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Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE TÉCNICOS SOBRE SELEÇÃO DE TALENTOS NO BASQUETEBOL Paulo Henrique Freire Arns LONDRINA – PARANÁ 2009

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Universidade Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE TÉCNICOS SOBRE SELEÇÃO DE TALENTOS NO BASQUETEBOL

Paulo Henrique Freire Arns

LONDRINA – PARANÁ

2009

PAULO HENRIQUE FREIRE ARNS

ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE TÉCNICOS SOBRE SELEÇÃO DE TALENTOS NO BASQUETEBOL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esportes da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial para sua conclusão.

Orientador: Pedro Lanaro Filho

LONDRINA

2009

PAULO HENRIQUE FREIRE ARNS

ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE TÉCNICOS SOBRE SELEÇÃO DE TALENTOS NO BASQUETEBOL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esportes da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial para sua conclusão.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________

Prof. Ms. Pedro Lanaro Filho (orientador) Universidade Estadual de Londrina

______________________________________

Prof (a). Ms. Catiana Leila Possamai Universidade Estadual de Londrina

______________________________________

Prof (a). Dr. Arli Ramos de Oliveira Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 21 de dezembro de 2009

Aos meus pais, Luiz Henrique e Julia Arns,

aos meus irmãos, Stephanie e Heitor, as minhas avós Etelvina e Odila,

ao meu avô Francisco Arns e a minha amada Thalita Adami

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelas bênçãos durante esses quatro anos de faculdade e por toda a minha

vida.

À minha família, em especial meus pais Luiz Henrique e Julia Arns, por depositar em

mim sua preciosa confiança, dando-me forças para seguir em frente.

A minha namorada, Thalita Adami, pela confiança, motivação, compreensão e

principalmente por ser meu suporte em todos os momentos de minha vida.

A amiga e companheira de classe Ana Paula Costa pelo incentivo e dedicação

durantes esses anos.

Ao Professor MS. Orientador Pedro Lanaro Filho, pela orientação e auxílio.

A Prof. MS. Catiana Leila Possamai, por aceitar gentilmente fazer parte da banca

examinadora.

Ao Prof. Dr. Arli Ramos de Oliveira, por aceitar gentilmente fazer parte da banca

examinadora.

Ao meu avô Francisco Arns, pelas lições de vida e me ensinar o valor do

conhecimento.

E a todos que direta ou indiretamente colaboraram para que este trabalho fosse

concluído.

“"Algumas pessoas querem que algo aconteça, outras desejam que aconteça,

outras fazem acontecer."

(M. JORDAN)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABS Absoluta

AG Agilidade

BAA Basketball Association of America

DBA Diâmetro Biacromial

EST Estatura

ENV Envergadura

EUA Estados Unidos da América

FIBA Federação Internacional de Basketball Amador

FMI Força de Membros Inferiores

FREQ Freqüência

FRMS Força e Resistência dos Membros Superiores

IV Impulsão Vertical

NBA National Basketball Association

NBB Novo Basquete Brasil

NBL National Basketball League

PES Peso Corporal

PGC Percentual de Gordura Corporal

REL Relativa

RAN Resistência Anaeróbia

VEL Velocidade

VR Velocidade de Reação

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Sexo dos Técnicos de Basquetebol......................................................25

Tabela 2 - Faixas Etárias dos Técnicos de Basquetebol.......................................25

Tabela 3 - Grau de Instrução dos Técnicos de Basquetebol.................................26

Tabela 4 - Local de Trabalho dos Técnicos de Basquetebol.................................26

Tabela 5 - Tempo de Atuação dos Técnicos de Basquetebol................................27

Tabela 6 - Forma de Trabalho Utilizado Pelos Técnicos de Basquetebol.............27

Tabela 7 - Existência de Planejamento no Treinamento Realizado Pelos Técnicos

de Basquetebol...........................................................................................................28

Tabela 8 - Existência de Avaliação Periódica do Desempenho dos Atletas de

Basquetebol................................................................................................................28

Tabela 9 - Estatística Descritiva dos Valores Atribuídos Pelos Técnicos às

Variáveis Antropométricas..........................................................................................30

Tabela 10 - Estatística Descritiva dos Valores Atribuídos Pelos Técnicos às

Variáveis Motoras.......................................................................................................31

Tabela 11 - Variáveis Não Encontradas no Questionário e Consideradas

Importantes Para a Modalidade.................................................................................32

ARNS, Paulo Henrique Freire. Análise da Percepção de Técnico Sobre Seleção de Talentos no Basquetebol. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Educação Física - Centro de Educação Física e Esporte). Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2009.

RESUMO

O objetivo deste estudo foi identificar um perfil antropométrico e motor para seleção de novos talentos para o basquetebol através da percepção dos técnicos da modalidade. A amostra foi composta por 27 técnicos de basquetebol filiados à Confederação Brasileira de Basketball, aos quais foram submetidos a um questionário com questões referentes ao perfil pessoal de cada técnico e o nível de importância de variáveis antropométricas e motoras no basquetebol. Os dados foram apresentados através de estatística básica descritiva através do Programa Microsoft Excel 2007, dispostos em média, moda, desvio padrão, mínimo e máximo. Foi possível observar que todas as variáveis apresentadas são importantes para a seleção e o desenvolvimento do atleta na modalidade de basquetebol, sendo que a variável antropométrica mais importante é a estatura, que obteve média de 5,4; e a variável motora mais importante é a resistência anaeróbia onde constatou-se média de 5,5. Palavras-chaves: Basquetebol. Variáveis motoras. Variáveis Antropométricas. Seleção de talentos.

ARNS, Paulo Henrique Freire. Analysis of Technical Perception About Talent Selection in Basketball. Graduation Final paper (Bachelor in Physical Education and Sport Center). State University of Londrina, Paraná; 2009.

