UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ AISLA … · A Luciana Lacerda e Sonia Lopo, pelo carinho,...

76
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ AISLA NASCIMENTO DA SILVA CONFIRMAÇÃO DA EXPOSIÇÃO POR Neospora spp. EM EQUÍDEOS DA MICRORREGIÃO ILHÉUS-ITABUNA PELA TÉCNICA DO WESTERN BLOTTING ILHÉUSBAHIA 2016

Transcript of UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ AISLA … · A Luciana Lacerda e Sonia Lopo, pelo carinho,...

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

AISLA NASCIMENTO DA SILVA

CONFIRMAÇÃO DA EXPOSIÇÃO POR Neospora spp. EM EQUÍDEOS DA

MICRORREGIÃO ILHÉUS-ITABUNA PELA TÉCNICA DO WESTERN BLOTTING

ILHÉUS– BAHIA

2016

AISLA NASCIMENTO DA SILVA

CONFIRMAÇÃO DA EXPOSIÇÃO POR Neospora spp. EM EQUÍDEOS DA

MICRORREGIÃO ILHÉUS-ITABUNA PELA TÉCNICA DO WESTERN BLOTTING

Dissertação apresentada à Universidade

Estadual de Santa Cruz como exigência para

obtenção do título de Mestre em Ciência

Animal.

Área de concentração: Clínica e Sanidade

Animal.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Dias Munhoz

ILHÉUS – BAHIA

2016

AISLA NASCIMENTO DA SILVA

CONFIRMAÇÃO DA EXPOSIÇÃO POR Neospora spp. EM EQUÍDEOS DA

MICRORREGIÃO ILHÉUS-ITABUNA PELA TÉCNICA DO WESTERN BLOTTING

Ilhéus – BA, 26/02/2016

___________________________________

Alexandre Dias Munhoz – DSc

UESC/DCAA

(Orientador)

____________________________________

Carlos Priminho Pirovani – DSc

UESC/DCB

___________________________________

Amanda Brito Wardini – DSc

UFMG

ILHÉUS – BAHIA

2016

S586 Silva, Aisla Nascimento da. Confirmação da exposição por Neospora spp. em equídeos da microrregião Ilhéus – Itabuna pela técnica do western blotting / Aisla Nascimento da Silva. – Ilhéus, BA: UESC, 2016. 74f. : il.; anexos. Orientador: Alexandre Dias Munhoz. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal. Inclui referências e apêndice.

1. Equino – Doenças. 2. Parasitologia vete- rinária. 3. ImmunoblottingI. Título. CDD 636.108971

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ser tão maravilhoso e abençoar cada um dos meus

passos! Por ter me dado força pra superar os desafios, me amparar quando eu

precisei e por ter me permitido chegar até aqui.

Aos meus pais Elson Souza e Marilene Santos, que sempre me apoiaram, me

protegeram e me ensinaram em tão pouco tempo, o que eu ainda não tinha

aprendido em toda a minha vida. Amo vocês!

Aos meus irmãos, que longe ou perto, estamos unidos por um amor único!

Aos meus sobrinhos que são meus sorrisos, minha calmaria! Titia ama, titia

cuida, titia não vive sem vocês!

Ao meu esposo Clebson Almeida. Obrigado por ser meu ombro amigo, meu

parceiro, meu cúmplice e por ter tolerado minha ausência durante a execução desse

projeto. Te amo! Te amamos!!

À minha sogra Maria Shirlei e ao meu cunhado João Matos por ter

compreendido a minha ausência em um momento tão complicado. Dou graças a

Deus pela vida de vocês!

Ao meu orientador Alexandre Dias Munhoz pelos ensinamentos, apoio e

principalmente pela paciência comigo durante esses dois anos de mestrado.

A Luciana Lacerda e Sonia Lopo, pelo carinho, cuidado, conselhos, incentivos

e companheirismo de sempre!

A Gabriela Mota, Rebeca Dálety, Jéssica Freitas, Fabiana Barbosa e Vanessa

Fonseca por serem essas lindas que nos divertem sempre! E também, pelo apoio

meninas!

A Monia Andrade, por compartilhar os dados.

A Ivanildo dos Anjos que tanto nos ajudou em diversas situações!

A Ítala Felhberg, por ser essa pessoa maravilhosa e por ter me acolhido tão

carinhosamente durantes dois longos meses!

Ao Professor Luiz Fernando Pita Gondim, por ter cedido o laboratório e ter

compartilhado um pouco dos seus conhecimentos comigo.

À equipe do LDPA-UFBA, Gabriel Rodrigues, Maria Laís Moura e Rogério de

Jesus pelo auxílio constante na minha breve passagem por Salvador e por me

ajudarem sempre

A Mariana Gondim (LDPA) por todo carinho, atenção e auxílio. Ah, também a

Cecília por ter permitido que a mamãe dela continuasse me ajudando mesmo com

um barrigão lindo!

Ao professor Alexandre Moraes Pinheiro pela concessão dos equipamentos,

pelo cuidado, pelos ensinamentos, pela paciência de conversar e orientar todas as

vezes que os testes deram errado e também quando deram certo!!

A Guilherme por ter alegrado algumas das minhas manhãs e também por ter

desistido da cambalhota !

A Caroline Primo pelo carinho, por ter compartilhado os bons e os maus

momentos do Western blot e por mais uma amizade iniciada!

As meninas e meninos do laboratório de Bioquímica e veterinária da UFRB

pelo auxílio: Sandra Carvalho, Cleusa Almeida, Cíntia Santana, Antônio Wesley e

Wellisson.

A Dona Conceição e Sr. Roberto que me recebiam de braços abertos todos

os dias quando eu retornava da UFRB e de alguma forma, sempre conseguiam me

fazer rir mesmo nos dias mais difíceis!

Aos amigos Luciel Fernandes, Érica Rocha e Uillians Volkart, pelo apoio de

sempre!

Helen Ferraz e Amanda Lopes, mais uma vez juntas! Obrigada por todo

apoio, pelas resenhas, pelos sorrisos, pela internet... e por sempre deixar meu

cantinho reservado !

Aos proprietários e funcionários que nos permitiram realização das coletas.

Aos animais que representam a parte fundamental na realização desse

projeto.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) pela

concessão da bolsa de mestrado.

E mais uma vez a Deus, por ter me dado a graça de conhecer e conviver com

todos vocês e compartilhar a mais bela de todas as realizações: estar gerando uma

vida! Com certeza uma criança linda!!!

“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não

esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que

ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios,

incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito

da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã, pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

...”

Augusto Cury

CONFIRMAÇÃO DA EXPOSIÇÃO POR Neospora spp. EM EQUÍDEOS DA

MICRORREGIÃO ILHÉUS-ITABUNA PELA TÉCNICA DO WESTERN BLOTTING

RESUMO

Objetivou-se com este estudo confirmar a exposição por Neospora spp através da

técnica de western blotting em equídeos da microrregião Ilhéus-Itabuna. Das 516

amostras testadas na RIFI, 80 foram selecionadas para a realização do western

blotting. Nove amostras foram positivas para Neospora spp., seis apresentaram

infecção simultânea a N. caninum e T. gondii, 33 foram positivas apenas para T.

gondii e 32 amostras negativas para ambos parasitos. Taquizoítos da cepa Nc-Bahia

foram cultivados em monocamadas de células Vero, mantidos com meio RPMI

suplementado com soro fetal bovino e com adição de antibiótico e antimicótico. Para

cada reação de western blotting utilizou-se um volume de 100 µL de solução tampão

de amostra e antígeno purificado (4x107 de taquizoítos). As proteínas foram

separadas por eletroforese vertical em gel de poliacrilamida 12%, transferidas para a

membrana de PVDF que foram bloqueadas, cortadas em tiras, incubadas com os

anticorpos primário e secundário e reveladas. A migração das bandas na membrana

foi medida e os dados tabulados em uma planilha do software Excel® Microsoft,

onde foi estimado o peso molecular das proteínas. Dezoito amostras foram positivas

(3,48% - 18/516), das quais dezessete foram oriundas da espécie equina e apenas

uma asinina, reconhecendo pelo menos um dos antígenos de 17, 35, 37 e 43 KDa.

As proteínas de 35 e 37KDa foram reconhecidas em maior frequência (83,3% -

15/18). Com base nos resultados, conclui-se que equideos da microrregião Ilhéus-

Itabuna são expostos ao Neospora spp., com infecção diagnosticada em maior

proporção na espécie equina em comparação com a asinina.

Palavras-chave: Equídeos. Neosporose. Imunobloting.

CONFIRMATION OF EXPOSURE Neospora spp. IN HORSES IN THE

MICROREGION ILHÉUS-ITABUNA BY TECHNICAL WESTERN BLOTTING

ABSTRACT

The objective of this study was to confirmed exposure Neospora spp. by western

blotting technique in equines of Ilheus-Itabuna micro. Of the 516 samples tested in

IFA, 80 were selected to conduct the western blotting. Nine samples were positive for

Neospora spp., Six had concurrent infection with N. caninum and T. gondii, only 33

were positive for T. gondii and 32 samples negative for both parasites. Tachyzoites

of Nc-Bahia strain were cultivated in Vero cell monolayers maintained in RPMI

supplemented with fetal bovine serum and with the addition of antibiotic and

antimycotic. For each western blotting was used a reaction volume of 100 uL sample

buffer and purified antigen (for 4x107 tachyzoites). Proteins were separated by

vertical electrophoresis in 12% polyacrylamide gel, transferred to the PVDF

membrane which were blocked, cut into strips, incubated with the primary and

secondary antibodies and developed. The migration of the bands on the membrane

was measured and the data tabulated in Microsoft Excel® spreadsheet software,

where the molecular weight of protein was estimated. Eighteen samples were

positive (3.48% - 18/516), of which seventeen were from the equine species and only

one asinine, recognizing at least one of the antigens of 17, 35, 37 and 43 KDa. The

35 and 37KDa proteins were recognized at higher frequency (83.3% - 15/18).Based

on the results, it is concluded that there is exposure of the equine Ilheus-Itabuna

micro to Neospora spp., Diagnosed infection with a greater proportion of the equine

species.

Keywords: Horses, neosporosis, immunoblotting

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Classificação taxonômica de N. caninum e Toxoplasma gondii

19

Figura 2 Ilustração do Ciclo biológico de Neospora caninum 23

Figura 3 Local de estudo 34

Figura 4 Cultivo celular de N. caninum 36

Figura 5 Sistema de eletroforese vertical 37

Figura 6 Distancia de migração do antígeno a partir da origem 38

Figura 7 Ilustração do sanduíche de transferência 38

Figura 8 Sanduíche parcialmente montado na cuba de transferência 39

Figura 9 Visualização do padrão de peso molecular na membrana de PVDF após transferência

39

Figura 10 Gel corado com Comassie Briliant Blue G 250 após eletrotransferência 40

Figura 11 Incubação das amostras 41

Figura 12 Kit revelador (Bio-Rad 170-6431) 41

Figura 13 Amostra controle positivo de Toxoplasma gondii no western blot 45

Figura 14 Reação de Imunoblotting em membrana de PVDF após revelação 45

Figura 15 Reconhecimento antigênico dos soros equinos ao N. caninum 46

Figura 16 Frequência das proteínas de N. caninum nas amostras analisadas 46

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Isolados de N. caninum no Brasil 18

Tabela 2 Soroprevalência de N. caninum em humanos 24

Tabela 3 Estudos soroepidemiológicos da infecção por Neospora spp. em

cavalos em diferentes países 28

Tabela 4 Estudos soroepidemiolóicos da infecção por Neospora spp. no

Brasil 29

Tabela 5 Western blotting como técnica de confirmação de Neospora spp.

em equinos 33

Tabela 6 Amostras positivas para Neospora spp. no western blot 44

LISTA DE ANEXOS E APÊNDICES

Anexo A Purificação do parasito 65

Anexo B Protocolo do Western Blot 66

Anexo C Calculo dos Pesos Moleculares 70

Apêndice A Proteínas de Neospora spp. reconhecidas pelos soros

de equinos, asininos e muares no western blot 71

LISTA DE ABREVIATURAS

AIDS - Acquired Immunodeficiency Syndrome - Síndrome da Imunodeficiência

Adquirida

ELISA – Enzyme linked Immunosorbent Assay - Imunoensaio enzimático

EPM – Mieloencefalite Protozoária Equina

HD - Hospedeiros Definitivos

IB - Imunoblotting

IGg -Imunoglobulina G

IHQ - Imunohistoquímica

MAT - Teste de aglutinação modificado

PCR - Reação pela cadeia da polimerase

RIFI – Reação de Imunofluorescência Indireta

SAG - Surface antigen - Antígeno de Superfície

SDS – Dodecil sulfato de sódio

SRS - Related sequences– Sequência relacionada

WB – Western blot

Sumário

RESUMO ....................................................................................................... viii

ABSTRACT ...................................................................................................... ix

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 16

2 OBJETIVOS .............................................................................................. 18

2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................. 18

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................... 18

3 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................... 18

3.1 NEOSPORA CANINUM ........................................................................... 18

3.1.1 Histórico ............................................................................................... 18

3.1.2 Taxonomia e biologia de Neospora caninum ....................................... 20

3.1.3 Aspectos zoonóticos de N. caninum .................................................... 25

3.2 NEOSPOROSE EM EQUINOS................................................................ 25

3.2.1 Histórico e aspectos biológicos ........................................................... 25

3.2.2 Vias de transmissão ............................................................................ 27

3.2.3 Patogenia da neosporose em equinos ................................................ 27

3.2.4 Fatores de risco associados a infecção de equinos por Neospora spp.

............................................................................................................... 28

3.2.5 Prevalência de neosporose equina...................................................... 29

3.3 DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO POR N. caninum .............................. 31

3.3.1 Exames histopatológicos e imunohistoquímicos ................................. 31

3.3.2 Reação pela cadeia da polimerase (PCR) ........................................... 32

3.3.3 Reação de imunofluorescência indireta ............................................... 32

3.3.4 Enzyme-linked Immunosorbent Assay ................................................. 32

3.3.5 Dot-ELISA ............................................................................................ 33

3.3.6 Teste de aglutinação modificado (MAT) .............................................. 33

3.3.7 Western blot (WB) ............................................................................... 33

4 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................ 34

4.1 LOCAL DE ESTUDO ............................................................................... 34

4.2 DIRETRIZES ÉTICAS .............................................................................. 35

4.3 OBTENÇÃO E PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS .......................... 35

4.5.1 Separação dos grupos para a realização do WESTERN BLOT .......... 36

4.5.2 PRODUÇÃO DO ANTÍGENO PARA WESTERN BLOT ...................... 37

4.5.3 A técnica de WESTERN BLOT ............................................................ 38

5 RESULTADOS ........................................................................................ 43

6 DISCUSSÃO............................................................................................ 48

7 CONCLUSÃO ............................................................................................ 50

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 52

ANEXOS .................................................................................................... 67

APÊNDICE ................................................................................................ 73

16

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, o Brasil possui o terceiro maior rebanho mundial de equinos

e o primeiro da América Latina, movimentando cerca de R$ 7 milhões com

atividades diretas e indiretas da criação. A nível nacional, o nordeste brasileiro

ocupa a segunda colocação, com destaque para a maior concentração de

asininos (90% da população de asininos nacional) e muares nessa região

(IBGE, 2011; MAPA, 2016). A relevância desses animais no Nordeste brasileiro

está atrelada a sua utilização, seja ela para esporte, lazer, terapia de pacientes

humanos (equoterapia), porém, prevalecendo como atividade principal, o

trabalho em atividades agropecuárias (MAPA, 2016).

A cultura do consumo da carne de equinos no País ainda é incipiente em

relação à bovina, sendo quase toda produção interna destinada a exportação,

colocando o País na oitava posição no ranking mundial da atividade. Em 2012

a comercialização da carne equina para outros países gerou uma receita de

aproximadamente 6.772 milhões de dólares (BATISTA;FROES, 2013), tendo a

Bélgica, Holanda, Itália, Japão e França como principais importadores da

carne equina brasileira (MAPA, 2014).

Neospora caninum e N. hughesi são protozoários intracelulares

obrigatórios e estão entre os principais coccídios que infectam equinos

(DUBEY et al., 2002). Até o momento, N. hughesi foi relatada apenas em

equinos, apresentando patogenia associada a ocorrência de abortamentos e

outras alterações reprodutivas (VILALOBOS et al., 2006), enfermidades

neonatais e quadros neurológicos em equinos, incluindo-o como um dos

agentes etiológicos da mieloencefalite protozoária equina ( LINDSAY, 2001).

