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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
FELIPE ZUNINO FRANÇA
RÔMULO D’AVILA PEDRINI
ÍNDICE DE SALIVAÇÃO CORRELACIONADO À IDADE E À
PRESENÇA DE PATOLOGIAS SISTÊMICAS EM IDOSOS
FREQÜENTADORES DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA DO IDOSO NO
MUNICÍPIO DE ITAJAÍ (SC).
Itajaí, (SC) 2007
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FELIPE ZUNINO FRANÇA
RÔMULO D´AVILA PEDRINI
ÍNDICE DE SALIVAÇÃO CORRELACIONADO À IDADE E À
PRESENÇA DE PATOLOGIAS SISTÊMICAS EM IDOSOS
FREQÜENTADORES DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA DO IDOSO NO
MUNICÍPIO DE ITAJAÍ (SC).
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí Orientadora: Profª. Maria Regina Orofino Kreuger.
Itajaí SC, 2007
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos inicialmente a Deus por ter nos concedido o dom da vida.
Agradecemos aos nossos pais Afonso e Rosa Maria pela parte do acadêmico
Rômulo; Edson e Norma pela parte do acadêmico Felipe, sem os quais não teríamos
conseguido alcançar este objetivo.
Agradecemos a nossa orientadora Maria Regina Orofino Kreuger, pela
paciência, pela sabedoria em orientar, pelos conhecimentos transmitidos e pela
dedicação ao nosso trabalho.
O acadêmico Rômulo agradece também seu irmão Eduardo, seus avós
Archimedes e Marina, seus tios Raquel, Lauro , Vera e primos por serem sua família
e base de tudo. Sua namorada Ana Kely por todo amor, carinho, compreensão e
dedicação e seus pais Celso e Aliseti pelo suporte tão importante. Aos verdadeiros
amigos pela força em toda caminhada.
O acadêmico Felipe gostaria também de agradecer seus irmãos Fábio e
Fernanda pela amizade e carinho; as avós Olga e Alice e avôs Alberto e Nelson (In
memoriam); sua namorada Karen pelo carinho e apoio, todos os familiares e amigos
que sempre estiveram presente, dando apoio nos momentos difíceis e contribuindo
para o resultado deste trabalho.
Agradecemos a todos os idosos e funcionários do Centro de Convivência do
Idoso – Dom Bosco pela colaboração na execução da pesquisa.
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ÍNDICE DE SALIVAÇÃO CORRELACIONADO À IDADE E À PRESENÇA DE PATOLOGIAS SISTÊMICAS EM IDOSOS FREQÜENTADORES DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA DO IDOSO NO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ (SC).
Felipe Zunino FRANÇA e Rômulo D’Avila PEDRINI Orientadora: Profª. Maria Regina Orofino KREUGER Data de Defesa: Setembro de 2007 RESUMO: A xerostomia, sensação subjetiva de boca seca, conseqüente ou não da diminuição ou interrupção da função das glândulas salivares é mais freqüente entre os idosos e em pacientes do sexo feminino. Estima-se que 23% da população brasileira consomem 60% da produção nacional de medicamentos, principalmente as pessoas acima de 60 anos, sendo o uso de medicamentos a causa mais comum de hipossalivação. Este estudo teve por objetivo conhecer a freqüência de hipossalivação e as condições clínicas gerais de pessoas da terceira idade, cadastradas e freqüentadoras de um Centro de Convivência do Idoso, do bairro São Judas do município de Itajaí (SC) no período de abril e maio de 2007. Foi realizado um questionário semi-aberto com questões relacionadas à saúde geral e bucal e uma análise clínica com teste de fluxo salivar estimulado, em cada idoso que se dispôs a participar da pesquisa. Durante a pesquisa atingiu-se o número de 100 idosos que desejaram participar da pesquisa, dos quais 05 não aceitaram participar do teste de fluxo salivar sendo excluídos da amostra. Os resultados mostram que a maioria dos entrevistados pertence ao sexo feminino, possuem hipossalivação, apresentam patologias sistêmicas, principalmente as cardiovasculares, e fazem uso de medicação. Verificou-se assim que há uma estreita relação entre hipossalivação e determinados medicamentos e suas respectivas patologias sistêmicas. Palavras-chave: Odontologia geriátrica, doenças cardiovasculares, xerostomia.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Fotografia 01 -Centro de Convivência do Idoso localizado no bairro Dom Bosco, Itajaí
(SC)........................................................................................................................................29
Fotografia 02 -Entrevista individual com o idoso utilizando questionário semiaberto
elaborado. ............................................................................................................................. 31
Fotografia 03 -Materiais utilizados para análise clínica ........................................................ 32
Fotografia 04 -Idosos realizando o teste de fluxo salivar estimulado.....................................33
Gráfico 01 – Número de entrevistados divididos pelo fluxo salivar........................................35
Gráfico 02 – Número de entrevistados divididos por sexo.....................................................36
Gráfico 03 – Número de entrevistados divididos por sexo e associados com fluxo salivar...37
Gráfico 04 – Número de entrevistados divididos pela faixa etária.........................................38
Gráfico 05 – Número de entrevistados divididos pela faixa etária e associados com fluxo
salivar.....................................................................................................................................39
Gráfico 06 -Número de entrevistados divididos pela presença ou não de patologias e
associados com fluxo salivar.................................................................................................41
Fotografia 05 -Palestra realizada no dia 08 de maio de 2007 no CCI – Dom Bosco.............50
Fotografia 06 - Palestra realizada no dia 04 de julho de 2007 no Centro de Múltiplo Uso
João Ferreira de Macedo.......................................................................................................50
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LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Doenças cardiovasculares apresentadas pelos entrevistados associadas com
fluxo salivar..............................................................................................................................42
Tabela 02 – Doenças osteoarticulares apresentadas pelos entrevistados associadas com
fluxo salivar..............................................................................................................................43
Tabela 03 – Doenças endócrinas apresentadas pelos entrevistados associadas com fluxo
salivar......................................................................................................................................43
Tabela 04 – Doenças gastrointestinais apresentadas pelos entrevistados associadas com
fluxo salivar..............................................................................................................................44
Tabela 05 – Doenças do sistema respiratório apresentadas pelos entrevistados associadas
com fluxo salivar......................................................................................................................44
Tabela 06 – Outras doenças apresentadas pelos entrevistados associadas com fluxo
salivar.......................................................................................................................................44
Tabela 07 – Medicações cardiovasculares apresentadas pelos entrevistados associadas com
fluxo salivar..............................................................................................................................46
Tabela 08 – Outras medicações apresentadas pelos entrevistados associadas com fluxo
salivar.......................................................................................................................................47
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO. .......................................................................................................08 2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................11 3 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................29 3.1 Local da pesquisa .............................................................................................29 3.2 Amostra populacional........................................................................................29 3.3 Período da pesquisa............................................................................................30 3.4 Obtenção dos dados...........................................................................................30 3.5 Análise clínica......................................................................................................31 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................34 4.1 Discussão dos resultados obtidos....................................................................34 4.1.1 Análise do fluxo salivar....................................................................................34 4.1.2 Análise do gênero.............................................................................................36 4.1.3 Análise do gênero em relação ao fluxo salivar..............................................37 4.1.4 Análise da faixa etária......................................................................................38 4.1.5 Análise da faixa etária em relação ao fluxo salivar.......................................39 4.1.6 Análise da saúde geral.....................................................................................40 4.1.7 Análise das patologias presentes em relação ao fluxo salivar....................42 4.1.8 Análise das medicações consumidas em relação ao fluxo salivar.............46 4.2 Devolução dos resultados..................................................................................48 4.3 Encaminhamento dos pacientes........................................................................49 4.4 Palestras sobre saúde bucal..............................................................................49
5 CONCLUSÃO..........................................................................................................51
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1 INTRODUÇÂO
O envelhecimento é um processo não homogêneo formado por um conjunto
de reações caracterizado por alterações que levam a uma diminuição da capacidade
de adaptação do ser humano ao meio ambiente. Essas alterações são de ordem
morfológica, fisiológica, bioquímica e psicológica. É um processo contínuo, que deve
ser vivido da forma mais agradável possível, com a saúde sendo mantida pelos
diversos meios preventivos (BRUNETTI; MONTENEGRO, 2002; CAMPOS et al.,
2006)
De acordo com Kalache (1987) os avanços científicos, as intervenções
médicas e o saneamento básico têm ajudado a aumentar a longevidade da
população. No Brasil, o crescimento da população idosa passou de 4,2% em 1950
para 8,7% em 1997, estimando-se 24% em 2050 (CAMPOS et al., 2006).
O Artigo 2º do Estatuto do Idoso (BRASIL, 2004) relata que o idoso goza de
todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhe, por lei ou por outros meios,
todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental
e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de
liberdade e dignidade.
A partir da década de 1960, o número de idosos tornou-se mais expressivo,
ocorrendo uma preocupação maior com a cavidade oral da pessoa idosa. Com isso,
a Odontogeriatria surge como ramo da Odontologia visando cuidar da saúde bucal
da população de terceira idade.
