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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ REDE NORDESTE DE FORMAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA RÔMULO CÉSAR AFONSO GOULART FILHO POSTURA CORPORAL E HÁBITOS ESCOLARES: INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA MELHORIA DO CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA DE ADOLESCENTES Sobral Ceará 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ

REDE NORDESTE DE FORMAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA

RÔMULO CÉSAR AFONSO GOULART FILHO

POSTURA CORPORAL E HÁBITOS ESCOLARES: INTERVENÇÃO

EDUCATIVA PARA MELHORIA DO CONHECIMENTO, ATITUDE E

PRÁTICA DE ADOLESCENTES

Sobral – Ceará

2016

Paulo Wanderson
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Dissertação_Romulo César Afonso Goulart Filho
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Rômulo César Afonso Goulart Filho

POSTURA CORPORAL E HÁBITOS ESCOLARES: INTERVENÇAO EDUCATIVA

PARA MELHORIA DO CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA DE

ADOLESCENTES

Trabalho de Conclusão de Mestrado apresentado à banca de defesa do Mestrado Profissional em Saúde da Família, da Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família, Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), como requisito para obtenção do título de Mestre em Saúde da Família. Orientadora: Dra. Maristela Inês Osawa

Vasconcelos

Linha de Pesquisa: Educação na Saúde

Área de Concentração: Saúde da Família

Sobral – Ceará

2016

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Ao meu avô Francisco Ildefonso Frota Carneiro (in memoriam), um homem que me ajudou a andar em retidão, que deixou um legado de ensinamentos a serem seguidos por toda minha vida. Honestidade, honradez, respeito, pureza eram algumas de suas características mais marcantes, o que tenho hoje são saudades e gratidão a Deus pelos momentos muito bem vividos ao lado dele.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela oportunidade de ver mais uma promessa d’Ele sobre minha vida se

cumprindo, e por cuidar de mim e de toda minha família.

À minha esposa Rosana de Freitas Vasconcelos Goulart, pela paciência durante este

processo, pelo cuidado, amor e carinho. Sem ela não sei se estaria vivendo este

momento tão importante em nossas vidas.

Aos meus pais, Rômulo César Afonso Goulart e Eliene Rodrigues Carneiro Goulart, e

à minha irmã Késsia Carneiro Goulart, por terem me dado suporte e apoio em todos

os momentos da minha vida.

À minha orientadora, Dra. Maristela Inês Osawa Vasconcelos, por me conduzir

durante todo este processo com tanta maestria e leveza. Obrigado pelo seu cuidado,

atenção, direcionamento e envolvimento. Agradeço à Profa. Dra. Andrea Carvalho

Araújo Moreira pela significativa contribuição durante este processo.

A todos os colegas, discentes e docentes do Mestrado Profissional em Saúde da

Família, pelo companheirismo, respeito, aprendizado na convivência durante todo o

processo do “Ser Mestrando”, que foram fundamentais para subsidiar as

características iniciais do “Ser Mestre”.

Aos meus pastores e discipuladores, Pr. Elielson Sena Cardoso e Pra. Solange Célia

Vasconcelos Cardoso, por cuidarem tão bem de mim e de minha esposa em todas as

áreas; por nos acompanharem e sonharem juntamente conosco, para que os sonhos

de Deus se realizem em nossas vidas.

A todos os colegas profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) do

município de Sobral, Ceará, pelos momentos vivenciados e compartilhados que

subsidiaram as propostas para criação deste projeto de pesquisa e contribuíram para

o meu ingresso neste programa.

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A todos os docentes, discentes, colaboradores e direção da Escola de Ensino Infantil

e Ensino Fundamental Raimundo Santana, pelo acolhimento durante as visitas e por

acreditar juntamente conosco neste projeto.

Agradeço aos Professores Doutores Sharmênia Nuto, Fátima Antero e Roberto

Wagner, que contribuíram de forma efetiva durante a construção e finalização desta

pesquisa.

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RESUMO

A adolescência é uma das etapas de desenvolvimento humano caracterizada por

alterações físicas, mentais e sociais, que recebem interpretações e tratamento

distintos, dependendo do momento e do contexto social e cultural na qual o sujeito

está inserido. Os problemas posturais começam cedo e se estendem pela

adolescência e vida adulta; portanto, adolescentes são mais suscetíveis aos

desalinhamentos, pois se encontram em período de crescimento e de acomodação

das estruturas anatômicas. O objetivo foi avaliar os efeitos de uma intervenção

educativa voltada à melhoria do Conhecimento, Atitude e Prática de adolescentes

escolares para prevenção de problemas posturais. A amostra da pesquisa foi de 115

alunos matriculados na Escola de Ensino Infantil e Ensino Fundamental Raimundo

Santana, que cursavam do 5º ao 9º ano, sendo 58 alunos do sexo masculino e 57

alunas do sexo feminino. Esta amostra foi selecionada por conveniência, sendo os

alunos participantes aqueles que estão na faixa etária de 9 a 14 anos de idade que

estudam nos turnos da manhã e tarde. A escola está localizada no distrito de Jaibaras,

pertencente ao município de Sobral-CE. Este estudo ocorreu entre os meses de abril

e agosto de 2016. Como resultados, com relação às alterações posturais, a maior

parte dos estudantes (92,8%) tem entre o índice entre 4 e 12 alterações na postura,

segundo o exame clínico de avaliação postural. Em média cada aluno tem 8,5

alterações. Mais da metade da amostra tem 9 ou mais alterações. Isso nos mostra o

quanto é importante a inserção de programas de educação postural e intervenções

tanto avaliativas como educativas com crianças e adolescentes escolares,

principalmente inseridos no ensino fundamental II. Com relação ao inquérito CAP

antes da intervenção e imediatamente, 15 e 60 dias após a intervenção, observou-se

que o parâmetro Prática foi o que mais teve relevância estatisticamente significativa

(p<0,05); em 6 questões das 7 existentes obtiveram mudanças nos pós-intervenção,

em que se obteve p<0,01. Conclui-se que as ações educativas visando à prevenção

de alterações e problemas posturais desenvolvidas nesta pesquisa oportunizaram aos

alunos ampliar conhecimentos, atitudes e práticas relacionadas à educação postural,

a fim de que adotem, de maneira efetiva, a responsabilidade das decisões acerca de

sua saúde. Saliento que este estudo contribuiu para a escola local e comunidade

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acerca da inserção de novas práticas e conhecimentos para o desenvolvimento

estudantil de forma integral.

Descritores: Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde; Postura; Adolescente;

Educação em Saúde.

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ABSTRACT

Adolescence is one of the stages of human development characterized by physical,

mental and social changes, which receive different interpretations and treatment,

depending on the moment and the social and cultural context in which the subject is

inserted. Postural problems begin early and extend through adolescence and adult

hood therefore adolescents are more susceptible to misalignments, as they are in a

period of growth and accommodation of anatomical structures. The objective was to

evaluate the effects of an educational intervention aimed at improving the Knowledge,

Attitude and Practice of school adolescents to prevent postural problems. The study

sample consisted of 115 students enrolled in the Raimundo Santana Primary and

Secondary School, who were in grades 5 to 9, of which 58 were male students and 57

were female students. This sample was selected for convenience, the students being

those who are in the age group of 9 to 14 years of age who study in the morning and

afternoon shifts, school is located in the district of Jaibaras, belonging to the

municipality of Sobral-CE. This study occurred between April and August 2016. As a

result, with regard to postural changes, most students (92.8%) had between 4 and 12

changes in posture, according to the clinical evaluation examination Postural. On

average each student has 8.5 changes. More than half of the sample has 9 or more

changes. This shows us how important is the insertion of postural education programs

and both educational and educational interventions with school children and

adolescents, mainly inserted in elementary education II. Regarding the CAP survey

before the intervention and immediately 15 and 60 days after the intervention, it was

observed that the Practice parameter was the one that had the most statistically

significant (p <0.05) in 6 questions of the 7 existing ones obtained changes in the Post-

intervention, where p <0.01 was obtained. It is concluded that the educational actions

aiming at the prevention of changes and postural problems developed in this research

allowed the students to expand knowledge, attitudes and practices related to postural

education, in order to effectively take responsibility for decisions about their health. I

stress that this study contributed to the local school and community about the insertion

of new practices and knowledge for student development in an integral way.

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Keywords: Knowledge, Attitudes and Practice in Health; Posture; Adolescent;

Education in Health.

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LISTA DE ABREVIATURAS OU SIGLAS

AVD – Atividade de Vida Diária

AIVD – Atividade Instrumental de Vida Diária

BackPEI - Back Pain and Body Posture Evaluation Instrument

BP – Baixo Peso

BVS - Biblioteca Virtual da Saúde

CAP – Conhecimentos, Atitudes e Práticas

CEP – Comitê de Ética e Pesquisa

DP – Desvio Padrão

ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente

EP – Excesso de Peso

IC – Intervalos de Confiança

IMC – Índice de Massa Corpórea

MEC – Ministério da Educação

MS - Ministério da Saúde

MMII – Membros Inferiores

Nasf - Núcleo de Apoio à Saúde da Família

OB - Obesidade

OMS – Organização Mundial de Saúde

PEP - Programa de Educação Postural

RP – Razões de Prevalência

Sacs - Serviço de Apoio ao Cidadão Sobralense

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

SUS - Sistema Único de Saúde

TALE - Termo de Assentimento Livre e Esclarecido

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UVA – Universidade Estadual Vale do Acaraú

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LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1. Critérios de Referência para definição de Baixo Peso (BP), Excesso de

Peso (EP) e Obesidade (OB) para o sexo masculino............................................... 52

Tabela 2. Critérios de Referência para definição de Baixo Peso (BP), Excesso de

Peso (EP) e Obesidade (OB) para o sexo feminino.................................................. 52

Tabela 3. Ponto de corte de IMC, de acordo com a idade, para diagnóstico de

excesso peso e de obesidade................................................................................... 52

Tabela 4. Distribuição dos Escolares segundo Características Pessoais, Sobral-CE,

2016........................................................................................................................... 60

Tabela 5. Média e Desvio-padrão das Medidas Antropométricas por Sexo e Idade, Sobral-CE, 2016.........................................................................................................61 Tabela 6. Distribuição dos Escolares segundo Avaliação Postural – Vista Anterior,

Sobral-CE, 2016........................................................................................................ 63

Tabela 7. Distribuição dos Escolares segundo Avaliação Postural – Vista Posterior,

Sobral-CE, 2016........................................................................................................ 66

Tabela 8. Distribuição dos Escolares segundo Avaliação Postural – Vista Lateral,

Sobral-CE, 2016........................................................................................................ 68

Tabela 9. Distribuição dos Escolares segundo questões relacionadas ao Mobiliário

Escolar (Pré-intervenção), Sobral-CE, 2016............................................................. 72

Tabela 10. Distribuição dos Escolares segundo questões relacionadas à Anamnese

Clínico-Funcional (Pré-intervenção), Sobral-CE, 2016............................................. 74

Tabela 11. Distribuição dos Escolares segundo questões relacionadas aos Hábitos

de Vida relacionados à Educação Postural (Pré-intervenção), Sobral-CE, 2016..... 76

Tabela 12. Distribuição dos Escolares após o Inquérito CAP segundo Características

Pessoais, Sobral-CE, 2016....................................................................................... 79

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Tabela 13. Distribuição dos Escolares após o Inquérito CAP segundo Características

Sociogeográficas, Sobral-CE, 2016.......................................................................... 81

Tabela 14. Distribuição dos Escolares após o Inquérito CAP segundo níveis

escolares e dores nas costas dos pais e/ou responsáveis, Sobral-CE, 2016........... 82

Tabela 15. Teste de Comparação (McNemar) das questões relacionadas ao

Conhecimento (Pré-intervenção, Pós-imediato, Pós 15 dias, Pós 60 dias), Sobral-

CE, 2016.................................................................................................................... 86

Tabela 16. Teste de Comparação (McNemar) das questões relacionadas à Atitude

(Pré-intervenção, Pós-imediato, Pós 15 dias, Pós 60 dias), Sobral-CE, 2016......... 90

Tabela 17. Teste de Comparação (McNemar) das questões relacionadas à Prática

(Pré-intervenção, Pós-imediato, Pós 15 dias, Pós 60 dias), Sobral-CE, 2016......... 92

Tabela 18. Distribuição dos Escolares de acordo com o Número de Alterações

Posturais, Sobral-CE, 2016...................................................................................... 98

Tabela 19. Média do Número de Alterações Posturais das questões relacionadas ao

Mobiliário Escolar, Sobral-CE, 2016........................................................................ 99

Tabela 20. Média do Número de Alterações Posturais das questões relacionadas à

Avaliação Clínico-Funcional, Sobral-CE, 2016........................................................ 100

Tabela 21. Média do Número de Alterações Posturais das questões relacionadas

aos Hábitos de Vida relacionados à Postura Corporal, Sobral-CE, 2016................... 101

Tabela 22. Média do Número de Alterações Posturais das questões relacionadas ao

Conhecimento, Sobral-CE, 2016..............................................................................103

Tabela 23. Média do Número de Alterações Posturais das questões relacionadas à

Atitude, Sobral-CE, 2016......................................................................................... 104

Tabela 24. Média do Número de Alterações Posturais das questões relacionadas à

Prática, Sobral-CE, 2016......................................................................................... 105

Figura 1. Fluxograma Metodológico.......................................................................... 55

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 22

2.1 Geral.................................................................................................................... 22

2.2 Específicos .......................................................................................................... 22

3. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 23

3. 1 Bases anatomobiomecânicas da coluna vertebral ............................................. 23

3.1.1 Anatomia da coluna vertebral ........................................................................... 23

3.1.2 Articulações e Ligamentos da Coluna Vertebral ............................................... 24

3.1.3 Disco Intervertebral .......................................................................................... 25

3.1.4 Músculos posturais ........................................................................................... 26

3.2 Postura ................................................................................................................ 27

3.3 Dores na coluna .................................................................................................. 29

3.4 Alterações Posturais ........................................................................................... 31

3.5 Postura e o ambiente escolar .............................................................................. 34

3.6 Educação postural ............................................................................................... 39

4. MÉTODOS ............................................................................................................ 44

4.1 Delineamento do estudo...................................................................................... 44

4.2 Inquérito – CAP ................................................................................................... 44

4.3. Construção do Inquérito CAP ............................................................................. 47

4.4 Período de coleta dos dados e Cenário de estudo .............................................. 48

4.5 População/amostra da pesquisa ......................................................................... 49

4.6 Estratégias e Procedimentos para Coleta dos dados .......................................... 50

4.7 Oficinas Pedagógicas: Intervenção Fisioterápica ................................................ 56

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4.8 Análise de Dados ................................................................................................ 57

4.9 Considerações Éticas .......................................................................................... 58

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 60

5.1. Caracterização dos alunos quanto às medidas antropométricas ....................... 60

5.2 Avaliação Postural dos Escolares ....................................................................... 63

5.3. Avaliação dos Escolares quanto ao Mobiliário Escolar, Anamnese Clínico-

Funcional e Hábitos de Vida relacionados a Postura Corporal ................................. 71

5.4 Caracterização dos Escolares quanto às Características Pessoais,

Sociodemográficas e dos Pais e/ou Responsáveis ................................................... 79

5.6 Relação das alterações posturais com o inquérito conhecimento, atitude e prática

(CAP) ........................................................................................................................ 98

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 107

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 110

APÊNDICES ............................................................................................................ 123

ANEXOS ................................................................................................................. 161

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1. INTRODUÇÃO

A adolescência é uma das etapas de desenvolvimento humano

caracterizada por alterações físicas, mentais e sociais, que recebem interpretações e

tratamento distintos, dependendo do momento e do contexto social e cultural na qual

o sujeito está inserido. Entretanto, a adolescência na atualidade tem o sentido de uma

moratória, período extenso de vivência pelos que já não são crianças, mas ainda não

se incorporaram à vida adulta (ARAÚJO et al., 2011).

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) considera criança a pessoa

com idade até os 12 anos incompletos e adolescente, aquele entre os 12 e 18 anos.

No período da infância e da adolescência, período de crescimento, muitas são as

transformações de ordem psicológica, afetiva, social e física que ocorrem e interferem

diretamente no desenvolvimento do indivíduo (BRASIL, 2012).

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), em virtude da grande

variabilidade quanto ao início, duração e progressão das mudanças púberes, a idade

cronológica nem sempre está de acordo com a idade biológica. Esta última remete

melhor ao progresso do organismo em direção à maturidade. Por isso, diversos

parâmetros do crescimento e desenvolvimento são analisados através de medidas de

peso, altura, idade óssea, entre outras. Esta separação entre idade cronológica e

biológica depende de fatores que levarão a um desenvolvimento nem sempre

harmônico (BRASIL, 2011).

A experiência evolutiva do adolescer tem se realizado em meio às

transformações intensas e rápidas da sociedade construída pela indústria cultural. Os

adolescentes estão inseridos em um cenário que dissemina desigualdades sociais, a

cultura do descartável, a banalização das experiências e a espacialidade virtual.

Desse modo, deve-se pensar que a saúde do adolescente implica cogitar sobre as

múltiplas maneiras de viver, e também refletir sobre as práticas e a educação em

saúde que são voltadas para essa população significativa da sociedade (ARAÚJO et

al., 2011).

Nas últimas duas décadas, a atenção à saúde do adolescente vem se

tornando uma prioridade em muitos países, inclusive para instituições internacionais

de fomento à pesquisa. Isto se deve à constatação de que a formação do estilo de

vida do adolescente é crucial, não somente para ele, como também para as gerações

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futuras. De forma geral, no que se refere à organização de serviços para o

atendimento a este grupo etário, observa-se que os esforços realizados no sentido da

criação de programas de qualidade tiveram, até certo ponto, resultados positivos

(BRASIL, 2011).

Entende-se que, diante de tantas mudanças nos hábitos de vida dos

adolescentes, muitas adaptações estão acontecendo e se fazem necessárias

estratégias e/ou formas de abordagem diferenciadas para promoção da saúde e

prevenção dos agravos aos adolescentes.

Com isso, sabe-se que o processo de saúde-adoecimento está

intimamente relacionado a múltiplos determinantes sociais e a modos de vida

envolvidos na gênese, no desenvolvimento e na perpetuação dos problemas,

evidenciando a impossibilidade do setor sanitário de responder sozinho a essa

realidade e, ao mesmo tempo, exigindo estratégias que favoreçam a integração com

outras políticas setoriais e tecnologias para a defesa da vida e para a garantia de

opções saudáveis para a população (BRASIL, 2010).

Sabe-se que, para que haja uma eficácia das ações de saúde tanto para

os adolescentes como para qualquer outro público, devem ser estabelecidos pactos

entre setores que estão direta ou indiretamente ligados ao público-alvo.

A Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2010), preconizando a saúde

como um direito de todos, trouxe um novo mandato social para o setor saúde, em que

os trabalhadores do SUS tornam-se os agentes da garantia desse direito para todos.

Reforçando essa determinação e considerando como sujeitos de direitos as crianças

e adolescentes, o Estatuto da Criança e do Adolescente traz em seu art. 11, (p.77):

“É assegurado o atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por

intermédio do SUS, garantindo o acesso às ações e serviços para a promoção,

proteção e recuperação da saúde”.

A intersetorialidade passa a ser uma ferramenta básica no esforço de

convergir as políticas setoriais de governo e a participação dos setores organizados

da sociedade, principalmente do grupo juvenil, para a atenção integral à saúde, tendo

o Sistema Único de Saúde (SUS) como protagonista incansável nesse processo. Essa

é uma das proposições das Diretrizes Nacionais de Atenção àSaúde do Adolescente

na abordagem da atenção integral à saúde de pessoas jovens (BRASIL, 2011).

A pactuação de apoio entre os setores da Saúde e da Educação é,

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portanto, um espaço privilegiado para práticas de promoção de saúde, bem como de

prevenção de agravos à saúde e doenças do público adolescente.

No sistema educacional brasileiro, a postura sentada ainda é utilizada em

grande parte das atividades. O mobiliário escolar inadequado e a falta de armários

para armazenamento do material escolar são fatores já citados em trabalhos sobre

saúde postural em crianças com fatores de risco postural (BARBOSA et al, 2006), bem

como a prevalência de alterações posturais e dor nas costas em estudantes

(KRATENOVÁ, 2007).

Já que crianças e adolescentes permanecem longos períodos no ambiente

escolar, é fundamental que se tenha o conhecimento sobre problemas existentes

nesse meio que podem contribuir para aquisição de más posturas e levar ao

surgimento de quadros dolorosos. Sendo assim, é preciso haver conscientização da

população junto com as escolas a fim de detectar e criar meios para reverter esses

problemas (AINHAGNE & SANTHIAGO, 2009).

Os problemas posturais começam cedo e se estendem pela adolescência

e vida adulta; no entanto, as crianças são mais suscetíveis aos desalinhamentos, pois

se encontram em período de crescimento e de acomodação das estruturas

anatômicas. Como afirma Verderi (2003), uma criança sem orientação pode adquirir

vícios de postura, principalmente no manuseio de materiais escolares e nas atividades

do cotidiano.

Diante do que foi citado anteriormente, observamos que, apesar de

existirem estratégias de promoção de saúde nas escolas através de diversas

atividades propostas, não há rotina de abordagem e/ou cuidado postural de crianças

e adolescentes, sendo algo que em outros países já se faz há algum tempo, onde se

adota a realização sistemática de avaliações posturais durante a fase escolar para

identificar e acompanhar a progressão das alterações da postura em geral e,

principalmente, da postura da coluna vertebral. Desse modo, as avaliações posturais,

em que os indivíduos são submetidos a testes não invasivos, tornam-se opção viável

para estudos das alterações da postura corporal. Sob o ponto de vista ortopédico, as

avaliações posturais em escolares são benéficas e proporcionam oportunidade

individual de diagnóstico precoce (DETSCH, 2007).

Vários problemas posturais são desencadeados no período do crescimento

e desenvolvimento corporal, ou seja, na infância e na adolescência. E é justamente

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nessas fases que os indivíduos estão expostos a situações de risco para a coluna,

tanto no ambiente escolar, que exige uma longa permanência na posição sentada,

realizada na maioria dos casos inadequadamente, como também nas atividades

realizadas em casa (DETSCH, et al., 2007).

Quando se relaciona a postura com o ambiente escolar, diversos

problemas são encontrados, tais como ergonomia inadequada do mobiliário e erros

no transporte do material escolar, que de certo modo influenciam na adoção de hábitos

posturais inapropriados e no surgimento de quadros álgicos (BRACCIALLI &

VILARTA, 2000).

Pesquisas com estudantes do 5º e 6º ano constataram que o excesso de

peso do material escolar produz dores permanentes na coluna, principalmente na

região dorsal. Já outros relatam que o excesso de peso no material escolar é um dos

principais agravantes para o surgimento de dores na coluna, uma vez que leva a um

aumento da compressão discal e sobrecarrega a musculatura, além de favorecer o

surgimento de alterações posturais (REGO e SCARTONI, 2008; DE VITTA;

MADRIGAL e SALES, 2003).

Para tentar reduzir problemas relacionados ao peso da mochila, Bracialli e

Vilarta (2000) relataram que desde cedo crianças e adolescentes precisam ser

instruídos a utilizar mochilas com fixação nas costas, pois estas se tornam menos

prejudiciais comparadas com aquelas que são transportadas em uma das mãos ou

um dos ombros. Outro fator agravante para coluna de escolares é o mobiliário

inadequado. É o que mostra, por exemplo, um estudo realizado em escolas de

educação infantil da cidade de São Paulo, Brasil: o assento das cadeiras era muito

alto e com profundidade inadequada; sendo assim, não correspondiam às medidas

antropométricas dos escolares, além de não permitir um apoio adequado da coluna

(BRACIALLI e VILARTA, 2000; AINHAGNE e SANTHIAGO, 2009).

Portanto, faz-se necessário que existam ações de educação em saúde

voltadas para prevenir disfunções patológicas relacionadas à fase da adolescência,

como é o caso das alterações posturais; com isso, o ambiente escolar pode ser uma

das estratégias para promoção de atividades de educação em saúde.

A educação em saúde trabalha com o conceito de antigos filósofos,

enfatizado por Foucault (2004. p. 32): “(...) de que saber é poder e de que este poder

deve ser democratizado, de que o setor saúde não deve ter monopólio deste poder”.

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Sabendo disso, o que mais importa para a educação em saúde é proporcionar ao

cidadão e sua comunidade o reconhecimento de seu próprio potencial transformador,

corroborando na construção e desconstrução de valores (COSTA, 2009).

Sendo assim, é de suma importância que haja um olhar específico para o

público adolescente escolar, no tocante ao desenvolvimento postural e funcional do

corpo, visto que é nesta fase que se deve intervir e o ambiente escolar é um espaço

fundamental para tais ações.

O interesse por pesquisar esse segmento da população deve-se ao fato

de que, desde o ano de 2012, enquanto fisioterapeuta atuando no Núcleo de Apoio à

Saúde da Família do município de Sobral, comecei a me deparar com casos de

adolescentes com queixas de dores lombares; atuando junto ao Programa Saúde na

Escola, pude observar também adolescentes com comportamentos e hábitos de risco,

como utilização de mochilas pesadas e transporte de modo assimétrico, permanência

por longos períodos de tempo em postura inadequada durante a posição sentada,

mobílias inadequadas para o tamanho e condições dos alunos, fatores esses que

contribuem para alterações posturais.

Outra experiência que fez com que meu olhar se voltasse para as

questões posturais de adolescentes foi a vivência no Serviço de Apoio ao Cidadão

Sobralense (SACS), instância responsável pela avaliação, prescrição e adaptação de

próteses e órteses para auxílio à qualidade de vida e reabilitação de pessoas com

alguma deficiência. Atuando numa equipe multiprofissional (médico, fisioterapeuta,

assistente social, terapeuta ocupacional) chamou-me a atenção o número significativo

de solicitação de coletes ortopédicos para realinhamento postural solicitado para

crianças e adolescentes, uma vez que eram identificadas alterações posturais através

de avaliações médicas e fisioterapêuticas.

Nesse contexto, questiona-se: quais seriam os efeitos de uma intervenção

educativa, a partir de uma metodologia escolar de postura, sobre o conhecimento,

atitude e prática dos adolescentes escolares? Qual a prevalência de adolescentes

com alterações posturais?

A hipótese levantada é que uma intervenção educativa baseada na

utilização de uma metodologia reconhecida de escola de postura é eficaz na

promoção de hábitos posturais saudáveis, melhorando o conhecimento, a atitude e a

prática dos adolescentes escolares.

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As Escolas Posturais têm por objetivo melhorar os hábitos posturais através

de conteúdos teóricos do funcionamento e das estruturas da coluna vertebral,

somados ao desenvolvimento prático das Atividades de Vida Diária (AVD). Essas

escolas também possuem características de correção e manutenção da postura

corporal, bem como do aprendizado e o treinamento das AVD, cujos conteúdos são

complementados com exercícios de força, de flexibilidade e de relaxamento e de

tarefas para serem executadas em casa (BLACK, 1993; SOUZA, 1995).

A Escola de Postura adaptada aos pubescentes baseou-se na Escola de

Educação Física (ESEF) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O

programa da Escola de Postura Adaptada desenvolve-se em 12 aulas, sendo duas

para a realização da avaliação postural e oito para desenvolver os conteúdos e, as

duas últimas, para a pós-avaliação, culminando com momento de confraternização.

Cada aula tem duração de 60 minutos com frequência de duas vezes semanais

(SOUZA, 1995).

Este estudo torna-se relevante tanto para adolescentes escolares — por

haver uma falta de orientação geral por parte das famílias de como ensinar hábitos

posturais saudáveis diante da execução das atividades de vida diária —, como

também para o sistema de saúde, uma vez que propõe uma intervenção educativa

que visa à promoção da saúde de uma faixa etária crucial no desenvolvimento

humano.

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2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Avaliar os efeitos de uma intervenção educativa em saúde voltada à melhoria

do Conhecimento, Atitude e Prática de adolescentes escolares na prevenção

de desvios posturais.

2.2 Específicos

Identificar características que influenciam na má postura corporal e nas queixas

de dor nas costas em adolescentes escolares;

Identificar as alterações posturais mais presentes nos adolescentes escolares;

Descrever as características socio-demográficas, antropométricas e

Circunferência Abdominal com o conhecimento, a atitude e a prática dos

adolescentes sobre educação postural;

Comparar o conhecimento, a atitude e a prática dos adolescentes escolares

sobre educação postural antes e depois da intervenção educativa.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo serão abordadas temáticas relacionadas ao embasamento

conceitual e morfofuncional da anatomia e biomecânica da coluna vertebral que, por

sua vez, é uma das áreas mais afetadas com as alterações posturais desenvolvidas

nos seres humanos.

A Revisão ou Levantamento de Literatura é a localização e obtenção de

documentos para avaliar a disponibilidade de material que subsidiará o tema do

trabalho desta pesquisa.

3. 1 Bases anátomobiomecânicas da coluna vertebral

3.1.1 Anatomia da coluna vertebral

A coluna vertebral faz parte do esqueleto axial e é descrita de forma

resumida por Vasconcelos (2004, p.17) como: “uma haste firme e flexível, constituída

de elementos individuais unidos entre si por articulações, conectados por fortes

ligamentos e suportados dinamicamente por uma poderosa massa

musculotendinosa”.

Segundo Netter (2000), a coluna vertebral estende-se do crânio até a pelve,

sendo composta por tecido conjuntivo e por uma série de ossos, chamados vértebras.

Estas totalizam 33 e são divididas em cinco regiões: cervical (sete vértebras), torácica

(doze vértebras), lombar (cinco vértebras), sacral (cinco vértebras) e coccígea (três

ou quatro vértebras).

Knoplich (2004) descreve que, com exceção da primeira e segunda

vértebra cervical, as demais têm formas variadas em sua configuração e dimensão

conforme a região, mas de modo geral as estruturas são similares.

Todas têm em comum: corpo vertebral, formado por osso esponjoso e por

uma camada superficial constituída de osso cortical compacto, e está separado dos

corpos das vértebras acima e abaixo pelo disco intervertebral; forame vertebral, por

onde passa a medula espinhal; e uma região posterior chamada arco, que é

constituída por pedículos direito e esquerdo, lâminas direita e esquerda, e três

processos adicionais, sendo dois laterais, processos ou apófises transversas, e um

posterior, processo ou apófise espinhosa, que funcionam como inserção para os

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músculos espinhais que percorrem toda a coluna (MALONE, MCPOIL & NITZ, 2002;

KNOPLICH, 2004; HAMILL & KNUTZEN, 2008).

Vasconcelos (2004) relata que existem as vértebras atípicas, como ocorre

com a primeira, a segunda e a sétima vértebras cervicais, conhecidas

respectivamente por atlas, áxis e proeminente.

