UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ -...

49
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL CRESCIMENTO, COLONIZAÇÃO MICORRÍZICA E AVALIAÇÃO DO TEOR DE ÓLEO ESSENCIAL DE Pogostemon cablin (BLANCO) BENTH. EM RESPOSTA A ADUBAÇÃO COM PÓ DE ROCHA E EFLUENTE DE BIODIGESTOR THALES LACERDA SANTOS ILHÉUS – BAHIA 2014

Transcript of UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ -...

Page 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

CRESCIMENTO, COLONIZAÇÃO MICORRÍZICA E AVALIAÇÃO DO

TEOR DE ÓLEO ESSENCIAL DE Pogostemon cablin (BLANCO) BENTH.

EM RESPOSTA A ADUBAÇÃO COM PÓ DE ROCHA E EFLUENTE DE

BIODIGESTOR

THALES LACERDA SANTOS

ILHÉUS – BAHIA 2014

Page 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

ii

THALES LACERDA SANTOS

CRESCIMENTO, COLONIZAÇÃO MICORRÍZICA E AVALIAÇÃO DO

TEOR DE ÓLEO ESSENCIAL DE Pogostemon cablin (BLANCO) BENTH.

EM RESPOSTA A ADUBAÇÃO COM PÓ DE ROCHA E EFLUENTE DE

BIODIGESTOR

ILHÉUS – BAHIA 2014

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal, da Universidade Estadual de Santa Cruz, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. Orientador: Prof. Dr. Eduardo Gross Co-orientador: Prof. Dr. José Olímpio de Souza Júnior

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

iii

THALES LACERDA SANTOS

CRESCIMENTO, COLONIZAÇÃO MICORRÍZICA E AVALIAÇÃO DO

TEOR DE ÓLEO ESSENCIAL DE Pogostemon cablin (BLANCO) BENTH.

EM RESPOSTA A ADUBAÇÃO COM PÓ DE ROCHA E EFLUENTE DE

BIODIGESTOR

_________________________________ ___________________________

Profª. Drª. Larissa Corrêa do Bomfim Costa Prof. Dr. George Andrade Sodré (DCB – UESC) (DCAA – UESC)

__________________________

Prof. Dr Eduardo Gross

(UESC – Orientador)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal, da Universidade Estadual de Santa Cruz, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. Área de concentração: Solos e nutrição de plantas em ambiente tropical úmido.

Page 4: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

iv

“Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.” (Dalai Lama).

Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

v

AGRADECIMENTOS A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão sabiamente nesta jornada. A minha Filha Maria Flor Goes Lacerda Santos, por trazer-me o amor pleno, a vontade de ser sempre melhor e por ser a razão dos meus dias. A minha Esposa Jamilly Goes Lacerda Santos, pelo amor, carinho, respeito, apoio, incentivo, pelas orações, em fim, por fazer-se presente em todos os momentos. A meus pais José Herbert Ferreira Santos e Leny Lacerda Ferreira Santos, pelo incentivo, carinho e amor incondicional, bem como, por acreditarem que mais este sonho tornar-se-ia realidade. Aos meus irmãos Thomas Herbert Lacerda Santos, Thiago Lacerda Santos (Não, este não é o ator...) e Matheus Silva Santos por estarem sempre presentes nesta caminhada. À minha avó Nilza Almeida Rocha, e a todos os tios e tias por todo seu amor e carinho. Aos meus Sogros Antônio Jorge Goes Santos e Rosean Silva de Goes Santos. Às minhas cunhadas, Rita Margareth e Camilla Goes, pelo carinho e apoio. Aos meus Padrinhos, Cleudes Lacerda (in memória), Raimundo César, Elmo Almeida por todas as orientações e conselhos. Aos Anjinhos da minha Vida; Vitória Lacerda Santos, Gabriela Montenegro Santos, Diego Montenegro Santos, o Enzo Lacerda, a Maria Clara Goes e o anjinho(a) que estar por vir. Obrigado por iluminarem a todos nós! Ao grande professor amigo e padrinho Eduardo Gross, por sua orientação, companheirismo, paciência e atenção dedicados a mim no desenvolvimento deste trabalho, por estar sempre disponível, mesmo nas horas em que “tempo” era a última palavra existente em seu vocabulário, e por ter este jeito tão especial como pesquisador, professor e amigo que cativa a todos ao seu redor e por ter acreditado, abrindo as portas da pesquisa a este “desorientado” no início, mais que teve a sorte de encontrar “O Orientador”. Aos meus queridos companheiros de laboratório, os “cientistas malucos”, Daniel, Raimundo, Everton, Irailde, Miguel, Marcos Vinícius, Renato, Ricardo, Caroline, James, Lidiane, Maíra, Marcela, Lucas, pelas muitas discussões, conselhos, brincadeiras, e ajuda na realização deste trabalho, em especial a Daniel, Raimundo, Everton e Irailde, por, juntamente com nosso orientador, se tornarem parceiros nesta pesquisa e dedicar dias e dias à troca de informações e geração de conhecimentos. Aos meus companheiros de Calor, na casa de vegetação, Matheus, Roberto, Marcelo, Adelino, o “Caranguejo”, pela imensa ajuda na implantação do projeto, coleta do material de pesquisa e pelo carinho. Aos Atuais colegas do Instituto de Defesa Agrária e Florestal do Estado do Espirito Santo – IDAF. Por Me ajudarem nesta nova caminha e me acolherem tão bem.

Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

vi

Aos companheiros de uma vida, Tila, Neto, Waderson, Wenderson, “Henriquinho”, Mônica e ao Grande José Eduardo Santana Salomão Filho (in memória). Aos amigos da Gerlab pelo famoso jeitinho brasileiro, sempre que possível, com os horários loucos e complementação de material sempre que possível. Aos Professores José Olímpio, George Sodré, Quintino Reis, Paulo Marrocos, Luiz Alberto, a profª Larissa Correa e ao Grande Técnico Edmundo por todo apoio desde a ideia inicial até a finalização deste projeto, a toda CLEPLAC pelo acolhimento. Ao Profº e co-orientador José Olímpio pelo auxílio e sugestões quando necessário. A todos os meus amigos, companheiros da vida, que por serem muitos, seria injusto citar qualquer nome, pelo prestígio, atenção, inúmeras risadas, e por me dedicarem tanto carinho e estarem sempre por perto. A todos os professores, pelos ensinamentos e pelo apoio recebidos, me permitindo crescer como estudante e pessoa. Aos funcionários e grandes amigos Dona Carmem, Raimundo Lima e o Brasilino ou como todos conhecem “Seu Brás...” pelo convívio e pela preciosa ajuda quando era preciso além dos, se somados, litros de café e o incomensurável carinho. Ao programa de pós-graduação em Produção Vegetal (PPGPV), pela oportunidade de realização deste mestrado. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa. Enfim, a todos aqueles não citados, porém importantes, que direta ou indiretamente, contribuíram para a minha formação e que posso ter involuntariamente esquecido de citar agradeço. E por último, porém não menos importante, ao povo brasileiro, que com grande esforço, ainda mantém Universidades como essa, pública, gratuita e de qualidade.

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

vii

AVALIAÇÃO DO TEOR DE ÓLEO ESSENCIAL E DO CRESCIMENT O DE

Pogostemon cablin (BLANCO) BENTH. EM RESPOSTA A ADUBAÇÃO COM PÓ

DE ROCHA E EFLUENTE DE BIODIGESTOR

RESUMO

O patchouli [Pogostemon cablin (Blanco) Benth.] tem como produto de maior interesse

comercial o seu óleo essencial, contido nas folhas, e utilizado principalmente na

indústria de perfumaria. Além disso, o óleo essencial de P. cablin apresenta atividades

farmacológicas, sendo suas propriedades terapêuticas relacionadas à sua composição.

Informações sobre a nutrição e especialmente, sobre uso de adubos orgânicos para a

produção do patchouli são escassos na literatura científica mundial. Efluentes oriundos

de biodigestor são exemplo desses adubos orgânicos que podem servir de fertilizantes

agrícolas. Outro insumo que pode ser substituído por adubos menos solúveis são as

fontes de Ca, Mg e P provenientes de pó de rocha. O MB4 é um desses pós, resultante

da moagem de rochas, e que pode substituir alguns fertilizantes tradicionais, além de

ser um condicionador do solo. O presente trabalho avaliou a influência de um efluente

de biodigestor e do pó de rocha MB4 sobre o crescimento, conteúdo de óleo essencial

e colonização micorrízica do patchouli. O delineamento experimental adotado foi

inteiramente casualizado em um arranjo fatorial 5x5 com os fatores sendo o pó de

rocha ‘MB4’ (MB) e o efluente (E) de biodigestor (MB0 = 0 MB1 = 2 g dm-3, MB2 = 4 g

dm-3, MB3 = 8 g dm-3, MB4 = 16 g dm-3 e E1=0, E2=18,75 mg dm-3, E3=37,5 mg dm-3,

E4=75 mg dm-3, E5=150 mg dm-3 em N contido no efluente) com 4 repetições cada. As

plantas, oriundas de estacas, foram cultivadas em vasos contendo 6 dm3, em substrato

1:1 de areia lavada e de Latossolo Vermelho Amarelo distrófico, em casa de vegetação

durante 60 dias. Os resultados demonstraram que houve interação entre o efluente e o

pó de rocha, o que refletiu em padrões de crescimento diferenciado para as plantas de

patchouli. O modelo quadrático foi o que melhor se ajustou, e que melhor explicou o

crescimento das plantas, com incremento na produção de massa seca da parte aérea

das plantas (média de 4,9 g) conforme o aumento na aplicação do efluente até a dose

75 mg dm-3. Esse padrão, entretanto não foi evidenciado para o pó de rocha, em que

mesmo as maiores doses aplicadas não acarretaram no crescimento estatisticamente

diferente das plantas. O grau de colonização micorrízica foi influenciado pelo acréscimo

do pó de rocha, mas não pelas doses do efluente, sendo os maiores valores médios

(84% de raízes colonizadas) obtidos na dose de 8 mg dm-3 do pó de rocha. As

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

vii

micorrizas que colonizavam as raízes do patchouli eram do tipo Arun, com arbúsculos

terminais bastante ramificados e hifas intercelulares conspícuas. O teor de óleo

essencial das folhas do patchouli só diferiu estatisticamente nos tratamentos sem

adição de pó de rocha para as diferentes doses do efluente. A resposta do patchouli ao

uso concomitante do pó de rocha e do efluente de biodigestor foi baixa em termos de

produção de biomassa da parte aérea e de óleo essencial.

Palavras-chave: Patchouli, rochagem, micorrizas arbusculares, nutrição vegetal.

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

ix

EVALUATION OF THE ESSENTIAL OIL CONTENT AND GROWTH OF Pogostemon

cablin (Blanco) Benth. IN RESPONSE TO FERTILIZATION WITH POWDER ROCK

AND EFFLUENT OF BIOREACTOR

ABSTRACT

Essential oil contained in the leaves of Patchouli [Pogostemon cablin (Blanco) Benth.] is

the product with highest commercial interest and used by the perfume industry.

