Volumetria de Neutralização - Preparo de Solução Padrão Secundária
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ... - Instituto de Química · Volumetria de retorno: oxidorredução de...
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE QUÍMICA
QFL4210 – QUÍMICA ANALÍTICA I
DETERMINAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DE AMOSTRAS CALCÁRIAS
REAIS – UM PROJETO DE EXPLORAÇÃO DE TÉCNICAS DE ANÁLISE
VOLUMÉTRICAS E TÉRMICAS
LUÍS MARCOS CERDEIRA FERREIRA
MARCELO RABELLO ROSSI
JULHO/2010
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Sumário
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 2 1.1. IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DE ENSINO (MONITORIA) ....................................................................... 2 1.2. IMPORTÂNCIA DA TITULOMETRIA VOLUMÉTRICA .............................................................................. 2
2. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 3 2.1. CONCEITOS QUÍMICOS ............................................................................................................................. 3 2.2. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES ............................................................................................................ 3
3. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................................. 4 3.1. VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO COM EDTA ...................................................................................... 5
3.1.1. Dosagem total de Ca2+ e Mg2+ ....................................................................................................... 5 3.1.2. Determinação do teor de Ca2+ ...................................................................................................... 5 3.1.3. Determinação do teor de Mg2+ ..................................................................................................... 6
3.2. VOLUMETRIA DE OXIDORREDUÇÃO DE CAC2O4 COM KMNO4 .......................................................... 6 3.3. VOLUMETRIA DE RETORNO: OXIDORREDUÇÃO DE C2O4
2- EM EXCESSO COM KMNO4 .................. 7 3.4. DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CARBONATO .......................................................................................... 7 3.5. ANÁLISE TÉRMICA ................................................................................................................................... 8
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................................... 9
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................................10
6. REFERÊNCIAS ..............................................................................................................................11
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1. INTRODUÇÃO
1.1. Importância da prática de ensino (monitoria)
A monitoria é uma modalidade de ensino e aprendizagem que contribui para
a formação integrada do aluno nas atividades de ensino, pesquisa e extensão dos
cursos de pós-graduação. Ela é entendida como instrumento para a melhoria do
ensino, através do estabelecimento de novas práticas e experiências pedagógicas
que visam a fortalecer a articulação entre teoria e prática e a integração curricular
em seus diferentes aspectos, promovendo também a cooperação mútua entre
discente e docente e a vivência com o professor e com as suas atividades técnico-
didáticas. Trata-se de uma ação extraclasse que busca resgatar as dificuldades
ocorridas em sala de aula e propor medidas capazes de amenizá-las. O trabalho de
monitoria sob esse enfoque pode ser compreendido como uma atividade de apoio
discente ao processo de ensino e aprendizagem dos alunos de graduação.
1.2. Importância da titulometria volumétrica
Apesar do surgimento das técnicas instrumentais e do rápido
estabelecimento destas como técnicas padrão para diversos procedimentos, as
titulometrias volumétricas se mostram presentes, pois apesar de serem técnicas
relativamente antigas, elas representam ainda economia e confiabilidade nas
análises laboratoriais, podendo perfeitamente serem utilizadas na quantificação da
grande maioria de agentes químicos em diversas situações.
Por exemplo, muitos dos metais da tabela periódica podem ser determinados
pela titulação com solução padrão de EDTA, sendo que alguns métodos são
baseados em indicadores que respondem ao próprio metal. Dean lista perto de 40
íons metálicos que podem ser determinados pela titulação direta com EDTA
utilizando-se indicadores de íons metálicos [1].
Em análise elementar, o método mais comum para a determinação de
nitrogênio orgânico é o método de Kjedahl. Nesse método a amostra é decomposta
em meio de ácido sulfúrico concentrado a quente para converter o nitrogênio em
íons amônio. A solução resultante é então resfriada, diluída e alcalinizada. A amônia
liberada é destilada, coletada em uma solução ácida, e determinada por titulação de
neutralização [2]. Análises importantes se baseiam no método de Kjedahl, entre elas
figura a quantificação de proteínas em diversas matrizes.