O atlas não apresenta processo espinhoso nem corpo vertebral, é formado

apenas de duas massas laterais conectados por um arco anterior curto e um posterior

longo. O áxis recebe este nome porque forma um pivô em torno do qual o atlas gira,

juntamente com o crânio. Já a vértebra proeminente apresenta um processo

espinhoso muito longo e é facilmente palpável durante a flexão cervical

(VASCONCELOS, 2004).

As vértebras possuem algumas características regionais: as torácicas têm

o processo espinhoso não bifurcado que se apresenta descendente e pontiagudo, elas

se articulam com as costelas, sendo que as superfícies articulares são chamadas

fóveas e hemifóveas (NETTER, 2000).

As vértebras lombares têm corpos vertebrais maiores, um processo

transverso bem desenvolvido chamado apêndice costiforme, podendo ainda ser

diferenciado por não apresentar forame no processo transverso e nem a fóvea costal

(NETTER, 2000).

Já as vértebras sacrais que se unem no adulto em um único osso, chamado

sacro, se articulam superiormente com a quinta vértebra lombar e lateralmente com

os ossos do quadril. E o cóccix também tem o formato de cunha assim como o sacro,

e apresenta uma base, um ápice, face dorsal e a pelvina e bordas laterais

(VASCONCELOS, 2004).

3.1.2 Articulações e Ligamentos da Coluna Vertebral

As articulações da coluna vertebral e seus ligamentos incluem:

Articulações entre os corpos vertebrais: nestas os corpos vertebrais

permanecem unidos através dos ligamentos longitudinais (anterior e o posterior) e por

meio dos discos intervertebrais que são coxins elásticos, constituídos por um núcleo

pulposo e por um anel fibroso (VASCONCELOS, 2004).

Articulações dos arcos vertebrais: estas são constituídas pelos processos

articulares de duas vértebras vizinhas e por ligamentos acessórios, que são os

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ligamentos flavos, ligamento da nuca, ligamento supraespinhal, ligamentos

interespinhais e ligamentos intertransversais. Elas possuem cápsula articular que

possibilitam o movimento (VASCONCELOS, 2004).

Costovertebrais: é a junção das cabeças das costelas com o corpo das

vértebras torácicas, essas articulações se relacionam com os ligamentos radiado e

intra-articular da cabeça da costela (NETTER, 2000).

Costotransversas: formadas pela união dos tubérculos das costelas com o

processo transverso da vértebra correspondente. Os ligamentos incluem o

costotransversário superior e o posterior, o ligamento do colo da costela e o do

tubérculo da costela (NETTER, 2000).

Sacroilíacas: são constituídas pelas superfícies auriculares do sacro e do

ílio dos dois lados, e sua função é conectar a coluna vertebral e cintura pélvica

(VASCONCELOS, 2004).

Articulações especiais: a atlantooccipital está localizada entre a faceta

articular superior da massa lateral do atlas e o côndilo occipital correspondente. Netter

(2000) refere que os ligamentos relacionados a esta articulação são os ligamentos

atlantooccipitais laterais; a atlantoaxial tem as laterais que são a junção dos processos

articulares opostos de atlas e áxis, e existe a medial que é formada pelo processo

odontoide do áxis e o arco anterior do atlas (VASCONCELOS, 2004). Os ligamentos

são atlantoaxial anterior e posterior, e ligamento transverso do atlas (NETTER, 2000);

e temas articulações uncovertebrais que está entre o processo uncinado da vértebra

cervical e corpo da vértebra inferior.

Como já citados, vários são os ligamentos que contribuem para a

sustentação da coluna. Um que é bastante importante é o ligamento amarelo. Este faz

a conexão das lâminas de vértebras adjacentes, e diferentemente da maioria, é

constituído em grande proporção por fibras elásticas, o que lhe permite maior

elasticidade. Mesmo durante o repouso este ligamento fica sob tensão, o que resulta

em uma maior estabilidade vertebral (HALL, 2005).

3.1.3 Disco Intervertebral

O disco intervertebral é formado por duas estruturas funcionais: o anel

fibroso ou ânulo e o núcleo pulposo ou núcleo e está localizado entre dois corpos

vertebrais adjacentes (VASCONCELOS, 2004).

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O anel fibroso forma a circunferência do disco; ele é externo e constituído

por cartilagem fibrosa, fundamental para o funcionamento mecânico do disco. Já o

núcleo tem em sua constituição 90% de água quando é um disco jovem, sendo o

restante formado por colágeno e proteoglicanos. A grande quantidade de água faz do

núcleo uma estrutura resistente à compressão (HALL, 2005).

Segundo Hamill & Knutzen (2008), o disco intervertebral tem como funções

suportar e distribuir as cargas impostas à coluna, bem como limitar a movimentação

exagerada entre os segmentos vertebrais.

O suprimento sanguíneo do disco intervertebral existe até os oito anos de

idade. Depois desta fase a nutrição do disco fica dependente de processos

mecânicos. Isso se dá através das mudanças constantes na postura e posição

corporal, que levam ao surgimento de uma ação de bombeamento no disco (HALL,

2005).

Dessa forma ocorrerá movimentação de água, que terá função semelhante

ao sistema circulatório; assim, nutrientes são levados para o interior do disco e

produtos resultantes do desgaste metabólico serão removidos. Por isso a manutenção

de posturas fixas, mesmo que corretas, por longos períodos, compromete a ação de

bombeamento, podendo interferir na saúde do disco (HALL, 2005).

3.1.4 Músculos posturais

Segundo Freitas e Oliveira (2008) a musculatura da coluna vertebral é

responsável por manter a postura ereta antigravitacional.

Hall (2005) explica que os músculos do pescoço e tronco são designados

aos pares, com um no lado esquerdo e outro no lado direito. Assim, de acordo com a

atuação, se unilateral ou bilateral, ocorrerá movimentos distintos.

Na região cervical, anteriormente, encontram-se os músculos relacionados

à flexão, flexão lateral e rotação da cabeça. Entre eles estão o reto anterior da cabeça,

o reto lateral da cabeça, o longo da cabeça e o do pescoço, os oito pares de músculos

hióideos, o esternocleidomastóideo, levantador da escápula, e os escalenos.

Posteriormente estão os extensores cervicais primários, músculos que são o esplênio

da cabeça e esplênio do pescoço (HALL, 2005).

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Os músculos abdominais incluem o reto abdominal os oblíquos externos e

oblíquos internos, que têm a função de flexores e rotadores espinhais (VERDERI,

2008).

Segundo Hall (2005), na região torácica e lombar, os músculos eretores da

espinha (espinhal torácico; longuíssimo da cabeça, o do pescoço e o torácico; e

iliocostal cervical, o torácico e o lombar) são os principais responsáveis pela extensão

e hiperextensão do tronco. Entretanto, outros como os multífidos e interespinhais

também contribuem para o movimento. Já na região lombar estão os músculos

quadrado lombar e psoas maior, que contribuem para flexão simples da coluna

lombar, quando funcionam bilateralmente, e para flexão lateral da quando a tensão é

unilateral.

3.2 Postura

Kisner & Colby (2009) definem postura como “uma posição ou atitude do

corpo, o arranjo relativo das partes do corpo em uma atividade específica, ou uma

maneira característica de sustentar o corpo”. Os autores ainda explicam que (p.397):

Postura é descrita pelas posições das articulações e dos segmentos do corpo e também em termos do equilíbrio entre os músculos que cruzam as articulações. Comprometimentos nas articulações, nos músculos ou nos tecidos conjuntivos podem levar a posturas defeituosas; ou reciprocamente, as más posturas podem levar ao comprometimento das articulações, dos músculos e dos tecidos conjuntivos, assim como sintomas de desconforto e dor.

A postura é classificada em: estática, nesta há uma posição estacionária,

como por exemplo, ficar de pé, sentar ou deitar; e dinâmica, quando existe o

movimento corporal (LIPPERT, 2008).

Em relação ao alinhamento da coluna vertebral, ela apresenta curvas

anteroposteriores ao longo do seu eixo. As curvas torácica e sacral são côncavas

anteriormente, e convexas posteriormente; já as curvas lombar e cervical são

convexas anteriormente e côncavas posteriormente. Estas curvas desempenham

funções importantes no alinhamento vertebral, já que ajudam a absorver choques

impostos à coluna e, assim, diminuem o risco de lesões, por isso elas devem ser

mantidas tanto durante o repouso como durante a atividade (LIPPERT, 2008).

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Para Santos et al. (2009), a boa postura é aquela em que as estruturas

responsáveis por manter o alinhamento corporal conseguem sustentar a coluna por

um período longo, sem que haja desconforto e ocorra um mínimo gasto energético.

Conforme Gross, Fetto & Rosen (2000), o que garante uma postura normal

são músculos fortes, equilibrados e flexíveis, um funcionamento adequado do sistema

articular e adoção de bons hábitos posturais.

Na postura ereta correta, a coluna permanece com suas curvas fisiológicas,

há um alinhamento dos ossos dos membros inferiores (MMII) para que o peso seja

sustentando. A pelve fica neutra, assim abdome, tronco e MMII ficam alinhados, a

região torácica deve estar posicionada adequadamente de forma a permitir uma boa

respiração e a cabeça deverá estar ereta para que a musculatura cervical não seja

sobrecarregada (SANTOS et al., 2009).

Nessa postura, a linha da gravidade cruza as curvaturas vertebrais e está

próxima do eixo de rotação das articulações dos membros inferiores (KISNER &

COLBY, 2009).

Segundo Lippert (2008) para assumir uma boa postura na posição sentada,

a região lombar deverá estar apoiada, as curvaturas vertebrais devem permanecer

alinhadas e os pés precisam estar encostados no solo.

A postura que promove menos pressão sobre o disco intervertebral é ficar

deitado na posição supina. Nessa posição é importante que haja uma boa e firme

superfície de repouso para evitar a perda da curvatura lombar e dar apoio às

curvaturas normais da coluna (LIPPERT, 2008).

Um dos desafios impostos à estabilidade das estruturas responsáveis por

manter o corpo ereto é à força da gravidade. Para que uma articulação que sustenta

peso permaneça estável ou equilibrada, a linha da gravidade da massa deverá passar

precisamente pelo eixo de rotação. Ou então é necessária a existência de uma força

que se oponha ao momento promovido pela força da gravidade. No corpo, os

músculos ou estruturas inertes são os geradores dessa contraforça (KISNER &

COLBY, 2009).

A postura correta poderá ser acometida por fatores como desequilíbrio

muscular ou contratura muscular, condições dolorosas, problemas respiratórios que

modificam a estrutura como enfisema, fraqueza geral, peso excessivo, perda da

propriocepção ou um espasmo muscular (MAGEE, 2002).

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Entre as principais alterações posturais encontradas tanto nos adultos

como em crianças e adolescentes são mudanças anteroposteriores como a escoliose,

hipercifose dorsal e hiperlordose lombar (BUENO & RECH, 2013).

Souza Junior (2011, p.312) define escoliose como: (...) “um desvio lateral

do plano frontal do corpo, associado ou não à rotação dos corpos vertebrais nos

planos axial e sagital com ângulo maior que 10 graus”.

Na hipercifose dorsal existe um aumento da curvatura torácica, que se

associa com a protusão escapular e da cabeça. Com isso há uma retração da

musculatura anterior do tórax, dos músculos elevadores das escápulas, trapézio

superior e alguns cervicais, entretanto outros permanecem alongados e fracos como

romboides e trapézio inferior (BARONI et. al., 2010).

Verderi (2008) relata que a hiperlordose lombar é o aumento da curvatura

lombar, e está relacionada à anteversão pélvica superior a 20 graus, que ocorre devido

a um desequilíbrio muscular entre abdominais e glúteos, o qual acarreta um

encurtamento da musculatura lombar.

3.3 Dores na coluna

Segundo Nascimento & Kreling (2011, p.51): “A dor é definida como uma

experiência sensorial e emocional desagradável relacionada com um dano real ou

potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tais danos”.

A dor constitui uma das maiores preocupações da humanidade, desde o

surgimento da civilização até os dias atuais. O ser humano vem buscando esclarecer

os fatores que levam à ocorrência da dor e elaborar uma metodologia destinada ao

seu controle (SAÇA, 2010).

Existe uma teoria que objetiva elucidar a modulação da transmissão da dor.

É a Teoria das Comportas, proposta por Melzac e Wall em 1965. Ela explica que o

mecanismo de transmissão da dor pode ser considerado um sistema em que a

“comporta” será aberta ou fechada dependo do tipo de fibra que se estimula; assim, o

impulso nociceptivo será ou não transmitido para as áreas superiores do sistema

nervoso, responsáveis por interpretar a informação (KITCHEN, 2003).

Entre as dores que acometem a coluna vertebral, a dor lombar é uma das

mais frequentes e sua localização está delimitada no limite inferior com a prega glútea,

podendo irradiar ou não para o membro inferior, já o limite superior compreende o

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espaço entre a borda inferior da escápula e a primeira vértebra lombar (ONOFRIO,

2010).

Marchesini & Copetti (2013) referem que essa dor tem uma etiologia

multifatorial, assim poderá ser originada por movimentos como a flexão prolongada

da coluna, já que esse movimento força o núcleo pulposo do disco intervertebral em

direção posterior, dessa forma o ligamento longitudinal posterior é comprimido e

possivelmente as raízes nervosas, gerando assim o quadro doloroso.

Trabalhos que exigem uma postura estática, o sedentarismo, fatores

psicológicos e pessoais, como idade, sexo, obesidade, bem como posturas adotadas

nas atividades diárias também podem influenciar, além de patologias relacionadas ou

não à coluna, mas que levam a dores nessa região (MARCHESINI & COPETTI, 2013).

Lemos et al. (2013) relatam que, apesar dos vários estudos que investigam

os fatores relacionados ao desenvolvimento da dor lombar, ainda não existe um

consenso sobre os mecanismos que levam ao seu surgimento.

Segundo De Vitta et al. (2011), estudos apontam que a dor lombar, por ter

uma alta prevalência entre adolescentes, crianças e na população economicamente

ativa, tornou-se um problema de saúde pública.

No estudo realizado pelo autor citado, no qual o objetivo foi verificar a

prevalência de dor lombar em adolescentes e sua relação com a prática de esportes

e atividades sedentárias, os resultados alcançados foram que a manifestação de dor

lombar nos escolares foi de 19,5% do total avaliado, sendo 12,5% nas meninas e 7%

nos meninos; além da correlação dos sintomas com o sexo ainda se observou uma

relação com quantidade de horas que se assiste à televisão ao dia e a prática de

esportes (DE VITTA et al., 2011).

Em outra pesquisa, cujo objetivo foi verificar a existência de lombalgia

inespecífica em escolares na faixa etária de 13 a 15 anos e realizar o levantamento

das possíveis causas, os resultados mostraram que dos 90 avaliados apenas 10% já

tiveram um quadro de lombalgia e todos eram do sexo feminino. Quanto às causas,

os autores buscaram identificá-las com base na literatura que apontou o crescimento

acelerado que ocorre nessa faixa etária, transporte inadequado da mochila, a prática

desportiva intensa ou competitiva, o sedentarismo excessivo e a posição adotada para

dormir (MARCHESINI & COPETTI, 2013).

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Graup, Santos & Moro (2010) apontaram, em sua pesquisa, realizada com

288 adolescentes na faixa etária compreendida entre os 15 e os 18 anos, que as

atividades nocivas para dor lombar entre os avaliados foi permanecer sentado por

muito tempo e a prática de esportes em demasia.

A coluna cervical também é acometida por quadros dolorosos, embora

menos frequentemente. A cervicalgia se caracteriza por ocasionar limitação funcional

e forte dor, que poderá ser irradiada para outros locais como a região da nuca, a área

escapular, para as costas e ombros (MOURA, FONSECA & PAIXÃO, 2009).

Entre as causas mais frequentes da cervicalgia estão as desordens

mecânicas. Estas podem ocorrer devido a movimentos excessivos com essa região,

principalmente quando exige uma flexão cervical aumentada; ou ainda, por um dano

ou deformidade que está atingindo a região como uma hérnia discal e uma artrose

(ANTONIO, 2004).

Ainda segundo Antonio (2004), as dores na cervical decorrentes de

sobrecargas mecânicas ou posturas anormais prolongadas da coluna levam ao

acometimento musculoligamentar. Elas apresentam como características dor na parte

média e inferior da cervical posteriormente, que poderá ser localizada ou difusa e

irradiar para outras áreas como os ombros e áreas do músculo trapézio, promovem

restrições para movimentos ativos e passivos e apresentam pontos dolorosos durante

a palpação.

Moura, Fonseca & Paixão (2009) apontam outro quadro álgico relacionado

com coluna, a dorsalgia, que acomete a região torácica. Esta tem como possíveis

causas a frouxidão ligamentar; a manutenção prolongada da flexão de tronco, como

ocorre em algumas profissões; sobrecargas impostas a essa região que ocorrem, por

exemplo, ao transportar peso, principalmente quando não há divisão da carga, e

dessa forma expõe mais um lado do que o outro; e ainda fatores psicossociais, como

ansiedade. Também as dores na região dorsal podem estar relacionadas a patologias

como tumores, tuberculose e achatamento das vértebras.

3.4 Alterações Posturais A prevalência de alterações posturais em escolares vem sendo registrada

na literatura, inclusive no Brasil. Santos et al. (2009) observaram que cerca de 20%

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dos escolares da cidade de Jaguariúna, São Paulo, apresentaram alterações

posturais. Detsch et al. (2007) demonstraram uma prevalência de 66% de alterações

posturais laterais e de 70% para as anteroposteriores nos escolares de São Leopoldo,

Rio Grande do Sul. Maia et al. (2005) verificaram que, dos 46 escolares de João

Pessoa, Paraíba, analisados, 32 foram classificados como portadores de alterações

severas. Döhnert e Tomasi (2008) verificaram que 45,5% dos escolares de Pelotas,

Rio Grande do Sul, apresentaram escoliose. Destaca-se a pesquisa de Mangueira

(2004), que identificou 27,7 % de posturas escolióticas em estudo realizado com um

total de 166 alunos entre 11 e 16 anos na cidade de Sobral, Ceará.

Em um estudo realizado sobre avaliação da coluna vertebral, com 32

alunos com deficiência auditiva com idades entre 7 e 21 anos no Centro de

Reabilitação e Educação Especial Rotary Club Caruaru, o estudo se procedeu com a

avaliação dos escolares em simetrógrafo (posturógrafo), para identificar alterações

posturais como hipercifose torácica, hiperlordose lombar e escoliose. Verificou-se que

as alterações mais evidentes neste estudo foram hiperlordose lombar (50%) e a

hipercifose torácica (75%) (VASCONCELOS et al., 2010).

Sendrez (2015), em seu estudo, constatou haver uma associação entre

alterações na lordose lombar e o modo de transportar a mochila, bem como alterações

na cifose torácica e no meio de transportar o material; assim diferem dos da hipótese

inicial do estudo, de que o uso inadequado da mochila estaria associado à presença

de escoliose.

As medidas preventivas devem ser instauradas por meio de orientação e

desenvolvimento de hábitos posturais adequados. Os programas de intervenção

devem ser desenvolvidos nas escolas, já que tem sido mostrada a efetividade do

aumento do conhecimento e da aprendizagem de hábitos posturais saudáveis

(MARQUES, HALLAL, et al. 2010; REBOLHO et al., 2009).

As escolas são consideradas locais ideais para a realização de ações que

favoreçam o adequado desenvolvimento físico e motor de crianças. Compreender

melhor a relação entre dor musculoesquelética e os fatores a ela relacionados permite

ao fisioterapeuta aplicar os recursos que lhe são disponíveis em intervenções com

escolares, de modo a favorecer a informação e prevenção nesses locais, além do

diagnóstico precoce e encaminhamento à terapêutica específica (PEREIRA et al.,

2013).

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As aulas de intervenção devem consistir na divulgação de medidas

preventivas na incidência de dor na coluna vertebral, introduzindo conhecimentos de

anatomia, biomecânica e fisiopatologia das dores que acometem essa região.

Acrescentando-se orientações ergonômicas e posturais das atividades ocupacionais

e de vida diária, exercícios de alongamento, força e relaxamento musculares que são

passados aos participantes (BENINI; KAROLEZAK, 2010).

A propósito, é indispensável a avaliação postural nessa idade, pois o

sistema locomotor está em desenvolvimento, e durante essa fase é possível

desenvolver bons hábitos posturais. Entretanto, ressalta-se que algumas medidas

corretivas em crianças nessa idade escolar são desnecessárias, podendo gerar danos

futuros. Contudo, é necessário que se façam avaliações com distinção de crianças e

adolescentes, assim como de acordo com o sexo e a faixa etária, para que não sejam

feitos diagnósticos errados, no qual possa evoluir para má qualidade de vida enquanto

criança e progredir para a vida adulta, tornando-se mais difíceis de tratar e, quando

diagnosticado de forma correta, deve ser realizado o tratamento adequado (SILVA &

CUBAS, 2010).

Programas preventivos elaborados devem conter exames posturais, que se

fundamentem em observações básicas para encontrar pequenos sinais que melhor

indiquem a existência de uma alteração postural, pois esta pode estar no início do seu

desenvolvimento. Uma avaliação da postura é de extrema importância para a

prevenção da má-formação vertebral ou para um diagnóstico precoce, o que leva ao

melhor diagnóstico em caso de tratamento. Entretanto, ações preventivas somente

terão sucesso se evidenciarem a postura corporal de crianças e adolescentes,

levando em consideração as influências que o meio ambiente exerce nos hábitos de

vida e atividades diárias dos indivíduos (PEREIRA; FORNAZARI; SEIBERT, 2006).

Pereira, Fornazari e Seibert (2006) ressaltaram o rastreamento de

alterações posturais durante a fase escolar, pois proporciona a prevenção de

problemas futuros, por ser uma estratégia de fácil aplicação, eficiente e de baixo custo.

Por sua vez, os resultados positivos se darão através da conscientização de bons

hábitos posturais se praticado em conjunto, envolvendo escolares, pais, professores

e profissionais treinados para tal, como, por exemplo, fisioterapeutas e educadores

físicos, através de campanhas educativas. Acrescenta-se que análises ergonômicas

e avaliações antropométricas também deveriam constar como parte integrante do

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planejamento pedagógico da rede de ensino, visto que fatores externos também

podem influenciar no alinhamento postural.

3.5 Postura e o ambiente escolar

Foi realizada uma busca na base de dados Biblioteca Virtual da Saúde

(BVS) através do seguinte cruzamento: (escolios$ or lordos$ or scoliosis or

“alteracoes posturais” or postura or hiperlordose or hipolordose or cifose or hipercifose

or hipocifose) (“intervencoes educativas” or “oficinas educativas” or palestras or

“educacao em saude” or “educational program”) (escola$ or adolescent$ or jove$ or

school$). Diante disso foram excluídos os artigos com mais de dez anos de

publicação, ou seja, artigos publicados antes de 2005, além dos que abordavam

adultos ou idosos e patologias que diferiam das alterações posturais, os que não

estavam disponíveis em texto completo e os de publicação somente em inglês. Sendo

assim, restaram cinco artigos que se assemelham ou contemplam o que propomos no

estudo.

Inicialmente observamos que, no Brasil, as estratégias de educação em

saúde e/ou promoção da saúde são embasadas pelos modelos europeus, como

descreve Candotti et al. (2015) em sua pesquisa intitulada Efeitos de um Programa de

Educação Postural para escolares do terceiro ano do Ensino Fundamental de uma

escola estadual de Porto Alegre (RS), em que o objetivo principal deste estudo foi

verificar os efeitos de um Programa de Educação Postural (PEP) sobre a postura

dinâmica de escolares durante a realização de AVD’s. O objetivo secundário foi

conhecer a percepção de responsáveis e professores sobre o PEP. Este estudo foi do

tipo semiexperimental e utilizou método misto, empregando a combinação de

abordagens quantitativa e qualitativa. A amostra foi de conveniência, composta por 40

escolares, sendo 23 meninas e 17 meninos com idades entre oito e 12 anos,

matriculados no terceiro ano do Ensino Fundamental em Porto Alegre (RS).

O PEP foi embasado na metodologia das Escolas Posturais e teve duração

de nove semanas. As aulas ocorreram uma vez por semana com duração de uma

hora e meia. Os conteúdos trabalhados foram: coluna vertebral; transportar mochila

escolar e caminhar; sentar e levantar e postura ao escrever; utilizar o computador,

dormir e levantar; pegar objetos no solo e transportá-los.

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A coleta de dados ocorreu no período de março a junho de 2013 e foi feita

por estudantes de Educação Física e Fisioterapia, os quais foram capacitados e

acompanhados pela professora da universidade responsável pelo desenvolvimento

do PEP na escola.

Foi concluído neste estudo que o PEP foi uma intervenção eficaz para os

escolares do terceiro ano do Ensino Fundamental de uma escola estadual de Porto

Alegre (RS) na melhora da execução de AVD’s, apresentando repercussões positivas,

conforme percepção de responsáveis e professores.

Já na pesquisa intitulada Ensino de Hábitos Posturais em Crianças: História

em Quadrinhos versus Teatro de Fantoches, Vasconcelos et al. (2014) compararam

a efetividade das histórias em quadrinhos e do teatro de fantoches na aprendizagem

de hábitos posturais em crianças na idade escolar. Participaram do estudo 52 crianças

de ambos os gêneros. Observamos que tanto as crianças do Grupo A como as do

Grupo B aprenderam sobre os hábitos posturais corretos. No Grupo A, apenas 23%

(n=6) tiveram alguma dificuldade no entendimento das imagens e 58% (n=15)

afirmaram que melhoraram a forma de andar e sentar. No Grupo B, 12% (n=13)

relataram que tiveram alguma dificuldade no entendimento da linguagem e 50%

(n=13) que melhoraram a forma de andar e sentar. Os achados deste estudo

revelaram que as duas formas de estratégia mostraram-se efetivas para ensinar e

fixar conceitos sobre os hábitos posturais corretos.

Observamos nestes dois estudos supracitados duas estratégias

pedagógicas importantes para qualificar o processo ensino-aprendizagem de crianças

e adolescentes, no que se refere aos fatores intrínsecos e extrínsecos que interferem

no surgimento ou não das alterações posturais.

Sabendo disso, é importante destacar a pesquisa de Souza et al. (2013)

intitulada Epidemiologia da Escoliose Idiopática do Adolescente em Alunos da Rede

Pública de Goiânia-GO, onde pesquisaram a prevalência da escoliose idiopática do

adolescente em escolares de 10 a 14 anos da rede pública de ensino de Goiânia-GO,

Brasil. Foram sorteados 476 alunos de cinco escolas municipais, de um total de 33.343

alunos distribuídos em 162 escolas. Participaram do estudo 418 alunos (erro amostral

corrigido de 3,2%). Deste total, 31 alunos apresentavam suspeita de escoliose (17 do

sexo masculino e 14 do sexo feminino). Um total de 28 alunos fizeram as radiografias;

desses, 18 foram diagnosticados com escoliose idiopática do adolescente (11 do sexo

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feminino e sete do sexo masculino), determinando a prevalência de 4,3%. O teste qui

quadrado não sugeriu diferença estatística da prevalência entre os sexos. Um aluno

apresentava escoliose congênita. Concluiu-se que a prevalência da escoliose

idiopática do adolescente na rede municipal de ensino de Goiânia é de 4,3%.

Noll et al. (2012), em sua pesquisa intitulada Escola Postural: Revisão

Sistemática dos Programas Desenvolvidos para Escolares no Brasil, fez um apanhado

dos programas que atualmente vêm sendo aplicados no Brasil. Este teve como

objetivo apresentar e discutir os programas de Escola Postural desenvolvidos para

escolares no Brasil. Foi utilizada uma metodologia de revisão sistemática de artigos

científicos em várias bases de dados e no Banco de Teses e Dissertações da Capes.

A partir das nove publicações incluídas neste estudo, concluiu-se que os programas

de Escola Postural contribuem para a aquisição de conhecimentos teóricos e de

hábitos posturais saudáveis durante a execução das Atividades de Vida Diárias. No

entanto, estudos que visem identificar se os conhecimentos e os hábitos posturais

adquiridos são mantidos no transcorrer do tempo ainda são escassos.

Relacionado a estudos prospectivos, ou seja, em que se avalia a eficácia

das estratégias pedagógicas em curto, médio e longo prazo, temos a pesquisa Efeitos

de um Programa de Educação Postural para Crianças e Adolescentes após oito

meses de seu Término, em que o objetivo foi avaliar os efeitos de um Programa de

Educação Postural (PEP) para crianças e adolescentes oito meses após seu término.

O estudo foi experimental com 34 participantes divididos em Grupo Controle (GC) e

Grupo Experimental (GE). Somente os integrantes do GE participaram do PEP.

Os 34 participantes foram submetidos – no início, no término e oito meses

após o término do PEP – a três procedimentos de avaliação: (1) postura estática por

meio de fotografia; (2) postura dinâmica, por filmagem da execução de atividades da

vida diária (AVD’s); e (3) questionário sobre os conhecimentos teóricos da coluna

vertebral. Para verificar as diferenças entre o GC e o GE e entre as etapas de

avaliação, foram utilizados os testes de Mann-Whitney e de Wilcoxon para os escores

das AVD’s e do questionário, bem como o qui-quadrado para comparar a frequência

de alterações posturais. Resultados: o PEP, quando avaliado imediatamente após seu

término, promoveu efeito positivo apenas no conhecimento teórico e na postura das

AVD’s. Entretanto, o efeito positivo do PEP não foi estendido ao período de follow-up,

após oito meses do término do programa. Concluiu-se que o conhecimento da

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importância da boa postura durante as AVD’s não foi efetivamente incorporado aos

hábitos das crianças e dos adolescentes.

Observamos assim que há um ineditismo com relação à proposta da

pesquisa, associando uma oficina pedagógica com o inquérito Conhecimento, Atitude

e Prática (CAP) relacionado ao tema Educação Postural. Além disso, o espaço

escolar é uma forma potente de executar estratégias educacionais em saúde. A

educação postural torna real a importância deste tipo de proposta, pois é na idade

escolar que atitudes corretas referentes à postura devem ser incorporadas.

Vários problemas posturais são desencadeados no período do crescimento

e desenvolvimento corporal, ou seja, na infância e na adolescência. E é justamente

nessas fases que os indivíduos estão expostos a situações de risco para a coluna,

tanto no ambiente escolar, que exige uma longa permanência na posição sentada,

realizada na maioria dos casos inadequadamente, como também nas atividades

realizadas em casa (DETSCH, et al., 2007).

Quando se relaciona a postura com o ambiente escolar, diversos

problemas são encontrados, tais como ergonomia inadequada do mobiliário e erros

no transporte do material escolar, que de certo modo influenciam na adoção de hábitos

posturais inapropriados e no surgimento de quadros álgicos (BRACCIALLI &

VILARTA, 2000).

