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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO SERVIÇO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ADMINISTRAÇÃO MADIÃ MARCELA FERNANDES VASCONCELOS SUBSISTÊNCIA DE JOVENS EMPREENDEDORES NO MERCADO DE TRABALHO: UM ESTUDO DO CASO DO PROGRAMA EMPREENDER JP TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ÁREA: EMPREENDEDORISMO JOÃO PESSOA PB OUTUBRO 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

SERVIÇO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ADMINISTRAÇÃO

MADIÃ MARCELA FERNANDES VASCONCELOS

SUBSISTÊNCIA DE JOVENS EMPREENDEDORES NO MERCADO DE

TRABALHO: UM ESTUDO DO CASO DO PROGRAMA EMPREENDER JP

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ÁREA: EMPREENDEDORISMO

JOÃO PESSOA – PB

OUTUBRO 2012

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MADIÃ MARCELA FERNANDES VASCONCELOS

SUBSISTÊNCIA DE JOVENS EMPREENDEDORES NO MERCADO DE

TRABALHO: UM ESTUDO DO CASO DO PROGRAMA EMPREENDER JP.

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Coordenação do Serviço de

Estágio Supervisionado em Administração,

do Curso de Graduação em Administração,

do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da

Universidade Federal da Paraíba, em

cumprimento às exigências para obtenção

do Grau de Bacharel em Administração.

Orientadora: Prof.ª Drª. Célia Cristina Zago

JOÃO PESSOA – PB

OUTUBRO 2012

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A Professora Orientadora Célia Cristina Zago

Solicitamos examinar e emitir parecer no Trabalho de Conclusão de Curso da aluna Madiã

Marcela Fernandes Vasconcelos.

João Pessoa, 30 de outubro de 2012

______________________________________________________________________

Prof.ª Drª. Helen Gonçalves

Coordenador do SESA/CCSA/UFPB

Parecer do Professor (a) Orientador (a):

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

tel

V331s Vasconcelos, Madiã Marcela Fernandes..

Subsistência de jovens empreendedores no mercado de trabalho: um

estudo de caso do Empreender JP./ Madiã Marcela Fernandes

Vasconcelos. – João Pessoa: UFPB, 2012.

69f.:il.

Orientador: Profª. Drª. Célia Cristina Zago.

Monografia (Graduação em Administração) – UFPB/CCSA.

1. Empreendedorismo - Jovem. 2. Microcrédito. 3. Empreender JP.

I. Título.

UFPB/CCSA/BS CDU: 658-053.6(813.3)(043.2)

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MADIÃ MARCELA FERNANDES VASCONCELOS

SUBSISTÊNCIA DE JOVENS EMPREENDEDORES NO MERCADO DE

TRABALHO: UM ESTUDO DO CASO DO PROGRAMA EMPREENDER JP.

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado em _______ de outubro de 2012.

Banca Examinadora

_____________________________________

Prof.ª. Drª. Célia Cristina Zago

Orientador

_____________________________________

Prof.ª Drª. Katia Vírginia Ayres

Examinadora

_____________________________________

Prof.º Drª Robéria Cesar Souto Maior

Examinador

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Dedico este trabalho a duas mulheres que foram e

sempre serão exemplos na minha vida, Maria de

Fátima Fernandes da Silva, minha mãe, e Maria da

Penha Fernandes Farias, minha avó, (in memorin).

Com amor e saudades.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ser sempre o meu mestre, se tornar fonte de luz e guiar

sempre os meus caminhos.

Aos meus pais por me ensinarem valores e princípios que regem minha vida, a minha mãe (in

memorin) que mesmo na ausência se faz presente em meu coração e apesar do pouco tempo

de convívio me ensinou a ser uma pessoa sempre melhor, apesar de invisível é sensível e vive

em mim e ao meu pai por todo carinho, compreensão, amor e dedicação sempre concedidos.

A minha família de maneira geral, por se fazerem sempre presentes em minha vida

independente de momentos alegres ou tristes, em especial a minha avó materna (in memorin)

que sempre foi e será uma mãe para mim. Bem como aos meus irmãos que apesar das

desavenças cotidianas sempre me auxiliaram quando precisei.

Aos meus amigos, que acredito serem a família que Deus me permitiu escolher que me

ajudam em todas as ocasiões da minha vida, aos meus amigos de ontem, de hoje e de amanhã

que tenho a todos guardados com muito carinho, e de certa forma me ajudaram a construir

meu caráter. Em especial aqueles que não me permitiram desistir que são: Adriana Bastos,

Elisa Queiroga, Marcos Silva, Raissa Leite, Tamáris Costa, Gabriela Fernandes, Priscilla

Vieira, Ana Valesga Grujão, Geison Frank, Marina Pacheco.

As organizações de ensino que estudei, por terem me dado à oportunidade de adquirir

conhecimento, de maneira especial ao Colégio Nossa Senhora de Lourdes o qual estudei mais

de dez anos e me ensinou a ser não apenas uma aluna, mas uma cidadã, cristã. Bem como a

Universidade Federal da Paraíba, que me proporcionou muitas oportunidades, todos os

servidores e professores em especial a Professora Doutora Célia Zago, por toda paciência e

orientação.

Ao EJC-NEVES que me proporcionou momentos inesquecíveis, conhecimentos, em especial

a Carlos Gomes e Diana Cristhina que sempre me guiaram com tanto carinho, assim como a

todos os Corações Abertos para Amar, membros dessa família por toda a partilha e o

crescimento que tivemos juntos, bem como a pastoral da criança que a cada domingo me

motivava em cada sorriso, em cada olhar de uma daquelas crianças.

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A todos que contribuíram diretamente ou não em minha vida, na construção do meu caráter e

das minhas experiências de vida.

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“Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso.

Se estamos possuídos por uma inabalável determinação conseguiremos superá-los.”

Dalai Lama

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VASCONCELOS, Madiã Marcela Fernandes Vasconcelos. Subsistência de jovens

empreendedores no mercado de trabalho: Um estudo de caso no programa

Empreender-JP. 2012. xf. Monografia (Graduação em Administração). UFPB, João Pessoa

– PB.

RESUMO

Chega a ser nítido o crescimento da atividade empreendedora nos últimos anos, bem como o

crescimento do empreendedorismo jovem, dessa maneira é relevante compreender as atitudes,

comportamentos e motivos que levam ao empreendedorismo. O microcrédito consiste em

uma modalidade financiadora para valores baixos, sendo assim é ofertado apenas para micro e

pequenos empreendimentos, se enquadrando nesse estudo, que busca entender a relação entre

o empreendedorismo, o microcrédito, o jovem e a administração pública, buscando avaliar o

programa de microcrédito orientado da Prefeitura Municipal de João Pessoa, o Empreender –

JP, em sua linha de crédito Empreender Jovem. Buscando ressaltar a importância da avaliação

de desempenho em qualquer empreendimento.Para concretização desse estudo foi utilizada

uma metodologia descritiva, aplicada, contento pesquisa exploratória e utilização de

questionários, sendo analisada de forma quantitativa. Os resultados alcançados mostram que o

programa Empreender-JP em sua Linha de crédito Empreender Jovem, está conseguindo

desempenhar a função proposta, conseguindo ainda caracterizar o empreendedorismo e traçar

o perfil do empreendedor jovem da capital paraibana.

Palavras chave: Empreendedorismo; Jovem; Microcrédito; Empreender-JP;

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ABSTRACT

It becomes clear the growth of entrepreneurial activity in recent years, and the growth of

young entrepreneurship in this way is important to understand the attitudes, behaviors and

motives leadind to entrepreneurship. Microcredit is a modality of funding for low values, so it

is only offered to micro and small enterprises, are framing this study, which seeks to

understand the relationship between entrepreneurship, microfinance, youth and public

administration, seeking to evaluate the program microcredit delivered from City Hall João

Pessoa, the Empreender - JP in your line of credit to the Young Entrepreneur. Seeking to

emphasize the importance of evaluating performance in achieving any enterprise. To this

study, it was used a descriptive methodology, applied exploratory satisfaction and use of

questionnaires with analyzis quantitatively. The results show that the Empreender-JP

undertake in your credit line Entrepreneurship Young, managing to perform the function is

proposed, achieving further characterize entrepreneurship and profiling the young

entrepreneur of the capital of Paraiba.

Keywords: Entrepreneurship, Young; Microcredit; Entrepreneur-JP;

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LISTA DE ILUSTRAÇÃO

Gráfico 1 – Evolução da Taxa e Empreendedores Iniciais (TEA) – BRASIL – 2002:

2010.................................................................................................................................... 17

Gráfico 2 – Categoria de instituições mais procuradas para obtenção de crédito............. 27

Gráfico 3 – Evolução do número de estabelecimentos por porte Brasil 2000:2010 (em

milhões).............................................................................................................................. 29

Gráfico 4 – Principais motivos de encerramento do negócio............................................ 30

Gráfico 5 – Gênero............................................................................................................. 44

Gráfico 6 – Estado civil..................................................................................................... 45

Gráfico 7 – Idade.............................................................................................................. 46

Gráfico 8 – Escolaridade.................................................................................................... 46

Gráfico 9 – Renda.............................................................................................................. 47

Gráfico 10 – Identificação do negócio............................................................................... 48

Gráfico 11 – Responsabilidade direta................................................................................ 49

Gráfico 12 – Crédito suficiente.......................................................................................... 49

Gráfico 13 – Melhoria do poder aquisitivo........................................................................ 50

Gráfico 14 – Faturamento.................................................................................................. 51

Gráfico 15 – Qualificação.................................................................................................. 52

Gráfico 16 – Empreendedorismo por necessidade............................................................. 52

Gráfico 17 – Empreendedorismo por oportunidade........................................................... 53

Gráfico 18 – Acompanhamento......................................................................................... 54

Gráfico 19 – Avaliação de desempenho............................................................................ 54

Gráfico 20 – Curso do SEBRAE....................................................................................... 55

Gráfico 21 – Estágio do ciclo organizacional.................................................................... 56

Gráfico 22 – Fechamento................................................................................................... 57