Para os alunos de graduação é importante a exploração das técnicas
volumétricas ainda nos primeiros anos de curso, não apenas por constituírem uma
ferramenta poderosa para a quantificação de compostos das mais diversas classes,
3
mas também por serem técnicas cuja distância entre os resultados e os conceitos de
química básica envolvidos é menor do que no caso de técnicas instrumentais.
Além disso, por se utilizarem de diversos tipos de reação – alguns exemplos
mais comuns são ácido-base, precipitação, complexação e oxidorredução – a gama
de conceitos que pode ser trabalhada sob o conjunto de volumetrias é grande,
tornando o estudo dos diversos tipos de equilíbrios mais contextualizado e
facilitando assim o processo ensino-aprendizagem.
2. OBJETIVOS
2.1. Conceitos Químicos
O presente projeto teve como um dos seus objetivos a utilização de diversas
técnicas titulométricas - algumas delas exploradas durante o curso básico de
Química Analítica, outras sendo discutidas apenas em teoria – na determinação de
componentes majoritários em amostras calcárias reais. Os conhecimentos
adquiridos pelos alunos durante as análises qualitativas foram empregados para a
obtenção de um panorama da amostra analisada.
2.2. Competências e habilidades
Apesar de o desenvolvimento de competências e habilidades como objetivo
do ensino que visa à formação do cidadão ser freqüentemente discutido para o
desenrolar dos ensinos fundamental e médio, pode-se considerar que o presente
trabalho busca o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao
profissional em Química, independentemente de sua futura opção pela área
acadêmica ou pelo mercado de trabalho.
Pelo viés do processo ensino-aprendizagem,o projeto tem como finalidade o
desenvolvimento de uma série de competências e habilidades conceituais,
procedimentais e atitudinais. Entre elas, destacam-se:
1. Desenvolver trabalhos em equipe, aprender a discutir e negociar estratégias
[atitudinal – durante a realização dos experimentos];
2. Definir um plano para a resolução de um problema a partir de conhecimentos
obtidos previamente; Aplicar conceitos vistos em teoria em situações práticas de
relevância [procedimental – durante a etapa de pesquisa];
3. Perceber a importância dos equilíbrios químicos no dia-a-dia do profissional da
área. Reconhecer a utilidade analítica das diversas classes de reações [conceitual –
durante a etapa de elaboração do plano de análise];
4
4. Ser capaz de expressar suas concepções de forma clara e objetiva na forma de
um texto acadêmico, utilizando-se dos diversos tipos de linguagem: textual, gráfica,
simbólica, matemática [conceitual e procedimental – durante a elaboração do
relatório];
5. Perceber as vantagens e desvantagens das técnicas utilizadas; Realizar
comparações entre resultados obtidos por técnicas diferentes [conceitual – em
posse dos resultados].
3. MATERIAIS E MÉTODOS
As seis amostras calcárias estudadas, além de seus constituintes
majoritários, apresentam outras espécies em sua composição, que derivam de suas
formações e origens. Por esse motivo, o projeto foi realizado em duas grandes
etapas. A primeira delas consistiu na determinação qualitativa das espécies
presentes, enquanto que a segunda se baseou na determinação quantitativa dos
teores de cálcio e magnésio de amostras calcárias reais.
Para realizar as análises, os 36 alunos da turma foram divididos em 18
duplas. Essas duplas foram agrupadas de três em três para cada uma das
amostras.
As amostras analisadas e seu tipo ou origem encontram-se listados na tabela
a seguir (Tabela 1).
Tabela 1: Amostras analisadas qualitativamente e quantitativamente pelos alunos, bem como
seus tipos referentes às quantidades relativas dos seus constituintes principais (Ca e Mg).
