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1 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA DANIEL LOURENÇO RODRIGUES BOCCIA Aplicação de ferramentas para diminuição do tempo de manutenção em equipamentos laboratoriais de uma indústria farmoquímica. Lorena 2014

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

DANIEL LOURENÇO RODRIGUES BOCCIA

Aplicação de ferramentas para diminuição do tempo de manutenção em equipamentos laboratoriais de uma indústria

farmoquímica.

Lorena 2014

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

DANIEL LOURENÇO RODRIGUES BOCCIA

Aplicação de ferramentas para diminuição do tempo de manutenção em equipamentos laboratoriais de uma indústria

farmoquímica. Monografia de Conclusão de Curso apresentada junto ao curso de Engenharia Química da Escola de Engenharia de Lorena - EEL – USP, como requisito para obtenção do Certificado de Graduação. Área do Trabalho: Qualidade e Produtividade e Tecnologia Química Orientador: Prof. MSc. Gerônimo Virgínio Tagliaferro

Lorena 2014

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,

PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO Assessoria de Documentação e Informação

Escola de Engenharia de Lorena

Boccia, Daniel Lourenço Rodrigues

Aplicação de ferramentas para diminuição de tempo de manutenção em equipamentos laboratoriais de uma indústria farmacêutica / Daniel Lourenço Rodrigues Boccia. – Lorena, 2014.

48f. Monografia apresentada como requisito para a obtenção do título de

Graduação do curso de Engenharia Química. Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo.

Orientador:Gerônimo Virgínio Tagliaferro

1. Qualidade do Processo2. Administração da Qualidade 3. Manufatura

Enxuta 4. Indústria (Fármacos). I. Tagliaferro, Gerônimo Virgínio, orient.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos aqueles que me apoiaram durante a faculdade, em especial minha avó Nair e meus pais, Paulo e Ana, por todo suporte e dedicação.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais, Paulo e Ana, por todo apoio

nesses longos anos de faculdade e sempre me apoiaram em todos os meios e me

ajudaram a me tornar quem sou hoje.

A minha avó, Nair, por sempre me incentivar a buscar meus sonhos.

Ao meu irmão, Lucas, por todo o companheirismo.

A minha noiva Tábata, por trazer a alegria que faltava em minha vida e me

dar o estímulo para a conclusão dessa importante etapa.

Ao meu orientador Prof. MSc. Gerônimo Virgínio Tagliaferro, pelo auxílio e

apoio no decorrer deste trabalho.

Ao meu tutor e grande amigo, Eduardo, por todo o ensinamento e apoio

durante meu período de estágio.

Ao meu colega de trabalho e faculdade, Leandro, pela oportunidade de

trabalhar junto ao seu processo e me apoiar na confecção deste trabalho.

Ao meu grande amigo, Rafael, pelos anos de amizade e apoio para chegar

neste momento.

Á todos que de alguma forma me ajudaram a chegar neste momento tão

importante da minha vida.

6

“Deixem que o futuro diga a

verdade e avalie cada um de

acordo com o seu trabalho e

realizações. O presente pertence a

eles, mas o futuro pelo qual eu

sempre trabalhei pertence a mim.”

Nikola Tesla

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RESUMO

Boccia, D. L. R. Estudo de ferramentas para diminuição de tempo de

manutenção em equipamentos laboratoriais de uma indústria farmacêutica.

2014. 48f. Monografia (Trabalho de Graduação em Engenharia Química) – Escola

de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2014.

No presente trabalho foram estudadas ferramentas que utilizam os

conceitos deLean 6 Sigma para diminuir o tempo de manutenção de equipamentos

laboratoriais numa indústria farmoquímica, utilizando-se da metodologia de

pesquisa-ação. Este assunto foi escolhido, pois uma indústria farmoquímica exige

um nível de qualidade muito alto e diversas análises laboratoriais são realizadas

antes da liberação de produto para o cliente, logo, equipamentos em manutenção

por longos períodos implicam em atrasos de entrega que atrapalham o

planejamento feito pelo site, e consequentemente atrasos de produtos para o

mercado que são em muitas vezes vitais para a saúde do cliente final. A fim de

atender esta grande demanda e manter a empresa competitiva no mercado atual,

foi estudado o problema por meio de um diagrama de Pareto para definir a melhor

proposta de melhoria neste processo. Com esta ferramenta definiu-se os principais

gargalos do processo e por meio das ferramentas Lean 6 Sigma foi possível definir

as causas e propor melhorias. Dentre as melhorias propostas estão, reformulação

do contrato com a atual empresa prestadora de serviços de manutenção,

treinamento para melhoria do fluxo de manutenção dos equipamentos, melhora do

planejamento de análises e remanejamento de analistas mais experientes evitando

desperdício de talento. Com isso foi possível concluir que com as melhorias

aplicadas houve uma melhora positiva do sistema de manutenção laboratorial

impactando positivamente a produtividade desta indústria farmacêutica,

colaborando para um melhor fluxo de produção e atendimento a demanda exigida

pelo mercado.

Palavras Chave: Lean 6 Sigma, Diagrama de Pareto, Manutenção, Indústria

Farmoquímica.

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Abstract

Boccia, D. L. R. A study of tools to decrease the maintenance time of

laboratory equipments of a pharmaceutical industry. 2014. 48f. Monografia

(Trabalho de Graduação em Engenharia Química) – Escola de Engenharia de

Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2014.

In the present work were studied tools which use the concepts of Lean 6

Sigma to decrease the maintenance time of laboratory equipment’s in a

pharmaceutical industry, using the action research method. The subject was

chosen because a pharmaceutical industry demands a high level of quality and

several analysis are made before the product release for the client, equipment’s in

maintenance for long periods imply in delivery delays that hinder the site planning

and consequently delays of product in market which many timesare vital for final

client health. In order to meet this great demand and keep the company competitive

in the market, was studied the problem by means a Pareto’s Diagram to define the

best propose to improve this process. With this tool was defined the majors process

bottlenecksand using the Lean 6 Sigma tools waspossible to define the root causes

e propose improvements.Among the proposed improvements there are,

reformulation of the contract with the third party supplier maintenance, training for

the new maintenance equipment flow, improvement the planning of analysis and

relocation of analysts more experiments avoiding the eighth waste. With that was

possible to conclude the applied improvements there was a positive uplift in the

laboratory maintenance system impacting positively in the productive of this

pharmaceutical industry, cooperating for a better production flow and fulfilling the

market demand.

Palavras Chave: Lean 6 Sigma, Pareto’s Diagram, Maintenance, Pharmaceutical

Industry.