Asininos parecem ser fortes candidatos a servirem como hospedeiros de

Neospora spp. pois são muito próximos filogeneticamente dos eqüinos

(CHOWDHARY; RAUDSEPP, 2008).

Os testes sorológicos para diagnóstico de Neospora spp. nos animais

apresentam sensibilidade e especificidades aceitas, contudo, ainda são

incapazes de permitir a diferenciação das duas espécies do Gênero. Embora

os estudos de Gondim et al. (2009) revelem titulações mais baixas na Reação

17

de Imunofluorescência Indireta (RIFI) para N. hughesi em comparação com N.

caninum, não é suficiente para permitir a distinção entre ambos.

O western blot é um teste considerado altamente específico, sendo

normalmente utilizado como teste confirmatório da infecção por Neospora spp.

nos animais(STELMAN et al., 2010). Embora a distinção entre as duas

espécies no WB só seja possível utilizando anticorpos monoclonais

direcionados a proteínas específicas do parasito (MARSH et al., 1999), a alta

especificidade do teste impede a ocorrência de reações cruzadas com outros

protozoários similares ao Neospora spp..

Na Bahia estudos prévios em diversas espécies de animais têm

identificado a exposição ao Neospora spp. e caracterizado a relevância da

dessa infecção nos animais. Contudo, estudos envolvendo o isolamento e

caracterização genética destes parasitos em equídeos são escassos no

Brasil e ausentes no estado.

Mais estudos acerca da neosporose equina são necessários, a fim de

elucidar os aspectos biológicos, epidemiológicos e suas implicações na

sanidade dos animais, permitindo assim adoções de medidas eficazes no

controle da enfermidade.

O desenvolvimento de novas ferramentas diagnósticas se faz

necessário, buscando aplicação uniformizada às diferentes espécies

hospedeiras bem como diferenciação das espécies de Neospora sp. que

acometem os equídeos. A implementação de uma ferramenta diagnóstica com

alta sensibilidade na região contribui para que novos estudos sejam realizados,

fornecendo assim maior numero de informações acerca da infecção por

Neospora spp. em equídeos e consequentemente, auxiliando na compreensão

das questões ainda não elucidadas.

18

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Confirmar a exposição por Neospora spp. através da técnica de western

blot em equídeos da microrregião Ilhéus-Itabuna.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar marcadores compatíveis com a infecção por Neospora spp.

em equinos, asinininos e muares da microrregião Ilhéus-Itabuna.

Avaliar os títulos de anticorpos das amostras testadas na Reação de

Imunofluorescência Indireta com os resultados obtidos no western blot.

Avaliar o perfil de reatividade de soros equinos, asininos e muares

testados no western blot.

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 NEOSPORA CANINUM

3.1.1 Histórico

O primeiro relato de neosporose em cães data de 1884 na Noruega,

quando Bjerkas e colaboradores identificaram um protozoário formador de

cisto, distinto do já descrito Toxoplasma gondii causando sintomatologia

neurológica com evolução para paralisia de membros posteriores em uma

ninhada de seis cães da raça Boxer, clinicamente sadios até o sexto mês de

vida. Os animais apresentaram lesões inflamatórias na musculatura esquelética

e no Sistema Nervoso Central onde também foram encontrados vários cistos

com parasitos. Na avaliação inicial esses parasitos foram descritos como

morfologicamente semelhantes e antigenicamente distintos de T. gondii.

Um estudo posterior avaliando a sintomatologia incomum aos quadros

de toxoplasmose (paralisia de membros), bem como as características

ultraestruturais do parasito, associado ao resultado das análises

imunohistoquímicas, confirmou se tratar de uma nova espécie

(BJERKAS;PRESTHUS,1988). No mesmo ano, o parasito foi caracterizado

19

como Neospora caninum (DUBEY et al., 1988a) e isolado in vitro apartir de

cinco cães jovens naturalmente infectados, apresentando polirradiculoneurite e

polimiosite granulomatosa (DUBEY et al., 1988b), dando inicio ao

desenvolvimento de testes diagnósticos específicos para N. caninum.

Segundo Bjerkas;Presthus, (1988), embora o protozoário tenha sido

isolado em 1988, a ocorrência de parasitos com morfologia semelhante a N.

caninum e com imunocoloração negativa para T. gondii em tecidos cerebrais já

havia sido relatada em um cão necropsiado em 1967. Já Dubey et al.(1990),

utilizando amostras teciduais fixadas em formalina, provenientes de um grupo

de cães com sintomas acima citados, conclui que houve ocorrência da

enfermidade desde 1957 nos Estados Unidos.

De acordo com Al-Qassab et al.(2010), há aproximadamente 80 isolados

de N. caninum em diferentes hospedeiros e diferentes partes do mundo, dos

quais, seis foram isolados no Brasil (Tabela 1). O primeiro isolado de N.

caninum no Brasil foi realizado por Gondim et al.(2001) a partir de um cão

macho da raça colie, com 7 anos de idade, apresentando incordenação e

paresia de membros posteriores. Amostras sorológicas foram coletadas in vivo

e o líquido cerebroespinhal coletados no post mortem para serem testadas pela

RIFI. Tecidos cerebrais desse animal foram preparados e inoculados em nove

fêmeas de gerbis (Meriones unguiculatus), das quais foi possível isolamento e

manutenção do parasito in vitro. Exames histológicos, imunohistoquímicos e

reação em cadeia da polimerase (PCR) foram realizadas a fim de confirmar e

caracterizar o novo isolado – NC-Bahia.

Tabela 1: Isolados de N. caninum no Brasil

Isolado Fonte Estado Referência

NC-Bahia Cérebro de um cão adulto naturalmente infectado

Bahia (GONDIM et al.,2001)

BNC-PRI Cérebro de um bezerro cego com infecção congênita

Paraná

(LOCATELLI-DITTRICH et al., 2003)

BCN-PR3 Cérebro de feto bovino abortado (LOCATELLI-DITTRICH

et al., 2004)

NcBrBuf-1, 2, 3, 4, 5

Cérebro de búfalos naturalmente infectados São

Paulo

(RODRIGUES et al., 2004)

Não nomeado

Cérebro de ovinos naturalmente infectados

(PENA et al., 2007)

Nc-Goiás 1 Cérebro de bezerro clinicamente saudável

Goiás (GARCIA-MELO et al.,

2009)

Fonte: Traduzido e adaptado de Al-Qassab et al.(2010).

20

3.1.2 Taxonomia e biologia de Neospora caninum

Neospora caninum é um protozoário intracelular obrigatório, pertencente

ao filo Apicomplexa, família Sarcocystidae e submafamília Toxoplasmatinae

(DUBEY et al., 1988), pertencendo a mesma família dos coccídios Toxoplasma

gondii (Figura 1), Hammondia heydorni e H. hammondi. Com distribuição

cosmopolita, acomete uma gama de hospedeiros (DUBEY et al., 2007), tendo

como hospedeiros definitivos os cães (McALLISTER et al., 1998), coiotes

(GONDIM et al., 2004), dingo australiano (KING et al, 2010) e o lobo cinza

(DUBEY et al., 2011). De acordo com Dubey, (2003), vários autores

comprovaram, com diferentes técnicas diagnósticas, a ocorrência de anticorpos

contra N. caninum em diferentes espécies que atuam como hospedeiras

intermediárias, tais como bovinos, búfalos, cães, gatos, ovinos, caprinos,

equinos e alguns animais selvagens.

Figura 1. Classificação taxonômica de N. caninum e Toxoplasma gondii.

Fonte: Adaptado de Goodswen et al. (2013) e Marsh et al. (1998).

O ciclo de vida de N. caninum compreende três fases infectantes:

taquizoítos, bradizoítos e oocistos, das quais, as duas primeiras ocorrem no

meio intracelular e são encontradas nos hospedeiros intermediários, enquanto

a ultima, corresponde a etapa de reprodução sexuada do parasito é eliminada

apenas nas fezes dos hospedeiros definitivos. Os três estágios são infectantes,

estando os taquizoítos associados a infecção transplacentária durante a

gestação, os bradizoítos como fonte de infecção para os carnívoros e por

ultimo, os oocistos após esporulação tornam-se infectantes para os herbívoros

(DUBEY et al., 2007).

21

3.1.2.1 Aspectos morfológicos dos estágios infectantes de N. caninum

3.1.2.1.1 Taquizoítos

Os taquizoítos de N. caninum são ovoides ou globulares e possuem

tamanho médio de 7x2 µm, dependendo da fase de divisão. Localizam-se no

vacúolo parasitóforo de diversos tipos de células hospedeiras e possuem

entre 6 e 16 roptrias com conteúdos eletrodensos e raros microporos (SPEER

et al., 1999; DUBEY et al., 2002;1999b).

O processo de invasão celular ocorre em um período de

aproximadamente 5 minutos após o contato inicial do taquizoíto com a célula.

Após esse período, o taquizóito atinge o meio intracelular onde rapidamente

se multiplica por endodiogenia (DUBEY;LINDSAY 1996). Na ausência ou

baixa resposta imune do hospedeiro, essa multiplicação causa lesões e

rompimento da célula hospedeira. Quando a resposta imune é desencadeada,

os taquizoítos diferenciam-se em bradizoítos, mantendo a infecção

persistente (LYOSNS et al., 2002).

3.1.2.1.2 Bradizoítos

Os bradizoítos são alongados e possuem tamanho médio de 8x2µm.

Possuem de 6 a 12 roptrias preenchidas com conteúdo eletrodenso, grânulos

de amilopectina e , assim como os taquizoítos, também possuem organelas

comuns a outros coccídeos, tais como grânulos densos de tamanhos variados

e micronemas que normalmente permanecem dispostas perpendicularmente a

membrana plasmática. São envoltos por um tecido cístico cuja parede é de

aproximadamente 4 mm de espessura e encontrados principalmente no

sistema nervoso central dos hospedeiros (DUBEY, 2003) e músculos de

animais naturalmente infectados (PETERS et al., 2001).

De acordo com Hemphill (1996), os bradizoítos podem permanecer no

tecido infectado por vários anos sem causar alterações clínicas no hospedeiro.

Tal fato ocorre em função da multiplicação lenta dos bradizoítos, normalmente

atrelada ao desenvolvimento de respostas imunes pelo hospedeiro (LYONS et

al., 2002).

22

3.1.2.1.3 Oocistos

Os oocistos de N. caninum são originários da reprodução sexuada

(gametogonia) que ocorre apenas nos hospedeiros definitivos. Quando

eliminados nas fezes dos cães não estão esporulados e possuem tamanho

variando entre 10,6 - 12,4 x 10,6 - 12 μm. São revestido por uma parede incolor

de 0,6 a 0,8mm e, após esporulação, contém em seu interior dois esporocistos

(8,4 x 6,1mm) que por sua vez possuem quatro esporozoítos alongados em

cada um (6,5x2mm) (DUBEY et al., 1999a;2002). O processo de esporulação

dos oocistos ocorre no ambiente em aproximadamente 24 horas após

eliminação (LINDSAY et al., 1999). Nesse estágio, foram considerados

morfologicamente indistinguíveis de H. heydorni, H. hammondi e Toxoplasma

gondii (DUBEY, 1999). Entretanto, estudos realizados por Schares et

al.,(2001) entre os anos de 2001 a 2004 diferem-nos, uma vez que os oocistos

de N. caninum apresentavam-se mais curtos e com menor relação

comprimento-largura.

3.1.2.2 Ciclo biológico e vias de transmissão

N. caninum possui ciclo heteroxeno obrigatório (Figura 2), necessitando

de dois hospedeiros (DUBEY; LINDSAY, 1996).Os cães participam tanto como

hospedeiros definitivos quanto intermediários no ciclo biológico de N. caninum

(DUBEYet al., 2002).

3.1.2.2.1 Transmissão horizontal

Os canídeos se infectam através da ingestão de cistos presente nos

tecidos dos hospedeiros intermediários. As enzimas gástricas não possuem

ação capaz de destruir os cistos, permitindo assim a liberação dos bradizoítos

no intestino dos hospedeiros definitivos (HD), dando início à fase de

reprodução sexuada (DUBEY, 1999; WOUDA, 2007). A gametogonia

provavelmente é o estágio que culmina na formação dos oocistos, entretanto,

ainda não foram documentadas (WOUDA, 2007). Os oocistos não esporulados

são liberados junto com as fezes do HD (DUBEY et al., 1999a; 2002; LINDSAY

23

et al., 1999; WOUDA, 2007) e podem tornar-se infectantes em um período de

24 horas (LINDSAY et al., 1999). De acordo com Bandini et al, (2011), Os cães

também podem se infectar através da ingestão de oocistos, sendo essa via

pouco importante na transmissão do patógeno.

Os hospedeiros intermediários acabam por ingerir os oocistos

juntamente com a água ou alimentos contaminados. A passagem pelo trato

intestinal causa degradação da parede do oocisto com liberação dos

esporozoítos no intestino. Já no intestino, os esporozoítos são convertidos a

taquizoítos e atingem a circulação, aderindo-se aos tecidos onde encistarão

(DUBEY, 2003).

3.1.2.2.2 Transmissão vertical

Tem sido descrito como a principal fonte de infecção e manutenção da

infecção em rebanhos bovinos (TRESS et al., 1999), com eficiência estimada

entre 81 a 95% (DAVISON et al., 1999). Por ocorrer em duas situações

diferentes: recrudescência da infecção em vacas prenhas ou primo infecção, o

termo transmissão vertical foi considerado inadequado e tem sido substituído

por: infecção transplacentária endógena (TPI endógena) e infecção

transplacentária exógena (TPI exógena) (TREES; WILLIAMS, 2005).

A TPI endógena ocorre quando uma fêmea persistentemente infectada

trasmite a infecção ao feto, após reativação da infecção(TREES; WILLIAMS,

2005). As fêmeas com infecção congênita continuam a transmitir a infecção

aos fetos, mantendo assim o parasito na propriedade sem que

necessariamente, haja contato com um hospedeiro intermediário (DAVISON et

al., 1999).Já a TPI exógena ocorre quando uma fêmea gestante não infectada

ingere oocistos do parasito, que, quando não induz ao aborto, resulta em

infecção fetal (TREES; WILLIAMS, 2005).

3.1.2.2.3 Outras vias de transmissão

Até 1996, a transmissão transplacentária era a única via conhecida de N.

caninum (DUBEY; LINDSAY, 1996) ). Estudos feitos por Yaniz et al.(2007)

demonstram que fêmeas gestantes inoculadas com taquizoítos de N. caninum

24

por via conjutival desenvolveram anticorpos sistêmicos específicos contra o

parasito, com soroconversão negativa ao final da gestação.

Serrano-Martínez et al. (2007) também detectaram IgG em novilhas

após inseminação artificial com sêmen contaminado com taquizoítos da cepa

NC-1 de N. caninum, havendo nesse caso uma relação dose-dependente para

desencadeamento da resposta imunológica. Já os resultados do estudos de

Masuda et al.(2007) com duas linhagens de camundongos indicam a

ocorrência da transmissão venérea quando há acasalamento de fêmeas

imunodeficientes com um macho também imunodeficiente infectado por N.

caninum, com consequente infecção transplacentária dos fetos.

A via lactogênica foi relatada experimentalmente em bezerros

(DAVISON et al., 2001). Anticorpos anti-Neospora sp. também já foram

encontrados no leite de vacas lactantes soropositivas (MOSKAWA et al., 2006)

e em bezerros de vacas naturalmente infectadas (MORÉ et al 2009), não

representando grande importância na epidemiologia da doença (DAVISON et

al., 2001).

Geneticamente há uma similaridade entre os isolados caninos e bovinos

de Neospora, o que pode representar uma importante relação epidemiológica

na ocorrência da enfermidade (SCHOKE et al., 2001).

Figura 2: Ilustração do Ciclo biológico de Neospora caninum. Fonte: Dubey,

(2003).

25

3.1.3 Aspectos zoonóticos de N. caninum

Embora infecções experimentais com N. caninum realizadas por Barr et

al.(1994) tenham promovido quadros patológicos em fêmeas gestantes e fetos

de macaco Rhesus (Macaca mulatta), indicando susceptibilidade de primatas

não humanos a infecção pelo agente, Dubey et al. (2007) afirmaram que ainda

não existiam evidências confiáveis de que os seres humanos possam ser

infectados por N. caninum, uma vez que estudos prévios detectaram baixos

níveis de anticorpos nas populações estudadas (Tabela 2) e ainda não há

relatos de infecções acidentais em manipuladores de parasitos viáveis.

