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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
BRUNA PASINI
MANUELA BALESTRERI
INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS GÊNERO, ESCOLARIDADE E
FAIXA ETÁRIA SOBRE O NÍVEL DE ANSIEDADE AO
TRATAMENTO ODONTOLÓGICO:
ESTUDO COM ADULTOS EM SITUAÇÃO NÃO CLÍNICA.
Itajaí (SC), 2011
1
BRUNA PASINI
MANUELA BALESTRERI
INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS GÊNERO, ESCOLARIDADE E
FAIXA ETÁRIA SOBRE O NÍVEL DE ANSIEDADE AO
TRATAMENTO ODONTOLÓGICO:
ESTUDO COM ADULTOS EM SITUAÇÃO NÃO CLÍNICA.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista pelo Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.
Orientadora: Profª. Elisabete Rabaldo Bottan.
Itajaí (SC), 2011.
2
BRUNA PASINI
MANUELA BALESTRERI
INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS GÊNERO, ESCOLARIDADE E
FAIXA ETÁRIA SOBRE O NÍVEL DE ANSIEDADE AO
TRATAMENTO ODONTOLÓGICO:
ESTUDO COM ADULTOS EM SITUAÇÃO NÃO CLÍNICA.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista, Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí, aos XX dias do mês de setembro do ano de dois mil e onze, é considerado aprovado.
Profª MSc Elisabete Rabaldo Bottan (Presidente)______________________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
Profª Dra. Silvana Marchiori Araújo _______________________________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
Prof. Dr. Fabiano Rodrigues Palma __________________________________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
3
DEDICATÓRIA
Primeiramente dedico este trabalho a Deus por sempre me guiar e me
iluminar a cada decisão a ser tomada.
À minha mãe e meu pai, os quais amo muito e me apoiaram em todos os
momentos da minha vida.
Aos meus irmãos por tudo que me ajudaram até hoje.
Ao meu namorado, pelo carinho, compreensão e companheirismo.
À Daiane Rostirola, minha irmã do coração.
Bruna Pasini
Dedico este trabalho aos meus pais, Nilson e Neiva e meus irmãos
Eduardo e Marina pelo apoio e por acreditarem em minhas escolhas, ao meu
namorado Renan pela dedicação e companheirismo em todo momento.
Manuela Balestreri
4
AGRADECIMENTOS
É difícil agradecer todas as pessoas que, de algum modo, nos momentos
serenos e ou apreensivos, fizeram ou fazem parte da minha vida, por isso
primeiramente agradeço a todos de coração.
Agradecimento em especial a nossa orientadora Prof ª Elisabete Rabaldo
Bottan por toda dedicação, sempre estando pronta para nos atender, pelo
carinho, incentivo e apoio no desenvolvimento e conclusão desde projeto.
Obrigada, acima de tudo por acreditar em nossa capacidade.
Agradeço a Profª Silvana Marchiori Araújo, que com muita paciência nos
incentivou no inicio do projeto.
Agradeço ao meu pai, Cleri Antônio Pasini, e minha mãe, Ivete Maria Zardo
Pasini, por dedicarem boa parte do seu tempo para auxiliarem na minha pesquisa,
o que foi fundamental. Obrigada por serem a minha referência de tantas maneiras
e estarem sempre presentes na minha vida de uma forma indispensável, mesmo
separados por alguns quilômetros. E, também, por muitas vezes terem deixado de
lado seus sonhos para acreditarem nos meus. Vocês são os responsáveis por
essa conquista, e eu os amo muito. Obrigada pela confiança e pelo amor em mim
depositados.
Aos meus queridos irmãos que mesmo distantes se fizeram presentes a
todos os instantes, um muito obrigada, vocês que aliviaram minhas horas difíceis,
me alimentando de certezas, força e alegria. A lembrança afetuosa de vocês e o
abraço carinhoso a cada reencontro fizeram com que eu chegasse ate aqui. Eu
amo vocês.
De forma especial, agradeço a meus avos, pelas orações e pelo amor que
sempre me dedicam.
Ao meu amigo e namorado, Gustavo Fernando Pisetta Rudeck, por toda
caminhada que fizemos juntos até o dia de hoje, e as pelas próximas que virão.
Por me apoiar incondicionalmente em cada momento preciso, sempre disposto a
ajudar, me dando forças quando minha vontade era desistir de tudo. Foi com você
que aprendi que com perseverança e confiança se chega ao topo da montanha,
muito obrigada meu amor pelas palavras de estímulo.
5
Agradeço à Iara Teresinha Pisetta Rudeck, ao incentivo, apoio e estímulo
para enfrentar as barreiras da vida. Você é uma pessoa iluminada, obrigada pela
simpatia e felicidade que me transmite.
Não poderia deixar de agradecer pelo companheirismo, dignidade, carinho
e amizade, da minha irmãzinha do coração Daiane Rostirola, que sempre esteve
ao meu lado nos momentos engraçados, tristes, alegres, e mesmo a distância
sempre pude contar com sua amizade. Você é uma pessoa maravilhosa.
À Manuela Balestreri, minha querida amiga que também participou da
realização deste trabalho.
Agradeço ao meu tio Ernani Tadeu Rizzi, Ana Paula Pontel, Maria Helena
Sigaleski que colaboraram para o desenvolvimento da pesquisa.
Ao Renan Bet Rodrigues, sua ajuda foi de muita importância para a
elaboração deste trabalho de conclusão.
Ás minhas gatinhas Sophia e Nina minhas companheirinhas.
Agradeço a todas as pessoas que por livre e espontânea vontade
aceitaram a participar da entrevista.
Aos meus amigos pelo convívio e amizade, compreensão e estudos.
Agradeço aos professores que desempenharam com dedicação as aulas
ministradas. E a todos os funcionários da Universidade do Vale do Itajaí que de
uma forma ou de outra contribuíram na minha vida acadêmica.
Muito obrigada, sem todos vocês esta pesquisa não poderia ser concluída.
Bruna Pasini
Meu sincero agradecimento a minha amiga Tahiana Zorzii e ao Clair
Lorenzet pela amizade, colaboração e dedicação nas semanas de pesquisa.
A Rosangela e João Batista Lajus, pela hospitalidade e atenção de forma
tão carinhosa e dedicada.
A Renan Bet Rodrigues, por desenvolver um software para auxílio
enriquecedor a este trabalho e pela paciência na minha caminhada.
Aos meus professores, pelo carinho, apoio e ensinamentos que levarei
para toda a vida.
As minhas amigas Raquel, Manú e Giulia que tiveram muita importância na
minha jornada acadêmica e pessoal.
6
Agradeço especialmente a minha dupla querida Bruna Pasini e a nossa
orientadora Elisabete R. Bottan pela dedicação, ensinamentos, disposição e
convívio, e por me fazerem acreditar sempre, tornando esse trabalho possível.
À Profª Silvana Marchiori Araújo, por nos direcionar no princípio e pelos
ensinamentos em aula.
Aos meus amigos de Joinville que sempre estiveram presentes, karina,
Dani, Tiago e Petula, agradeço sempre.
Muito obrigada às pessoas que aceitaram participar da pesquisa e a todos
que dedicaram um tempo especial a essa execução, em especial William, Leão,
Daniel e Cristiano, com muito carinho agradeço a vocês.
A essas pessoas muito obrigada.
Manuela Balestreri
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INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS GÊNERO, ESCOLARIDADE E FAIXA ETÁRIA
SOBRE O NÍVEL DE ANSIEDADE AO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO:
ESTUDO COM ADULTOS EM SITUAÇÃO NÃO CLÍNICA.
Acadêmicas: Bruna PASINI; Manuela BALESTRERI
Orientadora: Profa. Elisabete Rabaldo BOTTAN
Defesa: setembro de 2011
Resumo
Objetivo: Identificar o grau de ansiedade ao tratamento odontológico e a influência do
gênero, da idade e do nível de escolaridade na sua determinação, entre adultos.
Materiais e métodos: pesquisa descritiva, do tipo transversal, mediante o levantamento
de dados primários. A população-alvo foi constituída por sujeitos adultos, residentes em
uma cidade de Santa Catarina (Brasil). O plano amostral foi não probabilístico e a
obtenção da amostra deu-se por conveniência. O instrumento de coleta de dados foi a
Dental Anxiety Scale (DAS) modificada. Os dados foram tabulados e organizados, com
o auxilio de uma ferramenta implementada nas linguagens: HTML (HyperText Markup
Language), PHP (Hypertext Preprocessor) e banco de dados MySQL (Structured
Query Language). Resultados: 259 pessoas integraram a pesquisa; 50,6% eram do
gênero masculino e 49,4% do feminino. Quanto à faixa etária, 49,6% tinham de 18 a 24
anos e 50,4% estavam com 50 ou mais anos. E, 52,7% possuíam ensino fundamental e
47,3% ensino superior. A maioria (75%) apresentou ansiedade; 55% em grau baixo. A
maior frequência de portadores de ansiedade ficou entre as mulheres, os sujeitos de 18
a 24 anos e portadores de ensino superior. A maioria (86,5%) afirmou ter efetivado
consulta odontológica nos dois últimos anos; para 52% os motivos foram preventivos.
Nos graus mais elevados, a fequência da consulta foi menor e a percentagem dos
motivos curativos foi maior do que os preventivos. Conclusão: As variáveis faixa etária,
nível de escolaridade e gênero, pelo teste do qui-quadrado, não influenciaram
significativamente sobre o grau de ansiedade.
Palavras-chave: Ansiedade ao Tratamento Odontológico; Relações Dentista-Paciente;
Saúde Bucal.
8
SUMÁRIO
1 ARTIGO.................................................................................................... 09
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................... 25
APÊNDICE ................................................................................................. 50
9
ARTIGO A SER SUBMETIDO À PUBLICAÇÃO
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INFLUÊNCIA DOS FATORES GÊNERO, ESCOLARIDADE E IDADE NO NÍVEL
DE ANSIEDADE AO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO: ESTUDO COM
ADULTOS EM SITUAÇÃO NÃO CLÍNICA.
INFLUENCE OF THE FACTORS SORT, EDUCATIONAL LEVEL AND AGE ON
THE LEVEL OF DENTAL ANXIETY: STUDY WITH ADULTS IN NOT CLINICAL
SITUATION.
Bruna Pasini
Acadêmica do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí
Manuela Balestreri
Acadêmica do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí
Elisabete Rabaldo Bottan
Mestre em Educação e Ciências; Professora do Curso de Odontologia da Universidade
do Vale do Itajaí; Integrante do Grupo de Pesquisa Atenção à Saúde Individual e Coletiva
em Odontologia.
