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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE ARTES VISUAIS - LICENCIATURA AIRANA DA SILVA ELIAS CONVERSAS SOBRE A IMAGEM E O OLHAR CRICIÚMA-SC 2017

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

CURSO DE ARTES VISUAIS - LICENCIATURA

AIRANA DA SILVA ELIAS

CONVERSAS SOBRE A IMAGEM E O OLHAR

CRICIÚMA-SC

2017

AIRANA DA SILVA ELIAS

CONVERSAS SOBRE A IMAGEM E O OLHAR

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de licenciada no curso de Artes Visuais da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientadora: Profª. Ma Edina Regina Baumer

CRICIÚMA-SC

2017

AIRANA DA SILVA ELIAS

CONVERSAS SOBRE A IMAGEM E O OLHAR

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de licenciada no Curso de Artes Visuais da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com Linha de Pesquisa em Arte e Educação.

Criciúma, 21 de novembro de 2017

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ma. Edina Regina Baumer - Mestre em Educação - UNESC - Orientador

Prof. Dra. Aurélia Regina de Souza Honorrato - Doutora em Ciências da Linguagem-

UNESC

Prof. Ma. Isabel Cristina Marcílio Duarte - Mestre em Educação - UNESC

Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais

Elói e Rosa, aos meus Irmãos, Alisson e Aline

e aos meus amores, Mauricio e Gustavo.

AGRADECIMENTOS

A palavra felicidade seria pouco para descrever como estou feliz em

concluir esta etapa de minha vida. Agradeço a Deus pois sem sua força não teria

conseguido e que venha mais conquistas pois a batalha continua.

Em especial quero agradecer uma pessoa muito querida e amada, quem

me incentivou a voltar a estudar, o meu muito obrigada Lutiele Ghellere, sem você não

teria realizado este sonho.

Ao meu pai Eloi e minha Mãe Rosa, que sempre me apoiaram e me

ajudaram, muitas vezes financeiramente, em momentos difíceis e nunca deixaram que

eu desistisse do meu sonho. Obrigada por me permitirem sonhar e viver este sonho

comigo.

Ao meu irmão amado Alisson, com quem sempre posso contar. A minha

irmã Aline e minha sobrinha Natalia, pelos momentos em que precisei de ajuda e

vocês me estenderam a mão com muito amor e carinho.

A meus avós maternos que, com amor, me incluíram em suas orações,

intercedendo por mim a Deus.

Ao meu amor Mauricio, que foi meu esteio em toda minha caminhada.

Permaneceu me dando forças para continuar e persistir no meu sonho. Pelas vezes

que, com calma e paciência, me confortou em meio as minhas crises de ansiedade.

E em especial ao meu filho, Gustavo, que em vários momentos tive que me

ausentar não podendo dar-lhe a atenção que merecia.

A minha sogra, Sirlei, meu sogro, Nereu e minha cunhada Leticia, por toda

dedicação ao meu filho, pelos cuidados com ele quando não podia estar presente e

por me receberem e me acolherem na família.

A minhas amigas, Giana Rech, Kellen Américo, Gabi Recco, Raquel Silva,

Isaltina Coelho, Kauê Bellettine, pela descontração e coleguismo que me ajudaram,

com concelhos, durante essa caminhada. Adoro vocês !!!

A minha querida amiga Ariane Antony, parceira, guerreira, que sempre

esteve ao meu lado, com sua alegria e otimismo, nunca me deixou desanimar.

Em especial a minha amiga Jessica Medeiro, que mesmo, sem ter muito

tempo, estava disposta a me ajudar. Obrigada!

A minha Orientadora Professora Edina Regina Baumer, por ter aceitado o

meu convite, e por todos os seus ensinamentos, por ser esta pessoa maravilhosa que

tem o poder de nos acalmar quando estamos aflitos e angustiados. Obrigada

Professora Edina, pelo seu apoio e carinho.

Aos meus colegas de classe, muito obrigada, eternamente lembrarei de

nossas risadas e brincadeiras.

Aos professores do Curso de Artes Visuais - licenciatura, pela dedicação e

carisma, sempre a nossa disposição.

A meu Deus maravilhoso, muito obrigada, por me conceder mais esta

conquista.

Enfim, agradeço a todos que me ajudaram a realização deste sonho.

MUITO OBRIGADA!!!

“A imagem tem a capacidade de nos

conectar com o mundo mais próximo, mas

também com o distante, com a realidade

mais individual, bem como com a social.”

Maria López F. Cão

RESUMO

As imagens estão presente em nosso cotidiano, a todo tempo estamos sendo bombardeados por imagens, adultos, jovens e crianças passam o maior tempo em frente à TV, celulares, tablets. As imagens têm um enorme poder em influenciar as pessoas e muitas vezes não nos damos contas dessa influência que pode ou não contribuir na formação das crianças. Sendo assim, o problema deste estudo foi: até que ponto as imagens contribuem na formação da criança no ensino fundamental, anos iniciais? Considerou como campo de pesquisa, a Escola Otavio Manoel Anastácio e foi realizada com quatro pedagogas e uma professora de Artes Visuais, formação em Educação Artística. O objetivo geral foi investigar o papel das imagens, apresentados às crianças do ensino fundamental, anos iniciais, observando sua contribuição no processo de formação integral. E como objetivos específicos: verificar quais as imagens são mais frequentes no trabalho diário da sala de aula, nas diversas disciplinas; identificar as formas com que os professores do ensino fundamental, anos iniciais, estão trabalhando as imagens expostas em sala de aula, seja nas paredes ou em outros materiais didáticos; perguntar aos professores se eles já observaram o que chama a atenção das crianças nas imagens apresentadas. Para a fundamentação teórica dialogo com seguintes autores Becker (2010), Dias (2012), Ferraz e Fusari (2009), Macedo (2007), Martins e Tourinho (2012), Nascimento (2010), Nunes (2010), Rebouças (2012), Rosário (2009) e alguns documentos norteadores da educação como propostas curriculares e os PCN (1998 - 2000). Esta pesquisa se insere na linha de pesquisa Educação e Arte do Curso de Artes Visuais Licenciatura da UNESC e se caracteriza como descritiva, com abordagem qualitativa e quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa bibliográfica e de campo. Para coleta de dados, foram entrevistadas cinco professoras, sendo quatro pedagogas e uma de Artes Visuais. A partir dos resultados, percebe-se que a grande maioria das professoras tem uso frequente da imagem em seus conteúdos. Pode-se concluir que é fundamental dialogar com nossos alunos sobre as diversas imagens que nos rodeiam e que visualizamos constantemente no dia a dia. Sendo assim identificamos a necessidade de promover um curso para os professores da Escola Otavio Manoel Anastácio, que, certamente, ampliará o seu repertório de metodologias para trabalhar com as imagens no cotidiano da sala de aula. Conclui-se também que o ensino da Arte é de extrema importância na educação de crianças, jovens e adultos e que a arte contribui na formação, da criança, e o professor juntamente com a família, trabalhando juntos terão uma resposta transformadora, no processo de ensino e aprendizagem. Por que arte é vida. Palavras-chave: Imagem. Professores. Escola. Olhar.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Imagem 1 - Arte Rupestre ........................................................................................ 14

Imagem 2 - Céu Azul ................................................................................................ 15

Imagem 3 - O Mendigo ............................................................................................. 16

Imagem 4 - Amor Maior ............................................................................................ 17

Imagem 5 - Barbie Humana ...................................................................................... 20

Imagem 6 - Ken Humano .......................................................................................... 21

Imagem 7 - Artista Carlos Vergara (Monotipia, sobre lona Crua) ............................. 24

Imagem 8 - Produções dos alunos 7 ano do Ensino Fundamental ........................... 24

Imagem 9 - Produções dos alunos do 7 ano do Ensino Fundamental ...................... 25

Imagem 10 - Antiga Escola Otavio Manoel Anastácio (Atual CEI) ............................ 31

Imagem 11 - Escola Otavio Manoel Anastácio ......................................................... 32

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

PCA Proposta Curricular de Araranguá

PCSC Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina

PCN Parâmetros Curriculares Nacionais

CEI Centro de Educação Infantil

UNESC Universidade do Extremo Sul Catarinense

P1 Entrevistado

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

2 A IMAGEM ............................................................................................................. 14

2.1 A IMAGEM NA MÍDIA.......................................................................................... 18

2.2 A IMAGEM NA ESCOLA ..................................................................................... 22

3 FORMAÇÃO DA CRIANÇA NA ESCOLA: QUAL O OBJETIVO? ....................... 26

4 O QUE DIZEM OS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE AS

IMAGENS NA ESCOLA............................................................................................ 31

5 PROJETO DE CURSO .......................................................................................... 40

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 43

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45

APÊNDICE (S) .......................................................................................................... 48

APÊNDICE A - ENTREVISTA ................................................................................... 49

ANEXO (S) ................................................................................................................ 50

ANEXO A - AUTORIZAÇÃO DO USO DE IMAGEM, FALA E ESCRITA .................. 51

ANEXO B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO

PARTICIPANTE ........................................................................................................ 52

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1 INTRODUÇÃO

Em virtude das experiências nas aulas de Linguagem Cinema e Educação,

com o professor Juliano de Campos despertou em mim interesse pela influência das

imagens, já que a todo momento estamos conectados a essa nova era, com as

tecnologias, os meios de comunicação, através de programas televisivos, filmes,

revistas, objetos, cartazes, internet, enfim, uma explosão de imagens constante. As

aulas fizeram-me notar os produtos audiovisuais como uma ferramenta muito utilizada

em meu local de trabalho, no Centro de Educação Infantil, em Araranguá, no bairro

Jardim Cibeli. Um uso que percebi sem muitos objetivos de aprendizagem, apenas

um artifício para distrair as crianças, geralmente para as mesmas ficarem mais quietas

e comportadas. Esse incômodo que senti me fez refletir e chegar na constituição de

minha questão de pesquisa: até que ponto as imagens contribuem na formação

da criança no ensino fundamental, anos iniciais?