Moreover, the essential oil of P. cablin leaves presents pharmacological activities, and

therapeutic properties are related to its composition. Information about nutrition and

especially on the use of organic fertilizers for patchouli production is scarce at scientific

literature. Effluents originated by bioreactors are example of organic fertilizers that can

be used as agricultural fertilizer. Another input that can be replaced by less soluble

fertilizers are the sources of Ca, Mg and P from powder rock. The MB4 is one such

powder, resulting from the grinding of rocks, and may replace some traditional

fertilizers, serving also as a soil conditioner. This study evaluated the influence of a

bioreactor effluent and rock powder MB4 on growth, essential oil content and

mycorrhizal colonization of patchouli. The experimental design was completely

randomized in a 5x5 factorial arrangement with the factors being the rock powder 'MB4'

(MB) and effluent (E) of bioreactor (MB0 = 0 MB1 = 2 g dm-3, MB2 = 4 g dm-3, MB3 = 8

g dm-3, MB4 = 16 g dm-3 and E1 = 0, E2 = 18.75 mg dm-3, E3 = 37.5 mg dm-3, E4 = 75

mg dm-3, E5 = 150 mg dm-3 in N contained in the effluent) with four replications. The

plants originating from cuttings were grown in 6 dm3 pots with a mixture of 1:1 sand and

Haplorthox soil in the greenhouse for 60 days. The results showed that there was

interaction between effluent and rock powder, which resulted on different plant growth

patterns of patchouli. The quadratic model was the best fit, and that best explained the

growth of plants, with an increase in dry weight of the shoots (average of 4.9 g) as the

increasing of the effluent until 75 mg dm-3 dose. This pattern however was not observed

for the rock powder, when even higher dose applied did not trigger the statistically

different growth of plants. The degree of mycorrhizal colonization was influenced by the

addition of rock powder, but not by doses of effluent, with the highest average (84% of

colonized roots) obtained at 8 mg dm-3 of the rock powder. The mycorrhizal fungi that

colonize the roots of patchouli was Arun type, with terminals branched arbuscules and

conspicuous intercellular hyphae. The essential oil content of leaves was statistically

different in the treatment without addition of rock powder related to the different doses of

Page 10: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

x

the effluent. Patchouli plants response to concomitant use of rock powder and effluent

of bioreactor was low in terms of biomass production and essential oil content.

Keywords: Patchouli, rock powder application, arbuscular mycorrhiza, plant nutrition.

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

xi

ÍNDICE

RESUMO..................................................................................................................... vii

ABSTRACT........................................... ...................................................................... ix

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 01

2. OBJETIVOS....................................... ...................................................................... 02

2.1. Objetivos específicos......................... ................................................................. 02

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................... ......................................................... 03

3.1. O Patchouli [ Pogostemon cablin (Blanco) Benth.].................................. ......... 03

3.2. Óleos essenciais.............................. .................................................................... 04

3.3. Micorrizas arbusculares....................... ............................................................... 07

3.4. Produção de óleos essenciais em plantas micorr izadas................................. 11

3.5. Efluentes de biodigestores.................... ............................................................. 12

3.6. Uso do pó de rocha............................ .................................................................. 14

4. MATERIAL E MÉTODOS.............................. ........................................................... 15

4.1. Obtenção das plantas.......................... ................................................................ 15

4.2. Delineamento experimental, montagem e condução do experimento........... 15

4.3 Avaliação da produção de massa seca da parte aé rea .................................... 18

4.4. Avaliação do grau de colonização micorrízica.. ............................................... 18

4.5. Extração do óleo essencial.................... ............................................................. 19

4.6. Análises estatísticas......................... ................................................................... 20

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................... ...................................................... 21

5.1. Produção de óleos essenciais em plantas micorr izadas................................. 21

5.2. Avaliação do grau de micorrização............. ....................................................... 26

5.3. Teor de óleo essencial........................ ................................................................. 30

6. CONCLUSÕES......................................................................................................... 31

7. REFERÊNCIAS........................................................................................................ 32

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

1

1. INTRODUÇÃO

Desde a origem da humanidade que os cheiros e aromas são utilizados

como parâmetros de comparação. Os que são agradáveis nos atraem já os que não

são nos repelem. Seguindo esses “instintos” por vezes buscamos formas de replicar

aromas, criar novas nuances através de misturas ou simplesmente se tentar eterniza-

los. Dessas tentativas criaram-se os perfumes aonde o principal constituinte é a

essência, que é oriunda dos óleos essenciais (OEs). Essas essências podem ser

naturais ou sintéticas; quando naturais à extração é feita de plantas, flores, raízes ou

de animais.

Os OEs são relevantes para vários ramos da economia como para a

cosmética e indústria alimentícia e farmacêutica. Atualmente é grande o número de

plantas conhecidas para a produção de óleos essenciais em bases econômicas. Tal

ocorrência vai desde plantas rasteiras como é o caso da hortelã (Mentha piperita ou

Mentha crispa), plantas de porte arbustivo, como é o caso do patchouli, até plantas de

porte arbóreas como o eucalipto e a copaíba.

O patchouli [Pogostemon cablin (Blanco) Benth.] pertence à família

Lamiaceae e é nativo das ilhas das Filipinas. Essa planta tem como produto de maior

interesse comercial o seu OE, contido nas folhas, utilizado principalmente na indústria

de perfumaria. O OE do tecido foliar de P. cablin possui ainda atividades

farmacológicas, sendo suas propriedades terapêuticas relacionadas à composição

deste. Informações sobre a nutrição e especialmente, sobre a utilização de adubos

orgânicos para a produção do OE do patchouli são pouco citados na literatura científica

mundial.

O presente trabalho teve o intuito de investigar a produção de OE do

patchouli, o qual foi submetido a doses de efluente de biodigestor, que é um

biofertilizante oriundo de fermentação e decomposição da matéria orgânica, e um pó de

rocha conhecido como MB-4 que é um produto natural derivado de rochas previamente

selecionadas. Também foi observada a colonização por fungos micorrízicos

arbusculares (FMAs). As influências e interações entre esses dois fatores (pó de rocha

e biofertilizante) no crescimento do patchouli também foram analisadas, contribuindo

para o expandir o conhecimento sobre essa planta de interesse cosmético e

farmacêutico.

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

2

2. OBJETIVOS

Avaliar a influência de um pó de rocha e de um efluente oriundo de

biodigestor no crescimento e produção de óleo essencial do patchouli [Pogostemon

cablin (Blanco) Benth.] e na colonização micorrízica das plantas.

2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar a produção de biomassa da parte aérea do pachouli em função de

doses de pó de rocha e de efluente de biodigestor;

Estimar a colonização micorrízica nas plantas submetidas às doses de

efluentes de biodigestor e do pó de rocha;

Determinar o teor de óleo essencial nas folhas do patchouli submetido às

doses de efluentes de biodigestor e do pó de rocha.

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

3

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. O patchouli [ Pogostemon cablin (Blanco) Benth.]

O patchouli [Pogostemon cablin (Blanco) Benth.], pertencente à família

Lamiaceae. Suas folhas possuem de 5 a 10 cm de comprimento e 3 a 8,9 cm de

largura com a margem levemente lobada e o ápice é obtuso. Tanto na face abaxial

como na adaxial da folha existem muitos tricomas gladulares especialmente ao longo

das nervuras, os quais são responsáveis pela produção do óleo essencial. A variação

morfológica do patchouli causada pelas condições de solo, clima e influência do cultivo,

dificulta sua classificação botânica (GUENTHER, 1972).

O patchouli é uma planta arbustiva que tem altura de 0,8 a 1,0 m, originário

da Ásia e que está bem adaptado ao clima quente e úmido com solos ricos em matéria

orgânica (HOLMES, 1997; HU et al., 2006). O caule é ereto, grosso, quadrangular e

ramificado na parte superior (DONELIAN, 2004).

A expressão patchouli é derivada do seu nome sul-indiano Tamil, paccizai

que significa folha verde. Na china a chamaram de “guang ho xiang” para diferencia-lo

do “huo xiang” do nortea espécie Agastache rugosa. Esta erva é conhecida na Ásia

pelo seu poder medicinal, sendo usada para esse fim em países como Índia, Malásia e

Japão. (BOTANAGRA,2002; HELBIG,2013).

No século XIX, o patchouli era usado para perfumar os tecidos e tapetes

fabricados no oriente. O patchouli ficou mais popular no mundo no ano de 1960 quando

hippies o usavam como perfume (BOTANAGRA, 2002; HELBIG, 2013).

Nas raízes do patchouli são encontrados fungos micorrízicos arbusculares, e

segundo Arpana et al. (2008) as mudas inoculadas com esses fungos, apresentaram

maior altura, número de ramos, biomassa e teor de óleo essencial em relação às

plantas não inoculadas.

Estudo realizado por Singh et al. (2002) avaliou a influência da irrigação,

adubação orgânica e aplicação de nitrogênio sobre o rendimento e a qualidade do óleo

essencial de patchouli. Os autores utilizaram dois níveis de irrigação [0,8 e 1,0 taxas de

IW:CPE (profundidade da água na irrigação: acúmulo diário de evaporação do

padrão)], dois níveis de adubação orgânica (0 e 5 t ha-1) e três níveis de nitrogênio (0,

100 e 200 kg ha-1), sendo feitas colheitas com diferença de um ano. Foi observado

aumento significativo na massa seca das plantas e na produtividade do óleo essencial

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

4

quando se aumentou os níveis de irrigação, adubação orgânica e fertilização com

nitrogênio.

3.2. Óleos essenciais

Uma forma de tentar eternizar alguns aromas é através dos perfumes. Os

perfumes são soluções que contêm substâncias aromáticas com um cheiro agradável e

penetrante. O principal constituinte de um perfume é a essência (óleo essencial). As

essências podem ser de origem natural ou sintética. As de origem natural são

geralmente extraídas de plantas, flores, raízes ou animais, enquanto as sintéticas

tentam reproduzir no laboratório os aromas naturais. A extração de uma essência

natural é realizada por prensagem, maceração, extração com solventes voláteis,

enfleurage ou através de destilação por arraste a vapor (GUIMARÃES et al., 2000).

Óleos essenciais são substâncias muito estudadas em vários ramos da

ciência. As indústrias de alimentos, farmacêutica e de cosméticos são as maiores

beneficiadas pelo uso de tais substâncias. Na primeira, os aromas produzidos pelos

óleos essenciais são utilizados na formulação de vários produtos, evidenciando

características organolépticas para melhor atrair os consumidores (GUIMARÃES et al.,

2000).

Óleos essenciais são líquidos oleosos voláteis dotados de aroma forte e

quase sempre agradável, provenientes do metabolismo secundário, existentes em

quase duas mil espécies, e distribuídas em sessenta famílias. São normalmente

elaborados nas folhas, armazenados em espaços extracelulares, entre a cutícula e a

parede celular, e são constituídos basicamente pelos terpenos, sintetizados pela rota

do ácido mevalônico. Na fitoterapia, os óleos voláteis destacam-se pelas suas

propriedades antibacterianas, analgésicas, sedativas, expectorantes, estimulantes e

estomáquicas (FERRI, 1995).

A evolução de conhecimentos técnicos sobre os óleos essenciais deu-se em

meados de século XVIII, quando se iniciaram os estudos para suas caracterizações

químicas. Atualmente é grande o número de plantas conhecidas para a produção de

óleos essenciais em bases econômicas. Tal ocorrência vai desde plantas rasteiras

como é o caso da hortelã, plantas de porte arbustivo, como é o caso do patchouli, até

plantas de porte arbóreas como eucalipto e copaíba. O método da destilação se mostra

Page 16: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

5

como o mais eficiente e de menor custo, sendo ainda o mais adequado para a extração

de determinadas substâncias de uma planta (VITTI; BRITO, 2003).

