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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO EM MÍDIAS DIGITAIS CURSO DE COMUNICAÇÃO EM MÍDIAS DIGITAIS DIEGO JULIANO PATRÍCIO RELATÓRIO FINAL DO VÍDEODOCUMENTÁRIO NAU CATARINETA A BARCA DE CABEDELO JOÃO PESSOA 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO EM MÍDIAS DIGITAIS

CURSO DE COMUNICAÇÃO EM MÍDIAS DIGITAIS

DIEGO JULIANO PATRÍCIO

RELATÓRIO FINAL DO VÍDEODOCUMENTÁRIO

NAU CATARINETA – A BARCA DE CABEDELO

JOÃO PESSOA

2014

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DIEGO JULIANO PATRÍCIO

RELATÓRIO FINAL DO VÍDEODOCUMENTÁRIO

NAU CATARINETA – A BARCA DE CABEDELO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Comunicação em Mídias Digitais

do Centro de Ciências Humanas Letras e Artes

da Universidade Federal da Paraíba como

parte dos requisitos para a obtenção do título

de Bacharel em Comunicação em Mídias

Digitais.

Orientador: Prof. Dr. Bertrand Lira

JOÃO PESSOA

2014

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DIEGO JULIANO PATRÍCIO

RELATÓRIO TÉCNICO CIENTÍFICO DO VÍDEODOCUMENTÁRIO

NAU CATARINETA – A BARCA DE CABEDELO

APROVADO em _____/_____/_____

Banca Examinadora

_____________________________________________

Prof. Dr. Bertrand Lira (Orientador)

____________________________________________

Prof. Me. Dorneles Neves

____________________________________________

Prof. Me. Alexandre Maschio

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AGRADECIMENTOS

A Deus,

pоr tеr mе dado saúde е força pаrа superar аs dificuldades e permitir qυе tudo

acontecesse.

Aos meus pais,

Tadeu Patrício e Diana Maria, meus avós maternos, Octávio Lourenço e Maria

Daluz por todo amor que foi me dado e pelos ensinamentos, princípios e valores

adquiridos com eles. Vocês são meus pilares, obrigada por acreditarem e confiarem.

Aos meus Tios,

Marco Patrício, José Marconi, Honório Patrício, Suzana Maria e Rosana Maria

que sempre me aconselharam em minhas indecisões.

À minha irmã,

Tatiana Patrício e primos, Bárbara, Bruno, Luana, Karol, Katharyne, Laísa,

Ana Clara, João Victor e Bruno José muito obrigado por sempre me incentivar a correr

atrás dos meus sonhos.

À minha namorada,

Bruna Lins, que sempre está ao meu lado, me oferecendo amor, carinho,

compreensão e dedicação, sempre me apoiando nas mais difíceis decisões da minha

vida, não permitindo que eu desista de meus sonhos.

À toda minha família e amigos

por sempre confiar e acreditar em mim.

Aos meus amigos,

Dyego Jeyms, Ricardo Araújo, Ewerton Amaral, Breno Ranyere pela troca de

experiências e conhecimentos durante todo o percurso do curso.

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À Ativa Web Group,

na pessoa de Alek Maracajá, pelo empréstimo de equipamento no qual foi

essencial para a realização do trabalho.

Ao grupo Nau Catarineta,

pelo lindo trabalho que fazem divulgando a cultura brasileira e por ter

disponibilizado para a gravação, especialmente Roseana Gouveia, Reinaldo Gouveia,

José Azul, Mano e Iara.

Ao meu orientador,

Bertrand Lira, pelo apoio e colaboração com o meu projeto.

Aos professores,

Alexandre Maschio e Dorneles pela contribuição dos conhecimentos e pelas

dicas sugeridas para a constituição deste trabalho.

Ao Departamento de Mídias Digitais,

em especial a Olavo Mendes e Signe Silva que sempre pleiteou pelo curso e

principalmente pelos alunos.

Muito Obrigado!

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“A vida é uma peça de teatro que não

permite ensaios. Por isso, cante, chore,

dance, ria e viva intensamente, antes que a

cortina se feche e a peça termine sem

aplausos”.

Charles Chaplin

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 07

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 08

2.1 TIPOS DE DOCUMENTÁRIOS ............................................................................. 09

3 METODOLOGIA ............................................................................................................... 13

3.1 PRÉ-PRODUÇÃO ................................................................................................... 13

3.1.1 Proposta de documentário ............................................................................. 13

3.1.2 Pesquisa de campo .......................................................................................... 13

3.1.3 Roteiro de perguntas ...................................................................................... 14

3.1.4 Criação do cronograma ................................................................................. 14

3.1.5 Montagem da equipe ...................................................................................... 14

3.1.6 Fazer a contratação dos equipamentos ......................................................... 14

3.1.7 Movimentos de câmera .................................................................................. 15

3.1.8 Planos ............................................................................................................... 15

3.1.9 O movimento de lentes ................................................................................... 16

3.1.10 Criação do plano de filmagem ..................................................................... 16

3.2 PRODUÇÃO ............................................................................................................ 17

3.2.1 Gravação ......................................................................................................... 17

3.2.2 Iluminação ....................................................................................................... 17

3.2.3 Sonorização ..................................................................................................... 18

3.2.4 Fazer a desprodução ....................................................................................... 18

3.3 PÓS-PRODUÇÃO ................................................................................................... 19

3.3.1 Edição e Pós-Edição ....................................................................................... 19

3.3.2 Programação visual ........................................................................................ 19

4 DESENVOLVIMENTO ..................................................................................................... 20

4.1 PRIMEIRA ETAPA ................................................................................................. 20

4.1.1 Pré-produção – Preparação para as filmagens ............................................ 20

4.2 SEGUNDA ETAPA ................................................................................................. 28

4.2.1 Produção – Esta etapa compreende a totalidade da realização das

filmagens ........................................................................................................ 28

4.3 TERCEIRA ETAPA ................................................................................................ 30

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 39

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 40

ANEXO A – Proposta do Documentário ............................................................................. 41

ANEXO B – Configurações da edição ................................................................................. 45

ANEXO C – Equipamentos Utilizados ................................................................................ 48

ANEXO D – Arquivos de Pesquisa ...................................................................................... 49

ANEXO E – Créditos ............................................................................................................ 54

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1 INTRODUÇÃO

Este é um relatório técnico científico cujo teor versa sobre a realização do

documentário Nau Catarineta – A Barca de Cabedelo, produzido com o propósito de

atender à exigência parcial para a obtenção do título de bacharel de Comunicação em

Mídias Digitais (DEMID) pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

A Nau catarineta é uma dança folclórica dividida em quatro jornadas, de modo

que cada uma narra um episódio de aventura náutica das conquistas lusitanas. Sua

origem se perdeu no tempo, ninguém sabe quem a criou, tanto a parte poética como os

seus cânticos e coreografias. Sabe-se, apenas, que as primeiras considerações sobre “O

romance da Nau Catrineta” conhecida no Brasil como “Romance da Nau Catarineta” é

considerada uma obra-prima da literatura popular lusitana que realça a influência de

Portugal na origem deste tipo de manifestação apresentada em Cabedelo. O auto

popular é um bailado dramático de inspiração marítima, onde suas danças representam o

balanço do mar, ora agitado, ora em calmaria ou maretas (movimento de pequenas

ondas).

O documentário foi produzido durante as etapas de pesquisa, elaboração da

proposta de documentário, pré-produção, produção e pós-produção, de modo que,

durante os trabalhos de elaboração do documentário foram colocados em prática os

conhecimentos adquiridos no decorrer do curso, nos estágios e nas experiências

vivenciadas no mercado de trabalho. Neste relatório, foram abordados detalhes acerca

das etapas descritas no sumário, bem como as dificuldades encontradas para o

desenvolvimento do trabalho.

Este relatório é acompanhado de um DVD que contém o filme.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Documentário é um gênero cinematográfico caracterizado por representar a

realidade seja parcialmente e/ou subjetivamente; ele pode servir como um canal de

aproximação de pessoas de uma comunidade, ao conferir uma nova perspectiva sobre o

assunto abordado. Segundo Nichols (2005, p.27), “do documentário, não tiramos apenas

prazer, mas uma direção também”.

O documentário tem a capacidade de abordar temáticas que necessitam de

atenção e, com isso, levantar questionamentos diante do espectador sobre o assunto

abordado, pois o documentário traz consigo, um novo olhar de maior dimensão para

quem o assiste.

Segundo Bill Nichols (2007, p.26):

Os documentários de representação social são o que normalmente

chamamos de não-ficção. Esses filmes representam de forma tangível

aspectos de um mundo que já ocupamos e compartilhamos. Tornam

visível e audível, de maneira distinta, a matéria de que é feita a

realidade social, de acordo com a seleção e a organização realizada

pelo cineasta.

