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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL VAGNER CARVALHO ALVES ANÁLISE COMPARATIVA DOS CUSTOS UNITÁRIOS ENTRE ARGAMASSA DE CIMENTO E GESSO EM REVESTIMENTO DE ALVENARIA DE BLOCO CERÂMICO: ESTUDO DE CASO EM OBRA HABITACONAL NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA Feira de Santana 2010. Vagner Carvalho Alves

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1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

VAGNER CARVALHO ALVES

ANÁLISE COMPARATIVA DOS CUSTOS UNITÁRIOS ENTRE ARGAMASSA

DE CIMENTO E GESSO EM REVESTIMENTO DE ALVENARIA DE BLOCO

CERÂMICO: ESTUDO DE CASO EM OBRA HABITACONAL NA CIDADE DE

FEIRA DE SANTANA

Feira de Santana

2010.

Vagner Carvalho Alves

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ANÁLISE COMPARATIVA DOS CUSTOS UNITÁRIOS ENTRE ARGAMASSA

DE CIMENTO E GESSO EM REVESTIMENTO DE ALVENARIA DE BLOCO

CERÂMICO: ESTUDO DE CASO EM OBRA HABITACONAL NA CIDADE DE

FEIRA DE SANTANA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Departamento de

Tecnologia da Universidade Estadual de

Feira de Santana (UEFS), como parte dos

requisitos para obtenção do grau de

bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Esp. Carlos Antônio Alves Queirós

Co-Orientador: Prof. Msc. Antonio Freitas da Silva Filho

Feira de Santana, Ba

2010

ANÁLISE COMPARATIVA DOS CUSTOS UNITÁRIOS ENTRE ARGAMASSA

DE CIMENTO E GESSO EM REVESTIMENTO DE ALVENARIA DE BLOCO

CERÂMICO: ESTUDO DE CASO EM OBRA HABITACONAL NA CIDADE DE

FEIRA DE SANTANA

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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência

para a aprovação na disciplina Projeto Final II do curso de Engenharia

Civil, da Universidade Estadual de Feira de Santana.

Feira de Santana, 2010.

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________

Prof. Esp. Carlos Antônio Alves Queirós

Orientador - Universidade Estadual de Feira de Santana

____________________________________________

Prof. Msc. Antonio Freitas da Silva Filho

Co–Orientador - Universidade Estadual de Feira de Santana

_______________________________________

Prof. Msc. Eduardo Antonio Lima Costa

Universidade Estadual de Feira de Santana

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Dedico este trabalho

A meus pais, pelo empenho que tiveram para que eu

continuasse no caminho certo, pelo seu espírito de luta e

amor.

Aos meus irmãos, que me incentivaram

bastante para que eu não desistisse e continuasse firme

nos estudos.

Aos meus amigos, pela amizade e pelo companheirismo

de todos os dias.

AGRADECIMENTOS

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Ao Universo e a Deus que é o regente deste e permite que tudo de bom

aconteça para quem faz o bem e por isso mostrou-me o caminho certo a

seguir.

Ao Professor Esp. Carlos Antônio Alves Queirós, por ter dedicado um

pouco do seu precioso tempo para me orientar, pela compreensão durante todo

o desenvolvimento do trabalho, pela amizade e credibilidade depositada em

mim e principalmente pelo respeito ao longo da concretização desse trabalho.

Ao professor MS. Antonio Freitas da Silva Filho, por ter me orientado

durante a matéria Projeto de engenharia, dedicando também seu tempo e sua

atenção ao meu trabalho.

À Universidade Estadual de Feira de Santana, por possibilitar a relação

de aprendizado com um dos melhores quadros acadêmicos do país.

Aos meus amigos que me incentivaram a seguir em frente e a nunca

desistir de obter o maior bem de qualquer ser humano, o conhecimento.

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“O pessimista se queixa do vento,

“O otimista espera que e le mude e o real ista ajusta as velas .”

(Will iam George Ward)

RESUMO

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O presente trabalho mostra um estudo realizado através de

fundamentação teórica e analise de campo em obra habitacional, na

cidade de Feira de Santana, onde são analisados e comparados dois tipos

de revestimento de alvenaria: o revestimento com argamassa de cimento

Portland e com gesso liso desempenado. Este ultimo revestimento citado

vem sendo aplicado recentemente na região, e sendo a desqualificação e

a falta de treinamento da mão-de-obra uma característica do setor da

Construção Civil, surge a necessidade de analisar em que condições o

revestimento com gesso liso esta sendo realizada e se é mais vantajoso

economicamente em relação ao revestimento de argamassa de cimento

Portland. A partir dos resultados obtidos, apresenta-se a alternativa mais

viável economicamente para revestimento de alvenaria.

Palavras - chave: argamassa de cimento Portland, gesso liso, revestimento de

alvenaria.

LISTA DE FIGURAS

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE SIGLAS

DIN: Instituto Alemão de Normalização

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas

NBR: Denominação de Norma da Associação Brasileira de Normas Tecnicas

RILEM: União dos Laboratórios e Consultores em Materiais, Sistemas e

Estruturas da Construção

ASTM: American Society for Testing and Materials

DTU: Delhi Technological University

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SUMÁRIO

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1 INTRODUÇÃO

Os revestimentos de alvenaria mais utilizados na região de Feira de

Santana são de argamassa de cimento Portland, constituídos de materiais

com propriedades de aderência e endurecimento obtidos através da

mistura de aglomerantes, agregado miúdo e água, podendo ser

empregados aditivos tipo pozolana, sílica e ate mesmo o próprio gesso. A

facilidade com que se encontra a mão de obra qualificada para execução

desse tipo de serviço utilizando argamassa facilita ainda mais a utilização

desta nas obras.

Dá-se o nome de pasta à mistura de um aglomerante mais água.

Quando se coloca água em excesso na pasta, temos um produto

denominado nata. Misturando–se agregado miúdo à pasta, obtemos uma

argamassa.

A argamassa é um material litóide, obtido após o endurecimento de

uma mistura em proporçoes adequadas de agregado miúdo, aglomerante

e água.