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Sumário de Figuras

Figura 1 – Estratificação das Etapas DMAIC.................................................... 18

Figura 2 – Esquematização de um Diagrama de Pareto no software Minitab®

............................................................................................................................ 20

Figura 3 – Esquematização da construção de um SIPOC ............................... 21

Figura 4 – Esquematização da construção de um Diagrama de Ishikawa ..... 22

Figura 5 – Esquematização da construção de um Diagrama de 5 Por Quês . 23

Figura 6 – Fluxo da aplicação da Metodologia Pesquisa-Ação ...................... 25

Figura 7 – Gráfico de Pareto para equipamentos em manutenção ................ 27

Figura 8 – Gráfico de Pareto para tipo de manutenção sofrida ...................... 28

Figura 9 – Controles de Processo ao longo da cadeia produtiva ................... 29

Figura 10 – SIPOC do processo de análise ...................................................... 30

Figura 11 – Diagrama de Ishikawa das causas-raízes ..................................... 34

Figura 12 – Gastos mensais com manutenções contrato ............................... 37

Figura 13 – Proporção entre gastos com manutenções e contrato ............... 37

Figura 14 – Tempo de parada de equipamentos ao longo do ano ................. 39

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Lista de Anexos

Anexo I - Levantamento dos dados de equipamentos (Jan – Abril)

Anexo II - Levantamento dos dados de equipamentos (Maio – Julho)

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Lista de Abreviaturas e Siglas

API – Active Pharmaceutical Ingredient (Insumo Farmacêutico Ativo)

CDP – Controle de Processo

CG – Cromatógráfo Gasoso

DMAIC – Definir, Medir, Analisar, Implementar e Controlar

DoE – Design of Experiment(Planejamento de Experimentos)

FMEA – Failuer Mode and Effect Analysis (Análise do Tipo e Efeito de Falha)

HPLC – High Performance Liquid Chromatografhy (Cromatógrafo Líquido de Alta

Performance)

PC – Personal Computer

SIPOC – Suppliers, Inputs, Process, Outputs and Custommers (Fornecedores,

Entradas, Processo, Saídas e Clientes)

USP – Universidade de São Paulo

VOC – Voice of the Custommer(Voz do Cliente)

VSM – Value Stream Mapping (Mapeamento de Fluxo de Valor)

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Sumário

1.Introdução ....................................................................................................... 13

1.1 Objetivos ...................................................................................................... 13

1.1.1 Objetivos Gerais ..................................................................................... 13

1.1.2 Objetivos Específicos .............................................................................. 13

1.2 Justificativa .................................................................................................. 14

2. Revisão Bibliográfica ..................................................................................... 15

2.1 Lean Six Sigma ............................................................................................ 15

2.1.1As Sete Perdas ........................................................................................ 16

2.1.2A Oitava Perda ........................................................................................ 17

2.1.3DMAIC ..................................................................................................... 18

2.2 Ferramentas do Lean Six Sigma ................................................................. 19

2.2.1Diagrama de Pareto ............................................................................... 19

2.2.2SIPOC .................................................................................................... 20

2.2.3Diagrama de Ishikawa ............................................................................ 21

2.2.45 Porquês ............................................................................................... 22

3.Metodologia ..................................................................................................... 24

3.1 Tipo de Pesquisa ....................................................................................... 24

3.2 Aplicação da Metodologia .......................................................................... 24

3.3 População de Estudo................................................................................. 25

3.4 Coleta de Dados ........................................................................................ 26

3.5 Levantamento dos Instrumentos ................................................................ 27

3.6 Estudo do Processo .................................................................................. 28

4.Resultado e Discussões ................................................................................. 31

4.1 A Empresa ................................................................................................. 31

4.2 Estudo dos Resultados .............................................................................. 31

4.3 Definição das causas-raízes ...................................................................... 34

4.4 Análise das causas raízes e proposta de soluções .................................... 35

4.5 Efetividade das Causas Raízes ................................................................. 38

4.6 Avaliação Geral ......................................................................................... 40

5.Conclusão ....................................................................................................... 42

6. Referências Bibliográficas ............................................................................ 43

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1. Introdução

Nos tempos atuais as empresas estão cada vez mais competitivas e o

principal foco é a produção com qualidade e com o mínimo de gasto, por isso

as empresas têm procurado formas de gerenciamento para melhorar cada vez

mais seus processos produtivos.

Entretanto, todas as partes envolvidas no processo empresarial, não só a

etapa produtiva, mas toda a cadeia de produção envolvida, pessoas,

processos; estão sendo avaliadas na hora de obter o máximo de eficiência que

se pode. Por isso filosofias e técnicas estatísticas têm sido adotadas com

intuito de obter tais resultados.

Os conceitos de Lean 6 Sigma são os mais utilizados pelas empresas para

extrair o máximo de seus processos e com a maior qualidade possível, sempre

procurando melhorar continuamente seus processos. O Lean 6 Sigma é uma

estratégia gerencial disciplinada e altamente qualitativa, que tem como objetivo

aumentar a lucratividade das empresas, por meio da melhoria da qualidade de

produtos e processos (WERKEMA, 2004).

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

O Objetivo deste trabalho é estudar ferramentas que utilizam conceitos

de Lean 6 Sigma para diminuir o tempo de manutenção dos equipamentos

laboratoriais de uma indústria farmoquímica localizada no interior estado do Rio

de Janeiro.

1.1.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são fazer o levantamento da

frequência de um equipamento em manutenção e analisá-los a partir de um

Diagrama de Pareto. Após isso verificar quais os gargalos e pontos de melhoria

para reduzir ao máximo este tempo de manutenção.

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1.2 Justificativa

Como citado acima, as empresas buscam estar sempre melhorando

seus processos e aumentando o nível de especificidade para a qualidade sem

diminuir o nível de produtividade, mas pelo contrário aumentando-o junto às

melhorias, isso implica em métodos de melhoria continua.

Esta indústria farmoquímica estudada neste trabalho não é diferente, e

um dos pontos observados é que alguns lotes estavam sendo entregues

atrasados e atrapalhando todo o cronograma feito pelo planejamento, pois

havia equipamentos do laboratório em manutenção e não existiam

equipamentos disponíveis para realizar todas as análises.

Por se tratar de uma indústria farmoquímica alguns produtos finais são

considerados “life saving”, ou seja, são considerados vitais para o paciente, e

sem ele o paciente pode vir a falecer. Com isso atrasos de lotes não são uma

opção, uma vez que esse atraso pode implicar na ausência do medicamento

no mercado, conhecido como “stock out”.

Com isso, o trabalho visa diminuir o tempo em que esses equipamentos

laboratoriais ficam em manutenção, para evitar que ocorram atrasos causados

por falta de equipamento disponível, retornando não só lucro a empresa por

atender sua demanda dentro do prazo como qualidade de vida para o paciente

que é neste caso o cliente final.

