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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL AVANÇADA - CPA Salvador – Bahia 2003 Alysson Andrade, Jaziel Vilas Boas Sônia Garrido e Thiago Cedra NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO NOS SERVIÇOS TERCEIRIZADOS DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL AVANÇADA - CPA

Salvador – Bahia

2003

Alysson Andrade, Jaziel Vilas Boas Sônia Garrido e Thiago Cedra

NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO NOS SERVIÇOS TERCEIRIZADOS DE

LIMPEZA E CONSERVAÇÃO

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Salvador – Bahia

2003

NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO NOS SERVIÇOS TERCEIRIZADOS DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO

Monografia apresentada à Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia para obtenção do título de Especialista em Administração de Serviços

ALYSSON ANDRADE JAZIEL VILAS BOAS

SÔNIA GARRIDO THIAGO CEDRAZ

Área de Concentração: Segmento industrial -na Região Metropolitana de Salvador, nos dias Atuais

Orientador: Prof. Robinson Tenório

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RESUMO

Este estudo buscou conhecer o nível de tecnologia aplicado e a especialização alcançada, nos serviços prestados de Limpeza e Conservação no Segmento Industrial na Região Metropolitana de Salvador. A pesquisa demonstra que o nível atual de qualificação e de especialização dessas empresas encontra-se aquém do que se espera de um serviço terceirizado, ainda carecendo, portanto, de melhoras. Há de se destacar nesta análise, a superficialidade das exigências por parte dos tomadores para a avaliação da qualidade dos serviços oferecidos; o atraso tecnológico a que estão submetidas as empresas prestadoras; e por fim, a falta de treinamento e capacitação adequada para os agentes de limpeza, responsáveis diretos pela execução dos serviços.

Palavras-chave: Terceirização; Limpeza – conservação; Indústria – Região Metropolitana – Salvador; Especialização; Capacitação; Tecnologia.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 05

2. TERCEIRIZAÇÃO ....................................................................................................................... 07

3. PERCEPÇÃO DA QUALIDADE ................................................................................................. 14

4. A TECNOLOGIA NO PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO DAS EMPRESAS ....................... 17

4.1 A TECNOLOGIA DISPONÍVEL PARA O SETOR DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO ............. 19

5. TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO ............................................................................................ 33

6. METODOLOGIA ......................................................................................................................... 35

7. ANÁLISE DOS RESULTADOS DE PESQUISA ........................................................................ 38

7.1 PERCEPÇÃO DA QUALIDADE ................................................................................................ 61

7.2 A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA NA ESPECIALIZAÇÃO ................................................. 64

7.3 TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO .......................................................................................... 66

8. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 72

9. REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 78

10. APÊNDICES ............................................................................................................................. 81

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LISTA DE GRÁFICO

GRÁFICO 01a – Por que esta empresa terceirizou o serviço de limpeza e conservação ............................... 38

GRÁFICO 01b – Qual o diferencial competetitivo da sua empresa, em relação aos seus concorrentes? ...... 44

GRÁFICO 01c – Há quanto tempo trabalha na empresa de limpeza? ........................................................... 55

GRÁFICO 02a – Qual o objeto do contrato .................................................................................................... 38

GRÁFICO 02b – Qual a vantagem oferecida ao Tomador em relação ao serviço realizado pela própria empresa? ........................................................................................................................... 45

GRÁFICO 02c – Há quanto tempo trabalha neste contrato? .......................................................................... 56

GRÁFICO 01c – Há quanto tempo trabalha na empresa de limpeza? ............................................................ 56

GRÁFICO 03a – Quais os critérios utilizados para a contratação .................................................................. 39

GRÁFICO 03b – Quais as exigências para o cargo de Agente de Limpeza? .................................................. 46 GRÁFICO 03c – Que tipo de treinamento inicial você recebeu da empresa de limpeza quando foi

admitido? ............................................................................................................................. 56

GRÁFICO 04a – O que é fornecido pela empresa prestadora ......................................................................... 39

GRÁFICO 04b – Quais as exigências para o cargo de Cabo de Turma? ........................................................ 47 GRÁFICO 04c – Participou de algum programa de treinamento e/ou reciclagem nos últimos doze meses

além do treinamento inicial? ............................................................................................... 57

GRÁFICO 05a – A empresa prestadora dos serviços aoresentou um Plano de Trabalho ............................... 40

GRÁFICO 05b – Quais as exigências para o cargo de Supervisor? ................................................................ 48

GRÁFICO 05c – Que equipamentos usa na rotina diária? .............................................................................. 58

GRÁFICO 06a – Que informações sâo apresentadas neste Plano de Trabalho .............................................. 41

GRÁFICO 06b – É oferecido treinamento inicial aos empregados? ............................................................... 48

GRÁFICO 06c – Quais os produtos de limpeza utilziados no serviço diário? ............................................... 59

GRÁFICO 07a - Os processos, são descritos com clareza ............................................................................. 40

GRÁFICO 07b – Qual a preiocidade dos treinamentos? ................................................................................. 49

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GRÁFICO 07c – É data orientação como utililizar novos produtos e equipamentos de limpeza? ................. 60

GRÁFICO 08a – De que forma é realizado o acompanhamento dos serviços ................................................ 42

GRÁFICO 08b – Existem programas de treinamento de reciclagem de funcionários? .................................. 49

GRÁFICO 08c – Quais os equipamentos de segurança que você utiliza no seu trabalho? ............................. 60

GRÁFICO 09b – Quais as áraes de treinamento focadas? .............................................................................. 50 GRÁFICO 10b – Qual o critério utilizado no dimensionamento de recursos humanos, materiais e

equipaemntos? ..................................................................................................................... 51

GRÁFICO 11a – A qualidade dos serviços atende às necessidades ............................................................... 42

GRÁFICO 11b – Existem políticas de qualidade, segurança e meio-ambiente definidas? ............................. 52

GRÁFICO 12a – Em que o serviço do prestador difere daquele realizado, antes, diretamente

pela empresa? ...................................................................................................................... 43

GRÁFICO 12b – Quais os critérios para avaliação dos serviços realizados? ................................................. 53

GRÁFICO 13a – A tercerização trouxe ganhos de produtividade? ................................................................ 43

GRÁFICO 13b – Com relaçao aos investimentos em novas tecnologias e produtos, qual a sua avaliação? .. 54

GRÁFICO 14 – Os equipamentos recebem manutenção com qual preocidade? ............................................ 55

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1. INTRODUÇÃO

O mundo caminha irreversivelmente para um patamar superior de prestação de

serviços, de excelência no atendimento e de conquista do cliente, do Mercado e

da reputação.

Neste cenário, é de se esperar que aqueles que se inserem no rol dos

especialistas, devam estar atentos a toda evolução que lhes traga eficiência e

eficácia, para aplicá-las incontinente, preservando sua reserva de mercado e

reforçando seu diferencial competitivo baseado na tecnologia aplicada para

ampliação da qualidade e produtividade.

Os serviços passíveis de terceirização, pela sua característica essencial, quer na

viabilização legal, como na proposta de negócio, deveriam estar na vanguarda

dessa condição.

Silva (1998, p. 27), ao conceituar Terceirização disse “ [....]ser a transferência de

atividades para fornecedores especializados, detentores de tecnologia própria,

que tenham esta atividade como sua atividade-fim, [.....]”.

Este conceito nos leva a concluir que além do exposto, por estarem a

produtividade e rentabilidade ligadas à atualização do Negócio, deverá

constituir condição indispensável de competitividade a todos aqueles que

disputam seu espaço no mercado, tendo como arma a oferta de

especialidade.

Para estes, a prospecção da necessidade do mercado e a oferta do produto

por ele demandado constituem a condição de conquista e conservação dos

clientes.

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A medida da satisfação dos clientes impõe-se então, como ferramenta de

gestão, permitindo a adequação dos produtos e balizando a aplicação das

tecnologias.

Avanços tecnológicos capazes de subsidiar ofertas diferenciadas e permitir

a customização do produto são outra ferramenta para conquista e

manutenção do mercado.

Finalmente, mas não menos importante, temos a capacitação dos

executores, os quais são a imagem do serviço prestado, equilibrando o

tripé que sustenta as empresas.

Nossa pesquisa busca conhecer a especialização alcançada nos serviços

terceirizados de limpeza e conservação, na região metropolitana de

Salvador, identificando o grau de tecnologia aplicada e procurando entender

as razões que a determinam.

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2. TERCEIRIZAÇÃO

Na viabilização de pesquisa científica, é imperativo aliar os dados colhidos, à

consulta do material publicado sobre o tema.

A revisão bibliográfica, ou fundamentação teórica, por ser recurso para definição

dos conceitos que norteiam um documento, reveste-se de grande importância, por

permitir o levantamento da origem e evolução do tema e a identificação de seu

estágio de desenvolvimento (GIL 1999).

Admitindo a definição de MINAYO (1999, p.18) que apregoando caráter abstrato

da teoria, a considerava como “ [...] explicações parciais da realidade [...]”

estaremos buscando compreender os vários conceitos pertinentes, de forma a

aplicar o conhecimento resultante na análise dos dados obtidos neste nosso

trabalho

Ainda que se considere prática e teoria como termos opostos, BARRETO (2000,

p.129) afirma que para elaboração de uma teoria, é preciso longo processo de

observação a fim de permitir estabelecer a repetição de determinados

comportamentos.

É admitindo esta assertiva que buscamos associar nossa observação, no que

refere a subordinação das práticas administrativas, à cultura já arraigada.

Usando dessa observação é que avaliamos os dados colhidos pelo instrumento

de pesquisa aplicado e conseguimos chegar a conclusões coerentes, mesmo

partindo de dados conflitantes.

Admitimos, como GRONROOS (1998), que o processo de serviços detém uma

área totalmente invisível e outra totalmente visível ao cliente. E ainda que na área

de total visibilidade, o cliente não só vê como experimenta o funcionamento do

processo, participando e interagindo com os recursos controlados pela

organização, enquanto na área invisível são conduzidas as atividades que

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exercem o papel de suporte à prestação do serviço, onde a tecnologia exerce o

papel de suporte gerencial e as pessoas exercem o suporte físico.

Endossando Dinsdale (2000), que salienta a importância de avaliar a

efetividade do serviço prestado através da opinião do usuário,

consideramos que o panorama em que nosso tema se insere será

descortinado a partir do conhecimento da satisfação do tomador, a qual

resulta de sua percepção dessa área visível, onde sua expectativa

confronta com o serviço recebido. (COGAN, 1997)

Acreditamos, porém, que o nível de especialização resulta das atividades

desenvolvidas na área invisível do processo de serviços, ainda que o

estímulo venha da área visível. É esta área invisível, onde a tecnologia e

as pessoas são suporte para o serviço prestado, que nos conduzirá à

resposta procurada.

Dentro desta visão, ousamos afirmar que, das razões eleitas por OLIVEIRA

(1994, p.111) para terceirizar, ou seja: a redução dos custos diretos e indiretos e

elevação do nível de eficiência da atividade transferida ao especialista,

condensam diversos motivos visíveis e invisíveis ao tomador, sendo que os

primeiros, respaldados na expectativa motivam as respostas apresentadas nos

questionários, enquanto os segundos, razoavelmente camuflados sob o título de

empresa especializada, apenas eventualmente percebidos, estão nessa área

invisível, onde a tecnologia e as pessoas são suporte para o serviço

prestado.

O conhecimento de um e a reflexão sobre o outro nos conduzirão à

resposta procurada.

A seguir, relembramos alguns conceitos de terceirização encontrados na revisão

da literatura, na perspectiva de vários autores.

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Na concepção de HALEVI (1999, p. 46), a terceirização é uma “filosofia de

gerenciamento”. Segundo o autor, este termo engloba três diferentes conceitos:

subcontratação de algum trabalho que não é da linha principal da empresa;

criação de uma parceria estratégica de longo prazo com outra organização - que

se torna uma extensão da empresa; e compra de produtos e componentes que

anteriormente foram produzidas por ela. O mesmo autor refere que o processo da

terceirização pode se dar: com a subcontratação de serviços de terceiros, com o

emprego de trabalhadores temporários e com o emprego de consultores. Outros

autores associam a idéia de terceirização à de transferência de atividades a

terceiros, como Amato (In: ROMANOSCHI, 1994, p. 11) que a conceitua como

uma técnica atual de gestão da produção, que se assenta na parceria entre o

empresário e o trabalhador externo especializado em determinada atividade,

portanto, é uma forma de transferência da produção de partes que integram o

todo de um mesmo produto. Na mesma perspectiva, GIOSA (1999, p. 14)

concebe terceirização como um processo de gestão pelo qual são repassadas

algumas atividades empresariais para terceiros – com os quais se estabelece

uma relação de parceria – ficando a empresa concentrada apenas em tarefas

essencialmente ligadas ao negócio em que atua.

Também, ROMANOSCHI (1994, p. 21) considera terceirização como a passagem

de atividades e funções específicas a terceiros especializados, de modo que a

empresa tem sua atenção voltada à atividade-fim; aquela para a qual foi

designada mercadologicamente, passando a terceiros a administração das

atividades-meio. Na mesma linha de pensamento, SILVA (1997, p. 30) conceitua

terceirização como: a transferência de atividades para fornecedores especializados, detentores de tecnologia própria e moderna, que tenham esta atividade como sua atividade-fim, liberando a empresa para concentrar seus esforços em seu negócio principal, preservando e evoluindo em qualidade e produtividade, reduzindo custos e ganhando competitividade.

GIRARDI (1998, p. 27) tem um conceito similar e conclui que a terceirização é

“um modelo administrativo que tem como objetivo a concentração de esforços na

razão de ser da empresa (atividade-fim), podendo transferir para terceiros,

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especialistas e idôneos, tudo aquilo que não fizer parte do negócio principal da

empresa”.

Complementando o conceito acima, OLIVEIRA (1994, p. 43) diz que terceirizar é

buscar racionalmente os melhores resultados em escala de produção, a maior

flexibilidade operacional e uma adequada redução de custos administrativos,

juntamente com a concentração e a maximização de oportunidades para enfrentar

o mercado.