Assim, o documentário sugere uma nova visão sobre um assunto de caráter

social buscando respostas, sejam elas positivas ou negativas, de modo que isto pode

variar de acordo com o ponto de vista de cada pessoa.

Por muito tempo, dizia-se que o documentário era um tipo de filme mas, para

Nichols, isto se torna o inverso. Segundo o autor, todo filme pode ser considerado um

documentário, pois evidencia a cultura que o produz, partindo da realidade dela.

Assim definido por Nichols (2005, p. 26), os filmes podem ser divididos em

duas categorias: os de ficção e não-ficção. Isso não significa que a ficção não possa se

basear num fato real ou que a não-ficção não recorra a recursos como a simulação de

situações históricas:

Todo filme é um documentário. Mesmo a mais extravagante das

ficções evidencia a cultura que a produziu e reproduz a

aparência das pessoas que fazem parte dela. Na verdade,

poderíamos dizer que existem dois tipos de filme: (1)

documentários de satisfação de desejos e (2) documentários de

representação social. Cada tipo conta uma história, mas essas

histórias, ou narrativas, são de espécies diferentes.

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Aumont (2008), para quem todo filme pode ser encarado como uma ficção, já

que é característico representar algo do imaginário. Uma ideia Partilhada também por

Penafria (2003) segundo a qual, em certos aspectos, todo filme é uma ficção, pois é

construído a partir de recursos disponíveis pelo cinema e também é um documentário,

por registrar uma época. Sendo assim, ela os retrata como representações do mundo

existente ou imaginário.

Conclui-se, então, que abordar o presente do Grupo folclórico Nau Catarineta,

através dos relatos e depoimentos é observar o cotidiano de outro tempo, documentando

para preservar uma manifestação cultural autêntica sempre em risco de

desaparecimento. Nesse processo, o diretor se coloca quando organiza o material que

extrai do mundo histórico. Portanto, documentar é elaborar um discurso que evidencia

as marcas de quem o enuncia, no caso, o diretor; é apresentar uma perspectiva acerca de

uma determinada faceta da realidade sobre a qual decidimos falar.

2.1 TIPOS DE DOCUMENTÁRIOS

Historicamente, os gêneros documental e ficcional têm sido classificados e

diferenciados, no entanto, há uma tendência desde Nanook, o esquimó (Flaherty, 1922),

marco do aparecimento do documentário, da diluição dessas fronteiras. E essa tendência

está cada vez mais presente no documentário contemporâneo. A separação pode ser

questionada, todavia não se pode negar que é uma realidade a mistura de linguagem do

documentário e da ficção em muitos documentários. Além disso, a subjetividade do

diretor se revela na representação documental da realidade, como observa Lucena

(2012, p. 12) a respeito de Nanook, o esquimó: “O tipo de construção utilizado em

Nanook, tornou-se, assim, algo comum entre os filmes de não ficção, uma vez que a

visão interior do realizador – sua reelaboração do campo simbólico – quase sempre se

interpõe, em algum momento ao processo de produção.”

A produção documental é uma constante nos estudos desenvolvidos por Nichols

(2005) que levantou seis tipos de documentário a partir dos diferentes modos de

abordagem que um diretor escolhe para tratar o real. Esta divisão serve para que se

percebam as diferentes formas de construção de um documentário que pode apresentar

um único modo de abordagem ou diversos modos ao mesmo tempo. São formas de

abordagem que o autor observou na produção documental desde seu surgimento aos

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dias atuais, sem que isso signifique que um modo surgido nos anos 20 do século XX

(como o “expositivo”, por exemplo) não esteja fortemente presente na produção atual.

Nichols classificou os documentários em seis subgêneros de acordo com a

predominância dos modos de abordagem. São eles:

Modo Expositivo é a forma de fazer documental, a qual o cinema pode ver o

mundo real e dizer uma verdade sobre isto. O filme conversa diretamente com o

espectador, através de legendas e narração. Tem como recurso, a Voz Over, quando

ouvimos o narrador, mas não o vemos. As imagens desempenham o papel de ilustrar

aquilo que está sendo dito pelo narrador. O espectador é levado a crer no que o filme

diz.

No Modo Observativo, a voz off dá lugar ao silêncio do ambiente. O

documentarista busca captar a realidade tal como ela é. Para isso, evita qualquer tipo de

interferência que caracterize falseamento da realidade. Uma câmera que acompanha o

personagem, fazendo seu espaço íntimo ser expandido. Por meio desta técnica, há pouca

movimentação de câmera, e a recusa de trilha sonora – quase inexistente – pois as cenas

devem falar por si sós.

No Modo Participativo, a entrevista é adotada, mostrando a participação do

documentarista e de sua equipe. Dessa forma, o processo de filmagem se torna ativo,

pois se torna constante o surgimento da equipe nas imagens. Também usa imagens de

arquivo para recuperar a história. No filme, vê-se como o cineasta e os personagens se

relacionam. O cineasta quer lembrar constantemente aos espectadores do filme que

existe um processo de captação e uma equipe de cineastas que irá influenciar a realidade

quando a interferem.

O Modo Reflexivo deixa claro para o telespectador quais foram os

procedimentos da filmagem, evidenciando a relação estabelecida entre o grupo filmado

e o documentarista. Nos filmes em que esse modo de representação prevalece, nota-se

como é a reação do grupo pesquisado diante da câmera e do seu realizador. Segundo

Nichols, “o modo reflexivo é o modo de representação mais consciente de si mesmo e

aquele que mais se questiona”. (NICHOLS, 2005, p.166).

O Modo Poético é o oposto do expositivo, pois, neste, as imagens são

fundamentais para a compreensão do que está sendo transmitido, colocando em

evidência a subjetividade e a estética. Neste modo, quase não há fala, podem-se usar

poemas e trechos de obras literárias. Nesse modo, são utilizados também efeitos de

câmera lenta e imagens congeladas.

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O Modo Performático destaca as experiências de vida e dos relatos e

depoimentos do próprio diretor, personagem do documentário. Ramos (2008) chama

essa abordagem de “ética modesta”, pois restringe a abrangência da narrativa a um

universo mais restrito e particular. Este modo conduz o espectador de maneira

emocional com acontecimentos reais e imaginários. O sujeito neste modo assume o

modo interativo na cena, protagoniza suas estórias, expõe seu corpo e o processo dos

seus pensamentos. Ele nos convida “a ver o mundo com novos olhos e a repensar a

nossa relação com ele” (NICHOLS, 2005, p. 176).

A partir da exposição acima, podemos dizer que o documentário Nau Catarineta

– A Barca de Cabedelo, buscou utilizar como modo dominante na sua composição o

modo participativo, pois o documentário tem como característica principal a entrevista.

Esse momento da entrevista constrói um personagem que se

revela na interação com o entrevistador (muitas vezes o próprio

diretor do filme) – não em situação de ação, mas numa

exposição oral, que pode descrever ações de uma narrativa ou

simplesmente exteriorizar comentários. O relato de ações ou os

comentários podem trazer embutida a referência a outros

personagens, chegando mesmo a minimizar o papel do

entrevistado, colocando-o mais na condição de testemunha de

um determinado evento histórico (PUCCINI, 2009, p. 42)

Assim, pode-se dizer que este documentário buscou utilizar, como principais

modos na sua composição, os modos observativo, participativo e performático. No

modo observativo – no qual não há comentário nem encenação –, o cineasta não impõe

um comportamento nos personagens, o espectador é convidado a se aproximar da

história contada, os takes longos e os poucos cortes fazem com que o espectador seja

remetido a outro tempo e espaço que não fazem parte da cena anterior, fato que

possibilita que o expectador se aproxime ainda mais dos personagens vividos no

documentário, como, por exemplo, no depoimento de Tadeu Patrício (8’21’’ a 11’26’’),

no qual ele conta uma história cômica e o espectador é levado ao seu imaginário; a

construir o que está sendo contado, fazendo com ele se insira no contexto.

O documentário também se reveste do modo participativo de produção, pois ele

tem, como característica principal, a entrevista com os participantes e usa imagens de

arquivos para recuperar a história, a exemplo do documentário de Manfredo Caldas, que

foi explorado, contribuindo para fortalecer, em arquivos de imagem, como era a

brincadeira em outra geração em um modo performático. O cineasta em comento

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apresenta um tema não muito discutido pela sociedade, ao procurar estimular a

sensibilidade do espectador com depoimentos que revelaram a quase extinção da Nau

Catarineta. Por falta de verba e de incentivo, o grupo se viu desmotivado de modo que,

passado algum tempo, chegou a ser desativado, embora viesse a ressurgir e, com o

passar dos anos, fortaleceu-se e se adaptou à nova década. Novos fardamentos foram

confeccionados, comprados novos equipamentos, instrumentos e enfim, foram

retomadas as suas apresentações.

