UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE...

39
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CONSERVAÇÃO E MANEJO DE RECURSOS NATURAIS NÍVEL MESTRADO VIVIANE COSTA DE MENEZES COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DA COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA A MONTANTE E A JUSANTE DAS CATARTAS DO IGUAÇU, PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU, PARANÁ, BRASIL CASCAVEL-PR Fevereiro/2012

Transcript of UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE...

Page 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANAacute

CENTRO DE CIEcircNCIAS BIOLOacuteGICAS E DA SAUacuteDE

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO STRICTO SENSU EM CONSERVACcedilAtildeO E MANEJO DE

RECURSOS NATURAIS ndash NIacuteVEL MESTRADO

VIVIANE COSTA DE MENEZES

COMPOSICcedilAtildeO E ESTRUTURA DA COMUNIDADE FITOPLANCTOcircNICA A MONTANTE E A

JUSANTE DAS CATARTAS DO IGUACcedilU PARQUE NACIONAL DO IGUACcedilU PARANAacute

BRASIL

CASCAVEL-PR

Fevereiro2012

2

VIVIANE COSTA DE MENEZES

COMPOSICcedilAtildeO E ESTRUTURA DA COMUNIDADE FITOPLANCTOcircNICA A MONTANTE E A

JUSANTE DAS CATARTAS DO IGUACcedilU PARQUE NACIONAL DO IGUACcedilU PARANAacute

BRASIL

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo

Stricto Sensu em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais ndash Niacutevel Mestrado do Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas

e da Sauacutede da Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute

como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em

Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais

Aacuterea de Concentraccedilatildeo Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais

CASCAVEL-PR

Fevereiro2012

3

FOLHA DE APROVACcedilAtildeO

VIVIANE COSTA DE MENEZES

Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do Iguaccedilu

Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo stricto sensu em Conservaccedilatildeo e Manejo de

Recursos Naturais-Niacutevel de Mestrado do Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede da Universidade

Estadual do Oeste do Paranaacute como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em

Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais pela comissatildeo Examinadora composta pelos membros

Prof Drordf Norma Catarina Bueno

Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute (Presidente)

____________________________________

Prof Dr Pitaacutegoras Augusto Piana

Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute

____________________________________

Dra Susicley Jati

Universidade Estadual de Maringaacute

Aprovada em 16 de fevereiro de 2012

Local da defesa Sala 56 (Bloco novo)

4

Aos meus pais Joaacutes e Josilda

e aos meus amigos dedico

5

AGRADECIMENTOS

Agrave minha orientadora Drordf Norma Catarina Bueno por todo tempo de dedicaccedilatildeo e apoio para que

eu alcanccedilasse mais essa etapa na minha formaccedilatildeo

Ao programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais

Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado

Ao Dr Pitaacutegoras Augusto Piana (Unioeste - Toledo) e Drordf Susicley Jati (UEM) por terem aceitado

compor a banca da minha defesa

Ao professor Bartolomeu Tavares pelos momentos de descontraccedilatildeo e aprendizado

Ao laboratoacuterio do programa aquaIguaccedilu (PNI) na pessoa de Fernanda de Almeida Gurski e

Yolanda Oliveira pelas anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas das amostras de aacutegua e pelo apoio imprescindiacutevel

nas coletas

Agrave equipe de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu por ter disponibilizado o mapa da

aacuterea de estudo

Agraves minhas amigas Elaine Margaret Wiviany Irauza Thamis e Thaiacutes pela companhia apoio nos

momentos difiacuteceis pelas palavras de incentivo momentos de descontraccedilatildeo Vocecircs foram peccedilas

fundamentais nessa etapa da minha vida

Agrave Jascieli que mesmo estando longe me ajudou me acalmando nos momentos de preocupaccedilotildees e

incertezas

Agrave Drordf Luzia Cleide Rodrigues (UEM) pela paciecircncia e imensa ajuda oferecida para que esse

trabalho pudesse ser realizado da melhor maneira possiacutevel Seu apoio foi fundamental

Ao Douglas pela paciecircncia amor por sempre estar presente me ouvindo me incentivando por

ser realmente um companheiro de verdade

Aos meus pais por todo apoio por sempre acreditarem agraves vezes mais do que eu mesma no meu

potencial

Agrave Deus pelo cuidado com a minha vida me capacitando para que eu pudesse alcanccedilar mais essa

vitoacuteria Obrigada Senhor Sem Ti nada posso fazer

6

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante

das Catartas do Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil07

RESUMO07

ABSTRACT08

1 INTRODUCcedilAtildeO09

2 MATERIAL E MEacuteTODOS11

21 Aacuterea de estudo11

22 Metodologia de campo12

23 Metodologia de laboratoacuterio13

24 Tratamento estatiacutestico dos dados14

3 RESULTADOS14

31 Comunidade fitoplanctocircnica17

4 DISCUSSAtildeO29

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS33

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS34

7 ANEXO (Normas Brazilian Journal of Biology)39

7

Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do

Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

RESUMO - Este trabalho objetivou analisar a variaccedilatildeo da composiccedilatildeo e estrutura da comunidade

fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu rio Iguaccedilu observando a influecircncia

destas quedas drsquoaacutegua e das variaacuteveis ambientais sobre esta comunidade As coletas do material

fitoplanctocircnico foram realizadas em duas estaccedilotildees de amostragem no rio Iguaccedilu (25deg 35 S 54deg 23

W e 25deg 38 S 54deg 27 W) entre maio de 2010 e maio de 2011 (exceto novembro) Um total de 408

taacutexons foram identificados sendo Bacillariophyceae o grupo melhor representado Observou-se

uma grande diferenciaccedilatildeo na composiccedilatildeo do fitoplacircncton entre as estaccedilotildees amostradas A riqueza

total e densidade dos grupos fitoplanctocircnicos foram muito baixas em ambos os locais de coleta

estando representadas pelas classes Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria A

diversidade de Shannon foi classificada como muito baixa agrave meacutedia A equitabilidade de uma

maneira geral foi alta A Anaacutelise Multivariada de Variacircncia mostrou que natildeo houve diferenccedila

sazonal nem espacial significativa para densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade

de Shannon No entanto quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente diferenccedilas sazonais significativas foram

observadas A heterogeneidade das caracteriacutesticas do rio Iguaccedilu entre os locais amostrados natildeo

causaram uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que diz respeito aos atributos da

comunidade fitoplanctocircnica enquanto que a variaccedilatildeo sazonal das condiccedilotildees climaacuteticas influenciou

significativamente a composiccedilatildeo e estrutura dessa comunidade no ambiente estudado

Palavras-chave Ecossistema loacutetico potamoplacircncton rio Iguaccedilu

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

8

Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the

Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of

phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River

investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community

Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg

35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total

of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a

large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and

density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by

the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was

classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance

showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and

Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The

heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a

longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton

community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the

composition and structure of this community in the studied environment

Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

9

1 Introduccedilatildeo

A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio

rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson

2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda

satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo

(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil

2010)

Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e

perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua

manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo

transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)

De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a

estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem

um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas

funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente

Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em

cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)

onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses

ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do

nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria

dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)

Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre

outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et

al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente

controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos

(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade

luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de

Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)

Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das

condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade

fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma

vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de

vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo

sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)

10

Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade

(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional

agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera

dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As

taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se

sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)

A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se

caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na

maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees

morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de

crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)

O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds

1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver

agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et

al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de

espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade

potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta

principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998

Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)

Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de

ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras

comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da

aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos

antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa

forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef

1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)

Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da

estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho

final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia

dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e

biodiversidade deste rio subtropical

Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e

velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam

diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos

diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia

11

profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da

comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema

2 Material e Meacutetodos

21 Aacuterea de estudo

A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene

70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu

(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro

do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o

presente estudo

O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com

cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto

Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)

Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-

se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do

Iguaccedilu

No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute

65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no

trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de

vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo

caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro

(Figura 1)

Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu

1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1

2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1

A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-

dezembro) foi de 2071 4 m3s

-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e

26214 m3s

-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo

amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas

foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s

-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)

A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio

varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute

12

subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de

cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono

(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e

sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)

A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo

tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque

Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)

Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas

do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI

Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu

22 Metodologia de campo

As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico

foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da

licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a

montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente

acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari

Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave

subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno

com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram

13

coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de

arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar

no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de

polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo

e Menezes (2006)

23 Metodologia de laboratoacuterio

O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo

Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em

aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e

Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos

Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do

Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel

A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As

amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume

sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra

sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A

contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da

densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -

APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas

colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros

(indmL-1

)

Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os

atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1

)

diversidade (bitsind-1

) e equitabilidade (E)

Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo

Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu

Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute

O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1

) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in

situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital

respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade

eleacutetrica ndash Cond (microScm-1

) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna

drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL

-1)

nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1

) nitrato ndash NO3macr (μgL

-1) fosfato ndash PO4

-3 (μgL

-1) e turbidez (NTU)

foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI

14

24 Tratamento estatiacutestico dos dados

As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes

Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken

Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma

condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que

resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais

meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade

registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de

amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)

As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da

PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos

fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da

comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram

submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de

Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e

periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as

diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae

Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem

Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento

que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis

dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados

O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade

fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a

equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as

espeacutecies segundo Pielou (1966)

Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o

programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de

Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71

(Statsoft 2005)

3 Resultados

Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a

dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores

meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que

apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

2

VIVIANE COSTA DE MENEZES

COMPOSICcedilAtildeO E ESTRUTURA DA COMUNIDADE FITOPLANCTOcircNICA A MONTANTE E A

JUSANTE DAS CATARTAS DO IGUACcedilU PARQUE NACIONAL DO IGUACcedilU PARANAacute

BRASIL

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo

Stricto Sensu em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais ndash Niacutevel Mestrado do Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas

e da Sauacutede da Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute

como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em

Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais

Aacuterea de Concentraccedilatildeo Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais

CASCAVEL-PR

Fevereiro2012

3

FOLHA DE APROVACcedilAtildeO

VIVIANE COSTA DE MENEZES

Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do Iguaccedilu

Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo stricto sensu em Conservaccedilatildeo e Manejo de

Recursos Naturais-Niacutevel de Mestrado do Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede da Universidade

Estadual do Oeste do Paranaacute como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em

Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais pela comissatildeo Examinadora composta pelos membros

Prof Drordf Norma Catarina Bueno

Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute (Presidente)

____________________________________

Prof Dr Pitaacutegoras Augusto Piana

Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute

____________________________________

Dra Susicley Jati

Universidade Estadual de Maringaacute

Aprovada em 16 de fevereiro de 2012

Local da defesa Sala 56 (Bloco novo)

4

Aos meus pais Joaacutes e Josilda

e aos meus amigos dedico

5

AGRADECIMENTOS

Agrave minha orientadora Drordf Norma Catarina Bueno por todo tempo de dedicaccedilatildeo e apoio para que

eu alcanccedilasse mais essa etapa na minha formaccedilatildeo

Ao programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais

Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado

Ao Dr Pitaacutegoras Augusto Piana (Unioeste - Toledo) e Drordf Susicley Jati (UEM) por terem aceitado

compor a banca da minha defesa

Ao professor Bartolomeu Tavares pelos momentos de descontraccedilatildeo e aprendizado

Ao laboratoacuterio do programa aquaIguaccedilu (PNI) na pessoa de Fernanda de Almeida Gurski e

Yolanda Oliveira pelas anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas das amostras de aacutegua e pelo apoio imprescindiacutevel

nas coletas

Agrave equipe de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu por ter disponibilizado o mapa da

aacuterea de estudo

Agraves minhas amigas Elaine Margaret Wiviany Irauza Thamis e Thaiacutes pela companhia apoio nos

momentos difiacuteceis pelas palavras de incentivo momentos de descontraccedilatildeo Vocecircs foram peccedilas

fundamentais nessa etapa da minha vida

Agrave Jascieli que mesmo estando longe me ajudou me acalmando nos momentos de preocupaccedilotildees e

incertezas

Agrave Drordf Luzia Cleide Rodrigues (UEM) pela paciecircncia e imensa ajuda oferecida para que esse

trabalho pudesse ser realizado da melhor maneira possiacutevel Seu apoio foi fundamental

Ao Douglas pela paciecircncia amor por sempre estar presente me ouvindo me incentivando por

ser realmente um companheiro de verdade

Aos meus pais por todo apoio por sempre acreditarem agraves vezes mais do que eu mesma no meu

potencial

Agrave Deus pelo cuidado com a minha vida me capacitando para que eu pudesse alcanccedilar mais essa

vitoacuteria Obrigada Senhor Sem Ti nada posso fazer

6

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante

das Catartas do Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil07

RESUMO07

ABSTRACT08

1 INTRODUCcedilAtildeO09

2 MATERIAL E MEacuteTODOS11

21 Aacuterea de estudo11

22 Metodologia de campo12

23 Metodologia de laboratoacuterio13

24 Tratamento estatiacutestico dos dados14

3 RESULTADOS14

31 Comunidade fitoplanctocircnica17

4 DISCUSSAtildeO29

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS33

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS34

7 ANEXO (Normas Brazilian Journal of Biology)39

7

Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do

Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

RESUMO - Este trabalho objetivou analisar a variaccedilatildeo da composiccedilatildeo e estrutura da comunidade

fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu rio Iguaccedilu observando a influecircncia

destas quedas drsquoaacutegua e das variaacuteveis ambientais sobre esta comunidade As coletas do material

fitoplanctocircnico foram realizadas em duas estaccedilotildees de amostragem no rio Iguaccedilu (25deg 35 S 54deg 23

W e 25deg 38 S 54deg 27 W) entre maio de 2010 e maio de 2011 (exceto novembro) Um total de 408

taacutexons foram identificados sendo Bacillariophyceae o grupo melhor representado Observou-se

uma grande diferenciaccedilatildeo na composiccedilatildeo do fitoplacircncton entre as estaccedilotildees amostradas A riqueza

total e densidade dos grupos fitoplanctocircnicos foram muito baixas em ambos os locais de coleta

estando representadas pelas classes Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria A

diversidade de Shannon foi classificada como muito baixa agrave meacutedia A equitabilidade de uma

maneira geral foi alta A Anaacutelise Multivariada de Variacircncia mostrou que natildeo houve diferenccedila

sazonal nem espacial significativa para densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade

de Shannon No entanto quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente diferenccedilas sazonais significativas foram

observadas A heterogeneidade das caracteriacutesticas do rio Iguaccedilu entre os locais amostrados natildeo

causaram uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que diz respeito aos atributos da

comunidade fitoplanctocircnica enquanto que a variaccedilatildeo sazonal das condiccedilotildees climaacuteticas influenciou

significativamente a composiccedilatildeo e estrutura dessa comunidade no ambiente estudado

Palavras-chave Ecossistema loacutetico potamoplacircncton rio Iguaccedilu

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

8

Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the

Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of

phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River

investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community

Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg

35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total

of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a

large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and

density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by

the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was

classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance

showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and

Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The

heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a

longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton

community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the

composition and structure of this community in the studied environment

Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

9

1 Introduccedilatildeo

A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio

rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson

2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda

satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo

(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil

2010)

Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e

perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua

manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo

transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)

De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a

estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem

um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas

funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente

Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em

cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)

onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses

ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do

nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria

dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)

Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre

outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et

al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente

controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos

(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade

luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de

Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)

Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das

condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade

fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma

vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de

vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo

sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)

10

Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade

(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional

agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera

dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As

taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se

sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)

A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se

caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na

maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees

morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de

crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)

O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds

1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver

agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et

al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de

espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade

potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta

principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998

Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)

Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de

ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras

comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da

aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos

antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa

forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef

1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)

Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da

estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho

final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia

dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e

biodiversidade deste rio subtropical

Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e

velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam

diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos

diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia

11

profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da

comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema

2 Material e Meacutetodos

21 Aacuterea de estudo

A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene

70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu

(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro

do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o

presente estudo

O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com

cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto

Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)

Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-

se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do

Iguaccedilu

No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute

65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no

trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de

vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo

caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro

(Figura 1)

Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu

1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1

2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1

A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-

dezembro) foi de 2071 4 m3s

-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e

26214 m3s

-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo

amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas

foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s

-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)

A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio

varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute

12

subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de

cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono

(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e

sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)

A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo

tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque

Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)

Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas

do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI

Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu

22 Metodologia de campo

As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico

foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da

licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a

montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente

acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari

Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave

subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno

com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram

13

coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de

arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar

no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de

polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo

e Menezes (2006)

23 Metodologia de laboratoacuterio

O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo

Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em

aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e

Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos

Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do

Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel

A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As

amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume

sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra

sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A

contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da

densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -

APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas

colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros

(indmL-1

)

Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os

atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1

)

diversidade (bitsind-1

) e equitabilidade (E)

Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo

Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu

Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute

O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1

) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in

situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital

respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade

eleacutetrica ndash Cond (microScm-1

) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna

drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL

-1)

nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1

) nitrato ndash NO3macr (μgL

-1) fosfato ndash PO4

-3 (μgL

-1) e turbidez (NTU)

foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI

14

24 Tratamento estatiacutestico dos dados

As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes

Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken

Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma

condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que

resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais

meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade

registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de

amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)

As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da

PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos

fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da

comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram

submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de

Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e

periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as

diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae

Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem

Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento

que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis

dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados

O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade

fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a

equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as

espeacutecies segundo Pielou (1966)

Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o

programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de

Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71

(Statsoft 2005)

3 Resultados

Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a

dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores

meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que

apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

3

FOLHA DE APROVACcedilAtildeO

VIVIANE COSTA DE MENEZES

Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do Iguaccedilu

Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo stricto sensu em Conservaccedilatildeo e Manejo de

Recursos Naturais-Niacutevel de Mestrado do Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede da Universidade

Estadual do Oeste do Paranaacute como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em

Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais pela comissatildeo Examinadora composta pelos membros

Prof Drordf Norma Catarina Bueno

Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute (Presidente)

____________________________________

Prof Dr Pitaacutegoras Augusto Piana

Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute

____________________________________

Dra Susicley Jati

Universidade Estadual de Maringaacute

Aprovada em 16 de fevereiro de 2012

Local da defesa Sala 56 (Bloco novo)

4

Aos meus pais Joaacutes e Josilda

e aos meus amigos dedico

5

AGRADECIMENTOS

Agrave minha orientadora Drordf Norma Catarina Bueno por todo tempo de dedicaccedilatildeo e apoio para que

eu alcanccedilasse mais essa etapa na minha formaccedilatildeo

Ao programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais

Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado

Ao Dr Pitaacutegoras Augusto Piana (Unioeste - Toledo) e Drordf Susicley Jati (UEM) por terem aceitado

compor a banca da minha defesa

Ao professor Bartolomeu Tavares pelos momentos de descontraccedilatildeo e aprendizado

Ao laboratoacuterio do programa aquaIguaccedilu (PNI) na pessoa de Fernanda de Almeida Gurski e

Yolanda Oliveira pelas anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas das amostras de aacutegua e pelo apoio imprescindiacutevel

nas coletas

Agrave equipe de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu por ter disponibilizado o mapa da

aacuterea de estudo

Agraves minhas amigas Elaine Margaret Wiviany Irauza Thamis e Thaiacutes pela companhia apoio nos

momentos difiacuteceis pelas palavras de incentivo momentos de descontraccedilatildeo Vocecircs foram peccedilas

fundamentais nessa etapa da minha vida

Agrave Jascieli que mesmo estando longe me ajudou me acalmando nos momentos de preocupaccedilotildees e

incertezas

Agrave Drordf Luzia Cleide Rodrigues (UEM) pela paciecircncia e imensa ajuda oferecida para que esse

trabalho pudesse ser realizado da melhor maneira possiacutevel Seu apoio foi fundamental

