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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS CASSIA DE ALMEIDA MERLO SARZEDO GARCIA AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE, ESTADO NUTRICIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS ATENDIDOS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE VINHEDO – SP CAMPINAS 2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

CASSIA DE ALMEIDA MERLO SARZEDO GARCIA

AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE, ESTADO NUTRICIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS ATENDIDOS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE

VINHEDO – SP

CAMPINAS 2015

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CASSIA DE ALMEIDA MERLO SARZEDO GARCIA

AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE, ESTADO NUTRICIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS ATENDIDOS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE

VINHEDO – SP

ORIENTADORA: PROFA. DRA. MARIA ELENA GUARIENTO

CO-ORIENTADOR: PROF. DR. ANDRÉ FATTORI

CAMPINAS 2015

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA CASSIA DE

ALMEIDA MERLO SARZEDO GARCIA E ORIENTADA PELA PROFA. DRA. MARIA ELENA GUARIENTO.

Assinatura da Orientadora

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestra em Gerontologia

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Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): Não se aplica.

Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

Biblioteca da Faculdade de Ciências Médicas Maristella Soares dos Santos - CRB 8/8402

Informações para Biblioteca Digital Título em outro idioma: Self-perceived health, nutritional status and quality of life of elderlies assisted in primary care in Vinhedo - SP Palavras-chave em inglês: Aged Self-reported health Nutritional status Quality of life Área de concentração: Gerontolologia Titulação: Mestra em Gerontolologia Banca examinadora: Maria Elena Guariento [Orientador] Rita Maria Monteiro Goulart Ligiana Pires Corona Data de defesa: 14-09-2015 Programa de Pós-Graduação: Gerontologia)

Garcia, Cassia de Almeida Merlo Sarzedo, 1982- G165a Gar Autopercepção de saúde, estado nutricional e qualidade de vida de idosos

atendidos em unidades básicas de saúde do município de Vinhedo-SP / Cassia de Almeida Merlo Sarzedo Garcia. – Campinas, SP : [s.n.], 2015.

Orientador: Maria Elena Guariento. Coorientador: André Fattori. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade

de Ciências Médicas.

1. Idoso. 2. Autoavaliação de saúde. 3. Estado nutricional. 4. Qualidade de vida. I. Guariento, Maria Elena,1955-. II. Fattori, André,1972-. III. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas. IV. Título.

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DEDICATÓRIA

Ao meu esposo Clerison e nossos filhos Mateus, Ana Carolina e Caio, que me motivam a continuar.

Aos meus pais Rui e Dayse, que me ensinaram a trilhar o caminho da vida dignamente.

Aos meus avós, Luiz Antônio e Justina, Osvaldo e Deusa (in memorian), que me inspiraram no estudo da Gerontologia.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, em primeiro lugar, que me abençoa e fortalece a cada novo dia.

À minha orientadora, Profª Drª Maria Elena Guariento, profissional exemplar, pela

oportunidade, confiança e orientação cuidadosa.

Ao co-orientador, Prof. Dr. André Fattori, pela atenção e orientação.

À coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia, Profª Drª Anita

Liberalesso Neri, pela oportunidade.

Ao Clerison, meu esposo, pela companhia, paciência e incentivo sempre. Obrigada por

acreditar em mim e compartilhar comigo seu conhecimento.

Ao Mateus, meu filho amado, pela compreensão quando estive ausente e pela

cumplicidade.

Aos meus pais, Rui e Dayse, pelo amor e apoio incondicionais, por me permitirem

realizar meus sonhos. Aos meus irmãos, Daniel e Mariana, pelo carinho.

Aos meus colegas e amigos da Pós-Graduação, com os quais pude me aprimorar

profissionalmente, especialmente à Maria Clara Moretto, pelo companheirismo,

humildade e dedicação.

Ao Secretário de Saúde de Vinhedo, José Luis Bernegossi, pela oportunidade e

permissão em realizar esta pesquisa no município de Vinhedo.

À Camila Massucato Sálvia, coordenadora de Nutrição da Secretaria de Saúde de

Vinhedo, e à Andréia Marson, coordenadora do SAD Vinhedo, pelo incentivo e apoio.

Aos idosos que permitiram que esta pesquisa fosse realizada.

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RESUMO

Introdução: O aumento da população idosa, que se dá em velocidade mais rápida nos

países em desenvolvimento, embora represente uma conquista, traz novos desafios à

sociedade, tanto na demanda por serviços de saúde como na formulação de políticas

públicas voltadas para o idoso. Nesse contexto, destaca-se um indicador de grande

relevância que é a autopercepção de saúde por parte dessa população. Sabe-se que os

transtornos relacionados ao estado nutricional e a qualidade de vida se associam com

aumento da mortalidade, incapacidade funcional e doenças crônicas, que podem

acarretar uma pior autopercepção de saúde. Assim, considerou-se relevante estudar as

possíveis relações entre esses indicadores. Objetivo: Avaliar a autopercepção de

saúde e sua associação com o estado nutricional e com a percepção da qualidade de

vida de idosos com idade de 60 anos e mais, do município de Vinhedo (SP).

Participantes e método: Estudo observacional e quantitativo de corte transversal,

realizado com 110 idosos acompanhados na Atenção Primária de Saúde de Vinhedo

(SP). As variáveis analisadas foram: faixa etária, gênero, escolaridade, autopercepção

de saúde, índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC), cinco

questões do domínio avaliação dietética do instrumento Mini - Avaliação Nutricional

(MAN) e percepção da qualidade de vida, com a utilização do instrumento WHOQoL-

bref: domínios global, físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente.

Resultados: A maioria dos idosos avaliados era do gênero feminino (64,5%), a idade

média foi de 70,8 ± 6,54 anos e 83,6% tinham escolaridade de até 8 anos. A

autopercepção de saúde ruim foi relatada por 44,5% dos indivíduos. O baixo peso foi

verificado em 11,8% e o excesso de peso em 51,8% dos idosos. O risco muito alto para

o desenvolvimento de doenças cardiovasculares esteve presente na maioria dos

indivíduos, com um percentual de 52,7%, pela mensuração da CC. A autopercepção de

saúde ruim foi significativamente mais frequente no gênero feminino (p=0,004) e entre

os indivíduos analfabetos (p=0,01) e com escolaridade até 8 anos (p=0,015) na análise

de regressão logística multivariada ajustada para dados sociodemográficos e variáveis

dietéticas e também na análise ajustada para dados sociodemográficos e variáveis

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referentes à qualidade de vida (p= 0,035, 0,013 e 0,028, respectivamente). Além disso,

apresentou associação significativa com a menor ingestão de líquidos (p= 0,009,

OR=3,29; IC: 1,35-8,03) e com o domínio psicológico (p=0,011). Conclusão: A

autopercepção de saúde ruim apresentou relação com o gênero feminino, menor

escolaridade, menor ingestão de líquidos e com o domínio psicológico de qualidade de

vida. Ressalta-se a importância de um acompanhamento nutricional e médico dos

idosos, para que ocorram intervenções de cuidados e atenção específicas para esta

fase da vida.

Palavras-chave: Idoso, autopercepção de saúde, estado nutricional, qualidade de vida

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ABSTRACT

Introduction: The growth of the elderly population, which happens faster in the

developed countries, although it represents an achievement, it brings new challenges to

society, both in the demand for health services and in the formulation of public polices

for the elderly. Thus, it is important to assess self-perceived health by this population. It

is known that disorders related to nutritional status and quality of life of these individuals,

are associated with increased mortality, disability, and chronic diseases, which can lead

to a worse self-rated health. Therefore, it was considered relevant to study the possible

relation between these indicators. Objective: To evaluate the self-perceived health and

its association with nutritional status and the perception of quality of life of the elderly

aged 60 and over in Vinhedo (SP). Participants and method: Observational and cross-

sectional quantitative study, conducted with 110 elderlies seen in Vinhedo’s Primary

Health Care (SP). The variables analyzed were: age, gender, education, self-perceived

health, body mass index (BMI), waist circumference (WC), five issues of dietary

assessment domain Mini - Nutritional Assessment (MNA) and perceived quality of life,

using the WHOQoL-bref instrument: global, physical, psychological, social relationships

and environment domains. Results: Most of the sample were women (64,5%), the

average age was 70,8 ± 6,54 and 83,6% had lower illiteracy, less than 8 years of

education. The bad self-rated health was reported by 44,5% from these people. The

underweight was observed in 11,8% and overweight and obesity was observed in 51,8%

of the elderly. The very high cardiovascular risk was present in most of them (52,7%),

measured by WC. The bad self-rated health was significantly more frequent in women

(p=0,004) and among those with no or less than 8 years of education (p=0,015) for

multivariate logistic regression analisys for sociodemographics and dietaries variables

and for multivariate logistic regression analisys for sociodemographics and domains of

quality of life variables (p= 0,035, 0,013 e 0,028). Beside this, associated with lower fluid

intake (p=0,009, OR=3,29; CI: 1,35-8,03) and with psychological domain (p=0,011,

OR=2,97; CI=1,28-6,9). Conclusion: The bad self-perceived health was related to the

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female gender, lower education, lower intake liquids and with psychological domain of

quality of life. It emphasizes the importance of nutritional and medical monitoring for the

elderly, in order to have care interventions and specific attention to this age.

Keywords: Aged, self-reported health, nutritional status, quality of life

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LISTA DE ILUSTRAçÕES

Figura Pág. Figura 1. Projeção da população para o ano de 2060.........................

21

Figura 2. Distribuição da população de Vinhedo segundo o IPVS.....

37

Figura 3. Medidas de posição e dispersão da amostra geral para os domínios do questionário de qualidade de vida WHOQoL-bref........................................................................................

54

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LISTA DE TABELAS

Tabela Pág. Tabela 1. Distribuição percentual das variáveis sociodemográficas e

autopercepção de saúde..............................................................

50

Tabela 2. Distribuição percentual das variáveis antropométricas por gênero e totalidade.......................................................................

51

Tabela 3. Medidas de posição e dispersão da amostra geral para as variáveis idade, IMC e circunferência da cintura..........................

52

Tabela 4. Distribuição percentual das variáveis dietéticas - domínio avaliação dietética MAN...............................................................

53

Tabela 5. Frequência das variáveis sociodemográficas, antropométricas e dietéticas conforme a variável autopercepção de saúde............................................................................................

55

Tabela 6. Frequência das variáveis dos domínios do questionário de qualidade de vida WHOQoL-bref conforme a variável autopercepção de saúde..............................................................

56

Tabela 7. Resultados da análise univariada de regressão logística para autopercepção de saúde ruim (n = 110).......................................

57

Tabela 8. Resultados da análise multivariada de regressão logística para autopercepção de saúde ruim (n = 110). Modelo 1: inclusão das variáveis sociodemográficas (gênero e escolaridade) e dietéticas (MAN 13, 14 e 15)........................................................

59

Tabela 9. Resultados da análise multivariada de regressão logística para autopercepção de saúde ruim (n = 110). Modelo 2: inclusão das variáveis sociodemográficas (gênero e escolaridade) e referentes à qualidade de vida (domínios qualidade de vida global, físico, psicológico e relações sociais)...............................

59

Tabela 10. Resultados da análise multivariada de regressão logística para autopercepção de saúde ruim (n = 110). Poder dos testes estatísticos....................................................................................

60

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LISTA DE QUADROS

Quadro Pág. Quadro 1. Valores de corte para a classificação do Índice de Massa

Corporal (IMC) de idosos......................................................

43

Quadro 2. Valores de corte para a classificação da Circunferência da Cintura (CC), segundo gênero..............................................

44

Quadro 3. Questões do questionário de qualidade de vida WHOQoL-

bref, segundo os domínios.................................................... 46

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas

SP – Estado de São Paulo

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMC – Índice de Massa Corporal

PNI – Política Nacional do Idoso

SUS – Sistema Único de Saúde

CC – Circunferência da Cintura

MAN – Mini Avaliação Nutricional

OMS – Organização Mundial da Saúde

NSI – Nutrition Screening Initiative

OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde

FIBRA – Fragilidade em Idosos Brasileiros

SABE – Saúde, Bem-estar e Envelhecimento

POF – Pesquisa de Orçamentos Familiares

WHOQoL – World Health Organization Quality of Life Assessment

SF-36 – Medical Outcome Study Health Survey

EQ-5D – EuroQol

SIP – Sickness Impact Profile

HIV – Human Immunodeficiency Virus

AIDS – Acquired Immunodeficiency Syndrome

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IPVS – Índice Paulista de Vulnerabilidade Social

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

DP – Desvio-padrão

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OR – Odds ratio

IC – Intervalo de Confiança

RS – Estado do Rio Grande do Sul

MG – Estado de Minas Gerais

PSN/RJ – Pesquisa de Saúde e Nutrição do município do Rio de Janeiro

PB – Estado da Paraíba

GO – Estado de Goiás

PNS – Pesquisa Nacional de Saúde

GGT – Gama-glutamil transferase

NHANES - National Health and Nutrition Examination Survey

PR – Estado do Paraná

ISACamp - Inquérito de Saúde do Município de Campinas

RP – Razão de prevalência

VIGITEL - Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico

FLV – Frutas, legumes e verduras

EDG – Escala de Depressão Geriátrica

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SUMÁRIO

Pág. 1.INTRODUÇÃO..............................................................................................

18

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................

20

2.1. Idoso.....................................................................................................

20

2.2. Autopercepção de saúde em idosos....................................................

22

2.3. Nutrição ................................................................................................

24

2.4. Qualidade de Vida de idosos................................................................

30

2.5. Município de Vinhedo – SP: Perfil demográfico e socioeconômico ....

35

3.OBJETIVOS..................................................................................................

39

3.1. Objetivo Geral.......................................................................................

39

3.2. Objetivos Específicos............................................................................

39

4. PARTICIPANTES E MÉTODO.....................................................................

40

4.1. Desenho do estudo...............................................................................

40

4.2. Sujeitos da pesquisa e local..................................................................

40

4.3. Coleta de dados....................................................................................

41

4.4. Instrumentos e materiais.......................................................................

42

4.5. Análise de dados...................................................................................

48

5. RESULTADOS.............................................................................................

50

6. DISCUSSÃO................................................................................................

61

7.CONCLUSÃO................................................................................................

89

REFERÊNCIAS................................................................................................

90

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APÊNDICES......................................................................................................

109

ANEXOS............................................................................................................

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1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo natural, ao qual todo ser vivo está

submetido. Este é marcado por uma redução progressiva dos tecidos ativos, perda da

capacidade funcional e alterações das funções metabólicas, que não necessariamente

resultarão em enfermidades [1].

O aumento da população idosa, em maior proporção nos países em

desenvolvimento, embora represente uma conquista, traz novos desafios à sociedade,

tanto na demanda por serviços de saúde como em formulação de políticas públicas

voltadas para o idoso [2].

Um dos mais relevantes desafios que o presente contexto coloca, refere-se a

que, nos países em desenvolvimento, ao contrário do que se observa nas nações

desenvolvidas, o crescimento da população idosa acontece sem planejamento e

concretização de políticas públicas efetivas nas áreas sociais, de saúde, de habitação e

previdência social, de forma a possibilitar modificações estruturais que respondam, de

fato, às demandas dos idosos [2].

Na área da saúde, entre outras questões importantes que merecem uma

análise mais adequada para posterior planejamento, encontra-se a necessidade de

avaliar a autopercepção de saúde (já que esta é um preditor de mortalidade e

incapacidade funcional) [3,4], o estado nutricional e a qualidade de vida dos idosos.

O estado nutricional representa uma condição importante para os

determinantes de saúde e doença, visto que os diagnósticos nutricionais extremos

(desnutrição e obesidade) estão relacionados à grande número de morbidades em

idosos [5].

A busca pelo envelhecimento bem-sucedido tem levado a distinguir o

processo de envelhecer associado apenas ao declínio fisiológico daquele que cursa

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com as limitações decorrentes da presença de doenças crônico-degenerativas. Um dos

recursos empregados para medir os efeitos desses dois processos de envelhecimento é

a aplicação do constructo de qualidade de vida e avaliação da autopercepção de saúde,

cuja utilização é cada vez maior em investigações com idosos [6]. Esse tipo de

avaliação possibilita uma aproximação dos fatores relacionados a um envelhecimento

bem-sucedido. Na área da saúde, a mensuração da qualidade de vida é relativamente

recente, sendo realizada com a intenção de se reconhecer os fatores associados à

melhor qualidade, constituindo-se em um resultado esperado, tanto da aplicação das

práticas assistenciais, quanto das políticas públicas de prevenção de doenças e

promoção da saúde [7].

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Idoso

2.1.1. Transição Demográfica Brasileira

Nos últimos anos tem ocorrido uma mudança no perfil demográfico mundial,

sendo que nos países em desenvolvimento o número de idosos apresenta aumento

proporcionalmente maior em relação aos idosos dos países desenvolvidos [8].

A partir da década de 1970 registrou-se uma diminuição progressiva na taxa

de fecundidade no Brasil e, simultaneamente, ocorreu aumento da expectativa de vida,

tendo início o processo de envelhecimento da população brasileira [9]. No mundo, a

expectativa de vida passou, de 47,7 anos na primeira metade do século XX para 69

anos atualmente. É esperado que atinja 76 anos na metade do século XXI, o que ainda

difere de país para país, de acordo com o seu grau de desenvolvimento [8]. O

crescimento da população idosa no Brasil é relevante, tanto em termos absolutos

quanto proporcionais. Até o final da década de 1970 o perfil da população brasileira era

predominantemente jovem. A partir do censo de 1980 começou a se observar redução

do número de crianças e jovens no total da população, o que corresponde ao declínio

da fecundidade, demonstrado através da retangularização da pirâmide etária. Entre os

censos populacionais de 1991 e 2000, a população geral do país cresceu 15,6% (cerca

de 23 milhões de pessoas), enquanto a população com 60 anos ou mais de idade

cresceu, no mesmo período, 36,5% (cerca de 3,9 milhões de pessoas). Estima-se que,

de 2000 para 2020, esta população cresça de 13,9 para 29,3 milhões de pessoas, e

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que até 2050 esse número aumente para 66,4 milhões passando para 73,5 milhões em

2060 [9].

Figura 1. Projeção da população brasileira para o ano de 2060 [9]

Segundo dados do Censo do IBGE–2010 (Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística) a população brasileira com idade igual ou superior a 60 anos encontra-se

em torno de 11%, o que se refere a aproximadamente 20,5 milhões de pessoas [10].

2.1.2. Transição Epidemiológica no Brasil

O conceito de transição epidemiológica se refere a mudanças em longo

prazo nos tipos de enfermidade, invalidez e morte de uma população. É centrada na

mudança da direção de doenças infecciosas e carenciais para uma maior prevalência

de doenças crônico-degenerativas relacionadas com fatores genéticos e ambientais.

