UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LINCON BORDIGNON …siaibib01.univali.br/pdf/Lincon Bordignon...
Transcript of UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LINCON BORDIGNON …siaibib01.univali.br/pdf/Lincon Bordignon...
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
LINCON BORDIGNON SOMENSI
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE GASTROPROTETORA E CICATRIZANTE GÁSTRICA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO OBTIDO DAS CASCAS DE
Persea willdenovii Kosterm (Lauracea).
Itajaí
2015
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E SUBSTÂNCIAS
SINTÉTICAS BIOATIVAS
LINCON BORDIGNON SOMENSI
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE GASTROPROTETORA E CICATRIZANTE GÁSTRICA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO OBTIDO DAS CASCAS DE
Persea willdenovii Kosterm (Lauracea).
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Vale do Itajaí como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências Farmacêuticas. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Faloni de Andrade
Itajaí, Julho, 2015
FICHA CATALOGRÁFICA
S694a
Somensi, Lincon Bordignon. 1991- Avaliação da atividade gastroprotetora e cicatrizante gástrica do extrato hidroalcoólico obtido das cascas de Persea willdenovii kosterm (Lauracea) / Lincon Bordignon Somensi. – Itajaí (SC), 2015. 113 f. ; il. : tab. ; fig.
Cópia do computador (Printout(s)). Dissertação (Mestrado) Universidade do Vale do Itajaí. Mestrado em Ciências Farmacêuticas. “Orientador: Prof.º Dr. Sergio Faloni de Andrade” Bibliografia: p. 87 - 106
1. Casca – Persea willdenovii Korter. 2. Úlcera gástrica. 3. Cicatrização. I. Título.
CDU: 616.33
Francisléia Paula Padilha Sales – CRB 14/1131
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE GASTROPROTETORA E CICATRIZANTE GÁSTRICA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO OBTIDO DAS CASCAS DE
Persea willdenovii Kosterm (Lauracea).
Lincon Bordignon Somensi
‘Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em Ciências Farmacêuticas, Área de Concentração Produtos Naturais e Substâncias Bioativas e aprovada em sua forma final pelo Programa de Mestrado em Ciências Farmacêuticas da Universidade do Vale do Itajaí.’
____________________________________ Sérgio Faloni de Andrade, Doutor
Orientador
__________________________________________________________ Clóvis Antonio Rodrigues, Doutor
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
Apresentado perante a Banca Examinadora composta pelos Professores:
______________________________________ Dr. Sérgio Faloni de Andrade (Univali)
Presidente
______________________________________
Dra. Luisa Mota da Silva (Univali) Membro
______________________________________ Dra. Marcia Maria de Souza (Univali)
Membro
______________________________________
Dra. Angela Malheiros (Univali) Membro
____________________________________ Dr. Valber da Silva Frutuoso (Fiocruz)
Membro
Itajaí (SC), 30 de Julho de 2015.
Dedico esta dissertação aos meus
pais Antoninho e Marilene e a
minha irmã Tainan, pelo constante
apoio e amor que me foi dado na
realização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela vida.
Aos meus pais Antoninho e Marilene.
A minha irmã Tainan.
Aos meus padrinhos Flávio e Inês Zaggo pela ajuda e dedicação para a realização
deste trabalho.
Aos amigos (as): Neimar, Marizete, Odair e Elaine, pela ajuda nos momentos
difíceis, amizade, compreensão e carinho.
A Sra. Enriqueta Prates, que cedeu as cascas da planta para o nosso estudo.
A Profª. Dra. Luisa Mota da Silva, pela amizade, paciência e dedicação na realização
deste trabalho.
Ao Prof°. Dr. Sérgio Faloni de Andrade, pela orientação e amizade, sempre com seu
bom humor fazendo o ambiente de pesquisa o melhor possível.
Ao Prof°. Dr. José Roberto Santin, pela amizade e conselhos.
Ao Prof.° Me. Nei Carlos Santin, o qual despertou-me para o lado acadêmico antes
do mestrado.
A amiga Ma.Thaise Boeing, pela ajuda e dedicação na realização dos experimentos.
Aos técnicos (as) de laboratório Rafael Conde e Viviane Steimbach pelo apoio e
amizade.
Ao Prof°. Me. Renê Artur Ferreira pela ajuda na identificação botânica da planta em
estudo.
Ao Farmacêutico Gleidson Kamilo dias de Moraes, pela amizade e ajuda.
Ao programa de pós-graduação em Ciências Farmacêuticas pela oportunidade de
realização deste projeto.
A todos que de uma maneira direta ou indireta contribuíram para este trabalho e que
em algum momento fizeram parte da grande equipe, meu sincero MUITO
OBRIGADO.
“Feliz aquele que transfere o que
sabe e aprende o que ensina”
(Cora Carolina)
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE GASTROPROTETORA E CICATRIZANTE GÁSTRICA DO EXTRATO HIDROALCOOLICO
OBTIDO DAS CASCAS DE Persea willdenovii Kosterm (Lauracea).
LINCON BORDIGNON SOMENSI
Julho/2015
Orientador: Dr. Sérgio Faloni de Andrade Área de concentração: Produtos Naturais e Substâncias Sintéticas Bioativas Número de Páginas: 112 RESUMO: Persea willdenovii Korsterm, conhecida popularmente como Pau de Andrade é uma planta medicinal utilizada em Santa Catarina para o tratamento de úlceras e gastrites. Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a atividade gastroprotetora e cicatrizante gástrica do extrato hidroalcoólico obtido das cascas de Persea willdenovii Korsterm (EHPW) em diferentes modelos animais. Inicialmente tanto o teor de fenóis totais no EHPW pelo método de Folin – Ciocaulteau como a atividade sequestradora de radicais livres do extrato pelo método de DPPH foram mensurados. Nestes ensaios comprovamos que o EHPW possui compostos fenólicos e uma atividade sequestradora de radicais livres. Além disso, concentrações elevadas de compostos fenólicos na fração acetato de etila também foram identificadas. Para avaliação da atividade gastroprotetora foram utilizados os modelos de úlcera aguda induzidos por etanol, etanol acidificado e indometacina. Nos modelos de úlcera aguda induzida por etanol (1 mL/kg, v.o) ou indometacina (80 mg/kg, v.o), ratas tratadas oralmente com o EHPW (300 mg/kg) 1 hora antes da administração do agente ulcerogênico apresentaram uma redução na área ulcerada de 59 % e 75 %, quando comparado com grupo ulcerado tratado com veículo (46,18 ± 15,10 mm2 e 1,20 ± 0,89 mm2, respectivamente). Camundongos machos foram tratados por via intraperitoneal com o EHPW (3 mg/kg), ou oralmente com as frações hexano, diclorometano, acetato de etila ou aquosa (5; 11,5; 59,25; 224,25 mg/kg, respectivamente) 1 hora antes da administração do agente lesivo (Etanol 60% + HCl 0,3 M), neste ensaio o EHPW reduziu em 66% a área de lesão quando comparado com o grupo ulcerado tratado com veículo (15,41 ± 4,81 mm2), já as frações hexânica e diclorometano reduziram a área lesada em 79 % e 77 % , respectivamente. A atividade antisecretora ácida gástrica do extrato foi avaliada através do modelo de ligadura de piloro em ratas e o pH, acidez, volume e atividade péptica do suco gástrico foram mensurados. Contudo, a administração intraduodenal do extrato na dose efetiva para gastroproteção não modificou nenhum parâmetro mensurado em relação ao grupo tratado com veículo. Como esperado, o omeprazol (20 mg/kg, v.o), controle positivo do ensaio, aumentou o pH para 6,14 ± 0,57 e reduziu todos os outros parâmetros observados. Ainda no experimento de ligadura pilórica, a administração do EHPW não promoveu alterações nos níveis de muco aderido à mucosa gástrica quando comparado com o grupo tratado com veículo (172 ± 5,60 mg de Alcian Blue/g de tecido). No modelo de etanol acidificado, camundongos foram tratados com L-NAME (70 mg/kg, i.p) trinta minutos antes do tratamento com o EHPW (300 mg/kg, v.o) e confirmando a participação de mecanismos envolvidos com NO nos efeitos observados, a pré-administração do L-NAME aboliu o efeito gastroprotetor do EHPW. Para investigar o efeito cicatrizante
gástrico do EHPW, ratas foram submetidas ao modelo de úlcera crônica induzida pela instilação de ácido acético (500 μL, solução 80%). Neste modelo, a administração oral do EHPW (300 mg/kg) ou omeprazol (20 mg/kg) duas vez ao dia, durante sete, reduziu em 40,5 % e 48,8 % a área de lesão comparado com o grupo ulcerado tratado com veículo (127,9 ± 12,04), os níveis de mucina foram avaliados sendo que o EHPW aumentou em 206 % quando comparado com o grupo veículo (4,95 ± 0,47 pixels/campo). Os estômagos previamente ulcerados com ácido acético 80% foram utilizados para dosagem dos níveis de fatores citoprotetores como a glutationa reduzida (GSH) e das enzimas mieloperoxidase (MPO), superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT). A respeito desses parâmetros, o tratamento com o extrato não reverteu à depleção do conteúdo de GSH ou a redução da atividade da CAT, quando comparado com o grupo ulcerado tratado com veículo (474,5 ± 42,08 µg de GSH/g de tecido; 258,4 ± 85,96 µmol de H2O2 consumido/min/g tecido.) respectivamente, mas reduziu em 51,96 % a atividade da MPO quando comparado com o grupo ulcerado (28,73 ± 4,59 m D.O./ mg de proteína) e aumentou em 212 % a atividade da SOD, quando comparado com o grupo ulcerado (195,8 ± 36,20 U SOD/ mg de proteína). Adicionalmente os animais tratados com o EHPW não demonstraram sinais de toxicidade durante o tratamento de sete dias. Paralelamente, o efeito do EHPW sobre a motilidade gastrointestinal também foi mensurada, porém o extrato não alterou o esvaziamento gástrico ou o trânsito intestinal de camundongos. Em conjunto, nossos dados demonstram o efeito gastroprotetor e cicatrizante gástrico da casca do EHPW associado ao aumento de fatores protetores da mucosa gástrica e ao favorecimento de defesas antioxidantes. Contudo, mais estudos são necessários para a contínua elucidação de mecanismos envolvidos na atividade gastroprotetora e cicatrizante gástrica das cascas de Persea wiildenovii Korsterm e para a identificação de compostos envolvidos nos efeitos observados. Palavras-chave: Casca; Persea willdenovii Korterm; úlcera gástrica; cicatrização;
Evalution of the gastroprotective activity and gastric healing activity of hydroalcoholic extract obtained from the bark of Persea
willdenovii Kosterm (Lauracea). LINCON BORDIGNON SOMENSI
July 2015
Supervisor: Sérgio de Andrade Faloni, PhD Area of concentration: Natural Products and Synthetic Bioactive Substances Number of Pages: 112 ABSTRACT: Persea willdenovii Korsterm, popularly known as Pau de Andrade, is a medicinal plant used in Santa Catarina for the treatment of ulcers and gastritis. This study evaluates the gastroprotective and gastric healing activity of the hydroalcoholic extract obtained from the bark of Persea willdenovii Korsterm (EHPW) in different animal models. The study initially measured the total phenolic content in EHPW by the Folin - Ciocaulteau method, and the scavenging activity of the extract by the DPPH method. These assays demonstrated that EHPW has phenolic compounds and free radical scavenging activity. Furthermore, high concentrations of phenolic compounds in the ethyl acetate fraction were also identified. To evaluate the gastroprotective activity, acute ulcer models induced by ethanol, acidified ethanol and indomethacin were used. In the acute ulcer model induced by ethanol (1 ml/kg, po) and indomethacin (80 mg/kg, po), rats treated orally with EHPW (300 mg / kg) 1 hour prior to administration of the ulcerogenic agent showed a reduction in ulcerated area of 59% and 75% when compared with the ulcerated group treated with the vehicle (46.18 ± 15.10 mm 2 and 1.20 mm 2 ± 0.89, respectively). Male mice were treated intraperitoneally with EHPW (3 mg / kg) or orally with hexane, dichloromethane, ethyl acetate or aqueous fractions (5; 11.5; 59.25; 224.25 mg/kg, respectively) 1 hour before administration of the harmful agent (Ethanol 60% HCl + 0.3 M). In this assay, EHPW reduced the lesion area by 66, compared to the ulcerated group treated with the vehicle (15.41 ± 4.81 mm2), since the hexane and dichloromethane fractions reduced the lesion area by 79% and 77%, respectively. The gastric acid antisecretory activity of the extract was evaluated using the pylorus ligation model in rats, and the pH, acidity, volume and peptic activity of gastric juice were measured. However, intraduodenal administration of the extract at the effective dose for gastroprotection not modify any of the parameters measured in relation to the vehicle treated group. As expected, omeprazole (20 mg/kg, po), used as positive control, increased the pH to 6.14 ± 0.57 and reduced all the other parameters. Also, in the pyloric ligation experiment, the administration of EHPW did not cause changes in the levels of mucus adhering to the gastric mucosa, compared with the vehicle treated group (172 ± Alcian Blue 5.60 mg/g tissue). In the acidified ethanol model, mice were treated with L-NAME (70 mg/kg ip) thirty minutes before treatment with EHPW (300 mg/kg, po) and confirming the involvement of NO in the mechanisms involved in the observed effects, pre-administration of L-NAME abolished the gastroprotective effect of EHPW. To investigate the gastric healing effect of EHPW, rats were subjected to the chronic ulcer model induced by instillation of acetic acid (500μL, 80% solution). In this model, oral administration of EHPW (300 mg/kg) and omeprazole (20 mg/kg) twice a day, for seven days, reduced the lesion area by 40.5% and 48.8%, compared with the ulcerated group treated with vehicle (127.9 ±
12.04). Mucin levels were evaluated, wherein the EHPW increased the lesion area by 206% compared to the vehicle group (4.95 ± 0.47 pixels/field). Stomachs previously ulcerated with 80% acetic acid were used to determine the levels of cytoprotective factors such as reduced glutathione (GSH) and the enzymes myeloperoxidase (MPO), superoxide dismutase (SOD) and catalase (CAT). In relation to these parameters, treatment with the extract did not reverse the depletion of GSH content or reduction of CAT activity when compared to the ulcerated group treated with vehicle (474.5 ± 42.08 µg of GSH/g of tissue; 258.4 ± 85.96 µmol of H2O2 consumed/min/g ttissue.) respectively, but decreased by 51.96% MPO activity compared to the ulcerated group (28.73 ± 4.59 M/mg. protein), and increased SOD activity by 212% compared to the ulcerated group (195.8 ± 36.20 U SOD/mg protein). Additionally, animals treated with EHPW showed no signs of toxicity during the seven days of treatment. Simultaneously, the capacity of EHPW to modify intestinal transit and gastric emptying was also measured, but the extract did not alter these parameters. Taken together, our data demonstrate the gastroprotective and gastric healing effect of bark of EHPW associated with increased protective factors of the gastric mucosa and the favoring of antioxidant defenses. However, further studies are needed to elucidate the mechanisms involved in the gastroprotective and gastric healing activity of bark of Persea wiildenovii Korsterm, and to identify the compounds involved in the effects observed. Keywords: Bark; Persea willdenovii Korterm; gastric ulcer; healing;
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Tronco da P. wiilldenovii Kosterm ............................................................. 29
Figura 2. Folhas e frutos da P. wiildenovii Kosterm ................................................. 29
Figura 3. Anatomia do estômago ............................................................................. 31
Figura 4. Mecanismo de secreção de ácido gástrico no antro estomacal ................ 33
Figura 5. Conversão da glutationa para sua forma reduzida (GSH) e oxidada
(GSSG) ............................................................................................................... 38
Figura 6. Fluxograma de obtenção do EHPW e frações. ......................................... 44
Figura 7. Atividade sequestradora de radicais livres do EHPW no ensaio de DPPH.
............................................................................................................................ 56
Figura 8. Efeito do EHPW sobre úlcera aguda induzida por etanol. ........................ 57
Figura 9. Efeito da administração intraperitoneal do EHPW sobre úlcera aguda
induzida por etanol acidificado. ........................................................................... 58
Figura 10. Efeito das frações de EHPW sobre úlcera aguda induzida por etanol
acidificado. .......................................................................................................... 59
Figura 11. Efeito do EHPW sobre úlcera aguda induzida por indometacina. ........... 61
Figura 12. Efeito do EHPW sobre os níveis de muco gástrico após ligadura do piloro.
............................................................................................................................ 63
Figura 13. Influencia do NO sobre o efeito gastroprotetor do EHPW. ...................... 64
Figura 14. Efeito cicatrizante do EHPW em úlcera gástrica induzida por ácido
acético 80%. ....................................................................................................... 65
Figura 15. Análise macroscópica (A, B, C) e microscópica (D, E, F) das úlceras
crônicas gástricas induzidas por ácido acético. .................................................. 66
Figura 16. Efeito da administração oral do EHPW na análise histoquímica para
mucina (PAS). ..................................................................................................... 67
Figura 17. Atividade da administração oral do EHPW sobre a úlcera induzida por
ácido acético 80% sobre os níveis de MPO. ....................................................... 68
Figura 18. Avaliação da administração oral do EHPW sobre a úlcera induzida por
ácido acético 80% sobre os níveis de GSH. ....................................................... 69
Figura 19. Avaliação da administração oral do EHPW sobre a úlcera induzida por
ácido acético 80% sobe a enzima SOD. ............................................................. 70
Figura 20. Avaliação da administração oral do EHPW sobre a úlcera induzida por
ácido acético 80% sobe a enzima CAT. .............................................................. 71
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
TXA2 – Tromboxano
ACh- Acetilcolina
AINEs- Antiinflamatórios não esteroidáis
ALFAC- 85 partes de álcool etílico 80%, 10 partes de formaldeído 40% e 5 partes de
ácido acético gácial
ARH2 - Antagonistas de receptores para histamina do tipo 2
ATC- Ácido tricloroacético
ATP- Adenosina trifosfato
LTC4- Leucotrieno
Ca+2 - Íon cálcio
CAT- Catalase
CCD- Cromatografia em camada delgada
CCK2 - Receptores para colecistocinina do tipo 2
cGMP- monofosfato cíclico de guanosina
Cl- - íon Cloreto
CEUA- ComiçÃo de ética no uso de animais
CO2 – Gás carbônico
COX- Ciclooxigenase
COX-1- Ciclooxigenase do tipo 1
COX-2- Ciclooxigenase do tipo 2
DTNB- Ácido 5,5’ – ditio-bis-(2-nitrobenzóico)
DPPH- 2,2–Difenil–1–picril–hidrazila
EDTA- Ácido etilenodiamino tetra-acético
EHPW- Extrato hidroalcoólico de Persea willdenovii
EARP®- Software de análise de imagens
EP- Receptores de prostanóides ou de prostaglandina
EP1- Receptores de prostaglandina do tipo 1
EP2- Receptores de prostaglandina do tipo 2
EP3- Receptores de prostaglandina do tipo 3
EP4- Receptores de prostaglandina do tipo 4
EROs- Espécies Reativas do Oxigênio
Fr AcOet- Fração acetato de etila
Fr H2O- Fração aquosa
Fr CH2Cl2- Fração diclorometano
Fr C6H14 - Fração hexano
GO- Glutationa oxidase
GPx- Glutationa reduxida
GSH- Glutationa reduzida
GSSG- Glutationa oxidada
GST - Glutationa S-transferase
HBR- Herbário Barbosa Rodrigues
H+/ K+ ATPase- enzima hidrogênio/potássio dependente de adenosina trifosfato
H2 – Receptores de histamina do tipo 2
HO2 – hidroperoxila
IBP- Inibidores da bomba de prótons
ICAM-1- Moléculas de acessão intracelular do tipo 1
i.d- Via intraduodenal
i.p- Via intraperitoneal
L-NAME- N-nitro L-arginina metil éster
MPO- Mieloperoxidase
M3 – Receptor muscarínico tipo 3
NO- Óxido nítrico
NOS - Óxido nítrico sintase
NaCl- Cloreto de sódio
O2- Ânion oxigênio
O2- - superóxido
O3- Ozônio
OMS- Organização mundial da saúde
PGs- Prostaglandinas
PGE2- Prostaglandinas E2
PGI2- Prostaciclinas I2
PNPIC- Política nacional de Práticas Integrativas
PNPMF- Política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos
RO2- Peroxila
SOD- Superóxido dismutase
v.o- Via oral
SUMÁRIO
2 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 21
3 OBJETIVOS .......................................................................................................... 25
3.1 Objetivo Geral: ......................................................................................... 25
3.2 Objetivos Específicos: ............................................................................ 25
4 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 27
4.1 Plantas medicinais .................................................................................. 27
4.2 Persea willdenovii Kosterm (Lauracea) ................................................ 28
4.3 Fisiologia do estômago .......................................................................... 30
4.4 Úlcera Gástrica ........................................................................................ 34
4.4.1 Fatores protetores da mucosa gástrica ............................................. 35
4.4.2 Fatores agressores da mucosa gástrica ............................................ 38
4.4.3 Tratamento convencional da úlcera gástrica .................................... 40
4.4.4 Fitoterapia no tratamento da úlcera gástrica..................................... 41
5 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 43
5.1. Animais .................................................................................................... 43
5.2. Coleta e preparação do extrato e frações ............................................ 43
5.2.1. Teste de fenóis totais .......................................................................... 44
5.2.2. Estudo in vitro da atividade sequestradora de radicais livres
(DPPH) ............................................................................................................ 45
5.3. Avaliação da atividade gastroprotetora do EHPW .............................. 45
5.3.1. Lesões gástricas induzidas por etanol em ratos ............................. 45
5.3.2. Lesões gástricas induzidas por etanol acidificado em
camundongos. ............................................................................................... 45
5.3.3. Lesões gástricas induzidas por indometacina em ratos. ................ 46
5.4. Avaliação da Atividade Anti-Secretora ácida ...................................... 46
5.4.1. Ligadura de Piloro ............................................................................... 46
5.4.2 Quantificação da atividade péptica .................................................... 46
5.4.3. Mensuração do muco gástrico ........................................................... 47
5.4.4.Determinação do papel do Óxido Nítrico (NO) na gastroproteção
promovida pelo EHPW .................................................................................. 47
5.5. Avaliação da atividade cicatrizante gástrica do EHPW ...................... 48
5.5.1. Lesões gástricas crônicas induzidas por ácido acético ................. 48
5.5.2. Avaliação histológica ......................................................................... 49
5.5.3 Avaliação histoquímica ........................................................................ 49
5.6. Avaliação de mecanismos envolvidos na ação cicatrizante gástrica
do EHPW ......................................................................................................... 49
5.6.1 Preparo do homogenato ...................................................................... 49
5.6.2 Mensuração da concentração proteína .............................................. 50
5.6.3 Quantificação da atividade da Mieloperoxidase (MPO) ................... 50
5.6.4. Quantificação de grupos sulfidrílicos não protéicos (GSH) ........... 50
5.6.5. Quantificação dos níveis de superóxido dismutase (SOD)............. 51
5.6.6. Quantificação a atividade da catalase (CAT) .................................... 51
5.7. Avaliação da Motilidade Gastrointestinal ............................................ 52
5.7.1 Esvaziamento Gástrico de semi-sólidos ............................................ 52
5.7.2 Trânsito Intestinal ................................................................................. 52
5.7.3. Avaliação Toxicológica preliminar .................................................... 53
5.7.4. Expressão dos dados e análise estatística ....................................... 53
6 RESULTADOS ....................................................................................................... 55
6.1 Quantificação de fenois totais................................................................ 55
6.2 Avaliação da atividade sequestradora de radicais livres (DPPH) ...... 55
6.3 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO GASTROPROTETORA ...................... 56
6.3.1 Efeito do EHPW em úlceras induzidas por etanol ............................. 56
6.3.2 Efeito do EHPW em úlceras gástricas agudas induzidas por
indometacina .................................................................................................. 60
6.3.3 Avaliação da secreção gástrica. ......................................................... 61
6.3.4 Participação do óxido nítrico sobre a gastroproteção
desempenhada pelo EHPW . ........................................................................ 63
6.4 Efeito cicatrizante do EHPW no modelo de úlcera induzida por ácido
acético. ........................................................................................................... 64
6.4.1 Efeito do EHPW sobre os níveis de mucina ...................................... 66
6.4.2 Efeito do EHPW sobre a atividade da MPO em estômagos de ratas
após indução de úlcera por ácido acético 80%. ......................................... 67
6.4.3 Avaliação do efeito do EHPW sobre os níveis de GSH em
estômagos de ratas após indução de úlcera por ácido acético 80%. ...... 68
6.4.4 Efeito do EPWH sobre a atividade da enzima SOD em estômagos de
ratas após indução de úlcera por ácido acético 80%. ............................... 69
6.4.5 Efeito do EHPW sobre a atividade da enzima CAT em estômagos de
ratas após indução de úlcera por ácido acético 80%. ............................... 70
6.4.6 Avaliação do efeito do EHPW sobre o esvaziamento e motilidade
gastrointestinal. ............................................................................................. 71
6.4.7 Efeito do Tratamento por sete dias com EHPW sobre os parâmetros
toxicológicos.................................................................................................. 72
7 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 75
8 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 85
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 87
ANEXO A- PARECER COMISSÃO DE ÉTICA NO USO DE ANIMAIS
CEUA/UNIVALI ...................................................................................................... 107
21
2 INTRODUÇÃO
A úlcera péptica é uma lesão ulcerosa que tem como característica a perda
circunscrita de tecido ultrapassando os limites da camada muscular da mucosa
esofágica (úlcera esofágica), gástrica (úlcera gástrica) ou duodenal (úlcera
duodenal). A incidência anual dessa doença no mundo varia de 0,10% até 0,19% e a
prevalência de 0,12% até 1,5% (SUNG, 2009). Segundo o United States Census
Bureau (2015), a população mundial no dia 15 de julho de 2015 era
aproximadamente 7,256 bilhões de pessoas; portanto é possível calcular que são
diagnosticados anualmente entre 7,1 à 13,6 milhões de pacientes com úlcera
péptica em todo o mundo.
