UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA WESLEY FELIPE DE...

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA WESLEY FELIPE DE PAULA JOSÉ Validação de Metodologia Analítica para Determinação de Resíduos de Etilenotiouréia (ETU) por Cromatografia Líquida Acoplada a Espectrometria de Massas CLAE-EM/EM Lorena SP 2012

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

WESLEY FELIPE DE PAULA JOSÉ

Validação de Metodologia Analítica para Determinação de Resíduos de

Etilenotiouréia (ETU) por Cromatografia Líquida Acoplada a

Espectrometria de Massas – CLAE-EM/EM

Lorena – SP

2012

Wesley Felipe de Paula José

VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA ANALÍTICA PARA DETERMINAÇÃO DE

RESÍDUOS DE ETILENOTIOURÉIA (ETU) POR CROMATOGRAFIA

LÍQUIDA ACOPLADA A ESPECTROMETRIA DE MASSAS – CLAE-EM/EM

Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado à Escola de Engenharia de Lorena como requisito para conclusão do curso de graduação em Engenharia Industrial Química, área de

concentração: Química Analítica. Orientador: Prof. Dr. Adilson Roberto Gonçalves

Lorena – SP 2012

DEDICATÓRIA

Dedico o presente trabalho de

conclusão de curso à minha família sempre presente, dedicada e que sempre me deram todo apoio necessário para chegar até aqui.

AGRADECIMENTOS A DEUS, primeiramente.

Ao Prof. Dr. Adilson Roberto Gonçalves, pela valiosa orientação para elaboração

deste trabalho.

À Industria BASF, em especial, à Maria Angélica Duchen, diretora de estudo, Tales

Duque Esteves, estagiário no instrumentação analítica, e José Wellington,

responsável pelo instrumentação analítica, ambos do Laboratório Global de Meio

Ambiente e Segurança Alimentar - GENCS, que estiveram sempre presentes,

prestando uma ajuda essencial para confecção deste trabalho, proporcionando

novos conhecimentos na parte de cromatografia liquida, e sempre dispostos a

sanarem todas as dúvidas de espectrometria de massas

À Simone Freitas Guimarães, que me ajudou dando todas as diretrizes inicias em

relação à escolha do projeto a ser realizado.

À Roberta Leite, Supervisora de Laboratório de resíduos do GENCS, que permitiu a

realização deste trabalho, proporcionando o uso do laboratório para realização dos

experimentos.

A todos os amigos que de alguma maneira contribuíram para realização deste

trabalho.

A todos os professores da Escola de Engenharia de Lorena que contribuíram e

foram responsáveis pela minha formação.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APCI: Ionização Química à Pressão Atmosférica, do inglês atmospheric pressure

chemical ionization

ANOVA: Análise de Variância

B: Branco de Reagentes

BF: Branco Fortificado

CS2: Dissulfeto de carbono

CLAE: Cromatografia Liquida de Alta Eficiência, do inglês High Performance Liquid

Chromatography

CLAE-UV: Cromatografia Liquida de Alta Eficiência com detector UltraVioleta, do

inglês High Performance Liquid Chromatography with Ultra Violet Detector

CG: Cromatografia Gasosa, do inglês Gas Chromatography

CLUE: Cromatografia Liquida de Ultra Eficiência, do inglês Ultra Performance Liquid

Chromatography

CL-EM: Cromatografia Liquida Aclopada à Espectrometria de Massas, do inglês

Liquid Chromatography – Mass Spectrometry

CL: Cromatografia Liquida do inglês Liquid Chromatography

CL-EM/EM: Cromatografia Liquida Aclopada à Espectrometria de Massas em Série,

do inglês Liquid Chromatography with Mass Spectrometry tandem Mass

Spectrometry

CV: Coeficiente de Variação

CID: Dissociação Induzida por Colisão, do inglês Collision Induced Dissociation

DTC: Ditiocarbamatos

DIDT: Etileno Bistioutam Dissulfeto

DPR: Desvio Padrão Relativo

DP: Desvio Padrão

EBDC: Etilenobisditiocarbamatos

ETU: Etilenotiouréia

EU: Etilenouréia

ESI: Ionização por Eletronebulização, do inglês electrospray ionization

FM: Fase Móvel

gl: Grau de Liberdade

IARC: Agência Internacional de Pesquisa com Câncer, do inglês International

Agency for Research on Cancer

ISO: International Standard Organization

LMR: Limite Maximo de Resíduos

LOD: Limite de Detecção

LOQ: Limite de Quantificação

MRM: Monitoramento de Múltiplas Reações, do inglês Multiple-reaction monitoring

MQ: Soma Média Quadrática

m/z: Relação de Massa por Carga

PTU: Propilenotiouréia

PARA: Programa Nacional de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos

QqQ: Sistemas Quadrupolo

QC: Controle de Qualidade, do inglês Quality Control

RDC: Resolução da Diretoria Colegiada

R: Recuperação

r: Coeficiente de Correlação

SPE: Solução Padrão Estoque

SPC: Solução Padrão de Calibração

STDF: Solução Padrão de Fortificação

SQ: Soma dos Quadrados

SIM: Monitoramento de íons selecionados, do inglês selected íon monitoring

TOF: Analisadores de tempo de vôo, do inglês Time-of-Flight

TIC: Cromatograma de íons totais, do inglês total íon chromatogram

UT: Amostra Testemunha

UV/Vis: Ultravioleta Visível

USP: United States Pharmacopeia

WHO: Organização Mundial de Saúde, do inglês World Health Organization

RESUMO

VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA ANALÍTICA PARA DETERMINAÇÃO DE RESÍDUOS DE ETILENOTIOURÉIA (ETU) POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA

ACOPLADA A ESPECTROMETRIA DE MASSAS – CLAE-EM/EM O crescimento contínuo da população mundial tem causado a diminuição das

áreas apropriadas para o cultivo agrícola e, por outro lado, com este crescimento,

observa-se um crescente aumento na demanda por alimentos. Este aumento da

demanda por alimentos tem impulsionado o desenvolvimento de sistemas agrícolas

cada vez mais eficientes e uso cada vez mais constante de defensivos agrícolas,

para se obter uma maior produtividade e manter a qualidade dos produtos, na

agricultura. Porém, exatamente devido a este aumento do uso de defensivos

agrícolas, e ao aumento do risco resultante de uma exposição dos consumidores

aos possíveis resíduos dos agrotóxicos nos alimentos, as agências reguladoras

estabelecem limites máximos de resíduos (LMR) para todos os agrotóxicos. Neste

presente trabalho, efetuou-se a validação de análise de resíduos de etilenotiouréia

(ETU), metabólito da degradação e/ou biotransformação dos fungicidas

etilenobisditiocarbamatos (EBDC), através da técnica cromatográfica de

cromatografia liquida acoplada à espectrometria de massas em série (CL-EM/EM),

em substituição a técnica de cromatografia liquida de alta eficiência com detecção

ultravioleta.

Esta nova metodologia foi validada para este trabalho, utilizando-se a matriz

de pêssego, e os parâmetros utilizados para a validação do método foram:

seletividade, linearidade, limite de detecção, limite de quantificação, exatidão,

precisão e robustez, sendo que todos estes parâmetros foram validados com

obtenção de resultados satisfatórios, dentro das faixas de aceitação recomendada

para cada um destes parâmetros. Os estudos de recuperação foram realizados em

dois níveis de fortificação (1 e 50 LOQ), tendo sido obtidos recuperações médias de

83 e 81% para fortificação de 0,01 mg/kg e 0,50 mg/kg, respectivamente, e

coeficiente de variação de 5 para ambas as fortificações. Além disso, os limites de

quantificação obtidos pela análise em CL-EM/EM mostram que este método pode

ser utilizado para a detecção do ETU em concentrações abaixo dos LMR

estabelecidos pela legislação.

Palavras-chave: Cromatografia liquida acoplada à espectrometria de massas

em série, Etilenotiouréia, Validação.

ABSTRACT

VALIDATION OF ANALYTICAL METHODS FOR DETERMINATION OF ETHYLENETHIOUREA (ETU) RESIDUES BY LIQUID CHROMATOGRAPHY MASS

SPECTROMETRY – LC-MS/MS

The continuing growth of population has caused the decrease of the suitable

areas for agricultural cultivation and on the other hand, with this growth, there is an

increasing demand for food. This increased demand for food has driven the

development of agricultural systems more efficient and increasing use of pesticides

constant, to achieve higher productivity and maintain product quality in agriculture.

But precisely because of this increased use of pesticides, and the increased risk

resulting from a possible consumer exposure to residues of

pesticides in food, regulatory agencies establish maximum residue limits (MRLs) for

all pesticides. In this work, we performed the validation of residue analysis

ethylenethiourea (ETU), a metabolite of the degradation and / or biotransformation of

ethylenebisdithiocarbamates fungicides (EBDC) by chromatographic technique of

liquid chromatography coupled to mass spectrometry in series (LC-MS/MS) to

replace the technique of high performance liquid chromatography with ultraviolet

detection.

This new methodology was validated in this study, using peach, and the

parameters used for the validation of the method were: selectivity, linearity, detection

limit, quantification limit, accuracy, precision and robustness, all of which parameters

were validated with satisfactory results within the recommended ranges of

acceptance for each of these parameters. The recovery studies were performed in

two fortification levels (1 and 50 LOQ) was obtained and an average recovery of 83

to 81% fortification of 0.01 mg / kg and 0.50 mg / kg, respectively, and coefficient of

variation of 5 for both fortifications.

Furthermore, the limit of quantification in LC-MS/MS obtained by the analysis

show that this method can be used for the detection of ETU in concentrations below

the MRL established by law.

Keywords: liquid chromatography coupled to mass spectrometry in series,

ethylenethiourea, Validation.

Sumário

1.Objetivo _______________________________________________________ 15

1.1 Objetivo Geral ________________________________________________ 15

1.2 Objetivos Específicos __________________________________________ 15

2. Justificativa ____________________________________________________ 16

3. Revisão da Literatura ____________________________________________ 17

3.1 Agrotóxicos ________________________________________________ 17

3.2 Definição e Classificação dos Agrotóxicos ________________________ 18

3.3 Ditiocarbamatos _____________________________________________ 18

3.4 Etilenobisditiocarbamatos (EBDC) _______________________________ 20

3.5 Degradação dos EBDC _______________________________________ 20

3.6 Etilenotiouréia (ETU) _________________________________________ 21

3.7 Formação de ETU durante fabricação de EBDC e armazenamento. ____ 22

3.8 Formação de ETU durante preparo dos alimentos __________________ 22

3.9 Cromatografia ______________________________________________ 22

3.10 Cromatografia na análise de resíduos de agrotóxicos ______________ 23

3.11 Cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas ________ 24

3.12 Métodos de análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos _______ 29

3.13 Validação ________________________________________________ 29

3.14 Processo de validação ______________________________________ 30

3.15 Parâmetros de Validação ____________________________________ 31

3.16 Validação Curta ___________________________________________ 31

3.17 Precisão _________________________________________________ 31

3.18 Repetitividade _____________________________________________ 31

3.19 Precisão Intermediária ______________________________________ 32

3.20 Seletividade ______________________________________________ 32

3.21 Recuperação _____________________________________________ 32

3.22 Linearidade _______________________________________________ 33

3.23 Limite de Detecção (LOD) ___________________________________ 33

3.24 Limite de Quantificação (LOQ) ________________________________ 34

3.25 Robustez ________________________________________________ 35

3.26 Estabilidade ______________________________________________ 35

4. Validação do Método de Análise ___________________________________ 36

4.1 Números de Amostras para os Ensaios de Validação do Método ________ 36

a) Amostra Testemunha _______________________________________ 36

b) Amostra Fortificada ________________________________________ 36

4.2 Seletividade __________________________________________________ 36

4.3 Linearidade __________________________________________________ 37

4.4 Recuperação _________________________________________________ 37

4.5 Precisão ____________________________________________________ 37

4.6 Robustez ____________________________________________________ 37

5. Materiais e Métodos _____________________________________________ 38

5.1 Materiais de referência _______________________________________ 38

5.2 Análise de Etilenotiouréia (ETU) por CLAE-UV _______________________ 38

5.2.1 Equipamentos, reagentes e solventes, soluções e diversos, materiais e

vidraria. ______________________________________________________ 38

5.2.2 Preparo Típico de Soluções Padrão de Calibração e de Fortificação ___ 40

5.2.3 Preparação da Amostra _____________________________________ 43

5.2.4 Procedimento Analítico ______________________________________ 43

5.2.5 Análise Instrumental ________________________________________ 44

5.2.6 Preparo de Soluções _______________________________________ 44

5.2.7 Análise Quantitativa ________________________________________ 45

5.3 Análise de Etilenotiouréia (ETU) por CLAE-EM/EM ___________________ 45

5.3.1 Equipamentos, reagentes e solventes, soluções e diversos, materiais e

vidraria. ______________________________________________________ 45

5.3.2 Preparo Típico de Soluções Padrão de Calibração e de Fortificação ___ 48

5.3.3 Preparação da Amostra _____________________________________ 50

5.3.4 Procedimento Analítico ______________________________________ 50

5.3.5 Análise Instrumental ________________________________________ 51

5.3.6 Preparo de Soluções _______________________________________ 52

5.3.7 Análise Quantitativa ________________________________________ 54

6. Resultados e Discussões _________________________________________ 55

6.1 Seletividade __________________________________________________ 58

6.2 Linearidade, Faixa Linear de Trabalho, Limite de Detecção e Limite de

Quantificação ___________________________________________________ 61

6.2.1 Resultados fornecidos pelo teste de Linearidade __________________ 62

6.3 Exatidão e Precisão (Intermediária e Repetitividade) __________________ 67

6.4 Robustez ____________________________________________________ 70

6.5 Análise de Impacto da substituição de Metodologia de Análise de CLAE-UV

para CL-EM/EM _________________________________________________ 72

6.5.1 Seletividade ______________________________________________ 72

6.5.2 Tempo de Análise __________________________________________ 73

6.5.3 Valores de Recuperação dos fortificados para CLAE-UV ____________ 73

7. Conclusão _____________________________________________________ 75

8. Referências Bibliografias _________________________________________ 77

Lista de Figuras

Figura 1.Estrutura dos principais ditiocarbamatos de uso autorizado no Brasil ....... 19

Figura 2. Degradação dos EBDC e formação do ETU ............................................. 21