Essa inquietação me faz pensar sobre as crianças de hoje, integradas ao

mundo virtual antes mesmo de desenvolverem sua linguagem materna, muitas vezes

influenciadas pelos próprios pais, com intuito de atrair sua atenção e acalmá-las. É

uma realidade que estamos vivenciando constantemente, não podemos julgar e nem

discriminar, mas sim achar um meio, uma forma de contribuir na formação das

crianças, até para que elas possam entender esta explosão de imagens, sem que as

mesmas percam a vontade de criar e imaginar. Diante disso, uma coisa é certa,

estamos em um mundo de transformações, e nossa identidade, vai se adaptando e

se modificando ao longo do tempo e isso interfere no dia-a-dia. Segundo Buoro (2003,

p.38) “na verdade, a criança que pretendemos livre, solta, criativa, só pode existir

dentro de uma linguagem criada sobre ela e para ela, e é daí que deve partir o

trabalho.”

Portanto, na presente pesquisa trago as seguintes questões norteadoras:

Qual a influência da imagem na formação da criança? O que é de fato ensinado com

as imagens dispostas nas salas de aula? O que chama a atenção das crianças?

Televisão, internet e outros meios de representação da imagem influenciam a criança?

O que a criança vê? Que relações ela cria entre tais imagens?

Diante dessas aflições que em mim provoca, busquei através, desta

pesquisa, investigar o papel das imagens da mídia, apresentadas às crianças do

ensino fundamental, anos iniciais, observando sua contribuição no processo de

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formação integral. A pesquisa teve também os objetivos específicos de verificar quais

as imagens mais frequentes no trabalho diário da sala de aula, nas diversas

disciplinas; identificar as formas com que os professores do ensino fundamental, anos

iniciais, estão trabalhando as imagens expostas em sala de aula, seja nas paredes ou

em outros materiais didáticos; perguntar aos professores se eles já observaram o que

chama a atenção das crianças nas imagens apresentadas.

Esta pesquisa se insere na linha de pesquisa Educação e Arte do Curso de

Artes Visuais Licenciatura que, entre outros objetivos, propõe a reflexão a partir de

estudos sobre estética, culturas e suas implicações com a arte e a educação. Como

diz Laraia (2006, p.52), “linguagem humana é um produto da cultura, mas não existiria

cultura se o homem não tivesse a possibilidade de desenvolver um sistema articulado

de comunicação [...].”

Se caracteriza como qualitativa:

[...] se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. (MINAYO, 2009, p.21-22).

Quanto a natureza é uma pesquisa básica na tentativa de analisar e refletir

como está a imaginação e o olhar de nossas crianças, com relação as imagens da

mídia, expostas em seu cotidiano, que visualizam diariamente, não somente nas suas

residências, mas também na escola.

Para Minayo (2009, p.17) a pesquisa é:

[...] a atividade básica da Ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente à realidade do mundo. Portanto embora seja uma prática teórica, a pesquisa vincula pensamento e ação.

A partir do meu objetivo geral, investiguei o papel das imagens da mídia,

imagens expostas no ambiente escolar, apresentados às crianças do ensino

fundamental, series iniciais, observando sua contribuição no processo de ensino

aprendizagem. Minha pesquisa se caracteriza como descritiva com o procedimento

técnico da entrevista estruturada (Apêndice A) com as professoras do ensino

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fundamental, sobre o uso das imagens da mídia expostas no seu ambiente escolar.

Dirigi a cada uma delas uma autorização do uso da imagem (Anexo A).

Após descrever e analisar a fala dos professores, foi possível refletir sobre

o papel da imagem: se contribui ou não na formação da criança no ensino

fundamental. De acordo com Calvino (apud GIRARDELLO, 2001.p.1), “em meio ao

diluvio de imagens pré-fabricadas [...] estamos correndo o risco de perder uma

capacidade humana fundamental: a capacidade de pôr em fora visões de olhos

fechados [...] de pensar por imagens.”

Início a escrita do Trabalho de Conclusão de Curso com o capítulo intitulado

‘A imagem’, subdividido em temas que tratam da imagem na mídia e na escola.

Fundamento com os autores Buoro (2003), Martins e Tourinho (2012), Oliveira (2006),

Rebouças (2012), Dias (2012), Lemos (2007) Barroso (2006) Macedo (2007). Em

seguida escrevo sobre os objetivos da formação da criança na escola, baseando-me

principalmente em Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96),

Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), Proposta Curricular de Araranguá (2014)

Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina (2014) Trago também os autores

Rosário ( 2009) e Ferraz e Fusari ( 1999) e depois disso apresento e analiso os dados

coletados pelo questionário, fundamentando-os no referencial teórico constituído por

Nascimento (2010), Macedo (2007), Nunes (2010), Dias (2012), Becker (2010) e

Martins (2010).

Para finalizar elaboro uma proposta de curso onde pretendo oportunizar

aos professores da educação básica, uma nova reflexão sobre a presença das

imagens nas escolas e nas salas de aula.

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2 A IMAGEM

A história da imagem é muito mais antiga do que imaginamos. Muito antes

da escrita, o homem já desenhava nas paredes das cavernas. “Uma das primeiras

referencias da existência humana na terra aparece nas imagens artísticas.” (BUORO,

2003, p.19).

Imagem 1 - Arte Rupestre

Fonte: Disponível em: <http://historiainte.blogspot.com.br/2013/07/o-significado-da-arte-rupestre.html>.

A imagem 1 dá uma ideia de como foram surgindo as manifestações do

homem primitivo, há muitas representações feitas por esses povos, a representação

do seu cotidiano, sua caça, sua sobrevivência; alguns estudos, falam que o homem

acreditava que se ele desenhasse na parede da caverna, seriam abençoados. “Nesse

sentido, pode-se dizer que a Arte está presente no mundo desde que o homem é

homem.” (BUORO, 2003, p.19). Hoje na contemporaneidade, há diversas formas de

representação e apresentação da imagem. Sendo assim, cada pessoa terá a sua

leitura de imagem, a sua visão, o seu entendimento.

As imagens podem articular informações, significados e valores que influenciam e até mesmo orientam/direcionam as pessoas a se posicionar em relação as ideias, a formar opinião sobre problemas e situações e, principalmente, a construir algum tipo de interação e compreensão sobre o mundo em que vivem. (MARTINS; TOURINHO, 2012, p.11).

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Neste primeiro capitulo trarei algumas imagens para uma reflexão, imagens

que presenciamos no dia a dia, e também imagens que nos tocam ou causam

estranhamento. A todo momento estamos repletos de imagens, seja de nossa casa,

do quarto, da cozinha, do jardim, das árvores, das nuvens, do abajur favorito, mas não

nos damos conta dessa quantidade de imagens de uma vida, cheia de histórias para

contar. “As ideias, afetos e sentidos que nos acessam através dessas membranas

móveis chamadas de imagens, nutrem o nosso imaginário, impactam e expandem

nossas referências indetitarias.” (MARTINS; TOURINHO, 2012, p.10). As imagens

marcam nossas vidas, é uma das formas de nos relacionarmos com o mundo, ajudam

a nos construir.

A primeira imagem que apresento é uma imagem bela que vivenciamos em

nosso cotidiano, para muitas pessoas pode causar vários sentimentos e sensações.

Imagem 2 - Céu Azul

Fonte: Disponível em: <http://www.comregras.com/descongelamento-das-carreiras-o-ceu-em-2018/ceu-azul/>.

A figura apresenta - um céu lindo, azulado, com as nuvens esbranquiçadas

- pode nos revelar diversos sentimentos ou até mesmo a imagem nos revelar outras

imagens, vai depender da concepção de cada pessoa pois “como se sabe as imagens

podem desempenhar vários papéis.” (OLIVEIRA, 2006, p.23). A leitura de uma

imagem é variável e minha percepção sobre a Imagem 2, traz um sentimento de paz,

luz divina, mas o que o outro sentirá ao certo não sabemos.

Segundo Martins (2012, p.15), “imagens. Imagens. Imagens. Nosso olhar

sobre elas nos desvela o quanto elas são imagens intercessoras. Elas, por si mesmas,

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nos impelem sensações, pensamentos, lembranças, inexplicáveis sentimentos [...].”

Imagem 3 - O Mendigo

Fonte: Disponível em: <http://jansendosLEIROS.-mendigo-de-emaus-do-livro-contos-do.html>.

Já na imagem 3 trago uma fotografia de uma pessoa, sentada na calçada

pedindo esmola, é uma imagem que nos toca. Quando olhamos para ela vimos um

homem, sentado estendendo sua mão, mas não nos perguntamos por que ele está

sentado na calçada? O que levou essa pessoa a essa situação? Ou talvez, nos

perguntamos; mas não temos coragem de perguntar para o sujeito por que ele está

ali, sujo, com roupas rasgadas, enfim necessitando de ajuda ou apenas uma palavra

de conforto. Como diz a autora Rebouças (2012, p.257):

Sabemos que, absorvidos na contemplação de uma paisagem ou provocações por uma situação ou por um objeto qualquer, em nossas ações cotidianas, somos sensibilizados pelo mundo repleto de situações, significativas para nós. Basta interrompermos nossos afazeres e notá-las.

