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Universidade do Vale do Paraíba Faculdade de Educação Curso de Ciências Biológicas ESTRUTURAÇÃO DO NÚCLEO DE APICULTURA (NAU) DO CENTRO DE ESTUDOS DA NATUREZA DA UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA Luiz Antonio Sosnowski Relatório Final apresentado como parte das exigência da disciplina Trabalho de Graduação à Banca Avaliadora da Faculdade de Educação da Universidade do Vale do Paraíba. São José dos Campos, SP 2005

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Universidade do Vale do Paraíba Faculdade de Educação

Curso de Ciências Biológicas

ESTRUTURAÇÃO DO NÚCLEO DE APICULTURA (NAU) DO CENTRO DE ESTUDOS DA NATUREZA DA UNIVERSIDADE DO

VALE DO PARAÍBA

Luiz Antonio Sosnowski

São

Relatório Final apresentado como parte das exigência da disciplina Trabalho de Graduação à Banca Avaliadora da Faculdade de Educaçãoda Universidade do Vale do Paraíba.

José dos Campos, SP

2005

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Universidade do Vale do Paraíba Faculdade de Educação

Curso de Ciências Biológicas

ESTRUTURAÇÃO DO NÚCLEO DE APICULTURA (NAU) DO CENTRO DE ESTUDOS DA NATUREZA DA UNIVERSIDADE DO

VALE DO PARAÍBA

Luiz Antonio Sosnowski

Relatório Final apresentado como parte das exigência da disciplina Trabalho de Graduação à Banca Avaliadora da Faculdade de Educação da Universidade do Vale do Paraíba. Orientador: Prof. Msc. Francisco Ângelo F. Moral

São José dos Campos, SP 2005

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Dedico este trabalho à Grande Hierarquia e à todos que nela se espelham para construção de um mundo melhor.

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AGRADECIMENTOS

Através de longos anos vivi muitas experiências que contribuíram para a

construção de muitas amizades que moldaram o ser humano que hoje sou.

Agradeço a todos esses seres encantadores que se dispuseram a ser o

cadinho e por acreditarem que ainda é possível sonhar, amar e lutar por ideais

elevados focando o Bem Geral.

Quero também agradecer ao meu orientador, Francisco Ângelo

Fernandez Moral, por ter sido um mestre nas horas difíceis e um amigo nas

horas de contemplação das perspectivas de uma nova vida como biólogo.

Agradeço imensamente o apoio do grande amigo José, o Merigo, que

sempre esteve me apoiando e motivando com sua dedicação e amor para

superar as dificuldades deste trabalho.

Agradeço a DEUS por me acolher em seu Amor Eterno e me mostrar

SEMPRE o melhor caminho a seguir.

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“Todas as possibilidades do mundo no

homem estão esperando, como a árvore

espera na semente. Seu passado vive

nele e guia seus passos futuros e seus

atos presentes moldam seu futuro

vindouro”.

Sri Aurobindo

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RESUMO

A pesquisa apícola brasileira desponta no cenário científico mundial

como referência, mas há de se estreitar esta ao produtor de forma a elevar o

nível técnico-produtivo através de programas e métodos para sua

profissionalização. O presente trabalho teve como objetivo estruturar um núcleo

de apicultura na Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP – Campus

Urbanova, para realização de pesquisas de campo que apresentem novas

referências no desenvolvimento de técnicas de manejo e mapeamento de

material biológico enfatizando o comportamento higiênico sanitário e

comportamento forrageiro para coleta de pólen. O mapeamento do

comportamento higiênico sanitário do material biológico estudado apresentou 3

pares de genes recessivos que manifestam os fenótipos de identificação de

crias doentes ou mortas, desoperculação das células afetadas e remoção das

ninfas. A metodologia de manejo para desenvolvimento e manutenção de

enxames voltados à produção de pólen apícola desidratado, permitiu observar

o comportamento higiênico sanitário (em 4 repetições), avaliando as reservas

de pólen armazenado nos favos de alimento; possibilitou a seleção de

matrizes que apresentaram resultados superiores na busca de pólen quando

comparadas as demais colônias observadas. Foram elaboradas fichas de

controle e registro para: percentual de remoção das larvas mortas; avaliação do

desenvolvimento populacional dos enxames e a busca de pólen; perfil de

coleta expresso em identificação visual de pólen armazenado nos favos de

alimento para cada colônia. Através da interpretação destes resultados, foram

selecionadas dentre 40 colônias: 6 matrizes que apresentaram o

comportamento higiênico sanitário; 2 matrizes com comportamento higiênico

sanitário consorciado ao comportamento forrageiro para pólen. Este trabalho

inicial servirá de substrato para o desenvolvimento de futuros trabalhos

correlacionados à produção de pólen apícola na região do Médio Vale do

Paraíba e serras circunvizinhas.

Palavras- Chave: abelhas, produção, pesquisa, pólen apícola

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1 2. OBJETIVOS

2.1 Geral 5

2.2 Específico 5

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1 Área de Estudo 6 3.2 Material Biológico 7 3.3 Material de Campo 10 3.4 Instalações 16 3.5 Intervenções nas Colônias 17 3.6 Mapeamento dos Comportamentos 23 3.7 Apiário de Matrizes 28

4. RESULTADOS 4.1 Expansão da Área Física 34 4.2 Material Biológico mapeado 37 4.3 Características Mapeadas 37

4.4 Resultados da Aplicação do Método de Identificação do Comportamento Higiênico Sanitário

40

5. DISCUSSÃO 42

6. CONCLUSÃO

44

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 45

8. ANEXOS 8.1 Anexo 1: Autorização para Desenvolvimento de

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Projeto de Pesquisa no Criadouro Conservacionista UNIVAP – CEN/UNIVAP

48

8.2 Anexo 2: Ficha de Revisão Quarentena 49 8.3 Anexo 3: Ficha de Revisão de Desenvolvimento 50 8.4 Anexo 4: Ficha de Revisão Matriz 51

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LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1.1: Área de cavas e matas 6 Figura 3.1.2: Edificações existentes no CEN/UNIVAP;

apiário próximo ao setor administrativo no Campus

7

Figura 3.2.1: Apiários localizados próximos aos tanques da piscicultura e ao redor da edificação do CEN/UNIVAP

8 Figura 3.2.2: Vista do apiário em Campos do Jordão – SP;

transporte das colméias para o CEN/UNIVAP

8 Figura 3.2.3: Colméias trazidas de Salesópolis - SP 9 Figura 3.2.4: Captura de enxames no Campus UNIVAP -

URBANOVA

9 Figura 3.3.1: Local de armazenamento do material de

campo e inventário do CEN/UNIVAP

10 Figura 3.3.2: Material com medidas despadronizadas e

sem manutenção

10 Figura 3.3.3: Gabaritos para confecção de colméias

segundo padrão da CBA; planta do gabarito

11 Figura 3.3.4: Utilização do gabrito para triagem das

colméias do CEN/UNIVAP

12 Figura 3.3.5: Colméia padrão internacional APIMONDIA 13 Figura 3.3.6: Alimentador modelo DOOLITTLE 13 Figura 3.3.7: Tela excluidora de rainha 14 Figura 3.3.8: Núcleo de fecundação; cavalete metálico;

cobertura de tambor cortado

14 Figura 3.3.9: Coletor de pólen modelo ICEAL 15 Figura 3.3.10: Kit para criação de rainhas NICOPLAST 15 Figura 3.4.1.1: Edificação disponível no CEN/UNIVAP:

vistas

16 Figura 3.5.1.1: Favo velho com cria nova; favo velho com

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pólen; finalização da colméia reciclagem; colméia reciclagem

