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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE-UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM Curso de Administração - CAD Emanuel Gomes dos Santos A GESTÃO EMPREENDEDORA DO COMÉRCIO VAREJISTA EM UMA MICRO EMPRESA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL: O caso da loja Seg Distribuidora, de Pau dos Ferros-RN. PAU DOS FERROS - RN 2013

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE-UERN

Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Emanuel Gomes dos Santos

A GESTÃO EMPREENDEDORA DO COMÉRCIO VAREJISTA EM UMA MICRO EMPRESA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL: O caso da loja Seg Distribuidora, de Pau dos Ferros-RN.

PAU DOS FERROS - RN

2013

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Emanuel Gomes dos Santos

A GESTÃO EMPREENDEDORA DO COMÉRCIO VAREJISTA EM UMA MICRO EMPRESA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL: O caso da loja Seg Distribuidora, de Pau dos Ferros-RN.

Relatório Final de Curso apresentado ao Curso de

Administração/CAMEAM/UERN, como requisito parcial

para obtenção do título de bacharel em administração.

Professor Orientador: Laécio da Cunha Oliveira

Área: Empreendedorismo

PAU DOS FERROS – RN

2013

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COMISSÃO DE ESTÁGIO

Membros:

_____________________________________________________________________ Emanuel Gomes dos Santos

Aluno

_____________________________________________________________________ Laécio da Cunha oliveira

Professor Orientador

_____________________________________________________________________ Rodrigo Gomes

Supervisor de Estágio

_____________________________________________________________________ Sidnéia Maia de O. Rego

Coordenadora de Estágio Supervisionado

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Emanuel Gomes dos Santos

A GESTÃO EMPREENDEDORA DO COMÉRCIO VAREJISTA EM UMA MICRO EMPRESA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL: O caso da loja Seg Distribuidora, de Pau dos Ferros-RN.

Este Relatório Final de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de

BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO

e aprovado em sua forma final pela Banca Examinadora designada pelo Curso de

Administração/CAMEAM/UERN, Área: Empreendedorismo.

Pau dos Ferros/RN, em _____ de __________________ de __________.

BANCA EXAMINADORA

Julgamento: _______Assinatura: _______________________________________ Laécio da Cunha Oliveira

Orientador – UERN

Julgamento: _______Assinatura: _______________________________________ Edcarlos Costa de Oliveira

Examinador – UERN

Julgamento: _______Assinatura: _______________________________________ Vagner Miranda de Carvalho

Examinador(a) – UERN

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Dedico este meu trabalho aos meus pais, minha esposa e meus irmãos, por sempre me incentivarem, apoiarem e acreditarem em meu potencial, fazendo com que chegasse até aqui. Dedico também aos meus avós, e em especial, ao meu avô, que sempre será para mim um sinônimo de sabedoria.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter sido sempre meu refúgio nas horas de angústia e

frustrações, bem como, sempre ter estado ao meu lado ao longo desta caminhada me dando forças.

Agradeço também aos meus queridos pais, Francisco Gomes dos Santos e Francisca Mendes

Gomes dos Santos, minha motivação maior para nunca desistir.

Agradeço também a minha esposa Julia Mariana, que me acompanhou desde o início dessa

jornada, ainda quando éramos namorados, sempre me incentivando a prosseguir.

Deixo registrado também meus agradecimentos a todos os meus amigos, em especial a Caio

Vinicios, Rogério Júnior, Rozeli Dias e Sérgio Tonny, amigos verdadeiros, que durante toda essa

jornada, em momento algum mediram esforços para me ajudar quando precisei.

Por fim, aos professores do corpo acadêmico do CAMEAM, que colaboraram com seus

conhecimentos essenciais para minha formação acadêmica e profissional, e em especial, ao meu

prezado professor e orientador, Laécio da Cunha Oliveira, por estar sempre pronto a me ajudar no

decorrer do meu trabalho, e a professora Sidnéia Maia, por toda sua generosidade, simpatia e

disposição.

A todos, meu muito obrigado!

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“Ouça conselhos e aceite instruções,e acabará sendo sábio.”

(Provérbios 19:20)

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RESUMO

Considerando o empreendedorismo hoje como uma área em desenvolvimento considerável, sendo esta segundo o Sebrae 2011, como a área responsável por 52% do total de empregos com carteira assinada no país. O alto desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil, trás como conseqüência o surgimento de novos empreendedores cada vez mais diferenciados entre si. Sabendo disto, o presente estudo tem por intento identificar quais os conceitos de empreendedorismo e empreendedor melhor se enquadram na gestão da loja de materiais de construção civil, Seg Distribuidora, em Pau dos Ferros-RN, bem como em segundo plano identificar as características empreendedoras que mais se destacam na gestora da Seg Distribuidora; e por fim, mostrar as oportunidades agarradas na gestão da empresa. Para isto, este trabalho buscou fundamentação teórica nos conceitos de Dornelas (2005), (2007) e (2014), Degen, Timmons, entre outros. A pesquisa em forma de estudo de caso se deu do tipo qualitativa, exploratória e descritiva. Como método de pesquisa foi feito um levantamento abordando a gestora da Seg Distribuidora e aplicando um formulário para coletar os dados. Para o tratamento dos dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo. Após o tratamento dos dados foi possível responder amplamente os objetivos propostos acima, concluindo-se que a loja Seg Distribuidora enquadra-se nos conceitos de empreendedorismo por oportunidade e familiar, enquanto que sua proprietária identifica-se com os conceitos segundo Dornelas (2005) e Chiavenato (2007). Ainda sobre a empreendedora em caso, percebeu-se que das suas características empreendedoras, as principais são a paixão, experiência e o conhecimento, como também, entre as principais oportunidades e incentivos que surgiram durante sua gestão, a principal foi o apoio do Sebrae. Palavras-Chave: Empreendedorismo; Empreendedor; Características Empreendedoras; Construção Civil.

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ABSTRACT

Today considering entrepreneurship as an area in considerable development, this being the second Sebrae 2011, as the area responsible for 52% of total formal jobs in the country. The high development of entrepreneurship in Brazil, as a consequence behind the emergence of new entrepreneurs increasingly differentiated from each other. Knowing this, the present study is to attempt to identify which concepts of entrepreneurship and entrepreneur best fit in the management of store construction materials, Mon Distributor in the Irons-RN Pau, and in the background the entrepreneurial characteristics that identify most prominent in the management of Sun Distributor; and finally, show the opportunities grasped in company management. Therefore, this study sought theoretical foundation in the concepts Dornelas (2005), (2007) and (2014), Degen, Timmons, among others. The research in the form of case study took a qualitative, exploratory and descriptive. As a research method was a survey done addressing the management of Mon Distributor and applying a form to collect the data. For the treatment of the data, the technique of content analysis was used. After treatment of the data was possible to answer the widely proposed above objectives, concluding that the store Mon Distributor fits the concepts of entrepreneurship and opportunity by family, while their owner is identified with the concepts Dornelas second (2005) and Chiavenato (2007). Still on entrepreneurial in case it was noticed that their entrepreneurial characteristics, the main ones are the passion, experience and knowledge, but also among the main opportunities and incentives that arose during his tenure, was the main support of the Sebrae.

Keywords: Entrepreneurship; entrepreneur; Entrepreneurial characteristics; Construction

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LISTA DE SIGLAS

ATILF- Laboratoire d'Analyseet de Traitement Informatique de la Langue Française

CAD - Curso de Administração.

CAMEAM- Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia.

CEP - Código de Endereçamento Postal

CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

DF– Distrito Federal

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

ME – Micro Empresa

RN - Rio Grande do Norte.

SAE - Secretaria de Assuntos Estratégicos

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas

TCC - Trabalho de Conclusão de Curso.

UERN- Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Logomarca da Seg Distribuidora ............................................................................................... 15

Figura 2 - Fachada da Seg Distribuidora ................................................................................................... 18

Figura 3 - Organograma da Seg Distribuidora ........................................................................................... 19

Figura 4 - Modelos de casas de taipe ou pau-a-pique .............................................................................. 24

Figura 5 - Modelo de casa simétrica .......................................................................................................... 25

Figura 6 - À esquerda, modelo de casa com influência europeia e ao lado, de casa unifamiliar ........... 25

Figura 7 - Modelo de Edifício ...................................................................................................................... 26

Figura 8 - Sonho como fator impulsionador para outras características .................................................. 57

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Volume de vendas anuais da Seg Distribuidora ..................................................................... 17

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Mitos e Verdades sobre Empreendedores .............................................................................. 33

Quadro 2 - Confronto de visões sobre as características de destaque no empreendedor. .................... 35

Quadro 3 - Comparação entre gerentes tradicionais e empreendedores ................................................ 36

Quadro 4- Os tipos de Empreendedor ....................................................................................................... 38

Quadro 5 - Conceitos utilizados pelos empreendedoresna identificação de oportunidades................... 40

Quadro 6 - Classificação das pesquisas quanto aos fins e quanto aos meios. ....................................... 41

Quadro 7 - Pesquisas descritivas e exploratórias e seus principais conceitos. ....................................... 42

Quadro 8 - Objetivos específicos com perguntas e respostas sintetizadas ............................................. 46

Quadro 9 - Mitos e verdades segundo as respostas da empreendedora e de Dolabela (1999) ............ 50

Quadro 10 - Os tipos de empreendedores................................................................................................. 52

Quadro 11 - Relação das características empreendedoras da gestora segundo Dornelas (2005) ........ 54

Quadro 12 - Categorias de respostas ........................................................................................................ 56

Quadro 13 - Os Investimentos .................................................................................................................... 60

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA

AGRADECIMENTOS

EPÍGRAFE

RESUMO

LISTA DE SIGLAS

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

INTRODUÇÃO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 14

1.1 Caracterização da organização........................................................................................................ 15

1.1.1 Relato histórico sobre a Seg Distribuidora. ................................................................................... 15

1.1.1.1 Evolução e crescimento da empresa. ......................................................................................... 16

1.1.2 Localização ..................................................................................................................................... 17

1.1.3 Caracterização da empresa ........................................................................................................... 18

1.1.4 Estrutura (layout) da empresa........................................................................................................ 18

1.1.4.1 Organograma da Seg Distribuidora ............................................................................................ 19

1.2 Situação problemática ........................................................................................................................ 19

1.3 Objetivos ............................................................................................................................................... 21

1.3.1 Geral ................................................................................................................................................ 21

1.3.2 Específicos ...................................................................................................................................... 21

1.4 Justificativa ........................................................................................................................................... 21

2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................................... 23

2.1 Abordagens sobre a construção civil ............................................................................................. 23

2.1.1 Origem da construção civil ............................................................................................................. 23

2.1.2 Evolução no Brasil .......................................................................................................................... 24

2.1.3 A força e a importância da construção civil na economia brasileira ............................................ 26

2.2 Origem histórica do empreendedorismo. ...................................................................................... 27

2.3 Conceito de empreendedorismo ..................................................................................................... 29

2.4 Conceito de empreendedor .............................................................................................................. 32

2.4.1 Mitos e Verdades sobre os empreendedores ............................................................................... 33

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2.4.2 As características dos empreendedores ....................................................................................... 35

2.4.3 Os tipos de empreendedores ......................................................................................................... 38

2.5 Identificando Oportunidades............................................................................................................ 39

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................................................. 41

3.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................................................ 41

3.2 Universo e amostra ............................................................................................................................ 43

3.3 Tratamento dos dados ...................................................................................................................... 43

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................................................. 45

4.1 Os conceitos de empreendedorismo e de empreendedor que se enquadram no modelo de

gestão da Seg Distribuidora. .................................................................................................................... 47

4.2 As características empreendedoras presentes na gestão da Seg Distribuidora. .................... 53

4.3 As oportunidades e incentivos que influenciaram o crescimento da Seg Distribuidora. ...... 58

5 CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................................... 64

5.1 Conclusões ......................................................................................................................................... 64

5.2 Sugestões e recomendações ............................................................................................................. 65

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................ 66

APÊNDICES ................................................................................................................................................. 68

APÊNDICE – A - Instrumento de coleta de dados. ................................................................................ 69

APÊNDICE – B - Lista de acompanhamento das atividades de estágio ............................................ 74

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho que se apresenta na forma de pesquisa, busca identificar quais os

conceitos e as características empreendedoras presentes na gestão de um comércio varejista de

materiais de construção civil em uma empresa de pequeno porte no município de Pau dos Ferros-RN

(Rio Grande do Norte). Mais além, o trabalho ainda visa identificar quais as barreiras e desafios

encontrados em seu dia a dia, e por fim, mostrar as oportunidades e incentivos que influenciaram o

crescimento desse comércio varejista de materiais de construção civil. Para isso, o trabalho baseia-se

em um estudo de caso sobre a loja Seg Distribuidora, empresa esta, objeto de estudo deste trabalho.

O primeiro capítulo consiste na caracterização da organização, onde iremos apresentar a

empresa objeto de estudo deste trabalho, através de suas origens históricas, crescimento e

desenvolvimento ao longo dos anos, bem como outros dados da mesma. Em seguida é apresentada a

problemática que norteia a pesquisa para realização deste trabalho, os objetivos (geral e específicos)

que visam responder o problema de pesquisa, e a justificativa, que aponta os motivos da realização

deste trabalho.

No segundo capítulo é exposto o referencial teórico no qual a pesquisa se baseia, iniciando

com breves relatos sobre as origens históricas da construção civil e sua evolução e importância no

cenário brasileiro. Logo mais, a pesquisa aprofunda-se nas origens e definições sobre o

empreendedorismo, expondo alguns dos seus diversos conceitos, bem como, as características

empreendedoras, os mitos e verdades sobre o empreendedor, os tipos e suas técnicas de identificação

de oportunidades.

O terceiro capítulo aborda os procedimentos metodológicos, definindo o universo e amostra a

serem trabalhados, o tipo de pesquisa e o instrumento de coleta de dados a serem aplicados e como

serão tratados os dados coletados.

O quarto capítulo apresenta os resultados da pesquisa, onde é feita a exposição e análise

destes resultados com base o referencial teórico e metodologia abordados nos capítulos dois e três,

respectivamente, deste trabalho.

Por fim, no quinto e ultimo capítulo, serão feitas as considerações finais do trabalho e onde

serão expostas todas as conclusões obtidas, seguidas de sugestões para a organização e

recomendações para eventuais próximos trabalhos.

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1.1 Caracterização da organização.

A empresa a qual me proponho fazer o presente estudo tem como denominação a razão social:

Lucimari Bessa Regis Correia – ME (Micro Empresa), o registro de suas atividades no Cadastro

Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ: 01.665.573/0001-33, e sendo mais conhecida como Seg

Distribuidora, conforme mostra sua logomarca na Figura 1.

Figura 1 - Logomarca da Seg Distribuidora

Fonte:Banco de dados Seg Distribuidora (2013).

A caracterização da organização vai nos relatar a visão da oportunidade de abertura de uma

nova empresa no segmento varejista de materiais de construção civil (mais especificamente, o cimento)

na cidade de Pau dos Ferros-RN, a partir do cenário econômico em que se encontrava o mercado

desse setor. Ao mesmo tempo, retratando assim, a origem histórica, evolução e crescimento, visão,

missão e estrutura, da empresa em caso. Podendo também ser constatado que a história da

SegDistribuidora, faz dela uma empresa de origem familiar e que segundo os critérios de

classificaçãode porte,mais uma das diversas outras microempresas registradas em nosso município.

1.1.1 Relato histórico sobre a Seg Distribuidora.

Fundada no dia 05/03/2004, pelo até então proprietário Sr. Vanilson José L. Correia, a empresa

Seg Distribuidora tinha como único produto o Cimento Ciplan, vindo este direto de sua fábrica em

Brasília-DF (Distrito Federal), e surgiu com o intuito particular de seu empreendedor, com aplicação de

recursos próprios em busca de crescer como empreendedor e gerar emprego, renda e riqueza ao longo

dos tempos.

Vários foram os fatores como empreendedor que contribuíram para o surgimento da

oportunidade de abrir o próprio negócio e em pouco tempo a empresa tornar-se referencia no mercado

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da construção civil local e da região. Dentre esses fatores podemos elencar algumas visões

empreendedoras que proporcionaram êxito no negócio:

Já ter um prédio próprio.

Pouca concorrência, pois na época só existiam dois depósitos de cimento, a Tabacaria

Nunes e o Depósito São Miguel.