A etiologia e os eventos patológicos envolvidos no desenvolvimento das
úlceras pépticas ainda não estão totalmente elucidados, mas admite-se que fatores
genéticos e fatores exógenos (estresse, tabagismo, dieta alimentar, uso prolongado
de antiinflamatórios não esteroidáis, etanol e infecção por Helicobacter pylori)
contribuem para o surgimento das lesões (CARVALHO, 2000; BRZOZOWSKI, 2003;
MALFERTHEINER, 2009). No estômago, a úlcera é desencadeada por um
desequilíbrio entre fatores da defesa da mucosa (bicarbonato, mucina,
prostaglandinas, óxido nítrico e fatores do crescimento) e os fatores agressivos
(secreção de ácido e pepsina e a produção de radicais livres) (TARNAWSKI et al.,
2013).
Os principais fármacos atualmente utilizados no tratamento da úlcera gástrica
atuam inibindo a secreção ácida gástrica, entre eles estão os antagonistas de
receptores de histamina do tipo 2 (AR-H2), por exemplo: cimetidina e ranitidina; e os
inibidores da bomba de prótons (IBPs), por exemplo: omeprazol e esomeprazol. No
entanto, apesar de efetivos, nos últimos anos têm-se destacado que tais tratamentos
estão associados a uma baixa qualidade na cicatrização da lesão ulcerativa e
consequentemente à reincidência da doença e a necessidade do prolongamento do
tratamento (ARAKAWA et al., 2012; KANGWAN, 2014). Ainda, o uso prolongado dos
medicamentos anti-secretores provoca uma série de efeitos adversos, como
ginecomastia, cefaleia, dor abdominal, diarréia, vômito, hipermagnesemia, fraturas
osteoporóticas (devido à baixa calcificação óssea) e não osteoporótica (originada de
trauma), além de hipergastrinemia, que em casos mais acentuados pode contribuir
22
para o desenvolvimento de neoplasia gástrica (MOULI; AHUJA, 2011). Neste
contexto, se faz necessário investigar alternativas farmacológicas capazes de
promover a prevenção e a cicatrização de úlceras, com ausência ou redução de
efeitos colaterais.
Os produtos de origem natural são uma alternativa na busca por novas terapias
no tratamento de diversas doenças, entre elas a úlcera gástrica. O interesse na
utilização de plantas medicinais como alternativa terapêutica é crescente nas últimas
décadas. Estudos desenvolvidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
demonstram que 80% da população em países em desenvolvimento fazem uso de
plantas medicinais (ROSA et al., 2011). No Brasil, desde 2006 o governo federal tem
desenvolvido projetos para incentivar a pesquisa e o desenvolvimento do setor de
plantas medicinais e fitoterápicas (BRASIL, 2006).
A Portaria Ministerial MS/GM n° 971, de 03 de maio de 2006, aprovou a
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema
Único de Saúde (SUS) e o Decreto no 5.813, de 22 de junho de 2006, aprovou a
Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF). Estas portarias
incentivam a investigação sobre o uso de plantas medicinais e fitoterápicos no nosso
país, e objetiva impulsionar a utilização da Fitoterapia nos programas de saúde
pública, incluindo alguns fitoterápicos na relação nacional de medicamentos
(RENAME, 2013; CARVALHO, 2008)
O gênero Persea spp.é constituído por espécies de plantas encontradas em
toda a América tropical, Índia ocidental, sul do México e do Chile. Pertence a família
Laureacea, que é composta por 52 gêneros e cerca de 3000 espécies, sendo a
grande maioria de origem lenhosa, tal como a espécie Persea willdenovii Kosterm que
é conhecida popularmente como: Casca do Andrade, Maçaranduba ou Abacate do
Mato (BATISTA et al., 2010).
Estudos fitoquímicos sobre a P. willdenovii Kosterm descreveram a presença
de quatro diferentes estruturas de lignanas-furofurânicas nas folhas (BATISTA et al.,
2010). A casca contém elevado caráter mucilaginoso em contato com a água.
Mucilagens são substâncias macromoleculares de natureza glicídica heterogênea,
ricas em polissacarídeos, compostos por pentoses, hexoses e ácidos urônicos
(COSTA, 2001). A presença de mucilagem está relacionada, entre outros efeitos
terapêuticos, à sua ação protetora em mucosas inflamadas (COSTA, 2001).
23
Uma pesquisa realizada em Curitiba (Paraná) revelou que a população utiliza
as cascas de P. willdenovii Kosterm em chás para o tratamento de úlcera gástrica e
como cicatrizante de feridas (MAZZA et al., 2000). Contudo, esta espécie está na lista
de ameaçadas de extinção no estado de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul em
decorrência do elevado valor econômico da madeira, de escassos projetos de manejo
florestal para esta espécie e a utilização exploratória (BIOATIVAS, 2007; SILVA;
PERELLÓ, 2010). Portanto, a investigação pré-clínica do potencial gastroprotetor
desta espécie contribui para a validação de seu uso popular e, ao promover um
registro científico de seu potencial terapêutico também contribui para a
conscientização da necessidade de medidas sustentáveis no cultivo e/ou exploração
de P. willdenovii Kosterm para que esta planta continue a ser um recurso na medicina
popular Brasileira.
24
25
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral:
Estudar o potencial gastroprotetor e cicatrizante gástrico do extrato hidroalcoólico da
casca de Persea willdenovii Kosterm em modelos experimentais de úlcera gástrica.
3.2 Objetivos Específicos:
- Verificar a presença de fenóis totais e a atividade sequestradora de radicais livres no extrato de P. willdenovii Kostern. - Avaliar a atividade gastroprotetora do extrato hidroalcoólico da casca de P.
willdenovii através do modelo de indução de úlcera aguda por etanol e indometacina
em ratos.
- Identificar a participação da via do oxido nítrico no na ação gastroprotetora do
extrato hidroalcoólico da casca de P. willdenovii Kosterm.
- Analisar o potencial cicatrizante gástrico do extrato hidroalcoólico da casca de P.
willdenovii Kosterm pelo modelo de indução de úlcera crônica com ácido acético em
ratos.
- Verificar o efeito do extrato hidroalcoólico da casca de P. willdenovii Kosterm
sobre a secreção gástrica ácida.
- Investigar o envolvimento dos fatores protetores da mucosa gástrica, tais como a
camada de muco e o sistema antioxidante gástrico.
- Analisar os efeitos do extrato de P. wildenovii Kosterm sobre o esvaziamento
gástrico e o trânsito intestinal.
- Registrar os efeitos tóxicos do extrato de P. wildenovii Kosterm.
26
27
4 REVISÃO DA LITERATURA
4.1 Plantas medicinais
Conforme Tribess e colaboradores (2015), em média 80% da população
mundial utilizam de alguma forma plantas medicinais como forma de acesso á
necessidades básicas de saúde. Estas plantas são importantes matérias-primas
para a obtenção de novos medicamentos, seja como um fármaco fitoterápico
padronizado ou como fonte de novas substâncias bioativas. Algumas classes de
fármacos incluem um protótipo de produto natural, como por exemplo: aspirina,
atropina, artemisinina, colchicina, digoxina, efedrina, morfina, fisiostigmina,
pilocarpina, quinina, quinidina, reserpina, taxol, tubocurarina, vimblastina e
vincristina. Muitas dessas drogas são de origem vegetal e foram descobertas através
de estudos com base em dados da medicina popular ou conhecimento empírico de
diversos grupos étnicos (GILANI et al., 1992; KOEHN et al., 2005).
O uso de plantas deve-se a alguns fatores sociais e econômicos, como o alto
custo dos medicamentos industrializados e a dificuldade da população à assistência
médica (BALDAUF, 2009). O registro do conhecimento popular sobre plantas para
fins medicinais tem sido nos últimos anos objetivo de políticas públicas nacionais
como a criação do Renisus que conta com 71 espécies de plantas medicinais, entre
elas o gênero Persea (BRASIL, 2006; RENISUS, 2009).
De fato, no Brasil o conhecimento e a utilização de plantas medicinais no
tratamento de doenças não é algo novo, relatos indicam que muito deste
conhecimento originou-se dos índios, escravos e imigrantes, proporcionando assim
um conhecimento único e muito rico para a medicina popular brasileira (SIMÕES,
2010). Conforme Franco (2005), a utilização de plantas medicinais pelos povos vem
desde os primórdios da humanidade, sendo sustentada pelo acúmulo de
informações passadas oralmente. Entretanto, uma redução do conhecimento
tradicional tem ocorrido, devido à diminuição das áreas naturais, a desvalorização do
saber popular pelas novas gerações e o crescente acesso à medicina alopática
(FERREIRA, 2015; AMOROZO, 1988). Portanto registros destes conhecimentos
precisam ser feitos antes que as espécies sejam extintas e para o fornecimento de
informações que auxiliem em medidas para a exploração e o cultivo sustentável
dessas plantas (JOSHI, 2000).
28
4.2 Persea willdenovii Kosterm (Lauracea)
A espécie Persea willdenovii Kosterrm é conhecida popularmente como
Casca do Andrade, Maçaranduba ou Abacate do Mato (BATISTA et al., 2010). Seus
homônimos botânicos são os táxons: Persea pyrifolia Ness & Mart; Persea pyrifolia
(D. Don) Spreng e Persea schuwackei M.A (SAUERESSIG, 2012; PACHECO;
MORAES, 2013). P. willdenovii é uma espécie de grande porte, podendo alcançar
cerca de 25 metros de altura, até 70 cm de diâmetro e tem como revestimento uma
casca cinzenta (Figura 1). A espécie apresenta flores amareladas (Figura 2), com
frutos pequenos, arredondados e de cor roxa escura e brilhante quando maduros. O
período de frutificação desta planta é bastante restrito, florescem nos meses de
dezembro a fevereiro (BAITELLO, 2003); contudo Silva e Perelló, (2010) descreveu
o período de floração entre outubro a novembro e o de frutificação entre de janeiro a
março. É amplamente utilizada na ornamentação de parques e praças por ser uma
árvore exuberante, além disso, sua madeira é utilizada principalmente na construção
civil, marcenaria, confecção de móveis, entre outros usos (BATISTA et al., 2010).
Popularmente as cascas de P. willdenovii são utilizadas para o tratamento de
úlceras gástricas e feridas (MAZZA et al., 2000). Contudo, nenhum estudo clínico ou
pré-clínico colabora com algum indicativo de eficácia ou segurança para o uso
popular. Mesmo assim, a exploração desenfreada faz com que esta espécie torne-se
ameaçada de extinção (FIOR et al., 2006). Para solucionar este problema várias
maneiras de proliferação foram sugeridas, como a coleta de frutos que caem
espontaneamente da árvore e posterior plantio desses frutos secos a sombra
(SILVA; PERELLÓ, 2010).
29
Figura 1. Tronco da P. wiilldenovii Kosterm
Fonte:Disponível ein: <http://florestaombrofilamista.com.br/sidol/?menu=species&menu=home&page=details&id=155>. Acesso em: 29/Jun/2015.
Figura 2. Folhas e frutos da P. wiildenovii Kosterm
Fonte: Disponível ein: <http://ceapla2.rc.unesp.br/atlas/esp_persea.php)>. Acesso em: 08/ Jul/2015
30
O gênero Persea é composto por muitas espécies com potencial terapêutico,
entre elas a P. major Kopp que também é utilizada popularmente para o tratamento
de distúrbios gastrointestinais e que possui o efeito gastroprotetor associado à
presença de ácidos, taninos condensados, esteroides e triterpenos (MARANHO,
1998). No estado de Santa Catarina a P. venosa também é bastante utilizada
popularmente para tratar desordens gástricas (TRIBESS et al., 2015), seu perfil
fitoquímico foi descrito por Mendes e colaboradores (2013) que encontraram uma
série de metabólitos secundários como: taninos, terpenos, antraquinonas,
cumarinas, flavonoides e alcalóides.
Estudos fitoquímicos nas cascas da espécie P. willdenovii ainda não são
encontrados na literatura, entretanto, De Luca (2005) relata a presença de quatro
lignanas furofurânicas (sesamina, metilpiperitol, eudesmina e magnolina) nas folhas
e Batista e colaboradores (2010) corroborando com este estudo confirmam a
presença destas moléculas.
4.3 Fisiologia do estômago
A função primordial do trato gastrointestinal é promover a digestão e a
absorção de nutrientes a fim de manter a homeostasia do organismo. O estômago é
um dos órgãos que compõem este sistema, e é formado por várias camadas de
músculo liso e seu corpo (luz) é recoberto por uma camada de muco para sua
proteção. Quanto à anatomia, o órgão é dividido em quatro regiões principais, a
saber: 1) cárdia: região próxima à junção esofagogástrica; 2) fundo: região bulbosa
subdiafragmática do estômago; 3) corpo: maior região do estômago entre o fundo e
o antro; 4) Porção pilórica ou antro: vai desde o corpo até o esfíncter pilórico (Figura
3) (CRAWFORD, 2000).
31
Figura 3. Anatomia do estômago
Fonte: Disponível em :< http://lokaciencia.blogspot.com.br/2011/06/sistema-digestorio.html> acesso em: 23 de Maio. 2015.
No corpo e no antro estão localizadas as células parietais, as quais
promovem a secreção de ácido gástrico, composto por ácido clorídrico, através de
estimulação mediada por histamina, gastrina e acetilcolina (Figura 4) (BITZIOV;
PATEL, 2012). Alem do mais, o ácido gástrico está envolvido na absorção de ferro,
cálcio, vitamina B12 e digestão de proteínas (SHUBERT, 2008).
A histamina é secretada pelas células enterocromafins (ECL) da mucosa,
onde se difunde e é agonista dos receptores de histamina do tipo 2 (RH2), os quais
são acoplados à uma proteína G. Em resposta à ligação da histamina aos RH2 e
subsequente estimulação de adenilato ciclase, há um aumento nos níveis de 3´5´-
adenosina-monofosfato-cíclico (AMPc), o qual ativa a proteína quinase dependente
de AMPc (PKA) e culmina com acentuado aumento na quantidade de ácido
cloródrico (HCI) secretado pelas células parietais (CONSTANZO,2011; BARRET,
2015; GUYTON; HALL, 2011; ZAHO; CHEN 2012).
Além da histamina, a gastrina também é um secretagogo importante na
estimulação da célula parietal, essa substância é secretada endocrinamente pelas
células G localizadas na região do antro estomacal e estimula a secreção gástrica
através da atividade agonista nos receptores de colecistocinina do tipo 2 (CCK2)
presentes na membrana das células parietais. Os receptores CCK2 são acoplados à
proteína G e em resposta à ligação com a gastrina ocorre ativação de fosfolipase-C
(CONSTANZO, 2011; BARRET, 2015; GUYTON; HALL, 2011). Quando os
32
receptores CCK2 são ativados ocorre um aumento indireto na produção de
pepsinogênio, seguido da estimulação direta da secreção, motilidade gástrica e do
fluxo sanguíneo (COOKBURN, 2013).
A acetilcolina (ACh), por sua vez, é liberada através de estímulos pós-
ganglionares no sistema nervoso autônomo (SNA). A ACh é um agonista de
receptores muscarínicos, os quais são acoplados à proteína G e, entre outras
coisas, modulam a secreção ácida nas células parietais. Em consequência da
ligação da ACh nos receptores muscarínicos do tipo 3 (M3) e da gastrina nos
receptores CCK2 na membrana da célula parietal ocorre a estimulação de fosfolipase
C. Esta por sua vez, estimula a liberação de diacilglicerol (DAG) e – inositol 1,4,5
trifosfato (IP3) que promove a liberação de Ca2+ das reservas intracelulares. Por final
o Ca2+ e o DAG estimulam proteínas quinases, as quais através de fosforilação
ativam a H+/K+-ATPase e fazem com que ocorra a secreção de íons H+ pelas células
parietais culminando em um aumento na secreção de ácido gástrico no lúmen do
estômago (CONSTANZO, 2011; BARRET, 2015; CHU, SHUBERT, 2013).
Além de a secreção ácida gástrica ser regulada diretamente pela ligação da
histamina, gastrina e ACh em seus respectivos receptores presentes na membrana
das células parietais, ela também pode ser estimulada indiretamente através dos
efeitos da ACh e gastrina na liberação de histamina pelas células ECL
(CONSTANZO, 2011).
A bomba de prótons (H+/K+-ATPase), que está localizada na porção apical
das células parietais, tem como função fazer o transporte ativo e libera íons (H+)
contra um gradiente de concentração, o mais intenso do corpo humano (4 milhões
para 1), executando um papel crucial na secreção de ácido gástrico. Esta enzima
divide-se em duas subunidades α e β. A subunidade α realiza as ações catalíticas e
de transporte da enzima, enquanto que a β, que é extremamente glicosilada, protege
a enzima de degradação durante seu descolamento entre o citoplasma e a
membrana (RABON et al., 1983; WANG et al. 2015). A bomba de prótons também
exerce um papel na secreção do íon H+ no lúmen gástrico, trocando-o pelos íons K+,
o Cl- através de seus canais ativados por AMPc é expelido da célula parietal, já o
HCO3-, formado pela dissociação do H2CO3 é expelido por processo de antiporte na
membrana basolateral das células parietais que trocam o HCO3- principalmente por
Cl- (RAMSAY; CARR, 2011).
33
As céluas D exercem um papel fundamental para o controle inibitório da
secreção gástrica. Elas são responsáveis pela secreção de somatostina no antro e
no fundo do órgão e estão localizadas próximas às células parietais, assim como as
células G e ECL (SCHUBERT e PEURA, 2008). Portanto um aumento na acidez
gástrica, libera somatostatina para que exerça um papel inibitório no processo sobre
a secreção ácida-gástrica.
Figura 4. Mecanismo de secreção de ácido gástrico no antro estomacal
Fonte: Olbe et al. (2003)
Além da secreção ácida, as células do epitélio gástrico são responsáveis
também pela secreção de íons bicarbonato e muco, os quais formam uma barreira
que tem a função de proteger o lúmen estomacal contra a ação do ácido clorídrico
(HAN; KAUNITS, 2007). Por outro lado, esta barreira formada tem limitada
capacidade de proteção da mucosa contra o ácido, pepsina e danos mecânicos. Sua
composição é formada por um gel com característica elástica, aderente e viscosa,
que mantém um pH próximo a neutralidade (HAN; KAUNITS, 2007).
34
4.4 Úlcera Gástrica
Mudanças na fisiologia do estômago, modificações na função celular e na
estrutura tecidual levam a um desequilíbrio na homeostase, podendo levar ao
aparecimento da úlcera gástrica, que é definida como uma lesão crônica que
transpassa a camada de muco e o tecido muscular formando uma cavidade (NAJIM,
2011). Estas lesões, costumeiramente instalam-se na pequena curvatura na zona de
transição entre o corpo e o antro (MALFERTHEINER, 2009).
A principal manifestação clínica da úlcera gástrica é a dor epigástrica, que
pode ser amenizada pela ingestão de alguns alimentos, fármacos antisecretores e
antiácidos (RAMAKRISHMAN; SALINAS, 2007). Cerca de 80 a 90% dos pacientes
com úlcera gástrica manifestam outros sintomas, como a dispepsia que ocorre pelo
aumento da secreção de ácido gástrico (BARKUM; LEONTIADIS, 2010).
As úlceras menores não causam quaisquer sintomas, porém algumas úlceras
maiores podem causar hemorragias graves ou ocasionar outros sintomas
(MALAGELADA, 2007) tais como:
Sensação de plenitude
Fome e sensação de estômago vazio, após uma refeição
Náuseas
Dor no abdômen inferior
Melena
Dor epigástrica
Fadiga
Perda de peso
Êmese
Além da úlcera gástrica, os pacientes também podem apresentar gastrite, a
qual é caracterizada pela inflamação da mucosa gástrica (LIPOF, 2006;
MAHADEVA; GOEH, 2006).
Um levantamento feito por Overmier e Mourison (2013) mostrou que em
média 300 mil americanos são diagnosticados com úlcera gástrica todos os anos, já
na Coréia do Sul, cerca de 20% sofrem da doença. Entretanto dados
epidemiológicos sobre essa doença no Brasil são escassos, mas sua incidência na
população brasileira pode variar de 1 a 20 % (D’ACAMPORA et al., 2008 Segundo
Naik e colaboradores (2007) quem possui maior propensão em desenvolver úlcera
35
gástrica são os homens de 10 a 20% contra 8 a 11% das mulheres, entretanto, na
menopausa as mulheres passam a desenvolver maiores chances de desenvolver
úlcera gástrica, decorrente da menor produção secreção de hormônios. Os idosos
devido à polifarmácia (utilização concomitante de vários medicamentos) também
estão propensos ao desenvolvimento de lesões gástricas (SANTIN, 2013).
A úlcera gástrica é uma doença de etiologia multifatorial, dependendo de
alterações endógenas e estímulos exógenos, uma vez que o trato gastrointestinal é
exposto a estímulos nocivos diariamente (HAWKEY, 2000).
As alterações que podem culminar no desenvolvimento da úlcera gástrica são
a redução dos fatores protetores da mucosa ou o aumento dos fatores agressores.
