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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO MARKETING VINÍCIUS FERREIRA DA SILVA PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO LAYOUT DE ARMAZENAGEM PARA A EMPRESA ATACADO UNIÃO São José 2005

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO MARKETING

VINÍCIUS FERREIRA DA SILVA

PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO LAYOUT DE ARMAZENAGEM PARA A EMPRESA ATACADO UNIÃO

São José 2005

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VINÍCIUS FERREIRA DA SILVA

PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO LAYOUT DE ARMAZENAGEM PARA A EMPRESA ATACADO UNIÃO

Trabalho de Conclusão de Curso – projeto de aplicação –

apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Administração da Universidade do Vale do

Itajaí.

Professor Orientador: Rosalbo Ferreira

São José

2005

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VINÍCIUS FERREIRA DA SILVA

PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO LAYOUT DE ARMAZENAGEM PARA A EMPRESA ATACADO UNIÃO

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final

pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação Marketing da Universidade do

Vale do Itajaí, em 02/12/2005 – constante da ata de aprovação

Área de concentração: Logística

São José, 02 de dezembro de 2005

Banca Examinadora:

Profº MSc. Rosalbo Ferreira

Univali – CE São José Professor Orientador

Profª. Lucila Maria de Souza Campus

Univali – CE São José Membro I

Prof º Sidnei Vieira Marinho

Univali – CE São José Membro II

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Dedico este trabalho as pessoa que mais amo em

minha vida, meus pais, João Carlos da Silva e

Maria de Fátima Ferreira da Silva e irmãs Tainara

Ferreira da Silva e Priscila Ferreira da Silva. Sei

que sempre poderei contar com eles em todos os

momentos de minha vida. E agradeço por terem me

proporcionado este momento que marcará mais uma

fase de minha vida.

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Com o curso de Administração e Marketing da Universidade do

Vale do Itajaí – UNIVALI, campus VII aprendi e cresci muito

nestes quatro anos de estudo e sei que este foi o primeiro passo

para a conquista de meus objetivos. Ao meu orientador Rosalbo

Ferreira que apoiou minhas idéias e que contribuiu muito para

minha formação como Administrador. Aos meus colegas

acadêmicos que sempre me apoiaram e ajudaram nas

dificuldades de minha vida pessoal e acadêmica. Ao Atacada

União que me proporcionou este estágio. E a todos aqueles que

direta e indiretamente contribuíram neste trabalho e em minha

vida acadêmica, meus sinceros agradecimentos.

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"Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros

amores impossíveis, tempo. De nada adianta

cercar um coração vazio ou economizar alma. O

romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é

romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a

rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste

mais horas realizando que sonhando, fazendo que

planejando, vivendo que esperando, porque

embora quem quase morre esteja vivo, quem

quase vive já morreu”.

Luis Fernando Veríssimo

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RESUMO

No presente trabalho procurou-se propor a implantação de um novo layout de armazenagem,

para obter melhor controle e manutenção logística de estoque, da empresa Atacado União

Comércio e Representação de Produtos para Panificação LTDA. Visando atingir tal objetivo

foi utilizado o método de pesquisa exploratória e pesquisa observatória. Sendo assim

identificou-se falhas na distribuição do espaço físico do armazém, bem como suas causas e

efeitos. Com base nesta pesquisa e nos dados indicados na fundamentação te foi estabelecido

um modelo para a solução dos problemas ali identificados.

Palavras-chave: Layout, Armazenagem, Estoque

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ABSTRACT

In this present work, I tried to introduce a new kind of storaging layout, to obtain a better

control and a logistic maintenance of the “Atacado União Comércio e Representação de

Produtos para Panificação LTDA” enterprise. Intending to reach such purpose I used an

exploratory and observatory research method. By doing so I identify some failures in the

distribution of the available working space of the warehouse, as well as its causes and effects.

Based on this research and on the specified datas from this work grounds, I established a

model for the solution of the identified problems.

Key-words: Layout, Storage, Supply

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Lista de ilustrações

Foto 1 – Galpão Secundário (lado esquerdo estoque lado direito estacionamento).................50

Foto 2 – Galpão Principal (no térreo lado esquerdo está o armazém das miudezas, térreo lado

direito fica o armazém de carga pesada e no piso superior esta o setor administrativo)..........52

Foto 3 – Galpão Principal lado direito visão interna (Armazém de Farinha)...........................52

Foto 4 – Galpão principal lado esquerdo visão interna.............................................................53

Foto 5 – Modelo de estrutura porta-palets................................................................................56

Foto 6 – Modelo de estrutura porta-palets................................................................................57

Foto 7 – Modelo de palet..........................................................................................................57

Foto 8 – Modelo de empilhadeira elétrica................................................................................58

Maquete 1 – Fachada do Galpão Secundário Proposto (lado esquerdo armazém de farinha

lado direito estacionamento).....................................................................................................51

Maquete 2 – Modelo de planta baixa do Galpão Secundário....................................................51

Maquete 3 – Layout do armazém proposto no Galpão Principal..............................................54

Maquete 4 – Modelo de Fachada..............................................................................................55

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Lista de tabelas

Tabela 1 – Os vários níveis de serviços aos clientes.................................................................22

Tabela 2 – Objetivos relevantes para o detalhamento do arranjo físico...................................42

Tabela 3 – Vantagens e desvantagens dos arranjos físicos.......................................................43

Tabela 4 – Problemas e resultados esperados...........................................................................55

Tabela 5 – Distribuição de itens no armazém...........................................................................59

Tabela 6 – Disposição dos produtos desejada...........................................................................60

Tabela 7 – Problemas e resultados esperados...........................................................................60

Tabela 8 – Custos galpão principal...........................................................................................62

Tabela 9 – Custos galpão Secundário.......................................................................................62

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 15

1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA ........................................................................... 15

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 16

1.2.1. Objetivo Geral ...................................................................................................... 16

1.2.2. Objetivos Específicos ........................................................................................... 16

1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 16

1.4 APRESENTAÇÃO DO TRABALHO .................................................................................... 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................... 16

2.1 EMPRESA ATACADISTA ................................................................................................ 16

2.2 LOGÍSTICA ................................................................................................................... 17

2.3 LOGÍSTICA DE SERVIÇO AO CLIENTE ............................................................................. 20

2.4 LOGÍSTICA DE ARMAZENAGEM ..................................................................................... 24

2.5 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES .................................................................................... 28

2.6 DIVISÃO DO ESTOQUE .................................................................................................. 30

2.7 DEFINIÇÕES DA PLANTA LAYOUT .................................................................................. 33

2.8 TIPOS DE LAYOUT ........................................................................................................ 39

3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO...................................................................................... 44

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................................. 44

4 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................ 47

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ................................................................................... 47

4.2 DIVISÃO DO ESPAÇO DISPONÍVEL .................................................................................. 48

4.3 APROVEITANDO O ESPAÇO DISPONÍVEL ......................................................................... 56

4.4 ARMAZENAGEM DOS PRODUTOS ................................................................................... 59

4.4.1. Custo Estimado .................................................................................................... 61

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 64

6 REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 65

Anexos ................................................................................................................................ 67

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Descrição da situação problema

A empresa Atacado União atua no mercado atacadista de produtos para panificadoras

e confeitarias a mais de 18 anos. Trata-se de uma empresa de credibilidade que visa muito

atualizar suas tecnologias e abrir novas praças para aumentar sua participação no mercado.

Todo o crescimento da empresa Atacado União Comércio e Representação de

Produtos para Panificação Ltda está limitado por um problema espacial e logístico. O layout

de armazenamento não é adequada a sua rotina logística. Ele está dividido em sete partes, três

de um lado da rua e quatro do outro. No lado Oeste da rua Valdomiro Cunha está o galpão

principal onde está localizado o estoque de farinha de um lado e o estoque de produtos de

menor porte do outro, junto com o balcão de vendas e câmera fria, no andar de cima fica o

setor administrativo e o centro técnico (utilizado para realização de cursos, testes,

treinamentos e reuniões). No lado leste da rua Valdomiro Cunha fica o galpão secundário,

onde de um lado está a garagem e do outro o estoque de margarinas no térreo e no andar de

cima as embalagens, junto com a sala de pesagem e refeitório.

Com isto ao separar a mercadoria para a entrega no dia seguinte, os funcionários

atravessam varias vezes a rua. Em dias de chuva piora a situação e muitas vezes chega a ser

interrompido o serviço de carregamento. Ocorrendo os seguintes problemas internos:

funcionários se deslocam na chuva, fazem grandes deslocamentos, trabalho depois do

expediente, atrasos no carregamento, mercadorias danificadas, mercadorias empoeiradas,

mercadorias molhadas, erros no carregamento, desorganização do estoque, venda de produtos

vencidos, produtos são vendidos e não são encontrados, dificuldades de achar espaço para

armazenagem e furo no estoque. E os principais fatores externos como: cliente insatisfeito,

perda de clientes, perda de credibilidade com o cliente, funcionário insatisfeito e funcionário

desmotivado. Todos estes fatores freiam ou retardam o crescimento da empresa.

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1.2 Objetivos

1.2.1. Objetivo Geral

Propor a implantação de um novo layout de armazenagem, para obter melhor controle

e manutenção logística de estoque, da empresa Atacado União Comércio e Representação de

Produtos para Panificação LTDA.

1.2.2. Objetivos Específicos

• Analisar a logística de armazenagem atual da empresa.

• Verificar formas de estocagem bibliográficas e da empresa.

• Avaliar espaço disponível e o layout disposto.

• Identificar e propor rotinas dos produtos comercializados (seus cuidados no

armazenamento e transporte)

• Apresentar a viabilidade do sistema proposto.

1.3 Justificativa

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Este problema foi abordado devido a sua grande pertinência para o ramo em que atua e

devido a sua grande possibilidade de melhorias em diversos setores desta organização, já que

no momento este é um dos principais problemas para o crescimento da empresa.

Observa-se que de acordo com Ballou (1993, p. 204) “o melhor para uma empresa é

não ter estoque, ou seja, é ter a perfeita sincronia entre oferta e demanda”.

Também é visto que existem muitas variáveis que tornam impossível esta perfeita

sincronia, que são a escassez, o desconhecimento da demanda futura, a economia, enfim deve-

se assegurar a disponibilidade de mercadorias em estoque da menor forma possível, pois

mercadoria em estoque é dinheiro parado.

Um sistema logístico de armazenagem adequado poderá permitir um desempenho

favorável ao crescimento da organização, assim como obter uma vantagem competitiva

perante seus concorrentes.

