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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA CRESCIMENTO FÍSICO E ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DE SEIS A DEZ ANOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE ARAPOTI, PARANÁ Eline Salomons Ponta Grossa, Paraná. Novembro de 2006.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CRESCIMENTO FÍSICO E ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES

DE SEIS A DEZ ANOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE

ARAPOTI, PARANÁ

Eline Salomons

Ponta Grossa, Paraná. Novembro de 2006.

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CRESCIMENTO FÍSICO E ESTADO NUTRICIONAL DE

ESCOLARES DE SEIS A DEZ ANOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE ARAPOTI, PARANÁ

por

Eline Salomons

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Disciplina de Método e Técnicas de Pesquisa em Educação Física II do Curso de Educação Física, Universidade

Estadual de Ponta Grossa como Requisito Parcial à Obtenção do Título de Graduado em Educação Física.

Novembro, 2006

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ELINE SALOMONS

CRESCIMENTO FÍSICO E ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DE SEIS A DEZ ANOS DA REDE MUNICIPAL DE

ENSINO DE ARAPOTI, PARANÁ

Pesquisa apresentada e aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de graduada em Educação Física, pela Universidade Estadual de Ponta Grossa,

em Novembro de 2006, pela seguinte banca examinadora:

______________________________ Orientador

_______________________________ Membro

_______________________________ Membro

Ponta Grossa, Novembro de 2006

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AGRADECIMENTOS

Algumas pessoas serão sempre merecedoras de agradecimentos. Seja

pelo incentivo, apoio ou críticas nos momentos importantes de nossa vida.

Em primeiro lugar, quero agradecer a Deus por ser um grande Pai de

amor e estar sempre ao meu lado em todos os momentos de minha vida;

Aos meus pais Femmo Geert Salomons e Martha Aulina Henderika

Boelman Salomons tenho uma grande dívida de gratidão pelo amor, paciência,

carinho, incentivo e apoio sempre presentes. Ao meu irmão Fábio Salomons pela

sua amizade e por estar sempre ao meu lado;

Ao Prof. Ms. Cassiano Ricardo Rech pelo seu incentivo, dedicação,

disponibilidade para me ajudar e pela paciência de me orientar para o caminho

certo; Ao meu orientador Prof. Ms. André Brauer por me escutar e orientar;

À Danyeise Bernardi pela inspiração quanto a escolha do título, pelo

empenho em tentar me acompanhar e ajudar sempre;

Ao querido Roberto Martins pelo apoio, pela ajuda e por “salvar-me” no

computador.

Aos meus amigos e amigas pela oportunidade de convivência,

companheirismo e amizade;

À minha querida amiga Karol Liizi Dalcol Carneiro um agradecimento

especial por estar sempre ao meu lado, pelo seu incentivo, companheirismo,

carinho, amor e principalmente pela amizade, alegrias e risadas na convivência

diária.

Agradeço a todas as pessoas que direta e indiretamente, contribuíram

para a realização deste trabalho.

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RESUMO

Crescimento Físico e Estado Nutricional de Escolares de seis a dez anos da Rede Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná.

Autora: Eline Salomons

Orientador: Prof. Ms. Cassiano Ricardo Rech

O objetivo do estudo foi investigar o comportamento de variáveis que

evidenciaram as características do crescimento físico e do estado nutricional em

escolares da Rede Municipal de Ensino de Arapoti/Paraná. Foram avaliados 1647

escolares (842 meninos e 805 meninas), com idade entre 6 e 10 anos.

Verificaram-se as características do crescimento físico e estado nutricional

através das medidas antropométricas, utilizando as relações de peso para a

idade, peso para a estatura e estatura para a idade. Os dados foram digitados no

programa Excel e a análise realizada no programa SPSS versão 10.0., adotou-se

um nível de significância de P>0,05. Utilizaram-se os procedimentos de estatística

descritiva (média, mediana, desvio padrão, amplitude), com os indicadores

estatura para idade (E/I) e peso para estatura (P/E). Quanto à classificação do

estado nutricional, através da classificação de WATERLOW (1977), observou-se

que a prevalência de eutrofia foi de 59,5% nos meninos e 53,2% nas meninas.

Quanto à desnutrição nos meninos observou-se que a desnutrição crônica,

pregressa e atual apresentaram prevalências de 1,4%, 10,5% e 9,1%

respectivamente. Nas meninas essas prevalências foram de 1,4%, 12,2% e

11,1%, respectivamente. Com relação ao sobrepeso e obesidade observou-se

que 19,5% dos meninos apresentam esse quadro; já nas meninas essa

prevalência foi de 22,3%. Em relação ao crescimento físico, observou-se que a

curva de P/I e E/I não diferiram das curvas padrões do NCHS (1977). Assim,

conclui-se que as crianças apresentaram altas taxas de prevalência de sobrepeso

e obesidade, com também de desnutrição.

Palavras Chave: Crescimento Físico, Estado Nutricional, Crianças,

Antropometria.

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ABSTRACT

Physical growth and Nutritional State of Scholars from six to ten years of the Municipal schools of Arapoti, Paraná.

Author: Eline Salomons

Advisor: Cassiano Ricardo Rech

The objective of the study was to investigate the behavior of variables that

evidenced the characteristics of the physical growth and the nutritional state of

children of the Municipal schools of Arapoti/Paraná. There were appraised 1647

scholars (842 boys and 805 girls), with age between 6 and 10 years. The

characteristics of the physical growth and nutritional state were verified through

the antrophometric measures, using weight for age, weight for stature and stature

for age. The data was typed in the program Excel and the analysis accomplished

in the program SPSS version 10.0, a level of significance of P<0.05 was adopted.

Descriptive statistics procedures were used (average, medium, diverts pattern,

width), with the indicators stature for age (S/A) and weight for stature (W/S). The

classification of the nutritional state, through the classification of WATERLOW

(1977), presented a prevalence of eutrophy of 59,5% in the boys and 53,2% in the

girls. For the malnutrition in the boys it was observed that the chronic, past and

current ones presented prevalences of 1,4%, 10,5% and 9,1% respectively. In the

girls those prevalences were of 1,4%, 12,2% and 11,1%, respectively. About the

overweight and obesity it was observed that 19,5% of the boys present that picture

and in the girls that prevalence was of 22,3%. In relation to the physical growth, it

was observed that the W/A and S/A curves did not differ of the pattern curves of

the NCHS (1977). So, it is concluded that the children presented high taxes of

prevalence of overweight and obesity, as well as malnutrition.

Key Words: Physical growth, Nutritional State, Children, Antrophometry.

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SUMÁRIO

I INTRODUÇÃO 1.1 O problema e sua importância.......................................................... 01

1.2 Objetivos do estudo .......................................................................... 02

1.2.1 Objetivo geral ........................................................................ 02

1.2.2 Objetivo específico ................................................................ 02

1.3 Delimitação do estudo ...................................................................... 03

II REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Crescimento Físico ........................................................................... 04

2.1.1 Velocidade do crescimento ................................................... 04

2.1.2 Recuperação do crescimento ............................................... 06

2.2 Fatores do crescimento .................................................................... 06

2.2.1 Fatores genéticos .................................................................. 07

2.2.2 Fatores nutricionais ............................................................... 07

2.2.3 Fatores ambientais ................................................................ 07

2.3 Avaliação do crescimento ................................................................. 09

2.4 Estado nutricional ............................................................................ 11

2.5 Avaliação do estado nutricional ........................................................ 12

2.6 Aspectos históricos, geograficos e culturais de Arapoti, Paraná ...... 13

III METODOLOGIA 3.1 Caracterização do estudo ................................................................. 15

3.2 População e amostra do estudo ....................................................... 15

3.3 Instrumentos e protocolos de coleta de dados ................................. 16

3.4 Procedimentos de coleta de dados .................................................. 17

3.5 Procedimentos estatísticos ............................................................... 18

3.6 Limitações do estudo ........................................................................ 18

IV APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 4.1 Características da amostra ............................................................. 20

4.2 Análise do estado nutricional .......................................................... 20

4.3 Análise do crescimento físico ......................................................... 24

V CONCLUSÃO 29 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 30 ANEXOS 34

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LISTA DE ANEXOS ANEXO 1: Relação das escolas municipais do Município de Arapoti,

Paraná..............................................................................................................

