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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL RENATO ALVES FERREIRA PREVISÃO DA CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRAVÉS DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS. FEIRA DE SANTANA-BA 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL

RENATO ALVES FERREIRA

PREVISÃO DA CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRAVÉS

DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS.

FEIRA DE SANTANA-BA

2010

RENATO ALVES FERREIRA

PREVISÃO DA CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRAVÉS

DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS.

FEIRA DE SANTANA-BA

2010

Orientador:

Prof. Koji de Jesus Nagahama,

D.Sc.

Orientadora:

Profa. Maria do Socorro Costa São

Mateus, D.Sc.

Monografia apresentada ao

Colegiado do Curso de Engenharia

Civil da Universidade Estadual de

Feira de Santana como parte dos

requisitos para a obtenção do título

de Bacharel em Engenharia Civil.

RENATO ALVES FERREIRA

PREVISÃO DA CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRAVÉS

DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS.

Monografia apresentada à Universidade Estadual de Feira de Santana, como partes dos

requisitos para obtenção da graduação em Engenharia Civil.

Feira de Santana-BA, 30 de Novembro de 2010.

Aprovado por:

____________________________________________________________________

Koji de Jesus Nagahama, D.Sc.

Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS

(ORIENTADOR)

____________________________________________________________________

Maria do Socorro Costa São Mateus, D.Sc.

Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS

(ORIENTADORA)

____________________________________________________________________

Anderson de Souza Matos Gadéa, D.Sc.

Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS

(EXAMINADOR)

_____________________________________________________________________

Juraci das Mercês Ramos

Apoio Engenharia, Fundações e Geotecnia Ltda

(EXAMINADOR)

AGRADECIMENTOS

A Deus, por permitir que eu cumprisse essa etapa tão importante de minha vida com Saúde,

paz e acima de tudo com alegria.

A toda minha família pelo apoio, paciência, carinho e amor incondicional, em especial à

minha irmã, Patricia.

Ao professor orientador Dsc. Koji Nagahama pela proposta de trabalho, orientação, apoio,

tranquilidade e amizade.

Ao professor Dsc. Anderson Gádea pela sua preciosa ajuda com a parte computacional,

principalmente nesses últimos meses.

A professora Dsc. Maria do Socorro pelas orientações fornecidas mesmo estando de licença

da instituição e por idealizar esse trabalho em conjunto com o professor Koji.

A Tayná Freitas, pelo incentivo e ajuda durante todo o tempo em que estive desenvolvendo

essa pesquisa.

Aos meus colegas da UEFS, pelo auxilio e companheirismo ao longo de todo o curso.

Aos amigos Nilda e Juracy da apoio Engenharia e Fundações pela disponibilização dos dados

de ensaio de prova de carga realizados na cidade de Feira de Santana.

Ao amigo Luis Carlos Fernandes, in memoriam.

RESUMO

Considerando a contribuição das redes neurais artificiais (RNA) nas diversas áreas da

engenharia civil, na determinação do comportamento de vários fenômenos físicos, o presente

trabalho objetiva verificar a viabilidade do uso das RNA na predição de capacidade de carga

de dois tipos distintos de estacas: pré-moldada de concreto do tipo cravadas e hélice contínua

escavada. As RNA irão relacionar às propriedades geométricas das estacas (comprimento e

seção transversal) e os valores do SPT “standard penetration test” da ponta e do fuste da

estaca, com a capacidade de carga lateral, de ponta e total desse tipo de fundação. Com essas

informações e com os resultados obtidos em provas de carga estáticas e dinâmicas executadas

em todo o território nacional, disponíveis em publicações, artigos do meio acadêmico e

disponibilizado por empresas especializadas, organizou-se um banco de dados de ensaios de

prova de carga para as estacas escavadas do tipo hélice contínua e para a pré-moldada de

concreto. Com esses dados organizados, as RNA foram treinadas e através dessas, foram

obtidas equações de predição, capazes de inferir a capacidade de carga lateral, de ponta e

total. Os valores de capacidade de carga obtidos através da técnica das RNA possuem maior

precisão que os métodos tradicionais de Aoki & Veloso e Décourt e Quaresma, o que indica a

viabilidade do uso das RNA como instrumento de previsão da capacidade de carga de

fundações profundas.

PALAVRAS – CHAVE: Redes Neurais – Provas de Carga – Fundações Profundas

ABSTRACT

Considering the contribution of Artificial Neural Networks (ANN) in several areas of

civil engineering, in determination the behavior of various phenomena, this study aims to

verify the feasibility of using ANN in predicting the load capacity of two distinct types of

piles: in concrete drive spiked and continuous flight auger excavated. These networks will

relate the geometrical properties of the piles (length and cross section) and the values of the

SPT (standard penetration test) of the tip and lateral of the pile, with the lateral load capacity,

tip and total deep foundations. With this information and the results obtained in static and

dynamic load tests performed on the entire national territory, available in publications, articles

from academic and available by specialist companies, was organized organize a database of

test load continuous flight auger excavated and for in concrete drive. With these data

organized, the ANN were trained through these, prediction equations were obtained, capable

of deduce the ability of lateral support, tip and full. The values of load capacity obtained

through the technique of ANN presented higher accuracy than traditional methods of Aoki &

Veloso and Décourt & Quaresma, which demonstrates the feasibility of using ANN with a

tool for predicting the load capacity of deep foundations.

KEYWORDS : Neural Networks – Load tests – Deep Foundations

Lista de Figuras

Figura 2. 1 - Amostrador padrão para o ensaio de SPT (NBR 6484/2001) _____________________ 18 Figura 2. 2 - Conjunto para execução da sondagem a Percussão (SCHNAID, 2000) ______________ 18 Figura 2.3 – Solução de Terzaghi (BARATA,1984). ________________________________________ 19 Figura 2. 4 - Sistema de Reação com Tirantes (HACHICH et al.,1998; apud SOARES, 2002) _______ 25 Figura 2. 5 - Sistema de Reação com Cargueiras (HACHICH et al.,1998; apud SOARES, 2002) ______ 25 Figura 2. 6 - Sistema de Reação com Estacas de Apoio (REESE O’ NEILL, 1988; apud SOARES, 2002) 26 Figura 2. 7 – Critério de Ruptura pelo método de Van der Veen (1953) - (CAVASSANI, 2005) ______ 28 Figura 2.8 - Curva Carga x Recalque de Van Der Veen (1953) _______________________________ 29 Figura 2.9 - Carga de Ruptura Convencional NBR 6122 (ABNT, 1996) ________________________ 30 Figura 2.10 - Curva RMX x DMX (GEOMEC, 2010) ________________________________________ 31 Figura 2.11– Reflexões das ondas elásticas na ponta da estaca para: a) estacas flutuantes. b) estacas de ponta (DYMINSKI, 2000) _________________________________________________________ 32 Figura 2.12 - A esquerda um transdutor de aceleração e à direita o de deformação (FOÁ,2001). __ 33 Figura 2.13 – Equipamento PDA (DYMINSKI, 2000). ______________________________________ 34 Figura 2.14- Perfuração do terreno pela hélice espiral (ANDRADE,2009) ______________________ 36 Figura 2.15- Célula neural biológica com seqüência de propagação do sinal (CASTRO 1998) ______ 37 Figura 2.16 - Modelo não-linear de um neurônio (HAYKIN, 2001). ___________________________ 39 Figura 2.17- Representação das principais funções de transferência usadas atualmente (SANTOS JR, 2006). __________________________________________________________________________ 40 Figura 2.18 – Exemplos de arquiteturas de Redes Neurais Artificiais (BRAGA et al 2000). _________ 42 Figura 2.19 - Processo de treinamento através do algoritmo back-propagation (SOUSA, 2008). ___ 46

Figura 3.1 – Processo de extrapolação da curva carga Recalque (modificado – Lobo (2005)) 53

Figura 4. 1- Redes Neurais utilizadas na previsão da capacidade de carga das estacas hélice contínua. _________________________________________________________________ 60 Figura 4. 2 – Redes Neurais utilizadas na previsão da capacidade de carga das estacas Pré-moldadas de concreto. ______________________________________________________ 65

Lista de Tabelas

Tabela 2.1 - Coeficientes F1 e F2 (AOKI & VELLOSO, 1975). _________________________ 21 Tabela 2.2 - Coeficientes K e α (AOKI & VELLOSO, 1975). ___________________________ 22 Tabela 2.3 - Valores de C em função do tipo de solo. (DÉCOURT & QUARESMA 1978). ____ 23 Tabela 2.4 - Parâmetros obtidos no ensaio de carga dinâmica através da análise pelo método CASE. ____________________________________________________________________ 34 Tabela 2.5 - Parâmetros obtidos no ensaio de carga dinâmica através da análise pelo método CAPWAP. _________________________________________________________________ 35 Tabela 2.6 - Tipologia e características das RNA utilizadas na previsão de capacidade de carga de estacas. __________________________________________________________ 49 Tabela 3.1 - Parâmetros utilizados como entradas das redes neurais. _________________ 51

Tabela 3.2 - Parâmetros utilizados como entradas das redes neurais. _________________ 54 Tabela 3.3 – Resultado da análise através do método CAPWAP - viaduto do bairro Cidade Nova - Feira de Santana-Ba (ANDRADE, 2009). ___________________________________ 56 Tabela 3.4 - Média dos resultados da Provas de carga dinâmica das estacas hélice contínua - viaduto do bairro Cidade Nova Feira de Santana-Ba - (ANDRADE, 2009). ______________ 56 Tabela 3.5 - Provas de carga dinâmica em estacas pré-moldadas de concreto - obra de ampliação da Belgo Bekaert Feira de Santana-Ba - (GEOMEC, 2010). _________________ 57 Tabela 3.6 - Conjunto de Testes utilizado na validação das RNA das estacas hélice-contínua. ________________________________________________________________________ 57 Tabela 4. 1 - Coeficiente de correlação - estacas hélice contínua. ____________________ 59 Tabela 4.2 - Comparação entre os métodos tradicionais e a RNA - estaca hélice contínua - capacidade de carga do fuste. ________________________________________________ 61 Tabela 4.3 - Comparação entre os métodos tradicionais e a RNA - estaca hélice contínua - capacidade de carga da ponta. _______________________________________________ 62 Tabela 4.4 - Comparação entre os métodos tradicionais e a RNA -estaca hélice contínua - capacidade de carga total. ___________________________________________________ 63 Tabela 4.5 - Coeficiente de correlação - estacas pré-moldadas de concreto. ____________ 64 Tabela 4.6 - Comparação entre os métodos tradicionais e a RNA - estaca pré-moldada de concreto - capacidade de carga do fuste.________________________________________ 66 Tabela 4.7 - Comparação entre os métodos tradicionais e a RNA - estaca pré-moldada de concreto - capacidade de carga da ponta. _______________________________________ 67 Tabela 4.8 - Comparação entre os métodos tradicionais e a RNA - estaca pré-moldada de concreto - capacidade de carga total. __________________________________________ 68

Lista de Variáveis

A Coeficiente angular definido por regressão linear - Van der Veen (1953)

ABNT Associação brasileira de normas técnicas

As Área de seção transversal da estaca

B ponto de interseção da reta procurada - Van der Veen (1953)

C Coeficiente tabelado que varia com o tipo de solo- método de Décourt &

Quaresma (1978).

CAPWAP Case Pile Wave Analysis Program

CASE Programa desenvolvido pelo Case institute

CLT Cyclic load test

CPT ensaio de penetração de cone

CRP Constant rate of penetration

D Diâmetro da estaca

DMX Máximo Deslocamento medido ao nível dos sensores

E Módulo de elasticidade do material da estaca

EMX Máxima Energia Transferida, que passa ao nível dos sensores

F1 e F2 Coeficientes de Transformação que variam com o tipo de estaca –método de

Aoki Veloso (1975)

FMX Máxima Força de Compressão originada quando do impacto do martelo,

medido no nível dos sensores

Hq Altura de queda do martelo

Hq Altura de Queda do Martelo

IA Inteligência Artificial

J Fator de Amortecimento de CASE (depende do tipo de solo entre outros

fatores);

J Damping de Case - Fator de Amortecimento Dinâmico de Case;

k e Coeficientes tabelados que variam com o tipo de solo –método de Aoki

Veloso (1975)

L Comprimento

MLP Multi Layer perceptron

N Resistência a penetração

P Carga aplicada no ensaio de prova de carga estática

PDA Pile Driving Analyzer

Pr Carga última calculada pelo método de Van der Veen (1953)

QAL Máximo Atrito Lateral Disponível – Capwap

QML Quick maintaned load test

QP Máxima Resistência de Ponta – Capwap

R Carga de ruptura convencional – Método NBR 6122 de Extrapolação.

RMX Máxima Capacidade de Carga, processada através do método CASE;

RNA Redes neurais Artificiais

RU Carga Última Análise Capwap

SCT swedish cyclic test

SML Slow maintained load test

SPT Standard Penetration Test

SPTF Número de golpes na lateral da estaca (SPT) nas camadas atravessadas pela

estaca

SPTp Número de golpes na ponta da estaca

SPT-T Standard Penetration Test com medida de torque

U Perímetro da estaca

WS Velocidade de onda

ρ Recalque

ρr Recalque de ruptura convencional – Método NBR 6122 de Extrapolação.

Sumário

1 INTRODUÇÃO __________________________________________________________________ 12

1.2 OBJETIVOS ___________________________________________________________________ 13 1.2.1 OBJETIVO GERAL _______________________________________________________________ 13 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS __________________________________________________________ 14 1.3 ESTRÁTEGIA METODOLÓGICA ____________________________________________________ 14 1.4 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA ___________________________________________________ 15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________ 16

2.1 GEOTECNIA ___________________________________________________________________ 16 2.1.1 INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA _______________________________________________________ 16 2.1.2 SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO A PERCUSSÃO (SPT) _______________________________ 17 2.1.4.1 Aoki-Veloso (1975) __________________________________________________________ 20 2.1.4.2 Décourt & Quaresma (1978) __________________________________________________ 22 2.1.4.3 Método UFRS (2005) ________________________________________________________ 23 2.1.5 ENSAIOS DE PROVA DE CARGA ______________________________________________________ 24 2.1.5.1 Ensaio de Prova de Carga Estática ______________________________________________ 24 2.1.5.2 Ensaio de prova de carga dinâmica _____________________________________________ 30 2.1.6 FUNDAÇÕES PROFUNDAS EM ESTACAS PRÉ-MOLDADAS E HÉLICE CONTÍNUA _______________________ 35 2.2 REDES NEURAIS _______________________________________________________________ 37 2.2.1 CONCEITO DE REDES NEURAIS ______________________________________________________ 37 2.2.2 O NEURÔNIO ARTIFICIAL __________________________________________________________ 38 2.2.3 FUNÇÕES DE ATIVAÇÃO ___________________________________________________________ 39 2.2.5 REDE NEURAL E SUA ARQUITETURA___________________________________________________ 41 2.2.6 TREINAMENTO_________________________________________________________________ 43 2.2.6.1 BACK-PROPAGATION ___________________________________________________________ 44 2.1.7 RNA NA ENGENHARIA GEOTÉCNICA __________________________________________________ 48 3. METODOLOGIA ________________________________________________________________ 50 3.1 LEVANTAMENTO DOS DADOS ____________________________________________________ 50 3.2 TRATAMENTO DOS DADOS _______________________________________________________ 50 3.3 REDES NEURAIS UTILIZADAS ______________________________________________________ 54 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ______________________________________________________ 59 4.1 ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA ______________________________________________________ 59 4.2 ESTACAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO ___________________________________________ 63

5. CONCLUSÕES __________________________________________________________________ 69

REFERÊNCIAS ____________________________________________________________________ 70

ANEXO A – BANCOS DE DADOS DE PROVA DE CARGA ESTÁTICA UTILIZADOS NO TREINAMENTO DAS RNA ________________________________________________________________________ 77

A.1- BANCO1: PROVA DE CARGA ESTÁTICA DE COMPRESSÃO ESTACAS HÉLICE CONTINUA

(MODIFICADO – LOBO, 2005). _______________________________________________________ 77 A.2- BANCO2: PROVA DE CARGA ESTÁTICA DE COMPRESSÃO ESTACAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO

(MODIFICADO – LOBO, 2005) ________________________________________________________ 79

ANEXO B – RELATÓRIOS DE SONDAGEM A PERCUSSÃO __________________________________ 82

B.1- ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA _____________________________________________________ 82 B.2- ESTACAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO ___________________________________________ 84

12

1 INTRODUÇÃO

De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 1996), fundação profunda é o elemento de

fundação que transmite a carga ao terreno pela base (resistência de ponta), por sua lateral

(resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, e que está assente em profundidade

superior ao dobro de sua menor dimensão, e no mínimo 3 m, salvo algumas exceções. Neste

tipo de fundação incluem-se as estacas, os tubulões e os caixões. O dimensionamento desse

tipo de fundação é baseado na carga admissível de ruptura do solo que é determinada após

cálculo ou por meio de verificação experimental através dos métodos de prova de carga

estática ou dinâmica.

Segundo Dyminski (2000) o cálculo da capacidade de carga de fundações profundas

é feita através de equações matemáticas que levam em conta as propriedades geométricas das

estacas e as características geotécnicas do solo. O grande problema é que tais formulações têm

apresentado resultados extremamente dispersos se comparados com os valores dos ensaios de

prova de carga. Nesse contexto, a utilização de ferramentas de inteligência artificial (IA) tem

viabilizado soluções para problemas semelhantes aos descritos acima, nas mais diversas áreas

do conhecimento inclusive na engenharia geotécnica. Entre essas ferramentas destacam-se as

redes neurais artificiais RNA.

