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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL DIEGO REBOUÇAS FORTES ESTUDO DO USO DE MÉTODOS NÃO DESTRUTIVOS EM TRAVESSIAS DE TUBULAÇÕES SOB INTERFERÊNCIA FEIRA DE SANTANA - BA 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL

DIEGO REBOUÇAS FORTES

ESTUDO DO USO DE MÉTODOS NÃO DESTRUTIVOS EM TRAVESSIAS DE

TUBULAÇÕES SOB INTERFERÊNCIA

FEIRA DE SANTANA - BA

2010

DIEGO REBOUÇAS FORTES

ESTUDO DO USO DE MÉTODOS NÃO DESTRUTIVOS EM TRAVESSIAS DE

TUBULAÇÕES POR INTERFERÊNCIA

Monografia apresentada como requisito

para a obtenção do grau de Bacharel em

Engenharia Civil outorgado pela

Universidade Estadual de Feira de

Santana.

Orientador: Prof. Dr. João Carlos B. J. da

Silva

Co-orientadora: Maria do socorro São

Matheus.

FEIRA DE SANTANA – BA

2010

DIEGO REBOUÇAS FORTES

ESTUDO DO USO DE MÉTODOS NÃO DESTRUTIVOS EM TRAVESSIAS DE

TUBULAÇÕES SOB INTERFERÊNCIA

Monografia apresentada como requisito

para a obtenção do grau de Bacharel em

Engenharia Civil outorgado pela

Universidade Estadual de Feira de

Santana.

Feira de Santana, 20 de outubro de 2010.

___________________________________________________

Orientador: Prof.º Doutor João Carlos B. J. Da Silva

Universidade Estadual de Feira de Santana

___________________________________________________

Co-orientadora: Professora Doutora Maria do Socorro são Matheus

Universidade Estadual de Feira de Santana

__________________________________________________

Avaliador Professor Areobaldo de Oliveira Aflitos

Universidade Estadual de Feira de Santana

Dedico este trabalho a toda a minha

família

AGRADECIMENTOS

Os meus sinceros agradecimentos:

A minha mãe que sempre me deu estrutura para realizar os meus objetivos.

Aos professores João Carlos e Maria do Socorro pelo conhecimento cedido e por me orientar

com tamanha dedicação e paciência.

A minha namorada não só por esta sempre ao meu lado, quando precisei mas por me orientar

sempre que necessário.

A todos os colegas da turma 2005.1, em especial a Rafael Ribeiro por toda ajuda que me foi

dada.

RESUMO

Ainda hoje no Brasil o método convencional para realização de escavação para

assentamento de tubulações é bastante utilizado, entretanto, já existem tecnologias que a

depender das particularidades da obra podem ser muito mais eficientes, principalmente quanto

ao impacto causado ao espaço físico. No Brasil as tecnologias não destrutivas mais usadas

são: o furo direcional, o método „‟slurry shield machine‟‟ e o túnel linear. O método do furo

direcionado tem inúmeras aplicações porem só pode ser usado para assentamento de

tubulações de até 600 mm, o contrário ocorre com o „‟slurry shield machine‟‟, onde se

executam redes que variam de 500 mm a 2000 mm, já o túnel linear pode ser usado para

qualquer diâmetro. Sua execução é bastante simples, entretanto sua produtividade é bem

menor. O mesmo não acontece com os „‟shields‟‟, estes necessitam de uma estrutura

complexa para viabilizar a sua execução, alem de mão-de-obra cara e especializada. A

execução do furo direcionado é de fácil execução, porem, a falta de operadores qualificados

também é um problema.

Este trabalho apresenta uma revisão bibliográfica sobre os métodos não

destrutivos de escavação, abordando as vantagens em relação ao metodo de escavação a céu

aberto e as especificidades de cada um deles.

ABSTRACT

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1: Simulação de um emissário submarino (MOUTINHO & ARIARATAM, 2008) . 22

Figura 2.2: Fluxograma de estudos para projeto executivo (MATSSUI & KOTCHEN, 2003).

.................................................................................................................................................. 25

Figura 2.3: Poço de emboque circular (CALÇA, 2007) ........................................................... 26

Figura 2.4: Laser instalado (CALÇA, 2007) ............................................................................ 26

Figura 2.5: Anel de emboque (CALÇA, 2007) ........................................................................ 27

Figura 2.6: Anel de cravação (MOUTINHO & ARIARATAM, 2008) ................................... 28

Figura 2.7: Furo de lubrificação (CALÇA, 2007). ................................................................... 28

Figura: 2.8: Cone de trituração (CALÇA, 2007). ..................................................................... 31

Figura: 2.9: Bolsa em anéis metálicos (CALÇA, 2007). .......................................................... 31

Figura: 2.10: Junta em anéis de borracha (CALÇA, 2007). ..................................................... 31

Figura 2.11: Arranjo geral do sistema „‟slurry shield machine‟‟(CALÇA, 2007). .................. 32

Figura 3.1: Máquina Navigator da vermeer (NEPOMUCENO, 2008). ................................... 35

Figura 3.2: Equipamento de pequena capacidade (ABRATT, 2006) ....................................... 36

Figura 3.3: Equipamento de média capacidade (ABRATT, 2006) .......................................... 36

Figura 3.4: Equipamento de grande capacidade (ABRATT, 2006) ......................................... 36

Figura 3.5: Fluxograma para montagem do equipamento (ABRATT, 2006) .......................... 37

Figura 3.6 – Componentes do Equipamento de Perfuração: a) Motor do Navigator; b) Bombas

Hidráulicas; c) Bombas de fluído; d) Manômetros de verificação; e) Computador de bordo.

(NEPOMUCENO, 2008). ......................................................................................................... 38

Figura 3.7: Tanque misturador de fluidos (NEPOMUCENO, 2008). ...................................... 39

Figura 3.8: Pá cortante (NEPOMUCENO, 2008). ................................................................... 40

Figura 3.9: Transmissor de dados (NEPOMUCENO, 2008). .................................................. 43

Figura 3.10: Cabeça cortante para corte giratório em rocha (NEPOMUCENO, 2008). .......... 44

Figura 3.11: Equipamento para corte por impacto (NEPOMUCENO, 2008). ......................... 45

Figura 3.12: Cabeça cortante para corte por arrasto ................................................................. 45

Figura 3.13: Alargador (PALAZZO, 2008). ............................................................................ 46

Figura 3.14: Puxamento do tubo (MOUTINHO & ARIARATAM, 2008). ............................. 46

Figura 3.15: Método de inspeção visual (ABRATT, 2006). .................................................... 47

Figura 4.1: Fluxograma do procedimento executivo do túnel (ABRATT, 2006) .................... 49

Figura 5.1: Trincheira para emboque do túnel (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE SANTANA,

2010). ........................................................................................................................................ 54

Figura 5.2: Flange das chapas (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE SANTANA, 2010). ............. 54

Figura 5.3: Fluído de preenchimento (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE SANTANA, 2010). ... 55

Figura 5.4: Bomba e misturador de fluído (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE SANTANA,

2010). ........................................................................................................................................ 55

Figura 5.5: Poço de emboque no canteiro central (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE

SANTANA, 2010) .................................................................................................................... 56

Figura 5.6: Água de infiltração vinda da galeria (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE SANTANA,

2010) ......................................................................................................................................... 57

Figura 5.7: Furo para injeção de argamassa fluída (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE

SANTANA, 2010) .................................................................................................................... 57

Figura 5.8: Maciço rochoso em seção plena (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE SANTANA,

2010) ......................................................................................................................................... 58

Figura 5.9: Guincho foguete (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE SANTANA, 2010) ................. 58

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1: Evolução das técnicas de cravação de tubos (COUTINHO & NEGRO JUNIOR,

1995). ........................................................................................................................................ 19

Tabela 2.2: Vantagens da utilização do método „‟Slurry Shield Machine‟‟ (CALÇA, 2007) . 21

Tabela 2.3: Produtividade dos métodos (FREITAS & FREITAS, 2002). ............................... 22

Tabela 2.4: Parâmetros de projeto em relação aos diâmetros dos „‟shields‟‟ (CALÇA, 2007).