02.000.0004.000.0006.000.0008.000.000

10.000.00012.000.00014.000.00016.000.00018.000.00020.000.000

0-4

5-9

10-1

4

15-1

9

20-2

4

25-2

9

30-3

4

35-3

9

40-4

4

45-4

9

50-5

4

55-5

9

60-6

4

65-6

9

70-7

4

75-7

9

80-8

4

85-8

9

90+

Número de pessoas

Grupo etário

Projeção da população brasileira 2000-2060

2000

2060

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Também se expressa pela modificação de uma situação caracterizada pela mortalidade

para uma situação predominante de morbidade [11].

A transição demográfica tem sido acompanhada pela transição

epidemiológica, o que foi constatado no estudo de Scharmm et al., que registraram este

panorama brasileiro, evidenciado por prevalências de 66,3% da carga de doenças

crônico-degenerativas no país, em oposição a 23,5% de doenças infecto-contagiosas e

10,2% de causas externas [12].

A carga de doenças relacionadas aos agravos não-transmissíveis tem

aumentado no Brasil e no mundo, sendo que a prevenção é o grande desafio para a

saúde pública. Isto se relaciona, também, com o envelhecimento da população, visto

que os idosos são mais propensos a desenvolver doenças crônico-degenerativas, que

apresentam maior incidência na velhice, com o agravante de que, nesta faixa etária,

observa-se a necessidade de tratamentos longos e que implicam em maior tempo para

recuperação, além de intervenções específicas que oneram a assistência [12]. Tais

doenças ainda podem acarretar maiores complicações e sequelas, comprometendo a

independência e autonomia dos idosos [13].

2.2. Autopercepção de saúde em idosos

A velhice caracteriza-se como a etapa da vida em que se apresenta

declínio das funções fisiológicas. A pesquisa de Ziólkowski et al. [14], realizada com

adultos entre 18 a 83 anos, demonstrou que os indivíduos com idade igual ou superior a

60 anos apresentavam menor satisfação com a vida e com a saúde, em relação aos

grupos de menor faixa etária. Dentre os idosos com 65 anos ou mais, a maioria referiu

que a incidência e a frequência de dor eram duas categorias que interferiam na sua

percepção de saúde de forma negativa, por outro lado, saúde mental e desempenho

foram dois domínios que interferiram de forma positiva. As análises dos resultados

mostraram que as avaliações dos idosos quanto aos vários aspectos relacionados à

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saúde são variadas e moderadas, ao contrário dos estereótipos e preconceitos a

respeito da velhice, que destacam que essa fase da vida apresenta somente perdas e

não ganhos. No estudo de Reichert et al. também foi evidenciada associação entre o

avançar da idade e autopercepção de saúde ruim [15].

Segundo o Instituto Americano de Medicina a autopercepção de saúde

representa um dos vinte indicadores chave para a mensuração e acompanhamento do

estado de saúde dos indivíduos [16]. Por sua vez, entre os idosos, o conceito de saúde

percebida (ou autoavaliação de saúde) evidencia a forma como esses descrevem e

avaliam a própria saúde, através da comparação social e temporal. Essa avaliação

constitui-se em recurso de extrema relevância, principalmente na presença de

incapacidades e doenças que limitam as atividades de vida diária [17].

A avaliação da satisfação com a vida e saúde é útil para que os idosos se

tornem mais conscientes de sua saúde e bem-estar e possam, dessa forma, melhor se

adaptar e experimentar a velhice de forma positiva, considerando também que os

mesmos desenvolvem mecanismos de auto-regulação e habilidades de enfrentamento

[14]. Prevenção e adoção de estilo de vida saudável contribuem para a melhoria do

bem-estar entre os idosos, destacando-se, entre as práticas saudáveis, a realização de

atividade física moderada, alimentação adequada e variada e não fumar, colaborando

para o aumento de anos de atividades ocupacionais e laborais, de forma independente

e autônoma [18].

Deve-se considerar também que a autopercepção de saúde e bem-estar

entre os idosos é uma avaliação tão importante quanto a avaliação de dados objetivos

relacionados a este tema para prever o curso da vida destes indivíduos [19]. Tais

avaliações são geralmente realizadas a partir de pergunta simples, de natureza escalar

[20], a qual induz o indivíduo a analisar de forma subjetiva, a qualidade de sua saúde

física e mental, considerando os recursos sociais dos quais dispõe [21], sendo que,

através desta percepção, o indivíduo organiza e interpreta suas impressões sensoriais

[14].

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Alguns fatores associam-se à pior autopercepção de saúde entre idosos,

como gênero feminino [22, 23], menor escolaridade [14, 22-26], piores medidas

antropométricas (Índice de Massa Corporal-IMC) [22, 24, 26], presença de depressão

e/ou sintomas depressivos [19, 20, 26], maior número de morbidades [14, 20, 22, 23,

25, 27] e comportamentos de saúde inadequados como ser fumante, consumir bebida

alcoólica com maior freqüência, menor ingestão de frutas e hortaliças e não praticar

atividade física [20, 22, 25, 26, 27]. A saúde percebida é um bom preditor de

mortalidade [3, 28, 30] e incapacidade funcional [23, 26, 28, 29] entre os indivíduos,

incluindo idosos.

Muitas questões estão relacionadas com a maneira como as pessoas

idosas percebem a sua saúde, abrangendo diversas dimensões subjetivas da vida, e

não somente as relacionadas com a presença ou ausência de doenças [25], incluindo

aspectos culturais, psicológicos e sociais, visto que a saúde é uma condição complexa

e multifatorial [1].

A autopercepção de saúde apresenta forte relação com o estado real de

saúde e pode ser considerada como representativa das medidas objetivas [31]. Além

disso, este indicador permite inferir sintomas ou doenças que ainda não foram

diagnosticados [30]. Conhecer os fatores que interferem nesta autopercepção entre

idosos torna-se importante ao se considerar que tais achados podem ser indicadores

úteis no planejamento de políticas públicas e para a proposição de novas perspectivas

de assistência na atenção primária, com vistas à melhoria das condições de saúde,

bem-estar e qualidade de vida dos idosos, além de redução dos custos de gestão dos

serviços na área de saúde [20, 25].

2.3 Nutrição

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2.3.1. Nutrição no Envelhecimento

O cuidado à saúde desenvolvido na Atenção Primária deve ter em vista o

envelhecimento saudável e ativo, considerando os problemas de saúde que a

população idosa apresenta e, o atendimento, deve ser adequado e constantemente

ajustado às demandas presentes nessa faixa etária [32]. Tal cuidado passa por

orientação de um padrão alimentar saudável e adequado para a população idosa.

Em termos de composição corporal e de alterações diretamente ligadas à

ingestão alimentar, os idosos apresentam diminuição progressiva da altura (1-2 cm /

década); aumento de peso e IMC (até 65-70 anos, diminuindo após essa idade);

alterações da composição corporal, com redistribuição da gordura, que diminui

perifericamente e aumenta no interior do abdômen, além de diminuição da massa

magra com consequente diminuição do metabolismo basal. Também apresentam

alterações no sistema digestivo, na percepção sensorial e diminuição da sensibilidade à

sede [33].

A Política Nacional do Idoso (PNI) assegura que “deve-se garantir ao idoso a

assistência à saúde nos diversos níveis de atendimento do Sistema Único de Saúde

(SUS)”, além de “prevenir, promover, proteger e recuperar a saúde do idoso, mediante

programas e medidas profiláticas” [34].

Sendo a alimentação um fator importante na prevenção, promoção,

proteção e recuperação da saúde do idoso, é relevante que seja realizada a avaliação

nutricional destes indivíduos, direcionando o atendimento a esta população de maneira

adequada e satisfatória [35].

A incorporação de ações de educação alimentar e nutricional nos

programas de prevenção e controle das doenças crônicas não-transmissíveis, e o

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fortalecimento das ações e dos programas de prevenção e controle da desnutrição e

carência por micronutrientes devem estar presentes na atenção básica de saúde [36].

A população idosa é propensa a distúrbios nutricionais em decorrência de

fatores relacionados com as alterações fisiológicas, presença de doenças crônicas e de

multimorbidades, polifarmácia, comprometimento da ingestão alimentar (dificuldades de

mastigação, digestão, disfagia e xerostomia), depressão, alterações da mobilidade com

dependência funcional, comprometimento da capacidade cognitiva, além de

interferência de fatores sociais, culturais e econômicos [33, 37].

Considerando as alterações fisiológicas dos indivíduos idosos e o maior risco

para desenvolvimento de doenças, a alimentação adequada apresenta-se como

relevante para a manutenção e/ou recuperação da saúde desta população,

principalmente em relação às doenças crônicas não-transmissíveis, já que existe

ligação entre a dieta e o surgimento de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares,

câncer, diabetes, distúrbios gastrointestinais e doenças osteoarticulares [38], além de

ser importante na prevenção de deficiências de micronutrientes, desnutrição e

obesidade.

2.3.2. Estado nutricional de idosos

Na velhice, o estado nutricional é uma condição importante para os

determinantes de saúde e doença [39], permitindo avaliar para determinada faixa etária

e gênero, se as necessidades fisiológicas por nutrientes são atendidas, em vista da

adequação e manutenção da composição corporal e da função do organismo [40].

Para avaliar o estado nutricional de idosos pode-se realizar o estudo

antropométrico, através da mensuração do peso e altura (obtendo-se o IMC); da

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circunferência da cintura (CC) (considerada como indicador de risco de doenças

cardiovasculares, outras doenças crônicas e adiposidade profunda), da circunferência

da panturrilha (considerada como medida de maior sensibilidade na verificação de

massa muscular no idoso, sendo superior à circunferência do braço) e das pregas

cutâneas [41]; testes bioquímicos, exames clínicos e análise da ingestão alimentar [39].

O uso e a interpretação destes parâmetros podem apresentar limitações em idosos,

sendo importante realizar a avaliação nutricional por meio da associação de vários

indicadores, utilizando-se critérios de diagnóstico e valores de referência específicos

para esta faixa etária, quando existirem [42].

Para a população idosa foi desenvolvida uma avaliação específica, a Mini

Avaliação Nutricional (MAN), que é reconhecida como uma ferramenta completa de

triagem nutricional de idosos, apropriada para ser aplicada nessa população em

diversos ambientes, como hospitais, instituições de longa permanência e na

comunidade [43, 44]. A primeira publicação da MAN deu-se em 1994 [45], e em 2001

lançou-se uma forma simplificada [46].

Desde o seu desenvolvimento estudos têm analisado sua especificidade,

sensibilidade e confiabilidade em diferentes situações, populações e países, sendo

utilizada em centenas de estudos e traduzida para mais de 20 países [47]. A versão

original é composta de 18 itens que incluem dados antropométricos, avaliação dietética,

avaliação clínica global e autopercepção da saúde [48]. Existe a possibilidade de

realizar primeiramente uma triagem ou aplicar o questionário completo. Se a pontuação

for maior que 23,5 o idoso não apresenta risco para desnutrição e deve ser orientado

quanto às práticas alimentares saudáveis. A pontuação entre 17 e 23,5 indica risco de

desnutrição e, quando inferior a 17, indica desnutrição [45, 46].

Com relação ao IMC, os valores de corte estabelecidos para a população

idosa incluem as seguintes propostas: 1) sugeridas pela Organização Mundial da

Saúde (OMS) [49], que considera valores menores que 18,5 kg/m2 para baixo peso, de

18,5 kg/m2 a 24,9 kg/m2 para peso normal, de 25 kg/m2 a 29,9 kg/m2 para sobrepeso,

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de 30 kg/m2 a 34,9 kg/m2 para obesidade classe 1, de 35 kg/m2 a 39,9 kg/m2 para

obesidade classe 2, e maior que 40 kg/m2 para obesidade classe 3; 2) estabelecidas

pela NSI (Nutrition Screening Initiative) [50], que propôs como adequado, uma faixa

ponderal entre 22 kg/m2 e 27 kg/m2, sendo que valores abaixo e acima desta faixa

correspondem à magreza e ao excesso de peso, respectivamente; 3) definidos pela

Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), que estabeleceu classificação de baixo

peso para valor menor que 23 kg/m2, peso normal para valores entre 23 e 27,9 kg/m2,

sobrepeso para valores entre 28 e 29,9 kg/m2, e obesidade para valor maior que 30

kg/m2 [51]. As duas últimas propostas sugerem valores de corte mais elevados,

levando-se em consideração as alterações na composição corporal e ingestão

alimentar que ocorrem nos idosos, e que poderiam se associar a maior risco para a

desnutrição.

A alteração no estado nutricional contribui para maior morbimortalidade,

redução da funcionalidade e da qualidade de vida, não só ao longo da vida, como na

velhice [52-54]. Destacam-se, entre idosos, em decorrência das alterações fisiológicas

já citadas, elevadas prevalências de desnutrição, mas também crescentes proporções

de sobrepeso e obesidade [55], condições que interferem na forma como o indivíduo

avalia a sua saúde e seu bem-estar subjetivo [22, 54, 56].

Idosos diagnosticados em risco nutricional ou desnutrição pela MAN

apresentaram menor número de dentes e referiram maior insatisfação com a saúde

gengival, em comparação com os bem-nutridos [57], demonstrando que a dentição

interfere no estado nutricional do indivíduo.

O estudo de Winter et al. avaliou o risco de desnutrição em uma população

da comunidade com 75 anos ou mais e observou que, um em cada seis idosos,

apresentava risco de desnutrição, havendo apenas um paciente do sexo masculino

desnutrido de acordo com a classificação da MAN, em uma amostra de 225 indivíduos

[44]. Um dado enfatizado por este estudo é que aproximadamente 1/3 dos idosos

classificados no nível de risco de desnutrição pela MAN apresentaram IMC acima de 25

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kg/m2, o que os classificaria (considerando apenas o IMC) na faixa de sobrepeso ou

obesidade, pelo critério da OMS. Entre os idosos classificados como bem nutridos pela

MAN, a média do IMC foi de 27,4 kg/m2, o que os colocava na faixa de sobrepeso [44].

Outro estudo encontrou 89% de idosos bem nutridos contra 11% de

idosos em risco de desnutrição segundo a MAN, em uma amostra da comunidade,

sendo que a média de IMC (OMS) encontrada foi de 27,9 kg/m2 [58].

Paz et al. observaram frequência de 37,5% de desnutrição (classificação

do IMC de Lipschitz), em avaliação realizada pela MAN, em idosos residentes em uma

instituição de longa permanência [59]. Em outra investigação, 58,8% dos idosos

institucionalizados apresentaram baixo peso pelo IMC, com maior proporção de risco

para dependência funcional. Pela MAN, 41,6% deles apresentaram risco nutricional e

26,2% eram desnutridos [60].

O Estudo Fragilidade em Idosos Brasileiros (FIBRA), que avaliou 3075

idosos (com 65 anos ou mais), residentes em sete cidades brasileiras, evidenciou

proporções de 18% dos participantes com baixo peso, 14,8% com sobrepeso e 24%

obesos (IMC classificado pelo critério OPAS) [32]. No Estudo Saúde, Bem-Estar e

Envelhecimento (SABE) (n = 1773), que utilizou os mesmos valores de referência de

IMC do estudo citado anteriormente, as freqüências de baixo peso, sobrepeso e

obesidade em idosos com 60 anos ou mais, foram de 24,1%, 12,1% e 20,8%,

respectivamente [61].

Em idosos atendidos em um Programa de Saúde da Família, verificou-se que

5,3% encontrava-se em baixo peso, 38,8% em sobrepeso e 16,3% foram classificados

como obesos segundo medidas do IMC (OMS). Neste mesmo estudo, 86,5% das

mulheres apresentaram risco “muito elevado” para o desenvolvimento de doenças

relacionadas à obesidade. Os dados apresentados confirmam a utilização da

circunferência da cintura como preditor de risco para doenças metabólicas entre idosos

[62].

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A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, com base no

IBGE, demonstrou que os índices de sobrepeso e obesidade têm aumentado entre os

adultos e idosos brasileiros, com maiores prevalências nas classes intermediárias de

renda, evidenciando a transição nutricional. O déficit de peso tendeu a aumentar a partir

dos 65 anos, porém não ultrapassou 2 a 3% em todas as regiões do país, sem

apresentar maiores variações entre domicílios urbanos e rurais [63].

As prevalências de déficit de peso, sobrepeso e obesidade não

apresentaram diferenças significativas entre as mulheres que recebiam 1/4 de salário

mínimo até aquelas que recebiam mais de cinco salários mínimos. Além disso, houve

maiores prevalências de sobrepeso e obesidade nas classes intermediárias de renda

entre as mulheres com 20 anos ou mais [63].

A descrição da tendência secular do estado nutricional de adultos na POF

2008-2009 se valeu de estimativas da prevalência de déficit de peso, excesso de peso

e obesidade calculada a partir dos inquéritos do Estudo Nacional de Despesa Familiar

(1974-1975), da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (1989), e das Pesquisas de

Orçamento Familiar de 2002-2003 e 2008-2009, demonstrando que a prevalência de

déficit de peso entre os adultos declinou ao longo dos quatro inquéritos, ocorrendo o

inverso com os índices de sobrepeso e obesidade. Este declínio aconteceu nos

diferentes estratos de renda, apesar da desnutrição ainda prevalecer nos menores

estratos, principalmente entre as mulheres [63]. Esta pesquisa considerou a

classificação do IMC segundo a OMS [49].

2.4. Qualidade de vida de idosos

Frente ao fenômeno do envelhecimento populacional, o objetivo dos

governos e gestores das áreas sociais e de saúde deixou de ser apenas prolongar a

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vida, mas passou-se a buscar estratégias que possibilitem um envelhecimento mais

saudável e ativo, visto como uma interação multidimensional entre saúde física e

mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e

independência econômica [13].

Rowe & Kanh propuseram que a definição de envelhecimento bem-sucedido

inclui três aspectos: baixa probabilidade de doenças ou limitações decorrentes destas,

manutenção das capacidades física e cognitiva e engajamento ativo com a vida, o que

depende do próprio indivíduo [64]. A qualidade de vida tem sido associada à

manutenção da independência e autonomia, sendo que a dependência do idoso está

relacionada tanto com as alterações biológicas incapacitantes, como com as mudanças

nas relações sociais desvantajosas [65]. Por sua vez, o propósito de promover um

envelhecimento saudável não se inicia aos 60 anos, mas resulta do acúmulo e

interação nos processos sociais, médicos e de comportamento durante toda a vida [66].

Em consonância com essa visão, o envelhecimento bem-sucedido seria

produto de uma condição de bem-estar físico e social, em nível individual e de grupo,

considerando os valores existentes no ambiente em que o indivíduo envelhece e as

circunstâncias de sua história pessoal e seu grupo etário [67].

