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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE QUÍMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
UENDERSON ARAUJO BARBOSA
ANÁLISE EXPLORATÓRIA DE DADOS ORIGINADOS DA DETERMINAÇÃO DE METAIS E METALOIDES POR ICP-MS
EM AMOSTRAS DE ÁGUAS COLETADAS NO MUNICÍPIO DE CACHOEIRA-BAHIA
Salvador 2013
ii
UENDERSON ARAUJO BARBOSA
ANÁLISE EXPLORATÓRIA DE DADOS ORIGINADOS DA DETERMINAÇÃO DE METAIS E METALOIDES POR ICP-MS
EM AMOSTRAS DE ÁGUAS COLETADAS NO MUNICÍPIO DE CACHOEIRA-BAHIA
Dissertação apresentada ao colegiado dos Cursos de Pós-Graduação em Química como parte dos requisitos para a obtenção do grau de mestre em ciências. Área de concentração: Química Analítica Orientadora: Prof. Drª Ana Maria Pinto dos Santos
Salvador 2013
iii
Sistema de Bibliotecas - UFBA
Barbosa, Uenderson Araújo. Análise exploratória de dados originados da determinação de metais e metaloides por ICP-MS em amostras de águas coletadas no município de Cachoeira-Bahia / Uenderson
Araújo Barbos 65 f. : il. Orientadora: Profª. Drª. Ana Maria Pinto dos Santos . Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Instituto de Química, Salvador, 2013.
1.Água. 2. Água - Poluição - Cachoeira (BA). 3. Metais- Análise. 4. Espectrometria. I. Santos, Ana Maria Pinto dos. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto de Química. III. Título.
CDD - 628.168 CDU - 543.3:543.62
iv
A Deus, por me abençoar sempre e, particularmente,
na realização deste trabalho.
À minha querida família, meus pais Altamiro e Ana,
meus irmãos Altanir e Samira pelo apoio incondicional.
v
AGRADECIMENTOS
À Professora Drª. Ana Maria Pinto dos Santos, por ter depositado confiança
em mim, pela compreensibilidade e, sobretudo por ter se mostrado em
muitos momentos mais que um orientadora, e sim como uma mãe.
Ao Professor Dr. Sérgio Luís Costa Ferreira, pela “co-orientação” neste
trabalho que foi indispensável, pelos momentos de descontração, pelos
momentos de compreensão, pela confiança, por ser mais do que uma
referência científica e sim um verdadeiro pai e amigo.
Aos professores Dr. Geraldo Matos e Dr. Daniel Lima, pela amizade e
excelentes orientações quando preciso.
Ao Professor Dr. Jailson Bittencourt pela coleta ímpar, recheada de
conhecimentos.
À Tamires de Lima (miga) por ser sempre presente em minha vida,
garantindo sempre uma amizade mais do que verdadeira.
Aos meus doutores preferidos, Drª Débora Correia, Dr. Maurício Muñoz e
Dr. Douglas Gonçalves pela amizade, momentos de descontração e por me
ouvirem sempre que precisei.
À minha “irmã” Ivanice, pela ajuda indispensável. E “irmãos” Laira, Mariane
e Francine, por suportarem minhas crises de saturação de estudos. Sem
esquecer-me da minha amiga e Pastora Sissy, pela amizade sempre
presente.
Aos companheiros do laboratório, em especial à Fernanda, Laiana, Arlene,
Mário, Danilo e Augusto pelo companheirismo e por proporcionarem
prazerosos momentos pós almoço, regados a excelentes conversas.
Aos meus novos amigos, não tão distantes assim, Lucas Bordoni, Joilton
Bonifácio, Mayara Bento, Sergio Ramos, João Marcelo, Felipe Mathias e
vi
Alexandre Silva, mesmo que já na reta final desse trabalho, mas com
valiosas palavras de incentivo.
Ao meu amigo, futuro Dr. Grênivel Costa, mesmo que distante, por todas as
palavras de ânimo, de coragem, força, sei que foram mais do que
imprescindíveis, além de ser, para mim, um exemplo a ser seguido.
Às colegas do LAQUAM, Jack e Chirlene pelas ajudas em “avançada” e por
estarem sempre dispostas a ajudar.
Ao programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal da
Bahia.
Sem querer esquecer-me de ninguém, a todos, o meu muitíssimo obrigado!
vii
“a minha história não termina aqui, Deus me conhece e sabe o
melhor para mim...”
viii
ABSTRACT
The water pollution by metal has received great attention due to it's toxicity,
low biodegradability and high bioaccumulation. In this context, this paper
has the objective of determinate the concentration of As, Cd, Co, Cr, Hg,
Pb, Sd in potable, river and cistern water samples consumed in Cachoeira,
Bahia, using inductively coupled plasma mass spectrometry. The obtained
data was evaluated utilizing multivariated analysis tools (PCA and HCA) to
verify the characterization of the collected samples and help comprehend
the data. At first, the pH of the samples was evaluated between 6.5 and 7.8,
values in accordance with the table values indicated by the Ministry of
Health, between 6.0 and 8.0. The precision of the utilized method was
expressed as relative standard deviation (RSD), with values variating
between 0.79 and 5.63 % in solutions with a concentration between 0.2 and
25 g L-1, of all analytes. The accuracy of this method was confirmed by the
evaluation of analytes in certified reference materials and Spike test
(addition/recovery) with recovery variating between 88.4 % and 109.8 %. 72
samples were collected from various points in Cachoeira. The concentration
values for the water samples variated between 0.301 and 2.813 μg L-1 for
arsenic, 0.037 and 0.587 μg L-1 for cadmium, 0.022 and 1.132 μg L-1 for
cobalt, 0.046 and 12.74 μg L-1 for chromium, 0.031 and 0.982 μg L-1 for
mercury, 0.345 and 40.56 μg L-1 for manganese, 0.025 and 10.85 μg L-1 for
lead and 0.011 and 0.756 μg L-1 for antimony. All the concentrations
evaluated on the samples were below the maximum established by the
Ministry of Health. The exploratory sample was an important tool in the
characterization of the evaluated samples, because of the differentiation
between the kinds of samples for all the analytes determinate, mainly for the
cistern water samples.
Keywords: Metals, Inorganic Contaminants, PCA and HCA, ICP-M, Water
ix
RESUMO
A poluição da água por metais tem recebido muita atenção devido à sua
toxicidade, baixa biodegradabilidade e alta bioacumulação destas
substâncias. Dentro deste contexto, o presente trabalho propõe a
determinação de As, Cd, Co, Cr, Hg, Mn, Pb e Sb em amostras de água
potável, de rio e de cisternas coletadas no município de Cachoeira-Bahia,
usando espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado. Os
dados obtidos foram avaliados utilizando ferramentas de análise
multivariada (PCA e HCA) no intuito de verificar a similaridade das
amostras coletadas, aumentando a compreensão do comportamento do
conjunto de dados. A precisão do método utilizado na determinação foi
expressa como desvio padrão relativo (% RSD), os valores variaram entre
0,79 e 5,63% para soluções de concentrações de 0,2 a 25 µg L-1, para
todos os analitos. A exatidão foi confirmada pela determinação dos analitos
em materiais de referência certificado e teste de adição e recuperação com
recuperações entre 88,4 e 109,8 %. Foram coletadas 72 amostras de locais
do município de Cachoeira. Os valores de concentrações encontrados para
as amostras de água variaram entre 0,301 e 2,813 μg L-1 para arsênio,
0,037 e 0,587 μg L-1 para cádmio, 0,022 e 1,132 μg L-1 para cobalto, 0,046
e 12,74 μg L-1 para cromo, 0,031 e 0,982 μg L-1 para mercúrio, 0,345 e
40,56 μg L-1 para manganês, 0,025 e 10,85 μg L-1 para chumbo e 0,011 e
0,756 μg L-1 para antimônio. Todas as concentrações encontradas nas
amostras analisadas estavam abaixo do limite máximo estabelecido pelo
Ministério da Saúde. A análise exploratória demonstrou que houve
diferenciação entre os tipos de amostras, principalmente para as amostras
de água de cisterna.