ABSTRACT

The aim of this study was to establish an anthropometric and motor profile for the selection of new talent for basketball by the perception of the technicians of the sport. The sample consisted of 27 technical basketball affiliated to Brazilian Basketball Confederation, which were submitted to a questionnaire about the individual profile of each coach and the level of importance of anthropometric and motor skills in basketball. Descriptive data were presented by basic descriptive statistics through Microsoft Excel 2007, arranged in a mean, mode, standard deviation, minimum and maximum. We found that all variables are valuable for selection and development of the athlete's sport of basketball, and the anthropometric variable most important is the stature, which had a mean of 5.4, and variable motor is the most important motor variable is a anaerobic endurance where we found a mean of 5.5. Key-words: Basketball. Motor variables. Anthropometrics variables. Selection of talents.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................13

2 JUSTIFICATIVA......................................................................................................15 3 OBJETIVO...............................................................................................................16

3.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................................16

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.........................................................................................16

4 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................17

4.1 TALENTO................................................................................................................17

4.1.1 Talento Esportivo ..............................................................................................18

4.1.2 Detecção de Talentos Esportivos .....................................................................19

4.1.3 Seleção de Talentos Esportivos .......................................................................20

4.2 HISTÓRICO DO BASQUETEBOL .................................................................................20

5 MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................23

5.1 CARACTERÍZAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................... 23

5.2 AMOSTRA ..............................................................................................................23 5.3 PROCEDIMENTOS GERAIS E INSTRUMENTOS DE MEDIDA …………………..................23

5.4 VARIÁVEIS..............................................................................................................24

5.5 DELIMITAÇÕES .......................................................................................................25

5.6 ANÁLISE DOS DADOS ………………………………………………………..................25

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..............................................................................26

6.1 CARACTERÍSTICAS PESSOAIS E DO TRABALHO DOS TÉCNICOS …………….................26

6.2 PERCEPÇÃO DA IMPORTÂNCIA SOBRE AS VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS....................29

6.3 PERCEPÇÃO DA IMPORTÂNCIA SOBRE AS VARIÁVEIS MOTORAS …………...................31

7 CONCLUSÃO …………………………………………………...................……………34

REFERÊNCIAS …………………………………………………………….......................35

APÊNDICE.................................................................................................................38

APÊNDICE A - CARTA AOS TÉCNICOS SOLICITANDO RESPONDEREM AO QUESTIONÁRIO.39

APENDICE B - QUESTIONÁRIO APLICADO AOS TÉCNICOS..............................................40

APÊNDICE C .............................................................................................................43

13

1 INTRODUÇÃO

O basquetebol apresenta como características principais a resistência

muscular e a velocidade de movimentos, tornando-o um esporte muito dinâmico.

(GOMES 1996 apud NETO; CESAR, 2005)

Atualmente, o esporte é praticado por mais de 300 milhões de pessoas no

mundo inteiro, nos mais de 170 países filiados à Federação Internacional de

Basketball Amador (FIBA) (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASKETBALL,

2009). No Brasil a modalidade é praticada em vários clubes pelo país, e com a

criação do Novo Basquete Brasil – NBB (Nova liga nacional de basquete brasileira,

criada em 2009 e que cresce cada dia mais em popularidade pelo país), o esporte

tem a tendência de atrair a atenção de novos admiradores e de cada vez mais

jovens praticantes. Contudo, ainda encontra-se algumas limitações no

desenvolvimento dos esportes no Brasil, entre eles o basquetebol. Apesar da crescente evolução do basquete brasileiro, há uma grande

preocupação com o futuro e a descoberta de novos talentos para a modalidade,

pois, a prática esportiva demonstra que o esporte de rendimento somente pode ser

alcançado quando os fundamentos inerentes ao esporte são desenvolvidos na

infância (BÖHME ,1999). Percebe-se que os critérios para se detectar, selecionar ou promover atletas

de basquetebol ao alto nível, quase sempre são estabelecidos subjetivamente pelas

técnicas, sem a utilização de critérios científicos.

Conforme João (2002), o desenvolvimento do jovem atleta pode ser

otimizado se ele treinar o esporte para o qual tem maior potencial. Para Marques

(1993 apud GONÇALVES; BORIN, 2008), o indivíduo talentoso possui

características bio-psiquico-sociais que, diante de determinadas condições, deixam

antever com segurança a possibilidade de obtenção de elevados rendimentos.

Sendo assim, pode-se observar que a criação de um perfil que engloba as

características dos melhores atletas e que sirva de base para seleção de jovens, é

fator fundamental para canalizar os talentos para que se atinja o mais alto nível,

permitindo um maior aproveitamento das crianças com aptidão, incentivando-as a

buscar o alto rendimento nas competições, ou encaminhando-as para outra

14

modalidade esportiva na qual tenham maior chance de sucesso (FERNANDES et al,

1999).

De acordo com Oliveira, Campos & Ramos (1989 apud LANARO, 2001), é

de extrema a importância se realizar pesquisas sobre talentos esportivos no Brasil,

pois são poucos os trabalhos realizados com o objetivo de se estabelecer padrões

de referência para a seleção de talentos esportivos. É de relevância também o fato

de que se realizado um trabalho de desenvolvimento esportivo em um jovem sem

aptidões necessárias para o alto rendimento dessa modalidade, haverá envolvido

esforço, recursos e tempo perdidos, sendo que com um padrão pré-estabelecido e

validado a possibilidade de erro pode ser reduzido de forma considerável.

Percebe-se que apesar do bom número de pesquisadores propondo idéias e

modelos de seleção de talentos, observamos que não existe um modelo definido,

deixando a possibilidade de novos estudos, pois quais são as variáveis

antropométricas que os técnicos de basquetebol se utilizam para a seleção de

talentos?

Portanto, este estudo espera contribuir no sentido de embasar

cientificamente os técnicos de basquetebol em uma seleção de talentos.

15

2 JUSTIFICATIVA

A identificação de um perfil antropométrico e motor para a seleção de jovens

talentos no basquetebol pode maximizar as chances do atleta chegar ao alto nível,

tendo-se maior chance de aproveitamento e desenvolvimento do jovem, e fazendo

com que através das características de cada esporte, o jovem seja encaminhado

para a modalidade com que se tem maior aptidão, aumentando as chances de

sucesso. Alguns autores como Böhme (2000) e Bloomfield (1994) afirmam que a

determinação de um perfil específico de acordo com a modalidade esportiva auxilia

na fase inicial de formação de jovens atletas. A comparação de indivíduos com

padrões referenciais representa um aspecto importante na identificação e

desenvolvimento de talentos no esporte (SILVA, 2003).