Silvana Marchiori Araújo
Dra. Em Oodntopediatria; Professora do Curso de Odontologia da Universidade do
Vale do Itajaí; Integrante do Grupo de Pesquisa Atenção à Saúde Individual e Coletiva
em Odontologia.
Endereço para Correspondência
Elisabete Rabaldo Bottan
Rua Uruguai, 458 – Bloco 14, sala 202 - UNIVALI - Campus de Itajaí.
Itajaí/SC - CEP: 88302-202
E-mail: [email protected]
Fone/Fax: 47-33417564
11
Introdução
A ansiedade é uma resposta do ser humano quando exposto a alguma
situação de perigo real ou imaginário. As principais características do quadro de
ansiedade são algumas sensações desagradáveis, como transpiração, dor no
estômago, batimentos cardíacos acelerados, medo intenso e tremores. A
ansiedade tem uma origem multifatorial, no entanto, geralmente, surge após
alguma experiência dolorosa vivida na infância ou por idéias negativas que outras
pessoas repassam.16,22,30,31
A ansiedade não ocorre, exclusivamente, em situações relacionadas ao
tratamento odontológico; ela, também, é comum em muitas outras áreas
relacionadas à saúde em geral, especialmente quando falamos em procedimentos
invasivos. Quando relacionada à Odontologia, a ansiedade pode ser atribuída às
grandes mutilações que ocorriam na antiguidade, quando os barbeiros
arrancavam os dentes de uma forma dolorosa e sem nenhuma técnica. Hoje em
dia, apesar de todos os avanços tecnológicos, a consulta odontológica, por si só,
ainda é uma condição estressante. E, muitas vezes, o nível de ansiedade pode
contribuir para a não efetivação rotineira da consulta, acarretando uma precária
condição de saúde bucal.1,16,17,23,28,29,31
Portanto, a atenção à saúde bucal de pacientes temerosos continua sendo
um grande desafio para os cirurgiões-dentistas. E, provavelmente, por isto se
constitua numa constante preocupação das pesquisas, na área odontológica. Os
cursos de graduação em Odontologia e os de educação continuada, mais
recentemente, têm destacado a importância do ensinamento de técnicas e/ou
estratégias que favoreçam a redução dos índices de ansiedade e medo ao
tratamento odontológico, na população em geral.
A proposição desta investigação teve por objetivo avaliar o nível de
ansiedade ao tratamento odontológico e a influência do gênero, da idade e do
nível de escolaridade na determinação do nível de ansiedade, em uma população
de adultos, residentes em um município do oeste de Santa Catarina.
Materiais e métodos
O estudo se caracteriza como uma pesquisa descritiva, do tipo transversal,
mediante o levantamento de dados primários. A população-alvo foi constituída por
12
sujeitos adultos, residentes na cidade de Chapecó (Santa Catarina). A escolha da
cidade foi determinada por conveniência.
O município de Chapecó situa-se na região Oeste, distante 630 Km da
capital do Estado; apresenta uma população de, aproximadamente, 180 mil
habitantes. Sua colonização é italiana e as principais etnias são: italiana, alemã e
polonesa.
O plano amostral foi não probabilístico e a obtenção da amostra deu-se
por conveniência. Foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: a) ter
entre 18 e 24 anos e 50 ou mais anos; b) possuir nível de escolaridade
fundamental ou superior); c) aceitar, por livre e espontânea vontade, participar da
pesquisa.
A seleção da faixa etária de 18 a 24 anos deve-se ao fato de que estes
sujeitos vivenciaram na infância, predominantemente, o modelo de Odontologia
Preventiva, cujos procedimentos são menos traumáticos, quando comparados
àqueles da Odontologia Curativa. Já, os sujeitos de 50 ou mais anos conviveram,
predominantemente, com procedimentos típicos da Odontologia Curativa.
Quanto ao nível de instrução, definido pelo número de anos de
escolaridade, as duas classes (1º e 3º graus) expressam, respectivamente, o
menor e o maior grau de informação adquirido através do ensino formal.
Para a coleta de dados, os sujeitos foram contatados em espaços públicos,
no perímetro urbano da cidade selecionada, como: áreas de lazer de
universidades, de shoppings, pontos de transporte coletivo, dentre outros. Estes
locais foram selecionados por reunirem diversos grupos de pessoas, que refletem
a população em geral.
As pesquisadoras abordavam as pessoas, apresentando-se e,
posteriormente, informando sobre os objetivos e procedimentos da pesquisa. Após
as explanações, era efetuado o convite para participarem da investigação.
Àqueles que aceitavam era solicitada a leitura e assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
O instrumento de coleta de dados (APÊNDICE A) foi um questionário
dividido em três campos. No primeiro campo, constavam três questões para se
obter informações sobre gênero, idade e escolaridade. No segundo campo, foram
incluídas duas questões sobre periodicidade e motivos da consulta odontológica.
13
O terceiro campo se constituiu de uma versão modificada da Dental Anxiety Scale
(DAS) proposta por Corah.
A DAS é uma escala psicométrica que classifica os indivíduos em
temerosos, ou não, em relação ao tratamento odontológico. A versão desta escala
consta de quatro questões, cada uma com quatro alternativas de resposta. Para
cada alternativa, é atribuído um valor, em ordem crescente, ou seja, a alternativa
“A” vale 1,0 ponto, a “B” 2,0 pontos, a “C” 3,0 pontos e a “D” equivale 4,0 pontos.
O somatório dos escores define o perfil dos sujeitos quanto à ansiedade ao
tratamento odontológico, nos seguintes termos: Até 04 pontos - indivíduo não
apresenta ansiedade; de 05 a 08 pontos - indivíduo apresenta baixo grau de
ansiedade; de 09 a 12 pontos - indivíduo apresenta moderado grau de ansiedade;
de 13 a 16 pontos - indivíduo apresenta exacerbado grau de ansiedade.
Os dados coletados foram tabulados e organizados conforme o perfil dos
oito grupos preestabelecidos, com o auxilio de uma ferramenta implementada nas
linguagens: HTML (HyperText Markup Language), PHP (Hypertext Preprocessor)
e banco de dados MySQL (Structured Query Language). Foi calculada a
frequência relativa de cada nível de ansiedade ao tratamento odontológico,
segundo o gênero, faixa etária e grau de escolaridade.
Os dados foram submetidos ao teste não paramétrico do qui-quadrado (χ2),
para se determinar a significância da influência das variáveis gênero, faixa etária
e grau de escolaridade na determinação do nível de ansiedade ao tratamento
odontológico.
O projeto da pesquisa foi submetido e aprovado pela Comissão de Ética
em Pesquisa da UNIVALI, protocolado no SISNEP sob nº 0014.0.223.000-05.
Resultados
Participou da pesquisa um total de 259 pessoas, sendo que 50,6% eram do
gênero masculino e 49,4% do feminino. A frequência sujeitos na faixa etária de 18
a 24 anos foi de 49,6% e no grupo de 50 ou mais anos foi de 50,4%. Quanto ao
nível de escolaridade, 52,7% eram do nível fundamental e 47,3% do nível
superior.
A maioria dos sujeitos pesquisados (75%) se classificou como portador de
ansiedade. A pontuação média dos graus de ansiedade avaliados segundo os
critérios da escala DAS modificada foi de 6,61 o que classifica o grupo investigado
14
como portador de baixo grau de ansiedade, sendo que a pontuação média das
mulheres foi de 7,00 e a dos homens foi de 6,22.
A frequência dos graus de ansiedade, de acordo com a escala DAS
modificada, está disposta no gráfico 1.
25%
55%
16%4%
Sem Baixo Moderado Exacerbado
Gráfico 1: Distribuição da frequência relativa das categorias que definem os graus de ansiedade do grupo investigado.
A distribuição dos graus de ansiedade segundo o gênero está representada
no gráfico 2. A frequência de mulheres com ansiedade é 1,2 vezes maior do que a
dos homens.
31
69
19
81
0
20
40
60
80
100
sem ansiedade com ansiedade
masculino feminino%
Gráfico 2: Distribuição da frequência relativa de sujeitos com e sem ansiedade, segundo o gênero.
Os dados referentes ao número de sujeitos classificados segundo os graus
de ansiedade definidos pela escala DAS modificada encontram-se no gráfico 3.
Destaca-se que, entre os sujeitos portadores de ansiedade, para ambos os
gêneros, a maior frequência é para o baixo grau de ansiedade, com percentuais
muito próximos (1,1:1,0). No entanto, para o grau exacerbado, a diferença se
amplia, havendo uma proporção de 2,4 mulheres para 1 homem (2,4:1,0).
15
31,3
52,7
13,7
2,3
18,8
57,8
18,0
5,5
0
10
20
30
40
50
60
70
Sem Baixo Moderado Exacerbado
Masculino Feminino%
Gráfico 3: Distribuição da frequência relativa das categorias que definem os graus de ansiedade do grupo investigado, segundo o gênero.
A frequência de sujeitos não ansiosos foi maior para o grupo dos mais velhos
(50 ou mais anos de idade), quando comparada ao grupo dos mais jovens, como
pode ser comprovado no gráfico 4.
21
79
30
70
0
20
40
60
80
100
sem ansiedade com ansiedade
18 a 24 anos 50 ou mais%
Gráfico 4: Distribuição da frequência relativa de sujeitos com e sem ansiedade, segundo os grupos etários.
O percentual de sujeitos em cada um dos graus de ansiedade, conforme
critérios da escala DAS modificada, segundo os grupos etários, está descrito no
gráfico 5. Nos graus moderado e exacerbado, há uma predominância dos sujeitos
com mais idade, pois o somatório da frequência para estes dois graus foi 22%,
enquanto que entre os mais jovens (18 a 24 anos) a frequência total foi de 16%.
No grau exacerbado, esta diferença se acentua atingindo uma proporção de 2,5:1.
16
21
62
14
2
30
48
17
5
0
10
20
30
40
50
60
70
Sem Baixo Moderado Exacerbado
18 a 24 anos 50 ou mais%
Gráfico 5: Distribuição da frequência relativa das categorias que definem os graus de ansiedade do grupo investigado, segundo os grupos etários.
A análise em função do nível de escolaridade evidencia que 80% dos
sujeitos portadores de ensino superior apresentam algum grau de ansiedade,
enquanto que no grupo de menos escolaridade (ensino fundamental) a frequência
é de 70% (Gráfico 6).
