubres em grau maacuteximo Em

atividades com insalubridade de grau meacutedio e miacutenimo a gestante deve ser afastada

se apresentar atestado meacutedico constando que o local insalubre eacute prejudicial agrave

sauacutede Jaacute no inciso III do art 394-A da Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a empregada deve ser afastada mediante atestado

meacutedico de atividades insalubres de durante a lactaccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

De acordo com Garcia (2018 p 1083) sem restriccedilotildees de salaacuterio menciona o

art 394 ndash A sect 2ordm da Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

destacando que a empresa deve pagar o adicional de insalubridade mesmo que a

gestante trabalhe em local salubre por questotildees de folha de pagamento e

contribuiccedilotildees do INSS O artigo em questatildeo seraacute apresentado mais detalhadamente

no proacuteximo conteuacutedo desse capiacutetulo com a nova redaccedilatildeo e observaccedilotildees

53

A lei permite o trabalho da mulher gestantelactante em lugares insalubres

apresentando atestado meacutedico mas a decisatildeo de correr o risco eacute do empregador e

da empregada A empregada deve concordar em trabalhar em local insalubre por

livre vontade Contudo poderatildeo sofrer consequecircncias em relaccedilatildeo agrave sauacutede tanto da

matildee quanto do feto

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino

De acordo com Ahad (2017) a Reforma trabalhista trouxe consideraacuteveis

mudanccedilas para o trabalho da mulher Apesar disso o Brasil ateacute agora estaacute distante

de reduzir a desigualdade de gecircnero no mercado de trabalho

A nova lei modificou quatro dispositivos do Capitulo III do Tiacutetulo III da CLT que

envolve regras de proteccedilatildeo agrave mulher tais como a) a revogaccedilatildeo do paraacutegrafo uacutenico

do art 372 da CLT b) revogaccedilatildeo do art 384 da CLT c) nova redaccedilatildeo para o

composto do art 394-A da CLT e d) inserccedilatildeo de novo sect2ordm no art 396 da CLT

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 147)

O art 5ordm I ldquohrdquo da Lei 134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbr)

revogou o paraacutegrafo uacutenico do art 372 da CLT Veja o texto do art 372 e seu

paraacutegrafo uacutenico agora revogado

Art 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a proteccedilatildeo especial instituiacuteda por este Capiacutetulo Paraacutegrafo uacutenico - Natildeo eacute regido pelos dispositivos a que se refere este artigo o trabalho nas oficinas em que sirvam exclusivamente pessoas da famiacutelia da mulher e esteja esta sob a direccedilatildeo do esposo do pai da matildee do tutor ou do filho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em razatildeo de notaacuteveis princiacutepios constitucionais imperativos a norma revogada

jaacute natildeo vigorava O caput do art 5ordm da CF88 (BRASIL 1988

httpwwwplanaltogovbrgt) foi ajustado com o inciso I do mesmo art 5ordm sendo um

e outro evidenciando o princiacutepio da igualdade na ordem juriacutedica brasileira Ainda

assim o inciso I do art 5ordm separadamente acentua a evidente igualdade entre

homens e mulheres em direitos e obrigaccedilotildees (DELGADO MG DELGADO GN

2017 p 148)

54

A regra do paraacutegrafo uacutenico do art 372 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) demonstra incompatibilidade com duas normas

constitucionais apresentadas Por conseguinte desde cinco de outubro de 1988 a

referida regra natildeo mais persiste na ordem juriacutedica do Paiacutes (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 148) outra norma de

garantia agrave mulher e seu amparo no mercado e trabalho estaacute evidenciada no inciso

XX art 7ordm da Constituiccedilatildeo de 1988 sendo ele ldquoXX - proteccedilatildeo do mercado de

trabalho da mulher mediante incentivos especiacuteficos nos termos da leirdquo (BRASIL

1988 httpwwwplanaltogovbrgt)

O paraacutegrafo uacutenico do art 372 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho natildeo foi

admitido porque se encontrava em atitude antieacutetica ao domiacutenio procedente do art

7ordm XX da Constituiccedilatildeo Federal Ao inveacutes de firmar a proteccedilatildeo e incentivos

referentes ao mercado de trabalho da mulher confirmava manifestas de

desproteccedilatildeo e inclusive discriminaccedilatildeo (DELGADO MG DELGADO GN 2017

p 148)

Tambeacutem foi revogado o art 384 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que previa 15 minutos de descanso antes de iniciar o

periacuteodo de hora extra Esse dispositivo foi revogado pelo art 5ordm inciso I i da Lei

134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt) Veja o texto da norma

revogada ldquoArt 384 - Em caso de prorrogaccedilatildeo do horaacuterio normal seraacute obrigatoacuterio um

descanso de 15 (quinze) minutos no miacutenimo antes do iniacutecio do periacuteodo

extraordinaacuterio do trabalhordquo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Retirou da

mulher uma vantagem especiacutefica dada pela ordem juriacutedica o intervalo de 15

minutos antes de qualquer prorrogaccedilatildeo da jornada laboral (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

Ahad (2017) comenta que este regimento foi inserido na Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho de 1943 em razatildeo de que as mulheres na eacutepoca precisavam pedir

permissatildeo aos maridos para que permanecessem ateacute mais tarde no trabalho A

continuidade deste dispositivo na lei natildeo tinha mais significado algum visto que a

regra gerava dificuldade no momento da contrataccedilatildeo das mulheres e concluindo que

elas precisavam fazer hora extra para manter seus empregos

O art 384 confronta a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art

7ordm inciso XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo

55

estabelecendo regra protetiva ao trabalho feminino diferenciado do homem o que

natildeo confere na atualidade (GARCIA 2018 p 1076-1077)

As garantias juriacutedicas suplementares atribuiacutedas agrave mulher pelo Direito ademais

o Direito do Trabalho satildeo segundo foi visto amparadas pela Constituiccedilatildeo Federal

Ela se voltou como se sabe para a eliminaccedilatildeo da discriminaccedilatildeo milenar arquitetada contra as mulheres na sociedade histoacuterica natildeo soacute mediante a proibiccedilatildeo do tratamento diferenciado com relaccedilatildeo aos homens como tambeacutem pela agregaccedilatildeo de vantagens adicionais especiacuteficas fundadas em peculiaridades consideradas relevantes no que tange as razotildees bioloacutegicas e socioloacutegicas da mulher A retirada de direitos das mulheres eacute uma conduta legislativa contraacuteria ao espiacuterito constitucional de 1988 uma incompreensatildeo a respeito da sociedade livre justa e solidaacuteria que a Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica quer ver instaurada no paiacutes (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 148-149)

O argumento relativo pertencente agrave dificuldade praacutetica que pode envolver a

execuccedilatildeo do art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 foi

solucionado pelo proacuteprio Decreto-Lei 54521943 em seu art 71 sect4ordm que

estabelece o pagamento do referente intervalo natildeo observado no esboccedilo concreto

da relaccedilatildeo de emprego (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 149)

Repare o julgamento da Relatora Ministra Angela Rosi Almeida Chapper da 5ordf

Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf Regiatildeo onde eacute possiacutevel verificar a

negociaccedilatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo entre empregada e empregador

amparados pela legislaccedilatildeo Portanto se a empregada natildeo usufruir destes intervalos

estes deveratildeo ser pagos respectivamente como hora extraordinaacuteria conforme o art

71 sect4ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Os periacuteodos para a amamentaccedilatildeo

destinam-se ao bem-estar da crianccedila e natildeo da empregada Por essa razatildeo o

empregador tem o dever de cumprir a regra Observe a decisatildeo

EMENTA INTERVALO PARA AMAMENTACcedilAtildeO SUPRESSAtildeO PAGAMENTO COMO HORA EXTRA DANO MORAL A natildeo concessatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo previstos no art 396 da CLT ou sua acumulaccedilatildeo para concessatildeo de folgas futuras que natildeo asseguram a proteccedilatildeo do lactente ensejam o seu pagamento como hora extra na forma do art 71 sect4ordm da CLT com observacircncia do disposto no precedente nordm 52 deste Regional Natildeo eacute presumido o dano moral em razatildeo da natildeo fruiccedilatildeo dos intervalos Recurso da reclamada parcialmente provido no toacutepico e recurso da reclamante desprovido (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

A Reforma trabalhista conforme Delgado MG e Delgado GN (2017 p 149)

deu nova redaccedilatildeo ao art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho modificando

56

seu caput e acrescentando os incisos I II e III aleacutem dos sectsect 2ordm e 3ordm Relativamente

ao sect1ordm foi apenas contemplado do antigo paraacutegrafo uacutenico mas prossegue vetado

desde a sua origem (Lei 13287 de 11052016-paraacutegrafo uacutenico do art 394-A vetado

pela Presidecircncia da Repuacuteblica)

A propoacutesito essa condiccedilatildeo normativa (art 394-A) havia sido incluso agrave

Consolidaccedilatildeo apenas cerca de um ano antes em 11 de maio de 2016 pela Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpplanaltogovbrgt) com o seguinte entendimento

ldquoArt 394-A A empregada gestante ou lactante seraacute afastada enquanto durar a

gestaccedilatildeo e a lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou locais insalubres

devendo exercer suas atividades em local salubrerdquo (DELGADO MG DELGADO

GN 2017 p 149)

Anteriormente a redaccedilatildeo da Lei 132872016 era permitido o trabalho insalubre

das mulheres em praticamente todos os graus de insalubridade Agora o

distanciamento ocorre apenas em casos de insalubridade em grau maacuteximo A nova

lei liberou a gestante para trabalhar em locais insalubres Silva (2017) cita que satildeo

poucos casos onde o grau de insalubridade eacute maacuteximo mencionados na extensatildeo

dos 14 anexos da NR 15 A insalubridade de grau maacuteximo existe no contato com

agentes quiacutemicos e com agentes bioloacutegicos com risco aumentado como em centros

ciruacutergicos limpeza de bueiros e necroteacuterios

A maior parte dos anexos lida com o grau meacutedio de ruiacutedos excessivos ruiacutedos

de impacto exposiccedilatildeo ao calor e frio As gestantes em sua maioria encontram-se

trabalhando em locais de insalubridade de grau meacutedio Mas existe a inquietaccedilatildeo

pelo trabalho das gestantes em centros ciruacutergicos e salas de radiografia onde a matildeo

de obra feminina eacute facilmente aceitaacutevel (SILVA 2017)

Ainda de acordo com Silva (2017) a nova composiccedilatildeo do art 394-A da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 afasta imediatamente a gestante dos

locais insalubres em grau maacuteximo Aqui estaacute o novo texto

Art 394 ndash A Sem prejuiacutezo de sua remuneraccedilatildeo nesta incluiacutedo o valor do adicional de insalubridade a empregada deveraacute ser afastada de I ndash atividades consideradas insalubres em grau maacuteximo enquanto durar a gestaccedilatildeo II ndash atividades consideradas insalubres em grau meacutedio ou miacutenimo quando a mulher apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeo III ndash atividades consideradas insalubres em qualquer grau quando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeo

57

sect 1ordm (VETADO) (Redaccedilatildeo dada pela Lei 13467 de 2017) sect 2ordm Cabe a empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a compensaccedilatildeo observado o disposto no art 248 da Constituiccedilatildeo Federal por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo a pessoa fiacutesica que lhe presta serviccedilo sect 3ordm Quando natildeo for possiacutevel que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerccedila suas atividades em local salubre na empresa a hipoacutetese seraacute considerada como gravidez de risco e ensejaraacute a percepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei nordm 8213 de 24 de julho de 1991 durante todo o periacuteodo de afastamento (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Por sinal haacute que se ressaltar a inexistecircncia no regulamento juriacutedico do sect 1ordm do

art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ao diverso pelo texto expedido

pela Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Sem duacutevida um

erro material (referecircncia a um meio legal que ao menos existe) resultado da

tramitaccedilatildeo precipitada que caracterizou a composiccedilatildeo e o movimento do atinente

projeto de lei da Reforma trabalhista nas duas Casas Congressuais (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 150)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150) a nova lei fez a

inclinaccedilatildeo pelo distanciamento automaacutetico da mulher do ambiente insalubre

enquanto durar a gestaccedilatildeo somente no caso de insalubridade em grau maacuteximo

(novo inciso I do art 394-A)

Observa-se a recente decisatildeo do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo

2ordf Turma tendo como Relator o Ministro Marcelo Jose Ferlin DAmbroso em razatildeo

do direito ao adicional de insalubridade em grau maacuteximo agrave empregada gestante que

realizava limpeza de sanitaacuterios em hospital sendo exposta a riscos de contaminaccedilatildeo

devido ao contato com agentes bioloacutegicos

EMENTA ADICIONAL DE INSALUBRIDADE GRAU MAacuteXIMO LIMPEZA DE LIXO DE BANHEIRO DE LEITOS DO HOSPITAL 1 As atividades de lavagem de sanitaacuterios de leitos de hospital expuseram a trabalhadora ao risco permanente de contato com agentes bioloacutegicos patogecircnicos caracterizando insalubridade em grau maacuteximo nos termos do Anexo 14 da NR-15 da Portaria MTE 321478 Nem mesmo a utilizaccedilatildeo de luvas eacute capaz de elidir a accedilatildeo nociva dos agentes bioloacutegicos pois a contaminaccedilatildeo ocorre natildeo apenas pela via cutacircnea mas tambeacutem pelas vias respiratoacuterias 2 A avaliaccedilatildeo da insalubridade em tais casos eacute qualitativa e natildeo quantitativa de modo que independentemente do tempo de exposiccedilatildeo da trabalhadora os elementos patogecircnicos por se disseminarem facilmente possibilitam a promoccedilatildeo de doenccedila em apenas um contato Devido o pagamento do adicional de insalubridade em grau maacuteximo GARANTIA PROVISOacuteRIA NO EMPREGO GESTANTE Para que a empregada gestante tenha direito agrave garantia provisoacuteria no emprego assegurada no art 10 II aliacutenea b do ADCT basta que esteja graacutevida ao tempo da rescisatildeo ainda que natildeo tenha

58

ciecircncia de seu estado graviacutedico durante a vigecircncia do contrato de trabalho (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Pipek Dutra e Magano (2018 p 22-23) enquanto a lei antiga proibia

as gestantes e lactantes de trabalhar em locais insalubres No entanto a nova regra

permite que a empregada gestante realize atividades em locais insalubres de grau

meacutedio ou miacutenimo desde que ocorra por espontacircnea vontade mostrando atestado

meacutedico autorizando o trabalho A nova regra visa evitar a discriminaccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho devido agraves suas peculiaridades natildeo demonstrando o

desinteresse para com a sauacutede da matildee e do bebecirc mas oportunizando a mulher de

escolher pois impotildee a apresentaccedilatildeo de atestado meacutedico da trabalhadora e que a

decisatildeo seja da empregada

Nas situaccedilotildees de insalubridade em grau meacutedio e miacutenimo esse distanciamento

ocorreraacute quando a mulher apresentar atestado de sauacutede expedido por meacutedico de

sua confianccedila ldquo[] que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeordquo (inciso II do

art 394-A) (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

O inciso III do art 394-A acrescenta ainda que o afastamento possa ocorrer

no tempo do periacuteodo da amamentaccedilatildeo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150)

trazem que a norma estabelece esse afastamento de atividades insalubres em

qualquer grau quando a trabalhadora ldquoapresentar atestado de sauacutede emitido por

meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeordquo

Veja a decisatildeo do Relator Nelson Antocircnio Monteiro Pacheco da 3ordm Cacircmara

Ciacutevel do Tribunal de Justiccedila do Rio Grande do Sul que trata de Agravo de

Instrumento interposto pela Prefeitura Municipal de Novo XinguRS em face de

liminar em mandado de seguranccedila deferido para realocaccedilatildeo da empregada gestante

em local de trabalho livre de insalubridade com base no art 394-A da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho No entanto a agravada eacute servidora puacuteblica e natildeo regida pelo

Decreto-Lei 545243 mas sim por regime juriacutedico dos servidores municipais Assim

sendo a regra eacute inaplicaacutevel Decisatildeo unacircnime dando provimento ao agravo

AGRAVO DE INSTRUMENTO MANDADO SE SEGURANCcedilA SERVIDORA PUacuteBLICA GESTANTE MUNICIacutePIO DE NOVO XINGU LIMINAR DEFERIDA REALOCACcedilAtildeO PARA LOCAL LIVRE DE INSALUBRIDADE IMPOSSIBILIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL INAPLICABILIDADE DO ART 394-A da CLT 1 A parte agravada eacute servidora gestante do Municiacutepio de Novo Xingu cargo de Auxiliar Odontoacuteloga e eacute regida pelo Regime Juriacutedico dos Servidores Puacuteblicos Municipais Lei-NX nordm 11902 Entretanto inexiste na legislaccedilatildeo em comento previsatildeo de realocaccedilatildeo de servidor muito menos de aplicaccedilatildeo

59

subsidiaacuteria da CLT nos casos omissos 2 Natildeo haacute como falar ilegalidade ou abuso de poder da administraccedilatildeo que tivesse violado direito liacutequido e certo da servidora a ensejar o deferimento da medida liminar como foi feita na origem sendo muito discutiacutevel a utilizaccedilatildeo do mandado de seguranccedila 3 Natildeo tendo se verificado em um primeiro momento ilegalidade no agir da administraccedilatildeo quando negou o pedido administrativo de realocaccedilatildeo da servidora gestante deve ser reformada a decisatildeo agravada sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da isonomia com outras servidoras em situaccedilotildees semelhantes 4 Decisatildeo liminar reformada AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO (BRASIL 2018 lthttpwwwtjrsjusbrgt)

Registra-se que a expressatildeo juriacutedica concernente a ldquoatestado de sauacutederdquo

ldquoemitido por meacutedico de confianccedila da mulherrdquo supera qualquer ordem de vantagem

entre meacutedicos serviccedilos meacutedicos e atestados meacutedicos tendo como exemplo a ordem

de preferecircncia anunciada na Suacutemula 282 do TST Refere-se meramente ao meacutedico

de confianccedila da mulher ou lactante Este eacute o entendimento do texto evidente da

nova regra legal (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Fica acentuado que em todas as trecircs situaccedilotildees de afastamento a insalubridade

maacutexima meacutedia ou miacutenima eacute caracterizada pelo caput do art 394-A cabendo agrave

empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a

compensaccedilatildeo ldquo[] por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a

folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo agrave

pessoa fiacutesica que lhe preste serviccedilosrdquo Em suma para a Lei o custo desse direito

trabalhista eacute sustentado pelo INSS o que eacute correto e seguro (Convenccedilatildeo nordm 103 art

4ordm inciso VIII da OIT) Natildeo obstante o empregador que fizer o pagamento premente

agrave empregada na folha mensal de pagamentos da empresa seraacute ressarcido logo em

seguida (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Conforme Silva (2017) o adicional de insalubridade eacute pago em folha para a

empregada e posteriormente ressarcido das contribuiccedilotildees sociais devidas ou seja a

Previdecircncia Social pagaraacute o adicional como o salaacuterio-maternidade Cabe agrave empresa

somente o adiantamento do valor em holerite Foi uma forma que a reforma

encontrou para natildeo sobrecarregar o empregador pois sendo assim o encargo fica

de responsabilidade dos cofres puacuteblicos Tambeacutem foi uma forma de evitar a

discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo do trabalho feminino

O sect 4ordm do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta duas hipoacuteteses A primeira eacute no fundamento

de que havendo a viabilidade do afastamento da trabalhadora do local insalubre ela

precisaraacute ser completamente distanciada mas para desenvolver ldquoatividades em

60

locais salubres da empresardquo esta opccedilatildeo predomina conservando-se como visto

(caput do art 394 ndash A da CLT) de todo jeito o pagamento do adicional de

insalubridade (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150-151)

Contudo quando natildeo houver local salubre ou a proacutepria atividade da

empregada ser considerada insalubre ela deveraacute ser inteiramente afastada do

trabalho considerando-se a possibilidade de ldquogravidez de riscordquo com oportunidade

da ldquopercepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei 8213 de 24 de julho de

1991 durante todo periacuteodo de afastamentordquo (sect 4ordm art 394- A da CLT) (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 151)

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a nova redaccedilatildeo do

art 394-A II e III em razatildeo da seguinte expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de

sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo

Refere-se agrave Accedilatildeo Direta de Inconstitucionalidade 5938 com pedido de medida

cautelar ajuizada pela Confederaccedilatildeo Nacional dos Trabalhadores Metaluacutergicos A

parte autora alega que a regra em questatildeo vulneraria as normas constitucionais

sobre proteccedilatildeo agrave maternidade agrave gestante ao nascituro e ao receacutem-nascido (arts 6ordm

7ordm XXXIII 196 201 II 203 I todos da Constituiccedilatildeo Federal) Aleacutem do mais

desrespeitaria a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho (art

1ordm III e IV da CF) dentre outros direitos constitucionais (BRASIL 2019

lthttpwwwportalstfjusbrgt) Repare a decisatildeo

Decisatildeo O Tribunal por unanimidade conheceu da accedilatildeo direta de inconstitucionalidade Por maioria confirmou a medida cautelar e julgou procedente o pedido formulado na accedilatildeo direta para declarar a inconstitucionalidade da expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo contida nos incisos II e III do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) inseridos pelo art 1ordm da Lei 134672017 nos termos do voto do Relator vencido o Ministro Marco Aureacutelio Falaram pelo amicus curiae Confederaccedilatildeo Nacional de Sauacutede ndash CNS o Dr Marcos Vinicius Barros Ottoni e pelo amicus curiae Central Uacutenica dos Trabalhadores ndash CUT o Dr Ricardo Quintas Carneiro Presidecircncia do Ministro Dias Toffoli Plenaacuterio 29052019 (BRASIL 2019 lthttpwwwportalstfjusbrgt)

O principal objetivo da permissatildeo agraves gestantes e lactantes trabalharem em

locais insalubres eacute o aumento das oportunidades de trabalho para as mulheres As

empresas optam por natildeo contratarem mulheres devido ao risco de assumirem as

consequecircncias peculiares agrave estaccedilatildeo sendo que mesmo aquelas que natildeo querem ter

filhos acabam perdendo a oportunidade de emprego Dessa forma mesmo diante

61

dos argumentos mencionados a lei bate de frente com a proteccedilatildeo agrave sauacutede da

empregada e do nascituro pois a proteccedilatildeo ao trabalho natildeo pode ser mais relevante

que a proteccedilatildeo agrave vida (AHAD 2017)

Por fim a Lei 134672017 modificou o anterior paraacutegrafo uacutenico em sect 1ordm do art

396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e acrescentou o sect 2ordm observando que os periacuteodos de

descanso para amamentaccedilatildeo devem ser discutidos em acordo individual entre

empregada e empregador (GARCIA 2018 p 1084)

Veja a norma legal na iacutentegra com as alteraccedilotildees feitas pela nova lei

Art 396 Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 13467 de 2017) sect 1ordm Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (Remunerado pela Lei nordm 13467 de 1372017) sect 2ordm Os horaacuterios dos descansos previstos no caput deste artigo deveratildeo ser definidos em acordo individual entre mulher e o empregador (Incluiacutedo pela Lei 13467 de 1372017) (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

As pausas especiais previstas no art 396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) pertinentes aos periacuteodos de

amamentaccedilatildeo ao longo da jornada de trabalho da obreira satildeo remuneradas De

natureza fundamental respectivamente tecircm de ser cumpridos pelo empregador

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 151)

Poreacutem a alteraccedilatildeo possibilita a negociaccedilatildeo destes intervalos entre empregada

e empregador sem a intervenccedilatildeo do sindicato conforme a necessidade de ambos

podendo os (2) dois intervalos serem transformados em (1) um (PIPEK DUTRA

MAGANO 2017 p 23)