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2. Revisão Bibliográfica

2.1 Lean Six Sigma

Lean Manufacturing e Six Sigma são ambos métodos de otimização

de produção.Originalmente aplicados a processos fabris, osucesso dessas

ferramentas ampliou seu uso ehoje são largamente utilizadas em

empresastambém do setor de serviços (GUARRAIA; CAREY; CORBETT;

NEUHAUS, 2013).

Lean Manufacturing é um termo utilizado para definir um sistema de

manufatura flexível, ágil, inovador e eficiente, o qual utiliza-se de máquinas

automatizadas e em menor número, para produzir altos volumes de

produtos em grandes variedades; focando a redução de estoques, a

formação de empregados qualificados e versáteis, o trabalho em equipes, a

prevenção de ocorrências de falhas e perdas e o relacionamento de

cooperação no longo prazo com fornecedores.Estes objetivos são

alcançados utilizando-se os recursos da melhor forma possível, ou seja,

produzir mais com menos, eliminandodesperdícios. (WOMACK; JONES;

ROSS, 1992; OHNO, 1997; LEAN INSTITUTE BRASIL, 2012; SHINGO,

1996).

O Six Sigma é muitas vezes visto como apenasmais uma ferramenta

de gestão da qualidade.Isto porque seu principal objetivo é reduzir

avariação de processos, até a meta de menos de3,4 erros por milhão de

ocasiões. Noentanto, o Six Sigma vem sendo consideradocada vez mais

uma filosofia de gestão, com suabusca pelas causas-raiz de cada problema

e aquantificação de ganhos, seguindo a rigorosametodologia DMAIC

(Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar)(WERKEMA, 2004).

O programa resultante da integração entre o Seis Sigma e o Lean

Manufacturing, por meio da incorporação dos pontos fortes de cada um

deles, é denominado Lean 6 Sigma, uma estratégia mais abrangente,

poderosa e eficaz que cada uma das partes individualmente, e adequada

para a solução de todos os tipos de problemas relacionados à melhoria de

processos e produtos (GRUPO WERKEMA, 2013).

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2.1.1 As Sete Perdas

No sistema Toyota de Produção (Lean Manufacturing), perda é

definida como tudo aquilo que não agrega valor ao produto durante o

processo produtivo, apenas acrescenta custo e tempo e é visto como o

sintoma e não a causa do problema a eliminação das perdas por fabricação

de produtos defeituosos depende da aplicação sistemática de métodos de

controle fonte, ou seja, junto a causa raiz do defeito (OHNO, 1997).

Estes desperdícios são classificados em sete categorias (OHNO,

1997; TUBINO, 1999; GHINATO, 2000; RIANI, 2006; CORRÊA; CORREA,

2005):

Perda por Superprodução: Tem a prioridade de esconder as

outras perdas, sendo a mais difícil de ser eliminada. Existem

dois tipos de perda por superprodução:

1. Superprodução por quantidade: produzir além daquilo que

é necessário.

2. Superprodução por antecipação: produção realizada antes

do momento necessário, fazendo com que as peças

fiquem espalhadas pela fábrica aguardando a hora de

serem processadas por etapas posteriores.

Perda por Espera: Origina-se de um intervalo de tempo no

qual nenhum processamento, transporte ou inspeção é

executado.

Perda por Transporte: O transporte é uma atividade que não

agrega valor, e como tal, deve ser encarada como uma perda

que deve ser minimizada. A diminuição do transporte deve ser

uma prioridade na diminuição de custo.

Perda por Processamento: São parcelas do processamento

que poderiam ser eliminadas sem afetar as características e

funções básicas do produto/serviço.

Perda por Estoque: É a perda sob a forma de estoque de

matéria-prima, material em processamento e produto

acabado. Uma grande barreira ao combate às perdas por

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estoque é a “vantagem” que os estoques proporcionam de

aliviar (esconder) os problemas de sincronia do processo.

Perda por Movimentação: As perdas por movimentação

relacionam-se aos movimentos desnecessários realizados

pelos operadores na execução de uma operação.

Perda por Fabricação de Produtos Defeituosos: É o

resultado da geração de produtos que apresentam alguma de

suas características de qualidade fora de uma especificação

ou padrão estabelecido e que por esta razão não satisfaçam

os requisitos de uso.

2.1.2 A Oitava Perda

Todas as sete perdas foram definidas pela Toyota, entretanto com o

passar do tempo percebeu-se que ainda existe um oitavo fator contribuinte

para ser considerado como um desperdício dentro de uma empresa.

O desperdício de recursos humanos é a pior das perdas a que se

pode submeter uma empresa. O capital humano, a dinamização das

potencialidades, a descoberta de talentos a prevenção do obsoletismo

humano, um sistema dinâmico de promoção humana e profissional devem

ser um compromisso da administração para manter uma expansão

empresarial autossustentada. Quando o profissional não é considerado

como bem maior, quando não se pensa em sua educação e treinamento,

ambientação e progresso funcional e em sistemas participativos de

gerência e de renovação organizacional contínua, a tecnologia vai significar,

apenas um investimento mal empregado (GUIMARÃES, 1988).

Nenhuma organização tem condições de desperdiçar conhecimento.

A incapacidade de se conseguir eliminar barreiras entre as atividades

(produção, planejamento, compra etc.) é uma maneira de desperdiçar

conhecimento. As pessoas que não trabalham juntas não contribuem com o

melhor de si para a companhia. Ao trabalharem juntas, as pessoas se

sentem mais seguras na tarefa e reforçam seu conhecimento e seus

esforços. Sua produção combinada, ao trabalharem juntas, é maior do que

a soma de suas capacidades separadas. Nenhum recurso em qualquer

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companhia é mais escasso do que o conhecimento e a capacidade em

estatística. Nenhuma outra fonte de conhecimento pode contribuir mais

para a qualidade, produtividade e posição competitiva. Portanto, é muito

importante fazer uso o mais eficaz possível do conhecimento existente da

teoria estatística e habilidade na aplicação, e dar a este conhecimento e

habilidade a melhor chance possível de aperfeiçoamento contínuo

(DEMING, 1990).

2.1.3 DMAIC

O DMAIC é um processo de melhoria que se aplica a um processo já

existente. Este método baseia-se na identificação dos problemas existentes

para a definição de um projeto. A partir daí dados são coletados para

avaliar o desempenho do processo, analisar as causas dos problemas,

definir medidas para erradicar a causa raiz e mitigar os erros provenientes

dela; e por fim controlar as melhorias para que o processo mantenha-se

sobre o controle (EKES, 2001; ROTONDARO, 2002).

Essas etapas são sustentadas por o uso de técnicas estatísticas e

ferramentas da qualidade que são aplicados seguindo um conceito de cinco

fases: Definir (“Define”), Medir (“Measure”), Analisar (“Analyze”),

Implementar (“Improve”) e Controlar (“Control”).