O gesso natural provindo de uma rocha sedimentar de estrutura

cristalina constituída principalmente por sulfato de cálcio bi-hidratado

(CaSo4 2H2O), vem ganhando mais espaço no mercado construtivo,

devido vastos experimentos em todos os ramos da engenharia, como

exemplo podemos citar os painéis de gesso acartonado, usado como

divisórias de ambientes, e atualmente vem crescendo o uso deste em

revestimento de alvenaria, ou seja argamassa de gesso, que é obtido por

cozedura que variam entre 130 e 170°C da pedra de gesso e é constituída,

fundamentalmente, por sulfato de cálcio hemi-hidratado, (SILVA, 1991).

A argamassa de gesso pode ser aplicada diretamente sobre a

alvenaria, substituindo o sistema tradicional de chapisco, emboço e

reboco, mas mesmo com toda essa redução de serviço, se comparar com

o método tradicional, ainda assim não se encontra mão de obra

qualificada para execução do serviço, assim, as construtoras ficam a

mercê das empresas terceirizadas que executam tal revestimento.

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Em ambos os métodos para revestir alvenaria, para que haja uma

boa aderência da argamassa de cimento ou do gesso, os substratos

devem ter superfícies sólidas, limpas e planas.

1.1 JUSTIFICATIVA

A opção pelo assunto em estudo se deu pela realização de estágio

em uma construtora de Feira de Santana na Bahia, onde o engenheiro

civil responsável pela obra e pelo estágio sugeriu o aprofundamento de

um estudo no que se refere ao uso de argamassa em cimento

confeccionada na própria obra e ao uso de revestimento em gesso sobre

alvenaria.

A quantidade de serviço em revestimento de alvenaria nas obras da

construtora incitou a necessidade de realizar um estudo mais

aprofundado dos custos, vantagens, desvantagens e metodologia

executiva de cada um dos revestimentos. O intuito deste trabalho é

comparar os dois métodos a fim de dizer qual o mais viável

economicamente para a obra em estudo.

Esta análise contribuirá para as construtoras da cidade que utilizam

estes tipos de serviço, pois um empreendimento precisa ter orçamentos

adequados com ações planejadas dentro das diretrizes que se almeja.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo desse trabalho é fazer uma análise comparativa dos custos

unitários de serviço entre a argamassa de cimento Portland e gesso liso em

revestimento de alvenaria em obra habitacional na cidade de Feira de Santana.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Elencar as vantagens e desvantagens de cada um dos revestimentos

adotados neste estudo

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• Identificar qual serviço é mais viável economicamente.

1.3 METODO DE PESQUISA

• Apresentação da fundamentação teórica de todo o assunto necessário

para apresentação deste trabalho;

• Acompanhamento dos serviços, tanto de revestimento de alvenaria com

argamassa quanto com gesso, neste acompanhamento será

quantificado o número de operários que realizam tais serviços e o tempo

que eles levam para executá-los.

• Levantamento fotográfico de todos os processos dos serviços, (início até

a conclusão do revestimento).

• Tabelas de custos unitários com dados dos revestimentos.

• Conclusão da viabilidade econômica dos serviços.

1.4 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

O primeiro capítulo é introdução sobre a argamassa de cimento e

revestimento em gesso, a justificativa pela qual o tema foi escolhido, os

objetivos geral e específicos que se pretendem atingir ao termino do trabalho.

No segundo capítulo, será feito uma fundamentação teórica com a

definição dos materiais envolvidos nos revestimentos.

O capítulo 3 apresenta um estudo de caso em uma obra habitacional na

cidade de Feira de Santana – Ba onde é empregado os dois tipos de

revestimento em alvenaria, de argamassa de cimento e de gesso liso

desempenado, analisando os materiais envolvidos nos revestimentos.

No quarto capítulo mostra a conclusão dos estudos, e através de tabelas

de custos unitários identificar qual método é mais viável economicamente.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O GESSO

O gesso cuja formula quimica é CaSo4.1/2H2O, semi-hidratado de

calcio, é o produto resultante da calcinaçao parcial do mineral gipsita

(CaSo4.2H2O). No princípio do século XII o produto teve grande participação

na composição das argamassas de revestimento. Mas foi o cimento Portland,

com sua pega rapida e maior resistência, que nao so deslocou a cal da sua

posição do campo dominante do revestimento, como tambemocorreu com o

gesso. Na França, as regiões ricas em gipsita (particularmente da bacia

pariense) os revestimentos eram preferencialmente feitos com argamassa de

gesso e cal, pela vantagem de endureçer rapidamente e permitir espessura

maior nas aplicações. Naquela época, dois “plasters”, conhecidos como

“scrath” (argamassa de primeira camada ou grosseira) e “brown” (segunda

camada ou parda), tinham a preferência dos aplicadores de revestimentos

internos. Somente para poucos especialistas a argamassa à base de cal era

ainda preferida, pelo seu melhor desempenho acústico em auditórios e casas

de espetáculos. (A Cal – Fundamento e Aplicações na Engenharia Civil et al.,

1998)

O gesso é o mais antigo aglomerante de que se tem notícia. Foi

encontrado em construções no Antigo Egito como na pirâmide de Khufu, com

cerca de cinco mil anos. Suas técnicas de calcinação e suas propriedades

hidráulicas já eram amplamente conhecidas pelos egípcios desde 2800, o que

permite inferir que o material era utilizado por civilizações até anteriores a esta.

Seu emprego era variado, desde a confecção de objetos decorativos, como

estátuas, até revestimentos de paredes na forma de argamassas e pastas que

serviram de base para afrescos que decoram até hoje o interior de algumas

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pirâmides. Também era comum a utilização de pigmentos para a produção de

revestimentos coloridos (TURCO, 1961; KARNI; KARNI, 1995).

2.2.1 NOMENCLATURA

Os termos “gipsita, gipso e gesso” são frequentemente usados como

sinônimos. Todavia, a denominação gipsita é reconhecida a mais adequada ao

mineral em estado natural, enquanto que o gesso é o termo mais apropriado

para designar o produto calcinado (LINHALES, 2003).

A denominação gesso provém do grego gypsos dado ao mineral

calcinado, já ao mineral em seu estado bruto é chamado de gipsita ou gipso

(DANA, 1969).