Para tentar reduzir problemas relacionados ao peso da mochila, Ainhagne

e Santhiago (2009) relatam que, desde cedo, crianças e adolescentes precisam ser

instruídos a utilizar mochilas com fixação nas costas, pois estas se tornam menos

prejudiciais comparadas com as transportadas em uma das mãos ou dos ombros.

Outro fator agravante para coluna de escolares é o mobiliário inadequado.

É o que mostram Bracialli e Vilarta (2000) em um estudo realizado em escolas de

educação infantil da cidade de São Paulo, Brasil: comprovou-se que o assento das

cadeiras era muito alto e com profundidade inadequada, sendo assim não

correspondia às medidas antropométricas dos escolares nem permitia um apoio

adequado da coluna.

Já que crianças e adolescentes permanecem longos períodos no ambiente

escolar, é importante que se tenha o conhecimento sobre problemas existentes neste

meio, que podem contribuir para aquisição de más posturas e levar ao surgimento de

quadros dolorosos. Sendo assim, é preciso haver conscientização da população junto

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com as escolas para detecção e criação de meios para reverter esses problemas

(AINHAGNE & SANTHIAGO, 2009).

Na perspectiva de que há uma tendência das escolas fundamentais e de

ensino médio se tornarem tempo integral, é muito importante entendermos que, do

que até aqui foi discutido com relação aos fatores agravantes posturais, os fatores que

podem agravar os comportamentos, hábitos, posturas podem influenciar de forma

duplicada.

Como já apontado por Healy et al. (2011), ao tratar de universitários que

estudam em período integral (oito horas por dia) já há algum tempo, o maior número

de horas na postura sentada está relacionado com situação de estudo. A quantidade

de horas na postura sentada, de forma geral, nos 15 dias, foi maior no período da

manhã do que no da tarde. Depois das horas de estudo, a atividade que manteve mais

tempo estes alunos na postura sentada foi o lazer, utilizando o computador. Somando

os dois períodos, estes alunos passaram 47,99% do tempo utilizando o computador

para o lazer. Vários estudos apontam para esta tendência da população jovem de

utilizar o computador por um tempo cada vez maior, com implicações na estrutura

musculoesquelética. Porém, o uso do computador parece ser apenas um dos muitos

fatores relacionados a estas alterações.

De acordo com Kisner e Colby (1998), a escoliose geralmente envolve as

regiões torácica e lombar, podendo apresentar-se em “S”, tipicamente em destros com

uma curvatura para a direita na região torácica e esquerda na região lombar, ou leve

curvatura em “C”, para esquerda na região toracolombar. Pode haver assimetria nos

quadris, pelve e membros inferiores.

A coluna vertebral estabiliza e mantém o eixo longitudinal do corpo. Sendo

uma haste multiarticulada, seus movimentos ocorrem como resultado de movimentos

combinados de cada vértebra. Fornece um ponto de pivô para movimentos e suporte

da cabeça na região cervical, permite também transmissão e absorção efetiva de

choque (LIPPERT, 1996).

Nos dias de hoje, em que se propagam os modelos de escolas de tempo

integral, o Ministério da Saúde (BRASIL, p.76, 2010) relata que:

(...) é fato que, na atenção integral às especificidades da saúde de adolescentes e jovens, o processo de trabalho das equipes da Estratégia Saúde da Família já incorpora em sua prática características para abordagem

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integral e resolutiva e para o desenvolvimento de ações intersetoriais, fundamentais para a promoção da saúde.

Evidenciada a importância da promoção da saúde na produção de saúde

de adolescentes e de jovens, enfatiza-se a necessidade de estabelecer processos de

intervenção intersetoriais e interdisciplinares, de ampliação e diversificação das

práticas sanitárias, de mudanças na gestão e no trabalho das equipes de saúde para

a construção complementar e de intercâmbio entre esses dois campos da atenção à

saúde (BRASIL, 2010).

3.6 Educação postural

Neste tópico, apresentaremos estudos que foram desenvolvidos com

relação à educação em saúde no âmbito da educação postural. Serão expostos

métodos diferentes de abordagem às crianças e adolescentes.

Silva et al. (2014) fizeram um estudo com 65 adolescentes participantes,

com faixa etária entre 11 e 16 anos. Sobre a apresentação das posturas demonstradas

pelos adolescentes do meio rural, com relação ao modo de permanecer sentado na

cadeira da sala de aula e em casa, 84,6% dos alunos adotam uma postura

inadequada, bem como na manutenção da posição sentada “escrevendo no caderno”,

em que 81,5% o fazem de forma inapropriada.

A respeito das formas do cuidado cultural, Leininger e McFarland (2006)

descrevem um método utilizado na pesquisa de Silva et al. (2014), caracterizado por

trabalhar a preservação/manutenção do cuidado cultural, quando ações e decisões

profissionais auxiliam indivíduos de uma determinada cultura a preservar e/ou manter

valores culturais importantes acerca de cuidado da saúde e bem-estar;

acomodação/negociação do cuidado cultural, quando as ações profissionais ajudam

as pessoas de uma determinada cultura a se adaptar ou a negociar com as outras um

resultado de saúde favorável; repadronização/reestruturação do cuidado cultural

caracterizam-se pelas ações e decisões profissionais que ajudam os indivíduos a

reorganizar e modificar seu modo de vida, mantendo o respeito às suas crenças e

valores culturais, porém com um novo padrão de cuidado mais benéfico à sua saúde.

De acordo com Ritter (2009) e Steffenhagen (2003), a postura correta para

a posição sentada na cadeira foi considerada aquela em que o escolar sentava sob

os ísquios, com a coluna apoiada no encosto da cadeira, quadris e joelhos com

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angulação em torno de 90º à 100º e pés apoiados no solo. O mesmo critério foi

adotado para a posição sentada escrevendo, sendo considerado incorreto sentar com

o tronco fletido, ou sob o sacro. Quanto à postura na sala de aula, ao avaliar as

alterações posturais de estudantes do sexo feminino, o estudo apontou que apenas

10% das meninas sentavam-se corretamente com os pés e as costas apoiados,

enquanto que quase 90% das estudantes utilizavam outras posturas, classificadas

como incorretas (RITTER, 2009).

A respeito da postura sentada ao escrever, os alunos do ensino

fundamental pouco utilizam os critérios biomecânicos de adequação da postura para

essa atividade (MARCONI, LAKATOS, 2002; DETSCH et al., 2007). Outro estudo

demonstrou que 55% dos adolescentes de uma escola estadual de Rondônia

apresentavam algum tipo de desvio postural e a maneira de sentar na sala de aula foi

relacionada como uma variável de significância relacionada à escoliose (MOREIRA,

2008).

A postura inadequada e viciosa adotada pelos adolescentes pode ser

imposta pelo mobiliário escolar. Os resultados desta investigação demonstram que há

um desajuste do mobiliário da escola à população estudantil, evidenciado pelas

atitudes corporais que mantêm durante a sua utilização (POLITANO, 2006).

Em estudo que estimou a prevalência de alterações posturais laterais e

anteroposteriores em adolescentes do sexo feminino, foi observado que 55,7% das

meninas utilizavam a postura correta com a mochila ou bolsa, isto é, vestindo as duas

alças ou com ela transpassada, e 44,4% usavam da forma incorreta, ou seja, com a

alça em um ombro só (RITTER, 2009). Objetivando verificar a existência de

associação entre escoliose e o modo de transporte do material escolar no ensino

fundamental, Freire (2008) identificou que as anormalidades mais frequentes

(hipercifose, hiperlordose e escoliose) nos jovens, provavelmente, estão associadas

aos hábitos posturais inadequados no local de realização de tarefas, na forma e local

utilizado para carregar o material escolar, entre outros.

No estudo de Silva et al. (2014) acerca da forma como os alunos pegam e

levantam objetos pesados do chão, a maioria dos adolescentes o faz da forma menos

recomendada, isto é, agacham-se sem flexionar os joelhos e a coluna ereta, sendo

que apenas 23% executam do modo correto. A respeito do modo de pegar e levantar

um objeto leve do chão, somente 12,3% demonstraram adotar a forma mais adequada

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para essa atividade. A atividade de levantar objetos do solo é considerada como fator

de risco para degeneração do disco intervertebral e para desordens

musculoesqueléticas lombares (CANDOTTI, ROTH, NOLL, 2012).

Considerando que o meio escolar tem influência nas alterações posturais

das crianças e que a recorrência da postura inadequada nesse ambiente pode tornar-

se permanente na vida adulta, Torre et al. (2005) sinalizam um parecer pertinente ao

identificar as alterações posturais em escolares e suas alterações compensatórias

precocemente pelo fato da instalação, progressão e agravamento postural durante a

adolescência e a vida adulta e o comprometimento da postura nessas fases (CONTRI

et al., 2009). Nessa ótica, a importância da educação postural como prática preventiva

no ambiente escolar, prevenindo alterações posturais e deformidades, é fundamental

para diminuir a ocorrência de vícios posturais e evitar as alterações (SANTOS et al.,

2009).

Uma das causas de algumas alterações posturais é referente ao transporte

do material escolar, em que a forma considerada ideal para transportar o material

escolar é aquela que utiliza a bilateralidade no uso da mochila, pasta e bolsa, com uso

de alças longas, que não ultrapassem a crista ilíaca (MARCONI E LAKATOS, 2002).

Rebolho, Casarotto e Amado (2009) verificaram os efeitos de um programa

de educação postural comparando duas estratégias de ensino, sendo uma com

utilização de história em quadrinhos e outra com experiência prática de posturas

corretas e incorretas. Participaram do estudo 80 estudantes de segunda e terceira

séries, com idade entre 7 e 11 anos, divididos em dois grupos iguais, sendo que foram

trabalhadas as posturas corretas em pé, sentado, transportando mochilas, abaixando,

mudando objetos de lugar e forma de dormir. Houve aumento significativo no

aprendizado e memorização dos hábitos posturais corretos em todas as variáveis

estudadas em ambos os grupos, não havendo diferença significativa entre as duas

estratégias educativas.

Outro estudo, que avaliou a eficácia de um programa de educação em

saúde sobre o conhecimento relacionado à postura sentada com 71 estudantes da

primeira série do ensino fundamental em escolas estadual, municipal e particular de

Bauru/SP, constatou que o programa se mostrou eficaz, aumentando os

conhecimentos dos escolares a respeito da postura em todas as escolas estudadas.

Os autores ainda reforçam que a escola é um espaço vantajoso para realizar ações

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preventivas e de educação em saúde postural que contribuam para o planejamento

de medidas que visem à manutenção, melhora e promoção do bem-estar físico dos

escolares (ZAPATER et al., 2004).

Fonseca (2008) avalia de forma positiva a qualificação de crianças e jovens

para atuarem como multiplicadores de informações preventivas e de promoção à

saúde, pois eles passam a exigir o cuidado de suas famílias e da comunidade sobre

o tema abordado, constatando-se mudanças de hábito de outras pessoas orientadas

por esses multiplicadores. Um estudo de Foltran (2012) avaliou os efeitos de um

programa educacional de cuidados com a coluna sobre o nível de conhecimento de

escolares quanto à prevenção de dor na coluna vertebral e contou com a participação

de 392 estudantes da quarta à oitava série de uma escola estadual, sendo que 114

foram avaliados após dois anos do término do programa.

Um estudo de revisão sistemática e meta-análise para verificar as

evidências sobre intervenções preventivas para cuidados posturais em crianças e

adolescentes demonstrou que programas de intervenções aumentaram

significativamente o comportamento preventivo e o conhecimento de estudantes

quanto à postura (FOLTRAN et al., 2012).

Ao se trabalhar com programas educativos, é necessária a ação conjunta

e integrada de diferentes atores e esferas, exercendo a intersetorialidade e

estimulando a participação da comunidade. Pois quando se quer modificar hábitos

posturais, a sensibilização, mobilização e coparticipação são fundamentais para

produzir mudanças que, gradativamente, se multiplicarão e refletirão no

desenvolvimento do adolescente assistido. Nesse contexto, a escola é um local

importante para iniciar este trabalho com metas de curto, médio e longo prazo, pois

permite o acompanhamento das intervenções por um período maior de tempo, já que

os adolescentes a frequentam diariamente (BRACCIALLI, VILARTA, 2000).

O exercício da prática de educação em saúde pressupõe abertura,

disponibilidade para ouvir o outro, horizontalidade na relação interpessoal e na ação

educativa em si, pois o ato participativo é humanizado. Nesse sentido, parece-nos que

o campo da saúde carece de um discurso e de uma prática transformadora, mediados

pela participação do sujeito em todo processo educativo. Afinal, a premissa básica

daqueles que realizam esse processo é propiciar o fortalecimento pessoal dos seres

humanos com quem interagem para que estes façam escolhas saudáveis e que nesse

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processo exerçam o autocuidado. O essencial é apoiar o ser humano a ajudar-se, é

fazê-lo agente de sua transformação (CALVO-MUÑOZ; GÓMEZ-CONESA;

SÁNCHEZMECA, 2012).

O fato de que ao participar de programas preventivos os estudantes

agregaram conhecimentos que servem de subsídio para a mudança de hábitos

posturais inadequados justifica a utilização das abordagens com foco na educação

em saúde, visto que são de baixo custo para o sistema e constituem-se, ainda, como

estratégias eficazes de transformação, em que os sujeitos que participam das

atividades podem constituir-se em multiplicadores desses novos conhecimentos,

educando seus pares e contribuindo para o bem-estar das pessoas nos ambientes em

que frequentam.

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4. MÉTODOS

4.1 Delineamento do estudo Realizou-se um estudo de intervenção, no qual o pesquisador manipula o

fator de exposição (a intervenção), modificando intencionalmente algum aspecto que

tenha como resultado a mudança do estado de saúde de indivíduos ou comunidades

(ESCOSTEGUY, 2009).

Esse tipo de estudo pode ter ou não grupo-controle. A escolha desse tipo

de estudo se justifica, pois se buscou testar os efeitos de uma intervenção educativa

dirigida aos adolescentes escolares para a melhoria do conhecimento, atitude e

prática com relação à educação postural corporal. A opção por se trabalhar com grupo

único se deu pelo fato de a escolha ter sido por turmas escolares com alunos

previamente matriculados.

Polit e Back (2011) classificam esse este tipo de estudo em experimental e

quase experimental. O delineamento verdadeiramente experimental caracteriza-se

pelas propriedades de manipulação, controle e randomização. Para fins desta

pesquisa foi delineado o modelo quase experimental, o qual não inclui a

randomização, além de os participantes do estudo se constituírem seu próprio

controle. Portanto, trata-se de um estudo de intervenção não controlada, chamado

antes e depois, nos quais as pessoas recebem a intervenção e sua condição é

verificada antes do início e após (ESCOSTEGUY, 2009). No caso da verificação após

a intervenção, esta aconteceu imediatamente após, 15 dias e 60 dias após a

intervenção, respectivamente.

4.2 Inquérito – CAP

Teorias de natureza psicossocial se propõem a explicar as características

das relações entre atitudes e práticas, como consideradas na premissa teórica

Conhecimentos, Atitudes e Práticas (CAP). A teoria denominada Enfoque de

Consistência Cognitiva afirma que as atitudes dos indivíduos representam indicadores

do comportamento humano, ou seja, podemos considerá-las como precursoras de um

determinado padrão comportamental (CANDEIAS & MARCONDES, 1979).

Candeias & Marcondes (1979) descrevem uma nova versão teórica do

enfoque da consistência contingente que considera dois tipos de indivíduos: os

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indivíduos que mantêm uma consistência permanente entre atitudes e práticas,

mesmo na ausência de apoio estrutural, e os ambivalentes, que alteram seu

comportamento em função de pressões momentâneas.

Devemos ainda considerar outro fator interacional denominado “coerção

social”. Em situações de alta coerção social, a ação do indivíduo está sujeita à crítica,

que funcionará como uma forma de alta pressão social (CANDEIAS & MARCONDES,

1979).

Nesse sentido o modelo comportamental (CAP) parte do pressuposto de

que seus conceitos podem facilitar o diagnóstico educativo e a intervenção em saúde.

Cabe aos gestores e profissionais da área utilizar esta ferramenta para buscar um

diagnóstico dos conhecimentos, atitudes e práticas dos usuários de saúde, bem como

dos profissionais, possibilitando um desenvolvimento de atividades que favoreçam um

CAP desejável.

Vale destacar que estudos do tipo CAP visam ao desenvolvimento de

programas mais apropriados para as necessidades específicas da população

estudada. O inquérito CAP pretende medir o conhecimento, a atitude e a prática de

uma população, permitindo um diagnóstico do que as pessoas sabem, sentem e

também como se comportam a respeito de determinado tema (KALIYAPERUMAL,

2004).

Oportuno se faz apresentar alguns conceitos que servirão de base para

fins deste estudo:

Conhecimento que significa recordar fatos específicos (dentro do sistema

educacional do qual o indivíduo faz parte) ou a habilidade para aplicar fatos

específicos para a resolução de problemas, ou emitir conceitos a partir da

compreensão sobre determinado evento. Na prática, as pessoas utilizam conceitos de

informação e conhecimento como se fossem sinônimos, mas a informação é um dado

contextualizado que ainda não se transformou em conhecimento. A informação se

transforma em conhecimento quando há uma interação humana capaz de absorvê-la

e relacioná-la com outros conhecimentos, fazendo com que seja internalizada,

transformando-a em parte de um sistema de crenças próprio. Sendo o conhecimento

a máxima utilização de informação e dados acoplados ao potencial das pessoas, suas

competências, ideias, intuições, compromissos e motivações (MARINHO et al., 2003).

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Atitude é essencialmente ter opiniões, sentimentos, predisposições e

crenças, relativamente constantes, direcionados a um objetivo, pessoa ou situação.

Tem raízes em nossas emoções, nosso comportamento e nas influências sociais

exercidas sobre nós. E podem se formar a partir de processos cognitivos de busca do

equilíbrio ou consonância (BEM, 1973; MARINHO et al., 2003; RODRIGUES;

ASSMAR; JABLONSKY, 2009).

As convicções e as atitudes do homem assentam sobre quatro

fundamentos psicológicos diferentes: os cognitivos, os emocionais, os

comportamentais e os sociais. As atitudes são então definidas como nossas antipatias

ou gostos, que seriam nossas afinidades e aversões a situações, objetos, grupos ou

quaisquer outros aspectos do nosso meio (BEM, 1973).

Prática é a tomada de decisão para executar a ação. Relacionado aos

domínios psicomotor, afetivo e cognitivo na dimensão social. Importante salientar que

as práticas são executadas às vezes em consonância cognitiva, mas muitas vezes em

total dissonância. Encontramos exemplo de dissonância em situações nas quais o

indivíduo adota práticas negativas a despeito de conhecer todo o potencial de seus

efeitos para a saúde (MARINHO et al., 2003; CANDEIAS & MARCONDES, 1979).

A aprendizagem é considerada, no âmbito da psicologia acadêmica e

profissional, como sinônimo de comportamento. Tradicionalmente tem sido descrita

como o estudo da aquisição e mudança de comportamentos. Desta forma podemos

reconhecer a importância da aquisição do conhecimento como precursora de um

comportamento (POZO, 2004).

A psicologia cognitiva estuda os processos mentais e como estes são

aplicados na vida cotidiana. O psicólogo Jean Piaget foi um dos principais

representantes da psicologia cognitiva e a partir da Teoria Cognitiva postulou que a

aprendizagem envolve o que ele descreveu como processo de adaptação, definido

como um equilíbrio entre a assimilação e a acomodação. A inteligência pode ser então

uma das formas de adaptação da vida ao longo de sua evolução (LONGEN, 1997).

O modelo CAP (conhecimento, atitudes e práticas), estabelece que um

comportamento em saúde prende-se a um processo sequencial, com origem na

aquisição de um conhecimento cientificamente correto, que pode explicar a formação

de uma atitude favorável e a adoção de uma determinada prática de saúde

(CANDEIAS & MARCONDES, 1979).

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4.3. Construção do Inquérito CAP

O inquérito que avaliou o conhecimento, atitudes e prática dos

adolescentes antes e após a intervenção educativa (imediatamente após, 15 e 60

dias) está estruturado em três domínios a saber: Domínio I (4 questões) relacionado

ao conhecimento sobre hábitos posturais; Domínio II (3 questões) aborda as atitude

posturais; e Domínio III (7 questões) verifica a prática sobre hábitos posturais e dores

nas costas.

Os itens que compuseram cada dimensão do inquérito CAP foram

fundamentados no estudo de Rebolho (2008) para os Domínios I e II e no instrumento

elaborado por Noll; Candotti; Vieira et al. (2012) para o Domínio III. Destaca-se que

este último domínio é um instrumento para coleta de dados denominado Back Pain

and Body Posture Evaluation Instrument (BackPEI), validado para a língua

portuguesa, constituído por 21 questões fechadas com uma versão para cada sexo,

em que foi elencado ao instrumento utilizado neste estudo 7 questões pelo fato de

adequação ao público e a realidade local.

No item a seguir, apresenta-se uma síntese do que foi considerado

adequado ou não, por cada domínio.

Domínios Relacionados à Educação Postural e Prevenção de Alterações

Posturais.

Domínio I - Conhecimento

Adequado: Quando o(a) aluno(a) responder corretamente o

conhecimento sobre hábitos diários de vida, o que se deve ou não fazer para manter

uma boa postura e assim, prevenir patologias associadas à má postura corporal.

Inadequado: Quando o(a) aluno(a) responder incorretamente ou não

conhece os fatores relacionados aos hábitos diários de vida que influenciam o

surgimento de dores nas costas ou alterações mais severas na coluna vertebral.

Domínio II - Atitude

Adequada: Quando o(a) aluno(a) conhecer quais as atitudes corretas a

serem realizadas dentro do ambiente escolar e domiciliar.

Inadequado: Quando o(a) aluno(a) não conhece quais as atitudes

corretas a serem realizadas dentro do ambiente escolar e domiciliar.

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Domínio III - Prática

Adequada: Quando o(a) aluno(a) demonstra, através das respostas, que

conhece a forma de utilizar corretamente a mochila, segurar um peso, posicionamento

de dormir, uso de tecnologias da forma correta.

Inadequada: Quando o(a) aluno(a) demonstra, através das respostas,

que não conhece a forma de utilizar a mochila, segurar um peso, posicionamento de

dormir, uso de tecnologias.

Ressalta-se que, além do inquérito CAP, foi aplicado de forma simultânea

um questionário para identificação de quatro parâmetros importantes no campo da

educação postural: Hábitos de Vida relacionados à Educação Postural (8 questões);

Anamnese Clínico-Funcional (3 questões); Mobiliário Escolar (5 questões) e Escala

Analógica de Dor das Costas (1 questão). Estas questões estiveram embutidas no

inquérito CAP, presente somente o inquérito pré-intervenção, para que pudéssemos

perceber como está a percepção dos alunos frente a esse contexto e discutir com os

achados encontrados.

4.4 Período de coleta dos dados e Cenário de estudo

O período da coleta de dados do presente estudo ocorreu de abril a agosto

de 2016, no distrito de Jaibaras, localizado no município de Sobral-CE, cuja área

territorial abrange 2.122.897 km. Situa-se na zona do sertão centro-norte do Estado

do Ceará, a uma distância de 224 km da capital, Fortaleza. A população da cidade de

Sobral-CE, no ano de 2010, somou 188.233 habitantes, e para o ano de 2016, foi

estimada em 203.682 habitantes (IBGE, 2016).

Jaibaras é distrito de Sobral; Pirambeba, antigo nome do atual distrito, era

uma fazenda onde moravam três famílias, que mudou sua história a partir do ano de

1932 com o início da construção do açude conhecido popularmente por Jaibaras, que

oficialmente foi denominado na inauguração em 1936 com o nome de Ayres de Sousa.

Na sua construção foi utilizada a mão de obra de 400 trabalhadores e proporcionou o

acolhimento da instalação de famílias oriundas de diversas localidades. Em 1951,

através da lei nº 1153, oficializou-se a criação do Distrito de Jaibaras. Hoje, o distrito

conta com uma população estimada em 8.200 pessoas, estando entre os maiores do

município de Sobral.

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Este estudo foi realizado na Escola de Ensino Infantil e Ensino

Fundamental Raimundo Santana, localizada no distrito de Jaibaras, que pertence ao

município de Sobral, Ceará, inaugurada dia 14 de março de 2012. A escolha desta

escola ocorreu por conveniência, devido ao autor da pesquisa trabalhar, na época,

como fisioterapeuta do Centro de Saúde da Família do distrito de Jaibaras, atuando

na atenção primária, através do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) deste

local, tendo em vista a disponibilidade da gestora da escola em participar da pesquisa,

sem deixar de destacar que, por ser um distrito do município de Sobral, Ceará, os

serviços tendem a ser mais escassos, sendo outro motivo para promover esta

pesquisa neste local.

Primeiramente foi marcada uma reunião com a diretora da escola, onde foi

demonstrado o interesse do pesquisador em realizar sua pesquisa naquele local. Foi

apresentado um esboço da proposta a ser desenvolvida na escola e prontamente

houve retorno positivo por parte da diretora, com o consentimento dos pais, em

relação à participação dos alunos na pesquisa. Posteriormente foi proposta uma

participação do pesquisador no encontro pedagógico da escola que acontece

mensalmente aos sábados. Esta participação teve o intuito de apresentar a proposta

para todos os docentes e colaboradores da escola, visto que a intervenção se

adicionou durante certo período à rotina da escola e seria de grande importância a

socialização das ações junto aos colaboradores, desta feita foi realizado com sucesso

e a proposta aceita com louvor pelos docentes e colaboradores.

O estudo é fruto da dissertação do Mestrado Profissional em Saúde da

Família (MPSF), promovido pela Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família

(Renasf), através da nucleadora Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). A fase

de campo, portanto da intervenção, ocorreu logo após a aprovação do Comitê de Ética

em Pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), com o parecer número

1.434.349.

4.5 População/amostra da pesquisa

A população desta pesquisa foi de 122 alunos matriculados na Escola de

Ensino Infantil e Ensino Fundamental Raimundo Santana, que cursavam do 5º ao 9º

ano; porém, diante dos critérios de inclusão e exclusão, a amostra da pesquisa se deu

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em 115 alunos (94,26% da população), sendo 58 alunos do sexo masculino e 57

alunas do sexo feminino. Esta amostra foi selecionada por conveniência, uma vez que

os alunos participantes estiveram na faixa etária de 9 a 14 anos de idade que estudam

nos turnos da manhã e tarde.

Os critérios de inclusão adotados foram: estudantes adolescentes de

ambos os sexos matriculados do 5º ao 9º ano, que participaram da avaliação postural

e de cujos pais ou responsáveis foi obtido o consentimento quanto à participação no

estudo.

Já os critérios de exclusão foram estudantes transferidos, afastados das

atividades escolares ou que faltaram à aplicação do inquérito CAP pré-intervenção.

4.6 Estratégias e Procedimentos para Coleta dos dados

Inicialmente foi aplicado numa escola do município de Sobral um piloto do

inquérito CAP para perceber se os termos e perguntas estavam de acordo com a

linguagem de leitura e compreensão por parte dos alunos. Após esse piloto, foram

realizados alguns ajustes em questões que não estavam com termos claros e de fácil

entendimento para 10 alunos na faixa etária pesquisada.

Após aprovação do projeto pelo comitê de ética, quatro etapas foram

planejadas para execução e viabilidade do projeto. Estas etapas se dividiram em

visitas. Foi realizada a primeira visita à escola para combinar com a direção os

horários para apresentação da pesquisa, do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) e por fim, da coleta de dados.

Na segunda visita, foi explicado em cada sala o objetivo da pesquisa e foi

entregue para todos os alunos o TCLE, bem como marcada a data para entrega do

documento assinado pelos pais ou responsáveis. Por fim, foi realizada a coleta de

dados, que consistiu no preenchimento de um questionário pelo próprio participante,

sendo que a coleta foi realizada de forma coletiva. Todo o processo foi supervisionado

pelo pesquisador.

Sendo assim, segue a descrição das fases da coleta:

1ª fase- Nesta fase foram mensurados dados antropométricos (peso e

estatura) por meio de uma balança digital, circunferência abdominal através de uma

fita métrica (onde foi medido o perímetro abdominal ao nível da prega umbilical) e foi

realizada a avaliação postural. A avaliação postural foi realizada por meio da utilização

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do simetrógrafo com o indivíduo na posição anatômica, ou seja, com o corpo ereto,

membros superiores e inferiores estendidos e aduzidos, olhar para o horizonte e

palmas das mãos viradas para frente. Assim foram avaliados em vista anterior, vista

posterior e vista lateral, cabendo ressaltar que, para fins de comparação, as

avaliações posturais foram realizadas pelo mesmo avaliador, no caso o próprio

pesquisador.

Na avaliação postural foram analisados os seguintes itens: posicionamento

da cabeça, da cintura escapular, dos membros superiores, das colunas cervical,

torácica, e lombar, da pelve, do abdômen e dos membros inferiores. Os parâmetros

serão obtidos como normais se estiverem de forma simétrica, de acordo com a

posição anatômica, onde o corpo se encontra ereto, com os membros superiores e

inferiores alinhados, aduzidos e estendidos, o olhar dirigido ao horizonte, as palmas

das mãos para frente, os pés dirigidos para frente.

Os pontos analisados foram: acrômio direito e esquerdo, crista ilíaca direita

e esquerda, trocânter maior do fêmur direito e esquerdo, linha articular do joelho direito

e esquerdo, ponto central da patela direita e esquerda, tuberosidade da tíbia direita e

esquerda, maléolo lateral direito e esquerdo, processos espinhosos da coluna

vertebral, ângulo inferior das escápulas direita e esquerda, interlinha articular média

do joelho da perna direita e esquerda, tendão calcâneo na altura média dos dois

maléolos direito e esquerdo, calcâneo direito e esquerdo (KAPANDJI, 2008).

Diante dos achados encontrados após as avaliações posturais, foram

encontrados alguns fatores que subsidiaram algumas atividades inseridas na

intervenção educativa, em que os alunos tiveram a oportunidade de obter

conhecimento sobre temáticas específicas relacionadas à postura corporal e seus

componentes voltados para a influência das atividades de vida diária (AVD’s) e

atividades instrumentais de vida diária (AIVD’s) na postura corporal do aluno.

Todo o protocolo de avaliação postural foi executado pelo pesquisador,

sendo cada indivíduo avaliado uma vez. Para a avaliação, foi solicitado aos escolares

vestir roupas curtas, de pés descalços e, se fosse o caso, estar com os cabelos

devidamente presos.

Com relação às medidas dentro da normalidade, seguem descritos nas

tabelas 1 e 2 os valores de referência com relação ao IMC dentro da faixa etária

pesquisada, de acordo com Conde e Monteiro (2006).