Abaixo segue uma estratificação das etapas do DMAIC:

Figura 1 – Estratificação das etapas do DMAIC

19

Associado a estas etapas aplicam-se uma série de ferramentas

estatísticas e de qualidade que por função específica, encaixam-se em

alguma das fases do DMAIC. A utilização de cada uma delas fica a critério

do time que pode definir qual a melhor abordagem ao projeto. As

ferramentas do DMAIC assim são chamadas por serem consideras

analogamente a uma caixa de ferramentas, onde elas estão disponíveis de

acordo com a necessidade, podendo ou não ser utilizadas. Com isto, não

existe um padrão de aplicação das mesmas, mas sim uma adequação a

filosofia do DMAIC para que elas retornam o esperado na etapa.

Algumas dessas ferramentas são: SIPOC, VOC, Capabilidade, VSM,

DoE, Diagrama de Pareto, Teste de Hipótese, Diagrama de Ishikawa,

Brainstorming, FMEA, 5 Porquês, dentre muitas outras.

2.2 As Ferramentas do Lean Six Sigma

Acima foi citado uma série de ferramentas que pertencem a filosofia

DMAIC. A seguir, serão descritas algumas das ferramentas que devem ser

utilizadas durante o estudo deste processo visando diminuir a manutenção

de equipamentos laboratoriais.

2.2.1 Diagrama de Pareto

O Diagrama de Pareto foi inicialmente definido pelo guru da

qualidade Joseph Juran em 1950. Na sua base está o Princípio de Pareto

que refere que 20% das causas são responsáveis por 80% dos defeitos. É

na detecção dessas causas que dão origem a maior parte dos efeitos que o

Diagrama de Pareto se revela uma ferramenta muito eficiente. De fato, o

Diagrama de Pareto diz que, em muitos casos, a maior parte das perdas é

devida a um pequeno número de defeitos considerados vitais (“vital few”).

Os restantes defeitos, que dão origem a poucas perdas, são considerados

triviais (“trivial many”) e não constituem qualquer perigo sério (CAMPUS,

2009).

O Diagrama de Pareto é uma ferramenta que apresenta um gráfico

de barras que permite determinar, por exemplo, as prioridades dos

problemas a serem resolvidos, através das frequências das ocorrências, da

20

maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas, pois na

maioria das vezes há muitos problemas menores diante de outros mais

graves (CAMPUS, 2009).

O diagrama de Pareto é um recurso gráfico utilizado para

estabelecer uma ordenação nas causas de perdas que devem ser sanadas,

auxiliando na identificação dos problemas, priorizando-os para que sejam

resolvidos de acordo com sua importância. Isso não quer dizer que nem

todos os problemas são importantes, mas sim que alguns precisam ser

solucionados com maior urgência. O diagrama de Pareto faz parte das sete

ferramentas da qualidade e permite uma fácil visualização e identificação

das causas ou problemas mais importantes, possibilitando a concentração

de esforços para saná-los (RODRIGUES, 2004).

2.2.2 SIPOC

SIPOC é uma abreviação em inglês para os termos: “Suppliers”

(Fornecedores), “Inputs” (Entradas), “Process” (Processo), “Outputs”

(Saídas), “Customer” (Clientes). O SIPOC é formulário para auxiliar a definir

um processo antes de você começar a mapeá-lo, mensurá-lo ou melhorá-lo.

É uma ferramenta fundamental na arte da melhoria de processos.Toda vez

que for iniciada uma atividade de gerenciamento ou melhoria de processo,

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é importante entender o processo de uma forma macro previamente. O

SIPOC ajuda o dono do processo e todos aqueles que estão trabalhando

nele a definirem as fronteiras do processo no qual eles irão trabalhar.Assim,

o SIPOC proporciona um modo estruturado para a discussão do processo e

gera um consenso entre os envolvidos antes que se iniciem todas as etapas

de medição e análise do processo (RASMUSSON, 2006).

2.2.3 Diagrama de Ishikawa

O Diagrama de Causa-Efeito, também conhecido como Diagrama de

Ishikawa, Espinha de Peixe ou 6M, foi desenvolvido pela primeira vez por

Kaoru Ishikawa em 1943. Este diagrama tem por objetivo diagnosticar as

prováveis causas de um problema, sendo útil quando a causa raiz é de

difícil definição, ajudando a eliminar causas potenciais que não afetam de

fato o processo (MALDONADO, 2007; MONTGOMERY, 2004).

As prováveis causas são definidas por meio de um “Brainstorming”,

onde um grupo multifuncional aponta as prováveis causas que são

separadas em 6 diferentes tópicos: método, matéria-prima, mão-de-obra,

máquinas, medição e meio ambiente. Cada um desses tópicos representará

uma “espinha” do diagrama, e a “cabeça” a perturbação no processo, e

suas prováveis causas ordenadas em cada tópico de acordo com sua

Figura 3 – Esquematização de construção de um SIPOC

22

possibilidade de ocorrência (SASHKIN, 1994).O Diagrama não visa

encontrar de fato a causa raiz da perturbação, mas sim eliminar causas

potenciais que não afetaram o processo em si, auxiliando a uma

investigação mais objetiva em cima das prováveis causas (RENTES, 2000).

2.2.4 5 Porquês

A técnica dos 5 Porquês se baseia numa série de porquês

sucessivos visando encontrar a causa raiz da perturbação. É uma técnica

simples que parte do pressuposto que a causa raiz encontra-se mais

afundo do que aparenta. Portanto realiza-se uma série de questionamentos

até que se encontre a causa raiz. Esta técnica foi definida como 5 Porquês

pois a maioria das causas podem ser definidas com 5 questionamentos,

entretanto podem ser realizados menos ou até mais porquês de acordo com

o estudo. É importante que esta ferramenta seja utilizada da forma correta,

procurando sempre entender se as causas realmente foram levadas ao seu

questionamento máximo, para não ocorrer uma medida de correção

baseada numa causa raiz mal definida (SLACK, 1997).

Figura 4 – Esquematização de construção de um Diagrama de Ishikawa

23

Figura 5 – Esquematização de construção de um Diagrama 5 Por Quês

24

3. Metodologia

3.1 Tipo de Pesquisa

O método de pesquisa que será utilizado se baseia na pesquisa de

dados históricos reais, com posterior desenvolvimento de soluções para o

problema proposto e aplicaçãodas mesmas para comparações futuras de

melhorias de processo. Este método é conhecido como pesquisa-ação.

Os resultados obtidos foram discutidos posteriormente na seção 4

desta monografia, onde é avaliada a eficácia do projeto em questão.

3.2 Aplicação da Metodologia

Conforme Figura 6 para realizar este estudo foram inicialmente

contabilizados todos os equipamentos laboratoriais e explorado o fluxo de

trabalho desde a produção até a liberação do produto final.