30
70
20
80
0
20
40
60
80
100
sem ansiedade com ansiedade
Ens. Fund. Ens. Sup.%
Gráfico 6: Distribuição da frequência relativa de sujeitos com e sem ansiedade, segundo o nível de escolaridade.
Em todos os graus de ansiedade, a predominância foi dos portadores de
ensino superior, exceto no grau exacerbado, em que os sujeitos com ensino
fundamental superam os de ensino superior (Gráfico 7).
17
30
50
137
20
61
19
10
10
20
30
40
50
60
70
Sem Baixo Moderado Exacerbado
E. Fund. E. Superior%
Gráfico 7: Distribuição da frequência relativa das categorias que definem os graus de ansiedade do grupo investigado, segundo o nível de escolaridade.
Investigou-se, também, a frequência e os motivos da consulta
odontológica. Expressivo número de sujeitos (86,5%) afirmou ter efetivado
consulta odontológica no período referente aos dois últimos anos, dentre os quais
52% afirmaram que os motivos de suas consultas foram de caráter preventivo. Ao
se analisar a frequência da consulta em função dos graus de ansiedade, verifica-
se que o não comparecimento, neste período de tempo, é mais alto entre os
sujeitos dos graus mais elevados de ansiedade (moderado e exacerbado), como
se pode observar no gráfico 8. E, similar comportamento ocorre em relação aos
motivos da consulta, pois, entre os portadores dos graus moderado e exacerbado
a percentagem de motivos curativos é bem mais expressiva, enquanto que entre
os sujeitos sem ansiedade ou de baixa ansiedade há um predomínio dos motivos
preventivos (Gráfico 9).
25,9
55,4
15,1
3,6
20,0
54,3
20,0
5,7
0
20
40
60
Sem ansiedade Baixo Moderado Exacerbado
Sim Não%
Gráfico 8: Frequência das respostas à questão “Realizou consulta odontológica nos dois últimos anos?”
18
28,0
60,1
10,2
1,7
23,9
48,6
20,2
7,3
0
20
40
60
80
Sem ansiedade Baixo Moderado Exacerbado
Preventivo Curativo%
Gráfico 9: Distribuição da frequência relativa das categorias que definem o motivo da consulta odontológica nos dois últimos anos.
A influência das variáveis gênero, faixa etária e grau de escolaridade sobre
a determinação do nível de ansiedade ao tratamento odontológico foi verificada
através do teste não paramétrico do qui-quadrado (χ2), cujos resultados indicaram
não existir diferenças estatisticamente significantes para nenhuma das variáveis
testadas.
Discussão
A ansiedade e o medo ao tratamento odontológico ainda persistem em boa
parte da população e vem sendo uma das maiores dificuldades do cirurgião-
dentista no atendimento destes pacientes. Pesquisas demonstram que a
ansiedade ao tratamento odontológico é a principal razão para que muitas
pessoas não procurem por atendimento odontológico o que, geralmente, leva a
uma deterioração da qualidade da saúde bucal destas pessoas.4,8,9,21,28
A ansiedade ao tratamento odontológico é um sério problema que afeta
grande parte da população. A prevalência deste comportamento tem sido bem
estudada em diferentes populações e culturas, nos últimos trinta anos; e, as
pesquisas indicam que ele é influenciado por fatores sócio-demográficos,
comportamentais e físicos.3
A frequência de sujeitos que manifestam ansiedade ao tratamento
odontológico varia entre 5% e 40% da população em geral.11,20,31 E, de acordo
com Maniglia-Ferreira et al.25, a prevalência geral, em países com sistema de
19
atenção à saúde bucal bem estruturado, é de mais de 20%, entre indivíduos
adultos.
As variações nas pontuações podem ser explicadas por variáveis
demográficas e por experiências relacionadas com o tratamento odontológico.2
Outro fator que pode interferir nos percentuais apresentados pelos diferentes
estudos é a metodologia de coleta de dados, pois, muito embora a grande maioria
dos trabalhos adote a escala de Corah (DAS), em muitos deles, inclusive nesta
investigação, esta escala sofreu modificações. Portanto, fica o questionamento as
diferenças encontradas devem-se aos grupos estudados ou aos instrumentos
para determinar o nível de ansiedade.
Mesmo conscientes desta limitação, vamos tecer algumas comparações
quanto às frequências dos graus de ansiedade detectadas neste estudo em
relação a outros trabalhos. Em nosso estudo, 75% dos pesquisados
apresentaram algum grau de ansiedade, muito embora a maioria deles em baixo
grau. Ao se buscar os dados relatados em outros estudos, em âmbito nacional,
percebe-se que esta frequência ficou próxima àquela relatada por dois trabalhos
desenvolvidos em cidades de Santa Catarina (Brasil)14,26, todavia um pouco
aquém daquela referida num estudo desenvolvido em São Paulo (Brasil).5
Em países mais desenvolvidos, como Alemanha, França e Noruega, os
percentuais relatados em investigações recentes11,28,3 foram inferiores àqueles
citados em diferentes contextos brasileiros. E, em países como Índia e
Bulgária24,21, os percentuais foram superiores aos relatados para a Alemanha e
França, porém, inferiores aos índices relatados por pesquisas brasileiras.
A predominância da ansiedade ao tratamento odontológico tem sido
relacionada a fatores sócio-demográficos, como gênero, idade e condição sócio-
econômica. Sobre a influência do grau de escolaridade, na população investigada,
os sujeitos com maior grau de instrução formal (ensino superior), foram os mais
ansiosos. Este comportamento difere daquele relatado em outros estudos14,11,28.
Porém, Chaves et al.5 não comprovaram uma relação significativa entre
ansiedade ao tratamento dentário e nível de escolaridade.
Quanto ao gênero, a literatura é consistente no que se refere ao fato de que
as mulheres são mais ansiosas dos que os homens12,14,9,5,11,22,16,3,24. Situação
esta que, também, se confirmou em nosso estudo. Esse tipo de comportamento
pode ser atribuído a fatores, tais como: as mulheres participam mais de pesquisas
20
do que os homens e, também, em decorrência de aspectos relativos a normas e
condutas sociais que permitem às mulheres expressarem com mais liberdade
seus anseios e expectativa.
Sobre a relação entre idade e ansiedade, alguns autores reportam que
idosos são mais temerosos do que os jovens28,22. No entanto, de acordo com
outros pesquisadores, indivíduos mais jovens são mais temerosos em relação
aos idosos10,11,16,27,3.
No grupo que investigamos, de modo geral, os sujeitos mais jovens
demonstraram ser mais ansiosos do que os sujeitos mais velhos, porém, ao se
efetuar a análise em função dos graus de ansiedade, observa-se que, para os
graus mais elevados (moderado e exacerbado), há uma inversão uma vez que a
frequência de mais idosos atinge uma proporção de 2,5:1.
Na tentativa de explicar este comportamento, levantamos duas hipóteses;
uma relacionada à limitada amostra; e, outra, à possibilidade de que os mais
velhos tenham vivenciado situações traumáticas ao longo de suas vidas as quais
tendem a ficar registradas em seu imaginário. E, esta última explicação encontra
reforço na identificação de que, entre os de mais idade, há um número expressivo
de não comparecimento regular às consultas odontológicas e, entre os que
efetivaram-na, os principais motivos estão relacionados aos aspectos clínico-
curativos, os quais, geralmente, são mais invasivos e doloridos.
No entender de Enkling, Marwinski e Jöhren11, nem todos os grupos sociais
temem o tratamento odontológico de modo semelhante. A idade, o sexo e o status
social podem afetar o nível de ansiedade. Quanto à instrução, há estudos11,12,14,28
que apontam uma relação entre o ambiente sócio-econômico e o nível de
ansiedade ao tratamento dental, destacando que quanto mais elevado for o nível
instrucional menor a frequência de ansiedade. No entanto Chaves et al.5 não
encontraram influência significativa das variáveis renda e instrução na
determinação do nível de ansiedade.
Uma experiência traumática em relação ao tratamento odontológico é a
principal razão do aparecimento e do desenvolvimento do medo à consulta
odontológica. O ambiente familiar (no sentido da teoria do modelo) e as histórias
relatadas por outras pessoas do convívio social têm influência na emergência do
medo e do seu desenvolvimento nos vários graus da ansiedade ao tratamento
odontológico. Portanto, a fuga da consulta ao dentista pode ser desencadeada
21
por fatores como: experiência dolorosa prévia, ambiente do consultório, ideias
negativas, histórias traumatizantes vividas ou repassadas por outras pessoas e o
desconhecimento em relação aos procedimentos11,28,4,22,29,18.
Investigações recentes reportam que entre os indivíduos mais ansiosos
estão aqueles que não realizam consultas com regularidade e quando a
efetivavam o fazem motivados pela dor5,28,26,16. As pessoas, em geral, acreditam
que o tratamento odontológico gera algum desconforto o que conduz a
comportamentos de medo e ansiedade, fazendo com que a ida ao consultório
odontológico seja adiada para situações limítrofes. Deste modo, a ansiedade
pode conduzir a condições de agravamento da saúde bucal 10,28,22,32,8,13,21,31,24.
O profissional, nestes casos, deverá conduzir o tratamento do modo mais
agradável possível, para a adaptação do paciente, até que a situação se torne
conhecida e não acarrete mais emoções negativas. Abordagens para o
gerenciamento desse comportamento devem ser discutidas com o paciente; ele
deve ser estimulado a efetivar visitas regulares ao dentista. A gestão eficiente da
ansiedade ao tratamento odontológico é de suma importância e esta gestão deve
consistir de uma abordagem multifacetada.
E, atualmente, há um leque de opções que podem ser empregadas para o
controle da ansiedade; são elas: abordagens não farmacológicas (comunicação,
gestão do comportamento) e anestesia local (controle da dor). Se estas
abordagens não conseguem controlar a ansiedade de forma eficaz, ou se o
clínico prevê que estas abordagens não serão suficientes, poderão ser utilizadas
as abordagens farmacológicas, como sedação inalatória, sedação e anestesia
geral 6,10,28,30,4,15,22,32,16,27,31.
Conclusão
Com base nos dados obtidos e de acordo com os critérios de análise pré-
estabelecidos, pode-se concluir com relação à ansiedade ao tratamento
odontológico, para a população avaliada, que:
- o escore médio para o grupo foi de 6,61 o que o classifica como portador
de baixo grau de ansiedade;
- o escore médio das mulheres (7,00) foi um pouco mais elevado do que o
dos homens (6,22);
22
- as variáveis faixa etária, nível de escolaridade e gênero, pelo teste do qui-
quadrado, não influenciaram significativamente sobre o grau de ansiedade.