Às vezes preferíamos, fechar os olhos, ao invés de interpretar as imagens.

Vimos o que nos convém, o que nos agrada.

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Imagem 4 - Amor Maior

Fonte: Arquivo da pesquisadora (2017).

A imagem 4 me tocou muito e cada vez que olho para ela me apaixono

ainda mais. Essa imagem eu tive o privilégio de registrar, na viagem para Bienal de

Curitiba, em outubro deste ano, quando caminhava em grande grupo rumo a um

espaço cultural da cidade; me deparo com essa pessoa, cuidando de uma cachorra

com seus filhotes, mesmo com toda dificuldade em que ele mesmo se encontra, o seu

amor pelo animal é maior. Como citei no parágrafo acima, estamos rodeados de

imagens em nosso cotidiano, imagens que podem ou não nos agradar, ou

simplesmente nos apaixonar.

[...] todas as realidades visuais, as visualidades, sejam elas quais forem, que afetam os sujeitos em seus cotidianos. É o mundo das imagens, que expressam e definem a nossa forma de pensar e viver, que vai bem além das categorias da história da arte tradicional e que já não pode ser estudado com os mesmos conceitos que antes eram utilizados, como por exemplo, para a pintura, escultura e arquitetura. (DIAS, 2012, p.60-61).

A imagem na contemporaneidade, pode se tornar também uma

preocupação para a cultura visual dos sujeitos e segundo Dias (2012, p.68), “[...] a

prática da visualidade pode ficar atrelada ao tempo ‘presente’ como se o

indivíduo/comunidade não tivesse articulações com o seu passado e futuro.” O autor

explica:

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Corre-se o risco de esses sujeitos não terem acesso ao patrimônio artístico histórico de outras culturas realizadas em outros lugares, noutros tempos; perde-se o espaço da ambiguidade discursiva das temporalidades e especialidades. Desse modo, diminua-se a possibilidade de os sujeitos reconhecerem modalidades incomuns de sentidos produzidos e consumidos

além do que estão habituados. (DIAS, 2012, p.68).

É natural que tenhamos mais familiaridade com certas imagens que

vivenciamos, seja pelo contexto histórico ou social em que nos encontramos, no

entanto é necessário discutir e refletir sobre as visualidades de outros tempos e nesse

sentido, o ensino da arte pode contribuir muito. Um poema, uma representação visual,

uma produção audiovisual, seja qual for a narrativa da imagem, elas podem fazer parte

ainda mais da vida das pessoas se conhecermos diversas questões que envolvem as

múltiplas representações da imagem. Neste estudo, em especial, apresentamos uma

discussão com as imagens da mídia e com as imagens em geral, estão no ambiente

da escola.

Sendo assim, no próximo subcapítulo, intitulado como ‘A imagem na Mídia’,

discutiremos sobre a influência das imagens da mídia na sociedade, que vem

crescendo cada vez mais, influenciando crianças, jovens e adultos.

Consequentemente para este diálogo, trago alguns autores que discutem sobre a

papel da imagem da mídia e os meios de comunicação.

2.1 A IMAGEM NA MÍDIA

A influência da mídia na sociedade vem crescendo através dos programas

de TV, rádio, internet, jornais impressos e revistas. E muitas vezes, através de suas

narrativas, estão influenciando as pessoas. Navarro e Ursi (2013) ao falar de Aumont

(1993) trazem a ideia de que:

As imagens, isso é inegável, há mais de 100 anos multiplicam-se quantitativamente em proporções impressionantes e sempre crescentes. Além disso, percebemos que essas imagens invadem nossa vida cotidiana, que seu fluxo não pode ser contido. Donde o sentimento difundido de que vivemos na verdade a era da imagem, a ponto de os profetas mais ou menos inspirados anunciarem regularmente, com tristeza ou regozijo, a morte da escrita. (AUMONT, 1993 apud NAVARRO; URSI, 2013, p.2).

É importante mencionar que hoje com o aumento da população e da

violência nas cidades, uma boa parte das famílias mora em apartamentos, o contato

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com outras pessoas é menor, referente a criança é menor ainda. Então muitos não

têm outra opção a não ser ficar em frente à televisão, muitas vezes com programações

não adequadas para sua faixa etária. Spricigo (2012), ao falar de Davis (2002)

discutiram sobre esta temática:

A televisão [...] é um veículo que seduz multidões, sem distinção de idade, sexo ou condição social. Ela fascina crianças, atrai os jovens, os adultos e serve de companhia aos mais velhos. Nenhum meio de comunicação prende tanto a atenção de tantas pessoas como a TV. Por isso, é um veículo polêmico, com ardorosos defensores e muitos críticos, igualmente apaixonados. (DAVIS, 2002 apud SPRICIGO, 2012, p.10).

Alguns autores criticam as redes de comunicação, especialmente a

televisão, como um mal para as crianças. Pois ao invés de estarem correndo e

brincando, que é extremamente importante para o seu desenvolvimento: praticar

exercícios e interagir com as pessoas. Spricigo (2012, p.31) ao falar de Davis (2000)

acredita que “[...] o excesso de tempo diante da telinha impede que os pequenos

desenvolvam outros tipos de relacionamentos, tenham outros contatos e

envolvimentos culturais, lúdicos e efetivos.”

Mas alguns autores defendem que a criança tem livre escolha. Segundo

Spricigo (2012, p.31) ao falar de Greenfiled (1988) em seus estudos diz que “[...]

crianças que veem muita televisão tem melhores aptidões para construir conceitos de

relações espaço-temporais, para compreender as relações entre o todo e suas

partes.”

Mas de fato a mídia tem muito poder em influenciar os adultos e jovens e

principalmente as crianças, já que “o mundo infantil se tornou um grande mercado”,

afirma Lemos. (2007, p.49). A cada dia surge um novo produto a ser comercializado

e o maior consumidor a ser atingido é o público infantil. Através de propagandas,

filmes, brinquedos, revistas e diversos outros objetos infantis, as empresas atraem a

atenção, admiração e o encantamento, aumentando o consumismo, das crianças, dos

pais, dos tios, da família, enfim da população.

As crianças, adolescentes e adultos, ficam fascinados por esses produtos

publicados na mídia. Uma imagem da mídia que foi muito influenciadora na minha

infância foi a boneca Barbie e sonhava ser como ela - confesso que ainda sou

fascinada pela imagem da boneca, o que chama atenção é o seu corpo - e hoje

presencio minha sobrinha, não só apenas brincando com a boneca, mas sua

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fascinação vai mais além: ela tem a cortina no quarto, a colcha na cama, o carro da

Barbie, roupa, bolsa, enfim vários produtos com a imagem da boneca. Nesse caso o

que vemos é a exploração do brinquedo em outros produtos, gerando maior poder de

comercialização.

A boneca Barbie é um dos brinquedos que conquistou as crianças de

algumas décadas sendo que foi lançada em 1959. Até hoje é um dos brinquedos

amplamente vendidos. A influência que a boneca tem entre as crianças é assustadora:

hoje homens e mulheres buscam se tornar a Barbie e Ken, buscam pela perfeição do

corpo, para chegar aos padrões de beleza da boneca. A primeira da lista a ficar mais

idêntica a imagem da boneca é a ucraniana de 28 anos. Segundo a reportagem no

site extra.globo.com - intitulada ‘Barbies e Kens 1Humanos: Conheça os ‘Bonecos’ da

Vida Real’ - existem imagens de mulheres e homens que se submeteram a fazer

várias cirurgias plásticas, para ficarem com a aparência idêntica a esses personagens.

Barbie e Ken.

Imagem 5 - Barbie Humana

Fonte: Disponível em: <https://extra.globo.com/.../barbies-kens-humanos-conheca-os-bonecos-da-vida-real-1>.

1 Barbie e Ken – São bonecos criados na década de 1959. A Mattel começou a produzir as bonecas Barbie ainda naquele ano, vendendo-as a 3 dólares cada uma. O sucesso foi enorme tendo-se vendido cerca de 340 mil bonecas, o que levou a que fossem idealizados novos modelos. Disponível em: <http://origemdascoisas.com/a-origem-da-barbie/ acesso: 28 de novembro de 2017.

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Imagem 6 - Ken Humano

Fonte: Disponível em:<https://extra.globo.com/.../barbies-kens-humanos-conheca-os-bonecos-da-vida-real-1>.

Assim vemos que mesmo com o passar do tempo, as meninas adoram e

algumas sonham serem igual a boneca, e algumas acabam se tornando Bonecas

Humanas, como podemos ver nas ilustrações da imagem acima. Não é ficção, é

realidade.

Barroso (2006, p.93), salienta em seu artigo, sobre o ‘Uso da imagem pela

mídia’ que:

A publicidade demonstra, de modo contundente, como as necessidades humanas são criadas, formadas e deformadas pela ação das palavras e das imagens sobre o ser falante. Os anúncios publicitários são sempre ricos de promessas de felicidade. Para obter tal efeito, estabelecem uma associação entre o objeto divulgado, a sua posse e a satisfação de anseios de toda ordem, a saber, a vontade de poder, de prestígio, de reconhecimento e de todo tipo de vaidade que promove a ilusão de completude. Cada anúncio é uma promessa de realização de ideais aos quais o eu poderá ter acesso, desde que seja bom consumidor. Mas, para que essa engrenagem funcione, é necessário o uso de imagens capazes de seduzir e influenciar o consumidor.

