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DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE O DESTINO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS EM FOSSAS SÉPTICAS NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: diagnóstico e mapeamento Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Mestre no Programa de Mestrado em Engenharia de Edificações e Saneamento do Departamento de Construção Civil do Centro de Tecnologia e Urbanismo da Universidade Estadual de Londrina. Orientador: Prof.: Dr. José Paulo Peccinini Pinese LONDRINA 2006 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

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DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA

ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE O DESTINO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS EM FOSSAS SÉPTICAS NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR:

diagnóstico e mapeamento

Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Mestre no Programa de Mestrado em Engenharia de Edificações e Saneamento do Departamento de Construção Civil do Centro de Tecnologia e Urbanismo da Universidade Estadual de Londrina. Orientador: Prof.: Dr. José Paulo Peccinini Pinese

LONDRINA 2006

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

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PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA

ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE O DESTINO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS EM FOSSAS SÉPTICAS NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR:

diagnóstico e mapeamento

BANCA EXAMINADORA:

................................................................................

Prof. Dr. José Paulo Peccinini Pinese

Universidade Estadual de Londrina

Orientador

................................................................................

Profª Drª Nilza Aparecida Freres Stipp

Universidade Estadual de Londrina

................................................................................

Profª Drª Sandra M.C.Pereira da Silva

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 20 de dezembro de 2006.

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Dedicatória

À minha esposa Vera e meus filhos Gerson e Fábio,

verdadeiros companheiros nos momentos mais difíceis

de elaboração da dissertação, por sua compreensão, carinho e incentivo.

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Agradecimentos

A Deus,

meu suporte e meu apoio, dando-me discernimento.

A meus pais, João e Afra, pela confiança em mim depositada;

A meus cunhados Miguel, Junior e Jura, pelo incentivo e apoio;

A minha sogra, Cremilda, pelo incentivo;

À Professora Doutora Sandra Márcia Cesário Pereira da Silva, pelo apoio, compreensão,

incentivo e colaboração na cessão do laboratório de hidráulica e saneamento, para a

realização das análises;

A meus amigos de trabalho, especialmente ao Maurício, Eli, Lourdes, Célio e Rogério da

Dhst/Uel, pela colaboração e compreensão;

À Gisselma Aparecida Batista, pelas análises realizadas;

Ao amigo Sérgio Stasiak, que muito me incentivou, pelo uso da informática sobre

georeferenciamento, coordenadas, curvas de nível, mapeamento e excel

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OLIVEIRA, Paulo R. Estudo Exploratório Sobre o Destino de Resíduos Líquidos em Fossas Sépticas numa Instituição de Ensino Superior: diagnóstico e mapeamento 2006. Xxx p.Dissertação( Mestrado Engenharia de Edificações e Saneamento do Departamento de Construção Civil. UEL Londrina.

RESUMO

As demandas para atendimento à comunidade científica das Instituições de Ensino Superior, o grande número de pessoas que por elas circulam as diferentes necessidades das diversas áreas de conhecimento, ensino, pesquisa e extensão, exige uma preocupação constante com o ambiente, além de reflexões sobre o papel da Universidade e da sua interação com a sociedade. O volume de resíduos líquidos produzidos pode causar a poluição do meio ambiente, doenças ocupacionais e afetar a saúde da comunidade universitária. Assim, dentro do objetivo deste trabalho procedeu-se à identificação e georeferenciamento das fossas sépticas do Campus da UEL, à coleta e identificação dos resíduos líquidos de maior freqüência nelas descartados, com a preocupação sobre a destinação final destes resíduos líquidos que são descartados nas fossas sépticas dos diferentes espaços físicos do Campus da Universidade Estadual de Londrina. Buscando privilegiar os diferentes segmentos da UEL, foram selecionados 19 setores do Campus, correspondendo a um total de vinte e quatro fossas de coleta de amostras de resíduos líquidos, submetidas a análises de DBO, DQO e pH. Além de grandes proporções de resíduos provenientes de banheiros, cozinhas e materiais de limpeza e higienização, foram identificados também diversos compostos químicos como: revelador de filmes, fixador para fotos, ferrocianeto, formol, nitrato de prata, querosene, ácido nítrico, solventes, antisséptico, cera, removedor, formol, álcool, remédio, corantes, metanol, semém de animais, líquido de placenta, ácidos diversos, soda cáustica e hipossulfato de sódio. O presente trabalho de pesquisa permitiu concluir que medidas urgentes de educação ambiental devem ser planejadas, partindo de um programa de gerenciamento de resíduos líquidos da UEL. Como medida inicial, pode-se estabelecer coletivamente a implantação de políticas internas que estimulem mudanças comportamentais nos padrões de consumo, tanto em relação aos discentes como em relação aos docentes e funcionários, reduzindo o lançamento de diferentes resíduos nas fossas sépticas. Palavras chaves: resíduos;poluição ambiental, saúde.

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OLIVEIRA, Paulo R. Estudo Exploratório Sobre o Destino de Resíduos Líquidos em Fossas Sépticas numa Instituição de Ensino Superior: diagnóstico e mapeamento 2006. Xxx p. Dissertation( Master of library Science) Engenharia de Edificações e Saneamento do Departamento de Construção Civil. UEL Londrina.

ABSTRACT

The demands for service to the scientific community of the Institutions of Higher education, the great number of people that /they circulate for them, the different needs of the several knowledge areas, teaching, researches and extension, demands a constant concern with the atmosphere and reflections concerning the paper of the University and of his/her interaction with the society. The quantitative of liquid residues that they produce can cause the pollution of the environment, occupational diseases and to affect the academical community's health. Like this, as objective of this work we proceeded the identification and georeferenciamento of the septic tanks of the Campus of UEL, the collection and identification of the residues of larger frequency in them discarded, with the concern about the final destination of the liquid residues that they are discarded in the septic tanks of the different Campus physical spaces of the State University of Londrina. Looking for to privilege the different segments of UEL, 19 sections of the Campus were selected, corresponding it a total of 19 sewages of collection of the samples of liquid residues, submitted to analyses of DBO, DQO and pH. Besides great proportions of typical contaminations of bathrooms, kitchens and materials of cleaning and higienização, they were identified also several chemical compositions as: discloser of films, fixative for pictures, ferrocianeto, formol, silver nitrate, kerosene oil, acid nítrico, solvents, antisséptico, wax, remover, formol, alcohol, medicine, coloring, methanol, semém of animals, placenta liquid, several acids, caustic soda, hiposulfato of sodium, kerosene oil. The present research work, allowed to conclude that urgent measures of environmental education should be drifted, leaving of a program of administration of liquid residues of UEL. Initially, it can settle down the implantation of internal politics to be stimulate conduct changes in the consumption patterns, collectively so much in relation to the discentes as in relation to the teachers and employees, reducing the release of different residues in the septic tanks. Palavras chaves: resíduos;poluição ambiental, saúde.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - FOTOGRAFIA DO COLETOR DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE FOSSAS - LONDRINA, PR, OLIVEIRA, 2005 .............. 28

FIGURA 2 - LISTA DE MATERIAL UTILIZADO NA COLETA - LONDRINA, PR - OLIVEIRA, 2005 ................................... 28

FIGURA 3 - FOTOGRAFIA DO MATERIAL PARA COLETA DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE FOSSAS - LONDRINA - PR - OLIVEIRA, 2005 ......................................................... 29

FIGURA 4 - FOTOGRAFIA MOSTRANDO A COLETA DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE FOSSAS - LONDRINA - PR - OLIVEIRA, 2005 ......................................................... 30

FIGURA 5 - BACIA HIDROGRÁFICA DO TIBAGI - PARANÁ - 2005 .... 35 FIGURA 6 - MAPA DA AMÉRICA DO SUL DESTACANDO O

AQUÍFERO GUARANI ........................................................ 45 FIGURA 7 - LOCALIZAÇÃO DA CIDADE DE LONDRINA - PARANÁ . 46 FIGURA 8 - LOCALIZAÇÃO DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA UEL -

LONDRINA - PARANÁ ....................................................... 48

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LISTA DE QUADROS QUADRO 1 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO

DAS FOSSAS F68, F69, F84, F86 E F90 - UEL - LONDRINA - PR - 2005 ............................................. 96

QUADRO 2 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO DAS FOSSAS F77, F98, F99, F106 E F111 - UEL - LONDRINA - PR - 2005 ............................................. 99

QUADRO 3 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO DAS FOSSAS F06, F08, F19, F26 E F38 - UEL - LONDRINA - PR - 2005 ............................................. 100

QUADRO 4 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO DAS FOSSAS F09, F12, F44 E F45 - UEL - LONDRINA - PR - 2005 ............................................. 101

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – DQO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS ATÉ 1000 mg/L – UEL – LONDRINA – PR – 2005 ...................................................... 94

GRÁFICO 2 – DQO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS MAIOR QUE 1000 mg/L – UEL – LONDRINA – PR – 2005 .......................................... 95

GRÁFICO 3 – DBO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS ATÉ 1000 mg/L – UEL – LONDRINA – PR – 2005 ...................................................... 96

GRÁFICO 4 – DBO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS MAIOR QUE 1000 mg/L – UEL – LONDRINA – PR – 2005 .......................................... 97

GRÁFICO 5 – pH DE RESÍDUOS LÍQUIDOS – UEL – LONDRINA – PR – 2005 ...................................................................................... 98

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental ABRH – Associação Brasileira de Recursos Hídricos CA – Conselho de Administração CBESA – Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental CCA – Centro de Ciências Agrárias CCB – Centro de Ciências Biológicas CCE – Centro de Ciências Exatas CCH – Centro de Letras e Ciências Humanas CCS – Centro de Ciências da Saúde CECA – Centro de Educação Comunicação e Artes CEFD – Centro de Educação Física e Desporto CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica CEPE – Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão CESA – Centro de Estudos Sociais Aplicadas CETESB - Centro Tecnológico de Saneamento Básico do Estado de São Paulo CFB – Constituição Federal do Brasil CONAMA – Comissão Nacional do Meio Ambiente CTU – Centro de Tecnologia e Urbanismo CU – Conselho Universitário DAAI – Diretoria de Avaliação e Acompanhamento Institucional DBO – Demanda Química de Oxigênio DBO – Demanda Última de Oxigênio

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DESA – Departamento de Engenharia Sanitária DF – Distrito Federal DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra a Seca DO – Demanda de Oxigênio DOU – Diário Oficial da União DQO – Demanda Bioquímica de Oxigênio EESC – Escola de Engenharia de São Carlos EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EPUSP – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo ETE – Estação de Tratamento de Esgoto EUA – Estados Unidos da América FAUEL – Fundação Universidade Estadual de Londrina HC – Hospital de Clínicas HURNP – Hospital Universitário Regional Norte do Paraná IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná IES – Instituição de Ensino Superior INEP – Instituto Nacional Ensino e Pesquisa ISO – International Standard Organization K2Cr2O7 - dicromato de potássio MEC – Ministério da Educação e Cultura MERCOSUL – Mercado do Cone Sul MINEROPAR – Minerais do Paraná S/A. OMS – Organização Mundial da Saúde PROAF – Pró-Reitoria de Administração e Finanças

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PROAPC – Pró-Reitoria de Assessoria de Planejamento e Controle PROEX – Pró-Reitoria de Extensão a Comunidade PRORH – Pró-Reitoria de Recursos Humanos RS – Rio Grande do Sul SBG – Sociedade Brasileira de Geologia SC – Santa Catarina SEBEC – Serviço do Bem Estar da Comunidade SETI – Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior SP – São Paulo UEL – Universidade Estadual de Londrina UEP – Universidade Estadual Paulista UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais UFPB – Universidade Federal da Paraíba UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul’ USP – Universidade de São Paulo

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SUMÁRIO

RESUMO .............................................................................................. 05 ABSTRACT ......................................................................................... 06 LISTA DE FIGURAS ........................................................................ 07 LISTA DE QUADROS ....................................................................... 08 LISTA DE GRÁFICOS ...................................................................... 09 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...................................... 10 1 INTRODUÇÃO ............................................................................... 16 1.1 SANEAMENTO IN SITU ............................................................... 20 2 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................. 26 2.1 PROBLEMÁTICA E MÉTODO DE TRABALHO .......................... 26 2.2 SELEÇÃO DAS FOSSAS ............................................................. 27 2.3 COLETA DAS AMOSTRAS ........................................................... 27

a) Potencial Hidrogeniônico ....................................................... 31 b) Demanda Bioquímica do Oxigênio ........................................ 32 c) Demanda Química de Oxigênio .............................................. 33

3 CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA UEL NO CONTEXTO DO MEIO FÍSICO REGIONAL ....................................................................... 34

3.1 CARACTERÍSTICAS REGIONAIS DO MEIO FÍSICO: A BACIA DO RIO TIBAGI .................................................................................... 34

3.2 EMBASAMENTO CRISTALINO .................................................... 35 3.3 FORMAÇÃO SERRA GERAL ....................................................... 36 3.4 DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE SOLOS DA BACIA DO

RIO TIBAGI .................................................................................... 40 a) Latossolos (Latossolos Roxo) .............................................. 40 b) Nitossolos (Terra Roxa Estruturada) ..................................... 41 c) Cambissolos ............................................................................ 41 d) Neossolos (Solos Litólicos) .................................................... 42 e) Latossolo Vermelho – Escuros .............................................. 42

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3.5 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ............................................................ 43 3.6 A CIDADE DE LONDRINA ............................................................ 46 3.7 A UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA .......................... 47 3.7.1 Dados da Universidade Estadual de Londrina ....................... 49

a) Área física do campus ...................................................... 49

b) Estrutura da UEL ............................................................... 49

c) Comunidade Universitária ................................................ 49

d) Cursos de Graduação ....................................................... 50

e) Cursos de Pós-Graduação ............................................... 50

f) Alunos Matriculados ......................................................... 50

g) Órgãos Suplementares ..................................................... 50

h) Órgãos de Apoio ................................................................ 51

i) Centros de Estudos ........................................................... 51 4 A QUESTÃO AMBIENTAL DE OS RESÍDUOS LÍQUIDOS .......... 56 4.1 GERENCIAMENTO AMBIENTAL DE RESÍDUOS LÍQUIDOS ...... 56 4.1.1 Gerenciamento Organizacional ................................................. 58 4.1.2 Saúde e Qualidade de Vida ........................................................ 59 4.1.3 Água e Doenças ......................................................................... 60 4.1.4 Fontes de Poluição das Águas ................................................. 60 4.1.5 Conseqüências da Poluição da Água ...................................... 61 4.1.6 Controle da Poluição da Água .................................................. 62 4.1.7 Contexto Estratégico da Organização ..................................... 63 4.2 AVALIAÇÃO, GERENCIAMENTO E RISCO DO USO DA ÁGUA . 65 4.2.1 Avaliação e Risco ....................................................................... 65 4.2.2 Metodologia de Avaliação de Riscos para a Saúde Humana . 66 4.2.3 Gerenciamento dos Riscos: decisão ....................................... 67 4.2.4 Riscos e Padrões de Qualidade de Água ................................. 69 4.3 GERENCIAMENTO EM ÁREA URBANA ..................................... 71 4.3.1 Novos Desafios Impostos pelo Gerenciamento Urbano

Ambiental .................................................................................... 72 4.3.2 Decisões Ambientais de Gerenciamento Urbano ................... 74

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4.4 GERENCIAMENTO E RESPONSABILIDADE DO CIDADÃO COM O AMBIENTE DE UMA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA ........... 75

4.5 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA DE 1988 ................. 79 5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ........................................ 82 5.1 LOCALIZAÇÃO DAS FOSSAS SÉPTICAS NO CAMPUS DA UEL . 82 5.2 FOSSAS SÉPTICAS SELECIONADAS PARA COLETAS ........... 85 5.3 IDENTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DAS FOSSAS

ANALISADAS NA UEL .................................................................. 87 5.4 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................. 93 5.5 CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS .................................................... 102 6 PROPOSIÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONTROLE ............... 105 6.1 Diagnóstico da situação existente .......................................... 106 6.2 Definição da situação desejável ............................................. 106 6.3 Medidas de controle .................................................................. 106 6.4 Programas de acompanhamento ............................................. 107 6.5 Suporte Institucional Legal ...................................................... 107 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................... 114 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 116 GLOSSÁRIO .......................................................................................... 126 ANEXOS ................................................................................................ 129 ANEXOS 1 – CURVAS DE NÍVEL NO CAMPUS DA UEL – LONDRINA - PR – 2005 ....................................................................................................... 130 ANEXOS 2 – CURVAS DE NÍVEL NO CAMPUS DA UEL – LONDRINA - PR - 2005 ....................................................................................................... 131 ANEXOS 3 – GEOREFERENCIAMENTO DAS FOSSAS SÉPTICAS DA UEL – LONDRINA – PR - 2005 ........................................................................ 132 ANEXOS 4 – GEOREFERENCIAMENTO DAS FOSSAS SÉPTICAS DA UEL – LONDRINA – PR – 2005 ....................................................................... 136

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1 INTRODUÇÃO

Este é um momento crítico na história no qual a humanidade deve escolher

seu futuro. Na medida que vários setores do ambiente tornam-se cada vez mais

independentes e frágeis, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes riscos e

grandes promessas. Para seguir adiante, é preciso reconhecer que, no meio de

uma magnífica diversidade de formas de vida e cultura, a família humana e a

comunidade, com um destino comum, vive em um espaço físico comum.

Os padrões dominantes de produção de conhecimento e de consumo vêm

causando diferentes conseqüências ao ambiente, tais como: devastação

ambiental, redução de recursos e uma massiva extinção de espécies. Cuidar da

comunidade da vida com compreensão e aceitar que, com o direito de possuir,

administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de impedir o dano causado

ao meio ambiente e de proteger o direito do cidadão. Pode-se afirmar que o

aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder comporta responsabilidades

na promoção do bem comum.

Segundo Donha (2002),

A virada do século tem propiciado valorosas discussões acerca dos caminhos e descaminhos do desenvolvimento social, humano, ambiental, econômico, urbano, rural, local, regional, etc. Porém, um elemento tem destacado-se, independente das peculiaridades. O novo padrão para qualquer plano, programa ou projeto, haverá de ser o aspecto da sustentabilidade, que em pouco tempo passou de “visão de futuro” para ser uma questão de presente, constituindo-se no desafio civilizatório do novo milênio. A solução dos problemas relacionados à coleta e destinação final dos resíduos, é determinante para a sustentabilidade das cidades.

O exercício da democracia e da cidadania contribui sobremaneira para que

as questões ambientais passem a ser cada vez mais discutidas, não só quando a

população se depara com agressões e danos contra a natureza, mas também

quando ela é diretamente afetada nos aspectos da sua qualidade de vida, quer

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seja por problemas de resíduos líquidos, ou reassentamento compulsório, pela

implantação ou ampliação de empreendimentos.

As interferências do homem no ambiente podem provocar alterações mais

ou menos abrangentes, localizadas ou extensivas, criando sérias conseqüências

ao equilíbrio ambiental; como qualquer outra espécie habitante do seu planeta,

interage com o ambiente à sua volta, modificando-o e transformando-o de acordo

com suas necessidades, produzindo em conseqüência disto resíduos líquidos de

diferentes naturezas podendo chegar ao fenômeno da poluição.

A poluição, segundo Cunha (2000), é definida como “toda alteração das

propriedades químicas, físicas e biológicas que possam constituir prejuízo à

saúde, à segurança e ao bem estar das populações e, ainda, possa comprometer

a biota e a utilização dos recursos para fins comerciais, industriais e recreativos”.

Neste contexto, os despejos dos resíduos líquidos em fossas sépticas do

Campus da UEL, poderão acarretar doenças ocupacionais e afetar a saúde da

comunidade universitária.

Conforme Palamanos (2000),

A poluição do meio ambiente, diante de suas repercussões diretas ou indiretas, imediatas ou mediatas contra a vida, a saúde, a segurança, o sossego e o bem estar da coletividade, constitui, nos dias de hoje, um dos mais graves e importantes problemas que merecem ampla e séria reflexão por parte de todos os campos da ciência.

Nesta mesma direção Gilpin (1980), diz:

O novo conceito de saúde aprovado pela Organização Mundial da Saúde, de conteúdo amplo, compreendendo todos os procedimentos que possam ocasionar dano, não somente ao estado físico ou psíquico da pessoa humana, mas também à segurança, à tranqüilidade e o bem estar do cidadão, individual ou socialmente considerado, diante dos abrangentes fenômenos da poluição ambiental.