Gráfico 23 – Característica empreendedora ...................................................................... 58

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LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Número de estabelecimentos com e sem empregados, por porte Brasil e

grandes regiões 2008 (em números absolutos) ................................................................. 16

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LISTA DE QUADRO

Quadro 1 – Modelo de ciclo de vida organizacional ........................................................ 25

Quadro 2 – Causas mais comuns de falhas no negócio..................................................... 30

Quadro 3 – Características dos empreendedores............................................................... 32

Quadro 4 – Variáveis utilizadas na pesquisa..................................................................... 35

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 16

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA E FORMAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA... 20

1.2 OBJETIVO.................................................................................................................. 22

1.2.1 Objetivo Geral........................................................................................................... 22

1.2.2 Objetivo Específico................................................................................................... 22

1.3 JUSTIFICATIVA........................................................................................................ 23

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................... 24

2.1 Crédito......................................................................................................................... 26

2.2 O papel da administração pública................................................................................ 28

2.3 Micro e pequenas empresas......................................................................................... 29

2.4 Empreendedorismo...................................................................................................... 31

2.5 Avaliação do desempenho........................................................................................... 34

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................. 37

3.1 Natureza da pesquisa .................................................................................................. 37

3.2 Sujeito da pesquisa....................................................................................................... 38

3.3 Procedimentos da coleta de dados............................................................................... 38

3.3.1 Pesquisa documental................................................................................................. 38

3.3.2 Questionário.............................................................................................................. 38

3.4 Método de análise dos dados....................................................................................... 39

3.5 Universo e amostra...................................................................................................... 39

4 RESULTADOS............................................................................................................. 41

4.1 Caracterização da empresa........................................................................................... 41

4.2 Análise e interpretação dos dados ............................................................................... 46

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 60

5.1 Limitações................................................................................................................... . 60

5.2 Sugestões..................................................................................................................... 61

REFERÊNCIAS............................................................................................................... 62

APÊNDICE A - Questionário........................................................................................... 68

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1. INTRODUÇÃO

Embora a realidade brasileira apresente expressivos avanços em relação à diminuição

das desigualdades sociais e econômicas, não é possível anular o fato de existirem milhares de

brasileiros que vivem abaixo do mínimo necessário para se viver com dignidade.

As oportunidades no mercado de trabalho já não são as mesmas dos anos noventa,

quando a oferta de trabalho era mais abundante. A cada dia, as exigências do mercado de

trabalho aumentam e conseguir um emprego com estabilidade é tarefa árdua. Dessa maneira,

aqueles que não tiveram oportunidades de progredir nos estudos, por causa do nosso sistema

econômico bastante excludente e que não oferece oportunidades iguais aos cidadãos,

encontraram no empreendedorismo uma forma de adquirir estabilidade e subsistência.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), através de seus estudos

periódicos, comprova o crescimento das micro e pequenas empresas no cenário brasileiro. As

empresas são classificadas em diferentes critérios, pelo Anuário do Trabalho na Micro e

Pequena Empresa (SEBRAE, 2010), tais como, setor, quantidade de funcionários e

faturamento. A tabela a seguir, mostra esse crescimento em relação ao porte da empresa

dividido pelas regiões do Brasil.

Tabela 1: Número de estabelecimentos com e sem empregados, por porte Brasil e

Grandes Regiões 2008 (em nos absolutos).

Porte Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil

Micro 182.634 810.720 2.783.357 1.314.549

395.389 5.486.649

Com

empregados 59.798 267.187 903.054 415.508

137.54

3 1.783.090

Sem

empregados 122.836 543.533 1.880.303 899.041

257.84

6 3.703.559

Pequena 12.983 43.316 162.694 58.078 22.976 300.047

Média 1.542 4.674 19.164 6.011 2.206 33.597

Grande 836 2.609 10.500 2.656 1.176 17.777

TOTAL 197.995 861.319 2.975.715 1.381.294 421.747 5.838.070 Fonte: Anuário do trabalho na micro e pequena empresa – SEBRAE (2009)

Segundo a pesquisa GEM (Global Entreoreneuship Monitor, SEBRAE, 2010), que

tem como encargo medir as taxas de empreendedorismo no mundo, examina a TEA (Taxa de

Empreendedorismo em Estágio Inicial) que consiste na proporção de pessoas entre 18 e 64

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anos que desempenham atividades nascente ou empreendedora a frente de novos negócios. No

Brasil nos últimos oito anos se comportou dessa maneira:

Gráfico 1: Evolução da Taxa e Empreendedores Iniciais (TEA) – BRASIL –

2002:2010

Fonte: Pesquisa GEM Brasil 2002:2010

Apesar de muitos autores afirmarem que o empreendedorismo é uma vocação

(PERSONA,2011; JACOMINI,2011); parece que a ideia tem sido também adotada como uma

saída para a falta de empregos.

Entretanto para empreender, muitos indivíduos esbarram na impossibilidade

financeira de custear um negócio, trazendo um novo elemento para este cenário, o crédito, que

segundo Schrickel,

[...] é todo ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder,

temporariamente, parte do seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que

esta parcela volte à sua posse integralmente, após decorrido o tempo estipulado

Sendo um ato de vontade, sempre caberá ao cedente do patrimônio, seu titular ou,

popularmente, seu dono, a decisão de cedê-lo ou não. (1998, p.94).

A concessão de crédito pode ser realizada através de empréstimos diretos com o

financiador a um tomador, em prazo definido.

Até há pouco tempo, o crédito era voltado principalmente para aqueles que tinham

garantias sólidas – como bens imóveis, títulos, excluindo aqueles que não pudessem

apresentar uma contrapartida segura. Entretanto, questões de solidariedade e até de visão de

oportunidade, deram surgimento a um novo fenômeno definido como microcrédito.

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O Brasil foi um dos primeiros países a experimentar o microcrédito com a criação do

programa UNO – União Nordestina de Assistência a Pequenas Organizações, 1972 que veio

financiar milhares de micro empreendimentos em Pernambuco e na Bahia.

Entretanto, a estabilidade das instituições de microcrédito veio após a estabilização

macroeconômica de 1994, crescendo o interesse de governantes que passaram a ver nos micro

negócios e sua formalidade, uma alternativa para melhorar o nível de pobreza da população e

movimentar a economia do País, desenvolvendo políticas que incentivam o seu crescimento.

A administração pública pretende atingir a excelência na prestação de serviço à

comunidade. No Brasil essas políticas servem principalmente para amenizar a pobreza e a

diferença social existente, já que uma parcela significativa da sociedade brasileira vive abaixo

da linha pobreza, que consiste em um nível de renda abaixo no mínimo necessário para

sobrevivência. Sendo assim, é imprescindível a existência de políticas públicas para melhorar

esse quadro.

Segundo o Banco Mundial que realiza estudos relacionados ao nível de pobreza no

mundo, em 2009, o Brasil tinha uma proporção de 21,4% da população pobres, já estudos

realizados pelo MPI (Message Passing Interface) que consiste em um índice de pobreza

multidimensional desenvolvido pelo centro de pesquisas britânico The Oxford Poverty and

Human Development Initiative (OPHI) divulgou no dia 13 de julho de 2010 que apenas 8,5%

da população brasileira pode ser considerada pobre. Dessa forma, comprova-se que a pobreza

no Brasil vem diminuindo.

Na realidade da economia brasileira, o microcrédito vem ganhando espaço e serve

para auxiliar essas micro e pequenas empresas, sendo um agente facilitador nos processos

operacionais, tanto de surgimento como de desenvolvimento das mesmas, possibilitando

transformações e desenvolvimento econômico.

Com essa finalidade de minimizar os efeitos do nosso sistema econômico excludente

foi criado em fevereiro de 2005, pela antiga Secretaria de Desenvolvimento Urbano, o

Programa Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios de João Pessoa (Empreender-JP).

Programa de microcrédito orientado para os potenciais empreendedores do Município de João

Pessoa.

Idealizado pelo antigo Prefeito da Capital e atual Governador do Estado da Paraíba,

a idéia vem da necessidade da criação de um programa de geração de renda, ocupação e

emprego, instituído através da lei N° 10.431, de 11 de abril de 2005. (Coutinho, 2005).

O governo do município de João Pessoa, através da atual Secretaria do Trabalho,

Produção e Renda, que está responsável atualmente pelo programa Empreender-JP, tem a

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finalidade de oferecer crédito orientado a micro e pequenos empresários, auxiliando-os a abrir

novos negócios com o objetivo de gerar emprego e renda, promover a inclusão social e o

desenvolvimento sustentável, e gerar qualidade de vida à população necessitada.

O Governo do município adotou uma postura voltada para o cidadão como cliente,

buscando minimizar as diferenças sociais com políticas de responsabilidade social, buscando

atingir pilares de eficiência e eficácia através da movimentação da economia, injetando na

mesma, empreendimentos que são geridos por empresários que são capacitados através do

próprio programa.

Existem algumas instituições internacionais que vêem obtendo resultados positivos

em seus países, um dos casos de sucesso é a Youth Business International-YBI, uma

organização que busca auxiliar e financiar atividades dos jovens empreendedores, se fazendo

presente na África, América, Oriente Médio, Ásia, Oceania e Europa. No Brasil muito se ouve

falar sobre desemprego, sobre política para auxiliar a inserção dos jovens no mercado de

trabalho, assim como políticas para o empreendedorismo.

Muitas são as políticas adotadas, já que o sistema econômico é bastante falho e

permite várias lacunas. No Brasil, o empreendedorismo procura ter uma conotação social,

para combater a miséria, gerando emprego e renda.

Quando se fala em economia brasileira, sabe-se que em sua maioria é formada por

micro e pequenos empreendimentos, que promovem a injeção de capital, assim, surgiram

muitas políticas para favorecer o ambiente e estimular a ação empreendedora.

Entretanto, muitos cidadãos possuem capacidades empreendedoras, mas não

possuem garantias a oferecer aos financiadores, não podendo obter grandes faixas de valores

em bancos e financiadoras. O microcrédito ganha força nesse cenário, tornando-se a principal

figura do contexto, já que se trata de financiamento em pequenos valores, dependendo do

pais. Com direcionamento a determinado público-alvo, tanto empresas formais quanto

informais.