.................................................................................................................................................. 23

Tabela 2.5: Especificações técnicas dos equipamentos (CALÇA, 2007)................................. 24

Tabela 2.6: Etapas para execução de método (MATSSUI & KOTCHEN, 2003). ................... 30

Tabela 3.1: categorias das máquinas ........................................................................................ 35

Tabela 3.2: Relação entre tipo de solo e fluído de perfuração (MATSSUI & KOTCHEN,

2003). ........................................................................................................................................ 41

Tabela 3.3: Ensaio de Marsh (PALAZZO, 2008). ................................................................... 41

Tabela 4.1: Comparativo entre os Métodos .............................................................................. 51

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15

1.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES ......................................................................... 15

1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 16

1.3 HIPÓTESE ..................................................................................................................... 16

1.4 OBJETIVOS ................................................................................................................... 17

1.4.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 17

1.4.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 17

2 MÉTODO DE ESCAVAÇÃO ‘’SLURRY SHIELD MACHINE PIPE JACKING’’ .. 18

2.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 18

2.2 HISTÓRICO ................................................................................................................... 19

2.2.1 Período ......................................................................................................... 19

2.2.2 Década de 60 ................................................................................................ 19

2.2.3 Emprego mais freqüente da técnica de cravação de tubos........................... 19

2.2.4 Década de 70 ................................................................................................ 19

2.2.5 Associações de „‟pipe jacking‟‟ ................................................................... 20

2.2.6 Década de 70 - Brasil ................................................................................... 20

2.2.7 Mine túneis, com equipamentos de frente aberta e escavação manual ........ 20

2.2.8 A partir de 1993 – Brasil ............................................................................. 20

2.2.9 Máquinas mais modernas ............................................................................ 20

2.3 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO „‟SLURRY SHIELD MACHINE PIPE

JACKING‟‟ .......................................................................................................................... 21

2.4 APLICAÇÕES ............................................................................................................... 21

2.5 PRODUTIVIDADE ....................................................................................................... 22

2.6 ESTUDOS PRELIMINARES ........................................................................................ 23

2.7 ELEMENTOS BÁSICOS PARA EXECUÇÃO DO MÉTODO ................................... 26

2.7.1 Poço de Emboque ........................................................................................ 26

2.7.2 Poço de Desemboque ................................................................................... 27

2.7.3 Sistema de cravação das Tubulações de Concreto Pré-Moldado ................ 27

2.7.4 Controle de Direcionamento do „‟Shield‟‟ .................................................. 29

2.7.5 Funcionamento Abaixo do Nível de Água .................................................. 29

2.8 MÉTODO DE EXECUÇÃO .......................................................................................... 29

2.9 EQUIPAMENTOS ......................................................................................................... 32

3 ESCAVAÇÃO UTILIZANDO PERFURAÇÃO DIRECIONAL ................................... 34

3.1 HISTÓRICO ................................................................................................................... 34

3.2 EQUIPAMENTOS PARA PERFURAÇÃO .................................................................. 34

3.2.1 Montagem do Equipamento de Perfuração e do sistema de direcionamento.

.......................................................................................................................................... 37

3.3 COMPONENTES DO EQUIPAMENTO DE PERFURAÇÃO .................................... 38

3.4 TANQUES DE MISTURA DE FLUIDOS .................................................................... 39

3.5 AS HASTES DE PERFURAÇÃO ................................................................................. 40

3.6 OS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO ............................................................................... 40

3.6.1 Funções do Fluído de Perfuração ................................................................ 42

3.7 PLANEJAMENTO DO FURO ...................................................................................... 42

3.8 EXECUÇÃO DO MÉTODO ......................................................................................... 43

3.9 PERFURAÇÃO EM ROCHA ........................................................................................ 44

3.10 ALARGAMENTO DO FURO E PUXAMENTO DA TUBULAÇÃO ....................... 45

3.11 IDENTIFICANDO AS INTERFERÊNCIAS .............................................................. 46

3.11.1 Métodos de identificação das interferências ............................................ 46

4 ‘’TUNNEL LINER’’ ........................................................................................................... 48

4.1 EQUIPAMENTOS ......................................................................................................... 48

4.2 SONDAGENS ................................................................................................................ 48

4.3 ACOMPANHAMENTO TOPOGRÁFICO ................................................................... 49

4.4 EXECUÇÃO .................................................................................................................. 49

4.5 CONSOLIDAÇÃO DO SOLO ...................................................................................... 50

4.6 INJEÇÕES DE ARGAMASSA DE SOLO-CIMENTO ................................................ 50

4.7 COMPARATIVOS ENTRE OS MÉTODOS ................................................................ 51

5 EXEMPLO DE APLICAÇÃO DO ‘’TUNNEL LINER’’............................................ 52

5.1 Dados Gerais ................................................................................................... 52

5.1.1 Dados do Empreendimento .......................................................................... 52

5.1.2 Dados das Travessias ................................................................................... 52

1º Travessia: Anel rodoviário de feira de Santana ............................................ 52

2º Travessia: Avenida Jose falcão .................................................................... 53

5.1.3 Travessia por sob o Anel Rodoviário .......................................................... 53

5.1.4 Travessia por sob a Avenida José falcão ..................................................... 56

CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 59

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 60

ANEXO A - CROQUI DA AV. JOSE FALCÃO, FEIRA DE SANTANA-BA ................ 62

ANEXO B - RELATÓRIOS DE SONDAGEM A PERCUSSÃO ...................................... 63

15

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

A utilização dos métodos não destrutivos (MND) para a execução de travessias

sob interferência é de suma importância, face aos problemas gerados por uma eventual

escavação realizada abrindo trincheiras, quer seja para drenagem, água, esgoto, telefonia,

eletricidade, gás, etc. São varias as tecnologias existentes hoje no Brasil para a execução

destas travessias, sendo cada uma específica para cada tipo de travessia, ou seja, dependendo

do diâmetro e material da tubulação, da extensão, da profundidade, da finalidade, enfim das

características inerentes a cada projeto, existe um método técnica e economicamente mais

viável.

Alguns métodos utilizam máquinas especiais que perfuram o subsolo

horizontalmente, entre dois poços de acesso, por onde serão passadas as tubulações. Desta

forma, não é necessário rasgar toda a extensão do piso por sob o qual passará a instalação.

Esse método é extremamente útil para travessias de qualquer tipo (rodovias, ferrovias,

riachos, estruturas etc.). Para o caso de travessia em rodovias a utilização deste processo

também evita a reposição do pavimento por abertura de valas, reposição esta que nem sempre

reproduz a situação original do pavimento.

O custo direto em muitos casos já é equivalente ao método com abertura de

valas contínuas, mas as vantagens são enormes: precisão na execução da obra; redução de

prazos; não interrupção do trânsito na área de trabalho; grande redução do custo social

(NUVOLARI, 2003).

Durante os últimos 15 anos, a perfuração direcionada horizontal, tem

revolucionado a indústria da instalação de produtos sob a superfície. Hoje este processo é o

preferido entre as companhias de água, gás, elétricas, etc., pois evita o inconveniente de valas

abertas, e conseqüentes prejuízos (COUTINHO & NEGRO JUNIOR, 1995).

Em Feira de Santana, durante a obra de ampliação do sistema de esgotamento

sanitário da cidade foi efetuado uma travessia de tubulação de esgoto sob o anel rodoviário,

sendo utilizado um Método não Destrutivo, mais especificamente a execução de um mini

túnel em chapas corrugadas de metal. A „‟Armco Staco‟‟ desenvolveu com tecnologia

exclusiva, o sistema não-destrutivo túnel linear, largamente utilizado em milhares de obras no

Brasil e no exterior.

16

Túnel linear é uma solução bastante prática para a execução de túneis de

pequenos a médios diâmetros (1,20m a 5,00m) na forma circular, e túneis com dimensões

variadas nas formas de elipse, lenticular, arco e passagens de veículos/pedestres, podendo ser

implantados na maioria dos tipos de solo. Sua tecnologia de execução é bastante simples e

rápida (NUVOLARI, 2003).

1.2 JUSTIFICATIVA

Executar obras com valas a céu aberto em vias de grande densidade de tráfego,

como ruas, avenidas, estradas e ferrovias, causa grandes transtornos: interrupção do tráfego,

congestionamento no trânsito, acidentes com pedestres, dificuldades de acesso, etc.

Quando se levam esses fatores em consideração, o processo não-destrutivo é o

mais recomendável. Os métodos não destrutivos estão sendo cada vez mais usados no Brasil

e, como o futuro da engenharia é a qualidade dos serviços são necessárias inovações

tecnológicas que possibilitem essa melhoria. Esse estudo irá mostrar como são executados

alguns métodos não destrutivos, suas limitações e a importância destes técnicos para a

engenharia civil.

1.3 HIPÓTESE

O uso dos métodos não destrutivos em obras de travessias de condutos é a

solução para evitar os transtornos que uma travessia feita pelo método de escavação

convencional causaria na área, alem da melhora na qualidade da obra com redução de tempo

na execução e redução dos custos sociais.

17

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Estudar os Métodos Não Destrutivos de travessias de condutos, abordando

aspectos do projeto e execução, especificações técnicas e estudos preliminares.

1.4.2 Objetivos Específicos

Abordar três dos vários Métodos Não Destrutivos existentes para

escavação em solo.

Abordar a efetiva utilização dos Métodos Não Destrutivos, bem como

suas vantagens em relação ao método convencional de abertura de

valas.

Abordar as dificuldades oriundas do tipo de subsolo durante a utilização

do método.

18

2 MÉTODO DE ESCAVAÇÃO ‘’SLURRY SHIELD MACHINE PIPE JACKING’’

2.1 INTRODUÇÃO

„‟Com o crescimento dos centros urbanos, tornou-se necessário a melhoria e a

expansão da rede de utilidades públicas (água, esgoto, eletricidade, telefonia etc.). Em áreas

densamente edificadas, com grande ocupação do espaço subterrâneo, a execução de obras

subterrâneas em valas a céu aberto causa impactos sócio-econômico-ambientais cada vez

maiores. Por menores que sejam obras subterrâneas a céu aberto causam enormes transtornos

nos centros urbanos e nas vias principais, em especial na interferência com o trânsito

naturalmente intenso‟‟. Por esse motivo, obras com custos diretos extremamente modestos se

tornam inviáveis devido aos altos custos sociais inerentes aos atrasos e perturbações que

ocasionam a milhares de pessoas, muitas vezes por períodos prolongados. Dentro deste

panorama, a tecnologia do “slurry pipe jacking”, tornou-se atraente frente a métodos

tradicionais, como a solução em vala a céu aberto, principalmente para a construção de novas

redes de esgoto, por minimizar os impactos e oferecer maior produtividade com menor risco

técnico e econômico (MATSSUI & KOTCHEN, 2003).