No atual contexto de mercado quem decide a quantidade, hora e local é o cliente, ele

possui o poder de compra, então ele decide seu melhor negócio. Por isto as empresas devem

ser eficientes na agilidade e eficazes em todo o processo. (BALLOU, 1993)

Nesse sentido, visando um melhor desempenho no sistema logístico de armazenagem

é que propusemos elaborar o presente trabalho de conclusão de curso. A proposta de

implantação de um novo layout de armazenagem virá certamente contribuir para uma maior

competitividade no segmento que atua a empresa Atacado União.

1.4 Apresentação do trabalho

No capítulo um, será visto a descrição da situação problema identificada, assim como

os objetivos gerais, objetivos específicos e a respectiva justificativa da importância da

execução deste projeto.

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No capítulo dois será fundamentado os objetivos gerais e específicos, onde será

avaliado a idéia de vários autores sobre o tema trabalhado, procurando mostrar os pontos de

vista convergentes e divergentes dos autores, para a posterior análise dos dados.

No capítulo três refere-se à descrição do método tipos, finalidades e procedimentos

que definem a aplicação em alinhamento com elementos do projeto, como situação problema

e objetivos.

No capítulo quatro foi feito a relação da fundamentação teórica com a pesquisa de

campo, para assim apresentar as propostas para solucionar os problemas identificados.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Empresa Atacadista

Em uma empresa atacadista o produto comercializado é o serviço e o seu serviço é

comprar, estocar, vender e distribuir. E é neste intuito que se deve cuidar minuciosamente de

todo este processo logístico para que os serviços sejam um diferencial neste mercado tão

competitivo e de equilibrada concorrência.

De acordo com Closs (2001, p. 225) “a exposição dos atacadistas ao risco é menor do

que a dos fabricantes, mas é mais profunda e de mais longa duração do que a dos varejistas.

Geralmente atacadistas compram de fabricantes grandes quantidades e vendem pequenas

quantidades a varejistas”.

Portanto empresas atacadistas trabalham essencialmente com estoque, o que torna os

trabalhos com este campo altamente importante para o bom desempenho da empresa,

principalmente no ramo alimentício onde os cuidados com a conservação do produto são

também de maior importância.

“A importância da boa administração de materiais pode ser mais bem apreciada

quando os bens necessários não estão disponíveis no instante correto para atender as

necessidades de produção ou operação” (BALLOU, 1993, p. 61).

Este conceito parece ser lógico, mas é extremamente pertinente para o assunto em

discussão e isto não se aplica apenas a uma indústria, pode muito bem ser aplicado em

empresas que trabalham como distribuidores. E nesta se o acontecimento de falta do produto

ocorrer o processo de venda não é completado e por fim a venda não é realizada.

As transações entre os elos da cadeia de abastecimento possuem importância decisiva

para agregar valor ao consumidor, satisfazendo suas necessidades com agilidade e

flexibilidade a custos reduzidos.

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2.2 Logística

A Logística passou a ser usada com maior importância na década de 40 por militares

durante a segunda guerra mundial, para transportar abastecer e alojar tropas em combate.

Segundo Ballou (1993, p. 34) antes que as empresas mostrassem muito interesse em

administrar atividades logísticas de forma coletiva, a área militar do governo americano

estava bem desempenhada a organizar estas funções.

O período entre o início dos anos 50 até a década de 60 representa a época de

decolagem para a teoria e a prática da logística. O ambiente era propício para novidades no

pensamento administrativo (BALLOU, 1993, p. 29).

Antes da década de 50, as empresas executavam, normalmente, a atividade logística de

maneira puramente funcional. Não exista nenhum conceito ou uma forma de logística

integrada (CLOSS, 2001, p. 26).

Atualmente a logística abrange todo fluxo de materiais tanto no ambiente interno

como externo, desde a entrega da matéria prima até a entrega do produto final e também seu

descarte.

A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição

movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e o

fluxo de relações correlatas) através da organização e seus canais de

marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura

através do atendimento dos pedidos a baixo custo (CHRISTOPHER, 1992,

p. 2).

A função da logística está em administrar com alto grau de eficiência e eficácia em

todo o sistema de serviços ligados ao cliente.

O objetivo central da logística é atingir um nível desejado de serviço ao cliente pelo

menor custo total possível (CLOSS, 2001, p. 21).

A logística empresarial estuda como a administração pode promover melhor

nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e

consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivo para

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as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo

de produtos (BALLOU, 1993, p. 17).

Logística empresarial tem como o objetivo prover o cliente com os níveis de serviço

desejado. A meta de nível de serviço logístico é providenciar bens ou serviços corretos, no

lugar certo, no tempo exato e na condição desejada ao menor custo possível (BALLOU, 1993,

p. 38).

Para Closs (2001, p. 23) a logística de uma empresa é um esforço integrado com o

objetivo de criar valor para o cliente pelo menor custo possível. A logística existe para

satisfazer as necessidades do cliente, facilitando as operações de produção e marketing.

Neste sentido a logística torna-se um diferencial para o produto comercializado, pois

qualidade todos são obrigados a possuir e a diferenciação no preço esta cada vez menor.

A logística consiste em fazer chegar a quantidade certa das mercadorias

certas ao ponto certo, e no tempo certo, nas condições e ao mínimo custo; a

logística constitui-se num sistema global, formado pelo inter-

relacionamento dos diversos segmentos ou setores que a compõe.

Compreende a embalagem a armazenagem, o manuseio, a movimentação e

o transporte de um modo geral, a estocagem em trânsito e de todo o

transporte necessário, a recepção, o acondicionamento e a manipulação

final, isto é até o local de utilização do produto pelo cliente (MOURA,

1998, p. 51).

Também para Ballou (1993, p. 23) a missão da logística é colocar as mercadorias ou

os serviços certos no lugar e no instante corretos e na condição desejada, ao custo possível.

A logística empresarial trata de todas atividades de movimentação e

armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição

da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de

informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de

providenciar níveis adequados aos clientes a um custo razoável (BALLOU

1993, p. 24).

Portanto, logística é basicamente um serviço de precisão, organização e pontualidade,

de forma a obter o melhor rendimento entre todo o processo produtivo de uma empresa. Tudo

isto visando o menor custo e a satisfação final do cliente. Portando logística nos dias de hoje

pode ser a arma contra a grande competitividade entre preços e produtos de qualidade similar.

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A missão do gerenciamento logístico é planejar e coordenar todas as atividades

necessárias para alcançar níveis desejáveis de serviços e qualidade ao custo mais baixo

possível.

A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor

nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e

consumidores, por meio de planejamento, organização e controle efetivos

para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o

fluxo de produtos (CHING, 1999, p. 26).

A logística abriga todos os processos dentro de uma empresa, desde uma simples

rotina do setor financeiro de até a complexa administração do sistema de compra,

recebimento, estocagem e distribuição do sistema produtivo de uma empresa.

Para desempenhar toda uma tarefa logística e seus respectivos objetivos de custo e

nível de serviço, é necessário basicamente ter bem desenvolvida as atividades de transporte,

estoque e pedidos.

As atividades primárias para atingir os objetivos da logística segundo Ballou (1993, p.

24) são: transporte, manutenção de estoque e processamento de pedidos.

• Transporte: absorve em média de um a dois terços do custo logístico e refere-

se aos vários métodos para se movimentar produtos (rodoviários, ferroviários e

aeroviários).

• Manutenção de estoque: responsáveis por em média um a dois terços do custo

logístico, servem para obter um grau razoável de disponibilidade de produto,

pois agem como amortecedores entre oferta e demanda.

• Processamento de pedidos: este custo tende a ser pequeno se comparados aos

custos de transporte ou manutenção de estoque. É esta atividade que inicia a

movimentação dos produtos e a entrega de serviços.

A logística é o processo que satisfaz a necessidades do cliente com relação à

coordenação de tempo e de localização do estoque, e outros serviços

pertinentes, sejam atendidos de maneira satisfatória. Portanto a meta do

desempenho logístico é o serviço ao cliente (CLOSS, 2001 p. 66).

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20

Através do bom desempenho dos trabalhos logísticos é possível alcançar o diferencial

nos serviços prestados. Desta forma poderá adquirir um relacionamento duradouro e confiável

do cliente.

Segundo Christopher (1992, p. 2) “Uma posição de superioridade duradoura sobre os

concorrentes, em termos de preferência do cliente, pode ser alcançada através da logística”.

É através de um trabalho competente e duradouro no setor de logística que é alcançado

um diferencial na mente dos clientes.

Quando uma empresa decide diferenciar-se com base na competência

logística, ela procura superar a concorrência em todos os aspectos das

operações. Isso normalmente significa que o desempenho logístico usa a

capacitação de entrega de seus produtos para dar apoio a qualquer ou a

todas as necessidades de marketing e de produção (CLOSS, 2001, p. 23).

Para obter a logística como diferencial é necessário um trabalho rigoroso e contínuo

quanto aos processos de serviço logístico, pois sabemos que basta um erro para que todo os

esforços sejam perdidos.

Não é fácil obter a qualidade logística; a qualidade é produto de um planejamento

minucioso sustentado por treinamento, de uma avaliação abrangente e de um aperfeiçoamento

continuo (CLOSS, 2001, p. 24).

2.3 Logística de Serviço ao Cliente

Os serviços ao cliente são a base para um bom desempenho nas vendas e do

relacionamento e satisfação dos clientes. É através de um bom nível de serviços prestados aos

clientes que a organização poderá conseguir um diferencial em meio a produtos tão similares

e de grande concorrência.

De acordo com Closs (2001, p. 64) “a noção de diferenciação ou segmentação das

atividades logísticas está cada vez mais utilizada como forma de satisfazer as necessidades

específicas do cliente”.

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Serviços ao cliente, quando utilizados de forma eficaz, é uma variável primária que

pode ter um impacto significativo na criação de demanda e da retenção da lealdade do cliente

(BALLOU, 2001, p. 77).

Também para Ballou (2001), serviço ao cliente refere-se a cadeia de atividades de

satisfação de vendas, a qual começa com a entrada do pedido e termina com a entrega do

produto ao cliente, e em alguns casos continuando com algum suporte técnico.

Não ha duvidas quanto a questão que o nível de serviço ao cliente interfere na

demanda e retenção de clientes.

Serviço básico ao cliente é definido em termos de disponibilidade, desempenho e

confiabilidade (CLOSS, 2001, p. 64).

Os profissionais de logística acreditam que as vendas são afetadas em algum grau pelo

nível de serviços ao cliente fornecido (BALLOU, 2001, p. 85).