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Figura 3.5.2.1: Manejo de Equalização dos enxames 19 Figura 3.5.2.2: Ciclo de desenvolvimento das abelhas 20 Figura 3.5.2.3: Oviposição da rainha em cera nova com

estímulo adequado

20 Figura 3.5.3.1: Tambor com alimentação energética artificial 21 Figura 3.5.3.2: Alimento energético sendo ministrado a

colméia em desenvolvimento

22 Figura 3.6.1.1: Delimitando as áreas A e B; perfuração da

área de avaliação

24 Figura 3.6.1.2: Devolução do favo perfurado à colméia de

origem

25 Figura 3.6.1.3: Resultados CH: satisfatório; insatisfatório 25 Figura 3.6.2.1: Reservas de pólen de matriz CH; detalhe das

reservas de pólen em quadro de cria

28 Figura 3.7.1: Colméia com: CH > 90%; CH < 90% 28 Figura 3.7.1.1: NICOPPLAST System 29 Figura 3.7.1.2: Transferência de cúpulas com larvas;

montagem das barras de enxertia

30 Figura 3.7.1.3: Núcleos de fecundação 30 Figura 3.7.1.4: Seringa adaptada para marcar rainhas;

marcando a rainha; rainha marcada com a cor verde para o ano de 2004

31 Figura 3.7.2.1: Introdução de rainha com CH em gaiola

Müller

32 Figur 4.1.1: Vista externa da edificação inicial 34 Figura 4.1.2: Projeto de revitalização e ampliação das

instalações disponibilizadas ao trabalho

35 Figura 4.1.3: Planta final da estrutura do NAU 35 Figura 4.1.4: Depósito de materiais de campo; área de

higienização dos equipamentos de campo

36

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LISTA DE TABELAS

Tabela 3.3.1: Material apícola do CEN/UNIVAP após triagem 12 Tabela 4.2.1: Datas e origens das populações de estudo 37 Tabela 4.3.1: Resultados da avaliação da primeira

população de estudo após aplicação do método do comportamento higiênico sanitário

38 Tabela 4.3.2: Resultados da avaliação da segunda

população de estudo após aplicação do método de mapeamento do comportamento higiênico sanitário

39 Tabela 4.4.1: Resultados percentuais do comportamento

higiênico sanitário

40

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LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 4.3.1: Resultado da avaliação da primeira população 39 Gráfico 4.3.2: Resultado da avaliação da segunda população 40 Gráfico 4.4.1: Resultados percentuais do CH 41

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1. INTRODUÇÃO

A cultura das abelhas no Brasil tem cinco fases distintas: a primeira,

anterior a 1840, em que só se cultivavam Meliponídeos; no sul as mandaçaias

(Melípona quadrifaciata), mandaguaris (Scaptotrigona postica), tuiuvas

(Melípona compressipes), jataís (Tetragonisca angustula), manduris (Melipona

marginata); no nordeste a uruçu (Melipona scutellaris) e a jandaira (Melipona

subnitida); no norte a uruçu (Melipona scutellaris), a jandaira (Melipona

subnitida) e algumas outras (KERR, 1967).

A segunda fase se inicia em 1839 quando o Padre Antonio Carneiro

Aureliano trouxe as primeiras abelhas de mel para o Brasil, também

conhecidas como abelhas pretas ou alemãs, Apis mellifera mellifera, tornando-

se abelha “Europa”, ou “abelha do reino” e , devido à transferência de

tecnologia, impôs-se como abelha produtora de mel (STORT & GONÇALVES,

1994). Mais tarde foram trazidas abelhas eslovenas (A. m. carnica), as

caucasianas (A. m. caucasica), dentre outras espécies. Portanto, durante a

fase inicial da apicultura brasileira as primeiras colônias foram trazidas

principalmente para atender as necessidades dos religiosos que necessitavam

de cera para a fabricação de velas e também como “hobby” (GONÇALVES,

2004)

Uma terceira fase tem início ao redor dos anos 40, com os primeiros

movimentos associativos, quando a comercialização começa a ganhar espaço,

porém, recentemente adquire a organização (GONÇALVES, 2002).

Em 1950 tem início a quarta fase, quando as colônias de abelhas do

território brasileiro foram dizimadas em cerca de 80%, provocando um

considerável declínio na produção de melífera. Isto levou o governo federal a

tomar iniciativas fomentando a pesquisa para ajuste da situação no sentido de

retomar a produção de mel. Durante os 20 anos posteriores, um grupo de

pesquisadores de São Paulo, Pindamonhangaba, Piracicaba, Ribeirão Preto,

Rio Claro, Araraquara, do estado de São Paulo, Florianópolis, em Santa

Catarina, Taquari e Curitiba, no Paraná, projetam o Brasil no mapa mundial das

investigações científicas apícolas, constituindo-se atualmente em um dos

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maiores grupos de cientistas especializados neste campo no mundo todo. Em

1957, é introduzida a abelha africana . m scutellata para fins de cruzamento,

segregações de linhagens que aliem suas características genéticas às das

melhores linhagens italianas. Um acidente em sua manipulação provocou a

enxameação de vinte e seis (26) colméias, que iniciaram o processo da

africanização da apicultura brasileira. O efeito foi drástico, porém, entre 1963 a

1967, o citado grupo de pesquisa com a colaboração dos apicultores conseguiu

resolver o problema entre 1965 a 1970, pelo menos do ponto de vista do

retorno à produção, distribuindo rainhas italianas puras virgens para serem

fecundadas por zangões africanos. Até 1970 foram realizadas 3 Semanas de

Apicultura e Genética de Abelhas (KERR, 1980).

O problema da abelha africanizada criou uma aliança entre apicultores e

cientistas, inaugurandoa quinta fase na apicultura brasileira, de 1970 caem

dianteJuntos, cientistas, apicultores e o governo, passam a encontrar soluções

para resolver os vários problemas da apicultura nacional. Além dos grupos de

pesquisadores mencionados, incorporaram-se àquelesos de Viçosa (MG),

Curitiba (PR), Recife (PE), Manaus (AM), Londrina (PR), Barretos (SP) e

Jaboticabal (SP) (KERR, 1980)

Em 1971 o ácaro Varroa jacobsoni, (hoje Varroa destructor) é introduzido

no Paraguai e, em seguida, no Brasil (DE JONG et al., 1984).Desde 1978,

diversas pesquisas sobre o ácaro Varroa foram realizadas e um grande número

de estudos sobre a flora apícola, o que vem incrementando a apicultura

brasileira com ênfase na apicultura migratória para aproveitamento de

diferentes épocas de florescimento. (KERR, 1984).

Isto evidencia o enorme potencial dest campo como atividade geradora

de divisas, pois o desenvolvimento do setor produtivo dentro do agronegócio é

hoje discutido, amplamente incentivado pelos organismos governamentais e

centros de pesquisas, que buscam estabelecer relações cada vez mais

estreitas, visando o aprimoramento dos aspectos profissionalizantes da

atividade (GONÇALVES, 2004).

As abelhas, apesar de terem memória e saberem encadear

acontecimentos, têm grande parte de seu comportamento regido por seus

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genes.Trabalhos demonstram que a selecão de abelhas para freqüentar

determinadas floradas preferenciais para coleta de seu pólen, sinalizam a

importância do mapeamento do material biológico, como implemento à

produtividade como instrumento de desenvolvimento da apicultura (HELLICH,

1984).

Utilizando as tecnologias específicas de manejo para avaliação do

comportamento higiênico sanitárioGRAMACHO, (1995), desenvolvimento e

preparo dos enxames para produção de pólen (ECHEVERRY, 1989),

mapeamento do comportamento de forrageio de pólen (MACKENSEN & NYE,

1969), criação de rainhas (HELLICH et al 1984) e renovação de rainhas

(WIESE, 1995), obteve-se material biológico melhorado para a produção de

produtos apícolas de elevado valor nutritivo e isentos de contaminação. O

mercado nacional e especialmente o internacional clamam por produtos com

esta qualidade, onde a problemática da poluição ambiental em grande parte do

mundo inviabilizou a produção de alimentos apícolas isentos de contaminantes

para abastecer o mercado mundial. O Brasil se destaca neste cenário, pois sua

flora preservada em níveis ainda viáveis de produção orgânica e material

biológico mais resistente a pragas e patologias excluem a necessidade do uso

de medicamentos químicos que deixam seus resíduos tóxicos nos produtos

(GONÇALVES, 2002).