A saúde bucal é parte integrante e inseparável da saúde geral do indivíduo e
está relacionada diretamente com as condições de saneamento, alimentação,
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moradia, trabalho, educação, renda, transporte, lazer, liberdade, acesso e posse de
terra, aos serviços de saúde e a informação (CFO, 2006). Assim, é fundamental que
a realização de estudos enfocando a atuação integral de sujeitos de terceira idade
seja estimulada, pois, como destacaram Shinkai e Cury (2000), os aspectos de
saúde bucal são indissociáveis dos aspectos e saúde geral, quando do atendimento
do idoso.
Pucca Júnior (2002) relatou que o edentulismo configura-se como resultado,
ou seja, é um quadro de seqüela derivado de um processo de desgaste do corpo,
sendo que, os componentes patológicos deste desgaste se sobrepuseram aos
demais. Portanto, percebe-se que, quando o edentulismo se faz presente, é porque
as medidas de atenção à saúde bucal anteriormente colocadas inexistiram ou
fracassaram integralmente.
Segundo Flores e Mengue (2005) estima-se que 23% da população brasileira
consomem 60% da produção nacional de medicamentos, principalmente as pessoas
acima de 60 anos. Esse padrão elevado no consumo de medicamentos entre os
idosos que vivem na comunidade tem sido descrito em outros estudos no Brasil e no
mundo.
Pupo et al. (2002) afirmaram que a xerostomia, sensação subjetiva de boca
seca, conseqüente ou não da diminuição/interrupção da função das glândulas
salivares é mais freqüente entre os idosos e em pacientes do sexo feminino. Pode
se manifestar através de uma dificuldade para mastigar, deglutir e falar, sensação de
queimação na boca e língua, diminuição da gustação, mucosites e até ulcerações na
boca.
Neste sentido o Curso de Odontologia da UNIVALI, através de atividades de
extensão e de pesquisa, tem enfocado a questão de saúde do idoso. Recentemente,
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dois estudos investigativos, abordando a questão com indivíduos de dois municípios
de área de abrangência da UNIVALI, foram relatados por Raitz e Seibert (2006) e
Souza e Cantele (2006).
Frente a isso, no primeiro semestre de 2007, foi realizada no município de
Itajaí – SC, esta pesquisa envolvendo idosos freqüentadores de um centro de
convivência. Este estudo teve por objetivo conhecer a freqüência de hipossalivação
e as condições clínicas gerais de pessoas da terceira idade, cadastradas e
freqüentadoras de um Centro de Convivência do Idoso, do bairro São Judas do
município de Itajaí (SC).
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2 REVISÃO DE LITERATURA
Maia et al. (1999) relataram que a hipertensão arterial é definida como uma
elevação da pressão sistólica acima de 140mmHg e diastólica acima de 90mmHg e
que ela atinge em todo mundo milhões de pessoas, constituindo um grave problema
de saúde pública no Brasil. Existem diferentes graus de hipertensão o que em
termos de prática odontológica se traduz na necessidade de condutas clínicas
diferenciadas. As drogas usadas no tratamento da hipertensão incluem diuréticos,
antiadrenérgicos, vasodilatadores e inibidores da conversão da angiotensina tendo
como efeitos colaterais hipocalemia com arritmias associadas, hipotensão postural,
confusão mental, depressão e sonolência. Outro efeito colateral, com possíveis
implicações odontológicas é a inibição salivar central, acarretando xerostomia em
pacientes medicados com anti-hipertensivos de ação central, como metildopa e
clonidina. Os tratamentos odontológicos eletivos devem ser adiados até que o
paciente não controlado esteja corretamente tratado e o seu quadro estabilizado.
Tratamentos de emergências deverão ser os mais conservadores possíveis. Não há
contra-indicação de tratar pacientes controlados. O paciente com hipertensão leve
ou moderada suportará todos os tratamentos não cirúrgicos e cirúrgicos simples
executados.
Shinkai e Cury (2000) discutiram a atuação da odontologia na atenção integral
à saúde dos idosos, considerando a necessidade de abordagem interdisciplinar. São
destacadas as interações entre diversas profissões de saúde e a odontologia, para a
promoção de saúde, prevenção específica e reabilitação de pacientes idosos com
ênfase na importância da comunicação e troca de informações. É fundamental a
indissociabilidade dos aspectos de saúde bucal e de saúde geral no atendimento ao
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idoso, sendo importante a troca de informações. Esse aspecto é fundamental em
todos os níveis de atendimento, seja na promoção de saúde, na prevenção
específica ou na reabilitação, e envolve não apenas a equipe de profissionais por
meio de ações integradas mais objetivas e eficazes, que respeitem as necessidades
reais do idoso. Um grave problema na odontologia é a necessidade de formação de
recursos humanos capacitados em odontologia geriátrica para o atendimento
especializado ao idoso. Outro problema seria a inexistência de programas
preventivos e assistência odontológica direcionados à terceira idade em nível
coletivo.
Silva e Valseki Júnior (2000) relataram que apesar de não existirem doenças
bucais relacionadas diretamente à população idosa, algumas complicações têm
efeitos cumulativos negativos e prejudiciais para os idosos, tais como a secura na
boca, a dificuldade de deglutição, diminuição da capacidade mastigatória, as
modificações no paladar e a perda de dimensão vertical. Os pesquisadores
realizaram um estudo na cidade de Araraquara, em 1998, quando foram examinadas
194 pessoas com 60 anos ou mais. Cerca de 65% dos entrevistados apresentaram a
falta de dentes enquanto nos dentados foram encontrados em média 4 dentes. Mais
de 90% dos dentes, de acordo com o índice CPO-D, já estavam perdidos. Em média
havia menos de dois dentes hígidos em cada indivíduo examinado. O uso de
próteses era em média de 70%. A necessidade de prótese foi de 70% em média,
mostrando assim que uma expressiva parcela das próteses usadas não estavam em
condições clínicas satisfatórias necessitando de substituição. Entre as pessoas
institucionalizadas a prótese estava em uso em média há 18 anos. Observaram que
a condição clínica, de maneira geral, era precária. Porém, esta condição clínica não
é muito diferente da situação encontrada em outros estudos realizados no Brasil e
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em outros países. A situação epidemiológica encontrada neste estudo indica que há
a necessidade de se tomar alguma providência. Os recursos disponíveis poderiam
ser distribuídos de maneira mais equilibrada, sem que se deixe de dar atenção a
outros grupos prioritários, levando em consideração a atual situação demográfica e
epidemiológica do país.
Colussi e Freitas (2002) efetuaram uma revisão crítica dos estudos
epidemiológicos apresentados nas publicações nacionais com relação à saúde bucal
do idoso. Foram pesquisados todos os artigos sobre saúde bucal do idoso no Brasil
que constavam na literatura a partir de 1988. Dos 29 artigos encontrados, foram
selecionados oito que traziam dados epidemiológicos sobre a cárie, a partir dos
quais foram feitos uma análise do índice CPOD, do percentual de dentes extraídos e
indivíduos edêntulos e do uso e necessidade de prótese total. Os dados quanto ao
grau de dependência não foram incluídos nas análises deste artigo e apenas sete
dos oito artigos epidemiológicos foram considerados. Com relação aos resultados, a
cárie foi o principal problema bucal dos indivíduos com sessenta anos ou mais. A
necessidade do uso de prótese encontrada na amostra domiciliar foi bem inferior
àquela encontrada nas instituições, e quanto ao uso de prótese total os estudos
revelaram que a mais utilizada é no arco superior. Os resultados apresentados nos
artigos confirmam as precárias condições de saúde bucal em que se encontra a
população idosa brasileira, necessitando de uma reformulação do serviço púbico,
direcionando ações especificas aos problemas da terceira idade, além de medidas
educativas e preventivas.
Pupo et al. (2002) afirmaram que a xerostomia, sensação subjetiva de boca
seca, conseqüente ou não da diminuição/interrupção da função das glândulas
salivares é mais freqüente entre os idosos e em pacientes do sexo feminino. Pode
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se manifestar através de uma dificuldade para mastigar, deglutir e falar, sensação de
queimação na boca e língua, diminuição da gustação, mucosites e até ulcerações na
boca. Alterações na flora oral predispõem a infecções oportunistas, principalmente
por Cândida albicans e contribuem para a proliferação de microorganismos
cariogêncos. Assim, pacientes com xerostomia são predispostos a desenvolver
cáries e doença periodontal.
Espinoza et al. (2003) realizaram um estudo para verificar a prevalência de
lesões de mucosa oral em cidadãos idosos de Santiago (acima de 65 anos). Idade,
gênero, status médico, medicações, uso de próteses, xerostomia, uso de cigarros e
fatores sociais e culturais foram associados com a prevalência de lesões de mucosa
oral, sendo que os diagnósticos específicos sobre as lesões foram feitos
clinicamente de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Os dados obtidos a partir deste estudo demonstraram que mais da metade dos
casos (53%) apresentaram uma ou mais lesões de mucosa oral. As lesões mais
freqüentes foram as estomatites (22,3%) e as hiperplasias (9,4%). De um total de
574 portadores de dentaduras analisados, que representam a verdadeira população
com risco de estomatites, a prevalência destas foi de 34%, sendo as mulheres as
que apresentaram mais lesões, na proporção de 27,8%, enquanto os homens foram
na faixa de 13,3%. Ao se analisar as variáveis associadas com a maior
probabilidade de se ter uma ou mais lesões (idade, sexo, menos de 6 anos de
educação formal, medicação, uso de cigarros, dentaduras em uso, xerostomia e
ausência de visitas ao dentista no último ano), somente o uso de dentadura
aumentou significativamente a probabilidade para tal. Foram também determinadas
as variáveis com um aumento do risco de haver leucoplasias, líquen plano e lesões
associadas à infecção por Cândida. Os fatores que aumentaram significativamente o
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risco de estomatites foram o sexo feminino, placa aderida em próteses e o fato de
dormir com a prótese. As leucoplasias e o líquen plano foram analisados de acordo
com a idade, sexo, grau de instrução e uso de cigarros, sendo que o único fator de
risco para leucoplasia foi o cigarro e, no caso do líquen plano, o fator determinante
foi o sexo feminino. Para lesões especificas, os fatores associados a estas foram o
sexo, uso de cigarro e hábitos e higiene oral em usuários de próteses.
