UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA … · por esses efeitos causados por outras...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU INTERFERÊNCIA DE Digitaria nuda NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE PLANTAS DE CANA-DE-AÇÚCAR EVANDRO BORDIGNON GAJEGO Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – Campus de Botucatu, para a obtenção do título de Doutor em Agronomia – Agricultura. Botucatu – SP Junho – 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CAMPUS DE BOTUCATU

INTERFERÊNCIA DE Digitaria nuda NO DESENVOLVIMENTO

INICIAL DE PLANTAS DE CANA-DE-AÇÚCAR

EVANDRO BORDIGNON GAJEGO

Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – Campus de Botucatu, para a obtenção do título de Doutor em Agronomia – Agricultura.

Botucatu – SP

Junho – 2016

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CAMPUS DE BOTUCATU

INTERFERÊNCIA DE Digitaria nuda NO DESENVOLVIMENTO

INICIAL DE PLANTAS DE CANA-DE-AÇÚCAR

EVANDRO BORDIGNON GAJEGO

(Eng. Agrônomo)

Orientador: Prof. Dr. Dagoberto Martins

Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – Campus de Botucatu, para a obtenção do título de Doutor em Agronomia – Agricultura.

Botucatu – SP

Junho – 2016

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMEN-TO DA INFORMAÇÃO – DIRETORIA TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - UNESP – FCA – LAGEADO – BOTUCATU (SP) Gajego, Evandro Bordignon, 1975- G145i Interferência de Digitaria nuda no desenvolvimento inicial de plantas de cana-de-açúcar / Evandro Bordignon Gajego. – Botucatu : [s.n.], 2016 vi, 81 f. : fots. color., tabs. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Fa- culdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2016 Orientador: Dagoberto Martins Inclui bibliografia 1. Cana-de-açúcar – Doenças e pragas. 2. Ervas danin-

has. 3. Alelopatia. I. Martins, Dagoberto. II. Universi-dade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Câmpus de Botucatu). Faculdade de Ciências Agronômicas. III. Tí-tulo.

III

O Senhor é meu pastor e nada me faltará

“O Senhor é meu pastor e nada me faltará. Restaura minhas forças, guia-me pelo

caminho certo, por amor do seu nome. Se eu tiver de andar por vale escuro, não

temerei mal nenhum, pois comigo estás. O teu bastão e teu cajado me dão

segurança.”

Sl 23, 1, 3-4.

IV

OFEREÇO

A Deus

À memória de meus Pais, Luciano Gajego e Vera Terezinha Bordignon Gajego, que sempre me

encorajavam, confiavam e acreditavam no meu potencial.

DEDICO

V

AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida, o discernimento e a sabedoria por Ele concedido gratuitamente;

Ao meu irmão Luciano Bordignon Gajego, minha cunhada Rosangela Linguanoto Gajego

e minhas sobrinhas Marina Linguanoto Gajego e Beatriz Linguanoto Gajego;

Ao meu tio Walter Bordignon;

A todos os meus familiares que sempre me apoiaram e me deram forças em todas as

etapas de minha vida;

À Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista – UNESP,

juntamente com a coordenação do curso de Agricultura, pela oportunidade de realização

do curso;

Ao Prof. Dr. Dagoberto Martins, pela orientação, atenção, pelos comentários

construtivos, sugestões e ensinamentos valiosos que contribuíram para o meu crescimento

acadêmico;

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela

concessão da bolsa de estudo;

A todos os funcionários do Departamento de Produção e Melhoramento Vegetal pela

atenção, amizade e profissionalismo.

A todos os docentes da FCA pelo apoio, convivência e pelos valiosos ensinamentos;

A todos os funcionários do Departamento de Produção e Melhoramento Vegetal;

Aos funcionários da seção de pós-graduação e da biblioteca da FCA, pelo excelente

atendimento e profissionalismo;

Aos amigos e companheiros de trabalho do Núcleo de Pesquisas Avançadas em Matologia

“NUPAM”’: Hermeson dos Santos Vitorino, Guilherme Sasso Ferreira de Souza, Murilo

Villas Boas Bagatta, pelo companheirismo e contribuição valiosa neste trabalho;

A todos os colegas e amigos (as) da Pós-Graduação minha imensa gratidão pelos

momentos de convivência tão agradáveis e importantes.

Ao amigo Prof. Dr. Ednaldo Antônio de Andrade pela ajuda nas análises estatísticas.

A todos que participaram deste trabalho de forma direta ou indireta contribuindo para o

seu desenvolvimento.

VI

SUMÁRIO

1 RESUMO........................................................................................................................ 01

2 SUMMARY.................................................................................................................... 03

3 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 05

4 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................... 07

4.1 Cultura da cana-de-açúcar.................................................................................. 07

4.2 Digitaria nuda Schumach................................................................................... 09

4.3 Interferência de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar......................... 10

4.4 Efeitos inibitórios................................................................................................ 12

5 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................ 17

5.1 Local.................................................................................................................... 17

5.1 Efeito da massa seca de Digitaria nuda.............................................................. 17

5.1.1 Correção e tipo de solo............................................................................... 17

5.1.2 Tratamentos e delineamento experimental................................................ 18 5.1.3 Condução e parâmetros avaliados.............................................................. 19 5.2 Interferência de plantas de Digitaria nuda.......................................................... 19 5.2.1 Correção e tipo de solo............................................................................... 19 5.2.2 Tratamentos e delineamento experimental................................................. 20 5.2.3 Condução e parâmetros avaliados............................................................. 21

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................... 22

6.1 Efeito da massa seca de Digitaria nuda.............................................................. 22

6.2 Interferência de plantas de Digitaria nuda.......................................................... 49

7 CONCLUSÕES.............................................................................................................. 73

8.1 Efeito da massa seca de Digitaria nuda............................................................. 73

8.2 Interferência de plantas de Digitaria nuda........................................................ 73

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 74

10 APÊNDICE.................................................................................................................... 81

1

1 RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a possível interferência de

Digitaria nuda sobre plantas de cana-de-açúcar, através de dois estudos conduzidos em

condições de casa-de-vegetação. No primeiro estudo foram avaliados os efeitos inibitórios

de massa da matéria seca de D. nuda no desenvolvimento inicial de plantas de cana-de-

açúcar, por um período de 42 dias. Foram utilizadas três variedades de cana-de-açúcar

RB855453, SP81-3250 e RB867515, e os tratamentos consistiram de diferentes

quantidades de massa de palha de D. nuda (0, 2, 4, 6, 8 e 10 t ha-1) e três formas de

incorporação de gema de cada variedade de cana-de-açúcar (GBMSS-gema brotada com

massa seca na superfície, GNBMSS-gema não brotada com massa seca na superfície e

GNBMSI-gema não brotada com massa seca incorporada). Adotou-se assim o

delineamento experimental inteiramente casualizado com os tratamentos dispostos em um

esquema fatorial 3 x 6. As avaliações foram realizadas semanalmente por quarenta e dois

dias, a partir do plantio da gema de cana-de-açúcar até o final do experimento. As variáveis

avaliadas nas avaliações foram: altura de plantas, número de folhas, diâmetro de perfilho,

bem como se avaliou a massa seca de plantas ao final das avaliações. Não houve sintomas

visuais de fitointoxicação nas plantas de cana-de-açúcar ou efeitos inibitórios das

diferentes quantidades de massa seca de D. nuda sobre as variáveis avaliadas, bem como

não houve efeito da forma de incorporação da gema das diferentes variedades de cana-de-

2

açúcar. No segundo estudo foi avaliado a interferência de diferentes densidades de plantas

de D. nuda (2, 4, 8, 16 e 32 plantas de D. nuda por vaso) no desenvolvimento inicial de

plantas de cana-de-açúcar utilizando-se as mesmas três variedades de cana-de-açúcar do

primeiro estudo, mais uma testemunha sem planta daninha, por um período de 35 dias.

Adotou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado com os tratamentos

dispostos em um fatorial 3 x 5. Avaliou-se o dano visual, altura de plantas, número de

folhas, diâmetro de perfilho, massa de matéria seca e área foliar da cana-de-açúcar, e para a

planta daninha, a altura de plantas, a área foliar e a massa de matéria seca de plantas. Neste

estudo observou-se que a competição interespecífica atuou negativamente sobre todos os

parâmetros estudados das três variedades de cana-de-açúcar, bem como ocorreu

visualmente efeitos fitotóxicos em todas as densidades avaliadas de D. nuda. Verificaram-

se, também, efeitos negativos em características avaliadas da planta daninha devido à ação

competitiva da cana-de-açúcar.

Palavras-chave: Saccharum spp, capim colchão, interferência, competição, efeitos

inibitórios.

3

2 SUMMARY

INTERFERENCE OF DIGITARIA NUDA SCHUMACH ON INITIAL

DEVELOPMENT OF SUGAR CANE PLANTS. Botucatu, 2016. 83 f. Tese (Doutorado

em Agronomia/Agricultura) – Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual

Paulista.

Author: EVANDRO BORDIGNON GAJEGO

Adviser: DAGOBERTO MARTINS

This work aimed to assess the possible interference of Digitaria

nuda on sugar cane plants through two studies carried out under greenhouse conditions.

For the first study, inhibitory effects of dry matter of D. nuda were assumed on initial

development of sugar cane plants for 42 days. Three varieties of sugar cane plants were

used – RB855453, SP813250 and RB867515 – and the treatments consisted of three

different quantities of D. nuda straw (0, 2, 4, 6, 8 and 10 t ha-1) and three types of buds

incorporation (SYDMS – sprouted buds with dry matter on surface; NSYDMS – non-

sprouted buds with dry matter on surface; and NSYIDM – non-sprouted buds with

incorporated dry matter). It was then adopted an entirely randomized experimental

delineation with the treatments arranged under a factorial scheme 3 x 6. Assessments were

4

undergone weekly for fourth and two days from sugar cane’s planting. The parameters for

assemed were: plant height, quantity of leaves, diameter of culm, and dry matter of plants

was analyzed at the end of the experiment. There was no visual symptom of

phytointoxication on sugar cane plants or any inhibitory effect from the different quantities

of dry matter of D. nuda by the assessment parameters as well as there was no effect of

buds incorporation on tested varieties of sugar cane. The second study evaluated the

competition of different densities of D. nuda on initial development of sugar cane plants

utilizing three varieties of sugar cane – RB855453, SP81-3250 and RB867515. the

treatments were constituted by D. nuda species co-living with sugar cane plants in different

densities of infestation: 2, 4, 8, 16 and 32 weeds of D. nuda per pot, plus a witness without

any weed, for 35 days. It was adopted an entirely randomized experimental delineation

with treatments arranged under a factorial scheme 3 x 5. The avaliations were based on

visual phytotoxicity, height of plants, leaves quantity, diameter of culm, dry matter and

sugar cane leaf area and, for weeds, height of plants, leaf area and dry matter. In this study,

an interspecific competition was observed acting negatively upon all parameters studied on

each sugarcane varieties, as well as the occurrence of visually phytotoxic effects upon all

densities of d. nuda studied. They were also negative effects, on the weeds development

due to competition with sugar cane.

Key-words: Saccharum spp, grass mattress, interference, competition, allelopathy

inhibitory effects.

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3 INTRODUÇÃO

A cana-de-açúcar é uma das culturas agrícolas mais importantes do

mundo tropical, gerando centenas de empregos diretos, e uma importante fonte de renda e

desenvolvimento, estando entre as mais importantes do Brasil ao produzir matéria-prima

para a indústria sucroalcooleira e cogeração de energia elétrica.

Ao conjunto de ações impostas sobre uma cultura agrícola em

decorrência da presença das plantas daninhas em um ambiente comum, dá-se o nome de

interferência. Este termo reúne os processos de interferência direta como a competição por

luz, água, nutrientes e espaço, os processos de natureza alelopática e o parasitismo e

também os processos indiretos como a interferência na colheita, na qualidade do grão

colhido ou ainda como abrigo alternativo para pragas, doenças e nematoides e plantas

parasitas da cultura (MULLER, 1969).

O termo alelopatia foi criado por Molisch (1937), citado por Rice

(1974), para referir-se tanto às interações bioquímicas benéficas como as prejudiciais de

todos os tipos de plantas, incluindo microorganismos, e pode também interferir no

crescimento das culturas agrícolas (BELL; KOEPPE, 1972; MULLER, 1966).

O fenômeno da alelopatia ocorre nos ecossistemas naturais e nos

agrecossistemas, através de substâncias biologicamente ativas liberadas por exsudação a

partir de raízes ou lixiviados de plantas vivas ou em decomposição da biomassa (Politycka,

6

2002). As substâncias alelopáticas liberadas por uma determinada planta podem afetar o

crescimento, prejudicar o desenvolvimento normal e até mesmo inibir a germinação das

sementes de outras espécies vegetais (REZENDE et al., 2003).

A diminuição da produtividade causada por plantas daninhas ou

resíduos de culturas anteriores pode ser resultado dos efeitos da competição e/ou

alelopatia. Diversas plantas daninhas também podem ter o seu desenvolvimento afetado

por esses efeitos causados por outras plantas, (PRATES et al., 2003).

Na agricultura a presença constante das plantas daninhas nas

culturas sempre foi uma preocupação dos agricultores, devido aos efeitos de competição

das plantas daninhas com a cultura causarem prejuízos na colheita e financeiros para o

produtor.

Um aspecto a ressaltar é o fato da competição e/ou alelopatia

ocorrer entre espécies diferentes (interespecífica) e dentro da mesma espécie

(intraespecífica). Os efeitos alelopáticos que algumas plantas exercem sobre outras no

ambiente são realizadas pela volatilização, exsudação pelas raízes e lixiviação liberada de

compostos químicos que são normalmente do metabolismo secundário.

A Digitaria nuda Schumach é uma planta nativa encontrada nas

regiões tropicais da América e da África onde, na costa ocidental, é uma das espécies mais

frequentes de Digitaria. No Brasil, é muito comum, predominantemente na região Sudeste.

Esta espécie é considerada uma planta daninha infestante em várias culturas, inclusive na

cultura da cana-de-açúcar e, se não controlada, causa perdas de produtividade.

Teixeira et al. (2010) estudaram diversas quantidades de massa

seca de capim-colchão ao solo, sendo que avaliaram a emergência e o crescimento

individual de soja, feijão e nabiça, e concluíram que a incorporação de massa de D.

horizontalis ao solo não exerceu influência sobre a porcentagem de emergência, mas

reduziu significativamente a altura e a massa seca de todas as espécies testadas.

Dessa forma, este trabalho tem como objetivos estudar, em

condições de casa-de-vegetação, a matointerferência e os possíveis efeitos inibitórios da

planta daninha D. nuda incorporada e superficial em diferentes quantidades de massa seca

sobre a brotação e desenvolvimento inicial de cultivares de cana-de-açúcar e também de

diferentes quantidades de plantas sobre a brotação e desenvolvimento inicial de cultivares

de cana-de-açúcar.

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4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 Cultura da cana-de-açúcar

A cana-de-açúcar é uma espécie alógama, pertencente à tribo

andropogoneae, família Poaceae e gênero Saccharum (MATSUOKA et al., 2005). O

desenvolvimento das plantas ocorre em forma de touceira, a parte aérea é formada por

perfilhos, folhas e inflorescências, enquanto que a subterrânea é formada por raízes e

rizomas (CESNIK; MIOCQUE, 2004). As características varietais definem a altura, o

número e diâmetro dos colmos, comprimento, largura e a arquitetura das folhas, sendo que

a expressão destes caracteres são influenciados pelo clima, manejo e práticas culturais

(RODRIGUES, 1995).

Segundo Daniels & Roach (1987) a cana-de-açúcar tem ciclo semi-

perene e elevada rusticidade sendo originária do sudeste Asiático na região central da Nova

Guiné e Indonésia, onde existia no estado de planta silvestre ou ornamental. Houve maior

distribuição da cana-de-açúcar a partir do século VIII, pelo mar Mediterrâneo devido as

conquistas árabes no ocidente (MOZAMBANI et al., 2006).

Conforme Landell et al., (2006) os portugueses e espanhóis

introduziram a cana-de-açúcar nas Ilhas das Canárias, Cabo Verde, Madeira, São Thomé e

na África Ocidental. Foi introduzida na época do Brasil colônia quando os portugueses

trouxeram as primeiras mudas da Ilha da Madeira em 1502, fazendo parte da história

nacional, onde a mão-de-obra escrava movimentava os engenhos da época

(FIORAVANTE, 2000; MOZAMBANI et al, 2006).

8

A cana-de-açúcar é utilizada como matéria-prima para as

agroindústrias do açúcar, etanol, cachaça de alambique, açúcar mascavo, rapadura, melado,

na alimentação animal e geração de energia, sendo uma importante fonte de geração de

empregos e renda. Apesar da multiplicidade de seu uso, a quase totalidade da produção

nacional é destinada para a produção de etanol e açúcar (DIAS, 2011).

Esta cultura destaca-se entre as mais importantes do Brasil,

produzindo matéria-prima para a indústria sucroalcooleira e cogeração de energia elétrica.

A partir da década de 70, esta cultura tornou-se importante para o país na medida em que

este setor da agroindústria brasileira foi solicitado a contribuir para a solução da emergente

crise energética, frente a sua potencialidade de produzir energia a partir de uma fonte

renovável (KUVA, 2003; AZANIA, 2004).

No Brasil, a área que foi cultivada com cana-de-açúcar na safra

2014/15 foi de aproximadamente 9.130,1 milhões de hectares, distribuídas em todos

Estados produtores. São Paulo permanece como maior produtor com 51,7% (4.696,3

milhões de hectares) da área plantada, seguido por Goiás com 9,3% (878,27 milhões de

hectares), Minas Gerais com 8,9% (788,88 milhões de hectares), Mato Grosso do Sul com

7,4% (712,39 milhões de hectares), Paraná com 6,7% (644,64 milhões de hectares),

Alagoas com 4,7% (390,40 milhões de hectares) e Pernambuco com 3,2% (277,74 milhões

de hectares). Estes sete Estados são responsáveis por 91,9% da produção nacional, sendo

que os demais estados produtores possuem áreas menores com representações abaixo de

3,0%. (CONAB, 2014).