Todavia, o formato deste documentário propôs registrar a importância do resgate

dessa cultura, para que as pessoas possam reconhecê-la como tal e desenvolvê-la

ludicamente, dada a sua importância para Cabedelo. O documentário mostra como esta

dança folclórica chegou à cidade através de depoimentos de pessoas que brincam e que

já brincaram na Nau Catarineta. Este documentário mistura elementos ficcionais

presentes na brincadeira com seus relatos de histórias e aventuras imaginárias com

relatos contemporâneos dos que vivenciam, ou vivenciaram, o folguedo1.

1 Folguedo é uma manifestação de cultura popular cuja principal característica é a presença de música,

dança e apresentação teatral. Eles ocorrem em quase todo território brasileiro, porém se fazem mais

presentes no Nordeste.

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3 METODOLOGIA

Um filme documentário se inicia quando surge o interesse de um realizador

documentarista, por um determinado tema ou assunto que possa servir de molde e ser

tomado a partir de um ponto de vista documental. Uma produção cinematográfica pode

ocorrer em qualquer lugar do mundo, com grandes diferenças de contexto econômico,

social e político e usar uma variedade de tecnologias e técnicas.

A Produção de cinema requer muito planejamento e organização; suas etapas

são: a pré-produção; a produção e a pós-produção.

3.1 PRÉ-PRODUÇÃO

A pré-produção é a primeira etapa do processo no desenvolvimento de um filme.

Nesta etapa, deve-se preparar todo o material para que possa colocá-la em prática. É

elaborada, basicamente, a criação do roteiro, do plano de filmagem e a seleção dos

personagens, além do mais, são feitas as escolhas dos locais para a filmagem, a

montagem da equipe e a locação dos equipamentos utilizados.

3.1.1 Proposta de documentário

É um documento que descreve o que o realizador do filme está propondo. Nele,

é exposta a ideia do documentário, qual a sua pretensão e quais os objetivos em relação

ao tema abordado. Neste documento, o roteirista e/ou cineasta, descreve também os

possíveis personagens e como será o filme.

3.1.2 Pesquisa de campo

É um processo de busca de informações que gera conhecimento.

Costumeiramente, é usada para estabelecer e confirmar fatos, gerando um resultado

podendo ser ele negativo ou positivo. Seus principais objetivos são a descoberta e a

documentação.

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3.1.3 Roteiro de perguntas

Consiste em um questionário com uma série de perguntas que facilitará o

trabalho do cineasta na direção de um videodocumentário. Tem o objetivo de organizar

o trabalho do diretor antes e durante a entrevista, conduzir o entrevistado para o objetivo

pretendido, contribuindo para o entrevistado fornecer a informação indispensável para o

filme.

3.1.4 Criação do cronograma

Documento, geralmente em forma de tabela que especifica todas as etapas, pré-

produção, produção e pós-produção. Há vários tipos de cronograma, uns com mais

detalhes (cena interna, efeitos, horário) e outros modelos mais básicos. Ele serve como

um planejamento das tarefas a serem cumpridas.

3.1.5 Montagem da equipe

Contratação de facilitadores do trabalho de produção audiovisual como: Diretor

– que coordena todo o processo e decide os movimentos da câmera, enquadramento,

posição de câmera e dos personagens –; produtor – responsável pela parte

administrativa de todo o trabalho, contratação, locação, dentre outros –; Editor –

responsável pelo trabalho final, aquilo que é exibido para o público –; dentre inúmeras

funções que colaboram para o desenvolvimento do filme.

3.1.6 Fazer a contratação dos equipamentos

Antes de começar a gravar ou locar um equipamento, é fundamental conhecê-lo

para saber se ele realmente vai atender ao que é desejado pelo diretor. Qual a

potencialidade da máquina? O que ela permite fazer? Com essa câmera vou ter controle

de foco? Da íris? Do zoom? Essas são algumas das perguntas que devem ser

respondidas antes da aquisição do equipamento.

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3.1.7 Movimentos de câmera

Para que o vídeo tenha mais vivacidade e envolva o espectador é preciso que

tenha movimento. Esse movimento é obtido através da câmera. Existem vários tipos de

movimento de câmera e cada um deles resulta num efeito diferente:

a) Panorâmico (Pan) – A câmera se descola na horizontal sem mudar o eixo.

Mostra o ambiente em que se passa a ação.

b) Tilt – A câmera se descola na vertical sem mudar o eixo;

c) Travelling – É quando a câmara se desloca para descrever um ambiente,

segue o movimento de um personagem, veículo ou objeto.

d) Steady Cam – Movimento obtido a partir de uma câmera presa no corpo do

cinegrafista que proporciona estabilidade na imagem capturada.

e) Dolly – Deslocamento horizontal da câmera, por meio de trilhos,

sem trepidações na imagem.

f) Grua – Imagens captadas, imagens vistas de cima para baixo, de uma

câmera presa em um suporte.

g) Câmera na Mão – Imagens captadas com o movimento das mãos, imprime

realismo e dramaticidade à cena.

h) Chicote – Efeito obtido a partir do movimento brusco da câmera.

3.1.8 Planos

Os planos cinematográficos consistem no tamanho do objeto filmado do quadro

ou tela. Temos os seguintes planos:

a) Grande Plano Geral (GPG) – Descreve o cenário. A câmera revela o

cenário a sua frente. Os personagens e objetos são reduzidos na tela. O

ângulo de visão é muito aberto.

b) Plano Geral (PG) – Apresenta um ângulo de visão menor que o GPG.

Caracteriza-se como um plano descritivo, servindo para mostrar a posição

dos personagens em cena.

c) Plano Conjunto (PC) – Tem um ângulo de visão aberto, apresenta

personagem ou grupo de pessoas no cenário e permite reconhecer atores e

movimentação em cena. Neste, já é possível reconhecer os rostos dos

personagens.

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d) Plano Médio (PM) – Tem como objetivo enquadrar o ator por inteiro. Sua

função é narrativa, pois a ação tem maior impacto na totalidade da imagem.

e) Plano Americano (PA) – Enquadra os personagens acima do joelho ou

abaixo da cintura e privilegia a ação em relação ao cenário.

f) Meio Primeiro Plano (MPP) – Enquadra o personagem da cintura para

cima.

g) Primeiro Plano (PP) – Também conhecido com “CLOSE” ou “CLOSE-

UP” é um enquadramento que corta o personagem na altura do busto. Este

plano tem caráter psicológico, pois se percebe o estado emocional dos atores

e a direção dos olhares, havendo pequena quantidade de detalhes no quadro,

o primeiro plano (PP) é utilizado em diálogos ou entrevistas.

h) Primeiríssimo Plano (PPP) – É aquele em que o rosto ou parte do rosto

ocupa toda a tela, também chamado de “BIG CLOSE ou BIG CLOUSE-

UP”. A ação não é percebida, dando-se atenção ao lado emocional

transmitido pela expressão facial do ator. É um plano de função indicativa.

i) Plano Detalhe (PD) – A câmera enquadra parte do rosto ou do corpo,

também usados para objetos para destacar algo.

3.1.9 O movimento de lentes

Permite recursos na filmagem como aproximar, recuar, definir a imagem sem o

deslocamento do cinegrafista.

a) Zoom in: Aproxima a imagem com mais detalhes. Parte do geral para o

detalhe.

b) Zoom out: Afasta a imagem partindo do detalhe para o geral.

c) Foco: Destaca um detalhe da imagem deixando as demais partes desfocadas.

d) Desfoco: Deixa a imagem embaçada, sem nitidez.

3.1.10 Criação do plano de filmagem

Documento – geralmente em forma de tabela – que traz a organização das

filmagens. Contém todos os locais de gravação, os equipamentos que serão utilizados,

as cenas, os atores, o horário e a identificação da cena (se a gravação será interna ou

externa).

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3.2 PRODUÇÃO

3.2.1 Gravação

É a captação dos fragmentos sob o olhar do cinegrafista sob o comando do

diretor que é o responsável pelo ponto de vista escolhido na filmagem. A forma de

como se dá esse recorte tem o objetivo de cativar o espectador.

3.2.2 Iluminação

A luz é importante para transmitir ao espectador o que está ocorrendo no filme.

A iluminação exerce um papel importante no cinema, pois ela define a cena, levando

compreensão, entendimento e emoções ao espectador. “Pois cinema (ou fotografia)

nada mais é do que o trabalho de moldar imagens através do contraste entre a luz e a

sombra existentes na natureza.” (SALLES, p. 73).