A teoria psicossocial considera o envelhecimento bem-sucedido com ênfase

na satisfação com a vida, participação social, funcionalidade e recursos psicológicos,

incluindo crescimento pessoal. Abrange ainda, conceitos de perspectiva positiva,

autoestima, autoeficácia ou senso de controle sobre a vida, autonomia e

independência, estratégias eficazes de enfrentamento e de adaptação [68].

Lawton, um renomado estudioso sobre o tema, definiu qualidade de vida

do idoso como uma avaliação multidimensional, referenciada por critérios intrapessoais

e sócio-normativos. O pesquisador estabeleceu ainda, um modelo de qualidade de vida

na velhice, que apresenta quatro dimensões sobrepostas e inter-relacionadas [69]:

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a) Competência comportamental: compreende a avaliação sócio-normativa

do indivíduo do ponto de vista de sua saúde, funcionalidade, cognição, uso do tempo e

sociabilidade;

b) Condições ambientais: avaliadas de forma objetiva ou subjetiva, de forma

que o idoso selecione aspectos do ambiente, podendo modificá-los conforme suas

necessidades;

c) Qualidade de vida percebida: trata-se da avaliação pessoal e subjetiva da

própria competência comportamental;

d) Bem-estar subjetivo ou psicológico: julgamento pessoal, mediado pelo

self, sobre a relação entre competência comportamental e qualidade de vida percebida.

É um construto composto por satisfação com a vida (comparação entre a vivência do

indivíduo avaliado e o padrão de vida por ele estabelecido) e afetos (experiências

emocionais) positivos e negativos.

As diferenças quanto à autopercepção do idoso sobre qualidade de vida

dependem de variáveis internas (sentimentos e emoções em relação aos

acontecimentos da vida) e de variáveis externas (ambiente), assim como da

interpretação emocional que se estabelece em relação aos fatos e eventos. Qualidade

de vida é reconhecida como uma avaliação dependente da subjetividade do indivíduo.

Se a etapa da velhice preenche ou não a expectativa do idoso, depende dos recursos

emocionais do indivíduo, sua capacidade de resposta aos eventos adversos e do

suporte que ele recebe do seu entorno [70, 71].

Considerando o conceito de Lawton, a qualidade de vida destaca-se como

uma importante medida de impacto em saúde [72]. Previamente, o conceito de saúde

era mensurado exclusivamente por parâmetros objetivos, como aspectos clínicos,

sintomas e doenças. Entretanto, observou-se que os aspectos subjetivos da saúde

influenciavam os indivíduos. Logo, teve início a valorização da percepção subjetiva de

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saúde e surgiu o conceito de qualidade de vida com suas diferentes definições e

utilizações [6].

Partindo deste princípio da subjetividade, qualidade de vida foi definida pela

OMS, em 1994, como: “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da

cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos,

expectativas, padrões e preocupações”. Essa definição passou a embasar,

teoricamente, o desenvolvimento de instrumentos para avaliar qualidade de vida [73].

O desenvolvimento do construto qualidade de vida pode interferir de maneira

positiva nas práticas assistenciais e na concepção do processo saúde-doença, com

mudanças nos modelos de atendimento estritamente biomédicos, que excluem

aspectos socioeconômicos, psicológicos e culturais, os quais são abordados pelos

instrumentos de avaliação de qualidade de vida [74].

A conceituação de qualidade de vida é identificada de duas maneiras: 1)

como um termo mais genérico, influenciada por estudos sociológicos, sem fazer

referência ao estado de funcionalidade, enfermidades e sintomas; 2) qualidade de vida

relacionada à saúde, que considera dimensões específicas do estado de saúde ou de

intervenções em saúde [74].

Os instrumentos genéricos desenvolvidos para a avaliação da qualidade

de vida são frequentemente utilizados para o planejamento e avaliação em saúde e

referem-se à qualidade de vida geral. Dentre eles, destacam-se: World Health

Organization Quality of Life Assessment (WHOQoL-100, incluindo também a versão

abreviada WHOQoL-bref, além da versão para idosos WHOQoL-old); Medical Outcome

Study Health Survey (SF-36, e a versão abreviada SF-12); o EuroQol (EQ-5D) e o

Sickness Impact Profile (SIP). Os instrumentos específicos avaliam a qualidade de vida

relacionada à saúde e são desenvolvidos com maior ênfase em determinadas

enfermidades, como as neoplasias, Human Immunodeficiency Virus (HIV) / Acquired

Immunodeficiency Syndrome (AIDS) e diabetes mellitus [7].

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Quanto aos aspectos que influenciam positivamente a qualidade e

satisfação de vida na velhice, destacam-se: sensação de conforto e bem-estar [75];

saúde [54, 70, 75, 76]; independência [70, 75]; equilíbrio emocional [76]; sentimentos

positivos [70, 76, 77]; relações interpessoais [70, 76, 77] e com a família [70]; recursos

financeiros [70, 76, 77] e posse de outros bens materiais [76]. Segundo Paskulin et al.,

idosos referiram que a saúde é um aspecto importante, embora representada não

somente pela ausência de doença ou pelo não uso dos serviços médicos, mas também

caracterizada pela participação social e em atividades de lazer ou trabalho, pela

adequação de recursos financeiros e por uma alimentação saudável [77].

O primeiro instrumento desenvolvido pelo Grupo de Qualidade de Vida da

OMS foi o WHOQoL-100, constituído de 100 perguntas, com a colaboração de 15

centros de diferentes países, que foi posteriormente abreviado, devido à necessidade

de instrumentos curtos que demandassem menor tempo para seu preenchimento, mas

com características psicométricas satisfatórias [78].

Desenvolveu-se então, o WHOQoL-bref (ou versão abreviada), o qual é

constituído de 26 questões, sendo duas questões gerais de qualidade de vida e as

demais 24 representando cada uma das 24 facetas que compõem o questionário

original. O questionário é composto por quatro domínios: físico, psicológico, das

relações sociais e do meio ambiente [78], demonstrando que o entendimento de

qualidade de vida é um produto da interação de diversas áreas independentes da vida

de um indivíduo [6]. Quanto mais elevada a pontuação obtida, melhor a qualidade de

vida. No entanto, não há ponto de corte para sua classificação [78]. Estudos

demonstram a aplicação do WHOQoL-bref para avaliar a percepção da qualidade de

vida em idosos com boa viabilidade e resultados [6, 79, 80].

Em estudo realizado em população idosa por Pereira et al., o sexo feminino

teve influência significativa, porém pequena, nos domínios de qualidade de vida

utilizando o WHOQoL-bref, e o domínio físico foi o mais significativo para qualidade de

vida global, seguido do domínio ambiental e do psicológico. Já o domínio social não

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apresentou significância. A influência do domínio físico na qualidade de vida global dos

idosos evidencia o impacto da capacidade funcional nesse nível [79]. Em outra

investigação, os fatores que contribuíram para a qualidade de vida global de idosos

foram: melhor percepção do estado de saúde, elevado nível de escolaridade, realização

de atividade física, não apresentar doença aparente e não ter utilizado a atenção

primária de saúde nos últimos seis meses [80].

2.5. Município de Vinhedo – SP: Perfil demográfico e socioeconômico

O município de Vinhedo se encontra no interior do Estado de São Paulo, na

região Sudeste do Brasil e faz parte da Região Administrativa de Campinas. Tem 81,60

km2 de área territorial, densidade demográfica de 779,51 habitantes/km2 e 63.611

pessoas residentes, segundo dados do Censo do IBGE de 2010, dos quais 7.271 são

idosos com idade igual ou superior a 60 anos, correspondendo a aproximadamente

11% da população da cidade. Esse achado está em consonância com a distribuição

etária encontrada no Brasil [9]. Um dado relevante é que a expecativa de vida ao

nascer nesse município é de 77,68 anos, contra 73,94 anos no Brasil [81].

Vinhedo tem sete unidades básicas de saúde, sendo que duas dessas têm

atendimento de especialidades médicas.

Segundo dados de 2010, Vinhedo (SP) encontra-se em 13º lugar no ranking

brasileiro do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios, com uma

pontuação considerada muito alta [82]. O conceito de desenvolvimento humano parte

do pressuposto de que a qualidade de vida de uma população inclui aspectos

econômicos, características sociais, culturais e políticas. Apesar disso, o IDH não

abrange todos os aspectos de desenvolvimento como democracia, participação,

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equidade, dentre outros. Atualmente, os três pilares que constituem o IDH são saúde,

educação e renda [83].

Por outro lado, o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS), se

apóia conceitualmente em dois pressupostos. Um deles é a constatação de que

inúmeras dimensões da pobreza precisam ser consideradas em um estudo deste

segmento, seguindo-se a definição de Katzman, 1999, citada por IPVS [84], de que “a

vulnerabilidade de um indivíduo, família ou grupo social refere-se a sua maior ou menor

capacidade de controlar as forças que afetam o seu bem-estar”. Sendo assim, a

vulnerabilidade à pobreza não considera apenas a privação de renda, mas inclui a

composição familiar, o acesso aos serviços de saúde, o acesso ao sistema educacional,

dentre outros. O outro pressuposto é que a segregação espacial dos centros urbanos

paulistas contribui significativamente para os padrões de desigualdade social. Com

isso, torna-se possível a identificação de locais prioritários para a ação do Estado, para

a formulação e implantação de políticas públicas nessas áreas mais vulneráveis [84].

O IPVS classifica a população em sete grupos de vulnerabilidade social:

baixíssima vulnerabilidade, vulnerabilidade muito baixa, vulnerabilidade baixa,

vulnerabilidade média, vulnerabilidade alta (urbanos), vulnerabilidade muito alta

(aglomerados subnormais) e vulnerabilidade alta (rurais) [84].

Grande parte da população de Vinhedo concentra-se em áreas de muito

baixa vulnerabilidade social, com um total de 29.224 indivíduos, correspondendo a

46,1% da população, com número médio de 3,2 pessoas por domicílio e renda média

mensal de 3.653 reais (ou seja, 4,6 vezes superior ao valor do salário mínimo no

Estado de São Paulo, no ano de 2015). Apenas 4,7% da população encontra-se em

áreas de média vulnerabilidade social, caracterizada por 3,4 pessoas por domicílio e

renda média mensal de 2.141 reais [85]. A figura 2 apresenta a distribuição da

população de Vinhedo segundo o IPVS.

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Figura 2. Distribuição da população de Vinhedo segundo o IPVS [85]

Justificativa

O presente estudo se justifica pela importância da avaliação de

autopercepção de saúde, que é preditora de incapacidade e mortalidade [86],

considerando a relação da mesma com o estado nutricional e com a percepção da

qualidade de vida em idosos.

Vale destacar que o perfil nutricional tem sido relacionado a eventos

mórbidos na população idosa, tanto no que se refere ao sobrepeso e obesidade como à

desnutrição [5]. Dessa forma, a detecção dos transtornos nutricionais bem como a

assistência nutricional constituem-se em elementos fundamentais na perspectiva da

atenção à saúde que vise a diminuição da carga de morbidade e mortalidade entre os

idosos.

Pretende-se que os resultados apresentados sejam úteis na viabilização de

formas de assistência nutricional e médica a este grupo populacional, além de

incentivar a promoção da saúde e bem-estar através de estratégias de prevenção,

recuperação e tratamento de doenças, e de programas que considerem a qualidade de

vida em todas as dimensões. A pesquisa, ainda se justifica, por avaliar idosos

14,8 %

46,1

34,4 %

4,7 %

Distribuição da População de Vinhedo - SP segundo IPVS - 2010

Baixíssima vulnerabilidade

Muito baixa vulnerabilidade

Baixa vulnerabilidade

Média vulnerabilidade

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residentes em município classificado com IDH muito alto, como Vinhedo, considerando

que esta população não é homogênea e que ainda se faz necessário o aprimoramento

tanto da atenção à saúde como da promoção do bem-estar do idoso.

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3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Avaliar a autopercepção de saúde e sua associação com o estado nutricional

e com a percepção da qualidade de vida de uma amostra de idosos do município de

Vinhedo (SP).

3.2. Objetivos Específicos

Avaliar as características sociodemográficas da população em estudo;

Avaliar o estado nutricional a partir da avaliação antropométrica e dietética

da população em estudo;

Avaliar a percepção da qualidade de vida da população em estudo;

Verificar a relação existente entre autopercepção de saúde e dados

sociodemográficos, estado nutricional e qualidade de vida na população em estudo.

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4. PARTICIPANTES E MÉTODO

4.1 Desenho do estudo

Trata-se de um estudo observacional, quantitativo e transversal, aprovado

pelo Comitê de Ética da UNICAMP – Parecer 1.140.509 (Anexo 1).

4.2 Sujeitos da pesquisa e local

Esta pesquisa foi realizada com idosos em acompanhamento em duas

Unidades Básicas de Saúde do município de Vinhedo (SP).

Considerando-se a realização de cinco entrevistas por semana pelo tempo

de estudo de 8 meses, a população disponível nas duas Unidades Básicas de Saúde

era de 160 idosos. Para um erro amostral de 5% e índice de confiança de 95%, chegou-

se a um tamanho amostral de 110 idosos [87].

Para este tamanho de amostra, aplicou-se para os testes estatísticos o

método Bootstrap não-paramétrico, um método de reamostragem que usa a função de

distribuição empírica dos dados para gerar amostras a partir dos dados coletados, que

permite estimar o poder dos testes [88].

O convite para a participação na pesquisa foi realizado por contato direto na

sala de espera, sendo fornecidas informações a respeito dos objetivos do estudo, do

caráter voluntário e gratuito da participação, do local, conteúdo e tempo de duração da

entrevista de coleta de dados. Trata-se, portanto, de uma amostra de conveniência não-

probabilística.

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Os critérios de inclusão para a participação no estudo foram: indivíduos com

idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos, residentes no município de

Vinhedo e usuários da Atenção Primária de Saúde do município, acompanhados em

duas Unidades Básicas de Saúde: Centro Médico Dr. Manoel Matheus Neto e

Policlínica.

Os critérios de exclusão foram: indivíduos que apresentassem doença

crônica não controlada ou agudizada, comprometimento cognitivo, observado pelo

entrevistador ou informado por acompanhante, déficit sensorial acentuado (visão e

audição) e dificuldade para comunicação, por qualquer causa, que os impeçassem de

participar do estudo.

4.3 Coleta de dados

O recrutamento, coleta de dados e avaliação das medidas

antropométricas foram realizados somente por um investigador, favorecendo a

homogeneidade dos resultados, no período de janeiro a agosto de 2014. Foram

abordados 134 idosos de forma aleatória, não sistemática, sendo que 24 se recusaram

a participar ou se encontraram nos critérios de exclusão. As principais justificativas da

recusa foram “estar esperando para consulta agendada” e relativa ao tempo.

Desta forma, foi realizada entrevista direta (pela dificuldade que o grupo

populacional poderia apresentar, como dificuldade de leitura, problemas visuais e

analfabetismo) e mensuração das medidas antropométricas para coleta de dados com

duração de 30-40 minutos, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (Apêndice 1), em salas de consulta disponíveis nas Unidades

Básicas de Saúde. A coleta de dados foi realizada seguindo as etapas: 1) aplicação de

questionário semi-estruturado sobre características sociodemográficas, autopercepção

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de saúde e mensuração da CC (Apêndice 2); 2) aplicação da MAN para avaliação do

peso, altura, IMC e ingestão alimentar (Anexo 2); 3) aplicação do instrumento

WHOQoL-bref português para avaliação da qualidade de vida (Anexo 3).

De acordo com a necessidade do idoso, este era encaminhado ao médico

clínico geral e/ou nutricionista para atendimento e acompanhamento individual,

considerando a avaliação subjetiva do investigador.

Os dados coletados foram incluídos em base de dados no programa

Microsoft Office Excel versão 2007 e, as análises, realizadas pelo software Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS®), versão 20.

4.4 Instrumentos e materiais

Variáveis:

- Dependente: Autopercepção de saúde

Coletada a partir de questão de autorrelato: muito boa, boa, regular ou ruim,

do questionário semi-estruturado sobre características sociodemográficas. Esta variável

foi dicotomizada em boa (muito boa + boa) e ruim (regular + ruim) para a realização das

análises.

- Independentes:

a. Sociodemográficas: Idade, gênero e escolaridade

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Coletadas a partir de questões de autorrelato do questionário semi-

estruturado sobre características sociodemográficas:

• Idade em anos, agrupadas em quartis: 60-65 anos, 66-69 anos, 70-75

anos e 76-90 anos

• Gêneros masculino e feminino

• Escolaridade agrupada em três faixas: analfabeto, até 8 anos e mais de 8

anos de escolaridade

b. Estado nutricional: IMC, circunferência da cintura (avaliação antropométrica) e

domínio avaliação dietética da MAN: número de refeições realizadas por dia, ingestão

proteica, ingestão de frutas e vegetais, diminuição da ingestão alimentar nos últimos

três meses e ingestão de líquidos.

O peso e a altura foram aferidos com os idosos sem sapatos e com

roupas leves. O peso foi mensurado em balança plataforma, tipo mecânica, da marca

Welmy, com capacidade para 150 kg e precisão de 100g e, a altura, foi aferida

utilizando-se o estadiômetro vertical fixo à balança, com precisão de 0,1 cm, com o

idoso em posição ortostática, com os pés unidos, de costas para o marcador, com o

olhar no horizonte.

O IMC foi obtido pelo cálculo IMC= peso (kg) ÷ altura (m)2 e classificado

de acordo com os pontos de corte recomendados pela OPAS no projeto SABE [51].

Quadro 1. Valores de corte para a classificação do Índice de Massa Corporal (IMC) de idosos

IMC (kg/m2) Classificação do estado nutricional

< 23 Baixo peso

≥23 e < 28 Peso normal

≥ 28 e < 30 Sobrepeso

≥ 30 Obesidade

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Fonte: OPAS [51]

A circunferência da cintura foi aferida com o indivíduo em pé, posição

ereta, utilizando-se fita métrica inelástica e flexível (marca TBW Importadora Ltda), com

extensão de 2m, dividida em centímetros e subdividida em milímetros. A medida

anotada foi a obtida no final do movimento expiratório, no ponto médio da borda inferior

da última costela e a crista ilíaca anterior [49].

Quadro 2. Valores de corte para a classificação da Circunferência da Cintura (CC), segundo gênero

Risco de complicações metabólicas associadas à obesidade

Gênero Elevado Muito elevado

Feminino ≥ 80 cm ≥ 88 cm

Masculino ≥ 94 cm ≥ 102 cm

Fonte: OMS [49]

A MAN [48] foi aplicada na sua totalidade conforme orientação do “Um

guia para completar a Mini Avaliação Nutricional®” da Nestlé Nutrition Institute [89] e,

para avaliar a ingestão alimentar dos idosos e para efeito de análise neste trabalho,

foram consideradas 5 questões do domínio avaliação dietética do instrumento, sendo:

• MAN 11-“Quantas refeições completas o paciente realiza diariamente?”.