Uma maneira de ajudar a movimentar a economia de mercado pessoense é a criação

do programa Empreender-JP, que busca oferecer subsídios aos empreendedores potenciais

para iniciar ou alavancar seu próprio negócio, que será alvo desse estudo.

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA.

O Programa Empreender-JP tem por objetivo auxiliar a abertura de novos negócios,

buscando gerar emprego e renda, promover a inclusão social e o desenvolvimento sustentável,

contribuindo para qualidade de vida da população necessitada. (Coutinho, 2005).

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Com o desenvolvimento do programa, sentiu-se a necessidade de dividi-lo em várias

linhas de crédito para melhor atender seus potenciais proponentes. Hoje o Empreender

contempla onze linhas de crédito, dentre elas, o Empreender-Jovem, que é alvo deste estudo.

A linha de crédito Empreender - Jovem faz parte do portfólio de linhas que o

Empreender-JP contempla na capital paraibana desde 2009, para incentivar e poder auxiliar o

espírito empreendedor de jovens que possuem pouca experiência, muita vontade para inovar e

abrir seu próprio negócio e nenhuma garantia a oferecer a bancos e financiadoras.

Para atender a essa fatia de empreendedores, foi criada essa linha de crédito especial,

que após três anos de sua abertura, e exclusivamente por tal linha foram contemplados 56

jovens. Durante um período a prefeitura em parceira com o Governo Nacional no programa

Pró-jovem – Programa Nacional de Inclusão de Jovens acrescentou alguns beneficiados,

entretanto esse estudo analisará exclusivamente contemplados inscritos através do Programa

Empreender-JP.

Sabe-se que qualquer projeto, requer o cumprimento de etapas como: planejamento,

gerenciamento e avaliação.

É um conhecimento corriqueiro de que a avaliação é um instrumento essencial para a

mensuração do alcance dos objetivos e para a retroalimentação de qualquer processo.

Entretanto, ao realizar um estágio na instituição em estudo, a pesquisadora constatou

que apesar da sua importância, o programa não conta com qualquer mecanismo de avaliação

da obtenção dos resultados pretendidos pelo programa, portanto não há como avaliar o êxito

em sua finalidade, não tendo referências para o gerenciamento.

Dessa forma, esse estudo identifica até que ponto o programa está alcançando sua

finalidade de gerar emprego e renda para os jovens empreendedores do município de João

Pessoa e se estes empreendimentos conseguem alcançar um nível de maturidade, sucesso e

quais foram às dificuldades encontradas.

A medição de desempenho pode caracterizar-se como um processo capaz de auxiliar

a tomada de decisão, avaliando o sucesso da organização, baseando-se na medição na

eficiência e eficácia. (CORRÊA E CORRÊA, 2010).

O presente estudo pretende, então, responder ao seguinte questionamento: Como o

programa de Microcrédito Empreender-JP em sua linha de crédito especial Empreender-

Jovem, auxilia a subsistência de jovens empreendedores no mercado de trabalho?

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Avaliar o Programa EMPREENDER JP- JOVEM, pela subsistência dos

jovens empreendedores no mercado de trabalho em João Pessoa.

1.2.2 Objetivos Específicos

• Identificar como essa concessão de crédito auxiliou na abertura do negócio.

• Analisar o microcrédito e sua importância;

• Caracterizar o perfil do empreendedor-jovem

• Avaliar os resultados e a consolidação das micro empresas abertas com o crédito

concedido pelo programa Empreender-JP;

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1.3 JUSTIFICATIVA

O Programa Empreender-JP foi uma iniciativa da Prefeitura Municipal de João

Pessoa que busca auxiliar o desenvolvimento de micro e pequenos negócios na capital

paraibana. Como dito, este estudo se concentra em avaliar o Empreender-Jovem criado em

2009, uma das linhas de créditos que o programa contempla, examinando dificuldades e

facilidades encontradas pelos contemplados.

Consiste em um registro inédito, que acrescentará a Secretaria do Trabalho, Produção

e Renda auxiliando em dados estatísticos, podendo apontar possíveis falhas no processo,

apoiando a tomada de decisão e servindo como um feedback a prefeitura.

Acrescentará a academia como uma elaboração cientifica que abordará aspectos

relevantes sobre a temática estudada, já que se trata de um assunto emergente e pouco

trabalhado na literatura acadêmica, registrando uma investigação mercadológica importante

para a sociedade em geral, já que fomenta a economia municipal, movimentando-a. Assim

como, de suma importância para a pesquisadora que busca melhor entendimento sobre o

empreendedorismo, os micro negócios, podendo servir como base para estudos futuros, em

dimensões mais profundas.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Toda organização busca alcançar seus objetivos pré-estabelecidos com eficiência e

eficácia. Entende-se por organização quando há esforços individuais que somados tem a

finalidade de alcançar objetivos coletivos. Assim, através de uma organização há a

possibilidade de alcançar objetivos que individualmente seriam inatingíveis. (MAXIMIANO,

1992)

Muitas organizações surgem da necessidade de subsistência dos indivíduos. A

economia brasileira é formada basicamente por micro e pequenas empresas, de acordo com o

SEBRAE, 2006 (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas) e segundo

Gabriel (2008, p.5).

Em 2000, as MPE´s concentravam 4.617.602 (quatro milhões, seiscentos e dezessete

mil e seiscentos e dois) estabelecimentos empresariais, saltando em 2004 para

5.028.318 (cinco milhões e vinte e oito mil, trezentos e dezoito) estabelecimentos,

ou seja, um crescimento de 22,1%. Comparativamente às médias e grandes empresas

cresceram no mesmo período 19,5%, o que denota um potencial de crescimento das

MPE´s quase 3% maior que as médias e grandes empresas. É notório o crescimento das organizações no Brasil, que pode ser causado por

diversos motivos, a desburocratização no processo de formalização, a necessidade de

subsistência, a vontade de empreender, dentre outros

As MPE’S (Médias e Pequenas Empresas) correspondem a 98% do total de empresas

formais do Brasil, entretanto há 9,5 milhões de empresas informais que juntas arrecadam

cerca de 21% do PIB ( Produto Interno Bruto), empregam cerca de 60% da mão de obra de

todo o país com 45% das carteiras assinadas. (IBGE, 2004)

A mortalidade dos micro e pequenos empreendimentos é alta, e, portanto é relevante

estudar os ciclos de vida das organizações, que corresponde ao processo de desenvolvimento,

evolução de uma empresa, passando por etapas distintas que começam com criação até a

consolidação organizacional. (LEZANA, 1996)

Resultante de estudos de muitos pesquisadores, o quadro a seguir explica a maneira

como muitos estudiosos definiram tal processo.

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Quadro 1 - MODELOS DE CICLO DE VIDA ORGANIZACIONAL

MODELO AUTORES PERÍODO ETAPAS/FASES/ESTÁGIOS

Modelo

Funcional

Scott e Bruce

1987

1. Início

2. Sobrevivência

3. Crescimento

4. Expansão

5. Maturidade

Estágios de

Desenvolvimento

Luiz

Kaufmann

1990

1. Nascimento

2. Crescimento

3. Maturação e

Institucionalização

4. Renovação

Modelo

Gerencial

Mount, Zinger

e Forsyth

1993

1. Empresa operada pelo dono

2. Transição para uma empresa

administrada pelo dono

3. Empresa administrada pelo

dono

4. Transição para uma administração profissional

5. Administração profissional

Estágios de Crescimento

Adizes

1993

1. Namoro

2. Infância

3. Toca – toca 4. Adolescência

5. Plenitude

Processo

Empresarial

Reynolds,

Storey e

Westthead

1994

1. Concepção

2. Gestação e Nascimento

3. Infância e Crescimento

Desenvolvimento Organizacional

Antônio Carlos

F. Marques

1994

1. Estágio conceptual

2. Estágio organizativo

3. Estágio produtivo

4. Estágio caçador

5. Estágio administrativo 6. Estágio normativo

7. Estágio participativo

8. Estágio adaptativo

9. Estágio inovativo

Fonte: BORINELLI, 2008

Por ser um modelo facilmente entendido, mesmo pelas pessoas que não possuem

conhecimentos administrativos, o modelo de Estágios de Desenvolvimento de Luiz Kaufmann

será o adotado nesta pesquisa.

Tal modelo possui quatro estágios. O primeiro denominado, nascimento, que consiste

na fase inicial da organização, onde a empresa vive sua primeira experiência, tendo uma

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estrutura administrativa e um processo de comunicação simplificados, a figura do

empreendedor como fundamental, e é focada essencialmente para sobrevivência.

O crescimento consiste em deixar de pensar somente em sobreviver para focar em um

crescimento. Sendo marcada pelo crescimento de colaboradores individualmente, bem como

em grupos, exigência de melhor qualificação dos mesmos, maiores processos de comunicação

e administrativos.

A maturação e institucionalização consiste em um amadurecimento empresarial,

caracterizado por estruturas e hierarquias mais definidas, departamentalização, formalização,

gerenciamento orientado para o crescimento e o futuro.

Renovação consiste em reavaliar as práticas adotadas e verificar se essas ainda se

aplicam na realidade encontrada ou há uma necessidade de renovação em algum processo, ou

mesmo na cultura interna, na flexibilidade dos processos.

2.1 Crédito

O crédito tem a capacidade de demonstrar a confiabilidade que uma pessoa

evidencia. Existem várias tentativas de reduzir a pobreza através da concessão de crédito.

Segundo Schrickel, 1994 (apud PEREIRA 1995, p. 50) Crédito é todo ato de

vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte de

seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que esta parcela volte a sua

posse integralmente, após decorrido o tempo estipulado. Esta parte do patrimônio

pode ser materializada por dinheiro (empréstimo monetário) ou bens (empréstimo

para uso, ou venda com pagamento parcelado, ou a prazo).