Adquirir seu produto mais barato que a concorrência.

Preços mais competitivos: realizar vendas dos produtos por menores preços.

Oferecer uma nova opção de compra, já que até o ano de sua fundação, Pau dos

Ferros-RN fazia uso de apenas duas marcas de cimento, o Nassau e o Zebu.

Oferecer uma entrega rápida e eficiente dos produtos em pequenas quantidades,

através de motos, com um custo de logística menor, sabendo que antes as entregas só

eram feitas em quantidades, via carros, sendo a Seg Distribuidora a pioneira a prestar

serviços de pequenas entregas em domicílio.

1.1.1.1 Evolução e crescimento da empresa.

O passar do tempo serviu para que a jovem empresa amadurecesse e aprendesse a se

adaptar a suas mudanças impostas. Atualmente a Seg Distribuidora tem como proprietária, Lucimari

Bessa Regis Correia (ex-esposa de Vanilson José), que desde 2009 conta com os serviços de

atendimento do SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas.

O cimento Ciplan foi trocado pelo cimento Cimpor, sendo este o principal produto de seu

estabelecimento. Hoje também, a proprietária já conta com outros produtos de apoio as vendas, tais

como, armações metálicas (colunas de ferro e treliças) e telhas eco-térmicas (telhas feitas de material

reciclado), como também, a prestação de serviços às construções civis locais, com o aluguel de

andaimes e escoras metálicas. O quadro de funcionários também sofreu modificações, sendo que

antes era de apenas dois funcionários e hoje conta com cinco.

A história da Seg Distribuidora é, portanto, um fato verídico de uma empresa que soube agarrar

as oportunidades que lhes apareceram e que com o passar dos anos vem se desenvolvendo e se

destacando em seu setor. A fim de compreendermos um pouco melhor esse crescimento, verificaremos

a seguir, o histórico anual de vendas de sacos de cimento da empresa, conforme ilustra o Gráfico 1 a

seguir:

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Gráfico 1 - Volume de vendas anuais da Seg Distribuidora

Fonte: Banco de dados Seg Distribuidora (2013).

Como já foi destacado anteriormente, as vendas de cimento sempre foram o “carro chefe” da

empresa, e aliadas a outros fatores como, o crescimento da renda do brasileiro e a inserção do

segmento da construção civil como um dos setores que mais geram emprego e renda atualmente

fizeram com que a Administração visionária dos proprietários, pudesse aproveitar as oportunidades

oferecidas e bater os seus próprios recordes de vendas de sacos de cimento nos últimos anos.

1.1.2 Localização

A empresa Seg Distribuidora, está localizada na rua da independência, nº 589, Centro, no

município de Pau dos Ferros-RN, CEP: 59.900-000, próximo ao Posto de Combustível Segundo Melo.

A Figura 2 adiante mostra a fachada do prédio.

29.347 Sacos

16.839 Sacos14.564 Sacos

17.490 Sacos

22.590 Sacos24.015 Sacos

32.985 Sacos30.946 Sacos

34.147 Sacos37.008 Sacos

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Volume de vendas anuais

Volume de vendas anuais

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Figura 2 - Fachada da Seg Distribuidora

Fonte: Dados da pesquisa (2014).

1.1.3 Caracterização da empresa

Em seu campo de atuação, a Seg Distribuidora tem como:

Visão: Atuar no ramo da construção civil com produtos de qualidade, diferenciados e com

responsabilidade social e ambiental.

Missão: Proporcionar aos clientes, produtos diversificados, através de uma equipe eficiente e

qualificada.

Valores: Sustentabilidade, excelência, resultado, superação, exemplo e garantia.

1.1.4 Estrutura (layout) da empresa.

O prédio da empresa é na verdade um prédio de instalações bem básicas, contando para a

formação de seu layout:

Um vasto salão que permite o descarrego, estocagem e exposição de todos os

produtos.

Um banheiro.

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Um depósito para materiais e produtos de limpeza.

A sala da gerencia, com dois telefones, um computador com impressora para cupons e

notas fiscais, e um cofre onde são guardados os documentos, vales, dinheiro, etc.

1.1.4.1 Organograma da Seg Distribuidora

Abaixo, na Figura 3, está exposto o organograma que conduz o funcionamento da Seg

Distribuidora.

Figura 3 - Organograma da Seg Distribuidora

Fonte: Banco de Dados Seg Distribuidora (2013).

1.2 Situação problemática

A definição do problema de pesquisa, o qual se apresenta em forma de questionamento, é sem

dúvida, a parte mais desafiadora para o pesquisador na hora da elaboração de um trabalho de

pesquisa, pois tal definição é fundamental para as ações do mesmo na busca de seu principal objetivo:

obter respostas, sendo elas por meio da pesquisa bibliográfica e da pesquisa de campo.

Segundo a definição simplificada e objetiva de Acevedo e Nohara (2007): “O problema é na

maior parte das vezes elaborada sob a forma de interrogativa. O problema é a parte mais importante do

trabalho, pois é a pergunta a que se quer responder com a investigação”.

Presidência

Vendas

EntregasAtendimento

Gerencia

Controle de Estoque

Finanças

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Por sua vez, Marconi e Lakatos (2009), vão mais além explanando que todo o nosso

conhecimento é semelhante a um conjunto de expectativas que formam como que uma moldura. Essa

moldura uma vez quebrada gera uma dificuldade: o problema vai desencadear a pesquisa. E ainda

complementam mais adiante dizendo: “Toda investigação nasce de algum problema teórico/prático

sentido. Este dirá o que será relevante ou irrelevante observar, e quais os dados que devem ser

selecionados.” (MARCONI e LAKATOS, 2009).

Uma pesquisa divulgada no site da Secretaria de Assuntos Estratégicos – SAE, no ano de

2013, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mostra a importância que tem os

pequenos empreendedores para a economia brasileira, sendo estes responsáveis por até então

gerarem 40% dos 92 milhões de postos de trabalho existentes no País e também serem os

responsáveis por quase 40% dos novos 15 milhões gerados ao longo da última década. O que mostra

que o empreendedorismo vem cada vez mais colaborando para a geração de empregos e fonte de

renda no Brasil, sendo esta uma área de desenvolvimento considerável desde seu surgimento no

século VIII, na França, (conforme veremos mais adiante) sendo este um fator que contribui para o

surgimento de novos empreendedores cada vez mais diferenciados entre si por suas peculiaridades

como modo de pensar, de agir, trabalhar... Enfim, características que podem ser determinantes para o

seu sucesso ou não na competitiva vida empresarial.

Visto isto, o presente estudo baseia-se em mergulhar na definição do problema e identificarmos

as características empreendedoras da gestora da Seg Distribuidora durante o crescimento de seu

comercio varejista de materiais de construção civil. Desta forma, a relevância desta pesquisa irá

resultar na formulação de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), pelo Curso de Administração

(CAD) ofertado pelo Campus Avançados Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia – CAMEAM, na

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).

Levando em conta que as características empreendedoras de um gestor afetam diretamente na

forma de administrar seu empreendimento, tal ocorrência, juntamente com o fato de não existirem

estudos e/ou projetos sobre o setor empreendedor varejista de materiais de construção civil na cidade

de Pau dos Ferros-RN, motivou a elaboração do trabalho a seguir, que traçou como problema de

pesquisa para nortear esse estudo, a seguinte problemática: Quais são os conceitos e as

características empreendedoras que são encontradas na gestão do comercio varejista de

materiais de construção civil da Seg Distribuidora?

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1.3 Objetivos

Em busca de desenvolver o presente TCC de Bacharel em Administração, foram elaborados

como objetivos:

1.3.1 Geral

Quais os conceitos e as características empreendedoras presentes na gestão da Seg

Distribuidora.

1.3.2 Específicos

Identificar quais os conceitos de empreendedorismo e de empreendedor que se enquadram

modelo de gestão da loja Seg Distribuidora.

Identificar quais as características empreendedoras presentes na gestão da loja Seg

Distribuidora.

Mostrar as oportunidades e incentivos que influenciaram o crescimento do comércio varejista

na gestão empreendedora do próprio negócio no segmento de construção civil.

1.4 Justificativa

O presente trabalho sustenta-se no nos seguintes fundamentos como justificativas para a sua

elaboração:

1ª Justificativa - Do ponto de vista de minha formação profissional, busco por meio dessa

pesquisa em forma de TCC, aprofundar e agregar novos conhecimentos teóricos e práticos sobre a

área de empreendedorismo, valendo-se para isso, da leitura de livros, revistas conceituadas, artigos

acadêmicos, teses, e em especial a elaboração uma pesquisa de campo para levantar dados e

informações relevantes sobre as características empreendedoras presentes em um comercio varejista

de materiais de construção civil.

2ª Justificativa - Do ponto de vista acadêmico, busco desenvolver um projeto de pesquisa,

através de um estudo científico que nos revele os conceitos e as características empreendedoras

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presentes na gestão de um comercio varejista de materiais de construção civil, e posteriormente, venha

ser útil ao Curso de Administração, demais comunidades acadêmicas do CAMEAM, da UERN local e

por fim, a outras instituições de ensino superior.

3ª Justificativa - Proporcionar as demais organizações sociais como SEBRAE e outras

Instituições de Ensino Superior e de pesquisa, bem como, outros interessados no estudo na área de

empreendedorismo, dados e informações sobre a situação, desenvolvimento e caracterização do

empreendedorismo no setor de materiais de construção civil em Pau dos Ferros-RN.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

No capítulo adiante, seguem definições e pontos relevantes que ajudarão a dar sustentação e

norteamento ao desenvolvimento deste TCC, tais como: origem e evolução da construção civil, sua

força e importância para a economia brasileira, as origens e conceitos dos termos empreendedorismo e

empreendedor, suas características, os tipos, os mitos e verdades sobre eles, e por fim as técnicas de

identificação de oportunidades.

2.1 Abordagens sobre a construção civil

A seguir veremos a apresentação de algumas pesquisas sobre a construção civil, a fim de

entendermos um pouco mais sobre essa área, que a cada dia que passa vem tomando lugar de

destaque na economia mundial, brasileira e regional.

2.1.1 Origem da construção civil

As origens da construção civil se deram, não por acaso, mas sim por necessidade, mais

especificamente, a necessidade de proteção levou o homem a buscar um espaço onde proporcionasse

segurança. Segundo Sousa (2013) aput Mateus (2004):

“Essa necessidade surgiu na transição do homem nômade para o sedentário mudando seus hábitos e provocando um desejo de permanência no lugar que habita. Os primeiros abrigos de permanência foram as cavernas e para prover sua segurança, procuravam se acomodar nas zonas mais profundas e nas entradas eram colocados amontoados de pedras” (Sousa 2013, aput Mateus 2004).

Ainda segundo a autora, a mesma ainda explana que as primeiras construções tinham como

principal matéria prima, madeira, peles de animais e de pedras. Porém, com o passar dos tempos

novas técnicas para a construção possibilitaram o surgimento de moradias mais resistentes e cada vez

mais grandiosas (Sousa 2013).

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2.1.2 Evolução no Brasil

Em território brasileiro, conforme consta no Blog da arquiteta Ana Paula, Arquitetura Moderna

1(2013), explana que as primeiras obras civis começaram na passagem do século XIX para o XX e

destaca que dos até então 511 anos de história do Brasil, quase 400 foram de construções autóctones,

ou seja, a própria pessoa construía sua casa, sem conceito algum de arquitetura e engenharia. Porém,

nos últimos 111 anos, foi que começaram a aparecer transformações mais significativas.

A página da internet ainda prossegue afirmando que as primeiras técnicas utilizadas foram de

taipa (barro) de telhado quatro águas, ou mais comumente conhecida de pau-a-pique. Nestas obras a

mão-de-obra era escrava e do próprio morador, como mostra a Figura 4, a seguir:

Figura 4 - Modelos de casas de taipe ou pau-a-pique

Fonte: Arquitetura Moderna (2013).

Ainda citando a página da internet Arquitetura Moderna (2013), nota-se pouco mais adiante,

começam a surgir as casas simétricas ou geminadas (dividindo a mesma parede), com alpendre

(entrada lateral), telha francesa, telhado duas águas, platibanda, vidro, ferro, com pequeno quintal

lateral, como mostra a Figura 5 a seguir:

1 MODERNA, Arquitetura. Origem e evolução da construção civil no Brasil, sábado, 01 de novembro de 2008. Disponível em http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/05/desaceleracao-no-setor-de-construcao-civil-e-maior-nos-ultimos-tres-anos.html. Acessado no dia 21/10/2013, as 12:03 horas.

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Figura 5 - Modelo de casa simétrica

Fonte: Arquitetura Moderna (2013).

Em seguida, devido a influência européia, começaram a aparecer as casas com sótãos e logo

mais as residências uni familiares (Arquitetura Moderna 2013), como na Figura 6:

Figura 6 - À esquerda, modelo de casa com influência europeia e ao lado, de casa unifamiliar

Fonte:Arquitetura Moderna (2013).

Por fim, até surgirem surgem as atuais em concreto armado, edifícios uni familiares

(condomínios verticais) com elevadores, e tudo quanto que há de moderno, conforme mostra a página

Arquitetura Moderna (2013) como exemplifica a Figura 7.

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Figura 7 - Modelo de Edifício

Fonte: Arquitetura Moderna (2013).

Levando em conta salientar que as casas antigas eram bem mais frescas que as atuais devido

ao tijolo maciço e ao pé direito alto (cerca de 3m).

2.1.3 A força e a importância da construção civil na economia brasileira

A importância da construção civil para a economia brasileira deve-se ao seu alto potencial de

gerar empregos e renda para a sociedade devido sua grande capacidade de absorver mão-de-obra,

seja ela qualificada ou não, e englobar vários setores de matérias primas, tais como, tijolos, cimento,

brita, ferro, madeiras, equipamentos, etc.

Segundo o economista Francisco Castro, em sua página na internet, Blog do Francisco Castro

(2013)2, o mesmo mostra dados estatísticos relevantes para a nossa melhor compreensão:

“Esse setor atualmente é responsável diretamente por 5,8% do PIB, mas indiretamente a sua responsabilidade é muito maior. De acordo com o IBGE, em 2010 a construção civil empregava cerca de 2,5 milhões de pessoas no Brasil que

2 CASTRO, Blog do Francisco. A força e importância da construção civil na economia brasileira. Disponível em <http://blogdefranciscocastro.blogspot.com.br/2012/06/forca-e-importancia-da-construcao-civil.html> Acessado no dia 09/10/2013, as 12:06 horas.

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receberam naquele ano R$ 41,9 bilhões em salários e outras retiradas e mais R$ 21,2 bilhões em pagamentos indiretos com os empregados, perfazendo um total de R$ 63,1 bilhões, correspondendo a 30,7% de todos os gastos e custos desse setor naquele ano” (Site Blog do Francisco Castro, 2013).

Com isso, podemos perceber que o setor da construção civil, trata-se de um setor bastante

abrangente e com capacidade de afetar a economia brasileira, de acordo com o seu desenvolvimento.

2.2 Origem histórica do empreendedorismo.

A origem histórica do empreendedorismo remonta mais de nove séculos passados na Europa,

mais precisamente na França, onde se teve os primeiros registros do surgimento das atividades

fabris.Segundo Lopes Junior (2013) apud o Laboratoire d'Analyseet de Traitement Informatique de la

Langue Française - ATILF3 (2006, apud BOAVA;MACEDO2009, p. 01) o termo “entrepreneur origina-

se entre os anos de 1253 e 1289, pelo termo entreprendeeurs, significando „aquele que se encarrega e

que faz alguma construção ou outra coisa‟, derivando do particípio presente de entreprender”.

Visto isto, estima-se que o empreendedorismo começa o seu processo evolutivo ainda na

Idade Média, por volta do século VIII na França, onde o empreendedor era aquele que tinha a

responsabilidade de gerenciar alguma obra ou grande projeto com os recursos que lhes era fornecido

pelo governo, porém, este empreendedor não assumia muitos riscos, ou seja, sua responsabilidade era

limitada.

Mais adiante, por volta do século XVII, conforme continua a nos mostrar Dornelas (2005), o

empreendedor neste século já passa a assumir mais responsabilidades e riscos, sendo que neste

período o empreendedor estabelecia uma espécie de contrato com o governo, onde este lhe fornecia o

capital ou matéria-prima necessário(a), para aquele repassar seus produtos à terceiros. O fato de que

nesse contrato os preços já eram pré-fixados, fazia com que todo lucro ou prejuízo ficasse por conta do

empreendedor.