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Número de alunos matriculados no ano de 2006 e número de

alunos avaliados do ensino fundamental no município de Arapoti, Paraná.....

19

TABELA 2: Valores de média, desvio-padrão e amplitude das

características físicas dos escolares de seis a dez anos de idade da rede

Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná, avaliados no presente estudo.........

20

TABELA 3: Classificação do estado nutricional dos escolares de seis a dez

anos de idade da rede Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná, de acordo

com a classificação proposta por Waterlow de peso para a idade e estatura

para o peso corporal .......................................................................................

21

TABELA 4: Classificação do estado nutricional estratificado por idade dos

escolares do sexo masculino da rede Municipal de Ensino de Arapoti,

Paraná, de acordo com a classificação proposta por Waterlow de peso para

a idade e estatura para o peso corporal..........................................................

23

TABELA 5: Classificação do estado nutricional estratificado por idade dos

escolares do sexo feminino da rede Municipal de Ensino de Arapoti,

Paraná, de acordo com a classificação proposta por Waterlow de peso para

a idade e estatura para o peso corporal..........................................................

24

TABELA 6: Valores da mediana para o peso corporal (kg) de escolares de

seis a dez anos de idade da rede Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná....

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TABELA 7. Valores da mediana para a estatura corporal (cm) de escolares

de seis a dez anos de idade da rede Municipal de Ensino de Arapoti,

Paraná.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Prevalência de Risco à saúde, em relação a aspectos de

desnutrição, sobrepeso e obesidade em escolares de seis a dez anos de

idade da rede Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná...................................

22

FIGURA 2: Análise da curva de peso corporal (kg) em função da idade de

escolares de seis a dez anos de idade da rede Municipal de Ensino de

Arapoti, Paraná................................................................................................

25

FIGURA 3: Análise da curva de estatura (cm) em função da idade de

escolares de seis a dez anos de idade da rede Municipal de Ensino de

Arapoti, Paraná................................................................................................

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I INTRODUÇÃO 1.1 O problema e sua importância

Nos dias atuais têm-se mostrado maior a conscientização da importância

da saúde, porém ela não deve ser entendida somente como ausência de

doenças, mas também como um completo bem-estar tanto físico, como social e

psicológico (GUEDES & GUEDES, 2000).

O crescimento físico, expresso através da estatura e da massa corporal, são

importantes indicadores dos níveis de saúde de uma população jovem. Pode-se

encontrar crianças com uma nutrição insuficiente ou excessiva desencadeando a

desnutrição e a obesidade, respectivamente. Dentre os vários efeitos que a

desnutrição pode provocar, tem-se que crianças mal nutridas apresentam maior

risco de morbidade e mortalidade, e atraso no desenvolvimento motor e mental

(IRALA et al, 2001).

A obesidade na infância pode trazer sérias conseqüências para a saúde

como a hipertensão, o colesterol alto, problemas cardíacos, morte prematura,

entre outros (CANO et al, 2005).

É a partir do reconhecimento da importância do crescimento que os

organismos internacionais de saúde, como a Organização Mundial da Saúde

(OMS, 1983), e nacionais, como o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira

de Pediatria, preconizam o acompanhamento do crescimento como atividade de

rotina na atenção à criança (ZEFERINO et al, 2003).

O crescimento físico se caracteriza por profundas alterações nas variáveis

morfológicas. Para Marcondes (1994) o crescimento caracteriza-se por uma

divisão celular e conseqüente aumento de massa corpórea que pode ser

identificada em unidades, assim como, g/dia, kgmês, kg/ano, cm/mês, cm/ano, ou

seja, aumento de “unidade de massa” em determinada “unidade de tempo” .

Esse crescimento físico depende da interação do meio ambiente e o

potencial genético. O potencial genético é representado pela estatura dos pais e é

o fator que canaliza o tamanho final do adulto. Os fatores ambientais (com ênfase

em nutrição, estimulação biopsicossocial e atividade física) são muito importantes;

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poder-se-ia afirmar que o crescimento da criança é enfaticamente ambiente-

dependente (MARCONDES, 2002).

Como a nutrição tem grande influência sobre o processo de crescimento, a

antropometria, que é caracterizada pela avaliação das dimensões físicas e da

composição global do corpo humano, tem-se revelado como o método isolado

mais utilizado para o diagnóstico nutricional em nível populacional, sobretudo na

infância e na adolescência, pela facilidade de execução, baixo custo e inocuidade

(SIGULEM et al, 2000).

Não há registros sobre o tema proposto nas escolas municipais do

município de Arapoti-Paraná, embora seja o mesmo de suma importância e

necessidade, pois demonstra o crescimento físico e os estado nutricional de

crianças em idade escolar e permite a avaliação e o planejamento em direção de

um crescimento saudável.

Assim, este estudo tem como problema de pesquisa identificar qual é o

nível de crescimento físico e o estado nutricional de escolares de seis a dez anos,

da rede municipal de ensino de Arapoti, PR ?

1.2 Objetivos do estudo

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar o crescimento físico e o estado nutricional de escolares de seis a

dez anos de idade, da rede municipal de ensino de Arapoti, Paraná, Brasil.

1.2.2 Objetivos Específicos

Avaliar o peso corporal e a estatura dos escolares de seis a dez anos de

idade, da rede municipal de ensino de Arapoti, Paraná, Brasil.

Verificar o estado nutricional em função do sexo quando comparados com

as classificações propostas por Waterlow (1977).

Identificar as curvas de crescimento, para peso e estatura, em função da

idade e sexo dos ecolares e comparar com outras curvas nacionais e

internacionais.

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1.3 Delimitação do Estudo

Este estudo delimitou-se a analisar escolares de ambos os sexos, entre

seis e dez anos regularmente matriculados, nas escolas da zona urbana, no ano

de 2006, na rede municipal de ensino do municipio de Arapoti, Paraná.

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II REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Crescimento Físico

O crescimento físico consiste em alterações das dimensões dos

componentes corporais ou do corpo como um todo tanto no sentido longitudinal

como no sentido transversal (WALTRICK & DUARTE, 2000).

Com relação a essas alterações MALINA & BOUCHARD (1991) relatam que

essas alterações no tamanho do corpo são procedentes de três processos

celulares: a) um aumento no número de células, ou hiperplasia; b) um aumento no

tamanho da célula, ou hipertrofia; e c) um aumento nas substâncias intracelulares,

ou acreção. Esses processos ocorrem todos durante o crescimento, mas a

predominância de um ou outro processo varia de acordo com a idade e o tecido

envolvido.

Do ponto de vista biológico, o crescimento pode ser estudado em relação às

alterações do tamanho, da forma ou das funções celulares, representando a

distância percorrida entre dois momentos da vida do indivíduo, estendendo-se da

fecundação à senilidade (MARCONDES, et al. 1991).

2.1.1 Velocidade do Crescimento

O organismo humano apresenta uma seqüência, ritmo ou velocidade de

crescimento diferente ao longo do processo do ciclo da vida. Essa velocidade

pode ser calculada pela análise da relação entre a taxa de crescimento e uma

unidade de tempo, na maioria das vezes expressa em centímetros por ano. Como

o período de observação pode ser maior ou menor que um ano, esta base de

cálculo é anual, o que permite melhor comparação com o padrão de normalidade

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(FARIAS, 2002).

O crescimento é divido em etapas. Primeiro ocorre o crescimento intra-

uterino, que vai da concepção ao nascimento, essa fase é de grande intensidade

e marcado pelas divisões celulares. Posteriormente, inicia-se a primeira infância,

que compreende após o nascimento até mais ou menos os dois anos de idade, se

comparado ao crescimento da primeira fase, ele acontece mais lento (GALLAHUE

& OZMUN, 2005).