Segundo estudo do microempreendedor individual do Sebrae 2012, cerca de 90% dos

empreendedores não buscaram financiamento para iniciar seu negócio e dos 10% que

procuraram 52% conseguiram a concessão. Ainda segundo o mesmo estudo, as organizações

mais procuradas para tal finalidade são entidades públicas.

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Gráfico 1: Categoria de instituições mais procuradas para obtenção de crédito

A soma é superior a 100% porque o individuo pode buscar financiamento em mais de uma organização.

Fonte: SEBRAE, 2012

Para se adequar às diferentes realidades econômicas encontradas, o crédito

tradicional ganhou uma divisão, onde surgiu o microcrédito.

O termo microcrédito possui várias definições distintas, podendo ser classificado de

forma diferente. Giulli o descreve como serviços financeiros em pequena escala, já Schreiner

acredita ser um crédito para assistir pessoas de baixa renda, sendo assim Neri sintetiza a ideia

de ambos e caracteriza o microcrédito como um empréstimo de baixo valor para pessoas de

baixa renda (NERI, 2008).

Segundo Neri (2008) os primeiros estudos mais aprofundados e a experiência que

ficou conhecida internacionalmente sobre o microcrédito foi realizada pelo professor de

economia Muhammad Yunus em 1976, que verificou que pessoas que não podiam constatar

garantias de pagamento e que trabalhavam por conta própria não conseguiam financiar

pequenos negócios já que não tinham abonações a oferecer aos bancos e agiotas, sendo assim,

acreditava-se no crédito como um direito comum a todos que tivessem vontade em abrir um

empreendimento.

No Brasil, para melhor auxiliar a população de baixa renda, governantes

pernambucanos chegaram à conclusão que identificar e manter empresários operando

organizações no setor informal seria a melhor opção. Dada essa necessidade criaram a UNO

em 1972, que é considerada uma instituição pioneira no campo da assistência a micro e

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pequenas empresas, que evoluiu saindo dos limites da cidade de Recife, onde foi fundada até

ser adaptada e usada em países latino americanos. (JACKELEN, 1982).

Entretanto, a estabilidade das instituições de microcrédito veio após a estabilização

macroeconômica de 1994, que ocorreu devido à busca incessante do governo para estabilizar

a inflação controlando os preços, já que o Brasil encontrava-se com elevadas taxas

inflacionárias. A macroeconomia:

[...] estuda a economia como um todo, analisando a determinação e o

comportamento de grandes agregados, tais como: renda e produto nacionais, nível

geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balança

de pagamentos e taxa de câmbio. (GARCIA E VASCONCELOS, 2002 p. 83.

Assim o interesse de governantes cresceu passando a ver nos micro negócios e sua

formalidade, uma alternativa para melhorar o nível de pobreza da população e movimentar a

economia do País, desenvolvendo políticas que incentivam o seu crescimento.

2.2 O Papel da Administração Pública

Segundo Balthar Neto e Torres (2011), conforme leciona Hely Lopes Meirelles

“...Administração é apenas a ferramenta disponibilizada ao Estado para buscar a satisfação

dos interesses essenciais e secundários da coletividade.”

Uma sociedade capitalista marcada por desigualdades e incoerências, possui uma

população dividida onde as oportunidades não são igualitárias, crescendo assim um

sentimento de revolta dos que ficam à margem do sistema econômico. Dessa maneira, a

administração pública busca suprir essas falhas do sistema adotado, tomando decisões,

criando programas que ajudam a minimizar os impactos que esse sistema causa.

Os princípios básicos da Administração Pública estão previstos no Art. 37 da Constituição Federal Brasileira. A eles, somam-se outros expressos ou implícitos no

texto da Carta Magna, e outros enunciados no Art. 2ºda Lei Federal 9.784, de

29.01.1999. Esta Lei, embora Federal, tem verdadeiro conteúdo de normas gerais da

atividade administrativa, não só da União, mas também dos Estados e

Municípios.(CAVALCANTE, 2008, p.1)

A administração pública busca atender a sociedade de maneira igualitária, para que

prevaleçam os interesses da coletividade. Dessa maneira, o governo procura minimizar as

diferenças através da realização de diversos programas. Nesse sentido, a Prefeitura Municipal

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de João Pessoa desenvolve, há seis anos, um programa de microcrédito orientado para

incentivar os empreendedores da capital paraibana - o Empreender-JP.

No Brasil não há políticas estruturadas de abrangência nacional que tenham a

finalidade de financiar o empreendedorismo. Há alguns projetos realizados, mas que não

abrangem todo o País de maneira igualitária, por esse motivo, as políticas não são bem

estruturadas.

2.3 Micro e pequenas empresas

De acordo com o Anuário do trabalho na micro e pequena empresa, o Brasil possui

mais de 6 milhões de empresas, sendo 99% delas micro e pequenas das quais 62% possuem

ao menos um funcionário, os demais 38% só gera ocupação para o proprietário. (SEBRAE,

2010)

Gráfico 3: Evolução do número de estabelecimentos por porte Brasil 2000-2010 (em

milhões)

Fonte MTE RAIS

Elaboração DIEESE, 2010

Há várias maneiras de classificar as empresas entre micro, pequeno ou grande porte.

Segundo a Lei complementar Nº123, de 14 de dezembro de 2006, aprovada pela presidência

da republica no art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), que

classifica as empresas através de sua receita bruta, afirma que micro empresa que é aquela que

aufere o valor igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) em cada ano-

calendário e uma empresa de pequeno porte aufere no mesmo período o valor superior a R$

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360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões

e seiscentos mil reais). (BRASIL, 2006)

As MPE’s são bastante flexíveis podendo adaptar-se as adversidades de mercado

com mais facilidade que as empresas de grande porte, bem como podendo servir a estas como

fornecedoras de matéria prima ou mesmo de produtos acabados. Com a globalização, a livre

concorrência entre empresas ficou mais difícil para o consumidor optar, já que as pequenas

empresas trazem produtos e serviços personalizados e as grandes organizações contam com a

força da marca.

As micro e pequenas empresas tem uma alta taxa de fracasso/e mortalidade, o que

acarreta prejuízos econômicos e sociais. Segundo a pesquisa GEM - Global Entrepreneuship

Monitor ,2009, o fechamento de cerca de 33,6% dos empreendimento ocorreu pela

ineficiência na geração de lucros satisfatórios.

Gráfico 4: Principais motivos do encerramento do negócio

Dados da pesquisa GEM 2007 a 2009.

Para Chiavenato (2008, p. 15), “nos novos negócios, a mortalidade prematura é

elevadíssima, pois os riscos são inúmeros e os perigos não faltam.” Assim, o autor assinala as

principais causas para a falência dos negócios que são expostos no quadro a seguir:

Quadro 2: As causas mais comuns de falhas no negócio

Inexperiência 72%

Fator econômico 20%

Vendas insuficientes 11%

Despesas excessivas 8%

Outras causas 3%

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Fonte: Chiavenato (2008, p.15)

Ao abrir um negócio o risco é elevado, bem como a probabilidade de não se destacar

no mercado, aumentando o índice de falência. Chiavenato (2008) aponta a inexperiência

como ponto de destaque, entretanto Degen (1989) afirma que a falta de habilidades

administrativas e conhecimentos mercadológicos são os motivos que levam um

empreendimento ao fracasso, afinal, ao abrir seu próprio negócio, espera-se adquirir

autonomia, entretanto para conquistá-la com eficiência tem que existir conhecimento.

2.4 Empreendedorismo

O empreendedorismo possui várias vertentes e perspectivas diferentes, podendo

assim ser conceituado de várias formas. O termo empreendedor tem origem no francês

entrepreneur que significa conquistador ou intermediário, aquele que assume riscos. Na Idade

Média era utilizado para indicar o indivíduo que realiza o gerenciamento de grandes projetos

de produção. Ao longo dos anos esse termo passou por vários estudos e reformulações e, uma

boa definição segundo POLLI, et al. (2003, p.6), é a dada por Barreto (1888)

Empreendedorismo é habilidade de criar e construir algo a partir de muito pouco ou

do quase nada. Fundamentalmente, o empreender é um ato criativo. É a

concentração de energia no iniciar e continuar um empreendimento. É o desenvolver

de uma organização em oposição a observá-la, analisá-la ou descrevê-la. Mas é

também a sensibilidade individual para perceber uma oportunidade quando outros

enxergam caos, contradição e confusão. É o possuir de competências para descobrir e controlar recursos aplicando-os de forma produtiva.

O empreendedorismo no Brasil começou a ganhar forma à partir da década de 90,

quando teve a abertura econômica do com a entrada de produtos importados e o crescimento

da economia de mercado. Em 1990 o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (SEBRAE) se desvinculou do Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média

Empresa (Cebrae) e transformou-se em um serviço independente. Consiste em uma instituição

civil sem fins econômicos, “criada pela Lei n° 8.029, de 12 de abril de 190, regulamentada

pelo Decreto n° 99.570, de 9 de outubro de, em seguida, alterada pela Lei nº 8.154, de 28 de

dezembro de 1990” (SEBRAE, 2011), e possui como finalidade instigar e gerar nas empresas

de micro e pequeno porte políticas de desenvolvimento econômico, preparando empresas e

empresários para crescer e acompanhar o ritmo da economia.

Assim, o perfil do empreendedor vem sendo construído de diferentes formas e traçá-

lo tornou-se tarefa importante e árdua, atribuindo-lhes distintas características, como a de

inovar, organizar, administrar, executar, com dinâmica, autoconfiança, persistência,

flexibilidade e talento, modificando, reinventando, renovando pioneiramente, dessa forma

alcançando resultados satisfatórios e superiores aos concorrentes (MENEZES, 2011).