Amostras de origem natural também foram analisadas.
Amostra Tipo ou origem
Cal hidratada
Calcítica
Dolomítica
Magnesiana
Casca do ovo de galinha
Natural Cálculo da cabeça da corvina*
Calcário
* A corvina (Micropogonias furnieri) é um peixe ósseo encontrado em toda a faixa litorânea brasileira. O cálculo em sua cabeça, formalmente denominado otólito, é uma concreção majoritariamente formada por carbonato de cálcio e está relacionado com o equilíbrio postural do animal. [3]
5
Foi solicitado aos alunos que fizessem uma pesquisa prévia sobre suas
amostras, para facilitar os procedimentos qualitativos. Todos os ensaios
empregados foram estudados, discutidos e praticados durante o semestre letivo.
Todas as duplas realizaram os ensaios qualitativos das amostras não-
calcinadas, bem como as titulações de ions cálcio e magnésio com solução padrão
de EDTA (volumetria de complexação). Outros procedimentos foram utilizados para
a determinação de íons cálcio nas amostras após calcinação a 900 ºC. A saber:
titulometria de oxidorredução do precipitado de oxalato de cálcio com solução
padrão de permanganato de potássio, titulometria de oxidorredução/retorno do
excesso de íons oxalato com solução padrão de permanganato de potássio e
titulometria ácido-base/retorno do precipitado de carbonato de cálcio com ácido
clorídrico. A distribuição das técnicas entre as duplas pode ser verificada em
documento anexo (Anexo 1).
Não foram fornecidos roteiros de laboratório aos alunos, de modo que todos
os experimentos realizados foram planejados por eles mesmos, com o suporte dos
monitores e técnicos de laboratório.
A seguir encontra-se uma breve descrição das técnicas utilizadas pelos
alunos. Vale ressaltar que as soluções-padrão utilizadas nas análises volumétricas
foram preparadas pelos próprios alunos logo antes dos experimentos.
3.1. Volumetria de complexação com EDTA
3.1.1. Dosagem total de Ca2+ e Mg2+
Os íons Ca2+ e Mg2+ de umas solução formam um complexo vermelho vinho
com o indicador negro de eriocromo-T, em pH = 10,0 (utilizando-se solução tampão
NH3/NH4Cl). Pela adição de EDTA à solução colorida, ocorre a formação de um
complexo estável e não dissociado do EDTA com íons Ca2+ e Mg2+, separando-se
do indicador. Quando a quantidade de EDTA for suficiente para complexar todo o
cálcio e magnésio, a solução toma a cor azul original do indicador, o que indica o fim
da titulação.
3.1.2. Determinação do teor de Ca2+
O EDTA quando adicionado a uma amostra de água contendo Ca2+ e Mg2+ se
complexa principalmente com o íon cálcio, que pode ser determinado diretamente
com o EDTA. Para tanto, deve-se elevar o pH, a fim de precipitar o magnésio na
forma de hidróxido, e usar um indicador que se combine somente com o cálcio.
Alguns indicadores, como Calcon® e murexida (utilizados nos experimentos)
6
provocam uma visível troca de cor quando todo o cálcio é complexado pelo EDTA,
em pH na faixa de 12 à 13.
3.1.3. Determinação do teor de Mg2+
A dosagem de magnésio é feita simplesmente pela diferença do teor total de
Ca2+ e Mg2+ (em número de mols) pelo teor de Ca2+ obtidos através dos
experimentos descritos nos itens I e II.