De acordo com a NBR 13207 (1994, p. 1), o gesso para construção civil

é um material moído em forma de pó, obtido da calcinação da gipsita,

constituído predominantemente de sulfato de cálcio, podendo conter aditivos

controladores do tempo de pega. Segundo Bauer (2001), o gesso pode ser

definido como sendo um aglomerante não hidráulico e aéreo, de origem

mineral, obtido da calcinação da gipsita em temperaturas em torno de 150ºC.

A NBR 13207 (ABNT, 1994) define gesso para construção como:

“Material moído em forma de pó, obtido da calcinação da gipsita, constituído

predominantemente de sulfato de cálcio, podendo conter aditivos controladores

de pega.”

A RILEM (1982a) define gesso de construção como:

“Material pulverulento, constituído predominantemente de hemidrato ou de uma

mistura de sulfatos (hemidrato, anidrita ou gipsita), um baixo valor percentual

de água livre e substâncias consideradas como impurezas: carbonato de cálcio

e de magnésio, argilominerais e de sais solúveis.”

Segue o comentário publicado pela revista Techne (julho/agosto – 1998)

“No Brasil é pouco o uso da argamassa com gesso (sulfato de cálcio

hemidratado, resultante da calcinação a baixa temperatura do mineral gipsita).

É permitida, porém, a utilização do gesso com a cal hidratada. As restrições

decorrem da presença do cimento Portland, pois este forma com o gesso a

etringita, que segundo alguns autores podem provocar expansão no

revestimento”.

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2.2.2 PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO GESSO

O processo de fabricaçao do gesso inicia-se com a extração da pedra de

gesso, logo após, vem o processo de britagem do material, ou seja, é

fragmentado mecânicamento formando pequenos pedaços de pedra. Em

seguida é feita a calcinação desses mesmos fragmentos num forno rotativo a

cerca de 160°C. Há uma perda de agua desse material durante esse processo,

formando assim sulfato de cálcio semi-hidratado (CaSO4 ½ H2O). Após a

calcinaçao, moi-se o material formando o característico pó branco que é

comercializado, (LINHALES, 2003).

a) Extração do gipso

O gipso é uma rocha sedimentar, particularmente denominada evaporito.

Essa rocha é composta basicamente de gipsita, anidrita e algumas

impurezas, geralmente argilo-minerais, calcita, dolomita e material

orgânico. O mineral que constitui a matéria prima do gesso é a gipsita,

cuja formula química é CaSO4 . 2H2O, não por acaso a qualidade do

gipso é avaliada pelo teor de gipsita. A matéria-prima nacional é bastante

pura, favorecendo a produção de gessos mais claros, (LINHALES,

2003). A Figura 1 ilustra como é feita a extração da pedra de gesso.

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Figura 1 – extração mecanizada da Gipsita.Fonte: RISCHBIETER,2010

b) Preparação para calcinação

Após o processo de extração do gipso, a rocha tem que ser fragmentada

para se adequar ao tipo de forno que será usado para fazer a

calcinação, então é necessário que se faça britagem; moagem grossa;

estocagem; secagem; moagem fina e ensilagem.

c) Calcinação

A calcinação é o processo térmico pelo qual a gipsita é desidratada. O

material é calcinado numa faixa de temperatura da ordem de 140ºC a

160ºC, quando se deseja obter hemidrato (CaSO4.1/2H2O). A anidrita III

(CaSO4.1,5H2O) é obtida entre 160ºC e 200ºC e pode conter água de

cristalização em baixo teor. Esta fase é solúvel, como o hemidrato,

porém instável, transformando-se em hemidrato com a umidade do ar.

Quando a calcinação acontece em temperaturas variando de 250ºC a

800ºC a anidrita III transforma-se em anidrita II (CaSO4) cuja velocidade

de hidratação é lenta. A anidrita I só é obtida em temperaturas acima de

800ºC (NOLHIER, 1986; CINCOTO, 1988a; SANTOS, 1998). A figura –

02 mostra um modelo se forno usado para calcinação do gesso.

Figura 02 – Forno para calcinação do gesso

Fonte: RISCHBIETER,2010

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d) Seleção do gesso

Após a calcinação o material é moído, selecionado em frações

granulométricas, classificado conforme o tempo de pega, ensacado e

comercializado, o processo de seleção deve obedecer a NBR 13207

(ABNT, 1994). A Figura 3 mostra o gesso já separado, ensacado e

designado para o devido fim.

Figura 3 – gesso ensacado para comercialização

2.2.3 UTILIZAÇÃO DO GESSO NA CONSTRUÇÃO CIVIL E SUAS

CARACTERISTICAS.

O gesso é um material muito utilizado em construção devido às suas

propriedades de aderência. A sua maleabilidade fazem da argamassa deste

ligante um bom material para a execução de pormenores decorativos em

paredes e tetos, assim como fazer o estuque que reveste as paredes.

O gesso possui caracteristicas como:

• É um bom isolante térmico e acústico devido ao fato de ter uma

baixa condutividade térmica e um elevado coeficiente de

absorção acústica.

• fraca resistência quando posto em contacto com água,

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• utilizado como barreira corta-fogo, pois como tem um baixo

coeficiente de conductibilidade térmica, impede que o fogo alastre

a outras zonas do local onde o gesso está aplicado, normalmente

em habitações;

• para além do baixo coeficiente de conductibilidade térmica

• liberta água quando exposto ao calor do fogo (calcinação a

160°C). (Acesso dia 17/05/2010. Website:www.wikipedia.org.br).

A aplicação rápida e excelente acabamento superficial do revestimento

em gesso permitem ganhos de produtividade quando comparado aos

revestimentos de argamassa. Tais revestimentos, compostos por 2 camadas,

(emboço e reboco) ou camada única, necessitam de pelo menos 30 dias de

espera entre sua aplicação e a aplicação do acabamento final, em geral a

pintura (CINCOTTO et al., 1995).

O gesso é utilizado em áreas bem distintas como: agricultura, indústria

cerâmica, saúde (especialmente na odontologia) e na construção civil. Para

diferenciar o gesso utilizado na construção civil dos demais na norma nacional

foi adotado o termo gesso de construção. Como este trabalho não abrange

nenhuma das demais áreas de aplicação do material o “Gesso de construção”

será chamado apenas de gesso. A seguir encontram-se transcritas as

definições de algumas normas para o material.