A técnica das RNA permite que generalizações sejam feitas a partir de um conjunto

de dados que são devidamente treinados de acordo com o problema a ser estudado, essa

capacidade de generalização e treinamento possibilita a aplicação das RNA na análise de

problemas geotécnicos como a previsão da capacidade de carga de fundações profundas. Essa

análise é realizada a partir de um conjunto de dados de entrada semelhantes a dos métodos

tradicionais.

Alguns estudos, como o de Teh et al. (1997) comprovaram a viabilidade de se

utilizar RNA como instrumento de predição da capacidade de carga de estacas. Pôde se

observar no trabalho desse autor, que o erro máximo de previsão obtido através das RNA,

para a carga total , pode ser inferior a 10%, apesar das dificuldades de se definir os parâmetros

geotécnicos provenientes da heterogeneidade natural da massa de solo e das imperfeições na

execução de ensaios (PACHECO & LIMA, 1996). Com base em estudos como o de Teh et al.

(1997), foram obtidas nesse trabalho equações que fazem a previsão da capacidade de carga

das estacas hélice contínua e pré-moldadas de concreto, com excelente grau de precisão.

13

1.1 JUSTIFICATIVA

De acordo com Schnaid (2000) a previsão da capacidade de carga das fundações

profundas é calculada na maioria das vezes através de métodos tradicionais como os de Aoki

& Veloso (1975) e Décourt & Quaresma (1978). Apesar desses métodos constituírem-se

como ferramentas valiosas à engenharia de fundações, é importante reconhecer que, devido a

sua natureza estatística, a validade desses métodos está limitada à prática construtiva regional

e às condições específicas dos casos históricos utilizados em seu estabelecimento (SCHNAID,

2000 apud LOBO, 2005). Um exemplo disso foi apresentado por Andrade (2009), que

observou grande dispersão nos resultados ao comparar os valores dos ensaios de prova de

carga, realizados nas estacas do viaduto localizado no bairro Cidade Nova no município de

Feira de Santana-BA, com os resultados obtidos por diversos métodos semi-empíricos de

predição da capacidade de carga.

Nesse contexto, torna-se necessário o estudo da aplicação de técnicas que minimizem

essa dispersão provocada por fatores como a prática construtiva regional. Atendendo a essa

necessidade, essa pesquisa vem propor um método de previsão de capacidade de carga, que

utiliza os dados e condições reais de ensaios de prova de carga realizados em todo território

nacional e a técnica das Redes Neurais Artificiais para elaborar equações de predição da

capacidade de carga para dois tipos de estacas: hélice contínua e pré-moldadas de concreto.

1.2 OBJETIVOS

Baseado na revisão bibliográfica e na modelagem computacional feita com Redes

Neurais Artificiais pretende-se atingir os seguintes objetivos:

1.2.1 Objetivo Geral

Obter equações através da técnica das redes neurais artificiais que façam a previsão

da capacidade de carga lateral, ponta e total das estacas hélice contínua e pré-moldadas de

concreto.

14

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Estudar as principais características das redes neurais artificiais;

b) Estudar os métodos tradicionais de previsão da capacidade de carga de

fundações profundas;

c) Organizar um banco de dados de ensaio de prova de carga para estacas do tipo

hélice contínua e outro para as pré-moldadas de concreto, a fim de se realizar o treinamento e

o teste das RNA;

d) Coletar e organizar resultados de ensaios de provas de carga em estacas hélice

contínua e pré-moldadas de concreto realizados na cidade de Feira de Santana;

e) Comparar os resultados obtidos através das redes neurais com os métodos

tradicionais de Aoki & Veloso (1975) e Décourt & Quaresma (1978).

1.3 ESTRÁTEGIA METODOLÓGICA

a) Elaboração da revisão bibliográfica com base em trabalhos e publicações

nacionais e internacionais;

b) Levantamento e análise dos dados de ensaios de prova de carga realizadas em

todo Brasil;

c) Tratamento dos dados de prova de carga a serem utilizados no treinamento e teste

das RNA;

d) Definição da arquitetura da rede neural com o maior coeficiente de correlação

possível em relação aos dados de prova de carga;

e) Treinamento das rede neurais;

f) Obter equações que façam a previsão da capacidade de carga da ponta, fuste e

total para os dois tipos de estacas estudadas;

g) Testar as equações obtidas com os dados extraídos dos dois bancos de dados e

através dos dados coletados em ensaios de prova de carga realizados na cidade de Feira de

Santana-Ba;

h) Comparar os resultados obtidos com os métodos tradicionais de previsão de

capacidade de carga.

15

1.4 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

CAPITULO 1 – Apresenta a introdução, a justificativa para escolha do tema, os

objetivos e o escopo desse trabalho.

CAPITULO 2 – Esse capitulo apresenta uma revisão bibliográfica sobre geotecnia

descrevendo o ensaio de sondagem a percussão, métodos tradicionais de predição de

capacidade de carga, ensaios de prova de carga dinâmica e estática e os principais métodos de

extrapolação da curva carga x recalque. A segunda parte desse capitulo, faz uma breve

abordagem sobre redes neurais artificiais mostrando seus conceitos, algoritmos, assim como

sua capacidade de aprendizado e de aplicação em engenharia geotécnica.

CAPÍTULO 3 – Esse capitulo descreve os procedimentos adotados para tratamento

dos dados de prova de carga que foram utilizados no treinamento e teste das RNA. A segunda

parte do capitulo, apresenta a metodologia adotada para definição das redes e equações que

irão fazer a previsão da capacidade de carga das estacas hélice contínuas e pré-moldadas de

concreto.

CAPÍTULO 4 – Apresenta o critério utilizado para escolha das melhores RNA e a

análise comparativa entre os ensaios de prova de carga, métodos tradicionais de previsão de

capacidade carga, e os valores estimados pela Rede Neural Artificial.

CAPÍTULO 5 – Conclusões gerais, mostrando as principais conclusões do trabalho

com relação a utilização de redes neurais artificiais na predição da capacidade de carga de

fundações profundas.

16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 GEOTECNIA

2.1.1 Investigação Geotécnica

A investigação geotécnica consiste na pesquisa que o engenheiro deve realizar para

conhecer as características do solo. De acordo com Lima (1980) as características e

informações solicitadas a um programa de investigação do subsolo são geralmente as

seguintes:

Determinação da extensão, profundidade e espessura de cada horizonte de solo

dentro de uma determinada profundidade que vai depender da dimensão e natureza da

estrutura, além de uma descrição do solo quanto a sua compacidade.

Profundidade da superfície da rocha e sua classificação.

Informações sobre a ocorrência de água no subsolo.

Propriedades dos solos e rochas “in situ”, tais como, compressibilidade,

resistência ao cisalhamento e permeabilidade.

Esse reconhecimento do solo pode ser feito por meio de ensaios de campo e/ou de

laboratório que permitem a identificação e classificação da estratigrafia do solo, assim como à

avaliação dos seus materiais constituintes, permitindo a elaboração de projetos geotécnicos e

de fundações.

A NBR 6122 (1996) em seu item 4 descreve as investigações geotécnicas, geológicas

e observações locais, nesse item alguns ensaios destacam- se e estão abaixo relacionados:

O ensaio de penetração de cone – CPT.

O ensaio de palheta – “Vane Test”.

Os pressiômetros (Ménard e auto-perfurantes).

O dilatômetro de Marchetti.

Os ensaios de prova de carga no terreno ou nos elementos de fundação.

Os ensaios de laboratório (caracterização, resistência, deformabilidade,

permeabilidade, colapsibilidade e expansibilidade).

Os ensaios geofísicos.

O ensaio de Sondagem a trado.

O “ Standard Penetration Test”- SPT.

17

Esta pesquisa descreve o ensaio de SPT que é a investigação que dispõe de maior

utilização e tradição no Brasil. Além disso, as informações obtidas nesse ensaio serão

utilizadas largamente na metodologia desse trabalho e nos cálculos de capacidade de carga

por métodos semi-empíricos como os de Aoki e Velloso (1975) e Décourt e Quaresma (1978).

2.1.2 Sondagem de Simples reconhecimento a percussão (SPT)

O ensaio de Resistência a Penetração do Solo, mais conhecido no Brasil como ensaio

de SPT, devido as iniciais em inglês “Standard Penetration Test” é um procedimento

geotécnico capaz de medir a resistência e coletar amostras deformadas do solo ao longo da

profundidade perfurada. O ensaio de SPT é normalizado no Brasil pela Associação Brasileira

de Normas Técnicas através da norma brasileira NBR 6484 (2001).

De acordo com Hachich et al. (1998), com a sondagem a percussão pretende-se

conhecer:

O tipo de solo e a espessura da camada atravessada, obtidos através de uma amostra

deformada, a cada metro perfurado.

A resistência a penetração (N) oferecida à cravação do amostrador padrão, a cada

metro perfurado.

A posição do nível ou dos níveis d‟agua, quando encontrados durante a perfuração.

O processo de perfuração é iniciado com o trado concha, passando a ser utilizado o

trado helicoidal até o nível freático ou até atingido o impenetrável ao trado. Nesses dois

último casos, a NBR 6484 permite que o avanço seja realizado com o auxilio do trépano de

lavagem com circulação de água. Quando essa ferramenta é utilizada torna-se obrigatório o

uso de tubos de revestimento e em algumas situações particulares de instabilidade das paredes

do furo, o emprego de lamas de estabilização.

“A sondagem a percussão consiste na penetração de um amostrador padrão (Figura

2.1) no solo devido ao impacto da queda de um peso de 65 kg (martelo) caindo de uma altura

determinada de 75 cm” (HACHICH, 1998, p.120).

“O processo de penetração do amostrador descrito anteriormente é repetido

sucessivamente a cada metro, anotando-se os números de golpes necessários para a cravação

do amostrador no solo para a penetração dos 45cm. A anotação dos números de golpes é

realizada, separadamente, para cada segmento de 15cm cravado. O valor considerado como o

índice de resistência à penetração (N ou NSPT) é representado pelo número de golpes

18

necessários à cravação dos 30cm finais do amostrador. No decorrer do ensaio, amostras de

solo são recolhidas e acondicionadas devidamente “ (FONTELES, 2003,p.8)

Figura 2. 1 - Amostrador padrão para o ensaio de SPT (NBR 6484/2001)

Para iniciar uma sondagem a percussão monta-se sobre o terreno um cavalete

chamado de forma incorreta de tripé, um conjunto de roldanas e uma corda. Este conjunto

tripé, roldana é que irão auxiliar no manuseio dos componentes da haste, e na movimentação

do “martelo”.

Figura 2. 2 - Conjunto para execução da sondagem a Percussão (SCHNAID, 2000)

Algumas empresas estão complementando o ensaio de SPT com a medida do torque

(SPT-T) e a partir dessa informação adicional pode-se obter um parâmetro geotécnico

indicativo da adesividade do solo. De acordo com Quaresma et al. (1998), há uma tendência

de substituição do SPT pelo SPT-T, devido ao maior número de parâmetros obtidos.

19

2.1.3 Métodos de previsão capacidade de Carga de Fundações Profundas

Segundo a NBR 6122 (1996) a carga admissível de uma estaca isolada é a força que,

aplicada sobre essa, provoca apenas recalques compatíveis com a construção oferecendo

simultaneamente segurança satisfatória contra a ruptura do solo e contra a ruptura do

elemento de fundação.

De acordo com Reese et al.(2006) apud Andrãos (2009), a capacidade de carga de

uma fundação profunda é definida como a soma das cargas máximas que podem ser

suportadas pelo atrito lateral e pela ponta do elemento isolado de fundação

A determinação da capacidade de carga de um elemento isolado de fundação pode

ser feita através de métodos teóricos, semi-empíricos, e por meio de provas de carga

dinâmicas e estáticas.

O método teórico foi estudado por Terzaghi (1943) e, mais tarde por Meyerhoff

(1951) e vários outros autores segundo Barata (1984).

A teoria proposta por Terzaghi (1943), diz que a ruptura acontece quando a

resistência ao cisalhamento τ é vencida ao longo do fuste da estaca (segmento Df), com um

conseqüente levantamento da superfície do terreno em torno do elemento isolado de fundação

(segmento ae), como ilustra a Figura 2.3 .

Figura 2.3 – Solução de Terzaghi (BARATA,1984).

20

Segundo Alonso (1996) os métodos teóricos como o de Terzaghi (1943), não

conduzem a resultados satisfatórios.

Décourt (1998) e Hachich et al. (1998) afirmam que os métodos semi-empíricos,

descritos a seguir, definem correlações através de ajustes estatísticos que levam em conta os

princípios definidos nos métodos teóricos e/ou empíricos, por isso apresentam boas

probabilidades de acerto.

Albiero & Cintra (1996) escrevem que os ensaios de prova de carga se constituem a

forma mais confiável de se determinar o valor da carga última de uma fundação profunda.

Essa confiabilidade dos ensaios de prova de carga é também comprovada pela NBR 6122/96

que admite uma redução do fator de segurança de 2 para 1,6 quando a obra dispõe de um

número adequado de provas de cargas e os elementos ensaiados são representativos do

conjunto da fundação.

Devido a sua comprovada precisão e a confiabilidade dos resultados obtidos, serão

detalhados na revisão bibliográfica e utilizados na metodologia desse trabalho apenas os

métodos semi-empíricos e os ensaios de prova de carga dinâmica e estática.

2.1.4 Métodos Semi-Empíricos de Previsão da Capacidade de Carga

Os métodos semi-empíricos são desenvolvidos com o objetivo de correlacionar as

dimensões do elemento isolado de fundação e os parâmetros do solo de cada região com os

métodos de prova de carga, gerando através de análise estatística, equações que são capazes

de prever a capacidade de suporte de uma fundação profunda.

No Brasil, os métodos de Aoki & Velloso (1975) e Décourt & Quaresma (1978)

também chamados de métodos tradicionais, destacam-se entre os mais utilizados no

dimensionamento de fundações profundas. O terceiro método abordado é da UFRS, proposto

por Lobo (2005) a ser utilizado como base metodológica para este trabalho.

2.1.4.1 Aoki-Veloso (1975)

O método de Aoki & Veloso (1975), permite obtenção da capacidade de carga última

da estaca utilizando os dados obtidos no ensaio do cone de penetração (CPT). Posteriormente

a fórmula foi adaptada para utilizar os dados do ensaio de SPT. O cálculo da carga última é

feito considerando o tipo de solo e estaca, como mostra a equação a seguir:

21

Onde:

Adotando um coeficiente de segurança igual a 2 como indica a NBR 6122 (ABNT,

1996), assim a carga admissível (Qadm) é dada por:

Foram considerados pelos autores os coeficientes F1 e F2, sendo estes definidos para se

ponderar as diferenças de comportamento entre a estaca (protótipo) e o cone (modelo)

(MAGALHÃES, 2005).

As= Área de seção transversal da estaca;

F1 e F2= Coeficientes de Transformação que variam com o tipo de estaca (Tabela 2.1);

k e = Coeficientes tabelados que variam com o tipo de solo (Tabela 2.2);

SPTP= Número de golpes na ponta da estaca (SPT);

SPTF= Número de golpes na lateral da estaca (SPT) nas camadas atravessadas pela estaca;

D= Diâmetro da estaca;

l= Comprimento de cada uma das camadas atravessadas pelo fuste da estaca.

Tabela 2.1 - Coeficientes F1 e F2 (AOKI & VELLOSO, 1975).

Tipo de Estaca F1 F2

Franki 2,5 5

Pré- moldada 1,75 3,5

Metálica 1,75 3,5

Escavada com lama 3 6

22

Segundo Velloso & Alonso (2000), o método de Aoki & Veloso foi apresentado há

mais de 30 anos e desenvolvido para uma determinada região geotécnica, devendo ser

utilizado com cautela em outras regiões com o objetivo de se obter resultados mais confiáveis.

Além disso, o método foi originalmente desenvolvido para as estacas tipo Franki, pré-

moldadas e metálicas, posteriormente expandido para estacas escavadas com lama

bentonítica.

2.1.4.2 Décourt & Quaresma (1978)

De acordo com Lobo (2005), esse método utiliza os valores obtidos no ensaio de SPT

para estimar a capacidade de carga de uma fundação profunda. Originalmente desenvolvido

para estacas pré-moldadas de concreto e mais tarde estendido a estacas escavadas, hélice

contínua e injetadas por Décourt (1996).

Nesse contexto, a capacidade de carga da estaca é o resultado da soma das parcelas

do atrito lateral e de ponta:

Onde:

Tabela 2.2 - Coeficientes K e α (AOKI & VELLOSO, 1975).

Tipo de Solo K (Kpa) α (%)

Areia 1000 1,4

Areia Siltosa 800 2

Areia Silto-Argilosa 700 2,4

Areia Argilosa 600 3

Areia Argilo-Siltosa 500 2,8

Silte 400 3

Silte Arenoso 550 2,2

Silte Areno-Argiloso 450 2,8

Silte Argiloso 230 3,4

Site Argilo-Arenoso 250 3

Argila 200 6

Argila Arenosa 350 2,4

Argila Areno-Siltosa 300 2,8

Argila Siltosa 220 4

Argila Silto-Arenosa 330 3

23

As= Área de seção transversal da estaca;

C = Coeficiente tabelado que varia com o tipo de solo (Tabela 2.3);

U= Perímetro da estaca;

SPTp= SPT médio da ponta da estaca;

SPTF= SPT médio ao longo do fuste da estaca;

l= Comprimento da estaca

Presa (2001), salienta que na determinação do SPTp e do SPTF, os valores menores que 3

devem ser considerados igual 3 e os maiores que 50 devem ser considerados igual 50.