A fase intermediária que se denomina como segunda infância (5 aos 7

anos), é uma fase de equilíbrio e crescimento, pois a massa corporal se mantém

praticamente estável, enquanto que a estatura aumenta de forma moderada.

A fase da adolescência é, após o primeiro ano de vida, a fase de

crescimento mais acelerada. É o período em que as modificações em diversos

setores do organismo e de transformações psicológicas e sociais são de suma

importância para a formação do homem adulto (WALTRICK & DUARTE, 2000).

Segundo MALINA & BOUCHARD (1991) do nascimento ao início da

infância, a estatura e o peso corporal acompanham um padrão de crescimento de

quatro fases: ganho rápido na primeira infância e no início da infância, ganho um

tanto estável durante o final de infância, ganho rápido durante o estirão de

crescimento da adolescência, e ganho lento ate o término do crescimento, quando

se atinge a estatura adulta. No entanto, o peso corporal geralmente continua

aumentando durante a vida adulta.

O crescimento físico passa por fases de estirões mais rápidas quanto por

outras mais lentas. No primeiro ano de vida a criança tem o primeiro estirão do

crescimento pós-natal. O recém nascido, em condições normais, geralmente

dobra o seu peso aos 5 meses de idade, triplica com 1 ano e aumenta em

comprimento de 25 a 30 cm.

O segundo estirão do crescimento ocorre na adolescência, nesta fase, as

meninas ultrapassam os meninos, porque o período de estirão das meninas

acontece antes do período dos meninos, porém dura menos tempo (PIRES &

LOPES, 2004).

A aceleração (catch-up) e a desaceleração (catch-down) compensatórias

são um fenômeno normal no crescimento infantil. As crianças que nascem

pequenas podem acelerar seu crescimento, e as que nascem grandes podem

apresentar ritmo menor que lhes seja mais apropriado.

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Pode-se observar o mesmo fenômeno quando uma criança desnutrida é

submetida à realimentação. Verificou-se aqui uma aceleração compensatória,

pois os acréscimos de peso tornam-se maiores inclinando-se a curva para cima

até readquirir seu próprio ritmo. Já a desaceleração pode ser observada em

obesos que são submetidos a uma dieta alimentar controlada ou em crianças

eutróficas que, acometidas por processos agudos infecciosos, perdem peso

rapidamente (BARBIERI, et al. 1994).

2.1.2. Recuperação do Crescimento

O crescimento após uma interrupção (parada de crescimento) ou diminuição

de velocidade, uma vez retirado a causa da agressão ou ofertado o fator carente

e instituído o tratamento adequado, é capaz de retomar o seu ritmo anterior,

voltando ao seu canal de crescimento, como se a agressão ou a falta do fator não

tivesse ocorrido. Isto permite uma eventual recuperação da estatura e do peso

corporal, é a fase de recuperação do crescimento ou “catch-up growth” (FARIAS,

2002).

2.2 Fatores do Crescimento

O crescimento físico pode ser afetado por diversos fatores. O crescimento

do indivíduo depende de seu próprio organismo e do ambiente onde ele vive.

Entre os fatores ambientais encontramos a nutrição, a atividade física,

estimulação psicossocial, modo de vida, etc. Ainda enfatiza-se a participação

endócrina e do esqueleto no crescimento humano (GUEDES & GUEDES, 2000).

MARCONDES (1989) agrupou esses fatores em dois grandes segmentos:

a) os intrínsecos, também denominados de fatores orgânicos ou individuais,

pelo fato de as menores estaturas provocadas em decorrência desses fatores

afetarem os indivíduos em particular e não a população de forma geral.

b) os extrínsecos, também chamados de fatores ambientais, de ordem

externa ou populacional, por causarem prejuízos à estatura em termos

populacionais (GUEDES & GUEDES, 2000).

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2.2.1 Fatores Genéticos

Para Marcondes (2002) “o homem possui a capacidade genotípica ou

constituição individual; de sua interação com os fatores ambientais resulta a

capacidade fenotípica ou vitalidade”. Os fatores individuais ou intrínsecos são

representados basicamente pela instrução genética contida no ovo e concretizada

em seu DNA e da qual depende o desdobramento de substâncias na criação do

organismo vivo (MARCONDES, 2002).

As correlações pais e filhos entre comprimento ou peso da criança ao nascer

e estatura ou peso dos pais são bem pequenas. Porém, as correlações

aumentam progressivamente com a idade da criança e chegam à cerca de 0,3 a

0,4 após o estirão adolescente de crescimento e a maturação sexual. (MALINA &

BOUCHARD, 1991).

Comparando-se gêmeos, a correlação para a estatura, de 0,97, e para o

peso corporal também tende a aumentar com a idade. Isso confirma claramente o

fator genético, principalmente se considerarmos que para gêmeos dizigóticos a

correlação é a mesma que de irmão ou irmã (0,50) (FARIAS, 2002).

Se, por um lado, com base nos resultados encontrados através de diversos

estudos apresentados, torna-se possível que afirmar que o crescimento pode ser

diretamante controlado pelo genótipo, por outro, não existem dúvidas de que os

fatores ambientais desempenham um importante papel no sentido de que todo o

potencial genético seja alcançado (GUEDES & GUEDES, 2000).

2.2.2 Fatores Nutricionais

Os nutrientes são muito importantes no crescimento e desenvolvimento da

criança. A alimentação é fundamental para a prevenção das deficiências

nutricionais. Uma alimentação adequada em quantidade e qualidade ideais

proporciona à criança energia. A água, as proteínas, vitaminas, os minerais,

gorduras e carboidratos são os principais nutrientes para o crescimento e a

maturação normais e as necessidades energéticas do crescimento. No caso de

carência de qualquer um desses nutrientes, poderá ocorrer retardo ou alteração

de crescimento e desenvolvimento (Farias, 2002). O processo nutricional pode ter

conseqüências patológicas capazes de alterar, às vezes definitivamente, o

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funcionamento do organismo humano (MALINA & BOUCHARD, 1991).

A energia provinda dos alimentos permite ao organismo a manutenção das

funções fisiológicas da nutrição que incluem o consumo dos alimentos, digestão,

absorção e transporte de nutrientes, transformação e armazenamento dos

substratos, utilização dos nutrientes para a síntese e manutenção dos tecidos, e

mobilização de energia (MALINA & BOUCHARD, 1991), ou seja, esta energia é

necessária tanto para o organismo em repouso quanto durante as mais variadas

atividades físicas

A dieta equilibrada é aquela que apresenta relação proporcional com a

demanda energética, com as necessidades especiais do crescimento, da

regeneração ou da resposta ao estresse, assim como, da prevenção de doenças

e manutenção da saúde (KANE, 1993 apud FARIAS, 2002).

A água é talvez o nutriente mais importante, ela funciona como solvente e

regulador de temperatura. As proteínas têm como funções principais o

crescimento, manutenção e reparo dos tecidos. Os carboidratos são as principais

fontes de energia para o corpo. As gorduras são responsáveis pela constituição

do protoplasma e pela veiculação das vitaminas lipossolúveis, essenciais para a

síntese de esteróides. São também importantes fontes de energia. Os minerais

são importantes para a função de transporte e são partes de reações químicas

fundamentais do metabolismo.

Todas as vitaminas são indispensáveis para o crescimento, elas têm função

reguladora. A deficiência de uma delas pode causar distúrbios metabólicos sobre

o crescimento e a maturação.

Conforme Marcondes (1994), crescer é sinônimo de “proteinizar”, isto é,

reter nitrogênio. A proteína é os materiais únicos, insubstituíveis e essenciais para

o crescimento, mas só ela não basta, a ação dos nutrientes precisa acontecer em

conjunto com outros, para poderem proporcionar uma boa saúde e,

conseqüentemente, desenvolver o bom crescimento da criança.