Palavras-chave: Metais, Metalóides, PCA e HCA, ICP-MS, Águas
Naturais
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Pontos de coleta de amostras de água no rio Paraguaçu e suas
coordenadas .................................................................................................................. 31
Figura 2 - Gráfico de visualização de variações das concentrações dos
analitos determinados nas amostras de águas da cidade de Cachoeira,
Bahia ............................................................................................................................. 46
Figura 3 – Gráfico de acumulação da variância total para oito componentes
principais ....................................................................................................................... 48
Figura 4 – Gráficos de escores e pesos para as amostras de águas
(PC1xPC2) .................................................................................................................... 49
Figura 5 – Gráficos de escores e pesos para as amostras de águas
(PC1xPC3) .................................................................................................................... 51
Figura 6 – Gráficos de escores e pesos para as amostras de águas
(PC1xPC4) .................................................................................................................... 53
Figura 7 – Dendrograma obtido para a matriz de dados .............................................. 54
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Parâmetros instrumentais utilizados para determinação dos
elementos no ICP-MS ................................................................................................... 30
Tabela 2 - Valores de coeficiente angular, R2 e faixa dinâmica de trabalho ................ 33
Tabela 3 - Limites de detecção e quantificação para determinação dos
analitos por ICP-MS ...................................................................................................... 33
Tabela 4 - Valores de RSD encontrados para soluções padrão .................................. 34
Tabela 5 - Resultados da análise do CRM SLRS-4 por ICP-MS .................................. 35
Tabela 6 - Resultado da análise de arsênio no CRM SLEW-3 por ICP-MS .................. 36
Tabela 7 - Testes t realizados para comparação estatística no material de
referência certificado ..................................................................................................... 36
Tabela 8 - Teste de adição e recuperação (Spike) dos analitos em
amostras de águas de rio e potável .............................................................................. 37
Tabela 9 - Resultados das concentrações obtidas nas amostras de águas
município de Cachoeira/BA ........................................................................................... 40
Tabela 10 – Matriz de dados utilizada para avaliação da caracterização ..................... 44
Tabela 11 – Pesos das variáveis para as seis primeiras componentes
principais ...................................................................................................................... 47
xii
LISTA DE ABREVIATURAS
ABREVIATURA NOME POR EXTENSO
ET AAS Espectrometria de Absorção Atômica com Atomização
Eletrotérmica
ICP OES Espectrometria de Emissão Ótica com Plasma
Indutivamente Acoplado
FAAS Espectrometria de Absorção Atômica com Chama
CV-AAS Espectrometria de Absorção Atômica com Geração de
Vapor
CONAMA Conselho nacional de meio ambiente
OMS Organização Mundial de Saúde
PCA Análise de Componentes Principais (do inglês Principal
Component Analysis)
HCA Análise de Agrupamentos Hierárquicos (do inglês
Hierarchical Cluster Analysis)
PC Componente Principal (do inglês Principal Component)
LD Limite de Detecção
LQ Limite de Quantificação
CRM Material de Referência Certificado (do inglês Certified
Reference Material)
RSD Desvio padrão relativo (do inglês Relative Standard
xiii
Deviation)
ICP-MS Espectrometria de Massas com Plasma Indutivamente
Acoplado
HG-AAS Espectrometria de Absorção Atômica com Geração de
Hidreto
HPLC Cromatografia líquida de alta eficiência
Br-PADAP 2-(5-bromo-2-piridilazo)-5-(dietilamino)-fenol
PAMP 1-Fenil-3-metil-4-benzoil-5-pirazolona
Triton X-114 Octilfenoxipolietoxietanol
TAN 2-thiazolilazo)-2-naftol
PAN 1-(2-piridilazo)-2-naftol
xiv
SUMÁRIO
Resumo ......................................................................................................................... vii
Abstract ........................................................................................................................ viii
Lista de figuras ............................................................................................................. ix
Lista de tabelas ............................................................................................................. x
Lista de abreviaturas ................................................................................................... xi
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 16
2. CONTAMINANTES INORGÂNICOS: CARACTERÍSTICAS E
DETERMINAÇÃO EM ÁGUA
2.1. ARSÊNIO ..................................................................................................... 18
2.2. CÁDMIO ...................................................................................................... 18
2.3. COBALTO .................................................................................................... 19
2.4. CROMO ....................................................................................................... 20
2.5. MERCÚRIO ................................................................................................. 21
2.6. MANGANÊS ................................................................................................ 22
2.7. CHUMBO ..................................................................................................... 23
2.8. ANTIMÔNIO ................................................................................................ 24
2.9. CONTROLE DOS METAIS EM ÁGUAS PELAS LEGISLAÇÕES
BRASILEIRAS ................................................................................................... 24
3. FERRAMENTAS DE ANÁLISE EXPLORATÓRIA .................................................... 26
4. OBJETIVOS
4.1. OBJETIVOS GERAIS .................................................................................. 30
4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 30
5. PARTE EXPERIMENTAL
5.1 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS UTILIZADOS ........................................... 31
5.2 PREPARO DAS SOLUÇÕES ....................................................................... 31
5.3 COLETA, PREPARAÇÃO E CONSERVAÇÃO DAS AMOSTRAS .............. 32
6. DETERMINAÇÃO DE As, Cd, Co, Cr, Hg, Mn, Pb E Sb EM AMOSTRAS
DE ÁGUAS NATURAIS
6.1. VALIDAÇÃO DO MÉTODO ANALÍTICO ..................................................... 34
xv
6.1.1. LINEARIDADE ............................................................................... 34
6.1.2 LIMITE DE DETECÇÃO (LD) E LIMITE DE
QUANTIFICAÇÃO (LQ) ............................................................................ 35
6.1.3 PRECISÃO ...................................................................................... 36
6.1.4 EXATIDÃO ...................................................................................... 37
6.2. APLICAÇÃO ................................................................................................ 41
7. ANÁLISE EXPLORATÓRIA DADOS OBTIDOS NA DETERMINAÇÃO
POR ICP-MS ................................................................................................................ 46
7.1. ANÁLISE DE PC1 X PC2 ............................................................................ 49
7.2. ANÁLISE DE PC1 X PC3 ........................................................................... 51
7.3. ANÁLISE DE PC1 X PC4 ............................................................................ 53
7.4. ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS HIERÁRQUICOS (HCA) ......................... 54
8. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 59
16
1. INTRODUÇÃO
A alimentação é a fonte principal de todos os elementos
necessários para o metabolismo do organismo humano. Entre estes, estão
os chamados micronutrientes, como por exemplo: cobre, zinco e ferro.
Entretanto, estes quando ingeridos em concentrações elevadas, podem ser
absorvidos e acumular-se nos tecidos. A toxicidade de uma determinada
substância, entre eles os metais, está relacionado primordialmente com a
dose, o tempo de exposição, forma física e química que se apresentam, via
de administração e de absorção. Em torno de vinte metais são conhecidos
como tóxicos ao organismo humano. No entanto, a maioria destes metais
possuem função biológica conhecida no organismo [1].
A água de drenagem agrícola contendo pesticidas, fertilizantes e
efluentes das atividades industriais, além dos efluentes de esgoto e da
presença de plantas em decomposição e resíduos de animais, podem se
constituir em fontes antrópicas de metais pesados (entende-se por metal
pesado aquele com densidade maior que 4,0 g/ml [2, 3].
Em geral, a contaminação das águas subterrâneas e de
superfície é um problema relativamente novo e aumenta como resultado de
um crescimento populacional e industrial desordenado desde a década de
90 [4]. Entre as principais fontes naturais de metais em sistemas aquáticos
pode-se destacar o intemperismo das rochas e dos solos e as atividades
humanas, através dos despejos de resíduos urbanos e industriais nos
corpos d’água [5, 6]. As maiores fontes antropogênicas de metais são de
produtos industriais, tais como: borracha, tintas, baterias e contaminação
de óleo [7].
Em contraste com os poluentes orgânicos, metais traço não são
biologicamente ou quimicamente degradados e, por consequência, podem
acumular-se no local ou serem transportados a longas distâncias,
contaminando outros corpos d’água [8].
A maior parte dos descartes produzidos pelas indústrias está na
forma líquida, o que facilita que este alcance as águas. Os metais que são
lançados no ar, mais tarde, também terão como destino as águas quando
forem precipitados junto com as chuvas, e ainda o metal presente no lixo
17
sólido pode ser lixiviados pela percolação com água. Uma vez que estes
metais alcancem os reservatórios de água, possivelmente as altas
concentrações de alguns destes chegarão às residências, caso não haja
um tratamento prévio da água no sentido de diminuir a concentração [9].
Metais presentes em níveis traço são importantes para a vida,
pois ajudam a regular muitas funções fisiológicas do corpo. Metais, tais
como Zn, Cu e Fe, são necessários para a atividade metabólica em
organismos, no entanto os outros metais, tais como Cd, Cr, Pb não
possuem atividade fisiológica conhecida e ainda provam ser prejudiciais
para as funções fisiológicas além de um certo limite [10].
Estes metais traço, de acordo com as especificações do governo
brasileiro [11] devem estar em baixas concentrações, sendo necessário
para a determinação destes, técnicas analíticas de absorção e emissão
atômica, que alguns requerem etapas de pré-concentração, aumentando
assim o tempo de análise e consumo de reagentes. Dessa forma, pode-se
utilizar para a determinação de metais em amostras de águas, a
espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado, por ser
uma técnica multielementar sequencial, com alta sensibilidade além de
dispensar etapas prévias de pré-concentração.
Cachoeira é um município do baiano que está localizado a 120
km da capital, Salvador. É um município turístico, que atinge o máximo de
visitantes durante as festas juninas. Sua proximidade com a cidade de
Santo Amaro da Purificação e por ser o desembocadoro de rios na Baía de
Todos os Santos o torna alvo de atenção, uma vez que, a cidade de Santo
Amaro foi palco de uma indústria que realizava atividade mineradora de
chumbo entre as décadas de 60 e 90 [12], quando foram produzidas trinta
mil toneladas de chumbo por ano. Resíduos desta atividade trazem consigo
além de óxidos, traços de Cd, As, Sb, Co e Cr [13].
Com base no exposto, o presente trabalho propõe a
determinação de As, Cd, Cr, Co, Hg, Mn, Pb e Sb por Espectrometria de
Massas com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-MS) e posterior
avaliação dos dados empregando ferramentas de análise multivariada,
análise de componentes principais (PCA) e análise de agrupamentos
hierárquicos (HCA).
18
2. METAIS E METALÓIDES RELEVANTES: CARACTERÍSTICAS E
DETERMINAÇÃO EM ÁGUA
2.1. ARSÊNIO
O arsênio está presente na natureza em uma variedade de
formas químicas, dentre estas estão as espécies orgânicas e inorgânicas,
como produto da sua participação em complexos biológicos, processos
químicos e aplicações industriais, como a manufatura de certos vidros,
materiais condutores, entre outros. Os compostos contendo arsênio tem
sido utilizados no tratamento de determinadas doenças e, além de serem
aplicados na agricultura, o arsênio pode ser encontrado nos herbicidas e
inseticidas [14].
A determinação de arsênio pode ser facilmente realizada por
espectrometria de absorção atômica com geração de hidretos (HG-AAS) e
esta técnica tem sido largamente utilizada em função do baixo custo das
análises e da sensibilidade adequada à determinação em amostras
ambientais [15].
Torrance et al. propuseram a especiação de As (III) e As (V) em
águas de superfície [16]. Baidoo et al. realizaram a avaliação da
contaminação por arsênio em um sistema de água de distribuição urbana,
visando os efeitos na saúde humana [17]. Meza et al. determinaram arsênio
utilizando um sistema acoplado HPLC-ICP-MS em água potável e avaliou
a exposição em adultos e crianças [18].
2.2. CÁDMIO
O cádmio é um metal que apresenta grande toxicidade à saúde
humana principalmente pela forma como se acumula, podendo estar
ligados às enzimas e proteínas. Cádmio no organismo pode-se acumular
nos tecidos, alterando a fisiologia corporal, sendo assim, um metal não
essencial na alimentação humana. Estudos mostram que a contaminação
por cádmio nunca ocorre de forma isolada em ambientes naturais, mas que
a presença de cádmio geralmente tem se mostrado como um convite para
19
contaminações por chumbo e zinco [19]. O cádmio é liberado no meio
ambiente a partir de estações de geração de energia, sistemas de
aquecimento, trabalho com metais em indústrias e até tráfego urbano. É
comumente utilizado em atividades galvanoplásticas, em pigmentos,
estabilizadores de plástico e de níquel-cádmio [20]. Existem ainda
importantes influências atmosféricas como fonte de cádmio em ambientes
marinhos, além de águas residuais domésticas e dos já citados resíduos
industriais. É reconhecido como um poluente de extrema significância,
devido à sua alta toxicidade e elevada solubilidade em água [21].
A determinação de cádmio pode ser feita por espectrometria de
absorção atômica com forno de grafite. Xiao et. al, utilizaram um sistema de
pré-concentração usando como complexante o ácido 2-(5-bromo-2-
piridilazo)-5-(dietilamino)-fenol (5-Br-PADAP) e extração em ponto nuvem
utilizando octilfenoxipolietoxietanol (tritonX-114) como surfactante, o
método permitiu a determinação de cádmio empregando GF AAS
apresentando RSD igual a 2,7% [22]. Ohta et. al, propuseram a
determinação de cádmio em água de rio por análise sequencial de eluição
do vapor metálico através de uma coluna de transporte aquecida. A
determinação foi feita usando espectrometria de absorção atômica com
atomização eletrotérmica [23].