4.4.1 Fatores protetores da mucosa gástrica
A mucosa gástrica mantém sua integridade estrutural e função apesar de
continuamente estar exposta a fatores nocivos, incluindo o ácido gástrico (HCl 0.1
mol/L HCl) e pepsina, que são capazes de digerir tecidos (LAINE et al., 2008).
Em condições normais a integridade da mucosa gástrica é mantida através de
diferentes mecanismos de proteção. A primeira barreira de defesa da mucosa
gástrica é pré-epitelial e constituída de uma camada espessa de muco e
bicarbonato. O trato gastrointestinal produz muco, desde o estômago até o cólon,
através das células epiteliais (LAINE et al., 2008), sua constituição é principalmente
água que corresponde a 95%, lipídeos e glicoproteínas chamadas de mucinas. Sua
estrutura é de um tetrâmero ligado por pontes de dissulfeto, com 80% de seu peso
formado por carboidratos. Quando esta unidade é polimerizada, surge um gel
viscoso, que se adere facilmente à mucosa gástrica, que por sua vez irá prevenir o
aparecimento de colônias bacterianas, reter íons bicarbonato secretados, também
impedindo a ação proteolítica da pepsina no epitélio gástrico (WALLACE, 2001;
LAINE, 2008).
Praticamente todos os mecanismos de defesa gástrica são mediados pelas
prostaglandinas (PGs), que por sua vez, também desempenham um papel biológico
em outros tecidos (TARNAWSKI, 2013). No estômago, as prostaglandinas E2 (PGE2)
e as prostaciclinas (PGI2) são sintetizadas pela isoforma 1 da enzima ciclooxigenase
(COX-1) (ATAY et al., 2000; CALDER, 2001).
36
As PGs estão diretamente envolvidas na inibição da secreção gástrica, na
liberação de muco e bicarbonato, inibição das funções de neutrófilos, onde pode-se
incluir quimiotaxia e adesão de leucócitos ao endotélio vascular, na manutenção do
fluxo sanguíneo na mucosa gástrica e na restauração das células epiteliais (LAINE
et al., 2008). Elas também contribuem para a citoproteção através da estabilização
das membranas lisossomais, mitocondrial e celular e pela prevenção da apoptose
(TAKEUCHI, 1987). A função da PGE2 é decorrente de sua ligação com quatro
receptores diferentes de prostanóides, denomidados EP1, EP2, EP3, EP3 e EP4
(ATAY et al., 2000). Em adição as PGE2 e PGI2, a superfície das células epiteliais
conectadas por junções de oclusão também compõem a barreira epitelial de
proteção à mucosa gástrica.
Além das barreiras pré-epitelial e epitelial, a presença de uma barreira
endotelial ou sub-epitelial também possui importante papel na manutenção da
integridade da mucosa gástrica (LAINE et al., 2008; KAUNITZ; AKIBA 2006).
Tarnawski (2005) reportou que a formação de novos vasos sanguíneos é um
mecanismo importante para a defesa sub-epitelial, pois atua no reparo e
manutenção dos danos causados na mucosa gástrica (TARNAWSKI, 2005). A rede
vascular além de transportar nutrientes e oxigênio para o tecido gástrico, auxilia no
aumento de bicarbonato, que por sua vez, neutraliza o ácido que é secretado pelas
células parietais no estômago, sendo também responsável pela produção de um
vasodilatador potente, o óxido nítrico (NO). O NO e as PGI2 agem causando um
relaxamento do músculo liso, protegendo a mucosa contra substâncias pró-
inflamatórias e vasoativas, como os leucotrienos (LTB4) e os tromboxanos (TXA2),
que diminuem a microcirculação da mucosa gástrica (WALLACE, 2008).
As defesas antioxidantes tissulares também são importantes na manutenção
da homeostasia da mucosa gástrica contra a formação de espécies reativas de
oxigênio (EROs) em decorrência do estresse oxidativo que pode ocorrer na mucosa
gástrica (HELLOU, 2012). O estresse oxidativo é um estado caracterizado pelo
aumento da formação de EROs em detrimento da atividade do sistema antioxidante
enzimático ou não enzimático (CNUBBEN et al., 2001) As EROs são compostos
instáveis que possuem um ou mais elétrons desemparelhados abrangendo os
radicais como o superóxido (O2-), peroxila (RO2), hidroxila (OH), hidroperoxila (HO2)
e outros agentes que não são radicais, porém, podem ser convertidos facilmente em
compostos radicalares como é o caso do peróxido de hidrogênio (H2O2), ozônio (O3)
37
e ácido hipocloroso (HClO) (HALLIWELL; GUTRIDGE, 1989).Entre as defesas
antioxidantes presentes no tecido gástrico estão as enzimas superóxido dismutase
(SOD), a catalase (CAT) e a glutationa peroxidase (GPx). A metaloproteina SOD
consegue converter uma grande parte do ânion superóxido em peróxido de
hidrogênio (H2O2) através de sua dismutação, apresentando um importante poder
inibitório da inflamação, pois o ânion superóxido eleva a infiltração de neutrófilos por
meio da geração de mediadores quimiotáticos (leucotrieno B4) ou pelo aumento da
expressão de moléculas de adesão como a ICAM-1 (YASUI; BABA, 2006). O H2O2
gerado pela SOD, não é um radical livre, mas por ser uma molécula extremamente
reativa, está envolvido na formação de outros radicais, entre eles o radical hidroxila
(OH•) e o ácido hipocloroso (HOCl) (FERREIRA, 1997). A CAT age através da
redução do H2O2 em água e oxigênio molecular (H2O e O2), e é encontrada no
sangue, medula óssea, mucosas, rins e fígado. A suplementação da catalase
exógenamente, previne a oxidação da GPx mediada pala H2O2 (FERREIRA, 1997;
CNUBBEN et al., 2001).
A glutationa reduzida (GSH), conforme demonstrado na figura 5, um
componente não enzimático, exerce um papel fundamental para a defesa contra o
estresse oxidativo (FESHAREKI et al., 2006). Este tripeptídeo está presente em
concentrações elevadas nas células, sendo o principal sistema endógeno
antioxidante. O grupamento sulfídrica que está presente em sua molécula é
responsável pela reação com compostos químicos eletrofílicos como EROs,
deixando-os mais estáveis. Entretanto, para que esta atividade protetora se
mantenha, a GSH sofre oxidação através das enzimas glutationa oxidase (GO) e
glutationa peroxidase (GPx), dando origem a glutationa oxidada (GSSG)
(CNUBBEN, 2001). Em condições favoráveis, ocorre este ciclo redox, que
basicamente é a redução de GSSG em GSH pela ação da glutationa redutase (GR)
na presença do fosfato de dinucleotídeo de nicotidamina e adenina (NADPH).
Quando em condições de estresse oxidativo a GSSG é exportada por proteínas
dependentes de trifosfato de adenosina (ATP), para não alterar e manter o ambiente
de oxi-redução intracelular (CNUBBEN, 2001).
38
Figura 5. Conversão da glutationa para sua forma reduzida (GSH) e oxidada
(GSSG)
Fonte: Rover Júnior et al.,(2001)
4.4.2 Fatores agressores da mucosa gástrica
A secreção ácida gástrica e a pepsina são os principais fatores endógenos
que podem provocar dano à mucosa gástrica. O aumento da secreção ácida e a
ativação da pepsina podem ser provocados por diferentes fatores, dentre os quais
se destacam o estresse. O aumento da secreção ácida gástrica mediada pelo
estresse envolve duas vias distintas, o eixo-hipotálamo-pituitária-adrenal e o sistema
simpatoadrenal (SAAVEDRA et al., 2011). Além disso, vale ressaltar a intensa
hipersecreção ácida que ocorre em pacientes com síndrome de Zollinger-Ellison,
uma doença caracterizada pela presença de gastrinoma e associada à lesão no
epitélio gástrico (WILCOX; HIRSCHOWITZ, 2009).
39
Os fatores agressores da mucosa gástrica exógenos são o excesso de
consumo de álcool, o uso prolongado de antiinflamatórios não esteroidáis (AINEs) e
a infecção por H. pylori.
A infecção causada por H. pylori juntamente com o uso de antiinflamatórios
não esteroidais (AINES) correspondem aos maiores agentes para a formação da
ulceração gástrica. Esta lesão causada pela ação da H. pyloriI corresponde a cerca
70 %, enquanto 30 % é causada pela ação de AINES. Já a úlcera duodenal é
causada em 90 % e 10 % respectivamente (KUSTERS et al., 2006). A presença da
H. pylori tem sido associada com a ERO, podendo levar ao aparecimento de
estresse oxidativo na mucosa gástrica. O tratamento comumento utilizado nas
úlceras pépticas causadas pela H. pylori são uma associoção de antibióticos
(amoxicilina e claritomicina) e de medicações anti-secretoras (omeprazol)
(ROBERTSON et al., 2003).
O etanol é um dos mais intensos agentes agressores da mucosa gástrica,
causando uma redução na produção de muco e da secreção de bicarbonato,
exercendo um efeito tóxico diretamente no epitélio, que induz a formação de lesões
necróticas características, além do aparecimento de radicais livres e isquemia
(HIRUMA-LIMA et al., 2000; HIRUMA-LIMA et al., 2009; MASSIGNANI et al., 2009).
Os AINEs, que estão no grupo de medicamentos mais prescritos do mundo,
causam danos no estômago, pois inibem a enzima COX-1 e consequentemente
reduz a síntese de PGE2, que está envolvida na secreção de muco, liberação de
bicarbonato e na regulação do fluxo sanguíneo da mucosa gástrica (VANE;
BOTTING, 1999). Além disso, vale ressaltar que os AINEs causam efeitos diretos na
mucosa gástrica, através da degradação de fosfolipideos presentes na mucosa
gástrica e no muco aderido, atuando na diminuição da hidrofobicidade e favorecendo
a retrodifusão de íons H+ na mucosa gástrica (BERSTAD, 2002).
A H. Pylori é uma bactéria gran-negativa podendo colonizar a mucosa
gástrica e é encontrada em 50% da população mundial, sendo sua maior
prevalência em países em desenvolvimento (USTON, 2006). Esta bactéria induz
estresse oxidativo, inflamação gástrica, dano no DNA, apoptose das células
epiteliais e uma desregulação do ciclo celular (LEE, 2004).
40
4.4.3 Tratamento convencional da úlcera gástrica
A terapia utilizada na gastroproteção por muitos anos foi baseada somente na
utilização de antiácidos, que tem como mecanismo de ação neutralizar a secreção
ácida gástrica. Atualmente os antagonistas dos receptores de histamina do tipo 2
(ARH2) e os inibidores da bomba de próton (IBPs), fármacos que reduzem a
secreção de ácido no estômago, são drogas bastante utilizadas no tratamento da
úlcera gástrica (SACHS, 2007,2010; ASOKKUMAR, 2014). Os IBPs são a classe
mais prescrita, pois não apresentam perda de eficácia ou tolerância como os ARH2
(KUBECOVA et al., 2011; SHEEN et al., 2011).
Em resumo, a terapia atual para o tratamento das úlceras gástricas pode ser
realizada pelos seguintes fármacos (GOODMAN, 2010; RANG, 2012):
Antiácidos: Hidróxido de alumínio e Hidróxido de magnésio
Inibidores da H+/K+ATPase: Omeprazol, Pantoprazol, Esomeprazol
Antagonistas do receptor H2: Ranitidina, Cimetidina.
Agentes citoprotetores: Misoprostrol e Sais de Bismuto
Inicialmente as úlceras gástricas foram controladas com o auxilio cirúrgico,
porém as taxas de recorrência e mortalidade eram enormes. O tratamento
farmacológico basicamente era neutralizar a acidez gástrica estomacal com a
utilização de fármacos antiácidos, como por exemplo: hidróxido de alumínio Al(OH)3,
carbonato de cálcio (CaCO3), bicarbonato de sódio (NaH2CO3) e hidróxido de
magnésio Mg(OH)2 ou associações como é o caso do medicamento Magnésia
Bisurada®. Estes medicamentos podem alterar o pH gástrico e urinário. Eles
interagem com uma variedade de fármacos através de interações farmacocinéticas,
podendo alterar a absorção, biodisponibilidade e eliminação por via renal e os
efeitos adversos podem incluir constipação ou diarréia (YUAN et al., 2006;
BRUNTON et al., 2006). Os sais de bismuto são utilizados há muito tempo para o
tratamento de desordens gástricas (BAGCHI et al., 1997) e mais atualmente é
utilizado em conjunto à antibioticoterapia contra H. pylori (GISBERT et al., 2015), seu
mecanismo de ação não está totalmente elucidado apesar de serem potentes
citotoprotetores (TANAKA et al., 1997).
41
Os ARH2 como Cimetidina (1976) e Ranitidina (1982) foram os precursores de
uma nova classe para o tratamento da úlcera gástrica. Estes medicamentos têm
eficácia na diminuição da secreção ácida e foram usados até surgimento dos IBPs
como Omeprazol (1988), seguido por Lansoprazol (1995), Rabeprazol (1999) e
Esomeprazol (2001) atualmente utilizados (JAIN, 2007).
Os IBPs são pró – fármacos que necessitam de ativação em ambiente ácido,
que acessam a célula parietal e, advinda da sua fraca natureza básica, ficam
acumulados em canalículos nas células parietais, onde são ativados por um
processo catalisado por prótons que resulta na formação de uma sulfenamida
tiofílica ou ácido sulfênico. Quando ativados reagem por meio de ligação covalente
com o grupo sulfidril de cisteínas do domínio extracelular da H+/K+-ATPase,
ocasionando uma inativação irreversível da bomba. A volta da secreção do ácido só
se reinicia após a síntese e inserção de novas moléculas de H+/K+-ATPase na
membrana luminal (YUAN et al., 2006; BRUNTON et al., 2006).
4.4.4 Fitoterapia no tratamento da úlcera gástrica
A palavra "fitoterapia" é de origem grega, onde "Phython" significa planta e
"Therapia" significa terapia, ou seja, terapia com plantas, tendo como objetivo o
estudo das plantas medicinais e suas aplicações em patologias (CARVALHO, 2004;
TESKE; TRENTINI, 2001).
Alguns fitoterápicos já estão disponíveis para o tratamento da úlcera gástrica,
como é o caso de cápsulas de Maytenus ilicifolia, que é comercializada por diversos
laboratórios (ALKOFAHI; ATTA, 1999; GONZALES, 2000; SOUCCAR; LIMA-
LANDMAN; LAPA, 2002).
Objetivando contribuir com a pesquisa e desenvolvimento de novos
fitoterápicos no tratamento de úlceras gástricas, o programa de pós-graduação em
Ciências Farmacêuticas, em especial o grupo coordenado pelo Prof. Dr. Sérgio
Faloni de Andrade, estuda plantas utilizadas comumente pela população para o
tratamento de distúrbios gástricos e visa contribuir com a validação cientificas do uso
popular através de estudos pré-clínicos.
De fato, a atividade gastroprotetora de algumas plantas já foi descrita por
nosso grupo de pesquisa, incluindo: Achyrocline satureoides (SANTIN et al. 2010);
42
Polygala cyparissias (KLEIN-JUNIOR et al. 2012); Rubus imperialis (BERTE et al.
2014); Maytenus robusta (RAIMUNDO et al. 2012);Brassica oleracea (LEMOS et al.
2011) Baccharis dracunculifolia DC (FUKUI et al. 2010). No momento a ação
gastroprotetora de diferentes plantas está sendo testada, dentre elas a Persea
wildenovii Korsterm, que possui difundido uso popular para o tratamento de úlceras
gástricas na região do meio Oeste de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
43
5 MATERIAL E MÉTODOS
5.1. Animais
Os animais (ratos e camundongos) foram mantidos de acordo com as normas
e cuidados com animais de laboratório, bem estar e biosseguranca na
experimentação, conforme descritas da Lei n. 11.794, de 8 de outubro de 2008, e de
acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de
Laboratório. Os protocolos foram submetidos ao Comitê de Ética na Utilização de
Animais da Universidade do Vale do Itajaí, sendo aprovado sob o parecer n° CEUA
02/2015p. Nos ensaios biológicos foram utilizados ratos fêmeas Wistar (200 - 250 g),
camundongos machos Swiss (20 - 30 g), provenientes do Biotério Central da
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Os animais foram mantidos em caixas de
polipropileno, em sala com temperatura (25⁰C) e ciclo controlados (claro/escuro 12
horas cada), tendo ração e água ad libitum. Nas doze horas anteriores aos
experimentos, os animais foram mantidos em jejum e com livre acesso a água,
sendo adicionada a caixa uma grade para impedir a coprofagia.
5.2. Coleta e preparação do extrato e frações
As folhas de Persea willdenovii Kosterm foram coletadas, identificadas pelo
Engenheiro Agrônomo Renê Artur Ferreira e uma amostra foi depositada no herbário
Barbosa Rodrigues localizado na cidade de Itajaí – SC, sob numeração HBR: 55226.
As Cascas de Persea willdenovii Kosterm após coletadas, foram secas, moídas,
extraídas por maceração com etanol a 70%, passando pelo rotaevaporador
resultando no extrato bruto (EHPW), com rendimento final de 15,70 %. Uma aliquota
foi separada e feita o fracionamento, obtendo-se os seguintes rendimentos: fração
hexânica (1,66%), diclorometano (3,83%), acetato de etila (19,75%) e aquosa
(74,75%), conforme esquematizado na figura 6.
44
Figura 6. Fluxograma de obtenção do EHPW e frações.
5.2.1. Teste de fenóis totais
Este método quantitativo foi descrito por (ARNOUS, 2001), os fenóis totais
foram determinadas utilizando o reagente de Folin – Ciocalteau diluído 1:10. As
concentrações finais do EHPW no meio reacional foram: 200, 150, 100 e 50 µg/mL.
Para este ensaio, 0,5 ml de solução de amostra foi adicionado em um tudo contendo
2,5 ml da solução de Folin – Ciocalteau e 2mL da solução a 7,5 % de Na2CO3.Os
tubos foram incubados a 45 °C durante 15 min e a absorbância foi lida a 750 nm
utilizando um espectrofotômetro e a concentração total de polifenóis foi calculado a
partir de uma curva de calibração, utilizando o ácido tânico como um padrão. Os
resultados foram expressos em equivalentes de ácido tânico (TAE) em µg/mL.
45
5.2.2. Estudo in vitro da atividade sequestradora de radicais livres (DPPH)
Este método quantitativo mede a reatividade do extrato com o radical livre
estável 2,2-difenil-1-picrilhidrazil DPPH foi determinada através de medidas de
alteração da absorbância a 517 nm. O sistema de reação foi constituído de 750 μL
de extrato e 250 μL de solução metanólica de DPPH (1mg em 25 mL). Após 5
minutos, o decréscimo da absorbância foi medido, a água destilada foi utilizada
como controle negativo e a solução do agente redutor, ácido ascórbico (50 μg/ml),
como controle positivo (BLOIS, 1958; CHEN et al., 2004).
5.3. Avaliação da atividade gastroprotetora do EHPW
5.3.1. Lesões gástricas induzidas por etanol em ratos
Ratas foram mantidos em jejum por 12 horas com acesso livre a água.
Grupos de seis animais receberam tratamento por via oral com veículo (água +
tween 80 0,5%, 1ml/100g), carbenoxolona (200mg/kg) e o EHPW nas concetrações
de 1, 10, 100 e 1000 g/Kg Uma hora após o tratamento, foi administrado 1 ml de
etanol 80% e após mais uma hora os estômagos foram abertos para mensuração da
área lesada (MIZUI; DOTEUCHI, 1983). As lesões foram quantificadas medindo a
área total lesada de cada estômago em mm² pelo programa EARP® (BERTE, 2014).
5.3.2. Lesões gástricas induzidas por etanol acidificado em camundongos.
Camundongos foram mantidos em jejum por 12 horas com acesso livre a
água. Grupos de cinco animais receberam tratamento por via oral de (água + tween
80 0,5%, 1ml/100g), carbenoxolona (200 mg/kg), extrato na dose de 3 mg/kg por via
intraperitoneal (i.p) e oralmente as frações aquosa, acetato de etila, diclorometno e
hexano nas doses de 224,25 mg/kg; 59,25 mg/kg; 11,5 mg/kg e 5 mg/kg,
respectivamente. As doses das frações foram calculadas de acordo com o
rendimento de cada fração em relação ao extrato e a dose efetiva em promover
gastroproteção do extrato. Uma hora após o tratamento, foi administrado 1 ml de
etanol 60% + HCl 0,3M e após mais uma hora os estômagos foram abertos para
mensuração da área lesada (MIZUI; DOTEUCHI, 1983; ROBERT, 1979). As lesões
46
foram quantificadas medindo a área total ulcerada de cada estômago em mm² pelo
programa EARP® (BERTE, 2014).
5.3.3. Lesões gástricas induzidas por indometacina em ratos.
Os animais foram mantidos em jejum por 12 horas com acesso livre a água.
Grupos de 6 animais foram tratados por via oral com veículo (água + tween 80 0,5%,
1 mL/100g), carbenoxolona (200 mg/kg) e o EHPW na dose de 300 mg/Kg. Uma
hora após estes tratamentos, foi administrada a indometacina (80mg/kg, v.o) e após
seis horas os estômagos foram abertos pela curvatura maior para mensuração da
área lesada (MORIMOTO et al., 1991). Foi utilizado o programa EARP® como
descrito anteriormente (BERTE, 2014).
.
5.4. Avaliação da Atividade Anti-Secretora ácida
5.4.1. Ligadura de Piloro
Ratas foram mantidas em jejum por 12 horas com acesso livre a água. Depois
anestesiadas com uma mistura de anestésicos Xilazina e Cetamina (10 mg/kg e 5
mg/kg, i.p.) foi realizada uma incisão longitudinal abaixo ao processo apófise xifóide,
para marcação do piloro e a administração por via intraduodenal dos diferentes
tratamentos: veículo (água + Tween 80 0,5% - 0,1 mL/100 g, i.d), omeprazol (20
mg/Kg, v.o), e EHPW (300 mg/kg, i.d). Quatro horas após a cirurgia os estômagos
foram removidos e o esôfago fechado com auxílio de uma pinça. A mucosa foi
lavada com 3 mL de água destilada, recolhendo-se o suco gástrico e o lavado em
tubos de ensaios para a centrifugação por 10 min a 3000rpm. O pH foi medido
através de um pHmetro, o volume gástrico foi quantificado em proveta e a acidez
total quantificada por titulação simples com NaOH 0,1N, utilizando fenolftaleína 2%
como indicador ácido-base (SHAY, 1945).
5.4.2 Quantificação da atividade péptica
Uma alíquota de 0,1 mL do suco gástrico foi obtida como descrito no item
anterior (5.4.1) e em seguida colocada em um tubo cônico e incubada com 5 mL de
47
albumina bovina (5 mg/mL em HCl 0,06N), em temperatura de 37°C por 10 minutos.
Interrompeu-se a reação com 0,5 ml de ácido tricloroacético (ATC) 10%, em seguida
os tubos foram centrifugados em uma velocidade de 4000 rpm por 20 minutos. Após
isso, 1 ml foi retirado e alcalinizado com 5 mL de carbonato de sódio a 0,55 M. Ao
meio reacional, foram adicionados 0,5 mL do reagem de Folin-Ciocalteau 1N, onde
foram incubados novamente por 30 minutos em temperatura ambiente. Terminada a
incubação retirou-se 0,3 mL do preparado a absorbância foi mensurada em um
espectrofotômetro a 660 nm. A curva padrão foi feita com tirosina e os resultados
expressos em tirosina/ mL/ 4horas (ANSON, 1938).