2.2.3 Fatores Ambientais

Muitos pesquisadores dão uma grande importância aos fatores do meio

ambiente, por acreditarem que a magnitude com que o potencial genético se

manifesta depende fundamentalmente das condições ambientais.

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São inúmeros os fatores ambientais que influenciam o crescimento, como o

nível sócio-econômico e sua multiplicidade de atributos, as alterações climáticas e

o aspecto nutricional (EVELETH ,1986 apud FARIAS, 2002).

Estudos em diferentes partes do mundo têm comprovado que as crianças e

os adolescentes, pertencentes a famílias de um mais alto nível sócio-econômico,

demonstram uma tendência a apresentar valores de estatura e de peso corporal

mais elevado do que os pertencentes a famílias menos privilegiadas

(BELMAKER, 1982; BUSCHANG & MALINA, 1983; OLIVER & DEVIENE, 1983

apud GUEDES & GUEDES 2000).

São inúmeras as causas dessa diferenciação sócio-econômica quanto ao

crescimento. Entre elas, renda per capta da família mais baixa, condições de

habitação e saneamento básico mais precário, menor preocupação com a higiene

pessoal, dificuldades de acesso a serviços de saúde e menor nível educacional

entre as famílias de menor nível sócio-econômico (GUEDES & GUEDES, 2000).

Alterações climáticas também podem afetar o crescimento das crianças.

Alguns estudos comprovaram que crianças que residem em regiões mais quentes

apresentam menores medidas de estatura e peso corporal. O mesmo ocorre com

crianças que moram em regiões de altas altitudes.

A prática regular da atividade física tem muitas vantagens. Para as

crianças em crescimento e aprendizado, o estilo de vida envolvendo bons hábitos

alimentares e a prática de atividade física regular, é muito importante, pois

proporciona um melhor rendimento escolar, o aumento da freqüência às aulas, a

diminuição de comportamentos inadequados, a melhora do relacionamento com

os pais, o aumento da responsabilidade, bem como a melhora no nível de aptidão

física (FARIAS,2002).

2.3 Avaliação do Crescimento

O principal indicador do crescimento normal e sadio de um indivíduo é o

aumento regular do seu peso (Marcondes, 2002). A avaliação do crescimento é

muito importante, pois pode ser usada como medida de saúde e nutrição em que

se encontra um indivíduo ou um determinado grupo. A avaliação do crescimento é

usada para descrever as modificações no tamanho das estruturas corporais ou do

corpo como um todo (GLANER, 2003).

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O controle do crescimento saudável refletirá na qualidade de vida deste

individuo quando adulto. Por esse motivo, é importante a avaliação do

crescimento da criança regularmente, é um bom instrumento que se dispõe para

avaliar a condição nutricional, identificar precocemente a desnutrição, a

obesidade e qualquer outro distúrbio de crescimento (SOUZA E NETO, 2003).

O método mais utilizado para avaliar o crescimento é o antropométrico com

as variáveis de peso e estatura corporal. É um procedimento simples e de baixo

custo (GLANER, 2003).

O peso aumentado numa taxa rápida e cruzando os canais de vigilância é

caracterizado como obesidade, ou seja, quando atinge níveis muito elevados de

peso. O consumo alimentar tem sido relacionado à obesidade não somente

quanto ao volume da ingestão alimentar, como também a mudanças na

composição e qualidade da dieta (TRICHES E GIUGLIANI, 2005).

A diminuição do peso após um período (dias, meses), pode ser o resultado

de subnutrição, uma doença aguda severa ou crônica não diagnosticada ou

problemas emocionais significativos (MAHAN & STUMP, 1998 apud FARIAS,

2002).

O padrão de crescimento que se espera ter é aquele obtido a partir de um

levantamento populacional etnicamente semelhante às crianças cujo crescimento

se deseja avaliar, onde as crianças tivessem a oportunidade de desenvolver

plenamente todo o seu potencial de crescimento, sem agressões ambientais

significativas que pudessem interferir negativamente neste potencial (TANNER,

1986 apud GUEDES & GUEDES, 2000).

A sugestão é que se construam curvas de crescimento, provenientes de

populações que, a princípio, tiveram as melhores oportunidades de atingir todas

as possibilidades genotípicas de crescimento, no caso, populações sadias de

países desenvolvidos, ou de grupos populacionais pertencentes a estratos

socioeconômicos elevados de países em desenvolvimento (FARIAS, 2002).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda os resultados de

estatura e peso corporal obtidos por meio do estudo desenvolvido pelo National

Center For Health Statistics – NCHS (HAMILL et al., 1979) dos Estados Unidos da

América como indicadores referenciais para avaliação do crescimento físico em

nível mundial.

Em relação a essa recomendação à própria Organização Mundial da Saúde

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(OMS) reconhece que:

a) os resultados dizem respeito a uma população sadia e bem nutrida;

b) as amostras apresentam tamanho adequado e elevado índice de

representatividade em relação à população analisada; e

c) as medidas foram realizadas obedecendo-se rigorosamente aos padrões

desejados, com equipamentos adequados e controle de qualidade em relação às

medidas durante todo o transcurso do estudo (GUEDES & GUEDES, 2000).

Porém, pode-se observar que nem todos adotam esse referencial

internacional para avaliar o crescimento de suas crianças, em razão dos aspectos

étnicos e das eventuais diferenças genéticas da população de cada país e/ou

região, e também da tendência secular.

O Brasil adota, para controle do crescimento em crianças, o referencial do

NCHS, indicado pela Organização Mundial da Saúde (2001) e Ministério da

Saúde (2000).

2.4 Estado Nutricional

Pode-se definir o estado nutricional como sendo uma medida da extensão

na qual a necessidade fisiológica do indivíduo por nutrientes está sendo

alcançada (MAHAN & STUMP, 1998 apud FARIAS, 2002). É um processo que

envolve o relacionamento do consumo de alimentos com o funcionamento do

organismo ( MALINA & BOUCHARD, 1991).

Numa estrutura social como a brasileira (capitalismo periférico ou

dependente), o estado nutricional diferencia-se entre as diferentes classes

sociais, e também entre as diferentes categorias sociais dessas classes, bem

como entre os diferentes indivíduos que comportam essas categorias (FARIAS,

2002).

Mediante a alimentação adequada em quantidade e qualidade, o organismo

adquire a energia e os nutrientes necessários para o bom funcionamento e para a

manutenção de um bom estado de saúde. É de se ressaltar o conhecimento dos

prejuízos decorrentes quer do consumo alimentar insuficiente (deficiências

nutricionais), quer do consumo alimentar excessivo (obesidade) (MONTEIRO et

al. 1995 apud CANO et al. 2005).

11

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A alimentação inadequada nos primeiros anos de vida pode levar a criança a

um estado de desnutrição, caracterizado pelo crescimento abaixo do esperado,

peso deficientes ou ambas as situações combinadas. Em crianças, a deficiência

de calorias e proteínas tem, geralmente, como primeira manifestação, o déficit de

peso. Os sinais clínicos na desnutrição protéico-calórica (DPC) só ocorrem

tardiamente e, portanto, nos casos mais severos (FERREIRA ET AL. 1988).

Quando a alimentação é insuficiente, o organismo adapta-se para continuar

funcionando. Muitas vezes, os mecanismos utilizados nessa adaptação são

invisíveis – ou somente tornam-se visíveis mais tarde, no caso de crianças que

dispõem de gráficos de acompanhamento para medir as taxas de crescimento.

Virtualmente, o único sinal visível é a fraqueza, uma queda de energia que

acontece enquanto o organismo luta para conservar a energia. Crianças

desnutridas tendem a permanecer parada ao invés de ficar em pé, deitar ao invés

de sentar (UNICEF, 1994, p.16 apud FARIAS, 2002).