A área de cana-de-açúcar destinada a produção na safra 2014/15

apresentou um crescimento de 3,6% ou 318,67 mil hectares em relação à safra passada

concentrada nos Estados que tiveram o maior aumento de novas unidades de produção e

correspondem à consolidação das áreas dessas novas indústrias, sendo que São Paulo,

Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Paraná respondem por esse crescimento. A

produção total de cana-de-açúcar moída na safra 2014/15 foi estimada em 671,69 milhões

de toneladas, com aumento de 2% em relação à safra 2013/2014 que foi de 658,82 milhões

de toneladas, significando aumento de 12,87 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para

processamento. Por outro lado, as adversidades climáticas ocorridas nas lavouras de cana-

de-açúcar em algumas regiões durante o período de desenvolvimento levaram a estimativas

de produtividade aquém das obtidas na safra passada em Estados importantes na produção

como São Paulo e Minas Gerais, que apesar do crescimento de áreas, estima uma produção

9

menor do que a obtida na temporada passada e a região Note/Nordeste prevê aumento de

3,7%, passando de 56,71 milhões de toneladas da safra 2013/14, para 58,78milhões na

safra 2014/2015 (CONAB, 2014).

4.2 Digitaria nuda Schumach

O gênero Digitaria pertence à família Poaceae (anteriormente

gramineae), subfamília Panicoideae, tribo Paniceae. No Brasil ocorre um complexo de

plantas do gênero Digitaria, com diferenciação visual a campo bastante difícil, por isso o

nome vulgar capim colchão é aplicado indistintamente (KISSMANN, 1997). Este gênero

inclui cerca de 300 espécies distribuídas em regiões tropicais e subtropicais de ambos os

hemisférios (CANTO-DOROW, 2001). Nas Américas, o Brasil é o país com o maior

número de espécies de Digitaria. A riqueza específica nas regiões Sul, Sudeste, Centro-

Oeste e Nordeste é mais ou menos equivalente, havendo um decréscimo expressivo na

região Norte. Nessas regiões, as espécies habitam formações geralmente abertas como

campos naturais, cerrados, sendo comum em locais alterados pelo homem. Algumas

espécies têm sido utilizadas como forragem e outras destacam-se por serem plantas

daninhas de culturas agrícolas (CANTO-DOROW; LONGHI-WAGNER, 2001).

Quanto ao habitat, crescem em ambientes variados, sendo muito

comum em locais perturbados, especialmente à beira de rodovias, terrenos baldio, lavouras

agrícolas e calçamentos, vegetando em solos arenosos, secos ou úmidos. Floresce o ano

inteiro, com predomínio de fevereiro a abril (CANTO-DOROW, 2001).

São plantas altamente agressivas como infestantes, sendo relatadas

como problema em 60 países, infestando mais de 30 culturas de importância econômica.

(KISSMANN, 1997) No Brasil, constituem problema sério em muitas culturas de

primavera e verão. Essas espécies são particularmente hábeis no processo de competição,

causando danos em culturas anuais e em viveiros. Também apresentam vantagem em

relação as culturas em condição de seca, além de apresentarem efeitos alelopáticos sobre

várias plantas cultivadas (KISSMANN, 1997).

A Digitaria nuda Schumach apresenta espiguetas em número de

duas por nó, de 2,4 mm de comprimento, 0,6-0,7 mm de largura até ½ do comprimento da

lema inferior, aguda, pilosa, tricomas agudos, esbranquiçados, esparços, nas margens e

entre as nervuras, ultrapassando o ápice da gluma; lema inferior de 2-2,1 mm de

10

comprimento, 0,6-0,7 mm de largura, aguda, pilosa nas margens e entre as nervuras

laterais, tricomas agudos, densos, ultrapassando o ápice da lema em 0,2-0,4 mm; pálea

inferior ausente; antécio superior de 1,8-2,2 mm de comprimento, 0,4-0,6 mm de largura,

com flor bissexuada, lanceolado, agudo com papilas em fileiras longitudinais, castanho

claro na maturidade. Pelas dimensões das espiguetas, assemelha-se a D. horizontalis, da

qual difere por ter gluma inferior e pela lema inferior com tricomas não ultrapassando o

seu ápice (CANTO-DOROW, 2001).

Em canaviais da região Sudeste tem sido observado uma alteração

na dinâmica populacional de ocorrência das espécies de Digitaria, popularmente conhecido

como “complexo de espécies de Digitarias”. Dentre as proporções observadas no complexo

de Digitarias, a D. nuda tem dominado este povoamento, em que anteriormente era ela

considerada rara. Uma das razões apontadas para estas alteração de dinâmica populacional

no complexo das espécies de Digitaria, é a aplicação consecutiva, por vários anos, de

alguns herbicidas em que a D. nuda apresenta uma suscetibilidade diferencial menor que as

demais espécies do mesmo gênero, justificando assim o aumento da frequência desta

espécie em áreas de cana-de-açúcar (DIAS et al., 2005).

4.3 Interferência de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar

O termo interferência refere-se ao conjunto de pressões ambientais

que recebe uma determinada cultura agrícola em decorrência da presença das plantas

infestantes no agroecossistema (RAMOS; PITELLI, 1994). Entre os principais fatores

bióticos presentes no agroecossistema da cana-de-açúcar que tem a capacidade de interferir

no desenvolvimento e na produtividade da cultura encontram-se as plantas daninhas

(KUVA et al., 2003).

Segundo Kissmann (2004), as plantas daninhas possuem a

capacidade de interferir no desenvolvimento e na produtividade das culturas agrícolas,

portanto a infestação destas plantas é um dos mais importantes fatores dentro de um

agroecossistema comercial, podendo ser desejada, indiferente ou indesejada, de acordo

com as circunstâncias; por exemplo, é desejada como cobertura do solo para evitar erosão.

Essas plantas possuem características de rusticidade que lhes conferem grande capacidade

competitiva e, enquanto as culturas são melhoradas geneticamente, essas espécies

11

evoluíram naturalmente, adquirindo características que garantem sua capacidade de crescer

em ambientes alterados e condições adversas.

Na cana-de-açúcar, as plantas daninhas interferem tanto na cana-

planta como na cana-soca. Pelo fato do plantio ocorrer em períodos bem distintos

dependendo da região, as condições climáticas ocorrentes neste período é que determinam

as espécies de plantas daninhas predominantes e o período de interferência com a cultura

(VICTORIA FILHO; CHRISTOFFOLETI, 2004). Apesar da cultura da cana-de-açúcar ser

altamente eficiente na utilização de recursos disponíveis para o seu crescimento e

desenvolvimento, é afetada nas fases iniciais de crescimento pelas plantas daninhas, que

em alguns casos, utilizam os mesmos recursos, de forma eficiente, por apresentarem a

mesma rota metabólica de fixação de carbono (C4) (PROCÓPIO et al., 2003).

As características de velocidade de brotação, desenvolvimento

inicial, velocidade e intensidade de perfilhamento, desenvolvimento de área foliar e

arquitetura das plantas são fatores importantes na capacidade competitiva das diferentes

variedades da cana-de-açúcar. Geralmente cultivares de rápido crescimento inicial e alta

capacidade de sombreamento do solo são menos afetadas pela interferência das plantas

daninhas. Estes efeitos negativos proporcionados pela presença das plantas daninhas

podem ser minimizados por práticas de controle ao alcance dos produtores, como métodos

mecânicos, culturais e químico. Na condição de produção atual do Brasil, o método

químico é o mais utilizado, em razão da extensão das áreas cultivadas, escassez de mão-de-

obra, facilidade de aplicação, custo e eficácia do tratamento (ROSSI, 2004).

Conforme Kuva et al., (2001) o grau de interferência das plantas

daninhas na cultura pode ser definido como a redução percentual da produção econômica

provocada pela convivência com a comunidade infestante, e este grau depende de diversos

fatores que podem estar relacionados à comunidade infestante, como composição

específica, densidade e distribuição; à própria cultura, como o gênero, espécie ou cultivar,

espaçamento entre sulcos e densidade de semeadura; à época e a duração do período de

convivência que pode ser variável de acordo com as condições edáficas e climáticas e

pelos tratos culturais adotados na cultura.

A interferência negativa imposta pela presença das plantas

daninhas que infestam as áreas cultivadas é um dos pontos mais críticos no processo

produtivo da cana-de-açúcar. Essas plantas podem competir por recursos limitantes do

meio (principalmente por água, luz e nutrientes), liberar substâncias alelopáticas e, assim,

12

inibir a brotação da cana-de-açúcar, hospedar pragas e doenças comuns a cultura ou

interferir no rendimento da colheita (PITELLI, 1985).

A interferência pode ser direta (competição pelos recursos do

crescimento, alelopatia) e indireta (hospedeira de pragas e doenças, nematoides,

parasitismo, interferência na colheita e tratos culturais), contaminando lotes de sementes

(CARVALHO; VELLINI, 2001). Assim, em um sentido amplo, a interferência das plantas

daninhas refere-se ao conjuntos de ações que recebe determinada cultura em decorrência

da presença de uma comunidade infestante no ambiente comum. Especialmente em relação

aos efeitos diretos sobre as plantas cultivadas, os mais importantes mecanismos de

interferência são a competição e a alelopatia (PITELLI, 2014).

A competição é caracterizada como a tendência de plantas vizinhas

em disputar os mesmos recursos (RADOSEVICH et al., 1997), basicamente sendo um

processo predominantemente físico (ZIMDAHL, 2007). A competição é importante tanto

em comunidades naturais de plantas como em agroecossistemas. A composição botânica

de qualquer vegetação é fundamentalmente determinada pelo resultado da competição. Na

agricultura, a competição com as plantas daninhas reduz o crescimento, a massa vegetal e o

rendimento dos grão das culturas e a vantagem da consorciação entre culturas depende

basicamente da extensão pela qual as espécies não estão competindo entre si (WILSON,

1998).

Dependendo do local e do tipo de vegetação, os fatores

determinantes da competição são os mais importantes na caracterização da capacidade de

sobrevivência de uma espécie, como ocorre para as populações de longo ciclo vegetativo e

que se estabelecem em locais poucos sujeitos a distúrbios, mas com elevado estresse

nutricional. Esse tipo de vegetação normalmente ocupa os estágios serais intermediários da

sucessão ecológica (RADOSEVICH et al., 1997).

4.4 Efeitos inibitórios

Os vegetais liberam no ambiente uma grande variedade de

metabólitos primários e secundários a partir de folhas, raízes e serapilheira em

decomposição. Os estudos realizados sobre os efeitos desses compostos em plantas

próximas constituem o campo da alelopatia (TAIZ; ZEIGER, 2002). O efeito desses

compostos pode ser mais ou menos pronunciado e é determinado pelas características de

13

cada espécie e idade da planta, podendo ser exsudados pelas raízes, pela decomposição dos

órgãos da planta (acículas) ou por meio de chuvas que causam lixiviação desses compostos

do extrato superior das plantas para o solo (RICE, 1984).

Alelopatia, termo originário do grego Allelon (mútuo) e Pathos

(prejuízo) foi descrito por Molissh em 1937 (Rice, 1974) e compreende todo efeito direto e

indireto de uma planta sobre outra, incluindo a participação dos microrganismos por meio

de produção de substâncias químicas que são liberadas ao meio ambiente. No entanto,

Lovett e Rynunty (1992), indicaram que muitas das substâncias químicas produzidas pelas

plantas que afetam associação de plantas também influenciam outros organismos,

oferecendo uma perspectiva mais ampla para o termo alelopatia, que inclui aspectos de

defesas de plantas.

Segundo Rodrigues et al. (1992), os agentes alelopáticos são

comumente encontrados em exsudatos radiculares, substâncias lixiviadas de tecidos vivos

ou mortos e em substâncias liberadas durante a decomposição de materiais vegetais.

Muitas vezes, o composto alelopático é liberado lentamente pela decomposição de resíduos

vegetais (palhas) através da ação de microorganismos e o seu efeito demora para aparecer.

Os efeitos dos compostos alelopáticos estão relacionados a

processos fisiológicos na planta. Entretanto, os mecanismos de ação desses compostos

ainda não estão completamente esclarecidos. Sabe-se que alguns agentes alelopáticos são

inibidores da germinação e do crescimento, pois interferem na divisão celular, na

permeabilidade de membranas, na ativação de enzimas e na produção de hormônios na

planta. Outros como os ácidos fenólicos, chegam a inibir a absorção de fósforo e potássio

(RODRIGUES et al. 1992).

A liberação de metabólitos secundários traz benefícios à planta que

os libera, pois se uma planta pode reduzir o crescimento das plantas vizinhas pela liberação

de compostos químicos no solo, isso pode ter como consequência maior chance de acesso a

luz, à água e aos nutrientes, propiciando sua maior adaptação evolutiva (TAIZ; ZEIGER,

2004).

A manipulação de fatores relacionados com a ação alelopática pode

ser explorada para a melhoria e o aumento da produção, no controle ambiental de plantas

daninhas, pragas e doenças e na síntese de agrotóxicos naturais. A alelopatia pode ser

apresentada como autoxicidade (ou alelopatia intraespecífica), na qual a planta produz

compostos químicos que prejudicam a germinação e ou, o desenvolvimento da própria

14

espécie (CHON, 2004), e a outra forma de alelopatia é a interespecífica (indivíduos de

espécies diferentes) (FERREIRA; BORGHETTI, 2004).

Rice (1984), observou que bactérias e algas azuis, responsáveis

pela fixação de nitrogênio atmosférico e pela nitrificação são inibidas por Ambrosia

supina, Rhus copalina e Helianthus annuus, espécies estas que também são pouco

exigentes em nitrogênio, o que lhes confere uma vantagem seletiva na competição com

outras plantas mais exigentes em nitrogênio. Os efeitos alelopáticos de plantas daninhas

sobre agroecossistemas têm sido alvo de estudo de diversos pesquisadores.

Conforme Rice (1984), a maioria dos trabalhos de interferência de

plantas daninhas nas culturas agrícolas refere-se à competição. Portanto, atualmente sabe-

se que a interferência alelopática exercida pelas plantas daninhas sobre as culturas

agrícolas desempenham importante papel na interferência total. O conhecimento das

principais interações entre plantas cultivadas e plantas daninhas poderá ser de grande

utilidade prática para se estabelecer um controle eficiente de plantas daninhas, (ALTIERI;

DOLL, 1978).

No entanto, a alelopatia também é vista como um dos mecanismos

pelos quais as plantas daninhas interferem no crescimento das plantas, influenciando,

decisivamente na produtividade das espécies cultivadas, (SOUZA FILHO et al., 2002).

Quando substâncias dessas plantas são liberadas em quantidades suficientes causam

inibição ou estimulação (dependendo da concentração) da germinação, crescimento ou

desenvolvimento de plantas já estabelecidas e no desenvolvimento de microrganismos

(CARVALHO, 1993).

Almeida et al. (1986) demonstraram que a soja era suscetível aos

efeitos alelopáticos do capim-marmelada. Em estudos com vasos e preenchidos com solo, a

soja foi regada desde a semeadura com estratos da parte aérea dessa gramínea com diversas

concentrações e verificaram que, aos 45 dias, o estrato na concentração de 13,3% reduzia a

biomassa seca das raízes e da parte aérea da soja em 39% e 62%, respectivamente além da

altura em 27%. A nodulação das raízes também foi afetada quanto ao peso total (90%),

peso unitário (85%) e número de nódulos (63%).

Em estudos comparando os efeitos das plantas daninhas sobre

leguminosas, Weston e Putnan (1985) mostraram decréscimo no número de nódulos e na

fixação do nitrogênio em soja, em função da aplicação de extratos da planta daninha

Agropiron repens L.

15

Em um trabalho sobre o efeito de plantas daninhas sobre uma

cultivar comercial de tomate, Castro et al. (1983) estudaram o efeito de estratos aquosos de

tiririca (Cyperus rotundus L.), capim- massambará (Sorghum halepense (L.) Pers.), grama

seda (Cynodon dactylon (L.) Pers.), feijão de porco (Canavalia ensiformis DC) e colza

(Brassica napus L.) no tomateiro cv. Santa Cruz. A germinação das sementes e o

crescimento das plâtulas foram, com maior ou menor intensidade, afetados pelos extratos

das espécies testadas.

O cultivo de soja em área de reformas de pastagem tem sido uma

das principais alternativas para recuperação e renovação de pastagens degradada. Porém,

são vários os relatos de agricultores descrevendo efeitos de redução de crescimento,

amarelecimento e diminuição na produção de soja quando utilizado o sistema de plantio

convencional, no qual a palhada de braquiária é incorporada ao solo (NEPOMUCENO,

2009).

Ito et al. (1987) realizaram um estudo do potencial alelopático de

Digitaria adscendens, detectaram um efeito inibitório no solo sobre a emergência e o

crescimento das plantas daninhas.

A diferença entre cobertura morta e incorporação está na

velocidade de decomposição do material, que nas coberturas mortas é menor. A

incorporação dilui os aleloquímicos e como a ação desses produtos depende da

concentração, pode-se esperar que os resíduos colocados na superfície do solo, como

cobertura morta, seja a forma mais indicada para se manejar a ação alelopática das

culturas. Por outro lado, a decomposição do material sobre o solo é mais lenta, o que pode

afetar o nível de concentração de aleloquímicos no solo ou, se o nível crítico de

concentração de aleloquímicos for atingida, a decomposição lenta seria vantajosa pelo

maior período de ação alelopática (ALMEIDA, 1988).

A quantidade de palha que forma a cobertura morta é outro fator

que influencia a intensidade do efeito alelopatico, no entanto, Wu et al., (1999) afirmaram

que, a maior parte dos efeitos alelopáticos identificados são inibitórios. Esta inibição é

causada por substâncias fitotóxicas que são liberadas diretamente da raiz (exsudação e

volatilização), mas também passível de acontecer durante a decomposição da palha.

Os sintomas dos efeitos alelopáticos mais citados na literatura,

provocados pelas coberturas mortas nas culturas, são a inibição da germinação, a falta de

16

vigor vegetativo ou morte de plântulas, o amarelecimento ou clorose das folhas, a redução

do perfilhamento e o atrofiamento ou deformação das raízes (ALMEIDA, 1998).

Contudo, estudos sobre efeitos de matointerferência e alelopatia de

plantas daninhas sobre a cultura da cana-de-açúcar são escassos. Portanto estudar o

comportamento da cana-de-açúcar sobre os efeitos da planta e da palhada de Digitária

nuda vem ser uma forma real de analisar-se uma possível interferência de interesse

agronômico.

17

5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1 Local

Os experimentos foram conduzidos em casa-de-vegetação em

condições controladas mantida a 26ºC no Núcleo de Pesquisas Avançadas em Matologia –

NUPAM, do Departamento de Produção e Melhoramento Vegetal, pertencente à Faculdade

de Ciências Agronômicas FCA/UNESP, Campus de Botucatu/SP, localizada na Fazenda

Experimental Lageado no município de Botucatu, Estado de São Paulo - Brasil. O local da

área apresenta as seguintes coordenadas geográficas: latitude 22°07’56’’ S, longitude

74°66’84’’ W Gr. e altitude de 762 m.