Logo em seguida definido o escopo do projeto, junto a análise de

dados coletados. Dados estes oriundos do estudo do processo de análise

para estes equipamentos, do funcionamento e utilização dos equipamentos

e entrevistas com os analistas sobre quais os maiores problemas e

dificuldades que estes possuem com tais equipamentos.

Após isto foi realizado o brainstorming, junto a um grupo

multifuncional, composto de analistas de laboratório, coordenador do

laboratório e engenheiros de processo responsáveis pela produção dos

princípios ativos analisados nos equipamentos escolhidos. E com isto foram

utilizadas ferramentas da qualidade para definição das causas-raízes e das

ações corretivas e preventivas.

Por fim foi realizado um novo monitoramento para análise dos

resultados obtidos após as implementações definidas, para concluir se as

medidas tomadas foram realmente eficazes na solução do problema.

25

3.3 População de Estudo

Considerando a grande quantidade de equipamentos que possuem

os laboratórios (113 equipamentos), estes foram subdivididos em 19

categorias,de forma a facilitar a avaliação, são elas:

Agitadores

Analisadores de Carbono e Umidade

Autoclaves

Balanças

Banhos

Câmaras de Estabilidade, Frias e Refrigeradores

Centrífugas

CG’s

Condutivímetros

Densímetros

Espectrofotômetros

Estufas e Muflas

HPLC’s

Ph-metros

Polarímetros

Prensas

Figura 6 – Fluxo da aplicação da Metodologia Pesquisa-Ação.

26

Refratômetros

Tituladores

Outros

3.4 Coleta de Dados

Foi desenvolvida uma planilha em Excel® para monitoramento durante

sete meses onde foram levantados dados utilizados para o desenvolvimento do

problema em questão, contendo as seguintes informações:

ID – Identificação interna do Equipamento na empresa.

Equipamento Geral – categoria a qual o equipamento pertence

dentre as 19 definidas.

Equipamento – Nome do equipamento detalhado.

Empresa Prestadora de Serviço – Empresa responsável pela

manutenção do equipamento

Tipo de Parada – Total (quando o equipamento não está apto a

nenhuma funcionalidade) e Parcial (quando o equipamento é

liberado para uso apenas para determinadas funções).

Descrição Geral do Problema – Podem ser consideradas quaisquer

umas das opções a seguir:

o Hardware (Equipamento) – Equipamento em si precisa de

manutenção (Ex: substituição de peças funcionais)

o Hardware (PC) – Computador que controla o equipamento

precisa de manutenção.

o Consumíveis – Peças que possuem tempo de vida útil (Ex:

lâmpadas de espectrofotômetros).

o Firmware (Equipamento) – Incompatibilidade de comunicação

entre equipamento e computador

o Software (PC) – Problema no programa de utilização do

equipamento

o Treinamento – Problema causado por desconhecimento do

operador.

o Outros

Descrição Detalhada do Problema – É descritodetalhadamente qual

o problema ocorrido e se foram tomadas quaisquer ações imediatas.

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Necessário Gasto Adicional? – Se houve a necessidade de

investimento em peças ou mão-de-obra para a manutenção do

equipamento

Gasto – Qual o investimento necessário caso este seja aplicável

Mês de Emissão da Nota – Em qual mês será contabilizado este

gasto para a empresa

Número da Nota – Para controle fiscal interno

Data/hora da Parada do Equipamento – Em que momento houve a

necessidade de interrupção para manutenção

Data/hora do Retorno do Equipamento – Em que momento o

equipamento foi liberado novamente para uso.

3.5 Levantamento dos Instrumentos

Durante os sete primeiros meses de 2013 foram levantados os dados para

desenvolvimento deste projeto baseado na planilha discutida no item 3.4 deste

trabalho e os resultados são evidenciados nas figuras dos gráficos de Pareto 7 e 8,

bem como os dados que originaram tais gráficos se encontram nos anexos I e II.

48,72%23,08%

10,26% 7,69%2,56% 2,56% 2,56% 2,56%

48,72%

71,79%

82,05%89,74%

92,31% 94,87%97,44%

100,00%

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

120,00%

CG HPLC Titulador Espectofotômetro Analisadores deCarbono e Umidade

Câmaras deEstabilidade, Fria e

Refrigeradores

Condutivímetro Refratômetro

Percent Cumulative Percent

Figura 7 – Gráfico de Pareto para equipamentos em manutenção.

28

Analisando os dados destes levantamentos e aplicando um gráfico de

Pareto, foram gerados a figura 3 e 4, neles pode ser observado que HPLC’s e

CG’s são respnsáveis por 71,79% das ocorrências de equipamentos em

manutenção, e que 82,05% dos defeitos são de hardware de equipamentos. Com

isto, chega-se a conclusão que o foco de melhoria, e portanto o escopo do

trabalho, será nos cromatógrafos líquidos e gasosos, visando a diminuição desse

percentual.

3.6 Estudo do Processo

Após definir que o escopo do processo são os equipamentos do tipo

cromatógrafos, tanto líquido quanto gasosos, se faz necessário analisar o

processo dos produtos que são analisados nestes equipamentos.

Os cromatógrafos são responsáveis por analisar exclusivamente os

princípios ativos que são produzidos pela planta monopropósito de grande escala.

De acordo com informações do setor de planejamento, o cronograma é realizado

para a produção de 10 lotes semanais, com 2885kg do princípio ativo por lote.

Durante a etapa de produção deste produto este é analisado em três

oportunidades, duas vezes durante as etapas de processo e após a conclusão do

processo produtivo. Os controles de processo são realizados após a etapa de

reação para analisar o teor de ácido no produto, e após a etapa de centrifugação

82,05%

7,69% 5,13% 2,56% 2,56%

82,05%89,74%

94,87%97,44% 100,00%

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

120,00%

Hardware(Equipamento)

Hardware (PC) Consumíveis Firmware(Equipamento)

Software (PC)

Percent Cumulative Percent

Figura 8 – Gráfico de Pareto para tipo de manutenção sofrida.

29

para análise do teor de subproduto. O processo se finaliza quando é realizada a

secagem, onde novamente é realizado uma análise para avaliar se a pureza do

produto encontra-se adequada.

Em todas as análises realizadas para este princípio ativo os equipamentos

utilizadas são os cromatógrafos. O analista quando recebe o cronograma de

análises prepara o equipamento previamente antes de receber a amostra do

produto enviada pela produção. O analista deve iniciar o software do equipamento

e selecionar a Monografia de Teste que será utilizada para análise, após isso deve

preparar a amostra de branco e a amostra de solução padrão. Em paralelo, o

responsável pela análise precisa selecionar a coluna cromatográfica e preparar o

eluente que será injetado na coluna. Todo o processo de análise pode levar até 4

horas para ser realizado, e até o resultado ser emitido a produção não tem

permissão de dar continuidade ao seu processo.