16

3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo deste estudo foi criar um perfil antropométrico e motor para

seleção de novos talentos para o basquetebol através da percepção dos técnicos da

modalidade.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Verificar o perfil dos técnicos brasileiros de basquetebol e as características

de seu trabalho;

- Descrever indicadores referenciais antropométricos e motores.

-Observar variáveis consideradas importantes não mencionadas no

questionário.

17

4 REVISÃO DE LITERATURA

Será abordado nesta revisão de literatura os seguintes tópicos e subtópicos: - Talento;

- Talento Esportivo; - Detecção de Talentos Esportivos; -Seleção de Talentos Esportivos;

- Histórico do Basquetebol

4.1 TALENTO

Se recorrermos à etimologia e a origem do termo talentum deriva do grego

tãlanton e refere-se a uma moeda corrente na antiguidade, de acordo com Gretz

(1997), tornando-se associado a algo valioso, usado para denominar pessoas que

se destacam por alguma habilidade marcante. “[...] veio atravessando os tempos,

passando pelo grego (tálantos) e pelo latim (talentum) e deixou de significar dinheiro

para ser aptidão natural ou habilidade adquirida, inteligência excepcional”.

Segundo Maia (1996 apud SILVA, 2005), talento configurou-se com o

significado de algo raro e valioso no domínio intelectual e artístico, ou ainda, como

aptidão natural ou habilidade adquirida.

Já, de acordo com Csikszentmihalyi (1997 apud BÖHME, 2004), o termo

“talento” pode-se ter origem bíblica, onde é decorrente da parábola dos talentos

transcrita por Mateus. Nessa parábola, Jesus conta uma história de um fazendeiro

que, tendo de realizar uma longa viagem, distribui aos seus servos alguns talentos

sugerindo que fizessem bom uso. No seu retorno, percebeu que um deles

multiplicou as moedas que recebeu, enquanto outro, por medo de perdê-las

escondeu em um lugar seguro devolvendo para seu senhor. A parábola refere que o

fazendeiro elogiou o servo que utilizou a maior parte dos talentos com habilidade e

repreende o outro. Sendo assim Csikszentmihalyi (1997) ressalta que o talento é

uma construção social, sendo constituído por três elementos: traços individuais, os

quais são parcialmente hereditários e parcialmente desenvolvidos com o processo e

crescimento; domínios culturais, os quais estão associados aos sistemas de papéis

sociais e de valor; e campos sociais, constituídos de pessoas e instituições que

determinam se certo desempenho deve ser valorizado ou não.

18

Para entendimento mais fácil, Bohme (1994 apud LANARO, 2001) em

linguagem popular, ressalta que talento é o indivíduo que possui uma aptidão

específica acima da média em determinado campo de ação ou aspecto considerado,

a qual é possível ser detectada, treinada e desenvolvida, sendo dependente do tipo

de constituição corporal herdada; de aptidão motora, cognitiva e afetiva favoráveis; e

de condições sociais e ambientais propícias.

Os detentores de talento do mais alto desempenho são aqueles que

conseguem se destacar por reunir competências técnicas e intelectuais valiosas

para o alcance dos resultados (FARIAS, 2008).

Em uma pessoa talentosa, as estruturas neurofisiológicas e anatômicas,

assim como as capacidades motoras e psicológicas estão presentes no nascimento.

Podem ser detectadas no processo de socialização e ser estimuladas e

desenvolvidas no meio em que estão inseridas, desde que esta forneça condições

para tal (HAHN, 1987 apud SILVA, 2005). Segundo Santos & Lorenzetto (1998), o

talento é conferido a uma criança por seus genes e que existe, quer se torne

manifesta ou não, no meio particular que é educada.

Pode-se observar que o talento está geneticamente ligado ao indivíduo e

que pode se tornar em altos desempenhos, porém nota-se que há os casos em que

o indivíduo depende de estímulos externos, não dependendo somente de sua

predisposição à essa habilidade.

4.1.1 Talento Esportivo

Segundo Gabler & Ruoff (1979 apud BOHME, 1995), talento esportivo, no

sentido amplo do termo, é a denominação dada a uma pessoa, que em determinada

fase de desenvolvimento, mostra determinados pressupostos com condições

corporais e psicológicas, as quais com grande probabilidade podem levar

posteriormente a um alto desempenho esportivo. Sendo assim, um talento esportivo

possui aptidões especiais para o desempenho esportivo, através de condições

herdadas e adquiridas, ou ainda, segundo Vieira; Vieira (2000), o talento esportivo

parece distinguir-se pela posse de capacidades e habilidades de distintos âmbitos

que condicionam de forma complexa o desempenho esportivo.

19

Martin et al (1999 apud KISS, 2004), propõe que talento esportivo é o

resultado individual de um processo dependente das relações temporais existentes

entre as disposições genéticas, a idade relacionada com a fase do seu

desenvolvimento, as exigências de desempenho esportivo no treinamento, assim

como de qualidades psicológicas.

O conceito de talento esportivo pode ser identificado de duas maneiras com

a performance esportiva: pela qualidade superior do seu desempenho esportivo, em

comparação com os padrões e os valores característicos para a sua idade e sexo, e

pela reunião dos traços biológicos, motores e comportamentais que por suposição

constituem a palavra performance (SOBRAL, 1997 apud VIEIRA, VIEIRA 2000).

4.1.2 Detecção de Talentos Esportivos

A detecção, também entendida como busca ou procura, de talentos

esportivos corresponde a todas as formas utilizadas com o objetivo de encontrar um

número suficientemente grande de crianças e adolescentes que estejam dispostas e

prontas para a admissão em um programa de formação esportiva geral básica

(BOHME, 2007).