Justifica-se assim o interesse de se intensificar os estudos e as pesquisas sobre

esta tecnologia que, apesar de estar sendo aplicada em algumas obras ainda carece de suporte

teórico capaz de estimar melhor as variáveis operacionais do sistema de cravação e suporte da

frente de escavação.

19

2.2 HISTÓRICO

2.2.1 Período

A técnica de cravação de tubos foi desenvolvida nos Estados Unidos há cerca

de 100 anos, e sua evolução no mundo e no Brasil está apresentada na Tab. 2.1.

Tabela 2.1: Evolução das técnicas de cravação de tubos (COUTINHO & NEGRO JUNIOR,

1995).

Período Técnica utilizada

Década de 60 Emprego mais frequente da técnica de

cravação de tubos

Década de 70 Associações de ¨pipe jacking¨

Década de 70 – Brasil Mini-túneis, com equipamentos de frente

aberta e escavação manual

A partir de 1993 – Brasil Máquinas mais modernas

2.2.2 Década de 60

No mundo a tecnologia de escavação de túneis do tipo „‟shield‟‟ remete do

século passado, entretanto o metodo ao longo dos anos e principalmente a partir de 1960 vem

agregando uma serie de inovações tecnológicas

2.2.3 Emprego mais freqüente da técnica de cravação de tubos

No início a técnica de escavação de túneis utilizando os „‟shields‟‟ e a cravação

de tubos, se confinaram no eixo Rio - São Paulo. Atualmente o seu uso se espalhou pelo país

e pode ser encontrado em todas as capitais (COUTINHO & NEGRO JUNIOR, 1995).

2.2.4 Década de 70

A tecnologia „‟pipe jacking‟‟ teve o seu desenvolvimento quase simultâneo no

Japão e Alemanha ao longo da década de 1970 e sofreu intensa evolução ao longo dos anos

20

1980 e 1990, com a incorporação de sistemas de informática, automação e direcionamento a

laser. (MATSSUI & KOTCHEN, 2003).

2.2.5 Associações de „‟pipe jacking‟‟

As primeiras associações de „‟pipe jacking‟‟ começaram a ser organizadas na

década de 70. A partir daí essa técnica passou a ser mais utilizada e o mercado para seu uso

cresceu significativamente.

2.2.6 Década de 70 - Brasil

Os mini túneis começar a ser introduzidos no Brasil no início da década de 70,

com equipamentos de frente aberta e escavação manual. (MATSSUI & KOTCHEN, 2003).

2.2.7 Mine túneis, com equipamentos de frente aberta e escavação manual

As primeiras tecnologias criadas eram de frente aberta, onde o funcionário

tinha que ir na frente da couraça realizando a escavação manual. Todo material escavado era

retirado em vagões que se deslocavam sobre trilhos até o exterior do túnel (MATSSUI &

KOTCHEN, 2003).

2.2.8 A partir de 1993 – Brasil

No Brasil somente a partir de 1993 começou a serem introduzidos os primeiros

equipamentos mais modernos para escavação de túneis („‟slurry shield machine pipe

jacking‟‟). Essa inovação se deu principalmente no estado de São Paulo.

2.2.9 Máquinas mais modernas

Os equipamentos mais modernos já possuíam uma tecnologia mais evoluída,

onde a escavação abaixo do nível da água, em rocha e solos instáveis tornou-se possível.

Além disso, o controle e direcionamento do „‟shield‟‟ é todo automatizado e controlado por

computador (MATSSUI & KOTCHEN, 2003).

21

2.3 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO „‟SLURRY SHIELD MACHINE PIPE

JACKING‟‟

As vantagens da utilização do método são inúmeras, e se mostram claras tanto

na superfície quanto no subsolo por onde irá passar a rede, suas vantagens estão expostas na

Tab. 2.2.

Tabela 2.2: Vantagens da utilização do método „‟Slurry Shield Machine‟‟ (CALÇA, 2007)

Vantagens para a superfície Vantagens para o subsolo

Reduzir a praticamente zero o número de

rompimento e reposição de ruas

Evitar desmoronamentos

Minimizar os transtornos e sujeira durante a

execução

Evitar medidas muito caras para estabilizar o

subsolo

Reduzir drasticamente o número de

engarrafamentos devido à paralisação ou

desvios no transito

Ser adequado para uma grande variação de

solos incluindo argilas moles, areias,

pedregulhos, pedras e alterações de rocha.

Minimizar a perturbação no subsolo com a

conseqüente redução de recalques na

superfície

Operar em solos com pressão de lençol

freático de até 30 m

Apresentar um baixo risco de danos as

tubulações já existentes

Instalar tubulações com precisão de até 2 cm

Permitir a instalação de trechos de até 350 m

entre os poços de serviço

Possuir vedação através de anéis de borracha,

o que aumenta muito a estanqueidade

Reduzir o volume de material escavado Dispensar a entrada de pessoas para operação

e escavação

Permitir travessias sob córregos, rios, e até

emissários submarinos.

Ser executado com tubos de grande

resistência (40 Mpa) e impermeabilidade,

aumentando assim a durabilidade da obra.

2.4 APLICAÇÕES

O método „‟slurry shied machine‟‟ atualmente vem sendo usado em diversos

tipos de obras, destacando-se coletores de esgoto, adutoras de água, dutos de gás, redes de

22

cabos elétricos e telefonia, sistemas de drenagem de águas pluviais, passagens subterrâneas

para pedestres e até emissários submarinos como mostra a Fig. 2.1

Figura 2.1: Simulação de um emissário submarino (MOUTINHO & ARIARATAM, 2008)

2.5 PRODUTIVIDADE

A produtividade do método „‟slurry shield machine‟‟ em comparação a outros

métodos similares, tais como o método do túnel linear é muito maior. A Tab. 2.3 mostra o

comparativo das suas produtividades mensais dos dois métodos (MATSSUI & KOTCHEN,

2003).

Tabela 2.3: Produtividade dos métodos (FREITAS & FREITAS, 2002).

Produtividade do ‘’shield’’ e do túnel linear

Produção mensal

''shield'' 100 a180 m

Escavação com túnel linear 30 a 50 m

Essa diferença é tão grande porque o túnel linear é executado de maneira

manual, utilizando uma tecnologia bastante simples e com limitações, ao passo que o „‟slurry

shield machine‟‟ utiliza tecnologia de ponta na sua execução e navegação, aumentando muito

sua produtividade, sobretudo em escavações de maiores profundidades e abaixo do nível

d‟água.

23

2.6 ESTUDOS PRELIMINARES

Para utilização do método „‟slurry shield machine‟‟, é necessário em primeiro

lugar uma avaliação do traçado por onde irá passar a tubulação, a partir daí decide-se qual a

melhor locação para o poço de emboque. Essa avaliação é muito importante do ponto de vista

econômico, porque quando se tem uma rede muito extensa é mais viável economicamente

locar o poço de emboque num ponto entre os extremos da rede, essa decisão resulta na

construção de apenas um poço de emboque e dois poços de desemboque. Se fosse escolhido o

poço de emboque em um dos extremos, seria necessário outro para completar a rede e um

poço de desemboque, o problema é que o poço de emboque é muito mais caro que o poço de

desemboque, devido às dimensões e a estrutura que devem ser maiores e mais rígida, para

resistir aos esforços de cravação. Alem disso para definir o tipo de „‟shield‟‟ a ser usado é

preciso uma avaliação do subsolo ao longo do traçado do túnel, para isso se faz sondagens à

percussão que identificam a profundidade do lençol d‟água e a resistência da camada por onde

ira passar o „‟shield‟‟.

A perfuratriz de corte ou cabeça cortante também é definida a partir da

resistência que será enfrentada. A Tab. 2.4 mostra as características básicas de projeto com

relação aos diâmetros dos „‟shields‟‟ (CALÇA, 2007).

Tabela 2.4: Parâmetros de projeto em relação aos diâmetros dos „‟shields‟‟ (CALÇA, 2007).

Elementos para projeto

Diâmetro

(mm)

Dist. Entre

poços de

serv. (m)

Profund.

Máxima

(m)

Profund.

Mínima

(m)

Altura de

coluna

d‟água(m)

Diam. do

poço de

entrada (m)

Diam. do

poço de

saída (m)

Área do

canteiro

(m)

500 120 30 2,5 30 4,1 2,7 100

600 120 30 2,6 30 4,1 2,7 100

700 120 30 2,7 30 4,4 2,7 100

800 150 30 2,8 30 5,6 3,0 120

900 150 30 3,0 30 5,6 3,0 120

1000 200 30 3,5 30 5,2 3,9 150

1200 200 30 4,0 30 5,0 3,9 150

1500 250 30 4,5 30 6,5 4,5 250

2000 300 30 6,0 30 7,1 5,5 300

24

Atualmente é possível executar túneis com o método „‟slurry shied machine‟‟

em diâmetros variados. A Tab. 2.5 mostra as especificações técnicas dos equipamentos para

os mais variados tipos de diâmetros.