Uma refeição completa foi definida como a ingestão de mais de dois itens quando o

paciente se senta para comer. As possibilidades de respostas eram: 0-1 refeição por

dia; 1-2 refeições por dia; 2-3 refeições por dia. Para análise, esta variável foi

dicotomizada em “1-2 refeições por dia” e “3 refeições por dia”, considerando a primeira

resposta inadequada e a segunda resposta adequada.

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• MAN 12-“Consumo de alimentos proteicos?”. As possibilidades de

respostas eram: pelo menos uma porção de produtos lácteos (leite, queijo ou iogurte)

(sim ou não); duas ou mais porções semanais de grãos ou ovos por semana (sim ou

não); carne, frango ou peixe diariamente (sim ou não). Para avaliação considerou-se

“nenhuma ou uma resposta sim”, “2 respostas sim” e “3 respostas sim” e, considerou-se

inadequada, as duas primeiras respostas e, adequada, a última resposta.

• MAN 13-“Consome duas ou mais porções de frutas e vegetais por dia?”.

Uma porção de frutas e vegetais foi definida como uma unidade de fruta (maçã,

banana, laranja, etc), uma xícara média de suco de frutas e/ou vegetais e uma xícara

de vegetais crus ou cozidos. As possibilidades de respostas eram: não e sim.

• MAN 14-“Nos últimos três meses houve redução da ingestão alimentar

devido à perda do apetite, problemas digestivos ou dificuldade para mastigar ou

deglutir?”: As possibilidades de respostas eram: acentuada, moderada ou não houve

redução da ingestão alimentar. Esta variável foi dicotomizada para “acentuada ou

moderada diminuição da ingestão alimentar” e “não houve redução da ingestão

alimentar”.

• MAN 15-“Qual a quantidade de líquidos consumida por dia?”. As

possibilidades de respostas eram: < 3 copos, 3-5 copos e > 5 copos. Considerou-se 1

copo, 200 ml de água, chá ou suco de frutas. Esta variável foi dicotomizada para “até

cinco copos” e “mais que cinco copos por dia”.

c. Qualidade de vida

Para avaliar a qualidade de vida utilizou-se o instrumento proposto pela

OMS, o WHOQoL-bref, na versão brasileira traduzida e validada pelo grupo de estudos

em qualidade de vida da OMS no Brasil, sendo realizada entrevista-direta. Este

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instrumento é composto por 26 questões, sendo duas delas gerais de qualidade de vida

e 24 representantes de cada uma das 24 facetas que compõem o instrumento original,

WHOQoL-100. É composto por quatro domínios, sendo que cada domínio tem por

objetivo analisar: a capacidade física, o bem-estar psicológico, as relações sociais e o

meio ambiente onde o indivíduo está inserido, além de um domínio que analisa a

qualidade de vida global. Cada domínio é composto por questões, cujas pontuações

das respostas variam de 1 a 5 [90]. Os scores de cada domínio foram calculados por

uma sintaxe, resultando em scores finais numa escala de 0 a 100 [6, 91] e, quanto mais

elevada a pontuação obtida, melhor a qualidade de vida. No entanto, não há ponto de

corte para sua classificação [78].

Quadro 3. Questões do questionário de qualidade de vida WHOQoL-bref, segundo os domínios

Domínio Questão

Qualidade de vida

global

Q1-Como você avaliaria a sua qualidade de vida?

Q2-Quão satisfeito você está com a sua saúde?

Domínio físico

Q3-Em que medida você acha que sua dor impede de

fazer o que precisa?

Q4-O quanto você precisa de tratamento médico?

Q10-Você tem energia suficiente para o seu dia-a-dia?

Q15-Quão bem você é capaz de se locomover?

Q16-Quão satisfeito você está com o seu sono?

Q17-Quão satisfeito você está com a sua capacidade

de realizar as atividades do dia-a-dia?

Q18-Quão satisfeito você está com a sua capacidade

para o trabalho?

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Domínio psicológico

Q5-O quanto você aproveita a vida?

Q6-Em que medida você acha que sua vida tem

sentido?

Q7-O quanto você consegue se concentrar?

Q11-Você é capaz de aceitar sua aparência física?

Q19-Quão satisfeito você está consigo mesmo?

Q26-Com que frequência você tem sentimentos

negativos?

Domínio relações

sociais

Q20-Quão satisfeito você está com suas relações

pessoais?

Q21-Quão satisfeito você está com sua vida sexual?

Q22-Quão satisfeito você está com o apoio que

recebe de seus amigos?

Domínio

meio ambiente

Q8-Quão seguro você se sente em sua vida diária?

Q9-Quão saudável é o seu ambiente físico?

Q12-Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas

necessidades?

Q13-Quão disponíveis estão para você as

informações que precisa no seu dia-a-dia?

Q14-Em que medida você tem oportunidade de

atividade de lazer?

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Q23-Quão satisfeito você está com as condições do

local onde mora?

Q24-Quão satisfeito você está com o seu acesso aos

serviços de saúde?

Q25-Quão satisfeito você está com o seu meio de

transporte?

Fonte: OMS [78]

4.5 Análise de dados

Inicialmente, foi realizada a estatística descritiva dos dados, sendo que as

variáveis contínuas (idade, IMC, CC e pontuação dos domínios de qualidade de vida)

foram apresentadas em valores de quartis, mediana, valor mínimo e máximo, média e

desvio padrão; e as variáveis categóricas (gênero, grupos de idade, faixas de

escolaridade, autopercepção de saúde, classificação do IMC e da CC, critérios de

avaliação da ingestão alimentar) basearam-se nas frequências absolutas e relativas.

Para a comparação das categorias da variável de interesse

(autopercepção de saúde) com as demais variáveis categóricas, foi utilizado o teste de

Qui-Quadrado e, para a comparação dos dados contínuos, foi utilizado o teste não-

paramétrico de Mann-Whitney.

Para a avaliação da associação da variável dependente (autopercepção

de saúde ruim) com as demais variáveis foram realizadas análises de regressão

logística univariada e multivariada stepwise, pelo método Forward, com base em dois

modelos: o primeiro, que incluiu variáveis sociodemográficas e dietéticas significativas

na análise univariada e, o segundo, que incluiu variáveis sociodemográficas e de

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qualidade de vida significativas na análise univariada. O nível de significância adotado

em todos os testes foi de 5% (p<0,05). Aplicou-se para os testes estatísticos o método

Bootstrap não-paramétrico, que permite estimar o poder dos testes [87,88]. Todas as

análises foram realizadas pelo software Statistical Package for the Social Sciences

(SPSS®), versão 20.

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5. RESULTADOS

Dentre os 110 indivíduos do estudo, 71 eram do sexo feminino (64,5%)

(tabela 1) e a média de idade foi de 70,8 anos ± 6,54 anos (tabela 6), sendo que o

primeiro (60-65 anos) e terceiro (70-75 anos) grupos etários apresentaram as maiores

porcentagens de idosos, com 30% e 29%, respectivamente.

A maioria dos idosos referiram ter nível de escolaridade formal de até 8

anos (69,1%) (tabela 1). Os idosos analfabetos e com escolaridade até 8 anos foram os

que mais relataram autopercepção de saúde ruim em relação àqueles com

escolaridade superior a 8 anos (62,5, 47,4 e 16,7%, respectivamente), tendo-se

verificado associação significativa entre menor nível de escolaridade e percepção de

saúde ruim (p=0,018) (tabela 6).

A autopercepção de saúde classificada como ruim para fins de análise

estatística (somatória dos níveis regular e ruim) foi relatada por 44,5% dos participantes

(n=49) (tabela 1) sendo que, entre as mulheres, 53,5% relataram apresentar-se nessa

condição e, entre os homens, apenas 28,2% (p=0,011). Os grupos etários que mais

relataram saúde ruim foram os que se encontravam entre 60-65 anos e entre 76-90

anos, porém sem significância estatística (tabela 6).

Tabela 1. Distribuição percentual das variáveis sociodemográficas e autopercepção de saúde

Variáveis Categorias N %

Gênero Masculino 39 35,5

Feminino 71 64,5

Grupos etários 60-65 anos 33 30 66-69 anos 23 20,9 70-75 anos 32 29,1

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76-90 anos 22 20

Escolaridade

Analfabeto 16 14,5 Até 8 anos 76 69,1

Maior que 8 anos 18 16,4

Autopercepção de saúde *

Boa 61 55,5 Ruim 49 44,5

* Autopercepção de saúde: Boa (muito boa + boa) e Ruim (regular + ruim); N: número absoluto; %: número relativo

A média do IMC foi de 28,87 kg/m2 ± 6,06 e da CC foi de 94,92 cm ±

12,47, sendo que 51,8 % da amostra apresentaram sobrepeso ou obesidade e, apenas

11,8% apresentou baixo peso, conforme a tabela 2. Quanto à classificação para

obesidade abdominal, a partir da circunferência da cintura, 83 indivíduos (75,4%)

apresentaram risco elevado ou risco muito elevado para o desenvolvimento de doenças

cardiovasculares e metabólicas. Os homens apresentaram maior prevalência de baixo

peso do que as mulheres (15,4% versus 9,9%), assim como de eutrofia. Em

contrapartida, as mulheres apresentaram maiores prevalências de excesso de peso

(63,4%), bem como de risco elevado e muito elevado para o desenvolvimento de

doenças cardiovasculares e metabólicas (84,5%).

Tabela 2. Distribuição percentual das variáveis antropométricas por gênero e totalidade Variáveis Categorias Masculino Feminino Total

N (%) N (%) N (%)

IMC (kg/m2) Baixo peso 06 (15,4) 07 (9,9) 13 (11,8)

Peso normal 21 (53,8) 19 (26,7) 40 (36,4) Sobrepeso Obesidade

06 (15,4) 06 (15,4)

15 (21,1) 30 (42,3)

21 (19,1) 36 (32,7)

CC (cm) Sem risco* 16 (41) 11 (15,5) 27 (24,6)

Risco elevado*

11 (28,2) 14 (19,7) 25 (22,7)

Risco muito elevado*

12 (30,8) 46 (64,8) 58 (52,7)

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IMC: Índice de massa corporal; CC: circunferência da cintura; * risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas; N: número absoluto; %: número relativo

O IMC médio entre os indivíduos do gênero masculino foi de 26,51 kg/m2 ±

3,61 e da circunferência da cintura foi de 95,6 cm ± 10,13 e, entre as mulheres, as

médias foram 30,18 kg/m2 ± 6,73 e 94,55 cm ± 13,81, respectivamente.

Tabela 3. Medidas de posição e dispersão da amostra geral para as variáveis idade, IMC e circunferência da cintura Variáveis Média DP Mínima Mediana Máxima

Idade 70,13 6,54 60 69 90

IMC (kg/m2) Masculino 26,51 3,61 19,17 26,8 35,51 Feminino 30,18 6,73 18,3 28,5 54,2

CC (cm)

Masculino 95,6 10,13 71 97 112,8 Feminino 94,5 13,81 65,5 94,6 133

IMC: Índice de massa corporal; CC: circunferência da cintura; DP: desvio-padrão

De acordo com a tabela 4, verificou-se que a maioria dos idosos relataram

realizar 3 refeições completas ao dia, consumir 2 ou mais porções de frutas e

vegetais/dia e negaram redução da ingestão alimentar nos últimos 3 meses (69,1, 62,7

e 74,5%, respectivamente); apenas 9,1% referiram baixo consumo de alimentos

proteicos de acordo com a questão 12 da MAN e quase metade dos entrevistados

referiram consumir até 5 copos de líquidos/dia. As variáveis relacionadas à avaliação

dietética que apresentaram associação significativa com a autopercepção de saúde

ruim foram menor ingestão de frutas e vegetais, redução da ingestão alimentar nos

últimos 3 meses e consumo de até 5 copos de líquidos/dia (p=0,023; 0,015 e 0,003,

respectivamente) (tabela 6).

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Tabela 4. Distribuição percentual das variáveis dietéticas - domínio avaliação dietética MAN

Variáveis Categorias N %

MAN 11 (número de refeições/dia)

1-2 refeições

34

30,9

3 refeições

76 69,1

MAN 12

(consumo de alimentos proteicos

Nenhuma ou 1 resposta sim

10 9,1

2 respostas sim

52 47,3

3 respostas sim

48 43,6

MAN 13 (ingestão

de 2 ou mais porções de frutas e vegetais/dia)

Não

41

37,3

Sim

69

62,7

MAN 14 (redução da ingestão

alimentar nos últimos 3 meses)

Acentuada ou moderada

28 25,5

Ausente

82

74,5

MAN 15 (ingestão líquidos/dia)

Até 5 copos/dia

50 45,5

Mais de 5 copos/dia

60 54,5

MAN: Mini Avaliação Nutricional; N: número absoluto; %: número relativo

Os cinco domínios do questionário de qualidade de vida (WHOQoL-bref)

apresentaram associação significativa com a autopercepção de saúde ruim (tabela 6).

O domínio das relações sociais apresentou a maior mediana (75) e, o domínio meio

ambiente, a menor pontuação (68,8) (figura 3).

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Legenda dos domínios: 2 - Qualidade de vida global 4 - Domínio físico 6 - Domínio psicológico 8 - Domínio relações sociais 10 - Domínio meio ambiente Figura 3. Medidas de posição e dispersão da amostra geral para os domínios do questionário de qualidade de vida WHOQoL-bref

70,2 68,2 70,5 73,268,8

44,2

21,4

37,541,7 40,6

69,6 71,4 70,875

68,8

90,6

100

91,7

100

90,6

0

20

40

60

80

100

120

0 2 4 6 8 10 12

Pontu

açã

o

Domínios

Média

Mínima

Mediana

Máxima

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55

Tabela 5. Frequência das variáveis sociodemográficas, antropométricas e dietéticas conforme a variável autopercepção de saúde

Variáveis

Categorias

Autopercepção de saúde

N total

Valor p**

Boa Ruim

N (%)

Gênero Masculino 28 (71,8) 11 (28,2) 39 0,011 Feminino 33 (46,5) 38 (53,5) 71

Grupos etários 60-65 anos 15 (45,5) 18 (54,5) 33

0,193 66-69 anos 16 (69,6) 07 (30,4) 23 70-75 anos 20 (62,5) 12 (37,5) 32 76-90 anos 10 (45,5) 12 (54,5) 22

Escolaridade Analfabeto 06 (37,5) 10 (62,5) 16

0,018 Até 8 anos 40 (52,6) 36 (47,4) 76 > 8 anos 15 (83,3) 03 (16,7) 18

IMC (Kg/m2) Baixo peso 05 (38,5) 08 (61,5) 13

0,181 Peso normal 27 (67,5) 13 (32,5) 40 Sobrepeso 12 (57,1) 9 (42,9) 21 Obesidade 17 (47,2) 19 (52,8) 36

CC (cm) Sem risco* 17 (63) 10 (37) 27

0,467 Risco elevado* 15 (60) 10 (40) 25 Risco muito elevado* 29 (50) 29 (50) 58

MAN 11 (número de refeições / dia)

1-2 refeições

16 (47,1)

18 (52,9)

34

0,236

3 refeições 45 (59,2) 31 (40,8) 76

MAN 12 (consumo de

alimentos protéicos)

Nenhuma ou 1 resposta sim

07 (70) 03 (30) 10 0,568

2 respostas sim 27 (51,9) 25 (48,1) 52 3 respostas sim 27 (56,2) 21 (43,8) 48

MAN 13

(ingestão de 2 ou mais porções de frutas e vegetais)

Não

17 (41,5)

24 (58,5)

41

0,023

Sim 44 (63,8) 25 (36,2) 69

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MAN 14 (redução

da ingestão alimentar)

Acentuada/moderada 10 (35,7) 18 (64,3) 28 0,015 Ausente 51 (62,2) 31 (37,8) 82

MAN 15 (ingestão

líquidos/dia)

Até 5 copos / dia 22 (44) 28 (56) 50 0,003 Mais de 5 copos / dia 39 (65) 21 (35) 60

* Risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas; ** Valores referentes ao teste Qui-quadrado; N: número absoluto; %: número relativo

Tabela 6. Frequência das variáveis dos domínios do questionário de qualidade de vida WHOQoL-bref conforme a variável autopercepção de saúde

Domínios da

qualidade de vida

Autopercepção de Saúde

Valor de

p* Boa Ruim

Média DP Mediana Média DP Mediana

Qualidade de vida global

73,36 8,57 72,8 66,21 9,62 65,5 <0,001

Físico 72,3 14,22 75 63,12 16,29 64,3 0,003

Psicológico 74,04 11,17 75 66,06 13,06 62,5 0,001

Relações sociais 76,09 12,6 75 69,55 13,24 66,7 0,014

Meio ambiente 71,01 10,3 71,9 66,08 8,72 65,6 0,008

* Valores referentes ao teste de Mann-Whitney; DP = desvio-padrão

Conforme observado na tabela 7, a análise de regressão logística univariada

demonstrou que, a autopercepção de saúde ruim associou-se significativamente com o

gênero feminino (OR=2,93; p=0,012), com menor escolaridade, sendo que os

analfabetos e os idosos com até 8 anos de escolaridade apresentaram

respectivamente, 8,33 (OR=8,33; p=0,009) e 4,5 (OR=4,5; p=0,025) vezes mais chance

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de ter uma autopercepção de saúde ruim, em relação aos mais escolarizados (com

mais de 8 anos de escolaridade). Quanto às variáveis do domínio avaliação dietética da

MAN, as categorias consumir menos de 2 porções de frutas e vegetais/dia, severa ou

moderada redução da ingestão alimentar nos últimos 3 meses e ingerir até 5 copos de

líquidos/dia associaram-se significativamente com a auto percepção de saúde ruim

(OR=2,48; p=0,024; OR=2,96; p=0,017 e OR=2,36; p=0,029, assim como todos os

domínios do WHOQoL-bref, com exceção do domínio meio ambiente (p=0,064).