Como observado o nível de serviço do cliente é um ótimo diferencial pois através dele

é possível obter a satisfação do cliente a criação de demanda para a empresa e obter a

confiabilidade no serviço prestado.

Ainda de acordo com Ballou (2001, p. 78), os elementos de serviço ao cliente estão

agrupados em elementos de pré-transação, transação e pós-transação.

• Elementos de pré-transação: propiciar um bom serviço ao cliente e

providenciar uma declaração da política de serviços ao cliente.

• Elementos de transação: são os que resultam diretamente na entrega do produto

ao cliente.

• Elementos de pós-transação: é o total de serviços necessários para dar suporte

ao produto, e proteger os consumidores de qualquer eventualidade.

De acordo com Kobayashi (2000. p. 47) o conteúdo dos serviços logísticos prestados

aos clientes são diferentes de acordo com os clientes de cada empresa. Os principais serviços

aos clientes, evidenciando suas razões são: em relação a tempo, qualidade, informação e

aspectos físicos, como mostra a tabela a seguir:

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22

Natureza do Serviço

Conteúdo

do Serviço

Serviço

conexo com

o tempo

Serviço

conexo com a

qualidade

Serviço

conexo com as

informações

Serviço

conexo com

os aspectos

físicos

Redução do lead time entre o

recebimento dos pedidos e a

entrega

X X

Prevenção dos materiais que

faltam

X X

Prevenção dos erros nas

expedições

X X

Prolongamento do tempo para

aceitação dos pedidos

X X

Fracionamento das unidades de

recebimento dos pedidos

X X

Aumento da Freqüência das

entregas

X

Resposta rápida às solicitações

de informações

X X

Tabela 1 – Os vários níveis de serviços aos clientes

Fonte: Kobayashi (2000, p. 47)

Analisando este quadro podemos observar que os aspectos físicos são de grande

relevância, para o assunto em estudo. Que serão resumidamente estudados a seguir.

��Prevenção dos materiais que faltam:

De acordo com Kobayashi (2000, p. 54) os efeitos devidos aos materiais que faltam

são fatais para um cliente mudar de fornecedor. Pois a falta do produto frustra os anseios do

cliente provocando sua desconfiança e insatisfação.

Suas causa também de acordo com Kobayashi (2000, p. 55) podem ser devido a sete

razões:

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• Falta de clareza sobre as quantidades de estoque;

• Notáveis variações nas quantidades programadas para as vendas;

• Previsões feitas muito antecipadamente em virtude dos tempos de produção;

• Atrasos no programa de produção;

• Falta de um conhecimento exato da situação relativa ao estoque;

• Falta de ordem nos depósitos: se os materiais desejados existem, não se sabem

onde se encontram.

��Prevenção dos erros na expedição:

Os erros mais freqüentes de acordo com Kobayashi (2000, p. 59) que se cometem nos

fornecimentos são os seguintes:

• Erros no tipo de mercadoria fornecida (expedem-se produtos errados);

• Erros nas quantidades fornecidas;

• Erros na destinação da entrega;

• Erros na confecção ou embalagem.

Se mantiver um relacionamento fiel com os clientes, cumprindo com deveres

obrigações e promessas, é até mesmo aceitável que se cometa erros, desde que este seja

esclarecido e solucionado.

Para Kobayashi (2000), certamente deve-se satisfazer às condições impostas nos

pedidos, mas caso isso não ocorra deve-se informar antecipadamente ao cliente e obter seu

consenso.

Para evitar erros, devemos ter alguns cuidados básicos já em nosso estoque, como na

armazenagem de produtos similares.

Ainda de acordo com Kobayashi (2000), se produtos são parecidos por forma

dimensão ou cor, os operadores correm o risco de facilmente errar. Muitas vezes o modo

como foi estocado o material que facilita o erro.

Para tanto é sempre necessária a devida etiquetagem dos produtos e prateleiras assim

como sua conferencia.

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A primeira regra a se observar para evitar erros é a correspondência entre a indicação

na prateleira e os produtos aí colocados, como também a clareza na indicação do artigo na

prateleira. Em segundo lugar deve-se repor os produtos de forma a distingui-los facilmente

(KOBAYASHI, 2000, p. 59).

A avaliação dos funcionários que estão envolvidos nos serviços logísticos ao cliente é

de grande importância para a redução gradual dos erros entre os operadores do sistema.

Segundo Kobayashi (2000), a criação de um sistema de avaliação individual, de nível

de erros entre os operadores do sistema, é também muito importante para que eles possam

progredir constantemente e para isto necessita-se evidenciar os resultados obtidos.

��Pequenos lotes e entregas freqüentes:

De acordo com Kobayashi (2000, p. 61) certamente pequenos lotes e uma maior

freqüência nas entregas acabam por aumentar custos. Por este motivo para limitar esses custos

é necessário melhorar o sistema complexo e renovar o modo de trabalhar.

Os serviços logísticos ao cliente têm um papel crítico na fidelização dos clientes e

devem ser cuidadosamente estabelecidos e consistentemente fornecidos para que permaneçam

leais a seus fornecedores (BALLOU, 2001, p. 86).

Devemos cuidar com a qualidade dos serviços prestados a nossos clientes, pois apesar

de resultarem em custos para a organização, também são responsáveis pela conquista da

lealdade dos clientes atuais, evitando gastos adicionais, com promoções para a conquista de

novos clientes.

Temos que nos deter em recompensar e criar lealdade entre os clientes atuais em vez

de gastar uma grande quantia para obter os desertores de volta (BALLOU, 2001, p. 86).

2.4 Logística de Armazenagem

Como afirma Moura logo a baixo, armazenagens são todas as atividades de um ponto

destinado a estocagem até a distribuição dos materiais para despacho. Tudo isto deve ser feito

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da maneira mais eficiente possível buscando trabalhar todo o processo e principalmente a

administração efetiva do espaço.

Armazenar é uma função da Logística que envolve o tratamento dos

materiais entre o tempo de produção e a sua venda ou usuário final. Em um

sentido mais prático, armazenagem refere-se a estocagem aliada a uma

ampla gama de funções voltadas para movimentação, tais como consolidar

separar classificar e preparar as mercadorias para redespacho (MOURA,

1998, p. 21).

Esta intensa movimentação de materiais é geradora de custos que por este motivo deve

ser minuciosamente monitorados para não haver desperdícios.

Para Kobayashi (2000, p. 142) quando se reflete sobre modalidades de armazenagem

necessita-se procurar examinar, para cada artigo em questão:

• Características: forma, peso e aspectos;

• Condições de armazenagem: temperatura, umidade e periculosidade;

• Unidade de expedição: quantidade, freqüência e destinação;

• Número de artigos: elevado e reduzido.

Para Viana (2000, p. 140), o material armazenado gera determinados custos, que

dependem de algumas variáveis, como:

A) quantidade em estoque;

B) tempo de permanência no estoque;

C) mão-de-obra utilizada;

D) encargos sociais;

E) custos indiretos (luz, força, seguro e outras despesas);

F) depreciação.

Para Dias (1993, p. 45) todo e qualquer armazenamento de material gera determinados

custos:

• Custos com capital investido (Juros, depreciação)

• Custos com edificação (aluguel, impostos, Luz, água, seguros, conservação)

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• Custos com empregados (salários e encargos sociais)

• Custo de manutenção de estoque (deterioração, obsolescência, equipamentos)

Todas estas modalidades de custos precisão ser reduzidas ao máximo no intuito e obter

a otimização dos processos de armazenagem. Com esta sincronia será possível alcançar novos

mercados e obter uma visão futurista do segmento trabalhado.

Como diz Moura (1998 p. 126) “O planejamento apropriado ajuda a efetuar a

movimentação e a armazenagem eficiente e no final resulta em despesas operacionais

menores”.

Através da devida administração do estoque do armazém, que podemos alcançar a

otimização dos resultados operacionais e em todos os setores interligados desde a compra até

a eficiência da entrega. Para tanto é necessário entender todas as atividades do fluxo de

materiais no armazém.

Estocagem é uma das atividades do fluxo de materiais no armazém e o local destinado

à locação estática dos materiais (MOURA, 1998, p. 20).

Segundo Martins (1999, p. 23), “o armazenamento é uma atividade especializada e

consiste em armazenar adequadamente os materiais para que seja possível sua rápida

recuperação e a manutenção dos níveis de qualidade e para que a entrega seja facilitada”.

Por meio da armazenagem adequada dos produtos que é possível a sua manutenção e o

controle de seus níveis. Assim poderá ser trabalhado de forma eficiente todo o processo de

recebimento, venda, entrega, carga e descarga.

Para o efetivo aproveitamento do armazém deve-se estudar o aproveitamento dos

espaços verticais. É através deste que será aumentado o espaço disponível a circulação

indispensável para o bom rendimento das funções.

Moura (1998, p. 96) afirma que “o aproveitamento dos espaços verticais contribui para

o descongestionamento das áreas de armazenagem e para a redução dos custos unitários de

estocagem”.

Uma grande chave para a organização de um estoque é trabalhar o espaço vertical o

máximo possível, trabalhando o espaço vertical pode-se obter um maior rendimento do

armazém em termos de espaço disponível. Quanto maior o espaço disponível, mais funcional

será o controle, a manutenção e movimentação dos produtos estocados.

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A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exige investimento

por toda a parte da organização. O ideal seria a perfeita sincronização entre

oferta e demanda, de maneira a tornar a manutenção de estoques

desnecessária. Entretanto, como não é possível conhecer exatamente a

demanda futura e como nem sempre os suprimentos estão disponíveis a

qualquer momento, deve-se acumular estoque para assegurar a

disponibilidade de mercadorias e minimizar os custos totais de produção e

distribuição (BALLOU, 1993, p. 204).

Se esta perfeita sincronia existisse, não haveria a necessidade de estocagem, não

havendo também despesas com manutenção de estoque e controle de estoque. Como esta

perfeita sincronia entre oferta e demanda não é possível devido a fatores econômicos e devido

ao desconhecimento exato da demanda futura, e escassez de materiais. Temos que buscar a

otimização de todo o processo de armazenagem para que os gastos em sua utilização sejam

reduzidos ao mínimo sem prejudicar o setor comercial.

Existem problemas no armazenamento que devem ser previamente identificados para a

sua devida solução.