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25
2 REVISÃO DA LITERATURA
26
César et al. (1999) relataram que o medo é, frequentemente, referido como
motivo para não realização de consulta odontológica. Os pacientes falam muitas
vezes em pavor, horror e pânico para relatar sensações associadas à
necessidade de buscar assistência odontológica. Não resta dúvida, portanto,
quanto ao papel que o sentimento de medo relacionado aos procedimentos
odontológicos exerce nos processos mentais. Este estudo abordou questões
como: até que ponto o medo atua inibindo a busca do tratamento; o chamado
medo do dentista ocorre igualmente em grupos com diferentes graus de
escolaridade; o medo ao tratamento odontológico varia segundo o sexo e a idade.
Estas questões foram estudadas junto a uma amostra composta por 10.199
indivíduos, de todas as idades, sorteada de uma população estimada em 552.674
habitantes, em janeiro de 1990, em municípios da zona oeste da região
metropolitana de São Paulo, Brasil. O instrumento de coleta de dados foi um
questionário organizado em quatorze blocos, contendo questões abertas e
fechadas. Os resultados apresentados foram 31,8% das pessoas declararam ter
consultado dentista no período de 12 meses anteriores à entrevista. Dentre os
68,2% que não o fizeram, apenas 3,2% alegaram medo de dentista para não
fazê-lo.
Ekanayake e Dharmawardena (2003) determinaram a prevalência de
fatores que afetam a ansiedade ao tratamento odontológico entre pacientes em
tratamento dentário. O estudo foi realizado em 503 pacientes atendidos na
University Dental Hospital, em Peradeniya, Sri Lanka. Utilizaram a Escala de
Ansiedade Dentária (DAS-Corah). As mulheres foram consideradas
extremamente mais ansiosas que os homens. O nível de educação foi associado
com ansiedade dental. A análise estatística do tipo regressão logística revelou
que gênero, nível de educação foram importantes preditores de ansiedade ao
tratamento odontológico.
Kaán et al. (2003) investigaram os fatores desencadeadores de medo ao
tratamento odontológico em um grupo de 362 pessoas de diferentes áreas
geográficas de Budapeste, sendo: 253 mulheres e 109 homens, com idades que
variavam entre 14 e 73 anos. A escala adotada para avaliar os escores de medo
foi a Escala de Medo Dental (DFS). Os maiores escores em relação aos fatores
desencadeadores de medo foram para broca e agulha de anestesia. Os
27
pesquisadores, também, identificaram que idade, gênero e estado civil
interferiram no grau de ansiedade ao tratamento odontológico.
Kanegane et al. (2003) avaliaram a frequência de pacientes que
apresentam sintomas de ansiedade ou medo em relação ao tratamento de
urgência, relacionam esta variável ao tempo desde a última visita ao dentista,
tempo desde o inicio dos sintomas, história prévia de trauma e características
socioeconômicas dos paciente. Participaram do estudo 252 pacientes da cidade
de São Paulo, com 18 anos ou mais, de uma sala de emergência, entre agosto e
novembro de 2001. A ansiedade dental foi medida por dois métodos: Modified
Dental Anxety Scale (MDAS) e Escala de Medo de Gatchel. Os resultados foram
analisados pelos testes estatísticos (²א e teste exato de Fisher). Foram
entrevistadas 148 mulheres e 104 homens, a dor foi o motivo de procura ao
atendimento para 61,5% do pacientes sem motivo associado. Ao utilizar a escala
MDAS nesta amostra 28,2% (71/252) apresentaram alto grau de ansiedade.
Houve diferenças quanto sexo, em questões como a ansiedade relacionada ao
tempo da última consulta. Do total de 252 pacientes entrevistados, 55 relataram
ter vivenciado experiência traumatizante (exodontia, anestesia, medo de broca).
Os pesquisadores concluíram que é possível considerar um número maior de
pacientes ansiosos do que a frequência encontrada, provavelmente, em função
de dois fatores. Um se refere às escalas, pois elas avaliam a possibilidade de um
paciente ficar ansioso e não a reação deste; outro pela dificuldade, que algumas
pessoas têm em admitir a sua ansiedade.
O objetivo do trabalho de Locker (2003) foi verificar o impacto psicossocial
negativo da ansiedade em indivíduos com medo do tratamento dental recrutados
na população geral. Foi verificada também a associação entre o impacto
psicossocial, os escores da escala de ansiedade dental (Dental Anxiety Scale) e
outros receios com maior severidade. Cento e trinta e cinco indivíduos portadores
de ansiedade e medo ao tratamento dental foram divididos em grupos com baixo
e alto grau de temores. Os impactos psicossociais negativos foram calculados
utilizando uma forma modificada da escala desenvolvida por Kent e
colaboradores, em 1996, que consiste de três dimensões: reações psicológicas,
relacionamentos sociais e anulação/inibição. Outras medidas adotadas foram
autoavaliação da saúde oral, geral e emocional e escalas de avaliação de
autoestima e moral. Noventa e três por cento dos sujeitos pesquisados relataram
28
um ou mais impactos. O grupo dos que apresentaram maior medo relataram os
mais altos escores de impacto psicossocial (médias de 4,19 contra 2,85; p<0.05).
Foram encontradas diferenças marcantes com respeito às consequências
psicológicas e inibição. O grupo representativo de maior medo apresentou
escores de menor auto-estima. A análise de regressão logística indicou que tanto
a ansiedade dental quanto o medo generalizado contribuíram para estes
resultados negativos. No entanto, esse último (medo generalizado) foi o mais
consistente preditor o qual apareceu em seis ou sete modelos gerados enquanto
o primeiro (ansiedade dental) apareceu em apenas quatro. Esta pesquisa indicou
que o medo ao tratamento dentário e a ansiedade têm profundas consequências
psicossociais e que estas são mais acentuadas entre os sujeitos com altos níveis
de medo generalizado.
Faria e Medeiros (2004) identificaram a relação entre o grau de ansiedade
e as seguintes variáveis: sexo, faixa etária e grau de escolaridade. A população-
alvo foi constituída por pacientes em atendimento nas clínicas dos diferentes
cursos da área da saúde da UNIVALI (Campus I), pacientes das Unidades de
Saúde de Itajaí e de Balnéario Camboriú, professores, acadêmicos e
funcionários do Campus I. Os sujeitos da pesquisa foram distribuídos nas
seguintes faixas etárias: de 18 a 34 anos; e de 50 ou mais anos. Também, foram
classificados segundo o nível de escolaridade. Para a determinação do grau de
ansiedade adotaram uma modificação da escala Dental Axiety Scale (DAS). A
maioria (49,3%) se classificou no nível baixo de ansiedade ao tratamento
odontológico. Com relação ao sexo, as mulheres foram mais ansiosas que os
homens. Em relação à faixa etária, os indivíduos mais jovens eram mais
ansiosos do que os mais velhos. Os resultados apontaram que 81,2% dos
sujeitos afirmam ter consultado o dentista nos últimos dois anos. A consulta
preventiva foi a mais freqüente em indivíduos mais jovens, independente do sexo
e grau de escolaridade. Os autores concluíram que o percentual de sujeitos
ansiosos ao tratamento odontológico obtido na investigação foi alto e que as
variáveis estudadas (sexo, idade e nível de escolaridade) exerceram influência
na determinação do grau de ansiedade. Os indivíduos do sexo feminino, os mais
jovens e os de baixo nível de escolaridade foram os que mais evidenciaram
ansiedade ao tratamento odontológico.
29
D’el Rey et al. (2005) verificaram a presença de sintomas de ansiedade em
uma população não clinica, em uma área definida de um bairro da cidade de São
Paulo- SP. Desse estudo participaram pessoas de ambos os sexos e maiores de
18 anos, esse estudo foi realizado no bairro da Mooca, localizado na região leste
da cidade de São Paulo, onde as classes econômicas que predominam são as
mais baixas. Foi realizado um questionário com sete perguntas relacionadas ao
sexo, idade, estado civil, escolaridade, ocupação e tratamentos atuais para a
ansiedade. Foram selecionadas, aleatoriamente, sete ruas do bairro. O material
de avaliação foi entregue em 10 casas selecionadas em casa uma das ruas, para
que o morador da casa preenchesse os protocolos. Foi avaliado um total de 69
pessoas, sendo 30 homens e 39 mulheres. E foi relatado que atualmente 61
pessoas não estavam recebendo nenhum tipo de tratamento para a ansiedade e
08 estavam em tratamento para ansiedade. Neste estudo, 25 das pessoas
avaliadas apresentaram sintomas de ansiedade moderados e graves, sendo
mulheres mais afetadas do que os homens. Porém poucas pessoas afetadas
estavam recebendo tratamento profissional para seus sintomas de ansiedade.
O objetivo do estudo de Chaves et al. (2006) foi estimar a prevalência de
ansiedade ao tratamento odontológico entre pacientes da Clínica Integrada da
Faculdade de Odontologia de Araraquara, UNESP. A amostra foi composta por 60
pacientes tomados de forma não-probabilística. Como instrumento de medida, foi
utilizado um formulário com questões para avaliação da ansiedade segundo a
escala proposta por Corah, traduzida para o português. Os dados foram descritos
em forma de distribuição de frequências e as associações entre nível de
ansiedade e sexo, idade, renda e educação foram analisadas pelo teste do qui-
quadrado (χ2). A prevalência de ansiedade foi observada em 95% dos pacientes;
a maioria (53,3%) apresentou nível moderado, 25% ansiedade baixa e 16,7%
exacerbada. Pelo teste do qui-quadrado, foi identificada associação significativa
entre ansiedade e sexo e não-significativa para idade, renda e nível de instrução.
O período de retorno ao tratamento odontológico a cada 6 meses foi observado
em apenas 2 pacientes (3,3%), enquanto 40% dos pacientes procuraram por
atendimento apenas em situações de dor. Entre os procedimentos que mais
incomodaram os pacientes estão os que envolvem o motor de alta rotação e o
cirurgião, correspondendo a 21,7% em cada situação. Vinte por cento da amostra
não se sentiam incomodados com qualquer procedimento odontológico, enquanto
30
10% referiram desconforto diante de qualquer procedimento a ser realizado. Os
autores concluíram que a prevalência de ansiedade ao tratamento odontológico
foi de 95% com predomínio do gênero feminino e que, entre pacientes ansiosos, o
retorno ao consultório ocorreu por motivo de dor.