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Assim, ultrapassando o conceito tradicional à enfermidade, considera-se saúde

para os fins ambientais, “ um estado de completo bem estar físico, mental e social

e não apenas a ausência de doenças ou enfermidade”.

Ao considerar a saúde das pessoas, é preciso pensar nas condições do

ambiente, onde estas pessoas vivem, seja realizando trabalho, seja no laser ou

ainda estudando. Por outro lado, não se pode deixar de efetuar algumas reflexões

a propósito do papel da Universidade e da sua interação com a sociedade.

Conforme disposto no artigo 30, inciso I e V da Constituição Federal do

Brasil de 1988 (BRASIL, 1988), em vigor, compete ao município “legislar sobre

assuntos de interesse local bem como organizar e prestar, diretamente ou sob

regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local”,

razão pela qual é dever do poder público o gerenciamento adequado e integrado

dos resíduos, iniciando pela articulação, conjuntamente das ações normativas,

operacionais, financeiras e de planejamento baseada em critérios sanitários,

ambientais e econômicos.

A preocupação com a preservação do meio ambiente deve ser assunto

significativo em qualquer nível operacional de uma sociedade organizada, quer

seja pelos governos, quer seja pelos empresários ou a comunidade em geral.

Os programas relacionados à preservação do meio ambiente são

complexos e abrangentes; assim, nesta dissertação, optou-se por pesquisar as

questões relacionadas aos ‘resíduos líquidos’ lançados em fossas sépticas no

Campus da Universidade Estadual de Londrina.

Qualquer setor de uma sociedade produtiva e legalmente constituída e que

produz resíduos líquidos, é responsável por eles até o momento em que alcançam

seu destino final, não importando quem faça a coleta.

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Os órgãos que controlam e fiscalizam a saúde pública e o meio ambiente,

podem exigir que os produtores de resíduos líquidos (laboratórios) façam

medições e controle do seu desempenho ambiental. Isto significa realizar

levantamentos dos pontos de emissões de resíduos, em qualquer de suas formas,

do volume de substâncias descartadas, sua concentração e a freqüência com que

os efluentes são eliminados, inclusive pelo ar.

Ao considerar que uma área destinada à instalação de um campus

universitário se constitui em área restrita, é possível planejar com antecedência a

sua ocupação, bem como o destino dos resíduos que irá produzir. Neste caso,

tomando como exemplo o campus da UEL, a implementação de um programa de

gerenciamento implica ‘na tomada de consciência’ de que todas as ações e

operações envolvidas estão interligadas e que, portanto, qualquer gestão global

de resíduos para uma aglomeração urbana tem que levar em conta não só o

aspecto coleta e transporte, que é a etapa que mais aparece aos olhos da

população e onde incide o maior custo, mas também e, principalmente, a fase de

disposição final dos resíduos que, quando mal administrada, gera graves

alterações no equilíbrio ambiental.

Outro aspecto que motivou a investigar os resíduos líquidos lançados nas

fossas sépticas encontra-se relacionado à possibilidade deles contaminarem a

água do aqüífero livre, visto que uma parte da água de consumo em alguns

setores da UEL, são oriundas diretamente do mesmo, portanto, através da

identificação e a localização das fossas sépticas, se identificou quais são estes

despejos, e os valores das demandas químicas e bioquímicas de oxigênio e seus

potenciais de hidrogênio.

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1.1 SANEAMENTO IN SITU

Em áreas urbanizadas sem redes de esgoto, a utilização de saneamento in

sito, como as fossas negras e sépticas, representam uma fonte potencial de

poluição das águas subterrâneas (PASQUAL, 1995). A contaminação das águas

subterrâneas pode ser causada por acidente, pelo rompimento de fossas sépticas,

pela proximidade entre a fossa e o poço de captação de água potável, e pela

proximidade do nível d´água subterrânea. As principais enfermidades relacionadas

à contaminação das águas subterrâneas por sistemas de fossas sépticas

sanitárias são causadas por agentes biológicos e químicos (FERREIRA, 1999).

Com o aumento da densidade populacional e a procura de novos

conhecimentos para o aperfeiçoamento da capacidade técnica, a degradação

ambiental tornou-se muito mais óbvia. No entanto, isto ocorreu vagarosamente.

Mas a demanda de necessidades de ocupação de áreas físicas para abrigar

diferentes construções para atender laboratórios, sala de aulas, espaços de laser,

instituições de ensino tem acelerado o processo de degradação do ambiente.

Em conseqüência disto, observou-se que as zonas urbanas residenciais,

industriais, comerciais, delimitação de áreas para instalação de instituições de

Ensino Fundamental, Médio e Superior, ocasionam outros fatores de agressões ao

ambiente em função do aumento das atividades humanas, gerando

potencialmente produtos poluentes que têm seu destino final em águas

subterrâneas, em função da falta de um serviço de saneamento e gerenciamento

de resíduos adequados (CAMARGO, 1996)1.

Ao considerar o volume de resíduos produzidos por uma comunidade,

surge a preocupação relacionada à carga vinculada e o despejo sem rede de

esgoto. Nas situações em que se utilizam as fossas, alguns aspectos necessitam

1 Camargo, A. A descentralização e o meio ambiente. IBAMA, série Meio Ambiente em Debate, n. 4, 33p.,1996.

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ser considerados como: a proximidade existente entre a fossa e a captação de

água potável, a sua profundidade geralmente inadequada e perto do nível de água

subterrânea (freático) e ainda o subdimensionamento da capacidade hidráulica da

obra quanto ao volume estimado no projeto inicial (FERREIRA & HIRATA, 1993)

Como exemplo, na sistematização de dados hidrogeoquímicos do Grupo

Bauru do Estado de São Paulo, CAMPOS (1987), relatou que das 335 fossas

analisadas, 53 fossas sépticas (15,8%) ultrapassaram o limite superior de

contaminação recomendado pela Legislação Paulista, de 6 mg/l de Nitrogênio.

Deste total de 53 análises, apenas 24 fossas sépticas (43,4%) são de água de

utilização doméstica; via de regra, são provenientes de poços que captam água

em zona rural, o que sugere poços poluídos pela proximidade com fossas negras.

BARCHA (1992), estudando também a água subterrânea proveniente do

aqüífero Bauru utilizada para abastecimento público, identificou diferentes graus

de teores de nitrato no meio urbano das cidades de São José do Rio Preto,

Catanduva e Mirassol, situadas na região noroeste do Estado de São Paulo. Em

muitos casos, constatou que estes estudos registravam a presença de teores de

nitrato acima dos limites máximos daquele recomendada pela Organização

Mundial da Saúde para águas potáveis.

Os maiores valores encontrados, apontados pelo autor, ocorrem nas zonas

centrais do perímetro urbano das três cidades, em regiões topograficamente mais

altas (zona de recarga). Segundo o mesmo autor, o fluxo subterrâneo poderia

estar controlando a maior concentração de nitratos nos poços das zonas de

recarga em relação aos poços nos vales dos rios (zona de descarga).

Em outros estudos, CASTRO et al (1992), realizando análises sistemáticas

de águas de 82 poços tubulares no aqüífero Bauru da cidade de São José do Rio

Preto, observou que das amostras analisadas, 19% apresentavam teores altos de

nitratos, constituindo o indicador restritivo da potabilidade das amostras

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analisadas; os dados revelam que a contaminação por nitratos vem ocorrendo de

forma progressiva nas águas subterrâneas nos últimos dez anos; no caso de

poços profundos na zona urbana, há sugestivos elementos que reforçam a

interpretação de águas contaminadas por despejo de esgotos.

O nitrato (CASTRO et al, 1992), componente de fertilizante, é encontrado

na água subterrânea em decorrência de altas taxas de lixiviação verificadas,

principalmente em solos submetidos ao plantio contínuo, sustentado por

aplicações de grandes quantidades de fertilizantes inorgânicos. Alguns países

como os EUA, possuem sistemas de tratamento de poços tubulares ou

propriamente em estação de tratamento de água, visando a remoção única e

exclusiva do nitrato. A cidade de Dês Moines, no Estado de Lowa (EUA), possui a

maior planta ou base de tratamento de remoção de nitrato do mundo (NICOLAI,

2001).

Outros pesquisadores da área mostraram resultados de trabalhos

relacionados à água subterrânea e sua contaminação decorrente do mal uso do

ambiente

Considerando que a Universidade Estadual de Londrina está situada sobre

o aqüífero livre e que parte da água é usada para consumo humano, optou-se por

investigar os resíduos líquidos das fossas sépticas no campus. Nesta perspectiva,

iniciamos nossa pesquisa de investigação pela localização das fossas sépticas da

UEL. Assim, como objetivo geral deste trabalho, procurou-se identificar e

referenciar geograficamente as fossas sépticas no Campus da UEL.

Para desenvolver as ações do georeferenciamento estabeleceu-se os

seguintes objetivos específicos:

- realizar um levantamento da localização das fossas sépticas no espaço físico

do Campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL);

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- identificar os resíduos de maior freqüência descartados diretamente nas fossas

sépticas;

- elaborar uma proposta de gerenciamento de resíduos líquidos para

sistematizar e orientar o destino de lançamento de resíduos líquidos nas

fossas sépticas que possam comprometer o ambiente.

A ocupação de uma área para a construção de edificações, pavimentação

ou realização de outras obras, resultam na modificação do ambiente, produzindo

muitas vezes a transformação do solo com implicações em todo o perfil do

ambiente.

Ao optar por uma ação com o intuito de diminuir o impacto do lançamento

de resíduos no meio, através de um programa de gerenciamento integrado como

proposta de impedir a continuidade de um processo de rotina, é necessária a

consciência de que não se trata de um favor à sociedade ou mesmo ao meio

ambiente. Trata-se, acima de tudo, de uma ação de auto preservação, pois os

indivíduos serão sempre os primeiros a sentir os efeitos do desequilíbrio dos

ecossistemas.

Segundo MOTA (1997), “o ato cometido hoje, seja ele de depredação ou

preservação, retornará para nós amanhã”. A mudança do comportamento social é

um fator primordial para o sucesso de projetos ambientais. Porém, não existe

mudança de comportamento quando a mesma é imposta. Ela tem que partir do

próprio homem, que precisa entender a necessidade da proteção daquele

ambiente, do qual ele também faz parte (ibidem).

Um bom projeto de gerenciamento deve ser iniciado, antes de qualquer

coisa, com o comprometimento e a participação da comunidade local, que precisa

entender a conservação daquele determinado ambiente, como algo importante

para a melhoria de sua própria qualidade de vida e para seu desenvolvimento. A

implantação de um projeto desta natureza é um processo lento, onde é preciso

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entender as necessidades da comunidade e suas relações com seu ambiente

antes de propor mudanças. As decisões devem sempre ser tomadas em conjunto

e as iniciativas devem partir da própria comunidade que, dentro deste contexto, é

a maior interessada, pois os resultados influenciarão diretamente suas vidas.

Considera-se que os resultados deste estudo podem oferecer dados para

novas investigações, bem como subsídios para a elaboração de projetos

relacionados ao problema de destino de resíduos líquidos em fossas sépticas e

que, normalmente, produzem impactos ambientais.

Este estudo, em seu desenvolvimento escrito, encontra-se dividido em seis

capítulos, nos quais descreve-se a sua elaboração, destacando como se

desenvolveu a proposta implícita pela questão do destino dos resíduos líquidos

das fossas sépticas e sua relação com o ambiente.

No primeiro capítulo se faz uma introdução com abordagem sobre a

importância do assunto, embasado em autores da área, levando-se em conta não

apenas a questão da eliminação dos resíduos líquidos, mas as implicações deste

no ambiente.

No segundo capítulo explicita-se a metodologia adotada para o

desenvolvimento do trabalho.

No terceiro capítulo destacam-se os aspectos referentes ao Campus

Universitário da Universidade Estadual de Londrina, iniciando pela descrição da

geologia da cidade de Londrina.

No quarto capítulo apresenta-se uma revisão de estudos de autores na

área de Gerenciamento Ambiental de Resíduos, apontando aspectos legais,

implicações e vantagens e desvantagens de adoção de um programa de

gerenciamento de resíduos líquidos numa Instituição de Ensino Superior.

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No quinto capítulo apresenta-se a análise e a discussão dos dados

coletados, descrevendo os componentes (resíduos líquidos) presentes nas fossas

sépticas selecionadas.

No sexto capítulo apresentam-se as considerações sobre a possibilidade de

implementação de um programa de gerenciamento com vistas a evitar a

degradação ambiental.

Finalmente no sétimo capítulo apresentam-se as considerações finais.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 PROBLEMÁTICA E MÉTODO DE TRABALHO

A grande área física do campus da UEL, implicou no estabelecimento

inicial da divisão da área que vamos investigar em oito segmentos, tendo como

referencia o mapa físico deste campus..

Em cada segmento procedeu-se o georeferenciamento para a localização

das fossas sépticas em toda a área geográfica do campus universitário utilizando

o processo global de posicionamento (GPS). Este processo permite utilizar pontos

de referência e determinação das posições exatas de um determinado objeto de

estudo.

Em função da grande quantidade de fossas sépticas no campus e áreas

construídas nestes oito segmentos, optou-se por numerá-las, facilitando o

estabelecimento de referencia de sua localização. Terminada a identificação dos

pontos de localização das fossas sépticas de cada segmento (cada oitavo), foi

possível pontuar e registrar um número significativo de fossas sépticas no campus

da UEL, através do programa AUTOCAD.

Num segundo momento do trabalho, procedeu-se à escolha de algumas

das fossas sépticas para coletar amostras do conteúdo do resíduo líquido em seu

interior, levando em consideração a localização destas fossas sépticas, optando-

se pela escolha das mais antigas ou com maior volume de resíduos líquidos.

O critério de coleta seguiu o resultado da análise, em cada local do Campus

da UEL, no sentido de identificar qual o tipo de resíduo líquido ali despejado.

Assim, em alguns locais do Campus da UEL, como o CCA e CTU, optou-se pela

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análise de duas fossas, e em outros, como o CCE – Departamento de

Geociências, por uma fossa.

2.2 SELEÇÃO DAS FOSSAS

Selecionaram-se dezenove setores do Campus correspondendo a um total

de dezenove fossas para coletar amostras de resíduos líquidos, buscando

privilegiar os diferentes segmentos da UEL.

De posse do mapa da UEL e com o auxílio de GPS2, iniciou-se a

numeração da F 01, a primeira fossa do levantamento geral, próxima ao museu

de ciências, fazendo o mesmo ao percorrer os próximos setores e edificações e

localizar outra(s) fossa(s) séptica(s), distribuídas nos diferentes setores do

campus da UEL como: Pró-Reitorias, Órgãos Executivos da Reitoria, Centros de

Estudos, Departamentos, Órgãos Suplementares e Órgãos de Apoio.

2.3 COLETA DAS AMOSTRAS

Para proceder à coleta do resíduo líquido, foram criadas especialmente

para este trabalho garrafas coletoras cilíndricas em PVC com adaptação de um

ferro de forma cônica em uma das pontas, e tampa móvel com mola interna para

abertura só no interior das fossas, e duas alças de fixação com auxílio de corda de

nylon (vide Figura 1).

2 GPS Global Positioning System

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FIGURA 1 - FOTOGRAFIA DO COLETOR DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE FOSSAS -

LONDRINA - PR, Oliveira, 2005

Lista de material utilizado na coleta - 01 coletor cilindro de PVC com ferro; - 30 metros de corda de naylon; - 05 recipientes de plástico de 2 litros; - 01 funil de plástico; - 01 par de luvas de borracha; - 01 máscara com filtro CA 5658; - 01 máscara com filtro CA 8214;

FIGURA 2 - LISTA DE MATERIAL UTILIZADO NA COLETA - LONDRINA, PR - Oliveira, 2005

Para a coleta foram utilizados: 30 metros de corda de nylon (Figura 2), um

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coletor de plástico com capacidade de 2 litros, um par de luva de borracha para

proteção individual durante a coleta, duas máscaras respiratórias, sendo uma com

filtro químico e outra com filtro mecânico com Certificado de Aprovação número

5856 e número 8214 respectivamente, de acordo com a Norma Regulamentadora

n.º 6 da Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego, para proteção

respiratória (Figura 3).

FIGURA 3 - FOTOGRAFIA DO MATERIAL PARA COLETA DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE

FOSSAS - LONDRINA - PR - Oliveira, 2005

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O coletor, com capacidade para coleta de um volume aproximado de até

dois litros, era introduzido para o interior da fossa com os devidos cuidados para

que ele não tocasse nas paredes das mesmas (Figura 4).

FIGURA 4 - FOTOGRAFIA MOSTRANDO A COLETA DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE FOSSAS -

LONDRINA - PR - Oliveira, 2005

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Com auxílio da garrafa presa ao cordão suporte, foi coletado o material

(resíduo líquido) de um total de vinte (24) fossas. O material coletado era

armazenado temporariamente em recipientes de plástico para posterior

encaminhamento e análise. No laboratório de Hidráulica e Saneamento da UEL

foram realizados os diferentes procedimentos de análise segundo as técnicas de

Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO, de Demanda Química de Oxigênio -

DQO e de potencial Hidrogeniônico - pH.

Considera-se relevante, neste momento, tecer algumas considerações

sobre os métodos do DBO e DQO e pH utilizados na análise das amostras:

a) Potencial Hidrogeniônico

O pH representa a atividade do íon hidrogênio na água de forma

logaritimizada, resultante inicialmente da dissociação da própria molécula da água

e posteriormente acrescida pelo hidrogênio proveniente de outras fontes como

efluentes que contenham ácidos sulfúrico, nítrico, clorídrico entre outros,

dissociação de ácidos orgânicos como o acético, que resulta da “fase ácida” da

decomposição anaeróbia da matéria orgânica, dentre outros3.

Por influir em diversos equilíbrios químicos que ocorrem naturalmente ou

em processos unitários de tratamento de esgotos é um parâmetro muito

importante.

A influência do pH sobre os ecossistemas aquáticos naturais dá-se

diretamente devido a seus efeitos sobre a fisiologia das diversas espécies.

Também o efeito indireto é muito importante podendo, em determinadas

condições de pH, contribuírem para a precipitação de elementos químicos tóxicos

3 Dados extraídos de manual químico Prof.Sandra.

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como metais pesados; outras condições podem exercer efeitos sobre as

solubilidades de nutrientes.

Nos ecossistemas formados nos tratamentos biológicos de esgotos o pH é

também uma condição que influi decisivamente no processo. Normalmente, o pH

que corresponde à formação de um ecossistema mais diversificado e a um

tratamento mais estável é o neutro, tanto em meios aeróbios como nos

anaeróbios. Nos anaeróbios, a acidificação do meio é causada pelo decréscimo do

pH do lodo, indicando situação de desequilíbrio. A produção de ácidos orgânicos

voláteis pelas bactérias acidificantes e a não utilização destes últimos pelas

metanobactérias é uma situação de desequilíbrio resultante de diversas causas. É

possível que alguns efluentes industriais possam ser tratados biologicamente em

seus valores naturais de pH, por exemplo, em torno de 5,0. Nesta condição o meio

talvez não permita uma grande diversificação hidrobiológica, mas pode acontecer

que os grupos mais resistentes, algumas bactérias e fungos principalmente,

tornem possível a manutenção de um tratamento eficiente e estável.

b) Demanda Bioquímica do Oxigênio

A DBO5,20 de um efluente é a quantidade de oxigênio necessária para

oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma

inorgânica estável. A DBO5,20 é normalmente considerada como a quantidade de

oxigênio consumido durante um determinado tempo, numa temperatura de

incubação específica.

Um período de tempo de 5 dias numa temperatura de incubação de 20ºC é

freqüentemente usado e referido como DBO5,20. Quanto maior for a quantidade de

matéria orgânica biodegradável nas amostras, maior será o consumo de oxigênio

durante os 5 dias de incubação e, portanto, maior será o valor da DBO.

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c) Demanda Química de Oxigênio

A DQO consiste em uma técnica utilizada para a avaliação do potencial de

matéria redutora de uma amostra, através de um processo de oxidação química

em que se emprega dicromato de potássio (K2Cr2O7).

A DQO é um parâmetro indispensável nos estudos de caracterização de

esgotos sanitários e de efluentes industriais. É muito útil quando utilizada

conjuntamente com a DBO para observar a biodegradabilidade de despejos.