Finalmente, QUEIROZ (1998, p. 53) engloba todos os conceitos citados acima,

quando refere que terceirização é uma técnica administrativa, uma metodologia e

um processo. Como técnica administrativa possibilita o estabelecimento de um

processo gerenciado de transferência, a terceiros, das atividades acessórias e de

apoio ao escopo das empresas, que é a sua atividade-fim, permitindo a estas se

concentrarem no seu negócio, ou seja, no objetivo final. É uma metodologia de

motivação e fomento à criação de novas empresas, que possibilita o surgimento

de mais empregos; incentiva o aparecimento de micro e médias empresas; e

ainda o trabalho autônomo, gerando também o aperfeiçoamento e o incremento

nas empresas existentes no mercado, com ganhos de especialidade, qualidade e

eficiência. É o processo da busca de parcerias, determinado pela visão

empresarial moderna e pelas imposições do mercado.

As razões de decidir pela terceirização, segundo esses autores estão todas

assentadas em objetivos Econômicos e Organizacionais, ambos permeados

pela busca de maior qualidade e produtividade, na perseguição da

competitividade indispensável à sobrevivência.

Os objetivos econômicos estão nas razões identificadas por ROMANOSCHI,

como alicerce da terceirização, apontando a necessidade de reduzir o custo

de produção, oferecendo bom produto a bom preço, sob pena de

desaparecer do mercado.

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OLIVEIRA aponta como razões para terceirizar a diluição de custos diretos

e indiretos, através do repasse de atividades a terceiros e a elevação de

nível de eficiência dessa atividade, pela sua execução com fornecedores

especializados.

HAMMER justifica e reforça essas posições quando refere à necessidade

de o esforço total minimizar os ativos totais empregados e aumentar a

flexibilidade e a capacidade coletiva de respostas.

Ao abordar as razões para a aplicação da terceirização, deve-se considerar, de

acordo com OLIVEIRA (1994, p. 77), para que se configure uma empresa terceira

é necessário que ela realize tarefas bem definidas na empresa contratante, as

quais anteriormente eram executadas por seus funcionários ou seu órgão interno

e que a partir de um acordo mútuo passaram a ser executadas permanentemente

pela empresa contratada.

QUINN complementa esse pensamento advogando o uso da terceirização

quando as empresas Tomadoras requerem maior flexibilidade e diminuição

do ciclo do Projeto ao Produto, e têm fornecedores à mão, os quais terão,

necessariamente maior profundidade no conhecimento sobre suas

tecnologias específicas e poderão suprir recursos mais especializados para

produzir com maior qualidade que a empresa Tomadora poderia alcançar

sozinha.

Nos conceitos apresentados, a maioria dos autores menciona que a terceirização

caracteriza-se pela transferência de uma atividade desenvolvida internamente na

empresa para uma outra empresa especializada na atividade em questão,

enfatizando que a empresa contratada deverá possuir capacidades específicas

que a qualifiquem a ser fornecedora para tal atividade. Defende-se, portanto, o

estabelecimento de uma relação de parceria entre a empresa Tomadora e a

Prestadora de Serviços, pois assim é possível haver uma maior integração entre

ambas.

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Concluindo, terceirizar não é simplesmente deixar de fazer certas atividades

internamente, transferindo-as para quaisquer empresas fornecedoras. Antes

disso é necessário que a empresa fundamente a sua tomada de decisão para

que o processo seja conduzido com sucesso. É preciso estabelecer critérios para

definir quais as atividades passíveis de serem terceirizadas e quais as empresas

parceiras mais adequadas.

A indagação, objeto desta monografia, sobre o Nível de Especialização dos

Serviços Terceirizados de Limpeza e Conservação, no Segmento Industrial da

Região Metropolitana de Salvador nos dias atuais, precisará, para ser

respondida, de aprofundamento em algumas áreas do conhecimento, onde a

teoria respaldará as conclusões apresentadas.

Serão temas enfocados, os quais estão tratados em capítulos posteriores, para

servir como subsídio de nossas conclusões:

A Percepção de Qualidade:

• Questionando-se porque que os consumidores normalmente acostumam-

se a determinado patamar de qualidade do serviço recebido, quando este

é suficiente para o atendimento das suas necessidades;

• Questionando-se porque a importância atribuída a alguns serviços é

razão para o estacionamento de sua prática em níveis medianos de

qualidade, ignorando-se os recursos tecnológicos que o conhecimento já

agregou.

Evolução Tecnológica e Científica:

• Questionando-se porque, a despeito dos ganhos de produtividade, ainda

se opta pelos equipamentos manuais, em detrimento daqueles mecânicos,

elétricos ou eletrônicos;

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A Capacitação e Treinamento:

• Questionando-se porque é baixo o nível de atenção gerencial na busca

de treinamento e conseqüente motivação dos trabalhadores da industria

de serviços em geral e daqueles terceirizados, em particular;

• Questionando-se porque a redução de despesas passa sempre pela

exclusão dos programas de treinamento e capacitação;

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3. A PERCEPÇÃO DE QUALIDADE

Em operações de serviço, o cliente tem papel especialmente importante,

vez que ele também tem o poder de influenciar o processo de prestação por

ser parte dele.

Para a gestão das expectativas do cliente é essencial uma formação de

percepção favorável quanto à qualidade do serviço prestado.

Há situações em que o cliente desconhece a abrangência ou o potencial

do serviço que lhe está sendo prestado e a revelação dessa informação

pode levar o fornecedor a influenciar a sua percepção (GIANESI e

CORREA, 1994). É esta percepção que leva o cliente a estar satisfeito ou

não com a qualidade do serviço recebido (KUAZAQUI, 2000). A percepção,

entretanto, cristaliza-se em alguns casos, restringindo a evolução que a

prática de serviços nesse segmento poderia alcançar.

Existe um crescente reconhecimento que a opinião dos usuários é uma

parte fundamental da avaliação de efetividade dos serviços prestados, sem

a qual a avaliação carece de legitimidade ( DINSDALE, 2000 ).

Assim, faz-se necessário aprofundarmos o conhecimento sobre a percepção

do usuário, de forma que, compreendendo seus componentes, possamos

interpretar melhor os dados obtidos no que refere a satisfação, como

medida de desempenho.

Atente-se, entretanto, que a satisfação propiciada por um produto ou

serviço é função direta do desempenho percebido e das expectativas. Se o

desempenho ficar distante das expectativas, o cliente ficará insatisfeito. Se

atender às suas expectativas, ficará satisfeito. Se exceder às expectativas

ficará altamente satisfeito ou encantado (KUAZAQUI, 2000).

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O professor Mário Persona afirma que quando o fornecedor, em contato

com o cliente, consegue completar a imagem que ele traz delineada em

sua mente, ( que é a expectativa ), cria-se o relacionamento que gera

satisfação. Reichheld (1996) alerta porém, que a tentativa de mensurar a

satisfação pode conduzir a erros porque é um esforço para medir um

estado emocional.

Portanto, na realidade, o que conta são a expectativa que o cliente

visualiza do serviço que irá receber, e a forma como ele percebe este

serviço após ter sido realizado (COGAN, 1997 )

Está patente, portanto, que a expectativa do que pretende receber, é o

que leva um cliente a se satisfazer com um serviço que lhe é prestado, e

esta expectativa está baseada em quatro tipos de informação : suas

necessidades pessoais, a comunicação boca a boca por parte das demais

pessoas, sua experiência passada com aquele tipo de serviço, e a

comunicação externa que o fornecedor dos serviços apregoa em sua

propaganda (COGAN, 1997).

No que tange às expectativas dos clientes, GIANESE E CORREA (1994)

consideraram que ela se forma sob a influência de apenas dois fatores: o

conhecimento prévio do serviço e as necessidades dos clientes.

Entretanto, se considerarmos que a propaganda do fornecedor, a

comunicação das demais pessoas e as próprias experiências passadas

foram depuradas e enriquecidas com as informações técnicas pertinentes,

essa expectativa estará construída com um conhecimento prévio que,

despido de pessoalidade, não será contudo impessoal.

A forma como o serviço realizado é percebido pelo consumidor, também

influi na sua avaliação de qualidade, não devendo faltar ou deixar exceder

em nenhum aspecto as expectativas do cliente, sob pena de alcançar uma

percepção aquém da esperada (COGAN, 1997) .

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Reconhecemos, aí, a complexidade dos fatores que influenciam a avaliação

das pessoas e tentaremos a seguir visualizar, no esquema abaixo, os

fatores envolvidos na prática destes serviços.

• Tangíveis • Intangíveis

• Higiene • Conforto • Arrumação • Conservação

• Desempenho • Custos • Atitudes • Comunicação

• Tempo de execução

• Ética • Cumprimento de exigências trabalhistas

• Responsabilidade social.

PERCEPÇÃO DOS SERVIÇOS

EXPECTATIVA

CARACTERÍSTICAS ATUAÇÃO

PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS

CARACTERÍSTICAS

EXPECTATIVA

PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS

ATUAÇÃO

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4. A TECNOLOGIA NO PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO DAS EMPRESAS

A história do mundo dos negócios é repleta de ótimas idéias que nunca cruzaram

o caminho de bons gerentes e, por isso, fracassaram. Tecnologias envolvem um

gasto muito alto em pesquisa e desenvolvimento por aqueles que têm visão para

reconhecer as ótimas idéias e habilidade para implementá-las com êxito.

Mas como alguém se torna um ótimo implementador de tecnologia? E, a

propósito, quão importante é o papel que a tecnologia desempenha na

qualificação e no sucesso organizacional? COLLINS, autor dos best-sellers “Good

to Great: Why Some Companies Make the Leap...and Others Don’t”

(HarperBusiness, 2001) e “Built to Last: Successful Habits of Visionary

Companies” (HarperBusiness, 1994, co-autoria de Jerry Porras), tem as

respostas. Collins, um ex-membro da faculdade Stanford Graduate School of

Business que dirige seu próprio laboratório de gestão, endossa o argumento de

que não se trata apenas de tecnologia.

Ele aponta alguns aparentes paradoxos no modo como ótimas empresas usam

tecnologia:

• organizações de peso são pioneiras em tecnologia da informação e outras

formas de tecnologia – ainda assim, a tecnologia contribui muito pouco

para seu sucesso;

• lideranças tecnológicas prematuras são um obstáculo à durabilidade

organizacional;

• os melhores líderes são aqueles que se concentram em algumas

tecnologias úteis e ignoram o resto, não importa o quão excitante pareçam.

Aceleradores de tecnologia

Para escrever o livro “Good to Great” (2001), Collins e sua equipe de

pesquisadores avaliaram ótimas empresas durante cinco anos (definidas como as

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que geram lucros sustentados de ações), reduzindo o universo americano dos

negócios a apenas algumas estrelas. Depois, Collins pediu a executivos desse

grupo seleto para identificar os cinco principais fatores que contribuíram para seu

sucesso. A maioria dos entrevistados para a pesquisa não mencionou tecnologia.

Quando a citou, foi em quarto lugar. “Considerando-se que vivemos em um

mundo tecnológico, foi realmente surpreendente”, diz Collins. “Você poderia

concluir que a tecnologia, basicamente, não desempenha nenhum papel na

excelência.”

Essa conclusão, entretanto, seria errada. “Independente do que eles disseram,

cada uma das empresas foi pioneira na aplicação de tecnologia”, ressalta. “Por

um lado, eles dificilmente conferem alguma ênfase à tecnologia, mas, por outro,

não há dúvida de que foram pioneiros na sua aplicação”.

Quando Collins começou a explicar isso descobriu que a excelência

organizacional sempre veio primeiro. “Se você está indo fundamentalmente de

medíocre a pior”, observa, “outras pessoas que aplicam tecnologia podem ser um

acelerador de sua própria extinção. Se você é uma companhia boa que está se

transformando em ótima, e quer continuar lá, a tecnologia pode tornar-se um

acelerador depois que você deu este salto, mas não pode ser a causa em si”.

O trio de implementação

Uma caraterística diferencial dos grandes líderes, segundo Collins, é um foco

intenso sobre o que a empresa precisa fazer bem e o que não deveria estar

fazendo de jeito nenhum. Não perdendo de vista este propósito, os ótimos líderes

implementam tecnologia em três níveis.

O primeiro nível é o de tecnologias diretamente relevantes para a missão da

empresa. Em toda organização existe um punhado de ferramentas tecnológicas

que têm o potencial de aprimorar substancialmente as operações e os resultados.

“Se está claro quais são estas poucas coisas que você tem que fazer, não serão

muitas”, diz Collins. “Por outro lado, haverá dois ou três itens que você tem a

responsabilidade de garantir que a organização investirá neles.” Estas duas ou

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três tecnologias são as de maior prioridade para os líderes. “Você tem que ser

pioneiro na aplicação delas. Se quer realmente ser ótimo, não basta ficar no

limiar.”

Um segundo tipo de tecnologia é aquela que não possui potencial revolucionário,

mas que as organizações precisam ter mesmo assim. Para algumas empresas,

os Web sites estão nesta categoria. “Em um mundo internet, você precisa tê-los,

porque as pessoas passaram a cultivar certas expectativas”, diz Collins.

Por fim, existem algumas tecnologias que são mero frenesi. “Se você não precisa

tê-las e elas não estão envolvidas diretamente na sua missão, então devem ser

colocadas na sua lista ´parar de fazer`, mesmo que o mundo inteiro esteja

caminhando para elas.” Resumindo, boa implementação de tecnologia é

importante para uma empresa, mas ser uma boa corporação, em primeiro lugar, é

ainda mais importante. Os melhores implementadores de tecnologia são, acima

de tudo, executivos.

4.1 A TECNOLOGIA DISPONÍVEL PARA O SETOR DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO

Iniciaremos este capítulo apresentando a terminologia que usaremos para referir

aos produtos destinados a execução dos serviços de limpeza e conservação,

segundo a

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

O que são saneantes – Substâncias ou preparações destinadas à higienização,

desinfecção ou desinfestação domiciliar, em ambientes coletivos e/ou públicos,

em lugares de uso comum e no tratamento de água, compreendendo:

Detergentes e seus congêneres - são as substâncias que apresentam como

finalidade a limpeza e conservação de superfícies inanimadas, como por exemplo:

Detergentes; Alvejantes; Amaciante de Tecidos; Antiferruginosos; Ceras;

Desincrustantes Ácidos e Alcalinos; Limpa Móveis, Plásticos, Pneus, Vidros;

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Polidores de Sapato, Superfícies Metálicas; Removedores; Sabões; Saponáceos

e outros.