Conseqüentemente, as oportunidades de negócios e geração de

empregos são conseqüências deste perfil mercadológico, atraindo recursos

financeiros aos setores do agronegócio que se integram a esta proposta, pois o

potencial apícola inerente das regiões brasileiras sempre foi pouco e mal

explorado (VILELA & PEREIRA, 2002).

A apicultura no Brasil encontra-se em momento muito favorável e

oportuno para investimentos nos setores de produção e distribuição de

produtos apícolas a níveis mundial e nacional (GONÇALVES, 2002).

Atualmente a apicultura tende a buscar ser uma atividade profissional,

rendosa e altamente competitiva para atendimento das exigências dos

mercados nacional e internacional, que primam hoje pela qualidade e higiêne

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dos produtos, em especial dos produtos naturais isentos de contaminantes e

resíduos químicos (GONÇALVES, 2004).

A necessidade da organização de núcleos para estudos de apicultura

dentro das instituições brasileiras de pesquisa é reconhecida como de vital

importância ao desenvolvimento de uma atividade altamente produtiva em

âmbitos regional e nacional. Para tanto, é de fundamental importância que o

movimento científico se integre de forma mais prática ao setor produtivo para

acelerar o crescimento apícola nacional, promovendo participação da apicultura

brasileira nos mercados interno e externo. A crescente demanda de mercado

mobilizou a classe apícola a buscar organização institucional, desenvolvimento

tecnológico de equipamentos e manejo para incremento da produtividade

focando a produção com qualidade solicitada pelo mercado (GONÇALVES,

2002).

A incorporação de um NÚCLEO DE APICULTURA no Centro de Estudos

da Natureza da Universidade do Vale do Paraíba (CEN/UNIVAP) tem como

objetivo concatenar estas potencialidades e auxiliar no engajamento de uma

parcela dos produtores rurais na cadeia produtiva apícola do Vale do Paraíba.

O CEN/UNIVAP, dentre muitas de suas finalidades, realiza estudos científicos

voltados ao desenvolvimento de métodos aplicáveis às questões dos

problemas da interação do homem com os habitats naturais.

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2. OBJETIVO GERAL

Implantar um núcleo de apicultura no CEN/UNIVAP para o

desenvolvimento de trabalhos científicos, tendo como proposta inicial sua

estruturação física, e concomitantemente, o mapeamento de material biológico

com comportamento higiênico sanitário e forrageiro para coleta de pólen,

partindo das colméias encontradas no campus URBANOVA e algumas

colméias trazidas de Campos do Jordão – SP e Salesópolis - SP.

2.2 Objetivos Específicos

- Adequar as instalações sedidas pela UNIVAP no campus Urbanova,

para possibilitar pesquisas voltadas a trabalhos básicos de campo e coleta de

dados;

- Avaliar a qualidade genética quanto ao comportamento higiênico

sanitário e produtividade para coleta de pólen aplicando os métodos sugeridos

por GRAMACHO (1995) e HELLICH et al (1984) de:

- 12 enxames do apiário do CEN/UNIVAP;

- 13 enxames trazidos de Campos do Jordão – SP;

- 10 enxames trazidos de Salesópolis – SP;

- 5 enxames capturados no Campus Urbanova da UNIVAP.

- Ampliar o número de enxames na área do campus Urbanova da

UNIVAP;

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Área de Estudo

A área de estudo utilizada foi a fazenda do Campus – URBANOVA –

UNIVAP. A fazenda possui área total de 226 alqueires fornecendo florada

néctarífera e polinífera. (Fig. 3.1.1).

A B Foto: L.A.Sosnowski Foto: L.A.Sosnowski

.

Fig. 3.1.1: a - Área de cavas; b - Área de mata.

Foi utilizada como base operacional para os trabalhos de campo

edificação existente no CampusUrbanova da UNIVAP onde foram realizadas

algumas reformas, organizando salas para armazenamento de materiais e

insumos, vestiário, banheiro, cozinhas, necessária ao preparo e estocagem do

material de campo. O apiário, que inicialmente se encontrava ao redor desta

edificação, foi transferido para outra área dentro da fazenda do campus

possibilitando o manejo das colônias sem riscos a transeuntes e/ou animais

que pudessem eventualmente aproximarem-se do local de estudo (fig. 3.1.2).

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B A Foto: L.A.Sosnowski Foto: L.A.Sosnowski

C Foto: L.A.Sosnowski D Foto: L.A.Sosnowski

Fig.3.1.2 – a,b,c: Edificação existente no CEN/UNIVAP; d – Apiário em local provisório próximo

ao setor administrativo no Campus

3.2 Material Biológico

Na primeira fase do trabalho foram utilizadas 12 colônias de Apis

mellifera Scutelatta, locadas há cinco anos em dois pontos dentro do Campus

UNIVAP – URBANOVA, realizando sua transferência para local mais

apropriado em novembro de 2003 e 13 colônias trazidas de Campos do Jordão

– SP em dezembro de 2003. Esta população de estudo totalizou 25 colônias as

quais se encontravam instaladas em caixas mobilistas com medidas

despadronizadas, número de quadros variando entre 4 e 10 e com e sem

melgueiras (fig. 3.2.1 e 3.2.2).

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A Foto: L.A.Sosnowski B Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.2.1: a - Apiários localizados próximo aos tanques da piscicultura; b - Apiário localizado ao redor da edificação do CEN/UNIVAP.

A Foto: L.A.Sosnowski B Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.2.2: a - Vista do apiário em Campos do Jordão – SP; b - Transporte das colméias para o CEN/UNIVAP.

O número de colméias locadas no campus não era suficiente para

compor a amostragem mínima sugerida por GRAMACHO (1995); foi então

providenciado em março de 2004 a incorporação de mais 10 colônias para a

realização do trabalho de mapeamento biológico, trazidas de Salesópolis – SP,

(figuras 3.2.3), e em junho de 2004 foram capturadas mais 5 colônias que se

encontravam alojadas em locais diversos dentro do Campus UNIVAP –

Urbanova (fig. 3.2.4).

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Foto: L.A.Sosnowski

Figura 3.2.3: Colônias trazidas de Salesópolis - SP

A Foto: L.A.Sosnowski B Foto: L.A.Sosnowski

D C Foto: L.A.Sosnowski Foto: L.A.Sosnowski

Figura 3.2.4: a, b, c, d – Captura de enxames no Campus UNIVAP – Urbanova.

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3.3 Material de campo

Foi realizado levantamento do equipamento apícola para produção de

mel existente no Campus UNIVAP - URBANOVA, avaliando a sua

padronização segundo a Resolução da Confederação Brasileira de Apicultura

CBA 2/97, e seu estado de conservação (fig. 3.3.1).

Foto: L.A.Sosnowski B Foto: L.A.Sosnowski A

Fig. 3.3.1: a - Local de armazenamento do material de campo; b - Inventário do

equipamento de campo do CEN/UNIVAP.

Na fase inicial do trabalho o material apícola existente no CEN/UNIVAP

não se encontrava em bom estado de padronização e conservação, o que

impossibilitava atender às necessidades de manejo na intervenção das

colônias (fig. 3.3.2).

Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.3.2: Material com medidas despadronizadas e sem

manutenção.

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Para avaliação e ajustes dos materiais foi realizado estudo das medidas

originais da colméia mobilista desenvolvida pelo reverendo norte-americano

Lorenz Lorraine Langstroth em 1851 e confeccionado gabarito adequado para

avaliação das dimensões internas e externas das colméias seguindo as

medidas divulgadas pela Confederação Brasileira de Apicultura – CBA (fig.

3.3.3).

A Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.3.3: a - Gabarito para confecção de colméias segundo

padrão da CBA.