Tabela 7. Resultados da análise univariada de regressão logística para autopercepção de saúde ruim (n = 110)

Variáveis Categorias Valor de p

O.R.* IC 95% O.R.*

Gênero Masculino (ref.) ---- ---- ---- Feminino 0,012 2,93 1,26 – 6,78

Idade

(em anos)

60-65 (ref.) ---- ---- ---- 66-69 0,078 0,36 0,12 – 1,12 70-75 0,170 0,50 0,18 – 1,34 76-90 1,000 1,00 0,34 – 2,95

Escolaridade

Analfabeto 0,009 8,33 1,68 – 41,28 1 a 8 anos 0,025 4,50 1,20 – 16,82

> 8 anos (ref.) ---- ---- ---- MAN 11

(refeições/dia) 1 a 2 0,238 1,63 0,72 – 3,68

3 (ref.) ---- ---- ---- MAN 12

(consumo de alimentos proteicos)

Nenhum ou 1 resposta sim

0,426 0,55 0,12 – 2,39

2 respostas sim 0,665 1,19 0,54 – 2,62 3 respostas sim (ref.) ---- ---- ----

MAN 13 (2 ou + porções de

frutas/vegetais)

Não 0,024 2,48 1,12 – 5,48 Sim (ref.) ---- ---- ----

MAN 14 (redução ingestão

alimentar)

Acentuada/moderada 0,017 2,96 1,21 – 7,23 Ausente (ref.) ---- ---- ----

MAN 15 (ingestão

líquidos/dia)

Até 5 copos 0,029 2,36 1,09 – 5,10 > 5 copos (ref.) ---- ---- ----

IMC (grupos por

≤ 28,00 (ref.) ---- ---- ---- > 28,00 0,456 1,33 0,62 – 2,83

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mediana)

IMC (OPAS)

Baixo peso 0,070 3,32 0,90 – 12,17 Peso normal (ref.) ---- ---- ----

Sobrepeso 0,425 1,56 0,52 – 4,62 Obesidade 0,076 2,32 0,91 – 5,88

CC

(grupos por mediana)

≤ 94,6 (fem.) ou ≤ 97 (masc.) (ref.)

---- ---- ----

> 94,6 (fem.) ou > 97(masc.)

0,717 1,15 0,54 – 2,44

CC (OMS) (Risco

cardiovascular)

Sem risco (ref.) ---- ---- ---- Elevado 0,826 1,13 0,37 – 3,46

Muito elevado 0,266 1,70 0,66 – 4,33

Domínio físico (grupos por medianas)

≤ 71,4 0,011 2,86 1,27 – 6,42 > 71,4 (ref.) ---- ---- ----

Domínio psicológico (grupos por medianas)

≤ 70,8 0,002 3,41 1,54 – 7,51 > 70,8 (ref.) ---- ---- ----

Domínio social (grupos por medianas)

≤ 75 0,015 2,89 1,22 – 6,85 > 75 (ref.) ---- ---- ----

Domínio ambiental (grupos por medianas)

≤ 68,8 0,064 2,07 0,96 – 4,50 > 68,8 (ref.) ---- ---- ----

Qualidade de vida global

(grupos por medianas)

≤ 69,6 0,014 2,65 1,22 – 5,76 > 69,6 (ref.) ---- ---- ----

* O.R. (Odds Ratio) = Razão de chance para autopercepção de saúde ruim; IC 95% O.R. = Intervalo de 95% de confiança para a razão de risco; Ref.: nível de referência

Na análise de regressão logística multivariada stepwise (método Forward)

ajustada para dados sociodemográficos e variáveis dietéticas, as categorias gênero

feminino, analfabetismo, escolaridade entre 1 e 8 anos e ingestão de até 5 copos de

líquidos/dia apresentaram associação significativa com autopercepção de saúde ruim

(tabela 8). E, na análise ajustada para dados sociodemográficos e variáveis referentes

à qualidade de vida, o domínio psicológico apresentou associação significativa com

autopercepção de saúde ruim, além do gênero feminino, analfabetismo e escolaridade

entre 1 e 8 anos (tabela 9).

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Tabela 8. Resultados da análise multivariada de regressão logística para autopercepção de saúde ruim (n = 110). Modelo 1: inclusão das variáveis sociodemográficas (gênero e escolaridade) e dietéticas (MAN 13, 14 e 15)

Variável Categorias Valor de

p O.R.* IC 95% O.R.*

Gênero Masculino (ref.) ---- ---- ----

Feminino 0,004 4,01 1,56 – 10,31

Escolaridade Analfabeto 0,010 9,38 1,72 – 50,95 1 a 8 anos 0,015 5,75 1,41 – 23,52

> 8 anos (ref.) ---- ---- ---- MAN 15

(ingestão líquidos/dia) Até 5 copos 0,009 3,29 1,35 – 8,03

> 5 copos (ref.) ---- ---- ---- * O.R. (Odds Ratio) = Razão de chance para autopercepção de saúde ruim; IC 95% O.R.= Intervalo de 95% de confiança para a razão de risco. Ref.: nível de referência

Tabela 9. Resultados da análise multivariada de regressão logística para autopercepção de saúde ruim (n = 110). Modelo 2: inclusão das variáveis sociodemográficas (gênero e escolaridade) e referentes à qualidade de vida (domínios qualidade de vida global, físico, psicológico e relações sociais)

Variável Categorias Valor de

p O.R.* IC 95% O.R.*

Gênero Masculino (ref.) ---- ---- ----

Feminino 0,035 2,65 1,07 – 6,54

Escolaridade Analfabeto 0,013 8,49 1,57 – 45,88 1 a 8 anos 0,028 4,68 1,18 – 18,48

> 8 anos (ref.) ---- ---- ---- Domínio psicológico

(grupos por medianas) ≤ 70,80 0,011 2,97 1,28 – 6,90

> 70,80 (ref.) ---- ---- ---- * O.R. (Odds Ratio) = Razão de chance para autopercepção de saúde ruim; IC 95% O.R.= Intervalo de 95% de confiança para a razão de risco; Ref.: nível de referência

A tabela 10 demonstra o poder dos testes estatísticos para as variáveis que apresentaram associação significativa com a autopercepção de saúde ruim na análise multivariada de regressão logística.

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Tabela 10. Resultados da análise multivariada de regressão logística para autopercepção de saúde ruim (n = 110). Poder dos testes estatísticos

Variáveis Categorias Valor de p

O.R.* PODER

Gênero Masculino (ref.) ---- ---- ----

Feminino 0,004 4,01 0,84

Escolaridade Analfabeto 0,010 9,38 0,72 1 a 8 anos 0,015 5,75 0,74

> 8 anos (ref.) ---- ---- ---- MAN 15 (ingestão

líquidos/dia)

Até 5 copos 0,009 3,29 0,82

> 5 copos (ref.) ---- ---- ---- * O.R. (Odds Ratio) = Razão de chance para autopercepção de saúde ruim; Ref.: nível de referência

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6. DISCUSSÃO

Na presente investigação, a maioria dos idosos estudados pertencia ao

gênero feminino e a idade média foi de 70,8 anos, sendo que, a maior parte dos

indivíduos apresentava-se nas faixas etárias de 60–65 anos (30%) e de 70-75 anos

(29,1%). Quanto à escolaridade, 83,6% da amostra era constituída de idosos com até

oito anos de escolaridade.

Pesquisa realizada no município de Pelotas (RS) para avaliar prevalência e

fatores associados à obesidade em idosos com 60 anos ou mais, verificou uma

porcentagem de 80,1% dos indivíduos com escolaridade de oito anos ou menos,

incluindo analfabetismo, o que está em consonância com o achado deste estudo [92].

Também se verificou que, entre idosos de um bairro periférico do município de São

Carlos (SP) [93] e, entre 1.742 indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos

residentes em Bambuí (MG) [94], 97,5% e 92% das amostras, respectivamente,

encontravam-se na faixa de escolaridade discutida.

Quanto ao analfabetismo, esta classificação foi observada nas porcentagens

de 25% e 41% dos idosos da região Sul e da região Nordeste do país [95],

respectivamente, em contraste com o presente estudo, em que uma percentagem

menor (15%) da amostra era constituída por idosos analfabetos.

Os diferentes níveis de escolaridade de idosos brasileiros que participaram

dos estudos citados acima demonstram um dos aspectos da desigualdade social do

país, a qual também difere entre as regiões. Está documentado na literatura que o nível

de escolaridade pode influenciar na sobrevivência, qualidade de vida e na receptividade

aos programas de atenção em saúde por parte dos idosos [93].

Quanto ao IMC, em um estudo realizado no México [96], com uma

amostra de 1.968 idosos com idade igual ou superior a 60 anos, a média registrada foi

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de 26,6 kg/m2, sendo de 26,8 kg/m2 entre as mulheres e 26,4 kg/m2entre os homens.

Comparando esses dados com a presente investigação, verifica-se que os valores

encontrados nessa amostra de idosos do município de Vinhedo (28,87 kg/m2 para a

população total; 30,18 kg/m2 para as mulheres e 26,5 kg/m2 para os homens) são

superiores, exceto para os homens, que foi similar. Porém, no estudo populacional

realizado por Buzzachera et al., em que se avaliou prevalência de sobrepeso em 1.069

idosas do município de Curitiba (PR), evidenciou-se uma média de IMC de 28,5 kg/m2

[97], que se aproximou daquela registrada nesta investigação. Também Aurichio et al.,

encontrou média de IMC igual a 28,75 kg/m2 para mulheres idosas do município de São

Carlos. Sabe-se que o registro de obesidade e sobrepeso é maior entre as mulheres

idosas do que entre os homens idosos [98], podendo associar este achado à

predisposição do sexo feminino para acúmulo de gordura e maior tolerância ao excesso

de gordura coporal [99]. Nessa pesquisa desenvolvida no município de Vinhedo, os

maiores valores de IMC verificados entre as mulheres, podem estar associados ao

padrão alimentar e ao sedentarismo, que são dois fatores que se somam a essa

predisposição do sexo feminino para a obesidade [97, 100].

No estudo mexicano desenvolvido por Sánches-García et al., [96], 1,4% dos

idosos foram classificados na categoria baixo peso e 62,3% em sobrepeso ou

obesidade, segundo o IMC classificado pela OMS. Estes valores são diferentes aos

achados do presente estudo, em que se registrou 11,8% e 51,8% dos idosos com baixo

peso e excesso de peso, respectivamente (sendo que neste estudo a classificação do

IMC foi segundo a OPAS). A esse respeito, os autores consideraram a possibilidade de

uma superestimação do sobrepeso e subestimação do baixo peso dos idosos, sendo

necessários novos estudos para validar valores de corte de IMC para a população idosa

mexicana, considerando fatores de risco, mortalidade, marcadores nutricionais e

bioquímicos [97]. Já no estudo sobre padrão nutricional desenvolvido no município de

Viçosa (MG) foram avaliados 621 idosos e encontrou-se prevalência de baixo peso de

13,6% (sendo maior entre os homens) e excesso de peso de 45%, o qual foi maior

entre as idosas, o que se relaciona com os valores obtidos na presente amostra [98].

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Por outro lado, Buzzachera et al. [97], encontraram 43,5% de mulheres

idosas com sobrepeso e 34% com obesidade, o que representa prevalência mais

elevada de excesso de peso, quando se comparam os dados da população total de

Sánchez-García et al. [96] e as desta investigação. Embora se tenha sugerido a

associação desse achado tão expressivo com baixo nível socioeconômico, os autores

não conseguiram confirmar essa associação [97]. No estudo desenvolvido no município

de Vinhedo não se considerou a avaliação da renda, o que não permite fazer esse tipo

de associação. No entanto, é necessário destacar que esta população concentra-se,

em grande parte, em áreas de muito baixa vulnerabilidade social, com um total de

29.224 indivíduos, correspondendo a 46,1% da população, com número médio de 3,2

pessoas por domicílio e renda média de 3.653 reais [84], (ou seja, quase 4,6 vezes

superior ao valor do salário mínimo no Estado de São Paulo, no ano de 2015).

No presente estudo, observou-se que a maioria dos idosos (52,7%),

apresentou risco muito alto para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e

metabólicas, a partir da avaliação da CC (>102 cm para homens e >88 cm para

mulheres), com destaque às mulheres, pois a maioria (64,8%) enquadrava-se nesta

faixa de risco. Na pesquisa de Fiore et al. [100] foi encontrado o valor de 67,1% de

idosos na faixa de risco muito alto para doenças metabólicas e, na pesquisa realizada

no México [96], encontrou-se 45% com risco muito alto, sendo que, novamente, maior

proporção de mulheres apresentaram obesidade abdominal em relação ao gênero

masculino.

Santos & Sichieri realizaram pesquisa com 699 indivíduos com idade igual ou

superior a 60 anos participantes da Pesquisa de Saúde e Nutrição do município do Rio

de Janeiro (PSN/RJ) e observaram que, 54,6% das mulheres e 47,9% dos homens

apresentavam IMC acima de 25 kg/m2 (sobrepeso ou obesidade). Em relação à

obesidade abdominal, 65,9% das mulheres apresentaram CC acima do valor normal

(>80 cm), sendo que, entre os homens, 39,2% tinham valores acima de 94 cm [101].

Em comparação com a presente pesquisa, estes valores não são semelhantes, porém

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também evidenciam maior prevalência de obesidade, tanto geral, quanto abdominal,

entre as mulheres.

No Estudo SABE, coordenado pela OPAS, quando se avaliou o estado

nutricional de 1.894 indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, registraram-se

valores médios de IMC e CC de 27,26 kg/m2 e 93,97 cm entre as mulheres, e 25 kg/m2

e 95,2 cm entre os homens, respectivamente. Nesta investigação, esses valores foram

de 30,18 kg/m2 e 95,5 cm para as mulheres, e 26,51 kg/m2 e 95,6 cm para os homens,

o que evidencia aproximação das medidas da CC, quando se comparam os dois

estudos, que utilizaram os mesmos pontos de corte para a avaliação desses dois

parâmetros antropométricos [61].

Leite-Cavalcanti et al., em João Pessoa (PB), em estudo realizado com 117

idosos com idade entre 60 e 87 anos, registraram um IMC médio de 30,98 kg/m2 e CC

média de 99,08 cm. Há que se destacar que os autores não encontraram indivíduos

classificados na condição de baixo peso ou eutrofia, sendo que a prevalência de

sobrepeso foi de 46,1%. Nessa pesquisa também se constatou que 97,4% dos idosos

apresentavam obesidade abdominal pela relação cintura-quadril [102].

Segundo a OMS, os indivíduos tendem a um aumento do IMC a partir da

meia idade até os 65 anos, entre os homens e, até os 75 anos entre as mulheres,

sendo que, em idade mais avançada começa a ocorrer redução desse índice,

ocasionada, ao menos em parte, pela diminuição do conteúdo de água e de massa

muscular [103].

Além disso, como já se destacou acima, as mulheres apresentam maior

prevalência de excesso de peso, o que também pode ser associado à maior expectativa

de vida, bem como ao maior acúmulo de gordura visceral e subcutânea (sendo que a

última demora mais para ser perdida), e às alterações hormonais decorrentes da

menopausa, que induzem aumento da adiposidade e do peso em geral [103].

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É importante lembrar que as diferenças apresentadas quanto ao registro das

condições de sobrepeso e obesidade em idosos podem ser decorrentes da utilização

de diferentes pontos de corte para a avaliação dos parâmetros antropométricos, o que é

bastante discutido nas pesquisas.

Na literatura verifica-se que os valores de IMC que indicam baixo peso e

excesso de peso estão relacionados com a morbimortalidade entre adultos e idosos.

Valores mais baixos de IMC estão associados com doenças como tuberculose, doenças

pulmonares, infecções e maior número de internações hospitalares e, medidas mais

elevadas de IMC estão associadas com doenças cerebrovasculares, cardiovasculares,

hipertensão arterial, diabetes e câncer [102-106]. Devido a esses fatores, pontos de

corte de IMC específicos para a população idosa mostram-se relevantes e têm sido

relacionados à morbidade e mortalidade neste grupo [107, 108].

Por outro lado, em estudo populacional realizado com duas coortes, através

do levantamento de dados do “Canadian Study of Health and Aging”, evidenciou-se que

o IMC não se mostrava como um bom preditor de mortalidade em idosos, porém o

peso, particularmente quando a diminuição dessa medida levada à mudança do IMC,

podia se constituir em sinal de alarme para risco de morte [109].

Um estudo longitudinal de 10 anos realizado na Austrália com 9.240 idosos

entre 70 e 75 anos, sendo 4.677 homens e 4.563 mulheres, demonstrou que os idosos

diagnosticados com sobrepeso apresentavam risco de morte 13% menor do que os

indivíduos eutróficos, segundo classificação do IMC. Dessa forma, os autores

concluíram que os valores de corte para IMC propostos pela OMS eram muito restritos

para avaliação de idosos [110].

Em outra pesquisa longitudinal que acompanhou 7.527 idosos americanos

da comunidade, com 70 anos ou mais, durante 96 meses, verificou que a mortalidade

foi 33% menor entre os indivíduos obesos (IMC >28,5 kg/m2), do que entre os mais

magros (IMC < 19,4 kg/m2), que registraram 38% de mortes, sugerindo um efeito

protetor do maior peso em idosos. Entretanto, é importante destacar que nesse estudo

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os autores utilizaram o IMC como variável contínua, não procedendo à categorização

dos idosos em baixo peso, eutróficos, sobrepeso e obesidade [111].

Apesar de baixas medidas de IMC se relacionarem à maior mortalidade entre

idosos (com destaque aos idosos acima de 80 anos) [104], pois é uma medida que não

demonstra apenas baixa adiposidade, mas também uma baixa reserva muscular, sendo

que estes dois sistemas influenciam na saúde e longevidade [110, 112, 113],

recentemente Nakade et al., [107] destacaram que os valores extremos de IMC (baixo

peso e excesso de peso) se mostraram associados ao maior risco de morte, assim

como no estudo de Ford et al. [114], que verificaram que IMC abaixo de 18,5 Kg/m2

entre idosos com idade igual ou superior a 74 anos, associou-se com mortalidade e, o

IMC na faixa de sobrepeso, 25 a 29,9 Kg/m2, associou-se com menor risco de

mortalidade.

Pesquisas registram evidências do efeito protetor do sobrepeso e obesidade

neste grupo de indivíduos, no entanto, a obesidade está relacionada com várias

doenças crônicas, com maior prevalência de comprometimento cognitivo e influência na

funcionalidade e na capacidade de realizar atividades de vida diária, o que pode levar

ao aumento da demanda por serviços de saúde, institucionalização e piora da

qualidade de vida [108, 115, 116].

Embora o IMC não possibilite determinar a composição corporal e não

expresse a distribuição de gordura, é importante na determinação do risco de muitas

doenças crônicas, sendo parâmetro relevante na avaliação antropométrica dos idosos a

partir de pontos de corte de IMC específicos para essa faixa etária, associado a

medidas que analisem de forma mais criteriosa a distribuição da gordura corporal, como

a CC [117].

A medida da circunferência da cintura, por sua vez, apresenta forte relação

com a quantidade de gordura no tronco e está relacionada à síndrome metabólica e

com fatores de risco metabólicos (resistência à insulina e produção de citocinas

inflamatórias, por exemplo) [118], além de haver evidências da relação com

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aterosclerose (independente do IMC do indivíduo e/ou fatores de risco para doenças

cardiovasculares) [119] e com a síndrome da fragilidade [32]. O ideal é que os pontos

de corte de CC e RCQ, assim como de IMC, sejam estabelecidos para idosos de

diferentes culturas e etnias [16, 28].

