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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO FINANÇAS
DANIEL PIAZZA
PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CUSTEIO PARA A EMPRESA MECÂNICA PIAZZA
São José 2007
DANIEL PIAZZA
PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CUSTEIO PARA A EMPRESA MECÂNICA PIAZZA
Trabalho de Conclusão de Curso – projeto de aplicação –
apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Administração da Universidade do Vale do
Itajaí.
Professor Orientador: DANIEL AUGUSTO DE SOUZA.
São José
2007
DANIEL PIAZZA
PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CUSTEIO PARA A EMPRESA MECÂNICA PIAZZA
Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final
pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação Finanças da Universidade do
Vale do Itajaí, em 22 de outubro de 2007.
Profª. MSc. Luciana Merlin Bervian Univali – CE São José
Coordenador (a) do Curso
Banca Examinadora:
Profª. MSc. Daniel Augusto de Souza
Univali – CE São José Professor Orientador
Profº. MSc Sidnei Marinho Univali – CE São José
Membro
Profº. Crisanto Soares Ribeiro Univali – CE São José
Membro
iii
Dedico este trabalho a meus pais, que sem o seu carinho e
apoio não teria chegado até este momento. Agradeço também
a minha namorada Schyrlei Rampeloti pela paciência nos
momentos em que tive que estar ausente, e aos meus familiares
e amigos de todas as horas, bem como aqueles que, de
maneira direta ou indireta, participaram de minha vida.
iv
Em primeiro lugar, agradeço a Deus que me permitiu superar
mais uma importante etapa de minha vida. Agradeço ao
corpo docente da UNIVALI pela minha formação
profissional, e em especial ao meu professor orientador pelo
apoio durante a confecção deste trabalho.
v
Uma longa viagem começa com um único passo.
Lao Tsé
vi
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso tem como o objetivo principal propor um sistema de custeio para oficina Mecânica Piazza EPP. A empresa em questão está no mercado a vinte e quatro anos e oferece serviços de mecânica geral, injeção eletrônica e elétrica para veículos de passeio até médio porte. A Mecânica Piazza é uma empresa familiar que teve um bom crescimento com o passar dos anos, surgindo assim a necessidade de uma gestão mais técnica, principalmente em relação aos seus custos. Na fundamentação teórica foram apresentados conceitos de contabilidade de custo, conceitos básicos de custos e a suas classificações. Também foram abordados os princípios e métodos de custeio. O conceito de rateio também foi abordado, entre outros. A pesquisa foi conduzida de forma quantitativa. Foram buscados dados na própria empresa através de anotações, observação direta, consulta ao contador e a documentação geral da empresa. Na aplicação, em primeiro lugar, foram realizados os levantamentos dos custos da empresa e feita a classificação dos mesmos em diretos e indiretos. Na seqüência, foi feita a escolha do método a ser proposto. O método escolhido foi o princípio de custeio por absorção integral, que possui a característica de incluir todos os custos e alocar no produto final. Após a escolha do método, foram elaborados os critérios de rateio para alocação dos custos indiretos. Para a aplicação do método a empresa foi dividida em dois centros de custos: o centro de custo produtivo e o centro de custo administrativo. O centro de custo produtivo foi subdividido em duas áreas: a elétrica e a mecânica, sendo esta o foco desse trabalho. De posse dos dados e do método definido, foi realizada a aplicação do sistema de custeio em alguns serviços diferentes na área de mecânica. Como a empresa presta uma grande quantidade e variedade de serviços, não houve condições de abordar todos. Assim, foram escolhidos os serviços mais freqüentes. Após a aplicação, pode-se verificar que a empresa, em alguns serviços, vem praticando um preço que não está cobrindo seus custos. Este estudo foi de grande relevância para a empresa, pois tornou evidente a necessidade de mudar sua gestão para uma gestão mais técnica, buscando sua organização internar e conseqüente ampliação da lucratividade e um maior crescimento. Os objetivos gerais e específicos foram alcançados com sucesso. Muitas foram as limitações do trabalho, destacando-se dentre elas a falta de informação de custos e a cultura organizacional que apresenta resistência a mudanças. Para o aluno, o trabalho foi de grande importante, pois serviu como experiência para a aplicação prática dos conteúdos vistos em sala de aula.
Palavras-chave: Sistema de custeio, custos diretos, custos indiretos.
vii
ABSTRACT
This work of completion of course the main objective is to propose a system of cost for workshop Mechanics Piazza EPP. The company in question is in the market for 24 years and provides services for mechanical general, jet electronics and electric vehicles for the trip to medium size. The Mechanics Piazza is a family business that had a good growth over the years, emerges in the need for a more technical management, especially in relation to their costs. The reasons were presented theoretical concepts of cost accounting, basic concepts of costs and their classifications. Also discussed were the principles and methods of cost. The concept of division was also addressed, among others. The survey was conducted in both quantity. Data were searched in the company itself through annotations, direct observation, consultation and to counter the documentation general of the company. In the application, first, the surveys were conducted of the costs of the company and made the same classification in direct and indirect. In sequence, was the choice of method being proposed. The method chosen was the principle of full cost for absorption, which has the feature to include all costs and allocate in the final product. After the choice of the method have been developed criteria for the division for allocation of indirect costs. For the application of the method the company was divided into two centers of costs: the cost center of production and the center of administrative cost. The center of production cost was divided into two areas: the electrical and mechanical, which is the focus of this work. In possession of the data and the method defined, was held to apply the system of cost in a few different services in the field of mechanical engineering. As the company makes a large quantity and variety of services, there has been able to tackle all. Thus, the services were chosen more frequently. After application, you can see that the company in some services, has been practicing a price that is not covering their costs. This study was of great importance for the company, as became clear the need to change its management to a more technical management, seeking their organization intern and consequent expansion of profitability and stronger growth. The general and specific goals have been achieved successfully. Many were the limitations of the work, highlighting among them is the lack of information on costs and the organizational culture that shows resistance to change. For the student, the work was very important because served as experience for the practical application of content seen in the classroom.
Key-words: System cost, direct costs, indirect costs.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – A divisão dos custos em fixos e variáveis ........................................................ 12
Figura 2 – A estrutura fixa, a produção e os custos na visão do custeio variável ............... 15
Figura 3 – Exemplo de custeio variável ............................................................................ 16
Figura 4 – Exemplo de custeio por absorção integral ........................................................ 18
Figura 5 – O ABC ............................................................................................................ 22
Figura 6 – Esquema de distribuição de custos ................................................................... 40
4
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Custos diretos ................................................................................................ 33
Gráfico 2 – Custos indiretos ............................................................................................. 35
5
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Custos diretos (setembro/2007) ...................................................................... 33
Quadro 2 – Custos indiretos (setembro/2007 .................................................................... 34
Quadro 3 – Quadro resumo dos critérios de rateio ............................................................ 39
Quadro 4 – Custos rateados aos serviços .......................................................................... 45
Quadro 5 – Resumo resultados................................................................................................47
6
SUMÁRIO
Resumo ............................................................................................................................ vi
Abstract ........................................................................................................................... vii
Lista de figuras ................................................................................................................. viii
Lista de gráficos ............................................................................................................... ix
Listas de quadros ............................................................................................................. x
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
1.1 Descrição da situação problema ............................................................................ 3
1.2 Objetivos .............................................................................................................. 4
1.2.1 Objetivo geral ........................................................................................ 4
1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................. 4
1.3 Justificativa .......................................................................................................... 4
1.4 Apresentação geral do trabalho ............................................................................. 5
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 7
2.1 Contabilidade de custos ........................................................................................ 7
2.2 Gestão estratégica de custos .................................................................................. 8
2.3 Conceitos básicos ................................................................................................. 9
2.4 Rateio ................................................................................................................... 11
2.5 Classificação dos custos ....................................................................................... 11
2.5.1 Custos fixos e variáveis .......................................................................... 11
2.5.2 Custos diretos e indiretos ....................................................................... 12
2.6 Sistema de custo ................................................................................................... 13
2.7 Princípios de custeio ............................................................................................. 14
2.7.1 Custeio variável ..................................................................................... 15
2.7.2 Custeio por absorção integral ................................................................. 17
2.7.3 Custeio por absorção ideal ..................................................................... 18
2.8 Métodos de custeio ............................................................................................... 19
2.8.1 Método do custo padrão ......................................................................... 19
2.8.2 Método dos centros de custo .................................................................. 20
2.8.3 Custeio baseado em atividade (ABC) ..................................................... 21
2.8.4 Método de unidades e esforço de produção ............................................ 24
7
2.9 A implantação de um sistema de custos ................................................................ 25
3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO ........................................................................................ 27
3.1 Caracterização da pesquisa ................................................................................... 27
3.2 Instrumentos metodológicos ................................................................................. 28
3.3 Limitações do trabalho ......................................................................................... 29
4 RESULTADOS DA APLICAÇÃO ............................................................................... 30
4.1 Apresentação da empresa ...................................................................................... 30
4.2 Histórico da empresa ............................................................................................ 31
4.3 Descrição da atual gestão de custo ........................................................................ 32
4.4 Demonstração dos dados ...................................................................................... 33
4.4.1 Custos diretos ........................................................................................ 33
4.4.2 Custos indiretos ..................................................................................... 34
4.5 Escolha do método ............................................................................................... 35
4.5.1 Centro de custo administrativo ............................................................... 36
4.5.2 Centro de custo produtivo ...................................................................... 36
4.6 Definição dos critérios de rateio ........................................................................... 36
4.7 Aplicação do método ............................................................................................ 40
4.7.1 Alocação dos custos diretos .................................................................... 42
4.7.2 Alocação dos custos indiretos ................................................................. 42
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 48
6 BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 51
LISTA DE ANEXOS
ANEXO I – Troca de correia dentada do Corsa ................................................................ 53
ANEXO II – Troca de embreagem do Gol 1.8 .................................................................. 54
ANEXO III – Limpeza de eletro-injetores do Celta 1.0 .................................................... 55
ANEXO IV – Troca da pastilha de freio do Uno 1.0 ......................................................... 56
ANEXO V – Troca de amortecedores do Santana ............................................................ 57
ANEXO VI – Estatísticas do DETRAN/SC ...................................................................... 58
8
1 INTRODUÇÃO
O setor de prestação de serviços para automóveis na região da Grande
Florianópolis é muito competitivo, obrigando as empresas a estruturarem-se cada vez mais, a
fim de tornarem-se mais eficientes na prestação, qualidade e preço dos serviços prestados.
Neste cenário, a Mecânica Piazza é uma empresa que atua no mercado há vinte e três anos
prestando serviços de mecânica geral. Situada à Rua Eugênio Portela, 1180, no bairro
Barreiros, na cidade de São José, Santa Catarina, tem sua clientela dividida entre clientes
particulares, empresas de direito privado e de direito público. É uma empresa de renome no
mercado de serviços automotivos, o que garante um crescimento gradual e sólido neste setor.
Entre seus serviços pode-se destacar a realização de reparos na parte mecânica
e elétrica do automóvel. Na parte mecânica são efetuados serviços de suspensão, freios,
injeção eletrônica, caixa de direção e de câmbio, escapamento, diferencial, retifica de motores
etc. Já na parte elétrica os serviços incluem alternadores, motores de arranque, lâmpadas,
chicotes elétricos e alarme. Alguns outros reparos necessários a conclusão do serviço são
terceirizados, como por exemplo, geometria e balanceamento.
Na região onde atua, existem cinco outros concorrentes de mesmo porte e
estrutura, com sua parcela de mercado bem definida. Além destes, existem mecânicas de
menor porte que, sem uma infra-estrutura adequada, oferecem serviços para um público bem
direcionado do mercado, geralmente formada pelos clientes de menor poder aquisitivo.
Por se tratar de uma empresa familiar, a adoção de um sistema mais técnico de
gestão, principalmente no que tange ao gerenciamento dos custos é um passo imprescindível
para um crescimento mais estruturado, passando a uma administração profissional e tornando
seus processos internos mais eficientes e eficazes.
1.1 Descrição da situação problema
Em quase toda sua existência, a empresa teve sua administração feita de forma
empírica, o que levou a uma carência de informações financeiras sobre a lucratividade real
dos serviços prestados. A falta de controle de custos faz com que as decisões administrativas
seja tomadas sem o embasamento técnico necessário, bem como as decisões referentes a
9
política de descontos a clientes e investimentos na infra-estrutura. Assim, sem o
conhecimento exato dos custos de cada atividade e, por conseqüência, da lucratividade real
dos serviços prestados, fica evidente a necessidade de uma gestão técnica, principalmente no
que tange à gestão financeira da empresa.
Sem o conhecimento dos custos, a empresa enfrenta dificuldades para a
formação de preços, a criação de uma política de descontos para os clientes e as bases para
novos investimentos em infra-estrutura e equipamentos.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
Propor um sistema de custeio para a empresa Mecânica Piazza EPP.
1.2.2 Objetivos específicos
a) Diagnosticar a atual situação da empresa em relação a custos;
b) Identificar os custos diretos e indiretos da empresa;
c) Verificar a melhor técnica para a empresa;
d) Analisar os resultados do sistema de custeio escolhido.
1.3 Justificativa
Na região da Grande Florianópolis pode-se observar um grande fluxo de
veículos. De acordo com as estatísticas do DETRAN de Santa Catarina (2007) este número
vem crescendo com o passar do tempo, e naturalmente, a procura por serviços automotivos de
qualidade também vem sofrendo um acréscimo. Para que se tenha sucesso é preciso estar
sempre buscando uma melhor forma de gerenciar, buscando diferenciais e atrativos para a
clientela. A implantação de um sistema de custeio servirá para que a empresa, ao conhecer
seus custos reais, identifica a lucratividade dos serviços prestados, bem como os possíveis
desperdícios nos mesmo. Também possibilitará que estes custos sejam reduzidos, permitindo
10
a formatação de uma política de descontos para os clientes, tornando a empresa mais
competitiva e lucrativa.