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Tabela 1. Critérios de Referência para definição de Baixo Peso (BP), Excesso de Peso (EP) e Obesidade (OB) para o sexo masculino

Idade BP Normal EP OB

9 anos <12,95 12,95 – 18,57 18,57 – 23,67 >23,67 10 anos <13,09 13,09 – 19,09 19,09 – 24,67 >24,67 11 anos <13,32 13,32 – 19,68 19,68 – 25,58 >25,58 12 anos <13,63 13,63 – 20,32 20,32 – 26,36 >23,36 13 anos <14,02 14,02 – 20,99 20,99 – 26,99 >26,99 14 anos <14,49 14,49 – 21,66 21,66 – 27,51 >27,51

Fonte: CONDE & MONTEIRO, 2006.

Em consonância com Conde e Monteiro (2006) a Organização Mundial de

Saúde (OMS) compreende que para todos os indivíduos com idade de 9 a 14 anos

deve ser adotada a classificação do estado nutricional dos adolescentes, descrita na

Tabela 5, referência que foi lançada em 2007 (OMS, 2007).

Tabela 2. Critérios de Referência para definição de Baixo Peso (BP), Excesso de Peso (EP) e Obesidade (OB) para o sexo feminino

Idade BP Normal EP OB

9 anos <13,16 13,16 – 17,96 17,96 – 21,28 >21,28 10 anos <13,40 13,40 – 18,63 18,63 – 22,32 >22,32 11 anos <13,81 13,81 – 19,51 19,51 – 23,54 >23,54 12 anos <14,37 14,37 – 20,55 20,55 – 24,89 >24,89 13 anos <15,03 15,03 – 21,69 21,69 – 26,25 >26,25 14 anos <15,72 15,72 – 22,79 22,79 – 27,50 >27,50

Fonte: CONDE & MONTEIRO, 2006.

Quando estratificamos o intervalo de faixa etária entre 9 a 14 anos,

encontramos junto à Organização Mundial de Saúde (OMS), como descrito na tabela

3, valores limítrofes relacionados ao sobrepeso e a obesidade tanto para o sexo

masculino como para o feminino.

Tabela 3. Ponto de corte de IMC, de acordo com a idade, para diagnóstico de excesso peso e de obesidade Sexo Masculino Sexo Feminino

Idade Sobrepeso Obesidade Sobrepeso Obesidade

9 anos 17,91 20,47 18,33 21,51

10 anos 18,48 21,40 19,03 22,57

11 anos 19,16 22,45 19,86 23,72

12 anos 19,95 23,58 20,81 24,97

13 anos 20,83 24,76 21,80 26,21

14 anos 21,77 25,92 22,73 27,32

Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS), 2007.

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2ª fase- Nesta fase os participantes responderam ao inquérito CAP pela

primeira vez, ocorrendo antes da intervenção educativa, às perguntas relacionadas

ao conhecimento, atitude e prática dos escolares, sendo que durante a aplicação do

inquérito os participantes foram acompanhados pelo pesquisador para quaisquer

dúvidas que surgissem, assim como aconteceu em todas as fases. Nesta fase o

objetivo foi aplicar um inquérito de questões estruturadas para que se tenham os

achados sobre o conhecimento prévio dos participantes sobre a temática abordada.

Nesta fase houve uma redução de três alunos com relação ao quantitativo

referente a primeira fase por motivos pessoais, sendo assim participaram desta fase

um total de 112 alunos dos sexos masculino e feminino. Os alunos que não

participaram desta fase foram excluídos da pesquisa, pelo fato de não haver

possibilidade de comparação estatística do “antes” e do “depois” da intervenção

educativa (3ª fase). Destaco a responsabilidade que a pesquisa teve com a escola e,

em respeito aos alunos, que todos os alunos que não aceitaram participar da pesquisa

ou que foram excluídos por algum parâmetro, foram convidados a permanecer nas

oficinas educativas, pois se compreendeu que, para além da pesquisa, a intervenção

foi para todos os alunos presentes na sala, independentemente de estarem ou não

fazendo parte da amostra.

3ª fase- Foi feita intervenção baseado no modelo “Escola de Coluna”,

criada na Suécia em 1969 pela fisioterapeuta Mariane Zachrisson-Forssell, com base

no conhecimento que se tinha à época sobre a etiologia da dor nas costas, os

resultados das medidas de pressão intradiscal e em estudos eletroneuromiográficos.

Seu programa consistia em quatro aulas ministradas por fisioterapeutas, com

frequência de duas vezes por semana e duração de aproximadamente 45 minutos,

com a participação de seis a oito pacientes que apresentassem dor nas costas,

podendo ser dor aguda, subaguda ou crônica, em qualquer região da coluna. Na

primeira aula do programa eram abordadas noções sobre a coluna vertebral, causas

da dor e posturas de relaxamento. Na segunda, são dadas orientações teóricas sobre

atividades da vida diária, enfatizando a postura sentada e em pé, além de exercícios

para casa. Na terceira, colocam-se em prática as informações recebidas

anteriormente, abordam-se o transporte e o levantamento de objetos e exercícios para

membros inferiores a serem realizados em casa. Na última aula os pacientes são

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encorajados à prática regular de exercício físico para diminuição da dor e são

revisados os conteúdos trabalhados durante as aulas (FORSSELL, 1981).

Durante estas abordagens foram realizadas atividades de forma lúdica,

enquadradas à realidade de linguagem e entendimento do adolescente, utilizando, por

exemplo, jogos interativos, metodologias ativas, dramatizações. Estas atividades

estão melhor explicitadas no plano de intervenção descrito no APÊNDICE F. Neste

período ocorreram quatro intervenções educativas em cada uma das salas do 5º ao

9º ano. Foram momentos de muita troca, descobertas, aprendizagem, em que os

alunos interagiram de forma surpreendente. Apesar de se tratar de uma faixa etária

com tantas especificidades, costumes próprios, consolidação e transição de

pensamentos com relação à vida, mundo, família, a intervenção educativa foi muito

bem acolhida pelos alunos e construímos um vínculo significativo para ambas as

partes, e este vínculo contagiou todas as pessoas que fazem parte da escola.

4ª Fase: Aplicação do Inquérito Pós-Intervenção (imediatamente após, 15

e 60 dias)

A avaliação da intervenção se deu pela comparação do questionário pré-

intervenção e pós-intervenção que foi aplicado junto aos alunos, contendo questões

de conhecimentos, atitudes e práticas relacionados à educação postural.

Esta avaliação se deu de forma observacional descritiva, tipo inquérito CAP

– conhecimento, atitudes e práticas – descrito anteriormente, o qual foi aplicado antes

da intervenção, logo após a intervenção, quinze dias após e dois meses após a

intervenção.

Para melhor compreensão, segue descrito na Figura 1, um consolidado da

intervenção.

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Figura 1 – Fluxograma ilustrando as etapas da pesquisa.

1ª Etapa: Dados antropométricos e Avaliação

Postural

2ª Etapa: Inquérito CAP (Pré-teste)

Aplicação do questionário sobre Hábitos de

vida relacionados à Educação Postural;

Mobiliário Escolar e Anamnese Clínico-

Funcional

3ª Etapa: Realização das Oficinas

Pedagógicas/ Intervenção Educativa Postural

4ª Etapa: Aplicação do Inquérito CAP (Pós-

teste imediatamente após a intervenção, 15

dias após e 60 dias após a intervenção)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com relação às aplicações do inquérito pós-intervenção ao final das

oficinas pedagógicas, a primeira ocorreu imediatamente após a última oficina; a

segunda, 15 dias após a última oficina e a terceira, 60 dias após a última oficina.

Houve um decréscimo de cinco alunos no intervalo da aplicação do inquérito CAP pré-

intervenção para a aplicação imediatamente após a última oficina, restando 107

alunos os que participaram da aplicação do inquérito CAP imediatamente após a

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última oficina. Com relação ao decréscimo entre a aplicação imediatamente após a

última oficina e 15 dias após a última oficina, o decréscimo foi de dois alunos, restando

105 alunos; já no intervalo da aplicação 15 dias após e 60 dias após a última oficina

foi de dois alunos, restando na última aplicação 103 alunos.

Consideramos assim que, dos alunos que participaram da aplicação do

inquérito CAP pré-intervenção, que foram 112 alunos e diminuíram nove alunos com

relação aos que terminaram a pesquisa, participando da última aplicação que foi 60

dias após a última intervenção 103 alunos. Os motivos dessa diminuição foram

diversos, passando por motivos de transferência de alunos para outras escolas,

acidente automobilístico que acarretou afastamento do aluno das atividades

escolares, cirurgias eletivas, tentativas de suicídio, que gerou afastamento da escola,

e suspensão da escola por indisciplina.

4.7 Oficinas Pedagógicas: Intervenção Fisioterápica

A oficina pedagógica é um método de trabalho em grupo caracterizado pela

“construção coletiva de um saber, de análise da realidade, de confrontação e

intercâmbio de experiências”, em que o saber não se constitui apenas no resultado

final do processo de aprendizagem, como também no processo de construção do

conhecimento. Assim, desenvolve-se uma experiência de ensino e aprendizagem, em

que educadores e educandos constroem juntos os conhecimentos, em um “[...] tempo-

espaço para a vivência, a reflexão, a conceitualização: como síntese do pensar, sentir

e atuar. Como ‘o’ lugar para a participação, o aprendizado e a sistematização dos

conhecimentos” (CANDAU, 1999, p.23).

A experiência vivenciada nas oficinas tem por base o pensamento de Paulo

Freire. Estas constituem um espaço de interação e troca de saberes; acontecem por

meio de dinâmicas, atividades coletivas e individuais que proporcionam ao educando

expor conhecimento sobre a temática em questão e assimilar novos conhecimentos

acrescidos pelos educadores (MOITA; ANDRADE, 2012).

A proposta metodológica de oficina pedagógica busca apreender o

conhecimento a partir do conjunto de acontecimentos vivenciais no dia a dia, cuja

relação teoria-prática constitui o fundamento do processo pedagógico. Assim, o

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conceito de oficinas aplicado à educação refere-se ao lugar onde se aprende fazendo

junto com os outros (FIGUERÊDO et al., 2012).

A oficina, como qualquer ação pedagógica, pressupõe planejamento,

assumindo, na execução, características diferenciadas das abordagens centradas

apenas no educador e no conhecimento racional. O planejamento prévio caracteriza-

se por ser flexível, ajustando-se às situações-problema apresentadas pelos

participantes, a partir dos seus contextos reais de trabalho (PAVANI; FONTANA,

2009).

As oficinas são realizadas em momentos didáticos, a saber: inicialmente,

tem-se uma dinâmica de acolhida e entrosamento, para facilitar o conhecimento

mútuo e a interação com os participantes. Posteriormente, tem-se a reflexão de um

tema específico, de interesse do grupo, que busca refletir a realidade e suas inter-

relações com os níveis individual, grupal e coletivo. Assim, utilizam-se músicas,

poesias, relatos de vida, desenhos, dramatizações, gravuras, contos, cartazes,

fotografias que falem dos hábitos posturais escolares e de vida e que reflitam o

cotidiano dos adolescentes, que facilitem a aprendizagem, as trocas de saberes e que

articule o conteúdo com embasamento teórico e metodológico. No decorrer da oficina

os participantes compartilham a própria história de vida, em que este cotidiano é

inserido no contexto mais amplo, referindo a realidade local, estadual, nacional e

mundial. A oficina é concluída por meio da avaliação e encerramento dos trabalhos

do dia. Portanto, as oficinas pedagógicas possibilitam um processo educativo

composto de sensibilização, compreensão, reflexão, análise, ação e avaliação

(FIGUERÊDO et al., 2012).

4.8 Análise de Dados

Os dados foram analisados no Statistical Package for the Social Sciences

(SPSS) versão 20.0, a partir de estatística descritiva e do cálculo das Razões de

Prevalência (RP) e seus respectivos Intervalos de Confiança de 95% (IC95%). Na

Análise Descritiva as variáveis foram apresentadas através de tabelas.

Para comparar a opinião do grupo entre os períodos anterior e posterior à

intervenção educativa, foi realizado o teste de McNemar. Quando a intervenção tem

mais de duas categorias de respostas, é utilizado o teste de McNemar-Bowker. Para

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comparar a escala de dor entre os períodos de intervenção, foi utilizado o teste T-

pareado.

Comparando a média de número de alterações posturais entre os grupos,

foi utilizado o teste não-paramétrico de Mann-Whitney. E finalmente, para avaliar a

correlação entre as variáveis número de alterações posturais e escala da dor, foi

utilizado o coeficiente de correlação de Spearman, sendo que o nível de significância

é de 5% (0,05).

4.9 Considerações Éticas

As pesquisas envolvendo seres humanos devem atender às exigências

éticas e científicas fundamentais, definidas na resolução 466/12, do Conselho

Nacional de Saúde/Ministério da Saúde. Portanto, a eticidade da pesquisa implica:

consentimento livre e esclarecido dos indivíduos-alvo através do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e a proteção a grupos vulneráveis e aos

legalmente incapazes (autonomia); ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais

como potenciais, individuais ou coletivos (beneficência), comprometendo-se com o

máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos, garantia de que danos previsíveis

serão evitados; relevância social da pesquisa com vantagens significativas para os

sujeitos da pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis (SPECTOR,

2002).

Este estudo respeitou os quatro princípios. O primeiro princípio é o da

autonomia dos sujeitos participantes da pesquisa, quando explicada a finalidade do

estudo, a fim de que houvesse um entendimento por parte dos sujeitos e estes

exercerem a autodecisão de participarem da pesquisa. O segundo princípio é o da

benevolência; na ponderação entre os riscos e os benefícios, tanto atuais como

potenciais, individuais ou coletivos, comprometi-me com máximo de benefício e o

mínimo de dano. Não-maleficência é o terceiro, garantindo que danos previsíveis

fossem evitados ao estabelecer, durante a pesquisa, um elo de integração do

pesquisador com os sujeitos do estudo, para, através do consenso, prever possíveis

malefícios, tanto potenciais, individuais ou coletivos. A justiça e equidade são os

últimos princípios, promovendo relevância social à pesquisa com vantagens

significativas para os sujeitos e minimização do ônus para sujeitos vulneráveis. Isso

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garante a igualdade e consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o

sentido de sua destinação socio-humanitária.

Logo, a respeitabilidade de tais princípios éticos citados anteriormente

proporciona uma maior segurança ética e total liberdade aos participantes da

pesquisa, fato que os valoriza, com singular importância, como sujeitos de estudo e,

principalmente, como seres humanos. Foi solicitada a autorização da pesquisa junto

à Escola de Ensino Infantil e Ensino Fundamental Raimundo Santana e submetido ao

Comitê de Ética (CEP) da UVA, com parecer aprovado sob nº 1.434.349.

Este estudo teve como riscos o ônus de possivelmente atrasar o conteúdo

pedagógico da escola a ser pesquisada, pelo fato de ter que retirar, mesmo que por

período determinado, o tempo para os alunos para a realização de uma das fases da

pesquisa.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste capítulo explanam-se quais foram os resultados encontrados

referentes à pesquisa. Estes resultados estão expostos em tabelas e posteriormente

foram descritos e discutidos com estudos similares. As tabelas e discussões estão

colocadas de forma sequenciada com relação ao tempo em que ocorreram as

intervenções da pesquisa, respeitando os objetivos delineados para o estudo.

5.1. Caracterização dos alunos quanto às medidas antropométricas

Demonstra-se na Tabela 4 uma caracterização dos alunos quanto ao ano

de curso, sexo, idade, peso, altura e circunferência abdominal em 115 alunos que

cursam entre o 5º e o 9º ano do ensino fundamental II. Sobre o ano de curso dos

alunos mostra-se que o maior número de alunos se encontra cursando o 6º ano com

23,5% (27/115) dos alunos, seguidos do 5º ano com 20,9% (24/115) dos alunos, o 8º

ano com 19,1% (21/115) dos alunos. Já o 7º e o 9º ano se equivalem com 18,3%

(21/115) alunos cada turma, totalizando os 115 alunos.

Tabela 4. Distribuição dos Escolares segundo Características Pessoais, Sobral-CE, 2016

CARACTERÍSTICAS N %

Série

5º ano 24 20,9 6º ano 27 23,5 7º ano 21 18,3 8º ano 22 19,1 9º ano 21 18,3 Total 115 100,0

Sexo do indivíduo Masculino 58 50,4 Feminino 57 49,6 Total 115 100,0

Idade 9 anos 3 2,6 10 anos 20 17,4 12 anos 21 18,3 13 anos 17 14,8 14 anos 24 20,9 Total

115 100,0

Peso < 30 kg 10 8,7 30 |--- 40 kg 44 38,3 40 |--- 50 kg 34 29,6 50 |--- 60 kg 17 14,8 60 kg e mais 10 8,7

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CARACTERÍSTICAS N %

Total 115 100,0 Altura

< 130 cm 2 1,7 130 |--- 140 cm 28 24,3 140 |--- 150 cm 31 27,0 150 |--- 160 cm 38 33,0 160 |--- 170 cm 12 10,4 170 cm ou mais 4 3,5 Total 115 100,0

Circunferência abdominal < 60 cm 17 14,8 60 |---70 cm 56 48,7 70 |---80 cm 29 25,2 80 cm ou mais 13 11,3 Total 115 100,0

Fonte: Elaborado pelo Autor

Com relação ao sexo, observou-se que houve pouca discrepância, sendo

50,4% (58/115) alunos do sexo masculino e 49,6% (57/115) alunas do sexo feminino.

Já com relação à idade mostra-se um predomínio dos alunos em 26,1% (30/115) com

11 anos, 20,9% (24/115) dos alunos com 14 anos, 18,3% (21/115) dos alunos com 12

anos, 17,4% (20/115) dos alunos com 10 anos, 14,8% (17/115) dos alunos com 13

anos e 2,6% (3/115) dos alunos com 9 anos.

Na Tabela 5, apresentam-se os parâmetros de Idade, Sexo, Peso (kg),

Altura (cm), Índice de Massa Corpórea (IMC) e Circunferência Abdominal (cm). Todos

estes foram relacionados com a idade dos alunos de forma estratificada de 9 a 14

anos, reconhecendo a existência do desvio padrão, que é uma variação numérica para

mais ou para menos dos resultados a serem descritos.

Tabela 5. Média e Desvio-padrão das Medidas Antropométricas por Sexo e Idade, Sobral-CE, 2016

Idade Sexo Total Peso (Kg)

Média (DP)

Estatura (cm)

Média (DP)

IMC Média (DP)

C. Abdominal (cm) Média (DP)

9 Masculino 2 28,0(3,9) 135,0(8,5) 15,3(0,2) 59,5(4,9)

Feminino 1 23,4 126,0 14,7 56,0

10 Masculino 6 33,8(3,7) 138,5(4,3) 17,6(1,8) 64,8(5,6)

Feminino 14 35,9(9,1) 139,4(7,4) 18,3(2,9) 65,3(9,4)

11 Masculino 17 37,3(10,5) 139,0(5,7) 19,1(4,2) 66,8(9,7)

Feminino 13 44,8(14,1) 145,1(6,2) 20,2(4,2) 69,3(12,5)

12 Masculino 8 47,4(9,6) 156,3(5,8) 19,4(3,7) 70,0(11,0)

Feminino 13 44,9(8,0) 148,8(4,9) 20,2(2,7) 70,3(6,4)

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Idade Sexo Total

Peso (Kg)

Média (DP)

Estatura (cm)

Média (DP)

IMC

Média (DP)

C. Abdominal (cm)

Média (DP)

13 Masculino 10 45,3(8,3) 156,5(12,5) 18,4(1,7) 67,3(5,7)

Feminino 7 47,5(5,1) 154,4(5,2) 19,9(1,8) 68,4(5,2)

14 Masculino 15 50,7(11,5) 159,7(11,0) 19,6(2,2) 71,0(8,2)

Feminino 9 47,8(5,9) 154,6(3,2) 20,0(2,5) 69,2(6,7)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Referente aos alunos que participaram da pesquisa, que foram num total

de 115 alunos dentre crianças e adolescentes do sexo masculino e feminino, foram

observadas algumas alterações na faixa etária de 11 e 12 anos de idade, quando se

refere à média do cálculo do IMC junto com o desvio-padrão nas alunas do sexo

feminino com 10 anos de idade e sexo masculino com 14 anos de idade. Destaca-se

que as alunas do sexo feminino com idade de 13 anos foram as que tiveram alteração,

levando em conta somente a média dos cálculos quanto ao Índice de Massa Corpórea

(IMC).

Nas últimas décadas, estudos e pesquisas vêm demonstrando um rápido e

significativo aumento na prevalência mundial de obesidade, especialmente durante o

período da infância e adolescência, tomando proporções de uma verdadeira epidemia

mundial (JAMES, 2004).

O Índice de Massa Corporal (IMC) é um cálculo estudado, baseado no peso

e na altura corporal (peso/altura²) muito utilizado para diagnosticar a ocorrência de

excesso de peso corporal (RINALDI et al., 2012), pela sua fácil aplicabilidade e a

ampla utilização na literatura.

Já a circunferência abdominal, considerada indicador de tecido adiposo

abdominal, é uma análise de extrema relevância para, além da obesidade,

diagnosticar o risco de doenças cardiovasculares (CASONATTO et al., 2011). A

obesidade gera alterações no metabolismo que propiciam o aparecimento de várias

disfunções fisiológicas (PITANGA, 2011) sendo mais influente a obesidade abdominal

(OA) (MOTTA et al., 2011).

O excesso de peso tem sido associado ao aumento do risco de

desenvolvimento de alguns tipos de doenças, além de um número de complicações

ortopédicas (PINTO et al., 2006).No estudo de Silva et al. (2011), o excesso do peso

corporal classificado pelo IMC foi associado ao aparecimento de alterações da postura

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corporal, sendo que os obesos apresentaram maior frequência de alterações posturais

quando comparados aos não obesos, independente do sexo.

Pesquisas têm descrito que o desenvolvimento de alterações posturais é

influenciado por diversos fatores de risco, tais como: índice de massa corporal (IMC),

estatura, crescimento acelerado durante a puberdade, fatores sociais (escolaridade,

rede de ensino frequentada), falta de informações sobre as alterações posturais e

sedentarismo. No entanto, hábitos comportamentais e posturais inadequados são

considerados os principais fatores predisponentes (MARTELLI & TRAEBERT, 2006)

e (DETSCH et al., 2007).

Em relação aos adolescentes entre 10 e 19 anos, o estudo mostrou que o

excesso de peso nessa faixa é de 21,5%, com maior prevalência nas regiões Sudeste,

Sul e Centro-Oeste. Em um quarto dos casos foi verificada obesidade grau 2 com

distribuição geográfica semelhante (IBGE, 2010).

Caetano, Resende e Cheik (2014) realizaram estudo com o objetivo de

avaliar o equilíbrio estático em adolescentes obesos em diferentes posições corporais,

de que participaram 80 adolescentes de 15 a 19 anos de ambos os sexos, sendo 40

obesos atendidos (GE) e 40 eutróficos, que compuseram o grupo controle (GC). Eles

confirmam que a obesidade, principalmente central, está relacionada a alterações na

estabilidade postural, precocemente instalada na população pediátrica, destacando-

se a importância da mensuração do equilíbrio em adolescentes obesos.

5.2 Avaliação Postural dos Escolares

Com relação à Tabela 6, descrevem-se os achados encontrados na

avaliação postural dos alunos na vista anterior. Estão descritos a seguir os dados

estatísticos relacionados às regiões da cabeça, ombros, tronco, triângulo de tales,

cristas ilíacas, joelhos e pés.

Tabela 6. Distribuição dos Escolares segundo Avaliação Postural – Vista Anterior, Sobral-CE, 2016

VISTA ANTERIOR N %

Cabeça Normal 26 22,6 Inclinada à esquerda 26 22,6 Inclinada à direita 26 22,6 Rodada à esquerda 23 20,0 Rodada à direita 14 12,2

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VISTA ANTERIOR N %

Total 115 100,0 Ombros

Normal 16 13,9 Elevação bilateral 4 3,5 Esquerdo mais elevado 47 40,9 Direito mais elevado 48 41,7 Total 115 100,0

Rotação de tronco Normal 60 52,2 À esquerda 15 13,0 À direita 40 34,8 Total 115 100,0

Triângulo de Tales Simétricos 56 48,7 Maior à direita 25 21,7 Maior à esquerda 34 29,6 Total 115 100,0

Cristas Ilíacas Simétricas 49 42,6 Direita mais elevada 8 7,0 Esquerda mais elevada 58 50,4 Total 115 100,0

Joelhos Normal 35 30,4 Valgo 54 47,0 Varo 26 22,6 Total 115 100,0

Pés Normal 73 63,5 Planos 23 20,0 Cavos 18 15,7 Supinados 1 0,9 Total 115 100,0

Fonte: Elaborado pelo autor.

Referente à avaliação da cabeça, observou-se que 22,6% (26/115) dos

alunos encontrou-se com a posição da cabeça normal, com relação às inclinações

22,6% (26/115) dos alunos com a cabeça inclinada à esquerda, 22,6% (26/115) dos

alunos com a cabeça inclinada à direita. Já com relação às rotações encontraram-se

20% (23/115) dos alunos com a cabeça em rotação à esquerda e 12,2% (14/115) dos

alunos com a cabeça em rotação à direita.

Em estudo similar, com 100 alunos na faixa etária entre 10 e 12 anos

quanto à cabeça, na vista anterior 23,08% apresentaram cabeça alinhada, 15,39%

cabeça rodada com inclinação à direita, 38,46% cabeça rodada à direita, 7,69%

cabeça rodada à esquerda, 7,69% cabeça inclinada à direita e 7,69% cabeça inclinada

à esquerda (BORGES et al, 2015).

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Durante a avaliação postural, em 64 alunos entre 8 a 9 anos, por segmentos

corpóreos na vista anterior, observou-se que em relação à cabeça, 37 (57,81%) dos

avaliados estavam alinhados e 12 (18,75%) apresentaram flexão à direita como maior

desvio para esse segmento (SILVA, 2016).

Na região do complexo articular do ombro observou-se que 13,9% (16/115)

dos alunos encontrou-se com os ombros simétricos, em situação de normalidade. Já

3,5% (4/115) dos alunos encontraram-se com elevação bilateral dos ombros, 40,9%

(47/115) dos alunos com o ombro esquerdo mais elevado do que o ombro direito e

41,7% (48/115) dos alunos de forma inversa, com o ombro direito mais elevado do

que o esquerdo.

Em consonância com este estudo, Borges et al. (2015) discorre com

relação ao ombro, onde foi verificada assimetria em todos os indivíduos avaliados,

sendo que dentre 100 alunos, 61,54% apresentaram assimetria à esquerda (ombro

esquerdo mais elevado) e 38,46% assimetria à direita (ombro direito mais elevado).

Já Silva (2016) na descrição da vista anterior de ombros em 64 alunos na faixa etária

de 8 a 9 anos, encontrou maior índice de elevação à direita, presente em 21 (32,81%)

dos escolares, enquanto 26 (40,63%) dos casos estavam com ombros simétricos.

Um pouco mais abaixo, na região do tronco, 52,2% (60/115) dos alunos

tinham de forma normal, 13% (15/115) dos alunos com rotação à esquerda, 34,8%

(40/115) dos alunos com rotação à direita. Já na região lateral do tronco, mais

precisamente o espaço entre o tronco e a articulação do cotovelo, chamada triângulo

de tales, onde se pode observar se há diferenças ou não com relação ao triângulo de

tales direito e esquerdo. No caso desta pesquisa, observou-se que 48,7% (56/115)

dos alunos estavam com os triângulos simétricos, ou seja, dentro da normalidade; já

o direito aumentado estava presente em 21,7% (25/115) dos alunos, já o esquerdo

aumentado estava presente em 29,6% (34/115) dos alunos.

Sobre as cristas ilíacas, observou-se que em 42,6% (49/115) dos alunos

tinham-nas simétricas. Em 21,7% (25/115) dos alunos a crista ilíaca direita

encontrava-se mais alta, já em 50,4% (58) dos alunos a crista ilíaca esquerda estava

mais elevada. Em estudo de Silva (2016) quanto à avaliação das cristas ilíacas, 50

(78,13%) apresentaram simetria na região, existindo uma igualdade de achados em

relação à elevação à direita e à esquerda, presente em 10,94% dos alunos

acometidos. Em seu estudo sobre incidência de desvios posturais em escolares do 2°

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ao 5° ano do ensino fundamental, Contri (2009) revelou a existência de alterações de

crista ilíaca em 17% dos 465 alunos investigados.

Na articulação do joelho na vista anterior podem ser observados dois tipos

de alteração, sendo o joelho vago e o joelho varo. Na avaliação foi constatado que em

30,4% (35/115) dos alunos se encontravam de forma normal, em 47% (54/115) dos

alunos com o joelho valgo e em 22,6% (26/115) dos alunos foram encontrados em

varo.

Já na avaliação dos pés, em 63,5% (73/115) dos alunos observou-se pés

normais, em 20% (23/115) dos alunos os pés planos, em 15,7% (18/115) com os pés

cavos e 0,9% (1/115) com os pés supinados.

Na Tabela 7 apresentam-se as possíveis alterações posturais que foram

observadas durante a avaliação postural numa vista posterior, que é quando o aluno

fica de costas para o avaliador.

Tabela 7. Distribuição dos Escolares segundo Avaliação Postural – Vista Posterior, Sobral-CE, 2016.

VISTA POSTERIOR N %

Escápulas Alinhadas 49 42,6 Direita mais elevada 28 24,3

Esquerda mais elevada 19 16,5

Adução 4 3,5 Abdução 14 12,2 Protusão 1 0,9 Total 115 100,0

Calcâneos Normal 87 75,7 Valgo 27 23,5 Varo 1 0,9 Total 115 100,0

Escoliose (Teste de Adams) Ausente 62 53,9 Lombar 1 0,9 Torácica 47 40,9 Toracolombar 5 4,3 Total 115 100,0

Fonte: Elaborado pelo Autor

Durante a inspeção das escápulas, identificou-se que em 42,6% (49/115)

dos alunos estas estavam alinhadas, ou seja, dentro da normalidade; 24,3% (28/115)

dos alunos tinham a escápula direita mais elevada, 16,5% (19/115) dos alunos com a

escápula esquerda mais elevada, 3,5% (4/115) dos alunos com as escápulas em

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adução, 12,2% (14/115) dos alunos com as escápulas em abdução, e 0,9% (1/115)

dos alunos ficaram com as escápulas em protusão.

Com relação aos calcâneos, localizados na região posterior do pé,

observou-se que em 75,7% (87/115) dos alunos estavam com os calcâneos dentro da

normalidade, 23,5% (27/115) dos alunos com os calcâneos em valgo e somente 0,9%

(1/115) o aluno foi identificado com os calcâneos em varo.