Detecção de talentos é a busca de potencialidades herdadas e

desenvolvidas em jovens atletas de diferentes disciplinas desportivas, com o objetivo

de conduzir e desenvolver passo a passo para a obtenção de seus melhores

resultados desportiva, tanto a nível nacional como internacional, sobre uma base

científica e em sintonia com os princípios do treinamento desportivo e do

desenvolvimento biológico.

É um processo de diferenciação para crianças e adolescentes mediante

testes de estudos para avaliar qualidades morfológicas, funcionais e habilidades

para um esporte ou várias disciplinas. Assim, uma vez identificado é necessário

novos estudos mais específicos em uma ou mais disciplinas desportivas.

Devemos considerar também que para detectar talentos não podemos nos

priorizar em opiniões empíricas, ou ainda em um único teste motor e ou

mensuração. Sendo assim, Hebbelinck (1989 apud LANARO, 2001), ressalta que a

identificação de talentos é parte de um processo de desenvolvimento, que se torna

20

aparente durante as etapas de treinamento, testagem e mensuração sistemáticas,

concomitantemente com uma participação real em competições esportivas.

4.1.3 Seleção de Talentos Esportivos

A seleção de talentos esportivos pode ser considerada como sendo o

sistema de organização metodológica das medidas e dos métodos de observação

pedagógica, sociológica, psicológica, médico-biológico, no qual se revelam as

aptidões e capacidades das crianças e adolescentes para a especialização em

determinado tipo de esporte (FILIN, 1996 apud LANARO, 2001).

A seleção de talentos esportivos pode ser entendida como sendo o sistema

de organização metodológica das medidas, e também dos métodos de observação

pedagógica, deveria ocorrer por volta dos 11 aos 14 anos, considerando que essas

crianças já passaram por um sistema de iniciação desportiva onde tiveram a

oportunidade de vivenciar a aprendizagem dos mais diversificados movimentos em

diferentes modalidades (CAMPBELL, 1998).

4.2 HISTÓRICO DO BASQUETEBOL

O Basquetebol nasceu nos Estados unidos em 1981, criado pelo professor

James Naismith (MELO, 2007), durante um rigoroso inverno na cidade de

Springfield, sobre a necessidade de se criar um esporte que pudesse ser praticado

dentro de um ginásio.

Segundo Weis; Possamai (2008), a principio a modalidade foi jogada através

de duas cestas de pêssego colocadas em lados opostos, daí o nome Basketball1 .

Em 1904, o esporte surge como esporte de demonstração nas Olimpíadas

de Saint Louis (EUA), onde participaram cinco equipes, mas o primeiro jogo oficial

em Olimpíadas ocorreu somente nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936. Também

nesse ano, foi fundada a entidade que regulamenta o basquete mundial, a FIBA.

1 Basket = cesto; Ball = bola.

21

Apesar desses grandes acontecimentos, o principal fato para a

disseminação e popularidade mundial da modalidade veio em 1946, com a criação

da maior e mais popular liga de basquete atual, a NBA (National Basketball

Association). Esta liga começou com 11 times. A liga era chamada de Basketball

Association of America (BAA). Em 1948, quatro outras equipes estabeleceram a Liga

Nacional de Basquetebol (NBL - National Basketball League) e se uniram a BAA. Em

1949, outros seis times uniram-se com os novos Indianapolis Olympians. Foi então

que a BAA tornou-se a Associação Nacional de Basquetebol (NBA - National

Basketball Association) com 17 equipes e 3 divisões (NATIONAL BASKETBALL

ASSOCIATION, 2009).

O basquetebol veio para o Brasil em 1896, através do professor americano

Augusto Shaw, sendo o primeiro país da América do Sul a conhecer e a praticar o

basquetebol (MELO, 2007).

A modalidade foi apresentada e inicialmente aprovada somente pelas

mulheres, gerando assim certo negativismo pela parte masculina. Além desse

problema, o basquete sofreu uma forte concorrência com o futebol que havia sido

trazido recentemente para o Brasil,em 1894, gerando dificuldade em sua difusão.

Porém aos poucos o basquete foi caindo no gosto dos homens e teve sua primeira

equipe masculina ainda em 1896, a equipe do Mackenzie College

(CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASKETBALL, 2009). Apesar disso, o

basquete começou a interessar os brasileiros de forma mais massiva somente por

volta de 1906, quando foi introduzido por Oscar Thompson na Escola Normal de São

Paulo (LIGA NACIONAL DE BASQUETE, 2009).

O basquetebol é um jogo de ritmo elevado, de grande velocidade, com

constantes saltos e deslocamentos, tanto para atacar quanto para defender

(HERNANDEZ, 2000). E segundo Gomes (1996 apud NETO; CÉSAR, 2005) tem

como principais características da aptidão física a força explosiva e velocidade dos

movimentos (membros inferiores), resistência muscular e velocidade dos

movimentos (membros superiores), e em geral a resistência anaeróbia, aeróbia e

velocidade de movimentos.

O basquetebol caracteriza-se também com um esporte de esforços breves e

intensos, realizados em diversos ritmos, um conjunto de saltos, corridas,

movimentos coordenados ataque-defesa, passes, arremessos, sendo assim um

esporte de grande movimentação e coordenação, Daiuto (1991 apud MOREIRA et

22

al, 2003). Um estudo realizado por Silva et al (2001), indica que a idade ideal para o

início da prática do basquetebol é entre 12 e 14 anos de idade. Porém, não devemos

levar em consideração somente a idade cronológica para definir suas variáveis

antropométricas futuras ou seu comportamento motor futuro.

23

5 MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

A pesquisa é descritiva com um delineamento transversal. De acordo Silva &

Menezes (2001), visa descrever as características de determinada população ou

fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Foram utilizados de

amostra técnicos brasileiros de basquetebol.

Foi realizada através de um estudo, no qual foi utilizado um questionário

para os técnicos de basquetebol brasileiros. No questionário consta com questões

para avaliar o perfil dos técnicos de basquetebol brasileiros, e o nível de importância

de variáveis antropométricas e motoras para a detecção de um talento esportivo.