A Mecânica Piazza ME é uma empresa familiar que está buscando mudar seu
estilo de gestão adotando uma metodologia mais técnica. Assim, dentre os inúmeros
problemas de gestão, o mais imediato é a implantação de um sistema de custeio. Para a
empresa, este estudo será uma oportunidade para iniciar a formalização de sua estrutura
administrativa, já que nunca foi realizado um trabalho técnico na empresa em questão. Para o
acadêmico, a realização deste estudo é de grande importância, uma vez que fará a aplicação
prática da teoria aprendida no curso de administração da universidade, servindo como um
importante reforço aos conhecimentos adquiridos e auxiliará o negócio da família.
1.4 Apresentação geral do trabalho
Este estudo foi divido em cinco capítulos apresentados como segue:
Primeiro capítulo – no primeiro capítulo é conceituado o propósito deste
estudo. A parte inicial contém a introdução do trabalho, seguida da descrição da situação
problema, contendo os objetivos gerais e específicos e a justificativa da realização deste
estudo de conclusão de curso.
Segundo capítulo – o segundo capítulo contém a fundamentação teórica que
serviu de base para a realização do estudo. São abordados conceitos de contabilidade de
custos, as definições e classificações dos custos, bem como apresentados os princípios e os
métodos de custeio.
Terceiro capítulo – no terceiro capítulo são apresentados os métodos utilizados
para a realização do trabalho. Há a descrição dos procedimentos adotados para a realização da
pesquisa destacando as etapas necessárias para o cumprimento do objetivo proposto.
Quarto capítulo – no quarto capítulo são apresentados os resultados da
aplicação do trabalho, os quais se traduzem no resultado gerado pelo sistema de custeio
aplicado na empresa e também como uma breve descrição do histórico da empresa.
11
Quinto capítulo – para finalizar, no quinto e último capítulo são apresentadas
as considerações finais do estudo, assim como suas limitações e também as recomendações
para outros estudos futuros. Em seguida, a bibliografia utilizada, os apêndices e os anexos.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica consiste na pesquisa, verificação, comparação e
análise de conceitos e conteúdos técnicos referentes ao estudo proposto. Nesta fase, buscou-se
junto aos autores o embasamento teórico para o desenvolvimento deste estudo. Foram
pesquisados conceitos de custo e sua classificação, bem como os princípios e métodos de
custeios, abordando também o conceito de contabilidade de custos e rateio, conforme segue.
2.1 Contabilidade de custos
De acordo com Martins (2001) a contabilidade de custo teve origem na
contabilidade financeira, que foi implantada na era Mercantilista onde servia basicamente às
empresas comerciais, que a utilizavam para a verificação do resultado de cada período. Na
época a teoria era incipiente, ou seja, bastava realizar o seguinte cálculo:
[ESTOQUE INICIAL + COMPRAS – ESTOQUE FINAL = CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS]
Mas, com o aparecimento das indústrias surgiram os princípios básicos da
Contabilidade de Custo, onde os fatores relacionados à produção passaram a compor custo do
produto. No princípio a contabilidade de custos era utilizada com a finalidade apenas de
mensuração, mas com o crescimento das indústrias ela se tornou um instrumento de
informação gerencial para a tomada de decisão.
Na mesma linha segue Crepaldi (2004) quando afirma que a contabilidade de
custo deixou de servir apenas como instrumento de mensuração de estoque e resultado para
tornar-se um instrumento de auxílio na tomadas de decisões, sendo útil para decidir qual
produto dever ser excluído ou não da linha de produção, na formulação de preços e também
entre optar por uma terceirização ou não. Bornia (2002, p.35) complementa:
A contabilidade de custo surgiu com o aparecimento das empresas industriais
(revolução industrial), tento por objetivo calcular os custos dos produtos
fabricados. Antes disso, os artigos normalmente eram produzidos por
artesãos que, via de regra, não constituíam pessoas jurídicas. Praticamente só
existiam empresas comerciais, que utilizavam a contabilidade financeira
basicamente para a avaliação do patrimônio e apuração do resultado do
período.
13
Podemos, então, observar que a contabilidade de custos surgiu da necessidade
criada pela indústria para o cálculo dos custos dos produtos. De acordo com o CRC-SP (1995)
a contabilidade de custo tem o objetivo de atribuir um valor a cada produto de uma empresa e
os custos têm o propósito de mensuração de estoques e medição de lucro. De acordo com
Horngrem, Foster e Datar (1997, p.02).
Contabilidade de custos mensura e relata informações financeiras e não
financeiras relacionadas à aquisição e ao consumo de recursos pela
organização. Ela fornece informação tanto para a contabilidade gerencial
quanto para a contabilidade financeira.
A contabilidade de custos é de grande importância para a tomada de decisões,
pois fornece informações imprescindíveis para a organização. Para Hernandez, Oliveira e
Costa (2001) a contabilidade é regida por princípios básicos e a contabilidade de custos
também deve estar integrada aos mesmos. Segundo Leone (1985, p. 26).
A contabilidade de custos pode ser conceituada como o ramo da função
financeira que acumula, organiza, analisa e interpreta os custos dos produtos,
dos estoques, dos serviços, dos componentes da organização, dos planos
operacionais e das atividades de distribuição para determinar o lucro, para
controlar as operações e para auxiliar o administrador no processo de tomada
de decisões e de planejamento.
A contabilidade de custo tem a função de controle e também de apoio as
tomadas de decisões. Para Backer e Jacobsen (1974, p.2) o sistema de contabilidade de custos
ocupa-se diretamente do controle dos estoques, dos ativos fixos da fabrica e dos fundos
despendidas em atividades funcionais. De acordo com Leone (1981, p. 25) a contabilidade de
custos atua sobre a empresa, seus produtos, seus serviços, os componentes operacionais e
administrativos que compõem sua estrutura funcional a sua estrutura objetiva. Assim, pode-se
concluir que os custos têm uma função estratégica dentro de uma empresa. E por terem essa
característica, faz-se necessário entender a gestão estratégica de custos.
2.2 Gestão estratégica de custos
O ambiente no qual estão inseridas as empresas atualmente é extremamente
competitivo. Isto se deve, em parte, a redução de barreiras alfandegárias e a criação de
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mercados de livre comércio. As empresas se vêem obrigadas a se reestruturar, buscando
tornarem-se mais flexíveis e evitando o desperdício. (BORNIA, 2002).
A correta adequação dos custos à produção e aos serviços é fator de
preocupação dos gestores. A adoção de técnicas de custeio é um importante diferencial
competitivo, podendo ser adotado como estratégia pela empresa. (HERNANDEZ, OLIVEIRA
E COSTA 2001). Uma estratégia adequada pode ser o “fiel da balança” em um mercado com
forte concorrência.
Para um maior entendimento do conteúdo deste estudo, faz-se necessário a
verificação de alguns conceitos imprescindíveis para a compreensão de Custos.
2.3 Conceitos básicos
Para Iudícibus (1998), custos, dentro de uma linguagem comercial, está
relacionado com o gasto que se teve para obter determinado produto ou serviço; já em uma
linguagem comum, custos está ligado a uma noção de sacrifício; aplicada na contabilidade, a
palavra custo está relacionada à fase onde os insumos de produção são alocados na linha
produtiva; já no sentido gerencial pode ser utilizado como a receita que não foi utilizada,
como o “custo de oportunidade”. Bornia (2002) define custo de fabricação como o valor dos
insumos utilizados efetivamente para a fabricação de um produto, estes custos geralmente
estão divididos em matéria-prima, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação. Custos
para Martins (2001, p. 25) é “o gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção de
outros bens ou serviços”. E, gasto, ainda conforme o autor é o sacrifício que, geralmente é
dinheiro, mediante a um produto ou serviço adquirido ou prestado.
Para Horngren, Foster e Datar (1997) o custo é visto como um objeto que os
administradores utilizam quando querem tomar decisões. Quando se pretende lançar um novo
produto ou serviço, é realizada uma mensuração que é chamada o “objeto de custo”. Ainda
segundo o autor, o objeto de custo é qualquer coisa com a qual vai se realizar uma medição
dos valores dos seus custos.
Do ponto de vista econômico, entende-se por custo toda e qualquer aplicação
de recursos, de diferentes formas e expressa em seu valor monetário, para a
produção e distribuição de mercadorias (ou prestação de serviços), até o
ponto em que se possa receber o preço convencionado. (LIMA, 1982, p. 14).
15
Além do conceito de “Custo”, têm-se outros termos ligados ao assunto e que
são de grande relevância conceitual, tais como:
a) Gasto é o valor dos insumos adquiridos pela empresa, independentemente de
terem sido utilizados ou não. (BORNIA, 2002, p.39). Já Martins (2001, p.25)
define gasto como sacrifício financeiro com que a entidade arca para a
obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por
entrega ou promessa de entrega de ativos.
b) Despesas são todos os gastos que não estão ligados diretamente ao produto,
mas possuem uma relação com o seu processo produtivo. (HORNGREN,
FOSTER E DATAR, 1997). Segundo Bornia (2002, p.40) despesa é o valor
dos insumos consumidos com o funcionamento da empresa e não identificados
com a fabricação.
c) Desembolso é o pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço
(MARTINS, 2001, p.26). Para Bornia (2002) o desembolso é a ação de quitar
uma obrigação e pode ocorrer em momento diferente do gasto.
d) Investimentos de acordo com Horngren, Foster e Datar (1997, p.27), aqueles
gastos ativados associados a qualquer aspecto do negócio que não seja estoque.
De acordo com Crepaldi (2004, p. 57), investimento é o “gasto com bem ou
serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a
períodos futuros”.
e) Perda, para Bornia (2002, p. 41), normalmente é vista na literatura contábil
como o valor dos insumos consumidos de forma anormal. Martins (2001)
concorda e destaca que são bens ou serviços consumidos de forma anormal e
também involuntária.
Outro termo de grande relevância é o Rateio, utilizado para a alocação das
despesas junto aos respectivos centros de custo e destes para o produto. Devido a sua
importância, dedicou-se um subtítulo específico para Rateio.
16
2.4 Rateio
Rateio é a forma pela qual os custos indiretos são alocados ao produto final. Na
visão de Horngren, Foster e Datar (1997, p. 20) o rateio de custo é o processo de transferência
dos custos indiretos a um objeto de custo desejado. Para Lima (1982) o rateio dos custos
indiretos é proporcional ao valor da venda, quando se está alocando serviços relacionados à
venda, impostos e despesas em gerais. Para Leone (1981, p. 57) o rateio é realizado mediante
o emprego de critérios e taxas que resultam na divisão proporcional de um montante global e
comum.
O rateio dos custos indiretos é feito com base em critérios definidos para a
implantação de um sistema de custeio. Estes critérios tornam-se pequenos “dogmas” na
formatação dos custos, pois é com base na sua alocação ao longo do tempo que se obtêm os
resultados esperados de um sistema de custos.
Assim, critérios de rateio podem ser entendidos como os métodos utilizados
para a distribuição dos gastos aos centros de custos. Esses critérios são efetivados de acordo
com a empresa e não seguindo um padrão, podendo, em alguns casos, gerar distorções no
resultado final quando não são utilizados com bom senso. (HERNANDEZ, OLIVEIRA E
COSTA, 2001).
2.5 Classificação dos custos
2.5.1 Custos fixos e variáveis
Como não podia ser diferente, existem diferentes classificações dos custos,
aplicadas para diferentes tipos de situações.
São vários os conceitos utilizados para classificar custos. Inicialmente, faz-se
necessário diferenciar custo total de custo unitário. Entende-se o primeiro como o valor gasto
em um período para a fabricação de todos os produtos de uma empresa; já o segundo é o custo
unitário de uma unidade apenas. A seguir, pode-se observar a fórmula para o cálculo do custo
unitário:
Custo Unitário = Custo Total Produção
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Ainda segundo Bornia (2002), os custos são classificados pela variabilidade em
fixos e variáveis. Os custos fixos não se alteram com o volume da produção. Os custos
variáveis variam de acordo com o nível de produção. Para Martins (2001), os custos fixos e
variáveis levam em consideração para serem classificados: a) o volume das atividades; b) o
valor dos custos; e c) a unidade de tempo. Quando o volume da matéria prima varia de acordo
com a demanda de produção é denominado custo variável. Quando um custo não se altera
com o volume de produção é definido como custo fixo.
Para Horngren, Foster e Datar (1997, p.21) “um custo variável é um custo que
se altera em montante em proporção às alterações num direcionador de custo. Um custo fixo é
um custo que não se altera em montante apesar de alterações num direcionador de custo”.
Ainda de acordo com este autor, o custo está relacionado à variação do direcionador de custo,
que é qualquer fator que altera os custos totais.
Custos fixos para Hernandez, Oliveira e Costa (2001, p.20) “são os custos que
permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada, independem de volume
de produção”.
A seguir tem-se uma figura ilustrando a variação dos custos variáveis em
relação à produção. Pode-se observar que o custo fixo não se altera com o aumento do volume
de produção.
Figura 1: A divisão dos custos em fixos e variáveis.
Fonte: Bornia (2002, p 42).