De acordo com a base de dados americana COMTRADE (United Nations

Commodity Trade Statistics Database), os maiores consumidores de OE no mundo são

os EUA (40%), a União Européia – EU (30%), sendo a França o país líder em

importações e o Japão (7%), ao lado do Reino Unido, Alemanha, Suíça, Irlanda, China,

Cingapura e Espanha. O mercado mundial de OE gira em torno de US$ 15

milhões/ano, apresentando crescimento aproximado de 11% por ano (ITC, 2005;

COMTRADE, 2005).

O patchouli tem como produto de maior interesse comercial o óleo essencial,

contido nas folhas, utilizado principalmente na indústria de perfumaria (EPAGRI, 2004).

O óleo essencial de tecido foliar P. cablin possui ainda atividades farmacológicas,

sendo suas propriedades terapêuticas relacionadas à composição deste (STORCK,

2008).

O óleo essencial do patchouli é um líquido viscoso âmbar, de cor pálida à

castanho-escuro, extraído por destilação com arraste a vapora partir das folhas secas,

ou outros processos apropriados, como a extração supercrítica, por exemplo. Para se

obter rendimentos satisfatórios, as paredes celulares das folhas devem ser

primeiramente quebradas. O óleo de patchouli é extensivamente usado em perfumaria

onde é uma nota de base importante para acordes amadeirado e de raízes em vários

tipos de perfume. A indústria de alimentos também usa comumente o óleo de patchouli

em drinks alcoólicos ou não. Em ambas as indústrias de fragrâncias e de aromas o

óleo é um bom agente de “mascaramento” de cheiros e gostos indesejáveis (HOLMES,

1997). O principal responsável por esta característica e pela nota típica de seu óleo

essencial é o patchoulol ou álcool patchouli, um sesquiterpeno oxigenado. O patchoulol

foi isolado pela primeira vez na sua forma cristalina em 1869 e de fórmula C15H26O.

O óleo ainda contém um grande número de outros hidrocarbonetos

sesquiterpenos tais como, α, β, σ – patchoulenos, α-bulneseno, α-guaieno e

seicheleno, com estruturas claramente relacionadas ao patchoulol e outros

sesquiterpenos (Figura 1).

Page 17: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

6

Figura 1. Estrutura química dos compostos identificados em amostras do óleo essesncial de Pogostemon cablin (patchouli). Extraído de Hu et al. (2006).

Esses compostos do OE de patchouli podem ter diversas aplicações como,

por exemplo, o α-bulneseno, que em testes laboratoriais apresentou um potente efeito

inibitório do fator de ativação plaquetária (PAF) e por isso, tem sido usado no combate à

trombose e arteriosclerose (ARAÚJO, 2008).

De acordo com a norma ISO 3737:2002, óleo essencial de patchouli deve

apresentar a seguinte composição: Patchoulol (27 a 35%), Bulnesene (13-21%); alfa-

guaiene (11-16%), beta-cariophilene (2-5%); beta-patchoulene (1,8-3,5%); gama-

patchoulene (1,8-3,5%); nem-patchoulenol (0,35-1%) pogostol (1-2,5%) e copaeno

(traços a 1%). No entanto na prática, a composição qualitativa e quantitativa varia em

função da qualidade do material de folha, o método de destilação, o envelhecimento de

folhas secas e o óleo essencial. Na indonésia, a percentagem média de patchoulol é de

35%, enquanto no Brasil a média é um pouco maior, e óleos com até 60% deste

componente podem ser encontrados (AZAMBUJA, 2009).

Page 18: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

7

3.3. Micorrizas arbusculares

Micorrizas são associações entre a raiz da planta e fungos do Filo

Glomeromycota (SCHÜßLER et al., 2001), em que esta se beneficia pelo aumento da

absorção de água e nutrientes, principalmente de fósforo, enquanto que o fungo recebe

da planta fotoassimilados que permitem a finalização do seu ciclo reprodutivo

(CARNEIRO et al., 1998). Dessa forma, a simbiose micorrízica contribui para a

sobrevivência, estabelecimento e crescimento das espécies, principalmente em

ambientes estressantes, onde as micorrizas arbusculares exercem grande influência na

estruturação das comunidades vegetais (HARRISON, 2005).

Os fungos micorrízicos surgiram há 400 milhões de anos, tal época coincide

com o aparecimento das plantas terrestres (BERBARA et al., 2006). Cerca de 70 a

90% das espécies vegetais fazem associação com os fungos micorrízicos arbusculares

(MOREIRA; SIQUEIRA, 2006; PARNISKE, 2008), incluindo algumas espécies de

pteridófitas e briófitas. Isso indica que a simbiose mutualística entre raiz e fungo é mais

regra do que exceção na natureza (MOREIRA; SIQUEIRA, 2006).

As micorrizas têm sido tradicionalmente agrupadas em ectomicorrizas e

endomicorrizas. As endomicorrizas são caracterizadas pela penetração inter e

intracelular, com formação de vesículas, arbúsculos, esporos e ausência de manto e de

modificações morfológicas nas raízes. São de ocorrência muito generalizada,

colonizando a grande maioria das espécies de plantas tropicais. A penetração e o

espalhamento do fungo nas raízes resultam em modificações na fisiologia, bioquímica

e nutrição da planta hospedeira. Além destas, ocorrem modificações na morfologia e

taxa de crescimento das raízes, além de efeitos indiretos sobre o solo e a microbiota

associada. Em geral a magnitude dessas alterações é mais acentuada em condições

estressantes, como, por exemplo, de deficiência hídrica. As ectomicorrizas são

caracterizadas pela penetração intercelular do micélio fúngico, formação da rede de

Hartig, no espaço intercelular cortical, e de manto fúngico que se desenvolve ao redor

das raízes colonizadas. Além destas características anatômicas, são ainda evidentes

as modificações morfológicas nas raízes colonizadas. Vários são os gêneros de fungos

ectomicorrízicos de importância, como Scleroderma, Pisolithus, Telephora, dentre

outros. A micorrelação é particularmente importante para o desenvolvimento de

espécies dos gêneros Pinus e Eucalyptus, que dependem dessas associações

simbióticas para um bom crescimento. (SMITH; READ, 1997).

Page 19: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

8

Os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) pertencem ao filo monofilético

Glomeromycota, o qual é dividido em quatro ordens, dez famílias, 13 gêneros e

aproximadamente 202 espécies de acordo com uma classificação baseada em

características morfológicas e moleculares (INVAM, 2008). Os esporos dos FMAs

podem até germinar na ausência de planta hospedeira, no entanto, eles são biotróficos

obrigatórios, ou seja, só completam o seu ciclo de vida e produzem novas gerações de

esporos na presença de vida fotoautotrófica (PARNISKE, 2008). São assexuados e a

rede de hifas dos fungos é geralmente asseptada e cenocítica, com centenas de

núcleos que compartilham o mesmo citoplasma. O micélio por ser uma célula

totipotente, se diferencia em várias outras células, como as vesículas, as células

auxiliares, arbúsculos e novos esporos.

Os esporos encontram-se no solo em estado de quiescência e precisam ser

ativados para iniciar o processo de germinação (MOREIRA; SIQUEIRA, 2006). Ainda

não se sabe ao certo como a germinação é ativada. Segundo Parniske (2008) a planta

libera exudatos, como as estrigolactonas, que induzem a germinação do esporo e a

ramificação das hifas em algumas espécies de fungos aumentando a atividade

fisiológica dessas estruturas fúngicas.

Após a germinação, há a formação de hifas. Algumas delas se diferenciam e

formam um tipo de apressório chamado de hifopódio. Através de pressão mecânica

exercida pela raiz, além de enzimas, o hifopódio penetra na célula cortical da raiz

hospedeira. Em seguida há formação dos arbúsculos que são estruturas responsáveis

pela troca de nutriente entre o fungo e a planta. Estima-se que 20% dos fotossintatos

(aproximadamente 5 bilhões de toneladas de carbono por ano) produzidos pela planta

são consumidos pelos FMAs (PENG et al., 1993; PARNISKE, 2008). Talvez por esse

dispêndio tão alto de energia sofrido pelo vegetal, os efeitos benéficos dos fungos

sobre o hospedeiro sejam observados somente em situações de estresse, como por

exemplo, o baixo teor de nutrientes no solo. Assim, quando a planta estiver bem

suprida, não dependerá da absorção micotrófica e a presença do fungo na raiz torna-se

um investimento energético supérfluo, ou sem retorno, sendo essa uma possibilidade

para que a planta tenha desenvolvido um mecanismo de controle da simbiose.

As hifas dos FMAs podem aumentar a área de absorção das raízes

explorando lugares onde as raízes dificilmente alcançariam, e por isso geralmente

acumulam maiores quantidades de vários macro e micronutrientes. O micélio que

explora o solo absorve água e nutrientes, especialmente o fósforo e zinco, mas

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

9

também o nitrogênio, o potássio, enxofre, cálcio, magnésio dentre outros, e os transfere

às plantas hospedeiras por intermédio dos arbúsculos (BERBARA et al., 2006).

O fósforo na maioria dos solos tropicais, sobretudo em áreas degradadas, é

um dos nutrientes mais limitantes ao desenvolvimento da planta (SIQUEIRA; SAGGIN

JÚNIOR, 1998), apresentando baixa mobilidade no solo. Dessa forma, a simbiose com

os FMAs torna-se importante durante o plantio de espécies vegetais nativas em áreas

degradadas, por contribuir para o melhor aproveitamento desse nutriente no solo

(SOUZA; SILVA, 1996), permitindo um maior acúmulo e concentração nos tecidos

vegetais, uma vez que o transporte de fósforo no solo ocorre por difusão.

Os FMAs favorecem a ação de microrganismos benéficos como os fixadores

de nitrogênio e os solubilizadores de fosfato. A presença de fungos micorrízicos

arbusculares quando inoculados conjuntamente com rizóbios aumenta a capacidade de

espécies leguminosas arbóreas fixadoras de nitrogênio absorverem nutrientes,

principalmente fósforo e água, do solo influenciando positivamente no crescimento

destas plantas (FRANCO; FARIA, 1997; JESUS et al., 2005; GROSS et al., 2004).

Os efeitos na concentração dos cátions básicos (Ca, Mg e K) dependem da

disponibilidade relativa de cada nutriente no solo (MOREIRA; SIQUEIRA, 2006).

Embora o potássio apresente uma mobilidade levemente baixa na maioria dos solos

(JANOS, 1987), em geral, a aquisição de potássio, como dos demais cátions é

aumentada em plantas colonizadas com FMAs quando comparadas com plantas não-

micorrizadas (CLARK; ZETO, 2000). O efeito dos FMAs na aquisição de cátions é mais

frequente em plantas crescidas em solos ácidos. Geralmente, os solos ácidos são,

pobres em bases catiônicas, o que pode limitar o crescimento das plantas nesses solos

(CLARK; ZETO, 2000).

A ocorrência de FMAs pode ser influenciada por fatores ambientais. A

quantidade (número) de esporos de FMAs em solos de diferentes ecossistemas varia

com relação às densidades, como por exemplo, em um ambiente poluído de Mata

Atlântica com 15 esporos/50g de solo (TRUFEM; MALATINSKY, 1995) até 580

esporos/50g de solo em ambiente de Caatinga durante período chuvoso (SOUZA et al.,

2003).

A diversidade, a densidade e o potencial de infectividade dos propágulos de

FMA no solo estão relacionados indiretamente com as condições ecológicas de cada

ecossistema (MAIA; TRUFEM 1990) e diretamente com a fisiologia do fungo

(MORTON, 1993), estando a colonização micorrízica ligada ao genótipo da planta e do

fungo, assim como ao ambiente.