Tabela 2.5: Especificações técnicas dos equipamentos (CALÇA, 2007).

MAQUINAS PARA TUBO DE DIMETRO 500/ 600/ 700/ 800/ 900/ 1000/ 1200/ 1500/ 2000

Diâmetro

interno do

tubo (mm)

Máquina

diâm.

Externo

(mm)

Comprimento

da máquina

(mm)

Peso da

máquina

(kg)

Torque de

escavação

(kgf x m)

Rotação de

escavação

(rpm)

Movimento

epicicloidal

(p/min.)

Motor

elétrico

(kw)

500 640 2460 2300 2000 2,6 60 5

600 780 2455 2650 2390 2,6 60 7,5

700 880 2365 3880 2250 2,6 60 7,5

800 980 2580 4800 5170 2,4 60 15

900 1100 2580 5700 4800 2,4 60 15

1000 1220 3412 8000 16900 2,4 60 37

1200 1440 3412 8500 16900 2,4 60 37

1500 1800 3412 14300 24800 1,8 57 55

2000 2412 4228 19100 19100 2,6 0 2x30

Para definir o tipo de „‟shield‟‟ a ser usado é preciso uma avaliação do subsolo

ao longo do traçado do túnel, para isso se faz sondagens à percussão que identifica a

profundidade do lençol d‟água e a resistência da camada por onde ira passar o „‟shield‟‟. Em

adição, também são feitos ensaios para determinação de algumas propriedades mecânicas do

solo, Fig. 2.2.

25

Figura 2.2: Fluxograma de estudos para projeto executivo (MATSSUI & KOTCHEN, 2003).

Realiza-se Sondagens a

percussão para

Determinação do SPT

Define-se a força propulsora

dos macacos hidráulicos e

potencia das bombas de

injeção de fluido

Determina-se as tensões que

serão aplicadas pela frente

de escavação e o tipo de

cabeça cortante

Estima-se as tensões

de cisalhamento na

interface maciço-tubo

Identifica a presença de rocha

e profundidade do lençol

d‟água

Calcula-se coeficiente de

atrito, peso especifico,

coesão

Realiza-se ensaios de

laboratório (propriedades

mecânicas)

Retira-se amostras de

solo

Estudos para execução do

projeto executivo

26

2.7 ELEMENTOS BÁSICOS PARA EXECUÇÃO DO MÉTODO

2.7.1 Poço de Emboque

Os poços de emboque podem ser quadrados, ovais, retangulares e circulares

(Fig. 2.3), sendo o ultimo o mais comum.

Figura 2.3: Poço de emboque circular (CALÇA, 2007)

A execução começa com a escavação do poço que pode ser feita utilizando

escavadeiras. Pode ser necessário um rebaixamento do lençol freático para possibilitar o

trabalho em ambiente seco, às paredes do poço podem ser feitas de pranchas metálicas,

concreto moldado in loco, concreto pré-moldado e concreto projetado. Ainda na parede de

reação é instalado um equipamento que emite um raio laser no eixo do „‟shield‟‟ e possibilita

à correção do direcionamento do mesmo, caso saia do alinhamento desejado (Fig. 2.4).

Figura 2.4: Laser instalado (CALÇA, 2007)

27

O poço também serve de apoio para reagir aos esforços de cravação gerados

pelo sistema de macacos hidráulicos. Na parede do poço de emboque é feita uma abertura

onde é instalado o anel de emboque (Fig. 2.5), que serve para dar estabilidade no início da

escavação do „‟shield‟‟ e também no momento de cravar os tubos. A parede do poço de

emboque deve reagir aos esforços de cravação, e é exatamente por isso que se torna mais caro

que o poço de desemboque, entretanto, após a execução do túnel, os poços podem ser usados

como poços de visita para manutenção da rede (CALÇA, 2007).

Figura 2.5: Anel de emboque (CALÇA, 2007)

2.7.2 Poço de Desemboque

O poço de desemboque ou de chegada é onde se faz o resgate do „‟shield‟‟,

logo ele deve ter dimensões compatíveis com o comprimento do „‟shield‟‟. O poço de

chegada também possui as paredes e a laje de fundo armadas, entretanto, não são tão rígidas

como as dos poços de emboque (CALÇA, 2007).

2.7.3 Sistema de cravação das Tubulações de Concreto Pré-Moldado

O sistema de cravação é formado pelo conjunto de pistões hidráulicos, por um

trilho guia que apóia o tubo e mantém o direcionamento correto do mesmo e um anel de

cravação (Fig. 2.6).

28

Figura 2.6: Anel de cravação (MOUTINHO & ARIARATAM, 2008)

Os tubos utilizados no método “slurry shield machine”, são em geral de

concreto pré-moldado. Eles devem ser projetados para resistirem aos esforços máximos de

cravação, além disso, o concreto produzido para execução dos tubos deve deixar o mínimo de

vazios possíveis e garantir estanqueidade. Os tubos também devem possuir uma espessura

mínima de maneira a garantir o recobrimento necessário para proteção da armadura.

O sistema de encaixe entre os tubos deve ser perfeito garantindo assim a

vedação necessária nas juntas, evitando infiltrações devido às pressões externas da água. Os

tubos em geral são produzidos com suportes internos em forma de gancho, que apóiam todas

as tubulações do sistema de lubrificação e dos tubos de circulação de lama.

Durante a cravação é necessário que a interface tubos e maciço sejam

lubrificados, reduzindo assim os esforços de cravação, e para isso são deixados furos na

parede dos tubos (Fig. 2.7) por onde é injetado o fluido lubrificante (em geral lama

bentonítica) (FREITAS & FREITAS, 2002).

Figura 2.7: Furo de lubrificação (CALÇA, 2007).

29

2.7.4 Controle de Direcionamento do „‟Shield‟‟

No poço de emboque é instalado um equipamento que emite um feixe de raio

laser e o projeta em um alvo que fica no eixo do „‟shield‟‟. À medida que a escavação avança

é possível que o equipamento saia de alinhamento, e quando isso ocorre à projeção do feixe

de raio laser sai do eixo do alvo indicando assim a necessidade de corrigir a rota do

„‟shileld‟‟. A correção da rota só é possível graças aos cilindros de direcionamento que ficam

na frente de escavação. O funcionamento dos cilindros depende de pistões hidráulicos que

garantem propulsão para alinhar novamente a rota. A visualização da mira é feita graças a

uma câmera de vídeo instalada dentro da couraça do „‟shield‟‟, que envia imagens a uma TV

ligada na cabine de operação. Ainda na cabine de operação fica instalado um computador que

monitora todo o processo, à medida que vai sendo realizado ele permite que sejam avaliados

diversos dados colhidos na escavação, tais como vazão de fluído enviado à frente de avanço,

vazão de fluído que sai no processo de escavação, pressão exercida pelo „‟shield‟‟ no maciço

e torque do equipamento (FREITAS & FREITAS, 2002).

2.7.5 Funcionamento Abaixo do Nível de Água

Os primeiros „‟shields‟‟ eram de frente aberta, e o operário tinha que ir dentro

do equipamento para retirar o material escavado da máquina, esse processo era feito

utilizando vagões que circulavam sobre trilhos montados em todo o traçado do túnel. Esse

método inviabilizava o trabalho abaixo do nível da água, além disso, o método trazia bastante

risco a integridade física do operário. Com a evolução da técnica, o „‟slurry shield machine‟‟

permite o trabalho abaixo do nível do lençol de água, isso é possível porque a frente do

„‟shield‟‟ exerce pressão de fluído que equilibra as pressões neutras gradas pelo lençol d‟água

(MATSSUI & KOTCHEN, 2003).

2.8 MÉTODO DE EXECUÇÃO

Para se executar o método „‟slurry shield machine‟‟ é necessário seguir uma

seqüência de trabalho, cada etapa está resumida na Tab. 2.6.

30

Tabela 2.6: Etapas para execução de método (MATSSUI & KOTCHEN, 2003).

Escavação e Revestimento dos Poços de

Serviço

O poço é escavado até a profundidade que se

deseja executar o túnel. Em seguida se inicia

a montagem do revestimento do poço, que

em geral é de concreto armado.

Montagem do Canteiro

Deve possuir um local para estocagem dos

tubos de concreto próximo ao poço de

emboque para possibilitar uma maior

dinâmica ao processo.

Montagem do Sistema de Cravação e

Operação

Deve ser definido o alinhamento e o

nivelamento do eixo do túnel para locar o

sistema de cravação. Na superfície será

instalado todo o sistema de operação e

controle.

Sistema de Reciclagem de Lama

Toda lama extraída da escavação é bombeada

para os tanques de recirculação. Sendo três

tanques, onde um é de água e dois são de

lama. Um dos tanques de lama um é

responsável pelo processo de decantação do

material solido. O outro acumula a lama que

será bombeada de volta para frente de

escavação (Fig. 2.8).