Ao Douglas pela paciecircncia amor por sempre estar presente me ouvindo me incentivando por

ser realmente um companheiro de verdade

Aos meus pais por todo apoio por sempre acreditarem agraves vezes mais do que eu mesma no meu

potencial

Agrave Deus pelo cuidado com a minha vida me capacitando para que eu pudesse alcanccedilar mais essa

vitoacuteria Obrigada Senhor Sem Ti nada posso fazer

6

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante

das Catartas do Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil07

RESUMO07

ABSTRACT08

1 INTRODUCcedilAtildeO09

2 MATERIAL E MEacuteTODOS11

21 Aacuterea de estudo11

22 Metodologia de campo12

23 Metodologia de laboratoacuterio13

24 Tratamento estatiacutestico dos dados14

3 RESULTADOS14

31 Comunidade fitoplanctocircnica17

4 DISCUSSAtildeO29

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS33

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS34

7 ANEXO (Normas Brazilian Journal of Biology)39

7

Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do

Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

RESUMO - Este trabalho objetivou analisar a variaccedilatildeo da composiccedilatildeo e estrutura da comunidade

fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu rio Iguaccedilu observando a influecircncia

destas quedas drsquoaacutegua e das variaacuteveis ambientais sobre esta comunidade As coletas do material

fitoplanctocircnico foram realizadas em duas estaccedilotildees de amostragem no rio Iguaccedilu (25deg 35 S 54deg 23

W e 25deg 38 S 54deg 27 W) entre maio de 2010 e maio de 2011 (exceto novembro) Um total de 408

taacutexons foram identificados sendo Bacillariophyceae o grupo melhor representado Observou-se

uma grande diferenciaccedilatildeo na composiccedilatildeo do fitoplacircncton entre as estaccedilotildees amostradas A riqueza

total e densidade dos grupos fitoplanctocircnicos foram muito baixas em ambos os locais de coleta

estando representadas pelas classes Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria A

diversidade de Shannon foi classificada como muito baixa agrave meacutedia A equitabilidade de uma

maneira geral foi alta A Anaacutelise Multivariada de Variacircncia mostrou que natildeo houve diferenccedila

sazonal nem espacial significativa para densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade

de Shannon No entanto quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente diferenccedilas sazonais significativas foram

observadas A heterogeneidade das caracteriacutesticas do rio Iguaccedilu entre os locais amostrados natildeo

causaram uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que diz respeito aos atributos da

comunidade fitoplanctocircnica enquanto que a variaccedilatildeo sazonal das condiccedilotildees climaacuteticas influenciou

significativamente a composiccedilatildeo e estrutura dessa comunidade no ambiente estudado

Palavras-chave Ecossistema loacutetico potamoplacircncton rio Iguaccedilu

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

8

Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the

Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of

phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River

investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community

Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg

35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total

of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a

large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and

density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by

the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was

classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance

showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and

Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The

heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a

longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton

community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the

composition and structure of this community in the studied environment

Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

9

1 Introduccedilatildeo

A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio

rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson

2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda

satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo

(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil

2010)

Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e

perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua

manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo

transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)

De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a

estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem

um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas

funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente

Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em

cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)

onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses

ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do

nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria

dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)

Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre

outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et

al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente

controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos

(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade

luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de

Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)

Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das

condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade

fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma

vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de

vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo

sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)

10

Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade

(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional

agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera

dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As

taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se

sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)

A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se

caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na

maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees

morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de

crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)

O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds

1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver

agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et

al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de

espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade

potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta

principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998

Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)

Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de

ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras

comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da

aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos

antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa

forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef

1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)

Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da

estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho

final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia

dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e

biodiversidade deste rio subtropical

Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e

velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam

diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos

diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia

11

profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da

comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema

2 Material e Meacutetodos

21 Aacuterea de estudo

A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene

70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu

(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro

do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o

presente estudo

O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com

cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto

Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)

Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-

se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do

Iguaccedilu

No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute

65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no

trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de

vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo

caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro

(Figura 1)

Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu

1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1

2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1

A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-

dezembro) foi de 2071 4 m3s

-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e

26214 m3s

-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo

amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas

foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s

-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)

A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio

varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute

12

subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de

cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono

(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e

sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)

A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo

tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque

Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)

Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas

do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI

Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu

22 Metodologia de campo

As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico

foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da

licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a

montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente

acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari

Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave

subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno

com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram

13

coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de

arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar

no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de

polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo

e Menezes (2006)

23 Metodologia de laboratoacuterio

O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo

Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em

aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e

Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos

Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do

Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel

A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As

amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume

sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra

sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A

contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da

densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -

APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas

colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros

(indmL-1

)

Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os

atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1

)

diversidade (bitsind-1

) e equitabilidade (E)

Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo

Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu

Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute

O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1

) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in

situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital

respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade

eleacutetrica ndash Cond (microScm-1

) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna

drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL

-1)

nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1

) nitrato ndash NO3macr (μgL

-1) fosfato ndash PO4

-3 (μgL

-1) e turbidez (NTU)

foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI

14

24 Tratamento estatiacutestico dos dados

As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes

Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken

Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma

condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que

resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais

meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade

registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de

amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)

As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da

PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos

fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da

comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram

submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de

Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e

periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as

diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae

Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem

Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento

que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis

dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados

O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade

fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a

equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as

espeacutecies segundo Pielou (1966)

Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o

programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de

Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71

(Statsoft 2005)

3 Resultados

Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a

dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores

meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que

apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 4: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

4

Aos meus pais Joaacutes e Josilda

e aos meus amigos dedico

5

AGRADECIMENTOS

Agrave minha orientadora Drordf Norma Catarina Bueno por todo tempo de dedicaccedilatildeo e apoio para que

eu alcanccedilasse mais essa etapa na minha formaccedilatildeo

Ao programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais

Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado

Ao Dr Pitaacutegoras Augusto Piana (Unioeste - Toledo) e Drordf Susicley Jati (UEM) por terem aceitado

compor a banca da minha defesa

Ao professor Bartolomeu Tavares pelos momentos de descontraccedilatildeo e aprendizado

Ao laboratoacuterio do programa aquaIguaccedilu (PNI) na pessoa de Fernanda de Almeida Gurski e

Yolanda Oliveira pelas anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas das amostras de aacutegua e pelo apoio imprescindiacutevel

nas coletas

Agrave equipe de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu por ter disponibilizado o mapa da

aacuterea de estudo

Agraves minhas amigas Elaine Margaret Wiviany Irauza Thamis e Thaiacutes pela companhia apoio nos

momentos difiacuteceis pelas palavras de incentivo momentos de descontraccedilatildeo Vocecircs foram peccedilas

fundamentais nessa etapa da minha vida

Agrave Jascieli que mesmo estando longe me ajudou me acalmando nos momentos de preocupaccedilotildees e

incertezas

Agrave Drordf Luzia Cleide Rodrigues (UEM) pela paciecircncia e imensa ajuda oferecida para que esse

trabalho pudesse ser realizado da melhor maneira possiacutevel Seu apoio foi fundamental

Ao Douglas pela paciecircncia amor por sempre estar presente me ouvindo me incentivando por

ser realmente um companheiro de verdade

Aos meus pais por todo apoio por sempre acreditarem agraves vezes mais do que eu mesma no meu

potencial

Agrave Deus pelo cuidado com a minha vida me capacitando para que eu pudesse alcanccedilar mais essa

vitoacuteria Obrigada Senhor Sem Ti nada posso fazer

6

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante

das Catartas do Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil07

RESUMO07

ABSTRACT08

1 INTRODUCcedilAtildeO09

2 MATERIAL E MEacuteTODOS11

21 Aacuterea de estudo11

22 Metodologia de campo12

23 Metodologia de laboratoacuterio13

24 Tratamento estatiacutestico dos dados14

3 RESULTADOS14

31 Comunidade fitoplanctocircnica17

4 DISCUSSAtildeO29

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS33

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS34

7 ANEXO (Normas Brazilian Journal of Biology)39

7

Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do

Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

RESUMO - Este trabalho objetivou analisar a variaccedilatildeo da composiccedilatildeo e estrutura da comunidade

fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu rio Iguaccedilu observando a influecircncia

destas quedas drsquoaacutegua e das variaacuteveis ambientais sobre esta comunidade As coletas do material

fitoplanctocircnico foram realizadas em duas estaccedilotildees de amostragem no rio Iguaccedilu (25deg 35 S 54deg 23

W e 25deg 38 S 54deg 27 W) entre maio de 2010 e maio de 2011 (exceto novembro) Um total de 408

taacutexons foram identificados sendo Bacillariophyceae o grupo melhor representado Observou-se

uma grande diferenciaccedilatildeo na composiccedilatildeo do fitoplacircncton entre as estaccedilotildees amostradas A riqueza

total e densidade dos grupos fitoplanctocircnicos foram muito baixas em ambos os locais de coleta

estando representadas pelas classes Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria A

diversidade de Shannon foi classificada como muito baixa agrave meacutedia A equitabilidade de uma

maneira geral foi alta A Anaacutelise Multivariada de Variacircncia mostrou que natildeo houve diferenccedila

sazonal nem espacial significativa para densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade

de Shannon No entanto quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente diferenccedilas sazonais significativas foram

observadas A heterogeneidade das caracteriacutesticas do rio Iguaccedilu entre os locais amostrados natildeo

causaram uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que diz respeito aos atributos da

comunidade fitoplanctocircnica enquanto que a variaccedilatildeo sazonal das condiccedilotildees climaacuteticas influenciou

significativamente a composiccedilatildeo e estrutura dessa comunidade no ambiente estudado