Já com relação à escoliose, que é uma das alterações posturais mais

comuns em adolescentes escolares, observou-se que em 53,9% (62/115) dos alunos

estavam dentro da normalidade com ausência de escoliose; porém, 46,1% (53/115)

apresentaram desvios laterais, em que 0,9% (1/115) dos alunos foram identificados

com escoliose lombar, 40,9% (47/115) dos alunos tinham com escoliose torácica e

4,3% (5/115) dos alunos com escoliose toracolombar.

É importante ressaltar que o diagnóstico se dá através do teste clínico,

chamado de teste de Adams, e confirmado através de radiografia simples. Nesta

pesquisa realizamos o teste de Adams, mas não pudemos confirmar o diagnóstico

fidedigno destes alunos, pelo fato de que o diagnóstico clínico é de competência do

profissional médico, já o diagnóstico cinético-funcional pode ser dado pelo

fisioterapeuta.

Ainda sobre o estudo de Borges et al. (2015) na coluna vertebral, numa

vista lateral, observou-se similaridade com o este estudo, em que a presença de

curvatura lateral não fisiológica foi predominante em 46,15% dos avaliados, o que

indica provável diagnóstico de escoliose. Foi utilizado o teste de Adams e evidenciada

gibosidade em 15,38% dos avaliados.

No presente estudo houve predominância de 46,1% com escoliose (lombar,

torácica ou toracolombar), havendo consonância com outros estudos similares.

Pereira et al. (2005) realizaram pesquisa com alunos na faixa etária entre 10 a 15 anos

e observou a prevalência de escoliose de 49,7% escolares. Já Barbosa et al. (2005)

em sua pesquisa, verificaram, no teste de Adams, prevalência de 48,4% de alterações

posturais laterais em alunos da mesma faixa etária do estudo anterior.

Na avaliação postural numa vista lateral é possível identificar alterações

posturais em algumas regiões, como cabeça, coluna cervical, ombro, coluna torácica,

coluna lombar, cintura pélvica e joelhos, expostas na Tabela 8.

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Tabela 8. Distribuição dos Escolares segundo Avaliação Postural – Vista Lateral, Sobral-CE, 2016.

VISTA LATERAL N %

Cabeça Normal 46 40,0 Anteriorizada 65 56,5 Posteriorizada 4 3,5 Total 115 100,0

Coluna Cervical Normal 45 39,1 Hiperlordose 42 36,5 Retificada 28 24,3

Total 115

100,0

Ombro Normal 69 60,0 Protaído 42 36,5 Retraído 4 3,5 Total 115 100,0

Coluna Torácica Normal 59 51,3 Hipercifose 27 23,5 Retificada 29 25,2 Total 115 100,0

Coluna Lombar/pelve Normal 53 46,1 Antevertida/hiperlordose 41 35,7 Retrovertida/retificada 21 18,3 Total 115 100,0

Joelho Normal 106 92,2 Fletido/genuflexo 7 6,1 Hiperextendido/recurvato 2 1,7 Total 115 100,0

Fonte: Elaborado pelo Autor

Com relação à cabeça, em 40% (46/115) dos alunos observou-se que esta

estava em posição de normalidade. Já em 56,5% (65/115) a cabeça destes alunos se

encontrava em anterioridade e em 3,5% (4/115) a cabeça ficou em posterioridade.

Em consonância com este achado, Silva (2016) destaca em seu estudo

que, na avaliação dos indivíduos na vista lateral, 41 (64,06%) dos escolares

apresentaram as cabeças alinhadas, enquanto 13 (20,31%) revelaram projeção

anterior do segmento, sendo esta a terceira alteração postural mais encontrada na

vista em questão.

Na coluna vertebral, mais precisamente na região cervical, observou-se

que 39,1% (45/115) dos alunos ficaram em situação de normalidade, com a curva

fisiológica. Já 36,5% (42/115) dos alunos encontravam-se com hiperlordose, que é o

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aumento da curva fisiológica, e 24,3% (28/115) dos alunos com a cervical retificada,

que é quando ocorre diminuição da curva fisiológica.

Na região do ombro foi observado que em 60% (69/115) dos alunos os

ombros se encontravam de forma simétrica, normal. Já 36,5% (42/115) dos alunos se

encontravam com o ombro protraído e 3,5% (4/115) dos alunos tinham os ombros

retraídos.

Na região dorsal do tronco, conhecida como coluna torácica, observou-se

que em 51,3% (59/115) dos alunos foi identificada situação de normalidade, onde a

cifose torácica se encontra de forma fisiológica. Já em 23,5% (27/115) dos alunos a

coluna torácica foi identificada com um aumento desta curva, que se chama

hipercifose torácica, e em 25,2% (29/115) dos alunos esta curva estava diminuída,

encontrando-se de forma retificada.

Um pouco mais abaixo, na região lombo-sacral, que é uma importante

região por sustentar boa parte do peso do corpo quando se está deambulando,

portanto susceptível a desenvolver patologias crônico-degenerativas quando na vida

adulta, podendo surgir possíveis causas destas patologias pelo fato de haver

alterações posturais importantes. Sendo assim, observou-se que 46,1% (53/115) dos

alunos pesquisados estavam com a coluna lombo-sacral em situação de normalidade

com relação à lordose fisiológica. Já 35,7% (41/115) dos alunos encontravam-se com

hiperlordose, ou seja, aumento da curva, e 18,3% (21/115) dos alunos tinham a curva

retificada.

Os joelhos são articulações importantes e reconhecidas por amortecer a

maior parte da carga referente ao corpo humano. Na avaliação postural em vista

lateral pudemos observar duas alterações, o genuflexo e o genurecurvatum. O

primeiro, como o próprio nome sugere, é quando o(s) joelho(s) se encontram em

semiflexão, devido ao encurtamento dos músculos posteriores da coxa; já o segundo

(genurecurvatum) se refere à hiperextensão do(s) joelho(s). Estas duas alterações

tanto podem causar com serem as causas de compensações posturais ascendentes

e/ou descendentes.

Sendo assim, foi observado que em 92,2% (106/115) dos alunos os joelhos

se encontraram em situação de normalidade com relação à sua estrutura; já em 6,1%

(7/115) dos alunos com os joelhos em genuflexo e somente 1,7% (2/115) com os

joelhos em genurecurvatum.

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70

Em estudo composto por 65 escolares, sendo 37 (56,9%) escolares do

sexo masculino e 28 (43,1%) do sexo feminino na faixa etária de 11 a 16 anos de

idade, Sedrez et al. (2014) demonstram que 66,2% (n=43) dos escolares

apresentavam alteração postural na cifose torácica e 49,2% (n=32) na lordose lombar;

além disso, 63,1% (n=41) apresentavam algum tipo de escoliose.

Em estudo realizado no sudoeste da Bahia (CARNEIRO et al., 2005),

encontrou-se escoliose (69,6%), hipercifose (30,5%) e hiperlordose (17,4%). Outra

pesquisa realizada na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, observou alterações

posturais em 378 escolares com idades de seis a 14 anos e detectou 23,5% de casos

suspeitos de escoliose (FERRIANI et al., 2000). No entanto, em um estudo na Turquia

com mais de 4.000 crianças, notou-se 2,5% de prevalência de escoliose.

Independentemente do local onde são avaliadas as alterações posturais em

escolares, a atitude escoliótica se faz presente e o rastreamento do desvio em questão

pode trazer um importante custo-benefício (UGRASS et al., 2010).

Na pesquisa de Borges et al. (2015), na vista lateral constatou-se uma

prevalência significativa na postura da cabeça e ombros em 100 alunos de ambos os

sexos com faixa etária de 10 a 12 anos, no qual 76,92% dos avaliados apresentaram

protusão de cabeça e ombro, o que pode ser indicativo de uma postura inadequada

adotada ao sentar ou deitar. Já Rego & Scartoni (2008), em seu estudo realizado em

salas do 5º e 6º ano do Ensino Fundamental, evidenciaram protusão de ombros em

36% dos indivíduos e 24% de anteriorização da cabeça.

Nas alterações das curvaturas fisiológicas da coluna vertebral, foi verificada

uma predominância na lordose lombar normal em 46,1%, já 35,7% dos avaliados

apresentaram hiperlordose e apenas 18,3% apresentaram retificação. Divergindo

desta pesquisa, Graup et al. (2010) identificaram 90,9% de retificação na coluna

lombar e apenas 9,1% com hiperlordose. Já Brum et al. (2008) observaram que 11%

dos avaliados apresentavam hiperlordose e 15% apresentavam lombar retificada. Na

avaliação da coluna torácica, 51,3% dos indivíduos apresentaram curvatura fisiológica

e 23,5% hipercifose dorsal e outros 25,2% tinham retificação torácica. Brum et al.

(2008) e Lópes e Pinto (2001), respectivamente, encontraram normalidade na região

torácica de 90% e 87,8% dos escolares avaliados.

Kunzler et al. (2014), em estudo com 75 alunos com faixa etária entre 14 a

17 anos de uma escola, demonstraram que 80% dos escolares possuem a curvatura

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torácica sem alteração postural e que 17,3% apresentam hipercifose torácica. Quanto

à curvatura lombar, 62,7% dos escolares apresentam postura normal, sendo que a

alteração mais evidente foi a hiperlordose lombar (30,7%).

Em um estudo realizado com 44 crianças e adolescentes com deficiência

auditiva na cidade de Caruaru-PE, verificou-se prevalência da hipercifose torácica

como a segunda alteração postural mais ocorrente entre estudantes com deficiência

auditiva (68,2%), também mais evidente no gênero masculino na faixa etária de 7 a

14 anos (MELO et al., 2011).

Com o objetivo de verificar a prevalência de desvios posturais do tronco

(hiperlordose lombar, hipercifose dorsal e escoliose) em escolares de oito a 15 anos

da rede municipal de ensino de Caxias do Sul, Bueno e Rech (2013) observaram que

as prevalências de desvios posturais observadas foram de 16,6% para hipercifose

dorsal, 27,9% para hiperlordose lombar e 33,2% para atitude escoliótica. A faixa de

idade de oito a 12 anos apresentou-se como fator de risco para hiperlordose lombar.

Sabe-se que a etiologia das alterações posturais é de ordem multifatorial.

Sendo assim, há necessidade de se abordar outros parâmetros, com relação à

percepção dos escolares, para poder identificar possíveis influências de ordem

mobiliária e hábitos de vida relacionados ao ambiente escolar e domiciliar, bem como

coletar informações sobre dados clínico-funcionais para que haja uma correlação com

as alterações posturais.

5.3. Avaliação dos Escolares quanto ao Mobiliário Escolar, Anamnese Clínico-

Funcional e Hábitos de Vida relacionados a Postura Corporal

Junto ao inquérito CAP pré-intervenção foram aplicadas algumas

perguntas estruturadas relacionadas a três parâmetros importantes no contexto da

educação postural, que são a Anamnese Clínico-Funcional (4 questões), o mobiliário

escolar (5 questões) e os hábitos de vida relacionados à educação postural (9

questões).

Inicialmente,a Tabela 9 demonstra a avaliação dos alunos quanto ao

mobiliário escolar onde são destacadas as questões um (1) e quatro (4). A primeira

se refere à presença de apoio para os pés, que é um dos fatores importantes para o

mobiliário escolar, sendo também um dos fatores que podem ser agravantes à saúde.

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Nesta pergunta 87,5% (98/112) dos alunos assinalaram que não possuem apoio para

os pés, os outros 11,6% (13/112) dos alunos assinalaram que sim, que identificam

que a cadeira possui apoio para os pés e ainda 0,9% (1/112) dos alunos não informou.

Já na questão quatro (4), é abordado se o aluno acha confortável o encosto

de sua cadeira. Neste caso 62,5% (70/112) dos alunos assinalaram que não, que o

encosto não é confortável, contudo os outros 36,6% (41/112) assinalaram que sim,

que é confortável na percepção destes alunos, e ainda 0,9% (1/112) dos alunos não

informou.

Tabela 9. Distribuição dos Escolares segundo questões relacionadas ao Mobiliário Escolar (Pré-intervenção), Sobral-CE, 2016.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Foi importante identificar como os alunos avaliam o mobiliário da escola

que estudam, e essa avaliação obtida antes de uma intervenção educativa teve a

função também de subsidiar tanto sugestões de melhorias estruturais do mobiliário

escolar como temáticas a serem abordadas no âmbito da educação postural nas

escolas.

CARACTERÍSTICAS Pré-intervenção

N %

Sua cadeira possui apoio para os pés? Sim (Adequado) 13 11,6 Não (Inadequado) 98 87,5 Não informou 1 0,9 Total 112 100,0

Você consegue ficar sentado apoiando as costas no encosto da cadeira e com os pés no chão ao mesmo tempo?

Sim (Adequado) 83 74,1 Não (Inadequado) 28 25,0 Não informou 1 0,9 Total 112 100,0

O espaço para apoio do quadril (“bumbum”) é suficiente para você? Sim (Adequado) 105 93,8 Não (Inadequado) 6 5,4 Não informou 1 0,9 Total 112 100,0

O encosto da sua cadeira é confortável? Sim (Adequado) 41 36,6 Não (Inadequado) 70 62,5 Não informou 1 0,9 Total 112 100,0

Você consegue apoiar os cotovelos na mesa sem elevar (levantar) os ombros?

Sim (Adequado) 58 51,8 Não (Inadequado) 52 46,4

Não informou 2 1,8

Total 112 100,0

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Na primeira pergunta se questiona, na avaliação e entendimento do

aluno(a), se existe apoio para os pés na cadeira quando o aluno se encontra sentado.

Assim, 87,5% (98) dos alunos responderam que não existe apoio para os pés, já

outros 11,6% (13) dos alunos responderam que sim, e 0,9% (1) aluno não informou.

Quando se pergunta se o aluno(a) consegue encostar as costas na cadeira

e os pés no chão simultaneamente, 74,1% (83) dos alunos responderam que sim, que

conseguem; já outros 25% (28) dos alunos disseram que não conseguem, e 0,9% (1)

não informou. Na terceira pergunta, quando se pede para o aluno responder se o

espaço para o quadril é suficiente para ele, 93,8% (103) dos alunos disseram que sim,

que achavam suficiente, 5,4% (6) dos alunos responderam que não é suficiente o

espaço para o quadril e 0,9% (1) não respondeu ou não informou.

Quando se perguntou sobre o conforto da cadeira escolar, 36,6% (41) dos

alunos responderam que sim, que é confortável; já 62,5% (70) dos alunos

responderam que não é confortável e 0,9% (1) não informou. Por fim, quando se

indagou se o aluno consegue apoiar os cotovelos na mesa sem elevar os ombros,

houve o resultado mais equivalente deste parâmetro, em que 51,8% (58) dos alunos

disseram que sim, de forma adequada, conseguem apoiar os cotovelos sem elevar os

braços, 46,4% (52) dos alunos responderam que para apoiar os cotovelos na mesa

precisam elevar os ombros e isso pode gerar uma alteração postural, que é a elevação

bilateral ou unilateral do(s) ombro(s), podendo provocar encurtamento dos músculos

trapézios fibras superiores.

Braccialli (2000) ressalta que o mobiliário escolar (cadeiras e mesas mal

projetadas), com inadequação da altura e/ou profundidade do assento e do encosto

desencadeiam ajustes posturais responsáveis por sintomas indesejados, como

dormência e formigamento nos membros inferiores, dificuldade no retorno venoso com

consequente cansaço e maiores dificuldades motoras, dores lombares e aceleração

do processo degenerativo dos discos e vértebras.

O surgimento de dor/desconforto deve ser importante fator observado

quando é introduzida a perspectiva de permanência do aluno na sala de aula, visto

que o surgimento deste poderá provocar desatenção e dificultar os processos de

aprendizagem e interação social.

O próprio Ministério da Educação (MEC) recomenda que se recorra a uma

equipe profissional quando os recursos existentes na própria escola forem

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insuficientes para compreender as necessidades educacionais dos alunos e identificar

os apoios indispensáveis. Neste caso, a composição da equipe profissional poderia

abranger determinada instituição ou instituições diferentes. De acordo com o Parecer

CNE/ CEB nº 17 /2001, cabe aos gestores educacionais buscar esta equipe, o que

pode se concretizar através de parcerias entre a Secretaria de Educação e outros

órgãos, governamentais ou não (BRASIL, 2001).

Tabela 10. Distribuição dos Escolares segundo questões relacionadas à Anamnese Clínico-Funcional (Pré-intervenção), Sobral-CE, 2016.

CARACTERÍSTICAS Pré-intervenção

N %

Você sente ou já sentiu dor nas costas nos últimos 3 meses? Sim 72 64,3 Não 21 18,8 Não sei responder 16 14,3 Não informou 3 2,7 Total 112 100,0

Esta dor nas costas ocorre ou ocorreu com que frequência? Foi apenas uma vez 23 31,9 Uma vez por mês 9 12,5 Uma vez por semana 9 12,5 De duas a três vezes por semana 15 20,8 Quatro vezes ou mais por semana 8 11,1 Não sei responder 8 11,1 Total 72 100,0

Esta dor nas costas impede ou impediu de realizar as atividades como brincar, estudar, praticar esportes...?

Sim 26 36,1 Não 44 61,1 Não sei responder 2 2,8 Não informou 0 0,0 Total 72 100,0

Na escala abaixo de 0 a 10, por favor, identifique a intensidade da dor nas costas nos últimos 3 meses.

0 2 2,8 1 6 8,3 2 10 13,9 3 17 23,6 4 17 23,6 5 12 16,7 6 3 4,2 7 2 2,8 8 1 1,4 9 1 1,4 10 1 1,4 Não informou 0 0,0 Total 72 100,0

Fonte: Elaborado pelo autor.

Na Tabela 10 são expostos os dados informados pelos alunos com relação

a fatores relacionados à Anamnese (histórico individual) clínico-funcional, em que

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foram respondidas perguntas de caráter sine qua non para se justificar a intervenção

educativa proposta.

Uma das perguntas que chamou atenção neste parâmetro foi a primeira

(1ª), que interroga o aluno se ele sente ou já sentiu dores nas costas nos últimos três

meses. Em resposta, 64,3% (72/112) dos alunos disseram sim, que já sentiram dores

nas costas nos últimos três meses; outros 18,8% (21/112) responderam que não

sentiram, 14,3% (16/112) não souberam responder e 2,7% (3/112) dos alunos não

informaram.

Segundo pesquisa de Selle Júnior et al. (2015), em que foram avaliados

688 estudantes na faixa etária entre 13 e 20 anos, os resultados demonstraram que

as regiões com maior prevalência de dor entre os escolares foram a lombar, os ombros

e os membros inferiores, sendo que a intensidade de caráter leve predominou nas três

regiões. Houve maior frequência de dor na região lombar, com 17% dos adolescentes

reportando episódio de 1 a 4 vezes de dor por ano, seguido dos ombros, com 16,6 %

dos adolescentes referindo dor de 1 a 4 vezes por mês.

Em estudo similar com 57 alunos do 5º ano do ensino fundamental, que

objetivou verificar a prevalência de dor nas costas em alunos de uma escola pública

de Petrolina-PE, Sá, Carvalho & Gomes (2014) observaram que 47,4% dos alunos

relataram ocorrência de dor nas costas nos últimos três meses. Já em nosso estudo

este achado foi encontrado em 63,4% (72/112) dos alunos. Ainda sobre o estudo, os

autores relataram que em, 33,3% dos alunos responderam sentir dor apenas uma vez,

em consonância com o nosso estudo que foi de 31,8% (23/72). Quando se

perguntaram se a dor nas costas impediu a realização de atividades, a maioria dos

alunos (63,0%) relatou que a dor nas costas não impediu a realização atividades,

achado que foi próximo ao nosso estudo, que foi de 61% (44/72) dos alunos.

Entendemos que entre a relação dos dois estudos mostra-se que a metade

dos escolares avaliados relatou sentir dor nas costas. Porém, para a maioria dos

participantes que relatou dor nas costas, a dor não prejudica a realização das

atividades rotineiras.

O tempo gasto em comportamentos sedentários está fortemente

relacionado ao aumento do risco de se contrair doenças, havendo múltiplas evidências

de que o número de horas diárias que o indivíduo despende vendo televisão aumenta

sua exposição à obesidade e, consequentemente, a outras doenças. Em pesquisa

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realizada no Brasil, aproximadamente 42,3 milhões de pessoas, ou seja, 28,9% da

população adulta, declararam ter assistido à televisão por três ou mais horas diárias.

Quanto ao nível de instrução, a menor proporção de adultos que assistiam à televisão

por três ou mais horas diárias tinha nível superior completo, representado por 21,1%

deste estrato. Regionalmente se observa a menor participação do Sul, totalizando

23,7% com este hábito e a maior participação no Sudeste, com 31,0%. Tanto os mais

idosos (60 anos ou mais) como os mais jovens (18 a 24 anos) foram os grupos com

maior proporção de pessoas que assistia à televisão por três ou mais horas ao dia,

de, aproximadamente, 32% (IBGE, 2013).

Tabela 11. Distribuição dos Escolares segundo questões relacionadas aos Hábitos de Vida relacionados à Postura Corporal (Pré-intervenção), Sobral-CE, 2016.

CARACTERÍSTICAS Pré-intervenção

N %

Você pratica algum exercício físico (caminhar, correr...) ou esporte (futebol, basquete...) regularmente (na escola ou fora dela)?

Sim 94 83,9 Não 17 15,2 Não informou 1 0,9 Total 112 100,0

Quantos dias você pratica este exercício/esporte por semana? De 1 a 2 vezes por semana 41 43,6 De 3 a 4 dias por semana 17 18,1 5 dias ou mais por semana 24 25,5 Não sei responder, depende da semana 9 9,6 Não informou 3 3,2 Total 94 100,0

Você pratica este exercício físico ou esporte de maneira competitiva (participa de competições, campeonatos)?

Sim 35 37,2 Não 56 59,6 Não informou 3 3,2 Total 94 100,0

Quantas horas por dia você permanece sentado assistindo à televisão? De 0 a 1 hora por dia 23 20,5 De 2 a 3 horas por dia. 40 35,7 De 4 a 5 horas por dia. 13 11,6 De 6 a 7 horas por dia. 4 3,6 8 horas ou mais por dia. 12 10,7 Não sei responder, depende do dia. 20 17,9 Não informou - - Total 112 100,0

Quantas horas por dia você permanece sentado utilizando o computador?

De 0 a 1 hora por dia. 24 21,4 De 2 a 3 horas por dia. 31 27,7 De 4 a 5 horas por dia. 3 2,7 6 horas ou mais por dia. 9 8,0 Não sei responder, depende do dia. 45 40,2

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CARACTERÍSTICAS Pré-intervenção

N %

Não informou - - Total 112 100,0

Você costuma ler e/ou estudar na cama? Sim 22 19,6 Não 20 17,9 Às vezes 70 62,5 Não informou - - Total 112 100,0

Qual sua posição preferida para dormir? De lado 55 49,1 De bruços (barriga para baixo) 24 21,4 De costas (barriga para cima) 26 23,2 Não sei responder, depende do dia 7 6,3 Não informou - - Total 112 100,0

Quantas horas você dorme por noite? De 0 a 6 horas por dia 15 13,4 7 horas por dia 25 22,3 De 8 a 9 horas por dia 24 21,4 10 horas ou mais por dia 32 28,6 Não sei responder, depende do dia 16 14,3 Não informou - - Total 112 100,0

Você utiliza algum equipamento eletrônico (ex.: celular)? Quanto tempo você passa por dia utilizando este equipamento eletrônico?

Sim, até 2 horas por dia. 41 36,6 Sim, mais de 2 horas por dia. 15 13,4 Sim, mais de 4 horas por dia. 30 26,8 Não. 26 23,2 Total 112 100,0

Fonte: Elaborado pelo autor.

Na Tabela 11 são abordados questionamentos com relação aos hábitos de

vida relacionados diretamente com a condição da postura corporal. Foram feitas

perguntas com o intuito de identificar como as crianças e adolescentes estão lidando

com o advento da era da tecnologia acessível.

Destaco a pergunta um (1) que relaciona os alunos que praticam algum tipo

de exercício físico e/ou esporte de forma regular. Obteve-se o resultado de que 83,9%

(94/112) dos alunos disseram que sim, que regularmente praticam algum tipo de

esporte ou exercício físico seja na escola ou fora dela. Já 15,2% (17/112) dos alunos

negaram praticar algum tipo e esporte e/ou exercício de forma regular e 0,9% (1) não

informou.

Outra questão importante foi sobre o uso de equipamentos eletrônicos

como o celular, tablet, smartphone. Quando se perguntou quanto tempo o escolar

passou utilizando um destes equipamentos citados anteriormente, chamou a atenção

o fato de que 36,6% (41/112) dos alunos responderam permanecer até duas horas

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utilizando um ou mais dos equipamentos. Já 13,4% (15/112) dos alunos relatam

permanecer mais de duas horas e o resultado mais alarmante neste questionamento

foi observado quando 26,8% (30/112) responderam permanecer mais do que quatro

horas utilizando um ou mais destes equipamentos.

Quanto à posição preferida de dormir, esta pergunta foi positivamente

respondida pela maioria dos alunos, com 49,1% (55/112) que relataram ser a posição

de decúbito lateral (de lado), e esta é de fato anatomicamente a posição ideal para

dormir.

Neste estudo, quando se perguntou se os alunos costumam ler e/ou

estudar na cama, observou-se que 19% (22/112) dos alunos responderam que “mim”,

que costumam ler ou estudar na cama, resultados estes que estão em consonância

com Noll et Al. (2013), que também evidenciaram que, dentre 1720 escolares do

Ensino Fundamental, de 5ª a 8ª séries, 21,3% e 41,3% dos meninos e meninas,

respectivamente, possuem o hábito de realizar atividades de leitura e/ou estudo na

cama. Esta atividade é desaconselhável, visto que dificilmente o escolar a realizará

em uma postura adequada, algo que é encontrado em estudo de Vilela et Aal. (2014),

com 386 escolares do Ensino Médio. Os resultados demonstraram alta prevalência de

hábitos posturais inadequados nos escolares.

No estudo de Borges et al. (2015) com 100 alunos na faixa etária de 10 a

12 anos, ao analisar a proporção dos indivíduos que fazem uso de computador ou

jogos virtuais, observou-se que 69,23% fazem uso desses equipamentos e apenas

30,77% não utilizam nenhum deles. Quanto ao tempo que os indivíduos se mantêm

frente à televisão, foi verificado que 53,85% não se dão conta do tempo que ficam,

7,69% permanecem por uma hora diária, 7,69% por duas horas diárias, 15,38% por

três horas diárias, 7,69% por quatro horas diárias e 7,69% por seis horas diárias.

Quando se trata do computador ou video game, 15,38% se mantêm por uma hora,

15,38% por duas horas, 7,7% por três horas, 7,7% por quatro horas, 15,38% por seis

horas diárias e 7,69% não sabem relatar o tempo que ficam em frente a estes últimos

Em relação aos hábitos de vida, Sedrez et. al (2014) observaram que

95,5% dos escolares praticavam atividade física. Desses, 59,7% o fazia três ou mais

dias na semana e 56,5% praticavam de forma competitiva. Além disso, apenas 30,8%

e 40% assistiam à televisão e utilizavam o computador quatro ou mais horas por dia,

respectivamente. Descreve também que 52,3% dos escolares relatavam dormir de 8

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a 9 horas por noite, sendo que 69,2% dos escolares referiram dormir em decúbito

lateral ou dorsal. Esses resultados indicam que os escolares avaliados apresentavam

hábitos de vida ativa, o que pode ser considerada uma característica favorável.

Resultados similares também foram encontrados por Martínez-Crespo et

al. (2009), que ao pesquisarem os hábitos comportamentais de 887 jovens escolares

da cidade de Sevilla, Espanha, encontraram uma predominância dentre os alunos que

permaneciam mais de 2h diárias assistindo à televisão. Com base nesse dado, e

sabendo-se que os escolares em geral permanecem em média de quatro a cinco

horas diárias na posição sentada durante os períodos regulares de ensino, cinco

vezes por semana (FREIRE; TEIXEIRA; SALES, 2008), especula-se que mais de 50%

dos escolares permanecem no mínimo oito horas diárias em uma posição sentada,

caracterizando portanto uma atividade sedentária, sendo este um importante fator de

risco para a ocorrência de alterações posturais (MARTÍNEZ-CRESPO et al., 2009).

Existe uma tendência na diminuição da participação em atividades físicas

em adultos jovens, uma vez que aumenta a participação em atividades sedentárias

como o uso de computadores, tanto para atividades escolares quanto para o lazer, e

nossos achados reforçam esta afirmação. Estudos têm relacionado este hábito às

queixas de desconforto e dor osteomioarticular. Este quadro agrava-se quando o

mobiliário está inadequado (OWEN, BAUMAN, BROWN, 2009).

5.4 Caracterização dos Escolares quanto às Características Pessoais, Sociodemográficas e dos Pais e/ou Responsáveis

Com relação à proporção dos alunos conforme ao ano de estudo veja como

está descrito na Tabela 12.

Tabela 12. Distribuição dos Escolares após o Inquérito CAP segundo Características Pessoais, Sobral-CE, 2016

CARACTERÍSTICAS N %

Série 5º ano 24 21,4 6º ano 28 25,0 7º ano 18 16,1 8º ano 22 19,6 9º ano 20 17,9 Total 112 100,0

Sexo do indivíduo Masculino 57 50,9 Feminino 55 49,1

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80

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com relação ao ano de estudo houve uma predominância maior dos alunos

do 6º ano, com 25% (28/112) alunos, 5º ano com 21,4% (24/112) dos alunos, 7º ano

com 16,1% (18/112) dos alunos, 8º ano com 19,6% (22/112) dos alunos e o 9º ano

com 17,9% (20/112) dos alunos. Destaca-se que houve uma evasão de três alunos

com relação à quantidade dos alunos presentes na avaliação postural, obtendo 112

alunos, diferentemente das avaliações posturais que foram com 115 alunos.

Já sobre a predominância do sexo, continua prevalecendo o sexo

masculino com 50,9% (57/112) alunos e consequentemente, 49,1% (55/112) alunas

do sexo feminino descritos na Tabela 6.

Com relação à naturalidade dos alunos identificou-se que 89,3% (100/112)

dos alunos nasceram em Sobral, 6,3% (7/112) dos alunos em Fortaleza, 2,7% (3/112)

dos alunos nasceram em Tianguá, outros 0,9% (1/112) em Cariré e 0,9% (1/112) dos

alunos em Reriutaba. Todos os municípios anteriores pertencem ao estado do Ceará.

Já com relação ao município de residência, 100% (112/112) dos alunos moram no

distrito de Jaibaras, pertencente ao município de Sobral como estão descritos na

Tabela 7.

Sobre os componentes de moradia observou-se que 94,6% (106/112) dos

alunos residem com a família (pai, mãe e irmãos). Já 2,7% (3/112) dos alunos

informaram morar com outro(s) parente(s) e outros 2,7% (3/112) dos alunos não

souberam informar com quem residem ou não compreenderam a pergunta.