Como descrito acima as etapas produtivas só ocorrem após a conclusão

das análises, que levam somadas 8 horas para serem concluídas. Logo o atraso

dessas análises pode levar ao atraso de todo o processo.

Etapa de Reação

Etapa de Centrifugação

Etapa de Secagem

CDP – 1: Análise de teor de ácido (Tempo de

duração de análise – 2horas).

CDP – 2: Análise de teor de subproduto (Tempo

de duração de análise – 4horas).

CDP – 3: Análise de pureza (Tempo de duração de

análise – 2horas).

Figura 9 – Controles de Processo ao longo da cadeia produtiva.

30

De posse dessas informações foi possível delinear o SIPOC para este

processo, e com ele entender de formamais clara o processo como um todo e seus

fornecedores e clientes.

Na figura 10 o SIPOC traz as informações dos principais fornecedores para

a etapa de análise de amostras. Foi indicado com * a empresa Agilent,

responsável pelo fornecimento e manutenção dos equipamentos e softwares dos

cromatógrafos, esta empresa que será pauta nas avaliações posteriores deste

trabalho.

Figura 10 – SIPOC do processo de análise.

31

4. Resultados e Discussão

4.1 A Empresa

O estudo neste trabalho foi realizado em uma planta de uma indústria

farmoquímica de uma empresa consolidada no mercado como uma das

líderes em cuidados com a saúde. Essa planta está localizada no interior do

estado do Rio de Janeiro, na região fluminense, e funciona como uma das

plantas de operações farmoquímicas produzindo API’s (Active Pharmaceutical

Ingredients), substâncias que são os princípios ativos dos medicamentos,

estes que são responsáveis pelos efeitos terapêuticos.

A planta está dividida em duas unidades de processo, sendo uma

monopropósito de grande escala e a outra multipropósito subdividida em

outras duas plantas: uma de grande escala e outra de pequena escala. Após a

definição de quais equipamentos serão aplicados, será melhor estudada o

processo de produçãode acordo com os produtos que os equipamentos

analisam.

Nem todas as informações serão expostas por se tratar de informações

confidencias da empresa em questão. Porém, as informações disponibilizadas

são mais do que suficientes para o desenvolvimento e conclusão deste

estudo, não prejudicando o entendimento do trabalho.

4.2 Estudo dos Resultados

De posse das informações desenvolvidas nos itens 3.5 e 3.6 foi convocada

uma reunião com um time multifuncional com o objetivo de levantar as possíveis

causas do problema.

Neste processo conhecido como brainstorming os participantes poderiam

sugerir qualquer hipótese, todas elas seriam anotadas e numa segunda etapa

seria avaliada a exequibilidade de cada uma das possíveis causas.

Após a conclusão da etapa de avaliação as possíveis causas foram

estruturadas em um Diagrama de Ishikawa, com ele é possível realizar uma

análise por categoria para chegar as conclusões das verdadeiras causas-raízes.

32

Etapa 1: Estão listadas abaixo as possíveis causas levantadas pela equipe

multifuncional:

Equipamento frágil;

Analistas não treinados para realizar procedimento;

Demora para a empresa realizar as manutenções periódicas;

Equipamento de baixa qualidade;

Procedimento para execução das análises é impreciso;

Eluentes e colunas cromatográficas incompatíveis com as amostras a

analisar;

Condições de análise desfavoráveis para o equipamento;

Contrato com empresa mal formulado;

Equipamento antigo;

Durante a etapa de brainstorming foram levantadas uma série de

possibilidades, porém muitas delas foram consideradas iguais ou semelhantes,

logo, foram condensadas nas hipóteses supracitadas.

Com isto, passou-se a fase de análise, todas as possíveis causas-raízes

foram avaliadas uma a uma para assim estruturar o Diagrama de Ishikawa.

Etapa 2: Estão listadas abaixo as análises das causas levantadas pela

equipe multifuncional:

Equipamento frágil–O equipamento foi considerado de alta tecnologia,

altamente complexo, o qual necessita de extremo cuidado e manutenção,

logo este foi considerado um equipamento de grande fragilidade ;

Analistas não treinados para realizar procedimento – Os analistas que

compõem o corpo de funcionários responsáveis por análises nestes

equipamentos não possuem larga experiência com cromatógrafos, logo

podem ser fonte de falhas e responsáveis pela série de reparos que os

equipamentos sofreram;

Demora para a empresa realizar as manutenções periódicas – Toda a

análise de frequência de manutenções é de responsabilidade da empresa

contratada Agilent, esta que pode ter definido um cronograma de

manutenções períodicas, a partir do valor de contrato firmado, que não é

suficiente para a necessidade dos cromatógrafos;

33

Equipamento de baixa qualidade – Considerando o alto rigor quanto a

qualidade na indústria farmacêutica, a qualidade é sempre prioridade ao

preço na compra de equipamentos, sendo assim os cromatógrafos

utilizados são os melhores conceituados no mercado em termos de

performance, qualidade e tecnologia, logo esta hipótese pode ser

descartada;

Procedimento para execução das análises é impreciso – As monografias de

teste utilizadas são todas definidas a partir de literatura nacional e

internacional, as farmacopéias, sendo assim os testes realizados são

embasados em pesquisas já concluídas que tiveram sua exequibilidade

colocada a prova, logo esta hipótese pode ser descartada;

Eluentes e colunas cromatográficas incompatíveis com as amostras a

analisar – Assim como o procedimento operacional a fase móvel e a coluna

cromatográfica são definidas pela literatura e não pela empresa, logo os

acessórios utilizados também possuem embasamento literário, logo esta

hipótese pode ser descartada;

Condições de análise desfavoráveis para o equipamento – Como os

procedimentos operacionais são definidos pelas farmacopéias, e estas

possuem variações sutis em suas revisões, os equipamentos são

adquiridos de forma a terem um range de análise condizente com as

especificações e que permitam pequenas variações caso sejam realizadas

revisões nas literaturas, logo esta hipótese pode ser descartada;

Contrato com empresa mal formulado – Considerando as necessidades de

manutenções que estes equipamentos vem sofrendo, quando o contrato

com a empresa Agilent foi firmado, o responsável pode, por inexperiência,

não ter se atentado as condições de peças e periodicidade, firmando um

contrato muito superficial que não abrange a necessidade atual;

Equipamento antigo – Como citado anteriomente, existe um alto rigor para

os níveis de qualidade na indústria farmacêutica, sendo assim os

equipamentos são trocados de acordo com o tempo de uso, visando

sempre a utilização de equipamentos modernos e tecnologicamente atuais,

logo esta hipótese pode ser descartada;

34

Etapa 3:Após a conclusão das análises, as causas consideradas possíveis foram

agrupadas nos pilares do Diagrama de Ishikawa com o objetivo de facilitar a

avaliação das mesmas:

4.3 Definição das causas-raízes

Após estipular as categorias de cada provável causaraíz deve-se chegar a

conclusão de qual a verdadeira causa por trás do problema. Uma excelente

ferramenta para auxiliar nessa definição é a ferramenta dos 5 Porquês, com ela é

possível chegar a verdadeira causa raíz a partir de simples questionamentos.