2.3 REVESTIMENTO EM GESSO LISO DESEMPENADO

Segundo Boynton, virtualmente toda a cal do revestimento plástico

interior era usada como uma ultima mão de acabamento (conhecida como

“finish coat”), que tem geralmente 1/8 de polegada de espessura. Isto porque o

gesso é incapaz de produzir um acabamento como a cal. Usava-se, então,

para aplicação mais veloz e pega mais rápida, o gesso padrão ou “keene’s

cement” (gesso anidro com acelerador de pega), com a seguinte proporção

(em volume): 4,25 parte de pasta de cal ou de cal hidratada de alta pureza, ou

4 partes de pasta de cal virgem pulverizada, para uma parte de gesso plástico

padrão de revestimento.

A norma DIN 18550 Part 2 (DIN, 1985) prevê a utilização de argamassas

de gesso nos traços entre 1:1 a 1:3, gesso:agregado, em volume, bem como

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argamassas de gesso e cal, com as proporções entre estes aglomerantes

variando de 1:20 e 1:0,5 e os teores de agregado entre 3 e 4. A antiga versão

da NBR 7200 (ABNT, 1982) especificava a utilização de argamassa de cal

hidratada e gesso com traços cal hidratada: gesso, em volume, entre 1:0,1 e

1:0,2 para 3 ou 4 partes de agregado.

As normas ASTM C 28-92 (ASTM, 1992) e ASTM C 842-85 (ASTM,

1990) estabelecem que as argamassas de gesso para aplicação em alvenaria

deverão apresentar um traço, em volume, de aproximadamente 1:1

(gesso:agregado), independentemente se o agregado utilizado for perlita,

vermiculita ou areia, ou, no caso da areia, 1:3 em massa. Estes traços são

recomendados especificamente para argamassa de base, a ser acabada com

argamassa de gesso e cal. Adicionalmente, esta norma especifica uma

resistência à compressão superior a 2,8 MPa (ASTM, 1992) e um tempo de

pega maior que 1,5h e menor que 4 para argamassa de gesso.

O DTU 25.1 (CSTB, 1975) recomenda argamassas de gesso para a

primeira camada, sendo o acabamento superficial efetuado em pasta de gesso.

Para este caso específico, o consumo de gesso especificado está entre 300 e

350 kg por metro cúbico de areia seca, equivalente a um traço em massa entre

1:4,3 e 1:5.

A norma DIN 18550 Part 2 (DIN, 1985) prevê a utilização de argamassas

de gesso nos traços entre 1:1 a 1:3, gesso:agregado, em volume, bem como

argamassas de gesso e cal, com as proporções entre estes aglomerantes

variando de 1:20 e 1:0,5 e os teores de agregado entre 3 e 4.

A antiga versão da NBR 7200 (ABNT, 1982) especificava a utilização de

argamassa de cal hidratada e gesso com traços cal hidratada:gesso, em

volume, entre 1:0,1 e 1:0,2 para 3 ou 4 partes de agregado.

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2.3.1 APLICAÇÃO DA ARGAMASSA DE GESSO EM ALVENARIA

2.3.1.1 Execução das mestras e taliscas.

Após a conclusão da alvenaria e a verificação das instalações elétricas

tais como eletrodutos e pontos de luz, pode-se inicializar a execução do

revestimento com argamassa de gesso.

Figura 4 – Alvenaria concluída para aplicar o revestimento.

Fonte: Melhores Práticas (Revista Téchne, 2010)

Para se obter uma melhor uniformidade no revestimento com argamassa

de gesso se faz necessário a execução das mestras; é preciso identificar os

pontos mais críticos do ambiente (de maior e menor espessura) utilizando

esquadro e prumo ou régua de alumínio com nível de bolha acoplada. Após a

identificação dos pontos críticos, deve-se assentar mestras nos pontos de

menor espessura, considerando um mínimo de 5,0mm (espessura geralmente

adotada nas construtoras). Transferir o plano definido por estas mestras para o

restante do ambiente e assentar as demais mestras.

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Inicia-se o assentamento pelas mestras inferiores, com posterior

transferência da espessura para junto do piso por intermédio de um fio de

prumo de face e régua.

As mestras podem ser de diferentes materiais, desde cacos cerâmicos

até chapas finas de madeira, assentadas com a mesma argamassa de gesso

que será utilizada para execução do revestimento. Atentar para que sempre

sejam previstas mestras a 30 cm das bordas das paredes e/ou tetos, bem

como qualquer outro detalhe de acabamento (quinas, vãos de portas e janelas,

frisos ou molduras). O espaçamento entre as mestras não deve ultrapassar 1,8

metros em ambas as direções, mas quanto menor for a distancia entre estas

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Figura 5 – Alvenaria com as mestras prontas para receber o revestimento em gesso.

2.3.1.2 Lançamento da argamassa de gesso com maquina de projetar.

As máquinas de projetar gesso existente no mercado são muito

parecidas entre si, e apresentam geralmente os mesmos equipamentos e

controle. São semelhantes à mostrada na figura 6.

Figura 6 – Maquina de projetar gesso em alvenaria

Fonte: WIKIMEDIA COMMONS,2010.

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A projeção do gesso deve-se iniciar após 1 dia de executada as taliscas.

Começar a projeção sobre a superfície do teto. Recomenda-se acabar todos os

revestimentos de teto para em seguida iniciar o revestimento das paredes dos

ambientes. A argamassa de gesso deve ser projetada de modo que chegue até

a espessura das taliscas e preencha todos os espaços vazios. Logo após a

projeção, sarrafear a massa por meio da régua de alumínio H. Sarrafear a

massa no sentido vertical no caso de paredes, de baixo para cima, apoiando a

régua nas mestras e fazendo movimentos como se estivesse cortado à massa.

A massa que fica na régua deve ser retirada com uma espátula e chapar

novamente nos espaços vazios. Ao final passar régua levemente no sentido

horizontal fazendo movimentos para cima e para baixo. Essa operação deve

ser repetida até que toda a superfície fique preenchida e homogênea, sem

furos e imperfeições, com um mínimo de ondulações.