Maupomé et al. (2003) investigaram se as doenças bucais estavam
associadas com doenças crônicas sistêmicas em 532 idosos canadenses moradores
de instituições. Associações entre saúde bucal e geral, incluindo relações entre
periodonto e doenças sistêmicas têm sido relatadas nos últimos anos da literatura
cientifica. Como um exemplo há evidências para suportar associações entre
doenças bucais e diabetes mellitus e acidente vasculocerebral. (AVC) Além disso,
aumentou o número de pacientes que usam o serviço clínico e que também
possuem doenças bucais. Infelizmente, a situação atual de conhecimento sobre a
saúde bucal nas pessoas idosas é mesmo menos clara. A saúde bucal e geral nos
pacientes mais jovens difere da mesma situação nos pacientes idosos visto os
maiores cuidados que o primeiro grupo está recebendo desde o início da vida nos
últimos anos. Um breve exame bucal documentou retenção dental, cáries e saúde
gengival e periodontal. Uma parte do estudo foi associada com uma grande
experiência de cáries e problemas gengivais e periodontais. Participantes com
pressão alta, osteoporose ou diabete estavam mais sujeitos a ser edêntulos ou a ter
menos dentes do que os participantes que não tinham essas condições sistêmicas.
Idosos que tinham artrite retiveram mais dentes com o decorrer da idade. Pacientes
que tinham mais doenças também tenderam a ter uma condição periodontal e
gengival pobre, menos dentes e grande risco de edentulismo. As associações entre
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doenças sistêmicas e doenças bucais deve ser direto ou deve ser mediado por
fatores como comportamentos da saúde.
Os idosos têm alguns direitos os quais muitas vezes não são respeitados. O
Artigo 15, § 1°, inciso V do Estatuto do Idoso (BRASIL, 2004) determina que a
prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de:
reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das seqüelas
decorrentes do agravo da saúde. E o § 2° cita que incumbe ao Poder Público
fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso
continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento,
habilitação ou reabilitação.
Campostrini (2004) relatou que o ser humano, no decorrer da sua vida,
transita por diferentes fases ou etapas estabelecidas e inter-relacionadas: a infância
e a adolescência, a idade adulta e a velhice ou idade avançada, na qual se incluem
as pessoas de 60 anos ou mais. A velhice é uma etapa no curso de vida dos seres
humanos, com suas características próprias, suas necessidades e interesses
específicos. As necessidades básicas da vida humana são: alimentação, sono,
trabalho/atividades, amor, aceitação, autonomia, auto-aceitaçao, segurança,
respeito, realização e agregação. A velhice é parte do desenvolvimento integral da
pessoa, resultado dinâmico de uma vida pela qual o individuo se modifica e
enriquece constantemente no decorrer dos anos, o que deveria permitir às pessoas
mais velhas transmitir às gerações sucessoras os valores humanos, sociais e
culturais que hoje possuem.
Chaimowicz (2004) afirmou que a média de idade da população brasileira vem
aumentando desde o início da década de 1960, quando a queda da fecundidade
começou a alterar sua estrutura etária, estreitando progressivamente a base da
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pirâmide populacional. O aumento da longevidade, fruto da contínua queda da
mortalidade, foi tão expressivo que se no início do século passado menos de um
quarto da população conseguia alcançar os 60 anos, em 2000 cerca de 81% das
mulheres e 71% dos homens já conseguiam; a esperança de vida ao nascer, então ,
ultrapassava 65 anos (homens) e 73 anos (mulheres).
De acordo com Ferreira et al. (2004) a Organização Mundial de Saúde, em
conjunto com o Centro Internacional de Longevidade (ILC) tem sistematizado uma
discussão a respeito de ganhos ou perdas na saúde que podem ocorrer durante o
curso da vida. Apresenta os modelos teóricos que sugere para estudos e pesquisas:
os períodos críticos, com e sem efeito posterior à acumulação de riscos, com ou sem
relação a danos posteriores. Esse fato aponta para a preocupação existente com as
exposições e agravos que ocorrem durante a vida, podendo resultar em riscos
acumulados, e conseqüentemente, problemas em períodos posteriores e reforça a
tese de que o cuidado com o idoso, com vistas a melhor qualidade de vida, deve ter
seu início bem antes dos 60 anos. Assim, a promoção de saúde deverá apresentar
atos e ações necessárias e próprias a este grupo etário, porém, intimamente
relacionados e dependentes de ações para os outros grupos etários.
Fox e Eversole (2004) relataram que embora a xerostomia seja um indicativo
mais freqüente de redução da produção salivar, isto não é invariavelmente
associado com caso de hipofunção da glândula salivar. Não se pode assumir um
diagnóstico de disfunção de glândula salivar com base apenas em relatos de
ressecamento oral. Contrariamente, a falta de sintomas de boca seca não é garantia
de adequada função salivar. Uma avaliação satisfatória e completa é essencial para
determinar se a disfunção da glândula salivar está presente. Existem numerosas
causas de disfunção da glândula salivar e xerostomia. A causa mais comum dos
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sintomas de boca seca é o uso terapêutico de medicamentos. É interessante notar
que muitos medicamentos não reduzem quantitativamente a produção secretora.
Embora não exista uma explicação completamente satisfatória para esse fenômeno,
ele pode estar relacionado com alterações qualitativas na composição da saliva ou
com fatores não salivares. Entre os agentes que afetam diretamente a função salivar
estão os antidepresivos, anticoinérgicos, anti-hipertensivos (alguns) e anti-
histamínicos. Muitas condições sistêmicas podem afetar a função salivar como
doenças ganulomatosas, doenças do enxerto-versus-hospedero, fibrose cística,
paralisia de Bel, diabetes mellitus (não controlado), amiloidose, HIV, disfunção da
tireóide, estágio avançado de doença hepática, fatores psicológicos, má-nutrição,
idiopática sendo talvez a mais proeminente a síndrome de Sjögren, uma
exocrinopatia auto-imune. Existe uma discussão continua concernente ao papel da
idade na disfunção da glândula salivar. Sintomas de ressecamento e reduções
mensuráveis na função salivar são observados principalmente em pacientes mais
idosos. Entretanto, muitos investigadores acreditam que isto pode ser explicado pelo
aumento da incidência de uso de medicamentos e doença sistêmica nessa faixa
etária. Nos indivíduos saudáveis que não fazem uso de medicamentos, não se
verifica redução consistente na função das glândulas salivares com o passar da
idade. É verdade que ocorre um declínio de aproximadamente 30% em todo tecido
epitelial salivar com a idade, mas é necessário uma pesquisa detalhada para outras
causas possíveis.
De acordo com Magalhães et al. (2004) indivíduos idosos apresentam risco
aumentando para o desenvolvimento da doença cárie devido ao grande número de
alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento, ocorrência de
múltiplas patologias, exposição de superfícies radiculares, redução do fluxo salivar
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induzida por drogas, dieta cariogênica, redução da destreza manual ou motivação
para higiene bucal, alem de fatores psicossociais. A causa mais comum de
hipossalivação é o efeito colateral de drogas (diuréticos, antidepressivos,
neurolépticos, cirostáticos, antiparkinsonianos e anti-hipertensivos). Outras causas
são doenças sistêmicas como diabetes mellitus, doenças auto-imunes, síndrome de
Sjögren, doenças de glândulas salivares, respiração bucal, radioterapia de cabeça e
pescoço, desordens psicológicas e hormonais. O papel da idade na função salivar
permanece controverso. A hipótese de que a diminuição do fluxo salivar é uma
alteração inevitavelmente relacionada ao envelhecimento foi desafiada por estudos
que demonstram não haver diminuição da função salivar em relação à idade em
voluntários saudáveis não medicados. Independente desta relação, a prevalência de
doenças crônicas aumenta com a idade assim como o uso de múltipla medicação e
quanto maior o número de medicamentos ingeridos, maior é a tendência para
redução do fluxo salivar.