Figura 3. Componentes Básicos de um espectrômetro de massas ......................... 25

Figura 4. Cromatograma para Solução Padrão de Calibração de concentração 25,0

ng/mL injetada no CL-EM/EM ................................................................................... 57

Figura 5. Cromatograma para Solução Padrão de Calibração de concentração 25,0

ng/mL injetada no CLAE-UV ..................................................................................... 57

Figura 6.Cromatograma para Amostra Testemunha (UT) injetada no CL-EM/EM ... 59

Figura 7. Cromatograma para Branco de Reagentes (B) injetada no CL-EM/EM .... 59

Figura 8. Cromatograma para Branco Fortificado (BF) injetada no CL-EM/EM ....... 60

Figura 9. Cromatograma para Quality Control (QC) injetada no CL-EM/EM ............ 60

Figura 10. Curva Sobreposta com Matriz e sem Matriz .......................................... 61

Figura 11. Curva de Calibração ............................................................................... 63

Figura 12. Cromatograma para Solução Padrão de Calibração de concentração 1,25

ng/mL ........................................................................................................................ 64

Figura 13. Cromatograma para Solução Padrão de Calibração de concentração 2,50

ng/mL ........................................................................................................................ 65

Figura 14. Cromatograma para Solução Padrão de Calibração de concentração 6,25

ng/mL ........................................................................................................................ 65

Figura 15. Cromatograma para Solução Padrão de Calibração de concentração 25,0

ng/mL ........................................................................................................................ 66

Figura 16. Cromatograma para Solução Padrão de Calibração de concentração 50,0

ng/mL ........................................................................................................................ 66

Lista de Tabelas

Tabela 1. Parâmetros que podem causar variações nas respostas do método ....... 35

Tabela 2. Etilenotiouréia (ETU) (utilizada para propósito de calibração e fortificação)

.................................................................................................................................. 38

Tabela 3. Preparo de Soluções Padrão de Fortificação para Análise utilizando-se

CLAE-UV .................................................................................................................. 43

Tabela 4. Preparo de Soluções Padrão de Calibração para Análise utilizando-se

CLAE-UV .................................................................................................................. 44

Tabela 5. Preparo de Soluções Padrão de Fortificação para Análise utilizando-se

CL-EM/EM ................................................................................................................ 51

Tabela 6. Preparo de Soluções Padrão de calibração para Análise utilizando-se CL-

EM/EM ...................................................................................................................... 52

Tabela 7. Parâmetros do CL-EM/EM otimizados após a infusão ............................. 57

Tabela 8. Valores obtidos pela curva de linearidade Erro! Indicador não definido.63

Tabela 9. Valores de Análise de Desvio Padrão e Coeficiente de Variação da Curva

de Calibração ............................................................................................................ 64

Tabela 10. Valores de Análise de Variância Obtidos da Curva de Calibração ..... Erro!

Indicador não definido.65

Tabela 11. Resultados de Recuperação para a metodologia desenvolvida aplicada à

matriz de Pêssego, utilizando-se CL-EM/EM ............................................................ 70

Tabela 12. Valores de recuperação obtidos em 2 dias distintos para avaliação de

exatidão e precisão ...................................................... Erro! Indicador não definido.

Tabela 13. Parâmetros avaliados na robustez ......................................................... 73

Tabela 14. Valores de recuperação no parâmetro de robustez quando não há

variações ao método................................................................................................. 73

Tabela 15. Valores de recuperação no parâmetro de robustez quando há variação

de temperatura do forno em relação método ............................................................ 73

Tabela 16. Valores de recuperação no parâmetro de robustez quando há variação

de proporção da fase móvel em relação método ...................................................... 74

Tabela 17. Valores de Análise de Variância Obtidos da Robustez .......................... 74

Tabela 18. Valores de recuperação para injeção no CLAE-UV ................................ 77

15

1.Objetivo

1.1 Objetivo Geral

Validar Método Analítico por CLAE-EM/EM para determinação de Resíduos

de Etilenotiouréia.

1.2 Objetivos Específicos

Comparar Resultados Obtidos por análise com CLAE-EM/EM com os

resultados pré-determinados por CLAE-UV.

Validar Método em Diferentes Grupos de Matrizes Representativas

Analisar Vantagens da Análise por CLAE-EM/EM

16

2. Justificativa

Com a tendência mundial dos estudos de análise de resíduos em

agroquímicos de se obter uma diminuição dos limites de quantificação para os

métodos analíticos, a fim de se determinar limites máximos de resíduos (LMR) cada

vez menores, técnicas analíticas consideradas mais avançadas em termos de

detecção e separação, como a cromatografia líquida acoplada à espectrometria de

massas em série devem ser empregadas, em função da sua alta seletividade,

sensibilidade e elevado nível de confiabilidade dos resultados (Ion Ratio - razão de

confirmação atráves de detecção do segundo par de massas).

17

3. Revisão da Literatura

3.1 Agrotóxicos

O crescimento contínuo da população mundial tem causado a diminuição das

áreas apropriadas para o cultivo agrícola e, por outro lado, com este crescimento,

observa-se um crescente aumento na demanda por alimentos. Este aumento da

demanda por alimentos tem impulsionado o desenvolvimento de sistemas agrícolas

cada vez mais eficientes. Desta maneira, o uso de agrotóxicos usado para o controle

de pragas durante o cultivo e após a colheita tornou-se um instrumento de essencial

necessidade para garantir o crescimento e a qualidade da produção agrícola.

O Brasil por possuir uma área rural extensa, unido com um clima diversificado

e favorável para o cultivo de diferentes culturas, é um dos maiores produtores e

exportadores de produtos agrícolas de todo o mundo, e por este motivo existe um

controle e cuidado muito grande com o uso de agrotóxicos.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Ministério

da Saúde, é o órgão responsável por estabelecer os limites máximos de resíduos

(LMR) para diversas culturas de alimentos que são cultivados e comercializados no

Brasil.

Também tem como funções verificar se agrotóxicos não registrados estão

sendo utilizados ilegalmente, investigar se os registrados estão sendo utilizados de

forma inadequada e, obter dados mais confiáveis para a estimativa da ingestão

diária de resíduos de agrotóxicos pela população, uma informação fundamental ao

realizar o registro de novos agrotóxicos e/ou renovar o registro dos já existentes

(BASTOS, 2007).

18

3.2 Definição e Classificação dos Agrotóxicos

Segundo o Decreto Federal Brasileiro nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002,

entendem-se por agrotóxicos: “produtos e agentes de processos físicos, químicos ou

biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e no

beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas,

nativas ou plantadas e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e

industriais, cuja finalidade seja de alterar a composição da flora ou da fauna, a fim

de preservá-las da ação danosa dos seres vivos considerados nocivos, bem como

substâncias e produtos empregados como desfolhantes,dessecantes, estimuladores

e inibidores do crescimento das plantas” (JARDIM, 2009).

Os agrotóxicos são definidos como substâncias que agem direta ou

indiretamente em um organismo vivo, podendo matá-lo ou controlá-lo de alguma

maneira, por exemplo, interferindo em seu processo reprodutivo. (JARDIM, 2009).

Sendo assim, o termo “agrotóxico” utilizado neste trabalho, refere-se às diferentes

categorias de uso, como inseticidas, pesticidas, fungicidas, herbicidas, dentre as

outras existentes.

Com base na grande quantidade de agrotóxicos utilizados na agricultura e, os

resíduos encontrados nos alimentos, é possível observar uma crescente tendência

na realização de trabalhos científicos envolvendo desenvolvimento, otimização e

validação de métodos analíticos.

3.3 Ditiocarbamatos

Os ditiocarbamatos pertencem a um grupo de agrotóxicos organossulfurados

empregados na agricultura com ação fungicida.

Existem sob a forma de um pó branco ou amarelo-claro, de baixa toxicidade

aguda, baixa volatilidade e solubilidade em solventes orgânicos. O grupo pode ser

dividido em DTC cujos representantes são o ferbam, metam, tiram e ziram, e os

EBDC representados pelo maneb, mancozeb, metiram, propinebe e zineb

(SEIZIOGA, 2003).

19

No Brasil existem registrados seis tipos de substâncias da classe dos

ditiocarbamatos como ingredientes ativos, para quarenta e um diferentes tipos de

cultura (BASTOS, 2007). A Figura 1 apresenta as estruturas químicas dos principais

Ditiocarbamatos de uso autorizado no Brasil.

Os ditiocarbamatos são usados contra vários fitopatologias, com uso

expressivo na agricultura brasileira, nas mais diversas culturas, como hortaliças,

frutas e leguminosas. Estes fungicidas são indicados para o uso contra doenças de

folhagem, no tratamento de sementes e bulbos, contra patógenos de solo e de

madeira, apresentando também uma ação de repelência contra insetos. (SOUSA,

2009).

Fonte – (SOUSA, 2009)

Figura 1. Estrutura dos principais ditiocarbamatos de uso autorizado no Brasil

A relevância toxicológica dessas substâncias deve-se a seus dois maiores

produtos de degradação, etileno tiouréia (ETU) e propilenotiouréia (PTU), suspeitos

de serem bocigênicos, carcinogênicos e mutagênicos em ratos. No Brasil, o uso de

ditiocarbamatos em culturas é intenso, conforme relatado pelo programa gerenciado

20

pela ANVISA, o Programa Nacional de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em

Alimentos (PARA) (BASTOS, 2007).

3.4 Etilenobisditiocarbamatos (EBDC)

Os EBDC são sais orgânicos de manganês, zinco ou zinco e sódio, sendo

insolúveis em água e solventes orgânicos.

São produzidos pela reação de dissulfeto de carbono (CS2) com uma amina

em condições alcalinas, podendo ocorrer precipitação com sal de metal pesado de

natureza polimérica e definição incompleta, especialmente na presença de alguns

íons metálicos. São fungicidas usados no mundo todo. Possuem amplo espectro de

ação no controle de moléstias que atacam diversos cultivos, tais como cereais,

frutas e legumes. Na América Latina, mais de 50% de todos os fungicidas utilizados

são do grupo dos EBDC e, no Brasil, esta classe de fungicida supera os 40%,

representando o principal produto contra fungos (LEMES, 2007).

3.5 Degradação dos EBDC

Etilenobisditiocarbamatos são instáveis em meio alcalino ou ácido, na

presença de oxigênio e em sistemas biológicos, e decompõem-se rapidamente em

água. Em meio alcalino ou ácido, decompõem-se em dissulfeto de carbono ou

sulfeto de hidrogênio. A liberação do dissulfeto de carbono depende do meio onde

ocorrerá a hidrólise. Produtos secundários são formados pela degradação oxidativa

dos EBDC (WHO, 1988).

A degradação dos EBDC pode ocorrer durante a manufatura ou o

armazenamento do produto formulado, na cultura após o tratamento e,

principalmente, durante o processamento do alimento (LEMES, 2007)

Microorganismos rapidamente formam ETU a partir do etileno bistioutam

dissulfeto (DIDT), um produto de decomposição espontânea dos EBDC. Essa

conversão ocorre após adição de compostos de redução como cisteína, glutationa

21

ou ácido ascórbico. Consiste na redução da ligação S-S do DIDT, com a

subseqüente ligação com o dissulfeto de carbono para formar ETU (WHO, 1988)

A decomposição metabólica dos EBDC é complexa e ocorre formação de

vários sub-produtos, sendo um deles o ETU, composto de interesse para este

trabalho. A Figura 2 ilustra a decomposição dos EBDC.

Fonte: (WHO, 1988)

Figura 2. Degradação dos EBDC e formação do ETU

3.6 Etilenotiouréia (ETU)

Etilenotiouréia ou 2-imidazoledinona (ETU) é um dos principais produtos da

degradação dos fungicidas ditiocarbamatos (EBDC). Possui fórmula molecular:

C3H6N2S e, massa molecular: 102,16. É solúvel em água, etanol e em metanol.

22

Na água é relativamente estável a hidrólise, mas pode ser facilmente

fotolizado na presença de fotossintetizadores. No solo, o ETU é química e

biologicamente degradado a etilenouréia (EU), com meia-vida de 1-7 dias, sob

condições de campo. Em condições aeróbicas, o ETU e a EU podem ser convertidos

a CO2. O ETU é bastante móvel no solo úmido em geral devido à sua adsorção no

solo fraco e alta solubilidade. O campo de dissipação de meia-vida do ETU é inferior

a uma semana devida à rápida degradação microbiana. Se liberado para a

atmosfera, ETU pode ser facilmente removida pela chuça ou por meio de reações

com radicais hidroxilas. A meia-vida de ETU no ar é de 8-9 dias (Xu, 2000).

3.7 Formação de ETU durante fabricação de EBDC e armazenamento.

ETU pode ser formado durante a elaboração do EBDC, geralmente a ETU

presente nas culturas, logo após a aplicação, são aquelas já presentes durante a

formulação do EBDC, porém pequenas quantidades também podem ser formadas

durante aplicação da calda para aplicação e também devido à degradação do

fungicida nas superfícies da cultura tratada (LEMES,2007).

3.8 Formação de ETU durante preparo dos alimentos

Os resíduos de EBDC nos alimentos podem ser facilmente convertidos em

ETU durante o armazenamento destes alimentos e quando inclui uma etapa de

aquecimento (cozimento ou transformação industrial) (IARC, 2000).

3.9 Cromatografia

A cromatografia é um método físico-químico de separação. Ela está

fundamentada na migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre

devido a diferentes interações entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase

estacionaria (DEGANI, 1998).

23

A cromatografia liquida de alta eficiência (CLAE) é um importante membro de

toda uma família de técnicas de separação, uma vez que consegue separar misturas

que contêm um grande numero de compostos similares.

A CLAE utiliza instrumentos que podem ser totalmente automatizados. É um

tipo de cromatografia líquida que emprega colunas recheadas com materiais

especialmente preparados e uma fase móvel, eluída sob altas pressões. Ela tem a

capacidade de realizar separações e análises quantitativas de uma grande

variedade de compostos presentes em diversos tipos de amostras, em escala de

tempo de poucos minutos, com alta resolução, eficiência e detectabilidade

(COLLINS, 2006).

Nas ultimas décadas, ocorreu o desenvolvimento de vários detectores

espectrofotômetros que operam em comprimento de onda variável e houve um

aumento na utilização de detectores eletroquímicos, por fluorescência e por

fluorescência induzida por laser, bem como o acoplamento com o espectrômetro de

massas (equipamento utilizado neste trabalho). Com eles, tornou-se possível a

detecção de uma faixa mais ampla de compostos e a análise de compostos em

baixas concentrações presentes em amostras complexas (COLLINS, 2006).