Para Delgado MG e Delgado GN (2017 p 151) a nova Lei 134672017

optou por explicitar o que jaacute tende a ser aplicado nas relaccedilotildees de trabalho ou seja a

determinaccedilatildeo consensual a respeito do melhor horaacuterio para que sejam cumpridos

esses dois intervalos especiais de meia hora cada um ao longo da jornada laboral

De acordo com Ahad (2017) a reforma trouxe novas possibilidades de trabalho

para a mulher observando a flexibilidade em horaacuterios como o teletrabalho o

trabalho intermitente e o trabalho autocircnomo que podem trazer benefiacutecios que

62

possibilitam a mulher conciliar com a criaccedilatildeo dos filhos trabalhos domeacutesticos e

estudos aleacutem do tempo e economia no deslocamento de ida e volta do trabalho

Mesmo com as novidades trazidas Ahad (2017) aponta que a reforma natildeo

modificou pontos essenciais para reduzir a desigualdade de gecircnero mencionando a

licenccedila-maternidade que eacute um direito de suma importacircncia para a famiacutelia mas

continua sendo um obstaacuteculo para a contrataccedilatildeo da matildeo de obra feminina

Atraveacutes das informaccedilotildees sobre as mudanccedilas na Reforma observa-se a

preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos de fiscalizaccedilatildeo com a flexibilizaccedilatildeo das regras com a

negociaccedilatildeo direta entre empregador e empregado sendo que todavia muitas

vezes essa flexibilidade eacute mais aacutegil facilitando a vida do empregado O ponto

principal deste capiacutetulo eacute o trabalho da mulher e assim comentam-se os aspectos

direcionados para este na Reforma dentre eles a insalubridade o mais

preocupante no trabalho da gestantelactante entre outros A Lei 134672017 traz

facilidades para as negociaccedilotildees e menos burocracia Apesar disso cabe ressaltar

que haacute falhas na legislaccedilatildeo e nota-se como as leis satildeo contraditoacuterias entre si

podendo faltar proteccedilatildeo em alguns casos e em outros ter em demasia Portanto o

Judiciaacuterio poderaacute ter dificuldades nas decisotildees julgadas

63

5 CONCLUSAtildeO

A presente pesquisa teve como proposta fazer uma abordagem acerca da

discriminaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho bem como sobre a desigualdade

de gecircnero A metodologia utilizada consistiu em uma pesquisa bibliograacutefica

enriquecida de jurisprudecircncias leis artigos e demais informaccedilotildees obtidas atraveacutes da

leitura algo que se revelou em um aprendizado muacuteltiplo de questotildees vivenciadas

Como resultados averiguou-se diversas legislaccedilotildees que abrangem o tema dos

direitos da mulher e suas principais peculiaridades assim como as constantes

mudanccedilas nas regras trabalhistas e a verificaccedilatildeo das normas para adequar-se agrave

atualidade o que proporciona a mais recente e significativa alteraccedilatildeo na

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) a Reforma trabalhista A partir das

leituras de estudos jaacute desenvolvidos sobre essa temaacutetica foi possiacutevel esclarecer

alguns toacutepicos importantes permitindo um entendimento mais adequado sobre o

pensamento da sociedade e a luta para a extinccedilatildeo das diferenccedilas de gecircnero assim

como compreender a posiccedilatildeo do empregador e do empregado nas relaccedilotildees de

trabalho

Na primeira abordagem destaca-se o entendimento da histoacuteria do Direito do

Trabalho e o surgimento das leis de proteccedilatildeo Nesse contexto foi indispensaacutevel

evidenciar o caminho que foi percorrido para se chegar ao que eacute de direito devido agrave

vida desumana na eacutepoca da escravidatildeo instante em que natildeo havia quaisquer

garantias de sobrevivecircncia Para se chegar a esse entendimento foi necessaacuterio

estudar todo o processo de desenvolvimento da histoacuteria do trabalho como as leis

foram surgindo assim como os toacutepicos mais relevantes para que se alcanccedilasse o

objetivo final proposto no trabalho Todavia todo aprendizado adquirido durante

essa pesquisa sobre o tema nos leva a acreditar que ainda eacute preciso muito para

mudar o pensamento da sociedade ou seja o caminho ainda eacute longo para atingir o

ideal miacutenimo quando o assunto eacute desigualdade de gecircnero

No decorrer do estudo percebeu-se ainda nesse contexto que diversas

proibiccedilotildees foram despontando na Europa relacionadas aos aspectos de proporcionar

melhorias para o trabalho das mulheres Como exemplo verificou-se que as

mulheres foram sendo proibidas de trabalhar em locais uacutemidos e subteacuterreos que

trouxessem sequelas para sua sauacutede assim como foram impedidas de praticar

jornadas exaustivas de 12 horas e foram proibidas de trabalhar no periacuteodo da noite

64

Aleacutem do mais notou-se uma trajetoacuteria de busca constante pela igualdade de

gecircneros algo que se mostrou notoacuterio nas legislaccedilotildees Essa constataccedilatildeo se mostrou

significativa pois decorre que a discriminaccedilatildeo se apresenta como uma adversidade

que natildeo depende somente do desenvolvimento de uma naccedilatildeo sendo o avanccedilo das

leis essencial para que a mulher no mercado de trabalho possa assumir o seu

devido lugar

Quanto agrave revisitaccedilatildeo de leituras sobre as antigas civilizaccedilotildees observou-se

atentamente os relatos sobre a discriminaccedilatildeo contra a mulher como eram tratadas

abusadas e como disponibilizavam de rariacutessimos direitos Diante disso claramente

pode-se afirmar que as mulheres cumpriam um papel de submissatildeo uma vez que

eram criadas para cuidar da casa dos filhos e para obedecer aos maridos As

leituras realizadas demostraram que as filhas natildeo tinham direitos agrave heranccedila pois era

algo destinado somente para o filho homem Aleacutem disso os casamentos eram

arranjados sendo que a mulher natildeo tinha o poder de escolha do seu cocircnjuge sendo

os pais os responsaacuteveis por isso Como resultado nota-se que a desigualdade de

gecircnero eacute uma consequecircncia cultural e a discriminaccedilatildeo eacute histoacuterica jaacute que de acordo

com o que foi apresentado as mulheres sempre tiveram papeacuteis submissos na

sociedade

Como tentativa de amenizar a situaccedilatildeo a literatura mostra que os institutos

foram avanccedilando em busca de melhorias ou seja devido agraves peculiaridades das

mulheres houve a necessidade de estabelecer proteccedilotildees agraves mesmas Isso eacute

decorrente do fato de que a mulher se sujeitava a receber salaacuterios inferiores e a

cumprir jornadas excessivasexaustivas de trabalho para que conseguisse

permanecer no emprego

Em relaccedilatildeo ao processo de implantar normas protetivas quanto ao trabalho da

mulher o estudo mostrou que a proteccedilatildeo agrave maternidade aparece como a mais

relevante Nesse contexto verificou-se algumas normas que proporcionavam agrave

famiacutelia permanecer com a crianccedila sendo que inuacutemeras jurisprudecircncias autorizavam

os pais na ausecircncia das matildees a compartilharem do direito agrave licenccedila-maternidade

assim como foi estendido para as mulheres que davam agrave luz obtinham a guarda

judicial adotavam sofriam aborto espontacircneo eou tinham bebecircs natimortos

Portanto a licenccedila-maternidade que atualmente eacute de 120 dias configura-se

em um processo de extrema importacircncia para todo o nuacutecleo familiar uma vez que

proporciona bem-estar ao receacutem-nascido que muito necessita da figura maternal nos

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primeiros meses de vida ou seja eacute um processo que representa qualidade de vida

principalmente durante a amamentaccedilatildeo do bebecirc Ainda nesse contexto na falta da

matildee ressalta-se que algumas dessas medidas tambeacutem se estendem aos homens

permitindo aos mesmos o direito de poder gozar das licenccedilas se estiverem com a

guarda dos filhos

Em razatildeo da legislaccedilatildeo expandida as leituras desenvolvidas para a realizaccedilatildeo

do presente trabalho permitiram detectar conquistas femininas nas relaccedilotildees de

trabalho e a preocupaccedilatildeo do poder legislativo para que haja igualdade entre os

gecircneros Tambeacutem foi reparado na doutrina e nas jurisprudecircncias vitoacuterias das

mulheres nas decisotildees judiciais quando o assunto estaacute relacionado agrave busca da

igualdade de direitos entre homens e mulheres

De outra parte a pesquisa buscou revelar o Direito na aacuterea trabalhista e fazer a

devida interpretaccedilatildeo Assim sendo o estudo possibilitou o entendimento acerca das

melhorias mais consistentes nas etapas do processo de valorizaccedilatildeo da mulher

demonstrando que haacute um elevado grau de conhecimento sobre a legislaccedilatildeo

trabalhista em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Entretanto dada agrave relevacircncia do

assunto entende-se como necessaacuterio desenvolver tambeacutem a

consciecircnciapensamento da sociedade como um todo sobre o tema pois assim a

mulher teraacute mais oportunidades aleacutem das jaacute concedidas por merecimento e total

capacidade Decorre que o objetivo das mulheres eacute a independecircncia jaacute que ainda eacute

muito evidente o conceito de que a mulher deve ser simplesmente a dona de casa

para cuidar do lar e dos filhos No entanto elas querem estudar ter conhecimento e

formaccedilatildeo pois satildeo capazes de assumir cargos competitivos

O uacuteltimo capiacutetulo tratou sobre a importante mudanccedila no Direito do Trabalho a

Reforma trabalhista quando a Lei 134672017 alterou 201 pontos da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho de 1943 Quanto a essas modificaccedilotildees notou-se que as

mesmas deram ecircnfase ao trabalho da mulher em uma niacutetida preocupaccedilatildeo com a

maternidade com as atividades insalubres e com alguns trabalhos onde a mulher

pudesse exercer suas funccedilotildees de acordo com o tempo que dispusesse e assim

conseguisse tambeacutem atender o trabalho domeacutestico

Diante do propoacutesito do presente de obter informaccedilotildees e analisar os direitos da

mulher trabalhadora nas relaccedilotildees de trabalho no cotidiano evidenciou-se que o

preconceito ainda existe e que descobrir novas possibilidades que protejam o

trabalho feminino eacute de suma importacircncia para incentivar a sociedade a adquirir

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novos conceitos Foi possiacutevel tambeacutem identificar a preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos

competentes no que diz respeito agrave proteccedilatildeo feminina nas relaccedilotildees de trabalho

Portanto entende-se como de extrema relevacircncia trazer esse debate agrave tona

uma vez que o assunto foi definido como forma de se obter aprendizado e clareza

sobre as normas protetivas femininas e a abrangecircncia para que empregada e

empregador saibam seus direitos e deveres uma vez que haacute ciecircncia de que as

empresas ainda estatildeo despreparadas para seguir devidamente as regras de

proteccedilatildeo em sua totalidade Decorre que o Direito do Trabalho foi elaborado para

defender o trabalhador dos abusos do empregador sendo que a influecircncia do tema

abordado foi justamente para retratar a situaccedilatildeo em que eacute apresentado e entendido

o sistema juriacutedico

Evidencia-se que embora sejam aplicadas algumas medidas protetivas ainda

eacute grave a desigualdade de gecircnero Tambeacutem se observa que as regras flexiacuteveis

negociadas entre empregado e empregador agilizam os processos nas relaccedilotildees de

trabalho mas obviamente quando natildeo houver a possibilidade de flexibilizar uma

regra esta seraacute cumprida sem exceccedilatildeo Nesse sentido entende-se que embora

diversas leis estimulem a contrataccedilatildeo de matildeo de obra feminina o montante de

direitos trabalhistas pode atrapalhar as relaccedilotildees de emprego criando receio do

empregador nas contrataccedilotildees principalmente em relaccedilatildeo agraves mulheres No entanto

essas medidas satildeo indispensaacuteveis para o bem-estar do trabalhador pois a

necessidade de proteccedilatildeo eacute fundamental Afinal todos querem ter seu espaccedilo

profissional mas algumas delas natildeo condizem com a realidade do empregador e do

empregado

Por fim observa-se que muitas legislaccedilotildees vigentes versam sobre o mesmo

assunto e se contradizem Entretanto essa constataccedilatildeo deve atrapalhar o judiciaacuterio

na hora das decisotildees cabendo a ele o poder de designar um resultado justo ao que

estaacute sendo proposto Isso demonstra que a discriminaccedilatildeo contra a mulher no

mercado de trabalho acontece mesmo diante da legislaccedilatildeo vigente configurando-se

em uma desigualdade que ainda estaacute longe de terminar e que para isso precisa ser

constantemente debatida

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REFEREcircNCIAS

AHAD Claudia Abdul Reforma trabalhista e seus impactos no trabalho da mulher Migalhas [sl] dez 2017 Disponiacutevel em lthttps wwwmigalhascombrdePeso16MI27055371043-Reforma+Trabalhista+e+seus+impactos+no+trabalho+da+mulhergt Acesso em 28 mar 2018 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 5 out 1988 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03constituicaoConstituicaoCompiladohtmgt Acesso em 17 jun 2018 ______ Decreto 423 de 12 de novembro de 1935 Promulga quatro Projectos de Convenccedilatildeo approvados pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho da Liga das Naccedilotildees por occasiatildeo da Conferencia de Washington convocada pela Governo dos Estados Unidos da America a 29 de outubro de 1919 pelo Brasil adoptados a saber Convenccedilatildeo relativa ao emprego das mulheres antes e depois do parto Convenccedilatildeo relativa ao trabalho noctuno das mulheres Convenccedilatildeo que fixa a idade minima de admissatildeo das crianccedilas nos trabalhos industriaes Convenccedilatildeo relativa ao trabalho nocturno das crianccedilas na industria Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 12 nov 1935 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-423-12-novembro-1935-532092-publicacaooriginal-14076-pehtmlgt Acesso em 06 abr 2019

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______ Decreto 1637 de 12 de maio de 1937 Autoriza o cidadatildeo armecircnio Arsegravene Arsenien a comprar pedras preciosas Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 25 maio 1937 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-1637-12-maio-1937-464855-publicacaooriginal-74782-pehtmlgt Acesso em 07 abr 2019

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______ Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo Recurso Ordinaacuterio n 0021146-8120165040008 Recorrente Daiana Leticia dos Santos Albino Recorrido Associaccedilatildeo Hospitalar Moinhos de Vento Relator Ministro Marcelo Jose Ferlin D Ambroso 2ordf Turma Porto Alegre 14 nov 2018 Disponiacutevel em lthttp wwwtrt4jusbrpesquisasrestdownloadacordaopjeU00n2Q992m1B1uu5OK34QQgt Acesso em 25 abr 2019 SILVA Homero Batista Mateus da Comentaacuterios agrave Reforma Trabalhista 1 ed Satildeo Paulo Revista dos Tribunais 2017 Disponiacutevel em lthttpsproviewthomsonreuterscomtitlehtmlredirect=trueamptitleKey=rt2Fmonografias2F1309061012Fv11amptitleStage=FamptitleAcct=i0adc419b0000016a9496830404b77143sl=eampeid=41317b987785e2d660532ad0e4f815fcampeat=5Bbid3D221225Damppg=amppsl=ampnvgS=falsegt Acesso em 05 maio 2019

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que natildeo possuiacuteam liberdade De acordo com Nascimento (2010 p 39) natildeo havia

nenhum direito ao trabalhador pois era o patratildeo quem designava as circunstacircncias

de trabalho dos empregados A relaccedilatildeo de trabalho era livre em concordacircncia das

partes mas o patratildeo era quem determinava as regras Como nunca houve contrato

redigido poderia acabar ou mudar a relaccedilatildeo de trabalho como quisesse

O direito do trabalho nasceu do resultado de um assunto social antecipado pela

Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII e da atitude humanista que dispocircs assegurar a

dignidade do homem Nascimento (2010 p 32) explica que houve uma

inevitabilidade de obter regras juriacutedicas para regulamentar as relaccedilotildees individuais e

coletivas de trabalho agrave medida que o mundo da induacutestria foi expandindo

rapidamente

As situaccedilotildees precaacuterias das condiccedilotildees de trabalho no decorrer da evoluccedilatildeo da

Revoluccedilatildeo Industrial apresentavam graves riscos para a sauacutede e para a integridade

fiacutesica do empregado As doenccedilas ocorriam em consequecircncia do peacutessimo ambiente

laboral sendo que os acidentes de trabalho atingiam principalmente os metaluacutergicos

e os mineiros Sem receber salaacuterio durante o periacuteodo em que estavam doentes

permaneciam inseguros em relaccedilatildeo ao seu sustento jaacute que natildeo existiam normas

para que fossem protegidos Ademais o patratildeo tambeacutem natildeo se empenhava para

que as regras existissem (NASCIMENTO 2010 p 44)

Nessa perspectiva Nascimento (2010 p 44) pontua que natildeo eacute com precisatildeo

que se afirma a situaccedilatildeo dos salaacuterios dos empregados logo apoacutes a Revoluccedilatildeo

Industrial Em razatildeo de provas e documentos insuficientes natildeo eacute com seguranccedila a

apresentaccedilatildeo de uma anaacutelise da necessidade de vida Contudo historiadores

afirmam de um modo geral que os salaacuterios eram baixos Os salaacuterios nas induacutestrias

eram mais altos que na agricultura sendo que mulheres e menores recebiam menos

que os homens

A normatizaccedilatildeo juriacutedica de trabalho pelo Estado eacute moldada por particularidades

agraves quais satildeo denominadas de legislaccedilatildeo industrial Nascimento (2010 p 55) diz que

primeiramente as regras direcionavam-se aos empregados das induacutestrias e com o

desenvolvimento destas foram se estendendo para outras funccedilotildees

Nascimento (2010 p 55) revela ainda que o propoacutesito de proteger o trabalho

das mulheres e dos menores e a limitaccedilatildeo da jornada de trabalho eacute predominante na

legislaccedilatildeo industrial A maioria das normas nesse periacuteodo era destinada para esses

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fins sendo que mais adiante ocorreu a intervenccedilatildeo do Poder Puacuteblico em defesa dos

mais pobres

Ainda nesse contexto Nascimento (2010 p 55) revela que a primeira regra de

destaque notaacutevel que demonstra a atitude do Estado eacute da Inglaterra 1601 nomeada

como Lei de Amparo aos Pobres admitindo o direito de receber ajuda das

autoridades puacuteblicas

Segundo Nascimento (2010 p 56) da mesma forma outra regra juriacutedica surgiu

para amparar o trabalhador na Inglaterra em 1802 quando da implantaccedilatildeo da Lei de

Peel Seu objetivo era regrar o trabalho dos menores aprendizes paroquianos dos

quais os domiacutenios das paroacutequias queriam se livrar levando-os aos proprietaacuterios das

induacutestrias Havia pelas paroacutequias o traacutefico de menores onde eram efetuados

contratos de compra e venda para que as induacutestrias adquirissem esses menores em

lotes Robert Peel criou uma lei que protegia estas crianccedilas regrando deveres de

educaccedilatildeo reduzindo a etapa de trabalho para 12 horas Normas relacionadas agrave

higiene tambeacutem foram introduzidas Delgado (2014 p 95) faz referecircncia agrave essa lei

como o Peelrsquos Act (1802) versando sobre o trabalho dos menores Essa lei natildeo foi

aderida mas Robert Peel em 1819 criou uma segunda lei que foi aprovada no

mesmo entendimento (NASCIMENTO 2010 p 56)

Nascimento (2010 p 57) aponta outra lei a fim de proteger os menores na

Inglaterra a Lei de 1833 criada para estabelecer regras de trabalho nas induacutestrias

Assim menores foram proibidos de trabalhar antes dos 9 anos de idade o limite de

jornada de trabalho dos menores de 13 anos passou para 9 horas e dos

adolescentes menores de 18 anos para 12 horas Foi proibido tambeacutem o trabalho

noturno e para fiscalizar o cumprimento das regras foram nomeados inspetores de

induacutestria

Mais tarde outras medidas se destacaram como a Lei de 1844 criada para

regrar o trabalho das mulheres fixando a jornada de trabalho em 10 horas Tambeacutem

as Leis de 1850 e de 1853 foram criadas para regrar a jornada laboral dos homens e

a Lei de 1842 proibindo as mulheres e menores de trabalhar em subsolo

(NASCIMENTO 2010 p 57)

Segundo Martins (2014 p 7) na Franccedila em 1813 foi vedado o trabalho de

menores nas minas Em 1814 foi proibido o trabalho aos domingos e feriados Em

1839 foi vedado o trabalho de menores de 9 anos e a jornada laboral dos menores

de 16 anos foi estabelecida em 10 horas Tambeacutem na Franccedila as Leis de 19 de

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marccedilo e 02 de novembro de 1874 regravam a proteccedilatildeo do trabalho das mulheres e

das crianccedilas

Conforme Nascimento (2010 p 41) os menores trabalhavam em peacutessimas

condiccedilotildees de higiene e as casas de aprendizagem eram raras onde meninos e

meninas dividiam o mesmo dormitoacuterio sendo que para as mulheres as condiccedilotildees

natildeo eram diferentes

Em alguns paiacuteses o Direito do Trabalho eacute infiltrado nas Constituiccedilotildees alguns

exemplos satildeo o Meacutexico (1917 e 1962) o Peru (1933) a Aacuteustria (1925) a Ruacutessia

(1918 a 1935) e o Brasil (1934 1937 1946 1967 1969 1988) Em outros paiacuteses as

leis trabalhistas satildeo apresentadas no Coacutedigo Civil como na Itaacutelia no Coacutedigo das

Obrigaccedilotildees como na Suiacuteccedila enquanto no Brasil elas aparecem nas consolidaccedilotildees e

em leis especiais Nos Estados Unidos as convenccedilotildees coletivas respondem pela

maioria das normas juriacutedicas mediante negociaccedilotildees coletivas entre os sindicatos

envolvidos (NASCIMENTO 2010 p 59)

O Direito do Trabalho se concretizou natildeo somente por meio de leis

constitucionais e ordinaacuterias mas tambeacutem atraveacutes das convenccedilotildees promulgadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que tem forccedila de lei federal em muitos

paiacuteses Os tratados internacionais bilaterais ou multilaterais eram mais comuns nos

paiacuteses europeus em especial normatizando a previdecircncia social (NASCIMENTO

2010 p 59-60)

A Revoluccedilatildeo Francesa de 1789 e sua Constituiccedilatildeo revelaram o primeiro dos

direitos sociais e econocircmicos o Direito do Trabalho O Estado impocircs a

obrigatoriedade de suprir o empregado a sua subsistecircncia (MARTINS 2014 p 6)

Garcia (2018 p 2) cita que na Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XVIII em razatildeo

da descoberta da maacutequina a vapor as induacutestrias precisaram de operaacuterios com

trabalho assalariado para substituir os escravos sendo um dos motivos que

promoveu o Direito do Trabalho

O estado deixa seu estado de abstenccedilatildeo e passa a intervir nas relaccedilotildees de trabalho impondo limitaccedilotildees agrave liberdade das partes para a proteccedilatildeo do trabalhador por meio da legislaccedilatildeo proibitiva de abusos do empregador como forma de preservar a dignidade do homem no trabalho (GARCIA 2018 p 2-3)

Martins (2014 p 6) revela que na Revoluccedilatildeo Industrial surgiram os salaacuterios e

os contratos de trabalho Os empresaacuterios davam preferecircncia para as mulheres que

12

aceitavam salaacuterios inferiores ao dos homens exercendo as mesmas funccedilotildees

Sujeitavam-se a jornadas excessivas de 14 a 16 horas diaacuterias a baixos salaacuterios e

trabalhavam em situaccedilotildees inconstantes prejudiciais agrave sauacutede para manter seus

empregos No veratildeo o andamento do trabalho era longo chegando a 18 horas e

muitas vezes acabavam com o pocircr-do-sol Induacutestrias iniciaram as atividades em

periacuteodo noturno quando foi inventado o lampiatildeo a gaacutes em 1792 e as jornadas de

trabalho foram reduzidas para 12 a 14 horas por dia (MARTINS 2014 p 5)

Para Martins (2014 p 9) ldquoo direito do trabalho surge para limitar os abusos do

empregador em explorar o trabalho e para modificar as condiccedilotildees de trabalhordquo