Flores e Mengue (2005) realizaram um estudo relatando que há uma
estimativa que 23% da população brasileira consomem 60% da produção nacional
de medicamentos, principalmente as pessoas acima de 60 anos. Esse padrão
elevado no consumo de medicamentos entre os idosos que vivem na comunidade
tem sido descrito em outros estudos no Brasil e no mundo. Em relação às classes
terapêuticas mais utilizadas por idosos em Porto Alegre (RS), em virtude das
doenças cardiovasculares liderarem as causas de morbidade em indivíduos com
idade acima de 65 anos, os medicamentos cardiovasculares têm sido amplamente
prescritos pelos médicos. Também se observou elevado consumo de analgésicos e
de medicamentos envolvendo o aparelho digestivo, revelando o desconforto
eminente dos idosos em aliviar ou eliminar suas dores agudas. Este fato merece
20
atenção dos profissionais de saúde no sentido de orientar quanto a possíveis casos
de interações medicamentosas e redundância. Pode-se inferir também que,
eventualmente, esses medicamentos foram lembrados em função de serem de uso
esporádico, de curta duração. Porém, são marcantes em suas lembranças, uma vez
que podem estar associados a experiências desagradáveis de episódios de doenças
agudas e, por isso, mais fáceis de serem lembrados. Já os medicamentos
cardiovasculares são usados diariamente por longos períodos, e por isso também
são facilmente lembrados pelos idosos em memórias recentes. Tentativas têm sido
feitas para explicar a diferença populacional entre os sexos na terceira idade.
Algumas hipóteses sugerem que o homem tem as mais altas taxas de mortalidade
relacionadas à violência, acidentes de trânsito e doenças crônicas. Já as mulheres
têm as mais altas taxas de morbidade em quase todas as doenças crônicas não-
fatais, principalmente por menor exposição a determinados fatores de risco,
notadamente no trabalho. Além disso, elas apresentam uma postura diferente em
relação às doenças e ao conceito de saúde, sendo mais inclinadas a prestar atenção
aos sinais e sintomas e procurar assistência mais freqüentemente que os homens.
Conseqüentemente, o gênero pode influenciar o consumo de medicamentos, sendo
as mulheres as mais prováveis usuárias. A polifarmácia aumentou com a progressão
da idade, fenômeno este que pode ser explicado por uma série de fatores, incluindo
aumento de morbidade.
De acordo com Moreira et al. (2005), foi realizado, em 2003 o Levantamento
das Condições de Saúde Bucal da População Brasileira. O projeto SB BRASIL 2003
revelou que o índice CPO-D para o grupo etário de 65 a 74 anos foi de 27,93. Isto
significa que cada pessoa desse grupo possuía apenas quatro dentes livres de cárie
e de suas conseqüências (obturação/extração). No caso dos idosos, houve maior
21
participação do componente “perdido” (92,16). Quanto à necessidade do uso de
prótese, 56,0% e 32,4% necessitavam de próteses inferior e superior,
respectivamente. A prótese total foi a que apresentava maior necessidade entre os
procedimentos de reabilitação oral, indicando a alta prevalência de edentulismo.
Para entender melhor o atual quadro em que se encontram as condições de saúde
bucal dos idosos, torna-se necessário considerar que essa parte da população
brasileira traz consigo uma herança de um modelo assistencial focado em práticas
curativas e mutiladoras. Além disso, as barreiras de acesso aos serviços
odontológicos como a baixa escolaridade, a baixa renda e a escassa oferta de
serviços públicos de atenção à saúde bucal voltados à população idosa ajudam a
alimentar essas precárias condições.
Domingues et al., (2006) apresentaram os conceitos relativos à rede de
relações dos idosos e descreveram alguns instrumentos para sua avaliação,
destacando entre eles o mapa mínimo de relações (MMR). A odontogeriatria é
atualmente considerada um dos ramos da gerontologia e exige profissionais que
entendam ainda melhor o impacto do envelhecimento na saúde bucal e também no
comportamento social daí decorrente. Assim se faz necessário uma avaliação da
vontade do paciente que muitas vezes tem a participação significativa de sua família
ou de uma pessoa de confiança da sua rede social de apoio e cuidados juntamente
com o que é possível fazer em termos técnicos para que o odontogeriatra tome as
corretas decisões. A identificação das pessoas importantes para o idoso melhora o
relacionamento com o profissional e facilita o seu reconhecimento como integrante
dessa mesma rede de relações e apoio. No envelhecimento os relacionamentos que
existem ao longo de todo o ciclo vital e que atendem à motivação básica do ser
humano de interação, tendem a se contrair devido a dois fatores: a morte de seus
22
componentes e diminuição de oportunidades para construir novas relações. Porém,
os vínculos que se mantêm ainda assim são de grande intensidade, tornando sua
atuação bastante efetiva. Os instrumentos de avaliação da rede de suporte social
permitem identificar e avaliar a composição, as funções e a qualidade do suporte
social recebido segundo a percepção do individuo. Além dos questionários e
escalas como o Questionário de Suporte Social Norbeck (NSSQ), o Questionário de
Suporte Social (SSQ), a escala de Mc Farlante, 1981(SRS) etc., existe um
instrumento gráfico intitulado Mapa Mínimo de Relações que posteriormente foi
adaptado e modificado para identificar a rede de suporte social do idoso, sendo
assim denominado Mapa Mínimo de Relações do Idoso (MMRI). Este apresenta
vantagem em relação aos outros tipos de avaliação social, pois é um instrumento
gráfico, permitindo assim a fácil identificação e visualização dos vínculos
significativos mencionados além de poder ser aplicado pelos profissionais de uma
equipe multidisciplinar, desde que seja capacitado, sendo sua utilização então muito
pertinente para a área social e de saúde, em especial para a saúde pública.
Segundo Araújo et al. (2006), a promoção de saúde dá ênfase à redução das
desigualdades em saúde por meio da atuação sobre os determinantes sociais do
processo saúde-doença, injúria e incapacidade, bem como mediante a adoção de
medidas que favorecem ambientes saudáveis. O acesso facilitado aos serviços
odontológicos, seja nos centros de saúde ou no atendimento domiciliar e unidades
móveis, juntamente com uma conscientização da equipe de cuidadores sobre a
importância de se manter uma boa condição bucal, são recursos importantes na
busca de suporte para manutenção da autonomia e uma melhora no quadro geral do
indivíduo idoso. A odontologia deve atuar como um agente de integração na
sociedade, influenciando o suporte social, na medida em que mantém a saúde bucal
23
do idoso, possibilitando a este uma aparência agradável, melhor auto-estima, maior
capacidade de fonação alem de contribuir para a integração do idoso ao meio social.
A estratégia do fator de risco comum na promoção de saúde atua na prevenção de
diversas doenças crônicas que possuem os mesmos fatores de risco, como: dieta,
fumo, uso de álcool, estresse, trauma, sedentarismo. A dieta, por exemplo tem
influência na obesidade, diabetes e cárie dentária. A promoção de saúde por meio
desta estratégia controla um número ilimitado de fatores de risco comum,
apresentando grande impacto sobre a prevalência de doenças crônicas. Esta
estratégia pode ser utilizada com idosos para prevenir o surgimento de doenças
crônicas, associadas ou não, e suas complicações. A promoção de saúde pode ser
realizada em ambientes multigeracionais, como a família, já que a maioria dos
idosos vive em comunidades; em grupos freqüentados pelos idosos, como igrejas,
associações. Desta forma, a promoção de saúde e saúde bucal na população idosa
deve ser estimulada em todos os ambientes sociais tanto nos serviços de saúde
quanto na família, promovendo a autonomia do idoso, possibilitando a consolidação
da relação inegável entre o suporte social e a promoção de saúde, pois à medida
que se implementa o primeiro, trabalha-se promovendo saúde.
Matear et al. (2006) realizaram um estudo na cidade de Toronto, Ontário,
Canadá e os dados foram coletados através de um questionário que foi baseado na
autopercepção oral e saúde geral, bem como no bem-estar do indivíduo. Com base
nos resultados obtidos, a maioria dos participantes (80%) estavam satisfeitos ou
muito satisfeitos com seu estado de saúde oral, enquanto 28% dos entrevistados
reportaram piora na saúde oral no decorrer dos últimos dois anos. Para um pequeno
número (9,8%) houve uma pequena melhora. De acordo com a saúde geral, 99%
dos participantes relataram uma ou mais condição médica crônica. A artrite e
24
problemas oculares, como por exemplo, glaucoma e catarata, foram as doenças
mais citadas. Ainda relataram que 93% fazem uso de medicamento prescrito. Com
relação à xerostomia (ou sensação de boca seca), é uma queixa freqüente na
população idosa. A prevalência deste quadro é estimada na faixa dos 20% e é mais
comum nos idosos do que nas outras faixas etárias. De acordo com o autor, a
sensação de boca seca pode ser decorrente da severa redução do fluxo salivar ou
mesmo quando aparentemente há uma função normal da glândula salivar. A causa
mais freqüente da xerostomia são os medicamentos, os quais podem imitar ou
contrariar os aspectos reguladores da salivação e afetar a taxa do fluxo e sua
composição. Também pode ser causada por muitas doenças, condições e
tratamentos. A sintomatologia da xerostomia pode incluir queimação e coceira na
mucosa oral e língua, dificuldades com deglutição, fala e alimentação, diminuição da
sensibilidade gustativa, dificuldade em usar próteses dentárias e, ainda, desnutrição.
O resultado foi que quase metade dos indivíduos analisados apresentou alto grau
desta doença. Foi também ressaltado que a xerostomia contribui para alterar a
condição de saúde oral. De acordo com os autores, a xerostomia pode ser
efetivamente avaliada usando métodos de auto-aprendizado na população idosa.
Este estudo comprovou que a xerostomia tem impacto significativo e negativo na
qualidade de indivíduos idosos, entretanto, a saúde oral pode ser menos afetada.