3.10 Cromatografia na análise de resíduos de agrotóxicos

Na determinação de resíduos de agrotóxicos em alimentos, geralmente são

empregados métodos cromatográficos de análise, como a cromatografia gasosa

(CG) e a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Também têm sido

desenvolvidas técnicas de análise de agrotóxicos em alimentos cada vez mais

rápidas, seletivas e sensíveis devido à necessidade de se detectar simultaneamente

um grande número de compostos em baixos 2 níveis de concentração (da ordem de

μg L-1 ou μg kg-1) (CHIARADIA, 2009).

Entretanto, nos últimos anos, pode-se observar uma tendência para o uso de

agrotóxicos mais polares, os quais apresentam menor persistência e toxicidade que

os apolares. Os compostos polares iônicos são menos adequados para análise

usando CG e isto implica no uso de técnicas alternativas, (JARDIM, 2009) dentre

elas, pode-se destacar a cromatografia líquida de ultra eficiência (CLUE) e os

24

métodos cromatográficos com detecção por espectrometria de massas (CL-EM)

(DEMOLINER, 2008).

3.11 Cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas

A cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas (CL-EM) é uma

das técnicas mais poderosas para a análise de resíduos de agrotóxicos polares

iônicos, de baixa volatilidade ou instabilidade térmica. A CL é muito efetiva na

separação dos analitos, enquanto a EM permite a sua identificação e/ou confirmação

em nível de traços. Instrumentos modernos de CL-EM empregando ionização à

pressão atmosférica provêm excelentes seletividade e detectabilidade, que habilitam

análises dos compostos-alvo em níveis de traços (JARDIM, 2009).

O acoplamento CL em série com o espectrômetro de massas (CL-EM/EM)

tem se tornando muito importante para análise de resíduos de agrotóxicos nos

alimentos, permitindo a análise de agrotóxicos em níveis de ultra-traços (da ordem

de ng kg-1), mesmo na presença de interferentes. A fragmentação controlada da EM

é uma ferramenta essencial para a identificação confiável do analito de interesse

com maior seletividade; além disso, essa fragmentação gera sinais mais limpos

melhorando a razão sinal/ruído e diminuindo, portanto, os limites de detecção e

quantificação. Desta forma a análises com uso de CL-EM/EM consiste no que há

mais moderno e avançado em análises de resíduos de agrotóxicos.

Quando se utiliza a cromatografia líquida acoplada à espectrometria de

massas (CL-EM), são encontradas incompatibilidades relacionadas à vazão do

eluente do sistema cromatográfico com relação à velocidade de bombeamento do

sistema de vácuo e o projeto da fonte de íons do espectrômetro de massas. As

vazões utilizadas em CLAE são relativamente grandes (da ordem de 1,0 mL min-1),

de maneira que não é possível bombear o eluente de um cromatógrafo a líquido

diretamente para o interior da fonte do espectrômetro, que opera a pressões de

cerca de 1,3 x 10-4 Pa. Assim, uma das mais importantes funções de uma interface

empregada em CL-EM é remover toda ou, pelo menos, uma parte significativa da

fase móvel (FM) (CHIARADIA, 2008).

25

Atualmente, a abordagem mais popular usa uma técnica de ionização à

pressão atmosférica de baixa vazão (HOLLER, 2009). A Figura 3 mostra um

diagrama de blocos de um sistema típico de cromatografia líquida acoplado com

espectrometria de massas, sendo constituído por um sistema de injeção da amostra,

fonte de ionização, analisador/separador de massas, detector e sistema de

aquisição de amostra.

Fonte: (DEMOLINER, 2008)

Figura 3. Componentes Básicos de um espectrômetro de massas

Em CL-EM, a amostra é inicialmente separada e depois detectada, o

espectrômetro de massas faz isso produzindo partículas carregadas (íons) a partir

dos analitos da amostra, e usando campos elétricos e/ou magnéticos para separar

partículas carregadas de acordo com sua relação massa/carga (m/z) (HARRIS,

2001).

Na tentativa de minimizar os problemas encontrados no interfaceamento do

sistema CL com EM foram desenvolvidas varias interfaces, nas quais, muitas vezes,

também é realizada a ionização do analito por métodos que permitem a obtenção de

íons a partir de moléculas sensíveis à temperatura e/ou pouco voláteis. Por este

motivo muitos autores referem-se a algumas dessas interfaces simplesmente como

fonte de ionização (DEMOLINER, 2008).

26

As fontes de ionização mais comuns são a ionização por eletronebulização

(“electrospray ionization”) – ESI e a ionização química à pressão atmosférica

(“atmospheric pressure chemical ionization”) - APCI. A combinação da CLAE com a

espectrometria de massas proporciona alta seletividade, uma vez que picos não

resolvidos podem ser isolados monitorando-se somente um valor de massa

selecionado (HOLLER, 2009) além de permitir análises de substâncias não voláteis,

o que não é possível na cromatografia gasosa sem a etapa de derivatização

(COLLINS, 2006).

Na ionização por eletronebulização, o liquido no qual o analito de interesse se

encontra dissolvido (na FM, no caso do eluente da CLAE) passa através de um

capilar, a pressão atmosférica, mantido sob alta voltagem. Na saída do capilar são

formadas pequenas gotas altamente carregadas (“spray”) que são dessolvatadas ao

se deslocarem em sentido contrário ao posicionamento de um eletrodo em uma

região de pressão atmosférica. A dessolvatação é assistida por um fluxo continuo de

gás seco (geralmente N2) na região do “spray”. À medida que ocorre a

dessolvatação, o tamanho das gotas é reduzido até o ponto em que a força de

repulsão entre as cargas similares fica maior que as forças de coesão da fase

líquida (tensão superficial). Neste momento, ocorre a chamada “explosão

coulômbica” que gera gotas com tamanhos equivalentes a 10% do tamanho das

gotas a partir das quais se originaram. Uma série de explosões passa então a

ocorrer até que são produzidos os íons do analito a partir destas gotas, os quais são

transferidos para o interior do espectrômetro de massas por uma série de

dispositivos de focalização (CHIARADIA, 2009).

Graças ao modo de obtenção dos íons nesta fonte de ionização, ela pode ser

utilizada na análise de compostos sensíveis a temperatura e com elevadas massas

molares. Em ESI, compostos sensíveis à temperatura podem ser ionizados sem

sofrer degradação, já que a ionização ocorre diretamente na solução. Já os

compostos com massas molares relativamente grandes podem ser analisados

utilizando-se ESI, porque esta fonte de ionização é capaz de gerar íons com

múltiplas cargas. Assim, como o espectrômetro de massas mede a razão

massa/carga (m/z) dos íons, o intervalo de “massa” de aplicabilidade do instrumento

pode ser expandido por um fator equivalente ao numero de cargas do íon, isto é, um

27

íon com m/z 1000 e com 20 cargas representa um composto com uma massa molar

de 20000 Da (CHIARADIA, 2009).

Como a ESI é dependente da concentração do analito no eluente da coluna

cromatográfica, o uso de divisores de fluxo, para diminuir a vazão do eluente para o

interior da interface, não afeta, de forma notável, sua detectabilidade. Há a

necessidade de uso de divisores de fluxo somente quando a vazão utilizada no

cromatógrafo ultrapassar 1 mL min-1 ou 0,5 mL min-1 no caso da FM com elevada

porcentagem de água em sua composição (CHIARADIA, 2009).

O modo de ionização que ocorre na ESI é denominado ionização suave,

porque a energia empregada nesta fonte de ionização não é suficiente para gerar

uma fragmentação significativa das moléculas do analito, de maneira que são

formados íons pseudo-moleculares intactos, do tipo [M+H]+ no modo positivo ou [M-

H]- no modo negativo. O modo de operação positivo ou negativo é estabelecido, na

ESI, pelos modificadores adicionados à FM. No modo de ionização positivo é

adicionado à FM um ácido orgânico, geralmente ácido fórmico. Já no modo negativo,

adiciona-se à FM uma base orgânica, geralmente trietilamina (CHIARADIA, 2009).

Na EM/EM, ao invés de utilizar apenas um analisador de massas para

separar os íons de mesma razão m/z gerados na fonte de ionização, como na EM,

utiliza dois estágios de espectrometria de massas (EM1 e EM2), em que um deles é

usado para isolar o íon de interesse e o outro é usado para estabelecer uma relação

entre íon de interesse isolado e o outro é usado para estabelecer uma relação entre

este íon de interesse isolado e outros íons que foram gerados a partir da

decomposição induzida (CHIARADIA, 2009). O analisador de massas opera sob

vácuo, para assegurar que os íons se desloquem com eficiência máxima. Existem

vários tipos de analisadores de massas, tais como:

Sistemas Quadrupolo (QqQ): Os analisadores de massa quadrupolo usam

quatro eletrodos em forma de bastão paralelos organizados em um quadrado para

gerar campos elétricos que filtram os íons com base em sua relação m/s enquanto

se deslocam pelos eletrodos. Em determinadas magnitudes e freqüências, apenas

íons com a massa selecionada atingem o detector. Alterando os campos elétricos,

28

as massas de todos os íons podem ser varridas seqüencialmente, de baixa para alta

ou vice-versa, gerando um espectro de massas (SKOOG & LEARY, 1992).

Analisadores de tempo de vôo (Time-of-Flight – TOF): Os analisadores

TOF baseiam-se no principio de que, como os íons são gerados na mesma fonte de

ionização do espectrômetro de massas, elas possuem a mesma energia cinética, de

maneira que as sua velocidades serão apenas diferenciadas pelas suas massas

(velocidade é inversamente proporcional à raiz quadrada da massa do íon). Por isso,

neste analisador de massas, os íons produzidos na fonte de ionização do

espectrômetro são acelerados através de um tubo de vôo para serem identificados,

uma vez que o tempo que levam para atravessá-lo esta relacionado com a razão

m/z de cada íon (DEMOLINER, 2008).

Sistemas Ion-trap: O íon-trap é um quadrupolo tridimensional que “captura”

todos os íons que são introduzidos em seu interior e os mantêm “aprisionados” até

que uma determinada radiofreqüência seja aplicada e torna os íons de certa razão

m/z instáveis, de forma que são liberados do trap (ARDREY, 2003).

Triplo Quadrupolo: Em um espectrômetro de massas do tipo triplo

quadrupolo é formado pela junção de três quadrupolos em seqüência. No primeiro

um íon selecionado é separado da corrente de íons vinda da fonte de íons. No

segundo quadrupolo este íon sofre nova fragmentação por colisão com íons de N2

ou Ar. O terceiro quadrupolo seleciona então um dos fragmentos iônicos formados

para enviar ao detector (HARRIS, 2001).

Sistemas de EM em tandem (EM-EM): A espectrometria de massas

seqüencial (Tandem, EM/EM, é a técnica espectrométrica que, ao invés de utilizar

apenas um analisador de massas para separar os íons de mesma razão m/z

gerados na fonte de ionização, utiliza dois ou mais estágios de analise de massa

(Q1 e Q2). O compartimento Q1 funciona como um filtro de massas usado para

estabelecer uma relação entre o íon precursor isolado e outros íons que foram

gerados a partir da sua decomposição induzida, que é o processo de fragmentação

ocorrido na célula de colisão, com auxilio de um gás inerte, argônio ou hélio

(ARDREY, 2003).

29

Na EM/EM podem ser utilizadas varias técnicas de varredura para realizar a

análise, tais como a varredura dos íons produto (“product-ion scan”), varredura dos

íons precursores (“precursor-ion scan”), varredura da constante perda de íons

neutros (“constant-neutral-loss scan”) e o monitoramento seletivo de reação

(selected-reaction monitoring”). Quando se faz o acoplamento da cromatografia com

a EM obtém-se o chamado cromatograma de massas que é assim denominado por

se tratar de um cromatograma constituído de todos os íons produzidos pelo

espectrômetro de massas ou apenas pelos íons de interesse produzidos por este. O

cromatograma contendo todos os íons produzidos pelo espectrômetro de massas é

denominado cromatograma de íons totais (“total íon chromatogram”) - TIC. Já o

cromatograma constituído apenas pelos íons de interesse pode ser obtido pelo

monitoramento de íons selecionados (“selected íon monitoring”) – SIM, ajustando-se

o detector de massas para que sejam observados os íons de razão m/z de interesse

ou selecionando-os a partir de um banco de dados que contenha os espectros de

massas completos (CHIARADIA, 2009).

3.12 Métodos de análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos

Os métodos de análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos

compreendem, basicamente, três etapas: A primeira etapa consiste na amostragem,

que deve ser representativa de um todo. A segunda é o preparo da amostra, isto é, a

extração do analito da matriz, remoção de interferentes (“clean-up”) e concentração;

a terceira etapa trata-se da separação e determinação dos analitos (CHIARADIA,

2009).

3.13 Validação

O desenvolvimento de um método analítico, a adaptação ou implementação

de método conhecido, envolve processo de avaliação que estime sua eficiência na

rotina do laboratório. Esse processo costuma ser denominado de validação (BRITO,

2003).

30

O guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos, proposto pela

resolução nº 899/2003 da ANVISA, determina que a validação deve garantir, por

meio de estudos experimentais, que o método atenda às exigências das aplicações

analíticas, assegurando a confiabilidade dos resultados (ANVISA,2003).

Vários autores definem validação de métodos e pode-se dizer que os

conceitos continuam evoluindo e estão constantemente sob consideração pelas

agências reguladoras. É possível encontrar várias outras definições para validação

descritas na literatura:

A validação é a “confirmação por testes e apresentação de evidências

objetivas de que determinados requisitos são preenchidos para um dado uso

internacional” (ISO/IEC 17025, 1999).

O objetivo da validação consiste em demonstrar que o método analítico é

adequado para o seu propósito (WALSH, 1999).

A validação de métodos assegura a credibilidade destes durante o uso

rotineiro, sendo algumas vezes mencionado como o processo que fornece uma

evidência documentada de que o método realiza aquilo para o qual é indicado para

fazer. (USP U.S. PHARMACOPEIA).

Avaliação sistemática de um procedimento analítico para demonstrar que está

sob as condições nas quais deve ser aplicado (WHO, 1988).

