UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE … · A maioria dos pacientes estava em remissão...

76
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS JÚLIA FIGUEIREDO MACHADO AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E DE MARCADORES DA INFLAMAÇÃO DE PACIENTES COM DOENÇA DE CROHN Campinas 2017

Transcript of UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE … · A maioria dos pacientes estava em remissão...

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

JÚLIA FIGUEIREDO MACHADO

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E DE MARCADORES

DA INFLAMAÇÃO DE PACIENTES COM DOENÇA DE CROHN

Campinas

2017

JÚLIA FIGUEIREDO MACHADO

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E DE MARCADORES

DA INFLAMAÇÃO DE PACIENTES COM DOENÇA DE CROHN

Tese apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da

Universidade Estadual de Campinas como parte dos

requisitos exigidos para obtenção do título de Doutora

em Ciências, na área de Saúde da Criança e do

Adolescente.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Marluce dos Santos Vilela

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO

FINAL DA TESE DEFENDIDA PELA ALUNA

JÚLIA FIGUEIREDO MACHADO,

E ORIENTADA PELA PROFA. DRA. MARIA

MARLUCE DOS SANTOS VILELA.

Campinas

2017

DEDICATÓRIA

À minha querida Tia e Professora

Raquel (in memoriam) por ter

contribuído com a minha formação e por

todas as palavras de carinho e incentivo.

AGRADECIMENTOS

À FAPESP pelo apoio financeiro (Processo: 2008/53902-3).

À minha orientadora, Profa. Dra. Marluce, pela oportunidade, confiança e por

compartilhar seus conhecimentos.

Ao Dr. Claudio Coy, pela oportunidade de trabalhar com pacientes com Doença de

Crohn.

Ao Ambulatório de Doenças Inflamatórias Intestinais e a todos os seus profissionais.

Aos pacientes pela disponibilidade em contribuir com este estudo.

Ao programa de pós-graduação em Saúde da Criança e do Adolescente.

Aos amigos do Laboratório de Imunologia Pediátrica.

Ao Laboratório Central de Tecnologias de Alto Desempenho em Ciências da Vida

(LaCTAD).

Aos funcionários e amigos do CIPED, em especial à Silvana.

À Lia por toda a ajuda.

Aos professores, Dra. Elizete Lomazi e Dr. Gabriel Hessel, pelas importantes

contribuições no exame de qualificação.

Ao meu pai Rubens, pelo incentivo e contribuições.

À minha mãe, pelo incentivo, amor, carinho, compreensão...

À minha família por todo o apoio.

RESUMO

A avaliação da atividade inflamatória durante o acompanhamento clínico da doença de

Crohn (DC) representa um desafio na prática clínica, pois é baseada em uma combinação

de sinais e sintomas clínicos, marcadores bioquímicos, ressonância magnética,

endoscopia com biópsia e histopatologia. A monitorização da doença clinicamente

silenciosa é fundamental para diferenciar os pacientes que permanecerão em remissão

daqueles em risco de ativação da doença. O objetivo do estudo foi analisar a atividade

inflamatória de pacientes com DC utilizando marcadores séricos. A análise incluiu

marcadores de soro, tais como: TNF-α, leptina, adiponectina, resistina, IL-8, CCL2,

proteína C reativa (PCR) e contagens de leucócitos e plaquetas. Um grupo de 31 adultos

com DC e 29 controles saudáveis (HC) foram incluídos no estudo. Para o escore de

atividade da doença, utilizou-se o Índice de Atividade da Doença de Crohn (IADC). Os

pacientes foram separados em dois grupos: grupo de pacientes em remissão da doença

(RDC), com IADC < 150, e grupo em atividade da doença (ADC), com IADC ≥ 150.

Para a análise das citocinas e quimiocinas foram utilizados os kits Multiplex da Millipore.

A Absorciometria com Raios-X de Dupla Energia (DEXA) foi realizada em todos os

participantes para fornecer dados sobre a composição corporal. A maioria dos pacientes

estava em remissão clínica da doença e compuseram o grupo RDC (n=25). Mesmo em

remissão da doença, o grupo RDC, quando comparado ao grupo HC, mostrou níveis

aumentados de leucócitos, neutrófilos, plaquetas e PCR. No entanto, a CCL2 apresentou-

se reduzida neste grupo, quando comparado aos grupos HC e ADC. Os monócitos foram

significativamente elevados no grupo ADC quando comparados aos grupos RDC e HC.

Quando os grupos RDC e ADC foram combinados e comparados ao grupo HC,

observamos aumento na gordura visceral e nos níveis de resistina e adiponectina. Os

pacientes com DC considerados em remissão pelo IADC, mostram uma redução

acentuada de CCL2 e consequente contagem de monócitos normais, indicando que esta

quimiocina é um biomarcador promissor de controle da doença de Crohn.

Palavras-chave: doença de Crohn; marcadores inflamatórios; composição corporal

ABSTRACT

The evaluation of inflammatory activity during clinical follow-up of Crohn's Disease

(CD) represents a challenge in clinical practice because it is based on a combination of

clinical signs and symptoms, biochemical markers, magnetic resonance imaging,

endoscopy with biopsy and histopathology. Monitoring of clinically silent disease is

critical to differentiate those patients who will remain quiescent of those at risk of disease

activation. The aim of the study was to analyze the inflammatory activity of the CD

patients using serum markers. The analysis included serum markers, such as TNF-α,

leptin, adiponectin, resistin, IL-8, CCL2, C-reactive protein (CRP) and leukocyte and

platelet counts. A group of 31 adults with CD and 29 health controls (HC) were enrolled

to the study. For disease activity scoring, the Crohn’s Disease Activity Index (CDAI) was

used. The patients were separated into two groups: remission group (RCD), with

CDAI<150 and in disease activity group (ACD), with IADC≥150. Millipore Multiplex

kits were used for cytokine and chemokine analysis. Dual Energy X-ray Absorptiometry

(DEXA) was performed in all participants to provide data on body composition. Most of

the patients were in disease clinical remission (n = 25). Even in remission, the RCD group,

when compared to the HC group, showed increased levels of neutrophils, platelets and

CRP. However, CCL2 was reduced in this group when compared to HC and ACD groups.

Monocytes were significantly elevated in the ACD group when compared to the RCD and

HC groups. When the RCD and ACD groups were combined and compared to the HC

group, we observed increases in visceral fat and resistin and adiponectin levels. CD

patients considered in remission by the CDAI show marked reduction of CCL2 and

consequent normal monocytes counts, indicating that this chemokine is a promising

biomarker for control of Crohn's disease.

Key Words: Crohn's disease; inflammatory markers; body composition

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1 Estrutura conceitual para a patogênese da DII ............................................. 16

Figura 1.2 Modelo proposto de enriquecimento de monócitos CD16 + durante a

inflamação intestinal ....................................................................................................... 18

Figura 1.3 Um modelo de inflamação crônica causada por erros inatos de macrófagos de

pacientes com DC ........................................................................................................... 19

Figura 1.4. Citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC) e dependente do

complemento (CDC) ... .................................................................................................. 21

Figura 1.5 Dois dos principais mecanismos alternativos de ação do anti-TNF. ............ 22

Figura 1.6 Características da gordura mesentérica na doença de Crohn. ....................... 26

Figura 1.7 Conceito hipotético de quatro passos da patogênese da gordura mesentérica na

doença de Crohn. ............................................................................................................ 27

Figura 4.1 Distribuição de leucócitos, linfócitos, neutrófilos, monócitos, proteína C

reativa (PCR) e CCL2. ................................................................................................... 35

Figura 4.2 Distribuição de leptina, adiponectina e resistina ........................................... 35

LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1 Características clínicas dos pacientes com doença de Crohn ...................... 32

Tabela 4.2 Características demográficas e nutricionais dos participantes do estudo .... 32

Tabela 4.3 Exames laboratoriais .................................................................................... 34

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADA adalimumabe

AINEs fármacos anti-inflamatórios não esteroides

Anti-TNF anti-fator de necrose tumoral

AZA azatioprina

CC circunferência da cintura

CCL2 CC‑chemokine ligand 2

CCL13 CC‑chemokine ligand 13

CCR2 CC‑chemokine receptor 2

CCR6 CC‑chemokine receptor 6

CD14 cluster of differentiation 14

CD16 cluster of differentiation 16

CF calprotectina fecal

CIPED Centro de Investigação em Pediatria

DC Doença de Crohn

DEXA absorciometria de raios-x de dupla energia

DII Doença Inflamatória Intestinal

IADC Índice de Atividade da Doença de Crohn

IFX infliximabe

IL‑1 Interleucina 1

IL‑2 Interleucina 2

IL‑10 Interleucina 10

IL‑12 Interleucina 12

IL‑21 Interleucina 21

IL‑27 Interleucina 27

IL‑12R receptor de Interleucina 12

IL‑23R receptor de Interleucina 23

IFNγ Interferon gama

IMC Índice de Massa Corporal

HC controles saudáveis

HDL High Density Lipoprotein

JAK2 Janus kinase 2

LaCTAD Laboratório Central de Tecnologias de Alto Desempenho

LDL Low Density Lipoprotein

LF lactoferrina fecal

MCP-1 proteína quimioatraente de monócitos-1

M-CSF fator estimulador de colônias de macrófagos

MIP-1α proteína inflamatória do macrófago-1 alfa

NK natural killer cell

NOD2 nucleotide oligomerization domain 2

PCR proteína C reativa

PPARγ peroxisome proliferator-activated receptor gamma

STAT1 signal transducer and activator of transcription 1

STAT3 signal transducer and activator of transcription 3

STAT4 signal transducer and activator of transcription 4

sTNF fator de necrose tumoral solúvel

Th 1 type 1 helper T cells

TLR1 toll-like receptor 1

tmTNF fator de necrose tumoral transmembrana

TNF-α fator de necrose tumoral alfa

TNFR1 receptor 1 do fator de necrose tumoral

TNFR2 receptor 2 do fator de necrose tumoral

TReg célula T reguladora

VAT tecido adiposo visceral

VLDL Very Low Density Lipoprotein

VPN valor preditivo negativo

VPP valor preditivo positivo

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO .................................................................................................... ..14

2- OBJETIVOS......................................................................................................... ...28

2.1 Geral......................................................................................................................28

2.2 Específicos .......................................................................................................... ..28

3- MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. ..29

3.1 Sujeitos do Estudo .............................................................................................. ..29

3.2 Classificação e avaliação da atividade da doença de Crohn ............................... ..29

3.3 Avaliação da composição corporal ....................................................................... 30

3.4 Avaliação de marcadores inflamatórios ............................................................... 30

3.5 Análise dos dados ................................................................................................. 30

4- RESULTADOS ....................................................................................................... 31

4.1 Características clínicas dos pacientes ................................................................... 31

4.2 Composição Corporal dos participantes do estudo .............................................. 32

4.3 Exames laboratoriais............................................................................................. 33

5- DISCUSSÃO ........................................................................................................... 36

6- CONCLUSÃO ........................................................................................................ 39

7- REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 41

8- APÊNDICES ........................................................................................................... 49

8.1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Adultos ................................ 49

8.2 Ficha de coleta dos dados ..................................................................................... 52

8.3 Artigo submetido à revista Inflammatory Bowel Disease .................................... 54

9- ANEXOS .................................................................................................................. 74

9.1 Carta de Aprovação do Comitê de Ética da Faculdade de Ciências Médicas da

Unicamp ......................................................................................................................... 74

14

1- INTRODUÇÃO

A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal crônica (DII), de

natureza recidivante e transmural, que afeta de forma segmentar qualquer área do trato

gastrointestinal, principalmente o íleo e o cólon (1-3). As manifestações clínicas

gastrointestinais e extra intestinais associadas à doença são: diarreia, cólicas abdominais, febre,

anemia, perda de peso, osteoporose, artropatias, pioderma gangrenoso e eritema nodoso. Em

pelo menos 25% dos pacientes ocorrem manifestações extra intestinais (4). A formação de

estenoses, fístulas e abscessos são complicações comuns da doença, as quais podem necessitar

de intervenções cirúrgicas (3). A natureza prolongada da DC gera um grande impacto sobre a

qualidade de vida dos pacientes, marcada por uma sobrecarga de terapias, hospitalizações e

cirurgias (3, 5).

A prevalência da DC aumentou rapidamente na Europa e na América do Norte na

segunda metade do século XX e está se tornando comum no resto do mundo, principalmente

em países que adotam um estilo de vida ocidental (6). A incidência anual da DC varia entre 0-

20,2 por 100.000 habitantes na América do Norte e 0,3-12,7 por 100.000 habitantes na Europa

(5). Países em desenvolvimento estão apresentando um aumento na incidência da doença, à

medida que se tornam industrializados. Entretanto, nesses países os dados epidemiológicos de

base populacional são escassos (7). Um estudo realizado no estado de São Paulo encontrou no

período entre 2001 e 2005, uma taxa de incidência de 3,5 por 100.000 habitantes e prevalência

de 5,65 por 100.000 habitantes (8). A maioria dos estudos epidemiológicos apontam para um

pico de incidência na segunda a quarta década de vida, sendo que parte destes estudos sugerem

uma taxa de incidência bimodal, com um modesto segundo pico na sexta e sétima décadas de

vida (7).

A etiologia da DC não é totalmente conhecida, sabe-se que o seu aparecimento é

influenciado por fatores relacionados à predisposição genética, disbiose da microbiota intestinal

e influências ambientais. Os fatores genéticos levam a alterações imunológicas, que agem em

sinergia com o ambiente externo e com a composição da microbiota intestinal, o que dificulta

o entendimento da patogênese desta doença (5, 7; Figura 1.1). Sabe-se que os hábitos de vida

têm grande importância na etiologia da doença. Alimentação, uso de antibióticos, ausência de

aleitamento materno causam alterações na microbiota intestinal, contribuindo com o

aparecimento da doença. Outros fatores ambientais parecem estar relacionados com a doença,

como tabagismo, apendicectomia, uso de contraceptivos e exposição a infecções. Estudos estão

15

mostrando que modificações viáveis no ambiente externo podem contribuir com o tratamento

da DC, ajudando a manter a remissão da doença por longos períodos (5).

A natureza genética da DC foi inicialmente reconhecida em 2001, com a descoberta

do primeiro gene associado a esta doença (9). Posteriormente, um estudo internacional de

mapeamento genético identificou 163 loci de risco para DC (10). Os efeitos genéticos sobre o

sistema imunitário são variados, podem ocorrer alterações na resposta imune inata, adaptativa

e na integridade da barreira epitelial (5). Variantes genéticas do domínio de ligação da

oligomerização de nucleotídeo 2 (NOD2), por exemplo, podem interferir na resposta de

monócitos a compostos bacterianos (9). Já foram identificados loci de susceptibilidade à DC

com genes que codificam citocinas e proteínas envolvidas na sinalização de receptores de

citocinas e quimiocinas, por exemplo: interleucina-2 (IL-2), IL-21, IL-10, IL-27, interferon-y

(IFNγ), transdutor de sinal e ativador de transcrição 1 (STAT1), STAT3, STAT4, receptor 6 de

quimiocina CC (CCR6), ligante 2 de quimiocina CC (CCL2), CCL13, receptor de

interleucina12 (IL-12R), IL-23R e Janus quinase 2 (JAK2). Estas alterações imunológicas

promovem um desequilíbrio nas quantidades e proporções de fatores anti-inflamatórios, pró-

inflamatórios e imunomoduladores, contribuindo, então, com o aparecimento da doença (3).