Alvejantes - qualquer substância com ação química, oxidante ou redutora, que

exerce ação branqueadora.

Desinfetantes - são formulações que têm na sua composição substâncias

microbicidas e apresentam efeito letal para microrganismos não esporulados. São

eles: De uso geral, Para Indústrias Alimentícias, Para Piscinas, Para Lactários,

Hospitalares para superfícies fixas e Hospitalares para artigos semi-críticos.

Desodorizantes - são formulações que têm na sua composição substâncias

microbioestáticas, capazes de controlar os odores desagradáveis advindos do

metabolismo microrgânico. Não apresentam efeito letal sobre microrganismos,

mas inibem o seu crescimento e multiplicação. São eles: Desodorizante

Ambiental, Para aparelhos sanitários e outros.

Esterilizantes - são formulações que têm na sua composição substâncias

microbicidas e apresentam efeito letal para microrganismos esporulados e não

esporulados.

Água sanitária - soluções aquosas à base de hipoclorito de sódio ou cálcio, com

teor de cloro ativo entre 2,0 a 2,5% p/p, durante o prazo de validade (máximo de 6

meses). Produto poderá conter apenas hidróxido de sódio ou cálcio, cloreto de

sódio ou cálcio e carbonato de sódio ou cálcio como estabilizante. Pode ter ação

como alvejante e de desinfetante de uso geral.

Produtos biológicos – produtos à base de microrganismos viáveis para o

tratamento de sistemas sépticos, tubulações sanitárias de águas servidas, e para

outros locais, com a finalidade de degradar matéria orgânica e reduzir os odores.

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Tecnologia aplicada nos serviços de Limpeza e Conservação

A busca de melhores produtos de limpeza tem como suas principais bases o

estudo da Ciência dos Fenômenos de Superfície, tanto no desenvolvimento como

na aplicação de tecnologia. William C. Griffin, cientista da UNIQEMA, foi

responsável pelo desenvolvimento do Sistema HLB – Balanço Hidrofílico Lipofílico

– para a escolha de tensoativos em emulsões e formulações para limpeza.

Na área dos hidrótopos, foi criado para a indústria um dos itens de maior utilidade

no desenvolvimento de formulações – o “Sistema de Seleção de Hidrótropos”.

Existe um trabalho contínuo de diversas indústrias químicas na busca de novas

descobertas para as aplicações em limpeza especializada.

Além de tecnologia, essas indústrias também oferecem suporte técnico para

auxiliar a comercialização e distribuição de novos produtos. Possuindo uma

extensa base de dados de formulações iniciais para diversas aplicações. Esta

disponibilidade permite, quando aproveitada, grandes ganhos em eficácia e

produtividade.

A pesquisa científica de aplicação tem formulado produtos para todas as regiões

do mundo, atentando em levar a assistência das equipes responsáveis aos

departamentos técnicos encarregados de regulamentação e segurança, de forma

que os mesmos possam atender todas as exigências mercadológicas, legais e de

segurança em cada mercado específico.

As principais plataformas de efeito pesquisadas e que devem ser características

de produtos de limpeza podem ser listadas abaixo:

- Compatibilidade de componentes

- Inibição de corrosão

- Detergência

- Dispersão

- Emulsificação

- Controle de espuma

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- Hidrotropia

- Suavidade

- Controle de odores

- Enxágüe

- Compatibilidade de bases

- Controle de viscosidade

- Umectação

Não é preciso ser conhecedor da matéria para reconhecer no nome dos produtos

acima listados as específicas ações deles esperados, destituindo os produtos

multi-uso que resultam em improvisações amadoras ou perniciosas ao meio

ambiente.

Vivemos num período de constante aumento de exigência quanto a resultados,

regulamentação ambiental e suprimento. Uma série de fatores se combinam,

afetando os produtos que são feitos e os de uso permitido.

O mercado está deixando de lado os solventes, compostos orgânicos voláteis

(VOC’s) e inflamáveis, e buscando componentes biodegradáveis, pouco tóxicos e

recicláveis. Ao mesmo tempo, o mercado exige desempenho cada vez melhor

para ir ao encontro dos desafios competitivos e de regulamentação.

As pressões econômicas e de atuação responsável exigem aumento da eficiência

das formulações e concentrados. A demanda por aumento de produtividade

justifica a maior importância da limpeza mecânica com sprays de alta pressão,

exigindo a utilização de produtos de baixa ou nenhuma espuma.

O panorama tecnológico dos serviços de limpeza e conservação nos dias atuais

encontra-se bastante desenvolvido e em plena expansão.

Tal desenvolvimento está inteiramente relacionado ao próprio desenvolvimento

urbano e industrial, onde a condição de higiene passou a ser fundamental em

diversas áreas da economia industrial e de serviços.

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Em vários ambientes industriais, a limpeza é condição crítica para o processo,

pois todo o sistema produtivo pode ser totalmente comprometido devido à

contaminação de agentes externos. Podemos citar como exemplo os seguintes

ramos industriais onde a limpeza é condição crítica e diferencial de qualidade:

a) Indústria automotiva:

- A limpeza é extremamente crítica nas áreas de pintura do veículo, onde

qualquer tipo de partícula sólida sobre a pintura compromete totalmente o

acabamento final do produto.

- Outras áreas consideradas críticas são as células robóticas, que podem

ter seu desempenho comprometido devido à presença de partículas em

excesso, danificando circuitos eletrônicos, contaminando os lubrificantes e

acelerando o desgaste mecânico dos componentes.

b) Indústria química e farmacêutica:

- As áreas produtivas, laboratórios e centros de pesquisa devem possuir

obrigatoriamente uma condição de limpeza extremamente controlada para

garantir a qualidade dos seus produtos.

c) Indústria alimentícia:

- A condição de limpeza nestas indústrias é essencial para se manter uma

boa qualidade nos produtos oferecidos ao mercado. Sem tal condição

assegurada, dificilmente uma empresa deste ramo sobreviverá.

d) Indústria de eletro-eletrônicos:

- A fabricação de produtos como cilindros de fotocopiadoras, tubos de

imagem, telas de cristal líquido e similares tem sua qualidade diretamente

relacionada com o grau de limpeza da área onde são produzidos, pois até

mesmo partículas sólidas em suspensão no ar afetam totalmente sua

produção.

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Outras áreas onde a condição de limpeza é essencial para a viabilidade dos

negócios em geral podem ser listadas abaixo. Apesar de não fazerem parte desta

pesquisa especificamente, não poderiam deixar de ser citadas:

a) Hospitais

b) Hotéis

c) Supermercados

d) Shoppings

e) Lojas de departamento

f) Prédios comerciais

Vale ressaltar também que a limpeza pública de ruas, parques e avenidas está

totalmente relacionada à qualidade de vida e saúde da população em geral.

Os processos de limpeza mais comuns em áreas industriais:

a) Varrição de pisos e pistas:

Este é um processo dos mais usados e conhecidos. Consiste,

basicamente, em remover resíduos sólidos dos pisos. Apesar da maioria

das empresas empregar a popular vassoura comum, de nylon ou piaçava,

na realização deste serviço, existem diversas máquinas e equipamentos,

de portes diversos, que o fazem com muito mais rapidez e qualidade que o

processo convencional, onde as partículas varridas não são totalmente

removidas, permanecendo em suspensão e se depositando a seguir.

Enquanto um homem produz em média 600m2/hora de varrição de pisos, o

equipamento mais simples de varrição tem uma produtividade de 1.800

m2/hora. A faixa de variação de produtividade desses equipamentos situa-

se entre 1.800 m2/hora e 24.000 m2/hora, conforme a fabricante americana

TENNANT (www.etl.com.br).

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Abaixo, poderemos verificar as ilustrações de alguns destes equipamentos:

Varredeira 1800 m2/hora Varredeira 2400 m2/hora Varredeira 2600 m2/hora

Manual Motorizada Motorizada

Alguns exemplos de varredeiras de pequeno e médio porte e produtividade:

Varredeira 5500 m2/hora Varredeira 6600 m2/hora Varredeira 10.400 m2/hora

Motorizada Motorizada Motorizada

Alguns exemplos de varredeiras de grande porte e produtividade:

Varredeira 16.000 m2/hora Varredeira 20.000 m2/hora Varredeira 24.000 m2/hora

Motorizada Motorizada Motorizada

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O grande trunfo dessas máquinas e desses equipamentos não está somente na

produtividade e qualidade do serviço, mas também no fato de possuírem um

sistema de aspiração próprio. Este evita a suspensão de partículas que podem

ser danosas aos processos industriais e também à saúde humana.

b) Lavagem de pisos:

O processo de lavagem de pisos é um dos que apresentam os

equipamentos mais versáteis e para diversos tipos de necessidade. A vida

útil dos pisos e sua estética estão diretamente relacionados à freqüência e

à técnica utilizadas.

O grande problema do serviço sempre foi a cobertura de grandes áreas

que, por exigir um trabalho maior do que a varrição seca, normalmente era

pouco ou mal executado, principalmente pela baixa produtividade, se for

realizada manualmente.

As ilustrações seguintes demonstram alguns equipamentos que podem

abranger áreas pequenas, médias e grandes, cabendo ao usuário

dimensionar a máquina correta, de acordo com suas necessidades. Vale

ressaltar que as máquinas têm a capacidade de lavar e secar o piso ao

mesmo tempo. Daí o enorme ganho de produtividade.

Lavadoras Automáticas:

Lavadora 1100 m2/hora Lavadora 1750 m2/hora Lavadora 2700 m2/hora

Manual Semi-tracionária Tração motorizada

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Lavadora 3000 m2/hora Lavadora 3800 m2/hora Lavadora 8400 m2/hora

Dirigível Dirigível Dirigível

Para citar um exemplo prático, algumas destas máquinas podem fazer a lavagem

e secagem da área interna total de um hipermercado de 8.000 m2, em apenas

uma hora de trabalho. Se o mesmo serviço for feito com mão-de-obra e

equipamentos manuais, será necessário uma equipe de 10 agentes de limpeza,

durante um tempo médio de 08 horas de serviço.

c) Limpeza de áreas administrativas:

Os modernos equipamentos utilizados na limpeza de áreas administrativas

facilitam o trabalho, proporcionam redução do esforço físico do usuário e

aumentam a produtividade e a economia.

Exemplos:

- O mop água com o balde espremedor evita que o usuário tenha contato

manual com a água, além de proporcionar economia de produtos

químicos. Desta forma, o agente de limpeza trabalha protegido da

contaminação, por não haver contato com a solução suja, nem com

produtos químicos que podem ser agressivos à sua saúde. No processo

convencional, com pano de chão e rodo, o agente de limpeza é obrigado a

torcer o pano com as mãos, expondo-se à contaminação pela sujeira e

produtos químicos.

- O mop pó evita que se levante e espalhe a poeira, evitando assim a

contaminação de áreas anteriormente limpas e diminuindo o risco de

proliferação de doenças respiratórias por aspiração de partículas em

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suspensão no ar. O mop pó tem a característica de eletrizar-se pelo atrito

com o piso. Isto faz com que a poeira fique aderida às suas fibras.

- O carro funcional permite que o usuário carregue todos os acessórios e

possui recipiente para o saco de lixo. Isto é um enorme ganho de tempo,

pois o agente de limpeza não precisa ficar se deslocando para buscar

materiais empregados no seu serviço. O carro funcional torna disponível

todo o material necessário à execução do serviço no próprio local onde ele

será executado, otimizando o tempo do executante.

- O cabo de 1,5 m evita a má postura física do executante do serviço. Este

tipo de trabalho, por ser manual e exigir esforço físico moderado, pode

causar danos físicos e ergonômicos ao executante. Assim, os produtos são

projetados de forma a atender à ergonomia no máximo possível, evitando

doenças ocupacionais relacionadas à má postura de trabalho.

Uma breve história do mop:

Depois que, em 1875, o operário americano Cassius White criou o primeiro

protótipo de um mop, feito de madeira e com tiras de pano na extremidade

inferior, para facilitar o trabalho doméstico de sua esposa, portadora de

deficiência física, a limpeza de chão nunca mais foi a mesma.

Ele fundou as indústrias White, onde até hoje se fabricam mops, e atualmente, até

presidiários, encarregados da higienização das cadeias nos Estados Unidos,

podem contar com essa ferramenta para realizar seu trabalho, como é possível

comprovar em algumas cenas de filmes americanos.

No Brasil, infelizmente, a popularidade do mop não chega aos pés do estrelato

que ele desfruta nos EUA e em países da Europa, impedindo-nos até mesmo de

ter uma estimativa de quanto se fabrica e se vende no país. Essa constatação do

quanto o mercado ainda é incipiente é uma das razões que levaram a Abralimp a

criar uma Comissão de Estudos sobre Mop.

Esse grupo é o primeiro de uma série de outros que devem surgir na entidade,

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unindo fabricantes e usuários que estejam dispostos a promover mudanças nos

conceitos de higiene e limpeza para, conseqüentemente, alavancar a adoção de

ferramentas profissionais que auxiliem na realização de processos mais rápidos e

eficazes.

Segundo os especialistas do mercado, no caso específico do mop, para que o uso

se popularize em larga escala é preciso que se coloque em prática uma série de

medidas impulsionadoras da adoção dessa tecnologia nos procedimentos

profissionais de limpeza. Uma delas seria sugerir ao Ministério da Saúde, por

exemplo, a elaboração de uma legislação específica, que recomende o uso de

mop nos ambientes hospitalares, visando a redução das infecções por

contaminações cruzadas.

Mas esses mesmos especialistas, empenhados em elaborar estratégias para

divulgação, unanimemente afirmam que, mais do que disseminar o uso, é

fundamental criar uma cultura de mop no país. E essa cultura passa por

esclarecimentos reiterados àqueles que já utilizam essa tecnologia para que, ao

conseguirem o máximo de benefícios com essa ferramenta, consolidem uma

imagem positiva do mop no mercado brasileiro.