5.4.3. Mensuração do muco gástrico
As amostras de estômago da região do corpo gástrico dos animais
submetidos à ligadura do piloro (item 5.4.1) foram pesadas e incubadas por 2 horas
em 5 mL de solução do corante Alcian Blue 0,1% preparado em sacarose 160 µM e
acetato de sódio 50 mM (pH 5), a qual complexa com o muco aderido à mucosa. O
excesso de solução de Alcian Blue foi removido através de duas lavagens
sucessivas com sacarose 250 mM, a primeira por 15 min e a segunda durante 45
min. Depois, o conteúdo de corante no tecido complexado com o muco gástrico foi
extraído com solução de cloreto de magnésio 500 mM durante 2 h. O material
extraído foi então misturado com 1 ml de éter dietílico e centrifugado a 3600 rpm por
15 minutos. A absorbância foi determinada em comprimento de onda de 598 nm. O
conteúdo de muco foi calculado usando uma curva padrão de Alcian Blue (6,25-100
µg) e os resultados foram expressos em µg Alcian Blue/g tecido (CORNNER et al.,
1974).
5.4.4.Determinação do papel do Óxido Nítrico (NO) na gastroproteção
promovida pelo EHPW
Apos 12 h de jejum, camundongos foram divididos em dois grupos de acordo
com o tratamento recebido: veículo (NaCl 0,9%, 1ml/100 g, i.p) ou L-NAME (70
mg/kg, i.p) que é um inibidor da óxido nítrico sintase (NOs). Trinta minutos após
esses tratamentos, cada um dos dois grupos foi dividido em dois, um tratado com
veículo (água + Tween 80 0,5% - 0,1 mL/100 g, v.o) e outro tratado com EHPW (300
48
mg/kg, v.o). Depois de 1 hora, os animais receberam também por via oral 1 ml de
etanol 60% em HCl 0.03 M para indução das úlceras. Decorrida 1 hora da indução
das úlceras, os animais foram eutanasiados, seus estômagos retirados e as lesões
foram quantificadas em mm² pelo programa EARP® (ARRIETA et al., 2003;
MATSUDA, 1999).
5.5. Avaliação da atividade cicatrizante gástrica do EHPW
5.5.1. Lesões gástricas crônicas induzidas por ácido acético
Ratas, mantidas em jejum por 12 horas com acesso livre a água, separadas
em diferentes grupos de 6 animais, foram anestesiadas com xilazina e cetamina (10
mg/kg e 5 mg/kg, i.p.), a seguir a parede abdominal foi aberta e o estômago foi
exposto. Logo após, um cilindro de vidro (6 mm) contendo 500 μL de ácido acético
80% foi aplicado sobre a serosa do estômago para a indução da úlcera. Após 1 min
deste procedimento, o ácido no interior do cilindro foi aspirado e substituído por
solução salina. Em seguida a salina foi aspirada, o local foi seco com o auxílio de
uma haste com algodão, o cilindro foi retirado da superfície do estômago, o órgão foi
recolocado na cavidade abdominal e a paredeabdominal foi suturada. Após a
recuperação da anestesia, os animais retornaram a sala de ambientação e
permaneceram em regime de restrição alimentar com consumo livre de água até o
segundo dia, quando iniciou o tratamento. O tratamento por via oral consistiu na
administração de veículo (água + Tween 80 0,5% - 0,1 mL/100 g), omeprazol (20
mg/kg) e EHPW (300 mg/kg, v.o). O tratamento foi iniciado no segundo dia após a
cirurgia e realizado durante sete dias, durante esse período os animais recebiam
ração durante 1 hora, logo após era retirada e esperava-se 30 minutos para iniciar a
administração dos diferentes tratamentos. Ao final do período de tratamento, os
animais foram eutanasiados, o estômago removido e esticado para posterior análise.
A avaliação das lesões gástricas foi feita pela medida do comprimento x altura (mm2)
da úlcera, utilizando uma régua graduada (OKABE et al. 1971).
49
5.5.2. Avaliação histológica
A porção ulcerada do estômago submetido à lesão gástrica induzida por ácido
acético foi fixada durante 24 horas em ALFAC (solução composta de etanol 85%,
formol 10% e ácido acético 5%). Logo após as amostras foram desidratadas,
embebidas em parafina e cortadas em finas seções de 7μm (KALLAYA et al., 2006).
Uma parte das amostras foi submetida à coloração de hematoxilina e eosina (HE)
para avaliação de mudanças histológicas e da extensão das lesões gástricas, sendo
desidratadas em uma série ascendente de álcoois, diafanizadas em xilol e montadas
entre lâmina e lamínula (DA SILVA, 2014).
5.5.3 Avaliação histoquímica
A análise histoquímica para mucina foi realizada com a finalidade de verificar
o conteúdo de mucinas da mucosa gástrica após a indução das úlceras pelo ácido
acético 80 % e os efeitos dos diferentes tratamentos neste parâmetro. Desta forma,
os cortes histológicos obtidos (item 5.5.2) foram oxidados em ácido periódico 0,5%
por 5 min, lavados em água destilada, corados com reativo de Schiff por 20 min e
lavados em água sulfurosa e em água corrente (MOWRY et al., 1956). Para a
quantificação da mucina foi utilização o programa ImageJ® (PEREIRA, 2013).
5.6. Avaliação de mecanismos envolvidos na ação cicatrizante gástrica do
EHPW
5.6.1 Preparo do homogenato
Amostras teciduais de úlcera induzida por ácido acético (80%) foram pesadas
e homogenizadas com tampão fosfato 200 mM (pH 6,5). Este homogenato foi
utilizado para as análises de quantificação de níveis de GSH, e de atividade das
enzimas mieloperoxidase (MPO), superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT).
50
5.6.2 Mensuração da concentração proteína
A concentração de proteína foi mensurada em espectrofotômetro a 590nm
utilizando o reagente de Bradford (Amresco®) e albumina bovina (0,012 – 0,100
mg/ml) foi utilizada como curva padrão.
5.6.3 Quantificação da atividade da Mieloperoxidase (MPO)
O homogenato obtido conforme citado anteriormente (item 5.6.1) foi
centrifugado a 10000 rpm durante 20 minutos, o precipitado obtido foi ressuspendido
com 1 mL de tampão fosfato de potássio 80 mM com 0,5% de
hexadeciltrimetilamônio (HTAB). Logo após a homogeinização, as amostras foram
novamente centrifugadas a 12000 rpm, 20 minutos a temperatura de 4°C em
microcentrífuga de alta velocidade refrigerada. Em uma placa de 96 poços foram
adicionados em triplicata alíquotas de 30 μL do sobrenadante de cada amostra, ou
água destilada para o branco, e então 200 μL de uma solução reacional (100 μL de
tampão fosfato 80 mM, 85 μL de tampão fosfato 22 mM e 15 μL de H2O2 0,017%) foi
acrescida. A reação deu início com a adição de 20 μL de tetrametilbenzidina (TMB),
um substrato enzimático que resulta num produto colorido em cada poço. A placa
contendo as amostras foi incubada por 3 min a 37ºC, e a reação foi interrompida
pela adição de 30 μL de acetato de sódio 1,46 M (pH=3,0) em cada poço. A
atividade enzimática foi determinada em espectofotômetro a 620 nm. Os resultados
foram expressos como unidade de densidade óptica (D.O)/mg de proteína.
5.6.4. Quantificação de grupos sulfidrílicos não protéicos (GSH)
No homogenato obtido conforme o item 5.6.1 foram adicionados 50 μL de
homogenato foram adicionados a 40 μL de ácido tricloroacético (ATC) 12,5% e os
tubos foram agitados em um agitador de tubos. Logo após, centrifugados por 15 min
a 3.000 rpm em microcentrífuga de alta velocidade refrigerada à 4°C. Posteriormente
foi adicionada uma alíquota de 10 μL do sobrenadante, ou água destilada (branco)
em uma placa de 96 poços. Seguido de 290 μL de tampão TRIS 0,4 M (pH 8,9) nas
amostras. A reação foi iniciada com a adição de 5μL de DTNB (5,5’-ditiobis 2-ácido
nitrobenzóico) 1 mM, 15 minutos antes da leitura espectrofotométrica em
51
comprimento de onda de 415 nm. Os procedimentos foram realizados a 4ºC e os
valores individuais interpolados em uma curva padrão de GSH (1,23–9,9 μg/mL),
com os valores expressos emμg de GSH/g de tecido (SEDLAK et al., 1968).
5.6.5. Quantificação dos níveis de superóxido dismutase (SOD)
O homogenato obtido conforme o citado no item 5.6.1 foram utilizados para
verificar a participação da SOD na proteção da mucosa gástrica promovida pelo
EHPW e baseia-se na capacidade da SOD em inibir a auto oxidação do pirogallol.
Em um tubo cônico foram adicionados 442,5 μl Tampão Tris - EDTA e 20 μL de
amostra. Após agitação em agitador de tubos, foi acrescentado 25 μL de pirogallol
1mM e incubado, depois foram centrifugados e 300 μL do sobrenadante pipetado em
microplaca para leitura em espectrofotômetro a 205 nm. Os resultados foram
comparados com o controle (Tampão Tris-EDTA com pirogallol sem incubação +
média sem amostra sem incubação), sendo este valor igual a 100%. A quantidade
de proteína que inibe a reação em 50% (IC50) equivale a 1 unidade (U) de SOD. Os
resultados foram expressos em U de SOD/mg de proteína (MARKLUND et al.,
1974).
5.6.6. Quantificação a atividade da catalase (CAT)
Conforme descrito no item 5.6.1 o homogenato foi utilizados para verificar a
participação da enzima catalase (CAT) na proteção da mucosa promovida pelo
EHPW. A mucosa gástrica foi homogeneizada em tampão fosfato pH 6,5. Em uma
cubeta 990 μl de solução reação 20 mM (Tampão Tris/ EDTA 5mM, pH8,0 +
peróxido de hidrogênio 30% + água ulta pura) foi adicionado 10μL da amostra diluída
e feitas 2 réplicas de cada homogenato. O decréscimo da absorbância foi medida
em comprimento de onda de 240 nm por 1 minuto (AEBI, 1984). Os resultados foram
expressos em µmol de H2O2 consumido/min/g de tecido.
52
5.7. Avaliação da Motilidade Gastrointestinal
5.7.1 Esvaziamento Gástrico de semi-sólidos
Consiste na administração de um marcador colorido semi-sólido (vermelho de
fenol 0,05% em carboximetilcelulose 1,5%) e na avaliação da quantidade do
marcador que permanece no estômago durante um período de tempo. Após 12
horas em jejum os camundongos foram tratados com veículo (H2O + tween 5% 1
mL/kg, v.o), EHPW (300 mg/kg, v.o) e atropina (3 mg/kg, s.c) e decorridos 30 min
(administração s.c) ou 1 hora (administração v.o) foi administrado o marcador
colorido. O grupo controle tempo zero foi sacrificado logo após a administração do
marcador colorido, e os outros grupos após 20 min da administração. A cavidade
abdominal foi aberta, o piloro e a parte distal do esôfago pinçados, o estômago
retirado com seu conteúdo e então aberto e lavado com 7 mL de água destilada. O
conteúdo gástrico coletado foi centrifugado e coletado 1 mL do sobrenadante, ao
qual foi adicionado 1 mL de NaOH 1N (pH 12). Os resultados foram obtidos por
leitura espectrofotométrica a 560 nm e expressos em porcentagem de esvaziamento
gástrico em relação ao grupo controle (SCARPIGNATO et al., 1980).
5.7.2 Trânsito Intestinal
O transito intestinal também foi avaliado através da administração de um
marcador colorido (vermelho de fenol 0,05% em carboximetilcelulose 1,5%) e na
avaliação do trajeto do mesmo no intestino delgado durante um período de tempo.
Camundongos, em jejum de doze horas, foram tratados com veículo (H2O + tween
5% 1 mL/kg, v.o), EHPW (300 mg/kg, v.o) e atropina (3 mg/kg, s.c) e decorridos 30
min (administração s.c) ou 1 hora (administração v.o) foi administrado o marcador
colorido. Após 20 min os animais foram eutanasiados e o comprimento total do
intestino delgado de cada animal (distância entre o piloro até a válvula ileocecal), e a
distância percorrida pelo marcador (até a última porção que contenha pelo menos 1
cm contínuo do marcador) foi mensurada. Os resultados foram expressos em
porcentagem da distância percorrida pelo marcador em relação ao comprimento total
do intestino delgado (STICKNEY e NORTHUP, 1959).
53
5.7.3. Avaliação Toxicológica preliminar
Para obter a análise toxicológica preliminar as ratas mantidas por 7 dias de
tratamento com o veículo (água + Tween 80 0,5% - 0,1 mL/100 g), omeprazol (20
mg/kg) e EHPW (300mg/kg), durante o experimento de úlcera crônica induzida por
ácido acético, tiveram o peso corporal registrado e foram observados diariamente
alterações clínicas e comportamentais. No final do experimento, os animais foram
eutanasiados e os órgãos (baço, coração, fígado, pulmão, rins, ovários e útero)
foram retirados e pesados. O peso dos órgãos foi apresentado como peso relativo
[(peso do órgão/peso do corpo) × 100] (BORATO, 2014).
5.7.4. Expressão dos dados e análise estatística
Os dados foram analisados pelo programa estatístico GraphPadPrism 5®
representados como as médias ± erro padrão. As diferenças entre as médias foram
determinadas através da análise de variância (ANOVA) de uma via seguida do teste
de Bonferroni, onde foram adotados níveis de significância para p<0,05.
54
55
6 RESULTADOS
6.1 Quantificação de fenois totais
Como indicado na tabela 01, a quantificação de fenóis totais do EHPW e da
fração acetato de etila, ambos nas concentrações de 200, 150, 100, 50 µg/mL,
revelou elevados teores de compostos fenólicos medidos em equivalentes de ácido
tânico. Contudo, nas frações diclorometano e hexânica estes compostos não foram
detectados.
Tabela 1. Quantificação de fenóis totais
Resultados expressos como equivalentes de ácido tânico ± E.P.M. A comparação entre grupo tratado
com veículo EHPW, fração hexânica (Fr C₆H₁₄), diclorometano (Fr CH₂Cl₂) e fração acetato de etila
(FracOet).
6.2 Avaliação da atividade sequestradora de radicais livres (DPPH)
A capacidade antioxidante in vitro do EHPW foi observada através do ensaio
da redução do radical DPPH. Neste experimento, EHPW foi capaz de inibir nas
concentrações de 100 e 1000 µg/mL os níveis dos radicais livres no meio reacional
em 49%, quando comparado com veículo (Vei: 91,11 ± 0,40 μM) (Figura 7). Para
56
este experimento foi utilizado o ácido ascórbico como controle positivo, que foi capaz
de reduzir o conteúdo de DPPH em 91,73%.
Figura 7. Atividade sequestradora de radicais livres do EHPW no ensaio de DPPH.
Atividade sequestradora de radicais livres do EHPW in vitro, ácido ascórbico (AA 50 µg/mL). Os
resultados foram expressos como média ± E.P.M (n = 3).***p <0,001 quando comparado ao grupo incubado com veículo. (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni)
6.3 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO GASTROPROTETORA
6.3.1 Efeito do EHPW em úlceras induzidas por etanol
Como esperado, a administração de etanol foi capaz de lesar a mucosa
gástrica em 148,00 ± 14,83 mm2. O tratamento oral com EHPW na dose de 300
mg/kg foi capaz de reduzir em 59% a área de lesão em relação ao grupo ulcerado
tratado com veículo. Diferentemente as doses de 30 mg/kg e 100 mg/kg não
demonstraram ação gastroprotetora. A carbenoxolona (200 mg/ kg,v.o), controle
positivo do teste, reduziu as lesões 97% (Figura 08).
A administração intraperitoneal (i.p) do EHPW (3 mg/kg) reduziu as lesões em
66 % em relação ao grupo ulcerado tratado com veículo (15,41 ± 1,64) (Figura 9). A
fração diclorometano reduziu as lesões gástricas induzidas por etanol acidificado em
77% e a fração hexânica reduziu essas lesões em 79%. Contudo o tratamento com a
Vei AA 1 10 100 1000
0
20
40
60
80
100
EHPW (g/mL)
***
*** ***
DP
PH
(
M)
57
fração aquosa e acetato de etila não mostraram diferença significativa na área
lesada em relação ao veículo (18,98 ± 4,56) como demonstrado na figura 10.
Figura 8. Efeito do EHPW sobre úlcera aguda induzida por etanol.
Vei Cbn 30 100 3000
50
100
150
200
**
HEPW (mg/kg v.o)
Etanol
***Áre
a
da L
esão
(m
m2)
Veículo Carbanoxolona 200 mg/kg
P. willdenovii30 mg/kg
P. willdenovii 100 mg/kg
P. willdenovii 300 mg/kg
A
B
Etanol
Painel A:Os animais receberam veículo (Vei:H2O + Tween 80 0,1 mL/ kg), carbenoxolona (Cbn 200 mg/kg) e EHPW nas doses de 30, 100 e 300 mg/kg. Resultados expressos como a média ± E.P.M. (n = 5).**P< 0,01, ***P< 0,001 quando comparados ao grupo tratado com veículo e (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni). Painel B: Imagens representativas de estômagos dos diferentes grupos experimentais após indução de úlcera com etanol.
58
Figura 9. Efeito da administração intraperitoneal do EHPW sobre úlcera aguda induzida por etanol acidificado.
Vei Cbn EHPW0
5
10
15
20
25
*
*
Etanol 60%+ HCl 0,3M
Áre
a L
esad
a (
mm
²)A
B
Veículo Carbanoxolona 200 mg/kg
P. willdenovii 3 mg/kg
Etanol 60%+ HCl 0,3M
Painel A: Os animais receberam veículo (Vei:H2O + Tween 80 0,1 mL/ kg v.o), carbenoxolona (Cbn 200 mg/kg v.o) e EHPW (3 mg/kg, i.p). Resultados expressos como a média ± E.P.M. (n = 5).*P< 0,05, quando comparados ao grupo tratado com veículo e (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni).Painel B: Imagens representativas de estômagos dos diferentes grupos experimentais após indução de úlcera com etanol acidificado.
59
Figura 10. Efeito das frações de EHPW sobre úlcera aguda induzida por etanol acidificado.
Vei Cbn Fr H2O Fr AcOet Fr C6H14 Fr CH2Cl2
0
10
20
30
40
* **
Etanol 60% + HCl 0,3M
Áre
a
da L
esão
(m
m2)
A
B
Veículo Carbenoxolona 200 mg/kg
Fr H2O Fr AcOet
Fr C6H14 Fr CH2Cl2
Etanol 60% + HCl 0,3M
Painel A: Os animais receberam veículo (Vei: H2O + Tween 80 0,1 mL/ kg), carbenoxolona (Cbn: 200mg), fração aquosa (Fr H2O: 224,25 mg/kg), fração acetato de etila (FrAcOet: 59,25 mg/kg),
fração diclorometano (Fr CH₂Cl2: 11,5 mg/kg) e fração hexânica (Fr C₆H₁₄: 5,0 mg/kg). Resultados expressos como a média ± E.P.M. (n = 5).*P< 0,05: quando comparados ao grupo tratado com veículo e (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni). Painel B: Imagens representativas de estômagos dos diferentes grupos experimentais após indução de úlcera com etanol.
60
6.3.2 Efeito do EHPW em úlceras gástricas agudas induzidas por indometacina
A administração de indometacina foi capaz causar uma lesão de 1,20 ± 0,89
mm2 de área de estômago nos animais tratados com veículo. O tratamento oral com
HEPW na dose de 300 mg/kg, foi capaz de reduzir 75 % a área de lesão em relação
ao grupo ulcerado tratado com veículo. Da mesma forma, o grupo carbenoxolona
(200 mg/kg) também demonstrou uma redução da lesão em 62% quando comparado
ao grupo ulcerado tratado com veículo, conforme mostrado na figura 11.
61
Figura 11. Efeito do EHPW sobre úlcera aguda induzida por indometacina.
Vei Cbn EHPW0.0
0.5
1.0
1.5
****
Indometacina (80 mg/ kg v.o)
Are
a
da L
esão
(m
m2)
A
B
Indometacina 80 mg/kg
Carbenoxolona 200 mg/kg
P. willdenovii 300 mg/kg
Indometacina 80 mg/kg
Painel A: Os animais receberam veículo (Vei:H2O + Tween 80 0,1 mL/ kg), carbenoxolona (Cbn 200 mg/kg) e o EHPW (300 mg/kg). Resultados expressos como a média ± E.P.M. (n = 5).**P<0,01: quando comparados ao grupo tratado com veículo e (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni). Painel B: Imagens representativas de estômagos dos diferentes grupos experimentais após indução de úlcera com indometacina.
6.3.3 Avaliação da secreção gástrica.
Para avaliar os mecanismos envolvidos na gastroproteção observada nos
modelos clássicos descritos anteriormente (etanol, etanol acidificado e
indometacina), o modelo de ligadura pilórica foi utilizado a fim de verificar a ação
anti-secretora ácida gástrica do EHPW. Ademais, este experimento permite observar
62
se o extrato é absorvido e possui efeito sistêmico, uma vez que que a administração
do mesmo se faz pela via intraduodenal (LEMOS et al., 2011).
Como indicado na tabela 02, a administração do EHPW (300 mg/kg i.d), não
alterou o volume, a acidez total da secreção gástrica, o pH e nem a atividade péptica
secretada durante 4 h, quando comparados com o grupo veículo (7.92 ± 0.46 mL;
0.07 ± 0.00 Eq[H+]/mL; 1.63 ± 0,11 e 1,03 ± 0,09 µmol de tirosina/mL,
respectivamente). Como esperado, a administração de omeprazol (20 mg/kg, v.o.)
diminuiu o volume, a acidez total e a atividade péptica da secreção gástrica em
63,63 %, 90 % e 63 % respetivamente.
Paralelamente, o conteúdo do muco gástrico também foi avaliado. Contudo
tanto o tratamento com EHPW (300 mg/kg i.d) ou omeprazol (20 mg/kg v.o), não foi
capaz de aumentar os níveis de muco na mucosa gástrica quando comparados com
o grupo submetido a ligadura do piloro (172 ± 5,60 µg de Alcian Blue/g de tecido)
(Figura 12).
Tabela 2. Efeito da administração intraduodenal do EHPW em parâmetros da secreção ácida gástrica.
Os resultados foram expressos como média ± D.P. (n =5).**P< 0,01, *** P <0,001 quando comparado com o grupo veículo. (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni).
63
Figura 12. Efeito do EHPW sobre os níveis de muco gástrico após ligadura do piloro.
Vei Ome EHPW0
50
100
150
200
250M
uco
( g
de A
lcia
n B
lue/g
de t
ecid
o)
Os animais receberam veículo (Vei:H2O + Tween 80 0,1 mL/ kg i.d), omeprazol (Ome 20 mg/kg v.o) e o EHPW (300mg/kg i.d). Resultados expressos como a média ± E.P.M. (n = 5). (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni).
6.3.4 Participação do óxido nítrico sobre a gastroproteção desempenhada pelo
EHPW .
Conforme demonstrado na figura 13, os animais tratados com veículo
apresentaram úlceras gástricas em uma extensão de em média 26.62 ± 6.17 mm2 do
estômago. Como esperado, o tratamento com EHPW reduziu a área de lesão em 73
%. O grupo tratado com veículo e pré-tratado com L- NAME apresentou área de
lesão semelhante ao grupo tratado com veículo e pré-tratado com salina (p>0.05).