Cravação dos Tubos de Concreto

Os tubos são cravados em sequência e cada

tubo cravado empurra todo o restante. Os

tubos possuem anéis metálicos na bolsa (Fig.

2.9) e anéis de borracha na ponta (Fig. 2.10),

que garante estanqueidade nas juntas.

31

Figura: 2.8: Cone de trituração (CALÇA, 2007).

Figura: 2.9: Bolsa em anéis metálicos (CALÇA, 2007).

Figura: 2.10: Junta em anéis de borracha (CALÇA, 2007).

32

2.9 EQUIPAMENTOS

Para se executar o túnel é necessário que uma série de equipamentos trabalhe

de maneira conjunta. O arranjo geral do „‟slurry shield machine‟‟ é apresentado na Fig. 2.11.

Figura 2.11: Arranjo geral do sistema „‟slurry shield machine‟‟(CALÇA, 2007).

Conforme mostra a Figura 2.11:

01- Cabine de controle: No interior da carcaça uma câmara de TV é instalada e monitorada

na cabine de controle, ele permite a visualização da projeção que é emitida pelo nivelador a

laser em um painel.

02- Sistema de retirada de solo: O material escavado é transportado por meio de dragagem,

que retira o solo escavado de um compartimento na frente da maquina levando-o ao sistema

de tratamento de lama. A injeção de liquido na frente de escavação é feita por bombas

controladas de forma a pressurizar e equilibrar as pressões exercidas pelo lençol d‟água,

evitando assim perda de material e vazamentos laterais.

03- Sistema de empuxe: O sistema de empuxe é feita com quatro macacos hidráulicos

posicionados nos poços de serviço, que cravam os tubos de concreto pré-fabricados, enquanto

a maquina avança sob o solo.

33

04- Tubos pré-fabricados de concreto: Os tubos devem ser capazes de resistir aos esforços

da cravação exercida pelos macacos hidráulicos, o tubo também tem micro furos na sua

parede que possibilita a inserção de lama bentonítica para reduzir o atrito gerado pelo solo.

05- ‘’Shield’’: Em aço, a carcaça protetora abriga a unidade escavadora, sistema hidráulico de

direcionamento, compartilhamento pressurizado de dragagem e sistema de monitorização por

câmera de TV. Uma inovadora cabeça escavadora executa movimento excêntrico, que quebra

pedras e pedregulhos de até 30% do diâmetro do equipamento com uma força compressora de

200 kgf/cm², permitindo o trabalho praticamente em qualquer tipo de solo.

34

3 ESCAVAÇÃO UTILIZANDO PERFURAÇÃO DIRECIONAL

3.1 HISTÓRICO

Desenvolvido na Alemanha há 50 anos, a tecnologia, inicialmente praticada

somente na área de telecomunicação, atualmente esta sendo usado em outros setores da

engenharia.

A utilização do método de perfuração direcional, no Brasil teve seu início em

1972 em São Paulo pela antiga empresa de telecomunicações (Telesp), que usou o método

para instalar cabos no subsolo da cidade. (MENDES,2006).

O método voltou a ganhar destaque com a abertura da economia brasileira, no

inicio da década de 90, em função de projetos para execução de redes de fibra óptica. Além de

São Paulo o método também já é conhecido em outros estados e a sua utilização movimenta

números que oscilam entre U$ 30 e 40 milhões (MENDES,2006).

Segundo Palazzo (2008), Presidente da ABRATT (Associação brasileira de

tecnologia não destrutiva), somente nas áreas de extensão de telecomunicações, o setor

emprega mais de 50 mil pessoas. Quando se inclui outros segmentos indiretos, este número

chega a 150 mil. Contudo no Brasil somente 5% das perfurações são feitas utilizando o furo

direcional, embora tenha espaço para chegar a 50%. Enquanto que nos Estados Unidos 80%

das obras adotam este processo.

No subsolo de São Paulo encontram-se instalados quilômetros de fios, cabos,

dutos e galerias. São 22.800 km de rede de água, 17.265 km de galerias de esgoto, 3.000 km

de galerias de águas pluviais e 2.000 km de dutos de gás. Os fios telefônicos e elétricos, cabos

de fibra óptica e cabos de TV se estendem por mais 50.000 km (PALLAZO, 2005).

3.2 EQUIPAMENTOS PARA PERFURAÇÃO

Algumas das perfuratrizes comercializadas no Brasil são equipadas com

sistema automático de alimentação e retiradas de barras e cujos componentes ficam

concentrados em um único local o que facilita sua manutenção. Os equipamentos também são

em geral compactos e leves, o que facilita o transporte do mesmo. As máquinas mais

utilizadas no Brasil são as da linha „‟Navigator‟‟ da „‟vermeer‟‟ (Fig. 3.1) (NEPOMUCENO,

2008).

35

Figura 3.1: Máquina Navigator da vermeer (NEPOMUCENO, 2008).

O método de perfuração direcional pode ser utilizado para escavações em

diferentes tipos de solo e até em rocha, bem como para execução de redes em diferentes

diâmetros, logo os equipamentos usados para tal variam de acordo com a necessidade de uso.

Segundo Palazzo (2008), Os equipamentos são divididos em três categorias,

indicadas na Tab. 3.1:

Tabela 3.1: categorias das máquinas

CATEGORIAS TRAÇÃO (ton) DIAMETROS (mm)

PEQUENA CAPACIDADE 10 50 a 300

MÉDIA CAPACIDADE 10 a 50 300 a 600

GRANDE CAPACIDADE > 50 >600

Pequena Capacidade: Adequado para instalação de cabos de utilidades ou tubos

de pequeno diâmetro em áreas congestionadas (Fig. 3.2).

36

Figura 3.2: Equipamento de pequena capacidade (ABRATT, 2006)

Média Capacidade: Adequado para tubulações com acessórios especiais

permitem perfuração em rocha. (Fig. 3.3).

Figura 3.3: Equipamento de média capacidade (ABRATT, 2006)

Grande capacidade: Utiliza equipamentos de suporte (Bombas de Grande

capacidade, recicladores de fluídos, guindaste, etc..). O inconveniente são os significativos

períodos de montagem e desmontagem. É empregado em redes de grande diâmetro e na

exploração industrial de reservas de gás. (Fig. 3.4).

Figura 3.4: Equipamento de grande capacidade (ABRATT, 2006)

37

3.2.1 Montagem do Equipamento de Perfuração e do sistema de direcionamento.

Para a montagem do equipamento de perfuração, é necessário seguir uma série de etapas

definidas na (fig. 3.5).

Figura 3.5: Fluxograma para montagem do equipamento (ABRATT, 2006)

Determina-se o porte e o tipo de equipamento de

perfuração

Deve-se alimentar o equipamento com as hastes

de perfuração, a instalação é automatizada.

Deve-se ancorar o equipamento no terreno,

alinhar e dar a inclinação correta da haste.

Na ponta da haste existe um transmissor que

envia ondas para um receptor na superfície.

Um computador de bordo transforma as

informações enviadas pelo receptor em gráficos,

por onde se monitora a perfuração.

38

3.3 COMPONENTES DO EQUIPAMENTO DE PERFURAÇÃO

a) b)

c) d)

e)

Figura 3.6 – Componentes do Equipamento de Perfuração: a) Motor do Navigator; b) Bombas

Hidráulicas; c) Bombas de fluído; d) Manômetros de verificação; e) Computador de bordo.

(NEPOMUCENO, 2008).

39

O motor deve ter potência suficiente para tocar as bombas hidráulicas ou

hidrostáticas e executar a escavação em grandes distâncias.

As bombas hidráulicas ou hidrostáticas devem ter fluxo suficiente para

desenvolver o trabalho de rotação e de puxar ou empurrar a coluna.

A bomba de fluido deve ter capacidade compatível com o tipo de trabalho a

executar e está diretamente relacionada com o diâmetro, peso e inclinação da coluna a ser

colocada no solo.

Manômetros de verificação de força de puxada („‟pull-back‟‟), força de rotação

e fluxo de fluído e é muito importante para se detectar problemas durante a execução.

O computador de bordo permite visualizar problemas elétricos e hidráulicos,

além disso, permite também mudança de sistema manual para automático ou perfuração em

rocha. (NEPOMUCENO, 2008)

3.4 TANQUES DE MISTURA DE FLUIDOS

São tanques misturadores (Fig. 3.7), motor e bomba de recalque para o

equipamento de perfuração. A água que é colocada no tanque deve ser isenta de areia e estar

com ph de aproximadamente (7,5 a 8,5), a ordem de colocação dos aditivos deve ser

respeitada como, por exemplo, bentoníta/polímeros/etc.

Figura 3.7: Tanque misturador de fluidos (NEPOMUCENO, 2008).

40

O motor do tanque deve está sempre ligado para garantir uma perfeita mistura

dos fluídos (baixa rotação), testes de ph, presença de areia e viscosidade deve ser feito

periodicamente no fluído, deve ser feita também a limpeza diária do tanque para evitar a

decantação de aditivos e um possível entupimento do sistema. (NEPOMUCENO, 2008)

3.5 AS HASTES DE PERFURAÇÃO

As hastes podem variar de 1,30 m a 4,50 m de comprimento em máquinas

existentes no Brasil. As hastes são construídas de maneira a permitir a passagem do fluído

através das mesmas, e possuem a particularidade de permitir flexibilidade, ou seja, permitem

uma flexão pré-determinada pelo fabricante, para formar pequenas curvaturas no solo.