Seguindo a evolução do empreendedorismo, no século XVIII foi onde finalmente foi oficializado

e diferenciado a diferença entre capitalista (financiador) e empreendedor. Acredita-se que só depois de

tanto tempo isso ocorreu pelo início da industrialização no mundo, segundo continua abordando

Dornelas (2005).

Por fim, no final do século XIX e início do século XX, os empreendedores foram bastante

confundidos com os administradores comuns, como ainda são. No entanto, podemos diferenciá-los

3ATILF a. Laboratoire d'Analyseet de Traitement Informatique de la Langue Française.2 ed. Nancy: CNRS. 2006a.

Disponível em <http://www.atilf.fr/>. Acessado em: 05/12/2012.

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entre si destacando que o administrador é aquele responsável por planejar, organizar, dirigir , controlar,

está a frente de uma equipe, entre outros, enquanto que um empreendedor é “algo mais”, como

veremos mais adiante. Mas por enquanto, o que podemos destacar é que “Todo empreendedor

necessariamente deve ser um bom administrador para obter o sucesso, no entanto, nem todo bom

administrador é um empreendedor” (DORNELAS, 2005, p 30).

Nos últimos anos, podemos perceber um considerável desenvolvimento e interesse mundial

pela arte de empreender. Tanto que por causa disso, o empreendedorismo vem se tornando conteúdo

de estudo em países diversos, uma vez observado que “[...] o empreendedorismo é o combustível para

o crescimento econômico, criando emprego e prosperidade”. (DORNELAS, 2005, p 25).

Mencionado isto, é interessante destacarmos que no Brasil, o conceito de empreendedorismo

já vem se difundindo há muitos anos, tomando mais intensidade no fim da década de 1990, e

alcançando seu ápice no ano 2000, segundo consta na obra de Dornelas (2014). Ainda com relação ao

Brasil, Dornelas (2014) ressalta que há uma preocupação quanto as altas taxas de mortalidades de

novos empreendimentos no país, sendo que por muito tempo estes índices chegaram à alcançarem

50% de mortalidade nos primeiros anos de atividade, por causa do pouco conhecimento por parte dos

empreendedores quanto a conceitos de gestão, planejamento estratégico, etc.

Reforçando tal realidade nacional, uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE), divulgada no site da Uol (2012) 4mostra que:

“[...] um total de 464.700 empresas que iniciaram suas atividades em 2007, 76,1% continuavam no mercado em 2008, 61,3% sobreviveram até 2009 e apenas 51,8% ainda estavam abertas em 2010, ou seja, quase a metade (48,2%) fechou as portas.” (Site da Uol 2012).

Ou seja, isso nos leva a constatar que de cada 100 (cem) empresas abertas no Brasil, no

período de 2007 a 2010, 48 (quarenta e oito) encerraram suas atividades num período de apenas três

anos.

Ainda segundo o site da Uol (2012), é analisado com o auxílio do SEBRAE, que entre as

principais razões para a mortalidade precoce das empresas estão a falta de planejamento e o

descontrole na gestão.

No entanto, Dornelas (2014) mostra com o apoio do SEBRAE que este cenário está mudando

pouco a pouco, principalmente nestes últimos anos:

4NOTÍCIAS, Uol. No Brasil, quase metade das empresas fecha em 3 anos, diz IBGE. São Paulo, 27/08/2012. Disponível em <http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/08/27/no-brasil-quase-metade-das-empresas-fecha-em-3-anos-diz-ibge.jhtm> Acessado no dia 11/07/2014, as 22:30 horas.

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“Felizmente, esse cenário tem mudado nos anos recentes, apesar de ainda ser necessária muita melhoria, mostrando uma evolução do empreendedorismo nacional, como comprova outro estudo publicado pelo Sebrae, em julho de 2013, sobre a sobrevivência das micro e pequenas empresas brasileiras nos dois primeiros anos de vida, que chegou a 76%, a maior taxa histórica do estudo.” (Dornelas, 2014, p. 3).

Através disto, percebe-se que o empreendedorismo é uma área de contínuo desenvolvimento

no Brasil e no mundo todo, sendo algo interessante de se observar e indagar é há que se deve esse

desenvolvimento do empreendedorismo. E em resposta encontraremos que isso se deve ao grande

desenvolvimento tecnológico que vemos hoje. Ele é o principal responsável pelo desenvolvimento do

empreendedorismo, uma vez visto que, invenções, sejam elas das mais simples às mais inovadoras,

tem todas por trás de si, pessoas inovadoras, visionárias, que arriscam e empreendem (Dornelas,

2005).

Por fim, os dias contemporâneos favorecem ainda mais o surgimento e desenvolvimento do

empreendedorismo no cenário mundial, como afirma Dornelas (2005, p. 23) que “o contexto atual é

propício para o surgimento de um numero cada vez maior de empreendedores” e complementa

afirmando que o atual momento pode ser denominado de:

[...] a era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade. (DORNELAS, 2005, P. 23).

2.3 Conceito de empreendedorismo

Ao longo de seu desenvolvimento na história, o conceito de empreendedorismo cada vez mais

foi alvo de modificações que surgiam de acordo com os fatos históricos que se procediam, como

também, de acordo com a óptica de cada autor em sua época, fazendo com isso, que o conceito sobre

empreendedorismo se tornasse bastante difundido.

Para melhor exemplificar isto, podemos começar citando Dolabela (1999) que explana a

genealogia do termo empreendedorismo como sendo:

“[...] um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship e utilizado para designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação.” (DOLABELA, 1999, p.43).

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Conforme o Site Sua Pesquisa (2013) 5aput Tonoli e Riguetti (2009), o termo

empreendedorismo deriva do termo empreender, cujo principal sentido é o de realizar, fazer ou

executar, sendo este (empreendedorismo) o estudo voltado para o desenvolvimento de competências e

habilidades relacionadas à criação de um projeto, seja ele técnico, científico ou empresarial,

encerrando seu ponto de vista ainda conceituando o empreendedor como “aquele que apresenta

determinadas habilidades e competência para criar, abrir e gerir um negócio, gerando resultados

positivos.” (TONOLI; RIGUETTI, 2009, p. 01).

Por sua vez, Dornelas (2005), destaca um conceito clássico de Timmons (1990) onde este

expõe que “o empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que

a Revolução Industrial foi para o século XX.”(TIMMONS 1990 apud DORNELAS, 2005, p. 21).

Ainda citando Dornelas (2005), o autor pondera que, “empreender tem a ver com fazer

diferente, antecipar-se aos fatos, implementar ideias, buscar oportunidades e assumir riscos

calculados. Mais que isso, está relacionado à busca da auto realização.”

Mais adiante, o autor ressalta seu ponto de vista sobre o empreendedorismo brasileiro,

enfatizando que os brasileiros possuem um grande espírito empreendedor e que por isso buscam no

empreendedorismo a chave para o sucesso. Porém nem todos conseguem alcançar seus objetivos

empresariais, visto que o que contribui significativamente para isso é o fato de muitos terem a

mentalidade de que empreender baseia-se unicamente nos fatores vontade e sorte. Vejamos a seguir,

o que diz o autor com sua s próprias palavras:

[...] No Brasil, ser bem sucedido como empreendedor não é tarefa fácil, mas aqueles que conseguem tornam-se referência pela ousadia, criatividade, inovação e persistência, que geralmente acompanham estes indivíduos diferenciados. E o melhor de tudo é que todos podem aprender com estes exemplos e utilizar esse aprendizado de forma a melhorar as suas chances de sucesso (DORNELAS, 2005, p.13).

Uma pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM)6, mais precisamente, no

ano de 2012, e divulgada no Site do SEBRAE (2013) define o empreendedorismo como: “[...] qualquer

tentativa de criação de um novo empreendimento,como por exemplo: uma atividade autônoma, uma

nova empresa ou a expansão de um empreendimento existente.” (GEM 2012, aput SEBRAE MG, 2013,

p. 19).

5TONOLI, Cirlanne; RIGUETTI, Rosany Scarpati. Definições e Características do Empreendedorismo. Faculdade Novo Milênio. 2009. Disponível em:<http://www.novomilenio.br/foco/3/artigo/Cirlane%20Tonoli%20e%20%20Rosany%20Scarpati_ADGER.pdf>.Acessado no dia 06/11/13, as 8:16 horas. 6GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR – GEM. Empreendedorismo no Brasil 2012. Minas Gerais, 2013. Disponível em <http://www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/Cartilha-Manual-ou-Livro/Pesquisa-GEM-2012> Acessado no dia 10/07/2014, as 14:31 horas

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Visto isto, não fica difícil de compreender o quão grande é a variedade de conceitos que

definem o termo empreendedorismo, podendo este ainda ser analisado por meio de vários outros

pontos de vista, como exemplo o empreendedorismo familiar, que conforme está disponível no Site

SMEToolkit Moçambique (2012)7 como sendo uma empresa na qual a maioria dos integrantes tem

direito a voto pertence à família que controla o negócio; incluindo o(s) fundador(es) que visa(m)

posteriormente passar o negócio para os seus descendentes, ou seja, ocorrendo o que chamamos de

sucessão familiar.

Ainda na mesma linha de raciocínio, também podem ser destacados os conceitos sobre

empreendedorismo por oportunidade e o empreendedorismo por necessidade, onde o Site

Administradores.com (2014)8 vai conceituar o empreendedorismo por oportunidade como sendo o

empreendedorismo atribuído aos empreendedores que:

“[...] mesmo quando possuem outras opções de emprego, optam por iniciar um novo negócio, eles sabem onde querem chegar, fazem um planejamento prévio, tem em mente o que querem buscar para a empresa e visa á geração de lucros, empregos e riquezas. (SITE ADMINISTRADORES.COM, 2014).

E o empreendedorismo por necessidade como sendo aquele atribuído aos empreendedores

que “na sua visão, não possuí opções de trabalho, esta desempregado, e para continuar com o seu

sustento e sustento de sua família, se aventuram em abrir um negócio próprio, na maioria das vezes

sem nenhum planejamento.” (SITE ADMINISTRADORES.COM, 2014).

Ainda segundo o site anterior, a página da internet vai mostrar que as empresas abertas por

necessidade tendem ao fechamento, pois sem o planejamento adequado e inovações que o mercado

pede conforme o tempo, e a quantidade de concorrentes, as mesmas não conseguem se manter no

mercado por muito tempo, porém, destacando que esta realidade está mudando, conforme revela a

pesquisa realizada pelo GEM (2012), conforme veremos a seguir:

“[...] Recentemente, mais precisamente em 2013, uma nova pesquisa realizada pelo GEM, mostrou que sete em cada dez brasileiros, abrem seu próprio negocio por oportunidade, em 2002 apenas 42% abriam empresas por oportunidade, esses números subiram consideravelmente e hoje 71% das empresas são abertas por oportunidade, o que mostra um avanço na educação, os brasileiros procuram mais o algo além do ensino médio, os

7MOÇAMBIQUE, Smetoolkit. Definição de Empresa Familiar e suas Características –Pontos fortes e pontos fracos, 201?.Disponível em<http://mozambique.smetoolkit.org/mozambique/pt/content/pt/6735/Defini%C3%A7%C3%A3o-de-Empresa-Familiar-e-suas-Caracter%C3%ADsticas-%E2%80%93-Pontos-Fortes-e-Pontos-Fracos> Acessado no dia 17/07/2014, as 10:14h.

8.COM, Administradores. Empreendedor por necessidade x oportunidade. 16 de abril de 2014. Disponível em <http://www.administradores.com.br/artigos/academico/empreendedor-por-necessidade-x-oportunidade/76807/>Acessado no dia 17/07/2014, as 10:43 horas.

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ensinos técnicos, superiores, estão cada ano mais acessíveis.” (SITE ADMINISTRADORES.COM aput GEM 2012).

Visto o quanto o conceito de empreendedorismo pode ser abrangente, torna-se imprescindível

conhecer o conceito daquele que pratica e vive do empreendedorismo, ou seja, o empreendedor,

conforme será abordado no tópico a seguir:

2.4 Conceito de empreendedor

Dentro do contexto sobre empreendedorismo, apresento neste tópico, alguns conceitos sobre

empreendedor uma vez que são estes os grandes visionários e criadores dos produtos, serviços e

empresas inovadoras, estando presentes nos diferentes cenários de nossa sociedade, como:

econômicos, das ONG‟s, sociopolíticos, culturais, desenvolvimento tecnológico, etc. Para, Dornelas

(2005), tem como base de sua linha de pensamento o conceito de empreendedor, de Schumpeter

(1949), onde o autor expõe que “o empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente

pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela

exploração de novos recursos e materiais.” (Dornelas, 2005, p. 39 aput Schumpeter, 1949).

Para Kirzner (1973), “O empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma

posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na

ordem presente.”

Por sua vez, Dornelas (2001) expõe que “o empreendedor é aquele que faz as coisas

acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização.” E mais para frente ainda

vai reforçar dizendo:

“Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, não se contentem em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas, referenciadas e imitadas, querem deixar seu legado” (Dornelas, 2005, p. 21).

O autor acima, nos mostra que o empreendedor é uma pessoa com visão, idéias e ações que

se destaca em sua sociedade.

Segundo Chiavenato (2007), na verdade, o empreendedor é a pessoa que consegue fazer as

coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de

identificar oportunidades. Com esse arsenal transforma ideias em realidade, para benefício próprio e

para benefício da comunidade.

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E para concluirmos, vale destacar a visão e definição do Degen (1989) a seguir, para o qual

existem várias causas que levam um indivíduo a querer abrir seu próprio negócio, dentre eles os

principais são:

[...] vontade de ganhar muito dinheiro, mais do que seria possível na condição de empregado; desejo de sair da rotina e levar suas próprias ideias adiante; vontade de ser seu próprio patrão e não ter de dar satisfação a ninguém sobre seus atos; a necessidade de provar a si e aos outros de que é capaz de realizar um empreendimento e o desejo de desenvolver algo que traga benefícios, não só para si, mas para a sociedade. (Degen, 1989, p. 15).

Contudo, após os termos empreendedorismo e empreendedor terem sido desmitificados acima,

seria interessante também desmentirmos alguns “mitos” gerados a respeito da figura do empreendedor

ao longo de sua história, tendo em vista que muitas vezes não correspondem à realidade e conflitam

com pesquisas.

2.4.1 Mitos e Verdades sobre os empreendedores

A seguir, estaremos mostrando quais os mitos ou lendas, mais frequentemente encontrados no

conhecimento popular, tomando para base para contradizê-los, a visão do assunto de Dolabela (1999).

Para melhor exposição e compreensão, segue adiante no Quadro 1, a ilustração desse

contexto:

Quadro 1 - Mitos e Verdades sobre Empreendedores Mitos Verdades

Empreendedores não são feitos, nascem.

A capacidade criativa de identificar e aproveitar uma oportunidade vem depois de 10 anos de experiência, tempo que conduz a um reconhecimento de padrões. O empreendedor se faz por meio de acumulação de habilidades, know-how, experiência e contatos em um período de alguns anos. É possível alguém aprender a ser empreendedor.

Qualquer um pode, em qualquer tempo, começar um negócio.

Os empreendedores que reconhecem a diferença entre ideia e oportunidade e pensam grande o suficiente têm maiores chances de sucesso. A parte mais fácil é começar. Difícil é sobreviver. Talvez somente uma, entre 10 e 20 novas empresas que sobrevivem por cinco anos ou mais.

Empreendedores são jogadores Empreendedores de sucesso assumem riscos calculados, minimizam riscos, tentam influenciar a sorte.

Continua...

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Continuação...

Empreendedores querem o espetáculo só pra si.

O empreendedor individual produz uma receita que lhe permite somente “ganhar a vida”. É difícil desenvolver e manter sozinho um negócio de alto potencial. Os empreendedores de sucesso constroem uma equipe, porque 100% de nada é nada e eles trabalham pra aumentar o bolo, em vez de tirar parte dele.

Empreendedores são seus próprios chefes e completamente independentes.

Estão longe de ser independentes e servem a muitos senhores (sócios, investidores, clientes, fornecedores, empregados, credores, família).

Empreendedores trabalham mais tempo e mais duro do que gerente em grandes empresas.