5.2 Efeito da massa seca de Digitaria nuda

5.2.1 Correção e tipo de solo

Utilizou-se vasos de plástico com capacidade de 4 L, preenchidos

com um solo de textura média. (Tabela 1). O solo foi coletado na camada arável de um

Latossolo vermelho-escuro distrófico classificado de acordo com o novo Sistema

18

Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999), localizado na Fazenda

experimental Lageado, área denominada de “Patrulha” da FCA/UNESP.

O solo, depois de coletado foi seco à sombra e peneirado em

peneira com malha 5 mm de textura, corrigido com calcário e adubado com a fórmula NPK

08-28-16, conforme a necessidade apresentada na análise de solo para a cultura da cana-de-

açúcar com base na análise química (Tabela 1).

Tabela 1. Análise físico-química do solo Latossolo Vermelho-escuro Distrófico utilizado

no estudo. Botucatu/SP, 2012.

Análise granulométrica (%)

Argila Silte Areia Classificação textural

35% 15% 50% Textura média

Análise química

pH M.O. Presina H+Al+3 K Ca Mg SB CTC V%

CaCl2 g dm-3 mg dm-3 -----------------mmolc dm-3-------------- ---------------------

4,1 22 2 56 0,2 2 1 3 60 6

A análise do solo foi realizada de acordo com a metodologia de

Raij et al. (2001) e as quantificações foram realizadas no Laboratório de Análise de Solo

do Departamento de Solos e Recursos Ambientais, FCA/UNESP.

O estudo teve início no dia 02 de outubro de 2013 com o

preenchimento dos vasos com solo, com as quantidades estabelecidas de massa seca de D.

nuda, e o plantio de uma gema por vaso de cada variedade de cana-de-açúcar estudada:

RB855453, SP81-3250 e RB867515.

5.2.2 Tratamentos e delineamento experimental

Os tratamentos experimentais consistiram de diferentes quantidades

de massa seca de palha seca de D. nuda (0, 2, 4, 6, 8 e 10 t ha-1) e três tipos de formas de

incorporação de gema de cada variedade de cana-de-açúcar (GBMSS-gema brotada com

massa seca na superfície, GNBMSS-gema não brotada com massa seca na superfície e

GNBMSI-gema não brotada com massa seca incorporada). Como parâmetro do efeito

inibitório houve um tratamento testemunha sem a presença de palha seca de D. nuda.

19

Adotou-se, assim, o delineamento experimental inteiramente

casualizado, com os tratamento dispostos em um esquema fatorial 3x6. (Três formas de

incorporação da gema e seis quantidades de massa seca de D. Nuda) e as variedade foram

avaliadas separadamente.

Foi utilizado o teste “F” para a análise de variância e o teste de

Tukey a 05% de probabilidade para a comparação de médias, utilizando o programa

estatístico computacional SISVAR 5.0.

5.2.3 Condução e parâmetros avaliados

A massa de D. nuda foi coletada em uma área experimental,

localizada na própria FCA/UNESP, ressaltando-se que a espécie encontrava-se em

grupamentos puros no local, mantendo outras espécies de plantas daninhas afastadas. A

parte aérea das plantas foi seca em estufa de circulação forçada de ar à 40o C por 72 horas e

em seguida, foi fracionada manualmente com auxílio de uma tesoura em partículas de

aproximadamente 3 cm.

Após a confecção dos vasos, eles foram irrigados frequentemente

para a manutenção da umidade adequada para o desenvolvimento das plantas de cana-de-

açúcar.

As avaliações foram realizadas a cada sete dias por quarenta e dois

dias, a partir do plantio da gema de cana-de-açúcar. (7, 14, 21, 28, 35 e 42 dias). Os

parâmetros utilizados nas avaliações intermediárias foram: altura de plantas da base até a

ponta das folhas, número de folhas, diâmetro de perfilho. Ao final do experimento no dia

13 de novembro de 20013, foi avaliada a matéria seca das plantas de cana-de-açúcar (em

estufa de circulação forçadas de ar a 60ºC por 72 horas).

5.3 Interferência de plantas de Digitaria nuda

5.3.1 Correção e tipo de solo

Utilizou-se vasos de plástico com capacidade de 10 L, preenchidos

com um solo de textura argilosa (Tabela 2), foi coletado na camada arável de um Neossolo

20

Litólico (SERGIO et al., 2005) em um local denominado Área 17. O solo, depois de

coletado foi seco à sombra e peneirado em peneira com malha 5 mm de textura, e corrigido

com calcário e adubado com a fórmula NPK 08-28-16, conforme a necessidade

apresentada na análise de solo para a cultura da cana-de-açúcar com base na análise

química (Tabela 2).

Tabela 2. Análise físico-química do solo Neossolos Litólicos, utilizado no experimento.

Botucatu/SP, 2012.

Análise granulométrica (%)

Argila Silte Areia Classificação textural

44% 16% 40% Textura argilosa

Análise química

pH M.O. Presina H+Al+3 K Ca Mg SB CTC V%

CaCl2 g dm-3 mg dm-3 -----------------mmolc dm-3-------------- ---------------------

4,8 22 11 46 1,6 33 14 48 94 51

A análise de solo foi realizada de acordo com a metodologia de

Raij et al. (2001) e as quantificações foram realizadas no Laboratório de Análise de Solo

do Departamento de Solos e Recursos Ambientais, FCA/UNESP.

O estudo teve início no dia 08 de outubro de 2014 com o

preenchimento dos vasos com solo, e o plantio de uma gema brotada por vaso de cada

variedade de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP81-3250), bem como o

transplantio em diferentes proporções de mudas de D. nuda por vaso, provenientes de

bandeja com duas a quatro folhas

5.3.2 Tratamentos e delineamento experimental

Os tratamentos foram constituídos pela espécie da planta daninha

D. nuda convivendo com as plantas de cana-de-açúcar (variedades RB855453, RB867515

e SP81-3250), em seis densidades de infestação: 0, 2, 4, 8, 16 e 32 plantas daninhas por

vaso (30 cm de diâmetro), o que corresponde às densidades de 28,6; 57,1; 114,3; 228,6 e

457,1 plantas por m-2.

21

Assim, adotou-se o delineamento experimental inteiramente

casualizado, com os tratamentos dispostos em um fatorial 3x6 para todos os parâmetros

estudados nas plantas de cana-de-açúcar, exceção ‘fitotoxicidade visual’, pois a testemunha

‘0-zero’ foi utilizada neste caso apenas como referencial para atribuição das notas visuais.

Para todos os parâmetros avaliados na D. nuda adotou-se o fatorial

3x5, pois não existe a parcela ‘0-zero’ plantas de D. nuda por vaso. Também, apenas para a

planta daninha efetuou-se uma análise de variância adicional que se constituiu em

comparar-se a área foliar e o acúmulo de massa de matéria seca em suas plantas na

‘presença e ausência’ da cana-de-açúcar.

Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo Teste

“F” e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey a 05% de probabilidade,

utilizando o programa estatístico computacional SISVAR 5.0, exceção a área foliar e o

acúmulo de massa seca nas plantas de D. nuda comparada na ‘presença e ausência’ da

cana-de-açúcar, onde foi aplicado o Teste ‘t’ de Student.

5.3.3 Condução e parâmetros avaliados

Após a confecção dos vasos com a gema de cana-de-açúcar e as

respectivas concentrações de plantas daninhas, avaliou-se a cada sete dias (7, 14, 21, 28 e

35 dias). Os vasos foram irrigados frequentemente para a manutenção da umidade

adequada para o desenvolvimento das plantas de cana-de-açúcar e das plantas daninhas.

Os parâmetros utilizados nas avaliações das plantas de cana-de

açúcar foram: altura de plantas da base até a ponta das folhas, número de folhas e diâmetro

de perfilho, bem como os danos visuais através de uma escala de notas de 0 a 100%, no

qual se considerou aspectos visuais como amarelecimento, necroses, altura de plantas em

relação a testemunha sem a D. nuda. Para as plantas daninhas foram avaliadas altura de

plantas e ao final do experimento no dia 12 de novembro de 2014, procedeu-se, tanto para

a planta daninha como a cana-de-açúcar, o corte da parte aérea das plantas, separando-se as

folhas do caule e medindo-se em seguida a área foliar, utilizando um medidor de área foliar

automático, marca Hayashi Denkoh, modelo AAM-7 e após foi avaliada a matéria seca

(em estufa de circulação forçada de ar a 60ºC por 72 horas).

22

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 Efeito da massa seca de Digitaria nuda

Na Tabela 3 observa-se os resultados da análise de variância

referente ao número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB855453, obtidos em

diferentes épocas de avaliação. Nota-se que houve efeito significativo da forma de

incorporação da gema em todos os períodos de avaliação. Já, para o efeito da quantidade

de massa de Digitaria nuda (DIGNU), apenas aos 14 e 21 DAPG (dias após o plantio da

gema) observaram-se valores significativos. Ressalta-se, ainda, que a interação entre os

dois fatores estudados foi não significativa para todos os efeitos estudados.

23

Tabela 3. Resultados da análise de variância referente ao número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB855453 obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Fontes de variação  Dias após o plantio da gema 7 14 21 28 35 42

F Incorp. Gema (IG)   0  0,000** 0,000**  0,000**  0,000**  0,0238*    Massa DIGNU (MD)  0  0,045*  0,2713*  0,149ns  0,5151ns  0,477ns    IG x MD  0  0,085ns  0,4994ns  0,536ns  0,1286ns  0,135ns CV (%)    50,4  28,6  16,5  12,5  11,6 ** Significativo ao 1% de probabilidade  * Significativo ao 5%   de probabilidade        NS ‐  Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação   

Na Tabela 4 tem-se apresentado os resultados das principais

variáveis estudadas. Quanto a forma de incorporação de gema ao solo, verifica-se que até

42 DAPG o número de folhas da cana-de-açúcar da variedade RB855453 foi maior quando

utilizou-se ‘gema brotada com massa seca na superfície’ (GBMSS) do solo em relação as

duas outras formas de incorporação: ‘gema não brotada com massa seca na superfície’

(GNBMSS) e ‘gema não brotada com massa seca incorporada’ (GNBMSI).

Ressalta-se que aos 42 dias GNBMSI apresentou um número de

folhas semelhante a GNBMSS, sendo que a GNBMSI apresentou-se também semelhante a

GBMSS. Tais resultados evidenciaram que a forma de incorporação da gema ao solo

perdeu sua influência sobre o número de folhas de cana-de-açúcar com o avanço dos

períodos de avaliação e que, provavelmente, caso existissem avaliações mais tardias, todas

as três formas de incorporação de gema mostraram-se semelhantes em relação a produção

de folhas da variedade RB855453.

Em relação à quantidade de massa seca de DIGNU testada (Tabela

4), nota-se que não houve influência da quantidade de massa seca utilizada sobre o número

de folhas produzidas pelas plantas de cana-de-açúcar e em nenhuma das épocas estudadas.

Assim quantidades de até 10 t ha-1 não afetaram a emissão de folhas da variedade

RB855453, evidenciando não haver efeito da massa seca de DIGNU sobre esta variável.

24

Tabela 4. Valores médios verificados para o número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB855453 obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Dias após o plantio da gema Formas de 

incorporação da gema (IG)  7 14 21 28 35 42 GBMSS  0    2,33A 4,29 A 5,25 A 5,87 A    6,50 AGNBMSS  0    0,37B 2,37 B 3,71 B 4,29 B    5,95 BGNBMSI  0    0,37B 2,37 B 3,33 B 4,37 B    6,04 AB

Massa Seca de DIGNU (MD) 

(t ha‐1) 0  0    0,75 A 2,75 A 4,00 A 4,83 A    6,08 A2  0    1,08 A 3,08 A 4,17 A 4,83 A    6,41 A4  0    0,91 A 2,58 A 3,67 A 4,58 A    5,91 A6  0    0,83 A 3,33 A 4,08 A 4,91 A    6,25 A8  0    1,33 A 3,17 A 4,25 A 4,83 A    6,00 A10  0    1,25 A 3,17 A 4,41 A 5,08 A    6,33 A

DMS (IG)    0,36  0,60   0,47   0,42     0,49 DMS (MD)    0,62  1,04   0,81   0,72     0,86 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey(p<0,05). GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. DIGNU: Digitaria nuda

Na Tabela 5 verifica-se os resultados da análise de variância

referente ao número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos em

diferentes épocas de avaliação. Observa-se que houve efeito significativo da forma de

incorporação da gema em todos os períodos estudados. Já, para o efeito da quantidade de

massa de DIGNU, aos 14 DAPG registrou-se valores significativos. Ressalta-se, que a

interação entre os dois fatores estudados mostrou-se significativo apenas na avaliação

realizada aos 14 DAPG.

25

Tabela 5. Resultados da análise de variância referente ao número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu /SP, 2013.

Fontes de variação  Dias após o plantio da gema 7 14 21 28 35 42

F Incorp. Gema (IG)   0  0,0000** 0,0000**  0,0000**  0,0000**  0,0000**    Massa DIGNU (MD)  0  0,0272*  0,5672ns  0,9335ns  0,8880ns  0,6581ns    IG x MD  0  0,0080** 0,8763ns  0,6721ns  0,7912ns  0,4054ns CV (%)    37,2  26,6  19,9  17,1  13,3 ** Significativo ao 1% de probabilidade  * Significativo ao 5%   de probabilidade        NS ‐  Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação   

Na Tabela 6 observa-se os resultados das variáveis principais

estudadas. Quanto a forma de incorporação de gema ao solo, verifica-se que até aos 42

DAPG o número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB867515 foi maior quando

utilizou-se GBMSS do solo em relação as duas formas de incorporação (GNBMSS e

GNBMSI). Quando da utilização de gema não brotada, a manutenção da massa seca de

DIGNU sobre a superfície do solo determinou reduções maiores no número de folhas em

relação a sua incorporação.

Em relação a quantidade de massa seca de DIGNU avaliada

(Tabela 6), registra-se que apenas aos 14 DAPG houve influência de massa seca nas

quantidades utilizadas sobre o número de folhas de cana-de-açúcar. Dos 21 até 42 DAPG

não ocorreu influência das quantidades utilizadas de massa seca sobre o número de folhas

da cana-de-açúcar. Portanto, quantidades até 10 t ha-1 não afetaram a emissão de folhas da

variedade RB867515.

26

Tabela 6. Valores médios verificados para o número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB867515 obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Dias após o plantio da gema Formas de 

incorporação da gema(IG)  7 14 21 28 35 42 GBMSS  0    2,12 A 4,20 A 4,91 A 5,66 A    6,54 AGNBMSS  0    0,00 B 1,95 B 3,25 B 3,50 C    5,04 CGNBMSI  0    0,00 B 1,45 C 2,16 C 4,33 B    5,83 B

Massa Seca de DIGNU (MD) 

(t ha‐1)   0  0    0,58 B  2,58 A 3,33 A 4,33 A    5,58 A2  0    0,75 AB 2,50 A 3,33 A 4,58 A    5,91 A4  0    0,66 AB 2,75 A 3,50 A 4,41 A    6,00 A6  0    0,91 A  2,66 A 3,58 A 4,58 A    5,83 A8  0    0,75 AB 2,25 A 3,41 A 4,41 A    5,58 A10  0    0,58 B  2,50 A 3,50 A  4,66 A    5,91 A

DMS (IG)    0,18  0,47   0,47   0,53    0,53 DMS (MD)    0,31  0,81   0,82   0,92    0,92 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05).  GBMSS:  Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. DIGNU: Digitaria nuda

Na Tabela 7, ao analisar-se a interação entre os fatores estudados,

aos 14 DAPG da variedade RB867515, observa-se que o número de folhas foi maior

quando da utilização da GBMSS, independente da sua quantidade de massa estudada

quando comparada as outras duas formas de incorporação da gema da cana-de-açúcar

(GNBMSS) e (GNBMSI).

27

Tabela 7. Valores médios verificados para o número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB867515 obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação, aos 14 dias de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Massa seca de   DIGNU (MD) (t ha‐1) 

Dias após início do plantio da gema 14

Formas de Incorporação da Gema (IG) 

GBMSS  GNBMSS  GNBMSI 

0  1,75 aB  0,00 bA  0,00 bA 2  2,25 aAB  0,00 bA  0,00 bA 4  2,00 aB  0,00 bA  0,00 bA 6  2,75 aA  0,00 bA  0,00 bA 8  2,25 aAB  0,00 bA  0,00 bA 10  1,75 aB  0,00 bA  0,00 bA 

DMS (IG))  0,44 DMS (MD)  0,55 GBMSS:   Gema  brotada  com massa  seca  na  superfície; GNBMSI: Gema  não  brotada  com massa  seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria Nuda                                                                                                                                                           

Na Tabela 8 nota-se os resultados da análise de variância referente

ao número de folhas de cana-de-açúcar da variedade SP813250, obtidos em diferentes

épocas de avaliação. Houve efeito significativo da forma de incorporação da gema em

todos os períodos de avaliação estudados. Para o efeito da quantidade de massa de DIGNU

estudada, observa-se que não houve efeito significativo em todos os períodos de avaliação

analisados. Verifica-se, também, que a interação entre os fatores estudados mostrou-se não

significativa para todas as épocas.

28

Tabela 8. Resultados da análise de variância referente ao número de folhas de cana-de- açúcar da variedade SP813250, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Fontes de variação  Dias após o plantio da gema 7 14 21 28 35 42

F Incorp. Gema (IG)   0 0,0000** 0,0000**  0,0000**  0,0000**  0,0000**    Massa DIGNU (MD)  0 0,7347ns 0,053ns  0,7001ns  0,0514ns  0,3803ns    IG x MD  0 0,3495ns 0,8503ns  0,3194ns  0,230ns  0,5852ns CV (%)  36,8  20,5  17,1  15,1  12,9 ** Significativo ao 1% de probabilidade  * Significativo ao 5%   de probabilidade        NS ‐  Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação   

Na Tabela 9 tem-se apresentado os resultados das variáveis

principais estudadas. Quanto a forma de incorporação de gema ao solo da variedade

SP813250, verifica-se que até aos 42 DAPG o número de folhas de cana-de-açúcar foi

maior quando utilizou-se GBMSS do solo em relação as duas formas de incorporação:

GNBSS e GNBMSI. Em todas as épocas de avaliação a GNBMSS apresentou um número

de folhas semelhante a GNBMSI. Em relação a quantidade de massa seca de DIGNU

estudada verifica-se que não houve influência das quantidades utilizadas de massa seca

sobre o número de folhas da cana-de-açúcar em nenhuma das épocas estudadas. Assim, as

quantidades de até 10 t ha-1 não influenciaram a emissão de folhas da variedade SP813250

(Tabela 9).