18
2.5.2 Custos diretos e indiretos
Os custos também podem ser classificados pela facilidade de alocação em
diretos e indiretos. Segundo Bornia (2002), custos diretos são aqueles que estão ligados
diretamente no processo produtivo, como exemplo a matéria prima; já os custos indiretos são
aqueles que não estão diretamente ligados à produção, tais como aluguel e despesas com
vendas. No mesmo pensamento segue Horngren, Foster e Datar (1997) que define o custo
direto como o custo efetivo de um determinado produto, como exemplo a matéria prima, ou
seja, aquele que é realmente utilizado para se produzir um produto, é economicamente viável;
já os custos indiretos são aqueles que dão suporte ao processo de produção dos produtos e são
alocados através do processo de rateio. De acordo com Martins (2001), os custos diretos são
diretamente ligados ao produto e possuem uma medida de consumo; já os custos indiretos não
oferecem uma medida objetiva, são quantificados através de estimativas e geralmente
apurados através de um processo de rateio. Na visão de Hernandez, Oliveira e Costa (2001, p.
23) “os custos diretos são os custos que podem ser quantificados e identificados no produto ou
serviço e valorizados com relativa facilidade”.
Horngren, Foster e Datar (1997, p.20) chamam a atenção para o processo de
rateio quando coloca que “o rateio de custo é o processo de transferência dos custos indiretos
a um objeto de custo desejado”.
Bornia (2002) aborda a relevância dos custos no processo de tomada de
decisão. Para ele, os custos relevantes são aqueles que se alteram somente com decisões
organizacionais, já os custos não-relevantes, não sofrem alteração no processo de tomada de
decisão.
Face à dificuldade de obter dados contábeis e financeiros, o desenvolvimento
deste trabalho levou em consideração somente os custos diretos e indiretos pela facilidade de
alocação dos mesmos. A adequação dos custos fixos e variáveis será feita num segundo
momento, a partir da reestruturação administrativa da empresa.
Com base nesses referenciais teóricos formatou-se o sistema de custo da
empresa.
19
2.6 Sistema de custo
O sistema de custeio, em linhas gerais, identificará quais informações são
importantes para empresa, ou seja, em que princípios o sistema de custeio estará baseado.
Também tratará como essas informações serão extraídas da empresa através dos métodos de
custeios. (BORNIA, 2002). Os princípios de custeio estão relacionados com o objetivo do
método de custeio. Os métodos de custeio relacionam-se com a forma como os dados serão
extraídos da empresa.
Os sistemas de custeio mais tradicionais têm o objetivo de elaborarem
demonstrações contábeis e fiscais, mas hoje em dia as informações necessárias agregam
mensuração e gestão dos custos (NAKAGAWA,1991). Segundo Martins (2001, p.28).
Sistema não é somente um conjunto de normas, fluxo, papéis e rotinas, mas
um conjunto de homens: muitas vezes, entretanto, esquecemos-nos disso.
Sistemas de Custos não são exceções e dependem primordialmente de
pessoas, não de números, papéis e rotinas.
O sistema de custeio para ser bem aplicado não depende só do método
escolhido, conta também com o pessoal que o alimenta e coloca na prática. Pode-se dizer que
custo não é algo meramente implementado, é um processo dinâmico, retro alimentado, e que
necessita de controle e acompanhamento diário para seu sucesso.
Bornia (2002) destaca que o sistema de custo tem o objetivo de avaliar qual
informação deverá ser utilizada e como ela será coletada. O sistema de custeio é executado
utilizando os princípios e os métodos de custeio, sendo que o método deve ser adaptado à
forma de gestão da empresa. De acordo com Leone (1981), o contador utiliza o sistema de
custo para lhe fornecer informações que serão analisadas e transformadas em relatórios, que
serão utilizados para outros segmentos da empresa. O sistema de custeio tem como ponto de
partida os princípios de custeio e suas definições, que são vistos a seguir.
2.7 Princípios de custeio
No princípio de custeio é analisado se as informações apuradas são importantes
para a empresa e quais as informações que deveriam ser levantadas nesta etapa. Será realizada
a classificação dos custos, bem como a separação dos desperdícios (perdas). O princípio de
20
custeio deve estar intimamente ligado ao objetivo do sistema de custo (BORNIA, 2002).
Foram conceituados o custeio variável, o custeio por absorção integral e o custeio por
absorção ideal.
2.7.1 Custeio variável
No custeio variável (ou direto) apenas são incorporados ao produto os custos
variáveis. Estes custos podem ser diretos ou indiretos. Os custos fixos são considerados como
despesas. (MARTINS, 2001). Bornia (2002, p. 56), define:
Os princípios de custeio como filosofia intimamente ligada aos objetivos do
sistema de custos, pode-se dizer que o custeio variável está relacionado com a
utilização de custos para apoio de decisões de curto prazo, onde os custos
variáveis tornam-se relevantes e os custos fixos não.
Os custos variáveis têm maior importância no curto prazo de acordo com o
autor, pois estão ligados a produção de forma mais direta, o que não acontece com os custos
fixos. A seguir um exemplo da estrutura do custeio variável, onde os custos fixos não são
alocados ao produto, apenas os custos variáveis.
Figura 2: A estrutura fixa, a produção e os custos na visão do custeio variável.
Fonte: Bornia (2002, p. 56).
De acordo com Hernandez, Oliveira e Costa (2001) no custeio variável, ocorre
a separação dos gastos em variáveis e fixos, onde estes dados são registrados contabilmente
no decorrer do mês. De acordo com CRC-SP (1995, p.37).
O sistema de custeio direto prevê uma apropriação de caráter gerencial,
considerando apenas os custos variáveis dos produtos vendidos; os custos
fixos ficam separados e considerados como despesas do período, indo
21
diretamente para resultado; dessa forma, possibilitam a apuração da margem
de contribuição, quando confrontados os custos variáveis aos valores de
receitas líquida do período objeto de análise.
No custeio variável são incorporados ao produto somente os insumos que são
utilizados efetivamente na produção. Os demais vão para a conta resultado. O custeio variável
ou direto na sua concepção clássica apresenta as seguintes características:
a) o custo do produto compreende exclusivamente os elementos de
apropriação direta (material, salários e outros eventuais itens);
b) o custo unitário é fixo e o custo total varia conforme a quantidade
produzida;
c) portanto, o custo direto reúne os custos variáveis;
d) os custos fixos, de apropriação indireta devem ser cobertos com a margem
ou lucro bruto, representada pela diferença entre o preço de venda e o custo
direto;
e) assim, a cobertura total dos custos fixos está na dependência das
quantidades vendidas de cada produto e da cota quota de custos fixos
atribuídas a cada um, por unidade. LIMA (1982, p. 98).
Conforme o autor, os custos fixos e unitários vão variar de acordo com a
quantidade produzida.
Figura 3: Exemplo de custeio variável.
Fonte: Bornia (2002, p. 56).
O exemplo acima apresenta como o custeio variável é realizado, onde apenas
os custos variáveis foram alocados diretamente ao produto, os custos fixos foram direto para o
resultado do período.
22
2.7.2 Custeio por absorção integral
O custeio por absorção utiliza todos os custos, sejam custos fixos ou variáveis,
as despesas são excluídas e são apurados no resultado do período, os custos indiretos são
incorporados ao produto utilizando critérios de rateio. Este tipo de custeio é válido como
apresentação de resultado com o intuito de pagamento de imposto de Renda. (CREPALDI,
2004). Segundo Bornia (2002) o custeio por absorção integral, ou total é útil para usuários
externos da empresa. Este princípio atende às exigências da contabilidade financeira para
avaliação de estoque e também é utilizado para informações gerenciais. De acordo com
Martins (2001, p. 41).
Custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios de
contabilidade geralmente aceitos, nascidos da situação histórica mencionada.
Consistem na apropriação de todos os custos de produção aos bens
elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de
fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos.
O custeio engloba todos os custos de um produto. Também é aceito para fins
de mensuração de estoque e para apuração de resultados e para elaboração do balanço
patrimonial. Segundo Leone (1985, p. 420) o custeio por absorção têm duas finalidades.
- Melhor informação à gerencia, para as finalidades de estabelecimento dos
preços de venda, visando à recuperação a longo prazo de todos os custos.
- Debitar à produção, estoques e custos dos produtos vendidos por todos os
custos para atender às convenções contábeis existentes e aceitas pela grande
maioria dos contadores.
Neste sistema todos os custos são incorporados ao produto. Tem como
vantagem à longo prazo a recuperação dos custos envolvidos. De acordo com o CRC-SP
(1995) este método de custeio se caracteriza pela apropriação de todos os custos fixos e
variáveis, os pontos de apoio, como setor administrativos, transportes entre outros são
rateados para o produto que esta sendo fabricado. Segundo Hernandez, Oliveira e Costa
(2001) nesse método os custos diretos são incluídos integralmente aos produtos e os indiretos
através dos critérios de rateio. Na visão de Horngren, Foster e Datar (1997, p. 211) esse é o
método de custeio do estoque no qual todos os custos de fabricação variáveis e fixos, são
considerados custos inventariáveis. Isto porque absorve todos os custos de fabricação,
conforme exemplo a seguir.
23
Figura 4: Exemplo de custeio por absorção integral.
Fonte: Bornia (2002, p. 55).
Neste exemplo todos os custos foram alocados ao produto, o que é
característica do custeio por absorção.
2.7.3 Custeio por absorção ideal
Neste tipo de custeio, acontece como na absorção integral, onde todos os custos
são alocados ao produto, com a diferença que os insumos utilizados de forma ineficaz, ou
seja, os desperdícios, não são alocados aos produtos. Serve como uma ferramenta de controle
de custo e de melhoria contínua da empresa. (BORNIA, 2002). Crepaldi (2004, p. 87) coloca
que a distinção principal no custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação é
importante porque as despesas são alocadas imediatamente contra o resultado do período.
Este sistema serve também como um apoio de controle de custos da empresa, para a busca da
melhoria contínua.
Os princípios de custeio devem estar de acordo com o objetivo do sistema de
custos. Assim, para o desenvolvimento do sistema de custeio deste estudo optou-se pelo
“Princípio de Absorção”. A escolha se deu devido a sua metodologia e às característica da
empresa.
Os métodos de custos estão relacionados à maneira como esses princípios de
custeio serão aplicados na empresa.
24
2.8 Métodos de custeio
O método de custeio é a maneira como os dados são processados com a
finalidade de obter informação para a empresa, ou seja, como eles são alocados aos produtos
(BORNIA, 2002).
Serão estudados a seguir os seguintes métodos: o método do custo-padrão,
centros de custos, o custeio baseados em atividades e o método da unidade de esforço de
produção.
2.8.1 Método do custo-padrão
Para alguns autores o custo padrão não é considerado como método, ele tem
características de princípios. Porém, para este trabalho ele foi considerado como método de
custeio. Assim, o método do custo-padrão consiste em controlar os custos da empresa, onde
são fixadas metas que ao final do período são comparadas com realidades para se tirar as
conclusões. (BORNIA, 2002). Para Martins (2001, p. 334) seu grande objetivo, portanto, é o
de fixar uma base de comparação entre o que acorreu de custo e o que deveria ter ocorrido. O
método do custo-padrão consiste em:
a) fixar um custo-padrão, que servira de referencia para a análise dos custo;
b) determinar o custo realmente incorrido;
c) levantar a variação (desvio) ocorrida entre o padrão e o real.
d) analisar a variação, a fim de auxiliar na procura das causas (motivos) que
levaram aos desvios. (BORNIA, 2002, p. 89).
Custo-padrão é um custo estipulado pela empresa como meta para a sua
produção, sempre é levado em consideração às características do processo produtivo. O custo
padrão pode ser ideal, estimado ou corrente:
a) Ideal – é estipulado de forma mais científica. Considera que a empresa trabalha
em condições ideais. É mais apropriado para meta de longo prazo;
b) Estimado – é aquele que é projetado com base no passado. Não leva em
consideração as possíveis falhas que podem ter ocorrido no passado.
25
c) Corrente – possui características do Ideal e do Estimado, porém ele atua com o
propósito de corrigir os problemas do passado sendo o mais indicado para fins
de controle. (CREPALDI, 2004).
Num sentido mais restrito, o custo-padrão é um hábil instrumento de controle
das operações, indicando se estas foram realizadas acima ou abaixo dos padrões de eficiência
fixados. (IUDÍCIBUS, 1998, p. 204). O custo-padrão, segundo Leone (1985, p. 264).
Os custos-padrão são custos calculados antes da realização da atividade. São
estabelecidos pela adoção de métodos racionais que utilizam a projeção e a
experimentação. O estabelecimento dos padrões vai sempre implicar uma
cuidadosa seleção dos materiais a serem utilizados, no estudo de tempos e
movimentos para determinação da quantidade de mão-de-obra e no estudo do
equipamento e de outras instalações que permitam a determinação da
capacidade pratica ou anormal da fabrica.
O custo-padrão é utilizado como um objetivo que se deve atingir, servindo
como meta de produção. Lima (1982, p. 64) ainda define o custo-padrão como aquele que
resulta de dimensionamento dos fatores de produção, em termos constantes, relativamente a
espécies, quantidades e valores aplicados em cada produto. Para Hernandez, Oliveira e Costa
(2001) o custo-padrão é determinando com antecedência, considerando um ambiente de bom
desempenho, mas levando em consideração as dificuldades que eventualmente poderão surgi
no processo de produção. O custeio-padrão serve como uma ferramenta de auxilio a
administração, podendo indicar os efeitos dos custos com relação à produção. Fornece a
administração relatórios informando a situação da produção em relação a meta traçada e
facilita a delegação de tarefas, pois oferece meios de controle. (ICCIPG, 1977).
2.8.2 Método dos centros de custos
Este método está vinculado apenas aos custos de transformação, tem a
característica de organizar os dados em centros de custos e repassar aos produtos por unidade
de trabalho. Os centros de custos podem ser diretos onde é aplicado diretamente ao produto, e
indiretos, que servem de apoio para os centros de custo diretos. A alocação dos custos aos
produtos é realizada em várias fases distintas. (BORNIA, 2002).