As pesquisas às vezes que sim, às vezes que não.

Empreendedores experimentam grande estresse e pagam alto preço.

É verdade, embora não mais que em outras profissões. Contudo, eles acham seu trabalho mais gratificante. São mais ricos e não querem se aposentar. (A proporção é de 3 pra 1, em relação aos empregados.)

Começar um negócio é arriscado e frequentemente acaba em falência.

Os empreendedores talentosos e experientes (que sabem identificar e agarrar oportunidades e atrair recursos financeiros e outros) frequentemente alcançam o sucesso.

O dinheiro é o mais importante ingrediente para se começar um negócio.

Com um bom Plano de Negócios e capacidade de buscar recursos, fica mais fácil conseguir dinheiro. Se existir talento, o dinheiro virá. Nem sempre o empreendedor que tem dinheiro vai ter sucesso. O dinheiro é um dos ingredientes menos importantes. O dinheiro é para o empreendedor o que o pincel e a tinta são para o pintor: ferramentas inertes que, nas mãos certas, podem criar maravilhas. Mesmo depois de ter feito alguns milhões de dólares, o verdadeiro empreendedor irá trabalhar incessantemente em uma nova visão para construir outra empresa.

Empreendedores devem ser jovens com muita energia.

Idade não é barreira. A idade média dos empreendedores de sucesso é de 35 anos, mas há empreendedores de 60 anos. O que é importante: know-how, experiência e relações.

Empreendedores são motivados pela busca do todo-poderoso dólar.

Empreendedores de sucesso buscam construir empresas nas quais possuam realizar ganhos de capital a longo prazo. Não procuram satisfação imediata de grandes salários e “enfeites”. Buscam realização pessoal, controle do próprio destino e realização de seus sonhos. O dinheiro é visto como uma ferramenta.

Empreendedores buscam poder e controle sobre terceiros.

O poder é antes um subproduto do que uma força motivadora. O empreendedor busca responsabilidade, realização e resultados

Se o empreendedor é talentoso, o sucesso vai acontecer em um ou dois anos.

Raramente um negócio tem solidez em menos de três ou quatro anos.

Continua...

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Continuação...

Qualquer empreendedor com uma boa ideia pode levantar capital.

Nos Estados Unidos, somente de um a três, em cada 100, conseguem capital.

Se um empreendedor tem capital inicial suficiente, não pode perder a chance.

O oposto é frequentemente verdade, isto é, muito dinheiro no principio pode criar euforia e a “síndrome da criança mimada”. Mas aí vem o maior dos mitos, geralmente registrado em países pobres.

Empreendedorismo é coisa de rico?

Pessoas e comunidades pobres podem e devem empreender, pois tem sido demonstrado que o empreendedorismo pode gerar renda de forma sustentável. Temos o exemplo em vários países do mundo, e também no Brasil, de atividades apoiadas por empréstimos de microcrédito que permitem aos indivíduos sair do nível de miséria que viviam. Por esta razão, devemos necessariamente, no Brasil, trabalhar em duas frentes: estimular tanto o empreendedorismo de base tecnológica, que gera alto valor agregado, quanto o empreendedorismo em comunidades carentes, que, se não produz aumentos substanciais no PIB, é capaz de gerar dignidade.

Fonte: Adaptado do livro “O segredo de Luísa” de Fernando Dolabela (1999).

Uma vez esclarecidos os paradigmas populares sobre os empreendedores, começa-se então a

se formar a real figura sobre a pessoa do empreendedor. Sendo assim, dando continuidade ao nosso

raciocínio sobre o tal, a seguir abordaremos quais as principais características dos empreendedores.

2.4.2 As características dos empreendedores

Tendo já em vista que o conceito de empreendedor é bastante difundido nas exposições sobre

o tema, vejamos a seguir um confronto de visões sobre as características do empreendedor segundo o

pensamento de alguns autores.

O Quadro 2 abaixo, facilita a compreensão dos pensamentos de dois conceituados estudiosos

sobre o empreendedorismo, Dornelas (2005) e Bernardi (2009):

Quadro 2 - Confronto de visões sobre as características de destaque no empreendedor.

Dornelas (2005) Bernardi (2009)

São visionários; Senso de oportunidade;

Sabem tomar decisões; Dominância;

São indivíduos que fazem a diferença; Agressividade e energia para realizar;

Sabem explorar ao máximo as oportunidades; Autoconfiança;

Continua...

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36

Continuação...

São determinados e dinâmicos; Otimismo;

São dedicados; Dinamismo;

São otimistas e apaixonados pelo que fazem; Independência;

São independentes e constroem o próprio destino; Persistência;

Ficam ricos; Flexibilidade e resistência a frustações;

São lideres e formadores de equipes; Criatividade;

São bem relacionados (networking); Propensão ao risco;

São organizados Liderança carismática;

Planejam, planejam e planejam; Habilidade de equilibrar o „sonho‟ e realização;

Possuem conhecimento; Habilidade de relacionamento.

Assumem riscos calculados;

Criam valor para a sociedade;

Fonte: Adaptado de Dornelas (2005, p. 33, 34) e Bernardi (2009, p. 64).

Na mesma linha de raciocínio, Chiavenato (2007), mostra o empreendedor comouma pessoa

que inicia e/ou opera um negócio para realizar uma ideia ou projeto pessoal assumindo riscos no uso

de seus recursos, assumindo e responsabilidades e inovando continuamente os seus produtos e

serviços, onde destaca o conceito a seguir:

[...] a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades. Com esse arsenal, transforma ideias em realidade, para benefício próprio e para benefício da comunidade. Por ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, o habilitam a transformar uma ideia simples e mal estruturada em algo concreto e bem-sucedido no mercado. Chiavenato (2007, p. 3).

Quando se fala em características empreendedoras, é comum que uma ou outra pessoa,

assemelhe a figura do gerente tradicional, à figura do empreendedor, tendo em vista que ambos são

muito parecidos. Contudo, há diferenças entre ambos que precisam ser esclarecidas. O Quadro 3 a

seguir, nos dá uma ideia de como é essa diferença:

Quadro 3 - Comparação entre gerentes tradicionais e empreendedores Temas Gerentes Tradicionais Empreendedores

Motivação principal Promoção e outras recompensas tradicionais da corporação, como secretária, status, poder, etc.

Independência, oportunidade para criar algo novo, ganhar dinheiro

Referência de tempo Curto prazo, gerenciando orçamentos semanais, mensais, etc. E com o horizonte de planejamento anual

Sobrevir e atingir cinco a dez anos de crescimento do negócio.

Atividade Delega e supervisiona Envolve-se diretamente

Status Preocupa-se com o status e como é visto na empresa

Não se preocupa com o status

Continua...

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37

Continuação...

Como vê o risco Com cautela Assume riscos calculados

Falhas e erros Tenta evitar erros e surpresas Aprende com erros e falhas

Decisões Geralmente concorda com seus superiores Segue seus sonhos para tomar decisões

A quem serve Aos outros (superiores) A si próprio e a seus clientes

Histórico familiar Membros da família trabalharam em grandes empresas

Membros da família possuem pequenas empresas ou já criaram algum negócio

Relacionamento com outras pessoas

A hierarquia é a base do relacionamento As transações e acordos são a base do relacionamento

Fonte: Adaptado de Dornelas (2005).

De acordo com Maximiano (2006) “administração é uma palavra antiga, associada a outras que

se relacionam com o processo de tomar decisões sobre recursos e objetivos”, ainda diz que

administração é um “conjunto de princípios, normas e funções que têm por fim ordenar os fatores de

produção e controlar sua produtividade e eficiência, para se obter determinado resultado”.

Diferentemente do Empreendedor, o Administrador tem um teor mais técnico, procurando ao

desenvolver seu trabalho, um grau de eficiência na organização que está atuando. Alguns do pré-

requisitos básicos para ser um bom Administrador são:

Gerir com responsabilidade e profissionalismo;

Saber lidar com pessoas: comunicar eficientemente, negociar, conduzir mudanças,

obter cooperação e solucionar conflitos;

Ter espírito de liderança.

Fayol no início do século XX foi o primeiro a definir e publicar no Ocidente as funções

administrativas, que se resumem em: planejar, organizar, controlar, coordenar e comandar. Com o

passar do tempo este conceito veio se aperfeiçoando, agregando a ele novas funções que foram

desenvolvidas a partir da necessidade do mercado. Hoje em dia as principais são: comunicar, dirigir e

motivar as pessoas (liderar); analisar: conhecer os problemas; fixar objetivos por meio do

planejamento; tomar as decisões; negociar e organizar e alocar recursos financeiros tecnológicos e

humanos (Chiavenato 2007).

Segundo Dornelas (2005) quando se compara o papel e função do administrador com o do

empreendedor vemos muita semelhança entre ambos, isto é, o empreendedor é um administrador mas,

com alguns pontos convergentes em relação a média dos gerentes ou executivos, pois os

empreendedores são mais visionários do que a maioria dos gerentes comuns. O administrador se

enquadra no mundo corporativo. Ele está mais relacionado aos processos gerenciais, à solução de

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conflitos e de circunstâncias desfavoráveis para a empresa. Enquanto que, o empreendedor nem

sempre se faz presente nas corporações. Ele é uma pessoa que tem coragem para ousar. Talvez abrir

um novo empreendimento, fazer algo ou cria uma idéia nunca vista. Para ficar mais claro, um exemplo

de administrador é o Robertos Justus. E um exemplo de empreendedor é um garçom que resolve abrir

seu próprio negócio.

Pode-se dizer também que eles se diferenciam também na maneira com que trabalham: o

administrador trabalha em base de diretrizes, cultura, paradigmas e outros fatores na empresa que

trabalha e o empreendedor trabalha mais com a criatividade, aprendizado e outros fatores no ambiente

de mercado.

Depois de tantas abordagens e comentários sobre o empreendedor, resta-nos agora

esclarecermos sobre quais são os tipos, ou a categoria de empreendedor.

2.4.3 Os tipos de empreendedores

Tendo em vista que há uma grande variedade de conceitos e características sobre o

empreendedor, não é de se estranhar também haverem vários tipos de empreendedores. Utilizando-se

dos conceitos de Dornelas (2007) podemos elencar e descrever alguns tipos de empreendedores no

Quadro 4, a seguir.

Quadro 4- Os tipos de Empreendedor Tipo de empreendedor: Descrição:

O Empreendedor Nato (Mitológico)

Geralmente são os mais conhecidos e aclamados. Suas histórias são brilhantes e, muitas vezes, começaram do nada e criam grandes impérios. Começam a trabalhar muito jovens e adquirem habilidade de negociação e de vendas. [...] São visionários, otimistas, estão à frente do seu tempo e comprometem-se 100% para realizar seus sonhos.

O Empreendedor que Aprende (Inesperado)

É normalmente uma pessoa que, quando menos esperava, se deparou com uma oportunidade de negócio e tomou a decisão de mudar o que fazia na vida para se dedicar ao negócio próprio. É o caso clássico de quando a oportunidade bate à porta.

O Empreendedor Serial (Cria Novos Negócios)

O empreendedor serial é aquele apaixonado não apenas pelas empresas que cria, mas principalmente pelo ato de empreender. É uma pessoa que não se contenta em criar um negócio e ficar à frente dele até que se torne uma grande corporação. Como geralmente é uma pessoa dinâmica, prefere os desafios e a adrenalina envolvidos na criação dealgo novo a assumir uma postura de executivo que lidera grandes equipes.

O Empreendedor Corporativo

São geralmente executivos muito competentes, com capacidade gerencial e conhecimento de ferramentas administrativas. Trabalham de olho nos resultados para crescer no mundo corporativo. Assumem riscos e têm o desafio de lidar com a falta de autonomia, já que nunca terão o caminho 100% livre para agir.

Continua...

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39

Continuação...

O Empreendedor Social

[...] tem como missão de vida construir um mundo melhor para as pessoas. Envolve-se em causas humanitárias com comprometimento singular. Tem um desejo imenso de mudar o mundo criando oportunidades para aqueles que não têm acesso a elas.

O Empreendedor por Necessidade

[...] cria o próprio negócio porque não tem alternativa. Geralmente não tem acesso ao mercado de trabalho ou foi demitido. Não resta outra opção a não ser trabalhar por conta própria. Geralmente se envolve em negócios informais, desenvolvendo tarefas simples, prestando serviços e conseguindo como resultado pouco retorno financeiro.

O Empreendedor Herdeiro (Sucessão Familiar)

[...] recebe logo cedo a missão de levar à frente o legado de sua família. [...]O desafio do empreendedor herdeiro é multiplicar o patrimônio recebido.

O “Normal” (Planejado)

O empreendedor que „faz a lição de casa‟, que busca minimizar riscos, que se preocupa com os próximos passos do negócio, que tem uma visão de futuro clara e que trabalha em função de metas é o empreendedor aqui definido como o „normal‟ ou planejado.

Fonte: Adaptado de Dornelas (2007).

2.5 Identificando Oportunidades

Como pudemos ver nos tópicos anteriores, não importa quem seja o autor ou o ano que o

empreendedor seja conceituado, de todas as características citadas acima, podemos perceber

claramente que o senso de oportunidade é uma característica primordial na figura do empreendedor e

na implantação do novo negócio ou prestação de serviço.

Conforme aborda Dornelas (2014), o que mais importa do que uma idéia inovadora, é saber

desenvolvê-la e transformá-la em um produto ou serviço que faça o seu empreendimento crescer. Np

entanto, para isso é necessário ser levado em consideração fatores como a experiência e a paixão pelo

negócio.

Ainda citando Dornelas (2014), o autor reforça afirmando que todo bom empreendedor deve

está sempre atendo as oportunidades que surgem diariamente, tendo que para isto, ter como principais

aliadas fontes de informações, como televisão, internet, jornais, entre outros meios e técnicas

específicas para o tal.

Degen (1989), autor perito na área de identificação de oportunidades, em sua obra afirma que

há algumas formulas que ajudam a identificar estas oportunidades, que podem resultar no surgimento

do novo negócio. Para a melhor visualização e compreensão das mesmas, segue adiante algumas

delas, bem como, seguidas por sua definições, conforme estão elencadas no Quadro 5 adiante:

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Quadro 5 - Conceitos utilizados pelos empreendedores na identificação de oportunidades.

Formulas para identificar oportunidades:

Definições:

Identificação de necessidades;

[...] procurar as necessidades que não estão sendo satisfeitas e desenvolver os produtos ou serviços para satisfazê-las, a um custo que os consumidores estejam dispostos a pagar.

Observação de deficiências;

O empreendedor [...] escolhe um tipo de negócio e começa a estuda-lo com o objetivo de descobrir o que pode ser melhorado. Em seguida, analisa se essas melhorias são realmente importantes para os consumidores [...].

Observação de tendências; [...] o empreendedor tem de compreender as tendências que influenciam nosso dia-a-dia e tentar prever quais e quando vão ocorrer mudanças e como vão afetar.

Derivação da ocupação atual;

[...] basta o empreendedor empregar-se no tipo de empresa que pretende montar, aprender o funcionamento, as razões de sucesso ou fracasso, e em seguida, após ter absorvido todo o conhecimento necessário, montar seu próprio negócio.

Procura de outras aplicações;

A 40déia central dessa formula de identificar oportunidades é procurar outras aplicações para algum tipo de solução tecnológica, mercadológica, industrial etc.

Exploração de hobbies;

[...] A oportunidade de negócio está no desenvolvimento de um serviço ou produto que satisfaça [...] seu gosto. [...] São raros os hobbies que não apresentam oportunidades. É, sem dúvida, a forma mais agradável de desenvolver um negócio.

Lançamento de moda;

[...] são encontradas quando se procuram 40déias originais, que podem encantar grande número de consumidores. Normalmente, esse encanto é passageiro, e o empreendimento tem ciclo de vida rápido. [...]

Imitação do sucesso alheio.

Para ter êxito em imitar o sucesso alheio, o empreendedor deve observar e analisar muito bem o negócio, para identificar as razões do seu sucesso e, na medida do possível, introduzir as melhorias no empreendimento original, a fim de se diferenciar dos concorrentes e não ser mais um dos muitos imitadores.

Fonte: Adaptado de Degen (1989).