Os teores de cálcio e magnésio (em % (m/m)) na amostra são dados por:
%Ca = 40,08 x VEDTA(2) x [EDTA] x 100 / mAMOSTRA
%Mg = 24,31 x (VEDTA(1)- VEDTA(2)) x [EDTA] x 100 / mAMOSTRA
Onde:
VEDTA(1): Volume de EDTA gasto na primeira titulação (item I) em litros
VEDTA(2): Volume de EDTA gasto na segunda titulação (item II) em litros
[EDTA]: Concentração de EDTA titulante em mol L-1
mAMOSTRA = massa da amostra
3.2. Volumetria de oxidorredução de CaC2O4 com KMnO4
Esse experimento é utilizado para fazer a determinação do teor de cálcio na
amostra e se baseia na precipitação dos íons Ca2+ na forma de oxalato pela adição
de oxalato de sódio (Na2C2O4). O precipitado formado é lavado e redissolvido em
meio ácido, dessa forma, o oxalato presente em solução é titulado com KMnO4.
Nesse experimento não existe a necessidade do uso de indicadores, já que a
própria solução de KMnO4 é auto-indicadora e o término da titulação é dado quando
a solução titulada muda de incolor para uma coloração violeta-rósea.
O teor de cálcio (em % (m/m)) na amostra é dado por:
%Ca = 40,08 x 5/2 VKMnO4 x [KMnO4] x 100 / mAMOSTRA
Onde:
VKMnO4 : Volume de KMnO4 gasto na titulação, em litros
[KMnO4]: Concentração de KMnO4 titulante em mol L-1
mAMOSTRA = massa da amostra
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3.3. Volumetria de retorno: oxidorredução de C2O42- em excesso com KMnO4
Como no procedimento anterior, este experimento também é utilizado para
fazer a determinação do teor de cálcio na amostra e se baseia na precipitação dos
íons Ca2+ na forma de oxalato pela adição de oxalato de sódio (Na2C2O4) em
excesso. O precipitado é rejeitado e o excesso de oxalato presente é titulado com
KMnO4.
O teor de cálcio (em % (m/m)) na amostra é dado por:
%Ca = 40,08 x (VNa2C2O4 x [Na2C2O4] - 5/2 VKMnO4 x [KMnO4]) x 100 / mAMOSTRA
Onde:
VKMnO4 : Volume de KMnO4 gasto na titulação, em litros
VNa2C2O4: Volume de Na2C2O4 adicionado à amostra em litros
[KMnO4]: Concentração de KMnO4 titulante em mol L-1
[Na2C2O4]: Concentração de Na2C2O4 adicionado à amostra em mol L-1
mAMOSTRA = massa da amostra
3.4. Determinação do teor de carbonato
O íon carbonato em presença do íon H+ torna-se instável e decompõe-se,
gerando o CO2, uma vez que esta estrutura é mais estável, produzindo a reação de
efervescência quando os carbonatos são atacados por ácidos. Os experimentos
para determinação de carbonato nas amostras foram feitos baseados nessa reação.
Apesar de esta determinação ficar a cargo da pesquisa dos alunos, ela se baseou
em dois experimentos distintos:
I. Titulação do excesso de HCl adicionado à amostra contendo carbonato com
NaOH previamente padronizado (volumetria de resto ou retorno) após o
desprendimento de CO2.
O teor de carbonato (em % (m/m)) na amostra é dado por:
%CO32- = 60 x (VHCl x [HCl] – VNaOH x [NaOH]) x 100 / (2 x mAMOSTRA)
Onde:
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VNaOH: Volume de NaOH gasto na titulação, em litros
VHCl: Volume de HCl adicionado à amostra em litros
[NaOH]: Concentração de NaOHtitulante em mol L-1
[HCl]: Concentração de HCl adicionado à amostra em mol L-1
mAMOSTRA = massa da amostra
II. Adição de HCl levando na amostra no estado sólido levando à formação de CO2.
A pressão feita pelo gás na coluna manométrica desloca certo volume de água. O
sistema é hermeticamente fechado, para evitar perda dos gases formados. A altura
deste deslocamento é monitorada e registrada após a estabilização da coluna de
água deslocada.