Tabela 2: Soroprevalência de N. caninum em humanos

País Fonte da amostra Nº de

amostras Teste

% Positivos

Referência

Brasil

AIDS 61

RIFI (1:50) a ELISA

IB

38

(LOBATO et al., 2006)

Desordens neurológicas

50 18

Recém nascidos 91 5

Controles 54 6

Dinamarca

Abortos repetidos 76 ELISA

RIFI (1:640) IB

0 (PETERSEN et al.,1999)

Coréia Doadores de

sangue 172

RIFI (1:100) ELISA

IB 6.7

(NAM et al., 1998)

Irlanda do Norte

Doadores de sangue

247 RIFI (1:160) 8 (GRAHAM et

al., 1999)

Reino Unido

Trabalhadores agrícolas e

mulheres com aborto espontâneo

400 RIFI (1:400) 0 (TREES et al.,

2000)

Estados Unidos

RIFI (1:100 6.7 (TRANAS et

al., 1999) Doadores de

sangue 1029 (1:200), 0

IBb +

Fonte: Traduzida de Dubey et al.(2007).

3.2 NEOSPOROSE EM EQUINOS

3.2.1 Histórico e aspectos biológicos

A neosporose em equinos é uma enfermidade causada pelos

protozoários Neospora caninum e N. hughesi (STELMAN et al.,2011). Foi

26

diagnosticado pela primeira vez em 1986 como sendo Toxoplasma-like em um

feto equino abortado apresentando taquizoítos em cortes histológicos do

pulmão, com reação negativa para T. gondii (DUBEY; PORTERFIELD, 1986),

sendo mais tarde confirmado tratar-se do protozoário N. caninum (DUBEY;

PORTERFIELD, 1990).

O primeiro relato de N. hughesi data de 1996 na Califórnia, quando

Marsh et al. diagnosticaram através do isolamento in vitro associado com

análises imunohistoquímicas, moleculares e estruturais, um quadro de

neosporose em um equino adulto apresentando sinais clínicos e laboratoriais

presuntivos de mieloencefalite protozoária equina (EPM) por Sarcocystis

neurona (MARSH et al., 1996). A partir de então, três novos isolados são

descritos: um no Alabama (EUA) (CHEADLE et al., 1999), outro no Oregon

(DUBEY et al., 2001b) e por ultimo, no Canadá (WOBESER et al., 2009).

O isolamento a partir de tecidos permitiu que Marsh et al. (1998)

realizasse exames de caracterização antigênica e molecular com base em dois

antígenos imunodominantes de superfície (SAG1 e SRS2), concluindo que os

novos isolados então denonimados Neospora hughesi apresentavam 6% de

diferença em SAG1 e 9% em SRS2 em comparação a N. caninum.

O ciclo biológico do N. hughesi ainda não foi caracterizado (MARSH et

al., 1998; HOANE et al., 2006), tendo os equinos como únicos hospedeiros

intermediários conhecidos (HOANE et al., 2006). Experimentalmente, o referido

patógeno mostrou-se patogênico para camundongos da linhagem KO e não

patogênico para gerbis (WALSH et al., 2000; DUBEY et al., 2001b) e cães

(WALSH et al., 2000), não sendo possível detecção sorológica ou de formas

parasitárias nos referidos tecidos.

Estruturalmente, foi evidenciado maior número de roptrias (13-27) e, os

taquizoítos, assim como os bradizoítos de N. hughesi são menores que os de

N. caninum. Os cistos possuem ainda parede mais delgada, localizando-se

preferencialmente no SNC e nervos periféricos (MARSH et al., 1998) com um

relato de ocorrência em músculo ocular (LINDSAY et al., 1996).

As técnicas diagnósticas sorológicas atualmente empregadas não são

suficientes para diferenciar a infecção por N. caninum e N. hughesi (WALSH et

al., 2000). A associação das características estruturais associado a análises

moleculares permite a diferenciação entre esses dois agentes (MARSH et al.,

27

1998). Analises do DNA ribossomal através da região ITS1 revelaram a

existência de 7 nucleotídeos diferentes em N. hughesi (posições 44, 64, 73, 96,

247, 343 e 397), o que representa 98% de similaridade quando comparada as

duas espécies (MARSH et al., 1998).

Antigenicamente, Marsh et al. (1999) identificaram 94 % de semelhança

entre os aminoácidos constituintes das proteínas NcSAG1 (expressa em N.

caninum) e NcSAG1(expressa em N. hughesi). Quando comparadas NcSRS2

com NhSRS2, esse semelhança caiu para 91% (MARSH et al., 1999).

3.2.2 Vias de transmissão

As vias de transmissão de N. caninum em equinos são semelhantes ao

que acontece nas outras espécies, entretanto, tratando-se de N. hughesi, a

infecção por via horizontal ainda não foi confirmada (TOSCAN et al., 2010).

Estudos pesquisando a ocorrência de anticorpos anti-Neospora spp.e

associação entre éguas e suas respectivas crias, encontraram crias

soropositivas filhas de éguas soronegativas, abrindo a possibilidade da

infecção horizontal sem descartar a vertical com fêmeas apresentando níveis

de anticorpos séricos não detectáveis na RIFI (TOSCAN et al., 2010).

A infecção transplacentária de Neospora spp. em equinos tem sido

sugerida desde 1986, quando isolado (DUBEY;PORTERFIELD, 1986). Desde

então, diverso estudos foram realizados (LINDSAY et al., 1996; PITEL et al.,

2003b; VILLLABOS et al., 2006; HOFFMAN, 2007; TOSCAN et al., 2010;

PUSTERLA et al., 2011; PIVOTO et al., 2010; 2012; QUEVEDO et al., 2015)

comprovando a ocorrência e confirmando relevância na manutenção e

disseminação do parasito e consequentemente, aumento da soropositividade

no rebanho equino (TOSCAN et al., 2010; ANTONELLO et al., 2012), podendo

ocorrer mesmo em casos de infecção latente (PUSTERLA et al., 2014a).

3.2.3 Patogenia da neosporose em equinos

Em bovinos, a patogênese da neosporose encontra-se bem estabelecida

(BLANCO et al., 2014). Em bovinos, ovinos e caprinos a neosporose é

responsável por problemas reprodutivos que variam de abortos, nascimento de

bezerros natimortos, com sintomatologia neurológica ou mesmo clinicamente

saudáveis, levando a impactos econômicos diretos e indiretos (DUBEY, 2003),

28

estimados, a nível nacional, em 51 milhões de dólares na indústria leiteira (50

% das perdas totais) e aproximadamente 100 milhões na industria de carne

(REICHEL et al., 2013).

De acordo com Lindsay (2001), Neospora spp. está associado com a

ocorrência de abortos, doenças neonatais e encefalites em cavalo. Trabalhos

realizados por Vilalobos et al. (2006) apontam uma associação positiva entre a

ocorrência de distúrbios reprodutivos em éguas e a infecção por Neospora spp.

Estudos realizados por Pittel et al. (2003b) na França também encontraram

indícios de abortamentos como consequência da neosporose equina.

Dentre os casos de encefalite, vários casos associados a neosporose

foram descritos nos EUA, envolvendo animais jovens e velhos: um potro com

cegueira unilateral (LINDSAY et al., 1996), uma égua com paraplegia e

decúbito lateral (DAFT et al., 1996), um cavalo apresentando sinais de

alteração neurológica (MARSH et al., 1996) e um cavalo apresentando ataxia

severa, reagindo a presença de anticorpos anti-Neospora spp. e anti-

Sarcocystis neurona (HAMIR et al., 1998). Em 2009, Wobeser et al.

Confirmaram, através de seqüenciamento e das semelhanças existente na

região ITS-1 do isolado de N. hughesi do Óregon, um caso de EPM por N.

hughesi no Canadá, sendo esse talvez o primeiro caso confirmado fora dos

EUA. Em2001, Lindsay et al. consideraram N. hughesi como o segundo agente

da mieloencefalite protozoária equina (EPM), uma vez que o S. neurona é o

principal agente etiológico da enfermidade (LINDSAY, 2001).

Embora a maioria dos casos relatados de neosporose causando EPM

tenham sido reportados nos EUA, (WOBESER et al., 2009), no Brasil,

Neospora spp. ainda não foi incluído como rotina de pesquisa para diagnóstico

da EPM em equinos (LOCATELLI-DITTRICH et al., 2006).

3.2.4 Fatores de risco associados a infecção de equinos por Neospora spp.

Talafha et al.(2015) avaliando os fatores de risco para a infecção de

equinos por Neospora spp., não encontraram relação entre Idade, sexo, raça,

escore corporal, pastagem, convívio com outros animais e histórico de doenças

anteriores na ocorrência da enfermidade. Esses dados diferem dos

encontrados por Valença et al. (2015) estudando ocorrência de anticorpos

contra Neospora spp. cujos fatores acesso de outras espécies a fonte de água

29

dos cavalos, não consumo de feno, aquisição informal de animais e ausência

de gerenciamento de quarentena foram associados a ocorrência da infecção.

3.2.5 Prevalência de neosporose equina

Estudos soroepidemiológicos sobre Neospora spp. em equinos no Brasil

são escassos (GALVÂO, 2013) e os dados apresentados são considerados

contraditórios por Piazzeta (2012), em função das heterogeneidade dos grupos

amostrais e das discrepâncias entre os resultados. As diferenças no manejo

dos animais bem como utilização de testes diversos dificultam a comparação

dos estudos. Dados de estudos soroepidemiológicos de Neospora spp. no

mundo estão listados na tabela 3. No âmbito nacional, os estudos existentes

são baseados na presença ou ausência de anticorpos anti-Neospora spp. e

estão listados na tabela 4.

Tabela 3. Estudos soroepidemiológicos da infecção por Neospora spp. em equinos em diferentes países.

País/Estado N

amostral Teste Agente

% Positivos

Referências

Argentina 76 MAT Neospora

spp 0 (DUBEY et al., 1999a)

Califórnia Florida Missouri Montana Nova Zelândia

93 40 39 15 21

RIFI WB

N. hughesi

3,2 0

5,1 0 0

(VARDELEON et al., 2001)

Wyoming a 276 MAT Neospora

spp 31,1 (DUBEY et al., 2003)

Chile 145 RIFI MAT 32 (PATITUCCI et al.,

2004)

Suécia 414 ELISA

WB N. caninum 1 (JAKUBEK et al., 2006)

EUA (Alabama)a

536 RIFI WB

Neospora spp.

11,5 (CHEADLE et al.,

1999)

EUA, Canadá 1917 ELISA

WB N. hughesi 0,93 (HOANE et al., 2005a)

EUAa 3123 RIFI N. hughesi 2 (PUSTERLA et al.,

2014b)

Sul do Iran 200 N-MAT N. caninum 32 (MORAVEJI et al.,

2011)

Costa Rica 315 ELISA MAT WB

Neospora spp.

0,3 (DANGOUDOUBIYAM

et al., 2011)

México 495 ELISA

WB N. hughesi 0,3 (YEARGAN et al.,2013)

30

Tabela 3. Estudos soroepidemiológicos da infecção por Neospora spp. em equinos em diferentes países.

(CONTINUAÇÃO)

País/Estado N

amostral Teste Agente

% Positivos

Referências

Sul da Itáliac 238 ELISA Neospora

spp 11,8

(MACHAČOVÁ et al.,2013)

Colômbiac 56 Dot-

ELISA Neospora

spp. 19,6 (BLANCO et al., 2014)

Peru 163 RIFI N. caninum 12 (LUZA et al., 2013)

Norte da Califórniab

8 RIFI N. hughesi 100 (PUSTERLA et al.,

2014a)

Itália a 643 RIFI

cELISA Neospora

spp. 10,8

(BARTOVA et al., 2015)

Jordânia 227 ELISA N. hughesi 3 (TALAFHA et al., 2015) aPrevalência. b Potros. cJumentos

Tabela 4. Estudos soroepidemiológicos da infecção por Neospora spp. no

Brasil.

Estado/Cidade N

amostral

Teste Agente %

Positivos Referências

Brasil-diferentes regiões

101 MAT N. caninum 0 DUBEY et al., 1999b)

Brasil-diferentes regiões

961 ELISA

WB N. hughesi 2,5 (HOANE et al., 2006)

Sudoeste do Rio Grande do Sul a

203 RIFI Neospora

spp. 9,9 (PIVOTO et al., 2012)

Santa Catarina 615 RIFI Neospora

spp. 4,1 (MOURA et al., 2013)

Paraná 764 ELISA

WB N. hughesi 14,4 (PIAZZETA, 2012)

Alagoas 427 RIFI N. caninum 18 (VALENÇA et al., 2015)

São Paulo 38 RIFI Neospora

spp. 57,6 (STELMAN et al., 2011)

Bahia b 500 RIFI WB

Neospora spp.

0,4 (GALVÃO et al.,2015)

Rio Grande do Sul

91 RIFI Neospora

spp. 15,4 (SANGIONI et al., 2001)

Região Sul do Brasil

203a 203

RIFI Neospora

spp. 63,5 25,1

(ANTONELLO et al., 2012)

Nordeste Brasileiro

453 RIFI N. caninum 1,75 (ESMERINI et al., 2012)

Microrregião Ilhéus-Itabuna, BA

516 RIFI Neospora

spp. 8,3 (SOUZA et al., 2014)

aPotros. bJumentos

31

3.2.6 DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO POR N. caninum

Atualmente, as técnicas de rotina empregadas no diagnostico de N.

caninum são sorológicas, destacando-se a RIFI, o ELISA e o Dot-ELISA.

Outros métodos incluem o teste de aglutinação modificado (MAT), exame

histopatológico, imunohistoquímico, reação em cadeia da polimerase (PCR),

western blot e 2D PAGE (Eletroforese bidimensional em gel de poliacrilamida).

A sensibilidade e a especificidade dos testes sorológicos são

influenciadas pelo ponto de corte: aumento do ponto de corte resulta em maior

especificidade e menor sensibilidade, enquanto que a diminuição desse ponto

gera resultados menos específicos, porém mais sensíveis (BJORKMAN;

UGGLA, 1999), influindo diretamente no resultado final. Além disso, a reação

positiva de amostras séricas não caracteriza uma infecção ativa e sim,

expressa a presença de anticorpos ao respectivo antígeno, indicando que em

algum momento o animal foi exposto ao patógeno (VARDELEON et al., 2001).

3.2.7 Exames histopatológicos e imunohistoquímicos

Os exames histopatológicos são comumente empregados em casos de

abortos por N. caninum,onde tecidos de fetos abortados e placentas são

analisados quanto a presença ou ausência do parasito e prováveis lesões. Na

maioria das vezes, cistos e taquizoítos de Neospora spp. são demonstrados

em tecido cerebrais e cardíacos, podendo estar evidentes com menor

incidência em outros órgãos (DUBEY; SCHARES, 2006).

A IHQ, realizada após evidencias de lesão no histopatológico (VAN

MAANEN et al., 2004), combina reações químicas e imunológicas, permitindo

a localização do antígeno associado a lesões nos tecidos, aumentando a

acurácia do diagnóstico (RAMOS-VARA et al., 2008). É utilizada desde 1989

quando então foi descrita pela primeira vez como ferramenta diagnóstica de N.

caninum (LINDSAY;DUBEY, 1989). A especificidade está atrelada ao uso dos

anticorpos monoclonais ou policlonais, sendo o primeiro mais específico. Até

2003, Dubey considerou os resultados da IHQ como a melhor evidência para

caracterização de abortos por N. caninum

32

3.2.8 Reação pela cadeia da polimerase (PCR)

A PCR desempenha um papel importante no diagnóstico da infecção de

N. caninum (QASSAB et al.,2010; DUBEY;SCHARES, 2006), podendo ser

realizados em vários tecidos e fluidos corporais. Permite a detecção (PCR

convencional), quantificação do DNA parasitário e determinação da carga

parasitária (PCR em tempo real). A sensibilidade e especificidade dessa

técnica é influenciada pela escolha do DNA alvo e iniciadores apropriados,

pelos protocolos de extração e purificação do DNA e uso de aparelhos e

reagentes apropriados (DUBEY;SCHARES, 2006).