Contudo, o pré-tratamento com L-NAME aboliu o efeito gastroprotetor do EHPW,
evidenciado pelo aumento em 168,41 % da área de lesão nesses animais.
64
Figura 13. Influencia do NO sobre o efeito gastroprotetor do EHPW.
Vei EHPW Vei EHPW0
20
40
60
80
100
*
L-NAME (70mg/kg i.p)
Etanol 60% + HCl 0,3 M
Salina
*
###A
rea
da L
esão
(m
m2)
O grupo que não recebeu L-NAME foi tratado com veículo (salina 0,1 mL/ 100g) e EHPW (300 mg/ kg). Já o grupo tratado com L-NAME (70 mg/kg) recebeu o veículo (salina 0,1 mL/ 100g) e EHPW (300 mg/kg). Resultados expressos como a média ± E.P.M. (n = 5).*P< 0,05 quando comparados ao grupo tratado com veículo e (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni). ### P< 0,001, quando comparado com o EHPW sem L-NAME.
6.4 Efeito cicatrizante do EHPW no modelo de úlcera induzida por ácido
acético.
Neste experimento, o grupo ulcerado tratado com veículo apresentou área de
lesão de 127,9 ± 12,04 mm2 no estômago. O tratamento oral do EHPW na dose de
300 mg/kg reduziu esta área para 76,00 ± 9,5 mm2. Similarmente, o omeprazol que é
utilizado como controle positivo, reduziu a área de lesão para 65,50 ± 13,9 mm2
(Figura 14). Confirmando os dados da área de lesão, as análises microscópicas de
extensão da lesão gástrica nos animais tratados com omeprazol e EHPW
apresentaram aumento da margem da úlcera acompanhado pela redução da base
dessa lesão (Figura 15 E e F).
65
Figura 14. Efeito cicatrizante do EHPW em úlcera gástrica induzida por ácido acético 80%.
Vei Ome EHPW0
50
100
150
** *
Ácido acético 80%
Áre
a d
e L
esão
(m
m2)
Os animais receberam veículo (Vei: H2O + Tween 80 0,1 mL/ kg), omeprazol (Ome 20 mg/kg) e EHPW na dose de 300 mg/kg. Resultados expressos como a média ± E.P.M. (n = 5).*P< 0,05 e ** P< 0,01 quando comparados ao grupo tratado com veículo e (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni).
66
Figura 15. Análise macroscópica (A, B, C) e microscópica (D, E, F) das úlceras crônicas gástricas induzidas por ácido acético.
Os animais receberam veículo (Vei: H2O + Tween 80 0,1 mL/ kg; painel A e D), omeprazol (Ome 20 mg/kg; painel B e E) e EHPW (300 mg/kg; painel C e F). Setas indicam o sítio da lesão. m: margem da úlcera e b: base da úlcera (Aumento de 200 X).
6.4.1 Efeito do EHPW sobre os níveis de mucina
Nos animais ulcerados pela instilação de ácido acético na mucosa gástrica e
tratados com veículo, foi possível observar que os níveis de marcação para mucina
(glicoproteínas que compõem o muco) foram em média de 4,95 ± 0,47 pixels/campo.
(Figura 16 A). Nos animais que receberam o tratamento oral o EHPW (300 mg/kg)
houve um aumento na coloração de PAS para mucina em 206 %, (Figura 16 B e C)
67
Figura 16. Efeito da administração oral do EHPW na análise histoquímica para mucina (PAS).
Vei Ome EHPW0
5
10
15
20
***
Ácido acético 80%
Pix
els
/cam
po
(X
10
06)
Painel A: Os animais receberam veículo (Vei: H2O + Tween 80 0,1 mL/ kg), omeprazol (Ome 20 mg/kg) e EHPW na dose de 300 mg/kg. Resultados expressos como a média ± E.P.M. (n = 5).***P< 0,001 quando comparados ao grupo tratado com veículo e (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni). Painel B: Avaliação dos níveis de mucina pelo método histoquímico de PAS nas úlceras induzidas por ácido acético 80%. Os animais foram tratados com veículo (H2O + Tween 80 0,1 mL/ kg, A), omeprazol (20 mg/kg, B) e EHPW (300 mg/kg, C).
6.4.2 Efeito do EHPW sobre a atividade da MPO em estômagos de ratas após
indução de úlcera por ácido acético 80%.
Como demonstrado na figura 17, a instilação de ácido acético na mucosa
gástrica foi capaz de aumentar os níveis de atividade da MPO em 294,64%, quando
A
B
68
comparado ao grupo não ulcerado (Naive: 7.28 ± 1.33 m D.O./ mg de proteína). Por
outro lado, os tratamentos por via oral com EHPW (300 mg/kg) e omeprazol (20
mg/kg) foram capazes de reduzir esse aumento em 51,96% e 74,52%
respectivamente, em relação ao grupo ulcerado tratado com veículo (Vei: 28,73 ±
4,59 m D.O./ mg de proteína).
Figura 17. Atividade da administração oral do EHPW sobre a úlcera induzida por ácido acético 80% sobre os níveis de MPO.
Naive Vei Ome EHPW0
10
20
30
40
##
**
*
Ácido acético 80%
MP
O (
m D
.O/m
g p
rote
ína)
Os animais receberam veículo (Vei: H2O + Tween 80 0,1 mL/ kg), o grupo Naive não recebeu tratamento, e EHPW na dose de 300 mg/kg. Resultados expressos como a média ± E.P.M. (n = 5).##P< 0,01 quando comparados ao grupo não ulcerado (Naive). *P<0,05, ** P<0,01 quando comparado os grupo ulcerado tratado com veículo (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni).
6.4.3 Avaliação do efeito do EHPW sobre os níveis de GSH em estômagos de
ratas após indução de úlcera por ácido acético 80%.
No intuito de saber se a manutenção dos níveis de GSH está envolvido na
ação cicatrizante gástrica do EHPW (300 mg/kg), os níveis de GSH foram avaliados
em amostras de estômagos previamente ulcerados com ácido acético 80 %. A figura
18 mostra que o nível de GSH no estômago de animais ulcerados tratados com
veículo diminuiu em 35,25 %, quando comparado ao grupo não ulcerado (Naive:
69
474,50 ± 42,08 µg de GSH/g de tecido). O tratamento com EHPW ou omeprazol não
foi capaz de manter os níveis de GSH próximos aos níveis encontrados nos animais
não ulcerados.
Figura 18. Avaliação da administração oral do EHPW sobre a úlcera induzida por ácido acético 80% sobre os níveis de GSH.
Naive Vei Ome EHPW0
200
400
600
##
Ácido acético 80%
###
GS
H (
g/g
tecid
o)
Os animais receberam veículo (Vei: H2O + Tween 80 0,1 mL/ kg), o grupo Naive não recebeu tratamento,e EHPW na dose de 300 mg/kg. Resultados expressos como a média ± E.P.M. (n = 5).#P< 0,5 ;##P< 0,01 quando comparados ao grupo não ulcerado (Naive) (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni).
6.4.4 Efeito do EPWH sobre a atividade da enzima SOD em estômagos de ratas
após indução de úlcera por ácido acético 80%.
Como demonstrado na figura 19, os níveis da atividade da enzima SOD foram
diminuídos para 69,93 % no grupo ulcerado tratado com veículo, quando comparado
com o grupo não ulcerado (Naive: 651,30 ± 122,70 U SOD/ mg de proteína).
Confirmando o efeito antioxidante do extrato, os níveis dessa enzima no grupo
tratado com o EHPW foram semelhantes (p>0.05) aos níveis encontrados no grupo
não ulcerado e aumentados em até 100 % em relação ao grupo ulcerado tratado
70
com veículo. Os animais ulcerados tratados com omeprazol apresentaram níveis de
atividade da enzima SOD com média de 392,0 ± 97,76 U SOD/ mg de proteína.
Figura 19. Avaliação da administração oral do EHPW sobre a úlcera induzida por ácido acético 80% sobe a enzima SOD.
Naive Vei Ome EHPW0
200
400
600
800
1000
Ácido acético 80%
*
##
U S
OD
/mg
pro
teín
a
Os animais receberam veículo (Vei: H2O + Tween 80 0,1 mL/ kg), o grupo Naive não recebeu tratamento, omeprazol (Ome: 20 mg/kg) e EHPW na dose de 300 mg/kg. Resultados expressos como a média ± E.P.M. (n = 5). ##P< 0,01 quando comparados ao grupo não ulcerado (Naive). *P<0,05,quando comparado os grupo ulcerado tratado com veículo (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni).
6.4.5 Efeito do EHPW sobre a atividade da enzima CAT em estômagos de ratas
após indução de úlcera por ácido acético 80%.
O grupo ulcerado tratado com veículo apresentou a atividade da enzima CAT
igual a 258.4 ± 85.96 µmol de H2O2 consumido/min/g de tecido, o que representa
uma diminuição de 91% na atividade dessa enzima (Naive; 3100 ± 85.96 µmol de
H2O2 consumido/min/g de tecido). De forma não esperada, o tratamento com extrato
ou com omeprazol não foi capaz de reverter a diminuição da atividade da CAT nos
tecidos ulcerados, quando comparado ao grupo ulcerado tratado com veículo
(p>0.05) conforme figura 20.
71
Figura 20. Avaliação da administração oral do EHPW sobre a úlcera induzida por ácido acético 80% sobe a enzima CAT.
Naive Vei Ome EHPW0
1000
2000
3000
4000
###
Ácido acético 80%
### ###
µm
ol d
e H
2O
2 c
on
su
mid
o/m
in/g
tecid
o.
Os animais receberam veículo (Vei: H2O + Tween 80 0,1 mL/ kg), o grupo Naive não recebeu tratamento, omeprazol (Ome: 20 mg/kg) e EHPW na dose de 300 mg/kg. Resultados expressos como a média ± E.P.M. (n = 5). ).###P< 0,001 quando comparados ao grupo não ulcerado (Naive). (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni).
6.4.6 Avaliação do efeito do EHPW sobre o esvaziamento e motilidade
gastrointestinal.
Como indicado na tabela 3, a administração do EHPW (3, 30 e 300 mg/kg
v.o), não alterou o esvaziamento gástrico e o transito intestinal, quando comparados
com o grupo veículo (61,06 ± 6,24 % e 65,62 ± 3,96 % respectivamente). A atropina
(antagonista muscarínico) promoveu uma redução significativa em relação ao grupo
tratado com veículo e EHPW nas diferentes doses (P<0,001).
72
Tabela 3. Efeito da administração oral do EHPW em diferentes doses.
Administração oral do EHPW sobre a taxa de esvaziamento gástrico. Os animais foram tratados com veículo (0.1mL/100g), atropina (3 mg/kg, s.c) e EHPW (3, 30, 300 mg/kg).n.d: não detectado. *** p <0,01 (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni).
6.4.7 Efeito do Tratamento por sete dias com EHPW sobre os parâmetros
toxicológicos.
O tratamento dos animais com EHPW 300 mg (v.o), duas vezes ao dia
durante sete dias, não alterou significativamente o peso dos órgão quando
comparamos com o grupo tratado com veículo (H2O + Tween 80 0,1mg/kg),
conforme mostra a tabela 04.
73
Tabela 4. Efeito da administração oral do EHPW no peso relativo dos órgãos na úlcera gástrica induzida por ácido acético 80% em ratas após sete dias de tratamento.
Resultados expressos como a média ± E.P.M. (n = 5). A comparação entre grupo tratado com veículo: H2O + Tween 80 0,1 mL/ kg; Omeprazol: 20 mg/kg e EHPW 300mg/kg (ANOVA de uma via seguida pelo teste de Bonferroni.
74
75
7 DISCUSSÃO
As plantas medicinais são empregadas no tratamento de várias patologias
sendo que algumas delas são utilizadas no tratamento de úlceras gástricas como é o
caso da Persea willdenovii Kosterm (MAZZA et al., 2000). A úlcera gástrica foi uma
das doenças mais comum no século XX, dados mostram que sua incidência é de
cerca de 13,6 milhões de pessoas por ano. Porém com o avanço nas pesquisas,
conseguiu-se elucidar melhor a sua fisiopatologia e melhorar o seu tratamento. Nos
dias atuais, as estratégias terapêuticas são fundamentadas no uso de fármacos anti-
secretores, tais como os IBPs (omeprazol, esomeprazol, por exemplo) e os
antagonistas dos receptores histaminérgicos do tipo 2 (cimetidina e ranitidina, por
exemplo) (DAVIDE, 2009).
Apesar da eficácia, o tratamento convencional baseado na supressão ácida
pode, em longo prazo, causar tolerância e outros efeitos adversos. Kangwan (2014)
aponta que a supressão ácida pode não ser suficiente para uma cicatrização
gástrica completa, podendo ocorrer reincidência da úlcera no decorrer da vida do
paciente e, por conta disso, prolongar a terapia com os fármacos antisecretores
(KANGWAN, 2014; TANG; CHAN, 2012). Com a necessidade da manutenção em
longo prazo da terapia com antisecretores, os efeitos colaterais desses fármacos em
decorrência da supressão ácida gástrica prolongada aparecem e são motivo de
questionamentos e preocupações da terapia antiúlcera vigente. Entre os efeitos
colaterais associados à supressão ácida prolongada estão os relacionados com o
desenvolvimento da acloridriase e uma menor absorção de vitamina B12 e cálcio
(JAIN, 2007). Neste contexto, novas terapias eficazes e mais seguras são desejadas
e produtos de origem natural são promissores para o desenvolvimento dessas
alternativas. (GARCIA-RODRIGUEZ; RUIGOMEZ, 2007).
Dentre os produtos naturais utilizados pela população da região Sul do Brasil
para o tratamento de desordens gástricas está o chá das cascas da Persea
willdenoviiI Kostern (MAZZA et al., 2000). Por tal motivo, este estudo avaliou a
atividade gastroprotetora e cicatrizante gástrica das cascas dessa planta. O modelo
de úlcera gástrica aguda induzida pela administração oral de etanol é classicamente
utilizado para a pesquisa de substâncias com potencial gastroprotetor. O efeito
ulcerogênico do etanol é relacionado à sua capacidade de causar lesões
hemorrágicas na mucosa gástrica através de um processo necrótico (HIRUMA-LIMA,
76
2000). Além disso, devido a sua propriedade físico-química, o etanol rompe a
barreira de muco e bicarbonato, causando danos celulares e um desequilíbrio na
homeostase gástrica, aumentando a formação de EROs e alterando a
microcirculação gástrica provendo danos à mucosa (REPETTO; LLESUY, 2002;
MADALOSSO, 2011; ROZZA, 2012; SZABO, 1981; KALIA, 2000). De fato, no
presente estudo tanto a administração de etanol em ratos, como a administração de
uma solução etanólica acidificada com ácido clorídrico em camundongos, foi capaz
de ulcerar a mucosa gástrica. Comprovando o efeito gastroprotetor de Persea
willdenovii, observou-se nestes modelos que o EHPW, na dose de 300 mg/kg
administrado por via oral ou 3 mg/kg por via intraperitoneal, promove uma diminuição
na área lesada do estômago. Similarmente, Cosmo e colaboradores (2007) e
Owoyele e colaboradores (2010) avaliaram a atividade gastroproterora do extrato
hidroalcoólico das cascas de Persea major Kopp e do extrato aquoso das folhas de
Persea americana Mill e também constataram que ambas as espécies possuem
efeito gastroprotetor na ulceração induzida por etanol quando administradas por via
oral (COSMO 2007; OWOYELE 2010). Vale ressaltar que como o EHPW também
promove gastroproteção quando administrado por via intraperitoneal podemos inferir
que os efeitos promovidos pelo extrato são devido a uma ação sistêmica e não
somente a uma ação local (tópica) na mucosa gástrica.
No presente estudo, as frações obtidas do EHPW através da extração
sucessiva com solventes de polaridades diferentes também foram testadas no
modelo de úlcera induzida por etanol acidificado, sendo suas doses calculadas a
partir dos rendimentos de cada fração em relação ao EHPW e a mínima dose efetiva
do extrato. Neste experimento, somente as frações obtidas com diclorometano e
hexano reduziram a área de lesão causada pelo etanol. Sabe-se que em geral nas
frações diclorometano e hexano estão retidos em maior concentração compostos
apolares como, por exemplo, os terpenos que possuem ação gastroprotetora já
descrita por Kwiecién et al. (2004). Contudo, a participação desses compostos nos
efeitos observados ainda precisa ser comprovada.
Com relação à fitoquimica realizada até o momento, observou-se uma maior
concentração de fenóis totais no EHPW e na fração solúvel em acetato de etila.
Sieben (2012) observou uma concentração elevada de fenóis totais no extrato
hidroalcoólico das cascas de Persea major Kopp, onde a fração acetato de etila foi
identificada como rica em taninos e aminogrupos. Como descrito por Alanko (1999),
77
os compóstos fenólicos, grupo químico presente no extrato e na fração, podem
estimular a formação de PGE2, que esta relacionada com vários mecanismos de
gastroproteção. Entretanto, como a fração rica em fenóis totais (FrAcOet) não
desempenhou atividade gastroprotetora, é provável que o efeito desses compostos
não possa estar associado, pelo menos diretamente, com a atividade
gastroprotetora desempenhada pelo EHPW.
Considerando os resultados no modelo de úlcera induzida por etanol ou
etanol acidificado, o EHPW também foi testado no modelo de lesão gástrica induzido
por indometacina. A indometacina é um antiinflamatório não esteroidal (AINE), uma
classe de medicamentos comumente utilizada na clínica para doenças inflamatórias
e condições dolorosas (ROBBINS, 2013). Os efeitos terapêuticos dos AINEs são
mediados pela inibição da isoforma do tipo 2 da enzima cicloxigenase (COX-2), que
está envolvida diretamente na patogênese da dor, febre e inflamação (ROBBINS,
2013). Porém, a inibição da isoforma do tipo 1 da COX (COX-1) causada pela
administração de AINEs não seletivos, como a indometacina, promove a redução
dos níveis de PGE2 e consequentemente os níveis de muco aderido à mucosa
gástrica, um importante fator de proteção da mucosa, também são reduzidos.
Devido a esse fato, o uso prolongado desses fármacos está associado ao
surgimento de lesões gástricas ou ao agravamento de lesões já existentes (JONES
et al., 1999; HALTER 2001). Experimentalmente, a indometacina, em uma dose
adequada, também é uma ferramenta para estudos de substâncias com atividade
antiúlcera.
Comprovando mais uma vez o efeito gastroprotetor, os resultados deste
experimento demonstraram que o EHPW também apresenta efeito protetor contra a
ação ulcerogênica da indometacina em ratos. Esses resultados corroboram com o
estudo de Owoyele (2010), o qual também demonstrou que o extrato aquoso das
folhas da Persea americana Mill promoveu atividade gasproproterora contra
indometacina. Porém, contrastando com nossos resultados, Cosmo (2007) não
observou gastroproteção desempenhada pelo extrato hidroalcoólico das cascas de
P. major Kopp neste modelo. As diferenças entre os estudos podem ser explicadas
pela variabilidade fitoquímica entre os extratos, apesar de serem obtidos por
espécies do mesmo gênero.
Os efeitos colaterais dos AINEs não seletivos são classicamente atribuídos à
sua capacidade de inibição da COX-1 e como consequência uma diminuição da
78
síntese das PGs, que são responsáveis pela modulação de vários componentes
envolvidos na defesa da mucosa gástrica (KONTUREK, 2005). Deste modo, perante
os resultados obtidos, é possível que um dos mecanismos envolvidos na
gastroproteção exercida pelo EHPW poderia estar relacionado à síntese ou a
disponibilidade de PGs na mucosa gástrica, porém, experimentos são necessários
para confirmar tal hipótese.
Conforme Gill (2011), a secreção ácida compõe um dos fatores agressores da
mucosa gástrica, e em conjunto com a pepsina colabora para o desenvolvimento de
lesões gástricas. Por este motivo, os medicamentos mais comumente utilizados nos
dias atuais para o tratamento de úlceras são os fármacos antisecretores (GILL,
2011). Diante disso, considerou-se pertinente avaliar o efeito antisecretor do EHPW
e com esse propósito o experimento de ligadura pilórica foi realizado. Como descrito
nos resultados, o EHPW não foi capaz de alterar o volume e nem a acidez da
secreção gástrica quando administrado por via intraduodenal em animais
submetidos ao modelo de ligadura do piloro. Assim, pode-se inferir a ausência de
atividade antisecretora ácida gástrica no efeito gastroprotetor demonstrado pelo
EHPW e que outros mecanismos, provavelmente associados ao fortalecimento de
fatores defensores da mucosa, participem desse efeito. De forma similar, Cosmo e
colaboradores (2007) avaliaram o potencial gastroprotetor da espécie Persea major
Kopp e também descreveram que o extrato hidroalcoólico das cascas não altera os
parâmetros mensurados de secreção ácida gástrica.
Apesar de constituir um fator agressor, a acidez gástrica é de extrema
importância no processo de digestão (HUANG; HUNT, 1996). Sabe-se que em
ambiente ácido, as células principais secretam pepsinogênio que é catalisado para a
sua forma ativa, a pepsina, que através da sua ação proteolítica participa ativamente
da digestão de proteínas (RAUFMAN, 1996). Assim, como a hipersecreção ácida, o
aumento da atividade da pepsina também constitui um importante fator agressivo da
mucosa (TARNAWSKI, 2005). Entretanto, em nossos experimentos somente a
administração de omeprazol reduziu a atividade péptica do conteúdo gástrico, o que
atesta mais uma vez a ausência de efeitos antisecretores no potencial gastroprotetor
das cascas de P. willdenovii Korstern.
A redução da secreção ácida e o aumento dos níveis plasmáticos de gastrina
são verificados durante a supressão ácida promovida por drogas antisecretoras
como os IBPs (ANDRIULLI et al., 1991). Este fenômeno está associado com a
79
hiperplasia de células parietais observadas com o uso prolongado de IBPs
(HASHIMOTO et al., 2007; QVIGSTAD et al., 1998; STOLTE et al., 1992;
KARASAWA et al., 1988). A hipergastrinemia persistente ocasionada pela terapia
prolongada com estes fármacos pode promover várias alterações histológicas,
incluindo o aparecimento de pólipos na mucosa gástrica (STOLTE et al., 1992;
KARASAWA et al., 1988) e mais tardiamente, o aparecimento de um processo
neoplásico (BRZOZOWSKI, 2003). Considerando que os efeitos gastroprotetores de
P. willdenovii não estão envolvidos com a inibição da secreção ácida gástrica, é
provável, mas ainda não provado, que a administração do extrato não esteja
associada ao aumento dos níveis séricos de gastrina e conseqüentemente aos
efeitos adversos associados a isso.
Em contrapartida aos fatores agressores, a mucosa gástrica dispõe de fatores
protetores que contribuem para a homeostasia tissular. O muco gástrico é a primeira
barreira de defesa da mucosa contra a secreção ácida devido à formação de um gel
viscoso, elástico e aderente (LAINE, 2008). Essa camada de muco evita os danos
causados pelo contato das células epiteliais com o ácido clorídrico da luz estomacal
(MOJZIS; HEGEDUSOVA; MIROSSAY, 2000; NAM et al., 2005; WALLACE, 2007).
De forma curiosa, apesar do resultado obtido no modelo de úlcera induzida por
indometacina, o EHPW não alterou os níveis de muco aderido em animais
submetidos à ligadura pilórica, sendo assim é possível que mecanismos não
associados ao aumento do muco aderido através da ativação da via PGE2/COX-1
estejam envolvidos no efeito gastroprotetor do extrato.