5.2 AMOSTRA

De um total de cinquenta e sete técnicos e técnicas de basquetebol para os

quais foi enviado o questionário (ver anexo), apenas vinte e sete técnicos

devolveram-no respondido. Sendo assim, a amostra dessa fase é composta por 27

técnicos de basquetebol do Brasil, sendo que onze técnicos são do estado do

Paraná, cinco de Santa Catarina, seis de São Paulo, um de Minas Gerais e quatro

são do estado do Rio de Janeiro.

5.3 PROCEDIMENTOS GERAIS E INSTRUMENTO DE MEDIDA

O instrumento de medida que foi utilizado é um questionário, previamente

validado por especialistas, que consta com questões sobre o perfil pessoal e

profissional dos técnicos e questões relativas ao nível de importância a variáveis

antropométricas e motoras para o talento esportivo.

24

Os questionários foram enviados via e-mail pessoal, em anexo juntamente

com uma carta de solicitação e explicação sobre a importância e motivo da

pesquisa. Os questionários foram respondidos durante dois meses.

5.4 VARIÁVEIS

Sobre o perfil pessoal e profissional dos técnicos de basquetebol, foram

questionados os aspectos a seguir:

- Origem;

- Faixa Etária;

- Grau de instrução;

- Tempo de atuação no basquetebol;

- Instituição de trabalho;

- Equipe de trabalho;

- Planejamento de treinos;

- Avaliações periódicas;

- Títulos conquistados.

Em relação às questões relacionadas a variáveis antropométricas e motoras,

foram atribuídos valores de acordo com o grau de importância numa escala de zero

a seis, sendo zero para nenhuma importância e seis para extrema importância. As

variáveis antropométricas são:

- Peso Corporal;

- Estatura;

- Envergadura

- Diâmetro biacromial (largura dos ombros);

- Composição corporal (Percentual de gordura).

E as variáveis motoras:

- Velocidade;

- Resistência anaeróbia;

25

- Resistência de membros superiores;

- Impulsão vertical;

- Agilidade.

5.5 DELIMITAÇÕES

O estudo foi delimitado, em generalizar as informações sobre o perfil pessoal

e profissional dos técnicos, não os separando por aspectos.

Foi delimitado também o nível de importância atribuída pelos técnicos às

variáveis antropométricas e motoras, para o alto nível do basquetebol. Sabe-se,

porém, que variáveis psicológicas, indicadoras de crescimento e desenvolvimento,

metabólicas, sociais e cognitivas são importantes para o basquetebol. Entretanto

estas variáveis não estão presentes neste estudo pelo fato da grande amplitude que

deveria ser dada ao estudo.

5.6 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados do estudo foram analisados por meio do Programa Microsoft Excel

2007, utilizando-se de estatística básica descritiva, onde verificamos as medidas de

tendência central: média e moda e as medidas de dispersão: desvio padrão, valor

mínimo e valor máximo.

26

6 RESULTADOS

De um total de cinquenta e sete técnicos e técnicas de basquetebol para os

quais foi enviado o questionário (ver anexo), apenas vinte e sete técnicos

devolveram-no respondido. Sendo assim, a amostra deste estudo foi composta de

vinte e sete técnicos. 6.1 CARACTERÍSTICAS PESSOAIS E DO TRABALHO DOS TÉCNICOS

Em relação às características pessoais e do trabalho dos técnicos foram

respondidas e posteriormente analisadas questões que correspondem ao sexo, faixa

etária, grau de instrução, local de trabalho, equipe de trabalho, planejamento de

treinamento e acompanhamento do desempenho dos atletas. Em relação ao sexo,

observou-se que 81,4 % são do sexo masculino e 18,6 % são do sexo feminino.

Tabela 1 - Sexo dos Técnicos de Basquetebol

Sexo Freq. Abs. Freq. Rel. (%)

Masculino 22 81,4 % Feminino 5 18,6 %

Total 27 100%

No que se refere à faixa etária, observou-se que 48,14 %, ou seja, a maioria

dos técnicos encontra-se na faixa dos 41 a 50 anos de idade, sendo que apenas um

técnico se encontra na faixa de até 20 anos de idade.

Tabela 2 - Faixas Etárias dos Técnicos de Basquetebol

Faixas etárias Freq. Abs. Freq. Rel (%)

Até 20 anos 1 3,9 % 21 a 30 anos 5 18,16 % 31 a 40 anos 7 25,9 % 41 a 50 anos 13 48,14 %

Mais que 50 anos 1 3,9 % Total 27 100 %

27

Sobre o grau de instrução dos técnicos de basquetebol, observou-se que a

maioria possui graduação, ou seja, 51,85 % dos técnicos, sendo assim 14 técnicos

com curso superior, sendo que doze técnicos são formados em Educação Física, um

em Ciências do Esporte e um em Agronomia. Apesar de encontrarmos técnicos com

especialização e mestrado, notamos que nenhum técnico possui curso de

Doutorado, como podemos observar na tabela 3.

Tabela 3 - Grau de Instrução dos Técnicos de Basquetebol

Grau de instrução Freq. Abs. Freq. Rel (%)

Ensino Médio 6 22.22 % Superior (Graduação) 14 51,85 %

Especialização 5 18,52% Mestrado 2 7,41 % Doutorado 0 0 %

Total 27 100 %

Em relação à questão sobre locais de trabalho, como podemos observar na

tabela 4, nota-se que a maioria dos técnicos atua em clubes ou associações

esportivas, com 44,44 % da quantidade total de técnicos. Percebemos também que

a minoria tem como local de trabalho as faculdade ou universidades.

Tabela 4 - Local de trabalho dos técnicos de basquetebol.

Local de trabalho Freq. Abs. Freq. Rel (%)

Clube ou Associação Esportiva

12 44.44 %

Universidade ou Faculdade

3 11.12 %

Órgão Muninipal de Esporte

6 22.22 %

Escola 6 22.22 % Total 27 100 %

Na questão relacionada ao tempo de atuação dos técnicos, observou-se que

os técnicos possuem bastante experiência com o basquetebol, uma vez que 48,15%

dos técnicos trabalham na área a mais de 15 anos e 25,93 % trabalham a mais de

10 anos com o basquetebol. Notou-se também que apenas um dos técnicos tem

28

menos de dois anos de atuação. Os dados relativos ao tempo de atuação podem ser

observados na tabela 5.