Segundo Marcondes (1982) são vários os distúrbios em relação ao estado

nutricional. A distrofia caracterizada pela somatória das doenças crônicas que

envolvem um ou mais nutrientes (excluem-se água, eletrólitos, glicose e outros) e

dá-se por deficiência de nutrientes: desnutrição (calorias e proteínas); anemia

(ferro); raquitismo (vitamina D); escorbuto (vitamina C). Outras, por excesso de

nutrientes: obesidade, hipertensão, diabetes e outras.

2.4.1 Avaliação do Estado Nutricional

Os avanços científicos verificados nas últimas três décadas têm

demonstrado a grande influência da nutrição sobre as dimensões físicas e a

composição global do organismo, principalmente em relação ao processo de

crescimento (FARIAS, 2002). Neste sentido, as medidas antropométricas têm sido

transformadas, universalmente, em importantes indicadores diretos do estado

nutricional de indivíduos e de populações (VASCONCELOS, 2000 apud FARIAS,

2002).

A avaliação do estado nutricional tem-se constituído, ao longo do tempo, em

um importante procedimento para a apreciação das condições de saúde dos

indivíduos e populações.

A avaliação do estado nutricional é uma etapa fundamental no estudo de

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uma criança, para que possamos verificar se o crescimento está se afastando do

padrão esperado por doença e/ou por condições sociais desfavoráveis (MELLO,

2002).

Restrições alimentares agudas terão reflexos imediatos sobre o peso,

enquanto que déficits na estatura só serão possíveis de observar se essa

restrição seja prolongada. Por esse razão, o peso é um dos indicadores mais

sensíveis para diagnosticar desnutrição, sendo que observações de déficits

ponderais podem indicar desnutrição recente ou atual, enquanto déficits na altura

podem estar relacionados a uma desnutrição pregressa. No caso do indivíduo

apresentar deficiência ponderal e estatural, pode-se estar frente a um caso de

desnutrição crônica, ou seja, do passado até o presente (FERREIRA ET AL.

1988).

A avaliação do estado nutricional é um procedimento realizado de maneira

objetiva, de fácil metodologia, sem exigir tecnologia sofisticada. Existem diversos

métodos para a avaliação do estado nutricional. Conforme Mahan e Stump

(1998), indicadores antropométricos podem ser desenvolvidos em um padrão

interno dentro de um estudo específico, de uma referência de crescimento local,

ou a partir de uma referência internacional (FARIAS, 2002).

2.6 Aspectos históricos, geográficos, demográficos e culturais do município de

Arapoti, Paraná.

A fazenda Capão Bonito, de propriedade de Romana Duarte de Camargo,

possui extrema importância na história do município, pois foi por suas terras que a

rede Viação Paraná – Santa Catarina chegou em Cachoeirinha, atual Arapoti.

A proprietária desta fazenda, permitiu que a rede cortasse suas terras, com

isso atraiu diversas pessoas à região, e dessa forma, deu-se inicio ao loteamento

de parte de suas terras para que essas pessoas pudessem instalar-se.

Por volta de 1913 vieram os imigrantes poloneses e espanhóis, além de

pessoas da região. Em 1918, um grupo alemão constrói uma fábrica de papel,

sendo inaugurada em 1921, o que proporciona um grande marco no avanço da

cidade.

O nome da estação Cachoeirinha acabou sendo mudado, pois havia uma

outra estação Cachoeirinha no Rio Grande do Sul, fazendo com que muitas

13

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correspondências fossem extraviadas, provocando alguns prejuízos a empresa.

Acredita-se que o nome de Arapoti, escolhido pela Rede de Viação Paraná

Santa Catarina, foi escolhido pois o trajeto que o trem fazia, ao chegar ou deixar a

região, passava por muitos campos, talvez cobertos de flor. Nome de origem

indígena significa Campos Floridos.

No dia 25 de novembro de 1954 foi fundado Arapoti e, em 18 de dezembro

do ano seguinte, Arapoti consegue sua emancipação política. Em 1960, um grupo

de imigrantes holandeses radicou-se em Arapoti fundando a Cooperativa Agro

Pecuária Arapoti LTDA e na década de 80 o grupo Bamerindus inicia a

construção da Indústria de Papel de Arapoti S/A. Muitas pessoas vieram residir

em Arapoti, contribuindo com a continuidade do desenvolvimento econômico do

município.

O clima de Arapoti é subtropical úmido, com verões frescos e inverno com

ocorrência de geadas. A cidade de Arapoti conta com uma população de

aproximadamente 24 mil habitantes, com área territorial de 1534 km2, altitude de

872m do nível do mar. Limita-se ao norte com os municípios de Pinhalão e

Tomazina; ao sul com Piraí do Sul; ao leste com São José da Boa Vista e ao

Oeste com Ventania (censo 2000). O índice de desenvolvimento humano é de

0,761.

A economia é baseada principalmente na indústria de papel e madeira, no

extrativismo de madeira e areia, agricultura, pecuária e no comércio. A produção

agrícola preponderante é a de milho, soja, feijão e trigo.

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III METODOLOGIA

3.1 Caracterização do Estudo

Este estudo transversal, caracteriza-se como uma pesquisa descritiva

populacional (Lakatos e Marconi, 2006) e objetiva analisar o estado nutricional e o

crescimento físico de escolares de seis a dez anos de idade da rede municipal de

ensino de Arapoti, Paraná.

3.2 População e Amostra do Estudo

A população do estudo foi composta por escolares de seis a dez anos,

matriculados no ano de 2006, no ensino fundamental no Município de Arapoti,

Paraná.

De acordo com o senso escolar (Secretária Municipal de Arapoti, 2006),

existem matriculados no ensino fundamental 2082 alunos. Destes somente

aqueles entre seis e dez anos fizeram parte da amostra. Essa população está

distribuída em 7 escolas municipais localizadas na zona urbana do município e 1

escola localizada na zona rural. Para este estudo foram avaliadas somente as 7

escolas urbanas. O quadro 1, apresenta os valores de escolares matriculados e

avaliados no ensino fundamental em relação as escolas.

Quadro 1: número de alunos matriculados no ano de 2006 e número de alunos

avaliados do ensino fundamental no município de Arapoti, Paraná.

Escola Nº alunos matriculados % escola Nº alunos avaliados %

1 162 7,8 132 8 2 150 7,2 114 7 3 564 27,1 437 26,5 4 146 7,0 110 6,7 5 105 5,0 71 4,3 6 453 21,8 353 21,4 7 502 24,1 430 26,1 Total 2082 100 1647 100

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Devido ao fato do número reduzido de escolas e turmas, optou-se pela

mensuração de todas as turmas e alunos, assim a amostra foi composta pela

população total da rede municipal. Destes, 280 alunos não participaram da

amostra por estarem fora do intervalo de idade.

Houve uma perda amostral de 155 alunos, devido: terem se transfererido

de escola, não estão vindo mais à escola, não concordaram em participar do

estudo ou estão matriculados na escola rural do município. Assim, a amostra final

foi composta por 1647 escolares (842 masculino e 805 feminino), 91,4% do total

dos alunos matriculados no ensino fundamental do município de Arapoti, Paraná,

na faixa etária delimitada para o estudo.

3.3 Instrumentos e Protocolos de Coleta de Dados

O peso corporal, foi mensurado por meio de uma balança Plenna digital,

com escalas de 100 gramas, os mesmos estavam descalços e utilizando apenas

um calção/bermuda e camiseta. A estatura foi verificada por meio de uma fita

métrica fixada na parede. Utilizou-se os protocolos de Alvarez e Pavan (2003),

sendo que todas as medidas antropométricas foram realizadas pelo mesmo

avaliador.

A idade foi analisada em relação a diferença entre a data de nascimento e

a data da avaliação. Utilizando a idade centesímal de acordo com as

recomendações (NCHS, 1977). A partir das medidas de peso corporal e estatura,

foram analisados o estado nutricional e a curva de crescimento para a idade dos

escolares mensurados.

Para a avaliação nutricional utilizou-se os procedimentos de peso para a

idade, estatura para a idade e peso para a estatura, conforme especificações da

OMS (1983).