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

10

Os FMAs possuem efeitos diretos e indiretos em outros processos

fisiológicos da planta, como na absorção de água (efeito direto), na abertura estomática

e na entrada de CO2 (efeitos indiretos) (ALLEN et al., 1980; WU; XIA, 2006). Em geral,

lugares onde há déficit hídrico, as plantas são beneficiadas quando colonizadas por

fungos micorrízicos, o que é geralmente atribuído à melhoria do estado nutricional

(MOREIRA; SIQUEIRA, 2006). Plantas micorrizadas apresentam maior potencial de

água e turgor das folhas, como também maior taxa de transpiração e abertura

estomática nas folhas.

Os efeitos dos FMAs em plantas são complexos e dependem de diversos

fatores ambientais e de suas interações com o sistema planta-fungo. A disponibilidade

de nutrientes do solo, principalmente o P, tem sido relatada como fator modulador da

simbiose. A eficiência da associação varia também de acordo com características dos

simbiontes e do ambiente, podendo desde atuar positivamente no desenvolvimento do

hospedeiro até apresentar características parasíticas (MOREIRA; SIQUEIRA, 2006).

A colonização por FMAs pode proteger as raízes de plantas contra a ação

de determinados patógenos. Os FMAs não atuam como agentes de biocontrole típico

nas raízes, mas minimizam os efeitos ou danos causados pelos nematóides, fungos

patogênicos do sistema radicular e algumas pragas (MOREIRA; SIQUEIRA, 2006)

Efeitos benéficos no crescimento de plantas têm sido bem documentados e

relacionados principalmente ao aumento da absorção de nutrientes, em especial o P. A

melhoria nutricional de plantas micorrizadas é devido, sobremaneira, à aquisição de

nutrientes pelas hifas fúngicas extra-radiculares que são capazes de absorver e

transportar para o hospedeiro, além do P, o N, Zn, Cu, N, Fe e o Cd (GEORGE, 2000).

FMAs beneficiam o crescimento de plantas especialmente em solos onde o P é

nutriente limitante para seu desenvolvimento. Em ambientes tropicais, onde boa parte

dos solos tem essas características, FMAs podem exercer importante função na

produtividade das plantas.

Marschner e Dell (1994) verificaram, em condições controladas, que o

micélio extra-radicular de FMAs foi responsável por cerca de 80% do P, 25% do N e Zn

e 60% do Cu absorvidos pelas plantas. Estudo indica que a absorção de P pelo fungo e

transferência para o hospedeiro é estimulada pela transferência de C da planta para o

simbionte (BÜCKING; SHACHAR-HILL, 2005)

O fósforo pode ser absorvido pelas plantas por interceptação da raiz, fluxo

de massa (ligado ao movimento da água) e por difusão, que é o principal mecanismo

de absorção de P pelas plantas (MALAVOLTA, 2004). O maior volume de solo

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

11

explorado pelas hifas fúngicas com significativa extensão da área de absorção e

diminuição da distância de difusão do P do solo para as raízes micorrizadas é o

mecanismo primário que explica o benefício (BOLAN, 1991; CLARK; ZETO, 2000).

Para alguns nutrientes o efeito de FMAs são pouco conclusivos. Apesar de

para nitrogênio (N) ser comumente relatado o aumento de aquisição em plantas

micorrizadas (CLARK; ZETO, 2000), há relatos de ausência de efeito, ou mesmo

redução da absorção (GEORGE, 2000), assim como para potássio (K), cálcio (Ca),

magnésio (Mg), boro (B) e ferro (Fe). Para o enxofre (S), estudos apresentam

resultados indicando maior absorção por plantas micorrizadas, porém em menor

magnitude que P. Pesquisas têm relatado a influência de FMAs na aquisição de zinco

(Zn) e cobre (Cu) em solo onde há baixo suprimento desses elementos (MARSCHNER;

DELL, 1994; CLARK; ZETO, 2000; GEORGE, 2000).

Os FMAs amenizam os efeitos adversos da acidez do solo e excesso de

metais pesados na absorção de nutrientes. Para Christie e colaboradores (2004),

plantas associadas aos FMAs podem reter metais pesados nas raízes e diminuir a

translocação destes metais para a parte aérea.

As hifas dos FMAs e as raízes finas desempenham funções importantes na

agregação e estabilidade dos agregados do solo. Dentro e em volta dos agregados, as

hifas e as raízes finas formam uma rede biológica que entrelaçam e mantém juntas as

partículas do solo (MOREIRA; SIQUEIRA, 2006). Uma atividade desempenhada pela

atividade dos fungos micorrízicos é produção de uma glicoproteína, denominada de

glomalina, a qual está relacionada com a agregação e estoque de carbono do solo.

Essa função é importante, porque a estruturação do solo modifica a capacidade de

mobilização de nutrientes, o conteúdo de água, a penetração de raízes e o potencial

erosivo dos solos (BERBARA et al., 2006).

3.4. Produção de óleos essenciais em plantas micorr izadas

Arpana e colaboradores (2008) observaram que, em geral, a inoculação com

fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) resultou em um aumento significativo da

altura da planta, número de sucursais, biomassa e teor de P das plantas patchouli. A

altura das plantas foi maior em plantas inoculadas com Glomus etunicatum, Glomus

intraradices e Glomus macrocarpum todos os três sendo a par e diferindo

significativamente dos demais tratamentos e menos plantas estar no controle não

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

12

inoculado (Tabela 2). As plantas inoculadas com Glomus etunicatum apresentaram

número significativamente maior de ramos em comparação com todos os outros

tratamentos.

Segundo Freire e colaboradores (2004) houve interação dos FMA e doses

de P em relação à variável massa de matéria fresca (Figura 1). Na ausência da

adubação fosfatada, as maiores produções de matéria fresca da parte aérea da Mentha

arvensis L. foram obtidas nos tratamentos com os fungos Glomus clarum e Gigaspora

margarita, que aumentaram 207 e 198%, respectivamente, em relação ao tratamento

controle.

Em relação à porcentagem de colonização micorrízica, houve interação

entre as espécies de fungo e as doses de P, e as espécies de FMA apresentaram

comportamento diferenciado, de acordo com a disponibilidade de P no solo.

Segundo Portugal e colaboradores (2006), a produção de massa seca de

folhas de Estévia, Stevia Rebaudiana (bert.) Bertoni. foi significativamente superior

para os tratamentos com G. intraradices (1,65g), G. etunicatum (1,60g) e Acaulospora

sp (1,62g), enquanto que, numa escala intermediária, ficou Entrophospora sp (1,23g).

Os menos eficientes foram CP13 (1,00g), CPVG (0,88g) e G. macromarpum (0,56g): o

controle produziu apenas 0,41g.

3.5. Efluentes de biodigestores

O crescimento da população, do processo de industrialização e do

agronegócio rural, resultou num aumento das quantidades de efluentes com alto teor

de orgânicos. Uma das alternativas para mitigar esse problema são os reatores para o

tratamento de resíduos através de processos anaeróbios. Esses reatores, também

chamados de biodigestores, podem ser utilizados como opção no tratamento de

resíduos sólidos e líquidos, para redução de biomassa e do poder poluente de dejetos,

tendo, ao mesmo tempo, como co-produtos de seu processo, o biogás (composto

essencialmente por metano) e o biofertilizante, o qual é composto por nutrientes

assimiláveis às plantas e por isso pode ser utilizado como adubo orgânico.

A produção de biofertilizante, portanto, é decorrente do processo de

fermentação, ou seja, da atividade microbiana atuando na decomposição da matéria

orgânica (biodigestão anaeróbia), em meio onde há ausência de oxigênio. Essa matéria

orgânica é convertida em metano e outros produtos (CHERNICHARO, 2000):

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

13

Para ser considerado um produto comercializável, o biofertilizante estará

sujeito à legislação federal brasileira, sob a jurisdição do Ministério da Agricultura, que

regulamenta o estabelecimento produtor, as matérias primas e o insumo gerado. O

Decreto nº 86.955, de 18 de fevereiro de 1.982, regulamenta a Lei 6.894, de 16 de

dezembro de 1980, alterada pela Lei nº 6.934, de 13 de julho de 1981, que dispõe

sobre a inspeção e a fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes,

corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes destinados à agricultura, e pelo

Decreto-Lei nº 1899, de 1981, que institui taxas relativas às atividades do Ministério da

Agricultura (SICON, 1982). Destaca-se em seu conteúdo, a primeira vez que a palavra

biofertilizante é mensurada.

Para produção de um biofertilizante rico em nutrientes, é necessário

alimentar o biodigestor com compostos orgânicos com alto teor de nutrientes, como

cinza de madeira ou cinza de casca de arroz, urina de vaca, plantas trituradas, frutas,

farinha de rochas naturais, leite, esterco bovino e de aves ou macro e micronutrientes

concentrados (NETO, 2006). Existem poucos trabalhos sobre a composição química

dos biofertilizantes, porém pode-se dizer que, por ter como base a matéria orgânica,

este possui em sua composição quase todos os nutrientes necessários para a nutrição

das plantas, variando apenas sua concentração, a depender da matéria prima utilizada.

Não existe uma fórmula padrão para produção de biofertilizantes, receitas

variadas vêm sendo testadas e utilizadas por pesquisadores e agricultores para fins

diversos. Além de promover melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicas

do solo, sendo uma alternativa nutricional, tornando os solos mais soltos com menor

densidade aparente e estimulando as atividades biológicas (MALAVOLTA et al., 2000),

o biofertilizante surge como um fator de proteção para as plantas. Segundo Vairo

Collard e colaboradores (2001) a aplicação de biofertilizante líquido, via foliar, reduz,

em grande parte, os problemas fitossanitários atuando em várias pragas e moléstias.

Utilizando biofertilizante líquido em condição de laboratório, estes autores verificaram

que o mesmo inibiu a germinação de esporos de fungos fitopatogênicos como

Colletrotrichum gloesporioides, Thielaviopsis paradoxa, Penicillium digitatum, Rhizopus

sp, Cladosporium sp e Fusarium sp. Castro e colaboradores (1991) verificaram o

controle de T. paradoxa em toletes de cana e Gadelha e colaboradores (1992)

obtiveram controle da fusariose em abacaxizeiro.

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

14

3.6. Uso do pó de rocha

Uma opção de pequeno custo para melhoria dos solos com baixa fertilidade

natural é a rochagem que consiste em utilizar os resíduos da extração de minérios

como fonte de nutrientes para as plantas e como corretivo aos solos de acidez elevada.

A região nordeste do Brasil foi pioneira na técnica da rochagem e nos últimos vinte

anos pequenos agricultores vêm testando e utilizando o pó de rocha na agricultura.

Além disso, o estado da Bahia apresenta uma diversificada combinação de recursos

minerais e petrológicos em franco processo de exploração. Nas áreas de exploração

desses recursos naturais é comum o acúmulo de rejeitos que são armazenados em

áreas de aterros, constituindo-se numa preocupação econômica e ambiental. A

incorporação desses rejeitos ao solo é uma alternativa viável, ambientalmente segura e

de baixo custo. No entanto esse uso é feito mediante uma experimentação empírica e

poucos são os relatos encontrados no meio científico relacionados, a essa temática.