Com a chegada da maacutequina a vapor e outras modernizaccedilotildees trabalhadores

foram substituiacutedos gerando desemprego Com novas possibilidades a agricultura

tambeacutem contratou menos trabalhadores e mais pessoas acabaram desempregadas

Foram instauradas induacutestrias de carvatildeo como na Inglaterra Nestas induacutestrias o

trabalhador era sujeito agraves obrigaccedilotildees insalubres incecircndios explosotildees e intoxicaccedilatildeo

por gases tendo salaacuterios baixos e inuacutemeras horas trabalhadas Tambeacutem corriam

riscos de doenccedilas infecciosas por conta de trabalhar em lugares molhados como

tuberculose pneumonia entre outras Eram feitos contratos verbais onde

praticamente toda famiacutelia trabalhava e muitos morriam sem nenhuma assistecircncia

(MARTINS 2014 p 6)

Nascimento (2010 p 43) salienta que os empregadores eacute quem determinavam

as jornadas de trabalho conforme a sua vantagem Aos empregados soacute restava

cumprir o estabelecido onde menores mulheres e homens exerciam as mesmas

funccedilotildees intensas ou natildeo Em razatildeo disso foram surgindo as legislaccedilotildees que

regraram as horas diaacuterias trabalhadas A eletricidade surgiu em 1880

consequentemente os meacutetodos de trabalho tiveram que se adequar (MARTINS

2014 p 8)

O Estado natildeo intercedia nas relaccedilotildees de trabalho pois o trabalho era tido como

mercadoria e possibilitava o abuso do empregador para com o empregado Como a

ofertas de trabalho eram poucas e a procura era intensa o empregado aceitava

baixos salaacuterios e jornadas excessivas sem direito ao descanso ou feacuterias (MARTINS

2014 p 8) De acordo com Nascimento (2010 p 54) a intervenccedilatildeo do Estado

ocorreu a partir de 1938 com o pensamento neoliberalista No entanto essa natildeo foi

a uacutenica forma pela qual o intervencionismo se idealizou tendo tambeacutem apontado de

um estilo mais eminente com sistemas poliacuteticos de ditadura tanto de ldquoesquerdardquo

13

como de ldquodireitardquo O socialismo eacute um comportamento intervencionista que se

destacou mais precisamente no Leste da Europa enquanto o corporativismo se

destacou na Itaacutelia e o nazismo de Hitler na Alemanha

Eacute saacutebia a intervenccedilatildeo do Estado para que o trabalhador tenha dignidade

atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de proteccedilatildeo acentuando regras que estabeleccedilam

condiccedilotildees de trabalho dignas e que sejam eminentes ao patratildeo considerando

melhor situaccedilatildeo de vida social (NASCIMENTO 2010 p 54) Conforme Martins

(2014 p 7) o Estado interviu nas relaccedilotildees de trabalho movido pelos abusos que

eram cometidos A desigualdade era niacutetida a maacutequina era de propriedade do patratildeo

e assim o trabalhador era submisso pois natildeo tinha nada A intervenccedilatildeo do Estado

teve como objetivo o bem-estar do trabalhador e melhorias nas circunstacircncias de

trabalho quando o empregado passou a ser favorecido pelas leis

Na Espanha foram estabelecidas regras que regulamentavam o trabalho dos

menores e das mulheres com leis em 1873 18781900 e 1912 Tambeacutem na Franccedila

em 1874 estabeleceram-se proteccedilotildees juriacutedicas para menores e mulheres Em 1893

uma lei regulou a seguranccedila e a higiene nas empresas (MARTINS 2014 p 7)

A Constituiccedilatildeo do Meacutexico em 1917 foi a primeira a tratar do assunto no art

123 estabelecendo vaacuterias regras de proteccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de trabalho de

menores de 12 anos jornada de oito horas descanso semanal proteccedilatildeo agrave

maternidade entre outros (MARTINS 2014 p 9)

Depois a Constituiccedilatildeo de Weimar em 1919 Martins (2014 p 9) menciona que

a mesma passou a regularizar a participaccedilatildeo dos empregados nas empresas tendo

representaccedilatildeo nas empresas estabelecendo um sistema de seguro social e fixando

salaacuterios e melhores condiccedilotildees de trabalho

No acircmbito internacional o Tratado de Versalles de 1919 prenunciou a

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) que abrange os direitos trabalhistas

internacionalmente decretando convenccedilotildees (MARTINS 2014 p 9)

Garcia (2018 p 3) conta que na Itaacutelia a Carta del Lavoro em 1927

implementou um sistema corporativista que foi abrangido por outros sistemas

poliacuteticos como de Portugal da Espanha e do Brasil

A criaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas apoacutes a Segunda Guerra Mundial

(1939-1945) resultou na aprovaccedilatildeo da Carta das Naccedilotildees Unidas na Conferecircncia de

Satildeo Francisco (1945) Segundo Garcia (2018 p 4) a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia

14

aprovada pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em 1944 expandindo os

princiacutepios do Tratado de Versalles

Em 1946 houve a vinculaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho agrave

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas como entidade versada agrave regulamentaccedilatildeo

internacional do trabalho Garcia (2018 p 4) referencia o novo texto constitucional

da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho aprovado em Conferecircncia Internacional

do Trabalho em 1946 com a Declaraccedilatildeo de Filadeacutelfia anexada E ainda no acircmbito

internacional trouxe diversos direitos trabalhistas em 1948 com a Declaraccedilatildeo

Universal dos Direitos Humanos

O Direito do Trabalho eacute uma vitoacuteria da humanidade ao longo da histoacuteria

criando direitos fundamentais para melhores condiccedilotildees de vida dos trabalhadores

Assim evitou abusos e que o capital e a busca pelas vantagens prejudicassem os

membros da sociedade menos favorecidos assegurando dignidade de vida

(GARCIA 2018 p 4)

Da mesma maneira o Direito do Trabalho proporciona o desenvolvimento do

sistema econocircmico em meacutetodos aceitaacuteveis viabilizando assim o progresso das

instituiccedilotildees e o bem-estar coletivo Segundo Garcia (2018 p 4) o Direito do

Trabalho tem papel importante para garantir o miacutenimo de dignidade e justiccedila social

Conforme Garcia (2018 p 5) o Direito do Trabalho eacute um procedimento

necessaacuterio que embasa o proacuteprio sistema econocircmico-social Cabe ressaltar que o

Direito do Trabalho impossibilita ateacute mesmo um eventual colapso no sistema

podendo suceder de niacuteveis de miseacuteria e desigualdade afetando as condiccedilotildees de

consumo e conduzindo os proacuteprios possuidores a decadecircncia

Para Delgado (2012 p 83) o Direito do Trabalho natildeo surgiu apenas para

incendiar o sistema econocircmico Com a Revoluccedilatildeo Industrial na Inglaterra no

seacuteculo XVIII certamente buscou tambeacutem ponderar os abusos da utilizaccedilatildeo da forccedila

de trabalho propondo a civilidade para o trabalhador

Os direitos trabalhistas satildeo garantidos na composiccedilatildeo dos direitos

fundamentais em ligaccedilatildeo com as normas da dignidade da pessoa humana e da

justiccedila social Viu-se ao longo dessa redaccedilatildeo como eram as condiccedilotildees que

enfrentavam os trabalhadores para adquirir uma vida digna bem como a intervenccedilatildeo

do Estado para amenizar os abusos do empregador sendo possiacutevel entender um

pouco sobre o Direito em questatildeo Seguindo na apresentaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do Direito

15

do Trabalho na sequecircncia seraacute descrito como surgiram as primeiras regras no

Brasil

21 A evoluccedilatildeo das regras trabalhistas no Brasil

Devido agrave criaccedilatildeo de regras trabalhistas na Europa e agraves instituiccedilotildees

internacionais que versavam sobre o Direito do Trabalho o Brasil teve influecircncia

para se adequar a essas regras Martins (2014 p 11) relata que as criaccedilotildees de

normas trabalhistas no Brasil foram estipuladas pelas mudanccedilas na Europa em

consequecircncia da Primeira Guerra Mundial e do surgimento da Organizaccedilatildeo

Internacional do Trabalho (OIT) em 1919 Imigrantes chegados ao Brasil deram

iniacutecio a movimentos e protestos pleiteando melhores circunstacircncias de trabalho

Destaca Nascimento (2010 p 88) que apoacutes a Aboliccedilatildeo da Escravatura e a

Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica surgiu o periacuteodo liberal do Direito do Trabalho embora

pequenos movimentos sem maior relevacircncia colaborassem para o progresso das

leis no paiacutes

Primeiramente as Constituiccedilotildees versavam apenas sobre o sistema de

governo Martins (2014 p 10) conta que mais tarde comeccedilaram a tratar de diversos

ramos do Direito em especial o Direito do Trabalho

A maior concentraccedilatildeo de pessoas se destacou nas grandes cidades como o

Rio de Janeiro em 1890 na eacutepoca capital federal e em Satildeo Paulo em 1900 No

entanto havia um grande nuacutemero de induacutestrias como oficinas de calccedilados

vestuaacuterio moacuteveis e tintas normalmente abertas em galpotildees ou no fundo de

armazeacutens sendo locais de difiacutecil acesso para a fiscalizaccedilatildeo A populaccedilatildeo foi

aumentando nesses estados e a maioria dos trabalhadores eram imigrantes

italianos portugueses espanhoacuteis que ocupavam cargos de operaacuterios nas induacutestrias

(NASCIMENTO 2010 p 88-89)

Nascimento (2010 p 89) cita que se formavam as circunstacircncias para que o

trabalho subordinado fosse regido por lei No entanto o Poder Puacuteblico que era

devoto ao princiacutepio liberalista e sua inspiraccedilatildeo permanecia isento a qualquer

contestaccedilatildeo No periacuteodo existiu um grande nuacutemero de greves e movimento poliacutetico

Conforme Nascimento (2010 p 96) as primeiras regras surgiram

respectivamente em 1903 pelo Decreto 979 de 06 de janeiro de 1903 (BRASIL

1903 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em 1937 pelo Decreto Legislativo 1637 que

16

versava sobre os sindicatos em 1891 pelo Decreto 1313 de 17 de janeiro de 1891

(BRASIL 1891 lthttpwww2camaralegbrgt) que dispunha sobre a proteccedilatildeo de

menores regrando a fiscalizaccedilatildeo nas faacutebricas onde havia um grande nuacutemero de

menores trabalhando e pelo Decreto 1150 de 1904 que regrava sobre os salaacuterios

estabelecendo a carteira agriacutecola (BRASIL 1904 lthttpwww2camaralegbrgt)

Em 1930 Getuacutelio Vargas entatildeo Presidente da Repuacuteblica idealizou uma

poliacutetica trabalhista Em razatildeo da expansatildeo da induacutestria Getuacutelio editou leis

trabalhistas com a intenccedilatildeo de moderar as manifestaccedilotildees No entanto jaacute existiam

leis ordinaacuterias regulando o trabalho de menores em 1891 em 1903 a organizaccedilatildeo

dos sindicatos rurais e em 1907 sindicatos urbanos (MARTINS 2014 p 11)

A Lei 30711916 (BRASIL 1916 lthttpwwwplanaltogovbrgt) aprovou o

Coacutedigo Civil e corrigido pela Lei 3725 de 15 de janeiro de 1919 (BRASIL 1919

lthttpwwwplanaltogovbrgt) surgiram regras sobre locaccedilatildeo de serviccedilos o que

antecede a histoacuteria do contrato de trabalho das leis posteriores e especiais Duas

regras consideraacuteveis surgem em 1923 a Lei 4682 (BRASIL 1923

lthttpwwwplanaltogovbrgt) intitulada de Lei Eloacutei Chaves criou a caixa de

aposentadoria e pensotildees para os ferroviaacuterios e a estabilidade para os mesmos ao

completarem 10 anos de emprego exceto se ocorresse falta grave O Decreto

16027 (BRASIL 1923 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 30 de abril estabeleceu o

Conselho Nacional do Trabalho ldquooacutergatildeo consultivo dos poderes puacuteblicos em

assuntos referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho e da previdecircncia socialrdquo

(NASCIMENTO 2010 p 97-98)

Versando sobre as feacuterias foi criada a Lei 4982 de 25 de dezembro de 1925

(BRASIL 1925 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Depois disso houve o Decreto

17934-A (BRASIL 1927 lthttpwwwplanaltogovbrgt) de 1927 e o Coacutedigo de

Menores estabelecendo proteccedilotildees ao trabalho dos menores (NASCIMENTO 2010

p 98)

Na deacutecada de 1930 vaacuterios Decretos do Poder executivo que versavam sobre

as relaccedilotildees de trabalho foram implantados Garcia (2018 p 5) evidencia o Decreto

211751932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que instituiu a Carteira

de Trabalho assim como a duraccedilatildeo da jornada de trabalho em diversos setores da

atividade econocircmica com o Decreto 211861932 (BRASIL 1932

lthttpwww2camaralegbrgt) e na induacutestria o Decreto 213641932 (BRASIL 1932

17

lthttpwww2camaralegbrgt) sobre a jornada de trabalho e o trabalho de menores

por meio do Decreto 220421932 (BRASIL 1932 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Conforme Delgado (2014 p 107) a evoluccedilatildeo do Direito do Trabalho no Brasil

tem a fase mais significativa entre 1888 a 1930 Foi um periacuteodo em que a relaccedilatildeo de

emprego se mostrou expressiva principalmente no setor agriacutecola cafeeiro de Satildeo

Paulo na industrializaccedilatildeo profissional da capital paulista e do Distrito Federal

O Ministeacuterio do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio foi criado em 1930 quando

passou a expedir decretos sobre o trabalho das mulheres (214171932) (BRASIL

1932 lthttpwww2camaralegbrgt) salaacuterio miacutenimo (1936) e a Justiccedila do Trabalho

(1939) Conforme Martins (2014 p 11) a primeira Constituiccedilatildeo brasileira a tratar

especificamente do Direito do Trabalho eacute a de 1934 regulando diversas proteccedilotildees

trabalhistas Depois a Constituiccedilatildeo de 1937 regulou os sindicatos nas relaccedilotildees de

trabalho quando um imposto sindical foi estipulado Tambeacutem teve a competecircncia

dos tribunais de trabalho que tinha como propoacutesito intervir nas relaccedilotildees de trabalho

buscando o entendimento entre patratildeo e empregado

Garcia (2018 p 6) explica que a Constituiccedilatildeo Federal de 1937 (BRASIL 1937

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta a intervenccedilatildeo do Estado com

particularidades do meacutetodo corporativista Foi instaurado um sindicato exclusivo

ligado ao Estado a greve foi proibida pois era vista como artificio desagradaacutevel e

negativo agrave economia

Em razatildeo das normas existentes espalhadas entendeu-se a utilidade de um

sistema de regras Para isso foi lanccedilado o Decreto-Lei 5452 de 1ordm-5-1943

homologando a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho a CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e consolidando as leis jaacute existentes (MARTINS 2014

p 12)

Adiante as Constituiccedilotildees seguintes trouxeram mais benefiacutecios para o

trabalhador como repouso semanal remunerado participaccedilatildeo de lucros para os

empregados e direito de greve previstos na Constituiccedilatildeo de 1946 Martins (2014 p

12) conta que legislaccedilotildees ordinaacuterias avanccedilaram citando entre elas a Lei 585972

(BRASIL 1972 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre o trabalho domeacutestico

Garcia (2018 p 6) menciona a Lei 605 de 05 de janeiro de 1949 (BRASIL

1949 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o repouso semanal

remunerado e remuneraccedilatildeo de feriados e a Lei 2757 de 23 de abril de 1956

(BRASIL 1956 lthttpwwwplanaltogovbrgt) versando sobre as regras de trabalho

18

dos porteiros zeladores faxineiros e serventes de preacutedios A Lei 3207 de 18 de

julho de 1957 (BRASIL 1957 lthttpwwwplanaltogovbrgt) regulava o trabalho dos

viajantes e a Lei 40901962 a gratificaccedilatildeo natalina (BRASIL 1962

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

sustentou os direitos trabalhistas das Constituiccedilotildees anteriores e estabeleceu o

Fundo de Garantia do Tempo de Serviccedilo na Lei 51071966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) dentre outras diversas leis sobre o emprego

domeacutestico em 1972 sobre o trabalho rural teve a Lei 58891973 (BRASIL 1973

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e o trabalho temporaacuterio foi regrado na Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 6)

Em 1988 foi aprovada a Constituiccedilatildeo atual versando sobre os direitos

trabalhistas estes incluiacutedos no Capitulo II ldquoDos Direitos Sociaisrdquo e do Titulo II ldquoDos

Direitos e Garantias Fundamentaisrdquo No entendimento de alguns doutrinadores o

art 7ordm da Constituiccedilatildeo Federal surge como a verdadeira Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho com diversos direitos trabalhistas abrigados (MARTINS 2014 p 12)

Delgado (2012 p 86) aponta que sem duacutevida o nuacutecleo principal do Direito do

Trabalho estaacute situado nas relaccedilotildees empregatiacutecias de trabalho surgindo diversos

institutos regras e princiacutepios que norteiam essa relaccedilatildeo juriacutedica

Acerca da polecircmica Reforma trabalhista aprovada mesmo em contradiccedilatildeo aos

direitos dos empregados na Constituiccedilatildeo Garcia (2018 p 7) revela que a Lei

134672017 modificou a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 e as

Leis 601974 80361990 e 821291 com a finalidade de adaptar a legislaccedilatildeo agraves

atuais relaccedilotildees trabalhistas

22 A presenccedila da mulher no mercado de trabalho

Independentemente do significativo trabalho das mulheres nas atividades

domeacutesticas e em outras funccedilotildees na Idade Meacutedia foi na Revoluccedilatildeo Industrial o

momento histoacuterico da inserccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Na Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres foram introduzidas no mercado de trabalho com intensivas

jornadas laborais salaacuterios baixos e condiccedilotildees desumanas de trabalho (FONSECA

2015 p 91)

19

Antes disso apoacutes o periacuteodo preacute-histoacuterico a mulher passou a ser reconhecida

como Grande Deusa Desse ponto de vista Freitas (2015 p 11) revela que a

mulher era santificada e glorificada e em razatildeo disso obteve poderes Controlavam

dinheiro e propriedades e direitos especiais no casamento Assim os homens

cediam seus desejos Muitas eram vistas nos campos de batalha lutando como

homens O Egito antigo foi destaque na veneraccedilatildeo pelas mulheres

No periacuteodo da Idade Antiga nas civilizaccedilotildees gregas e romanas quando a

mulher deixava a casa da famiacutelia em razatildeo do casamento ou por outros motivos

deveria seguir as crenccedilas do marido e rezar pelo seu Deus Na eacutepoca cada famiacutelia

tinha um Deus diferente e a mulher aprenderia com seu marido a venerar aqueles

que protegiam a famiacutelia dele (FREITAS 2015 p 12)

Conforme Freitas (2015 p 12) se a mulher fosse esteacuteril o homem poderia

pedir o divoacutercio e se o homem fosse esteacuteril deveria ser substituiacutedo pelo irmatildeo ou

parente mais proacuteximo do marido A mulher era obrigada a entregar-se para este

homem sendo que isso acontecia nas mesmas civilizaccedilotildees mencionadas

anteriormente

A mesma mulher deveria se casar com o parente mais proacuteximo do marido

falecido caso ficasse viuacuteva sem filhos Freitas (2015 p 12) diz que a participaccedilatildeo

do homem era essencial principalmente no nascimento Isto eacute quando nascia filha

mulher natildeo satisfazia a importacircncia do seguimento dos deuses daquela famiacutelia

Conforme jaacute mencionado as mulheres seguiam o Deus do marido

A desigualdade natildeo parava por aiacute conforme Freitas (2015 p 12) no momento

da divisatildeo da heranccedila se jaacute fossem casadas as mulheres natildeo teriam direito a nada

Existia particularmente uma proibiccedilatildeo religiosa em relaccedilatildeo a isso As regras ateacute

mudavam de um lugar para outro mas frequentemente as filhas mulheres natildeo

herdavam nada ou quando herdavam era uma porcentagem menor que a dos filhos

homens

Afastando um pouco das relaccedilotildees de famiacutelia e religiotildees pode-se apontar que o

trabalho feminino conforme registros mais antigos de Roma as mulheres exerciam

diversas funccedilotildees como lavadeira bibliotecaacuteria meacutedica parteiras costureiras e

cabeleireiras (FREITAS 2015 p 13) A jornada de trabalho era excessiva devido a

maacute distribuiccedilatildeo das tarefas mas as mulheres natildeo se queixavam

20

Em algumas civilizaccedilotildees era atribuiacuteda agrave mulher a principal forccedila de trabalho

(FREITAS 2015 p 15) como a construccedilatildeo de represas no Havaiacute e na Austraacutelia a

pesca e a retirada de algas

No Brasil de acordo com Ribeiro e Jesus (2016 p 43) a partir dos anos 70 a

inserccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho obteve crescimento Um dos motivos

foi a busca de ajuda para o sustento da famiacutelia

Ademais a Segunda Guerra Mundial teve importante contribuiccedilatildeo para que a

mulher fosse buscar emprego Enquanto seus maridos lutavam nos campos de

batalha essas teriam que lutar pelo sustento familiar A ausecircncia masculina fez com

que o trabalho feminino suprisse essas vagas Devido ao processo de

industrializaccedilatildeo e do aumento de empresas em diversos ramos como petroliacuteferos

quiacutemicos sideruacutergicos e automobiliacutestico na deacutecada de 1940 a inserccedilatildeo das

mulheres no mercado de trabalho teve um aumento intenso (RIBEIRO JESUS

2016 p 44)

O entendimento de Freitas (2015 p 22) revela que o trabalho feminino se

destacou no Brasil no periacuteodo industrial entre 1850 e 1950 As mulheres se

integraram ao setor fabril e a matildeo de obra feminina ocupava 76 do trabalho em

1872 Mais tarde em 1950 esse nuacutemero diminuiu para 20 sendo o motivo

justificado devido ao grande nuacutemero de migraccedilotildees e o aumento da matildeo de obra

masculina

Com o decliacutenio do trabalho feminino matildees tinham a obrigaccedilatildeo de cuidar dos

filhos e preparaacute-los para o trabalho orientando para que se adaptassem com as

rotinas de trabalho e fossem disciplinados (FREITAS 2015 p 22)

Grandes discriminaccedilotildees sofridas pelo gecircnero feminino ocorreram em razatildeo da

ldquocultura do machismordquo destaque no Brasil ao contraacuterio dos paiacuteses europeus que

usaram a matildeo de obra feminina no tempo da 2ordm Guerra Mundial tornou a inclusatildeo

das mulheres no mercado de trabalho mais difiacutecil Conforme Freitas (2015 p 24) na

Europa perante a necessidade do sustento familiar e matildeo de obra o preconceito

perdeu forccedila e nos paiacuteses latino-americanos como no Brasil principalmente a

discriminaccedilatildeo manteve-se resistente em razatildeo de natildeo ter existido momentos de

crise

Mulheres como ex-escravas por exemplo de acordo com Freitas (2015 p 23)

eram vistas com mais frequecircncia em trabalhos domeacutesticos lavadeira passadeira e

21

cozinheira devido ao baixo niacutevel social Jaacute as mulheres jovens podiam ser vistas

como professoras enfermeiras entre outras

A mulher sempre desempenhou a funccedilatildeo de serva sendo diferenciada pelo

gecircnero foi vista como matildee esposa e era necessaacuterio pedir permissatildeo ao marido

para os atos da vida civil As mulheres natildeo tinham direito de escolha (FREITAS