A autopercepção de saúde representa aspectos físicos, emocionais e sociais

da saúde e bem-estar [120]. Em estudo qualitativo, realizado com dezessete idosos

com idade igual ou superior a 70 anos residentes em Bambuí (MG), demonstrou-se que

esses vinculavam a autoavaliação de saúde com a autonomia e presença de relações

familiares e sociais, considerando a si mesmos, não como indivíduos livres de doenças,

mas como seres capazes de agir sobre o ambiente [121].

O Estudo SABE verificou, entre 2.143 idosos do município de São Paulo, que

53,8% destes consideravam a sua saúde regular ou ruim, percentual um pouco mais

elevado que o do presente estudo. Os dados do SABE também evidenciaram que as

mulheres apresentavam maior registro de autoavaliação de saúde ruim do que os

homens (55,4% versus 51,5%). Além disso, verificou-se que idosos analfabetos tinham

chance de avaliar sua saúde como ruim 1,2 vezes mais do que aqueles com 7 a 12

anos de estudo (65,7% e 29,2%, respectivamente) [2]. Na presente investigação

encontrou-se que 44,5% dos entrevistados percebiam sua saúde como ruim, sendo

essa categoria registrada em 53,5% das mulheres e em 28,2% dos homens. Por outro

lado, quando se considerou a escolaridade, verificou-se que os analfabetos tinham 8,33

vezes mais chances de relatar autopercepção de saúde ruim em relação aos indivíduos

com mais de oito anos de escolaridade.

Também em uma pesquisa realizada com 523 idosos residentes em um

bairro periférico do município de São Carlos (SP), verificou-se taxas mais elevadas de

pior percepção da própria saúde, ou seja, a autopercepção de saúde ruim foi relatada

por 55% da amostra em comparação a 44,5% registrada na presente investigação [93].

Por sua vez, Pagotto et al. encontraram prevalência de 27,5% de

autoavaliação de saúde ruim entre idosos usuários do SUS/Rede Primária do município

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de Goiânia (GO), sendo que a percentagem foi maior entre os idosos que estudaram

menos de um ano (35,6%) e a prevalência da percepção muito boa/boa foi maior entre

os idosos com 4-7 anos de escolaridade (33%). As mulheres foram as que mais

relataram autopercepção de saúde ruim (29,7% versus 23,4% dos homens) [25].

Em outro estudo conduzido no município de Porto Alegre (RS) com 292

idosos, apenas 19% se consideraram doentes, sendo que, em comparação com os

homens, as mulheres relataram pior condição de saúde (21,5% versus 13,8%) [122].

Em relação aos estudos apresentados verifica-se que mesmo que varie a percentagem

dos que apresentam relato de pior percepção de saúde, essa está mais associada ao

gênero feminino e a um nível mais baixo de escolaridade, o que pode se supor que

esteja vinculada às condições de saúde, estilo de vida e acesso aos cuidados na área

da saúde [20, 25, 123].

Em pesquisa realizada em dezoito capitais de estados de diferentes regiões

do Brasil com indivíduos de 18 anos ou mais, verificou-se que a autopercepção de

saúde ruim foi mais prevalente entre as mulheres e entre os indivíduos com menor

escolaridade, além de que, também houve maior prevalência entre os indivíduos com

50 anos ou mais e na região Norte/Nordeste, em comparação com a região Centro-

Oeste/Sul/Sudeste [124]. O mesmo pôde ser verificado na Pesquisa Nacional de Saúde

(PNS), 2013, em que 33,9% dos indivíduos relataram sua saúde como regular, ruim ou

muito ruim e, entre as mulheres, esta estimativa foi de 37,6%, sendo que houveram

variações entre as regiões do país. Da mesma forma, verificou-se que o nível de

escolaridade influenciou no relato de autopercepção de saúde. Quanto maior foi o grau

de instrução, maior o percentual dos que consideraram sua saúde boa ou muito boa

[125].

As mulheres, apesar de apresentarem maior expectativa de vida, relatam pior

condição de saúde do que os homens, o que segundo Lebrão & Laurenti se deve ao

fato de que essas consideram mais as limitações e condições de vida não-fatais [126].

As diferentes prevalências de autopercepção de saúde ruim dos estudos podem estar

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relacionadas com as diferenças regionais que ocorrem no Brasil, considerando-se que

as condições socioeconômicas e as desigualdades sociais diferem de região para

região. Da mesma forma, a variável escolaridade interfere na forma como o indivíduo

avalia a sua condição de saúde, já que o nível de instrução facilita o acesso às

informações para o autocuidado e, esta característica, está condicionada a diversos

fatores como estilo de vida, exposições ambientais diferenciadas, desigualdade social e

condição socioeconômica [124].

As pesquisas sobre autopercepção de saúde utilizam diferentes formas de

análise deste elemento e, por isso, pode haver diferenças nos registros, o que dificulta,

em partes, a discussão desta variável.

Na presente pesquisa foi avaliada a ingestão alimentar dos idosos utilizando-

se o domínio “avaliação dietética” da MAN. Foi verificado que 30,9% dos indivíduos

realizavam somente 1-2 refeições completas por dia, 56,4% referiram uma ingestão

inadequada ou razoável de alimentos proteicos, 41% ingeriam menos de duas porções

de frutas e vegetais por dia, 25,5% relataram redução acentuada ou moderada da

ingestão alimentar nos últimos três meses e 45,5% tomavam até cinco copos de

líquidos por dia.

Estudo realizado com 361 idosos usuários de seis unidades básicas de

saúde da região centro-oeste de São Paulo verificou que, 82,6% realizavam três ou

mais refeições ao dia e, 86,5% referiram consumir duas ou mais porções de frutas e

vegetais por dia (versus 69,1% e 62,7% do presente estudo) [127].

Pesquisa realizada a partir de dados do estudo longitudinal “Taiwan

Longitudinal Survey on Aging” com 2674 idosos de idade de 65 anos ou superior,

demonstrou que apenas 3,6% dos entrevistados referiram realizar de 1-2 refeições

completas por dia, apenas 13,4% apresentaram ingestão inadequada ou razoável de

alimentos proteicos, cerca de 8% ingeriam menos de duas porções de frutas e vegetais

por dia e 10,2% relataram redução acentuada ou moderada da ingestão alimentar [128].

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Em comparação com o presente estudo, percebe-se que os taiwaneses apresentam, de

forma geral, uma melhor avaliação dietética em relação aos idosos de Vinhedo – SP.

Em contrapartida, outra pesquisa relacionada a esse mesmo estudo, com

dados de 1999, apresentou consonância com os achados da presente amostra, sendo

que 58,8% dos entrevistados relataram consumo de alimentos fonte de proteína abaixo

do ideal (versus 56,4% do presente estudo) [129]. Como o primeiro trabalho refere-se à

seis avaliações realizadas durante o estudo longitudinal e o segundo refere-se apenas

aos dados de 1999, pode-se considerar que, durante o período que se estendeu por

quase 20 anos, houve uma melhora no padrão alimentar dessa população idosa.

Em Kolkata, Índia, verificou-se que, entre 500 idosos de 65 a 75 anos da

comunidade, 64,9% referiram ingerir mais de cinco copos de líquidos por dia, 89,2%

realizavam três ou mais refeições e consumiam duas ou mais porções de frutas e

vegetais por dia e, 24,3% relataram redução acentuada da ingestão alimentar, a qual

esteve relacionada principalmente com problemas digestivos e de mastigação, versus

percentagens de 54,5%, 69,1%, 62,7% e 25,5% (diminuição acentuada e moderada),

respectivamente, da presente amostra [130].

Dados semelhantes ao presente estudo foram encontrados quanto ao

número de refeições realizadas ao dia na pesquisa de Lebrão & Laurenti, em que

67,4% dos idosos disseram realizar três ou mais refeições ao dia (versus 69,1% da

presente amostra), apesar de 91,6% se considerarem bem nutridos [2].

Quanto à ingestão de frutas e hortaliças, estudo realizado em Goiás, com

idosos usuários do SUS, observou que apenas 26,9% dos entrevistados relataram

ingerir frutas todos os dias [25]. Na pesquisa de Borim et al., 62,7% da amostra de

idosos de Campinas (SP), relataram frequência de consumo de frutas e hortaliças maior

ou igual a quatro vezes/semana [20] (no presente estudo 62,7% declararam ingerir

duas ou mais porções de frutas e vegetais por dia). Apesar das perguntas relacionadas

à ingestão de frutas e hortaliças terem sido realizadas de diferentes formas nos estudos

citados acima, pode-se inferir que os idosos de Goiânia foram os que apresentaram

menor consumo de tais alimentos.

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Em relação ao número de refeições realizadas ao dia, verificou-se que o

fracionamento das refeições foi inversamente proporcional a resistência à insulina, à

síndrome metabólica, dislipidemia, obesidade geral e central (circunferência abdominal)

e concentração sérica da enzima gama-glutamil transferase (GGT), a qual tem sido

considerada um marcador de risco cardiovascular e estresse oxidativo [131],

demonstrando a importância da realização de refeições ao longo do dia.

A ingestão alimentar diminuída (menor ingestão de energia, proteína e

micronutrientes), entre idosos, pode estar relacionada com fatores psicossociais, perda

do apetite, recusa do alimento ou falta de motivação para prepará-lo [132], além de

mudanças na saúde bucal, edentulismo, próteses mal ajustadas (que implicam em

dificuldades para mastigar e engolir alimentos fibrosos e firmes) [133] e limitações

funcionais que prejudicam a aquisição, preparo e consumo dos alimentos [134]. O fator

baixa renda também pode estar presente [133, 135].

Estudos registram inadequação do consumo de frutas, hortaliças, além de

leite, derivados e cereais integrais entre idosos [136, 137]. Da mesma forma, Viebig et

al. [9] verificaram baixa ingestão de frutas e hortaliças, sendo que apenas 19,8% dos

idosos entrevistados relataram ingerir cinco ou mais porções diárias de frutas e

hortaliças (mínimo 400g), o qual é preconizado pela OMS [138]. Em contradição, a

partir de dados do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), Juan

et al. verificaram alto consumo de frutas totais e integrais, além de grãos, carnes e

leguminosas entre idosos americanos com idade igual ou superior a 65 anos [139].

Uma pior qualidade da dieta, caracterizada por maior consumo de gorduras,

doces e grãos refinados, aumentou o risco de mortalidade por todas as causas em

estudo longitudinal de 15 anos realizado com idosos de área rural da Pensilvânia [114].

O contrário pode ser verificado em pesquisa longitudinal sueca, que acompanhou

71706 indivíduos de 45 a 83 anos por 13 anos e, verificou que, em relação com as

cinco porções de frutas e vegetais diárias recomendadas pela OMS [138], um menor

consumo destes alimentos, associou-se, progressivamente, com uma menor taxa de

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sobrevivência e maiores taxas de mortalidade. Além disso, uma maior ingestão de

frutas e vegetais esteve associada com uma maior ingestão de energia [140].

As frutas e hortaliças frescas e variadas são fontes de fibras, vitaminas,

minerais e fitoquímicos, nutrientes antioxidantes que são importantes para a prevenção

de doenças cardiovasculares, metabólicas e câncer [141, 142].

Quanto ao consumo de energia em idosos, as diretrizes são em torno de 30

a 40 kcal/kg peso corporal, dependendo do estado de saúde do indivíduo. Uma

inadequada ingestão de energia e proteína, além de baixa atividade física e distúrbios

endócrinos, estão associados com a sarcopenia e fragilidade [143].

A desnutrição proteico-energética em idosos, associada à diminuição da

ingestão alimentar e perda de peso involuntária, pode ainda acarretar em supressão da

imunidade, úlceras de pressão, anemia, quedas, comprometimento da função cognitiva,

osteopenia, alteração do metabolismo de drogas, sarcopenia e diminuição da

capacidade respiratória máxima [144, 145] e, mais recentemente, como já mencionado,

síndrome da fragilidade, sendo que um dos possíveis tratamentos que parece ser eficaz

nesta condição é o adequado aporte proteico-calórico [146].

Por sua vez, o comprometimento da função cognitiva pode estar relacionado

com o padrão alimentar do indivíduo, sendo que aqueles que têm o hábito de maior

ingestão de frutas, alimentos frescos, vegetais, peixes e cereais integrais, os quais

contêm vitaminas como beta-caroteno, B12, B6, ácido fólico e ômega – 3, apresentam

menor risco de comprometimento cognitivo, incluindo a memória verbal [147, 148].

A massa muscular do idoso é mais sensível ao efeito negativo da inatividade

física e requer um maior aporte proteico. Uma adequada nutrição e, especificamente,

proteína de alto valor biológico, contribuem para a manutenção da massa muscular

esquelética e para o tratamento de pacientes com sarcopenia. A sarcopenia ou perda

de massa muscular é caracterizada pela reposição de tecido adiposo e fibrótico no

lugar do tecido muscular perdido. Essa perda cumulativa resulta em diminuição de força

e de tolerância ao exercício e da capacidade para realizar atividades de vida diária,

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além de fadiga, dependência física e incapacidade [149, 150], sendo que preservar a

saúde da massa esquelética muscular é relevante para manter a independência e bem-

estar durante o envelhecimento [151].

O consumo de líquidos é importante por manter o volume vascular, regular a

temperatura corporal, excretar resíduos corporais e auxiliar a homeostase celular. A

falta de líquido pode ser um importante componente na constipação. A necessidade de

água depende da temperatura ambiente, nível de atividade física, uso de medicamentos

e função renal [152, 153].

Os distúrbios de fluidos e eletrólitos são típicos entre idosos, os quais são

mais susceptíveis à desidratação e hiperhidratação, devido a mudanças nos

mecanismos neuroendócrinos do sal e da homeostase da água. Os rins destes

indivíduos apresentam menor capacidade de reter água [154].

Em vários países são realizados e publicados guias e diretrizes para a

alimentação dos idosos, os quais contemplam orientações como: balancear a ingestão

alimentar com o gasto energético; ingerir quantidade adequada de proteína; usar o sal

com moderação; priorizar boa qualidade da gordura ingerida; considerar os significados

afetivos das refeições; perder peso, quando necessário, de forma gradual; considerar a

suplementação de vitamina D; cuidar da saúde bucal [155]; ingerir quantidade

adequada de líquidos, o que interfere no correto funcionamento do intestino,

umidificação da boca, produção salivar e hidratação corporal, sendo importante o

incentivo ao consumo de água em pequenas quantidades, várias vezes ao dia, entre as

refeições e realizar cinco a seis refeições diárias, com horários regulares, pois a pessoa

idosa apresenta maior dificuldade para digestão. Este hábito também estimula o

funcionamento intestinal, evita que se coma fora de horários estabelecidos, contribui

para o fornecimento de energia e nutrientes, proporciona maior conforto e apetite para o

indivíduo [156].

O consumo de frutas e hortaliças coloridas é priorizado, a fim de evitar

deficiência de nutrientes, além de sugerir o consumo destes alimentos congelados,

sendo uma forma de auxiliar os idosos com maiores dificuldades na aquisição e preparo

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dos mesmos [153]. As frutas e vegetais verde-escuros, alaranjados e amarelos

contribuem com o fornecimento de vitamina C, ácido fólico, carotenóides e fibras. Os

crucíferos, como couve, repolho e brócolis contêm fitoquímicos antioxidantes, como

indol-3-carbinol, flavonas e isotiocianatos. Para estes alimentos, a recomendação é que

seja consumido todo o alimento, e não somente em forma de suco, a fim de suprir a

necessidade de fibras, sendo importante desta forma, a escolha de alimentos variados

e que apresentem alta densidade de nutrientes, como cereais integrais, frutas e

vegetais [152].

Dietas restritivas devem ser bem avaliadas, pois quando realizadas, pode

ocorrer inadequação do consumo de nutrientes importantes para a idade. Alimentos

com baixa quantidade de nutrientes devem ser evitados e, a quantidade média de

proteína ingerida para este grupo etário deve ser em torno de 1,0 – 1,2g/kg peso (maior

do que para indivíduos jovens), para assegurar a manutenção e/ou recuperação da

massa muscular após doenças agudas [155, 157]; a quantidade de proteína por

refeição, para ocorrer anabolismo, deve ser em torno de 25-30g (contendo em torno de

2,5 a 2,8g do aminoácido leucina). O tipo de proteína, o horário de ingestão e o uso de

suplementos de aminoácidos devem ser considerados nos indivíduos idosos e, estudos

com melhores metodologias, devem ser realizados para verificar a recomendação ideal

de ingestão deste nutriente. Ressalta-se também que exercícios individualizados são

recomendados em conjunto com o aumento da oferta proteica [157].

O monitoramento do estado nutricional deve ser realizado nos serviços

sociais e da saúde e, além disso, deve ser assegurado à pessoa idosa o acesso a

alimentos de qualidade, fácil aquisição e acessíveis financeiramente, para que a

ingestão adequada de todos os nutrientes, fibras e líquidos seja garantida, além do

incentivo à prática de atividade física para a manutenção da massa muscular [155].

Dessa forma, a MAN se apresenta como um instrumento válido e efetivo para a

avaliação nutricional de idosos na Atenção Primária de Saúde.

O instrumento de avaliação da qualidade de vida desenvolvido pela OMS, o

WHOQoL-bref, apresenta boa confiabilidade, o que o torna adequado para ser utilizado

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em estudos que proponham e avaliem estratégias públicas destinadas ao

envelhecimento [158].

Nesta investigação, o domínio físico do WHOQoL-bref foi o que apresentou a

menor pontuação média entre os idosos estudados (68,2), seguido do domínio meio

ambiente (68,8). Dados similares foram encontrados na pesquisa de Pereira et al [79],

que estudou a contribuição dos domínios de qualidade de vida para a qualidade de vida

global (WHOQoL-bref), sendo que os domínios físico e ambiental foram os que mais

influenciaram na qualidade de vida global de 1.301 idosos do município de Teixeiras

(MG).

Entretanto, a pesquisa desenvolvida por Vitorino et al. [159], que avaliou

288 idosos da comunidade e 76 institucionalizados de duas diferentes regiões do Brasil

(Porto Alegre-RS e interior de Minas Gerais), evidenciou, através da mesma escala

(WHOQoL-bref), que o domínio da qualidade de vida com maior pontuação entre os

idosos da comunidade foi o das relações sociais (média 75,1), seguido do psicológico

(69,69), físico (68,61) e meio ambiente (65,09). Entre os idosos institucionalizados, o

domínio com melhor pontuação foi o das relações sociais (67,87), seguido pelo meio

ambiente (66,2), psicológico (65,19) e físico (63,6). Os achados encontrados por esses

pesquisadores relacionados aos idosos da comunidade são semelhantes aos do

presente estudo.