A utilização de pó de rocha, além de ser uma fonte de nutrientes para

espécies perenes, pode equilibrar o pH do solo e promover a atividade microbiana

(MELAMED et al., 2007). O pó de rocha é um composto natural (farinha de rochas

intemperizadas, enriquecida e orgânica) formado por diversos minerais de interesse

agronômico, os quais sofreram modificações por milhões de anos, sendo solúveis em

água e que se tornam em parte disponíveis para as plantas. A outra parte se encontra

em diferentes estágios de intemperização, e os minerais tornam-se solúveis à medida

que interagem com a matéria orgânica do solo. No entanto, há poucos relatos na

literatura sobre a influência do pó de rocha na interação com os fungos micorrízicos

arbusculares (FMAs) e sua influência sobre o crescimento de espécies herbáceas.

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

15

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Obtenção das plantas

Mudas de Pogostemon cablin (Blanco) Benth. foram produzidas através de

ramos caulinares apicais (cerca de 15 cm de comprimento e 3 folíolos) pelo método de

estaquia (Figura 2) no Horto de Plantas Medicinais da Universidade Estadual de Santa

Cruz – UESC e transferidas para a Casa de Vegetação da UESC .

Figura 2. Produção das mudas de patchouli através de estaquia, em casa de vegetação. UESC, Ilhéus, BA, 2010.

4.2. Delineamento experimental, montagem e condução do experimento

O delineamento experimental foi de blocos inteiramente casualizados em um

arranjo fatorial, com dois fatores e cinco doses do pó de rocha ‘MB4’ (MB) (MB0 = 0,

MB1 =2 g.dm-3, MB2 = 4 g.dm-3, MB3 = 8 g.dm-3, MB4 = 16 g.dm-3) e do efluente de

biodigestor (E) (E0 = 0, E1 = 18,75 mg.dm-3, E2 = 37,5mg.dm-3, E3 = 75 mg.dm-3, E4 =

150mg.dm-3 de N contido no efluente), com 4 repetições cada. As mudas de patchouli

foram transplantadas para vasos contendo 6 dm3 de um substrato (Figura 3), composto

de areia lavada e Latossolo Vermelho-Amarelo previamente caracterizado (Tabelas 2 e

3) na proporção de 1:1.

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

16

Figura 3. Mudas de patchouli com cerca de quinze dias em vasos de 6 dm 3 dentro de casa de vegetação. UESC, Ilhéus, BA, 2010. Tabela 2. Características químicas iniciais (antes do experimento) do Latossolo Vermelho-Amarelo solo coletado na Fazenda Jassy, localizada no município de Arataca - Ba.

Amostra pH pH MO P K Ca Mg Na Al H + Al SB CTC S V

CaCl2 H2O g kg-1 mg dm-3 cmolc dm-3 %

Solo inic. 3,8 4,3 1,5 9,0 0,04 0,7 0,5 7,0 1,9 13,5 1,24 14,74 4,05 8,41 MO = matéria orgânica; H + Al = acidez potencial; SB = soma de bases; CTC = capacidade de troca catiônica; S = SMA das bases; V = saturação de bases.

Tabela 3. Características físicas iniciais (antes do experimento) do Latossolo Vermelho-Amarelo solo coletado na Fazenda Jassy, localizada no município de Arataca - Ba.

Amostra Areia grossa

Arei a fina

Areia total Silte Argila Classificação textural

Solo inicial 25,8 8,3 34,1 18,5 47,4 Argila

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

17

Antes do experimento também foi realizada a análise química e

granulomética do pó de rocha MB4 (Tabela 4) e a análise química do efluente de

biodigestor (Tabela 5) que foram utilizados.

Tabela 4. Características químicas e granulométricas do pó de rocha MB4 utilizado no experimento.

Amostra CaO Óxido de S CaCO MgCO Carbo -

nato de S PRNT PN Sílica insol. Pen.10 Pen.20 Pen.50

Pó de rocha MB4 80,0 21,82 15,75 32,29 48,04 37,67 41,60 50,22 99,81 96,43 80,04

As doses do pó de rocha MB4 utilizadas foram baseadas em experimento

prévio de curva de incubação (PINHEIRO et al., 2008) com a mesma classe de solo

coletado na mesma área (Fazenda Jassy).

Tabela 5. Características químicas do efluente de biodigestor utilizado no experimento.

Amostra pH Ca Mg N

K2O K2O P2O5 P2O5

C MO D C/N Fe Zn Cu Mn Total Sol Total Ac 2%

H2O % g cm-3 Ppm

Efluente 7,8 0,04 0,02 0,33 0,24 - 0,03 7,8 12,46 1,0462 38,63 26 4 1 3

As doses dos efluentes foram aplicadas a partir do dia 1º de Abril de 2010 e

periodicamente reaplicadas a cada 15 dias, totalizando 4 aplicações ao final do

experimento.

O cálculo do volume de efluente aplicado nos vasos foi realizado

considerando a exigência em nitrogênio da cultura do patchouli que é de 150 kg.ha-1

(SINGH; RAO, 2009), o que corresponde a 75 mg.dm-3 de N (dose “central” – E3).

Foram propostas e calculadas uma dose imediatamente acima e duas abaixo desse

valor. Para exemplificar, segue abaixo o cálculo para o volume de efluente que foi

aplicado ao longo dos 60 dias de experimento para a dose “central”, levando-se em

consideração o teor de N presente no efluente e o requerimento de N da cultura:

Se o biofertilizante fornece 0,33% de N, então:

...................................330 mg de N ------------- 100 mL do biofertilizante

450 mg de N (75 mg x 6 dm-3 do substrato) --- X ml

X = 136,36 mL do efluente por vaso.

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

18

A produção de massa seca da parte aérea, o grau de colonização

micorrízica e o teor do óleo essencial das plantas foram avaliados após 60 dias de

crescimento das plantas de patchouli ao final do experimento.

4.3. Avaliação da produção de massa seca da parte a érea

Após a colheita do experimento as plantas foram separadas em folha, galhos

e raízes, sendo as folhas e galhos, submetidos à secagem em estufa de ventilação

forçada a 40 ºC até peso constante. Após isso, a parte aérea das plantas foi

fragmentada e pesada em balança eletrônica de precisão.

4.4. Avaliação do grau de colonização micorrízica

Para a porcentagem de colonização micorrízica, amostras das raízes de

patchouli foram clarificadas e coradas utilizando a metodologia de Phillips e Hayman

(1970) modificadas, e, então submetidas ao método de placa riscada (GIOVANNETTI &

MOSSE, 1980). Logo abaixo, é descrito o procedimento metodológico empregado para

o clareamento e a coloração das raízes de patchouli.

Foram selecionadas as raízes mais finas de patchouli, que geralmente são

as mais densamente colonizadas pelos FMAs. As raízes foram lavadas em uma

peneira com água de torneira para remover todas as partículas do substrato. Após a

lavagem, as raízes foram armazenadas em recipientes de vidro contendo etanol 50%

para sua conservação. Para o clareamento das raízes (remoção dos pigmentos e do

conteúdo citoplasmático das células) foi utilizada uma solução de NaOH a 10%,

acondicionando as raízes em cassetes plásticos, os quais foram submergidos na

solução alcalina em um béquer sobre placa aquecedora (80 - 90 ºC). O processo de

clareamento, o qual é indicado pela coloração marrom da solução, geralmente ocorreu

em 20 min. Os cassetes foram retirados do béquer e lavados (5X) com água de torneira

em abundância.

Para a coloração das raízes, os cassetes plásticos foram submergidos em

solução de tinta preta para caneta tinteiro (57 ml de tinta misturada em 1 L de ácido

acético à 5%) em um béquer que foi levado à placa aquecedora por 1 min. O excesso

de corante foi retirado com auxílio de peneira em água corrente e as raízes coradas

foram armazenadas em recipientes devidamente identificados contendo lactoglicerol

(proporção 1:1:1 em volume de ácido lático, glicerina e água) até a observação da

colonização micorrízica, a qual foi realizada sob estereomicroscópio (lupa) no aumento

de 40X (Figura 4).

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

19

Os dados obtidos para a porcentagem de colonização micorrízica foram

transformados para arco seno da raiz quadrada para assegurar a homogeneidade das

variâncias e submetidos à análise de variância.

Figura 4. Esquema do método utilizado para a avaliação do grau de colonização micorrízica das raízes de patchouli, realizada no Laboratório de Química e Fertilidade de solos. UESC, Ilhéus, BA, 2010. Extraído e modificado de http://invam.wvu.edu/.

4.5. Extração do óleo essencial

As extrações de óleo essencial da biomassa fresca foliar foram realizadas

utilizando aparelho Clevenger, em balão de 3 L contendo 1.500 ml de água destilada

(Figura 5). O hidrolato obtido em 1 h de extração foi colocado em funil de separação e

foi adicionado 10 mL de diclorometano em cada lavagem (uma no balão de 3 L as

outras duas no funil de separação), totalizando 30 mL de diclorometano, visando

separar a fase aquosa da fase orgânica. Após foi adicionado sulfato de sódio anidro,

para retirar a umidade da amostra. O hidrolato foi colocado em frasco de vidro

previamente coberto com papel laminado, pesado em balança analítica, e depositado

em capela para evaporação do diclorometano. Com a evaporação deste, restou apenas

o óleo essencial, que foi novamente pesado e por diferença foi obtido o peso do óleo.

Amostras de folhas para determinação do teor de umidade foram pesadas e colocadas

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

20

em sala com desumidificador até peso constante. O teor de óleo essencial foi calculado

com base na biomassa seca.

Teor de óleo = Quantidade do óleo em 100 gramas (%)

Rendimento = Teor x Biomassa (peso de óleo / planta) ou (peso de óleo / área)

Figura 5. Aparelho Clevenger com balão de vidro de 3 L utilizado na extração de óleo essencial das folhas do patchouli. UESC, Ilhéus, BA, 2010.

4.6. Análises estatísticas

Análises de variância, testes de média e análises de regressão e contraste

foram realizados para comparar os efeitos das doses de do pó de rocha e do efluente

de biodigestor sobre os parâmetros avaliados nas plantas.

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

21

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Análise do crescimento das plantas

O patchouli é uma planta muito delicada que exige uma adubação adequada

e equilibrada. Dentre os macronutrientes, o nitrogênio e o potássio são os mais

exigidos e os mais utilizados pela planta durante o ciclo de desenvolvimento.

Geralmente o biofertilizante enriquece quimicamente o solo e controla sua

acidez, como aconteceu neste experimento. Essa ação se deve à capacidade do

biofertilizante reter bases, pela formação de complexos orgânicos e pelo

desenvolvimento de cargas negativas.

Após o crescimento das plantas durante o período experimental foram

verificadas diferenças estatisticamente significativas para as médias de massa seca da

parte aérea, das folhas e dos caules do patchouli submetido às diferentes doses do pó

de rocha fosfática e do efluente de biodigestor. A interação desses dois compostos

resultou em padrões comportamentais diferenciados no crescimento das plantas de

patchouli (Figuras 6 e 7).

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

22

Dose de MB4 (g dm-3)

Figura 6. Gráficos individuais para as diferentes doses do efluente aplicadas às plantas de patchouli e os valores médios de biomassa da parte aérea destas (as barras representam o desvio padrão, n = 4) em função das doses de pó de rocha aplicadas. A linha pontilhada representa a regressão polinomial que melhor se adaptou ao comportamento das plantas conforme os tratamentos aplicados. A função que as descreve (E0 = sem aplicação do efluente; E1 = 18,75 mg.dm-3, E2 = 37,5 mg.dm-3, E3 = 75 mg.dm-3, E4 = 150 mg.dm-3) está à direita logo acima dos valores para teste F e do p fornecidos pelo quadro localizado no canto inferior direito da figura.