26
Centro de custo é aquele em que todas as atividades cujos custos, que estão
nele incluídos, têm as mesmas relações, ou relações similares de causa e efeito ou de
vantagens obtidas entre o aloca dor e os custos da atividade. (HORNGREN, FOSTER E
DATAR 1997, p.335).
Centros de custos podem coincidir com departamentos, mas alguns casos um
departamento pode conter vários centros de custo (IUDÍCIBUS, 1998, p. 267).
Os procedimentos do método dos centros de custos podem ser sintetizados em
cinco fases:
a) separação dos custos em itens;
b) divisão da empresa em centros de custos;
c) identificação dos custos com os centros ( distribuição primaria);
d) redistribuição os custos dos centros indiretos até os diretos ( distribuição
secundaria);
e) distribuição dos custos dos centros diretos aos produtos ( distribuição
final), (BORNIA,2002, p. 103).
Na distribuição dos custos deve-se representar da melhor forma os recursos
levando em consideração a relação custo vs beneficio. Hernandez, Oliveira e Costa (2001, p.
45) define centro de custo como sendo a menor unidade acumuladora de custos indiretos, é o
nível mais baixo da estrutura que se trabalhará.
Segundo Martins (2001) o sistema RKW (Reichskuratorium für
Wirtschaftlichkeit), de origem alemã, é realizado através do rateio dos custos de produção e
de todas as despesas, ao final é possível chegar ao custo final de um produto.
2.8.3 Custeio baseado em atividades (ABC)
O custeio baseado em atividades também é conhecido como o método ABC
(Activity Based Costing). Nasceu nos Estados Unidos em meados dos anos 80. Consiste na
adequação dos custos baseados nas atividades e no processo de produção. Neste método é
realizada a medição das atividades (CREPALDI, 2004).
27
O custeio baseado em atividades pressupõe que as atividades consomem
recursos, gerando custos, e que os produtos utilizam tais atividades,
absorvendo seus custos. Assim, os procedimentos do ABC consistem em
seccionar a empresa em atividades, supondo-se que as mesmas gerarão os
custos, calcular o custo de cada atividade, compreender o comportamento
destas atividades, identificando as causas dos custos relacionados com elas, e.
em seguida, alocar os custos aos produtos de acordo com as intensidades de
uso. (BORNIA, 2002, p. 122).
Conforme o autor, o método ABC consiste em analisar os custos das atividades
para finalmente repassar aos produtos. Segundo Martins (2001) a grande diferença do ABC
para os outros métodos está no tratamento dos custos indiretos. Conforme Nakagawa (1991) o
desempenho das atividades dentro de uma empresa tem grande importância. É necessário
saber se está adicionando valor aos produtos. As atividades dentro de uma empresa é que
atentem as necessidades dos clientes. O método ABC está vinculado à observação destas
atividades e da alocação dos custos de maneira adequada. O ABC trabalha com a idéia que as
atividades consomem recursos e a compreensão destas atividades levará à alocação correta
dos custos à estas atividades. Abaixo um esquema de como funciona este processo.
Figura 5: O ABC.
Fonte: Bornia (2002, p. 122).
Na figura acima, um exemplo do processo de geração de recursos nas
atividades e alocação de custos ao produto. Ainda Crepaldi (2004, p. 223) destaca:
É o método que mede o custo e o desempenho de processos e produtos.
28
Mais especificamente, que:
- atribui custos às atividades com base no consumo de recursos;
- atribui custos a produtos ou serviços com base no consumo de atividades;
- reconhece os fatores que determinam (explicam) os custos das atividades, e
o consumo destas pelos produtos ou outras atividades.
Através desse método a empresa terá melhor qualidade na apuração dos seus
custos, podendo assim ter uma possível redução de custos sem comprometer a produtividade.
Segundo Bornia (2002) o sistema ABC tem semelhança com o RKW em relação à alocação
de custos ao produto, as fases de alocação iniciam com o mapeamento das atividades onde a
empresa é mapeada em atividades. Na seqüência é feita a alocação dos custos às atividades
onde apenas os custos indiretos são rateados, depois deste processo acabado é feita a
redistribuição. É importante ressaltar que o método ABC procura alocar os custos aos
produtos sem realizar a redistribuição. E por fim o cálculo dos custos dos produtos utilizando
o conceito de direcionadores de custos, que buscam as principais fontes de custo de cada
atividade. O método ABC, com base nestas informações, busca alocar os custos corretamente
aos produtos.
Na mesma linha segue Atkinson (2000) quando coloca que o método ABC
trabalha com a idéia de direcionadores de custo, onde os custos são repassados ao produto
proporcionalmente às atividades que foram realizadas para a obtenção do mesmo. O
direcionador de custo é qualquer fator que afeta os custos totais. (HORNGREN, FOSTER E
DATAR, 1997, p. 20). Para Hernandez, Oliveira e Costa (2001, p. 227) o custeio ABC
permite:
a) identificar os processos e as atividades existentes nos setores produtivos,
auxiliares ou administrativos de uma organização, seja qual for sua finalidade
(industrial, prestadora de serviços, instituição financeira, entidade sem
finalidade lucrativa etc);
b) identificar, analisar e controlar os custos envolvidos nesses processos e
atividades;
c) atribuir os custos aos produtos, tendo como parâmetro a utilização dos
direcionadores (ou geradores) de custos.
Este método divide a empresa por atividades e atribui custos para cada
uma delas, objetivando analisar e controlar os custos.
29
2.8.4 Método de unidade e esforço de produção
Também é conhecido como UEP, esse método teve origem na França e tem
como característica o fato de trabalhar apenas com os custos de transformação, não incluindo
os custos com matéria prima. Bornia (2002, p. 139) destaca:
O método da UEP baseia-se na unificação da produção para simplificar o
processo de controle de gestão. A mensuração do desempenho da empresa é
feita por meio de custos e medidas físicas de eficiência, eficácia e
produtividade. Em uma empresa que fabrica um só produto, o calculo de
custos e o controle de desempenho são bastante simplificado, pela própria
simplicidade do processo produtivo. A determinação dos custos dos produtos,
por exemplo, pode ser feita simplesmente dividindo-se os custos do período
pela produção correspondente.
O método busca a simplificação dos processos. No caso de uma empresa que
produza apenas um tipo de produto a forma ficaria assim:
O método UEP trabalha com apuração dos custos por processo, considerando
os gastos do período para posterior distribuição às unidades produzidas. (HERNANDEZ,
OLIVEIRA E COSTA 2001, p. 91). A implantação do método UEP começa com a divisão da
empresa em postos operativos, que são conjuntos de operações. Em seguida, é feito o cálculo
dos índices de custos dos postos operativos. Este cálculo é baseado na proporção de utilização
de insumos de cada posto operativo. Logo após é realizada a escolha do produto base que será
utilizado para o cálculo do potencial produtivo, e por último, a determinação do equivalente
dos produtos. O equivalente é o somatório de todos os custos absorvidos em cada posto
operativo pelo qual o produto passa. (BORNIA, 2002).
Após conhecermos os métodos de custeio, veremos então como funciona o seu
processo de escolha e implantação.
Custo Unitário = Custos Totais do Período Produção do Período
30
2.9 A implantação de um sistema de custos
Numa implantação de sistema de custos, independente do modelo adotado,
sempre se esbarra no fator humano. Em muitos casos, a resistência a implantação de um
sistema de custos é a reação natural ao medo de controle, de implantação de novos processos,
de mudança gerencial etc.
A decisão de implantação sempre deve levar em consideração qual será a
utilidade do sistema. Outro ponto que se deve levar em consideração é para quem estas
informações serão divulgadas. (MARTINS, 2001).
O sistema de custo faz parte de um sistema mais amplo: o de gestão.
Portanto, o sistema de custos deve estar em sintonia com o de gestão, para
que as informações geradas produzam bons resultados. Desta forma, o
sistema de custos deve se adaptar às necessidades do sistema de gestão, a fim
de que os gerentes sejam capazes de utilizar plenamente as informações
fornecidas Para enfrentar o atual ambiente competitivo que se apresenta à
empresa moderna, é necessário que o sistema de gestão se adapte a esta
situação, (BORNIA, 2002, p. 52).
É de grande relevância para a empresa que, antes de implantar um sistema de
custeio, ter bem definida sua forma de gestão, com a finalidade de adaptar o sistema a seus
objetivos. Na hora da escolha do método a ser utilizado, também é necessário ter a certeza do
que se espera de um sistema de custeio.
O processo de implantação de um sistema de custeio tem inicio com os
levantamentos sobre a organização, distinguindo os postos operacionais dos administrativos.
Em seguida, devem ser definidos os parâmetros a serem mensurados e realizar a análise dos
custos de cada posto.
O sistema de custo deve estar de acordo com o sistema de gestão da empresa,
assim como o sistema de mão-de-obra também deve estar de acordo com o sistema de custo.
É necessário ter conhecimentos sobre a parte contábil e dos ativos permanentes da empresa
em questão. Também se faz necessário que os usuários da empresas tenham participação na
projeção de informações que o sistema de custo irá gerar, bem como quais relatórios que
trarão informações úteis para a empresa. (LEONE, 1981).
31
A fundamentação teórica serviu de base para a confecção deste estudo, ora por
trazer à luz da discussão relevantes conceitos, ora por subsidiar o conhecimento do autor do
trabalho. Assim, face à sua importância, foram abordados termos e conceitos que
influenciaram o desenvolvimento do trabalho acadêmico, tais como o conceito de custos, suas
classificações e princípios, os métodos de custeio, entre outros. Com base nestes termos e
conceitos, o autor deste estudo analisou e escolheu qual o método mais apropriado para a
aplicação na empresa palco.
A seguir serão descritas as fases metodológicas para realização deste estudo,
explicando como o estudo foi conduzido para o cumprimento dos objetivos específicos.
32
3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO
Este capítulo consiste em apresentar a metodologia utilizada para o
desenvolvimento deste estudo, apresentar os procedimentos utilizados para a coleta e
tratamento dos dados. A metodologia apresenta também as fontes e as formas de obtenção das
informações relevantes ao trabalho. Além destes aspectos, também serão apresentados o local
da pesquisa e suas limitações.
De acordo com Silva (2001, p. 25) a metodologia da pesquisa é um conjunto
de processos ou operações mentais que se devem empregar na investigação. Gil apud Silva
(2001, p. 25) coloca que a metodologia é um “conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos”. Lakatos (2001) coloca que não há ciência sem o emprego de métodos científicos,
entendendo-se por metodologia:
“o conjunto de atividades sistemáticas e racionais que, com maior
segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos
válidos e verdadeiros –, traçando o caminho a ser seguido, detectando
erros e auxiliando as decisões do cientista” (LAKATOS, 2001, p. 83).
Lakatos (2001) destaca ainda que a metodologia deve: 1) fornecer o
detalhamento da pesquisa e os passos adotados; 2) esclarecer os caminhos que foram
percorridos para chegar aos objetivos propostos; 3) apresentar todas as especificações técnicas
materiais e dos equipamentos empregados; 4) indicar como foi selecionada a amostra e o
percentual em relação à população estudada; 5) apontar os instrumentos de pesquisa utilizados
(questionário, entrevista, etc.); 6) mostrar como os dados foram tratados e como foram
analisados.
3.1 Caracterização da pesquisa
Esta pesquisa, em relação a sua natureza, foi conduzida de forma
predominantemente quantitativa, onde Gil (1999, p.45) destaca que a “pesquisa quantitativa
considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões e
informações para classificá-los e analisá-los”.
33
Quanto ao local, o estudo foi realizado na própria empresa situada à Rua
Eugênio Portela, 1180, no bairro Barreiros, município de São José, Santa Catarina. A pesquisa
foi realizada no ambiente interno da empresa, especificamente no setor financeiro/contábil.
Estiveram envolvidos diretamente na elaboração deste estudo: o acadêmico, o supervisor de
campo, o professor orientador e o contador da empresa.
A pesquisa tem por objetivo propor um sistema de custeio para a empresa
palco do estudo. Para isso foi necessário diagnosticar a atual situação de custos na empresa,
identificar seus custos diretos e indiretos. De posse destes dados, foi observada a melhor
técnica para ser aplicada à empresa, realizando a análise dos resultados do sistema de custeio
escolhido.
Para cumprir os objetivos deste trabalho, foi feito o levantamento dos dados
através de pesquisa documental, registros, comunicações informais e anotações. Foram
levados em consideração documentos comprobatórios de gastos e despesas tais como água,
luz, telefone, internet, despesas administrativas, salários, combustível, segurança privada,
seguro de automóveis, fornecedores, salários dos empregados, pró-labore, despesas em gerais
entre outras. Feita a alocação entre custos diretos e indiretos, observou-se na teoria o melhor
método de custeio para aplicação à realidade da empresa.
Com o método definido, foi feito o pré-teste da aplicação e realizada a análise
dos dados obtidos.
3.2 Instrumentos metodológicos
Para a obtenção dos dados relevantes a este trabalho, foram utilizadas algumas
ferramentas metodológicas, caracterizados por Mattar (1997):
- Entrevista não estruturada: instrumento de coleta de dados onde o
entrevistador fará as perguntas e anotará as respostas do entrevistado. A
expressão “não estruturada” significa que não há uma estruturação pré-
definida das perguntas e respostas, dando grande flexibilidade ao processo
de coleta de dados;
34
- Observação direta, não estruturada: consiste em observar o comportamento
ou fato no momento de sua ocorrência. Como na entrevista, a expressão
“não estruturada” caracteriza a necessidade de flexibilidade necessária para
a coleta de dados através deste instrumento;
- Análise documental e processual: corresponde a análise dos documentos e
dos processos existentes na organização os quais possam fornecer dados
primários e secundários, importantes para a construção das informações.