Consequentemente, essas imagens da publicidade provocam no sujeito o

desejo de ser, de ser aquela imagem da propaganda, como as atrizes lindas, com

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seus cabelos lindos, leve, suaves e principalmente com físico magro. Essa imagem

de padrão de beleza que a mídia divulga, para muitos traz consequências gravíssimas,

e cometem loucuras, para estar dentro dos padrões, tomando remédios, se

alimentando mal, exigindo de seu corpo, um resultado imediato. A imagem da mídia

nos influencia a ser pessoas que não precisamos ser.

Circulamos pela cidade e, a todo instante, somos convocados a ver imagens do discurso publicitário, apresentados em outdoors, em revistas, em vitrines, na televisão e em outros suportes, construindo sentidos que influenciam tanto as nossas ações como, por vezes, a concepção que temos de nós mesmo, do que usamos e necessitamos. Elas apresentam-se com diferentes figuratividades, plasticidades e estéticas, e atingem em suas diversidades uma multiplicidade de pessoas de diferentes faixas etárias, gênero, lugares e formações. Para os leitores apresentados, ali estão formas e cores distribuídas num espaço planar que provocam determinados efeitos, como o de surpresa, admiração, outras vezes de estranhamento, ou ainda sensações de familiaridades, de identificação, que provocam desejos. (REBOUÇAS, 2012, p.256-257).

As imagens são muito atraentes e as crianças e adultos facilmente ficam

impressionadas. Esse assunto é muito discutido na sociedade atual, afinal, estamos

falando do futuro do nosso país, da nossa cultura, do nosso legado. A mídia, com o

seu sistema de ideias, está cada vez mais padronizando a visão do mundo. Há um

número grande de pessoas assistindo e visualizando uma mesma narrativa, e se

deixando ser influenciada por essa explosão de imagens. Tudo se agrava quando

vemos essa explosão de imagens da mídia e outras, nos corredores, paredes e outros

espaços da escola. Para darmos continuidade ao assunto escrevo um pouco sobre as

imagens expostas no ambiente escolar, a partir de minhas experiências no estágio II

(disciplina obrigatória no 6º semestre do curso de licenciatura), com a turma do 7º do

ensino fundamental.

2.2 A IMAGEM NA ESCOLA

A partir de minhas experiências como aluna e também estagiaria, neste

capítulo quero trazer alguns pensamentos e reflexões sobre as imagens no ambiente

escolar. Quando menciono a palavra imagem, o que vem inicialmente em minhas

lembranças no ambiente escolar, são os semblantes de alguns professores que foram

marcantes em minha vida. Esses professores, além exercer sua função, trabalhando

seus conhecimentos para formação do sujeito, agiam também com o coração, sempre

23

auxiliando e lutando para que seus alunos se tornassem pessoas melhores a cada

dia. Acredito que essa imagem seja marcante para muitas pessoas, pois sabemos da

importância do professor na construção do sujeito.

Mas em um ambiente escolar são muitas imagens que podem nos remeter

a diversas sensações e sentimentos, pelo menos para algumas pessoas.

Ao caminhar pelos corredores das escolas, sempre me desperta muitas

lembranças, imagens dos momentos divertidos que vivemos, as brincadeiras e

apresentações de teatro e dança, momentos inesquecíveis. Segundo Bonatto (2012,

p.126), “[...] em cada respiração/fragmento de texto são rastros de diferentes

experiências. Imagens, marcas, referências.”.

Em um de meus estágios, algo que chamou muita minha atenção e fiquei

surpreendida, foi não visualizar nenhum trabalho exposto nos corredores e salas de

aula. O que se destacava era as marcas de pisadas dos tênis dos alunos nas paredes.

Me perguntei: por que estou surpresa? Será que estamos habituados a ver os murais

cheios de trabalhos expostos?

Macedo (2007, p.112), salienta em seu artigo:

Quanto aos murais das salas de aula e dos corredores das escolas, por exemplo, podemos passar por eles totalmente indiferentes, sem lhes dedicar atenção? Ao vê-los, percebê-los como imagens, interagimos com eles de alguma maneira. São pensamentos e perguntas que nos vêm, narrativas que desenvolvemos, apreciações, comparações e críticas que fazemos, relações que estabelecemos, enfim. São múltiplas formas de contato que estabelecemos com as histórias individuais e coletivas das pessoas que, de alguma forma, participaram da sua confecção ou interagiram com eles. Nosso imaginário, fio do tecido que é o imaginário social em que estamos imersos, começa a produzir significados e sentidos.

Por meio dessas experiências referentes à imagem na/da escola, pude

perceber o significado e a importância para alguns alunos, que os mesmos tinham

vontade de criar, de mexer em diferentes materiais. Sendo assim, no estágio II

(disciplina obrigatória no 6º semestre do curso de licenciatura), com a turma do 7º ano

do ensino fundamental, resolvi trabalhar a arte contemporânea a partir da

contextualização da vida e obra do artista Carlos Vergara, que despertou ainda mais

o interesse dos alunos. Em uma de nossas atividades a proposta foi desenvolver uma

pintura através da técnica da monotipia (Imagem 6), depois de conhecermos a forma

como o artista Carlos Vergara desenvolvia essa técnica em suas produções. Com a

finalização das produções dos alunos, como já estava previsto em meu plano de aula,

24

realizamos uma exposição de seus trabalhos e os alunos ficaram encantados. Esse é

um aspecto importante: perceber que para alguns alunos - e outras pessoas - as

imagens expostas podem ter um significado afetivo, desde que se considere o

contexto e que haja um diálogo sobre o assunto e não um encaminhamento apenas

do fazer por fazer. Ou ainda, um simples ver e aceitar o que a imagem propõe.

Imagem 7 - Artista Carlos Vergara (Monotipia, sobre lona Crua)

Fonte: Disponível em: <https://www.leilaodearte.com/leilao/2016/junho/29/carlos-vergara-sem-titulo-7108/>.

Imagem 8 - Produções dos alunos 7 ano do Ensino Fundamental

Fonte: Arquivo da pesquisadora (2017).

25

Imagem 9 - Produções dos alunos do 7 ano do Ensino Fundamental

Fonte: Arquivo da pesquisadora (2017).

A escola está sempre com grandes desafios, e um deles hoje é a

multiplicidade das imagens, que vem se tornando ainda mais forte, pois as crianças e

jovens e adultos, hoje, parecem preferir todos os meios tecnológicos. Bonatto (2012,

p.139) cita Desgrandes (2006) quanto à influência da imagem na contemporaneidade

quando alerta para a “infinidade de novos procedimentos espetaculares que imprimem

um tom ficcional ao dia a dia e nos deixam expostos a um turbilhão de informações

que se renovam a cada instante.”

É de extrema importância que os professores trabalhem questões

relacionadas às visualidades, pois a todo tempo visualizamos diversas imagens nos

programas de TV, jornais, revistas, internet, vídeos no Youtube, enfim, é uma

diversidade de imagens. Assim sendo, independentemente da infraestrutura da

escola, os alunos estão visualizando essa explosão de imagens.

Concluo então que a palavra para definir a ação do professor perante essas

preocupações, seria ‘ressignificar’, promover que os alunos atribuam mais significados

para coisas, para as imagens que os rodeiam, pois quando trabalhamos a imagem

com o olhar atento e sensível em sala de aula o aluno pode pensar, sentir, interrogar,

imaginar e até mesmo ir - no sentido de conhecer - a lugares que nunca havia pensado

em visitar. Assim sendo, sabendo da importância de se trabalhar diferentes linguagens

no ambiente escolar, no terceiro capítulo - intitulado como ‘Formação da Criança na

Escola: Qual o objetivo?’ - defenderei o ensino da arte, a partir de documentos

norteadores da educação brasileira e autores.

26

3 FORMAÇÃO DA CRIANÇA NA ESCOLA: QUAL O OBJETIVO?

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB Lei 9394/96) é o

documento que rege toda a organização escolar e estabelece os princípios e fins da

educação nacional. Inicia definindo:

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Em outros artigos o documento vai orientando o trabalho educativo nos

diversos níveis da educação brasileira e no artigo 26, trata da composição dos

currículos.

Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013). § 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil. § 2o O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório da educação básica. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017). (BRASIL, 1996).

A arte está presente a todo instante e muitas vezes não notamos como ela

é importante em nossas vidas, dessa forma é muito bom ver a lei maior que rege a

educação, contemplar também essa área do conhecimento. Segundo a Proposta

Curricular de Araranguá, essa história começou no ano de 1980 quando “surge o

movimento Arte-Educação para valorizar o professor de Arte e pensar novas formas

de aprimoramento de seu trabalho. Os conteúdos agora são reconhecidos como

próprios da arte e ligados cultura artística.” (ARARANGUÁ, 2014, p.126). A arte, nos

constrói para o mundo. Segundo Ferraz e Fusari (1999, p.17) “gradativamente, vamos

dando forma às nossas maneiras de admirar, de gostar, de julgar, de apreciar - e

também de fazer - as diferentes manifestações culturais de nosso grupo social e,

dentre elas, as obras de arte.” Por isso é importante que as crianças tenham o

conhecimento da história da arte. De acordo com a Proposta Curricular de Santa

Catarina (SANTA CATARINA, 2014, p.101):

27

Uma criança pequena lida com a linguagem experimentando e buscando dominar os instrumentos necessários para interagir com o outro. Já, mais tarde, a criança compreende e apropria-se do instrumento para refinar a linguagem artística em sua forma de interação. É, pois, importante considerar que cada sujeito, é marcado pela arte, a seu tempo de vida e pelas experiências diferenciadas mediadas pela Arte na interação com outro no plano da cultura e da história.