Limpeza úmida de pisos com mops – tipo úmido:

Mop água e balde

espremedor 01

Mop água e balde

espremedor 02

Refil mop água - diversos

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Limpeza a seco de pisos com mops – tipo seco:

Mop pó montado Refil mop pó Suportes para mop pó

As fibras do refill mop pó têm a capacidade de atrair a poeira por eletrização.

Essas fibras podem ser sintéticas, 100% algodão, ou mistas.

Carros funcionais:

Carros funcionais diversos

Os carros funcionais permitem diversas configurações, levando uma grande

quantidade de materiais e equipamentos ao local do serviço, o que otimiza o

tempo de execução.

Equipamentos para limpeza de vidros:

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Haste telescópica Dispositivo para espalhar Dispositivo para

remover

a solução limpadora os resíduos da

lavagem

As hastes telescópicas permitem ao agente de limpeza realizar o serviço à

distâncias de até 06 metros de altura.

Equipamentos para recolhimento de resíduos:

Carro Cuba Carro coletor Lixeiras para coleta

seletiva

d) Tratamento de pisos:

Este é um serviço altamente especializado , trazendo excelentes resultados para

os clientes em termos de recuperação física e estética de pisos que, muitas

vezes, já teriam sua vida útil considerada comprometida.

Através de tal processo, é possível recuperar a estética de pisos altamente

desgastados, conferindo-lhes, muitas vezes, aspecto e resistência melhores do

que os pisos novos.

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Trata-se, basicamente, da aplicação, sobre o piso, de camadas seladoras e

camadas de acabamento com ceras especiais, à base de polímeros acrílicos,

epóxi, ou uretanos. Após a cura do produto, que é um sistema sólido/líquido (em

média 20% de sólidos em solução), é formado um filme de polímero transparente

sobre o piso, que além de protegê-lo contra ataques químicos, impactos, abrasão

etc., confere-lhe grande beleza e brilho.

Assim, procura-se conservar o piso, pois qualquer dano atingirá somente o filme

de cera, que pode ser completamente restaurado por técnicas diversas. O

resultado é que a vida útil do piso fica bastante prolongada, evitando o custo de

substituição por desgaste prematuro.

Detalhe da aplicação da cera sobre o piso

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5. TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO

O estreito relacionamento entre a condição de ser especializado em determinado

serviço e o fato de ser capacitado e qualificado, faz sentirmos obrigados a

pesquisar um pouco mais sobre treinamento e capacitação. Um breve estudo de

tais temas nos ajudará a encontrar respostas necessárias para alcançarmos o

objetivo desta pesquisa.

Bastante abrangentes, os temas de treinamento e capacitação ganham cada vez

mais espaço no meio acadêmico, na mídia e no mercado de trabalho com as

crescentes exigências de competitividade. Sabemos que treinamento e

capacitação têm como conseqüência natural a qualificação, o que implica,

normalmente, ganhos de produtividade e de qualidade. Portanto, treinar e

capacitar são etapas intermediárias de um processo extenso. Mas como definir

exatamente cada tema?

Ao procurar o sentido das palavras, como simples vocábulos da língua

portuguesa, podemos encontrar:

• Treinar significa: “tornar apto, destro, capaz, para determinada atividade ou

tarefa; habilitar; adestrar” (FERREIRA, 1994).

• Capacitar significa: “tornar capaz, habilitar, convencer, persuadir”

(FERREIRA, 1994); e ainda,

• Qualificar significa: “indicar as qualidades de classificar; emitir opinião a

respeito de; avaliar; apreciar; considerar qualificado, apto, idôneo”

(FERREIRA, 1994).

Verifica-se que a definição de treinar e capacitar são bastante similares, assim

como “treinamento” é similar à expressão “capacitação”.

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CHIAVENATO (2000) estabelece que, dentro do contexto de uma organização, o

treinamento é o processo educativo por meio do qual as pessoas adquirem

conhecimentos, habilidades e atitudes para o desempenho de seu cargo.

Treinamento é o aperfeiçoamento de habilidades ou competências, ou seja, o

processo aplicável quando um indivíduo, apesar de já capacitado a realizar

determinada atividade, necessita de uma orientação ou acompanhamento, de

forma a que melhor desempenho esta atividade.

Capacitação é o processo de desenvolvimento de novas habilidades e/ou

conhecimentos relacionados à área de atuação ou vivência pessoal de um

indivíduo ou grupo, que serão úteis em suas atividades e em qualquer local de

trabalho, pois trarão novas competências aos beneficiados com este processo.

Assim, treinamento distingue-se de capacitação na medida em que esta se

relaciona com o desenvolvimento de novas habilidades ou competências

específicas, ou, em outras palavras, trata-se do processo aplicável quando um

indivíduo não sabe desempenhar determinada atividade e necessita ser

habilitado.

Já os termos capacitação e qualificação são bastante diferentes, mas este fato

não é levado em consideração pelos autores consultados. A distinção passa

despercebida pela maioria dos trabalhos ou documentos de referência, devendo

ser considerado dessa mesma forma, durante o desenvolver desse trabalho,

evitando, assim, possíveis interpretações errôneas quanto às questões que serão

abordadas.

A própria norma NBR ISO 9000, por exemplo, que traz os conceitos relacionados

aos sistemas de gestão da qualidade, não explora detalhadamente a

diferenciação, trazendo apenas pistas remotas.

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6. METODOLOGIA

Objetivo

O objetivo da Pesquisa é investigar a realidade do Mercado dos Serviços

Terceirizados de Limpeza e Conservação, no que tange ao Nível de

Especialização. Foi realizada através da aplicação de questionários,

encaminhados, por amostra, à população escolhida, alterando-se, porém a

abordagem em virtude de restrições impostas pelos pesquisados e

limitações outras.

População

O público a compor a amostragem foi constituído de Gerentes ou

Supervisores das empresas, Tomadoras de serviço, Supervisores e Agentes

de Limpeza das empresas Prestadoras de serviço.

A seleção da amostra partiu da identificação das empresas Prestadoras, a

fim de abranger o universo daquelas que atuam dentro do limite geográfico

definido, sorteando-se as Tomadoras a ela vinculadas.

Foram quatro as Prestadoras identificadas, entretanto apenas três

colaboraram, respondendo os questionários.

A segmentação das Tomadoras visava as empresas de grande porte em

relação ao faturamento, de acordo com a classificação do BNDES. Foram

sorteadas 13 das empresas Tomadoras. Entretanto, apenas oito se

dispuseram a responder o questionário.

A amostra de Agentes de Limpeza foi constituída pela escolha de 3

empregados em cada contrato com as Tomadoras escolhidas.

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Instrumento de Pesquisa

Foram elaborados três diferentes questionários direcionados aos Tomadores,

Prestadores e Agentes de limpeza.

• Os questionários dos Tomadores buscavam conhecer : As razões da

terceirização, o Objeto e as condições do contrato, afim de constatar

se ocorre a mera contratação de mão de obra ou efetiva terceirização. Os

critérios para escolha dos contratados para permitir conhecer qual será

priorizado na seleção. Os critérios para avaliação dos serviços

recebidos, de forma a poder avaliar como foi alcançado o grau de

satisfação com a sua qualidade.

• Os questionários dos Prestadores investigavam : O diferencial

competitivo da empresa, buscando conhecer a estratégia que norteava a

batalha pela conquista do mercado. Exigências para contratação dos

profissionais, e o Programa de treinamento, nos conduziriam ao patamar

de capacitação que os profissionais da área alcançavam. O investimento em

tecnologia seria indicador da importância atribuída à agregação de

conhecimento para ampliação da eficiência e produtividade.

Dimensionamento de recursos e critérios de aferição da qualidade

nos levariam a medidas aplicadas para alcançar as metas pretendidas.

• Os questionários dos agentes buscavam, basicamente: Conhecer o

tempo de atuação dos profissionais na área e no contrato, confrontar

informações de Tomadores e Prestadores quanto às práticas e a

formação e treinamento dos Agentes.

Ajustes necessários

O questionário Piloto demonstrou que a formatação original do questionário

de Agentes não era suficientemente clara para perfeita compreensão dos

pesquisados, o que levou a novo desenho com o mesmo teor.

Interpretação dos dados.

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A quantificação dos resultados é importante para permitir uma avaliação da

qualidade dos serviços prestados, como também para conhecer a evolução

das demandas dos clientes.

Os resultados quantificados, porém, conduziram a sutis discrepâncias entre

as respostas dos Tomadores e Prestadores (o discurso) e as respostas

dos Agentes (a prática).

Admitindo que nossa pesquisa não mergulhou suficientemente fundo na

questão do acompanhamento e aferição dos serviços para poder afirmar

taxativamente a incipiência dos processos de avaliação, acreditamos

contudo, que o método de perguntas abertas, adotado nos questionários

dos Tomadores permitiria, caso houvesse histórico neste sentido, referir a

procedimentos anteriores que permitissem aferir melhoria de produtividade e

incremento de tecnologia ao longo da prestação dos serviços.

Buscamos, então, avaliar os dados dentro da sua ambiência e na moldura

da cultura existente, ainda que permanecessem as dúvidas suscitadas

quanto à realidade das versões apresentadas, e quanto à propriedade do

método aplicado.

As respostas apontaram algumas carências nesse aspecto e nos

conduziram a algumas digressões com base no que foi respondido, no que

foi percebido e nas pesquisas dos recursos que a ciência e a tecnologia já

criaram e o mercado disponibilizou para eficiência neste setor.

Optamos assim pela alternativa de comparar os procedimentos revelados

com as práticas mais modernas, tornando-as referências para nossas

assertivas, e buscar as razões que justificassem as manifestações

expressas pelos questionados.

Este documento não deverá, portanto, ser considerado como a expressão

final e fiel do segmento, mas como um primeiro panorama do nível de

especialização desta área sobejamente terceirizada no universo geográfico e

temporal que escolhemos.

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7. ANÁLISE DOS RESULTADOS DE PESQUISA

Iniciaremos, a partir deste ponto, a análise dos resultados obtidos na pesquisa,

com a aplicação dos questionários aos tomadores dos serviços, aos prestadores

e aos agentes de limpeza. As respostas dos tomadores estão traduzidas do

gráfico 01a ao Gráfico 13a. Descreveremos agora o que observamos.

GRÁFICO 01aPor que esta empresa terceirizou o serviço de limpeza e

conservação?

72%

14%

14%Por não ter Know how

Para concentrar esforçosno core businessReduzir custos e ganharagilidade

As perguntas que se referem a identificação dos motivos que levaram à

terceirização (gráfico 01a) estão respondidas conforme preconizado na teoria,

ou seja: 14% por não ter know how, 14% para reduzir custos e ganhar

agilidade e 72% das empresas justificaram pela concentração de esforços no

core business, contratando especialistas para os serviços acessórios,

complementares ou de logística do negócio principal (13% + 37% + 37% =

87%). (gráfico 02a)

GRÁFICO 02aQual o objeto do contrato?

13%

37%37%

13%

Não explicada

Execução do serviço delimpeza e conservaçãona área adm.

higienização dasinstalações industriais eadministrativas

Serviço de limpeza econservação da unidadeindustrial

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Constata-se, entretanto que Localização (87,50% ) e Preço (75%) são itens

determinantes na escolha do contratado, enquanto Reconhecida

Especialização é exigência de apenas 62,50% dos argüidos fragilizando

aqui a importância da especialização (Gráfico 03a).

Gráfico 03aQuais os critérios utilizados para a contratação?

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

Localização Preço Reconhecidaespecialização

Experiência Assistência Tecnologia

Estes contratos obedecem 100% das características de terceirização por

fornecer todos os elementos que compõem o serviço : material, mão de

obra e instrumentos e equipamentos (Gráfico 04a).

Gráfico 04aO que é fornecido pela empresa prestadora?

0,0%20,0%40,0%60,0%80,0%

100,0%

Mão

-de

–obr

a

Equ

ipam

ento

s

Mat

eria

l

Fer

ram

enta

l

EP

I

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Constata-se ainda (Gráfico 05a) que 75% dos contratos apresentam Planos

de Trabalho mas apenas 62% destes têm seus processos descritos com a

clareza necessária ao acompanhamento (Gráfico 07a), conforme opinião do

Tomador. Deduzimos daí que apenas 50% do total de Tomadores

questionados teriam elementos para uma avaliação criteriosa dos serviços

recebidos.

GRÁFICO 05aA empresa prestadora dos serviços apresentou um Plano de

Trabalho?

75%

25%

Sim

Não

Gráfico 07aOs processos, são descritos com clareza?

62%

38%

Sim

Não

As informações contidas nos Planos de Trabalho (Gráfico 06a) privilegiam

dados como Cronograma de Trabalho (50% ), Freqüência de

Procedimentos (37,50%) enquanto Check List de Serviços, Materiais

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Empregados e Instrução para Execução são referidos por apenas 25%

dos questionados.

Percebe-se então, que são relevadas as informações de interesse da área comercial, que pela

possibilidade de quantificação ( relação de serviços a serem executados,

número de vezes e datas para execuções, materiais a serem usados ),

permitem razoável acompanhamento. As Informações Técnicas, Planos de

Contingência, Treinamento, Segurança e Saúde aparecem em apenas 12,50% dos

Planos de Trabalho.

Gráfico 06aQue informações são apresentadas neste Plano de Trabalho?

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Cro

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Info

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egur

ança

e sa

úde

O acompanhamento dos serviços prestados (Gráfico 08a), empata em dois critérios extremos :

37,50% é realizado conforme avaliação do Gestor do contrato e 37,50% é aferido

pelos elogios e reclamações dos usuários, o que reforça a coerência das

respostas dadas sobre a qualidade dos serviços prestados atender às

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necessidades dos Tomadores (Gráfico 11a). Concluindo-se, portanto, que a

avaliação dos serviços resulta, sobretudo da percepção do usuário.

Gráfico 08aDe que forma é realizado o acompanhamento dos serviços?

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

Ava

liaçã

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itério

s do

tom

ador

GRÁFICO 11aA qualidade dos serviços atende às necessidades?