3.2.9 Reação de imunofluorescência indireta

A RIFI para N. caninum foi realizada pela primeira vez por Dubey et al.

(1988b), com titulação mínima estabelecida em 1:50 em cães. Baseia-se na

utilização de taquizoítos íntegros cultivados in vitro como antígeno na reação.

Embora a existência de variações visuais individuais na interpretação dos

resultados reflitam um certo grau de subjetividade, a RIFI apresenta boa

sensibilidade e especificidade, sendo considerado teste de referência quando

comparado a outros testes (BJORKMAN; UGGLA, 1999).

3.2.10 Enzyme-linked Immunosorbent Assay

Consiste na ligação de um antígeno com um anticorpo, seguido da

adição de um conjugado dirigido ao agente e então adição de um substrato que

reage com o conjugado causando uma reação de cor quantificada no

espectofotômetro (BJORKMAN; UGGLA, 1999). ELISA para detecção de

anticorpos anti N. caninum foi descrito por Bjorkman et al. (1994), com a

utilização de proteínas extraídas de taquizoítos. Desde então, várias

adaptações foram feitas e os testes passaram a ser realizados também com o

antígeno bruto (taquizoítos inteiros), taquizoítos fixados em formalina,antígenos

solúveis em água ou detergente, antígenos nativos ou recombinantes e

taquizoítos purificados por afinidade (BJORKMAN; UGGLA, 1999;

DUBEY;SCHARES, 2006). Lasri et al.(2004), ao desenvolveram um teste

33

ELISA para determinar a prevalência de N. caninum em cães na Bélgica,

compararam-no com outros dois testes: Um ELISA comercial competitivo (C-

ELISA) e o teste de Imunofluorescência indireta. Os resultados demonstraram

uma margem de concordância confiável entre o ELISA desenvolvido e a RIFI, e

moderada correlação com o C-ELISA, sugerindo assim a possibilidade de

substituição da RIFI pelo ELISA para triagem de um grande numero de

amostras sorológicas de cães na rotina local.

3.2.11 Dot-ELISA

Usado com menor frequência para o diagnóstico da neosporose

(BLANCO et al, 2014), semelhante ao ELISA, porém não requer uso de

aparelhos sofisticados. Tem como princípio a utilização de uma membrana de

nitrocelulose sensibilizada com o antígeno, onde serão adicionadas as

amostra, um anticorpo conjugado marcado com peroxidase e a solução

reveladora respectivamente. Quando comparado com a RIFI com ponto de

corte 1:50, o dot-ELISA apresentou 94% de sensibilidade e 73% de

especificidade (PINHEIRO et al,. 2005).

3.2.12 Teste de aglutinação modificado (MAT)

O MAT, quando corretamente padronizados, pode ser empregado na

realização de testes em diferentes espécies animais (BJORKMAN; UGGLA,

1999; PACKHAM et al., 1998), apresentando alta sensibilidade e baixa

especificidade quando comparados a RIFI (PACKHAM et al., 1998).

3.2.13 Western blotting (WB)

Considerando um teste com alta sensibilidade e especificidade, permite

identificação de uma fração protéica (GALVÃO, 2012) específicas em uma

determinada amostra (ABCAM, 2015) mesmo que estas estejam pouco

abundantes (KURIEN; SCOFIELD, 2006). Tem sido utilizado como teste

confirmatório para diagnóstico da infecção por Neospora spp. em várias

espécies animais (LOCATELLI-DITTRICH et al., 2006). Consiste na separação

34

das proteínas em gel de Acrilamida submetidos a uma eletroforese vertical,

seguido de transferência dessas proteínas para uma membrana de

nitrocelulose ou Fluoreto de Polivinilideno (PVDF). Essa membrana é então

bloqueada, cortada em tiras, incubadas com anticorpos primários (soros

testados) e secundários (marcado com peroxidase) e reveladas através de uma

reação colorimétrica (MAHMOOD;YANG, 2012; ABCAM, 2015).

A tabela 5 apresenta alguns dados de positividade e diluições adotadas

em estudos utilizando o WB como teste confirmatório após sorologia

convencional.

Tabela 5. Western blotting como técnica de confirmação de Neospora spp. em

equinos

N Diluição do soro

Diluição do Conjugado

+ na Sorologia

+ Blot Referência

1917 1:500 HRP-conjugated goat anti-horse 1:10.000

66 18 (HOANE et al 2005a)

315 1:500 -- 11 1 (DANGOUDOUBIYAM et al., 2011)

414 1:100 HR- labeled

rabbit-anti-horse 1:16.000

39 4 (JAKUBEK et al., 2006)

495 1:500 -- 15 13 (YERGAN et al.,2013)

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 LOCAL DE ESTUDO

Cinco dos 41 municípios que compõem a microrregião Ilhéus-Itabuna,

Bahia, foram selecionados: municípios: Itapé (14º52’S 39º25’O), Ibicaraí

(14º51’S 39º35’O), Itaju do Colônia (15º08’S 39º43’O), Santa Cruz da Vitória

(14º57’S 39º48’O) e Floresta Azul (14º50’S 39º39’O) (Figura 3) . Juntos, esses

municípios albergam a maior concentração de equídeos da microrregião

(17.214 animais), correspondendo a 18,9% da população de equídeos da

microrregião (90.974 animais) (IBGE, 2010).

35

Figura 3. Local de estudo. A (Ibicaraí); B (Santa Cruz da Vitória); C (Itaju do

Colônia); D (Itapé); E (Floresta Azul). (Google maps, 2014).

4.2 DIRETRIZES ÉTICAS

O presente estudo foi realizado dentro dos padrões estabelecidos pelo

Colégio Brasileiro de Ética e Bem-Estar Animal, submetido e aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa com Uso de Animais (protocolo 002/2013), da

Universidade Estadual de Santa Cruz.

4.3 OBTENÇÃO E PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS

Amostras sanguíneas de 516 equídeos (475 equinos, 33 asininos e 8

muares), selecionados por conveniência em 20 propriedades, foram obtidas

através da punção da veia jugular externa, utilizando-se agulhas descartáveis

(25 X 8 mm) acopladas em tubos a vácuo sem anticoagulante. As amostras

foram mantidas em caixas isotérmicas e transportadas ao laboratório de

Análises Clínicas veterinária da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)

onde foram processadas.

Os tubos foram centrifugados a 700g por 10 minutos, sendo os soros

separados por aspiração, acondicionados em microtubos e congelados em

triplicatas, a -20º C até a realização dos testes sorológicos.

36

4.4 SOROLOGIA

As amostras foram testadas para detecção de anticorpos contra N.

caninum e T. gondii através da Reação de Imunofluorescência indireta (RIFI),

com ponto de corte 1:50 e 1:64, respectivamente.

Para detecção dos anticorpos contra N. caninum, lâminas para RIFI

foram sensibilizadas com taquizoítos da cepa Nc-Bahia, provenientes da

Universidade Federal da Bahia (UFBA). Para detecção de anticorpos contra T.

gondii, as lâminas foram sensibilizadas com taquizoítos da cepa RH,

provenientes da Universidade Estadual Paulista Júnior Mesquita Filho

(UNESP),Campus Jaboticabal. O conjugado anti IgG equino Sigma (Anti-Horse

IgG – F7759, Sigma-Aldrich ®) na diluição de 1:32 foi utilizado nas reações. A

leitura das lâminas foi realizada no microscópio com sistema de

epifluorescência (OLYMPUS, BX 51), com reações consideradas positivas

apenas as que apresentaram completa fluorescência na circunferência dos

taquizoítos. Os controles (positivo e negativo) foram provenientes do

Laboratório de Diagnóstico de Parasitoses animais da Universidade Federal da

Bahia (UFBA).

Foram consideradas positivas apenas as reações cuja fluorescência era

total nos taquizoítos (PARÉ et al., 2015; STELMAN et al., 2011; GALVAO et al.,

2015). Reações apicais ou com fluorescência incompleta foram consideradas

negativas (PARÉ et al., 1995).

4.5 WESTERN BLOTTING

4.5.1 Separação dos grupos para a realização do WESTERN BLOTTING

Das 516 amostras testadas na RIFI, foram selecionadas, para o WB

todas as amostras positivas apenas para Neospora spp., todas as amostras

com infecção concomitante entre Neospora spp e T. gondii amostras positivas

apenas para Toxoplasma gondii e por fim amostras negativas para ambos os

agentes.

O resultado final da sorologia para Neospora spp. ocorreu mediante a

realização de pelo menos duas reações de Imunofluorescência realizadas por

diferentes observadores, a fim de evitar que amostras com reação apical ou

37

fluorescência incompleta fossem classificadas como positivas (Galvão et al.,

2015).

As amostras sorológicas foram transportadas em caixas isotérmicas

contendo gelo reciclável até a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia –

Cruz das Almas Bahia- onde foram testadas através da técnica de western

blotting.

4.5.2 PRODUÇÃO DO ANTÍGENO PARA WESTERN BLOTTING

4.5.2.1 Cultivo de taquizoítos de Neospora caninum

Taquizoítos da cepa Nc-Bahia de N. caninum foram mantidos em

passagens contínuas em cultivo de células Vero, suplementados com meio

RPMI 1640 Medio com HEPES +L-Glutamina (GIBCO®), 10% desoro fetal

bovino e 5% de antibiótico/antimicótico 100x (10.000 unidades/mL de

penicilina, 10.000 µg/mL de streptomicina e 25 µg/mL de anfotericina B)

(Gibco®). O cultivo foi mantido em estufa a 37°C e 5 atm de CO2 e trocas de

meio realizadas a cada 48 horas. Todos os procedimentos de manipulação das

garrafas de cultivo, exceto a observação ao microscópio, ocorreram dentro da

capela de fluxo laminar. Na imagem 4 é possível visualização de focos de

destruição celular, com taquizoítos no meio extracelular e células Vero

parasitadas.

Figura 4. Cultivo celular de N. caninum. ASeta curta: Taquizoítos de N.

caninum. Seta longa: Diversas células Vero infectadas por N. caninum. B:

Imagem aproximada. Aumento 200x. Fonte: Arquivo pessoal.

38

4.5.2.2 Purificação do parasito

Quando aproximadamente 70% ( ) da camada de células vero

estavam rompidas pela ação dos taquizoitos, o conteúdo da garrafa foi

removido com o auxílio de um raspador de células “cell scraper” e de pipetas

de vidro. Os taquizoítos foram purificados conforme descrito no Anexo 1 e o

“pellet” resultante foi congelado a -20°C até o momento do uso.

4.5.3 A técnica de WESTERN BLOTTING

4.5.3.1 Eletroforese em gel de Acrilamida

Um volume de 4x107 de taquizoítos purificados foi ressuspenso em

tampão de amostra contendo glicerol, SDS e azul de bromofenol, aquecidas a

97°C por 10 minutos e em seguida, aplicados em um gel de Acrilamida/Bis

acrilamida 12% (LAEMMLI, 1970), imerso em tampão Tris/glicina/SDS em

sistema de eletroforese vertical (LCV 10x10-LOCCUS biotecnologia) (Figura 5)

e fonte PEQLAB Power Supplies EV200. O padrão de peso molecular utilizado

foi o Kaleidoscope Prestained Standards (BioRad). A eletroforese ocorreu com

duração média de 2 horas, a 200V,30mA e 150W e acompanhamento visual da

corrida. Ao final da corrida, a distância de migração das proteínas foi medida

conforme figura 6.

Figura 5. Sistema de eletroforese vertical. A: Sistema de eletroforese vertical

desmontado. B: Sistema de eletroforese vertical montado com gel de

Acrilamida/Bis Acrilamida 12%. Seta: Marcador de Peso Molecular corado.

Seta curva: Antígeno e tampão de amostra. Fonte:Arquivo pessoal.

39

Figura 6. Distância de migração do antígeno a partir da origem. Fonte: Arquivo

pessoal

4.5.3.2 Transferência para membrana

Após eletroforese, as proteínas foram transferidas para a membrana de

PVDF 0,45µm (Bio Rad) em um sistema semi-seco de transferência

(PerfectBlue™ SEDEC 'Semi-Dry'- Peqlab Biotechnologie GmbH). Para tanto,

foi montado um sanduíche (Figuras 7 e 8) com 3 folhas de papel filtro, seguido

pela membrana de PVDF, gel (aproximadamente 56cm2) e mais três folhas de

papel filtro, todos umedecidos com o tampão de transferência

(Tris/glicina/metanol) e respeitando o sentido de migração das proteínas (polo

positivo para polo negativo).

Figura 7. Ilustração do sanduíche de transferência. Fonte:

https://imunologiahematologia.files.wordpress.com/2010/06/transferencia-

para-membrana-2-copy.jpg

40

Figura 8. Sanduíche parcialmente montado na cuba de transferência. Fonte:

Arquivo pessoal

Após transferência, as membranas foram lavadas com PBS-Tween, a

tira correspondente ao marcador removida (Figura 9) e as membranas

restantes bloqueadas overnight em solução contendo 5% de leite em pó

desnatado. Algumas membranas foram coradas com Ponceau 5% antes do

bloqueio. O gel eletrotransferido foi corado overnight com Comassie Blue

Brilliant G 250, para fins de monitoramento da transferência das proteínas de

N. caninum (Figura 10).

Figura 9. Visualização do padrão de peso molecular na membrana de PVDF

após transferência. A: Gel de Acrilamida/Bis Acrilamida após transferência para

a membrana. B: Membrana de PVDF após transferência. Fonte: Arquivo

pessoal.

41

Figura 10. Gel corado com Comassie Briliant Blue G 250 após

eletrotransferência. Fonte: Arquivo pessoal

.

4.5.3.3 Realização do Imunoblotting

A membrana foi cortada em tiras de aproximadamente 0,25cm de

largura e em seguida, colocadas em tubos de ensaio identificados (Figura 11),

com a amostra de soro diluído em PBS-T(1:100) acrescido de 1% de leite em

pó desnatado, incubadas durante duas horas em temperatura ambiente e

agitação contínua no agitador orbital Kline (Orbital stirrer Kline mod. 255B).

Após incubação, as tiras passaram por cinco lavagens de três minutos cada,

com PBS-T. Posterior as lavagens, as membranas foram incubadas com o

anticorpo conjugado marcado com peroxidase (Anti-Horse IgG (H+L)-

Peroxidase antibody produced in goat - Sigma Aldrich) com diluição de 1:5000

e novamente lavadas com PBS-T (5 lavagens/3 minutos cada) nas mesmas

condições acima citadas.

Realizadas todas as incubações, as membranas foram reveladas com o

Kit revelador da Bio-Rad (170-6431) (Figura 12), preparados de acordo com as

recomendações do fabricante. As membranas foram imersas na solução

reveladora e observadas até a completa identificação das bandas. A reação foi

parada com adição de água destilada quando as marcações estavam visíveis

na amostra controle positivo. O tempo médio de revelação completa foi de 17

42

segundos. Amostras com revelação em tempo superior a 30 segundos, em

comparação com o controle positivo, foram repetidas.

Figura 11. Incubação das amostras. A: Adição das tiras nos tubos contendo

soro. B: Disposição dos tubos na bandeja durante incubação. Fonte: Arquivo

pessoal.

Figura 12. Kit revelador (Bio-Rad 170-6431). Fonte: Arquivo pessoal

4.5.3.4 Identificação do peso molecular das proteínas reativas no western blot

Após revelação, as membranas foram secas em temperatura ambiente,

fotografadas e a migração das bandas medida com régua milimetrada. Os

43

valores foram armazenados no software Excel® Microsoft para calculo do peso

molecular das proteínas encontradas.

Os pesos moleculares das proteínas de Neospora spp. nas amostras

testadas foram determinados através da curva padrão com a distância de

migração das proteínas padrões, obedecendo o seguinte cálculo:

RF = Distancia de migração da proteína a partir da origem

Distancia de migração do bromofenol a partir da origem

Os valores do Rf foram plotados em gráficos, seguidos da adição de

uma linha de tendência. A equação da reta que apresentou maior precisão (R2)

em comparação ao padrão foi utilizada para determinação do peso molecular

das proteínas marcadas na reação.

Foram consideradas positivas as amostras que reagiram com pelo

menos um dos antígenos imunodominantes de Neospora spp. 17, 29

(NhSAG1), 35 (NhSRS2) e 37 KDa (HOWE et al., 1998; SCHARES et al., 1998;

MARSH et al., 1999; HOANE et al.,2005a) e ainda proteínas de 43 KDa

conforme Howe et al. (1998), sendo esses os marcadores da infecção pelo

agente no western blot.