As linhas de tendência das regressões polinomiais apresentadas na Figura 6

demonstram a variabilidade no comportamento de crescimento das plantas de

patchouli submetidas às doses do efluente em função da aplicação do pó de rocha

fosfática. Observando-se essas linhas de tendência fica evidente que, de maneira

geral, o aumento da dosagem do pó de rocha que foi incorporado ao substrato

provocou comportamentos de crescimento variados no patchouli.

Quando analisada a tendência do crescimento das plantas para cada dose

do fosfato de rocha em função das dosagens crescentes do efluente foi observado dois

padrões diferentes para o crescimento do patchouli (Figura 7).

Mas

sa s

eca

da p

arte

aér

ea (

MS

PA

) em

gra

mas

0 2 4 8 160

1

2

3

4

5

6

0 2 4 8 16 0 2 4 8 16

0 2 4 8 160

1

2

3

4

5

6

0 2 4 8 16

E0 MSPA: F(4,10) = 128,925089, p = 0,00000001E1 MSPA: F(4,10) = 45,6099731, p = 0,000002E2 MSPA: F(4,10) = 3,43132322, p = 0,0518E3 MSPA: F(4,10) = 46,5912523, p = 0,000002E4 MSPA: F(4,10) = 45,7472378, p = 0,000002

E0 = 0,9671-0,2559*x+0,1088*x^2E1 = -1,9349+3,3959*x-0,5367*x^2E2 = 3,2016-0,509*x+0,1237*x^2E3 = 6,3819-2,8315*x+0,494*x^2E4 = 2,2759+0,2037*x+0,0364*x^2

Média ±0,95*SD Dose 4 do ef luenteDose 3 do ef luente

Dose 0 do efluente Dose 2 do efluenteDose 1 do ef luente

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

23

Dose de N (mg . dm-3) provindo do efluente

Figura 7. Gráficos individuais para as diferentes doses do MB4 aplicadas às plantas de patchouli e os valores médios de biomassa da parte aérea destas (as barras representam o intervalo de confiança) em função das doses de N do efluente aplicadas. A linha pontilhada representa a regressão polinomial que melhor se adaptou ao comportamento das plantas conforme os tratamentos aplicados. A função que as descreve (MB0 = 0 MB1 = 2 g dm-3, MB2 = 4 g dm-3, MB3 = 8 g dm-3, MB4 = 16 g dm-3 do pó de rocha) está à direita logo acima dos valores para teste F e do p fornecidos pelo quadro localizado no canto inferior direito da figura.

A principal razão para a capacidade de fertilização do biofertilizante

encontra-se no fato da digestão da biomassa que ocorre no interior do biodigestor

diminuir drasticamente o teor de carbono presente na mesma. De acordo com

Sganzerla (1983), isto ocorre porque, na biodigestão, a matéria orgânica perde

exclusivamente carbono sob as formas de CH4 (metano) e CO2 (gás carbônico).

Ocorre, portanto, o aumento do teor de nitrogênio e demais nutrientes, devido à perda

do carbono e, consequentemente, diminuição na relação C/N do efluente, além do fato

do próprio biofertilizante conter alguns nutrientes já solubilizados.

As linhas de tendência das regressões polinomiais apresentadas na Figura 7

mostram um padrão de crescimento que é resultado da maior produção de massa seca

da parte aérea das plantas conforme foi elevada a dosagem do efluente aplicado ao

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

24

solo. Um segundo padrão de crescimento foi caracterizado pelo aumento na produção

de biomassa da parte aérea conforme ia elevando-se as dosagens do efluente

aplicadas até um determinado ponto (especialmente na maior dose do efluente) a partir

do qual as plantas apresentaram nova redução na produção de ramos e folhas. Isso

sugere que há uma dosagem ótima para o efluente quando da aplicação concomitante

de 2 e 8 mg dm-3 do pó de rocha. Esse comportamento, em que o modelo quadrático é

o que melhor se ajusta, e o que melhor explica o crescimento das plantas é

relativamente comum para diversas espécies vegetais que são submetidas a diferentes

doses de fertilizantes químicos (FERNANDES, 2006).

Em uma generalização para os dados obtidos pela aplicação do efluente e

do pó de rocha ao patchouli, observa-se ainda que nas maiores doses do biofertilizante

houve aumento na produção de biomassa das plantas (Figura 7). Esse comportamento,

entretanto, não foi evidenciado para o pó de rocha, em que mesmo as maiores

dosagens aplicadas não acarretaram no crescimento estatisticamente diferente das

plantas, exceção feita ao tratamento em que não foi aplicado nas plantas o efluente do

biodigestor (Figura 6).

Uma possível explicação para a não evidencia da ação positiva do pó de

rocha encontra-se no tempo de crescimento das plantas de patchouli (90 dias), uma

vez que esse tipo de material exige um intervalo de tempo maior para os nutrientes

serem disponibilizados para as plantas, devido à baixa solubilidade do pó de rocha.

Isso acarreta em incorporação lenta dos nutrientes para a solução do solo e

consequentemente baixa disponibilidade para absorção radicular.

As médias das variáveis biométricas mensuradas para as plantas de

Pogostemon cablin (incrementos em altura, diâmetro, número de folhas e produção de

biomassa) diferiram significativamente sob o efeito da aplicação do MB4 aplicadas nas

diferentes doses do efluente de biodigestor. As análises de regressão indicaram que

houve aumentos significativos. Esses resultados indicam que esta espécie é

responsiva ao uso do pó de rocha e biofertilizante.

Resultados positivos da influência do MB4 sobre a produção vegetal foram

encontrados por Pinheiro e Barreto (2000), que relataram o uso de MB4 como

fertilizantes nas culturas da uva Itália; do arroz irrigado e do feijão, proporcionando

aumentos da ordem de 33%, 20% e 58% respectivamente, além de atuar como

promotor da resistência vegetal contra enfermidades.

Em trabalho realizado com orégano (Origanum vulgare L.) com objetivo de

avaliar os efeitos de diferentes doses dos adubos orgânicos bovinos e aves no

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

25

crescimento destas plantas, teor, rendimento e qualidade do óleo essencial foi

observado que as doses de adubos bovino e avícola influenciaram significativamente

no crescimento das plantas, rendimento e composição química do óleo de orégano

(CORRÊA, et al. 2010).

Quando se compara a interação entre as doses do pó de rocha com as do

efluente para o parâmetro massa seca das folhas do patchouli (Figura 8) observa-se

que as doses em torno de 75 mg dm-3 de N provindos do efluente, para todas as doses

de pó de rocha testadas, apresentaram, em geral, as maiores médias.

0 18,75 37,5 75 150

Dose de N (mg dm-3) provindo do efluente

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Mas

sa s

eca

das

folh

as (

g)

sem adição de pó de rocha 2 g.dm-3 de pó de rocha 4 g.dm-3 de pó de rocha 8 g.dm-3 de pó de rocha 16 g.dm-3 de pó de rocha

Figura 8. Valores médios (pontos) e erros padrão (barras) para a massa seca das folhas das plantas de patchouli submetidas às doses de N provindas do efluente em cada uma das cinco doses do pó de rocha fosfática (linhas) testadas.

A interação entre as doses do pó de rocha com as do efluente para o

parâmetro massa seca dos caules do patchouli (Figura 9) reiteradamente demonsrou

que as doses em torno de 75 mg dm-3 de N provindos do efluente, para todas as doses

de pó de rocha testadas, apresentaram, em geral, as maiores médias.

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

26

0 18,75 37,5 75 150

Dose de N (mg dm-3) provindo do efluente

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

Mas

sa s

eca

do c

aule

(g)

Sem adição de pó de rocha 2 g.dm-3 de pó de rocha 4 g.dm-3 de pó de rocha 8 g.dm-3 de pó de rocha 16 g.dm-3 de pó de rocha

Figura 9. Valores médios (pontos) e erros padrão (barras) para a massa seca do caule das plantas de patchouli submetidas às doses de N provindas do efluente em cada uma das cinco doses do pó de rocha fosfática (linhas) testadas.

Analisando a regressão utilizando-se o modelo quadrático, observou-se que,

para os fatores dependentes biomassa seca de folhas e biomassa seca de caule do

patchouli (Figuras 8 e 9) a melhor dosagem para o pó de rocha fosfática situou-se em

torno de 8 g dm-3 adicionado ao solo.

Nas condições climáticas de Ilhéus, a elevada temperatura influenciou

diretamente no desenvolvimento do patchouli durante a condução do experimento,

causando o pendoamento, sendo este, observado com mais evidência na testemunha

(controle sem aplicação de biofertilizante e pó de rocha fosfática), devido ainda,

provavelmente à influência da deficiência nutricional.

5.2. Avaliação do grau de micorrização

As raízes do patchouli no experimento em que foram testadas as doses do

pó de rocha e do efluente apresentaram-se geralmente colonizadas por hifas intra e

extraradiciais e por inúmeros arbúsculos (Figura 10). Morfologicamente as micorrizas

presentes nas raízes do patchouli tiveram semelhança com as da série Arum a qual

predomina na maioria das plantas herbáceas (SMITH; SMITH, 1997).

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

27

Figura 10. Micrografias fotônicas mostrando a morfologia das micorrizas encontradas no patchouli. A. Vista geral de um segmento de raiz colonizado por arbúsculos (ponta de seta) de fungos micorrízicos com as suas hifas extraradiciais (seta). B. Os arbúsculos (pontas de seta) estavam presentes no interior das células corticais e as hifas extra raízes (seta) possuíam ramificações. C. Detalhe do hifopódio (seta) formado por uma hifa extraradicial (ponta de seta) no local de penetração de uma raiz com tricomas (*) e densamente colonizada pelo fungo. D. Detalhe de arbúsculos (setas) bastante ramificados presentes no interior das células corticais. E. Detalhe de um dos arbúsculos da imagem anterior, onde podem ser observadas suas diversas ramificações. F. Esporos de fungo micorrízico arbuscular formados pelas hifas extraradiciais.

* *

A B

C D

E F

Page 39: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

28

Nesse tipo micorrízico ocorrem com freqüência arbúsculos densamente

ramificados, como os que podem ser vistos nas Figuras 10D e 10E. Os arbúsculos são

a interface onde ocorre a troca de nutrientes entre o fungo e a planta hospedeira

(SMITH; READ, 1997). O hifopódio, ponto de entrada da hifa na raiz, também pode ser

observado (Figura 10C), além de esporos formados pelas hifas extraradiciais (Figura

10F). Todas essas estruturas são características dos fungos micorrízicos arbusculares

(SMITH; READ, 1997).

Foi observado que para o grau de colonização micorrízica das raízes do

patchouli a interação entre as doses do pó de rocha e do efluente do biodigestor foi

significativa, portanto, optou-se por analisar esses dados pela metodologia de

superfície de resposta (Figura 11). A equação quadrática obtida para esse modelo

também é apresentada na Figura 11, onde se observa também que a dose de 75 mg

dm-3 de N provindos do efluente e de 8 g dm-3 adicionado ao solo do pó de rocha

fosfática resultou em maiores valores para o grau de colonização micorrízica das raízes

do patchouli.

Figura 11. Colonização micorrízica em raiz de patchouli submetida à adubação com efluente de biodigestor e pó de rocha (MB-4). UESC, Ilhéus, BA, 2010.

Page 40: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

29

Plantas de patchouli respondem positivamente à inoculação com FMAs.