Na ponta da haste de perfuração é acoplada uma cabeça cortante em forma de

pá (Fig. 3.8), utilizada em solos com ausência de rochas ou matacões. (NEPOMUCENO,

2008)

Figura 3.8: Pá cortante (NEPOMUCENO, 2008).

As hastes são fabricadas geralmente com aço-liga exclusivo I-135, forjadas e

tratadas termicamente, medidas com tolerâncias precisas e inspecionadas rigorosamente. Elas

permitem um alto torque em perfurações de grande diâmetro, e conseqüentemente uma alta

vazão de fluído de perfuração, as roscas das barras são usinadas com precisão e possibilitam a

montagem e desmontagem rápida. (NEPOMUCENO, 2008

3.6 OS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

41

Para se determinar o tipo de fluído a ser usado é preciso correlacioná-lo com o

tipo de solo encontrado. Essa relação é resumida na Tab. 3.2

Tabela 3.2: Relação entre tipo de solo e fluído de perfuração (MATSSUI & KOTCHEN,

2003).

Tipo de solo Característica Fluído de perfuração

Solos grossos (areia e granito)

São inertes e não reativos e

permitem a passagem da água

através de suas partículas

Bentoníta mineral

(proporciona lubrificação

e estabilização nos solos

onde é aplicada).

Solos finos (argila)

Os solos finos possuem baixa

permeabilidade, e são reativos a

água.

Polímero Phpa

(compostos sintéticos de

alto peso molecular, que

quando atraídos pela

argila evitam sua

dilatação).

É importante também controlar a viscosidade do fluído de perfuração, o

excesso de viscosidade dificulta o fluxo de fluído e requer maiores pressões para bombeá-lo.

Pode-se medir essa viscosidade através do funil de Marsh. A Tab. 3.3 indica o tempo médio

que cada solo leva para escoar no ensaio de Marsh, e quanto maior for o tempo médio maior

será a viscosidade do fluído (MOUTINHO & ARIARATAM, 2008).

Tabela 3.3: Ensaio de Marsh (PALAZZO, 2008).

TEMPO MÉDIO DE ESCOAMENTO PELO FUNIL DE

MARSH

DESCRIÇÃO TEMPO(S)

SOLO DE ARGILA 32 A 50

SOLO DE AREIA MEDIA OU MISTURADA 40 A 70

SOLO DE AREIA FINA OU GRANULADA 60 A 90

42

3.6.1 Funções do Fluído de Perfuração

A barreira que o mesmo irá formar no perímetro do furo, que é

chamado de torta de filtro que irá manter a integridade do furo.

O material cortado (tanto no furo piloto como no alargamento) deve ser

escoado para fora do furo.

Quando a tubulação está sendo instalada, exigirá uma boa lubrificação

do furo, isso para poder deslizar com suavidade reduzindo

consideravelmente o atrito lateral.

Com o atrito da cabeça de perfuração, a sonda irá aquecer, e uma das

funções do fluído também é de esfriar a sonda.

3.7 PLANEJAMENTO DO FURO

O planejamento do furo é feito utilizando softwares que processam

informações coletadas em campo. Os programas fornecem ao projetista uma atualização

teórica para auxilio na decisão da execução.

O local da execução deve estar totalmente sinalizado para o tráfego e para as

pessoas que circulam na área. Esse trabalho deve ser, se possível, orientado pela companhia

de transito, deve-se utilizar placas sinalizadoras, cones, fitas e mesmo funcionários

responsáveis pela área, isso tudo é para garantir a segurança total. Já a utilização das

vestimentas deve estender-se a todos que ocupam a área de perfuração.

Para perfurações em subsolos congestionados, como o dos grandes centros

urbanos, também é recomendável algumas prevenções: trabalhar respeitando as distâncias

mínimas de tubulações existentes. Caso o risco do não sucesso seja evidente, a perfuração

lenta é sempre o melhor procedimento, cabendo ao „‟planejador do furo‟‟ determiná-la.

A velocidade de perfuração é determinante em áreas com possíveis

interferências não localizadas, tubulações ou redes desconhecidas. Essa velocidade é que

permitirá a percepção de indicadores das interferências, seja, eles o aumento da pressão

hidráulica sem o correspondente avanço, os sons que chegam ao operador pela coluna de

barras, ou finalmente os sistemas de alarme, esses últimos, são sinas de aproximação de redes

elétricas. (PALAZZO, 2008)

43

3.8 EXECUÇÃO DO MÉTODO

A partir do levantamento fotográfico e do cadastro de interferências, é

elaborado o plano de navegação ou plano de furo, levando-se em conta as profundidades

necessárias e a flexibilidade da tubulação a ser instalada.

O processo consiste na execução primeiramente de um furo piloto utilizando-se

uma perfuratriz que tem um giro de 180º e pode ser inclinada de 15º a 45º, o que proporciona

possibilidade de adaptação as mais diversas situações.

A broca de perfuratriz realiza o rompimento hidráulico do solo. Poderão ser

utilizadas brocas do tipo „‟jet-bit‟‟(broca a jato hidráulico) para perfuração em solos moles e

do tipo „‟drill-motor‟‟, para solos mais duros e rochas.

Acoplado ao sistema de perfuração existe uma central onde são instalados

compressores de ar, bombas hidráulicas e tanque misturador de fluído. Para execução do furo

piloto é utilizado uma cabeça de perfuração com um corte diagonal formando um plano

inclinado e com bicos injetores pelos quais sairão jatos de fluído com alta pressão ou ar

comprimido. É possível a perfuração em rocha com ar comprimido sendo injetado a pressões

de até 350 kgf/cm².

O furo piloto é iniciado após nivelamento da perfuratriz na superfície e

inclinação da haste. O avanço é feito rotacionando as hastes e ao mesmo tempo injetando

fluído ou ar comprimido, sendo acopladas novas hastes com o avanço. A escolha do diâmetro

dos bicos injetores deve ser compatível com o tipo de solo encontrado, densidade da lama e

pressão de bombeamento.

O monitoramento da perfuração é efetuado através de um transmissor (Fig.3.9)

instalado na cabeça de perfuração, possibilitando as manobras necessárias para correções de

desvios indesejados, podendo assim corrigir a trajetória imediatamente (MOUTINHO &

ARIARATAM, 2008).

Figura 3.9: Transmissor de dados (NEPOMUCENO, 2008).

44

3.9 PERFURAÇÃO EM ROCHA

A identificação do tipo, dureza e formação das rochas permitirá utilizar as

ferramentas adequadas e ter maior eficiência na perfuração, pois os tipos de rocha mudam

muito de um trabalho para outro ou na mesma furação.

A formação de rocha pode ser identificada, como sólida, fraturada,

medianamente fraturada ou dura. Quanto mais dura for à rocha, mais fácil de manter o fluxo,

perfurá-la e direcionar a broca.

Ao perfurar em rocha mais macia, a ferramenta de corte percorrerá onde

apresenta menor resistência e, por tanto, será mais difícil direcioná-la. Para se executar a

perfuração em rocha aplicam-se três métodos de corte:

1. Corte giratório (Fig. 3.10); neste tipo de corte as cabeças de perfuração permitem o

corte em rocha de 6896,55 N/cm² a 8275,86 N/cm². A cabeça é movida por grandes

volumes de fluido, que fazem a mesma girar, e podem ser direcionadas de 1 a 3 graus.

Este tipo de ferramenta se tornaria antieconômico caso não se utilize outro equipamento

para reutilização do fluido.

Figura 3.10: Cabeça cortante para corte giratório em rocha (NEPOMUCENO, 2008).

2. Corte por impacto (Fig. 3.11); é um dos mais novos métodos de perfuração em rocha,

ao invés de rasgar a rocha para cortá-la, se aplicam golpes curto de energia de forma

repetitiva na rocha para criar pequenas fendas e assim remover o material. Neste tipo de

corte se usa pressão de ar para o impacto. O equipamento necessita de pouca potência, não

necessita de grandes volumes de fluído, só o necessário para deixar o material cotado em

suspensão. A pressão de ar, além do impacto também auxilia na remoção no material.

45

Figura 3.11: Equipamento para corte por impacto (NEPOMUCENO, 2008).

3. Corte por arrasto (Fig. 3.12); Este tipo de corte pode ser utilizado em rochas muito

macias, onde a broca utilizada é feita de tungstênio. Pode-se utilizar este sistema em

formações de até 3448,27 N/cm² de dureza. Caso a formação seja mais dura, haverá um

desgaste muito grande e a eficiência do material será diminuída (MOUTINHO &

ARIARATAM).

Figura 3.12: Cabeça cortante para corte por arrasto

3.10 ALARGAMENTO DO FURO E PUXAMENTO DA TUBULAÇÃO

O alargamento do furo tem como objetivo obter o diâmetro necessário para

uma passagem segura da tubulação durante o puxamento.

Ao atingir o ponto final da tubulação a broca é substituída por um escarificador

alargador (Fig. 3.13), que percorre o caminho inverso ao da cabeça de perfuração, e efetua o

alargamento do furo piloto.