Messias (1983, p. 36) identifica alguns problemas de armazenamento:

• Quantidades excessivas de materiais armazenados;

• Espaço vertical pouco aproveitado;

• Congestionamento nas áreas de recebimento, expedição e estocagem;

• Confusão no tráfego dentro do próprio armazém;

• Roubos e desvios de materiais;

• Empilhadeiras e carrinhos inadequados para o serviço;

• Manipulação e transporte desnecessário de materiais;

• Erros nos registros físicos do armazém;

Todos estes problemas geram no final de certo período um saldo negativo de despesas

e quanto maior o tempo que este problema levar para ser solucionado, maior são os gastos

finais acumulados. É neste sentido que a administração de materiais deve atuar de forma a

solucionar todos problemas de armazenagem para assim obter a excelência em todo o

processo.

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Quando executado de maneira insatisfatória o manuseio de materiais pode resultar em

substanciais avarias ao produto. Naturalmente, quanto menos um produto é manipulado,

menor é a possibilidade de avaria e maior é a eficiência geral do depósito (CLOSS, 2001, p.

43).

2.5 Administração de Estoques

A administração de estoque é de grande importância para um eficiente funcionamento

da empresa. Sem estoque é praticamente inviável o funcionamento pleno da organização, por

isto qualquer espaço ocupado por um produto no armazém gera custo, tendo sido usado ou

não, e por isso deve-se ter a consciência da necessidade de aproveitar o máximo do volume,

fazendo o uso de cada metro cúbico disponível.

Para Closs (2001, p. 41) “o objetivo é fornecer o serviço desejado ao cliente

mantendo o mínimo em estoque, consistente com o menor custo total possível”.

O objetivo da administração de estoque sem duvidas é o cuidado com o seu custo total

que esta diretamente ligado ao controle do nível de estoque.

Para Slack (2002, p. 380) manter estoque representa riscos, pois itens em estoque

podem deteriorar, tornar-se obsoletos ou perder-se e além disso ocupam valioso espaço.

Simultaneamente a administração de estoques deve minimizar o capital total

investido em estoques, pois ele é caro e aumenta continuamente, uma vez

que o custo financeiro aumenta. Sem estoque é impossível uma empresa

trabalhar, pois ele funciona como um amortecedor em vários estágios da

produção até a venda final do produto. (DIAS, 1993, p. 23)

De acordo com Ballou, (1993, p. 66) estoques são benéficos ao sistema de suprimento,

porque garantem maior disponibilidade de componentes para a linha de produção, diminuem

o tempo dedicado pela administração para manter a disponibilidade desejada e podem reduzir

custos de transporte.

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A finalidade de estoque é ter o produto no momento e na quantidade exata para suprir

as necessidades do cliente. Se este for gerenciado de forma consistente pode minimizar

custos, desperdícios e ser uma grande vantagem competitiva.

Para Slack (2002, p. 382) o estoque existe porque há uma diferença de ritmo, ou de

taxa entre fornecimento e demanda.

A manutenção de estoques trás vantagens e desvantagens às empresas.

Vantagens no que se refere ao pronto atendimento aos clientes, e

desvantagens no que se refere aos custos decorrentes de sua manutenção.

Compete ao administrador de materiais encontrara o ponto de equilíbrio

adequado a empresa em certo momento, embora os benefícios decorrentes

do pronto atendimento sejam mais difíceis de ser avaliados do que os custos

decorrentes (MARTINS 1999, p. 152).

Os benefícios de ter um estoque são difíceis de serem avaliados, mas é de suma

importância para o pleno desempenho de todas as atividades da organização, principalmente

de produção, ou seja, as atividades que estão relacionadas ao produto comercializado pela

empresa.

Estoques auxiliam a função de marketing a vender os produtos da empresa.

Estes podem ser localizados mais próximos aos pontos de venda e com

qualidades mais adequadas. Isto é vantajoso para clientes que precisão de

disponibilidade imediata ou tempos de ressuprimento pequenos. Para a

firma fornecedora isto significa vantagem competitiva e menores custos de

vendas perdidas, especialmente para produtos particularmente elásticos

quanto ao nível de serviço (BALLOU, 1993, p. 205).

O estoque trabalha juntamente com o marketing, pois é através de um estoque elevado,

ou de um estoque adquirido a preço de custo baixo, ou também de um estoque estático em sua

venda, que os profissionais de marketing devem trabalhar para lançar promoções, a fim de

eliminar o capital investido e parado.

De acordo com Ching (2001, p. 38) umas das técnicas para gerir estoques é o método

de Just in Time que visa atender a demanda instantaneamente, com qualidade e sem

desperdícios. Ele possibilita a produção eficaz em termos de custo, assim como o

fornecimento da quantidade necessária de componentes, no momento e em locais corretos,

utilizando o mínimo de recursos.

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Para manter um controle de estoque de forma a ser uma ferramenta para os

departamentos de compra e venda é necessário que sejam feitos procedimentos para seu

controle.

Controle de estoques é um procedimento rotineiro necessário ao cumprimento de uma

política de estoques. O controle abrange as quantidades disponíveis numa determinada

localização e acompanha suas variações ao longo do tempo (CLOSS, 2001, p. 255).

Segundo Closs (2001, p.255) os procedimentos para controle de estoque se dividem

em periódicos ou permanentes.

• Permanentes: os procedimentos de controle permanente são executados

diariamente, a fim de verificar a necessidade de ressuprimento. Sua adoção

exige o uso de sistemas informatizados;

• Periódicos; o controle periódico de estoque é exercido sobre cada item a

intervalos regulares, semanais ou mensais.

Segundo Ching (2001, p. 38) Just in Time requer autos padrões de disciplina e rigor

quanto a cinco princípios: qualidade dos produtos comercializados para não haver

desperdícios, velocidade para atender a demanda, confiabilidade indispensável para o

funcionamento consistente, flexibilidade e compromisso com o cliente.

Para se adotar a técnica de Just in Time a empresa deve possuir toda a sua estrutura

voltada para os princípios desta técnica logística, assim como treinamento de pessoal,

utilização de equipamentos adequados e infraestrutura adequada. Somente adotando estes

critérios será possível a implantação de um sistema de Just in Time.

2.6 Divisão do Estoque

A necessidade de dividir o estoque é de grande importância para o bom funcionamento

do sistema logístico de armazenagem. O estoque é dividido para que sejam possíveis

melhores condições de armazenagem e controle do mesmo.

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Dividir o estoque em classes ou tipos, facilita o controle do mesmo. Uma das melhores

maneiras de classificar estoques é segundo a natureza de sua demanda. Esta pode ser

permanente, sazonal, irregular, em declínio e derivada (BALLOU, 1993, p. 209).

Deve-se dividir o estoque de acordo com as variáveis que em maior grau irão

satisfazer as necessidades da política da empresa.

Para Ballou, (1993, p. 209) o estoque pode ser classificado segundo a natureza de sua

demanda em:

• Demanda permanente. São produtos que não possuem sazonalidades, e sua e

seu ciclo de consumo durante o ano é constante.

• Demanda sazonal. São produtos de moda e com um ciclo produtivo limitado e

específico de um determinado período. Para sua administração deve-se ter uma

previsão de demanda futura.

• Demanda irregular. Este deve estar amarrado á previsão precisa de vendas,

assim como um estoque de segurança.

• Demanda em declínio da demanda é geralmente gradual e os estoques

excedentes podem ser diminuídos pouco a pouco.

• Demanda derivativa. Esta diretamente ligada a outro produto. E sua demanda é

diretamente proporcional ao produto ligado.

Closs (2001, p. 329) divide o estoque em cinco as vantagens que podem ser obtidas

através da armazenagem:

• Estoque ocasional: a utilização de estoque ocasional permite a colocação de

estoque adjacentes-chave, pouco antes do pico de vendas sazonais. Após o

período de venda sazonal, os estoques são recolhidos para armazéns centrais.

• Sortimento: os sortimentos podem conter produtos de múltiplos produtos de

diferentes fabricantes, ou serem compostos segundo o desejo específico dos

clientes.

• Combinação: a combinação de cargas em transito contribuem para a redução

efetiva dos estoques em sistemas logísticos, isto de acordo com as

especificações dos clientes.

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• Apoio a produção: este justifica os grandes lotes e o fluxo constante para os

setores de montagem.

• Presença no mercado: depósitos locais aumentam a participação no mercado, e

potencialmente aumentam a lucratividade da empresa.

Esta classificação é importante para determinar o espaço que o produto necessita, a

quantidade que deverá ter em estoque em um determinado período e o tamanho do estoque de

segurança. Todos estes itens devem ser observados e projetados para a montagem de estoque.

A determinação de estoque mínimo é também uma das mais importantes

informações para a administração de estoque. Esta importância está

diretamente ligada ao grau de imobilização financeira da empresa. O

estoque mínimo ou também chamado de estoque de segurança, é a

quantidade mínima que deve existir em estoque. Que se destina a cobrir

eventuais atrasos no suprimento objetivando a garantia do funcionamento

ininterrupto do processo produtivo, sem risco de faltas (DIAS, 1993, p. 62).

O estoque de segurança é um estoque que para o comprador, ele não deve ser mexido,

pois é de uso exclusivo para eventualidades que podem ocorrer, como quebra de caminhão

fornecedor, trânsito e etc. Na prática o estoque segurança deve ser renovado constantemente.

Ainda de acordo com Ballou (1993, p. 99) dentre as características mais importantes

do produto que influenciam a estratégia de distribuição dos atributos do próprio produto. Eles

são peso, volume, valor, perecibilidade, inflamabilidade e substitutibilidade.

As características dos produtos são de grande relevância para as decisões no processo

de armazenagem dos produtos. Deve ser respeitado cuidadosamente as características de peso,

volume, valor, perecibilidade, inflamabilidade e substitutibilidade. Para assim ser possível

remanejar o estoque disposto no atual sistema de armazenagem. Mas também não deve ser

descartado o grau de rotatividade de cada produto.

De acordo com Dias (1993. p. 29) Para organizar o setor de controle de estoques,

inicialmente deveremos descrever suas funções principais que são:

• Determinar “o quê” deve permanecer em estoque. Número de itens;

• Determinar “quando” se devem reabastecer os estoques. Periodicidade;

• Determinar “quanto” de estoque será necessário para um período pré

determinado;

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• Acionar o departamento de compras para executar aquisição de estoque;

• Receber armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as

necessidades;

• Controlar os estoques em termos de quantidade e valor, fornecer informações

sobre a posição de estoque;

• Manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estado dos

materiais estocados;

• Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.

É através da sincronia das funções de estoque que todo processo logístico de

armazenagem se completa para obter a consistência necessária para a satisfação do cliente em

tempo, quantidade e qualidade de serviço.