Ainda sobre as informações sociodemográficas foi obtida a informação de

que 80,4% (90/112) dos alunos relataram possuir casa própria. Já 13,4% (15/112) dos

alunos relataram residir em casa alugada, 2,7% (3/112) dos alunos não informaram

onde residem, já 1,8% (2/112) dos alunos relataram morar em hotel/motel e outros

1,8% (2/112) relataram morar em casa cedida.

CARACTERÍSTICAS N %

Total 112 100,0 Idade

9 anos 3 2,7 10 anos 20 17,9 11 anos 30 26,8 12 anos 20 17,9 13 anos 17 15,2 14 anos 20 17,9 15 anos 2 1,8 Total 112 100,0

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Foi questionado também se os alunos exerciam algum trabalho, e foi

identificado que 7,1% (8/112) dos alunos relataram exercer algum tipo de trabalho,

tendo como exemplos garçom, vendedor e ajudante de comércio. Já 91,1% (102/112)

dos alunos responderam não exercer nenhum tipo de trabalho, e por fim 1,8% (2/112)

dos alunos não informaram.

Tabela 13. Distribuição dos Escolares após o Inquérito CAP segundo Características Sociogeográficas, Sobral-CE, 2016

CARACTERÍSTICAS N %

Naturalidade Cariré 1 0,9 Fortaleza 7 6,3 Reriutaba 1 0,9 Sobral 100 89,3 Tianguá 3 2,7 Total 112 100,0

Município de Residência Sobral 112 100,0

Com quem mora Família (pai, mãe e irmãos) 106 94,6 Outro parente 3 2,7 Não informou 3 2,7 Total 112 100,0

Tipo de residência Casa Cedida 2 1,8 Casa Alugada 15 13,4 Hotel/motel 2 1,8 Não informou 3 2,7 Total 112 100,0

Exerce algum trabalho Sim 8 7,1 Não 102 91,1 Não informou 2 1,8 Total 112 100,0

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com relação à situação sociodemográfica dos alunos, quanto à

naturalidade a grande maioria dos alunos 89,3% (100/112) tem naturalidade referente

à cidade de Sobral, outras cidades que foram relatadas como de naturalidade dos

alunos foram Fortaleza, com 6,3% (7/112) dos alunos, a cidade de Tianguá com 2,7%

(3/112) dos alunos, por fim Reriutaba e Cariré, ambas com 0,9 (1/112) dos alunos em

cada uma. É importante salientar que todos os alunos são naturais de cidades

pertencentes ao estado do Ceará.

Quanto ao município de residência 100% (112/112) dos alunos residem no

município de Sobral, porém referente ao distrito de Jaibaras, quando se foi perguntado

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com relação à moradia predominou os que moram com a família com 94,6% (106/112)

alunos, e em casa própria em 80,4% (90/112) dos alunos.

Foi abordado também uma questão sobre a possibilidade deles exercerem

algum tipo de trabalho onde 7,1% (8/112) dos alunos afirmaram que Sim, que exercem

algum tipo de trabalho, sendo descrito pelos alunos desde ocupações de garçom de

forma esporádica, ajudante de vendas em comércio de família, vendedor(a) de picolé.

Na Tabela 14 são descritas informações sobre a escolaridade dos pais

e/ou responsáveis dos alunos de acordo com as informações cedidas pelos alunos.

Tabela 14. Distribuição dos Escolares após o Inquérito CAP segundo níveis escolares e dores nas costas dos pais e/ou responsáveis, Sobral-CE, 2016

CARACTERÍSTICAS N %

Até que série sua mãe (ou sua responsável do sexo feminino) estudou?

Não frequentou escola 4 3,6 Nível fundamental (1ª a 8ª série) 35 31,3 Nível médio (1º ao 3º ano ano) 25 22,3 Nível superior (faculdade) 6 5,4 Não sei 38 33,9 Não tenho responsável do sexo feminino 4 3,6 Total 112 100,0

Até que série seu pai (ou responsável do sexo masculino) estudou?

Não frequentou escola 12 10,7 Nível fundamental (1ª a 8ª série) 25 22,3 Nível médio (1º ao 3º ano) 24 21,4 Nível superior (faculdade) - - Não sei 45 40,2 Não tenho responsável do sexo masculino 6 5,4 Total 112 100,0

Algum de seus pais (ou responsáveis) apresenta dor nas costas?

Sim 57 50,9 Não 35 31,3 Não sei responder 20 17,9 Total 112 100,0

Fonte: Elaborado pelo Autor

Inicialmente foi identificado até que ano a mãe ou responsável do sexo

feminino estudou; sendo assim, foi observado que 33,9% (38/112) dos alunos

responderam não saber relatar esta informação, já 31,3% (35/112) dos alunos

responderam que sua mãe e/ou responsável cursou o nível fundamental, que é

compreendido entre o 1º e o 8º ano; em 22,3% (25/112) dos alunos responderam que

cursaram nível médio, compreendido entre o 1º ao 3º ano de ensino médio. Ainda

sobre as informações referentes à escolaridade da mãe ou responsável feminina 5,4%

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(6/112) dos alunos relataram que concluíram um curso de nível superior, já 3,4%

(4/112) dos alunos responderam que suas responsáveis não frequentaram a escola e

os outros 3,4% (4/112) disseram não ter responsável do sexo feminino.

Já com relação ao pai ou responsável do sexo masculino, 40,2% (45/112)

dos alunos responderam não saber até que ano estes estudaram, em 22,3% (25/112)

dos alunos relataram que seu pai ou responsável estudou e concluiu o nível

fundamental, 21,4% (24/112) dos alunos responderam que ele(s) concluiu(íram) nível

médio, já 10,7% (12/112) responderam que não frequentaram escola e os outros 5,4%

(6/112) dos alunos responderam não possuir responsável do sexo masculino.

Os pais são referência para os filhos e na fase da infância e adolescência

a influência é maior ainda, sendo assim, a participação e o conhecimento dos pais são

de suma importância para que possam educar e direcionar seus filhos da maneira

correta.

Trelha et al. (2013) realizaram pesquisa com 72 indivíduos, sendo 55

(76,4%) mães, 9 (12,5%) pais e 8 (11,1%) responsáveis (tios, avós e bisavós). Deste

total 43 (59,7%) relataram dores na coluna vertebral. Em relação a dores nos filhos,

11 (15,3%) não sabiam se tinham alguma dor e 7 (9,7%) já apresentavam algum

sintoma. Em relação à presença de alteração postural, 23 (31,9%) afirmaram não

saber se o filho(a) apresentava e 69 (95,8%) relataram nunca ter procurado o

atendimento com profissional de saúde por esse motivo.

Na percepção dos pais ou responsáveis, os fatores que podem levar a

alguma alteração postural foram: mochila (93,1%), obesidade (83,3%) e postura

sentada (81,9%). Com relação ao peso das mochilas, 63 (87,5%) dos indivíduos

referiram não saber o peso ideal. Alguns pais, 25 (34,7%), não souberam responder

sobre a importância da atividade física para diminuir ou evitar alterações posturais. Já

em relação ao conhecimento dos pais/responsáveis sobre hábitos posturais, as

respostas incorretas foram, principalmente, quanto à posição de dormir, em que 43

(59,7%) responderam inadequadamente; posição dos pés na posição ortostática, em

que 41 (56,9%) responderam inadequadamente; maneira de carregar a mochila, 24

(33,3%) e modo de agachar, segurar e levantar objetos do chão, em que 5 (6,9%)

responderam de forma inadequada (TRELHA et al., 2013).

No Brasil, as mulheres tiveram maior proporção (21,1%) de diagnóstico

médico de problemas crônicos de coluna do que os homens (15,5%). Conforme

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aumentava o grupo de idade, maior era a proporção estimada do indicador: 8,7% das

pessoas de 18 a 29 anos, 19,9% das pessoas de 30 a 59 anos e, com patamares

estatisticamente equivalentes, 26,6% das pessoas de 60 a 64 anos, bem como de

28,9% das pessoas de 65 a 74 anos de idade e 28,5% para 75 anos ou mais de idade.

A proporção foi significativamente maior entre as pessoas sem instrução e

fundamental incompleto (24,6%) do que nas demais categorias de escolaridade. Por

cor ou raça, este indicador apontou para maior percentual entre indivíduos brancos

(19,3%) em relação a pretos (17,9%) e pardos (17,7%). Das pessoas que

responderam ter algum problema crônico de coluna, 46,4% responderam que não

faziam nenhum tipo de tratamento. Para aqueles que faziam uso de algum tipo de

tratamento do problema, o mais citado foi o uso de medicamentos ou injeção (40,0%).

Em 18,9% dos casos, o tratamento consistiu na prática de exercício físico ou

fisioterapia. A acupuntura foi utilizada por 2,5% das pessoas com problemas de coluna

e 4,4% indicaram praticar outro tipo de tratamento da doença (IBGE, 2013).

É importante salientar que os pais são peças fundamentais para a

educação no contexto postural, não só pelo fato de eles serem exemplos para as

crianças e adolescentes, mas também pela questão de que, eles obtendo o

conhecimento mínimo sobre o que se deve ou não fazer para se prevenir ou provocar

alguma alteração postural, poderão interferir positivamente para o acompanhamento

e crescimento dos seus filhos.

5.5 Análise comparativa dos Inquéritos sobre Conhecimentos, Atitudes e Prática

(CAP)

Neste tópico serão demonstrados os resultados do inquérito CAP tanto

antes da intervenção educativa (oficinas pedagógicas) quanto após a intervenção em

15, 30 e 60 dias após a última oficina pedagógica. Foram aplicados testes estatísticos

(teste de McNemar) que definiram se as mudanças após a intervenção educativa

tiveram significância estatística ou não, pois é de suma importância compreender que

nem toda mudança positiva tem grau de significância relevante.

Para podermos compreender se um programa de educação, através de

oficinas pedagógicas, possa funcionar, foi utilizado o questionário chamado de

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inquérito CAP autoaplicável, que por sua vez teve o intuito de mensurar, através das

respostas dos alunos, se a intervenção educativa obteve um bom resultado ou não.

O inquérito CAP (Conhecimento, Atitudes e Práticas) foi aplicado uma vez

antes da intervenção educativa e três vezes (imediatamente após a última oficina, 15,

30 e 60 dias após a última oficina) posteriormente as oficinas. Assim foi realizado o

teste de McNemar, que, por sua vez, tem a função de verificar se houve mudanças ou

não com relação às respostas do inquérito aplicado antes das oficinas com as

respostas do CAP aplicado após as oficinas, realizando o cruzamento dos achados

pré-intervenção e pós-imediato, pré-intervenção e pós 15 dias, pré-intervenção e pós

60 dias, sendo de forma positiva quando p (nível de significância) fosse menor que

0,05. Já o resultado do teste sendo maior que 0,05 indicaria que não houve

significância, mesmo havendo alguma alteração numérica percentual entre o antes e

o depois das oficinas.

Iniciamos com a apresentação da Tabela 15, que demonstra quais foram

os resultados relacionados ao parâmetro “Conhecimento” presente no inquérito CAP

aplicado junto aos alunos antes e após (15, 30 e 60 dias) a intervenção educativa.

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Tabela 15. Teste de Comparação (McNemar) das questões relacionadas ao Conhecimento (Pré-intervenção, Pós-imediato, Pós 15 dias, Pós 60 dias), Sobral-CE, 2016

CARACTERÍSTICAS Pré-intervenção Pós-imediato

P Pós 15 dias

P Pós 60 dias

p

N % N % N % N %

Você acha que a posição do corpo interfere nas atividades escolares (levar mochila, sentar na cadeira) e de casa (escovar os dentes, posição de dormir) podendo causar dores nas costas?

Adequado 79 70,5 90 84,1 0,04 85 81,0 0,26 78 75,7 0,99 Inadequado 29 25,9 17 15,9 20 19,0 25 24,3 Não informou 4 3,6 - - - - - -

Total 112 100,0 107 100,0

105 100,0

103 100,

0

Você acha que os alunos devem apoiar os pés no chão quando estão sentados, por exemplo, em sala de aula?

Adequado 103 92,0 105 98,1 0,11 103 98,1 0,11 100 97,1 0,34 Inadequado 8 7,1 2 1,9 2 1,9 3 2,9 Não informou 1 0,9 - - - - - - Total 112 100,0 107 100,0 105 100,0 103 100,

0

Quais atividades podem ajudar você a prevenir dores nas costas e problemas de postura?

Adequado 62 55,4 84 78,5 <0,01 81 77,1 <0,01 83 80,6 <0,01 Inadequado 48 42,9 23 21,5 24 22,9 20 19,4 Não informou 2 1,8 - - - - - - Total 112 100,0 107 100,0 105 100,0 103 100,

0

Em que posição você acha que o jovem deve dormir para evitar dores nas costas?

Adequado 26 23,2 96 89,7 <0,01 89 84,8 <0,01 80 77,7 <0,01 Inadequado 86 76,8 11 10,3 16 15,2 22 21,4

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CARACTERÍSTICAS Pré-intervenção Pós-imediato

P Pós 15 dias

P Pós 60 dias

p

N % N % N % N %

Não informou - - - - - - 1 1,0 Total 112 100,0 107 100,0 105 100,0 103 100,

0

Fonte: Elaborado pelo próprio autor/ Teste McNemar.

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Com relação às perguntas relacionadas ao parâmetro Conhecimento,

observou-se que na primeira pergunta houve significância (p = 0,04), quando se

relaciona o inquérito pré-intervenção, em que 70,5% (79/112) responderam de forma

adequada. Já com o pós-imediato, 84,1% (90/107) responderam de forma adequada,

com relação à aplicação do CAP após 15 dias e após 60 dias da intervenção, não

houve mudanças significativas, o mesmo ocorreu com a segunda questão, onde

nenhum cruzamento obteve significância.

Já com relação às terceira e quarta questões, houve resultados relevantes

na relação do CAP pré-intervenção com os pós-imediato, 15 e 60 dias, em que o

resultado de p foi similar às duas questões em todos os cruzamentos, sendo menor

que 0,01 (p<0,01).

Com relação às respostas de forma Adequadas, a terceira questão obteve

na pré-intervenção 55,4% (62/112), pós-imediato 78,5% (84/107), pós 15 dias 77,1%

(81/105) e em pós 60 dias 80,6% (83/103) dos alunos responderam de forma

adequada. Já na quarta questão a proporção de alunos que responderam de forma

adequada na pré-intervenção foi de 23,2% (26/112), após a intervenção de forma

imediata (pós-imediato) 89,7% (96/107), pós 15 dias 84,8% (89/105) e pós 60 dias

77,7% (80/103) responderam de forma adequada.

Filho et al. (2015) compararam o antes e o depois de uma ação de

educação postural sobre o conhecimento relativo ao modo de transportar o material

escolar, o modo de se sentar e a posição ao dormir de 200 escolares do 1º ao 5º ano,

sendo 84 alunos da escola privada e 116 da escola pública. A intervenção baseou-se

em três atividades: palestra sobre hábitos posturais, peça teatral e paródia educativa.

Os resultados obtidos foram que apenas os alunos da escola privada obtiveram

aumento significativo no número de respostas corretas em todas as variáveis

observadas: 16% em relação ao transporte do material escolar [55 (67,9%) versus 68

(83,9%)]; 27,5% no modo de sentar [48 (60%) versus 70 (87,5%)].

Nesta pesquisa utilizamos metodologias ativas e em alguns momentos

características da metodologia tradicional (ex.: uso de Datashow), sendo assim houve

significância parcial nos resultados. Pesquisas que utilizaram metodologias ativas de

ensino verificaram aumento no aprendizado e memorização dos hábitos posturais

corretos nos escolares (REBOLHO, CASAROTTO, JOÃO, 2009; VITTA et al., 2012)

enquanto aquele que realizou aulas expositivas como estratégia de ensino não obteve

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diferenças no nível de conhecimento teórico sobre as diferentes posturas adotadas

pelos escolares (CANDOTTI et al., 2011).

Com relação às metodologias aplicadas ao público infanto-juvenil, é

importante ressaltar a necessidade de fazer uso de uma abordagem que estimule a

conscientização dos participantes acerca dos conteúdos e práticas desenvolvidas ao

longo do programa. Dessa forma, abordagens pedagógicas que objetivem uma

educação problematizadora e conscientizadora. Essas abordagens poderão, além de

instruir e orientar, viabilizar uma prática transformadora, capaz de promover uma ação

mais eficaz no processo de educação postural (GUEDES, SILVA, SILVA, 2007).

No contexto atual do ensino, existem muitas possibilidades de potencializar

a educação, nos mais diversos âmbitos aos quais sua prática se destina, e que

merecem ser consideradas. A utilização de abordagens pedagógicas que priorizem

inovações, como superações da abordagem “bancária” de ensino, que apenas

reproduz e reforça ideologias e relações dominantes da sociedade, tem promovido um

tensionado que tem gerado intensas reflexões e discussões, diante da preocupação

em melhor atender às exigências sociais referentes ao processo de ensino-

aprendizagem (GUEDES, SILVA, SILVA, 2007).

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Tabela 16. Teste de Comparação (McNemar) das questões relacionadas à Atitude (Pré-intervenção, Pós-imediato, Pós 15 dias, Pós 60 dias), Sobral-CE, 2016

CARACTERÍSTICAS Pré-intervenção Pós-imediato

P Pós 15 dias

P Pós 60 dias p

N % N % N % N %

As atividades escolares e de casa não têm relação com o aparecimento de dores nas costas e alterações posturais.

Adequado 42 37,5 35 32,7 0,52 40 38,1 0,99 38 36,9 0,86 Inadequado 69 61,6 72 67,3 65 61,9 65 63,1 Não informou 1 0,9 - - - - - - Total 112 100,0 107 100,0 105 100,0 103 100,

0

O adolescente escolar deve mudar suas atitudes e hábitos diários em busca de manter uma postura alinhada e prevenir dores nas costas e ter uma fase de crescimento corporal sem alterações posturais que possam prejudicar sua saúde.

Adequado 81 72,3 85 79,4 0,17 79 75,2 0,71 80 77,7 0,31 Inadequado 29 25,9 22 20,6 26 24,8 23 22,3 Não informou 2 1,8 - - - - - -

Total 112 100,0 107 100,0

105 100,0

103 100,

0

A forma de carregar o material escolar interfere diretamente na postura corporal, sendo assim, é muito importante que o aluno saiba a forma e o peso correto de carregar o material escolar.

Adequado 94 83,9 94 87,9 0,81 89 84,8 0,99 87 84,5 0,99 Inadequado 17 15,2 13 12,1 14 13,3 15 14,6 Não informou 1 0,9 - - 2 1,9 1 1,0 Total 112 100,0 107 100,0 105 100,0 103 100,

0

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Com relação ao parâmetro Atitude presente no CAP, foram observadas

algumas mudanças nas respostas adequadas depois das intervenções educativas

com relação as respostas adequadas pré-intervenção, porém não foram significantes

nos resultados do teste estatístico McNemar, em que todos os resultados do teste

foram maiores do que 0,05 (p>0,05). Conclui-se assim que as intervenções educativas

influenciaram minimamente na atitude do aluno.

Existem no mínimo dois fatores que possam ter influenciado nas respostas

dos alunos, um é que foi percebido que algumas perguntas, apesar de modificações

feitas após a aplicação do questionário piloto em uma escola não envolvida da coleta

de dados, foram mal compreendidas pelos alunos; o outro é a adequação das

metodologias utilizadas para facilitar o acesso às informações e conhecimentos para

crianças e adolescentes.

Sendo assim, achados deste estudo corroboram aqueles de Batista e

Capellini (2011), que ao compararem o desempenho ortográfico em escolares do 2º

ao 5º ano do ensino fundamental de uma escola privada observaram que as médias

de acertos em todas as avaliações foram superiores a cada série subsequente.

Igualmente, Ávila et al.(2009) observaram escolares do 4º ao 7º ano do ensino

fundamental e destacaram que o desempenho na leitura progride em função do

avanço da escolaridade. Entretanto, o desempenho dos estudantes de escola

particular ainda foi superior ao observado nos escolares de instituições públicas.

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Tabela 17. Teste de Comparação (McNemar) das questões relacionadas á Prática (Pré-intervenção, Pós-imediato, Pós 15 dias, Pós 60 dias), Sobral, Ceará, 2016

CARACTERÍSTICAS Pré-intervenção Pós-imediato

P Pós 15 dias

P Pós 60 dias P

N % N % N % N %

Quando você está sentado consegue apoiar os pés no chão?

Adequado 103 92,0 81 75,7 <0,01 87 82,9 0,01 91 88,3 0,39 Inadequado 8 7,1 26 24,3 18 17,1 12 11,7 Não informou 1 0,9 - - - - - - Total 112 100,0 107 100,0 105 100,0 103 100,

0

Você se inclina para frente para apoiar os cotovelos na mesa?

Adequado 47 42,0 64 59,8 0,02 58 55,2 0,10 66 64,1 <0,01 Inadequado 63 56,3 42 39,3 45 42,9 37 35,9 Não informou 2 1,8 1 0,9 2 1,9 - - Total 112 100,0 107 100,0 105 100,0 103 100,

0

Como você costuma sentar na escola para escrever à mesa

Adequado 21 18,8 66 61,7 <0,01 72 68,6 <0,01 72 69,9 <0,01 Inadequado 91 81,3 41 38,3 33 31,4 31 30,1 Total 112 100,0 107 100,0 105 100,0 103 100,

0

Como você costuma sentar em uma cadeira ou em um banco para conversar com os amigos?

Adequado 18 16,1 67 62,6 <0,01 68 64,8 <0,01 69 67,0 <0,01 Inadequado 94 83,9 40 37,4 37 35,2 34 33,0 Total 112 100,0 107 100,0 105 100,0 103 100,

0

Como você costuma sentar para utilizar o computador?

Adequado 21 18,8 60 56,1 <0,01 64 61,0 <0,01 67 65,0 <0,01 Inadequado 91 81,3 46 43,0 41 39,0 36 35,0 Não informou 0 0,0 1 0,9 0 0,0 0 0,0

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CARACTERÍSTICAS Pré-intervenção Pós-imediato

P Pós 15 dias

P Pós 60 dias P

N % N % N % N %

Total 112 100,0 107 100,0 105 100,0 103 100,0

Como você costuma pegar objeto do chão?

Adequado 9 8,0 64 59,8 <0,01 63 60,0 <0,01 56 54,4 <0,01 Inadequado 103 92,0 43 40,2 42 40,0 47 45,6 Total 112 100,0 107 100,0 105 100,0 103 100,

0

Como você leva sua mochila escolar? Adequado 53 47,3 72 67,3 <0,01 68 64,8 <0,01 68 66,0 <0,01 Inadequado 59 52,7 34 31,8 36 34,3 35 34,0 Não informou - - 1 0,9 1 1,0 - - Total 112 100,0 107 100,0 105 100,0 103 100,

0

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

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Na Tabela 17 são observados os resultados referentes ao parâmetro

Prática presente no inquérito CAP, sendo que há um ponto positivo a ser destacado

nesta fase da pesquisa, que é o fato de que a Prática foi o único parâmetro do CAP

(Conhecimento, Atitude e Prática) que em todas as questões obteve significância com

relação ao teste McNemar em dois cruzamentos (questão um e dois) e nos três

cruzamentos (questão três a sete).

Na questão um (1), na aplicação do inquérito CAP Pré-intervenção, 92%

(103/112) dos alunos assinalaram o item de forma adequada, já 7,1% (8/112)

assinalaram de forma inadequada, 0,9% (1/112) dos alunos não informaram. Com

relação ao inquérito CAP Pós-imediato, 75,7% (81/107) dos alunos assinalaram de

forma adequada, já 24,3% (26/107) dos alunos assinalaram de forma inadequada.

Sendo assim, na aplicação do teste McNemar, a mudança de resultado obtido entre a

aplicação pré-intervenção e pós-imediato foi de boa significância, com p<0,01. Já com

relação à aplicação do CAP Pós 15 dias, 82,9% (87/105) dos alunos assinalaram de

forma adequada, já em 17,1% (18/105) os alunos assinalaram de forma inadequada.

Quando foi aplicado o teste McNemar comparando o Pós 15 dias com o Pré-

intervenção o resultado obtido foi significante estatisticamente com o p<0,01.

Por fim, na aplicação do CAP Pós 60 dias 88,3% (91/103) dos alunos

assinalaram de forma adequada, e 11,7% (12/103) dos alunos de forma inadequada;

sendo assim, quando aplicado o teste estatístico entre a pré-intervenção e pós 60

dias, o resultado obtido foi de p=0,39, tornando-o não significante, pois só há

significância quando p for menor ou igual a 0,05.

Na questão dois (2) observou-se que na Pré-intervenção 42% (47/112)

dos alunos assinalaram o item de forma adequada, já 56,3% (63/112) de forma

inadequada, e 1,8% (2/112) não informaram. No Pós-imediato, 59,8% (64/107)

assinalaram de forma adequada, 39,3% (42/107) de forma inadequada e 0,9% (1/107)

não informou. Com a aplicação do teste entre a Pré-intervenção e o Pós-imediato o

resultado foi significante, com p=0,02. No Pós 15 dias 55,2% (58/105) dos alunos

assinalaram de forma adequada, 42,9% (45/105) dos alunos de forma inadequada, já

1,8% (2/105) não informaram. Na aplicação do teste estatístico entre o Pré-

intervenção e o Pós 15 dias não houve significância estatística, onde o resultado foi

p=0,10.

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95

Por fim, na aplicação do CAP Pós 60 dias, em 64,1% (66/103) dos alunos

assinalaram de forma adequada, já 35,9% (37/103) de forma inadequada. Quando foi

aplicado o teste estatístico o resultado foi significante, e o resultado foi de p<0,01.

Na questão três (3) mostrou que na Pré-intervenção 18,8 (21/112) dos

alunos assinalaram o item de forma adequada e 81,3% (91/112) de forma inadequada.

No Pós-imediato 61,7% (66/107) assinalaram de forma adequada, 38,3% (41/107) de

forma inadequada. Com a aplicação do teste entre o Pré-intervenção e o Pós-imediato

o resultado foi significante, p<0,01. No Pós 15 dias 68,6% (72/105) dos alunos

assinalaram de forma adequada, 31,4% (33/105) dos alunos de forma inadequada.

Na aplicação do teste estatístico entre o Pré-intervenção e o Pós 15 dias houve

significância estatística, onde o resultado foi similar ao anterior em que p<0,01.

Por fim, na aplicação do CAP Pós 60 dias, 69,9% (72/103) dos alunos

assinalaram de forma adequada, já 30,1% (31/103) de forma inadequada. Quando foi

aplicado o teste estatístico o resultado foi significante, o resultado foi de p<0,01.

Já na questão quatro (4) mostrou que na Pré-intervenção 16,1% (18/112)

dos alunos assinalaram o item de forma adequada, já 83,9% (94/112) de forma

inadequada. No Pós-imediato 62,6% (67/107) assinalaram de forma adequada, 37,4%

(40/107) de forma inadequada. Com a aplicação do teste entre a Pré-intervenção e o

Pós-imediato o resultado foi significante: p<0,01. No Pós 15 dias 64,8% (68/105) dos

alunos assinalaram de forma adequada e 35,2% (37/105) dos alunos de forma

inadequada. Na aplicação do teste estatístico entre a Pré-intervenção e o Pós 15 dias

houve significância estatística, e o resultado foi similar ao anterior em que p<0,01.

Por fim, na aplicação do CAP Pós 60 dias, 67% (69/103) dos alunos

assinalaram de forma adequada, já 33% (34/103) de forma inadequada. Quando foi

aplicado o teste estatístico o resultado foi significante com resultado p<0,01.

Já na questão cinco (5) mostrou que na Pré-intervenção 18,8% (21/112)

dos alunos assinalaram o item de forma adequada, já 81,3% (91/112) de forma

inadequada. No Pós-imediato 56,1% (60/107) assinalaram de forma adequada e 43%

(46/107) de forma inadequada. Com a aplicação do teste entre a Pré-intervenção e o

Pós-imediato, o resultado foi significante com p<0,01. No Pós 15 dias 61% (64/105)

dos alunos assinalaram de forma adequada e 39% (41/105) dos alunos de forma

inadequada. Na aplicação do teste estatístico entre a Pré-intervenção e o Pós 15 dias

houve significância estatística, em que o resultado foi similar ao anterior, p<0,01.

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96

Por fim, na aplicação do CAP Pós 60 dias, 65% (67/103) dos alunos

assinalaram de forma adequada, já 35% (36/103) de forma inadequada. Quando foi

aplicado o teste estatístico o resultado foi significante, e o resultado foi de p<0,01.

Já na questão seis (6) mostrou que na Pré-intervenção 8% (9/112) dos

alunos assinalaram o item de forma adequada, já 92% (1031/12) de forma

inadequada. No Pós-imediato 59,8% (64/107) assinalaram de forma adequada, 40,2%

(43/107) de forma inadequada. Com a aplicação do teste entre a Pré-intervenção e o

Pós-imediato o resultado foi significante, com p<0,01. No Pós 15 dias 60% (63/105)

dos alunos assinalaram de forma adequada, 40% (42/105) dos alunos de forma

inadequada. Na aplicação do teste estatístico entre a Pré-intervenção e o Pós 15 dias

houve significância estatística, em que o resultado foi similar ao anterior, com p<0,01.

Por fim, na aplicação do CAP Pós 60 dias, 54,4% (56/103) dos alunos

assinalaram de forma adequada, já 45,6% (47/103) de forma inadequada. Quando foi

aplicado o teste estatístico o resultado foi significante, e o resultado foi de p<0,01.

Já na questão sete (7) mostrou que na Pré-intervenção 47,3% (53/112) dos

alunos assinalaram o item de forma adequada, já 52,7% (59/112) de forma

inadequada. No Pós-imediato, 67,3% (72/107) assinalaram de forma adequada,

31,8% (34/107) de forma inadequada. Com a aplicação do teste entre a Pré-

intervenção e o Pós-imediato, o resultado foi significante: p<0,01. No Pós 15 dias

64,8% (68/105) dos alunos assinalaram de forma adequada e 34,3% (36/105) dos

alunos de forma inadequada. Na aplicação do teste estatístico entre a Pré-intervenção

e o Pós 15 dias houve significância estatística, com resultado similar ao anterior, em

que p<0,01.

Por fim, na aplicação do CAP Pós 60 dias, 66% (68/103) dos alunos

assinalaram de forma adequada, já 34% (35/103) de forma inadequada. Quando foi

aplicado o teste estatístico o resultado foi significante, em que o resultado foi de

p<0,01.

As dores e alterações posturais na coluna vertebral em crianças são

apontadas como multicausais. Apresentando os hábitos relacionados às atividades

escolares como fator de destaque em relatos científicos, sendo correlacionados o

longo período de tempo na posição sentada, a prática das posturas corretas no

transporte de mochilas escolares, a quantidade de carga transportada, o modelo de

mochila utilizada e o modo de transporte de mochilas (FERNANDES; CASAROTTO;

JOÃO, 2008).