2015 p 21) e os casamentos no periacuteodo colonial eram arranjados Mais tarde nos

anos de 1800 passaram a ter mais liberdade

Freitas (2015 p 22) diz que num primeiro momento a mulher tinha suas

principais obrigaccedilotildees como matildee dedicada preocupada com a educaccedilatildeo dos filhos e

em um segundo momento de respeitar o marido e ser submissa a ele

Eacute indispensaacutevel salientar que apesar de toda evoluccedilatildeo dos direitos trabalhistas

e da ocupaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho ainda haacute resistecircncia em relaccedilatildeo

ao trabalho feminino As discriminaccedilotildees satildeo culturais e histoacutericas e o preconceito

perdura na sociedade e enfrenta frequentes desafios (FONSECA 2015 p 93)

23 A discriminaccedilatildeo da mulher nas relaccedilotildees de trabalho

Avaliando os acontecimentos eacute notoacuteria a necessidade da inserccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho e o seu reconhecimento assim como o crescimento

feminino e as reivindicaccedilotildees por seus direitos de igualdade Observando as

condiccedilotildees de trabalho em que as mulheres eram expostas foram surgindo medidas

de proteccedilatildeo

Todo mundo sabe que a mulher sempre foi discriminada nunca teve as mesmas oportunidades asseguradas aos homens Nossa cultura patriarcal gerou uma sociedade machista em que a mulher ocupava um papel subalterno Excluiacuteda ficava confinada ao reduto da casa tendo por uacutenica missatildeo a assistecircncia da famiacutelia a organizaccedilatildeo do lar o apoio ao marido e o cuidado dos filhos (FONSECA apud DIAS 2015 p 91)

Freitas (2015 p 11) conta que as mulheres de uma forma ou de outra sempre

estiveram inseridas no mercado de trabalho seja na caccedila na costura no cuidado de

crianccedilas na fabricaccedilatildeo de ferramentas na lida com ervas e com plantas medicinais

assim como na cozinha A caccedila era entre homens e mulheres que se ajudavam

No seacuteculo XIX Garcia (2018 p 1063) relata que durante a Revoluccedilatildeo

Industrial as mulheres recebiam salaacuterios inferiores aos dos homens e as condiccedilotildees

22

de trabalho eram horriacuteveis As mulheres eram expostas a trabalhos prejudiciais agrave

sauacutede pondo sua vida em risco

Essa situaccedilatildeo era de grande risco para as famiacutelias sendo que assim tiveram

iniacutecio as primeiras legislaccedilotildees protetivas para as mulheres Em virtude das medidas

protetivas as mulheres eram discriminadas com frequecircncia pois os empregadores

tinham receio em contratar a matildeo de obra feminina por ter regras protetivas e assim

contratavam homens (GARCIA 2018 p 1063)

Revela Garcia (2018 p 1065) que no Brasil as regras de proteccedilatildeo tambeacutem

geraram discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Em face disso foram

criadas normas proibitivas agrave discriminaccedilatildeo

A proteccedilatildeo especial apenas passa a se justificar nos aspectos realmente diferenciados e peculiares notadamente quando ao estado de gestante e maternidade que satildeo de responsabilidade da sociedade como um todo natildeo podendo servir de fatores de discriminaccedilatildeo contra a mulher (GARCIA 2018 p 1065)

As primeiras legislaccedilotildees surgiram na Inglaterra em 1842 proibindo a mulher

de trabalhar em lugares subteacuterreos Em 1844 a jornada de trabalho da mulher foi

limitada para 12 horas e tambeacutem assim como o periacuteodo noturno Em 1874 na

Franccedila entrou em vigor uma lei que proibia a mulher de trabalhar em minas e

pedreiras Em 1878 as mulheres foram proibidas de exercer funccedilotildees em lugares

insalubres (MARTINS 2014 p 661)

A Lei de 2111892 estabeleceu que a mulheres tivessem jornada de trabalho

de apenas de 11 horas A Lei de 28121909 concedeu agraves mulheres gestantes

descanso de oito semanas natildeo remunerado proibindo a carga de materiais

pesados (MARTINS 2014 p 661)

O Tratado de Versalles determinou o princiacutepio da igualdade salarial entre

homens e mulheres que foi acolhido em diversos paiacuteses inclusive o Brasil

(MARTINS 2014 p 661)

Compete somente a Uniatildeo legislar sobre mateacuteria trabalhista diz o art 22 I e

XVI da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) mas isso natildeo impede a

aplicaccedilatildeo das convenccedilotildees internacionais ratificadas pelo Brasil estas criadas pela

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) Esta eacute a corporaccedilatildeo responsaacutevel pelo

controle e lanccedilamento de normas referentes ao trabalho no plano internacional com

o objetivo de regimentar as relaccedilotildees de trabalho atraveacutes das convenccedilotildees

23

recomendaccedilotildees e resoluccedilotildees planejando proteger as relaccedilotildees entre empregados e

empregadores na esfera internacional Desde 1950 o Brasil tem representaccedilatildeo da

Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho em seu territoacuterio (FREITAS 2015 p 33)

Freitas (2015 p 33-34) destaca diversas convenccedilotildees direcionadas agrave proteccedilatildeo

feminina sendo uma delas a Convenccedilatildeo nordm 3 procedendo sobre o trabalho antes e

depois do parto Na sequecircncia houve a Convenccedilatildeo nordm 4 tratando do trabalho

noturno das mulheres em induacutestrias com exceccedilatildeo das oficinas da famiacutelia ambas

convocadas em 29 de outubro de 1919 A Convenccedilatildeo nordm 41 foi ratificada em relaccedilatildeo

agraves disposiccedilotildees sobre o trabalho noturno na sessatildeo da OIT realizada em Genebra e

encerrada em 23 de junho de 1934 A Convenccedilatildeo nordm 45 vedou o trabalho das

mulheres em minas de qualquer natureza e subterracircneos sendo aprovada um ano

apoacutes a Convenccedilatildeo nordm 41 passando a vigorar em 30 de maio de 1937

A Convenccedilatildeo nordm 100 tratava da desigualdade salarial entre homens e mulheres

exercendo a mesma funccedilatildeo tendo sido aprovada em 1951 em Genebra entrando

em vigor em 23 de maio de 1953 no acircmbito internacional Freitas (2015 p 34)

salienta que a Convenccedilatildeo nordm 103 se refere agrave proteccedilatildeo agrave maternidade e entrou em

vigor em 7 de junho de 1958 Tambeacutem em 1958 a Convenccedilatildeo nordm 111 abordou as

discriminaccedilotildees relacionadas a emprego e profissatildeo tendo entrado em vigor em 15

de junho de 1960

A Convenccedilatildeo nordm 127 de 1967 entrou em vigor em 10 de marccedilo de 1970

referente ao levantamento de pesos A convenccedilatildeo nordm 156 de 1981 discorre sobre a

igualdade de oportunidades para ambos os sexos tanto nas relaccedilotildees de trabalho

como na esfera familiar Jaacute a Convenccedilatildeo nordm 171 delimita as horas do trabalho

noturno

Em 1974 foi assinada a Convenccedilatildeo sobre a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo

contra a Mulher de todas as formas aprovada pela Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

(ONU) Freitas (2015 p 34) conta que a convenccedilatildeo trata dos direitos relacionados

ao emprego e agraves condiccedilotildees de igualdade entre os sexos que deveriam ser

observadas

O termo discriminaccedilatildeo compreende toda distinccedilatildeo exclusatildeo ou preferecircncia baseada em motivos de raccedila cor sexo religiatildeo opiniatildeo politica ascendecircncia nacional ou origem social que tenha como efeito anular a igualdade de oportunidades ou de tratamento em emprego ou profissatildeo (MARTINS 2014 p 544)

24

O Decreto 21417-A de 17 de maio de 1932 (BRASIL 1932 lthttp

www2camaralegbrgt) foi a primeira norma que surgiu sobre o trabalho feminino no

Brasil (GARCIA 2018 p 1066) proibindo a mulher de trabalhar agrave noite A

Constituiccedilatildeo de 1934 (BRASIL 1934 lthttpwwwplanaltogovbrgt) foi fundamental

quando considerou a proibiccedilatildeo da desigualdade de salaacuterios entre homens e

mulheres proibindo o trabalho da mulher em locais insalubres garantindo o repouso

antes e depois do parto sem prejudicar o salaacuterio com seguranccedila de previdecircncia em

benefiacutecio da maternidade e amparo agrave maternidade (GARCIA 2018 p 1066)

Na Constituiccedilatildeo de 1937 (BRASIL 1937 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

mulher gestante conquistou assistecircncia meacutedica e higiecircnica e consequentemente o

benefiacutecio de descanso antes e depois do parto sem perda de salaacuterio A

Constituiccedilatildeo de 1946 (BRASIL 1946 lthttpwwwplanaltogovbrgt) idem a

Constituiccedilatildeo de 1937 assegurava a assistecircncia sanitaacuteria hospitalar e meacutedica agrave

gestante Em 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Constituiccedilatildeo

seguiu os mesmos criteacuterios da CF37 (GARCIA 2018 p 1066)

A Constituiccedilatildeo de 1967 (BRASIL 1967 lthttpwwwplanaltogovbrgt) tambeacutem

deu agrave mulher o direito agrave aposentadoria com 30 anos de trabalho com salaacuterio

completo Os artigos 389 e 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT)

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) permitiam que as empregadas

guardassem seus filhos no periacuteodo em que estavam trabalhando na empresa

descansando quatro semanas antes e oito semanas depois do parto Em 1969 a

Emenda Constitucional nordm 1 seguiu paracircmetros da CF37 e CF46 (MARTINS 2014

p 664)

A Constituiccedilatildeo de 1988 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

oportunizava a licenccedila agrave gestante sem detrimento no emprego e salaacuterio e com

duraccedilatildeo de 120 dias Importante ressaltar que o homem em caso de falecimento da

genitora passa a ter o mesmo direito podendo usufruir da proteccedilatildeo para que repare

a condiccedilatildeo de seu filho nos primeiros meses de vida conforme disposto no artigo

392-B da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS 2008 p 576)

Por conseguinte em 01 de maio de 1943 foi editada a Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assentando o tema jaacute

existente A CLT sistematizou a legislaccedilatildeo diversa jaacute efetiva no periacuteodo em que foi

publicada Todavia criou novos regimentos sendo a primeira regra geral aplicaacutevel

para todos os empregados Atualmente as relaccedilotildees de trabalho satildeo regidas por

25

esta lei a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Tambeacutem abrange relaccedilotildees coletivas

como as entidades sindicais ou grupos de trabalhadores No Decreto-lei 6353 de

20-3-1944 (BRASIL 1944 lthttpwwwplanaltogovbrgt) houve a primeira alteraccedilatildeo

que admitia o trabalho agrave noite da mulher que tivesse 18 anos mas em poucas

funccedilotildees (MARTINS 2008 p 575)

Garcia (2018 p 1067) cita que o poder puacuteblico cria mecanismos para que a

mulher tenha seus direitos garantidos tambeacutem no ambiente familiar sem

discriminaccedilatildeo com respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar evitando a crueldade

e a opressatildeo Nesse sentido a Lei 113402006 (BRASIL 2006

lthttpwwwplanaltogovbrgt) previne a violecircncia domeacutestica protegendo a mulher do

asseacutedio familiar

As garantias da Constituiccedilatildeo Federal e da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

estabelecem que sejam inadmissiacuteveis as desigualdades entre homens e mulheres

no ambiente de trabalho A mulher era tratada como incapaz pelo Coacutedigo Civil de

1916 Essa situaccedilatildeo mudou com o Estatuto da Mulher Casada Lei 4121 de 27-08-

62 (BRASIL 1962 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (MARTINS 2008 p 577)

Garcia (2018 p 1069) afirma que as leis de proteccedilatildeo agrave mulher centralizaram

mais em motivos que chamam atenccedilatildeo como as mulheres gestantes e a

maternidade Esses dois aspectos natildeo devem servir de razatildeo para a discriminaccedilatildeo e

diferenciaccedilatildeo salarial nem para a contrataccedilatildeo do trabalho feminino

Relata Carrion (2014 p 330)

O direito da empregada gestante manter-se no emprego sem prejuiacutezo dos salaacuterios com consequente restriccedilatildeo ao direito de resiliccedilatildeo unilateral do contrato sem justa causa pelo empregador sob pena de sujeitar-se agraves reparaccedilotildees legais nasce com a concepccedilatildeo e projeta-se ateacute cinco meses apoacutes o parto

Existem prejulgamentos provenientes da sociedade Por isso existem as

medidas de proteccedilatildeo para atuarem onde ocorrem determinadas peculiaridades

Medidas foram criadas para que a discriminaccedilatildeo em razatildeo da desigualdade de

gecircnero seja banida nas empresas nos quesitos de admissatildeo e remuneraccedilatildeo no

mercado de trabalho Notadamente existem discriminaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave mulher

sendo um aspecto cultural em uma sociedade machista onde as mulheres sempre

ocuparam papeacuteis subalternos apenas cuidando da casa e dos filhos As proteccedilotildees

26

especiais agraves mulheres devido agraves suas peculiaridades natildeo devem servir de motivo

para a discriminaccedilatildeo poreacutem muitas vezes causam efeito contraacuterio

27

3 INSTITUTOS DE PROTECcedilAtildeO DA MULHER NO DIREITO DO TRABALHO

Diante das situaccedilotildees trazidas no capiacutetulo anterior onde foram expostos os

problemas enfrentados pelas mulheres como a exploraccedilatildeo a discriminaccedilatildeo e a

desigualdade de gecircnero as diferenccedilas eram claras Para tanto medidas de

proteccedilatildeo ao trabalho feminino foram criadas Nota-se as primeiras leis que versavam

sobre o trabalho da mulher como a proibiccedilatildeo de trabalhar em lugares subteacuterreos a

jornada de trabalho estabelecida em 12 horas o trabalho vedado em minas e

pedreiras assim como no periacuteodo noturno e nas funccedilotildees insalubres bem como em

relaccedilatildeo a um periacuteodo de descanso de 8 (oito) semanas para as gestantes natildeo

remunerado Essas regras tiveram constante evoluccedilatildeo

Nesse momento seraacute apresentado o progresso dessas regras e uma anaacutelise

das normas de proteccedilatildeo que a cada dia sofrem alteraccedilotildees sendo um assunto onde

sempre haacute novidades A abordagem a seguir mostra as peculiaridades do trabalho

da mulher em especial a proteccedilatildeo agrave maternidade a comeccedilar nessa oportunidade

31 Proteccedilatildeo agrave maternidade

Estudando a caminhada da mulher no mercado de trabalho a forma como

eram tratadas abusadas sem direitos seguimos nesse capiacutetulo relatando as

peculiaridades que trazem proteccedilatildeo ao trabalho feminino Depois de constatar os

motivos pelo quais foram criadas regras de proteccedilatildeo apresentamos medidas

especiacuteficas para que a desigualdade de gecircnero seja banida do acircmbito trabalhista

Nesse contexto podemos destacar que a proteccedilatildeo agrave maternidade eacute o

benefiacutecio mais relevante da empregada ldquoOs preceitos que regulam o trabalho

masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a

proteccedilatildeo especial instituiacuteda neste Capiacutetulordquo redaccedilatildeo do art 372 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O

paraacutegrafo uacutenico foi revogado pela Lei 134672017 pois caracterizava discriminaccedilatildeo

sendo que este seraacute comentado no proacuteximo capiacutetulo O artigo institui o Capiacutetulo III

da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que foi reservado especialmente ao trabalho

da mulher poreacutem alguns artigos abrangem identicamente o trabalho masculino

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 251)

28

O art 5ordm I CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt) traz a

igualdade entre homens e mulheres nas relaccedilotildees de trabalho em direitos e

obrigaccedilotildees Martins conforme Machado (2017 p 251) conta que ldquoas regras de

proteccedilatildeo ao trabalho da mulher justificam-se em face das peculiaridades que

norteiam o trabalho femininordquo

Regula o artigo 7ordm XIII da CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

que ldquoa duraccedilatildeo de trabalho normal das mulheres natildeo superior a oito horas e

quarenta e quatro horas semanais facultada agrave compensaccedilatildeo de horaacuterios e reduccedilatildeo

de jornada mediante acordo ou convenccedilatildeo coletiva de trabalhordquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 252)

Abordando o artigo 373 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que menciona a jornada de trabalho das mulheres ldquoa

duraccedilatildeo normal de trabalho das mulheres seraacute de 8 (oito) horas diaacuterias exceto nos

casos para os quais for fixada duraccedilatildeo inferiorrdquo (MARTINS apud MACHADO 2017

p 252)

Incluiacutedo pela Lei 979999 (BRASIL 1999 lthttpwwwplanaltogovbrgt) o

artigo 373-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho faz diversas observaccedilotildees ao

trabalho da mulher referentes agrave discriminaccedilatildeo nas relaccedilotildees de trabalho Observe a

regra

Art 373-A Ressalvadas as disposiccedilotildees legais destinadas a corrigir as distorccedilotildees que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas eacute vedado (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) I ndash publicar ou fazer publicar anuacutencio de emprego no qual haja a referecircncia ao sexo agrave idade agrave cor ou situaccedilatildeo familiar salvo quando a natureza da atividade a ser exercida puacuteblica e notoriamente assim o exigir (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) II ndash recusar emprego promoccedilatildeo ou motivar a dispensa do trabalho em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez salvo quando a natureza da atividade seja notoacuteria e publicamente incompatiacutevel (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) III ndash considerar o sexo a idade a cor ou situaccedilatildeo familiar como variaacutevel determinante para fins de remuneraccedilatildeo formaccedilatildeo profissional e oportunidades de ascensatildeo profissional (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) IV ndash exigir atestado ou exame de qualquer natureza para comprovaccedilatildeo de esterilidade ou gravidez na admissatildeo ou permanecircncia no emprego (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) V ndash impedir acesso ou adotar criteacuterios subjetivos para o deferimento de inscriccedilatildeo ou aprovaccedilatildeo em concursos em empresas privadas em razatildeo de sexo idade cor situaccedilatildeo familiar ou estado de gravidez (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) VI ndash proceder o empregador ou preposto a revistas iacutentimas nas empregadas ou funcionaacuterias (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999)

29

Paragrafo uacutenico O disposto neste artigo natildeo obsta a adoccedilatildeo de medidas temporaacuterias que visem ao estabelecimento das poliacuteticas de igualdade entre homens e mulheres em particular as que se destinam a corrigir as distorccedilotildees que afetam a formaccedilatildeo profissional o acesso ao emprego e as condiccedilotildees gerais de trabalho da mulher (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 de 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 252) menciona que o referido artigo foi

adicionado em razatildeo de impedir as condutas discriminatoacuterias violando o princiacutepio da

igualdade consagrado no art 7ordm XXX da CF88 (BRASIL 1988

lthttpwwwplanaltogovbrgt) prevendo ldquoa proibiccedilatildeo de diferenccedila de salaacuterios de

exerciacutecio de funccedilotildees e de criteacuterio de admissatildeo por motivo de sexo idade cor ou

estado civilrdquo

A Constituiccedilatildeo de 1988 estabeleceu regras firmes contra a discriminaccedilatildeo agrave

mulher nas relaccedilotildees de emprego proibindo diferenccedilas no acircmbito laboral Tambeacutem

eliminou alguns artigos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho que produziam efeito

contraacuterio em relaccedilatildeo ao trabalho feminino (DELGADO 2012 p 803)

Delgado (2012 p 804) indica que revogados pela Lei 78551989 (BRASIL

1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) reproduzida logo apoacutes a CF88 os artigos 374

375 378 379 380 e 387 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) que davam

entendimento discriminatoacuterio ao trabalho feminino Martins conforme Machado

(2017 p 256) aponta que o artigo 376 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho foi

revogado pela Lei 102442001 (BRASIL 2001 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Voltando as normas vigentes comentamos o artigo 377 da Consolidaccedilatildeo das

Leis do Trabalho Nesse contexto Martins conforme Machado (2017 p 256) traz

que somente atraveacutes de convenccedilatildeo coletiva ou de acordo coletivo no teor do art 7ordm

VI CF88 eacute possiacutevel reduzir o salaacuterio das mulheres e que as medidas protetivas

satildeo regras e por motivo algum eacute autorizada a reduccedilatildeo

Conforme o artigo 381 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que dispotildee sobre o trabalho noturno frisando que ldquoo

trabalho noturno das mulheres teraacute salaacuterio superior ao diurnordquo No sect 1ordm a regra diz

que no trabalho noturno os salaacuterios teratildeo aumento de 20 e sect 2ordm que cada hora

trabalhada agrave noite seraacute de 52 minutos e 30 segundos Tem direito ao percentual

miacutenimo de 25 a empregada rural (art 7ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 58891973

(BRASIL 1973 lthttpwwwplanaltogovbrgt) O art 382 regra o intervalo

intrajornada que destina uma pausa de 11 horas entre duas jornadas de trabalho

30

enquanto o art 66 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) tambeacutem apresenta

este preceito (MARTINS apud MACHADO 2017 p 257)

Um dos artigos que sugere a desigualdade de gecircnero eacute o art 383 da CLT

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que apresenta um intervalo entre 1 a

2 horas para a mulher trabalhadora possibilitando um periacuteodo bastante extenso

para o descanso Diferente do homem que mesmo em curtas jornadas abaixo de

seis horas tem apenas 15 minutos salvo a hipoacutetese conhecida no art 71 sect 3ordm bem

como o art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece o intervalo de 15 minutos para a

mulher caso haja hora extra (DELGADO 2012 p 804)

O art 384 eacute referente apenas ao trabalho feminino estabelecendo regra

caracterizada e protetiva apartado do homem o que natildeo eacute coerente na eacutepoca atual

e confrontando a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art 7ordm inciso

XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo do trabalho

O artigo 384 da CLT foi revogado pela Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) da Reforma trabalhista que seraacute apresentada no

proacuteximo capiacutetulo desse trabalho (GARCIA 2018 p 1076-1077 e 1079)

Seguindo Garcia (2018 p 1079) aponta o art 385 da CLT (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) no seguinte contexto

Art 385 O descanso semanal seraacute de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidiraacute todo ou em parte com o domingo salvo motivo de conveniecircncia puacuteblica ou necessidade imperiosa de serviccedilo a juiacutezo da autoridade competente na forma das disposiccedilotildees gerais caso em que recairaacute outro diardquo (BRASIL 1943 httpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 260) descreve que o art 67 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho tambeacutem assegura o descanso e o art 7 inciso

XV da CF88 eacute extensivo aos trabalhadores de ambos os sexos

Referente tambeacutem ao periacuteodo de descanso da mulher o art 386 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz

que quando haacute trabalho aos domingos uma escala de revezamento seraacute organizada

para que possibilite o repouso dominical de 15 em 15 dias (MARTINS 2014 p 667)

Os meacutetodos e locais de trabalho da mulher que estatildeo previstos nos artigos 388

389 e 390 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 seratildeo apresentados no

proacuteximo capiacutetulo em conjunto com a exposiccedilatildeo da nova lei a Reforma trabalhista

31

Avanccedilando os demais artigos que se referem agrave mulher no Capiacutetulo III da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho 1943 apontamos o art 391 caput ldquoNatildeo

constitui justo motivo para a rescisatildeo do contrato de trabalho da mulher o fato de

haver contraiacutedo matrimocircnio ou de encontrar-se em estado de gravidezrdquo (BRASIL

1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) (GARCIA 2018 p 1082)

Garcia (2018 p 1082) menciona que em qualquer convenccedilatildeo coletiva acordo

coletivo ou acordos individuais de trabalho eacute proibido ldquorestriccedilotildees de direito da mulher

ao seu emprego por motivo de casamento ou gravidezrdquo (art 391 paraacutegrafo uacutenico

CLT) Diante desse procedimento Martins conforme Machado (2017 p 265) afirma

a autorizaccedilatildeo da reintegraccedilatildeo na funccedilatildeo (art 4ordm da Lei 902995) (BRASIL 1995

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ou seja a empregada natildeo poderaacute ser demitida em

face desses motivos O impedimento das praacuteticas discriminatoacuterias tem apoio

constitucional no art 7ordm XXX CF88

A redaccedilatildeo do art 391-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) incluiacuteda

pela Lei 128122013 (BRASIL 2013 lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta que a

gravidez confirmada no curso do contrato de trabalho garante agrave empregada gestante

estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea b do inciso II do art 10 do Ato de

Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias ainda que durante o prazo do aviso-preacutevio

trabalhado ou indenizado (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

Mesmo que no momento da demissatildeo a empregada gestante natildeo tenha

conhecimento do estado graviacutedico poderaacute usufruir o direito da garantia de emprego

sem prejuiacutezo de salaacuterio e da funccedilatildeo que exerce Assim o empregador natildeo seraacute

afastado das responsabilidades mesmo que natildeo tenha conhecimento da gravidez

da empregada Garcia (2018 p 1097) ressalta que eacute objetiva a responsabilidade do

empregador quanto ao estado de gravidez da empregada

Nestes termos atualmente desponta uma discussatildeo em relaccedilatildeo ao

desconhecimento do estado da gravidez pela proacutepria empregada Haacute entendimentos

de que natildeo eacute justo possibilitar o direito agrave garantia de emprego se nem mesmo a

empregada estava ciente do seu estado gestacional (GARCIA 2018 p 1097)

Garcia (2018 p 1098) indica que a garantia de emprego conforme redaccedilatildeo

atual da Suacutemula 244 inciso III do TST eacute estendida tambeacutem agraves gestantes

contratadas por prazo determinado O desconhecimento do estado graviacutedico pelo

empregador natildeo afasta o direito ao pagamento de indenizaccedilatildeo decorrente da

estabilidade A redaccedilatildeo dessa Suacutemula foi alterada e assim a estabilidade estendida

32

Antes disso Garcia apud Martins (2018 p 1098) menciona que era aplicada agrave

doutrina de Seacutergio Pinto Martins ldquoSe houver a cessaccedilatildeo do contrato de trabalho do

empregado estatuiacutedo por prazo determinado natildeo haveraacute direito agrave responsabilidade

porque aqui natildeo haacute despedida injusta mas teacutermino de pacto laboralrdquo Portanto isso

mudou com a referida Suacutemula Vejamos a decisatildeo do Tribunal Superior do Trabalho

6ordf Turma Relator Ministro Augusto Ceacutesar Leite de Carvalho que garante a

empregada gestante contratada por prazo determinado a estabilidade provisoacuteria

conforme previsatildeo na Suacutemula 244

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A EacuteGIDE DA LEI 130152004 ESTABILIDADE GESTANTE CONTRATO DE EXPERIEcircNCIA ESTABILIDADE PROVISOacuteRIA A empregada gestante tem direito agrave estabilidade provisoacuteria prevista no artigo 10 inciso II aliacutenea b do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias mesmo na hipoacutetese de admissatildeo mediante contrato por tempo determinado Ainda mais se tratando de contrato de experiecircncia que eacute em rigor um contrato por tempo indefinido com uma claacuteusula alusiva a periacuteodo de prova Inteligecircncia da Suacutemula 244 III do TST em sua nova redaccedilatildeo Recurso de revista conhecido e provido (BRASIL 2019 lthttpwwwtstjusbrgt)

A proteccedilatildeo se estende ao trabalho domeacutestico Garcia (2018 p 1087) destaca

que tem direito a estabilidade no aviso preacutevio indenizado ou trabalhado desde que

confirmada a gravidez neste periacuteodo Diz a Lei Complementar 1502015 (BRASIL

2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art 25 paraacutegrafo uacutenico

Art 25 A empregada domeacutestica gestante tem direito a licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio nos termos da Seccedilatildeo V do Capitulo III do Tiacutetulo III da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) aprovada pelo Decreto ndash Lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Paraacutegrafo uacutenico A confirmaccedilatildeo do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho ainda que durante o prazo do aviso preacutevio trabalhado ou indenizado garante agrave empregada gestante a estabilidade provisoacuteria prevista na aliacutenea ldquobrdquo do inciso II do art 10 do Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias (BRASIL 2015 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Adiante estaacute a vigente composiccedilatildeo do art 392 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) que foi determinada pela Lei 104212002 (BRASIL 2002

lthttpwwwplanaltogovbrgt) em razatildeo de adequar-se ao texto constitucional

(art7ordm XVIII) Veja a redaccedilatildeo

Art 392 A empregada gestante tem direito agrave licenccedila-maternidade de 120 (cento e vinte) dias sem prejuiacutezo do emprego e do salaacuterio (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002)

33

sect 1ordm A empregada deve mediante atestado meacutedico notificar o seu empregador da data do afastamento do emprego que poderaacute ocorrer entre o 28ordm (vigeacutesimo oitavo) dia antes do parto e ocorrecircncia deste (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 2ordm Os periacuteodos de repouso antes e depois do parto poderatildeo ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um mediante atestado meacutedico (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 3ordm Em caso de parto antecipado a mulher teraacute direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 10421 1542002) sect 4ordm Eacute garantido agrave empregada durante a gravidez sem prejuiacutezo do salaacuterio e demais direitos (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) I ndash transferecircncia de funccedilatildeo quando as condiccedilotildees de sauacutede o exigirem assegurada a retomada da funccedilatildeo anteriormente exercida logo apoacutes o retorno ao trabalho (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) II ndash dispensa do horaacuterio de trabalho pelo tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo de no miacutenimo seis consultas meacutedicas e demais exames complementares (Incluiacutedo pela Lei nordm 9799 2651999) sect 5ordm (VETADO) (Incluiacutedo pela Lei nordm 10421 2651999) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Nos incisos e paraacutegrafos desse artigo podem se destacar as vantagens da

empregada gestante que entram em harmonia com a redaccedilatildeo constitucional (art

7ordm XVIII CF88) O benefiacutecio do salaacuterio-maternidade eacute estendido a todas as

trabalhadoras (MARTINS apud MACHADO 2017 p 266)

A licenccedila-maternidade natildeo teraacute prejuiacutezo da remuneraccedilatildeo integral observa o

art 393 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ligado ao art 7ordm XVIII da CF88 e

igualmente previsto no art 72 da Lei na Lei 82131991 (BRASIL 1991

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Natildeo haacute teto previdenciaacuterio para o benefiacutecio em

questatildeo completa Martins conforme Machado (2017 p 272) Veja o dispositivo

Art 393 Durante o periacuteodo a que se refere o art 392 a mulher teraacute direito ao salaacuterio integral e quando variaacutevel calculado de acordo com a meacutedia dos 6 (seis) uacuteltimos meses de trabalho bem como os direitos e vantagens adquiridos sendo ndash lhe ainda facultado reverter agrave funccedilatildeo que anteriormente ocupava (Redaccedilatildeo dada pelo Decreto-Lei 229 de 2821967) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em observaccedilatildeo na sequecircncia o art 394 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquomediante atestado meacutedico agrave mulher

graacutevida eacute facultado romper o compromisso resultante de qualquer contrato de

trabalho desde que este seja prejudicial agrave gestaccedilatildeordquo Essa regra assegura agrave

empregada gestante a viabilidade de romper o contrato de trabalho mediante

atestado meacutedico se ficar comprovado que seraacute prejudicial agrave gestaccedilatildeo ficando isenta

34

da obrigaccedilatildeo de indenizar quaisquer eventuais prejuiacutezos no contrato de trabalho

(MARTINS apud MACHADO 2017 p 273)

Martins conforme Machado (2017 p 273) diz que se trata da transparente

assimilaccedilatildeo de que os trabalhos insalubres satildeo prejudiciais agrave sauacutede do empregado

manifesta a situaccedilatildeo da gravidez arriscando o desenvolvimento do feto Estendido

ao periacuteodo da lactaccedilatildeo pois o leite materno eacute o uacutenico alimento da crianccedila nos

primeiros meses de vida e precisa estar livre de qualquer ameaccedila de contaminaccedilatildeo

Eis o texto do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoA empregada gestante ou lactante seraacute afastada

enquanto durar a gestaccedilatildeo ou lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou

locais insalubres devendo exercer suas atividades em locais salubresrdquo Essa regra

foi alterada pela Lei 134672017 que seraacute comentada no proacuteximo capiacutetulo

O adicional de insalubridade da gestante ou lactante seraacute pago pela empresa

conforme o art 248 da CF88 em razatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias fazendo parte da remuneraccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

Seguindo o proacuteximo artigo relativo agrave proteccedilatildeo da mulher art 395 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) ldquoEm caso de aborto natildeo criminoso comprovado por

atestado meacutedico oficial a mulher teraacute um repouso remunerado de (2) duas

semanas com direito de retornar a funccedilatildeo que ocupava antes do afastamentordquo

Martins conforme Machado (2017 p 274) mostra que o atestado meacutedico oficial eacute

viabilizado pelo SUS ou pelo serviccedilo meacutedico da empresa A remuneraccedilatildeo seraacute paga

pela Previdecircncia Social conforme o salaacuterio-maternidade

Martins conforme Machado (2017 p 274-275) aponta no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho o direito agrave amamentaccedilatildeo dos filhos mesmo que

proveniente de adoccedilatildeo ateacute completar 6 (seis) meses de dois descansos especiais

de meia hora cada durante a jornada de trabalho O periacuteodo de 6 (seis) meses se a

sauacutede da crianccedila exigir poderaacute ser estendido Veja o artigo 396 do Decreto-Lei

545243

Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um Paraacutegrafo uacutenico Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

35

Antes o salaacuterio-maternidade era responsabilidade do empregador dessa

forma a Convenccedilatildeo 103 da Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) jaacute

mencionada anteriormente publicada pelo Decreto 588201966 (BRASIL 1966

lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinou que o INSS ficasse responsaacutevel pelas

parcelas devidas agrave gestante Isso para evitar a diferenciaccedilatildeo no momento da

contrataccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho Foi uma maneira de estimular as

empresas a natildeo ter receio na admissatildeo de mulheres (MARTINS 2014 p 668)

Martins (2014 p 679) diz que a mesma Convenccedilatildeo 103 consagra os intervalos

destinados para amamentaccedilatildeo do filho consoante com a lei nacional Os intervalos

devem ser computados na jornada de trabalho

De acordo com Garcia (2018 p 1085) o salaacuterio-maternidade eacute devido agrave

mulher durante o tempo em que for mantida como segurada Acentua o art 97 do

Regulamento da Previdecircncia Social (RPS-Decreto 30481999) (BRASIL 1999

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que foi alterado pelo Decreto 61222007 (BRASIL

2007 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Independente das contribuiccedilotildees

previdenciaacuterias permaneceraacute filiada ao INSS e receberaacute salaacuterio O que antes no

entendimento da Previdecircncia ocorria somente se a mulher estivesse empregada

teria direito Repare o dispositivo

Art 97 O salaacuterio ndash maternidade da segurada empregada seraacute devido pela previdecircncia social enquanto existir relaccedilatildeo de emprego observadas as regras quanto ao pagamento desse benefiacutecio pela empresa Paragrafo uacutenico Durante o periacuteodo de graccedila a que se refere o art 13 a segurada desempregada faraacute jus ao recebimento do salaacuterio ndash maternidade nos casos de demissatildeo antes da gravidez ou durante a gestaccedilatildeo nas hipoacuteteses de dispensa por justa causa ou a pedido situaccedilotildees em que o benefiacutecio seraacute pago diretamente pela previdecircncia social (BRASIL 2007 httpwwwplanaltogovbrgt)

O artigo 397 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) prevecirc que as

entidades puacuteblicas destinadas agrave assistecircncia e agrave infacircncia tenham responsabilidade de

acordo com suas possibilidades financeiras de manter distribuiacutedos nas zonas de

mais densidade de trabalhadores locais destinados para atender os filhos de

mulheres empregadas Essa regra natildeo eacute obrigatoacuteria eacute facultativa pois depende de

recursos financeiros disponiacuteveis e conforme o art 7ordm XXV da CF88 eacute dever do

Estado disponibilizar esse benefiacutecio assim como o art 208 IV da mesma

Constituiccedilatildeo Revogado o art 398 pelo Decreto-Lei 229 de 28021967 (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 275)

36

Avanccedilando na apresentaccedilatildeo chegamos ao art 399 da Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho (CLT) que confere em sua redaccedilatildeo que os empregadores que se

destacarem pela organizaccedilatildeo de creches e instituiccedilotildees de menores em idade preacute-

escolar seratildeo agraciados pelo Ministro do Trabalho Induacutestria e Comeacutercio com um

diploma de benemerecircncia desde que tais serviccedilos se destaquem por sua

generosidade e pela competecircncia das respectivas instalaccedilotildees O art 7ordm XXV da

Constituiccedilatildeo garante assistecircncia gratuita aos filhos e dependentes desde o

nascimento ateacute 5 anos de idade em creches e preacute-escolas restando ao empregador

apenas o reconhecimento do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego que agracia por

meio de diploma de benemerecircncia as empresas que constituem este ambiente em

suas dependecircncias Mas natildeo eacute obrigaccedilatildeo e sim do Estado (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

Por fim o art 400 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Este completa

o art 389 sect1ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que seraacute exposto no proacuteximo capiacutetulo descrevendo

que ldquoOs locais destinados agrave guarda dos filhos das operaacuterias durante o periacuteodo da

amamentaccedilatildeo deveratildeo possuir no miacutenimo um berccedilaacuterio uma saleta para

amamentaccedilatildeo uma cozinha dieteacutetica e uma instalaccedilatildeo sanitaacuteriardquo (MARTINS apud

MACHADO 2017 p 276)

A Lei 133012016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) em seu art

18 sect 3ordm assegura licenccedila-maternidade de 180 dias agraves matildees de crianccedilas que tiveram

sequelas neuroloacutegicas transmitidas pelo Aedes aegypti e salaacuterio-maternidade

garantido no art 71 da Lei 82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Lei dos Benefiacutecios da Previdecircncia Social Esse entendimento se estende tambeacutem agraves

matildees adotantes quando estiverem presentes os requisitos Essa previsatildeo aplica-se

relativamente agrave segurada especial contribuinte individual facultativa e trabalhadora

avulsa (art 18 sect4ordm da Lei 133012016) e no (art 72 sect 3ordm da Lei 821391)

(GARCIA 2018 p 1086)

A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 a Constituiccedilatildeo Federal88 e

outras diversas leis envolvem uma seacuterie de questotildees que protegem o trabalho da

mulher contra os abusos do empregador que infelizmente eacute muito comum A

subordinaccedilatildeo juriacutedica que pondera faz com que as normas observem qualquer

nulidade em ato seu de renunciar aos direitos trabalhistas mesmo que seja qualquer

anuecircncia em uma alteraccedilatildeo contratual natildeo seraacute validada se houver prejuiacutezos para o

37

empregado Nesse aspecto destacamos no art 9ordm da CLT43 o seguinte dizer

ldquoSeratildeo nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar

impedir ou fraudar a aplicaccedilatildeo dos preceitos contidos na presente consolidaccedilatildeordquo

(BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

311 Estabilidade da gestante e da adotante

A licenccedila-maternidade eacute uma proteccedilatildeo ao trabalho da mulher Nestes termos a

empregada que adotar ou alcanccedilar a guarda judicial de crianccedila ou adolescente teraacute

esse direito Martins (2014 p 670) cita que eacute devido o salaacuterio-maternidade de 120

dias natildeo interessando a idade da crianccedila Primeiramente aplicavam-se os preceitos

de Seacutergio Pinto Martins no entendimento de que a matildee adotante natildeo teria direito agrave

garantia de emprego pois natildeo houve parto e a garantia de emprego eacute referida a

contar do parto natildeo existindo parto natildeo haacute garantia de emprego (GARCIA 2018 p

1098)

Dessa forma Garcia (2018 p 1087) cita que a Lei 104212002 (BRASIL

2002 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiu o artigo 392-A agrave CLT e o art 71-A agrave Lei

82131991 (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando a extensatildeo

agrave matildee adotiva os mesmos direitos que a gestante Veja a nova redaccedilatildeo

Art 392-A A empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoccedilatildeo de crianccedila e adolescente seraacute concedida licenccedila-maternidade nos termos do art 392 desta lei (redaccedilatildeo dada pela Lei 135092017) sect 1ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 2ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 3ordm (revogado pela Lei 120102009) sect 4ordm A licenccedila - maternidade soacute seraacute concedida mediante apresentaccedilatildeo do termo de guarda agrave adotante ou guardiatilde (incluiacutedo pela Lei 104212002) sect 5ordm A adoccedilatildeo ou guarda judicial conjunta ensejaraacute a concessatildeo de licenccedila -maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiatildees empregado ou empregada (Incluiacutedo pela Lei 128732013) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1089) mostra que a Lei 12010 de 29 de julho de 2009

(BRASIL 2009 lthttpwwwplanaltogovbrgt) revogou os sectsect 1ordm a 3ordm do art 392-A da

CLT que versavam sobre a desigualdade do periacuteodo de licenccedila de acordo com a

idade da crianccedila

Em texto dado pela Lei 12873 de 22 de outubro de 2013 (BRASIL 2013

lthttpwwwplanaltogovbrgt) o art 71-A da Lei 821391 passou a regrar que o

38

segurado e a segurada do INSS que adotar ou alcanccedilar guarda judicial para fins de

adoccedilatildeo teratildeo direito ao salaacuterio-maternidade no periacuteodo de 120 dias apontando que

ao segurado (homem) tambeacutem eacute estendido o direito em questatildeo (art 71 ndash B sect3ordm

821391) (BRASIL 1991 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Da mesma forma o art 71-

B da Lei 821391 dilatado pela Lei 128132013 regula que em caso do

falecimento da segurada ou segurado que tem direito ao salaacuterio-maternidade o

provento deveraacute ser pago ao cocircnjuge sobrevivente O benefiacutecio natildeo seraacute pago em

caso de falecimento ou abandono do filho (GARCIA 2018 p 1089)

O salaacuterio-maternidade eacute um benefiacutecio pago pela Previdecircncia Social assim

evitando a discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo da mulher caso a

remuneraccedilatildeo fique a cargo do empregador (GARCIA 2018 p 1087-1088)

Conforme o artigo 391-A paraacutegrafo uacutenico da CLT adicionado pela Lei 13509

de 22 de novembro de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a

estabilidade provisoacuteria prevista no art 10 inciso II aliacutenea b do ADCT eacute estendida

ao empregado adotante embora a guarda de adoccedilatildeo seja concedida durante o

periacuteodo de aviso preacutevio trabalhado ou indenizado A garantia de emprego tambeacutem

pode estar prevista em acordos coletivos de trabalho perante negociaccedilatildeo (art 7ordm

XXVI da CF88) ou mesmo que seja prevista em lei com justificativa no principio da

norma mais beneacutefica (GARCIA 2018 p 1099-1100 e 1101)

A empregada deveraacute apresentar termo de guarda da adotante para que o

empregador esteja ciente da adoccedilatildeo O documento seraacute apresentado com o

propoacutesito de deferir a licenccedila Martins (2014 p 670-671) acentua que a licenccedila-

maternidade seraacute concedida somente para um dos adotantes na adoccedilatildeo ou guarda

judicial conjunta A empregada adotante receberaacute salaacuterio-maternidade apenas com

crianccedilas adotadas ateacute oito anos de idade Natildeo haacute direito a salaacuterio-maternidade se a

crianccedila adotada tiver mais de 8 (oito) anos O salaacuterio-maternidade natildeo seraacute pago no

periacuteodo de estaacutegio de convivecircncia somente apoacutes a sentenccedila judicial devidamente

registrada no cartoacuterio civil comprovando o viacutenculo da adoccedilatildeo

A Lei Complementar 146 de 25 de julho de 2014 (BRASIL 2014

lthttpwwwplanaltogovbrgt) estabeleceu o direito previsto no art10 II aliacutenea b do

ADCT aos casos em que houver falecimento da genitora Sendo assim a

estabilidade eacute garantida a quem tiver a guarda do receacutem-nascido (GARCIA 2018 p

1101)

39

Dessa forma nada mais eacute acertado de que com o falecimento da genitora a

garantia de emprego seja estendida para quem obtiver a guarda da crianccedila tendo

em vista que eacute para o bem-estar do receacutem-nascido que precisa de cuidados

especiais A crianccedila eacute titular do benefiacutecio e a estabilidade pode ser concedida agrave

empregada adotante tambeacutem quando estiver no aviso preacutevio indenizado ou

trabalhado se a guarda provisoacuteria for concedida neste periacuteodo (GARCIA 2018 p

1099)

Conforme Garcia (2018 p 1101) o direito de garantia de emprego tambeacutem

pode ser de algum parente como a avoacute por exemplo caso ela tenha a guarda do

receacutem-nascido na ausecircncia dos pais

32 Prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

A prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade eacute um direito das empregadas que

trabalham nas empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadatilde previsto no art

1ordm da Lei 117702008 Assim sendo eacute destinado agrave Pessoa juriacutedica e empresa rural

ou urbana natildeo podendo o empregador ser pessoa fiacutesica Caso a empresa natildeo

aderir ao programa as empregadas natildeo teratildeo direito ao benefiacutecio (MARTINS 2014

p 672)

De acordo com a Lei 11770 de 09 de setembro de 2008 (BRASIL 2008

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a licenccedila-maternidade eacute prorrogaacutevel por 60 dias Essa

lei prevecirc apenas a extensatildeo da licenccedila e natildeo menciona o salaacuterio-maternidade que eacute

pago pelo INSS Nenhum preceito prevecirc que o acreacutescimo de 60 dias da licenccedila seraacute

pago pelo INSS A prorrogaccedilatildeo deve ser requerida pela empregada ateacute o final do

primeiro mecircs apoacutes o parto De outra forma natildeo faraacute jus agrave prorrogaccedilatildeo (MARTINS

2014 p 671-672)

Segundo o art 3ordm da Lei 117702008 ldquo[] a empregada teraacute direito a

remuneraccedilatildeo integral nos mesmos moldes devidos no periacuteodo de percepccedilatildeo do

salaacuterio-maternidade pago pelo regime geral da previdecircncia socialrdquo mas isso natildeo

acarreta o pagamento pelo INSS No decorrer da prorrogaccedilatildeo dos 60 dias a

empregada natildeo poderaacute ficar sem receber remuneraccedilatildeo que seraacute de

responsabilidade do empregador como acontece nos 120 dias de desligamento da

gestante (MARTINS 2014 p 672)

40

Martins (2014 p 672) alega que o referido artigo confere que a previdecircncia

social eacute quem paga o salaacuterio-maternidade mas natildeo a extensatildeo dos 60 dias O

pagamento pelo INSS viola o sect 5ordm do art 195 da CF88 pois natildeo haacute como custear

a prorrogaccedilatildeo do salaacuterio-maternidade

O art 6ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

alterava o art 28 sect 9ordm da Lei 821291 estabelecendo que as importacircncias

recebidas em 60 dias de prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade natildeo constituem o

salaacuterio de contribuiccedilatildeo Garcia (2018 p 1092) indica que esse artigo foi vetado com

o entendimento de que nas importacircncias recebidas nos 120 dias existe a aplicaccedilatildeo

de contribuiccedilotildees previdenciaacuterias todavia na prorrogaccedilatildeo segue o mesmo criteacuterio

Do mesmo modo a licenccedila-paternidade segue os requisitos da licenccedila-

maternidade podendo ter prorrogaccedilatildeo de 15 (quinze) dias mais 5 (cinco) dias que

estaacute previsto no art 10 sect1ordm do ADCT Essa regra foi incluiacuteda pela Lei 13257 de 08

de marccedilo de 2016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) determinando que

o periacuteodo total eacute entatildeo de 20 dias (GARCIA 2018 p 1091)

Esse programa tambeacutem poderaacute ser adquirido pela Administraccedilatildeo Puacuteblica diz o

art 2ordm da Lei 117702008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) assim

como as empresas puacuteblicas sociedades de economia mista que fazem parte da

Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta (MARTINS 2014 p 672)