Gabarito para caixas de ninho

Gabarito para quadros de ninh

Figura 3.3.3: b - Pl

B

Imagem: L. Fonseca

e melgueira

o e melgueira

AMA - ASSOCIAÇÃO MODELO DE APICULTURA

anta do Gabarito

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12

A utilização do gabarito possibilitou realizar uma triagem precisa,

demonstrando as diferenças de medidas dos diferentes componentes das

colméias (Fig. 3.3.4)

Foto: L.A. Sosnowski A Foto: L.A. Sosnowski B

Fig. 3.3.4: a e b -Utilização do Gabarito LSM para triagem das colméias do CEN/UNIVAP.

Cada peça do material foi avaliado pela medida própria do gabarito e,

toda peça que apresentou medidas excessivas ou reduzidas foi descartado.

O material de campo resultante da triagem classificado como utilizável

não foi suficiente para a realização do trabalho, sendo alguns itens cedidos

pela empresa SER Apis – Pesquisa, beneficiamento e assessoria apícola Ltda

e outros comprados pela UNIVAP.

Após realizada a triagem dos materiais de campo do CEN/UNIVAP foi

aproveitado o material conforme Tabela 3.3.1:

Tabela 3.3.1: Material apícola do CEN/UNIVAP disponível após triagem

DESCRIÇÃO DO MATERIAL TOTAL

Caixa completa com sobre ninho (para mel) 14

Caixa completa com melgueira (para mel) 7

Núcleos para captura de enxames 11

Fumigador SC Brasil – 6 litros 1

5 EPI’s (jaleco + calça) 5 Fonte: L.A.Sosnowski

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Compõem a lista de materiais e equipamentos utilizados:

- Colméias Langstroth padronizadas segundo as normas da APIMONDIA

(órgão mundial da classe apícola) e da CBA (Confederação Brasileira de

Apicultura) (fig. 3.3.5);

Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.3.5: Colméia padrão

Internacional APIMONDIA.

- Alimentadores Doolittle - Internos com capacidade de 2,5 litros (fig.

3.6);

Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.3.6: Alimentador interno modelo Doolittle.

- Telas excluidoras de rainhas (fig. 3.3.7);

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14

Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.3.7: Tela Excluidora de rainha.

- Cavaletes metálicos para sustentação das colméias a 60 cm do solo

(fig. 3.3.8);

- Coberturas de tambores de 200 litros cortados em 3 partes iguais (fig.

3.3.8) ;

- Núcleos de 5 quadros para fecundação de rainhas (fig. 3.3.8).

Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.3.8: Núcleos de fecundação, cavalete metálico e cobertura de tambor cortado.

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- Coletores de pólen modelo ICEAL (fig. 3.3.9);

Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.3.9: Coletor de pólen modelo ICEAL.

- Kit para criação de rainhas NICOPLAST – França (fig. 3.3.10);

Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.3.10 – Kit para criação de rainhas

NICOPLAST.

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3.4 Instalações 3.4.1 Logística

Este projeto foi desenvolvido no CEN/UNIVAP Campus Urbanova em

São José dos Campos (SP) no setor inicialmente improvisado (fig. 3.4.1.1).

Foto: L.A.Sosnowski Foto: L.A.Sosnowski A B

Fig. 3.4.1.1: Edificação disponível no CEN/UNIVAP; A: vista frontal; B: vista lateral.

Concomitantemente à fase inicial foi realizado projeto de manutenções e

adequações nas instalações para revitalização de danos sofridos pela ação do

tempo e ampliação da área construída, viabilizando a logística necessária à

consecução dos trabalhos propostos.

3.4.2 Processamento de Produtos e Reprodução do Material Biológico

Para realização do processamento do produto resultante da avaliação do

comportamento de forrageio para pólen (o pólen), foram atendidas as

exigências de BPF (Boas Práticas de Fabricação), conforme dispõe legislação

e regulamentos técnicos do setor descritos na Lei 1.283 de 18 de dezembro de

1950 e Decreto n° 30.691 de 29 de março de 1952, que dispõem sobre a

inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem animal, os quais estão

sujeitos a fiscalização prévia nesta lei para manipulação e processamento da

produção, sendo realizada em unidade de beneficiamento adequada através de

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17

parceria com a empresa SER Apis - Pesquisa, beneficiamento e assessoria

apícola Ltda, sediada na Incubadora Tecnológica no Campus da UNIVAP –

URBANOVA.

Para multiplicação do material biológico mapeado foi utilizada uma sala

para preparo do material de criação de rainhas e para realização das

transferências de larvas filhas das rainhas matrizes selecionadas.

3.5 Intervenções nas Colônias

3.5.1 Equalização das Colônias

As rainhas de todas as colméias do CEN/UNIVAP eram de idade

desconhecida, os favos velhos (muitos favos de recolhimento - cortiços)

provenientes das capturas em localidades distintas nos municípios de São José

dos Campos e São Francisco Xavier, enquanto que as vindas do apiário de

Campos do Jordão apresentavam favos velhos, porém, construídos sobre

placas de cera alveolada substituídos há dois anos. Todos os enxames

receberam pouco manejo, encontrando-se em condições muito próximas ao

estado original na natureza diferenciando-se pelo fato de terem sido

transferidos para caixas mobilista e terem recebido alimentação artificial

algumas vezes nos períodos de escassez de floradas, foi necessário intervir

com manejo para reciclagem de cera e substituição de material para deixá-los

em condições de emprego das técnicas de avaliação (fig. 3.5.1.1).

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Foto: L.A.Sosnowski Foto: L.A.Sosnowski A B

Foto: L.A.Sosnowski Foto: L.A.Sosnowski C D

Fig. 3.5.1.1: a - Favo velho com cria nova; b - Favo velho com pólen;

c - finalização da montagem da colméia reciclagem; d – Colméia reciclagem.

Para possibilitar o emprego das metodologias de avaliação do material

biológico, sua reprodução e posterior introdução nas colônias, foi realizado

manejo semanal para retirada de favos e sobre-caixas excedentes nos

enxames. Cada enxame recebeu um alimentador interno modelo DOOLITLLE

onde, após cada intervenção semanal, foi ministrado 2,5 litros de alimentação

energética e quadro com cera alveolada sugerido por ECHEVERRY (1989),

repondo as reservas de alimento e renovando todos os favos defeituosos,

velhos e danificados, possibilitando posteriormente a aplicação das

metodologias de seleção para comportamento higiênico sanitário,

forrageamento de pólen e criação de rainhas.

3.5.2 Desenvolvimento dos Enxames

Para o trabalho de organização dos enxames foram realizados manejos

de desenvolvimento com intervenções sistêmicas em 4 repetições mensais em

intervalo de 7 dias ministrando 2,5 litros de alimentação artificial no mesmo dia

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de cada intervenção, equalizando suas respectivas reservas de alimento e

densidade populacional (fig. 3.5.2.1).

Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.5.2.1: Manejo de equalização dos enxames.

Segundo WIESE (1995), cada fase de desenvolvimento das crias tem

diferentes necessidades de temperatura sendo a mais frágil aquela que se

encontra na fase de ovo, seguida das fases de larvas mais novas, larvas mais

velhas e finalmente pré-ninfas e ninfas (Fig. 3.5.2.2).

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Figura 3.5.2.2: Ciclo de desenvolvimento das abelhas.

A cada 7 dias o ciclo de nascimento dos indivíduos adultos se concluí

em cerca de 1/3 dos favos com cria operculada, fazendo-se necessária nova

intervenção para relocação dos favos desocupado nas laterais da câmara de

cria para a parte central, criando condição mais favorável de estabilidade da

temperatura e umidade relativa na área de postura, estimulando a oviposição

da rainha e garantindo o crescimento rápido do enxame. (fig. 3.5.2.3).

Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.5.2.3: Oviposição de rainha em cera

nova com estímulo adequado.

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3.5.3 Alimentação Artificial

A cada intervenção foi ministrada alimentação energética e protéica para

compensar a flutuação da oferta nas flores, alimentos artificiais que garantem

suprimento de reservas às abelhas durante o período de entressafra na

natureza (março a junho de 2004).