A iluminação de um filme ajuda a contar a história ao destacar os aspectos mais

importantes e guiar a atenção do espectador. A classificação da luz se dá a partir da

função exercida na cena. A luz principal, que destaca o objeto filmado, é conhecida com

Key Light, geralmente ela é a mais forte e é a partir dela que as outras são inseridas. A

luz secundária reforça a luz principal rebatida geralmente com um filtro difusor, que

tem a função de diminuir o contraste das sombras originadas pela Key Light. Existe,

também, a Fill Light ou Luz de Enchimento, que mantém a estabilidade do contraste,

preenchendo os espaços escuros e as sombras. Outra classificação é a Contra-luz ou

Back Light (esse tipo de luz destaca os contornos do objeto filmado).

Outro aspecto importante da fotografia de um filme são as cores. Cor é a

impressão que a luz refletida produz nos olhos. Para a utilização das cores na

composição de uma cena, é importante levar em consideração a sua temperatura, a qual

definirá a cor emitida pelo reflexo da luz. A temperatura é medida em graus Kelvin (K)

e está dividida em três grupos: quente; neutra e fria. Quanto mais alta for a temperatura

em Kelvin, mais branca será a luz, ou seja, transmite cor fria.

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3.2.3 Sonorização

O cinema nunca foi totalmente mudo, pois era acompanhado por um músico,

geralmente pianista, que expressava, com música, o que a cena transmitia.

O som no cinema é considerado como um complemento da imagem, ele

imprime ritmo à narrativa da história, melhorando a experiência cinematográfica. O som

ajuda o espectador de cinema a perceber algo do acontecimento não atentado por ele,

mesmo sentindo que imagem e som são dois elementos inseparáveis na experiência

cinematográfica. Não só a gravação dos diálogos, mas a composição de trilha sonora,

efeitos e foley2 fazem parte da composição do áudio para um filme.

O registo síncrono de imagem e som – em sentido estritamente

técnico, trata-se da gravação em simultâneo de imagem e som – com

equipamento portátil permitiu a criação de filmes diferentes e

alternativos aos anteriores. Esses novos filmes, opostos aos que

usavam voz off (também denominada voice over ou locução) foram

possíveis porque esse novo equipamento foi pedido pelos realizadores,

foram eles que impulsionaram a construção e aperfeiçoamento desse

equipamento. Daqui poderemos para já retirar uma primeira ideia a

reter: no documentário, tal como no restante cinema, o uso do som é

menos uma possibilidade técnica e mais uma opção cinematográfica.

Queremos com isto dizer que o uso da tecnologia está, antes de mais,

ao serviço das ideias e do estilo de cada autor. (PENAFRIA, p.1-2).

3.2.4 Fazer a desprodução

Consiste em encerrar todos os contratos; providenciar a retorno e o

deslocamento de todos os profissionais envolvidos no projeto de produção, para que

voltem tranquilos para suas devidas casas; devolver todos os materiais utilizados,

equipamentos, locais de gravação no mesmo estado em que foram utilizados.

2 Técnica que consiste em criar, em estúdio, sons com o objetivo de substituir os sons de uma cena já

gravada.

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3.3 PÓS-PRODUÇÃO

A base da pós-produção de um filme é a chamada montagem, um processo que

envolve tanto a imagem quanto o som. A edição e mixagem de som e de vídeo são áreas

que dialogam.

3.3.1 Edição e Pós-Edição

Na edição do vídeo ou do áudio, o editor deve se posicionar como um contador

de histórias, pois ele tem os fatos (cenas) e será ele quem vai contar essa história (editar

as cenas). A descoberta da edição se deu quando os cineastas descobriram que poderiam

colar um trecho de um filme no outro e assim poderiam repetir cenas gravadas em locais

diferentes, modelando as histórias tornando-as mais interessantes.

A edição é um processo de corte e montagem, captadas por meio eletrônico ou

películas e registradas de forma analógica ou digital, ordenadas na sequência do roteiro

utilizado nas gravações.

3.3.2 Programação visual

É um conjunto de técnicas que utiliza elementos visuais, para expressar uma ou

mais ideias. A utilização de imagens, símbolos e gráficos são características dessa

ferramenta. O responsável por desenvolver esta técnica é o Designer Gráfico, que usa a

criatividade para desenvolver logomarca, folder e outras peças que obtenham uma

comunicação eficaz.

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4 DESENVOLVIMENTO

O projeto partiu da necessidade de documentar, numa obra audiovisual, a

manifestação popular conhecida como Nau Catarineta – A Barca de Cabedelo, sua

história, seus personagens, suas danças, para que as gerações futuras tenha acesso a tais

manifestações, posto que elas vêm, a cada dia, perdendo força na cultura popular.

Através de um estudo sobre o assunto, foi elaborada a proposta para o documentário

que seguiu, aproximadamente, o modelo de “roteiro” (proposta) utilizado pelo edital

DOC. TV para apresentação de projetos discutido por Puccini (2009) em Roteiro de

documentário: da pré-produção à pós-produção.

Feita a proposta, deu-se início à produção propriamente dita, gravando o

depoimento do atual coordenador do grupo folclórico, Tadeu Patrício, que relatou como

surgiu a brincadeira e como ela é narrada, além de depoimentos de outras pessoas que já

passaram pelo grupo e outras que fazem parte de sua formação atual.

Desta forma, a produção do documentário viabilizará um registro para futuras

gerações conhecerem, estimularem, manterem viva a brincadeira, terem uma referência

histórica, além viabilizar o incentivo de verba, uma vez que o documentário poderá ser

usado como capitação de recurso para a manutenção de equipamentos, instrumentos

musicais, assessórios e roupas do grupo.

O projeto teve, como estratégias de ação, a sua divisão em cinco etapas abaixo

explicitadas:

4.1 PRIMEIRA ETAPA

4.1.1 Pré-produção – Preparação para as filmagens

a) Proposta do documentário

Antes de ser iniciado o processo de pesquisa para a construção do documentário,

foi elaborada uma proposta, a qual foi avaliada pelo professor orientador, que

confirmou a viabilidade do processo. “É comum, em documentário, a análise do projeto

do filme considerar apenas uma proposta de filmagem ou um como peça síntese da

proposta.” (PUCCINI, 2007, p. 22).

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b) Pesquisa de campo

Foram pesquisadas, na internet, assuntos e matérias que abordassem a Nau

Catarineta de Cabedelo. Depois, essa busca foi aprofundada em livros – Nau Catarineta

de Cabedelo 1910/1952 (Hermes Nascimento), Cabedelo (Altimar Pimentel), Arte

Naval Moderna (Rogério de Castro e Silva) – artigos – Cadernos de Folclore Barca da

Paraíba (Altimar Pimentel), peças – Nau Catarineta (Altimar Pimentel), revistas,

depoimentos, documentos – Projeto da Nau Catarineta (Tadeu Patrício), que constam

em anexo, que contam a história e os cânticos da brincadeira. Nesta pesquisa, foi

resgatado o documentário do professor e cineasta Manfredo Caldas para fazer uso de

suas imagens como comprovação da existência da brincadeira, que vem passando de

geração em geração.

Manfredo Caldas é um cineasta paraibano que tem, como maior característica, a

preocupação com o resgate de traços da cultura nordestina. Manfredo participou da

criação e instalação do NUDOC (Núcleo de Documentação Cinematográfica da

Universidade Federal da Paraíba), foi consagrado no festival de Brasília do Cinema

Brasileiro de 1988 e conquistou a Margarida de Prata da CNBB. Em 1990 e 1992, passa

a viver em Cuba, onde, a convite da Escuela Internacional de Cine y Television, passa a

ministrar aulas de montagem e edição, tendo assumido a chefia de cátedra dessas

disciplinas. Em 1995, em Brasília, onde mora até hoje, assume a Direção do Polo de

Cinema e Vídeo até o início de 1997, criando então a empresa FolKino Produções

Audiovisuais.

O cineasta foi contatado, por telefone, e discorreu sobre o seu interesse, à época,

acerca da realização do seu documentário, demonstrando grande afeto pela brincadeira

no que ela representa não só para Cabedelo, mas também para a Paraíba. Ao relatar sua

experiência de filmagem, autorizou o uso das imagens do documentário para o

desenvolvimento do presente trabalho.

c) Elaboração do Roteiro de perguntas:

Aqui foi desenvolvida uma relação de possíveis perguntas, com base na pesquisa

sobre o grupo e sobre a dança popular, para direcionamento e orientação do que seria

relevante abordar no processo de gravação. Não foi elaborado um roteiro técnico

dividido em cenas numeradas e descrição de cenários como constantemente se vê em

roteiros de filmes de ficção e novelas. Optou-se por certa liberdade de escolhas a partir

de cada cena gravada.