O propoacutesito da prorrogaccedilatildeo das licenccedilas-maternidade e paternidade eacute que os

pais permaneccedilam em contato direto com os filhos mais tempo possibilitando

principalmente para a matildee a amamentaccedilatildeo Os pais natildeo poderatildeo exercer seja qual

for atividade remunerada e a crianccedila ficaraacute sob seus cuidados A desobediecircncia

dessa regra acarreta na perda do direito em questatildeo (GARCIA 2018 p 1092)

Vejamos o Recurso Ordinaacuterio julgado pela 4ordf Turma do Tribunal Regional do

Trabalho da 4ordm Regiatildeo tendo como Relator o Ministro George Achutti dando

provimento ao recurso da reclamada que nega a participaccedilatildeo no Programa Empresa

Cidadatilde Portanto o reclamante natildeo teraacute direito a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

paternidade de 05 para 20 dias Conforme relatado natildeo teratildeo direito as

prorrogaccedilotildees das licenccedilas empregados das empresas que natildeo aderem ao programa

previsto no art 1ordm da Lei 117702008

ECT PRORROGACcedilAtildeO DA LICENCcedilA-PATERNIDADE PROGRAMA EMPRESA CIDADAtilde Negada pela reacute a participaccedilatildeo no Programa Empresa Cidadatilde que autoriza a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-paternidade de 05 para 20 dias eacute ocircnus do reclamante provar a inscriccedilatildeo da empresa no referido

41

Programa porquanto se trata de fato constitutivo de seu direito Inteligecircncia dos artigos 818 da CLT e 373 inc I do NCPC (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Segundo Martins (2014 p 672-673) para obter essa prorrogaccedilatildeo a empregada

deveraacute fazer o requerimento ateacute o final do primeiro mecircs apoacutes o parto A empregada

natildeo teraacute direito senatildeo fizer dentro deste prazo Esse benefiacutecio tambeacutem pode ser

concedido agrave empregada adotante ou que obtenha guarda judicial A empregada teraacute

que receber salaacuterio integral que ficaraacute a cargo do empregador conforme prevecirc o art

3ordm da Lei 1177008 (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt) A empresa que

aderir ao programa e permitir a prorrogaccedilatildeo poderaacute deduzir do imposto de renda

devido o montante da remuneraccedilatildeo dos 60 dias art 5ordm da Lei 1177008 sendo que

deduzir como despesa operacional eacute proibido Note a regra

Art 5ordm A pessoa juriacutedica tributada com base no lucro real poderaacute deduzir do imposto devido em cada periacuteodo de apuraccedilatildeo o total da remuneraccedilatildeo da empregada e do empregado pago nos dias de prorrogaccedilatildeo de sua licenccedila-maternidade e sua licenccedila-paternidade vedada a deduccedilatildeo como despesa operacional (BRASIL 2008 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Garcia (2018 p 1093) expotildee que o propoacutesito do art 5ordm da Lei 1177008 eacute

barrar as diferenccedilas nas relaccedilotildees de trabalho impedida no art 7ordm inciso XXX da

CF88 que proiacutebe a diferenccedila de salaacuterios e os criteacuterios na hora da admissatildeo como

sexo cor idade e estado civil Com eixo no lucro real os salaacuterios devidos nas

prorrogaccedilotildees das licenccedilas-maternidade e paternidade seratildeo deduzidos do imposto

de renda correspondente pela pessoa juriacutedica Nesse sentido incentiva as empresas

a natildeo terem receio na contrataccedilatildeo de mulheres em razatildeo das proteccedilotildees

Conforme Garcia (2018 p 1093) entende-se que a prorrogaccedilatildeo da licenccedila-

maternidade eacute capaz de trazer efeitos negativos para a contrataccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho em razatildeo das substituiccedilotildees que seratildeo feitas no decorrer deste

periacuteodo de licenccedila Isto eacute no decorrer da licenccedila a empresa teraacute que contratar outro

empregado para suprir a ausecircncia da gestante ou adotante

A partir das informaccedilotildees trazidas nesse capiacutetulo sobre a proteccedilatildeo da mulher no

mercado de trabalho uma observaccedilatildeo que pontua eacute que essas medidas agraves vezes

podem prejudicar a inserccedilatildeo da mulher no acircmbito trabalhista principalmente em

relaccedilatildeo agrave proteccedilatildeo agrave maternidade embora existam vaacuterios entendimentos Portanto

algumas medidas que caracterizavam discriminaccedilatildeo foram revogadas Certamente

42

para a mulher que possui demasiadas tarefas como cuidar dos filhos e da casa e

busca seu espaccedilo como profissional o trabalho eacute uma forma de auxiliar nas

despesas domeacutesticas e as proteccedilotildees acabam sendo um amparo Ainda assim a

incerteza do empregador que jaacute acumula tantos impostos eacute relevante na hora da

contrataccedilatildeo

Apoacutes o estudo das medidas protetivas no trabalho feminino continuamos

falando do trabalho da mulher agora em relaccedilatildeo agraves modificaccedilotildees criadas pela

Reforma Trabalhista Lei 134672017

43

4 O TRABALHO DA MULHER E A REFORMA TRABALHISTA

Realiza-se nesse capiacutetulo a apresentaccedilatildeo da mais recente e significativa

modificaccedilatildeo nas regras trabalhistas a Reforma trabalhista A nova lei modificou

201 pontos da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) O assunto principal

dessa abordagem eacute o trabalho da mulher e as mudanccedilas com a Reforma bem

como meacutetodos e locais de trabalho da mulher e as obrigaccedilotildees do empregador

Aleacutem disso tambeacutem a insalubridade que eacute o ponto mais questionado no trabalho

da mulher na nova lei e demais regras como amamentaccedilatildeo por exemplo regras

que poderatildeo ser negociadas diretamente com o empregador A Reforma tambeacutem

estabelece novas oportunidades de trabalho bem como o teletrabalho onde eacute

possiacutevel a mulher flexibilizar os horaacuterios em consonacircncia com os cuidados da casa

e dos filhos Poreacutem um breve comentaacuterio sobre a terceirizaccedilatildeo e o distanciamento

dos sindicatos nas homologaccedilotildees dos pedidos de demissatildeo e negociaccedilotildees

coletivas dispositivos que a Reforma introduziu e que satildeo relevantes

Segundo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 39-40) a Lei 13467 de 13

de julho de 2017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) a Reforma

trabalhista aponta um regresso para o antigo papel do Direito na histoacuteria um

mecanismo de exclusatildeo afastamento da desigualdade entre as pessoas humanas

e grupos sociais Demasiadamente afastada da matriz constitucional a nova lei

instituiu meacutetodos gravemente contraacuterios e regressivos Note-se que o primeiro

capiacutetulo desse trabalho relata a histoacuteria do Direito do Trabalho

De acordo com Krein (2018 p 77) a nova lei foi interpretada como um golpe

do Governo Federal e Congresso contra os desfavorecidos ao aprovar dispositivos

que desmantelam os direitos conquistados nos uacuteltimos 100 anos pelo povo

brasileiro Eacute a elaboraccedilatildeo de regras que redefinem o papel do Estado e delineia um

novo rumo para o Paiacutes

De acordo com Krein (2018 p 78) a hipoacutetese eacute que a contrarreforma buscou

ao mesmo tempo

[] legalizar praacuteticas jaacute existentes no mercado de trabalho e possibilitar um novo ldquocardaacutepiordquo de opccedilotildees aos empregadores para manejar a forccedila de trabalho de acordo com suas necessidades Assim ela busca ajustar o padratildeo de regulaccedilatildeo do trabalho de acordo com as caracteriacutesticas do capitalismo contemporacircneo que fortalece a autorregulaccedilatildeo do mercado ao submeter o trabalhador a uma maior inseguranccedila e ao ampliar a liberdade

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do empregador em determinar as condiccedilotildees de contrataccedilatildeo o uso da matildeo de obra e a remuneraccedilatildeo do trabalho

Baseado nas mudanccedilas e pelo impacto causado nas regras cogita-se a

possibilidade de um regulamento privado pois fragiliza os sindicatos e as

instituiccedilotildees puacuteblicas Significa um desmonte de direitos a negociaccedilatildeo diretamente

com o empregador assim como a flexibilidade das normas torna o empregado

vulneraacutevel muitas vezes aceitando propostas para natildeo perder o emprego Assim

sendo volta-se para um periacuteodo onde negociaccedilotildees eram feitas entre empregador e

empregado O empregador obtinha vantagem fazia como queria pois era o dono

da induacutestria e os empregados deveriam acatar natildeo tinham opccedilatildeo natildeo tinham

direito a nada (KREIN 2018 p 96)

O conteuacutedo da reforma leva o processo de definiccedilatildeo das regras para o interno

da empresa ateacute mesmo na individualizaccedilatildeo da negociaccedilatildeo para componentes com

melhor remuneraccedilatildeo Conforme Krein (2018 p 78) um afastamento dos sindicatos

onde predomina uma organizaccedilatildeo descentralizada e estruturada com interesses

das empresas Os princiacutepios constitucionais natildeo foram mudados o que gera

conflitos de interpretaccedilatildeo juriacutedica O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho acentua a

inconstitucionalidade de vaacuterias regras da reforma e que ela eacute incompatiacutevel com as

convenccedilotildees internacionais ratificadas no Brasil (KREIN 2018 p 80)

Assim sendo de acordo com Krein (2018 p 80) existiraacute conflitos juriacutedicos

sobre a aplicaccedilatildeo das normas modificadas uma vez que estas poderatildeo alterar o

conteuacutedo na composiccedilatildeo das jurisprudecircncias Desse modo como os juristas

poderatildeo decidir contra a Lei Maior obviamente que nenhuma regra pode contrariar

a Constituiccedilatildeo Federal A reforma trouxe mudanccedilas fundamentais poreacutem a

resistecircncia em torno da regulamentaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho continua e

somente pesquisas futuras indicaratildeo com presteza os impactos da reforma

Primeiramente comenta-se a terceirizaccedilatildeo que suporta o entendimento da

movimentaccedilatildeo de certas atividades executadas da empresa (contratante) para uma

empresa prestadora de serviccedilos (contratada) (GARCIA 2018 p 395)

O novo sistema legal adotado diz (art 4ordm - A da Lei 60191974 com redaccedilatildeo

dada pela Lei 134672017) a Reforma que a

[] terceirizaccedilatildeo eacute a transferecircncia feita pela contratante (tomadora) da execuccedilatildeo de quaisquer atividades inclusive sua atividade principal agrave pessoa juriacutedica de direito privado prestadora de serviccedilos que possua

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capacidade econocircmica compatiacutevel com a sua execuccedilatildeo (BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O trabalhador eacute funcionaacuterio da empresa prestadora de serviccedilos mas trabalha

para a empresa tomadora O viacutenculo passa a ser triangular ou trilateral Sabe-se

que originalmente a relaccedilatildeo de emprego eacute bilateral ou seja empregado e

empregador que eacute o contratante do serviccedilo disponibilizado (GARCIA 2018 p

395)

Conforme Garcia (2018 p 400) eacute admitido no dispositivo expresso que os

empregados terceirizados possam exercer qualquer funccedilatildeo dentro da empresa

tomadora de serviccedilos inclusive a atividade principal Portanto a terceirizaccedilatildeo natildeo

pode ser equivocada com a intermediaccedilatildeo de matildeo de obra proibida no sistema

juriacutedico que pode derivar em fraude ao viacutenculo empregatiacutecio com o legiacutetimo

empregador (art 9ordm da CLT) e violar o valor social do trabalho (art 1ordm inciso IV da

CF88) A terceirizaccedilatildeo deve ser especiacutefica e tratar de determinados serviccedilos e natildeo

fornecer trabalhadores atraveacutes de empresa contratada Por isso em serviccedilos

terceirizados normalmente a empresa contratada tem sua especialidade

Isso eacute regulamentado no art 5ordm-B da Lei 60191974 dilatado pela Lei

134292017 Veja o dispositivo

Art 5ordm - B O contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos conteraacute (Incluiacutedo pela Lei 134292017) I ndash qualificaccedilatildeo das partes (Incluiacutedo pela Lei 134292017) II ndash especificaccedilatildeo do serviccedilo a ser prestado (Incluiacutedo pela Lei 134292017) III ndash prazo para a realizaccedilatildeo do serviccedilo quando for o caso (Incluiacutedo pela Lei 134292017) IV ndash valor (Incluiacutedo pela Lei 134292017) (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt)

Observa-se que as regras satildeo contraditoacuterias entre si Assim sendo a

terceirizaccedilatildeo natildeo pode prestar serviccedilos geneacutericos somente especiacuteficos Nos

serviccedilos prestados pelas empresas terceirizadas as atividades-meio satildeo um

suporte um acessoacuterio e a atividade-fim eacute o exerciacutecio principal da empresa

(GARCIA 2018 p 401)

Uma regra relevante na terceirizaccedilatildeo eacute o art 5ordm-D da Lei 60191974

(BRASIL 1974 lthttpwwwplanaltogovbrgt) incluiacutedo tambeacutem pela Lei

134672017 Garcia (2018 p 403) cita que consta em sua redaccedilatildeo que o

empregado que atuou na empresa contratante natildeo poderaacute no periacuteodo de 18

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(dezoito) meses a partir de sua demissatildeo ser admitido pela empresa prestadora de

serviccedilos agrave empresa contratante

De acordo com Garcia (2018 p 396) a terceirizaccedilatildeo eacute muito utilizada nos

dias atuais em razatildeo da diminuiccedilatildeo de custos para as empresas tomadoras

Empresas prestadoras de serviccedilos satildeo mais eficientes tecircm maior produtividade e

competitividade que satildeo fundamentais em momentos de globalizaccedilatildeo

Outra modificaccedilatildeo da Reforma eacute relacionada agraves homologaccedilotildees sindicais nas

rescisotildees contratuais de trabalho onde as negociaccedilotildees poderatildeo ser entre

empregado e empregador sem a necessidade de mediaccedilatildeo ou arbitragem Silva

(2017) ressalta o art 507-B da Lei 134672017 que estabelece a alteraccedilatildeo na lei

trabalhista Veja o dispositivo

Art 507 ndash B Eacute facultado a empregados e empregadores na vigecircncia ou natildeo do contrato de emprego firmar o termo de quitaccedilatildeo anual de obrigaccedilotildees trabalhistas perante o sindicato dos empregados da categoria Paragrafo uacutenico O termo discriminaraacute as obrigaccedilotildees de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constaraacute a quitaccedilatildeo anual dada pelo empregado com eficaacutecia liberatoacuteria das parcelas nele especificadas (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

A nova lei revogou o sectsect 1ordm 3ordm e 7ordm do art 477 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho 1943 que obrigava a homologaccedilatildeo sindical no pedido de demissatildeo ou

no recibo de quitaccedilatildeo das parcelas rescisoacuterias devidas (SILVA 2017)

Silva (2017) destaca tambeacutem a redaccedilatildeo do art 477-A que estabelece

ldquodispensas imotivadas individuais pluacuterimas ou coletivas equiparam-se para todos

os fins natildeo havendo autorizaccedilatildeo preacutevia sindical ou celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo ou

acordo coletivo de trabalho para sua efetivaccedilatildeordquo (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) Discute-se a constitucionalidade deste dispositivo

pois existem restriccedilotildees agraves demissotildees em massa no art 7ordm I CF88 Assim

constata-se que os desligamentos em massa afetam os contratos de trabalho

individuais perante a sociedade fornecedores e clientes prestadores de serviccedilo

Da mesma forma como a arrecadaccedilatildeo de impostos locais e nacionais a renda e o

consumo dos trabalhadores demitidos

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho revelou uma extrema preocupaccedilatildeo com a

nova lei principalmente nos casos de acordo coletivo sobre o que prevecirc a

legislaccedilatildeo A reforma estabelece a prevalecircncia do negociado sobre o legislado ateacute

mesmo na negociaccedilatildeo dos direitos O empregador teraacute preponderacircncia sobre as

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leis Algumas normas poderatildeo ser negociadas entre empregador e empregado

(MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO DO TRABALHO - MPT 2018 lthttpportalmptmpbrgt)

A Reforma gerou grandes discussotildees sendo extremamente preocupante para

os oacutergatildeos de proteccedilatildeo ao trabalhador essas novas regras Na flexibilizaccedilatildeo da

negociaccedilatildeo entre empregado e empregador o receio eacute que fuja do controle e o

trabalhador perca forccedila nos contratos de trabalho sem apoio da organizaccedilatildeo

sindical e demais instituiccedilotildees puacuteblicas nos acordos e negociaccedilotildees coletivas com

previsatildeo no art 8ordm VI da Constituiccedilatildeo Federal88 Apesar disso algumas regras

ficaram melhores com a livre negociaccedilatildeo em razatildeo da inviabilidade no cotidiano do

empregado Nas demissotildees em massa a liberaccedilatildeo do sindicato nas homologaccedilotildees

pode trazer prejuiacutezos ao trabalhador supondo que a empresa demita funcionaacuterios

diretos para contratar uma empresa terceirizada Muitas empresas fazem isso e a

intervenccedilatildeo do sindicato poderia necessariamente impedir esse procedimento

41 Meacutetodos e locais de trabalho da mulher

Nesse momento apresentam-se os artigos 388 389 e 390 da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho CLT (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) estes eacute

que regram os meacutetodos e locais de trabalho da mulher tendo as empresas a

obrigaccedilatildeo de proporcionar lugares para a mulher ter um ambiente de trabalho

saudaacutevel e seguro De iniacutecio mostra-se o artigo 388 modificado pela Lei 7855 de

24 de outubro de 1989 (BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe o

dispositivo

Art 388 - Em virtude de exame e parecer da autoridade competente o Ministro do Trabalho Induacutestria e Comercio poderaacute estabelecer derrogaccedilotildees totais ou parciais agraves proibiccedilotildees a que alude o artigo anterior quando tiver desaparecido nos serviccedilos considerados perigosos ou insalubres todo e qualquer caraacuteter perigoso ou prejudicial mediante a aplicaccedilatildeo de novos meacutetodos de trabalho ou pelo emprego de medidas de ordem preventiva (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Martins conforme Machado (2017 p 261) diz que a vigecircncia deste artigo

aponta erro do legislador pois se refere expressamente ao artigo anterior que

proibia o trabalho das mulheres em atividades perigosas e insalubres nos

subteacuterreos mineraccedilotildees e subsolo o art 387 que foi revogado pela Lei 78551989

(BRASIL 1989 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observa-se que o motivo pelo qual o

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artigo existe sumiu surgindo uma possibilidade de lacuna na legislaccedilatildeo trabalhista a

regra natildeo estaacute vigente natildeo haacute casos em que possa incidir

De acordo com Martins (2014 p 667) natildeo eacute mais proibido o trabalho das

mulheres em lugares subteacuterreos pedreiras mineraccedilotildees e subsolo obras puacuteblicas ou

particulares Ateacute mesmo a Constituiccedilatildeo Federal88 natildeo proiacutebe as atividades

insalubres mulheres podem trabalhar em locais perigosos por exemplo em postos

de gasolina

Ratificada no Brasil a Convenccedilatildeo nordm 136 de 1971 estabelece proteccedilatildeo aos

riscos de intoxicaccedilatildeo por benzeno vedando agraves mulheres graacutevidas e lactantes de

trabalharem em locais onde existe exposiccedilatildeo de benzeno (MARTINS 2014 p 667)

Seguindo essa ordem de acordo com o art 389 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) eacute obrigaccedilatildeo de toda

empresa

Art 389 Toda empresa eacute obrigada I ndash a prover os estabelecimentos de medidas concernentes agrave higienizaccedilatildeo dos meacutetodos e locais de trabalho tais como ventilaccedilatildeo e iluminaccedilatildeo e outros que fizerem necessaacuterios agrave seguranccedila e ao conforto das mulheres a criteacuterio da autoridade competente II ndash a instalar bebedouros lavatoacuterios aparelhos sanitaacuterios dispor de cadeiras e bancos em nuacutemero suficiente que permitam aacutes mulheres trabalhar sem esgotamento fiacutesico III ndash a instalar vestiaacuterios com armaacuterios individuais privativos das mulheres exceto os estabelecimentos comerciais escritoacuterios bancos e atividades afins em que seja exigida a troca de roupa e outros a criteacuterio da autoridade competente em mateacuteria de seguranccedila e higiene do trabalho admitindo ndash se como suficientes as gavetas ou escaninhos onde possam as empregadas guardar seus pertences IV - a fornecer gratuitamente a juiacutezo da autoridade competente os recursos de proteccedilatildeo individual tais como oacuteculos maacutescaras luvas e roupas especiais para a defesa dos olhos do aparelho respiratoacuterio e da pele de acordo com a natureza do trabalho sect 1ordm Os estabelecimentos que trabalharem pelo menos 30 (trinta mulheres) com mais de 16 (dezesseis) anos de idade teratildeo local apropriado onde seja permitido agraves empregadas guardar sob vigilacircncia e assistecircncia os seus filhos no periacuteodo da amamentaccedilatildeo sect 2ordm a exigecircncia do sect1ordm poderaacute ser suprida por meio de creches distritais mantidas diretamente ou mediante convecircnios com outras entidades publicas ou privadas pelas proacuteprias empresas com regime comunitaacuterio ou a cargo do SESI do SESC da LBA ou de entidades sindicais (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Eacute obrigaccedilatildeo das empresas promoverem ambientes saudaacuteveis com iluminaccedilatildeo

e ventilaccedilatildeo adequada Martins conforme Machado (2017 p 261) dispotildee que essas

regras se apresentam detalhadas nos artigos 175 a 178 do Decreto-Lei 54521943

no Capiacutetulo V do Titulo II (Da Seguranccedila e Medicina do Trabalho)

49

Martins conforme Machado (2017 p 261) afirma que eacute obrigatoriedade de as

empresas fornecerem aacutegua potaacutevel sanitaacuterios e lavatoacuterios Essa norma tambeacutem eacute

estabelecida no art 200 VII da mesma Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

Vestiaacuterios com armaacuterios individuais reservados agraves mulheres eacute uma regra que

abrange empresas em que funcionaacuterias necessitem trocar de roupa como por

exemplo hospitais Nos demais estabelecimentos previstos basta que tenham uma

gaveta ou um escaninho para guardar seus objetos

O fornecimento de equipamentos de proteccedilatildeo individual toda empresa deve

dispor desse material com o objetivo de preservar o empregado em determinadas

funccedilotildees evitando os acidentes de trabalho A regra se aplica de um modo geral

como diz a redaccedilatildeo do art 166 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (MARTINS

apud MACHADO 2017 p 262)

Empresas que trabalham com ao menos 30 mulheres devem ter locais

adequados para que as empregadas deixem seus filhos em periacuteodo de

amamentaccedilatildeo Garcia (2018 p 1080) diz que a regra pode ser flexiacutevel se as

empresas tiverem convecircnios com creches ou com outras entidades puacuteblicas ou

privadas O Ministeacuterio do Trabalho estabelece o auxiacutelio-creche na Portaria 3296 de

03 de setembro de 1986 (BRASIL 1986 lthttpswwwlegiswebcombrgt) O art 7ordm

inciso XXV da CF88 proporciona o direito aos filhos dependentes de ateacute 5 (cinco)

anos de assistecircncia gratuita nas preacute-escolas e creches

Martins conforme Machado (2017 p 262) apresenta a Portaria 3296 de 03 de

setembro de 1986 modificada pela Portaria do MPT 67097 (BRASIL 1997

lthttpwwwlegiswebcombrgt) Nesta apresenta-se o reembolso-creche desde que

assegurado em convenccedilotildees coletivas o benefiacutecio deve cobrir as despesas integrais

com creches ateacute os 6 meses de idade tempo em que o empregador estaria

responsaacutevel pelos periacuteodos de amamentaccedilatildeo com redaccedilatildeo no art 396 da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) Se o empregador natildeo tem condiccedilotildees de

assegurar um local adequado para a amamentaccedilatildeo poderaacute disponibilizar

possibilidades nas creches conveniadas mantidas por entidades citadas em lei

Segundo Garcia (2018 p 1081) o artigo 390 do Decreto-Lei 545243 destaca

o seguinte ldquoao empregador eacute vedado empregar a mulher em serviccedilo que demande o

emprego de forccedila muscular superior a 20 (vinte) quilos para trabalho continuo ou 25