3.3 Limitações do trabalho
Este trabalho se deparou com uma série de limitações, tanto de ordem
estrutural quanto de aplicação. Dentre as principais limitações que permearam este estudo,
podem-se destacar as seguintes:
a) falta de dados formais – a empresa não possui muitas informações
formalizadas e tampouco dados consistentes no que diz respeito aos custos. A
falta de um sistema de informações com relatórios operacionais e gerenciais,
agrava ainda mais a escassez destes dados;
b) cultura organizacional – outra limitação é a cultura dos funcionários, que em
sua maioria trabalham há muitos anos na empresa. Este fato gera muita
resistência à implantação de novos processos e procedimentos, sejam eles
gerenciais ou operacionais;
c) contabilidade não estruturada para custos – a contabilidade da empresa é
meramente fiscal, e não fornece informações suficientes para um melhor
controle da empresa.
.
35
4 RESULTADO DE APLICAÇÃO
Neste capítulo, aborda-se a forma como os objetivos específicos deste estudo
foram alcançados. Também é feita a caracterização da empresa, do cenário de custos atual e
dos passos realizados para a formatação do sistema de custeio.
4.1 Apresentação da empresa
A Mecânica Piazza ME, empresa familiar que atua no mercado há 24 anos, tem
sua gestão baseada em conhecimentos empíricos adquiridos no processo de tentativa e erro,
sem o embasamento técnico necessário. A empresa não possui nenhum tipo de controle
financeiro formalizado, nem relatórios que possibilitem uma visualização da real situação de
lucratividade da empresa.
Razão Social: Nilso Piazza EPP – considera-se EPP, para efeito do SIMPLES,
a pessoa jurídica que tenha auferido, no ano-calendário, receita bruta superior a
R$120.000,00 (cento e vinte mil reais) e igual ou inferior a R$1.200.000,00
(um milhão e duzentos mil reais). (RECEITA FEDERAL, 2007).
Nome Fantasia: Mecânica Piazza
Ramo de atividade: mecânica automotiva
Campo de atividade: manutenção corretiva e preventiva de automóveis
Caracterização fiscal: SIMPLES – Sistema Integrado de Pagamento de
Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte
– enquadrada no SIMPLES Nacional, também chamado de Super SIMPLES
Localização: Rua Eugênio Portela, 1180 – Barreiros – São José – SC.
Serviços: Presta serviços de mecânica, elétrica e injeção eletrônica.
Recursos Humanos: a empresa conta com três funcionários no setor
administrativo, um funcionário no almoxarifado, um eletricista e seis
mecânicos, totalizando onze funcionários.
36
4.2 Histórico da empresa
A Mecânica Piazza deu início as suas atividades em 1983 e contava apenas
com o proprietário e um funcionário. O local de trabalho era pequeno e com pouca infra-
estrutura. Com o passar do tempo, parte do capital era reinvestido na empresa, principalmente
em infra-estrutura e equipamentos, possibilitando a realização de uma gama maior de
serviços. Assim, com uma oferta maior de serviços, sua carteira de clientes aumentou
consideravelmente, englobando hoje, pessoas físicas e pessoas jurídicas, tanto de direito
privados como público.
A prestação de serviços de manutenção de veículos é feita de segunda à sexta-
feira, no horário das 7h30min às 12h00min, tendo seqüência das 13h30min às 18h30min.
A empresa é especializada na manutenção preventiva e corretiva de veículos de
passeios e utilitários até médio porte. A manutenção preventiva é uma forma de diminuir os
riscos de futuros problemas com o veículo, “prevenindo” problemas mecânicos. Já a
manutenção corretiva é feita quando o veículo já apresenta algum defeito ou desgaste natural
das peças.
Dentro das manutenções preventiva e corretiva, há diversos tipos serviços que
podem ser realizados. Na parte mecânica são prestados serviços de: 1) suspensão; 2) freio; 3)
injeção eletrônica; 4) caixa de direção e de câmbio; 5) diferencial; e 6) retífica de motores. Já
na parte elétrica, são prestados os seguintes serviços: 1) alternadores; 2) motor de arranque; 3)
lâmpadas; 4) chicotes elétricos; e 5) relés e fusíveis. A empresa terceiriza alguns serviços, tais
como ar-condicionado, geometria e balanceamento.
Presta serviços de mecânica automotiva em veículos nacionais e importados,
de diferentes marcas e modelos, o que resulta numa grande variação dos seus serviços, pois
cada veículo tem sua particularidade, gerando custos diferentes. O custo de um serviço
realizado em um carro nacional geralmente é inferior ao custo de um carro importado, este
custo também vai variar de acordo com ano e modelo do veículo, bem como de acordo com a
complexidade dos diferentes veículos para o mesmo serviço.
A empresa permanece sediada no mesmo local de sua fundação, porém
expandida para uma área física muito superior, contando com três galpões que perfazem uma
37
área física de, aproximadamente, 1000 m². Conta ainda com aparelhos e equipamentos de
última geração na prestação dos serviços a que se destina a empresa.
Hoje, a demanda de serviços é muito grande, porém a falta de dados técnicos,
principalmente no que tange a custos e lucratividade de serviços, impossibilita a tomada de
decisão adequada: investir na ampliação da infra-estrutura ou direcionar a prestação de
serviço para os serviços mais rentáveis.
4.3 Descrição da atual gestão de custos
Como mencionado anteriormente, a empresa foi crescendo baseada no
conhecimento empírico do proprietário, que, sem conhecimento técnico em administração de
empresas, criou seus próprios procedimentos, o que atendia satisfatoriamente a empresa em
seu início. Entretanto, com o crescimento da empresa e do volume de atendimento, estes
procedimentos tornaram-se obsoletos e extremamente incipientes, não sendo condizentes com
as melhores técnicas administrativas. O crescimento sem planejamento da empresa, deixou
suas mazelas, herança que hoje prejudica a aplicação de metodologias de gestão e o processo
decisório.
Sua administração é realizada informalmente, não possuindo nenhum tipo de
controle em relação a custos. A empresa vai realizando suas atividades sem ter informações
concretas. Exemplo disso é a formação do preço dos serviços, quando a empresa aplica
apenas o valor da mão-de-obra e das peças eventualmente consumidas, preocupando-se em
ficar na média do mercado, mas sem ter noção real dos seus custos. Não estão incluídos,
portanto, os custos indiretos relacionados à prestação do serviço.
A empresa não realiza o controle formal dos custos diretos e indiretos.
Trabalha baseada em informações dos extratos bancários e do dinheiro resultante em caixa. É
através deste que tira suas conclusões de sua situação financeira. Como a empresa não possui
controle de seus custos, também não tem informações concretas sobre a lucratividade dos seus
serviços.
Proprietária do imóvel onde está instalada, os principais custos da área
administrativa são os funcionários, a telefonia e a energia elétrica. Já na área produtiva, os
38
principais custos giram em torno da mão-de-obra – especializada para a prestação dos
serviços da empresa – e das peças de reposição.
A empresa tem poucos gastos com divulgação e não realiza nenhum tipo de
propaganda. Os custos de divulgação estão limitados a confecção de pequenos brindes com o
logotipo da empresa, cartão de apresentação e canetas personalizadas.
Assim, urge a necessidade de implementação de uma gestão administrativa
pautada nas melhores técnicas, principalmente no que tange à gestão de custos.
4.4 Demonstração dos dados
A fim de ilustrar a metodologia utilizada, foi feito o levantamento de dados
contábeis e financeiros relativos ao mês de setembro de 2007, os quais foram alocados como
custos direitos e indiretos, conforme segue:
4.4.1 Custos diretos
SETEMBRO/2007 CUSTOS DIRETOS EM R$ %
Depreciação direta R$ 811,67 2,85% Energia elétrica direta R$ 814,08 2,86% Insumos diversos R$ 185,00 0,65% Mão-de-obra direta R$ 14.200,00 49,87% Peças R$ 12.465,46 43,77% Total R$ 28.476,21 100,00%
Quadro 1: Custos diretos (setembro/2007)
Fonte: Dados primários
Custos Diretos2,85% 2,86%
0,65%
49,87%
43,77%
Depreciação direta Energia elétrica direta Insumos diversos Mão-de-obra direta Peças
Gráfico 1: Custos diretos
39
As contas que compõem os custos diretos ficaram assim definidas a partir dos
seguintes critérios:
a) depreciação direta – foram alocados como custos diretos as despesas mensais
de depreciação dos equipamentos (10 Elevacares, 5 Ventiladores Industriais, 1
Máquina de Limpeza de Eletro-Injetores, 1 Compressor de Ar) e de 72% da
depreciação predial, equivalente à área total da parte mecânica da Oficina;
b) energia elétrica direta – foram alocados os custos proporcionais a potência
instalada, e utilizada (180 horas/mês), dos equipamentos acima descritos, a um
custo de R$ 0,48 (quarenta e oito centavos) o Kw/hora, com base na fatura de
energia elétrica;
c) insumos diversos – são aqueles utilizados complementarmente aos serviços
prestados, como por exemplo graxa, material de limpeza, estopa etc;
d) mão-de-obra – é a remuneração mensal dos mecânicos;
e) peças – é o custo mensal para a aquisição de peças.
4.4.2 Custos indiretos
SETEMBRO/2007 CUSTOS INDIRETOS EM R$ %
Água R$ 35,66 0,25% Combustível R$ 432,28 3,04% DARF's R$ 287,57 2,02% Depreciação R$ 358,34 2,52% Despesas Financeiras R$ 66,28 0,47% Energia elétrica R$ 141,60 1,00% FGTS R$ 980,08 6,90% GPS R$ 1.487,79 10,47% IPTU R$ 59,58 0,42% IPVA Veículo da Empresa R$ 34,33 0,24% Manutenção informática R$ 30,00 0,21% Manutenção Predial R$ 43,00 0,30% Manutenção Veículo da Empresa R$ 50,00 0,35% Material de escritório R$ 30,00 0,21% Pró-labore R$ 2.894,28 20,37% Salários Setor Administrativo R$ 3.800,00 26,75% Segurança privada R$ 20,00 0,14% Serviço de Segurança no Trabalho R$ 84,70 0,60% Serviços Contábeis R$ 510,00 3,59% SIMPLES R$ 2.018,18 14,20% Telefonia R$ 844,00 5,94% Total R$ 14.207,67 100,00%
Quadro 2: Custos indiretos (setembro/2007)
40
Fonte: Dados primários
Custos Indiretos0,25%3,04% 2,02% 0,47%
6,90%
10,47%
0,42%
20,37%26,75%
0,14%3,59%
14,20%5,94%
0,24%0,21%0,30%
0,35%0,21%
2,52% 1,00%
0,60%
Água CombustívelDARF's DepreciaçãoDespesas Financeiras Energia elétricaFGTS GPSIPT U IPVA Veículo da EmpresaManutenção informática Manutenção PredialManutenção Veículo da Empresa Material de escritórioPró-labore Salários Setor AdministrativoSegurança privada Serviço de Segurança no TrabalhoServiços Contábeis SIMPLESTelefonia
Gráfico 2: Custos indiretos
As contas que compõem os custos indiretos são aquelas que foram distribuídas
com base nos critérios de rateio para o centro de custo produtivo.
4.5 Escolha do método
Com base na contingência descrita, e ao analisar as principais metodologias de
custeio, verificou-se que o modelo mais apropriado para a empresa é o Custo por Absorção,
caracterizado por alocar todos os custos ao produto, sendo diretos ou indiretos.
Apesar da escolha do princípio de Custeio por Absorção, viu-se a necessidade
de adotar uma metodologia até certo ponto mista, adotando parte da metodologia dos Centros
de Custo, que consiste da divisão da organização em centros de absorção e distribuição de
custos. Assim, a empresa foi dividida em dois grandes Centros de Custo: 1) Centro de Custo
Administrativo – que distribui indiretamente para o; 2) Centro de Custo Produtivo –
subdivido em Mecânica e Elétrica.
Essa necessidade de divisão deu-se para a melhor alocação dos custos diretos e
indiretos aos serviços.
41
4.5.1 Centro de custo administrativo
Neste centro de custo estão alocadas as despesas e os gastos inerentes aos
serviços administrativos, a infra-estrutura e equipamentos da administração da empresa, as
despesas financeiras e bancárias, pessoal, bem como despesas de caráter geral da empresa,
que são distribuídos com base nos critérios de rateio.
4.5.2 Centro de custo produtivo
O centro de custo produtivo distribui os custos diretos aos produtos e recebe os
custos indiretos alocados com base nos critérios de rateio.
Devido a característica dos serviços prestados pela empresa, houve a
necessidade de subdividi-lo em:
a) mecânica – na mecânica estão identificados os principais serviços prestados
pela empresa (que são o foco deste estudo), englobando os seguintes grupos: 1)
freio; 2) suspensão; 3) correia dentada; 4) embreagem; 5) motor;
b) elétrica – a elétrica concentra um número menor de serviços, não havendo
necessidade de subdivisão dos serviços prestados em grupos.
4.6 Definição dos critérios de rateio
Os critérios de rateio definem a forma como os custos serão distribuídos aos
serviços prestados. São de fundamental importância, pois é com base nesses critérios que os
números finais serão mais ou menos fidedignos.