Trabalho realizado por Arpana e colaboradores (2008) aonde foram testados onze

espécies de fungos micorrízicos arbusculares em mudas de Pogostemon cablin,

demonstraram que de forma geral todas as espécies de fungos inferiram positivamente

e com os resultados significativos para altura, número de ramos, propagação de

plantas, biomassa das plantas e teor de P nas plantas cultivadas em casa de

vegetação. Glomus eutunicatum apresentou-se como a espécie mais promissora para

a produção de biomassa e teor de óleo essencial.

Para outras plantas produtoras de óleo essencial, a influência dos FMAs é

positiva, como o relatado por Portugal e colaboradores (2006) para a produção de

massa seca de folhas de estévia (Stevia rebaudiana), a qual foi influenciada por

Glomus intraradices, Glomus etunicatum e Acaulospora sp. Esses estudos corroboram

os resultados obtidos em patchouli submetido a doses de biofertilizante e de pó de

rocha MB4, que apresentou alto grau de colonização micorrízica nessa planta

produtora de óleo essencial.

Page 41: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

30

5.3. Teor de óleo essencial

Quanto a produção de óleo essencial pelas folhas do patchouli, os valores obtidos

com as doses de 18,75 e 37,5 mg dm-3 do efluente combinado com a dose de 8 g dm-3 do pó

de rocha fosfática apresentaram os maiores rendimentos.

0 2 4 8 16

Dose de rocha fosfática (g . dm-3)

0,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

Qua

ntid

ade

de ó

leo

esse

ncia

l (g

. 1 g

pla

nta

-1) Sem aplicação do efluente

Dose 1 do efluente Dose 2 do efluente Dose 3 do efluente Dose 4 do efluente

Figura 12. Valores médios (pontos) e erros padrão (barras) para a quantidade de óleo essencial em 1 g de biomassa das plantas de patchouli submetidas às doses do efluente (Dose 1 = 18,75 mg.dm-3; Dose 2 = 37,5 mg.dm-3; Dose 3 = 75 mg.dm-3; Dose 4 = 150 mg.dm-3de N) e em função das doses do pó de rocha fosfática aplicadas.

As maiores doses do efluente (75 e 150 mg dm-3) não resultaram em

aumento na produção do óleo essencial do patchouli. A influência de adubos orgânicos

sobre a produção de óleo essencial pode ser variável entre as espécies vegetais e

condições de cultivo. O uso da cama de frango como adubo orgânico para a produção

de óleo essencial em manjericão (Ocimum basilicum) não resultou em diferenças

significativas entre as cinco doses testadas (LUZ et al., 2005). Resultados similares

foram observados por Nalepa e Carvalho (2007) em camomila (Chamomilla recutita) e

por Souza et al. (2010) para Lippia citriodora onde os teores de óleo essencial não

foram afetados pelo uso de adubos orgânicos.

Page 42: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

31

6. CONCLUSÃO

A resposta ao uso concomitante do pó de rocha e do efluente de biodigestor

das plantas do patchouli foi significativa para a produção de biomassa da parte aérea e

de óleo essencial.

A colonização micorrízica foi elevada, principalmente para as maiores doses

do efluente.

As quantidades de óleo essencial nas folhas de patchouli foram mais altas

nas menores doses (18,75 e 37,5 mg dm-3) do efluente aplicado.

Page 43: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

32

7. REFERÊNCIAS

ARPANA, J.; BAGYARAJ, D.J.; PRAKASA RAO, E.V.S.; PARAMESWARAN, T.N.

ABDUL RAHIMAN, B. Symbiotic response of patchouli (Pogostemon cablin (Blanco)

Benth. to different arbuscular mycorrhizal fungi. Advances in Environmental

Biology , v. 2, p. 20 - 24, 2008.

AZAMBUJA, W. Óleo essencial de patchouli. Disponível em: http://www.

oleosessenciais.org/patchouli-essential-oil/> Acesso em: 29 mai 2014.

BARRETO, S. B. A farinha de rocha MB-4 e o solo. Maceió: Jamataia , 1998.

BERBARA, R.L.L.; SOUZA, F.A.; FONSECA, H.M.A.C. Fungos micorrízicos

arbusculares: muito além da nutrição. In: FERNANDES, M.S. Nutrição mineral de

plantas . Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2006. pp. 53 - 88.

BEZERRA, A.M.E.; JÚNIOR, F.T. do N.; LEAL, F.R.; CARNEIRO, J.G. de M.

Rendimento de Biomassa, oleo essencial, teores de fósforo e potássio de chambá

em resposta à adubação orgânica e mineral. Revista Ciência Agronômica , v.37, n.

2, p.124 - 129, 2006.

BOTANAGRA. Patchouli oils. Jacarta, 2002. Disponível em: http://www.botanagra.

com/news/update.htm> Acesso em: 29 mai 2014.

BÜCKING, H; SHACHAR-HILL, Y. Phosphate uptake, transport and transfer by the

arbuscular mycorrhizal fungus Glomus intraradices is stimulated by increased

carbohydrate availability. New Phytologist , n. 165, p. 899 - 912, 2005.

CORREA, R.M et al.Adubação orgânica na produção de biomassa de plantas, teor e

qualidade de óleo essencial de orégano (Origanum vulgare L.) em cultivo protegido.

Revista Brasileira de Plantas Medicinais [online]. 2010, vol.12, n.1, pp. 80-89.

ISSN 1516-0572. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-05722010000100012. Acesso em:

29 mai 2014.

CARNEIRO, M.A.C.; SIQUEIRA, J.O.; MOREIRA, F.M.S.; CARVALHO, D.; BOTELHO,

S.A.; JUNIOR, O.J.S. Micorriza arbuscular em espécies arbóreas e arbustivas

nativas de ocorrência no sudeste do Brasil. Cerne , v.4, p.129-145, 1998.

CHRISTIE, P.; LI, X.; CHEN, B. Arbuscular mycorrhiza can depress translocation of

zinc to shoots of host plants in soils moderately polluted with zinc. Plant and Soil , v.

261, p. 209 - 217, 2004.

CLARK, R.B.;ZETO, S.K. Mineral acquisition by arbuscular mycorrhizal plant. Journal

of Plant Nutrition , v. 23, p. 867 - 902, 2000.

Page 44: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

33

COLLARD F. H.; ALMEIDA, A.; COSTA, M.C.R; ROCHA, M.C. Efeito do Uso de

Biofertilizante Agrobio na Cultura do Maracujazeiro Amarelo (Passiflora edulis f.

flavicarpa Deg). Revista Biociêncências , Taubaté, v. 7, n. 1, p.15-21, 2001.

CORRÊA, R.M.; PINTO, J.E.B.P.; REIS, E.S.; ALVES,P.B.; NICULAN, E.S. BRANT,

R.S.. Adubação orgânica na produção de biomassa de plantas, teor e qualidade de

óleo essencial de orégano (Oreganum vulgare L.) em cultivo protegido. Revista

Brasileira de Plantas Medicinais , Botucatu, v. 12, n.1, p. 80-89, 2010.

COSTA AG; DESCHAMPS C; CÔCCO L.C.; SCHEFEER, A.P.. Desenvolvimento e

composição do óleo essencial do Patchouli Submetido a Diferentes Doses de

Nitrogênio no Plantio e Manutenção. Bioscience Journal , Uberlândia, v. 30, n. 2, p.

387-392, 2014.

COSTA AG; DESCHAMPS C; BOTREL PP; CHAGAS JH; PINTO JEBP. Rendimento e

composição de óleo essencial do patchouli após a aplicação de diferentes níveis de

nitrogênio em plantio e pós-colheita. Horticultura Brasileira , v. 28, p. S3507-S3512,

2010.

DEGUERRY, F.; PASTORE, L.; WU, S.; CLARK, A.; CHAPPELL, J.; SCHALK, M. The

diverse sesquiterpene profile of patchouli, Pogostemon cablin, is correlated with a

limited number of sesquiterpene synthases. Archives of Biochemistry and

Biophysics , v. 454, p. 123-136, 2006.

EDWARDS, S.G.;. FITTER, A.H.; YOUNG, J.P.W. Quantification of an arbuscular

mycorrhizal fungus, Glomus mosseae, within plant roots by competitive polymerase

chain reaction. Mycological Research , v. 101, p. 1440-1444, 1997.

EPAGRI. Normas técnicas para cultivo de capim-limão, citron ela, palma-rosa e

patchouli . Florianópolis, 2004. 58 p. (Epagri. Sistemas de Produção, 37).

FERRI, P. H. Química de produtos naturais: métodos gerais . In Plantas Medicinais:

Arte e Ciência – Um Guia de Estudo Interdisciplinar, Di Stasi, L. C. (org.). Botucatu:

Editora Unesp, p. 29-35, 1995.

FRANCO, A. A.; De FARIA, S. M. The contribution of nitrogen fixing tree legumes to

land reclamation and sustainability in the tropics. Soil Biology and Biochemistry , v.

29, p. 897-904, 1997.

FREITAS, M.S.M.; MARTINS, M.A.; VIEIRA, I.J.C. Produção e qualidade de óleos

essenciais de Mentha arvensis em resposta à inoculação de fungos micorrízicos

arbusculares. Pesquisa Agropecuária Brasileira , Brasília, v. 39, n. 9, p. 887 - 894,

2004

Page 45: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

34

FRIES, M.R.; AITA, C. Aplicação de esterco de bovino e efluente de biodigestor em um

solo Podzólico Vermelho-Amarelo: efeito sobre a produção de matéria seca e

absorção de nitrogênio pela cultura do sorgo. Revista do Centro de Ciências

Rurais , Santa Maria, v. 20, n. 1-2, p. 137 - 145, 1990.

GARBUIO C, BIASI LA, KOWALSKI APJ. Propagação por estaquia em patchouli com

diferentes números de folhas e tipos de estacas. Scientia Agraria ; v. 8, n. 4, p. 435 -

438, 2007.

GROSS, E.; CORDEIRO, L.; CAETANO, F.H. Nodulação e micorrização em

Anadenanthera peregrina var. falcata em solos de cerrado autoclavado e não

autoclavado. Revista Brasileira de Ciência do Solo , Campinas, n. 28, p. 95-

101.2004.

GUENTHER, E. The essential oils : individual essential oils of the plant families

Rutaceae and Labiatae. Malabar: Krieger. 1972. v. 3. 777 p.

GUIMARÃES, P. I. C.; OLIVEIRA, R. E. C., ABREU, R. G. Extraindo óleos essenciais

de plantas. Química Nova na Escola , n° 11, 2000.

HABTE, M.; SOEDARJO, M. Response of Acacia mangium to vesicular-arbuscular

mycorrhizal inoculation, soil pH, and soil P concentrations in an oxisol. Canadian

Journal of Botany , v. 74, p. 155 - 161. 1996.

HARRISON, M.J. Signaling in the arbuscular mycorrhizal symbioses. Annual Review

of Microbiology, v. 59, p. 19 - 42, 2005.

HOLMES, P. Patchouli, the colors within the darkness. The International Journal of

Aromatherapy , v. 8, p. 18 - 22, 1997.

HU, L.F., LI, S.P.; CAO, H.; LIU, J.J.; GAO, J.L.; YANG, F.Q. and WANG, Y.T. GC-MS

fingerprint of Pogostemon cablin in China. Journal of Pharmaceutical and

Biomedical Analysis , 42, p. 200 - 206, 2006.

HUSBAND, R.; HERRE, E.A.; TURNER, S.L.; GALLERY, R. & YOUNG, J.P.W.