Sabe-se que o poder de oxidação do dicromato de potássio é maior do que

o que resulta mediante a ação de microrganismos, exceto raríssimos casos como

hidrocarbonetos aromáticos e piridina. Como na DBO mede-se apenas a fração

biodegradável, quanto mais este valor se aproximar da DQO significa mais

facilmente biodegradável será o efluente.

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3 CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA UEL NO CONTEXTO DO MEIO FÍSICO REGIONAL

3.1 CARACTERÍSTICAS REGIONAIS DO MEIO FÍSICO: A BACIA DO RIO

TIBAGI

A área deste estudo está inserida na porção superior da área da bacia

hidrográfica do Tibagi onde se localiza o Município de Londrina, bem como o

campus universitário da Universidade Estadual de Londrina (UEL) (Figura 5).

A Bacia hidrográfica do rio Tibagi conta com uma área aproximada de

24.712 km2 e está posicionada na porção leste do estado do Paraná, no sentido

sul-norte. Sua nascente está situada na região de Ponta Grossa, no Paraná, de

onde atravessa o estado em direção norte, até desembocar no rio Paranapanema,

que é divisa entre os estados do Paraná e São Paulo. A bacia do Tibagi é

bastante heterogênea, contrapondo à área do campus que apresenta uma

diversidade muito menor (PINESE, 2002).

Ressalta-se ainda a importância do conhecimento geológico,

mesmo que preliminar, na elaboração de futuros diagnósticos

ambientais, no sentido de orientar e subsidiar o planejamento e o

controle de programas cuja natureza é a busca constante da

minimização dos impactos ambientais decorrentes da ação antrópica da

bacia hidrográfica do rio Tibagi (PINESE, 2002).

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FIGURA 5 - BACIA HIDROGRÁFICA DO TIBAGI - PARANÁ - 2005 FONTE: Consórcio para Proteção Ambiental do Rio Tibagi - COPATI - PR - 2005.

3.2 EMBASAMENTO CRISTALINO

Para muitos autores, entre eles Fragoso César (1991), Pimentel & Fuck

(1992), Fuck et al (1994) e Quintas (1995), a Bacia do Paraná no território

brasileiro é limitada pelas seguintes estruturas geológicas: (a) nas bordas oeste-

noroeste: faixa Paraguai; (b) nas bordas norte-nordeste: maciço de Goiás, faixa de

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desdobramento Brasília, Nappe socorro Guaxupé e Arco Magmático do oeste de

Goiás; (c) nas bordas leste-sudeste: dois cinturões móveis brasilianos com direção

NE (faixa Dom Feliciano e Ribeira), separados por um núcleo catônico (Rio de La

Plata – Luiz Alves). Uma pequena porção sudeste da bacia hidrográfica do rio

Tibagi, recobre o embasamento da borda leste, situando-se mais precisamente

sobre a Faixa Móvel Ribeira (PINESE, 2002).

A faixa móvel Ribeira, na qual se insere parte da Bacia hidrográfica do rio

Tibagi, constitui uma unidade tectônica exposta ao longo da faixa ENE-WSW da

borda leste da Bacia do Paraná, compreendendo o cinturão dobrado Apiaí,

composto por rochas vulcano sedimentares de médios e baixos graus, intrudido

por granitos sin e pós tectônicos do ciclo brasiliano, que calvagaram na direção SE

sobre a micro placa de Curitiba (BASEI, 1985; PINESE, 2002).

No contexto da Faixa Ribeira, A drenagem pertencente à bacia do rio

Tibagi, segmenta as rochas cristalinas dos grupos Açungui e Castro e os

granitóides das fácies Cunhaporanga e Três Córregos.

3.3 FORMAÇÃO SERRA GERAL

Por outro lado, após cessado todo o conjunto de deposição sedimentar da

Bacia do Paraná desde a Formação Vila Mariana até a Formação Botucatu,

ocorreu extensivo recobrimento por atividade vulcânica de todo esse pacote.

Neste caso, representado pela Formação Serra Geral, de idade cretáceojurássica,

aflora nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná (região de

Londrina, Sertanópolis e Jataizinho), São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e

Minas Gerais (PINESE, 2002).

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As eruptivas dessa formação compreendem, predominantemente, um

conjunto de derrames de basaltos toleíticos (Leinz et al, 1968) e,

subordinadamente, um conjunto de derrames de riolitos, dacitos e riodacitos (Melfi

et al., 1988). Estes últimos, associados às ocorrências de basalto pórfiros,

constituem, segundo a MINEROPAR (1989), uma subunidade estratigráfica

designada Membro Nova Prata. Esta mesma subunidade tem sido denominada

como “Ácidas Tipo Chapecó” - ATC por Melfi et al. (1998), Pinese (1989), Piccirillo

et al. (1990) e Nardy (1996), entre outros autores.

Tais conjuntos de derrames se intercalam em arenitos com as mesmas

características dos pertencentes à Formação Botucatu. Associam-se a eles corpos

intrusivos da mesma composição, constituindo-se, sobretudo, de diques e sills

(PINESE, 2002).

Na região da bacia hidrográfica do rio Tibagi são assinaladas inúmeras

ocorrências de corpos intrusivos, como os diques de composição basáltica e de

composição riodacítica estudados por Pinese (1989) e Piccirillo et al., (1990), com

direções predominantes N 45º W, os quais encontram-se alojados tanto nos

basaltos como nos sedimentos da Bacia do Paraná. Na realidade, os diques

basálticos e ácidos cortam todas as litologias descritas, inclusive aquelas do

embasamento cristalino, como granitóides e rochas do Grupo Açungui (PINESE,

1989).

Os derrames dos basaltos são formados por rocha de coloração cinza-

escura a negra, em geral afaníticas. Apresentam espessura individual variável,

desde poços até 100 metros. Sua extensão, a se julgar pelo exame de exposição

nas escarpas das serras regionais, como no vale do Rio Grande, e por análise de

fotografias aéreas pode ultrapassar a dez quilômetros (PINESE, 2002).

Nos derrames mais espessos a zona central é maciça, microcristalina,

fraturadas por juntas subverticais de contração dividindo a rocha em colunas. A

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parte superior dos derrames, numa espessura que pode alcançar vinte metros,

toma aspecto malafírico, aparecendo vesículas e amígdalas, com freqüências

alongadas horizontalmente, e sendo aí maior a porcentagem de matéria vítrea na

rocha. As amígdalas são parcial ou inteiramente preenchidas por calcedônia e

zeólitas.

A uniformidade dos derrames, a vasta extensão que cobrem, sua

associação com diques contemporâneos, a preservação local de morfologia das

dunas e a raridade de produtos piroclásticos indicam que os basaltos da

Formação Serra Geral se originam do extravasamento rápido de lava muito fluida

através de geoclasses e falhas menores (PINESE, 2002).

A persistência das condições desérticas durante o vulcanismo é

comprovada pela existência das intercalações eólicas (PINESE, 2002).

Diante do exposto, o conhecimento desta complexa área, como

demonstram diferentes autores, deixa clara a importância da avaliação das

relações biunívocas entre o homem e o meio físico geológico

Segundo Pinese (2002), é este tipo de conhecimento que propicia avaliar as

condições geomorfológicas, estratigráficas e litológicas e o comportamento dos

aqüíferos subterrâneos, tido como um dos grandes mananciais, do futuro na

obtenção de água limpa.

Na gestão ambiental, os parâmetros utilizados, como vazão líquida, grau de

saturação, e profundidade do nível da água, dependem de indicadores (BITTAR &

ORTEGA, 1998), dentre os quais podem ser destacadas feições erosivas

(voçorocas) e de massas em movimento, aporte de sedimentos, dimensão de

assoreamento, elevação/rebaixamento do nível de água e presença de blocos

e/ou mutações instáveis.

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Todos estes indicadores encontram-se invariavelmente relacionados a

processos do meio físico, com reconhecido potencial destrutivo natural ou

provocado, a saber: erosão pela água, escorregamento por força gravitacional,

transporte ou deposição de sedimentos e partículas, movimentação das águas

subterrâneas, interações físico-químicas água/rocha/solo, quedas de

blocos/detritos e subsidência.

Do ponto de vista geomorfológico, o Terceiro Planalto, ou Planalto de

Guarapuava (MAACK, 1981), encontra-se, geologicamente, representado por

derrames basálticos da Formação Serra Geral e por bancos arenosos do Grupo

Bauru. No âmbito da Bacia Hidrográfica a área está posicionada no curso inferior

do rio Tibagi. Conforme Embrapa-Iapar (1984), o clima predominante, segundo a

classificação de Köppen, tem características mesotérmica, sem estação cfa, mas

úmido no verão e seca, com verões quentes e médias de temperaturas superiores

médias e máximas podem atingir a 28ºC; nos meses mais quentes tem clima Cfa4.

Nas áreas mais próximas da divisa do estado de São Paulo, a única diferença é a

apresentação de estiagem no inverno.

Os solos predominantes são muito mais férteis do que os solos dos demais

planaltos do estado do Paraná. Tal fato está intimamente relacionado à litologia

vulcânica do terceiro planalto e ao tipo de clima atuante na região, o que tem

favorecido uma atuação intempérica consistente. Neste sentido, os tipos de solos

predominantes são os eutróficos, e são representados por solos como neossolos,

antigos litossolos ou solos litólicos, nitossolos e latossolos vermelho-escuros

(EMBRAPA, 1999; PINESE, 2002).

Portanto, não só na bacia hidrográfica do rio Tibagi, outras características

físicas se encontram intimamente relacionadas com a distribuição e a evolução

geológica local. Na área do campus universitário essa relação é verdadeira,

sobretudo quando se relaciona com os aqüíferos subterrâneos mais profundos.

4 Clima subtropical úmido.

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41

3.4 DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE SOLOS DA BACIA DO RIO

TIBAGI

Na área da Bacia hidrográfica do rio Tibagi aparece uma grande variedade

de tipos de solos e de associações.

De acordo com estudos realizados (STIPP, 2000), os tipos de solos que se

destacam por sua grande fertilidade natural são os latossolos e os mitossolos,

que se localizam na área do Terceiro Planalto; no Segundo Planalto predomina

uma variedade maior de tipos de solos, como os cambissolos, podzólicos

vermelho-amarelos – que são os atuais cambiossolos, litólicos, latossolos e os

neossolos; no Primeiro Planalto predominam os solos litólicos e os latossolos.

A identificação dessa variedade de tipos de solos veio corroborar o

levantamento de reconhecimento dos solos do estado do Paraná realizado pela

Embrapa-Iapar (1984), com nova classificação dada pela EMBRAPA (1999).

a) Latossolos (Latossolos Roxo)

É um tipo de solo que possui uma profundidade que vai além de 3 metros.

Apresenta teor de argila superior a 60%, portanto, tem textura muito argilosa, a

sua consistência é muito friável, é poroso e acentuadamente drenado. Origina-se

das eruptivas básicas: basaltos e diabásios. Diferencia-se dos outros latossolos

pela cor vermelha-escura (que pode se tornar vermelha – arroxeada segundo a

incidência solar), devido a sua composição com altos teores de ferro. Ocorre em

terrenos planos, pouco ondulados, que permite a mecanização no uso agrícola,

observando-se o manejo racional (STIPP, 2002).

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b) Nitossolos (Terra Roxa Estruturada)

São solos bem desenvolvidos, oriundos de rochas eruptivas básicas:

diabásios e maláfiros.

Apresentam maior concentração de argila no horizonte superficial; são bem

estruturados e de porosidade irregular. Possuem um horizonte B textural, com

espessura de mais ou menos 2 metros e cor vermelha arroxeada.

Têm textura muito argilosa (60% ou mais de argila na maior parte dos

horizontes) e apresentam cerosidade, grande saturação de bases e são bem

drenados.

Possuem alta fertilidade natural, com potencial de produtividade que pode

durar muitos anos.

Esses solos apresentam menor resistência à erosão, em virtude de um

horizonte superficial de acumulação de argila e de sua localização topográfica

(Stipp 2002).

c) Cambissolos

Ainda segundo Stipp (2002), são solos rasos e poucos profundos, de

espessura que varia de 50 a 130 centímetros. São derivados de material de

origem heterogênea, decorrentes das condições climáticas e do relevo, o que faz

com que estes tipos de solos variem muito de local para local.

Apresentam horizontes câmbico ou B incipiente resultante em perfil de

horizonte A, (B) e C; a transição entre estes horizontes é clara ou gradual. A

coloração destes solos varia de acordo com os diferentes tipos de clima. Por

exemplo, solos de clima frio e úmido apresentam horizontes superficiais escuros, e

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os de clima mais quente têm os horizontes superficial e sub-superficial com

coloração vermelha escura.

d) Neossolos (Solos Litólicos)

Segundo Stipp (2002) esses solos aparecem em todo o estado do Paraná,

tanto em regiões de relevo suave ondulado e escarpado como naqueles com

relevo fortemente ondulado e montanhoso.

São solos jovens, rasos de espessura (normalmente inferior a 40

centímetros). Possuem horizonte A diretamente sobre a rocha consolidada ou um

horizonte C pouco espesso entre o horizonte A e a rocha consolidada.

O potencial agrícola deste solo varia muito, dependendo das condições

ambientais, especialmente da natureza do substrato rochoso e do regime hídrico.

São intensamente erodidos após a retirada da mata nativa sendo portanto,

inviável seu uso para a agricultura.

e) Latossolo Vermelho – Escuros

Os latossolos vermelhos são exemplos de solo que podem ser divididos em

escuros de textura argilosa e escuros de textura média (STIPP, 2002; PINESE,

2002).

Já os latossolos vermelho – escuros Textura Argilosa são solos de origem

basáltica, com influência de arenitos e argilitos, pertencentes a variedades

eutrófica, distrófica e álica.

Apresentam profundidade superior a 3 metros, textura argilosa e muito

argilosa e consistência friável. Diferenciam-se de outros latossolos pela cor

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vermelha escura. Ocorrem em relevo suavemente ondulado e em condições boas

para a mecanização.

Os latossolos escuros de Textura Média são os solos de origem arenítica

oriundos do Grupo Caiuá e Furnas.

Pertencem às variedades eutrófica, distrófica e álica. Sua profundidade vai

além dos três metros e sua cor é vermelha escura, com textura franco arenosa no

horizonte A e franco argilo arenosa no B.

Diferem dos outros latossolos devido a percentagem de areia que

apresentam e por conterem baixos teores de ferro. Esses solos necessitam de

fertilização, de adubação orgânica. Portanto, nestas condições eles são mais

usados e recomendados para as pastagens, que requer um menor investimento

de utilização.

3.5 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Um fator que deve ser considerado em relação aos tipos de solo refere-se à

água, visto que esta pode interferir na constituição dos mesmos, como também

uma parte dela pode se infiltrar, originando água subterrânea. "No Brasil, as

reservas de água subterrânea são estimadas em 112 mil km3. Abastecem cerca

de 61% da população para fins domésticos e, desse total, 6% se auto-abastecem

das águas de poços rasos; 12% de nascentes ou fontes; e 43% de poços

profundos” (BORGHETTI, 1992). Assim, ao considerar o lençol freático como

importante fonte de água para o aproveitamento humano, se faz necessária a

preocupação com a sua preservação, já que incorpora todo o líquido que vem da

superfície acrescido de elementos hidrossolúveis, bem como das diversas práticas

humanas que oferecem riscos de contaminação a este importante recurso hídrico.

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A distribuição das águas subterrâneas é variável. Pesquisadores estimam

que elas sejam cem vezes mais abundantes (10.360.230 km3) que as superficiais

dos rios e lagos (92.168 km3). A magnitude desse volume tem sido conferida nos

aqüíferos, cujo significado é: aqüi = água; fero = transfere. "Muitas pessoas

imaginam que um aqüífero seja um grande oceano subterrâneo, que o líquido fica

em uma superfície vazia, porém, a imagem ideal seria a de uma grande esponja"

(ibidem).

Os aqüíferos, na verdade, são formações geológicas do subsolo,

compostas por rochas permeáveis, que armazenam água em seus poros e

fraturas5.

Um reservatório de água subterrânea pode, também, ser designado de

aquífero, e é definido como toda a formação geológica com capacidade de

armazenar a água, cuja exploração seja economicamente rentável. Existem

essencialmente dois tipos de aquíferos: o aqüífero livre – uma formação geológica

permeável e parcialmente saturada de água. É limitado na base por uma camada

impermeável. O Aquífero Confinado - que constitui-se numa formação geológica

permeável e completamente saturada de água. É limitado no topo e na base por

camadas impermeáveis (BORGHETTI, 2004).

5 Comentário professor Paulo César Boggiani, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (1996),

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FIGURA 6 - MAPA DA AMÉRICA DO SUL DESTACANDO O AQUÍFERO GUARANI FONTE: Borghetti et al, UFPR, 1999.

O Aqüífero Guarani (Figura 6), considerado um dos mais importantes

reservatórios do mundo, está inserido na Bacia Geológica Sedimentar do Paraná,

sob o Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, e constitui uma importante reserva de

água subterrânea da América do Sul, com aproximadamente 46 mil km3. O

Aqüífero Guarani, do tipo poroso, tem cerca de 90% de sua área total recoberta

por rochas basálticas da Formação Serra Geral, ou seja, somente 10% de suas

reservas estão próximas à superfície, definidas O nome Aqüífero Guarani surgiu

de maneira informal em 1994 e foi oficializado dois anos depois pelo geólogo

uruguaio Danilo Antón. Até então, o grande corpo de arenito recebia nomes

diferentes nos quatro países - Misiones no Paraguai, Botucatu no Brasil e

Azul: Aqüífero Guarani

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Tacuarembó na Argentina e Uruguai. A denominação é uma homenagem aos

índios guaranis que habitavam a área de sua ocorrência na época do

descobrimento das Américas. "O Brasil é o país com a maior área do Aqüífero

Guarani (840 mil km2 ou 70,2%), equivalente a 10% do total do território nacional.

A Argentina tem 225.500 km2 (18,9%); o Paraguai 71.700 km2 (6%); e o Uruguai

58.500 km2 (4,9%)".

3.6 A CIDADE DE LONDRINA

FIGURA 7 - LOCALIZAÇÃO DA CIDADE DE LONDRINA - PARANÁ FONTE: J.L., 2002. A cidade de Londrina (Figura 7) tem uma altitude média de 576 metros e

uma área de 1.724,7 quilômetros quadrados. Possui clima subtropical com chuvas

em todas as estações do ano, com pluviosidade anual de 1.521,00 mm (2000) e

temperatura média anual de 21,1º C (2000), com o tipo de solo latossolo (terra

Londrina, situa-se ao Norte do Paraná, a cidade teve sua instalação e criação como Município em 03/12/1934 e 10/12/1934. Está localizada na latitude entre 23º 08’47’’ e 23º 55’46’’ S e longitude entre 50º 52’ 23’’ e 51º 19’11’’.

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roxa)6. Situa-se no Norte do Paraná, na região Sul do país, durante a maior parte

dos seus 70 anos de existência, se desenvolveu com base no setor primário da

economia, principalmente devido a cafeicultura. Hoje, o setor terciário

desempenha papel mais importante, sendo que nos anos noventa, como resultado

da política de industrialização paranaense, o setor secundário vem alcançando

maior expressão. Localizada a cerca de 220 quilômetros à leste do rio Paraná

tendo na formação do seu substrato rochoso a ocorrência do basalto originado dos

derrames, sem cobertura da rocha sedimentar, com relevo ondulado suave, em

região de clima de verão quente e úmido e inverno frio e seco.

3.7 A UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

A implantação de diferentes setores da economia na cidade de Londrina

trouxe a necessidade de qualificação de profissionais para atender as diferentes

demandas dos diversos setores, período este que culminou com a implantação da

Universidade Estadual de Londrina (Figura 8).

Estes aspectos trouxeram novas necessidades e o planejamento de novos

rumos para o lançamento da pedra fundamental da FUEL. Assim, em 18 de

agosto de 1967, deu-se a sua criação oficializada pela Lei Estadual n.º 6.034/69,

de 06 de novembro de 1969 e publicada no Diário Oficial de Estado n.º 209, de 10

de novembro de 1.969, e pelo Decreto n.º 18.110/70, com a incorporação dos

seguintes estabelecimentos de ensino superior, antes existentes em Londrina:

Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras, Faculdade Estadual de Direito

de Londrina, Faculdade Estadual de Odontologia de Londrina, Faculdade de

Medicina do Norte do Paraná e a Faculdade Estadual de Ciências Econômicas e

6 Jornal de Londrina – Mapa geopolítico, 4ª edição 25/08/02 – folha 4.

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Contábeis de Londrina. Em 1970, foi criada a UEL, e o seu reconhecimento

aconteceu através do Decreto Federal 69.234/71.