2.1.4.3 Método UFRS (2005)

O método UFRS desenvolvido por Lobo (2005) procura relacionar os resultados do

ensaio de SPT com os valores obtidos no ensaio de prova de prova de carga estática. A

metodologia proposta busca estimar a capacidade de carga da fundação profunda comparando

a reação do solo, de cravação ao amostrador padrão com o da estaca.

Para validação do estudo Lobo (2005), organizou um banco de dados com 325 provas

de carga à compressão e 43 a tração, executadas em todo o país. Das provas de carga à

compressão, 132 casos são de estacas cravadas pré-moldadas de concreto, 28 de estacas

metálicas, 95 de estacas hélice-contínua e 70 casos de estacas escavadas. Já nas provas de

carga à tração, 3 casos são de estacas cravadas pré-moldadas, 31 de estacas hélice contínua e

9 casos de estacas escavadas (LOBO, 2005).

Lobo (2005) disponibilizou informações sobre características das estacas como seção

transversal e comprimento, valores máximos de carga e recalque atingidos pela prova de

carga, carga de ruptura total, lateral e de ponta extrapoladas através dos métodos de Van der

Veen (1975) e da NBR 6122/1996. Além disso, é apresentada a referência bibliográfica de

cada elemento e a localização da prova de carga.

Tabela 2.3 - Valores de C em função do tipo

de solo. (DÉCOURT & QUARESMA 1978).

Tipo de Solo Valores de C (KPa)

Argila 120

Siltes argilosos 200

Siltes arenosos 250

Areias 400

24

2.1.5 Ensaios de Prova de Carga

Os ensaios de prova de carga têm como objetivo avaliar o comportamento mecânico

das fundações profundas depois de executadas, garantindo o controle de qualidade e o bom

funcionamento das mesmas. As normas brasileiras que regulamentam os ensaios de prova de

carga em fundações profundas são:

Estacas prova de carga estática – NBR 12131 (ABNT, 2006).

Estacas ensaio de carregamento dinâmico – NBR 13208 (ABNT, 2007).

2.1.5.1 Ensaio de Prova de Carga Estática

Segundo Foá (2001) o ensaio de carregamento estático possui uma metodologia já

bem definida. O seu principal objetivo é de conhecer o comportamento da fundação, para

níveis de cargas crescentes, até um certo limite de carga ou completa ruptura do sistema

estaca-solo.

Nesse ensaio a estaca é ensaiada de forma incremental, e seu deslocamento na

direção vertical é monitorado através de intervalos de tempo previamente definidos. A NBR

12131, (ABNT, 2006) permite que os esforços aplicados aos elementos isolados sejam axiais,

de tração, compressão ou transversais.

O dispositivo de aplicação de carga é constituído por macaco hidráulico alimentado

por bombas, atuando contra um sistema de reação NBR 12131 (ABNT, 2006).

Essa mesma norma técnica recomenda que a medição dos deslocamentos verticais

deve ser feita através de quatro deflectômetros mecânicos instalados em dois eixos ortogonais,

sendo que esses medidores devem ficar apoiados ou fixados em uma viga de referência do

topo da estaca.

De acordo com Soares (2002) existem três tipos possíveis de montagem para o

sistema de reação constituído de uma viga metálica de reação fixada ao solo por meio de

tirantes (Figura 2.4), cargueiras (Figuras 2.5) ou estacas de apoio (Figuras 2.6).

25

Figura 2. 5 - Sistema de Reação com Cargueiras (HACHICH et al.,1998; apud SOARES,

2002)

Figura 2. 4 - Sistema de Reação com Tirantes (HACHICH et al.,1998; apud SOARES,

2002)

26

Foá (2001) escreve sobre as diversas metodologias existentes de ensaio de

carregamento estático e salienta que essa diversificação conduz a diferentes resultados de

capacidade de carga estática.

De acordo Soares (2002) os métodos de ensaio existentes e suas interpretações

dividem-se nas seguintes modalidades:

Carregamento lento com carga mantida ou SML (“slow maintained load test”). Esse

ensaio é efetuado em estágios de cargas crescentes de incrementos iguais, mantendo-se, em

cada estágio, a carga constante até o recalque se estabilizar;

Carregamento rápido com carga mantida ou QML (“quick maintaned load test”).

Efetuado em 30 a 40 estágios de carga crescentes, de incrementos iguais, mantidos por 5 a 15

minutos por estágio de carregamento;

Carregamento cíclico sob velocidade constante de penetração ou CRP (“constant

rate of penetration”). Nesse ensaio a estaca é forçada a se deslocar, penetrando no solo com

uma velocidade constante de 0,5 mm/min;

Carregamento cíclico CLT ou SCT (“cyclic load test” ou “swedish cyclic test”). O

carregamento ciclico é crescente podendo-se ou não aguardar que o recalque se estabilize,

antes de proceder a descarga de cada ciclo.

Apesar de existirem quatro formas diferentes de ensaios de prova de carga, a NBR

12131 (ABNT, 2006) permite a utilização apenas das técnicas de carregamento rápido (QML)

e de carregamento lento (SML) na determinação da capacidade de carga e, além disso, obriga

a existência de estabilização dos deslocamentos para cada estágio de carga.

Figura 2. 6 - Sistema de Reação com Estacas de Apoio (REESE O‟ NEILL, 1988; apud SOARES,

2002)

27

A estabilização dos deslocamentos ocorre quando em duas leituras consecutivas o

recalque não exceder 5 % do recalque total observado no mesmo estágio de carregamento

NBR 12131(ABNT, 2006).

De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 1996) a capacidade de carga de estaca ou

tubulão de prova deve ser considerada definida quando ocorrer ruptura nítida, entretanto o

carregamento da estaca ou tubulão de prova pode não indicar uma carga de ruptura nítida. Isto

ocorre quando não se pretende levar a estaca ou o tubulão à ruptura ou a estaca ou tubulão

tem capacidade de resistir a uma carga maior o que aquela que se pode aplicar na prova (por

exemplo, por limitação de reação), ou quando a estaca é carregada até apresentar um recalque

considerável, mas a curva carga-recalque não indica uma carga de ruptura, mas um

crescimento contínuo do recalque com a carga.

Nos dois primeiros casos, deve-se extrapolar a curva carga-recalque para se avaliar a

carga de ruptura, o que deve ser feito por critérios consagrados na Mecânica dos Solos sobre

uma curva de primeiro carregamento. No terceiro caso, a carga de ruptura pode ser

convencionada como aquela que corresponde, na curva carga x deslocamento como, a um

dado recalque calculado pelo método da NBR 6122/1996 apresentando abaixo.

A Seguir serão apresentados o métodos de Van der Ven (1953) que é o mais utlizado

no Brasil na extrapolação da curva carga x recalque de acordo com Cintra & Aoki (1999) e da

NBR 6122 (ABNT, 1996) recomendado fundações profundas carregadas até apresentarem um

recalque considerável.

2.1.5.1.1 Método De Van Der Veen (1953)

De acordo com Velloso & Lopes (2002) o método de Van Der Veen (1953) é o mais

utilizado no Brasil. Este método propõe que a carga última “Pr” seja definida por tentativas

através da equação “ln (1-P/Pr)” plotada em um gráfico em função do recalque “r”. Vários

gráficos são obtidos para os diferentes valores de “Pr” arbitrados e através da análise destes,

define-se o valor da carga de ruptura “Pr”, escolhida de acordo com a representação que mais

se aproximar de uma linha reta, como mostra a figura 2.7.

28

Figura 2. 7 – Critério de Ruptura pelo método de Van der Veen (1953) - (CAVASSANI, 2005)

Van der Veen a partir de uma serie de provas de carga propôs uma relação empírica

para a curva carga x recalque, definida pela expressão matemática abaixo:

P = Pr (1 – e-αρ ) (2.4)

Onde:

ρ = Recalque.

P= Carga correspondente ao recalque ρ.

Pr = carga de ruptura escolhida através de tentativas .

a = coeficiente angular definido por regressão linear escolhida a partir da representação que

mais se aproximar de uma reta.

“Na aplicação do método de Van der Veen, Aoki (1976) observou que a reta obtida

(correspondente à carga de ruptura) não passava pela origem, mas apresentava um intercepto.

Deste modo, Aoki propôs a inclusão de um intercepto “b”, dando origem ao método de Van

der Veen generalizado. Com base na expressão generalizada obtém-se a curva ajustada,

arbitrando-se valores para ρ e calculando os valores correspondentes para P” (LOBO, 2005,

p.45).

29

Pi = Pr (1 – e-(b-αρ)) (2.5)

Onde: b = ponto de interseção da reta procurada no método, com o eixo das abscissas.

A equação (2.5) define uma curva assintótica em relação ao eixo vertical, esta

estabelece o valor da carga de Ruptura “Pr”, como mostra figura 2.8.

Figura 2.8 - Curva Carga x Recalque de Van Der Veen (1953)

.

2.1.5.1.2 Método Abnt Nbr 6122

Esse método é utilizado quando o elemento de fundação é carregado até apresentar

um recalque considerável, mas a carga x recalque não indica ruptura:

= Recalque de ruptura convencional

R = Carga de ruptura convencional

l = Comprimento da estaca

As = Área da seção transversal da estaca

E = Módulo de elasticidade do material da estaca

D = Diâmetro do circulo circunscrito a estaca.

30

Figura 2.9 - Carga de Ruptura Convencional NBR 6122 (ABNT, 1996)

De acordo com Dyminski (2000) a realização de uma prova de carga estática é

dispendiosa, pois necessita da montagem de todo um aparato de estacas de reação que devem

ser construídas no local da obra e equipamentos de aplicação de carga (viga, macaco

hidráulico e outros), que são equipamentos pesados e volumosos. Se a estaca a ser testada for

de grande porte e conseqüentemente receber grandes carregamentos, este problema fica ainda

mais agravado e o ensaio que já é considerado demorado poderá demandar semanas.

Nesse contexto, o ensaio de prova de carga dinâmica torna-se uma ótima alternativa

para avaliar a capacidade de suporte de um elemento de fundação isolado.

2.1.5.2 Ensaio de prova de carga dinâmica

De acordo com Niyama et al. (1996) a prova de carga dinâmica de um elemento de

fundação, em geral uma estaca, é um ensaio em que se aplica um carregamento dinâmico

axial com o objetivo de obter principalmente uma avaliação de sua capacidade de carga, com

a utilização de uma instrumentação adequada e da aplicação da teoria de equação da onda.

O ensaio de carregamento dinâmico pode ser realizado de forma tradicional quando a

energia do impacto é mantida constante, ou seja, a altura de queda do martelo é mantida

31

sempre a mesma. Existe também a metodologia da energia crescente desenvolvida por Aoki,

em que a altura da queda do martelo é crescente, com esse segundo método pode-se obter os

parâmetros de resistência estática mobilizada (RMX) e de deslocamento máximo descendente

que (DMX), que tem como objetivo simular a curva carga x recalque obtido na prova de carga

estática através da curva RMX x DMX, como mostra a figura 2.10.

Figura 2.10 - Curva RMX x DMX (GEOMEC, 2010)

A prova de carga dinâmica é um ensaio em que, um carregamento dinâmico axial é

provocado pela queda de um martelo convencional de cravação de estacas ou dispositivo

similar que tenha massa suficiente para mobilizar a resistência das camadas do solo

atravessadas pela estaca. Esse procedimento visa estimar a capacidade de carga estática do

sistema estaca-solo e a análise desse processo é feita com base nos fundamentos da teoria da

equação da onda, aplicada à cravação ou à recravação de uma estaca.

A teoria da equação da onda pode ser representada por modelos matemáticos

complexos, entretanto esse trabalho busca apresentar apenas os aspectos mais importantes,

ressaltando as aplicações de teorias e conhecimentos envolvidos sobre o assunto (NIYAMA et

al, 1996). Segundo esse mesmo autor, no processo de cravação de uma estaca, sua parte

superior é comprimida e as partículas do material da estaca são aceleradas, gerando uma onda

de compressão que se propaga com uma velocidade “c”, que depende do material da estaca

ensaida.

32

De acordo Andraos (2009), pode-se considerar o equilíbrio dinâmico de um

segmento da estaca em qualquer instante e as leis básicas de Newton e Hook para se chegar a

solução conhecida como equação geral da onda.

u(x, t) = f (x – ct) + g(x + ct) = u + +u (2.7)

As setas representam o sentido de deslocamento das ondas f e g que apesar de

possuírem a mesma velocidade deslocam-se em sentidos contrários. Nesse contexto, o

entendimento do fenômeno de reflexão de ondas no interior da estaca torna-se muito

importante, pois no instante do impacto entre o martelo e a estaca são geradas ondas

compressivas que irão se propagar ao longo do fuste e serão refletidas ao encontrar a ponta da

estaca. A resistência da ponta da estaca pode ser nula (estaca flutuante) e gerar uma onda

ascendente de tração ou a ponta pode estar engastada gerando uma onda ascende de

compressão.

Figura 2.11– Reflexões das ondas elásticas na ponta da estaca para: a) estacas flutuantes. b)

estacas de ponta (DYMINSKI, 2000)

2.1.5.2.2 Aquisição de dados

O ensaio de carregamento dinâmico é baseado no registro e processamento dos sinais

de força e velocidade que são captados por transdutores de aceleração e deformação

instalados no topo da estaca.

Os transdutores de deformação específica são constituídos por quatro “strain gages”

(extensometros elétricos), que são fixados no elemento de fundação geralmente por

chumbadores. O fabricante recomenda que esses equipamentos sejam instalados em posições

33

diametralmente opostas no topo da estaca, a fim de diminuir os efeitos de excentricidade ou

flexão durante o golpe de martelo.

Os transdutores de aceleração são equipamentos de aquisição de dados que podem

ser instalados sozinhos ou aos pares no topo da estaca a fim de medir a aceleração da onda

mecânica que se propaga ao longo do fuste, na figura 2.12 pode ser observado um transdutor

de deformação e outro de aceleração afixados no topo de uma estaca.

2.1.5.2.3 Registro e Processamento

Os instrumentos de aquisição de dados (transdutores) transmitem as informações

através de cabos de conexão ao PDA (Pile Driving Analyzer) que é responsável por converter

esses sinais obtidos pelos transdutores em força e velocidade médias, para posteriormente

serem processados pelos programas computacionais CASE e/ou CAPWAP (Case Pile Wave

Analysis Program), como será visto a seguir.

Figura 2.12 - A esquerda um transdutor de aceleração e à direita o de deformação

(FOÁ,2001).

34

2.1.5.2.4 Análise e Interpretação

Segundo NIYAMA et al (1996) a cravação de uma estaca pode ser analisada através

de dois modelos: O primeiro simplificado, do tipo representado pelo impacto de duas barras,

onde se enquadram, por exemplo o método CASE e o Repique; e o segundo, mais elaborado e

base para o método CAPWAP, proposto inicialmente por Smith (1960), onde a estaca é

modelada através de elementos de massas e molas.

De acordo com a NBR 13208 (ABNT, 2007) a avaliação da capacidade de carga de

uma estaca pode ser feita de forma simplificada através do método CASE ou de uma forma

mais completa através da análise numérica do tipo CAPWAP.

Os métodos de avaliação da capacidade de carga são utilizados para calcular vários

parâmetros de interesse. A tabela 2.4 mostra os principais parâmetros obtidos no ensaio de

prova de carga dinâmica analisado através método CASE.

Tabela 2.4 - Parâmetros obtidos no ensaio de carga dinâmica através da análise pelo método

CASE.

RMX Máxima Capacidade de Carga, processada através do método CASE;

DMX Máximo Deslocamento medido ao nível dos sensores;

EMX Máxima Energia Transferida, que passa ao nível dos sensores;

FMX Máxima Força de Compressão originada quando do impacto do martelo, medido no nível dos sensores;

J Fator de Amortecimento de CASE (depende do tipo de solo entre outros fatores);

Hq Altura de queda do martelo.

A NBR 13208 (ABNT, 2007) prescreve que para que haja maior confiabilidade nos

resultados obtidos pelo método simplificado, para cada lote de estacas de mesmas

Figura 2.13 – Equipamento PDA (DYMINSKI, 2000).

35

características na obra, devem ser aferidos por pelo menos uma análise do tipo CAPWAP ou

por uma nova carga estática, conforme NBR 12131, além disso, a avaliação por meio do

CAPWAP permite a obtenção da capacidade de carga do fuste e da ponta separados, além de

outros parâmetros, como mostra a tabela 2.5.

2.1.6 Fundações Profundas em Estacas Pré-moldadas e Hélice Contínua

Segundo Joppert (2007) as estacas são elementos esbeltos, implantados no solo por

percussão ou via perfuração do solo com posterior concretagem. Podendo assim, serem

classificadas como estacas cravadas e estacas escavadas.

Como exemplo de estacas cravadas ou de deslocamento, tem-se as pré-moldadas de

concreto, que tem se mostrado uma ótima opção de fundação devido ao seu severo controle de

qualidade de fabricação e cravação. Esse tipo de estaca pode ser fabricada em concreto

armado ou protendido e sua seção pode assumir diversas formas geométricas. Seu

comprimento varia entre 4 e 12 metros, mas quando existe a necessidade de comprimentos

maiores que 12 metros, as estacas podem ser emendadas, desde que sejam observadas as

recomendações da NBR 6122/1996.