Partindo da idéia da simplicidade desta ferramenta, a mesma foi escolhida pelo

time multifuncional para ser utilizada nesta avaliação. Com isto as 3 possíveis

causas foram submetidas aos questionamentos dos porquês, com exceção da

hipótese de equipamento frágil, esta que foi considerada já uma das causas raízes

tendo em vista a clareza que o equipamento é de grande fragilidade e

complexidade. As conclusões das avaliações seguem abaixo:

Analistas não treinados para realizar procedimentos – Por quê?

o Analistas não experientes em análises cromatográficas, ainda

estavam em treinamento para conhecimento das

particularidades em análises desse tipo. – Por quê?

Devido ao grande turnoverda empresa os analistas

responsáveis pelas análises laboratoriais possuiam

pouco tempo de casa. – Por quê?

Figura 11 – Diagrama de Ishikawa das causas-raízes.

35

As políticas internas não valorizavam o

funcionário, colaborando para a não

permanência do mesmo.

Demora entre as manutenções períodicas – Por quê?

o Porque o tempo de manutenção foi definido de acordo com o

contrato firmado com a empresa Agilent. – Por quê?

Porque cada contrato possui um valor de acordo com

as necessidades do contratante, logo o valor do

contrato abrangia este tempo de manutenção.

Contrato com a empresa mal formulado – Por quê?

o O responsável da empresa pelo contrato não possuia

experiência e conhecimento para definir corretamente os

parâmetros do contrato. – Por quê?

Devido ao grande turnoverda empresa o funcionário

ainda não havia adquirido a experiência adequada

para realizar a definição dos parâmetros do contrato

com convicção. – Por quê?

As políticas internas não valorizavam o

funcionário, colaborando para a não

permanência do mesmo.

4.4 Análise das causas raízes e proposta de soluções

Após a análise realizada pela ferramenta dos 5 porquês, se faz ncessário a

proposição de medidas para eliminar ou no mínimo mitigar as causas raízes

encontradas. Com isto, a equipe multifuncional tratou as causas em separado,

analisando e promovendo ações para cada uma das causas, estas proposições

que encontram-se a seguir:

Equipamento frágil:A fragilidade do equipamento é uma

característica inerente ao mesmo, devido ao equipamento ser de alta

tecnologia que envolve não só peças mecânicas, mas também

eletrônicas. Partindo dessa idéia, o foco deve ser o analista, este

que é responsável por 90% da interação externa com o

equipamento. Como avaliado previamente, grande parte dos

36

analistas possuem uma defasagem de experiência com este tipo de

equipamento, logo a principal medida é o investimento em

treinamento para os analistas. Porém tendo como foco o treinamento

no equipamento e não na análise que o mesmo realiza. O objetivo é

fazer com que este profissional tenha a experiência da análise

associado ao conhecimento do equipamento, sabendo das suas

fragilidades e de sua complexidade e para que o mesmo tenha certa

autonomia para que caso se depare com qualquer intempérie

simples consiga saná-lo sem a necessidade de intervação da

empresa responsável pela manutenção, reduzindo assim o tempo de

espera de equipamento.

As políticas internas não valorizavam o funcionário,

colaborando para a não permanência do mesmo:Para este item

amaior dificuldade trata-se da política interna da empresa, esta que é

definida a nível global. Por esta razão, aplicar uma medida para

alteração das políticas internas torna-se inviável e dispendioso

demais. Para este caso foi analisado quais analistas possuiam mais

tempo de casa e experiência, estes iriam ser remanejados entre os

quatro turnos e se tornariam os responsáveis de turno, com um

pequeno aumento salarial. Com isto distribui-se os mais experientes

entres os turnos, fazendo que estes adquirissem a responsabilidade

pelos analistas do mesmo turno ao mesmo tempo que seriam

aqueles detentores do conhecimento para disseminar entre os outros

profissionais, aumentando o nível técnico dos analistas sem

necessitar alterar as políticas internas da empresa.

Porque cada contrato possui um valor de acordo com as

necessidades do contratante, logo o valor do contrato abrangia

este tempo de manutenção:Tratando-se de uma alteração

contratual, a principal solução para o mesmo seria uma reformulação

do contrato com o objetivo de celebrar um novo que atendesse as

necessidades da empresa. Entretanto, por até o momento a análise

ser apenas qualitativa,esta não seria suficiente para justificar o

investimento financeiro de um novo contrato. Para isto com os dados

utilizados na planilha apresentada no item 3.4, foi elaborada uma

justificativa com os resultados mostrados nos gráficos abaixo.

37

O contrato atual estipulava que, em caso de falha que necessitasse

de intervenção da contratada esta deveria prestar serviço em até 72

horas, e caso necessitasse de qualquer troca de peça ou gasto

adicional, este seria cobrado a parte ao valor do contrato e estaria

sujeito a disponibilidade de peças e tempo de importação.

Com a nova proposta contratual, a contratada deveria prestar serviço

em até 48 horas, porém caso houvesse a necessita de troca de

peças, estas seriam trocadas imediatamente e sem custo adicional.

Com isto o valor atual de R$14.498,22 mensais sofreria um reajuste

de 80%, passando para R$26.096,80. Como pode ser observado na

figura 12 com exceção do mês de janeiro, o qual não houve

Figura 12 – Gastos mensais com manutenções contrato.

Figura 13 – Proporção entre gastos com manutenções e contrato.

38

produção, em todos os meses foram necessários gastos adicionais,

sendo que nos meses de março, maio e julho estes foram superiores

ao próprio valor do contrato. Observando a figura 13 percebe-se que

quase metade do valor gasto nestes equipamentos foi apenas com

peças o que em números significa 75% a mais de gasto com

material, quase alcançando o valor do reajuste do contrato. Embora

inferiorao valor de 80% deve-se levar em conta que devido a demora

na reposição de peças e ao maior tempo para atendimento ocorrem

atrasos na entrega do produto final, este valor que não foi

contabilizado financeiramente até o momento por não ter parâmetro

de quantos lotes deixaram de ser entregues, porém com certeza

superariam o valor de 5% que faltava para chegar ao reajuste

contratual.

De posse dessas informações e apresentando a problemática a

diretoria e gerência, esta aprovou a reformulação contratual para as

cláusulas já citadas.

4.5 Efetividade das Causas Raízes

Após os sete meses nos quais foram monitorados as paradas de

manutenção, estas permaneceram sendo monitoradas pelo resto do ano com o

objetivo de avaliar se os problemas permaneciam ocorrendo e; se após as

medidas para remediar as causas raízeshouve a efetividade esperada.