Tabela 5 - Tempo de Atuação dos Técnicos de Basquetebol

Tempo de Atuação Freq. Abs. Freq. Rel (%)

Menos de 2 anos 1 3,7 % De 3 a 5 anos 2 7,41 % 6 a 10 anos 4 14,81 %

11 a 15 anos 7 25,93 % Mais de 15 anos 13 48,15 %

Total 27 100 %

Em relação à forma de trabalho, constatou-se que a maioria dos técnicos

trabalha em conjunto com outros profissionais. Observou-se que os técnicos que

trabalham individualmente, são, geralmente, técnicos que atuam a menos tempo na

área. Dos 22 técnicos que trabalham em equipe, 20 possuem um assistente técnico,

13 com preparador físico, 7 com médico, apenas 2 com psicólogo, 4 com

nutricionista e 18 com fisioterapeuta. Apenas em seis casos a equipe era composta

de 4 ou mais profissionais, corroborando com a idéia da despreocupação na

realização de um trabalho multidisciplinar.

Tabela 6 - Forma de Trabalho Utilizado Pelos Técnicos de Basquetebol

Forma de Trabalho Freq. Abs. Freq. Rel (%) Trabalho Individual 5 18.52 % Trabalho em equipe 22 81,48 %

Total 27 100 %

Sobre a existência de planejamento no treinamento, a grande maioria relatou

realizar algum tipo de planejamento de suas atividades, mostrando haver uma maior

preocupação com a programação e o estabelecimento de condutas embasadas, a

fim de aperfeiçoar o treino e atingir um rendimento próximo ou máximo de cada

atleta. Observou-se também que apenas um dos técnicos não realiza planejamento

de suas atividades, sendo que o técnico que não planeja é o técnico com menos

tempo de atuação com o basquetebol, subjetivando que a falta de experiência possa

ter levado o técnico ao não planejamento. Sendo assim, dos técnicos que planejam

29

de alguma forma suas atividades, 3 planejam diariamente, 6 planejam

semanalmente ou por microciclo, 11 planejam mensalmente ou por mesociclo e 5

planejam anualmente ou por macrociclo.

Tabela 7 - Existência de Planejamento no Treinamento Realizado Pelos Técnicos de

Basquetebol

Planejamento Freq. Abs. Freq. Rel (%)

Sim 26 96,30 %

Não 1 3,70 % Total 27 100 %

Quanto à existência de avaliação periódica do desempenho dos atletas,

podemos notar que 66,67 % dos técnicos realizam algum tipo de avaliação, sendo

que 16 realizam avaliação antropométrica a cada 1 ano, 12 realizam avaliação de

desempenho físico, onde 10 fazem a cada 1 ano e 2 a cada 6 meses. Dois realizam

avaliação psicológica a cada 1 ano, 16 realizam avaliação médica a cada 1 ano e 2

realizam avaliação nutricional, sendo que 1 a cada 1 ano e 1 a cada 6 meses.

Porém, nota-se que 9 técnicos, que corresponde a 33,33 %, não realizam nenhum

tipo de avaliação em seus atletas.

Tabela 8 - Existência de Avaliação Periódica do Desempenho dos Atletas de

Basquetebol

Avaliam o desempenho Freq. Abs. Freq. Rel (%)

Sim 18 66,67 % Não 9 33,33 % Total 27 100 %

6.2 PERCEPÇÃO DA IMPORTÂNCIA SOBRE AS VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS

No que se refere à percepção da importância sobre as variáveis

antropométricas, podem ser considerados de grande valor e relevância para

técnicos que desejam selecionar talentos para o basquetebol.

30

Foram consideradas as seguintes variáveis: (PES) peso; (EST) estatura;

(ENV) envergadura; (DBA) diâmetro biacromial; (PGC) percentual de gordura

corporal, sendo que os técnicos responderam sobre a importância de cada variável

através de uma escala de zero a seis, no qual zero para nenhuma importância e seis

para extrema importância (ver anexo 2).

Sendo assim, as variáveis consideradas as mais importantes foram a

estatura com média de 5,4, moda de 6 e desvio padrão de 0,66, e o peso corporal

onde encontrou-se o valor de 4,75 de média, 6 para moda e 1,24 de desvio padrão.

Neste último podem ser observados valor de desvio padrão muito alto, em razão dos

valores de mínimo e máximo estarem quase aos extremos, 2 e 6, não havendo

uniformidade na opinião dos técnicos talvez pela razão de alguns considerarem que

para a prática do basquetebol em algumas posições a peso corporal possa ser mais

interessante, pelo fato de ocupar maior espaço em uma determinada área ou para

realização de determinadas funções como o corta-luz, como é o caso dos pivôs, por

outro lado há posições como armadores onde o peso não é relevante.

Observou-se também que a variável de menor importância foi o diâmetro

biacromial, com média de 3,57, moda de apenas 4, com um desvio padrão de 1,2 e

mínimo e máximo de 1 e 6.

Os valores para envergadura e percentual de gordura foram considerados

como “importantes”, sendo apresentados os valores de média de 4,57 para ambos.

Novamente encontra-se uma disparidade entre as opiniões dos técnicos, pois foram

encontrados valores muito distantes entre o mínimo e máximo de cada variável,

sendo 2 para mínimo e 6 para máximo na envergadura e 1 para mínimo e 6 para

máximo em percentual de gordura.

Entende-se que essa disparidade possa ser explicada novamente pela

diferença entre as posições do basquetebol, onde em alguns casos a proximidade

da cesta necessite de variáveis não tão importantes a posições mais afastadas na

cesta como é o caso do armador, porém entende-se que pelo objetivo do

basquetebol quanto maior a envergadura mais fácil se torna para o atleta em

qualquer posição. Os resultados encontrados para as variáveis antropométricas

podem ser vistos na tabela 9.