As estacas pré-moldadas de concreto são cravadas no solo por um “martelo”. Este

deve possuir energia suficiente para implantar a estaca no solo com o comprimento desejado

ou até que ela atinja terreno impenetrável a cravação. Para que isso ocorra, o martelo deve

possuir peso igual ou maior ao peso da estaca a ser cravada (JOPPERT, 2007).

Um exemplo de estaca escavada é a hélice continua. O sistema hélice continua

consiste em perfurar o terreno com uma hélice de comprimento maior ou igual ao da estaca a

ser construída. A haste de perfuração é composta por uma hélice espiral que é dotada de um

Tabela 2.5 - Parâmetros obtidos no ensaio de carga dinâmica através da análise pelo método

CAPWAP.

J Damping de Case - Fator de Amortecimento Dinâmico de Case;

RU Carga Última Análise Capwap;

QAL Máximo Atrito Lateral Disponível – Capwap;

QP Máxima Resistência de Ponta – Capwap;

Hq Altura de Queda do Martelo;

WS Velocidade de onda.

36

tubo central, com diâmetro variável entre 10 e 13 cm, dispondo em sua extremidade inferior

de uma tampa removível, que permite sua recuperação no fim da execução (PRESA, 2001).

Presa (2001) escreve ainda sobre a introdução da hélice no terreno que é feita com

um torque apropriado para vencer a resistência do solo atravessado até que se alcance a

profundidade requerida. Nessa profundidade inicia-se o bombeamento do concreto através do

tubo central, de modo que esse preencha a cavidade deixada pela hélice á medida que ela vai

sendo retirada do solo. Após a concretagem a armadura é introduzida na estaca por gravidade

ou com o auxilio de um pilão. A figura mostra 2.14 mostra a perfuração do terreno pelo

sistema hélice contínua.

Figura 2.14- Perfuração do terreno pela hélice espiral (ANDRADE,2009)

37

2.2 REDES NEURAIS

Este item apresenta uma breve revisão bibliográfica sobre redes neurais artificiais ou

simplesmente RNA. Por ser um assunto amplo, foi imprescindível focar esse estudo apenas

nos aspectos que serão utilizados nessa pesquisa.

2.2.1 Conceito de Redes Neurais

Segundo Haykin (2001), uma rede neural artificial, ou simplesmente RNA, é um

processador maciço distribuído de forma paralela constituído de unidades de processamento

simples, que têm a propensão natural para armazenar conhecimento experimental e torná-lo

disponível para uso. As RNA devem ser capazes de realizar três tarefas: a) armazenar

conhecimento; b) aplicar o conhecimento armazenado para resolver problemas; c) adquirir

novos conhecimentos através de experiência.

Uma RNA é um sistema de processamento de informação que possui algumas

características de desempenho em comum com as redes neurais biológicas. Os modelos

artificiais têm como principal fonte de inspiração as redes neurais biológicas. A Figura 2.15

apresenta um modelo de neurônio biológico com a seqüência de propagação dos sinais pela

célula (CASTRO, 1998).

Figura 2.15- Célula neural biológica com seqüência de propagação do sinal (CASTRO 1998)

De acordo com Braga et al (2000), RNA são sistemas paralelos distribuídos

compostos por unidades de processamento simples (neurônios artificiais) que calculam

determinadas funções matemáticas (normalmente não lineares). Tais unidades são dispostas

em uma ou mais camadas interligadas por um grande número de conexões, geralmente

38

unidirecionais. Na maioria dos modelos essas conexões estão associadas a pesos, os quais

armazenam o conhecimento adquirido pelo modelo e servem para ponderar a entrada recebida

por cada neurônio da rede.

2.2.2 O Neurônio Artificial

Para explicar os princípios básicos de uma unidade de processamento Haykin (2001)

utilizou o modelo apresentando na Figura 2.16, que divide o neurônio artificial em três partes:

Conjunto de Sinapses, somador e a função de ativação. Esse mesmo modelo pode ser

utilizado para descrever a operação de sua unidade de processamento da seguinte forma:

Entrada: O estimulo é representando por n terminais de entrada (dêntritos) que

recebem os valores x1, x2,..., xn (essas informações de entrada são aquelas que serão

apresentadas a rede);

Pesos: O comportamento das sinapses é simbolizado pelos pesos wk,1, wk,2,...

wk,n, acoplados aos terminais de entrada, cujos valores podem ser positivos ou negativos,

dependendo de as sinapses serem inibitórias ou excitatórias;

Combinação Linear: Na seqüência os valores de entrada são multiplicados por seus

respectivos pesos caracterizando uma combinação linear, também chamada de saída linear uk;

Funções de Ativação: Essa saída linear uk deve ser submetida a uma função de

ativação φ que serve para limitar os valores de entrada a um determinado intervalo.

Saída: A unidade irá processar o valor de entrada, produzindo uma determinada

saída que poderá ser enviada para a camada seguinte ou ser o resultado na camada de saída da

rede.

39

O modelo neural da Figura 2.16 inclui também um bias aplicado externamente,

representado por bk. O bias têm o efeito de aumentar ou diminuir a entrada liquida da função

de ativação, dependendo se este é positivo ou negativo respectivamente (HAYKIN, 2001).

Além disso, o bias possibilita que a rede possa considerar valores não relacionados entre os

parâmetros de entrada.

2.2.3 Funções de ativação

A função de ativação φ também chamada de “squashing function”, visa limitar os

sinais de entrada a um determinado intervalo, normalmente entre 0 e 1 ou -1 e 1 (DYMINSKI,

2000). A “squashing function” é capaz de assumir diversas formas, podendo ser linear,

sigmoidal, tangente hiperbólica, entre outras. A figura 2.17 apresenta os gráficos das três

principais funções de ativação, as equações que regulam essas funções e o intervalo de valores

de sua imagem.

Figura 2.16 - Modelo não-linear de um neurônio (HAYKIN, 2001).

40

2.2.4 Aprendizado

De acordo com Haykin (2001), aprendizagem é um processo pelo qual os parâmetros

livres de uma rede neural são adaptados (ajuste dos pesos) através de um processo de

estimulação pelo ambiente no qual a rede está inserida. O tipo de aprendizagem é determinado

pela maneira pela qual a modificação dos parâmetros ocorre. A forma como são ajustados os

pesos irá determinar os dois tipos de aprendizado: não-supervisionado e supervisionado.

No aprendizado não- supervisionado não são conhecidos os valores das saídas. O

processo de aprendizado só é possível quando existe regularidade e repetição nos dados de

entrada. Geralmente são utilizados em redes recorrentes e quando se quer descobrir

características estatísticas dos dados de entrada, como por exemplo, a descoberta de

agrupamento.

O aprendizado supervisionado é utilizado quando são conhecidos os valores das

entradas e saídas por um supervisor externo. Os pesos devem ser ajustados para que as

correlações entre os valores de entrada e saída sejam determinadas.

Braga et al (2000) afirmam que o aprendizado supervisionado pode ser

implementado de duas formas: off-line e on-line. Para o treinamento off-line, os dados do

conjunto de treinamento não mudam, e, uma vez obtida uma solução para a rede, esta deve

permanecer fixa. Caso novos dados sejam adicionados, um novo treinamento, envolvendo

também os dados anteriores, deve ser realizado para se evitar interferência no treinamento

anterior. Por sua vez, no aprendizado on-line o conjunto de dados muda continuamente, e a

rede deve estar em um continuo processo de adaptação.

Figura 2.17- Representação das principais funções de transferência usadas atualmente

(SANTOS JR, 2006).

41

2.2.5 Rede Neural e sua Arquitetura

De acordo com Braga et al. (2000), os paramêtros que definem uma RNA são:

número de camadas de rede, número de nós em cada camada, tipo de conexão entre os nodos

e a topologia da rede.

Segundo Santos (2006), não existe uma regra bem definida para a definição do

número de camadas numa RNA. Aconselha-se a definição de uma série de arquiteturas de

acordo com número de dados de entrada e saída. Essas diferentes topologias deverão ser

treinadas e testadas. Após esses treinamentos e testes, utiliza-se a rede que se ajustou melhor

aos dados, gerando os menores erros tanto na fase de testes quanto de treinamento.

Hecht-Nielsen (1987) baseados no teorema de Kolmogorov (1957) propôs a seguinte

regra para auxiliar na definição da arquitetura de uma RNA: “uma rede neural de três

camadas, com n neurônios na camada de entrada, poderá ter 2n+1 neurônios na camada

intermediária ou oculta”. As redes com essa arquitetura podem ser utilizadas para resolver

com sucesso problemas com características não lineares.

A arquitetura definida nesse trabalho foi aprimorada a partir da comparação desse

estudo com outras aplicações bem sucedidas de RNA, na área da engenharia geotécnica. A

figura 2.18 apresenta alguns exemplos de arquiteturas de redes neurais.

42

Figura 2.18 – Exemplos de arquiteturas de Redes Neurais Artificiais (BRAGA et al 2000).

Além disso, Braga et al. (2000) classificam as RNA de acordo com o número de

camadas, tipos de conexões dos nós e sua conectividade:

Número de camadas:

o redes de camada única: Existe um único nó entre a entrada e a saída da rede

(Figura 2.18 a, e).

o de múltiplas camadas (MLP): Existe mais de um neurônio entre as camadas de

entradas e saídas da rede (Figura 2.18 b, c, d).

43

Tipo de conexões dos Nodos:

o feedforward, ou acíclica: A saída de um neurônio não pode ser utilizada como

entrada de nodos em camadas de índice menor ou igual a (Figura 2.18 a, b, c);

o feedback ou cíclica: A saída de um neurônio qualquer localizado na camada é

usada como entrada de nodos em camadas de índice menor ou igual a (Figura

2.18 d, e).

Tipo de conectividade:

o rede fracamente (ou parcialmente) conectada (Figura 2.18 b, c, d).

o rede completamente conectada (Figura 2.18 a, e).

2.2.6 Treinamento

Depois de coletar e selecionar os dados, deve-se dividi-los de forma que uma parte

desses seja utilizada para o treinamento da rede, e outra parte para o teste. Haykin (2001) e

Braga et al. (2000) recomendam a divisão de cerca de 70 a 90% para o treinamento e o

restante para a validação.

De acordo Dyminski (2000), o treinamento consiste na apresentação dos exemplos

do conjunto de treinamento ao sistema. A rede processará os parâmetros de entrada relativos a

estes exemplos através da multiplicação dos mesmos pelos pesos sinápticos e da posterior

aplicação destes valores às funções de ativação dos neurônios, fornecendo então as respostas

(saídas da rede) a este estímulo. Estas saídas das RNA deverão ser comparadas com os

valores reais dos parâmetros de saída correspondentes aos exemplos do conjunto de

treinamento, e desta comparação será obtido um valor de erro da fase de treinamento.

Procura-se então ajustar os valores dos pesos sinápticos, através de um algoritmo matemático,

visando a diminuição do erro de treinamento.

Haykin (2001) afirma que existem diversos algoritmos para se treinar RNA, sendo os

mais comumente utilizados o de error back-propagation (retro-propagação do erro) e o de

Levenberg-Marquardt (também abreviado por LM), que é uma variação do algoritmo de retro-

propagação.

44

2.2.6.1 Back-propagation

“O algoritmo back-propagation é um algoritmo supervisionado que utiliza pares

(entrada, saída desejada) para, por meio de um mecanismo de correção. O treinamento ocorre

em duas fases, em que cada fase percorre a rede em um sentido. Estas duas fases são

chamadas de fase forward e fase backward. A fase forward é utilizada para definir a saída da

rede para um dado padrão de entrada. A fase backward utiliza a saída desejada e a saída

fornecida pela rede para atualizar os pesos de suas conexões” (BRAGA, 2000, p.59).

O funcionamento desse algoritmo se baseia no cálculo dos erros encontrados nas

camadas de saída e intermediárias, possibilitando que os pesos sejam ajustados através do

método do gradiente.

Se a camada for de saída, o erro é definido pela equação a seguir, caso a camada

seja intermediária utiliza-se a equação subsequente:

(2.8)

Onde y é saída obtida pela rede e z é a saída desejada.

(2.9)

Onde:

= peso entre o neurônio calculado e o neurônio da camada posterior,

= erro referente a cada neurônio da camada posterior.

Após o cálculo dos erros é necessário corrigir os pesos das ligações entre os

neurônios. O cálculo de correção do peso é dado pela equação a seguir:

(2.10)

Onde:

=peso da conexão;

η = taxa de aprendizagem;

= erro relativo calculado para determinado neurônio ;

= derivada da função de transferência.

45

A Figura 2.19 sintetiza o processo de treinamento com o algoritmo Back-propagation.

a) as entradas x1, x2,...,x n do banco de dados são apresentadas a rede

b) As entradas são multiplicadas pelos pesos e posteriormente somadas. Por fim é

aplicada uma função de ativação que irá fornecer saídas para as entradas apresentadas em

cada neurônio.

c) As entradas fornecidas pela rede são comparadas com os valores reais do banco de

dados permitindo o cálculo do erro.

46

d) O erro obtido na camada de saída é retro-propagado até a entrada.

e) Através da equação 2.10, os pesos são corrigidos.

e) Os pesos corrigidos chegam a camada de saída onde é reiniciada a retro-propagação.

Figura 2.19 - Processo de treinamento através do algoritmo back-propagation

(SOUSA, 2008).

47

Segundo Braga et al (2000), o algoritmo back-propagation utiliza a primeira

derivada parcial do erro total referente a cada peso para ajustar cada um dos pesos. Esta

informação possibilita realizar um gradiente descendente no espaço de pesos. A descida do

gradiente utilizando passos infinitesimais garante a chegada a um mínimo local que, para

vários problemas, pode ser um mínimo global ou uma solução aceitável. O problema é o

tempo que o treinamento pode levar para convergir, por isso foram criadas várias alterações

no algoritmo de retro-propagação que diminuem o tempo de treinamento e melhora seu

desempenho na classificação de padrões. Dessas variações as mais utilizadas são: back-

propagation com momentum de Rumelhart (1986), Quickprop de Fahlman (1988), Levenberg

Marquardt de Hagan (1994), momentum de segunda ordem de Pearlmutter (1992), Newton de

Battiti (1991) e o Rprop de Riedmiller (1994).

48

2.1.7 RNA na Engenharia Geotécnica

As redes neurais têm sido aplicadas com sucesso em praticamente todos os

problemas de engenharia geotécnica. Características particulares de uma série de dados

podem ser aprendidas por uma RNA, possibilitando assim, a realização de previsões.

De acordo com Jaksa (2008), as RNA têm demonstrado desempenho preditivo

satisfatório na área geotécnica, apesar de seus materiais apresentarem variações extremas de

comportamento. De acordo com Jaksa (2008), as RNA têm sido aplicadas em diversas áreas

da geotecnia entre estas: jateamento, barragens, estruturas de contenção de terra, geotecnia

ambiental, fundações em estacas, mecânica das rochas, ensaios de caracterização, fundações

rasas, comportamento e propriedades do solo, túneis e aberturas subterrâneas.

No Brasil, as RNA têm sido utilizadas com sucesso na área de geotecnia. Dyminski

(2000) as utilizou em três aplicações diferentes: na primeira, foram simulados os resultados de

prova de carga dinâmica, analisadas pelo CAPWAP viabilizando uma pré-análise do

comportamento da estaca ainda em campo. na segunda, foi analisado o comportamento

mecânico de dois tipos de solo: a areia de ipanema e o solo residual gnáissico do Rio de

Janeiro. Para tal, foram utilizados resultados de ensaios de cisalhamento direto, submersos e

não submersos, e ensaios de compressão triaxial, drenados e não drenados. Por último, a

pesquisadora simulou através de informações obtidas no boletim de sondagem a percussão, o

comportamento do subsolo da usina angra 2, localizada no litoral do Rio de Janeiro.

Santos JR. (2006) analisou os efeitos da escavação nas linhas 1 e 2 do metrô de São

Paulo através de RNA. Viana (2007) desenvolveu RNA para relacionar o módulo de

resiliência com as propriedades do solo e Lisboa (1998) utilizou essa técnica para obter a

capacidade de carga de fundações submetidas a esforços de tração.

Teh et al. (1997), Kiefa (1998), Dyminski (2000) e Lee and Lee (1996) utilizaram

redes neurais como instrumento de predição da capacidade de carga de fundações profundas.

A tabela 2.6 apresenta as principais características dessas RNA.

Tabela 2.6 - Tipologia e características das RNA utilizadas na previsão de capacidade de carga de estacas.

REFERÊNCIA Quantidade dados Algoritmo

Número de neurônios nas camadas

Parâmetros de entrada e saída

Treinamento Testes Entrada Ocultas Saída

Teh et al. (1997) 27 10 Back-

propagation 200 15 2

Foram utilizados 200 parâmetros de entrada (coordenadas de força e

velocidade no tempo de aquisição de dados) e como saídas,

capacidade de carga do fuste e da ponta e em alguns casos só a

capacidade de carga total.

Abu-Kiefa (1998) 40 General

regression

neural networks

5 40 2 Como entrada adota os ângulos de atrito do solo de ponta e fuste,

características geométricas da estaca e tensão limite do solo e como

saídas, capacidade de carga do fuste e da ponta.

59 5 59 1 Nesse segundo caso ele apresenta apenas a capacidade carga total

como saída.