29

Tabela 9. Valores médios verificados para o número de folhas de cana-de-açúcar da variedade SP813250, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis nos desdobramentos principais obtidos, em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Dias após o plantio da gema Formas de 

incorporação da gema (IG)  7 14 21 28 35 42 GBMSS  0    3,04 A 4,62 A 4,95 A 7,16 A    8,20 AGNBMSS  0    0,58 B 2,83 B 3,87 B 4,25 B    5,83 BGNBMSI  0    0,37 B 2,37 B 3,12 B 4,50 B    6,41 B

Massa Seca de DIGNU (MD) 

(t ha‐1)   0  0    1,25 A 2,83 A 3,91 A 4,75 A    6,41 A2  0    1,25 A 3,00 A 3,83 A 5,00 A    6,58 A4  0    1,33 A 3,33 A 4,16 A 5,66 A    7,00 A6  0    1,25 A  3,58 A 3,83 A 5,66 A    6,83 A8  0    1,41 A 3,33 A 4,00 A 5,33 A    7,00 A10  0    1,50 A 3,58 A 4,16 A 5,41 A    7,08 A

DMS (IG)      0,34   0,46   0,47   0,56    0,61 DMS (MD)      0,59   0,81   0,82   0,97    1,06 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05).  GBMSS:  Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda

Na Tabela 10 observa-se os resultados da análise de variância

referente à altura de plantas de cana-de-açúcar da variedade RB855453 obtidos em

diferentes épocas de avaliação. Verifica-se que houve efeito significativo da forma de

incorporação da gema em todos os períodos de avaliação estudados. Já, para o efeito da

quantidade de massa de DIGNU foi significativa apenas aos 14 e 21 DAPG. Nota-se,

ainda, que a interação entre os fatores estudados mostrou-se não significativo para todos os

períodos estudados.

30

Tabela 10. Resultados da análise de variância referente à altura de plantas de cana-de-açúcar da variedade RB855453, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Fontes de variação  Dias após o plantio da gema 7 14 21 28 35 42

F Incorp. Gema (IG)   0,0000**  0,0000** 0,0000**  0,0000**  0,0000**  0,0050**    Massa DIGNU (MD)  0,1847ns  0,0001*  0,0034 **  0,0527ns  0,0681ns  0,0520ns    IG x MD  0,6109ns  0,251ns  0,9123ns  0,4917ns  0,3616ns  0,6951ns CV (%)  44,2  23,9  19,5  17,9  17,7  18,5 ** Significativo ao 1% de probabilidade  * Significativo ao 5%   de probabilidade        ns ‐  Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação

Na Tabela 11 nota-se, quanto a forma de incorporação da gema ao

solo, que até aos 35 DAPG a altura de plantas de cana-de-açúcar da variedade RB855453

foi maior quando utilizada GBMSS do solo em relação as duas demais formas de

incorporação (GNBMSS e GNBMSI). Aos 42 dias, GNBMSI apresentou à altura de

plantas semelhante a GBMSS e GNBMSS, porém no uso de gema não brotada a

manutenção da massa seca de DIGNU sobre a superfície do solo foi pior ao crescimento

das plantas da variedade RB855453.

Em relação a quantidade de massa seca de DIGNU avaliada

(Tabela 11), verifica-se que houve influência da quantidade utilizada de massa seca sobre a

altura de plantas de cana-de-açúcar aos 14, 21 e 42 DAPG. Aos 14 DAPG, sem o uso de

massa seca de DIGNU (0 t ha-1) observa-se as maiores alturas de plantas sendo que o uso

da massa seca de DIGNU incrementou significativamente a altura de plantas, com exceção

da quantidade de 4 t ha-1. Aos 21 DAPG o mesmo efeito ocorreu, porém com exceção das

quantidades de 4 e 10 t ha-1 que foram semelhantes a quantidade de 0 t/ha-1. Aos 42 DAPG,

as parcelas que não receberam a massa seca de DIGNU apresentaram altura média inferior

aos demais tratamentos que receberam a massa seca de DIGNU, sendo estatisticamente

inferior somente quando do uso de 10 t ha-1.

Tais resultados evidenciam que não houve um efeito inibitório das

quantidades de massa seca de DIGNU sobre a altura de plantas de cana-de-açúcar e, sim

um efeito positivo com 10 t ha-1 quando do uso da massa seca de DIGNU sobre a altura de

plantas da variedade RB855453. Pereira et al. (2011) observaram resultados inversos

quanto à altura de plantas de milho e girassol, pois encontraram efeitos inibitório do

31

capim-colchão sobre essas espécies, com reduções de 26,5 e 14,6% na altura de plantas

com o uso de 10 t ha-1 de palhada, respectivamente.

Segundo Durigan & Almeida (1993), resíduos de plantas em

cobertura liberam, de forma lenta e contínua, quantidades de aleloquímicos com efeitos

negativos sobre as plantas. No entanto, contatou-se efeito benéfico causado, possivelmente,

por propriedades físicas da palhada, que possibilitou maior retenção de umidade e menor

variação de temperatura no solo e liberação de nutrientes (Vedoato, 1985). Contudo, o

efeito benéfico pode ter ocorrido pelo efeito de aleloquímicos quando liberados em

quantidades muito pequenas poderem ocasionar maior crescimento (Genzi; MC CALLA,

1966).

Tabela 11. Valores médios verificados para altura de plantas (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB855453, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Dias após o plantio da gema Formas de 

incorporação da gema(IG)  7 14 21 28 35 42 GBMSS  3,43 A    9,06 A 11,24 A 14,14 A 16,80 A    19,05 AGNBMSS  0,26 B    3,16 B 5,58 B 9,86 B 12,63 B    15,87 BGNBMSI  0,61 B    2,74 B 6,56 B 9,45 B 13,90 B    17,32 AB

Massa Seca de DIGNU (MD) 

(t ha‐1) 0  1,01 A    3,55 B 6,50 B 10,14 A 13,25 A    15,97 B2  1,48 A    5,25 A 8,43 A 11,38 A 14,21 A    17,30 AB4  1,40 A    4,38 AB 6,86 AB 9,94 A 13,34 A    16,53 AB6  1,48 A    5,69 A 8,52 A 11,92 A 14,92 A    17,77 AB8  1,52 A    5,42 A 8,37 A 11,44 A 14,98 A    18,63 AB10  1,71 A    5,65 A 8,12 AB 12,13 A 16,15 A    20,05 A

DMS (IG)  0,44      0,83     1,05   1,39     1,78     2,24 DMS (MD)  0,76      1,43     1,83   2,41     3,25     3 ,88 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). GBMSS:  Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície (P<0,05). DIGNU: Digitaria nuda 

Na Tabela 12 verifica-se os resultados da análise de variância

referente à altura de plantas de cana-de açúcar da variedade RB867515, obtidos em

32

diferentes épocas de avaliação. Registra-se que houve efeito significativo da forma de

incorporação da gema em todos os períodos estudados. Com relação ao efeito da

quantidade de massa seca de DIGNU somente aos 7, 21 e 28 DAPG observou-se valores

significativos. Ressalta-se, que a interação entre os dois fatores estudados mostrou-se

significativo apenas nas avaliações realizadas aos 7, 14, 21 e 28 DAPG.

Tabela 12. Resultados da análise de variância referente à altura de plantas (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Fontes de variação Dias após o plantio da gema 

7 14 21 28 35 42 F Incorp. Gema (IG)   0,0000**  0,0000** 0,0000**  0,000**  0,0000**  0,0000**    Massa DIGNU (MD)  0,0011**  0,0653 ns 0,0485 *  0,0125 *  0,9986ns  0,8429ns    IG x MD  0,0000**  0,0313 * 0,009 **  0,0067 **  0,4022 ns  0,5043 ns CV (%)  29,0  32,7  20,2  16,7  17,7  15,4 ** Significativo ao 1% de probabilidade  * Significativo ao 5%   de probabilidade        ns ‐  Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação

Na Tabela 13 estão-se apresentados os resultados das variáveis

principais estudadas para altura das plantas de cana-de-açúcar da variedade RB867515.

Quanto a forma de incorporação de gema ao solo, nota-se que em todas épocas avaliadas a

altura de plantas de cana-de-açúcar da variedade RB867515 foi maior quando utilizou-se a

GBMSS do solo em relação as outras variedades (GNBMSS e GNBMSI), sendo que

GNBMSS apresentou altura de plantas superior a GNBMSI, evidenciando um efeito

negativo do uso da massa seca de DIGNU sobre gemas não brotadas da variedade

RB867515, sendo maior quando incorporada ao solo em relação a sua manutenção na

superfície. Segundo Goldfarb et al. (2009), quimicamente, a palhada da cobertura pode

liberar substâncias no meio, que podem causar diminuição da germinação e do

desenvolvimento de plantas.

Em relação a quantidade de massa seca de DIGNU testada,

verifica-se que houve influência da quantidade de massa seca de DIGNU utilizada sobre a

altura de plantas de cana-de-açúcar aos 7, 21, e 28 DAPG. No final do estudo aos 35 e 42

DAPG, todas as quantidades de massa seca de DIGNU utilizadas influenciaram a altura de

33

plantas da cana-de-açúcar de forma semelhante. Assim, quantidades de até 10 t ha-1 não

afetaram a altura de plantas da variedade de cana-de-açúcar RB867515 (Tabela 13).

Tabela 13. Valores médios verificados para altura de plantas (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Dias após o plantio da gema Formas de 

incorporação da gema (IG)  7 14 21 28 35 42

GBMSS  3,35 A    10,50 A 12,45 A 14,46 A 17,75 A    20,42 AGNBMSS  0,07 B     2,03 B 5,69 B 9,70 B 13,14 B    16,02 BGNBMSI  0,29 B     0,52 C 2,91 C 6,90 C 10,59 C    15,00 C

Massa Seca de DIGNU (MD) 

(t ha‐1) 0  1,65 A    5,20 A 8,02 A 10,30 AB 14,00 A    17,58 A2  1,25 AB    4,54 A 6,98 AB 10,52 AB 13,66 A    17,18 A4  1,28 AB    4,40 A 7,00 AB 10,77 A 13,88 A    16,55 A6  1,12 B    3,56 A 6,25 B 8,60 B 13,64 A    16,57 A8  1,01 B    3,72 A 6,63 AB 10,98 A 13,80 A    17,67 A10  1,11 B    4,68 A       7,33 AB 10,95 A 13,99 A    17,33 A

DMS (IG)      2,25  0,99  0,98  1,20  1,70  1,83 DMS (MD)      0,43  1,71  1,71  2,08  2,96  3,18 Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey  (p<0,05). GBMSS:  Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície DIGNU: Digitaria nuda  

Na Tabela 14, ao analisar-se a interação entre os fatores estudados,

da variedade de cana-de-açúcar RB867515, nota-se aos 7 e 14 DAPG que a altura de

plantas de cana-de-açúcar foi maior na GBMSS, independente da quantidade de massa

seca de DIGNU testada sendo que a GNBMSS apresentou-se semelhante a GNBMSI. Aos

14 DAPG, observa-se que a altura de plantas de cana-de-açúcar foi maior da utilização da

GBMSS, independente da quantidade de massa seca estudada quando comparada as outras

duas formas de incorporação da gema, GNBMSS e GNBMSI.

34

Tabela 14. Valores médios verificados para altura de plantas (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação, aos 7 e 14 dias de avaliação Botucatu/SP, 2013.

Formas de incorporação da gema (IG)  Dia após início do plantio da gema  7

14

Massa Seca de DIGNU (MD) (t ha‐1) 

GBMSS  GNBMSS  GNBMSI  GBMSS   GNBMSS  GNBMSI 

0  3,22 aAB  0,00 cA  1,73 bA  10,62 aA  1,85 bA  3,12 bA 2  3,32 aAB  0,42 bA  0,00 bB  11,50 aA  2,12 bA  0,00 bB 4  3,85 aA  0,00 bA  0,00 bB  11,62 aA  1,57 bA  0,00 bB 6  3,38 aAB  0,00 bA  0,00 bB  8,87 aA  1,82 bA  0,00 bB 8  3,02 aB  0,00 bA  0,00 bB  9,00 aA  2,17 bA  0,00 bB 10  3,32 aAB  0,00 bA  0,00 bB  11,37 aA  2,67 bA  0,00 bB 

DMS (IG)  0,61  2,42 DMS (MD)  0,75  2,97 GBMSS:  Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície.                                                                         Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda

Na Tabela 15, ao verificar-se a interação entre os fatores estudados,

da variedade RB867515, observa-se aos 21 DAPG, que a altura de plantas de cana-de-

açúcar foi maior da utilização da GBMSS, independente da sua quantidade de massa seca

de DIGNU estudada quando comparada as outras duas formas de incorporação (GNBSS e

GNBMSI). A GNBMSI foi inferior a GNBMSS, porém as quantidades de massa seca de

D. nuda de 0, 2 e 10 t ha-1 foram semelhantes a GNBMSS. Aos 28 DAPG, a altura de

plantas de cana-de-açúcar foi maior quando da utilização da GBMSS, contudo, nas

quantidades de 6 e 8 t ha-1 de massa seca de D. nuda da GNBMSS foi semelhante a

GBMSS.

Quanto as formas de incorporação, GNBMSS apresentou médias

superiores a GNBMSI, e esta obteve resultados semelhantes a GNBMSS apenas nas

quantidades de massa seca de DIGNU em 0, 4 e 6 t ha-1.

35

Tabela 15. Valores médios verificados para altura de plantas (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação aos 21 e 28 dias de avaliação Botucatu/SP, 2013.

Formas de incorporação da gema (IG)  Dias após início do plantio da gema  21

28

Massa Seca de DIGNU (MD)  

(t ha‐1) GBMSS  GNBMSS  GNBMSI  GBMSS   GNBMSS  GNBMSI 

0  13,12 aA  5,25 bA  5,70 bA  15,00 aA  7,35 bB  8,55 bA 2  12,32 aA  5,50 bA  3,12 bAB  15,70 aA  10,17 bAB  5,70 cA 4  13,47 aA  5,55 bA  1,97 cB  15,62 aA  9,77 bAB  6,92 bA 6  10,85 aA  5,92 bA  2,00 cB  10,85 aAB  8,65 abAB  6,30 bA 8  11,32 aA  6,75 bA  1,82 cB  14,42 aAB  11,82 aA  6,70 bA 10  13,60 aA  5,20 bA  3,20 bAB  15,17 aA  10,42 bAB  7,25 cA 

DMS (IG)  2,41  2,94 DMS (MD)  2,96  3,61 GBMSS:  Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície.                                                                         Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda

Na Tabela 16, estão apresentados os resultados da análise de

variância referente à altura de plantas de cana-de-açúcar da variedade SP813250, obtidos

em diferentes épocas de avaliação. Nota-se que houve efeito significativo da forma de

incorporação da gema em todos os períodos de avaliação estudados. Para o efeito da

quantidade de massa seca de DIGNU testada, todos os períodos de avaliação estudados

foram não significativos. Ressalta-se ainda que a interação entre os dois fatores estudados

mostrou-se não significativo em todas as épocas avaliadas.

36

Tabela 16. Resultados da análise de variância referente à altura de plantas (cm) da cana-de-açúcar da variedade SP813250, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Fontes de variação  Dias após o plantio da gema 7 14 21 28 35 42

F Incorp. Gema (IG)   00000**  00000** 00000**  00000**  00000**  00000**    Massa DIGNU (MD)  0,7408ns  0,7522ns 0,0982ns  0,3888ns  0,0908ns  0,1002ns    IG x MD  0,5416ns  0,9455ns 0,7649ns  0,5300ns  0,4741ns  0,2765ns CV (%)  47,9  28,2  20,3  20,7  18,5  17,1 ** Significativo ao 1% de probabilidade  * Significativo ao 5%   de probabilidade        ns ‐  Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação                                                                                                                                                               

Na Tabela 17 tem-se apresentado os resultados das variáveis

principais estudados. Quanto a forma de incorporação da gema ao solo, verifica-se que até

aos 42 DAPG o número de plantas de cana-de-açúcar da variedade SP81-3250 foi maior

quando utilizada a GBMSS em relação as duas demais formas de incorporação (GNBMSS

e GNBMSI). Ressalta-se, ainda, que a forma de incorporação GNBMSI obteve maiores

médias que a GNBMSS aos 35 e 42 DAPG. Porém não diferiu nas avaliações aos 7, 14 e

21 DAPG evidenciando um efeito negativo no crescimento das plantas de cana-de-açúcar

quando da colocação da massa seca de DIGNU sobre o solo.

Porém, tais resultados evidenciam que a forma de incorporação da

gema ao solo pode ter influenciado a altura de plantas de cana-de-açúcar com o avanço dos

períodos de avaliação. Em relação a quantidade de massa seca de DIGNU testada (Tabela

17), verifica-se que não houve influência de nenhuma quantidade utilizada sobre a altura

de plantas de cana-de-açúcar em todas as épocas estudadas. Assim, quantidades de até 10 t

ha-1 não afetaram a altura de plantas da variedade SP813250. Pereira et al. (2011)

observaram que a incorporação de massa seca de capim-colchão não afetou o

desenvolvimento da cultura de triticale, não reduzindo a altura de suas plantas, o que

corrobora os dados ora encontrados.

37

Tabela 17. Valores médios verificados para altura de plantas (cm) de cana-de-açúcar da variedade SP813250, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais, em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Dias após o plantio da gema Formas de 

incorporação da gema (IG)  7 14 21 28 35 42 GBMSS  2,67 A    5,61 A 9,41 A 12,47 A 19,53 A    22,49 AGNBMSS  0,47 B    3,57 B 5,67 B 10,40 B 10,29 C    12,70 CGNBMSI  0,44 B    2,94 B 5,52 B 7,51 C 13,64 B    17,90 B

Massa Seca de DIGNU (MD) 

(t ha‐1) 0  1,04 A    3,64 A 6,07 A 9,00 A 13,17 A    15,85 A2  1,06 A    4,24 A 7,07 A 10,38 A 13,54 A    17,12 A4  1,27 A    4,25 A 6,34 A 10,76 A 16,05 A    19,43 A6  1,23 A    3,91 A 7,48 A 10,60 A 15,43 A    18,54 A8  1,35 A    4,20 A 7,39 A 9,95 A 14,19 A    17,68 A10  1,24 A    4,02 A 6,86 A 10,08 A 14,58 A    17,58 A

DMS (IG)  0,39  0,79  0,97  1,46  1,86   2,10 DMS (MD)  0,69  1,37  1,68  2,53  3,23   3,64 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (P<0,05). GBMSS:  Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. DIGNU: Digitaria nuda 

Na Tabela 18, observa-se os resultados da análise de variância

referente ao diâmetro de perfilho de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos em

diferentes épocas de avaliação. Registra-se que houve efeito significativo da forma de

incorporação da gema em todos os períodos de avaliação estudados. Quanto ao efeito da

quantidade de massa seca de DIGNU, apenas aos 7 e 14 DAPG houve efeito significativo.