Diante dos resultados obtidos, nos interessou verificar a participação do NO
no efeito gastroprotetor do EHPW. Os resultados demonstraram o envolvimento da
via do NO na atividade gastroprotetora do extrato, pois a pré-administração de L-
NAME um inibidor da enzima NOS, a qual catalisa a formação de NO, foi capaz de
abolir o efeito gastroprotetor do EHPW. O NO é formado a partir da L-arginina
através da enzima NOS, que pode ser de origem neuronal (nNOs ou NOS1),
induzida (iNOS ou NOS2) ou endotelial (eNOS ou NOS3) (WANG; MARDSEN, 1995).
É reportado na literatura que o NO participa diretamente na modulação da defesa na
mucosa gástrica, mediante a regulação do fluxo sanguíneo, pois age como
vasodilatador produzindo um aumento de fluxo sanguíneo, melhorando a irrigação e
impedindo a ação de agentes vasoconstritores como os leucotrienos, endotelina e
tromboxanos (LAPA et al., 2008; LEMOS et al., 2011; WALLACE; MILLER, 2000). O
80
efeito vasodilatador do NO é devido sua interação com guanilato ciclase, na via da
guanosina-3’,5’-monofosfato ciclico (GMPc) e diretamente sobre os canais de
potássio dependentes de cálcio, gerando hiperpolarização nas células endoteliais
dos vasos.
Devido aos efeitos encontrados nos modelos de agudos (etanol, etanol
acidificado, indometacina, ligadura de piloro e óxido nítrico), nos interessou
investigar os efeitos cicatrizantes gástricos do EHPW e com tal proposta o modelo
de úlcera induzida por ácido acético foi utilizado.
A úlcera induzida por ácido acético se desenvolve por meio de alterações
originadas por múltiplos fatores, entre eles: citocinas, alterações nos níveis de PGs,
e diversos fatores de crescimento, além de mudanças no padrão de aderência do
muco e alterações na microcirculação (KOBAYASHI et al., 2001), além de
reproduzirem com severidade e cronicidade as alterações encontradas nas úlceras
gástricas em humanos, inclusive o processo de cicatrização (TAKAGI; SAZIKI,
1969). Por tais características, o modelo de ulceração crônica através da instilação
de ácido acético 80 % na mucosa gástrica é utilizado no mundo todo para avaliação
do potencial cicatrizante gástrico de substâncias (OKABE; AMAGASE, 2005).
Histologicamente a úlcera gástrica obtida pela exposição da mucosa ao ácido
acético é composta de duas estruturas principais: a margem e a base da úlcera. A
margem, também é chamada de zona de cicatrização, e a base da úlcera é formada
por fibroblastos, macrófagos, células linfóides e células endoteliais (TARNAWSKI,
2005). Como descrito por Konturek (2005) a cicatrização dessa lesão é um processo
complexo e orquestrado para reconstrução da mucosa lesionada, onde envolve a
formação de tecido de granulação na base da úlcera, a proliferação celular na
margem da lesão para o restabelecimento da arquitetura glandular e a formação de
novos vasos (KONTUREK, 2005).
A respeito das úlceras crônicas induzidas por ácido acético, os resultados
deste estudo demonstraram uma diminuição da área ulcerada nos animais tratados
com EHPW, indicando assim que o extrato testado além da atividade gastroprotetora
em modelos agudos, também acelera a cicatrização de úlceras gástricas já
instaladas.
Existe uma relação muito estreita entre a inflamação e a cicatrização gástrica
(HARTET, 1998). Um dos fatores que ocorrem durante o processo inflamatório na
mucosa gástrica é a ativação de leucócitos, que causam um aumento no consumo
81
de O2 para a produção de ânions superóxidos, um radical livre precursor de várias
espécies reativas de oxigênio (HARTET, 1998). Conforme Hamaishi (2006), o
surgimento de radicais livres induzidos pelos neutrófilos, pode ser um fator crucial
para a formação de lesões gástricas (HAMAISHI, 2006). Estes compostos podem
provocar danos celulares, pois não possuem estabilidade, podendo se associar com
outras estruturas como lipídios da membrana, proteínas e DNA (HELLOU, 2012).
Sendo assim, a ativação e a infiltração de neutrófilos promove um desequílibrio no
balanço oxidativo e na microcirculação, contribuindo para o retardo da cicatrização
gástrica (BOU-ABBOUD et al., 1998).
A atividade da MPO é classicamente utilizada para a mensuração indireta da
infiltração de neutrófilos em diferentes tecidos, pois esta enzima está presente nos
grânulos azurófilos dos neutrófilos (NISHIDA, 1997; POTRICH, 2010). Como
observado em nossos resultados, a exposição da mucosa gástrica ao ácido acético
aumentou a atividade da MPO, comprovando a participação de um infiltrado
neutrofílico na gênese da lesão gástrica. Por outro lado, como o tratamento com o
EHPW promoveu uma diminuição na atividade da MPO no tecido ulcerado, é
possível inferir que a redução na infiltração neutrifílica durante a cicatrização gástrica
também contribui para os efeitos cicatrizantes gástricos do extrato. Por conseguinte,
também podemos indicar que a redução do dano oxidativo promovido pela formação
de EROS de origem neutrofílica também seja decorrente dos efeitos do tratamento
com o EHPW.
O ensaio de sequestro do radical DPPH é um método clássico para
investigação in vitro da atividade antioxidante de substâncias, originalmente sendo
sugerido em 1950 (BORGES, 2011). Considerando os resultados obtidos nesse
ensaio, podemos inferir que o EHPW é eficaz no sequestro de radicais livres. Assim
o tratamento com o EHPW é capaz de restaurar o equilíbrio redox tecidual tanto pela
redução da atividade da mieloperoxidase, como por uma atividade sequestradora de
radicais livres. Da mesma forma, Gorinstein (2010) que estudou o potencial
antioxidante da Persea americana, o abacate, também observou um potencial
antioxidante neste fruto. Além disso, Carpena - Rodrigues (2011) analisou o
potencial antioxidante de duas diferentes variedades da Persea americana, sendo
que o extrato acetônico e metanólico das cascas e sementes da varidade “Has”
demonstrou maior eficácia no sequestro de radicais livres DPPH.
82
Além da redução da atividade da MPO e consequentemente da migração de
neutrófilos e da atividade sequestradora de radicais livres, é possível que o
favorecimento do sistema antioxidante gástrico esteja envolvido nos efeitos
cicatrizantes do EHPW. O tripeptídeo GSH é encontrado em concentrações
elevadas na mucosa gástrica de ratos e de humanos (BODY et al., 1979), compondo
um importante mecanismo citoprotetor (CNUBBEN et al., 2001). O GSH atua
diretamente como um antioxidante potente e de maneira indireta como substrato
para várias outras enzimas antioxidantes, sendo elas: a glutationa S-transferase
(GST), glutationaperoxidase (GPx) e glutationaredutase (GR) (CNUBBEN et al.,
2001). De fato, em nossos experimentos foi demonstrado que após a exposição dos
estômagos ao ácido acético ocorre uma diminuição nos níveis de GSH na mucosa
gástrica, pressupondo que a ulceração da mucosa está associada com o declínio
das defesas antioxidantes. Contudo, apesar dos efeitos do EHPW discutidos até
aqui, o restabelecimento dos níveis basais de GSH não foi verificado nos animais
ulcerados por ácido acético e tratados com o EHPW
O prejuízo nos sistemas enzimáticos antioxidantes tem sido investigado
durante a patogênese da úlcera gástrica, como é o caso das enzimas SOD e CAT.
Em altas concentrações o ânion superóxido (O2-) pode ativar a enzima SOD, que por
sua vez, catalisa a dismutação deste radical em peróxido de hidrogênio (H2O2). A
molécula de H2O2 é então inativado pela CAT ou GPx, sendo degradada em água e
O2 (KWIECIEN et al. 2002).
Atestando a redução na atividade de enzimas antioxidantes, as mensurações
no sítio da úlcera induzida por ácido acético em animais tratados com veículo
comprovaram a redução nos níveis de atividade da SOD e CAT. Confirmando mais
uma vez o potencial antioxidante do EHPW, observou-se a participação do aumento
na atividade da enzima SOD durante o processo cicatricial gástrico em animais
tratados com o extrato. Contudo, os efeitos do extrato na atividade das enzimas
antioxidantes é pelo menos parcial, uma vez que os níveis de atividade da CAT não
foram aumentados após o tratamento com EHPW. Embora não esperado, esse
resultado pode ser explicado através da possibilidade de o extrato aumentar a
atividade da GPx, uma vez que esta enzima também pode catalisar a degradação da
H2O2, através da oxidação do GSH em GSSG (REED et al., 1984). Da mesma
forma, é provável, mas também ainda não provado que esta hipótese possa explicar
83
a redução dos níveis de GSH na mucosa gástrica dos animais ulcerados tratados
com o EHPW.
O muco gástrico é importante durante o processo de cicatrização, pois efetua
a proteção das células da mucosa gástrica (LAINE, 2008), o efeito do EHPW sobre
os níveis de mucina em úlceras crônicas induzidas por ácido acético 80% também
foi mensurado pelo método histoquímico de PAS. Nessa técnica, o ácido periódico
oxida seletivamente os resíduos de glicose, produzindo aldeídos que reagem com o
reagente de Schiff e confere uma cor final púrpura-magenta, revelando a presença
de macromoléculas de carboidratos como glicoproteínas, glicogênio e
proteoglicanos, tipicamente encontrados no muco. No presente estudo, a exposição
da mucosa gástrica ao ácido acético 80% reduziu os níveis de mucina e o
tratamento com o EHPW restaurou esses níveis. Interessantemente, como descrito
anteriormente, no modelo de mensuração de muco gástrico durante a ligadura
pilórica, observou-se que o EHPW não protegeu a mucosa, porém no modelo ulcera
crônica foi verificado que os níveis de mucina foram preservados durante a
cicatrização gástrica mediada pelo EHPW. As diferenças entre os resultados obtidos
podem ser explicadas pela duração do tratamento, sendo que no modelo de úlcera
induzida por ácido acético os animais foram tratados sete dias enquanto que na
ligadura foi administrado apenas um tratamento.
Em paralelo, nos interessou avaliar se o EHPW exerceria efeito sobre o
esvaziamento gástrico e/ou trânsito intestinal. Entretanto, os resultados demonstram
que em todas as doses testadas, o EHPW não altera o trânsito intestinal ou o
esvaziamento gástrico. O esvaziamento gástrico tem seu início com a acomodação
do bolo alimentar na porção do estômago proximal, que quando estimulada
responde a distensão muscular permitindo que o conteúdo gástrico flua pelo
estômago distal e alcance o duodeno (ROSTAS et al., 2011). A ACh é um dos
reguladores da motilidade, atuando através dos receptores muscarínicos M1 e M3
(HANSEN, 2003), por tal motivo nestes experimentos a atropina (um antagonista
muscarínico), foi utilizada como controle positivo. Diante dos resultados obtidos
descartamos qualquer efeito prócinético do EHPW. Contudo, Potrich (2014)
descreveu o efeito procinético de um extrato hidroalcoólico das cascas de Persea
major.
Diante do uso popular do chá das cascas de Persea willdenovii Korstern e de
uma literatura escassa sobre sua toxicidade, investigou-se sinais de toxicidade
84
durante o tratamento de sete dias com o EHPW no experimento de úlcera crônica.
Com base na RDC 48/04, os produtos datados como fitoterápicos, devem como os
demais garantir sua segurança e seus efeitos terapêuticos. Desta maneira é
importante ressaltar que a exposição dos animais ao EHPW durante sete dias não
produziu sinais de toxicidade ou alterações na massa tecidual dos órgãos
analisados. Contudo, para a completa afirmação de ausência de efeitos tóxicos ou
não, é necessária a realização de estudos com doses maiores e com um período
prolongado de tratamento.
85
8 CONCLUSÃO
Os resultados do presente estudo demonstraram que:
1. A análise fitoquímica preliminar no EHPW nos possibilitou observar a
presença de compostos fenólicos, porém seu efeito gastroprotetor não
está associado à ação destes compostos.
2. O EHPW possui atividade sequestradora de radicais livres.
3. O EHPW e as frações diclorometano e hexânica apresentam efeito
gastroprotetor em diferentes modelos de úlcera gástrica aguda.
4. Embora o tratamento vigente para as úlceras gástricas seja realizado
através de fármacos antisecretores, o EHPW não apresenta qualquer
atividade antisecretora.
5. A atividade gastroprotetora do EHPW mediante administração de L-NAME
é abolida, o que sugere a participação de vias relacionadas ao óxido
nítrico neste efeito.
6. O efeito do EHPW sobre a cicatrização gástrica é mediado pelo aumento
nos níveis de mucina, pela redução da infiltração neutrofílica (medida em
temos de atividade da enzima MPO) e pelo favorecimento das defesas
antioxidantes gástricas.
Em conjunto os resultados nos permitem concluir que o EHPW possui efeito
gastroprotetor e cicatrizante gástrico, além de diminuir a ação de radicais livres
favorecendo as defesas antioxidantes, além disso, supõe-se que o mecanismo de
gastroproteção está relacionado à via do óxido nítrico. Contudo, mais estudos são
necessários para a continuidade da elucidação de mecanismos envolvidos na
atividade gastroprotetora e cicatrizante gástrica das cascas de Persea wiildenovii
Korsterm e para a identificação de compostos envolvidos nos efeitos observados.
86
87
REFERÊNCIAS
AEBI, H.Catalase. Methods Enzymol, v.105, 1984. AGRA, Maria de Fátima; SILVA, Kiriaki Nurit; BASÍLIO, Ionaldo José Lima Diniz; FREITAS, de P. F.; FILHO, J. M. B -. Survey of medicinal plants used in the region Northeast of Brazil. Brazilian Journal Of Pharmacognosy, João Pessoa-PB., v. 18, 2008. ALANKO, J.; RIUTTA, A.; HOLM, P.; MUCHA, I.; VAPAATALO, H.; METSAKETELA, T. Modulation of arachidonic acid metabolismo by phenols: Relation to their structure na antioxidante/pro-oxidadant properties. Free Radic. Biol. Med. v.26, n. 1-2, p. 193-201, 1999. ALKOFAHI, A.; ATTA, A. H. Pharmacological screening of the anti-ulcer effects of some Jordanian medicinal plants in rats. Journal of Ethnopharmacology, v. 67, n.2, 1999. ANDRIULLI, A.; MANGIA, A.; LAWSON, F. Antisecretory drugs, hypergastrinemia and hyperplasia of enterochromaffin-like cells (ECL). Minerva Gastroenterol Dietol., v. 37, n. 3, p. 135-140, 1991. ANSON, M.L. The estimation of pepsin, trypsin, papain, and cathepsin with hemoglobin. J Gen Physiol. v. 22, n.1, p. 79-89, 1938. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC 14 de 31 de março de 2010. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos. AMOROZO, M.C.M.; GÉLY, A. Uso de plantas medicinais por caboclos do Baixo Amazonas, Barcarena.PA, Brasil. Boletim Museu Paraense Emílio Goeldi, v.4, n.1, p.47- 131, 1988. ARAKAWA, T.; WATANABE, T.; TANIGAWA, T.; TOMINAGA, K.; FUJIWARA, Y.; MORIMOTO, K. Quality of ulcer healing in gastrointestinal tract: its pathophysiology and clinical relevance. World Jornal Gastroenterol. v.18, n 35, p. 4811-4822,2012. ARNOLD, M.; KARIM-KOS, H. E.; COEBERGH, J. W.; BYRNES, G.; ANTILLA, A; FERLAY, J.; RENEHAN, A.G.; FORMAN, D. Recent trends in incidence of five common cancers in 26 European countries since 1988: Analysis of the European Cancer Observatory. European Jornal Of Cancer, 10 out. 2013. Disponível em: <http://www.ejcancer.com/article/S0959-8049(13)00842-3/fulltext>. Acesso em: 26 ago. 2014. ARNOUS, A., MAKRIS, D.P., KEFALAS, P. Effect of principal polyphenolic components in relation to antioxidant characteristics of aged red wines. J. Agric. Food Chem, 2001.
88
ARRIETA, J.; BENITEZ, J.; FLORES, E.; CASTILHO, C.; NAVARRETE, A. Purification of gastroprotective triterpenoids from stem bark of Amphipterygium adstringens; roles of prostaglandins, sulphidryls, nitric oxide and capsaicin neurons. Planta Medica, v. 69, 2003. ASOKKUMAR, K.; SAIKAT, S.; UMAMAHESWARI, A.T.M.;SIVASHANMUGAM, V. Synergistic effect of the combination of gallic acid and famotidine in protection of rat gastric mucosa. Pharmacological Reports., v.66, 2014. ATAY, S.; TARNAWSKI, A. S.; DUBOIS, A. Eicosanoids and the stomach. Prostaglandins Other Lipids Mediat, 2000.
BAGCHI, Debasis; CARRYL, Owen R.; TRAN, Minh X.. Protection Against Chemically-Induced Oxidative Gastrointestinal Tissue Injury in Rats by Bismuth Salts. Digestive Diseases And Sciences, v. 42, p.1890-1900, 1997. BAITELLO, J. B. Persea.In: WANDERLEY, M. das G. L.; SHEPHERD, G. J.; GIULIETTI, A. M.; MELHEM, T. S. (Ed.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP: RiMa, 2003. v. 3, p. 208- 213. BALDAUF, C.; KUBO, R.R. ; SILVA, F.; IRGANG, B.E. “Ferveu, queimou o ser da erva”: conhecimentos de especialistas locais sobre plantas medicinais na região Sul do Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. v.11, n.3,p. 282-291., 2009. BATISTA, A. N. L. de; JUNIOR, J. M. B.; LÓPEZ, S. N.; FURLAN, M.; CAVALHEIRO, A. J.; SILVA, D. H. S.; BOLZANI, V. S. da. Aromatic compounds from three brazilian lauraceae species. Quím. Nova, São Paulo, v. 33, n. 3, p. 321-323, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422010000200017&script=sci_arttext>. Acesso em: 04 de Jul.2013. BARKUM, A.; LEONTIADIS, G. Systematic review of the symptom burden, quality of life impairment and costs associatec with peptic ulcer disease. Am. I. Med., v 123, 2010. BARRET, K. E.. Fisiologia Gastrintestinal. 2. ed. Porto Alegre: Amgh, 2015. 321 p. BERNER,R.M.; LEVY,M.N.; KOEPPEN, B.M.; STANTION,B.A. Fisiologia. 5ed. Rio de Janeiro: Elsevier,2004. BERTE, P. E. ; LOPES, J. S. ; COMANDULLI, N. G. ; RANGEL, D. W. ; Monache, F.D. ; CECHINEL-FILHO, V. ; NIERO, R. ; ANDRADE, S. F. . Evaluation of the gastroprotective activity of the extracts, fractions, and pure compounds obtained from aerial parts of Rubus imperialis in different experimental models. Naunyn-Schmiedeberg's Archives of Pharmacology, v. 387, p. 313-319, 2014. BERSTAD, A.E.; BERSTAD, K.; BERSTAD, A. PH-activated phospholipase A2: an important mucosal barrier breaker in peptic ulcer disease. Scand J Gastroenterol., v. 37, n.6, p.738-742, 2002.
89
BITZIOV, E.; PATEL, B.A Simultaneous detection of gastric acid and histamine release to unrave the regulation of acid secretion from the guinea pig stomach.An. J. Phyniol. Gastrointest. live Physiol., v. 303,2012. BODY, S.C.; SASAME, H.A.; BODY, M.R. High concentrations of glutathione in glandular stomach: possible implications for carcinogenesis. Science., v. 205, n. 4410, p.1010-1012, 1979. BORGES, L. L.; LÚCIO, T. C.; GIL, E. de S.;BARBOSA, E.F.;. UMA ABORDAGEM SOBRE MÉTODOS ANALÍTICOS PARA DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM PRODUTOS NATURAIS. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 7, p.1-20, 2011. Disponível em: <http://www.conhecer.org.br/enciclop/2011a/saude/uma abordagem.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2015. BIOATIVAS (Minas Gerais) (Org.). RELATÓRIO FINAL: RESULTADOS: Lista Vermelha da Flora de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2007. 69 p. Disponível em: <http://www.biodiversitas.org.br/listas-mg/relatoriolistasmg_vol2.pdf>. Acesso em: 23 maio 2015. BONATO, D. G. Caracterização da atividade gastroprotetora e cicatrizante gástrica da Camelia sinensis (L.) Kuntze em ratas. 101 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Farmacologia, Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014. BOU-ABBOUD, C. F.; WAYLAND, H.; PANLSEN, G. e GUTH, P. H. Microcirculatory stasis precedes tissue necrosis in ethanol-induced gastric mucosal injury in rat. Dig. Dis. Sci., v. 33, n. 7, p. 872-877, 1988. BLATCHFORD, O.; DAVIDSON, L.A.; MURRAY, W.R.; BLATCHFORD,M.; PELL, J. Acute upper gastrointestinal haemorrhage in west of Scotland: case ascertainment study. BMJ. v. 315, 1997. BLOIS, M.S. Antioxidant Determinations by the Use of a Stable Free Radical. Nature, v. 181,1958. BRASIL. Decreto No 5.813, de 22 de Junho de 2006. Que aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/decreto/D5813.htm>. Acesso em: 28 nov. 2013. BRASIL. Lei nº 11.794, de 8 de janeiro de 2008. Lei Nº 11.794,. Brasilia, Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11794.htm>. Acesso em: 10 jul. 2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) n° 48, de 16 de março de 2004. Dispõe sobre o registro de medicamento fitoterápico. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 18 mar. 2004. Disponível em:< http://www.cpqba.unicamp.br/plmed/docs/Resolucao%20RDC%2048%20de%2016032004.PDF >. Acesso em: 16.jun.2015.
90
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais: Rename. 8ª ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. RENISUS - Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Espécies vegetais. DAF/SCTIE/MS - RENISUS - fev/2009. Disponível em: < http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/211037/mod_resource/content/1/RENISUS%20lista.pdf>. Acesso: em 24 maio 2015. BRUNTON, L.L.; LAZO, J.S.; PARKER, K.L. Goodman & Gilman´s the pharmacological basis of therapeutics. 11ª Edição. United States of America: Mc Graw-Hill Companies, Inc., 2006 BRZOZOWSKI, T. Experimental production of peptic ulcer gastric damage and cancer models and their use in pathophysiological studies and pharmacological treatment. Journal of Physiology and Pharmacology, v. 54, n. 3, 2003. CALDER, M. D.; CAVENEY, A. N.; WESTHUSIAN, M. E.; WATSON, A. J. Cyclooxygenase-2 and prostaglandina E2 (PGE2) receptor Messenger RNAs are affected by bovine oocute maturation time and cumulus-oocyte complex quality, and PGE2 induces moderate expansion of the bovine cumulus in vitro. Bio Reprod. v.65, n.1, p. 135-140, 2001. CALIXTO, J.B. Efficacy, safety, quality control, marketing and regulatory guidelines for herbal medicines (phytotherapeutic agents). Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v.33, n.2, p.179-189, 2000. CALIXTO, J.B. Estudo farmacológico pré-clínico de plantas medicinais. In: CALIXTO, J. B. e YNUNES, R. A. Plantas medicinais sob a ótica da química medicinal moderna. Santa Catarina: Argos, 2001. CARPENA - RODRIGUE-, GERMÁN-JAVIER; MORCUENDE, D.; ANDRADE, María-jesus; Kylli, P.; Estévez, M.. Avocado (Persea americana Mill.) Phenolics, In Vitro Antioxidant and Antimicrobial Activities, and Inhibition of Lipid and Protein Oxidation in Porcine Patties. Journal Of Agricultural And Food Chemistry, [s.l.], v. 59, n. 10, p.5625-5635, 25 maio 2011. American Chemical Society (ACS). CARVALHO, A. C. B.; BALBINO, E. E.; MACIEL, A.; , PERFEITO,J. P. S. Situação do registro de medicamentos fi toterápicos no Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, São Paulo, p.314-319, 2008. CARVALHO, A., S., T.,. Úlcera péptica.Jornal de Pediatria, v. 76,2000. CARVALHO, J. C. T. Fitoterápicos anti-inflamatórios: aspectos quimicos, farmacologicos e aplicacoes terapeuticas. Ribeirao Preto: Tecmedd, 2004.