0%

56%

44%

Atende totalmente

Atende em algunsaspectos

Não

Quanto aos ganhos na produtividade (Gráfico 12a) e diferenças entre as práticas dos

Tomadores e Prestadores (Gráfico 13a) na execução dos Serviços de Limpeza e

Conservação, apesar da formulação da questão permitir dúvida, as respostas

destas duas questões não têm coerência, já que aqueles que referem a maior

eficiência, menor custo e flexibilidade de administração, também declararam

pouco ou nenhum ganho na produtividade. Vale ressaltar que este dado, por não

ter medida anterior como referência, também está baseado na percepção ou suposição

do questionado.

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GRÁFICO 12aEm que o serviço do prestador difere daquele realizado, antes,

diretamente pela empresa?

13%

13%

13%12%

49%

A tomadora nunca fez esteserviçoAumentou a produtividade

Maior eficiência, menor custoe flexibilidade admDesconhece referênciasanterioresNão há diferença

GRÁFICO 13aA terceirização trouxe ganhos de produtividade?

25%

25% 37%

13%

Muito

Pouco

Nenhum

Reduziu aprodutividade

Com relação às respostas apresentadas pelos prestadores dos serviços de

limpeza e conservação, observamos que os prestadores envolvidos afirmam, em

sua maioria (80,0%), que o maior diferencial da sua empresa em relação aos

concorrentes (Gráfico 01b) se concentra na qualidade do serviço prestado.

O emprego da tecnologia figura em segundo lugar (60,0%) nas respostas dos

entrevistados, sendo que atendimento e pessoal especializado figuram ambos em

terceiro lugar nas respostas (40,0% cada). Preço e outros fatores aparecem em

quarto lugar (20,0% cada).

Com estas respostas, vê-se que as empresas estão buscando diferenciar-se pela

qualidade e tecnologia do serviço prestado. Em áreas industriais, baixa qualidade

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e desempenho certamente expõem o prestador à perda de mercado, admitimos,

entretanto, que o uso da tecnologia tende a tornar realmente o serviço mais caro.

Ganhar competitividade pelo emprego de equipamentos caros pode ter seu

retorno na alta produtividade proporcionada pelos mesmos, desde que otimizada

sua produção, diminuindo assim o emprego de mão-de-obra, que constitui a

parcela mais alta do custo dos serviços.

GRÁFICO 01bQual o diferencial competitivo da sua empresa, em relação aos seus

concorrentes?

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

Qualidade doserviço

Tecnologia Pessoalespecializado

Atendimento Preço Outro

Na visão dos prestadores, o serviço de limpeza terceirizado permitirá ao tomador

uma redução de custos considerável, além de ter um serviço de maior qualidade

do que o realizado sob administração própria. Ambas as respostas figuram em

primeiro lugar, com 80%, cada uma (Gráfico 02b).

Além disto, a terceirização permitirá ao tomador concentrar-se em outras

atividades e o ganho de produtividade será também muito expressivo, estando

ambas em segundo lugar como prioridade (60% cada).

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE … · ... A empresa prestadora dos serviços aoresentou um Plano de Trabalho ... terceirizados de limpeza e ... se torna uma extensão da

GRÁFICO 02bQual a vantagem oferecida ao Tomador em relação ao

serviço realizado pela própria empresa?

0,0%20,0%40,0%60,0%80,0%

100,0%

Redução decustos

Maior qualidadedo serviçoprestado

Ganho deprodutividade

Permitir aotomador

concentrar-seem outrasatividades

Outro

Os prestadores adotam como o principal requisito para a seleção do agente

limpeza (Gráfico 03b) que o candidato tenha ao mínimo o primeiro grau completo

(60%).

Outros critérios de seleção figuram com o segundo lugar nas respostas (40%),

porém elas não incluem nenhuma exigência do ensino médio completo ou graus

maiores de escolaridade. As respostas obtidas no critério “outros”, referem-se ao

fato do candidato dominar a escrita e a leitura, mesmo que de forma rudimentar, e

também o fato do mesmo já ter tido alguma experiência anterior com a área de

limpeza. O candidato com curso primário figura em terceiro lugar como critério de

seleção (20%).

Este resultado contraria os gráficos 01b e 02b, onde as empresas afirmam buscar

diferenciais em qualidade e tecnologia, oferecendo assim aos clientes serviços

melhores e ganhos de produtividade, pois o serviço de limpeza em áreas

industriais exige uma qualificação do agente de limpeza que, certamente, um

candidato de escolaridade de nível fundamental ou inferior não possuirá para

executar os seus serviços de forma satisfatória.

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O manuseio de produtos químicos e seu emprego em diversas situações exige

conhecimentos de química que um executante com a escolaridade de nível

fundamental ainda não possui.

Isto também está relacionado ao manuseio de equipamentos, na sua maioria

eletromecânicos, que exigem do executante noções de eletricidade, medição de

pressão, vazão e temperatura. Estes conhecimentos são fundamentais não só

para a boa execução dos serviços, mas também para garantir a segurança do

executante e dos indivíduos ao seu redor.

Vale ressaltar que, além de qualidade e segurança, deve ser levada em

consideração, também, a questão ambiental, visto que os produtos empregados

podem ser nocivos ao meio ambiente e à saúde individual e coletiva.

GRÁFICO 03bQuais as exigências para o cargo de Agente de Limpeza?

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

1º graucompleto

Outras Cursoprimário

Nenhuma 2º graucompleto

Superior

A seleção do cabo de turma (primeiro cargo de liderança acima do agente de

limpeza) tem como principal fator de seleção (Gráfico 04b) o ensino médio

completo (60%), seguido do ensino fundamental completo (40%).

“Outros critérios de seleção” representam também 40%, dentre estes o fato de já

haver tido experiência anterior no ramo independentemente da escolaridade.

Este resultado se apresenta mais coerente, mas ainda persiste o fato da seleção

de um cargo de liderança com baixa escolaridade, o que certamente irá

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comprometer os resultados a que os prestadores se propõem a proporcionar aos

seus clientes.

GRÁFICO 04bQuais as exigências para o cargo de Cabo de Turma?

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

2º graucompleto

1º graucompleto

Outras Nenhuma Curso primário Superior

Os resultados são praticamente idênticos aos da seleção do cabo de turma,

sendo o ensino médio o preponderante e o ensino fundamental na segunda

posição. Nenhum dos entrevistados indicou o nível superior como critério de

exigência para o cargo de supervisor. Outros fatores figuram na terceira

colocação dos resultados, dentre estes o fato de já haver tido experiência anterior

no ramo, independentemente da escolaridade.

Apesar desses resultados (gráficos 03b, 04b e 05b) mostrarem uma tendência de

exigir maior escolaridade à medida que se sobe na escala hierárquica comum ao

ramo, nota-se que a base da pirâmide responsável pela execução não apresenta

a qualificação necessária para cumprir as exigências do serviço de limpeza em

áreas industriais.

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GRÁFICO 05bQuais as exigências para o cargo de Supervisor?

0,0%20,0%

40,0%60,0%

80,0%100,0%

2º graucompleto

Outras 1º graucompleto

Superior Nenhuma Cursoprimário

80% dos prestadores afirmam que oferecem treinamento inicial aos seus

empregados quando contratados, como demonstra o Gráfico 06b, mas não foi

verificada nesta pesquisa a eficácia destes treinamentos.

GRÁFICO 06bÉ oferecido treinamento inicial aos empregados?

80%

20%

Sim

Não

A maioria dos prestadores afirma realizar treinamentos (Gráfico 07b)

semestralmente com seus funcionários (40%). Treinamentos trimestrais ou

superiores a um ano figuram ambas com 20% das respostas.

Outras periodicidades são apontadas em 20% das respostas, porém nenhuma

empresa prestadora realiza treinamentos mensais.

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GRÁFICO 07bQual a periodicidade dos treinamentos ?

40%

20%

0%

20%

20%

Semestral

Trimestral

Superior a 01 ano

Outro

Mensal

80% dos prestadores afirmam existir programas de reciclagem dos funcionários

(Gráfico 08b). Outros 20% afirmam não existir nenhum programa de reciclagem

para os funcionários.

Comparando com as respostas do gráfico 07b que apontam 20% das respostas

para periodicidades de treinamento que não são mensais, trimestrais, semestrais

ou superiores a 01 ano, vê-se que, provavelmente, não existe nenhum tipo de

treinamento para 20% dos prestadores, o que representa um índice alto e

comprometedor.

GRÁFICO 08bExistem programas de treinamento de reciclagem de

funcionários?

80%

20%

Sim

Não

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As áreas de treinamento focadas pelos prestadores (Gráfico 09b) consideram

como prioridade o manuseio de produtos, relações interpessoais e operação de

máquinas e equipamentos (todas na mesma proporção, 80%). Em segundo lugar,

com 60%, aparece a área de qualidade. Outros treinamentos não especificados

aparecem em terceiro lugar, com 20%.

Porém, o item “novas tecnologias” não foi citado por nenhum prestador, bem

como as áreas de segurança e meio ambiente, que são fundamentais para

complementar a formação de um agente de limpeza que trabalhe em áreas

industriais.

GRÁFICO 09bQuais as áreas de treinamento focadas ?

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

Man

usei

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prod

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s

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e

Out

ro

Nov

aste

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ogia

s

Com relação ao dimensionamento dos recursos, observamos (Gráfico 10b):

• Os critérios de seleção de materiais, em sua maioria, consideram como

mais importante a eficácia do produto e, também, a segurança e o meio-

ambiente.

O critério do custo aparece em terceiro lugar, seguido do rendimento.

Porém estes estão interligados, sugerindo, assim, que o fator

preponderante na escolha dos produtos está realmente relacionado ao

custo em si. O critério facilidade de aplicação aparece na quinta posição.

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• Os critérios de seleção de equipamentos consideram como mais

importante a sua vida útil. O custo da máquina aparece na segunda

posição. Na terceira posição, figuram a eficiência do equipamento, bem

como a facilidade de operação. A simplicidade de manutenção aparece na

quarta posição.

• Os critérios de seleção de pessoal consideram como prioridade a

escolaridade e a boa apresentação pessoal, seguidas de experiência

anterior na função.

Na terceira posição, aparecem os critérios de custo. Um ponto

interessante é que os critérios podem mudar de acordo com a quantidade

da mão-de-obra solicitada.

Isto denota que os critérios de seleção podem sofrer uma variação para

baixo quando a demanda de mão-de-obra for muito grande.

Gráfico 10bQual o critério utilizado no dimensionamento de recursos humanos,

materiais e equipamentos?

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

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Out

ros

MATERIAL EQUIPAMENTOS PESSOAL

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE … · ... A empresa prestadora dos serviços aoresentou um Plano de Trabalho ... terceirizados de limpeza e ... se torna uma extensão da

80% dos prestadores afirmam ter políticas de qualidade, segurança e meio

ambiente definidas, sendo que um expressivo número de 20% ainda não possui

essas políticas implementadas (Gráfico 11b).

Nos critérios para avaliação dos serviços (Gráfico 12b), a inspeção visual lidera

com larga vantagem sobre os outros critérios, o que sugere um baixo

acompanhamento dos serviços por parte dos prestadores.

A utilização de check-lists aparece na segunda posição, porém muito longe da

primeira. Os itens rendimento, comparativo com outras áreas, formulários de

acompanhamento em geral e avaliação da satisfação do cliente aparecem na

terceira posição, com resultados pouco expressivos.

De qualidade

80%

20%

Sim Não

De segurança

80%

20%

Sim Não

De meio ambiente

80%

20%

Sim Não

Gráfico 11b Existem políticas de qualidade, segurança e meio-ambiente definidas?

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE … · ... A empresa prestadora dos serviços aoresentou um Plano de Trabalho ... terceirizados de limpeza e ... se torna uma extensão da

GRÁFICO 12bQuais os critérios para avaliação dos serviços realizados ?

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

Visual Ckeck list Rendimento comparativocom outras

áreas

satisfação docliente

Formulário

Em relação a novos investimentos em tecnologia, a maioria dos prestadores

afirma realizar um investimento moderado (80%), sendo seguido por baixos

investimentos com 20% das respostas (Gráfico 13b).

Nenhum prestador afirmou investir alto na tecnologia dos serviços, o que contraria

as afirmações do gráfico 01b, onde a tecnologia figura como destaque na

prestação dos serviços segundo as respostas dos mesmos.

Na nossa avaliação, o setor encontra-se defasado em relação à tecnologia

disponível, que, apesar de constituir um investimento alto, traz retorno pelo

incremento de produtividade. O custo inicial é recuperado com o menor emprego

da mão-de-obra, que representa hoje o item mais alto de uma composição de

preços do setor de limpeza e conservação.

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GRÁFICO 13bCom relação aos investimentos em novas tecnologias e

produtos, qual a sua avaliação?

80%

20%

Investimento moderadoBaixo investimentoAlto investimentoNenhum investimento

A periodicidade da manutenção dos equipamentos (Gráfico 14b) teve, como

maioria absoluta das respostas, o critério de realizá-la a mesma quando houver

necessidade, ou seja, quando quebrar e ficar inoperante.

Isto é uma grande evidência de que o setor só trabalha de forma corretiva e não

preventiva. Tal resposta se reflete diretamente no baixo investimento em

tecnologia, visto que máquinas sofisticadas requerem uma atenção maior e um

operador melhor qualificado.

Isto sugere o fato de que as empresas, muitas vezes, deixam de investir num

equipamento por não ter pessoal qualificado para operá-lo corretamente, já que

isso poderá reduzir a vida útil do equipamento, minimizando o retorno do

investimento realizado. Se o operador não consegue, também, ser um

mantenedor do equipamento, poderá causar grandes transtornos aos

prestadores, visto que provocará redução da produtividade.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE … · ... A empresa prestadora dos serviços aoresentou um Plano de Trabalho ... terceirizados de limpeza e ... se torna uma extensão da

Desta forma, emprega-se muita mão-de-obra e serviços manuais.

GRÁFICO 14Os equipamentos recebem manutenção com qual periodicidade?