(vinte e cinco) quilos para trabalho ocasionalrdquo (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt)

50

A regra eacute destinada em face de proteger a mulher de serviccedilos pesados

resguardando sua totalidade fiacutesica No entanto acentua-se a vigecircncia deste artigo

visto que haacute casos em que a mulher se apresenta superior a muitos homens tanto eacute

que exercem funccedilotildees reconhecidamente masculinas Martins conforme Machado

(2017 p 263) relata que deveria ser permitido agraves mulheres escolher suas

atividades conforme as condiccedilotildees de fazecirc-lo reservando-se a vedaccedilatildeo somente em

casos de empregada gestante com o propoacutesito de proteger a maternidade

42 Atividades insalubres

De acordo com Martins (2014 p 723) a insalubridade afeta diariamente a

sauacutede do trabalhador causando doenccedilas em trabalhadores expostos a riscos como

ruiacutedos vibraccedilotildees calor frio umidade radiaccedilotildees gases vapores entre outros No

Brasil existe um controle sobre a insalubridade com o pagamento de adicional pelas

condiccedilotildees de trabalho insalubres e perigosas previsto no art 7ordm inciso XXIII da

CF88 (BRASIL 1988 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

O art 189 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) explica que satildeo consideradas atividades insalubres

condiccedilotildees ou meacutetodos de trabalho que submetam os trabalhadores a agentes

nocivos agrave sauacutede aleacutem da permissatildeo fixada devido agrave natureza e agrave intensidade do

agente e o tempo de exibiccedilatildeo e seus efeitos Para que seja considerado insalubre eacute

necessaacuterio verificar se os agentes nocivos estatildeo acima do limite permitido O art

190 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) diz que o Ministeacuterio do Trabalho eacute quem determina o

quadro de atividades insalubres e aponta as normas sobre os paracircmetros de

caracterizaccedilatildeo da insalubridade limites de toleracircncia tempo de exposiccedilatildeo do

empregado e os meios de proteccedilatildeo (MARTINS 2014 p 723)

De acordo com Garcia (2018 p 1164) as atividades e operaccedilotildees insalubres

apresentam-se indicadas na NR 15 da Portaria do Ministeacuterio do Trabalho 32141978

(BRASIL 1978 lthttpswwwlegiswebcombrgt) A Norma Regulamentadora

descreve os fatores quiacutemicos fiacutesicos e bioloacutegicos que satildeo prejudiciais agrave sauacutede do

trabalhador assim como os limites de toleracircncia

Conforme Martins (2014 p 723) a insalubridade pode ser eliminada ou

neutralizada se a empresa aplicar medidas que mantenham os locais insalubres

51

dentro dos limites de toleracircncia e que o trabalhador utilize os equipamentos de

proteccedilatildeo individual (EPI) Natildeo haveraacute direito ao adicional de insalubridade quando

cessar o risco agrave sauacutede ou integridade fiacutesica ou se o empregado for afastado para

outro setor que natildeo seja insalubre

Garcia (2018 p 1165) aponta o art 191 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) que estabelece como

a insalubridade pode ser neutralizada ou eliminada

Art 191 A eliminaccedilatildeo e neutralizaccedilatildeo da insalubridade correraacute (Redaccedilatildeo dada pela Lei 6514 de 22121977) I ndash com a adoccedilatildeo de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) II ndash com a utilizaccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual ao trabalhador que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de toleracircncia (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) Paragrafo uacutenico Caberaacute as Delegacias Regionais do Trabalho comprovada a insalubridade notificar as empresas estipulando prazos para sua eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo na forma deste artigo (Incluiacutedo pela Lei 6514 de 22121977) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

De acordo com Garcia (2018 p 1166) o adicional de insalubridade eacute devido a

razatildeo de 40 (grau maacuteximo) 20 (grau meacutedio) e 10 (grau miacutenimo) calculado

sobre o salaacuterio miacutenimo conforme descrito no art 192 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (CLT) (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Observe a regra

Art 192 O exerciacutecio do trabalho em condiccedilotildees insalubres acima dos limites de toleracircncia estabelecidos pelo Ministeacuterio do Trabalho assegura a percepccedilatildeo de adicional respectivamente de 40 (quarenta por cento) 20 (vinte por cento) e 10 (dez por cento) do salario miacutenimo da regiatildeo segundo se classifiquem nos graus maacuteximo meacutedio e miacutenimo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Segundo Garcia (2018 p 1166) [] ldquono caso de incidecircncia de mais de um

fator de insalubridade seraacute considerado apenas o de grau mais elevado para efeito

de acreacutescimo salarial sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativardquo O Recurso Ordinaacuterio

julgado em 04 de setembro de 2018 pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf

Regiatildeo 6ordf Turma tendo como Relator o Desembargador Fernando Luiz de Moura

Cassal refere-se agrave insalubridade cumulativa que eacute proibida

EMENTA ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE EM GRAUS MEacuteDIO E MAacuteXIMO PERCEPCcedilAtildeO CUMULATIVA IMPOSSIBILIDADE Nos termos do item 153 da NR-15 da Portaria nordm 321478 constatada a incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas considerado o de grau mais

52

elevado sendo vedada a percepccedilatildeo cumulativa (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Martins (2014 p 725) o certo seria que o trabalhador natildeo fosse

submetido agraves atividades insalubres que satildeo prejudiciais agrave sauacutede Portanto para a

empresa eacute mais vantajoso pagar o adicional de insalubridade do que suprimir o

agente nocivo O trabalhador submete-se a trabalhar em locais insalubres para

aumentar seu miacutesero salaacuterio O valor do adicional de insalubridade eacute muito baixo

por isso o empregador fica agrave vontade para exigir o trabalho em locais insalubres

Apoacutes um momentacircneo resumo sobre a insalubridade mostra-se como esta

interfere no trabalho da mulher gestante As mulheres eram expostas a ocupaccedilotildees

nocivas com exaustivas jornadas de trabalho e aceitavam a situaccedilatildeo para natildeo

perder o emprego Nas primeiras leis as mulheres eram proibidas de trabalhar em

lugares insalubres sendo que isso foi mudando Atualmente a Constituiccedilatildeo Federal

natildeo proiacutebe as mulheres de trabalharem em lugares insalubres mas para as

gestantes as regras satildeo diferentes

Conforme Garcia (2018 p 1082) anteriormente o artigo 394-A da Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpwwwplanaltogovbrgt) dizia que ldquoa gestante

seria afastada de qualquer ambiente insalubre na empresa durante a gestaccedilatildeo e a

lactaccedilatildeo realizando suas funccedilotildees em local salubrerdquo

Com a Lei 134672017 o art 394-A eacute alterado novamente A empregada

gestante deve ser afastada das atividades insalubres em grau maacuteximo Em

atividades com insalubridade de grau meacutedio e miacutenimo a gestante deve ser afastada

se apresentar atestado meacutedico constando que o local insalubre eacute prejudicial agrave

sauacutede Jaacute no inciso III do art 394-A da Lei 134672017 (BRASIL 2017

lthttpwwwplanaltogovbrgt) a empregada deve ser afastada mediante atestado

meacutedico de atividades insalubres de durante a lactaccedilatildeo (GARCIA 2018 p 1083)

De acordo com Garcia (2018 p 1083) sem restriccedilotildees de salaacuterio menciona o

art 394 ndash A sect 2ordm da Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

destacando que a empresa deve pagar o adicional de insalubridade mesmo que a

gestante trabalhe em local salubre por questotildees de folha de pagamento e

contribuiccedilotildees do INSS O artigo em questatildeo seraacute apresentado mais detalhadamente

no proacuteximo conteuacutedo desse capiacutetulo com a nova redaccedilatildeo e observaccedilotildees

53

A lei permite o trabalho da mulher gestantelactante em lugares insalubres

apresentando atestado meacutedico mas a decisatildeo de correr o risco eacute do empregador e

da empregada A empregada deve concordar em trabalhar em local insalubre por

livre vontade Contudo poderatildeo sofrer consequecircncias em relaccedilatildeo agrave sauacutede tanto da

matildee quanto do feto

43 A Reforma trabalhista no trabalho feminino

De acordo com Ahad (2017) a Reforma trabalhista trouxe consideraacuteveis

mudanccedilas para o trabalho da mulher Apesar disso o Brasil ateacute agora estaacute distante

de reduzir a desigualdade de gecircnero no mercado de trabalho

A nova lei modificou quatro dispositivos do Capitulo III do Tiacutetulo III da CLT que

envolve regras de proteccedilatildeo agrave mulher tais como a) a revogaccedilatildeo do paraacutegrafo uacutenico

do art 372 da CLT b) revogaccedilatildeo do art 384 da CLT c) nova redaccedilatildeo para o

composto do art 394-A da CLT e d) inserccedilatildeo de novo sect2ordm no art 396 da CLT

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 147)

O art 5ordm I ldquohrdquo da Lei 134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbr)

revogou o paraacutegrafo uacutenico do art 372 da CLT Veja o texto do art 372 e seu

paraacutegrafo uacutenico agora revogado

Art 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino satildeo aplicaacuteveis ao trabalho feminino naquilo em que natildeo colidirem com a proteccedilatildeo especial instituiacuteda por este Capiacutetulo Paraacutegrafo uacutenico - Natildeo eacute regido pelos dispositivos a que se refere este artigo o trabalho nas oficinas em que sirvam exclusivamente pessoas da famiacutelia da mulher e esteja esta sob a direccedilatildeo do esposo do pai da matildee do tutor ou do filho (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Em razatildeo de notaacuteveis princiacutepios constitucionais imperativos a norma revogada

jaacute natildeo vigorava O caput do art 5ordm da CF88 (BRASIL 1988

httpwwwplanaltogovbrgt) foi ajustado com o inciso I do mesmo art 5ordm sendo um

e outro evidenciando o princiacutepio da igualdade na ordem juriacutedica brasileira Ainda

assim o inciso I do art 5ordm separadamente acentua a evidente igualdade entre

homens e mulheres em direitos e obrigaccedilotildees (DELGADO MG DELGADO GN

2017 p 148)

54

A regra do paraacutegrafo uacutenico do art 372 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) demonstra incompatibilidade com duas normas

constitucionais apresentadas Por conseguinte desde cinco de outubro de 1988 a

referida regra natildeo mais persiste na ordem juriacutedica do Paiacutes (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 148) outra norma de

garantia agrave mulher e seu amparo no mercado e trabalho estaacute evidenciada no inciso

XX art 7ordm da Constituiccedilatildeo de 1988 sendo ele ldquoXX - proteccedilatildeo do mercado de

trabalho da mulher mediante incentivos especiacuteficos nos termos da leirdquo (BRASIL

1988 httpwwwplanaltogovbrgt)

O paraacutegrafo uacutenico do art 372 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho natildeo foi

admitido porque se encontrava em atitude antieacutetica ao domiacutenio procedente do art

7ordm XX da Constituiccedilatildeo Federal Ao inveacutes de firmar a proteccedilatildeo e incentivos

referentes ao mercado de trabalho da mulher confirmava manifestas de

desproteccedilatildeo e inclusive discriminaccedilatildeo (DELGADO MG DELGADO GN 2017

p 148)

Tambeacutem foi revogado o art 384 do Decreto-Lei 545243 (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) que previa 15 minutos de descanso antes de iniciar o

periacuteodo de hora extra Esse dispositivo foi revogado pelo art 5ordm inciso I i da Lei

134672017 (BRASIL 2017 httpwwwplanaltogovbrgt) Veja o texto da norma

revogada ldquoArt 384 - Em caso de prorrogaccedilatildeo do horaacuterio normal seraacute obrigatoacuterio um

descanso de 15 (quinze) minutos no miacutenimo antes do iniacutecio do periacuteodo

extraordinaacuterio do trabalhordquo (BRASIL 1943 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Retirou da

mulher uma vantagem especiacutefica dada pela ordem juriacutedica o intervalo de 15

minutos antes de qualquer prorrogaccedilatildeo da jornada laboral (DELGADO MG

DELGADO GN 2017 p 148)

Ahad (2017) comenta que este regimento foi inserido na Consolidaccedilatildeo das Leis

do Trabalho de 1943 em razatildeo de que as mulheres na eacutepoca precisavam pedir

permissatildeo aos maridos para que permanecessem ateacute mais tarde no trabalho A

continuidade deste dispositivo na lei natildeo tinha mais significado algum visto que a

regra gerava dificuldade no momento da contrataccedilatildeo das mulheres e concluindo que

elas precisavam fazer hora extra para manter seus empregos

O art 384 confronta a regra constitucional da igualdade (art 5ordm inciso I e art

7ordm inciso XXX CF88) possibilitando a desigualdade no momento da contrataccedilatildeo

55

estabelecendo regra protetiva ao trabalho feminino diferenciado do homem o que

natildeo confere na atualidade (GARCIA 2018 p 1076-1077)

As garantias juriacutedicas suplementares atribuiacutedas agrave mulher pelo Direito ademais

o Direito do Trabalho satildeo segundo foi visto amparadas pela Constituiccedilatildeo Federal

Ela se voltou como se sabe para a eliminaccedilatildeo da discriminaccedilatildeo milenar arquitetada contra as mulheres na sociedade histoacuterica natildeo soacute mediante a proibiccedilatildeo do tratamento diferenciado com relaccedilatildeo aos homens como tambeacutem pela agregaccedilatildeo de vantagens adicionais especiacuteficas fundadas em peculiaridades consideradas relevantes no que tange as razotildees bioloacutegicas e socioloacutegicas da mulher A retirada de direitos das mulheres eacute uma conduta legislativa contraacuteria ao espiacuterito constitucional de 1988 uma incompreensatildeo a respeito da sociedade livre justa e solidaacuteria que a Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica quer ver instaurada no paiacutes (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 148-149)

O argumento relativo pertencente agrave dificuldade praacutetica que pode envolver a

execuccedilatildeo do art 384 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 foi

solucionado pelo proacuteprio Decreto-Lei 54521943 em seu art 71 sect4ordm que

estabelece o pagamento do referente intervalo natildeo observado no esboccedilo concreto

da relaccedilatildeo de emprego (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 149)

Repare o julgamento da Relatora Ministra Angela Rosi Almeida Chapper da 5ordf

Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordf Regiatildeo onde eacute possiacutevel verificar a

negociaccedilatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo entre empregada e empregador

amparados pela legislaccedilatildeo Portanto se a empregada natildeo usufruir destes intervalos

estes deveratildeo ser pagos respectivamente como hora extraordinaacuteria conforme o art

71 sect4ordm da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Os periacuteodos para a amamentaccedilatildeo

destinam-se ao bem-estar da crianccedila e natildeo da empregada Por essa razatildeo o

empregador tem o dever de cumprir a regra Observe a decisatildeo

EMENTA INTERVALO PARA AMAMENTACcedilAtildeO SUPRESSAtildeO PAGAMENTO COMO HORA EXTRA DANO MORAL A natildeo concessatildeo dos intervalos para amamentaccedilatildeo previstos no art 396 da CLT ou sua acumulaccedilatildeo para concessatildeo de folgas futuras que natildeo asseguram a proteccedilatildeo do lactente ensejam o seu pagamento como hora extra na forma do art 71 sect4ordm da CLT com observacircncia do disposto no precedente nordm 52 deste Regional Natildeo eacute presumido o dano moral em razatildeo da natildeo fruiccedilatildeo dos intervalos Recurso da reclamada parcialmente provido no toacutepico e recurso da reclamante desprovido (BRASIL 2018lthttpwwwtrt4jusbrgt)

A Reforma trabalhista conforme Delgado MG e Delgado GN (2017 p 149)

deu nova redaccedilatildeo ao art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho modificando

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seu caput e acrescentando os incisos I II e III aleacutem dos sectsect 2ordm e 3ordm Relativamente

ao sect1ordm foi apenas contemplado do antigo paraacutegrafo uacutenico mas prossegue vetado

desde a sua origem (Lei 13287 de 11052016-paraacutegrafo uacutenico do art 394-A vetado

pela Presidecircncia da Repuacuteblica)

A propoacutesito essa condiccedilatildeo normativa (art 394-A) havia sido incluso agrave

Consolidaccedilatildeo apenas cerca de um ano antes em 11 de maio de 2016 pela Lei

132872016 (BRASIL 2016 lthttpplanaltogovbrgt) com o seguinte entendimento

ldquoArt 394-A A empregada gestante ou lactante seraacute afastada enquanto durar a

gestaccedilatildeo e a lactaccedilatildeo de quaisquer atividades operaccedilotildees ou locais insalubres

devendo exercer suas atividades em local salubrerdquo (DELGADO MG DELGADO

GN 2017 p 149)

Anteriormente a redaccedilatildeo da Lei 132872016 era permitido o trabalho insalubre

das mulheres em praticamente todos os graus de insalubridade Agora o

distanciamento ocorre apenas em casos de insalubridade em grau maacuteximo A nova

lei liberou a gestante para trabalhar em locais insalubres Silva (2017) cita que satildeo

poucos casos onde o grau de insalubridade eacute maacuteximo mencionados na extensatildeo

dos 14 anexos da NR 15 A insalubridade de grau maacuteximo existe no contato com

agentes quiacutemicos e com agentes bioloacutegicos com risco aumentado como em centros

ciruacutergicos limpeza de bueiros e necroteacuterios

A maior parte dos anexos lida com o grau meacutedio de ruiacutedos excessivos ruiacutedos

de impacto exposiccedilatildeo ao calor e frio As gestantes em sua maioria encontram-se

trabalhando em locais de insalubridade de grau meacutedio Mas existe a inquietaccedilatildeo

pelo trabalho das gestantes em centros ciruacutergicos e salas de radiografia onde a matildeo

de obra feminina eacute facilmente aceitaacutevel (SILVA 2017)

Ainda de acordo com Silva (2017) a nova composiccedilatildeo do art 394-A da

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho de 1943 afasta imediatamente a gestante dos

locais insalubres em grau maacuteximo Aqui estaacute o novo texto

Art 394 ndash A Sem prejuiacutezo de sua remuneraccedilatildeo nesta incluiacutedo o valor do adicional de insalubridade a empregada deveraacute ser afastada de I ndash atividades consideradas insalubres em grau maacuteximo enquanto durar a gestaccedilatildeo II ndash atividades consideradas insalubres em grau meacutedio ou miacutenimo quando a mulher apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeo III ndash atividades consideradas insalubres em qualquer grau quando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeo

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sect 1ordm (VETADO) (Redaccedilatildeo dada pela Lei 13467 de 2017) sect 2ordm Cabe a empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a compensaccedilatildeo observado o disposto no art 248 da Constituiccedilatildeo Federal por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo a pessoa fiacutesica que lhe presta serviccedilo sect 3ordm Quando natildeo for possiacutevel que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerccedila suas atividades em local salubre na empresa a hipoacutetese seraacute considerada como gravidez de risco e ensejaraacute a percepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei nordm 8213 de 24 de julho de 1991 durante todo o periacuteodo de afastamento (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

Por sinal haacute que se ressaltar a inexistecircncia no regulamento juriacutedico do sect 1ordm do

art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho ao diverso pelo texto expedido

pela Lei 134672017 (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) Sem duacutevida um

erro material (referecircncia a um meio legal que ao menos existe) resultado da

tramitaccedilatildeo precipitada que caracterizou a composiccedilatildeo e o movimento do atinente

projeto de lei da Reforma trabalhista nas duas Casas Congressuais (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 150)

De acordo com Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150) a nova lei fez a

inclinaccedilatildeo pelo distanciamento automaacutetico da mulher do ambiente insalubre

enquanto durar a gestaccedilatildeo somente no caso de insalubridade em grau maacuteximo

(novo inciso I do art 394-A)

Observa-se a recente decisatildeo do Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo

2ordf Turma tendo como Relator o Ministro Marcelo Jose Ferlin DAmbroso em razatildeo

do direito ao adicional de insalubridade em grau maacuteximo agrave empregada gestante que

realizava limpeza de sanitaacuterios em hospital sendo exposta a riscos de contaminaccedilatildeo

devido ao contato com agentes bioloacutegicos

EMENTA ADICIONAL DE INSALUBRIDADE GRAU MAacuteXIMO LIMPEZA DE LIXO DE BANHEIRO DE LEITOS DO HOSPITAL 1 As atividades de lavagem de sanitaacuterios de leitos de hospital expuseram a trabalhadora ao risco permanente de contato com agentes bioloacutegicos patogecircnicos caracterizando insalubridade em grau maacuteximo nos termos do Anexo 14 da NR-15 da Portaria MTE 321478 Nem mesmo a utilizaccedilatildeo de luvas eacute capaz de elidir a accedilatildeo nociva dos agentes bioloacutegicos pois a contaminaccedilatildeo ocorre natildeo apenas pela via cutacircnea mas tambeacutem pelas vias respiratoacuterias 2 A avaliaccedilatildeo da insalubridade em tais casos eacute qualitativa e natildeo quantitativa de modo que independentemente do tempo de exposiccedilatildeo da trabalhadora os elementos patogecircnicos por se disseminarem facilmente possibilitam a promoccedilatildeo de doenccedila em apenas um contato Devido o pagamento do adicional de insalubridade em grau maacuteximo GARANTIA PROVISOacuteRIA NO EMPREGO GESTANTE Para que a empregada gestante tenha direito agrave garantia provisoacuteria no emprego assegurada no art 10 II aliacutenea b do ADCT basta que esteja graacutevida ao tempo da rescisatildeo ainda que natildeo tenha

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ciecircncia de seu estado graviacutedico durante a vigecircncia do contrato de trabalho (BRASIL 2018 lthttpwwwtrt4jusbrgt)

Conforme Pipek Dutra e Magano (2018 p 22-23) enquanto a lei antiga proibia

as gestantes e lactantes de trabalhar em locais insalubres No entanto a nova regra

permite que a empregada gestante realize atividades em locais insalubres de grau

meacutedio ou miacutenimo desde que ocorra por espontacircnea vontade mostrando atestado

meacutedico autorizando o trabalho A nova regra visa evitar a discriminaccedilatildeo da mulher

no mercado de trabalho devido agraves suas peculiaridades natildeo demonstrando o

desinteresse para com a sauacutede da matildee e do bebecirc mas oportunizando a mulher de

escolher pois impotildee a apresentaccedilatildeo de atestado meacutedico da trabalhadora e que a

decisatildeo seja da empregada

Nas situaccedilotildees de insalubridade em grau meacutedio e miacutenimo esse distanciamento

ocorreraacute quando a mulher apresentar atestado de sauacutede expedido por meacutedico de

sua confianccedila ldquo[] que recomende o afastamento durante a gestaccedilatildeordquo (inciso II do

art 394-A) (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

O inciso III do art 394-A acrescenta ainda que o afastamento possa ocorrer

no tempo do periacuteodo da amamentaccedilatildeo Delgado MG e Delgado GN (2017 p 150)

trazem que a norma estabelece esse afastamento de atividades insalubres em

qualquer grau quando a trabalhadora ldquoapresentar atestado de sauacutede emitido por

meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamento durante a lactaccedilatildeordquo

Veja a decisatildeo do Relator Nelson Antocircnio Monteiro Pacheco da 3ordm Cacircmara

Ciacutevel do Tribunal de Justiccedila do Rio Grande do Sul que trata de Agravo de

Instrumento interposto pela Prefeitura Municipal de Novo XinguRS em face de

liminar em mandado de seguranccedila deferido para realocaccedilatildeo da empregada gestante

em local de trabalho livre de insalubridade com base no art 394-A da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho No entanto a agravada eacute servidora puacuteblica e natildeo regida pelo

Decreto-Lei 545243 mas sim por regime juriacutedico dos servidores municipais Assim

sendo a regra eacute inaplicaacutevel Decisatildeo unacircnime dando provimento ao agravo