Por fim, Dornelas (2005) relata sobre vantagens competitivas como sendo aquelas que “estão

ligadas a diferenciais que proporcionam um ganho para o consumidor.” Ou seja, este diferencial pode

ser alcançado através de um meio de menor custo na produção, ou qualquer outra tática que leve o

empreendedor a obter mais clientes que seus concorrentes.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo iremos tratar dos procedimentos metodológicos do estudo, que orientam a

realização da pesquisa e sugerem o caminho a percorrer para solucionar o problema de pesquisa

proposto, bem como evidencia os objetivos gerais e específicos do estudo.

Conforme o aludido anteriormente, o principal objetivo deste TCC é identificar quais os

conceitos e as características empreendedoras presentes na loja Seg Distribuidora, bem como em

segundo plano, evidenciarmos quais as oportunidades e incentivos que influenciaram o crescimento do

modelo de gestão da Seg Distribuidora.

3.1 Tipo de pesquisa

Esclarecido o que são os procedimentos metodológicos, vamos agora mostrar e definir quais

os tipos de pesquisa, a começar, nos baseando pelo conceito de pesquisa definido por Gil (2002, p.17):

“[...] o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos

problemas que são propostos”. Marconi e Lakatos (2003, p. 155) por sua vez, conceituam pesquisa

como: “[...] um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento

científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais”.

As pesquisas ainda podem ser classificadas segundo Vergara (2007, p. 46), sobre “dois

critérios básicos” que são “quanto aos fins” e “quanto aos meios”, como podemos observar no Quadro

6a seguir:

Quadro 6 - Classificação das pesquisas quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins Quanto aos meios

Exploratória Pesquisa de campo

Descritiva Pesquisa de laboratório

Explicativa Documental

Metodológica Bibliográfica

Aplicativa Experimental

Intervencionista Ex post facto

Participante

Pesquisa-ação

Estudo de caso

Fonte: Vergara (2007).

Então de acordo com as acepções de Vergara (2007), pode-se conceituar o seguinte estudo,

quanto aos seus fins, como pesquisa exploratória, pois busca identificar e evidenciar as características

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empreendedoras do gestor em caso e o seu modelo de gestão, bem como, as oportunidades na gestão

do seu próprio negócio, sabendo da pouca disponibilidade de dados oferecidos e por este se tratar do

primeiro trabalho de campo realizado na empresa em caso. O estudo também apresenta-se como

estudo de caso, pois como nos explana Yin 1993, “o estudo de caso é uma metodologia de

investigação particularmente apropriada quando procuramos compreender, explorar ou descrever

acontecimentos e contextos complexos, nos quais estão simultaneamente envolvidos fatores.”

Adiante, no Quadro 7, podemos fazer um paralelo entre os conceitos de pesquisas descritivas

e exploratórias, de acordo com Gil (2002), Vergara (2000) e Michel (2005).

Quadro 7 - Pesquisas descritivas e exploratórias e seus principais conceitos.

Tipos de pesquisas Descritivas Exploratórias

Gil (2002)

Têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.

Estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições.

Vergara (2000)

Expõem as características de determinada população ou de determinado fenômeno, mas não têm o compromisso de explicá-los.

São realizadas em áreas com pouco conhecimento acumulado e sistematizado.

Michel (2005)

Tem o propósito de analisar, com a maior precisão possível, fatos ou fenômenos em sua natureza e características [...].

Tem como objetivo auxiliar na definição de objetivos e levantar informações sobre o assunto objeto de estudo.

Fonte: Adaptado de Gil (2002), Vergara (2000) e Michel (2005).

Quanto aos meios, o tipo de pesquisa utilizada foi o levantamento, que de acordo com

Gil, caracteriza-se pela:

[...] interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados. (GIL, 2002, p. 50).

Pode-se definir também o presente estudo como sendo primordialmente qualitativo, pois, busca

qualificar características empreendedoras e o modelo de gestão da empreendedora proprietária da loja

Seg Distribuidora.

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3.2 Universo e amostra

Universo compreende toda a população de um conjunto de pessoas que se deseja estudar o

seu comportamento. Para Marconi e Lakatos (2003, p. 223) “universo ou população é o conjunto de

seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”, e a

delimitação de um universo de pesquisa serve para estudar algumas das características que este grupo

apresenta em comum.

Em relação ao universo e amostra, o presente estudo utilizou como universo a loja varejista de

materiais de construção, Seg Distribuidora, e como amostra apenas uma única pessoa, a proprietária

da Seg Distribuidora, a qual nas análises e discussões sobre os resultados será chamada de

“empreendedora”.

O instrumento mais adequado para realizar a coleta de dados foi um formulário contendo 26

questões, sendo destas, 15 do tipo abertas e 11 fechadas, de maneira que as respostas obtidas após a

aplicação deste formulário forneçam informações suficientes para atender os objetivos propostos por

este trabalho.

A escolha deste instrumento se deu pelo fato de o formulário ser, segundo Vergara (2007, p.

55), “[...] um meio-termo entre questionário e entrevista”, onde se apresenta de forma escrita, porém,

quem aplica o formulário também o assinala de acordo com dados recebidos oralmente pelo

entrevistado.

Este formulário, apresentado no APÊNDICE A, será submetido a um pré-teste, que consisti na

“[...] aplicação de alguns questionários [...] a elementos que pertencem à população pesquisada” e

busca “[...] evidenciar possíveis falhas na redação do questionário, tais como: complexidade das

questões, imprecisão na redação, desnecessidade das questões, constrangimentos ao informante,

exaustão [...]” (GIL, 2008, p.134).

3.3 Tratamento dos dados

Esta etapa será de suma importância na conclusão dos resultados obtidos na pesquisa, pois,

será através do tratamento dos dados que serão respondidos o/os problema/as da pesquisa em

questão, como evidenciam Marconi e Lakatos (2005, p. 169) quando afirmam que “a importância dos

dados não está em si mesmos, mas em proporcionarem respostas às investigações”.

Dessa forma, para a melhor análise e entendimento dos resultados, será utilizada a técnica de

Análise de Conteúdo, a qual Bardin (1977) vai definir como sendo “um conjunto de técnicas de análise

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das comunicações, que utiliza procedimentos sistematizados e objectivos de descrição de conteúdo

das mensagens.”, ou ainda, “um tratamento da informação contida nas mensagens”, podendo este tipo

de análise também ser denominado de Análise Categorial.

Ainda segundo Bardin (1977), a autora prossegue afirmando que:

“a análise de conteúdo de mensagens que deveria ser aplicável – a todas as formas de comunicação, seja qual for a natureza do seu suporte... possui duas funções, que na prática podem ou não dissociar-se: - uma função heurística: a análise de conteúdo enriquece a tentativa exploratória, aumenta a propensão á descoberta. - uma função de administração de provas. Hipóteses sob a forma de questões ou de afirmações provisórias servindo de directrizes, apelarão para o método de análise sistemática para serem verificadas no sentido de uma confirmação ou de uma informação. É a análise de conteúdo para servir de provas.[...] na prática, as duas funções de análise de conteúdo podem coexistir de maneira complementar. Tal produz-se, sobretudo, quando o analista se dedica a um domínio da investigação, ou a um tipo de mensagens pouco exploradas, onde faltam ao mesmo tempo a problemática de base e as técnicas a utilizar” (BARDIN 1977, p. 29-30).

Mergulhando nos conceitos acima expostos, e na proposta do trabalho em identificar quais os

conceitos e características empreendedoras presentes na gestão da loja Seg Distribuidora, o presente

trabalho nesta etapa busca interpretar o material do tipo qualitativo, baseando-se no material teórico

contido no presente estudo.

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4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O capítulo adiante tem por finalidade analisar e interpretar os dados colhidos na pesquisa, a fim

de se responder a problemática proposta no início do trabalho, que é: Quais são os conceitos e as

características empreendedoras que são encontradas na gestão do comércio varejista de materiais de

construção civil da Seg Distribuidora? E com isso, conseqüentemente, alcançar o objetivo que norteou

esta pesquisa, ou seja, identificar quais os conceitos e as características empreendedoras presentes na

gestão da Seg Distribuidora. Sendo por isso, um capítulo de suma importância para a conclusão deste

trabalho.

Baseando-se no objetivo geral citado acima, foram estendidos os objetivos específicos, que

buscam colocar em ordem como a pesquisa será conduzida. São eles: Identificar quais os conceitos de

empreendedorismo e de empreendedor que se enquadram modelo de gestão da loja Seg Distribuidora;

Identificar quais as características empreendedoras presentes na gestão da Seg Distribuidora; E por

fim, mostrar as oportunidades e incentivos que influenciaram o crescimento do comércio varejista na

gestão empreendedora do próprio negócio no segmento de construção civil.

Para uma melhor compreensão a respeito das respostas obtidas através da empreendedora,

vale destacar que conforme os dados coletados no período da pesquisa, a empreendedora revelou seu

perfil como sendo natural de Pau dos Ferros-RN, divorciada, faixa etária entre 41 e 50 anos, possui

ensino superior completo, sendo formada em Ciências Econômicas pela instituição UERN, não tendo

sua renda resultante apenas da Seg Distribuidora, mas também de outros empreendimentos, e que

como muitos outros empreendedores, buscou qualificação apenas depois que abriu o próprio negócio.

Visto isto, as demais análises a serem feitas com relação aos dados coletados pelo

instrumento de pesquisa, seguem adiante buscando também atenderem aos requisitos propostos por

Bardin (1977) na sua definição do conceito de Análise de Conteúdo, ao qual, conforme a autora

explana, esta pode também ser chamada de análise categorial. Ainda em relação a essa análise

categorial, a autora explica que “um sistema de categorias é válido se puder ser aplicado com precisão

ao conjunto de informação e se for produtivo no plano das inferências.” Com isto, para uma melhor

interpretação das análises, os objetivos específicos da pesquisa foram categorizados, de forma a

melhor exporem as informações deles requeridas. Desta forma, segue adiante no Quadro 8, o resumo

que melhor indica as análises realizadas neste projeto, e logo após, as análises mais aprofundadas

referentes aos objetivos específicos.

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Quadro 8 - Objetivos específicos com perguntas e respostas sintetizadas

Objetivos específicos

Respostas obtidas por cada questão referente

ao instrumento de coleta de dados:

Análise baseada nas teorias

CA

TE

OR

IAS

4.1

Co

nce

ito

s d

e em

pre

end

edo

rism

o e

emp

reen

ded

or

(Qu

estõ

es 0

1-06

) 1- “Dez anos”

Empresa inserida nos índices segundo o SEBRAE (2014).

2- “Oportunidade” Destaque da Teoria do Empreendedorismo por Oportunidade.

3- “Conceitos segundo Dornelas (2005) e Chiavenato (2007)

Gosta do que faz, crescer financeiramente e profissionalmente, ser independente.

4- “Nascem com aptidões e evoluem com a experiência”

Quebra de mito, identificando-se com a verdade.

5- “Experiência, conhecimento, força de vontade, talento e visão”

Já começa à expor mais algumas de suas características, tais como, experiência, planejamento, gostar do que faz, e força de vontade.

6- “Empreendedor Serial e Empreendedor Herdeiro”

Reforça a idéia da resposta contida na questão dois (gosta do que faz) e revela se encaixar no conceito de empreendedorismo familiar.

4.2

Car

acte

ríst

icas

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end

edo

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na

ges

tão

da

Seg

Dis

trib

uid

ora

(Q

ues

tões

07-

12)

7- “Dez a doze horas por dia”

Alguém dedicada, certamente gosta do que faz, conforme as respostas das questões dois e seis.

8-“Gostar do que faz, conhecimento e pesquisar”

Novamente reforça as respostas das questões dois, seis e sete (gosta do que faz) e também a questão onze, sobre conhecimento.

9-“Membros da família” Reforça a resposta da questão seis no quesito empreendedorismo familiar.

10- “Audácia e paixão” Novamente reforça as respostas referentes as questões dois, seis, sete e oito, no quesito gostar do que faz.

11- “Conhecimento, experiência, coragem e sonhos”

Reforça as respostas constatadas nas questões cinco e oito no quesito conhecimento e também nas respostas quatro e onde no quesito experiência.

12- “Prevalência de características empreendedoras.”

Na comparação de características empreendedoras x administrativas, prevalência das empreendedoras.

4.3

OP

OR

TU

NID

AD

ES

E IN

CE

NT

IVO

S

(Qu

estõ

es 1

3-20

)

13- “Experiência” Reforça a idéia de experiência contidas nas respostas das questões quatro, cinco e onze.

14- “SEBRAE” Importância do SEBRAE no desenvolvimento de novos empreendimentos.

15- “Faz pesquisa de mercado”

Busca não investir a toa.

16- “Conhecer o ramo de atividade” “Os diferentes produtos e serviços ofertados” e “Análise da real possibilidade de retorno.”

Mais uma vez reforça a idéia conhecimento presentes nas questões cinco, oito e onze, bem como a busca por clientes através dos produtos e serviços.

17- “Produtos e serviços que atraem a preferência dos clientes” e “Menor custo e preços competitivos.”

Revela a forma de investimento da empreendedora, bem como a resposta da questão dezessete no quesito preferência dos clientes.

Continua...

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47

Continuação...

18- “Sim”; “Segurança” e “Experiência

Reforça a idéia de experiência contidas nas respostas das questões quatro, cinco, treze.

19- “Experiência”; “Fazer o que gosta”; “Estudar o mercado” e “Capital de giro.”

Reforça a idéia de experiência contida nas respostas das questões quatro, cinco, onze, treze e dezessete, bem como as respostas das questões dois, seis, sete e oito no quesito gostar do que faz, e também as respostas constatadas nas questões cinco, oito, onze e dezesseis no quesito conhecimento, e por fim revela a importância do capital de giro e planejamento.

20- “Sim” e “Aumentar o faturamento.”

Revela o sonho de todo empreendedor, bem como a idéia de crescimento financeiro contida a resposta da questão três.

Fonte: Adaptado de Bardin (1977).

4.1 Os conceitos de empreendedorismo e de empreendedor que se enquadram no modelo de

gestão da Seg Distribuidora.

O primeiro objetivo específico, elencado na primeira categoria do Quadro 08, foi elaborado com

o intuito identificar quais os conceitos de empreendedorismo e empreendedor que se enquadram no

modelo de gestão da Seg Distribuidora. Para o tal, foram elaboradas 6 perguntas (1-6) que revelassem

estes conceitos, sendo que das quais, 3 eram do tipo abertas e as demais outras 3 fechadas. As

análises dessas perguntas dispostas a seguir, assim como as demais análises das perguntas

posteriores, baseiam-se no referencial teórico deste trabalho.

A primeira questão foi elaborada de forma aberta e tinha por finalidade saber a quanto tempo a

empresa está em atividade, bem como, quais as suas principais dificuldades encontradas ao longo

desse tempo. Para tal pergunta obteve-se a seguinte resposta da empreendedora: “Está há dez anos.

E acredito que algumas das maiores dificuldades são a grande concorrência, o preço e a qualificação

dos funcionários que tem que ser a cada dia melhor, como diferencial.” Baseado nisto, podemos

concluir que esta é uma informação verídica, pois conforme os dados coletados da empresa, tem-se o

registro de que suas atividades iniciaram no dia 05/03/2004, tendo a mesma por tanto, exatos dez anos

e quatro meses, se levado em conta o mês em que estamos(julho de 2014). Esse na verdade é um

dado interessante de se analisar quando o deparamos com os dados do site Uol de 2012 que expõe

que em anos anteriores, de cada cem empresas abertas no Brasil, 48 encerraram suas atividades em

três anos, ou seja, cerca de 48%, e ainda conforme Dornelas (2014), chegando até 50%, confirmando o

porque da preocupação do autor com o alto índice de mortalidade de empresas no país. Ainda

segundo Dornelas (2014), o autor destaca que isto se deve à fatores como a falta de capital de giro e

principalmente falta conhecimento e planejamento estratégico por parte de seus gestores. Diante disto,

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podemos analisar que pelo tempo de atividade da Seg Distribuidora, esta não foi de fato a realidade da

empresa em caso, enquadrando-se, porém no índice recentemente publicado pelo SEBRAE (2014),

que constata que, em julho de 2013, sobre a sobrevivência das micro e pequenas empresas brasileiras

nos dois primeiros anos de vida, que chegou a 76%, a maior taxa histórica do estudo. Em relação as

dificuldades, constata-se que entre as principais a empreendedora destaca a alta concorrência na área

de atuação, como também o de encontrar mão-de-obra qualificada, tendo em vista isto ser usado por

ela como um diferencial competitivo.