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Apesar de apresentar características distintas, os empreendedores se assemelham por

apresentarem grande poder de persuasão a fim de atrair, reter e equilibrar o interesse dos

stakeholder, ou seja, todos os interessados. (BHIDE et. al, 2002)

Dolabela (1999) e Filion (1999), afirmam que empreendedores possuem traços

comuns de personalidade que os vinculam e os diferenciam dos demais profissionais, tendo

características tais como perseverança e tenacidade, forte intuição, utilizando o fracasso como

motivação para aprender. A seguir segue o quadro com algumas características do

empreendedores:

Quadro 3: CARACTERÍSTICA DOS EMPREENDEDORES Inovação Otimismo Tolerância à ambigüidade e

à incerteza

Liderança Orientação para resultados Iniciativa

Riscos Moderados Flexibilidade Capacidade de

aprendizagem

Independência Habilidade para conduzir

situações

Habilidade na utilização de

recursos

Criatividade Necessidade de realização Sensibilidade a outros

Energia Autoconsciência Agressividade

Tenacidade Autoconfiança Tendência a confiar nas

pessoas

Originalidade Envolvimento a longo

prazo

Dinheiro como medida de

desempenho

Fonte: Homaday (1962); Meridth, Nelson e Neck (2983); Timmons (1978) apud FILION (1999)

Segundo RICCA (2004,p1)

A pesquisa GEM (Global Entrepreneuship Moitnor), que mede a taxa de

empreendedorismo em vários países e realiza anualmente sob coordenação de

universidades dos Estados Unidos e da Inglaterra, mostra que o Brasil hoje, é o sexto

país mais empreendedor do mundo. A GEM monitora ao todo 31 países do mundo

que juntos respondem a 90% do PIB mundial.

Isso só comprova que realmente o Brasil é um país que tem vocação para o

empreendedorismo, entretanto vale salientar que houve uma mudança em relação à oferta de

trabalho em termos de estilo.

Por estarem fora do mercado de trabalho, os indivíduos buscam se inserir para poder

sobreviver, e vêem no empreendedorismo, uma saída para poder honrar suas dívidas. Ainda

segundo Ricca (2004, p.1) “Quando se fala em empreendedorismo por oportunidade, o Brasil

cai para a décima posição. Quando se trata de empreendedorismo por necessidade, no entanto,

ocupamos a quinta posição.”

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De acordo com Dornelas (2001, pg.58), as diferenças entre o empreendedor e o

administrador podem ser comparadas em cinco dimensões distintas de negócio: orientação

estratégica, análise das oportunidades, comprometimento dos recursos, controle dos recursos e

estrutura gerencial.

Equivocadamente empreendedores são comumente confundidos com administradores,

já que empreendedorismo vem sendo fortemente difundido pelas mídias, e ainda assim muitas

pessoas não diferenciam bem essas duas funções, já que ambos possuem a tarefa de dirigir,

organizar, planejar e controlar. Entretanto administradores são pessoas contratadas para

realizar essa atividade, pessoas que foram capacitadas para desempenhar tal função, que

adquiriram conhecimento codificado e tácito. Já empreendedores são pessoas que, mesmo

sem o conhecimento codificado adquirido, tem a habilidade de comercializar, de gerenciar

com êxito algum empreendimento. A princípio, desempenham a atividade de administrar,

entretanto com o crescimento da organização passa a ser exigido a presença de um

administrador ou consultor para indicar as melhores práticas e decisões.

Para Dolabela (1999) empreendedorismo pode assinalar uma área de grande alcance,

indo além da criação de empresas, mas abordando a geração do auto-emprego (trabalho

autônomo); empreendedorismo comunitário (como as comunidades empreendem); intra-

empreendedorismo (o empregado empreendedor); políticas públicas (políticas governamentais

para o setor)”.

Esse estudo classifica-se como empreendedorismo por necessidade na área de

políticas publicas que de acordo com Julien (2005) apud Silva; Machado (2008) considera

papel do Estado a articulação do ambiente para promover o empreendedorismo e o

desenvolvimento econômico, disponibilizando orientação, apoio, estimulo e facilidades.

Dessa forma, o programa da Prefeitura Municipal de João Pessoa, busca essas cinco

ações através do programa de microcrédito orientado Empreender-JP, não apenas concedendo

um crédito importante para iniciar determinada atividade, mas auxiliando em todo o processo,

guiando, orientando.

2.5 Avaliação de desempenho

A era do conhecimento vem modificando toda a sociedade, as organizações também

refletem esse comportamento, sendo mais flexíveis e inovadoras. O conteúdo e a qualidade

das informações são de extrema importância para esse sistema que se caracteriza pela alta

velocidade, confiabilidade e processamento da informação para geração do conhecimento.

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Sendo assim, o tratamento dado às informações serão condicionantes relevantes para a

pretensão dos resultados a serem alcançados pela organização. (LASTRES e ALABAGLI ,

1999.)

“O conhecimento é um produto perecível: quando não usado, deteriora-se, quando

não aumentado ou reciclado, desvaloriza-se”, afirma Mussak (2003, p.63). O conhecimento é

bastante valorizado, pois se devidamente utilizado pode transforma-se em uma vantagem

competitiva.

Dessa forma o trabalho é reorganizado, para que sejam aplicados os conhecimentos

adquiridos. As empresas estão inseridas em um mercado extremamente dinâmico, buscando

reconstruir e se reestruturar, para alcançar melhorias no desempenho. (HAMMER, 1993).

Para tanto, a análise de desempenho consiste em uma ferramenta administrativa de

suma importância. Para Corrêa e Corrêa (2010), a medição do desempenho é essencial para o

embasamento de ações corretivas ou preventivas na organização, dessa maneira, auxiliando a

tomada de decisão.

Esse tipo de mecanismo não é necessidade apenas das grandes organizações, essa

análise pode exercer papel fundamental no apoio a tomada de decisão em pequenas e médias

empresas. (BIAZZO E BERNARDI, 2003).

Segundo Rummler e Brache (1994), Corrêa e Corrêa (2010) boas medidas de

desempenham precisam ter as seguintes características, entre outras:

• Ser derivadas das estratégias organizacionais;

• Comunicar as expectativas do desempenho aos subordinados;

• Identificar falhas;

• Prover feedback em tempo, que compare o desempenho a um padrão, sendo de forma

precisa;

• Ser definida, com propósitos específicos e definidos.

Para melhor realização do estudo de caso foram nomeadas algumas variáveis baseadas

no fundamento do estudo para nortear a aplicação da pesquisa, são elas:

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Quadro 4: Variáveis utilizadas na pesquisa

Avaliação Direta

Falência

Avaliação de desempenho

Identificação do negócio

Crédito Suficiente

Melhoria de poder aquisitivo

Empreendedorismo por necessidade

Empreendedorismo por oportunidade

Acompanhamento Pós-crédito

Características

Dados da pesquisa

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esse capítulo contempla as etapas referentes ao método aplicado, tipo de pesquisa,

universo, amostra, procedimentos de coleta de dados e tratamento.

3.1 Natureza de pesquisa

Segundo Ander-Egg (1978, p.28) pesquisa consistem em um “procedimento

reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados,

relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento.”

O presente estudo busca analisar a inserção dos jovens empreendedores no mercado

de trabalho. Sendo de natureza descritiva já que “observa, registra, analisa e correlaciona fatos

ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”. CERVO, BERVIAN, SILVA (2007, p. 61).

Bem como de natureza aplicada, pois busca “gerar conhecimentos para aplicação prática,

dirigidos à solução de problemas específicos e envolver verdades e interesses locais” (SILVA;

MENEZES, 2005, p 20). Propiciando à Secretaria Secretária do Trabalho, Produção e Renda

um feedback em relação às suas ações específicas ao programa Empreender.

Considera-se, também como uma pesquisa exploratória, proporcionando maiores

informações sobre o assunto em estudo. Segundo Gil (2006) a pesquisa exploratória se

caracteriza por “proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais

explícito ou a construir hipóteses.” E ainda Richardson (2007, p 66), descreve a pesquisa

exploratória como “quando não se tem informação sobre determinado tema e se deseja

conhecer o fenômeno”.

Fazendo a utilização de dados primários, ou seja, “quando coletados em primeira

mão, como pesquisa de campo, testemunho oral, depoimentos, entrevistas, questionários,

laboratórios.” (CERVO, BERVIAN, SILVA, 2007, p.80), bem como de dados secundários

que ocorre “quando colhidos em relatórios, livros, revistas, jornais e outras fontes de

impressas, magnéticas ou eletrônicas.” (CERVO, BERVIAN, SILVA 2007, p 80).

Sendo ainda um estudo de caso, que segundo YIN (1989, p.23)

O estudo de caso e uma inquirição empírica que investiga um fenômeno

contemporâneo dentro de um contexto da vida real, quando a fronteira entre o

fenômeno e o contexto não é claramente evidente e onde múltiplas fontes de

evidencia são utilizadas.

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3.2 Sujeito da Pesquisa

Os sujeitos da pesquisa são os proponentes do Empreender-JP na linha de crédito

Empreender-Jovem que foram deferidos e receberam o crédito para aplicá-lo em alguma

atividade anteriormente declarada, tanto os que obtiveram êxito em seus negócios, quanto os

que não obtiveram.

Foram analisados os contemplados desde 2009 até 2011 na linha de crédito

declarada, perfazendo um total de 50 empreendedores jovens, que consiste no universo de

empreendedores jovens, sendo sete deles renovações, ou seja, proponentes que procuram o

empreender para o segundo ou terceiro financiamento.

3.3 Procedimentos da Coleta de Dados

A coleta de dados foi de fundamental importância para esse estudo acontecendo de

duas maneiras: pesquisa documental e questionário.

3.3.1 Pesquisa Documental

Trata-se de uma pesquisa com diversas fontes a fim de compreender o tema

abordado. Segundo Vergara (2005, p.48)

[...] uma investigação documental é realizada em documentos conservados no

interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas:

registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes,

comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, videoteipe, informações

em disquete, diários, cartas pessoais e outros.

Neste estudo, a pesquisa documental teve como objetivo colher dados para melhor

conhecimento e localização dos proponentes que fazem parte desse universo.

3.3.2 Questionário

Como instrumento de pesquisa para o auxílio no levantamento de dados para a

investigação, utilizou-se um questionário, para o recolhimento de informações mais precisas.