Como a atividade de manuseio deve ser repetida muitas vezes, pequenas ineficiências

em qualquer viagem podem acarretar grandes deseconomias quando aplicadas a muitos

produtos por certo período de tempo (BALLOU, 1993, p. 172).

Este fator é um dos problemas que a empresa possui e o maior prejudicado é o

funcionário que devido a essa rotina ineficiente, ocorrem atrasos na separação de mercadorias

e como conseqüência geralmente trabalham após o expediente determinado. Causando

frustrações quanto ao serviço e fadigas na rotina de separação de mercadorias para entrega.

A separação dos produtos é uma função básica da armazenagem. O processo de

separação agrupa materiais, peças e produtos em função dos pedidos de clientes. Geralmente,

a área de separação é localizada em um ponto do depósito que minimiza as distâncias a serem

percorridas.

2.7 Definições da Planta Layout

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“O significado da palavra layout pode ser explicado por meio da palavra desenho,

plano, esquema, ou seja, é o modo pelo qual ao se inserirem figuras e gravuras surge uma

planta, podendo-se, por conseguinte, afirmar que o layout é uma maquete no papel” (VIANA,

2000. p. 309).

A definição de uma planta layout é de suma importância já na implantação do depósito

de armazenamento, para assim obter um futuro rendimento e otimização de operações. Sem

um layout adequado muitas vezes torna-se impossível a realização de algumas tarefas com

agilidade e eficiência.

A primeira necessidade sentida do layout ocorre quando da implantação de

um depósito; está presente desde a fase inicial do projeto até a etapa da

operacionalização, influindo na seleção do local, projeto de construção,

localização de equipamentos e materiais, estocagem, expedição e dezenas

de detalhes que vão desde a topografia do terreno até a presença ou não de

janelas. O regime de atendimento e os tipos de produtos a serem estocados

são os parâmetros em torno dos quais os especialistas em layout fazem seus

estudos que tem sempre como finalidade cercar os projetos de todas as

condições que possibilitem uma operação dentro de um ótimo de economia

e rendimento (DIAS, 1993, p. 137).

Como visto o layout deve ser cuidadosamente desenhado e avaliado de acordo com as

necessidades da organização, pois este é um processo que não pode ser alterado

constantemente.

Para Closs (2001, p. 330) os três fatores a serem considerados num projeto são:

número de andares, altura útil e o fluxo de produtos.

A realização de uma operação eficiente e efetiva de armazenagem depende

muito da existência de um bom layout, que determina, tipicamente, o grau

de acesso ao material, os modelos de fluxo de material, os locais de áreas

obstruídas, a eficiência da mão-de-obra e a segurança do pessoal e do

armazém (VIANA, 2000, p. 309).

Moura (1998, p. 126) afirma que “o espaço para armazenagem é um recurso vital e

deve ser cuidadosamente planejado e utilizado”.

Deve-se analisar as necessidades e dificuldades da organização como a meta a ser

atingida, para assim determinar uma estrutura de armazenagem e adequar ao seu devido

layout.

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Para Closs (2001, p. 339) “o layout de depósitos depende do sistema de manuseio de

materiais escolhido e exige um plano de uso da área útil, a fim de facilitar a movimentação e

produtos”.

Não existe um critério para se avaliar a adequação de um layout a

determinada atividade; tudo depende da meta a ser atingida e dos fatores

que influem no fluxograma típico para atividade considerada. Assim em

alguns casos, pode interessar mais a redução máxima da movimentação

interna; em outros, o custo mínimo da estocagem ou, ainda, a estocagem

máxima independente do custo, para atender a certos picos ou regimes

anormais de vendas (DIAS, 1993, p. 138).

A eficiência das movimentações internas de produtos depende fundamentalmente da

capacidade de estocagem vertical, distância entre os produtos dispostos e também dos

equipamentos para movimentação interna.

Viana (2000) afirma que a eficiência de um almoxarifado depende fundamentalmente

da redução das distâncias internas, do aumento do tamanho médio das unidades armazenadas

e da melhor utilização de sua capacidade volumétrica.

Segundo Ballou (2001, p. 213), para uma eficiente movimentação interna, transporte e

entrega pode-se adotar alguns critérios como: unitização da carga, layout do espaço, escolha

do equipamento de estocagem e escolha do equipamento de movimentação.

Para Viana (2000 p. 310) os objetivos de um armazém são:

• Assegurar a utilização máxima do espaço;

• Proporcionar a mais eficiente movimentação de materiais;

• Proporcionar a estocagem mais econômica, em relação às despesas de

equipamento, espaço, danos de material e mão de obra do armazém;

• Fazer do armazém um modelo de boa organização.

Para se formular um layout adequado deve-se analisar alguns fatores para que não haja

erro em sua estrutura final.

Ainda segundo Viana (2000, p. 310) a metodologia geral, para projetar um layout de

um armazém, consiste em cinco passos:

• Definir a localização de todos os obstáculos;

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• Localizar as áreas de recebimento e expedição;

• Localizar as áreas primárias, secundárias, de separação de pedidos e de

estocagem;

• Definir o sistema de localização de estoque;

• Avaliar as alternativas de layout do armazém.

Se o layout de um armazém já esta formado e em uso, existem situações que devemos

tomar conhecimento para identificar falhas em seu funcionamento como identifica texto de

Dias (1993).

De acordo com Dias (1993, p. 138) existem situações que originam uma mudança no

layout, as que mais se encaixam nos problemas do Atacado União são as seguintes:

• Obsolescência de instalações: A obsolescência de um processo exige, por outro

lado, modificações sensíveis ao passo que, no caso da edificação, o layout pode

indicar a conveniência em se aplicarem às instalações, uma construção de novo

bloco ou mesmo a mudança completa do depósito.

• Ambiente de trabalho inadequado: todos os fatores que afetam o rendimento do

elemento humano. O estudo e a disposição das estações de trabalho, acesso à

materiais e ferramental fazem parte deste tópico.

• Redução de custos: Um melhor aproveitamento da edificação da mão-de-obra

e dos equipamentos, são produtos de um layout adequado que trazem consigo

uma redução nos custos não só de estocagem, como também de manutenção.

No caso de arranjo de instalações, o importante é reduzir o desperdício de mão-de-

obra em operação de transporte, evitar esforço físico excessivo e acidentes, possibilitar a

expansão do volume de produção dentro da área de trabalho disponível, procurando ganhar

espaço útil, através de melhor disposição das máquinas ou dos pontos de estocagem (DIAS,

1993, p. 142).

O desempenho de um layout de armazenagem depende também da aquisição de um

sistema adequado de estrutura metálica para a armazenagem e disposição dos produtos

comercializados.

Para Viana (2000) os tipos básicos para armazenagem em estruturas metálicas são:

• Prateleiras e bandejas: para armazenagem de materiais leves;

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• Estrutura porta-palets: onde os palets são armazenados e retirados por

equipamentos;

“A paletização consiste na combinação de peças pequenas e isoladas, com o objetivo

de realizar, de uma só vez, a movimentação de um número maior de unidades” (VIANA,

2000, p. 322).

Problemas com a má administração dos materiais estocados, acarretam em diversos

danos a qualidade do serviço prestado, assim como o aumento do custo de mercadoria

vendida.

Messias (1983, p. 36) cita alguns possíveis problemas de movimentação de materiais:

• Idas e vindas cruzadas;

• Movimentação de pesos com freqüentes transporte manuais e,

• Conseqüentemente, com grandes gastos de energia;

• Tempo gasto inutilmente pelos operadores de empilhadeira e carrinhos;

• Operadores não especializados efetuando serviços;

• Grandes distâncias;

• Freqüente manuseio de material transportado de um lugar para outro;

• Paralisação de equipamentos de transporte e pessoal;

• Confusão no tráfego pelas ruas e avenidas do armazém.

Para a adequada escolha de um arranjo físico viável para a organização, deve-se

analisar a planta do edifício, demanda de produtos e armazenagem volumétrica, procurando

sempre ocupar o menor espaço horizontal possível.

Uma proposta prática de como proceder a um arranjo físico, no objetivo de melhorar a

circulação de materiais e de ganhar espaço é apresentado por Dias (1993, p. 142) conforme

abaixo:

• Procurar plantas dos edifícios e das utilidades ou, se não for possível encontrá-

las deve-se refazê-las.

• Traçar os fluxos dos produtos mais importantes.

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• Rever a política de abastecimento de matérias-primas, a fim de tentar reduzir

os estoques e ganhar espaço no almoxarifado.

• Rever a política de armazenamento de produtos acabados, a fim de tentar

reduzir estoques destes e ganhar espaço na expedição.

• Tentar ganhar espaço vertical, procurando empilhá-los no máximo.

• Alugar depósitos auxiliares para estocar matérias primas e produtos acabados.

• Enterrar tanques de óleo combustível, solventes e demais líquidos.

São diversas as vantagens de se ter um armazenamento adequado de produtos que

muitas vezes se reflete não apenas nas funções internas.

Segundo Martins (2000), um bom armazenamento de materiais é aconselhável para:

• Para permitir o sistema PEPS (Primeiro a entrar, primeiro a sair);

• Para manter a qualidade dos materiais, cuidando para que a estocagem não

altere suas características;

• Para manter identificação clara dos materiais;

• Para manter controle sobre a quantidade estocada;

• Para promover a racionalização dos materiais, identificando materiais sem

movimentação, materiais idênticos estocados sob diferentes denominações,

materiais inservíveis, materiais estocados em excesso com relação às

necessidades;

• Para diminuir constantemente o espaço alocado à estocagem dos materiais;

• Para diminuir os custos relacionados à estocagem;

• Para manter um sistema de informações rápido e eficaz para os clientes dos

materiais.

Segundo Viana (2000) os principais aspectos do layout a serem verificados são itens

de estoque, corredores, portas de acesso, prateleiras e estruturas.

A manipulação em lotes de caixas, sacos, engradados etc. permite que as

cargas sejam transportadas e estocadas em uma só unidade. As principais

vantagens são economia de tempo, mão de obra e espaço de armazenagem.

Um sistema de paletização bem organizado permite a formação de pilhas

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altas e seguras; oferece melhor proteção as embalagens, que são

manipuladas em conjunto, alem de economizar tempo nas operações de

carga e descarga de caminhões (DIAS 1993, p.170).

Todos estas vantagens refletem na satisfação do cliente, pois estes métodos ocasionam

em uma entrega pontual, boa conservação dos produtos e quantidade entregue em acordo com

o pedido. Além dos muitos benefícios a empresa, como, economia de tempo, mão de obra,

espaço de armazenagem, menor desperdício de mercadorias avariadas, menor número de

produtos que fazem a logística reversa, qualidade nos serviços prestados, melhor controle de

estoque, em fim, menores custos e maiores lucros.