A segunda a questão do formulário, também do tipo aberta tinha por objetivo buscar saber o

que levou a gestora a abrir seu próprio negócio. E a resposta que encontramos foi:

“Na verdade, quem abriu os dois estabelecimentos foi meu ex-esposo(...) Se eu não me engano, na época só existiam dois depósitos de cimento, daí foi que ele viu a oportunidade de investir no ramo. Tudo que ele ia fazer sempre me perguntava o que eu achava, e eu o apoiava porque na verdade eu sempre tinha vontade de abrir um negócio próprio, mas só não tinha coragem.”

Como se pode observar, a gestora da Seg Distribuidora nos deixa bem claro que a princípio a

mesma não percebia em si características empreendedoras, mas que nem por isso a impediu de se

tornar uma, visto que em si havia o forte desejo de independência e auto realização, que Dornelas

(2005) vai chamar de “grande espírito empreendedor” destacado em muitos brasileiros. Sendo

interessante também observar que nos primeiros anos, a atual gestora não era muito presente nas

atividades da empresa por causa de sua pouca capacitação para o tal, sendo isto um dos fatores que a

incentivou a buscar qualificação através de cursos do SEBRAE, e a partir destes cursos, juntamente

com a maior vivência na empresa, a gestora passou a desenvolver outras características

empreendedoras, conforme será apresentado mais detalhadamente nas análises e discussões do

segundo objetivo específico deste trabalho. Quando analisado do ponto de vista da empresa, pode-se

constatar que se trata de uma empresa fundada com base no conceito de Empreendedorismo por

Oportunidade, visto que mesmo sem ter sido a gestora atual que esteve à frente do processo de

abertura, a empresa originou-se a partir da visão do até então seu proprietário, que este era um ramo

ainda pouco explorado no município. Pode-se percebe também através de sua fala: “[...] Tudo que ele

ia fazer sempre me perguntava o que eu achava, e eu o apoiava [...]” que através disto, a empresa

também apresenta ligeiros traços de empreendedorismo familiar.

Dando continuidade a pesquisa, na questão de número três, foram elencados os conceitos

sobre empreendedor presentes no referencial teórico e pedido que a empreendedora indicasse em

qual(is) conceito(s) ela mais se identificava, sendo obtidas as respostas que continham os conceitos

segundo Dornelas(2005) e Chiavenato (2007), onde ambas respectivamente consideram:

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“Uma empreendedora diferenciada, motivada e apaixonada pelo que faz; que não se contenta

em ser mais uma na multidão, buscando ser reconhecida e admirada.”

“Tem vontade de ganhar muito dinheiro, colocar suas próprias idéias adiante; tem a necessidade de provar a si e aos outros de que é capaz de realizar um empreendimento e o desejo de desenvolver algo que traga benefícios, não só para si, mas para a sociedade.”

A princípio vale destacar que os conceitos acima foram adequados ao formulário, a fim de que

houvesse uma melhor compreensão por parte da entrevistada, esclarecendo que tal adequação não

interfere em nada o sentido do conceito original. Feito isto, percebe-se que a empreendedora declara-

se como alguém motivada e apaixonada pelo que faz, como também alguém com forte desejo de

independência e auto realização financeira e profissionalmente.

Adiante, na questão quatro, com relação aos “mitos e verdades sobre empreendedores”,

abordado por Dolabela (1999) foi perguntado através de uma questão objetiva como surgiam os

empreendedores, pedindo que a empreendedora marcasse apenas a alternativa com a qual ela mais

se identificasse, a qual foi escolhida a terceira que diz que, os empreendedores “Nascem com aptidões

e evoluem com a experiência.”

Baseado em sua escolha, mais uma vez pode-se notar que esta é uma questão bem

particular, ou seja, podendo variar de pessoa para pessoa, no entanto, a visão de Dolabela (1999)

sobre o assunto, explana não necessariamente uma alternativa excluir a veracidade das outras, mas

que de fato é um mito levar ao extremo o conceito de que alguém para se tornar um empreendedor

necessita já nascer com determinadas características, ao ponto de não necessitar se capacitar para o

tal. Mas sim, sendo aberto a essa possibilidade (nascer com aptidões), possibilitando a alternativa

escolhida pela empreendedora. O autor aborda que a capacidade criativa de identificar e aproveitar

uma oportunidade vem somente depois de 10 anos de experiência, tempo que conduz a um

reconhecimento de padrões. E ainda afirma que o empreendedor se faz por meio de acumulação de

habilidades, know-how, experiência e contatos em um período de alguns anos, concluindo seu

pensamento abordando que é possível alguém aprender a ser empreendedor.

Então, como foi visto segundo o autor, ninguém nasce empreendedor e não necessita de

qualificação porque isto é um dom e ponto final, mas sim, o tempo, empenho e o desejo do indivíduo de

seguir na profissão, é que fazem dele o tal. O final de seu comentário, quando diz: “é possível alguém

aprender a ser empreendedor”, confirma também a linha de pensamento de Dornelas (2014) quando

explana que cada vez mais, o processo empreendedor pode ser ensinado e entendido por qualquer

pessoa e que o sucesso seja decorrente de uma variedade de fatores externos e internos ao negócio,

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do perfil do empreendedor e de como ele administra as adversidades que encontra no dia a dia de seu

empreendimento.E ainda destaca que não desconsidera a existência de empreendedores inatos como

foram os casos de Bill Gates e Silvio Santos, mas que com certeza o ensino qualificado de

empreendedorismo através de cursos ou instituições de ensino superior, ajuda na formação de

melhores empresários, melhores empresas e consequentemente, na maior geração de riqueza no país.

Com base no mencionado nos dois últimos parágrafos, acredita-se serem essas as vertentes

que justificam a alternativa da empreendedora, ou seja, alguém que nasceu numa família

empreendedora pode influenciar esse alguém a acreditar que nasceu com aptidões para o tal, e que

quando se viu na circunstância de estar à frente da empresa, buscou qualificação através de cursos de

incentivo e capacitação aos micro e pequenos empreendedores, como os do SEBRAE, aprimorando

assim suas demais características e sucesso para o empreendedorismo.

Ainda com relação aos mitos e verdades sobre abordados por Dolabela (1999), na questão

cinco, foram elencados alguns mitos e pedido para que a empreendedora comentasse um pouco a

respeito. Seguem no Quadro 9 adiante,a exposição do ponto de vista da empreendedora e de

Dolabela (1999) a respeito dos mesmos mitos propostos, seguido abaixo das devidas análises.

Quadro 9 - Mitos e verdades segundo as respostas da empreendedora e de Dolabela (1999)

Mitos Respostas segundo a

empreendedora Respostas segundo dolabela

(1999)

Mito 01:Qualquer um pode, em qualquer tempo, começar um negócio.

“Não, você precisa ter experiência na área e ter conhecimento do produto que está vendendo; ter boa localização e capital de giro para poder manter a mercadoria em estoque.”

“Os empreendedores que reconhecem a diferença entre ideia e oportunidade e pensam grande o suficiente têm maiores chances de sucesso. A parte mais fácil é começar. Difícil é sobreviver[...].”

Mito 02:Empreendedores experimentam grande estresse e pagam alto preço.

“Não, pois antes de começar o negócio, o empreendedor já deve saber e ter todo conhecimento das possíveis dificuldades que o mesmo irá enfrentar (concorrência, aceitação da mercadoria).”

“É verdade, embora não mais que em outras profissões. Contudo, eles acham seu trabalho mais gratificante. São mais ricos e não querem se aposentar[...]”

Mito 03:O dinheiro é o mais importante ingrediente para se começar um negócio.

“O dinheiro é fundamental por que como começar sem dinheiro? Mas o mais importante é ter conhecimento e se identificar com o comércio.”

“[...] O dinheiro é um dos ingredientes menos importantes. O dinheiro é para o empreendedor o que o pincel e a tinta são para o pintor: ferramentas inertes que, nas mãos certas, podem criar maravilhas.”

Continua...

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Continuação...

Mito 04:Empreendedores devem ser jovens com muita energia.

“Não precisa ser necessariamente jovem, basta ter esta muita energia, força de vontade e visão de mercado.”

“Idade não é barreira. A idade média dos empreendedores de sucesso é de 35 anos, mas há empreendedores de 60 anos. O que é importante: know-how, experiência e relações.”

Mito 05:Se o empreendedor é talentoso, o sucesso vai acontecer em um ou dois anos.

“Dependendo dos seus custos e levando em conta o total do seu investimento, se a pessoa tiver estrela, acredito que sim.”

“Raramente um negócio tem solidez em menos de três ou quatro anos[...]”

Mito 06:Empreendedorismo é coisa de rico?

“Não. Empreendedorismo é um ramo de pessoas que tem visão que souberam enxergar as oportunidades e souberam aproveitar.”

“Pessoas e comunidades pobres podem e devem empreender, pois tem sido demonstrado que o empreendedorismo pode gerar renda de forma sustentável. Temos o exemplo em vários países do mundo, e também no Brasil, de atividades apoiadas por empréstimos de microcrédito que permitem aos indivíduos sair do nível de miséria que viviam[...]”

Fonte: Dados da pesquisa; Adaptado de Dolabela (1999).

Conforme a comparação das respostas, entre um tópico e outro, pode-se notar em

determinados assuntos um confronto de pensamentos, enquanto que em outros uma concordância por

parte de ambos. Começando pelo primeiro mito 01, percebe-se o primeiro desencontro de pontos de

vista, sendo que enquanto a empreendedora aborda o tema com relação a experiência e outros fatores

também importantes, como capital de giro, localização, etc, Dolabela (1999) por sua vez analisa o

mesmo tópico segundo a capacidade do empreendedor em saber esperar o momento propício para por

em prática uma idéia considerada brilhante, ou seja, saber diferenciar os conceitos de idéia e de

oportunidade, constatando que mesmo tendo visões diferentes sobre o mesmo tema, ambos tem

razão.

Considerando o mito 02, enquanto que em sua resposta a empreendedora não se considera

ser uma pessoa estressada por causa de seus empreendimentos, visto que considera ter levado em

conta ter analisado todas as possíveis dificuldades ao assumir a empresa, e que por causa desse

“planejamento” as dificuldades citadas por ela, como concorrência e aceitação da mercadoria, não

interferem no prazer de empreender que a mesma já havia relatado ter na segunda questão. Dolabela

(1999) por sua vez, diferentemente da empreendedora, analisa o mesmo mito considerando que os

empreendedores, independente das análises feitas das dificuldades de um empreendimento, afirma

que ainda sim há um certo nível de estresse como em toda outra profissão, porém não maior do que

estas, e ainda leva em conta que os empreendedores são mais ricos e felizes, por que fazem aquilo

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que gostam, sendo feita com isto a constatação de que ao mesmo tempo que ambos divergem com

relação ao conceito no geral, ambos concordam que o amor ao que faz reduz consideravelmente a

carga de estresse.

Em relação ao mito 03, ambos concordam que o dinheiro é importante, mas nem tanto, visto

que enquanto a empreendedora prioriza o conhecimento (de gestão, estratégico...) e o fator

identificação com o comércio, Dolabela (1999) assemelha o dinheiro a uma ferramenta que nas mãos

certas podem fazer maravilhas, constatando-se implicitamente que o sucesso do empreendedor não

está diretamente condicionado ao tamanho de seu investimento, mas sim, a outros fatores.

Considerando o mito 04, pela primeira vez ambos concordam plenamente em um tópico,

chegando à conclusão que não necessariamente empreendedores devem ser jovens com muita

energia.

Comparando as respostas referentes ao mito 05, percebe-se que pela primeira vez ambos

divergem por completo acerca do tema, visto que a empreendedora considera sim um empreendedor

alcançar o sucesso em pouco tempo, tendo em vista ser talentoso e o tamanho de seu investimento,

enquanto que Dolabela (1999) já considera que raramente um negócio alcança o sucesso em menos

de quatro anos, principalmente quando observado o alto índice de mortalidade de empresas nos

últimos anos, tendo em vista que apenas agora é que os empreendedores brasileiros estão dominando

mais as suas habilidades empreendedoras, fazendo com que esse índice tenha caído, principalmente

no ano passado, conforme já mostrado anteriormente nas questões sete e oito.

Por fim, analisando o último mito, pode-se perceber que mesmo através de palavras distintas,

ambos demonstram o mesmo conceito sobre o tema.

Encerrando a parte dos conceitos, na questão seis foram elencados alguns dos tipos de

empreendedores segundo Dornelas (2007) e foi pedido na questão correspondente que a

empreendedora indicasse qual(is) o(s) tipo(s) de empreendedor(es) com o(s) qual(is) ela mais se

identificava. Para essa questão foram obtidas duas alternativas, as quais são a correspondente ao

“Empreendedor Serial (Cria Novos Negócios)” e ao “Empreendedor Herdeiro (Sucessão Familiar).”

Antes da análise dessas alternativas é fundamental saber a fundo o que relatam os seus

conceitos, conforme será exposto a seguir mediante o Quadro 10:

Quadro 10 - Os tipos de empreendedores Tipo de empreendedor: Descrição:

O Empreendedor Serial (Cria Novos Negócios)

O empreendedor serial é aquele apaixonado não apenas pelas empresas que cria, mas principalmente pelo ato de empreender. É uma pessoa que não se contenta em criar um negócio e ficar à frente dele até que se torne uma grande corporação. Como geralmente é uma pessoa dinâmica.

Continua...

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Continuação...

O Empreendedor Herdeiro (Sucessão Familiar)

[...] recebe logo cedo a missão de levar à frente o legado de sua família. [...] O desafio do empreendedor herdeiro é multiplicar o patrimônio recebido.

Fonte: Adaptado de Dornelas (2007).

Comparando os traços da empreendedora com o do Empreendedor Serial, percebe-se como

principais pontos em comuns a paixão pelo ato de empreender, não se contentar em apenas criar um

novo empreendimento e que são pessoas dinâmicas.

Comparando os traços da empreendedora com os do Empreendedor Herdeiro, vê-se a

similaridade de receber um empreendimento familiar, como conta a própria história da marca Seg, e

esta empreendedora ter não só por desafio, mas como meta, multiplicar o patrimônio recebido.

4.2 As características empreendedoras presentes na gestão da Seg Distribuidora.

O segundo objetivo específico foi elencado na segunda categoria e elaborado com o intuito de

identificar as características empreendedoras,presentes na gestão da loja Seg Distribuidora.Para isso,

foram elaboradas 6 perguntas (7-12) que revelassem estas características, das quais 2 eram do tipo

objetivas, 3 do tipo abertas e 1 mista. Semelhantemente a lógica utilizada nas questões da categoria

anterior, as análises das perguntas a seguir também se baseiam no referencial teórico utilizado neste

trabalho.

A pergunta de número sete procurou saber de forma objetiva, quantas horas por dia a

empreendedora dedica ao seu empreendimento. E como resposta, foi escolhida a alternativa que

indicava um total de “dez a doze horas por dia”, isso é claro, levando em consideração que a

empreendedora não tem apenas a Seg Distribuidora como fonte exclusiva de sua renda total, sendo a

ela também gestora de mais dois empreendimentos fora a Seg Distribuidora. Conforme sua resposta e

o observado rotineiramente, pode-se perceber que a empreendedora tem uma real noção de tempo

investido em seus estabelecimentos, ou seja, o que equivale a cerca de 66 horas semanais, ou ainda,

mais ou menos 46% de seu dia. Contudo, podemos avaliar a pessoa da empreendedora como alguém

realmente dedicada e apaixonada aos seus negócios próprios, como também, esse total de horas

dedicadas ser um outro fator que colaborou para a empresa está em atividade até hoje. Também é

interessante destacar que esse total de horas é apenas o padrão de horas exigidas para o sucesso de

outras grandes empresas de atividades totalmente diferentes, como é o caso da conceituada Cacau

Show, empresa referencia no ramo de vendas de chocolates no Brasil.

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A pergunta oito, de forma aberta, buscou extrair da empreendedora quais os requisitos básicos

para uma pessoa poder ser uma empreendedora. E sua resposta foi a seguinte:

“Primeiro de tudo é gostar do que faz, gostar de comércio, gostar de vender. Eu adoro comércio!Noção de qual o comércio que vai abrir e ter uma noção e pesquisar para saber se vai dar certo.Ter algum conhecimento da área em que pretende atuar, porque comércio não é só abrir as portas.”