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

De acordo com anecessidade / quando

solicitada

mensalmente Bimestral Semanal

Em relação às respostas obtidas nos questionários dos Agentes de Limpeza,

podemos observar que:

Quanto ao tempo que o agente de limpeza trabalha na empresa de limpeza,

constata-se que apenas 12% dos agentes trabalham há mais de 3 anos na

mesma empresa. Vale ressaltar o índice expressivo de 48% que trabalham entre

6 meses e 1 ano. Já 16% trabalham há menos de 6 meses, enquanto 24%

trabalham entre 1 e 3 anos.

GRÁFICO 01cHá quanto tempo trabalha na empresa de limpeza?

16%

12%48%

24%

Há menos de seis mesesEntre seis meses e um anoEntre um e três anosHá mais de três anos

Em relação ao tempo em que o agente trabalha na empresa contratante,

destaca-se o índice de 48% de agentes que trabalham entre 6 meses e 1 ano,

percentual idêntico aquele revelado na pergunta 1, o que sinaliza uma política de

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contratação de mão-de-obra vinculada à demanda. Observa-se que 16%

trabalham há menos de 6 meses, 8% trabalham há mais de 3 anos, enquanto

que 28% trabalham entre 1 e 3 anos, percentuais iguais ou próximos ao

constatado, quando comparado com o tempo de serviço na empresa de limpeza.

GRÁFICO 02cHá quanto tempo trabalha neste contrato?

16%8%

28%

48%Há menos de seis mesesEntre seis meses e um anoEntre um e três anosHá mais de três anos

Quanto ao tipo de treinamento inicial aplicado pela empresa de limpeza, 52% dos agentes receberam treinamento sobre manuseio de máquinas e equipamentos, 36% sobre manuseio de produtos, 28% sobre segurança do trabalho e 28% sobre meio ambiente. Verificamos, ainda, que 36% dos agentes não receberam nenhum tipo de treinamento, fato que compromete o nível de especialização das empresas de serviços de limpeza. Observa-se, também, que não foi ministrado treinamento sobre qualidade.

GRÁFICO 03cQue tipo de treinamento inicial você recebeu da empresa de

limpeza quando foi admitido?

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

Manuseio demáquinas e

equipamentos

Não recebitreinamento

Meio ambiente Outros

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Sem considerar o treinamento inicial, constatamos que 43,8% dos agentes receberam treinamento e/ou reciclagem nos últimos 12 meses sobre meio ambiente, 37,5% sobre segurança do trabalho, 37,5% sobre manuseio de máquinas e equipamentos, 12,5% sobre manuseio de produtos e 12,5% receberam outros tipos de treinamento. Como constatado na questão anterior, verifica-se que as empresas de limpeza não aplicaram treinamento sobre qualidade, podendo refletir no nível do serviço prestado. Verificamos também que 31,3% não receberam treinamento algum durante os últimos doze meses.

GRÁFICO 04cParticipou de algum programa de treinamento e/ou reciclagem

nos últimos doze meses além do treinamento inicial?

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

Mei

o am

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Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE … · ... A empresa prestadora dos serviços aoresentou um Plano de Trabalho ... terceirizados de limpeza e ... se torna uma extensão da

Quanto aos equipamentos utilizados na rotina diária, foram mencionados 14 tipos,

com destaque para o Mop água, Mop pó e Balde espremedor, usados por 96,0%

dos agentes de limpeza. Observa-se que equipamentos de alta produtividade e

tecnologia, como lavadoras automáticas, varreideiras motorizadas e enceradeiras

industriais obtiveram baixo índice de utilização, enquanto que o restante dos

equipamentos aplicados em trabalhos manuais apresentam alto incidência, o que

comprova o baixo índice de utilização de máquinas de alta produtividade no

serviço de limpeza.

GRÁFICO 05cQue equipamentos usa na rotina diária ?

0,0%10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%60,0%70,0%80,0%90,0%

100,0%

Mop

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Mop

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Em relação aos produtos de limpeza utilizados no serviço diário, foram citados 10 deles, sendo os mais usados o desengraxante, por 96,0% dos agentes de limpeza, o desinfetante, por 84,0%, sabonete líquido por 64,0% e o desincrustante, por 60,0% dos agentes de limpeza. Os produtos comuns como desengraxante, desinfetante e sabonete líquido têm um nível de utilização muito maior que produtos de alta tecnologia e qualidade, como sabonete refil, cera acrílica, aromatizante e limpa vidros. Nota-se, ainda, a utilização de produtos não recomendáveis ao serviço de limpeza em geral, a exemplo de álcool e pasta cristal, que são agressivos à saúde e ao patrimônio físico da empresa.

GRÁFICO 06cQuais os produtos de limpeza utilizados no serviço diário?

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

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90,0%

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Nesta questão, verifica-se que 64,0% dos agentes receberam orientação quanto à utilização de novos produtos e equipamentos de limpeza. Entretanto o percentual de 36,0% de agentes que não receberam nenhum tipo de orientação é bastante significativo, comprometendo, provavelmente, a qualidade do serviço realizado. Considerando que 28% dos agentes não receberam treinamento inicial, conforme resposta à pergunta 3, podemos concluir que os percentuais acima apurados são coerentes.

GRÁFICO 07cÉ dada orientação como utilizar novos produtos e

equipamentos de limpeza?

64%

36%

Sim

Não

De acordo com as respostas obtidas, notamos que há orientação por parte das

empresas de limpeza quanto à importância dos agentes utilizarem os

equipamentos de segurança. Isso fica comprovado com o uso de botas e luvas

por 100,0% dos agentes, de protetor auricular e óculos por 96,0% e do capacete e

máscara de proteção por 92,0% dos agentes de limpeza.

GRÁFICO 08cQuais os equipamentos de segurança que você utiliza no seu

trabalho?

0,0%20,0%40,0%60,0%80,0%

100,0%

Botas Luvas Protetorauricular

Óculos Capacete Máscara deproteção

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7.1 A PERCEPÇÃO DA QUALIDADE

O conteúdo deste trabalho deriva de uma única pesquisa realizada com

Tomadores Prestadores e Agentes dos Serviços de Limpeza e

Conservação, realizado em curto período de tempo, limitado pelas fronteiras

estabelecidas pelos Tomadores e pelo interesse pessoal dos Prestadores, o

que poderá ter contaminado as respostas dos Agentes.

Os questionários aplicados buscavam conhecer as características da

contratação, itens de importância para escolha da empresa contratada,

qualificação dos profissionais alocados, relevância de procedimentos técnicos

e administrativos e critérios adotados para avaliação de desempenho.

O exame das respostas sobre o escopo das contratações nos levaram a

admitir uma perfeita aplicação das condições que caracterizam um contrato

de Terceirização. Há transferência da realização dos serviços a um terceiro,

especializado, cabendo-lhe o fornecimento de mão de obra, materiais para

o consumo, instrumentos, equipamentos de produção e proteção individual,

além da responsabilidade pela capacitação, treinamento e reciclagem dos

profissionais envolvidos.

A constatação de discrepâncias como Localização e Preço serem mais

valorizadas que Especialização nos leva a supor baixo grau de importância

atribuída a este serviço

Os Planos de Trabalho, que só são referidos quando textualmente citados

nos questionários, não parecem ser usualmente utilizados na avaliação dos

Tomadores, como na checagem dos Prestadores, que adotam o método

visual de verificação.

Somando-se a isto a insuficiência de elementos balizadores para efetivo

acompanhamento dos processos e limitada avaliação das condições de

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execução dos serviços, somos levados a questionar a Satisfação

declarada.

Compreende-se, então, que, em virtude dos critérios adotados para

avaliação dos serviços prestados,, ou da falta destes, a Qualidade

declarada subordina-se inicialmente à Percepção, ao cumprimento da

quantidade de procedimentos contratados e ao atendimento às exigências

comerciais e legais.

Assim, a Qualidade dos serviços tomados nos contratos Terceirizados de

Limpeza e Conservação é flagrantemente de ordem subjetiva. Não está

embasada, nem no conhecimento específico do Supervisor do contrato,

responsável pela avaliação, nem em Planos de Trabalho elaborados para

as necessidades específicas de cada Tomador. Esses Planos, quando

existem, carecem, senão de esclarecimento das questões de ordem

administrativa (relação de serviços, freqüência de execução, contingente

alocado e estabelecimento de áreas de responsabilidade ), pelo menos,

daquelas de ordem técnica ( procedimentos para execução, produtos

adequados, ferramental compatível e equipamentos tecnicamente

adequados),

Observa-se, ainda, que a avaliação dos meios de execução de cada

procedimento é realizada conforme as experiências passadas do avaliador

com aquele tipo de serviço e suas próprias necessidades pessoais,

inexistindo a adoção de indicadores que permitam medir os resultados

obtidos, comparando-os a valores referenciais estabelecidos.

A mensuração do Nível de Especialização, foco desta Monografia, passa,

necessariamente pela Percepção da Qualidade dos serviços prestados, que

resulta do grau de satisfação declarado pelos Tomadores.

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No universo de nossa pesquisa, os serviços de Limpeza e Conservação

são percebidos satisfatórios com base apenas em suas características

tangíveis. A aparente higiene, a arrumação e o conforto são os fatores

levados em conta pelo usuário comum. O desempenho, o cumprimento de

exigências trabalhistas, o custo e a especialização ( em sendo Objeto Social

da empresa) são os fatores que pesam para aqueles que gerenciam os

contratos.

Os fatores intangíveis, como a efetiva higienização, a aplicação de

conhecimento científico e de tecnologias mais produtivas e eficazes para

racionalização dos processos, assim como a responsabilidade social pesam

pouco nesta avaliação.

Inexiste qualquer indicação objetiva, nas respostas dos Tomadores, de

evoluções nas práticas e desempenho constatados a partir da contratação

de empresa especializada, nem se expressou qualquer demanda, mesmo

que potencial, de oportunidades de aperfeiçoamento.

Concluímos, então, que o nível de satisfação dos usuários está

condicionado a quatro precedentes:

• A importância atribuída ao tipo de serviço,

• O desempenho percebido em relação ao tempo de execução,

• O nível de qualidade percebido em relação ao preço,

• Expectativa do usuário, baseada nas suas experiências pessoais de consumo

destes serviços, limitando, assim, a sua capacidade e interesse de

orientar planos de melhoria de serviço. Enquanto isto não acontece, o

desconhecimento leva a considerar bom, o que é apenas aceitável.

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7.2 A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA NA ESPECIALIZAÇÃO

Os resultados obtidos nesta pesquisa, no que refere à tecnologia dos produtos e

serviços aplicados, estão caracterizados pela prestação de serviços de limpeza

de forma excessivamente manual, sendo sua produtividade bastante reduzida em

relação àquela propiciada pela tecnologia disponível para este setor.

A maioria dos equipamentos utilizados cobre apenas pequenas áreas, sendo

necessária a operação manual de um agente de limpeza para executar o serviço.

Considerando que as áreas industriais são normalmente grandes, verifica-se

então a necessidade de uma grande quantidade de mão-de-obra para cobri-las.

Ao empregar grande quantidade de mão-de-obra, temos um grande acréscimo

nos custos do serviço, visto ser a mão-de-obra, sem dúvida, o maior custo do

pacote de serviços, composto por pessoal, materiais de consumo e

equipamentos.

Alguns prestadores afirmam que as máquinas e equipamentos de limpeza

possuem elevado custo de aquisição, sendo sua manutenção cara, levando-os

então a perder competitividade nos seus preços. Porém, essas afirmações

indicam a excessiva concentração do setor na tentativa de auferir seus lucros

sobre o custo da mão-de-obra, fomentando-lhe maior volume e, como a taxa de

lucro é normalmente aplicada sobre o custo do serviço, obtém-se maior

lucratividade, prescindindo de investimentos que onerem o custo.

Entretanto, o custo de manutenção se torna alto pelo fato do operador do

equipamento não ser qualificado para tal, danificando-o e abreviando sua vida

útil. Deve-se considerar também que, quando consultados sobre a existência de

manutenção, a maioria dos resultados aponta para a manutenção corretiva.

Podemos inferir, então, que o setor abstém-se de oferecer o melhor da tecnologia

disponível, enquanto o tomador, na falsa impressão de estar pagando menos,

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aceita que o serviço seja feito de forma excessivamente manual e com baixa

produtividade.

Deve-se levar em consideração, também, que este é um serviço que requer

bastante esforço físico, e também onde o agente de limpeza expõe-se às

condições ambientais agressivas, podendo leva-lo à fadiga, stress e lesões

devido à má postura e problemas outros resultantes da exposição e

manipulação de agentes químicos.

Sendo assim, a utilização de máquinas e equipamentos não visa somente um

aumento de produtividade, mas, também, uma forma de melhorar a condição do

agente de limpeza executante do serviço, preservando sua saúde e condição

física.

Quanto aos produtos utilizados nos serviços de limpeza, verifica-se que a maioria

consiste nos mais simples e, portanto, mais baratos. Produtos que possuem alta

eficácia na conservação do patrimônio, como as ceras acrílicas, têm baixo índice

de utilização.

Vale ressaltar que esta pesquisa não teve a finalidade de conferir a qualidade e

eficácia dos produtos utilizados, e sim quais produtos estavam sendo utilizados a

fim de verificar se atendiam a critérios básicos inerentes ao serviço, e o grau de

tecnologia que possuíam.

Produtos que visam uma maior proteção dos usuários, como o sabonete em refil,

que sendo de boa qualidade remove a sujeira sem atacar a pele, pois possuem

diversos emolientes na sua composição, também são pouco utilizados.

Tal produto, em comparação com o sabonete líquido comum, apresenta diversas

vantagens. Tem um enorme ganho de produtividade, perdendo-se menos tempo

na sua reposição, desperdício zero, pois o refil é hermeticamente fechado, e

também é um produto para “pronto uso”, dispensando o serviço de diluição, que

exige tanques, vasilhames e mão-de-obra na preparação.

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Logicamente o custo é maior, mas o ganho de produtividade e tempo que

proporciona, sem falar na sua qualidade superior, compensam, com vantagens, o

seu uso. Mesmo assim, como vimos, o seu índice de utilização é muito baixo.