Raitz e Seibert (2006) realizaram uma pesquisa, na qual foi desenvolvido um
levantamento epidemiológico do índice de edentulismo, utilizando o índice CPO-D
em 306 idosos com faixa etária de 60 anos ou mais residentes na cidade de Brusque
(SC) e avaliaram a autopercepção destes sujeitos com relação a sua saúde bucal
adotando-se um questionário levando-se em conta o índice GOHAI. Verificaram que
a maioria dos sujeitos, cerca de 70% eram edêntulos totais, 28,44% eram edêntulos
25
superiores e 0,33% edêntulos inferiores e 1,63% não apresentavam edentulismo
apesar de utilizarem prótese parcial removível ou fixa. Em relação ao índice GOHAI,
a maioria dos sujeitos, cerca de 40% classificaram sua saúde bucal como boa,
20,26% relataram ter saúde bucal regular e um número quase igual ao de saúde
bucal boa relataram saúde bucal precária, cerca de 39,54%., sendo que as questões
que mais influenciaram no resultado do índice GOHAI foram relacionadas com a
função mastigatória.
Souza e Cantele (2006) realizaram um estudo descrevendo as respostas
dadas pelos idosos com 60 anos ou mais do município de Itajaí participantes de um
questionário. Este foi desenvolvido pelo Projeto Saúde envelhecimento: inquérito
domiciliar no município de Itajaí – SC, ano 2001 e foi denominado “Questionário de
Avaliação Multidimensional da População Idosa para Estudos Comunitários –
Versão Itajaí – SC”, que continha questões de saúde geral, saúde bucal e
socioeconômicas. Participaram da pesquisa 994 idosos que tiveram suas respostas
formando uma amostra e assim realizado um estudo transversal. A faixa etária de
maior concentração na amostra foi de 60-69 anos sendo que a grande maioria dos
entrevistados era do sexo feminino com 704 entrevistados, mais que o dobro dos
participantes do sexo masculino. Os idosos com idade entre 80-89 anos e 90-99
anos apresentaram o grupo com maior índice de edentulismo sendo 70,59% e
69,23% respectivamente. Mesmo com o alto índice de endentulimso a grande
maioria dos entrevistados considera a sua saúde bucal em bom estado e somente
um número mais baixo com 23,08 a 31,09% conforme faixa etária relataram que
acham ter problemas dentários que atrapalham ao mastigar.
De acordo com Studart-Soares et al. (2006) a saliva é um dos fluidos
corporais mais importantes do organismo, desempenhando papel crítico na proteção
26
e integridade dos tecidos orais, além de preparar o alimento para a mastigação e
facilitar sua deglutição. Fluxo salivar insuficiente pode resultar em disfagia e
diseugia, além de aumentar a susceptibilidade dos tecidos orais a doenças.
Xerostomia é considerada uma desordem que pode estar relacionada ou não com a
disfunção das glândulas salivares. Pode variar clinicamente desde uma pequena
redução do fluxo salivar, com uma transitória inconveniência, até uma total
xerostomia, tendo como principais causas distúrbios locais ou sistêmicos, agentes
farmacológicos, radioterapia, desordens imunológicas, além de menopausa e
poluição ambiental.
Narayana (2007) relatou que a xerostomia ou boca seca é definida como uma
sensação subjetiva de boca seca, enquanto a hipofunção salivar é a redução
verdadeira na quantidade de saliva produzida pelas glândulas salivares sendo,
portanto, a xerostomia\boca seca um sintoma e, portanto, não é diagnóstico. Ela
constitui uma queixa comum, especialmente em mulheres e nos mais idosos.
Aproximadamente um terço dos pacientes ambulatoriais mais idosos queixam-se de
boca seca, entretanto, os estudos não mostram consistentemente uma diminuição
no fluxo salvar relacionada com a idade. Com freqüência, a xerostomia nos mais
velhos é conseqüência de doenças sistêmicas, medicações e radiação de cabeça e
pescoço. A saliva tem várias funções, dentre elas cita-se a importante atuação na
percepção do paladar, ajuda na mastigação, deglutição, digestão e limpeza da boca.
A saliva regula o conteúdo de água do corpo, tem propriedades antifúngicas e
antibacterianas e desse modo ajuda a manter a flora oral normal; ajuda na
remineralização dos dentes através do seu sistema de tamponamento e as
mucoproteinas na saliva mantêm a integridade da mucosa bucal formando uma
barreira efetiva às influências externas; Saliva é essencial para manter a umidade da
27
boca e faringe durante a mastigação, deglutição e fala e também facilita na retenção
de dentaduras. A xerostomia é um efeito colateral de muitas medicações prescritas e
do álcool, apesar de o seu mecanismo de ação ser desconhecido. A produção de
saliva pode ser influenciada pela ação de drogas sobre o sistema nervoso central ou
periférico. Os efeitos atuam no sistema nervoso autônomo ou no sistema receptor
anticolinérgico no tecido das glândulas salivares. Os antidepressivos reduzem o
volume salivar pelos seus efeitos anticolinérgicos, enquanto os anti-hipertensivos
podem induzir alterações na composição da saliva ou diminuir a função salivar. Além
disso, as alterações induzidas por medicação na composição protéica da saliva por
betabloqueadores podem resultar na percepção de boca seca. Dentre os
medicamentos que têm efeito colateral na xerostomia podem ser citados os
medicamentos para circulação e coração como os alfabloqueadores (prazosina,
clonidina); betabloqueadores (atenolol, propanolol); diuréticos (tiazidas);
bloqueadores dos canais de cálcio (verapamil, nifedipina); medicamentos que
afetam o sistema nervoso central como os sedativos (benzodiazepinas);
medicamentos antialérgicos como os anti-histamínicos (difenidramina);
medicamentos contra acidez como os bloqueadores de receptores H2 (ranitidina) e
os medicamentos imunossupressores (Interleucina 2). Fibrose cística, sarcoidose,
diabetes mellitus mal controlada, doença hepática, distúrbios da tireóide, depressão,
HIV, doença de Alzheimer, fibromialgia, doenças neurológicas, ocasionalmente
também podem provocar boca seca. Nesses casos a queixa de boca seca pode não
estar diretamente relacionada com as mudanças na função da glândula salivar e ser
causada por alterações sistêmicas. A velocidade de fluxo estimulada inferior a 0,5-
0,7 são consideradas baixas velocidades de fluxo. O tratamento da xerostomia deve
objetivar a melhora dos sintomas subjetivos e tratar o agente etiológico que causa a
28
xerostomia. O tratamento sintomático é beber água de 2-3 litros por dia, manter gelo
na boca, mascar gomas sem açúcar, usar saliva artificial, colutório Biotene e flúor
em moldeira. O tratamento farmacológico consiste no uso de Pilocarpina, Anetole-
tritione e Betanecol.
29
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Local da pesquisa
A pesquisa foi realizada no Centro de Convivência do Idoso (C.C.I.) no
município de Itajaí (SC), localizado na Rua Vailatz, Bairro São Judas. (Fotografia 01)
Fotografia 01: Centro de Convivência do Idoso localizado no bairro São Judas, Itajaí (SC).
3.2 Amostra populacional
Indivíduos cadastrados e freqüentadores do Centro de Convivência nos
meses de abril e maio de 2007. Dos 350 idosos cadastrados, 280 freqüentavam com
certa regularidade (conforme informações da coordenadora do Centro). O número
de idosos que aceitaram participar da pesquisa foi de 100. Desta população cinco
30
idosos não aceitaram realizar o teste de salivação, sendo excluídos da amostra
analisada.
3.3 Período da pesquisa
Durante os meses de abril e maio de 2007, todas as segundas e terças-feiras
no período matutino (com exceção dos dias em que o Centro não realizou
atividades). Foram atendidos, em média, 10 idosos por período.
3.4 Obtenção dos dados
Foi realizado um questionário semi-aberto, com entrevista individual com cada
idoso que quis participar livremente da entrevista contendo perguntas sobre saúde
geral e bucal. Dentre os dados solicitados, constava a idade, sexo, presença de
patologias sistêmicas e medicação atualmente em uso. Para tal, o individuo assinou
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A). Os dados obtidos
foram mantidos sob sigilo, de acordo com os princípios éticos, sendo devidamente
anotados em uma ficha individual para cada entrevistado (Apêndice B). As respostas
foram representadas através de gráficos ou tabelas. (Fotografia 02)
31
Fotografia 02: Entrevista individual com o idoso utilizando questionário semi-aberto elaborado.
3.5 Análise clínica
Para a realização da entrevista foi utilizada uma cadeira confortável, luz
artificial, espátula, sugador, copos e seringas descartáveis e materiais de
biossegurança para os pesquisadores, tais como jaleco, óculos de proteção,
máscara, luvas e gorro (Fotografia 03). Foram analisados os elementos dentais, a
mucosa bucal e o fluxo salivar. Destes, somente os dados relativos ao último foram
anotados em ficha individual (Apêndice B) e expressos também em gráficos ou
tabelas.
32
Fotografia 03: Materiais utilizados para análise clínica.
O fluxo salivar foi avaliado por meio do teste de fluxo salivar estimulado citado
por Maltz e Carvalho (1999). Foi solicitado ao indivíduo que ficasse sentado e
mastigasse a fonte estimuladora (ponta de borracha do sugador) durante 1 minuto.