Assim, para o desenvolvimento deste trabalho foram adotados os seguintes
critérios de rateio:
água – foi adotado como rateio o número de funcionários;
combustível – devido a dificuldade de alocar um percentual de combustível,
optou-se pelo rateio direto do valor da conta distribuído pela quantidade de
serviços prestados;
42
DARF’s – em virtude de serem pagas com base no volume produzido, optou-se
pelo rateio direto do valor da conta distribuído pela quantidade de serviços
prestados;
depreciação – a depreciação predial foi distribuída com base nos m², adotando
como percentual anual de depreciação 4%. Já a depreciação dos equipamentos
foi feita com base nos equipamentos instalados em cada setor, conforme segue:
a) computadores = 20%; b) elevacar = 5%; c) compressor de ar = 5%; d)
máquina para limpeza de eletro-injetores = 10%; e e) ventiladores industriais =
20%;
despesas financeiras – as despesas financeiras englobam taxas bancárias,
CPMF, juros bancários e custos de boletos. Pela dificuldade de alocação,
optou-se pelo rateio direto do valor da conta distribuído pela quantidade de
serviços prestados;
energia elétrica – o critério adotado foi a potencia instalada e o consumo
mensal em kw/hora, cujo custo é de R$ 0,48 (quarenta e oito centavos),
conforme segue: a) 40 luminárias na mecânica com consumo de 461 kw/h; b)
10 luminárias no setor administrativo com consumo de 115 kw/h; c) 5
computadores no setor administrativo com consumo de 180 kw/h; d) 10
elevacares na mecânica com consumo de 684 kw/h; e) 5 ventiladores
industriais na mecânica com consumo de 135 kw/h; f) 1 máquina de limpeza de
eletro-injetores na mecânica com consumo de 36 kw/h; g) 1 compressor de ar
na mecânica com consumo de 380 kw/h. É importante salientar que a base de
consumo de kw/h é mensal.
FGTS – ficou definido que sua distribuição será feita pelo número de
funcionários;
GPS – assim como o FGTS, a guia da previdência social também será
distribuída pelo número de funcionários;
IPTU – o critério adotado para a distribuição do IPTU é o m²;
43
IPVA do veículo da empresa – pela dificuldade de alocar percentualmente,
optou-se pelo rateio direto do valor da conta distribuído pela quantidade de
serviços prestados;
manutenção de informática – ficou definido que a distribuição será feita pelo
número de equipamentos de informática;
manutenção predial – o critério adotado é m²;
manutenção do veículo da empresa – pela dificuldade de alocar
percentualmente, optou-se pelo rateio direto do valor da conta distribuído pela
quantidade de serviços prestados;
material de escritório – ficou definido como critério de rateio o valor da conta
distribuído pelas horas técnicas prestadas ao mesmo, simplesmente chamado de
tempo de serviço;
pró-labore – utilizou-se como critério de rateio o valor da conta distribuído
pelas horas técnicas prestadas ao mesmo, simplesmente chamado de tempo de
serviço;
salário do setor administrativo – a distribuição será feita pelo número de
funcionários;
segurança privada – sua distribuição se dará com base no m²;
serviço de segurança no trabalho – será rateado com base no número de
funcionários;
serviços contábeis – a distribuição foi feita com base no valor da conta
distribuído pelas horas técnicas prestadas ao mesmo, simplesmente chamado de
tempo de serviço;
SIMPLES – optou-se pelo rateio direto do valor da conta distribuído pela
quantidade de serviços prestados;
44
telefonia – ficou definido como critério de rateio o valor da conta distribuído
pelas horas técnicas prestadas ao mesmo, simplesmente chamado de tempo de
serviço;
A seguir, um quadro resumo dos critérios de rateio dos custos indiretos
adotados neste estudo:
QUADRO RESUMO DOS CRITÉRIOS DE RATEIO CUSTOS INDIRETOS EM R$ RATEIO %
Água R$ 35,66 nº de funcionários 0,25%
Combustível R$ 432,28 rateio direto 3,04% DARF's R$ 287,57 rateio direto 2,02%
Depreciação R$ 358,34 m² e percentual dos eqtos instalados 2,52%
Despesas Financeiras R$ 66,28 rateio direto 0,47%
Energia elétrica R$ 141,60 potência instalada e consumo kw/h ao mês 1,00%
FGTS R$ 980,08 nº de funcionários 6,90%
GPS R$ 1.487,79 nº de funcionários 10,47%
IPTU R$ 59,58 m² 0,42% IPVA Veículo da Empresa R$ 34,33 rateio direto 0,24%
Manutenção informática R$ 30,00 nº de equipamentos de informática 0,21%
Manutenção Predial R$ 43,00 m² 0,30% Manutenção Veículo da Empresa R$ 50,00 rateio direto 0,35% Material de escritório R$ 30,00 tempo de serviço 0,21% Pró-labore R$ 2.894,28 tempo de serviço 20,37%
Salários Setor Administrativo R$ 3.800,00 nº de funcionários 26,75%
Segurança privada R$ 20,00 m² 0,14%
Serviço de Segurança no Trabalho R$ 84,70 nº de funcionários 0,60%
Serviços Contábeis R$ 510,00 tempo de serviço 3,59% SIMPLES R$ 2.018,18 rateio direto 14,20% Telefonia R$ 844,00 tempo de serviço 5,94% Total R$ 14.207,67 100,00%
Quadro 3: Quadro resumo dos critérios de rateio
Fonte: Elaborado pelo autor.
Abaixo um esquema, de como o autor distribui os custos dentro da empresa,
onde foi dividida em dois centros de custos,
45
Figura 6: Esquema de distribuição de custos Fonte: Elaborado pelo autor
4.7 Aplicação do método
Face à gama de serviços prestados pela empresa, torna-se inviável para este
estudo apontar todos os custos dos variados serviços.
Centro de Custo
Administrativo
Custos
Indiretos
Critérios de
Rateio
Centro de Custo
Produtivo
Rateio
Direto
Custos
Diretos
Elétrica
Mecânica
Freio Correia dentada
Suspensão
Embreagem
Motor
Troca
pastilha
Troca correia Troca
amortecedor
Troca
embreagem Limpeza de
eletro-injetor
46
Para a distribuição dos valores das contas dos custos diretos e indiretos, foi
formatado um quadro referencial, contendo valores base que serviram de multiplicadores ou
divisores, permitindo a alocação dos custos para os serviços diversos. O quadro compõe-se
dos seguintes valores referenciais:
ano comercial – utilizou-se o número de meses do ano como referencial para a
distribuição dos custos anuais entre os meses;
consumo energia elétrica (kw/hora) – com base na potência instalada dos
equipamentos utilizados e da iluminação necessária para a realização do
serviço foi mensurado o consumo, serviço a serviço. Os valores foram
mensurados com base no número de horas de cada serviço;
equipamento instalado (informática) – diz respeito ao número de equipamentos
de informática nos quais foram rateados os seus custos de manutenção;
equipamento instalado (mecânica) – diz respeito ao número de equipamentos
da mecânica utilizados para a prestação do serviço;
m² setor produtivo – refere-se a quantidade de m² do setor produtivo aos quais
são distribuídos os custos diretos e indiretos de manutenção, IPTU, segurança
etc;
nº de dias de funcionamento – são os dias de funcionamento da mecânica, mês
a mês. É utilizado como referencial para reduzir os custos mensais a custos
diários;
nº de funcionários – são os funcionários registrados na empresa, nos quais são
distribuídos custos diretos e indiretos, tais como água, FGTS, serviço de
segurança no trabalho etc;
nº de hora/dia de funcionamento – são as horas diárias de funcionamento da
mecânica. É utilizado como referencial para reduzir os custos diários a
custos/hora;
potência instalada (kw/hora) – corresponde ao total de kw/hora gastos mês a
mês pelos equipamentos do centro de custo produtivo;
47
quantidade de horas técnicas – é a quantidade de horas técnicas realizadas mês
a mês pelo pessoal do centro de custo produtivo;
quantidade de horas/serviço – é a quantidade de horas utilizadas para a
prestação do serviço;
quantidade de serviços prestados – é a quantidade dos serviços especificados
para o cálculo prestados no decorrer do mês;
rateio direto – o rateio direto corresponde a quantidade total de serviços
prestados pela mecânica no decorrer do mês.
Com base nesse quadro referencial, pode-se demonstrar a aplicação do método
de custeio escolhido.
4.7.1 Alocação dos custos diretos
Os custos diretos são distribuídos conforme segue:
depreciação direta – corresponde a divisão dos custos diretos de depreciação
(predial e de equipamentos), mês a mês, pelo total de serviços prestados no
período;
energia elétrica direta – é o custo de energia elétrica do período dividido pelo
total de potência instalada no centro de custo produtivo e multiplicado pelo
consumo de energia elétrica observado na prestação do serviço;
insumos diversos – são os custos totais divididos pelo total de serviços
prestados no período;
mão-de-obra direta – é o valor total da mão-de-obra do centro de custo
produtivo mecânica dividido pelo total de horas técnicas disponíveis no mês e
multiplicado pela quantidade de horas necessárias à prestação do serviço;
peças – é o custo direto da aquisição da peça necessária a prestação do serviço.
48
4.7.2 Alocação dos custos indiretos
Os custos indiretos são distribuídos conforme segue:
água – os custos de água foram distribuídos com base no número de
funcionários, divididos ainda pela quantidade de dias e horas de
funcionamento, chegando ao consumo de água por funcionário/hora;
combustível – o combustível do veículo da empresa foi rateado diretamente
pela quantidade de serviços prestados no período;
DARF’s – o custo com DARF’s foi rateado diretamente pela quantidade de
serviços prestados no período;
depreciação – a depreciação foi rateada dividida inicialmente pelo ano
comercial, e posteriormente pelos números de dias e de horas de
funcionamento;
despesas financeiras – as despesas financeiras foram rateadas diretamente pela
quantidade de serviços prestados no período;
energia elétrica – é o valor total da energia elétrica dividido pela potência
instalada e multiplicado pelo consumo de kw/hora do serviço especificado;
FGTS – os custos com FGTS foram distribuídos com base no número de
funcionários, divididos ainda pela quantidade de dias e horas de
funcionamento, chegando ao valor do FGTS por funcionário/hora;
GPS – os custos com GPS foram distribuídos com base no número de
funcionários, divididos ainda pela quantidade de dias e horas de
funcionamento, chegando ao valor do GPS por funcionário/hora;
IPTU – é o valor total do IPTU divido pelo total de m² do centro de custo
produtivo;
IPVA veículo da empresa – o custo com o IPVA do veículo da empresa foi
rateado diretamente pela quantidade de serviços prestados no período;
49
manutenção informática – é o valor do custo de manutenção de informática,
dividido pelo número de equipamentos de informática, pelo número de dias e
horas de funcionamento;
manutenção predial – é o valor total da manutenção predial divido pelo total de
m² do centro de custo produtivo;
manutenção veículo da empresa – a manutenção do veículo da empresa foi
rateado diretamente pela quantidade de serviços prestados no período;
material de escritório – é o valor total do material de escritório, dividido pelo
número total de horas técnicas disponíveis e multiplicado pelo número de horas
técnicas consumidas pelo serviço especificado;
pró-labore – é o valor total do pró-labore, dividido pelo número total de horas
técnicas disponíveis e multiplicado pelo número de horas técnicas consumidas
pelo serviço especificado;
salários setor administrativo – os custos com os salários do centro de custo
administrativo foram distribuídos com base no número de funcionários,
divididos ainda pela quantidade de dias e horas de funcionamento, chegando ao
valor distribuído por funcionário/hora;
segurança privada – é o valor total da segurança privada dividido pelo total de
m² do centro de custo produtivo;
serviço de segurança no trabalho – os custos com segurança no trabalho foram
distribuídos com base no número de funcionários, divididos ainda pela
quantidade de dias e horas de funcionamento, chegando ao utilizado com
segurança no trabalho por funcionário/hora;
serviços contábeis – é o valor total dos serviços contábeis, dividido pelo
número total de horas técnicas disponíveis e multiplicado pelo número de horas
técnicas consumidas pelo serviço especificado;
SIMPLES – os impostos integrantes do SIMPLES foram rateados diretamente
pela quantidade de serviços prestados no período;
50
telefonia – é o valor total do material de escritório, dividido pelo número total
de horas técnicas disponíveis e multiplicado pelo número de horas técnicas
consumidas pelo serviço especificado.
Exemplificando a aplicação do método acima descrito, apresenta-se em
seqüência um quadro que traz os custos rateados para alguns serviços e os preços hoje
praticados pela empresa para a prestação dos mesmos serviços. Este quadro permite um
comparativo entre os custos levantados e os preços praticados, apontando para a relevância
deste estudo para a empresa.
Os serviços destacados neste quadro, são os realizados mais freqüentemente na
empresa, lembrando que os custos destes serviços variam de acordo com a marca, modelo e
ano do veículo. Foram utilizados como exemplo: 1) troca de correia dentada do Corsa 8v; 2)
troca de amortecedores dianteiros do Santana; 3) troca de pastilha de freio do Uno 1.0; 4)
limpeza de eletros-injetores (Bico) do Celta 1.0; e 5) troca do kit de embreagem do Gol 1.8.