2.3. COBALTO
O cobalto é um metal considerado essencial e presente na
vitamina B12 com propriedades magnéticas similares ao ferro e ao níquel.
Possui utilização principal em indústrias metalúrgicas em processos de
produção de ligas de aço com características específicas, como dureza e
resistência. Pode estar apresentado na forma de óxidos, quando é utilizado
como catalisador na indústria [24].
O cobalto é um elemento relativamente raro, devendo assim ser
monitorado, uma vez que seus níveis devem ser aceitos em quantidades
traço. A contaminação por cobalto traz sérios riscos aos processos
fisiológicos, pois níveis elevados do mesmo promovem deficiências de
20
zinco, uma vez que ocorre a substituição do zinco pelo cobalto em enzimas
Zn-dependente [24].
Abdolmohammad-Zadeh et. al, desenvolveram um método de
extração líquido-líquido como sistema de pré-concentração para posterior
determinação de cobalto utilizando espectrometria de absorção atômica
com chama, 1-Fenil-3-metil-4-benzoil-5-pirazolona (PAMP) foi utilizado
como agente complexante para formar o complexo de Co-PAMP para
extrair os íons de cobalto a partir de solução aquosa, o método apresentou
RSD igual a 2,36 % e permitiu a determinação de cobalto em diversas
amostras de águas com limite de detecção de 0,7 μg L-1 [25].
Zhao et. al, desenvolveram um método de dupla extração em
ponto nuvem para determinação de cádmio(II), cobalto(II), níquel(II),
chumbo(II), zinco(II), e cobre(II) e posterior determinação por
espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado, o
complexante utilizado para todos os íons foi o 8-hidroxiquinolina e o Triton
X-114 foi utilizado como surfactante, ao invés de fazer a injeção direta para
a determinação dos metais, a fase contendo os complexos foi tratada com
ácido nítrico e novamente extraída em uma segunda etapa de extração em
ponto nuvem e ao final determinada por ICP OES sendo determinado todos
os metais apresentando RSD’s menores que 6,0 % [26].
2.4. CROMO
O cromo é um metal de elevada importância geoambiental,
apresenta-se principalmente nas espécies cromo (III) ou cromo (VI).
Bioquimicamente, os efeitos do cromo dependerão primordialmente do
estado de oxidação em que se apresenta, por exemplo, o cromo (VI) é
consideravelmente tóxico por ser um agente carcinogênico, já o cromo (III)
é considerado um nutriente essencial para os humanos [27].
As maiores fontes de cromo (VI) são antropogênicas, derivadas
de indústrias, refinarias de petróleo e processos galvânicos, transferidas ao
ambiente por meio de emissões atmosféricas ou pela água dos resíduos
industriais. Já o cromo (III) apresenta-se em níveis baixos na natureza, por
estar mais ligados às funções biológicas. Devido a utilização de cromatos
21
no tratamento de águas e pela toxicidade apresentada pelo cromo (VI) há
um interesse na determinação de cromo [28].
A determinação de cromo, devido aos baixos níveis encontrados
em águas naturais, nem sempre pode ser obtido diretamente utilizando
técnicas que são consideradas sensíveis como, ET AAS, ICP OES. Sendo
necessário para a determinação etapas de extração e/ou pré-concentração.
Machackova et. al, desenvolveram um método simples para
determinação de cromo por ET AAS após a pré-concentração utilizou-se
um sistema de extração em ponto nuvem, um complexante e foi realizado
uma posterior extração tendo como surfactante o Triton X-114 e o método
foi aplicado em amostras de águas naturais e materiais certificados,
obtendo-se resultados satisfatórios [29].
Ezoddin et. al, desenvolveram um procedimento utilizando
micelas em extração em ponto nuvem para determinação de cromo em
água utilizando ET AAS. Após a formação da micela com dodecil sulfato de
sódio, o Triton X-114 foi utilizado como surfactante e em seguida foi
realizada a complexação do cromo (VI) a fim de realizar a especiação nas
amostras. O método preciso, apresentando RSD igual a 3,5% foi aplicado
demonstrando resultados satisfatórios em amostras de águas naturais [30].
2.5. MERCÚRIO
O mercúrio é um metal, líquido à temperatura ambiente. Em sua
forma pura, é conhecido como o mercúrio elementar (Hg0), além da forma
elementar, o íon mercúrio dimérico e íon mercúrico são as conhecidas
formas orgânicas. As principais formas orgânicas são o metilmercúrio
(CH3Hg+) e dimetilmercúrio ((CH3)2Hg). Apesar de o metilmercúrio ser a
espécie mais tóxica e sofrer bioacumulação através de vários processos,
tais como a ingestão de alimentos e ação antrópica ao longo da cadeia
alimentar aquática, as formas inorgânicas também possuem toxicidades
relevantes [31].
Ibanez-Palomino et. al, desenvolveram um método para realizar a
determinação e a especiação de mercúrio em amostras de águas poluídas
utilizando a hifenação de técnicas de cromatografia líquida de alta eficiência
22
acoplado com espectrometria de fluorescência atômica em UV com
geração de vapor frio. Foram utilizados como agente redutor o cloreto
estanhoso e borohidreto de sódio. Os limites de detecção e quantificação
encontrados no método foram 1,5 e 5 µg L-1, respectivamente e os valores
de recuperação para amostras com adição de analito variaram entre 90 e
115 % [32].
2.6. MANGANÊS
O manganês é considerado um metal essencial à saúde humana,
porém como já foi dito, essencialidade e toxicidade estão diretamente
relacionadas com a quantidade ingerida. O manganês possui uma grande
importância industrial, uma vez utilizado na produção de ligas de aço e de
ferro por ser um fixador de enxofre e agir muitas vezes como um agente
oxidante [33].
Além dessa importância industrial, pode-se citar a importância
biológica do manganês, pois o mesmo participa como co-fator de diversas
enzimas, tanto oxidantes quanto redutoras. Mesmo com essa
essencialidade a ingestão excessiva de manganês pode danificar o sistema
nervoso humano. [34]
Cassella et al. desenvolveram e aplicaram um método, para
realizar a determinação direta de manganês em efluentes gerados durante
a exploração de petróleo. Através de espectrometria de absorção atômica
com vaporização eletrotérmica (ET AAS) com modificador químico (Ir-W)
agindo como um modificador permanente. Essas amostras de águas
possuíam uma variedade de substâncias orgânicas e inorgânicas
apresentando alta salinidade. O método foi aplicado em amostras reais com
salinidades que variavam entre 74 e 84 % e foram analisadas com êxito
pelo processo desenvolvido. Os limites de detecção e de quantificação
foram 0,24 e 0,80 μg L-1 [35].
Manzoori et al. otimizaram um sistema como alternativa aos
solventes orgânicos, através da complexação de manganês em amostras
de águas utilizando o reagente TAN (2-thiazolilazo)-2-naftol) e posterior
determinação utilizando ET AAS, o método foi validado e aplicado com
23
sucesso para a determinação do teor de manganês em várias amostras de
água naturais [36].
2.7. CHUMBO
O chumbo é um dos metais de maior importância desde a
antiguidade, sendo conhecido como um poluente ambiental de ameaça em
escala global. Além dos processos naturais de intemperismo, as principais
fontes de poluição de chumbo são os gases liberados pelo escapamento de
automóveis e chaminés de fábricas, mineração e fundição de minérios de
chumbo, chapeamento de metal, fertilizantes, pesticidas e aditivos em
pigmentos e gasolina. Apesar das medidas de regulação adotadas em
diversos países para limitar a entrada de chumbo no ambiente, o mesmo
continua a ser um dos mais graves e perigosos poluentes ambientais
globais, transformando-se num grande poluidor em ecossistemas terrestres
e aquáticos [37].
O chumbo, advindo de materiais particulados por deposição
seca, são acumulados nas ruas e estradas e transportados para fluxos de
superfície pela água da chuva poluindo outros cursos de água de superfície
e do solo [37].
Santos et. al, desenvolveram um sistema automático de pré-
concentração para determinação de chumbo em água potável utilizando
espectrometria de absorção atômica com chama. Os íons de chumbo eram
retidos pelo complexante 1-(2-piridilazo)-2-naftol (PAN) em um reator
enovelado e eluido posteriormente com ácido clorídrico. O método foi
aplicado em 25 amostras da cidade de Jequié, Bahia e apresentou RSD
igual a 2,9 % [38].
Ignatius et. al, determinaram a concentração de chumbo em
amostras de água potável (25 amostras de água de poço, 15 amostras de
água de cisterna, 7 amostras de água de torneira e 3 amostras de água de
rio), coletadas aleatoriamente a partir de 5 zonas na região metropolitana
de Abakaliki, localizada no Sudeste da Nigéria, por espectrometria de
absorção atômica [39].
24
2.8. ANTIMÔNIO
O antimônio é considerado um elemento não-essencial e tóxico para
os organismos vivos a partir de determinadas concentrações. As principais
fontes antropogênicas de antimônio são as operações de mineração, sendo as
plantas os fortes agentes contribuintes para a remoção de Sb no ambiente.
Essas intensas atividades mineradoras trazem consequências à fauna de água
e solo e à flora, a partir disso, recentes estudos dedicados à forma de atenuar a
sua acumulação são necessários [40].
Gonzalez-Alvarez et. al, desenvolveram um método para
determinação espectrofotométrica no UV-Vis de antimônio em amostras de
águas de um rio que flui próximo à uma mineração abandonada. Para a
determinação o analito, este foi complexado utilizando pirrolidina
ditiocarbamato de amônio com absorvância medida em 291,06 nm. Foi
realizado teste de adição e recuperação uma vez que foram encontrados
efeitos de matriz com valores de recuperação de 102,6 % e RSD igual a 2,0 %
[41].
Atashi, et. al, determinaram e avaliaram a concentração de antimônio
em um aquífero que fica no sudeste do Irã. O analito foi determinado por
espectrometria de absorção atômica com chama e as concentrações de
antimônio variaram entre 5,41 e 6,04 µg L-1. Esses valores encontrados
estavam acima dos limites padrões permitidos e essa contaminação foi
explicada por intensa atividade agropecuária e industrial [42].
2.9. CONTROLE DOS METAIS EM ÁGUAS PELAS LEGISLAÇÕES
BRASILEIRAS
O governo brasileiro, através da Portaria 2914/2011 e Resolução de
2005 do CONAMA estabeleceu os parâmetros considerados ideais para os
diversos tipos de águas. Entre estes, estão as concentrações máximas
permitidas para cada espécie química. Os valores de concentrações máximas
para os analitos são 10 µg L-1 para arsênio, 5,0 µg L-1 para cádmio, 5,0 µg L-1
25
para cobalto, 5,0 µg L-1 para cromo, 1,0 µg L-1 para mercúrio, 100 µg L-1 para
manganês, 10 µg L-1 para chumbo e 5,0 µg L-1 para antimônio [11].