Alimentação energética: composta por uma solução de água com açúcar

na proporção de 1:1, onde se mistura ambos em um tambor plástico com

capacidade para 50 litros agitando até o açúcar diluir totalmente (fig. 3.5.3.1).

Fig.3.5.3.1 – Tambor com alimentação

energética artificial (água com açúcar).

Alimentação protéica: é adicionada à alimentação energética, sendo

administrada na forma líquida. Para cada quilo de alimento energético pronto

adiciona-se 7 gramas de MAX Bee, alimentando diretamente nos

alimentadores internos tipo DOOLITTLE (fig. 3.5.3.2). O fabricante do produto é

LABORATÓRIOS GRASCON DO BRASIL LTDA e apresenta os seguintes

níveis de garantia: Teor médio dos aminoácidos das proteínas de MAX Bee

(em g/kg – níveis médios divulgados apenas como informação nutricional):

alanina: 4,42; arginina: 12,23; cistina: 3,11; histidina: 7,85; isoleucina: 16,72;

leucina: 23,97; lisina: 22,13; metionina: 6,33; fenilalanina: 13,68; treonina:

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14,74; triptofano: 4,35; tirosina: 12,52; valina: 18,14; serina: 6,97; prolina:

12,38; ac. Aspártico: 9,69; ac. Glutâmico: 26,77; glicina: 2,72.

Foto: L.A.Sosnowski

Fig.3.5.3.2: Alimento energético sendo ministrado

a colméia em desenvolvimento.

3.5.4 Criação de Fichas para Coleta de dados 3.5.4.1 Ficha de Revisão de Quarentena

Foram criadas fichas para anotar os dados sobre a performance dos

enxames que compuseram a amostragem do trabalho em sua fase inicial

sendo assim denominada para mensurar a situação sanitária. Após a

confirmação de ausência de infestações parasitárias e de contaminações estas

passaram a ser avaliadas quanto ao passo seguinte (vide anexo 2).

3.5.4.2 Ficha de Revisão de Desenvolvimento

Foram criadas fichas para anotar os dados de cada colméia para

avaliação do índice de desenvolvimento, tomando como referência a expansão

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da área de cria até a equalização da densidade populacional e número de

favos de cria e alimento (vide anexo 3).

3.5.4.3 Ficha de Revisão de Matrizes

Fichas de matrizes para coleta de dados pertinentes à observação do

volume de pólen armazenado nos favos de alimento das colônias pré-

selecionadas com o comportamento higiênico-sanitário (vide anexo 4).

3.6 Mapeamento dos Comportamentos 3.6.1 Comportamento Higiênico Sanitário

O Comportamento higiênico das abelhas do gênero Apis, significa a

capacidade que as abelhas tem para detectar e remover as crias mortas,

doentes, danificadas ou infestadas com ácaros do interior de suas colônias

As colméias foram manejadas semanalmente até atingirem a densidade

populacional de 7 quadros cobertos de abelhas. Após este período de

organização e desenvolvimento das colônias, foi aplicado o método de

perfuração descrito por GRAMACHO (1995); foram realizadas as perfurações

em quadros de crias operculadas de operárias com idade de 10 a 14 dias

(pupa de olhos rosa). Nestes quadros escolhem-se duas áreas vizinhas

contendo 100 células operculadas (10 linhas por 10 fileiras) sendo uma área

sem perfuração (área A) e a outra área para controle ou testemunho, sem

perfuração (área B). As células vazias de cada área antes da perfuração foram

contadas para ajuste nos cálculos de porcentagem. As áreas foram delimitadas

com bisturi e as crias foram perfuradas com um alfinete entomológico número

2, introduzindo-o bem ao centro do opérculo (capa da célula de cria) e numa

profundidade que permitiu atingir a cria (fig. 3.6.1.1).

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A Foto: L.A.Sosnowski B Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.6.1.1: a – Delimitando as áreas b – Perfuração da área de avaliação.

A e B

Após a perfuração das 100 células os quadros de crias foram devolvidos

para as suas respectivas colméias testadas e permaneceram lá por 24 horas

para que as operárias higiênicas realizassem a desoperculação e remoção das

crias mortas ou danificadas pelo alfinete (fig. 3.6.1.2). Para a coleta dos dados

referentes a remoção fotografou-se o desempenho de cada colméia utilizando-

se câmera digital baixando posteriormente as fotos em computador e

procedendo a contagem em ambiente fora do apiário, transcrevendo os

resultados para planilha de avaliação.

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Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.6.1.2 – Devolução do favo perfurado à colméia de origem.

Após 24 horas os quadros foram retirados sendo, a seguir, contadas as

células vazias tanto na área A quanto na B (fig. 3.6.1.3).

Foto: L.A.Sosnowski Foto: L.A.Sosnowski A B

Fig. 3.6.1.3 a – Resultado satisfatório; b – Resultado insatisfatório.

Para estimativa do comportamento higiênico (CH) de cada colônia foram

contadas as células operculadas (área A) submetidas a perfuração e 24 horas

após o favo ter permanecido na colônia contou-se as células desoperculadas

ou vazias. A seguir dividiu-se o total dessas células vazias pelo número de

células perfuradas. Este cálculo forneceu o número de células desoperculadas

e cujas crias foram removidas pelas operárias higiênicas. A seguir foi calculado

o Fator de correção “Z” que corresponde a taxa de limpeza natural da área

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26

correspondente ao controle (área B cujas células não foram perfuradas) e foi

descontado do valor de células removidas na área A . Portanto, o valor de CH é

igual ao valor de células removidas a área A menos o valor das células

removidas ou vazias da área B. A estimativa de “Z” para a área B ou controle

foi obtida da mesma maneira que para a área A, sendo a única diferença que

em B as células operculadas não foram perfuradas e após 24 horas contou-se

igualmente as células desoperculadas ou vazias. Os resultados finais do

comportamento higiênico foram os valores estimados para o comportamento

higiênico de cada colônia que será utilizado somente se o valor do fator de

correção (na área B, controle, sem perfuração0 for igual ou inferiro a 10%, isto

é, se não existir mais de 10 células vazias. As formulas utilizadas para as

estimativas de CH e Z são):

Yx100

Z = ------------

A

Onde:

Z= % de células limpas no controle (Fator de correção);

A= Número de células contendo cria operculada (área B) antes do favo

ser introduzido na colônia para o teste de limpeza;

Y= Número de células vazias (ou limpas) do controle que continham

crias operculadas e que foram removidas naturalmente, sem terem sido

perfuradas, sendo que: Y = C – B;

C= Número de células vazias da área B (controle) após o favo teste ter

sido submetido ao teste de limpeza na colônia analisada;

B= Número de células vazias da área B antes do favo teste ser

submetido ao teste de limpeza.

CV (após 24 horas) - CV

CH = ---------------------------------- x 100 - Z

CO

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Onde:

CV (após 24 horas) = Número de células vazias 24 horas após a

perfuração;

CV = Número de células vazias antes da perfuração das células

operculadas;

CO = Número de células operculadas antes da perfuração;

Z = Fator de correção obtido do controle com a finalidade de formar um

plantel onde o genoma resistente as doenças esteja presente.

3.6.2 Comportamento Forrageiro para Pólen

Através de intervenções semanais nas colônias avaliadas como matrizes

com comportamento higiênico sanitário, foi realizada a equalização das

respectivas densidades populacionais retirando das colméias mais

desenvolvidas favos de cria para nascer dando-os para outras colônias não

matrizes, reduzindo assim o excesso de abelhas no ninho de crias e

campeiras, nivelando as populações enquanto as demais matrizes que se

encontravam em estágio de desenvolvimento mais atrasado pudessem

alcançar as mais desenvolvidas. Tomou-se este procedimento, pois não havia

meios de determinar as idades de cada matriz, considerando-se como método

mais adequado de nivelamento de populações, estabelecendo após 4 semanas

o prazo inicial para avaliação das reservas de pólen de cada matriz.