Palavras-chave Ecossistema loacutetico potamoplacircncton rio Iguaccedilu

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

8

Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the

Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of

phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River

investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community

Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg

35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total

of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a

large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and

density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by

the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was

classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance

showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and

Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The

heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a

longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton

community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the

composition and structure of this community in the studied environment

Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

9

1 Introduccedilatildeo

A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio

rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson

2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda

satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo

(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil

2010)

Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e

perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua

manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo

transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)

De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a

estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem

um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas

funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente

Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em

cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)

onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses

ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do

nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria

dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)

Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre

outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et

al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente

controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos

(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade

luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de

Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)

Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das

condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade

fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma

vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de

vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo

sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)

10

Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade

(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional

agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera

dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As

taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se

sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)

A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se

caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na

maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees

morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de

crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)

O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds

1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver

agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et

al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de

espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade

potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta

principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998

Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)

Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de

ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras

comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da

aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos

antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa

forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef

1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)

Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da

estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho

final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia

dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e

biodiversidade deste rio subtropical

Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e

velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam

diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos

diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia

11

profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da

comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema

2 Material e Meacutetodos

21 Aacuterea de estudo

A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene

70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu

(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro

do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o

presente estudo

O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com

cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto

Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)

Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-

se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do

Iguaccedilu

No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute

65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no

trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de

vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo

caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro

(Figura 1)

Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu

1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1

2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1

A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-

dezembro) foi de 2071 4 m3s

-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e

26214 m3s

-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo

amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas

foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s

-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)

A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio

varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute

12

subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de

cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono

(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e

sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)

A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo

tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque

Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)

Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas

do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI

Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu

22 Metodologia de campo

As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico

foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da

licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a

montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente

acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari

Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave

subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno

com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram

13

coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de

arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar

no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de

polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo

e Menezes (2006)

23 Metodologia de laboratoacuterio

O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo

Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em

aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e

Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos

Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do

Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel

A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As

amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume

sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra

sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A

contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da

densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -

APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas

colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros

(indmL-1

)

Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os

atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1

)

diversidade (bitsind-1

) e equitabilidade (E)

Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo

Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu

Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute

O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1

) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in

situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital

respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade

eleacutetrica ndash Cond (microScm-1

) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna

drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL

-1)

nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1

) nitrato ndash NO3macr (μgL

-1) fosfato ndash PO4

-3 (μgL

-1) e turbidez (NTU)

foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI

14

24 Tratamento estatiacutestico dos dados

As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes

Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken

Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma

condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que

resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais

meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade

registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de

amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)

As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da

PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos

fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da

comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram

submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de

Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e

periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as

diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae

Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem

Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento

que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis

dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados

O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade

fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a

equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as

espeacutecies segundo Pielou (1966)

Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o

programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de

Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71

(Statsoft 2005)

3 Resultados

Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a

dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores

meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que

apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

5

AGRADECIMENTOS

Agrave minha orientadora Drordf Norma Catarina Bueno por todo tempo de dedicaccedilatildeo e apoio para que

eu alcanccedilasse mais essa etapa na minha formaccedilatildeo

Ao programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais

Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado

Ao Dr Pitaacutegoras Augusto Piana (Unioeste - Toledo) e Drordf Susicley Jati (UEM) por terem aceitado

compor a banca da minha defesa

Ao professor Bartolomeu Tavares pelos momentos de descontraccedilatildeo e aprendizado

Ao laboratoacuterio do programa aquaIguaccedilu (PNI) na pessoa de Fernanda de Almeida Gurski e

Yolanda Oliveira pelas anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas das amostras de aacutegua e pelo apoio imprescindiacutevel

nas coletas

Agrave equipe de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu por ter disponibilizado o mapa da

aacuterea de estudo

Agraves minhas amigas Elaine Margaret Wiviany Irauza Thamis e Thaiacutes pela companhia apoio nos

momentos difiacuteceis pelas palavras de incentivo momentos de descontraccedilatildeo Vocecircs foram peccedilas

fundamentais nessa etapa da minha vida

Agrave Jascieli que mesmo estando longe me ajudou me acalmando nos momentos de preocupaccedilotildees e

incertezas

Agrave Drordf Luzia Cleide Rodrigues (UEM) pela paciecircncia e imensa ajuda oferecida para que esse

trabalho pudesse ser realizado da melhor maneira possiacutevel Seu apoio foi fundamental

Ao Douglas pela paciecircncia amor por sempre estar presente me ouvindo me incentivando por

ser realmente um companheiro de verdade

Aos meus pais por todo apoio por sempre acreditarem agraves vezes mais do que eu mesma no meu

potencial

Agrave Deus pelo cuidado com a minha vida me capacitando para que eu pudesse alcanccedilar mais essa

vitoacuteria Obrigada Senhor Sem Ti nada posso fazer

6

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante

das Catartas do Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil07

RESUMO07

ABSTRACT08

1 INTRODUCcedilAtildeO09

2 MATERIAL E MEacuteTODOS11

21 Aacuterea de estudo11

22 Metodologia de campo12

23 Metodologia de laboratoacuterio13

24 Tratamento estatiacutestico dos dados14

3 RESULTADOS14

31 Comunidade fitoplanctocircnica17

4 DISCUSSAtildeO29

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS33

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS34

7 ANEXO (Normas Brazilian Journal of Biology)39

7

Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do

Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

RESUMO - Este trabalho objetivou analisar a variaccedilatildeo da composiccedilatildeo e estrutura da comunidade

fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu rio Iguaccedilu observando a influecircncia

destas quedas drsquoaacutegua e das variaacuteveis ambientais sobre esta comunidade As coletas do material

fitoplanctocircnico foram realizadas em duas estaccedilotildees de amostragem no rio Iguaccedilu (25deg 35 S 54deg 23

W e 25deg 38 S 54deg 27 W) entre maio de 2010 e maio de 2011 (exceto novembro) Um total de 408

taacutexons foram identificados sendo Bacillariophyceae o grupo melhor representado Observou-se

uma grande diferenciaccedilatildeo na composiccedilatildeo do fitoplacircncton entre as estaccedilotildees amostradas A riqueza

total e densidade dos grupos fitoplanctocircnicos foram muito baixas em ambos os locais de coleta

estando representadas pelas classes Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria A

diversidade de Shannon foi classificada como muito baixa agrave meacutedia A equitabilidade de uma

maneira geral foi alta A Anaacutelise Multivariada de Variacircncia mostrou que natildeo houve diferenccedila

sazonal nem espacial significativa para densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade

de Shannon No entanto quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente diferenccedilas sazonais significativas foram

observadas A heterogeneidade das caracteriacutesticas do rio Iguaccedilu entre os locais amostrados natildeo

causaram uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que diz respeito aos atributos da

comunidade fitoplanctocircnica enquanto que a variaccedilatildeo sazonal das condiccedilotildees climaacuteticas influenciou

significativamente a composiccedilatildeo e estrutura dessa comunidade no ambiente estudado

Palavras-chave Ecossistema loacutetico potamoplacircncton rio Iguaccedilu

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

8

Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the

Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of

phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River

investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community

Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg

35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total

of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a

large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and

density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by

the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was

classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance

showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and

Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The

heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a

longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton

community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the

composition and structure of this community in the studied environment

Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

9

1 Introduccedilatildeo

A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio

rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson

2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda

satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo

(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil

2010)

Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e

perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua

manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo

transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)

De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a

estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem

um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas

funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente

Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em

cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)

onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses

ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do

nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria

dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)

Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre

outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et

al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente

controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos

(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade

luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de

Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)

Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das

condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade

fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma

vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de

vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo

sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)

10

Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade

(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional

agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera

dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As

taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se

sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)

A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se

caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na

maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees

morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de

crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)

O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds

1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver

agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et

al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de

espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade

potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta

principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998

Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)

Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de

ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras

comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da

aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos

antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa

forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef

1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)

Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da

estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho

final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia

dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e

biodiversidade deste rio subtropical

Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e

velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam

diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos

diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia

11

profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da

comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema

2 Material e Meacutetodos

21 Aacuterea de estudo

A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene

70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu

(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro

do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o

presente estudo

O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com

cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto

Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)

Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-

se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do

Iguaccedilu

No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute

65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no

trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de

vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo

caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro

(Figura 1)

Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu

1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1

2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1

A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-

dezembro) foi de 2071 4 m3s

-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e

26214 m3s

-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo

amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas

foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s

-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)

A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio

varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute

12

subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de

cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono

(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e

sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)

A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo

tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque

Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)

Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas

do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI

Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu

22 Metodologia de campo

As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico

foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da

licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a

montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente

acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari

Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave

subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno

com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram

13

coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de

arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar

no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de

polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo

e Menezes (2006)

23 Metodologia de laboratoacuterio

O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo

Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em

aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e

Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos

Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do

Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel

A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As

amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume

sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra

sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A

contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da

densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -

APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas

colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros

(indmL-1

)

Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os

atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1

)

diversidade (bitsind-1

) e equitabilidade (E)

Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo

Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu

Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute

O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1

) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in

situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital

respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade

eleacutetrica ndash Cond (microScm-1

) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna

drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL

-1)

nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1

) nitrato ndash NO3macr (μgL

-1) fosfato ndash PO4

-3 (μgL

-1) e turbidez (NTU)

foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI

14

24 Tratamento estatiacutestico dos dados

As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes

Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken

Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma

condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que

resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais

meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade

registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de

amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)

As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da

PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos

fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da

comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram

submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de

Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e

periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as

diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae

Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem

Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento

que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis

dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados

O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade

fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a

equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as

espeacutecies segundo Pielou (1966)

Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o

programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de

Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71

(Statsoft 2005)

3 Resultados

Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a

dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores

meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que

apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

6

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante

das Catartas do Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil07

RESUMO07

ABSTRACT08

1 INTRODUCcedilAtildeO09

2 MATERIAL E MEacuteTODOS11

21 Aacuterea de estudo11

22 Metodologia de campo12

23 Metodologia de laboratoacuterio13

24 Tratamento estatiacutestico dos dados14

3 RESULTADOS14

31 Comunidade fitoplanctocircnica17

4 DISCUSSAtildeO29

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS33

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS34

7 ANEXO (Normas Brazilian Journal of Biology)39

7

Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do

Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

RESUMO - Este trabalho objetivou analisar a variaccedilatildeo da composiccedilatildeo e estrutura da comunidade

fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu rio Iguaccedilu observando a influecircncia

destas quedas drsquoaacutegua e das variaacuteveis ambientais sobre esta comunidade As coletas do material

fitoplanctocircnico foram realizadas em duas estaccedilotildees de amostragem no rio Iguaccedilu (25deg 35 S 54deg 23

W e 25deg 38 S 54deg 27 W) entre maio de 2010 e maio de 2011 (exceto novembro) Um total de 408

taacutexons foram identificados sendo Bacillariophyceae o grupo melhor representado Observou-se

uma grande diferenciaccedilatildeo na composiccedilatildeo do fitoplacircncton entre as estaccedilotildees amostradas A riqueza

total e densidade dos grupos fitoplanctocircnicos foram muito baixas em ambos os locais de coleta

estando representadas pelas classes Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria A

diversidade de Shannon foi classificada como muito baixa agrave meacutedia A equitabilidade de uma

maneira geral foi alta A Anaacutelise Multivariada de Variacircncia mostrou que natildeo houve diferenccedila

sazonal nem espacial significativa para densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade

de Shannon No entanto quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente diferenccedilas sazonais significativas foram

observadas A heterogeneidade das caracteriacutesticas do rio Iguaccedilu entre os locais amostrados natildeo

causaram uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que diz respeito aos atributos da

comunidade fitoplanctocircnica enquanto que a variaccedilatildeo sazonal das condiccedilotildees climaacuteticas influenciou

significativamente a composiccedilatildeo e estrutura dessa comunidade no ambiente estudado

Palavras-chave Ecossistema loacutetico potamoplacircncton rio Iguaccedilu

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

8

Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the

Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of

phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River

investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community

Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg

35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total

of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a

large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and

density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by

the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was

classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance

showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and

Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The

heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a

longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton

community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the

composition and structure of this community in the studied environment

Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

9

1 Introduccedilatildeo

A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio

rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson

2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda

satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo

(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil

2010)

Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e

perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua

manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo

transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)

De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a

estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem

um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas

funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente

Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em

cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)

onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses

ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do

nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria

dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)

Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre

outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et

al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente

controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos

(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade

luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de

Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)

Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das

condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade

fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma

vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de

vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo

sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)

10

Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade

(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional

agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera

dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As

taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se

sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)

A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se

caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na

maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees

morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de

crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)

O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds

1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver

agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et

al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de

espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade

potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta

principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998

Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)

Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de

ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras

comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da

aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos

antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa

forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef

1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)

Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da

estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho

final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia

dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e

biodiversidade deste rio subtropical

Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e

velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam

diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos

diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia

11

profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da

comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema

2 Material e Meacutetodos

21 Aacuterea de estudo

A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene

70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu

(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro

do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o

presente estudo

O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com

cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto

Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)

Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-

se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do

Iguaccedilu

No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute

65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no

trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de

vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo

caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro

(Figura 1)

Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu

1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1

2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1

A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-

dezembro) foi de 2071 4 m3s

-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e

26214 m3s

-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo

amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas

foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s

-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)

A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio

varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute

12

subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de

cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono

(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e

sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)

A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo

tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque

Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)

Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas

do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI

Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu

22 Metodologia de campo

As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico

foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da

licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a

montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente

acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari

Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave

subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno

com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram

13

coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de

arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar

no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de

polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo

e Menezes (2006)

23 Metodologia de laboratoacuterio

O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo

Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em

aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e

Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos

Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do

Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel

A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As

amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume

sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra

sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A

contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da

densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -

APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas

colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros

(indmL-1

)

Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os

atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1

)

diversidade (bitsind-1

) e equitabilidade (E)

Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo

Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu

Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute

O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1

) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in

situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital

respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade

eleacutetrica ndash Cond (microScm-1

) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna

drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL

-1)

nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1

) nitrato ndash NO3macr (μgL

-1) fosfato ndash PO4

-3 (μgL

-1) e turbidez (NTU)

foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI

14

24 Tratamento estatiacutestico dos dados

As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes

Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken

Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma

condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que

resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais

meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade

registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de

amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)

As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da

PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos

fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da

comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram

submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de

Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e

periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as

diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae

Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem

Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento

que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis

dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados

O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade

fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a

equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as

espeacutecies segundo Pielou (1966)

Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o

programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de

Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71

(Statsoft 2005)

3 Resultados

Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a

dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores

meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que

apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

7

Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do

Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

RESUMO - Este trabalho objetivou analisar a variaccedilatildeo da composiccedilatildeo e estrutura da comunidade

fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu rio Iguaccedilu observando a influecircncia

destas quedas drsquoaacutegua e das variaacuteveis ambientais sobre esta comunidade As coletas do material

fitoplanctocircnico foram realizadas em duas estaccedilotildees de amostragem no rio Iguaccedilu (25deg 35 S 54deg 23

W e 25deg 38 S 54deg 27 W) entre maio de 2010 e maio de 2011 (exceto novembro) Um total de 408

taacutexons foram identificados sendo Bacillariophyceae o grupo melhor representado Observou-se

uma grande diferenciaccedilatildeo na composiccedilatildeo do fitoplacircncton entre as estaccedilotildees amostradas A riqueza

total e densidade dos grupos fitoplanctocircnicos foram muito baixas em ambos os locais de coleta

estando representadas pelas classes Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria A

diversidade de Shannon foi classificada como muito baixa agrave meacutedia A equitabilidade de uma

maneira geral foi alta A Anaacutelise Multivariada de Variacircncia mostrou que natildeo houve diferenccedila

sazonal nem espacial significativa para densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade

de Shannon No entanto quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente diferenccedilas sazonais significativas foram

observadas A heterogeneidade das caracteriacutesticas do rio Iguaccedilu entre os locais amostrados natildeo

causaram uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que diz respeito aos atributos da

comunidade fitoplanctocircnica enquanto que a variaccedilatildeo sazonal das condiccedilotildees climaacuteticas influenciou

significativamente a composiccedilatildeo e estrutura dessa comunidade no ambiente estudado

Palavras-chave Ecossistema loacutetico potamoplacircncton rio Iguaccedilu

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

8

Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the

Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of

phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River

investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community

Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg

35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total

of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a

large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and

density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by

the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was

classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance

showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and

Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The

heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a

longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton

community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the

composition and structure of this community in the studied environment

Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

9

1 Introduccedilatildeo

A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio

rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson

2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda

satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo

(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil

2010)

Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e

perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua

manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo

transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)

De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a

estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem

um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas

funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente

Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em

cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)

onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses

ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do

nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria

dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)

Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre

outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et

al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente

controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos

(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade

luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de

Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)

Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das

condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade

fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma

vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de

vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo

sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)

10

Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade

(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional

agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera

dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As

taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se

sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)

A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se

caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na

maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees

morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de

crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)

O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds

1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver

agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et

al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de

espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade

potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta

principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998

Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)

Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de

ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras

comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da

aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos

antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa

forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef

1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)

Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da

estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho

final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia

dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e

biodiversidade deste rio subtropical

Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e

velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam

diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos

diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia

11

profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da

comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema

2 Material e Meacutetodos

21 Aacuterea de estudo

A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene

70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu

(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro

do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o

presente estudo

O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com

cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto

Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)

Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-

se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do

Iguaccedilu

No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute

65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no

trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de

vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo

caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro

(Figura 1)

Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu

1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1

2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1

A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-

dezembro) foi de 2071 4 m3s

-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e

26214 m3s

-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo

amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas

foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s

-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)

A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio

varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute

12

subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de

cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono

(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e

sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)

A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo

tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque

Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)

Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas

do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI

Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu

22 Metodologia de campo

As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico

foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da

licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a

montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente

acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari

Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave

subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno

com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram

13

coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de

arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar

no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de

polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo

e Menezes (2006)

23 Metodologia de laboratoacuterio

O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo

Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em

aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e

Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos

Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do

Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel

A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As

amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume

sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra

sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A

contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da

densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -

APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas

colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros

(indmL-1

)

Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os

atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1

)

diversidade (bitsind-1

) e equitabilidade (E)

Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo

Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu

Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute

O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1

) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in

situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital

respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade

eleacutetrica ndash Cond (microScm-1

) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna

drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL

-1)

nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1

) nitrato ndash NO3macr (μgL

-1) fosfato ndash PO4

-3 (μgL

-1) e turbidez (NTU)

foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI

14

24 Tratamento estatiacutestico dos dados

As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes

Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken

Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma

condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que

resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais

meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade

registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de

amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)

As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da

PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos

fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da

comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram

submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de

Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e

periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as

diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae

Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem

Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento

que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis

dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados

O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade

fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a

equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as

espeacutecies segundo Pielou (1966)

Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o

programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de

Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71

(Statsoft 2005)