Sua resposta apesar de bem sucinta, revela algumas características típicas empreendedoras,

que nos são ilustradas no Quadro 02 do referencial teórico deste trabalho, onde Dornelas (2005) elenca

algumas dessas principais características, que correspondem a resposta da empreendedora. Para uma

melhor visualização e compreensão, a seguir serão fragmentadas alguns trechos da fala da

empreendedora e comparados com algumas das características expostas pelo autor, conforme o

Quadro 11 a seguir:

Quadro 11 - Relação das características empreendedoras da gestora segundo Dornelas (2005) Empreendedora Dornelas (2005)

“[...]Gostar do que faz... Eu adoro comércio!” São otimistas e apaixonados pelo que fazem;

“[...]Noção de qual comércio vai abrir...” Sabem explorar ao máximo as oportunidades;

“[...]Pesquisar para saber se vai dá certo...” Planejam muito e assumem riscos calculados;

“[...]Ter algum conhecimento da área em que pretende atuar...”

Possuem conhecimento;

Fonte: Dados da Pesquisa; Adaptado de Dornelas (2005).

Vale salientar que, algumas dessas características, tais como otimismo, senso de oportunidade

e assumir riscos calculados, são também características abordadas por Bernardi (2009), o que reforça

mais ainda nossa tese sobre o tema.

Adiante, a pergunta nove, em forma aberta perguntou se havia algum empreendedor de

sucesso em que a gestora se espelhasse, e sua resposta foi positiva, ainda complementando:

“Meu pai (fundador de um famoso posto de combustíveis na cidade de Pau dos Ferros, RN), meu irmão (atual gestor deste posto de combustíveis) e minha tia (dona de uma famosa padaria também na cidade de Pau dos Ferros, RN).”

A pergunta foi feita propositalmente afim de que se confirmasse a influência familiar na gestão

do próprio negócio, ou seja, sabendo que a marca “Segundo Melo” é uma marca forte no comércio

pauferrensse, a empreendedora se aproveita desse atrativo para alavancar seu comércio, tendo em

vista as demais outras empresas familiares renomadas que utilizam esse nome.

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Como deixa a entender, o termo “Seg” origina-se de uma simplificação de “Segundo Melo”, que

como menciona a empreendedora, foi seu falecido pai, fundador do sofisticado Posto de Combustíveis

Segundo Melo, hoje sobre a administração de um dos seus filhos, e também irmão da empreendedora

e responsável pela alavancagem do nome do posto em Pau dos Ferros-RN e região, bem como, de

outros comércios que tem essa logomarca. Uma outra pessoa mencionada em sua citação, foi uma tia,

a qual é proprietária de uma das melhores padarias pauferrensses e que mesmo não utilizando a

logomarca “Seg” como bandeira de seu comércio, a mesma é um ponto forte de referência em seu

estabelecimento.

Por fim, conclui-se que a marca Seg, ao longo dos anos conquistou na cidade de Pau dos

Ferros-RN, o sinônimo de qualidade e que por isso é uma marca forte no comércio local, ou seja,

sabendo disso a marca é utilizada como um fator estratégico pela empreendedora para obter um

diferencial competitivo através do marketing.

Logo mais, a pergunta dez a fim de complementar a pergunta anterior, de forma aberta buscou

saber por que os empreendedores de sucesso são diferentes. E novamente com a resposta bem

sucinta, mas pronta e objetiva, ela respondeu que “Porque são corajosos e gostam do que fazem.

Quem quer muito, tem que correr muitos riscos.”

Assim, com uma pergunta mais específica, encontramos uma resposta interessante. A

pergunta não se referia apenas a um empreendedor comum, mas a um empreendedor de sucesso, e o

interessante de sua resposta foi que ela destacou uma característica não explícita no referencial teórico

por nenhum dos autores: a coragem. E quando analisamos o histórico da marca Seg, bem como o de

alguns de seus familiares, não fica difícil de compreender o porquê de quando perguntado se havia

algum empreendedor de sucesso em que ela se espelhava, ela ter escolhido empreendedores de sua

própria família, mesmo com a existência de tantos outros empreendedores nacional e mundialmente

renomados. Com isso, acredita-se que o destaque a esta característica em sua resposta atribuí-se ao

fato de porque ela acompanhou toda a história do Posto Segundo Mello, vendo as suas dificuldades,

oportunidades, e conseqüentemente a coragem de seu pai, irmãos e demais familiares em arriscarem.

Sendo assim, depois de todo o analisado, pode-se concluir pela abrangência da pergunta e pelos

dados coletados rotineiramente, que inconscientemente, a empreendedora sabe que qualquer um pode

ser um empreendedor, mas um empreendedor de sucesso e renomado, apenas os que têm a coragem

de arriscarem mais do que os outros, assim como foi com seu pai, irmãos, outros familiares e está

sendo com ela também.

Na pergunta onze, também de forma discursiva, foi indagado à empreendedora quais os

requisitos básicos que ela considerava ter como empreendedora, e para tal sua resposta foi

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“Conhecimento. Conhecimento da minha área de atuação, vivência no comércio, coragem em investir,

sonhos, metas...”

Baseado em sua resposta, podemos observar três categorias de características: a) as já

mencionadas anteriormente, b) as novas e c) as esquecidas. Pra melhor compreensão iremos a seguir

fragmentar essas palavras da empreendedora, procurando separá-las nas devidas categorias e em

seguida fazendo as devidas observações. O Quadro 12 a seguir nos expõe melhor essa idéia:

Quadro 12 - Categorias de respostas Características abordadas pela

empreendedora da Seg Distribuidora: Características apresentadas por Dornelas (2005):

a) Já mencionadas

Possuir conhecimento;

Conhecimento da minha área de atuação e metas (planejamento, organização);

Coragem em investir (assumir riscos);

b) Novas Vivência no comércio;

Sonhos;

c) Esquecidas Dedicação;

Gostar do que faz;

Fonte: Dados da Pesquisa.

Nas características já citadas pela empreendedora em outras oportunidades, podemos

perceber que ela está convicta que são características marcantes e indispensáveis ao empreendedor

ter conhecimento, planejar e assumir riscos, se organizar de uma tal forma, a fim de não dá nenhum

passo errado e seu investimento ser seguro e certeiro, isto pelo fato de ser sempre um ponto

imensurável em suas respostas sobre o assunto. Em seguida, nas novas características, percebemos

sua abordagem sobre a experiência no comércio, uma característica não citada por nenhum autor no

referencial teórico, mas que na prática podemos concordar em que um empreendedor comercial por

mais inovador e genial que seja, se não tiver vivência no ramo, a princípio pode encontrar grandes

dificuldades em manter seu próprio negócio. Ainda nesta categoria, é abordada a característica sonho,

ou em outras palavras, de ser um sonhador. Requisito também não abordado explicitamente por

nenhum autor no referencial teórico, mas que quando analisado mais profundamente segundo

observações coletadas rotineiramente, esta nova característica nada mais é do que um motor que

impulsiona todo empreendedor e a gestora em caso a desenvolverem novas características citadas por

autores do referencial teórico, como Bernardi (2009) que cita a persistência, independência, a energia

para realizar; Dornelas (2005) que cita a consequência de ficar rico; Chiavenato (2007) que fala sobre a

capacidade de identificar oportunidades, transformar ideias em realidades, entre outras. Enfim, a

Figura 8 nos ilustra melhor essas indagações:

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Figura 8 - Sonho como fator impulsionador para outras características

Fonte: Baseado em Dornelas (2005); Chiavenato (2007) e Bernardi (2009).

Então, como vimos anteriormente, a característica de ser um sonhador, mesmo não estando

explícita por nenhum autor no referencial teórico, não impede que seja considerada um degrau para se

chegar a outras características citadas pelos mesmos.

E por fim, são apresentadas as características esquecidas, ou despercebidas pela mesma, já

que outrora foram citadas, mas nessa questão não foram lembradas, mas que como ela mesma já

mencionou anteriormente e foi analisado, são características típicas de um empreendedor, e

consequentemente, dela também, pois como ela mesma já mencionou em uma questão anterior, ela

gosta do que faz e é alguém que dedica boa parte de seu tempo aos seus empreendimentos.

Encerrando a parte de características empreendedoras, na questão doze foram elencadas

propositalmente duas colunas com características. A primeira contendo características típicas

empreendedoras segundo seus respectivos autores, ou seja, Dornelas (2005) e Bernardi (2009). A

segunda contendo características típicas administrativas segundo alguns autores, deixando a critério

da empreendedora, marcar as características com as quais ela mais se identificasse, a fim de

explorarmos mais afundo seus traços e de descobrirmos se além de características empreendedoras, a

empreendedora também se identificava com características administrativas, ou apenas administrativas,

tendo em vista o popular equívoco de se confundir um gerente executivo com um empreendedor. Feito

isto, as opções que foram escolhidas foram as da coluna empreendedora, mais especificamente as de

Dornelas (2005), visto que são as características mais abrangentes, sendo algumas até utilizadas pelo

próprio Bernardi (2009) e para a surpresa da pesquisa, da coluna administrativa não foram escolhidas

SONHO = fator impulsionador para o desenvolvimento de

outras características empreendedoras.

(Empreendedora)

Persintência;

Independência;

Energia para realizar;

(Bernardi, 2009)

Ficar rico;

(Dornelas, 2005)

Capacidade de identificar oportunidades;

Transformar idéias em realidades;

(Chiavenato, 2007).

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nenhuma das opções citadas pelos autores no referencial teórico, nos levando a conclusão que mesmo

estando a vida toda envolvida com o comércio, a empreendedora não apresenta, ou pouco apresenta

traços gerenciais.

Contudo, percebemos que entre as opções expostas, a empreendedora não se contradisse em

momento algum, escolhendo opções que confirmam ainda mais suas características empreendedoras,

pois foram elas, que os empreendedores:

São Dedicados;

São otimistas e apaixonados pelo que fazem;

Planejam muito;

Possuem conhecimento;

Assumem riscos calculados;

Vale salientar que a empreendedora mesmo sendo a proprietária da empresa, a mesma possui

um gerente administrativo para está à frente da Seg Distribuidora.

4.3 As oportunidades e incentivos que influenciaram o crescimento da Seg Distribuidora.

O terceiro e último objetivo específico, elencado na terceira categoria, foi elaborado com o

intuito de mostrar quais e como foram trabalhados os métodos de identificação de oportunidades que

influenciaram o desenvolvimento e crescimento da empresa. Para isso, foram elaboradas8 questões

(13-20), das quais, 3 eram do tipo abertas, 3 objetivas e 2 mistas. Com base na analogia utilizada nas

categorias anteriores, seguem as análises das próximas questões.

A pergunta de número treze foi realizada de forma dissertativa, procurando expor de forma

direta, segundo a empreendedora, quais foram as principais oportunidades que contribuíram para o

desenvolvimento e crescimento da loja Seg Distribuidora. Segundo a empreendedora:

“Acredito que primeiro de tudo foi minha qualificação no comércio, por que como já disse, antes não era muito presente e por isso não tinha muita intimidade com ele (comércio). Depois de minha qualificação fui adquirindo experiência, pegando gosto pela coisa... E daí por diante foram aparecendo os outros produtos como as telhas, as colunas e isso foram contribuindo para a popularização e crescimento da loja.”

Baseado em sua resposta, pode-se observar pontos interessantes, tais como:

“(...) primeiro de tudo, minha qualificação no comércio (...).”

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“Depois de minha qualificação fui adquirindo experiência, pegando gosto pela coisa...”

Esse ponto é interessante ressaltar que de todas as principais oportunidades surgidas e

investimentos realizados para o crescimento e desenvolvimento da empresa, a empreendedora faz

questão de deixar bem claro, que nenhuma outra coisa foi mais importante para o progresso de seu

empreendimento do que o investimento em si mesma. Mais uma vez destacando aqui, três

características cada vez mais marcantes na figura da gestora: Conhecimento, experiência e paixão,

conforme já exibido em questões anteriores.

Adiante, é comentado sobre os investimentos da loja:

“(...)E daí por diante foram aparecendo os outros produtos como as telhas, as colunas e isso

foram contribuindo para a popularização e crescimento da loja.”

Neste ponto a empreendedora faz menção ao fato de em boa parte da história da empresa a

mesma trabalhar apenas com um único produto: o cimento. Porém, após qualificar-se e passar a ter

mais tempo no ramo comercial, a empreendedora passou a enxergar a oportunidade de trabalhar com

materiais de construção exclusivos, como as telhas recicladas, ou ainda com produtos já presentes em

outras lojas de materiais de construção, porém com o diferencial de adquirir estes produtos a baixo

custo, como é o caso das armações metálicas, ou por fim, a prestação de serviços, como aluguel de

andaime e escoras metálicas. Enfim, oportunidades aparentemente simples, mas que contribuíram

para o mantimento e desenvolvimento da empresa, tendo em vista que os clientes da Seg Distribuidora

já não mais a procuram apenas para adquirir cimento, mas também para adquirir produtos

diferenciados, a um menor preço e uma prestação de serviços eficiente.

A questão de número quatorze do formulário, também de forma discursiva foi elaborada com o

intuito que a gestora expusesse como identifica novas oportunidades. Para tal obtivemos a seguinte

resposta:

“Através de cursos como os do SEBRAE e procuro inovar.”

Baseado nisto, pode-se destacar a fundamental importância do SEBRAE para empresas e

gestores em formação, como também para os que buscam constantemente expandir seus territórios

empresarias, ambos os casos da Seg Distribuidora, que se valeu dessa alternativa como fonte de

adquirir novas ideias.

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Segundo como foi mostrado por Dornelas (2014) no referencial teórico desta pesquisa, novas

ideias só estão acessíveis a quem disponibiliza a mente a está aberta para isto. Desta forma, sendo

toda fonte de informação um ponto de partida para uma nova oportunidade, podendo esta vir de

diversas fontes, como revista, jornais, pesquisas, e como no caso da Seg Distribuidora, cursos como os

do SEBRAE, que ajudam a desenvolver a criatividade de seus participantes no mundo dos negócios.

A pergunta de número quinze, em forma mista, buscou saber se a gestora fazia pesquisa de

mercado, a fim de conhecer as necessidades dos clientes, e em seguida justificasse sua resposta.

Como resposta foi obtida a seguinte afirmativa:

“Sim, procuro fazer pesquisa, acho que todo comerciante deve fazer o mesmo.”

O principal intuito desta questão era identificar se a identificação de oportunidades para o

crescimento da empresa baseava-se nas necessidades dos clientes, ou em outro fator. Como

conclusão para essa resposta, baseado no que foi observado rotineiramente na empresa, pode-se

afirmar que a gestora visa o crescimento da empresa, busca agarrar novas oportunidades para o tal,

porém, o critério que utiliza não é o proposto na questão, ou seja, as necessidades dos clientes, mas

sim a de obter novos produtos e serviços através do menor custo possível, fazendo disto uma

vantagem competitiva, conforme cita Dornelas (2014), que explana que entre as vantagens

competitivas estão o obter produtos mais baratos a fim de repassá-los mais baratos aos clientes, de tal

forma, que o investidor e o cliente ambos saiam ganhando.

Tal análise ainda pode ser percebida através do Quadro 13a seguir:

Quadro 13 – Os Investimentos Segundo as necessidades dos clientes Segundo o menor custo. Ex: Armações metálicas

Investimento em produtos agregados

Contratação de novos funcionários

Aquisição de mais veículos para entrega

Produtos obtidos a um preço menor

Produtos vendidos a um preço menor que o da concorrência (margem de lucro igual)

Sem necessidade de contratação de novos funcionários ou aquisição de novos veículos

Fonte: Dados da Pesquisa

O Quadro 13 é uma forma mais detalhada de ilustrar a possível forma de crescimento se as

oportunidades fossem analisadas e agarradas do ponto de vista das necessidades dos clientes, e a

forma como são analisadas e agarradas as oportunidades, levando em consideração um dos produtos

que fazem parte do estoque da empresa. Por um lado se vê um alto investimento em produtos

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agregados ao cimento, principal produto da empresa, onde seriam esses, tijolos, brita, areia, etc. Ou

seja, produtos frequentemente questionados pelos clientes que vão ao estabelecimento comprar o

cimento e se vêem obrigados a comprá-los em outros lugares pela falta dos mesmos. O alto

investimento nesses produtos traria como consequência os novos investimentos como em funcionários

e transportes.