Segundo Silva e Menezes (2005) o questionário:

É uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo

informante. O questionário deve ser objetivo, limitado em extensão e estar

acompanhado de instruções, as instruções devem esclarecer o propósito de sua

aplicação, ressalta a importância da colaboração do informante e facilitar o

preenchimento.

Foram utilizados questionários com perguntas de múltipla escolha, cada questionário

continha dez perguntas, uma das proposições utilizava a escala de Likert, a qual requer que o

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entrevistado assinale o grau de concordância ou discordância em relação ao problema

proposto. Atribuindo valores numéricos como por exemplo, de 1 a 5, de +2 a -2, ou na

utilizada, discordo plenamente, discordo, imparcial, concordo e concordo plenamente, as

afirmações recebem valores positivos para declarações de concordância e negativos para

afirmações de discordância. Permitindo ao entrevistado clareza e neutras. (BAKER, 2005).

O questionário é composto de duas partes, sendo que uma delas objetivou o

levantamento de dados demográficos, que serviu para caracterizar o perfil dos então

empreendedores, e a outra utilizou as variáveis anteriormente descritas como escolhidas a fim

de esclarecer a problemática de estudo que consiste na inserção de jovens empreendedores no

mercado de trabalho, feita através do programa Empreender – JP.

3.4 Método de Análise dos Dados

Para a análise e interpretação dos dados foram adotados procedimentos quantitativos,

os quais, segundo Richardson et al. (1999 p. 70) “caracteriza-se pelo emprego da

quantificação tanto nas modalidades de coleta de informação quanto no tratamento delas por

meio de técnicas estatísticas.”

Após a coleta, os dados quantitativos foram agrupados em planilha no softaew Excel

e posteriormente lançados em banco de dados, utilizando o pacote SPSS – Statistical Package

for the Social Sciences, utilizando-se de uma análise de dados de estatística descritiva.

3.5 Universo e Amostra

Cerca de 10.000 contratos de microempresários foram liberados através do

Empreender – JP desde 2005 a 2011 em todas suas linhas de crédito, cerca de 300 pessoas

fizeram parte do programa Empreender – Jovem; dessas, 250 foram em uma parceria com o

programa Pró-Jovem do Governo Federal, sendo 50 contemplados exclusivamente pelo

programa Empreender –JP Jovem, os quais foram definidos como público alvo de estudo

dessa pesquisa.

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38

4. RESULTADOS

Segundo Triviños (1997), “A importância dos dados está não neles mesmos, mas no

fato de proporcionarem respostas à investigação”. Dessa maneira a pesquisa buscou atingir

satisfatoriamente os objetivos propostos, contemplando no próximo capítulo a análise e

interpretação dos dados coletados.

4.1 Caracterização do Programa

Segundo a Global Employment Trends 2012 que consiste em um relatório a respeito

das tendências globais de emprego, existem cerca de 900 milhões de trabalhadores que vivem

abaixo da linha de pobreza de dois dólares por dia, na maioria dos países em

desenvolvimento. Um em casa três trabalhadores no mundo está desempregado, ou vive na

linha. É realizada uma projeção, na qual o estudo aponta que em 2012 haverá três milhões de

desempregados a mais e cerca de 206 milhões de desempregados no mundo em 2016.

Ainda segundo esse relatório, os jovens são os mais atingidos pela crise, onde 74,8

milhões de jovens entre 15 e 24 anos estavam desempregados em 2011. Possuindo quase três

vezes mais probabilidade do que os adultos de estarem desempregados, estando hoje em 12,7

por cento a taxa de desemprego global da juventude.

O desemprego apresenta porcentagens elevadas e preocupantes em todo o mundo

(Global Employment Trends, 2012). Entretanto, no Brasil esse fato gera uma maior

preocupação, já que o sistema público de proteção social não alcança o patamar esperado,

existindo uma boa parte da população que vive as margens do necessário para sobrevivência.(

IPEA, 2009)

Dada essa necessidade, o município de João Pessoa, através da Secretaria de

Desenvolvimento Sustentável da Produção (SEDESP), desempenha o programa Empreender-

JP, o qual teve sua criação e instalação da seguinte maneira:

A Sedesp é responsável pelas ações de fomento à produção desenvolvidas pela Prefeitura Municipal João Pessoa, com foco no desenvolvimento sustentável e na

geração de emprego e renda. Criada por meio da Lei Complementar nº 037, de 14 de

fevereiro de 2005, em acordo com o Artigo 69 da Lei Orgânica para o Município

João Pessoa, esta Secretaria atua por meio do apoio aos micro e pequenos negócios

individuais e coletivos, das ações de qualificação e de capacitação empresarial e

profissional e da intermediação da mão-de-obra. (Coutinho, 2005)

JOÃO PESSOA,2005.

Tendo o Empreender-JP como principal programa da Secretaria, a qual também

contempla outros programas que buscam o desenvolvimento da cidade de João Pessoa.

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A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável da Produção reformulou seu nome e

agora consiste na Secretaria do Trabalho, Produção e Renda do município, onde estão os

mesmos projetos anteriores, apenas a nomenclatura foi modificada através da Lei nº 12.155,

de Setembro de 2011. A Secretária do Trabalho, Produção e Renda pode estabelecer sua

estrutura administrativa, com a possibilidade de criar novos cargos de provimento efetivo.

(AGRA, 2011)

Como uma das finalidades da Secretaria é dar condições para estimular o trabalho

decente, que traga o mínimo de remuneração para se viver dignamente, assim como segurança

ao executá-lo. O programa Empreender-JP vem alimentar a cede dos promissores

empreendedores que não possui financiamento para começar ou alavancar suas atividades.

(COUTINHO, 2005),

O Empreender é um programa de crédito orientado do Governo Municipal que além de

movimentar a economia busca a inserção social, concede empréstimo a empreendedores que

residam na capital paraibana há no mínimo seis meses, sejam maiores de 18 anos, não sejam

servidores da Prefeitura Municipal de João Pessoa e não possuam débito superior a meio

salário mínimo, com nome inscrito no SPC (Sistema de Proteção ao Crédito), além de passem

por todas as fases até o recebimento do capital as quais serão explanadas no decorrer desse

documento. (COUTINHO, 2005)

Um dos pontos fortes do programa consiste em sua taxa de juros de 0,9% ao mês, uma

das mais baixas do país, já que as principais finalidades do programa é a inclusão social,

combate a miséria e estimulo ao empreendedorismo. Sendo assim, o programa possui dez

linhas de créditos que são (NUNES, 2011):

•Tradicional – consiste na linha de maior abrangência, atende a homens e mulheres que

desempenhem qualquer das atividades e não se enquadrem nas demais linhas.

•Especial 50+ - Atende empreendedores que tenham mais de 50 anos;

•Empreender Mulher – Destinada a mulheres que estejam em situação de risco atendidas

pela Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres;

•Mercado Público Destinadas a empreendedores que trabalhem, ou pretendem trabalhar

em qualquer mercado público do Município de João Pessoa e tenham cadastro de permissão

para desempenhar atividades nesses mercados emitido pela SEDURB (Secretária de

Desenvolvimento Urbano) ;

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•Empreender Jovem – Alvo desse estudo, atende jovens de 18 a 29 anos, que estejam

regularmente matriculados em curso de graduação ou que tenham concluído o curso por no

máximo dois anos;

•Cinturão verde– Destinado a pessoas que desempenham qualquer atividade rural;

•Superação – Destinada a pessoas que tenham qualquer tipo de necessidades especiais;

•Grupos Comunitários; Destinado a grupos, cooperativas e associações que possuem

cadastro na SEDES (Secretaria de Desenvolvimento Social);

•Capital de giro – Destinada a pessoas que tenham inscrição junto a Associação das

Micro e Pequenas Empresas e a Associação Paraibana da Beleza;

• Comerciantes Informais – Comerciantes que trabalham em vias públicas (ambulantes)

que foram direcionados para algum centro comercial, ou comerciantes que queiram participar

de algum evento da cidade. Necessariamente, deve-se ter inscrição na SEDURB.

• Empreender/JP- Tecnologia da Informação – Destinados a empreendedores da área de

tecnologia da informação.

Funcionamento do programa

O Empreender-JP possui sete fases até o recebimento do capital necessário para

começar ou incrementar seu negócio, tendo uma média de prazo de dois a três meses. O

primeiro passo para quem quer adquirir esse financiamento é ir até a sede do Empreender-JP

na cidade de João Pessoa e fazer sua inscrição e cadastramento, realizado apenas com

documentos: Identidade, CPF e Comprovante de residência.

Após realizar a inscrição e o cadastramento, o proponente é encaminhado ao

SEBRAE, parceiro do programa, e lá assiste a duas palestras de sua escolha, entre as

oferecidas com os seguintes temas:

• Entendendo custos, despesas e preço de venda;

• Buscando recursos financeiros;

• Planejamento a abertura do seu negócio;

• Lucratividade: crescer, sobreviver ou morrer;

• Atendendo com qualidade;

• Preparando sua empresa para o futuro;

• Determinação do capital de giro;

• Administração competitiva;

• Como conquistar e manter clientes;

• Responsabilidade social empresarial como fator competitivo;

• Aumentando suas vendas com criatividade.

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Ainda no SEBRAE faz-se um curso de capacitação com a metodologia do Best

game, que consiste na simulação de um jogo de empresa para os participantes, onde os mesmo

tomam decisões simulando a economia atual. Durante a realização do curso os proponentes

são divididos em turmas, de acordo com a data da inscrição do Best Game, essa ordem das

turmas será seguida para realização do plano de negócios no empreender.

A obrigatoriedade da realização do curso e participação nas palestras ressalta a

preocupação dos idealizadores e executores do Empreender com a qualidade, longevidade dos

micro e pequenos negócios que serão abertos e diferenciar o programa, caracterizando como

um programa de microcrédito orientado e não apenas uma concessão de empréstimo.

Posteriormente o proponente é encaixado em uma das diferentes linhas de crédito

que o programa contempla e espera ser chamado para realização do plano de negócio.