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97

A infância e a adolescência são períodos em que o corpo está em fase de

formação e os cuidados posturais são fundamentais. Sem isso, as alterações podem

se instalar e favorecer o desenvolvimento de problemas musculoesqueléticos,

principalmente na região da coluna vertebral (ZAPATER et al., 2004).

A postura sentada sem o apoio lombar, o carregamento de pesos elevados

e movimentos incorretos que envolvem a flexão anterior da coluna, ou ainda a flexão

associada à rotação e levantamento de pesos, aumentam a sobrecarga na região

lombar e são fatores que podem contribuir para lesões nesse segmento

(STEFFENHAGEM, 2003).

Em consonância com este estudo, foi realizada uma pesquisa experimental

para verificar os efeitos de um programa de educação postural comparando duas

estratégias de ensino, a utilização de uma história em quadrinhos (HQ) e a experiência

prática de posturas corretas e incorretas (EP). O programa de educação postural foi

aplicado em escolares com idades entre sete e 11 anos, sendo 40 meninas e 40

meninos. Os resultados do estudo indicaram que, para todas as variáveis estudadas,

houve aumento significativo no aprendizado e memorização dos hábitos posturais

corretos em ambos os grupos, e que não houve diferença significativa entre as duas

estratégias educativas. Não foram detectadas diferenças no aprendizado e

memorização dos hábitos posturais corretos em crianças de ambos os sexos

submetidas às duas metodologias de ensino (REBOLHO, CASAROTTO, JOÃO,

2009).

Compreendemos então que, dentre a relação deste estudo com outros

similares, o componente “prática”, em programas e/ou estratégias de educação em

saúde, é o componente onde mais se obteve resultados positivos com relação às

mudanças do público-alvo, no caso os alunos. Com isso, os investimentos em

estratégias de educação no contexto da prática poderão ser melhor trabalhados no

cotidiano escolar.

Kunzler et al. (2014), em estudo com 75 escolares com faixa etária entre

14 e 17 anos, descrevem em seus resultados que 20% dos escolares apresentaram

alterações na coluna torácica e 37,4% apresentaram alterações na coluna lombar. Em

relação às posições sentadas, grande parte dos escolares adotavam posturas

inadequadas ao sentar para utilizar o computador (86,7%) e para escrever (89,3%),

sendo essa última associada significativamente às alterações na coluna torácica.

Conclui-se que os escolares, quando na posição sentada, apresentam posturas

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inadequadas, o que parece estar relacionado com as alterações posturais da coluna

vertebral na posição em pé.

Diante da metodologia aplicada e recursos utilizados na intervenção

educativa, observamos que houve mudanças estatisticamente significativas e de

forma positiva dos parâmetros conhecimento, em 50% das perguntas, e na prática,

em 100% das perguntas. Já com relação ao parâmetro Atitude, não houve mudanças

estatisticamente significativas, percebemos assim que a estratégia educativa foi

exequível e eficaz, porém, pode ser melhorada para futuros estudos e/ou pesquisas.

5.6 Relação das alterações posturais com o inquérito conhecimento, atitude e prática (CAP)

O Número de Alterações Posturais foi calculado para cada estudante,

atribuindo a numeração 0 (zero) onde a avaliação clínica não apresentava nenhuma

alteração na parte do corpo estudada, ou seja, classificadas como normal, simétrica e

alinhada. Se o estudante apresentasse alguma alteração postural, era atribuído o

valor 1. Sendo assim, como 17 itens foram avaliados no exame clínico, o aluno teria

no mínimo nenhuma alteração postural ou no máximo 17 alterações posturais. Quanto

menor o número, melhor seria a postura do estudante.

Tabela 18. Distribuição dos Escolares de acordo com o Número de Alterações Posturais, Sobral-CE, 2016

Número de Alterações Posturais N %

2 2 1,8 3 1 0,9 4 6 5,4 5 11 9,8 6 8 7,1 7 14 12,5 8 11 9,8 9 17 15,2 10 14 12,5 11 14 12,5 12 9 8,0 13 1 0,9 14 2 1,8 Não avaliado 2 1,8 Total 112 100,0

Fonte: Elaborado pelo autor.

A maior parte dos estudantes (92,8%) tem entre o índice de 4 e 12 alterações

na postura, segundo o exame clínico de avaliação postural. Em média cada aluno tem

8,5 alterações. Mais da metade da amostra tem 9 ou mais alterações. Isso nos mostra

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99

o quanto é importante a inserção de programas de educação postural e intervenções

tanto avaliativas como educativas com crianças e adolescentes escolares,

principalmente inseridos no ensino fundamental II.

Foi realizado um cruzamento estatístico através do Teste Mann-Whitney, onde

se pôde analisar se houve relação entre o número de alterações posturais com relação

àqueles alunos que responderam de forma inadequada nos parâmetros do inquérito

CAP (Conhecimento, Atitude e Prática) e nos parâmetros Mobiliário Escolar, Avaliação

Clínico-Funcional e Hábitos de Vida relacionados à Postura Corporal.

Tabela 19. Média do Número de Alterações Posturais das questões relacionadas ao Mobiliário Escolar, Sobral-CE, 2016.

CARACTERÍSTICAS Adequado Inadequado

P Média DP Média DP

Sua cadeira possui apoio para os pés?

7,7 2,6 8,4 2,6 0,35

Você consegue ficar sentado apoiando as costas no encosto da cadeira e com os pés no chão ao mesmo tempo?

8,5 2,7 7,8 2,5 0,29

O espaço para apoio do quadril (“bumbum”) é suficiente para você?

8,2 2,6 10,4 1,7 0,06

O encosto da sua cadeira é confortável?

8,7 2,2 8,1 2,9 0,41

Você consegue apoiar os cotovelos na mesa sem elevar (levantar) os ombros?

8,0 2,7 8,7 2,6 0,12

Teste Mann-Whitney.

Não houve diferença significativa no número médio de alterações posturais

por adequação do Mobiliário Escolar, ou seja, o número de alterações posturais

independe da adequação ou não do mobiliário. Apenas a questão “O espaço para

apoio do quadril (“bumbum”) é suficiente para você?” se encontra na região limítrofe

da significância estatística (p=0,06), ou seja, é possível que, utilizando uma amostra

maior, tal variável pudesse apresentar associação.

Gouvali e Boudolos (2006) realizaram um estudo com 274 estudantes para

avaliar a ergonomia do mobiliário escolar. Concluíram que as mesas, que

predominavam em 81,8%, e o assento, que predominavam em 71,5%, se

encontravam na altura inadequada, e apenas 38% dos estudantes tinham a

profundidade do seu encosto adequada. Outro fator que chama atenção é que a

importância da adoção de uma postura adequada, ao permanecerem longos períodos

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sentados, é deixada de lado pelos professores, mesmo sabendo da sua importância

(CANDOTTI; ROHR; NOLL, 2011).

Rocha et al. (2003) sugerem que as carteiras escolares sejam projetadas

ergonomicamente, o que possibilitaria a redução na atividade muscular do tronco,

ajudaria a manter as curvaturas vertebrais fisiológicas, diminuiria o ângulo de flexão

do pescoço e auxiliaria na manutenção de um bom alinhamento postural. Dessa

forma, esses fatores são benéficos aos alunos, influenciando positivamente no

processo de aprendizagem.

Sabe-se que o mobiliário escolar é um fator protagonista de algumas

alterações posturais, e nos dias atuais a tendência é que haja um aumento deste

protagonismo, tendo em vista o novo modelo das escolas de tempo integral, onde os

alunos passam de 6 a 8 horas na escola, evidenciando a importância que o mobiliário

escolar tem no contexto da saúde postural.

Tabela 20. Média do Número de Alterações Posturais das questões relacionadas à Avaliação Clínico-Funcional, Sobral-CE, 2016

CARACTERÍSTICAS Adequado Inadequado

P Média DP Média DP

Não Sim Você sente ou já sentiu dor nas costas nos últimos 3 meses?

8,5 2,6 8,3 2,7 0,72

Uma vez por semana

Duas ou mais vezes

Esta dor nas costas ocorre ou ocorreu com que frequência?

8,0 2,9 8,4 2,6 0,37

Não Sim Esta dor nas costas impede ou impediu de realizar as atividades como brincar, estudar, praticar esportes...?

8,3 2,7 8,3 3,0 0,96

Teste Mann-Whitney.

Não houve diferença significativa no número médio de alterações posturais

por avaliação clínico-funcional, ou seja, o número de alterações não depende da

ocorrência ou frequência de dor no estudante. Também não houve associação entre

o número de alterações e a Escala da Dor, ou seja, o número de alterações não

influencia na intensidade da dor sentida pelo estudante (Teste Coeficiente de

Correlação de Parson, p=0,92).

As dores e os problemas musculoesqueléticos podem acometer grande

parcela da população, tendo impacto econômico e na qualidade de vida dos indivíduos

acometidos. Entre os problemas crônicos de coluna, os problemas lombares crônicos

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são os mais comuns. Foram estimadas aproximadamente 27 milhões de pessoas de

18 anos ou mais de idade (18,5%) que referiram problema crônico de coluna no Brasil.

Ao contrário das demais doenças crônicas investigadas pela pesquisa, na área urbana

este indicador foi menor do que na área rural, com percentuais de 18,0% e 21,3%,

respectivamente. Na maioria das Grandes Regiões, os resultados deste indicador

apresentaram estimativas semelhantes estatisticamente em nível nacional: as

Regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste registraram o mesmo patamar médio de

16,9%, e a Região Nordeste, 19,2%. Apenas a Região Sul mostrou proporção de

casos diagnosticados de problema crônico de coluna superior à média nacional,

23,3%. Porém, na Região Nordeste, o estado do Ceará predomina com 24% dos

pesquisados, com relação às pessoas que referem ter problema crônico na coluna

(IBGE, 2013).

Sobre a relação dos hábitos de vida dos adolescentes, descreve-se na Tabela

21 qual(ais) foi(oram) a(s) pergunta(s) que interferiu(iram) nas alterações posturais

identificadas.

Tabela 21. Média do Número de Alterações Posturais das questões relacionadas aos Hábitos de Vida relacionados à Postura Corporal, Sobral-CE, 2016

CARACTERÍSTICAS

Adequado Inadequado

P Média DP Média DP

Você utiliza algum equipamento eletrônico (ex.: celular, notebook)? Quanto tempo você passa por dia utilizando este equipamento eletrônico?

7,7 2,5 6,7 2,7 0,06

Você pratica algum exercício físico (caminhar, correr...) ou esporte (futebol, basquete...) regularmente (na escola ou fora dela)?

8,6 2,6 6,7 2,8 0,01

Você pratica este exercício físico ou esporte de maneira competitiva (participa de competições, campeonatos)?

9,0 2,7 8,3 2,4 0,22

Quantas horas por dia você permanece sentado assistindo à televisão?

8,6 2,6 7,9 2,6 0,26

Quantas horas por dia você permanece sentado utilizando o computador?

8,4 2,4 8,2 2,9 0,76

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CARACTERÍSTICAS

Adequado Inadequado

P Média DP Média DP

Você costuma ler e/ou estudar na cama?

8,2 2,4 8,3 2,7 0,91

Qual sua posição preferida para dormir?

8,1 2,8 8,5 2,5 0,59

Quantas horas você dorme por noite?

8,4 2,8 8,2 2,5 0,59

Teste Mann-Whitney.

Observou-se que, dentre as oito questões abordadas junto aos alunos, a

única que obteve relação com as alterações posturais encontradas na pesquisa foi a

que se indagou se o aluno praticava algum tipo de atividade física de forma regular ou

esporte. Assim, quando se aplicou o teste estatístico, o resultado foi p<0,01, sendo

estatisticamente significativo. Sendo assim, entende-se que o esporte é um fator

importante para que o adolescente possa adquirir alguma alteração postural ou não.

Oehlschlaeger et al. (2004) relatam que há uma dificuldade em determinar

os níveis habituais da prática de atividades físicas de crianças e adolescentes devido

à dificuldade de desenvolver instrumentos padronizados de medida, impossibilitando

a obtenção de informações conclusivas em relação ao comportamento físico dessa

população.

O sedentarismo aliado aos hábitos nutricionais e comportamentais têm um

impacto maléfico na saúde da população, podendo resultar na obesidade e numa série

de doenças crônico-degenerativas, acometendo de forma preocupante crianças e

adolescentes. O impacto negativo da inatividade física e suas consequências na

população infanto-juvenil precisam ser tratados como problema de saúde pública

(JUNIOR & BIER, 2008).

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Tabela 22. Média do Número de Alterações Posturais das questões relacionadas ao Conhecimento, Sobral-CE, 2016

Teste Mann-Whitney.

Dentro das questões relacionadas ao Conhecimento, apenas a questão

“Quais atividades podem ajudar a você prevenir dores nas costas e problemas de

postura?” apresentou diferença significativa (p=0,03). Os estudantes que

responderam de forma adequada apresentaram maior número de alterações

posturais. As demais perguntas não apresentaram diferença estatisticamente

significativa. Há uma contradição com a hipótese sugerida de que os que respondem

de forma inadequada são os que mais têm alterações posturais, quando se identifica

que na questão referida os que responderam de forma adequada foram os

identificados com o maior número de alterações posturais.

A educação em saúde deve ser iniciada desde a primeira infância. As

instituições de educação infantil devem estabelecer, de modo bastante firme, vínculos

com serviços básicos de saúde da região onde estão inseridos. Essa articulação

mostra-se fundamental, pois a instituição poderá identificar, discutir e elaborar

localmente os projetos de saúde. Decorrentes dessa interação, deveriam resultar

sérios esforços relacionados ao processo de formação de educadores e demais

funcionários sobre aspectos básicos em saúde. A formação fará com que instituição

e educadores passem a assumir ativamente seu papel de agentes de saúde,

tornando-os mais aptos a diagnosticar precocemente e encaminhar mais

adequadamente as diferentes doenças que possam vir a acometer as crianças. Sendo

CARACTERÍSTICAS Adequado Inadequado

P Média DP Média DP

Você acha que a posição do corpo interfere nas atividades escolares (levar mochila, sentar na cadeira) e de casa (escovar os dentes, posição de dormir) podendo causar dores nas costas?

8,5 2,6 7,8 2,7 0,31

Você acha que os alunos devem apoiar os pés no chão quando estão sentados, por exemplo, em sala de aula?

8,3 2,6 9,0 3,4 0,54

Quais atividades podem ajudar a você prevenir dores nas costas e problemas de postura?

8,8 2,6 7,7 2,6 0,03

Em que posição você acha que o jovem deve dormir para evitar dores nas costas?

9,2 2,6 8,1 2,6 0,07

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assim, de maneira pedagógica e lúdica, deve-se desenvolver trabalho com as

crianças, mesmo as bem pequenas, desenvolvendo hábitos corretos de higiene

pessoal e do ambiente, atividades que promovam o conhecimento do próprio corpo e

prevenção de doenças (AMORIM, YAZLLE, FERREIRA, 2000).

Tabela 23. Média do Número de Alterações Posturais das questões relacionadas à Atitude, Sobral-CE, 2016

CARACTERÍSTICAS Adequado Inadequado

P Média DP Média DP

As atividades escolares e de casa não têm relação com o aparecimento de dores nas costas e alterações posturais.

7,9 2,7 8,6 2,6 0,26

O adolescente escolar deve mudar suas atitudes e hábitos diários em busca de manter uma postura alinhada e prevenir dores nas costas e ter uma fase de crescimento corporal sem alterações posturais que possam prejudicar sua saúde.

8,1 2,6 9,3 2,5 0,02

A forma de carregar o material escolar interfere diretamente na postura corporal, sendo assim, é muito importante que o aluno saiba a forma e o peso correto de carregar o material escolar.

8,4 2,6 7,9 2,6 0,30

Teste Mann-Whitney.

Dentro das questões relacionadas à Atitude, apenas a afirmação “O

adolescente escolar deve mudar suas atitudes e hábitos diários em buscar de manter

uma postura alinhada e prevenir dores nas costas e ter uma fase de crescimento

corporal sem alterações posturais que possam prejudicar sua saúde” apresentou

diferença significativa (p=0,02). Os estudantes que responderam de forma adequada

apresentaram menor número de alterações posturais. As demais perguntas não

apresentaram diferença estatisticamente significativa. Sendo assim, o

desconhecimento da necessidade de mudanças nas atitudes e hábitos são fatores

predisponentes para o surgimento e/ou predominância de alterações posturais.

Há uma preocupação atual com relação às atitudes que as crianças e

adolescentes têm tido com relação aos hábitos cotidianos e atividades de vida diária

(AVD). É alarmante o que outros estudos mostram no contexto da inserção dos

aparelhos de tecnologia de última geração, e como as crianças e adolescentes estão

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mudando seus hábitos posturais e comportamentais pelo uso prolongado destes

aparelhos.

Investigou-se, em um estudo com 64 escolares na faixa etária entre 8 e 9

anos, os principais hábitos e comportamentos dos avaliados no ambiente escolar e no

cotidiano através de um questionário anexo à ficha de avaliação, cujas perguntas

admitiam mais de uma resposta dos avaliados. No que se refere ao lazer, 12 (18,75%)

dos entrevistados referiram o uso do computador, 12 (18,75%) responderam que

jogavam videogame, 28 (43,80%) praticavam alguma atividade física, enquanto 32

(50%) preferiam assistir à televisão. (SILVA, 2016)

Com relação à influência das respostas referentes ao parâmetro “Prática”,

observamos a seguir na Tabela 23.

Tabela 24. Média do Número de Alterações Posturais das questões relacionadas à Prática, Sobral-CE, 2016

CARACTERÍSTICAS Adequado Inadequado

P Média DP Média DP

Quando você está sentado consegue apoiar os pés no chão?

8,4 2,7 7,6 2,1 0,29

Você se inclina para frente para apoiar os cotovelos na mesa?

8,5 2,3 8,2 2,8 0,49

Como você costuma sentar na escola para escrever à mesa?

8,7 2,9 8,2 2,6 0,67

Como você costuma sentar em uma cadeira ou em um banco para conversar com os amigos?

9,4 2,4 8,1 2,6 0,06

Como você costuma sentar para utilizar o computador?

8,1 2,7 8,4 2,6 0,60

Como você costuma pegar objeto do chão?

7,9 2,7 8,4 2,6 0,53

Como você leva sua mochila escolar? 8,6 2,6 8,1 2,7 0,22

Teste Mann-Whitney.

Objetivou-se, com a relação entre alterações posturais e as questões

relacionadas à prática, identificar alunos que pudessem ter alterações posturais

justificadas pela prática realizada de forma inadequada. Quando se relacionam os

alunos respondentes sobre a prática com as alterações posturais encontradas,

observa-se que não houve relação estatística significativa de nenhuma questão dos

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alunos que responderam de forma inadequada ou adequada com a prevalência das

alterações posturais.

Há uma divergência a ser pontuada, pois quando se aplicou o teste

McNemar nos resultados antes e após a intervenção educativa, o parâmetro “Prática”

do inquérito CAP foi o único que de forma unânime teve mudanças com significância

estatística (p<0,05), porém quando se aplicou o teste Mann-Whitney, para verificar a

relação entre os que responderam às perguntas de forma adequada ou inadequada

com o número de alterações posturais no contexto geral, neste cruzamento estatístico

não houve justificativa significativamente estatística. Sabe-se que as posturas no

ambiente escolar estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento de algumas

alterações posturais.

Silva (2016), em pesquisa com 64 escolares com faixa etária entre 8 e 9

anos de idade, relata quanto às posturas habituais durante as aulas que 5 (7,81%)

alunos afirmaram ficar com as pernas cruzadas, 5 (7,81%) preferiam sentar afastados

do encosto da cadeira, 7 (10,94%) apoiavam os pés na cadeira da frente. Ainda no

que tange às posturas adotadas, 19 (29,69%) escolares apoiavam os braços na

cadeira e inclinavam o tronco para frente, 40 (62,50%) passavam o maior tempo

encostado na cadeira e 49 (76,56%) apoiavam os pés no chão.

A adoção de posturas inadequadas em sala de aula pode levar ao

desequilíbrio de grupos musculares e consequentes desvios posturais. Dentre as

diversas deformidades instaladas existentes, a escoliose é a alteração de tronco mais

comumente encontrada em crianças e adolescentes, sendo a sua origem quase

sempre idiopática. (JUNIOR et al., 2011).

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As ações de educação em postura desenvolvidas nesta pesquisa

propuseram ampliar conhecimentos, atitudes e práticas dos escolares relacionadas à

educação postural, a fim de que adotem, de maneira efetiva, a responsabilidade das

decisões acerca de sua saúde, de modo a prevenir problemas posturais. No entanto,

sensibilizar os alunos quanto à adesão de hábitos polidos em educação da postura e

de sua saúde integral têm sido um desafio para os profissionais de saúde,

principalmente nos dias atuais, em que as tecnologias ofertadas têm gerado estímulos

de adoção de posturas de longo período de forma estática, assim como a adoção de

metodologias lúdicas no ambiente acadêmico como tecnologia inovadora para a

promoção da saúde. Além disso, as pesquisas abordam os resultados destas práticas

que, no caso das escolas, é escassa e inconclusiva.

Com o presente estudo, pretendeu-se observar a incidência de alterações

posturais nos alunos da escola pesquisada e sua relação com as dores nas costas

para com isso traçar estratégias de prevenção contínua e promoção da qualidade

funcional dos alunos no ambiente escolar. Foi percebido que este projeto abordou

toda a escola e atingiu de forma positiva os colaboradores, pais e mestres. Sendo

assim, esperamos que, de forma participativa, possamos ter contribuído para o aluno

e para a escola de forma integral e participativa.

Um dos fatos recentes no contexto da área da educação postural escolar é

um projeto de lei (ANEXO A) criado por uma vereadora do município de Fortaleza-CE,

e que foi aprovado. O projeto concerne à inserção de profissionais fisioterapeutas nas

escolas, diante das atribuições com que este profissional pode contribuir no

desenvolvimento da criança e do adolescente, tendo em vista que a educação e a

saúde devem ser abordadas na escola, por ser um espaço importante e assim

fomentar a educação de forma integral.

Percebeu-se que, de acordo com estudos similares, a prevalência de

alterações posturais em crianças e adolescentes continua a predominar de forma

alarmante. Porém, pelo fato de estas alterações não causarem limitações em curto

prazo, não estão sendo abordadas como deveriam.

Identifica-se também que o conhecimento, as atitudes e práticas dos estão,

em sua maioria, aquém do que deveriam. Por sua vez, os pais dos adolescentes

precisam de apoio educacional. Sendo assim, é necessário que futuras pesquisas

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possam abordar de forma mais objetiva os pais e/ou responsáveis, além dos docentes

da escola. Incorporar novas práticas dentro das escolas é fundamental, principalmente

no contexto atual em que o MEC tem desenvolvido uma nova proposta, que são as

escolas em tempo integral.

As escolas demonstram estar cada vez mais preocupadas com as questões

saúde/doença. Os programas atuais de saúde, desenvolvidos no âmbito escolar

público, estão voltados para a saúde bucal, ocular, auditiva, mental, nutricional, que

estão inseridos no Programa Saúde na Escola (PSE), além de vigilâncias sanitária e

epidemiológica e educação para a saúde. Esta última inclui temas de prevenção e

controle de agravos da saúde física, mental e social, porém as alterações posturais

são uma demanda crescente, porém pouco abordada em programas governamentais.

Sendo assim, cabe a nós, profissionais, desenvolver novas e significativas práticas

em saúde, no que se refere a este estudo, voltadas à saúde da criança e do

adolescente.

Há uma importância fundamental da atuação do fisioterapeuta no contexto

das disfunções posturais. Porém, na prática, não há um reflexo desta atuação,

corroborando alguns estudos que revelam que a atuação do fisioterapeuta junto a

crianças e adolescentes escolares ainda é muito escassa. Este estudo, portanto, vem

a somar com informações que possam subsidiar informações e dados que reforcem a

justificativa desta atuação.

Em investigação nacional sobre a postura corporal de crianças e

adolescentes, Bardaró, Nichele e Turra (2015) encontraram um total de 28 estudos,

em que o primeiro é de 1986. Outros dois artigos são da década de 1980 e outros

dois, da década de 1990. Entre 2001 e 2006, foram encontradas seis publicações.

Essas pesquisas evoluíram, com destaque para o ano de 2007, em que foram obtidos

cinco artigos. No período de 2008 a 2013, outros 13 estudos foram publicados. Isso

demonstra o aumento do interesse pelo tema, apesar de ainda ser pouco explorado.

Atualmente vivemos em um país onde encontramos muita desigualdade

em todos os âmbitos, inclusive no da saúde. Esta pesquisa realizou, com êxito,

intervenções de descentralização de serviços, que são vistas, na sua maioria, em

espaços privados e para uma população minoritária. Conseguimos apresentar novos

olhares aos docentes, despertar novas sensações e percepções individuais e

coletivas aos discentes.

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Sabe-se que ainda há muitos desafios a serem superados no setor saúde,

mas podemos enxergar, no âmbito do ambiente escolar, um futuro que pode ser

iniciado através de nossas intervenções, ampliando o saber dos alunos para contextos

que vão para além de um conteúdo que será avaliado, mas que servirá para a vida,

sendo construindo não só para o aluno, mas junto dele, de forma democrática,

abordando o ser por inteiro.

Com isso, conta-se com a colaboração e estímulo da Estratégia Saúde da

Família (ESF) e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) para se estabelecer, de

forma perene, intervenções com propósito e objetivos bem delineados, de forma

multidisciplinar e intersetorial para, assim, promover ações para um adolescente de

forma integral.

A partir da intervenção e fases aplicadas da pesquisa, pretende-se que,

junto das equipes de ESF e NASF sejam prosseguidas ações junto às escolas, onde

cada escola participante das intervenções educativas possa ser certificada com o selo

chamado “Escola de Postura”, selo este que estimularia outras escolas para aderir ao

projeto e assim, quem sabe, tornar uma atividade periódica em todas as escolas

públicas municipais, galgando amplitude e abertura para outras intervenções em

saúde para as escolas, de forma multidisciplinar e intersetorial.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE)

Caro(a) aluno(a),

Sou Rômulo César Afonso Goulart Filho, fisioterapeuta e aluno do curso do

Mestrado Profissional em Saúde da Família da Universidade Estadual Vale do

Acaraú – UVA e estou desenvolvendo uma pesquisa intitulada: “POSTURA

CORPORAL E HÁBITOS ESCOLARES: INTERVENÇAO EDUCATIVA PARA

MELHORIA DO CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA DE ADOLESCENTES,

sob a orientação da profa. Dra. Maristela Inês Osawa Vasconcelos.

Neste estudo pretendo avaliar a postura dos adolescentes escolares e os efeitos

de uma intervenção de educação em saúde voltada para a melhoria do

Conhecimento, Atitude e Prática (CAP) de adolescentes na promoção da

educação postural.

Escolhi realizar numa escola de Jaibaras, distrito pertencente ao município de

Sobral, Ceará, por ser esta a localidade em que atuei como fisioterapeuta do

Núcleo de Apoio a Saúde da Família (Nasf) no período de três anos.

O motivo que me leva a pesquisar sobre este assunto é considerar de grande

relevância promover ações de saúde no âmbito das escolas e no contexto da

saúde postural.

Esta pesquisa será realizada basicamente em quatro fases, sendo elas: aplicação

de um questionário, avaliação postural dos escolares, oficina educativa,

reaplicação do questionário e avaliação.

Esclareço que você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem

financeira. Você será esclarecido(a) sobre o aspecto que desejar. Você poderá

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA

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retirar o consentimento ou interromper a participação a qualquer momento.

Sua participação é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer

penalidade ou modificação na forma em que é atendido(a) pelo pesquisador, que

irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Você não será

identificado em nenhuma publicação e seus dados serão divulgados num conjunto

de outros dados.

Esclareço que participar deste estudo apresenta risco mínimo, isto é, o mesmo

risco existente em atividades rotineiras como conversar, tomar banho, ler etc. E

caso ocorram, estarei preparado para minimizá-los ao máximo. Desde já, agradeço

sua atenção e sua participação e coloco-me à disposição para maiores

informações.

Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma

cópia será arquivada pelo pesquisador responsável e a outra será fornecida a

você. Caso tenha alguma dúvida sobre a pesquisa, pode me contatar através do

telefone: (88) 9 9795-7583 e também entrar em contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa da UVA pelo telefone: (88) 3677-4255. Ou no endereço: Av. Comte

Maurocélio Rocha Pontes, 155, Bairro Derby, Sobral-CE.

_________________________________

Assinatura do pesquisador

Rômulo César Afonso Goulart Filho

__________________________________

Assinatura do(a) aluno(a)

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TERMO DE ASSENTIMENTO PÓS-INFORMADO

Eu, ______________________________________________________, confirmo

que fui informado(a) dos objetivos desta pesquisa, bem como a forma de participação.

Eu li e compreendi este Termo de Assentimento, portanto, eu concordo em participar

como voluntário(a) desta pesquisa.

Sobral, ____ de ______________ de 2016.

___________________________________

_______________________________ Assinatura do(a) aluno(a)

Assinatura do(a) pesquisador(a)

Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá

consultar: CEP- COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - UVA AV. COMANDANTE

MAUROCÉLIO ROCHA PONTE, 150 - DERBY - SOBRAL/CE - 62.040-370 (88)

3677-4255 / (88) 3677-4242 / E-MAIL: [email protected]

PESQUISADOR(A) RESPONSÁVEL: Rômulo César Afonso Goulart Filho

Email: [email protected];

ORIENTADOR(A): Maristela Inês Osawa Vanconcelos, E-mail: [email protected]

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA

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APENDICE B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Senhores pais ou representantes legais, responsáveis pelos estudantes

matriculados do 5º ao 9º ano na Escola de Ensino Infantil e Ensino Fundamental

Raimundo Santana.

Gostaria de obter o seu consentimento para que seu(sua) filho(a) menor

_________________________________________________, possa participar

como voluntário(a) da pesquisa intitulada “POSTURA CORPORAL E HÁBITOS

ESCOLARES: INTERVENÇAO EDUCATIVA PARA MELHORIA DO

CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA DE ADOLESCENTES” sob a

orientação da professora Dra. Maristela Inês Osawa Vasconcelos.

Sou Rômulo César Afonso Goulart Filho, fisioterapeuta, aluno do curso do

Mestrado Profissional em Saúde da Família da Universidade Estadual Vale do

Acaraú – UVA e esta será a temática da minha dissertação.

Neste estudo, pretendo avaliar a postura dos adolescentes escolares e os efeitos

de uma intervenção de educação em saúde voltada para a melhoria do

Conhecimento, Atitude e Prática (CAP) de adolescentes na promoção da

educação postural. O trabalho será realizado numa escola de Jaibaras, distrito

pertencente ao município de Sobral-Ceará.