51
Quadro 4: custos rateados aos serviços.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Com base no quadro acima, pode-se observar que a empresa apresenta
deficiências na formação de preço e que alguns serviços são mais lucrativos que outros. A
empresa, na sua atual forma de gestão com base em suas informações, trabalha com margem
aproximada de 40% sobre o custo estimado (levantado empiricamente, sem embasamento
técnico), não levando em consideração os custos indiretos. Pode-se observar ainda que,
comparando os custos totais da empresa, que foram levantados nesse estudo, com os custos
TABELA DE CUSTOS DOS SERVIÇOS
CUSTOS DIRETOS Correia dentada do Corsa 8v
Amortecedor do Santana
Pastilha de Freio do Uno
1.0
Limpeza de Eletro-Injetor do Celta 1.0
Embreagem do Gol 1.8
Depreciação direta R$ 2,10 R$ 2,10 R$ 2,10 R$ 2,10 R$ 2,10 Energia elétrica direta R$ 1,41 R$ 2,82 R$ 0,71 R$ 1,32 R$ 5,64 Insumos diversos R$ 0,48 R$ 0,48 R$ 0,48 R$ 0,48 R$ 0,48 Mão-de-obra direta R$ 12,04 R$ 24,07 R$ 6,02 R$ 12,04 R$ 54,17 Peças R$ 26,00 R$ 180,00 R$ 18,00 R$ 0,00 R$ 140,00 Total custos diretos R$ 42,03 R$ 209,47 R$ 27,30 R$ 15,94 R$ 202,39
CUSTOS INDIRETOS Água R$ 0,02 R$ 0,02 R$ 0,02 R$ 0,02 0,02 Combustível R$ 1,12 R$ 1,12 R$ 1,12 R$ 1,12 1,12 DARF's R$ 0,74 R$ 0,74 R$ 0,74 R$ 0,74 0,74 Depreciação R$ 0,17 R$ 0,17 R$ 0,17 R$ 0,17 0,17 Despesas Financeiras R$ 0,17 R$ 0,17 R$ 0,17 R$ 0,17 0,17 Energia elétrica R$ 0,25 R$ 0,49 R$ 0,12 R$ 0,23 0,98 FGTS R$ 0,49 R$ 0,49 R$ 0,49 R$ 0,49 0,49 GPS R$ 0,75 R$ 0,75 R$ 0,75 R$ 0,75 0,75 IPTU R$ 0,08 R$ 0,08 R$ 0,08 R$ 0,08 0,08 IPVA Veículo da Empresa R$ 0,09 R$ 0,09 R$ 0,09 R$ 0,09 0,09 Manutenção informática R$ 0,03 R$ 0,03 R$ 0,03 R$ 0,03 0,03 Manutenção Predial R$ 0,06 R$ 0,06 R$ 0,06 R$ 0,06 0,06 Manutenção Veículo R$ 0,13 R$ 0,13 R$ 0,13 R$ 0,13 0,13 Material de escritório R$ 0,03 R$ 0,06 R$ 0,01 R$ 0,03 0,13 Pró-labore R$ 2,68 R$ 5,36 R$ 1,34 R$ 2,68 12,06 Salários Setor Administrativo R$ 1,92 R$ 1,92 R$ 1,92 R$ 1,92 1,92 Segurança privada R$ 0,03 R$ 0,03 R$ 0,03 R$ 0,03 0,03 Serviço de Segurança no Trabalho R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 0,04
Serviços Contábeis R$ 0,47 R$ 0,94 R$ 0,24 R$ 0,47 2,13 SIMPLES R$ 5,21 R$ 5,21 R$ 5,21 R$ 5,21 5,21 Telefonia R$ 0,78 R$ 1,56 R$ 0,39 R$ 0,78 3,52 Total de indireto R$ 15,27 R$ 19,46 R$ 13,16 R$ 15,25 29,87
Total de custo 57,29 R$ 228,95 R$ 40,46 R$ 31,19 232,25
Preço do serviço na empresa R$ 76,00 R$ 292,00 R$ 40,20 R$ 60,00 R$ 296,00
52
empíricos praticados nos produtos e serviços e os preços cobrados pelos mesmos, têm-se as
seguintes situações:
A) O custo levantado tecnicamente é superior ao levantado empiricamente pela administração
da empresa. Exemplos:
Troca da correia dentado do Corsa 8v – o custo empírico gira em torno de R$ 54,00
(cinqüenta e quatro reais) sobre o qual se aplica a margem de lucro de 40 %, perfazendo
o preço final de R$ 76,00 (setenta e seis reais). O custo obtido tecnicamente,
considerando custos diretos e indiretos é de R$ 57,29 (cinqüenta e sete reais e vinte e
nove centavos), onde ao se aplicar a margem pretendida pela empresa, ter-se-ia o valor
de R$ 80,21 (oitenta reais e vinte e um centavos). Assim, pode-se concluir com base
nesses valores que há uma perda de 5,25 % na lucratividade real.
Troca do Amortecedor do Santana – o custo empírico gira em torno de R$ 208,00
(duzentos e oito reais) sobre o qual se aplica a margem de lucro de 40 %, perfazendo o
preço final de R$ 292,00 (duzentos e noventa e dois reais). O custo obtido tecnicamente,
considerando custos diretos e indiretos é de R$ 228,95 (duzentos e vinte reais e noventa
e cinto centavos), onde ao se aplicar a margem pretendida pela empresa, ter-se-ia o valor
de R$ 320,53 (trezentos e vinte reais e cinqüenta e três centavos). Assim, pode-se
concluir com base nesses valores que há uma perda de 8,90 % na lucratividade real.
Troca da Pastilha de Freio do Uno 1.0 – o custo empírico gira em torno de R$ 29,00
(vinte e nove reais) sobre o qual se aplica a margem de lucro de 40 %, perfazendo o
preço final de R$ 40,20 (quarenta reais e vinte centavos). O custo obtido tecnicamente,
considerando custos diretos e indiretos é de R$ 40,46 (quarenta reais e quarenta e seis
centavos), onde ao se aplicar a margem pretendida pela empresa, ter-se-ia o valor de R$
56,64 (cinqüenta e seis reais e sessenta e quatro centavos). Assim, pode-se concluir com
base nesses valores que há uma perda de 28,57 % na lucratividade real.
Troca da Embreagem do Gol 1.8 – o custo empírico gira em torno de R$ 211,00
(duzentos e onze reais) sobre o qual se aplica a margem de lucro de 40 %, perfazendo o
preço final de R$ 296,00 (duzentos e noventa e seis reais). O custo obtido tecnicamente,
considerando custos diretos e indiretos é de R$ 232,25 (duzentos e trinta e dois reais e
vinte e cinco centavos), onde ao se aplicar a margem pretendida pela empresa, ter-se-ia
53
o valor de R$ 325,15 (trezentos e vinte e cinco reais e quinze centavos). Assim, pode-se
concluir com base nesses valores que há uma perda de 8,97 % na lucratividade real.
B) O custo levantado tecnicamente é inferior ao levantado empiricamente pela administração
da empresa. Exemplos:
Limpeza de Eletro-Injetor do Celta 1.0 – o custo empírico gira em torno de R$ 43,00
(quarenta e três reais) sobre o qual se aplica a margem de lucro de 40 %, perfazendo o
preço final de R$ 60,00 (sessenta reais). O custo obtido tecnicamente, considerando
custos diretos e indiretos é de R$ 31,19 (trinta e um reais e dezenove centavos), onde ao
se aplicar a margem pretendida pela empresa, ter-se-ia o valor de R$ 43,67 (quarenta e
três reais e sessenta e sete centavos). Assim, pode-se concluir com base nesses valores
que há um acréscimo de 37,41 % na lucratividade real.
A seguir um quadro resumo contendo os custos calculados e estimados e
também a margem de contribuição obtida.
Custos x Preços
Correia dentada corsa 8v
Amortecedor Santana
Pastilha de freio Uno
Limpeza eletro-injetor celta
Embreagem Gol
Custo Estimado R$ 54,00 R$ 208,00 R$ 29,00 R$ 43,00 R$211,00
Custo Calculado R$ 57,25 R$ 228,95 R$ 40,46 R$ 31,19 R$ 232,25
Preço Praticado R$ 76,00 R$ 292,00 R$ 40,20 R$ 60,00 R$ 296,00
% margem de contribuição pretendida 40% 40% 40% 40% 40%
% margem de contribuição real 52,66% 27,54% -0,64% 93,37% 25,75%
Quadro 5: quadro resumo dos resultados.
Fonte: Elaborado pelo autor.
É possível notar que a empresa tem uma deficiência na relação custo e preço
praticado. Há serviços onde a lucratividade é alta, mas não chega a ser abusiva, pois os preços
54
praticados baseiam-se na média de mercado. O problema está nos serviços onde a
lucratividade real é menor do que a lucratividade estimada pela administração da empresa.
Dentre outros problemas, a falta de adequação dos custos está dificultando o gerenciamento
financeiro e “emperrando” o crescimento da empresa. A falsa informação sobre a
lucratividade real acarreta ainda na restrição de capital para reinvesti mento em infra-estrutura
e serviços.
As questões abordadas acima devem ser analisadas pela empresa na
continuidade de implantação deste estudo, objetivando a maximização das receitas e a
redução dos prejuízos através de uma gestão contínua de custos.
Assim, com base nos exemplos acima, e principalmente, nas duas situações
apontadas, vê-se a urgente necessidade de implantar um sistema de custos na empresa palco
para servir de subsídios, dentre outras coisas, para a formação de uma política adequada de
preços e descontos sobre os produtos e serviços.
55
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com relação aos objetivos deste trabalho, algumas considerações têm que ser
feitas:
O objetivo geral – propor um sistema de custeio para a empresa – foi alcançado
à medida em que se aplicou uma metodologia de custeio devidamente adaptada à realidade da
empresa. A implantação definitiva deste sistema de custeio seria de grande importância para a
empresa, pois a mesma apresenta algumas deficiências na sua gestão de custos e na política de
formatação de preços finais. Para alcançar esse objetivo geral, foram seguidas algumas etapas,
também chamadas de objetivos específicos, conforme segue.
O primeiro objetivo específico – diagnosticar a atual situação da empresa em
relação a custos –, ao ser atingido enfatizou que a empresa não possui controles formais,
sejam eles financeiros ou de custos. Apontou ainda que, para a formação dos preços, a
empresa se baseia apenas nos custos diretos dos produtos e serviços prestados, bem como na
média de preços do mercado.
O segundo objetivo específico – identificar os custos diretos e indiretos da
empresa –, ao ser alcançado, acarretou na devida classificação dos custos em diretos e
indiretos. Foi possível visualizar que a empresa possui despesas de significativo valor, tais
como telefonia, por exemplo. Questões como essa, devem ser abordadas mais
aprofundadamente pela administração da empresa, objetivando a redução de despesas e
conseqüente gestão de custos.
O terceiro objetivo específico – verificar a melhor técnica para a empresa – foi
atingido ao ponto em que foi feita a devida pesquisa bibliográfica observando as variadas
técnicas de aplicação de custos. Foi verificado que, devido a realidade da empresa, o melhor
princípio a ser adotado é o princípio da absorção integral, que consiste em alocar todos os
custos ao serviço final. Para obtenção dos dados, foi utilizado o procedimento de separar a
empresa em centros de custos – o centro de custo administrativo e o centro de custo produtivo
–, que é uma característica do método de centro de custo. Assim, pode-se concluir que se
aplicou um mix de métodos distintos.
56
Por fim, o quarto e último objetivo específico – analisar os resultados do
sistema de custeio escolhido – foi alcançado na medida em que se aplicou a técnica escolhida
(terceiro objetivo específico) em alguns serviços realizados com maior freqüência na empresa.
Foram levantados os custos diretos e indiretos destes serviços e, através dos critérios de rateio
estipulados pelo autor, foram devidamente distribuídos e alocados.
Esta medida possibilitou ao autor deste estudo fazer a devida análise das
informações obtidas, o que trouxe à tona uma série de questões a serem dirimidas dentro da
empresa. Questões em torno da gestão administrativa, de suas políticas de formação de preços
e de descontos à clientes, questionamentos naturais sobre os serviços prestados quanto à sua
lucratividade e, principalmente, com relação ao processo decisório da empresa, onde faltam
subsídios técnicos para decidir sobre investir em ampliação da infra-estrutura ou
direcionar/segregar serviços.
Com relação as limitações que permearam este trabalho, cabe destacar algumas
das principais, tais como:
A grande quantidade e variedade de serviços prestados pela empresa
(lembrando que os serviços variam de marca, modelo e ano de cada veículo), bem como suas
respectivas particularidades e diferenciações, o que dificultou a implementação do método
escolhido a todos os serviços prestados.
Outra limitação foi a cultura organizacional. Pelo fato de se tratar de uma
empresa familiar, existe a dificuldade de migração de uma gestão empírica para uma gestão
técnica.
A falta de dados formalizados na empresa é outra limitação do trabalho, face à
dificuldade de levantamento dos mesmos.
Cabem algumas propostas à empresa: 1) com relação à situação atual de custos,
sugere-se a implantação de um software para o lançamento dos dados fiscais e financeiros da
empresa, possibilitando o gerenciamento de relatórios diversos, formalizando assim, o
controle dos dados da mesma; 2) com relação às elevadas despesas, propõem-se a observação
por parte da administração da empresa de alternativas mais atraentes. Voltando ao exemplo da
telefonia, pode-se buscar a telefonia via internet – voz sobre IP, que se trata de uma
tecnologia nova, barata e segura; 3) ao implementar os custos na empresa, adotar o sistema de
57
absorção integral, o que facilitaria a distribuição entre os variados produtos e serviços da
empresa; 4) por fim, buscar primeiro em conversa interna, uma posição sobre a gestão mais
técnica da empresa, diminuindo o impacto negativo existente no processo de mudança da
empresa familiares, e em seguida, buscar assessoramento para a implantação de uma gestão
técnica tanto na área administrativa financeira, como na área produtiva.
Pode-se observar que o custo estimado pela empresa nem sempre é o custo
real, esta questão pode gerar uma mascara na lucratividade da empresa. Esta questão é de
grande relevância para a empresa, pois é fundamental para um crescimento sólido e contínuo.