Desprezava-se esta saliva e solicitava-se novamente ao participante que
continuasse mastigando a ponta de borracha do sugador. À medida que a saliva era
estimulada, o indivíduo a depositava em um copo de plástico descartável. Este
processo foi realizado em um período de 5 minutos. Desta forma, obtinha-se toda a
saliva formada neste tempo. Através de uma seringa descartável era possível
descobrir o quanto foi salivado pelo individuo e, assim, dividir pelo tempo de
mastigação, descobrindo a secreção salivar que é medida em mililitros por minuto.
(ml/min). (Fotografia 04)
34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Apresentação e discussão dos resultados obtidos
O índice de secreção salivar foi expresso em mililitros por minuto e adotou-se
a classificação citada por Maltz e Carvalho (1999) e Narayana (2007) na qual
valores abaixo de 0,7ml/min eram considerados baixo fluxo salivar para assim
facilitar a tabulação e avaliação dos resultados.
Trezentos e cinqüenta idosos eram cadastrados no Centro de Convivência
para Idosos, porém, 280 freqüentavam com certa regularidade segundo informações
da coordenadora do Centro. O número de idosos que aceitaram participar da
pesquisa foi de 100; desta população cinco idosos não aceitaram realizar o teste de
salivação, sendo excluídos da amostra analisada.
4.1.1 Análise do fluxo salivar
Analisando o fluxo salivar na população idosa, foi notada a alta freqüência de
hipossalivação (77,9%), sendo esta observada em 74 entrevistados. Os outros 21
idosos (22,1%) apresentavam um fluxo salivar normal. (Gráfico 01)
35
77,9%
22,1%
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
Salivação normal Hipossalivação
Idos
os e
ntre
vist
ados
Gráfico 01 – Número de entrevistados divididos pelo fluxo salivar.
Fox e Eversole (2004) afirmaram que sintomas de ressecamento e reduções
mensuráveis na função salivar são observados principalmente em pacientes mais
idosos. Entretanto, muitos investigadores acreditam que isto pode ser explicado pelo
aumento da incidência de uso de medicamentos e doenças sistêmicas nessa faixa
etária. De maneira semelhante Magalhães et al. (2004) relataram que a hipótese de
que a diminuição do fluxo salivar é uma alteração inevitavelmente relacionada ao
envelhecimento foi desafiada por estudos que demonstram não haver diminuição da
função salivar em relação à idade em voluntários saudáveis não medicados.
Independente desta relação, a prevalência de doenças crônicas aumenta com a
idade assim como o uso de múltipla medicação e quanto maior o número de
medicamentos ingeridos, maior é a tendência para redução do fluxo salivar.
Aproximadamente um terço dos pacientes ambulatoriais mais idosos
queixam-se de boca seca, entretanto, os estudos não mostram consistentemente
uma diminuição no fluxo salivar relacionada com a idade (NARAYANA, 2007).
36
4.1.2 Análise do gênero
Dos 95 indivíduos submetidos ao estudo 24 eram do sexo masculino (25,3%)
e 71 eram do sexo feminino (74,7%). O gráfico 02 mostra que a maioria dos
entrevistados eram mulheres.
25,3%
74,7%
0,010,020,030,040,050,060,070,080,0
Masculino Feminino
Idos
os e
ntre
vist
ados
Gráfico 02 – Número de entrevistados divididos por sexo.
Tentativas têm sido feitas para explicar a diferença populacional entre os
sexos na terceira idade. Algumas hipóteses sugerem que o homem tem as mais
altas taxas de mortalidade relacionadas à violência, acidentes de trânsito e doenças
crônicas. Já as mulheres têm as mais altas taxas de morbidade em quase todas as
doenças crônicas não fatais, principalmente por menor exposição a determinados
fatores de risco, notadamente no trabalho. Além disso, elas apresentam uma postura
diferente em relação às doenças e ao conceito de saúde, sendo mais inclinadas a
prestar atenção aos sinais e sintomas e procurar assistência mais freqüentemente
que os homens (FLORES; MENGUE, 2005).
Souza e Cantele (2006) obtiveram no seu estudo uma grande maioria dos
entrevistados do sexo feminino, sendo mais que o dobro dos participantes do sexo
37
masculino. Em nosso estudo também observamos esta proporção chegando quase
ao triplo o número de mulheres sobre os homens.
4.1.3 Análise do gênero em relação ao fluxo salivar
O resultado da análise da quantidade de saliva em mililitro por minuto mostra
que das 71 mulheres da pesquisa, 14,1% apresentaram salivação normal e 85,9%
apresentaram quadro de hipossalivação. No caso dos 24 homens entrevistados,
45,8% deles apresentaram salivação normal e 54,2% hipossalivação. (Gráfico 03)
85,9%
14,1%
54,2%
45,8%
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
SalivaçãonormalHipossalivação
Masculino Feminino\ \ \ \
Idos
os e
ntre
vist
ados
Gráfico 03 – Número de entrevistados divididos por sexo e associados com fluxo salivar.
Conforme já citado no item 4.1.1 e de acordo com Pupo et al. (2002) e
Narayana (2007), a xerostomia é mais freqüente entre os idosos. Estes autores
ainda revelam que a xerostomia é mais comum também nos pacientes do sexo
38
feminino. Além do que, segundo Flores e Mengue (2005) o gênero pode influenciar o
consumo de medicamentos, sendo as mulheres as mais prováveis usuárias.
Pode-se citar como causas da xerostomia distúrbios locais ou sistêmicos,
agentes farmacológicos, radioterapia, desordens imunológicas, além de menopausa
e poluição ambiental. (STUDART-SOARES et al., 2006)
4.1.4 Análise da faixa etária
As idades dos indivíduos variavam entre 60 a 90 anos de idade. O gráfico 04
representa o número de idosos entrevistados divididos por faixas etárias. As idades
compreendidas entre 71 a 80 anos foram as mais encontradas, sendo verificadas
em 42 idosos (44,2%), seguida das idades entre 60 e 70 anos, observadas em 35
idosos (36,8%) e as idades entre 81 e 90 anos verificadas em 18 idosos (18,9%).
44,2%
18,9%
36,8%
0,05,0
10,015,020,025,030,035,040,045,050,0
60 a 70 anos 71 a 80 anos 81 a 90 anos
Idos
os
entr
evis
tado
s
Gráfico 04 – Número de entrevistados divididos pela faixa etária.
Tem sido observado um aumento gradativo da longevidade resultado da
diminuição das taxas de fecundidade e de mortalidade nas ultimas décadas. Como
39
conseqüência, desencadeia-se o fenômeno de envelhecimento populacional,
gerando novas demandas sociais. (FLORES; MENGUE, 2005)
No estudo de Souza e Cantele (2006) realizado com idosos, a faixa etária de
maior concentração na amostra foi de 60-69 anos. Este resultado foi diferente do
nosso estudo, o qual apresentou a faixa etária de 71-80 anos como a de maior
incidência.
4.1.5 Análise da faixa etária em relação ao fluxo salivar
Quando a quantidade de saliva mensurada foi distribuída entre as faixas
etárias, observamos que nos 35 idosos com idade entre 60 a 70 anos 28,6%
apresentaram salivação normal e 71,4% apresentaram hipossalivação. Nos 42
indivíduos pesquisados com 71 a 80 anos, 11,9% apresentavam salivação normal e
88,1% apresentavam hipossalivação. Já nos 18 idosos entre 81 a 90 anos, a
salivação normal esteve presente em 33,3% e a hipossalivação em 66,7% dos
indivíduos pesquisados com esta faixa etária. (Gráfico 05)
40
33,3%28,6%
71,4%
11,9%
88,1%
66,7%
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
Salivação normal
Hipossalivação
71 a 80 anos
\ \ \
60 a 70 anos
\ \ \
Idos
os e
ntre
vist
ados
81 a 90 anos
Gráfico 05 – Número de entrevistados divididos pela faixa etária e associados com fluxo salivar.
Como já relatado no item 4.1.1, verificou-se a alta prevalência de xerostomia
em pacientes idosos. Silva e Valsequi Júnior (2000) confirmaram este fato revelando
que algumas complicações têm efeitos cumulativos negativos e prejudicais para os
idosos, tais como a secura na boca, a dificuldade de deglutição, a diminuição da
capacidade mastigatória, as modificações no paladar e a perda de dimensão
vertical. Matear et al. (2006), da mesma maneira, afirmaram que a xerostomia é uma
queixa freqüente na população idosa, sendo mais comum em idosos do que nas
outras faixas etárias.
4.1.6 Análise da saúde geral
A pesquisa mostrou que 72 entrevistados, 75,8% do total, apresentaram pelo
menos uma ou mais patologias sistêmicas e 23 entrevistados revelaram não
apresentar qualquer anormalidade sistêmica (24,2%). Do total de pacientes
portadores de patologia, 80,6% apresentavam hipossalivação e 19,4% salivação
41
normal. Já, do total de pacientes não portadores de patologia e medicação, 69,6%
apresentavam hipossalivação e 30,4% apresentavam salivação normal. (Gráfico 06).