As observações foram realizadas equiparando as áreas de crias aberta e

fechada eliminando os favos com reservas de pólen de todas as colônias

avaliadas. A partir desta condição inicial idêntica a todas as matrizes com

comportamento higiênico sanitário iniciou-se as observações a cada sete dias,

empregando método adaptado de ECHEVERRY (1989), considerando-se as

reservas de pólen armazenadas nos favos de alimento e favos de cria de cada

uma delas (fig. 3.6.2.1).

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Quadro de reservas de alimento protéico (pólen)

Favo de cria com reserva alimento protéico (pólen)

A Foto: L.A.Sosnowski Foto: L.A.Sosnowski B

Fig. 3.6.2.1: a – Reservas de pólen de matriz CH.

3.7 Apiário de Matrizes

Em um programa de seleção massa

colméias matrizes de pelo menos 20% d

evitar problemas de consangüinidade, as

produção de rainhas e zangões para a

valores de CH = 90% ou mais fora

selecionadas e mantidas como matrizes p

As colônias que apresentaram valores d

substituídas por rainhas filhas das colônias

Foto: L.A.Sosnowski A

Fig. 3.7.1: a – colméia com CH>90%

b – Detalhe das reservas de pólen em

quadro de cria.

l deve-se contar com um número de

o total de colméias disponíveis para

quais deverão ser selecionadas para

próxima geração. As colônias com

m consideradas como higiênicas,

ara produção de rainhas e zangões.

e CH < 90% tiveram suas rainhas

mais higiênicas (fig. 3.7.1).

Foto: L.A.Sosnowski B

b – Colméia com CH<90%

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Para o cálculo do percentual dos resultados utilizou-se a seguinte

fórmula:

N° colônias com CH>90%

Matrizes = -----------------------------------------

N° total de colônias testadas

3.7.1 Reprodução do Genótipo Desejado (matrizes de elite)

Para garantir a elevação dos níveis de produção de pólen foi necessário

compor o apiário de elite com matrizes portadoras dos genomas de

comportamento higiênico-sanitário e coleta de pólen. O emprego de técnicas

de criação de rainhas com uso de equipamento adequado foi a base para a

reprodução deste material biológico e sua translocação às demais famílias não

portadoras destes genomas. Foi utilizado equipamento francês denominado

NICOPLAST distribuído pela empresa norte-americana MANN LAKE LTD, o

qual foi importado para uso neste trabalho (fig. 3.7.1.1 e 3.7.1.2).

Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.7.1.1 – Nicolpast System

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Foto: R. Veturiano Foto: R. Veturiano

A B

b – montagem das barras de enxertia.

Fig. 3.7.1.2: a - Transferência de cúpulas com larvas;

Empregou-se métodos avançados de produção de rainhas para a

reprodução do material biológico mapeado (matrizes). As rainhas virgens

(princesas) foram fecundadas em núcleos de fecundação especialmente

preparados para este fim, com 1 quadro de cria operculada e 1 quadro de

alimento (fig. 3.7.1.3).

Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 3.7.1.3: Núcleos de Fecundação

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Após confirmadas as fecundações as rainhas foram marcadas com tinta

atóxica especial para este fim, utilizando a nomenclatura internacional da

APIMONDIA; a cor verde é a determinada pelo código internacional para

marcação no ano de 2004. O método consiste em retirar as rainhas fecundadas

dos núcleos de fecundação, leva-las até a sala de enxertia para aplicar a tinta

na parte dorsal do tórax utilizando uma seringa adaptada onde o êmbulo de

borracha é substituído por espuma e o fundo onde a agulha é encaixada

retirado e adaptada uma tela de algodão para pressionar a rainha e posicionar

o dorso torácico para receber a tinta (fig. 3.7.1.4).

A B Foto: L.A.Sosnowski Foto: L.A.Sosnowski

Figura 3.7.1.4: a - Seringa adaptada para marcar rainhas; b - Marcando a rainha

Foto: L.A.Sosnowski C

c – Rainha marcada com a cor verde para 2004.

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3.7.2 Substituição do material biológico

Para a substituição do material biológico (rainhas velhas) de todas as

colônias pelo testado que apresentou o comportamento higiênico sanitário

foi empregada a técnica de substituição imediata, retirando a rainha velha e

introduzindo no mesmo instante a nova presa em gaiola Müller (fig. 3.7.2.1).

Foto: L.A.Sosnowski

Fig3.7.2.1 – Introdução de rainha com CH em gaiola Müller

Após 7 dias verificou-se a aceitação repetindo o procedimento de

introdução de novas rainhas nas colméias que não as aceitaram na primeira

vez. Com este procedimento foram equalizadas as médias diárias de coleta de

pólen por colméia, além de estabelecer segurança com a prevenção da

infestação das colônias por parasitas e doenças.

3.7.3 Renovação do Genótipo das colônias

Transcorridos os 73 dias após o início da oviposição das rainhas filhas

das matrizes portadoras do genótipo selecionado iniciou-se o nascimento das

abelhas operárias, as quais apresentaram o comportamento forrageiro

desejado 21 dias após seu nascimento, quando iniciaram seu trabalho

forrageiro como abelhas campeiras.

Após este período de renovação dos genótipos realizou-se a

comparação entre grupos testemunha sem seleção genética e sem renovação

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de rainhas e grupos de ensaio com seleção genética e renovação de rainhas

durante 60 (sessenta) dias para avaliar a manifestação fenotípica do genótipo

selecionado.

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34

4. RESULTADOS

4.1 Expansão da área física

A estrutura disponibilizada ao trabalho era precária e sofreu diversas reformas

e manutenções (figura 4.1.1).

Foto: L.A.Sosnowski Foto: L.A.Sosnowski A B

Figura 4.1.1: Vista externa da edificação inicial: a - Fundos; b - vista geral.

Foi elaborado um plano de reformas para atendimento das

necessidades para execução das atividades do trabalho (fig. 4.1.2)

Imagem: I. Moral Imagem: I. Moral

Fig. 4.1.2 – Projeto de revitalização e ampliação das instalações disponibilizadas ao trabalho.

A partir deste trabalho o CEN/UNIVAP conta com a estrutura

logístico/operacional do NAU – UNIVAP (Núcleo de Apicultura da Universidade

do Vale do Paraíba) para realização de trabalhos científicos na área apícola;

Foram construídas dependências para armazenamento de materiais de

campo e insumos, para higienização do material de coleta de pólen e

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35

estocagem de pólen coletado, sala para transferências de larvas destinadas a

criação de rainhas (figura 4.1.3).

DeDesenho: senho: IARA M IARA MORAL Imagem: I. Moral ORAL

54321

Figura 4.1.3: Planta final da estrutura do NAU: 1 – recepção; 2 – cozinha e banheiro; 3 –

salas da coordenação e estagiários; 4 – sala de enxertias; 5 – área limpa.

1 - Recepção: destinado ao recebimento de visitantes; dimensão: 2,00 x

6,00 mt;

2 - Cozinha e banheiro: para higienização e alimentação 2,00 x 3,00 mt e

1,40 x 2,00 mt, respectivamente;

3 - Salas da coordenação do NAU: para organização de trabalhos

administrativos do NAU e espaço de estudo aos estagiários; dimensões: 3,00 x

3,20 mt e 2,30 x 3,00 mt, respectivamente;

4 - Sala de enxertias: para realização de transferência de larvas das

colméias matrizes na criação de rainhas com as características biológicas dos

comportamentos observados.; dimensões: 2,30 x 2,85 mt;

5 - Área Limpa: área destinada a estocagem e preparo de material para

enxertia e coleta do pólen; dimensões: 3,00 x 8,00 mt.

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36

A Foto: L.A.Sosnowski B Foto: L.A.Sosnowski

Fig. 4.1.4: Vistas: a - Depósito de materiais de campo; b - Área de higienização dos

equipamentos de campo;

Foto: L.A.Sosnowski C Foto: L.A.Sosnowski D

E Foto: L.A.Sosnowski

Figura 4.1.3: c - Freezers para armazenamento de pólen; d - Sala de enxertia; e - Acesso

lateral para veículo.