3 Resultados

Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a

dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores

meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que

apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

8

Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the

Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil

Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno

1

ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of

phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River

investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community

Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg

35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total

of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a

large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and

density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by

the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was

classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance

showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and

Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The

heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a

longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton

community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the

composition and structure of this community in the studied environment

Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River

1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos

Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil

e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr

9

1 Introduccedilatildeo

A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio

rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson

2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda

satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo

(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil

2010)

Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e

perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua

manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo

transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)

De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a

estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem

um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas

funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente

Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em

cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)

onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses

ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do

nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria

dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)

Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre

outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et

al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente

controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos

(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade

luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de

Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)

Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das

condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade

fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma

vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de

vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo

sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)

10

Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade

(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional

agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera

dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As

taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se

sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)

A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se

caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na

maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees

morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de

crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)

O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds

1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver

agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et

al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de

espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade

potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta

principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998

Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)

Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de

ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras

comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da

aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos

antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa

forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef

1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)

Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da

estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho

final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia

dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e

biodiversidade deste rio subtropical

Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e

velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam

diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos

diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia

11

profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da

comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema

2 Material e Meacutetodos

21 Aacuterea de estudo

A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene

70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu

(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro

do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o

presente estudo

O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com

cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto

Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)

Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-

se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do

Iguaccedilu

No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute

65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no

trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de

vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo

caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro

(Figura 1)

Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu

1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1

2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1

A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-

dezembro) foi de 2071 4 m3s

-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e

26214 m3s

-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo

amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas

foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s

-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)

A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio

varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute

12

subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de

cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono

(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e

sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)

A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo

tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque

Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)

Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas

do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI

Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu

22 Metodologia de campo

As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico

foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da

licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a

montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente

acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari

Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave

subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno

com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram

13

coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de

arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar

no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de

polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo

e Menezes (2006)

23 Metodologia de laboratoacuterio

O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo

Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em

aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e

Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos

Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do

Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel

A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As

amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume

sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra

sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A

contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da

densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -

APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas

colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros

(indmL-1

)

Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os

atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1

)

diversidade (bitsind-1

) e equitabilidade (E)

Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo

Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu

Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute

O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1

) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in

situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital

respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade

eleacutetrica ndash Cond (microScm-1

) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna

drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL

-1)

nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1

) nitrato ndash NO3macr (μgL

-1) fosfato ndash PO4

-3 (μgL

-1) e turbidez (NTU)

foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI

14

24 Tratamento estatiacutestico dos dados

As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes

Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken

Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma

condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que

resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais

meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade

registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de

amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)

As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da

PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos

fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da

comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram

submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de

Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e

periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as

diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae

Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem

Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento

que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis

dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados

O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade

fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a

equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as

espeacutecies segundo Pielou (1966)

Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o

programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de

Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71

(Statsoft 2005)

3 Resultados

Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a

dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores

meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que

apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

9

1 Introduccedilatildeo

A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio

rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson

2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda

satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo

(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil

2010)

Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e

perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua

manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo

transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)

De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a

estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem

um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas

funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente

Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em

cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)

onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses

ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do

nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria

dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)

Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre

outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et

al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente

controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos

(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade

luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de

Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)

Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das

condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade

fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma

vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de

vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo

sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)

10

Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade

(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional

agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera

dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As

taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se

sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)

A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se

caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na

maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees

morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de

crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)

O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds

1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver

agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et

al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de

espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade

potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta

principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998

Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)

Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de

ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras

comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da

aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos

antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa

forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef

1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)

Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da

estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho

final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia

dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e

biodiversidade deste rio subtropical

Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e

velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam

diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos

diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia

11

profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da

comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema

2 Material e Meacutetodos

21 Aacuterea de estudo

A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene

70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu

(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro

do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o

presente estudo

O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com

cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto

Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)

Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-

se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do

Iguaccedilu

No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute

65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no

trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de

vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo

caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro

(Figura 1)

Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu

1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1

2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1

A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-

dezembro) foi de 2071 4 m3s

-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e

26214 m3s

-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo

amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas

foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s

-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)

A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio

varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute

12

subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de

cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono

(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e

sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)

A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo

tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque

Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)

Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas

do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI

Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu

22 Metodologia de campo

As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico

foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da

licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a

montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente

acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari

Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave

subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno

com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram

13

coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de

arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar

no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de

polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo

e Menezes (2006)

23 Metodologia de laboratoacuterio

O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo

Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em

aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e

Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos

Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do

Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel

A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As

amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume

sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra

sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A

contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da

densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -

APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas

colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros

(indmL-1

)

Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os

atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1

)

diversidade (bitsind-1

) e equitabilidade (E)

Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo

Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu

Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute

O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1

) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in

situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital

respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade

eleacutetrica ndash Cond (microScm-1

) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna

drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL

-1)

nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1

) nitrato ndash NO3macr (μgL

-1) fosfato ndash PO4

-3 (μgL

-1) e turbidez (NTU)

foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI

14

24 Tratamento estatiacutestico dos dados

As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes

Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken

Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma

condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que

resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais

meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade

registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de

amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)

As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da

PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos

fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da

comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram

submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de

Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e

periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as

diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae

Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem

Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento

que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis

dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados

O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade

fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a

equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as

espeacutecies segundo Pielou (1966)

Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o

programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de

Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71

(Statsoft 2005)

3 Resultados

Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a

dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores

meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que

apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 10: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

10

Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade

(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional

agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera

dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As

taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se

sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)

A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se

caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na

maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees

morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de

crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)

O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds

1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver

agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et

al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de

espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade

potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta

principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998

Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)

Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de

ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras

comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da

aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos

antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa

forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef

1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)

Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da

estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho

final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia

dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e

biodiversidade deste rio subtropical

Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e

velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam

diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos

diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia

11

profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da

comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema

2 Material e Meacutetodos

21 Aacuterea de estudo

A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene

70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu

(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro

do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o

presente estudo

O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com

cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto

Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)

Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-

se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do

Iguaccedilu

No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute

65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no

trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de

vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo

caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro

(Figura 1)

Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu

1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1

2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1

A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-

dezembro) foi de 2071 4 m3s

-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e

26214 m3s

-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo

amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas

foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s

-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)

A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio

varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute

12

subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de

cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono

(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e

sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)

A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo

tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque

Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)

Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas

do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI

Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu

22 Metodologia de campo

As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico

foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da

licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a

montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente

acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari

Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave

subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno

com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram

13

coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de

arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar

no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de

polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo

e Menezes (2006)

23 Metodologia de laboratoacuterio

O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo

Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em

aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e

Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos

Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do

Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel

A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As

amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume

sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra

sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A

contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da

densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -

APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas

colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros

(indmL-1

)

Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os

atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1

)

diversidade (bitsind-1

) e equitabilidade (E)

Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo

Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu

Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute

O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1

) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in

situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital

respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade

eleacutetrica ndash Cond (microScm-1

) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna

drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL

-1)

nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1

) nitrato ndash NO3macr (μgL

-1) fosfato ndash PO4

-3 (μgL

-1) e turbidez (NTU)

foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI

14

24 Tratamento estatiacutestico dos dados

As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes

Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken

Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma

condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que

resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais

meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade

registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de

amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)

As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da

PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos

fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da

comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram

submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de

Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e

periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as

diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae

Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem

Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento

que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis

dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados

O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade

fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a

equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as

espeacutecies segundo Pielou (1966)

Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o

programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de

Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71

(Statsoft 2005)

3 Resultados

Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a

dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores

meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que

apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

11

profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da

comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema

2 Material e Meacutetodos

21 Aacuterea de estudo

A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene

70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu

(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro

do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o

presente estudo

O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com

cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto

Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)

Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-

se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do

Iguaccedilu

No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute

65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no

trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de

vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo

caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro

(Figura 1)

Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu

1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1

2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo

Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1

A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-

dezembro) foi de 2071 4 m3s

-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e

26214 m3s

-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo

amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas

foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s

-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)

A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio

varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute

12

subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de

cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono

(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e

sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)

A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo

tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque

Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)

Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas

do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI

Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu

22 Metodologia de campo

As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico

foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da

licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a

montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente

acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari

Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave

subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno

com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram

13

coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de

arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar

no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de

polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo

e Menezes (2006)

23 Metodologia de laboratoacuterio

O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo

Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em

aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e

Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos

Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do

Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel

A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As

amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume

sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra

sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A

contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da

densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -

APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas

colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros

(indmL-1

)

Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os

atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1

)

diversidade (bitsind-1

) e equitabilidade (E)

Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo

Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu

Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute

O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1

) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in

situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital

respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade

eleacutetrica ndash Cond (microScm-1

) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna

drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL

-1)

nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1

) nitrato ndash NO3macr (μgL

-1) fosfato ndash PO4

-3 (μgL

-1) e turbidez (NTU)

foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI

14

24 Tratamento estatiacutestico dos dados

As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes

Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken

Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma

condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que

resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais

meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade

registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de

amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)

As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da

PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos

fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da

comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram

submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de

Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e

periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as

diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae

Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem

Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento

que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis

dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados

O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade

fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a

equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as

espeacutecies segundo Pielou (1966)

Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o

programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de

Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71

(Statsoft 2005)

3 Resultados

Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a

dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores

meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que

apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

12

subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de

cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono

(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e

sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)

A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo

tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque

Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)

Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas

do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI

Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu

22 Metodologia de campo

As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico

foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da

licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a

montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente

acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari

Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave

subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno

com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram

13

coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de

arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar

no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de

polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo

e Menezes (2006)