FIGURA 8 - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA UEL - LONDRINA - PARANÁ

A Universidade Estadual de Londrina, é uma das cinco universidades

públicas mantidas pelo governo de Estado do Paraná. A UEL, juntamente com

outras onze faculdades estaduais públicas, uma Universidade Federal, seis

unidades do CEFET, uma universidade confessional, cinco universidades

privadas, e diversas faculdades particulares e municipais, integra o Sistema

Paranaense de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, cuja coordenação

compete à Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - SETI.

Em 16 e julho de 1991, pela Lei Estadual n.º 9.663, a FUEL - a Fundação

Universidade Estadual de Londrina foi transformada em Autarquia, ampliando o

seu compromisso como instituição de ensino superior. A UEL foi criada em 1970,

sendo reconhecida oficialmente pelo Decreto Federal 69.234/71. Em 1987 foi

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implantado o ensino gratuito na Instituição e, em 1991, transformou-se em

Autarquia Estadual.

Para o desenvolvimento de suas atividades acadêmicas e administrativas, a

Universidade Estadual de Londrina conta com a seguinte estrutura:

3.7.1 Dados da Universidade Estadual de Londrina

a) Área física do campus •221,87hectares(2.219.703,16m2).

•Área construída:174.607m2.

b) Estrutura da UEL • 06 Pró-Reitorias

• 07 Órgãos Executivos da Reitoria

• 09 Centros de Estudos

• 56 Departamentos

• 10 Órgãos Suplementares

• 08 Órgãos de Apoio

c) Comunidade Universitária

• 14.063 Alunos de Graduação

• 3.377 Alunos de Pós-Graduação

• 1.640 Docentes

• 56 Departamentos

• 3.707 Funcionários

Atualmente (2005), de acordo com o novo conceito e critérios determinados

pelo MEC/INEP, a UEL oferece:

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d) Cursos de Graduação 41 Cursos, sendo:

• 11 na área de Ciências Biológicas e da Saúde

• 8 na área de Ciências Exatas e Tecnológicas

• 22 na área de Ciências Humanas

e) Cursos de Pós-Graduação StrictoSensu

• 8 Doutorado

• 24 Mestrado

Lato Sensu

• 32 Residências

• 93 Especializações

f) Alunos Matriculados

StrictoSensu

• 247 Doutorado

• 1105 Mestrado

Lato Sensu

• 1.848 Alunos nas Especializações

• 139 Alunos na Residência Médica

• 29 Alunos na Residência em Medicina Veterinária

• 09 Alunos na Residência em Fisioterapia

g) Órgãos Suplementares • Casa de Cultura

• Colégio de Aplicação

• Clínica Odontológica Universitária

• Escritório de Aplicação de Assuntos Jurídicos

• Escritório de Aplicação de Assuntos Sócio-Econômicos

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• Fazenda Escola

• Hospital Universitário

• Hospital Veterinário

• Laboratório de Produção de Medicamentos

• Museu Histórico de Londrina "Pe. Carlos Weiss"

h) Órgãos de Apoio • Assessoria de Comunicação Social

• Assessoria de Tecnologia de Informação

• Biblioteca Central

• Editora

• Gráfica

• Laboratório de Tecnologia Educacional

• Radiodifusão Educativa

• Serviço de Bem-Estar à Comunidade

i) Centros de Estudos Centro de Ciências Agrárias – CCA

Graduação: Agronomia; Medicina Veterinária e Zootecnia

Pós-Grad: Agronomia (M/D), Ciência Animal (M/D), Ciência de

Alimentos (M/D)

Centro de Ciências Biológicas – CCB

Graduação: Biomedicina; Ciências Biológicas e Psicologia

Pós-Grad: Ciências Biológicas (M), Genética e Biologia Molecular

(M), Microbiologia (M/D), Patologia Experimental (M). Núcleo de

Psicologia Clínica

Centro de Ciências da Saúde – CCS

Graduação: Enfermagem; Farmácia; Fisioterapia; Medicina e

Odontologia

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Pós-Grad: Medicina e Ciências da Saúde (M/D), Saúde Coletiva

(M). Núcleo de Odontologia para Bebês (Bebê Clínica).

Centro de Ciências Exatas – CCE

Graduação: Ciência da Computação; Física; Geografia; Química e

Matemática

Pós-Grad: Biotecnologia (M), Ensino de Ciências e Educação

Matemática (M), Física (M/D), Geografia, Meio Ambiente e

Desenvolvimento (M), Química dos Recursos Naturais (M). Núcleo

de Estudos do Meio Ambiente.

Centro de Educação, Comunicação e Artes – CECA

Graduação: Arquivologia; Artes Cênicas; Biblioteconomia;

Comunicação Social: Jornalismo e Relações Públicas; Desenho

Industrial; Estilismo em Moda; Música; Educação Artística e

Pedagogia.

Pós-Grad: Educação (M)

Centro de Educação Física e Desportos – CEFD

Graduação: Ciência do Esporte e Educação Física

Centro de Estudos Sociais Aplicados – CESA

Graduação: Administração; Ciências Contábeis; Direito; Ciências

Econômicas; Secretariado Executivo e Serviço Social

Pós-Grad: Direito Negocial (M), Serviço Social e Política Social

(M)

Centro de Letras e Ciências Humanas – CLCH

Graduação: Ciências Sociais; Filosofia; História e Letras

Pós-Grad: Ciências Sociais (M), Estudos da Linguagem (M/D),

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Letras (M/D). Núcleo de Estudos sobre a Sociedade

Contemporânea

Centro de Tecnologia e Urbanismo – CTU

Graduação: Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil,

Engenharia Elétrica - Modalidade Eletrônica

Pós-Grad: Engenharia de Edificações e Saneamento (M),

Engenharia Elétrica (M). Núcleo de Estudos e Pesquisa de

Engenharia e Arquitetura. Núcleo de Atividades Aeroespaciais7.

Assumindo um compromisso com a comunidade externa, a Universidade

Estadual de Londrina formulou, no final de 1998, através de um amplo processo

de reflexão conjunta envolvendo lideranças formais da comunidade interna

acadêmica e da comunidade externa, as proposições de Visão e Missão

institucional.

Compromisso como VISÃO DA UEL:

Universidade pública, democrática e com autonomia plena, reconhecida no cenário nacional e internacional, principalmente no MERCOSUL, por sua excelência na produção e difusão do conhecimento. Uma Universidade centrada na formação ética do cidadão, comprometida com o desenvolvimento científico-tecnológico, sócio-econômico, cultural e político do país, em especial de Londrina e região, transformando a sociedade e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população (UEL, 2004).

Compromisso como MISSÃO DA UEL

Produzir conhecimento e torná-lo acessível ao maior número de pessoas em parceria com a sociedade, de forma democrática e eficiente, por meio de um ensino inovador e de qualidade, articulado com a pesquisa, a extensão e a prestação de serviços. Uma instituição formadora de profissionais éticos, com cultura geral, competência técnica, flexibilidade intelectual e comprometido com a mudança social. Uma Universidade com atuação na geração e na transferência de tecnologia; na valorização e na disseminação da produção

7Dados obtidos no material produzido pela Diretoria de Avaliação e Acompanhamento Institucional Pró-Reitoria de Planejamento - Outubro/2004.

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cultural e científica de Londrina e região. Enfim, uma instituição relevante que seja reconhecida pela sua contribuição para a melhoria da qualidade de vida da população(UEL, 2004).

Na medida em que a cidade de Londrina se desenvolvia, trazendo com isso

empreendimentos imobiliários e obras civis dos mais variados tipos, fatores que

permitiram a integração destes segmentos da sociedade civil organizada a se

articular com profissionais da Universidade Estadual de Londrina.

Assim, docentes e pesquisadores da área de geotecnia da Universidade

Estadual de Londrina, com forte motivação voltada a auxiliarem profissionais de

empresas e entidades autárquicas de economia mista da cidade a implantar em

1998, o Campo Experimental de Engenharia Geotécnica, deram início a um

extenso programa de investigação relacionado a estudos da permeabilidade e

colapso de amostra representativa do solo da cidade de Londrina.

Desta forma, profissionais da área de geotecnia, ao se colocarem à

disposição de desenvolverem estudos mencionados no parágrafo anterior,

passaram a estabelecer uma assessoria constante, como uma opção para

orientar os profissionais e/ou empresas do ramo da construção civil,

principalmente relacionados à realização de fundações, sobre as camadas de solo

sob o ponto de vista de suporte sobre a utilização de sumidouros, como fossas

sépticas e/ou negras, suas implicações nas proximidades das edificações, criando

outras configurações diferentes de utilização e suas implicações no meio

ambiente, entre outros estudos.

De acordo com a configuração do solo da cidade de Londrina, pesquisas da

área de geotecnia concluíram que o Campo Experimental de Engenharia

Geotecnia do Campus da UEL tem camadas de solo composto de uma argila

siltosa porosa de consistência mole à média, pré-adensada. Este apresenta

comportamento colapsível para certos níveis de pressão, sendo que para cargas

baixas praticamente não ocorre colapso (SOUZA, 2002).

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O campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL) está situado em

uma região geológica constituída de basalto. As rochas ígneas fraturadas ou

basalto fraturado, por definição, são aquelas que se originam do resfriamento de

uma mistura de silicato em fusão (magma), oriunda de profundidades variáveis da

crosta terrestre. As rochas resultantes do resfriamento do magma com

solidificação do material em profundidades consideráveis apresentam os minerais

bem desenvolvidos como conseqüência do resfriamento lento. Normalmente não

são porosas ou apresentam uma porcentagem muito pequena de poros. As

aberturas contidas nessas rochas são exemplificadas pelas fraturas ou fissuras,

resultante do processo tectônico, do próprio resfriamento ou dos fenômenos de

intemperismo mecânico e químico. O basalto é uma rocha extrusiva ou vulcânica.

Geralmente oferece suporte aos aqüíferos8, sendo uma área de confinamento do

manancial e se consagrando em reter grandes quantidades de água potável,

tendo em vista a quantidade de fraturas ou fendas que apresenta.

Ao considerar a formação geológica do norte do Paraná, este estudo foi

delimitado ao espaço do Campus da Universidade Estadual de Londrina. A área

física do campus é de 221,87 hectares com uma área construída de 174.607

metros quadrados, que abrigam os diferentes setores da universidade, segundo

dados de 2004 da PROPLAN.

O referencial sobre o tipo de solo de Londrina, mais especificamente com a

ocupação urbana da área física do campus da Universidade Estadual de Londrina,

constituído em sua maior parte por basalto, com retenção de um aqüífero, serviu

de motivação para o desenvolvimento do presente trabalho de investigação em

relação à presença de fossas sépticas neste local.

8 Aqüíferos são reservatórios de água subterrânea, pode ser definido como toda a formação geológica com capacidade de armazenar e transmitir a água e cuja exploração seja economicamente rentável.

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4 A QUESTÃO AMBIENTAL DOS RESÍDUOS LÍQUIDOS 4.1 GERENCIAMENTO AMBIENTAL DE RESÍDUOS LÍQUIDOS Com o crescimento acelerado da população, em progressão geométrica, houve

também um acelerado processo de urbanização, bem como um incessante

crescimento da industrialização, provocando mudanças nos padrões de consumo

do homem moderno e a relação homem/natureza passou, em conseqüência, a

ser ameaçada.

A necessidade da renovação de valores e práticas ambientais através de

uma nova ordem de pensamento, deve acontecer segundo conceitos

educacionais, fundamentados em questões concretas e bem dimensionadas.

Desta forma a comunidade universitária deve ser capaz de identificar, mensurar e

propor soluções dentro de sua realidade, solidificando seu embasamento teórico e

prático para interferir, segundo uma política equilibrada de gerenciamento, no

meio ambiente que ocupa.

Desde 1988 a Constituição Federal prevê, em artigo específico, a

implantação da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino. Apesar de

várias iniciativas bem sucedidas em vários locais do país, inexiste até o momento,

uma política de Educação Ambiental efetivamente implantada, em muitas

Instituições de Ensino Superior, quer no Paraná ou no Brasil, com ementas,

programas, metodologias de ensino e formação de professores.

Os escassos recursos disponíveis, as condições de trabalho nem sempre

adequada, a não prioridade, a falta de motivação e muitas vezes profissionais de

ensino superior, que são formadores e estão desvinculados da realidade, são

alguns dos significativos empecilhos para que isso ocorra.

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Para que se possa estabelecer um gerenciamento dentro deste problema,

se faz necessário uma interação entre todos os segmentos da comunidade

universitária, alunos, professores, administradores, estabelecendo um padrão

mínimo de qualidade, para que se possa atingir o objetivo desejado.

Nos últimos anos, a existência de ONGs, de órgãos Municipais, Estaduais,

Promotores Públicos envolvidos com a defesa e fiscalização das ações da

degradação ao Meio Ambiente, e muitas manifestações e discussões desta

questão junto à sociedade civil organizada, tem mobilizado e envolvido diversas

camadas sociais e das entidades representativas dos diversos segmentos da

sociedade, a assumirem mudanças de posturas em defesa do ambiente.

Mas somente estas ações não têm obtido êxito suficiente para a garantia da

harmonia entre as relações do homem com o meio ambiente; os indicades social,

econômico e cultural possibilitam uma avaliação que mostra que estas ações

estão ainda relativamente longe de acontecer, pois entre os interesses de

compatibilizar o custo/benefício do homem e do ambiente, que são divergentes,

deve prevalecer o bem comum, de conformidade com a Constituição Brasileira.

Caracterizados nos diferentes ambientes, as ações do homem que resultam

em exemplos de desarmonia nas relações com a natureza, e provocam as

diversas formas de poluição, o que exige que a solução do problema seja

equacionada em conjunto, como vem sendo feita em muitos países; como

exemplo tem-se o acondicionamento dos resíduos líquidos que, sem os devidos

cuidados, aumentam a poluição; a disposição inadequada dos resíduos líquidos

nos solos pode criar problemas de poluição das águas subterrâneas e superficiais

(PINESE, 1989).

O controle destes tipos de poluição é uma atividade do saneamento do

meio, que traz muitos problemas e preocupações, e tem sido tema de encontros e

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discussões por organismos internacionais. Impõe-se o controle destes

contaminantes, visando não só a proteção da qualidade do meio e da saúde do

homem, como também a preservação dos recursos existentes.

4.1.1 Gerenciamento Organizacional

Embora não se tenha consenso, o planejamento estratégico de

gerenciamento organizacional é entendido como o processo de planificação

formalizada, de longo ou médio alcance, temporalmente mutável por exigência

ambiental e com fins de atingir os objetivos organizacionais.

Do ponto de vista da tomada de decisão, uma organização adapta-se às

mudanças ambientais ou ainda, influencia nas mudanças ambientais, sendo que,

neste último caso, uma maior probabilidade de sucesso ocorre se as ações

estratégicas forem motivadoras e adequadas às mudanças comportamentais.

No que se refere às estratégias internas, o direcionamento é constituído por

ações que se refletirão na infra-estrutura da organização, em sua estruturação,

nos processos e nos comportamentos das pessoas que fazem parte da própria

organização, enfocando normalmente configurações, lideranças internas,

criatividade, medidas de avaliação, processos administrativos e operativos,

revitalizações.

No Brasil, no que tange aos resíduos urbanos, a sua geração dos mesmos

cresce de forma assustadora. Estudos feitos nos Estados Unidos mostram que,

em algumas áreas, a produção de resíduos cresceu 58% desde 1960. No Brasil,

são gerados mais de 241 mil toneladas de lixo urbano por dia, dos quais 76% são

dispostos em lixões e 23% em aterros controlados e sanitários. A grande

responsável por esta situação é a inexistência de uma política nacional para o

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setor. Desse modo, o meio ambiente vai sendo degradado e a saúde pública é

posta em risco (PACHECO, 2003).

4.1.2 Saúde e Qualidade de Vida

A Organização Mundial da Saúde (OMS), define saúde como: o estado de

completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou

de enfermidade. Este conceito tem um sentido mais amplo, sendo necessário ao

homem, para Ter saúde, dispor de um ambiente que lhe proporcione um estado

de completa satisfação, onde se inclui as condições de alimentação, habitação,

trabalho, saneamento, recreação e prevenção de doenças.

Dependendo das características do ambiente, o homem pode ter melhor ou

pior estado de saúde. Em locais onde são adequadas as condições de habitação,

nutrição e saneamento, entre outras, a incidência de doenças é sempre muito

pequena, ocorrendo o contrário quando as mesmas são precárias ou inexistentes.

A Saúde pode ser, assim, associada à qualidade de vida, a qual, por sua

vez, está ligada a aspectos econômicos, sociais, ambientais. A qualidade de vida

resulta das condições de alimentação, de abastecimento d'água, do local de

trabalho, do transporte, da destinação dos esgotos e do lixo, do emprego, da

renda, da seguridade, da qualidade do ar, do lazer, da higiene e segurança do

trabalho, etc.

A incidência e transmissão de doenças dependem das condições,

favoráveis ou não, que o meio lhe propicie. A presença de resíduos líquidos,

sólidos e gasosos em um ecossistema pode favorecer a sobrevivência de micro e

macro organismos que fazem parte da cadeia de transmissão de doenças.

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4.1.3 Água e Doenças

A água é um elemento da natureza indispensável ao ser humano, sem o

qual ele não sobrevive. O homem tem obrigatoriamente que ingerir água e, por

isso, ela pode se constituir em um importante meio de transmissão. As doenças

veiculadas pela água têm origem, principalmente, a partir dos dejetos. Muitos

microorganismos são parasitas, bacilos, protozoários que se encontram no

intestino humano e são eliminados juntamente com as borra e a urina.

Por falta de adequação do sistema de esgotamento sanitário, muitas vezes

os dejetos de origem humana alcançam mananciais superficiais ou subterrâneos

de água, nele introduzindo microorganismos patogênicos.

A água destes mananciais, que pode ser o aqüífero livre ou águas

subterrâneas, ao ser utilizada para beber ou irrigação de alimentos, pode resultar

na introdução destes microorganismos no organismo de uma pessoa, causando-

lhe doenças ou afetando sua saúde.

4.1.4 Fontes de Poluição das Águas

Os poluentes podem alcançar as águas superficiais ou subterrâneas,

através do lançamento direto, precipitação, escoamento pela superfície do solo ou

infiltração. As fontes de poluição das águas podem ser localizadas (pontuais),

quando o lançamento da carga poluidora é feito de forma concentrada, em

determinado local, ou difusas (não localizadas), quando os poluentes alcançam

um manancial de modo disperso, não se determinando um ponto específico de

introdução.

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Como exemplo de fontes localizadas, pode-se citar as tubulações

emissárias de esgotos domésticos, industriais ou provenientes de laboratórios de

pesquisa, que podem ser de origem física, química ou biológica, e também as

galerias de água pluviais.

Entre as principais fontes poluidoras de águas superficiais destacam-se: os

esgotos domésticos, os esgotos industriais, os esgotos de laboratórios de ensino e

pesquisa, os esgotos industriais, pesticidas, defensivos, fertilizantes, detergentes,

produtos químicos e agentes biológicos .

Entre as principais fontes poluidoras de águas subterrâneas pode-se dizer

que esta se dá a partir de: infiltração de esgotos vindos de sumidouros ou

infiltração de resíduos líquidos por fossas sépticas, infiltração de esgotos

aplicados no solo em sistema de irrigação, percolação do chorume resultante do

depósito de lixo no solo, resíduos de outras fontes, como: cemitérios, materiais

radioativos, infiltração de água contendo pesticidas e fungicidas, despejo de

resíduos de laboratórios no solo (fossas sépticas).

As águas superficiais e subterrâneas, quase sempre se interligam. Em

algumas situações, os mananciais de superfície proporcionam a recarga dos

reservatórios subterrâneos, enquanto, em outras, as águas do subsolo

descarregam em recursos hídricos superficiais. Assim, um manancial de

superfície, poluído, pode causar a poluição de um aqüífero subterrâneo.

4.1.5 Conseqüências da Poluição da Água

As poluições dos recursos hídricos provocam muitos problemas, que

geralmente tendem a se agravar como resultado do uso incorreto que o homem

faz e das atividades que desenvolvem em suas necessidades, afetando as bacias

hidrográficas como um todo.