26
3. FERRAMENTAS DE ANÁLISE EXPLORATÓRIA
A análise exploratória dos dados é utilizada para obter o máximo
de informações contidas num conjunto de dados em questão. Para isso, os
dados obtidos devem estar organizados em uma matriz X (n x m), onde as
linhas representam as amostras e as colunas, representam as variáveis
medidas, como por exemplo, resultados analíticos, contagens por segundo,
concentrações e etc [43].
Esta matriz de dados (matriz X) que contém m resultados de
medidas experimentais (variáveis) que foram obtidas para n amostras
analisadas, pode ser representada graficamente por n pontos num espaço
m-dimensional, ou seja, pode ser representada espacialmente, em que
cada variável medida corresponnderá a um valor dimensional no espaço e
cada amostra um ponto nesse espaço [43].
Quando o conjunto de dados possuem muitas variáveis, a altas
dimensões observadas pelas mesmas pode dificultar o tratamento dos
dados obtidos e extração de informações. Para melhor visualização
espacial dos dados pode-se utilizar ferramentas de análise exploratória,
como a Análise de Componentes Principais e Agrupamentos Hierárquicos
torna-se de grande valia [44, 45].
A Análise de Componentes Principais (PCA) é uma ferramenta
que baseia-se no principio da manipulação matemática da matriz que
contém os dados organizados com o intuito de reduzir a dimensionalidade a
partir da correlação de variáveis. Quando as variáveis apresentam uma
grande redundância entre si, dizemos que estas são colineares e, esta alta
colinearidade é uma importante indicação de que é possível obter novas
bases que representem melhores informações nos dados do que as
informações definidas pelas medidas [44].
Um novo conjunto de dados é criado a partir da construção de
um novo conjunto de vetores de base. Nesse novo conjunto de dados, as
novas variáveis são linearmente independentes para descrição desses
dados e cada novo vetor base é expresso pela combinação linear das
variáveis antigas. Estes novos eixos criados, chamados de componentes
principais, são ortogonais entre si e são ordenados pela quantidade de
27
variância que é explicada pelos dados de forma que, a primeira
componente principal encontre-se na direção de maior variância. Nesse
novo conjunto de eixos de coordenadas as amostras são projetadas,
tornando-o assim mais informativo e pelo fato de serem ordenados pela sua
importância, as amostras podem ser visualizadas em um gráfico com baixa
dimensionalidade [44].
Na análise de componentes principais, a matriz de dados
originais X (n, m) é decomposta e, a partir disso, representada pelo produto
de três novas matrizes, duas delas ortonormais e uma diagonal. A matriz
diagonal possui elementos diagonais não negativos e estes são arranjados
em ordem decrescente. Os autovalores (quadrados dos valores singulares)
da nova matriz medem a importância de cada uma das componentes
principais individuais (esses valores singulares vão representar a
porcentagem de variância explicada em cada uma das componenetes
principais). O produto da matriz ortonomal e da matriz diagonal define as
coordenadas de cada amostra na nova base de dados, que são
denominadas de escores [46].
Os escores representam a posição que cada amostra ocupará
nos novos eixos. Já a informação do quanto cada variável contribui para a
formação de cada novo eixo, está contida nos pesos. Os escores
expressam as similaridades existentes entre as amostras, em contrapartida,
cada peso mostrará as similaridades entre as variáveis originais [46].
Sabendo que, na formação dos novos eixos cada variável original
contribui com uma informação específica, logo, amostras anômalas
influenciam diretamente nos mesmos. Por essa importância, os dados
originais precisam ser pré-processados, com o intuito de adequar as
amostras do conjunto de modo que os efeitos das variáveis sejam
atenuados ou acentuados [44].
Tratando-se de dados químicos, diferentes ordens de grandeza
são encontrados para diferentes variáveis, por exemplo, concentrações de
micro e macroelementos. Portanto, o pré-processamento de dados mais
utilizado em avaliações quimiométricas é por autoescalamento dos dados,
onde os dados são centralizados na média e posteriormente escalados pela
28
variância, dando dessa forma, pesos iguais a todas as variáveis medidas.
Uma vez pré-processados, a análise exploratória pode ser realizada.
Na Análise de Agrupamentos Hierárquicos (HCA), o objetivo
inicial é investigar as similaridades existentes nas relações entre um
conjunto de dados multivariado, geralmente utilizado para dar confirmação
à Análise de Componentes Principais. Na HCA as amostras vão sendo
agrupadas em subgrupos pelas suas similaridades, até que todas formem
um único grupo, ou as agrupadas em um único grupo que será
posteriormente dividido em subgrupos menores, até que cada amostra seja
representada por um único grupo [45].
A HCA examina as distâncias entre todas as amostras do
conjunto de dados e representa essa informação em um gráfico chamado
dendrograma. Neste dendrograma pode-se visualizar os agrupamentos
formados e dessa forma, as similaridades entre as as amostras ou
variáveis, caso sejam analisados as variáveis ao invés das amostras.
Para construção do dendrograma o princípio utilizado é a
realização do cálculo da distância entre todas as amostras do conjunto de
dados, em pares, e em seguida é construída uma matriz de similaridade
onde os elementos são chamados de índices de similaridade que variam
entre zero e um. Dessa forma, um alto índice de similaridade mostra uma
pequena distância entre as amostras e, dessa forma uma alta similaridade
entre estas. A cada agrupamento formado, novas amostras similares vão
se agrupando e se repetindo até que seja formado um único grupo. Em
avaliação de dados químicos, o pré-processamento dos dados precisa ser
realizado, assim como em PCA, devido às diferenças ou grandes
similaridades existentes entre as ordens de grandeza [45].
A análise exploratória e métodos de reconhecimento de padrão
têm sido amplamente utilizados com o intuito de avaliar, classificar e
discriminar os mais diferentes tipos de amostras. Esses métodos têm
demonstrado ser eficazes, desde amostras alimentícias até amostras
ambientais.
Fadigas et al., determinaram e avaliaram a composição mineral
(Ca, Mg, Fe, Mn e Zn) em couve (Brassica oleracea L.) cultivadas em
quatro cidades da Bahia, Brasil. Neste trabalho, o processo de
29
amostragem foi realizada durante o verão e inverno. A análise por
componenentes principais revelou que as amostras coletadas na cidade de
Conceição de Jacuipe são diferentes das amostras coletadas nas outras
três cidades (Araças, Amélia Rodrigues e Salvador), tendo em vista que as
concentrações de ferro, zinco e manganês nestas amostras foram menores
[47].
Além da aplicação da análise exploratória em amostras
alimentícias, a análise multivariada de dados químicos tem sido utilizada
para avaliação em amostras ambientais. Huang et al., avaliaram seis bacias
com diferentes tipos de águas de superfície urbana, dentre elas, parques,
estradas, e telhados residenciais/comerciais na cidade de Macau na China.
Com base na análise estatística univariada dos dados das amostras,
apenas os principais poluentes a partir do tipo de superfície urbana
diferente foram identificados. A análise de componentes principais permitiu
a identificação das ligações existentes entre a qualidade das águas pluviais
e tipos de poluentes de superfície urbana. Duas fontes potenciais de
poluição foram identificadas para captação de estudo com diferentes tipos
de superfície urbana. O primeiro foi referido como lixiviação de solo e
descargas de poluentes orgânicos, a segunda estava relacionada a perdas
de metais pesados. A análise de componentes principais provou ser uma
ferramenta viável para caracterizar o tipo de fontes de poluição e seu
mecanismo de captação de diferentes tipos de superfície urbana [48].
Alkarkhi et al, aplicaram estatística multivariada, para a análise
dos dados obtidos a partir de dois rios no Estado de Penang, na Malásia,
para a concentração de metais traço (As, Cr, Cd, Zn, Cu, Pb, e Hg),
determinados a partir de espectrometria de absorção atômica com chama
(FAAS) para Cr, Cd, Zn, Cu, Pb, As e espectrometria de absorção atômica
com geração de vapor frio (CV-AAS) para Hg. Os dois locais de interesse
com 20 pontos de amostragem de cada local foram Kuala Juru (Juru River)
e Bukit Tambun (Jejawi River). A análise de componentes principais
mostrou uma diferença significativa entre os dois rios em termos de
concentrações de metais para as amostras de água [49].
30
4. OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar as concentrações de As, Cd, Cr, Co, Hg, Mn, Pb e Sb em
amostras de águas provenientes do município de Cachoeira-Bahia por ICP-
MS e avaliar os dados obtidos por meio de ferramentas de análise
exploratória, PCA (Análise de Componentes Principais) e HCA (Análise de
Agrupamento Hierárquico).
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Empregar ICP-MS na determinação das concentrações de
arsênio, cádmio, cobalto, cromo, mercúrio, manganês, chumbo e antimônio
em amostras de água de rio, potável e cisterna empregando espectrometria
de massas com plasma indutivamente acoplado;
• Utilizar ferramentas de análise exploratória (PCA e HCA) para
avaliação dos resultados obtidos;
• Comparar os valores das concentrações encontradas com os
valores máximos permitidos pela Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde
e Resolução de 2005 do CONAMA.
31
5. PARTE EXPERIMENTAL
5.1 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS UTILIZADOS
� Espectrômetro de Massas com Plasma Indutivamente Acoplado
Thermo X Series II (Germany). Os parâmetros instrumentais estão
listados na tabela 1.
� Sistema Milli-Q (18.2 MΩ cm-1) (Millipore, MA, USA)
Tabela 1 – Parâmetros instrumentais utilizados para determinação dos elementos no ICP-MS
Potência do Plasma 1,3 kW
Fluxo de argônio do
plasma 13 L min-1
Fluxo de argônio
auxiliar 0,7 L min-1
Fluxo de argônio do
nebulizador 0,87 L min-1
Isótopos monitorados 52Cr, 55Mn, 59Co, 75As, 11
1Cd,121Sb, 202Hg, 208Pb
Número de leituras por
replicata 3
5.2 PREPARO DAS SOLUÇÕES
Água ultrapura obtida a partir do sistema Milli-Q (18.2 MΩ cm-1)
(Millipore, MA, USA) foi usada para o preparo de todas as soluções. As
vidrarias utilizadas foram previamente descontaminadas com ácido nítrico a
10 % (v/v) por 12 horas, lavadas em seguida com água ultrapura e secas à
temperatura ambiente.
5.2.1 SOLUÇÃO MULTIELEMENTAR 50 µµµµg L-1
32
Utilizou-se 5 µL de solução padrão de arsênio, cádmio, cobalto,
cromo, mercúrio, manganês, chumbo e antimônio (1000 mg L-1) (Merck) em
micropipeta, adicionou-se ao balão volumétrico juntamente com 4 mL de
HNO3 bidestilado (obtido a partir de um sistema de destilamento) e diluiu-se
a 100 mL com água ultrapura.