16

Figura 1.1 Estrutura conceitual para a patogênese da DII.

Fatores genéticos e ambientais induzem a alterações na barreira intestinal. A função de barreira alterada

subsequentemente induz a translocação de bactérias comensais e de produtos microbianos do lúmen intestinal

para a parede intestinal, o que leva à ativação das células imunitárias e à produção de citocinas. Se a inflamação

aguda na mucosa não puder ser resolvida por mecanismos anti-inflamatórios e pela supressão de respostas

imunológicas pró-inflamatórias, desenvolve-se uma inflamação intestinal crônica. Por sua vez, a inflamação

crônica pode causar complicações da doença e destruição de tecidos. DII, doença inflamatória intestinal; AINEs,

fármacos anti-inflamatórios não esteroides; TReg, célula T regulatória (3).

17

Evidências sugerem que a DC é conduzida pelo avanço de lesões imunológicas no

trato gastrointestinal, caracterizadas por um infiltrado de células inflamatórias, incluindo

linfócitos T, macrófagos e neutrófilos (11-13). As quimiocinas têm a capacidade de atrair

células inflamatórias para as lesões intestinais, desta forma estas proteínas e seus receptores

orquestram a chegada e a retenção de células imunes no local da inflamação (13). Células

inflamatórias presentes em lesões intestinais, fibroblastos, células endoteliais e epiteliais são

capazes de produzir quimiocinas (12). A CCL2 tem sua expressão aumentada na mucosa

inflamada (14-16) e está elevada no soro de pacientes com DC em atividade (13, 17). Esta

quimiocina atrai monócitos periféricos, que são fontes de macrófagos na mucosa intestinal

inflamada (18). O subtipo de monócitos clássicos CD14+CD16− apresenta uma alta capacidade

de migrar para o intestino, devido a sua alta expressão de receptores de quimiocina CC-2

(CCR2) (19). Por outro lado, os monócitos não clássicos CD14+ CD16+ apresentam baixa

expressão de CCR2 (20) e estão aumentados no sangue periférico de pacientes com DC em

atividade, podendo ser utilizado como um marcador sérico de inflamação intestinal (21, 22). Os

papéis biológicos destes monócitos continuam a ser esclarecidos, principalmente em relação a

sua capacidade de migrar para os tecidos e sua função no sangue (20). A figura 1.2 mostra um

modelo de migração transendotelial de monócitos proposto por Koch et al. (20).

A infiltração da mucosa intestinal por neutrófilos está bem documentada na DC

ativa, sendo que a migração destas células para o local inflamado envolve uma resposta ao

gradiente positivo de substâncias quimiotáticas. A IL-8 é uma quimiocina produzida

principalmente por monócitos e macrófagos, e é altamente seletiva para neutrófilos (23). Um

aumento da expressão de IL-8 foi verificado em biópsias intestinais inflamadas de pacientes

com DC (24, 25) e sua expressão foi correlacionada positivamente com a infiltração de

neutrófilos (25). O acúmulo de neutrófilos dentro das criptas epiteliais e no lúmen intestinal se

correlaciona diretamente com a atividade da doença clínica e lesão epitelial (26). Os neutrófilos

são fagócitos que montam a resposta inflamatória aguda atuando como primeira linha de defesa

contra patógenos invasores. O papel destas células na DC ainda é obscuro, sua função

prejudicada pode resultar em depuração bacteriana limitada, levando a uma cronicidade da

resposta inflamatória (27).

Defeitos funcionais em células imunológicas, como monócitos e neutrófilos, foram

relatados na DC, e fez levantar a questão de se considerar a DC como uma imunodeficiência

(28). Existe um modelo, proposto por Casanova e Abel (29), de que a inflamação intestinal

crônica é causada por erros inatos de macrófagos (Figura 1.3). Esta proposta considera que

18

defeitos inatos em macrófagos ocasionam uma atração prejudicada de granulócitos para a

mucosa intestinal, comprometendo a depuração de bactérias, o que gera a inflamação crônica,

com formações de granulomas (29). Estes erros inatos, também, podem afetar outras funções

não inflamatórias dos macrófagos, como suas ações no reparo e remodelamento da mucosa

intestinal, agravando ainda mais as lesões intestinais (30).

Figura 1.2 Modelo proposto de enriquecimento de monócitos CD16 + durante a inflamação intestinal.

(A) CD14+ CD16– atravessam a mucosa em resposta a estímulos inflamatórios. (B) Na lâmina própria, os

monócitos inflamatórios sofrem uma mudança de fenótipo para expressar CD16+. (C) Alguns monócitos CD16 +

voltam para a corrente sanguínea. (D) Os monócitos CD16– e CD16+ perpetuam a inflamação intestinal através da

secreção de citocinas inflamatórias. (E) A eficácia dos glicocorticóides pode ser transmitida em parte pela sua

capacidade de esgotar células CD16 + na corrente sanguínea e na lâmina própria. (F) Em contraste, a aférese de

leucócitos apenas remove células imunes do sangue periférico, reduzindo assim o reservatório de leucócitos

infiltrantes (20).

19

Figura 1.3 Um modelo de inflamação intestinal crônica causada por erros inatos de macrófagos em

pacientes com DC. Os macrófagos dos pacientes são intrinsecamente defeituosos, com insuficiência de secreção

de citocinas, que normalmente são traduzidas, mas internamente degradadas. Devido à produção insuficiente de

citocinas e quimiocinas, há uma atração prejudicada de granulócitos. A inflamação aguda e granulocítica

prejudicada resulta em comprometimento da depuração de bactérias e detritos da parede intestinal, resultando em

inflamação crônica e granulomatosa (29).

20

Na DC, o manejo terapêutico tem como objetivo induzir e manter uma remissão

duradoura e evitar a progressão da doença, prevenindo o aparecimento de complicações (31).

Com base na importância das citocinas na patogênese da DC, foram testadas as ações de

citocinas anti-inflamatórias recombinantes e anticorpos específicos para citocinas pró-

inflamatórias no controle da doença. O uso de um anticorpo neutralizante específico para TNF-

α (anti-TNF-α) resultou em cicatrização da mucosa inflamada e melhorias clínicas. Vários

anticorpos quiméricos, humanizados ou totalmente humanos, tais como adalimumab,

certolizumab, golimumab e infliximab, estão sendo utilizados no tratamento da doença (2, 3).

Entretanto, o mecanismo exato destes novos agentes no controle da doença não é totalmente

compreendido (32).

Os efeitos do anti-TNF-α vão além da simples neutralização do TNF-α. Existem

duas formas principais de TNF-α; a forma solúvel (sTNF) e a forma transmembrana (tmTNF).

Tanto o infliximab (IFX) quanto o adalimumab (ADA) podem se ligar a estas duas formas.

Estas ligações desencadeiam um bloqueio na estimulação do receptor 1 e 2 do fator de necrose

tumoral (TNFR1 e TNFR2), o que resulta na inibição de vias pro-inflamatórias, reduzindo a

liberação de citocinas e infiltração de células inflamatórias. Além disso, a ligação no tmTNF

pode desencadear uma citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC) ou dependente

do complemento (CDC). O anticorpo anti-TNF-α liga-se ao tmTNF na célula alvo e ao mesmo

tempo se liga às células natural killer (NK) ou ao sistema do complemento, ocasionando a

destruição da célula alvo (32, 33; Figura 1.4). A cicatrização da mucosa também foi associada

às outras ações alternativas dos anti-TNFs, que foram sugeridas nos últimos anos, tais como: a

indução da apoptose das células T na lâmina própria e a indução de macrófagos do tipo 2, que

estão associados à cicatrização (32; Figura 1.5).

Outros medicamentos utilizados no controle da DC são os derivados de tiopurinas,

como a azatioprina (AZA) e a 6-mercaptopurina, conhecidos como antimetabolitos purínicos,

que inibem a replicação de DNA e RNA, impedindo a proliferação celular, principalmente de

células T. Além disso, eles inibem genes que codificam proteínas relacionadas com a

inflamação intestinal e com o tráfico de leucócitos, tais como: ligante indutor de apoptose

relacionado ao TNF, membro 7 da superfamília do receptor TNF e integrina-alfa-4 (34). Estes

fármacos são menos eficazes do que as drogas anti-TNF-alfa para a indução de remissão isenta

de esteroides. Por outro lado, a indução de remissão pela terapia combinada com AZA e IFX é

superior ao IFX sozinho (34).

21

Estudos com aférese adsortiva de granulócitos e monócitos (GMA), uma terapia

extracorpórea que reduz seletivamente granulócitos e monócitos, têm apresentado resultados

promissores no controle da DC (21), e demonstraram ter poucos efeitos adversos (35, 36). A

terapia combinada com GMA intensiva e tiopurinas foi eficaz e bem tolerada na indução e

manutenção de remissão clínica em pacientes com DC (37). Diferente dos medicamentos que

podem induzir a apoptose de células inflamatórias na lâmina própria, na aférese, estas células

são esgotadas apenas do sangue periférico (Figura 1.2). Isto pode reduzir o grupo de monócitos

que reabastece o infiltrado de células inflamatórias na mucosa intestinal e, assim, melhorar a

inflamação crônica (20).

Figura 1.4 Citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC) e dependente do complemento (CDC).

Infliximabe e adalimumabe possuem uma porção Fc, cujos domínios CH1 e CH2 ativam os componentes C1 e C3

do sistema complemento, respectivamente, ocorrendo a formação de um complexo de ataque de membrana (C5b-

C9) e lise das células alvo. Infliximabe, adalimumabe e etanercept expressam domínios CH2 e CH3 que se ligam

aos receptores para Fc de IgG de células NK, que culminam na libertação de granzima B e perforina, que lisam as

células alvo (33).

22

Figura 1.5 Dois dos principais mecanismos alternativos de ação do anti-TNF. (A) Existe um sinal anti-

apoptótico por mTNF expresso em monócitos para o TNFRII expresso em células T CD4 +. Este mecanismo é

inibido por anti-TNFs, resultando em apoptose de células CD4 +. (B) Anti-TNFs se ligam ao mTNF em células T

ativadas; A parte Fc do anticorpo é reconhecida pelos receptores Fc expressos pelos monócitos, desencadeando a

sua diferenciação para o tipo M2, um subtipo de macrófagos que promove cicatrização. Este mecanismo depende

da presença da região Fc do anticorpo, que está ausente no caso do certolizumab (32).

23

O acompanhamento dos efeitos das terapias empregadas na DC, assim como o

diagnóstico da doença, requer uma combinação de exames clínicos, testes laboratoriais, exames

de imagem e endoscopia com histologia. A ressonância magnética (RM) pode ser utilizada no

diagnóstico e no acompanhamento de pacientes com DC. A enterografia por RM é capaz de

identificar pacientes com doença ativa e com complicações, por meio de diferentes imagens

identificadas antes e após a injeção de contraste. No entanto, a medida da intensidade da

inflamação intestinal possui limitações relacionadas a uma variabilidade interobservador

significativa (38). A ileocolonoscopia é considerada padrão-ouro para o diagnóstico e avaliação

da atividade inflamatória (39), este exame possibilita a análise da mucosa intestinal, porém é

extremamente invasivo e incomodo para os pacientes. A RM e a ileocolonoscopia são exames

dispendiosos, não sendo apropriados para uma avaliação periódica da atividade da doença (38,

40, 41).

O Índice de Atividade da Doença de Crohn (IADC) e sua versão simplificada, o

Índice Harvey-Bradshaw, são amplamente utilizados para avaliar a atividade clínica da doença.

No IADC são analisados sintomas subjetivos, sinais objetivos e dosagem de hematócrito. No

entanto, a correlação entre estes índices clínicos e a gravidade da doença endoscópica é fraca.

A medida da atividade clínica é importante no acompanhamento do paciente, mas não é

suficiente para medir a inflamação na mucosa intestinal (39). Recentemente, há uma

preocupação em avaliar não só os sintomas clínicos da doença, mas também a saúde da mucosa

intestinal, pois um grau de inflamação subclínica pode persistir silenciosamente na mucosa,

contribuindo para um risco de recidiva "sintomática" (31). A manutenção de uma mucosa

saudável gera benefícios em relação à durabilidade da remissão e à prevenção de lesões

intestinais. A avaliação não invasiva utilizando marcadores bioquímicos capazes de revelar a

presença ou ausência de inflamação subclínica, pode representar um avanço importante no

monitoramento rotineiro da doença (31, 42).

Muitos marcadores inflamatórios séricos têm sido estudados como indicadores de

atividade inflamatória na DC, por exemplo: proteína C reativa (PCR), taxa de sedimentação de

eritrócitos e contagem de leucócitos e plaquetas (39). Além disso, proteínas fecais, como a

calprotectina fecal (CF) e a lactoferrina fecal (LF), têm sido estudadas como promissores

biomarcadores inflamatórios não-invasivos (41, 43). Os resultados dos estudos que exploram

estes marcadores são bem diversificados, além disso poucos avaliam marcadores de remissão

da doença e uma minoria inclui a endoscopia na avaliação dos pacientes sintomáticos. Existe

também, uma dificuldade na interpretação dos resultados destes estudos, devido à falta de uma

24

análise da sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e/ou negativo (VPP e/ou VPN)

dos marcadores (41, 44).

A PCR é uma proteína de fase aguda produzida por hepatócitos, que pode estar

elevada por várias razões, como infecções, inflamação intestinal e extra intestinal. Apesar desta

proteína não ser um marcador específico de inflamação intestinal, ela tem sido bastante utilizada

na prática clínica associada a outros biomarcadores (42). A PCR já foi correlacionada com a

atividade clínica da DC (45, 46), mas nem sempre pacientes com a doença ativa apresentam

níveis elevados deste marcador (42). Estudos mostram que uma concentração sérica de PCR ≥

5 mg/L tem uma especificidade relativamente alta (92%) e uma sensibilidade fraca (49%) na

detecção da atividade da doença endoscópica. Desta forma, um teste negativo não exclui de

forma confiável a presença de uma inflamação ativa. É fundamental lembrar que

aproximadamente 25% dos pacientes em atividade não conseguem produzir PCR, devido a

polimorfismos no gene desta proteína (42).

A CF e a LF são proteínas inflamatórias encontradas no citosol de neutrófilos, que

quando presentes nas fezes, indicam que houve migração de neutrófilos para o intestino durante

um processo inflamatório (42). Diferente dos marcadores séricos que podem estar aumentados

em várias condições inflamatórias extra intestinal, os marcadores fecais apresentam maior

especificidade na detecção da inflamação no intestino (47). A CF e a LF, quando comparadas

à PCR, apresentaram melhores resultados na avaliação da atividade inflamatória de pacientes

com DC, com maior sensibilidade (88% e 82%, respectivamente). A precisão na análise de

atividade da doença da CF e da LF são bastante semelhantes, porém a menor estabilidade da

LF à temperatura ambiente limita o seu uso na prática clínica (44).