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37

4.2 Material Biológico Mapeado

Foi organizado um apiário reunindo colméias existentes no CEN/UNIVAP

somando um total de 12 colônias. Este número ainda não seria suficiente para

desenvolvimento do trabalho sendo então trazidas mais 13 colônias de apiário

localizado em Campos do Jordão – SP, 10 de Salesópolis – SP e capturados

mais 5 enxames na área do Campus UNIVAP – URBANOVA, completando

amostragem de 40 colônias, número adequado para a aplicação da

metodologia de mapeamento das características higiênico-sanitárias para a

formação de banco genético inicial (tabela 4.2.1).

Tabela 4.2.1: Datas e origens das populações de estudo

Local Data Etapa do trabalho n°enxames CEN/UNIVAP Novembro 2003 Inicial 12

Campos do Jordão Dezembro 2003 Inicial 13

Capturados UNIVAP Junho 2004 2ª etapa 10

Salesópolis Agosto 2004 2ª etapa 5

Total 40

Fonte: L.A.Sosnowski

4.3 Características mapeadas

Através da aplicação de método de mapeamento do comportamento

higiênico-sanitário foram feitas três verificações em duas etapas nas colméias

observadas. Foi aplicado o método no primeiro lote de 25 colônias em

novembro/dezembro de 2003 mapeando os genes que manifestam o

comportamento higiênico-sanitário em 5 colônias do total de 16 colônias, pois 9

delas enxamearam devido ao estímulo de crescimento desenvolvido pelo

manejo durante a aplicação da metodologia, o que é natural quando se maneja

colméias com rainhas com idade superior a 8 meses (Tabela 4.3.1).

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38

Tabela 4.3.1: Resultados da avaliação da primeira população de estudo após aplicação

do método de mapeamento do Comportamento Higiênico sanitário

No. CX* 1a. PERFURAÇÃO 2a. PERFURAÇÃO 3a. PERFURAÇÃO % MÉDIA CH**

1 94 ENXAMEOU - 31,33

2 79 ENXAMEOU - 26,33

3 52 71 90 71,00

4 90 99 94 94,33 5 38 100 80 72,67

6 98 98 78 91,33 7 83 97 ENXAMEOU 60,00

8 92 99 97 96,00 9 93 95 65 84,33

10 91 100 ENXAMEOU 63,67

11 41 ENXAMEOU - 13,67

12 89 49 98 78,67

13 92 95 78 88,33

14 92 94 100 95,33 15 ENXAMEOU - - -

16 73 88 100 87,00

17 77 97 97 90,33 18 97 92 ENXAMEOU 63,00

19 100 82 ENXAMEOU 60,67

20 85 96 74 85,00

21 64 73 100 79,00

25 26 44 ENXAMEOU 23,33

A 19 43 95 52,33

B 67 62 80 69,67

C 42 79 90 70,33

* N° CX – número da caixa (colméia); ** % MÉDIA CH – percentual médio do comportamento

higiênico sanitário.

Fonte: L.A.Sosnowski

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39

Gráfico 4.3.1: Resultado da avaliação da primeira população

83%

17%

TOTAL CXCOMP.HOGIÊNICO

Foi aplicado o método de perfuração para mapeamento do

Comportamento higiênico sanitário no segundo lote em novembro de 2004 com

perda de 4 colônias por enxameação e 3 orfandades no recolhimento (tabela

4.3.2). Tabela 4.3.2: Resultados da avaliação da segunda população de estudo após

aplicação do método de mapeamento do Comportamento Higiênico sanitário

No. CX 1a. PERFURAÇÃO 2a. PERFURAÇÃO 3a. PERFURAÇÃO % MÉDIA CH

1 94 72 66 - 77,33

2 99 - ÓRFÃ 33,00

3 52 71 70 64,33

4 85 78 88 83,66

5 38 ENXAMEOU - 12,66

6 68 59 83 70,00

7 83 ÓRFÃ - 27,66

8 72 99 77 82,66

9 82 85 79 82,00

10 95 ÓRFÃ - 31,33

11 41 ENXAMEOU - 13,67

12 94 47 79 73,33

13 88 93 ENXAMEOU 60,33

14 96 93 100 96,33 15 ENXAMEOU - - -

Fonte: L.A.Sosnowski

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40

Gráfico 4.3.2: Resultado da avaliação da segunda população

94%

6%

TOTAL CXCOMP.HIGIÊNICO

4.4 Resultado da aplicação do método de identificação do comportamento higiênico sanitário

Da aplicação do método de seleção massal na população de 40 colônias

observadas resultou um total de 5 matrizes no primeiro lote e apenas 1 no

segundo., sendo obtido o resultado abaixo do mínimo de 20% descrito por

GRAMACHO (1995) para um programa de seleção genética (tabela 4.4.1).

Tabela 4.4.1: Resultados percentuais do comportamento higiênico sanitário

Lote N°colônias Enxameação Orfandade CH > 90% CH < 90% % CH*

primeiro 25 9 0 5 20 20

segundo 15 3 3 1 14 6,66

Total 40 12 3 6 34 15

*CH – Comportamento Higiênico sanitário

Fonte: L.A.Sosnowski

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41

Gráfico 4.4.1: Resultados percentuais do CH

15%

47%

30%

8%

Colméias c/ CH >90%Colméias c/ CH < 90%EnxameaçãoOrfandade

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42

5. DISCUSSÃO

Durante o desenvolvimento das etapas foram muitas as dificuldades,

porém, o apoio da administração do Criadouro Conservacionista foi vital para

alcançar os resultados apresentados.

A estruturação do NAU/CEN – UNIVAP abre novas perspectivas para

estudos biológicos, pois a tendência do mercado, especificamente aos que

buscam aprimoramento em pesquisas e tecnologias de campo, serão

absorvidos por este novo segmento do agronegócio de grande perspectiva de

desenvolvimento.

As instalações hoje disponíveis viabilizam o desenvolvimento de

trabalhos científicos por atenderem às condições necessárias descritas na

literatura.

Os resultados apresentaram características diferenciadas nos quais

foram mapeados os comportamentos desejados dos enxames, higiênico

sanitário e forrageiro para pólen, conforme descrito por GRAMACHO, 1995 e

ECHEVERRY,1989, identificando pontos fundamentais para subsidiar o

crescimento da atividade apícola no Vale do Paraíba.

Através da organização dos trabalhos de campo houve um aumento no

número inicial de 12 para 40 enxames, apresentando material de estudo

suficiente para novos trabalhos.

Assim, as perspectivas futuras para a produção científica na área apícola

dentro da UNIVAP através do CEN/NAU acenam para:

O CEN/UNIVAP Campus URBANOVA integrará a rede de geração de

conhecimento contribuindo ao desenvolvimento da apicultura, alcançando

grande número de indivíduos interessados e integrados na atividade apícola

nacional através da apresentação de seus trabalhos em congressos, simpósios

e seminários, além de parcerias que certamente se estabelecerão na forma de

fomento aos setores de produção e distribuição de insumos e equipamentos

apícolas e agrícolas, auxiliando na composição de um melhor perfil de

rentabilidade nas propriedades rurais através da agregação de valores gerados

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43

pelos produtos das abelhas com altíssima qualidade, garantindo a melhoria da

qualidade de vida do homem do campo.

Os monitores que nascerão deste pólo gerador de tecnologia e mão de

obra especializada desempenharão função vital no crescimento da apicultura

regional e do setor rural como segmento social forte na geração de receita e

divisas ao nosso país.

Orientará e realizará acompanhamento da qualidade dos produtos

apícolas através de análises de rotina e microbiológica feitas em laboratórios

da UNIVAP e/ou conveniados. O controle de qualidade adequado que cumpra

as exigências dos órgãos de Inspeção Sanitária competentes, viabiliza a

entrada dos produtores no mercado de distribuição de alta qualidade e

rentabilidade.