5.3. COLETA, PREPARAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA AMOSTRA Foram coletadas um total de 72 amostras de águas (cisterna,
potável e rio) entre os meses de dezembro de 2011 e fevereiro de 2012, em
diversos bairros e distritos do município de Cachoeira e rio Paraguaçu,
cidade localizada no recôncavo da Bahia e que está a aproximadamente
120 Km da capital do estado.
As amostras foram coletadas em casas, lanchonetes, postos de
gasolina onde fosse possível obter as amostras diretamente do sistema de
distribuição (torneiras, tanques e etc.), garantindo assim, que estas não
teriam sido armazenadas por um período de tempo desconhecido e
consequentemente pudessem ser contaminadas.
No caso das amostras de cisternas, foram coletadas em
residências, pousadas e locais que tivessem poços com água para
posterior consumo.
As amostras de rio foram coletadas no rio Paraguaçu. Os pontos
de coleta para as amostras de rio são apresentados em vermelhos na
Figura 1. Em cada ponto de coleta no rio, foram colhidas amostras em 3
locais, um próximo à margem esquerda, um próximo à margem direita e um
no centro.
As amostras foram armazenadas em recipientes de polipropileno,
previamente descontaminados com uma solução de ácido nítrico 10% v/v
durante 12 horas e lavados com água ultrapura. As amostras foram filtradas
através de membranas de celulose de 0,45 µm (tamanho do maior poro),
acidificadas com ácido nítrico a 2 % v/v e estocadas em refrigerador até
análise realizada no espectrômetro de massas com plasma indutivamente
acoplado.
33
Figura 1 - Pontos de coleta de amostras de água no rio Paraguaçu e suas coordenadas
-12° 35' 24.11", -38° 59' 23.64"
-12° 35' 39.15", -38° 59' 4.06"
-12° 35' 41.15", -38° 59' 5.60"
-12° 35' 42.17", -38° 59' 6.95"
-12° 36' 14.96", -38° 58' 17.75"
-12° 36' 10.13", -38° 58' 14.81"
-12° 36' 6.36", -38° 58' 8.94"
-12° 36' 58.38", -38° 57' 27.07"
34
6. DETERMINAÇÃO DE As, Cd, Co, Cr, Hg, Mn, Pb E Sb EM
AMOSTRAS DE ÁGUAS NATURAIS
6.1. VALIDAÇÃO DO MÉTODO ANALÍTICO
A validação é parte do trabalho que define uma exigência
analítica e confirma que o método sob investigação tem capacidade de
desempenhar com consistência o que a aplicação requer [50].
Diversos parâmetros analíticos são estabelecidos durante a
validação do método utilizado, como por exemplo: linearidade e faixa
analítica, limites de detecção e quantificação, exatidão, precisão, robustez,
sensibilidade, dentre outros [51].
A seguir serão abordados os parâmetros utilizados para validar
este trabalho.
6.1.1. LINEARIDADE
A linearidade pode ser definida como a capacidade que um
método possui em produzir resultados diretamente proporcionais às
concentrações das espécies que estão em estudo dentro de uma
determinada faixa analítica.
A linearidade é comumente avaliada pelo coeficiente de
correlação (R) e coeficiente de determinação (R2). Entretanto, mesmo os
valores de R próximos de 1 não implicam obrigatoriamente que a curva
analítica apresenta linearidade satisfatória [52].
Para se obter o valor de R é preciso criar uma relação
matemática que permita fazer a correlação entre os sinais analíticos obtidos
(contagens por segundo) e soluções do analito de concentrações
conhecidas. Estas relações matemáticas na maioria das vezes são
descritas como uma equação de reta (y = a x + b), da chamada curva de
calibração. A Tabela 2 mostra os valores do coeficiente angular (a) e R2
para cada um dos analitos determinados.
35
Tabela 2 - Valores de coeficiente angular, R2 e faixa dinâmica de trabalho.
A (Coeficiente angular) R2 Faixa dinâmica (µµµµg L-1)
As 1538 0,9992 0,301 – 50
Cd 3340 0,9994 0,010 – 50
Co 11982 0,9991 0,002 – 50
Cr 10806 0,9996 0,037 – 50
Hg 5079 0,9997 0,039 – 50
Mn 18070 0,9992 0,023 – 50
Pb 33115 0,9996 0,019 – 50
Sb 10027 0,9993 0,010 – 50
6.1.2. LIMITE DE DETECÇÃO (LD) E LIMITE DE
QUANTIFICAÇÃO (LQ)
Limite de detecção é o fator mais crítico na seleção de um
método para análise de traços. O limite de detecção (LD) representa a
menor concentração da substância em exame que pode ser detectada, mas
não necessariamente quantificada, utilizando um determinado
procedimento experimental, ou seja, o menor valor que pode distinguir
ruído de sinal analítico. O limite de quantificação (LQ) representa a menor
concentração da substância analisada que pode ser medida, utilizando um
determinado procedimento experimental com certo nível de confiança [53].
O limite de detecção (LD) foi calculado pela relação (3xδ/s) e o limite de
quantificação (LQ) foi calculado pela relação (10xδ/s), sendo δ o desvio
padrão do branco e s o coeficiente angular da curva de calibração
A Tabela 3 mostra os valores de LD e LQ no método utilizado
para determinação dos contaminantes inorgânicos em amostras de águas
naturais.
36
Tabela 3 - Limites de detecção e quantificação para determinação dos
analitos por ICP-MS.
LD (µµµµg L-1) LQ (µµµµg L-1)
As 0,090 0,301
Cd 0,003 0,010
Co 0,001 0,002
Cr 0,011 0,037
Hg 0,012 0,039
Mn 0,007 0,023
Pb 0,006 0,019
Sb 0,003 0,010
6.1.3 PRECISÃO
Precisão é um termo generalizado para avaliar a dispersão dos
resultados entre ensaios independentes, repetidos de uma mesma amostra,
amostras semelhantes ou padrões em condições conhecidas. As duas
formas mais comuns de expressá-la são por meio da repetitividade e a
reprodutibilidade, sendo usualmente expressa pelo desvio padrão relativo.
Como é dependente do analito a precisão deve ser determinada para
diferentes concentrações do analito.
Neste trabalho, a precisão foi expressa como percentagem do
desvio padrão relativo, calculada usando soluções padrões dos analitos
com concentrações de 0,2, 1 e 25 µg L-1. Os valores obtidos são
detalhados na tabela 4. Para arsênio, não foi realizado o teste utilizando a
solução padrão de 0,2 µg L-1, pois o valor desta solução estava abaixo do
limite de quantificação do método.
37
Tabela 4 - Valores de RSD encontrados para soluções padrão. As colunas
mostram respectivamente os valores medidos para as soluções padrão de
cada uma das concentrações e os valores de percentuais do RSD
encontrados.
0,2 µµµµg L-1 RSD % 1,0 µµµµg L-1 RSD % 25,0 µµµµg L-1 RSD %
As ------- -------- 1,113 1,68 % 24,700 0,20 %
Cd 0,205 2,30 % 1,056 1,78 % 24,920 0,73 %
Co 0,264 2,90 % 1,277 3,79 % 24,880 0,96 %
Cr 0,232 3,28 % 1,136 3,21 % 25,060 0,70 %
Hg 0,228 2,79 % 1,048 1,95 % 24,840 0,26 %
Mn 0,211 5,28 % 1,343 5,17 % 24,980 0,15 %
Pb 0,214 5,63 % 1,014 4,78 % 25,060 0,32 %
Sb 0,204 0,79 % 1,057 0,75 % 24,950 0,04 %
6.1.4 EXATIDÃO
A exatidão representa o grau que existe em termos de
concordância entre os resultados individuais encontrados em um
determinado ensaio e um valor de referência que é aceito como mais
provável. A exatidão, desta forma, quando é aplicada a uma série de
resultados de ensaios, deve implicar em uma combinação de componentes
de erros aleatórios. Os processos que geralmente são utilizados para
avaliar a exatidão de um método são, entre outros: uso de materiais de
referência certificados, participação em comparações interlaboratoriais e
realização de ensaios de recuperação. Neste trabalho, a exatidão foi
avaliada das seguintes formas:
Material de Referência Certificado (CRM)
Através da determinação dos analitos no material de referência
certificado, adquirido do National Research Council Canadá Água de Rio
(SLRS-4). Exceto para arsênio, em que o material de referência certificado
38
determinado foi o adquirido do National Research Council Canadá água de
estuário (SLEW-3). As Tabelas 5 e 6, mostram os valores certificados e
obtidas durante o procedimento de validação e seus intervalos de confiança
calculados para um grau de 4 ordens de grandeza.
Tabela 5 – Resultados da análise do CRM SLRS-4 por ICP-MS
Valor certificado µµµµg L-1 Valor encontrado µµµµg L-1 (N=4)
Cd 0,012 ± 0,002 0,014 ± 0,003
Co 0,033 ± 0,006 0,033 ± 0,002
Cr 0,330 ± 0,020 0,339 ± 0,004
Mn 3,370 ± 0,180 3,390 ± 0,190
Sb 0,230 ± 0,040 0,232 ± 0,007
Tabela 6 – Resultado da análise de arsênio no CRM SLEW-3 por ICP-MS.
Valor certificado µµµµg L-1 Valor encontrado µµµµg L-1
As 1,360 ± 0,090 1,300 ± 0,090
A comparação estatística pelo teste t (tabela 7) não mostrou
nenhuma diferença significativa entre os valores obtidos na determinação
pelo método usado e o valor certificado a um nível de 95% de confiança.
Para chumbo e mercúrio, a exatidão foi avaliada somente por
teste de Spike, por não haver material de referência certificado.
Tabela 7 - Testes t realizados para comparação estatística nos materiais de
referência certificado (N=3)
Parâmetros Cd Co Cr Mn Sb As
Media das
Concentrações
(µµµµg L-1)
0,014 0,033 0,339 3,39 0,232 1,30
Intervalo de
Confiança 0,003 0,002 0,004 0,19 0,007 0,09
39
Valor
Certificado
(µµµµg L-1)
0,012 0,033 0,330 3,37 0,230 1,36
Teste t
Calculado 1,15 0 3,90 0,18 0,49 -1,15
Neste trabalho, a exatidão também foi avaliada usando ensaios
de adição/recuperação (Spike), que consiste na recuperação do analito
após análise de amostras adicionadas com quantidades conhecidas do
mesmo. A Tabela 8 mostra os ensaios de recuperação em amostras de
água potável e de rio.
Tabela 8 - Teste de adição e recuperação (Spike) dos analitos em
amostras de águas de rio e potável (n =3).