Todo o processo de análise de dados e definição das causas raízes

necessitou de certo tempo para ser realizado, foram dois meses entre reuniões e

discussões e mais um mês para a reformulação contratual, esta que necessitou de

uma série de aprovações e definições entre a área financeira e a empresa de

manutenção. Com isto o início das mudanças ocorreu nos mês de setembro, onde

já pode ser realizada a alteração entre os turnos promovendo os analistas a

responsável de turno, além de ser desenvolvida uma semana de treinamentos

para estes analistas, onde profissionais da área, professores e técnicos foram

levados in company para trazer um pouco do conhecimento técnico sobre estes

cromatógrafos para os analistas.

39

No mês de outubro entrou em vigor o novo contrato coma empresa Agilent,

agora contemplando todos os parâmetros observados pela equipe multifuncional.

E ao final do mês de dezembro foi possível avaliar qual oresultado de todo o

monitoramento realizado ao longo do ano, este que foi quantificado pela tabela a

seguir:

Pode-se observar que a partir setembro houve uma grande melhora em

comparação aos meses anteriores. Apenas 2 equipamentos apresentaram

problema e embora em duas situações houve um grande tempo de parada, a

ocorrida em outubro foi devido ao pedido realizado para uma parada já efetuda em

setembro com as condições definidas no antigo contrato e para o caso de

novembro houve uma grande falha resultando em quase descarte do equipamento.

No entanto para a outra manutenção ocorrida no período sua solução findou-se em

48 horas, um prazo considerado razoável tomando como parâmetro os casos ao

longo do ano.

Neste período de três meses finais também foi possível observar uma

melhora na entrega de lotes finais aos clientes, em cada mês foi possível entregar

4 lotes a mais, o equivalente a um por semana, este que foi considerado o prejuízo

indireto ao longo do ano. Quantitativamente falando, considerando um lote de

2.885kg que é vendido a R$90,00/kg, a cada semana houve um aumento de

receita de aproximadamente R$259.650,00, o que em um mês representa

R$1.038.600,00 que comparado ao incremento mensal ao valor do contrato com a

empresa de manutenção no valor de R$11.598,58 torna este investimento quase

irrisório comparado a receita recebida no mesmo período.

Figura 14 – Tempo de parada de equipamentos ao longo do ano.

40

4.6 Avaliação Geral

Ao longo deste trabalho foi abordado um caso real ocorrido dentro de uma

empresa multinacional. Assim como qualquer empresa, existem inúmeros

problemas a serem sanados, e trabalhos como este tem o objetivo de melhorar

continuamente os processos das empresas.

De forma geral, este trabalho atingiu a meta de otimizar um processo falho

utilizando as ferramentas do Lean Six Sigma, ferramentas estas que partem de

princípios simples para a solução de problemas complexos. Além de observar a

melhora de um sistema é possível enxergar claramente as falhas por entre este

sistema.

Neste estudo é evidente a falha abordada no sistema de perdas discutido

nos itens 2.1.1 e 2.1.2, onde pode-se observar a perda por espera, a espera que é

um fator inevitável na indústria farmoquímica. Entretanto, mesmo com o fator

espera fazendo parte do processo, é objetivo dos engenheiros tender este valor a

zero. Logo é totalmente inaceitável lotes sendo atrasados por perda de espera de

análise, onde estas não estão sendo realizadas por falta de equipamento

disponível.

Além desta perda, a oitava perda,conhecida como perda por desperdício de

talento foi outro ponto observado no transcorrer desteestudo. Não existe nada

mais improdutivo do que pessoalmal alocado, onde suas habilidades não são

utilizadas de forma correta ou mesmo com todo seu potencial. Este segundo caso

que pudemos perceber neste trabalho, onde analistas experientes estavam

nivelados a analistas menos experientes e com menos tempo de casa. Isto faz

com que o profissional não se sinta estimulado, produzindo apenas o mínimo de

seu rendimento, o que para uma indústria se reflete na forma de prejuízo. A

valorização do recurso humano é o melhor investimento que uma empresa pode

realizar para se tornar produtiva e competitiva, pois um profissional motivado

trabalha com empenho e feliz por desempenhar uma função que ele sabe estar

sendo reconhecido por isto. Com a implementação do sistema de responsáveis de

turno, aqueles analistas mais experientes se sentiram mais motivados, não só pela

responsabilidade adquirida para a supervisão de outros profissionais, mais

também por serem reconhecidos pelo trabalho que vem exercendo ao longo dos

anos. Este novo patamar inserido entre turnos, motiva também os analistas

menos experientes que agora tem uma visão de crescimento dentro da empresa,

41

sabendo que devem galgar pela supervisão para em um futuro poderem chegar a

coordenação ou até mesmo gerência.

É evidente que na maioria dos casos se faz necessário algum investimento,

principalmente financeiro, para a implantação de uma melhoria interna. Entretanto

neste estudo pudemos observar as melhorias de forma separada, com a primeira

implantação no mês de setembro, sendo realizada a reformulação do quadro de

funcionários e da semana de treinamentos, e logo após, a segunda implantação

com o grosso do investimento financeiro na reformulação contratual.

Comparando estes dois percebe-se que embora houvessem paradas de

manutenção, estas diminuiram consideralmente, quantitativamente falando, em

relação a equipamentos que apresentaram defeitos. A segunda etapa com o novo

contrato visava a diminuição do tempo parado, este que foi atingido também,

porém com a diminuição dos equipamentos em manutenção facilitou-se o

planejamento para manter sempre em atividade a produção.

De forma macro com este estudo percebe-se que mesmo que não

ocorresse um investimento pela empresa para tentar sanar todas as causas raízes,

apenas com uma pequena reformulação e focando em extrair o máximo de seus

recursos que neste caso são os analistas, já haveria uma significativa melhora.

Com isto pode-se concluir com este trabalho que é importante estar atento

ao fator humano, que é o maior agregador de valor nas empresas. Em muitas

vezes o investimento financeiro não ocorrerá ou será limitado, e é por isso que

deve-se conhecer a equipe para que na falta de investimento, exista um time no

qual pode-se extrair todo seu potencial, sabendo que o mesmo responderá

suprindo sua necessidade.

42

5. Conclusão

Neste trabalho foi possível perceber a efetividade da utilização de

ferramentas da qualidade na solução de problemas complexos. Com elas

determinou-se os principais focos do problema e assim propor soluções.

Percebeu-se que tais ferramentas são uteis na aplicação em qualquer situação,

como no caso, uma melhora na estruturação do sistema de análises

cromatográficas do laboratório, permitindo que o laboratório deixasse de ser o

gargalo do processo e aumentasse a produtividade como um todo.

43

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Apêndice A – Levantamento dos dados de equipamentos (Jan-Abr)

Apêndice B - Levantamento dos dados de equipamentos (Mai-Jul)