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A conseqüência negativa da poluição da água pode ser de caráter sanitário,

ecológico, social, econômico ou educacional, podendo-se enumerar:

1. prejuízos no abastecimento humano, tornando veículo de transmissão de

doenças;

2. prejuízos a outros usos da água: recreação, educacional, pesca, industrial;

3. proliferação excessiva de algas e vegetação;

4. impactos na qualidade de vida da população;

5. degradação da paisagem;

6. escassez de água de boa qualidade

4.1.6 Controle da Poluição da Água

O controle pode compreender ações de caráter preventivo ou corretivo. As

ações corretivas visam a eliminar ou reduzir uma carga poluidora existente,

através de medidas de implantação de um sistema de coleta dos resíduos líquidos

de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas, o órgão

competente do indicativo de procedimentos a se adotar, fornecendo os parâmetros

necessários para a sua fiscalização.

Medidas de caráter preventivo que evitem a poluição devem ser adotadas

antes do início de determinadas atividades, como por exemplo a coleta de forma

ordenada e em recipientes próprios das embalagens ou subprodutos, diminuindo

os impactos ambientais e permitindo que fornecedores reciclem os lixos

eliminados de seus próprios produtos.

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4.1.7 Contexto Estratégico da Organização

Em geral, o profissional que atua na área de gerenciamento de resíduos

tem um dilema em relação à organização em que trabalha. Este clima traduz-se

por saber quem realmente é seu cliente: a organização ou o trabalhador?

Tal questão é de relevância primária ao se considerar que o profissional de

gerenciamento de resíduos líquidos recebe seu salário da organização, porém o

foco de suas atividades é sempre a saúde dos trabalhadores, que em geral

possuem objetivos distintos daqueles da organização na qual estão inseridos, mas

dependem da organização para a sobrevivência.

Neste sentido, fica claro a importância do planejamento de uma política de

Gerenciamento de Resíduo em IES, que são as Instituições formadoras de

profissionais em todas as áreas. A sua ausência se traduz em fragilidade, pois

quando não há previsão das ações que visam atingir seus objetivos, ficam a

mercê da sorte e, como destaca Nardocci (1999), os profissionais desta área, que

poderiam executar medidas de prevenção, acabam fazendo o papel ambíguo de

rezar para Deus e agir para o diabo.

Os problemas de não conformidades a gerenciamentos agravam-se e

perpetuam-se num ciclo rotineiro e vicioso onde, por desconhecimento dos

envolvidos em sua proposta e execução, por acreditarem que não passam de

conformidades inerentes aos processos não organizacionais, sem relacioná-los

com os próprios indivíduos ou outros elementos, considera-os como efeitos

irreversíveis dos trâmites operacionais.

Contudo esta questão é mais profunda, necessitando de uma análise mais

abrangente, principalmente quando envolve ações voltadas para indivíduos, como

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entrada dos processos organizacionais e as questões culturais de gerenciamentos

de forma sistêmica, em que haja a interação organizada das partes.

O primeiro passo para tratar desta questão é tentar responder a pergunta:

quem realmente é o cliente do profissional de gerenciamento de resíduos do meio

ambiente? Num primeiro momento, considerando-se que o impasse entre rezar

para Deus e agir para o diabo deva ser ultrapassado, poder-se-ia dizer que, sob

uma abordagem top-down, a organização é o cliente primário e o trabalhador é o

cliente secundário e, na abordagem bottom-up, o contrário (NARDOCCI, 1999).

Nesse sentido de conjunção destas abordagens, esse profissional deve

posicionar-se como um gerente organizacional e, ao mesmo tempo, um gerente

funcional, visando atender os objetivos tanto da organização como dos

trabalhadores, não somente para obter conformidades, mas também se integrando

às ações e aos sistemas estratégicos e operacionais da organização.

Entretanto, o que significa competência organizacional? Antes de mais

nada, para se implantar não basta “ter potencial”. É necessário também agir de

acordo com o que se pretende fazer para atingir os objetivos organizacionais, e

que as ações sejam coerentes com o requerido da organização.

Numa organização, a competência é cada vez mais voltada para a

integração e gerenciamento de seus processos que foram planejados com o

escopo de atingir os objetivos propostos, e é neste sentido que se deve entender

as competências organizacionais, para não se propor objetivos inatingíveis.

Contudo, não basta posicionamento; é necessário tê-lo pensando

estrategicamente, com objetivos definidos e viáveis, de forma integrada para não

se proponha ações que não são compreendidas por aqueles que devem executá-

la.

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Com base neste posicionamento, pode-se dizer que competência

organizacional é ter a capacidade para fazer, saber fazer e fazê-lo de maneira

integrativa com as partes que compõe o sistema global.

Não basta ter competência individual; é necessário que esta competência

transforme-se em competência organizacional e gerencial, ou seja, a capacidade

de agir de acordo com as estratégias, políticas e objetivos da organização. Dessa

maneira, os processos devem partir das planificações estratégicas, transformando

em ações coerentes e integrativas inclusive os relacionados com os recursos

humanos. Assim, uma ação não pode ser dissociada, isolada, sob pena de haver

uma reação em cadeia que fuja dos objetivos organizacionais e gerenciais.

As medidas de caráter preventivo são mais eficazes e menos onerosas,

pois evitam o problema decorrente da poluição da água, com seus prejuízos

ecológicos, econômicos e sociais. As medidas de controle da poluição de um

recurso hídrico que tem melhor resultado são as que consideram a bacia

hidrográfica, como um todo, uma vez que a qualidade da água de um manancial

depende dos usos e atividades desenvolvidas na sua área de contribuição. Nos

programas a serem elaborados, de proteção de recursos hídricos, não se deve

considerar o corpo de água isoladamente, mas como integrante de um sistema e

de um ambiente completo, que forma a bacia hidrográfica.

4.2 AVALIAÇÃO, GERENCIAMENTO E RISCO DO USO DA ÁGUA 4.2.1 Avaliação e Risco O risco à saúde humana e ao meio ambiente, associado à água e ao seu

reuso, preocupam a sociedade e as comunidades por se tratar de um problema de

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todos, fundamentando-se em dois motivos principais: a poluição dos recursos

hídricos e as limitações das técnicas de tratamento de água.

O sistema integrado de gerenciamento de risco pode ser entendida como o

conjunto de metodologias que calculam e avaliam a probabilidade de um efeito

adverso ser provocado por um agente (físico, químico ou biológico), ou por um

processo industrial, ou por uma tecnologia ou processo natural que possa

prejudicar a saúde ou o ambiente.

Essencialmente a definição de efeito adverso é um julgamento de valor,

podendo se constituir de mortes, doenças, diminuição da qualidade de vida,

prejuízos econômicos, danos ambientais e outros.

O gerenciamento dos riscos é o conjunto de procedimentos, normas e regras, tendo como objeto controlar e minimizar riscos, sendo abrangente de todas as atividades técnicas, legais, decisórias, de escolhas sociais, políticas e culturais que se encontram associadas, diretamente ou indiretamente, com as questões de riscos em nossa sociedade (NARDOCCI, 1999).

“A comunicação de risco tem se consolidado como uma ferramenta

indispensável, na ajuda aos cidadãos a participarem de decisões com mais

informações sobre fatores que podem afetar sua vida e saúde” (GADOMSKA,

1994).

4.2.2 Metodologia de Avaliação de Riscos para a Saúde Humana As metodologias de avaliação e gerenciamento dos riscos tecnológicos e

ambientais têm enfoques distintos. A avaliação dos riscos tecnológicos analisa

essencialmente a segurança industrial, no seu contexto de ineditismo, com

técnicas que visam identificar possíveis cenários acidentais, avaliar seus efeitos

físicos e estimar a freqüência de ocorrências destes eventos.

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O material de estudo compreende todas as informações técnicas e

operacionais dos sistemas existentes na planta em estudo. Já a avaliação dos

riscos ambientais tem um enfoque epidemiológico.

Não se deve deixar de lado nos riscos ambientais os problemas oriundos da

presença de agentes químicos (substâncias químicas perigosas) e biológicos

(organismos patogênicos) na água destinada ao uso ou reuso. Esses agentes

estão presentes, na maioria das vezes, em decorrência de contaminantes

originários de usos anteriores da água, mas podem também ter sido introduzidos

por fenômenos naturais.

A remoção dos contaminantes dependerá da eficiência dos sistemas de

tratamento cuja metodologia, por sua vez, dependerá da qualidade desejada para

a água a ser produzida para o uso ou para o reuso.

4.2.3 Gerenciamento dos Riscos: decisão.

Um dos maiores desafios aos gerenciadores de risco, de uma forma geral,

é julgar se um determinado nível de risco é ou não aceitável. Essa decisão

envolve sempre questões técnicas, sociais, políticas, econômicas e éticas muito

relevantes.

Existem vários métodos de auxílio a tomadas de decisões que podem ser

empregados, como o já tradicional risco/benefício ou custo/benefício e a análise

comparativa de riscos. Nenhum método é aplicável para a exposição a todos os

riscos em geral, mas uma combinação deles se faz necessário.

O objetivo é uma tomada de decisão que tenha resultados em diversos

níveis de proteção à saúde humana e ao meio ambiente, considerando a

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viabilidade econômica e tecnológica das medidas de controle, como uma forma de

gerenciamento de sistema integrado de proteção.

Segurança é um conceito importante para o gerenciamento de risco. A

avaliação do risco não permite estabelecer um divisor claro daquilo que é seguro

ou daquilo que não é seguro. Se a segurança for entendida como a ausência de

risco, seria dificílimo provar que os riscos efetivamente não existem, pois o risco

faz parte da atividade humana. Se isto acontecer, a exposição ao risco não existe.

Portanto, a garantia só ocorrerá se o agente não for utilizado para nenhum fim.

As situações de segurança absoluta não têm muito interesse, pois não se

aplicam na maioria dos casos práticos, isto é, não se pode esperar que seja

possível eliminar o uso de todas as substâncias químicas industriais ou produtos

poluentes provenientes de laboratórios de uma comunidade universitária. Se a

meta não for a segurança absoluta (risco zero), a definição de níveis de riscos

toleráveis deverão ser buscadas.

Apesar do processo de tomada de decisão ser complexo para uma

sociedade organizada ou de organizações, algumas questões fundamentais

devem ser consideradas na elaboração de políticas de gerenciamento social dos

riscos de uma sociedade civil organizada, e dentre elas as Instituições de Ensino

Superior (IES).

Segundo NARDOCCI (1999) é interessante, em um programa de

gerenciamento, considerar como balizamento os seguintes itens:

1 – a incerteza do próprio conceito de risco: além das incertezas relativas aos

processos de avaliação, como o risco é um conceito probabilístico, ele é

inerentemente incerto. Portanto, não é possível adotar posturas determinísticas

(segurança absoluta) com base em critérios probabilísticos;

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2 – avaliações e decisões são fortemente dependentes de dados e informações

continuamente gerados. Por essa razão, devem ser previstos mecanismos de

atualização e revisão de dados, bem como as implicações legais e sociais desta

revisão;

3 – o papel do conhecimento científico na construção dos valores e na

organização social, como afirma Moraes (1994): “ o conhecimento científico não

deve ser normalizador da vida dos indivíduos, mas uma fonte de informações e

esclarecimentos para o debate de vários temas por parte dos cidadãos” ;

4 – os agentes sociais envolvidos: o debate atual da problemática ambiental tem

demonstrado a importância da atuação dos vários agentes sociais no processo de

formulação e implantação de políticas e a busca de soluções para os problemas

sociais e ambientais. Nas questões de risco isso também ocorre. A aceitabilidade

do processo é parte integral da aceitabilidade dos resultados;

5 – a credibilidade das instituições gerenciadoras de risco: a confiança que a

comunidade deposita nas instituições responsáveis também é fundamental para o

sucesso de uma política de gerenciamento de risco;

6 – é importante destacar que estas questões envolvem aspectos técnicos,

sociais, políticos e éticos relevantes e que necessitam ser amplamente discutidos,

especialmente no âmbito da universidade estadual de Londrina, onde atualmente

o debate é muito limitado.

4.2.4 Riscos e Padrões de Qualidade de Água

No Brasil o controle da poluição e feito pela definição de padrões de

emissão de poluentes devidamente estabelecidos na legislação ambiental. No

caso do valor de um determinado poluente ambiental encontrado na água, o

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mesmo é comparado com o valor padrão estabelecido pela legislação ambiental

pertinente.

As definições dos limites de concentrações de substâncias químicas ou

substâncias tóxicas são feitas de tal forma a prevenir os riscos para a saúde

humana. Os padrões de qualidade da água também têm por finalidade o controle

de liberações de efluentes líquidos oriundos de fontes pontuais.

Para o reuso não há legislação brasileira específica e, até o momento, as

ações têm-se orientado por critérios de outros países e/ou da Organização

Mundial da Saúde (OMS). As definições dos critérios de qualidade têm por

objetivo adequar a qualidade ao uso previsto para a água. Usar a avaliação de

risco para a definição de critérios de qualidade pode trazer as seguintes

vantagens:

1 – os critérios seriam definidos considerando aspectos locais e/ou regionais,

como a oferta e a demanda de água, a qualidade, os usos previstos, etc. Como

conseqüência, os critérios poderiam ser mais restritivos ou, ao contrário, mais

permissíveis;

2 – o custo x benefício dos processos de tratamento teria um enfoque mais

realista;

3 – as informações técnicas e científicas utilizadas teriam revisão mais dinâmica e

estariam mais atualizadas;

4 – seria estimulada a discussão e participação da comunidade universitária local

na definição dos critérios a nas atividades de gerenciamento dos riscos.

Deve-se ressaltar que as avaliações de riscos fundamentam-se na análise

sistemática das informações disponíveis, e seus resultados dependem fortemente

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da existência e da qualidade das informações obtidas. Apesar da existência de

importantes espaços ainda a serem preenchidos, a avaliação, georeferenciamento

e mapeamento dos resíduos líquidos das fossas sépticas tem sido uma das

principais atividades de tomadas de decisão de forma geral.

4.3 GERENCIAMENTO EM ÁREA URBANA

A possibilidade de eventos indesejáveis, previsíveis ou não, se

concretizarem, estará sempre presente no dia-a-dia das organizações públicas ou

privadas. Para evitar a sua ocorrência ou minimizar seus impactos ambientais

danosos, quer sobre o homem, sobre os meios materiais, que sobre o meio

ambiente, haverá necessidade de o gestor incorporar ao cotidiano da organização

uma série de práticas.

Para tanto deverá investigar exaustivamente todas as possibilidades de

incidentes, de acidentes e de perdas, para conhecer suas causas e efeitos e, em

seguida, estabelecer os instrumentos eficazes de sua prevenção e controle.

Essas práticas estarão relacionadas ao papel de cada membro da

comunidade universitária na busca do objetivo coletivo de integridade: segurança.

meio ambiente, saúde, contaminação. Assim sendo, a formação de hábitos -

conscientização e participação - em uma cultura organizacional voltada a esse

objetivo é de fundamental importância para o propósito do gerenciamento de risco.

Cuidados com a limpeza e a ordem dos ambientes, os descartes de

substâncias em locais apropriados, as observâncias dos procedimentos de

execução, o estabelecimento de sistemáticas de atuação em laboratórios,

hospitais e clínicas, farão parte no sistema a ser gerenciado.

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Quanto melhor for estruturado o plano para gerenciamento das exposições,

quanto melhor estiverem as pessoas preparadas, menores serão as chances de

ocorrência de perdas. Portanto, menores serão os custos de, por exemplo,

proteção do patrimônio na forma de seguros, inclusive ao maior patrimônio, o

humano.

Nesta fase de elaboração de planos, deverá o gestor executar a

identificação da exposição aos riscos, analisá-los e avaliá-los para propor meios

de tratamento.

Evidentemente é sempre bom lembrar que as diretrizes e ações a serem

executadas devem ser perfeitamente integradas aos demais planos da

organização. A complexidade das características dos diversos ambientes,

principalmente aqueles associados aos riscos químicos, físicos e biológicos, que

deverão ter uma maior preocupação quando da adoção de soluções da poluição

do meio ambiente.

4.3.1 Novos Desafios Impostos pelo Gerenciamento Urbano Ambiental

A cada dia, novas exigências são incorporadas pelas necessidades de ação

dos gerenciamentos organizacionais. As mudanças ambientais no cenário mundial

têm levado os gerenciadores a assumir posições cada vez mais importantes na

estrutura social-política de uma região na qual estejam inseridas.

O papel do desenvolvimento unicamente associado à economia cede lugar

a uma responsabilidade mais ampla. Há mais do que nunca o imperativo de

associar à produção uma série de cuidados para evitar a degradação de áreas

urbanas, o desperdício de material e energia, verificando-se acima de tudo, o

controle da poluição em seus vários níveis e estágios, entre outros aspectos que

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se configuram como novos e mais adequados indicadores de desempenho social

de uma nação.

Além da imagem da credibilidade da organização ou de sua atuação na

defesa do ambiente ecologicamente correto, existe toda uma rede de sinais de

valoração econômica associada à degradação ambiental e aos efeitos causados

por ela, chamados de custo/benefício.

Para Turow (apud BELLIA, 1996, p. 173), "conquanto a proteção do meio

ambiente não seja em geral vista como um problema de distribuição de renda, ela

esta intimamente relacionada com a mudança nesta distribuição".

As necessidades ambientais não podem ser atendidas de forma individual.

Por exemplo, ou todos respiram e tomam água pura, ou ninguém o faz. Não existe

forma de gerenciamento que somente é bom para alguns, e para outros não. O

direito de um começa onde termina o do outro.

Ao mesmo tempo em que se necessitam estabelecer projetos de

desenvolvimento para atender a uma demanda crescente da sociedade, tem-se

que, para o bem desta mesma sociedade, discutir os instrumentos e instituir

mecanismos que busquem minimizar os impactos ao ambiente, numa tentativa de

conciliação dessas necessidades, ao menor custo social e econômico possível.

A esse respeito, enfatiza Margulis (1993, p. 3):

A deterioração da capacidade assimilativa dos ecossistemas e da capacidade de regeneração dos recursos naturais a taxas compatíveis com o desgaste imposto pelas atividades econômicas do homem vem demandando uma revisão profunda do tipo de relação que mantemos com a natureza.

Para Brow et al. (apud CALLENBACH, 1998, p. 11), o desafio de criar

sociedades sustentáveis, com seus diversos ambientes saudáveis, é "satisfazer

nossas necessidades sem colocar em risco as perspectivas das gerações futuras".

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Valle (1995, p. 9) explica que um dos caminhos a trilhar pode ser

estabelecido no plano legal de gerenciamento compatível com as necessidades e

respaldado por procedimentos legais e técnicos.

A legislação ambiental pode, no entanto, patrocinar as soluções sustentáveis estimulando as empresas que as adotam e punindo as que se beneficiam de custos de produção mais baixo, devido ao não investimento na proteção ambiental. Com a difusão do conceito de desenvolvimento sustentável se reconhece, agora, que uma economia sadia não se sustenta sem um meio ambiente também sadio.

A busca de compatibilização entre desenvolvimento e proteção ambiental

ocupa lugar de destaque no estudo prévio de impacto ambiental. Deve ser

elaborado ainda nas fases preliminares de instalação de toda e qualquer atividade

com potencial de causar significativa degradação ambiental.

Valle (1996, p. 46) assim descreve o impacto ambiental:

qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente causadas por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente afetam a segurança, saúde, bem estar, atividades sócio econômicas, biota, condições estéticas e sanitárias e qualidade dos recursos ambientais.

4.3.2 Decisões Ambientais de Gerenciamento Urbano

É preciso ter restrições para afirmar que o mundo é grande o suficiente e

que as atitudes de pessoas e empresas em determinadas regiões do globo não

serão percebidas ou sentidas por outras em lugares distantes. Então, o sistema

ambiental deve ser compreendido como um elemento único e indivisível na aldeia

global.

Ao tempo em que crescem as expectativas do cidadão em relação à

questão ambiental, crescem suas exigências enquanto consumidor, bem como

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sobre a qualidade de vida que deseja. Para dar suporte a estas exigências,

amplia-se o contexto da legislação ambiental nacional e internacional, que se

tornam cada vez mais restritivas e coercitivas.

Um exemplo pode ser citado em relação à comercialização e utilização de

produtos químicos; a legislação nacional e internacional impõe que os produtos

sejam rotulados e que sejam especificados todos os elementos que compõe

aquela substância e que são agressivos ao meio ambiente em quaisquer das

fases de seu ciclo de vida.