Desta forma, ao aplicar produtos de uso comum e equipamentos manuais, os

prestadores não estão oferecendo toda a tecnologia disponível aos tomadores do

serviço, sendo que estes, por não conhecer tudo o que o ramo pode proporcionar,

muitas vezes aceitam um serviço onde a expectativa de qualidade é atendida,

ainda que esta seja baixa ou apenas mediana.

Verifica-se portanto, que o nível de especialização das empresas prestadoras de

serviços de limpeza e conservação, sob a óptica da tecnologia empregada,

apresenta-se baixo a mediano, contrariando as respostas das mesmas quando

afirmam ter tecnologia em serviços como um diferencial.

7.3 TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO NAS EMPRESAS DE LIMPEZA E

CONSERVAÇÃO

Trataremos com destaque, neste capítulo, o tema treinamento e capacitação, pois

conhecendo, por exemplo, o que GIRARDI (1998) concluiu sobre o que é a

terceirização, entendemos que aqui encontramos tópicos fundamentais nesta

discussão. Ele afirma que terceirização “é um modelo administrativo que tem

como objetivo a concentração de esforços na razão de ser da empresa (atividade-

fim), podendo transferir para terceiros, especialistas e idôneos, tudo aquilo que

não fizer parte do negócio principal da empresa”. Entendemos, desde já, que

especialização efetiva só é alcançada através da capacitação e qualificação da

mão-de-obra.

Percebemos, com a análise dos resultados, que um número bastante significativo,

36% dos agentes de limpeza, denunciaram não ter recebido nenhum tipo de

treinamento inicial. Um pouco adiante, verificamos outro dado que vem a reforçar

tal aspecto. 31,3% não receberam, após iniciadas as suas atividades na empresa,

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qualquer tipo de treinamento, o que poderia amenizar os efeitos da ausência do

treinamento inicial. Isto representa um grande número de agentes de limpeza sem

treinamento adequado e, dessa forma, a falta de atenção devida ao treinamento e à

capacitação dos profissionais da área, pelas empresas prestadoras desses

serviços.

Considerando ainda que 88% dos agentes de limpeza trabalham há menos de

três anos na área, ou pelo menos na empresa terceirizada, ou seja, a imensa

maioria não tinha, até o momento da contratação, grande experiência na

profissão. A ausência de treinamento inicial não pode ser justificada pelo nível de

experiência que os agentes de limpeza possuem.

Ainda hoje, na maioria das empresas brasileiras, o trabalhador é encarado como

um custo e não como um recurso essencial à produção. Com isso, pouca atenção

é dispensada ao treinamento e à formação dos trabalhadores (SILVA NETO;

FARIAS FILHO, 1999 et al., 1999).

Para SHANK (2000) o grande problema é que muitos executivos e empresários

não compreendem corretamente o conceito de custo, tentando eliminá-lo de

qualquer maneira. Ele afirma que existe um custo “bom”, estratégico, “em que

gasta-se dinheiro para aumentar a receita”. Dentre os custos classificados como

“bons” ele aponta o treinamento dos Recursos Humanos, que normalmente é

avaliado apenas como despesa e não como investimento.

Na posição de empresa especializada em determinado serviço, pelo menos é o

que se espera de uma empresa que presta serviços terceirizados (GIRARDI,

1998), isto se torna bastante crítico. Apesar de não ter sido considerado como

principal critério para contratação, nesta pesquisa, a reconhecida especialização

ainda aparece como um dos critérios para 62,5% dos tomadores, como mostra o

gráfico 03a. Aliás, podemos encontrar nesta observação uma das prováveis

explicações para a desatenção apresentada com a capacitação dos agentes de

limpeza por parte das empresas prestadoras, como continuaremos a ver adiante,

pois se os próprios tomadores dos serviços elegem critérios como localização e

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preço de forma mais presente que a reconhecida especialização de quem presta

o serviço, há de se entender que os prestadores busquem atender as

necessidades e exigências daqueles que efetivamente utilizam os seus serviços.

Afinal, são os próprios clientes que definem os requisitos do produto/ serviço. Mas

isso não faz desviar a nossa análise, que se dirige à questão do nível efetivo de

especialização desses serviços, conforme problema de pesquisa.

Segundo GIOSA L. A. (2002), a ótica da terceirização como fenômeno de

otimização de recursos, material humano e tecnologia, deve estar em sintonia

com a busca de maior eficiência e produtividade por parte das empresas, valores

esses que só se concretizam com a competência humana a ser oferecida pela

prestadora do serviço. As empresas prestadoras podem e devem investir em

novas metodologias, equipamentos, materiais e tecnologia, mas uma coisa é

certa: se a mão-de-obra não estiver treinada e capacitada, o serviço será mal-

sucedido. Ele afirma que “a mão-de-obra, dentro de um programa de

terceirização, é essencial para o sucesso”. E acrescenta, “o ser humano é a

imagem do setor de serviços. Na indústria, a imagem é o produto”.

Se o ser humano é a imagem do setor de serviços, como descreve GIOSA L. A.

(2002), investir nessa força mostra-se, portanto, receita indispensável para o

sucesso, para a prestação de um serviço adequado. Para reproduzir

conhecimento, seja no âmbito das inovações tecnológicas ou nas relações de

contato pessoal, no segmento de serviços, é o aspecto humano que se insere

como ferramenta essencial na transmissão de experiências e saberes. Portanto, a

real especialização dos serviços prestados só será efetivamente alcançada se,

além de utilizarem equipamentos e produtos de última geração, possuírem mão-

de-obra capacitada para realizar os serviços, usufruindo corretamente de toda a

tecnologia disponível.

Negligenciar tal investimento significa reproduzir uma cultura de mão-de-obra

despreparada e comprometer desde a base um dos alicerces do setor: a

competência do trabalho humano.

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Um exemplo prático dos benefícios proporcionados pelo treinamento, mesmo que

em área diferente desta aqui analisada, foi apresentado pelo INSTITUTO

MCKINSEY (1999) ao retratar a experiência de uma construtora brasileira onde

foram obtidos ganhos em produtividade da ordem de 214% em apenas um ano.

Para atingir tal feito esta empresa ministrou de 60 a 100 horas de treinamento por

empregado naquele mesmo período. Assim como esse, outros exemplos não

faltam, os quais demonstram não só ganhos de produtividade, mas ganhos de

qualidade efetivamente.

Uma mão-de-obra devidamente treinada consegue executar as suas atividades

com maior produtividade, com qualidade e com redução do desperdício, o que

afeta, inclusive, os custos de produção e, lógico, o preço do serviço, o que foi

eleito pelos tomadores o segundo critério para contratação, em ordem

decrescente de importância, nesta pesquisa (gráfico 03a). Sabemos que o inverso

também é uma verdade. Com mão-de-obra despreparada e desatualizada, não é

possível atingir grandes níveis de especialização e a conseqüente qualificação

dos serviços, o que, de acordo com a teoria (GIRARDI, 1998; e ROMANOSCHI,

1994), é o que se deve esperar de um serviço terceirizado.

Também não se pode desconsiderar, em uma iniciativa que deve prezar pelo

treinamento e capacitação dos Recursos Humanos, a questão da educação

formalizada. Na área de limpeza e conservação, principalmente quando falamos

dos agentes de limpeza, esta preocupação se torna ainda maior, devido aos

baixos índices de escolaridade que possuem as pessoas, se comparado a outros

setores produtivos.

Podemos ver, através do gráfico 04b, que 40% dos prestadores - os responsáveis

pela contratação dos agentes - quando perguntados sobre o nível de escolaridade

exigido para ocupar o cargo de agente de limpeza, responderam que basta saber

ler e escrever (demonstrada pela coluna “outros”). Ou seja, não são

necessariamente obrigados a ter educação escolar formalizada, desde que

cumpram estas exigências básicas.

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Sem dúvida, a educação escolar formalizada traz muitos benefícios. O primeiro

deles diz respeito ao próprio senso de valorização e ao crescimento da auto-

estima dos agentes, o que influi também na motivação. Benefícios também são

lógicos com relação à capacidade de discernimento. Pessoas bem preparadas

deixam de ter uma visão fragmentada do processo produtivo e podem enxergá-lo

mais facilmente em sua totalidade. Ajuda até mesmo na percepção da

importância da qualidade, e da melhoria contínua dos processos aos quais está

ligado.

Diante de uma realidade empresarial que coloca em todos os setores a qualidade

como um critério sempre presente, é indispensável dar uma atenção a tal quesito.

Em uma das perguntas do questionário aplicado aos agentes de limpeza,

verificamos que nenhum (0,0%) dos agentes pesquisados recebeu treinamento,

seja ele inicial ou de atualização profissional, na área de qualidade. Reforça, então,

este resultado, as observações feitas até o presente momento que a qualidade do

serviço prestado não recebe tratamento merecido, principalmente se falarmos de

empresa especializada. Isto vem de encontro à afirmação de 80% dos prestadores

(supervisores) que dizem possuir políticas de qualidade (gráfico 11b).

Podemos perceber mais uma vez a atenção dada aos treinamentos e à

capacitação destes profissionais quando visualizamos, através do gráfico 06a,

que apenas 12,5% dos tomadores recebem um Plano de Trabalho dos

prestadores que contenha Plano de Treinamento para os agentes de limpeza ou

pessoas envolvidas na prestação do serviço de limpeza e conservação.

Observamos, por fim, que o foco dos treinamentos realizados é nas áreas de

Segurança do trabalho e Meio ambiente. Isso pode significar uma busca para

atender exigências contratuais e do setor como um todo, evitando, assim, a

geração de multas, custos maiores devido ao afastamento de funcionários por

acidentes de trabalho, indenizações trabalhistas, desrespeito à legislação vigente

e até quebra de contrato.

De tal forma, o objetivo principal se desvia da melhor qualidade na prestação dos

serviços, para o medo e a busca de evitar custos futuros.

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8. CONCLUSÃO

O serviço de limpeza e conservação realizado em áreas industriais possui hoje

disponíveis todos os pilares fundamentais para ser incluindo na categoria de

produto rico em conhecimento agregado, contando com tecnologia, legislação,

políticas de recursos humanos, políticas de qualidade , políticas de segurança do

trabalho e políticas de meio-ambiente.

Todos esses itens encontram-se amplamente disponíveis para qualquer empresa

que deseje contratar ou prestar este tipo de serviço, e ainda para aqueles que

desejem conhecer ou ampliar seus conhecimentos sobre a área.

Os processos de normatização em áreas de qualidade, como a norma ISO 9000,

ou aquelas relacionadas a questões ambientais, como a ISO 14000, podem se

encaixar perfeitamente nos processos de limpeza e conservação, tanto para os

tomadores quanto para os prestadores de serviço.

A busca crescente de qualidade e produtividade por todas as empresas como

garantia de sua própria sobrevivência no mundo dos negócios sugere que todo

mercado, notadamente o de serviços, esteja sempre investindo em tecnologias,

produtos e processos que visem oferecer aos clientes algo diferenciado,

competitivo e inovador, que traga algum benefício ao cliente para respaldar o

custo que tem ao adquirir o produto ou serviço.

Sendo assim, esperávamos constatar que as empresas estivessem sempre em

busca de melhorias contínuas que as tornassem atrativas, de forma que se

mantivesse e conseguisse expandir suas operações dentro do mercado

globalizado.

Assim, o panorama teórico ideal do setor de limpeza e conservação em áreas

industriais seria que os tomadores tivessem formas de comparar as propostas das

empresas prestadoras, em termos de custos, idoneidade fiscal, tecnologia e

políticas que visassem sempre a melhoria contínua, podendo escolher a empresa

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que mais se adaptasse às suas necessidades. Em resumo: espera-se que os

tomadores saibam reconhecer e contratar um especialista no assunto, realizando

a terceirização de forma plena, segura e concreta.

Por outro lado, esperava-se que os prestadores de serviço oferecessem aos

clientes o que existe de melhor da tecnologia inerente ao setor, em termos de

produtos, processos e equipamentos, e, aliado a isto, tivessem a flexibilidade

para adaptar-se às exigências ambientais, de qualidade e de segurança do

trabalho, que variam de uma indústria para outra.

Vale ressaltar que o prestador só terá a capacidade de adaptar-se se ele próprio

já possuir suas políticas definidas, ou seja, é preciso estar inserido no mesmo

contexto que os clientes para que se possa trabalhar dentro daquela realidade

específica.

Além de tecnologia, é preciso também ter o indivíduo capacitado a operá-la.

Sendo assim, esperava-se que o prestador tivesse políticas claras de

recrutamento, treinamento e capacitação contínua da mão-de-obra que emprega,

visto que o avanço tecnológico em produtos, processos e equipamentos requer

também o avanço da capacitação da mão-de-obra que vai manejá-la.

Desta forma, considerava-se que o executante que vai desenvolver trabalhos de

limpeza e conservação em áreas industriais tivesse pleno conhecimento dos

produtos e dos equipamentos que vai utilizar, bem como as situações em que

cada produto ou equipamento será utilizado, somando-se a isso o conhecimento

das normas de segurança e meio-ambiente gerais e locais.

Sabemos que, para dominar todos esses conhecimentos, é necessário um

indivíduo com um grau de escolaridade proporcionador de informações que

permitam absorver e desenvolver o conhecimento mínimo necessário ao ramo.

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Observando as respostas obtidas através dos questionários desta pesquisa,

constatamos que alguns critérios vêm sendo corretamente aplicados, outros de

forma apenas parcial e outros não são aplicados em nenhuma oportunidade.

Os tomadores procuram terceirizar os serviços como uma forma de concentrar-se

na sua atividade fim, deixando o serviço de limpeza para ser realizado por uma

empresa especialista. Isto é o que preconiza a teoria da terceirização. Porém,

verifica-se que o acompanhamento dos serviços contratados é feito em boa

parte através de critérios subjetivos, o que o torna extremamente corretivo, o que

não deveria acontecer se os planos de trabalho apresentados pelos prestadores

fossem coerentes e cumpridos adequadamente.

Ao contratar uma determinada empresa prestadora, entende-se que o tomador

está aprovando seu plano de trabalho.