Dyminski (2000) 51 9

Levenberg-

Marquardt 4 a 7 1 a 15 1

Foram utilizados parâmetros relacionados a geometria da estaca, ao

ensaio de carga dinãmica de SPT, totalizando 7 entradas diferentes

que foram organizadas em 9 conjuntos diferentes e como saídas da

capacidade de carga total da estaca. 94 30

Lee and Lee (1996) 28 Back-

propagation 3 30 10 1

Utilizou-se na entrada a relação profundidade de penetração, a tensão

normal média e o número de golpes SPT, e a saída apresenta apenas a

capacidade de carga total das estacas

50

3. METODOLOGIA

3.1 LEVANTAMENTO DOS DADOS

Este trabalho utilizou dois bancos de dados de provas de carga estática, com o

objetivo de verificar a viabilidade do uso das RNA na predição de capacidade de carga de

dois tipos distintos de estacas: as pré-moldadas de concreto do tipo cravadas e a hélice

contínua escavada.

O primeiro banco de dados, chamado de “BANCO1”, utilizado no treinamento e

teste das RNA das estacas hélice continua, foi elaborado a partir dos dados de Alonso (2000)

que organizou os resultados de 95 provas de carga estática, realizadas em todo o território do

Brasil. Além disso, o autor disponibilizou em seu trabalho informações do ensaio de

sondagem a percussão, cargas e recalques do ensaio de prova de carga, área de seção

transversal e comprimento, para cada uma das 95 estacas.

O segundo banco de dados, chamado de “BANCO2”, foi utilizado no treinamento e

teste das RNA das estacas pré-moldadas de concreto, foi elaborado a partir dos organizados

por Lobo (2005). Esta reuniu o resultado de 131 provas de carga estática, realizadas ao longo

de todo o país, além disso, a pesquisadora disponibilizou informações detalhadas do ensaio de

SPT e da geometria das estacas, assim como fez Alonso (2000) no “BANCO1”.

Os anexos A1 e A2 apresentam os dados do “BANCO1” e “2”, respectivamente,

utilizados no treinamento das RNA, além disso, são apresentadas a referência de onde foram

extraídos os dados e as cidades onde as estacas foram ensaiadas. Não foram feitas

modificações consideráveis, em relação aos bancos de dados originais, apenas foi

acrescentando a esses os valores do SPTP e SPTF.

3.2 TRATAMENTO DOS DADOS

Com base nos resultados satisfatórios obtidos em outras pesquisas como mostrado no

capitulo 2 (tabela 2.6) que utilizaram as RNA como instrumento de predição da capacidade de

carga das estacas, foi possível determinar os parâmetros a serem utilizados como entradas das

RNA que vão se correlacionar com as saídas: Resistência de ponta “QP”, de fuste “QF” e total

“QT”, como mostra a tabela 3.1.

51

O cálculo do “SPT F” foi obtido através da média aritmética dos SPT‟s ao longo do

fuste da estaca, desconsiderando o primeiro metro de sondagem como recomenda a NBR 6484

(ABNT, 2001). Para o “SPT P” foi adotado o valor sob a cota de apoio da estaca.

Para que a capacidade de carga total “QT” da estaca seja realista e represente a

dificuldade da estaca de se transpor camadas muito resistentes, foram utilizados valores

limites para o “SPTP” e do “SPTF” sendo adotados para a ponta, o limite máximo de 40 em

qualquer tipo de estaca e para o fuste o limite de 22 se a estaca for cravada e de 30 se for do

tipo hélice contínua (LOBO, 2005).

Como já visto no Capitulo 2, a capacidade de carga de estaca ou tubulão de prova

deve ser considerada definida quando ocorrer ruptura nítida. A metodologia utilizada nesse

trabalho foi baseada em Lobo (2005) que utilizou o método da NBR 6122/1996 para obter a

carga de ruptura das estacas. Porém, esse método possui a limitação de não poder ser aplicado

em casos que a carga máxima aplicada na prova de carga se apresentar distante da carga de

ruptura, não gerando recalques consideráveis na estaca. Nesses casos, a definição da carga de

ruptura é obtida com o auxílio da extrapolação da curva carga recalque através do método de

Van der Veen, adaptado por Aoki (1996), com a posterior aplicação do método da NBR 6122.

A figura 3.1 mostra um caso em que reta do método da NBR 6122/1996 não toca a

curva carga x recalque, pois a carga aplicada no ensaio de prova de carga é distante do valor

carga de ruptura (figura 3.1 a), por isso torna-se necessário a extrapolação da curva carga x

recalque para que o método da NBR 6122 possa ser aplicado (figura 3.1 b). De acordo com

Lobo (2005), é possível definir o valor a parcela de capacidade de carga lateral da estaca

quando a curva carga x recalque apresentar pequenos acréscimos de recalque com o

incremento do carregamento. Nesses casos, considera-se que somente a carga lateral da estaca

é mobilizada e assim, pode-se estimar o valor da parcela de carga lateral pelo trecho elástico

da curva carga recalque através de uma reta (figura 3.1 d). A capacidade de carga da ponta é

Tabela 3.1 - Parâmetros utilizados como entradas das redes neurais.

Sigla Parâmetro

As Área da seção transversal da estaca (m2).

LE Comprimento da estaca (m).

SPTP Número de golpes do amostrador SPT na profundidade correspondente à ponta da estaca.

SPTF Número médio de golpes do amostrador SPT ao longo do fuste da estaca.

52

definida pela subtração da carga total pela carga lateral. A seguir a figura 3.1 ilustra o

processo de extrapolação da estaca 1 do “BANCO1”.

Ruptura - NBR 6122

fck(MPa) = 20

E (Mpa) = 25043,961

D (mm) = 350

A (m²) = 0,0962120

L (m) = 11,55

∆r mm) P (kN)

11,67 0,00

13,58 400,00

14 54 600,00

16,46 1000,00

19,82 1700,00

Carga x recalque

S (mm) P (kN)

0,000 0,00

0,250 330,00

1,420 660,00

2,000 792,00

2,430 924,00

3,380 1056,00

4,090 1188,00

4,930 1320,00

Extrapolação

PR = 1710

a = 0,2781

b = 0,0728

S (mm) P kN)

0,00 0,00

1,00 506,07

2,00 798, 6

3,00 1019,68

4 00 1187,28

5,00 1314,1

10,00 1611

15,00 685,47

25,00 1708,48

0

5

10

15

20

25

0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000

Recalq

ue (

mm

)

Carga (kN)

Prova de Carga - Estaca 1

Ruptura (NBR 6122) Prova de Carga

0

5

10

15

20

25

0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000

Recalq

ue (

mm

)

Carga (kN)

Prova de Carga - Estaca 1

Van der Veen Ruptura (NBR 6122) Prova de Carga

Carga Ruptura = 1700 kN

a)

b)

53

Figura 3.1 – Processo de extrapolação da curva carga Recalque (modificado – Lobo (2005))

0

5

10

15

20

25

0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000

Recalq

ue (

mm

)

Carga (kN)

Prova de Carga - Estaca 1

Van der Veen Ruptura (NBR 6122) Prova de Carga

PR = 1700 kN

0

1

2

3

4

5

0 250 500 750 1000 1250 1500

Re

ca

lqu

e (

mm

)

Carga (kN)

c)

d)

PR = 1700 KN

Ql = 750 KN

54

3.3 REDES NEURAIS UTILIZADAS

Esse trabalho buscou, por meio do treinamento, obter RNA capazes de predizer a

capacidade suporte da ponta, lateral e total das estacas hélice contínua e pré-moldada de

concreto a partir dos dados de entrada apresentados na tabela 3.1.

Para isso, foram criadas cinco RNA para cada um dos dois bancos de dados

estudados, sendo a diferença entre essas redes a saída adotada no conjunto de treinamento. A

primeira rede denominada “RNA1” foi treinada tomando como saída a capacidade de carga da

ponta, na segunda rede, “RNA2”, utilizou-se como saída a capacidade de carga lateral, a

terceira rede, “RNA3”, foi treinada com as duas saídas: capacidade de carga da ponta e

lateral. Já a rede de número quatro, “RNA4”, teve como saída o somatório das capacidades

de carga da ponta e lateral e na quinta rede neural, “RNA5”, as saídas adotadas foram a as

capacidades de carga lateral, de ponta e o somatório da parcela da ponta e lateral. A tabela 3.2

apresenta as cinco redes utilizadas, bem como a saídas adotada no treinamento.

Tabela 3.2 - Parâmetros utilizados

como entradas das redes neurais.

Rede Saída Adotada

RNA1 QP

RNA2 QL

RNA3 QL

QP

RNA4 QT

RNA5

QL

QP

QT

O treinamento dessas redes com saídas diferentes permitiu que fossem obtidas:

Três redes capazes de calcular a resistência de ponta;

Três redes capazes de obter a resistência de fuste

Duas redes aptas para obter a resistência total.

. As redes utilizadas nesse estudo foram do tipo MLP (multicamadas), treinadas com o

algoritmo backpropagation programadas com o software MATLAB. A rede foi composta por

uma única camada oculta que foi treinada e testada com 1, 2, 3, 5, 8, 10 e 15 neurônios, a fim

55

de se avaliar qual a topologia mais adequada. Ficou definida ainda para essa camada, como

função de ativação, a tangente hiperbólica. A camada de saída foi composta por um neurônio

nas redes “RNA1”, “RNA2” e “RNA4”, dois neurônios na rede “RNA3” e três na “RNA5”,

sendo utilizada a função de ativação linear em todos os casos. Essa arquitetura proposta

baseou-se no trabalho de Diminsky (2000).

Para cada banco de dados foram treinadas e testadas 35 RNA, e seus resultados

avaliados através do coeficiente de correlação “r” de Pearson. Esse parâmetro permite que

seja analisada a correlação entre duas variáveis, nesse caso o valor obtido pela rede neural e o

encontrado através do ensaio de prova de carga. Espera-se que o valor do coeficiente de

correlação seja próximo da unidade, entretanto valores acima de 0,7 indicam já uma forte

correlação estatística entre duas variáveis.

Depois que a rede é treinada, fica determinado o peso e o bias relacionado a cada

neurônio e a partir daí é possível gerar equações que representem as parcelas de capacidades

de carga da estaca. Tais formulações obtidas foram submetidas posteriormente a etapa de teste

tendo seus resultados comparados com os do ensaio de prova de carga e com os métodos

semi-empíricos de Aoki & Veloso (1975) e Décourt & Quaresma (1978).

Outro critério que influenciou na escolha da rede neural a ser utilizada foi o número

de neurônios da camada oculta. Pois, quanto menor o número de neurônios dessa camada,

mais simples serão as equações obtidas para representar as capacidades de carga lateral, ponta

e total das estacas.

A rede neural e a equação são geradas através do conjunto de treinamento, e a

conferência dos resultados é feita por meio do conjunto de teste. Para compor esse último,

foram extraídas 10 amostras do banco de dados das estacas hélice-contínua e 13 das estacas

pré-moldadas.

Para testar a viabilidade e capacidade de generalização das equações geradas, na

região de Feira de Santana-Ba, acrescentou-se ao conjunto de validação ou teste os resultados

de ensaios de prova de carga dinâmica realizados em duas obras desse município, descritas a

seguir:

Obra do viaduto do bairro Cidade Nova, onde foram ensaiadas oito estacas do tipo

hélice-contínua que serviram como dados adicionais para a validação do “BANCO1”.

Devido a discrepância entre os valores de capacidade de carga obtidos para estacas

inseridas em um mesmo bloco de coroamento, utilizou-se a média desses resultados

para as estacas pertencentes a um mesmo bloco, o que reduziu o número de estacas

testadas para quatro, como mostram as tabelas 3.3 e 3.4.

56

Obra de ampliação da empresa Belgo Bekaert Nordeste no bairro C.I.S., onde foram

ensaiadas três estacas pré-moldadas de concreto, sendo somente uma dessas, analisada

pelo método CAPWAP. Por isso, somente essa estaca foi analisada por todas as RNA

treinadas. Como as demais estacas foram avaliadas pelo método CASE não foram

obtidas as resistências de ponta e lateral de forma separada.

Tabela 3.3 – Resultado da análise através do método CAPWAP - viaduto do bairro Cidade

Nova - Feira de Santana-Ba (ANDRADE, 2009).

Bloco Estaca Carga de Trabalho

(KN) Golpe

WS (m/s)

QT (kN)

QF (kN)

% QF QP

(kN) % QP J

1 E03 900 6 3500 3160 1952 61,8 1208 38,2 0,56

E08 900 8 3900 6681 2559 38,3 4121 61,7 0,43

2 E07 900 9 3500 3117 2022 64,9 1096 35,2 0,76

E011 900 10 3500 2109 1162 55,1 947 44,9 0,7

5 E02 900 4 3500 4740 3444 72,7 1296 27,3 0,88

E06 900 2 3500 3541 2867 81 674 19 0,59

6 E09 900 5 3500 5500 3612 65,7 1888 34,3 0,64

E17 900 6 3500 4800 2368 49,3 2432 50,7 0,84

Tabela 3.4 - Média dos resultados da Provas de carga dinâmica das estacas hélice contínua -

viaduto do bairro Cidade Nova Feira de Santana-Ba - (ANDRADE, 2009).

Bloco D(cm) As (m2) LE (m) SPTP SPTF QT ( kN) QF(kN) QP(kN)

1 60 0,283 16 35,00 9,00 4920 2255,5 2664,5

2 60 0,283 17 40,00 10,63 2613,5 1592 1021,5

5 60 0,283 9 40,00 17,63 4140,5 3155,5 985

6 60 0,283 6 40,00 20,40 5150 2990 2160

57

Tabela 3.5 - Provas de carga dinâmica em estacas pré-moldadas de concreto - obra de

ampliação da Belgo Bekaert Feira de Santana-Ba - (GEOMEC, 2010).

ESTACAS DIMENSÃO (cm) As (m2) LE (m) SPTP SPTF QT QF QP

E2-L2 27,5X27,5 0,075625 16 19 6,1 99,8 38,6 61,2

E4-L2 27,5X27,5 0,075625 20 30 15,8 119 - -

E1-L2 27,5X27,5 0,075625 21 32 18,8 101 - -

Com a adição dos dados de ensaios de prova de carga dinâmica realizados em Feira

de Santana-Ba, os conjuntos de validação das estacas hélice-contínua e pré-moldadas de

concreto ficaram com 14 e 16 amostras, respectivamente.

Tabela 3.6 - Conjunto de Testes utilizado na validação das RNA das estacas hélice-contínua.

D (cm) As (m2) LE (m) SPTP SPTF

QT

EXTRAPOLADA KN

QF

KN

QP

KN Referência LOCAL

40 0,1257 10,5 40 15,9 1700 500 1200 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

40 0,1257 7,8 40 12,1 620 360 260 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

40 0,1257 14,5 29 16,3 1780 600 1180 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

50 0,1963 19 40 14,4 1940 1000 940 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

50 0,1963 17,4 3 5,4 1640 800 840 Alonso (2000) Manaus, AM

50 0,1963 14 36 10,8 2590 1000 1590 Alonso (2000) Camaçari, BA

50 0,1963 14,5 22 11,5 2860 1300 1560 Alonso (2000) Camaçari, BA

50 0,1963 17 22 15,6 2400 1000 1400 Alonso (2000) Camaçari, BA

50 0,1963 16 31 14,6 2450 800 1650 Alonso (2000) Camaçari, BA

35 0,0962 14 40 5,1 1200 400 800 Alonso (2000) Jacareí, SP

60 0,2827 16 35 9,0 4920 2255,5 2664,5 Andrade (2009) Feira de Santana, BA

60 0,2827 17 40 10,6 2613,5 1592 1021,5 Andrade (2009) Feira de Santana, BA

60 0,2827 9 40 17,6 4140,5 3155,5 985 Andrade (2009) Feira de Santana, BA

60 0,2827 6 40 20,4 5150 2990 2160 Andrade (2009) Feira de Santana, BA

Tabela 3.7 - Conjunto de Testes utilizado na validação das RNA das estacas Pré-moldadas de

concreto.

D (cm) As (m2) LE (m) SPTP

SPTF

QT

EXTRAPOLADA KN

QF

KN

QP

KN Referência

0,1385 14,97 30 12,71 1780 800 980 Scac (200_) Sumaré, SP

0,1385 23,15 24 7,09 1820 500 1320 Scac (200_) Santa Cruz, RJ

0,1963 23 30 11,00 3100 900 2200 Scac (200_) Caju, RJ

0,1963 21,8 27 13,14 2700 1100 1600 Scac (200_) São José dos Campos, SP

0,1963 18 40 8,18 2430 500 1930 Scac (200_) Angra dos Reis, RJ

0,2827 27,1 40 4,43 3170 800 2370 Scac (200_) Santa Cruz, RJ

0,2827 28,7 11 5,38 3850 1500 2350 Scac (200_) Av. dos Automobilistas, SP

58

0,2827 29 5 5,33 3230 1200 2030 Scac (200_) Av. dos Automobilistas, SP

0,2827 35,5 40 4,41 4300 900 3400 Scac (200_) Santa Cruz, RJ

0,0314 12,1 20 8,27 1240 800 440 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

0,0616 12 13 5,91 710 400 310 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

0,1257 12 24 10,53 960 600 360 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

0,0616 12 19 6,09 990 400 590 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

0.0756 16 30 15,27 998 386 612 Geomec (2010) Feira de Santana, BA

0.0756 20 30 15,79 1190 500 690 Geomec (2010) Feira de Santana, BA

0.0756 21 32 18,79 1010 500 510 Geomec (2010) Feira de Santana, BA

59

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA

Para a previsão da capacidade de carga da ponta foi escolhida a “RNA1” com um

neurônio na camada oculta, que apresentou um coeficiente de correlação de 0,555. Apesar da

“RNA1” com dez, “RNA3” com cinco e a “RNA5” com oito neurônios na camada oculta,

apresentarem um coeficiente de Pearson ligeiramente superior, essa rede foi escolhida devido

ao menor número de neurônios na camada oculta. A previsão da capacidade de carga do fuste

foi obtida subtraindo a resistência total da resistência de ponta. Esse critério foi utilizado, pois

os valores calculados para a relação com a prova de carga estática para as redes “RNA3‟ e

“RNA5” na fase de comparação direta com os métodos semi-empíricos foram distantes do

valor unitário. Para prever a capacidade de carga total foi utilizada a rede „RNA4‟ com dois

neurônios na camada oculta e coeficiente de correlação igual a 0,810. A tabela 4.1 apresenta o

coeficiente de Pearson das RNA testadas para as estacas hélice contínua e em destaque as são

mostradas as redes escolhidas para a elaboração das equações.