Por outro lado, o que se vê é um investimento mais moderado, talvez de um produto de cada

vez, como está sendo com o seu novo investimento em armações metálicas. Um produto comum a

muitos comércios de materiais de construção civil na cidade de Pau dos Ferros-RN, adquirido a um

menor preço queo da concorrência, vendido a uma mesma margem de lucro, com o atrativo de ganhar

mais clientes, ou seja, fazer disso o seu lucro, visto que para tal investimento, não se faz necessário

outros investimentos como funcionários ou veículos.

Dessa forma, o que se conclui nessa questão é que a empreendedora faz sim pesquisa de

mercado, baseado em incentivos em instituições como o Sebrae, experiência no mercado,

concorrência, porém suas pesquisas não estão fundamentadas basicamente nas necessidades dos

clientes, mas sim em obter vantagens competitivas em cima de seus concorrentes.

A questão dezesseis foi elaborada de forma objetiva e buscou na opinião da empreendedora,

saber quais os aspectos devem ser analisados ao avaliar uma oportunidade de negócio, podendo ser

assinalado mais de uma alternativa. Feito isto, as respostas obtidas foram:

“Conhecer o ramo de atividade”

“Os diferentes produtos e serviços ofertados”

“Análise das reais possibilidades de retorno econômico.”

Baseado nas alternativas escolhidas pela empreendedora foi constatado que para ela,

conhecer o ramo de atividade, os diferenciais competitivos de seus produtos e serviços, bem como

uma minuciosa análise das reais possibilidades de retorno econômico, são fortes aspectos para a

definição de uma tomada de decisão quanto a um investimento ou abertura de um novo

empreendimento, visto que como é exposto por Dornelas (2014), conhecer se uma oportunidade é boa

ou não, nem sempre é tarefa fácil, tendo em vista se ter que levar em consideração diversos fatores,

estando estas três alternativas contidas como aspectos primordiais para a avaliação de uma

oportunidade.

Em seguida, a pergunta dezessete, novamente em uma pergunta de forma objetiva, pediu-se

para que a empreendedora assinalasse as alternativas que contivessem os critérios utilizados por ela

para a identificação de uma oportunidade. Dessa forma, as alternativas que foram obtidas foram:

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“Produtos e serviços que atraem a preferência dos clientes.”

“Menor custo e preços competitivos”

Com base em sua resposta, pode-se observar que a empreendedora reforça a análise de

forma de investimento contida em sua gestão, conforme já citado anteriormente, onde a

empreendedora utiliza-se de produtos e serviços diferenciados, a fim de atrair a preferência dos

clientes como forma de diferencial competitivo, sendo também em alguns casos, utilizado o critério de

adquirir produtos de mesma qualidade da concorrência menor custo, a fim de alcançar preços mais

competitivos, como no caso das armações metálicas, conforme exposto anteriormente.

Dando continuidade a pesquisa, a pergunta dezoito procurou saber através de uma pergunta

discursiva se a empreendedora considerava ter sua experiência como um diferencial competitivo do

seu negócio. Como resposta obtive-se:

“Sim. Todo dia estão abrindo um novo comércio. Está a frente desses novos comerciantes a

mais de dez anos me faz ficar um pouco mais segura. Entre erros e acertos dessa caminhada já deu

para aprender muita coisa.”

Com base em sua resposta, pode-se identificar a figura de uma empreendedora madura, que já

passou por situações diversas e hoje é capaz de desviar com facilidade dos equívocos do inicio,

agarrar melhor as oportunidades, ou ainda melhor explorar seu ramo comercial da construção civil no

lugar de se aventurar em outras áreas, tendo em vista que como aborda Dornelas (2014), é comum

hoje jovens se aventurarem em áreas em que tem pouca ou nenhuma afinidade visando apenas o

retorno financeiro visando esta ou aquela serem um área promissora. Feito isto a possibilidade de

fracasso é enorme.

Na seqüência da pesquisa, através da pergunta dezenove é buscado saber em forma de

pergunta fechada, quais os aspectos são relevantes na gestão de oportunidades, segundo sua

experiência no ramo de materiais de construção civil, visando reforçar questões já elaboradas

anteriormente, visto que as alternativas propostas pela questão ofereciam essa disponibilidade. Então

conforme as alternativas escolhidas foram obtidas as seguintes respostas:

Experiência

Fazer o que gosta

Estudar o mercado

Capital de giro

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Conforme o pré-anunciado, a presente questão tinha apenas o intuito de reforçar questões

anteriores, como foi alcançado ao serem indicadas as três primeiras alternativas (experiência, gostar do

que faz e estudar o mercado), chamando a atenção a quarta alternativa, que se diz respeito ao capital

de giro, sendo este um fator fundamental para toda e qualquer implantação de investimento no

comércio, então a empreendedora sabe que apesar da experiência, de fazer o que gosta, estudar o

mercado, é preciso ter capital de giro para os investimentos.

Por fim, a pergunta vinte, que encerra o formulário, foi elaborada de forma mista, a fim de saber

se a empreendedora ainda pensa em expandir seu negócio próprio por meio da oferta e serviços. Para

o tal o obtivemos a seguinte resposta:

“Sim. Construir meu próprio prédio comercial, aumentar meu faturamento, meus produtos e

serviços.”

Com base na resposta da empreendedora, pode-se analisar que ela como todo bom

empreendedor não se contenta em ficar parado, mas sim, está sempre em busca de ampliar seus

horizontes e do aperfeiçoamento profissional. Conforme o observado rotineiramente, é um sonho da

empreendedora construir um prédio próprio, sabendo que este que ela atua não é seu e não oferece as

condições que segundo ela são as adequadas para seu comercio, mostrando assim o desejo de ser

independente e aumentar seu faturamento.

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5 CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

Neste último capítulo foi feito um balanço acerca dos resultados obtidos com esse trabalho de

pesquisa, assim como as sugestões e recomendações que venham a ser úteis a organização

estudada, bem como despertar o interesse de aprofundar mais estudos dessa natureza, que possa vir

a ajudar futuros pesquisadores e profissionais estimulando e provocando novas indagações que

possam contribuir para o desenvolvimento da atividade empreendedora.

5.1 Conclusões

Perante o que foi pesquisado, coletado e analisado, averiguou-se que é de grande relevância o

estudo sobre as características empreendedoras de um gestor, a fim de se poder caracterizar melhor

seu modelo de gestão.

Os objetivos geral e específicos propostos por esse trabalho foram atendidos ao final da

análise dos dados coletados na pesquisa de campo com a empreendedora da Seg Distribuidora.

O primeiro objetivo específico buscou identificar quais os conceitos de empreendedorismo e de

empreendedor que se enquadram no modelo de gestão da Seg Distribuidora. A partir dos dados

coletados, foi possível enquadrar a empresa em caso nos conceitos de empreendedorismo familiar e

por oportunidade e a empreendedora em conceitos clássicos do empreendedorismo como “Uma

empreendedora diferenciada, motivada e apaixonada pelo que faz; que não se contenta em ser mais

uma na multidão, buscando ser reconhecida e admirada.” (Dornelas,2005) , a partir de sua

personalidade e mentalidade.

O segundo objetivo específico visou identificar quais as características empreendedoras,

segundo Dornelas, se enquadravam no modelo de gestão da Seg Distribuidora. Através da análise dos

dados e apoiando-se em conceitos expostos no referencial teórico deste trabalho foi possível apontar

algumas das características mais marcantes da gestora da Seg Distribuidora, como ser uma pessoa

altamente dedicada ao seu empreendimento, busca sempre ter mais conhecimento de sua área de

atividade, está frequentemente se aperfeiçoando, é apaixonada pelo que faz e não visa apenas o

retorno financeiro.

O terceiro e último objetivo especifico objetivou mostrar as oportunidades e incentivos que

influenciam o desenvolvimento da empresa Seg Distribuidora. Os dados indicaram que as principais

oportunidades surgiram após sua qualificação profissional, que sempre buscou ajuda ao SEBRAE, ela

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investe de forma moderada em sua empresa, tem diferenciais competitivos, utiliza-se de critérios para

avaliar uma oportunidade, entre outros.

De um modo geral concluiu-se que o resultado dessa pesquisa respondeu amplamente o

objetivo proposto que era quais os conceitos e as características empreendedoras na gestão de um

comércio varejista de materiais de construção civil em uma empresa de pequeno porte, conseguiu

atender de modo satisfatório os objetivos específicos do trabalho, bem como o problema que

impulsionou a realização do mesmo.

5.2 Sugestões e recomendações

Após os resultados obtidos por essa pesquisa, percebeu-se que a história da Seg Distribuidora

é uma história de sucesso e uma empresa com enorme potencial de desenvolvimento, mesmo assim,

ainda é cautelosa na hora de investir e se considerada o tempo que está em atividade com o potencial

de desenvolvimento que tem, pode-se dizer que ainda é uma empresa lenta em relação a outras na

cidade. Sendo assim, apontam-se as seguintes sugestões:

Procurar investir mais potencialmente em seus produtos e serviços;

Investir na qualificação da área de vendas de materiais de construção;

Propor uma parceria de planejamento estratégico aos principais fornecedores;

Elaborar planos promocionais para atrair novos clientes;

Criar o cartão fidelidade para os clientes;

Como recomendação para trabalhos posteriores propõe-se que continuem sendo realizadas

pesquisas a fim de aprofundar os conhecimentos e proporcionar mais material bibliográfico sobre a

temática, que se expanda a pesquisa a empresas de portes maiores.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APÊNDICE– A– Instrumento de coleta de dados.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM

Curso de Administração – CAD

Prezada empreendedora,

O seguinte formulário é exclusivamente de cunho acadêmico, e seus resultados serão

utilizados unicamente a fim de traçar suas características gestoras/empreendedoras, bem como

responder quais as oportunidades e incentivos que serviram para a alavancagem do se próprio

negócio.

Atenciosamente,

Emanuel Gomes dos Santos.

FORMULÁRIO

1ª Parte: Conceitos sobre empreendedorismo e empreendedor.

01) Aproximadamente, há quanto tempo a empresa Seg Distribuidora atua no comércio e neste período de tempo, quais as principais barreiras e dificuldades encontradas na gestão da empresa? ____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

02) O que te levou a abrir o próprio negócio?

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

03) Quais dos conceitos abaixo podem ser atribuídos a você: ( ) Uma empreendedora que introduz novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais (Schumpeter 1949). ( ) Uma empreendedora que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em seus ambientes, identificando oportunidades (Kirzner 1973). ( ) Uma empreendedora que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização (Dornelas 2001). ( ) Uma empreendedora diferenciada, motivada e apaixonada pelo que faz e, não se contenta em ser mais uma na multidão. Quer ser reconhecida e admirada (Dornelas 2005).

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( ) Tem vontade de ganhar muito dinheiro, colocar suas próprias ideias adiante; tem a necessidade de provar a si e aos outros de que é capaz de realizar um empreendimento e o desejo de desenvolver algo que traga benefícios, não só para si, mas para a sociedade (Chiavenato 2007).

04) Em sua opinião, como são formados os empreendedores? (Marque apenas uma alternativa). ( ) Já nascem prontos ( ) São Feitos durante a vivência ( ) Nascem com aptidões e evoluem com a experiência. ( ) Podem ser formados em escolas técnicas e universidades.

05) Comente as seguintes explanações:

Qualquer um pode, em qualquer tempo, começar um negócio. ______________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

Empreendedores experimentam grande estresse e pagam alto preço.

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

O dinheiro é o mais importante ingrediente para se começar um negócio.

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

Empreendedores devem ser jovens com muita energia. ____________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

Se o empreendedor é talentoso, o sucesso vai acontecer em um ou dois anos.

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

Empreendedorismo é coisa de rico? _______________________________________

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____________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

06) Em quais dos tipos de empreendedor, segundo Dornelas, você se enquadra: ( ) O Nato ou Mitológico:Suas histórias são brilhantes e, muitas vezes, começaram do nada e criam grandes impérios. ( ) O Por Necessidade: Cria o próprio negócio porque não tem alternativa ( ) O Serial ou que Cria Novos Negócios: O empreendedor serial é aquele apaixonado não apenas pelas empresas que cria, mas principalmente pelo ato de empreender. ( ) O Corporativo: Trabalham de olho nos resultados para crescer no mundo corporativo. ( ) O “Normal” ou Planejado: Busca minimizar riscos, que se preocupa com os próximos passos do negócio, que trabalha em função de metas . ( ) O Social: Tem um desejo imenso de mudar o mundo criando oportunidades para aqueles que não têm acesso a elas. ( ) O Herdeiro ou de Sucessão Familiar: Recebe logo cedo a missão de levar à frente o legado de sua família. ( ) O Que Aprende ou Inesperado: É normalmente uma pessoa que, quando menos esperava, se deparou com uma oportunidade de negócio e tomou a decisão de mudar o que fazia na vida para se dedicar ao negócio próprio.

2ª Parte: Características empreendedoras

07) Quantas horas por dia você dedica ao seu negócio próprio? ( ) Menos que 06 horas. ( ) Entre 08 e 10 horas. ( ) Entre 06 e 08 horas. ( ) Mais de 10 horas.

08) Quais as características para uma pessoa poder ser uma empreendedora?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

09) Há algum empreendedor de sucesso, em quem você se espelhou e/ou influenciou para moldar o seu modelo de gestão? ( ) Sim. ( ) Não. Se sim, quem?_______________________________________________________.

10) Na sua visão os empreendedores de sucesso são diferentes por quê?

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

___________________________________________________

11) Quais os requisitos básicos que você considera ter como empreendedora?

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__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

12) Em quais dessas visões você se enquadra: COLUNA 01:

( ) São visionários; ( ) Dominância; ( ) Sabem tomar decisões; ( ) Autoconfiança; ( ) São determinados e dinâmicos; ( ) Persistência; ( ) Dedicados; ( ) Criatividade; ( ) Fazem a diferença; ( ) Agressividade/energia;

( ) São otimistas e apaixonados pelo que fazem; ( ) Flexibilidade; ( ) São independentes e constroem o próprio destino; ( ) Ficam ricos; ( ) São líderes e formadores de equipes; ( ) São bem relacionados; ( ) São organizados; ( ) Planejam muito; ( ) Possuem conhecimento; ( ) Assumem riscos calculados; ( ) Criam valor para a sociedade; ( ) Sabem explorar oportunidades COLUNA 02:

( ) Gerir com responsabilidade e profissionalismo; ( ) Saber lidar com pessoas: negociar, comunicar, conduzir mudanças, obter cooperação e solucionar problemas; ( ) Ter espírito de liderança; ( ) Planejar; ( ) Dirigir; ( ) Controlar;

3ª Parte: As oportunidades e incentivos

13) Quais foram as principais oportunidades que contribuíram para o desenvolvimento e

crescimento da loja Seg Distribuidora?

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

________________________________________________________

14) Como você busca identificar novas oportunidades de negócio?

__________________________________________________________________

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__________________________________________________________________

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__________________________________________________________________

15) Você faz pesquisa de mercado, a fim de conhecer as necessidades dos clientes? ( ) Sim. ( ) Não. Justifique sua resposta. __________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

16) Em sua opinião, quais aspectos devem ser analisados ao avaliar uma oportunidade de negócio?

( ) Conhecer o ramo de atividade ( ) Os diferentes produtos e serviços ofertados ( ) Análise das reais possibilidades de retorno econômico

( ) Conhecer o plano de negócios

17) Quais os critérios que você utiliza para a identificação de oportunidades? ( ) Análise do potencial de mercado. ( ) A concorrência ( ) retorno sobre os investimentos. ( ) Produtos e serviços que atraem a preferência dos clientes. ( ) Menor custo e preços competitivos ( ) Monitorar e controlar as tendências de mercado. 18) Você considera sua experiência como um diferencial competitivo?

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________

19) Na sua experiência do seu ramo de negócio, que aspectos são relevantes nagestão de oportunidades?

( ) Experiência ( ) Visão apenas do retorno financeiro ( ) Fazer o que gosta ( ) Estudar o mercado ( ) Capital de giro 20) Você pensa em ampliar o seu negócio próprio por meio da oferta de produtos/serviços?

( ) Sim. ( ) Não. Se sim, comente sua resposta:

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Obrigado pela colaboração!

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