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Pucinni argumenta que:

A regra é jogar com o imprevisto e o improviso da filmagem, o que

valoriza sobremaneira o papel do cinegrafista na construção do

documentário [...] Documentário é também resultado de um processo

criativo do cineasta marcado por várias etapas de seleção, comandadas

por escolhas subjetivas desse realizador. Essas escolhas orientam uma

série de recortes, entre concepção da ideia e a edição final do filme,

que marcam a apropriação do real por uma consciência subjetiva

(PUCINNI, 2007, pp.19 e 20).

d) Selecionar e definir quem serão entrevistados:

O critério de seleção, usado neste processo, foi o de pessoas que contribuíram

e/ou contribuem para a história da Nau Catarineta. A primeira pessoa convidada foi

Tadeu Patrício, atual mestre do grupo folclórico. Ele se encantou com o folguedo ainda

criança quando viu, pela primeira vez, a apresentação do grupo. Já adulto, Tadeu

Patrício começou a pesquisar, apoiar e incentivar a brincadeira. Em 1998, quando não

se ouvia mais falar em Nau Catarineta, Tadeu Patrício convida alunos, amigos, grupos

de teatro e a comunidade para reativar a “Barca de Cabedelo”. E, em agosto de 1998, a

brincadeira é reativada, tendo como seu mestre o próprio Tadeu Patrício. Outra pessoa

selecionada foi João Rocha, popularmente conhecido como Zé Azul, que há mais de 30

anos participa como músico da orquestra da Nau Catarineta e participou de um

documentário, gravado em película 16mm, realizado em 1987, pelo cineasta Manfredo

Caldas. A terceira convidada foi Yara Carmen, que participou do documentário

realizado pelo cineasta e que, depois da realização do filme, começou a acompanhar o

grupo em suas apresentações. O quarto convidado foi Manuel Ferreira, conhecido por

Mano, que aprendeu a gostar da brincadeira com seu pai e seus irmãos e que também

participou do filme de Manfredo. A última convidada foi Roseana Gouveia, atual Saloia

do grupo. Roseana que, assim como os outros convidados, é moradora do município de

Cabedelo, sempre assistia às apresentações do grupo na cidade, quando seu filho pediu

para participar, Roseana começou a frequentar todos os ensaios até que então sentiu-se

motivada a entrar na brincadeira.

e) Selecionar as locações:

O local de gravação foi pensado como zona de conforto para os entrevistados.

Por isso foi gravado em suas próprias casas, para deixá-los mais à vontade e obter um

melhor rendimento no depoimento, com exceção de Roseana, a quem foi pedido para

dar seu depoimento trajada como Saloia, utilizando como plano de fundo a fortaleza de

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Santa Catarina, para reforçar e contextualizar o que estava sendo dito sobre a

personagem.

f) Fazer a locação dos equipamentos:

Os equipamentos utilizados para a realização do documentário foram fornecidos

pelo Departamento de Mídias Digitais (DEMID) da Universidade Federal da Paraíba

(UFPB). Isto dificultou bastante o trabalho, visto que a universidade permite apenas a

locação de uma câmera por aluno e possui apenas um microfone Shotgun, conhecido

também como Boom, para o uso de todos os alunos do curso. Vendo a dificuldade da

captação de áudio foi adquirido, por empréstimo, um microfone de lapela para o

desenvolvimento das gravações. Todo documentário foi gravado com a luz ambiente do

local, sol e lâmpadas fluorescentes, já que o DEMID não dispõe de equipamentos de

iluminação e a locação desses acessórios é de alto custo para os gastos planejados para o

presente trabalho.

Os equipamentos utilizados foram:

Câmera Panasonic AG-HMC80:

Foi preferível utilizar a câmera Panasonic da universidade ao invés de

uma câmera DSLR (câmera fotográfica digital reflex) ou qualquer outra

câmera, pelo fato de esta ser fornecida pelo Departamento de Mídias

Digitais e pelo fato de ela fornecer assistências de foco, exposição

ampliada, balanço de branco, display zebra, barras de cores, luzes tally,

zoom suave lento e aterragem suave, ajuste da íris e sincronismo funções

de obturador-scan, e três botões programáveis pelo usuário, além de

utilizar alta perfil MPEG-4 AVC / H.264 de codificação – que fornece o

dobro de eficiência de largura de banda e melhor desempenho de vídeo

nos formatos de base e registros impressionantes 1920 x 1080 ou 1280 x

720 de vídeo AVCHD com alta sensibilidade.

Kit Rode NTG-2 Microphone Shotgun :

Assim como a câmera, o Kit também foi cedido pelo departamento, a

escolha do microfone se deu por ser um microfone condensador

profissional, que tem um padrão polar super cardioide e possui, em suas

laterais, linhas que minimizam o ruído e o áudio indesejados, fora do

eixo.

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Kit Tripé MANFROTTO:

Por fornecer excelentes resultados e possuir bolha de nível, para as

filmagens onde o piso é desnivelado, uma rotação de 306º e uma

inclinação frontal de -60º +90º.

Dell Inspiron 14R 3550:

Pois ele apresenta alta tecnologia e oferece equilíbrio perfeito entre

desempenho, com um processador Intel Core i5, placa de vídeo dedicada

NVIDIA GeForce® GT 630M DDR3 com 1GB e tecnologia NVIDIA®

Optimus, um disco rígido (HD) de 1 TB, memória de 6GB DDR3,

conectividade de maneira rápida e prática. E com isto foi possível

instalar os programas para a edição, editar e construir a identidade visual

do documentário, pois de posse de um computador sem uma

configuração adequada não seria possível produzir-se um documentário

com qualidade.

Microfone Arcano Lapela:

Este microfone permitiu uma boa qualidade na captura do áudio, visto

que é um equipamento com uma estrutura adaptada para prender na

roupa próximo à boca, essa aproximação permite um ganho no que está

sendo dito e uma diminuição das interferências do som ambiente.

Placa de Áudio US-144 MKII

Por ser portátil, a placa de áudio foi muito útil para a captação e gravação

dos depoimentos. Por oferecer entradas e uma conexão balanceada,

XLR3, tal equipamento ofereceu uma qualidade melhor do áudio

capitado processando diretamente no Cubase4 numa taxa de 48 Hz por

16 Bits, por ter saída de som para phones – conter uma chave phantom

power (+48) para a utilização do microfone condensador.

3 Utilizados para as conexões de microfones e mesas de som. Possuem três pinos blindados e podem ser

dotados de trava. Existem em versão Macho e Fêmea. Também é conhecido como Cannon, sobrenome do

seu inventor – http://pt.wikipedia.org/wiki/Conector_XLR. 4 O programa proporciona a gravação, produção, edição e mixagem de sons para os produtos

audiovisuais.

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g) Criação do cronograma:

Para obter uma organização e conseguir produzir com tempo hábil o

documentário, foi feito um planejamento de todo o processo e montado o cronograma

por todo o mês de Julho, de modo que foram classificados em três etapas.

Quadro 01 – Cronograma de execução do projeto

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROJETO

PERÍODO

JULHO

01 a 07

JULHO

08 a 13

JULHO

14 a 27

JULHO

28

ETAPA OU

FASE/ATIVID

ADE

Pré-produção

Preparação para

as filmagens

Preparação para

as filmagens

Produção

Esta etapa

compreende

realização das

filmagens.

Esta etapa

compreende a

totalidade da

realização das

filmagens.

Pós-produção

Etapa que inclui

os trabalhos de

edição de

imagem,

Etapa inclui a

entrega dos

trabalhos

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h) Criação do plano de filmagem:

Quadro 02 - Plano de filmagem

SÁBADO

HORÁRIO DIA PERSONAGEM LOCAÇÃO DESCRIÇÃO INT/EXT

09:00 às 10:00 12/07/2014 Iara

Câmera Panasonic, Tripé,

Microfone shotgun, Cabo XLR,

Blimp, Vara Boom.

Casa de Iara

INT

10:30 às 11:30 12/07/2014 Tadeu

Câmera Panasonic, Trié, Microfone

shotgun, Cabo XLR, Blimp, Vara

Boom.

Fortaleza de Santa Catarina

INT/EXT

DOMINGO

HORÁRIO DIA PERSONAGEM LOCAÇÃO DESCRIÇÃO INT/EXT

09:00 às 10:00 13/07/2014 José Azul

Câmera Panasonic, Tripé,

Microfone shotgun, Cabo XLR,

Blimp, Vara Boom.

Casa de José Azul

INT

10:30 às 11:30 13/07/2014 Mano

Câmera Panasonic, Tripé,

Microfone shotgun, Cabo XLR,

Blimp, Vara Boom.

Casa de Mano

INT

Continua...

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SEGUNDA-FEIRA

HORÁRIO DIA PERSONAGEM LOCAÇÃO DESCRIÇÃO INT/EXT

09:00 às 10:00 14/07/2014 Objetos

representativos

Câmera Panasonic, Tripé,

Microfone shotgun, Cabo XLR,

Blimp, Vara Boom.

Fortaleza de Santa Catarina

INT/EXT

10:30 às 11:30 14/07/2014 Tadeu

Câmera Panasonic, Tripé,

Microfone shotgun, Cabo XLR,

Blimp, Vara Boom.