Após identificado o ponto médio de cada variável para a idade, calculou-se

o desvio em percentual em relação a média recomendada (OMS, 1983). A partir

desse percentual de desvio apresentado por cada criança foi classificada de

acordo com a tabela apresentada por WATERLOW (1977), onde se observou os

seguintes critérios:

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Desnutrido crônico: quando o déficit for de peso e estatura, ou seja,

percentual de peso em relação à mediana < 90% do esperado para sua altura, e

estatura < 95% do esperado para sua idade e sexo.

Desnutrido pregresso: quando o déficit for somente de estatura, ou seja,

percentual de peso em relação à mediana > 90% do peso esperado para sua

altura, e estatura < 95% do esperado para sua idade e sexo.

Desnutrido atual: quando o déficit for somente de peso, ou seja, percentual

de peso em relação à mediana < 90% do esperado para sua altura, e estatura

>95% do esperado para sua idade e sexo.

Eutrófico: quando o percentual de peso em relação à mediana estiver entre

90% e 110% do peso esperado para estatura (normalidade).

Sobrepeso: quando o peso em relação à mediana > 110% e 120% do peso

esperado para a estatura.

Obeso: quando o peso em relação à mediana ≥ 120% e < 140% em relação

à estatura.

Grande obeso: quando o peso em relação à mediana > 140% em relação à

estatura.

Com relação ao crescimento físico foram construídas curvas de peso para

idade e estatura para a idade em ambos os sexos. Adotou-se como ponto de

visualização a mediana de cada variável (percentil 50), como referência.

Também utilizou-se a comparação com outras curvas de crescimento Nacionais e

Internacionais para fins de observação. Foram analisadas as curvas do NCHS

(1977), GUEDES & GUEDES (1998), MARCONDES (1982).

3.4 Procedimentos de Coleta de Dados

Primeiramente entrou-se em contato com a Secretaria de Educação do

Municipio de Arapoti, Paraná, onde apresentou-se o projeto de pesquisa e seus

objetivos, solicitou-se a permissão para desenvolvê-lo nas escolas. Após receber

a autorização da Secretaria foi realizado um levantamento do número de escolas

no município, número de alunos matriculados no ensino fundamental.

Posteriormente, entrou-se em contato com os diretores das 7 escolas

localizadas na área urbana do município, a fim de agendar a coleta de dados. No

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dia agendado a coleta de dados foi realizada durante todo o dia no período das

aulas, conforme a liberação dos professores das disciplinas.

A coleta de dados compreendeu o período entre Junho e Agosto de 2006,

sendo que a coleta foi realizada pela pesquisadora principal e uma profissional

em Nutrição, ambas treinadas nos protocolos aplicados.

Todas as crianças avaliadas foram voluntárias e os pais cientes dos

procedimentos que foram realizados. Após as análises dos dados foi entregue a

cada escola um relatório sobre a condição nutricional de cada aluno e uma média

da escola para os diretores das 7 escolas.

3.5 Procedimentos Estatísticos

Utilizou-se os procedimentos de estatística descritiva (média, mediana,

desvio padrão, amplitude), para as comparações entre os sexos foi utilizado o

teste t de student. Os dados foram tratados e digitados no programa Excel e a

análise realizada no programa SPSS versão 10.0. adotou-se um nível de

significância de P>0,05.

3.6 Limitações do Estudo

Este estudo apresenta como limitações a não mensuração dos alunos da

área rural do município de Arapoti. O fato de não serem consideradas variáveis

sóciodemograficas, econômicas e nutricionais que podem influenciar no padrão

de crescimento e no estado nutricional.

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IV APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este capítulo aborda a apresentação e a discussão dos resultados do

estudo que tem como objetivo analisar o crescimento e o estado nutricional de

escolares entre seis e dez anos de idade, pertencentes à rede Municipal de

Ensino de Arapoti no Estado do Paraná, Brasil. Para uma melhor apresentação

dos resultados, o mesmo está dividido em três sub-capítulos:

a) apresentação das características gerais da amostra;

b) análise do estado nutricional

c) análise do crescimento físico.

A fim de atingir os objetivos do estudo foram avaliados 1647 indivíduos,

sendo 842 (51,2%) do sexo masculino e 805 (48,8%) do sexo feminino. A tabela 1

apresenta a distribuição de escolares avaliados em relação à faixa etária.

Os dados demonstram que o maior percentual de escolares investigados

encontra-se na faixa etária de oito anos representando 25,7% das crianças

avaliadas.

Apesar disso observa-se que houve uma boa distribuição dos escolares

nas categorias de idade em ambos os sexos, não tendo faixas etárias com uma

grande superioridade ou redução de alunos avaliados.

Tabela 1. Distribuição de escolares de seis a dez anos de idade da rede

Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná, avaliados no presente estudo.

Masculino Feminino Idade

N % n %

6 anos 95 11,3 101 12,5

7 anos 192 22,8 179 22,2

8 anos 219 26,0 205 25,5

9 anos 208 24,7 185 23,0

10 anos 128 15,2 135 16,8

Total 842 100 805 100

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4.1 Características Gerais da Amostra Em relação às características físicas dos escolares, pode-se observar que

houve diferenças estatísticas (P>0,05), entre os sexos para as variáveis de peso

corporal e estatura. Observa-se que o peso médio dos meninos (26,4±10,1kg) foi

maior que o apresentado pelas meninas (24,8±8,5kg). Com relação as estatura as

meninas (130,1±10,1cm) se mostraram mais altas que os meninos

(128,5±10,1cm). Porém essa diferença não foi observada no cálculo do IMC, que

apresentou uma diferença média de 0,08kg/m².

A tabela 2 demonstra os valores descritivos (média, desvio padrão e

amplitude) para as variáveis de idade, peso corporal, estatura e IMC.

Tabela 2. Valores de média, desvio-padrão e amplitude das características físicas

dos escolares de seis a dez anos de idade da rede Municipal de Ensino de

Arapoti, Paraná, avaliados no presente estudo.

Masculino n=(842) Feminino n=(805) Variáveis

Média±dp Amplitude Média±dp Amplitude

Idade (anos) 8,1 ± 1,23 6 – 10 8,1 ± 1,27 6 – 10

Peso corporal (kg) 26,4 ± 10,1 * 18,2 – 70,1 24,8 ± 8,5 18,2 – 61,4

Estatura (cm) 128,5 ± 10,1 * 112 – 175 130,1 ± 10,1 107 – 165

IMC (kg/m2) 18,77 ± 2,64 15,5 – 32,3 19,25 ± 2,87 12,5 – 33,9

* difere estatisticamente P < 0,05. IMC: Índice de massa corporal.

4.2 Análise do estado nutricional

Em relação ao estado nutricional dos escolares conforme os dados

apresentados na tabela 3, observa-se que a maior concentração de escolares foi

classificada como eutrófica em ambos os sexos, um percentual de 59,5%

(meninos) e de 53,3% (meninas), representando um total de 56,4% dos escolares

avaliados, apresentando um estado nutricional adequado.

Considerando-se que a maioria dos escolares foi classificada como normal,

ou seja, o percentual de peso em relação à mediana está entre 90% e 110% do

peso esperado para estatura esse índice é baixo se verificarmos as crianças que

não estão identificadas como eutróficas.

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Quando analisada a desnutrição, observou-se que nos meninos o percentual

foi de 21%; sendo 1,4% de desnutrição crônica, 10,5% de desnutrição pregressa

e 9,1% de desnutrição atual. Já nas meninas a desnutrição correspondeu a

24,6%; sendo 1,4% de desnutrição crônica, 12,2% de desnutrição pregressa e

11,1% de desnutrição atual.

Estas prevalências são consideradas elevadas, pois a desnutrição é

caracterizada pelo crescimento abaixo do esperado e, apresenta diversos

problemas relacionados ao desenvolvimento normal de uma criança

(MARONDES, 1994).