Ao considerar a localização da empresa prestadora como item principal da

seleção, seguida pelo custo do serviço oferecido, deixam-se itens importantes

como tecnologia e especialização como critérios bem menos relevantes.

Podemos então inferir que os tomadores desconhecem, no todo ou em parte, a

tecnologia disponível para o setor de limpeza e conservação, aceitando receber

um serviço composto basicamente de mão-de-obra e caracterizado por serviços

manuais, de produtividade muito baixa, se considerarmos as inovações técnicas

disponíveis para o setor.

Mesmo em relação aos custos, os tomadores parecem desconhecer que, na

verdade, o maior custo do setor de limpeza é relacionado à mão-de-obra, que

nem sempre vai oferecer o serviço de melhor qualidade.

Muitas respostas registraram que a produtividade do serviço após a terceirização

cresceu de forma pouco significativa ou até mesmo decresceu em relação ao

serviço antes realizado pelo tomador. Mesmo assim consideram que o serviço

atende total ou quase totalmente às expectativas. Podemos inferir então que os

tomadores não têm pleno conhecimento do que o setor pode oferecer em termos

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de redução de custos e ganhos de produtividade pela adoção de processos

intensivos em tecnologia.

Em conseqüência, por desconhecer tais aspectos ou relegá-los a segundo plano,

suas expectativas de satisfação com o serviço de limpeza e conservação ficam

em patamares tão altos, porém abaixo do que o setor pode realmente oferecer.

Percebe-se, no entanto, que a mínima tecnologia hoje aplicada é suficiente

para atendimento das necessidades de diversos tomadores. A exigência por

processos mais intensivos em tecnologia ocorre, apenas, naquelas

empresas onde a limpeza é insumo do processo produtivo.

Por outro lado, os prestadores afirmam que o seu principal diferencial de mercado

é a qualidade do serviço prestado, emprego de tecnologia e pessoal

especializado o que segundo eles, irá proporcionar aos tomadores ganhos de

produtividade e redução dos seus custos, tendo um serviço de melhor qualidade .

Ao observarmos os critérios de seleção dos agentes de limpeza por parte dos

prestadores, verificamos que o nível de escolaridade exigido é muito baixo para

prover o executante do conhecimento necessário a fim de realizar os serviços

dentro de áreas industriais . Além do trânsito nessas áreas, em geral perigosas,

exigir um discernimento maior de todos os que nela estão inseridos, também o

manuseio de produtos e equipamentos exige conhecimentos que o ensino

fundamental ou primário (maioria das repostas dos tomadores como critério de

seleção) não pode proporcionar ao profissional.

O nível máximo de escolaridade exigida pelos prestadores para selecionar os

seus funcionários diretamente ligados à execução foi o ensino médio completo, e

ainda assim, apenas para cargos de liderança de campo, como cabos de turma e

supervisores.

A maioria dos prestadores afirma ministrar algum tipo de treinamento inicial aos

funcionários recém contratados, além de manter um programa de reciclagem cuja

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periodicidade varia de trimestral, semestral ou superior a 01 ano. O treinamento

de reciclagem com periodicidade superior a 01 ano obteve um resultado muito

expressivo o que, na prática, denuncia a perda de seu efeito como treinamento de

reciclagem contínua, visto que os intervalos de tempo são muito grandes. Assim,

podemos considerar que uma boa parte dos prestadores recebe apenas

treinamentos esporádicos ou não recebem treinamentos de reciclagem. Outro

fator importante em relação aos treinamentos é saber sua eficácia, visto que a

baixa escolaridade pode fazer com que os agentes de limpeza não absorvam os

conhecimentos de forma satisfatória.

Em relação aos agentes de limpeza, verificou-se que receberam treinamentos de

forma parcial, envolvendo manuseio de equipamentos e produtos, segurança do

trabalho e meio ambiente. Vale ressaltar que os treinamentos de segurança do

trabalho, em sua maioria, são ministrados pelos próprios tomadores, pois é

obrigatório para qualquer indivíduo que vai executar serviços na área industrial,

independente de ser limpeza ou não. Uma parcela expressiva afirmou nunca ter

recebido qualquer treinamento.

O enfoque dos treinamentos, segundo os prestadores, concentra-se no manuseio

de produtos e equipamentos, relações interpessoais e qualidade, não sendo dado

nenhum crédito ao treinamento em novas tecnologias inerentes ao setor, o que

compromete as respostas anteriores, onde a tecnologia é apontada como

diferencial competitivo.

Outro fator comprometedor em relação a diferencial com base na tecnologia é o

fato do investimento do setor ser admitido como moderado e baixo pelos

próprios prestadores, vez que nenhuma resposta obtida, considerava alto o

investimento em tecnologia.

Percebemos que a tecnologia que pode ser agregada aos serviços de

limpeza e conservação está aparentemente incluída pelo tomador no grupo

daquelas que, por não estarem diretamente envolvidas na missão da

empresa, são prescindíveis.

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Predominam os equipamentos manuais na rotina de trabalho, para cobertura de

pequenas áreas de serviço. Os produtos utilizados são os mais comuns em sua

maioria. Os Produtos de qualidade superior ou tecnologia agregada aparecem

nas respostas de forma muito restrita em relação aos produtos comuns, inferindo-

se daí que o custo imediato é fator preponderante na seleção, em detrimento da

eficácia e rendimento futuros.

No quesito segurança do trabalho, todos os agentes de limpeza afirmaram

receber os equipamentos de proteção individual necessários ao serviço. Porém

isto está intimamente ligado ao fato de ser uma exigência básica do tomador de

serviços, uma vez que o mesmo pode sofrer punições internas e legais em caso

de acidente de trabalho, isto sem falar nos custos e repercussões negativas.

A análise das respostas dos tomadores, prestadores e agentes de limpeza, nos

leva a concluir que a satisfação expressada pelos tomadores deve-se a

coincidência entre as expectativas e os serviços percebidos, denotando baixo

nível de exigência na aplicação de tecnologia em processos, produtos ou

equipamentos para serviços de limpeza e conservação.

No que refere aos prestadores, a qualificação de empresa especializada

prende-se mais à prestação exclusiva deste tipo de serviço, que a efetiva

especialização.

Sendo assim, o nível de especialização praticado pelas empresas prestadoras

de serviços terceirizados de limpeza e conservação, no segmento industrial, na

Região Metropolitana de Salvador, nos dias atuais, conquanto estas tenham

como core business a prestação destes serviços, é baixo devido à baixa

expectativa e exigência do tomador, ao baixo investimento em tecnologia e à

baixa escolaridade e qualificação de seus executantes.

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9. REFERÊNCIAS

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ROMANOSCHI, Paulo O. Terceirizar sem planejar, pode falhar: sua empresa está preparada? 1. ed. São Paulo : Maltese, 1994. 124 p. SHANK, J.; O Joio e o Trigo. Revista Exame, n. 710, p. 104-110, Mar. 2000. SILVA NETO, R.; FARIAS FILHO, J. R. Reestruturação Industrial no Brasil e o Impacto no Emprego e na Produtividade. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP), Rio de Janeiro/RJ. Anais. Rio de Janeiro/RJ, ENEGEP, 1999. SILVA, Wilson R. Terceirização versus integração vertical: teoria e prática. São Paulo: EAESP, 1997. INTERNET: 3M do Brasil – www.3m.com ABRALIMP - Associação Brasileira do Mercado Institucional de Limpeza – www.abralimp.org.br ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – www.anvisa.gov.br BRALIMPIA – www.bralimpia.com.br ETL Indústria e Comércio – www.etl.com.br FEBRAC – Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação. www.febrac.com.br FGV – Fundação Getúlio Vargas. www.fgv.br / www.fgvdados.fgv.br IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. www.ipea.gov.br Revista HIGIPRESS - www.higipress.com.br Terrale Equipamentos – www.terrale.com.br

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NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO QUESTIONÁRIO AO TOMADOR DE SERVIÇOS TERCEIRIZADOS DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO

NOME: CARGO:

PERGUNTAS:

1) Por que esta empresa terceirizou o serviço de limpeza e conservação? 2) Qual o objeto (serviços previstos em contrato) do seu contrato de terceirização dos serviços

de limpeza e conservação? 3) Quais os critérios utilizados para a contratação destes serviços?

Preço Localização Tecnologia

Experiência Assistência Reconhecida especialização

4) O que é fornecido pela empresa prestadora destes serviços?

Mão-de –obra Equipamentos EPI

Material Ferramental

5) A empresa prestadora dos serviços de limpeza e conservação apresentam um Plano de Trabalho?

Sim Não

6) Que informações são apresentadas neste Plano de Trabalho?

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7) E os processos, são descritos com clareza?

Sim Não

8) De que forma é realizado o acompanhamento dos serviços? 9) Há interação entre as “políticas” da empresa prestadora e a sua empresa?

Sim Não

10) A sua empresa exige que seja apresentado, de alguma forma, pela empresa prestadora, a

seus funcionários, a forma de trabalhar, os valores ou a política da empresa.

Sim Não

11) A qualidade dos serviços atende às necessidades?

Sim, atende totalmente Atende em alguns aspectos Não

12) Em que o serviço do prestador difere daquele realizado, antes, diretamente pela empresa?

13) A terceirização trouxe ganhos de produtividade?

Muito Pouco Nenhum Reduziu a produtividade

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NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO QUESTIONÁRIO AO PRESTADOR DE SERVIÇOS TERCEIRIZADOS DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO

NOME: CARGO:

PERGUNTAS:

1) Qual o diferencial competitivo da sua empresa, em relação aos seus concorrentes?

Tecnologia Pessoal especializado Qualidade do serviço Atendimento Preço Outro: __________________

2) Qual a vantagem oferecida ao Tomador em relação ao serviço realizado pela própria empresa?

Redução de custos Maior qualidade do serviço prestado Ganho de produtividade Permitir ao tomador concentrar-se em outras atividades Outro: ___________________________

3) Quais as exigências para o cargo de Agente de Limpeza? Nenhuma 1º grau completo Superior Curso primário 2º grau completo Outras: _____________________

4) Quais as exigências para o cargo de Cabo de Turma? Nenhuma 1º grau completo Superior Curso primário 2º grau completo Outras: _____________________

5) Quais as exigências para o cargo de Supervisor? Nenhuma 1º grau completo Superior Curso primário 2º grau completo Outras: ______________________ 6) È oferecido treinamento inicial aos empregados?

Sim Não

7) Existem programas de treinamento de reciclagem de funcionários?

Sim Não

8) Qual a periodicidade dos treinamentos ? Mensal Semestral Trimestral Superior a 01 ano Outro: _______________________

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9) Quais as áreas de treinamento focadas ?

Manuseio de produtos

Relações interpessoais Operação de máquinas e equipamentos

Qualidade Novas tecnologias Outros: ______________________

10) Qual o critério utilizado no dimensionamento de recursos humanos, materiais e equipamentos? MMAATTEERRIIAAIISS EQUIPAMENTOS PESSOAL

Custo Custo Escolaridade Rendimento Eficiência Experiência anterior Eficácia do produto Manutenção simples Boa apresentação pessoal Facilidade de aplicação Facilidade de operação Custo

Segurança e meio ambiente

Vida útil Depende da quantidade de mão-de-obra necessária

Outros: ____________ Outros: _______________ Outros: _____________________

11) Quais os critérios para avaliação dos serviços realizados ?

12) Com relação aos investimentos em novas tecnologias e produtos, qual a sua avaliação?

Alto investimento

Investimento moderado

Baixo investimento

Nenhum investimento

13) Os equipamentos recebem manutenção preventiva com qual periodicidade? 14) Existem políticas de qualidade, segurança e meio-ambiente definidas? De qualidade SIM NÃO

De segurança SIM NÃO

De meio-ambiente SIM NÃO

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NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO QUESTIONÁRIO AOS EMPREGADOS DE EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS TERCEIRIZADOS DE

LIMPEZA E CONSERVAÇÃO

CARGO: EMPRESA DE LIMPEZA CONTRATO

Agente de Limpeza 1) Há quanto tempo trabalha na empresa de limpeza? ( ) Há menos de seis meses ( ) Entre seis meses e um ano ( ) Entre um e três anos ( ) Há mais de três anos 2) Há quanto tempo trabalha neste contrato? ( ) Há menos de seis meses ( ) Entre seis meses e um ano ( ) Entre um e três anos ( ) Há mais de três anos 3) Que tipo de treinamento inicial você recebeu da empresa de limpeza quando foi admitido? ( ) Não recebi treinamento ( ) Segurança do trabalho ( ) Manuseio de produtos ( ) Manuseio de máquinas e equipamentos ( ) Meio ambiente ( ) Qualidade ( ) Outros _____________________ 4) Participou de algum programa de treinamento e/ou reciclagem nos últimos doze meses além do treinamento inicial? ( ) Não recebi treinamento ( ) Segurança do trabalho ( ) Manuseio de produtos ( ) Manuseio de máquinas e equipamentos ( ) Meio ambiente ( ) Qualidade ( ) Outros ______________________ 5) Que equipamentos usa na rotina diária ? ( ) Mop água ( ) Mop pó ( ) Vassouras ( ) Balde espremedor ( ) Carro funcional ( ) Pano de chão ( ) Pano de mão ( ) Enceradeira industrial ( ) Aplicador de cera ( ) Jornal ( ) Lavadora automática ( ) Enceradeira doméstica ( ) Kit limpa vidros ( ) Espanador ( ) Esponja de aço ( ) Varredeira motorizada 6) Quais os produtos de limpeza utilizados no serviço diário? ( ) Água sanitária ( ) Soda caústica ( ) Ácido ( ) Sabão em pó ( ) Sabão em barra ( ) Cera acrílica ( ) Desinfetante ( ) Desengraxante ( ) Aromatizante ( ) Desincrustante ( ) Álcool ( ) Sabonete refil ( ) Limpa vidros ( ) Pasta cristal ( ) Sabonete líquido 7) É dada orientação como utilizar novos produtos e equipamentos de limpeza? ( ) Sim ( ) Não 8) Quais os equipamentos de segurança que você utiliza no seu trabalho? ( ) Capacete ( ) Botas ( ) Luvas ( ) Protetor auricular ( ) Óculos ( ) Máscara de proteção