91
CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2006. v. 2, 627 p. CELLEK, S.; FOXWELL, N.A. Moncada S.Two phases of nitrergic neuropathy in streptozotocin-induced diabetic rats. Diabetes. , v. 52, n.9, p.2353-2362, 2003. CESTARI, Silvia Helena. Avaliação dos efeitos de Baccharis dracunculifolia DC na prevenção e tratamento de colite induzida por ácido trinitrobenzenosulfônico em ratos. 2008. 107 f. Dissertação (Mestrado) - Departamento de Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP, 2008. COSMO, S.A; MAYER, B.; FREITAS, C. S.; BAGGIO, C. H.; MARQUES, M. C. A. Gastroprotective effect of hydroalcoholic extract from barks of Persea major Kopp (Lauraceae) in rats. Revista Brasileira de Farmacognosia, Curitiba, v. 4, n. 17, p.533-537, Out/Dez 2007. COSTANZO, Linda S. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 512 p. COSTA, C.J. ( 21 de Julho de 2001) Sementes,Armazenamento e conservação. Disponível em:< http://www.paginarural.thiva.kinghost.net/artigo/2272/sementes-armazenamento-e-conservacao>. Acesso em 26 ,dez. 2013. COOKBURN, A.N.; MORGAN, C.J.; GENTA, R.M. Neuroendocrine proliferations of the stomach: a pragmatic approach for the perplexed pathologist. Adv. Anat. Pathol., v. 20, 2013 CORNNER, S.J., MORRISSEY, S.M., WOODS, R.J. Proceedings: A method for the quantitative estimation of gastric barrier mucus. J. Physiol.,v.242. 1974. CHANDE, N.S.L.; BUDINGER, G.R.S. Therapeutic potential of superoxide dismutase (SOD) for resolution of inflammation. Free Radical Biology & Medicine, v.42, p. 165-174, 2007. CHEN, F. A.; WU, A. B.; CHEN, C. Y. The influence of treatments on the free radical scavenging activity of burdock and variations of its active. Food Chemistry, v. 86, 2004. CHU, S.; SCUBERT, M.L.; Gastric secretion. Curr. Opin Gastroenterol., v. 29, 2013. CRAWFORD, J.M O trato gastrointestinal, estômago. In ROBBINS, S.L et al. Patologia estrutural e funcional. 6. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. CNUBBEN, N. H. P., RIETJENS, I. M. C. M., WORTELBOER, H., van ZANDEN, J.& van BLADEREN, P. J. The interplay of glutathione-related processes inantioxidant defense. Environmental Toxicology and Pharmacology., v.10, p.141-152, 2001.
92
DA SILVA, L. M. ATIVIDADE GASTROPROTETORA E EFEITO SOBRE A FUNÇÃO MOTORA GÁSTRICA DE RATAS DAS FOLHAS DE Arctium lappa L. (BARDANA): UM ESTUDO SOB CONDIÇÕES NORMAIS E AUMENTADAS DE GLICEMIA. 158 f. Tese (Doutorado) - Curso de Farmacologia, Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014. DAVIDE, J. Úlcera gastroduodenal. 2009. Disponível em: <hppp://www.alert-online.com/pt/medical-guide/ulcera-gastroduodenal>. Acesso ein 29 jun. 2015 DE LUCA, A. N. Estudo fitoquímico de espécies de Lauraceae. 2005. 281 f. Tese (Doutorado) - Curso de Química, Ciências Exatas e da Terra, Universidade Estadual Paulista, São Paulo, 2005. DOMER, F.R. Animail experiments in pharmacological analysis. Charles C. Thomas Publisher, 1971. DJERIDANE, A., YOUSFI, M., NADJEMI, B., BOUTASSOUNA, D., STOCKER, P., & VIDAL, N. Antioxidant activity of some Algerian medicinal plants extracts containing phenolic compounds. Food Chemistry., v .97, 2006. D’ACAMPORA, J.A; LIMA, D.A.N; SOUSA, M.V; AQUINO, A.C; RUSSI, R.F; VIEIRA, J.; LOPES, A. Perfil epidemiológico dos pacientes portadores de úlcera péptica perfurada atendidos no centro cirúrgico do Hospital Florianópolis. Rev. Médico Residente, v.10, n.4, p:141-146. 2008. EHLIN, A.G.; MONTGOMERY, SM.; EKBOM, A.; POUNDER, R.E.; WAKEFIELD, A.J. Prevalence of gastrointestinal diseases in two Britsh national birth cohorts. Gut., v.52, 2003. FARNSWORTH, N.R.; AKERELE, O.; BINGEL, A.S.; SOEJARTO, D.D.; GUO, Z. Medicinal plants in therapy. Bulletin of the World Health Organ, v.63, n.6, p.965-981, 1985. FERREIRA, A.L.A.; MATSUBARA, L.S.. Radicais livres: conceitos, doenças relacionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo. Revista Brasileira de Medicina, Botucato -SP v.43, n.1 p.61-68, 1997. FERREIRA, A. L. DE S.; BATISTA, C. A. DOS S; PASA, MARIA C. USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA COMUNIDADE QUILOMBOLA MATA CAVALO EM NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO – MT, BRASIL.Biodiversidade, v. 14,n.1,p.151-160, 2015. Disponível em: <http://www.periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/biodiversidade/article/view/2258/1627>. Acesso em: 23 maio 2015. FERREIRA, D,M; DA SILVA L,M; MENDES, D,A,G,B; CABRINI, D,d,A; NASCIMENTO A,M. et al. Rhamnogalacturonan from Acmella oleracea (L.) R.K. Jansen: Gastroprotective and Ulcer Healing Properties in Rats. Plos One,2014.
93
FERRER-FERRER,M.; MALESPÍN-BENDAÑA,W.; RAMÍREZ, V.; GONZÁLEZ, M.I.; CARVAJAL, A.; UNE, C. Polymorphisms in genes coding for hsp-70 are associated with gastric cancer and duodenal ulcer in a population at higt risk of gastric cancer in costa rica. Arch. Med. Res., v. 44, 2013. FESHAREKI, M.; NASIMI, A.; MORKHTARI, S.; MORKHTARI, R.; AMIRPOOR, N. Reactive oxygen metabolites and anti-oxidative defense in aspirin-induced gastric damage in rats: Gastroprotection by Vitamin E. Pathophysiol. v.13, n.4, p.237-243, 2006. FERLAY, J. GLOBOCAN 2012, v1.0. Cancer Incidence and Mortality Worldwide: IARC CancerBase .International Agency for Research on Cancer . Disponível em: < http://globocan.iarc.fr/Default.aspx>. Acesso em: 26 de agosto de 2014. FIOR, C. S.; RODRIGUES, L. R.; NILSON, A. D. & LEONHARDT C. ASPECTOS DA PROPAGAÇÃO DE PERSEA WILLDENOVII KOSTERM. (LAURACEAE). Rodriguésia, v. 58, p.27-44, 2006. Disponível em:<http://rodriguesia.jbrj.gov.br/FASCICULOS/rodrig58_1/004-034-05.pdf>. Acesso em: 10 maio 2015. FRANCO, E.A.P. A diversidade etnobotânica no quilombo Olho d'água dos Pires, Esperantina, Piauí, Brasil. Dissertação, Universidade Federal de Piauí, Teresina, 2005. FLORA digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Disponível em :< http://ufrgs.com.br/floradigital>. Acesso em: 26,dez. 2013. FUKUI, M.J. ; SANTOS, D.A. ; NANAYAKKARA, D. ; KHAN, S.I. ; SOUSA, J. P. B. ; BASTOS, J. K. ; DE ANDRADE, S. F.i ; SILVA FILHO, A. A. ; QUINTAO, N. L. M. . Anti-inflammatory and anti-nociceptive activities of Baccharis dracunculifolia DC (Asteraceae). Journal of Ethnopharmacology, v. 127, p. 543-550, 2010. GANGULA, P. R. R.; SEKHAR, K. R.; MUKHOPADHYAY, S.. Gender Bias in Gastroparesis: Is Nitric Oxide the Answer?. Dig Dis Sci, Bdffffdddbgbgd, v. 56, n. 9, p.2520-2527, 11 maio 2011. Springer Science + Business Media. Disponível em: <http://link.springer.com/article/10.1007/s10620-011-1735-6>. Acesso em: 02 jun. 2015. GARCIA-RODRIGUEZ, L. A.; RUIGOMEZ, A. Use of acid suppressing drugs and the risk of bacterial gastroenteritis. Clin. Gastroenterol. Hepatol. v.5,n.12, p. 1418-1423, 2007. GILANI, A.H.; MOLLA, N.; ATTA-ur-RAHMAN; SHAH, B.H. Role of natural products in modern medicine. Journal of Pharmaceutical Medicine, v.2, p.111-118, 1992. GILL, J.M.; PLAYER, M.S.; METZ, D.C. Balancing the risks and benefits of proton pump inhibitors. Ann Fam Med., v. 9, n.3, p.200-202, 2011.
94
GISBERT, J. P.; BARRIO, J.; MODOLELL, I.; MOLINA-INFANTE, J.; AISA, A. P.; CASTRO-FERNÁNDEZ, M.; RODRIGO, L.; COSME, A.; GISBERT, J. L.; FERNÁNDEZ-BERMEJO, M.; MARCOS, S.; MARÍN, A.C.; MCNICHOOL, A. G. Helicobacter Pylori First-Line and Rescue Treatments in the Presence of Penicillin Allergy. Dig Dis Sci, v. 60, n. 2, p.458-464, 2015. GONZALES, E.; IGLESIAS, I.; CARRETERO, E.; VILLAR, A. Gastric cytoprotectionof Bolivian medicinal plants. Journal of Ethnopharmacology, v. 70, n. 3, 2000. GOODMAN E GILMAN. As Bases Farmacológicas da Terapêutica.Ed.11. p. 869-882. AMGH.2010. GORINSTEIN, S.; HARUENKIT, R.; POOVARODOM, S; VEARASILP, S.; RUAMSUKE, P.; NAMIESNIK J.; LEONTOWICZ, M.; LEONTOWICZ, H.; SUHAJ, M.; SHENG, G. P. Some Analytical Assays for the Determination of Bioactivity of Exotic Fruits. Phytochemical Analylis, p.355-362, fev. 2010. GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 1101p. GRACIOSO, J., S., VILEGAS, W., HIRUMA-LIMA, C., A., SOUZA BRITO, A., R., 2002. Effects of tea from Turnera ulmifolia L. On mouse gastric mucosa support the Turneraceae as a new source of antiulcerogenic drugs. Biol Pharm Bull, 25 (4):487-491. HABIG, W.H.; PABST, M.J.; JAKOBY, N.B. Glutathione S-transferases. The first enzymatic step in mercapturic acid formation. J. Biol. Chem., v. 249, 1974. HALLIWELL, B.; GUTTERIDGE, J.M.C. free radicals in biology and medicine. 2ed. Oxford, London: Clarendon Press, 1989. HAN.M; Kaunitz, J.D. Gastroduodenal defense. Curr. opin. gastroenterol., v 23, 2007. HAMAISHI, K.; KOJIMA, R.; ITO, M. Anti-ulcer effect of tea catechin in rats. Biological and Pharmaceutical Bulletin, v. 29, n. 11, p. 2206-2213, 2006. HASHIMOTO, H.; KUSHIKATA, T.; KUDO, M.; HIROTA, K. Does long-term medication with a proton pump inhibitor induce a tolerance to H2 receptor antagonist? J Gastroenterol., v. 42, n.4, p. 275-278, 2007. HAWKEY,C.J. Nonsteroidal anti-inflammatory drug gastropathy. Gastroeterology, v. 199, 2000. HEIN, H.O.; SUADICANI, P.; GYNTELBERG, F. Genetic markers for peptic ulcer. A study of 3387 men aged 54 to 74 yars: the Copenhagen Male Study. Scand. J. Gastroenterol., v.32, 1997.
95
HELLOU, J.; ROSS, N. W.; MOON. T, W.Glutathione, glutathione S-transferase and glutathione conjugates, complementary markers ofoxidative stress in aquatic biota. Environ. Sci. Pollut. Res. v.19, n.6, p. 2007-2023,2012. HIRUMA-LIMA, C.A; BATISTA, L.M.; ALMEIDA, A.B.A.; MAGRI, L.P.; SANTOS, L.C.; VILEGAS, W.; BRITO, A.R.M.S. Antiulcerogenic action of ethanolic extract of the resin from Virola surinamensis Warb. ( Myristicaceae). J. Ethnopharmacol., v. 122,2009. HIRUMA-LIMA, C. A.; GRACIOSA, J. S.; RODRIGUEZ, J. A.; HAUN, M.; NUNES, D.S.; BRITO, A. R. M. S. Gastroprotective effect of essencial oil from Croton cajucara Benth. (Euphobiaceae). Journal of Ethnopharmacology, v. 69, n. 3, p. 229-234,2000. HUANG, J.Q.; HUNT, R.H. pH, healing rate and symptom relief in acid-related diseases. Yale J Biol Med., v. 69, n.2, p. 159-174, 1996. IIJIMA, K.; KANNO, T.; KOIKE, T.; SHIMOSEGAWA, T. Helicobacter pylori-negative,non-steroidal anti-inflammatory drug: Negative idiopathic ulcers in Asia. World Jornal of Gastroenterology., v 20, 2014. JAIN, K.S.; SHAH, A.K.; BARIWAL, J.; SHELKE, S.M.; KALE, A.P.; JAGTAP, J.R.; BHOSALE, A.V. Recent advances in proton pump inhibitors and management of acid-peptic disorders. Bioorganic and Medicinal Chemistry, v.15, p. 1181-1205, 2007. JONES, M. K.; WANG, H.; PESKAR, B. M.; LEVIN, E.; ITANI, R. M.; SARFEH, I. J.;TARNAWSKI, A. S. Inhibition of angiogenesis by nonsteroidal anti-inflammatory drugs: Insight into mechanisms and implications for cancer growth and ulcer healing. Nat. Med. v. 5, n. 12, p. 1418-1423, 1999. HALTER, F.; TARNAWSKI, A. S.; SCHAMASSMAN, A. e PESKAR, B. M. Cyclooxygenase-2 implications on maintenance of gastric mucosal integrity and ulcer healing: controversies and perspectives. Gut. v. 49, n. 3, p. 443-453, 2001. JOSHI, A.R.; JOSHI, K. Indigenous knowledge and uses of medicinal plants by local communities of the Kali Gandaki Watershed Area, Nepal. Journal of Ethnopharmacology, v.73, p.175-83, 2000. JUÁREZA, I.C.; GONZÁLEZA, V.; AGUILARA, H. J.; MARTÍNEZA, G.; LINARESB, E.; BYEB, R.; ROMEROA, I. Anti-Helicobacter pylori activity of plants used in Mexican traditional medicine for gastrointestinal disorders. Journal of Ethnopharmacology.,v.122, 2009. JUNG, H.K. The incidence, prevalence, and survival of gastroparesis in olmsted county, Minnesota, 1996-2006. J Neurogastroenterol Motil., v. 16, n. 1, p. 99-100, 2010. JYOTHEESWARAN, S.; SHAH, A.N; JIN, H.O.; POTTER, G.D.; ONA, F.V.; CHEY, W.Y. Prevalence of Helicobacter pylori in peptic ulcer patients in greater Rochester, NY: is empirical triple therapy justified? Am. J. Gastroenterol., 1998.
96
KALIA, N.; BARDHAN, K. D.; REED, M. W.; JACOB, S.; BROWN, N.J. Master cellstabilization prevents etanol-induced rat gastric injury: mechanisms of protection. J. Gastroenterol. Hepatol. v. 15, n.2, p, 133-141, 2000. KALLAYA, E.; SUTHILUK, P.; NARUEMON, V.; DUANGPORN,T. Effects of Aloe vera and sucralfate on gastric microcirculatory changes, cytokine levels and gastric ulcer healing in rats. World J Gastroenterol., v. 7, n.12, 2006. KANGWAN, N.; PARK, J. M.; KIM, E. H.; HAHM, K. B. Quality of healing of gastric ulcers: Natural products beyond acid supperession. World Jornal Gastrointest. Pathophysiol. v. 5, n. 1, p. 40-47, 2014. KARASAWA, H.; TANI, N.; MIWA, T. The effect of omeprazole on ultrastructural changes in gastric parietal cells. Gastroenterol Jpn., v. 23, n. 1, p. 1-8, 1998. KAUNITZ, J.D; AKIBA,Y. Review article: duodenal bicarbonate-mucosa protection, luminal chemosensig and acid-base balanse. Aliment. Pharmacol. Ther., v.4,2006. KLEIN-JUNIOR, L. C.; SANTIN, J. R.; NIERO, R.; ANDRADE, S. F.; CECHINELFILHO,V. The therapeutic lead potential of metabolites obtained from natural sources for the treatment of peptic ulcer. Phytochemistry Reviews, v. 11, n. 4,2012. KOBAYASHI, T.; OHTA, Y.; YOSHINO, J. e NAKAZAWA, S. Teprenone promotes the healing of acetic acid-induced chronic gastric ulcers in rats by inhibiting neutrophil infiltration and lipid peroxidation in ulcerated gastric tissues. Pharmacol. Res. v. 43, n. 1, p. 23-30, 2001. KOEHN, Frank E.; CARTER, G. T.. The evolving role of natural products in drug discovery. Nature Reviews, Usa, 2005. KONTUREK, S.J.; KONTUREK, P.C.; BRZOZOWSKI, T. Prostaglandins and ulcer healing. J Physiol Pharmacol., v. sep., p. 56, 2005. KUBECOVA, M.; KOLOSTOVA, K.; PINTEROVA, D.; KACPRAZAK, G.; BOBEK, V. Cimetidine: na anticâncer drug ? Eur. J. Pharm. Sci. v. 18, p. 439-444, 201. KUSTERS, J.G.; VAN VLIET, A.H.; KUIPERS, E.J. Pathogenesis of Helicobacter pylori infection. Clin Microbiol Rev., v. 19, n. 3, p. 449-490, 2006. KWIECIÉN, S.; BRZOZOWISK, T.; KONTUREK, S. J. Effects of reactive oxygenspecies action on gastric mucosa damage. Physiology & Pharmacology, v. 53, p.39-50, 2002. LAINE, L.; HOPKINS, R.J.; GIRARDI, L.S. Has the impact of Helicobacter pylori therapy on ulcer recurrence in the United States been overstated? A meta-analysis of rigorously designed trials. Am J Gastroenterol, 1998.
97
LAINE, L.; TAKEUCHI, K.; TARNAWSKI, A. Gastric mucosal defense and cytoprotection: bench to bedside. Gastroenterol. v. 135, n.1,2008 LAPA, A. J.; SOUCCAR, C.; LIMA-LANDMAN, M. T. R.; CASTRO, M S. A.; LIMA, T. C. M. Métodos de avaliação da atividade farmacológica de plantas medicinais. Campinas: Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais – SBPM, UNIFESP-SP, p. 7- 43, 2008. LEE, K.; YEO, M.; CHOUE, J.; JIN, J.; PARK, S.J.; CHEONG, J.; LEE, K.J.; KIM, J.; HAHM, K. Protective mechanism of epigallocatechin-3-gallate against Helicobacter pylori-inducet gastric epithelia cytotoxicity via the blockage of TLR-4 signaling. 2730 Helicobacter, v.9,2004. LEITE, K. L.; NUNES-PINHEIRO, D. C. S; CAMPELLO, C. C. EFEITO GASTROPROTETOR DO EXTRATO HEXÂNICO DE PARTES AÉREAS DE Momordica charantia. Ciência Animal., v.15, 2005. LEMOS, M.; SANTIN, J. R.; KLEIN JUNIOR, L. C.; NIERO, R.; ANDRADE, S. F. Gastroprotective activity of hydroalcoholic extract obtained from the leaves of Brassica oleracea var. acephala DC in different animal models. Journal of Ethnopharmacology, v. 138, 2011. LIN, J.Y.; TANG, C.Y. Determination of total phenolic and flavonoid contents in selected fruits and vegetables, as well as their stimulatory effects on mouse splenocyte proliferation. Food Chemistry, v.101,2007. LIPOF, T.; SHARPIRO. D; KOZOL, R. A Surgical perspectives in peptic ulcer disease and gastritis. World J. Gastroenterol., v. 12, 2006. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 5 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum,. v. 1. 2008. LORENZI, H.; MATTOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. LUMME, A.; VANHATALO, S.; SOINILA, S. Axonal transport of nitric oxide synthase in autonomic nerves. J Auton Nerv Syst., v. 56, n. 3, p. 207-214, 1996. LYONS, C.R. The role of nitric oxide in inflammation. Adv Immunol., v. 60, p. 323-371, 1975. MADALOSSO, R. C. Avaliação da toxicidade aguda e da atividade gastroprotetora de extratos de Campomanesia lineatifolia Ruiz & Pav. em roedores. 2011. 116f. Dissertacao (Mestrado) - Programa de Pos-Graduacao em Ciencias Farmaceuticas, Faculdade de Farmacia da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas gerais, 2011. MAHADEVA, S.; GOEH, K. L Epidemiology of funcional dyspepsia: a global perspective. World J. Gastroentestinal, v. 12, 2006.