Déficits no peso da criança podem indicar desnutrição recente ou atual,

déficits na altura geralmente estão relacionados a uma desnutrição pregressa e

se a criança apresentar deficiência ponderal e estatural, pode-se estar frente a um

caso de desnutrição crônica, isto é, do passado até o presente.

Tabela 3. Classificação do estado nutricional dos escolares de seis a dez anos de

idade da rede Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná, de acordo com a

classificação proposta por Waterlow de peso para a idade e estatura para o peso

corporal.

Masculino Feminino Total Classificação

N % n % n %

Desnutrição Crônica 12 1,4 11 1,4 23 1,4

Desnutrição Pregressa 88 10,5 98 12,2 186 11,2

Desnutrição Atual 77 9,1 89 11,1 166 10,1

Eutrofia 501 59,5 428 53,2 929 56,4

Sobrepeso 79 9,4 85 10,6 164 10,0

Obeso 59 7,0 71 8,8 130 7,9

Obeso Mórbido 26 3,1 23 2,9 49 3,0

* não houve associação das categorias de estado nutricional e o sexo (X2=0,035;

P=0,852).

O sobrepeso e a obesidade correspondem a 19,1% para meninos e 22,8%

para meninas. No sexo masculino o sobrepeso foi de 9,4%, a obesidade de 7,0%

e a obesidade mórbida de 3,1%. No sexo feminino esses valores foram mais

elevados no sobrepeso (10,6%) e na obesidade (8,8%), porém inferior ao dos

meninos na obesidade mórbida (2,9%).

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De acordo com a tabela apresentada por WATERLOW (1977) é

caracterizado como sobrepeso e obesidade quando o peso em relação à mediana

é superior a 110%.

POLLETO (2001), identificou que em Porto Alegre,RS analisando uma

escola a prevalência de eutrofia foi de 44,9% para os meninos e 36,4%. 3,7%

apresentaram desnutrição crônica, 19,6% desnutrição pregressa e 13,8%

desnutrição atual. Neste estudos os valores de obesidade foram de 3,4% dos

meninos e 16,4% das meninas e apenas 0,5% apresentou obesidade mórbida.

O excesso de peso tem uma relação direta com os hábitos alimentares e a

prática de atividades físicas, demonstrando que cada vez mais as crianças estão

adotando hábitos não saudáveis, o que demonstra um elevado índice de crianças

caracterizadas como obesas, principalmente nos meninos avaliados. Esses

aumentos na prevalência de obesos também estão vinculados com aspectos da

urbanização e industrialização das cidades, que torna os hábitos diários cada vez

mais sedentários.

59,553,2

40,546,6

0

20

40

60

80

100

Masculino Feminino

%

Risco à saúde Normal

Figura 1. Prevalência de Risco à saúde, em relação a aspectos de desnutrição,

sobrepeso e obesidade em escolares de seis a dez anos de idade da rede

Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná.

Os dados sugerem que estamos frente a um quadro complexo de análise.

Verifica-se que, dentro de uma mesma população, ocorreu simultaneamente uma

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quantidade significativa de crianças com carência nutricional e com evidências de

sobrepeso e obesidade.

Os valores de desnutrição, sobrepeso e obesidade mesmo sendo inferiores

aos valores de eutrofia tornam-se bastante elevados quando são considerados

juntos, caracterizando os fatores de risco para a saúde como demonstra o gráfico

1. Nos meninos esse indicador corresponde a 40,5% e a 46,6% nas meninas.

Observa-se que as meninas apresentaram valores mais elevados que os

meninos em relação aos dois aspectos de risco à saúde, conseqüentemente os

meninos apresentaram maior índice de normalidade.

Quando se analisa o estado nutricional em função da faixa etária é possível

observar que os meninos (Tabela 4) apresentam uma maior prevalência de

eutrofia em todas as idades. Porém, a obesidade mórbida chama a atenção, pois

a mesma aumentou com o avanço da idade, passando de 2,1% aos seis anos

para 3,9% aos dez anos. O que demonstra claramente a ação da idade e de

fatores ambientais no aumento da obesidade.

Tabela 4. Classificação do estado nutricional estratificado por idade dos escolares

do sexo masculino da rede Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná, de acordo

com a classificação proposta por Waterlow de peso para a idade e estatura para o

peso corporal.

6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos Classificação

n % n % n % n % n %

Desnutrição Crônica 1 1,1 5 2,6 4 1,8 2 1 0 0

Desnutrição Pregressa 11 11,6 23 12 25 11,4 17 8,2 12 9,4

Desnutrição Atual 8 8,4 15 7,8 18 8,2 26 12,5 10 7,8

Eutrofia 59 62,1 115 59,9 120 54,8 123 59,1 84 65,6

Sobrepeso 10 10,5 19 9,9 26 11,9 17 8,2 7 5,5

Obeso 4 4,2 9 4,7 20 9,1 16 7,7 10 7,8

Obeso Mórbido 2 2,1 6 3,1 6 2,7 7 3,4 5 3,9 Não houve associação das categorias de estágio nutricional e idade.

Já quando se considera a desnutrição a mesma diminui em função da idade

em todas as categorias de desnutrição, inferindo que baixos níveis de peso

podem ser recuperados em idades futuras, dependendo da exposição a fatores

estimuladores.

23

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Identifica-se que em todas as faixas etárias para os meninos (Tabela 4) que

a desnutrição pregressa foi elevada, isto é caracterizado por um déficit na altura

da criança. O mesmo ocorre com o sobrepeso que geralmente é decorrente de

maus hábitos alimentares e do estilo de vida das crianças. Aos oito, nove e 10

anos a obesidade dos meninos também se encontra um pouco elevada.

Nas meninas nota-se que houve um aumento discreto da desnutrição geral

com o passar dos anos (Tabela 5), apontando para cuidados com os hábitos

alimentares destas crianças. Por outro lado, houve um aumento acentuado nos

caso de obesidade mórbida e uma manutenção dos casos de obesidade e

sobrepeso.

Este quadro evidencia um possível aumento da prevalência de risco a

saúde em relação ao aumento do peso, o que tem sido observado em outros

estudos (POLLETO, 2001).

Tabela 5. Classificação do estado nutricional estratificado por idade dos escolares

do sexo feminino da rede Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná, de acordo com

a classificação proposta por Waterlow de peso para a idade e estatura para o

peso corporal.

6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos Classificação

n % n % n % n % n %

Desnutrição Crônica 0 0 2 1,1 3 1,5 3 1,6 3 2,2

Desnutrição Pregressa 12 11,9 21 11,7 33 16,1 20 10,8 12 8,9

Desnutrição Atual 11 10,9 14 7,8 24 11,7 22 11,9 18 13,3

Eutrofia 55 54,5 91 50,8 114 55,6 100 54,1 68 50,4

Sobrepeso 12 11,9 26 14,5 17 8,3 16 8,6 14 10,4

Obeso 10 9,9 21 11,7 9 4,4 18 9,7 13 9,6

Obeso Mórbido 1 1 4 2,2 5 2,4 6 3,2 7 5,2 Não houve associação das categorias de estágio nutricional e idade. 4.3 Análise do Crescimento Físico Considerando o perfil sobre os hábitos de vida de característica

predominantemente sedentária e a presença significativa de crianças nos dois

extremos das curvas de nutrição, ou seja, com indicadores de desnutrição por um

lado e o crescente aumento dos níveis de excesso de peso por outro, preocupou-

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se em realizar uma análise do crescimento físico dos escolares, verificando os

índices médios de crescimento (estatura e peso corporal) de ambos os sexos e

em todas as idades e comparando estes índices com as escalas normativas

propostas pelos organismos internacionais e estudos brasileiros.

Quanto aos valores médios de peso corporal (gráfico 2), verifica-se um

comportamento crescente em ambos os sexos e ao longo das idades

consideradas, sendo que aos 6 e 7 anos, meninas e meninos apresentam valores

médios de peso corporal muito próximo, mas a partir dos 8 anos os meninos

tornam-se mais pesados que as meninas.