Um marcador ideal deve revelar inflamação em um estágio pré-sintomático e, ao

mesmo tempo, deve ser fácil e rápido de se realizar, barato, minimamente invasivo e

reprodutível. Porém, dos marcadores sorológicos e fecais estudados, nenhum deles demonstrou

um alto poder preditivo quando usado sozinho. Desta forma, os dados obtidos a partir da

endoscopia e da histologia são de grande valor, mas sua utilização como preditores de recaída

clínica está fortemente limitada pela invasividade (31).

O estado nutricional dos pacientes com DC já foi muito associado ao baixo peso

corporal, porém estudos recentes documentaram uma prevalência crescente de obesidade nestes

pacientes. Considerando que a obesidade é um estado pró-inflamatório, existe a preocupação

em se investigar o impacto do aumento da gordura corporal no prognóstico da DC (48, 49). O

curso da doença demonstrou ser mais grave em pacientes obesos em comparação com pacientes

25

eutróficos (50, 51). Além disso, uma proporção elevada de gordura visceral é um marcador de

doença agressiva (52).

O tecido adiposo é um órgão produtor de adipocinas, que podem contribuir para a

atividade de doenças imunomediada. Pacientes com DC têm uma hipertrofia do tecido adiposo

visceral (VAT) que envolve a área intestinal inflamada (“creeping fat”; Figura 1.6) e

infiltrações intramurais de lipídios na parede intestinal podem ser visualizadas em tomografia

computadorizada (53). Alterações na produção de citocinas e quimiocinas ocorrem na

“creeping fat”, o que pode influenciar o sistema imunológico do trato gastrointestinal e em

alguns casos agravando a doença (54; Figura 1.7).

As adipocinas podem ter efeitos pró ou anti-inflamatórios. A adiponectina tem

efeitos anti-inflamatórios (55, 56) e está correlacionada inversamente com a concentração sérica

de PCR (57). O VAT de pacientes com DC apresenta um aumento na produção de adiponectina

(58, 59), entretanto, as concentrações plasmáticas desta proteína têm sido divergentes entre os

estudos. Enquanto Valentini et al. (60) relataram redução na concentração sérica de

adiponectina em pacientes com DC, comparado a controles saudáveis, Karmiris et al. (61)

identificaram um aumento.

Secretada em quantidades proporcionais à massa de gordura corporal, a leptina é

uma adipocina com efeitos pró-saciedade. Esta proteína possui um papel pró-inflamatório, pois

induz a ativação de linfócitos, a produção de citocinas e a expressão de moléculas de adesão

(56). Na DC há um aumento da secreção de leptina na gordura mesentérica hipertrófica (51).

Por outro lado, os níveis séricos de leptina apresentaram-se mais baixos em pacientes com DC

em comparação com controles saudáveis (55, 61, 62).

A resistina é outra adipocina com efeitos pró-inflamatórios, podendo estimular a

síntese e secreção de TNF-α, IL-12 e moléculas de adesão (63). O tecido adiposo não é uma

fonte exclusiva desta citocina, células sanguíneas mononucleares e macrófagos também a

produzem (55), com um aumento desta produção na presença de lipopolissacarídeos, TNF-α,

IL-1 e IL-6 (64). A expressão de resistina no tecido adiposo mesentérico e os seus níveis

sanguíneos estão aumentados em pacientes com DC (59, 60).

O papel das adipocinas na fisiopatologia da DC ainda não foi esclarecido. Acredita-

se que seus níveis séricos podem ser utilizados como marcadores inflamatórios e que a inibição

de adipocinas pró-inflamatórias pode expandir o espectro de intervenções terapêuticas para esta

doença (55).

26

Figura 1.6 Características da gordura mesentérica na doença de Crohn.

(A) intestino grosso não afetado e intestino desgado afetado visto durante a laparotomia de um paciente que sofre

de doença de Crohn. (B) e (C) intestino delgado ressecado afetado pela doença de Crohn com inflamação

transmural e “creeping fat”. A linha de fixação do tecido adiposo na superfície intestinal não é nítida e parece

desfocada (a). A superfície do intestino parece granular em comparação com o intestino normal (b). O tecido

adiposo se estende sobre a camada serosa do intestino (“creeping fat”) (54).

27

Figura 1.7 Conceito hipotético de quatro passos da patogênese da gordura mesentérica na doença de Crohn.

(A) O processo primário de inflamação intestinal leva a uma liberação sustentada de citocinas, que aumentam a

expressão dos receptores ativados por proliferadores de peroxissoma gama (PPAR-γ) no tecido adiposo visceral

(VAT). (B) O aumento da expressão de PPAR-γ interfere diretamente na hiperplasia do tecido adiposo e aumenta

a expressão de TNF-α. (C) A PPAR- γ exerce efeitos profundos na expressão de adipocinas, com elevação da

expressão de adiponectina e redução de leptina. As quimiocinas, como a proteína quimioatraente de monócitos-1

(MCP-1) e a proteína inflamatória do macrófago-1alfa (MIP-1α) são secretadas em quantidades mais elevadas e

direcionam a diapedese de monócitos sanguíneos para o tecido adiposo. Sob este microambiente, os macrófagos

podem desenvolver tanto a partir de monócitos de sangue transmigrados, quanto de pré-adipócitos ativados. O

aumento da infiltração de macrófagos no tecido adiposo visceral conduz a uma transformação inflamatória do

tecido adiposo visceral. O aumento da produção de fator estimulador de colônias de macrófagos (M-CSF) a partir

de macrófagos potencializa o crescimento do tecido adiposo, levando ao aparecimento de “creeping fat”. (D) Uma

"tempestade" de adipocinas e mediadores de macrófagos secretados na “creeping fat" perpetuam o processo

inflamatório intestinal, levando a ulcerações mucosas ao longo da borda mesentérica, característica típica da

doença de Crohn. Os linfonodos mesentéricos ativados interagem ainda mais com os adipócitos mesentéricos (54).

28

2- OBJETIVOS

2.1 Geral

O objetivo do estudo foi analisar a atividade inflamatória de pacientes com doença

de Crohn utilizando marcadores séricos.

2.2 Específicos

Classificar os pacientes de acordo com o Índice de Atividade da Doença de Crohn

(IADC);

Avaliar a composição corporal dos participantes;

Dosar no soro dos participantes os seguintes marcadores séricos:

Citocina: TNF-α;

Adipocinas: leptina, adiponectina e resistina;

Quimiocinas: IL-8 e CCL2;

Leucócitos: contagens de neutrófilos, linfócitos e monócitos;

Plaquetas.

Comparar os dados de composição corporal e de marcadores séricos de pacientes

com doença de Crohn com indivíduos saudáveis.

29

3- MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de

Ciências Médicas da Unicamp (número de referência 32192614.0.0000.5404), conforme

recomendações para pesquisas biomédicas envolvendo seres humanos propostas pela

Resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde (Anexo).

3.1 Sujeitos do estudo

Pacientes com diagnóstico de doença de Crohn (DC) e indivíduos saudáveis,

controles saudáveis (HC), foram recrutados de fevereiro a dezembro de 2015 no Ambulatório

de Doença Inflamatórias Intestinais (DII), do Gastrocentro, e no Centro de Investigação em

Pediatria (CIPED), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). O grupo de HC foi

composto por funcionários e alunos do CIPED, e acompanhantes de pacientes atendidos no

ambulatório de DII.

Foram incluídos no estudo pacientes com DC em acompanhamento médico no

ambulatório DII e indivíduos saudáveis, sem qualquer doença aguda ou crônica.

Os critérios de exclusão para o grupo de pacientes com DC foram: presença de

outras doenças, uso de corticoides e gestação. Os critérios de exclusão para o grupo HC foram:

uso de medicamentos e gestação.

3.2 Classificação e avaliação da atividade da doença de Crohn

Para a avaliação da atividade da doença, foi utilizado o Índice de Atividade da

Doença de Crohn (IADC) (65). Os pacientes foram separados em dois grupos: o primeiro

incluiu pacientes com IADC < 150, nomeado de RDC (doença de Crohn em remissão); o

segundo incluiu pacientes com IADC ≥ 150, nomeado de ADC (doença de Crohn em atividade).

As características e comportamento da DC foram avaliadas de acordo com a

classificação de Montreal (66), que considera a idade de início da doença (A), localização da

doença (L) e comportamento da doença (B).

30

3.3 Avaliação da composição corporal

O estado nutricional foi avaliado por meio de medidas de peso corporal, altura e

circunferência da cintura (CC). O índice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir do peso

e da altura (quilogramas por metro quadrado). A absorciometria de raios-x de dupla energia

(DEXA) foi realizada para fornecer dados sobre a porcentagem de gordura corporal e a

quantidade de gordura visceral.

3.4 Avaliação de marcadores inflamatórios

As amostras de sangue foram coletadas no período da manhã, após um jejum de 12

horas. Parte do sangue foi enviado para a Divisão de Patologia Clínica, do Hospital de Clínicas

da UNICAMP, para as dosagens e contagens de: proteína C reativa (PCR), glicose,

triglicerídeos, colesterol total, LDL (Low Density Lipoprotein), HDL (High Density

Lipoprotein), VLDL (Very Low Density Lipoprotein), leucócitos, neutrófilos, linfócitos,

monócitos e plaquetas. Outra parte do sangue foi enviada para o Laboratório de Imunologia do

CIPED, na UNICAMP. O sangue foi centrifugado por 10 minutos a 1000g. O soro foi separado

e congelado a -80 °C.

Após a coleta de todas as amostras de sangue, os soros de todos os participantes

foram encaminhados para o Laboratório Central de Tecnologias de Alto Desempenho

(LaCTAD), na UNICAMP. Os níveis de TNF-α, IL-8, CCL2, leptina, adiponectina e resistina

foram dosados nos soros utilizando os kits MILLIPLEX MAP Adipokine Human Bead Panel

1 e 2, da Millipore. Estes kits utilizam a tecnologia Luminex xMAP®, que permite a análise de

múltiplas proteínas simultaneamente em uma pequena quantidade de amostra. As amostras

foram analisadas pelo sistema de Imunoensaio Multiplex da marca Bio-Rad, modelo Bio-plex

200. Todos os testes foram realizados de acordo com as instruções fornecidas pelos fabricantes.

3.5 Análise dos dados

As análises estatísticas foram realizadas usando o pacote de software SPSS 16.0.

As variáveis quantitativas foram apresentadas como médias e desvios-padrão. As variáveis

qualitativas foram apresentadas como frequências. A comparação dos dados categóricos entre

os grupos foi realizada utilizando o método χ² ou o teste exato de Fisher. As comparações entre

dois grupos (DC e HC) foram realizadas utilizando o teste T de Student ou Mann Whitney. As

comparações entre três grupos (RDC, ADC e HC) foram realizadas por meio do teste de

31

ANOVA ou Wilcoxon. As análises de comparações múltiplas, post hoc, foram realizadas pelo

teste de Bonferroni. A transformação log foi utilizada em algumas variáveis. Foi estabelecido

um nível de significância de 5%.

4- RESULTADOS

4.1 Características clínicas dos pacientes

A Tabela 4.1 mostra as características clínicas dos pacientes em remissão (RDC) e

em atividade (ADC). A maioria dos pacientes (n=25) estava em remissão clínica da doença.

60% dos pacientes do grupo RDC tinham exames de colonoscopia ou ressonância magnética,

sendo que a maioria não apresentou atividade inflamatória, apenas um paciente apresentou

atividade inflamatória endoscópica leve. Os medicamentos mais utilizados foram o anti-TNF-

α e a AZA. O anti-TNF-α mais utilizado foi o infliximabe, apenas dois pacientes aplicavam o

adalimumabe.

A média da duração da doença foi menor no grupo ADC do que no grupo RDC (p

= 0,032). Além disso, a maioria desses pacientes ativos não passou por cirurgias prévias, ao

contrário dos pacientes em remissão (p = 0,013). Três pacientes não estavam no momento da

avaliação sob tratamento medicamentoso, dois deles estavam com a doença ativa e não tinham

sido submetidos a cirurgias prévias.

32

Tabela 4.1 Características clínicas dos pacientes com doença de Crohn

RDC1 (n=25) ADC2 (n=6) p*

Duração em anos da doença (média ± DP) 13,9 ± 6 7,7 ± 6,3 0,032

Evacuações por dia (média ± DP) 2,6 ± 1,8 3,5 ± 3,3 0,364

Tratamentos

Cirurgia intestinal (sim / não) 19/6 1/5 0,013

Número de cirurgias (média ± DP) 1,2 ± 1 0,5 ± 1.2 0,150

Anti-TNF 7 3

Anti-TNF + Azatioprina 9 1

Azatioprina 6 0

Sem imunossupressor 2 0

Sem medicação 1 2

Classificação de Montreal3

Idade ao diagnóstico (A1/A2/A3) 5/16/4 1/4/1

Localização (L1/L2/L3/L4) 5/11/9/0 1/3/2/0

Comportamento

B1/B2/B3/P 5/7/2/3 1/1/0/3

B1+P/ B2+P/B3+P 4/1/3 0/0/1 *p:Teste T de Student; 1RDC: doença de Crohn em remissão; 2ADC: doença de Crohn em atividade 3Classificação de Montreal: (A1) 16 anos ou menos / (A2) 17 a 40 anos / (A3) mais de 40 anos

(L1) íleo / (L2) cólon / (L3) ileocolônica / (L4) trato gastrointestinal superior

(B1) não estenosante e não penetrante / (B2) estenosante / (B3) penetrante / (P) perianal

4.2 Composição corporal dos participantes do estudo

Enquanto o IMC e o percentual de gordura corporal foram semelhantes entre os

grupos DC e HC, a circunferência da cintura e a gordura visceral foram significativamente

maiores no grupo DC (Tabela 4.2). A classificação do estado nutricional, de acordo com o IMC,

mostrou que o sobrepeso estava presente em 22,5% dos pacientes com DC e 27,5% dos

indivíduos saudáveis. A obesidade grau I atingiu 22,5% dos pacientes com DC e 7% dos

indivíduos saudáveis. Em ambos os grupos apenas um indivíduo apresentou desnutrição leve.

Tabela 4.2 Características demográficas e nutricionais dos participantes do estudo

DC1 (n=31) HC2 (n=29) p

Masculino (n) 15 11 0,446

Idade (anos) 40,5 ± 11,4 35,3 ± 9,9 0,059

Hábito de fumar (ativo/ex fumantes/nunca) 0/8/23 0/3/26 0,112

Atividade física (sedentária/ativo) 20/11 15/14 0,159

Composição corporal

IMC3 (Kg/m²) 25,2 ± 4,9 23.9 ± 3,3 0,222

CC4 (cm) 82,4 ± 11,7 76 ± 9,5 0,025

Gordura visceral (g) 870,3 ± 765,1 498.3 ± 446,2 0,027

Porcentagem de gordura corporal 33,7 ± 10,9 32.6 ±7,8 0,659 *p:Teste T de Student; 1DC: doença de Crohn; 2HC: controle saudável; 3IMC: índice de massa corporal;

4CC: circunferência da cintura

33

4.3 Exames laboratoriais

A Tabela 4.3 mostra os dados dos marcadores inflamatórios nos grupos RDC, ADC,

HC. Os leucócitos estavam aumentados nos grupos RDC e ADC quando comparados ao grupo

HC (p=0,045 e p=0,012, respectivamente), sendo que os neutrófilos estavam aumentados no

grupo RDC quando comparado ao grupo HC (p = 0,034) e os monócitos estavam aumentados

no grupo ADC quando comparado aos grupos RDC (p=0,033) e HC (p=0,004). As plaquetas

estavam mais elevadas no grupo RDC quando comparado ao grupo HC (p=0,028).