Casa de Tadeu

INT

SÁBADO

HORÁRIO DIA PERSONAGEM LOCAÇÃO DESCRIÇÃO INT/EXT

09:00 às 10:00 19/07/2014 Roseana

Câmera Panasonic, Tripé,

Microfone shotgun, Cabo XLR,

Blimp, Vara Boom.

Fortaleza de Santa Catarina

INT/EXT

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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4.2 SEGUNDA ETAPA

4.2.1 Produção – Esta etapa compreende a totalidade da realização das filmagens

a) Fazer o transporte dos equipamentos

Com o plano de filmagem e o cronograma em mãos, deu-se início aos processos

de gravação. Aqui, foi feito o translado dos equipamentos, em carro particular, para os

locais de gravação.

b) Gravação

As filmagens foram gravadas respeitando o cronograma e o plano de filmagem

elaborado. Para captar uma boa resolução, a câmera foi configurada para gravar em

1080p30, FullHD (1920x1080), para obter uma qualidade melhor na captação do vídeo

e o formato progressivo (p) por causa das imagens mais parecidas com o cinema

convencional e a melhor definição e ausência de serrilhados.

O enquadramento é decisivo para se estabelecer o modo como o espectador

perceberá o universo do filme. Três elementos compõem o enquadramento: plano;

altura do ângulo e lado do ângulo. O plano – principal componente do enquadramento –

determina a distância entre a câmera e o objeto filmado; a altura do ângulo e o lado do

ângulo determinam o ângulo em que a câmera está relativamente ao objeto filmado –

noutros termos, se está sendo filmado na vertical ou na horizontal.

Ter um bom enquadramento constitui técnica crucial a ser observada, com o

intuito de se contar uma boa história. Neste documentário, o uso de câmera parada com

um ângulo frontal e normal transmite estabilidade, segurança e inspira a verdade acerca

do que está sendo relatado, pois o personagem fica cara a cara com o espectador. No

documentário, foram utilizados os seguintes segmentos para os tais personagens:

Tadeu Patrício: Primeiro Plano, Frontal, Ângulo Normal.

Yara Carmen: Meio Primeiro Plano, Frontal, Ângulo Normal.

Mano: Primeiro Plano, Frontal, Ângulo Normal.

Zé Azul: Meio Primeiro Plano, Frontal, Ângulo Normal.

Roseana: Meio Primeiro Plano, Frontal, Ângulo Normal.

Todas as cenas foram gravadas durante o dia para melhor se usufruir da luz

solar, visto que não se teve acesso a equipamentos de iluminação. Por este motivo, ao

chegar ao local de gravação, a casa do personagem era analisada do ponto de vista da

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iluminação, observando por onde a luz entrava e posicionando sempre o personagem no

melhor local que fosse permitido iluminar com uma luz difusa, porém que obtivesse um

pouco de contraste no rosto dos personagens. Também foi trabalhado o ajuste da íris e o

balanço do branco (white balance) para compensar e corrigir os desvios da temperatura

de cor nos objetos iluminados.

Neste processo de gravação, foi utilizado o aplicativo Clapo, uma claquete digital

para identificar as cenas e tomadas realizadas durante a produção e também para ajudar

na sincronização entre imagem e som.

Figura 01 –

}}

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

O áudio foi captado em 48 Hz por 16 Bits, configuração padrão de áudio para vídeo,

utilizando um microfone Shotgun e um outro microfone lapela conectados a placa de

áudio por meio de cabo XLR, no qual estava transmitindo os dados para o programa,

Cubase, no computador através de um conector USB.

c) Fazer a desprodução:

Após a finalização das filmagens foi desmontado e guardado todos os

equipamentos utilizados no processo de gravação.

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4.3 TERCEIRA ETAPA

Pós-produção – Etapa que inclui os trabalhos de edição de som e imagem, legenda,

caractere gráfico e cópia final do filme.

a) Avaliação do material gravado:

Todo material gravado foi assistido e analisado antes de ser iniciada a edição

propriamente dita, decupagem do material gravado, sendo selecionados os melhores e

mais relevantes pontos, para o documentário.

b) Edição:

A edição do documentário foi realizada no programa Adobe Premiere. A escolha

do Software se deu pela familiaridade do produtor com o programa.

Com o programa aberto, foram iniciados os trabalhos de edição. Um novo

projeto foi criado com os mesmos padrões de gravação da câmera, 1080p30f.

Figura 02 -

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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Os arquivos foram selecionados, organizados por pasta, para facilitar

todo o trabalho de pesquisa do material gravado dentro do programa. De acordo

com o roteiro, foram inseridos os depoimentos na timeline5 construindo, então, a

narrativa do documentário.

Figura 03 -

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Figura 04 –

Fonte: dados da pesquisa, 2014

Com a narrativa construída, foram inseridas as imagens do filme de Manfredo e

a filmagem da apresentação da Nau Catarineta para reforçar a narrativa e para o

espectador apreciar a brincadeira, como um tempo de repouso para assimilar as

informações dadas. Não foi possível fazer uma gravação da apresentação da Nau

Catarineta especialmente para nosso documentário porque o grupo estava de recesso em

razão da copa do mundo de 2014 e do período de São João e São Pedro. Por isso, se fez

5 A linha do tempo é uma ferramenta existente nos programas de edições de vídeo que permite organizar

linearmente o vídeo em busca de sua configuração final.

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uso de uma filmagem amadora ocorrida em dezembro de 2012, mas com a capacidade

de entendimento para ser usufruída no documentário.

Assim como no modo observativo, foi trabalhado, na edição, o método dos takes

longos, por meio do qual, no decorrer da narrativa, ocorre a diminuição do tempo dos

takes para transparecer, ao espectador, que o filme estava próximo do seu final.

Também foi concebida a inserção da cena do depoimento de Mano, na qual ele entrega

a espada para Tadeu no início do filme, para criar a curiosidade no espectador do que

representa a cena e mostrando também a passagem da responsabilidade da brincadeira

de uma geração para a outra.

c) Pós-Edição:

Concluída a edição e, com o plugin Magic Bullet6 instalado, foram feitos uns

ajustes nas imagens captadas. O Efeito utilizado em todos os vídeos da timeline foi o

Magic Bullet Looks, porém, para cada depoimento, foram usadas configurações

diferentes, visto que foram gravados em locais e horário diferentes.

Figura 05 –

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

A animação da logo que aparece no começo e no fim do filme foi desenvolvida

no programa Adobe After Effects. Foi criada uma composição 1280/720, os arquivos

foram importados em PSD (Adobe Photoshop) e inseridos na timeline do programa.

Para as layers “Nau Catarineta”, “A Barca de Cabedelo” e “Navio” foram trabalhados

6 Aplicativo que proporciona alterações em foto ou vídeo, como correção de cor, brilho e contraste, foco,

dentre outro.

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apenas o efeito de opacidade, keyframe de 0% a 100%. Para a layer “onda” foi gerado

um efeito chamado Stroke, cujas configurações foram as seguintes: Path: Mask 1; Brush

Size: 36,5; Brush Hardness 79%; Opacity: 100%; Start: 0%; Spacing: 15%; Paint Style:

Reveal Original Image e o End animado de 0%, keyframe: 1”, a 100%, keygrame: 5".

Figura 06 -

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Salvo e concluído, o arquivo foi importado para o Premiere, onde foi criada uma

nova sequência 1280/720, HD, visto que a qualidade FullHD deixaria o arquivo muito

pesado. A sequência 1 foi importada na sequência 2, na qual foi inserida a animação da

logomarca, o GC (Caractere Gráfico) e a vinheta com o plugin Magic Bullet Looks.

Figura 07 -

Fonte: dados da pesquisa, 2014.

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Figura 08 –

Sem Vinheta Com Vinheta

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

d) Gravação da locução:

A locução foi gravada no estúdio de áudio do Departamento de Mídias Digitais.

Na gravação foi utilizado um Imac, microfone condensador multi patron RHODES

NT2-A, placa de áudio da Digidesign e utilizado o Pro Tools como sistema de gravação.

O projeto foi gravado com a mesma taxa de amostragem da captação do som direto 48

Hz por 16 bits.

e) Programação visual:

A identidade visual do documentário foi criada com base nos estudos realizados

durante a pesquisa do filme. Contudo, foi desenvolvida uma logomarca e um selo, no

programa Adobe Illustrator, para a Nau Catarineta.

A logomarca tem o uso das cores azul marinho e branca, cores derivadas das

vestimentas usadas pelos brincantes, branca utilizada pelos marinheiros e azul pelos

oficiais; a fonte utilizada, Ringbearer Medium, remete às antigas marcações feitas nas

caravelas.