31

Tabela 9 - Estatística Descritiva dos Valores Atribuídos Pelos Técnicos às Variáveis

Antropométricas

Variáveis PES EST ENV DBA PGC

Média 4,75 5,4 4,57 3,89 4,57 Moda 4 6 4 4 6

D. Padrão 1,24 0,66 1,08 1,2 1,56 Mínimo 2 4 2 1 1 Máximo 6 6 6 6 6

Abreviações: (PES) Peso corporal; (EST) Estatura; (ENV) Envergadura;

(DBA) Diâmetro Biacromial; (PGC) Percentual de Gordura Corporal.

Valores de atribuição: (6) Extremamente importante; (5) Muito importante; (4)

Importante; (3) Média importância; (2) Pouca importância; (1) Nenhuma importância.

6.3 PERCEPÇÃO DA IMPORTÂNCIA SOBRE AS VARIÁVEIS MOTORAS

As variáveis motoras que foram analisadas foram: (RAN) resistência

anaeróbia; (FRMS) força e resistência dos membros superiores; (VEL) velocidade;

(IV) impulsão vertical; (AG) agilidade.

Pode-se notar que todas as variáveis com exceção da força e resistência de

membros superiores, foram consideradas muito importantes pelos técnicos, onde a

resistência anaeróbia foi considerada a mais importante com resultados de 5,5 de

média, 6 para moda, desvio padrão de 0,71, mínimo de 4 e máximo de 6. Sendo que

para agilidade encontrou-se média de 5,28, moda de 5, desvio padrão de 0,84,

mínimo de 3 e máximo de 6. Para velocidade a média é de 5,14, moda de 5, 0,71

para desvio padrão, mínimo de 4 e máximo de 6 e impulsão vertical com média de

5,07, moda 5, 0,83 para desvio padrão, mínimo de 3 e máximo 6. Os resultados

representam as características do jogo do basquetebol, que é um jogo dinâmico com

lances rápidos e intensos e muitas pausas rápidas.

A variável de força e resistência dos membros superiores teve média de 4,57, 4 para

moda, desvio padrão de 0,75, mínimo de 4 e máximo de 6, sendo considerada a

variável de menor importância entre as analisadas. Isso se deve ao fato de que

32

apesar de bastante contato durante o jogo, os braços não podem ser muito

utilizados na defesa, somente na condução da bola. Porém conflita-se pelo fato de o

basquete seja um esporte praticado com as mãos tornando-se necessário força e

resistência para que ao decorrer da partida o atleta tenha força o suficiente para a

realização de passes e arremessos.

Observou-se também que nenhuma das variáveis motoras apresentou

média menor que 4, valor considerado como “importante” para a modalidade, sendo

assim, mesmo encontrado valores dispersos entre mínimo e máximo e o fato da

diferenciação das características dentre as posições do basquetebol, pode-se notar

que todas as variáveis foram consideradas importantes e necessárias para se

apresentar um bom desenvolvimento dentro da modalidade.

Tabela 10 - Estatística Descritiva dos Valores Atribuídos Pelos Técnicos às Variáveis

Motoras

Variáveis RAN FRMS VEL IV AG

Média 5,5 4,57 5,14 5,07 5,28

Moda 6 4 5 5 5

D. Padrão 0,71 0,75 0,71 0,83 0,84

Mínimo 4 4 4 3 3

Máximo 6 6 6 6 6

Abreviações: (RAN) Resistência anaeróbica; (FRMS) Força e resistência

dos membros superiores; (IV) Impulsão Vertical; (AG) Agilidade.

Valores de atribuição: (6) Extremamente importante; (5) Muito importante;

(4) Importante; (3) Média importância; (2) Pouca importância; (1) Nenhuma

importância.

Verificou-se também a existência de outras variáveis consideradas

importantes para o desenvolvimento na modalidade, opção apresentada no anexo 2.

Observou-se a existência de mais duas variáveis motoras e nenhuma variável

antropométrica, sendo as variáveis de força dos membros inferiores e velocidade de

reação, com freqüência de 10 e 3 respectivamente para as variáveis, sendo que

33

nenhum técnico respondeu mais de uma variável a mais, conforme pode-se

observar na tabela 11.

Tabela 11 - Variáveis Não Encontradas no Questionário e Consideradas Importantes

Para a Modalidade

Variáveis Freq. Abs. Freq. Rel (%)

FMI 10 37,04 % VR 3 11,11 %

Não responderam 14 51,85 % TOTAL 27 100 %

Abreviações: (FMI) Força de Membros Inferiores; (VR) Velocidade de

reação.

Em resumo podemos citar que todas as variáveis, com exceção de diâmetro

biacromial, foram considerados importantes para a seleção de talentos esportivos na

modalidade de basquetebol, com média superiores a 4.

Não foram encontrados estudos que possam servir de comparação e análise

a este estudo, observando-se a necessidade de mais estudos na área.

34

7 CONCLUSÃO

Tendo em vista os resultados encontrados pode-se concluir que os técnicos

brasileiros de basquetebol trabalham com a modalidade há vários anos e possuem

experiência, sabendo da importância de se planejar suas atividades e avaliar os

atletas para que se possa alcançar o máximo de cada atleta para obter um bom

resultado. Porém os técnicos desconhecem a importância do trabalho de uma

equipe multidisciplinar no processo de treinamento e desenvolvimento do atleta.

As variáveis contidas no questionário demonstraram ser necessárias para

um bom desenvolvimento na modalidade do basquetebol. Porém se faz necessário

estudo sobre todas as variáveis que interferem no desenvolvimento e desempenho

do atleta.

Os resultados para referenciais antropométricos e motores, obtidos para

pelo conhecimento subjetivo dos técnicos brasileiros de basquetebol, podem ser

utilizados como indicadores em processos de seleção de talentos, porém é

necessário mais estudos sobre o tema, onde sugere-se para futuros estudos, a

avaliação de uma equipe de basquetebol de alto rendimento para confrontar com os

resultados obtidos pela percepção dos técnicos. Sugere-se também estudos que

analisem as variáveis separadas por posições do basquetebol e que se avaliem

variáveis psicológicas, indicadoras de crescimento e desenvolvimento, metabólicas,

sociais e cognitivas.