2.8 Tipos de Layout

Segundo Slack (2002, p. 201) há algumas razões pelas quais as decisões de arranjo

físico são importantes:

É de grande dificuldade e de longa duração, devido a sua dimensão física e dos

recursos de transformação movidos.

O rearranjo físico existente pode interromper o seu funcionamento suave, levando à

insatisfação do cliente e perda na produção.

Se o arranjo físico está errado, pode levar a padrões de fluxos longos ou confusos.

Para Gaither (2002, p. 199) os quatro tipos de layouts para instalações de manufatura

são: processo, produto, manufatura celular e posição fixa.

Por processo: as máquinas são organizadas de acordo com o tipo de processo que é

executado. Layouts por processo exigem planejamento contínuo, programação e funções de

controle para assegurar uma quantidade ótima de trabalho em cada departamento e em cada

estação de trabalho.

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Layouts por produto: são idealizados para acomodar somente alguns poucos

projetos de produto. São projetados para permitir o fluxo linear de materiais ao longo da

instalação que faz os produtos.

Layouts de manufatura celular: as máquinas são agrupadas em células, e as

células funcionam de uma forma semelhante a uma ilha de layout de produção, cada célula é

formada para produzir uma única família de peças.

Layouts por posição fixa: o produto permanece numa posição fixa, este layout é

usado quando um produto é muito volumoso, grande, pesado ou frágil.

Layouts híbridos: os departamentos são organizados de acordo com os tipos de

processos, mas o produto flui através de um layout por produto.

Martins (2002) classifica os principais tipos de layout em cinco formas:

��Layout por processo ou funcional;

Todos os processos, equipamentos e operações semelhantes são agrupados na mesma

área.

Características:

• Flexível para atender a mudança de mercado;

• Atende a produtos diversificados e qualidades variáveis;

• Apresenta um fluxo longo dentro da fábrica;

• Adequada a produções diversificadas para pequenas e médias quantidades;

• Possibilita uma relativa satisfação no trabalho.

��Layout em linha;

As máquinas ou estações de trabalho são colocadas e executadas na seqüência das

operações. O material percorre um caminho previamente determinado dentro do processo.

Características:

• Para produção com pouca ou nenhuma diversificação, em quantidade constante

ao longo do tempo e em grande quantidade;

• Alto investimento em máquinas;

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• Costuma gerar monotonia e estresse entre os operadores;

• Pode apresentar problemas com relação à quantidade dos produtos fabricados;

��Layout celular;

Consiste em arranjar em um só local (a célula) máquinas diferentes que possam

fabricar o produto inteiro. O material se desloca dentro da célula buscando os processos

necessários.

Características:

• Relativa flexibilidade quanto ao tamanho dos lotes por produto;

• Específico para uma família de produtos;

• Diminui o transporte do material;

• Diminui os estoques;

• Centraliza a responsabilidade sobre o produto fabricado;

• Enseja satisfação no trabalho;

• Permite elevado nível de qualidade e de produtividade.

��Layout por posição fixa;

• O material permanece fixo em uma determinada posição e as máquinas se

deslocam até o local executando as operações necessárias.

Caracteristicas:

• Para um produto único, em quantidade pequena ou unitária e, em geral não

repetitivo e geralmente para produtos de grande dimensões físicas.

��Layouts combinados.

• Ocorre para que sejam aproveitadas as vantagens do layout funcional e da linha

de montagem (geralmente). Pode ter uma linha constituída de áreas em

seqüência com máquinas de mesmo tipo (layout funcional), continuando

posteriormente com uma linha clássica.

O arranjo físico segundo Slack (2002, p. 201) se dividi em quatro tipos básicos:

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• Arranjo físico posicional; de posição fixa, os recursos transformados não se

movem entre os recursos transformadores.

• Arranjo físico por processo; processos com necessidades similares são

localizados juntos um do outro, para que a utilização dos recursos

transformadores seja beneficiada.

• Arranjo físico celular; os recursos transformados, entrando na operação são pré

selecionados para movimentar-se para uma parte específica da operação (ou

célula) onde todos os recursos transformadores se encontram.

• Arranjo físico por produto: cada produto elemento de informação ou cliente

segue um roteiro predefinido no qual a seqüência de atividades requerida

coincide com a seqüência no qual os processos foram arranjados fisicamente.

Slack ainda destaca o arranjo físico misto, onde combinam elementos de alguns ou

todos os tipos básicos de arranjo físicos, ou utilizam tipos básicos de arranjo físico de forma

“pura” em diferentes partes da operação.

Existem alguns objetivos que são relevantes para todas as operações no detalhamento

de arranjo físico, como mostra a tabela a seguir segundo Slack (2002):

Objetivos Relevantes Características

Segurança Processos que representam perigo.

Extensão do Fluxo Fluxo de materiais, informação ou clientes

devem ser canalizadas.

Clareza do Fluxo Sinalização de forma clara.

Conforto da Mão-de-obra Ambiente agradável para o trabalho.

Coordenação Gerencial Facilitada pela localização.

Acesso Maquinas acessíveis para manutenção.

Uso de Espaço Permitir o uso adequado do espaço

Flexibilidade de Longo Prazo Devem ser alterados à medida que as

necessidades mudam.

Tabela 2 – Objetivos relevantes para o detalhamento do arranjo físico

Fonte: Slack (2002)

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Para Slack (2002, p. 214) a decisão de qual tipo de arranjo físico adotar raramente,

envolve uma escolha entre os quatro tipos básicos. A decisão sobre qual arranjo específico

escolher é influenciada por um entendimento correto das vantagens e desvantagens de cada

um.

Vantagens Desvantagens

Posicional Flexibilidade muito alta de mix e produto.

Produto ou cliente não movido ou perturbado.

Alta variedade de tarefas para a mão-de-obra.

Custos unitários muito altos.

Programação de espaço ou atividades pode ser complexa.

Pode significar muita movimentação de equipamentos e mão-de-obra.

Processo Alta flexibilidade de mix e produto.

Relativamente robusto em caso de interrupção de etapas.

Supervisão de equipamentos e instalações relativamente fácil.

Baixa utilização de recursos.

Pode ter alto estoque em processo ou filas de clientes.

Fluxo complexo pode ser difícil de controlar.

Celular Pode dar um bom equilíbrio entre custo e flexibilidade para operações com variedade relativamente alta.

Atravessamento rápido.

Trabalho em grupo pode resultar em melhor motivação.

Pode ser caro reconfigurar o arranjo físico atual.

Pode requerer capacidade adicional.

Pode reduzir níveis de utilização de recursos.

Produto Baixos custos unitários para altos volumes.

Dá oportunidade para especialização de equipamento.

Movimentação conveniente de clientes e materiais.

Pode ter baixa flexibilidade de mix.

Não muito robusto contra interrupções.

Trabalho pode ser repetitivo.

Tabela 3 – Vantagens e desvantagens dos arranjos físicos

Fonte: Slack (2002)

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3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO

Método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir

um fim dado ou um resultado desejado. Nas ciências, entende-se por método o conjunto de

processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade

ANDRADE (1999, p.113).

3.1 Caracterização da Pesquisa

O presente trabalho apresenta características de uma pesquisa de campo e de uma

pesquisa aplicada. Pelo fato de que segundo Vergara (1998) a pesquisa aplicada é necessária

para solucionar problemas concretos, e a pesquisa de campo que é realizada no local onde

ocorreu o fenômeno e que possui elementos para explicá-lo.

A pesquisa empregada foi do tipo qualitativa, pois de acordo com Richardson (1999)

nesta pesquisa há uma tentativa de compreensão detalhada dos significados e características

situacionais assim como o entrevistador acompanha comportamentos de entrevistados no

momento em que acontecem.

[...]a abordagem qualitativa possui a facilidade de poder descrever a

complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a

interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos

experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de

mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir,

em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos

comportamentos ou atitudes dos indivíduos” (OLIVEIRA1999, p. 117).

Também possui características exploratórias e observação sistemática. Pois segundo

Gil (1994) no método de observação sistemática o pesquisador sabe quais os aspectos de sua

organização que são significativos para alcançar os objetivos pretendidos.

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Já o método exploratório possui a finalidade de esclarecer e modificar conceitos e

idéias. Esta pesquisa possui o objetivo de proporcionar uma visão geral para determinada

deficiência. Gil (2002, p. 41) menciona que este tipo de pesquisa tem como objetivo fazer

com que se tenha maior familiaridade com o problema em questão com o propósito de torná-

lo mais claro ou a constituir hipóteses.

Para Mattar (2001, p. 18), “A pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de maior

conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva”.

A técnica de pesquisa observatória foi realizada de maneira informal, pois, conforme

Mattar (2001, p. 23),

“a observação informal em pesquisas exploratórias envolve nossa natural

capacidade de observar continuamente objetos, comportamentos e fatos ao

nosso redor. O processo de observação utilizado no dia-a-dia é chamado de

observação informal não dirigida e a percepção e retenção do que é

observado é muito pequena e vai depender dos interesses individuais e da

capacidade de percepção do observador. Para a utilização em pesquisas

exploratórias, a observação deverá ser informal e dirigida, pois deverá estar

centrada unicamente em observar objetos, comportamentos e fatos de

interesse para o problema em estudo, mesmo que obtidos informalmente”.

A pesquisa observatória será de grande importância e bastante utilizada, pois é através

dela que se inicia todo o procedimento científico no estudo dos problemas.

Os dados serão pesquisados em fontes primárias e secundárias. A coleta destes dados

será através de entrevistas não estruturada, documentos com relação de estoques da empresa e

observação direta das rotinas de trabalho dos funcionários e do departamento em estudo.

De acordo com Mattar (2001, p.48) dados primários são aqueles que não foram antes

coletados, estando ainda em posse dos pesquisados, e que são coletados com o propósito de

atender as necessidades específicas da pesquisa em andamento.

Dados secundários são aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados e, às

vezes, até analisados e que estão catalogados à disposição dos interessados.

Universo da pesquisa é o pessoal da empresa Atacada União que trabalham no setor de

administração do estoque e distribuição. De acordo com Vergara (1997. p. 114) população

não é somente o número total de habitantes, mas sim um conjunto de elementos como,

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empresas, produtos, pessoas, por exemplo, que possuem as características que serão objeto de

estudo.