69,6%
30,4%
80,6%
19,4%
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
Salivação normal
Hipossalivação
Com patologia Sem patologia e medicação\ \\\
Ido
sos
entr
evi
sta
do
s
Gráfico 06: Número de entrevistados divididos pela presença ou não de patologias e associados com fluxo salivar.
Nos indivíduos saudáveis que não fazem uso de medicamentos, não se
verifica redução consistente na função das glândulas salivares com o passar da
idade, entretanto, muitas condições sistêmicas podem afetar a função salivar como
diabetes mellitus (não controlado), estágio avançado de doença hepática, fatores
psicológicos dentre outros. (FOX; EVERSOLE, 2004)
Foi descrito por Matear et al. (2006) e Narayana (2007) que a xerostomia
pode ser causada por muitas doenças, condições e tratamentos, sendo que Fox e
Eversole (2004), Magalhães et al. (2004) e Matear et al. (2006), afirmaram que a
causa mais freqüente da xerostomia são os medicamentos, os quais podem imitar
ou contrariar os aspectos reguladores da salivação e afetar a taxa do fluxo e sua
composição segundo Matear et al. (2006).
42
4.1.7 Análise das patologias presentes em relação ao fluxo salivar
A análise das principais patologias apresentadas pelos idosos mostra que as
doenças cardiovasculares foram as mais encontradas – 48,86% do total. A tabela 01
demonstra as principais patologias cardiovasculares encontradas bem como o índice
de salivação destes pacientes. A hipertensão arterial foi a patologia mais citada e
neste grupo (51,40%), também foi registrado o maior número de casos de
hipossalivação.. As patologias cardíacas também foram elevadas (26,17%),
principalmente nos pacientes com baixo índice salivar, seguido da hipotensão
arterial (9,35%), anemia (7,48%) e hipercolesterolemia (5,61%).
Tabela 01 – Doenças cardiovasculares apresentadas pelos entrevistados associadas com fluxo salivar
Salivação Normal Hipossalivação Hipertensão 08 47
Cardiopatia Crônica 04 24 Hipotensão 01 09
Anemia 01 07 Hipercolesterolemia 01 05
Total 15 92
As patologias osteoarticulares foram o segundo grupo de patologias mais
freqüentes - 19,18% do total, sendo que a artrite (38,10%), a osteoporose (28,57%),
e a artrose (21,43%) foram as mais citadas e também foi onde foram registradas a
menor quantidade de saliva. (Tabela 02)
43
Tabela 02 – Doenças osteoarticulares apresentadas pelos entrevistados associadas com fluxo salivar
Salivação Normal Hipossalivação Artrite 02 14
Osteoporose 02 10 Artrose 02 07
Reumatismo 00 02 Bursite 01 01
Febre Reumática 00 01 Total 07 35
Entre as doenças endócrinas – 10,05% do total, foram citadas diabetes
mellitus (90,91%) onde 18 apresentaram hipossalivação e 2 apresentaram índices
normais de saliva, e distúrbios da tireóide (9,09%) onde 2 pacientes também
apresentaram baixo volume salivar. (Tabela 03)
Tabela 03 – Doenças endócrinas apresentadas pelos entrevistados associadas com fluxo salivar
Salivação Normal Hipossalivação
Diabetes Mellitus 02 18
Distúrbios da Tireóide 00 02
Total 02 20
As patologias gastrointestinais foram o quarto grupo com maior ocorrência –
13,24% do total. As patologias mais encontradas foram gastrite (41,38%) e úlcera
(27,59%), e o índice de saliva também foi menor nos pacientes portadores de
afecções. (Tabela 04)
44
Tabela 04 – Doenças gastrointestinais apresentadas pelos entrevistados associadas com fluxo salivar
Salivação Normal Hipossalivação Gastrite 03 09 Úlcera 01 07
Hepatite 02 02 Hérnia Esôfago 01 02
Cálculo Vesicular 00 01 Diverticulite 00 01
Total 07 22
Entre as doenças do sistema respiratório – 5,02% do total, a asma brônquica
foi a patologia do trato respiratório mais freqüente (63,64%) e dos sete pacientes
portadores de asma seis apresentavam hipossalivação. (Tabela 05)
Tabela 05 – Doenças do sistema respiratório apresentadas pelos entrevistados associadas com fluxo salivar
Salivação Normal Hipossalivação Asma 01 06
Bronquite 01 02 Sinusite 00 01
Total 02 09 .
De relevância ainda, deve-se registrar a presença de cinco indivíduos em
tratamento psiquiátrico, todos também com hipossalivação. (Tabela 06)
Tabela 06 – Outras doenças apresentadas pelos entrevistados associadas com fluxo salivar
Salivação Normal Hipossalivação
Tratamento Psiquiátrico 00 05
Labirintite 00 02
Catarata 00 01
Total 00 08
A hipertensão arterial atinge em todo mundo milhões de pessoas, constituindo
um grave problema de saúde pública no Brasil. (MAIA et al., 1999).
45
Muitas condições sistêmicas podem afetar a função salivar como doenças
granulomatosas, doenças do enxerto-versus-hospedeiro, fibrose cística, diabetes
mellitus (não controlado), amiloidose, HIV, disfunção da tireóide, estágio avançado
de doença hepática, fatores psicológicos, má-nutrição e causa idiopática. Sendo
talvez a mais proeminente a síndrome de Sjögren, uma exocrinopatia auto-imune.
(FOX; EVERSOLE, 2004)
Doenças sistêmicas como diabetes, doenças auto-imunes, síndrome de
Sjögren, doenças de glândulas salivares, respiração bucal, radioterapia de cabeça e
pescoço, desordens psicológicas e hormonais são causas de hipossalivação
(MAGALHAES et al., 2004).
As doenças cardiovasculares lideram as causas de morbidade em indivíduos
em idade acima de 65 anos. (FLORES; MENGUE, 2005)
No estudo realizado por Matear et al. em 2006 com idosos em Toronto,
Ontário, Canadá, 99% dos participantes relataram uma ou mais condição médica
crônica. A artrite e problemas oculares, como por exemplo, glaucoma e catarata,
foram as doenças mais citadas.
Com freqüência a xerostomia nos mais velhos é conseqüente de doenças
sistêmicas, medicações e radiação de cabeça e pescoço. Fibrose cística,
sarcoidose, diabetes meliltus mal controlada, doença hepática, distúrbios da tireóide,
depressão, HIV, doença de Alzheimer, fibromialgia, doenças neurológicas,
ocasionalmente podem causar boca seca, podendo não estarem relacionadas
diretamente com as mudanças na função da glândula salivar e ser causada por
alterações sistêmicas. (NARAYANA, 2007)
46
4.1.8 Análise das medicações consumidas em relação ao fluxo salivar
As medicações cardiovasculares - 64,09% do total, principalmente as anti-
hipertensivas (70,69%), seguidas dos cardiotônicos (12,07%) são as mais utilizadas
pelos idosos entrevistados. Sessenta e dois pacientes que utilizavam medicações
anti-hipertensiva e 12 pacientes que utilizavam cardiotônicos apresentaram
hipossalivação. O índice de saliva também foi menor nos pacientes que utilizavam
outros tipos de medicações cardiovasculares. (Tabela 07)
Tabela 07 – Medicações cardiovasculares apresentadas pelos entrevistados associadas com fluxo salivar
Salivação Normal Hipossalivação
Anti-hipertensivo 20 62 Cardiotônicos 02 12 Anticolesterol 01 05
Varizes 00 05 Vasodilatador 01 04
Diurético 01 02 Antitrombótico 01 00
Total 26 90
Menor volume de saliva também foi registrado nos pacientes que utilizavam
outros tipos de medicamentos como antidepressivos (13 pacientes), analgésicos e
antiinflamatórios (8 pacientes), medicação para diabetes mellitus (8 pacientes),
medicamentos para distúrbios da tireóide (7 paciente), entre outros fármacos
conforme tabela 08.
47
Tabela 08 – Outras medicações apresentadas pelos entrevistados associadas com fluxo salivar
Salivação Normal Hipossalivação
Antidepressivos Ansiolíticos 03 13
Analgésico Antiiflamatório 02 08
Diabetes Mellitus 01 08
Alterações da Tireóide 01 07
Osteoporose 03 05
Alterações Gastrointestinais 01 03
Labirintite 00 03
Alterações Respiratórias 00 02
Antioxidantes 00 02
Osteoartrite 01 01
Antibiótico 00 01
Total 12 53
Medicamentos anti-hipertensivos de ação central, como metildopa e clonidina
possuem efeito colateral com possíveis implicações odontológicas, sendo esta a
inibição salivar central, acarretando xerostomia nos pacientes usuários. (MAIA et al.,
1999)
A causa mais comum dos sintomas da boca seca é o uso terapêutico de
medicamentos. É interessante notar que muitos não reduzem quantitativamente a
produção secretora. Entre os agentes que afetam diretamente a função salivar estão
os antidepressivos, anticolinérgicos, anti-hipertensivos (alguns) e anti-histamínicos.