Arsênio Encontrado
(µg.L-1) Adicionado
(µg.L-1) Recuperação
(%)
Amostra de
água potável
0,310 ± 0,02
0,796 ± 0,02
0,0
0,5
---
97,2
Amostra de
água de rio
0,384 ± 0,022
0,858 ± 0,003
0,0
0,5
---
94,8
Cobalto Encontrado
(µg.L-1) Adicionado
(µg.L-1) Recuperação
(%)
Amostra de
água potável
0,063 ± 0,001
0,574 ± 0,004
0,0
0,5
---
102,2
Amostra de
água de rio
0,079 ± 0,002
0,585 ± 0,001
0,0
0,5
---
101,2
Cromo Encontrado
(µg.L-1) Adicionado
(µg.L-1) Recuperação
(%)
Amostra de
água potável
0,072 ± 0,008
0,614 ± 0,003
0,0
0,5
---
108
Amostra de
água de rio
1,028 ± 0,024
1,494 ± 0,041
0,0
0,5
---
93,2
40
Mercúrio Encontrado
(µg.L-1) Adicionado
(µg.L-1) Recuperação
(%)
Amostra de
água potável
0,475 ± 0,007
0,991 ± 0,002
0,0
0,5
---
103,2
Amostra de
água de rio
0,084 ± 0,004
0,588 ± 0,002
0,0
0,5
---
100,8
Manganês Encontrado
(µg.L-1) Adicionado
(µg.L-1) Recuperação
(%)
Amostra de
água potável
1,156 ± 0,021
1,705 ± 0,061
0,0
0,5
---
109,8
Amostra de
água de rio
9,177 ± 0,152
9,721 ± 0,44
0,0
0,5
---
108,8
Chumbo Encontrado
(µg.L-1) Adicionado
(µg.L-1) Recuperação
(%)
Amostra de
água potável
0,103 ± 0,001
0,65 ± 0,004
0,0
0,5
---
109,4
Amostra de
água de rio
0,331 ± 0,30
0,807 ± 0,015
0,0
0,5
---
99,4
Antimônio Encontrado
(µg.L-1) Adicionado
(µg.L-1) Recuperação
(%)
Amostra de
água potável
0,017 ± 0,001
0,496 ± 0,003
0,0
0,5
---
95,8
Amostra de
água de rio
0,027 ± 0,001
0,469 ± 0,003
0,0
0,5
---
88,4
41
6.2. Aplicação
Após a validação, o método foi aplicado para quantificação dos
analitos em água potável, do rio Paraguaçu e de cisternas locais
disponibilizadas no município de Cachoeira, Bahia.
Os resultados exibidos na Tabela 9 mostram as concentrações
encontradas e a comparação com o valor máximo permitido pela Portaria
2914/2011 do Ministério da Saúde e Resolução do CONAMA (2005). Os
resultados evidenciaram que as concentrações dos analitos nas amostras
estavam dentro do limite máximo estabelecido pelas regulamentações
brasileiras.
42
Tabela 9 - Resultados das concentrações obtidas nas amostras de água do município de Cachoeira/BA
Amostras As (µµµµg L-1) Cd (µµµµg L-1) Co (µµµµg L-1) Cr (µµµµg L-1) Hg (µµµµg L-1) Mn (µµµµg L-1) Pb (µµµµg L-1) Sb (µµµµg L-1)
Valor máximo
Portaria
518/2004
10,0 5,0 5,0 50,0 1,0 100,0 10,0 5,0
1P 0,348 ± 0,090 < LQ 0,101 ± 0,000 0,135 ± 0,020 0,076 ± 0,007 8,014 ± 0,044 0,081 ± 0,002 0,038 ± 0,023
2P 0,528 ± 0,005 < LQ 0,101 ± 0,003 0,546 ± 0,015 0,075 ± 0,001 6,135 ± 0,111 1,447 ± 0,016 0,239 ± 0,010
3P 0,329 ± 0,071 < LQ 0,115 ± 0,009 0,338 ± 0,021 0,138 ± 0,003 7,903 ± 0,039 0,093 ± 0,003 0,017 ± 0,000
4P < LQ < LQ 0,092 ± 0,003 0,217 ± 0,004 < LQ 3,606 ± 0,047 0,214 ± 0,004 0,012 ± 0,001
5P 0,476 ± 0,109 0,581 ± 0,053 0,174 ± 0,003 0,522 ± 0,000 0,218 ± 0,009 14,34 ± 0,138 1,647 ± 0,030 0,181 ± 0,006
6P < LQ 0,056 ± 0,002 0,159 ± 0,002 1,212 ± 0,035 < LQ 2,852 ± 0,036 0,405 ± 0,001 0,251 ± 0,000
7P 0,428 ± 0,059 < LQ 0,613 ± 0,012 3,979 ± 0,100 0,151 ± 0,001 9,202 ± 0,040 0,738 ± 0,012 0,102 ± 0,016
8P 0,332 ± 0,045 0,050 ± 0,000 0,160 ± 0,004 0,425 ± 0,001 0,201 ± 0,001 14,30 ± 0,236 0,104 ± 0,000 0,085 ± 0,006
9P 0,302 ± 0,023 0,056 ± 0,003 0,116 ± 0,004 0,906 ± 0,015 0,071 ± 0,001 9,047 ± 0,179 0,726 ± 0,008 0,027 ± 0,002
10P < LQ 0,057 ± 0,005 0,122 ± 0,003 0,386 ± 0,020 0,144 ± 0,001 10,70 ± 0,042 3,408 ± 0,004 0,233 ± 0,006
11P < LQ 0,062 ± 0,002 0,121 ± 0,008 0,446 ± 0,019 0,250 ± 0,007 13,53 ± 0,062 0,186 ± 0,004 0,058 ± 0,001
12P 0,355 ± 0,044 < LQ 0,131 ± 0,000 0,326 ± 0,005 0,096 ± 0,009 4,469 ± 0,029 0,295 ± 0,004 0,051 ± 0,000
13P < LQ 0,064 ± 0,000 0,057 ± 0,000 < LQ 0,031 ± 0,001 3,665 ± 0,018 0,096 ± 0,004 < LQ
14P < LQ 0,066 ± 0,001 0,053 ± 0,003 < LQ < LQ 5,177 ± 0,087 0,308 ± 0,001 0,013 ± 0,000
15P < LQ 0,057 ± 0,002 0,058 ± 0,003 0,098 ± 0,000 0,137 ± 0,001 5,171 ± 0,008 0,083 ± 0,000 0,041 ± 0,001
16P < LQ 0,066 ± 0,001 0,066 ± 0,002 < LQ < LQ 3,583 ± 0,016 0,100 ± 0,002 < LQ
17P < LQ < LQ 0,059 ± 0,002 < LQ < LQ 4,146 ± 0,004 2,515 ± 0,018 0,016 ± 0,003
18P < LQ 0,057 ± 0,002 0,068 ± 0,002 < LQ 0,041 ± 0,005 2,415 ± 0,036 < LQ < LQ
Continua
43
Amostras As (µµµµg L-1) Cd (µµµµg L-1) Co (µµµµg L-1) Cr (µµµµg L-1) Hg (µµµµg L-1) Mn (µµµµg L-1) Pb (µµµµg L-1) Sb (µµµµg L-1)
19P < LQ 0,065 ± 0,002 0,059 ± 0,001 0,072 ± 0,007 < LQ 5,071 ± 0,064 0,351 ± 0,006 0,018 ± 0,003
20P < LQ 0,063 ± 0,001 0,046 ± 0,001 < LQ < LQ 2,050 ± 0,006 < LQ < LQ
21P < LQ 0,061 ± 0,003 0,041 ± 0,000 0,105 ± 0,003 < LQ 4,974 ± 0,021 0,025 ± 0,002 < LQ
22P < LQ 0,066 ± 0,001 0,078 ± 0,004 < LQ < LQ 3,122 ± 0,051 1,831 ± 0,004 0,013 ± 0,000
23P < LQ 0,056 ± 0,002 0,050 ± 0,002 0,048 ± 0,000 < LQ 1,671 ± 0,012 0,036 ± 0,000 < LQ
24P < LQ 0,062 ± 0,002 0,129 ± 0,002 < LQ < LQ 4,248 ± 0,009 1,342 ± 0,005 0,104 ± 0,001
25P 0,343 ± 0,005 0,068 ± 0,000 0,070 ± 0,000 0,046 ± 0,002 < LQ 4,903 ± 0,065 0,042 ± 0,001 < LQ
26P < LQ < LQ 0,095 ± 0,001 0,142 ± 0,000 < LQ 7,705 ± 0,021 1,155 ± 0,002 0,077 ± 0,002
27P < LQ 0,067 ± 0,001 0,050 ± 0,001 < LQ < LQ 4,422 ± 0,040 0,039 ± 0,001 < LQ
28P 0,403 ± 0,037 < LQ 0,281 ± 0,000 1,935 ± 0,017 0,442 ± 0,013 8,766 ± 0,127 0,511 ± 0,008 0,052 ± 0,001
29P < LQ < LQ 0,044 ± 0,001 0,782 ± 0,003 0,158 ± 0,002 1,949 ± 0,017 0,137 ± 0,002 0,029 ± 0,001
31P 0,337 ± 0,008 < LQ 0,047 ± 0,002 0,247 ± 0,004 0,170 ± 0,008 0,992 ± 0,002 0,143 ± 0,008 0,020 ± 0,001
32P < LQ < LQ 0,044 ± 0,003 0,126 ± 0,012 0,053 ± 0,002 0,496 ± 0,011 1,219 ± 0,026 0,061 ± 0,002
34P < LQ < LQ 0,034 ± 0,000 0,309 ± 0,013 0,133 ± 0,006 0,641 ± 0,002 0,115 ± 0,000 0,020 ± 0,000
35P 0,424 ± 0,009 < LQ 0,034 ± 0,001 0,265 ± 0,011 0,220 ± 0,006 0,809 ± 0,000 0,117 ± 0,001 0,035 ± 0,018
36P 0,420 ± 0,010 < LQ 0,057 ± 0,002 0,286 ± 0,021 0,116 ± 0,003 0,955 ± 0,011 0,071 ± 0,001 0,042 ± 0,001
37P < LQ < LQ 0,046 ± 0,001 0,039 ± 0,006 0,055 ± 0,003 4,466 ± 0,034 0,127 ± 0,000 < LQ
38P 0,352 ± 0,017 < LQ 0,058 ± 0,002 0,134 ± 0,001 0,081 ± 0,007 8,617 ± 0,006 7,356 ± 0,084 < LQ
39P 0,369 ± 0,002 < LQ 0,080 ± 0,001 0,147 ± 0,009 0,409 ± 0,016 1,845 ± 0,041 1,797 ± 0,043 0,038 ± 0,001
40P < LQ < LQ 0,046 ± 0,001 0,064 ± 0,005 0,122 ± 0,007 1,377 ± 0,028 0,201 ± 0,002 0,011 ± 0,000
41P < LQ < LQ 0,022 ± 0,002 0,338 ± 0,007 0,048 ± 0,001 0,345 ± 0,005 0,118 ± 0,000 0,015 ± 0,001
Continuação da tabela de Resultados das concentrações obtidas nas amostras de água do município de Cachoeira/BA
44