46

Figura 3.13: Alargador (PALAZZO, 2008).

A perfuratriz realiza a rotação do alargador e puxa em direção ao ponto de

entrada. O alargamento do furo piloto pode ser feito em uma ou varias passadas, dependendo

do tipo de solo e do diâmetro da tubulação a ser instalada até atingir o diâmetro requerido.

Depois de executado o alargamento do furo ferramentas de corte são

substituídas pelas ferramentas de puxamento acopladas ao ultimo escarificador (Fig. 3.14)

(PALAZZO, 2008).

Figura 3.14: Puxamento do tubo (MOUTINHO & ARIARATAM, 2008).

O escarificador também lança jatos de fluído de perfuração com alta pressão ou

ar comprimido para alem de desmonte, estabilizar as paredes do micro túnel, formar uma

camada protetora e lubrificar a puxada do tubo. (PALAZZO, 2008).

3.11 IDENTIFICANDO AS INTERFERÊNCIAS

3.11.1 Métodos de identificação das interferências

O método eletrônico, o mais moderno método instrumental, utiliza

localizadores acionados por baterias, com um sistema de interpretação

47

computadorizada de dados que permitem a análise das cotas,

dimensões, tipos de materiais etc.

O método geo-radar, funciona com emissão de ondas eletromagnéticas,

permitindo a checagem dos cadastros com as imagens captadas a partir

da locação física, sendo o primeiro passo definitivo na demarcação.

Método de inspeção visual a partir dos poços de visita permite a

identificação de tipos, direções e cotas das redes instaladas, servindo de

complementação indispensável ao processo de localização e

planejamento do furo (Fig. 3.15).

Método de inspeção invasiva, quando todos os outros recursos já forem

tentados, nada mais é que a escavação profunda até o alcance visual da

suposta interferência.

Figura 3.15: Método de inspeção visual (ABRATT, 2006).

48

4 ‘’TUNNEL LINER’’

Os túneis em chapas de aço corrugado, executados pelo método não destrutivo,

possuem como elemento estrutural as chapas, que conferem à seção transversal forma

circular, ovóide ou elíptica.

As chapas de aço corrugado devem ser do tipo de encaixe, nas dimensões

indicadas no projeto. O aço das chapas deve obedecer à NBR NM 146-1. As chapas de aço

corrugado devem possuir revestimento especificado em projeto, em função da agressividade

do meio, e das características dos líquidos a serem conduzidos. O revestimento pode ser

galvanizado, epóxi ou sem revestimento, para posterior concretagem. Os elementos de

fixação, parafusos, porcas ou grampos especiais, devem ser fornecidos com o mesmo

tratamento, epóxi e galvanizado, a que for submetida à chapa do bueiro metálico. (DNIT,

2004)

4.1 EQUIPAMENTOS

Antes do início dos serviços, todo equipamento de apoio deve ser previsto. Os

equipamentos necessários aos serviços de fornecimento e instalação das chapas em aço

corrugadas são basicamente, caminhão com grua, caminhão basculante, deposito de água,

retro-escavadeira, compactador manual e bomba para injeção de fluído.

4.2 SONDAGENS

As sondagens de reconhecimento do terreno devem ser realizadas ao longo do

eixo das travessias, devem conter informações do nível do lençol freático, o tipo de solo e

índice de resistência à penetração, SPT.

Estes dados permitem prever o tipo de dificuldade na escavação do túnel, e

orientam a escolha do tipo de escoramento que deve ser adotado em cada trecho. Os furos de

sondagem devem ser executados até 5 metros, no mínimo, abaixo da geratriz inferior do túnel.

Além das sondagens, deve-se conhecer o cadastro das interferências para que

sejam adotadas providências cabíveis durante a escavação.

49

4.3 ACOMPANHAMENTO TOPOGRÁFICO

O controle topográfico é realizado a cada três anéis montados, para garantir a

declividade e alinhamento definidos em projeto, e para verificar deformações no plano da

frente de escavação, de forma a garantir o formato circular da seção transversal da escavação.

As estroncas e tirantes extensíveis ajustam a forma dos segmentos.

Quando definido em projeto a superfície deve ser instrumentada, para

acompanhamento de recalques (DNIT, 2004).

4.4 EXECUÇÃO

A execução do túnel segue em geral uma seqüência de trabalhos e

procedimentos. Estes são definidos na (Fig. 4.1).

Figura 4.1: Fluxograma do procedimento executivo do túnel (ABRATT, 2006)

Executa-se o poço de emboque

Emboque Direto no talude

Emboque Indireto (poço

acesso)

Geralmente Áreas não

urbanas

Em geral áreas urbanas

Locação do eixo do túnel

Escavação e colocação dos anéis

Preenchimento dos vazios com argamassa

de cimento e argila

Execução do poço de desemboque

50

A alteração da seqüência executiva pode ser definida pelo projetista em função

do diâmetro da escavação, tipo de solo, nível do lençol freático e o recobrimento do tubo.

Os anéis são unidos por parafusos e porcas de 5/8” x 1 1/2", que devem ser

distribuídos ao longo das flanges laterais dos mesmos (DNER, 2005).

4.5 CONSOLIDAÇÃO DO SOLO

No caso de ocorrência de solos com baixa capacidade de suporte, que afetem

desde a geratriz inferior do túnel até a superfície, deve ser adotado procedimento de

consolidação com injeções de solo e cimento, através de ponteira penetrante. O traço e a

fluidez da argamassa devem ser determinados experimentalmente, de modo que a mistura

consolidada não venha a se tornar um obstáculo à escavação. Esta consolidação deve

obedecer ao especificado em projeto. (DNIT, 2004)

4.6 INJEÇÕES DE ARGAMASSA DE SOLO-CIMENTO

Os espaços vazios formados entre a face externa do revestimento do túnel e o

terreno escavado, devem ser preenchidos a fim de se evitar recalques. Para isso, deve ser

usado material de preenchimento flexível e de boa resistência à compressão. Em anéis

alternados, ou em todos os anéis para diâmetros maiores que 1,60 m deve ser feito o

preenchimento com argamassa fluída composta de solo e cimento. O preenchimento deve ser

feito através de furos existentes nas chapas, apropriados para colocação de bico de injeção.

A argamassa deve ser misturada em equipamento adequado, o material de

preenchimento deve ser fluido, ligeiramente expansível e deve ter razoável resistência à

compressão simples, o material deve ser injetado com pressão compreendida entre 1,0 e 2,0

kgf/cm².

Durante o preenchimento, devem ser checados a existência de pontos vazios,

através da procura de som oco, que evidencie a existência de vazios. Todos os vazios

eventualmente existentes, entre a superfície externa do revestimento metálico e maciço

terroso devem ser preenchidos, quando houver a necessidade de aumentar a estanqueidade do

túnel, para evitar a fuga de argamassa, pode-se introduzir nas emendas entre as chapas uma

tira de feltro ou espuma (DNIT, 2004).

51

4.7 COMPARATIVOS ENTRE OS MÉTODOS

Em geral as soluções para travessias ou escavações utilizando o MND se

resumem a três métodos: o „‟slurry shield machine‟‟, o furo direcionado e o túnel linear. E

para definir qual dentre eles deve ser utilizado para cada tipo de obra são realizadas algumas

comparações. A Tab. 4.1 mostra um quadro comparativo geral para alguns itens

preponderantes na escolha do método a ser usado.

Tabela 4.1: Comparativo entre os Métodos

Aplicações

‘’Slurry shield machine’’ Túnel linear Furo direcional

Limitado a diâmetros acima de

500 mm, utilizado para

escavação de coletores de esgoto,

drenagem pluvial, adutoras de

água, etc.

Não possui limitações de

diâmetros, pode ser usado para

as mesmas aplicações do

„‟shield‟‟ e do furo direcional.

Limitado a diâmetros

inferiores a 600 mm,

utilizado para dutos de gás,

coletores de esgoto, adutora

de água, substituição de

redes antigas, etc.

Produtividade

‘’Slurry shield machine’’ Túnel linear Furo direcional

Pode chegar até 180 m por mês,

maior demora na execução dos

poços de serviço e do canteiro de

obras.

Pode chegar a 50 m por mês, em

geral é lento, logo é indicado

para pequenas travessias.

Pode chegar a 600 mm,

bastante rápido para iniciar

a escavação.

Execução

‘’Slurry shield machine’’ Túnel linear Furo direcional

Difícil execução, porem requer

mão de obra especializada e uma

estrutura complexa de apoio.

Simples execução, mão de obra

abundante sem complexidades

de equipamentos ou ferramentas.

Fácil execução, porem

requer navegadores

experientes.

Durabilidade

‘’Slurry shield machine’’ Túnel linear Furo direcional

Bastante durável, devido ao

controle tecnológico na execução

dos tubos usados para revestir as

paredes do túnel.

Revestido com chapas de aço

bastante resistentes, mais

vulnerável a infiltrações.

Bastante durável, realiza o

assentamento das

tubulações por tração. Os

tubos em geral são de

PEAD.

52

5 EXEMPLO DE APLICAÇÃO DO „‟TUNNEL LINER‟‟

5.1 Dados Gerais

O exemplo que será apresentado faz parte da obra de ampliação do

esgotamento sanitário de Feira de Santana-BA, Bacia do Jacuípe.