Para empresa este estudo foi de grande valia, pois foi obtida a melhor técnica
adaptada à sua realidade para o levantamento de seus custos, permanecendo como proposta a
implementação efetiva do sistema de custeio. Para o aluno, a importância deste estudo se
traduz na aplicação prática do aprendizado obtido na universidade, servindo como palco para
o seu desenvolvimento técnico e profissional, além de possibilitar a melhoria dos negócios da
família.
Em conclusão, urge a necessidade de implementar ferramentas e técnicas
administrativas na empresa, visando sua organização interna e adequação à modernidade
gerencial, provendo de informações e dados relevantes ao processo decisório, ficando como
proposta para estudos futuros.
58
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BACKER, Morton; JACOBSEN, Lyle E. Contabilidade de Custos. São Paulo: Mcgraw –
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CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Custo
como ferramenta gerencial. São Paulo: Atlas, 1995.
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59
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de dissertação. 3. ed. rev. atual. Florianópolis : Laboratório de Ensino a distância da
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pesquisado em 19/11/2007, 16h30min.
Receita Federal disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/>,
pesquisado em 01/10/2007, 18h15min.
60
ANEXO I - Troca de Correia Dentada do Corsa
REFERENCIAL
Serviço Prestado Troca de Correia Dentada do Corsa
8v
Ano comercial (mês) 12 Consumo Energia Elétrica (kw/hora) 2,94 Eqpto Instalado (informática) 5 Eqpto Instalado (mecânica) 1 M² setor produtivo 720 Nº de dias de funcionamento 20 Nº de funcionários 11 Nº de hora/dia de funcionamento 9 Potência Instalada (kw/hora) 1696 Qtde horas técnicas 1080 Qtde horas/serviço 1 Quantidade de Serviços Prestados 62 Rateio Direto 387
CUSTOS DIRETOS R$ R$ Depreciação direta R$ 811,67 R$ 2,10 Energia elétrica direta R$ 814,08 R$ 1,41 Insumos diversos R$ 185,00 R$ 0,48 Mão-de-obra direta R$ 13.000,00 R$ 12,04 Peças R$ 26,00 R$ 26,00 Total de Custos Diretos R$ 42,02
CUSTOS INDIRETOS R$ CRITÉRIO DE RATEIO R$ Água R$ 35,66 nº de funcionários R$ 0,02 Combustível R$ 432,28 rateio direto R$ 1,12 DARF's R$ 287,57 rateio direto R$ 0,74
Depreciação R$ 358,34 m² e % eqpto instalados R$ 0,17
Despesas Financeiras R$ 66,28 rateio direto R$ 0,17
Energia elétrica R$ 141,60 potência instalada e consumo/mês R$ 0,25
FGTS R$ 980,08 nº de funcionários R$ 0,49 GPS R$ 1.487,79 nº de funcionários R$ 0,75 IPTU R$ 59,58 m² R$ 0,08 IPVA Veículo da Empresa R$ 34,33 rateio direto R$ 0,09
Manutenção informática R$ 30,00 nº de eqptos informática R$ 0,03
Manutenção Predial R$ 43,00 m² R$ 0,06 Manutenção Veículo da Empresa R$ 50,00 rateio direto R$ 0,13 Material de escritório R$ 30,00 tempo de serviço R$ 0,03 Pró-labore R$ 2.894,28 tempo de serviço R$ 2,68 Salários Setor Administrativo R$ 3.800,00 nº de funcionários R$ 1,92 Segurança privada R$ 20,00 m² R$ 0,03 Serviço de Segurança no Trabalho R$ 84,70 nº de funcionários R$ 0,04 Serviços Contábeis R$ 510,00 tempo de serviço R$ 0,47 SIMPLES R$ 2.018,18 rateio direto R$ 5,21 Telefonia R$ 844,00 tempo de serviço R$ 0,78
61
ANEXO II - Troca de Embreagem do Gol 1.8 REFERENCIAL
Serviço Prestado Troca de
Embreagem do Gol 1.8
Ano comercial (mês) 12 Consumo Energia Elétrica (kw/hora) 11,76 Eqpto Instalado (informática) 5 Eqpto Instalado (mecânica) 1 M² setor produtivo 720 Nº de dias de funcionamento 20 Nº de funcionários 11 Nº de hora/dia de funcionamento 9 Potência Instalada (kw/hora) 1696 Qtde horas técnicas 1080 Qtde horas/serviço 4,5 Quantidade de Serviços Prestados 19 Rateio Direto 387
CUSTOS DIRETOS R$ R$ Depreciação direta 811,67 2,10 Energia elétrica direta 814,08 5,64 Insumos diversos 185,00 0,48 Mão-de-obra direta 13.000,00 54,17 Peças 140,00 140,00 Total de Custos Diretos R$ 202,39
CUSTOS INDIRETOS R$ CRITÉRIO DE RATEIO R$ Água 35,66 nº de funcionários 0,02 Combustível 432,28 rateio direto 1,12 DARF's 287,57 rateio direto 0,74
Depreciação 358,34 m² e % eqpto instalados 0,17
Despesas Financeiras 66,28 rateio direto 0,17
Energia elétrica 141,60 potência instalada e consumo/mês 0,98
FGTS 980,08 nº de funcionários 0,49 GPS 1.487,79 nº de funcionários 0,75 IPTU 59,58 m² 0,08 IPVA Veículo da Empresa 34,33 rateio direto 0,09
Manutenção informática 30,00 nº de eqptos informática 0,03
Manutenção Predial 43,00 m² 0,06 Manutenção Veículo da Empresa 50,00 rateio direto 0,13 Material de escritório 30,00 tempo de serviço 0,13 Pró-labore 2.894,28 tempo de serviço 12,06 Salários Setor Administrativo 3.800,00 nº de funcionários 1,92 Segurança privada 20,00 m² 0,03 Serviço de Segurança no Trabalho 84,70 nº de funcionários 0,04 Serviços Contábeis 510,00 tempo de serviço 2,13 SIMPLES 2.018,18 rateio direto 5,21 Telefonia 844,00 tempo de serviço 3,52
62
ANEXO III - Limpeza de Eletro-Injetores do Celta 1.0
REFERENCIAL
Serviço Prestado Limpeza de
Eletro-Injetor do Celta 1.0
Ano comercial (mês) 12 Consumo Energia Elétrica (kw/hora) 2,76 Eqpto Instalado (informática) 5 Eqpto Instalado (mecânica) 1 M² setor produtivo 720 Nº de dias de funcionamento 20 Nº de funcionários 11 Nº de hora/dia de funcionamento 9 Potência Instalada (kw/hora) 1696 Qtde horas técnicas 1080 Qtde horas/serviço 1 Quantidade de Serviços Prestados 28 Rateio Direto 387
CUSTOS DIRETOS R$ R$ Depreciação direta 811,67 2,10 Energia elétrica direta 814,08 1,32 Insumos diversos 185,00 0,48 Mão-de-obra direta 13.000,00 12,04 Peças 0,00 0,00 Total de Custos Diretos R$ 15,94
CUSTOS INDIRETOS R$ CRITÉRIO DE RATEIO R$ Água 35,66 nº de funcionários 0,02 Combustível 432,28 rateio direto 1,12 DARF's 287,57 rateio direto 0,74
Depreciação 358,34 m² e % eqpto instalados 0,17
Despesas Financeiras 66,28 rateio direto 0,17
Energia elétrica 141,60 potência instalada e consumo/mês 0,23
FGTS 980,08 nº de funcionários 0,49 GPS 1.487,79 nº de funcionários 0,75 IPTU 59,58 m² 0,08 IPVA Veículo da Empresa 34,33 rateio direto 0,09
Manutenção informática 30,00 nº de eqptos informática 0,03
Manutenção Predial 43,00 m² 0,06 Manutenção Veículo da Empresa 50,00 rateio direto 0,13 Material de escritório 30,00 tempo de serviço 0,03 Pró-labore 2.894,28 tempo de serviço 2,68 Salários Setor Administrativo 3.800,00 nº de funcionários 1,92 Segurança privada 20,00 m² 0,03 Serviço de Segurança no Trabalho 84,70 nº de funcionários 0,04 Serviços Contábeis 510,00 tempo de serviço 0,47 SIMPLES 2.018,18 rateio direto 5,21
63
ANEXO IV - Troca da Pastilha de Freio do Uno 1.0
REFERENCIAL
Serviço Prestado Troca de Pastilha de Freio do Uno
1.0
Ano comercial (mês) 12 Consumo Energia Elétrica (kw/hora) 1,47 Eqpto Instalado (informática) 5 Eqpto Instalado (mecânica) 1 M² setor produtivo 720 Nº de dias de funcionamento 20 Nº de funcionários 11 Nº de hora/dia de funcionamento 9 Potência Instalada (kw/hora) 1696 Qtde horas técnicas 1080 Qtde horas/serviço 0,5 Quantidade de Serviços Prestados 53 Rateio Direto 387
CUSTOS DIRETOS R$ R$ Depreciação direta 811,67 2,10 Energia elétrica direta 814,08 0,71 Insumos diversos 185,00 0,48 Mão-de-obra direta 13.000,00 6,02 Peças 18,00 18,00 Total de Custos Diretos R$ 27,30
CUSTOS INDIRETOS R$ CRITÉRIO DE RATEIO R$ Água 35,66 nº de funcionários 0,02 Combustível 432,28 rateio direto 1,12 DARF's 287,57 rateio direto 0,74
Depreciação 358,34 m² e % eqpto instalados 0,17
Despesas Financeiras 66,28 rateio direto 0,17
Energia elétrica 141,60 potência instalada e consumo/mês 0,12
FGTS 980,08 nº de funcionários 0,49 GPS 1.487,79 nº de funcionários 0,75 IPTU 59,58 m² 0,08 IPVA Veículo da Empresa 34,33 rateio direto 0,09
Manutenção informática 30,00 nº de eqptos informática 0,03
Manutenção Predial 43,00 m² 0,06 Manutenção Veículo da Empresa 50,00 rateio direto 0,13 Material de escritório 30,00 tempo de serviço 0,01 Pró-labore 2.894,28 tempo de serviço 1,34 Salários Setor Administrativo 3.800,00 nº de funcionários 1,92 Segurança privada 20,00 m² 0,03 Serviço de Segurança no Trabalho 84,70 nº de funcionários 0,04 Serviços Contábeis 510,00 tempo de serviço 0,24 SIMPLES 2.018,18 rateio direto 5,21
64
ANEXO V - Troca de Amortecedor do Santana
REFERENCIAL
Serviço Prestado Troca de
Amortecedor do Santana
Ano comercial (mês) 12 Consumo Energia Elétrica (kw/hora) 5,88 Eqpto Instalado (informática) 5 Eqpto Instalado (mecânica) 1 M² setor produtivo 720 Nº de dias de funcionamento 20 Nº de funcionários 11 Nº de hora/dia de funcionamento 9 Potência Instalada (kw/hora) 1696 Qtde horas técnicas 1080 Qtde horas/serviço 2 Quantidade de Serviços Prestados 25 Rateio Direto 387
CUSTOS DIRETOS R$ R$ Depreciação direta 811,67 2,10 Energia elétrica direta 814,08 2,82 Insumos diversos 185,00 0,48 Mão-de-obra direta 13.000,00 24,07 Peças 180,00 180,00 Total de Custos Diretos R$ 209,47
CUSTOS INDIRETOS R$ CRITÉRIO DE RATEIO R$ Água 35,66 nº de funcionários 0,02 Combustível 432,28 rateio direto 1,12 DARF's 287,57 rateio direto 0,74
Depreciação 358,34 m² e % eqpto instalados 0,17
Despesas Financeiras 66,28 rateio direto 0,17
Energia elétrica 141,60 potência instalada e consumo/mês 0,49
FGTS 980,08 nº de funcionários 0,49 GPS 1.487,79 nº de funcionários 0,75 IPTU 59,58 m² 0,08 IPVA Veículo da Empresa 34,33 rateio direto 0,09
Manutenção informática 30,00 nº de eqptos informática 0,03
Manutenção Predial 43,00 m² 0,06 Manutenção Veículo da Empresa 50,00 rateio direto 0,13 Material de escritório 30,00 tempo de serviço 0,06 Pró-labore 2.894,28 tempo de serviço 5,36 Salários Setor Administrativo 3.800,00 nº de funcionários 1,92 Segurança privada 20,00 m² 0,03 Serviço de Segurança no Trabalho 84,70 nº de funcionários 0,04 Serviços Contábeis 510,00 tempo de serviço 0,94 SIMPLES 2.018,18 rateio direto 5,21
65
SAO JOSE - 2006 TIPO Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 6-AUTOMOVEL 46974 47207 47423 0 0 0 0 0 0 0 0 0 14-CAMINHAO 2838 2837 2836 0 0 0 0 0 0 0 0 0 17-CAMINHAO TRATOR 325 326 325 0 0 0 0 0 0 0 0 0
23-CAMINHONETE 1462 1494 1521 0 0 0 0 0 0 0 0 0 13-CAMIONETA 4445 4463 4474 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2-CICLOMOTOR 120 120 120 0 0 0 0 0 0 0 0 0 7-MICROONIBUS 230 234 242 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4-MOTOCICLETA 14005 14158 14301 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3-MOTONETA 1727 1772 1822 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8-ONIBUS 180 176 177 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10-REBOQUE 1003 1012 1024 0 0 0 0 0 0 0 0 0 11-SEMI-REBOQUE 415 414 415 0 0 0 0 0 0 0 0 0 24-SIDE-CAR 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 19-TRATOR DE ESTEIRAS 5 5 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0
18-TRATOR DE RODAS 67 67 67 0 0 0 0 0 0 0 0 0
20-TRATOR MISTO 11 11 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5-TRICICLO 13 14 14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25-UTILITARIO 68 67 70 0 0 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL 73889 74378 74847