Tabela 4. 1 - Coeficiente de correlação - estacas hélice contínua.

Número de Neurônios da

camada oculta

RNA1 RNA2 RNA3 RNA4 RNA5 Coeficiente

de correlação Coeficiente de

correlação Coeficiente de

correlação Coeficiente de

correlação Coeficiente de

correlação Ponta Fuste Ponta Fuste Total Ponta Fuste Total

1 0,555 0,550 0,552 0,707 0,754 0,549 0,726 0,747

2 0,539 0,605 0,398 0,694 0,810 0,554 0,737 0,757

3 0,413 0,454 0,534 0,625 0,705 0,390 0,428 0,543

5 0,514 0,211 0,558 0,765 0,773 0,390 0,575 0,612

8 0,313 0,170 0,544 0,542 0,790 0,569 0,556 0,726

10 0,569 0,466 0,339 -0,192 0,795 0,341 -0,086 0,151

15 0,239 0,026 0,462 0,148 0,464 0,449 0,564 0,489

A figura 4.1 mostra a arquitetura das duas redes neurais utilizadas para fazer a

previsão da capacidade da carga das estacas do tipo hélice contínua.

60

a) RNA1: predição da capacidade de carga da ponta b) RNA4: Predição da capacidade de carga total

Figura 4. 1- Redes Neurais utilizadas na previsão da capacidade de carga das estacas hélice

contínua.

A equação 4.1 mostrada abaixo, representa a “RNA1”, treinada para fazer a predição

da capacidade de carga da ponta das estacas hélice contínua:

(4.1) Onde:

k1=

Abaixo a equação 4.2 que representa a “RNA4”, que faz a previsão da capacidade de

carga da total das estacas hélice contínua:

Onde: (4.2)

k2=

k3=

A capacidade de carga suportada pelo fuste da estaca é a resistência total subtraída da

resistência de ponta:

(4.3)

61

As tabelas 4.2, 4.3 e 4.4 apresentam comparações entre os resultados obtidos pelas

RNA com os métodos de Aoki & Veloso (1975) e Décourt & Quaresma (1978). Em destaque

nas tabelas 4.2, 4.3 e 4.4 os resultados em que o desempenho dos métodos tradicionais foi

superior as RNA, ou seja, a relação com a prova de carga estática apresentou-se mais próxima

da unidade na comparação com as redes neurais utilizadas.

Tabela 4.2 - Comparação entre os métodos tradicionais e a RNA - estaca hélice contínua -

capacidade de carga do fuste.

REDE/MÉTODO RNA4 -RNA1 AOKI E VELOSO DÉCOURT & QUARESMA

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

No

de neurônios da camada - R

ELA

ÇÃ

O

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

-

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

-

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

Coeficiente de Correlação 0,66 0,15 0,28 Capacidade de Carga (KN) Fuste Fuste Fuste Fuste

LO

CA

L

1 São José dos Pinhais, PR 474 0,95 409 0,82 574 1,15 500

2 São José dos Pinhais, PR 365 1,02 185 0,51 339 0,94 360

3 São José dos Pinhais, PR 715 1,19 431 0,72 1051 1,75 600

4 São José dos Pinhais, PR 785 0,78 829 0,83 1524 1,52 1000

5 Manaus, AM 1035 1,29 254 0,32 675 0,84 800

6 Camaçari, BA 805 0,8 483 0,48 675 0,68 1000

7 Camaçari, BA 896 0,69 495 0,38 911 0,70 1300

8 Camaçari, BA 880 0,88 895 0,90 1581 1,58 1000

9 Camaçari, BA 849 1,06 696 0,87 1210 1,51 800

10 Jacareí, SP 402 1 100 0,25 415 1,04 400

11 Feira de Santana, BA 721 0,32 580 0,26 1410 0,63 2256

12 Feira de Santana, BA 669 0,42 630 0,4 2030 1,28 1592

13 Feira de Santana, BA 934 0,3 460 0,15 1100 0,35 3156

14 Feira de Santana, BA 1680 0,56 370 0,12 680 0,23 2990

Comparando inicialmente os resultados apresentados para capacidade de carga do

fuste, alcançou-se para a rede neural um coeficiente de correlação de 0,55 contra 0,15 do

método de Aoki & Veloso (1975) e 0,28 de Décourt & Quaresma (1978). Das Catorze estacas

calculadas através das RNA, doze tiveram relação com a prova de carga mais próxima do

valor unitário que o método de Aoki & Veloso (1975) e nove apresentaram relação mais

próxima da unidade que o método de Décourt & Quaresma (1978).

62

Tabela 4.3 - Comparação entre os métodos tradicionais e a RNA - estaca hélice contínua -

capacidade de carga da ponta.

REDE/MÉTODO RNA1 AOKI E VELOSO DÉCOURT & QUARESMA

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

No

de neurônios da camada 1

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

-

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

-

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

Coeficiente de Correlação 0,55 0,56 0,5

Capacidade de Carga (KN) Ponta Ponta Ponta Ponta

LO

CA

L

1 São José dos Pinhais, PR 701,7 0,58 1675 1,4 553 0,46 1200

2 São José dos Pinhais, PR 464,6 1,79 369 1,42 150 0,58 260

3 São José dos Pinhais, PR 908,8 0,77 401 0,34 128 0,11 1180

4 São José dos Pinhais, PR 1665 1,77 1178 1,25 540 0,57 940

5 Manaus, AM 1146 1,36 157 0,19 86 0,10 840

6 Camaçari, BA 1252 0,79 1885 1,19 770 0,48 1590

7 Camaçari, BA 1241 0,8 648 0,42 363 0,23 1560

8 Camaçari, BA 1517 1,08 648 0,46 398 0,28 1400

9 Camaçari, BA 1468 0,89 913 0,55 452 0,27 1650

10 Jacareí, SP 437,9 0,55 295 0,37 236 0,30 800

11 Feira de Santana, BA 1839 0,69 1630 0,61 1530 0,57 2665

12 Feira de Santana, BA 1922 1,88 1630 1,60 1700 1,66 1022

13 Feira de Santana, BA 1731 1,76 1040 1,06 1630 1,65 985

14 Feira de Santana, BA 1649 0,76 1630 0,75 1700 0,79 2160

Fazendo a comparação dos resultados obtidos para a capacidade de carga da ponta,

obteve-se para a rede neural um coeficiente de correlação de 0,55 contra 0,56 do método de

Aoki & Veloso (1975) e 0,50 de Décourt & Quaresma (1978). Das catorze estacas calculadas

através das RNA, nove apresentaram relação com a prova de carga mais próxima do valor

unitário que o método de Aoki & Veloso (1975) e nove tiveram relação mais próxima da

unidade que o método de Décourt & Quaresma (1978).

63

Tabela 4.4 - Comparação entre os métodos tradicionais e a RNA -estaca hélice contínua -

capacidade de carga total.

REDE/MÉTODO RNA4 AOKI E VELOSO DÉCOURT & QUARESMA

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

No

de neurônios da camada 2

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

-

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

-

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

Coeficiente de Correlação 0,81 0,56 0,70 Capacidade de Carga (KN) Total Total Total Total

LO

CA

L

1 São José dos Pinhais, PR 1176 0,69 2085 1,23 1127 0,66 1700

2 São José dos Pinhais, PR 830 1,34 554 0,89 489 0,79 620

3 São José dos Pinhais, PR 1624 0,91 832 0,47 1179 0,66 1780

4 São José dos Pinhais, PR 2450 1,26 2007 1,03 2064 1,06 1940

5 Manaus, AM 2181 1,33 411 0,25 762 0,46 1640

6 Camaçari, BA 2057 0,79 2368 0,91 1445 0,56 2590

7 Camaçari, BA 2137 0,75 1143 0,4 1274 0,45 2860

8 Camaçari, BA 2397 1 1543 0,64 1979 0,82 2400

9 Camaçari, BA 2317 0,95 1609 0,66 1661 0,68 2450

10 Jacareí, SP 840 0,7 395 0,33 651 0,54 1200

11 Feira de Santana, BA 2560 0,52 2210 0,45 2940 0,60 4920

12 Feira de Santana, BA 2591 0,99 2260 0,86 3730 1,43 2614

13 Feira de Santana, BA 2665 0,64 1500 0,36 2730 0,66 4141

14 Feira de Santana, BA 3329 0,65 2000 0,39 2380 0,46 5150

Para a capacidade de carga total, a rede neural apresentou coeficiente de correlação

de 0,81 contra 0,56 do método de Aoki & Veloso (1975) e 0,70 de Décourt & Quaresma

(1978) e das catorze estacas calculadas pelas RNA, dez apresentaram relação com a prova de

carga mais próxima do valor unitário que o método de Aoki & Veloso (1975) e dez tiveram

relação mais próxima da unidade que o método de Décourt & Quaresma (1978).

4.2 ESTACAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO

Para a previsão da capacidade de carga da ponta foi escolhida a “RNA3” com um

neurônio na camada oculta, que apresentou um coeficiente de correlação de 0,950. A outra

saída da “RNA3” foi utilizada como instrumento de predição da capacidade de carga fuste, e

o coeficiente de correlação obtido foi de 0,673. Apesar da “RNA2” com três neurônios na

camada oculta fornecer um coeficiente de correlação de 0,857, não se utilizou essa rede

devido ao seu maior número de neurônios na camada oculta. Para prever a capacidade de

64

carga total, foi utilizada a “RNA4” com um neurônio na camada oculta, que forneceu um

coeficiente de correlação de 0,810. As “RNA5” com um e cinco neurônios na camada oculta

apresentaram coeficiente de correlação superior ao da rede utilizada, entretanto na etapa de

comparação direta, realizada através da relação com a prova de carga foram obtidos valores

distantes da unidade para algumas estacas do conjunto de testes. Como a opção era pela

topologia com uma menor quantidade de neurônios da camada oculta não foram utilizadas as

“RNA4” com dois, três e cinco neurônios na camada oculta. A tabela 4.3 apresenta o

coeficiente de Pearson das RNA testadas para as estacas pré-moldadas de concreto e em

destaque são mostradas as redes escolhidas para a elaboração das equações.

Tabela 4.5 - Coeficiente de correlação - estacas pré-moldadas de concreto.

Número de Neurônios da

camada oculta

RNA1 RNA2 RNA3 RNA4 RNA5

Coeficiente de

correlação

Coeficiente de correlação

Coeficiente de correlação

Coeficiente de correlação

Coeficiente de correlação

Ponta Fuste Ponta Fuste Total Ponta Fuste Total

1 0,872 0,594 0,950 0,673 0,810 0,887 0,611 0,888

2 0,795 0,458 0,855 0,499 0,869 0,704 0,415 0,783

3 0,899 0,857 0,839 0,239 0,849 0,775 0,010 0,715

5 0,853 0,544 0,947 0,597 0,855 0,930 0,403 0,932

8 0,767 0,080 0,888 -0,313 0,200 0,707 0,448 0,666

10 0,679 0,476 0,736 0,283 0,804 0,753 0,470 0,691

15 0,818 0,672 0,728 -0,026 0,725 0,345 0,420 0,311

A figura 4.1 mostra a arquitetura das duas redes neurais utilizadas para fazer a

previsão da capacidade da carga das estacas pré-moldadas de concreto.

65

A equação 4.4 mostrada abaixo, representa a primeira saída da “RNA3”, treinada

para fazer a predição da capacidade de carga da ponta das estacas pré-moldadas de concreto:

Onde: (4.4)

k4=

Abaixo a equação 4.5 que representa a segunda saída da “RNA3”, que faz a previsão

da capacidade de carga lateral das estacas pré-moldadas de concreto:

Onde: (4.5)

k5=

A capacidade de carga total das estacas pré-moldadas de concreto é feita pela

“RNA4”, representada abaixo pela equação 4.6:

Onde: (4.6)

k6=

Vale ressaltar que os valores fornecidos pela equação 4.6 não obrigatoriamente são

iguais ao somatório das equações 4.4 e 4.5, uma vez que não existe correlação entre as saídas

a) RNA3: predição da capacidade de carga da

ponta e fuste

b) RNA4: Predição da capacidade de carga total

Figura 4. 2 – Redes Neurais utilizadas na previsão da capacidade de carga das estacas Pré-

moldadas de concreto.

66

das redes. Em destaque nas tabelas 4.6, 4.7 e 4.8 os resultados em que o desempenho dos

métodos tradicionais foi superior as RNA, ou seja, a relação com a prova de carga estática

apresentou-se mais próxima da unidade na comparação com as redes neurais utilizadas.

Comparando inicialmente os resultados apresentados para a capacidade de carga do

fuste, alcançou-se para a rede neural um coeficiente de correlação de 0,67 contra 0,56 de Aoki

& Veloso (1975) e 0,67 de Décourt & Quaresma (1978). Das catorze estacas calculadas

através das RNA, oito tiveram relação com a prova de carga mais próxima do valor unitário

que o método de Aoki & Veloso (1975) e dez apresentaram relação mais próxima da unidade

que o método de Décourt & Quaresma (1978).

Tabela 4.6 - Comparação entre os métodos tradicionais e a RNA - estaca pré-moldada de

concreto - capacidade de carga do fuste.

REDE/MÉTODO RNA3 AOKI E VELOSO DÉCOURT & QUARESMA

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

No

de neurônios da camada 1

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

-

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

-

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

Coeficiente de Correlação 0,67 0,56 0,67 Capacidade de Carga (KN) Fuste Fuste Fuste Fuste

LO

CA

L

1 Sumaré, SP 531,1 0,66 664 0,83 866 1,08 800

2 Santa Cruz, RJ 687,7 1,38 936 1,87 1201 2,4 500

3 Caju, RJ 857 0,95 1117 1,24 1550 1,72 900

4 São José dos Campos, SP 806,8 0,73 1279 1,16 1691 1,54 1100

5 Angra dos Reis, RJ 845 1,69 988 1,98 890 1,78 500

6 Santa Cruz, RJ 1096 1,37 1057 1,32 1577 1,97 800

7 Av. dos Automobilistas, SP 1055 0,7 1444 0,96 1766 1,18 1500

8 Av. dos Automobilistas, SP 1044 0,87 793 0,66 1137 0,95 1200

9 Santa Cruz, RJ 1124 1,25 1006 1,12 1558 1,73 900

10 Curitiba, PR 293,3 0,37 160 0,2 224 0,28 800

11 Curitiba, PR 319,2 0,8 144 0,36 261 0,65 400

12 Curitiba, PR 442,8 0,74 499 0,83 750 1,25 600

13 Curitiba, PR 332,1 0,83 144 0,36 264 0,66 400

14 Feira de Santana, BA 383 0,99 1023 2,65 928 2,4 386

15 Feira de Santana, BA - - 1401 - 907,5 - -

16 Feira de Santana, BA - - 1745 - 968 - -

67

Tabela 4.7 - Comparação entre os métodos tradicionais e a RNA - estaca pré-moldada de

concreto - capacidade de carga da ponta.

REDE/MÉTODO RNA3 AOKI E VELOSO DÉCOURT & QUARESMA

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

No

de neurônios da camada 1

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

-

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

-

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

Coeficiente de Correlação 0,95 0,53 0,63 Capacidade de Carga (KN) Ponta Ponta Ponta Ponta

LO

CA

L

1 Sumaré, SP 990 1,01 784 0,8 454 0,46 980

2 Santa Cruz, RJ 1521 1,15 1520 1,15 1201 0,91 1320

3 Caju, RJ 2095 0,95 1110 0,5 605 0,27 2200

4 São José dos Campos, SP 1925 1,2 2423 1,51 2330 1,46 1600

5 Angra dos Reis, RJ 2054 1,06 3590 1,86 2670 1,38 1930

6 Santa Cruz, RJ 2906 1,23 5170 2,18 3318 1,4 2370

7 Av. dos Automobilistas, SP 2765 1,18 1066 0,45 1093 0,47 2350

8 Av. dos Automobilistas, SP 2729 1,34 485 0,24 565 0,28 2030

9 Santa Cruz, RJ 3001 0,88 1486 0,44 1923 0,57 3400

10 Curitiba, PR 184 0,42 79 0,18 80 0,18 440

11 Curitiba, PR 272 0,88 101 0,32 79 0,25 310

12 Curitiba, PR 690 1,92 379 1,05 372 1,03 360

13 Curitiba, PR 315 0,53 101 0,17 106 0,18 590

14 Feira de Santana, BA 488 0,8 691 1,13 891 1,46 612

15 Feira de Santana, BA - - 648 - 1188 - -

16 Feira de Santana, BA - - 691 - 1540 - -

Fazendo a comparação dos resultados obtidos para a resistência da ponta, obteve-se

para a rede neural um coeficiente de correlação de 0,95 contra 0,53 de Aoki & Veloso (1975)

e 0,63 de Décourt & Quaresma (1978). Das catorze estacas calculadas através das RNA, doze

tiveram relação com a prova de carga mais próxima do valor unitário que o método de Aoki &

Veloso (1975) e doze apresentaram relação mais próxima da unidade que o método de

Décourt & Quaresma (1978).