De acordo com Cogo et al. (2006), a ansiedade e o medo ao tratamento
odontológico ainda persistem em boa parte da população, sendo fatores de fuga
ao tratamento odontológico. Este estudo apresentou uma revisão de literatura
sobre as características de alguns fármacos de maior interesse ao cirurgião-
dentista para sedação de pacientes. Os fármacos analisados nesse estudo foram
o diazepam, lorazepam, alprazolam, midazolam e triazolam. Os
benzodiazepínicos constituem a principal modalidade terapêutica para tratamento
de desordens relacionadas à ansiedade. O triazolam é mais indicado para
pacientes idosos pela diminuição de metabolização e excreção, porém não é
comercializado no Brasil, sendo o lorazepam a segunda escolha para esses
pacientes por apresentar os menores efeitos paradoxais. O diazepam é mais
indicado para obter-se sedação prolongada e o midazolam para um efeito mais
rápido e para pacientes pediátricos.
Segundo Eitner et al. (2006), a ansiedade ao tratamento dental pode levar
a criação de estratégias de fuga da consulta odontológica. O objetivo deste
trabalho foi investigar a prevalência de ansiedade ao tratamento dental e as
condições de saúde oral, junto a um grupo de militares jovens e adultos. A
intensidade e a frequência da ansiedade ao tratamento dental foram
correlacionadas com achados clínicos orais. Escolheram aleatoriamente trezentos
e setenta e quatro militares que foram submetidos aos exames de condição dental
e periodontal. Os parâmetros de ansiedade foram definidos com base no
protocolo que integra a Escala de Ansiedade Dental (DAS) e a Escala de
Ansiedade Gatchell (GaFS= Gatchell Fear Scale). Trinta e dois indivíduos (8,6%)
apresentaram escores de DAS 13 e 14 (ansiosos) enquanto que 4,6%
apresentaram escore maior ou igual a 15 (altamente ansiosos/fóbicos). Os mais
altos valores de DAS foram encontrados entre os militares (262) com idade de 19
a 29 anos. Pacientes ansiosos apresentam significativamente mais lesões
cariosas (p<0,001). Os valores referentes aos índices periodontais mostraram não
haver diferenças significativas entre ambos os grupos: 89,2% dos indivíduos
menos ansiosos e 79,6% dos pacientes ansiosos. A ansiedade resulta em uma
31
anulação comportamental a qual somente pode ser descoberta após exames e
que está associada com alta morbidade de lesões cariosas e necessidade de
reabilitação oral. A ansiedade tem influência direta na saúde oral e pode ser
detectada e, em seu tratamento, deve haver integração do tratamento dental com
abordagem terapêutica cognitivo-comportamental.
Para Enkling, Marwinski e Jöhren (2006), o medo do tratamento dental é
difundido entre a população e se manifesta em diferentes graus. Os termos
“ansiedade dental” e “fobia dental” não são usados uniformemente na literatura e
a diferença entre eles é confusa. A ansiedade dental é o termo usado para
explicar variações psicológicas e físicas decorrentes de um ou mais sentimento
não patológico de medo ao dentista ou a estímulos em relação ao tratamento
dental. A fobia dental patológica é caracterizada pela fuga ao tratamento dental e
a um de nível elevado de ansiedade. A fobia dental pode ser classificada como
uma fobia específica de acordo com DSM IV porque demonstra as seguintes
características: a pessoa está constante com medo do estímulo específico; no
transcurso do dia, a confrontação com o estímulo específico provoca reação
quase imediata e imprevisível de medo; o estímulo gerador é evitado geralmente;
a rotina diária da pessoa é afetada extremamente pela ansiedade ou pela fuga ao
tratamento; a pessoa com esta desordem reconhece que o medo é exagerado e
ilógico. No consultório de um dentista, o medo normal e a fobia dental são
onipresentes e exercem influência muito significativa no tratamento odontológico.
Ansiedade à consulta odontológica é um obstáculo aos cuidados para com a
saúde oral. Estudos indicam que nem todos os grupos sociais temem o
tratamento odontológico de modo semelhante. A idade, o sexo e o status social
podem afetar o nível de ansiedade; os jovens são mais receosos do que os mais
idosos. As mulheres são mais ansiosas do que os homens. Quanto à instrução,
há uma correlação entre o ambiente sócio-econômico e o nível de ansiedade ao
tratamento dental. O medo do tratamento dental pode ter muitas causas
diferentes. Uma experiência traumática em relação ao tratamento odontológico é
a principal razão do seu aparecimento e do desenvolvimento de suas formas
patológicas. O ambiente familiar (no sentido da teoria do modelo) e as histórias
relatadas por outras pessoas do convívio social têm influência na emergência do
medo e do seu desenvolvimento nos vários graus da ansiedade dental. A teoria
da prontidão em que uma disposição biológica da pessoa afetada faz com que a
32
pessoa reaja mais cedo com o medo, em determinadas situações, do que outros
indivíduos. A ansiedade ao tratamento odontológico depende dos fatores
etnológicos e a frequência das pessoas com altos níveis de ansiedade varia entre
4% e 20%, sendo que a maioria dos estudos relata valores abaixo de 10%. Na
Alemanha, aproximadamente, 10% da população sofre da fobia dental e vai
somente ao dentista quando a dor se torna insuportável. Há estimativas que entre
7 e 10% da população alemã não vai ao dentista e que 75% de todos os casos da
doença dental estão concentrados em 25% da população. Os autores conduziram
um levantamento prevalência de ansiedade ao tratamento odontológico com 300
moradores de uma cidade alemã, que circulavam pelas ruas. Foi analisada a
correlação entre o nível de ansiedade odontológica e idade, sexo e escolaridade
dos sujeitos e foram levantadas as razões para evitar consultas ao dentista. Foi
adotado o Questionário de Ansiedade Hierárquica (HAQ) para determinar o nível
de ansiedade ao tratamento odontológico. O grupo ficou constituído por 144
sujeitos do gênero masculino (48,0%) e de 156 (52,0%) do gênero feminino.
Quanto à faixa etária, 66 (22,0%) estavam entre 20 e 30 anos, 88 (29,3%) entre
31 e 40 anos, 80 (26,7%) entre 41 e 50 anos e 66 (22,0%) com idade entre 51 e
60 anos. Dos pesquisados, 8 (2,7%) não terminaram escola secundária, 110
(36,9%) tinham concluído a escola secundária, 100 (33,6%) tinham um certificado
moderno da escola secundária e 80 (26,8%) tinham escola secundária sênior. O
nível médio de ansiedade foi de 28,8, de acordo com o HAQ. Os jovens tinham
mais medo do que as pessoas mais velhas e as mulheres eram mais ansiosas do
que os homens. Dentre as mulheres, 72% vão ao dentista regularmente, mas
apenas 60% dos homens fazem a consulta de modo regular. A experiência
dolorosa durante o tratamento odontológico foi dada por 67% dos pesquisados
como a principal razão para sua ansiedade, seguida por medo de agulhas (35%).
A predominância elevada da fobia dental e do difundido o medo em relação ao
tratamento dental demonstram a importância da realização de diagnósticos
rotineiros. O uso de um questionário para avaliar ansiedade, durante a anamnese
é um recurso importante para a obtenção do nível de medo do tratamento dental
ou da presença de fobia dental.
Siqueira et al. (2006) avaliaram a dor e a ansiedade promovidas por
anestesia local e raspagem periodontal, em duas situações, com e sem acesso
cirúrgico associado. A pesquisa foi efetuada com um grupo de 21 voluntários,
33
sendo 15 mulheres e 6 homens, com idade média de 43 a 44 anos, que
necessitavam de tratamento periodontal em dois sítios distintos da boca. O grau
de ansiedade destes pacientes foi avaliado pela Escala de Ansiedade Dental de
Corah - DAS. Para avaliar a intensidade de dor foi adotada a Escala Analógica
Visual – EAV. Os resultados demonstram que a maioria dos voluntários foi
classificada como levemente ansiosa mantendo esse comportamento tanto na
sessão de raspagem quanto na de cirurgia periodontal. Com relação à
intensidade de dor, foi observada sensação dolorosa durante o procedimento de
anestesia local, sem diferença significativa entre as suas sessões de atendimento.
Em relação ao procedimento periodontal também não foi observada diferença
significativa na sensibilidade dolorosa entre as sessões. Não houve correlação
significativa entre o grau de ansiedade e a dor relatada nos procedimentos
realizados. Os autores concluíram que o tipo de procedimento periodontal não
influenciou no grau de ansiedade dos voluntários e manteve-se constante durante
as duas sessões. A anestesia local provocou maior sensação dolorosa que os
procedimentos de raspagem e cirurgia periodontal, no entanto para a ansiedade
não houve correlação significativa com a intensidade de dor dos procedimentos
periodontais e anestesia local.
Para Hiramatsu et al. (2007), dor e medo são sentimentos estritamente
ligados à imagem do cirurgião-dentista, ainda que se reconheça uma evolução na
Odontologia, tanto com relação aos equipamentos, materiais e técnicas utilizadas,
quanto à formação e conduta do profissional. Visando verificar, na população
idosa brasileira, de origem japonesa, as causas da perda dentária, foi conduzida
uma pesquisa com quarenta indivíduos com critérios de inclusão a partir da
geração (Issei e Nisei) e condição bucal (edêntulos e dentados). Entre os fatores
apontados como responsáveis pela perda dentária estão: dificuldade de acesso
ao tratamento odontológico, pela escassez de profissionais na época ou pelo fato
de que muitos viviam na zona rural, o alto custo dos tratamentos, o medo, a dor e
o cirurgião-dentista.
Nicolas et al. (2007) explicaram que pessoas ansiosas têm mais dentes
danificados ou perdas dentárias e menos dentes restaurados. Foi identificado que
o cuidado regular e convencional não é realizado por pessoas portadoras de
ansiedade ao tratamento odontológico, portanto a saúde bucal e a qualidade de
vida destas pessoas são afetadas. O atendimento de pacientes com ansiedade
34
dental exige, geralmente, procedimentos de sedação e técnicas de manejo
comportamental. Tais técnicas mostram, ao longo do tempo, que há uma melhora
quanto à capacidade do paciente lidar com o cuidado de sua saúde dental. A
predominância da ansiedade dental ocorre numa escala entre 4 e 20% na
população em geral dos países industrializados. A ansiedade dental é um
problema de saúde pública, mas nenhum estudo epidemiológico foi empreendido
na França para avaliar a sua prevalência. O objetivo deste estudo foi estimar a
predominância, a severidade e as associações da ansiedade ao tratamento
odontológico, em uma amostra da população adulta francesa. A pesquisa foi
conduzida durante um período de um ano (de Maio de 2004 a Maio de 2005).