Quando a quimiocina IL-8 e a citocina TNF-α foram dosadas no soro, muitos

pacientes tinham valores abaixo do limite de detecção do ensaio. Considerando apenas os

participantes que tiveram estas proteínas detectadas, não houve diferenças entre os grupos. Por

outro lado, a quimiocina CCL2 foi detectada em todos os participantes e apresentou-se muito

baixa no grupo RDC quando comparado aos grupos ADC (p=0,049) e HC (p <0,001). A PCR

foi maior nos grupos RDC e ADC quando comparados ao grupo HC (p<0,001 e p<0,001,

respectivamente). A Figura 4.1 mostra a distribuição dos leucócitos, PCR e CCL2 nos grupos

RDC, ADC e HC.

As adipocinas não foram diferentes entre os três grupos, mas ao analisar o grupo de

pacientes (DC) versus o grupo HC, algumas diferenças foram encontradas. Os níveis médios

de adiponectina no soro foram de 65,4 ± 110,2 μg/mL no grupo DC (n = 31) e 22,4 ± 22,7

μg/mL no grupo HC (n=29), sendo significativamente maiores no grupo DC (Student Test,

p=0,046). O mesmo ocorreu com a resistina, que foi significativamente mais elevada no grupo

DC (Teste de Mann-Whitney, p = 0,046), sendo que os níveis médios de resistina encontrados

foram 60,4 ± 30,8 ng/mL no grupo DC e 46,8 ± 24,1 ng/mL no grupo HC. A Figura 4.2 mostra

a distribuição das adipocinas nos grupos DC e HC.

34

Tabela 4.3 Exames laboratoriais

RDC (n=25) ADC (n=6) HC (n=29) p

Hemoglobina (g/dL)

(n=22)

14,2 ± 1,8 (n=6)

13,7 ± 1,2 (n=26)

14 ± 1,2

0,784

Hematócrito (%) 42,7 ± 4,6 42,2 ± 3,1 41,4 ± 3,3 0,487

Plaquetas (x10³/mm³) 279,3 ± 72,61 282,0 ± 58,9 233 ± 44,6 0,015*

Leucócito (x10³/mm³) 6,334 ± 1,5061 7,21 ± 1,1272 5,41 ± 1,278 0,005*

Linfócitos (x10³/ mm³) 1,877 ± 0.629 2,518 ± 0,619 1,928 ± 0,531 0,058

Neutrófilos (x10³/mm³) 3,954 ± 1,3181 3,96 ± 1,029 3,513 ± 1,137 0,027*

Monócitos (x10³/mm³) 0,504 ± 0,223 0,738 ± 0,2342,3 0,443 ± 0,134 0,005*

(n=21) (n=6) (n=28)

Colesterol total (ml/dL) 157,8 ± 39,5 192,3 ± 39,92 188 ± 32,6 0,012*

HDL (mg/dL) 48,6 ± 10,6 60,8 ± 19,2 56,5 ± 14,9 0,093

LDL (mg/dL) 98,3 ± 43 109 ± 44 112 ± 29,4 0,430

VLDL (mg/dL) 19,3 ± 8,7 23,8 ± 7,2 18,7 ± 10,5 0,326

Triglicerídeos (mg/dL) 93,8 ± 43 114,3 ± 33,8 94,9 ± 52,9 0,424

Glucose (mg/dL) 82,9 ± 9,2 75,8 ± 13,2 76,6 ± 9,7 0,066

(n=25) (n=6) (n=29)

CCL2 (pg/dL) 180,78 ± 81,661,3 305,99 ± 136,72 370,52 ± 156,93 <0,001*

(n=6) (n=2) (n=21)

TNF-α (pg/mL) 3,9 ± 2,4 3 ± 2,1 3,1 ± 2 0,767

(n=15) (n=5) (n=20)

IL-8 (pg/mL) 7,54 ± 9,1 5,27 ± 3,61 4,68 ± 2,63 0,826

(n=25) (n=6) (n=27)

PCR (mg/L) 17,7 ± 23,71 43,4 ± 46,32 1,44 ± 1,7 <0,001*

(n=25) (n=6) (n=29)

Leptina (ng/dL) 15,95 ± 18.89 13,17 ± 8,04 11,93 ± 11,70 0,777

Adiponectina (μg/dL) 62,68 ± 115,9 61,33 ± 67,58 22,39 ± 22,72 0,130

Resistin (ng/dL) 63,56 ± 31,45 48 ± 19,9 46,1 ± 23,2 0,089

TNF-α: fator de necrose tumoral alfa; IL-8: Interleucina-8; CRP: proteína C-reativa; CCL2: C-C Motif Chemokine Ligand 2

*p<0,05, diferença entre os grupos RDC, ADC e HC pelo teste de ANOVA ou Wilcoxon; 1 p<0,05, diferença entre os grupos RDC e HC pelo teste de Bonferroni (pos hoc); 2 p<0,05, diferença entre os grupos ADC e HC pelo teste de Bonferroni (pos hoc); 3 p<0,05, diferença entre os grupos RDC e ADC pelo teste de Bonferroni (pos hoc);

35

Figura 4.2 Distribuição de leptina, resistina e adiponectina nos grupos DC e HC. Os gráficos de

caixa mostram os quartis e a mediana.

Figura 4.1 Distribuição de leucócitos, linfócitos, neutrófilos, monócitos, proteína C reativa (PCR) e

CCL2 nos grupos RDC, HC e ADC. Os gráficos de caixa mostram os quartis e a mediana.

36

5- DISCUSSÃO

O objetivo do presente estudo foi avaliar os níveis de diferentes marcadores

inflamatórios em pacientes com DC. A maioria dos pacientes estava em remissão clínica da

doença e compuseram o grupo RDC (n=25). Neste grupo, 15 pacientes fizeram exames de

colonoscopia ou RM, que detectaram ausência de atividade inflamatória intestinal em 14

indivíduos. Mesmo em remissão da doença, este grupo mostrou contagens elevadas de

leucócitos, neutrófilos e plaquetas. No entanto, a CCL2 apresentou-se reduzida, o que indica

que esta quimiocina poderia ser utilizada como marcador de remissão da doença.

A CCL2 é um potente fator quimiotático para monócitos, e o seu aumento na

mucosa intestinal está associado a um maior grau de inflamação endoscópica, e a uma maior

gravidade da DC (12, 14, 15). Considerando que os monócitos periféricos são fontes exclusivas

de macrófagos no intestino (18), um número normal de monócitos associado a uma redução

significativa de CCL2 pode levar a reduções de macrófagos na mucosa intestinal, controlando

a atividade inflamatória.

A maioria dos pacientes deste estudo estava em terapia com anti-TNF e/ou AZA,

indicando que estes medicamentos podem ter influenciado nos níveis de CCL2, monócitos e

linfócitos. Magnusson et al. (67) mostrou reduções de CCL2 após o uso de infliximabe por

pacientes com Colite Ulcerativa. Esses autores acreditam que o infliximabe age reduzindo a

tenascina C (TNC), uma glicoproteína pró-inflamatória da matriz extracelular, que está ausente

em tecidos saudáveis. Nas DIIs e na artrite reumatoide a TNC é um indicador de inflamação

(68, 69), pois esta glicoproteína além de induzir a expressão de CCL2, ativa a sinalização dos

receptores Toll-like 4 (TLR4), aumentando a síntese de citocinas pró-inflamatórias (67). O

controle das contagens de monócitos e linfócitos podem ser explicados pelos efeitos da AZA,

que inibe a proliferação destas células, e do anti-TNF que pode levar à apoptose ou destruição

destas células (32, 34).

Os pacientes do grupo RDC apesar de não apresentarem sintomas da doença,

mostraram elevado número de neutrófilos e plaquetas, em comparação ao grupo HC. Embora

haja um aumento dos neutrófilos, a quimiocina que atrai estas células, a IL8, não mostrou um

aumento correspondente. Provavelmente os neutrófilos aumentados podem estar relacionados

às plaquetas elevadas, pois os trombócitos também podem regular o tráfego de muitos tipos de

leucócitos, incluindo os neutrófilos (70). Na DC, a contagem de leucócitos demonstrou uma

37

baixa precisão (de 54%) na detecção de doença endoscopicamente ativa, com sensibilidade de

55% e especificidade de 50% (71). As plaquetas têm uma boa correlação com a atividade

inflamatória, mas o seu aumento não pode ser atribuído apenas à inflamação, portanto sua

contagem não é utilizada na prática clínica como indicador de atividade inflamatória (72).

Na DC, a produção de PCR por hepatócitos tem sido associada à atividade

inflamatória observada por endoscopia, e à gravidade da doença (45, 73, 74). O ponto de corte

de 5 mg/L para PCR apresentou uma acurácia de 66% na detecção de inflamação endoscópica,

com uma sensibilidade de 68% e especificidade de 58% (71). A baixa sensibilidade indica que

valores de PCR menores que 5 mg/L não excluem de forma confiável a presença de inflamação

ativa. Sabe-se que alguns indivíduos apresentam polimorfismos no gene desta proteína, fazendo

com que eles produzam menos PCR (42). Neste estudo muitos pacientes (n=14) do grupo RDC

apresentaram PCR acima de 5 mg/L, o que poderia indicar atividade da doença. Porém, 50%

destes pacientes tinham exames de colonoscopia ou RM, que indicaram remissão da doença em

todos estes indivíduos, o que mostra uma limitação na especificidade da PCR.

Os resultados no grupo ADC devem ser interpretados com cautela, devido ao

pequeno tamanho amostral. Os monócitos estavam aumentados neste grupo, quando comparado

aos grupos RDC e HC, e apenas um paciente tinha PCR menor que 5 mg/dL. Principalmente,

o subtipo CD14+ CD16+ de monócito está aumentado no sangue periférico de pacientes com

DC em atividade e foi sugerido que estas células poderiam ser utilizadas como um marcador

sérico de inflamação intestinal (21,22). Curiosamente, o aumento de monócitos não foi

acompanhado por um aumento correspondente de CCL2. Considerando que a maioria desses

pacientes estava na terapia com infliximabe, os valores normais de CCL2 neste grupo podem

ser atribuídos ao uso de infliximabe, conforme relatado por Magnusson et al (67). Um aumento

no número de pacientes neste grupo e exames de colonoscopia para comprovar a atividade

inflamatória intestinal são necessários para uma melhor interpretação desses resultados.

Quando os grupos RDC e ADC foram combinados (grupo DC) e comparados ao

grupo HC, observamos algumas diferenças estatísticas nas quantidades de gordura visceral,

avaliadas por meio da DEXA e medida da CC. O grupo DC apresentou maiores quantidades de

gordura visceral, o que pode ser justificado pela hipertrofia do VAT apresentada por pacientes

com DC (54). O aumento do VAT já foi relatado em outros estudos e está relacionado com um

pior prognóstico da DC (52, 53). Principalmente ao redor da área intestinal inflamada, ocorre

um aumento no número de adipócitos (“creeping fat”) e alterações na produção de citocinas, e

isto pode influenciar a atividade inflamatória intestinal (54). Além desse excesso de gordura

38

abdominal, 45% dos pacientes com DC deste estudo também apresentaram sobrepeso ou

obesidade. A porcentagem de pacientes com excesso de peso corporal parece estar aumentando,

pois o nosso estudo de 2013, também feito no ambulatório de DII do Gastrocentro, mostrou que

de 68 pacientes com DC, 36% tinham sobrepeso ou obesidade (75). O aumento na prevalência

de sobrepeso e obesidade em pacientes com DC tem sido relatado em outros estudos (48, 76),

pacientes portugueses com DC (n=78) apresentaram uma taxa de 32% de sobrepeso e 8% de

obesidade (77) e outro estudo feito na Escócia mostrou que de 489 indivíduos com DII, 38%

tinham sobrepeso e 18% obesidade (78). O excesso de peso, também, vem atingindo a

população pediátrica, um estudo multicêntrico nos Estados Unidos, encontrou um percentual

de 23,6% de sobrepeso ou obesidade em 1598 crianças com DII (79). O tecido adiposo

representa um órgão metabolicamente ativo, que produz adipocinas com efeitos

proinflamatórios, as quais podem contribuir com a atividade inflamatória da DC (48). O

aumento do IMC e das quantidades de gordura mesentérica foram associados a maiores níveis

de PCR e a uma maior taxa de doença estenosante ou penetrante (52, 80). Pesquisas futuras são

necessárias para permitir uma melhor compreensão dessa interação complexa entre a doença de

Crohn e a obesidade.

A adiponectina é uma adipocina anti-inflamatória e parece ter um papel na DC (59).

Um aumento de adiponectina no grupo DC foi verificado, o mesmo foi observado por Karmiris

et al. (61), confirmando os dados de que o VAT na DC produz mais adiponectina (58, 59).

Entretanto, outros estudos apresentaram resultados diferentes: Valentini et al. (60) encontraram

reduções de adiponectina sérica em pacientes com DC e Waluga et al. (55) não encontraram

diferenças entre pacientes com DC e controles. Estes estudos incluíram indivíduos que usavam

medicamentos anti-inflamatórios esteroides ou não esteroides e imunossupressores, o que

dificulta a análise desses resultados. Sabe-se que o tratamento com esteroides pode suprimir a

secreção de adiponectina (59), com isso os efeitos dos medicamentos nos níveis desta proteína,

podem ter levado a estes resultados controversos.

A resistina possui efeitos pró-inflamatórios e já foi correlacionada com o escore da

atividade da doença, contagem de leucócitos e PCR (60, 81). Nós e outros autores encontramos

um aumento nos níveis de resistina no soro de pacientes com DC (55, 60, 61). Além disso,

Karmiris et al. (82) determinaram níveis de leptina, adiponectina e resistina no soro de 17

pacientes com DC antes e após o tratamento com infliximabe. Apenas a resistina foi

significativamente reduzida após a terapia. Eles sugeriram que na DC a resistina poderia ser

usada como marcador de terapia bem-sucedida. Um ponto vulnerável desse trabalho é que não

39

havia grupo de controle. Em nosso estudo não é possível interpretar o papel do anti-TNF-α no

controle da resistina, uma vez que os pacientes não realizaram a dosagem desta proteína antes

da terapia.

Com relação a leptina, assim como Valentini et al. (60), nós verificamos que as

quantidades séricas desta adipocina em pacientes com DC eram semelhantes ao grupo controle,

diferente de dois outros estudos que mostraram reduções (55, 61). Apesar da leptina não

apresentar correlação com a atividade da doença (60, 61), estudos indicam que o TNF-α pode

diminuir a síntese de leptina durante a inflamação crônica (83, 84). Franchimont et al. (85) e

Waluga et al. (55) demonstraram que o tratamento com infliximabe ou AZA aumentam os

níveis de leptina. Desta forma, acreditamos que neste estudo os níveis similares de leptina

circulante entre os grupos DC e HC, podem ser justificados pelo uso de infliximabe e AZA pelo

grupo DC. Os valores controlados de TNF-α encontrados no grupo DC, indicam que não houve

a inibição na produção de leptina.