Figura 7 – Operário executando revestimento de gesso em alvenaria com auxilio de

maquina de projetar

Fonte: (Revista Téchne, 2010).

2.3.1.3 Pré-acabamento e acabamento.

O pré-acabamento deve ser iniciado aproximadamente 30 minutos após

ter sido feito o sarrafeamento da massa para dar inicio ao pré-acabamento do

revestimento. Para retirar as ondulações, o facão deve ser passado

horizontalmente ou contrário ao sentido do sarrafeamento. Simultaneamente

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prepara-se uma quantidade de argamassa de gesso com o mesmo traço da

utilizada para o revestimento, para preencher os poros que não foram

preenchidos na projeção desta e que foram identificados no momento do

sarrafeamento como mostra na Figura 08. Por fim, executar o arremate dos

cantos com carrinho adequado. Para alguns cantos e rodapés pode-se utilizar

a desempenadeira.

Figura 08 – Regularização do revestimento em gesso liso

Fonte: (Revista Téchne, 2010).

Após ter sido findada a etapa citada acima é necessária fazer a queima,

esta só deve ser iniciada apos 30 minutos depois de feito o pré-acabamento.

Neste caso, deve-se providenciar uma mistura de argamassa de gesso do

mesmo traço utilizado no revestimento, porem com consistência mais líquida. A

mistura é espalhada na superfície do revestimento com ajuda de uma

desempenadeira de aço grande. Em uma única Todos os poros devem ser

preenchidos, e cuidar para que não fiquem rebarbas do material no momento

do espalhamento com a desempenadeira. Não se pode esquecer que

revestimentos cerâmicos serão aplicados em alguns cômodos da casa, como

na cozinha e nas áreas molhadas por exemplo. Nas demais áreas internas,

considerar acabamento com pintura.

O acabamento final deve-se iniciar após a queima inicial, é necessário

que se aguarde um período de secagem para a execução desta ultima etapa.

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Esta fase também deve ser utilizada a mesma argamassa das anteriores, mas

com uma consistência bem líquida. As caixas de elétrica e pontos de luz devem

ser abertas. Com uma desempenadeira aplicar o material em movimentos

ondulados e com uma desempenadeira de aço pequena, retirar o excesso com

movimentos verticais. Esta operação deve-se repetir por duas vezes, até que a

superfície de gesso fique com um aspecto liso.

A limpeza do revestimento é a fase em que deve ser retirado todos os

caroços do piso com uma raspadeira, tendo cuidado com os pés das paredes

para que não danifique o revestimento.

2.4 ARGAMASSA DE CIMENTO

Chama-se argamassa à mistura feita com pelo menos um aglomerante,

agregados miúdos e água. O aglomerante pode ser a cal, cimento ou o gesso.

O agregado mais comum é a areia, embora possa ser utilizado o pó de pedra.

Normalmente, a argamassa é utilizada em alvenaria e em revestimento.

As argamassas mais comuns são constituídas por cimento, areia e água.

Em alguns casos, costuma-se adicionar outro material como cal, saibro, barro,

caulim, e outros para a obtenção de propriedades especiais. Chama-se traço a

proporção em volume ou em massa entre os componentes das argamassas

(cimento, cal e areia), que varia de acordo com a finalidade da argamassa.

(Website:www.wikipedia.org.br) acesso dia 14/06/2010. A figura 09 mostra uma

argamassa de cimento.

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Figura 09 – Argamassa de cimento

Fonte: Melhores Práticas (Revista Téchne, 2007)

2.4.1 CARACTERISTICAS E USO DA ARGAMASSA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

As argamassas podem ser usadas como revestimento de pisos, tetos e

paredes (emboço e reboco), ou no assentamento de tijolos, bloco, azuleijos e

ladrilhos, reparos de obras de concreto, injeçoes etc.

A adiçao de areia se faz por varios motivos, como a diminuiçao da

retração e o barateamento do produto.

No caso de argamassa de cal, a areia ainda tem a função de facilitar a

passagem do ar para a solidificação do material.

As propriedades da argamassa estão diretamente ligadas a diversos

fatores, tais como: qualidade e quantidade do aglomeranteda, qualidade e

quantidade de agua.

Variando estas condições, teremos a qualificação do produto final de

acordo com as condições de envolvimento dos grãos pela pasta, quantidade

de vazios e aderência os graos com a pasta.

Assim como o concreto, as argamassas também se apresentam em

estado plástico nas primeiras horas de confecção, e endurecem com o tempo,

ganhando resistência, resiliência e durabilidade. São empregadas com as

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seguintes finalidades, (Silva, Moema Ribas, Materiais de construção – 2. Ed.

Rev. – São Paulo: Pini, 1991).

1) Quanto ao emprego:

•Comuns (para rejuntamentos, revestimentos, pisos, injeções)

•Refratária

2) Quanto ao tipo de aglomerantes:

• Aéreas (cal aérea, gesso);

• Hidráulicas (cal hidráulica, cimento)

• Mistas (cimento e cal aérea)

3) Quanto ao número de elementos ativos:

• Simples (um aglomerante);

• Composta (mais de um aglomerante).

4) Quanto à dosagem:

• Pobres ou magras (volume de pasta insuficiente para

preencher os vazios);

• Ricas ou gordas (excesso de pasta);

• Cheias (quantidade suficiente de pasta).

5) Quanto a consistência:

• Secas

• Plásticas

• Fluidas

2.4.2 TIPOS DE ARGAMASSAS DE CIMENTO

As argamassas são classificadas, segundo a sua finalidade, algumas

delas são:

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1. Argamassas para assentamento:

São argamassas utilizadas para assentamento e se diferenciam das

usadas para unir blocos ou tijolos das alvenarias. Servem também para a

colocação de azulejos, tacos, ladrilhos e cerâmica.

Argamassas para revestimento:

Constitui-se geralmente de três camadas de argamassa em uma parede

a ser revestida:

• Chapisco: primeira camada fina e rugosa de argamassa aplicada sobre

os blocos das paredes e nos tetos. Sem o chapisco, que é a base do

revestimento, as outras camadas podem descolar e até cair. Em alguns

casos, como em muros, esse pode ser o único revestimento. O

acabamento de paredes mais econômico é o cimentado liso, aplicado

diretamente sobre o chapisco.