Cinco mil questionários foram emitidos aos integrantes da Soroptimist
International Association. A cada membro da associação foi pedido para propor a
pesquisa aos membros da sua família e/ou amigos com idade acima de 16 anos.
A associação tem 49 filiais distribuídas em 31 departamentos administrativos e
em territórios ultramarinos. Os questionários foram recolhidos localmente e
remetidos pelo correio ao centro responsável para a análise de dados. O
questionário estava estruturado em quatro partes. A primeira parte continha a
informação sobre o estudo e um pedido de consentimento para a participação. Na
segunda parte, estavam os dados demográficos, idade, categoria ocupacional e
lugar de residência. A terceira parte incluiu a versão francesa da Dental Anxity
Scale (DAS). O paciente foi considerado como não ansioso quando obtinha um
escore inferior a 12 pontos; para escores entre 12 e 14 o paciente era classificado
como ansioso; e escore igual ou maior que 15 indicava que a pessoa era
severamente ansiosa. A quarta parte do questionário inquiria sobre utilização de
serviços de saúde oral, incluindo a data da última consulta, número de consultas
dentais desde a infância, e duas perguntas dicotômicas a respeito da fuga ao
cuidado: "O medo do tratamento dentário nunca o atrasou ou impediu de fazer
uma consulta?" e "O medo dental nunca o conduziu a cancelar uma consulta?".
Houve o retorno de 2725 questionários, isto é, 54,5% de retorno. Análise dos
dados revelou que 86,5% dos participantes não apresentaram ansiedade dental;
6,2% eram ansiosos e 7,3% eram severamente ansiosos. Isto dá a predominância
para ansiedade dental de 13,5% para os participantes neste estudo. As idades
variaram de 16 a 101 anos, sendo que a idade média foi de 47 anos. A
predominância foi mais baixa proporcionalmente à idade. Os fazendeiros e os
35
trabalhadores com baixa qualificação eram significativamente mais ansiosos do
que executivos e comerciantes. A ansiedade foi associada com a falta do cuidado
e falta de visitas regulares ao dentista. Os autores concluíram que a ansiedade
dental na França apresenta uma prevalência similar à população de outros países
europeus, australianos ou norte-americanos industrializados.
Pieterse et al. (2007) investigaram quais são as situações e os estímulos
dentais que provocam temores em pacientes com ansiedade ao tratamento
dental. Oitenta e um pacientes com alta ansiedade foram confrontados com uma
lista de setenta e seis temores potencialmente provocados por objetos ou
situações. Os resultados mostraram que procedimentos dentais invasivos são
considerados como os mais aterradores pelos pacientes ansiosos e que os
estímulos provocados pelo consultório (cadeira odontológica), pelo dentista e
suas vestimentas protetoras (EPis) são consideradas as menos provocadoras de
medo. Tratamentos de canal foram relatados como os maiores provocadores de
temor. Os resultados enfatizam a importância da avaliação do grau pontecial de
estímulo de medo de cada paciente ansioso. Somente a abordagem do paciente
focada na tentativa de eliminação do seu medo ao tratamento dental pode ser
bem sucedida.
No entender de Borreani, Wright e Scambler (2008), as pessoas mais
idosas estão mantendo, cada vez mais, seus dentes naturais, mas estão expostas
a um risco mais elevado de doença oral, com impacto sobre sua qualidade de
vida. Os sujeitos com menor poder econômico estão mais expostos a estes riscos
do que os mais favorecidos. As organizações de saúde na Inglaterra estão
explorando novas maneiras de fornecer serviços de cuidado dental, em especial
para grupos vulneráveis. Os fatores sociais, demográficos econômicos e políticos
influenciam na demanda de serviços de cuidado à saúde. Este estudo foi
empreendido com o objetivo de investigar as barreiras ao cuidado dental
percebidas por pessoas idosas. A população-alvo foi formada por sujeitos com
idade superior a 65 anos, residente nos centros urbanos de Lambeth, Southwark
e Lewisham, no sul de Londres. A pesquisa foi do tipo qualitativo, utilizando a
técnica de grupos focais e a entrevista individualizada, com auxílio de um roteiro
de questões. Participaram da pesquisa 39 pessoas. As barreiras ao cuidado
dental foram agrupadas em cinco categorias principais: custo, medo,
disponibilidade, acessibilidade e características do dentista. O custo do
36
tratamento dental, o medo da consulta odontológica e a disponibilidade dos
serviços influenciaram significativamente no comparecimento ao tratamento
odontológico. O medo da consulta odontológica representa o medo da dor ao
tratamento dental. Este sentimento de ansiedade foi uma das barreiras mais
mencionadas pelos pesquisados. Durante as atividades com os grupos focais, os
participantes tentaram formular teorias explicativas sobre o porquê das pessoas
sentirem-se amedrontados frente à possibilidade de ir ao dentista. Três categorias
de fatores foram julgadas importantes. A primeira estava relacionada às
experiências pessoais negativas com o tratamento odontológico, especialmente
tratamentos recebidos na infância. A segunda decorria das percepções negativas
sobre o tratamento, tais como: som da broca; desconhecimento de informações
sobre o tratamento a que será submetido; longa espera pelo atendimento; e
imagens negativas retratadas nos meios de comunicação. A terceira categoria
referia-se ao caráter do dentista e sua habilidade para lidar com o paciente.
Alguns sujeitos informaram que conseguiram superar o medo, em decorrência da
introdução de modernos equipamentos e de técnicas, na odontologia. Alguns
idosos deram maior importância ao sistema e à mudança social do que à ação
pessoal. Os autores defendem a idéia de que a minimização das barreiras
envolve três níveis: ações individuais (tais como a persistência em encontrar um
serviço de cuidado disponível), mudanças de sistema (incluindo redução de
custos, melhorando a informação, e ações sociais (tais como redução do
isolamento social). Os pesquisadores concluíram que a melhora do acesso ao
cuidado em saúde oral envolve ações a nível individual, social e do sistema. Este
último inclui aspectos de gerenciamento.
Gaudereto et al. (2008) identificaram que dor e ansiedade estão
diretamente relacionadas. Diante da ansiedade, a dor fica mais difícil de ser
controlada, pois seu limiar está diminuído, podendo daí surgir o estresse. Vários
meios estão disponíveis para controlar a ansiedade ou o estresse durante a visita
ao dentista. Temos os meios farmacológicos e os não farmacológicos. Quando o
cirurgião-dentista usa um destes meios para o controle da ansiedade, além de
aumentar o limiar de dor do paciente, também estará prevenindo complicações
gerais como: desmaio, alterações de pressão arterial, glicemia, dentre outras. Em
odontologia se deve cuidar, simultaneamente, a dor e a ansiedade. O controle
farmacológico do estresse e da ansiedade realizado através da sedação
37
consciente pode ser feito, com segurança, através de duas formas: pela
administração de medicamentos ansiolíticos por via oral (benzodiazepínicos) ou
através da utilização da via inalatória com a mistura dos gases óxido nitroso/
oxigênio. Com relação às abordagens não farmacológicas, as principais são as
técnicas de relaxamento e hipnose. As técnicas comportamentais e psicológicas
no controle da ansiedade são indubitavelmente importantes. Também a música,
quando aplicada pela técnica correta, representa uma importante ferramenta para
promover distração e relaxamento no consultório odontológico. Os autores
concluíram que o controle da ansiedade dos pacientes odontológicos pode ser
feito com diferentes métodos, não farmacológicos até a utilização de drogas para
exercer esse efeito ansiolítico. Independente do método, o cirurgião-dentista deve
considerar que importante é que o tratamento odontológico possa ser efetuado
com estresse fisiológico e psicológico mínimo.
Lima Álvarez e Casanova Rivero (2008) explicaram que a concepção
tradicional do dentista como atormentador tem sua origem no fato de que o
tratamento dentário pode produzir dor intensa. Muitos indivíduos têm medo do
tratamento odontológico o que afeta a saúde bucal desses pacientes. Os autores
efetuaram uma revisão da literatura para estudar a prevalência da ansiedade ao
tratamento odontológico, a sua etiologia e os possíveis tratamentos. Medo e
ansiedade são praticamente indistinguíveis; medo é uma perturbação para um
perigo real ou imaginário, afetando a pessoa tanto em sua vida social como na
vida familiar. O medo odontológico pode ter sua origem em experiências vividas
anteriormente ou por histórias ouvidas de outras pessoas. A ansiedade é um
estado de angústia que afeta a saúde do individuo, provoca apreensão que
interfere com a rotina e requer atenção especial. Fobia é um medo acentuado; a
exposição ao estímulo fóbico provoca quase que, invariavelmente, uma resposta
imediata do medo, podendo assumir a forma de um ataque de pânico. Entre 10 e
15% da população já tiveram medo de ir ao dentista o que pode induzir a cancelar
a consulta, acarretando efeitos negativos à saúde bucal deste individuo. Para os
quadros de ansiedade, medo e fobia, alguns autores não encontraram diferenças
significativas em função do sexo; outrosindicaram um alto grau de ansiedade
entre as mulheres, quando comparadas aos homens. Com relação à idade, as
crianças apresentam mais medo que os adultos. E, nos adultos, os que
apresentam maior ansiedade são os da faixa dos 40 a 50 anos; quanto mais idoso
38
mais medroso. A causa da ansiedade é multifatorial, sendo o motivo mais
universalmente conhecido uma experiência traumática anterior, seguido de outros
como: a atitude que aprendeu em seu ambiente, histórias de parentes e amigos
próximos sobre atenção odontológica recebida, atrasos ocorridos na sala de
espera. O controle do comportamento de ansiedade do paciente baseia-se na
conversa com o paciente antes de iniciar o tratamento, para relatar o que será
feito, de uma forma fácil e compreensível. É importante que o dentista tenha
habilidades de comunicação e mantenha um ambiente descontraído e amigável.