Em relação a outros estudos, os achados divergiram. Dessa forma, estudo

com 278 idosos frequentadores da Universidade da Terceira Idade do município de São

Carlos (SP), verificou que o domínio físico era o que apresentava pontuação mais baixa

[158].

Outra pesquisa, realizada com 120 idosos ativos participantes de duas

universidades abertas da terceira idade em São Paulo e São José dos Campos (SP),

verificou que relato de depressão, insônia, realização de atividade física e queda nos

últimos seis meses apresentaram associação com o domínio físico do questionário

WHOQoL-bref. Já o domínio psicológico associou-se com depressão, insônia e medo

de cair, relatos que também se associaram significativamente com o domínio meio

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ambiente. Já o domínio social relacionou-se com autorrelato de hipertensão, doenças

cardiovasculares e insônia [160].

Paskulin et al., observaram, entre 288 idosos do município de Porto Alegre

(RS), os fatores que mais influenciaram nos domínios de qualidade de vida. Para o

domínio físico, os autores encontraram associação com não relatar doenças, percepção

positiva da saúde, faixa de escolaridade mais alta, menor dependência para atividades

de vida diária e realizar atividades de lazer; no domínio psicológico, os fatores que mais

se associaram foram faixa de escolaridade mais alta, menor dependência para

atividades de vida diária, ter acima de 80 anos e realizar atividades de lazer; quanto ao

domínio das relações sociais, as variáveis que se associaram significativamente foram

não realizar trabalho remunerado e ter acima de 80 anos; finalmente, em relação ao

domínio meio ambiente, a maior faixa de escolaridade e percepção positiva de saúde

apresentaram associação positiva com este domínio, enquanto qualidade de vida global

associou-se com todas as variáveis relacionadas ao domínio físico, bem como também

com idade superior a 80 anos e não ter usado o serviço público de saúde nos seis

meses que precederam a investigação [80].

Estudo realizado com 219 idosos da comunidade, com idade igual ou

superior a 80 anos, verificou que 57% destes definiram sua qualidade de vida com

avaliações positivas e 18% tiveram uma avaliação negativa. Os determinantes da

qualidade de vida positiva foram, principalmente, saúde, relação com família e amigos e

renda. Por outro lado, o aspecto que mais influenciou negativamente a avaliação da

qualidade de vida foi o estado de saúde do indivíduo [70].

Em Uberaba (MG), pesquisa com 2.142 homens idosos, verificou que o

domínio que apresentou a pontuação mais alta foi o das relações sociais (69,31) e o

que apresentou a menor pontuação foi o físico (61,03), o que também se aproxima dos

dados registrados na presente amostra. A incapacidade funcional associou-se com

todos os domínios do WHOQoL-bref, a qual relacionou-se com as atividades de vida

diária, demonstrando que ações de saúde voltadas aos idosos devem considerar a

manutenção da independência e autonomia [160]. O mesmo foi verificado entre

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indivíduos usuários de Unidades Básicas de Saúde, com 57 anos ou mais, em um

estudo realizado no Rio Grande do Sul [161].

Uma pior avaliação do domínio físico em idosos demonstra a importância

de se apreciar a capacidade funcional na avaliação da qualidade de vida destes

idivíduos [79], considerando que a dependência (interação de incapacidades e

mudanças nas exigências sociais) e a autonomia dos idosos estão associadas a esta

avaliação [162].

Ao contrário do estudo citado acima, Vagetti et al., em pesquisa com 1.806

idosas de um programa de atividade física do município de Curitiba (PR), encontrou a

menor pontuação no domínio das relações sociais, sendo o domínio físico o de melhor

pontuação, o que faz supor que essas idosas não se sentiam satisfeitas com o nível de

relacionamentos pessoais e sociais, principalmente no que se refere à possibilidade de

suporte social. Dessa forma, é importante considerar que ações públicas para

promoção de qualidade de vida entre idosos devem incluir estratégias de suporte social

e estímulo da interação do idoso com o seu meio, através de atividades que promovam

a convivência em grupo [163].

O convívio social entre os idosos é importante para o seu bem-estar,

autoestima e autonomia, sendo que o isolamento social pode estar relacionado com o

declínio da saúde física e mental, o que aumenta a ocorrência de institucionalização

[164]. As relações sociais podem estar vinculadas ao ambiente em que o idoso vive, já

que se este for inadequado e inseguro, pode interferir na independência do indivíduo,

tornando-o mais susceptível ao isolamento, à depressão, à maiores problemas de

mobilidade e pior estado físico [165].

Também já se verificou que a presença de mais de uma doença associou-

se positivamente aos quatro domínios de qualidade de vida considerados na escala

WHOQoL-bref entre idosos de programas para a terceira idade em três universidades

de diferentes cidades do Estado de São Paulo [166].

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A partir do questionamento sobre autopercepção de saúde em idosos pode-

se compreender a saúde, que é uma condição complexa, multifatorial e que apresenta

uma dimensão subjetiva, sob a visão destes indivíduos [15].

A autopercepção de saúde ruim entre os idosos vinhendenses associou-se

significativamente com o gênero feminino, com menor escolaridade, com o menor

consumo diário de frutas e vegetais, com a redução da ingestão alimentar nos últimos

três meses, com ingestão de até cinco copos de líquidos/dia e com a qualidade de vida

global e os domínios físico, psicológico e social do WHOQoL-bref na análise de

regressão univarida. No entanto, após análise de regressão multivariada, incluindo

apenas as variáveis significativas, verificou-se que apenas o gênero feminino,

analfabetismo, escolaridade de até 8 anos, ingestão de até cinco copos de líquidos/dia

e o domínio psicológico mantiveram associação com a autopercepção de saúde ruim.

Em estudo de base populacional realizado no município de Campinas

(Inquérito de Saúde do Município de Campinas - ISACamp 2008-2009), os idosos com

um ou mais anos de escolaridade e os que consumiam frutas e hortaliças quatro vezes

ou mais por semana apresentaram maior prevalência de autoavaliação de saúde

excelente/muito boa (p<0,0001 para ambos), o que se manteve após análise de

regressão multivariada. Os que apresentaram de 1-4 anos e 5-8 anos de escolaridade

tiveram 1,97 e 2,74 vezes mais chances de relatar autoavaliação de saúde

excelente/muito boa em relação aos que nunca frequentaram a escola e, da mesma

forma, os idosos que consumiam frutas e hortaliças com frequência de menos de quatro

vezes por semana, tiveram 72% menos chance de relatar saúde excelente/muito boa

em relação aos que ingeriam mais frutas e hortaliças [20]. Da mesma forma, no

presente estudo, verificou-se que a menor escolaridade (p=0,018) e consumir menos de

duas ou mais porções de frutas e vegetais por dia (p=0,023) associou-se com a

autopercepção de saúde ruim entre os idosos.

Reichert et al. verificaram, em estudo que avaliou a autopercepção de

saúde em adolescentes, adultos e idosos brasileiros do município de Pelotas (RS), que

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as faixas de escolaridade 0-4 anos (OR ajustada=1,53; IC 95%: 0,63-3,77) e 5-8 anos

(OR ajustada=1,36; IC 95%: 0,54-3,43) associaram-se com a autopercepção de saúde

regular/ruim em relação à faixa de escolaridade maior que 12 anos, em idosos com

idade igual ou superior a 65 anos (versus OR=8,33; IC 95%: 1,68-41,28 para os

analfabetos e OR=4,5; IC 95%: 1,2-16,82 para 1-8 anos de escolaridade em relação à

faixa de escolaridade maior que 8 anos nesta amostra). No mesmo estudo, as mulheres

idosas relataram maior autopercepção de saúde regular/ruim (p=0,006) na associação

bruta, porém não na ajustada [15].

Em pesquisa realizada com 54213 pessoas com idade igual ou superior a 18

anos, com dados coletados pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção

para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), foi verificado que a

autoavaliação de saúde ruim associou-se com o gênero feminino, com indivíduos

idosos e de escolaridade de 0 a 8 anos e não consumir frutas e hortaliças regularmente

(variável que foi significativa somente entre as mulheres) [22]. No presente estudo,

77,5% dos que relataram saúde ruim eram mulheres e houve associação entre as duas

variáveis na análise univariada, o que se manteve em todas as análises de regressão

multivariada quando foram incluídas as variáveis sociodemográficas, dietéticas e os

domínios de qualidade de vida (p=0,012, 0,011 e 0,021, respectivamente).

A associação entre menor nível educacional e a pior percepção de saúde

também foi vista entre idosos usuários do SUS da cidade de Goiânia (GO), sendo que

os idosos com escolaridade menor que um ano (p=0,009) apresentaram 1,99 vezes

mais chances de apresentar autopercepção de saúde ruim em comparação com os que

tinham mais que 8 anos de escolaridade na análise multivariada. As variáveis que

também se associaram após esta análise foram menor prática de atividade física, maior

número de medicamentos em uso e relato de perda de peso no último ano [25]. Esta

última variável pode ter interferência da redução da ingestão alimentar em idosos, a

qual apresentou associação significativa com a autopercepção de saúde ruim na

presente pesquisa (p=0,017).

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No munipio de São Paulo (SP) observou-se que as mulheres apresentaram

1,16 vezes mais chances de relatar autopercepção de saúde ruim em comparação aos

homens (versus OR=3,47 do presente estudo) e, o nível de escolaridade, apresentou-

se como um fator de proteção contra uma percepção de saúde ruim [23].

O maior relato de autopercepção de saúde ruim entre as mulheres foi

associado com maior número de doenças crônicas, limitações nas atividades básicas

de vida diária/funcionalidade, relato de depressão, menor idade, menor renda,

desemprego e baixa percepção de suporte social [167-169].

A pesquisa SABE, que avaliou a saúde e bem-estar de idosos em sete

cidades da América Latina e Caribe, comparou os preditores de autopercepção de

saúde entre gêneros e nas diferentes cidades, verificando que algumas das variáveis

citadas acima se associaram com a autopercepção de saúde ruim entre as mulheres,

tendo-se concluído que há necessidade de maiores estudos, incluindo fatores

biológicos e sociais, para elucidar a diferença da autopercepção de saúde entre os

gêneros, considerando-se que as mulheres apresentam maior resiliência e maior

expectativa de vida do que os homens [170].

As mulheres, em geral, são mais vulneráveis quanto ao estado de saúde do

que os homens, o que está relacionado com pior nível socioeconômico e com diferentes

padrões ideológicos estabelecidos pela sociedade para os dois sexos, que influenciam

nos papéis e relações que cada um exerce no meio onde vive, nas atitudes, na

personalidade, nos comportamentos e valores constituídos, como por exemplo, a maior

responsabilidade doméstica e familiar das mulheres. Além disso, o gênero determina os

tipos de exposição de risco à saúde que os indivíduos sofrem durante a vida [171].

Os dados explanados remetem à influência dos determinantes

socioeconômicos (gênero e escolaridade) na determinação da saúde, não apenas

quanto aos indicadores objetivos, mas também envolvendo a percepção dos indivíduos,

[15], bem como reforçam a necessidade de maior atenção aos segmentos mais

vulneráveis da sociedade [22]. Um melhor nível educacional pode favorecer o acesso à

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educação em saúde e modificações no estilo de vida, com adoção de hábitos saudáveis

e maior comprometimento com a própria saúde [25].

A ingestão alimentar de menor qualidade com menos pães integrais, frutas e

vegetais foi associada, somente na análise univariada, com a menor autopercepção de

saúde de idosos de um estudo longitudinal de quinze anos realizado com indivíduos de

30 a 70 anos na Dinamarca [172]. O mesmo foi verificado no presente estudo quanto à

ingestão de frutas e hortaliças.

O maior consumo destes alimentos está relacionado com redução da

mortalidade, diminuição do desenvolvimento de doenças crônicas e com redução do

comprometimento físico e mental entre idosos, e pode ser influenciado pelo estado de

saúde e funcionalidade destes indivíduos, características culturais, gênero, estado civil,

composição familiar, suporte social, raça/etnia e nível socioeconômico [134, 173].

Pesquisa longitudinal realizada com 2995 idosos de 65 anos ou mais em

área rural na Finlândia verificou que a baixa qualidade da dieta e um consumo razoável

de frutas, legumes e verduras (FLV) associaram-se com um risco 20% maior de

consultas em pronto-atendimento e um pior consumo de FLV associou-se com maior

número de internações hospitalares entre os idosos [174].

A pesquisa de Thomas et al. verificou que, os indivíduos idosos que

consumiam menor quantidade de frutas e vegetais, apresentaram maior chance de

desenvolver herpes zoster, mas este achado foi verificado somente quando foi

analisado o consumo dos alimentos e não somente dos nutrientes isolados ou

suplementos, demonstrando a importância da ingestão do alimento e do sinergismo que

ocorre entre as vitaminas e minerais, além das substâncias bioativas, como polifenóis.

Os micronutrientes protegem contra a imunossenescência limitando a formação de

radicais livres, regulando a produção de citocinas e apresentam funções nos processos

de proliferação e maturação dos linfócitos [175].

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O primeiro Inquérito Nacional de Alimentação, realizado por meio da POF

2008-2009, que analisou a situação alimentar e nutricional da população brasileira,

verificou elevadas prevalências (próximas ou acima de 80%) de inadequação de

ingestão de vitaminas E, D, C, A, B6 e B3 e dos minerais cálcio, magnésio, zinco e

cobre, micronutrientes relacionados com a etiologia e progressão de doenças crônicas

[176], com o metabolismo ósseo [177] e envolvidos nas funções cognitivas [178]. As

frutas e hortaliças são fontes destes micronutrientes, assim como de fibras, que

interferem no hábito de evacuar, nos níveis de colesterol, na incidência de doenças

cardiovasculares e no câncer [152, 153].

Os idosos de Vinhedo (SP) que relataram autopercepção de saúde ruim

apresentaram 2,96 vezes mais chances de apresentarem diminuição acentuada ou

moderada da ingestão alimentar nos últimos 3 meses (p=0,017).

A diminuição da ingestão alimentar pode ocasionar risco de desnutrição e

desnutrição nesta população e, a partir da MAN, o questionamento deste item está

relacionado à perda do apetite, problemas digestivos e dificuldade para mastigar e

deglutir, apesar de haver outros preditores para a menor ingestão alimentar, como

discutido anteriormente.

Santos et al. verificaram que, segundo a MAN, 10,5% e 41,9% dos idosos

portugueses da comunidade, com idade igual ou superior a 75 anos, estavam

desnutridos ou em risco nutricional, o que associou-se significativamente com a

autopercepção de saúde negativa (OR=6,6; IC 95%: 2,27-19,24 e p=0,001) [179].

Em pesquisa longitudinal de um ano, realizada com 579 idosos da Suécia,

também se verificou que, tanto entre homens quanto entre mulheres, o relato de ser

“menos saudável” associou-se significativamente com desnutrição ou risco para

desnutrição pela MAN (p=0,003 para homens e p=0,001 para mulheres). Além disso,

maior idade e sintomas depressivos também foram preditores do risco de desnutrição

[3]. Sobre sintomas depressivos, pesquisa realizada nos Estados Unidos com idosos de

80 anos ou mais evidenciou que a triagem positiva para depressão, a partir da Escala

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de Depressão Geriátrica (EDG) e, inadequação do consumo alimentar avaliado pela

pirâmide alimentar, apresentaram associação significativa com o relato de perda de

peso no último semestre [180].

Estudo realizado com 557 idosos com idade igual ou superior a 60 anos

registrou, somente nas mulheres, associação significativa de comprometimento

moderado a acentuado do olfato com uma ingestão alimentar de menor qualidade,

segundo avaliação realizada a partir de guias alimentares da Austrália [181]. O uso de

prótese total por edentulismo em idosos foi associado significativamente com menor

consumo de energia, carboidratos, lipídeos e fibras, bem como de vários

micronutrientes, em comparação com idosos que apresentavam todos os dentes [182].

Estudo longitudinal realizado com 1856 idosos com 65 anos ou mais, em

Taiwan, verificou que um menor apetite associou-se significativamente com menor

ingestão de carnes, peixes, frutos do mar, ovos, frutas e vegetais, o que implicou na

menor ingestão de energia, proteínas, fibras, vitaminas e minerais, além de ter sido

associado à dificuldade de mastigação, uso de medicamentos, menor nível de

escolaridade, menor renda, menor prática de atividade física, maior idade, gênero

feminino, menor realização de atividades básicas de vida diária, menor realização de

compras e ao comprometimento cognitivo. O aumento do risco de mortalidade também

foi associado ao menor apetite entre os idosos estudados [183].

Para que se mantenha o consumo alimentar em quantidades adequadas e o

prazer de comer dos idosos, é importante o incremento dos sabores no preparo das

refeições (pois os limiares de detecção e reconhecimento do sabor aumentam nesta

fase) [184], além de oferecer refeições com variedade de cores e de tipos de alimentos,

de preferência na consistência sólida com maior quantidade de fibras [185].

Durante o curso da vida, mais especificamente na velhice, ocorre um

processo denominado “anorexia do envelhecimento”, caracterizado pela diminuição da

ingestão alimentar, a qual apresenta várias causas, como diminuição da sensibilidade

gustativa e olfativa, redução da atividade física e do metabolismo basal, alterações dos

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mecanismos de saciedade relacionados ao sistema gastrointestinal (saciedade

precoce) e uma variedade de mudanças de hormônios e neurotransmissores

reguladores do apetite (aumento dos anorexígenos e diminuição dos orexígenos) [144,

186]. Essa diminuição da ingestão alimentar pode levar à anorexia grave e à maior

facilidade de perda de peso na ocorrência de enfermidades. No entanto, ressalta-se

que a regulação da ingestão alimentar não é modulada apenas por fatores fisiológicos,

mas também sociais (pobreza, isolamento social, dificuldades para a compra de

alimentos), psicológicos (características depressivas, perdas significativas, demência,

comprometimento cognitivo) e médicos (comprometimento da mastigação e deglutição,

distúrbios de má absorção, uso de medicamentos que alteram o apetite, limitações

físicas para preparar o alimento e alimentar-se sozinho, doenças crônicas), entre outros

[187].

Na presente investigação, a menor ingestão hídrica foi um dos fatores que se

associou à pior autopercepção de saúde, tanto nas análises de regressão univariada

quanto nas multivariadas (p=0,029, 0,008 e 0,02, respectivamente).