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4 ANÁLISE DOS DADOS

4.1 Caracterização da Empresa

O presente trabalho tem como base empresa Atacado União, localizada na Rua

Valdomiro Cunha, 153, bairro de Forquilhinhas, na cidade de São José.

O Atacado União atua no ramo atacadista distribuidor de produtos do segmento de

panificação e confeitaria há 18 anos. A idéia de montar uma empresa deste segmento surgiu

quando os atuais sócios Ademar Ascendino Cunha, João Carlos da Silva e Valdemar Antonio

Cunha, trabalhavam em uma empresa do mesmo ramo. A experiência no ramo foi o fator que

despertou o instinto empreendedor dos atuais sócios em juntar forças e arriscar montar sua

própria distribuidora atacadista. Em junho de 1986 foi fundada a empresa Atacado União que

com o constante empenho dos proprietários em melhorias é atualmente respeitada e de grande

credibilidade na região da Grande Florianópolis.

Possui 40 (quarenta) funcionários, entre estes 9 (nove) vendedores, um supervisor, um

técnico em panificação e confeitaria, 7 (sete) entregadores , 7 (sete) motoristas, 2 (dois)

motoristas rodoviários, 2 (dois) encarregados de estoque, um conferente, um embalador, um

balconista, uma secretária, 3 (três) auxiliares de escritório, uma faxineira, um Gerente

Comercial, um Gerente Financeiro e um Gerente Administrativo.

Para seu funcionamento existem 7 (sete) caminhonetes para entrega, uma empilhadeira

elétrica, uma carreta para o abastecimento interno de farinha do moinho Bunge, um caminhão

truck para abastecimento interno de produtos Fleischmann, 7 (sete) computadores 6 (seis)

impressoras, e 9 (nove) computadores de mão (Palmtop), 9 (nove) celulares e um centro

técnico equipado com todos as tecnologias necessárias para o funcionamento de uma padaria

e confeitaria.

O inicio como todo negócio foi difícil, pois enfrentaram problemas de crédito para

abertura de conta corrente em banco, para adquirir prazos para pagamentos de fornecedores e

para financiamento de bens, pois como era uma empresa nova não possuía credibilidade.

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Estes problemas persistiram por aproximadamente dois anos a partir deste a empresa já

possuía crédito suficiente para suas transações comerciais e financeiras.

O crescimento da empresa Atacado União vem sendo muito bem sustentado na

constante atualização tecnológica, na introdução de novos produtos no controle do setor

administrativo. Possui também grandes investimentos no mesmo segmento, mas com outra

razão social, como a linha de produtos de marca própria mix Da`Nossa (misturas pré-prontas

para pão de queijo, sonho, salgadinho, integral, panetone, fermento seco e etc) e uma empresa

“concorrente” a Casa da Panificação, localizada em Barreiros, na cidade de São José, na

avenida Leoberto Leal. Além de diversos investimentos em outro setor como de construção de

um prédio e de aquisição de terrenos industriais e residenciais.

Com isto espera-se contribuir com o desenvolvimento da empresa de forma a

aprimorar o sistema de armazenagem, para assim atender com eficiência e eficácia o fluxo de

entrada e saída de mercadorias.

4.2 Divisão do espaço disponível

Após a análise do espaço disponível é apresentado algumas sugestões para a divisão

das áreas de trabalho e movimentação de materiais da empresa Atacado União, este espaço

constitui-se de galpão secundário localizado no lado leste da rua Valdomiro Cunha, onde se

encontra o estacionamento de aproximadamente 336m² e o armazém de dois pisos com

aproximadamente 300m², onde são armazenados no piso inferior, margarinas, chocolates,

alguns enlatados, frutas e uvas passas. No piso superior deste galpão, estão a cozinha, o

refeitório, o banheiro, a sala de pesagem e um armazém de mercadorias leves como

embalagens plásticas, de papel e de isopor e etc. Os espaço deste galpão secundário de

armazenamento não esta adequadamente utilizado com os itens ali estocados. Devido a esta

disposição dos materiais ocorre:

��Problemas internos:

• Idas e vindas cruzadas;

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• Movimentação de pesos com freqüentes transporte manuais e,

• Conseqüentemente, com grandes gastos de energia;

• Grandes distâncias percorridas;

• Freqüente manuseio de material transportado de um lugar para outro;

• Confusão no tráfego dos colaboradores no armazém.

• Tempo perdido no deslocamento;

• Risco de atropelamento na travessia da rua;

• Avaria de mercadorias;

• Dificuldade na organização do estoque;

• Deslocamento de funcionários na chuva;

• Trabalho após o expediente;

• Atrasos no carregamento;

• Vencimento da validade de produtos no estoque;

• Estoque físico é diferente do estoque do sistema (estoque furado);

• Dificuldade para procurar os itens;

��Fatores externos:

• Cliente insatisfeito;

• Perda de clientes;

• Perda de credibilidade;

• Funcionário insatisfeito;

• Funcionário desmotivado.

Todos estes problemas tendem a gerar no final de um período um saldo negativo de

despesas enorme.

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Foto 1 – Galpão Secundário (lado esquerdo estoque lado direito estacionamento)

Fonte: Própria (2005)

Partindo no estudo dos conceitos fundamentados, como afirma DIAS (1993, p. 138)

“não existe um critério para se avaliar a adequação de um layout a determinada atividade;

tudo depende da meta a ser atingida e dos fatores que influem no fluxograma típico para

atividade considerada”. Assim, foram percebidos através do estudo de campo realizado

observando problemas, dificuldades, fatores externos e internos, que uma adaptação no atual

layout de armazenagem será de baixo custo e trará grande eficiência e economia ao sistema

logístico da organização.

A proposta seria de melhor dividir as áreas disponíveis de trabalho e movimentação de

materiais da empresa Atacado União. No galpão secundário onde se encontram atualmente o

estacionamento e o armazém secundário de estoque, a proposta é que fosse estocado a farinha,

o sal o polvilho, o amido, a fécula e o açúcar de saco, pois como os caminhões já fazem o

deslocamento para o carregamento destes itens (devido serem de grande porte), isto tornaria

mais prático o processo de separação de mercadorias. Desta forma, os funcionários não

necessitariam mais atravessar a rua para a busca dos itens que lá estavam, reduzindo assim o

deslocamento, tempo, riscos de atropelamento, avaria de mercadorias e poeira nas

mercadorias de pequeno porte.

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Maquete 1 – Fachada do Galpão Secundário Proposto (lado esquerdo armazém de farinha lado direito estacionamento) Fonte: Própria

Maquete 2 – Modelo de planta baixa do Galpão Secundário

Fonte : Própria

O galpão principal localizado no lado oeste da rua Valdomiro Cunha possui dois pisos

e é dividido ao meio, de forma que no piso superior com uma área aproximada de 624m² se

encontra os escritórios dos sócios, recepção, sala de vendedores, centro técnico (para testes e

cursos de panificação), banheiro, cozinha e refeitório. O piso térreo está dividido em duas

partes, de um lado com uma área aproximada de 312m² as mercadorias de maior peso e

grande volume como a farinha, o polvilho e o açúcar. Do outro lado térreo com uma área

aproximada de 312m² está o balcão de atendimento a clientes, banheiro, câmara fria,

mercadorias de pequeno porte como misturas pré prontas, produtos Fleischmann, pratos,

sacos de papel, enfim, uma gama de aproximadamente 600 itens. Há também uma sala

“subterrânea” que não esta em uso.

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Foto 2 – Galpão Principal ( no térreo lado esquerdo está o armazém das miudezas no térreo lado direito fica o armazém de carga pesada e no piso superior esta o setor administrativo)

Fonte: Própria (2005)

Foto 3 – Galpão Principal lado direito visão interna (Armazém de Farinha)

Fonte: Própria (2005)

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Foto 4 – Galpão principal lado esquerdo visão interna

Fonte: Própria (2005)

Sendo assim, foi identificado segundo estudo de campo que o layout mais adequado

será o misto, como mostra Slack (2002, p. 201) “o arranjo físico misto, onde combinam

elementos de alguns ou todos os tipos básicos de arranjo físicos, ou utilizam tipos básicos de

arranjo físico de forma pura em diferentes partes da operação”. E através do conceito de

Moura (1998, p. 96) onde “o aproveitamento dos espaços verticais contribui para o

descongestionamento das áreas de armazenagem e para a redução dos custos unitários de

estocagem”, com base neste, foi proposto que estantes de aço paletizáveis seriam ideal para a

utilização adequada do espaço vertical disponível.

A proposta é de que se utilize o espaço térreo em um único plano, sem paredes

divisória entre os dois lados do galpão principal (o armazém da farinha do armazém das

miudezas, balcão de vendas e câmara fria). Para que assim seja possível uma reorganização

das mercadorias de forma lógica e prática, podendo ser usado prateleiras, estantes de aço

paletizáveis (porta-palets), e empilhadeiras. Para tanto deverá ser melhor estudado a

localização do balcão de vendas onde este atualmente possui sua porta de entrada virada para

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o estoque, enquanto que o mais adequado seria ser voltado para a rua, de forma a recepcionar

os clientes que ali chegam.

Assim sendo ficaria no galpão principal todas as mercadorias de pequeno porte para a

separação e carregamento dos caminhões, a sala de pesagem e o refeitório acima da câmara

fria alem da permanência da câmara fria, do balcão de vendas e do banheiro em seu local

original. No porão seria adequado a utilização deste espaço para armazenamento de

margarinas e produtos que necessitam de uma pequena refrigeração, assim como um elevador

para o transporte dos itens. E no armazém secundário ficariam os produtos de grande porte

onde não é possível a separação e que necessitam ser carregados diretamente para o caminhão

um a um (Farinhas, polvilho, açúcar de saco, etc).

Maquete 3 – Layout do armazém proposto no Galpão Principal

Fonte: Própria

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Maquete 4 – Modelo de Fachada

Fonte: Própria

Esta divisão solucionará total ou parcialmente os seguintes problemas:

Problemas Total Parcial

Idas e vindas cruzadas; X

Movimentação de pesos com freqüentes transporte manuais; X

Grandes distâncias percorridas X

Freqüente manuseio de material transportado de um lugar para outro;

X

Confusão no tráfego dos colaboradores no armazém. X

Tempo perdido no deslocamento; X

Risco de atropelamento na travessia da rua; X

Avaria de mercadorias; X

Dificuldade na organização do estoque; X

Deslocamento de funcionários na chuva; X

Trabalho após o expediente; X

Atrasos no carregamento; X

Funcionário insatisfeito; X

Funcionário desmotivado. X

Tabela 4 – Problemas e resultados esperados

Fonte: Estudo de Campo

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Observa-se que nem todos os problemas foram solucionados por completo e isto será

solucionado com os dois seguintes itens: aproveitamento do espaço disponível e

armazenagem dos produtos.