Figura 09 -

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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Foi criado, também, um layout para a capa do DVD, o qual fora desenvolvido no

Adobe Photoshop, seguindo a mesma identidade visual proposta na logomarca. Para

a criação do layout foram utilizadas duas fotografias uma para a capa e a outra para

a contracapa. Uma imagem de oceano foi colocada à cima do projeto com opacity:

30% e fill: 20%.

Figura 10 –

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Foi inserida também a sinopse do documentário na contracapa, assim como os

créditos aos apoiadores, ao passo em que, na capa foram dispostos a logomarca, o nome

do diretor e as informações sobre a duração do filme.

Figura 11 -

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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f) Cópia em DVD:

A autoração do DVD foi realizada no Adobe Encore. Primeiramente, foram

desenvolvidas duas animações no Adobe After Effects, utilizando apenas os parâmetros

opacidade, posição, juntamente com a animação da logomarca, para ser o menu do

DVD. A primeira animação é a introdução, momento em que ocorre o Fade In e a

inserção dos objetos até o momento em que a animação fica estática e a outra ocorre à

saída dos objetos da tela até o Fade Out.

Figura 12 –

Entrada da animação Momento estático da animação (Loop)

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

Com a animação pronta e importada para o Encore, foi criado um Novo Menu,

onde foi sincronizado, em properties – menu – motion, o vídeo e o áudio exibidos do

menu iniciar. Também foi configurado que ao término do vídeo de introdução, ele

retornasse em 10 segundos como ponto de partida não ocorrendo mais a introdução,

Loop Point7: 00; 00; 10; 00.

7 Ponto de reprodução que retorna ao ponto desejado uma vez que o vídeo chegou ao seu ponto final.

Saída da animação

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Figura 13 -

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Figura 14 -

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Em seguida, foi criado um Timeline que foi inserido no filme. Logo em seguida,

realizou-se a criação do “botão” no Adobe Photoshop. Essa é uma das vantagens de

trabalhar em softwares da Adobe, pois são compatíveis entre si, fato que permite uma

boa interação entre os diferentes programas. Para a criação do “botão” do programa é

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imprescindível criar-se um layer nomeada (=1) e colocá-la dentro de um grupo

nomeado (+) como na imagem abaixo:

Figura 15 -

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Com o botão criado, retornou-se para o Adobe Encore para continuar os

procedimentos de autorização do DVD. O próximo passo foi fazer um link para que, ao

clicar no botão, ele endereçasse para o vídeo, assim, então, foram concluídos os

processos e procedeu-se à gravação.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este documentário foi um trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e, desta forma,

foi realizado independentemente e sem financiamento, não seria possível sua construção

sem o apoio de parceiros, amigos, que acreditaram no projeto e cederam equipamentos e

serviços.

Este relatório, juntamente com o documentário Nau Catarineta – A Barca de

Cabedelo, teve como um dos objetivos fazer um resgate histórico do grupo folclórico

do município de Cabedelo, cidade portuária da Paraíba, com o propósito de possibilitar

uma ampliação do conhecimento sobre o folguedo junto às entidades públicos para que

possam conseguir mais verbas destinadas ao patrocínio dessa expressão cultaral, o que

também atende a um dos objetivos aqui almejados. Apesar das dificuldades, o trabalho

atingiu seu objetivo principal: expor a trajetória do grupo até os tempos atuais.

As entrevistas realizadas durante o processo de produção do vídeo foram os

pontos principais para que se pudesse construir uma história cronológica da

manifestação popular documentada neste trabalho.

Restou um sentimento de gratidão a todos que contribuíram de alguma maneira

para a consecução do filme; espera-se que ele possa fomentar reflexões sobre a

importância de se preservar as manifestações culturais passadas que sobreviveram aos

dias atuais, mas que, sem o apoio da sociedade, tenderão a desaparecer.

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REFERÊNCIAS

AUMONT, Jacques. et al. A estética do filme. Tradução: Marina Appenzeller. 6. ed.

Campinas, SP: Papirus, 2008.

NASCIMENTO, Hermes. Nau Catarineta de Cabedelo 1910/1952. [S.d].

LUCENA, Luiz Carlos. Como fazer documentários: conceito, linguagem e prática

de produção. São Paulo: Summus, 2012.

NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas, SP: Papirus, 2005.

PENAFRIA, Manuela. O plano-sequência é a utopia. O paradigma do filme –

Zapruder. Universidade da Beira Interior, 2003.

PENAFRIA, Manuela. Ouvir imagens e ver sons. Universidade da Beira Interior.

[S.d].

PUCCINI, Sérgio. Documentário e roteiro de cinema: da pré-produção à pós-

produção, 2007.

RAMOS, Fernão Pessoa. Mas afinal...o que é mesmo documentário? São Paulo:

editora Senac, São Paulo, 2008.

SALLES, Filipe. Capítulo 9: Iluminação para cinema e vídeo. Apostila de

Cinematografia: MNEMO CINE, [S.d].

NAU Catarineta. Direção de Manfredo Caldas. Roteiro: Vladimir Carvalho. Cabedelo,

1987. (42 min.), 16 mm, son., color.

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ANEXO A – Proposta do Documentário

Nau Catarineta

A Barca de Cabedelo

Autor: Diego Patrício

Estado: Paraíba

Graduando do Curso de

Comunicação em Mídias Digitais

2010.2

Prof. Orientador: Bertrand Lira

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a) Proposta do documentário

Resgatar a Nau Catarineta de Cabedelo não é somente revitalizar um grupo

folclórico. Este resgate significa muito mais que isto. Significa contribuir para o

desenvolvimento da cultura do povo de Cabedelo e divulgar o potencial turístico do

município.

A Nau catarineta é uma dança folclórica dividida em quatro jornadas, onde

cada jornada narra um episódio de aventura náutica das conquistas lusitanas. O auto

popular é um bailado dramático de inspiração marítima, onde suas danças

representam o balanço do mar, ora agitado, ora em calmaria ou maretas.

O documentário visa registrar com depoimentos, fotos e documentos a

manifestação popular tão característica do município.

b) Eleição e Descrição do(s) Objeto(s)

Tadeu Patrício:

Atual mestre (coordenador) da Nau Catarineta, Tadeu é professor de educação

artística e desempenha também atividades como agente cultural no município de

Cabedelo. Preocupado com desaparecimento da brincadeira, pois o grupo já não se

apresentava há um certo tempo, já que os seus antigos participantes, em sua maioria

formada por gente idosa, se sentiam cansados, Tadeu teve e ideia de resgatar a Nau

Catarineta. E foi em 1998 que ele conseguiu reunir, com esta finalidade, alguns de

seus alunos, pessoas de grupos de teatro e também alguns membros do antigo grupo

da Nau Catarineta.

Manuel Ferreira:

Aposentado, Manuel conhecido como Mano, achava bonito seu pai vestido de

branco com roupa de oficial da marinha dançando a barca, então um dia pediu ao

seu pai para entrar na brincadeira. Mano também participou do documentário feito

por Manfredo Caldas.

Yara Carmen:

Técnica de Enfermagem, Yara conheceu a Nau Catarineta em 1985, quando foi

convidada para fazer parte do documentário sobre a Nau Catarineta, de Manfredo

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Caldas, onde fez o papel da Saloia. Desse dia em diante tomou gosto pela

brincadeira onde continuou até a brincadeira ser desativada.

Sr. João Rocha:

Aposentado, João Rocha, conhecido como Zé Azul, conheceu a Nau Catarineta

logo na sua chegada à cidade. Músico, Zé foi convidado para tocar na brincadeira

onde se encontra até hoje. Zé Azul também participou do documentário feito por

Manfredo Caldas.

Roseana Gouveia:

Dona de casa, Roseana sempre admirava a Nau Catarineta em suas

apresentações. Foi então que seu filho mais velho pediu para participar da

brincadeira. De tanto frequentar os ensaios, Roseana aprendeu os textos e as

danças. Um dia, a Nau precisava de uma Saloia, ela se dispôs a fazer e participa até

hoje.

A fortaleza de Santa Catarina:

Palco de grandes histórias, o Forte, como é popularmente conhecido, foi

construído no século XVI. Tomada pelos holandeses em 1637, a fortaleza foi

recuperada pelos portugueses em 1645 tendo inclusive recebido o Imperador D.

Pedro II quando de sua visita a João Pessoa.

Atualmente a fortaleza disponibiliza seu espaço para os ensaios do grupo Nau

Catarineta.

Fotografia, filmes e vídeos:

Documentos que registram a passagem, as danças, as prosas, os versos da Nau

Catarineta de Cabedelo.

Documentário de Manfredo Caldas: Primeiro Documentário sobre a Nau

Catarineta realizado em 1985 e lançado em 1987.