AGRAVO DE INSTRUMENTO MANDADO SE SEGURANCcedilA SERVIDORA PUacuteBLICA GESTANTE MUNICIacutePIO DE NOVO XINGU LIMINAR DEFERIDA REALOCACcedilAtildeO PARA LOCAL LIVRE DE INSALUBRIDADE IMPOSSIBILIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL INAPLICABILIDADE DO ART 394-A da CLT 1 A parte agravada eacute servidora gestante do Municiacutepio de Novo Xingu cargo de Auxiliar Odontoacuteloga e eacute regida pelo Regime Juriacutedico dos Servidores Puacuteblicos Municipais Lei-NX nordm 11902 Entretanto inexiste na legislaccedilatildeo em comento previsatildeo de realocaccedilatildeo de servidor muito menos de aplicaccedilatildeo

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subsidiaacuteria da CLT nos casos omissos 2 Natildeo haacute como falar ilegalidade ou abuso de poder da administraccedilatildeo que tivesse violado direito liacutequido e certo da servidora a ensejar o deferimento da medida liminar como foi feita na origem sendo muito discutiacutevel a utilizaccedilatildeo do mandado de seguranccedila 3 Natildeo tendo se verificado em um primeiro momento ilegalidade no agir da administraccedilatildeo quando negou o pedido administrativo de realocaccedilatildeo da servidora gestante deve ser reformada a decisatildeo agravada sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da isonomia com outras servidoras em situaccedilotildees semelhantes 4 Decisatildeo liminar reformada AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO (BRASIL 2018 lthttpwwwtjrsjusbrgt)

Registra-se que a expressatildeo juriacutedica concernente a ldquoatestado de sauacutederdquo

ldquoemitido por meacutedico de confianccedila da mulherrdquo supera qualquer ordem de vantagem

entre meacutedicos serviccedilos meacutedicos e atestados meacutedicos tendo como exemplo a ordem

de preferecircncia anunciada na Suacutemula 282 do TST Refere-se meramente ao meacutedico

de confianccedila da mulher ou lactante Este eacute o entendimento do texto evidente da

nova regra legal (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Fica acentuado que em todas as trecircs situaccedilotildees de afastamento a insalubridade

maacutexima meacutedia ou miacutenima eacute caracterizada pelo caput do art 394-A cabendo agrave

empresa pagar o adicional de insalubridade agrave gestante ou agrave lactante efetivando-se a

compensaccedilatildeo ldquo[] por ocasiatildeo do recolhimento das contribuiccedilotildees incidentes sobre a

folha de salaacuterios e demais rendimentos pagos ou creditados a qualquer tiacutetulo agrave

pessoa fiacutesica que lhe preste serviccedilosrdquo Em suma para a Lei o custo desse direito

trabalhista eacute sustentado pelo INSS o que eacute correto e seguro (Convenccedilatildeo nordm 103 art

4ordm inciso VIII da OIT) Natildeo obstante o empregador que fizer o pagamento premente

agrave empregada na folha mensal de pagamentos da empresa seraacute ressarcido logo em

seguida (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150)

Conforme Silva (2017) o adicional de insalubridade eacute pago em folha para a

empregada e posteriormente ressarcido das contribuiccedilotildees sociais devidas ou seja a

Previdecircncia Social pagaraacute o adicional como o salaacuterio-maternidade Cabe agrave empresa

somente o adiantamento do valor em holerite Foi uma forma que a reforma

encontrou para natildeo sobrecarregar o empregador pois sendo assim o encargo fica

de responsabilidade dos cofres puacuteblicos Tambeacutem foi uma forma de evitar a

discriminaccedilatildeo no momento da contrataccedilatildeo do trabalho feminino

O sect 4ordm do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) apresenta duas hipoacuteteses A primeira eacute no fundamento

de que havendo a viabilidade do afastamento da trabalhadora do local insalubre ela

precisaraacute ser completamente distanciada mas para desenvolver ldquoatividades em

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locais salubres da empresardquo esta opccedilatildeo predomina conservando-se como visto

(caput do art 394 ndash A da CLT) de todo jeito o pagamento do adicional de

insalubridade (DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 150-151)

Contudo quando natildeo houver local salubre ou a proacutepria atividade da

empregada ser considerada insalubre ela deveraacute ser inteiramente afastada do

trabalho considerando-se a possibilidade de ldquogravidez de riscordquo com oportunidade

da ldquopercepccedilatildeo de salaacuterio-maternidade nos termos da Lei 8213 de 24 de julho de

1991 durante todo periacuteodo de afastamentordquo (sect 4ordm art 394- A da CLT) (DELGADO

MG DELGADO GN 2017 p 151)

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a nova redaccedilatildeo do

art 394-A II e III em razatildeo da seguinte expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de

sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo

Refere-se agrave Accedilatildeo Direta de Inconstitucionalidade 5938 com pedido de medida

cautelar ajuizada pela Confederaccedilatildeo Nacional dos Trabalhadores Metaluacutergicos A

parte autora alega que a regra em questatildeo vulneraria as normas constitucionais

sobre proteccedilatildeo agrave maternidade agrave gestante ao nascituro e ao receacutem-nascido (arts 6ordm

7ordm XXXIII 196 201 II 203 I todos da Constituiccedilatildeo Federal) Aleacutem do mais

desrespeitaria a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho (art

1ordm III e IV da CF) dentre outros direitos constitucionais (BRASIL 2019

lthttpwwwportalstfjusbrgt) Repare a decisatildeo

Decisatildeo O Tribunal por unanimidade conheceu da accedilatildeo direta de inconstitucionalidade Por maioria confirmou a medida cautelar e julgou procedente o pedido formulado na accedilatildeo direta para declarar a inconstitucionalidade da expressatildeo ldquoquando apresentar atestado de sauacutede emitido por meacutedico de confianccedila da mulher que recomende o afastamentordquo contida nos incisos II e III do art 394-A da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) inseridos pelo art 1ordm da Lei 134672017 nos termos do voto do Relator vencido o Ministro Marco Aureacutelio Falaram pelo amicus curiae Confederaccedilatildeo Nacional de Sauacutede ndash CNS o Dr Marcos Vinicius Barros Ottoni e pelo amicus curiae Central Uacutenica dos Trabalhadores ndash CUT o Dr Ricardo Quintas Carneiro Presidecircncia do Ministro Dias Toffoli Plenaacuterio 29052019 (BRASIL 2019 lthttpwwwportalstfjusbrgt)

O principal objetivo da permissatildeo agraves gestantes e lactantes trabalharem em

locais insalubres eacute o aumento das oportunidades de trabalho para as mulheres As

empresas optam por natildeo contratarem mulheres devido ao risco de assumirem as

consequecircncias peculiares agrave estaccedilatildeo sendo que mesmo aquelas que natildeo querem ter

filhos acabam perdendo a oportunidade de emprego Dessa forma mesmo diante

61

dos argumentos mencionados a lei bate de frente com a proteccedilatildeo agrave sauacutede da

empregada e do nascituro pois a proteccedilatildeo ao trabalho natildeo pode ser mais relevante

que a proteccedilatildeo agrave vida (AHAD 2017)

Por fim a Lei 134672017 modificou o anterior paraacutegrafo uacutenico em sect 1ordm do art

396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943

lthttpwwwplanaltogovbrgt) e acrescentou o sect 2ordm observando que os periacuteodos de

descanso para amamentaccedilatildeo devem ser discutidos em acordo individual entre

empregada e empregador (GARCIA 2018 p 1084)

Veja a norma legal na iacutentegra com as alteraccedilotildees feitas pela nova lei

Art 396 Para amamentar seu filho inclusive se advindo de adoccedilatildeo ateacute que este complete 6 (seis) meses de idade a mulher teraacute direito durante a jornada de trabalho a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 13467 de 2017) sect 1ordm Quando o exigir a sauacutede do filho o periacuteodo de 6 (seis) meses poderaacute ser dilatado a criteacuterio da autoridade competente (Remunerado pela Lei nordm 13467 de 1372017) sect 2ordm Os horaacuterios dos descansos previstos no caput deste artigo deveratildeo ser definidos em acordo individual entre mulher e o empregador (Incluiacutedo pela Lei 13467 de 1372017) (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt)

As pausas especiais previstas no art 396 da Consolidaccedilatildeo das Leis do

Trabalho (BRASIL 2017 lthttpwwwplanaltogovbrgt) pertinentes aos periacuteodos de

amamentaccedilatildeo ao longo da jornada de trabalho da obreira satildeo remuneradas De

natureza fundamental respectivamente tecircm de ser cumpridos pelo empregador

(DELGADO MG DELGADO GN 2017 p 151)

Poreacutem a alteraccedilatildeo possibilita a negociaccedilatildeo destes intervalos entre empregada

e empregador sem a intervenccedilatildeo do sindicato conforme a necessidade de ambos

podendo os (2) dois intervalos serem transformados em (1) um (PIPEK DUTRA

MAGANO 2017 p 23)

Para Delgado MG e Delgado GN (2017 p 151) a nova Lei 134672017

optou por explicitar o que jaacute tende a ser aplicado nas relaccedilotildees de trabalho ou seja a

determinaccedilatildeo consensual a respeito do melhor horaacuterio para que sejam cumpridos

esses dois intervalos especiais de meia hora cada um ao longo da jornada laboral

De acordo com Ahad (2017) a reforma trouxe novas possibilidades de trabalho

para a mulher observando a flexibilidade em horaacuterios como o teletrabalho o

trabalho intermitente e o trabalho autocircnomo que podem trazer benefiacutecios que

62

possibilitam a mulher conciliar com a criaccedilatildeo dos filhos trabalhos domeacutesticos e

estudos aleacutem do tempo e economia no deslocamento de ida e volta do trabalho

Mesmo com as novidades trazidas Ahad (2017) aponta que a reforma natildeo

modificou pontos essenciais para reduzir a desigualdade de gecircnero mencionando a

licenccedila-maternidade que eacute um direito de suma importacircncia para a famiacutelia mas

continua sendo um obstaacuteculo para a contrataccedilatildeo da matildeo de obra feminina

Atraveacutes das informaccedilotildees sobre as mudanccedilas na Reforma observa-se a

preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos de fiscalizaccedilatildeo com a flexibilizaccedilatildeo das regras com a

negociaccedilatildeo direta entre empregador e empregado sendo que todavia muitas

vezes essa flexibilidade eacute mais aacutegil facilitando a vida do empregado O ponto

principal deste capiacutetulo eacute o trabalho da mulher e assim comentam-se os aspectos

direcionados para este na Reforma dentre eles a insalubridade o mais

preocupante no trabalho da gestantelactante entre outros A Lei 134672017 traz

facilidades para as negociaccedilotildees e menos burocracia Apesar disso cabe ressaltar

que haacute falhas na legislaccedilatildeo e nota-se como as leis satildeo contraditoacuterias entre si

podendo faltar proteccedilatildeo em alguns casos e em outros ter em demasia Portanto o

Judiciaacuterio poderaacute ter dificuldades nas decisotildees julgadas

63

5 CONCLUSAtildeO

A presente pesquisa teve como proposta fazer uma abordagem acerca da

discriminaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho bem como sobre a desigualdade

de gecircnero A metodologia utilizada consistiu em uma pesquisa bibliograacutefica

enriquecida de jurisprudecircncias leis artigos e demais informaccedilotildees obtidas atraveacutes da

leitura algo que se revelou em um aprendizado muacuteltiplo de questotildees vivenciadas

Como resultados averiguou-se diversas legislaccedilotildees que abrangem o tema dos

direitos da mulher e suas principais peculiaridades assim como as constantes

mudanccedilas nas regras trabalhistas e a verificaccedilatildeo das normas para adequar-se agrave

atualidade o que proporciona a mais recente e significativa alteraccedilatildeo na

Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) a Reforma trabalhista A partir das

leituras de estudos jaacute desenvolvidos sobre essa temaacutetica foi possiacutevel esclarecer

alguns toacutepicos importantes permitindo um entendimento mais adequado sobre o

pensamento da sociedade e a luta para a extinccedilatildeo das diferenccedilas de gecircnero assim

como compreender a posiccedilatildeo do empregador e do empregado nas relaccedilotildees de

trabalho

Na primeira abordagem destaca-se o entendimento da histoacuteria do Direito do

Trabalho e o surgimento das leis de proteccedilatildeo Nesse contexto foi indispensaacutevel

evidenciar o caminho que foi percorrido para se chegar ao que eacute de direito devido agrave

vida desumana na eacutepoca da escravidatildeo instante em que natildeo havia quaisquer

garantias de sobrevivecircncia Para se chegar a esse entendimento foi necessaacuterio

estudar todo o processo de desenvolvimento da histoacuteria do trabalho como as leis

foram surgindo assim como os toacutepicos mais relevantes para que se alcanccedilasse o

objetivo final proposto no trabalho Todavia todo aprendizado adquirido durante

essa pesquisa sobre o tema nos leva a acreditar que ainda eacute preciso muito para

mudar o pensamento da sociedade ou seja o caminho ainda eacute longo para atingir o

ideal miacutenimo quando o assunto eacute desigualdade de gecircnero

No decorrer do estudo percebeu-se ainda nesse contexto que diversas

proibiccedilotildees foram despontando na Europa relacionadas aos aspectos de proporcionar

melhorias para o trabalho das mulheres Como exemplo verificou-se que as

mulheres foram sendo proibidas de trabalhar em locais uacutemidos e subteacuterreos que

trouxessem sequelas para sua sauacutede assim como foram impedidas de praticar

jornadas exaustivas de 12 horas e foram proibidas de trabalhar no periacuteodo da noite

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Aleacutem do mais notou-se uma trajetoacuteria de busca constante pela igualdade de

gecircneros algo que se mostrou notoacuterio nas legislaccedilotildees Essa constataccedilatildeo se mostrou

significativa pois decorre que a discriminaccedilatildeo se apresenta como uma adversidade

que natildeo depende somente do desenvolvimento de uma naccedilatildeo sendo o avanccedilo das

leis essencial para que a mulher no mercado de trabalho possa assumir o seu

devido lugar

Quanto agrave revisitaccedilatildeo de leituras sobre as antigas civilizaccedilotildees observou-se

atentamente os relatos sobre a discriminaccedilatildeo contra a mulher como eram tratadas

abusadas e como disponibilizavam de rariacutessimos direitos Diante disso claramente

pode-se afirmar que as mulheres cumpriam um papel de submissatildeo uma vez que

eram criadas para cuidar da casa dos filhos e para obedecer aos maridos As

leituras realizadas demostraram que as filhas natildeo tinham direitos agrave heranccedila pois era

algo destinado somente para o filho homem Aleacutem disso os casamentos eram

arranjados sendo que a mulher natildeo tinha o poder de escolha do seu cocircnjuge sendo

os pais os responsaacuteveis por isso Como resultado nota-se que a desigualdade de

gecircnero eacute uma consequecircncia cultural e a discriminaccedilatildeo eacute histoacuterica jaacute que de acordo

com o que foi apresentado as mulheres sempre tiveram papeacuteis submissos na

sociedade

Como tentativa de amenizar a situaccedilatildeo a literatura mostra que os institutos

foram avanccedilando em busca de melhorias ou seja devido agraves peculiaridades das

mulheres houve a necessidade de estabelecer proteccedilotildees agraves mesmas Isso eacute

decorrente do fato de que a mulher se sujeitava a receber salaacuterios inferiores e a

cumprir jornadas excessivasexaustivas de trabalho para que conseguisse

permanecer no emprego

Em relaccedilatildeo ao processo de implantar normas protetivas quanto ao trabalho da

mulher o estudo mostrou que a proteccedilatildeo agrave maternidade aparece como a mais

relevante Nesse contexto verificou-se algumas normas que proporcionavam agrave

famiacutelia permanecer com a crianccedila sendo que inuacutemeras jurisprudecircncias autorizavam

os pais na ausecircncia das matildees a compartilharem do direito agrave licenccedila-maternidade

assim como foi estendido para as mulheres que davam agrave luz obtinham a guarda

judicial adotavam sofriam aborto espontacircneo eou tinham bebecircs natimortos

Portanto a licenccedila-maternidade que atualmente eacute de 120 dias configura-se

em um processo de extrema importacircncia para todo o nuacutecleo familiar uma vez que

proporciona bem-estar ao receacutem-nascido que muito necessita da figura maternal nos

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primeiros meses de vida ou seja eacute um processo que representa qualidade de vida

principalmente durante a amamentaccedilatildeo do bebecirc Ainda nesse contexto na falta da

matildee ressalta-se que algumas dessas medidas tambeacutem se estendem aos homens

permitindo aos mesmos o direito de poder gozar das licenccedilas se estiverem com a

guarda dos filhos

Em razatildeo da legislaccedilatildeo expandida as leituras desenvolvidas para a realizaccedilatildeo

do presente trabalho permitiram detectar conquistas femininas nas relaccedilotildees de

trabalho e a preocupaccedilatildeo do poder legislativo para que haja igualdade entre os

gecircneros Tambeacutem foi reparado na doutrina e nas jurisprudecircncias vitoacuterias das

mulheres nas decisotildees judiciais quando o assunto estaacute relacionado agrave busca da

igualdade de direitos entre homens e mulheres

De outra parte a pesquisa buscou revelar o Direito na aacuterea trabalhista e fazer a

devida interpretaccedilatildeo Assim sendo o estudo possibilitou o entendimento acerca das

melhorias mais consistentes nas etapas do processo de valorizaccedilatildeo da mulher

demonstrando que haacute um elevado grau de conhecimento sobre a legislaccedilatildeo

trabalhista em relaccedilatildeo ao trabalho feminino Entretanto dada agrave relevacircncia do

assunto entende-se como necessaacuterio desenvolver tambeacutem a

consciecircnciapensamento da sociedade como um todo sobre o tema pois assim a

mulher teraacute mais oportunidades aleacutem das jaacute concedidas por merecimento e total

capacidade Decorre que o objetivo das mulheres eacute a independecircncia jaacute que ainda eacute

muito evidente o conceito de que a mulher deve ser simplesmente a dona de casa

para cuidar do lar e dos filhos No entanto elas querem estudar ter conhecimento e

formaccedilatildeo pois satildeo capazes de assumir cargos competitivos

O uacuteltimo capiacutetulo tratou sobre a importante mudanccedila no Direito do Trabalho a

Reforma trabalhista quando a Lei 134672017 alterou 201 pontos da Consolidaccedilatildeo

das Leis do Trabalho de 1943 Quanto a essas modificaccedilotildees notou-se que as

mesmas deram ecircnfase ao trabalho da mulher em uma niacutetida preocupaccedilatildeo com a

maternidade com as atividades insalubres e com alguns trabalhos onde a mulher

pudesse exercer suas funccedilotildees de acordo com o tempo que dispusesse e assim

conseguisse tambeacutem atender o trabalho domeacutestico

Diante do propoacutesito do presente de obter informaccedilotildees e analisar os direitos da

mulher trabalhadora nas relaccedilotildees de trabalho no cotidiano evidenciou-se que o

preconceito ainda existe e que descobrir novas possibilidades que protejam o

trabalho feminino eacute de suma importacircncia para incentivar a sociedade a adquirir

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novos conceitos Foi possiacutevel tambeacutem identificar a preocupaccedilatildeo dos oacutergatildeos

competentes no que diz respeito agrave proteccedilatildeo feminina nas relaccedilotildees de trabalho

Portanto entende-se como de extrema relevacircncia trazer esse debate agrave tona

uma vez que o assunto foi definido como forma de se obter aprendizado e clareza

sobre as normas protetivas femininas e a abrangecircncia para que empregada e

empregador saibam seus direitos e deveres uma vez que haacute ciecircncia de que as

empresas ainda estatildeo despreparadas para seguir devidamente as regras de

proteccedilatildeo em sua totalidade Decorre que o Direito do Trabalho foi elaborado para

defender o trabalhador dos abusos do empregador sendo que a influecircncia do tema

abordado foi justamente para retratar a situaccedilatildeo em que eacute apresentado e entendido

o sistema juriacutedico

Evidencia-se que embora sejam aplicadas algumas medidas protetivas ainda

eacute grave a desigualdade de gecircnero Tambeacutem se observa que as regras flexiacuteveis

negociadas entre empregado e empregador agilizam os processos nas relaccedilotildees de

trabalho mas obviamente quando natildeo houver a possibilidade de flexibilizar uma

regra esta seraacute cumprida sem exceccedilatildeo Nesse sentido entende-se que embora

diversas leis estimulem a contrataccedilatildeo de matildeo de obra feminina o montante de

direitos trabalhistas pode atrapalhar as relaccedilotildees de emprego criando receio do

empregador nas contrataccedilotildees principalmente em relaccedilatildeo agraves mulheres No entanto

essas medidas satildeo indispensaacuteveis para o bem-estar do trabalhador pois a

necessidade de proteccedilatildeo eacute fundamental Afinal todos querem ter seu espaccedilo

profissional mas algumas delas natildeo condizem com a realidade do empregador e do

empregado

Por fim observa-se que muitas legislaccedilotildees vigentes versam sobre o mesmo

assunto e se contradizem Entretanto essa constataccedilatildeo deve atrapalhar o judiciaacuterio

na hora das decisotildees cabendo a ele o poder de designar um resultado justo ao que

estaacute sendo proposto Isso demonstra que a discriminaccedilatildeo contra a mulher no

mercado de trabalho acontece mesmo diante da legislaccedilatildeo vigente configurando-se

em uma desigualdade que ainda estaacute longe de terminar e que para isso precisa ser

constantemente debatida

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REFEREcircNCIAS

AHAD Claudia Abdul Reforma trabalhista e seus impactos no trabalho da mulher Migalhas [sl] dez 2017 Disponiacutevel em lthttps wwwmigalhascombrdePeso16MI27055371043-Reforma+Trabalhista+e+seus+impactos+no+trabalho+da+mulhergt Acesso em 28 mar 2018 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 5 out 1988 Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03constituicaoConstituicaoCompiladohtmgt Acesso em 17 jun 2018 ______ Decreto 423 de 12 de novembro de 1935 Promulga quatro Projectos de Convenccedilatildeo approvados pela Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho da Liga das Naccedilotildees por occasiatildeo da Conferencia de Washington convocada pela Governo dos Estados Unidos da America a 29 de outubro de 1919 pelo Brasil adoptados a saber Convenccedilatildeo relativa ao emprego das mulheres antes e depois do parto Convenccedilatildeo relativa ao trabalho noctuno das mulheres Convenccedilatildeo que fixa a idade minima de admissatildeo das crianccedilas nos trabalhos industriaes Convenccedilatildeo relativa ao trabalho nocturno das crianccedilas na industria Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF 12 nov 1935 Disponiacutevel em lthttpwww2camaralegbrleginfeddecret1930-1939decreto-423-12-novembro-1935-532092-publicacaooriginal-14076-pehtmlgt Acesso em 06 abr 2019

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______ Tribunal Regional do Trabalho da 4ordm Regiatildeo Recurso Ordinaacuterio n 0021146-8120165040008 Recorrente Daiana Leticia dos Santos Albino Recorrido Associaccedilatildeo Hospitalar Moinhos de Vento Relator Ministro Marcelo Jose Ferlin D Ambroso 2ordf Turma Porto Alegre 14 nov 2018 Disponiacutevel em lthttp wwwtrt4jusbrpesquisasrestdownloadacordaopjeU00n2Q992m1B1uu5OK34QQgt Acesso em 25 abr 2019 SILVA Homero Batista Mateus da Comentaacuterios agrave Reforma Trabalhista 1 ed Satildeo Paulo Revista dos Tribunais 2017 Disponiacutevel em lthttpsproviewthomsonreuterscomtitlehtmlredirect=trueamptitleKey=rt2Fmonografias2F1309061012Fv11amptitleStage=FamptitleAcct=i0adc419b0000016a9496830404b77143sl=eampeid=41317b987785e2d660532ad0e4f815fcampeat=5Bbid3D221225Damppg=amppsl=ampnvgS=falsegt Acesso em 05 maio 2019

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