3.14 Processo de validação

É essencial que os estudos de validação sejam representativos e conduzidos

de modo que a variação da faixa de concentração e os tipos de amostras sejam

adequados. Um método para um composto majoritário requer um critério de

aceitação e uma abordagem diferente de um método desenvolvido para análise de

traços. A freqüência que o método será utilizado (muitas vezes em um dia, uma vez

em um dia para um estudo rápido, uma vez em um mês, etc.) também influencia o

31

tipo de estudo de validação que é necessário. Os parâmetros analíticos devem ser

baseados na intenção do uso do método (RIBANI, 2004).

3.15 Parâmetros de Validação

Os parâmetros de validação que serão utilizados neste método são referentes

ao requisitado pela ANVISA, através da RDC nº 216, sendo analisados os

parâmetros de: seletividade, linearidade, faixa linear, precisão, exatidão, limite de

detecção, limite de quantificação e robustez.

3.16 Validação Curta

Em casos onde um método analítico validado por outro laboratório for ser

utilizado, a metodologia será considerada apropriada para uso, desde que seja

realizada uma validação curta. Na validação curta devem ser avaliados os

parâmetros mínimos de linearidade, precisão e recuperação.

3.17 Precisão

Precisão é um termo geral para avaliar a dispersão de resultados entre

ensaios independentes, repetidos de uma mesma amostra, amostras semelhantes

ou padrões em condições definidas. É normalmente determinada para

circunstâncias especificas de medição e as duas formas mais comuns de expressá-

la são por meio da repetitividade e da precisão intermediária. O desvio padrão

relativo (DPR), também conhecido como coeficiente de variação (CV), será o calculo

estatístico para expressar os resultados.

3.18 Repetitividade

A repetitividade representa a concordância entre os resultados de medições

sucessivas de um mesmo método, efetuadas sob as mesmas condições de

medição, chamadas condições de repetitividade: mesmo procedimento; mesmo

analista; mesmo instrumento usado sob as mesmas condições; mesmo local;

repetições em um curto intervalo de tempo.

32

3.19 Precisão Intermediária

Indica o efeito das variações dentro do laboratório devido a eventos como

diferentes dias ou diferentes analistas ou diferentes equipamentos ou uma

combinação destes fatores. A precisão intermediária é reconhecida como a mais

representativa da variabilidade dos resultados em um único laboratório e, como tal,

mais aconselhável de ser adotada.

O objetivo da validação da precisão intermediária é verificar que no mesmo

laboratório o método fornecerá os mesmos resultados.

3.20 Seletividade

A seletividade define a capacidade do método em detectar o analito de

interesse na presença de outros componentes da matriz.

Um método seletivo é um método capaz de responder a vários analitos, mas

que pode distinguir a resposta de um analito das respostas dos outros analitos.

A seletividade de um método analítico pode ser avaliada de duas formas:

(a) Comparando-se a matriz isenta dos agrotóxicos com a matriz adicionada

com os padrões dos agrotóxicos para verificar a existência de coeluição

destes compostos junto a interferentes da matriz;

(b) Utilizando-se detectores modernos (arranjos de diodos e espectrômetros

de massas) que permitem comparar o espectro do pico obtido na amostra

com o espectro do padrão puro e, no caso da espectrometria de massas

em série, é possível selecionar as transições MRM entre os íons dos

analitos e seus íons fragmentos específicos (RIBANI, 2004).

3.21 Recuperação

A recuperação (R) é definida como razão entre os valores de concentração

obtidos e os teóricos, e geralmente é expressa em porcentagem.

O intervalo aceitável de recuperação para a análise de resíduos de

agrotóxicos é de 70 a 120%, com precisão de 20%.

33

A recuperação pode ser calculada utilizando-se a equação abaixo.

R (%) = (C1 / C2) x 100

Onde,

C1 é a concentração determinada na amostra fortificada

C2 é a concentração adicionada à amostra

3.22 Linearidade

A linearidade corresponde à capacidade do método em fornecer resultados

diretamente proporcionais à concentração da substância em exame, dentro de uma

determinada faixa de aplicação.

A faixa linear de um método é definida como o intervalo entre os níveis inferior

e superior de concentração do analito no qual foi demonstrado ser possível a

determinação com precisão, exatidão e linearidade exigidos sob as condições

especificas para o ensaio.

Recomenda-se que para a validação a linearidade seja determinada com a

utilização de, no mínimo, cinco concentrações diferentes. Estas concentrações

devem possuir recuperação entre 70%-130%, segundo a RDC nº216.

Havendo relação linear, determina-se o coeficiente de correlação (r), sendo

que um valor maior ou igual a 0,99 é requerido.

3.23 Limite de Detecção (LOD)

O limite de detecção (LOD) representa a menor concentração da substância

em exame que pode ser detectada, mas não necessariamente quantificada,

utilizando um determinado procedimento experimental.

O LOD pode ser calculado de três maneiras diferentes: método visual, método

relação sinal-ruído, método baseado em parâmetros da curva analítica.

34

(a) Visual: O LOD é determinado por meio da adição de concentrações

conhecidas do analito à matriz, de tal modo que se possa determinar o

menor nível em que o analito realmente pode ser detectado

(b) Relação Sinal/Ruído: O LOD é determinado através da comparação entre

a medição dos sinais de amostras com baixas concentrações conhecidas

do analito na matriz e um branco dessas amostras. Assim é estabelecida

uma concentração mínima na qual a substancia pode ser facilmente

detectada.

(c) Baseado em Parâmetros da Curva Analítica: O LOD é determinado

através de parâmetros da curva analítica de acordo com a equação a

seguir:

LOD = 3,3 x (s / a)

Onde,

s é a estimativa do desvio padrão da resposta do coeficiente linear da

equação da reta da curva de calibração

a é a inclinação ou coeficiente angular da equação da reta da curva analítica

Neste trabalho, utilizou-se como LOD o valor fixo de 20% do LOQ, visto que

tanto para a amostra testemunha quanto para o branco de reagentes pode-se ter um

valor máximo de 20% do LOQ do método de resíduos utilizado, este valor foi usado

como base para todas as analises.

3.24 Limite de Quantificação (LOQ)

O limite de quantificação (LOQ) representa a menor concentração da

substância em exame que pode ser medida, utilizando um determinado

procedimento experimental.

Como o LOD, o LOQ é expresso como uma concentração, sendo que a

precisão e exatidão das determinações também devem ser registradas. Esse critério

é uma boa regra a ser seguida, porém não se deve esquecer que a determinação do

LOQ representa um compromisso entre a concentração, a precisão e a exatidão

35

exigidas. Isto significa que, quando decresce o nível de concentração do LOQ, a

medição torna-se menos precisa. Se houver necessidade de maior precisão, uma

concentração maior deve ser registrada para o LOQ. O método analítico e seu

respectivo uso ditam esse compromisso (RIBANI, 2004).

3.25 Robustez

Robustez de um método analítico é a medida de sua capacidade em resistir a

pequenas variações. Diz-se que um método é robusto quando ele não é afetado por

uma modificação pequena e deliberada em seus parâmetros. Indica sua confiança

durante o uso normal. A Tabela 1 relaciona alguns dos principais parâmetros que

podem resultar em variações na resposta do método.

Tabela 1. Parâmetros que podem causar variações nas respostas do método

Preparo das Amostras Estabilidade das soluções analíticas

Tempo de retenção

Espectrometria

Variação do pH da solução

Temperatura

Diferentes fabricantes de solventes

Cromatografia Liquida

Variação do pH da fase móvel

Variação da composição da fase móvel

Diferentes lotes ou fabricantes de colunas

Temperatura

Fluxo da fase móvel

Fonte: (MORAES, 2010)

3.26 Estabilidade

Para gerar resultados confiáveis e reprodutíveis, as amostras, os padrões e

reagentes usados devem ser estáveis por um período razoável (por ex. um dia, uma

semana, um mês, dependendo da necessidade).

36

4. Validação do Método de Análise

4.1 Números de Amostras para os Ensaios de Validação do Método

Serão utilizados amostras de matriz representativa, analisadas com 5

repetições e em 2 níveis de fortificação, além de que também será injetada uma

amostra testemunha.

a) Amostra Testemunha

A amostra testemunha, utilizada na validação do método analítico,

corresponde à matriz de mesma espécie, a qual se sabe que não possui o

agrotóxico a qual será analisado.

b) Amostra Fortificada

A amostra fortificada, utilizada na validação do método analítico, corresponde

a amostra testemunha, na qual foi adicionada determinada concentração da solução

de fortificação.

4.2 Seletividade

Para a avaliação deste parâmetro será preparado 4 amostras:

Branco: No branco adicionam-se todos os reagentes e soluções

utilizados na rota analítica sem a presença da amostra e/ou analito de

interesse, para verificar possíveis interferências do método.

Branco Fortificado: No branco fortificado adicionam-se todos os

reagentes e soluções utilizados na rota analítica e uma concentração

conhecida do analito.

Amostra Testemunha: Amostra controle da matriz, a qual serve para

comprovar a existência ou não de algum interferente na matriz em análise.

37

Quality Control (QC): É uma amostra testemunha, na qual no final da

rota adiciona-se uma concentração conhecida do analito.

4.3 Linearidade

A determinação da linearidade é efetuada por meio da análise do analito de

interesse em diferentes concentrações. É feita uma curva de calibração construída

com no mínimo 3 repetições e, em 5 concentrações diferentes.

4.4 Recuperação

A RDC 216 (ANVISA 2006) considera valores de variabilidade para

determinação da aceitabilidade de métodos, recuperações entre 70% e 120%.

4.5 Precisão

A precisão é determinada por meio do coeficiente de variação percentual em

relação à média, sendo este valor de 20% conforme estabelecido pela ANVISA

(2006).

Para a analise da precisão intermediaria e repetitividade realiza-se no mínimo

5 repetições do ensaio.

4.6 Robustez

A robustez é determinada através de algumas pequenas modificações, como

mudança de coluna, equipamento para quantificação, composição da fase móvel.

Para isto, identificar-se-á uma ou mais variáveis no procedimento analítico

que possam ter efeito significativo no desempenho do método. Executar-se-á

analises na amostra para monitorar o efeito da mudança. Realizar o ensaio com no

mínimo 5 repetições para cada variável estabelecida.

38

5. Materiais e Métodos

Nos próximos itens, estão descritos todos os materiais que serão utilizados

para a realização deste trabalho, tais como equipamentos, solventes, soluções,

padrões vidrarias e softwares, os quais serão imprescindíveis para a realização do

mesmo.

5.1 Materiais de referência

Tabela 2. Etilenotiouréia (ETU) (utilizada para propósito de calibração e fortificação)

Código BASF Reg. No. Fórmula empírica

Pureza (certificado)

BF 222-ETU 146099 C3H6N2S 99,9%

Nome químico (IUPAC)

imidazolidine-2-thione

Fórmula estrutural

Homogeneidade Peso molecular Pressão de vapor

Obtida 102,2 g/mol Não disponível

Validade Origem Lote Certificado de análise

01/07/2012 BASF SE 01815-177 ASAP11_002

Estabilidade Não disponível.

Solubilidade Não disponível.

5.2 Análise de Etilenotiouréia (ETU) por CLAE-UV

5.2.1 Equipamentos, reagentes e solventes, soluções e diversos, materiais e vidraria.

Equipamentos

Cromatógrafo Líquido Agilent Technologies, 1100 Series

Detector de Ultra Violeta (UV/Vis) Agilent Technologies, Modelo G1314A

39

Coluna para cromatografia líquida Lichrosorb RP-18, (250 x 4)mm, 10m

Balança Semi-Analítica Mettler Toledo, PG 5002-S; Sartorius,

LE6202S

Balança Analítica Mettler Toledo, XS205DU

Sistema de Purificação de Água Millipore, Milli-Q Gradient

Homogeneizador -

Banho de Ultra-som -

Centrifuga -

Dispensete Brand, Dispensette III

Pipetador Automático Gilson, M1000, Eppendorf, Research

variável (1-10 mL)

Mesa agitadora -

Conjunto Rotavapor-Banho -

Reagentes e Solventes

Fabricante Referência Lote

Metanol J T. Baker 9093 K06C15

Água Milli-Q Millipore QTUM000EX F1DA42701

Acetonitrila J T. Baker 9012-03 K08C75

Diclorometano Mallinckrodt H485-10 J32J00

Hidróxido de Sódio

(NaOH)

QHEMIS QHH023 Q0036

Cloreto de Sódio (NaCl) J T. Baker 3624-19 E08C55

Óxido de alumínio Merck 815020 664512510

Soluções e diversos

NaOH 1 mol/L (Solução 1) 8g de NaOH para 200 mL com Água

Fase Móvel 0,2 % de Acetonitrila em Água

Óxido de Alumino atividade Água/Alumina 15% p/p: Ativar o óxido de alumínio por

40

5 (Alumina Ativada) 12 horas a cerca de 140 °C em erlenmeyer com

tampa e resfriar no dessecador. Adicionar 15% de

água e agitar em mesa agitadora por no mínimo 1

hora.

Materiais

Fabricante Referência Lote

Filtro Sartorius 17821 1106002VS

Extrelut NT3 Merck 1150950001 HC111124

Outros Materiais

Seringa Plástica 3 mL

Espátula -

Vidraria

Balão Volumétrico 5 mL

Balão Volumétrico Calibrado 25, 50, 100 mL

Balão de fundo chato 125 mL

Béquer 10, 50, 100, 250 mL

Erlenmeyer 250 mL

Proveta 50, 100, 250, 1000 mL

Recipiente para Extração 250 mL

Vias cromatográficas 3 mL

Vidro âmbar Diversos volumes.

5.2.2 Preparo Típico de Soluções Padrão de Calibração e de Fortificação

Solução Padrão Estoque (SPE)

Número do Lote: 01815-177

Pureza: 99,9 %

Peso Líquido: 0,01000 g

41

Volume Final: 10 mL

Concentração: 1,00 x 106 ng/mL

Solvente: Metanol

Código: SPE-1

Soluções Padrão de Fortificação (STDF)

Pipetou-se 2,5 mL da “Solução Padrão Estoque”, com concentração igual a

1,00 x 106 ng/mL, para um balão volumétrico de 100 mL, completando-se o volume

do balão com metanol, obtendo-se desta forma a Solução Padrão de Fortificação

STDF “F”, com concentração de 2,50 x 104 ng/mL. Com esta solução, preparou-se a

Solução Padrão de Fortificação STDF “A”, conforme descrito na tabela 3.