Ressalta-se, ainda, que aos 14 DAPG houve efeito significativo da interação entre os dois

fatores estudados.

38

Tabela 18. Resultados da análise de variância referente ao diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu /SP, 2013.

Fontes de variação  Dias após o plantio da gema 7 14 21 28 35 42

F Incorp. Gema (IG)   0,0000**  0,0000** 0,0000**  0,0000**  0,0000**  0,0000**    Massa DIGNU (MD)  0,0009**  0,0253*  0,0548ns  0,1334ns  0,5830ns  0,6417ns    IG x MD  0,1883ns  0,0167* 0,0558ns  0,1996ns  0,9485ns  0,8196ns CV (%)  47,6  49,8  14,0  11,8  10,6  9,00 ** Significativo ao 1% de probabilidade  * Significativo ao 5%   de probabilidade        ns ‐  Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação                                                                                                                                                                

Na Tabela 19, quanto a forma de incorporação de gema ao solo,

verifica-se que aos 7 e 14 DAPG os resultados para o diâmetro de perfilho para a variedade

de cana-de-açúcar RB867515 foram distintos e com diâmetro maior quando do uso das

GBMSS somente aos 7 dias. Para os períodos de 21 e 28 DAPG, os resultados observados

foram semelhantes com os diâmetros de perfilhos maiores quando do uso da GNBMSS e

semelhantes entre a GNBMSS e GBMSI. Aos 35 e 42 DAPG os diâmetros de perfilho

foram maiores também quando do uso da GNBMSS, porém os perfilhos das parcelas que

receberam GNBMSI apresentaram diâmetro superior as GBMSS.

Quanto a quantidade de massa seca de DIGNU, nota-se que todos

os tratamentos testados (0 a 10 t ha-1) proporcionaram diâmetros de perfilhos semelhantes

nas plantas da variedade RB867515, demonstrando não haver influência da quantidade de

massa seca de DIGNU sobre este parâmetro da cultura estudada. Porém, Santos (2002),

registra que a matéria seca de milho, quando incorporada ao solo na quantidade de 8 t ha-1,

afetou negativamente o incremento de diâmetro do caule do cafeeiro, em até 60 dias após o

plantio, no entanto as quantidades de 2 e 4 t ha-1 de matéria seca não apresentaram efeito

significativo.

39

Tabela 19. Valores médios verificados para diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Dias após o plantio da gema Formas de 

incorporação da gema (IG)  7 14 21 28 35 42 GBMSS  0,50 A    0,56 A 0,61 B 0,63 B 0,67 C    0,75 CGNBMSS  0,02 B    0,52 A 0,75 A 0,82 A 0,97 A    1,09 AGNBMSI  0,00 B    0,19 B 0,55 B 0,65 B 0,76 B    0,95 B

Massa Seca de DIGNU (MD) 

(t ha‐1) 0  0,15 B    0,42 AB 0,59 A 0,70 A 0,78 A    0,91 A2  0,28 A    0,58 A 0,69 A 0,72 A 0,79 A    0,91 A4  0,15 A    0,48 AB 0,69 A 0,75 A 0,82 A    0,95 A6  0,15 A    0,28 B 0,61 A 0,65 A 0,78 A    0,91 A8  0,15 A    0,35 AB 0,65 A 0,70 A 0,80 A    0,95 A10  0,15 A    0,43 AB 0,61 A 0,68 A 0,83 A    0,95 A

DMS (IG)  0,05  0,14  0,06  0,05  0,05  0,05 DMS (MD)  0,10  0,25  0,10  0,10  0,10  0,10 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). GBMSS:  Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. DIGNU: Digitaria nuda

Na Tabela 20, ao analisar-se a interação entre os fatores estudados,

aos 14 DAPG da variedade de cana-de-açúcar RB867515, nota-se que o diâmetro de

perfilho na utilização de GBMSS, com exceção de 2 e 4 t ha-1, obteve resultados

semelhantes a GNBMSI, e superiores a GNBMSS dependendo da quantidade de massa

seca de DIGNU utilizada, sendo de forma mais intensa quando da utilização de

quantidades iguais ou superiores a 6 t ha-1. Ao analisar-se a quantidade de massa seca de

DIGNU dentro de cada forma de incorporação da gema, verifica-se que não houve efeito

da massa seca de DIGNU sobre o diâmetro de perfilho aos 14 DAPG.

40

Tabela 20. Valores médios verificados para diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB867515 obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação, aos 14 dias de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Dia após início do plantio da gema 

14 Formas de incorporação (IG) 

Massa Seca DIGNU (MD) t ha‐1 

GBMSS  GNBMSI  GNBMSS 

0  0,50 aA  0,52 aAB  0,250 aAB 2  0,55 abA  0,80 aA  0,40 bAB 4  0,55 aA  0,37 aAB  0,52 aA 6  0,52 aA  0,32 abB  0,00 bB 8  0,60 aA  0,47 aAB  0,00 bB 10  0,67 aA  0,62 aAB  0,00 bB 

DMS (IG) DMS (MD) 

0,36 0,44 

GBMSS:  Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície.                                                                                             Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (P<0,05).                                                                                                             DIGNU: Digitaria nuda                                              

Na Tabela 21, verifica-se que não houve efeito significativo da

forma de incorporação da gema apenas somente aos 28 DAPG. Para o efeito de quantidade

de massa seca de DIGNU testada, apenas aos 42 DAPG registrou-se valores significativos.

Ressalta-se, que a interação entre os dois fatores estudados mostrou-se significativa aos 7,

28, 35 e 42 DAPG.

Tabela 21. Resultados da análise de variância referente ao diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB855453, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Fontes de variação  Dias após o plantio da gema 7 14 21 28 35 42

F Incorp. Gema (IG)   0,0001**  0,012*  0,0184**  0,1205ns 0,0090**  0,0121*    Massa DIGNU (MD)  0,1333ns  0,158 ns  0,7875 ns  0,1531 ns  0,5206 ns  0,0432 *    IG x MD  0,0035**  0,115ns  0,0570ns 0,0116*  0,0106**  0,0100* CV (%)  65,5  32,8  22,2  17,5  14,6  11,3 ** Significativo ao 1% de probabilidade  * Significativo ao 5%   de probabilidade        ns ‐  Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação                                                                                                                                                               

41

Na Tabela 22, quanto a forma de incorporação de gema ao solo da

variedade RB855453, observa-se que o diâmetro de perfilho foi maior quando da utilização

da GBMSS até aos 21 DAPG sobre GNBMSS e GNBMSI. Já, a partir dos 35 DAPG a

GNBMSS apresentou diâmetro maior que a GNBMSI, porém semelhante a GNBMSS.

Em relação a quantidade de massa seca de DIGNU testada (Tabela

22), nota-se que não houve influência do montante utilizado sobre o diâmetro de perfilho

das plantas de cana-de-açúcar, independente da quantidade utilizada, em relação a

testemunha (0 t ha-1). No entanto, Santos (2002) observou que as palhadas de milho em

cobertura causaram maior acúmulo de biomassa seca de caule em plantas de café, que a

incorporada e a testemunha sem palha.

Tabela 22. Valores médios verificados para diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB855453, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013

Dias após o plantio da gema Formas de 

incorporação da gema (IG)  7 14 21 28 35 42 GBMSS  0,45 A   0,61 A 0,75 A 0,80 A 0,87 AB   0,96 ABGNBMSS  0,16 B   0,55AB 0,62 B 0,79 A 0,90 A   1,00 A GNBMSI  0,21 B   0,45B 0,68 AB 0,72 A 0,79 B   0,90 B

Massa Seca de DIGNU (MD) 

(t ha‐1) 0  0,15 A    0,43 A  0,72 A  0,81 A  0,86 A    0,98 AB 2  0,32 A    0,52 A  0,64 A  0,81 A  0,90 A    1,03 A 4  0,29 A    0,51 A  0,64 A  0,77 A  0,86 A    0,96 AB 6  0,29 A    0,55 A  0,70 A  0,70 A  0,82 A    0,90 B 8  0,35 A    0,61 A  0,67 A  0,77 A  0,85 A    0,93 AB 10   0,25 A    0,60 A  0,67 A  0,74 A  0,81 A    0,91 AB 

DMS (IG)  0,12  0,12  0,10  0,09  0,08  0,07 DMS (MD)  0,21  0,21  0,18  0,16  0,15  0,13 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05).  GBMSS:  Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. DIGNU: Digitaria nuda 

Na Tabela 23, ao analisar-se a interação entre os fatores estudados,

aos 7 DAPG da variedade de cana-de-açúcar RB855453, nota-se que o diâmetro de

42

perfilho foi maior quando da utilização da GBMSS, independente da sua quantidade de

massa seca de DIGNU estudada quando comparada as outras duas formas de incorporação:

GNBMSS e GNBMSI, exceção quando utilizou-se 2, 4 e 6 t ha-1 de massa seca de DIGNU

com relação à GNBMSI somente. Aos 28 DAPG, verifica-se que o diâmetro de perfilho da

cana-de-açúcar foi semelhante dentro de cada forma de incorporação da gema de cada

quantidade de massa seca de DIGNU utilizada, com exceção da quantidade de 4 t ha-1

quando da utilização da GNBMSS que foi inferior as demais formas de incorporação de

gema (GBMSS e GNBMSI).

Tabela 23. Valores médios verificados para diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB855453 obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação, aos 7 e 28 dias de avaliação Botucatu/SP, 2013.

Formas de incorporação da gema (IG)  Dia após início do plantio da Gema   7

28

Massa Seca de DIGNU (MD)     

(t ha‐1) GBMSS  GNBMSS  GNBMSI  GBMSS   GNBMSS  GNBMSI 

0  0,45 aA  0,00 bB  0,00 bB  0,85 aA  0,75 aA  0,81 aA 2  0,45 aA  0,12 bAB  0,40 abA  0,70 aA  0,87 aA  0,87 aA 4  0,43 aA  0,10 bB  0,35 abAB  0,97 aA  0,72 bA  0,62 aA 6  0,52 aA  0,00 bB  0,35 aAB  0,77 aA  0,67 aA  0,67 aA 8  0,50 aA  0,45 aA  0,10 bAB  0,75 aA  0,90 aA  0,67 aA 10  0,42 aA  0,25 abAB  0,10 bAB  0,75 aA  0,82aA  0,65 aA 

DMS (IG)  0,31  0,23 DMS (MD)  0,38  0,28 

GBMSS:  Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície.                                                                         Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05).                                                                                                                DIGNU: Digitaria nuda 

Na Tabela 24, ao avaliar-se a interação entre os fatores estudados

da variedade de cana-de-açúcar RB855453, observa-se que em ambas as épocas, 35 e 42

DAPG, que não houve efeito da quantidade de massa seca de DIGNU sobre o diâmetro de

perfilho das plantas de cana-de-açúcar dentro de cada forma de incorporação da gema, pois

independente da quantidade utilizada (2 a 10 t ha-1) o diâmetro foi semelhante a

testemunha (0 t ha-1). Quanto ao efeito de cada quantidade de massa seca de DIGNU sobre

43

a forma de incorporação da gema, aos 35 e 42 DAPG, quando da utilização de 8 t ha-1, a

GNBMSS e GBMSS apresentou diâmetro superior em relação a GNBMSI.

Alves, (2003) encontrou diferença significativa em plantas de café,

em relação aos efeitos de palhada em superfície causado por cultivares de milho, para o

parâmetro incremento de diâmetro, em que o tratamento com a cultivar C-435 apresentou

valor superior à testemunha.

Tabela 24. Valores médios verificados para diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB855453, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação, aos 35 e 42 dias de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Formas de incorporação da gema (IG) Dia após início do plantio da gema 35 42 Massa Seca de DIGNU (MD) t ha‐1 

GBMSS  GNBMSS GNBMSI  GBMSS  GNBMSS  GNBMSI 

0  0,87 aA  0,85 aA  0,87 aAB  1,02 aA 0,97 aA  0,95 aAB2  0,77 aA  0,97 aA  0,97 aA  0,92 aA 1,07 aA  1,10 aA 4  1,02 aA  0,82 abA  0,75 aAB  1,05 aA 0,97 aA  0,87 aB 6  0,87 aA  0,87 aA  0,72 aAB  0,92 aA 0,87 aA  0,90 aAB8  0,82 aA  1,00 aA  0,72 bAB  0,92 aA 1,10 aA  0,77 aB 10  0,85 aA  0,90 aA  0,70 aB  0,92 aA 1,00 aA  0,82 aB 

DMS (IG)  0,21  0,18 DMS (MD)  0,26  0,22 

GBMSS:  Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície.                                                                Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05).                                                                                                      DIGNU: Digitaria nuda 

Na Tabela 25 observa-se os resultados da análise de variância

referente ao diâmetro de perfilho de cana-de-açúcar da variedade SP813250, obtidos em

diferentes épocas de avaliação. Verifica-se apenas aos 14 DAPG, que não ocorreu efeito

significativo da forma de incorporação da gema. Para o efeito da quantidade de massa seca

de DIGNU, nota-se que não houve efeito significativo em todos os períodos de avaliação,

bem como também para a interação entre os fatores estudados.

44

Tabela 25. Resultados da análise de variância referente ao diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade SP81-3250, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Fontes de variação Dias após o plantio da gema 

7 14 21 28 35 42 F Incorp. Gema (IG)   0,0000**  0.0678ns  0,0000** 0,0000**  0,0000**  0,0000**    Massa DIGNU (MD)  0,4027ns  0,4322ns  0,7972ns  0,1653ns  0,1351ns  0,3305ns    IG x MD  0,0820ns  0,3399ns  0,6288ns  0,3004ns  0,1823ns  0.4906ns CV (%)  68,5  69,1  17,8  14,3  11,4  10,0 ** Significativo ao 1% de probabilidade  * Significativo ao 5%   de probabilidade        ns ‐  Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação       

Na Tabela 26, verifica-se quanto a forma de incorporação de gema

ao solo que a partir dos 21 DAPG o diâmetro de perfilho da cana-de-açúcar da variedade

SP81-3250, foi maior quando utilizou-se a GNBMSS em relação as duas demais formas de

incorporação (GBMSS e GNBMSI). A possível explicação para tal resultado pode estar

relacionado a perda de água maior que deve ter ocorrido quando do uso da GBMSS e ao

contato pouco efetivo do solo com planta junto a GNBMSI.

Em relação a quantidade de massa seca de DIGNU testada (Tabela

26), registra-se que não houve influência da massa seca independente da quantidade

utilizada sobre o diâmetro de perfilho da cana-de-açúcar em nenhuma das épocas

estudadas. Assim, quantidades de até 10 t ha-1 não afetaram o diâmetro de perfilho da

variedade SP81-3250, indicando não haver efeito inibitório algum da massa seca de

DIGNU sobre o diâmetro de perfilho desta variedade de cana-de-açúcar. Santos (2002)

encontrou um efeito negativo causado pelo uso de massa seca das cultivares de milho AG-

1051 e C-333 sobre plantas de cafeeiro, com redução no crescimento, na área foliar e no

diâmetro do caule.

45

Tabela 26. Valores médios verificados para diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade SP81-3250, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais, em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Dias após o plantio da gema Formas de 

incorporação de gema (IG)  7 14 21 28 35 42 GBMSS  0,53 A    0,68 A 0,79 B 0,90 B 0,96 B    1,10 BGNBMSS  0,22 B    1,10 A 0,97 A 1,10 A 1,19 A    1,28 AGNBMSI  0,20 B    0,54 A 0,80 B 0,91 B 0,94 B    1,06 B

Massa Seca de DIGNU (MD) 

(t ha‐1) 0  0,35 A    0,69 A  0,84 A  1,01 A  1,05 A    1,16 A 2  0,23 A    0,64 A  0,84 A  0,95 A  1,02 A    1,14 A 4  0,38 A    0,65 A  0,92 A  1,05 A  1,11 A    1,21 A 6  0,29 A    1,27 A  0,87 A  0,93 A  1,02 A    1,12 A 8  0,40 A    0,74 A  0,84 A  0,94 A  0,97 A    1,11 A 10  0,30 A    0,68 A  0,84 A  0,94 A  1,03 A    1,15 A 

DMS (IG)  0,15  0,59  0,10  0,09  0,08  0,08 DMS (MD)  0,26  1,02  0,18  0,16  0,14  0,13 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). GBMSS:  Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. DIGNU: Digitaria nuda 

Na Tabela 27, observa-se os resultados da análise de variância

referente a massa seca das plantas de cana-de-açúcar das variedades RB855453, RB867515

e SP81-3250, no qual verifica-se que houve efeito significativo quanto a forma de

incorporação da gema em todas as variedades de cana-de-açúcar estudadas. Para o efeito

de quantidade de massa seca de DIGNU, apenas a variedade SP81-3250 mostra-se

significativo, bem como a interação entre os dois fatores somente para esta variedade.

46

Tabela 27. Resultados da análise de variância referente à massa seca das plantas de cana-de-açúcar das variedades RB855453, RB867515, SP81-3250, obtidos aos 42 dias após o plantio das gemas. Botucatu/SP, 2013.

Na Tabela 28, quanto a forma de incorporação de gema ao solo,

observa-se que a massa seca da cana-de-açúcar da variedade RB855453 a forma de

incorporação GBMSS obteve as médias superiores as duas demais formas de incorporação

(GNBMSS e GNBMSI) e foram semelhantes entre si. Já, Para as variedades de cana-de-

açúcar RB867515 e SP81-3250 a forma de incorporação de gema GBMSS também obteve

médias superiores as demais, sendo que a GNBMSS foi superior a GNBMSI. As plantas

provenientes da GBMSS tiveram um ganho inicial de desenvolvimento que permitiu terem

um acúmulo de massa seca maior frente as plantas provindas das GNBMSS e GNBMSI e a

menor biomassa seca verificada para as plantas originárias das GNBMSI deve estar

relacionada a um contato deficiente do solo, mais o efeito de palha de DIGNU junto as

gemas, que acabou interferindo no desenvolvimento das plantas, como observado também

para o diâmetro de perfilho em todas as variedades testadas.

Ressalta-se que em alguns estudos com sementes de diferentes

espécies (ipê-amarelo, barbatimão e acácias) avaliaram o efeito do contato destas com

substratos de crescimento de diferentes granulometrias (Martins et al, 2011 e Martins et al.,

2012a e b), sendo que em todos estes estudos os substratos com granulometria fina ou

média proporcionaram maior germinação e crescimento das plântulas em relação a

granulometria maior. Tais resultados podem explicar os resultados ora encontrados, uma

vez que, a incorporação da massa seca de DIGNU em quantidades elevadas pode ter

modificado o contato da gema com o substrato, o que influenciou os resultados.