Portanto é fundamental trabalhar a arte na escola desde a educação infantil

pois a escola “é um dos locais onde os alunos têm a oportunidade de estabelecer

vínculos entre os conhecimentos construídos e os sociais e culturais.” (FERRAZ;

FUSARI, 2009, p.19). Que o mesmo se sinta à vontade de criar e se expressar por

meio da arte. A arte é cultura, ao assumimos o papel de educadores e cidadãos temos

o dever de possibilitar o conhecer arte junto às crianças, jovens e adultos para melhor

compreendermos o passado, vivermos bem o presente e podermos projetar um futuro

melhor. De acordo com o Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL,1998, p.63):

O aluno aprende com mais sentido para si mesmo quando estabelece relações entre seus trabalhos artísticos individuais, em grupos, e a produção social de arte, assimilando e percebendo correlações entre o que faz na escola e o que é e foi realizado pelos artistas na sociedade no âmbito local, regional, nacional e internacional.

Vivemos em um país, que possui uma diversidade de ações, culturais,

sociais e econômicas na sociedade brasileira. Dessa, forma a PCSC afirma que o

aluno é um “sujeito que, nas experiências de vida e nas relações com outros sujeitos,

com a natureza e com as estruturas e instituições sociais, faz apropriações de mundo

mediadas por diferentes linguagens.” (SANTA CATARINA, 2014, p.26-27). Sendo

assim sabe-se da importância, na formação da criança, do contato com a arte, “em

outras palavras, o valor da arte está em ser um meio pelo qual as pessoas expressam,

representam e comunicam conhecimentos e experiências.” (FERRAZ; FUSARI, 2009,

p.18).

Assim sendo, sabemos da transformação que a escola pode promover na

vida das pessoas, e em especial o ensino da arte, pois a arte está em nossas raízes,

e quando falamos em arte este assunto ainda é muito discutido em nossa sociedade,

principalmente por que a arte está em uma transformação constante, transformações

essas que fazem parte do nosso dia a dia. Segundo Ferraz e Fusari (2009, p.25):

A Arte, assim como as demais áreas de conhecimento na escola, é importante para a nossa formação individual e a consciência de nossa cidadania.

28

Queremos ter oportunidades para perceber, analisar e conversar, por exemplo, sobre nossas escolhas de formas, cores, nossa admiração por certas músicas ou nosso gosto por certas cenas, moda, danças, objetos artísticos e pelas pessoas que os produzem.

Além disso, quando assumimos o papel de professor de Artes, a nossa

responsabilidade é grande, pois através da arte proporcionamos o aluno experiências,

instigamos o olhar da criança do jovens e adultos para compreenderem saberes

significativos. A Proposta Curricular de Araranguá (2014, p.127) quando cita Pilotto

(2008), diz que “a arte no currículo é fundamental, pois possibilita um olhar mais amplo

e complexo sobre o patrimônio cultural da humanidade; mais ainda, nos permite refletir

sobre que sujeitos somos nós, construtores também de patrimônio.”

Assim sendo, a escola tem os seus objetivos a serem desenvolvidos e um

de seus principais, segundo a Proposta Curricular de Araranguá (2014, p.126), é

“perceber, explorar e ressignificar o contexto cultural onde se vive, situando-se nele.”

Aqui remetemos nosso pensamento para as Artes visuais, cujo ensino,

segundo o PCN (BRASIL, 1998, p.45), deve envolver diversas formas:

As artes visuais, além das formas tradicionais (pintura, escultura, desenho, gravura, arquitetura, artefato, desenho industrial), incluem outras modalidades que resultam dos avanços tecnológicos e transformações estéticas a partir da modernidade (fotografia, artes gráficas, cinema, televisão, vídeo, computação, performance). Cada uma dessas visualidades é utilizada de modo particular e em várias possibilidades de combinações entre imagens, por intermédio das quais os alunos podem expressar-se e comunicar-se entre si de diferentes maneiras.

Não podemos deixar de mencionar a importância também da família estar

junto a escola. Nós, educadores, temos que sempre pensar no bem-estar do aluno,

para que isso tenha um bom resultado, é fundamental que família também

desempenhe o seu papel. Em seu artigo 12, a LDB n. 9.394/96 afirma que:

Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: [...] VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; [...] VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação dada pela Lei nº 12.013, de 2009). (BRASIL, 1996).

Sendo assim, cabe a nós educadores planejarmos formas para atrair os

pais para dentro da escola, não somente em reuniões formais, mas também

29

promovendo ações e práticas para que o mesmo se envolvam e participam de

atividades junto a seu filho. Para que enfim, escola e família possam conquistar os

seus objetivos que tem em comum, garantir a formação de um sujeito crítico, que não

tenha medo de enfrentar os seus obstáculos.

Portanto é fundamental que o professor trabalhe diferentes tipos de

linguagem, que oportunize a ressignificação junto aos alunos e que esse mesmo se

sinta à vontade de criar e se expressar por meio da arte, ou de outras formas, em suas

atividades na escola. Vale ressaltar que:

Está área também favorece ao aluno relacionar-se criadoramente com outras disciplinas do currículo. Por exemplo, o aluno que conhece arte pode estabelecer relações mais amplas quando estuda um determinado período histórico. Um aluno que exercita continuamente sua imaginação estará mais habilitado a construir um texto, a desenvolver estratégias pessoais para resolver um problema matemático. (BRASIL, 2000, p.19).

Conhecendo a arte o aluno, poderá ampliar seus conhecimentos sobre uma

grande diversidade cultural, hábitos e costumes de diferentes culturas, locais,

regionais e internacionais. Poderá explorar sua imaginação criadora, por que o ensino

criador favorece para o aluno vivenciar um momento “no qual conhecer é também

maravilhar-se, divertir-se, brincar com o desconhecido, arriscar hipóteses ousadas,

trabalhar duro, esforçar-se e alegrar-se com descobertas.” (BRASIL, 2000, p.35).

Para muitas crianças, a escola pode ser o primeiro espaço em contato com

a arte, por isso é de grande importância que o professor, em seu ensinamento, usufrua

de seus saberes, para instigar o potencial imagético, criador do ser humano como

afirmam Ferraz e Fusari (2009, p.87):

As aulas de arte constituem-se um dos espaços onde as crianças e jovens podem exercitar suas potencialidades perceptivas, imaginativas ou fantasiosas. [...] Sentir, perceber fantasiar, imaginar, representar, faz parte do universo infantil e acompanham o ser humano por toda vida.

Conclui-se que o ensino da Arte é de extrema importância na educação de

crianças, jovens e adultos e que a arte contribui na formação, da criança, e o professor

juntamente com a família, trabalhando juntos terão uma resposta transformadora, no

processo de ensino e aprendizagem. Por que arte é vida.

Consequentemente no capítulo seguinte, intitulado como ‘O que dizem os

professores do ensino fundamental sobre as imagens na escola’, irei contar um pouco

30

da história da Escola Otavio Manoel Anastácio, onde desenvolvo minha pesquisa de

campo, com quatro pedagogas e uma professora de Artes, buscando respostas para

minha questão problema: até que ponto as imagens contribuem/prejudicam a

formação da criança no ensino fundamental, anos iniciais?

31

4 O QUE DIZEM OS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE AS

IMAGENS NA ESCOLA

Neste capítulo, trago parte da história da Escola Otavio Manoel Anastácio,

no município de Araranguá. Os dados obtidos referentes a história da escola foram

pesquisados no Projeto Político Pedagógico da escola e também alguns relatos de

das primeiras professoras que ajudaram, pela existência da escola. Me alegra escutar

as pessoas contando como se originou a escola onde estudei e me formei no ensino

fundamental e onde hoje faço a pesquisa de campo para o meu trabalho de conclusão

de curso.

Imagem 10 - Antiga Escola Otavio Manoel Anastácio (Atual CEI)

Fonte: Arquivo da pesquisadora (2017).

32

Imagem 11 - Escola Otavio Manoel Anastácio

Fonte: Arquivo da pesquisadora (2017).

Antigamente o Bairro Jardim Cibeli pertencia ao Bairro Mato Alto, o que

dividia o bairro era a BR101, viu-se a necessidade e preocupação de formar uma nova

comunidade, pois uma boa parte das crianças tinham que atravessar a BR101, para

estudar. Nessa época, eram poucos moradores na comunidade, haviam poucas casas

e muitos terrenos. Professores juntamente, com a comunidade, pediram autorização

da Secretaria da Educação, para alugar uma casa, seria a primeira escola, loteamento

Jardim Cibeli, na rua José Carlos Silvano, sendo assim, começou a funcionar no dia

04 de março de 1985 e era mantida pela Prefeitura de Araranguá. A casa era pequena,

dividida em duas partes. Haviam três professoras: Cleiamar Wollesnschlager,

Terezinha Anastácio e Maricelda dos Santos, tendo uma servente, Rosa Maria

Anastácio, que inclusive trabalha na mesma função até hoje, amada pelas crianças.