5 RESULTADOS

Inicialmente, foram detectados na RIFI, anticorpos contra Neospora spp.

em 44 amostras sorológicas de equídeos (8,7 %), das quais 15 (2,9%) também

foram consideradas positivas para o protozoário T. gondii. Após a segunda

observação, foram consideradas como positivas apenas 15 amostras, das

quais seis amostras apresentavam reatividade simultânea a T. gondii.

Assim, após o resultado da sorologia o número de amostras testadas no

WB por grupo foi: 9 (nove) amostras positivas apenas para Neospora spp

(grupo 1), 6 (seis) amostras positivas para Neospora spp e T. gondii (grupo 2),

33 amostras positivas apenas para T. gondii (grupo 3) e 32 amostras negativas

para ambos os parasitos (grupo 4). Estão inclusas nove amostras no grupo 3 e

20 amostras no grupo 4 que apresentaram reação apical ou fluorescência

incompleta para Neospora spp..

44

Estas 80 amostras foram testadas por western blotting, das quais 18

foram positivas, reagindo a pelo menos uma banda imunodominante de N.

caninum, 15 não reagiram a nenhum antígeno e 47 apresentaram reações a

proteínas de pesos mais altos (a maioria) ou mais baixos que os considerados

para diagnóstico de N. caninum no presente estudo (Apêndice A).

Das nove amostras positivas na RIFI apenas para Neospora spp.

(Grupo 1), sete foram confirmadas no WB, com apenas uma amostra reagindo

ao antígenos de 17KDa e os demais, reconhecendo 35-37 e 43KDa (Tabela 6).

Duas amostras com reação positiva na RIFI não reagiram com as proteínas

imunodominantes de Neospora spp., com uma amostra reconhecendo apenas

a proteína de 55KDa e a outra, não reconheceu nenhum antígeno. Todas as

amostras positivas no WB também foram reativas a outras proteínas com

diferentes pesos moleculares, variando entre 11 e 119KDa.

Das amostras positivas para T. gondii e Neospora spp. na RIFI (Grupo 2)

, cinco foram consideradas positivas no WB, com bandas reativas em 35-37 e

43 KDa (Tabela 6) e uma amostra negativa, com reatividade a proteínas de 60,

44 e 40KDa Assim como nas amostras do grupo 1, também houve

reconhecimento de outras proteínas, com pesos moleculares variando entre 26

e 123 KDa.

No grupo de amostras positivas apenas para Toxoplasma (Grupo 3),

cinco amostras com titulação variando de 1:64 a 1:512 foram consideradas

positivas no WB, com reação ao antígeno de 35-37 KDa (Tabela 6) e outras

nove não reagiram a nenhuma banda. Dentre as nove amostras que

apresentaram reação apical ou fluorescência parcial para Neospora spp. sete

reagiram a proteínas com pesos entre 33 e 112 KDa, todas distintas das

imunodominantes. Cabe ressaltar que uma amostra de T. gondii titulada em

1:2024 apresentou uma forte marcação ao antígeno de peso 15 KDa (Figura

13).

Das 32 amostras negativas na RIFI, 31foram negativas também no WB,

entretanto, 24 delas reagiram a antígenos que não os descritos como alvos no

diagnóstico de Neospora spp. (31 a 107 KDa) e outras sete não reagiram a

nenhuma proteína de N. caninum . As amostras desse grupo que apresentaram

reação apical ou fluorescência incompleta para Neospora spp. na RIFI

reconheceram antígenos com pesos entre 53 e 107 KDa.

45

A proteína de 35KDa foi reconhecida pela maioria das amostras, já para

a de 29KDa, não houve reconhecimento por nenhum dos soros testados. A

única amostra sorológica proveniente de asinino considerada positiva no WB

reconheceu antígenos de pesos semelhante as reconhecidos pelos soros de

equinos, incluindo a p35 considerada como marcador da infecção por

Neospora spp. nesses animais.

Tabela 6. Amostras positivas para Neospora spp. no western blot

ID Agente Titulação na RIFI 43 35 – 37 29 17

39 +Nc 1:50 + + - -

54 +Nc 1:50

+

105 +Nc 1:50 - + - -

118 +Nc 1:50 - - - +

119 +Nc 1:50 - + - -

264 +Nc 1:50 - + - -

244 +Nc 1:200 + - - -

12 +Nc/+Tg 1:50 / 1:128 + + - -

28 +Nc/+Tg 1:50 / 1:128 + - -

45 +Nc/+Tg 1:50 / 1:128 - + - -

373 +Nc/+Tg 1:50 / 1:64 + - - -

395* +Nc/+Tg 1:50 / 1:128 - + - -

70 +Tg 1:512 - + - -

109 +Tg 1:128 - + - -

218 +Tg 1:64 - + - -

384 +Tg 1:512

+ - -

486 +Tg 1:512 - + - -

90 Negativo - - + - -

+Nc= Positivo para Neospora caninum. +Tg: Positivo para Toxoplasma gondii. *Asinino

A figura 14 ilustra uma membrana completa após revelação, com duas

amostras positivas para Neospora spp., com reatividade a proteínas de

aproximadamente 35-37 KDa e diversas amostras reativas a proteínas com

pesos moleculares diversos.

46

Figura 13. Amostra controle positivo de Toxoplasma gondii no imunoblotting.

A: Durante a revelação. B: Membrana seca após revelação. Fonte: Arquivo

pessoal.

9 Figura 14. Reação de Imunoblotting em membrana de PVDF após revelação.

1: Controle negativo; 2: Controle Positivo; 3 a 15: amostras testadas; 8 e 12:

amostras positiva com fraca marcação; 13: amostra positiva com forte

marcação. Fonte: Arquivo pessoal.

As faixas de reconhecimento antigênico dos soros equinos ao N.

caninum encontram-se expressos na figura 15.

BA

80kDa

56kDa64kDa

15kDa

80kDa64kDa

56kDa

15kDa

127,69 kDa

83,76 kDa

40,18 kDa

32,18 kDa

17,18 kDa

195,53 kDa

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

6,99 kDa

47

Figura 15: Reconhecimento antigênico dos soros equinos ao N. caninum

Bandas de alto peso molecular foram reconhecidos em quatro amostras

apresentando coinfecção (108, 119, 123 e 131, KDa), duas amostras positivas

para Neospora spp. (105, 112, e 119 KDa), sete amostras positivas apenas

para T. gondii ( 105, 112, 114, 122 e 133 KDa) e duas amostra negativas (107

e 132KDa). As proteínas identificadas com maior freqüência nas amostras

analisadas foram as de peso de 58 e 63 KDa, que apareceram cada uma 12

vezes e as de 55, 56, 61, 69 e 90 KDa, que apareceram 7 vezes cada uma

(Figura 16).

Figura 16: Frequência das proteínas de Neospora spp. nas amostras

analisadas.

Os dados de positividade encontrados no presente estudo indicam que a

frequência de Neospora spp. nos equídeos estudados na microrregião Ilhéus-

Itabuna é de 3,49% (18/516). Quando comparado por espécie, 17 amostras

positivas são oriundas de equinos (3,3%), apenas uma da espécie asinina

(0,19%) e nenhuma de muar.

7,98% 6,57%

13,15%

8,92% 7,51%

3,29%

8,45%

1,88% 1,88%

4,69%

7,04%

4,23%

0,00%

2,35% 0,47%

1,88%

0 2 4 6 8

10 12 14 16 18

va

lor

em

%

Peso em KDa

Faixa de pesos moleculares de N. caninum reconhecidos por soros equinos no western blot

0

2

4

6

8

10

12

14

11

17

21

30

33

36

39

43

46

53

56

60

64

67

70

73

77

81

85

90

99

10

8

11

9

13

1

Fre

qu

ên

cia

PM em KDa

Frequência de proteínas de Neospora spp.identificadas no WB

FR

48

6 DISCUSSÃO

O presente estudo evidencia uma baixa frequência de Neospora spp.

nos equideos estudados e é similar a outros estudos realizados em diferentes

regiões do Brasil: Dubey et al. (1999b), Hoane et al., (2006), Galvão et al.

(2013), Pivoto et al. (2012a)sugerindo que a infecção por Neospora spp. em

equinos brasileiros seja relativamente incomum (HOANE et al.,2006).

A baixa frequência observada para asininos corrobora com os achados

de Galvão et al. (2015), entretanto, não podemos descartar a possibilidade

que,o número reduzido de amostras em comparação a espécie equina possa

ter influenciado nos resultados.

Com base no estudo de Galvão et al. (2015) repetimos nossas amostras

inicialmente positivas e também verificamos uma considerável inconsistência

com a nova sorologia realizada por um 2º observador. Houve uma redução na

positividade de 8,5% para 2,9%. As amostras inicialmente positivas

apresentavam uma marcante reação apical e ou fluorescência parcial dos

taquizoítos, o que gerou a interpretação equivocada do 1º observador. Desta

forma parece prudente um cuidado especial na RIFI para diagnóstico de

Neospora spp. em equídeos.

Segundo Paré et al. (1995), a existência de reações apicais ou com

fluorescência incompleta são indícios da existência de reações cruzadas com

outros parasitos do filo Apicomplexa, principalmente para coccídios formadores

de cistos (Galvão et al., 2015), é possível que este tipo de reação possa ser

mais intensa em equídeos, o que pode justificar os resultados. Ainda de acordo

com Paré et al. (1995) em casos onde existam altos títulos de anticorpos anti-

Neospora spp. nas amostras, a reação apical pode vim a ser interpretada como

positiva, porém inespecíficas.

De acordo com Bjerkas et al.(1994) e Barta, Dubey (1992), os antígenos

de pesos 29 e 35 (também reconhecidas como 36 e 43 em condições

redutoras) são antígenos de superfície (HOWE et al., 1998). Já o antígeno de

17KDa está associado as roptrias de N. caninum, sendo reconhecidos no WB

quando existem quadros de infecção aguda ou ainda, reativação da infecção

(ALVAREZ-GARCIA et al., 2002).

49

Diferenças antigênicas entre os isolados são sugeridas em função do

peso da proteína. A utilização da cepa Nc-Bahia de N. caninum pode permitir a

identificação de proteínas imunodominantes com pesos diferentes das

expressas por Nc-1 e Nc-Liverpool, sendo essa comumente utilizadas nos

estudos com WB. No presente estudo, duas proteínas com pesos de

aproximadamente 58 e 63KDa apresentaram características imunodominantes

nas amostras testadas, sugerindo que essas possam ser importantes

marcadores da infecção por Neospora spp. nos equinos, quando trabalhando

com antígenos da cepa Nc-Bahia.

Não identificamos a p29 como uma proteína imunodominante compatível

com a infecção por Neospora spp. no nosso estudo, dada pela ausência de

reconhecimento destas em todas as amostras testadas. Uma vez que esta

aproteína foi reconhecida em outros estudos envolvendo equinos (MARSH et

al., 1998; HOANE et al., 2005a;PIAZZETA, 2012), é possível que a ausência do

reconhecimento possa estar vinculada a uma característica da cepa Nc-Bahia,

uma vez que a maior parte dos estudos são realizados com cepas Nc-1 e Nc-

Liverpool de N. caninum e antígenos de N. hughesi.

A ocorrência de amostras negativas para Neospora spp. na RIFI e

positiva no WB pode ser atribuída a uma maior sensibilidade deste último. Esta

situação é descritas em infecções por Leishmania sp. (FERREIRA et al., 2013)

e pode estar relacionada a precoce detecção de anticorpos da classe IgM

(SCOLA;RAOULT, 1997). Além disso, em 11 (91,7%) das 12 amostras

positivas para Neospora spp., o título máximo observado foi de 50,

demonstrando que a exposição ao agente não parece induzir elevados títulos

de anticorpos.

Das amostras negativas na RIFI para Neospora spp. e positivas no WB,

cinco eram positivas para T. gondii. Entretanto, essa reatividade no WB não

condiz com a presença de reações cruzadas, considerando que uma amostra

apresentou forte reação apical quando no ponto de corte 1:50 enquanto que

nas quatro, observou-se títulos de anticorpos de 25 (ou seja abaixo do ponto de

corte) o que pode em parte evidenciar que a escolha do ponte de corte para

RIFI pode ter diminuído a sensibilidade da técnica.

Das amostras que não reagiram no WB, três foram positivas na RIFI

(retestadas três vezes), corroborando com Vardeleon et al. (2011), onde

50

observaram que amostras com baixa titulação de anticorpos contra Neospora

spp. na RIFI nem sempre apresentavam reatividade no imunoblotting. Uma

dessas amostras reagiu apenas ao antígeno de 55KDa. Essa proteína foi

considerada por Pinheiro et al. (2005) como critério diagnóstico da infecção por

N. caninum em cães. Outras seis amostras, incluindo amostras positivas no

WB também reconheceram a referida proteína, indicando que essa possa ser

uma importante proteína a ser usada como marcador compatível da infecção

por N. caninum em equídeos.

Embora a reatividade cruzada entre N. caninum e N. hughesi seja

relatada (GONDIM et al,. 2009), Yergan et al. (2013) consideraram a p29 como

marcador da infecção por N. hughesiem equinos naturalmente infectados no

México, enquanto que Hoane et al. (2005a) utilizaram a mesma proteína para

desenvolvimento de um ELISA também para diagnóstico de N. hughesi,

obtendo sensibilidade e especificidade de 94 e 95% respectivamente. Esses

estudos, somadas aos de Dubey et al. (2001) reforçam que esse possa ser um

provável critério de diferenciação da infecção pelas espécies no western

blotting, contudo pouco se sabe quando o antígeno do WB é de N. caninum é

incubado com anticorpos de N. hughesi..

Logo, A infecção por N. hughesi não deve ser descartada, nos animais

estudados, uma vez que o parasito é muito semelhante a N. caninum (MARSH

et al., 1999) principalmente nas amostras positivas na RIFI e negativas no WB.

Diante do exposto, reforça-se a necessidade de um teste diagnóstico

sorológico padronizado que permita a diferenciação entre as duas espécies de

Neospora que acometem equinos.

7 CONCLUSÃO

Equideos da microrregião Ilhéus-Itabuna estão expostos ao Neospora

spp.

As proteínas de 17, 35-37 e 43KDa são compatíveis com a infecção por

Neospora spp. em asininos e equinos da microrregião Ilhéus-Itabuna.

A p55 pode ser uma proteína com potencial diagnóstico da infecção por

N. caninum em equídeos.

51

Não foi possível comparar os títulos de anticorpos anti-Neospora spp.

encontrados na RIFI com o perfil de reatividade obtidos do western blotting.

O perfil de reatividade do soro asinino foi semelhante ao apresentado

pelos equinos no western blotting.

52

REFERÊNCIAS

ABCAM. General western blot protocol. Diponível em: http://docs.abcam.com/pdf/protocols/general-western-blot-protocol.pdf. AL-QASSAB, S. E.; REICHEL, M.P.; ELLIS, J.T. On the biological and genetic diversity in Neospora caninum. Diversity, v. 2, n. 3, p. 411-438, 2010. ANTONELLO, A. M.; PIVOTO, F. L.; CAMILLO, G; BRAUNIG, P.; SANGIONI, L. A.; POMPERMAYER, E.; VOGEL, F. S. F. The importance of vertical transmission of Neospora sp. in naturally infected horses. Veterinary parasitology, v. 187, n. 3, p. 367-370, 2012. BATISTA, H.G.; ;FROES, L. Brasil vendeu 2,4 mil toneladas de carne de cavalo em 2012. O GLOBO, 2013. Disponível em: < http://oglobo.globo.com/economia/brasil-vendeu-24-mil-toneladas-de-carne-de-cavalo-em-2012-7625321>. Acesso em 10 de janeiro de 2016. BANDINI, L. A.; NETO, A. F.; PENA, H. F.; CAVALCANTE, G. T.; SCHARES, G.; NISHI, S. M.; GENNARI, S. M. Experimental infection of dogs (Canis familiaris) with sporulated oocysts of Neospora caninum. Veterinary parasitology, v. 176, n. 2, p. 151-156, 2011. BARR, B. C.; CONRAD, P. A.; SVERLOW, K. W.; TARANTAL, A. F.; HENDRICKX, A. G. Experimental fetal and transplacental Neospora infection in the nonhuman primate. Laboratory investigation; a journal of technical methods and pathology, v. 71, n. 2, p. 236-242, 1994. BARTA, J. R.; DUBEY, J. P. Characterization of anti-Neospora caninum hyperimmune rabbit serum by Western blot analysis and immunoelectron microscopy. Parasitology research, v. 78, n. 8, p. 689-694, 1992. BARTOVA, E.; T. MACHACOVA,T.; BUDÍKOVÁ, M.; MARIANI, U.; VENEZIANO, V. Seroprevalence of antibodies of Neospora spp. and Toxoplasma gondii in horses from southern Italy. Folia parasitologica, v. 62, p. 043, 2015. BJERKAS, I. N. G. E.; JENKINS, M. C.; DUBEY, J. P. Identification and characterization of Neospora caninum tachyzoite antigens useful for diagnosis of neosporosis. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, v. 1, n. 2, p. 214-221, 1994.