Martinelli e Pinto (2009) desenvolveram um estudo descritivo, transversal,
mediante coleta de dados primários, com o objetivo de traçar o perfil de pacientes
em relação ao tratamento odontológico. A população-alvo foi constituída por
adultos, na faixa etária acima de 30 anos, que participavam da Semana de Saúde
Bucal, de Itajaí (Santa Catarina), em outubro de 2008. Foi obtida uma amostra
não probabilística, com um total de 178 pessoas. O instrumento para coleta de
dados foi um questionário com sete questões, assim distribuídas: duas para
caracterização de gênero e idade; quatro para determinação do nível de
ansiedade; e uma para identificação da freqüência e motivos da consulta
odontológica. Para a classificação do nível de ansiedade, as questões foram
adaptadas da Dental Anxiety Scale (DAS). O grupo investigado foi formado por
54% de sujeitos do gênero masculino e 46% do feminino, com idades que
variaram de 30 a 84 anos. Os resultados quanto à ansiedade mostraram que 74%
dos entrevistados apresentavam ansiedade. O número de homens com
ansiedade foi maior. No grau exacerbado, a relação foi de 3 homens para 1
mulher, nos demais houve similaridade entre os gêneros. A consulta odontológica
em intervalo de tempo maior e por motivo de dor ocorreu mais entre os sujeitos
com elevado nível de ansiedade. A maioria (87,7%) havia se consultado nos
últimos dois anos, a consulta de rotina foi o principal motivo. Pelo teste do χ2 (qui-
quadrado), não foi encontrada diferença significativa, ou seja, o grau de
ansiedade não está relacionado ao gênero e à faixa etária.
Segundo Silva et al. (2009), a submissão ao tratamento odontológico tem
sido relatada, por pacientes, como condição geradora de estresse. As pessoas,
em geral, acreditam que o tratamento odontológico gera algum desconforto
levando-as a adiar a ida ao consultório odontológico a situações limítrofes como a
dor. Identificar tais condições é mais um desafio que os cirurgiões-dentistas (CD)
39
devem incluir aos seus atendimentos, com objetivo de modificar esta visão
pessimista onde o foco principal (saúde bucal) possa ser atingido. Este trabalho
resultou na identificação dos fatores que interferem na aproximação paciente-
profissional, quando na situação de tratamento odontológico. Foram entrevistados
54 pacientes, quando foram obtidos os seguintes resultados: 14,85% afirmaram
que ir ao consultório odontológico é estressante; 83,3% relataram que o CD
conseguiu lidar com as situações de medo e ansiedade durante o tratamento;
22% já haviam solicitado a interrupção da consulta por não conseguir manter o
autocontrole. Os sintomas mais frequentes, em decorrência da consulta
odontológica, segundo os pesquisados foram: palpitações, mãos frias, pânico,
sudorese aumentada. Os equipamentos utilizados durante o atendimento
odontológico foram considerados os principais desencadeadores de medo. Os
autores concluíram que a relação paciente-dentista é um assunto complexo e
extenso, contudo, identifica as situações que devem ser relacionadas ao medo,
para que, ao contorná-las possam facilitar aderência e diminuir evasão aos
tratamentos, melhorando o atendimento clínico-prático bem como a aproximação
dentista-paciente.
Armfield (2010) comentou que experiências traumáticas durante tratamento
odontológico estão associadas com a ansiedade e o medo ao tratamento
odontológico. No entanto, muitas pessoas sem medo ao tratamento odontológico
tiveram experiências negativas relacionadas com a consulta odontológica,
enquanto que algumas pessoas com um nível considerável de medo não
recordam de qualquer incidente traumático. Este estudo teve como objetivo
determinar se o medo ao tratamento odontológico está relacionado às
experiências ou à percepção cognitiva de que ir ao dentista é uma ação
incontrolável, imprevisível, perigosa. Uma amostra aleatória de 1.084 adultos
australianos (taxa de resposta = 71,7%) respondeu a um questionário enviado
pelo correio. O questionário continha perguntas para avaliar o nível de medo
odontológico, as percepções de ir ao dentista e experiências relacionadas à
consulta odontológica.Percepções de incontrolabilidade, imprevisibilidade,
periculosidade apresentaram significativas associações com pontuação do Índice
de Ansiedade Dental e Medo (IDAF-4C). Percepções de vulnerabilidade
representaram 46,3% da variação no IDAF-4C. De acordo com o autor, as
variações nas pontuações podem ser explicadas por variáveis demográficas e por
40
experiências relacionadas com o tratamento odontológico representadas por dor
intensa, desconforto considerável, engasgos, desmaios e ter um problema
pessoal com o dentistaO estudo concluiu que as percepções de
incontrolabilidade, imprevisibilidade, periculosidade e foram melhores preditores
de medo ao tratamento odontológico em comparação com ter vivenciado
experiências negativas no transcurso do tratamento odontológico.
De acordo com Crofts-Barnes et al. (2010), pouco se sabe sobre a
experiência dos pacientes com relação à ansiedade ao tratamento odontológico,
antes de serem submetidos ao tratamento. O objetivo deste estudo foi determinar,
em pacientes com fobia ao tratamento odontológico, os níveis de ansiedade antes
dos procedimentos e no dia-a-dia destes sujeitos. Dezenove (19) pacientes não-
fóbicos e fóbicos foram selecionados. Quatro questionários validados foram
usados para avaliar a ansiedade e a qualidade da vida, de cada paciente por
cinco dias antes do tratamento e no dia do tratamento. Nos sujeitos do grupo
fóbico foram encontrados níveis significativamente maiores de ansiedade dental e
geral e uma qualidade de vida significativamente pior quando comparados com
aqueles o grupo não fóbico. As frequências de ansiedade (dental e geral) foram
correlacionadas significativamente com as medidas da qualidade de vida. Os
autores concluíram afirmando que os pacientes fóbicos apresentaram a
ansiedade aumentada de modo significativo e, também, efeitos negativos em
relação à qualidade de vida.
De acordo com Farah (2010), a aversão à dor e aos procedimentos
odontológicos pode produzir ansiedade e medo, incluindo o distúrbio do pânico,
que desencadeia alterações fisiológicas. Estes comportamentos se constituem
numa barreira para a manutenção da saúde bucal. Em alguns pacientes, faz-se
necessária a utilização de recursos para minimizar a tensão emocional,
diminuindo a ansiedade e liberação de catecolaminas endógenas e sua ação
sobre o sistema cardiovascular. Essa tensão pode ser controlada por métodos
farmacológicos e não-farmacológicos de sedação consciente. No Brasil, são mais
utilizadas as drogas do grupo dos benzodiazepínicos, fitoterápicos ou sedação
com oxido nitroso. A sedação consciente é uma depressão mínima do nível de
consciência do paciente, que não afeta sua habilidade de respirar de forma
automática e independente. Essa técnica pode se classificada em três níveis: (1)
simples - administração de forma inalatória de uma mistura gasosa de óxido
41
nitroso e oxigênio. (2) intermediária - administração via oral de drogas com
propriedades sedativas e hipnóticas; (3) avançada – administração endovenosa
de sedativos. As desvantagens dependem, em grande parte, da droga utilizada e
dos efeitos colaterais sobre as funções cardiovasculares e respiratórias. Os
benzodiazepínicos, drogas mais comumente usadas em odontologia para
sedação consciente, por via oral, apresentam propriedades ansiolíticas,
amnésicas e anticonvulsivantes; atuam no controle da dor, do medo e da
ansiedade. A técnica da sedação inalatória com mistura de óxido nitroso e
oxigênio apresenta uma série de vantagens: rápido inicio de ação; titulação da
mistura de gases e controle da profundidade da sedação; rápida recuperação,
com o paciente deixando o consultório sem prejuízos às suas atividades normais.
E os fitoterápicos que não é considerada, ainda, como uma especialidade médica,
como a homeopatia, mas um método alternativo de tratamento. Um dos
fitoterápicos mais comuns é a Valeriana officinalis, que é uma planta herbácea e
esta planta é praticamente inexistente quando se trata da utilização em
Odontologia. Sendo assim, o cirurgião-dentista deve levar em consideração o
perfil do paciente e características do procedimento e do medicamento.
Halvari et al. (2010) explicaram que a ansiedade ao tratamento
odontológico é a principal razão para que muitas pessoas não procurem por
atendimento odontológico. Está muito bem documentado na literatura que a
ansiedade ao tratamento odontológico está relacionada ao não comparecimento
às clínicas odontológicas em populações de jovens, adultos e mulheres de meia
idade e idosas. A ansiedade ao tratamento odontológico e o comparecimento
irregular às consultas odontológicas é determinada por uma série de fatores,
dentre eles: o relacionamento interpessoal negativo entre dentista e paciente, a
antecipação da dor e a falta de controle. A ausência de um relacionamento
empático da parte dos dentistas pode ser a causa de reações negativas. Outros
fatores relacionados à ansiedade ao tratamento odontológico podem ser a falta da
participação do paciente em seu tratamento. Vários estudos atestam a
importância de um contexto de suporte social nas clínicas odontológicas,
caracterizado pelo relacionamento informal e empático entre o dentista e o
paciente e pela participação do paciente no tratamento. Estes fatores favorecem o
comparecimento dos pacientes às clínicas odontológicas em intervalos regulares,
42
trazendo melhorias à saúde oral. Enfim, uma comunicação eficaz do dentista com
o paciente tem efeito positivo na regularidade às consultas.
Kirova et al. (2010) explicaram que a ansiedade de alguns pacientes, antes
ou durante visitas regulares ao consultório odontológico, pode acarretar um
problema para os pacientes e para o dentista. Para algumas pessoas, a consulta
odontológica é considerada como uma experiência estressante que se manifesta
como medo, ansiedade e até fobia, podendo resultar em fuga de um atendimento
odontológico adequado. O objetivo do presente estudo foi investigar a ansiedade
odontológica na Bulgária. O instrumento de coleta de dados constou de um
questionário contendo perguntas sobre o sexo, a idade, a escolaridade e a
ocupação dos pesquisados euma autoavaliação do nível de ansiedade, através
da aplicação da Dental Anxiety Scale (DAS), desenvolvida por Corah. A amostra
foi composta por 746 adultos com idades entre 18-82 anos que viviam em áreas
urbanas, na BulgáriaA frequência de pesquisados com ansiedade dental
moderada foi de 35,5% (escore 9 a 12 pontos). Os sujeitos sem ansiedade
corresponderam a 34,6% (escore 4 a 8 pontos)O terceiro grupo mais numeroso
foi o de alto nível de ansiedade, com uma frequência de 18,2% (escore 13 a 14
pontos), seguidos pelos sujeitos com ansiedade grave (11,7%), com escores
entre 15 e 20 pontos. Foi encontrada uma correlação estatisticamente significativa
entre ansiedade, idade, escolaridade e tipo de trabalho (manual ou intelectual).