35

REFERÊNCIAS

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38

APÊNDICE

39

APÊNDICE A – CARTA AOS TÉCNICOS SOLICITANDO RESPONDEREM AO QUESTIONÁRIO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA –

EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO

Prezado Técnico,

Solicitamos a especial colaboração de Vossa Senhoria, para que responda o

questionário em anexo, o qual está sendo encaminhado para diversos técnicos, com

o objetivo de subsidiar um estudo de Trabalho de Conclusão de Curso, que versará

sobre talentos para o basquetebol, cuja intenção é servir de instrumento auxiliar para

aqueles que trabalham com esta modalidade no Brasil.

Comprometemo-nos em manter sigilo absoluto sobre sua identidade e das

demais participantes. Comprometemo-nos, ainda, ao término da pesquisa, enviar o

resumo e a conclusão a todas as pessoas que colaboraram respondendo o

questionário.

Consideramos a sua participação indispensável.

Desde já agradeço a atenção.

Atenciosamente,

Paulo Henrique Freire Arns Prof. Pedro Lanaro Filho

Graduando Orientador

40

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS TÉCNICOS

1. IDENTIFICAÇÃO E ASPECTOS GERAIS

1.1 Nome:

Cidade: Estado:

Telefone:

1.2 Sexo: (1) Feminino (2) Masculino

1.3 Idade: (1) até 20 anos

(2) 21 a 30 anos

(3) 31 a 40 anos

(4) 41 a 50 anos

(5) mais que 50 anos

1.4 Grau de instrução: (1) segundo grau

(2) curso superior Qual(is): ________________

(3) especialização

(4) mestrado

(5) doutorado

(6) outro(s): ______________________________

1.5 Local de trabalho: (1) clube ou associação esportiva

(2) universidade ou faculdade

(3) órgão municipal de esportes

(4) escola

(5) outro: _________________________________

1.6 Tempo de atuação no basquetebol: (1) menos de 2 anos

(2) de 3 a 5 anos

(3) de 6 a 10 anos

(4) de 11 a 15 anos

(5) mais de 15 anos

41

1.7 Equipe de trabalho: Quais os profissionais que a compõem:

(1) Auxiliar técnico

(2) Preparador físico

(3) Médico

(4) Psicólogo

(5) Nutricionista

(6) Fisioterapia

(7) Outro(s): ____________________________________

1.8 Como é planejado o treinamento:

(1) planejamento diário

(2) planejamento semanal ou por microciclo

(3) planejamento mensal ou por mesosiclo

(4) planejamento anual ou por macrociclo

(5) não é feito qualquer tipo de planejamento

1.9 Como é feito o acompanhamento do desempenho dos atletas:

(1) através de avaliação antropométrica a cada ___ meses, ___ ano(s)

(2) através de avaliação de desempenho físico a cada__meses__ ano(s)

(3) através de avaliação psicológica a cada ___ meses, ___ ano(s)

(4) através de avaliação médica a cada ___ meses, ___ ano(s)

(5) através de avaliação nutricional a cada ___ meses, ___ ano (s)

(6) outra: _______________________ a cada ___ meses, ___ ano (s)

(7) não é realizado qualquer forma de avaliação de desempenho de atletas.

No seu entendimento, para que um atleta possa chegar ao mais alto nível na

modalidade de basquetebol, qual o nível de importância que atribui a cada uma das

variáveis abaixo relacionadas. Marque um círculo na coluna de números,

considerando a seguinte escala:

(6)extremamente importante

(5) muito importante

(4) importante

42

(3) média importância

(2) pouca importância

(1) bem pouca importância

(0) nenhuma importância

Variáveis Antropométricas: nível de importância 1. Peso Corporal 6 5 4 3 2 1 2. Estatura 6 5 4 3 2 1 3. Envergadura 6 5 4 3 2 1 4. Diâmetro biacromial 6 5 4 3 2 1 5. Composição corporal (Percentual de gordura) 6 5 4 3 2 1

Variáveis Motoras: nível de importância 1. Resistência anaeróbia 6 5 4 3 2 1 2. Força e resistência dos membros superiores 6 5 4 3 2 1 3. Velocidade 6 5 4 3 2 1 4. Impulsão Vertical 6 5 4 3 2 1

5. Agilidade 6 5 4 3 2 1

OBS: Relacione outras variáveis que você julgue de extrema importância para que

um atleta possa atingir o alto nível na modalidade de basquetebol:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

_______________________

43

APÊNDICE C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – HABILITAÇÃO BACHARELADO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, _______________________________________________, portador do R.G.

_____________________ abaixo assinado, concordo em participar do estudo intitulado, “ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE TÉCNICOS SOBRE SELEÇÃO DE TALENTOS NO BASQUETEBOL” do acadêmico Paulo Henrique Freire Arns como Trabalho de Conclusão de Curso. O objetivo geral deste estudo é criar um perfil antropométrico e motor para seleção de novos talentos para o basquetebol através da percepção dos técnicos da modalidade. Esclarecemos que, em aceitando participar da pesquisa, os senhores (as) não terão nenhuma espécie de prejuízo e dano e que também não receberão nenhum tipo de recompensa pela sua participação. Por fim, informamos que todos os dados coletados por meio desta pesquisa serão mantidos em sigilo e que somente serão utilizados para fins desta pesquisa e que o participante tem autonomia para se recusar a participar e/ou retirar o seu consentimento durante qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo. Salientamos ainda que esta pesquisa está tramitando no Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina. Para maiores esclarecimentos, o telefone do Comitê é (43) 3371-2490.

Certas de contar com a sua colaboração para a concretização desta pesquisa agradecemos antecipadamente a atenção dispensada e solicitamos que preencha no campo abaixo, a autorização ou não, para o desenvolvimento da pesquisa. Colocamo-nos a disposição para quaisquer esclarecimentos pelo fone (43) 3024-4416 ou pelos e-mails [email protected] ou [email protected] . Atenciosamente,

______________________________ Prof. MS. Pedro Lanaro Filho

Pesquisadora Responsável

______________________________ Paulo Henrique Freire Arns

Pesquisadora Principal

_______________________________________ Assinatura