98
MALFERTHEINER, P.; Chan, F.K. & McColl, K.E. Peptic ulcer disease. Lancet, vol. 374, 2009. MALFERTHEINER, P.; LEODOLTER, A.; PERTZ, U. Cure of Helicobacter pyloriassociated ulcer disease thougah eradication. Baillseres Best Pract. Res. Clin. Gastroenterol., v 14, 2000. MALAGELADA, J.R., KUIPERS, E.J., BLASER, M.J.,. Acid peptic disease: clinical manifestations, diagnosis, treatment, and prognosis. Ed. 23,. Philadelphia, PA: Saunders Elsevier , 2007. MARANHO,L.T. Contribuição ao estudo botânico, fitoquímico, farmacológico e microbiológico de Persea major Kopp (Lauraceae). Curitiba, 85p. Dissertação de Mestrado - Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, 1998. MARKLUND, S.; MARKLUND, G.. Involvement of the Superoxide Anion Radical in the Autoxidation of Pyrogallol and a Convenient Assay for Superoxide Dismutase. Eur. J. Biochem. v.47, 1974. MASSIGNANI. J.J; LEMOS, M.; MAISTRO, E.L.; SCHAPHAUSER, H.P.; JORGE, R.F.; SOUSA, J.P.B.; BASTOS, J.K.; ANDRADE, S.F. antiulcerogenic activity of the enssential oil of Baccharis dracunculifolia on different experimental models in rats. Phytoter. Res., v. 23, 2009. MATHY-HARTERT, M.; BOURGEOIS, E.; GRULKE, S.; DEBY-DUPONT, G.; CAUDRON, I.; DEBY, C.; LAMY, M.; SERTEYN, D. Purification of myeloperoxidase from equine polymorphonuclear leucocytes.¸Can. J. Vet. Res. v. 62, n.2,p. 127- 132, 1998. MATTHEWS, G.M.; HOWARTH, G.S.; BUTLER, R.N. Nutrient and antioxidant modulation of apoptosis in gastric and colon cancer cells. Cancer Biol Ther., v. 6, p. 569-572, 2006. MATSUDA, H.; LI, Y.; YOSHIKAWA, M. Roles of capsaicin-sensitive sensory nerves, endogenous nitric oxide, sulphydryls, and prostaglandins in gastroprotection by mormodin Ic, na oleanolic acid oligoglycoside, on ethanol-induced gastric mucosal lesion in rats. Life Sciences, v. 65, 1999. MAZZA, M.C.M.; RODIGHERI, H.R.; NAKASHIMA,T.; ZILLER, S.R.;MAZZA, C.A. da S.; CONTO, A.J. de; SOARES, A. de O.;BAGGIO, A.J. Potencial de aproveitamento medicinal de espécies do sub-bosque dos bracatingais da região de Curitiba,PR. Colombo: Embrapa Florestas, 2000. 27p. MENDES, C.; CASARIN, F; SPERANDIO, S.L; MOURA, N.F; DENARDIN, R.B.N. Avaliação do potencial fitotóxico de Persea venosa Nees & Mart. (Lauraceae) sobre sementes e plântulas de diferentes espécies cultivadas. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Chapecó, v. 15, n. 3, p.337-346, 2013. Disponível em:
99
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-05722013000300005&script=sci_arttext#nt*>. Acesso em: 23 maio 2015. MISHIMA, Y.; AMANO, Y.; TAKAHASHI, Y.; MISHIMA, Y.; MORIYAMA, N.; MIYAKE, T.; ISHIMURA, N.; ISHIHARA, S.; KINOSHITA, Y. Gastric emptying of liquid and solid meals at various temperatures: effect of meal temperature for gastric emptying. J Gastroenterol., v. 44, n.5, p.412-418, 2009. MIZUI, T.; DOTEUCHI, M. Effect of polyamines on acidified ethanol-induced gastriclesion in rats. The Japanese Journal of Pharmacology, v. 33, n. 5, 1983. MOJZIS, J.; HEGEDUSOVA, R.; MIROSSAY, L. Role of mucus in ischemia/reperfusion in duced gastric mucosal injury in rats. Physiological Research, v. 49, n. 4, p. 441-446, 2000. MORIMOTO, Y.; SHIMOHARA, K.; OSHIMA, S.; SUKAMOTO, T. Effects of the new anti-ulcer agent KB-5492 on experimental gastric mucosal lesions and gastric mucosal defensive factors, as compared to those of teprenone and cimetidine. Jpn J Pharmacol., v. 57, n. 4,1991. MOULI, V.P.; AHUJA, V. Proton pump inhibitors: concerns over prolonged use. Trop Gastroenterol., v. 32, n.3, p. 175-184, 2011. MOWRY R, WINKLER CH. The coloration of acidic carbo hydrates of bacteria and fungi in tissue sections with special reference to capsules of Cryptococcus neoformans Pneumococci and Staphilococci. Am J Pathol;32:628–9, 1956. NAIK, Y.; JAYARAM, S.; NAYAKA, M.A.H.; LAKSHMAN, DHARMESH, S.M. Gastroprotective offect of swallow root ( Declepis hamiltonii) extract: possible involvemet of H(+)-K(+)-ATPase inhibition and antioxidative mechanism. J. Ethnopharmacol.,2007. NAJIM, W.I. Peptic ulcer disease. Prim. Care Clin. Office Pract., v.38, 2011. NAM, S. Y.; KIM, N.; LEE, C. S.; CHOI, K. D.; LEE. H. S.; JUNG, H. C. et al. Gastric mucolsal protection via enhancement of MUC5AC and MUC6 by geranyl gernylacetone. Digestive Diseases and Sciences, v. 50, p. 11, p. 2110-2120, 2005. NISHIDA,K.; OHTA, Y,; KOBAYASHI, T.; ISHIGURO, I. Involvement of the xanthine-xanthine oxidase system and neutrophils in the development of acute gastric mucosal lesions in ratis with water immersion restraint stress. Digest. v. 58, n.4 p. 340-351,1997. NOLLA, D.; SEVERO, B. M. A.; MIGOTT, A. M. B. Plantas medicinais. 2. ed. Passo Fundo: UPF, 2005. OKABE, S.; AMAGASE, K. e TAKEUCHI, K. Acetic acid ulcer model – state of the art in 2012. In: FILARETOVA, L. P.; TAKEUCHI, K. editors. Cell/Tissue injury and cytoprotection/organoprotection in the gastrointestinal tract: mechanisms, prevention and treatment. Digest. v. 86, n. 1, p. 32-40, 2012.
100
OKABE, S., ROTH, L.A., PFEIER, J. A method of experimental penetrating gastric and duodenal, ulcers in rats. Am J Dig Dis., v.16, 1971. OLBE, L.; CARLSSON, E.; LINDBERG, P. A proton - pump inhibitor expedition: the case histories of omeprazole e esomeprazole. Nat. Rev. Drug. Discov., v.2, 2003.
OVERMIER, J.B.; MURISON, R. Restoring psychology's role in peptic ulcer.Appl. Psychol. Health Well Being., v.5, 2013. OWOYELE, Bamidele V.; ADEBAYO, Ismaila K.; SOLADOYE, Ayodele O.. Anti-Ulcer Effects of Aqueous Extract of Persea Americana Mill (Avocado) Leaves in Rats. Comp. Bio. Nat. Pro.: Effects, Safety & Clinical Evaluation (Pt-II), Nigéria, v. 3, p.179-184, 2010. Disponível em: <http://www.researchgate.net/publication/267203501_Anti-Ulcer_Effects_of_Aqueous_Extract_of_Persea_Americana_Mill_(Avocado)_Leaves_in_Rats>. Acesso em: 14 jun. 2015. PACHECO, R. S.; MORAES, P. L.r. de. TAXONOMIA DAS ESPÉCIES BRASILEIRAS DE PERSEA SUBG. ERIODAPHNE (LAURACEAE). 64. ed. Belo Horizonte: 2013. Disponível em: <http://www.botanica.org.br/trabalhos-cientificos/64CNBot/resumo-ins20014-id2038.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2015. PARK,J.S.; CHOI,M,A; KIM,B,S; HAN,J,S; KURATA, T; YU,R. Capsaicin protection against ethanol – inducer oxidative injury in the gastric mucosa of rats. Life Science, v. 67 n. 25, 2000. PEREIRA, I.T.; BURCI, L.M.; DA SILVA, L.M.; BAGGIO, C.H.; HELLER, M.; MICKE, G.A.; PIZZOLATTI, M.G.; MARQUES, M.C.; WERNER, M.F. Antiulcer effect of bark extract of Tabebuia avellanedae: activation of cell proliferation in gastric mucosa during the healing process. Phytother Res., v. 27, n. 7, 1067-1073, 2013. PETROVIC, S. D.; DOBRIC, S.; BOKONJIC, D.; NIKETIC, M.; GARCIA-PINERES, A.; MERFORT, I. Evaluation of Tanacetum larvatum for anti-inflamatory activity and for the protection against indomethacin-induced ulcerogenesis in rats. Journal of Ethnopharmacology, v. 87, n. 1, 2003. POTRICH, F.B.; ALLEMAND, A.; DA SILVA, L.M.; DOS SANTOS, A. C.; BAGGIO, C. H.; FREITAS, C.S; MENDES, D.A.; ANDRE, E.; WERNER, M. F; MARQUES, M. C. Antiulcerogenic activity of hydroalcoholic extrato f Achillea millefolium L.: involvement of the antioxidante system. J. Ethnopharmacol. v.130, n. 1, p. 85-92,2010. POTRICH ,F. B.. Atividade gastroprotetora do extrato bruto hidroalcoólico da Achillea millefolium L.: envolvimento do sistema antioxidante. Dissertação . Curitiba. 2009. POTRICH, F.B.;BAGGIO, C.H.; FREITAS, C.S.; MAYER, B.; SANTOS, A.C.; TWARDOWSCHY, A.; GUEDES, A., MARQUES, M.C.A. Ação de extratos de plantas medicinais sobre a motilidade do trato gastrointestinal. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, [s.l.], v. 16, n. 3, p.750-754, 2014.
101
POONAM, D.; VINAY, C.S.; GAUTAN, P. Cyxlo-oxygenase-2 expression and prostaglandin E2 production in experimental chronic gastric ulcer healing. European Journal of Pharmacology, v. 519, p. 277-284, 2005. QVIGSTAD, G.; ARNESTAD, J.S.; BRENNA, E.; WALDUM, H.L. Treatment with proton pump inhibitors induces tolerance to histamine-2 receptor antagonists in Helicobacter pylori-negative patients. Scand J Gastroenterol., v. 33, n. 12, p. 1244-1248, 1998. RABON, E.; CUPPOLETTI, J.; MALINOWSKA, D.; SMOLKA, A.; HELANDER, H.F.; MENDLEIN, J.; SACHS, G. Proton secretion by the gastric parietal cell. J Exp Biol., v. 106, p. 119-133, 1983. RAIHA, I.; KEMPPAINEN, H.; KAPRIO, J.; KOSKENVUO, M.; SOURANDER, L. Lifestyle, stress, and genes in peptic ulcer disease: a nationwide twin cohort study. Archives of Internal Medicine, v. 158, n. 7, p. 698-704, 1998. RAIMUNDO, T.M. ; FAVILLA, M. ; Niero, R. ; ANDRADE, S. F. ; MAISTRO, E. L. . Assessment of genotoxicity of Maytenus robusta medicinal plant in mammalian cells in vivo. Genetics and Molecular Research, v. 11, p. 2847-2854, 2012. RAMAKRISHMAN, K., SALINAS,R.C. Peptic ulcer diseas. Am. Farm. Phys., v. 76,2007. RAMAN, A.; LAU, C. Anti-diabetic properties and phytochemistry of Mormodica charantia L. (Cucurbitaceae). Phytomedicine, v. 2,1996. RANG, H.P.; DALE, M.M. FARMACOLOGIA, Ed. Guabanara Koogan AS. 7ª edição, 2012. RAUFMAN, J.P. Peptic activity and gastroduodenal mucosal damage.Yale J Biol Med., v. 69, n. 1, p. 85-90, 1996. REPETTO, M. G.; LLESUY, S. F. Antioxidant properties of natural compounds used in popular medicine for gastric ulcers. Braz.J.Med.Biol.Res., v. 35, n. 5, p. 523-534, 2002. REED, D.J.; FARISS,M.W. Glutatione depletion and susceptibily. Pharmacol Review, v. 2014, 1981. ROBERT, A.; NEZAMIS, J. E.; LANCASTER, C.; HACHAR, A. J. Cytoprotection by prostaglandins in rats. Prevention of gastric necrosis produced by alcohol, HCl, NaOH, hypertonic NaCl, and termal injury. Gastroenterol. v. 77, n.3, p. 443-443, 1979.
ROBERTSON, M.S.; CLANCY, R.L.; CADE, J.F. Helicobacter pylori in intensive care: why we should be interested. Intensive Care Med., v. 29, n. 11, p. 1881-1888, 2003.
102
ROBBINS, S. L.; KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; ASTER, J. C. Robbins patologia básica. Rio de Janeiro: Saunders Elsevier, 910 p., 2013. ROCKALL, T.A; LOGAN, R.F; DEVLIN, H.B.; NORTHFI-ELD,T.C. Incidence of and mortality from acute upper gastrointestinal haemorrhage in the United Kingdom. Steerin Committee and members of the National Audit of Acute Upper Gastrointestinal Haemorrhage. BMJ, v. 311, 1995. ROSA, C.; CÂMARA, S.G.; BÉRIA, J.U. Representações e intenção de uso da fitoterapia na atenção básica à saúde. Ciências & Saúde Coletiva, v, 16, n. 1, p. 311 - 318, 2011. ROSTAS, J.W. 3RD.; MAI, T.T.; RICHARDS, W.O. Gastric motility physiology and surgical intervention.Surg Clin North Am., v. 91, n. 5, p. 983-99, 2011. ROVER JÚNIOR, L.; HÖEHR, N. F.; VELLASCO, A. P.; KUBOTA, L. T. Sistema antioxidante envolvendo o ciclo metabólico da glutationa associado a métodos eletroanalíticos na avaliação do estresse oxidativo. Química Nova, v. 24, p.112-119, 2001. ROZZA, A.L.; HIRUMA-LIMA, C. A.; TANIMOTO, A.; PELLIZZON, C. H.Morphologic and pharmacological investigations in the epicatechin gastroprotective effect.Evidence Based Complement. Alternat. Medicin.p. 1-8, 2012. SACHS, G.; SHIN, J.M; HUNT, R. Novel approaches to inhibition of gastric acid secretion. Cun. Gastroentestinal Pep.v. 12, 2010. SACHS,G; SHIN, J.M.; VAGIN, O.; LAMBRECHT, N; YAKUBOB, I.; MUNSON, K. The gasteic H< K ATPase as a drug target: past, present, ande future. I. Clin. Gastroenterol, v. 41, 2007. SANTIN, José Roberto. Efeito do agonista PPAR-LYSO 7 sobre a instalação e cicatrização de úlceras gástricas induzidas em camundongos. 2013. 104 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós Graduação em Farmácia, Toxicologia e Análises Toxicológicas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. SANTIN, J. R.; LEMOS, M.; KLEIN JUNIOR, L. C.; NIERO, R.; ANDRADE, S. F.Antiulcer effects of Achyrocline satureoides (Lam.) DC (Asteraceae) (marcela), a folk medicine plant, in different experimental models. Journal of Ethnopharmacology, v.130, n. 2, 2010. SAAVEDRA, J.M.; SÁNCHEZ-LEMUS, E.; BENICKY, J. Blockade of brain angiotensin II AT1 receptor ameliorates stress, anxiety, brain inlammation and ischemia: Therapeutic implication. Psychoneuroendocrinogogy, v.36, 2011. SANNOMIYA, M.; FONSECA, V. B.; SILVA, M. A.; ROCHA, L. R. M.; SANTOS, L. C.; HIRUMA-LIMA, C. A. et al. Flavonoids and antiulcerogenic activity from Byrsonima crassa leaves extracts. Journal of Ethnopharmacology, v. 97, n. 1, 2005.
103
SAUERESSIG, D. LEVANTAMENTO DENDROLÓGICO NA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO “ONLINE”.Dissertação. Universidade Federal do Paraná.Curitiba, 24 de agosto de 2012. SEDLAK, J., LINDSAY, R.H. Estimation of total prote in bound and nonprotein sulfhydril groups in tissues with Ellman’s reagent. Analytical Biochemistry., v. 25,1968. SHEEN,E.; TRIDAFILOPOULOS, G. Adverse effects of long-term próton pumpinhibitor therapy. Dig. Dis. Sci. v. 56, p. 931-950, 2011. SIEBEN, P. G. COMPOSIÇÃO FITOQUÍMICA DE CASCAS DE Persea major (MEISN.) L.E.KOPP (LAURACEAE), DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO PRELIMINAR DE FORMAS FARMACÊUTICAS PARA USO TÓPICO. 212. 92 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas, Ciências da Saúde, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012. Disponível em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br:8080/dspace/bitstream/handle/1884/28368/R - D - PRISCILA GRITTEN SIEBEN.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 22 jun. 2015. SILVA, J. L.; SILVA, R. P.; JORGE, R. M.; SILVA, G. D. F.; VIEIRA FILHO, S. A.; FONSECA, A. P. N. D. et al. Avaliacao da atividade antiulcerogenicada Maytenus truncata Reiss (Celastraceae). Brazilian Journal of Ethnopharmacology, v. 15, n.1, 2005. SILVA, J. G.; PERELLÓ, L. F. C. Conservação de espécies ameaçadas do Rio Grande do Sul através de seu uso no paisagismo. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba, v. 5, n. 4, 2010. SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.; PETROVICK, P. R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6ª ed. Porto Alegre/Florianopolis: UFRGS/UFSC, 2010. SHAY, H.; KOMAROV, S. A.; FELS, S. S.; MARENZE, D.; GRUNSTEIN, M.; SIPLET, H. A simple method for the uniform production of gastric ulceration in the rat. Gastroenterology, v. 5, 1945. SHUBERT, M.L; PEURA, D.A. Control of gastric acid secretion in health and diseas. Gastroenterology,2008. SOUCCAR, C.; LIMA-LANDMAN, M. T. R.; LAPA, A. J. Metodos utilizados para validação de plantas medicinais com atividade gastrintestinal. Anais...Cuiabá, 2002, 32. SUNG, J. J. Y.; KUIPERS, E. J.; EL-SERAG, H. B. Systematic review: The global incidence and prevalence of peptic ulcer disease. Alimentary Pharmacology & Therapeutics. v. 29, 2009.
104
SCARPIGNATO C, CAPOVILLA T & BERTACINI G. Action of caerulein on gastric emptying of the conscious rat.Archives Internationales. Pharmacodynamie et de Therapie, 1980. SCHUBERT, M.L.; PEURA, D.A. Control of gastric acid secretion in health and disease. Gastroenterology. , v.134, n.7, p.1842-1860, 2008. STICKNEY, J.C.; NORTHUP, D.W.; Effect of gastric emptying upon propulsive motility of small intestine in rat. Proc. Soc. Exp. Biol. Med., v. 101, 1959. STOLTE, M.; BETHKE, B.; RÜHL, G.; RITTER, M. Omeprazole-induced pseudohypertrophy of gastric parietal cells. Z Gastroenterol., v. 30, n. 2, p. 134-138, 1992. SZABO,S.; TRIER,J,S.; FRANREL,P. W. Sulfhydryl compounds may mediate gastric cytoprotection. Science, v. 214, 1981. TAKAGI, K.; OKABE, S.; SAZIKI, R. A new method for the production of chronic gastric ulcer in rats and the effect of several drugs on its healing. Japanese Journal of Pharmacology, v. 19, n. 3, p. 418, 1969. TAKAHASHI, T. Pathophysiological significance of neuronal nitric oxide synthase in the gastrointestinal tract. J Gastroenterol., v. 38, n. 5, p. 421-430, 2003. TAKEUCHI, K.; FURUKAWA, O.; NISHIWAKI, H. OKABE. S.16,16-Dimethylprostaglandin E2 aggravates gastric mucosal injury induced by histamine in rats. Possible roseof the increased mucosal vascular permeability. Gastroenterol. v. 93, n.6, p. 1276-1286, 1987.
TANAKA, S.; GUTH, P. H.; CARRYL, O. R.; KAUNITZ, J. D. Cytoprotective effect of bismuth subsalicylate in indomethacin-treated rats is associated with enhanced mucus bismuth concentration. Alimentary Pharmacology And Therapeutics, v. 11, n. 3, p.605-612, jun. 1997. Wiley-Blackwell. DOI: 10.1046/j.1365-2036.1997.00170.x. Disponível em: <http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1046/j.1365-2036.1997.00170.x/epdf>. Acesso em: 02 set. 2015. TANG, R. S.; CHAN, F.K. Therapeutic management of recurret peptic ulcer disease.Drugs. v.72, n.12, p. 1605-1616, 2012. TARGOWNIK, L.E.; METGE, C.J.; LEUNG, S.; CHATEAU, D.G The relative efficacies of gastroprotective strategies in chronic users of nonsteroidal anti-inflammatory drugs. Gastroenterology., v.134, 2008. TARNAWSKI, A.; AHLUWALIA, A.; JONES, M.K. Gastric cytoprotection beyond prostaglandins: cellular and molecular mechanisms of gastroprotective and ulcer healing actions of antacids. Current Pharmaceutical Design, 2013.
105
TARNAWSKI, A. S. Cellular and Molecular Mechanisms of Gastrointestinal, Ulcer Healing. Dig. Dis. Sci. v.50, Supl. 1, p. S24-S33, 2005. TESKE, M.; TRENTINI, A. M. Herbarium compêndio de fitoterapia. 4. ed. Curitiba: Herbarium Laboratorio de Botanica Ltda, 2001. TRIBESS, B.; PINTARELLI, G. M.; BINI, L. A.;CAMARGO, A.;FUNEZ, L A.; DE GASPER, A. L., ZENI, A. L. B. Ethnobotanical study of plants used for therapeutic purposes in the Atlantic Forestregion,Southern Brazil. Journal Of ethnopharmacology, Blumenau, v. 164, p.136-146, 2015. UNITED STATES CENSUS BUKEAU. World Population Clock. Disponível em: < http://www.census.gov/population/international/ >. Acesso em: 05 de julho de 2015. VANE, J.R.; BOTTING, R.M. New insights into the mode of action of anti-inflammatory drugs. Inflamm. Res., v. 544, 1999. WALLACE, J. L. Building a better aspirin: gaseous solutions to a century-old problem. British Journal of Pharmacology, v. 152, n. 4, p. 421-428, 2007. WALLACE, J. Mechanisms of Protection and Healing: Current Knowledge and Future Research. Am J Med, v.110, p. 19S–23S, 2001. WALLACE, J. L.; DEVCHAND, P.R. Emerging role for cyclooxygenase-2 in gastrointestinal mucosal defense. Brit. J. Pharmacol. v. 145,n. , p.275-282,2005. WALLACE, J. L. Prostaglandins, NSAIDs, and Gastric Mucosal Protection: Why Doesn’t the Stomach Digest It self? Physiol. Rev. v.88, n.4, p. 1565, 2008. WALLACE, J. L. Recent advances in gastric ulcers therapeutics. Current Opinion in Pharmacology, v. 5, n. 6, p. 573-577, 2005. WALLACE, J. L.; MILLER, M. J. S. Nitric oxide in mucosal defense: A little goes along way. Gastroenterology, v. 119, n. 2, p. 512-520, 2000. WANG, J; BARBUSKAITE, D; TOZZI, M; Giannuzzo, A.; Sorensen C. E.; Novak, I. Proton Pump Inhibitors Inhibit Pancreatic Secretion: Role of Gastric and Non-Gastric H+/K+-ATPases. Plos One, v. 10, n. 5, 2015. WANG, Y.; MARSDEN, P.A. Nitric oxide synthases: biochemical and molecular regulation.Curr Opin Nephrol Hypertens., v. 4, n. 1, p. 12-22, 1995. WILCOX,C.M.; HIRSCHOWITZ, B.I. Treatment strategies for Zollinger-Ellison syndrome. Expert Opin. Pharmacother., v.10, 2009. WOOD, J,D.; Neurogastroenterology and Gastrointestinal MotilityJackie. In: Gastrintestinal phisiology. Disponível em: < http://faculty.ksu.edu.sa/15218/Medical%20Books/Medical%20Physiology%202nd%202003%20Rhoades/Medical%20Physiology%202nd%202003%20Rhoades/smch26.pdf>. Acesso em : 24/04/2015.
106
WHO. World Health Organization. WHO Guidelines on safety monitoring of herbal medicines in pharmacovigilance systems. Geneva, 2004. YASUI, K.; BABA, A. Therapeutic potential of superoxide dismutase (SOD) for resolution of inflammation. Inflam. Res., v.55 p.359-363, 2006. YUAN, Y.; PADOL, I.T.; HUNT, R.H. Peptic ulcer disease today. Nature Clin Pract. Gastroent & Hepat., v. 3, n.2, 2006.
107
ANEXO A- Parecer comissão de ética no uso de animais CEUA/UNIVALI