Supervisão e orientação de técnicas de manejo de campo através

palestras e cursos periódicos de capacitação profissional destinados a reunir

grupos de produtores altamente qualificados para atendimento da demanda de

mercado e atender às resoluções da instrução normativa nº 3, de 19 de Janeiro

de 2001.

Desenvolver parcerias com instituições de ensino e pesquisa para

aprimoramento da coordenação e corpo docente participante do NAU-

CEN/UNIVAP como estratégia de produção científica e subsídio do

crescimento do agronegócio no Vale do Paraíba, serão de fundamental

importância.

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44

6 – CONCLUSÃO

Os resultados obtidos durante o presente trabalho permitiram as

seguintes conclusões:

no período entre dezembro de 2003 e novembro de 2004 foram

realizadas as reforma e ampliação das instalações físicas para a implantação

do NAU-CEN/UNIVAP, o que possibilita a continuidade e desenvolvimento de

novos projetos na área apícola;

o material biológico mapeado neste estudo foi bastante heterogêneo

assegurando a reprodução da condição em que se encontram as colônias de

abelhas na natureza, além de demonstrar que os comportamentos mapeados

não estão presentes em altos percentuais. Porém, embora os resultados

obtidos estejam aquém do sugerido por GRAMACHO (1998), obteve-se 6

matrizes para o início do projeto de seleção massal, apontando para um

caminho de implementação dos índices de produtividade na região do Vale do

Paraíba;

o número inicial de 12 enxames dentro da área do Campus UNIVAP –

URBANOVA passou a 40, em decorrência deste trabalho e da parceria do

CEN/NAU-UNIVAP junto à empresa SER Apis – Pesquisa, beneficiamento e

assessoria apícola Ltda, o que viabiliza a continuidade deste trabalho e o

desenvolvimento de outros correlatos;

o núcleo de apicultura do CEN-UNIVAP oferecerá estágios aos

graduandos dos cursos de ciências biológicas e engenharia ambiental,

possibilitando desenvolvimento de trabalhos de graduação e pesquisas afins.

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45

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ECHEVERRY, J.D, Pollen Collection Techniques with africanized bees in

tropical and subtropical regions using the TTA collector (Africanized Tropical

Type). In: XXXIInd INTERNATIONAL CONGRESS OF APICULTURE, 10, 22,

1989, Rio de Janeiro, Brazil. Anais... 1989. p.192.

GONÇALVES, L.S. Principais problemas da apicultura mundial e

perspectivas da apicultura brasileira. In: XIV CONGRESSO BRASILEIRO DE

APICULTURA, 7, 2002, Campo Grande, MS. Anais... 2002. p. 264 – 269.

GONÇALVES, L. S. Expansão da apicultura brasileira e suas

perspectivas em relação ao mercado apícola internacional. In: XV

CONGRESSO BRASILEIRO DE APICULTURA, 5, 2004, Natal, RN.

Anais...2004. 1 CD-ROM.

GRAMACHO, K. P, 1995. Estudo do comportamento higiênico em Apis

mellifera como subsídio a programas de seleção e melhoramento genético em

abelhas. Dissertação de Mestrado – FFCLRP-USP. 108p.

GRAMACHO, K.P, & GONÇALVES, L.S, 1997. Comportamento higiênico

em Apis mellifera e novas perspectivas sobre o controle da varroatose.

Mensagem Doce. 41 (Maio 97): 4-9.

GRAMACHO, K.P.; GONÇALVES, L.S. O comportamento higiênico e

sua aplicação no melhoramento de abelhas Apis mellifera L. In: XII

CONGRESSO BRASILEIRO DE APICULTURA, 11, 1998, Salvador, BA.

Anais... 1998. P. 82 – 87.

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Brasileiro de Apicultura – CONBRAPI – Expoapis 2002, Campo Grande – MS,

16 a 20/07/2002. p 188-190.

HELLICH, R.L.II; JOVAN, M.K & ROTHHENBUHLER, W. 1984. Selection

for high and low pollen hoarders in the honey bee Apis mellifera. Presented at

the meeting of Entomological Societies of American and Canadian, Ontario.

Toronto, december, 1, 1982: (no prelo).

KERR, W.E, 1967. The History of the introducing of african bees to

Brazil. S. Afr. Bee J. 39(2):33-5.

KERR, W.E., História parcial da ciência no Brasil. In: V CONGRESSO

BRASILEIRO DE APICULTURA E III CONGRESSO LATINO-IBERO-

AMERICANO DE APICULTURA, 7, 80, Viçosa, MG. Anais... 1980. P. 47 – 60.

KERR, W.E., Visão geral das abelhas africanizadas. In VI CONGRESSO

BRASILEIRO DE APICULTURA, Florianópolis, SC: 1984. 1 CD-ROM.

MACKENSEN, O. and NYE, W. P. Selective breeding of honey bees for

alfafa pollen collection: sixth generation and outcrosses. J. Apic. Res. 19: 122-

126, 1969.

MAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de pólen apícola,

Anexo V. Janeiro, 19, 2001. Disponível em: http://

www.agricultura.gov.br/das/dipoa/instnorm03_polen5.htm. Acessado em 06 de

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STORT, A. C. & GONÇALVES, L.S. 1994. A africanização das Abelhas

Apis mellifera nas Américas I. Capítulo 3 do livro “Venenos Animais: uma visão

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47

integrada.”Editora Benedito Barraiera. Editora de Public. Científica Ltda. EPUC.

São Paulo, pp. 33-48, 411 p.

VILELA, S.L.O. & PEREIRA, F.M. 2002. Cadeia produtiva do mel no

Estado do Rio Grande do Norte – Edição Sebrae/Embrapa, 128 p.

WIESE, H. Novo manual de apicultura. 1ª Ed. Rio Grande do Sul:

Agropecuária, 1995. p 143-144.

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8. Anexos

8.1 Anexo 1: Autorização para desenvolvimento de projeto de pesquisa no Criadouro Conservacionista CEN/UNIVAP

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8.2 Anexo 2: Ficha de Revisão Quarentena

FICHA DE REVISÃO QUARENTENA

Apiário: Operador: Data:

N o R N o

o

Q

NQ c Q A

N °QV

N o Q L D P C

R a

an ir O D

N o

M V R Trabalho feito ou a fazer O b s e r v a ç ã o

Q = Quadro Qc = Cria QA = Alimento QV = Vazio QL = Lamina + = Coloca − = etir R = rainha RN = nova RVL= velha Z = z gane a RF = orfã DP = ensid. Popul. ( ↑

orta ( ↑ ± ↓ ) VR = Varroa ( ↑ ± ↓ )

± ↓ ) CM = Cria M

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50

8.3 Anexo 3: Ficha de Revisão Desenvolvimento

ESENVOLVIMENTO piário

No

FICHA DE REVISÃO DA : Operador: Data:

R No

Q QC QA QV QL oN N N DP Trabalho

Obs

° o feito ou a fazer

ervação

a

Q = Quadro Qc = Cria QA = Alimento QV = Vazio QL = Lamina + = Coloc − = Retira R = rainha RN = nova RVL= velha RVG = virgem ORF = orfã Z = zanganeira DP = Densid. Popul. ( ↑ ± ↓ )

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8.4 Anexo 4: Ficha de Revisão Matriz

FICHA REVISÃO DE COLMEIA MATRIZ

Apiário: Operador: Data:

No R QT/e P

No

Q N° QC

No QA

N° QV

No QL DP Trabalho feito ou a fazer

Observação

±

Q = Quadro Qc = Cria QA = Alimento QV = Vazio QL = Lamina + = Coloca − = Retira QT/e P = quant/e pólen ( ↑ ↓ ) R = rainha RN = nova RVL= velha RVG = virgem ORF = orfã Z = zanganeira DP = Densidade Popul.acional (↑ ± ↓ )