68

Tabela 4.8 - Comparação entre os métodos tradicionais e a RNA - estaca pré-moldada de

concreto - capacidade de carga total.

REDE/MÉTODO RNA4 AOKI E VELOSO DÉCOURT & QUARESMA

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

No

de neurônios da camada 1

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

-

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

-

REL

ÃO

PR

OV

A D

E

CA

RG

A

Coeficiente de Correlação 0,81 0,52 0,66 Capacidade de Carga (KN) Total Total Total Total

LO

CA

L

1 Sumaré, SP 1604 0,9 1448 0,81 1321 0,74 1780

2 Santa Cruz, RJ 1781 0,98 2456 1,35 2401 1,32 1820

3 Caju, RJ 2553 0,82 2227 0,72 2155 0,7 3100

4 São José dos Campos, SP 2095 0,78 3702 1,37 4021 1,49 2700

5 Angra dos Reis, RJ 3239 1,33 4578 1,88 3560 1,47 2430

6 Santa Cruz, RJ 3804 1,2 6227 1,96 4895 1,54 3170

7 Av. dos Automobilistas, SP 2102 0,55 2511 0,65 2859 0,74 3850

8 Av. dos Automobilistas, SP 1575 0,49 1278 0,4 1703 0,53 3230

9 Santa Cruz, RJ 3881 0,9 2492 0,58 3481 0,81 4300

10 Curitiba, PR 544 0,44 239 0,19 305 0,25 1240

11 Curitiba, PR 462 0,65 244 0,34 340 0,48 710

12 Curitiba, PR 1043 1,09 878 0,91 1122 1,17 960

13 Curitiba, PR 647 0,65 244 0,25 370 0,37 990

14 Feira de Santana, BA 1101 1,1 1715 1,72 1819 1,82 998

15 Feira de Santana, BA 1231 1,03 2049 1,72 2096 1,76 1190

16 Feira de Santana, BA 1279 1,27 2436 2,41 2508 2,48 1010

Para a resistência total, a rede neural apresentou coeficiente de correlação de 0,81

contra 0,52 do método de Aoki & Veloso (1975) e 0,66 de Décourt & Quaresma (1978) e das

dezesseis estacas calculadas pelas RNA, catorze tiveram relação com a prova de carga mais

próxima do valor unitário que o método de Aoki & Veloso (1975). Dessas dezesseis estacas

calculadas por meio das redes neurais, catorze apresentaram relação mais próxima da unidade

que o método de Décourt & Quaresma (1978).

69

5. CONCLUSÕES

Este trabalho teve como objetivo desenvolver equações capazes de predizer a

capacidade suporte de ponta, lateral e total das estacas hélice contínua e pré-moldadas de

concreto, utilizando a técnica das redes neurais artificiais.

Os resultados apresentados no capitulo anterior mostram que o desempenho das

equações obtidas, em geral, foram satisfatórios, mostrando a viabilidade de se utilizar as RNA

como instrumento de predição da capacidade de carga de fundações profundas. Verificou-se

também, para os dois tipos de estacas analisadas, que as equações de previsão da capacidade

de carga total forneceram resultados mais precisos que as equações obtidas para a resistência

de ponta e lateral.

Fazendo a comparação dos resultados obtidos pela equação proposta com os métodos

tradicionais de predição de capacidade de carga, pode se observar para as estacas hélice

contínua que cerca de 74% dos resultados de capacidade de carga fornecidos pelas RNA

foram mais precisos que o método de Aoki & Veloso (1975), sendo esse valor igual a 67%,

quando a comparação foi feita com o método de Décourt & Quaresma (1978). Utilizando a

mesma comparação para as estacas pré-moldadas de concreto, observou-se que cerca de 80%

dos resultados fornecidos pelas RNA foram mais precisos que o método de Aoki & Veloso

(1975), sendo que esse valor passa a ser 81% quando a comparação é feita com o método de

Décourt & Quaresma (1978).

Vale lembrar, que o método proposto obteve resultados satisfatórios utilizando-se

apenas quatro parâmetros de entrada e um número reduzido de neurônios na camada

intermediária.

Como sugestão para os futuros trabalhos propõe-se a implementação dessa pesquisa

através da elaboração de equações para outros tipos de estacas, inclusão de novos parâmetros

de entrada, da análise de arquiteturas com maior número de neurônios e camadas ocultas e

inclusão de coeficientes nas equações que representem os diversos tipos de solo e de estacas.

70

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ANEXO A – BANCOS DE DADOS DE PROVA DE CARGA ESTÁTICA

UTILIZADOS NO TREINAMENTO DAS RNA

A.1- BANCO1: PROVA DE CARGA ESTÁTICA DE COMPRESSÃO ESTACAS HÉLICE CONTINUA

(MODIFICADO – LOBO, 2005).

Estaca D (cm) As (m2) LE (m) SPTP SPTF

QT

EXTRAPOLADA KN

QF

KN

QP

KN Referência LOCAL

1 35 0,096 11,55 40,00 17,27 1700 750 950 Alonso (2000) Brooklin, SP

2 35 0,096 8,59 8,00 16,88 880 240 640 Alonso (2000) Brooklin, SP

3 60 0,283 16,04 21,00 6,60 2700 1000 1700 Alonso (2000) Tatuapé, SP

4 70 0,385 14,67 38,00 25,21 5400 1500 3900 Alonso (2000) Brooklin, SP

5 60 0,283 16,1 33,00 12,20 3600 1500 2100 Alonso (2000) Tatuapé, SP

6 35 0,096 19 21,00 12,33 1350 600 750 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

7 40 0,126 14,1 40,00 17,62 2080 600 1480 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

8 50 0,196 15,4 39,00 19,07 2450 1000 1450 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

9 35 0,096 20,2 40,00 13,84 1440 750 690 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

10 35 0,096 20,2 25,00 12,42 1720 720 1000 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

11 35 0,096 19,6 40,00 7,42 970 250 720 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

12 40 0,126 15 40,00 18,50 2440 750 1690 Alonso (2000) Santana, SP

13 40 0,126 16,04 35,00 9,60 1290 600 690 Alonso (2000) Porto Alegre, RS

14 50 0,196 17 18,00 12,50 2750 600 2150 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

15 40 0,126 9,07 40,00 6,13 1410 360 1050 Alonso (2000) Porto Alegre, RS

16 50 0,196 12,03 40,00 11,91 1380 430 950 Alonso (2000) Porto Alegre, RS

17 50 0,196 12,03 40,00 11,91 1870 600 1270 Alonso (2000) Porto Alegre, RS

18 50 0,196 12,85 32,00 20,17 1900 750 1150 Alonso (2000) Florianópolis, SC

19 50 0,196 12 32,00 18,09 2280 750 1530 Alonso (2000) Araucária, PR

20 80 0,503 11,83 40,00 6,36 2820 1000 1820 Alonso (2000) Vila Madalena, SP

21 50 0,196 21,12 40,00 9,80 3000 1100 1900 Alonso (2000) Londrina, PR

22 70 0,385 17 30,00 17,56 4450 2500 1950 Alonso (2000) Lapa, SP

23 70 0,385 23 26,00 15,27 4200 2000 2200 Alonso (2000) Belo Horizonte, MG

24 35 0,096 6 30,00 29,40 990 400 590 Alonso (2000) Curitiba, PR

25 35 0,096 7 22,00 29,50 1430 750 680 Alonso (2000) Curitiba, PR

26 40 0,126 11,4 9,00 4,30 1230 400 830 Alonso (2000) Londrina, PR

27 40 0,126 11,4 9,00 4,30 2490 720 1770 Alonso (2000) Londrina, PR

28 35 0,096 7,5 25,00 12,50 470 120 350 Alonso (2000) Cidade Universitária, SP

29 43 0,145 7,5 25,00 12,50 690 400 290 Alonso (2000) Cidade Universitária, SP

30 40 0,126 12 40,00 11,91 1990 750 1240 Alonso (2000) Águas Claras, RS

31 40 0,126 11 40,00 7,70 890 400 490 Alonso (2000) Águas Claras, RS

32 60 0,283 11,46 24,00 7,30 2120 1000 1120 Alonso (2000) Guarulhos, SP

33 60 0,283 11,81 40,00 7,68 2800 1200 1600 Alonso (2000) Mogi das Cruzes, SP

34 60 0,283 13,5 15,00 16,92 2700 800 1900 Alonso (2000) Jacarepaguá, RJ

35 60 0,283 13,5 18,00 12,83 2710 1000 1710 Alonso (2000) Jacarepaguá, RJ

36 60 0,283 14,5 9,00 18,08 1820 700 1120 Alonso (2000) Jacarepaguá, RJ

37 60 0,283 14,5 20,00 14,23 2350 600 1750 Alonso (2000) Jacarepaguá, RJ

38 35 0,096 11 22,00 21,10 1310 500 810 Alonso (2000) Jacarepaguá, RJ

39 50 0,196 11 18,00 17,40 2140 1000 1140 Alonso (2000) Jacarepaguá, RJ

40 50 0,196 13 21,00 8,75 2250 815 1435 Alonso (2000) Jaguariuna, SP

41 50 0,196 21 13,00 10,05 2680 1000 1680 Alonso (2000) Jaguariuna, SP

42 60 0,283 18,75 37,00 7,50 2850 750 2100 Alonso (2000) Belo Horizonte, MG

43 60 0,283 18,75 37,00 7,50 2660 600 2060 Alonso (2000) Belo Horizonte, MG

78

44 40 0,126 17 40,00 11,33 1000 500 500 Alonso (2000) Belo Horizonte, MG

45 50 0,196 22 25,00 12,90 2810 1000 1810 Alonso (2000) Botafogo, RJ

46 40 0,126 14,25 30,00 11,77 1510 800 710 Alonso (2000) Sete Lagoas, MG

47 40 0,126 13 40,00 17,08 1820 750 1070 Alonso (2000) Barueri, SP

48 50 0,196 18 13,00 13,18 2410 1000 1410 Alonso (2000) Ipatinga, MG

49 50 0,196 18 13,00 13,18 2350 550 1800 Alonso (2000) Ipatinga, MG

50 70 0,385 19 12,00 18,06 3150 1500 1650 Alonso (2000) Flamengo, RJ

51 70 0,385 16 40,00 17,20 3200 1500 1700 Alonso (2000) Morunbi, SP

52 50 0,196 13 28,00 21,00 2070 1000 1070 Alonso (2000) Jacareí, SP

53 50 0,196 9,3 40,00 16,50 1760 600 1160 Alonso (2000) Jacareí, SP

54 70 0,385 18,4 40,00 11,53 4020 2000 2020 Alonso (2000) Imirin, SP

55 70 0,385 18,4 17,00 14,67 4850 1500 3350 Alonso (2000) Imirin, SP

56 70 0,385 15,8 22,00 6,57 2280 600 1680 Alonso (2000) Imirin, SP

57 70 0,385 23 25,00 11,25 1960 700 1260 Alonso (2000) Imirin, SP

58 70 0,385 24 30,00 11,85 4900 2500 2400 Alonso (2000) Imirin, SP

59 70 0,385 13 20,00 10,43 1950 500 1450 Alonso (2000) Santos, SP

60 50 0,196 15 40,00 9,82 1950 500 1450 Alonso (2000) Osasco, SP

61 60 0,283 16,57 40,00 10,25 2400 1200 1200 Alonso (2000) Blumenau, SC

62 70 0,385 23 22,00 11,27 2730 1000 1730 Alonso (2000) Vitória, ES

63 50 0,196 12 8,00 7,91 1340 1000 340 Alonso (2000) Moema, SP

64 50 0,196 18,5 40,00 12,00 3500 1000 2500 Alonso (2000) Porto Alegre, RS

65 25 0,049 9,44 31,00 6,50 400 120 280 Alonso (2000) Guarulhos, SP

66 25 0,049 8,5 40,00 9,38 300 200 100 Alonso (2000) Guarulhos, SP

67 25 0,049 12 40,00 9,64 410 150 260 Alonso (2000) Guarulhos, SP

68 25 0,049 14 12,00 9,00 510 150 360 Alonso (2000) Guarulhos, SP

69 25 0,049 15 40,00 9,71 700 300 400 Alonso (2000) Guarulhos, SP

70 25 0,049 15 40,00 9,71 710 375 335 Alonso (2000) Guarulhos, SP

71 50 0,196 26,5 34,00 7,39 2160 1500 660 Alonso (2000) Vitória, ES

72 50 0,196 22 11,00 16,62 3200 1500 1700 Alonso (2000) Serra, ES

73 50 0,196 19 17,00 11,17 1950 1300 650 Alonso (2000) Porto Alegre, RS

74 40 0,126 23 9,00 8,45 1930 1000 930 Alonso (2000) Viçosa, MG

75 70 0,385 11,5 40,00 12,40 3450 1500 1950 Alonso (2000) Vila Vellha, ES

76 35 0,096 7 6,00 5,17 630 175 455 Alonso (2000) Belo Horizonte, MG

77 35 0,096 7 6,00 5,17 570 200 370 Alonso (2000) Belo Horizonte, MG

78 35 0,096 10 6,00 5,33 455 260 195 Alonso (2000) Belo Horizonte, MG

79 60 0,283 16 29,00 14,27 2960 1500 1460 Alonso (2000) Belo Horizonte, MG

80 40 0,126 16 40,00 13,73 2190 1000 1190 Alonso (2000) Osasco, SP

81 50 0,196 12,2 40,00 20,73 1690 600 1090 Alonso (2000) Araucária, PR

82 30 0,071 17,8 31,00 5,71 660 400 260 Alonso (2000) Valinhos, SP

83 30 0,071 17,8 31,00 5,71 1260 600 660 Alonso (2000) Valinhos, SP

84 50 0,196 21 33,00 9,85 2110 900 1210 Alonso (2000) Recife, PE

85 40 0,126 20 33,00 9,85 1230 600 630 Alonso (2000) Recife, PE

86 40 0,126 10,5 40,00 15,89 1700 500 1200 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

87 40 0,126 7,8 40,00 12,14 620 360 260 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

88 40 0,126 14,5 29,00 16,31 1780 600 1180 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

89 50 0,196 19 40,00 14,39 1940 1000 940 Alonso (2000) São José dos Pinhais, PR

90 50 0,196 17,4 3,00 5,44 1640 800 840 Alonso (2000) Manaus, AM

91 50 0,196 14 36,00 10,85 2590 1000 1590 Alonso (2000) Camaçari, BA

92 50 0,196 14,5 22,00 11,54 2860 1300 1560 Alonso (2000) Camaçari, BA

93 50 0,196 17 22,00 15,61 2400 1000 1400 Alonso (2000) Camaçari, BA

94 50 0,196 16 31,00 14,60 2450 800 1650 Alonso (2000) Camaçari, BA

95 35 0,096 14 40,00 5,08 1200 400 800 Alonso (2000) Jacareí, SP

79

A.2- BANCO2: PROVA DE CARGA ESTÁTICA DE COMPRESSÃO ESTACAS PRÉ-MOLDADAS

DE CONCRETO (MODIFICADO – LOBO, 2005)

Estaca D

(cm)

As

(m2)

LE

(m) SPTP SPTF

QT

EXTRAPOLADA KN

QF

KN

QP

KN Referência LOCAL

1 26 0,053 18,9 30,00 5,15 1115 400 715 Scac (200_) Cubatão, SP

2 26 0,053 21,12 30,00 6,84 1005 300 705 Scac (200_) Cubatão, SP

3 26 0,053 10,5 22,00 8,50 950 400 550 Scac (200_) Sumaré, SP

4 26 0,053 11,2 22,00 7,60 850 300 550 Scac (200_) Sumaré, SP

5 26 0,053 9,25 14,00 11,44 1000 400 600 Scac (200_) Jaguaré, SP

6 26 0,053 3,3 11,00 5,50 1040 400 640 Scac (200_) Via Anhanguera, SP

7 33 0,086 21,1 30,00 6,84 1830 800 1030 Scac (200_) Cubatão, SP

8 33 0,086 39,9 22,00 4,90 1115 400 715 Scac (200_) Santos, SP

9 33 0,086 9,9 8,00 14,78 900 440 460 Scac (200_)