Vídeo da Apresentação dos 100 anos da Nau Catarineta

c) Eleição e Justificativa para a(s) Estratégia(s) de Abordagem

Procedimento Geral: A proposta é visitar os entrevistados e realizar gravações de

depoimentos no lugar onde vivem e em locais que representem a memória do

folguedo e a utilização de documentos, fotos e vídeos que reforcem o contexto

histórico da brincadeira mostrando sua trajetória do início até os dias atuais.

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Convidados à entrevista: Haverá uma entrevista do agente cultural Tadeu

Patrício que pesquisou e resgatou a Nau Catarineta. Ocorrerão também

depoimentos de pessoas que fizeram e fazem parte da brincadeira contando

suas histórias e experiências.

d) Sugestão de Estrutura

Abertura

Cena de um integrante antigo da Nau Catarineta passando uma espada para

Tadeu Patrício, representando a passagem do conhecimento e a

responsabilidade de não apagar a chama da Barca de Cabedelo.

Fade out seguido de um Fade In: Câmera passeia entre objetos

representativos da Nau Catarineta. Fade out

Corpo do Documentário

Com o decorrer do depoimento de Tadeu Patrício (personagem principal),

serão incorporados ao documentário imagens, documentos e depoimentos

dos outros personagens que fortaleçam o registro e a informação sobre a Nau

Catarineta de Cabedelo.

Final

Apresentação da atual formação da Nau catarineta de Cabedelo.

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ANEXO B – Configurações da edição

As respectivas configurações usadas foram as seguintes:

Tadeu Patrício:

Diffusion – Size: 20.00%; Grade: 1.00; Glow: 50.00%; Highlights Only:

40.00%; Highlight Bias: 0.000; Exposure Compensation: 0.00

Color – R: 0.955; G: 0.955; B: 0.955

Gradient – X1: -26.4%; Y1: -45.8%; X2: -19.6%; Y2: +38.3%; Falloff: 0.500;

Strength: 80.0%; Exposure Compensation: +0.40

Color – R: 0.471; G: 0.460; B: 0.618

Gradient (2) – X1: +22.6%; Y1: +46.6%; X2: +18.8%; Y2: -1.2%; Falloff:

0.283; Strength: 100.0%; Exposure Compensation: +0.40

Color – R: 0.620; G: 0.803; B: 0.937

Curves – RGB: Contrast: +1.100; Gamma Space: 3.50;

Auto Shoulder – 87.00%

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46

Yara Carmen:

Diffusion – Size: 20.00%; Grade: 1.00; Glow: 50.00%; Highlights Only:

40.00%; Highlight Bias: 0.000; Exposure Compensation: 0.00

Color – R: 0.955; G: 0.955; B: 0.955

Gradient – X1: -39.2%; Y1: -49.5%; X2: -37.4%; Y2: +49.7%; Falloff: 0.500;

Strength: 80.0%; Exposure Compensation: +0.40

Color – R: 0.471; G: 0.460; B: 0.618

Gradient (2) – X1: +22.3%; Y1: +53.5%; X2: +12.0%; Y2: -4.9%; Falloff:

0.283; Strength: 100.0%; Exposure Compensation: +0.40

Color – R:0.620; G:0.803; B:0.937

Curves – RGB: Contrast: +1.100; Gamma Space: 3.50;

Auto Shoulder – 87.00%

Mano:

Diffusion – Diffusion – Size: 20.00%; Grade: 1.00; Glow: 50.00%; Highlights

Only: 40.00%; Highlight Bias: 0.000; Exposure Compensation: 0.00

Color – R: 0.955; G: 0.955; B: 0.955

Gradient – X1: -26.4%; Y1: -45.8%; X2: -23.9%; Y2: +46.3%; Falloff: 0.500;

Strength: 80.0%; Exposure Compensation: +0.40

Color – R: 0.471; G: 0.460; B: 0.618

Gradient (2) – X1: +22.3%; Y1: +53.5%; X2: +18.5%; Y2: +5.7%; Falloff:

0.283; Strength: 100.0%; Exposure Compensation: +0.40

Color – R: 0.620; G:0.803; B:0.937

Curves – RGB: Contrast: +1.100; Gamma Space: 3.50;

Auto Shoulder – 87.00%

Zé Azul:

Diffusion – Size: 20.00%; Grade: 1.00; Glow: 50.00%; Highlights Only:

40.00%; Highlight Bias: 0.000; Exposure Compensation: 0.00

Color – R: 0.954; G: 0.954; B: 0.955

Gradient – X1: -28.6%; Y1: -47.6%; X2: -27.8%; Y2: +47.9%; Falloff: 0.500;

Strength: 80.0%; Exposure Compensation: +0.40

Color – R: 0.471; G: 0.460; B: 0.618

Curves – RGB: Contrast: +1.100; Gamma Space: 3.50;

Auto Shoulder – 87.00%

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Roseana:

Contrast – Contrast: +0.145; Pivolt: 1.800; Exposure Compensation: +0.20

Fill Light – Fill: 4.00%; Light Color: R: 0.821 G: 0.821 B: 0.821

Diffusion – Size: 10.00%; Grade: 0.50; Glow: 20.00%; Highlights Only:

10.00%; Highlight Bias: -3.500; Exposure Compensation: 0.00

Color – R: 1.000; G: 1.000; B: 1.000

3-Strip Process – Strength: +5.00%; Exposure Compensation: 0.00

Curves – RGB: Contrast: +2.900; Shadows: -0.090; Midtones: 0.000;

Highlights: -0.840; Gamma Space: 2.20;

Saturation – Saturation: 80.0%; Exposure Compensation: -0.05; Component

Balance R: 0.250 G: 0.254 B: 0.426

Antes da Edição Depois da Edição

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ANEXO C – Equipamentos Utilizados

Crédito1: http://www.studiotrefilms.com/details30.html

Crédito2: http://www.sirtecnologia.com.br/i/sirtecnologia/detalhe/64113724_13214.jpg

Crédito3:http://mlb-s1-p.mlstatic.com/microfones-fio-outras-marcas-acessorios-audio-video-10853-

MLB20035141328_012014-Y.jpg

Crédito4:http://www.detonashop.com.br/media/catalog/product/cache/1/image/9df78eab33525d08d6e5fb8d2

7136e95/c/5/c53a3ea157458231e9fe448581a085a7_1.jpg

Crédito5:http://mlb-s2-p.mlstatic.com/interface-de-audio-placa-de-som-usb-tascam-us-144-mkii-17160-

MLB20132987497_072014-O.jpg

Crédito6:http://pix.lojadosom.com.br/imageshop/Microfone-De-Lapela-Arcano-An-Series-Com-

Alimentador-sls-13895-MLB4387696042_052013-T.jpg

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ANEXO D – Arquivos de Pesquisa

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ANEXO E – Créditos

CRÉDITOS FINAIS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

COMUNICAÇÃO EM MÍDIAS DIGITAIS

JOAO PESSOA, 2014

TÍTULO

NAU CATARINETA – A BARCA DE CABEDELO

REALIZAÇÃO

UFPB

DEMID

APOIO

FUNDAÇÃO FORTALEZA DE SANTA CATARINA

ATIVA WEB GROUP

PRODUZIDO POR

DIEGO PATRÍCIO

PRODUÇÃO

DIEGO PATRÍCIO

TADEU PATRÍCIO

BRUNA LINS

CENAS EXTRAS

DOCUMENTÁRIO NAU CATARINETA – MANFREDO CALDAS (1987)

APRESENTAÇÃO DO ANIVERSÁRIO DE 100 ANOS DA NAU CATARINETA – FILMAGEM

LUIZ FERREIRA

DIREÇÃO – DIEGO PATRÍCIO

PESQUISA – DIEGO PATRÍCIO E TADEU PATRÍCIO

DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA – DIEGO PATRÍCIO

CÂMERA – DIEGO PATRÍCIO

SOM DIRETO – REINALDO GOUVEIA

EDIÇÃO E FINALIZAÇÃO – DIEGO PATRÍCIO

ORIENTAÇÃO – BERTRAND LIRA

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DEPOIMENTOS

TADEU PATRÍCIO

YARA CARMEN

MANUEL FERREIRA (MANO)

JOÃO ROCHA (ZÉ AZUL)

ROSEANA GOUVEIA

AGRADECIMENTOS

UFPB

DEMID

NUDOC

ATIVA WEB GROUP

ALEK MARACAJÁ

BERTRAND LIRA

SIGNE SILVA

ALEXANDRE MASCHIO

DORNELES NEVES

MANFREDO CALDAS

LUIZ FERREIRA

GRUPO NAU CATARINETA

TADEU PATRÍCIO

DIANA MARIA

OCTÁVIO LOURENÇO

BÁRBAR MONTENEGRO

BRUNA LINS

TATIANA PATRÍCIO

ZÉ AZUL

MANO

ROSEANA GOUVEIA

REINALDO GOUVEIA

YARA CARMEN