A principal limitação deste estudo é ter uma amostra pequena de pacientes do grupo

ADC. Embora o IADC falhe algumas vezes na identificação de inflamação intestinal ativa, nós

constatamos que 15 pacientes do grupo RDC apresentavam imagens de colonoscopia e ou de

RM, que indicaram ausência de inflamação em 14 deles. Como a CCL2 está fortemente

reduzida no grupo RDC, acreditamos que esta quimiocina pode ser utilizada como preditor de

mucosa saudável, reconhecendo, no entanto, a necessidade de ampliar a amostra de pacientes

para a confirmação desta hipótese.

6- CONCLUSÃO

Os pacientes com doença de Crohn deste estudo estavam em sua maioria em

remissão clínica da doença, mostrando a eficácia das terapias com anti-TNF-α e azatioprina.

Foi identificado nestes pacientes um aumento na gordura intra-abdominal, que pode estar

relacionada a hipertrofia do tecido adiposo mesentérico, a qual pode ter levado às alterações

das adipocinas séricas, com aumento da resistina e adiponectina.

Mesmo em remissão, os pacientes apresentaram elevações nas contagens de

neutrófilos e plaquetas, e nos níveis de proteína C reativa. Por outro lado, estes pacientes

mostraram reduções acentuadas de CCL2 e consequente controle de monócitos, indicando que

40

apenas a CCL2 poderia ser utilizada como um biomarcador sérico de controle da doença de

Crohn.

41

7- REFERÊNCIAS

1. Khor B, Gardet A, Xavier RJ. Genetics and pathogenesis of inflammatory bowel disease.

Nature. 2011 Jun 15;474(7351):307-17.

2. Baumgart DC, Sandborn WJ. Crohn’s disease. Lancet. 2012 Nov 3;380(9853):1590-605.

3. Neurath MF. Cytokines in inflammatory bowel disease. Nat Rev Immunol. 2014

May;14(5):329-42.

4. Ephgrave K. Extra-intestinal manifestations of Crohn's disease. Surg Clin North Am. 2007

Jun;87(3):673-80.

5. Ananthakrishnan AN. Epidemiology and risk factors for IBD. Nat Rev Gastroenterol

Hepatol. 2015 Apr;12(4):205-17.

6. Sartor RB. Mechanisms of disease: pathogenesis of Crohn's disease and ulcerative colitis.

Nat Clin Pract Gastroenterol Hepatol. 2006 Jul;3(7):390-407.

7. Molodecky NA, Soon IS, Rabi DM, Ghali WA, Ferris M, Chernoff G, Benchimol EI,

Panaccione R, Ghosh S, Barkema HW, Kaplan GG. Increasing incidence and prevalence of

the inflammatory bowel diseases with time, based on systematic review. Gastroenterology.

2012 Jan;142(1):46-54.

8. Victoria CR, Sassak LY, Nunes HR. Incidence and prevalence rates of inflammatory bowel

diseases, in midwestern of São Paulo State, Brazil. Arq Gastroenterol. 2009 Jan-

Mar;46(1):20-5.

9. Hugot JP, Chamaillard M, Zouali H, Lesage S, Cézard JP, Belaiche J, Almer S, Tysk C,

O'Morain CA, Gassull M, Binder V, Finkel Y, Cortot A, Modigliani R, Laurent-Puig P,

Gower-Rousseau C, Macry J, Colombel JF, Sahbatou M, Thomas G. Association of NOD2

leucine-rich repeat variants with susceptibility to Crohn's disease. Nature. 2001 May

31;411(6837):599-603.

10. Jostins L, Ripke S, Weersma RK, Duerr RH, McGovern DP, Hui KY, Lee JC, Schumm LP,

Sharma Y, Anderson CA et al. Host-microbe interactions have shaped the genetic

architecture of inflammatory bowel disease. Nature. 2012 Nov 1;491(7422):119-24.

11. Karczewski J, Swora-Cwynar E, Rzymski P, Poniedziałek B, Adamski Z. Selected biologic

markers of inflammation and activity of Crohn's disease. Autoimmunity. 2015;48(5):318-

27.

42

12. Banks C, Bateman A, Payne R, Johnson P, Sheron N. Chemokine expression in IBD.

Mucosal chemokine expression is unselectively increased in both ulcerative colitis and

Crohn's disease. J Pathol. 2003 Jan;199(1):28-35.

13. Singh UP, Singh NP, Murphy EA, Price RL, Fayad R, Nagarkatti M, Nagarkatti PS.

Chemokine and cytokine levels in inflammatory bowel disease patients. Cytokine. 2016

Jan;77:44-9. Epub 2015 Oct 29.

14. Reinecker HC, Loh EY, Ringler DJ, Mehta A, Rombeau JL, MacDermott RP. Monocyte-

chemoattractant protein 1 gene expression in intestinal epithelial cells and inflammatory

bowel disease mucosa. Gastroenterology. 1995 Jan;108(1):40-50.

15. Grimm MC, Elsbury SK, Pavli P, Doe WF. Enhanced expression and production of

monocyte chemoattractant protein-1 in inflammatory bowel disease mucosa. J Leukoc Biol.

1996 Jun;59(6):804-12.

16. Mazzucchelli L, Hauser C, Zgraggen K, Wagner HE, Hess MW, Laissue JA, et al.

Differential in situ expression of the genes encoding the chemokines MCP-1 and RANTES

in human inflammatory bowel disease. J Pathol. 1996 Feb;178(2):201-6.

17. Grip O, Janciauskiene S, Lindgren S. Circulating monocytes and plasma inflammatory

biomarkers in active Crohn's disease: elevated oxidized low-density lipoprotein and the

anti-inflammatory effect of atorvastatin. Inflamm Bowel Dis. 2004 May;10(3):193-200.

18. Zhou L, Braat H, Faber KN, Dijkstra G, Peppelenbosch MP. Monocytes and their

pathophysiological role in Crohn's disease. Cell Mol Life Sci. 2009 Jan;66(2):192-202.

19. Thiesen S, Janciauskiene S, Uronen-Hansson H, Agace W, Högerkorp CM, Spee P, et al.

CD14(hi)HLA-DR(dim) macrophages, with a resemblance to classical blood monocytes,

dominate inflamed mucosa in Crohn's disease. J Leukoc Biol. 2014 Mar;95(3):531-41.

20. Koch S, Kucharzik T, Heidemann J, Nusrat A, Luegering A. Investigating the role of

proinflammatory CD16+ monocytes in the pathogenesis of inflammatory bowel disease.

Clin Exp Immunol. 2010 Aug;161(2):332-41.

21. Hanai H, Iida T, Takeuchi K, Watanabe F, Yamada M, Kikuyama M, et al. Adsorptive

depletion of elevated proinflammatory CD14+CD16+DR++ monocytes in patients with

inflammatory bowel disease. Am J Gastroenterol. 2008 May;103(5):1210-6.

22. Weber C, Belge KU, von Hundelshausen P, Draude G, Steppich B, Mack M, et al.

Differential chemokine receptor expression and function in human monocyte

subpopulations J Leukoc Biol. 2000 May;67(5):699-704.

43

23. Mitsuyama K, Toyonaga A, Sasaki E, Watanabe K, Tateishi H, Nishiyama T, et al. IL-8 as

an important chemoattractant for neutrophils in ulcerative colitis and Crohn's disease. Clin

Exp Immunol. 1994 Jun;96(3):432-6.

24. Daig R, Andus T, Aschenbrenner E, Falk W, Schölmerich J, Gross V. Increased interleukin

8 expression in the colon mucosa of patients with inflammatory bowel disease. Gut. 1996

Feb;38(2):216-22.

25. McCormack G, Moriarty D, O'Donoghue DP, McCormick PA, Sheahan K, Baird AW.

Tissue cytokine and chemokine expression in inflammatory bowel disease. Inflamm Res.

2001 Oct;50(10):491-5.

26. Gao SQ, Huang LD, Dai RJ, Chen DD, Hu WJ, Shan YF. Neutrophil-lymphocyte ratio: a

controversial marker in predicting Crohn's disease severity. Int J Clin Exp Pathol. 2015 Nov

1;8(11):14779-85.

27. Somasundaram R, Nuij VJ, van der Woude CJ, Kuipers EJ, Peppelenbosch MP, Fuhler GM.

Peripheral neutrophil functions and cell signalling in Crohn`s disease. PLoS One. 2013 Dec

19;8(12):e84521.

28. Loganes, C., Pin, A., Naviglio, S., Girardelli, M., Bianco, A. M., Martelossi, S. et al. Altered

pattern of tumor necrosis factor-alpha production in peripheral blood monocytes from

Crohn’s disease. World Journal of Gastroenterology. 2016;22(41):9117-26.

29. Casanova JL, Abel L. Revisiting Crohn's disease as a primary immunodeficiency of

macrophages. J Exp Med. 2009 Aug 31;206(9):1839-43. Epub 2009 Aug 17.

30. Bain CC, Mowat AM. The monocyte-macrophage axis in the intestine. Cell Immunol. 2014

Sep-Oct;291(1-2):41-8. doi: 10.1016/j.cellimm.2014.03.012. Epub 2014 Apr 1.

31. Liverani E, Scaioli E, Digby RJ, Bellanova M, Belluzzi A. How to predict clinical relapse

in inflammatory bowel disease patients. World J Gastroenterol. 2016 Jan 21; 22(3): 1017–

33.

32. Levin AD, Wildenberg ME, van den Brink GR. Mechanism of Action of Anti-TNF Therapy

in Inflammatory Bowel Disease. J Crohns Colitis. 2016 Aug;10(8):989-97.

33. Horiuchi T, Mitoma H, Harashima S, Tsukamoto H, Shimoda T. Transmembrane TNF-

alpha: structure, function and interaction with anti-TNF agents. Rheumatology (Oxford).

2010 Jul;49(7):1215-28.

34. Mottet C, Schoepfer AM, Juillerat P, Cosnes J, Froehlich F, Kessler-Brondolo V, et al.

Experts Opinion on the Practical Use of Azathioprine and 6-Mercaptopurine in

Inflammatory Bowel Disease. Inflamm Bowel Dis. 2016 Nov;22(11):2733-47.

44

35. Sands BE, Katz S, Wolf DC, Feagan BG, Wang T, Gustofson LM, Wong C, Vandervoort

MK, Hanauer S. A randomised, double-blind, sham-controlled study of

granulocyte/monocyte apheresis for moderate to severe Crohn's disease. Gut. 2013

Sep;62(9):1288-94. Epub 2012 Jul 3.

36. Yoshimura N, Yokoyama Y, Matsuoka K, Takahashi H, Iwakiri R, Yamamoto T, et al. An

open-label prospective randomized multicenter study of intensive versus weekly

granulocyte and monocyte apheresis in active crohn's disease. BMC Gastroenterol. 2015

Nov 19;15:163.

37. Fukuchi T, Nakase H, Ubukata S, Matsuura M, Yoshino T, Toyonaga T, et al. Therapeutic

effect of intensive granulocyte and monocyte adsorption apheresis combined with

thiopurines for steroid- and biologics-naïve Japanese patients with early-diagnosed Crohn's

disease. BMC Gastroenterol. 2014 Jul 11;13:124.

38. Quaia E, Cabibbo B, Sozzi M, Gennari AG, Pontello M, Degrassi F, et al. Biochemical

markers and MR imaging findings as predictors of crohn disease activity in patients scanned

by contrast-enhanced MR enterography. Acad Radiol. 2014 Oct;21(10):1225-32.

39. D’Incà R, Caccaro R. Measuring disease activity in Crohn’s disease: what is currently

available to the clinician. Clin Exp Gastroenterol. 2014;7:151-161.

40. Falvey JD, Hoskin T, Meijer B, Ashcroft A, Walmsley R, Day AS, et al. Disease activity

assessment in IBD: clinical indices and biomarkers fail to predict endoscopic remission.

Inflamm Bowel Dis. 2015 Apr;21(4):824-31.

41. Boon GJ, Day AS, Mulder CJ, Gearry RB. Are faecal markers good indicators of mucosal

healing in inflammatory bowel disease? World J Gastroenterol. 2015 Oct 28;21(40):11469-

80.

42. Chang S, Malter L, Hudesman D. Disease monitoring in inflammatory bowel disease.

World J Gastroenterol. 2015 Oct 28;21(40):11246-59.

43. Langhorst J, Elsenbruch S, Koelzer J, Rueffer A, Michalsen A, Dobos GJ. Noninvasive

markers in the assessment of intestinal inflammation in inflammatory bowel diseases:

performance of fecal lactoferrin, calprotectin, and PMN-elastase, CRP, and clinical indices.

Am J Gastroenterol. 2008 Jan;103(1):162-9.

44. Mosli MH, Zou G, Garg SK, Feagan SG, MacDonald JK, Chande N, et al. C-Reactive

Protein, Fecal Calprotectin, and Stool Lactoferrin for Detection of Endoscopic Activity in

Symptomatic Inflammatory Bowel Disease Patients: A Systematic Review and Meta-

Analysis. Am J Gastroenterol. 2015 Jun;110(6):802-19; quiz 820.

45

45. Solem CA, Loftus EV Jr, Tremaine WJ, Harmsen WS, Zinsmeister AR, Sandborn WJ.

Correlation of C-reactive protein with clinical, endoscopic, histologic, and radiographic

activity in inflammatory bowel disease. Inflamm Bowel Dis. 2005 Aug;11(8):707-12.

46. Karoui S, Ouerdiane S, Serghini M, Jomni T, Kallel L, Fekih M, et al. Correlation between

levels of C-reactive protein and clinical activity in Crohn's disease. Dig Liver Dis. 2007

Nov;39(11):1006-10.

47. Vermeire S, Van Assche G, Rutgeerts P. Laboratory markers in IBD: useful, magic, or

unnecessary toys? Gut. 2006 Mar;55(3):426-31.

48. Harper JW, Zisman TL. Interaction of obesity and inflammatory bowel disease. World J

Gastroenterol. 2016 Sep 21;22(35):7868-81.

49. Flores A, Burstein E, Cipher DJ, Feagins LA. Obesity in Inflammatory Bowel Disease: A

Marker of Less Severe Disease. Dig Dis Sci. 2015 Aug;60(8):2436-45.

50. Blain A, Cattan S, Beaugerie L, Carbonnel F, Gendre JP, Cosnes J. Crohn's disease clinical

course and severity in obese patients. Clin Nutr. 2002 Feb;21(1):51-7.

51. Hass DJ, Brensinger CM, Lewis JD, Lichtenstein GR. The impact of increased body mass

index on the clinical course of Crohn's disease. Clin Gastroenterol Hepatol. 2006

Apr;4(4):482-8.

52. Erhayiem B, Dhingsa R, Hawkey CJ, Subramanian V. Ratio of visceral to subcutaneous fat

area is a biomarker of complicated Crohn's disease. Clin Gastroenterol Hepatol. 2011

Aug;9(8):684-687.e1.