O motivo que nos leva a pesquisar sobre este assunto é a importância de se

promover ações de saúde no âmbito das escolas e no contexto da saúde postural.

Este projeto responde a uma demanda real nos municípios em geral, que são as

alterações posturais em crianças e adolescentes.

Esta pesquisa será realizada basicamente em quatro fases, sendo elas: aplicação

de um questionário, avaliação postural dos escolares, oficina educativa,

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA

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reaplicação do questionário e avaliação.

Você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem financeira. Você

será esclarecido(a) em qualquer aspecto que desejar. Você poderá retirar o

consentimento ou interromper a participação do seu/sua filho(a) a qualquer

momento. A participação dele(a) é voluntária e a recusa em participar não

acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é atendido(a)

pelo pesquisador que irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de

sigilo.

Ele não será identificado isoladamente em nenhuma publicação. Este estudo

apresenta risco mínimo, isto é, o mesmo risco existente em atividades rotineiras

como conversar, tomar banho, ler etc. Desde já, agradeço a atenção e a

participação. Coloco-me à disposição para maiores informações.

Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma

cópia será arquivada pelo pesquisador responsável e a outra será fornecida a você.

Sobral, ____ de ______________ de 2016.

_____________________________________ ____________________________

Assinatura do(a) responsável Assinatura do(a) pesquisador(a)

Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá

consultar: CEP- COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - UVA AV COMANDANTE

MAUROCÉLIO ROCHA PONTE, 150 - DERBY - SOBRAL/CE - 62.040-370 (88)

3677-4255 / (88) 3677-4242 / E-MAIL: [email protected]

PESQUISADOR (A) RESPONSÁVEL: Rômulo César Afonso Goulart Filho

Email: [email protected];

ORIENTADOR(A): Porfa. Dra. Maristela Inês Osawa Vasconcelos, E-mail:

[email protected]

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129

TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS-INFORMADO

Eu, ______________________________________________________, confirmo

que fui informado(a) dos objetivos desta pesquisa, bem como a forma de participação.

As alternativas para a participação do menor

___________________________________________________ também foram

discutidas. Eu li e compreendi este Termo de Consentimento, portanto, eu concordo

em dar meu consentimento para o menor participar como voluntário desta pesquisa.

Sobral, ____ de ______________ de 2016.

_____________________________________ _______________________

Assinatura do(a) responsável Assinatura do pesquisador(a)

Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá

consultar: CEP- COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - UVA AV COMANDANTE

MAUROCÉLIO ROCHA PONTE, 150 - DERBY - SOBRAL/CE - 62.040-370 (88)

3677-4255 / (88) 3677-4242 / E-MAIL: [email protected]

PESQUISADOR(A) RESPONSÁVEL: Rômulo César Afonso Goulart Filho

Email: [email protected];

ORIENTADOR(A): Maristela Inês Osawa Vanconcelos, Email: [email protected]

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA

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130

APÊNDICE C

INQUÉRITO CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICA (CAP)

“VERSÃO MASCULINA”

Nome:______________________________________________________________

_____

Data de Nascimento:______/______/_______

Ano: ( ) 5º ( ) 6º ( ) 7º ( ) 8º ( ) 9º

Nome completo do Pai (ou responsável):

Nome completo da Mãe (ou responsável):

Inquérito:

( ) Pré- teste (antes da intervenção)

( ) 1º Pós-teste (imediatamente após a intervenção )

( ) 2º Pós-teste (após quinze dias da intervenção)

1-PERFIL SOCIALDEMOGRÁFICO E ECONÔMICO

1. Qual a sua idade? _______________

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CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA

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131

2.Onde você nasceu? Cidade:________________

Estado:________________

3.Onde você mora atualmente? Cidade:________________

4. Com quem você mora? 1. ( ) Família (pai, mãe e irmãos) 2. ( ) Outro parente 3.

( ) Colegas/Amigas 4. ( ) Sozinho 5. ( ) Companheira / esposa 6. ( ) Outro -

Especificar _________________________

5. Tipo de Moradia: 1. ( ) Casa própria 2. ( ) Casa Cedida 3. ( ) Pensão 4. ( ) Albergue

5. ( ) Casa Alugada 6. ( ) Hotel/motel 7. ( ) Vaga 8. ( ) Outros -

Especificar_________________________

6. No momento, você trabalha?

1. ( ) Sim - Especificar ___________________________

2. ( ) Não

7. Você acha que a posição do corpo interfere nas atividades escolares (levar

mochila, sentar na cadeira) e de casa (escovar os dentes, posição de dormir)

podendo causar dores nas costas?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

8. Você acha que os alunos devem apoiar os pés no chão quando estão

sentados, por exemplo, em sala de aula?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

9. Quando você está sentado consegue apoiar os pés no chão?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

10. Sua cadeira possui apoio para os pés?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

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132

11. Você consegue ficar sentado apoiando as costas no encosto da cadeira

e com os pés no chão ao mesmo tempo?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

12. O espaço para apoio do quadril (“bumbum”) é suficiente para você?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

13. O encosto da sua cadeira é confortável?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

14. Você consegue apoiar os cotovelos na mesa sem elevar (levantar) os

ombros?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

15. Você se inclina para frente para apoiar os cotovelos na mesa?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

16. Quais atividades podem ajudar você a prevenir

dores nas costas e problemas de postura?

Adequado ( ) Inadequado ( )

( ) Somente exercícios

físicos na escola

( ) Alongamentos e

mudanças de costumes nas

atividades de casa e da

escola

( ) Ficar com a coluna “reta”

e parada em sala de aula.

17. Em que posição você acha que o jovem deve

dormir para evitar dores nas costas?

( ) Deitado com a barriga

para baixo (Decúbito

Ventral).

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133

Adequado ( ) Inadequado ( ) ( ) Deitado com a barriga

pra cima (Decúbito Dorsal).

( ) Deitado de lado

(Decúbito Lateral).

18. Você utiliza algum equipamento eletrônico (ex.:

celular, notebook)? Quanto tempo você passa por

dia utilizando este equipamento eletrônico?

Adequado ( ) Inadequado ( )

( ) Sim, até 2 horas por dia.

( ) Sim, mais de 2 horas por

dia.

( ) Sim, mais de 4 horas por

dia.

( ) Não.

19. As atividades escolares e de casa não têm

relação com o aparecimento de dores nas costas e

alterações posturais.

Adequado ( ) Inadequado ( )

( ) concordo totalmente

( ) discordo totalmente

( ) Não tenho opinião

20. O adolescente escolar deve mudar suas atitudes

e hábitos diários em busca de manter uma postura

alinhada e prevenir dores nas costas e ter uma fase

de crescimento corporal sem alterações posturais que

possam prejudicar sua saúde.

Adequado ( ) Inadequado ( )

( ) concordo totalmente

( ) discordo totalmente

( ) Não tenho opinião

Page 135: UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ REDE NORDESTE … · está inserido. Os problemas posturais começam cedo e se estendem pela adolescência e vida adulta; portanto, adolescentes

134

21. A forma de carregar o material escolar interfere

diretamente na postura corporal, sendo assim, é

muito importante que o aluno saiba a forma e o peso

correto de carregar o material escolar.

Adequado ( ) Inadequado ( )

( ) concordo totalmente

( ) discordo totalmente

( ) Não tenho opinião

22. Você pratica algum exercício físico (caminhar, correr...) ou esporte (futebol,

basquete...) regularmente (na escola ou fora dela)?

( ) Sim. Qual? _____________________ ( ) Não. (Pule para a

questão 4)

Adequado ( ) Inadequado ( )

23. Quantos dias você pratica este exercício/esporte por semana?

( ) de 1 a 2 vezes por semana ( ) 5 dias ou mais

por semana

( ) de 3 a 4 dias por semana ( ) não sei

responder, depende

da semana.

Adequado ( ) Inadequado ( )

24. Você pratica este exercício físico ou esporte de maneira competitiva (participa de

competições, campeonatos)?

( ) Sim. ( ) Não.

Adequado ( ) Inadequado ( )

25. Quantas horas por dia você permanece sentado assistindo à televisão?

( ) de 0 a 1 hora por dia. ( ) de 6 a 7 horas por

dia.

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135

( ) de 2 a 3 horas por dia. ( ) 8 horas ou mais

por dia.

( ) de 4 a 5 horas por dia. ( ) não sei

responder, depende

do dia.

Adequado ( ) Inadequado ( )

26. Quantas horas por dia você permanece sentado utilizando o computador?

( ) de 0 a 1 hora por dia. ( ) 6 horas ou mais por

dia.

( ) de 2 a 3 horas por dia. ( ) não sei responder,

depende do

dia.

( ) de 4 a 5 horas por dia.

Adequado ( ) Inadequado ( )

27. Você costuma ler e/ou estudar na cama?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

Adequado ( ) Inadequado ( )

28.Qual sua posição preferida para dormir?

( ) de lado ( ) de costas ( barriga

para cima)

( ) de bruços (barriga para baixo) ( ) não sei responder,

depende do dia

Adequado ( ) Inadequado ( )

29.Quantas horas você dorme por noite?

( ) de 0 a 6 horas por dia ( ) 10 horas ou mais por dia

( ) 7 horas por dia ( ) não sei responder,

depende do

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136

dia

( ) de 8 a 9 horas por dia

Adequado ( ) Inadequado ( )

30. Como você costuma sentar na escola para escrever à mesa?

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Adequado ( ) Inadequado ( )

31. Como você costuma sentar em uma cadeira ou em um banco para conversar

com os amigos?

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) (

)

Adequado ( ) Inadequado ( )

32. Como você costuma sentar para utilizar o computador?

Page 138: UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ REDE NORDESTE … · está inserido. Os problemas posturais começam cedo e se estendem pela adolescência e vida adulta; portanto, adolescentes

137

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( )

Adequado ( ) Inadequado ( )

33. Como você costuma pegar um objeto do chão?

( ) ( ) ( ) ( )

( )

Adequado ( ) Inadequado ( )

34. O que você utiliza para carregar o material escolar? Marque uma das opções

abaixo.

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138

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) (

)

Adequado ( ) Inadequado ( )

35. Como você leva sua mochila escolar?

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Adequado ( ) Inadequado ( )

36. Até que série sua mãe (ou sua responsável do sexo feminino) estudou?

( ) não frequentou escola ( ) nível superior (faculdade)

( ) nível fundamental (1ª a 8ª série) ( ) não sei

( ) nível médio ( 1º ao 3º ano ano) ( ) não tenho responsável

do sexo feminino

37. Até que série seu pai (ou responsável do sexo masculino) estudou?

( ) não frequentou escola ( ) nível superior (faculdade)

( ) nível fundamental (1ª a 8ª série) ( ) não sei

( ) nível médio ( 1º ao 3º ano) ( ) não tenho responsável

do sexo masculino

38. Algum de seus pais (ou responsáveis) apresenta dor nas costas?

( ) Sim. Quem? ______________________ ( ) não sei responder

( ) Não

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139

39.Você sente ou já sentiu dor nas costas nos últimos 3 meses?

( ) Sim (continue o questionário) ( ) Não (você encerrou o questionário,

muito

( ) não sei responder Obrigado)

40. Esta dor nas costas ocorre ou ocorreu com que frequência?

( ) foi apenas uma vez ( ) de duas a três vezes por semana

( ) uma vez por mês ( ) quatro vezes ou mais por

semana

( ) uma vez por semana ( ) não sei responder

41. Esta dor nas costas impede ou impediu de realizar as atividades como brincar,

estudar, praticar esportes...?

( ) sim ( ) não ( ) não sei responder

42. Na escala abaixo de 0 a 10, por favor, identifique a intensidade da dor nas

costas nos últimos 3 meses.

I----------I----------I----------I----------I----------I----------I----------I----------I----------I----------I

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

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140

APÊNDICE D

INQUÉRITO CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICA (CAP)

“VERSÃO FEMININA”

Nome:______________________________________________________________

_____

Data de Nascimento:______/______/_______

Peso:_____Kg Estatura:_______cm Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

Circunferência Abdominal: ______cm

Ano: ( ) 5º ( ) 6º ( ) 7º ( ) 8º ( ) 9º

Nome completo do Pai (ou responsável):

Nome completo da Mãe (ou responsável):

Inquérito :

( ) Pré-teste (antes da intervenção)

( ) 1º Pós-teste (imediatamente após a intervenção)

( ) 2º Pós-teste (após quinze dias da intervenção)

1-PERFIL SOCIALDEMOGRÁFICO E ECONÔMICO

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA

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141

1. Qual a sua idade? _______________

2.Onde você nasceu? Cidade:________________

Estado:________________

3.Onde você mora atualmente? Cidade:________________

4. Com quem você mora? 1. ( ) Família (pai, mãe e irmãos) 2. ( ) Outro parente 3.

( ) Colegas/Amigas 4. ( ) Sozinha 5. ( ) Companheiro / marido 6. ( ) Outro - Especificar

_________________________

5. Tipo de Moradia: 1. ( ) Casa própria 2. ( ) Casa Cedida 3. ( ) Pensão 4. ( ) Albergue

5. ( ) Casa Alugada 6. ( ) Hotel/motel 7. ( ) Vaga 8. ( ) Outros -

Especificar_________________________

6. No momento, você trabalha?

1. ( ) Sim - Especificar ___________________________

2. ( ) Não

7. Você acha que a posição do corpo interfere nas atividades escolares

(levar mochila, sentar na cadeira) e de casa (escovar os dentes, posição de

dormir) podendo causar dores nas costas?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

8. Você acha que os alunos devem apoiar os pés no chão quando estão

sentados, por exemplo, em sala de aula?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

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142

9. Quando você está sentada consegue apoiar os pés no chão?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

10. Sua cadeira possui apoio para os pés?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

11. Você consegue ficar sentada apoiando as costas no encosto da

cadeira e com os pés no chão ao mesmo tempo?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

12. O espaço para apoio do quadril (“bumbum”) é suficiente para você?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

13. O encosto da sua cadeira é confortável?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

14. Você consegue apoiar os cotovelos na mesa sem elevar (levantar) os

ombros?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

15. Você se inclina para frente para apoiar os cotovelos na mesa?

Adequado ( ) Inadequado ( )

SIM

NÃO

16. Quais atividades podem ajudar você a prevenir

dores nas costas e problemas de postura?

Adequado ( ) Inadequado ( )

( ) Somente exercícios

físicos na escola

( ) Alongamentos e

mudanças de costumes nas

atividades de casa e da

escola

( ) Ficar com a coluna

“reta” e parada em sala de

aula.

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17. Em que posição você acha que o jovem deve

dormir para evitar dores nas costas?

Adequado ( ) Inadequado ( )

( ) Deitado com a barriga

para baixo (Decúbito

Ventral).

( ) Deitado com a barriga

pra cima (Decúbito Dorsal).

( ) Deitado de

lado(Decúbito Lateral).

18. Você utiliza algum equipamento eletrônico (ex.:

celular, notebook)? Quanto tempo você passa por

dia utilizando este equipamento eletrônico?

Adequado ( ) Inadequado ( )

( ) Sim, até 2 horas por

dia.

( ) Sim, mais de 2 horas

por dia.

( ) Sim, mais de 4 horas

por dia.

( ) Não.

19. As atividades escolares e de casa não tem

relação com o aparecimento de dores nas costas e

alterações posturais.

( ) concordo totalmente

( ) discordo totalmente

( ) Não tenho opinião

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Adequado ( ) Inadequado ( )

20. O adolescente escolar deve mudar suas atitudes

e hábitos diários em buscar de manter uma postura

alinhada e prevenir dores nas costas e ter uma fase

de crescimento corporal sem alterações posturais que

possam prejudicar sua saúde.

Adequado ( ) Inadequado ( )

( ) concordo totalmente

( ) discordo totalmente

( ) Não tenho opinião

21. A forma de carregar o material escolar interfere

diretamente na postura corporal, sendo assim, é

muito importante que o aluno saiba a forma e o peso

correto de carregar o material escolar.

Adequado ( ) Inadequado ( )

( ) concordo totalmente

( ) discordo totalmente

( ) Não tenho opinião

22. Você pratica algum exercício físico (caminhar, correr...) ou esporte (futebol,

basquete...) regularmente (na escola ou fora dela)?

( ) Sim. Qual? _____________________ ( ) Não. (Pule para a

questão 4)

Adequado ( ) Inadequado ( )

23. Quantos dias você pratica este exercício/esporte por semana?

( ) de 1 a 2 vezes por semana ( ) 5 dias ou mais

por semana

( ) de 3 a 4 dias por semana ( ) não sei

responder, depende

da semana.

Adequado ( ) Inadequado ( )

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24. Você pratica este exercício físico ou esporte de maneira competitiva (participa de

competições, campeonatos)?

( ) Sim. ( ) Não.

Adequado ( ) Inadequado ( )

25. Quantas horas por dia você permanece sentado assistindo à televisão?

( ) de 0 a 1 hora por dia. ( ) de 6 a 7 horas por

dia.

( ) de 2 a 3 horas por dia. ( ) 8 horas ou mais

por dia.

( ) de 4 a 5 horas por dia. ( ) não sei

responder, depende

do dia.

Adequado ( ) Inadequado ( )

26. Quantas horas por dia você permanece sentado utilizando o computador?

( ) de 0 a 1 hora por dia. ( ) 6 horas ou mais por

dia.

( ) de 2 a 3 horas por dia. ( ) não sei responder,

depende do

dia.

( ) de 4 a 5 horas por dia.

Adequado ( ) Inadequado ( )

27. Você costuma ler e/ou estudar na cama?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

Adequado ( ) Inadequado ( )

28. Qual sua posição preferida para dormir?

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( ) de lado ( ) de costas ( barriga

para cima)

( ) de bruços (barriga para baixo) ( ) não sei responder,

depende do dia

Adequado ( ) Inadequado ( )

29. Quantas horas você dorme por noite?

( ) de 0 a 6 horas por dia ( ) 10 horas ou mais por dia

( ) 7 horas por dia ( ) não sei responder,

depende do

dia

( ) de 8 a 9 horas por dia

Adequado ( ) Inadequado ( )

30. Como você costuma sentar na escola para escrever à mesa?

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) (

)

Adequado ( ) Inadequado ( )

31. Como você costuma sentar em uma cadeira ou em um banco para conversar

com os amigos?

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147

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( )

Adequado ( ) Inadequado ( )

32. Como você costuma sentar para utilizar o computador?

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( )

Adequado ( ) Inadequado ( )

33. Como você costuma pegar objeto do chão?

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148

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Adequado ( ) Inadequado ( )

34. O que você utiliza para carregar o material escolar? Marque uma das opções

abaixo.

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) (

)

Adequado ( ) Inadequado ( )

35. Como você leva sua mochila escolar?

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149

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Adequado ( ) Inadequado ( )

36. Até que série sua mãe (ou sua responsável do sexo feminino) estudou?

( ) não frequentou escola ( ) nível superior (faculdade)

( ) nível fundamental (1ª a 8ª série) ( ) não sei

( ) nível médio ( 1º ao 3º ano ano) ( ) não tenho responsável

do sexo feminino

37. Até que série seu pai (ou responsável do sexo masculino) estudou?

( ) não frequentou escola ( ) nível superior (faculdade)

( ) nível fundamental (1ª a 8ª série) ( ) não sei

( ) nível médio ( 1º ao 3º ano ano) ( ) não tenho responsável

do sexo masculino

38. Algum de seus pais (ou responsáveis) apresenta dor nas costas?

( ) não sei responder ( ) Sim. Quem? ______________________ ( )

Não

39. Você sente ou já sentiu dor nas costas nos últimos 3 meses?

( ) Sim (continue o questionário) ( ) Não (você encerrou o questionário,

muito

( ) não sei responder Obrigado)

40. Esta dor nas costas ocorre ou ocorreu com que frequência?

( ) foi apenas uma vez ( ) de duas a três vezes por semana

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150

( ) uma vez por mês ( ) quatro vezes ou mais por

semana

( ) uma vez por semana ( ) não sei responder

41. Esta dor nas costas impede ou impediu de realizar as atividades como brincar,

estudar, praticar esportes...?

( ) sim ( ) não ( ) não sei responder

42. Na escala abaixo de 0 a 10, por favor, identifique a intensidade da dor nas

costas nos últimos 3 meses.

I----------I----------I----------I----------I----------I----------I----------I----------I----------I----------I

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

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APÊNDICE E

“ESCOLA DE POSTURA”

EMENTA

OFICINA 1 - Noções básicas sobre a anatomia e biomecânica da coluna vertebral,

causas da dor e posturas de relaxamento;

OFICINA 2- Orientações teóricas sobre atividades da vida diária, com ênfase nas

posturas sentada e em pé, além de exercícios preventivos domiciliares;

OFICINA 3- Prática das atividades de vida diária e atividades instrumentais de vida

diária de forma correta, transporte e levantamento de objetos e exercícios para

membros inferiores a serem realizados em domicílio;

OFICINA 4- Medidas e atividades preventivas para diminuição da dor e revisão dos

conteúdos trabalhados durante as aulas anteriores.

PLANO DE ENSINO ESCOLA DE POSTURA

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA

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152

COMPETÊNCIAS ESPERADAS

Gerar subsídios através do conhecimento adquirido nas aulas para estimular novas

atitudes e um novo “despertar” com relação às alterações da postura corporal;

Elencar, junto às atividades escolares, temáticas em saúde funcional de forma

periódica e sustentável.

Adquirir novos conhecimentos que reflitam em sua prática, tornando-os também

multiplicadores desses conhecimentos.

Multiplicar os conhecimentos adquiridos para o meio social em que vive.

HABILIDADES

Conhecer a estrutura musculoesquelética do corpo humano, alterações presentes

na postura corporal;

Conhecer quais fatores relacionados às atividades de vida diária podem influenciar

no desenvolvimento de problemas posturais e dores nas costas.

Mudar suas atitudes e práticas do cotidiano, não só escolar, mas em todas as

atividades;

Obter discernimento próprio sobre suas ações corporais dentro o fora da escola

OBJETIVOS

- Empoderar tanto alunos como professores com relação às posturas e

posicionamentos corporais corretos para prevenir alterações e problemas relacionados

à postura corporal;

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153

CONTEÚDO

1ª OFICINA: noções sobre a coluna vertebral, causas da dor e posturas de

relaxamento.

A temática abordada será sobre anatomia e biomecânica da coluna vertebral;

neurofisiologia da dor; posturas corporais fisiológicas e anormais; anatomia e funções

dos músculos, articulações e ossos.

2ª OFICINA: orientações teóricas sobre atividades da vida diária.

Demonstração sobre a influência das atividades da vida diária e atividades

instrumentais da vida diária na postura corporal, como e quais músculos e articulações

do corpo são exigidos durante esses movimentos e o que eles podem causar se forem

realizados de maneira errônea.

3ª OFICINA: orientações práticas sobre atividades da vida diária.

Demonstrações práticas sobre as atividades de vida diária e atividades instrumentais

da vida diária, participação dos alunos durante essa prática. Sendo pontuadas as

posturas de forma correta e de forma errada.

4ª OFICINA: encorajamento à prática regular de exercício físico para diminuição

da dor e revisão dos conteúdos trabalhados durante as aulas passadas.

Orientações sobre exercícios (alongamentos e flexibilidade) específicos para prevenção

de dores e afecções da coluna vertebral relacionadas à má postura corporal.

Observação: Todas essas aulas serão de forma dinâmica, através de metodologias

ativas, que envolvem a participação direta do público-alvo na construção dos saberes

propostos pela temática anteriormente citada.

Anatomia Muscular e Esquelética dos membros superiores, membros inferiores, cintura

pélvica, cintura escapular e coluna vertebral; Hábitos diários de vida; Posturas e

posicionamento durante a posição deitada, de pé, sentada: diferença entre o certo e o

errado.

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METODOLOGIA

Aulas expositivas, vídeos e figuras ilustrativas, dinâmicas em grupo, dramatizações,

colagem, fotografias.

RECURSOS NECESSÁRIOS

- Datashow, peças anatômicas sintéticas, Cartolinas, pincéis, cola.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AINHAGNE, M.; SANTHIAGO, V. Cadeira e mochila escolares no processo de

desenvolvimento da má postura e possíveis deformidades em crianças de 8-11 anos.

Colloquium Vitae, v.1, n.1, 2009.

BRACCIALLI, L. M. P.; VILARTA, R. Aspectos a serem considerados na elaboração

de programas de prevenção e orientação de problemas posturais. Rev. paul. Educ.

Fís., São Paulo, v.14, n. 2, p.159-71, jul./dez. 2000.

KAPANDJI, A.I. Fisiologia Articular, volume 3: tronco e coluna vertebral. 5ª edição,

São Paulo: Ed. Panamericana, 2000.

KISNER, C.; COLBY, L.A. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Teoria. 5 ed.

São Paulo: Manole, 2009, p. 397.

NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,

2000.

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APÊNDICE F

OFICINAS PEDAGÓGICAS

OFICINA ATIVIDADE/DINÂMICA METODOLOGIA OBJETIVO TEMPO

Alongamento (5

minutos)

Vídeo educativo.

(10 minutos)

Noções sobre a coluna

vertebral, causas de

dor e posturas de

relaxamento. (20

minutos)

Revisão do conteúdo

do dia (5 minutos)

Demonstração

de peças

anatômicas

sintéticas.

(Esqueleto

Humano)

Explicações

sobre causas de

dor e posturas

existentes.

Obter noções

sobre os

componentes

anatômicos

corporais e

biomecânica

postural.

40

minutos

Dinâmica do “nó cego”

(10 minutos)

Vídeo demonstrativo

das atividades de vida

diária.

Orientações teóricas

sobre atividades da

vida diária, com ênfase

Vídeo sobre

quais regiões do

corpo são

acometidas

diante das

diferentes

posturas

adotadas pelos

estudantes.

Discernir

entre as

posturas

corretas e

erradas com

relação as

atividades

diárias.

40

minutos

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA

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nas posturas sentada e

em pé, e exercícios

preventivos

domiciliares (15

minutos)

Dramatização sobre as

posturas referente as

atividades de vida

diária (10 minutos)

Momento de revisão

sobre o conteúdo do

dia (5 minutos)

Exposição de

fotos de

posturas

corretas e

erradas, com

relação as

atividades da

vida diária.

Discussão

coletiva diante

de fotos

Alongamento inicial (5

minutos)

Prática das atividades

de vida diária e

atividades

instrumentais de vida

diária de forma correta,

transporte e

levantamento de

objetos e exercícios

para membros

inferiores a serem

realizados em

domicílio; (20 minutos)

Circuito prático

de atividades

instrumentais de

vida diária.

Exercícios

preventivos e

terapêuticos

para dores nas

costas.

Praticar as

posturas

corretas;

Apreender

exercícios

posturais

para

prevenção e

tratamento

de dores nas

costas.

40 a 50

minutos

Medidas e atividades

preventivas para

diminuição da dor e

revisão dos conteúdos

Material

Impresso.

Relembrar do

que foi

abordado

nas oficinas

50

minutos

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trabalhados durante as

aulas anteriores.

Aplicação do Inquérito

CAP.

Aplicação do

questionário.

anteriores

(15 minutos)

Questionário

(35 minutos)

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APÊNDICE G

_____/____/______

FICHA DE AVALIAÇÃO POSTURAL

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome: DATA DE NASC:

/ / ,

_____ anos

Sexo ( ) M ( )

F

Peso: kg

Altura: cm

Índice de Massa Corpórea (IMC):

Circunferência Abdominal: cm

Ano: ( ) 5º ( ) 6º ( ) 7º ( ) 8º ( ) 9º

FICHA DE AVALIAÇÃO POSTURAL

EXAME FÍSICO: VISTA ANTERIOR

CABEÇA: NORMAL (

)

INCLINADA

À ES.

( )

INCLINADA

À DIR. ( )

RODADA À

ESQ.

( )

RODA

DA À

DIR.

( )

OMBRO: NORMAL (

)

ELEVAÇÃO

BILATERAL (

)

ESQUERDO

+ ALTO ( )

DIREITO + ALTO

( )

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA

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TORAX: NORMAL(

)

PECTUS

CARINATUM

( )

PECTUS ESCAVATUM ( )

ROTAÇÃO

DO TRONCO:

NORMAL (

)

À

ESQUERDA

( )

À DIREITA ( )

TRIÃNGULO

DE TALES:

SIMÉTRIC

OS ( )

MAIOR À

DIREITA ( )

MAIOR À ESQUERDA ( )

CRISTAS

ILÍACAS:

SIMÉTRIC

AS ( )

DIREITA +

ALTA ( )

ESQUERDA + ALTA( )

JOELHOS: NORMAL (

)

VALGO ( ) VARO ( ) ROTAÇÃO INTERNA ( )

ROTAÇÃO EXTERNA ( )

PÉS: NORMAL (

)

PLANOS

( )

CAVO

S ( )

SUPINADOS ( ) Apoio >

no bordo externo

PRONADOS (

) Apoio > no

bordo interno

EXAME FÍSICO: VISTA POSTERIOR

ESCÁPU

LAS:

ALINHADA

S( )

DIR. + ALTA (

)ESQ + ALTA ( )

ADUÇÃO ( ) ABDUÇÃO

( )

PROTUSÃ

O ( )

CALCÂNEOS: NORMAL (

)

VALGO ( ) Apoio > no bordo

interno

VARO ( ) Apoio > no

bordo externo

ESCOLIOSE:

Fazer teste de gibosidade

(ADAMS)

AUSEN

TE ( )

LOMBAR ( ) TORÁCICA

( )

TORAC

O-

LOMBA

R ( )

EXAME FÍSICO: VISTA LATERAL

CABEÇA: NORMAL ( ) ANTERIORIZADA ( )

Orelha a frente do acrômio

POSTERIORIZAD

A ( )

Orelha antes do

acrômio

COL.

CERVICAL:

NORMAL( )

Alinhamento de orelha

e acrômio

HIPERLORDO

SE ( )

RETIFICADA ( ) Verificar

dec. dorsal, se não tiver

espaço = retificação

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OMBRO: NORMAL ( ) PROTRAÍDO ( ) RETRAÍDO ( )

COL.

TORÁCICA:

NORMAL ( ) HIPERCIF

OSE ( )

RETIFICADA ( )

COL LOMBAR/PELVE:

Pontos de referência:

EIAS e EIPI

NORMAL ( )

ANTEVERTIDA/

HIPERLORDOSE (

)

RETROVER

TIDA/

RETIFICADA

( )

JOELHO: Pontos de referência:

Trocanter >, lat joelho e maléolo

lateral

NORMA

L ( )

FLETIDO/

GENUFLE

XO

( ) > 180

º

HIPEREXTENDIDO/

RECURVATO ( )

170º - 175º

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ANEXOS

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ANEXO A

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ANEXO B

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