29,2

23,624,8 26,1

28,4

2827,324,9

24,123,5

15

20

25

30

35

6 7 8 9 10

Masculino Feminino

kg

Figura 2. Análise da curva de peso corporal (kg) em função da idade de escolares

de seis a dez anos de idade da rede Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná.

Quando analisado o comportamento dos valores médios de estatura (figura

3), verifica-se um comportamento crescente em ambos os sexos e ao longo das

idades consideradas. As meninas apresentam valores médios superiores ao dos

meninos apenas na idade de sete anos, mas aos seis anos e a partir dos oito

anos os meninos tornam-se mais altos.

Os resultados do presente estudo para a estatura quando comparados com

as medianas de estudos realizados com amostras nacionais de Porto Velho-RO

(Farias, 2002) e Porto Alegre-RS (Polleto, 2001) pode-se observar que de uma

maneira geral os escolares de Arapoti apresentam estatura superior em todas as

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idades com exceção das meninas aos 10 anos se comparado ao estudo de Porto

Alegre. Em ambos os estudos as crianças de 6 anos não foram avaliadas.

122

131,5134,5

124,5

137,4

121,2

133,2

130124,8

110

115

120

125

130

135

140

6 7 8 9 10

Masculino Feminino

cm

Figura 3. Análise da curva de estatura (cm) em função da idade de escolares de

seis a dez anos de idade da rede Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná.

As tabelas 6 e 7 procuram mostrar o comportamento dos resultados

obtidos pelos meninos e meninas de Arapoti em contraste com valores de

referência nacional e internacional. Utilizaram-se os valores do National Center for

Health Statistics (NCHS), que são utilizados e propostos pela Organização

Mundial da Saúde (OMS) para monitorizar o comportamento de peso corporal e

estatura das populações de diferentes países. Além dos valores do NCHS

utilizaram-se os estudos nacionais de Marcondes (1982), em Santo André e de

Guedes & Guedes (1997), desenvolvido em Londrina-PR.

Quando comparados os valores da mediana de peso corporal da

população de Arapoti com os valores de referência do NCHS, observamos que

meninos de Arapoti apresentam um comportamento muito parecido dos seis aos

oito anos, porém um pouco inferior aos nove e 10 anos. Para as meninas, os

valores encontram-se também inferiores em todas as idades.

Deve-se abandonar a idéia corrente de que escolares provenientes de

famílias de baixa renda e residentes da periferia da cidade sejam, na sua maioria,

portadores de carências nutricionais. Os dados não confirmam esta idéia. Pelo

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Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE … · Orientador: Prof. Ms. Cassiano Ricardo Rech . O objetivo do estudo foi investigar o comportamento de variáveis que evidenciaram

contrário, a maior parte deles encontra-se em condições normais segundo os

critérios utilizados neste estudo (POLLETO, 2001).

Os valores da mediana de peso corporal encontraram-se inferiores, mas

bastante semelhantes aos do NCHS, porém não se pode deixar de levar em

consideração que o estudo do NCHS foi realizado com uma população

desenvolvida.

Os resultados dos alunos de Arapoti quando comparados com os alunos

dos estudos de Marcondes e Guedes & Guedes apresentam resultados muito

semelhantes, com valores superiores em quase todas as faixas etárias ao estudo

de Guedes & Guedes.

Tabela 6. Valores da mediana para o peso corporal (kg) de escolares de seis a

dez anos de idade da rede Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná.

Variáveis 6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos

Masculino Estudo (2006) 23,6 24,8 26,1 28,4 30,5

NCHS (1977) 24,25 25,29 27,67 30,73 34,47

Marcondes (1982) 21,7 24,4 27,07 29,61 32,23

Guedes & Guedes (1997) - 22,92 24,88 27,24 29,99

Feminino Estudo (2006) 23,5 24,1 24,9 27,3 29,2

NCHS (1977) 23,85 24,27 27,67 30,84 34,25

Marcondes (1982) 22,10 24,49 26,98 29,64 32,76

Guedes & Guedes (1997) - 22,95 24,12 26,68 30,24

Quando comparamos a estatura dos alunos do presente estudo com os

valores de referência do NCHS, pode-se observar que tanto a estatura nas

meninas como nos meninos está situado muito próximo ao percentil 50 em todas

as idades.

Estes valores sugerem um comportamento curioso em se tratando de uma

população de nível socioeconômico baixo. Observa-se que, no período entre 6 e 8

anos, tanto para os meninos como para as meninas de Arapoti, os resultados

sugerem índices superiores quando comparados com os critérios do NCHS

correspondente ao percentil 50. Já aos 9 e 10 anos as curvas se aproximam e os

valores do NCHS são superiores.

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Polleto (2001) também verificou em seu estudo com crianças e

adolescentes em Porto Alegre um pico de crescimento, porém entre os 8 e 11

anos de idade. Acredita que este fenômeno da ocorrência de um pico de

crescimento das crianças e adolescentes configura-se no fenômeno de catch-up

(aumento na aceleração do ritmo de crescimento normal), devido à intervenção da

merenda escolar. As crianças ao chegarem à escola trazem, em alguma medida,

um déficit calóricoproteico e, ao receberem uma complementação alimentar

através da merenda escolar (um almoço e um lanche), tenham seu ritmo de

crescimento provisoriamente acelerado.

Em relação aos valores das medianas de estatura dos estudos de

Marcondes e Guedes pode-se verificar que os resultados dos escolares de

Arapoti apresentam-se superiores na maioria das idades em ambos os sexos.

Tabela 7. Valores da mediana para a estatura corporal (cm) de escolares de seis

a dez anos de idade da rede Municipal de Ensino de Arapoti, Paraná.

Variáveis 6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos

Masculino Estudo (2006) 122,0 124,5 131,5 134,5 138,0

NCHS (1977) 119,23 123,47 128,62 134,71 139,59

Marcondes (1982) 116,7 122,5 129,9 133,6 138,0

Guedes & Guedes (1997) - 122,61 126,34 130,91 136,10

Feminino Estudo (2006) 121,2 124,8 130,0 133,2 137,4

NCHS (1977) 118,52 122,52 128,29 134,3 139,85

Marcondes (1982) 116,3 122,1 127,8 133,2 138,4

Guedes & Guedes (1997) - 121,22 126,06 131,50 137,22

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V CONCLUSÕES

Com base nos resultados do presente estudo, pode-se concluir que a maior

concentração de escolares foi classificada como eutrófica em ambos os sexos,

um percentual de 59,5% (meninos) e de 53,3% (meninas), porém agrupando as

prevalências de desnutrição, sobrepeso e obesidade, tem-se um número

alarmante de 40,5% dos meninos e 46,6% das meninas com risco à saúde, ou

seja, dentro de uma mesma população, ocorreu simultaneamente uma quantidade

significativa de crianças com carência nutricional e com evidências de sobrepeso

e obesidade.

Em relação ao crescimento físico pode-se concluir que os valores da

mediana de peso corporal e estatura dos escolares de Arapoti são bem

aproximados ao do referencial do NCHS, sendo assim a maior parte dos

escolares encontra-se em condições normais segundo os critérios utilizados neste

estudo.

De acordo com as conclusões do presente do estudo, recomenda-se que

medidas de controle de obesidade e adoção de medidas preventivas para a

desnutrição no município sejam tomadas; mais estudos sejam realizados no

município para que se possa identificar as causas da desnutrição e obesidade; e

que o estado nutricional e o crescimento físico dos escolares seja monitorado e

acompanhado. São meios de promoção da saúde e de uma contribuição para a

melhoria da qualidade de vida das crianças e da comunidade em geral.

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ANEXOS

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Anexo 1: Relação das escolas municipais do Município de Arapoti, PR

Escola Municipal Clotário Portugal

Escola Municipal Dezidério José Corrêa

Escola Municipal Dona Zizi

Escola Municipal Orlando Pinto Mendes

Escola Municipal Paulo Novochadlo

Escola Municipal Romana Carneiro Klüppel

Escola Municipal Telêmaco Carneiro

35