Ao analisar-se o efeito da quantidade de massa seca de DIGNU

sobre o acúmulo de massa seca das plantas de cana-de-açúcar das três variedades

Fonte de Variação RB855453  RB867515  SP813250 P‐valor  P‐valor  P‐valor 

F Incorporação Gema (IG)  0,0000**  0,000**  0,0000**    Massa seca DIGNU (MD)  0,0574ns  0,1959ns  0,0013**    IG x MD  0,2575ns  0,4501ns  0,0228* CV (%)  34,9  34,8  29,9 ** Significativo ao  1%  de probabilidade* Significativo ao  5% de probabilidade   ns ‐  Não Significativo  DIGNU: Digitaria nuda                                                                                                                                                      Incorp. = incorporação                                                                                                                                                           

47

estudadas, nota-se que não houve efeito sobre as variedades RB855453 e RB867515,

independente da quantidade, porém em termos de médias, nota-se um incremento de 52 e

38% no acúmulo de massa seca da cana-de-açúcar com o uso de 10 t ha-1 de massa seca de

DIGNU nas variedades RB855453 e RB867515, respectivamente (Tabela 28).

Contudo, quanto a variedade SP81-3250, este efeito foi

significativo, com aumento de 65% no acúmulo de massa seca das plantas de cana-de-

açúcar quando da utilização de 10 t ha-1 de massa seca de DIGNU (Tabela 28). No entanto

Pereira (2011) verificou resultados distintos a esse estudo, quando avaliou tratamentos com

a incorporação da palhada de capim-colchão, este interferiu na massa seca de plantas de

girassol e milho, sendo essas espécies influenciadas, decrescendo de acordo com o

aumento da concentração da planta incorporada ao solo.

Tabela 28. Valores médios verificados para massa seca de cana-de-açúcar das variedades RB855453, RB867515 e SP81-3250, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais aos 42 dias de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Formas de incorporação da gema 

(IG) 

Variedades  

RB855453  RB867515  SP813250 

GBMSS  5,70 A  5,56 A  4,44 A GNBMSS  3,88 B  4,34 B  3,64 B GNBMSI  1,01 B  2,31 C  1,97 C 

Massa Seca de  DIGNU (MD)  

(t ha‐1) 0  3,34 A  3,42 A  2,65 B 2  3,44 A  4,24 A  2,81 B 4  4,16 A  3,50 A  3,16 B 6  4,61 A  4,28 A  3,45 AB 8  4,25 A  4,29 A  3,64 AB 10  5,09 A  4,71 A  4,39 A 

DMS (IG))  1,01  0,98  0,70 DMS (MD)  1,75  1,71  1,21 Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). GBMSS:  Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície.                                                        DIGNU: Digitaria nuda 

Na Tabela 29, ao analisar-se a interação entre os fatores estudados

da variedade de cana-de-açúcar SP81-3250, observa-se que ao comparar-se o efeito da

48

quantidade de massa seca de DIGNU dentro de cada forma de incorporação das gemas,

nota-se que não houve efeito sobre as GNBMSS e GNBMSI, sendo que apenas na GBMSS

a utilização de 10 t ha-1 de massa seca de DIGNU incrementou o acúmulo de massa da

parte aérea das plantas de cana-de-açúcar. Quando comparou-se o efeito de uma

determinada quantidade de massa seca de DIGNU entre as formas de incorporação da

gema desta variedade, verifica-se que o acúmulo de massa seca nas plantas de cana-de-

açúcar proveniente de GNBMSI foi inferior a GBMSS, independente da quantidade e foi

também inferior a GNBMSS, exceção ao uso de 2 e 10 t ha-1.

Tabela 29. Valores médios verificados para a massa seca de cana-de-açúcar da variedade SP81-3250, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação entre os fatores estudados aos 42 dias após o plantio das gemas. Botucatu /SP, 2013.

Massa seca de DIGNU (MD) (t ha‐1) 

Variedade SP813250 Formas de Incorporação da Gema (IG) 

GBMSS  GNBMSS  GNBMSI 

0  3,58 aB  3,06 aA  1,32 bA 2  4,83 aAB  2,49 bA  1.13 bA 4  2,79 aB  3,95 aA  2,73 aA 6  4,49 aAB  3,98 aA  1,92 bA 8  4,70 aAB  4,24 aA  1,97 bA 10  6,28 aA  4,14 bA  2,74 bA 

DMS (IG))  1,71 DMS (MD)  2,10 GBMSS:   Gema  brotada  com massa  seca  na  superfície; GNBMSI: Gema  não  brotada  com massa  seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05).  DIGNU: Digitaria nuda                                                                                                                                                            

Observou-se neste estudo do efeito da massa seca de DIGNU sobre

as plantas de cana-de-açúcar, nenhum efeito inibitório causado pelos resíduas de DIGNU,

sendo notados apenas nas primeiras avaliações, mas no decorrer do tempo as plantas

desenvolveram-se normalmente até o final das avaliações. Este período inicial de inibição

do crescimento, intercalado ou seguido de seca, poderia comprometer o crescimento das

plantas de cana-de-açúcar.

Contudo, ao final do estudo constatou-se que os resíduos da parte

aérea não foram suficientes para causar efeitos negativos no crescimento das plantas de

49

cana-de-açúcar. Outro aspecto importante é que no campo são também encontrados

resíduos de raízes de DIGNU, o que poderia talvez contribuir para aumentar os efeitos

deletérios sobre a cultura.

Assim, frente aos resultados encontrados pode-se inferir que em

áreas de cultivo de cana-de-açúcar, a presença de DIGNU seca ou dessecada em superfície

ou incorporada não ocasionará efeitos inibitórios na cana-de-açúcar.

6.2 Interferência de plantas de Digitaria nuda

Na Tabela 30 estão apresentados os resultados da análise de

variância referentes a avaliação da danos visuais observadas nas plantas das três variedades

de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP81-3250). Nota-se que apenas ocorreu o

efeito significativo da convivência de diferentes densidades de plantas de Digitaria nuda

(DIGNU) com as plantas de cana-de-açúcar.

Tabela 30. Resultados da análise de variância referente a danos visuais em três variedades de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP81-3250) em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Fontes de variação Dias após o plantio  

7 14 21 28 35  F Variedade (V)  0  0  0,1585ns  0,5141ns  0,1313ns     Densidade (D)  0  0  0,0001**  0,0001**  0,0035**     V x D  0  0  0,257ns  0,1404ns  0,3889ns CV (%)  0  0  26,3  10,8  23,8 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5%   de probabilidade        ns ‐  Não Significativo                                                                                                                                                             

Na Tabela 31, quanto ao efeito de variedades, verifica-se que aos 7

e 14 dias após o plantio da gema (DAP) de cana-de-açúcar não foi observado qualquer

sintoma de danos visuais nas plantas das três variedades testadas. Já, aos 21 DAP,

registrou-se alguns sintomas de danos visuais nas folhas (amarelecimento) que evoluíram

até o final do estudo, aos 35 DAP para as três variedades de cana-de-açúcar, com sintomas

bem pronunciados, sendo que não ocorreu diferenças entre as variedades avaliadas. Estes

sintomas podem ser devido ao efeito da competição.

50

Quanto ao efeito da densidade de plantas de DIGNU em

convivência com a cultura da cana-de-açúcar, registra-se que somente observou-se

sintomas de danos visuais a partir dos 21 DAP de cana-de-açúcar. Os sintomas foram mais

severos quando do convívio da cana-de- açúcar com 8 ou mais plantas de DIGNU (aos 21

e 28 DAP). Aos 28 DAP a densidade de plantas daninhas promoveu danos visuais

estatisticamente superior a densidade de 2 plantas por vaso (Tabela 31). De acordo com

Almeida (1991), a redução da taxa de clorofila, que ocasiona o amarelecimento ou clorose

das folhas é o sintoma mais citado nas literaturas de possíveis efeitos alelopáticos.

Com o decorrer do período experimental, os sintomas visuais de

injúrias verificados nas plantas de cana-de-açúcar foram incrementados, porém ao final do

estudo apenas o convívio da cana-de-açúcar com 32 plantas de DIGNU foi superior ao com

2 plantas, sendo semelhantes as demais densidades estudadas, aos 35 DAP (Tabela 31).

Ressalta-se que, qualquer quantidade de plantas de DIGNU avaliada em convívio com as

plantas de cana-de-açúcar, aos 21 DAP determinou danos visuais (amarelecimento e

cloroses) devido a sua interferência (competição e/ou alelopatia).

Tabela 31. Valores médios verificados para danos visuais em plantas de cana-de-açúcar de três variedades (RB815453, RB867515 e SP81-3250), obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Dias após o plantio   

7 14 21 28 35                                                            Efeito de variedade (V)           

RB855453  0  0  12,9 A  36,5 A  52,5 A RB867515  0  0  12,9 A  35,1 A  44,9 A SP81‐3250  0  0  14,8 A  35,6 A  48,8 A 

Número de plantas (DIGNU)                              Efeito de Densidade (D) 2  0  0  9,8 B  27,8 C  37,8 B 4  0  0  10,6 B  32,6 B  47,8 AB 8  0  0  15,0 A  39,2 A  50,9 AB 16  0  0  15,5 A  38,6 A  49,6 AB 32  0  0  16,6 A  40,3 A  57,5 A 

DMS (V)  2,7  3  8,9 DMS (D)        4,1  4,5  13,4 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda

51

Observa-se na Tabela 32, quanto a análise de variância referente à

altura de plantas das variedades de cana-de-açúcar, aos 7, 21, 28 DAP, que apenas

ocorreram efeitos significativos das diferentes densidades de DIGNU aos 21, 28 e 35 DAP,

bem como a sua interação aos períodos de 21 e 28 DAP.

Tabela 32. Resultados da análise de variância referente à altura de plantas de cana-de-açúcar em três variedades (RB867515, RB855453 e SP81-3250) mantidas em convivência com plantas de Digitaria nuda, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Fontes de variação Dias após o plantio  

7 14 21 28 35  F Variedade (V)  0,0001**  0,2949ns  0,0082**  0,0337*  0,266ns     Densidade (D)     0,3606ns  0,2643ns     0,0435*  0,0001**  0,0001**     V x D  0,7986ns  0,7487ns  0,0057**  0,0001**  0,1269ns CV (%)  42,4 22,7 13,5 12,1 17,2 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5%   de probabilidade        ns ‐  Não Significativo                                                                                                                                                             

Na Tabela 33, quanto ao fator variedade, nota-se aos 7 DAP que as

variedades comportaram-se de forma distinta em relação à altura de plantas. Ressalta-se

que essas diferenças iniciais estão ligadas ao material genético, pois trata-se de variedades

com ciclo de maturação diferentes (precoce, médio e tardio), sendo que ao final do estudo,

aos 35 DAP, verificou-se alturas semelhantes entre as variedades estudadas.

Para o efeito de convivência, apenas nas duas últimas avaliações,

aos 28 e 35 DAP, registraram-se efeito da quantidade de plantas de DIGNU sobre a altura

das plantas de cana-de-açúcar. Ao final do estudo apenas duas plantas de DIGNU

determinaram reduções acentuadas na altura de plantas, da ordem de 26,1%. Ressalta-se

que a competição da cana-de-açúcar com quatro ou mais plantas de DIGNU, até 16

plantas, levaram a altura semelhantes, sendo que as plantas que conviveram com 32 plantas

de DIGNU apresentaram a menor altura de plantas de cana-de-açúcar com uma redução de

43%, sendo estatisticamente inferior a testemunha e ao uso de duas plantas de DIGNU.

Paula (2015) encontrou resultados distintos em um estudo ao comparar a altura média de

cana-de-açúcar convivendo com densidades crescente de Digitaria horizontalis em

diferentes épocas de avaliação, pois observou que a altura de plantas de cana-de-açúcar não

foi influenciada por nenhuma das densidades estudadas. No entanto, quando utilizou

52

densidades de Panicum maximum, verificou que a quantidade de quatro plantas por vaso

proporcionou redução significativa do desenvolvimento inicial da planta de cana-de-

açúcar. Carvalho et al. (2013) constataram que o uso de 16 plantas de capim amargoso

convivendo com uma muda de cafeeiro reduziu a altura de plantas em aproximadamente

10%.

Tabela 33. Valores médios verificados para altura de plantas (cm) em três variedades de cana-de-açúcar, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais, em diferentes épocas de avaliação. Botucatu /SP, 2013.

Dias após o plantio

7 14 21 28 35 Efeito de Variedades (V) 

RB855453  4,48 a 0,12 c 6,30 b 

10,04 a9,63 a 10,67 a

14,27 b 16,10 a 14,75 ab 

16,29 b 17,90 a 17,17 ab 

17,40 a 18,67 a 18,71 a 

RB867515 SP81‐3250 

Número de plantas         (DIGNU) 

Efeito de densidade (D) 

0  3,06 a 3,90 a 3,95 a 3,66 a 3,06 a 4,16 a 

9,26 a 10,22 a 11,46 a 9,79 a 9,63 a 10,32 a 

14,83 a 15,46 a 15,80 a 16,13 a 14,33 a 13,71 a 

19,54 a 17,30 abc 17,88 ab 17,08 abc 15,83 bc 15,08 c 

25,67 a 18,96 b 16,75 bc 17,42 bc 16,13 bc 14,63 c 

2 4 8 16 32 

DMS (V)  1,08  1,60 1,41 1,44  2,19DMS (D)  1,87  2,79 2,45 2,50  3,80Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste de Tukey (p>0,05%). DIGNU: Digitaria nuda

Na Tabela 34, ao avaliar-se a interação entre variedade e densidade

de plantas, nota-se aos 21 DAP um comportamento distinto dentro de cada variedade, não

houve efeito da densidade de plantas de DIGNU no convívio com a variedade RB855453

de cana-de-açúcar, enquanto que respostas diferenciadas à densidades de DIGNU nas

variedades RB867515 e SP81-3250.

Ao avaliar-se a densidade de plantas de DIGNU dentro das

variedades, observa-se que a altura de plantas nas diferentes variedades de cana-de-açúcar

foi semelhante quando da ausência de plantas de DIGNU e o mesmo ocorreu quando

53

utilizou-se 16 e 32 plantas por vaso, no entanto o convívio com 2, 4 e 8 plantas de DIGNU

o comportamento da altura de plantas foi dependente da cultivar (Tabela 34).

Na avaliação de 28 DAP o efeito da densidade de plantas de

DGNU dentro de cada variedade foi distinto, sendo que apenas na variedade SP81-3250,

com 8 ou mais plantas daninhas por vaso verificaram-se decréscimos acentuados na altura

de plantas em relação a ausência de plantas de DIGNU (Tabela 34).

Ao analisar-se o efeito de cada densidade de plantas de DIGNU

entre as variedades, nota-se que na ausência da planta daninha a altura de plantas de cana-

de-açúcar foi semelhante em todas as variedades estudadas e o mesmo ocorreu com o uso

da densidade 4, 16 e 32 plantas de DIGNU (Tabela 34). Nas demais densidades, 2 e 8

plantas, o comportamento da altura de plantas foi diferente e modificou-se com a

variedade.

54

Tabela 34. Valores médios verificados para a altura de plantas (cm) em três variedades de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP813250), obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação entre as variedades e convivência com plantas de Digitaria nuda aos 21 e 28 dias de avaliação. Botucatu /SP, 2013.

Dias após o plantio   21

28

Número de Plantas DIGNU  RB855453  RB867515  SP813250  RB855453  RB867515  SP813250 

0 15,25 A,a  15,25 B,a  14,00 AB,a  20,00 A,a  18,00 AB,a  20,63 A,a 2 13,88 A,b   14,75 B,ab  17,75 A,a  15,50 B,b  15,90 B,b  20,50 A,a 4 14,00 A,b   18,00 AB,a  15,40 AB,ab  15,88 AB,a  19,38 AB,a  18,38 AB,a 8 14,38 A,b  19,88 A,a  14,13 AB,b  15,38 B,b  20,88 A,a  15,00 BC,b 16 13,75 A,a  14,75 B,a  14,50 AB,a  15,00 B,a  18,00 AB,a  14,50 BC,a 32 14,38 A,a  14,00 B,a  12,75 B,a     16,00 AB,a  15,25 B,a  14,00 C,a 

DMS (V)  4,3     4,4 DMS (D)   3,47     3,55 

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey  (p<0,05)DIGNU: Digitaria nuda                                                                                                                                                            

55

Na Tabela 35 estão apresentados os resultados da análise de

variância referentes à avaliação ao diâmetro de perfilho avaliado nas plantas das três

variedades de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP81-3250). Observa-se que

ocorreu efeitos significativos para as variedades de cana-de-açúcar em todos os períodos

avaliados. Houve efeitos significativos da densidade de plantas apenas aos 21, 28 e 35

DAP da gema, bem como a sua interação nestes períodos estudados.

Tabela 35. Resultados da análise de variância referente ao diâmetro de perfilho (cm) de plantas de cana-de-açúcar em três variedades (RB855453, RB867515 e SP81-3250), em convivência com as plantas Digitaria nuda, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Fontes de variação Dias após o plantio  

7 14 21 28 35  F Variedade (V)  0,0001**  0,0029**  0,0001**  0,0001**  0,0004**     Densidade (D)  0,3752ns  0,2665ns  0,0001**  0,0001**  0,0001**     V x CO  0,4003ns  0,3737ns  0,0001**  0,0011**  0,0026** CV (%)  12,4  14,2  10,9  13,3  11,5 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5%   de probabilidade        ns ‐  Não Significativo                                                                                                                                                             

Quanto ao efeito de variedades, nota-se que até aos 14 DAP, as

variedades se comportaram de forma distinta em relação ao diâmetro de perfilho, e aos 28

e 35 DAP, a variedade SP81-3250 apresentou um diâmetro de perfilho maior que as

variedades RB855453 e SP867515, sendo estas semelhantes entre si (Tabela 36). Galon et

al. (2011), em um estudo para quantificar a interferência em densidades Bhachiaria

Brizantha sobre as cultivares de cana-de-açúcar RB72454, RB867515 e SP80-1816,

observou que, com o incremento da população da B. brizantha, aos 120 dias após a

emergência da cultura, houve um aumento do diâmetro dos perfilhos, com exceção da

variedade RB72454. O diâmetro de perfilhos está diretamente relacionado com a

disponibilidade de recursos para a cultura, sua restrição provoca abortamento de alguns

afilhos e o engrossamento do perfilho daqueles que permanecerem sobrevivendo

(PDROSA et al., 2005).