Deu início as atividades, com muito amor e dedicação e ajuda da comunidade.

Um ano depois em 1986 deu-se início a construção de uma nova escola, o

terreno foi doado pelo Sr. Pedro Cristiano. 2 terrenos no Loteamento, Três Ponteiras,

a escola possuía 04 salas de aula, 02 banheiros, secretaria e cozinha e entrou em

atividade, em 1986.Com passar dos anos viu-se a necessidade de contratar mais

professores para a unidade, passou a ter 9 professores de 1ª a 4ª série e Pré-escolar,

assim funcionou até 1988. Entre os anos de 1988 e 1989, teve mudanças de diretoria,

mas foi no ano de 1989, que foi encaminhado o pedido para implantação da 5ª a 8ª,

no ano seguinte veio a reposta e foi concedido.

33

Com o passar dos anos, e com as mudanças na administração municipal,

no ano de 1997, que assume o novo prefeito, Primo Menegalli e Mariano Mazzuco,

ainda na administração do prefeito Menegali foi construído um novo prédio (imagem

8), em frente a outra escola (imagem 7). Inclusive hoje é a atual creche, Centro de

Educação Infantil, do bairro Jardim Cibeli, onde estou estagiando e trabalhando com

a professora Terezinha Anastácio, que foi uma das primeiras professoras da Escola,

e a mesma conta que na aquela época era apenas uma casinha de madeira e não

havia cozinha, o morador ao lado da escola cedia sua casa para que fossem

preparadas as refeições dos alunos.

Em 2006, com a nova lei do Sistema Municipal de Educação de Araranguá,

houve a implantação do Ensino Fundamental de Nove anos e a escola passou a ter

educação infantil e fundamental do 1ª ano ao 9º.

O Projeto Político Pedagógico (2014, p.12) da escola diz que:

Art. 18 - O ensino Fundamental, segundo a Art. 35 da LDB 9394/96, terá por objetivo a formação do cidadão, mediante: I - Desenvolvimento da capacidade de aprender e de socializar o que aprendeu, tendo como meios básicos o domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - Compreensão do ambiente natural e social dos sistemas políticos e da autodeterminação dos povos, dos valores e, que se fundamenta na sociedade, da tecnologia e das artes; III - Desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades de formação de atitudes e valores; IV - A formação da consciência crítica e a aquisição de capacidade de organização para a transformação social; V - O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços, da solidariedade humana e da tolerância em que se assenta a vida social.

A Escola Otavio Manoel Anastácio, atualmente, é administrada pelo

prefeito Mariano Mazzuco e Primo Jr. Tem como Diretor Manoel Soares, Orientadora

Alexandra C. Medeiros e Auxiliares Maísa Soares Ferreira e Andreia da Silva Inácio,

com 7 pedagogos, 9 professores de áreas especificas, 3 serviços gerais e 9

estagiários. A escola está passando por alguns problemas, infelizmente a quadra que

estava sendo construída, não está mais, o processo licitatório está parado. As crianças

estão brincando na quadra, mas é uma preocupação para os professores, pois está

inacabada. Como já estagiei na escola e a frequento diariamente pois meu filho

também estuda nesta unidade escolar, consequentemente já conheço, mas com a

autorização do Diretor pude andar pela escola, não como mãe e estagiaria, mais

apenas para observá-la um pouco melhor, com outros olhos, nessa minha caminhada,

e conversando com profissionais da unidade. Descobri que a escola, tinha uma sala

34

de informática, mas como precisavam de mais uma sala de aula, a sala de informática

foi desativada para receber os alunos do 9ª ano.

Segundo o Projeto Político Pedagógico da escola (2014, p.14):

Art. 15 - A implantação do Ensino Fundamental de nove anos em 2006, justifica-se pela alteração na LDB nº 9394/94, em seus artigos 6º, 32 e 87, ocorrido pela Lei Federal nº11.274 de 06/02/06, a resolução nº03 de 03/08/05 da CNEB, e a Deliberação nº03/06 – CEE com obrigatoriedade do Ensino Fundamental, aos 6 (seis) anos de idade, com duração de nove anos.

A escola, hoje tem dez salas de aula, uma biblioteca, 2 banheiros para os

alunos, e um para os professores, sala dos professores, um refeitório grande e

coberto, uma área coberta, aonde são feitas as apresentações das crianças em

algumas datas, como dia das mães, festa junina, e sala da secretaria. As condições

da unidade estão precisando muito de uma reforma, uma ampliação da unidade, pois

não há um parquinho para os alunos brincarem, a construção do Ginásio está parada,

há muita coisa a fazer, em minha visão.

A unidade, infelizmente também não tem sala de Artes e nem sala de vídeo,

a única forma das crianças terem acesso a imagens, são pelo Datashow,

Retroprojetor, TV, ou livros e revistas o que já é uma grande vitória, em ter estes

equipamentos, pois sabemos que não é todas as escolas que os possuem e que

auxiliam o professor.

Observando melhor a escola há muitas imagens expostas nos corredores

como os trabalhos dos alunos da educação infantil e do ensino fundamental, não

apenas da disciplina de Artes, mas também das demais, e é somente nos corredores

que são expostos os trabalhos dos alunos.

Vejo também que há muitas imagens nas salas de aulas, geralmente

imagens do alfabeto, tabuadas, regras da sala, imagens de bom comportamento e as

imagens da mídia: personagens de super-heróis e até os emoticons imagem de

animação do aplicativo WhatsApp. Essas imagens encontramos nas portas e em

diversos espaços, não apenas em corredores, ou em sala de aulas, nos armários,

muitas vezes trazendo junto uma mensagem. Para Macedo (2007, p.14):

Estamos diante da multiplicidade, diversidade e complexidade que caracterizam as práticas que se desenvolvem nas escolas. É possível, e é isso que notamos, que as professoras façam usos diferenciados desses espaços de divulgação e socialização de saberes que podem ser os murais.

35

Essa autora comenta em seu artigo que pode existir um preconceito a

respeito dos murais, pois sabemos que há professores dispostos a fazer um trabalho

significativo para aluno e outras “gostam mais das salas bonitas e arrumadas”, mas

esquecem do objetivo das imagens na escola, para o aluno. (MACEDO, 2007, p.114).

Nessa direção fiz a coleta de dados, para perceber o papel das imagens

apresentadas às crianças do ensino fundamental, anos iniciais, na Escola Otavio

Manoel Anastácio. A pesquisa de campo foi realizada com quatro Pedagogas pós-

graduadas e uma professora de Artes Visuais, formação em Educação Artística,

habilitação em Artes Plásticas pela Unesc. As professoras entrevistadas já exercem

sua profissão entre 14 e 25 anos; as pedagogas atuam do Pré ao 5º ano e a professora

de Artes atua do Pré ao 9º ano. Nesta análise vamos denominá-las de P1, P2, P3, P4

e P5.

A primeira pergunta que fiz foi: em geral, que tipos de imagens existem

na sala de aula em que você trabalha com as crianças?

Quatro professoras citaram cartazes e vídeos; outras imagens citadas

foram alfabeto e imagens impressas no retroprojetor ou Datashow, de acordo com o

conteúdo abordado (P5). Destacamos a resposta da P2: “Tudo é ligado a

alfabetização, escrita leitura e a matemática, imagens de valores, de comportamento

o tempo cronológico e clima, as imagens de geografia demonstração com o globo.”

Percebemos pelas respostas das participantes, que muitas dessas

imagens são produzidas por elas, ou por materiais didáticos já direcionados para o

aprendizado e sobre isso Macedo (2007, p.114) diz que as “paredes, janelas, portas

e armários são também ocupados com cartazes, textos, mapas e gráficos que estão

a comunicar experiências, intenções, percursos de estudos realizados etc.” E ainda

que, “nessa criação, na produção cotidiana de imagens nas escolas, estão presentes

diferentes concepções, valores, sentimentos, e eles podem ser entendidos como

pistas sobre as práticas das professoras e dos alunos que buscamos compreender.”

(MACEDO, 2007, p.12).

Em seguida perguntei para as professoras: qual a influência da imagem

na formação da criança? P3 e P4 afirmam que a imagem desperta o interesse da

criança. As demais professoras citaram que facilita a organização de ideias, e retém

melhor o conteúdo.

P1 respondeu: “A imagem é o princípio, ela é influente, os alunos falam da

cor da imagem, é o primeiro contato.”

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Segundo Nascimento (2010, p.16), “as imagens materializam as ideias

sobre infância, contribuem para sedimentar a maneira de vê-la, registrá-la e interpretá-

la, bem como para insinuar deslocamentos interpretativos ou multiplicidades de

pensamentos.”

Já na terceira pergunta perguntei para as professoras, o que é de fato

ensinado com as imagens que estão dispostas nas salas de aula (nas paredes,

murais e/ou livros)? Tivemos diferentes respostas: “É trabalhado a literatura infantil,

trabalho os valores, o incentivo à leitura. As vezes eles pegam o livro e comentam

sobre as imagens, o contato com a imagem é o início para ver se eles gostam ou não.”

(P1).

“A escrita chama atenção para a palavra, o símbolo para a letra,

matemática para os números; no visual dos números é o desenho das mãos, assim

visualizando e aprendendo. Tudo é o visual é o princípio de tudo principalmente para

os pequenos, tem que ter um cartaz para eles lembrar e gravando.” (P2).