Nenhuma diferença significativa foi encontrada entre a ansiedade e sexo. A
conclusão do estudo foi de que a percentagem de 29,9%, que corresponde às
pessoas com escores elevados de ansiedade odontológica (DAS 13 a 20 pontos),
na Bulgária, é consideravelmente maior do que em alguns países europeus e
norte-americanos. O presente estudo é o primeiro da Bulgária sobre a ansiedade
dental, havendo, portanto a necessidade de mais estudos para que sejam
revelados outros fatores relacionados à ansiedade dental.
De acordo com Mastrantonio et al. (2010), o medo é definido como um
sentimento de apreensão ante à noção de algum perigo real ou imaginário e pode
ocorrer nos indivíduos e principalmente em crianças que passaram por
tratamento odontológico desagradável e sofrido. Nestes casos, o profissional
deverá conduzir o tratamento de modo mais agradável possível, para a
adaptação do paciente, até que a situação se torne conhecida e não acarrete
mais emoções negativas. Os achados comportamentais e fisiológicos sugerem
43
que o preparo cavitário, com uma caneta de alta rotação, é um dos momentos
que mais despertam o medo do paciente durante o atendimento odontológico.
De acordo com Oliveira et al. (2010), a ansiedade é conhecida como uma
resposta às situações nas quais a fonte de ameaça ao individuo não está bem
definida , é ambígua ou não está objetivamente presente. O medo e a ansiedade
ainda são os principais motivos pelos quais um paciente desiste de realizar o
tratamento odontológico. A fuga da consulta ao dentista pode ser desencadeada
por fatores como: experiência dolorosa prévia, ambiente do consultório, ideias
negativas, histórias traumatizantes repassadas por outras pessoas e ainda o
desconhecimento em relação aos procedimentos.
Segundo Sharif (2010), historicamente, a ansiedade ao tratamento
odontológico tem sido atribuída à expectativa de dor. Apesar dos avanços no
controle da dor em todo o mundo, dados sobre a prevalência de ansiedade ao
tratamento odontológico revelam que ela ocorre numa frequência entre 10 e 15%
e, portanto, ainda é uma barreira significativa para o atendimento de uma parcela
significativa da população. Ansiedade ao tratamento odontológico não só leva à
evasão de cuidados dentários, mas também a efeitos negativos para os
indivíduos em geral. Um estudo mostrou que distúrbio do sono, pensamentos
negativos e sentimentos de baixa auto-estima e da confiança são os principais
efeitos da ansiedade ao tratamento odontológico sobre as pessoas. Abordagens
para o gerenciamento desse comportamento devem ser discutidas com o
paciente, além do que o paciente deve ser estimulado a efetivar visitas regulares
ao dentista. Há um espectro de opções que podem ser empregadas para controle
da ansiedade; são elas: abordagens não farmacológicas (comunicação, gestão do
comportamento) e anestesia local (controle da dor). Se estas abordagens não
conseguem controlar a ansiedade de forma eficaz, ou se o clínico prevê que estas
abordagens não serão suficientes, poderão ser utilizadas as abordagens
farmacológicas (sedação inalatória, sedação e anestesia geral). A gestão eficiente
da ansiedade ao tratamento odontológico é de suma importância; esta gestão
deve consistir de uma abordagem multifacetada.
Åstrøm, Skaret e Haugejorden (2011) destacaram que ansiedade ao
tratamento odontológico é um sério problema que afeta grande parte da
população. A prevalência deste comportamento tem sido bem estudada em
diferentes populações e culturas, nos últimos trinta anos, e as pesquisas indicam
44
que ele é influenciado por fatores sócio-demográficos, comportamentais e físicos.
A procura, ou não, por cuidados dentais é afetada pela ansiedade; o
relacionamento entre a ansiedade e o comparecimento e a esquiva às consultas
odontológicas regulares é bem conhecido. A diferença de sua frequência deve-se
a variáveis como gênero, idade, fatores socioeconômicos; a predominância é
mais elevada entre as mulheres do que entre os homens. A frequência de
ansiedade ao tratamento odontológico encontra-se estável, tanto nos Estados
Unidos da América como na Europa, segundo estudos efetuados nos últimos
cinquenta anos. Parece que o início da ansiedade ocorre, aproximadamente, por
volta dos 12 anos. Alguns autores reportam que adultos jovens são mais
vulneráveis; outros indicam um aumento de ansiedade na faixa etária de 15 a 26
anos de idade. Há relatos de que a prevalência da ansiedade ao tratamento
odontológico ser mais estável nos jovens adultos. Este estudo objetivou: 1)
determinar a frequência de ansiedade odontológica e a regularidade do
atendimento odontológico entre sujeitos com 25 anos de idade, residentes na
Noruega, em 1997 e 2007; 2) estudar o desenvolvimento (tempo de tendência) de
ansiedade odontológica e a distribuição sócio-comportamental de ansiedade.
Foram obtidas amostras aleatórias de 1.190 e 8.000 sujeitos com 25 anos de
idade de três municípios do oeste da Noruega. Os participantes selecionados
receberam questionários pelo correio, com perguntas sobre características sócio-
demográficas, ansiedade odontológica (DAS) e atendimento odontológico. Em
1997, 11,5% de homens e 23% das mulheres relataram ansiedade odontológica
alta (DAS ≥ 13) e, em 2007 foram 11,3% e 19,8%, respectivamente. A frequência
anual à consulta odontológica, durante os últimos cinco anos, caiu de 62%, em
1997 (56,9% homens e as mulheres 66,4%), para 44,6% (homens 38,1% e 48,6%
mulheres) em 2007. Após análises, os pesquisadores identificaram que as
pessoas com 25 anos de idade, em 1997, tiveram 1,4 vezes mais probabilidade
de relatar ansiedade odontológica, quando comparados aos sujeitos pesquisados
em 2007. Esta queda foi, em grande parte, atribuída a uma pontuação média da
DAS menor entre as mulheres com maior nível de escolaridade, em 2007, do que
em 1997. A diferença na ansiedade entre os que visitavam regularmente o
dentista e os que não visitavam de forma regular diminuiu, tendo sido atribuída
parte ao declínio da ansiedade entre os que efetuavam consultas odontológicas
de modo irregular.
45
Humphris e King (2011) desenvolveram uma pesquisa com o objetivo de
identificar a predominância de elevado nível de ansiedade ao tratamento
odontológico, em uma amostra de estudantes do Reino Unido, comparando-a
com uma amostra de sujeitos holandeses. A população-alvo foi formada por
estudantes universitários do Reino Unido, tendo sido constituída uma amostra de
1024 estudantes. O teste aplicado foi a Dental Anxiety Scale modificada (DASM)
e o questionário que determina o nível de Exposição-Dental às experiências com
a consulta odontológica (LOE-DEQ). A frequência de sujeitos com alto grau de
ansiedade dental foi de 11,2%, com um escore médio de 19 pontos. A
predominância significativa do alto grau de ansiedade foi identificada em amostras
de britânicos e de holandeses. O desamparo, a falta da compreensão do dentista
e o constrangimento durante o tratamento dentário foram os fatores mais
relacionados ao alto grau de ansiedade. Os pesquisadores concluíram que o
traumatismo decorrente de várias experiências anteriores, em relação ao
atendimento odontológico, pode ser um fator de aumento do risco de níveis
elevados de ansiedade.
Segundo Malvania e Ajithkrishnan (2011), a ansiedade é um estado
subjetivo de sentimento. A ansiedade ao tratamento odontológico é relatada
frequentemente como uma das causas para o comparecimento irregular à
consulta odontológica, atraso ou mesmo fuga à consulta, que leva a uma saúde
oral pobre. O objetivo do estudo foi avaliar a predominância da ansiedade ao
tratamento odontológico e as suas correlações com fatores sociodemográficos,
em um grupo de pacientes adultos de uma instituição em Vadodara (Gujarat -
Índia). Um total de 150 pacientes adultos do Departamento de Diagnóstico Oral
do K.M. Shah Dental College and Hospital foram incluídos no estudo, que foram
selecionados por conveniência. A ansiedade foi avaliada através de uma versão
modificada da Dental Anxiety Scale (MDAS). Também foi aplicado um
questionário semiestruturado que incorporava variáveis demográficas, tipo e
natureza do tratamento dental. A análise dos dados evidenciou que 46% dos
participantes eram portadores de ansiedade ao tratamento odontológico. As
mulheres foram significativamente mais ansiosas do que os homens. Os
residentes nas vilas tiveram significativamente mais escores de ansiedade do que
aqueles que residem na cidade. Idade, instrução, tipo de tratamento dental e visita
dental precedente não foram associados significativamente com a ansiedade
46
dental. Entretanto, aqueles que tiveram a experiência dental negativa pregressa
foram significativamente mais ansiosos. A conclusão do estudo foi de que a
ansiedade dental era elevada entre os participantes.
47
REFERÊNCIAS
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APÊNDICE: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
SEXO: FEMININO ( ) MASCULINO ( )
IDADE: 18 a 24 anos ( ) 25 a 34 anos ( ) 35 a 44 anos ( )
45 a 54 anos ( ) 55 a 64 anos ( ) 65 ou mais anos
ESCOLARIDADE:
Analfabeto ( ) Primeiro grau completo ( ) Primeiro grau incompleto ( )
Segundo grau completo ( ) Segundo grau incompleto ( )
Superior completo ( ) Superior incompleto
PROFISSÃO:_____________________________ _________
Nos dois últimos anos você efetuou consulta odontológica? Sim ( ) Não ( )
Em caso positivo, qual(is) o(s) motivo(s) da consulta?______________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE ANSIEDADE (DASM)
1. Como você se sente quando tem que ir ao dentista?
( a ) Eu estaria tranqüilo
( b ) Eu me sentiria meio preocupado
( c ) Eu me sentiria muito preocupado e com medo do que o dentista me faria
( d ) Eu sentiria tanto medo que fugiria da consulta
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2. Quando você está na sala de espera do dentista, como se sente?
( a ) Tranqüilo
( b ) Meio preocupado
( c ) Muito preocupado
( d ) Tão preocupado que começo a suar ou me sentir mal
3. Quando você está na cadeira odontológica esperando que o dentista comece
a trabalhar nos seus dentes com a broca, como você se sente?
( a ) Tranqüilo
( b ) Meio preocupado
( c ) Muito preocupado
( d ) Tão preocupado que começo a suar ou me sentir mal
4.Quando você está na cadeira odontológica esperando o dentista pegar os
instrumentos que ele usará para raspar seus dentes perto da gengiva, como você
se sente?
( a ) Tranqüilo
( b ) Meio preocupado
( c ) Muito preocupado
( d ) Tão preocupado que começo a suar ou me sentir mal