Dependendo da linha de crédito, o proponente, junto com um agente de crédito do

empreender realiza o plano de negócio, tanto para os que pretendem abrir o negócio quanto

para aqueles que querem alavancar suas vendas.

Um plano de negócios simplificado, onde o agente de crédito colherá informações

sobre empreendimentos e encontrará as melhores práticas para aplicá-lo. Obrigatoriamente o

proponente deve ter em mãos os orçamentos dos equipamentos solicitados, comprovante de

aluguel do ponto comercial, caso seja na residência do proponente é necessário um

comprovante de residência, os certificados do curso e das palestras.

Após a realização do plano de negócio o agente de crédito faz uma visita de campo,

verificando o local que funcionará o micro ou pequeno negocio, avaliando as adversidades

ambientais, tal como a probabilidade de render bons frutos o negócio.

Após realizado o plano de negócios e a visita técnica, toda a documentação do

processo é encaminhada para o Comitê Gestor, que irá avaliar e chegar ao valor do

financiamento considerado mais adequado para satisfazer a necessidade da abertura de

determinado estabelecimento. O comitê é formado por membros de algumas entidades ligadas

ao programa, como: um membro da Secretaria do Trabalho, Produção e Renda, SEDURB,

(Secretaria do Desenvolvimento Urbano), SEFIN (Secretaria de Finanças), Banco do Brasil

assim, deferindo ou indeferindo o plano.

A linha de crédito Empreender-Jovem, vem auxiliar os jovens que estejam cursando

uma graduação, ou tenham concluído o segundo grau há dois anos, tenham entre 18 e 25 anos,

moradores da cidade de João Pessoa a no mínimo seis meses, podendo ser contemplado com

até R$ 5.400,00 em seu primeiro financiamento.

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Após a realização do plano de negócios, alguns motivos podem levar a não liberação

do crédito como: a inviabilidade de sucesso do projeto, duas ou mais pessoas da mesma

família não podem tirar o empréstimo para a mesma atividade. (Relatório interno, 2010)

Em média trezentas e cinquenta pessoas são marcadas para atendimento e realização

do plano de negócios no Empreender-JP, em todas as linhas de créditos, entretanto ainda há

um grande número de faltosos ou pessoas que levam a documentação incompleta, não

podendo ser atendidos. São realizados cerca de duzentos planos ao mês e aprovados cento e

vinte. (Relatório interno, 2010)

Há um controle realizado pela própria organização em relação a adimplência e

inadimplência, entretanto não existe nenhum mecanismo que avalie a mortalidade das

mesmas, ou auxilie os então empreendedores em caso de problemas.

Se o proponente agora cliente do empreender for adimplente e mesmo assim não

estiver tendo êxito em seu negocio o programa não saberá, já que não há controle da

maturidade e estabilidade dos negócios.

A iniciativa de Prefeitura é excelente, já reproduzida em outras cidades do Brasil, no

entanto é extremamente importante a mensuração da eficiência e eficácia para medir a

efetividade do programa na finalidade na qual deseja.

4.2 Análise e Interpretação dos Dados

A fim de caracterizar o perfil do empreendedor jovem da capital paraibana, a

primeira parte dos dados explanados servirá para fundamentar tal proposta da pesquisa. Dessa

forma, a maioria dos financiamentos do Empreender –JP foram destinados a mulheres, sendo

60,5% do total.

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Gráfico 5: Gênero

Gráfico 5: Gênero Fonte: dados da pesquisa

Ainda com o intuito de caracterizar o perfil, foi detectado que a maioria dos

empreendedores são casados.

Gráfico 6: Estado Civil

Gráfico 6: Estádo Civil

Fonte: dados da pesquisa

Em sua maioria dos contemplados pelo Empreender- jovem tem a idade entre

24 a 27 anos, sendo uma parcela significativa dos proponentes 57,9%.

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Gráfico 7: Idade

Gráfico 7: Idade

Fonte: dados da pesquisa

Uma das premissas do programa Empreender, nessa linha de crédito consiste no fato

dos prováveis empreendedores terem que estar cursando a graduação, ou terem terminado há

dois anos. Após a coleta de dados, foi constatado que a maioria dos empreendedores já

concluiram um curso superior, sendo o total destes igual a 47,4%.

Gráfico 8: Escolaridade

Gráfico 8: Escolaridade

Fonte: dados da pesquisa

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Ainda para caracterizar o perfil do público estudado, foi perguntando a respeito da

condição financeira, podendo evidenciar que a maioria dos proponentes ganham entre R$

2.000,00 a R$ 4.000,00 confirmando a premissa da importância do microcrédito.

Gráfico 9: Renda

Gráfico 9: Renda

Fonte: dados da pesquisa

Por meio da pesquisa documental foi possível entender que o programa busca

financiar todos os tipos de negócios. Para melhor enquadramento em padrões, existem uma

relação de atividades que o programa empreender contempla, estando aqui expostas apenas as

atividades que foram financiadas na linha Empreender – Jovem nos anos de 2009 a 2011, são

elas:

· Alimentação, caracterizado pela comercialização, produção, prestação de serviço

ligados a alguma forma de alimentação.

· Depósito, atividades de comercialização de bebidas, GLP e material de construção.

· Informática: atividades de venda ou serviços que utiliza-se de tecnologia

computacional, softwares ou hardware.

· Oficina: atividade de serviço na área de consertos de veículos, eletrônicos e afins.

· Pet Shop: atividade de comercialização de produtos voltados para animais ou

serviços prestados a eles.

· Serviço Pessoa: Atividade que prestam serviços ou comercializam na área de beleza

corporal, bem-estar.

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· Vestuário: Atividade de produção, comercialização ou prestação de serviços ligados

ao que se veste, usa.

Dessa forma, verificou-se que o maior número de contemplados empreendeu no ramo

alimentício, sendo 31,6% do total de financiados.

Gráfico 10: Identificação do negócio

Gráfico 10: Identificação do negócio

Fonte: dados da pesquisa

Na segunda etapa do questionário, ao buscar identificar se o crédito auxiliou na

abertura do negócio, foi perguntando ao proponente se o programa teve responsabilidade

direta no sucesso da empresa. A resposta obtida pela maioria, ou seja 71,1% dos entrevistados

concordaram. Apontando até então, o sucesso quanto à eficiência do programa do Governo

Municipal.

Gráfico 11: Responsabilidade direta

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Gráfico 11: Responsabilidade direta

Fonte: dados da pesquisa

Sendo diretamente responsável pelo sucesso dos empreendimentos abertos, foi

perguntando se o crédito liberado foi suficiente para estruturação da empresa.

Analisando, percebe-se que apenas 28,9% concordam com o valor liberado

atribuindo um certo desacordo quanto ao capital autorizado.

Gráfico 12: Crédito suficiente

Gráfico 12: Crédigo suficiente Fonte: dados da pesquisa

Ainda, em termos financeiros, nenhum entrevistado discordou quanto ao fato da

melhoria de poder aquisitivo, após a abertura do negócio, tendo o percentual oscilando entre

imparcial, concordo e concordo plenamente, como exposto:

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Gráfico 13: Melhoria do poder aquisitivo

Gráfico 13: Melhoria do poder aquisitivo

Fonte: dados da pesquisa

Em termos de faturamento empresarial, 73,7% dos entrevistados assinalaram

positivamente quanto ao fato do faturamento conseguir sustentar a família, tendo 7,9%

afirmando que o faturamento não é suficiente e 18,4% imparcial.

Gráfico 14: Faturamento

Gráfico 14: Faturamento

Fonte: dados da pesquisa

Segundo Villavicencio (1992, p.3) a qualificação consiste em um “produto sempre

provisório de um processo complexo em que se combinam numerosos elementos muito

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heterogêneos, que é necessário distinguir”. Sabe-se que a procura por qualificação é crescente

no mercado de trabalho tão competitivo como o atual, dessa maneira apenas 34,2% dos

entrevistados buscam se qualificar o que consiste em um índice muito baixo, tendo a maioria,

44,7% imparcial, ou seja, a qualificação não é para estes fator extremamente importante,

diferencial competitivo, como se acredita.

Gráfico 15: Qualificação

Gráfico 15: Qualificação

Fonte: dados da pesquisa

Segundo o presente estudo, até mesmo pela especificidade da população alvo, a

maioria dos empreendedores pesquisados buscaram abrir o próprio negócio por necessidade.

Gráfico 16: Empreendedorismo por necessidade

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Gráfico 16: Empreendedorismo por necessidade

Fonte: dados da pesquisa

Estes dados obtidos, de certa forma, confirmam o que Ricca (2004), constatou que o

Brasil consiste em um país de empreendedores por necessidade mais do que por oportunidade,

uma vez que ocupa quinto lugar em uma escala de países na primeira modalidade e décimo

lugar na segunda.

Gráfico 17: Empreendedorismo por oportunidade

Gráfico 17: Empreendedorismo por oportunidade

Fonte: dados da pesquisa

Um dos resultados mais alarmantes em relação ao presente trabalho encontra-se

quanto ao questionamento do acompanhamento do programa após a concessão de crédito do

mesmo, dos quais nenhum proponente discordou do fato da falta de acompanhamento do

programa, tendo 92,1% concordado que realmente faltou um acompanhamento pós-crédito e

7,9% foram imparciais.

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Gráfico 18: Acompanhamento

Gráfico 18: Acompanhamento

Fonte: dados da pesquisa

“O monitoramento é essencial para que o governante e o gestor conheçam a

evolução da situação que enfrentam e apreciem os resultados de suas ações, de forma a ser

possível a tomada de decisões que possam resultar em modificações tempestivas.” (São Paulo,

2006)

O estudos ressaltou a importância da avaliação de desempenho organizacional, dessa

maneira, ao perguntar aos entrevistados, cerca de 84,2%, concordam que a avaliação de

desempenho é uma ferramenta importante para o gerenciamento organizacional.