Tabela 3. Preparo de Soluções Padrão de Fortificação para Análise utilizando-se

CLAE-UV

Nome da

Solução

Concentração

de ETU na

Solução

(ng/mL)

Alíquota

Tomada

(mL)

Volume

Final

(mL)

Solvente

de

Diluição

Solução

Padrão de

Fortificação

Concentraçã

o de ETU na

Solução

(ng/mL)

Peso da

Amostra

(g)

Fortificaçã

o

(mg/kg)

SPE

ETU 1,00 x 106 2,5 100

Metano

l

STDF “F” 2,50 x 104 5,0 5,0

STDF

“F” 2,50 x 104 1,0 100 STDF “A” 250 5,0 0,050

SPE

ETU 1,00 x 106 0,250 100 STDF “G” 2500 5,0 0,50

A alíquota tomada da STDF para a fortificação de amostras testemunhas é de

1 mL.

O cálculo do nível de fortificação (mg/kg) é dado pela razão entre a

concentração da respectiva STDF e o peso da amostra, multiplicada pela alíquota

tomada da respectiva STDF para fortificação de amostras testemunhas, dividida por

1000.

Os níveis de fortificação de 0,050 mg/kg, 0,50 mg/kg e 5,0 mg/kg foram

42

usados para determinar as recuperações das amostras testemunhas fortificadas

com ETU nos grupos de análise.

Soluções Padrão de Calibração (SPC)

Pipetou-se 1 mL da Solução Padrão de Fortificação STDF “F”, com

concentração igual a 2,50 x 104 ng/mL, para um balão volumétrico de 100 mL,

completando-se o volume do balão com Fase Móvel, obtendo-se desta forma a

“Solução Padrão de Calibração E” (SPC E) com concentração de 250 ng/mL.

As Soluções Padrão de Calibração (SPC) foram preparadas com a solução

STDF “F” e STDF “G”, avolumadas com Fase Móvel, conforme descrito na tabela 4.

Tabela 4. Preparo de Soluções Padrão de Calibração para Análise utilizando-se

CLAE-UV

Nome da

Solução

Concentração

de ETU na

Solução

(ng/mL)

Alíquota

Tomada

(mL)

Volume

Final

(mL)

Concentração de ETU

na solução (ng/mL)

Solução de

Calibração

STDF “F” 2,50 x 104 1,00 100 250 SPC “E”

STDF “F” 2,50 x 104 0,25 50 125 SPC “D”

STDF “G” 2500 0,5 25 50 SPC “C”

STDF “G” 2500 0,5 50 25 SPC “B”

STDF “G” 2500 0,25 50 12,5 SPC “A”

SPC “E” 250 0,5 25 5,0 SPC “F”

As Soluções Padrão de Calibração foram usadas para checar a linearidade da

resposta do detector do sistema usado, na faixa de 5,0 ng/mL a 250 ng/mL para

ETU, durante a injeção dos grupos de análise.

43

5.2.3 Preparação da Amostra

A amostra congelada foi homogeneizada, misturando-se bem todas as partes

representativas. Triturou-se a amostra com gelo seco, retirou-se sub-amostras, sem

utilização de luvas de borracha, rotulou-se e estocou-se na Câmara Fria

(Temperatura operacional de -20°C ou inferior).

5.2.4 Procedimento Analítico

A amostra analisada foi retirada do local de estoque apenas no início da

marcha analítica e retornada ao local originário após a etapa de pesagem.

Fortificação (quando aplicável)

Pesou-se (5 0,1) g da amostra testemunha, a ser fortificada, em um

recipiente de extração. Adicionou-se, com pipeta volumétrica, a solução padrão de

fortificação apropriada para o nível de fortificação desejado.

Método de Análise (todas as amostras)

Adicionou-se 10 mL de água à massa de (5 ± 0,1) g de amostra e acertou-se

o pH utilizando-se papel indicador universal, entre 8 a 10 com NaOH 1 mol/L. As

amostras permaneceram em repouso por 5 minutos e, após isso, adicionou-se 0,5g

de cloreto de sódio seguido de 90 mL de metanol. Após agitação no

homogeneizador por 5 minutos sob gelo, centrifugou-se o extrato por 10 minutos a

4500 rpm. Retirou-se uma alíquota de 20 mL em uma vidraria para concentração de

amostras previamente pesada e evaporou-se o resíduo aquoso em turbo-vap até

restar cerca de 2 mL. Acertou-se o peso para 2 g (quando necessário) e ajustou-se o

pH para 8-9. Preparou-se uma coluna cromatográfica de vidro contendo 4 g de

alumina ativada e 3 g de Extrelut. Transferiu-se o extrato para o topo da coluna

cromatográfica e deixou-se a amostra percolar por cerca de 10 minutos.

Eluiu-se o resíduo da coluna com 50 mL de diclorometano a uma vazão de 1-

2 gotas/segundo em vidraria para concentração de amostras previamente pesada.

Adicionou 2 mL de fase móvel e evaporou-se no conjunto rotavapor-banho até

44

restar somente o resíduo aquoso. Ajustou-se o peso para 2g com Fase Móvel

(quando necessário). Filtrou-se as amostras em unidade filtrante para injeção

Cromatográfica (Detector UV/VIS).

Observação: As amostras foram mantidas em banho de gelo até o término da

filtração.

5.2.5 Análise Instrumental

Condições Cromatográficas Cromatografia Líquida

Detector Ultra Violeta (UV/VIS)

Comprimento de Onda 240 nm

Coluna Lichosorb RP-18;(250x4)mm, 10m

Volume de Injeção 100 L

Fase Móvel 0,2% de Acetonitrila em Água

Gradiente / Fluxo

Tempo

(min)

Fluxo

(L/min)

Fase Móvel

(%)

0,00 1000 100

12,00 1000 100

Tempo de Retenção aproximado: 4 minutos.

Tempo de Corrida: 12 minutos.

5.2.6 Preparo de Soluções

- Preparo da Solução de NaOH 1 mol/L

Pesou-se 8 gramas de Hidróxido de Sódio dissolveu-o e avolumou-o em 200

mL de água.

45

- Preparo da Fase Móvel

Mediu-se 2 mL de Acetonitrila HPLC e avoluma-se com água até 1000 mL.

- Preparo de Alumina Atividade 5

Ativou-se o Óxido de Aluminio por 12 horas a uma temperatura de

aproximadamente 140 ºC. Resfriar no dessecador até atingir a temperatura

ambiente. Pesa a alumina em um erlenmeyer com tampa. Adicionou 15% de água e

agitar vigorosamente na mesa agitadora, no mínimo 1 hora.

- Preparo da Coluna de Extretut NT3

Removeu o filtro superior e o recheio da coluna Extrelut NT3 (3g). Adicionou 4

gramas de alumina atividade 5. Adicionar o recheio previamente removido e o filtro

superior.

5.2.7 Análise Quantitativa

A determinação foi feita e quantificada pela comparação com a curva analítica

obtida pelos padrões externos (substância de referência).

5.3 Análise de Etilenotiouréia (ETU) por CLAE-EM/EM

5.3.1 Equipamentos, reagentes e solventes, soluções e diversos, materiais e vidraria.

Equipamentos

Cromatógrafo Líquido Agilent Technologies (HP), 1100 Series

Detector de massas/massas (EM/EM) Applied Biosystems, API 4000

Coluna para cromatografia líquida Eclipse XDB C8, (150 x 4,6)mm, 5m

Balança Semi-Analítica Mettler Toledo, PG 5002-S; Sartorius,

LE6202S

46

Balança Analítica Mettler Toledo, XS205DU

Sistema de Purificação de Água Millipore, Milli-Q Gradient

Homogeneizador -

Banho de Ultra-som -

Centrifuga -

Dispensete Brand, Dispensette III

Pipetador Automático Gilson, M1000, Eppendorf, Research

variável (1-10 mL)

Mesa agitadora -

Conjunto Rotavapor-Banho -

Reagentes e Solventes

Fabricante Referência Lote

Metanol J T. Baker 9093 K06C15

Água Milli-Q Millipore QTUM000EX F1DA42701

Formiato de Amônio J T. Baker - -

Diclorometano Mallinckrodt H485-10 J32J00

Hidróxido de Sódio

(NaOH)

QHEMIS QHH023 Q0036

Cloreto de Amônio J T. Baker 0660-01 J49C22

Etilenouréia

(2-imidazolidona)

ALDRICH I601 STBB6541V

Ascorbato de Sódio ALDRICH A7631 079K0355

Ácido Ascórbico Mallinckrodt M4407-02 G02H00

Soluções e diversos

Óxido de Alumino atividade 5

(Alumina Ativada)

Água/Alumina 15% p/p: Ativar o óxido de alumínio por

12 horas a cerca de 140 °C em erlenmeyer com

tampa e resfriar no dessecador. Adicionar 15% de

47

água e agitar em mesa agitadora por no mínimo 1

hora.

15 g/L etilenouréia em metanol

1,5 g de etilenouréia em 100 mL de metanol

1.0% cloreto de amônio 1 g de cloreto de amônio em 100 mL de água

Solução de Ascorbato de sódio

99,2 g de ascorbato de sódio e 2 g de ácido

ascorbico, dissolvidos em 1 L de água

Metanol/ Água, (50/ 50, v/v) Metanol/ Água, (10/ 90, v/v)

50 mL de metanol e 50 mL de água

10 mL de metanol e 90 mL de água

Solução de extração 100 mL de solução 1.0% cloreto de amônio + 100 mL

de 15g/L de etilenouréia em metanol + 250 mL de

solução ascorbato de sódio + 550 mL de

metanol/Água , (50/50, v/v)

Fase Móvel A

0,02 mol/L de formiato de amônio em água

Fase Móvel B NaOH 1 mol/L

Metanol

8 gramas de NaOH em 200 mL de água

Materiais

Fabricante Referência Lote

Filtro Sartorius 17821 1106002VS

Extrelut NT3

Merck 1150950001 HC111124

Outros Materiais

Seringa Plástica 3 mL

Espátula

-

Vidraria

48

Balão Volumétrico 5 mL

Balão Volumétrico Calibrado 25, 50, 100 mL

Balão de fundo chato 125 mL

Béquer 10, 50, 100, 250 mL

Erlenmeyer 250 mL

Proveta 50, 100, 250, 1000 mL

Recipiente para Extração 250 mL

Vias cromatográficas 3 mL

Vidro âmbar Diversos volumes.

5.3.2 Preparo Típico de Soluções Padrão de Calibração e de Fortificação

Solução Padrão Estoque (SPE)

Número do Lote: 01815-177

Pureza: 99,9 %

Peso Líquido: 0,01000 g

Volume Final: 10 mL

Concentração: 1,00 x 106 ng/mL

Solvente: Metanol

Código: SPE-1

Soluções Padrão de Fortificação (STDF)

Pipetou-se 1,25 mL da “Solução Padrão Estoque”, com concentração igual a

1,00 x 106 ng/mL, para um balão volumétrico de 100 mL, completando-se o volume

do balão com metanol, obtendo-se desta forma a Solução Padrão de Fortificação

STDF “F”, com concentração de 1,25 x 104 ng/mL. Com esta solução, preparou-se a

Solução Padrão de Fortificação STDF “A”, conforme descrito na tabela 5.

Tabela 5. Preparo de Soluções Padrão de Fortificação para Análise utilizando-se

49

CL-EM/EM

Nome da

Solução

Concentração

de ETU na

Solução

(ng/mL)

Alíquota

Tomada

(mL)

Volume

Final

(mL)

Solvente

de

Diluição

Solução

Padrão de

Fortificação

Concentração

de ETU na

Solução

(ng/mL)

Peso

da

Amost

ra

(g)

Fortificação

(mg/kg)

SPE

ETU 1,00 x 106 1,25 100

Metano

l

STDF “F” 1,25 x 104 12,5 1,0

STDF

“F” 1,25 x 104 1,0 100 STDF “A” 125 12,5 0,01

SPE

ETU 1,00 x 106 1,25 200 STDF “G” 6250 12,5 0,50

A alíquota tomada da STDF para a fortificação de amostras testemunhas é de

1 mL.

O cálculo do nível de fortificação (mg/kg) é dado pela razão entre a

concentração da respectiva STDF e o peso da amostra, multiplicada pela alíquota

tomada da respectiva STDF para fortificação de amostras testemunhas, dividida por

1000.

Os níveis de fortificação de 0,01 mg/kg, 0,50 mg/kg e 1,0 mg/kg foram usados

para determinar as recuperações das amostras testemunhas fortificadas com ETU

nos grupos de análise.

Soluções Padrão de Calibração (SPC)

Pipetou-se 0,40 mL da Solução Padrão de Fortificação STDF “F”, com

concentração igual a 1,25 x 104 ng/mL, para um balão volumétrico de 100 mL,

completando-se o volume do balão com Fase Móvel, obtendo-se desta forma a

“Solução Padrão de Calibração E” (SPC E) com concentração de 50 ng/mL.

As Soluções Padrão de Calibração (SPC) foram preparadas com a solução

STDF “F” e STDF “A”, avolumadas com Fase Móvel, conforme descrito na tabela 6.

50

Tabela 6. Preparo de Soluções Padrão de calibração para Análise utilizando-se CL-

EM/EM

Nome da

Solução

Concentração

de ETU na

Solução

(ng/mL)

Alíquota

Tomada

(mL)

Volume

Final

(mL)

Concentração de

ETU na solução

(ng/mL)

Solução de

Calibração

STDF “F” 1,25 x 104 0,40 100 50 SPC “E”

STDF “F” 1,25 x 104 0,20 100 25 SPC “D”

STDF “F” 1,25 x 104 0,10 100 12,5 SPC “C”

STDF “A” 125 1,0 20 6,25 SPC “B”

STDF “A” 125 0,5 25 2,5 SPC “A”

SPC “E” 50 1,25 50 1,25 SPC “F”

As Soluções Padrão de Calibração foram usadas para checar a linearidade da

resposta do detector do sistema usado, na faixa de 1,25 ng/mL a 50 ng/mL para

ETU, durante a injeção dos grupos de análise.

5.3.3 Preparação da Amostra

A amostra congelada foi homogeneizada, misturando-se bem todas as partes

representativas. Triturou-se a amostra com gelo seco, retirou-se sub-amostras, sem

utilização de luvas de borracha, rotulou-se e estocou-se na Câmara Fria

(Temperatura operacional de -20°C ou inferior).