Via Anhanguera, SP

10 33 0,086 11,5 22,00 10,40 1080 500 580 Scac (200_) São Bernardo do Campo,

SP

11 33 0,086 23 16,00 1,95 1250 400 850 Scac (200_) Santa Cruz, RJ

12 42 0,139 21,35 22,00 3,86 2030 500 1530 Scac (200_) São Sebastião, SP

13 42 0,139 12 40,00 7,18 2200 450 1750 Scac (200_) Volta Redonda, RJ

14 42 0,139 9,7 40,00 6,48 1880 800 1080 Scac (200_) São Caetano do Sul, SP

15 42 0,139 21,1 8,00 9,70 5300 2000 3300 Scac (200_) Duque de Caxias, RJ

16 42 0,139 14,97 30,00 12,71 1780 800 980 Scac (200_) Sumaré, SP

17 42 0,139 23,15 24,00 7,09 1820 500 1320 Scac (200_) Santa Cruz, RJ

18 50 0,196 23 30,00 11,00 3100 900 2200 Scac (200_) Caju, RJ

19 50 0,196 21,8 27,00 13,14 2700 1100 1600 Scac (200_) São José dos Campos, SP

20 50 0,196 18 40,00 8,18 2430 500 1930 Scac (200_) Angra dos Reis, RJ

21 50 0,196 15,4 14,00 5,93 2610 600 2010 Scac (200_) Angra dos Reis, RJ

22 50 0,196 13,1 10,00 2,42 2790 500 2290 Scac (200_) Angra dos Reis, RJ

23 50 0,196 15,8 17,00 9,00 2350 1000 1350 Scac (200_) Duque de Caxias, RJ

24 50 0,196 26,5 18,00 2,06 2520 550 1970 Scac (200_) Santos, SP

25 50 0,196 34 4,00 3,47 2600 1000 1600 Scac (200_) Santos, SP

26 50 0,196 34 40,00 5,20 2620 800 1820 Scac (200_) Santos, SP

27 50 0,196 14 30,00 9,65 2850 750 2100 Scac (200_) Ipatinga, MG

28 50 0,196 29,5 40,00 8,68 4030 800 3230 Scac (200_) Santa Cruz, RJ

29 50 0,196 27,4 40,00 4,77 2940 750 2190 Scac (200_) Santa Cruz, RJ

30 50 0,196 38,85 40,00 10,66 8250 3000 5250 Scac (200_) Santa Cruz, RJ

31 50 0,196 28,75 40,00 8,71 5950 1500 4450 Scac (200_) Santa Cruz, RJ

32 50 0,196 26,4 40,00 3,76 2760 600 2160 Scac (200_) Barueri, SP

33 50 0,196 19,9 40,00 6,32 3140 500 2640 Scac (200_) Barueri, SP

34 50 0,196 16,5 28,00 4,88 2900 870 2030 Scac (200_) Barueri, SP

35 50 0,196 20,2 21,00 1,58 2650 500 2150 Scac (200_) Barueri, SP

36 50 0,196 9,4 40,00 5,00 2810 600 2210 Scac (200_) Barueri, SP

37 50 0,196 18,7 40,00 10,67 3600 600 3000 Scac (200_) Barueri, SP

38 50 0,196 28,4 31,00 7,89 2750 1000 1750 Scac (200_) São Caetano do Sul, SP

39 50 0,196 11,7 22,00 13,27 3050 650 2400 Scac (200_) Barcarena, PA

40 50 0,196 17,75 19,00 10,75 2320 1100 1220 Scac (200_) Barcarena, PA

41 50 0,196 12,95 28,00 7,50 5000 600 4400 Scac (200_) Betim, MG

42 60 0,283 18,2 29,00 12,95 3850 1000 2850 Scac (200_) São José dos Campos, SP

43 60 0,283 9,3 34,00 4,38 5000 1000 4000 Scac (200_) Duque de Caxias, RJ

44 60 0,283 21,4 40,00 4,15 3950 1000 2950 Scac (200_) Duque de Caxias, RJ

45 60 0,283 29,8 40,00 5,89 4900 1200 3700 Scac (200_) Duque de Caxias, RJ

46 60 0,283 27,1 40,00 4,43 3170 800 2370 Scac (200_) Santa Cruz, RJ

47 60 0,283 28,7 11,00 5,38 3850 1500 2350 Scac (200_) Av. dos Automobilistas,

SP

48 60 0,283 29 5,00 5,33 3230 1200 2030 Scac (200_) Av. dos Automobilistas, SP

80

49 60 0,283 35,5 40,00 4,41 4300 900 3400 Scac (200_) Santa Cruz, RJ

50 60 0,283 24 20,00 5,87 2740 1000 1740 Scac (200_) -

51 70 0,385 30,1 22,00 7,25 575 250 325 Gonçalves (2000) São Paulo, SP

52 20 0,031 9 22,00 7,25 770 350 420 Gonçalves (2000) São Paulo, SP

53 23 0,042 10,3 20,00 8,89 1010 350 660 Gonçalves (2000) São Paulo, SP

54 26 0,053 9,6 20,00 8,89 1200 300 900 Gonçalves (2000) São Paulo, SP

55 33 0,086 9,6 20,00 8,89 1940 600 1340 Gonçalves (2000) São Paulo, SP

56 17 0,023 10 5,00 4,89 125 75 50 Fábris (2004) Bauru, SP

57 17 0,023 14 13,00 6,31 205 120 85 Fábris (2004) Bauru, SP

58 26 0,053 5 6,00 4,00 325 140 185 Soares (2004) Recife, PE

59 18 0,025 5,7 7,00 3,60 335 150 185 Miquerinos (200_) Joinville, SC

60 26 0,053 18,1 12,00 5,35 840 260 580 Miquerinos (200_) Joinville, SC

61 23 0,042 13,7 12,00 3,85 265 150 115 Miquerinos (200_) Joinville, SC

62 22,6 0,040 14 8,00 4,62 285 200 85 Miquerinos (200_) Joinville, SC

63 30 0,071 23,3 14,00 6,36 2720 1200 1520 Miquerinos (200_) Joinville, SC

64 20,3 0,032 20 4,00 3,95 540 280 260 Miquerinos (200_) Joinville, SC

65 18 0,025 12,3 12,00 4,91 675 300 375 Miquerinos (200_) Joinville, SC

66 18 0,025 8,6 40,00 8,38 650 250 400 Fábris (2004) São José, SC

67 22,6 0,040 8,2 40,00 6,43 1200 400 800 Fábris (2004) São José, SC

68 26 0,053 8,4 40,00 6,43 950 400 550 Fábris (2004) São José, SC

69 20 0,031 8,8 40,00 8,38 590 200 390 Fábris (2004) São José, SC

70 18 0,025 12 11,00 9,80 570 260 310 Fábris (2004) Joinville, SC

71 18 0,025 12 8,00 3,44 490 200 290 Fábris (2004) Joinville, SC

72 15 0,018 10 8,00 3,44 290 150 140 Tecnosolo (200_) Mamoré, PR

73 23 0,042 12 9,00 3,91 407 200 207 Tecnosolo (200_) Mamoré, PR

74 40 0,126 11,1 16,00 6,50 820 300 520 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

75 30 0,071 12 21,00 7,36 560 350 210 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

76 30 0,071 12 22,00 9,46 780 300 480 Tecnosolo (200_) Joinville, SC

77 50 0,196 27 2,00 1,04 600 250 350 Engesolos (200_) Santos, SP

78 50 0,196 39,8 20,00 2,06 2280 750 1530 Engesolos (200_) Santos, SP

79 23 0,042 10,2 18,00 5,14 2070 1000 1070 Engesolos (200_) Santos, SP

80 18 0,025 10 5,00 5,89 320 120 200 Consenge (200_) Curitiba, PR

81 15 0,018 8,75 10,00 7,22 305 120 185 Consenge (200_) Curitiba, PR

82 25 0,049 13,5 12,00 6,25 275 270 5 Tecnosolo (200_) São Paulo, SP

83 20 0,031 11,5 15,00 8,83 600 300 300 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

84 25 0,049 13,5 7,00 9,20 272 150 122 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

85 20 0,031 11,5 10,00 9,08 800 360 440 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

86 15 0,018 3,5 22,00 7,40 650 200 450 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

87 25 0,049 12 4,00 3,50 20,5 20 0,5 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

88 25 0,049 10 9,00 5,27 500 250 250 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

89 15 0,018 4,4 8,00 4,44 360 150 210 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

90 15 0,018 3,4 3,00 2,75 55 30 25 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

91 20 0,031 12 2,00 3,50 53 25 28 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

92 25 0,049 14 20,00 3,73 284 100 184 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

93 30 0,071 7,7 20,00 6,38 530 250 280 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

94 40 0,126 10,3 24,00 15,56 770 500 270 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

95 40 0,126 12 22,00 8,89 1150 320 830 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

96 30 0,071 14 21,00 11,54 1370 320 1050 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

97 30 0,071 16 16,00 6,85 835 300 535 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

98 25 0,049 14 6,00 7,33 760 320 440 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

99 25 0,049 12,4 2,00 7,07 535 240 295 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

100 20 0,031 13 8,00 6,00 445 240 205 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

81

101 25 0,049 15 12,00 8,15 390 200 190 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

102 20 0,031 13 9,00 7,86 560 300 260 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

103 20 0,031 9 6,00 5,33 400 250 150 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

104 18 0,025 12,2 22,00 8,95 350 200 150 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

105 40 0,126 13 8,00 5,27 340 150 190 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

106 28 0,062 12,2 17,00 8,00 340 200 140 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

107 40 0,126 11 13,00 5,91 455 200 255 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

108 20 0,031 12,1 20,00 8,27 1240 800 440 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

109 28 0,062 12 13,00 5,91 710 400 310 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

110 40 0,126 12 24,00 10,53 960 600 360 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

111 28 0,062 12 19,00 6,09 990 400 590 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

112 40 0,126 12,3 17,00 7,92 495 200 295 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

113 33 0,086 12 9,00 4,25 350 250 100 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

114 25 0,049 14,4 11,00 3,65 485 240 245 Tecnosolo (200_) Curitiba, PR

115 25 0,049 12,9 25,00 15,13 780 400 380 Engesolos (200_) Guarulhos, SP

116 20 0,031 12,9 22,00 14,29 1020 400 620 Engesolos (200_) Guarulhos, SP

117 25 0,049 7,85 40,00 12,86 1015 400 615 Engesolos (200_) Guarulhos, SP

118 30 0,071 6,65 40,00 8,63 1140 500 640 Engesolos (200_) Guarulhos, SP

119 30 0,071 7 34,00 7,80 705 300 405 Engesolos (200_) Guarulhos, SP

120 30 0,071 8,3 35,00 8,27 680 300 380 Tecnosolo (200_) Campo Largo, PR

121 30 0,071 6,8 17,00 8,65 815 300 515 Tecnosolo (200_) Campo Largo, PR

122 25 0,049 15,35 8,00 8,80 710 300 410 Tecnosolo (200_) Campo Largo, PR

123 25 0,049 14 17,00 8,00 525 300 225 Tecnosolo (200_) Araucária, PR

124 42 0,139 23,65 40,00 11,00 1800 600 1200 Tecnosolo (200_) Duque de Caxias, RJ

125 30 0,071 14 7,00 7,00 600 480 120 Engesolos (200_) São Paulo, SP

126 28 0,062 14,86 5,00 3,31 750 320 430 Engesolos (200_) São Bernardo do Campo,

SP

127 28 0,062 14,68 3,00 1,90 720 300 420 Engesolos (200_) São Bernardo do Campo,

SP

128 28 0,062 14,86 2,00 1,91 910 400 510 Engesolos (200_) São Bernardo do Campo,

SP

129 40 0,126 9,3 14,00 12,57 1200 600 600 Engesolos (200_) São Paulo, SP

130 26 0,053 11,3 30,00 5,05 730 300 430 Engesolos (200_) São Paulo, SP

131 30 0,071 8,5 8,00 4,38 780 200 580 Tecnosolo (200_) São Paulo, SP

82

ANEXO B – RELATÓRIOS DE SONDAGEM A PERCUSSÃO

B.1- ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA

Estaca 1 - Broklin SP - Rua Barão do triunfo, 277

Características

Φ = 35 cm

L = 11,55 m

A/a = 47,097 SPTFUSTE 17,27

U = 1,10 m SPTPONTA 40

Prof. (m) NSPT

Campo NSPT

Utilizado Solo Penetração (m) Penet / Golpe

(m)

0 0 0

Argila Silto Arenosa

0,3 0,000

1 12 12 0,3 0,025

2 14 14 0,3 0,021

3 16 16 0,3 0,019

4 10 10 0,3 0,030

5 8 8 Areia Argilosa

0,3 0,038

6 25 25 0,3 0,012

7 20 20

Argila Silto Arenosa

0,3 0,015

8 35 30 0,3 0,010

9 8 8 0,3 0,038

10 22 22 Areia Argilosa

0,3 0,014

11 25 25 0,3 0,012

12 42 40

Argila Silto Arenosa

0,3 0,008

13 29 29 0,3 0,010

14 23 23 0,3 0,013

Estaca 2 - Broklin SP - Rua Barão do triunfo, 277

Características

Φ = 35 cm

L = 8,59 m

A/a = 47,097 SPTFUSTE 16,87

U = 1,10 m SPTPONTA 8

Prof. (m) NSPT

Campo NSPT

Utilizado Solo Penetração (m) Penet / Golpe (m)

0 0 0

Argila Silto Arenosa

0,3 0,000

1 12 12 0,3 0,025

2 14 14 0,3 0,021

3 16 16 0,3 0,019

4 10 10 0,3 0,030

5 8 8 Areia Argilosa

0,3 0,038

6 25 25 0,3 0,012

7 20 20

Argila Silto Arenosa

0,3 0,015

8 35 30 0,3 0,010

9 8 8 0,3 0,038

10 22 22 Areia Argilosa

0,3 0,014

11 25 25 0,3 0,012

83

Estaca 3 - Tatuapé SP - Rua Aguapeí, 300

Características

Φ = 60 cm

L = 16,04 m

A/a = 138,41 SPTFUSTE 6,6

U = 1,88 m SPTPONTA 21

Prof. (m) NSPT

Campo NSPT

Utilizado Solo Penetração (m)

Penet / Golpe (m)

0 0 0

Argila Silto Arenosa

0,3 0,000

1 0 0 0,3 0,000

2 4 4 0,3 0,075

3 6 6 0,3 0,050

4 6 6 0,3 0,050

5 7 7 0,3 0,043

6 5 5 0,3 0,060

7 5 5 0,3 0,060

8 7 7 0,3 0,043

9 7 7 0,3 0,043

10 8 8 0,3 0,038

11 7 7 0,3 0,043

12 10 10 0,3 0,030

13 6 6 0,3 0,050

14 9 9 0,3 0,033

15 12 12 Areia Silto Argilosa

0,3 0,025

16 21 21 0,3 0,014

17 8 8 Argila Silto Arenosa

0,3 0,038

18 15 15 0,3 0,020

84

B.2- ESTACAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO

Estaca 1 - 19/10/1971 - Cubatão S.P - Eng. Solos Rel. 587/71_2

Características

Φ = 26 cm

L = 18,90 m

A/a = 25,990 SPTFUSTE 5,15

U = 0,82 m SPTPONTA 30

Prof. (m) NSPT

Campo NSPT

Utilizado Solo Penetração (m) Penet / Golpe (m)

0 0 0

Argila Silto Arenosa

0,3 0,000

1 0 0 0,3 0,000

2 0 0 0,3 0,000

3 0 0 0,3 0,000

4 1,5 1,5 0,3 0,200

5 1,7 1,7 0,3 0,176

6 3,5 3,5 0,3 0,086

7 1,7 1,7 0,3 0,176

8 0,5 0,5 0,3 0,600

9 1,5 1,5 0,3 0,200

10 1,3 1,3 0,3 0,231

11 0,5 0,5 0,3 0,600

12 0,7 0,7 0,3 0,429

13 5,2 5,2 0,3 0,058

14 8,3 8,3

Silte Argilo Arenoso

0,3 0,036

15 11,5 11,5 0,3 0,026

16 13,8 13,8 0,3 0,022

17 19 19 0,3 0,016

18 27 22 0,3 0,014

19 30 30 0,3 0,010

20 30 30 0,3 0,010

85

Estaca 2 - 19/10/1971 - Cubatão S.P - Eng. Solos Rel. 587/71_4

Características

Φ = 26 cm

L = 21,12 m

A/a = 25,990 SPTFUSTE 6,84

U = 0,82 m SPTPONTA 30

Prof. (m) NSPT

Campo NSPT

Utilizado Solo Penetração (m) Penet / Golpe (m)

0 0 0

Argila Silto Arenosa

0,3 0,000

1 0 0 0,3 0,000

2 0 0 0,3 0,000

3 0 0 0,3 0,000

4 1,5 1,5 0,3 0,200

5 1,7 1,7 0,3 0,176

6 3,5 3,5 0,3 0,086

7 1,7 1,7 0,3 0,176

8 0,5 0,5 0,3 0,600

9 1,5 1,5 0,3 0,200

10 1,3 1,3 0,3 0,231

11 0,5 0,5 0,3 0,600

12 0,7 0,7 0,3 0,429

13 5,2 5,2 0,3 0,058

14 8,3 8,3 0,3 0,036

15 11,5 11,5

Silte Argilo Arenoso

0,3 0,026

16 13,8 13,8 0,3 0,022

17 19 19 0,3 0,016

18 27 22 0,3 0,014

19 30 22 0,3 0,014

20 30 22 0,3 0,014

21 30 30 0,3 0,010

22 30 30 0,3 0,010

Estaca 3 - 25/03/1976 - Sumaré S.P - Engesolos Rel. 193/76_4

Características

Φ = 26 cm

L = 10,5 m

A/a = 25,99 SPTFUSTE 8,5

U = 0,82 m SPTPONTA 22

Prof. (m) NSPT

Campo NSPT

Utilizado Solo Penetração (m) Penet / Golpe (m)

0 0

Argila Silto Arenosa

0,3 0,000

3 3 0,3 0,100

2 4 4 0,3 0,075

3 5 5 0,3 0,060

4 5 5 0,3 0,060

5 3 3 0,3 0,100

6 6 6 0,3 0,050

7 11 11 0,3 0,027

8 15 15 0,3 0,020

9 18 18 0,3 0,017

10 15 15 0,3 0,020

11 22 22 0,3 0,014