53. Büning C, von Kraft C, Hermsdorf M, et al. Visceral Adipose Tissue in Patients with

Crohn's Disease Correlates with Disease Activity, Inflammatory Markers, and Outcome.

Inflamm Bowel Dis. 2015;21:2590–2597.

54. Schäffler A, Schölmerich J, Büchler C. Mechanisms of disease: adipocytokines and visceral

adipose tissue—emerging role in intestinal and mesenteric diseases. Nat Clin Pract

Gastroenterol Hepatol. 2005 Feb;2(2):103-11.

55. Waluga M, Hartleb M, Boryczka G, Kukla M, Zwirska-Korczala K. Serum adipokines in

inflammatory bowel disease. World J Gastroenterol. 2014 Jun 14;20(22):6912-7.

56. Batra A, Zeitz M, Siegmund B. Adipokine signaling in inflammatory bowel disease.

Inflamm Bowel Dis. 2009 Dec;15(12):1897-905.

57. Ouchi N, Kihara S, Funahashi T, Nakamura T, Nishida M, Kumada M, et al. Reciprocal

association of C-reactive protein with adiponectin in blood stream and adipose tissue.

Circulation. 2003 Feb 11;107(5):671-4.

46

58. Yamamoto K, Kiyohara T, Murayama Y, Kihara S, Okamoto Y, Funahashi T, et al.

Production of adiponectin, an anti-inflammatory protein, in mesenteric adipose tissue in

Crohn’s disease. Gut. 2005 Jun;54(6):789-96.

59. Paul G, Schaffler A, Neumeier M, Fürst A, Bataillle F, Buechler C, et al. Profiling

adipocytokine secretion from creeping fat in Crohn’s disease. Inflamm Bowel Dis. 2006

Jun;12(6):471-7.

60. Valentini L, Wirth EK, Schweizer U, Hengstermann S, Schaper L, Koernicke T, Circulating

adipokines and the protective effects of hyperinsulinemia in inflammatory bowel disease.

Nutrition. 2009 Feb;25(2):172-81.

61. Karmiris K, Koutroubakis IE, Xidakis C, Polychronaki M, Voudouri T, Kouroumalis EA.

Circulating levels of leptin, adiponectin, resistin, and ghrelin in inflammatory bowel

disease. Inflamm Bowel Dis. 2006 Feb;12(2):100-5.

62. Aurangzeb B, Leach ST, Lemberg DA, Day AS. Assessment of nutritional status and serum

leptin in children with inflammatory bowel disease. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2011

May;52(5):536-41.

63. Silswal N, Singh AK, Aruna B, Mukhopadhyay S, Ghosh S, Ehtesham NZ. Human resistin

stimulates the pro-inflammatory cytokines TNF-alpha and IL-12 in macrophages by NF-

kappaB-dependent pathway. Biochem Biophys Res Commun. 2005 Sep 9;334(4):1092-

101.

64. Kaser S, Kaser A, Sandhofer A, Ebenbichler CF, Tilg H, Patsch JR. Resistin messenger-

RNA expression is increased by proinflammatory cytokines in vitro. Biochem Biophys Res

Commun. 2003 Sep 19;309(2):286-90.

65. Best WR, Becktel JM, Singleton JW, Kern F. Development of a Crohn’s disease activity

index. Gastroenterology. 1979;70:439-444.

66. Satsangi J, Silverberg MS, Vermeire S, Colombel J. The Montreal classification of

inflammatory bowel disease: controversies, consensus, and implications. Gut. 2006

Jun;55(6): 749–753.

67. Magnusson MK, Strid H, Isaksson S, Bajor A, Lasson A, Ung KA, et al. Response to

infliximab therapy in ulcerative colitis is associated with decreased monocyte activation,

reduced CCL2 expression and downregulation of Tenascin C. J Crohns Colitis. 2015

Jan;9(1):56-65.

47

68. Riedl S, Tandara A, Reinshagen M, Hinz U, Faissner A, Bodenmüller H et al. Serum

tenascin-C is an indicator of inflammatory bowel disease activity. Int J Colorectal Dis. 2001

Sep;16(5):285-91.

69. Page TH, Charles PJ, Piccinini AM, Nicolaidou V, Taylor PC, Midwood KS. Raised

circulating tenascin-C in rheumatoid arthritis. Arthritis Res Ther. 2012 Nov 29;14(6):R260.

70. Pitchford S, Pan D, Welch HC. Platelets in neutrophil recruitment to sites of inflammation.

Curr Opin Hematol. 2017 Jan;24(1):23-31.

71. Schoepfer AM, Beglinger C, Straumann A, Trummler M, Vavricka SR, Bruegger LE, et al.

Fecal calprotectin correlates more closely with the Simple Endoscopic Score for Crohn's

disease (SES-CD) than CRP, blood leukocytes, and the CDAI. Am J Gastroenterol. 2010

Jan;105(1):162-9.

72. Desai D, Faubion WA, Sandborn WJ. Review article: biological activity markers in

inflammatory bowel disease. Aliment Pharmacol Ther. 2007 Feb 1;25(3):247-55.

73. Vermeire S, Van Assche G, Rutgeerts P. C-reactive protein as a marker for inflammatory

bowel disease. Inflamm Bowel Dis. 2004 Sep;10(5):661-5.

74. Henriksen M, Jahnsen J, Lygren I, Stray N, Sauar J, Vatn MH, et al; IBSEN Study Group.

C-reactive protein: a predictive factor and marker of inflammation in inflammatory bowel

disease. Results from a prospective population-based study. Gut. 2008 Nov;57(11):1518-

23.

75. Machado JF. Doença de crohn: Efeito de suplemento alimentar sobre o estado nutricional

de pacientes sob terapia com anti-TNF-α e azatioprina [tese]. Campinas: Universidade

Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas; 2013.

76. Boutros M, Maron D. Inflammatory bowel disease in the obese patient. Clin Colon Rectal

Surg. 2011 Dec;24(4):244-52.

77. Sousa Guerreiro C, Cravo M, Costa AR, Miranda A, Tavares L, Moura-Santos P, et al. A

Comprehensive Approach to Evaluate Nutritional Status in Crohn’s Patients in the Era of

Biologic Therapy: A Case-Control Study. Am J Gastroenterol. 2007 Nov;102(11):2551-6.

78. Steed H, Walsh S, Reynolds N. A brief report of the epidemiology of obesity in the

inflammatory bowel disease population of Tayside, Scotland. Obes Facts. 2009;2(6):370-2.

79. Long MD, Crandall WV, Leibowitz IH, Duffy L, del Rosario F, Kim SC, et al. Prevalence

and epidemiology of overweight and obesity in children with inflammatory bowel disease.

Inflamm Bowel Dis. 2011 Oct;17(10):2162-8.

48

80. Seminerio JL, Koutroubakis IE, Ramos-Rivers C, Hashash JG, Dudekula A, Regueiro M,

Baidoo L, et al. Impact of Obesity on the Management and Clinical Course of Patients with

Inflammatory Bowel Disease. Inflamm Bowel Dis. 2015 Dec;21(12):2857-63.

81. Konrad A, Lehrke M, Schachinger V, Seibold F, Stark R, Ochsenkühn T, Parhofer KG,

Göke B, Broedl UC. Resistin is an inflammatory marker of inflammatory bowel disease in

humans. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2007 Dec;19(12):1070-4.

82. Karmiris K, Koutroubakis IE, Xidakis C, Polychronaki M, Kouroumalis EA. The effect of

infliximab on circulating levels of leptin, adiponectin and resistin in patients with

inflammatory bowel disease. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2007 Sep;19(9):789-94.

83. Fawcett RL, Waechter AS, Williams LB, Zhang P, Louie R, Jones R, et al. Tumor necrosis

factor-alpha inhibits leptin production in subcutaneous and omental adipocytes from

morbidly obese humans. J Clin Endocrinol Metab. 2000 Feb;85(2):530-5.

84. Bruun JM, Pedersen SB, Kristensen K, Richelsen B. Effects of pro-inflammatory cytokines

and chemokines on leptin production in human adipose tissue in vitro. Mol Cell Endocrinol.

2002 Apr 25;190(1-2):91-9.

85. Franchimont D, Roland S, Gustot T, Quertinmont E, Toubouti Y, Gervy MC, et al. Impact

of infliximab on serum leptin levels in patients with Crohn's disease. J Clin Endocrinol

Metab. 2005 Jun;90(6):3510-6.

49

8- APÊNDICES

8.1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Adultos

Título da pesquisa: Influência da obesidade no quadro clínico e inflamatório de pacientes com Doença de

Crohn

Responsáveis: Júlia Figueiredo Machado e Profa. Dra. Maria Marluce Dos Santos Vilela.

Número do CAAE: 32192614.0.0000.5404

Você está sendo convidado a participar como voluntário de um estudo. Este documento, chamado Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido, visa assegurar seus direitos e deveres como participante e é elaborado em

duas vias, uma que deverá ficar com você e outra com o pesquisador.

Por favor, leia com atenção e calma, aproveitando para esclarecer suas dúvidas. Se houverem perguntas

antes ou mesmo depois de assiná-lo, você poderá esclarecê-las com o pesquisador. Se preferir, pode levar para

casa e consultar seus familiares ou outras pessoas antes de decidir participar. Se você não quiser participar ou

retirar sua autorização, a qualquer momento, não haverá nenhum tipo de penalização ou prejuízo.

Justificativa e objetivos:

Esta pesquisa tem o objetivo de avaliar se o excesso de peso corporal pode influenciar a Doença de

Crohn (DC). Para isso, serão avaliados os sintomas da doença, a inflamação e o estado nutricional dos pacientes.

O conhecimento da relação entre a obesidade e a Doença de Crohn é essencial para o direcionamento do

tratamento e acompanhamento da doença.

Procedimentos:

Participando do estudo você está sendo convidado a comparecer (em jejum de 12 horas) no Centro de

Investigação em Pediatria (CIPED) - UNICAMP, em apenas um dia (a ser combinado) para:

Uma entrevista com o profissional da área de nutrição, para coleta de informações sobre a Doença de

Crohn e alimentação (máximo 20 minutos);

Coleta de 20 ml de sangue para a realização de exames;

Exames antropométricos (peso, altura e medida do abdômen) (máximo 10 minutos);

Exame de composição corporal pelo aparelho de Absortometria Radiológica de Dupla Energia (máximo

30 minutos);

Observação: um grupo controle (com indivíduos sem a doença de Crohn e sem outras doenças) será

incluído no estudo para comparações.

Desconfortos e riscos:

Você não deve participar deste estudo se:

For portador de outras doenças;

Tiver algum implante metálico (dispositivo intra-uterino – DIU, válvula cardíaca, placa, pino, parafuso,

piercing, prótese metálica, aparelho ortodôntico) ou implante eletrônico (marca-passo cardíaco);

Suspeitar de gravidez.

Como todos os processos de raios-X, o aparelho de Absortometria Radiológica de Dupla Energia

carrega um ligeiro risco de causar câncer. Esse risco, no entanto, é muito pequeno, especialmente porque muito

50

pouca radiação é realmente utilizada neste procedimento. Todos os procedimentos de segurança serão feitos

durante o exame.

Na coleta de sangue, será necessária a introdução de uma pequena agulha na veia, o que irá ocasionar

uma dor muito leve, já que a agulha é de pequeno calibre. Um enfermeiro com experiência irá fazer a coleta do

sangue, seguindo todos os procedimentos adequados, com o objetivo de minimizar esta dor.

Benefícios:

A partir destes exames os participantes terão informações sobre sua saúde:

Saúde dos ossos;

Composição corporal (gordura e massa muscular);

Lipídeos séricos;

Inflamação;

Glicemia de jejum.

Estes exames mostram o estado de saúde dos participantes e contribuirão no seu atendimento

ambulatorial, já que estará disponível nos prontuários de cada paciente.

Além disso, o estudo dos dados coletados ajudará a esclarecer se a obesidade em portadores da doença

de Crohn pode trazer prejuízos no tratamento e controle da doença. A partir deste estudo, medidas para o

controle da obesidade no ambulatório de Doença de Crohn poderão ser implantadas, contribuindo com o

tratamento dos pacientes.

Acompanhamento e assistência:

Os participantes passarão por apenas um dia de avaliação. Após esta avaliação, os pesquisadores

entrarão em contato com cada participante informando os resultados dos exames. Os exames também estarão

disponíveis nos prontuários para o acompanhamento médico. Caso seja detectada alguma alteração nos exames,

a equipe médica responsável pelos pacientes será informada, para que medidas adequadas sejam tomadas.

Sigilo e privacidade:

Você tem a garantia de que sua identidade será mantida em sigilo e nenhuma informação será dada a

outras pessoas que não façam parte da equipe de pesquisadores. Na divulgação dos resultados desse estudo, seu

nome não será citado. Os resultados do estudo não constarão nos prontuários, porém os exames médicos e

nutricionais de cada paciente estarão disponíveis no prontuário médico.

Ressarcimento:

Não haverá ressarcimento de despesas (por exemplo, transporte, alimentação, diárias etc.). Os

participantes receberão um lanche (biscoitos e suco), após coleta de sangue. O estudo será feito durante a rotina

do participante, nos dias de consultas médicas ou nos dias em que os participantes comparecem ao hospital para

retiradas de medicamentos.

Contato:

Em caso de dúvidas sobre o estudo, você poderá entrar em contato com:

Profa. Dra. Maria Marluce dos Santos Vilela: Fone: 55-19-35218973; Fax: 55-19-3521.8972. Centro de

Investigação em Pediatria - CIPED, Faculdade de Ciências Médicas – UNICAMP, Rua Tessália Vieira de

Camargo, 126, CEP 13083-970, Campinas – SP.

51

Júlia Figueiredo Machado: Fone: 55-19-35218989; Cel: 55-19-93025424; Email: [email protected].

Centro de Investigação em Pediatria-CIPED, Faculdade de Ciências Médicas – UNICAMP. Rua Tessália

Vieira de Camargo, 126, CEP 13083-970, Campinas – SP.

Em caso de denúncias ou reclamações sobre sua participação no estudo, você pode entrar em contato com a

secretaria do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP): Rua: Tessália Vieira de Camargo, 126; CEP 13083-887

Campinas – SP; telefone (19) 3521-8936; fax (19) 3521-7187; e-mail: [email protected]

Consentimento livre e esclarecido:

Após ter sido esclarecimento sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios previstos,

potenciais riscos e o incômodo que esta possa acarretar, aceito participar:

Nome do(a) participante: _____________________________________________________________________

Data: ____/_____/______.

_____________________________________________________

(Assinatura do participante ou nome e assinatura do responsável)

Responsabilidade do Pesquisador:

Asseguro ter cumprido as exigências da resolução 466/2012 CNS/MS e complementares na elaboração

do protocolo e na obtenção deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Asseguro, também, ter explicado

e fornecido uma cópia deste documento ao participante. Informo que o estudo foi aprovado pelo CEP perante o

qual o projeto foi apresentado e pela CONEP, quando pertinente. Comprometo-me a utilizar o material e os

dados obtidos nesta pesquisa exclusivamente para as finalidades previstas neste documento ou conforme o

consentimento dado pelo participante.