“Dificuldades ortográficas, leitura e escrita etc.” (P3).

“O que é exposto em sala de aula está relacionado com a aprendizagem,

pois como falei trabalho com a alfabetização é necessário trabalhar com imagem.

Também nos livros tem a história só de imagens onde eles fazem a leitura da mesma.”

(P4).

“De fato usando a imagem o ensinamento fica por conta da concretização

do assunto através desse estimulo visual.” (P5).

Macedo (2007, p.16), salienta em seu artigo que:

Apesar da ideia de que a palavra é e deve ser hegemônica nas escolas e de observarmos que a presença de imagens nas aulas de séries posteriores fica restrita às aulas de artes (quando elas existem), os alunos não deixam de observar e criar as suas próprias imagens nos seus jogos e brincadeiras, suas formas livres de comunicação e expressão de sentimentos e valores. As professoras das séries posteriores às que os alunos começam a ler e escrever também fazem uso das imagens em seu trabalho, apesar dessa hegemonia. Mesmo tendo a responsabilidade de promover o ensino da escrita e seu aprimoramento, trazem as imagens das fotografias, feitas por elas mesmas e os alunos, as de revistas, livros e jornais, as criadas pelas crianças nos seus desenhos, além dos mapas, gráficos e tabelas que são fontes para as pesquisas sobre os temas que estudam ou mesmo servem de ilustrações para estes. O uso e a criação de imagens são constantes no cotidiano das salas de aula e das escolas.

Dando continuidade seguimos para quarta pergunta: você observa o que

chama a atenção das crianças, quando elas estão falando sobre algumas

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imagens na sala de aula? P1, P2, P3 e P4 afirmam que sim, que as observam

quando estão envolvidas com literatura infantil, gibis, livros, textos e no “conteúdo

relacionado com a imagem.” Destacamos a resposta da P5 que diz: “o que mais

chama atenção das crianças numa imagem é o colorido, a nitidez, a relação que ela

faz com o cotidiano e assim consegue ligar com o novo.”

Para Becker (2010, p.92):

Essas imagens elas assistem, consideram e absorvem, comparam, ressignificam ou descartam informações, de acordo com o que desperta ou não o seu interesse. Essas experiências visuais possibilitam, então, concepções sobre nossos modos de ver e ser, que podem ser aceitas ou não.

Perguntei para as professoras se a televisão, internet e outros meios de

representação da imagem influenciam a criança. Quatro professoras afirmaram

que sim, ela influencia e é muito importante para as crianças e elas adoram.

Destacamos a resposta de P5: “com certeza todos estímulos visual

influenciam as crianças e quando oportunizamos discussão sobre a imagem.”

Segundo Dias (2010, p.284):

Vivemos imersos em um mundo tecnológico visual extremamente sofisticado e difícil, em que as imagens que usamos no cotidiano para nossa comunicação, instrução e conhecimento transformaram-se em uma mercadoria valiosa e indispensável. Consequentemente, os estudantes necessitam compreender como e por que são seduzidos por um imaginário do cotidiano e de que forma podem mediar essa relação com os sujeitos agentes.

Pensando no que as participantes responderam e no que a citação afirma,

volto novamente ao problema deste estudo e às preocupações que me motivaram

para estabelecer minha questão de pesquisa: até que ponto as imagens

contribuem/prejudicam a formação da criança no ensino fundamental, anos iniciais?

Segundo Nunes (2010, p.165):

Nas salas de aula, as imagens ganham relevância de trabalho pedagógico, no momento que percebemos suas influências para/com/ nas crianças. Elas não só vivenciam uma nova cultura visual, como também interagem e corporificam os discursos por ela produzidos e transmitidos.

Para concluir as perguntas perguntei as professoras: no dia a dia da sua

sala de aula, você oportuniza a discussão sobre a imagem? Como você avalia a

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participação da criança nessas discussões? Que relações ela consegue

estabelecer?

Na primeira pergunta, as cinco professoras afirmaram que sim, que

oportunizam, a discussão e que “é visível o interesse do aluno pelo conteúdo.” (P5).

Na pergunta seguinte, tiveram diferentes respostas referente a avaliação.

P1 respondeu que avalia pelos relatos que os alunos fazem sobre o seu próprio

desenho; P2 avalia pela participação e considera a ‘questão da simbologia mesmo’.

(P2). P4 avalia através de leituras. P3 respondeu: “Através de produções de textos

dou uma imagem e eles tem que contar a história de acordo com a imagem que estão

visualizando.”

E P5 afirmou: “a imagem facilita para ele (o aluno) porque no momento que

a gente está falando, fica abstraído, pega uma palavra ou outra [...] com a imagem ele

vai juntando com o que o professor falou e dali a dois ou três dias, ele realmente

aprendeu e vai lá memória e busca.”

Com essas respostas podemos observar que a discussão sobre as

imagens não é consistente e planejada, visto que nenhuma participante detalhou

sobre ‘como’ propõe essa discussão.

Esse fato observado pode se dar porque:

Considerando-se que a principal missão da escola, desde os últimos anos da educação infantil, ao início do ensino fundamental, seja iniciar as crianças no mundo da palavra escrita, a utilização de imagens, ilustrações, exercícios de desenho, em auxílio do processo de alfabetização, ganha versões as mais variadas, que vão de exercícios para aumentar o controle do movimento da mão, a cartazes e ilustrações diversos que ajudam a memorizar palavras, letras, sonoridades. (MARTINS, 2010, p.237).

No entanto, sobre as relações a criança consegue estabelecer ao

visualizar as imagens, três professoras responderam que as crianças percebem

mais do que a gente.

“Tudo é importante a imagem é fundamental.” (P1).

“Nossos alunos são crianças que estão acompanhando as tecnologias

existentes eles têm a grande maioria acesso a mesma.” (P4).

“Ele consegue visualizar, concretizar e organizar suas ideias estabelecendo

uma relação com o texto e ativando com mais facilidade a memória posteriormente.”

(P5).

Segundo Dias (2010, p.282):

39

O aspecto da visualidade, que se refere a nosso modo de olhar, ver, contemplar, fitar, mirar, observar, testemunhar, examinar, vislumbrar, olhar de relance, espiar, espreitar, e entrever o mundo, é particularmente relevante para a construção da representação do conhecimento e revela a necessidade de uma exploração adicional dos conceitos da comunicação e representação cultural.

Podemos concluir então que seria muito importante explorar mais e mais

as imagens que fazem parte do cotidiano da escola, abrindo oportunidades para a

criança falar sobre o que vê e com o que relaciona o que vê contribuindo assim com

o que afirma Dias (2010, p.284) ao ressaltar que:

[...] a cultura visual não se ocupa, somente com o visual, mas com outras formas sensoriais de comunicações, e não se concentra somente nos fatos e artefatos visuais observáveis, mas também se volta para os modos e os diversos contextos da visão e representação.

Nessa direção Nunes (2010, p.168) diz que:

[...] o sujeito é produzido nas práticas culturais que vivencia, cotidianamente, e são nessas práticas que estão escritas as relações de poder, onde o sujeito, institui maneiras de olhar a si mesmo e o mundo ao seu redor. O sujeito se torna participante de uma cultura, porque passa a compartilhar significados e a interpretar o mundo [...].

Vemos assim, a partir da análise acima, o quanto é importante refletirmos

sobre as imagens no ambiente escolar, instigando o olhar de nossas crianças e

jovens, para melhor compreensão das visualidades. Diante desta perceptiva, concluo

que a imagem é fundamental e base principal para conhecimento e desenvolvimento

do ser humano, e por meio dela, as crianças ampliarão a “leitura, apreciação,

interpretação e análise”, preparando-se para se construir como um sujeito crítico no

seu meio social. (FERRAZ; FUSARI, 2009, p.70).

Sendo assim, no próximo capítulo, trago um projeto de curso de

capacitação para os professores da Escola Otavio Manoel Anastácio, com intuito de

ampliar o olhar dos professores para essa possibilidade.

40

5 PROJETO DE CURSO

TÍTULO: Conversando sobre o olhar

EMENTA: Possibilidades de trabalhar com a imagem na escola

PROPOSTA DA CARGA HORÁRIA: 8 horas.

PUBLICO ALVO: Professores da Escola Otavio Manoel Anastácio.

JUSTIFICATIVA

A partir da análise da pesquisa percebemos a importância em dialogar com

nossos alunos sobre as diversas imagens que nos rodeiam e que visualizamos

constantemente no dia a dia. Sendo assim identificamos a necessidade de promover

um curso para os professores da Escola Otavio Manoel Anastácio, que, certamente,

ampliará o seu repertório de metodologias para trabalhar com as imagens no cotidiano

da sala de aula.

Segundo Ferraz e Fusari (2009, p.71):

É muito importante, ainda, que o educador saiba analisar as imagens, cenas e sons que compõem o cotidiano das crianças de hoje. E que, em conjunto com outros educadores, saiba encontrar os jeitos de desenvolver, com qualidade, a parte que lhe compete na formação educativa, individual e coletiva da infância.