Idosos são vulneráveis à desidratação por: possuírem menor quantidade de

água no organismo (devido à diminuição da massa muscular), seus rins apresentarem

menor capacidade para concentrar urina (visto que ocorre uma diminuição do peso

desse órgão, da taxa de filtração glomerular e do fluxo renal sanguíneo); apresentarem

menor capacidade de manter o balanço hidroeletrolítico (o rim retém menor quantidade

de água, alterando a osmolaridade sérica, ocorrendo produção de menor volume de

urina) [184, 188] e por ingerirem menor quantidade de líquidos, considerando que a

sensação de sede diminui com o avanço da idade [184]. Esta menor ingestão pode

ocorrer pelo fato de idosos não desejarem utilizar banheiros públicos ou por

apresentarem incontinência urinária [188, 189], a qual está relacionada com pior

qualidade de vida [190]. O uso de medicamentos que podem ocasionar maior perda de

líquidos (diuréticos e laxativos), a anorexia e a disfagia [189] também são fatores de

risco para a desidratação.

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Auxiliar os idosos a entenderem a importância da hidratação e os perigos da

menor ingestão de líquidos, como fadiga, delirium, infecção do trato urinário,

agravamento da incontinência urinária e constipação intestinal, e o engajamento de

comportamentos saudáveis é uma relevante ação de promoção da saúde [191]. É

importante que se incentive os idosos a ingerirem pequenas quantidades de água

durante o dia todo, mesmo sem sentir sede, com o cuidado de não ocorrer

hiperhidratação, já que a necessidade de água também é suprida pelo consumo de

alimentos naturais, como chás, sucos de frutas, leite, frutas e vegetais frescos [189].

Todos os domínios da Escala WHOQoL-bref, considerando-se

especificamente os valores que estiveram abaixo da mediana, associaram-se

positivamente com a autopercepção de saúde ruim, com exceção do domínio meio

ambiente, na análise univariada. No entanto, após regressão multivariada, incluindo

todas as variáveis significativas, apenas o domínio psicológico manteve-se associado à

autopercepção de saúde ruim nos idosos entrevistados.

Idosos suecos com 75 anos ou mais foram convidados a participar de uma

pesquisa sobre qualidade de vida na qual se verificou, entre 385 indivíduos, que os

classificados com pior qualidade de vida apresentaram maior prevalência de relato de

pior autopercepção de saúde em comparação com aqueles classificados com qualidade

de vida boa ou intermediária, sendo que, além da autopercepção de saúde ruim, a

fadiga e a imobilidade também se associaram com a pior qualidade de vida, o que

poderia caracterizar um processo de declínio funcional. Tais indivíduos podem

apresentar uma rede social precária e uma menor quantidade de recursos para lidarem

com as dificuldades, o que torna necessária atenção especial, não somente em relação

à saúde física, mas também em relação à sua rede pessoal e social [192].

Pesquisa realizada com 1920 idosos da comunidade na Coréia do Sul,

verificou que o engajamento em programas de promoção da saúde, para prevenir ou

controlar uma doença, influenciou de maneira positiva na autopercepção de saúde

destes indivíduos, o que incorreu em relato de uma melhor qualidade de vida [193].

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A pesquisa de Tavares & Dias observou que os escores de todos os

domínios de qualidade de vida do WHOQoL-bref, exceto o meio ambiente, diminuíram

conforme aumento do número de incapacidades funcionais relatadas. Da mesma forma,

com o aumento do número de morbidades, os domínios físico e psicológico

apresentaram diminuição progressiva do escore. O domínio físico avalia, dentre vários

aspectos, a mobilidade, a capacidade para realizar atividades de vida diária, a dor,

desconforto, uso de medicamentos e necessidade de acompanhamento nos serviços

de saúde; o domínio psicológico por sua vez, avalia a autoestima, a imagem corporal,

sentimentos positivos e o suporte emocional [194]. Considerando que estes dois

domínios sofrem influência da incapacidade funcional e do número de morbidades e

estes, por sua vez, associam-se com pior autopercepção de saúde [14, 20, 22, 23, 25-

29], pode-se inferir que a associação entre menores escores nos domínios de qualidade

de vida e pior autopercepção de saúde pode estar relacionada com a incapacidade

funcional e maior número de morbidades em idosos. Da mesma forma, a

autopercepção de saúde foi influenciada, independentemente, por número de

morbidades relatadas, dependência e depressão entre idosos espanhóis com idade

igual ou superior a 65 anos [195], variáveis que podem relacionar-se com os domínios

físico e psicológico do WHOQoL – bref [122, 160, 166].

A autopercepção de saúde associou-se com os domínios físico (p=0,001),

ambiental (p=0,049) e qualidade de vida global (p=0,001) quando estes foram avaliados

como a variável dependente na análise de regressão na pesquisa de Paskulin et al.

[80], ressaltando que, quando os idosos não relataram doenças, esses tiveram melhor

percepção do domínio físico e da qualidade de vida global (com controle de outras

variáveis), demonstrando a importância que os idosos atribuem para o estado de

saúde.

Também, pesquisa com 432 idosos saudáveis e independentes, de idade

igual ou superior a 60 anos, residentes em British Columbia, Canadá, realizada para

revalidar um modelo de preditores de qualidade de vida, verificou que, dentre vários

aspectos, como situação financeira, suporte emocional, capacidade de realizar

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atividades de vida diária, relacionamento social e com a família, a saúde percebida

também apresentou interferência na percepção de qualidade de vida geral [196].

O único domínio do WHOQoL-bref que não apresentou associação com a

autopercepção de saúde ruim na análise univariada foi o ambiental, demonstrando que

os idosos do município de Vinhedo (SP) podem não apresentar dificuldades para se

adaptarem ao meio familiar e comunitário, nem para adquirir informações, além de

terem oportunidades de atividades de lazer. Isto pode estar relacionado com o alto IDH

do município.

Limitações do estudo:

Um dos fatores a limitar esse estudo refere-se ao fato de que ele tem caráter

transversal, não permitindo desta forma, realizar inferências em relação à população e

nem realizar relação de causalidade entre autopercepção de saúde e estado nutricional

e qualidade de vida.

A pesquisa se valeu de uma amostra não probabilística, que é subjetiva e se

baseia nas decisões pessoais do pesquisador. Além disso, é possível que os idosos

que aceitaram participar do estudo tivessem maior interesse pela pesquisa, o que pode

estar relacionado com maior escolaridade.

Além disso, os achados deste estudo também se referem aos idosos

independentes ou com baixo nível de dependência, não permitindo generalizações para

todos os idosos.

A MAN constitui-se em um instrumento de triagem nutricional para avaliar

risco nutricional em idosos, no entanto, como já citado anteriormente, é amplamente

aplicada em diversos ambientes [43 e 44]. Os itens do domínio avaliação dietética,

utilizados nesta pesquisa, são concernentes a uma ingestão alimentar mínima e não

ideal para a faixa etária. Além disso, não foram avaliados os fatores que levaram à

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menor ingestão alimentar, menor consumo de líquidos e de frutas e vegetais, não

possibilitando estabelecer fatores de causa e efeito.

No entanto, os resultados apresentados são de grande relevância, visto que

não se dispõe ainda de número expressivo de estudos que avaliem a interferência do

estado nutricional, ingestão alimentar e qualidade de vida na autopercepção de saúde

em idosos brasileiros.

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7. CONCLUSÃO

A partir do estudo realizado, pode-se verificar que, uma percentagem

significativa de idosos apresentava-se acima do peso ideal, bem como apresentavam

obesidade abdominal. A autopercepção de saúde ruim relacionou-se com gênero

feminino, menor escolaridade, com menor qualidade e quantidade da ingestão

alimentar, indicadas pelo domínio avaliação dietética da MAN e com pior percepção de

qualidade de vida, indicada pelos domínios do WHOQoL-bref.

Os idosos do gênero feminino, analfabetos, com escolaridade de até 8 anos,

com menor ingestão hídrica e que relataram pior percepção no domínio psicológico da

escala de qualidade de vida, apresentaram associações relevantes com a

autopercepção de saúde ruim.

Partindo dos achados do presente estudo, destaca-se a importância da

avaliação da autopercepção de saúde nos idosos e a identificação dos fatores que a

influenciam, os quais abrangem diversas dimensões da vida, bem como a importância

da avaliação e educação nutricional, e prevenção de distúrbios nutricionais, não

somente entre os indivíduos desta faixa etária, mas com início em etapas mais

precoces da vida. A avaliação da percepção da qualidade de vida também é relevante à

medida que interfere na autopercepção de saúde dos indivíduos idosos.

Tendo em vista que a amostra do estudo refere-se a idosos usuários da

Atenção Primária/SUS, os achados, considerando as diferenças de gênero e

escolaridade, bem como necessidades e expectativas dos idosos, podem contribuir

para a formulação de políticas e ações sociais de melhoria da qualidade de vida e de

promoção da saúde integradas e efetivas.

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APÊNDICES

APÊNDICE 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Estamos-lhe convidando a participar da pesquisa que está desenvolvendo a

Universidade Estadual de Campinas sobre Avaliação nutricional e qualidade de vida de

idosos atendidos em unidade básica de saúde do município de vinhedo – SP. O estudo

prevê a coleta mediante um questionário-entrevista com cada um dos participantes,

portanto, estamos pedindo a sua permissão para a aplicação do questionário. Todas as

informações prestadas são confidenciais e não serão utilizadas para outro fim.

Os resultados deste estudo terão valor no conhecimento na área de medicina e

nutrição. Servirá, também, para melhorar o acompanhamento médico e nutricional dos

pacientes com este tipo de etiologias e aumentar os subsídios para intervenções

nutricionais e multidisciplinares, globalizando a assistência ao paciente. O

conhecimento adquirido pode ajudar a compreender as mudanças na vida do idoso e

de sua qualidade de vida, para poder dar um apoio médico e nutricional ao grupo

estudado, e contribuir assim com o paciente na sua assistência.

Os registros e todos os dados obtidos serão mantidos de forma confidencial com

códigos de identificação de acesso limitado e as informações pessoais não serão

liberadas para nenhuma publicação. A recusa ou cancelamento do seu consentimento

de participação a qualquer instante não trará prejuízo no atendimento.

II. CONSENTIMENTO

O participante tem o direito de recusar ou cancelar seu consentimento de

participação a qualquer instante, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu

cuidado, bastando comunicar sua decisão aos organizadores da pesquisa.

Se você entendeu este Termo de Consentimento Informado e concorda

voluntariamente com a participação no estudo, favor assinar.

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EU____________________________________________________________,

ENTENDI O QUE ME FOI PROPOSTO E TIVE OPORTUNIDADE DE ESCLARECER

MINHAS DÚVIDAS. ESTOU CIENTE E CONSINTO A REALIZAÇÃO DA ENTREVISTA.

SEI QUE OS RESULTADOS DO ESTUDO SERÃO MANTIDOS EM SIGILO,

PODENDO SER INFORMADOS SOMENTE A MINHA PESSOA. ESTOU CIENTE DE

QUE OS RESULTADOS SERÃO PUBLICADOS SOMENTE EM CONJUNTO, NÃO

PERMITINDO A IDENTIFICAÇÃO INDIVIDUAL.

Vinhedo, __/__/__ ______________________________________

Assinatura do Participante

____________________________________________

Assinatura do Pesquisador Responsável

O telefone abaixo pode lhe ser útil para esclarecimentos:

Pesquisadores

1-Cassia A. M. Sarzedo Garcia (19) 981472841

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APÊNDICE 2. Formulário de coleta de informações sóciodemográficas,

autopercepção de saúde e circunferência da cintura

Ficha de coleta de informações sóciodemográficas, autopercepção de saúde e

circunferência da cintura

Iniciais _________________________ Código __________________

1. O Sr (a). considera sua saúde:

( ) Muito boa ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

2. Idade: _________________

3. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

4. Escolaridade:

( ) Analfabeto

( ) 8 anos ou menos

( ) Ensino Médio incompleto

( ) Ensino Médio completo

( ) Universidade/Faculdade incompleta

( ) Universidade/Faculdade completa

( ) Pós Graduação

5. Circunferência da Cintura: ________cm

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ANEXOS

ANEXO 1. Aprovação CEP

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Anexo 2. Mini Avaliação Nutricional (MAN)

Peso:(Kg)_________________ Altura:(m)________________

I-Avaliação Antropométrica:

1- Índice de Massa Corporal (IMC)=peso(Kg)/estatura(m²)= _______

IMC<19 = 0 ponto IMC 19 –21 = 1 ponto

IMC 21-23 = 2 pontos IMC> 23 = 3 pontos

2-Circunferência do braço- CB (cm):

CB < 21 = 0 ponto CB 21-22 = 0,5 ponto CB> 22 = 1 ponto

3-Circunferência da panturrilha- CP (cm)

CP <31 = 0 ponto CP > 31 = 1 ponto

4-Perda de peso nos últimos três meses:

> 3kg = 0 ponto desconhecida = 1 ponto

entre 1 e 3 kg = 2 pontos ausente = 3 pontos

II-Avaliação Global:

5-O paciente mora em sua casa (e não em instituição)?

Não = 0 ponto Sim = 1 ponto

6-Toma mais de três tipos de medicamentos ao dia?

Sim = 0 ponto Não = 1 ponto

7-Sofreu estresse psicológico ou doença aguda nos últimos três meses?

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Sim = 0 ponto Não = 2 pontos

8-Mobilidade:

restrito a cama/cadeira = 0 ponto passa da cadeira/cama = 1 ponto anda = 2 pontos

9-Problemas neuropsicológicos:

demência/depressão grave = 0 ponto moderada = 1 ponto ausente = 2 pontos

10-Lesões de pele ou escaras?

Sim = 0 ponto Não = 1 ponto

III-Avaliação dietética:

11-Número de refeições ao dia:

Uma = 0 ponto Duas = 1 ponto Três = 2 pontos

12-Consumo de alimentos proteicos?

- uma porção de leite ou queijo ou iogurte ao dia ( ) Sim ( ) Não

- duas ou mais porções semanais de feijão ou ovos ( ) Sim ( ) Não

- carne ou peixe ou aves diariamente ( ) Sim ( ) Não

nenhuma ou 1 resposta sim = 0 ponto 2 respostas sim = 0.5 ponto

3 respostas sim= 1 ponto

13-Consome duas ou mais porções de frutas ou vegetais diariamente?

Não = 0 ponto Sim = 1 ponto

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14-Nos últimos três meses houve redução da ingestão alimentar, devido a perda do apetite, problemas digestivos ou dificuldade para mastigar ou deglutir?

Severa = 0 ponto Moderada = 1 ponto Ausente = 2 pontos

15-Ingestão de líquidos ao dia:

< 3 copos = 0 ponto 3-5 copos = 0.5 ponto > 5 copos = 1 ponto

16-Forma de alimentação:

Com assistência=0 ponto Sozinho mas com dificuldade=1 ponto Sozinho sem ajuda=2 pontos

IV-Autoavaliação:

17- Paciente acredita ter algum problema nutricional?

Sim, desnutrição severa = 0 ponto

Não sabe ou acredita ter desnutrição moderada = 1 ponto

Acredita não ter problemas nutricionais = 2 pontos

18-Em comparação com outras pessoas da mesma idade, como o paciente se considera?

Não muito bom = 0 ponto Não sabe informar = 0,5 ponto Tão bom quanto = 1 ponto

Melhor = 2 pontos

Máximo de pontos: 30

Soma de pontos:______

Classificação: > 24-Eutrófico 17 a 23,5-Risco de desnutrição < 17-Desnutrido

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ANEXO 3. Questionário de Qualidade de Vida - WHOQoL-bref

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha.

Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Eu

estou perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as duas

últimas semanas.

Muito ruim Ruim Nem ruim, nem boa

Boa Muito boa

1

Como você avaliaria sua qualidade de

vida?

1 2 3 4 5

Muito

insatisfeito Insatisfeito

Nem satisfeito,

nem insatisfeito

Satisfeito Muito

satisfeito

2 Quão satisfeito(a) você está com a

sua saúde? 1 2 3 4 5

O quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas:

Nada Muito

pouco Mais ou menos

Bastante Extremamente

3

Em que medida você acha que sua dor

(física) impede você de fazer o que

precisa?

1

2

3

4

5

4

O quanto você precisa de algum tratamento

médico para levar sua vida diária?

1

2

3

4

5

5 O quanto você

aproveita a vida?

1

2

3

4

5

6 Em que medida você acha que a sua vida

tem sentido?

1

2

3

4

5

7 O quanto você consegue se

1

2

3

4

5

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119

concentrar?

8 Quão seguro (a) você se sente em sua vida

diária?

1

2

3

4

5

9

Quão saudável é o seu ambiente físico

(clima, barulho, poluição, atrativos)?

1

2

3 4 5

Quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas:

Nada Muito pouco

Médio Muito Completamente

10 Você tem energia

suficiente para seu dia-a-dia?

1 2 3 4 5

11 Você é capaz de

aceitar sua aparência física?

1 2 3 4 5

12

Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades?

1 2 3 4 5

13

Quão disponíveis para você estão as informações que precisa no seu dia-a-dia?

1

2

3

4

5

14

Em que medida você tem

oportunidade de atividade de

lazer?

1 2 3 4 5

Quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas:

Muito ruim Ruim Nem ruim, nem bom

Bom Muito bom

15

Quão bem você é capaz de se locomover?

1

2

3

4

5

Muito

insatisfeito Insatisfeito

Nem satisfeito,

nem insatisfeito

Satisfeito Muito

satisfeito

16

Quão satisfeito (a) você está com o seu

sono? 1 2 3 4 5

17

Quão satisfeito (a) você está com sua

capacidade de 1 2 3 4 5

Page 120: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/.../1/Garcia_CassiadeAlmeidaMerloSarzedo_M… · Data de defesa: 14-09-2015 Programa de Pós-Graduação:

120

desempenhar as atividades do seu dia-

a-dia?

18

Quão satisfeito (a) você está com sua capacidade para o

trabalho?

1 2 3 4 5

19

Quão satisfeito (a) você está consigo

mesmo (a)? 1 2 3 4 5

20

Quão satisfeito (a) você está com suas relações pessoais (amigos, parentes,

conhecidos, colegas)?

1

2 3 4

5

21

Quão satisfeito (a) você está com sua

vida sexual? 1 2 3 4 5

22

Quão satisfeito (a) você está com o apoio

que recebe de seus amigos?

1 2 3 4 5

23

Quão satisfeito (a) você está com as condições do local

onde mora?

1 2 3 4 5

24

Quão satisfeito (a) você está com o seu acesso aos serviços

de saúde?

1 2 3 4 5

25

Quão satisfeito (a) você está com o seu meio de transporte?

1 2 3 4 5

Com que frequência você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas duas semanas:

Nunca Algumas

vezes Frequentemente

Muito frequentemente

Sempre

26

Com que frequência você tem sentimentos negativos tais como

mau humor, desespero, ansiedade, depressão?

1 2 3 4 5