Para o efeito de convivência, na última avaliação, aos 28 e 35 DAP

foi verificado efeito da quantidade de plantas de DIGNU sobre a altura das plantas de

cana-de-açúcar, sendo que apenas duas plantas de DIGNU determinaram reduções

56

significativas no diâmetro de perfilho das plantas de cana-de-açúcar, porém semelhante as

demais quantidades de plantas de DIGNU utilizadas. De modo geral, as plantas são

extremamente responsivas aos estresses, sejam naturais ou impostos pelo homem,

alterando sua morfologia em prol de uma adaptação necessária a sua sobrevivência

(SANTOS et al., 2006).

Tabela 36. Valores médios verificados para o diâmetro de perfilho (cm) em três variedades de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP81-3250) obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Dias após o plantio  7 14  21  28  35 

Efeito de Variedades (V) RB815453  0,5 a  0,65 ab  0,73 b  0,81 b  0,96 b RB817515  0,02 b  0,61 b  0,74 b  0,85 b  0,97 b SP813250  0,75 a  0,71 a  0,87 b  0,96 a  1,09 a 

Número de Plantas (DIGNU)  Efeito de Densidade (D) 0  0,35 a  0,67 a  0,83 ab  1,09 a  1,28 a 2  0,37 a  0,68 a  0,88 a  0,93 b  1,03 b 4  0,4 a  0,68 a  0,87 a  0,93 b  0,98 b 8  0,74 a  0,68 a  0,73 bc  0,78 c  0,91 b 16  0,33 a  0,61 a  0,68 c  0,77 c  0,9 b 32  0,35 a  0,63 a  0,68 c  0,75 c  0,93 b 

DMS (V)  0,37  0,06  0,06  0,08  0,08 DMS (D)  0,63  0,11  0,1  0,14  0,14 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda 

Ao avaliar-se a interação entre variedade e densidade de plantas,

aos 21 DAP, nota-se que houve um comportamento distinto dentro de cada variedade não

houve efeito da quantidade de plantas de DIGNU em convívio com a variedade RB855453

de cana-de-açúcar, e respostas diferenciadas à densidades de DIGNU foram observadas nas

nas variedades RB867515 e SP81-3250 (Tabela 37).

Ao analisar-se a densidade de plantas de DIGNU dentro das

variedades aos 21 DAP, verifica-se que o diâmetro de perfilho nas diferentes variedades de

cana-de-açúcar foi diferentes. Na ausência de plantas de DIGNU o diâmetro de perfilho foi

maior na variedade SP81-3250 em relação à RB867515, mas estatisticamente semelhante à

57

RB855453 bem como quando se utilizou 2 e 4 plantas de DIGNU por vaso, sendo que foi

semelhante quando utilizou-se 8, 16 ou 32 plantas por vaso, o que demonstrou uma

superioridade desta variedade em relação as demais.

Na avaliação aos 28 DAP, verifica-se um comportamento distinto

dentro de cada variedade quanto ao diâmetro de perfilho, não foi verificado efeito da

densidade de plantas de DIGNU no convívio com a variedade RB867515 de cana-de-

açúcar (Tabela 37). Ao avaliar-se a densidade de plantas de DIGNU dentro de cada

variedade, nota-se que o diâmetro de perfilho nas diferentes variedades foi distinto quando

da ausência de plantas, sendo semelhantes quando utilizou-se 8, 16 e 32 plantas por vaso;

já o convívio com 0, 2 e 4 plantas de DIGNU afetou o diâmetro de perfilho diferentemente

para cada cultivar, como observado na avaliação de 21 DAP (Tabela 37).

Na avaliação aos 35 DAP, verifica-se um comportamento

semelhante ao observado nas avaliações de 21 e 28 DAP onde não houve efeito da

densidade de plantas de DIGNU no convívio com a variedade RB867515 de cana-de-

açúcar, e respostas diferenciadas à densidades de DIGNU nas variedades RB855453 e

SP81-3250. Assim, a quantidade de plantas de DIGNU testada não interferiu no diâmetro

de perfilho da variedade RB867515, independente da quantidade usada por vaso e no caso

da variedade RB855453, duas plantas já foram o suficiente para reduzir este parâmetro.

Para a variedade SP81-3250, quatro plantas foram necessárias para causar redução, o que

leva a ser a variedade RB867515 mais tolerante a interferência desta planta daninha,

seguida das variedades SP81-3250 e RB855453, respectivamente.

58

Tabela 37. Valores médios verificados para o diâmetro de perfilho (cm) em três variedades de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP813250), obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação entre as variedades e convivência com plantas de Digitaria nuda, aos 21, 28, e 35 dias de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Número de plantas DIGNU 

Dias após o plantio  

21

28

35 RB855453  RB867515  SP813250  RB855453  RB867515  SP813250  RB855453  RB867515  SP813250 

0  0,83 Aab 0,73 Ab 0,78 Ab 0,68 Aa 0,68 Aa 0,68 Aa 

0,73 ABb 0,75 ABb 0,85 Aab 0,73 ABa 0,73 ABa 0,65 Ba 

0,93 Ba 1,18 Aa 0,98 Ba 0,8 BCa 0,65 Ca 0,7 Ca 

1,15 Aa 0,75 Bb 0,83 Bb 0,7 Ba 0,73 Ba 0,73 Ba 

0,95 Ab 0,85 Ab 0,9 Aab 0,75 Aa 0,85 Aa 0,78 Aa 

1,18 Aa 1,2 Aa 

1,05 ABa 0,88 BCa 0,73 Ca 0,75 Ca 

1,3 Aab 0,88 Bb 0,9 Bb 0,85 Ba 0,93 Ba 0,9 Ba 

1,13 Ab 0,95 Ab 0,95 Aab 0,93 Aa 0,93 Aa 0,95 Aa 

1,43 Aa 1,28 ABa 1,1 BCa 0,95 CDa 0,85 Da 0,93 CDa 

2 4 8 16 32       

DMS ( V)   0,18     0,24     0,24 DMS (D)  0,18     0,20     0,20 Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (5%).        DIGNU: Digitaria nuda                                                                                                                          

59

Na Tabela 38 estão apresentados os resultados da análise de

variância referentes a avaliação do número de folhas observada nas plantas de três

variedades de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP81-3250). Verifica-se que

ocorreu o efeito significativo da variedade em todos os períodos de avaliação e para as

diferentes densidades de plantas de DIGNU, apenas aos 21, 28 e 35 dias de avaliação, bem

como não ocorreu efeito da interação entre os fatores estudados.

Tabela 38. Resultados da análise de variância referente ao número de folhas de cana-de-açúcar em três variedades de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP81-3250), obtidos em diferentes épocas de avaliação.

Quanto ao efeito de variedades, registra-se que as variedades

comportaram-se de forma distinta em relação ao número de folhas, sendo que a variedade

SP81-3250 apresentou sempre um número de folhas superior as variedades RB855453 e

RB867515, independente da época de avaliação (Tabela 39). Para o efeito de convivência,

a partir dos 21 DAP até a última avaliação, aos 35 DAP, houve efeito da presença das

plantas daninhas. Aos 28 e 35 DAP (ao final do estudo), o convívio da cultura de cana-de-

açúcar com 8 ou mais plantas de DIGNU reduziu significativamente o número de folhas da

cultura.

Galon, et al. (2011) verificaram que, com acréscimos na população

de B. brizantha, houve aumento da altura das plantas de cana-de-açúcar dos cultivares

RB867515 e SP81-3250. No entanto, a variável número de folhas por planta foi

influenciada negativamente com o aumento da população das plantas de B. Brizantha para

o cultivar RB72454. A competição por luz entre plantas em comunidades inicia-se muito

cedo, afetando precocemente a dominância apical (ALMEIDA; MUNDSTOCK, 2001).

Contudo, Amaral et al. (2015) observaram, em um estudo sobre relações de interferência

Fontes de variação Dias após o início do estudo 

7 14 21 28 35 F Variedade (V)  0,0001**  0,0001**  0,0001**  0,0001**  0,0001**    Densidade (D)  0,414ns  0,383ns  0,006**  0,01**  0,013*    V x CO  0,648ns  0,158ns  0,591ns  0,319ns  0,067ns 

CV (%)  75  22,1  16,3  13,6  12,6 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5%   de probabilidade        ns ‐  Não Significativo                                                                                                                                   

60

entre plantas daninhas e a cultura do grão-de-bico, que o número de folhas aumentou

linearmente em todos os tratamentos, incluindo a testemunha. A convivência com as

plantas daninhas reduziu a emissão de folhas, sendo que os tratamentos com Digitaria

nuda e Eleusine indica foram os mais afetados, com acréscimos de 10 folhas a cada 15

dias, enquanto para as plantas sem convivência com plantas daninhas o aumento foi de 62

folhas a cada 15 dias.

Tabela 39. Valores médios verificados para o número de folhas de cana-açúcar em três variedades (RB815453, RB817515 e SP81-3250), obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais, em diferentes épocas de avaliação. Botucatu /SP, 2013.

Dias após o plantio  7 14  21  28  35 

Efeito de Variedades (V) RB855453  0 b  3 b  3 b  4 b  4 b RB867515  0 b  2 c  3 b  4 b  4 b SP81‐3250  2 a 4 a 5 a 5 a 5 a

Número de Plantas (DIGNU)  Efeito de Densidade (D) 0  1 a  3 a  4 a  5 a  5 a 2  1 a  3 a  4 a  4 b  5 a 4  1 a  3 a  3 b  4 b  5 a 8  1 a  3 a  4 a  4 b  4 b 16  1 a 3 a 4 a 4 b 4 b 32  1 a  3 a  4 a  4 b  4 b 

DMS (V)  0,5  0,5  0,5  0,5  0,4 DMS (D)  0,8  0,7  0,7  0,7  0,7 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda 

Na Tabela 40, encontra-se apresentado o resultado da análise de

variância quanto a área foliar e massa seca de cana-de-açúcar e das plantas de DIGNU.

Nota-se que não houve significância apenas para o efeito da convivência de plantas de

DIGNU e da interação entre os fatores para a área foliar da DIGNU.

61

Tabela 40: Resultados da análise de variância, referente à área (dm2) foliar e massa seca (g) de variedades de cana-de-açúcar (RB867515, RB855453 e SP81-3250) e de plantas de Digitaria nuda, em convivência, aos 42 dias após transplantio das mudas. Botucatu/SP, 2013.

Fonte de variação Cana‐de‐açúcar  Digitaria nuda 

Área Foliar  Massa seca  Área Foliar  Massa Seca 

F Variedades (V)  0,0001**  0,0035**  0,00735**  0,0000**     Densidade (D)  0,0000**  0,0000**  0,6213ns  0,0000**     V x D  0,0013**  0,0435*  0,1952ns  0,0195* CV(%)  51,8  34,5  54,0  18,9 

** Significativo ao 1% de probabilidade                                                                                                                                 * Significativo ao 1% de probabilidade                                                                                                                                    Ns ‐ Não Significativo

Quanto ao efeito das variedades, nota-se que a variedade SP81-

3250 apresentou maior área foliar e acúmulo de massa seca ao final do estudo, sendo

superior a variedade RB855453 para ambos parâmetros avaliados, porém semelhantes a

RB867515 (Tabela 41), sendo estes resultados inerentes as diferenças genéticas entre os

materiais estudados. Com relação ao número de plantas de DIGNU testadas, verifica-se

que tanto para área foliar como para o acúmulo de biomassa seca, 2 plantas de DIGNU por

vaso já determinaram decréscimos elevados, da ordem de 52,9 e 45,7%, respectivamente e

quando utilizou-se 32 plantas por vaso, chegaram a reduzir em 669 e 253,7% da área foliar

e o acúmulo de massa seca da cana-de-açúcar, respectivamente (Tabela 41).

Segundo Galon, (2011), a área foliar das plantas de cana-de-açúcar

foi menor com o aumento da B. brizantha, para as variedades RB72454 e SP80-1816.

Quanto à variedade RB867515, esta foi mais tolerante à competição com a planta daninha,

para a mesma variável estudada, pois com o aumento da população do competidor,

observou-se valor constante da área foliar. Ferreira et al. (2008) ao observarem que o

aumento da população de azevém, ao competir com o trigo, ocasionou a diminuição da

área foliar da cultura, mas não alterou a espessura das folhas.

Os resultados encontrados por Galon et al. (2011) demonstram que

houve menor acúmulo de massa seca na variedade de cana-de-açúcar RB72454 em função

do aumento da população de B. brizantha. As variedades RB867515 e SP80-1816 não

sofreram alterações com o aumento das populações de plantas daninhas, evidenciando a

menor a menor influência da competição na fase inicial de desenvolvimento da cultura.

62

Tabela 41. Valores médios verificados para a área foliar e acúmulo de massa seca de plantas em três variedades de cana-de-açúcar, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais, ao final do estudo (35 dias após o transplantio das mudas). Botucatu/SP, 2013.

Cana‐de‐açúcar Área Foliar (dm2)  Massa seca (g) 

  Efeito de variedade (V) 

RB855453  63,66 b  3,74 b RB867515  131,76 a  4,64 ab SP813250  131,92 a  5,35 a 

Número de plantas (DIGNU)   Efeito de densidade (D) 0  279,90 a  8,95 a 2  131,79 b  4,86 b 4  98,37 bc  4,32 bc 8  57,54 c  3,45 bc 16  52,60 c  3,35 bc 32  36,48 c  2,53 c 

DMS (V)  39,50  1,09 DMS (D)  64,48  1,90 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda                                                                                                                                                               

Na Tabela 42, ao analisar-se o desdobramento da interação entre os

fatores estudados quanto à área foliar das plantas de cana-de-açúcar, nota-se que para todas

as três variedades, a área foliar foi superior quando as plantas de cana-de-açúcar não

estavam em convivência com as plantas de DIGNU. Para a variedade RB855453 a

convivência com até 8 plantas de DIGNU por vaso mostrou-se semelhante a testemunha

sem planta daninha, sendo que a partir de 16 plantas ocorreram reduções significativas no

tamanho da área foliar desta variedade. Para a variedade RB867515, duas plantas por vaso

determinou decréscimos acentuados no tamanho da área foliar, mostrando ser esta

variedade mais sensível a interferência da planta daninha do que a variedade RB855453.

No caso da variedade SP81-3250 foi necessário 4 plantas por vaso de DIGNU para reduzir

a sua área foliar, colocando esta variedade como intermediária em relação a suscetibilidade

a interferência da planta daninha (Tabela 42).

Ao comparar-se uma densidade específica de plantas de DIGNU

entre as três variedades registra-se que sob a presença de 2 plantas por vaso, a variedade

SP81-3250 apresentou maior área foliar que as demais variedades. Com densidade de

63

quatro plantas a área foliar foi superior apenas na variedade RB855453 e quando sob a

interferência de oito ou mais plantas de DIGNU, todas as variedades comportaram-se de

forma semelhante quanto ao tamanho de sua área foliar. Tais resultados mostram que as

vantagens iniciais produzidas pela variedade SP81-3250 foram anuladas quando o número

de plantas de DIGNU foi incrementado.

Tabela 42. Valores médios observados para área foliar (dm2) da cana-de-açúcar em três variedades de cana-de-açúcar, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação entre variedades e densidade de plantas de Digitaria nuda, em densidade ao final do estudo (35 dias após o transplantio das mudas). Botucatu/SP, 2013.

Número de plantas (DIGNU) ‐ D  

Variedades (V) RB855453 RB867515 SP813250

0  166,52 Ac  393,52 Aa  279,67 Ab 2  51,89 ABb  113,67 Bb  229,83 Aa 4  51,48 ABb  133,06 Ba  110,58 Ba 8  49,88 Aba  50,83 Ba  71,91 Ba 16  29,11 Ba  74,04 Ba  54,64 Ba 32  33,07 Ba  31,45 Ba  44,92 Ba 

DMS (V)  96,77 DMS (D)  118,62 Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).                                                                                                                                                                     DIGNU – Digitaria Nuda 

Na Tabela 43, ao analisar-se o desdobramento da interação entre os

fatores estudados quanto ao acúmulo de massa seca das plantas de cana-de-açúcar,

observa-se que para as três variedades, a massa seca foi superior quando as plantas de

cana-de-açúcar não estavam em convivência com as plantas de DIGNU. Para as variedades

RB855453 e RB867515 duas plantas por vaso foram o suficiente para reduzir

drasticamente o acúmulo de massa seca em 182 e 159%, respectivamente, sendo que não

houve diferenças para as densidades de plantas de DIGNU. Para a variedade SP81-3250

foram necessárias quatro plantas para que houvesse redução significativa no acúmulo de

massa seca desta variedade e, que foi de ordem de 51,4%, sendo que densidades iguais ou

maiores do que oito plantas por vaso incrementaram ainda mais as perdas de massa seca

(Tabela 43).

Ao comparar-se uma densidade de plantas de DIGNU entre as três

variedades estudadas, observa-se que apenas quando do uso de duas plantas por vaso

64

houve superioridade da variedade SP81-3250 sobre as demais, o que evidenciou menor

suscetibilidade desta variedade a interferência da planta daninha. Já em qualquer outro

arranjo de plantas, todas as variedades apresentaram acúmulo de massa seca semelhante.

Tabela 43. Valores médios observados para massa seca (g) da cana-de-açúcar em três variedades de cana-de-açúcar, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação entre variedades e densidade de plantas de Digitaria nuda, em densidade no final do estudo (35 dias após o transplantio das mudas). Botucatu/SP, 2013.

N de Plantas de plantas (DIGNU) D 

Variedades (V) RB855453  RB867515  SP813250 

0  8,32 Aa  9,12 Aa  9,40 Aa 2  2,95 Bb  3,53 Bb  8,10 Aba 4  3,58 Ba  4,55 Ba  4,83 Ba 8  3,09 Ba  3,56 Ba  3,70 Ca 16  2,27 Ba  4,65 Ba  3,12 Ca 32  2,19 Ba  2,44 Ba  2,94 Ca 

DMS (V)  2,69 DMS (D)  3,30 Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%). DIGNU ‐ Digitaria nuda 

Quanto ao efeito de variedades, nota-se na Tabela 44 que a área

foliar das plantas de DIGNU foi superior nos vasos em convívio com a variedade SP81-

3250 em relação as demais variedades, o que demonstra uma capacidade competitiva

inferior desta espécie em relação a RB855453 e RB867515, pois nestas duas últimas a área

foliar das plantas de DIGNU foi reduzida (Tabela 44). Quanto ao acúmulo de massa seca

nas plantas de DIGNU, nota-se maior biomassa seca desta planta daninha quando em

convívio com a variedade RB867515, seguida das variedades RB855453 e SP81-3250,

respectivamente (Tabela 44). Tal fato, demonstrou ser a variedade RB867515 menos

competitiva que as demais variedades estudadas, sendo o oposto do verificado para os

resultados de área foliar.