Amostras As (µµµµg L-1) Cd (µµµµg L-1) Co (µµµµg L-1) Cr (µµµµg L-1) Hg (µµµµg L-1) Mn (µµµµg L-1) Pb (µµµµg L-1) Sb (µµµµg L-1)
42P 0,440 ± 0,033 < LQ 0,047 ± 0,000 0,153 ± 0,000 0,210 ± 0,002 1,059 ± 0,006 0,108 ± 0,002 0,053 ± 0,001
43P 0,310 ± 0,020 < LQ 0,063 ± 0,001 0,072 ± 0,008 0,475 ± 0,007 1,156 ± 0,021 0,103 ± 0,001 0,017 ± 0,001
2R < LQ 0,038 ± 0,002 0,347 ± 0,005 1,023 ± 0,023 < LQ 8,589 ± 0,055 0,278 ± 0,004 0,039 ± 0,002
3R 0,322 ± 0,008 0,059 ± 0,001 0,072 ± 0,002 2,395 ± 0,134 < LQ 15,90 ± 0,104 0,417 ± 0,002 0,035 ± 0,002
4R < LQ 0,037 ± 0,005 0,073 ± 0,002 1,546 ± 0,078 < LQ 27,41 ± 0,099 2,814 ± 0,023 0,036 ± 0,002
5R < LQ 0,006 ± 0,002 0,067 ± 0,002 1,016 ± 0,023 < LQ 24,73 ± 0,188 0,460 ± 0,003 0,043 ± 0,004
7R < LQ 0,063 ± 0,001 0,073 ± 0,002 1,300 ± 0,007 0,063 ± 0,002 24,29 ± 0,155 0,132 ± 0,004 0,061 ± 0,007
8R < LQ 0,043 ± 0,003 0,062 ± 0,002 1,378 ± 0,002 0,043 ± 0,003 8,984 ± 0,081 0,224 ± 0,005 0,040 ± 0,003
9R < LQ 0,052 ± 0,001 0,053 ± 0,001 1,211 ± 0,021 0,052 ± 0,001 3,533 ± 0,020 0,205 ± 0,002 0,042 ± 0,002
10R < LQ 0,056 ± 0,003 0,158 ± 0,001 1,507 ± 0,032 0,056 ± 0,001 13,08 ± 0,316 0,173 ± 0,002 0,027 ± 0,002
11R < LQ 0,061 ± 0,001 0,165 ± 0,003 1,344 ± 0,000 0,061 ± 0,001 15,77 ± 0,100 0,180 ± 0,001 0,033 ± 0,001
12R 0,355 ± 0,034 < LQ 0,081 ± 0,002 1,151 ± 0,012 0,110 ± 0,011 5,226 ± 0,041 0,404 ± 0,004 0,021 ± 0,002
13R < LQ < LQ 0,040 ± 0,001 0,512 ± 0,009 0,057 ± 0,001 6,395 ± 0,026 0,214 ± 0,012 0,014 ± 0,000
14R 0,338 ± 0,011 < LQ 0,064 ± 0,001 1,003 ± 0,001 < LQ 12,18 ± 6,012 0,284 ± 0,007 0,022 ± 0,001
15R 0,345 ± 0,017 < LQ 0,078 ± 0,001 1,026 ± 0,021 < LQ 8,696 ± 0,089 0,287 ± 0,007 0,040 ± 0,001
16R 0,307 ± 0,011 < LQ 0,065 ± 0,001 0,937 ± 0,004 0,060 ± 0,004 9,994 ± 0,109 0,203 ± 0,003 0,017 ± 0,000
17R 0,384 ± 0,022 < LQ 0,079 ± 0,000 1,028 ± 0,024 0,084 ± 0,004 9,177 ± 0,074 0,331 ± 0,005 0,027 ± 0,001
18R 0,417 ± 0,009 < LQ 0,072 ± 0,004 1,076 ± 0,034 0,108 ± 0,006 7,884 ± 0,102 0,269 ± 0,006 0,025 ± 0,000
19R 0,469 ± 0,039 < LQ 0,080 ± 0,001 1,186 ± 0,001 0,072 ± 0,005 7,432 ± 0,057 0,277 ± 0,004 0,027 ± 0,000
20R 0,458 ± 0,017 < LQ 0,055 ± 0,000 0,629 ± 0,008 0,068 ± 0,001 6,597 ± 0,018 0,184 ± 0,008 0,018 ± 0,001
21R 2,813 ± 0,325 < LQ 0,236 ± 0,004 3,140 ± 0,003 0,465 ± 0,027 21,37 ± 10,19 0,939 ± 0,014 0,112 ± 0,000
Continuação da tabela de Resultados das concentrações obtidas nas amostras de água do município de Cachoeira/BA
45
Amostras As (µµµµg L-1) Cd (µµµµg L-1) Co (µµµµg L-1) Cr (µµµµg L-1) Hg (µµµµg L-1) Mn (µµµµg L-1) Pb (µµµµg L-1) Sb (µµµµg L-1)
22R < LQ < LQ 0,136 ± 0,004 1,595 ± 0,016 0,199 ± 0,011 12,09 ± 0,248 0,378 ± 0,025 0,058 ± 0,002
23R < LQ < LQ 0,115 ± 0,001 1,561 ± 0,010 0,066 ± 0,011 11,53 ± 0,005 0,283 ± 0,004 0,055 ± 0,001
1C < LQ < LQ 0,301 ± 0,001 12,74 ± 0,006 0,097 ± 0,011 22,92 ± 0,031 0,326 ± 0,002 0,069 ± 0,002
2C < LQ 0,051 ± 0,002 0,289 ± 0,004 12,65 ± 0,020 < LQ 22,83 ± 0,010 0,239 ± 0,005 0,069 ± 0,002
3C 0,326 ± 0,013 < LQ 0,291 ± 0,007 8,743 ± 0,033 0,195 ± 0,009 7,869 ± 0,025 10,87 ± 0,098 0,756 ± 0,003
4C 0,385 ± 0,040 < LQ 0,201 ± 0,000 8,788 ± 0,122 0,092 ± 0,006 7,238 ± 0,091 0,917 ± 0,004 0,660 ± 0,007
5C < LQ < LQ 0,390 ± 0,005 1,918 ± 0,021 0,443 ± 0,008 11,50 ± 0,199 0,420 ± 0,020 0,050 ± 0,002
6C < LQ < LQ 1,132 ± 0,016 2,556 ± 0,006 0,982 ± 0,010 40,56 ± 0,882 0,185 ± 0,001 0,022 ± 0,000
7C < LQ < LQ 0,625 ± 0,047 4,377 ± 0,195 0,356 ± 0,025 4,745 ± 0,142 1,333 ± 0,084 0,017 ± 0,001
8C 0,432 ± 0,003 < LQ 0,444 ± 0,006 4,919 ± 0,056 0,338 ± 0,006 36,57 ± 2,913 0,312 ± 0,005 0,102 ± 0,001
9C 0,586 ± 0,035 < LQ 0,873 ± 0,002 2,817 ± 0,017 0,240 ± 0,006 33,41 ± 7,004 0,300 ± 0,006 0,086 ± 0,000
10C 0,579 ± 0,009 < LQ 0,810 ± 0,003 2,880 ± 0,010 0,127 ± 0,007 31,68 ± 3,321 0,298 ± 0,011 0,088 ± 0,002
Tipo de água: P Potável, R Rio, C Cisterna. LQ = As 0,301 µg L-1 ; Cd 0,010 µg L-1 ; Co 0,002 µg L-1; Cr 0,037 µg L-1 ; Hg 0,039 µg L-1 ; Mn 0,023 µg L-1 ; Pb 0,019 µg L-1 ; Sb 0,010 µg L-1 Número de replicatas = 3
Conclusão da tabela de Resultados das concentrações obtidas nas amostras de água do município de Cachoeira/BA
46
7. ANÁLISE EXPLORATÓRIA DOS DADOS OBTIDOS NA ANÁLISE DAS
AMOSTRAS POR ICP-MS
A partir das concentrações dos analitos obtidas em amostras de
água potável, rio e cisterna, foi realizada a análise exploratória dos dados.
Os dados foram organizados em uma matriz de dados (72x8), mostrada na
Tabela 09. Nesta matriz, as amostras de diferentes tipos de água potável
(P), de rio (R) e de cisterna (C) foram dispostas em linhas (objetos) e os
analitos, As, Cd, Co, Cr, Hg, Mn, Pb e Sb (variáveis) em colunas.
Os dados foram visualizados pelas concentrações nas amostras
a partir da Figura 2. O objetivo inicial foi verificar qual o comportamento que
as mesmas possuíam entre si e, quais variáveis influenciavam mais em
termos de diferenças de concentrações nas amostras.
47
13P 14P 15P 16P 17P 18P 19P 20P 21P 22P 23P 24P 25P 26P 27P 28P 29P 31P 32P 34P 35P 36P 37P 38P 39P 40P 41P 42P 43P 2R 3R 4R 5R 7R 8R 9R 10R 11R 12R 13R 14R 15R 16R 17R 18R 19R 20R 21R 22R 23R 1C 2C 3C 4C 5C 6C 7C 8C 9C 10C
As Cd Co Cr Hg Mn Pb Sb-5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45C
once
ntra
ção
(µg
L-1)
Figura 2 – Gráfico de visualização de variações das concentrações dos
analitos determinados nas amostras de águas da cidade de Cachoeira, Bahia
A partir da análise da Figura 2, foi verificado que havia diferentes
ordens de grandeza, sendo assim, as concentrações dos analitos
comportavam-se de maneiras muito distintas, principalmente para cromo,
manganês e chumbo. Para este tipo de comportamento, o pré-
48
processamento mais apropriado foi por autoescalamento, onde é possível
dar iguais importâncias às variáveis mesmo com valores tão distintos.
Os dados foram submetidos à análise de componentes principais.
Os pesos das seis primeiras componentes principais e da variância
explicada por cada uma delas são apresentados na Tabela 10 e
visualizadas na Figura 3. As quatro primeiras componentes principais da
PCA (PC1, PC2, PC3 e PC4) foram escolhidas, pois explicam 78,01 % da
variância total dos dados, e por apresentar autovalor próximo ou maior que
1. Sendo que, as duas primeiras componentes principais conseguem
explicar 53,30 % da variância dos dados, indicando que mais da metade da
variância dos dados são descritas.