O não cumprimento destas orientações, implica em aumento de tarifas

alfandegárias, restrições de importações que podem até inviabilizar sua

comercialização, bem como sua produção. Essas barreiras são originárias

normalmente de países em que o modelo de produção baseado na

industrialização já exauriu ou, ao menos, já causou severos danos à condição

ambiental, com exemplos no Japão, Inglaterra, Alemanha, Rússia, França, Suécia,

Dinamarca, dentre outros.

4.4 GERENCIAMENTO E RESPONSABILIDADE DO CIDADÃO COM O

AMBIENTE DE UMA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA

Sendo o “Meio ambiente o conjunto de condições, leis, influências e

interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida

em todas as suas formas (Lei Federal n. 6.938, de 31 de agosto de 1981)” deve-se

buscar, sempre que possível, a minimização dos impactos ambientais que causem

alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente,

visando sua preservação. No caso de já haver degradação, deve-se buscar sua

recuperação, a fim de que a qualidade de vida seja mantida.

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Ao considerar uma comunidade universitária, se observaram exemplos de

que uma forma representativa para o desenvolvimento de um programa de

gerenciamento ambiental é de muita importância. Uma instituição de ensino é o

local propício à implantação de um programa de gerenciamento, visto que é

constituído de um universo de pessoas esclarecidas e letradas, como os

formadores e os educadores que, ao acessar as propostas e orientações do

programa, poderiam ajudar no desenvolvimento do mesmo.

A disseminação dos objetivos de um programa de gerenciamento depende

do envolvimento das pessoas afetas a este, e os seus resultados dependem da

compreensão dos participantes em relação ao foco local, que normalmente visa

atingir objetivos mais amplos; seja no aspecto regional ou estadual. Este

conhecimento adquirido e muitas vezes repassado não tem limites; está

intimamente relacionado com o ensino, a pesquisa, e a extensão, e em muitos

casos com a prestação de serviços.

Com o crescimento populacional a cada ano em função da implementação

de novos cursos e serviços à comunidade, desenvolvidos pela UEL, há a

necessidade de ampliação tanto de espaço físico, material, equipamentos, como

de recursos humanos em termos de técnicos-administrativos, técnicos

laboratoriais, ajudantes gerais, docentes e alunos.

Nos dias atuais, a maior demanda da comunidade universitária tem gerado

maior consumo de recursos materiais de diferentes instâncias (alimentos, produtos

químicos, produtos biológicos, excrementos, material de limpeza, embalagens,

restos de cadáveres de animais entre outros), conseqüentemente gerando um

aumento de produção de resíduos líquidos lançados ao ambiente. Este fato

implica em adoção de maiores cuidados no destino destes resíduos líquidos

evitando a contaminação e poluição do ambiente.

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A produção de resíduos líquidos em maior volume acarreta a necessidade

de descarte em fossas sépticas, que acabam produzindo diferentes graus de

possíveis contaminações do solo, da água subterrânea ou aqüífero livre, gerando

um problema bastante complexo, dependendo de seus efluentes de vazão

descontínua e alta concentração poluidora dos despejos líquidos, que muitas

vezes não são biodegradáveis e de toxidades de alguns deles, bem como a

presença de substâncias depletivas de oxigênio, objetáveis, corrosivas, materiais

radioativos, entre outros.

Este problema pode ser ainda agravado especialmente nas fases de

desenvolvimento, devido a necessidade de adoção de métodos de controle

ambiental seguros e econômicos, com a utilização de pessoas especializadas

(MENDONÇA, 1991).

A conscientização ambiental vem crescendo nas Instituições de Ensino

Superior como reflexo das pressões ambientais (legislação ambiental e sanções

mais restritivas, alto custo das disposições dos resíduos, dentre outras) que

estimulam a busca de respostas para os problemas.

Outro objetivo de um programa de gerenciamento deve estar relacionado

ao consumo excessivo da água. As orientações para redução do consumo de

água e sua reutilização nas IES pode ser amenizada deixando de lado a idéia de

disponibilidade da água de forma ilimitada no meio ambiente. Segundo Byers

(1995),

o menor consumo de água inicia uma reação em cadeia que envolve a menor retirada de água do ambiente, menor consumo de produtos químicos e energia para condicionar esta água e menor volume de efluentes. Isto exige menor estação de tratamento de esgoto (com possibilidade de maior eficiência), que por sua vez, consome menos energia e produtos químicos para condicionamento, quando usados, e menor formação de lodo.

Artigos e pesquisas na área ambiental tem mostrado que a concepção de

água como recurso ilimitado ao homem deixou de ser uma realidade. Portanto,

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hoje não se pode deixar de somar aos problemas de uso desordenado da água,

um outro problema associado, os contaminantes. Eles ocasionam efeitos nocivos,

acarretando muitas vezes alterações significativas e até quase irreversíveis.

Estudos têm mostrado dados de situações que, mesmo com atendimento

aos limites, os contaminantes continuam presentes na água através de resíduos

oriundos de materiais sintéticos e compostos tóxicos que permanecem atuando

no meio ambiente por vários anos. Sendo assim, é necessário procurar minimizar

ou, quando possível, evitar a emissão no meio ambiente de resíduos líquidos,

sólidos ou gasosos. “O melhor modo de se evitar a entrada de produtos químicos

tóxicos no meio ambiente, é não produzi-los” (Oliveira, 2000).

Sabe-se que existe uma inter-relação entre as diversas formas de poluição,

o que exige, portanto, a solução do problema equacionada em conjunto, como

vem sendo feita em muitos lugares de diferentes países. Dentre os meios de

eliminação de resíduos, destaca-se: a incineração dos resíduos sólidos sem os

devidos cuidados, que contribuem para o aumento da poluição do ar; a disposição

do lixo no solo; o descarte inadequado em fossas sépticas, podendo levar a

problemas de poluição das águas subterrâneas ou superficiais.

O controle deste tipo de poluição é uma atividade do saneamento do meio

que acarreta em problemas e preocupações. Impõe-se um controle deste

contaminantes visando não só a proteção da qualidade do meio e da saúde do

homem, como também a preservação dos recursos existentes.

Investigar e conhecer o destino final dos resíduos demanda realizar estudos

que apontem para a necessidade do destino correto dos resíduos finais. No caso

dos resíduos líquidos, eles normalmente possuem elevada concentração de

matéria orgânica, azoto, fumos metálicos e materiais tóxicos, pelo que deve ser

feito o seu recolhimento e tratamento, de modo a impedir a sua infiltração no solo

e em aqüífero livre.

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Uma questão motivadora e considerada de relevância no desenvolvimento

da presente investigação, decorrente da preocupação relativa à utilização de água

para o consumo oriundo do aqüífero livre na Universidade Estadual de Londrina,

permitiu que se chegasse não somente a constatar o grande número de fossas

sépticas localizadas na área do campus universitário, mas, ao diagnóstico dos

resíduos encontrados, pelo que se está propondo algumas formas de

encaminhamento ao gerenciamento de resíduos líquidos.

Neste sentido, acredita-se que o despejo de resíduos líquidos nas fossas

sépticas nas IES, como no caso da Universidade Estadual de Londrina, necessita

receber um tratamento adequado como meio de controle da poluição. Assim, a

implantação de um programa de gerenciamento de resíduos líquidos pode ser de

grande valia e auxiliar na redução da carga poluidora, como proposta de proteção

à saúde pública, contribuindo de forma significativa para minimizar os efeitos

danosos causados ao meio ambiente, onde a sua disposição final é feita.

4.5 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA DE 1988

A Constituição Federal Brasileira de 1988 consagrou de forma nova e

importante a existência de um bem que não possui características de bem público

e muito menos privado, voltado à realidade do século XXI, das sociedades de

massa, caracterizada por um crescimento desordenado e um brutal avanço

tecnológico. Foi estruturada, assim, uma composição para a tutela dos valores

ambientais, reconhecendo-lhe características próprias, desvinculadas do instituto

das posses e da propriedade, consagrando uma nova concepção ligada a direitos

que muitas vezes transcendem o próprio critério das nações, os chamados direitos

difusos.

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Os fundamentos para tal compreensão advêm do artigo 225 da Constituição

Federal Brasileira de 1988:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as futuras gerações.

Portanto, a primeira parte do dispositivo legal para a interpretação da

Constituição, determina a indicação do direito comum de todos e o dever de

proporcionar um meio ambiente ecologicamente equilibrado, com conseqüência

para todos.

Desta forma, cidadãos brasileiros e estrangeiros residentes no país

poderiam assumir a titularidade deste direito material. É uma concepção que

afirma o princípio da soberania, um dos preceitos fundamentais da República

Federativa do Brasil, de acordo com a Constituição Federal de 1988.

Entende-se que a Constituição Federal fixa fundamentos que visam

constituir um Estado democrático de Direito, pretende-se destinar às pessoas

abarcadas por sua soberania, o exercício do direito ambiental pleno e absoluto, de

um uso comum, onde o direito de uns terminam onde começam os dos outros.

Entende FIORILLO que o povo:

enquanto conjunto de indivíduos que falam a mesma língua, têm costumes e hábitos assemelhados, afinidades de interesses, história e tradições comuns, é que exerce a titularidade do meio ambiente ecologicamente equilibrado, dentro de uma nova visão constitucional plenamente adaptada aos interesses de uma sociedade de massa, mesmo porque, ao definir o bem ambiental, o artigo 225, ordena-o como um bem de uso comum do povo.

As competências ambientais hoje, são divididas entre a União e os Estados,

que não precisam provar que o assunto tem interesse estadual e/ou regional. Já

os Municípios, na questão ambiental, precisam articular suas competências

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suplementares, na forma do artigo 30, II, da Constituição Federal Brasileira de

1988, "no que couber", com o inciso I do referido artigo, onde a competência

natural dos municípios é "legislar sobre assuntos de interesse local".

Os Estados e os Municípios só encontrarão óbices para legislar em matéria

ambiental, quando existir ou vier a existir norma geral federal, quando deverão

adequar suas legislações com as legislações privativas da União.

A Constituição Federal Brasileira de 1988 apresenta campos legislativos

diversos - o da peculiaridade e o da localidade: interesse geral, interesse

particular, interesse local, os campos respectivos da atuação legislativa da União,

dos Estados e dos Municípios, que podem servir de ancoradouro na elaboração

de um programa de gerenciamento.

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5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS:

Os dados apresentados no presente trabalho, com medições globais, podem

se constituir em um instrumento orientador para uma IES, ou servir de parâmetro

para que elas possam implementar um programa de gerenciamento junto às suas

ações efetivas relacionadas à legislação ambiental vigente. Um programa de

gerenciamento pode iniciar com ações voltadas ao controle dos serviços relativos

à eliminação de resíduos líquidos produzidos no interior do Campus.

5.1 LOCALIZAÇÃO DAS FOSSAS SÉPTICAS NO CAMPUS DA UEL

No desenvolvimento da localização e georeferenciamento das fossas

sépticas encontraram-se algumas situações atípicas, uma vez que confronta-se

com fatores que se apresentavam impeditivos à realização do trabalho. Dentre

estes encontra-se o da localização de fossas sépticas que não estavam

perceptíveis na área do campus, visto a falta de manutenção das mesmas.

Algumas se encontram “protegidas” por uma cobertura de vegetação, outras com

material descartado de obras passadas, ou se encontravam totalmente cobertas

por terra. Realizado o levantamento das fossas sépticas, com auxílio do sistema

posicionando global GPS (Global Positioning System)9, buscou-se a registrar os

pontos no mapa do Campus da UEL.

Foram localizadas 181 fossas sépticas ativadas no campus da Universidade

Estadual de Londrina, no período de julho a agosto de 2005. As fossas sépticas

encontradas têm em média um diâmetro de 1,50 m por 8 metros de profundidade.

Existem mais oito fossas desativadas (nulas) e10 que não foram localizadas: as

9 O GPS usa pontos de referência para localização, e determina as posições exatas das fossas sépticas.

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fossas sépticas nas proximidades do Departamento de Matemática (2), do

Departamento de Física (2), Departamento de Química (1), da Tecnologia de

Alimentos e Medicamentos (2) e da Prefeitura do Campus da Universidade

Estadual de Londrina (1), e (2) duas cavidades provavelmente de fossas sépticas

que não permitiram comprovação de sua real existência. Portanto, o total de

fossas do Campus da UEL é de 199 unidades (ANEXO 4).

Conforme previamente antecipado, a área do Campus Universitário da UEL

foi sub-dividida em oito segmentos para georeferenciar as fossas sépticas. Estas

fossas sépticas estão assim distribuídas: (ANEXO 4)

No primeiro segmento, no Setor de Educação Física foi possível registrar

um total de dezoito (18) fossas, F01 ao F18, concentradas principalmente nas

proximidades das áreas construídas.

No segundo segmento, correspondente ao local onde se encontra situado

o Centro de Educação Comunicação e Artes, foram encontradas dez (10) fossas

sépticas, correspondendo aos itens F19 ao F29, respectivamente.

No terceiro segmento, apresentando no canto superior a parte final das

piscinas e quadras esportivas do Setor de Educação Física e uma pequena parte

do Setor de Comunicação e Artes, foram identificadas três (03) fossas sépticas

(F30, F31 e F32); no acesso às pistas internas do canteiro central de que leva a

outros setores próximos ao restaurante universitário foram encontradas duas (02)

caixas para fossas sépticas; no canto direito inferior do mapa foram encontradas

duas (02) fossas assépticas (F 48, F 49).

No quarto segmento, numa área de maior ocupação, foram identificadas

cinqüenta e quatro (54) fossas sépticas, chegando à marcação da fossa de

número F88. As fossas numeradas como F66 e F67 do Departamento de Física,

assim como as fossas numeradas como F68, F69 e F70, embora pontuadas pelo

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programa de Autocad, encontram-se com configurações diferenciadas, não

permitindo uma identificação ‘precisa’ das fossas sépticas (ANEXO 4 ).

No quinto segmento, onde estão situados os setores de pesquisa de

Ecologia microbiana, viveiro de mudas e Casa de Vegetação pertencente ao

Setor de Ciências Biológicas, onde foram pontuadas as fossas sépticas de

números F125, F126, F127 e F179, sendo a última localizada nas proximidades

da guarita de entrada do campus (ANEXO 4).

No sexto segmento, correspondente à área nas proximidades da Biblioteca,

parte dos Setores do Centro de Ciências Biológicas e estacionamento,

Departamentos da Prefeitura do campus e Setor de Ciências Agrárias com seus

diferentes setores de atendimentos (Biotério, Hospital Veterinário) voltados ao

atendimento externo de animais. Ainda neste segmento algumas fossas

encontram-se nas proximidades dos laboratórios de pesquisa de Virologia e

Andrologia animal, num total de quarenta e seis (46) fossas sépticas (ANEXO 4).

No sétimo segmento, correspondente à região de localização do Hospital

Ambulatorial Humano, foi encontrada apenas uma fossa séptica numerada como

F 181 (ANEXO 4).

E finalmente no oitavo segmento, correspondente à localização da Reitoria

e Pró-reitorias, estacionamentos de veículos dos setores e região correspondente

à localização dos serviços de apoio como marcenaria, editora, almoxarifado,

gráfica e outros órgãos, foram identificadas vinte e oito (28) fossas sépticas

ativadas (ANEXO 4).

Das 24 fossas sépticas localizadas, em função dos problemas citados

anteriormente, principalmente em relação às condições de manutenção e

preservação do local, obtive-se dados que são mais próximos da realidade,

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mesmo consideradas as dificuldades operacionais encontradas quando do

levantamento.

Num segundo trabalho para levantamento das fossas sépticas, utilizou-se o

aparelho de GPS e se chegou a um total de cento e noventa e nove (199) fossas

sépticas. Este número aumentou em função das novas fossas recém implantadas

para atendimento dos novos setores e órgãos de apoio no campus da UEL.

Foram identificados mais novas (09) fossas sépticas, praticamente uma em

cada centro; sendo que as duas últimas foram implantadas para atender os

setores de apoio como Museu de Ciências e Incubadora Técnica Empresarial,

localizados no primeiro segmento de divisões espaciais do campus, próximos à

pista de Atletismo (ANEXO 4).

Como o processo de execução das fossas é dinâmico no Campus da UEL,

fixou-se para o este trabalho de dissertação a data referente ao mês de junho de

2005 como aquela que definiu o número final das fossas.

5.2 FOSSAS SÉPTICAS SELECIONADAS PARA COLETAS

Foram escolhidas vinte e quatro fossas sépticas como representativas dos

segmentos postulados para proceder coleta de material (resíduo líquido):

− Centro de Ciências Exatas Departamento de Estatística e Matemática Aplicada F 68

Departamento de Computação F 69

Departamento de Geociências F 70

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− Centro de Tecnologia e Urbanismo Cantina CTU F 77

NEPEA/ Núcleo de Estudos de Engenharia e Arquitetura F 84

Entre o CTU e o CCA F 86

− Biblioteca Central Biblioteca Central F 90

F 91

− Central de Salas Central de Salas F 123

− Centro de Ciências Biológicas Departamento de Morfologia F 158

− Reitoria Reitoria F 156

− Centro de Ciências Agrárias Laboratório de Virologia e Protozoologia HV/CCA F 98

Setor de Isolamento do HV/CCA F 99

Secretaria da Veterinária e Ambulatório do HV/CCA F 106

Laboratório de Reprodução - Andrologia HV/CCA F 111

− Centro de Educação Física e Desportos Frente ao campo de futebol F 09

Frente à piscina F 12

− Centro de Letras s Ciências Humanas Frente aos banheiros F 38

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− Centro de Estudos Sociais Aplicados

Entre o prédio e o Anfiteatro F 26

− Centro de Educação, Comunicação e Artes Próximo à cozinha e banheiro F 19

Setor da Creche (Centro de educação Infantil) F 08

− Colégio de Aplicação Próximo à cozinha e banheiro F 06

− Departamento de Arte Visual (CECA/CCH) Laboratório de Cerâmica F 44

Laboratório de Fotografia e Gravura F 45

5.3 IDENTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DAS FOSSAS ANALISADAS

NA UEL Os dejetos que foram transportados para as fossas sépticas são oriundos

dos espaços como: edificações, laboratórios, cozinhas e banheiros. Assim, foi feita

verificação “in loco” de todos os locais onde foram coletadas as amostras de

resíduos líquidos das fossas para caracterização de tipo de líquido despejado com

a finalidade de determinar a DBO, DQO e pH.