Figura 7 – Alvenaria chapiscada, pronta para receber revestimentos posteriores

• Emboço: sobre o chapisco é aplicada uma camada de massa grossa ou

emboço, para regularizar a superfície. Revestimentos como azulejos,

ladrilhos e cerâmicas são aplicados sobre o emboço.

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Figura 9 – Emboço aplicado sobre alvenaria externa.

• Reboco: é a massa fina ou o reboco, que dá o acabamento final. Em

alguns casos não é usado o reboco, por motivo de economia.

Geralmente tem em seu traço areias mais finas, pois servem para dar o

acabamento ao revestimento.

Figura 10 – Execução de massa única em alvenaria externa

Fonte: RISCHBIETER,2010Por sobre as argamassas de revestimentos podem ser aplicados outros

acabamentos como texturas, massas corridas, pintura, areias, quartzo, estuque

veneziano etc.

As três primeiras fiadas de uma parede de blocos ou tijolos devem ser

revestidas inicialmente com uma camada de argamassa de impermeabilização,

que protege a parede contra a penetração da umidade.

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No piso, utiliza-se uma camada de contrapiso e pode-se dar o

acabamento por sobre esta camada. Este acabamento é conhecido como

cimentado. O contrapiso é uma camada de argamassa de regularização e de

nivelamento.

2. Argamassas industrializadas para revestimento:

Atualmente está sendo cada vez mais comum o uso de argamassas

industrializadas, ou seja, a mistrura dos componetes secos é realizada em uma

planta industrial. Assim, na obra, apenas deve ser acrescentada água à mistura

prévia. As argamassas industrializadas para aplicação de revestimentos

cerâmicos são conhecidas como argamassas colantes. Elas apresentam os

tipos AC-I, AC-II, AC III e ACIIIE, segundo a norma NBR 14081.

• A AC-I é recomendada para o revestimento interno com exceção

de saunas, churraqueiras e estufas.

• A AC-II é recomendada para pisos e paredes externos com

tensões normais de cisalhamento.

• A AC-III é recomendada para pisos e paredes externos com

elevadas tensões de cisalhamento.

• A AC-IIIE é recomendada para ambientes externos, muito

ventilados e com insolação intensa.

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Figura 10 – Argamassa industrializada e ensacada AC-I

Fonte: Website - Wikipedia

2.4.3 PROPRIEDADES DA ARGAMASSA

A argamassa apresenta dois estados, fresco e endurecido, no estado

fresco suas propriedades são: trabalhabilidade, retenção de agua, aderência

inicial e retração na secagem.

A trabalhabilidade é uma qualidade da argamassa, e pode ser observada

quando: penetra facilmente a colher de pedreiro, mas sem apresentar muita

agua (fluidez), preenche as reentrancias quando lançada, nao adere a colher

quando lançada, nao tem endurecimento rapido.

A retenção de água permite que o endurecimento da argamassa seja

mais gradativo, promovendo o ganho de resistênçia. As fissuras na argamassa

pode ocorrer se a perda de agua for rápida, fator que compromete a resistência

e a estanqueidade do revestimento assim como a vedações tambem ficam

comprometidas. Caso a argamassa necessite de uma maior retenção de água

devido ao clima quente por exemplo, pode-se adicionar cal para melhorar essa

propriedade.

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A aderencia inicial é uma caracteristica mecanica das argamassas e

acontecem quando esta em superficies porosas entra nas saliências e nos

poros, endurecendo progressivamente. Para que se tenha uma boa aderencia

é necessario que a superficies esteja porosa, rugosa e limpa; apos ser lançada,

a argamassa deve ser comprimida promovendo um maior contato com a base.

A falta de rugosidade, limpeza, e porosidade ou a presença de oleo na

base, promove a perda de aderencia, fazendo com que a camada de

argamassa descole facilmente.

A retração na secagem da argamassa nao ocorre apenas quando a agua

desta é retirada de forma rapida, mas tambem devido a uma espessura muito

fina, ao intervalo de aplicação entre as camadas, ao respeito ao tempo de

sarrafeamento e desempeno. Pode acontecer tambem pelas reaçoes de

hidratação e carbonatação dos aglomerantes. As fissuras em sua maioria sao

prejudiciais para a estrutura, pois permitem a entrada de agua e oxidos, os

quais danificam as ferragens gerando oxidação destas.

Figura 11 - Fissura no revestimento de argamassa da alvenaria

Fonte: Revista Téchne, 2010

No estado endurecido as propriedades da argamassa são: aderência,

durabilidade, capacidade de absorver deformações e durabilidade.

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A aderência, como foi visto anteriormente depende da preparaçao do

substrato, quanto mais limpo, rugoso e poroso melhor a aderencia.

A capacidade de absorver deformações aparece quando o revestimento é

submetido a tensões, os revestimentos sao pouco resistentes a deformações,

principalmente as causadas por recalques estruturais, ou seja, resiste melhor a

esforços de pequena amplitude que ocorrem devido a ação de fatores externos

como temperatura e umidade.

A durabilidade é resultante das propriedades do revestimento no estado

endurecido e que com o passar do tempo exposto a ação de fatores externos o

revestimento ira mostrar se tem uma boa durabilidade ou não. Esta

propriedade pode ser afetada por fatores como: rachadura, falta de

manutençao, espessura do revestimento e qualidade da argamassa.

Para a obtenção de uma argamassa de boa qualidade, deve-se levar em

conta: a qualidade do cimento, principalmente verificando se é de um fabricante

certificado e a quantidade de água;

• A qualidade da areia, que deve apresentar grãos duros e limpeza, livre

de torrões de barro, galhos, folhas e raízes antes de ser usada (areia

lavada).

• A água, que também deve ser limpa, livre de matéria orgânica, óleo,

galhos, folhas e raíz.

Outro ponto a ser observado é a forma como se faz a mistura, que deve

ser feita em betoneiras ou em centrais de mistura.