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Gráfico 19: Avaliação de desempenho

Gráfico 19: Avaliação de desempenho

Fonte: dados da pesquisa

De certa forma, contraditoriamente aos dados obtidos quanto à qualificação, os quais

ressaltam a imparcialidade na procura por qualificação, grande maioria concordou quanto à

importância da realização do curso de capacitação obrigatório no inicio do processo de

recebimento do crédito. Sendo assim, é notória a concordância dos proponentes quanto a

importância da qualificação, da avaliação de desempenho, entretanto por motivos não

conhecidos, os mesmo não realizam a qualificação.

Gráfico 20: Curso do SEBRAE

Gráfico 20: Curso do SEBRAE

Fonte: dados da pesquisa

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O ciclo de vida das organizações de Luiz Kaufmann 1990, foi o utilizado para

averiguar em que estágio as empresas abertas pelo financiamento do empreender-JP estão,

entendendo-se que em cada fase a empresa é submetida a diferentes situações Kaufmaan

(1990, p.11) aponta que "... a cada passagem de um estágio para outro, enfrenta verdadeiras

crises de crescimento ou crises de passagem."

Para Kaufmaan 1990, o ciclo organizacional possui quatro estágios, nascimento,

crescimento, maturação e institucionalização e renovação, cada fase possui características

distintas e únicas.

No Nascimento, consiste na fase de reunião de recursos, estruturação administrativa,

comunicação simples, produção para sobrevivência ainda conhecendo o mercado.

Durante a fase do Crescimento a empresa passa a ter um desenvolvimento

considerável, crescendo no numero de colaboradores, podendo haver a necessidade de

implementação de tecnologias da informação, hierarquizando funções.

No terceiro estagio o da Maturação e Institucionalização consiste no amadurecimento

organizacional, caracterizado por estruturas extremamente definida, departamentalização,

formalização.

A fase da renovação há uma necessidade de inovação dos processos para melhor

adequação das necessidades mercadologias, segundo KAUFMANN (1990, p.25): "A fase de

renovação, na verdade, constitui-se em uma meia-volta no caminho do desenvolvimento da

empresa. Esta meia-volta é um retorno aos valores originais e ao espírito empreendedor que

possibilitaram, no passado, o acelerado crescimento da empresa, agora em torno de uma

organização mais forte, mais estruturada, com personalidade e identidade próprias.”

Dessa forma, a maioria das organizações financiadas pelo Empreender-JP estão na

fase de crescimento. Como explicito abaixo, acredita-se que isso seja causado pelo tempo de

funcionamento.

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Gráfico 21: Estágio do ciclo organizacional

Gráfico 21 Estágio do ciclo organizacional

Fonte: dados da pesquisa

Infelizmente muitas organizações chegam a falência, cerca de 24% das organizações

financiadas pelo Empreender-JP na linha de crédito empreender jovem fecharam, o que acaba

por acarretar prejuízos econômicos e sociais. Alguns motivos aparentes levaram a esse fato,

dentre os quais os empreendedores apontaram:

Gráfico 22: Fechamento

Fonte: dados da pesquisa

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Buscando características para o perfil empreendedor, foi pedido que os proponentes

indicassem algumas características que os mesmo acreditam ter, o quadro a seguir elenca tais

características segundo o quadro de características presente na página 32.

Gráfico 23: Caracteristicas empreendedora

Fonte: dados da pesquisa

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse capítulo contém as considerações finais do estudo, buscando suas contribuições

e resoluções da pesquisa bem como se foram atendidos os objetivos pré-estabelecidos,

destacando algumas limitações, reflexões e sugestões.

Nos resultados destacam-se o cumprimento dos objetivos pré-estabelecidos, ao longo

do estudo podendo analisar a inserção dos jovens empreendedores no mercado de trabalho em

João Pessoa, realizada através do programa de microcrédito orientado Empreender – JP, da

mesma maneira os objetivos específicos propostos pelo estudos foram cumpridos. Os dados

coletados compuseram satisfatoriamente os resultados, onde podemos perceber que o crédito

auxiliou a abertura das organizações, apesar da maioria dos proponentes terem assinalado

como imparcial quanto a quantia disponibilizada, a maioria concordou com o fato da melhoria

do poder aquisitivo e no fato do faturamento ser suficiente para sustentar a família.

A taxa de mortalidade empresarial está próxima à taxa de mortalidade brasileira, que

segundo o IBGE nos anos de 2009 a 2010 teve uma média de 23% e a encontrada pelo estudo

foi de 24%.

Foi possível elencar as principais características dos empreendedores jovens da capital

paraibana, como um jovem criativo, inovador, independente, autoconfiante.

Sendo assim, concluímos que a maioria dos micro e pequenos empreendimentos

abertos pelo programa de microcrédito orientado Empreender-JP em sua linha de crédito

Empreender-Jovem estão conseguindo alcançar níveis de sucesso, e o programa segue sendo

eficiente em sua finalidade, movimentando a economia e inserindo jovens no mercado de

trabalho.

Entretanto, acredita-se que podem ser implementadas algumas melhorias.

A metodologia abordada foi adequada para o alcance dos objetivos propostos, sendo de

fundamental importância para alcança-los de maneira objetiva.

5.1 Limitações

Durante a realização do estudo alguns fatores tornaram-se limitantes no processo,

como:

O fato de ausência de relatórios de anos anteriores que contenham indicadores de

desempenho;

Dificuldade de acesso em alguns empreendimentos devido à localização e

disponibilidade de tempo dos proponentes.

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Ressaltando o fato de que as limitações não impediram de forma alguma os

resultados do estudo, apenas servem para destacar a existência de obstáculos ocorridos

durante a realização da pesquisa.

5.2 Sugestões

Um dado preocupante e revelado pelo estudo foi o alto índice de proponentes que

alertaram pela falta de um acompanhamento pós crédito, impactando no caminhar das

atividades desenvolvidas pela organização. Bem como foi considerado uma limitação

encontrada pela pesquisadora o fato da não existência de documentos, relatórios que

contenham indicadores de desempenho organizacional, sendo assim uma das sugestões desse

estudo é a implementação de um departamento, ou delegação da função de acompanhamento

gerencial para os empreendedores, assim como a realização de um estudo periódico sobre o

andamento, a sobrevivência desses micro e pequenos estabelecimentos.

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APÊNDICE

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APÊNCIDE A

QUESTIONÁRIO

1. Qual o seu gênero?

a) [ ] Feminino b) [ ] Masculino

2. Qual o seu estado civil?

a) [ ] Solteiro(a) b) [ ] Casado(a) c) [ ] Outro

3. Qual a sua faixa de idade?

a) [ ] Até 21 anos b) [ ] Mais de 21 até 24 anos

c) [ ] Mais de 24 até 27 anos d) [ ] Mais de 27 anos

_____________________

4. Qual o seu nível de escolaridade?

a) [ ] Básico (até ensino médio) b) [ ] Superior Incompleto c) [ ] Superior completo

5. Qual a sua renda familiar mensal (renda somada de todas as pessoas que moram na sua casa):

a) [ ] Até R$ 2.000,00 b) [ ] Acima de R$ 2.00,00 até R$ 4.000,00

c) [ ] Acima de R$ 4.000 até R$ 6.000,00 d) [ ] Acima de R$ 6.000,00

6. Quando você recebeu o financiamento do Empreender? _____________________

7. Identificação do negócio? _____________________

8. A seguir, temos um conjunto de colocações sobre sua percepção quanto à contribuição do Empreender para o seu negócio. Solicitamos que seja apontado o quanto você DISCORDA ou CONCORDA de cada uma delas. Na escala, 1 indica discordância total, 5 concordância total, e os demais valores indicam níveis intermediários de concordância:

Afirmação Discordo

Totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo Totalmente

O programa empreender foi diretamente responsável pelo sucesso da minha empresa

1 2 3 4 5

O crédito liberado foi suficiente para estruturar minha empresa

1 2 3 4 5

Depois da concessão de crédito houve uma melhoria em termos do meu poder aquisitivo (poder de compra)

1 2 3 4 5

O faturamento da minha empresa é suficiente para sustentar minha família

1 2 3 4 5

Procuro constantemente me qualificar 1 2 3 4 5

Escolhi o empreender por necessidade 1 2 3 4 5

Escolhi o empreender por oportunidade 1 2 3 4 5

Senti que faltou um acompanhamento/ encaminhamento por parte do programa financiador

1 2 3 4 5

Há uma avaliação de desempenho do meu negócio 1 2 3 4 5

Os cursos oferecidos obrigatório e os cursos do SEBRAE foram importantes para mim

1 2 3 4 5

9. A seguir, temos uma série de características de empreendedorismos. Solicitamos que seja apontado quais delas você possui.

Inovação Otimismo Tolerância à ambiguidade( dúvida) e à

incerteza Liderança

Orientação para

resultados Iniciativa Habilidade na utilização de recursos Riscos Moderados

Flexibilidade Independência Capacidade de aprendizagem Criatividade

Energia Autoconsciência Habilidade para conduzir situações Agressividade

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Fonte: Homaday (1962); Meridth, Nelson e Neck (2983); Timmons (1978) apud FILION (1999)

10. Em qual estágio do modelo de ciclo organizacional (estágio de desenvolvimento) sua empresa se

encontra?

a) [ ] Nascimento b) [ ] Crescimento

c) [ ] Maturação e Institucionalização d) [ ] Renovação

Nota explicativa:

A maturação e Institucionalização é caracterizado por estruturas definidas,

departamentalização e formalização.

Renovação avalia se há uma necessidade de renovação em algum processo para se adequar

a necessidade do mercado.

11. Em caso de fechamento do negócio, qual foi o motivo aparente de tal processo?

a) [ ] Oportunidade de venda do negócio b) [ ] Incidente c) [ ] Trabalho ou novo negócio d) [ ] Saída Planejada e) [ ] Dificuldades de obter recursos f) [ ] Razões pessoais g) [ ] Negócio não lucrativo h [ ] Outros

AGRADECEMOS SUA COLABORAÇÃO!

Sensibilidade a

outros Tenacidade Necessidade de realização Autoconfiança

Originalidade Envolvimento a

longo prazo Dinheiro como medida de desempenho

Tendência a confiar

nas pessoas