Molecular diversity of arbuscular mycorrhizal fungi and patterns of host association

over time and space in a tropical forest. Molecular Ecology , v. 11, p. 2669 - 2678,

2002.

JANOS, D.P. Mycorrhizae influence tropical succession. Biotropica , v. 12, p. 56 - 64,

1980.

JANOS, D.P. VA mycorrhizas in humid tropical ecosystems. In. G.R. SAFIR (ed.)

Ecophysiology of VA mycorrhizal plants. Boca Raton-Florida: CRC Press, 1987.

pp. 108-128.

Page 46: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

35

JESUS, E.C. de; SCHIAVO, J.A.; De FARIA, S.M. Dependência de micorrizas para

nodulação de leguminosas arbóreas tropicais. Revista Árvore , v. 29, p. 545 - 552,

2005.

LUZ, J. M. Q.; MORAIS, T. P. S.; BLANK, A. F.; SODRÉ, A. C.; OLIVEIRA, G. S. Teor

rendimento e composição química do óleo essencial de manjericão sob doses de

cama de frango. Horticultura Brasileira, v. 27, p. 349-353, 2009

MAIA, L. C. & TRUFEM, S. F. B. Fungos micorrízicos vesículo-arbusculares em solos

cultivados no estado de Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de Botânica , v. 13,

p. 89 - 95, 1990.

MALAVOLTA, E. O fósforo na planta e interações com outros elementos. In: Yamada,

T.; Abdalla, S. R. S. (Eds.). Fósforo na Agricultura Brasileira . Piracicaba: Potafós, p.

35 - 63. 2004.

MALAVOLTA, E.; PIMENTEL-GOMES,F.; ALCARDE, J.C. Adubos & Adubações , São

Paulo: Editora Nobel, 2002. 200p.

MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do Estado Nutricional das

Plantas: princípios e aplicações . 2ª ed. Piracicaba: Associação Brasileira para a

Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 1997. 319p.

MAPELI, N.C.; VIEIRA, M.C.; HEREDIA Z.N.A.; SIQUEIRA, J.M. Produção de

biomassa e de óleo essencial dos capítulos florais da camomila em função de

nitrogênio e fósforo. Horticultura Brasileira , Brasília, v. 23, n. 1, p. 32 - 37, 2005.

MARSCHNER, H.; DELL, B. Nutrient uptake in mycorrhizal symbiosis. Plant and Soil ,

v. 159, p. 89 - 102, 1994.

MILLER, R. M.; JASTROW, J. D. The role of mycorrhyzal fungi in soil conservation. In:

Mycorrhizae in sustainable agriculture . Madison, America Society of Agronomy, p.

29 - 44. 1992.

MIYASAKA, S.; NAGAI, K. ; MIYASAKA, N. S. Agricultura natural . Viçosa, MG:

Centro de Produções Técnicas-CPT, 2004. 214 p.

MOREIRA,F.M.S.; SIQUEIRA, J.O. Microbiologia e bioquímica do solo . Lavras:

Editora UFLA, 2002, 626 p.

MOREIRA, F.M.S.; SIQUEIRA, J.O. Microbiologia e bioquímica do solo . 2ª ed.

Lavras: Editora UFLA, 2006, 720p.

MORTON, J. B. Problems and solutions for the integration of glomalean taxonomy,

systematic biology, and the stud of endomicorrhizal phenomena. Mycorrhiza , v. 2, p.

97 - 109, 1993.

Page 47: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

36

NALEPA, T.; CARVALHO, R. I. N. de. Produção de biomassa e rendimento de óleo

essencial em camomila cultivada com diferentes doses de cama-de- aviário. Scientia

Agraria, v.8, p. 161-167, 2007.

NOVAIS, R. F. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizan tes em Minas

Gerais , 5ª aproximação. Ribeiro, A. C.; Guimarães, P. T. G.; Alvarez, V. H. (eds) -

Comissão de fertilidade do solo do estado de Minas Gerais – CFEMG, Viçosa, 1999.

OLIVEIRA, A. N.; OLIVEIRA, L. A. Micorrizas arbusculares e teores de nutrientes em

bananeiras (Musa spp) em um Latossolo da Amazônia. In: Congresso Brasileiro de

Microbiologia, Salvador, 1999. Resumos. Salvador, SBM, p. 288.

OLIVEIRA, L. A.; GUITTON, T. L.; MOREIRA, F. W. Relações entre as colonizações

por fungos micorrízicos arbusculares e teores de nutrientes foliares em oito espécies

florestais da Amazônia. Acta Amazonica, v. 29, p. 183 - 193, 1999.

PARNISKE, M. Arbuscular mycorrhiza: the mother of plant root endosymbioses. Nature

Reviews Microbiology , v. 6, p. 763-775, 2008.

PENG, S.; EISSENSTAT, D.M.; GRAHAM, J.H.; WILLIAMS, K. Growth depression in

mycorrhizal citrus at high phosphorus supply: Analysis of carbon costs. Plant

Physiology , v. 101, p. 1063 - 1071, 1993.

PINHEIRO, C. M. ; SOUZA JUNIOR, J. O. ; GROSS, E. ; MENEZES, A. A. Efeito do pó

de rocha MB-4 nas características químicas de um Latossolo Vermelho Amarelo. In:

FertBio 2008, Londrina. Anais do FertBio 2008.

PINHEIRO, S., BARRETO, S. B. “MB-4” agricultura sustentável trofobiose e

biofertilizantes . Fundação Juquira Candiru, MIBASA, 2000. 273p.

PORTUGAL, E. P., QUITÉRIO, G. C. M., HONÓRIO, S. L. Seleção de fungos

micorrízicos arbusculares para estévia, Stevia rebaudiana (Bert.) Bertoni. CPQBA –

UNICAMP- 2006.

PRETTY, K.M. O potássio na qualidade dos produtos agrícolas. In: T. YAMADA, K.

IGUE, O. MUZILLI, N.R. USHERWOOD. (Eds.) Potássio na Agricultura Brasileira .

Piracicaba: Instituto da Potassa e Fosfato (EUA), 1982. p. 177-194.

RAMOS, F. P. No tempo das especiarias. 3ª. ed. São Paulo: Contexto, 2006. v. 1.

288p.

SANTOS, M.R.A.; FERNANDES, C.F; INNECCO, R. Efeito da adubação orgânica na

produção de biomassa e óleo essencial da Lippia alba. Porto Velho : Embrapa

Rondônia, 2006.

SALES, J.F.; PINTO, J.E.B.P.; BOTREL, P.P.; SILVA, F.G.; CORREA, R.M.;

CARVALHO, J.G. Acúmulo de Massa, Teor Foliar de Nutrientes e Rendimento de

Page 48: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

37

Óleo Essencial de Hortelã-do-campo (hyptis marrubioides epl.) Cultivado sob

Adubação Orgânica – Biosci ence Journal , Uberlândia, v. 25, n. 1 p. 60 - 68, 2009.

SILVA, F.; DIAS, T. Cultivo e cadeia produtiva do patchouli. Instituto Euvaldo Lodi –

IEL/BA 28/1/2013

SILVA, N.A.; OLIVEIRA, F.F.; COSTA, L. C. B.; BIZZO, H.R.; OLIVEIRA, R.A.

Caracterização química do óleo essencial da erva cidreira (Lippia alba (Mill.) N. E.

Br.) cultivada em Ilhéus na Bahia. Revista Brasileira de Plantas Medicinais ,

Botucatu, v. 8, n. 3, p. 52 - 55, 2006.

SCHÜBLER, A.; SCHWARZOTT, D.; WALKER, C. A new fungal phylum, the

Glomeromycota: phylogeny and evolution. Mycological Research, v. 105, p. 1413 -

1421, 2001.

SGANZERLA, E. Biodigestor, uma solução . Porto Alegre: Agropecuária, 1983.

SHEPHERD, M.; NGUYEN, L.; JONES, M.E.J.; NICHOLS, J.D.; CARPENTER, F, L. A

method for assessing arbuscular mycorrhizal fungi group distribution in tree roots by

intergenic transcribed sequence variation. Plant and Soil , v. 290, p. 259 - 268, 2007.

SIMTH, S.E.; GIANINAZZI-PEARSON, V.; KOIDE, R.; CAIRNEY, J.W.G. Nutrient

transport in mycorrhizas: structure, physiology and consequences for efficiency of the

symbiosis. Plant and Soil , v. 159, p. 103 - 113, 1994

SINGH, M.; RAO, R. S. G. Influence of sources and doses of N and K on herbage, oil

yield and nutrient uptake of patchouli [Pogostemon cablin (Blanco) Benth.] in semi-

arid tropics. Industrial Crops and Products , v.29, p. 229 - 234, 2009.

SINGH, M.; SHARMA, S.; RAMESH, S. Herbage, oil yield, and oil quality of patchouli

[Pogostemon cablin (Blanco) Benth.] influenced by irrigation, organic mulch and

nitrogen application in semi-arid tropical climate. Industrial Crops and Products. v.

16, p. 101 - 107, 2002.

SIQUEIRA, J. O.; SAGGIN JÚNIOR, O. J. Dependency on arbuscular mycorrhizal fungi

and responsiveness of some Brazilian native woody species. Mycorrhiza , v. 11, p.

245 - 255, 2001.

SMITH, S.E., READ D.J. Mycorrhizal Symbiosis . London: Academic Press, 2nd ed.

1997. 605p.

SMITH. F. A.; SMITH, S. E. Structural diversity in (vesicular) - arbuscular mycorrhizal

symbioses. New Phytolologist , v. 137, p. 373 - 388, 1997.

ST. JOHN, T. V. Uma lista de espécies de plantas tropicais brasileiras naturalmente

infectadas com micorriza vesícular-arbuscular. Acta Amazonica , v.10, p. 229 - 234,

1980.

Page 49: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESCnbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/952fc21aa9e131a3a3f504... · A Deus que em sua infinita sabedoria soube guiar-me tão ... Aos

38

SOUZA, M. F.; SOUZA JUNIOR, I. T; GOMES, P. A.; FERNANDES, L. A.; MARTINS,

E. R.; COSTA, C. A.; SAMPAIO, R. A. Calagem e adubação orgânica na produção

de biomassa e óleo essencial em Lippia citriodora Kunth. Revista Brasileira de

Plantas Medicinais, v. 12, p. 401-405, 2010.

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 720p.

TRINDADE, A.V.; VILDOSO, C.I.A.; MUCHOVEJ, R.M.C.; COSTA, L.M. Interação de

composto de lixo urbano e fungos micorrízicos na nutrição e crescimento do milho.

Revista Brasileira de Ciência do Solo , Campinas, v. 20, p. 199 - 208. 1996.

TRINDADE, A. V. ;FARIA, N. G.; ALMEIDA, F. P. Uso de esterco no desenvolvimento

de mudas de mamoeiro colonizadas com fungos micorrízicos. Pesquisa

Agropecuária Brasileira , Brasilia, v. 35, n. 7, p. 1389 - 1394, 2000.

TRONGTOKIT Y., RONGSRIYAM Y., KOMALAMISRA N. E APIWATHNASORN C.

Comparative Repellency of 38 Essential Oils against Mosquito Bites, Phytotherapy

Research , v. 19, p. 303 - 309, 2005.

VILLELA Jr., L. V. E.; ARAUJO, J. A. C.; FACTOR, T. L. Efeito da utilização do efluente

de biodigestor no cultivo hidropônico do meloeiro. Revista Brasileira de

Engenharia Agrícola e Ambiental , Campina Grande, v. 7, n. 1, p. 72 - 79, 2003.