Uma característica importante da argamassa ainda fresca é a

trabalhabilidade, que é uma composição da plasticidade com o tipo de uso da

argamassa e com a sua capacidade de aderência inicial. Em alguns usos,

como no revestimento, é adicionado um quarto componente à mistura, que

pode ser cal, saibro, barro, caulim ou outros, dependendo da disponibilidade e

uso na região. De todos esses materiais, chamados de plastificantes, o mais

recomendado é a cal hidratada.

Quando endurecida, a argamassa dever apresentar resistência e

resiliência, de forma a suportar adequadamente os esfoços sem se romper.

Segundo as normas brasileiras e o setor da Construção Civil o

revestimento de argamassa tem várias funções, algumas delas são:

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• Vedação das estruturas contra ação dos agentes externos que

possam agredir a parte que será revestida.

• Proporcionar o isolamento termo-acúsico e a estanqueidade à

agua e aos gases.

• Regularizar superfícies de estruturas de concreto aparente que

não estejam de acordo com o projeto

• Contribui para a estética da fachada, sendo possivel fazer

detalhes.

A figura-12 mostra linhas horizontais feitas no próprio revestimento da

fachada.

Figura 12 – Unidade habitacional.

3. ESTUDO DE CASO

Este trabalho foi desenvolvido durante a construção de um

empreendimento imobiliário de uma construtora de Feira de Santana. Trata-se

de um condomínio com 197 casas cada uma com 1 quarto, 1 sala, 1 cozinha e

1 banheiro, com área construída de 43,2 m². O empreendimento teve inicio em

janeiro de 2009 e foi concluído em março de 2010.

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Realizou-se o acompanhamento dos dois revestimentos em casas

distintas, esse acompanhamento foi necessário para anotar o tempo de

realização de cada serviço que compõem os dois métodos de revestimento.

Após todos os dados colhidos desde o início até o fim de cada processo

foram lançados em tabelas de custos unitários todos os custos envolvidos nos

revestimentos com argamassa de cimento Portland e Gesso.

Por fim, no item 4, os resultados são apresentados e comparados

segundo a sua viabilidade econômica.

3.1 MATERIAIS EMPREGADOS NA PRODUÇÃO DAS ARGAMASSAS

A seguir são apresentadas as características físicas e químicas dos

materiais que constituem a argamassa e o gesso que foram aplicados na

alvenaria em estudo.

3.1.1 Aglomerante da Argamassa

Foi empregado cimento Portland CPIII, da marca CAUÊ, segundo a

NBR-5737 (EB 208), este cimento é o aglomerante hidráulico obtido pela

mistura homogênea de clínquer Portland e escoria granulada de alto-forno,

moídos em conjunto ou separado. A Tabela 01 retrata os componentes deste

cimento e logo abaixo desta, observa-se na Tabela 02 os seus componentes

químicos.

Tabela 01 – Teores dos componentes do cimento Portland.

Sigla Classe de resistência

componentes (% em massa)

Clínquer + sulfatos de calcio Escoria granulada de alto-forno Material carbonatico

CPII

I

25

65-25 35-70 0-5

32

40 Fonte: NBR 5735

Tabela 02 – Análise química do cimento.

COMPONETES QUÍMICOS TEOR (%)

Perda ao fogo (PF) 4,5

Resíduo insolúvel (RI) 1,5

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Trióxido de enxofre (SO3) 4

Anidrido carbônico (CO2) 3

Fonte: NBR 5735

3.1.2 Agregado Miúdo da Argamassa

O agregado miúdo empregado neste trabalho corresponde a uma areia

extraída de um areal da própria empresa, o areal localiza-se no distrito de São

Jose, de origem natural, quartzosa, de cor branca.

3.1.3 Gesso

O gesso empregado neste revestimento é designado pela NBR 13207 /

1994, como um material moído em forma de pó, obtido da calcinação da

gipsita, constituído predominantemente de sulfato de cálcio, podendo conter

aditivos controladores do tempo de pega. O gesso para revestimento usado

neste estudo é o Gesso fino e contém as características físicas da Tabela 03.

Tabela 03 – características físicas do gesso para Construção Civil.

Classificação do gesso Tempo de pega (min) Módulo de

NBR 12128 Finura

Inicio Fim NBR 12127

gesso fino para revestimento >10 >45 <1,10Fonte: NBR 13207

O gesso fino para revestimento apresenta as características químicas como

mostra a Tabela 04.

Tabela 04 - Analise química do gesso

Determinações químicas Limites %Água livre max. 1,3Água de cristalização 4,2 a 6,2Oxido de cálcio (CaO) min. 38,0

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Anidrido Sulfirico (SO3) min. 53,0

Fonte: NBR 13207

3.2 METODOLOGIA (PESQUISA DE CAMPO)

Para realização da pesquisa de campo foi preciso acompanhar os dois

serviços em dias distintos.

3.2.1 Para o revestimento com gesso foi levado em consideração:

a) Valor do assentamento já incluindo o preço do material que é fornecido

pela empresa terceirizada

b) Valor da aplicação do selador e da tinta, (ambos também são fornecidos

pela empresa terceirizada).

c) Quantidade de pedreiros, serventes e o tempo que eles precisam para

executar as faixas mestras para executar o revestimento

d) Valor da quantidade da areia e do cimento que são usados para

confeccionar a argamassa para execução das faixas mestras.

Obs: O tempo de confecção da argamassa para execução das faixas já foi

levado em consideração no item c.

3.2.2 Para o revestimento com argamassa em cimento foi levado em

consideração

a) Valor e quantidade de cimento, massa PVA e areia.

b) Quantidade de pedreiros, serventes e o tempo que eles precisam para

revestir a alvenaria da casa com argamassa de cimento.

c) Quantidade de betoneiros, serventes e o tempo que estes utilizam para

confeccionar a argamassa.

d) Quantidade de operador de Dumper e o tempo que eles precisam para

levar a argamassa ate o local de utilização.

e) Valor da aplicação do selador e da tinta (ambos são fornecidos por

terceirizada).

O valor do salário-hora de cada funcionário envolvido no processo foi acrescido

dos encargos sociais pagos pela empresa, que é da ordem de 75%.

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4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Neste capitulo serão apresentados os resultados colhidos de cada tipo de

revestimento.