De acordo com as análises realizadas foram encontrados os seguintes

contaminantes líquidos:

Diretoria do CCE/Departamento de Computação

Bloco J - salas de 301 a 318 ⇐ fossa: 69

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• borra, urina, detergente, hipoclorito, sabão em pedra,

sabão em pó, sabonete líquido, removedor, álcool,

pó de café, cera líquida;

CCE/Departamento de Geociências

Bloco k - salas de 701 a 711 ⇐ fossa: 70

• borra, urina, detergente, hipoclorito, sabão em pedra,

sabão em pó, sabonete liquido, removedor, álcool,

pó de café, cera líquida, sapólio;

_______________________________________________________________

CCE - DEMA/Departamento de Estatística e Matemática aplicada

⇐ fossa: 68

• borra, urina, detergente, hipoclorito, sapólio, sabão

em pedra, sabão em pó, sabonete liquido, álcool,

cera líquida;

_______________________________________________________________

CTU/Centro de Tecnologia e Urbanismo

CCA/Centro de Ciências Agrárias

NEPEA/Núcleo de Estudos e Pesquisas de Engenharia e Arquitetura

⇐ fossa: 86

⇐ fossa: 84

• borra, urina, detergente, hipoclorito, sabão em pedra,

sabão em pó, sapólio, sabonete liquido, pinho,

álcool, pó de café, cera líquida;

_______________________________________________________________

Biblioteca Central

⇐ fossa: 90

⇐ fossa: 91

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90

• borra, urina, detergente, hipoclorito, sabão em pedra,

sabão em pó, sapólio, sabonete líquido, pó de café,

pó de chá mate, leite de vaca;

Central de Salas

⇐ fossa: 123

• borra, urina, detergente, hipoclorito, sabão em pedra,

sabão em pó, pedra sanitária, sabonete liquido,

desinfetante da marca multifloral, limpador de uso

em geral;

_______________________________________________________________

Morfologia/Setor de Anatomia/CCB

⇐ fossa: 158

• borra, urina, detergente, hipoclorito, sabão em pó,

desinfetante da marca multifloral, limpador de uso

em geral;

_______________________________________________________________

Reitoria

⇐ fossa: 156

• borra, urina, sabonete líquido, hipoclorito, sabão em

pó, removedor, desinfetante da marca multifloral,

limpador de uso em geral;

_______________________________________________________________

Cantina do CTU

⇐ fossa: 77

• borra, urina, detergente, hipoclorito, gordura, pó de

café, sabão em pó, sabão em pedra, desinfetante;

_______________________________________________________________

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Setor de Isolamento do HV- CCA

⇐ fossa: 99

• borra, urina, detergente, hipoclorito, desinfetante da

marca (pinho), antisséptico povidine, álcool;

Secretaria da Veterinária e Ambulatório do HV-CCA

⇐ fossa: 106

• borra, urina, detergente, hipoclorito, desinfetante

(pinho), gordura, pó de café, pó de chá, sabão em

pó, detergente a 15% cloro, alvejante de roupa a

15%, formol, álcool, e remédio sulfocrômica;

_______________________________________________________________

Laboratório de Reprodução - Andrologia - HV - CCA

⇐ fossa: 111

• gordura, detergente, pó de café, sabão em pó, sabão

em pedra, sabonete liquido, corantes: cristal violeta e

vermelho, metanol, sêmen de animais, líquido de

placenta;

_______________________________________________________________

Laboratório de Virologia e Protozoologia HV - CCA

⇐ fossa: 98

• reagentes diluídos em diversas soluções de sal em

meio de cultura, autoclavado (para eliminar

bactérias), ácidos diluídos em diversas soluções,

álcool, hipoclorito, soda cáustica;

_______________________________________________________________

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Departamento de Arte Visual

Laboratório de Cerâmica

⇐ fossa: 44

• detergente, sabonete líquido, sabão em pó e pedra;

Laboratório de Fotografia e Gravura

⇐ fossa: 45

• revelador, fixador, ferrocianeto, ferricianeto, formol,

nitrato de prata, hiposulfato de sódio, querosene,

ácido nítrico, percolado de ferro, solventes;

_______________________________________________________________

CEFD - Centro de Educação Física e Esportes

Frente do Campo de Futebol

⇐ fossa: 09

• borra, urina, hipoclorito, detergente, sabão em pedra,

removedor, cera, sapólio em pó, pó de café e chá;

Frente da Piscina

⇐ fossa: 12

• borra, urina, hipoclorito, detergente, sabão em pedra,

removedor, cera, sapólio em pó, pó de café e chá;

_______________________________________________________________

CCH - Centro de Letras e Ciências Humanas

Frente dos banheiros

⇐ fossa: 38

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• borra, urina, hipoclorito, detergente, sabão em pó,

sabão em pedra, pinho sol, removedor, cera, sapólio

em pó, pó de café e chá, gordura, ácidos;

_______________________________________________________________

CESA - Centro de Estudos Sociais Aplicados

banheiro

⇐ fossa: 26

• borra, urina, hipoclorito, sabonete da forma liquida,

desinfetante da marca pinho sol, sapólio em pó;

CECA - Centro de Educação, Comunicação e Artes

cozinha e banheiros

⇐ fossa: 19

• borra, urina, hipoclorito, sabonete liquido, pinho sol,

cera, detergente da marca multifloral para limpeza e

de uso geral, sabão em pó e sabão em pedaço, pó

de café e chá mate.

_______________________________________________________________

Setor de Creche

cozinha e banheiros

⇐ fossa: 08

• borra, urina, hipoclorito, detergente, detergente

amonical, sabão em pó e sabão em pedra, cera

líquida, removedor de gordura, amaciante de roupa,

pinho sol, gordura, álcool;

_________________________________________________

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94

______________

Colégio de Aplicação

cozinha e banheiros

⇐ fossa: 06

• borra, urina, hipoclorito, sabonete liquido, pinho sol,

pó de café e chá mate, detergente, sabão em pó e

sabão em pedaço.

5.4 ANÁLISE DOS DADOS

A Universidade Estadual de Londrina apresenta uma estrutura física de

221,87 hectares (2.219.703,16m2) tendo 174.607m2 de área construída. Nestes

espaços transitam acadêmicos (quase 15.000 alunos de graduação e pós

graduação); docentes e funcionários. Nestes espaços físicos muito volume de

resíduos são produzidos e coletado diariamente.

Atualmente, a Universidade Estadual de Londrina realiza somente coleta de

lixo sólido e lixo hospitalar. Os resíduos líquidos são encaminhados para as fossas

sépticas existentes nas proximidades de cada setor, tanto administrativo como

acadêmico, ou de pesquisa (laboratórios) e prestação de serviços.

Em áreas urbanizadas sem rede de esgoto, a utilização de saneamento in

situ como as fossas sépticas, representa uma fonte potencial de poluição das

águas subterrâneas. A água é um excelente solvente e pode conter inúmeras

substâncias dissolvidas. Ao longo do seu percurso, a água vai interagindo com o

solo e formações geológicas, dissolvendo e incorporando substâncias. Por esta

razão a água subterrânea é mais mineralizada que a água de superfície.

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Apesar do solo e da zona não saturada apresentarem excelentes

mecanismos de filtragem, podendo reter inúmeras partículas e bactérias

patogênicas, existem substâncias e gases dissolvidos que dificilmente permitirão a

sua existência na água subterrânea, podendo ser responsáveis pela sua poluição.

A poluição das águas subterrâneas pode ser causada por acidente, pelo

rompimento de fossas sépticas, pela proximidade entre a fossa e o poço de

captação de fossas sépticas, pela proximidade entre a fossa e o poço de captação

de água potável, e pela proximidade do nível de água subterrânea.

GRÁFICO 1 – DQO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS ATÉ 1000 mg/L – UEL –

LONDRINA – PR – 2005

254249

77

287229

798

164169

450

822

308

200

520

0100200300400500600700800900

A - CCE F69

B - CCA F86

D- CCE F68

E - BC F90

G - HV Isolamentof99H - CCASecretaria F106J - CCA Lab.Reprod. F111A2 - CECA WCRel Pub. F19B2 - CRECHEF08C2 - CESA F26

E2 - COL. APLIC.F061 - CEF CampoFut. F094 - CEF VestiárioF12Valores da DQO das amostras

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96

Na análise dos resíduos líquidos das amostras representativas para esta

investigação (20 fossas), foi encontrada uma variação considerável de índices,

tanto de Demanda Química de Oxigênio (Gráficos 1 e 2), como de Demanda

Bioquímica de Oxigênio (Gráficos 3 e 4), produzindo sensível alteração de pH

(Gráfico 5) no conteúdo líquido de cada fossa.

GRÁFICO 2 – DQO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS MAIOR QUE 1000 mg/L –

UEL – LONDRINA – PR – 2005

4305

2676

10900

2768

1040

3320

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000C - CTU F84

F - CTU CantinaF77I - CCA Lab.Reprod. F111D2 - CCH WC F38

2- CECA DeptoCeram. F443 - CECA DeptoFotografia F45

Valores da DQO das amostras

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QUADRO 1 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO DAS FOSSAS F68, F69, F84, F86 E F90 - UEL - LONDRINA - PR - 2005

Fonte: Organizado por Oliveira, PR., 2005

Ao considerar os dados do Quadro 1 é possível constatar que o maior

problema neste setor está vinculado à fossa 84 do CTU, tendo em vista o número

elevado do indicador DBO de 1900mg/l, cujo limite aceitável para despejo deveria

estar na faixa de DBO = 90 a 100mg/l (VIEIRA, 1997). Sendo que um rio que

serve para abastecimento público com tratamento convencional teria no máximo

um DBO = 5mg/l, e que uma estação de tratamento de esgoto eficiente lança no

rio uma água proveniente do esgoto tratado com DBO=60mg/l, o elevado índice de

DBO (1900) desta fossa não é recomendável em se tratando do seu despejo sem

prévio tratamento. Somente a fossa 68 no CCE possui uma DBO aceitável (77).

Parâmetros local / data: 12/07/05 A - CCE F69

A B C D E B - CCA F86 pH 8,77 7,17 6,73 7,53 7,4 C - CTU F84 DBO mg O2/L 126 209 1900 36 134 D - CCE F68 DQO 254 249 4305 77 287 E - BC F90

126

209

36

134

94

234

5692

85

274

30 3922

313

194

0

50

100

150

200

250

300

350 A - CCE F69

B - CCA F86

D- CCE F68

E - BC F90

G - HV Isolamento f99

H - CCA Secretaria F106

J - CCA Lab. Reprod. F111

A2 - CECA WC Rel Pub. F19

B2 - CRECHE F08

C2 - CESA F26

E2 - COL. APLIC. F06

1 - CEF Campo Fut. F09

2- CECA Depto Ceram. F44

3 - CECA Depto Fotografia F45

4 - CEF Vestiário F12

Valores da DBO das amostras

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GRÁFICO 3 – DBO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS ATÉ 1000 mg/L – UEL – LONDRINA – PR – 2005

Observa-se neste bloco inicial, que os resíduos líquidos gerados, possuem

em comum: borra, urinas, detergentes, hipocloritos, sabão em pedra, sabão em

pó, álcool, pó de café.

Foram detectadas, quando da observação feita no local, que a fossa n.º 69

do CCE continha removedores de gorduras, ausente nas demais. Assim, o pH da

fossa nº 69 (8,77) apresenta um valor maior que as outras (Gráfico 5).

Com relação a DBO da fossa n.º 84 do CTU foi detectada a utilização de

ceras líquidas proveniente da limpeza dos panos e dos rodos nos tanques e ralos.

Assim, tanto a DBO quanto a DQO da fossa n.º 84 apresentam um valor maior

que as demais (Quadro 1).

1900

1080

14481300

0200400600800

100012001400160018002000

C - CTU F84

F - CTU CantinaF77

I - CCA Lab.Reprod. F111

D2 - CCH WCF38

Valores da DBO das amostras

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GRÁFICO 4 – DBO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS MAIOR QUE 1000 mg/L –

UEL – LONDRINA – PR – 2005

O menor pH, com um valor de 6,73, foi encontrado nesta mesma fossa n.º

84 do CTU, que apresenta alto poder de putrefação e de resíduos orgânicos.

GRÁFICO 5 – pH DE RESÍDUOS LÍQUIDOS – UEL – LONDRINA – PR –

2005

8,77

4,57

8,7 8,73

4,23

8,49

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9 A - CCE F69

B - CCA F86

C - CTU F84

D - CCE F68

E - BC F90

F - CTU Cantina F77

G - HV Isolamento F99

H - CCA Secretaria F 106

I - CCA Lab. Reprod. F111

J - CCA Lab. Virologia F98

A2 - CECA WC Rel Pub. F19

B2 - CRECHE F08

C2 - CESA F26

D2 - CCH WC F38

E2 - COL. APLIC. F06

1 - CEF Campo Fut. F 09

2 - CECA Depto Ceram. F44

3 - CECA Depto Fotografia F45

4 - CEF Vestiário F 12

Valores do pH das fossas

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QUADRO 2 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO DAS

FOSSAS F77, F98, F99, F106 E F111 - UEL - LONDRINA - PR - 2005

Parâmetros local/data 19/07/05 F - CTU Cantina F77

F G H I J G - HV Isolamento F99 pH 4,57 7,76 7,37 6,1 6,96 H - CCA Secretaria F 106 DBO mg O2/L 1080 94 234 1448 56 I - CCA Lab. Reprod. F111

DQO 2676 229 798 10.900 164 J - CCA Lab. Virologia F98

Fonte: Organizado por Oliveira, P. R., 2005

Observa-se neste segundo bloco de análises, que os resíduos líquidos

gerados, possuem em comum também: borra, urinas, detergentes, hipocloritos,

sabão em pedra, sabão em pó, álcool e pó de café.

Observou-se no local que foram colocados polvidine, na fossa n.º 99, (HV -

isolamento), ausente nas demais. Assim, no Quadro 2 pode-se verificar que o pH

de 7,76 da fossa n.º 99 apresenta-se mais básico que os demais.

Com relação a DBO, a fossa n.º 111 localizada no CCA – Laboratório de

Reprodução, foi detectada a utilização de corante, metanol, sêmen de animal,

líquidos de placenta, e líquido de cristal violeta. Assim, tanto a DBO quanto a DQO

da F111 apresentam-se maiores que os demais do bloco, sendo que a DQO de

10900 mg O2/L foi a maior entre todos os valores encontrados.

O menor pH foi encontrado na F77 do CTU, com um valor foi de 4,57,

mostrando alto poder de putrefação em função da quantidade de resíduos

orgânicos.

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QUADRO 3 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO DAS FOSSAS F06, F08, F19, F26 E F38 - UEL - LONDRINA - PR - 2005

Parâmetros local / data: A2 - CECA WC Rel Pub. F19

A2 B2 C2 D2 E2 B2 - CRECHE F08 pH 8,7 6,87 8,73 4,23 7,33 C2 - CESA F26 DBO mg O2/L 92 93 274 1.300 30 D2 - CCH WC F38 DQO 169 450 822 2.768 308 E2 - COL. APLIC. F06

Fonte: Organizado por Oliveira, P. R., 2005

Observa-se neste terceiro bloco do Quadro 3, que os resíduos líquidos

gerados, possuem em comum, também: borra, urinas, detergentes, hipocloritos,

sabão em pedra, sabão em pó, álcool, pó de café.

Foram detectadas, quando da inspeção feita no local, que a fossa n.º 38 do

CCH continha chá mate, gorduras, ácidos, ausente nas demais. Assim, o pH ácido

de 4,23 da F38 foi o menor valor encontrado entre todas as análises realizadas.

Com relação a DBO (Quadro 3) na fossa n.º 38 (CCH – banheiros) foi

detectado a utilização de removedor de gorduras, cera líquida, sapólio e gordura

(cantina). Assim, a DBO da fossa n.º 38, se apresentou maior que as demais

neste terceiro bloco, bem como a sua DQO, de 1300 mg O2/L e 2768 mg O2/L,

respectivamente.

O menor pH foi encontrado na fossa n.º 38, foi de 4,23 da fossa do CCH,

mostrando também alto poder de putrefação em função da quantidade de resíduos

orgânicos, confirmando as condições dos Quadros 1 e 2.

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QUADRO 4 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO DAS FOSSAS F09, F12, F44 E F45 - UEL - LONDRINA - PR – 2005

Parâmetros local / data: Setores

1 2 3 4 1 - CEF Campo Fut. F 09 pH 6,86 7,44 8,49 6,72 2 - CECA Depto Ceram. F44

DBO mg O2/L 39 22 313 194 3 - CECA Depto Fotografia F45

DQO 200 1040 3320 520 4 - CEF Vestiário F 12 Fonte: Organizado por Oliveira, P. R., 2005

Observa-se neste quarto bloco do Quadro 4, que os resíduos líquidos

gerados, possuem em comum, também: borra, urinas, detergentes, hipocloritos,

sabão em pedra, sabão em pó, álcool, pó de café.

Foram detectadas, quando da inspeção realizada no local, que a fossa n.º

45 (CECA – Departamento de Fotografia) continha revelador de filmes, fixador

para fotos, ferrocianeto, formol, nitrato de prata, querosene, ácido nítrico e

solventes, ausentes nas demais. Assim, o pH da fossa n.º 45 com índice de 8,49,

cujo valor foi o maior entre todos os analisados (Gráfico 5).

Entre as análises de DBO e DQO feitas neste quarto bloco, os maiores

valores foram apresentados pela fossa n.º 45 (CECA – Departamento de

Fotografias).

O menor pH foi encontrado na fossa n.º 12 (CEF – Vestiário), de 6,72, com

maior poder de putrefação e resíduos orgânicos altos que os demais do bloco.

A análise das amostras se apresenta como referência da importância de se

trabalhar com duas variantes, desafiando qualquer tentativa de minimização dos

impactos dos problemas aqui levantados que são, de um lado, a crescente

geração de resíduos líquidos das fossas, fruto do aumento do número de pessoas

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envolvidas no ensino, pesquisa, extensão e prestação de serviços, cada vez mais

atuantes e até por questão de sobrevivência acadêmica. Do outro lado, o aumento

da construções das edificações, também muito importante para a sobrevivência da

comunidade universitária onde os padrões se fazem sentir, e intensificando ainda

mais o associativismo do consumo com a qualidade de vida.

A evolução qualitativa dos resíduos, decorrente do aumento do consumo e

dos componentes de sua composição, implica em uma estabilidade maior, e,

portanto, em uma manutenção de integridade, incrementando um potencial de

degradação ambiental por períodos de tempo cada vez menores.

De acordo com a Agenda 21, partindo do pressuposto de que os manejos

ambientalmente adequados dos resíduos líquidos se encontram entre as questões

mais importantes para a manutenção da qualidade do ambiente, esta propõe

soluções que ataquem a causa fundamental do problema, isto é, os padrões não

sustentáveis de produção e consumo.

Neste sentido, uma das estratégias de mudanças dos padrões

insustentáveis é a minimização dos resíduos líquidos, ou seja, a redução de sua

produção, fator que exige o estímulo à reflexão e reciclagem dos processos de

ensino e aprendizagem, por meio da introdução de novos produtos que sejam

ambientalmente saudáveis e acondicionados em embalagens certificadas e

devolvidas para a indústria, com vistas a sua reutilização ou destino correto.

Pôde-se observar que existe um plano correto de coleta e destino dos

resíduos hospitalares, embora este não fosse o enfoque desta pesquisa, mas que

serviu de referencia para que se avaliasse as ações das pessoas envolvidas no

gerenciamento deste material até o descarte final. Os resíduos hospitalares

recebem atendimento com coletas especiais e diferenciadas por empresa

terceirizada e são encaminhados para o aterro sanitário, de acordo com a

orientação do Município. Há um comprometimento das pessoas que atuam desde

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a origem de produção do resíduo hospitalar até o seu destino final, incluindo

docentes, alunos e funcionários, no sentido de acondicionar este material.

5.5 CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS

As normas ISO visam estabelecer critérios para os procedimentos técnicos

que incidam nos gerenciamentos das qualidades e ambientes. Professores

formadores de IES garantem para o futuro o sucesso ou o fracasso a médio, curto

e longo prazo da clientela, que na atualidade constitui um fator essencial de

competitividade, sendo que o mercado do futuro terá ainda uma importância

maior.

As normas da série ISO 9000, 14000 e 18000 fixam diretrizes mínimas para

processos de gestão, tornando-se de importância prioritária para os professores

formadores, pois o mercado internacional, praticamente na sua totalidade, exige a

comprovação da qualidade técnica mediante apresentação de certificação de uma

das normas desta série.

Todos os despejos de resíduos líquidos provenientes de setores

domésticos, industrial, agrícola, incluindo as IES, afetam de alguma maneira a

vida normal e a qualidade do corpo receptor. Quando a influência é tal que resulta

em uma água não aceitável para um uso específico, é chamada de água poluída

(TORREIRA, 2000).

Ainda segundo Torreira (2000), são necessárias 700 toneladas de água

para fabricar uma tonelada de papel, 250 toneladas de água para fabricar uma

tonelada de aço, de 5 a 10 toneladas de água para processar uma tonelada de

carne de boi, de 0,8 a 1,2 tonelada de água para processar uma tonelada de

cerveja.

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105

Tomando por base valores máximos e mínimos, e portanto extremos das

análises feitas do DBO, DQO e pH, das coletas dos resíduos líquidos das fossas

sépticas da UEL, pode-se apontar a seguinte situação:

Para o pH (Gráfico 5):

a) Menor valor: 4,23 – para a fossa n.º 38 – banheiro do CCH, com os

seguintes contaminantes: borra, urina, hipoclorito, detergente, sabão em pó,

sabão em pedra, pinho sol, removedor, cera, sapólio em pó, pó de café e

chá, gordura, ácidos. O processo de tratamento metabólico do

microorganismo fica inviável.

b) Maior valor: 8,77 – para a fossa 69 – bloco J e K do CCE, com os seguintes

contaminates: borra, urina, detergente, hipoclorito, sabão em pedra, sabão

em pó, sabonete líquido, removedor, álcool, pó de café, cera líquida. O

processo de tratamento metabólico do microorganismo fica inviável.

Para a DBO (Gráficos 3 e 4):

a) Maior valor encontrado foi de 1900 – para a fossa n.º 84 – (CCA) (CTU) e

(NEPEA), com os seguintes contaminantes: borra, urina, detergente,

hipoclorito, sabão em pedra, sabão em pó, sapólio, sabonete liquido, pinho,

álcool, pó de café, cera líquida. Concentração forte, acima de 300.

b) Menor valor encontrado foi de 22 – para a fossa n.º 44 – Departamento de

Artes – cerâmica, com os seguintes contaminantes: detergentes, sabonetes

líquidos, sabão em pó e pedra. Concentração fraca, abaixo de 100.