4.3 Aproveitando o espaço disponível

Observa-se uma má divisão do espaço disponível, além de existir também uma não

utilização adequada dos espaços verticais e corredores. Ocorrendo desta forma a escassez de

espaço disponível para o armazenamento de produtos recebidos, assim como, avarias de

mercadorias indevidamente armazenadas, dificuldade na procura pelo item, dificuldade

também na organização dos prazos de validades, conferencia de estoque, organização do

estoque, comprometendo todo o processo de venda. Isto faz com que o cliente possa acabar

recebendo uma mercadoria avariada, com prazo de validade vencido, mercadoria errada ou

até mesmo a venda de mercadoria não disponível em estoque.

A proposta é de que deveria ser feito um esquema de estantes de aço paletizáveis (ou

porta-palets), separadas por corredores e com uma seqüência lógica de armazenamento.

Foto 5 – Modelo de estrutura porta-palets

Fonte Revista Tecnologistica (março/2003)

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Foto 6 – Modelo de estrutura porta-palets

Fonte Revista Tecnologistica (março/2003)

Foto 7 – Modelo de palet

Fonte Revista Tecnologistica (março/2003)

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Foto 8 – Modelo de empilhadeira elétrica

Fonte: Revista Tecnologistica (março/2003)

Isto permitiria que apenas um ou dois funcionários executassem a atividade de

separação dos itens que atualmente é feito por seis ou mais colaboradores, sem a

movimentação intensa de funcionários em busca dos itens para separação e carregamento,

pois. Isto pois o relatório emitido de separação de mercadorias para carregamento dos

caminhões seria impresso de forma ordenada e seqüencial. Com a correta disposição dos itens

no estoque o primeiro item do relatório também será o primeiro do estoque conseqüentemente

até o último produto a ser separado para o futuro carregamento e conferência.

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4.4 Armazenagem dos produtos

Como afirma Ballou (1993, p. 99) “dentre as características mais importantes do

produto que influenciam a estratégia de distribuição dos atributos do próprio produto. Eles são

peso, volume, valor, perecibilidade, inflamabilidade e substitutibilidade”, partindo desta

afirmação os itens foram distribuídos no armazém de acordo com suas características físicas

(atributos do próprio produto).

A empresa possui uma gama de 1140 produtos cadastrados e um total de 136

produtos com seu estoque zerado, totalizando um total de 1004 itens no armazém. Será

proposto que a armazenagem das mercadorias seja feita de forma ordenada seqüencial e

individual, onde cada item deve ter seu espaço específico. Atualmente os produtos são

organizados por ambientes, como mostra a tabela a seguir:

Galpão Principal Galpão Secundário

Térreo: 287 itens Térreo: 126 itens

Mezanino: 103 itens Térreo semi refrigerados: 33 itens

Anti-câmera: 51 itens Primeiro piso: 196 itens

Câmera Fria: 11 itens

Carga Pesada: 35 itens

Sala de Formas: 162 itens

Tabela 5 – Distribuição de itens no armazém

Fonte: Sistema Deltacon da Empresa e pesquisa realizada no armazém

Conforme Anexo –1 Atual distribuição dos itens no armazém.

Sendo assim, observa-se que existem muitas divisões de ambientes e mercadorias

espalhadas por todos os setores. Com a implantação de um sistema de estantes de aço

paletizáveis (porta-palets) em um ambiente sem divisões, será possível a utilização do espaço

vertical e assim possibilitando a organização da grande maioria dos itens em um único plano,

e com isto obtendo uma melhor funcionalidade do estoque.

A disposição dos produtos ficaria da seguinte forma:

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Galpão Principal Galpão Secundário

Térreo: 609 itens Carga Pesada: 35 itens

Mezanino: 103 itens

Câmera Fria:11 itens

Porão: 33 itens

Prateleiras: 213 itens

Tabela 6 – Disposição dos produtos desejada

Fonte: Estudo de Campo

Conforme Anexo – 2 Proposta de distribuição dos itens no armazém.

Desta forma a antiga área de armazenagem do galpão principal que é de

aproximadamente 250m² passara a ser de 370m² devido ao adequado uso do espaço vertical.

Alem do ganho com a utilização do espaço do porão de 36m². E assim possibilitando uma

eficiência em todo o sistema logístico da empresa.

Esta disposição dos itens e aproveitamento do espaço irá solucionar total ou

parcialmente os seguintes problemas:

Problemas Total Parcial

Confusão no tráfego dos colaboradores no armazém; X

Avaria de mercadorias; X

Dificuldade na organização do estoque; X

Trabalho após o expediente; X

Atrasos no carregamento; X

Funcionário insatisfeito; X

Funcionário desmotivado. X

Vencimento da validade de produtos no estoque; X

Estoque físico é diferente do estoque do sistema (estoque furado);

X

Dificuldade para procurar os itens; X

Cliente insatisfeito; X

Perda de clientes; X

Perda de credibilidade. X

Tabela 7 – Problemas e resultados esperados

Fonte: Estudo de Campo

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Vale salientar, que para todos estes itens problemas a questão analisada foi a logística

de armazenagem (sabemos que outras variáveis também influenciam no resultado final),

somente se o processo for realizado conforme fundamentado de forma progressiva e constante

é que será possível solucionar por completo todas estas variáveis problemáticas.

4.4.1. Custo Estimado

Para o galpão principal serão necessários a aquisição de estantes de aço no valor

aproximado de R$ 25.000,00, aquisição de uma empilhadeira no valor aproximado de R$

20.000,00, regularização do piso R$ 5.000,00, compra de palets de madeira R$ 2.000,00, um

elevador para o porão no valor aproximado de R$ 9.000,00, um conjunto de prateleiras

metálicas no valor aproximado de R$ 1500,00 e a retirada da parede divisória entre os dois

lados do galpão principal com custo aproximado de R$ 700,00.

No galpão secundário será feita a demolição de todas as divisões internas com um

custo aproximado de 5.000,00, reconstrução a fachada com o custo aproximado de R$

6.500,00, com portão metálico custando 5.500,00, parede de pedra 4.000,00, o telhado

12.000,00 e a regularização do piso 5.000,00.

Observa-se que para o galpão principal a empresa já adquiriu a empilhadeira, algumas

estantes de aço (porta-palets) assim como palets de madeira e também já esta sendo utilizado

o espaço do porão com o elevador.

No galpão secundário foram retiradas algumas paredes e refeito o telhado em estrutura

metálica.

Faltando tão somente para o galpão principal a aquisição do restante das estantes de

aço no valor aproximado de R$ 20.000,00, junto com os palets de madeira de valor

aproximado R$ 1.000,00, a regularização do piso no valor aproximado de R$ 5.000,00, a

aquisição de prateleiras metálicas R$ 1.500,00 e a retirada da parede divisória entre os dois

lados do galpão principal R$ 700,00. Conforme mostrado em tabela a baixo:

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Procedimento Custo Aproximado

Estantes de aço (porta-palets) R$ 20.000,00

Palets de madeira R$ 1.000,00

Regularização do piso R$ 5.000,00

Prateleiras metalicas R$ 1.500,00

Retirada de parede divisória R$ 700,00

Total R$ 28.200,00

Tabela 8 – Custos galpão principal

Fonte: Pesquisa de Campo

No galpão secundário falta a demolição da estrutura interna com um custo

aproximado de R$ 5.000,00, reconstrução da fachada custando aproximadamente R$

6.500,00, portão metálico com um valor aproximado de R$ 5.500,00, também será necessária

a construção de uma parede de pedra nos fundos do galpão com um custo aproximado de R$

4.000,00 e a regularização do piso custando R$ 6.000,00, aproximadamente. Conforme

mostrado em tabela abaixo:

Procedimento Custo Aproximado

Demolição da Estrutura Interna R$ 5.000,00

Reconstrução da Fachada R$ 6.500,00

Portão Metálico R$ 5.500,00

Parede de Pedra R$ 4.000,00

Regularização do Piso R$ 6.000,00

Total R$ 27.000,00

Tabela 9 – Custos galpão secundário

Fonte: Pesquisa de Campo

Conclui-se então que para a conclusão destes ajustes será necessário um desembolso

aproximado de 55.200,00, podendo ser realizado por etapas, facilitando desta forma a

realização total do projeto.

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Os valores aqui mensurados foram obtidos com base em relatórios de obras realizadas

anteriormente, pesquisa com serralheiros e mestres de obra, alem de cotações de preços para

alguns equipamentos necessários.

Com estas medidas, todos os problemas identificados tendem a ser solucionados,

sendo assim facilitando todo o processo logístico de compra, armazenagem, venda,

distribuição e pós-venda. Podendo alcançar um diferencial perante seus concorrentes.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com a fundamentação teórica e com base no estudo de campo realizado,

percebeu-se que a empresa Atacado União possui um layout de armazenagem inadequado

para um ótimo desempenho do sistema logístico. Provocando desta forma diversas despesas

desnecessárias e tempo desperdiçado onde esta série de ineficiências acabam por atingir tanto

a empresa como seus clientes.

Através da adequada gestão de estoque que é responsável pela melhoria do nível de

eficiência nos serviços de distribuição, é possível alcançar alta rentabilidade quando existe

planejamento organização e controle com as atividades de movimentação e armazenagem,

para assim facilitar o fluxo de produtos na empresa.

No decorrer da execução deste trabalho foi percebido que a direção já estava

preocupada com estes problemas. Foram feitas algumas modificações quanto à armazenagem

e estrutura, como: a utilização do espaço do porão, estantes de aço para palets no galpão

primário do lado esquerdo, reconstrução do telhado do galpão secundário e retirada de

algumas divisórias. Contudo os problemas não foram solucionados por completo, apenas

amenizados.

Um sistema logístico de armazenagem adequado poderá permitir um desempenho

favorável ao crescimento da organização, assim como obter uma vantagem competitiva

perante seus concorrentes.

Assim conclui-se que os objetivos específicos foram perfeitamente alcançados e que

um sistema logístico de armazenagem adequado poderá permitir um desempenho favorável ao

crescimento da organização, assim como obter uma vantagem competitiva perante seus

concorrentes.

As medidas propostas tendem a solucionar o problema que a empresa atravessa. Vale

salientar que futuramente deveria ser pensado numa construção de um novo galpão em uma

área industrial nas proximidades, sendo este já construído dentro das normas e adequado ao

segmento de distribuição e industria.

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Anexos