Considerando-se o CO2 como um gás ideal, pode-se aplicar a equação geral
dos gases (P.V = n.R.T) para, a partir do volume obtido pela coluna manométrica e
da pressão parcial de CO2 dentro dela (que, para o sistema em equilíbrio fluídico,
corresponde à pressão atmosférica), calcular o número de mols de CO2 formado,
que será correspondente ao número de mols de carbonato presentes na amostra, já
que a reação se processa com razão estequiométrica de 1:1.
O teor de carbonato (em % (m/m)) na amostra é dado por:
%CO32- = {[(P x V) / (R x T)] x 60} x 100/ mAMOSTRA
Onde:
P: pressão atmosférica (igual à pressão parcial de CO2 dentro da coluna) em atm
V: volume de água deslocado na coluna manométrica em litros
R: constante universal dos gases (0,082 atm L mol-1 K-1)
T: temperatura do sistema, em graus Kelvin
mAMOSTRA = massa da amostra
3.5. Análise Térmica
Curvas termogravimétricas (TG) e termogravimétricas derivadas (DTG) de
cada uma das amostras na presença de ar e ar + CO2 foram realizadas previamente
e entregues aos alunos.
As curvas TG/DTG (Anexo 2) foram obtidas a partir de uma termobalança
modelo TGA-51 da marca Shimadzu empregando-se razão de aquecimento de
9
10ºC/min, atmosfera dinâmica de ar (ou ar + CO2), com vazão de 50 mL/min e
cadinho de PT. As massas de amostra utilizadas foram fornecidas aos alunos.
Como as técnicas de Análise Térmica não fazem parte do programa da
disciplina para a qual o projeto foi destinado, bem como para quaisquer outras
disciplinas anteriores a ela, os professores destinaram uma aula do programa à
explicação dos conceitos e de algumas aplicações da técnica.
Os alunos foram encorajados a interpretar as curvas fornecidas e fazer os
cálculos de perda de massa – indicando os teores de carbonato, cálcio, magnésio,
matéria orgânica e material termicamente estável – bem como relacionar os valores
com aqueles obtidos pelas outras técnicas descritas.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados dos alunos foram apresentados em forma de relatório, que
deveria conter em sua composição:
1. Introdução (informações da literatura quanto aos materiais, composição e
métodos de análise dos componentes presentes);
2. Objetivos;
3. Materiais e métodos (apresentação do material e descrição ou procedimentos
dos métodos empregados nas análises qualitativas e quantitativas);
4. Resultados e discussão (os resultados deveriam ser apresentados de forma
lógica e a discussão deveria, quando possível, conter associação entre os métodos
utilizados);
5. Conclusões;
6. Críticas (quanto à pertinência de aplicação do projeto na disciplina e sugestões
para aplicações futuras);
7. Referências bibliográficas.
Dado que os relatórios dos alunos foram considerados parte da nota
semestral, estes foram entregues aos professores da disciplina de Química Analítica
I para que pudessem corrigi-los. Dessa forma, não tivemos acesso a esses
trabalhos até o momento de entrega do presente projeto.
No entanto, pôde-se notar o empenho de alguns alunos nas etapas de
pesquisa e de realização dos experimentos. No que diz respeito à busca por
informações prévias sobre as amostras, bem como a elaboração de um plano para
10
se trabalhar com elas o projeto pareceu servir de incentivo, dado que parte dos
alunos demonstrou claramente ter realizado essas etapas.
Vale lembrar que algumas das técnicas utilizadas e citadas aqui (como a
obtenção da porcentagem de carbonato na amostra por deslocamento de coluna
manométrica) foram sugestão dos próprios alunos durante a etapa experimental.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de avaliação teve como objetivos, além das competências e
habilidades desenvolvidas durante a sua elaboração, verificar a apropriação do
aluno de certos conceitos e informações. Apesar de, até o presente momento, não
termos acesso aos relatórios, esperamos que após a realização da pesquisa prévia
e dos experimentos os alunos sejam capazes de responder a questões como:
1. Qual a composição das amostras?
2. O que ocorre durante o processo de calcinação?
3. É possível associar os resultados de termogravimetria com a determinação dos
analitos majoritários obtida por titulometria?