53

BJERKAS, I.; MOHN, S. F.; PRESTHUS, J. Unidentified cyst-forming sporozoon causing encephalomyelitis and myositis in dogs. Parasitology Research, v. 70, n. 2, p. 271-274, 1984.

BJERKAS, I.; PRESTHUS, J. Immuno‐histochemical and ultrastructural

characteristics of a cyst‐forming sporozoon associated with encephalomyelitis and myositis in dogs. Apmis, v. 96, n. 1‐6, p. 445-454, 1988. BJORKMAN, C.; HEMPHILL, A. Characterization of Neospora caninum iscom antigens using monoclonal antibodies. Parasite Immunology, v. 20, p. 73-80, 1998. BJORKMAN, C.; LUNDEN, A.; HOLMDAHL, J.; BARBER, J.; TREES, A. J.; UGGLA, A. Neospora caninum in dogs: detection of antibodies by ELISA using an iscom antigen. Parasite Immunology, v. 16, n. 12, p. 643-648, 1994. BJORKMAN, C.; UGGLA, A. Serological diagnosis of Neospora caninum infection. International Journal for Parasitology, v. 29, n. 10, p. 1497-1507, 1999 BLANCO, R. D.; PATARROYO, J. H.; VARGAS, M. I.; CARDONA, J. A; ARAÚJO, L. S.; GOMEZ, V. E. Ocorrência de anticorpos anti-Neospora spp. em jumentos (Equus asinus) no estado de Sucre-Colômbia. Arquivo brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 66, n. 2, p. 450-454, 2014. BURNA, A. N.; LERTORA, W. J.; CATUOGNO, M. S. Diagnóstico histopatológico de aborto bovino por Neospora caninum. Revista Veterinária, 15:2, 85-88, 2004. CHEADLE, M.A.;LINDSAY, D.S.; ROWE, S.; DYKSTRA, C.C.; WILLIAMS, M.A.; SPENCER, J.A.; TOIVIOKINNUCAN, M.A.; LENZ, S.D.; NEWTON, J.C.; ROLSMA, M.D.; BLAGBURN, B.L. Prevalence of antibodies to Neospora sp. in horses from Alabama and characterisation of an isolate recovered from a naturally infected horse. International Journal for Parasitology, v.29, n.10: 1537-1543, 1999.

CHOWDHARY, B. P.; RAUDSEPP, T. The horse genome derby: racing from map to whole genome sequence. Chromosome Research, v. 16, n.1, p 109-127, 2008.

54

DAFT, B.M.; BARR, B.C.; COLLINS, N.; SVERLOW, K. Neospora encephalomyelitis and polyradiculoneuritis in an aged mare with Cushing’s disease. Equine Veterinary Journal, v.29, p.240-243, 1996. DANGOUDOUBIYAM, S.; OLIVEIRA, J. B.; VIQUEZ, C.; GOMEZ-GARCIA, A.; GONZALEZ, O.; ROMERO, J. J.; KWOK, O. C. H.; DUBEY, J. P.;HOWE, D. K. Detection of antibodies against Sarcocystis neurona, Neospora spp. and Toxoplasma gondii in horses from Costa Rica. Journal of Parasitology, v. 97, n. 3, p. 522-524, 2011. DAVISON, H. C.; GUY, C. S.; MCGARRY, J. W.; GUY, F.; WILLIAMS, D. J. L.; KELLY, D. F.; TREES, A. J. Experimental studies on the transmission of Neospora caninum between cattle. Research in Veterinary Science, v. 70, n. 2, p. 163-168, 2001 DAVISON, H. C.; OTTER, A.; TREES, A. J. Estimation of vertical and horizontal transmission parameters of Neospora caninum infections in dairy cattle. International Journal for Parasitology, v. 29, n. 10, p. 1683-1689, 1999. DUBEY, J. P. Review of Neospora caninum and neosporosis in animals. Korean Journal of Parasitology, Seoul, v. 41, p. 1-16, 2003 DUBEY, J. P. Recent advances in Neospora and neosporosis. Veterinary parasitology, v. 84, n. 3, p. 349-367, 1999. DUBEY, J. P.; CARPENTER, J. L.; SPEER, C. A.; TOPPER, M. J.; UGGLA, A. Newly recognized fatal protozoan disease of dogs. Journal of American Veterinary Medical Association, v. 192, n. 9, p. 1269-1285, 1988a DUBEY, J. P.; HATTEL, A. L.; LINDSAY, D. S.; TOPPER, M. J. Neonatal Neospora caninum infection in dogs: Isolation of the causative agent and experimental transmission. Journal American Veterinary Medicine Association, v. 193, n.10, p. 1259-1263, 1988b. DUBEY, J. P.; KERBER, C. E.; GRANSTROM, D. E. Serologic prevalence of Sarcocystis neurona, Toxoplasma gondii, and Neospora caninum in horses in Brazil. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 215, n. 7, p. 970-972, 1999b.

55

DUBEY, J. P.; KOESTNER, A.; PIPER, R. C. Repeated transplacental transmission of Neospora caninum in dogs. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 197, n. 7, p. 857-860, 1990. DUBEY, J. P.; LIDDELL, S.; MATTSON, D.; SPEER, C. A.; HOWE, D. K.; JENKINS, M. C. Characterization of the Oregon isolate of Neospora hughesi from a horse. Journal of Parasitology, v. 87, n. 2, p. 345-353, 2001b. DUBEY, J. P.; LINDSAY, D. S. A review of Neospora caninum and neosporosis. Veterinary parasitology, v. 67, n. 1, p. 1-59, 1996. DUBEY, J. P.; MITCHELL, S. M.; MORROW, J. K.; RHYAN, J. C.; STEWART, L. M.; GRANSTROM, D. E.; ROMAND, S.; THULLIEZ, P.; SAVILLE, W.J.; LINDSAY, D. S. Prevalence of antibodies to Neospora caninum, Sarcocystis neurona, and Toxoplasma gondii in wild horses from central Wyoming. Journal of Parasitology, v. 89, n. 4, p. 716-720, 2003. DUBEY, J. P.; PORTERFIELD, M. L. Neospora caninum (Apicomplexa) in an aborted equine fetus. The Journal of parasitology, p. 732-734, 1990. DUBEY, J. P.; PORTERFIELD, M. L. Toxoplasma-like sporozoa in an aborted equine fetus. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 188, n. 11, p. 1312-1313, 1986. DUBEY, J. P.; SCHARES, G. AND ORTEGA-MORA, L. M. Epidemiology and control of neosporosis and Neospora caninum. Clinical Microbiology Reviews, 20: 323–367, 2007. DUBEY, J. P.; SCHARES, G. Diagnosis of bovine Neosporosis. Veterinary parasitology, v. 140, n. 1, p. 1-34, 2006. DUBEY, J. P.; SCHARES, G.; ORTEGA-MORA, L. M. Epidemiology and control of neosporosis and Neospora caninum. Clinical Microbiology Reviews, v. 20, n. 2, p. 323-367, 2007. DUBEY, J. P.; VENTURINI, M. C.; VENTURINI, L.; MCKINNEY, J.; PECORARO, M. Prevalence of antibodies to Sarcocystis neurona, Toxoplasma gondii and Neospora caninum in horses from Argentina.Veterinary Parasitology, v. 86, n. 1, p. 59-62, 1999a.

56

DUBEY, J. P; BARR, B. C; BARTA, J. R; BJERKÅS, I; BJÖRKMAN, C; BLAGBURN, B. L; ... ; HEMPHILL, A. Redescription of Neospora caninum and its differentiation from related coccidia. International journal for parasitology, v. 32, n. 8, p. 929-946, 2002. DUBEY, J. P.; JENKINS, M. C.; RAJENDRAN, C.; MISKA, K.; FERREIRA, L. R.; MARTINS, J.; KWOK, O. C. H.; CHOUDHARY, S. Gray wolf (Canis lupus) is a natural definitive host for Neospora caninum. Veterinary Parasitology, Amsterdã, 2011. ESMERINI, P. Ocorrência e isolamento de Toxoplasma gondii e Neospora spp. em equídeos do Brasil - 2012. 89p. Tese (Pós Graduação em Epidemiologia Experimental Aplicada as Zoonoses) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. FINNO, C. J.; EATON, J. S.; ALEMAN, M.; HOLLINGSWORTH, S. R. Equine protozoal myeloencephalitis due to Neospora hughesi and equine motor neuron disease in a mule. Veterinary ophthalmology, v. 13, n. 4, p. 259-265, 2010. GALVÃO, C. M. M. D. Q.; REZENDE-GONDIM, M. M.; CHAVES, A. C. R.; SCHARES, G.; RIBAS, J. R. L.; GONDIM, L. F. P. Brazilian donkeys (Equus asinus) have a low exposure to Neospora spp. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 24, n. 3, p. 340-344, 2015. GALVÃO, C. M. Q. Frequência de anticorpos anti-Neospora sp. em eqüinos (Equus caballus) e asininos (Equus asinus) criados no Estado da Bahia – 2013. 43p. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal nos Trópicos); Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal da Bahia, 2013. GARCÍA-MELO, D.; REGIDOR-CERRILLO, J.; ORTEGA-MORA, L.; COLLANTES-FERNÁNDEZ, E.; OLIVEIRA, V.; OLIVEIRA, M.; SILVA, A. Isolation and biological characterisation of a new isolate of Neospora caninum from an asymptomatic calf in Brazil. Acta Parasitologica, v. 54, n. 2, p. 180-185, 2009. GONDIM, L. F. P.; PINHEIRO, A. M.; SANTOS, P. O. M.; JESUS, E. E. V.; RIBEIRO, M. B.; FERNANDEZ, H. S.; ALMEIDA, M. A. O.; FREIRE S. M.; MEYER, R.; MCALLISTER, M. M. Isolation of Neospora caninum from the brain of a naturally infected dog, and production of encysted bradyzoites in gerbils.Veterinary Parasitology, v. 101, n. 1, p.1-7, 2001. GONDIM, L. F.; LINDSAY, D. S.; MCALLISTER, M. M. Canine and bovine Neospora caninum control sera examined for cross-reactivity using Neospora

57

caninum and Neospora hughesi indirect fluorescent antibody tests. Journal of Parasitology, v. 95, n. 1, p. 86-88, 2009. GONDIM, L. F.; MCALLISTER, M. M.; PITT, W. C.; ZEMLICKA, D. E. Coyotes (Canis latrans) are definitive hosts of Neospora caninum. International journal for Parasitology, v. 34, n. 2, p. 159-161, 2004. GOODSWEN, S. J.; KENNEDY, P.J.; ELLIS, J. T. A review of the infection, genetics, and evolution of Neospora caninum: from the past to the present. Infection, Genetics and Evolution, v. 13, p. 133-150, 2013. GRAHAM, D. A.; CALVERT, V.; M. WHYTE.;MARKS,J. Absence of serological evidence for human Neospora caninum infection. Veterinary Record, v. 144, n. 24, p. 672-673, 1999. HAMIR, A. N.; TORNQUIST, S. J.; GERROS, T. C.; TOPPER, M. J.; DUBEY, J. P. Neospora caninum-associated equine protozoal myeloencephalitis. Veterinary Parasitology, v. 79, n. 4, p. 269-274, 1998. HEMPHILL, A. Subcellular localization and functional characterization of Nc-p43, a major Neospora caninum tachyzoite surface protein. Infection and Immunity, v. 64, n. 10, p. 4279-4287, 1996. HEMPHILL, A.; GOTTSTEIN, B.; KAUFMANN, H. Adhesion and invasion of bovine endothelial cells by Neospora caninum. Parasitology, v. 112, n. 02, p. 183-197, 1996. HOANE, J. S.; GENNARI, S. M.; DUBEY, J. P.; RIBEIRO, M. G.; BORGES, A. S.; YAI, L. E.; HOWE, D. K. Prevalence of Sarcocystis neurona and Neospora spp. infection in horses from Brazil based on presence of serum antibodies to parasite surface antigen. Veterinary Parasitology, v. 136, n. 2, p. 155-159, 2006. HOANE, J. S.; YEARGAN, M. R.; STAMPER, S.; SAVILLE, W. J.; MORROW, J. K.; LINDSAY, D. S.; HOWE, D. K. Recombinant NhSAG1 ELISA: a sensitive and specific assay for detecting antibodies against Neospora hughesi in equine serum. Journal of Parasitology, v. 91, n. 2, p. 446-452, 2005a. HOANE, J. S.; MORROW, J. K.; SAVILLE, W. J.; DUBEY, J. P.; GRANSTROM, D. E.; HOWE, D. K. Enzyme-linked immunosorbent assays for detection of equine antibodies specific to Sarcocystis neurona surface antigens. Clinical and diagnostic laboratory immunology, v. 12, n. 9, p. 1050-1056, 2005b.

58

HOFFMANN, D. C. S. Cinética, avaliação da transmissão vertical e monitoramento da transferência passiva de anticorpos anti-Neospora sp. em eqüinos-2007. 78p. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias – Patologia Animal) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2007. HOWE, D. K.; SIBLEY, L. D. Comparison of the major antigens of Neospora caninum and Toxoplasma gondii. International journal for parasitology, v. 29, n. 10, p. 1489-1496, 1999. HOWE, D. K; CRAWFORD, A. C; LINDSAY, D; SIBLEY, L. D. The p29 and p35 Immunodominant Antigens of Neospora caninum Tachyzoites Are Homologous to the Family of Surface Antigens of Toxoplasma gondii. Infection and Immunity, v. 66, n. 11, p. 5322-5328, 1998. IBGE. Produção da Pecuária Municipal 2010. Rio de Janeiro, v. 38, p. 1-65, 2011. JAKUBEK, Eva-Britt; LUNDÉN, Anna; UGGLA, Arvid. Seroprevalences of Toxoplasma gondii and Neospora sp. infections in Swedish horses.Veterinary parasitology, v. 138, n. 3, p. 194-199, 2006. KING, J. S.; SLAPETA, J.; JENKINS, D. J.; AL-QASSAB, S. E.; ELLIS, J. T.; & WINDSOR, P. A. Australian dingoes are definitive hosts of Neospora caninum. International Journal for Parasitology, v. 40, n. 8, p. 945-950, 2010. KURIEN, B. T.; SCOFIELD, R. H. Western blotting. Methods, v. 38, n. 4, p. 283-293, 2006. LASRI, S.; EERSCHMAN, F.; RETTIGNER, C.; FOCANT, C.; LOSSON, B. Comparison of three techniques for the serological diagnosis of Neospora caninum in the dog and their use for epidemiological studies. Veterinary parasitology, v. 123, n. 1, p. 25-32, 2004. LINDSAY, D. S. Neosporosis: an emerging protozoal disease of horses. Equine Veterinary Journal, v. 33, n. 2, p. 116-118, 2001.