23 Metodologia de laboratoacuterio

O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo

Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em

aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e

Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos

Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do

Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel

A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As

amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume

sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra

sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A

contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da

densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -

APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas

colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros

(indmL-1

)

Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os

atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1

)

diversidade (bitsind-1

) e equitabilidade (E)

Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo

Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu

Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute

O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1

) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in

situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital

respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade

eleacutetrica ndash Cond (microScm-1

) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna

drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL

-1)

nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1

) nitrato ndash NO3macr (μgL

-1) fosfato ndash PO4

-3 (μgL

-1) e turbidez (NTU)

foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI

14

24 Tratamento estatiacutestico dos dados

As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes

Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken

Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma

condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que

resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais

meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade

registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de

amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)

As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da

PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos

fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da

comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram

submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de

Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e

periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as

diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae

Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem

Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento

que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis

dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados

O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade

fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a

equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as

espeacutecies segundo Pielou (1966)

Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o

programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de

Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71

(Statsoft 2005)

3 Resultados

Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a

dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores

meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que

apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

13

coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de

arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar

no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de

polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo

e Menezes (2006)

23 Metodologia de laboratoacuterio

O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo

Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em

aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e

Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos

Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do

Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel

A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As

amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume

sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra

sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A

contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da

densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -

APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas

colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros

(indmL-1

)

Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os

atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1

)

diversidade (bitsind-1

) e equitabilidade (E)

Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo

Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu

Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute

O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1

) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in

situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital

respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade

eleacutetrica ndash Cond (microScm-1

) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna

drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL

-1)

nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1

) nitrato ndash NO3macr (μgL

-1) fosfato ndash PO4

-3 (μgL

-1) e turbidez (NTU)

foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI

14

24 Tratamento estatiacutestico dos dados

As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes

Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken

Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma

condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que

resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais

meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade

registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de

amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)

As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da

PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos

fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da

comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram

submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de

Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e

periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as

diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae

Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem

Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento

que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis

dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados

O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade

fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a

equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as

espeacutecies segundo Pielou (1966)

Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o

programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de

Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71

(Statsoft 2005)

3 Resultados

Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a

dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores

meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que

apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

14

24 Tratamento estatiacutestico dos dados

As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes

Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken

Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma

condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que

resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais

meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade

registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de

amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)

As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da

PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos

fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da

comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram

submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de

Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e

periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as

diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae

Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem

Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento

que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis

dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados

O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade

fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a

equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as

espeacutecies segundo Pielou (1966)

Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o

programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de

Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71

(Statsoft 2005)

3 Resultados

Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a

dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores

meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que

apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

15

operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca

variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010

e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave

temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto

de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m

ai10

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jn11

fev

mar

abr

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cipit

accedilatildeo

(m

m)

Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a

abril de 2011 dias de amostragem (setas)

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

out

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Vaz

atildeo (

m3 s-1

)

Montante Jusante

Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em

ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores

proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo

estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior

jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 16: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

16

e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo

amostrado (Tabela 1)

Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices

pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de

precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de

NO3macr

foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas

do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3

apresentaram o maior coeficiente de

variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)

Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1

) pH

condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1

) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-

Turb (NTU) NH4+ (μgL

-1) NT (μgL

-1) NO3

macr (μgL

-1) PO4

-3 (μgL

-1) profundidade- Prof (m)

e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o

periacuteodo de coleta

Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO

-3 PO4

-3 Prof

Estaccedilatildeo 1

Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27

Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19

Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16

Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16

Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14

Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17

Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16

Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14

Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23

Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16

Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17

Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20

CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243

Estaccedilatildeo 2

Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173

Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145

Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115

Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128

Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117

Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139

Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156

Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185

Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189

Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243

Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158

Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173

CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 17: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

17

Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram

juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado

positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela

temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)

evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da

PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4

-3 (038) e

negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)

Eixo 1

Eix

o 2

BAN Jun

BAN julh

BAN Ago

BAN Set

BAN Ma 1

MS Jun

MS julhMS Ago

MS Set

MS Mai 1

BAN OutBAN DezBAN Jan

BAN Fev

BAN Mar

BAN Abr

MS Out

MS Dez

MS Jan

MS Fev

MS Mar

MS Abr

-4 -2 0 2 4-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5 Periacuteodo seco

Periacuteodo chuvoso

pH Transp

T aacutegua Condut

Turb Vazatildeo

NT

NO

3macr P

O4

-3 T

aacuteg

ua

Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio

Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso

31 Comunidade fitoplanctocircnica

A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho

amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408

taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)

Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o

maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae

Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e

Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia

(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e

Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 18: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

18

A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das

Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram

comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da

estaccedilatildeo 2

Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do

Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante

Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x

Achnanthes inflata Grunow x x

Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x

Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x

Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x

Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Adlafia sp x

Amphipleura lindheimeri Grunow x x

Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x

Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x

Amphora sp x

Amphora veneta Kuumltzing x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x

Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x

Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x

Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x

Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x

Caloneis sp x

Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x

Cocconeis pediculus Eherenberg x

Cocconeis placentula Eherenberg x x

Cocconeis placentula var acuta Meister x x

Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x

Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x

Craticula sp x x

Cyclotella sp x

Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x

Cymbella cf tropica Krammer x x

Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Cymbella dorseornata Oslashstrup x x

Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x

Diploneis cf subovalis Cleve x

Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x

Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x

Encyonema cf neomesianum Krammer x x

Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x

Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x

Encyonema cf vulgare Krammer x

Eunotia bidens Ehrenberg x

Eunotia cf camelus Ehrenberg x x

Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x

Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 19: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

19

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Eunotia cf monodon Ehrenberg x x

Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Eunotia cf praerupta Ehrenberg x

Eunotia cf sudetica Muumlller x

Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x

Eunotia major var gigantea Frenguelli x x

Eunotia rabenhorsti x

Eunotia serra Ehrenberg x

Eunotia valida Hustedt x

Eunotia sp 1 x

Eunotia sp 2 x

Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x

Fragilaria cf acus x x

Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x

Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x

Frustulia cf saxonica Rabenhorst x

Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x

Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x

Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x

Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x

Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x

Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema anglicum Ehrenberg x

Gomphonema brasiliense Grunow x x

Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x

Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x

Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x

Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x

Gomphonema grcile Ehrenberg x x

Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Gomphonema lagenula Kuumltzing x x

Gomphonema mexicanum Grunow x x

Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x

Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x

Gomphonema sp 1 x

Gomphonema sp 2 x x

Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x

Gyrosigma sp1 x x

Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x

Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x

Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x

Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x

Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x

Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x

Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x

Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x

Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Melosira cf moniliformis Agardh x x

Melosira varians Agardh x x

Melosira sp 1 x

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

20

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Melosira sp 2 x x

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x

Navicula cf rostellata Kuumltzing x

Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x

Navicula cf symmetrica Patrick x x

Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x

Navicula cryptocephala Kuumltzing x x

Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x

Navicula germainii Wallace x

Navicula trivialis Lange-Bertalot x x

Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x

Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x

Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x

Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x

Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Neidium productum (Smith) Cleve x x

Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf amphibia Grunow x

Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x

Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x

Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x

Nitzschia cf lorenziana Grunow x x

Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x

Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x

Nitzschia cf subacicularis Hustedt x

Nitzschia coarctata Grunow x x

Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x

Nitzschia levidensis var levidensis x x

Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x

Nitzschia sp 1 x x

Nitzschia sp 2 x

Nitzschia sp 3 x

Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x

Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x

Pinnularia borealis Ehrenberg x

Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x

Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia cf carambolae Franguelli x

Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x

Pinnularia cf divergens var media Krammer x

Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x

Pinnularia cf latarea Krammer x

Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x

Pinnularia cf mayeri Krammer x

Pinnularia cf notabilis Krammer x

Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x

Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x

Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Pinnularia cf similiformis Krammer x

Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x

Pinnularia cf subcapitata Gregory x x

Pinnularia cf subgibba Krammer x

Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x

Pinnularia cf viridiformis Krammer x x

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

21

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x

Pinnularia divergens var divergens Smith x x

Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x

Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x

Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x

Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia latevittata Cleve x

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x

Pinnularia neomajor Krammer x x

Pinnularia nobilis var regularis Krammer x

Pinnularia roland-schmidtii x x

Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Pinnularia sp x

Placoneis abundans x x

Placoneis cf gracilis x

Placoneis densa (Hustedt) x

Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x

Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x

Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x

Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x

Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x

Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x

Rhopalodia sp x x

Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x

Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x

Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x

Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x

Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x

Sellaphora sp 1 x

Sellaphora sp 2 x

Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x

Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x

Stauroneis sp x

Stenopterobia sp x x

Surirella angusta Kuumltzing x x

Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x

Surirella cf didyma Kuumltzing x x

Surirella cf minuta Breacutebisson x

Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x

Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x

Surirella cf splendioides Hustedt x x

Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x

Surirella guatimalensis Ehrenberg x x

Surirella linearis var constricta Grunow x x

Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Surirella sp 1 x x

Surirella sp 2 x

Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x

Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x

Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x

Terpsinoeuml sp x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

22

Continuaccedilatildeo Tabela 2

CHLOROPHYCEAE Montante Jusante

Actinastrum sp x

Ankistrodesmus fusiformis Corda x

Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x

Chlorella sp x

Coelastrum astroideum De notaris x x

Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x

Coelastrum indicum Turner x

Coelastrum pulchrum Schmidle x

Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x

Coelastrum sp x

Coenocystis subcylindrica Korshikov x

Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x

Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x

Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x

Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x

Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x

Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x

Desmodesmus magnus Meyen x

Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x

Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x

Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x

Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x

Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x

Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x

Desmodesmus sp 1 x

Desmodesmus sp 2 x

Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x

Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x

Dimorphococcus cordatus Wolle x x

Dimorphococcus lunatus Braun x

Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x

Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x

Franceia sp x x

Gloeocystis sp x

Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x

Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x

Kirchneriella rostelata Hindaacutek x

Kirchneriella sp x

Micractinium sp x

Nephrocytium sp x

Oocystis borgei Snow x

Oocystis cf marssonii Lemmermann x

Oocystis cf pusilla Hansgirg x

Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x

Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x

Oocystis incrassata (West e West) Skuja x

Oocystis sp 1 x

Oocystis sp 2 x

Pediastrum duplex Meyen x x

Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x

Pediastrum simplex Meyen x

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

23

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x

Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x

Pediastrum sp 1 x x

Pediastrum sp 2 x

Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x

Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x

Radiococcus sp x x

Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x

Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x

Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x

Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x

Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x

Sphaerocystis sp x x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x

Tetrachlorella sp x

Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x

Treubaria sp x

Trochiscia sp x

Uronema sp x

Clorophyceae colonial natildeo identificada x

Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)