______________________________________________________

Data: ____/_____/______.

___________________________________

(Assinatura do pesquisador)

52

8.2 Ficha de coleta de dados

53

54

8.3 Artigo submetido para a revista Inflammatory Bowel Disease

CCL2: A marker of clinical remission in patients with Crohn’s Disease

Júlia Figueiredo Machado, MSc1; Cláudio Saddy Rodrigues Coy, PhD, MD2; Daniéla Oliveira

Magro PhD2; Maria Rita Lazzarini Barreto, MSc2; Lia Furlaneto Marega, MSc1; André Moreno

Morcillo, PhD, MD1, Raquel Franco Leal, PhD, MD2; Maria de Lourdes Setsuko Ayrizono,

PhD, MD2; Maria Marluce dos Santos Vilela, PhD, MD1*.

1 Center for Investigation in Pediatrics, Pediatrics Department, Medical Sciences Faculty,

University of Campinas - UNICAMP, Rua Tessália Vieira de Camargo, 126, CEP 13083-970,

Campinas, São Paulo, Brazil, Fone: 55-19-3521.8973 and Fax: 55-19-3521.8970.

2 Gastrocenter - Coloproctology Unit, Surgery Department, Gastrocenter, Medical Sciences

Faculty, University of Campinas, Rua Carlos Chagas, 420, CEP 13083-878, Campinas – São

Paulo, Brazil.

Emails: [email protected]; [email protected]; [email protected];

[email protected]; [email protected]; [email protected];

[email protected]; [email protected]; [email protected].

*Correspondence to: [email protected].

Acknowledgments

The Research Support - Regular Fapesp 2008 / 53902-3, Foundation for Research Support of

the State of São Paulo, supported this work.

55

Abstract

Background Monitoring of clinically silent disease is critical to differentiate patients who will

remain quiescent from those at risk of disease reactivation. The aim of this study is to analyze

the inflammatory activity in Crohn's Disease patients with Activity Index (CDAI) score <150

using biologic markers from peripheral blood.

Methods A group of 25 adults with CD under anti-TNF-α associated or not to azathioprine

therapy and 29 health controls (HC) were enrolled to the study. All patients had a Crohn's

Disease Activity Index (CDAI) score <150 and in 60% of them, colonoscopy or magnetic

resonance imaging (MRI) was performed. All participants were evaluated by body mass index

(BMI) and dual energy X-ray absorptiometry (DXA). Serum level of TNF-α, IL-8, leptin,

adiponectin, resistin, CCL2, C-reactive protein (CRP) and leukocyte as well as platelet counts

were measured in all participants.

Results: The groups had similar nutritional status. The colonoscopy was normal in almost all

patients and only one showed mild inflammatory activity. The MRI was normal in all patients.

When compared to the HC group, the CD group showed CCL2 significantly reduced (p <0.001),

similar monocyte count, similar TNF-α, IL-8, leptin and adiponectin levels, increased

neutrophil and platelet counts, as well as CRP and resistin levels.

Conclusions Patients with Crohn's disease considered in remission by the CDAI show marked

reduction of CCL2 and consequent normal monocyte counts, indicating that this chemokine is

a promising biomarker for control of Crohn's disease.

Keywords: Crohn’s disease, Biologic markers, CCL2, monocytes

56

Introduction

The diagnosis of Crohn's Disease (CD) represents a challenge in clinical practice because it is

based on a combination of clinical and laboratory findings, endoscopy with histological

analysis, and imaging findings. In addition, the evaluation of inflammatory activity and of the

effects of drug therapies during clinical follow-up of patients repeats this whole tool

requirement, which employs the combination of signs and symptoms such as Crohn’s Disease

Activity Index (CDAI), biochemical markers, magnetic resonance imaging (MRI) and

endoscopy with biopsy and histopathology. This is necessary because often patients in clinical

remission may present a degree of subclinical inflammation in the intestinal mucosa, which

predict to a risk of relapse.1–3

MRI, for example, is a high-cost method and susceptible to interobserver variability

even when scoring systems are used to minimize this variation. Thus, MRI limitations do not

encourage its indication to assess inflammation in these patients.2,4 The CDAI is the most used

in clinical practice; it consists of a score system with markers, which includes subjective

symptoms, objective signs and laboratory test results and the Harvey-Bradshaw Index, which

is a simplified version of the CDAI. Measurement of clinical activity is important, but it is no

longer sufficient to measure tissue inflammation.5 Endoscopic evaluation is considered an

excellent method in predicting inflammatory activity in the intestinal mucosa of CD patients.

On the other hand, this examination is invasive and time consuming which requires anesthesia,

which is often a burden for the patient, so it is not suitable for routine use.3 This complexity of

interventions raises the cost of diagnosis and clinical follow-up of patients without the

counterpart of accuracy in the intensity of inflammation in the intestine. Therefore, research has

sought laboratory markers that indicate the presence or absence of inflammatory activity, easy

to apply, minimally invasive and inexpensive.2,3

57

Several biomarkers have been proposed to evaluate disease activity, including

erythrocyte sedimentation rate (ESR), C-reactive protein (CRP), and, more recently, fecal

calprotectin and lactoferrin6. However, sensitivity and specificity have been a concern for each

of these markers7. According to Karczewski J et al.8, most of the systemic markers used in the

follow-up of CD patients appear to have low sensitivity and specificity in detecting intestinal

inflammation, and often do not correlate with CDAI. Jones J et al.9 found no correlation

between CDAI and serum CRP, fecal lactoferrin or calprotectin.

Many cytokines and chemokines are increased in CD patients and appear to play a key

role in the induction of inflammation and intestinal tissue damage.10 Tumor necrosis factor

alpha (TNF-α), produced by macrophages and activated monocytes, is strongly involved in the

pathogenesis of CD11 and its blockade has been successful in the management of its treatment.12

The main role of chemokines is to regulate cell traffic.13 IL-8, an important activator and

chemoattractant for neutrophils, has been implicated in the pathogenesis of inflammatory

diseases and shows a good correlation with the endoscopic/histological grades of intestinal

inflammation in CD patients.14–15 The expression of CCL2, a chemokine known as monocyte

chemoattractant protein 1 (MCP-1), is increased in the intestinal mucosa of patients with CD,

and this increase was correlated with a high degree of intestinal inflammation.16–18 CCL2 is

among the most studied members of the chemokine family and has been shown to be a potential

intervention point for the treatment of chronic diseases such as multiple sclerosis19 and

rheumatoid arthritis.20

CD patients have a hypertrophy of the visceral adipose tissue (creeping fat) that

surrounds the mesentery, and intramural infiltrations of lipids in the intestinal wall can be

visualized in computed tomography.21 Recently, it has been suggested that this hypertrophy

could cause alterations in the secretion of adipokines and thus play a central role in the

58

inflammatory process, increasing disease activity.21,22 These adipokines correlate with the

activity of a variety of autoimmune and infectious diseases.23,24

In this context, as there is a lack of good predictors of disease progression and a low

correlation among symptoms and intestinal lesions8, our main objective was to analyze the

inflammatory activity in Crohn's Disease patients with Activity Index (CDAI) score <150 using

serum markers such as CRP, cytokine (TNF-α), adipokines (leptin, adiponectin and resistin),

chemokines (IL-8 and CCL2), neutrophil, monocyte and platelet counts.

Methods

Crohn’s Disease (CD) patients and Healthy Controls (HC)

Twenty-five patients diagnosed with CD (13 females, 12 males) were recruited from February

to December 2015 in the Inflammatory Bowel Disease Outpatient Clinic, Coloproctology Unit

of the University of Campinas Clinical Hospital. The CD diagnosis was based on endoscopic

and histopathological findings. The HC group consisted of twenty-nine individuals (11 females,

18 males).

Exclusion criteria included the presence of any other inflammatory or metabolic disease,

pregnancy and corticosteroids. Healthy subjects were included if they did not have any disease.

For the evaluation of disease activity, the Crohn’s Disease Activity Index – CDAI was

used. All patients had disease remission, with the CDAI score <150. Fifteen patients had

endoscopy or MRI scans. Fourteen had no inflammatory activity and one had mild activity. The

clinical characteristics of the disease were evaluated according to the Montreal classification,

which considers age of onset (A), disease location (L) and disease behaviour (B).

Body composition

Nutritional status was additionally assessed using anthropometric parameters. Body weight,

body height and waist circumference (WC) were measured. Body mass index (BMI) was

59

calculated from weight and height (kilograms per meter squared). Dual energy X-ray

absorptiometry (DXA) was performed to provide data on percentage body fat and visceral fat

amount.

Laboratory Tests

Blood samples were collected in the morning after an overnight fast. Dosages of plasma

lipoproteins, glucose, CRP, leukocyte and platelets were performed using standard techniques

at the University of Campinas Clinical Hospital.

A portion of the blood was centrifuged 10 min after collection and serum samples were

immediately frozen at -80 ℃, to be used in analysis of cytokines and adipokines.

Serum levels of TNF, IL-8, leptin, adiponectin, resistin and CCL2 were measured by

radioimmunoassay (MILLIPLEX MAP Human Adipokine Magnetic Bead Panel 1 and 2 -

Endocrine Multiplex Assay). All laboratory tests were performed according to the instructions

provided by the manufacturers.

Statistical analyses.

Statistical analyses were performed using SPSS 16.0 software package. Descriptive variables

are presented as medians with range, and categorical variables as frequencies. Comparison of

categorical data between the groups was performed using the χ² method or Fisher exact test.

Comparisons among the groups was performed using the Student T or Mann Whitney test. The

log transformation was used on some variables. A level of 5% significance was established.

Ethical Considerations

Written informed consent from all participants was obtained. The ethics committee of the

University of Campinas (reference number 32192614.0.0000.5404) approved the study.

Results

In total, 25 patients with a 42-year median age and 29 controls with a 33-year median age were

included in the study.

60

Clinical characteristics

The main treatments were anti-TNF and azathioprine (AZA), and the most used anti-TNF was

infliximab, only two patients used adalimumab. Table 1 shows the clinical characteristics of the

patients.

The CD and HC groups were found to be similar in terms of average age and gender

ratios (Table 2). The clinical and nutritional characteristics of all the participants included in

the study are presented in Table 2.

CD patients presented similar nutritional status to the HC group. Only the mean waist

circumference was higher in the CD group. The CD group presented lower cholesterol and HDL

levels and higher glucose levels than the HC group.

Inflammatory Biomarkers

Table 3 shows the data of the inflammatory markers in the CD and HC groups. Some

statistical differences were verified between the groups. Patients in the CD group had lower

levels of CCL2 when compared to the HC group (p <0.001). On the other hand, monocytes

were similar in the two groups. Leukocytes, neutrophils, platelets and CRP were increased in

the CD group (p=0.018, p=0.013 and p=0.009, p=0.009, respectively). Figure 1 shows the

distribution of serum leukocytes, lymphocytes, neutrophils, monocytes, CRP and CCL2 in the

CD and HC groups.

When IL-8 and TNF cytokines were dosed in the serum, many patients had values

outside the range (below the detection limit of the assay). Considering only the participants

with these cytokines detected, there were no differences between the groups.

Leptin and adiponectin were not different between the two groups; however, CD

patients had significantly higher resistin levels than HC (p=0.031).

61

Discussion

In this study, we verified that the chemokine CCL2 was significantly reduced in the CD group

when compared to the HC group and monocytes were similar in the two groups. However,

leukocytes, platelets and CRP were increased in the CD group.

CCL2 is a potent chemotactic factor for monocytes18, and macrophages in intestinal

inflammation originates exclusively from blood monocytes.25 The expression of CCL2 in the

intestinal mucosa is correlated with the degree of endoscopic inflammation and with a greater

severity of CD.16,17. Our results show a normal number of monocytes associated with significant

reduction of CCL2 in the remission patients. Considering that most of these patients were on

infliximab therapy, the reduction of CCL2 can be attributed to the use of this medication, as

reported by Magnusson MK et al.26 Reduction in serum levels of CCL2, and normalization of

monocyte numbers in the CD group are biological markers strongly indicative that the patients

are in the disease control phase. Most likely, the major consequence is a reduction of

macrophages in the areas of intestinal inflammation.

Compared to the HC group, the CD patients showed an increase in neutrophil and

platelet counts while lymphocyte and monocyte counts were similar. Although there is an

increase of the neutrophils, IL8 did not show a corresponding enhance. Probably, increased

neutrophils may be related to elevated platelets, as thrombocytes regulate the traffic of many

types of leukocytes, including neutrophils.27 The role of leukocytes in the pathogenesis of CD

has been reinforced in the studies with selective granulocyte and monocyte apheresis (GMA),

which have shown promising results in the non-pharmacological treatment of CD patients.28,29

Despite this, total leukocyte count has a low sensitivity of 45.4% in the analysis of disease

activity.30 Platelets have a good correlation with the inflammatory activity of CD, but their

increase cannot be attributed solely to inflammation, so its count is not used in clinical practice

62

as an indicator of inflammatory activity6. In view of these observations, we believe that the

inclusion of neutrophil, monocyte and platelet counts in the CDAI scores could improve the

detection of active patients. We note that one patient under infliximab and azathioprine therapy

showed leukocytosis (> 11,000 cells / mm3) with neutrophilia (> 7,500 cells / mm3) and

monocytosis (> 800 cells / mm3). Despite this, he did not present signs of active inflammation

by colonoscopy neither by CCL2, CRP, TNF-α, IL-8 serum levels, but he has had more severe

clinical evolution characterized by colon penetrating disease and perianal involvement. Another

patient with non-penetrating, non-stricturing colon disease showed only monocytosis.

The majority of patients were on anti-TNF and / or AZA therapy, indicating an effective

action of these drugs on monocyte and lymphocyte counts. Infliximab, in addition to

neutralizing soluble TNF, blocks the anti-apoptotic membrane TNF signaling (mTNF) from

monocytes to T cells on the lamina propria. Thus, the tumor necrosis factor receptor 2 (TNFR-

2) of T cells is activated for pro-apoptotic signaling. The mechanism of infliximab-induced

apoptosis in monocytes of CD patients remains obscure.31 The major immunosuppressive

activity of AZA (purine antimetabolite) is to inhibit cell proliferation, especially T lymphocytes.

Other mechanisms include the inhibition of genes related to inflammatory proteins and genes

related to the trafficking of leukocytes to the intestine, such as the TNF-related apoptosis

inducing ligand (TRAIL), tumor necrosis factor receptor superfamily, member 7 (TNFRS7)

and alpha -4-integrin.32

Regarding leptin and adiponectin, no significant differences were found between the

groups. Studies of adiponectin in CD patients show controversial results. Steroid treatment

suppressed adiponectin secretion33, while adipokine reduction was found in patients using

steroidal or non-steroidal anti-inflammatory drugs34 and there was no difference in adiponectin

among patients receiving AZA-associated corticosteroid.35 Our results and from other authors

63

show an increase in serum levels of resistin in CD patients.34–36 Resistin has been correlated

with the disease activity score, leukocyte count and CRP.34,37 In addition, Karmiris et al.38

determined leptin, adiponectin and resistin serum levels in 17 patients with CD before and after

infliximab treatment. Only resistin levels were significantly decreased following infliximab

therapy. They suggested that in CD the resistin can be used as a marker of successful therapy.