(FOX; EVERSOLE, 2004)
A causa mais comum de hipossalivação é o efeito colateral de drogas
(diuréticos, antidepressivos, neurolépticos, cirostáticos, antiparkinsonianos e anti-
hipertensivos). (MAGALHAES et al., 2004)
Flores e Mengue (2005) fizeram um estudo relatando que se estima que 23%
da população brasileira consome 60% da produção nacional de medicamentos,
48
principalmente as pessoas acima de 60 anos. Em relação às classes terapêuticas
mais utilizadas por idosos em Porto Alegre (RS), os medicamentos cardiovasculares
têm sido amplamente prescritos pelos médicos. Também se observou elevado
consumo de analgésicos e de medicamentos envolvendo o aparelho digestivo. A
polifarmácia aumentou com a progressão da idade, fenômeno este que pode ser
explicado por uma serie de fatores, incluindo aumento da morbidade.
De acordo com o estudo de Matear et al. (2006) na cidade de Toronto,
Ontário, Canadá, 93% dos idosos da pesquisa fazem uso de medicamento prescrito.
A causa mais freqüente da xerostomia são medicamentos, os quais podem imitar ou
contrariar os aspectos reguladores da salivação e afetar a taxa do fluxo e sua
composição.
A xerostomia é um efeito colateral de muitas medicações prescritas e do
álcool, apesar de seu mecanismo de ação exato ser desconhecido. A produção de
saliva pode ser influenciada pela ação de drogas sobre o sistema nervoso central ou
periférico. Dentre os medicamentos podem-se citar os para circulação e coração, os
que afetam o sistema nervoso central, os antialérgicos, os contra acidez e os
imunossupressores. (NARAYANA, 2007)
4.2 Devolução dos resultados
Os resultados obtidos na pesquisa foram devolvidos ao coordenador do
Centro de Convivência para Idosos e, assim, entregues aos sujeitos da pesquisa.
49
4.3 Encaminhamento dos pacientes
Durante o período da pesquisa, foram realizados contatos com o atual
Coordenador de Odontologia da Secretaria Municipal de Saúde, do município de
Itajaí–SC, para encaminhar os pacientes com necessidades de adequação e
tratamento ao serviço público competente. Fomos informados de que existe um fluxo
entre o Centro de Convivência para Idosos São Judas e a unidade de saúde, porém,
um trabalho sistematizado será implementado com a inclusão, no segundo semestre
de 2007, da equipe de Saúde Bucal e as Equipes de Saúde da Família.
4.4 Palestras sobre Saúde Bucal
No decorrer do trabalho de campo, foram realizadas duas palestras no Centro
e Convivência para Idosos São Judas, nos dias 7 e 8 de maio de 2007, sobre saúde
bucal com ênfase para a terceira idade, destacando assuntos como higienização
dental e de próteses, limites da prótese, xerostomia e, também, esclarecendo as
dúvidas mais comuns entre os idosos em relação à saúde bucal.
Houve, também, o convite da Coordenadora do Centro de Múltiplo Uso João
Ferreira de Macedo, bairro Cordeiros, Itajaí - SC, para que se realizasse uma
palestra sobre Saúde Bucal, para os idosos e freqüentadores do Centro, sendo que
ela foi efetuada no dia 04 de julho de 2007, quando foram abordados os mesmos
temas da palestra já realizada no Centro e Convivência para Idosos. (Fotografias 05
e 06)
50
Fotografia 05: Palestra realizada no dia 08 de maio de 2007 no CCI São Judas.
Fotografia 06: Palestra realizada no dia 04 de julho de 2007 no Centro de Múltiplo Uso João Ferreira de Macedo
51
5 CONCLUSÃO
A maioria dos idosos entrevistados apresentou quadro de hipossalivação.
Em geral, os idosos entrevistados apresentaram doenças sistêmicas,
principalmente as patologias cardiovasculares.
Em detrimento de suas patologias, os idosos fazem uso de medicações. Os
medicamentos mais comumente encontrados foram para as patologias
cardiovasculares.
Há uma estreita relação entre hipossalivação e determinados medicamentos e
suas respectivas patologias sistêmicas.
Assim, se faz necessária uma maior atenção aos riscos que a hipossalivação
poderá causar a saúde bucal, principalmente no idoso. Desta forma, cada vez mais
é preciso que o Cirurgião-Dentista tenha o conhecimento tanto com relação à saúde
bucal como também à saúde geral de seu paciente, devendo, assim, informá-lo e
tratá-lo da maneira mais adequada ao caso.
52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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53
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54
APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, _________________________________________________________ cédula
de identidade número ______________________declaro que concordo plenamente
com os termos da pesquisa: Condições de saúde bucal e sistêmicas de idosos
frequentadores do Centro de Convivência para Idosos do município de Itajaí (SC),
desenvolvido pelos acadêmicos Rômulo D’Avila Pedrini e Felipe Zunino França, que
tem por objetivo verificar o conhecimento da história pregressa e atual e as
condições bucais de pessoas da terceira idade, cadastradas e freqüentadoras do
Centro de Convivência para Idosos do município de Itajaí (SC), da qual serei
voluntário, conforme explicações que me foram fornecidas pelos pesquisadores.
Informo, outrossim, que estou ciente dos procedimentos, e benefícios decorrentes
da pesquisa, bem como da necessidade de responder a um questionário e da
realização de exame intra e extra-bucal e uma coleta de saliva em copo plástico
para avaliação do fluxo salivar. Tenho conhecimento de que posso pedir
informações aos pesquisadores sempre que eu achar necessário. Estou ciente e
devidamente informado de que posso abandonar por livre e espontânea vontade a
referida pesquisa a qualquer momento, mas que, nesta condição, torno-me
responsável por possíveis prejuízos e/ou riscos. Estou ciente, também, que sem que
haja identificação, os dados coletados poderão ser usados no Trabalho de
Conclusão de Curso, apresentados em plenário e, eventualmente, publicados em
periódicos da área.
E, para tornar válido o presente instrumento, assino-o.
Itajaí SC, _____/_____________/__________
Paciente:___________________________ Orientador:_______________________
Endereço:__________________________ Endereço:________________________ Telefone:___________________________ Telefone:________________________ Acadêmico:_________________________Acadêmico:______________________ Endereço:__________________________Endereço:_______________________ Telefone:___________________________ Telefone:_________________________
55
APÊNDICE B
FICHA CLÍNICA
1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Número do protocolo:_________Data de nascimento: ____/____/_____
Nome:______________________________________________________________
Sexo:________________Cor: ___________________________________________
Endereço:___________________________________________________________
Cidade:_________________________UF:_______CEP:______________________
Telefone:____________________________________________________________
Profissão/ocupação:___________________________________________________
Renda mensal: ( ) menos de 1 salário mínimo ( ) 1 salário mínimo
( ) 2 salário mínimos ( ) 3 salário mínimos ( ) Mais que 3 salário mínimos
2 HISTÓRIA MÉDICA
Já esteve hospitalizado: ( )Sim ( )Não
Motivo:______________________________________________________________
Há quanto tempo:_____________________________________________________
Já realizou/está em algum tratamento médico: ( )Sim ( )Não
Qual(is):_____________________________________________________________
56
Há quanto tempo:_____________________________________________________
Toma algum medicamento: ( )Sim ( )Não
Qual(is):_____________________________________________________________
Há quanto tempo:_____________________________________________________
É alérgico a algum medicamento/alimento: ( )Sim ( )Não
Qual(is):_____________________________________________________________
Apresenta alguma das doenças abaixo?
( ) Distúrbio hemorrágico ( ) A.V.C.
( ) Lesão cardíaca congênita ( ) Gastrite
( ) Pressão arterial alta/baixa ( ) Icterícia
( ) Tuberculose ( ) Asma/tosse
( ) Febre reumática ( ) Diabetes
( ) Anemia ( ) Hepatite
( ) Úlcera gástrica ( ) Artrite
( ) Tratamento psiquiátrico ( ) Desmaios
( ) Outros:__________________________________________________________
Há quanto tempo apresenta a doença citada
anteriormente:_______________________________________________________
57
FICHA CLÍNICA DENTÁRIA
1 Dentes/Prótese:
Há perda de dentes: ( ) Sim ( ) Não
A perda dos dentes é: ( ) Total ( ) Parcial
Motivo da perda dos dentes:_____________________________________________
Quando perdeu os dentes:______________________________________________
Portador de prótese: ( ) Sim ( ) Não
Quanto tempo usa prótese:______________________________________________
Tipo de prótese: ( ) Total ( ) Parcial
Adaptação à mucosa: ( ) Bem ( ) Mal
Higieniza a prótese: ( ) Sim ( ) Não
Presença de lesão: ( ) sim ( ) Não
Tipo de lesão:________________________________________________________
2 Necessidade de adequação bucal:
( ) Exodontia ( ) Endodontia ( ) Restauração ( ) RAPCR
( ) Adequar a prótese
( ) Não
58
3 Higiene oral:
( ) Boa ( ) Satisfatória
( ) Regular ( ) Ruim
Última visita ao dentista:________________________________________________
Motivo:______________________________________________________________
Escovação (Freqüência e Como é
feita):_______________________________________________________________
___________________________________________________________________
Uso de meios auxiliares:
( ) Fio dental ( ) Escova interdental ( )Passa fio
( ) Escova Uni/bitufo ( ) Escova elétrica
Já usou ou usa flúor:___________________________________________________
Qual tipo:____________________________________________________________
Fluxo Salivar: ( ) Baixo ( ) intermediário ( ) normal
Mucosa: ( ) normal ( ) alterada
( ) Mácula vermelha
( ) Ulcerada
( ) Hiperplásica ( ) Mucosite