- Para a argamassa de cimento, apresentaremos as quantidades de materiais

que estão envolvidos no processo, seus preços unitários e os custos com

operários.

- No revestimento com gesso, serão apresentadas as quantidades de materiais

que estão envolvidos no processo, seus preços unitários, os custos com

operários e o valor do material e da aplicação deste pela empreiteira que

realiza o serviço.

4.1 VALORES QUE ENVOLVEM OS CUSTOS DA APLICAÇÃO DE

ARGAMASSA EM ALVENARIA

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Nas tabelas, serão explicitados valores de materiais e serviços que

participam do revestimento com argamassa da área em estudo, porém a

Tabela - 05, por conter dados que são usados em ambos os processos, entra

como base de calculo para os dois tipos de revestimento, já a Tabela - 06,

contem dados que servem apenas para o revestimento com argamassa. Os

valores que serão apresentados na Tabela 05 abaixo são custos da empresa

com operários por hora, assim também, como o valor dos impostos pagos pela

empresa sobre eles.

Tabela 05 – Salário – hora dos operários envolvidos na execução dos serviços.

Dados Valor

hora do pedreiro R$ 3,72

hora do servente R$ 2,22

hora do betoneiro R$ 3,72

hora do operador de dumper R$ 2,22

A Tabela - 06 mostra os serviços com seus respectivos tempos, os

materiais, seus valores e o valor total deste revestimento com argamassa única

para cobrir a área de 96m² da casa em estudo.

Tabela - 06 – Custo unitário de revestimento com argamassa de cimento.

ARGAMASSA DE CIMENTO

MATERIAL E SERVIÇOUnid

. Quantidade Preço unitArea m²

Tempo h Encargos % Preço total por item R$

Cimento kg 200 R$ 0,29 - - - R$ 57,52 Areia m³ 0,3 R$ 19,00 - - - R$ 5,70 Massa PVA lt 12 R$ 15,00 - - - R$ 180,00 Servente para reboco h 1 R$ 2,22 - 21 0,75 R$ 81,59 Pedreiros h 2 R$ 3,72 - 21 0,75 R$ 273,42 Betoneiro h 1 R$ 3,72 - 0,534 0,75 R$ 3,48 Servente para betoneiro h 2 R$ 2,22 - 0,534 0,75 R$ 4,15 Operador de dumper h 2 R$ 2,22 - 0,084 0,75 R$ 0,65 Aluguel do dumper h 1 R$ 90,00 0,084 R$ 7,56 Aluguel da betoneira h 1 R$ 3,00 0,666 R$ 2,00 Aplicação de massa e tinta serv R$ 8,13 96 - - R$ 780,48 TOTAL R$ 1.396,54

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* Obs: No revestimento da casa foi utilizado quatro traços, mas o numero de viagens que o dumper fez foi

igual a 2, pois leva dois traços a cada viagem.

4.2 VALORES QUE ENVOLVEM OS CUSTOS DA APLICAÇÃO DE GESSO

EM ALVENARIA

A Tabela - 07 mostra, os valores de todos os serviços e materiais que

envolvem o processo de revestimento com gesso; a área de cobertura é a

mesma para ambos os processos, 96m². É importante relatar que neste serviço

não se utiliza o dumper, porque o próprio servente transporta a argamassa em

carro de mão. Foi desconsiderado o custo com o betoneiro, pois, não é feito

uma argamassa apenas para a confecção das faixas como é feito no

revestimento com argamassa comum, assim que esta é feita para outro

serviço, o servente separa uma parte para a confecção das mestras da casa

Tabela - 07 – Custo unitário de revestimento com gesso liso.

GESSO LISO

MATERIAL E SERVIÇO Unid. QuantidadePreço unit R$

Area m²

Tempo h Encargos % Preço unitário R$

Valor do assentamento + material m² 8,00 96 - - R$ 768,00

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Aplicação de selador e tinta serv 6,13 96 - - R$ 588,48

Pedreiro para confecção de faixas h 2 3,72 - 13,5 0,75 R$ 175,77

Servente para confecção de faixas h 1 2,22 - 13,5 0,75 R$ 52,45

Cimento kg 12,5 0,29 - - - R$ 3,60

Areia m³ 0,01875 19,00 - - - R$ 0,36

TOTAL R$ 1.588,65 Obs: Neste serviço não se utiliza betoneira nem dumper, por isso estes itens não aparecem na tabela

acima, a argamassa para confecção das faixas mestras são feitas dentro da própria casa pelo

pedreiro e servente que executam as mestras.

5. ANÀLISE E CONCLUSÃO DOS RESULTADOS

O objetivo deste trabalho foi alcançado com sucesso, pois foi possível se

fazer uma comparação entre os dois tipos de revestimento em alvenaria e

depois mostrar através das tabelas, qual o revestimento mais barato para essa

obra em estudo.

A argamassa de cimento Portland, incluindo todos os serviços que

envolvem o revestimento tem um custo total de R$ 1396,54 por casa.

O revestimento em gesso liso, já envolvendo todos os materiais e

serviços, tem um custo total de R$ 1588,65.

A diferença de preço entre o revestimento com argamassa de cimento, e

revestimento com gesso liso é de R$ 192,11, isso representa um custo a mais

de 13,75% a mais para a empresa se esta optar pelo revestimento com gesso

liso ao invés de argamassa de cimento. Sendo assim, o trabalho conclui que,

para a obra em estudo, é mais viável economicamente para a empresa utilizar

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o revestimento com argamassa de cimento Portland e não em gesso liso

desempenado.

REFERÊNCIAS

AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS (ASTM). ASTM C 28-

92: Standard specification for gypsum plasters. Pennsylvania, 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: Cimento Portland de

alto - forno: terminologia - NBR 5735 (EB 208), Rio de Janeiro, 1991.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: Gesso para

construção civil: terminologia - NBR 13207. Rio de Janeiro, 1994.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: - Argamassa colante

industrializada para assentamento de placas de cerâmica - NBR-14081.

Especificação;31/12/04

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: Revestimentos de

paredes e tetos com argamassas materiais, preparo, aplicação e

manutenção - NBR 7200 . Rio de Janeiro, 1982, 16p.

Bauer. L. A. F. Materiais de Construção. 5ª Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2000.

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