5.3.4 Procedimento Analítico

A amostra analisada foi retirada do local de estoque apenas no início da

marcha analítica e retornada ao local originário após a etapa de pesagem.

Fortificação (quando aplicável)

51

Pesou-se (12,5 0,1) g da amostra testemunha, a ser fortificada, em um

recipiente de extração. Adicionou-se, com pipeta volumétrica, a solução padrão de

fortificação apropriada para o nível de fortificação desejado.

Método de Análise (todas as amostras)

Adicionou-se 50 mL de solução de extração à massa de (12,5 ± 0,1) g de

amostra e acertou-se o pH utilizando-se papel indicador universal, entre 8 a 10 com

NaOH 1 mol/L. Após agitação no homogeneizador por 2 minutos a 10000 rpm,

centrifugou-se o extrato por 10 minutos a 4500 rpm. Retirou-se uma alíquota de 20

mL em uma vidraria para concentração de amostras previamente pesada e

evaporou-se o resíduo aquoso em conjunto rotavapor até restar cerca de 2 mL.

Acertou-se o peso para 2 g (quando necessário) e ajustou-se o pH para 8-9.

Preparou-se uma coluna cromatográfica de vidro contendo 2 g de alumina ativada e

3 g de Extrelut. Transferiu-se o extrato para o topo da coluna cromatográfica e

deixou-se a amostra percolar por cerca de 20 minutos.

Eluiu-se o resíduo da coluna com 70 mL de diclorometano a uma vazão de 1-

2 gotas/segundo em vidraria para concentração de amostras previamente pesada.

Adicionou 2 mL de solução metanol/água (10/90, v/v) e evaporou-se no

conjunto rotavapor-banho até restar somente o resíduo aquoso. Ajustou-se o peso

para 2g com solução metanol/água (10/90, v/v) (quando necessário). Filtrou-se as

amostras em unidade filtrante para injeção Cromatográfica (CLAE-EM/EM).

5.3.5 Análise Instrumental

Condições Cromatográficas Cromatografia Líquida

Detector CLAE-EM/EM

Temperatura de Forno 20.0 ºC

Coluna Eclipse XDB C8, (150 x 4,6)mm, 5m

Volume de Injeção 50 L

Tipo de Scan MRM (Multiple Reaction Monitoring)

Tipo de Ionização Positiva

52

Fase Móvel A 0,02 mol/L de formiato de amônio em

Água

Fase Móvel B Metanol

Gradiente / Fluxo

Tempo

(min)

Fluxo

(L/min)

Fase Móvel A

(%)

Fase Móvel B

(%)

0,00 1000 85 15

5,00 1000 85 15

Tempo de Retenção aproximado: 3,7 minutos.

Tempo de Corrida: 5 minutos.

5.3.6 Preparo de Soluções

- Preparo da Solução de NaOH 1 mol/L

Pesou-se 8 gramas de Hidróxido de Sódio e dissolveu-o e avolumou-o em

200 mL de água.

- Preparo da Solução de 15 g/L de etilenouréia em metanol

Pesou-se 15 gramas de etilenouréia e dissolveu-o e avolumou-o em 1000 mL

de metanol.

- Preparo da Solução de 1,0 % de cloreto de Amônio

Pesou-se 1 grama de cloreto de amônio e dissolveu-o e avolumou-o em 100

mL de água.

- Preparo da Solução de Ascorbato de Sódio

Pesou-se 99,2 gramas de ascorbato de sódio e dissolveu-o em um pouco de

água, então se adicionou a ele 2 g de ácido ascórbico e avolumou-o em 1 L de água.

53

- Preparo da Solução Metanol/Água, (50/50, v/v)

Misturou-se 50 mL de metanol juntamente com 50 mL de água.

- Preparo da Solução Metanol/Água, (10/90, v/v)

Misturou-se 10 mL de metanol juntamente com 90 mL de água.

- Preparo da Solução de Extração

Misturou-se 100 mL da solução de 1,0% de cloreto de amônio juntamente

com 100 mL solução 15 g/L de etilenouréia em metanol, 250 mL de solução de

ascorbato de sódio e 550 mL de solução metanol/Água (50/50, v/v), levando a

mistura ao banho de ultra-som para total homogeneização.

- Preparo da Fase Móvel A

Pesou-se 1,26 gramas de formiato de amônio e dissolve-o em 1 L de água.

- Preparo de Alumina Atividade 5

Ativou-se o Óxido de Aluminio por 12 horas a uma temperatura de

aproximadamente 140 ºC. Resfriar no dessecador até atingir a temperatura

ambiente. Pesou a alumina em um erlenmeyer com tampa. Adicionar 15% de água e

agitar vigorosamente na mesa agitadora, no mínimo 1 hora.

- Preparo da Coluna de Extretut NT3

Removeu o filtro superior e o recheio da coluna Extrelut NT3 (3g). Adicionou 4

gramas de alumina atividade 5. Adicionou o recheio previamente removido e o filtro

superior.

54

5.3.7 Análise Quantitativa

A determinação foi feita e quantificada pela comparação com a curva analítica

obtida pelos padrões externos (substância de referência).

55

6. Resultados e Discussões

Na CLAE-EM/EM, devido à seletividade do sistema de detecção é possível

determinar a concentração do etilenotiouréia sem grandes interferências de matriz.

O modo de varredura utilizado para este trabalho foi o MRM, sendo inicialmente

otimizados os parâmetros da fonte de ionização para que se pudesse obter o íon

molecular e também do íon produto mais abundante através da infusão via seringa,

diretamente no espectrômetro de massas, de solução 50 ng/mL de padrão

etilenotiouréia dissolvidos em uma solução metanol/0,02 mol/L de formiato de

amônio em água (50/50, v/v). A vazão de bombeamento desta solução através da

seringa para o interior do espectrômetro foi feito com auxilio de uma bomba injetora

com uma vazão constante de 10 L min-1.

A adição de formiato de amônio à solução utilizada para a infusão, tal como a

utilizada na fase móvel, faz com que a ionização deste padrão de etilenotiouréia se

desse no modo positivo, isto quer dizer, sendo formados íons [M + H]+.

As transições MRM selecionadas para o monitoramento do etilenotiouréia

foram aquelas entre o íon precursor [M + H]+ e o seu respectivo íon produto de

maiores intensidades, as quais são apresentadas na tabela 7 juntamente com os

parâmetros de ionização da fonte otimizados por meio da infusão, como a voltagem

de cone e a energia de colisão, sendo que o íon produto de massa 44,2 apresentou

maior intensidade e por isso será utilizado como transição de quantificação do

método e o íon produto de massa 60,1 apresentou segunda maior intensidade e por

este motivo será utilizada como transição de confirmação para o método de

validação.

Após haver sido otimizado os parâmetros da fonte de ionização, realizou-se o

acoplamento do sistema cromatográfico ao espectrômetro de massas para

otimização de alguns parâmetros de fonte para melhor intensidade na quantificação

da quebra dos dois pares de massas selecionados pela infusão, sendo realizada

esta otimização da fonte e também da melhor escolha do gradiente através do FIA,

garantindo-se desta maneira uma maior detectabilidade do analito analisado e

56

possibilitando que o equilíbrio da coluna fosse restabelecido entre injeções

consecutivas, para que as janelas de retenção fossem reprodutíveis.

Tabela 7. Parâmetros do CL-EM/EM otimizados após a infusão

Transição MRM (m/z)

Voltagem do cone (V)

Energia de Colisão (eV)

Tempo – Dwell Time (mseg)

103,1 44,2 6,0 31 850,0

103,1 60,1 10,0 47 850,0

A separação cromatográfica no sistema de espectrômetro de massas ocorre

com aproximadamente 4 minutos após injeção, sendo o tempo total de corrida de

apenas 5 minutos, pois como se trata de um sistema isocrático não há necessidade

de longos tempos após tempo de retenção para ocorrência do reequilíbrio da coluna

as condições iniciais no caso de se houvesse um gradiente, resultando em maior

tempo de corrida para uma amostra. Desta maneira, este tempo de corrida

utilizando-se o sistema CL-EM/EM, mostra-se mais eficiente do que se utilizando

CLAE-UV, sendo reduzido em 3 vezes este tempo, visto que o tempo de análise do

sistema CLAE-UV é de aproximadamente 14 minutos, o que evidencia a capacidade

desta técnica em realizar análises bem mais rápidas, sem perda de resolução e

assimetria, devido à eficiência de separação das colunas recheadas com partículas

porosas de tamanho inferior às que utilizadas pelo sistema CLAE-UV. O volume de

amostra injetada (50 L) também foi inferior ao que utilizado pelo CLAE-UV (100 L).

Na Figura 4 e Figura 5 é possível se observar um exemplo de cromatograma

de uma solução padrão de concentração 25 ng/mL, a qual foi injetado no sistema

CL-EM/EM e em um sistema CLAE-UV para poder fazer uma comparação entre as

intensidades obtidas pelas soluções analisadas nestes sistemas, quando são

injetadas nos mesmos.

57

Sample Name: "SPC D" Sample ID: "Conc.: 25.0 ng/mL" File: "Teste de Linearidade e Repetitibilidade.wiff"Peak Name: "103.0_44.2 Quant" Mass(es): "103.0/44.2 amu"Comment: "CCL:111 Eclipse XDB-C8" Annotation: ""Sample Index: 54

Sample Type: Standard

Concentration: 25.0 ng/mL

Calculated Conc: 25.9 ng/mL

Acq. Date: 4/1/2012

Acq. Time: 5:44:20 AM

Modified: Yes

Proc. Algorithm: Analyst Classic

Bunching Factor: 1

Noise Threshold: 0.72 cps

Area Threshold: 3.62 cps

Num. Smooths: 3

Sep. Width: 0.20

Sep. Height: 0.01

Exp. Peak Ratio: 5.00

Exp. Adj. Ratio: 4.00

Exp. Val. Ratio: 3.00

RT Window: 30.0 sec

Expected RT: 3.73 min

Use Relative RT: No

Int. Type: Manual

Retention Time: 3.74 min

Area: 102000. counts

Height: 10400. cps

Start Time: 3.45 min

End Time: 4.36 min

0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5Time, min

0.00

500.00

1000.00

1500.00

2000.00

2500.00

3000.00

3500.00

4000.00

4500.00

5000.00

5500.00

6000.00

6500.00

7000.00

7500.00

8000.00

8500.00

9000.00

9500.00

1.00e4

Inte

ns

ity

, c

ps

3.74

Figura 4. Cromatograma para Solução Padrão de Calibração de concentração 25,0 ng/mL injetada no CL-EM/EM

Figura 5. Cromatograma para Solução Padrão de Calibração de concentração 25,0 ng/mL injetada no CLAE-UV Pode-se notar visivelmente que a intensidade obtida pelo CL-EM/EM é

superior em relação ao CLAE-UV, sendo desta forma possível reduzir o LOQ do

método visto que é possível injetar no sistema CL-EM/EM soluções com

58

concentrações de até 1,25 ng/mL a qual não seria possível se quantificar quando

injetado em um sistema CLAE-UV.

6.1 Seletividade

Pela infusão, conforme apresentado nos resultados e discussões, pode-se

selecionar as transições entre o íon precursor e seu respectivo íon produto com

maior intensidade, a fim de poder se realizar a identificação e quantificação do

etilenotiouréia, com base nesta transição. Isso ocorre, pois o sinal gerado pelo

detector massa/massa, ao empregar-se uma varredura MRM, corresponde às

transições selecionadas, que devem ser especificas deste composto. Além disso,

pode-se determinar duas transições de íon produto, sendo o de maior intensidade a

de transição de quantificação e a de segunda maior intensidade a de transição de

confirmação, fazendo desta forma que este método seja altamente seletivo.

Para confirmar a especificidade do método, injetaram-se amostras de branco,

branco fortificado, amostra testemunha e quality control, sendo que para critérios de

validação deste parâmetro não pode haver interferência dos componentes da matriz

e não pode ser detectados picos interferentes acima do limite de detecção com o

mesmo tempo de retenção do ativo de etilenotiouréia nos cromatogramas da

amostra testemunha e do branco.

59

Sample Name: "UT" Sample ID: "Amostra Testemunha" File: "Teste ETU_11abr12.wiff"Peak Name: "103.0_44.2 Quant" Mass(es): "103.0/44.2 amu"Comment: "" Annotation: ""Sample Index: 4

Sample Type: Blank

Concentration: 0.00 ng/mL

Calculated Conc: N/A

Acq. Date: 4/11/2012

Acq. Time: 10:21:56 AM

Modified: No

Proc. Algorithm: Analyst Classic

Bunching Factor: 1

Noise Threshold: 1.20 cps

Area Threshold: 6.01 cps

Num. Smooths: 2

Sep. Width: 0.20

Sep. Height: 0.01

Exp. Peak Ratio: 5.00

Exp. Adj. Ratio: 4.00

Exp. Val. Ratio: 3.00

RT Window: 30.0 sec

Expected RT: 3.82 min

Use Relative RT: No

Int. Type: Valley

Retention Time: 3.81 min

Area: 48.3 counts

Height: 5.30 cps

Start Time: 3.71 min

End Time: 4.05 min

0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5Time, min

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

2200

2400

2600

2800

3000

3200

3400

Inte

ns

ity

, c

ps

0.35 1.16 4.322.56 4.570.57 4.151.84 3.482.25 3.09 4.831.65

Figura 6. Cromatograma para Amostra Testemunha (UT) injetada no CL-EM/EM

Sample Name: "B" Sample ID: "Branco de Reagentes" File: "Teste ETU_11abr12.wiff"Peak Name: "103.0_44.2 Quant" Mass(es): "103.0/44.2 amu"Comment: "" Annotation: ""Sample Index: 23

Sample Type: Double Blank

Concentration: 0.00 ng/mL

Calculated Conc: N/A

Acq. Date: 4/11/2012

Acq. Time: 1:35:49 PM

Modified: No

Proc. Algorithm: Analyst Classic

Bunching Factor: 1

Noise Threshold: 1.20 cps

Area Threshold: 6.01 cps

Num. Smooths: 2

Sep. Width: 0.20

Sep. Height: 0.01

Exp. Peak Ratio: 5.00

Exp. Adj. Ratio: 4.00

Exp. Val. Ratio: 3.00

RT Window: 30.0 sec

Expected RT: 3.82 min

Use Relative RT: No

Int. Type: Valley

Retention Time: 3.84 min

Area: 44.0 counts

Height: 4.55 cps

Start Time: 3.76 min

End Time: 4.02 min

0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5Time, min

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

2200

2400

2600

2800

3000

3200

3400

Inte

ns

ity

, c

ps

1.030.89 4.141.17 1.920.48 3.21 4.342.71 4.642.161.51 3.51 3.840.05

Figura 7. Cromatograma para Branco de Reagentes (B) injetada no CL-EM/EM

60

Sample Name: "BF" Sample ID: "Branco Fortificado" File: "Teste ETU_11abr12.wiff"Peak Name: "103.0_44.2 Quant" Mass(es): "103.0/44.2 amu"Comment: "" Annotation: ""Sample Index: 17