CYANOBACTERIA Montante Jusante

Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x

Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x

Aphanocapsa delicatissima West e West x x

Aphanocapsa elachista West e West x

Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x

Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x

Aphanocapsa sp x

Aphanothece sp x

Bacularia sp x

Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x

Chamaesiphon sp x x

Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x

Coelosphaerium sp x

Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x

Heteroleibleinia sp 1 x

Heteroleibleinia sp 2 x

Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x

Homoeothrix sp 1 x

Homoeothrix sp 2 x

Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x

Lyngbya martensiana Meneghini x

Lyngbya sp 1 x

Lyngbya sp 2 x x

Lyngbya sp 3 x

Lyngbya sp 4 x x

Lyngbya sp 5 x

Lyngbya sp 6 x

Lyngbya sp 7 x

Lyngbya sp 8 x

Lyngbya sp 9 x

Merismopedia tenuissima Lemmermann x

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

24

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Merismopedia sp x

Microcystis sp x x

Nostoc sp x

Oscillatoria cf tenuis Agardh x

Oscillatoria princeps Vaucher x

Oscillatoria sp 1 x

Oscillatoria sp 2 x

Oscillatoria sp 3 x

Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x

Phormidium sp 1 x

Phormidium sp2 x

Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x

Pseudoanabaena sp x

ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante

Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x

Closterium cf striolatum Ehrenberg x

Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x

Closterium kuetzingii Breacutebison x

Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x

Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x

Closterium setaceum Ehrenberg x x

Closterium sp 1 x

Closterium sp 2 x

Closterium sp 3 x x

Cosmarium cf blytii Wille x

Cosmarium formosulum Hoff x

Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x

Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x

Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x

Cosmarium speciosum Lundell x x

Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x

Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x

Cosmarium vexatum West x

Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x

Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x

Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x

Euastrum spinulosum Delponte x

Gonatozygon sp x

Mougeotia sp1 x x

Mougeotia sp2 x

Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x

Spyrogira sp x

Staurastrum leptocladum Nordstedt x

Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x

Staurastrum rotula Nordstedt x x

Staurastrum setigerum Cleve x

Staurastrum sp 1 x x

Staurastrum sp 2 x x

Staurastrum sp 3 x x

Staurastrum sp 4 x

Staurastrum sp 5 x

Staurastrum sp 6 x

Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x

Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

25

Continuaccedilatildeo Tabela 2

Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x

Zygogonium sp x

RHODOPHYCEAE Montante Jusante

Batrachospermum sp1 x x

Batrachospermum sp2 x

Chantransia sp x x

Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x

EUGLENOPHYCEAE

Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x

Euglena oxyuris Schmarda x

Hyalophacus ocellatus Pringsheim x

Lepocinclis sp x

Phacus sp x x

Strombomonas sp x x

Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x

Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x

Trachelomonas sp 1 x

Trachelomonoas sp2 x

CRASPEDOMONADOPHYCEAE

Codosiga sp x

Salpingoeca sp 1 x x

Salpingoeca sp 2 x x

CHRYSOPHYCEAE

Mallomonas sp 1 x

Mallomonas sp 2 x

Mallomonas sp 3 x

Mallomonas sp 4 x

Mallomonas sp 5 x x

Mallomonas sp6 x x

OEDOGONIOPHYCEAE

Oedogonium sp 1 x

Oedogonium sp 2 x

Oedogonium sp 3 x

Oedogonium sp 4 x

Oedogonium sp 5 x x

Oedogonium sp 6 x x

Oedogonium sp7 x

Oedogonium sp8 x x

Oedogonium sp9 x

CHLAMYDOPHYCEAE

Chlamydomonas sp x

Volvox sp x

DINOPHYCEAE

Dinoflagelado natildeo identficado x

XANTHOPHYCEAE

Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

26

A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por

Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas

(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os

maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de

outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no

periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas

apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos

meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011

Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees

amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1

na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e

19 indmL-1

a jusante (estaccedilatildeo 2)

Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada

principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas

densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1

respectivamente Em dezembro 2010

(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um

pico de 55 indmL-1

da Cyanobacterira Chamaesiphon

M-m

ai10

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai11

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

2

4

6

8

10

12

Riq

uez

a (

n

taacutex

on

s)

Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

A

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

27

M-m

ai1

0

M-j

un

M-j

ul

M-a

go

M-s

et

M-o

ut

M-d

ez

M-j

an

M-f

ev

M-m

ar

M-a

br

M-m

ai1

1

J-m

ai1

0

J-ju

n

J-ju

l

J-ag

o

J-se

t

J-o

ut

J-d

ez

J-ja

n

J-fe

v

J-m

ar

J-ab

r

J-m

ai1

1

0

10

20

30

40

50

60

70D

ensi

da

de

(in

dm

L-1

) Cyanobacteria

Chlorophyceae

Bacillariophyceae

B

Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M

(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na

estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1

) e agrave jusante (158 bitsind-1

) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)

Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21

jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os

menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de

junho (069) e dezembro (072)

A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta

equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de

junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)

indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o

periacuteodo amostrado (Figura 6)

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

28

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

mai

jun

julh

ago

set

ou

t

dez jan

fev

mar

abr

mai

11

04

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24D

iver

sidad

e (b

its

ind

-1)

00

02

04

06

08

10

Equit

abil

idad

e

Equitabilidade

Diversidade de espeacutecies

Montante Jusante

Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de

amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011

A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade

fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do

fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)

das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua

condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)

A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total

riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de

amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p

= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae

Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas

(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando

em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices

pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e

pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

29

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Den

sid

ad

e d

as

class

es

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

A

Seco Chuvoso

Periacuteodo

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Riq

uez

a d

as

cla

sses

Bacillariophyceae

Chlorophyceae

Cyanobacteria

B

Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo

seco e chuvoso

4 Discussatildeo

A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do

Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al

(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)

nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy

et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo

fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no

entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no

presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

30

Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais

representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy

(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et

al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo

Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al

(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees

observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos

nesses estudos

As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1

(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua

vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como

aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as

mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e

concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)

A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas

principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas

indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia

da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez

vezes menor que a encontrada a montante

A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes

podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo

transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson

2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas

no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu

Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar

relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem

como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses

fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade

taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas

A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido

comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a

comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et

al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em

incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al

2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

31

Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de

amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla

contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no

Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe

Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca

(inverno)

De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada

como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1

) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e

20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica

registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser

classificada como muito baixa a meacutedia

Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se

situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as

pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como

por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais

simples

Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli

(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta

(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de

muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute

caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado

regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua

riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo

principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees

hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)

O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por

Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito

baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu

uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por

Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o

fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade

O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a

montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a

contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior

vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

32

fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do

veratildeo

Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute

possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido

ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em

relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton

entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa

A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado

do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes

loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou

seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade

fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e

Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente

grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al

(2009) resulta em uma alta equitabilidade

Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes

loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de

que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das

cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa

dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo

Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de

separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo

limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar

relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem

(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias

agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das

concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)

diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)

A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em

proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como

fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio

Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et

al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al

(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

33

ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento

longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)

A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais

podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o

motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta

correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)

Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a

temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como

com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As

cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a

temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o

desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)

5 Consideraccedilotildees Finais

Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo

espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da

comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das

condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a

jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que

diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do

fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a

variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos

periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da

comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da

riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso

Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute

um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse

conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos

pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca

dentre outros

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

34

6 Referecircncias

APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water

and wasterwater 19th

edn APHA Washington DC

BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999

The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin

Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology

and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and

Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437

BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil

chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima

BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of

phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a

preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8

BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T

2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status

of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486

BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton

community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia

vol 610 p 331-344

BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em

httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)

BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute

Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142

CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica

exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase

em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475

CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the

River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42

CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community

indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio

Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69

no 2 p 241-251

DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on

community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

35

DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the

River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16

DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme

hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19

DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES

M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier

811 p

DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia

vol 438 p 1-12

ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA

(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p

GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de

mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por

habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116

HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites

along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245

HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais

FAPESPFUNDBIO 799

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em

httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)

JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash

2214

KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of

Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345

LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the

role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356

p 33-52

MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute

Olympio 438 p

MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p

MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data

version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon

NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des

Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

36

NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010

Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE

Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793

OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water

quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays

Environmental Pollution vol 120 p 207-218100

PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness

diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156

Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-

Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p

PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and

LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of

a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41

PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection

Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144

RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable

sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61

REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE

(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311

REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton

in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187

REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p

RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo

sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica

brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721

RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and

MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper

Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =

Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010

Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140

SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do

Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E

T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

37

Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)

Brasiacutelia p 313-321

SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in

highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36

SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New

York Chapman and Hall 434p

SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois

University Press Urbana

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade

fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes

Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290

SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian

subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109

SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em

httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)

SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two

tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and

applications vol 23 p 698-714

STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www

statsoftinc

STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem

Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p

TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade

fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta

Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395

TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton

dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario

Hydrobiologia vol 647 p 7-20

UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic

Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-

38

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

38

VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE

1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37

p 130-137

WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of

Phycology no 34 p 741-749

WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p

WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press

1006 p

ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O

2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203

ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical

environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)

Page 39: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ...tede.unioeste.br/bitstream/tede/718/1/Viviane.pdf · eu alcançasse mais essa etapa na minha formação; ... RCC ... espécies

39

7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)