Ao analisar-se os resultados de ambos parâmetros de forma

conjunta, pode-se inferir que o ganho em área foliar por parte das plantas de DIGNU

quando em convívio com a variedade SP81-3250 não se traduziu em aumento da biomassa

seca de plantas de DIGNU, talvez por algum efeito alelopático ou por um estiolamento das

plantas de DIGNU que estavam em convívio com esta variedade.

65

Quanto ao efeito de convivência das variedades de cana-de-açúcar

com diferentes densidades de DIGNU por vaso, nota-se que a área foliar não foi afetada

por nenhuma das quantidades de plantas de DIGNU testadas (Tabela 44). Com relação ao

acúmulo de massa seca nas plantas de DIGNU, nota-se que densidades maiores de plantas

em convívio com a cana-de-açúcar determinou acúmulos maiores de massa seca na planta

daninha, sendo semelhantes quando do uso de 4 a 8 plantas de DIGNU por vaso e, 16 e 32

plantas por vaso.

Tabela 44. Valores médios verificados para a área foliar e massa seca de plantas de Digitaria Nuda em densidades com variedades de cana-de-açúcar, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais, ao final do estudo (35 dias após o plantio das mudas). Botucatu/SP, 2013.

                     

Massa seca (g) Área foliar (dm2) 

                          Efeito de variedade (V)  RB855453      624,8 b  23,70 b RB867515      831,4 b  35,32 a SP81‐3250      1.105,7 a  19,75 c 

Número de plantas (DIGNU)                          Efeito de densidade (D) 2      610,6 a  15,83 c 4      816,6 a  23,87 b 8      813,1 a  27,85 b 16      843,0 a  29,00 ab 32      864,0 a  34,73 a 

DMS (V)       270,2  3,79 DMS (D)       424,1  5,75 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda                                                                                                 

Ao analisar-se a interação entre os fatores estudados (Tabela 45),

quanto ao acúmulo de massa seca, verifica-se para as três variedades que o aumento da

densidade de plantas de DIGNU por vaso resultou num incremento de massa seca das

plantas. Porém para a variedade RB855453, necessitou-se de 16 plantas para ocorrer um

aumento significativo. Para a variedade RB867515 foi de 4 plantas e para a variedade

SP81-3250 16 plantas. Quando compara-se uma determinada densidade de plantas de

DIGNU entre as três variedades, nota-se que ao utilizar-se 2, 4 e 8 plantas de DIGNU por

vaso, sempre a variedade RB867515 foi superior as demais (RB855456 e SP81-3250) e,

estas, foram semelhantes entre si. Contudo, para 16 plantas por vaso não se observou

66

diferenças entre as variedades no acúmulo de massa nas plantas de DIGNU e quando se

compara o uso de 32 plantas de DIGNU por vaso, registra-se o menor acúmulo de massa

seca quando do uso da variedade SP81-3250, demonstrando ser esta variedade mais

competitiva dentre as três estudadas.

Tabela 45, Valores médios observados para massa seca (g) das plantas de Digitaria nuda em densidade com três variedades de cana-de-açúcar, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação entre variedades e quantidade de plantas de Digitaria nuda, ao final do estudo (35 dias após o plantio dos mudas), Botucatu/SP, 2013.

Número de Plantas (DIGNU) ‐ D 

Variedades (V) RB855453 RB867515 SP813250

2  14,53 Cb  23,89 Ca  9,09 Bb 4  19,14 BCb  34,04 Aba  18,44 ABb 8  22,09 BCb  42,69 Aa  18,77 ABb 16  27,41 Aba  32,63 BCa  26,98 Aa 32  35,31 Aa  43,36 Aa  25,50 Ab 

DMS (V)  8,49 DMS (CO)  9,95 Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda 

Na Tabela 46, estão apresentados os resultados da análise de

variância referentes a avaliação da altura das plantas de DIGNU em convivência com

plantas de cana-de-açúcar. Observa-se que não ocorreu o efeito significativo para o fator

variedade apenas aos 7 DAP. Para o efeito de convivência de DIGNU com plantas de cana-

de-açúcar, foi significativo em todos os períodos avaliados. Ressalta-se, ainda que a

interação entre os dois fatores foi significativo aos 14, 21 e 28 DAP.

67

Tabela 46. Resultados da análise de variância referente à altura de plantas de Digitaria nuda em densidade com plantas das três variedades de cana- de- açúcar (RB855453, RB867515, SP81-3250) obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu /SP, 2013.

Fontes de variação Dias após o plantio da gema 

7 14 21 28 35  F Variedade (V)  0,6614ns  0,0001**  0,0001**  0,0002**  0,0001**     Densidade (D)  0,0039**  0,0001**  0,0001**  0,0001**  0,0001**     V x CO  0,0783ns  0,0049**  0,0112*  0,0074**  0,1945ns CV (%)  7,6  5,65  3,82  4,13  3,95 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5%   de probabilidade        ns ‐  Não Significativo                                                                                                                                                             

Na Tabela 47 observa-se, quanto ao efeito das variedades sobre a

altura de plantas de DIGNU, que a planta daninha desenvolveu-se melhor quando em

convivência com a variedade RB855453, ou seja, esta variedade foi menos competitiva em

relação as outras duas variedades, RB867515 e SP81-3250. Já, a partir dos 14 DAP e que

se estendeu até o final do estudo (35 DAP). Ressalta-se, ainda, que a altura das plantas de

DIGNU foram semelhantes quando do uso das variedades RB867515 e SP81-3250, o que

evidencia uma pressão competitiva semelhante sobre a planta daninha.

Quanto ao efeito de convivência de DIGNU com as plantas de

cana-de-açúcar, nota-se que desde os 7 DAP a utilização de 2 plantas de DIGNU por vaso

proporcionaram alturas superiores as encontradas nas demais densidades, sendo

estatisticamente superior quando do uso de 32, 16, 8 e 4 plantas por vaso para os 7, 14, 21,

28 e 35 DAP, respectivamente (Tabela 47). Assim, ao final do estudo verifica-se que

apenas 4 plantas por vaso foram o suficiente para a competição intraespecífica atual sobre

a altura das plantas de DIGNU.

68

Tabela 47. Valores médios verificados para altura (cm) de plantas de Digitaria nuda obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.

Dias após o plantio de cana‐de‐açúcar 

7 14 21 28 35 RB855453  6,1 A 

6,0 A 6,0 A 

44,8 A 40,5 B 39,6 B 

60,5 A 55,8 B 53,4 C 

61,3 A 58,8 B 58,1 B 

62,5 A 60,2 B 58,4 B 

RB867515 SP81‐3250 

Numero de plantas (DIGNU) 

Densidade (D) 

2  6,4 A 6,0 AB 6,1 AB 5,9 AB 5,6 B 

37,3 A 40,0 AB 42,0 CB 43,5 CD 45,3 D 

60,5 A 56,6 B 55,6 B 56,4 BC 53,7 C 

63,4 A 58,1 B 58,6 B 59,0 B 57,9 B 

64,4 A 59,5 B 59,3 B 60,3 B 58,4 B 

4 8 16 32 

DMS (V)  0,4 1,8 1,7 1,8 1,8 DMS (CO)  0,5 2,7 2,5 2,8 2,8 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatísticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05) DIGNU: Digitaria nuda

Na Tabela 48 ao avaliar-se a interação entre variedade e densidade

de plantas, que ocorreu apenas nas avaliações intermediárias, verifica-se aos 14 DAP, que

o aumento da densidade de plantas também incrementou a altura da planta daninha, com

exceção da variedade SP-81-3250. Aos 21 e 28 DAP a altura de plantas foi reduzida com o

aumento da densidade de plantas nas variedades RB855453 e SP81-3250 e semelhante na

variedade RB867515.

Ao analisar-se o efeito de cada densidade de plantas de DIGNU

estudada, entre as variedades, verifica-se, aos 14 DAP, que independente da quantidade de

plantas por vaso avaliada, a altura de plantas de DIGNU quando em convívio com a

variedade RB855453 foi superior a observada com a variedade SP81-3250, exceção

quando da utilização de 2 plantas por vaso, o que indica ser a variedade RB855453 menos

competitiva (Tabela 48).

Aos 21 DAP, também com 2 plantas por vaso a altura de plantas de

DIGNU foi menor quando do convívio com a variedade SP81-3250. Aos 28 DAP o

comportamento observado para a altura de plantas de DIGNU foi de uma forma geral

semelhante ao verificado aos 14 DAP (Tabela 48), com exceção à 2 e 4 dias.

69

Tabela 48. Valores médios verificados para a altura (cm) de plantas de Digitaria nuda, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação entre variedades e convivência com plantas de muda aos 14, 21, 28 de avaliação. Botucatu / SP, 2013.

Dias após o plantio de cana‐de‐açúcar 

14 21 28 Número de plantas 

de DIGNU RB855453  RB867515  SP813250 

 RB855453  RB867515  SP813250 

 RB855453  RB867515  SP813250 

2  37,1 Ca 44,9 Ba 43,9 Ba 

47,8 ABa 50,3 Aa 

37,9 BCa37,6 Cb

42,5 ABab40,8 ABCb

44,0 Ab

37 Ba37,6 ABb39,5 ABb41,9 Ab

41,7 ABb

65,5 Aa59,7 BCa60,2 BCa60,9 Ba56,3 Ca

56,8 Ab56,6 Aab

55 Ab57,3 Aa

53,3 Aab

59,3 Ab53,5 Bb51,8 Bb50,9 Bb51,4 Bb

66,4 Aa57,9 Ba61 Ba

60,8 Ba60,4 Ba

59,5 Ab58,1 Aa

58,3 Aab60,2 Aa

58,1 Aab

64,3 Aa 58,2 Ba 56,6 Bb 56,1 Bb 55,3 Bb 

4 8 16 32 

DMS (Variedade)  4,9    4,5    4,7 DMS (Convivência)  1,2    3,7    3,8 

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05) 

DIGNU: Digitaria nuda 

70

A altura de plantas de DIGNU, sem conviver com a cana-de-

açúcar, foi afetado pela densidade apenas a partir de 21 DAP quando se observa uma

redução significativa com o convívio de 32 plantas por vaso. Aos 28 e 35 DAP a

competição entre as plantas de DIGNU foi incrementada e, o convívio de 4 plantas por

vaso determinou reduções significativas. Ressalta-se que entre as densidades de 4, 8 e 16

plantas por vaso os resultados foram semelhantes (Tabela 49).

Tabela 49. Valores médios observados para altura das plantas de Digitaria nuda, com diferentes densidades de plantas, sem a presença da cultura da cana-de-açúcar, em diversas épocas após o transplantio das mudas. Botucatu/2013.

Dias após o transplantio das mudas Número de plantas 

(DIGNU)  7 14 21 28 35 2  7,62 a  46,25 a  67,25 a  69,87 a  72,62 a 4  7,18 a  44,37 a  64,62 ab  67,31 b  69,12 b 8  7,18 a  46,06 a  63,56 ab  65,56 bc  67,56 bc 16  6,93 a  45,18 a  64,50 ab  66,43 bc  67,68 bc 32  6,87 a  45,56 a  62,81 b  64,43 c  66,06 c 

F Densidade  0,2557ns  0,7708ns  0,0270*  0,0001**  0,0000** CV(%)  6,8  4,9  2,7  1,7  1,5 DMS  1,05  4,87  3,80  2,53  2,20 

Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).      DIGNU – Digitaria nuda                                         

Quanto a área foliar das plantas de DIGNU convivendo

isoladamente, sem a presença da cultura da cana-de-açúcar (Tabela 50), verifica-se que a

área foliar foi incrementada quando se utilizou maiores quantidades de plantas de DIGNU

por vaso. Este incremento foi significativo nas densidades de 8, 16 e 32 em relação a

presença de 2 plantas, e na densidade de 32 plantas em relação a 2 e 4. As densidades de 4,

8, e 16 plantas não diferiram estatisticamente entre si.

Em relação a massa seca de plantas de DIGNU, o seu acúmulo foi

mais intenso com o aumento da quantidade de plantas por vaso, com as maiores médias

ocorrendo com a utilização de 32 plantas por vaso. Ressalta-se que, mesmo com uma

competição intraespecífica intensa (32 plantas), ainda ocorreu ganhos no acúmulo de

massa seca nas plantas de DIGNU, o que demostra que a densidade que levaria a redução

no acúmulo de massa seca é superior a 32 plantas por vaso (Tabela 50).

71

Tabela 50: Valores médios observados para área foliar e massa seca de plantas de Digitaria nuda, aos 35 dias após o transplantio, sem a presença da cultura da cana-de-açúcar. Botucatu/SP, 2013.

No de Plantas de D. nuda Cana‐de‐açúcar 

Área Foliar (dm2)  Massa seca (g) 

2  745,52 c  25,62 d 4  1014,27 bc  35,74 c 8  1138,20 ab  45,19 b 16  1214,24 ab  50,61 b 32  1416,23 a  59,18 a 

F Densidade  0,0003  0,0000 CV (%)  14,00  7,23 DMS  338,09  6,83 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).      DIGNU – Digitaria nuda                                         

Observa-se que na Tabela 51 que a área foliar das plantas de

DIGNU foi significativamente menor quando comparada ao tratamento sem a convivência

com as plantas de cana-de-açúcar, o que evidencia uma competição interespecífica intensa

por parte da cana-de-açúcar, o que levou a uma redução de 38,8% na formação da

superfície foliar da planta daninha.

Quando se compara o acúmulo de massa seca nas plantas de

DIGNU (Tabela 52), nota-se também um efeito drástico da competição interespecífica,

com uma redução ainda mais acentuada, de 64,8%. Tais resultados, demonstram que a

planta daninha também apresenta perdas quando se estabelece uma relação de competição

com uma planta cultivada.

Tabela 51: Teste de comparação de médias para a Área foliar da Digitaria nuda em convivência e não com a cana-de-açúcar.

Medidas Área foliar da Digitaria nuda (dm2)

Em convivência com cana Não convivência com cana Média 677,01 1105,69

Desvio padrão 383,52 266,44 n 60 20

Teste t de Student para comparação médias Diferença entre médias - 428,68

T calculado (tc) - 4,63 p-valor 0,0000*

*Teste significativo a 1%.

72

Tabela 52: Teste de comparação de médias para a Massa seca da Digitaria nuda em convivência e não com a cana-de-açúcar.

Medidas Massa seca da Digitaria nuda (g)

Em convivência com cana Não convivência com cana Média 26,26 43,27

Desvio padrão 10,57 12,27 n 60 20

Teste t de Student para comparação médias Diferença entre médias - 17,01

T calculado (tc) - 5,98 p-valor 0,0000*

*Teste significativo a 1%.

Quanto à interferência das plantas de DIGNU mantidas em

competição com as plantas de cana-de-açúcar, nota-se que a presença das plantas de

DIGNU em convivência com as plantas de cana-de-açúcar, independente da variedade,

promoveu decréscimo em todos os parâmetros estudados da cana-de-açúcar. Ressalta-se

que, neste estudo, os efeitos deletérios observados podem ser devido a dois fatores,

competição e/ou alelopatia. Este período de inibição pode ser determinante para o

desenvolvimento da planta em condições de campo, em que não há condições de ambiente

controlado como em casa de vegetação.

73

8. CONCLUSÕES

8.1 Efeito da massa seca de Digitaria nuda

− O número de folhas, a altura de plantas, o diâmetro de perfilho e o acúmulo de

massa seca das variedades de cana-de-açúcar, não foram afetados negativamente pela

matéria seca de Digitaria nuda incorporada ou mantida na superfície do solo;

− Quanto ao efeito da forma de incorporação de gema de cana-de-açúcar ao solo, a

GBMSS levou uma vantagem sobre a GNBMSS e GNBMSI, devido provavelmente a

brotação inicial já existente nas gemas.

− Não houve inibição por nenhuma quantidade de palha de Digitaria nuda testada

sobre as três formas de incorporação da gema.

8.2 Interferência de plantas de Digitaria nuda

− O dano visual, a altura de plantas, o diâmetro de perfilho, o número de folhas, a

área foliar e a massa seca de plantas de cana-de-açúcar das variedades testadas foram

afetados negativamente pela convivência com as plantas de Digitaria nuda.

− O convívio da cana-de-açúcar com apenas duas plantas de Digitaria nuda provocou

redução significativa em seu desenvolvimento, independente da variedade utilizada.

− O convívio com a de cana-de-açúcar reduziu a altura, área foliar e massa seca das

plantas de Digitaria nuda.

74

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, F.S. Efeitos alelopáticos de resíduos. Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília., 1991. ALMEIDA, F. S. Alelopatia e as plantas. Londrina: IAPAR, 1988. 68 p. (Circular, 53). ALMEIDA, F. S.; RODRIGUES, B. N.; VOSS. M.; LEITE, C. R. Efeitos alelopáticos e de competição da B. pantaginea na soja. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERBICIDAS E PLANTAS DANINHAS, 16, Campo Grande, 1986. Resumos... Campinas, Sociedade Brasileira de Herbicidas e Ervas Daninhas, 1986. P. 5-6. ALTIERI, M.A; DOLL, J.D. The potential of allelopathy as a tool for weed management in crop fields. PANS, 24(4): 495-502, 1978. ALMEIDA, M. L.; MUNDSTOCK, C. M. A qualidade da luz afeta o afilhamento em plantas de trigo, quando cultivadas sob competição. Ciencia Rural, v. 31, n. 3, p. 401-408, 2001. AMARAL, C. L; PAVAN, G. B; SOUZA, M. C; MARTINS, J. V. F; ALVES, P. L. C. A. Relações de interferência entre plantas daninhas e a cultura do grão de bico. Biosci. J., Uberlândia, v. 31, n. 1, p. 37-46, 2015. ALVES, W. R. Interferência alelopática da cultura do milho (Zea mays L.) sobre a cultura do cafeeiro (Coffea arábica L.) plantada em sucessão. 2003. 89 p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Lavras, MG. AZANIA, C. A. M. Comparação de métodos para determinar a seletividade de herbicidas na cultura da cana-de-açúcar. 2004, 116f. Tese (Doutorado em Agronomia/ProduçãoVegetal) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2004.

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APÊNDICE

Efeito da massa seca de Digitaria nuda

GNBMSI GNBMSS GBMSS Interferência de plantas de Digitaria nuda

Cana com 2 DIGNU Cana com 4 DIGNU Cana com 8 DIGNU

Cana com 16 DIGNU Cana com 32 DIGNU