Sample Type: QC

Concentration: 25.0 ng/mL

Calculated Conc: 30.9 ng/mL

Acq. Date: 4/11/2012

Acq. Time: 11:56:53 AM

Modified: No

Proc. Algorithm: Analyst Classic

Bunching Factor: 1

Noise Threshold: 1.20 cps

Area Threshold: 6.01 cps

Num. Smooths: 2

Sep. Width: 0.20

Sep. Height: 0.01

Exp. Peak Ratio: 5.00

Exp. Adj. Ratio: 4.00

Exp. Val. Ratio: 3.00

RT Window: 30.0 sec

Expected RT: 3.82 min

Use Relative RT: No

Int. Type: Valley

Retention Time: 3.73 min

Area: 72700. counts

Height: 4350. cps

Start Time: 3.28 min

End Time: 4.50 min

0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5Time, min

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

2200

2400

2600

2800

3000

3200

3400

3600

3800

4000

4200

Inte

ns

ity

, c

ps

3.73

Figura 8. Cromatograma para Branco Fortificado (BF) injetada no CL-EM/EM

Sample Name: "QC" Sample ID: "Quality Control" File: "Teste ETU_11abr12.wiff"Peak Name: "103.0_44.2 Quant" Mass(es): "103.0/44.2 amu"Comment: "" Annotation: ""Sample Index: 11

Sample Type: QC

Concentration: 25.0 ng/mL

Calculated Conc: 30.0 ng/mL

Acq. Date: 4/11/2012

Acq. Time: 11:13:02 AM

Modified: No

Proc. Algorithm: Analyst Classic

Bunching Factor: 1

Noise Threshold: 1.20 cps

Area Threshold: 6.01 cps

Num. Smooths: 2

Sep. Width: 0.20

Sep. Height: 0.01

Exp. Peak Ratio: 5.00

Exp. Adj. Ratio: 4.00

Exp. Val. Ratio: 3.00

RT Window: 30.0 sec

Expected RT: 3.82 min

Use Relative RT: No

Int. Type: Valley

Retention Time: 3.72 min

Area: 70700. counts

Height: 4320. cps

Start Time: 3.31 min

End Time: 4.39 min

0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5Time, min

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

2200

2400

2600

2800

3000

3200

3400

3600

3800

4000

4200

Inte

ns

ity

, c

ps

3.72

Figura 9. Cromatograma para Quality Control (QC) injetada no CL-EM/EM

61

Não se detectou nenhum pico interferente acima do limite de detecção no

mesmo tempo de retenção do ativo de etilenotiouréia para as soluções de branco e

amostra testemunha, e fazendo-se uma comparação entre os picos do branco

fortificado e do quality control, pode-se observar que não houve interferência dos

componentes da matriz do quality control no ativo, sendo que houve uma

intensidade muito próxima entre eles.

Desta forma, o critério de aceitação para este parâmetro foi considerado

satisfatório e este parâmetro será dado como validado.

6.2 Linearidade, Faixa Linear de Trabalho, Limite de Detecção e Limite de Quantificação

Foi preparado, curva de calibração em 5 níveis de concentração e em pelo

menos 3 replicatas independentes para cada nível, nas concentrações de 1,25

ng/mL, 2,50 ng/mL, 6,25 ng/mL, 25,0 ng/mL e 50,0 ng/mL. Foi-se preparada também

uma curva de mesmas concentrações a partir dos padrões no extrato da matriz, ou

seja, padronização externa com superposição da matriz, que se pode observar na

figura 10. Com base nestas curvas, com e sem matriz, pode-se observar que a

matriz não causa grande influência para uma variação da curva de calibração, e por

este motivo será utilizado para os cálculos de validação de linearidade apenas a

curva sem matriz.

0

50000

100000

150000

200000

250000

0 20 40 60

Área

Concentração

Curva sem Matriz

Curva com Matriz

Figura 10. Curva Sobreposta com Matriz e sem Matriz

62

Para a validação deste critério é necessário que o coeficiente de correlação

linear (r) e (r2) apresente valor de no mínimo 0,99.

6.2.1 Resultados fornecidos pelo teste de Linearidade

Utilizou-se o modelo da equação da reta: Y = a + bX

Foi-se injetado 5 padrões em 5 repetições cada, totalizando um total de 25

injeções, sendo os valores individuais apresentados na tabela 8.

Tabela 8. Valores obtidos pela curva de linearidade

Linearidade

Nº da injeção Concentração Área

1 1,25 ng/mL 5760

2 1,25 ng/mL 5760

3 1,25 ng/mL 5640

4 1,25 ng/mL 5630

5 1,25 ng/mL 5640

6 2,50 ng/mL 11300

7 2,50 ng/mL 10500

8 2,50 ng/mL 11000

9 2,50 ng/mL 10800

10 2,50 ng/mL 10800

11 6,25 ng/mL 26900

12 6,25 ng/mL 26900

13 6,25 ng/mL 26400

14 6,25 ng/mL 26500

15 6,25 ng/mL 26300

16 25,0 ng/mL 103000

17 25,0 ng/mL 103000

18 25,0 ng/mL 102000

19 25,0 ng/mL 104000

63

20 25,0 ng/mL 102000

21 50,0 ng/mL 196000

22 50,0 ng/mL 189000

23 50,0 ng/mL 191000

24 50,0 ng/mL 192000

25 50,0 ng/mL 192000

Figura 11. Curva de Calibração

Tabela 9. Valores de Análise de Desvio Padrão e Coeficiente de Variação da Curva de Calibração

Concentração Numero de

Repetições

Média Desvio

Padrão

% CV

1,25 ng/mL 5 5686 67,6756 1,19

2,50 ng/mL 5 10880 294,9576 2,71

6,25 ng/mL 5 26600 282,8427 1,06

25,0 ng/mL 5 102800 836,6600 0,81

50,0 ng/mL 5 192000 2549,5098 1,33

64

Tabela 10. Valores de Análise de Variância Obtidos da Curva de Calibração RESUMO DOS RESULTADOS

Estatística de regressão

R múltiplo 0.99932114

R-Quadrado 0.99864273 R-quadrado ajustado 0.99858372

Erro padrão 0.7138126

Observações 25

ANOVA

gl SQ MQ F F de

significação

Regressão 1 8622.655846 8622.655846 16922.81605 1.74695E-34

Resíduo 23 11.71915383 0.509528427

Total 24 8634.375

Coeficientes Erro padrão Stat t valor-P 95%

inferiores 95%

superiores

Interseção -

0.59459565 0.196657519 -

3.023508331 0.006046829 -

1.001412718 -0.187778576

Variável X 1 0.0002603 2.00097E-06 130.0877244 1.74695E-34 0.000256162 0.000264441

SQ: Soma dos Quadrados; gl: Grau de Liberdade; MQ: Soma Média Quadrática;

Com base nos resultados obtidos pode-se observar que o método apresenta

linearidade, e observa-se também um elevado valor de F, que significa que há uma

pequena probabilidade de ocorrer de forma aleatória, e assim pode-se concluir que

está é uma regressão significativa, sendo que desta maneira este parâmetro esta

validado.

Nas figuras 12 até 16 são dados exemplos de cromatogramas de cada uma

das concentrações utilizadas para a curva de calibração.

65

Sample Name: "SPC F" Sample ID: "Conc.: 1.25 ng/mL" File: "Teste de Linearidade e Repetitibilidade.wiff"Peak Name: "103.0_44.2 Quant" Mass(es): "103.0/44.2 amu"Comment: "CCL:111 Eclipse XDB-C8" Annotation: ""Sample Index: 51

Sample Type: Standard

Concentration: 1.25 ng/mL

Calculated Conc: 0.860 ng/mL

Acq. Date: 4/1/2012

Acq. Time: 5:22:08 AM

Modified: Yes

Proc. Algorithm: Analyst Classic

Bunching Factor: 1

Noise Threshold: 0.72 cps

Area Threshold: 3.62 cps

Num. Smooths: 3

Sep. Width: 0.20

Sep. Height: 0.01

Exp. Peak Ratio: 5.00

Exp. Adj. Ratio: 4.00

Exp. Val. Ratio: 3.00

RT Window: 30.0 sec

Expected RT: 3.73 min

Use Relative RT: No

Int. Type: Manual

Retention Time: 3.74 min

Area: 5640. counts

Height: 557. cps

Start Time: 3.25 min

End Time: 4.50 min

0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5Time, min

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

5500

6000

Inte

ns

ity

, c

ps

3.74

Figura 12. Cromatograma para Solução Padrão de Calibração de concentração 1,25 ng/mL

Sample Name: "SPC A" Sample ID: "Conc.: 2.50 ng/mL" File: "Teste de Linearidade e Repetitibilidade.wiff"Peak Name: "103.0_44.2 Quant" Mass(es): "103.0/44.2 amu"Comment: "CCL:111 Eclipse XDB-C8" Annotation: ""Sample Index: 52

Sample Type: Standard

Concentration: 2.50 ng/mL

Calculated Conc: 2.24 ng/mL

Acq. Date: 4/1/2012

Acq. Time: 5:29:31 AM

Modified: No

Proc. Algorithm: Analyst Classic

Bunching Factor: 1

Noise Threshold: 0.72 cps

Area Threshold: 3.62 cps

Num. Smooths: 3

Sep. Width: 0.20

Sep. Height: 0.01

Exp. Peak Ratio: 5.00

Exp. Adj. Ratio: 4.00

Exp. Val. Ratio: 3.00

RT Window: 30.0 sec

Expected RT: 3.73 min

Use Relative RT: No

Int. Type: Base To Base

Retention Time: 3.74 min

Area: 11000. counts

Height: 1170. cps

Start Time: 3.48 min

End Time: 4.16 min

0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5Time, min

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

5500

6000

Inte

ns

ity

, c

ps

3.74

Figura 13. Cromatograma para Solução Padrão de Calibração de concentração 2,50 ng/mL

66

Sample Name: "SPC B" Sample ID: "Conc.: 6.25 ng/mL" File: "Teste de Linearidade e Repetitibilidade.wiff"Peak Name: "103.0_44.2 Quant" Mass(es): "103.0/44.2 amu"Comment: "CCL:111 Eclipse XDB-C8" Annotation: ""Sample Index: 53

Sample Type: Standard

Concentration: 6.25 ng/mL

Calculated Conc: 6.28 ng/mL

Acq. Date: 4/1/2012

Acq. Time: 5:36:56 AM

Modified: No

Proc. Algorithm: Analyst Classic

Bunching Factor: 1

Noise Threshold: 0.72 cps

Area Threshold: 3.62 cps

Num. Smooths: 3

Sep. Width: 0.20

Sep. Height: 0.01

Exp. Peak Ratio: 5.00

Exp. Adj. Ratio: 4.00

Exp. Val. Ratio: 3.00

RT Window: 30.0 sec

Expected RT: 3.73 min

Use Relative RT: No

Int. Type: Valley

Retention Time: 3.72 min

Area: 26400. counts

Height: 2460. cps

Start Time: 3.33 min

End Time: 4.53 min

0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5Time, min

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

5500

6000

Inte

ns

ity

, c

ps

3.72

Figura 14. Cromatograma para Solução Padrão de Calibração de concentração 6,25 ng/mL

Sample Name: "SPC D" Sample ID: "Conc.: 25.0 ng/mL" File: "Teste de Linearidade e Repetitibilidade.wiff"Peak Name: "103.0_44.2 Quant" Mass(es): "103.0/44.2 amu"Comment: "CCL:111 Eclipse XDB-C8" Annotation: ""Sample Index: 54

Sample Type: Standard

Concentration: 25.0 ng/mL

Calculated Conc: 25.9 ng/mL

Acq. Date: 4/1/2012

Acq. Time: 5:44:20 AM

Modified: Yes

Proc. Algorithm: Analyst Classic

Bunching Factor: 1

Noise Threshold: 0.72 cps

Area Threshold: 3.62 cps

Num. Smooths: 3

Sep. Width: 0.20

Sep. Height: 0.01

Exp. Peak Ratio: 5.00

Exp. Adj. Ratio: 4.00

Exp. Val. Ratio: 3.00

RT Window: 30.0 sec

Expected RT: 3.73 min

Use Relative RT: No

Int. Type: Manual

Retention Time: 3.74 min

Area: 102000. counts

Height: 10400. cps

Start Time: 3.45 min

End Time: 4.36 min

0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5Time, min

0.00

500.00

1000.00

1500.00

2000.00

2500.00

3000.00

3500.00

4000.00

4500.00

5000.00

5500.00

6000.00

6500.00

7000.00

7500.00

8000.00

8500.00

9000.00

9500.00

1.00e4

Inte

ns

ity

, c

ps

3.74

Figura 15. Cromatograma para Solução Padrão de Calibração de concentração 25,0 ng/mL

67

Sample Name: "SPC E" Sample ID: "Conc.: 50.0 ng/mL" File: "Teste de Linearidade e Repetitibilidade.wiff"Peak Name: "103.0_44.2 Quant" Mass(es): "103.0/44.2 amu"Comment: "CCL:111 Eclipse XDB-C8" Annotation: ""Sample Index: 55

Sample Type: Standard

Concentration: 50.0 ng/mL

Calculated Conc: 49.1 ng/mL

Acq. Date: 4/1/2012

Acq. Time: 5:51:47 AM

Modified: Yes

Proc. Algorithm: Analyst Classic

Bunching Factor: 1

Noise Threshold: 0.72 cps

Area Threshold: 3.62 cps

Num. Smooths: 3

Sep. Width: 0.20

Sep. Height: 0.01

Exp. Peak Ratio: 5.00

Exp. Adj. Ratio: 4.00

Exp. Val. Ratio: 3.00

RT Window: 30.0 sec

Expected RT: 3.73 min

Use Relative RT: No

Int. Type: Manual

Retention Time: 3.74 min

Area: 191000. counts

Height: 18400. cps

Start Time: 3.42 min

End Time: 4.73 min

0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5Time, min

0.0

1000.0

2000.0

3000.0

4000.0

5000.0

6000.0

7000.0

8000.0

9000.0

1.0e4

1.1e4

1.2e4

1.3e4

1.4e4

1.5e4

1.6e4

1.7e4

1.8e4

Inte

ns

ity

, c

ps

3.74

Figura 16. Cromatograma para Solução Padrão de Calibração de concentração 50,0 ng/mL 6.3 Exatidão e Precisão (Intermediária e Repetitividade)

A exatidão do método desenvolvido foi determinada por meio de ensaios de

recuperação, conforme sugerido pela ANVISA. Os resultados dos ensaios de

recuperações apresentados na tabela 11 encontram-se entre 75 e 89 para a matriz

de Pêssego, sendo que estes valores de recuperação encontram-se dentro do

intervalo sugerido para as amostras complexas. A precisão foi avaliada em termos

de repetitividade e precisão intermediaria, em 2 níveis de fortificação (0,01 mg/kg e

0,50 mg/kg) e em 5 preparos distintos para cada nível de fortificação, sendo que a

precisão intermediaria foi avaliada realizando-se em 2 dias distintos.