4. Qual a diferença ao se trabalhar com amostras in natura ou calcinada?
5. É possível realizar as quantificações com a infra-estrutura disponível?
6. O que é calcinação? Qual a influência da temperatura utilizada no processo de
calcinação?
Apesar de não termos acesso aos trabalhos dos alunos até o presente
momento, pode-se dizer, de maneira qualitativa, que o projeto desenvolvido mostrou
resultados positivos por vários motivos, sejam eles relacionados ao desenvolvimento
de competências e habilidades necessárias ao profissional da área de Química, seja
na facilitação do processo ensino-aprendizagem por ter dado aos alunos uma forma
contextualizada de se trabalhar com o conteúdo visto em aula ou mesmo por
possibilitar que eles entrassem em contato com técnicas analíticas importantes. A
Análise Térmica, técnica trazida pelo projeto como uma alternativa aos métodos
clássicos na quantificação dos componentes majoritários, é uma técnica pouco
explorada durante o curso de graduação, de modo que o presente trabalho também
foi útil no enriquecimento da cultura química dos alunos.
11
6. REFERÊNCIAS
[1] DEAN, J. A. Analytical Chemistry Handbook, p. 3.104-3.109. Nova York:
McGraw-Hill, 1995.
[2] SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de
Química Analítica, p. 413-414. São Paulo: Thomson Learning, 2007.
[3] DIAS, M. A. Notas de aulas de mestrado sobre Biologia Pesqueira da Faculdade
de Ciências do Mar e do Ambiente (Universidade de Algarve, 2007/2008) em:
http://w3.ualg.pt/~madias/docencia/documentos/BP0708_Notas05.pdf - acessado
em 4/7/2010.
Anexo 1.
PROJETOS PARA FINALIZAÇÃO DA DISCIPLINA QFL4210 – trabalho em duplas – técnicas a serem aplicadas
Dupla Nome (tipo) da amostra (SP)
SP conforme recebida Calcinação da SP a 900oC
Precipitação com
C2O42- titulação
do ppt/redoxi
Precipitação com
C2O42- titulação
do exc. do
pptante/redoxi
Precipitação c/
(NH4)2CO3, dissolução
do ppt com exc. HCl e
titulação do exc de
ácido com NaOH
Titulação
Com
EDTA
(Ca/Mg) Quali
TG/DTG
em ar e
ar+CO2(*)
Titulação com
EDTA (Ca/Mg)
Determinação
do teor de
CO32-
1 Cal hidratada - calcítica X X X X X - - X
2 Cal hidratada - calcítica X X X X - X - X
3 Cal hidratada - calcítica X X X X X X
4 Cal hidratada - dolomítica X X X X X - - X
5 Cal hidratada - dolomítica X X X X - X - X
6 Cal hidratada - dolomítica X X X X X X
7 Cal hidratada - magnesiana X X X X X - - X
8 Cal hidratada – magnesiana X X X X - X - X
9 Cal hidratada – magnesiana X X X X X X
10 Casca do ovo de galinha X X X X X - - X
11 Casca do ovo de galinha X X X X - X - X
12 Casca do ovo de galinha X X X X X X
13 Cálculo da cabeça da corvina X X X X X - - X
14 Cálculo da cabeça da corvina X X X X - X - X
15 Cálculo da cabeça da corvina X X X X X X
16 Calcáreo X X X X X - - X
17 Calcáreo X X X X - X - X
18 Calcáreo X X X X X X
19
(*) As curvas TG/DTG serão fornecidas para interpretação. Essas curvas devem ser apresentadas e discutidas no relatório, comparando-se os resultados com os teores de Ca2+ determinados por outras
técnicas.
Anexo 2.