Tabela 10 – Pesos das variáveis para as seis primeiras componentes
principais
Variável PC1 PC2 PC3 PC4 PC5 PC6
Arsênio -0,3500 -0,1727 -0,4683 -0,6880 0,3823 0,0454 Cádmio 0,0137 0,1736 -0,8578 0,4688 -0,0758 -0,0512 Cobalto -0,8258 -0,3206 0,1048 0,1813 -0,1833 -0,0083 Cromo -0,6961 0,3131 0,2236 0,2081 0,4309 -0,2223
Mercúrio -0,6342 -0,4046 -0,0937 -0,2360 -0,4986 -0,2562 Manganês -0,7585 -0,3112 -0,0254 0,2710 0,1868 0,3981 Chumbo -0,3130 0,7479 0,0156 -0,2161 -0,3396 0,3839
Antimônio -0,4798 0,7675 -0,0337 -0,0741 -0,0054 -0,2388 Variância Total
(%) 32,43 20,87 12,83 11,88 9,62 6,03
Variância
Acumulada (%) 32,43 53,31 66,15 78,03 87,66 93,70
49
Autovalores da matrix de correlação
32,44%
20,88%
12,84% 11,89%
9,63%
6,04%
3,53% 2,76%
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Numero de autovalores
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0A
utov
alor
es
Figura 3 – Gráfico de acumulação da variância total para oito
componentes principais
7.1. ANÁLISE DE PC1 X PC2
De acordo com o gráfico de pesos e escores (Figura 4) e os
resultados exibidos na Tabela 11, podemos observar que, em PC1, onde
são acumulados 32,43 % da variância dos dados, os analitos arsênio,
cobalto, cromo, mercúrio, manganês, chumbo e antimônio têm pesos
negativos e cádmio possui peso positivo. Em PC2, onde são acumuladas
20,87 % da variância dos dados, os analitos cádmio, cromo, chumbo e
antimônio possuem pesos positivos e arsênio, cobalto, mercúrio e
manganês possuem pesos negativos. Sendo que as variáveis de maiores
pesos absolutos são cobalto, manganês, mercúrio e cromo em PC1 e
antimônio e chumbo em PC2, com maiores informações da variância dos
dados.
A Figura 4 mostra que existe uma semelhança entre as
concentrações dos analitos presentes na água potável (azul) e água de rio
50
(vermelho), e por deterem valores de pesos similares, apresentam valores
de concentrações próximos para todos os analitos determinados. Em
contrapartida, as amostras de cisternas (verde) têm as concentrações mais
elevadas dos analitos, pode-se notar que as mesmas estão mais
deslocadas para os maiores pesos dos analitos, indicando maiores teores
de concentrações.
Figura 4 – Gráficos de escores e pesos para as amostras de águas
(PC1xPC2)
Ainda a partir da análise do gráfico de escores, pode-se observar
que, existem amostras, por exemplo, as amostras 28P, 21R e 7P que não
51
são vistas agrupadas às amostras de água potável e de rio, pelo contrário,
estão agrupadas às amostras de cisternas, dessa forma demonstram
conter concentrações maiores em relação às demais, podendo estar
atribuídas essas maiores concentrações à maneira de armazenamento
desta água e/ou encanamento. A amostra 28P é oriunda de um local com
cisterna de armazenamento de água, a amostra 7P é de um posto de
gasolina que também faz armazenamento em cisterna, sendo que, as
amostras não foram coletadas diretamente na cisterna e sim do local de
consumo (bebedouro no posto de gasolina e torneira na amostra 28P) e a
amostra 21R é uma região do rio próxima à uma pedreira. As amostras 28P
e 7P possuem maiores teores de arsênio e antimônio e a amostra 21R
maiores valores de cobalto, mercúrio e manganês. Ainda desta figura
podemos citar dois comportamentos anômalos, que são as amostras 3C e
6C. Estas amostras demonstram comportamento diferenciado tanto em
relação às amostras de cisterna, quanto às amostras de rio e potável. A
amostra 3C possui maiores concentrações de cobalto, chumbo e antimônio
e baixa concentração de manganês, já a amostra 6C possui maiores
concentrações de cobalto, mercúrio e manganês quando comparadas com
as demais amostras de águas de cisternas.
7.2. ANÁLISE DE PC1 X PC3
Em PC3, onde são acumuladas 12,83 % da variância dos dados,
os analitos cobalto, cromo e chumbo possuem pesos mais positivos e
arsênio, cádmio, mercúrio, manganês e antimônio pesos mais negativos.
Sendo que, em PC3, as variáveis de maiores pesos absolutos são cádmio
e arsênio, com maiores informações da variância dos dados. A análise dos
resultados de PC1xPC3 foi importante, pois acumulam 45,26 % de
variância total e 66,13 % de variância acumulada.
52
Figura 5 – Gráficos de escores e pesos para as amostras de águas
(PC1xPC3)
A Figura 5 confirma o agrupamento exibido na Figura 4, as
amostras de águas de rio e potável possuem concentrações semelhantes e
as amostras de cisternas maiores concentrações para todos os analitos
determinados. Observa-se também concentrações maiores de cobalto,
cromo, chumbo e antimônio e baixa concentração de manganês da amostra
3C e as maiores concentrações de cobalto, mercúrio e manganês da
amostra 6C em relação às demais amostras de águas de cisternas.
Em PC3, maior parte da variância é acumulada devido aos
comportamentos anômalos expostos pelas amostras 5P e 21R. A amostra
21R demonstra maiores concentrações de cromo, mercúrio e manganês
53
em relação à PC1 e maior concentração de arsênio em relação à PC3. A
Figura 5 não exibe a concentração mais elevada de cobalto como se vê na
Figura 4. Entretanto, PC1xPC3 apresenta o comportamento com o maior
valor de arsênio que é cerca de 10 vezes maior em relação às demais
amostras de água potável.
7.3. ANÁLISE DE PC1 X PC4
Em PC4, onde são acumuladas 11,88 % da variância dos dados,
os analitos arsênio, mercúrio, chumbo e antimônio, possuem pesos
negativos e cádmio, cobalto, cromo e manganês pesos positivos. Sendo
que, em PC4, as variáveis de maiores pesos absolutos são arsênio e
cádmio, tendo assim, maiores informações da variância dos dados. A
análise dos resultados de PC1xPC4 foi importante, pois acumulam 44,31 %
de variância total e 78,01 % de variância acumulada.
A Figura 6, assim como as anteriormente citadas, também
confirma o agrupamento inicial de PC1xPC2, característico das amostras e
expõe também, os comportamentos das amostras 3C e 6C.
A maior parte da variância ocupada em PC4 está relacionada
com os comportamentos anômalos das amostras 5P e 21R, assim como
em PC3. A diferença é que, em PC4 leva em consideração para a amostra
21R a maior concentração de arsênio, mercúrio e chumbo, combinação que
não é percebida nas demais componentes principais, que levam em
consideração as maiores concentrações de mercúrio e manganês, por
exemplo.
Já para a amostra 5P, o comportamento destacado é o mesmo
que em PC3, mostrando maiores concentrações de cádmio.
54
Figura 6 – Gráficos de escores e pesos para as amostras de águas
(PC1xPC4)
7.4. ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS HIERÁRQUICOS (HCA)
As informações dos resultados do HCA exibido no dendrograma
podem ser utilizadas para fornecer informações sobre o comportamento
químico e verificar os resultados obtidos por meio da PCA. Neste estudo, o
HCA foi aplicado aos dados autoescalados, utilizando o método Ward, pois
a matriz de dados tinha valores muito semelhantes. O objetivo é formar
grupos com distâncias a partir das mínimas diferenças existentes entre
elas. O dendrograma é exibido na figura 7.
55
Figura 7 – Dendrograma obtido para a matriz de dados
Resultados semelhantes para análise feitas por PCA foram
obtidos na análise por HCA. Há formação de dois grupos, onde a distância
entre eles refere-se às concentrações de manganês, cromo e cobalto.
Pode-se observar também a amostra 21R, a qual é inserida no
grupo de amostras de cisternas, além da 7R, 5R e 4R que não tinham uma
diferença mais notória em PCA. Há também a formação de grupos com
pequenas distâncias entre as amostras de água potável e de rio, o que
confirma a semelhança entre estas amostras exibidas por PCA.
É de comportamento normal as amostras de cisternas possuírem
maiores teores do que as demais, uma vez que cisternas provêm de águas
subterrâneas originadas dos lençóis freáticos, favorecendo o aumento da
concentração. Cisternas podem ser fontes de poluição, seja inorgânica ou
orgânica. A poluição pode ser de águas pluviais, águas que atingem as
56
cisternas por lixiviação ou que são trazidas pelo vento. Alterando os
parâmetros físico-químicos da água [54, 55]
57
8. CONCLUSÃO
O procedimento utilizado para a determinação dos analitos
apresentou boa exatidão e precisão, resultando bons percentuais de
recuperação, bem como baixos limites de detecção e quantificação.
A Espectrometria de Massas com Plasma Indutivamente
Acoplado (ICP-MS) mostrou ser uma técnica com boa sensibilidade,
permitindo a determinação dos analitos em níveis traço (µg/L) em águas.
O município de Cachoeira, apesar de próxima à cidade de Santo
Amaro da Purificação aparenta estar isenta de contaminações por metais e
metalóides (arsênio, cádmio, cobalto, cromo, manganês, mercúrio, chumbo
e antimônio), para as amostras analisadas. Os valores encontrados
estavam abaixo do limite máximo permitido para as amostras de águas pela
Portaria 2914/2011 e Resolução do CONAMA de 2005.
As ferramentas de análise exploratória demonstram ser eficazes
para avaliação e caracterização das amostras de águas naturais
analisadas, visto que houve diferenciação das amostras, permitindo a
criação de uma estimativa dos valores encontrados para cada tipo de
amostra de águas naturais.
As quatro primeiras componentes principais tiveram que ser
escolhidas. Grande parte dos trabalhos publicados que envolvem análise
exploratória mostram a escolha apenas das duas primeiras componentes
principais. Em alguns casos, como este, uma grande variação nos dados
das amostras, originaram matrizes com autovalores maiores ou próximos a
1, sendo assim, de extrema importância para explicar as variâncias
encontradas nas PC3 e PC4.
Os resultados obtidos em PCA demonstraram que os valores de
manganês são os principais responsáveis pela maior variância dos dados,
que pode ser explicado, uma vez que manganês é um microelemento mais
biodisponível.
58
As técnicas de PCA e HCA mostraram que as águas coletadas
de diversas fontes do município de Cachoeira, Bahia, são estatisticamente
diferentes. Os resultados obtidos demonstraram que as amostras de
cisternas possuíam maiores teores para os analitos determinados, tais
como manganês, mercúrio, chumbo, cromo e antimônio.
59
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