O índice de atendimento da população urbana de Feira de Santana por sistemas

de esgotamento sanitário antes da ampliação do sistema era de aproximadamente 50%. Como

meta a obra pretende atender a 90% da população urbana.

5.1.1 Dados do Empreendimento

Trata-se de uma obra de esgotamento sanitário na cidade de Feira de Santana -

BA, em suas respectivas bacias. Toda a obra envolve um sistema de coleta e direcionamento

de dejetos para as estações de tratamento de esgoto. Na bacia do Jacuípe, esta sendo realizada

a ampliação de uma estação de tratamento de esgoto (ETE) e a construção de outra

inteiramente nova, bem como a ampliação do sistema coletor de esgoto domestico.

A execução é de responsabilidade de um consórcio de duas empresas, a MRM

Construtora e a PASSARELI Construtora. Tal obra é uma solicitação da EMBASA (Empresa

Baiana de Águas e Saneamento) responsável pelo serviço de esgotamento na região. Os

investimentos são do governo federal através do PAC (programa de aceleração do

crescimento).

5.1.2 Dados das Travessias

1º Travessia: Anel rodoviário de feira de Santana

Esta travessia é necessária porque permite a ligação entre os coletores das

bacias L, dando assim escoamento ao esgoto. O diâmetro da rede coletora é de 200 mm e a

extensão da travessia é de 28 m, o emboque foi feito aproveitando a inclinação do talude da

rodovia.

53

2º Travessia: Avenida Jose falcão

Esta travessia é necessária porque permite a ligação entre os coletores das

bacias I e os coletores existentes da embasa, onde será entroncada a rede nova, Dando assim

escoamento ao esgoto. O diâmetro da rede coletora é de 150 mm e a extensão da travessia é

de 48 m, sendo um poço de emboque no canteiro central de 2,20 m de diâmetro e 23 m de

túnel para cada lado.

5.1.3 Travessia por sob o Anel Rodoviário

Por se tratar de uma travessia em rodovia federal e, portanto de jurisdição do

DNIT (departamento nacional de infra-estrutura e transportes), foi preciso então à liberação

do órgão fiscalizador para execução da travessia. Não foi feita sondagem a percussão (SPT),

isso porque o DNIT informou que a rodovia foi executada em aterro compactado, e esse solo

era passível de visualização e reconhecimento táctil com muita facilidade no talude da

rodovia.

A empreiteira responsável pela obra foi a „‟Geo liner‟‟, especializada em

„‟túnel linear‟‟, e os equipamentos utilizados foram basicamente:

Retro-escavadeira

Bomba e misturador de fluído

Caminhão basculante

Caminhão com guincho

Gerador trifásico

Nessa travessia não foi executado um poço de emboque, devido à favorável

inclinação do talude da rodovia, que possibilitou um emboque simples e sem maiores

complicações. Para o emboque foi executada uma trincheira de dimensões apropriadas,

definidas „‟in loco‟‟ (Fig. 5.1).

54

Figura 5.1: Trincheira para emboque do túnel (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE SANTANA,

2010).

A profundidade máxima do túnel era de 3,20 m, sendo 1,20 m o diâmetro do

anel e 2,00 m de recobrimento acima da geratriz superior do anel.

A locação dos pontos de emboque e desemboque foi feita com o auxílio da

equipe de topografia, bem como a transferência das cotas das redes para dar o nivelamento

correto do túnel.

Durante a execução não foi encontrado nenhum tipo de rocha, logo, não sendo

necessária detonação e ou rompimento com uso de rompedores pneumáticos. O solo se

mostrou bastante estável durante a escavação e a injeção de fluido estabilizante foi injetado

após a colocação de todos os anéis.

Os anéis utilizados possuem largura de 46 cm e diâmetro de 1,20 m, com

flanges (Fig. 5.2) que permitem a união entre eles através de parafusos e porcas.

Figura 5.2: Flange das chapas (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE SANTANA, 2010).

55

Após executada a travessia foi executada a injeção do fluído de preenchimento

(Fig. 5.3), constituído de cimento e argila no traço 1:5, a argila deve ser peneirada para

retirada de materiais indesejados e garantir a fluidez necessária para o bombeamento.

Figura 5.3: Fluído de preenchimento (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE SANTANA, 2010).

O fluído é injetado para preencher os vazios deixados durante a escavação (Fig.

5.4). Para injeção do fluído é necessário uma bomba e um misturador, além de um

reservatório de água próximo.

Figura 5.4: Bomba e misturador de fluído (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE SANTANA,

2010).

56

5.1.4 Travessia por sob a Avenida José falcão

Antes de se fazer a travessia foi feita uma série de sondagens a percussão na

área. Foram realizados 33 furos de sondagem distribuídos conforme croqui no ANEXO A, a

empresa responsável pelos furos de sondagem foi a Apoio engenharia, fundações e geotecnia

Ltda. Alguns relatórios de sondagem estão no ANEXO B.

Equipamentos utilizados:

Retro-escavadeira

Bomba e misturador de fluído

Caminhão basculante

Caminhão com guincho

Gerador trifásico

Guincho foguete

Compressor ar comprimido

Nesta travessia foi necessário executar um poço de emboque no canteiro

central (Fig. 5.5), o poço executado possui forma circular de 2,20 m de diâmetro 5 m de

profundidade, o revestimento do poço de emboque foi feito em chapas corrugadas de metal,

mesmo material do túnel, como mostrou os relatórios de sondagem a percussão foi encontrado

rocha durante a escavação do poço de emboque, sendo necessário o uso de explosivo para

desagregação da rocha.

Figura 5.5: Poço de emboque no canteiro central (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE

SANTANA, 2010)

57

Ao lado, e no mesmo alinhamento do túnel existe uma galeria de água pluvial

cuja parede permite a infiltração de água, este problema dificultou a escavação do poço de

emboque, devido à água de infiltração proveniente da galeria (Fig. 5.6).

Figura 5.6: Água de infiltração vinda da galeria (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE SANTANA,

2010)

Durante a montagem dos anéis do poço de emboque houve fuga de material,

isso fez com o espaço vazio entre os anéis e o maciço aumentasse bastante, e para resolver

este problema foi realizada injeção de argamassa fluída para preencher os vazios e estabilizar

o solo. A argamassa foi injetada através de furos existentes nas chapas (Fig. 5.7).

Figura 5.7: Furo para injeção de argamassa fluída (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE

SANTANA, 2010)

Após o poço de emboque executado foi iniciada a primeira frente de avanço e

logo no início foi encontrado um maciço rochoso em seção plena (Fig. 5.8).

58

Figura 5.8: Maciço rochoso em seção plena (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE SANTANA,

2010)

A presença de um maciço rochoso já era previsto, desta forma foi necessária

utilizar explosivos para avançar com o túnel, para viabilizar o uso de explosivos foi utilizado

um compressor de ar comprimido e uma perfuratriz pneumática, que possibilitou a perfuração

do maciço e a inserção de explosivos. Para conter o impacto da explosão foi usado sacos de

areia sobrepostos. Na segunda frente de avanço também foi encontrado rocha em seção plena.

O túnel linear por sob a Av. José falcão ainda está em execução, todo o

material proveniente da escavação é retirado através do poço de emboque utilizando o

guincho foguete (Fig. 5.9) e é armazenado no canteiro central para bota fora a cada três dias.

Figura 5.9: Guincho foguete (SES-CONSÓRCIO FEIRA DE SANTANA, 2010)

59

CONCLUSÃO

O método convencional conhecido como método destrutivo (MD), gera muitos

transtornos devido à necessidade de se avançar com as maquinas escavadeiras para abrir as

valetas de assentamento da tubulação, transformando, muito, o espaço físico. Além disso, o

processo exige um local para bota-fora do material retirado da vala, necessita de escoramento

das paredes da vala para evitar o desmoronamento e realiza o desvio do tráfego próximo as

escavações e a depender do local de execução da vala, gera interferências sobre a inabilidade

de veículos e pedestres.

O método de perfuração direcional e o método „'slurry shield machine‟‟ são

tecnologias relativamente novas no Brasil, entretanto, tem-se mostrado muito eficientes na

resolução dos vários problemas gerados no método convencional de vala a céu aberto, além

disso, estes os métodos possibilitam a execução de travessias por sob interferência, seja ela

qual for.

Em adição, embora utilizando equipamentos menos sofisticados, o método do

túnel linear também se mostra muito eficiente. Sua execução manual, torna seu custo

operacional baixo, sobretudo em pequenas travessias.

Essas tecnologias reduzem o impacto ao meio ambiente e realizam isso de

maneira pratica e eficiente. Destaca-se, ainda, a velocidade de execução das travessias e, a

redução significativa do numero de acidentes de trabalho.

É muito importante que antes da escolha do método seja feita uma analise

individual de cada situação levando em conta as peculiaridades de cada método.

60

REFERÊNCIAS

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62

ANEXO A - CROQUI DA AV. JOSE FALCÃO, FEIRA DE SANTANA-BA

63

ANEXO B - RELATÓRIOS DE SONDAGEM A PERCUSSÃO