59

LINDSAY, D. S.; DUBEY, J. P. Immunohistochemical diagnosis of Neospora caninum in tissue sections. American journal of veterinary research, v. 50, n. 11, p. 1981-1983, 1989. LINDSAY, D. S.; DUBEY, J. P.; DUNCAN, R. B. Confirmation that the dog is a definitive host for Neospora caninum. Veterinary Parasitology, v. 82, n. 4, p. 327-333, 1999. LINDSAY, D. S; STEINBERG, H; DUBIELZIG, R. R; SEMRAD, S. D; KONKLE, D. M; MILLER, P. E; BLAGBURN, B. L. Central nervous system neosporosis in a foal. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, v. 8, n. 4, p. 507-510, 1996. LOBATO, J.; SILVA, D. A. O.; MINEO, T. W. P.; AMARAL, J. D. H. F.; SEGUNDO, G. R. S.; COSTA-CRUZ, J. M.; FERREIRA, M. S.; BORGES, A. S; MINEO, J. R. Detection of immunoglobulin G antibodies to Neospora caninum in humans: high seropositivity rates in patients who are infected by human immunodeficiency virus or have neurological disorders. Clinical and Vaccine Immunology, v. 13, n. 1, p. 84-89, 2006. LOCATELLI-DITTRICH, R.; HOFFMANN, D. C. S.; DITTRICH, J. R. Neosporose equina- revisão. Archives of Veterinary Science, v. 11, n. 3, 2006. LOCATELLI-DITTRICH, R.; RICHARTZ, R.R.T.B.; JOINEAU, M.E.G.; PINCKNEY, R.D.; DE SOUSA, R.S.; LEITE, L.C.; THOMAZ-SOCCOL, V. Isolation of Neospora caninum from a blind calf in Parana, southern Brazil. Veterinary record, v. 153, n. 12, p. 366-367, 2003. LOCATELLI-DITTRICH, R.; THOMAZ-SOCCOL, V.; RICHARTZ, R.R.T.B.; GASINO-JOINEAU, M.E.; VANDER VINNE, R.; PINCKNEY, R.D. Isolation of Neospora caninum from bovine fetus from a dairy herd in Paraná. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.13, 103-109, 2004. LUZA, M.; SERRANO-MARTÍNEZ, E.; TANTALEÁN, M.; QUISPE, M.; CASAS, G. Primer reporte de Neospora caninum, en caballos de carrera de Lima, Perú. Salud y Tecnología Veterinaria, v. 1, n. 2, p. 40-45, 2014. LYONS, R. E.; MCLEOD, R.; ROBERTS, C.W. Toxoplasma gondii tachyzoite–bradyzoite interconversion. Trends in parasitology, v. 18, n. 5, p. 198-201, 2002

60

MAHMOOD, T.; YANG, PING-CHANG. Western blot: technique, theory, and trouble shooting. North American journal of medical sciences, v. 4, n. 9, p. 429, 2012. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, OECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA), 2016. Equídeos. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/animal/especies/equídeos. Acesso em 10 de fevereiro de 2016. MARSH, A. E.; BARR, B. C.; PACKHAM, A. E.; CONRAD, P. A. Description of a new Neospora species (Protozoa: Apicomplexa: Sarcocystidae). The Journal of parasitology, p. 983-991, 1998. MARSH, A. E.; HOWE, D. K.; WANG, G.; BARR, B. C.; CANNON, N; CONRAD, P. Differentiation of Neospora hughesi from Neospora caninum based on their immunodominant surface antigen, SAG1 and SRS2. International Journal for Parasitology, v. 29, n. 10, p. 1575-1582, 1999. MARSH, A.E.; BARR, B.C.; MADIGAN, J. LAKRITZ, J.; NORDHAUSEN, R.; CONRAD, P.A. Neosporosis is a cause of equine protozoal myeloencephalitis. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 209, n. 11, p. 1907-1913, 1996. MASUDA, T.; KOBAYASHI, Y.; MAEDA R.; OMATA, Y. Possibility of Neospora caninum infection by venereal transmission in CB-17 scid mice. Veterinary Parasitology, v. 149, p.130–133, 2007. MCALLISTER, M. M.; DUBEY,J.P.; LINDSAY, D. S.; JOLLEY, W.R.; WILLS, R. A.; MCGUIRE, A.M. Rapid communication: Dogs are definitive hosts of Neospora caninum. International journal for parasitology, v. 28, n. 9, p. 1473-1479, 1998. MORAVEJI, M.; HOSSEINI, M. H.; AMRABADI, O.; RAHIMIAN, A.; NAMAZI, F.; NAMAVARI, M. Seroprevalence of Neospora spp. in horses in South of Iran. Tropical biomedicine, v. 28, n. 3, p. 514-517, 2011. MORÉ, G.; BACIGALUPE, D.; BASSO, W.; RAMBEAUD, M.; BELTRAME, F.; RAMIREZ, B.; VENTURINI, L. Frequency of horizontal and vertical transmission for Sarcocystis cruzi and Neospora caninum in dairy cattle. Veterinary parasitology, v. 160, n. 1, p. 51-54, 2009.

61

MOSKAWA, B.; PASTUSIAK, K.; BIEN, J.; CABAJ, W. The first detection of Neospora caninum DNA in the colostrum of infected cows. Parasitology Research, Berlin, v. 100, n. 3, p. 633-636, 2006 MOURA, A. B. D.; SILVA, M. O. D.; FARIAS, J. A.; VIEIRA-NETO, A.; SOUZA, A. P. D.; SARTOR, A. A.; FONTEQUE, J,H.; BUNN, S. Neospora spp. antibodies in horses from two geographical regions of the state of Santa Catarina, Brazil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 22, n. 4, p. 597-601, 2013. NAM, H. W.; KANG, S. W.; CHOI, W.I. Antibody reaction of human anti-Toxoplasma gondii positive and negative sera with Neospora caninum antigens. The Korean journal of parasitology, v. 36, n. 4, p. 269-275, 1998. PACKHAM, A. E.; CONRAD, P. A.; WILSON, W. D.; JEANES, L. V.; SVERLOW, K. W.; GARDNER, I. A.; MARSH, A.E.; BLAGBURN, B.L.; FERRARO, G.L.; BARR, B. C. Qualitative evaluation of selective tests for detection of Neospora hughesi antibodies in serum and cerebrospinal fluid of experimentally infected horses, 2002. PACKHAM, A. E.; SVERLOW, K. W.; CONRAD, P. A.; LOOMIS, E. F.; ROWE, J. D.; ANDERSON, M. L.; MARSH, A.E.; BARR, B. C. A modified agglutination test for Neospora caninum: development, optimization, and comparison to the indirect fluorescent-antibody test and enzyme-linked immunosorbent assay. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, v. 5, n. 4, p. 467-473, 1998. PATITUCCI, A. N.; PÉREZ, M. J.; CARCAMO, C. M.; BAEZA, L. Presencia de anticuerpos sericos contra Neospora caninum en equinos en Chile. Archivos de medicina veterinaria, v. 36, n. 2, p. 203-206, 2004. PENA, H.F.; SOARES, R.M.; RAGOZO, A.M.; MONTEIRO, R.M.; YAI, L.E.; NISHI, S.M.; GENNARI, S.M. Isolation and molecular detection of Neospora caninum from naturally infected sheep from Brazil. Veterinary Parasitology. , v. 147, 61-66, 2007. PETERS, M.; LUTKEFELS, E.; HECKEROTH, A. R.; SCHARES, G. Immunohistochemical and ultrastructural evidence for Neospora caninum tissue cysts in skeletal muscles of naturalls infected dogs and cattle. International Journal for Parasitology, Oxford, v. 31, n. 10, p. 1144-1148, Aug. 2001.

62

PETERSEN, E.; LEBECH, M.; JENSEN, L.; LIND, P.; RASK, M.; BAGGER, P.; BJORKMAN,C.; UGGLA, A. Neospora caninum infection and repeated abortions in humans. Emerging Infectious Diseases, v. 5, n. 2, p. 278, 1999. PIAZZETA, T. L. G. Prevalência de Sarcocystis neurona e Neospora huguesi em equinos do Paraná com base na presença de anticorpos específicos aos antígenos de superfície dos parasitos. Tese (Programa de Pós Graduação em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia - PPGEBB) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012. PINHEIRO, A. F. Desenvolvimento de ELISA para o Diagnóstico da Neosporose. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Parasitologia) - Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2010. PINHEIRO, A. M.; COSTA, M. F.; PAULE, B.; VALE, V.; RIBEIRO, M.; NASCIMENTO, I.; FREIRE, S. M. Serologic immunoreactivity to Neospora caninum antigens in dogs determined by indirect immunofluorescence, western blotting and dot-ELISA. Veterinary parasitology, v. 130, n. 1, p. 73-79, 2005. PITEL, P. H.; ROMAND, S.; PRONOST, S.; FOUCHER, N.; GARGALA, G.; MAILLARD, K.; THULLIEZ, P.; COLLOBERT-LAUGIER, C.; TAINTURIER, D.; FORTIER, G.; BALLET, J. J. Investigation of Neospora sp. antibodies in aborted mares from Normandy, France. Veterinary Parasitology, v. 118, n. 1, p. 1-6, 2003b. PIVOTO, F. L.; ANTONELLO, A. M.; CAMILLO, G.; BRAUNIG, P.; SANGIONI, L. A.; POMPERMAYER, E.; VOGEL, F. S. F. Anticorpos anti-Neospora spp. em amostras sorológicas de potros pré-colostrais pela técnica de imunofluorescência indireta. Ciência Rural, v. 42, n. 6, p. 1061-1064, 2012. PIVOTO, F.L.; VOGEL, F. S. F.; POMPERMAYER, ENDRIGO.; CAMILLO. G.; BRAUNIG, P.; SANGIONI, L.A. infecção transplacentária pelo Neospora spp. em equinos avaliada através da detecção de anticorpo. 25ª Jornada Acadêmica Integrada da Universidade Federal de Santa Maria, SANTA MARIA-RS, 2010. PUSTERLA, N.; CONRAD, P. A.; PACKHAM, A. E.; MAPES, S. M.; FINNO, C. J.; GARDNER, I. A.; BARR, B. C.; FERRARO, G. L.; WILSON, W. D. Endogenous transplacental transmission of Neospora hughesi in naturally infected horses. The Journal of parasitology, v. 97, n. 2, p. 281-285, 2011.

63

PUSTERLA, N; MACKIE, S; PACKHAM, A; CONRAD, P. A. Serological investigation of transplacental infection with Neospora hughesi and Sarcocystis neurona in broodmares.The Veterinary Journal, v. 202, n. 3, p. 649-650, 2014a PUSTERLA, N; TAMEZ-TREVINO, E; WHITE, A; VANGEEM, J; PACKHAM, A; CONRAD, P. A; KASS, P. Comparison of prevalence factors in horses with and without seropositivity to Neospora hughesi and/or Sarcocystis neurona. The Veterinary Journal, v. 200, n. 2, p. 332-334, 2014b QUEVEDO, P. S; AVILA, L. F; SAGGIN, A; SILVEIRA, T. R; FEIJÓ, L. S; JR, F. F; CURCIO, B;R; FARIAS, N. A. R. Verificação da transmissão vertical de Neospora spp. em equinos. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 35, n. 1, p. 29-32, 2015. RAMOS-VARA, J. A.; KIUPEL, M.; BASZLER, T.; BLIVEN, L.; BRODERSEN, B.; CHELACK, B.; CZUB, S.; DEL PIERO, F.; DIAL, S.; EHRHART, E. J.; GRAHAM, T.; MANNING, L.; PAULSEN, D.; VALLI, V. E.; WEST, K. Suggested guidelines for immunohistochemical techniques in veterinary diagnostic laboratories. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, v. 20, n. 4, p. 393-413, 2008 REICHEL, M. P.; AYANEGUI-ALCÉRRECA, M. A.; GONDIM, L. F.; ELLIS, J. T. What is the global economic impact of Neospora caninum in cattle–the billion dollar question. International Journal for Parasitology, v. 43, n. 2, p. 133-142, 2013. RODRIGUES, A.A.R.; GENNARI, S.M.; AGUIAR, D.M.; SREEKUMAR, C.; HILL, D.E.; MISKA, K.B.; VIANNA, M.C.; DUBEY, J.P. Shedding of Neospora caninum oocysts by dogs fed tissues from naturally infected water buffaloes (Bubalus bubalis) from Brazil. Veterinary Parasitology, v. 124, n. 3, p. 139-150, 2004. SANGIONI, L. A; BOTTON, S. D. A; CARGNELUTTI, J. F; CADORE, G. C; CEZAR, A. S; WEIBLEN, R; VOGEL, F. Pesquisa de anticorpos anti-Neospora spp. e anti herpesvírus equino em cavalos de tração no município de Santa Maria, RS, Brasil. Ciência Rural, v. 41, n. 2, p. 321-323, 2011. SCHARES, G.; HEYDORN, A.; CUPPERS, A.; CONRATHS, F.; MEHLHORN, H. Cyclic transmission of Neospora caninum: serological findings in dogs shedding oocysts. Parasitology research, v. 87, n. 10, p. 873-877, 2001.

64

SCHARES, G.; PETERS, M.; WURM, R.; BÄRWALD, A.; CONRATHS, F. J. The efficiency of vertical transmission of Neospora caninum in dairy cattle analysed by serological techniques. Veterinary Parasitology, v. 80, n. 2, p. 87-98, 1998. SCHOCK, A.; INNES,E. A.; YAMANE, I.; LATHAM, S. M.; WASTLING, J. M. Genetic and biological diversity among isolates of Neospora caninum. Parasitology. V. 123 p.13-23, 2001. SERRANO-MARTINEZ, E.; FERRE, I.; OSORO, K.; ADURIZ, G.; MOTA, R. A.; MARTÍNEZ, A.; ORTEGA-MORA, L. M. Intrauterine Neospora caninum inoculation of heifers and cows using contaminated semen with different numbers of tachyzoites. Theriogenology, v. 67, n. 4, p. 729-737, 2007. SOUZA, M.A.; COSTA, S.C.L.; CRUZ, R.D.S.; FONSECA, V.S.; FREITAS, J.S.; SILVA, A.N.; LACERDA, L.C.; MUNHOZ, A.D. Diagnóstico sorológico e fatores associados à infecção por Neospora sp. em equídeos na Bahia. In: Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária, 2014, Gramado. Anais 2014. Gramado – RS, 2014. SPEER, C. A.; DUBEY, J. P.; MCALLISTER, M. M.; BLIXT, J. A. Comparative ultrastructure of tachyzoites, bradyzoites, and tissue cysts of Neospora caninum and Toxoplasma gondii. International journal for parasitology, v. 29, n. 10, p. 1509-1519, 1999. STELMANN, U. J. P.; ULLMANN, L. S; LANGONI, H; AMORIM, R. M. Equine neosporosis: search for antibodies in cerebrospinal fluid and sera from animals with history of ataxia. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, p. 99-102, 2011 TALAFHA, A. Q.; ABUTARBUSH, S. M.; RUTLEY, D. L. Seroprevalence and Potential Risk Factors Associated with Neospora spp. Infection among Asymptomatic Horses in Jordan. The Korean journal of parasitology, v. 53, n. 2, p. 163, 2015 TOSCAN, G.; CADORE, G. C.; PEREIRA, R. C.; SILVA, G. B.; CEZAR, A. S.; SANGIONI, L. A.; OLIVEIRA, L.S.S.; VOGEL, F. S. Neosporose equina: ocorrência de anticorpos anti-Neospora spp. e associação entre status sorológico de éguas e de suas crias. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 30, n. 8, p. 641-645, 2010

65

TRANAS, J.; HEINZEN, R. A.; WEISS, L. M.; MCALLISTER, M. M. Serological evidence of human infection with the protozoan Neospora caninum. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, v. 6, n. 5, p. 765-767, 1999. TREES, A. J.; WILLIAMS, D. J. L. Neosporosis in the United Kingdom. International Journal for Parasitology, 30:891–893. 2000. TREES, A.J.; DAVISON, H.C.; INNES, E.A.; WASTLING, J.M. Towards evaluating the economic impact of bovine neosporosis. International Journal for Parasitology, v. 29, n. 8, p. 1195-1200, 1999. TREES, A.J.; WILLIAMS, D. J.L. Endogenous and exogenous transplacental infection in Neospora caninum and Toxoplasma gondii. Trends in Parasitology, v. 21, n. 12, p. 558-561, 2005. VALENÇA, S. R. F.A, VALENÇA, R. M. B.; JUNIOR, J. W. P.; DE ALBUQUERQUE, P. P. F.; NETO, O. L. S.; MOTA, R. A. Risk Factors for Occurrence of Anti-Neospora spp. Antibodies in Horses From Alagoas, Brazil. Journal of Equine Veterinary Science, v. 35, n. 11, p. 917-921, 2015. VAN MAANEN, C.; WOUDA, W.; SCHARES, G.; VON BLUMRÖDER, D.; CONRATHS, F. J.; NORTON, R.; BJORKMAN, C. An interlaboratory comparison of immunohistochemistry and PCR methods for detection of Neospora caninum in bovine foetal tissues. Veterinary parasitology, v. 126, n. 4, p. 351-364, 2004. VARDELEON, D; MARSH, A. E; THORNE, J. G; LOCH, W; YOUNG, R; JOHNSON, P. J. Prevalence of Neospora hughesi and Sarcocystis neurona antibodies in horses from various geographical locations.Veterinary Parasitology, v. 95, n. 2, p. 273-282, 2001. VILLALOBOS, E. M. C; UENO, T. E. H; DE SOUZA, S. L. P; CUNHA, E. M. S; DE SOUZA, M. D. C. C; LARA, H; GENNARI, S,M;SOARES, R. M. Association between the presence of serum antibodies against Neospora spp. and fetal loss in equines. Veterinary parasitology, v. 142, n. 3, p. 372-375, 2006. WALSH, C. P; DUNCAN, R. B; ZAJAC, A. M; BLAGBURN, B. L; LINDSAY, D. S. Neospora hughesi: experimental infections in mice, gerbils, and dogs. Veterinary Parasitology, v. 92, n. 2, p. 119-128, 2000.