Foi-se obtido coeficientes de variação menores do que 7,0 e 5,0 para a

repetitividade e precisão intermediária, respectivamente, na matriz de pêssego,

conforme observado na tabela 12.

68

Tabela 11. Resultados de Recuperação para a metodologia desenvolvida aplicada à

matriz de Pêssego, utilizando-se CL-EM/EM

Dia Nº Concentração (ng/mL)

Concentração Calculada (ng/mL)

Recuperação (%)

1

1 6,25 5,30 85

2 6,25 5,14 82

3 6,25 4,88 78

4 6,25 4,95 79

5 6,25 5,19 83

1 25,0 21,8 87

2 25,0 21,2 85

3 25,0 21,1 84

4 25,0 19,9 80

5 25,0 19,5 78

2

1 6,25 5,41 87

2 6,25 4,87 78

3 6,25 5,53 89

4 6,25 5,08 81

5 6,25 5,52 88

1 25,0 19,4 78

2 25,0 19,8 79

3 25,0 18,7 75

4 25,0 21,5 86

5 25,0 18,8 75

A partir dos valores obtidos de recuperação para a matriz de pêssego obtidos

na tabela 11, pode-se obter os valores de coeficiente de variação, desvio padrão,

incerteza de medição e cálculos de análise de variância disponíveis na tabela 12.

69

Tabela 12. Valores de recuperação obtidos em 2 dias distintos para avaliação de exatidão e precisão

Matriz

Média

DP:

CV:

DP entre Fortificações :

CV entre Fortificações:

Incerteza de Medição:

Média Global:

DP Global:

CV Global:

Incerteza de Medição Global:

Média entre Fortificações:

5

82

4

2

4

82

81 83

80

2

3 4

4

5

82

6

7

3

4

2º dia

0,01 mg/kg

Recuperações (% )

1º dia

0,01 mg/kg 0,50 mg/kg 0,50 mg/kg

78 79

85 87 87 78

81 86

82 85

6

5

7985

5

75

79

Pessêgo

8878

4

78 84 89 75

83

Anova: fator único

RESUMO

Grupo Contagem Soma Média Variância

1º dia - 0,01 mg/kg 5 407 81.4 8.3

1º dia - 0,50 mg/kg 5 414 82.8 13.7

2º dia - 0,01 mg/kg 5 423 84.6 23.3

2º dia - 0,50 mg/kg 5 393 78.6 20.3

ANOVA

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Entre grupos 96.15 3 32.05 1.954268 0.161601 3.238872

Dentro dos grupos 262.4 16 16.4

Total 358.55 19

SQ: Soma dos Quadrados; gl: Grau de Liberdade; MQ: Soma Média Quadrática; DP: Desvio Padrão; CV: Coeficiente de Variação.

70

Com base nestes resultados de coeficiente de variação, desvio padrão e teste

F obtidos, pode-se observar que o método apresenta exatidão e precisão.

6.4 Robustez Para a avaliação da robustez foi avaliado o desvio padrão, coeficiente de

variação e incerteza de medição, sendo que foi realizada no nível de fortificação do

LOQ (0,01 ng/mL) e com 5 preparos distintos, sendo que foi inicialmente injetados

nas condições cromatográficas recomendadas pelo método e, em seguida, com

algumas pequenas variações às condições do método, conforme tabela 13.

Tabela 13. Parâmetros avaliados na robustez

Parâmetros Condição Cromatográfica do

Método

Variações ao método

Temperatura do Forno 20 ºC 25 ºC

Proporção da Fase Móvel

85:15 v/v (Água 0,2 mol/L formiato de

amônia/Metanol)

90:10 v/v (Água 0,2 mol/L formiato de

amônia/Metanol)

Na tabela 14, tabela 15 e tabela 16 pode-se observar os valores de

recuperações obtidos para o nível de fortificação do LOQ da amostra quando, não

há variações às condições cromatográficas do método, há variação apenas na

temperatura do forno e, quando se altera apenas a proporção da fase móvel,

respectivamente.

Tabela 14. Valores de recuperação no parâmetro de robustez quando não há variações ao método

Nº Concentração (ng/mL)

Concentração Calculada (ng/mL)

Recuperação (%)

1 6,25 5,29 85

2 6,25 5,07 81

3 6,25 5,45 87

4 6,25 4,92 79

5 6,25 5,32 85

71

Tabela 15. Valores de recuperação no parâmetro de robustez quando há variação de temperatura do forno em relação método

Nº Concentração (ng/mL)

Concentração Calculada (ng/mL)

Recuperação (%)

1 6,25 5,27 84

2 6,25 4,98 80

3 6,25 5,32 85

4 6,25 5,02 80

5 6,25 5,32 85

Tabela 16. Valores de recuperação no parâmetro de robustez quando há variação de proporção da fase móvel em relação método

Nº Concentração (ng/mL)

Concentração Calculada (ng/mL)

Recuperação (%)

1 6,25 5,01 80

2 6,25 4,76 76

3 6,25 5,19 83

4 6,25 4,96 79

5 6,25 4,94 79

Tabela 17. Valores de Análise de Variância Obtidos da Robustez Anova: fator único

RESUMO

Grupo Contagem Soma Média Variância DP %CV

Sem Variações ao Método 5 417 83.4 10.8 3.29 3.94 Variação da Temperatura de Forno 5 414 82.8 6.7 2.59 3.13

Variação da proporção da FM 5 397 79.4 6.3 2.51 3.16

ANOVA

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Entre grupos 46.53333 2 23.26667 2.932773 0.091831 3.885294

Dentro dos grupos 95.2 12 7.933333

Total 141.7333 14

SQ: Soma dos Quadrados; gl: Grau de Liberdade; MQ: Soma Média Quadrática; DP: Desvio Padrão; CV: Coeficiente de Variação.

72

É possível observar com base nos resultados obtidos, que o coeficiente de

variação entre os métodos para análise de robustez variou cerca de 3 a 4% sendo

considerado um valor baixo, em comparação com o valor de 20% estipulado como

valor máximo para CV pela ANVISA para matrizes complexas e também pose-se

observar que todas as recuperações estão dentro da faixa de aceitação de

recuperação de 70-120% segundo a RDC nº 216. Além disso, observa-se que o

valor F calculado foi menor que o valor F critica, comprovando que não há diferença

significativa entre os resultados, sendo este método considerado robusto.

6.5 Análise de Impacto da substituição de Metodologia de Análise de CLAE-UV para CL-EM/EM 6.5.1 Seletividade

Com relação à seletividade, pode-se considerar que a cromatografia liquida

com espectrômetro de massas e muito mais vantajosa que quando utilizada CLAE-

UV. A espectrometria de massas em série, no qual se utilizou um detector do tipo

triplo quadrupolo, permite que apenas os íons dos analitos formados na fonte de

ionização sejam transmitidos pelo primeiro quadrupolo à cela de colisão, onde estes

íons são fragmentados por CID e, posteriormente detectados no terceiro quadrupolo.

Desta forma, além de se detectar o íon do analito, é também possível detectar os

íons dos fragmentos gerados a partir deles. A informação estrutural fornecida pelos

fragmentos gerados permite que, mesmo quando analisados agrotóxicos de mesma

massa molar, eles possam ser diferenciados entre si. Esta propriedade torna-se

muito importante no caso da análise de matrizes complexas, como é o caso de

análise de agrotóxicos nos alimentos, como neste caso, no qual se se utilizou da

matriz de pêssego, pois faz com que a obtenção de falsos positivos, gerados pela

matriz que tenham a mesma massa molar do agrotóxico seja praticamente anulada,

tais como falsos positivos gerados pela matriz que possua comprimento de onda

parecido ou idêntico ao absorvido pelo agrotóxico. Por este motivo, algumas

agências reguladoras estabelecem que a espectrometria de massas em série é a

técnica de detecção mais adequada para ser empregada em métodos oficiais de

determinação de resíduos de agrotóxicos em alimentos, devido a sua seletividade

(CHIARADIA, 2009).

73

Devido à comprovada seletividade do CL-EM/EM, os limites de quantificação

e de detecção utilizada para esta técnica foram muito inferiores do que quando

utilizado CLAE-UV, sendo que desta maneira, caso não apresente níveis inferiores

de resíduos de agrotóxicos é possível até mesmo diminuir a LMR determinados

pelas agências regulamentadoras.

6.5.2 Tempo de Análise

O parâmetro tempo é de grande importância nas análises, pois quanto mais

rápida for à análise deste produto no equipamento, é possível colocar várias outras

seqüências para injeção e obtenção de resultados em um menor tempo, agilizando o

tempo de finalização dos estudos.

Ambos os métodos de análise apresentados (CLAE-UV e CL-EM/EM) gastam

o mesmo tempo em relação ao preparo das amostras para injeção, e um tempo

muito próximo em relação à estabilização do equipamento, porém o tempo de

análise no CL-EM/EM é de apenas 5 minutos de corrida para cada injeção, enquanto

o tempo de análise no CLAE-UV chega a 15 minutos de corrida para cada injeção.

6.5.3 Valores de Recuperação dos fortificados para CLAE-UV

Na tabela 18 pode-se observar os resultados obtidos para a recuperação em

dois níveis de fortificação para a amostra de pêssego quando injetados no CLAE-

UV, podendo-se dessa maneira fazer uma comparação entre estes resultados e os

obtidos quando injetados no CL-EM/EM.

Para o caso da injeção no CLAE-UV foi-se preparado amostras fortificados no

nível de 0,05 mg/kg e 0,50 mg/kg, enquanto no sistema CL-EM/EM as amostras

fortificadas foram dos níveis de 0,01 mg/kg e 0,50 mg/kg, sendo que o nível de maior

fortificação foi o mesmo em ambos os casos, porém como o CL-EM/EM é mais

seletivo que o CLAE-UV, foi possível preparar amostras fortificadas no nível de 0,01

mg/kg como nível do LOQ, 5 vezes menor do que o LOQ empregado para o detector

de ultravioleta.

Porem vendo-se a tabela 18 é possível fazer uma comparação destas

injeções com a do CL-EM/EM e observar que as recuperações de ambos foram bem

parecidas, sendo elas em torno de 74-86 % para o caso do CLAE-UV, e de 75-89%

74

para as injeções no espectrômetro de massas, mostrando desta forma que existe a

possibilidade de substituição do sistema CLAE-UV pelo CL-EM/EM.

Tabela 18. Valores de recuperação para injeção no CLAE-UV

75

7. Conclusão

Ao efetuar-se a comparação entre o método utilizando-se CLAE-UV e o

método utilizando-se CL-EM/EM, pode-se concluir que ambos os métodos são

robustos, apresentando precisão e exatidão, dentro dos previstos pela legislação.

Além disso, ambos apresentam faixas de recuperação bem semelhantes na análise

da matriz de pêssego, sendo que se obteve recuperações variando entre 75-89%

para fortificações de 0,01 mg/kg no CL-EM/EM e 74-82% para fortificações de 0,05

mg/kg no CLAE-UV e, entre 75-87% e 72-86% para fortificações de 0,50 mg/kg para

CLAE-UV e CL-EM/EM, respectivamente.

Esta substituição para a nova metodologia de análise tem como um impacto

positivo o tempo de análise das amostras, pois o tempo de análise utilizando-se o

CL-EM/EM é de apenas 5 minutos de corrida para cada injeção, enquanto o tempo

de análise no CLAE-UV chega a 15 minutos de corrida para cada injeção.

Pode-se observar também como vantajosa, devido à comprovada seletividade

do CL-EM/EM, os limites de quantificação e de detecção utilizada para esta técnica

foram muito inferiores do que quando utilizado CLAE-UV, sendo que não apresentou

interferência para a matriz de pêssego analisada neste estudo, sendo inclusive

utilizado apenas o íon fragmento de maior intensidade, não havendo necessidade de

se utilizar a transição de confirmação do mesmo, diferentemente no caso de se

utilizar o CLAE-UV, que permite apenas identificar se o sinal é puro, através dos

espectros de absorção no UV, porém não permite separar o sinal do analito do sinal

gerado por uma possível interferência gerada pela matriz quando esta ocorre no

mesmo tempo de absorção.

Para o sistema CL-EM/EM, as condições cromatográficas de separação e

detecção otimizadas foram: fase móvel composta por uma solução aquosa de 0,20

mols L-1 de formiato de amônio (Fase Móvel A) e metanol (Fase Móvel B), com

vazão de 1 mL min-1, eluição isocrático com composição 85:15 v/v (Fase Móvel

A/Fase Móvel B), volume de injeção de 50 L, coluna cromatografica analitica

Eclipse XDB C8, (150 x 4,6)mm, 5m de diâmetro de particula e detecção por

76

espectrometria de massas em série, com ionização por eletronebulização no modo

positivo e varredura por monitoramento de múltiplas reações com transição de

massa 103,1 44,2 como transição de quantificação e 103,1 60,1 como

transição de confirmação, porém que não foi utilizada visto que na transição de

quantificação obteve-se uma boa seletividade.

Ambas as transições foram monitoradas sob valores ajustados de voltagem

de cone e energia de colisão otimizada, através de infusão direta do ativo no

espectrômetro de massas.

77

8. Referências Bibliografias

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