Para a DQO (Gráficos 1 e 2):

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106

a) Maior valor encontrado foi de 10900 – para a fossa n.º 111 – CCA –

laboratório de Reprodução, com os seguintes contaminantes: gordura,

detergente, pó de café, sabão em pó, sabão em pedra, sabonete líquido,

corantes: cristal violeta e vermelho, metanol, sêmen de animais, líquido de

placenta. Concentração forte, acima de 1000.

b) Menor valor encontrado foi de 77 – para a fossa n.º 68 – CCE – blocos J e

K, com os seguintes contaminantes: borra, urina, detergente, hipoclorito,

sapólio, sabão em pedra, sabão em pó, sabonete líquido, álcool, cera

líquida. Concentração fraca, abaixo de 250.

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107

6 PROPOSIÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONTROLE

O presente trabalho de pesquisa, permitiu concluir que medidas de educação

ambiental urgentes devem ser planejadas, partindo de um programa de

gerenciamento de resíduos líquidos da UEL. Inicialmente, pode-se estabelecer

coletivamente a implantação de políticas internas que estimulem mudanças

comportamentais nos padrões insustentáveis de consumo, tanto em relação aos

discentes como em relação aos docentes e funcionários, o que exige eficiência na

produção e prioridade no uso ‘ótimo dos recursos’, reduzindo o lançamento de

diferentes resíduos nas fossas sépticas da UEL.

Na análise dos mapeamentos das fossas sépticas ficou claro que a

Universidade Estadual de Londrina não dispõe de um gerenciamento adequado de

seus resíduos líquidos, existindo focos de poluição do solo e que podem estar

contaminando as águas subterrâneas, o lençol freático, as águas superficiais e o

aqüífero livre.

Considera-se, a partir destas observações, que um programa de

gerenciamento, com orientação correta para os diferentes indivíduos envolvidos,

pode ser muito eficiente, uma vez que as pessoas hoje são mais receptivas aos

programas de educação ambiental que se configurem em segurança do trabalho.

Segundo Alves (1993), Donaire (1995), Nardocci (1999), Oliveira (2000),

Meyer (2001) e Donha (2002), um programa de gerenciamento de uma Instituição

de Ensino Superior pode servir de alavanca para desencadear novas iniciativas

de políticas de pesquisa e extensão com vistas ao desenvolvimento de outros

programas voltados ao atendimento da Comunidade externa, para organização de

programas de gerenciamento de resíduos líquidos locais ou até mesmo um

programa comunitário para a cidade.

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108

Segundo os Autores acima citados, um programa de controle de poluição

de resíduos líquidos deve ser desenvolvido atendendo alguns pressupostos,

como:

6.1 Diagnóstico da situação existente

O objetivo do diagnóstico é apresentar a situação em que se o corpo da

água objeto do programa de controle da poluição, dentro do contexto de sua bacia

hidrográfica, bem como identificar e estimar as principais fontes poluidoras e

causas de degradação ambiental.

6.2 Definição da situação desejável

Os requisitos da qualidade a que deve satisfazer o corpo de água

dependem dos usos a que o mesmo se destina. Para que estes requisitos sejam

alcançados deve-se, após a definição dos usos, classificar o corpo de água e, em

conseqüência, adotar medidas visando garantir que sejam observados os limites

e condições estabelecidos para sua classe.

6.3 Medidas de controle

Na falta de sistema coletivo de tratamento de esgoto tem-se usado fossas

sépticas/sumidouros que, embora algumas vezes apresentem resultados

satisfatórios, podem se tornar fontes de poluição de mananciais subterrâneos ou

superficiais. As soluções coletivas são mais eficazes que as individuais.

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109

6.4 Programas de acompanhamento

A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere três tipos de

acompanhamento de qualidade das águas:

Monitoramento: processo de levantamento sistemático de dados, em locais

previamente selecionados, com o estabelecimento de uma freqüência de

avaliação;

Vigilância: avaliação praticamente continuada da qualidade de água, podendo ser

utilizados instrumentos de medição automática;

Estudo Especial: levantamento de uma situação momentânea, para atender a uma

necessidade específica, destinando-se a uma rápida tomada de decisão.

6.5 Suporte Institucional Legal

Um programa de controle da poluição deve, para obter êxito, contar com

suporte institucional e legal, representado pelos conselhos superiores da

organização.

O Órgão responsável pela execução da política nacional é o IBAMA. O

CONAMA é responsável pelas diretrizes e políticas governamentais para o meio

ambiente e os recursos naturais deliberando, no Âmbito de sua competência,

sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente

equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.

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Em resposta às recomendações da Conferência de Estocolmo em 1972, a

UNESCO promoveu em Belgrado (Iugoslávia) um encontro internacional em

Educação Ambiental, onde criou o Programa Internacional de Educação Ambiental

que formulou o seguinte princípio orientador: A Educação Ambiental deve ser

continuada, multidisciplinar, integrada às diferenças regionais e voltada para o

interesse nacional.

Um Sistema de Gerenciamento de Resíduos deve estar de acordo com os

impactos ambientais significativos, maximizando seus efeitos benéficos e

reduzindo ao máximo todos os efeitos que possam ser prejudiciais ao ambiente.

Os descartes de resíduos líquidos sem controle podem ser causa

desastrosa de vários problemas ambientais e, assim, desencadear processos

crescentes de contaminações dos ambientes, com efeitos muitas vezes

irreversíveis.

Ao considerar um campo de abrangência ocupado pelas dependências dos

setores da UEL, onde circula um grande número de indivíduos, justifica-se propor

um programa de gerenciamento de gestão de resíduos líquidos conforme a

seqüência de itens abaixo:

1 – Abordagem da proposta:

A proposta de implantação de uma gestão de resíduos na Universidade

Estadual de Londrina é feita com base na identificação de fatores ligados à

questão ambiental e à necessidade da Universidade repensar a forma como os

resíduos são tratados (ou não) e, desta forma, preservar o meio ambiente.

Para que a Universidade Estadual de Londrina possa atingir sua missão e

função, que não é só ensino, pesquisa e extensão, e que atinja objetivos de um

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modelo de paradigma de gestão de resíduos líquidos, ela pode optar pelo seguinte

programa de gerenciamento:

a) prevenção no lugar de correção;

b) coordenar e integrar as partes;

c) planejar todas as suas atividades, produtos, meios e contextos;

d) monitorização contínua;

e) sempre procurar condições de melhoria.

O controle do processo de Gestão de resíduos líquidos tem que ser

sistematizado através da aplicação de programas de controle ambiental e

desenvolvimento sustentável, cujos passos podem ser identificados nas normas

ISO.

O processo de gestão de controle de resíduos líquidos, deve ser elaborado

inicialmente de acordo com os impactos ambientais mais significativos e, de

preferência, maximizando seus efeitos benéficos e minimizando seus efeitos

adversos, procurando evoluir em função de suas mudanças circunstanciais.

A UEL deve definir a sua Política Ambiental assegurando que ela mostre

comprometimento com a melhoria contínua e com a preservação da poluição,

atendendo a legislação e os demais regulamentos aplicáveis, revisão dos

objetivos e metas ambientais. Ela deve ser documentada, implementada e

divulgada ao público e à comunidade acadêmica em geral.

Os objetivos e metas devem ser definidos em função de avaliação dos

aspectos ambientais e devem ser quantificáveis, aplicáveis sempre que possível.

Em sua confecção e/ou revisão, devem ser levados em conta os requisitos legais,

aspectos ambientais, requisitos tecnológicos e visão das partes interessadas,

sempre levando em conta o compromisso com a melhoria contínua.

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2 – Estratégias

As análises dos contaminantes líquidos efetuadas, que envolveram todos

os setores da UEL, possibilitam a elaboração de uma estratégia, levando-se em

conta os levantamentos efetuados, de acordo com o estado físico do resíduo.

2.1 – Resíduos líquidos que são produzidos por laboratórios

No caso deste tipo de resíduo, deve haver um gerenciamento do laboratório

para evitar que o material tóxico seja despejado na rede de coleta de água pluvial

e do esgoto sanitário.

Todos os materiais tóxicos, de acordo com as Normas Brasileiras, devem

ser acondicionados em tambores ou bombonas e lacrados para serem

encaminhados para um depósito apropriado; só as águas de lavagem devem ser

lançadas na rede de esgoto.

2.2 – Resíduos líquidos que são produzidos por sanitários e laboratórios:

Todo o efluente sanitário, resíduos líquidos de laboratórios e resíduos

líquidos de esgoto sanitário que são lançados na fossa séptica, e não são tratados

de forma preventiva, tem a tendência de se infiltrar e atingir o lençol freático e o

aqüífero livre.

Registramos que a captação de água para a cidade de Londrina está no

Ribeirão Cafezal, próximo a foz do Ribeirão Esperança, que é afluente do rio Três

Bocas, que por sua vez deságua no rio Tibagi, cujas águas utilizadas para

consumo, pecuária e hortifrutigranjeiros por são inúmeras cidades.

De acordo com as análises e caracterizações feitas, a melhor sugestão

seria prever uma estação de tratamento de efluentes complementares pois os

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despejos nas redes coletoras, como as adotadas na UEL - sem estudo prévio de

impacto ambiental, são levados à estação de tratamento de esgoto da

concessionária, que não está preparada para tratamento de produtos físico-

químicos.

Para os resíduos líquidos dos sanitários sugere-se colocar reatores

anaeróbicos para seu tratamento, tais como Manta de Lodo, Leito Expandido ou

Fluidificado, Seqüencial ou Leito Granular.

As propostas acima descritas constituem ações que devem dar início a um

processo de manutenção e preservação ambiental, minimizando os impactos,

expurgando os fatores que ocasionavam a possível poluição do aqüífero livre. O

tratamento deste resíduo líquido deve ser realizado de forma a transformá-lo em

recursos.

2.3 – Premissas para a Gestão Integrada de Resíduos Líquidos

Em função dos dados obtidos nesta pesquisa, das avaliações realizadas “in

loco”, passa-se a apresentar itens que constituem a premissa da proposta do

Sistema Integrado de Gestão de Resíduos Líquidos, sugerindo:

a) Prevenção do lugar de correção: proposta de programas de educação

ambiental para cada um dos setores, em função de seus descartes e de

suas individualidades e especificidades;

b) Planejamento de todas as atividades: produtos, pesquisas, prestação

de serviços e extensão. Estabelecer estratégias de descartes de

resíduos líquidos;

c) Condicionamento correto e destino apropriado dos resíduos líquidos;

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d) A UEL não deve aceitar a utilização de benzeno em suas

dependências;

e) Adotar uma política de sistema integrado de gestão de resíduos líquidos

que atenda as determinações padronizadas do CONAMA e ter

participação no tratamento dos demais resíduos, dando ênfase para os

líquidos radioativos;

f) Coordenar a integração de todas as partes, incutindo em cada servidor a

responsabilidade ambiental dos contaminantes líquidos, com

seminários, palestras e treinamentos, para que se possa adquirir uma

consciência ambiental;

g) A monitorização ambiental em sistema integrado de gestão deve ser

contínua, inclusive com envolvimento de aluno, com trabalho

estratégico para a coleta de resíduo líquido gerado por laboratório, e

forma de acondicionar em bombona ou galão plástico e evitar que o

material tóxico ou radioativo seja despejado no esgoto sanitário.

Como proposta de solução:

1) Todo o descarte de produto de origem química, deve ser

acondicionado em bombonas, galões e vidros, lacrados, enviados

para depósitos especiais, e devolvidos para a empresa fabricante;

2) Nos resíduos líquidos, adotar torneiras com temporizador de

utilização para banheiros e laboratórios, diminuindo o volume de

água a ser despejada;

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3) Verificação das regulagens das torneiras com a finalidade de evitar

maior consumo, quando das lavagens de pisos, calçadas e

edificações;

4) Propor um projeto de pesquisa para a construção de uma estação

piloto de tratamento de efluentes, envolvendo diversas áreas de

conhecimento.

Para que a política ambiental seja eficaz e vincule o compromisso com a

Instituição de Ensino Superior e o meio ambiente, todos devem estar cientes e

envolvidos no processo de preservação e minimização dos riscos, com diversas

contribuições, inclusive premiando idéias e punindo abusos.

Este envolvimento implica no comprometimento de todos, deste o

mandatário máximo ao mais simples dos servidores, e exemplo das partes

administrativas, tanto de alunos como de professores.

Cabe à UEL promover a integração de todo o planejamento estratégico da

instituição. Criada a política, procura-se seguir determinados objetivos, sendo um

deles o relacionamento e o engajamento de todo o meio e toda a população

universitária, inclusive visitantes, para dinamizar o processo em busca de uma

melhor qualidade de vida e do meio ambiente.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A deterioração da qualidade da água subterrânea pode ser

provocada de maneira direta ou indireta, por atividades humanas ou por processos

naturais, sendo mais freqüente a ação combinada de ambos os fatores. Os

resíduos produzidos pelos diversos setores na Universidade Estadual de Londrina,

conforme constatado no desenvolvimento deste trabalho, demonstram uma das

formas mais desafiadoras de poluição do ambiente, decorrente da ação do

homem. O resultado desta degradação da qualidade de vida leva à necessidade

de encontrar alternativas de ações voltadas à proposição de alternativas para

minimizar os efeitos de tais agressões.

As possibilidades devem ser buscadas partindo da análise e discussão

junto à comunidade universitária, ou seja, deve-se realizar uma reflexão sobre o

estilo de desenvolvimento desta comunidade atuante, que é composta em sua

maioria de indivíduos “com idéias dominantes de um paradigma moderno”

ultrapassado e inócuo para a solução dos graves problemas sócios-ambientais de

uma sociedade sustentável.

Neste contexto, os resíduos líquidos das fossas sépticas despontam como

o reflexo do estilo de produção acadêmica, baseada na associação do consumo,

na produção e na qualidade de vida, o que só pode levar a uma catástrofe em

algum momento futuro, quando é fato inegável que o campus da UEL é

materialmente limitado.

Desta forma, constitui exemplo claro a necessidade da revisão de uma série

de valores enraizados na maneira de operação, visando garantir, através de um

desenvolvimento sustentável, a possibilidade de criação de estratégias técnicas

mais justas e integradas com o meio de convivência, e que acarretam, em

conseqüência, as mesmas condições de vida atuais para as comunidades futuras.

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Em vista deste contexto nada animador, políticas inovadoras devem ser

implementadas, conforme recomendações citadas na agenda 21, documento

resultante da Conferência Rio-92 sobre Meio Ambiente, com diretrizes norteadoras

de ações a serem implementadas, visando superar a crise sócio-ambiental na qual

o ser humano se encontra, direcionando rumos para os desafios que se tem pela

frente.

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GLOSSÁRIO

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS - é toda a formação geológica com capacidade de

armazenar a água, cuja exploração seja economicamente rentável; pode ser

designado de aquífero (BORGHETTI, 2004).

AMBIENTE - Ambiente é o conjunto das condições físicas (ambiente abiótico) do

meio onde vivem organismos relacionados entre si (comunidade biótica) (ODUM,

1988). Assim, “Meio ambiente pode ser definido como o conjunto de condições e

de fatores físicos, químicos, climáticos e biológicos, entre outros, que favorece a

existência, manutenção e desenvolvimento da vida animal e vegetal em

interdependência em determinada área.” (SANTOS, 2005) AQUÍFERO - formações geológicas do subsolo, compostas por rochas

permeáveis, que armazenam água em seus poros e fraturas. AQUÍFERO CONFINADO - constitui-se de uma formação geológica permeável e

completamente saturada de água; é limitado no topo e na base por camadas

impermeáveis (BORGHETTI, 2004).

AQÜÍFERO LIVRE – formação geológica permeável e parcialmente saturada de

água; é limitado na base por uma camada (BORGHETTI, 2004). DEMANDA BIOQUÍMICA DO OXIGÊNIO – DBO - é considerada como a

quantidade de oxigênio consumido durante um determinado tempo, numa

temperatura de incubação específica.

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DEMANDA QUÍMICA DO OXIGÊNIO - DQO - consiste em uma técnica utilizada

para a avaliação do potencial de matéria redutora de uma amostra, através de um

processo de oxidação química em que se emprega dicromato de potássio

(K2Cr2O7).

FOSSAS SÉPTICAS – “são câmaras convenientemente construídas para reter os

despejos domésticos e/ou indústrias, por um período de tempo especificamente

estabelecido, de modo a permitir sedimentação dos sólidos e retenção do material

graxo contido nos esgotos, transformando-os bioquimicamente,em substâncias e

compostos mais simples e estáveis.” (UNIAGUA, 2006)

Disponível em:

http://www.uniagua.org.br/website/default.asp?tp=3&pag=tratamento.htm. Acesso

em: 29 mar 2006.

GERENCIAMENTO DES RISCOS - é o conjunto de procedimentos, normas e

regras, tendo como objeto controlar e minimizar riscos, sendo abrangente de todas

as atividades técnicas, legais, decisórias, de escolhas sociais, políticas e culturais

que se encontram associadas, diretamente ou indiretamente, com as questões de

riscos em nossa sociedade (NARDOCCI, 1999). MEIO AMBIENTE - “conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem

física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas

formas” (Lei Federal n. 6.938, de 31 de agosto de 1981). pH - é a sigla para potencial hidrogeniônico. O pH representa a atividade do íon

hidrogênio na água de forma logaritimizada, resultante inicialmente da dissociação

da própria molécula da água e posteriormente acrescida pelo hidrogênio

proveniente de outras fontes como efluentes que contenham ácidos sulfúrico,

nítrico, clorídrico entre outros, dissociação de ácidos orgânicos como o acético,

que resulta da “fase ácida” da decomposição anaeróbia da matéria orgânica,

dentre outros.

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Por influir em diversos equilíbrios químicos que ocorrem naturalmente ou em

processos unitários de tratamento de esgotos é um parâmetro muito importante.

A escala de pH serve para expressar quão forte é uma substância ácida ou

básica. Um valor de pH abaixo de 7 (sete) indica que a substância é ácida e,

quanto menor for o número, mais forte será o ácido. Um valor de pH acima de 7

(sete) indica que a substância é alcalina (básica) e, quanto maior for o número

mais forte será a substância alcalina.

Nos ecossistemas formados nos tratamentos biológicos de esgotos o pH é

também uma condição que influi decisivamente no processo. Normalmente, a

condição de pH que corresponde a formação de um ecossistema mais

diversificado e a um tratamento mais estável é a de neutralidade, tanto em meios

aeróbios como nos anaeróbios. Nos anaeróbios, a acidificação do meio é causada

pelo decréscimo do pH do lodo, indicando situação de desequilíbrio. A produção

de ácidos orgânicos voláteis pelas bactérias acidificantes e a não utilização

destes últimos pelas metanobactérias é uma situação de desequilíbrio que pode

ser devido á diversas causas. É possível que alguns efluentes industriais possam

ser tratados biologicamente em seus valores naturais de pH, por exemplo, em

torno de 5,0. Nesta condição o meio talvez não permita uma grande diversificação

hidrobiológica, mas pode acontecer que os grupos mais resistentes, algumas

bactérias e fungos, principalmente, tornem possível a manutenção de um

tratamento eficiente e estável.

POLUIÇÃO AMBIENTAL - do ponto de vista científico, é mais caracterizada pela

impureza introduzida, em um determinado momento, do que o lançamento desta

ao meio. Do ponto de vista jurídico, é considerada poluição a inclusão de qualquer

fator ao ambiente que provoque alteração de suas qualidades naturais, impondo

aos vizinhos condições modificadas de seu meio. Neste contexto, poluição é o

resultado indesejável das ações de transformação das características naturais de

um ambiente, atribuindo um caráter nocivo a qualquer utilização que se faça do

mesmo.

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ANEXOS

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ANEXOS 1 – CURVAS DE NÍVEL NO CAMPUS DA UEL – LONDRINA - PR - 2005

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ANEXOS 2 – CURVAS DE NÍVEL NO CAMPUS DA UEL – LONDRINA - PR - 2005

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ANEXOS 3 – GEOREFERENCIAMENTO DAS FOSSAS SÉPTICAS DA UEL – LONDRINA – PR - 2005

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ANEXOS 4 – LOCALIZAÇÃO DAS FOSSAS SÉPTICAS DA UEL – LONDRINA – PR – 2005

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