66

WOBESER, B. K; GODSON, D. L; REJMANEK, D; DOWLING, P. Equine protozoal myeloencephalitis caused by Neospora hughesi in an adult horse in Saskatchewan. The Canadian Veterinary Journal, v. 50, n. 8, p. 851, 2009. WOUDA, W. Biology, Transmission and Clinical Signs. Protozoal Abortion in Farm Ruminants: Guidelines for Diagnosis and Control. Virtual book, Madrid, 2007. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=OECYwtdgiu4C&oi=fnd&pg=PR5&dq=neospora+-+Protozoal+Abortion+in+Farm+Ruminants:+Guidelines+for+Diagnosis+and+Control&ots=l5HjFJx2Q6&sig=d2xsqD6PfNvqnuuntb-k1yYGBs0#v=snippet&q=wouda&f=false YANIZ, M. G; MOORE, D. P; ODEÓN, A. C; CANO, A; CANO, D. B; LEUNDA, M. R; CAMPERO, C. M. Humoral immune response in pregnant heifers inoculated with Neospora caninum tachyzoites by conjunctival route.Veterinary parasitology, v. 148, n. 3, p. 213-218, 2007. YEARGAN, M. R; ALVARADO-ESQUIVEL, C; DUBEY, J. P; HOWE, D. K. Prevalence of antibodies to Sarcocystis neurona and Neospora hughesi in horses from Mexico. Parasite, v. 20, 2013.

67

ANEXOS Anexo A

Purificação do parasito

1. Transferir o meio da garrafa de parasito para um tubo falcon

2. “Raspar” a garrafa de parasito com cell scraper e adicionar ao tubo

falcon anterior.

3. Passa todo o conteúdo na seringa com agulha 22g

4. Filtrar o conteúdo em filtro de poro 5µm

5. Centrifugar a 1500 RPM, 4°C, durante 10 minutos.

6. Descartar o sobrenadante e ressuspender o conteúdo em PBS 1X.

7. Centrifugar a 1500 RPM, 4°C, durante 10 minutos

8. Ressuspender em PBS 1X.

9. Descartar o sobrenadante e ressuspender o conteúdo em PBS 1X

10. Centrifugar a 1500 RPM, 4°C, durante 10 minutos

11. Descartar o sobrenadante, deixando aproximadamente 1mL.

12. Transferir o conteúdo para um eppendorf.

13. Centrifugar com PBS e contar os parasitos utilizando a câmara de

neubauer.

68

Anexo B

Protocolo do western Blot

1. Preparo da amostra (VF= 100 µL) – Antígeno bruto

80 µL de antígeno + PBS (mínimo de 4x107de taquizoítos)

20µL do tampão da amostra 5x

Aquecer a 97ºC durante 10 minutos. Se o volume preparado for

superior ao utilizado no dia, congelar o restante e no momento do uso, colocar

a 97ºC durante 3 minutos.

2. PREPARAÇÃO DO GEL E MIGRAÇÃO

a. Montar as placas de vidro no suporte de migração (caso necessário

limpar as placas com álcool absoluto; após montada, testar com água

destilada pra verificar vazamento).

b. Preparar o gel de migração e depositá-lo entre as placas de vidro,

deixando o espaço para o gel de empilhamento.

c. Preencher o espaço restante com água destilada.

d. Aguardar polimerizar

PARA UM GEL DE MIGRAÇÃO

SOLUÇÃO 5% 7% 8% 10% 12%

H2O destilada 5,7mL 5,05 mL 4,7 mL 4,05 mL 3,4 mL

Tris HCl [1,5M, pH 8,9] 2,5 mL 2,5 mL 2,5 mL 2,5 mL 2,5 mL

SDS 10% 100µL 100µL 100µL 100µL 100µL

Acrilamida/Bis-acrilamida 1,7mL 2,35ml 2,7mL 3,35mL 4,02mL

PSA (100mg/mL) 100µL

TEMED 5µL

PARA DOIS GÉIS DE MIGRAÇÃO

SOLUÇÃO 5% 7% 8% 10% 12%

H2O destilada 11,4mL 10,1 mL 9,4 mL 8,1 mL 6,8 mL

Tris HCl [1,5M, pH 8,9] 5 mL 5 mL 5 mL 5 mL 5 mL

SDS 10% 200µL 200µL 200µL 200µL 200µL

Acrilamida/Bis-acrilamida 3,4mL 4,7ml 5,4mL 6,7mL 8,04mL

PSA (100mg/mL) 200µL

TEMED 10µL

PSA e o TEMED só devem ser adicionados no momento do uso

69

e. Preparar o gel de empilhamento

GEL DE EMPILHAMENTO

SOLUÇÃO 1 GEL 2 GÉIS

H2O destilada 3,635mL 7,27 mL

Tris HCl [0,5M] pH 6,8 0,625 mL 1,25 mL

SDS 10% 50µL 100µL

Acrilamida/Bis-acrilamida 0,65mL 1,3ml

PSA (100mg/mL) 50µL 100µL

TEMED 5µL 10µL

f. Retirar a água destilada e secar as placas com papel filtro.

g. Depositar o gel de empilhamento e colocar o pente para formação dos

poços.

h. Após polimerizar, retirar o pente e lavar cada poço com tampão de

migração.

i. Retirar a base do suporte de migração, preenchendo o orifício central

com o tampão de migração.

j. Depositar o marcador de peso molecular (5 a 10 µL ) e os extratos de

proteínas (preparado na etapa 1).

k. Adaptar o suporte na cuba de migração e preencher com o tampão de

migração.

l. Acoplar os fios [vermelho (+) e Preto (-)].

m. Correr com 200volts, 30Mili Amperes, 150 watts, durante 120

minutos..

É necessário acompanhamento visual da corrida uma vez que o

tempo varia em função da concentração do gel (parar a corrida quando

o azul de bromofenol corar o fundo do gel).

3. TRANSFERÊNCIA

a. Cortar a membrana de PVDF de acordo com o tamanho do gel.

(Não tocar na membrana sem luva).

b. Permeabilizar a membrana de PVDF em metanol [100%] por 15

segundos, em seguida colocadas em água destilada por 2 minutos e

então em tampão de transferência por 5 minutos.

70

c. Umedecer o papel e a esponja (não utilizada no sistema semi-seco) com

tampão de transferência.

d. Desmontar as placas de vidro com o gel e montar o sanduíche, evitando

bolhas entre as camadas e observando o sentido de migração (- para +).

e. Transferir com 10Volts, 150 Mili Ampere, 150 Watts, durante 95 minutos

f. Desmontar o sanduíche e Corar a membrana com Ponceau S.

g. Bloquear a membrana com a solução bloqueadora (PBS-T+Leite em pó)

manter sob agitação.

h. Lava com PBS-T manter sob agitação.

i. Cortar as membranas em tiras de aproximadamente 0,3cm, sempre

marcando a extremidade superior.

As membranas devem ser congeladas a -200C caso não seja pra uso

imediato.

j. Diluir o soro teste em PBS-T+1% de leite em pó e incubar a 370C por

duas hora, sob agitação.

k. Lava 5 vezes com PBS-T

l. Adicionar o conjugado na diluição recomendada e incuba novamente a

370C por duas hora, sob agitação.

m. Lava 5 vezes com PBS-T

n. Lava um única vez com Tris-HCl [0,05M] pH 7,2

4. Revelação (Bio-Rad 170-6431)protocolo recomendado pelo fabricante.

Colocar a membrana entre folhas plásticas

Em um tubo tipo Falcon, adicionar 1mL do reagente 10X HRP color

development buffer e 9 mL de água.

Adicionar 60µL do HRP color reagente B

Adicionar 2 mL do HRP color reagente A

Homogenizar e distribuir sobre as tiras, tendo o cuidado de cobrir toda a

tira (±300µL por tira).

Acionar o cronômetro.

Observar o surgimento das bandas.

71

Parar a reação com água destilada quando o controle positivo estiver

revelado.

Secar a membrana e capturar imagem.

Medir a distância de migração da proteína.

72

ANEXO C

Calculo dos Pesos Moleculares

1. Medir a distancia do bromofenol a partir da origem.

2. Medir a distancia de migração das proteínas padrões a partir da

origem.

3. Calcular o valor da migração relativa (Rf) das proteínas padrões.

Rf é definida por:

Rf = Dist ncia de migra ão da proteína a partir da origem

Dist ncia de migra ão do bromofenol a partir da origem

4. Construir a curva padrão: apresentação semiLog com Rf em abcissa e

o peso molecular.

5. Medir Rf das proteínas de PM desconhecidos e localizar na curva

padrão para estimar o peso molecular das mesmas.

73

APÊNDICE A

Proteínas de Neospora spp. reconhecidas pelos soros de equinos, asininos e muares no western blot

ID Agente Titulação na RIFI

105-134

90-100

80-89 70-78 60-69 56-59 55 47-54 44-46 43 38-42 35 - 37 30-34 29 18-26 17 11 a 16

Amostras reativas a proteínas com 17, 29, 35-37 e 43 KDa

39 +Nc 01:50 - - + ++ - + - - - + - + + - - - +

54 +Nc 01:50 + - - - + - - - - - - + - - - - -

105 +Nc 01:50 ++ ++ + - - + - - + - - + + - - - -

118 +Nc 01:50 - + ++ - - - - - - - + - - - - + -

119 +Nc 01:50 - - - - - - - - - - ++ + - - - - -

264 +Nc 01:50 - + - - + - - - - - - + - - - - -

244 +Nc 01:200 - - ++ - +++ - - - - + - - - - - - -

12 +Nc/+Tg 1:50 / 1:128

+ - + +++ + + - - - + + + + - - - -

28 +Nc/+Tg 1:50 / 1:128

+ - + + - + - + - - + + - - - - -

45 +Nc/+Tg 1:50 / 1:128 - + + - + - + - - - + + + - - - -

373 +Nc/+Tg 1:50 / 1:64 + + + - + - - + - + - - - - - - -

395 +Nc/+Tg 1:50 / 1:128

+ + + + - + - + - - - + - - + - -

70 +Tg 01:512 - - ++ + ++ + - - - - + + + - - - -

109 +Tg 01:128 - - - - - - - - - - - + - - - - -

218 +Tg 1:64 - - - - - - + + - - - + - - - - -

384 +Tg 1:512 + + - - - + - - - - - + - - - - -

486 +Tg 1:512 - + + - + - - + - - - + - - + - -

90 negativo - 199 - - - - - - - - - ++ + - - - - -

Amostras não reativas a proteínas com 17, 29, 35-37 e 43 KDa

216 +Nc 01:50 - - - - - - - - - - - - - - - - -

462 +Nc 01:50 - - - - - - + - - - - - - - - - -

490 +Nc/+Tg 1:50 / 1:256 - - - - + - - - + - + - - - - - -

74

Amostras não reativas a proteínas com 17, 29, 35-37 e 43 KDa - Continuação

ID Agente Titulação na RIFI

105-134 90-100 80-89 70-78 60-69 56-59 55 47-54 44-46 43 38-42 35 - 37 30-34 29 18-26 17 11 a 16

5 +Tg 01:2048 - - - + + - - + - - - - - - - - +

87 +Tg 01:64 - - - - - - - - - - - - - - ++ - -

141 +Tg 01:128 - - - - + - - - - - - - - - - - -

155 +Tg 01:128 - - - - - + - - - - - - - - - - -

160 +Tg 01:64 - - + + + + - - - - - - - - - - -

161 +Tg 01:256 - - - - - - - + - - - - - - - - -

165 +Tg 01:1024 - - - - + - - - - - - - - - - - -

172 +Tg 01:128 - - - + - - + - - - - - - - - - -

201 +Tg 01:256 + - - - + - - - - - - - - - - - -

222 +Tg 01:256 + + - - + - - - - - - - - - - - -

232 +Tg 01:64 - + - - - - - - - - - - - - - - -

236 +Tg 01:64 - - - - + - - - - - - - - - - - -

253 +Tg 01:64 - - - - + - - - + - - - - - - - -

367 +Tg 01:256 - - + - - - - + - - - - - - - - -

370 +Tg 01:1024 + - ++ + ++ + - - - - - - - - - - -

413 +Tg 01:256 + - - - + - - - - - - - - - - - -

474 +Tg 01:128 - - - - + - - - - - - - - - - - -

170 +Tg 01:64 ++ - + + ++ - - + - - - - + - - - -

519 +Tg 01:64 + - + + - - - + - - - - - - - - -

113 +Tg 01:128 - - - - - - - - - - - - - - - - -

132 +Tg 01:128 - - - - - - - - - - - - - - - - -

153 +Tg 01:128 - - - - - - - - - - - - - - - - -

249 +Tg 01:128 - - - - - - - - - - - - - - - - -

385 +Tg 01:512 - - - - - - - - - - - - - - - - -

412 +Tg 01:513 - - - - - - - - - - - - - - - - -

414 +Tg 01:256 - - - - - - - - - - - - - - - - -

472 +Tg 01:259 - - - - - - - - - - - - - - - - -

510 +Tg 01:64 - - - - - - - - - - - - - - - - -

75

Amostras não reativas a 17, 29, 35-37 e 43 KDa – Continuação

ID Agente Titulação na RIFI

105-134

90-100 80-89 70-78 60-69 56-59 55 47-54 44-46 43 38-42 35 - 37 30-34 29 18-26 17 11 a 16

9 Negativo Negativo - - - - + - - - - - - - - - - - -

25 Negativo Negativo - - - - - - - - - - - - - - - - -

117 Negativo Negativo - - - - - - - + - - - - - - - - -

138 Negativo Negativo - - - - ++ - - - - - - - - - - - -

145 Negativo Negativo + - + - - + - - - - - - - - - - - 171 Negativo Negativo - - - - ++ - - - - - - - - - - - -

182 Negativo Negativo - - - - - - - + - - - - - - - - - 205 Negativo Negativo - - - - + + - - - - - - - - - - -

221 Negativo Negativo - - + - - - - - - - - - - - - - -

229 Negativo Negativo - - - - + - - - - - - - - - - - -

267 Negativo Negativo - - - - + - - + - - - - - - - - -

277 Negativo Negativo - - - - - - + - - - - - - - - - -

300 Negativo Negativo - - ++ - + + - + + - - - + - - - -

324 Negativo Negativo - - - - - - + + - - - - - - - - -

325 Negativo Negativo - - - - ++ - - - - - - - - - - - -

342 Negativo Negativo - - - - + + - - - - - - + - - - -

374 Negativo Negativo - - - - + - - + - - - - - - - - -

381 Negativo Negativo - - ++ - - + - - - - - - - - - - -

382 Negativo Negativo - + - - - - - - - - - - - - - - -

383 Negativo Negativo - + - + - - - - - - - - - - - - -

512 Negativo Negativo + - - - - + - - - - - - - - - - - 515 Negativo Negativo - - - - ++ - - - - - - - - - - - -

400 Negativo Negativo - - - ++ - - + - - - - - - - - - - 227 Negativo Negativo - - + + - + - - - - - - - - - - -

116 Negativo Negativo - - - - - - - - - - - - - - - - -

186 Negativo Negativo - - - - - - - - - - - - - - - - -

215 Negativo Negativo - - - - - - - - - - - - - - - - -

259 Negativo Negativo - - - - - - - - - - - - - - - - -

275 Negativo Negativo - - - - - - - - - - - - - - - - -

293 Negativo Negativo - - - - - - - - - - - - - - - - -

506 Negativo Negativo - - - - - - - - - - - - - - - - -