A vulnerable point of this work is that there was no control group. In our study, since patients

did not perform resistin dosing prior to infliximab, we cannot interpret their role in controlling

the secretion of this cytokine.

In CD, the production of CRP by hepatocytes has been associated with inflammatory

activity observed in clinic, endoscopy and histology.39 In this study, CRP levels were higher in

the CD group than in the HC group. However, several reports have shown inconsistent and

controversial correlations between CRP and CDAI.40-42 Additionally, patients with low CRP

are not always in remission, and may have active endoscopic lesions and CDAI elevated,43,44

confirming the low sensitivity of 60% of this protein.31

It is observed that many of these studies focus their efforts on the search for markers for

inflammatory activity and neglect the analysis of those markers that could predict disease

inactivity. The results of this study allow us to recommend inclusion in the CDAI score of the

serum CCL2 dosage and peripheral blood monocyte count as predictors of Crohn's disease

inactivity. This will need further exploration, but if these findings hold up in robust larger

studies, they will be a welcome addition to clinical care where neutrophil and monocyte counts

and CCL2 dosage are readily obtainable.

64

Conclusion

Patients with Crohn's disease considered in remission by CDAI show marked reduction of

CCL2 and consequent normal monocytes counts, indicating that this chemokine is a promising

biomarker for control of Crohn's disease.

Acknowledgments

The Research Support - Regular Fapesp 2008 / 53902-3, Foundation for Research Support of

the State of São Paulo, supported this work. The measurement of cytokines was made by the

Central Laboratory of High Performance Technologies (LaCTAD) using the equipment

Multiplex Immunoassay of Bio-Rad brand, Bio-plex 200 model.

Disclosure of conflict of interest

None.

65

Table 1 Clinical characteristics of the patients included

in the study CD (n=25)

Disease duration, years 14 (1–23)

Evacuations per day 2 (1–8)

Treatments

Previous intestinal surgery 19

Number of surgeries 1 (0–4)

Anti-TNF 7

Anti-TNF + Azathioprine 9

Azathioprine 6

Without immunosuppressant 2

Without medication 1

Montreal classification*

Age at diagnosis (A1/A2/A3) 5/16/4

Location (L1/L2/L3/L4) 5/11/9/0

Behavior

B1/B2/B3/P 5/7/2/3

B1+P/ B2+P/B3+P 4/1/3 *Montreal classification:

(A1)16 years or younger/(A2) 17 to 40 years/(A3) older than 40 years.

(L1) ileum/(L2) colon/(L3) ileocolon /(L4) upper gastrointestinal tract.

(B1) nonstricturing and nonpenetrating/(B2) stricturing/(B3) penetrating/

(P) perianal

66

Table 2 Clinical and nutritional characteristics of the patients and health controls

CD (n=25) HC (n=29) p value

Male/Female 12/13 11/18 0.583

Age (year) 42 (22–58) 33 (21–57) 0.109

Smoking habit (active/ex

smokers/never)

0/6/19 0/3/26 0.275

Physical activity (sedentary/active) 16/9 15/14 0.283

Body composition

BMI (Kg/m²) 24.1 (16.1–34.4) 23.41(17.7–31.6) 0.276

Waist circumference (cm) 79.5 (66–107.5) 75 (61.4–97.5) 0.028*

Visceral fat (g) 617 (42–2832) 274 (13–1516) 0.118

Body fat percentage 34.1 (13.1–52.1) 33 (15.7–48.5) 0.684

Laboratory tests

(n=21) (n=28)

Total cholesterol (mg/dL) 152 (9–228) 185.5 (130–257) 0.005*

HDL (mg/dL) 49 (31–67) 56 (33–93) 0.045*

LDL (mg/dL) 97.1 (37–176) 111 (48–193) 0.217

VLDL (mg/dL) 17 (7–35) 15.5 (6–51) 0.634

Triglycerides (mg/dL) 85 (36–177) 77.5 (31–254) 0.937

Glucose (mg/dL) 82 (59–103) 77.5 (62–97) 0.024* *p<0.05; BMI: Body Mass Index

67

Table 3 Inflammatory Biomarkers

CD HC p value

Hemoglobin (g/dL)

(n=22)

14 (10.4–17.7)

(n=26)

13.95 (12–16.8)

0.709

Hematocrit (%) 42.1 (33.6–51.4) 41.3 (35–47.6) 0.244

Platelets (x10³/mm³) 284.5 (166–534) 232 (152–336) 0.009*

Leukocyte (x10³/mm³) 5.865 (4.66–11.5) 5.27 (2.87–7.74) 0.018*

Lymphocytes (x10³/mm³) 1.845 (0.7–2.91) 1.825 (0.85–3.16) 0.759

Neutrophils (x10³/mm³) 3.750 (2.16–7.93) 3.055 (1.06–5.39) 0.013*

Monocytes (x10³/mm³) 0.435 (0.28–1.23) 0.430 (0.21–0.72) 0.268

(n=6) (n=21)

TNF-α (pg/mL) 3.88 (1.33–6.53) 2.49 (0.32–8.11) 0.471

(n=15) (n=20)

IL-8 (pg/mL) 5.65 (0.38–38.3) 4.28 (1.13–12.01) 0.550

(n=25) (n=27)

CRP (mg/L) 6 (0.1–90) 0.9 (0.2–8.3) <0.001*

(n=24) (n=29)

Leptin (ng/dL) 8.27 (0.41–71.85) 7.60 (0.3–50.57) 0.931

Adiponectin (μg/dL) 21.99 (2.26–550.21) 15.74 (0.29–106.91) 0.077

Resistin (ng/dL) 57.44 (18.68–147.26) 41.49 (0.53–119.2) 0.031*

CCL2 (pg/dL) 166.72(58.43–376.21) 349.51 (126.7–818.04) <0.001* *p<0.05; TNF-α: factor de necrosis tumoral alpha; IL-8: Interleukin-8; CRP: C-reactive protein;

CCL2: C-C Motif Chemokine Ligand 2

68

69

References

1. Liverani E, Scaioli E, Digby RJ, et al. How to predict clinical relapse in inflammatory bowel

disease patients. World J Gastroenterol. 2016;22:1017–1033.

2. Quaia E, Cabibbo B, Sozzi M, et al. Biochemical markers and MR imaging findings as

predictors of crohn disease activity in patients scanned by contrast-enhanced MR

enterography. Acad Radiol. 2014;21:1225–1232.

3. Vermeire S, Van Assche G, Rutgeerts P. Laboratory markers in IBD: useful, magic, or

unnecessary toys? Gut. 2006;55:426–431.

4. Jensen MD, Ormstrup T, Vagn-Hansen C,et al. Interobserver and intermodality agreement

for detection of small bowel Crohn’s disease with MR enterography and CT enterography.

Inflamm Bowel Dis. 2011;17:1081–1088.

5. D’Incà R, Caccaro R. Measuring disease activity in Crohn’s disease: what is currently

available to the clinician. Clin Exp Gastroenterol. 2014;7:151–161.

6. Desai D, Faubion WA, Sandborn WJ. Review article: biological activity markers in

inflammatory bowel disease. Aliment. Pharmacol Ther. 2007;25:247–255.

7. Langhorst J, Elsenbrunch S, Koelzer S, et al. Noninvasive markers of assessment of

intestinal inflammation in inflammatory bowel disease: performance of fecal lactoferrin,

calprotectin, and PMN-elastase, CRP, and clinical indices. Am J Gastroenterol.

2008;103:162–169.

8. Karczewski J, Swora-Cwynar E, Rzymski P, et al. Selected biologic markers of

inflammation and activity of Crohn's disease. Autoimmunity. 2015;48:318–327.

9. Jones J, Loftus EV Jr, Panaccione R, et al. Relationships between disease activity and serum

and fecal biomarkers in patients with Crohn’s disease. Clin Gastroenterol Hepatol.

2008;6:1218–1224.

70

10. Singh UP, Singh NP, Murphy EA, et al. Chemokine and cytokine levels in inflammatory

bowel disease patients. Cytokine. 2016;77:44–49.

11. Plevy SE, Landers CJ, Prehn J, et al. A role for TNF-alpha and mucosal T helper-1 cytokines

in the pathogenesis of Crohn's disease. J Immunol. 1997;159:6276–6282.

12. Bamias G, Cominelli F. Novel strategies to attenuate immune activation in Crohn's disease.

Curr Opin Pharmacol. 2006;6:401–407.

13. Moser B, Loetscher P. Lymphocyte traffic control by chemokines. Nat Immunol.

2001;2:123–128.

14. Mazzucchelli L, Hauser C, Zgraggen K, et al. Expression of interleukin-8 gene in

inflammatory bowel disease is related to the histological grade of active inflammation. Am

J Pathol. 1994;144:997–1007.

15. MacDermott RP, Sanderson IR, Reinecker HC. The central role of chemokines

(chemotactic cytokines) in the immunopathogenesis of ulcerative colitis and Crohn's

disease. Inflamm Bowel Dis. 1998;4:54–67.

16. Reinecker HC, Loh EY, Ringler DJ, et al. Monocyte-chemoattractant protein 1 gene

expression in intestinal epithelial cells and inflammatory bowel disease mucosa.

Gastroenterology. 1995;108:40–50.

17. Grimm MC, Elsbury SK, Pavli P, et al. Enhanced expression and production of monocyte

chemoattractant protein-1 in inflammatory bowel disease mucosa. J Leukoc Biol. 1996;

59:804–812.

18. Banks C, Bateman A, Payne R, et al. Chemokine expression in IBD. Mucosal chemokine

expression is unselectively increased in both ulcerative colitis and Crohn's disease. J Pathol.

2003;199:28–35.

19. Sorensen TL, Ransohoff RM, Strieter RM, et al. Chemokine CCL2 and chemokine receptor

CCR2 in early active multiple sclerosis. Eur J Neurol. 2004;11:445–449.

71

20. Hayashida K, Nanki T, Girschick H, et al. Synovial stromal cells from rheumatoid arthritis

patients attract monocytes by producing MCP-1 and IL-8. Arthritis Res. 2001;3:118–126.

21. Büning C, von Kraft C, Hermsdorf M, et al. Visceral Adipose Tissue in Patients with

Crohn's Disease Correlates with Disease Activity, Inflammatory Markers, and Outcome.

Inflamm Bowel Dis. 2015;21:2590–2597.

22. Kredel LI, Siegmund B. Adipose-tissue and intestinal inflammation - visceral obesity and

creeping fat. Front Immunol. 2014;5:462.

23. Versini M, Jeandel PY, Rosenthal E, et al. Obesity in autoimmune diseases: not a passive

bystander. Autoimmun Rev. 2014;13:981–1000.

24. Karlsson EA, Beck MA. The burden of obesity on infectious disease. Exp Biol Med.

2010;235:1412–1424.

25. Zhou L, Braat H, Faber KN, et al. Monocytes and their pathophysiological role in Crohn's

disease. Cell Mol Life Sci. 2009;66:192–202.

26. Magnusson MK, Strid H, Isaksson S, et al. Response to infliximab therapy in ulcerative

colitis is associated with decreased monocyte activation, reduced CCL2 expression and

downregulation of Tenascin C. J Crohns Colitis. 2015;9:56–65.

27. Pitchford S, Pan D, Welch HC. Platelets in neutrophil recruitment to sites of inflammation.

Curr Opin Hematol. 2017;24:23-31.

28. Yoshimura N, Yokoyama Y, Matsuoka K, et al. An open-label prospective randomized

multicenter study of intensive versus weekly granulocyte and monocyte apheresis in active

crohn's disease. BMC Gastroenterol. 2015;15:163.

29. Di Girolamo M, Sartini A, Critelli R, et al. Efficacy of a Novel Granulocyte Monocyte

Apheresis Adsorber Device in the Treatment of Inflammatory Bowel Diseases: A Pilot

Study. Ther Apher Dial. 2016;20:668–676.

72

30. Gao SQ, Huang LD, Dai RJ, et al. Neutrophil-lymphocyte ratio: a controversial marker in

predicting Crohn's disease severity. Int J Clin Exp Pathol. 2015;8:14779–14785.

31. Levin AD, Wildenberg ME, van den Brink GR. Mechanism of Action of Anti-TNF Therapy

in Inflammatory Bowel Disease. J Crohns Colitis. 2016;10:989–997.

32. Mottet C, Schoepfer AM, Juillerat P, et al. Experts Opinion on the Practical Use of

Azathioprine and 6-Mercaptopurine in Inflammatory Bowel Disease. Inflamm Bowel Dis.

2016;22:2733–2747.

33. Paul G, Schaffler A, Neumeier M, et al. Profiling adipocytokine secretion from creeping fat

in Crohn’s disease. Inflamm Bowel Dis. 2006;12:471–477.

34. Valentini L, Wirth EK, Schweizer U, et al. Circulating adipokines and the protective effects

of hyperinsulinemia in inflammatory bowel disease. Nutrition. 2009;25:172–181.

35. Waluga M, Hartleb M, Boryczka G, et al. Serum adipokines in inflammatory bowel disease.

World J Gastroenterol. 2014;20:6912–6917.

36. Karmiris K, Koutroubakis IE, Xidakis C, et al. Circulating levels of leptin, adiponectin,

resistin, and ghrelin in inflammatory bowel disease. Inflamm Bowel Dis. 2006;12:100–105.

37. Konrad A, Lehrke M, Schachinger V, et al. Resistin is an inflammatory marker of

inflammatory bowel disease in humans. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2007;19:1070–1074.

38. Karmiris K, Koutroubakis IE, Xidakis C, et al. The effect of infliximab on circulating levels

of leptin, adiponectin and resistin in patients with inflammatory bowel disease. Eur J

Gastroenterol Hepatol. 2007;19:789–794.

39. Solem CA, Loftus EV, Tremaine WJ, et al. Correlation of C reactive protein with clinical,

endoscopic, histologic, and radiographic activity in inflammatory bowel disease. Inflamm

Bowel Dis. 2005;11:707–712.

40. Chamouard P, Richert Z, Meyer N, et al. Diagnostic value of C-reactive protein for

predicting activity level of Crohn’s disease. Clin Gastroenterol Hepatol. 2006;4:882–887.

73

41. Rodgers AD, Cummins AG. CRP correlates with clinical score in ulcerative colitis but not

in Crohn’s disease. Dig Dis Sci. 2007;52:2063–2068.

42. Husain N, Tokoro K, Popov JM, et al. Neopterin concentration as an index of disease

activity in Crohn’s disease and ulcerative colitis. J Clin Gastroenterol. 2013;47:246–251.

43. Florin TH, Paterson EW, Fowler EV, et al. Clinically active Crohn’s disease in the presence

of a low C-reactive protein. Scand J Gastroenterol. 2006;41:306–311.

44. Denis MA, Reenaers C, Fontaine F, et al. Assessment of endoscopic activity index and

biological inflammatory markers in clinically active Crohn’s disease with normal C-

reactive protein serum level. Inflamm Bowel Dis. 2007;13:1100–1105.

74

9- ANEXOS

9.1 Carta de Aprovação do Comitê de Ética da Faculdade de Ciências Médicas da

UNICAMP

75

76