O intuito desse curso é promover uma reflexão entre os professores para

reconhecermos a importância de discutir, junto aos seus alunos, a explosão de

imagens ao nosso redor, para melhor entendimento e compreensão do mundo. Esse

pensamento vai ao encontro do que dizem Ferraz e Fusari (2009, p.65) quando dizem

que o conhecimento vem das “experiências assimiladas em interação com as outras

pessoas. É, pois, inserida no ambiente afetivo e cultural que a criança vai desenvolver

seu processo de socialização” e a escola pode tornar-se cada dia mais, o espaço ideal

para a apropriação e socialização das diversas formas de olhar para e conversar sobre

as imagens.

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OBJETIVO GERAL

Oportunizar a ampliação do olhar dos professores sobre a diversas

possibilidades de apreciação da imagem na escola.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conhecer parte dos dados obtidos na pesquisa;

Realizar a experiência de refletir sobre algumas imagens, olhando e

conversando sobre o que veem;

Participar de uma oficina de elaboração de metodologias para a

apreciação da imagem na escola.

METODOLOGIA

1º Encontro: 4 h/a

O curso será na Escola Otavio Manoel Anastácio, em um dos períodos

destinados à formação continuada de professores (semana pedagógica). Iniciaremos

com a apresentação de parte dos dados obtidos na pesquisa desenvolvida com quatro

pedagogas e uma professora de Artes Visuais. Para dar mais consistência à

discussão, antes deste encontro distribuirei o artigo ‘Leitura de imagem e Cultura

Visual: desenredando conceitos para a prática educativa’ da autora Maria Emília

Sardelich, que discute conceitos sobre propostas de leitura de imagens. Assim, no

momento da roda de conversa, este texto poderá servir de base para discutirmos

sobre a influência das imagens no ambiente escolar. Após a discussão sobre a

influência da imagem, solicitarei a os professores que tragam imagens do cotidiano,

para oficina que se realizará no próximo encontro. Em seguida agradecerei a presença

de todos.

2º Encontro: 4 h/a

No segundo encontro, iniciaremos a oficina de elaboração de metodologias

para a apreciação da imagem na escola. Faremos alguns exercícios: o primeiro será

42

em grande grupo, assistindo ao clip da cantora Katy Perry - Swish Swish e falando

sobre suas impressões diante dessa produção audiovisual; o segundo exercício será

em dois grupos menores, a partir de imagens impressas, coloridas, em A4, produções

de arte e outras não artísticas, do nosso cotidiano, onde os mesmos apreciarão as

imagens e em seguida conversarão sobre o que visualizaram. Pedirei que elaborem

uma pequena escrita sobre cada imagem. Depois colocaremos as imagens em um

mural, para que todos olhem e troquem ideias sobre elas, conversando sobre o que

cada um vê e relaciona. Na parte final do encontro, em duplas ou trios, os professores

deverão elaborar metodologias possíveis de desenvolver junto aos seus alunos na

escola e apresentarão suas propostas para agregar contribuições de todos.

43

6 CONCLUSÃO

Com as respostas das quatro pedagogas e uma professora de artes da

Escola Otávio Manoel Anastácio, do município de Araranguá - SC pude perceber que

elas possibilitam e oportunizam a discussão da imagem com seus alunos. As

professoras ainda salientam que, de fato, a internet e outros meios de comunicação,

influenciam a criança, mas comentam que é importante esse contato com as imagens,

para experiência dos mesmos. Além de que esses recursos podem dar um auxílio

para o professor formular as suas aulas.

Confesso ficar surpreendida com as respostas pois não imaginava o quanto

as mesmas trabalhavam as imagens e o quanto afirmam ser fundamental trabalhar a

imagem em seus conteúdos. Algo muito relevante, que demonstra o quanto é

importante serem trabalhadas as imagens na escola, pois sabemos que contribui na

formação das crianças, jovens e adultos, especialmente para tornarem-se cada vez

mais sujeitos críticos e pensantes.

Com as várias leituras de autores que discutem sobre a influência da

imagem, pude confirmar que a imagem é influenciadora, seja no ambiente escolar,

social ou cultural. O presente trabalho não só ampliou meu olhar para imagens mas

revelou para mim, a partir dos pensamentos dos autores, como faz-se necessário que

seja discutida em sala de aula, a forma como cada um vê e contextualiza as imagens

a partir de sua cultura. E que de fato todos os meios de comunicação influenciam de

alguma forma as pessoas, mas também amplia nosso repertório visual pois possibilita

a irmos a lugares, que talvez nunca chegaremos a conhecer. Assim, percebi e

compreendi ainda mais sobre as imagens, expostas em nosso cotidiano, que podem

ou não atrair a nossa atenção, e também podem trazer diversos sentimentos e

sensações.

Consegui alcançar os objetivos do estudo e espero ter contribuído neste

trabalho de conclusão de curso, para a reflexão sobre importância de se trabalhar a

cultura visual, em sala de aula, seja qual for a disciplina. Mas é importante ressaltar,

que a arte está presente, não só nas disciplinas de Arte, mas em nossas vidas;

respiramos arte. Por isso a importância do ensino da arte na escola, enfatizando ainda

mais a apreciação das imagens, o olhar e o se expressar sobre o que se vê.

Finalizando, reconheço que esta pesquisa colaborou muito para minha

formação acadêmica: hoje tenho uma nova visão referente às imagens presentes na

44

escola; consigo compreendê-las como uma possibilidade a mais de contribuirmos na

formação dos alunos da educação básica, que possam ‘ver’ mais e melhor durante o

seu período dentro da escola, mas também fora dela.

45

REFERÊNCIAS

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47

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APÊNDICE (S)

49

APÊNDICE A - ENTREVISTA

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE UNESC

CURSO DE ARTES VISUAIS – LICENCIATURA

ORIENTADOR: ÉDINA REGINA BAUMER

ACADÊMICA: AIRANA DA SILVA ELIAS

ENTREVISTA COM PROFESSOR (P5)

Identificação do entrevistado:

Nome da Escola: Escola Básica Otavio Manoel Anastácio

Formação:

Turmas em que atua:

Tempo de serviço:

1. Em geral, que tipos de imagens existem na sala de aula em que você trabalha com

as crianças?

2. Na sua opinião, qual a influência da imagem na formação da criança?

3. O que é de fato ensinado com as imagens que estão dispostas nas salas de aula

(nas paredes, murais e/ou livros)?

4. Você observa o que chama a atenção das crianças, quando elas estão falando

sobre algumas imagens na sala de aula?

5. Televisão, internet e outros meios de representação da imagem influenciam a

criança?

6. No dia a dia da sua sala de aula, você oportuniza a discussão sobre a imagem?

Como você avalia a participação da criança nessas discussões? Que relações ela

consegue estabelecer?

50

ANEXO (S)

51

ANEXO A - AUTORIZAÇÃO DO USO DE IMAGEM, FALA E ESCRITA

Eu,______________________________________ (ESTADO CIVIL),

___________________(PROFISSÃO), ______________________ portador(a) da

carteira de identidade nº (NÚMERO), _______________ expedida pelo (ÓRGÃO

EXPEDIDOR), ______________inscrito(a) no CPF sob o nº

(NÚMERO)___________________, residente e domiciliado(a) no (ENDEREÇO),

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

autorizo, de forma expressa, o uso e a reprodução de minha imagem, do som da

minha voz, sem qualquer ônus, em favor da pesquisa do acadêmico AIRANA DA

SILVA ELIAS do Curso de Artes Visuais da UNESC sob orientação do Prof. Édna

Regina Baumer para que o mesmo os disponibilize como dados da pesquisa de campo

em seu Trabalho de Conclusão de Curso.

Por esta ser a expressão da minha vontade, declaro que autorizo o uso acima descrito

sem que nada haja a ser reclamado a qualquer título que seja sobre direitos à minha

imagem, conexos ou a qualquer outro.

Local e data: _________________________________________________________

Assinatura: __________________________________________________________

Identificação na pesquisa:

Destaque abaixo o nome que gostaria de ser identificado na pesquisa

___________________________________________________________________

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC UNIDADE ACADÊMICA DE HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO CURSO DE ARTES VISUAIS – LICENCIATURA

52

ANEXO B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO

PARTICIPANTE

Estamos realizando a coleta de dados para o Trabalho de Conclusão de Curso

intitulado (sugira um título).

O (a) sr (a): ________________________________________________ (Ex:

secretário de cultura, gerente, diretor, professor) Diretor da

______________________________ (Secretaria, Escola, Instituição) foi plenamente

esclarecido de que autorizando a coleta de dados desse projeto na (nome da

instituição), estará participando de um estudo de cunho acadêmico, que tem como um

dos objetivos (seu objetivo geral).

Embora o (a) sr(a) venha a aceitar a participar neste projeto, estará garantido que a

unidade escolar no qual representa poderá desistir a qualquer momento bastando

para isso informar sua decisão. Foi esclarecido ainda que, por ser uma participação

voluntária e sem interesse financeiro o(a) sr(a) não terá direito a nenhuma

remuneração. Desconhecemos qualquer risco ou prejuízos por participar dela. Os

dados referentes a unidade escolar serão sigilosos e privados, preceitos estes

assegurados pela Resolução nº 196/96 sendo que o(a) sr(a) poderá solicitar

informações durante todas as fases do projeto, inclusive após a publicação dos dados

obtidos a partir desta.

A coleta de dados será realizada pelo acadêmico (seu nome) (seu telefone:) da 8ª

fase de Artes Visuais – Licenciatura da UNESC orientada pelo professor (seu

orientador com telefone)

Criciúma (SC)____de______________de 2017.

______________________________________________________

Assinatura do Responsável pela Instituição